Vida.

A compreensão que o homem tinha do significado de vida passou por algumas alterações durante os tempos, e é possível observar a consequência das diferentes noções sobre esse tema analisando o pensamento, as crenças, as esperanças do homem por toda a bíblia, a qual foi escrita no decorrer de um período que atravessou milênios e teve a autoria de pessoas que possuíam percepções diferentes, influenciadas por crenças e culturas distintas no decurso da história.

- O PERÍODO ANTERIOR AO DILÚVIO. Ainda que pouco há de material bíblico ou contemporâneo, que subsidie qualquer afirmação mais profunda sobre o tema para o período em questão, algumas ponderações podem ser feitas com base no contexto em que a o termo vida era inserido, na análise gramatical e utilizando obviamente toda herança histórica e cultural dos hebreus.

Inicialmente, o homem pré-diluviano, com as suas limitações de pensamento, não causadas por uma deficiência de entendimento, mas devido à falta de experiências, revelações espirituais, filosóficas e científicas que o guiassem no caminho das complexas ideias sobre a existência, possuía provavelmente uma noção elementar de significado de vida.

Considerando que os teólogos históricos judeus digam que o conceito de uma alma imaterial teria surgido no pensamento hebraico somente na época dos Salmos e Profetas, pode ser afirmado que no princípio, vida sempre foi o “existir em oposição a não existir”, ou “ser em oposição à não ser”, e que nos primórdios, naturalmente não deveria haver qualquer entendimento de vida anterior e posterior à morte, imortalidade da alma, ou um plano de salvação para os homens.

Assim, a distinção entre vida física, espiritual ou intelectual, ou as distinções do pensamento filosófico grego, de corpo, alma e razão, eram precedidas por uma concepção de vida como um todo, que abrangia o homem em sua existência realista e palpável.

- Havia ainda a noção de vida, como a vitalidade que anima o corpo animal, o “fôlego de vida” soprado por Deus no homem, que deu ao corpo humano feito do pó da terra a “capacidade de ser” alma-vivente, ou conforme uma tradução mais correta: ser-vivo.

É importante ressaltar que conforme afirmado acima, a inexistência da ideia do conceito de alma pelo homem, indica que a tradução de nephesh chay para alma-vivente está incorreta e que a interpretação correta do termo é “ser vivo” (o que já existe em traduções mais recentes, como a NVI). Isso também encerra as discussões sobre a existência de alma nos animais, uma vez que o Gênesis afirma que os animais eram almas-viventes, agora entendidos por seres vivos. Dessa maneira, quaisquer outras menções a nephesh, ao menos no pentateuco, podem ser consideradas como vida, porém as citações subsequentes devem ser analisadas de acordo com o contexto.

Ainda que ideia sobre alma, semelhante a que temos hoje, tenha surgido apenas mais tarde na cultura hebraica, uma noção embrionária e primitiva já existia desde antes do dilúvio. Essa ideia não dicotomizava o homem, e se tratava na crença da existência de uma forma de energia fantasmagórica que abandonava o homem em sua morte e sobrevivia, ao menos temporariamente, ainda que desmemoriada.

- O PERÍODO ENTRE O DILÚVIO E A ALIANÇA MOSAICA. Uma mudança significativa dessa compreensão aconteceu com o dilúvio. Em consequência do modo de viver pecaminoso dos homens, Deus exerceu juízo destruindo quase toda a raça humana, preservando apenas a Noé e sua família. Isso de fato, foi determinante para que as gerações posteriores vissem Deus não apenas como o originador da vida, mas também como o mantenedor da mesma, e desde então foi se generalizando a associação da continuidade da vida com um modo de agir justo.

Visto que nessa época o conceito de vida ainda era a realidade dos dias do homem na terra e considerando a crescente vinculação da maneira de viver com a conservação da vida, a longevidade passou a ser uma das propriedades da vida.

Assim, essa reformulação da percepção do significado de vida, fez com que o termo adquirisse um caráter que evidenciava uma qualidade de vida, e não meramente a existência.

