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VIDAS EM SEGREDOS CAPÍTULO 1 PÁGINA 1

VIDAS EM SEGREDOS

Novela de

RÔMULO GUILHERME

Criada e escrita por

RÔMULO GUILHERME

Personagens deste capítulo

EDUARDO

SOFIA

JUDITH

GUTEMBERG

LUCAS

AYMÉE

NUNO

CAMILO

LÁZARO

VALETIM

FRANCISCO

CRISTÓVÃO

EMILIANA

SOCORRO

MARIA TERESA RUTH


CENA 01. MANSÃO FLAMBOY. QUARTO NUNO. INT. DIA

NUNO (25 ANOS) E GUTEMBERG ESTÃO DISCUTINDO NO

RITMO, QUE CONTINUA NA CENA 02. NUNO ARRUMA SUA

MOCHILA COM RAIVA E COM PRESSA.

NUNO – Eu a amo pai, tente entender isso!

GUTEMBERG – Você só pode ter ficado louco,

Nuno. Largar seus estudos, seu emprego, sua vida

aqui no Brasil, pra ir embora com aquela garota...

NUNO – (REVOLTADO) Aquela garota não, pai! Ela

tem nome. Chama-se Maria Teresa e é a mulher por

quem eu estou apaixonada. E já estou decidido em

ir com ela pra Portugal e não tem nada que o

senhor possa fazer pra me impedir.

CENA 02. MANSÃO FLAMBOY. SALA. INT. DIA

NUNO VEM DESCENDO AS ESCADAS COM SUA MOCHILA NAS

COSTAS. GUTEMBERG VEM ATRÁS.

GUTEMBERG – Se você sair por essa porta Nuno,

pode esquecer que é meu filho. Pode esquecer sua

família pra sempre!

NUNO – Será uma pena, meu pai. Mas se o senhor

prefere assim... Uma coisa o senhor pode ter

certeza: eu nunca vou me esquecer de vocês!

NUNO ABRE A PORTA.

NUNO – Eu só quero ser feliz, pai! (SAINDO)

Adeus!

NUNO FECHA A PORTA. GUTEMBERG FICA SEM ACREDITAR

NO QUE NUNO ACABOU DE FAZER.


GUTEMBER – (FIRME) A partir de hoje eu só

tenho um filho!

CENA 03. PORTUGAL. LISBOA. EXT. DIA

IMAGENS BELISSÍMAS DA CAPÍTAL PORTUGUESA.

CENA 04. PORTUGAL. PRAÇA DO COMERCIO. EXT. DIA

EM SEGUIDA JÁ CORTA DIRETO PARA NUNO E MARIA

TERESA CORRENDO NA PRAÇA. É UM FLASH-BACK. ELES

ESTÃO MAIS NOVOS, VIVENDO O FORTE E O ARREBATADOR

AMOR QUE MEXEU COM OS DOIS. BRINCAM COMO UM CASAL

APAIXONADO.

CENA 05. PORTUGAL. PARQUE EDUARDO VII. EXT. DIA

NUNO E MARIA TERESA VEM CAMINHANDO DE MÃOS DADAS.

CHEGAM NO PONTO MAIS ALTO DO PARQUE, SENTAM E

COMEÇAM A CONVERSAR.

NUNO – Eu te amo e vou te amar pra sempre,

Maria Teresa.

MARIA TERESA – Não fala assim que eu acredito.

NUNO – É pra acreditar mesmo! Vamos viver

juntos pra sempre.

MARIA TERESA – Nada dura pra sempre, Nuno. (T)

Tem tanta coisa que implica no nosso

relacionamento. Você largou sua vida no Brasil,

brigou com seu pai...

NUNO – Quer prova maior de amor do que essa?

MARIA TERESA – Eu não duvido do seu amor, não

é isso.


NUNO – Então o que está acontecendo, meu amor?

Eu larguei tudo no Brasil e não me arrependo

disso. Tomaria essa atitude quantas vezes fossem

necessárias para ficar do seu lado.

MARIA TERESA – Estou com medo!

NUNO – Eu sei que você está com medo. Eu sei

que não vai ser fácil, mas vamos vencer...

MARIA TERESA – (CORTA) Eu estou grávida!

NUNO CONTINUA FALANDO, SEM PERCEBER O QUE MARIA

TERESA ACABOU DE FALAR.

NUNO – (CONTINUA) Nosso amor é mais forte de

tudo o que possa acontecer. E nada vai nos abalar.

E quando isso acontecer é só lembrar que um tem ao

outro.... (SE DANDO CONTA) O que você disse?

MARIA TERESA – Eu estou grávida! Queria te

dizer isso no Brasil, mas achei melhor esperarmos

chegar aqui depois que você resolveu vir comigo

pra cá. Fiquei com medo de que essa notícia podia

piorar ainda mais as coisas entre você e sua

família!

NUNO – (FELIZ) Eu vou ser pai! Que notícia

maravilhosa, meu amor! Eu vou ser pai! Vamos ter

um filho!

NUNO ABRAÇA MARIA TERESA E A RODA NO AR, DIANTE DA

SUA ENORME FELICIDADE.

