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PUBLICAÇÃO DA DIVISÃO DE JORNALISMO DA COORDENADORIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL Visite nosso site: www.ufv.br Viçosa (MG), Setembro/Outubro de 2014 Número 1.459 UFV é a 19ª universidade e Agronomia é o melhor curso do país A UFV é a 19ª melhor univer- sidade do país e a segunda em Mi- nas Gerais de acordo com o Ranking Universitário Folha (RUF) de 2014, divulgado, em se- tembro, pelo jornal Folha de S. Paulo. O ranking também apon- tou o curso de Agronomia da Uni- versidade como o melhor do país. No âmbito nacional, a insti- tuição ganhou uma posição em relação ao ano passado. No to- tal, o ranking avaliou 192 uni- versidades brasileiras - públicas e privadas - a partir de cinco in- dicadores: pesquisa, internacio- nalização, inovação, ensino e mercado. No ensino, a UFV sal- tou da 13ª posição, em 2013, para a nona. Outras categorias em que a instituição também obteve melhores classificações em re- lação a 2013 foram inovação, in- ternacionalização e mercado. A terceira edição do RUF trouxe ainda o ranking de cur- sos. Além da Agronomia ter sido considerado o melhor do país. também ficaram muito bem classificados os cursos de Medicina Veterinária (5º), Enge- nharia Ambiental (6º), Letras (8º) e Nutrição (9º). pela Comissão de Suporte, res- ponsável pelo processo suces- sório. Portanto, o conteúdo é de inteira responsabilidade dos respectivos candidatos. Vale lembrar que no dia 6 de novembro acontecerá o de- bate entre os candidatos, no campus Viçosa. O evento será transmitido, ao vivo, simultaneamente pela Rá- dio Universitária 100,7 FM e pela TV Viçosa, no canal 13 (TV aberta) e canal 3 (TV a cabo), além do site www.rtv.ufv.br . O horário do debate ainda não foi definido e será informado no site da UFV: www.ufv.br A UFV realizará, no dia 13 de novembro, uma consulta informal nos três campi para subsidiar o colégio elei- toral a elaborar a lista tríplice com os nomes dos candidatos a reitor que será encaminhada ao Ministério da Educação. Estão concorren- do quatro chapas, cujas prin- cipais propostas de trabalho poderão ser conhecidas no encarte especial desta edição do Jornal da UFV. As páginas do encarte fo- ram produzidas pelos própri- os candidatos e ordenadas por meio de um sorteio realizado Consulta informal para cargo de reitor Um projeto de extensão de alunos do curso de Nutrição da UFV campus de Rio Pa- ranaíba tem abordado a ali- mentação, de forma lúdica e interativa, com crianças e adolescentes atendidos pela Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae). Educação nutricional com brincadeira Em entrevista, professor José Manuel Moran fala sobre metodologias ativas e novas tecnologias na educação Páginas 6 e 7 Pesquisadores estudam alternativas para produção de fertilizantes Página 9 Página 3 UFV adota medidas de redução do consumo de água em parceria com administração de Viçosa Página 11

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PUBLICAÇÃO DA DIVISÃO DE JORNALISMO DA COORDENADORIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL Visite nosso site: www.ufv.brViçosa (MG), Setembro/Outubro de 2014 Número 1.459

UFV é a 19ª universidadee Agronomia é o melhor

curso do paísA UFV é a 19ª melhor univer-

sidade do país e a segunda em Mi-nas Gerais de acordo como Ranking Universitário Folha (RUF) de 2014, divulgado, em se-tembro, pelo jornal Folha de S.Paulo. O ranking também apon-tou o curso de Agronomia da Uni-versidade como o melhor do país.

No âmbito nacional, a insti-tuição ganhou uma posição em

relação ao ano passado. No to-tal, o ranking avaliou 192 uni-versidades brasileiras - públicase privadas - a partir de cinco in-dicadores: pesquisa, internacio-nalização, inovação, ensino emercado. No ensino, a UFV sal-tou da 13ª posição, em 2013, paraa nona. Outras categorias emque a instituição também obtevemelhores classificações em re-

lação a 2013 foram inovação, in-ternacionalização e mercado.

A terceira edição do RUFtrouxe ainda o ranking de cur-sos. Além da Agronomia tersido considerado o melhor dopaís. também ficaram muitobem classificados os cursos deMedicina Veterinária (5º), Enge-nharia Ambiental (6º), Letras(8º) e Nutrição (9º).

pela Comissão de Suporte, res-ponsável pelo processo suces-sório. Portanto, o conteúdo éde inteira responsabilidade dosrespectivos candidatos.

Vale lembrar que no dia 6de novembro acontecerá o de-bate entre os candidatos, nocampus Viçosa.

O evento será transmitido, aovivo, simultaneamente pela Rá-dio Universitária 100,7 FM e pelaTV Viçosa, no canal 13 (TVaberta) e canal 3 (TV a cabo),além do site www.rtv.ufv.br. Ohorário do debate ainda não foidefinido e será informado no siteda UFV: www.ufv.br

A UFV realizará, no dia 13de novembro, uma consultainformal nos três campipara subsidiar o colégio elei-toral a elaborar a listatríplice com os nomes doscandidatos a reitor que seráencaminhada ao Ministério daEducação. Estão concorren-do quatro chapas, cujas prin-cipais propostas de trabalhopoderão ser conhecidas noencarte especial desta ediçãodo Jornal da UFV.

As páginas do encarte fo-ram produzidas pelos própri-os candidatos e ordenadas pormeio de um sorteio realizado

Consulta informalpara cargo de reitor

Um projeto de extensão dealunos do curso de Nutriçãoda UFV campus de Rio Pa-ranaíba tem abordado a ali-mentação, de forma lúdica einterativa, com crianças eadolescentes atendidos pelaAssociação de Pais e Amigosdos Excepcionais (Apae).

Educaçãonutricional

combrincadeira

Em entrevista, professorJosé Manuel Moran fala

sobre metodologiasativas e novas

tecnologias na educaçãoPáginas 6 e 7

Pesquisadoresestudam

alternativas paraprodução defertilizantes

Página 9

Página 3

UFV adotamedidas de redução doconsumo de água em

parceria comadministração de Viçosa

Página 11

2 UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSASetembro/Outubro - 2014

PUBLICAÇÃODA UNIVERSIDADE

FEDERAL DE VIÇOSA

Registro no Cartório de Títulos eDocumentos da Comarca de Viçosa sob

o nº 04, livro B,nº 1, fls. 3/3v

JORNAL DA UFV

REITORA

Nilda de Fátima Ferreira Soares

VICE-REITOR

Demetrius David da Silva

COORDENADORA DE

COMUNICAÇÃO SOCIAL

(CCS)

Kátia Fraga

DIVISÃO DE JORNALISMO/CCS

JORNALISTA RESPONSÁVEL

E EDITORA

Adriana Passos

(Reg. Prof. 3400-MTb-MG)

REDAÇÃO

Adriana Passos, Izabel

Morais, Léa Medeiros e

Sabrina Ar eias

FOTOGRAFIA

Daniel Sotto Maior

DESIGNER GRÁFICO

Expedito Faria

IMPRESSÃO

Editora UFV

Divisão Gráfica

Universitária

DIRETOR

Clóvis Andrade Neves

DIVISÃO DE GRÁFICA

UNIVERSITÁRIA

José Paulo de Frei tas

Divisão de Jornalismo

Vila Giannetti, Casa 41 Campus Universitário

CEP 36570-000 - Viçosa - MGTelefax (31) 3899-3123

E-mail: [email protected]

Os ensinos fundamentale médio têm solução

Mais uma vez, os cursos de gra-duação da UFV foram destaque naavaliação realizada pelo Guia doEstudante (GE), publicado na GEProfissões Vestibular 2015. Foramavaliados 40 cursos, dos 68 ofere-cidos pela instituição. Dentre eles,dois do campus Rio Paranaíba par-ticiparam pela primeira vez do Guia(Sistema de Informação e de Ciên-cia e Tecnologia de Alimentos) eambos alcançaram quatro estrelas.No total, foram 18 cursos com cin-co estrelas e 18 com quatro. Ape-nas quatro obtiveram três estrelas.

De acordo com o pró-reitorde Ensino da UFV, Vicente dePaula Lelis, nem todos os cur-

Cursos da UFV recebemestrelas em avaliação do

Guia do Estudantesos participaram do processode avaliação, em função de cri-térios adotados pelos organiza-dores do Guia, como ter a titu-lação de bacharelado e turmaformada há pelo menos um ano.Ele ressalta ainda que a Univer-sidade manteve seu desempe-nho em relação a 2013, quandoa instituição já havia sido muitobem avaliada.

O Guia do Estudante é umapublicação da Editora Abril e, há23 anos, avalia os cursos supe-riores do Brasil. Dentre outrasinformações, ele traz detalhessobre cursos, mercado de traba-lho e áreas de atuação.

Administração (Rio Paranaíba)Agronomia (Rio Paranaíba)Ciência e Tecnologia de Alimentos (Rio Paranaíba)Sistemas de Informação (Rio Paranaíba)Administração (Viçosa)Agronegócio (Viçosa)Agronomia (Viçosa)Arquitetura e Urbanismo (Viçosa)Bioquímica (Viçosa)Ciência da Computação (Viçosa)Ciência e Tecnologia de Alimentos (Viçosa)Ciências Biológicas (Viçosa)Ciências Contábeis (Viçosa)Ciências Econômicas (Viçosa)Ciências Sociais (Viçosa)Dança (Viçosa)Direito (Viçosa)Economia Doméstica (Viçosa)Educação Física (Viçosa)Engenharia Agrícola (Viçosa)Engenharia Ambiental e Sanitária (Viçosa)Engenharia Civil (Viçosa)Engenharia de Agrimensura e Cartográfica (Viçosa)Engenharia de Alimentos (Viçosa)Engenharia de Produção (Viçosa)Engenharia Elétrica (Viçosa)Engenharia Florestal (Viçosa)Engenharia Mecânica (Viçosa)Engenharia Química (Viçosa)Física (Viçosa)Geografia (Viçosa)História (Viçosa)Jornalismo (Viçosa)Matemática (Viçosa)Medicina Veterinária (Viçosa)Nutrição (Viçosa)Pedagogia (Viçosa)Química (Viçosa)Secretariado Executivo (Viçosa)Zootecnia (Viçosa)

CURSOS - ESTRELAS/2014

Todo o gasto público comos ensinos fundamental e mé-dio no Brasil só faz com queos alunos aprendam, no máxi-mo, 20% do que lhes é ensina-do. Oitenta por cento dos re-cursos aplicados e do tempodos professores e alunos dedi-cado ao aprendizado são per-didos. Isto acontece porque, naquase totalidade das escolas,tudo o que os alunos aprendemé ensinado a eles no quadronegro: não há aulas práticas enem equipamentos ou labora-tórios. Eles aprendem apenasouvindo o professor. Os alunosnão veem, não manipulam, nãotrabalham os conceitos.