- O PERÍODO DA ALIANÇA MOSAICA. A relação entre a conduta humana e a vida se expandiu após a Lei ser dada a Israel. E essa expansão se deu em virtude das evidentes recompensas prometidas àqueles que a obedecessem e as sentenças condenatórias aos desobedientes.

Do mesmo modo que já havia a convicção que a manutenção da vida e também a longevidade eram resultados da conformidade do proceder humano com a vontade de Deus revelada na consciência dos homens, os outros prêmios da obediência aos mandamentos de Deus revelados, herdaram a mesma posição. Dessa forma, a saúde e prosperidade material se equivaleram a “vida em oposição a morte” e a longevidade naquilo que denotava a expressão vida.

Dessarte, o conceito de vida se tornou a capacidade de exercer ao máximo todo o poder vital do indivíduo, como a existência, longevidade, saúde, e a prosperidade que se manifestava de diferentes formas.

Cabe ainda destacar que a vida como qualidade de vida, no início do judaísmo era entendida muito mais como o resultado do alinhamento do comportamento comunitário com os mandamentos divinos; a comunidade ora era representada pela família, ora pela tribo e principalmente pela nação.

O PERÍODO DOS PROFETAS

Com o passar dos séculos, ainda que Deus não deixasse de “ver” as virtudes e delitos do povo como um todo, recompensando ou penalizando conforme a sua situação moral, nota-se que o

foco da vida como fruto da observância ao preceitos de Deus vai perdendo o aspecto comunitário e o enfoque começa a ser no indivíduo e suas particularidades.

Esse novo aspecto da percepção da comunhão com Deus com foco no indivíduo e não na coletividade, sem que tenha havido qualquer variação na Palavra revelada, evidencia o quanto a evolução do pensamento humano é determinante para a relação entre o homem e Deus; com isso não quero afirmar que Deus esteja sujeito a compreensão humana, mas que Ele se revela e se relaciona conforme essa compreensão, posto que jamais alcançaríamos a sabedoria divina.

Em consequência, essa nova percepção da comunhão com Deus, avultou a fé na ressurreição do homem após a consumação do plano de Deus para a humanidade.

Nessa época também , a noção primitiva de alma quase impessoal foi evoluindo influenciada por outras culturas, e deu lugar a noção de alma como sendo a porção espiritual do homem, ou a divisão imaterial que carregava sua individualizações e resistia a morte. Como resultado, não era mais possível crer em um prêmio pela obediência que contemplasse apenas a vida em seu aspecto físico e terreno, e o conceito de vida passou a abranger a porção espiritual do homem bem como o destino da alma após a morte física, considerando sua imortalidade.

Durante alguns séculos, a fé na ressurreição dos mortos tendo em vista a vida eterna (viver para sempre) caminhou junto com a crença na imortalidade da alma e o foco em seu destino conforme o juízo de Deus. Porém, a filosofia grega e o destino da alma acabaram ganhando espaço no pensamento cristão no início da Igreja, principalmente devido aos ensinos de Paulo que priorizavam o elemento espiritual do homem ...

- Paralelamente às alterações das percepções relacionais do homem com Deus, aquela noção inicial de vida como vitalidade que anima o corpo, aos poucos foi ganhando características de uma individualidade abstrata.

, e no período dos profetas já era vista como alma, o princípio imaterial que habitava o corpo dos vivos. E na medida que, influenciado pelo pensamento helenista

se cria na imortalidade da alma, o pós-vida ganhava coloridos de ressurreição do corpo físico para uma vida sem fim ou vida eterna.

A ideia de Vida conforme é exposto nas Escrituras, é uma concepção que envolve a regeneração, uma profunda renovação e reorganização de natureza humana, um alinhamento do espírito do homem com a Palavra de Deus, provocado pelo Espírito Santo, a convicção do perdão, reconciliação e religação do homem com Deus.

É uma qualidade de vida com associações éticas.

É a vida eterna e Reino de Deus com implicações presentes e futuras .

Alguém convertido, regenerado, está no Reino de Deus e espera um aspecto futuro do Reino de Deus. Esses dois aspectos do Reino são chamados de vida.

Seu oposto é a morte em pecados transgressões.

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Açafrão – cúrcuma

Arnica

Gengibre

Citronela

Jambu