NUNO – Você está me fazendo o homem mais feliz

do mundo. E eu te prometo que vou te fazer a

mulher mais feliz do mundo!

OS DOIS SENTAM NOVAMENTE.


MARIA TERESA – E agora? O que vamos fazer?

NUNO – Vamos viver nossa vida. Ter uma casa,

criar nossa filha.../

MARIA TERESA – (CORTA) Filha? Você acha que

vai ser uma menina?

NUNO – E será linda como você!

NUNO E MARIA TERESA SE BEIJAM.

MARIA TERESA – Te amo!

ELES SE ABRAÇAM. CAM DÁ UMA GERAL NO AMBIENTE,

FECHANDO NA BANDEIRA PORTUGUESA, DANÇANDO AO SABOR

DO VENTO.

CENA 06. PASSAGEM DE TEMPO

LETREIRO: VINTE ANOS DEPOIS...

CENA 07. QUINTA DE NUNO. VINHEDO. EXT. DIA

OS TRABALHADORES ESTÃO COLHENDO AS UVAS, QUE SERÃO

UTILIZADAS PARA A PRODUÇÃO DO VINHO. ELES CANTAM

CANÇÕES TÍPICAS, MOSTRANDO A FESTIVIDADE QUE É A

COLHEITA.

CENA 08. QUINTA DE NUNO. CASA. QUARTO DELE. INT.

DIA

NUNO ESTÁ DORMINDO. SOFIA ENTRA NO QUARTO

CARREGANDO UM PEQUENO BOLO, COM UMA VELA ACESA EM

CIMA, JÁ CANTANDO:

SOFIA – Parabéns pra você, nessa data querida,

muitas felicidades, muitos anos de vida.

NUNO ACORDA, AINDA MEIO SONOLENTO. ELE SENTA NA

CAMA.


NUNO – (FELIZ) Você lembrou, filha?

SOFIA – Achou que eu ia esquecer o aniversário

do meu pai? (BRINCA) Que espécie de filha eu

seria? Agora faz um pedido e assopra a vela.

NUNO – (FAZENDO O PEDIDO) Que você seja muito

feliz!

NUNO SOPRA A VELA.

NUNO – Que sorte a minha de ter uma filha tão

maravilhosa como você, Sofia. Eu tenho tanto

orgulho da mulher que você se transformou. E eu

tenho certeza que se sua mãe tivesse viva ela

também sentiria muito orgulho de você.

SOFIA – Dói muito à morte da mamãe ainda, né

pai?

NUNO – Uma dor que vou levar para o resto da

vida.

SOFIA – Mas hoje não é dia para tristeza. Hoje

é só alegria. (LEVANTA) Vou buscar seu presente.

SOFIA VAI BUSCAR O PRESENTE DE NUNO.

NUNO – Presente maior que esse não existe

filha.

ELA VOLTA CARREGANDO UMA CAIXA. NUNO ABRE. É UMA

FOTO ANTIGA, NUM BONITO PORTA RETRATO, ONDE

APARECE NUNO E MARIA TERESA, CARREGANDO SOFIA NO

COLO.

SOFIA – Encontrei essa foto antiga e mandei

restaurá-la.

NUNO SE EMOCIONA.

NUNO – Obrigado, filha!


OS DOIS SE ABRAÇAM.

SOFIA – À noite podíamos sair pra jantar. Só

eu e você. O que acha?

NUNO – Vou adorar filha. Você sabe que não

gosto de festa mesmo.

SOFIA – Mas aniversário é aniversário e temos

que sair pra comemorar. (T) Eu tenho uma sessão de

fotos de um casal de noivos pra fazer no Porto,

mas a noite eu já estou de volta e vamos pra quele

restaurante que você adora. Eu vou ligar pra lá e

deixar reservado.

CENA 09. RIO DE JANEIRO. EXT. DIA

CORTA PARA:

CENA 10. CALÇADÃO. EXT. DIA

LUCAS ESTÁ CORRENDO, SE EXERCITANDO. JÁ ESCUTAMOS

O INICIO DA CENA SEGUINTE:

AYMÉE – (OFF) Você sabe pra onde o Lucas foi,

Ruth?

CENA 11. MANSÃO FLAMBOY. SALA JANTAR. INT. DIA

AYMÉE ESTÁ SENTADA, SENDO SERVIDA POR RUTH.

RUTH – Ele foi correr na praia. Vi quando ele

saiu cedo e falou que ia aproveitar o belo dia que

está fazendo pra correr.

AYMÉE – Só o Lucas mesmo pra acordar cedo pra

correr. (PRA SI) Só espero que não tenha ido

correr atrás de nenhuma vadia.

RUTH – O que você disse, Aymée?


AYMÉE – Disse que não estou vendo minha

omelete de queijo.

RUTH – Já vou trazer!

RUTH VIRA-SE E CAMINHA EM DIREÇÃO A COZINHA.

RUTH – (BAIXO) Mocreia ordinária!

LUCAS CHEGA.

LUCAS – Bom dia, meu amor!

ELE VAI BEIJAR AYMÉE, MAS ELA SE AFASTA.

AYMÉE – Você tá todo suado, Lucas.

