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VICTOR PALLA

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Page 1: Victor Palla

VICTORPALLA

Page 2: Victor Palla

a vida

Page 3: Victor Palla
Page 4: Victor Palla

“Felizes os que não sabem o que vão fazer. Procuram apreender as relações essenciais entre o meio que os for-mou e os circunda, e a linguagem que têm ao seu dispor.”

(Victor Palla in “Arquitectura”, 1949)

Page 5: Victor Palla

Victor Manuel Palla e Carmo nasceu em Lisboa em 1922. Era filho de um caracterizador de Teatro e fotógrafo amador. Em Lisboa, começou a estudar Arquitectura (1939), curso que veio a terminar no Porto, em 1948. Durante a sua estada na cidade Invicta dirigiu a “Galeria Portugália” (1944) e integrou as Exposições dos Independentes (1943-1950) com Fernando Lanhas e Júlio Pomar, entre outros.

De regresso à capital, associou-se às Exposições Gerais de Artes Plásticas, entre 1947 e 1955, e à renovação da Arquitectura nacional, ao aderir ao Estilo Internacional, em concreto à arquitectura brasileira. Victor Palla morre em Lisboa a 28 de Abril de 2006, aos 84 anos de idade, vítima de uma pneumonia. Apesar de ser um autor que ainda está a ser descoberto pelo público, a sua obra continua a suscitar o interesse de amantes da arte em várias partes do mundo e de inúmeros investigadores, designadamente do seu neto João Palla.

fotografia de Victor Palla

Page 6: Victor Palla
Page 7: Victor Palla

a obra

Page 8: Victor Palla

Até aos anos 70, o design gráfico nacional não se distanciava assim tanto daquele que se fazia internacionalmente — sobretudo com dois autores: Sebastião Rodrigues e Victor Palla — quer se tratasse de um design gráfico de autor ou inserido na publicidade. Entre os dois Victor Palla é o que é mais de ruptura. É o primeiro, antes do Sebastião a introduzir uma leitura e uma atitude imaginária do design gráfico, em muitos aspectos até na arquitectura, mais avançadas que o Sebastião.

esboços e capa do livro “o pão da mentira”

Page 9: Victor Palla

Espécie de homem renascentista (no sentido em que o seu trabalho abrange várias áreas), este homem moderno liga-se a diversas áreas tais como a arquitectura, à fotografia, à pintura, ao design gráfico, a edição de livros e trabalha ainda em galerias. O seu talento multifacetado manifestou-se no dinamismo espacial e material dos volumes arquitectónicos, conjugado com o design inovador do mobiliário e da iluminação, adequados aos novos consumos da «vida moderna». Sendo um homem do seu tempo, Victor Palla é influenciado pela estética neorrealista. São vários os exemplos onde encontramos o enfoque no trabalho e nas classes mais desfavorecidas, o uso da cor saturada e do traço grosso e incisivo, o acentuar expressivo do gesto, o trabalho rude da figura, o exagero nas proporções do copo, características de uma linguagem de denuncia que Palla utiliza quando trabalho sobre autores ou títulos que se inserem nesta corrente.

esboços e capa do livro “o pão da mentira”

Page 10: Victor Palla

Figura interventiva e referencial no panorama cultural da época, os seus primeiros desenhos e enquadramentos fotográficos evidenciam uma proximidade às enunciações da crítica neorrealista. Atribui protagonismo à simplicidade das manifestações quotidianas e familiares das gentes com quem, na rua, se cruza e encontra. São esses intervalos que fixa em inúmeros instantâneos desenhados, inventariando, em forma de exercício informal, a Lisboa da época. As suas primeiras experiências como assistente do pai, derivaram num entendimento da fotografia como um meio auxiliar às diferentes disciplinas. Victor Palla nunca se considerou fotógrafo, mas a história determinou a sobrevalorização dessa actividade relativamente às restantes, nomeadamente à de Arquitecto, que o próprio assumiu como canalizadora de todos os outros interesses.

Enquanto designer concebeu graficamente múltiplas publicações (revistas, catálogos de exposições) onde é evidente a sua sensibilidade espacial, um rigoroso sentido estético e uma olhar fotográfico.

A excelência e a diversidade formal dos seu trabalho nascem de um experimentalismo que explora as linguagens, técnicas e materiais das diferentes expressões artísticas. A influência da arquitectura encontra-se nos diferentes enquadramentos arquitectónicos, na simultaneidade de escalas e na sucessão/intersecção de planos que cor que rompe com a bidimensionalide da folha, sugerindo lugares de grande dinamismo espacial. Em paralelo, o autor apresenta um apurado sentido de composição e o organização do espaço herdado da sua experiência nas áreas da pintura e da fotografia, e uma singular capacidade para trabalhar a cor, a luz e a sombra. A sua obra gráfica é assinalável: a extensão e a qualidade das capas de livros que produziu – talvez o meio mais eficaz de circulação de imagem, no contexto do neorrealismo português – valem por si só.

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Sem título, 1954

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os snack-bar

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capa da brochura do Snack-Bar Pam Pam

Page 15: Victor Palla

Como arquitecto, em parceria com Bento de Almeida, assinou projectos de clara afirmação modernista: os primeiros snack-bar portugueses. A dupla introduz em Portugal o tema e o conceito de Snack-Bar, estabelecimentos caracterizado por um serviço de refeições rápidas e leves. O percursor de um trabalho gráfico e cultural que foi desenvolvido durante 20 anos foi o Términus. O pique nique aparece em meados da década de 50 assumindo um cosmopolitismo ímpar no Rossio. Um desenho fino de envidraçados esbatia o conceito de interior/exterior prolongando a ideia de rua - um convite a entrar- para dentro do estabelecimento com um pavimento em calçada portuguesa. Pim- Pam, tique-taques, pisca- pisca, Zigue-Zague, Pica-Pau, Buzina, Noite e Dia, Tip-top e tarantela são outros nomes de snacks bares criados em onomatopeicas alusões de fácil reconhecimento com logótipos estilizados com fortes imagens arquitectónicas interior e uma rigorosa pormenorização visual aplicado à arquitectura, à imagens gráfica e ao merchandising.

capa da brochura do Snack-Bar Pam Pam

logótipo e estacionário seta

Page 16: Victor Palla

que tanto faz um pic-nic como faz uma boa capa. É um arquitecto, um autor móvel e mutável, tira uma fotografia, monta uma exposição e faz não-sei-o-quê. Pode, assim, na nossa gramática, ser considerado uma espécie de “faz-tudo”. Naqueles tempos, aprendia-se a fazer tudo e fazia-se um pouco de tudo. O autor conciliou um conjunto de experiências diversificadas chegando mesmo a marcar a sua posição como « totalmente contra a especialização».

,VI C T OR

PA LL A