Isto é o que se depreendequando se lê as publicações daliteratura sobre a Pirâmide deRetenção do Aprendizado.Segundo esses artigos, os alu-nos que tiveram aulas práticasacumulam 30% de conheci-mento e o retêm por muito maistempo. Mas se ao aluno for ofe-recida a oportunidade de discu-tir e trabalhar com o conceito,isto é, de realizar experimentos,ele aprende 75% do conteúdo,e o recorda pelo resto da vida.E o melhor: pode aplicá-lo emexames de acesso ao ensinosuperior, em atividades profis-sionais e em inventos.

É decepcionante e lamen-tável confirmar, a cada ano,que os problemas no ensinomédio, que eu vivenciei nadécada de 1960, continuam osmesmos quase 50 anos de-pois. Essa constatação expli-ca também os medíocres re-sultados obtidos por nossosalunos nos testes do Programfor International Student As-sessment (PISA), da Organi-zação para a Cooperação eDesenvolvimento Econômico(OCDE). Entre 65 países (sis-temas de ensino), os estudan-tes brasileiros são classifica-dos entre os últimos quinqua-gésimos, melhor apenas que osalunos de uns poucos paísesreconhecidamente com péssi-mo sistema educacional. Naclassificação publicada peloThe Economist IntelligenceUnit, entre 40 países, o Brasilficou em 38o lugar. Esses re-sultados explicam também oalto grau de evasão ou a de-mora na conclusão dos cur-sos. Aprender apenas via au-las expositivas é cansativo, dis-

persivo e frustrante.O ensino médio tem outro

defeito grave: o de preparar osalunos exclusivamente parafazer as provas do ExameNacional do Ensino Médio(Enem) ou dos vestibulares deacesso aos cursos superiores.O aluno que não consegueacesso a um curso superiorvê-se constrangido a enfren-tar o mercado de trabalho como pouco que aprendeu em au-las expositivas. Mas o merca-do de trabalho está interessa-do em profissionais com trei-namento em informática, eminstalação elétrica, em insta-lação hidráulica, em constru-ção civil, em técnicas siderúr-gicas, metalúrgicas e agríco-las, entre outras.

A solução para a primeiradeficiência (ensino via aulasapenas expositivas) está emdisponibilizar aos alunos aoportunidade de ver e traba-lhar os conceitos em aulaspráticas. A solução para o se-gundo problema (ensino mé-dio que prepara os alunos ape-nas para exames de acesso àuniversidade) está em fazercom que todas as escolas deensino médio ofereçam essamodalidade simultaneamentecom ensino profissionalizante.

A implementação dessaspropostas requer: 1º) escolasem tempo integral, com ade-quação dos programas analí-ticos; 2º) treinamento de pro-fessores; 3º) as comunidadespróximas às escolas de ensi-no médio escolherem uma oumais profissões para seremensinadas; 4º) construção delaboratórios, salas de aulaspráticas e oficinas, nas esco-las de ensino médio, para trei-namento dos futuros profissio-nais; 5º) aquisição de equipa-mentos e 6º) contratação deprofessores e remuneraçãocondizente com a qualificação.

A aplicação das soluçõesexige investimento, coordena-ção e decisão administrativae política. Mas isto deve ser-vir como estímulo e não comodesculpa para protelar a apli-cação de medidas que real-mente melhorem a educaçãono Brasil.

Erly Cardoso TeixeiraProfessor titular da UFV

[email protected]

3UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA Setembro/Outubro - 2014

Um projeto de extensão dealunos do curso de Nutrição daUFV campus de Rio Paranaíbatem abordado a alimentação, deforma lúdica e interativa, comcrianças e adolescentes – de 6 a14 anos - atendidos pela Associ-ação de Pais e Amigos dos Ex-cepcionais (Apae). Com o intui-to de promover a educação nu-tricional para esse público, a equi-pe está desenvolvendo recursosdidáticos para serem aplicadostanto de forma presencial comoem mídia digital. Jogo da memó-ria, semáforo dos alimentos, la-birinto, corrida saudável, dominódas frutas, palavras cruzadas ecozinha experimental são algunsdesses recursos que vêm sendotrabalhados com o objetivo deestimular o desenvolvimento in-telectual e a autonomia nas es-colhas de alimentos saudáveis ena forma de preparo deles.

O projeto Materiais didáti-cos interativos destinados àeducação nutricional de crian-ças e adolescentes portadoresde déficits cognitivos parte do

EXTENSÃO

Projeto alia brincadeira e interatividadepara educação nutricional

pressuposto de que a educaçãonutricional é um processo deaprendizagem, e não de adestra-mento. Por isso, de acordo comMonise Viana Abranches, pro-fessora do curso de Nutrição docampus Rio Paranaíba e orien-tadora do projeto, deve envolverestratégias de ensino-aprendiza-gem que permitam às pessoascompreender, dentro de suas li-mitações, as questões relaciona-das à alimentação e à nutrição.Por meio de recursos didáticosdiferenciados, a expectativa émelhorar os hábitos alimentaresde crianças e adolescentes por-tadoras de déficits cognitivos,visando à prevenção de proble-mas futuros, como doenças car-diovasculares e metabólicas.

Monise Abranches conta quea ideia do projeto surgiu de umTrabalho de Conclusão de Cur-so (TCC) iniciado em 2013, naApae de Rio Paranaíba, pelaentão estudante de NutriçãoGabriella Melo. Ali, ela trabalhoua educação nutricional presencialde crianças e adolescentes por

meio de jogos, teatro, experimen-tação de receitas, rodas de mú-sica e contação de histórias.Como outros alunos do curso deNutrição se interessaram emparticipar do projeto e havia apercepção de escassez de lite-ratura sobre o assunto, a equipedecidiu criar o grupo de estudosEspecial Nutri, integrado atual-mente pelos estudantes CalinePereira (bolsista do projeto),Murila Araújo, Tereza RaquelSilva, Alana Ribeiro, RodrigoMendes e Ana Paula Mendes,todos alunos voluntários.

Mediante as discussões daequipe, o grupo passou a desen-volver na forma digital o que vi-nha dando certo na Apae de RioParanaíba. Assim, em parceriacom a equipe da Coordenadoriade Educação Aberta e a Distân-cia (Cead) da UFV, os jogos pre-senciais e a cozinha experimen-tal serão disponibilizados em umapágina no site do curso de Nutri-ção da UFV-CRP. Com esse tra-balho, de acordo com a profes-sora Monise, o desejo é garantir

a outras crianças e adolescentes,mesmo que fisicamente distan-tes da Universidade, a oportuni-dade de ampliar os conhecimen-tos sobre alimentação saudável,por meio de jogos interativos. Elalembra que esses recursos tam-bém têm por finalidade auxiliarna melhora da coordenação mo-tora, raciocínio e memória, alémde estar atrelado aos conheci-mentos sobre matemática, por-tuguês e ciências. Até agora, fo-ram desenvolvidas e executadasna Apae cerca de 20 atividadespresenciais destinadas à educa-ção nutricional, 10 delas foramencaminhadas à Cead e seis jo-gos já estão em fase de testes.

Vale destacar que o projetoaprovado no edital do ProgramaInstitucional de Bolsas de Exten-são Universitária (PIBEX) nãoestá vinculado a uma disciplinaespecífica. Ele alia os conheci-mentos adquiridos na Universi-dade - especialmente na discipli-na Educação Nutricional - àsnecessidades de um grupo popu-lacional que tem poucas ativida-des voltadas para o seu desen-volvimento, no que se refere àalimentação e nutrição.

Monise, que é formada emNutrição pela UFV, conta que,durante a sua graduação em Vi-çosa, teve a oportunidade de par-ticipar de um grupo de estudos

que desenvolveu trabalhos naApae com portadores de Síndro-me de Down. Essa participaçãoinspirou as atividades que atual-mente orienta em Rio Paranaí-ba. E comenta: “Com esse pro-jeto, somos capazes de interligaras disciplinas do curso de gra-duação, além de universalizarum pouco dos conhecimentosaprendidos em sala de aula. Di-ante de depoimentos dos mem-bros da equipe, posso afirmarque esse trabalho nos faz cres-cer não somente como profissi-onais, mas principalmente comoseres humanos. Na Apae, dei-xamos um pouco de nós e rece-bemos o que a vida pode nospropiciar de mais valioso: o cui-dado para com o próximo”.

Adriana Passos

Os jogos, que estão sendo trabalhados no formato digital, estimulam o desenvolvimento intelectuale a autonomia nas escolhas de alimentos saudáveis

O semáforo dos alimentos também éutilizado pelo grupo

O Especial Nutri é coordenado pelaprofessora Monise Viana Abranches (sentada)

4 UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSASetembro/Outubro - 2014

Para auxiliar na qualificaçãode seus técnicos administrativos,a UFV tem oferecido oportuni-dades de ingresso em programasde pós-graduação. Um deles é oMestrado Profissional em Patri-mônio Cultural, Paisagens e Ci-dadania que está com inscriçõesabertas, até 30 de outubro. Den-tre as 20 vagas do processo se-letivo, 10 são direcionadas paraservidores dos três campi daUniversidade.

As aulas terão início em mar-ço de 2015 e serão realizadastodas as sextas-feiras, o que per-mitirá aos mestrandos conciliaras atividades profissionais comas acadêmicas.

O técnico Ângelo Antônio daSilveira, funcionário da Diretoriade Material da UFV, é um dosque demonstraram interesse noprocesso seletivo. Ele disse quepretende ingressar no mestradopara melhorar profissionalmen-te, adquirir novos conhecimentose obter mais informações sobrea área de patrimônio cultural.