MESMO ASSIM ELE CONSEGUE LHE ROUBAR UM BEIJO.

LUCAS SENTA E COMEÇA A SE SERVIR.

LUCAS – Acordei animado pra correr, aproveitar

o pouco tempo que tenho antes de ir pra correria

do restaurante. E falando nisso não posso me

demorar. Tenho que ir pro mercado, comprar peixe.

GUTEMBERG VEM DESCENDO AS ESCADAS. ELE SENTA, SEM

DIZER UMA PALAVRA. ESTÁ SÉRIO, COM UMA CARA

FECHADA.

LUCAS – Bom dia, pai!

GUTEMBERG – (FRIO) Bom dia.

AYMÉE – Que cara é essa, meu sogro. Parece que

acordou já chupando limão. Aconteceu alguma coisa?

GUTEMBERG – Não é da sua conta, Aymée. Vai

cuidar das suas futilidades e me deixa em paz!

AYMÉE – (ATINGINDA) Nossa, foi só uma

pergunta. Não precisa vir com quatro pedras pra

cima de mim não.

GUTEMBERG – (LEVANTANDO) Pronto! Já me fizeram

perder o apetite. Vou pra universidade.


GUTEMBERG CAMINHA EM DIREÇÃO A PORTA.

AYMÉE – (ABALADA) O que foi que eu fiz pro seu

pai me tratar desse jeito?

LUCAS – Não tem nada com você, Aymée. Hoje é o

aniversário do Nuno. E toda vez, quando chega esse

dia, o mau humor do seu Gutemberg dobra de

quantidade. É melhor não lhe direcionar a palavra

enquanto esse dia não passar. Mais tarde eu ligo

pro meu irmão e lhe desejo os parabéns.

CENA 12. CARRO DE GUTEMBERG. INT. DIA

O MOTORISTA DIRIGE. GUTEMBERG ESTÁ SENTADO NO

BANCO DE TRÁS. PELO RETROVISOR O MOTORISTA OLHA

PARA GUTEMBERG, QUE PERCEBE.

GUTEMBERG – Tá querendo ser demitido?

MOTORISTA – Só queria saber se está tudo bem

com o senhor.

GUTEMBERG NÃO RESPONDE. OLHA EM DIREÇÃO AO

TRÂNSITO.

GUTEMBERG – (VOZ) Por que você tinha que ter

ido embora, Nuno? Eu tinha tantos planos pra

você...

GUTEMBERG BATE A MÃO NO BANCO COM RAIVA.

CENA 13. MANSÃO FLAMBOY. COZINHA. INT. DIA

SOCORRO E RUTH.

SOCORRO – Nenhuma ligação do Eduardo. Até

parece que ele não tá nem se lembrando mais de mim

depois que viajou pra França.


RUTH – Mas isso então é culpa sua, que não tá

fazendo seu trabalho direito.

SOCORRO – Mas eu não gosto dele, madrinha.

RUTH – E quem disse pra você gostar dele? Você

tem que gostar é do dinheiro que ele vai herdar um

dia. Dessa enorme mansão aqui, que ele tem direito

e nem sabe disso. (TOM) Acorda, Socorro! Essa é a

nossa chance de mudarmos de vida. Dar um pé na

bunda na pobreza e termos tudo o que sempre

quisemos ter.

SOCORRO – Prometo que vou me empenhar mais.

Ser a namorada mais dedicada e amorosa do mundo.

RUTH – Só isso não basta. Tem que mostrar que

gosta dele de verdade e não por interesse, de algo

que ele nem pode saber ainda.

SOCORRO – Tudo bem que não é muito sacrifício,

pois o Eduardo não é feio. Só que ele não faz meu

tipo. Gosto de homem grandão, armário, sabe, que

me pega, me joga na parede, que me chama de

lagartixa.../

RUTH – (CORTA) Me poupe desses detalhes,

Socorro. Só o que me interessa é que você consiga

se casar com ele e depois tu fica com quantos

homens você quiser, pra ser jogada na parede

quantas vezes aguentar! Mas agora foca no Eduardo.

Ele é a nossa chance de mudarmos de vida. Sairmos

do lixo, direto pra riqueza.

SOCORRO – E quando que o Eduardo vai saber que

ele é podre de rico?


RUTH – Quando me interessar fazer essa verdade

se desenrolar. Por agora deixa ela bem quietinha,

como está durante todos esses anos, como minha

amiga Emiliana quer.

CENA 14. QUINTA LÁZARO. EXT. DIA

CORTA PARA:

CENA 15. QUINTA LÁZARO. QUARTO CAMILO. INT. DIA

ABRE EM LÁZARO JOGANDO UM BALDE DE ÁGUA FRIA EM

CAMILO, QUE ESTÁ APAGADO NA CAMA. ELE ACORDA

ASSUSTADO.

CAMILO – (RECLAMANDO) Que isso pai? Isso é

jeito de me acordar?

LÁZARO – Isso é jeito de acordar um vagabundo,

que passou a noite inteira na farra. Levanta, você

tem trabalho hoje!

CAMILO – Trabalho, pai? Mas eu não.../

LÁZARO – (CORTA) Não tem nem mais, nem menos.

