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DEZEMBRO/2012 ANO 17 Nº 71 Viação Progresso A ABRATI homenageia três A ABRATI homenageia três líderes do setor de transporte líderes do setor de transporte O Prêmio O Prêmio ANTP/ABRATI de ANTP/ABRATI de Boas Práticas no Boas Práticas no Transporte Terrestre Transporte Terrestre de Passageiros de Passageiros destaca as seis destaca as seis empresas vencedoras empresas vencedoras da edição 2012 da edição 2012 gres ess o sso V Viaç Progr Viação P Seis décadas de dedicação à qualidade

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DEZEMBRO/2012 ANO 17 Nº 71

Viação Progresso

A ABRATI homenageia três A ABRATI homenageia três líderes do setor de transportelíderes do setor de transporte

O Prêmio O Prêmio ANTP/ ABRATI de ANTP/ ABRATI de Boas Práticas no Boas Práticas no Transporte Terrestre Transporte Terrestre de Passageiros de Passageiros destaca as seis destaca as seis empresas vencedoras empresas vencedoras da edição 2012da edição 2012

gresessossoVVVViaç ProgrViação P

Seis décadas de dedicação à qualidade

umárioS

Apesar de realizar-se em

momento de crise da economia

mundial (e especialmente da

economia europeia), a 64ª

IAA, maior feira de veículos

comerciais do mundo, repetiu o

sucesso das edições anteriores.

Sua principal marca foi a

inovação, fortemente apoiada na

eletrônica embarcada.

Paulo Bellini, fundador da

Marcopolo, une-se a quase uma

centena de amigos e colaboradores

para contar a história do grande

empreendimento de sua vida.

Exposições de

ônibus antigos,

como a Viver,

Ver e Rever,

transportam os

visitantes para

um passado cheio

de recordações

marcadas pela

saudade.

A Viação Progresso, de

Três Rios-RJ, comemora

60 anos de atividades

renovando parte de sua

frota e aperfeiçoando o

processo de gestão.

1212

4646

6666

30

Cartas ..................................................6

Carta do Presidente .............................7

Bagageiro .............................................8

Opinião .............................................. 70

LEIA MAIS:

Na tradicional festa de confraternização de fim de ano

da ABRATI, dia 4 de dezembro, foram homenageados

três líderes do transporte (pág. 34) e premiadas

seis empresas por suas Boas Práticas (pág. 36).

Pela manhã, houve reunião da diretoria e dos

associados (pág. 32).

A exposição FetransRio

mostrou o alto grau de

evolução da indústria

brasileira de ônibus e

deixou clara a aposta das

montadoras e encarroçadoras

no potencial de curto prazo

dos veículos urbanos com

alta capacidade

de transporte, os chamados

BRT e BRS.

4040

20 Planalto A empresa decide dotar

todos os ônibus da sua frota do sinal de internet sem fio.

22 ICMS A injustiça tributária que é

praticada em relação ao passageiro de ônibus.

26 Irizar A linha de rodoviários da

encarroçadora passa a contar com o novo ônibus i6.

28 Scania Um gaúcho de 35 anos leva

o título de Melhor Motorista de Caminhão do Brasil.

52 Medicina do sono Um site da Águia Branca

na internet dá todas as informações sobre o assunto.

62 Rodovias Pesquisa da CNT mostra

que a qualidade das nossas estradas evolui muito pouco.

54

5858

A Neobus, de Caxias do Sul, ingressa no

mercado de rodoviários e apresenta o New Road

N10, com alguns novos conceitos em carroçarias.

6 REVISTA ABRATI, DEZEMBRO 2012

A Revista ABRATI é uma publicação da

Associação Brasileira das Empresas de

Transporte Terrestre de Passageiros

Editor Responsável

Ciro Marcos Rosa

Produção, edição e editoração eletrônica

Plá Comunicação – Brasília

Editor Executivo

Nélio Lima – MTb 7903

Impressão

Gráfica e Editora Athalaia – Brasília

Imagens da capa

Divulgação/Júlio Fernandes

Esta revista pode ser acessada via

internet: http://www.abrati.org.br

Associação Brasileira das Empresas de Transporte Terrestre

de Passageiros

Presidente Renan Chieppe

Vice-PresidenteLuiz Wagner Chieppe

Diretor Administrativo-FinanceiroPaulo Alencar Porto Lima

DiretoresCarlos Alberto de O. Medeiros, Cláudio Nelson C. Rodrigues de Abreu, Francisco Tude de Melo Neto, Jacob Barata Filho, Leônidas Elias Júnior, Letícia Sampaio Kitagawa, Mário Luft, Paulo Humberto Naves Gonçalves, Pedro Antonio Teixeira, Sandoval Caramori,Telmo Joaquim Nunes e Washington Peixoto Coura.

SuperintendenteJosé Luiz Santolin

Assessoria TécnicaAtaíde de Almeida

Assessoria de Comunicação SocialCiro Marcos Rosa

SAUS Quadra 1 - Bloco J - Edifício CNT Torre A – 8º andar - Entrada 10/20 CEP: 70.070–944Brasília - Distrito Federal

Telefone: (061) 3322-2004Fax: (061) 3322-2058/3322-2022E-mail: [email protected] Internet: http://www.abrati.org.br

SONHOS SOBRE RODAS 1Sou irmã de Antônio Rúbio de Bar-

ros Gômara, tenho 87 anos e moro

em São Paulo. Rúbio morava no Rio.

Agradeço ao jornalista Nélio Lima e a

atenção dessa Revista com a publi-

cação do livro Sonhos sobre rodas,

de quem sempre esteve voltado e se

dedicou ao transporte rodoviário. Para-

béns pelo trabalho desenvolvido pela

ABRATI, que elucida sobre o transporte

rodoviário.