Também foram oferecidasoportunidades para servidoresdos três campi no Mestrado Pro-fissional em Administração Pú-blica em Rede Nacional (Profi-ap), coordenado pela AssociaçãoNacional dos Dirigentes das

Instituições Federais de EnsinoSuperior (Andifes). Na UFV,as aulas começaram em outu-bro, no formato semipresencial– com atividades virtuais e pre-senciais. As presenciais acon-tecem nas instalações da Uni-versidade, em Belo Horizontee/ou em Florestal, a princípio acada 15 dias.

No primeiro processo seleti-vo, foram ofertadas 28 vagaspara candidatos com diploma decurso superior devidamente re-gistrado no Ministério da Edu-cação. A carga horária do cur-so será de 480 horas e os parti-cipantes obterão o título de mes-tre em Administração Pública.

O Profiap tem como objeti-vos capacitar profissionais parao exercício da prática adminis-trativa avançada nas organiza-ções públicas, contribuir paraaumentar a produtividade do se-tor e possibilitar a melhoria dagestão pública. Ao todo, são noveuniversidades participantes, den-tre elas, apenas a UFV e a Uni-versidade Federal de Alfenassão de Minas Gerais.

Outra oportunidade é o mes-trado em Gestão e Avaliaçãoda Educação Pública, da Uni-versidade Federal de Juiz deFora. A partir de uma parceria

UFV incentiva capacitação detécnicos administrativos

com a UFV, ele oferece cincovagas por semestre para técni-cos da federal de Viçosa.

De acordo com o assessorespecial da Pró-reitoria de Ges-tão de Pessoas, Ely Rosa, alémdessas iniciativas, a UFV conce-de bolsas para seus técnicos ad-ministrativos ingressarem em pro-gramas de pós-graduação de ou-tras instituições. As bolsas men-sais são de R$ 1.050,00 e R$600,00 para mestrado e especia-

lização, respectivamente. Os in-teressados devem se informar naPró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação.

A capacitação não se restrin-ge a instituições brasileiras. JoséRicardo Gonçalves é prova dis-so. O técnico de nível superior,lotado na Divisão de AssuntosCulturais, acaba de voltar ao Bra-sil, depois de dois anos em Por-tugal, onde realizou o mestradoem Museologia na Faculdade de

Letras, da Universidade de Co-imbra. Segundo ele, a experiên-cia trouxe melhorias para a suavida pessoal e, sobretudo, profis-sional. José Ricardo conta quesua expectativa agora é aplicaro conhecimento obtido nos mu-seus da UFV, “razão principal darealização do mestrado em umadas universidades mais tradicio-nais da Europa”.

Sabrina Areias

A UFV foi habilitada para for-mação de parcerias em imple-mentações de ações de apoio aoPrograma Nacional de Alimen-tação Escolar (PNAE). A habili-tação ocorreu em agosto por meiodo edital de convocação 01/2013 do Fundo Nacional de De-senvolvimento da Educação(FNDE).

Instituições Federais de Ensi-no Superior (Ifes) de todo o paísapresentaram propostas de for-mação de parcerias para desen-volver ações no âmbito do PNAE.

Fundo Nacional de Desenvolvimento daEducação aprova propostas da UFV

As propostas deveriam se-guir as linhas de colaboração empesquisa, ensino e extensãocomo Unidades Acadêmicas Es-pecializadas (UAE) ou CentrosColaboradores em Alimentaçãoe Nutrição Escolar (Cecane).

Entre os critérios para a apro-vação, as instituições precisavamdemonstrar que realizam pesqui-sas e atividades de formação eextensão e que dispõem de corpotécnico com experiência e de ins-talações necessárias para o de-senvolvimento de projetos afins.

A UFV conseguiu ser ha-bilitada tanto em propostaspara Cecane quanto UAE. OCecane é uma unidade de re-ferência e apoio constituídapara desenvolver ações e pro-jetos no âmbito do PNAE, comestrutura e equipe para exe-cução das atividades nas áre-as de interesse prioritário doprograma. Já a UAE consisteem uma estrutura específicadas Ifes voltada para um pro-jeto nas áreas de interesse pri-oritário do PNAE.

O engenheiro agrônomoBalbino Bastos França, ex-alu-no da Escola Superior de Agri-cultura e Veterinária (Esav) -atual UFV - completou 100

anos em 2014. Ele, que fezparte da turma de 1936, mora,atualmente, no Rio de Janeiro(RJ), e se mantém atualizadosobre temas referentes à agri-cultura. Balbino escreveu trêslivros: Imagens queGuardei (2001), A ÚltimaColheita (2003) e Cenas daRoça (2006).

Depois de formado, Balbi-no se qualificou profissional-mente nos Estados Unidos eem Israel. Dedicou parte dasua vida profissional a ques-tões vinculadas à ecologia, aomeio ambiente e ao paisagis-mo, tendo ocupado cargospúblicos nessas áreas.

Ex-aluno

José Ricardo Gonçalves (terceiro da esq. para dir.), técnico da DAC,realizou mestrado em Museologia na Faculdade de Letras, da Universidade de Coimbra

5UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA Setembro/Outubro - 2014

UFV celebra 88 anos com apresentações culturais e homenagens

Para comemorar o aniversá-rio de 88 anos, a Universidadepromoveu uma série de eventos,em agosto. A programação con-tou com exposições e apresen-tações culturais, além de home-nagens a funcionários que con-tribuíram com o desenvolvimen-to e sucesso da instituição.

No campus Viçosa, a pro-gramação foi marcada por apre-sentações do Coral da UFV eda Banda Sinfônica do Corpo deFuzileiros Navais, que reuniucerca de quatro mil pessoas nogramado das Quatro Pilastras.O grupo, que tem mais de 140anos de história, apresentouclássicos do erudito ao populare agradou aos mais diferentesgostos e idades. O mesmo gra-mado recebeu, nos dias 30 e 31,a sétima edição do Circuito Vi-Jazz & Blues e suas atraçõesreconhecidas regional, nacionale internacionalmente.

HomenagensA sessão solene realizada em

28 de agosto, dia do aniversárioda Universidade, homenageou69 funcionários que dedicaram25 e 30 anos em benefício da ins-tituição e da sociedade. A datatambém foi reservada para agra-decer aos professores e técnicosadministrativos que ainda se de-dicam à construção da históriada UFV.

Neste ano, a Medalha PeterHenry Rolfs do Mérito em Ensi-no foi entregue ao professorOderli de Aguiar, do Departa-mento de Física. A medalha doMérito em Pesquisa foi atribuí-

Foram cerca de 12 horas demúsica em apresentações gratui-tas dos grupos World PercussionEnsemble (WPE) e The Tear-drops, dos guitarristas Armandi-nho e Nuno Mindelis e do contra-baixista viçosense Luciano Cruze seus convidados.

da ao professor José EduardoSerrão, do Departamento de Bio-logia Geral, e a do Mérito emExtensão, ao professor JoãoPaulo Viana Leite, do Departa-mento de Bioquímica e BiologiaMolecular. A agraciada com aMedalha Peter Henry Rolfs doMérito Administrativo foi a téc-nica Terezinha de Castro Fontes(Tedinha), que atua no Departa-mento de Economia Rural.

Entre os que se dedicaramefetivamente e em tempo inte-gral à UFV por 25 anos – alémde terem comportamento exem-plar e progredido, por méritospróprios, na hierarquia da carrei-ra do magistério superior –, esti-veram 20 professores, que rece-beram a medalha Bello Lisboa.Já a medalha José Valentino daCruz foi entregue a 41 técnicosadministrativos com 30 anos deserviço e a quatro técnicas com25 anos de dedicação à UFV.

Na sessão solene, a reitoraNilda de Fátima Ferreira Soa-res comentou sobre algumasmudanças ocorridas na UFVnos últimos 30 anos e desta-cou a atuação multicampi.São cerca de 20 mil estudan-tes, 1.200 professores, 2.500técnicos administrativos e milterceirizados: “Essa grandefamília constrói a história daUFV, que entende a importân-cia de cada um”. A cerimôniaterminou com um bolo, servi-do a todos os participantes.

Na tarde de 4 de setem-bro, a Universidade tambémentregou certificados de re-conhecimento e agradeci-mento a professores e técni-cos administrativos aposenta-dos. Foram homenageados257 funcionários que comple-taram cinco (Jubileu de Ma-deira), 10 (Jubileu de Esta-nho), 15 (Jubileu de Cristal),

Agradecimento aos aposentados

20 (Jubileu de Porcelana), 25(Jubileu de Prata) e 30 anos(Jubileu de Pérola) de aposen-tadoria.

Mérito em Pesquisa“Pr ocurei exercitar, nessa

trajetória, uma ação docenteque, no meu entendimento,

tinha que ser ampla, transcen-dendo o aspecto conteudista e

enfatizando a crítica e ocomprometimento com a

dinâmica da sociedade e comos valores sociais e éticos.”

Mérito em Ensino“Recebo essa homenagem não

com a sensação de dever cumpri-do, mas como estímulo adicionalpara continuar desenvolvendo

minhas atividades nessa grandi-osa universidade”.

Mérito em Extensão“Precisamos formar estudantes

críticos e com espírito detransformação social. E, paraisso, o envolvimento desses

estudantes com a extensão, seique não é o único caminho,mas, com certeza, terá papel

diferenciado na sua formação.”

Mérito Administrativo“Atuei como secretária de

expediente do Departamento deEconomia Rural nos mandatos

de 12 chefes, todos muitoimportantes para mim, aos

quais agradeço pela confiança.Os desafios foram muitos, mas oreconhecimento de cada um foigratificante e compensador.”

MedalhaPeter Henry Rolfs

A apresentação da Banda de Fuzileiros Navais reuniu cerca de quatro mil pessoas no gramado das Quatro Pilastras

Izabel MoraisA banda norte-americana The Teardrops foi uma das atrações

internacionais do sétimo ViJazz & Blues O Coral da UFV apresentou repertório variado, da MPB ao pop rock

Oderli de Aguiar

José Eduardo Serrão

João Paulo Viana Leite

Terezinha de Castro Fontes

6 UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSASetembro/Outubro - 2014

JOSÉ MANUEL MORAN

Estamos ensinando assuntos demaise de forma pouco eficiente

- Desde que começou atrabalhar com educação, osenhor considera que houvemudanças significavas nestaárea no Brasil?