(T) A vida não é só farra, diversão não, Camilo.

Tem hora que temos que arregaçar a manga e suar a

camisa também. Você já é um homem, com pelo na

cara, e precisa ter algumas responsabilidades.

CAMILO – Sermão logo de manha não, pai. Já

basta ter me acordado desse jeito.

LÁZARO – Te mimei a vida toda, de dando tudo

na sua hora e na sua vontade, mas chegou o momento

de ver e conquistar o dinheiro que você só sabe

gastar.


CAMILO – Eu só aproveito as coisas boas da

vida.

LÁZARO – Você vai pro Porto, negociar com um

comprador brasileiro. O Valentim, meu braço

direito, vai com você. Mas será você quem vai

fechar o negócio. Se preparar para assumir os

negócios da família, quando eu não estiver mais

aqui. Você é meu único filho e tudo isso aqui será

seu. Já tem que ir se acostumando a tocar o

negócio. (T) Se troca rápido. Vou estar te

esperando no escritório.

LÁZARO SAÍ. CAMILO LEVANTA FURIOSO, BATENDO O PÉ.

CAMILO – Já vi que hoje não é meu dia. Acordar

desse jeito, para ir trabalhar, justamente na hora

em que eu estava tendo um sonho com aquela gostosa

da Sofia...

CENA 16. QUINTA DE LÁZARO. ESCRITÓRIO. INT. DIA

LÁZARO ESTÁ SENTADO EM SUA CADEIRA. VALENTIM ESTÁ

NA SUA FRENTE.

LÁZARO – Antes de você ir com o Camilo pro

Porto, preciso que você me faça um favor.

VALENTIM – É só falar.

LÁZARO – Vá até a Quinta do Nuno e peça pra

ele vir aqui. Preciso conversar com ele.

VALENTIM – É sobre aquele assunto?

LÁZARO – Acordei inspirado, com uma proposta

que tenho certeza que ele não vai recusar.


CENA 17. QUINTA DE NUNO. VINHEDO. EXT. DIA

NUNO E VALENTIM.

NUNO – Se ele quer falar comigo, ele que venha

até aqui. Mas acho que ele nem vai precisar de ter

esse trabalho, pois sei bem qual é o assunto. E

pra essa conversa eu já tenho uma resposta, na

ponta da língua e que ele conhece muito bem: eu

não aceito vender minhas terras.

VALENTIM – Mas segundo ele é uma proposta

irrecusável.

NUNO – Já disse e já repeti pro Lázaro,

inúmeras vezes, que minhas terras não estão à

venda. Mas se ele não quiser entender isso não é

problema meu! Só fala com ele pra me deixar em

paz, que isso já está me aborrecendo e muito.

CENA 18. QUINTA DE LÁZARO. ESCRITÓRIO. INT. DIA

LÁZARO LEVANTA FURIOSO E BATE A MÃO NA MESA COM

FORÇA.

LÁZARO – Mas que petulância! Ele disse assim?

VALENTIM – Dá forma como eu falei.

LÁZARO – Quem ele acha que é pra mandar esse

recado atrevido pra mim? (T) Aquelas terras serão

minhas. Eu consigo tudo o que quero e não vai ser

esse merda quem vai atrapalhar meus planos de

expandir meus negócios.

VALENTIM – O que você pretende fazer?

LÁZARO – Vou lá ter uma conversa com ele. Mas

caso não surta efeito, aí serei obrigado a agir de


uma maneira mais enérgica, se você me entende,

Valentim...

VALENTIM ACENTE COM A CABEÇA.

CENA 19. PORTUGAL. PORTO. EXT. TARDE

EDUARDO ESTÁ PASSEANDO PELOS DIVERSOS PONTOS DA

CIDADE, TIRANDO MUITAS FOTOS, COMO UM BOM TURISTA.

ELE ESTÁ ENCANTADO COM TUDO O QUE VÊ.

CENA 20. RIO DE JANEIRO. EXT. TARDE

CORTA PARA:

CENA 21. BAR DE CRISTÓVÃO. INT. TARDE

EMILIANA ACABA DE TRAZER UM TABULEIRO COM COXINHAS

QUE ACABOU DE FRITAR. CRISTÓVÃO ACABA DE ATENDER

UM CLIENTE. EMILIANA FALANDO, ENQUANTO GUARDA AS

COXINHAS NA ESTUFA.

EMILIANA – Meu coração tá tão apertado com o

Eduardo longe. Tô sentindo tanta falta dele!

CRISTÓVÃO – O Eduardo não é mais uma criança,

né Emiliana. Ele sabe se cuidar muito bem.

EMILIANA – Pra mãe os filhos nunca crescem.

São sempre crianças...

CRISTÓVÃO – Ele está fazendo o que sempre

sonhou. O Eduardo batalhou muito para conseguir

juntar o dinheiro e fazer esse curso de

gastronomia na França. Vai voltar chefe de

cozinha, se Deus quiser!

EMILIANA – Pela internet ele me disse que ia

pra Portugal, aproveitar alguns dias para


descansar e também para conhecer o país. Ele disse

que ia ligar quando chegar...