Nilza Gômara Lopes

SÃO PAULO - SP

SONHOS SOBRE RODAS 2 Parabenizo-lhes pela publicação

da obra Sonhos sobre rodas - A saga

dos pioneiros do transporte rodoviário

no Brasil”.

Senador Jayme Campos – DEM-MT

SONHOS SOBRE RODAS 3Cumpre-nos acusar o recebimento

da publicação Sonhos sobre rodas.

Aproveitamos a oportunidade para

parabenizá-los pela iniciativa de pro-

pagar o referido exemplar.

Senador Cristovam Buarque - PDT-DF

BUSÓLOGO 1O motivo que me levou a escrever

para vocês é que eu, juntamente com

meus amigos David Vieira e Rogério

Cruz, também merecemos um espaço

nessa revista. Minha história tem seu

início em 1994, na Expobus. Sempre

desenhávamos ônibus e colecionáva-

mos fotos, mas um belo dia decidimos

expor toda a nossa admiração. Era

difícil obter ajuda das empresas, mas,

graças a uma entrevista no programa

do Jô Soares, o mundo abriu as portas

para nós. Realizamos nossa primeira

exposição no terminal rodoviario de

Santo André–SP, com o patrocínio da

Mercedes-Benz, até realizarmos uma

artasC

exposição na garagem da Expresso

Redenção Transporte e Turismo, com

o apoio da empresa e de seu gerente,

Antonio Caio Castro, um sucesso que

hoje se tornou na Viver, Ver e Reviver.

[email protected]

BUSÓLOGO 2Primeiramente gostaria de parabe-

nizar toda a equipe da Revista ABRATI

pela maravilhosa reportagem em

relação aos colecionadores, também

chamados de busólogos. Em segundo

lugar gostaria de atualizar meu endere-

ço para recebimento da revista.

João Henrique Zoehler Lemos

[email protected]

BUSÓLOGO 3Na revista nº 70 vocês mostraram

mais um lado interessante do transpor-

te de passageiros por ônibus, o lado

dos que são admiradores incondicio-

nais desses veículos, identificados

com esse termo algo estranho, bu-

sólogo. Gostei de saber que eles são

mais numerosos do que imaginava. E,

pelo que concluí, tem muita gente boa

envolvida com esse hobby.

Américo Aguiar dos Anjos

AMERICANA – SP

SÃO LUIZMuito interessante a reportagem

da sua revista sobre uma das em-

presas de ônibus interestaduais que

melhor atendem à população aqui de

Campo Grande. Já tive a oportunidade

de viajar pela São Luiz e gostei, mas

não tinha ideia do verdadeiro tamanho

dessa companhia, e nem dos métodos

modernos que ela emprega na sua

administração e nos seus serviços.

Parabéns à São Luiz por procurar

sempre melhorar.

Atílio Marques de Souza

CAMPO GRANDE – MS

arta do PresidenteC

Reconhecimento público e justas homenagens

É de se ressaltar que boa parcela

das empresas tem certificação ISO e outras ferramentas

de busca da qualidade por meio

da utilização das melhores práticas conhecidas dentro

e fora do país.

Júlio

Fer

nand

es

Renan Chieppe, Presidente da ABRATI.

Em sua segunda edição, que se concluiu agora em dezembro, o Prêmio ANTP/ABRATI

de Boas Práticas no Transporte Rodoviário de Passageiros presta um reconhecimento

público às empresas que se destacaram em 2012 por suas boas práticas na operação

do serviço público de transporte rodoviário de passageiros. Elas foram avaliadas segundo

as normas fixadas em regulamento próprio do Prêmio, normas que nortearam o grupo de

juízes independentes encarregados da análise dos trabalhos finais.

As pesquisas de percepção da satisfação dos usuários dos serviços de transporte

rodoviário de passageiros no Brasil seguidamente revelam o reconhecimento de sua

excelência, desde a qualidade dos equipamentos ofertados e sua segurança à elevada

qualidade de gestão pelas empresas permissionárias, aliada à atuação dos profissionais

diretamente envolvidos no processo operacional.

A comprovação do nível de excelência dos serviços, ao longo do tempo, é o resultado

dos esforços empresariais na busca contínua do desenvolvimento de novas tecnologias

e no aprimoramento da mão de obra aplicada.

Tanto empresas como profissionais que atuam no segmento representado pela ABRATI

têm sido reconhecidos por instituições das mais diversas especialidades com a outorga

de comendas e de prêmios por desempenho na gestão e pela elevada qualidade apurada

em complexos processos de avaliação de inúmeros aspectos inerentes à atividade.

É de se ressaltar que boa parcela das empresas têm certificação ISO e outras ferra-

mentas de busca da qualidade por meio da utilização das melhores práticas conhecidas

dentro e fora do país.

Tudo isso levou a ABRATI a instituir, junto com a ANTP – entidade com reconhecida

capacidade para selecionar e julgar métodos de administração utilizados pelas empresas

de transporte – essa premiação que visa tornar público o trabalho das operadoras e de

seus profissionais.

Ao encerrar-se 2012, a ABRATI deseja, também, em decorrência de decisão unânime

da Diretoria, homenagear três personalidades que têm se destacado no cenário do trans-

porte brasileiro já há muitos anos e que, particularmente, têm atuado junto aos setores

governamentais com o intuito de colaborar para que o sistema de transporte rodoviário

de passageiros possa continuar prestando serviços de elevada qualidade em todos os

pontos do país, como vem fazendo há mais de oito décadas.