A educação tem avançadoem alguns pontos importantes,como a universalização e a cons-ciência da sua importância parao futuro dos cidadãos e do país.Mas, com as mudanças acele-radas atuais, é muito mais com-plexo ensinar e aprender. Esta-mos ensinando assuntos demaise de forma pouco eficiente. Anosde ensino fragmentado dificil-mente conseguem preparar cri-anças e jovens para compreen-der e viver num mundo tão com-plexo e mutável. A formação, emgeral, deixa de lado competênci-as fundamentais, como saberconviver, empreender, ser criati-vo, desenvolver um projeto devida que faça sentido e que nosajude a desenvolver todo nossopotencial como pessoas, profis-sionais e cidadãos.

A boa notícia é que hoje te-mos inúmeras oportunidades deaprender, mesmo morando emlugares distantes dos grandes

centros. Podemos aprender compessoas interessantes perto denós (sempre há algumas) e commuitas outras no mundo inteiro,estando conectados, participandode cursos abertos, projetos e gru-pos com os quais sintonizamos.

- Questiona-se muito aqualidade da educação brasi-leira que, segundo muitos,tem piorado sensivelmente acada ano. A que fatores o se-nhor, como educador, atribui-ria essa situação?

São muitos fatores, alguns es-truturais (descaso, desvalorizaçãoprofissional, corrupção). Mas estáacontecendo algo mais profundo,no mundo inteiro: uma defasagementre os modelos de ensinar e asformas de aprender, mesmo nospaíses considerados líderes naeducação. Os modelos disciplina-res e transmissivos de informa-ções estão em profunda crise eainda estamos construindo outros,testando-os, avaliando-os, paraver se podem ser úteis para to-dos. O que sempre fizemos (omodelo industrial de ensinar) nãonos satisfaz, mas também não

sabemos como educar de formamais interessante milhões de pes-soas a um custo razoável.

- Para o senhor, a tendên-cia no ensino superior no Bra-sil é a de que as disciplinasse tornem, cada vez mais,semipresenciais, com maisatividades fora de sala de aulae utilização de metodologiasativas e tecnologia?

A tendência no ensino supe-rior é a de preparar pessoas paradesenvolver competências maisamplas como pessoas, profissio-nais e cidadãos, de forma quepossam adaptar-se a mudanças,ser mais empreendedores e rea-lizar-se mais, porque as formasde exercício profissional tambémestão mudando mais profunda-mente do que a maioria pensa.

O ideal seria abolir o modelodisciplinar – que separa tudo empedaços – e organizar um currí-culo mais centrado em problemasreais, em desafios interessantese complexos, com professoresorientando os projetos de cadaaluno e os dos grupos. Para amaior parte das instituições, esse

modelo é difícil de implementara curto prazo.

O caminho viável imediata-mente é inserir metodologias ati-vas no modelo disciplinar, ampli-ando o grau de integração entreáreas de conhecimento, por meiode projetos comuns, de atividadesdesafiadoras significativas e mo-dificando o que tradicionalmenteé feito na sala de aula. Não pre-cisamos explicar os conceitosbásicos em classe, inicialmente,porque podem ser estudados pe-los alunos em casa, no ambientevirtual ou em outro espaço. Des-sa forma, podemos concentrar nasala de aula as atividades de am-pliação de conhecimentos, deaprofundamento, de problemati-zação, de construção de novoscenários, que exigem a presençade um professor mais experien-te. O blended learning (ensinohíbrido), com aula invertida (bá-sico antes, aprofundamento de-pois) e metodologias ativas, é umacombinação interessante paracomeçar a sair do impasse ondenos encontramos.

- Mas o senhor acredita quehoje os estudantes e professo-res estão preparados e acessí-veis a essa nova realidade?

Ninguém está preparado, por-que é um modelo diferente do con-vencional e a tendência imediatasempre é repetir o que sempre sefez. Estou impressionado comomuitas pessoas, mesmo bem jo-vens, ainda estudem só por obri-gação, para obter um certificado.Muitos alunos, professores e ges-tores não conseguem redescobriro prazer de aprender, nem perce-ber que está também nas mãosdeles aprender de forma diferen-te num mundo conectado.

- Normalmente, observa-mos dois comportamentos fre-quentes entre os professo-res: ou de total descréditoquanto ao uso de tecnologias

O uso de metodologias ati-

vas, como o PBL (aprendi-

zagem baseada em proble-

mas), e de novas tecnologias

tem crescido na educação

em todo o mundo e foi tema

da 1ª Semana de Debates do

Programa Primeiro Ano, re-

alizada em agosto, no cam-

pus Viçosa.

O evento contou com a

participação de especialistas

do Brasil e do exterior. Den-

tre eles, o pesquisador José

Manuel Moran, que tem se

destacado nessas duas áreas.

Ele é professor aposentado da

Universidade de São Paulo

(USP) e vem atuando em pro-

jetos educacionais inovadores

com metodologias ativas nas

modalidades presencial e a

distância.

Nesta entrevista, o profes-

sor Moran falou sobre a situ-

ação da educação no Brasil -

tanto no ensino fundamental

quanto no superior – e sobre

as perspectivas de mudança

com a utilização de tecnologi-

as e metodologias ativas.

Ele comentou ainda sobre

o Programa Primeiro Ano da

UFV e sobre a eficiência e o

futuro dos MOOCs, que ofe-

recem para um grande núme-

ro de alunos a oportunidade

de ampliar seus conhecimen-

tos, principalmente por meio

de aulas e palestras disponí-

veis na internet.

Para conhecer mais sobre as

ideias do professor José Moran,

acesse: www2.eca.usp.br/moran

ENTREVISTA

7UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA Setembro/Outubro - 2014

na educação ou de deslum-bramento com a tecnologia,sem se preocupar em articu-lá-la com a metodologia ade-quada, nem com instrumen-tos didáticos adequados.Como o senhor avalia essesposicionamentos?

Nem descrédito nem deslum-bramento resolvem. Educação éum processo complexo, demora-do, que exige motivação, curio-sidade, método e perseverança.As tecnologias hoje não são sóapoio para melhorar a aula; sãoespaços constitutivos da apren-dizagem, isto é, com elas pode-mos ir muito além do que antes:permitem-nos aprender em qual-quer tempo, lugar, de múltiplasformas, sem sair da nossa reali-dade local. As tecnologias estãopressionando nessa redefiniçãode espaços e formas de apren-der. Elas nos libertam dos mausprofessores, porque podemoscomparar as informações sobreum assunto com outras aulasabertas, disponíveis na Internet,e ir muito além do previsível numcurrículo engessado. As tecno-logias devem estar a serviço demetodologias ativas de aprendi-zagem.

- No caso dos ensinos fun-damental e médio, a tecnolo-gia seria um grande aliado doeducador não só para interes-sar o aluno, como tambémpara tornar o processo deensino-aprendizagem maisefetivo. Mas o que falta paraque isso ocorra: políticas pú-blicas específicas; vontadepolítica; recursos financeiros,etc.?

No ensino fundamental, apressão por mudanças é muitomaior, porque as crianças, des-de que nascem, já percebem queo mundo é outro: podem apren-der o que interessa, que tudo estádisponível e que sempre há co-legas para tirar qualquer dúvida.Elas aprendem muito informal-mente. Nosso modelo tradicional

é insuportável para elas. Ensina-mos assuntos demais, de formainadequada. O ensino focado emproblemas, jogos, desafios, pro-jetos pessoais e grupais é funda-mental para que eles aprendamde forma mais rica, aberta, in-terligada, ativa, prazerosa, moti-vadora. Faltam recursos, forma-ção e valorização docente, masprincipalmente mudar o foco doensino fragmentado para aaprendizagem mais próxima doque o aluno percebe, deseja, so-nha. Os alunos mais novos nãopercebem o sentido da maiorparte do que ensinamos.

- É inegável a importânciados Massive Open On-lineCourses ou MOOCs (CursosMassivos Abertos On-line)para a socialização do conhe-cimento. O senhor acreditana eficiência do formato delongas palestras ou aulas,como têm sido desenvolvi-das, até mesmo no Brasil?

Os MOOCs são um fenôme-no recente, de grande impacto,que ainda estão em evolução econsolidação. O fator positivoinegável é que permitem a quemquiser aprender algum assuntodo seu interesse que ele tenhamuitas possibilidades de escolheronde fazê-lo grátis ou a um cus-to baixo (se quiser certificação).Temos cursos livres muito tradi-cionais disponíveis ao lado deoutros muito mais participativose adaptados às necessidades decada aluno.

Os melhores utilizam vídeoscurtos, interessantes, atividadespessoais e, em pequenos grupos,várias formas de avaliação: porpares, autoavaliação, portfólios(percursos de aprendizagem).

- E quais seriam os forma-tos mais adequados para osMOOCs?

O importante não é pensarem MOOCs, mas sim em cur-sos on-line ou blended, cursossemipresenciais ou totalmente na

web. Blended, isto é, misturados,flexíveis, adaptáveis ao ritmo decada aluno, às suas necessida-des. On-line, para aqueles quemoram longe, que não podem sedeslocar frequentemente paraencontrar-se com colegas e pro-fessores ou que viajam muitoprofissionalmente. Tanto noblended como no on-line, os alu-nos podem aprender, parte sozi-nhos e parte do tempo com al-guns colegas, nos modelos deformação. Professores podemacompanhar o progresso decada aluno com plataformasadaptativas e dimensionar as ati-vidades de acordo com o perfilde cada aluno e o avanço reali-zado.

- O senhor participou dosdebates promovidos pelaComissão do Primeiro Ano daUFV. Qual área (metodologia,carga horária, etc.) o senhorapontaria como mais impor-tante para ser avaliada e/oureformulada no primeiro anoda graduação, a fim de obterresultados imediatos e con-sistentes?