CRISTÓVÃO – Uma hora todo filho bate asas e

voa, meu amor. Aconteceu isso com a gente, vai

acontecer com nosso filho... Temos é que nos

preparar e esperar esse momento chegar.

EMILIANA ABRAÇA CRISTÓVÃO.

EMILIANA – Eu não sei o que será da minha vida

sem meus filhos debaixo das minhas asas.

CRISTÓVÃO – Mas é bom nos irmos acostumando.

No fim será só eu e você, Emiliana.

EMILIANA FICA OLHANDO PRA CRISTÓVÃO, SEM LHE DIZER

UMA PALAVRA.

CRISTÓVÃO – Que foi? Tô com um pedaço de couve

garrado nos dentes?

EMILIANA – Não é isso, bobo! Eu admiro muito o

homem que você é, Cristóvão. Tenho muita gratidão

pelo que você me fez. Eu não sei o que teria sido

da minha vida se você não tivesse me aceitado

naquele momento, grávida do Eduardo, sem saber o

que fazer da vida, sem um rumo, sem uma direção...

CRISTÓVÃO – Foi tudo por amor, Emiliana. O

mesmo amor que ainda continua preenchendo meu

coração. Eu é quem tenho que te agradecer pelo

filho maravilhoso que você me deu a oportunidade

de poder educar e chamar de meu, mesmo não sendo

de sangue como o Francisco. O Eduardo é um filho

de ouro!


EMILIANA – Tem vezes que eu acho que a gente

dá mais atenção pro Eduardo do que pro Francisco.

E acho que ele sente isso e fica aborrecido.

CRISTÓVÃO – Todo pai e mãe amam seus filhos

igualmente, Emiliana. E com a gente não é

diferente. Amo o Eduardo e o Francisco da mesma

forma!

EMILIANA – São nossos tesouros.

CRISTÓVÃO – Eu sei que você não gosta quando

eu toco nesse assunto, mas eu volto a falar: um

dia a verdade terá que ser revelada para o

Eduardo. Ele tem direito de saber sua verdadeira

história, Emiliana.

EMILIANA – Como será que ele vai reagir quando

descobrir tudo?

CRISTÓVÃO – Não será uma conversa fácil. Mas

ele vai entender. O Eduardo tem uma cabeça muito

boa.

CENA 22. PORTUGAL. ESTRADA (CARRO DE SOFIA E

CAMILO). EXT/INT. TARDE

SOFIA ESTÁ NO SEU CARRO, ESCUTANDO MÚSICA. LOGO

ATRÁS DELA, VEMOS O CARRO DE CAMILO, DIRIGIDO POR

ELE. VALENTIM ESTÁ DO SEU LADO. ELE VÊ O CARRO DE

SOFIA E O RECONHECE.

CAMILO – É o carro da Sofia.

VALENTIM – O que você está pensando em fazer,

Camilo?


CAMILO – Eu sou doido com essa mulher,

Valentim. Vou brincar um pouco com ela.

CAMILO ACELERA E ENCOSTA NO CARRO DE SOFIA, QUE SE

ASSUSTA.

SOFIA – (ASSUSTADA) Quem é esse doido?

SOFIA OLHA PELO RETRÓVISOR E VÊ QUE É CAMILO.

SOFIA – O que esse doido do Camilo está

querendo?

DE REPENTE CAMILO EMPARELHA COM O CARRO DE SOFIA.

CAMILO – E ae, delicia?

SOFIA – (NERVOSA) Você é louco, Camilo? Podia

ter provocado um acidente.

CAMILO – Vamos ficar juntos, vamos Sofia. Cê

sabe que eu sou doido com você.

SOFIA – Me esquece, Camilo. Me deixa em paz de

uma vez por todas. Eu não sou uma dessas garotas

que você usa, abusa e depois joga fora. (TOM) Não

sou pro seu bico!

SOFIA ACELERA E SE AFASTA DE CAMILO, QUE FICA PRA

TRÁS. UM CAMINHÃO VEM VINDO NA DIREÇÃO DE CAMILO,

QUE LEVA O MAIOR SUSTO QUANDO VÊ O VEÍCULO SE

APROXIMANDO. ELE FAZ UMA MANOBRA DIGNA DE CINEMA E

CONSEGUE SE DESVENCILHAR DA SITUAÇÃO PRATICAMENTE

MORTAL. CAMILO RESPIRA UM POUCO, PRA DEPOIS

CONTINUAR FALANDO.

CAMILO – Quanto mais toco eu levo, mais doido

eu fico com ela. Um dia eu vou ter ela nos meus

braços, Valentim. Pode ter certeza disso!


VALENTIM – Eu não duvido de nada que você

fala, Camilo. Assim como seu pai, sei que você é

capaz de tudo para conseguir o que deseja.

CAMILO – É isso aí!

VALENTIM – Eu admiro isso, pois também rezo

pela mesma cartilha: vale tudo pra se ter o que se

quer! (PRA SI) Já fiz muito coisa tendo como base

essa filosofia que sempre me acompanhou. Coisas do

qual eu não me arrependo...

CAMILO – Deu pra falar sozinho, Valentim?