São eles o Senador Clésio Andrade, presidente da Confederação Nacional do Transporte;

o Senador Acir Gurgacz, empresário do setor, e José Antônio Fernandes Martins, presidente

da FABUS e do Simefre. Esses três líderes setoriais, em um trabalho conjunto com a ABRA-

TI, vêm contribuindo em muito para a solução de problemas que possam afetar o setor.

REVISTA ABRATI, DEZEMBRO 2012 7

8 REVISTA ABRATI, DEZEMBRO 2012

B A G A G E I R O

A Iveco entregou mais 212

unidades do micro-ônibus

CityClass para o governo de

Minas Gerais. Os veículos

têm capacidade para trans-

portar 29 alunos cada. Foram

adquiridos por intermédio

do programa Caminho da

Escola, do Governo Federal.

O Grupo Garcia comprou

mais 60 ônibus novos,

que serão incorporados às

frotas da Viação Garcia e

da Viação Ouro Branco a

partir de março de 2013.

Vão operar no serviço

metropolitano e rodoviário.

No caso do rodoviário, as

duas operadoras receberão

A Marcopolo conquistou o

Prêmio Apex-Brasil – Exportar

é Inovar 2012, na categoria

“Internacionalização

como Estratégia para

Desenvolvimento da

Competitividade”. O prêmio

é da Agência Brasileira de

Promoção de Exportações

e Investimentos (Apex-

Brasil). A encarroçadora

foi distinguida por diversas

iniciativas que promoveu

em seus processos

de exportação, pelos

investimentos em suas

unidades no Brasil e no

exterior e pelo constante

crescimento de suas

operações. Com mais de

18.000 colaboradores, a

Marcopolo mantém unidades

fabris no Brasil, África do

Sul, Argentina, Austrália,

China, Colômbia, Egito, Índia

e México.

Doze empresas do

setor de transporte

rodoviário interestadual

de passageiros foram

premiadas no evento

Maiores e Melhores do

Transporte, realizado

em São Paulo pela OTM

Editora, e que neste

ano chegou à sua 25ª

edição. As empresas

são as seguintes: Auto

Viação Catarinense,

Auto Viação 1001,

Empresa Gontijo de

Transportes, Companhia

São Geraldo de Viação,

Empresa de Transportes

Andorinha, Empresa de

Ônibus Pássaro Marron,

Expresso Gardenia,

Viação Águia Branca,

Viação Cidade do Aço,

Viação Cometa, Viação

Salutaris e Turismo e

Viação Santa Cruz.

ANIVERSÁRIO APEX BRASILMAIORES & MELHORES

FROTA

CAMINHO DA ESCOLA

ESTAÇÃO RODOFERROVIÁRIA DE CURITIBA COMEMORA 40 ANOS DE FUNCIONAMENTO

PRÊMIO PARA A MARCOPOLO INTERNACIONAL

DOZE EMPRESAS RODOVIÁRIAS SÃO PREMIADAS

GRUPO GARCIA COMPRA MAIS 60 ÔNIBUS E HOMENAGEIA LONDRINA E MARINGÁ

IVECO FORNECE 212 MICRO-ÔNIBUS PARA MINAS

A estação rodoferroviária

de Curitiba comemorou

em novembro 40 anos de

operação. No momento,

o terminal passa por uma

reforma, tendo em vista

que a capital paranaense

será uma das cidades-

sede da Copa do Mundo

de 2014. A estação abriga

35 empresas de ônibus

interestaduais e por ela

circulam diariamente cerca

de 10.000 pessoas.

A nova reforma vai tornar a rodoferroviária ainda mais funcional.

Flávio Benatti, presidente da

NTC, entrega o prêmio a Carlos

Otávio de Souza Antunes, do

Grupo JCA.

ônibus Low Driver com

chassi Scania K 380 e

carroçaria Marcopolo

G7 1600 LD. Ao mesmo

tempo, a Garcia plotou

dois de seus ônibus para

homenagear as cidades

de Londrina (78 anos de

fundação) e Maringá, a

chamada “Cidade Verde”.

Foto

s: D

ivul

gaçã

o

REVISTA ABRATI, JUNHO 2006REVISTA ABRATI, DEZEMBRO 2012 9

Tendo em vista facilitar

a aproximação entre

a encarroçadora e os

familiares de seus

colaboradores, a Caio

Induscar criou o Programa

de Visita de Familiares às

instalações da fábrica. O

objetivo é fazer com que

A MAN Latin America

foi a vencedora da licitação

para fornecimento de

mais de 3.000 caminhões

às Forças Armadas

no biênio 2012-13.

Segundo Roberto Cortes,

presidente da MAN Latin

America, os negócios

com governos represenjtam

10% das vendas

domésticas da empresa.

Patrícia Regina Nunes é a

primeira mulher motorista

de ônibus a integrar

o quadro funcional da

Planalto Transportes.

A assinatura do contrato

de trabalho, no dia 7

de dezembro, em Porto

Alegre, ocorreu em evento

que teve a presença de

autoridades e lideranças

de movimentos em defesa

da mulher. Patrícia tem

35 anos e um filho de

oito anos. Anteriormente,

trabalhou por três anos

no transporte coletivo de

Esteio. Sua primeira linha

na Planalto liga Porto Alegre

à localidade de Butiá.

Nos dias 6 a 8 de

novembro, em São Paulo,

a Comil participou da Feira

e Congresso Internacionais

de Composites, Poliuretano

e Plásticos de Engenharia.