Só posso falar como alguémque não conhece toda a comple-xidade da realidade local e mi-nhas opiniões são meramentesugestões. O primeiro ano temque integrar muito mais as disci-plinas, por meio de alguns proje-tos importantes comuns; desen-volver muito mais o ensino compesquisa, com o modelo de aulainvertida - uma parte do currícu-lo (o básico) no modelo on-linee o aprofundamento em sala deaula. Isso exige combinação detempos presenciais e virtuais, quereduzam o número de horas decontato físico. No começo, ascompetências de pesquisa eaprendizagem on-line podemser aprendidas presencialmentenos laboratórios, para depois im-plementar a aula invertida em ummodelo híbrido, com muita ênfa-se em atividades e projetos. Auniversidade precisa testar essesnovos modelos com alguns cur-sos que tiverem mais professo-res dispostos ou em algumas dis-ciplinas nas quais os professoressão mais proativos e fazer umplanejamento mais institucionalpara ampliar para todos os cur-sos em um ou dois anos.

João Batista MotaJornalista da Cead-UFV

“Anos de ensinofragmentado dificilmen-te conseguem prepararcrianças para compre-

ender e viver nummundo

tão complexoe mutável

O ideal seria abolir omodelo disciplinar – que

separa tudo em pedaços – eorganizar um currículo

centrado em problemas reaise desafios

O professor da UFV Vic-tor Hugo Alvarez foi agracia-do com o prêmio do Internati-onal Plant Nutrition Institute(IPNI) na categoria pesquisa-dor sênior. A premiação acon-teceu durante a assembleiageral da Sociedade Brasileirade Ciência do Solo, realizadano dia 17 de setembro, emAraxá (MG), onde aconteceua FertBio 2014 - Reunião Anu-al de Fertilidade e Biologia doSolo.

O IPNI oferece, anual-mente, prêmios em níveis na-cional e internacional com osobjetivos de reconhecer e ho-menagear os profissionais querealizam trabalhos de excelên-cia nas áreas de nutrição deplantas, fertilidade do solo efertilizantes. Esta foi a primei-ra vez que um professor daUFV recebeu a premiação,concedida desde 2009. O prê-mio foi entregue pelo diretordo IPNI no Brasil, Luiz Igná-cio Procnow.

Em seu discurso de agra-decimento, o professor Victor

Professor recebe prêmiodo International Plant

Nutrition Institute

Hugo dividiu o mérito da pre-miação com a equipe de pes-quisadores da área de fertili-dade do solo e nutrição deplantas do Departamento deSolos da UFV: “Sem falsamodéstia, nossa equipe cons-truiu na UFV uma boaescola baseada na química,na física e físico-química paratratarmos de entender estamaravilhosa propriedade queé a fertilidade do solo”.

O professor Victor Hugonasceu no Equador, onde seformou em Engenharia Agro-nômica. Ele fez especializaçãoem Estatística Experimentalpelo Instituto Superior de Es-tatística da Universidade deParis (ISSUP), mestrado emFitotecnia pela UFV e douto-rado em Ciência do Solo, noMéxico. É professor titular doDepartamento de Solos daUniversidade desde 1974.Mesmo depois de aposentado,continua ministrando aulas eorientando estudantes de pós-graduação como professorvoluntário.

8 UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSASetembro/Outubro - 2014

Incluir produtos derivados deleite desnatado em dietas pode aju-dar a perder peso, a manter o novopeso conquistado e a prevenir do-enças causadas pelo excesso deácido úrico. Estas são as conclu-sões da pesquisa que deu às suasautoras o Prêmio Henry Nestlé2014, na categoria Nutrição Clíni-ca, destinada a pesquisas de mes-trado, doutorado e pós-doutorado.A premiação aconteceu no mês deagosto, em São Paulo.

A pesquisa é parte da disser-tação de mestrado da nutricio-nista Flávia Galvão Cândido, ori-entada pela professora Rita deCássia Gonçalves Alfenas. Tam-bém participaram do trabalho asnutricionistas Dayse Mara eRaquel Duarte. Durante 45 dias,elas avaliaram o emagrecimen-to de 33 mulheres de Viçosa queestavam com excesso de peso econsumiam pouco cálcio.

As mulheres foram clinica-mente avaliadas e, para cada uma,foi prescrita uma dieta com re-dução de 500 calorias por dia, osuficiente para perder cerca dedois quilos em um mês. Diaria-mente, recebiam um café da ma-nhã preparado especialmentepara elas no Laboratório de Me-tabolismo Energético e Compo-sição Corporal do Departamentode Nutrição e Saúde da UFV.Um grupo recebia alimentos de-rivados de leite desnatado; o ou-tro apenas suplementos medica-mentosos contendo cálcio e ha-via o terceiro, o grupo controle,comum em pesquisas deste tipo.

As pesquisadoras concluíramque as mulheres que ingeriramquatro ou cinco porções diáriasde laticínios desnatados perde-ram mais que o dobro de pesoque as participantes dos outrosgrupos. Além disso, elas também

Pesquisas conquistam Prêmio Henry NestléJogar videogames ativos, da-

queles que permitem o movimen-to do jogador com o próprio cor-po, sem o controle nas mãos,equivale a uma caminhada navelocidade de cinco quilômetros/hora numa esteira. Isso quer di-zer que jogar games ativos nãoé uma atividade tão sedentáriaassim, como muitos pais acredi-tam. A descoberta foi feita por

pesquisadores do Departamen-to de Educação Física da UFVe a conclusão está na disserta-ção de mestrado da pesquisado-ra Karina Lúcia Ribeiro Cana-brava. Ela foi orientada pelo pro-fessor Paulo Roberto dos San-tos Amorim, que lidera o grupode pesquisas com comporta-mentos sedentários na UFV.

Karina avaliou mais de 3.600crianças e adolescentes, meninose meninas, que estudam entre oquinto e o nono ano do ensinofundamental em 19 escolas deViçosa. A pesquisa mostra quecerca de 80% dos entrevistadostêm o hábito de jogar videoga-mes quase todos os dias. Tam-bém foi avaliado o tempo em queas crianças passam diariamenteem frente à tela dos videogames.A recomendação de especialis-tas é que o tempo de tela total -aquele gasto também com com-putador, TV e outras mídias ele-trônicas - não ultrapasse duashoras por dia.

A conclusão não deve surpre-ender os pais acostumados a, pelomenos, tentar controlar o tempodos filhos: a maioria das crian-ças e adolescentes passa em tor-no de quatro horas só jogandovideogames, isso sem contar aTV e o computador. SegundoKarina, as crianças gastam pou-

Videogames ativos podem trazerbenefícios para crianças

ca energia quando jogam os ga-mes tradicionais, sentadas, ape-nas controlando a manete. Issoquer dizer que há uma geraçãode crianças e adolescentes cul-tivando o sedentarismo, o quepode resultar em crianças acimado peso, com pouco condiciona-mento aeróbico e possibilidadesde desenvolver problemas desaúde, como obesidade, hiperten-são e diabetes.

A pesquisadora também ava-liou o gasto energético de meni-nos e meninas, com idade entre8 e 13 anos, durante jogos ati-vos. Foram usados diversos pa-râmetros definidos pela metodo-logia da pesquisa, tais como con-sumo de oxigênio, frequênciacardíaca, composição corporal eaté o nível econômico de quemse submeteu aos testes. Os mes-mos parâmetros serviram paraavaliar o gasto calórico em ca-minhadas moderadas, o que equi-vale às atividades físicas tradici-onais como brincar ao ar livre.

Karina Canabrava concluiuque os videogames tradicionaiscontribuem para o comporta-mento sedentário e que os re-sultados favoráveis, no caso dosgames ativos, não eximem ospais de insistir na prática de ou-tros exercícios físicos. “As ati-vidades virtuais ativas não de-vem substituir, mas sim comple-mentar as habituais de criançase adolescentes”. Segundo ela,as brincadeiras e jogos ao ar li-vre trazem outros benefícios,além do condicionamento aeró-bico: “as crianças aprendem acompetição saudável, a convi-ver bem com os colegas e mui-tas outras coisas que os jogosvirtuais não favorecem”.

PESQUISA

reduziram mais rapidamente acircunferência da cintura onde,geralmente, acumula-se maisgordura. “Esta gordura na regiãoda barriga e dos quadris é a quemais predispõe as pessoas a ris-cos cardiovasculares e ao diabe-tes”, explica a professora RitaAlfenas. O que mais surpreendeuas pesquisadoras foi o fato de quea dieta rica em leite desnatado eseus derivados reduziu os níveisde ácido úrico que também pre-dispõem ao diabetes e a hiperten-são arterial.

Algumas pesquisas anterioresjá haviam demonstrado que po-pulações que consomem mais lei-te são mais magras e têm menosacúmulo de gordura corporal lo-calizada. A ingestão de leite des-natado aumenta o percentual demassa magra, ou seja, a porçãode músculos. “Leite é proteína deboa qualidade, desde que sejadesnatado. Se a pessoa não tiverintolerância, é um ótimo alimentopara dietas”, ressalta Flávia.

Algas em sua mesaOutro projeto ganhador do

Henry Nestlé 2014 foi Algas emSua Mesa, com duas premiações

nas categorias Nutrição e SaúdePública e Ciência e Tecnologiade Alimentos. O prêmio foi rece-bido pela coordenadora do projetoe professora Ana Vládia Bandei-ra Moreira, pela mestranda Cami-la Gonçalves de Oliveira Chagase pela ex-estudante de graduaçãoNathália Silva de Paula.

A professora Ana Vládia ex-plica que os desafios do projetoeram apresentar uma alternativapara as comunidades carentes quevivem do mar, minimizar a pres-são sobre os recursos marinhos edesenvolver produtos alimentíciosa base de algas que garantissemboa qualidade sensorial e nutricio-nal. Ao mesmo tempo deveriamrepresentar uma opção de rendapara as maricultoras dos municí-pios de Rio do Fogo (RN) e Pitim-bu (PB), além da Comunidade dePedrinhas (CE).

A equipe de Viçosa procurouformas de utilizar uma alga ver-melha, típica de região, cujo prin-cipal componente é o hidrocoide,conhecido como Agar, que temcaracterísticas geleificantes eespessantes, muito usado nas in-dústrias de alimentos, medica-mentos e cosméticos. As pesqui-sadores da UFV desenvolveramprodutos para serem comerciali-zados pelas maricultoras. O tra-balho resultou em uma cartilhacom receitas fáceis de sorvetes,panquecas, pães, bolos, saladas,gelatinas e manjares que utilizama alga e outros produtos típicosda região nordestina. Para isso, aequipe trabalhou desde a carac-terização química até o desenvol-vimento de produtos inovadoresque garantem a qualidade senso-rial e nutricional dos alimentos.