VALENTIM – É só o meu negro passado que às

vezes volta a me rondar.

CENA 23. QUINTA DE NUNO. VINHEDO. EXT. TARDE

NUNO ESTÁ COLHENDO UVAS, JUNTO COM SEUS

TRABALHADORES. LÁZARO SE APROXIMA E FICA ESPANTADO

VENDO NUNO TRABALHANDO DESSA FORMA.

LÁZARO – (SURPRESO) Colhendo, Nuno?

NUNO – Por que o espanto, Lázaro? Comecei

colhendo uvas. E vez ou outra me dá vontade de

relembrar os velhos tempos. E além do mais nada

melhor do que a mãe do dono para engordar o

negócio.

LÁZARO – Falando em negócios, minha visita

aqui é justamente nesse tocante. Negócios!

NUNO – Seu capacho não lhe deu o recado? Eu

não quero fazer negócios com você, Lázaro. Minhas

terras não estão à venda.


LÁZARO – Mas a proposta que eu tenho pra você

é irrecusável, Nuno. (T) Sei que hoje é seu

aniversário, lhe dou meus parabéns por isso, e foi

pensando nesse dia tão especial é que vim lhe

oferecer uma enorme quantia pra você me vender

suas terras, com sua Quinta e com seu vinhedo.

NUNO – Eu só não falo o que você faz com essa

enorme quantia, em respeito a sua idade, Lázaro.

Pois com todo o aborrecimento que isso vem me

provocando é a vontade que eu tenho de fazer...

(T) Me faz um favor, Lázaro se retire das minhas

terras. Vá embora com seu dinheiro e vê se vai

encontrar outro vinicultor por aí pra encher o

saco. Quem sabe você encontra alguém que queria

vender suas terras pelo dinheiro que você quer,

pois eu já disse e repito pela milésima vez que eu

não vou vender nada. E caso isso venha acontecer

um dia, você será a última pessoa pra quem eu

venderia minha Quinta... Eu seria capaz de colocar

fogo em tudo só pra não te dar o gostinho de ver

você se tornar o dono das minhas terras que eu

suei muito pra conquistar e transformar no que é

hoje!

LÁZARO FICA ENCARANDO NUNO POR UM MOMENTO,

ASSIMILANDO TUDO O QUE ELE LHE DISSE. DEPOIS ELE

DÁ MEIA VOLTA E VAI EMBORA.

CENA 24. QUINTA DE NUNO. FRENTE. EXT. TARDE

LÁZARO ESTÁ SAINDO DA PROPRIEDADE DE NUNO.


LÁZARO – (COM RAIVA) Vou te fazer engolir

todas essas palavras, Nuno. Uma por uma!

CENA 25. RIO DE JANEIRO. EXT. TARDE

CORTA PARA:

CENA 26. CASA DE EMILIANA. SALA. INT. TARDE

O TELEFONE COMEÇA A TOCAR. FRANCISO VEM DÁ

COZINHA, TOMANDO ÁGUA.

FRANCISCO – (ATENDENDO) Alô?

EDUARDO – (OFF) Francisco, sou eu, seu mano...

FRANCISCO FICA SEM SABER O QUE FAZER.

EDUARDO – (OFF) Alô? Francisco? Você tá aí?

FRANCISCO DESLIGA. NESSE EXATO MOMENTO EMILIANA

ENTRA.

EMILIANA – Quem era?

FRANCISCO – Quando eu fui atender a ligação

caiu.

EMILIANA NÃO DÁ BOLA E VAI PRA COZINHA.

FRANCISCO – Não era ninguém que interessava!

CENA 27. RESTAURANTE. INT. TARDE

AYMÉE E JUDITH ESTÃO ALMOÇANDO.

AYMÉE – Tô achando que o Lucas tá com uma

amante. Com alguma vagabunda!

JUDITH – De novo?

JUDITH RI.

AYMÉE – (SEM ENTENDER) Qual é a graça, Judith?

JUDITH – Já perdi as contas de quantas vezes o

Lucas te traiu, na sua cabeça. (T) Toda vez que


você acha que o Lucas tá com uma amante, você se

engana sempre. Coloca detetive particular atrás

dele, fica monitorando o pobre coitado, e no fim

descobre que ele é um santo, que não estava

fazendo nada de errado.

AYMÉE – Mas meu faro tá me dizendo que tem

alguma sirigaita rondando meu marido. Que tem

alguma galinha querendo ciscar no meu terreiro.

JUDITH – Aí, Judith. Você não tem jeito! No

fim isso é insegurança quanto ao seu casamento,

quanto a fidelidade do Lucas. Ai você arruma um

pretexto pra colocar tudo isso em xeque. Só que

você não percebe é que isso pode colocar em risco

a união de vocês.

AYMÉE – Será, Judith?

JUDITH – Você tem alguma dúvida? O Lucas é um

homem muito correto, integro. Ele não ia trair

você. E caso isso acontecesse, só aventando essa

possibilidade viu amiga, você seria a primeira

pessoa com quem ele sentaria e contaria o que

aconteceu.

AYMÉE DÁ UM GOLE NO QUE ESTÁ BEBENDO.