A encarroçadora apresentou

alguns benefícios do uso

dos compósitos, que são

produtos compostos de

dois ou mais materiais

sob diferentes formas,

entre elas, as chapas

sanduíche. Os compósitos

podem substituir a madeira

A Iveco conquistou mais um Prêmio Au-

toData, desta vez na categoria Veículo

Caminhão, com seu caminhão Tector

Attack. Cláudio Rawicz, diretor de Comu-

nicação da Iveco, disse que o prêmio foi

“mais um reconhecimento ao talento dos

profissionais da montadora de caminhões

que mais cresce no Brasil”.

PROGRAMALICITAÇÃO

PLANALTO

AVANÇOS

QUALIDADE

CAIO INDUSCAR REALIZA VISITA DE FAMILIARES ÀS SUAS INSTALAÇÕES

3.000 CAMINHÕES DA MAN PARA AS FORÇAS ARMADAS

MULHER ASSUMEO VOLANTE EM LINHA REGULAR

COMIL APRESENTA BENEFÍCIOS DOS COMPÓSITOS NA FABRICAÇÃO DE ÔNIBUS

TECTOR ATTACK ESCOLHIDO CAMINHÃO DO ANO PELA AUTODATA

Patrícia já tem boa experiênca.

O serviço de transporte

beneficiará mais de

13.000 estudantes da rede

estadual de ensino de

vários municípios mineiros.

Tector Attack reconhecido pelo Prêmio AutoData.

ou o aço em estruturas

de ônibus, uma novidade

de crescente aceitação

no mercado, inclusive no

aspecto de custo-benefício.

os familiares conheçam

o local de trabalho dos

colaboradores, tornando-o,

ainda mais, motivo de

orgulho para eles. No

dia 22 de novembro

foi realizada a visita

de 40 pessoas, entre

colaboradores e familiares.

Com uma combinação perfeita entre tecnologia e design inovador, a Marcopolo produz soluções que trazem, em sua concepção, o que há de mais moderno e avançado nos segmentos de ônibus rodoviários e urbanos para aproximar pessoas com conforto e segurança.

O futuro do transportepassa por aqui.

facebook.com/OnibusMarcopolo twitter.com/OnibusMarcopolo youtube.com/OnibusMarcopolo

www.marcopolo.com.br

A P R O X I M A N D O P E S S O A S

Paradiso 1800 DD Viale BRT

xposiçãoE

Apesar da crise, uma IAA ainda maiorEm visita à maior feira de veículos comerciais do mundo, realizada em Hannover, Alemanha, Cláudio

Nelson Abreu, diretor da ABRATI, observou que, apesar do esforço para demonstrar otimismo, os

líderes da indústria montadora mundial não puderam deixar de falar sobre a crise econômica. Sem

meias palavras, confessaram sua preocupação, em especial com a situação da “Europa do Sul”, onde

estão Espanha, Itália e Portugal, além da Grécia.

12 REVISTA ABRATI, DEZEMBRO 2012

Durante a feira, que este ano teve como

slogan “Driving the Future”, Cláudio Nelson

registrou o empenho dos executivos da indústria

de veículos comerciais em sempre valorizar o

desempenho superior dos motores Euro VI,

que foram o grande destaque da mostra e cuja

utilização passa a ser obrigatória a partir de

2014. Ele concluiu que esse esforço especial

pode ser explicado pelo fato de a utilização

desses motores implicar em um preço maior de

aquisição dos veículos. Sempre que puderam,

os executivos também enfatizaram a importân-

cia de se analisar os novos veículos a partir do

conceito do TCO – Total Cost of Ownership (ver

box na página 17).

Quanto à feira em si, a 64ª IAA ocupou uma

área de 260.000 metros quadrados – ou mais

10,6% que a área da edição anterior, realizada

em 2010. A VDA, associação das montadoras

alemãs, informou que neste ano participaram

1.904 expositores de 46 países, tendo a exposi-

ção sido visitada por mais de 260.000 pessoas:

um acréscimo de público da ordem de 9% em

comparação com 2010.

Assim, a mostra tornou-se um sucesso

tanto para os visitantes quanto para os exposi-

tores, pois praticamente todos os concorrentes

estavam presentes. Sua principal marca foi a

inovação, voltada principalmente a otimizar a

utilização de veículos e a aumentar sua segu-

rança a partir dos recursos proporcionados pela

eletrônica embarcada disponível atualmente.

Cláudio Nelson anotou dois fatos envolvendo

a VDL, empresa holandesa de porte médio que

vem trabalhando bravamente para se manter

e expandir-se, apesar da crise. O primeiro, o

profissionalismo, que ficou evidenciado no fato

de Rémi Henkemans, diretor da companhia,

haver parabenizado publicamente a Mercedes-

-Benz pela escolha do new Citaro Euro VI como

Bus of the Year 2013. O segundo, por ter a

VDL comprado da Mitsubishi suas instalações

na Holanda, onde pretende fabricar o Mini para

a BMW.

Nas páginas seguintes, as fotos de ônibus

e observações de Cláudio Nelson Abreu sobre

alguns dos produtos mostrados na 64ª IAA.

Lançamento: o ônibus Setra

S 517 HD, um rodoviário 6x2

superluxuoso, com13,935m

de comprimento e 3,77m de

altura. O motor é o Mercedes-

Benz OM-471 Euro VI, com

350 kW (475,5 cv) de potência

e 2.300 Nm de torque.

Cláudio Nelson C.

Rodrigues de Abreu

Diretor da Viação Santa

Cruz e da ABRATI.