Léa Medeiros

A equipe das pesquisadoras premiadas é coordenada pela professora AnaVládia (segunda da esq. para dir.)

Michel Henriques, de 9 anos, foi um dos meninos que fizeram os testes

Léa Medeiros

A pesquisa é parte da dissertação de mestrado de Flávia Galvão (dir.),orientada pela professora Rita de Cássia (esq.)

9UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA Setembro/Outubro - 2014

Pesquisadores do Departa-mento de Solos da UFV são ospioneiros das geociências no Bra-sil no uso da tecnologia de luzsíncrotron em pesquisas que po-dem levar à produção de novosfertilizantes, à melhor compreen-são da dinâmica e ao destino denutrientes e elementos tóxicos noambiente e ao estudo de proces-sos biogeoquímicos que ocorremem áreas remotas, como a An-tártica. As pesquisas estão sen-do realizadas no LaboratórioNacional de Luz Síncrotron(LNLS), em Campinas (SP), ejá estão trazendo resultados paraa produção de fertilizantes a par-tir de fontes alternativas de mi-nerais.

O GeFert, como é chamadoo Grupo de Estudos em Fertili-zantes da UFV, também temconseguido sucesso na busca poralternativas viáveis para produ-ção de Fósforo (P) e Potássio (K)que, juntamente com o Nitrogê-nio (N), formam o NPK, princi-pal composto químico das fórmu-las dos fertilizantes minerais usa-dos para obtenção de produtivi-dades economicamente satisfa-tórias. A importância da pesqui-sa se justifica pela extrema de-pendência que o Brasil tem deimportação de fertilizantes mine-rais.

O mundo sabe que a agricul-tura movimenta a economia bra-sileira e que os grandes cultivosdo Cerrado geram as tão dese-jáveis commodities do agronegó-cio para produção de alimentos,exportação e crescimento eco-nômico. Mas não seria assim senão fossem os fertilizantes. Ossolos do Cerrado são pobres edependentes desses fertilizantespara produzir alimentos, fibras ebiocombustíveis. O problema éque, se o Brasil é grande expor-tador do agronegócio, ele é tam-bém um grande importador defertilizantes. E não é só o Brasil.A maioria dos países produtoresagrícolas depende de fontes ex-ternas de Nitrogênio, Potássio,Fósforo e Enxofre.

O Brasil compra 90% do Po-tássio e 55% do Fósforo que uti-liza nos fertilizantes agrícolas e

Pesquisadores usam tecnologia de luz síncrotronno estudo de alternativas para produção de fertilizantes

no Brasil

essa demanda tende a aumen-tar 3% ao ano apenas para man-ter a produção agrícola atual.Estima-se que o consumo bra-sileiro deverá ultrapassar 200milhões de toneladas em 2015.É por isso que, há muito tempo,os principais gigantes agrícolasdiscutem como reduzir a depen-dência dos países produtores defertilizantes, que controlam ospreços dos produtos como que-rem e podem se tornar umaameaça à segurança alimentar,no caso de conflito internacio-nal ou boicote à comercializa-ção destes minerais.

Fontes alternativasNos países onde estão as

principais jazidas, o Fósforo e oPotássio são facilmente retira-dos das minas onde foram sedi-mentados em rochas durante aevolução do planeta. Mas háoutros minerais que contêm es-tes elementos químicos e é ne-les que o GeFert procura alter-nativas para aumentar a produ-ção e reduzir a dependência dosprodutos importados. “Nuncavamos ter as mesmas fontesabundantes destes países, mastemos alternativas possíveis noBrasil. Contudo, não basta ape-nas descobrir as fontes. É pre-ciso descobrir meios eficientesde retirar os elementos dos mi-nerais sem custos que inviabili-zariam a produção”, diz o pro-

fessor Leonardus Vergütz,membro do GeFert.

O professor Edson Mattielo,também integrante do grupo, ex-plica que algumas fontes destesnutrientes são até abundantes noBrasil, mas apresentam baixassolubilidade e eficiência agronô-mica e, por isso, já foram des-cartadas. Este era o caso do ver-dete, uma rocha rica em Potás-sio, comum na região central deMinas Gerais. O problema é que,comparado às jazidas tradicio-nais, no verdete, o Potássio éencontrado em baixas concentra-ções e está muito preso a estru-turas químicas difíceis de seremliberadas, o que encarece a ex-tração. Para isso, os pesquisa-dores estudam tratamentos tér-micos com a adição de diferen-tes fundentes e de microrganis-mos capazes de solubilizar o mi-neral e de produzir adubos po-tássicos.

Estas pesquisas envolvemparcerias com os departamentosde Microbiologia e Fitopatologiada UFV. Os resultados obtidospelo GeFert são promissores epoderão gerar novas patentespara o Brasil e reduzir a depen-dência internacional. “As pesqui-sas serão fundamentais para odesenvolvimento de novas tec-nologias de produção de fertili-zantes, com fontes alternativase viabilidade econômica e ambi-ental”, comenta o professor Ed-

son Mattiello.

Luz síncrotronAlém dos problemas de pro-

dução, as tecnologias para usode fertilizantes não evoluírammuito nos últimos 30 anos. Porisso, a equipe do GeFert tambémse dedica a compreender comosão as estruturas molecularesdos principais elementos nessesfertilizantes. De uma mesma ro-cha podem sair, por exemplo,proporções diferentes de clore-tos, silicatos e outros compostosquímicos que a indústria classifi-ca genericamente apenas comoPotássio.

Com as tecnologias disponí-veis, a identificação precisa decada composto ainda não erapossível. Foi então que os pes-quisadores de Viçosa buscaramo Laboratório Nacional de LuzSíncrotron. Esta tecnologia per-mite conhecer, com precisão, aespécie química de cada ele-mento presente na rocha e oambiente químico no qual estáinserido.

Todo o acompanhamento dastransformações ocorridas duran-te os diferentes tratamentos apli-cados ao verdete, por exemplo,só foi possível pelo uso das téc-nicas espectroscópicas avança-das disponíveis no LNLS. Numamesma amostra do fertilizantepotássico obtido, eles identifica-ram a formação de diferentes

proporções de silicato e cloretode potássio. Os cloretos são ossais de potássio mais utilizadosnos fertilizantes. Porém, os sili-catos são materiais nobres e maiscaros, que podem ter aplicaçõesna indústria farmacêutica e ce-râmica.

O desenvolvimento de umprocesso de separação dessasduas formas poderia viabilizareconomicamente a extração depotássio do verdete, mesmo queem baixas concentrações. Aequipe está procurando entendermecanismos e interações queacontecem em escalas ínfimas,mas os dados obtidos podem ge-rar resultados surpreendentespara o agronegócio no país. “Em-bora, esse tipo de trabalho possaparecer uma ciência muito bási-ca, sem aplicação prática, é so-mente através do conhecimentogerado por essas pesquisas quenovas tecnologias podem ser pro-postas e testadas”, explica o pro-fessor Leonardus.

Além do Grupo de Ferti-lidade do Solo, outros profes-sores do Departamento deSolos da UFV também têmdesenvolvido estudos noLNLS relacionados ao se-questro de carbono na ma-téria orgânica do solo, dispo-nibilidade e destino de ele-mentos tóxicos e de metaisterras raras no ambiente ecaracterização e processosde formação de solos antár-ticos. Dentre eles, estão osprofessores Leonardus Ver-gütz, Edson Márcio Mattie-llo, Leônidas Carrijo de Aze-vedo Melo, Ivo Ribeiro daSilva, Roberto Ferreira deNovais, Nairam Félix deBarros, Liovando Marcianoda Costa, Jaime Wilson Var-gas de Mello, Maurício PauloFerreira Fontes e Carlos Er-nesto Gonçalves ReynaudSchaefer.

Léa Medeiros

No LNLS, em Campinas, os professores Leonardus Vergutz (esq.) e Edson Mattielo (dir.) realizam pesquisas com oestudante Rodolfo Fagundes utilizando luz síncrotron

10 UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSASetembro/Outubro - 2014

A Sociedade de Investiga-ções Florestais (SIF) comemo-rou 40 anos. Em uma cerimôniarealizada no dia 19 de setembro,foram lembrados nomes e açõesimportantes para que a SIF fos-se considerada, hoje, um exem-plo de parceria público-privado,atuante em todas as etapas dodesenvolvimento florestal brasi-leiro e reconhecida internacional-mente.

O engenheiro florestal Roo-sevelt de Paula Amado, que des-de 2013 está na presidência daSociedade, onde cumpre ummandato de dois anos, lembrouexemplos positivos de inovaçãoe de melhorias no setor florestal,dos quais a SIF foi protagonista.Dentre eles, o avanço do con-trole de pragas e doenças, a de-finição e diversificação de ma-terial genético que dominam aspráticas de clonagem, a eleva-ção da produtividade – em pou-cas décadas passou-se de 12metros cúbicos por hectare para40 metros cúbicos -, a adoçãode práticas silviculturais ambi-entalmente corretas e a forma-ção de um banco genético bas-tante completo das espécies de

eucalipto e pinus existentes nomundo.

O presidente, que é ex-alunoda UFV, chamou a atenção, con-tudo, para os desafios que estãocolocados em função de algu-mas tendências globais. Umadelas diz respeito ao aumento dapopulação do mundo que, até2050, deverá ser de nove bilhõesde pessoas. Isso, em sua avalia-ção, provocará uma competiçãoacirrada pelo uso da terra e umaumento da pressão sobre osrecursos naturais. Roosevelt ci-tou ainda o fato de que serãonecessários 250 milhões de hec-tares de florestas plantadas paraatender à demanda mundial. Porisso, “plantações bem manejadasserão uma alternativa para su-perar desafios”. E ressaltou: “aciência e tecnologia serão umgrande diferencial competitivoentre países”. Em sua opinião,“a SIF deve estar preparadapara a promoção do desenvol-vimento do setor florestal pormeio da pesquisa científica, dageração de conhecimento e dotreinamento, a partir de proje-tos de cunho técnico, econômi-co e socioambiental”.