AYMÉE – (BRINCA) Isso é que dá casar com homem

rico e bonito, meu Deus. A gente passa por cada

situação...

CENA 28. UNIVERSIDADE FLAMBOY. SALA GUTEMBERG.

INT. TARDE


GUTEMBERG ESTÁ SENTADO EM SUA CADEIRA, PENSATIVO.

PASSA ALGUNS SEGUNDOS, ELE PEGA UMA CHAVE E ABRE A

ÚLTIMA GAVETA DA SUA MESA. PROCURA E RETIRA DO

FUNDO DELA UMA FOTO DE NUNO (25 ANOS). GUTEMBERG

PASSA A MÃO NA FOTO, COMO SE ESTIVESSE ACARICIANDO

O FILHO.

GUTEMBERG – (SAUDOSO) Era pra ter sido tudo

tão diferente, meu filho... Era pra você estar

sentado aqui, nessa cadeira, assumindo essa

universidade, como sempre foi meu sonho. Mas por

culpa dequela mulher, que fez sua cabeça, você

abandonou tudo e se perdeu no mundo.

GUTEMBERG GUARDA A FOTO NO MESMO LUGAR. ELE PEGA O

TELEFONE E AMEAÇA DISCAR, PENSA UM POUCO, MAS

DESISTE. COLOCA O TELEFONE NA BASE DE VOLTA E

ABAIXA SUA CABEÇA. GUTEMBERG COMEÇA A CHORAR.

CENA 29. RESTAURANTE LUCAS. ESCRITÓRIO. INT. TARDE

LUCAS ESTÁ NO TELEFONE COM NUNO.

LUCAS – Parabéns, meu irmão!

NUNO – (OFF) Mano, que bom ouvir sua voz.

Obrigado! (RISOS) Como está as coisas aí?

LUCAS – Tudo igual. Nada de novidades.

NUNO – (OFF) E o pai, como ele está?

LUCAS – Ele tenta disfarçar, fingir, mas ele

não consegue te esquecer, Nuno. Nunca conseguiu e

nunca vai conseguir, como ele falou que ia fazer.

(T) Por trás daquela couraça que ele criou, tem um


coração que sangra muito com a distância entre

vocês dois.

CENA 30. QUINTA DE NUNO. ESCRITÓRIO. INT. TARDE

NUNO NO TELEFONE COM LUCAS.

NUNO – Você, Lucas, mais do que ninguém sabe

que eu não queria isso. Foi ele quem provocou esse

racha entre nos dois. Eu sei que eu não fiz nada

de errado, só fui viver minha vida do jeito que eu

queria e não dá forma como ele tinha planejado. É

por isso que eu não me vejo na obrigação de dar o

primeiro passo pra nossa reconciliação. Eu nunca

vou deixar de amar aquele velho rabugento, mas ele

tem que entender e aceitar tudo o que eu fiz.

LUCAS – (OFF) Vocês dois não tem jeito viu! Um

mais cabeça dura do que o outro. Mas eu ainda

sonho em um dia ver nossa família toda unida

novamente...

NUNO – Eu também, meu irmão! Eu também! Seria

o maior presente que eu poderia ganhar.

CENA 31. PORTO. EXT. TARDE

SOFIA ESTÁ TIRANDO FOTOS DE UM CASAL DE NOIVOS.

TAKES BONITOS DE DIVERSOS PONTOS DA CIDADE.

CENA 32. PORTO. RESTAURANTE. INT. TARDE

CAMILO, VALENTIM E UM HOMEM BRASILEIRO (50 ANOS)

ESTÃO FINALIZANDO A REUNIÃO. O HOMEM ACABA DE

ASSINAR OS PAPEIS QUE VALENTIM LHE ENTREGA. EM

SEGUIDA ELE PEGA UMA MALA PRETA E ENTREGA PARA


CAMILO. QUANDO ABRE OS OLHOS DE CAMILO BRILHAM

VENDO A QUANTIDADE ENORME DE EUROS QUE ESTÁ

RECHEANDO A MALA. O HOMEM LEVANTA E ESTENDE A MÃO

PARA CAMILO.

HOMEM – Foi bom fazer negócios com sua

família. Espero que seja o começo de uma

promissora parceria.

CAMILO – (APERTANDO A MÃO) O senhor vai

receber o melhor vinho de Portugal, quiçá do mundo

(RINDO)

CENA 33. PORTO. RESTAURANTE. FRENTE. EXT. TARDE

CAMILO NÃO CONSEGUE ESCONDER SUA ENORME FELICIDADE

CARREGANDO A MALA. MAS VALENTIM ESTRAGA TUDO,

QUANDO LHE TIRA O DINHEIRO QUE CARREGA.

CAMILO – (ESTRANHANDO) Que isso, Valentim?

VALENTIM – Ordens do seu pai, Camilo. Ele foi

bastante claro em me ordenar que pegasse o

dinheiro, assim que já estivesse em suas mãos.

CAMILO – Meu pai não confia em mim? Pra

negociar eu sirvo, mas agora pra ficar com o

dinheiro não?

VALENTIM – Isso você resolve com seu pai. Eu

só recebo ordens de quem manda mais. E nessa

situação não é você.