REVISTA ABRATI, DEZEMBRO 2012 13

IRISBUS MAGELYS PROA Irisbus, controlada da Fiat SpA/Iveco, mos-

trou o Magelys Pro, seu rodoviário top de linha,

com 12,20m de comprimento e 3,62m de altura,

equipado com motor Iveco Cursor 10 Euro V de 450

hp (456,3 cv) e 2.100 Nm de torque. É fabricado

na França. O Magelys Pro, fabricado na França.

O Travego Edition I

A Marcopolo compareceu com o Viale BRT dual fuel CNG/Diesel, feito no Brasil.

MARCOPOLO VIALE BRTUrbano fabricado no Brasil, com design

que chamava a atenção por sua beleza. Estava

montado sobre o chassi brasileiro MAN Volks-

bus 17.280 OT, com propulsão dual fuel, CNG/

Diesel, motor MAN Euro V EEV de 270 hp (273,8

cv) e 1.050 Nm de torque.

O new Citaro Euro VI foi escolhido como “Bus pf the Year 2013”.

MERCEDES-BENZ new CITARO EURO VI

Urbano fabricado na Alemanha, na IAA 2012 ganhou o

título de “Bus of the Year 2013”. Tem 12,135m de com-

primento e 3,12m de altura, motor Mercedes-Benz Euro VI

OM-936, 220 kW (298,9 cv) e 1.200 Nm de torque.

MERCEDES-BENZ TRAVEGO Edition I

Rodoviário top de linha, fabricado na Alemanha, tem

12,96m de comprimento e 3,71m de altura, motor Mercedes-

-Benz OM-471 Euro VI, 350 kW (475,5 cv) e 2.300 Nm de

torque.

xposiçãoE

14 REVISTA ABRATI, DEZEMBRO 2012

Ônibus Scania Citywide LE.

Setra S 431 DT, rodoviário produzido na Alemanha.

Outro Scania, o Urbano/metropolitano OmniExpress 3.20.

SCANIA CITIWIDE LEUrbano, tem 12,0m de comprimento e 3,2m de altura,

equipado com motor Scania Euro VI EEV de 320 hp (324,5 cv)

e 1.600 Nm de torque.

SCANIA OMNIEXPRESSUrbano/metropolitano, tem 12,39m de comprimento

e 3,3m de altura, equipado com motor Scania Euro VI de

280 hp (283,9 cv) e 1.400 Nm de torque.

SETRA S 431 DT

Rodoviário double-decker fabricado na

Alemanha, é um 6x2 com 13,89m de com-

primento, 4,0m de altura, equipado com

motor Mercedes-Benz OM-502 LA Euro V de

370 kW (502,7 cv) e 2.400 Nm.

Visão do estande da MAN. Jetliner, Cityliner e Skyliner, três modelos da Neoplan.

MAN NEOPLAN

REVISTA ABRATI, DEZEMBRO 2012 15

VAN HOOL TDX 27 ASTROMEGA

Rodoviário double-decker fabricado na Bél-

gica, top de linha, tem 14,1m de comprimento

e 4,0m de altura, motor DAF Euro V, 375 kW

(509,5 cv) e 2.500 Nm de torque.

VDL FUTURA FHD2129/365

Rodoviário fabricado na

Holanda, na Bus World Kortrijk

2011 conquistou o título de

Coach of the Year 2012. Tem

12,875m de comprimento,

3,7m de altura, motor DAF

Euro V, 340 kW (462 cv) e

2.300 Nm de torque.

xposiçãoE

O top de linha TDX 27 Astromega.

VDL CITEA SLF 120/250

Urbano fabricado na Holanda, na IAA 2010 ga-

nhou o título de Bus of the Year 2011. Tem 12,0m

de comprimento, 3,02m de altura, motor Cummins

Euro V, EEV, 152 kW (206,5 cv) e 760 Nm de torque.

O VDL Citea SLF 120/250, urbano holandês.

KING LONG

Visão geral dos produtos da fabricante chinesa King Long.

O design do Futura FHD2 129/365 continua fazendo sucesso.

16 REVISTA ABRATI, DEZEMBRO 2012

VISEON LDD14Fabricado na Alemanha, tem 14,0m de compri-

mento e 4,0m de altura, equipado com motor MAN

Euro V, 294 kW (399,5 cv) e 1.900 Nm de torque.

Um detalhe interessante é que a Viseon, hoje, é

controlada pela chinesa Youngman.

VOLVO 9500Rodoviário top de linha, o modelo exposto tinha 12,3m

de comprimento e 3,6m de altura, motor Volvo Euro V de

380 hp (385,3 cv) e 1.740 Nm.

VOLVO 8900Um urbano/metropolitano, com 12,2m de comprimento

e 3,3m de altura, equipado com motor Volvo Euro V de 290

hp (294,1 cv) e 1.200 Nm de torque.

Ônibus LDD14, da Viseon, empresa controlada por chineses.

O ônibus rodoviário 9500, da Volvo. A Volvo também mostrou o Urbano/Metropolitano 8900.

T. C. O., ou Total Cost of Ownership

vem a ser o custo operacional total,

avaliando-se os custos diretos e indi-

retos, do combustível à manutenção,

passando pelos pneus; da mão de

obra à depreciação, passando pela

administração. A rigor, não se trata

de novidade para nós, que estamos

acostumados a operar as linhas de

ônibus sob regime tarifário, calculado

com base em uma planilha de custos.

Um detalhe: esta situação pode

estar prestes a mudar, a prevalecer

a tendência de a tarifa vir a ser fixada

por leilão, como se preconiza no caso

da licitação das linhas interestaduais

de ônibus rodoviários com extensão

superior a 75 km.