EVENTOS

SIF: 40 anos de história

O atual presidente da SIF (à dir.) entregou uma placa ao precursor daSociedade, o professor Roberto da Silva Ramalho

Os estudantes da UFV ga-nharam uma nova oportunidadede aplicar seus conhecimentosem prol da sociedade: o PrêmioNovos Talentos para Agricultu-ra Sustentável. A iniciativa doInstituto Fórum do Futuro, queconta com o apoio do Ministérioda Ciência, Tecnologia e Inova-ção e da Fundação de Amparo àPesquisa do Estado de MinasGerais (Fapemig), foi lançada nocampus Viçosa, em outubro. Suaproposta é desafiar os universi-tários a pensarem no aumento daprodução de alimentos em esca-la planetária a partir de sistemasprodutivos sustentáveis. A UFVestá participando do Prêmio jun-tamente com a Universidade Fe-deral de Minas Gerais (UFMG),a Universidade Federal de La-vras (Ufla) e a Escola Superiorde Agricultura Luiz de Queiroz(Esalq/USP).

O lançamento foi realizadopelo diretor de Ciência, Tecnolo-gia e Inovação da Fapemig, inte-grante da Academia Brasileira deCiências e ex-reitor da UFV, Eval-do Ferreira Vilela, que falou so-bre a crise de oferta de alimen-tos projetada para as próximas dé-cadas e a necessidade de utilizarnovos conhecimentos e tecnolo-gias para expandir a produçãoagrícola do Brasil de uma manei-ra sustentável. Para ele, é impor-tante a participação de estudan-tes: “existe muito talento e inteli-gência que precisam ser canali-zados. Por isso, o Prêmio foi cri-ado. O potencial dos alunos daUFV de contribuir é enorme”.

O professor Evaldo foi acom-panhado pelo gerente executivo doFórum do Futuro e jornalista, Fer-nando Barros, que ministrou umapalestra sobre a imagem projeta-

Prêmio Novos Talentos paraAgricultura Sustentável

da da agricultura sobre a opiniãopública urbana. Ele explicou queo foco é mudar a percepção dasociedade urbana do que significaa agricultura para o país, dos pon-tos de vista social, econômico eambiental. A agricultura, segundoele, “é a vocação do Brasil” e, porisso, é tão importante.

No campus Viçosa, o lança-mento do Prêmio foi coordena-do pelo diretor do Centro de Ci-ências Agrárias, Rubens Alvesde Oliveira, que parabenizou ainiciativa por instigar os jovens apensar diferente, a inovar e atransformar. Para a reitora Nil-da de Fátima Ferreira Soares, osestudantes da UFV estão prepa-rados para enfrentar o desafio e

apresentar boas ideias. “Esse éo momento em que vamos po-der usar o conhecimento a favorda sociedade”, destacou.

Inscrição e premiaçãoO Prêmio Novos Talentos

para Agricultura Sustentável es-colherá as melhores ideias decada uma das quatro universida-des envolvidas. Informações so-bre inscrições e seu regulamen-to estão disponíveis no sitewww.premionovostalentos.com.

A premiação final será emBrasília, no dia 25 de novembro.No total, serão R$ 55 mil em prê-mios: 1º colocado: R$ 30 mil; 2ºcolocado: R$ 15 mil; 3º e 4º colo-cados: R$ 5 mil.

No dia 11 de outubro, aconte-ceu a estreia do Coral Infantil daUFV, composto por 32 crianças de7 a 12 anos. Sob o comando domaestro Ciro Tabet, o grupo mos-trou o resultado de um trabalho quevem sendo realizado há cerca deseis meses. Embora esse tempo,na avaliação do maestro, não sejasuficiente para se alcançar o idealvocal – o que se consegue por

volta de dois anos -, a apresenta-ção agradou ao público e, mais doque isso, reforçou as expectativasde pais que acreditam na artecomo elemento de formação.

O repertório escolhido para oespetáculo de estreia, que incluiumúsicas populares e do folclorebrasileiro, foi montado de manei-ra didática, com o objetivo deestruturar a base vocal dos inte-

grantes. De acordo com CiroTabet, o Coral “traz à tona umanseio de muitos anos da Uni-versidade de ter crianças, filhosde funcionários, fazendo algu-ma atividade artística”. É tam-bém um pontapé inicial para umtrabalho de música para as cri-anças que Ciro pretende desen-volver na UFV, com aulas deteoria e de instrumentos.

Universidade ganha Coral Infantil

Da esq. para dir., os professores Rubens Alves, Evaldo Vilela, Nilda Soares e DemetriusDavid da Silva e o gerente executivo do Fórum do Futuro, Fernando Barros

11UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA Setembro/Outubro - 2014

Professores e pesquisadoresda UFV e das universidades nor-te-americanas University ofWashington e Washington Sta-te University se reuniram, pelaprimeira vez, no âmbito do pro-jeto de cooperação internacionalSaúde Unificada (One Health).Eles participaram do WorkshopOne Health entre 1º e 3 de ou-tubro, no campus Viçosa, apre-sentando as iniciativas e pesqui-sas que desenvolvem em relaçãoàs saúdes humana, animal e am-biental. O evento aconteceu noauditório da Biblioteca Central.

O projeto foi iniciado em 2012,quando representantes da UFVrealizaram uma série de visitas àsinstituições dos Estados Unidos.Além da parceria acadêmica, elepropõe congregar aspectos rela-cionados à saúde global.

De acordo com o pró-reitor dePesquisa e Pós-graduação daUFV, Eduardo Seiti Gomide Mi-zubuti, o Workshop correspondeuà primeira etapa do projeto, fo-cando questões sobre doençasque afetam animais e que tam-bém podem afetar o ser humano.

Em Viçosa, estão diretamen-te vinculados ao Saúde Unifica-da os programas de pós-gradua-ção em Medicina Veterinária,Ciência da Nutrição, Microbio-logia Agrícola e Ciência e Tec-nologia de Alimentos e o Depar-tamento de Enfermagem e Me-dicina. A partir de agora, o pro-fessor Eduardo explicou que es-tão previstos intercâmbios deprofessores e estudantes, o de-

senvolvimento conjunto de pro-jetos de pesquisa e buscas porrecursos financeiros que tornemas realizações das atividades pro-gramadas possíveis. De umamaneira geral, o pró-reitor acre-dita que o projeto proporcionaráformações de recursos humanosaltamente qualificadas e solu-ções para problemas que afligempaíses como a África, onde no-vas invasões biológicas vêm tra-zendo problemas sérios. “Acre-ditamos que um projeto dessaenvergadura contribuirá bastan-te”, ressaltou.

Entre os participantes, a pro-fessora do Departamento deMedicina Comparativa da Uni-versity of Washington KlaisyChristina Batista Pettan-Brewerconsiderou o momento como his-tórico, já que, segundo ela, oWorkshop é o primeiro do tiporealizado na América Latina. Ela,que é brasileira e graduada emMedicina Veterinária pela UFV,disse sentir orgulho por saber quea Universidade é uma das líde-res na academia, na pesquisa ena comunidade e que está à fren-te da parceria sólida e duradou-ra. A professora Klaisy destacouque, sem o empenho da UFV, ainiciativa não seria possível.

O coordenador do Workshop,o professor do Departamento deMedicina Veterinária Luís Augus-to Nero, contou que a iniciativafoi bem sucedida e elogiada pe-los participantes e que a segundaetapa do projeto também viabili-zará a titulação dupla de douto-

rado. Segundo ele, dois estudan-tes de Medicina Veterinária já es-tão realizando atividades no exteri-or; um na University of Washing-ton e um na Washington State Uni-versity.

A UFV, de acordo com a rei-tora Nilda de Fátima Ferreira So-ares, está se tornando uma das pri-meiras universidades brasileiras apossibilitar esse tipo de treinamen-to. “Levamos à Coordenação deAperfeiçoamento de Pessoal deNível Superior (Capes) a deman-da de aumentar de 12 para 24meses o período da bolsa, para queos estudantes pudessem ficar nasuniversidades estrangeiras. A Ca-pes entendeu e aceitou o nossopedido. Ficamos felizes em saberque os nossos estudantes terãomais essa oportunidade”, disse.

O Workshop One Health foiorganizado pela Pró-reitoria dePesquisa e Pós-Graduação, com oapoio dos programas de pós-gra-duação em Medicina Veterinária,Ciência da Nutrição, MicrobiologiaAgrícola e Ciência e Tecnologia deAlimentos e do Departamento deEnfermagem e Medicina.

O evento contou com a parti-cipação de cerca de dez profes-sores e pesquisadores estrangei-ros, das universidades norte-ame-ricanas citadas e da Austrália.Houve ainda um tributo póstumoao médico veterinário norte-ame-ricano Murray E. Fowler, quemorreu em maio deste ano. Tam-bém acompanharam as atividadespró-reitores, professores e pesqui-sadores da UFV.

Workshop fortalece projeto de

cooperação internacional de saúde unificada

A reitora Nilda Soares e o vice-reitor Demetrius David da Silva (centro da foto) participaram da abertura do evento,juntamente com pesquisadores da UFV e de universidades norte-americanas

Izabel Morais

Em função do longo períodode estiagem e da consequenteredução do abastecimento deágua em Viçosa, várias medi-das estão sendo implementadasno campus Viçosa, em parce-ria com a cidade, para a dimi-nuição do consumo. Para isso,a administração da UFV temrealizado constantes reuniõescom representantes do ServiçoAutônomo de Água e Esgoto(Saae) e professores, técnicosadministrativos e estudantes.

De acordo com a pró-rei-tora de Administração da UFV,Leiza Granzinolli, no momentonão é necessária a suspensãodas aulas, pois a medida nãoresultaria em efeito significati-vo na redução do consumo deágua no campus. Até porque,segundo ela, outras atividadesrelacionadas à pós-graduação,à pesquisa e à extensão nãoseriam interrompidas e muitosalunos e funcionários continu-ariam em Viçosa, mesmo se asaulas fossem suspensas.

A pró-reitora solicitou o en-volvimento de toda a comuni-dade na redução do consumo deágua e no monitoramento dodesperdício. Ela também afir-mou que a UFV conseguiu re-duzir em aproximadamente 25%o consumo de água, em funçãode medidas como: uso de águanão tratada em atividades deconstrução e manutenção deimóveis e de irrigação de jar-dins; trabalho intenso da equipede bombeiros hidráulicos no vis-toriamento de torneiras e des-cargas, para evitar vazamentos;cancelamento de eventos degrande impacto; suspensão tem-porária das atividades da lavan-deria da Universidade e da la-vagem de veículos na Divisãode Transportes e monitoramen-to dos gastos de água nos alo-jamentos, cantinas e restauran-te universitário.

