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Viagem ao rio Arapiuns - 05 dias Santarém, Pará, Amazônia 2010

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Viagem ao rio Arapiuns - 05 diasSantarém, Pará,

Amazônia2010

1º dia, Santarém - Anã

● café da manhã no barco● saída de Santarém as 06:30, em direção a comunidade de

Anã (de 3 a 4 horas de navegação)● chegada em Anã, banho de praia, almoço a bordo● 16:00 - visita a comunidade e ao projeto de criação de

abelhas● 19:00 - jantar no barco● 20:00 – noite livre

ANÃ

ANÃ

Subindo o rio Arapiuns é a primeira comunidade na margem esquerda, na Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns, a cerca de quatro horas de navegação de Santarém.O acesso é exclusivamente por via fluvial. Por via terrestre, podem ser alcançadas algumas outras comunidades da RESEX, percorrendo trilhas na mata.O território da comunidade, com uma extensão de cerca 1.200 hectares, apresenta um solo bastante arenoso, de origem fluvial e uma vegetação composta de capoeiras e matas secundárias, resultado da exploração madeireira e da agricultura de corte e queima.Em uma região tradicionalmente ocupada por populações de descendência indígena, as comunidades ribeirinhas se formaram a partir das antigas vilas que resultavam de velhas missões e de lugares de antigas aldeias indígenas. As principais noticias históricas sobre a comunidade de Anã, na sua organização atual, são relacionadas a igreja católica. Começou a se estruturar entre 1954 e 1958. Em 1963 foi celebrada a primeira missa no barracão comunitário. Em 02 de setembro de 1966 foi realizado o primeiro casamento.Atualmente é composta por 82 famílias (cerca 480 moradores). Na comunidade não existem fornecimento de energia elétrica, mas alguns moradores organizados utilizam geradores particulares, durante algumas horas do dia. Existe um micro sistema de abastecimento de água, acionado a diesel, que atende a maioria das famílias.Estão instalados na comunidade 03 telefones públicos e em alguns pontos é possível conseguir o sinal da operadora de celular Vivo.Funciona uma escola municipal de ensino fundamental com cerca 140 alunos e o ensino médio no sistema modular.

ANÃ

2º dia, Anã - Atodí

● 07:30 - 10:00 - visita a criação de peixes e a produção de ração● 11:00 - 12:00 - banho de praia● 12:00 - 14:00 piracaia com a comunidade● 14:30 - saída para Atodí (01 hora e meia de navegação)● 16:00 - 17:30 - visita a comunidade de Atodí● 19:00 - jantar no barco● 20:00 - noite livre

ATODÍSituada a margem esquerda do rio Arapiuns, no Assentamento Agroextrativista Lago Grande, a cerca de cinco horas de navegação de Santarém, é uma comunidade composta de 52 famílias.Quem chega à Atodí é recebido pela frondosa mangueira, que no início do ano presenteia quem passa pela comunidade com seus frutos abundantes. Fundada em 1944, é uma comunidade que mantém seus costumes tradicionais no plantio da mandioca, feitio da farinha, pesca, festas religiosas e os divertidos jogos de futebol que encerram as tardes, onde homens, mulheres e crianças se divertem e confraternizam! Os visitantes tem a oportunidade de conhecer o processo de fabricação d farinha de mandioca, base da alimentação das populações tradicionais da Amazônia, de percorrer a trilha dos castanheiros e em seguida tomar banho em refrescantes igarapés. No final das atividades é oferecido um almoço comunitário.

Atodí

3º dia, Atodí - Arimum

● 07:00 - Trilha dos castanheiros na mata da comunidade de Atodí (03 horas e meia)

● Banho de igarapé (01 hora)● Farinhada (apresentação do processo de produção da farinha de

mandioca) (01 hora) ● 13:00 - Almoço comunitário● 15:00 - Navegação pelo rio Arapiuns até a comunidade de

Arimum (01 hora e meia)● 16:30 – banho de praia● 19:00 - Jantar na praia

Arimum

ARIMUMAqui chama Arimum porque no princípio do principio do principio, existia apenas um velhinho aqui. Um velhinho que era Pajé, curador, curandeiro, e então as pessoas que moravam mais afastado, em outros lugares ai pra cima, quando ficavam doentes, vinham se tratar com ele, porque nele baixava uma entidade que se chamava Arimum e essa entidade morava embaixo dessa aldeia. Por essa razão ficou o nome de Arimum, por causa da entidade que se manifestava nele. Minha mãe sempre contava essa história.

Depoimento de Rosa Edinelma Pereira, moradora de Arimum

O início do processo de ocupação pelas atuais famílias data do início da década de 1940. À época, uma família formou, na ponta do Jutaí (margem esquerda do lago), uma fazenda de lavoura de jutaí, para a qual mobilizou trabalhadores, que, a partir de então, começaram a ficar na região:

ainda Rosa Edinelma Pererira:

Aqui o Arimum foi formado era uns 1940. No princípio só existiam algumas famílias. Uma família ficava nessa ponta, que a gente antigamente chamava ponta do Cigarro, agora chama Ponta do Jutaí, eles tinham uma propriedade e exploravam a lavoura de juta. Meu pai, o falecido Faustino, foi um dos fundadores aqui do Arimum. Ele chegou e como precisava de pessoas, e não tinha pessoas aqui pra trabalhar, vinha gente pra trabalhar na juta lá do Lago Grande, Jacaré, Itacumiri, trabalhar, dava muito gente aqui pra trabalhar vindo de outros lugares, mas aqui mesmo, pouquíssimos. Minha mãe contava que dava muito gente, mas muita gente pra trabalhar na lavoura de juta. Trabalhava muito aqui, no jutaizal, da terra preta.