Ainda que se estabeleça um piso,

abaixo do qual o valor da tarifa ofer-

tada para um lote de linhas seria

inexequível, estreita-se ou elimina-se

de vez a margem de manobra das

empresas para investir em frota nova,

por exemplo. Uma situação típica do

perde-perde: perde o passageiro, que

terá de se contentar com ônibus mais

velhos, e perde toda a cadeia produ-

tiva, a começar pelos fabricantes de

chassis e carroçarias, que deixarão de

vender veículos novos.

A hipótese não é remota, infelizmen-

te: ônibus novos, com novas tecnolo-

gias, inclusive para atender as normas

de emissão de poluentes, custam mais

caro. E não basta dizer que haverá li-

nhas de financiamento atrativo porque,

seja como for, a operação das linhas

precisa gerar recursos para pagá-lo.

Custo Operacional Total ganha ênfase na era Euro VI

REVISTA ABRATI, DEZEMBRO 2012 17

ecnologiaT

Planalto põe internet a bordo de toda a frotaNos próximos meses, a totalidade da frota da companhia estará equipada com o

sistema Wi-Fi de acesso à internet. Hoje, mais da metade dos ônibus já conta com esse conforto,

que é oferecido gratuitamente aos passageiros.

Oexcelente retorno obtido com

a iniciativa de disponibilizar o

acesso à internet durante as viagens e

nas salas VIP dos principais terminais

rodoviários onde ela opera levaram

a Planalto Transportes a continuar

investindo na ampliação do sistema,

informa Pedro Antônio Teixeira, diretor-

-presidente do Grupo JMT, que controla

a operadora.

O executivo explica que o conjunto

dos investimentos é orientado para o

programa anual de renovação da frota

e para a área de recursos humanos,

com ênfase no treinamento de pes-

soal. Estas são as duas principais

preocupações: aperfeiçoar serviços

e agregar os ônibus mais modernos,

equipados com as mais avançadas

tecnologias. Por conta disso, nos úl-

timos cinco anos foram empregados

recursos da ordem de R$ 100 milhões.

O mesmo ritmo de investimentos

deverá ser mantido nos próximos anos.

A Planalto também procura estar

sempre em sintonia com as deman-

das dos passageiros e antecipar-se

às tendências do mercado. É por

isso que, hoje, um terço da sua frota

oferece dois serviços simultâneos em

cada ônibus – o convencional e o exe-

cutivo –, o chamado Double Service.

Nessa configuração, as 12 primeiras

poltronas estão dispostas com maior

espaço entre cada uma e são dispo-

nibilizados travesseiros, cobertores e

tomada elétrica. O sinal de internet,

o ar-condicionado e os monitores de

vídeo são itens de conforto comuns

aos dois tipos de serviço.

O empenho em elevar constante-

mente a qualidade encontra resposta

favorável junto aos usuários, conforme

mostram as pesquisas periódicas de

satisfação. A mais recente, realizada

neste ano pela empresa Allcon-Cience,

apontou o percentual de 91,6% de

satisfação com os serviços. Os pontos

mais importantes destacados pelos

passageiros que viajam pela Planalto

Transportes são conforto, segurança e

higiene no interior do veículo.

Pedro Teixeira assinala que os

resultados apurados nas pesquisas

ajudam a companhia a tomar decisões

e a corrigir eventuais deficiências nos

serviços.

A iniciativa da empresa de disponibilizar o

sinal de internet a bordo de seus ônibus tem

recebido o aplauso unânime dos passageiros.

Div

ulga

ção

20 REVISTA ABRATI, DEZEMBRO 2012

Do ponto de vista tributário, a atual legislação

do ICMS privilegia os passageiros de avião e

discrimina os passageiros de ônibus.

mpostoI

ICMS nas passagens: injustiça tributáriaO passageiro de ônibus vive uma situação tributária esdrúxula: é penalizado com a cobrança de ICMS,

que em alguns estados chega a 24% do preço da passagem, enquanto o passageiro de avião está

isento desse tributo. Ou seja: paga mais quem tem menor poder aquisitivo.

U ma injustificável diferença de

tratamento tributário que coloca

de um lado os passageiros de avião

e do outro os passageiros de ônibus

começou a ser praticada em 1997,

quando o Procurador Geral da Repú-

blica ajuizou ação na qual pediu ao

Supremo Tribunal Federal que decla-

rasse inconstitucional a cobrança de

ICMS nas viagens aéreas. Note-se o

detalhe: só nas viagens de avião.

O pedido foi apoiado em longos

pareceres que demonstraram perfei-

tamente a tese de que a incidência

do ICMS sobre a venda de passagens

interestaduais é inconstitucional.

Logo, o tributo não pode ser cobrado

– nas passagens aéreas, sustentava

na época o Ministério Público.

“Por que foi isentado apenas um

segmento da sociedade – os passagei-

ros de avião – e excluída a maioria – os

passageiros de ônibus interestaduais,

que na condição de passageiros são

titulares dos mesmos direitos?” – inda-

ga o advogado e especialista na área

de transporte Jocimar Moreira.

O presidente da ABRATI, Renan

Chieppe, em artigo publicado no jor-

nal O Globo, também demonstra sua

perplexidade:

“Afinal, o que está em questão: a

venda do serviço público de transpor-

Sílv

io A

uríc

hio/

Olh

o de

Vid

ro

22 REVISTA ABRATI, DEZEMBRO 2012

sagens de transporte aéreo sem, ao

mesmo tempo, isentar-se passagens

de transporte rodoviário. Ou, em suma,

de tornar incoerente a tributação

incidente sobre serviços de natureza

idêntica (de transporte de passagei-

ros) e que podem concorrer entre si,

em função pura e simplesmente de

serem realizadas por meio de veículos

distintos (avião em um caso e ônibus

no outro)”, afirma o advogado Marcos

Augusto Perez, doutor em Direito do Es-

tado pela Universidade de São Paulo e

sócio do escritório Manesco, Ramires,

Perez, Azevedo Marques. Para ele, ao

julgar a ADI 1.600-8/DF, o Supremo

“premiou interesses de determinados

agentes de um setor da economia em

detrimento de outros agentes do mes-

mo setor. Criou mais um ‘puxadinho’

em nossa gigantesca favela tributária.”