O chefe da Divisão de Águae Esgotos da UFV, professorRafael Bastos, informou que ocampus Viçosa já conseguiu re-

UFV adota medidas de reduçãodo consumo de água

duzir sua produção e distribui-ção de água tratada aos pata-mares típicos de períodos deférias. Segundo ele, atualmen-te, “a UFV-Viçosa capta e tra-ta em torno de 15 litros por se-gundo, enquanto o Saae produze distribui cerca de 140 litros porsegundo para dar conta da de-manda da cidade”. Isso signifi-ca que o impacto do campus noabastecimento de Viçosa é me-nor do que se possa pensar.

O diretor-presidente do Saae,Antônio de Lima Bandeira, queparticipou de uma coletiva deimprensa, no dia 10 de outubro,para falar sobre o racionamento,disse que um possível recessoescolar da Universidade, por en-quanto, “não passa de especula-ção e que só deverá ocorrer se asituação se tornar verdadeira-mente insustentável”.

Redução do consumoSegundo o diretor adminis-

trativo-financeiro da FundaçãoArthur Bernardes (Funarbe),Brício dos Santos Reis, foi fir-mado um acordo com a admi-nistração da UFV, que prevêadoção de medidas para redu-ção de 50% do consumo deágua em todas as suas ativi-dades, incluindo o setor de La-ticínios e o Supermercado Es-cola. Ele comentou que umadas ações adotadas foi ampli-ar a produção de doce de leiteem pote, já que o produto emlata exige mais água duranteo processo de envasamento.

A assessora especial da pró-reitoria de Assuntos Comunitá-rios, Silvia Priore, afirmou quenos restaurantes Universitário(RU) e Multiuso o consumo dealimentos folhosos já foi redu-zido. Isso se justifica pelo fatode que esses alimentos reque-rem um processo maior de la-vagem e higienização. Ela tam-bém destacou que está sendofeita uma substituição adequa-da de cardápio, que garanta apreservação do consumo denutrientes necessários.

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A estiagem reduziu os níveis de água das lagoas do campus Viçosa

Sabrina Areias

12 UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSASetembro/Outubro - 2014

A Editora UFV (EDT) lan-çou os regulamentos do 5º Con-curso Viçosense de Literatura(contos e poemas) e do 4º Con-curso Viçosense de LiteraturaInfantil. As inscrições serão re-alizadas de 3 de novembro de23014 a 31 de março de 2015. Oobjetivo dos concursos é contri-buir para o desenvolvimento cul-tural e artístico da Zona da Matamineira, promovendo e divulgan-do a produção literária de escri-tores das comunidades universi-tária e viçosense, bem como damicrorregião de Viçosa.

Da comunidade universitária,poderão participar alunos e ex-alunos do ensino médio, técnico,graduação, pós-graduação e decursos a distância e funcionári-os ativos ou inativos dostrês campi, dos escritórios derepresentação de Belo Horizon-te e Brasília e da Central de Ex-perimentação, Pesquisa e Exten-são do Triângulo Mineiro.

Com temática livre, os candi-datos poderão enviar até dois tra-balhos inéditos, utilizando pseudô-nimos diferentes. As inscriçõesserão gratuitas e deverão ser re-alizadas pessoalmente ou por pro-curação, de segunda a sexta-fei-ra (exceto feriados), das 8h30 às17h, na Seção de Expediente daEDT, no campus Viçosa. Os tra-balhos também poderão ser en-tregues pelos correios, por meiode carta registrada, até a data deencerramento das inscrições. Adivulgação do resultado está pre-vista para a primeira quinzena demaio de 2015.

Todas as informações sobre osconcursos estão nos regulamen-tos disponíveis no site da Editorahttp://www.editora.ufv.br ou po-dem ser obtidas pelos telefones(31) 3899-2220 e 3899-3139.

Aconteceu...De 7 a 13 de setembro, a

UFV sediou o Encontro Nacio-nal dos Estudantes de Arte (Ene-arte). O objetivo foi promover aintegração das mais diversas lin-guagens artísticas, por meio dadivulgação e discussão de traba-lhos de diferentes regiões dopaís. Participaram cerca de 250pessoas. Dentre elas, AndréiaOliveira Araújo da Silva, Uildem-berg da Silva Cardeal e FábioSantos Silva, alunos da Univer-sidade Federal da Bahia(UFBA). Eles são integrantes dogrupo Liga do Corpo e fizerama intervenção Índio Boca AzulA atividade envolveu movimen-tos corporais e tinta guache.

Desde 8 de setembro, oDepartamento de Arquitetura eUrbanismo (DAU) está com novochefe. O professor Rogério Fus-caldi Lelis assumiu o cargo antesocupado pela professora TeresaCristina de Almeida Faria. O pro-fessor destacou o ritmo de cresci-mento do Departamento, o quepossibilitou a oferta do mestradoem Arquitetura e Urbanismo, edisse que pretende fortalecê-lo ain-da mais ao conhecer suas deman-das administrativas. O DAU reú-ne atualmente cerca de 250 alu-nos e 25 professores.

Em 25 e 26 de setembro,uma plateia numerosa prestigiouo V Seminário de Desenvolvi-mento e Políticas Públicas.Nesta edição, as discussões gi-raram em torno do tema Infra-estrutura e serviços públicos:entraves ao desenvolvime-nto e abordaram alternativas parao crescimento do país nas áreasda educação, política e economia.

Pela primeira vez no evento, aprofessora Flávia Lúcia Chein

Feres, da Universidade Federal deJuiz de Fora, abriu o Semináriocom a palestra Investimento emCapital Humano, Desigualdadede Oportunidades e Desenvol-vimento: qual o papel das Polí-ticas Públicas?

De acordo com o coordena-dor do evento, professor Lucia-no Dias de Carvalho, do Depar-tamento de Economia, é muitoimportante discutir o papel doEstado no desenvolvimento depolíticas públicas, sobretudo emum momento que o país passapor uma baixa taxa de cresci-mento e uma semiestagnaçãoeconômica. “É importante discu-tir esse papel para a retomadado desenvolvimento econômicobrasileiro”, avaliou.

Em 26 e 27 de setembro,a discussão sobre produtividadeconciliada com a preservaçãodos recursos naturais esteve empauta no VI Simpósio Brasileirode Agropecuária Sustentável(Simbras) e no III CongressoInternacional de AgropecuáriaSustentável. Os eventos aconte-ceram no campus Viçosa e con-taram com participações de es-pecialistas do país e do exterior,dentre eles o professor AaronHoshide, da University of Mai-ne. O professor abriu o Congres-so com a palestra Simulação defazendas orgânicas de gado deleite no sul do Brasil e Maine,usando o modelo IFSM.

Vai acontecer...

De 9 a 11 de novembro, oParque Tecnológico de Viçosa(tecnoPARQ) receberá o encon-tro do World Food InnovationNetwork (WoFIN), uma rede decooperação internacional de par-ques tecnológicos, clusters e ins-tituições de pesquisa científica etecnológica. Por meio do Wo-FIN, os parceiros realizam a tro-ca de informações estratégicas,colaboram para o aumento decompetitividade de suas empre-sas e constroem alianças para odesenvolvimento de projetos depesquisa e inovação. Eles aindaprospectam oportunidades denovos negócios, desenvolvemsoluções para as suas demandastecnológicas e de negócios, alémde promoverem de forma con-junta seminários e eventos.

As datas e os horários para arealização das atividades doWoFIN Viçosa/Brazil foram es-trategicamente definidas paraque os participantes do Encon-tro também pudessem estar pre-sentes à 8ª edição do INNOVET(Conferência Internacional deVeterinária e Agropecuária2014). Ambos os eventos ocor-rerão no tecnoPARQ. O INNO-VET 2014 terá como temática acadeia produtiva dos alimentos.A programação, que pode ser con-ferida no link: www.innovet.ufv.br,incluirá palestrantes nacionais e in-ternacionais. Eles debaterão des-de as etapas iniciais de produçãoaté aspectos relevantes para asegurança e inocuidade dos ali-mentos disponíveis para os mer-cados consumidores.

O tecnoPARQ é o único Par-que Tecnológico da AméricaLatina membro do WoFIN. Tam-bém fazem parte da rede - e es-tarão representados no evento -o Saint Hyacinthe Technopole(Canadá), o Parco Tecnológicode Padano (Itália), o Wagralim:

The Agro-Industry’s Competiti-ve Cluster in Wallonia(Bélgica),o AgriMip Innovation(França), o Vitagora: Pôle deCompétitivité (França), o Valo-rial: Pôle de Compétitivité Agro-alimentaire (França), o CampdenBRI: Food and Drink Research(Inglaterra) e o IFR: Institute ofFood Research (Inglaterra).

As inscrições para WoFINpodem ser realizadas pelo linkwww.b2bcentev.ufv.br.

Em 3 de dezembro, no cam-pus Viçosa, a quinta edição doSeminário sobre Empreendedo-rismo, Inovação e Desenvolvi-mento (Inovar), um evento anu-al realizado pela Incubadora deEmpresas de Base Tecnológicado Centro Tecnológico de De-senvolvimento Regional de Viço-sa (CenTev/UFV). Os objetivossão disseminar a cultura do em-preendedorismo e inovação, in-centivar a criação de novos ne-gócios locais e promover o net-working entre os participantes.

O evento é um dos maioresda Zona da Mata mineira dentroda Semana Global do Empreen-dorismo, que ocorre simultanea-mente em mais de 120 paísestodo ano e tem como objetivosfomentar e inspirar práticas em-preendedoras que visem melho-rias no mundo.

Ao longo das edições reali-zadas foram capacitados e im-pactados mais de 1.900 partici-pantes e já participaram dessadiscussão importantes persona-lidades do mundo do empreen-dedorismo e inovação. Para maisinformações sobre o eventoacesse o site www.centev.ufv.br/inovar ou ligue para (31) 3899-2602.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA36570-000 - VIÇOSA - MINAS GERAIS - BRASIL