Em Arimum ocorre uma segmentação entre “brancos” e “índios” em torno da questão da terra, iniciada em fins da década de 1990. Segundo os Arapium de Arimum, as diferenças e a divisão observável atualmente não haviam emergido à tona porque eles próprios não tinham consciência da importância de suas origens e tradições.

Conforme contam, por muito tempo viveram tentando “ser brancos”, até que se decidiram por assumir e valorizar sua condição, em meio ao processo de reconhecimento indígena mais amplo em curso na região do Baixo Tapajós e Arapiuns, e aqui, mais especificamente nas aldeias que demandam a formação da TI Cobra Grande. Em meio à isso, porém, houve o racha entre os moradores.

Os Arapium de Arimum contam que passaram a se reconhecer e a valorizar sua condição indígena a partir da mobilização iniciada pelos Tapajó do Garimpo, com quem compartilham laços de parentesco, territórios, lagos e valores tradicionais. Acreditam que os “brancos” da aldeia são “índios”, com quem compartilham do mesmo histórico e práticas culturais, e, deste modo, eles não estão querendo se tornar índios como argumentam seus opositores, são aqueles que se identificam como “brancos” que estão negando sua identidade devido a estímulos externos.

Informações extraídas do Relatório Circunstanciado de Identificação e Delimitação da Terra Indígena Cobra Grande (Santarém/PA) – janeiro de 2009

Situada a margem esquerda do rio Arapiuns, no Assentamento Agroextrativista Lago Grande, a cerca de quatro horas de navegação de Santarém, é uma comunidade composta por 33 famílias (cerca de 118 habitantes), sendo que só uma parte mora na sede da comunidade, enquanto os outros moram em sítios isolados.

Na comunidade funciona uma escola de ensino fundamental, mas não existem abastecimento de água e energia e não tem telefone público.

O Saúde & Alegria acompanha um grupo de artesanato, composto por 09 mulheres e 01 homem, que pertencem a parte da comunidade que não se reconhece como indígena e que moram na sua maioria em uma localidade chamada Ponta de são Geraldo. Promove com o mesmo grupo uma iniciativa de ecoturismo comunitário.

Arimum

4º dia, Arimum

● 07:30 - Trilha das ervas medicinais (03 horas)● 10:30 – banho de igarapé● 10:30 – oficina de artesanato● 12:00 – piracaia na beira do igarapé● 14:00 – tarde livre na praia● 19:00 – jantar na praia

Vila amazonas

VILA AMAZONAS

Comunidade situada a margem direita do rio Amazonas, no Assentamento Agroextrativista Lago Grande, a cerca de quatro horas de navegação de Santarém, é uma comunidade composta de 47 famílias.Fundada em 1973, em local de antiga ocupação indígena, viveu intensamente o Ciclo da Borracha, hoje lembrados pelos moradores mais antigos e representados pela floresta de seringueiras que acolhe quem chega à comunidade. Esteve diretamente ligada ao movimento da cabanagem em Santarém, uma vez que a área onde hoje ela está localizada serviu de abrigo e ponto estratégico de proteção para os cabanos.A diversidade e abundância de frutas como o uxi, banana, côco, taperebá, mari, cacau, entre outras, chamam a atenção de quem visita à comunidade, que preserva um cacauzal com mais de 100 anos.Sua principal fonte de renda é a pesca, abundante, no Rio Amazonas, sendo que esta prática se intensifica entre os meses de agosto e outubro, quando os pescadores trabalham durante o dia e a noite.Hoje o artesanato começa a figurar como atividade alternativa de renda, através do apoio do PSA na consolidação do grupo de artesãos. O cipó Jacitara é a matéria prima que dá origem às peças utilitárias, tecidas pelo grupo.Os visitantes têm a oportunidade de caminhar pela mata e pela extensa área da comunidade, dependendo da época do ano podem passear de canoas nos lagos da várzea, participar das pescarias, de oficinas de artesanato. A comunidade serve também um almoço típico a base de peixe e produtos da terra e da mata.

5º dia, Arimum, Vila Amazonas, Alter do Chão

● 06:00 - saída para Cuipiranga (1:30 de navegação)● 08:00 - 9:00 passeio até Vila Amazonas (1 hora)● 09:30 - 12:00 Visita a comunidade e apresentação dos

trabalhos de artesanato (2 hora e meia)● 12:00 - Almoço comunitário● 14:00 - retorno para Cuipiranga (1 hora)● 15:00 - navegação até Alter do Chão e Santarém (4 horas de

navegação)

Vila amazonas