INJUSTIÇA

Diante da situação, a ABRATI, em

nome de suas associadas, requereu

e a CNT (Confederação Nacional do

Transporte) impetrou em 2002 ação na

qual pediu ao STF a correção da injus-

tiça, com a extensão, aos passageiros

de ônibus, da mesma isenção que o

Tribunal assegurara aos passageiros

de avião, dada a inquestionável iden-

tidade de direitos dos cidadãos que

viajam de avião ou de ônibus.

O presidente da ABRATI, Renan

Chieppe, lembra que, na ocasião, pa-

recia certo o imediato acolhimento do

pedido. Até hoje, porém, o processo

se arrasta sem que tenha havido uma

decisão final. De forma inexplicável,

o Ministério Público – a mesma ins-

tituição que patrocinara o pedido de

isenção em favor dos passageiros de

avião – propôs a rejeição do pedido da

CNT. E fez isso esgrimindo argumen-

tos contrários às próprias razões que

antes defendera.

DISCRIMINAÇÃO

Em fevereiro de 2006, quatro anos

depois de o pedido ter sido protoco-

% ICMS

17

17

24

12

Custo da passagem • ônibus convencional com sanitário

1 - Na tarifa com ICMS soma-se a taxa de embarque (e mais o pedágio, se houver).2 - O ICMS cobrado é sempre o da origem do serviço. No exemplo “São Paulo–Florianópolis”, o ICMS cobrado é o da “origem”, ou seja, de São Paulo, que é de 17%.

LINHA

São Paulo - Florianópolis

Brasília - Goiânia

Porto Alegre - São Paulo

Brasília - São Paulo

SEM ICMS (R$)

93,65

26,00

150,92

127,51

COM ICMS (R$)

109,57

29,12

187,14

142,81

Renan Chieppe: perplexidade.

te interestadual ou o tipo de veículo

usado para prestar o serviço? Parece

evidente que é a venda do serviço.

No entanto, de 1997 a 2001 a ação

tramitou sem ninguém questionar seu

caráter discriminatório, que só por isso

já contraria o art. 5º da Carta Magna”.

Chamado a opinar, o advogado

Darci Norte Rebelo, do Grupo Jurídico

da NTU e da ABRATI, atribui uma di-

mensão maior ao assunto:

“Vejo a questão do ICMS como

uma parte do grave problema da deso-

neração tributária do transporte cole-

tivo de passageiros no Brasil. O ICMS

é apenas uma parte desse problema.

A questão mais geral está, repito, na

desoneração como política de transpor-

te no sentido da modicidade tarifária,

ou seja, como política de transporte

voltada para o usuário.”

Em 2001, com alguns votos con-

trários, mas com maioria a favor, o

Supremo acolheu o pedido do Minis-

tério Público e declarou a inconsti-

tucionalidade da cobrança do ICMS

para o transporte aéreo. Mas só para

o transporte aéreo!

“Não é necessário examinar o méri-

to da decisão de nossa Corte Suprema

para notar o absurdo de isentar-se pas-

Júlio

Fer

nand

es

REVISTA ABRATI, DEZEMBRO 2012 23

mpostoI

A advogada Fernanda Depari Estelles.

Jocimar Moreira: mais iguais e menos iguais.

Darci Norte Rebelo: a questão é mais ampla.

lizado no STF pela CNT, o Ministro

Nelson Jobim, relator do acórdão que

concedera a isenção do ICMS para o

transporte aéreo, finalmente votou a

favor de estendê-la para os passagei-

ros de ônibus. Em seguida, o Ministro

Sepúlveda Pertence, hoje aposentado,

acompanhou o voto de Jobim e tam-

bém votou a favor. Na mesma sessão,

porém, o Ministro Gilmar Mendes pediu

vista do processo.

Dois anos se passaram até que,

em 1º de outubro de 2008, Gilmar

Mendes acompanhou os votos de

Nelson Jobim e Pertence, aprovando

a isenção para os passageiros de

ônibus. Parecia que a justiça ia ser

feita. Surpreendentemente, porém,

na mesma sessão, o Ministro Marco

Aurélio votou contra, consagrando a

discriminação entre passageiros de

avião e de ônibus.

O advogado Darci Norte Rebelo

também enxerga forte distorção no tra-

tamento dado ao assunto pelo poder

público. Estranha que o Estado dele-

gue a execução do serviço público à

iniciativa privada e, ao mesmo tempo,

faça recair sobre ele uma onerosa car-

ga fiscal. E pergunta: “Qual é o sentido

de o Estado tributar-se a si mesmo?”

O fato é que, naquele mesmo

dia 1º de outubro de 2008, quando

Marco Aurélio negou a isonomia entre

passageiros aéreos e terrestres, o

Ministro Joaquim Barbosa pediu vista

do processo. Quatro anos se passaram

sem que Sua Excelência tivesse tido

tempo para decidir-se sobre o tema.

O Ministro Nelson Jobim apo-

sentou-se. A Ministra Carmen Lúcia

assumiu a relatoria do processo e,

assim como os passageiros de ônibus,

ainda aguarda que o Ministro Joaquim

Barbosa vote para que ela possa dar

andamento ao processo. Que já se

arrasta por uma década.