VALENTIM PARA UM TÁXI E EMBARCA. CAMILO DÁ UM SOCO

FORTE NO SEU CARRO.

CAMILO – Mas que droga, viu!



EMILIANA NO TELEFONE COM EDUARDO.

EMILIANA – (FELIZ) Eduardo? Que saudade, meu

filho! Você tá em Portugal já?

FRANCISCO VEM PASSANDO PELA SALA.

EMILIANA – (P/FRANCISCO) É seu irmão.

FRANCISCO FICA INDIREFENTE AO QUE A MÃE FALA E VAI

PRO QUARTO, BATENDO A PORTA.

CENA 35. PORTO. PRAÇA MOUZINHO DE ALBUQUERQUE.

EXT. TARDE

EDUARDO ESTÁ FALANDO NO CELULAR, ENQUANTO OBSERVA

A BELEZA DA PRAÇA. NUM OUTRO PONTO, VEMOS SOFIA

CAMINHANDO PELA PRAÇA, TIRANDO FOTOS.

EDUARDO – Cheguei hoje de manhã, mãe. Liguei

pra vocês, falei com o Francisco, mas acho que a

ligação caiu.


EMILIANA OLHA EM DIREÇÃO AO QUARTO DE FRANCISO,

SABENDO BEM O QUE ACONTECEU.

CENA 37. CASA DE EMILIANA. QUARTO FRANCISCO. INT.

TARDE

FRANCISCO ANDA DE UM LADO PRO OUTRO, NERVOSO,

INCOMODADO.

FRANCISCO – Nem estando longe deixa de ser o

predileto. O centro das atenções. (EXPLODE) Tem

vezes que eu tenho vontade de...

FRANCISCO CONSEGUE SE CONTROLAR.


FRANCISCO – Quem me dera ser filho único. Não

ter esse nojento do Eduardo como irmão!


EMILIANA ESTÁ MUITO EMOCIONADA CONVERSANDO COM O

EDUARDO.

EMILIANA – Como você está? Tá se alimentando

direito, dormindo bem? Estou com tanta saudade

Edu!

EDUARDO – (OFF) Eu também, mãe. Morrendo de

saudade. Como está o pai, o Francisco? Estou

comprando lembrancinhas pra todo mundo.

EMILIANA – Tá todo mundo bem! Não precisa

gastar seu dinheiro com a gente não. O maior

presente que você vai dar pra todo mundo é voltar

um chefe de cozinha, como sempre foi seu sonho!


EXT. TARDE

EDUARDO CONTINUA CONVERSANDO COM EMILIANA.

EDUARDO – A senhora não sabe como eu estou

feliz podendo realizar meu sonho, mãe. E eu vou

ser o melhor chefe de cozinha do mundo!

EMILIANA – (OFF) Vai sim, filho! Deus sabe

como você é uma pessoa boa, merecedor de tudo isso

que está conseguindo.

EDUARDO – Vou ficar alguns dias só e depois

volto pra França...

CORTA PARA CAMILO DIRIGINDO SEU CARRO. ELE VÊ

SOFIA E ESTACIONA DE QUALQUER JEITO. SAÍ COMO UM


RAIO DE DENTRO DO CARRO E CAMINHA EM DIREÇÃO A

ELA. SOFIA QUE ESTÁ VENDO AS FOTOS QUE TIROU NÃO

SE DÁ CONTA DA PRESENÇA DE CAMILO. SÓ PERCEBE

QUANDO ELE SEGURA FORTE SEU BRAÇO, LHE ASSUSTANDO.

SOFIA – Camilo? Me solta! Você tá me

machucando.

CAMILO – (TOM) Eu não gostei da forma como

você me tratou, me desprezou.

SOFIA – Você não cansa de me perseguir não? Já

disse pra você que nunca vamos ficar juntos. Eu

não gosto de você, Camilo. Nunca vou gostar!

CAMILO FICA MAIS NERVOSO OUVINDO ISSO. EDUARDO

PERCEBE A SITUAÇÃO E SE APRESSA EM ENCERRAR A

LIGAÇÃO.

EDUARDO – Eu vou ter que desligar.


EMILIANA NO TELEFONE.

EMILIANA – Fica com Deus, meu filho! Mamãe te

ama muito!

EMILIANA DESLIGA. ELA SE RECOMPÕE e CAMINHA EM

DIREÇÃO AO QUARTO DE FRANCISCO.

CENA 41. CASA DE EMILIANA. QUARTO FRANCISCO. INT.

TARDE

FRANCISCO ESTÁ MEXENDO NO COMPUTADOR. EMILIANA

BATE NA PORTA.

FRANCISCO – Entra.

EMILIANA ENTRA.


EMILIANA – Por que você não disse que o

Eduardo tinha ligado?


EXT. TARDE

EDUARDO DESLIGA E CORRE NA DIREÇÃO DE CAMILO E

SOFIA.

EDUARDO – (P/CAMILO) Larga a moça.

OS OLHOS DE SOFIA SE ENCONTRAM COM O DE EDUARDO.

MOMENTO MÁGICO DO PRIMEIRO ENCONTRO.

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FIM DO CAPÍTULO

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