“Está nas mãos do Supremo Tribu-

nal Federal decidir sobre esse tema,

como já o fez com relação ao trans-

porte aéreo. Os transportes terrestres,

porém, parece que não são prioridade

na pauta judicial, pois ação idêntica à

do transporte aéreo encontra-se para-

lisada há bastante tempo”, lamenta

Darci Norte Rebelo.

Para o advogado Marcos Augusto

Perez, “o mais correto seria deixar de

tributar as duas operações (aérea e

rodoviária), por tratar-se ambas de ser-

viço público de transporte, serviços es-

senciais ao bem estar da população.”

Segundo os advogados Fernanda

Depari Estelles e Ricardo Estelles, da

Estelles Advogados Associados, de

São Paulo, ainda que a Ação Direta

de Inconstitucionalidade nº 1.600

não tenha tido como foco principal a

prestação de serviço de transporte

terrestre intermunicipal, interestadual

e internacional de passageiros, o

entendimento a que chegou a maio-

ria dos Ministros do STF em relação

ao assunto “afeta diretamente essa

atividade e dá margem para que, num

futuro próximo, a incidência do ICMS

sobre esta prestação também venha a

ser declarada como inconstitucional”.

Para Fernanda Depari Estelles e

Ricardo Estelles, “o voto do Ministro

Nelson Jobim, que foi acolhido pela

ampla maioria do STF, tem aplicação

direta também para a prestação de

serviços de transporte terrestre inter-

municipal, interestadual e internacio-

nal de passageiros, como ele próprio

afirmou na ocasião:

“Observo que essa conclusão se

aplica não só ao transporte aéreo

de passageiros, como também ao

transporte terrestre de passageiros.

O problema é o mesmo.”

Por sua vez, o advogado Jocimar

Moreira vê na manutenção desse

impasse um tratamento desigual ao

passageiro do ônibus:

“A Constituição diz que todos são

iguais perante a Lei. Pelo visto, nesse

caso, alguns são mais iguais que os

outros. Passageiro de avião é mais

igual e por isso não paga ICMS. Já o

de ônibus é menos igual, logo paga.”

Foto

s: D

ivul

gaçã

o

24 REVISTA ABRATI, DEZEMBRO 2012

ançamentoL

Luxo e tecnologia no novo Irizar i6Com a produção do novo ônibus em sua fábrica, em Botucatu, a encarroçadora amplia sua linha de

rodoviários de luxo e traz para o mercado brasileiro um veículo de características diferenciadas com

potencial até para gerar demandas mais específicas pelos frotistas.

De acordo com João Paulo da

Cunha Ranalli, gerente-geral de

vendas da encarroçadora, o Irizar i6

se coloca entre o modelo pioneiro Iri-

zar Century e o top de linha Irizar PB.

Ranalli prevê que o novo ônibus virá

inserir-se no mesmo mercado do Pa-

radiso G7, da Marcopolo, disputando

operadores do segmento de transporte

de passageiros nas linhas regulares

e no segmento de fretamento que

requeiram um ônibus mais confortável.

Aproximadamente 2 milhões de

euros foram investidos no desenvolvi-

mento do projeto, ao longo dos últimos

dois anos.

Uma das inovações introduzidas

no novo carro é o painel do motorista,

onde uma tela touchscreen possibilita

o controle de diversos sistemas do

veículo.

Do lado de fora, os retrovisores

têm duas lâminas de espelho. Os con-

juntos ópticos (na frente e na traseira)

dispõem de iluminação em led e de

dispositivo de luz diurna.

Dentro, no teto e no corredor

também há iluminação em led. O

espaço interno comporta diversas

configurações. São oferecidos itens de

conforto como Wi-Fi, conexão para iPod

e similares, monitores no encosto das

poltronas, sistemas de navegação de

vigilância, som individual, purificador

de ar e moderno sistema de acesso

para portadores de deficiência física.

Um dos novos i6 fornecidos pela Irizar à Empresa Reunidas Paulista. O ônibus está disponível nas configurações de 12 m, 13,20 m e 14 m.D

ivul

gaçã

o

26 REVISTA ABRATI, DEZEMBRO 2012

ompetiçãoC

Vinicius de Moraes é o melhor motorista

Gaúcho de 35 anos vence outros 23

finalistas e leva o título de Melhor

Motorista de Caminhão do Brasil,

na versão 2012 da competição

promovida pela Scania para

valorizar os caminhoneiros

e estimular a condução

segura e responsável.

A quarta edição da competição – que a Scania realiza

no Brasil desde 2004 – teve 47.000 motoristas

inscritos. Elevado número de transportadoras incentivou

seus profissionais a participar. Avaliando as habilidades

dos condutores, a montadora procura despertar neles a

consciência de que ao dirigir é possível aliar eficiência

e redução das emissões de poluentes. “O recorde de

inscritos e a participação intensa das grandes trans-

portadoras mostra que atingimos um novo patamar em

2012”, afirmou Roberto Leoncini, diretor-geral da Scania.

“Procuramos formar mais 47.000 embaixadores da

segurança nas estradas.”

“Desde 2010 eu sonhava com o momento em

que estaria na final da competição e sairia vencedor”,

disse Vinicius de Moraes, que dirige caminhão há 14

anos e trabalha como agregado na Expresso Hércules,

de Getúlio Vargas (RS) no transporte de autopeças e

alimentos industrializados. “Estou muito feliz em ser o

primeiro numa competição que reuniu os melhores do

Brasil” – ressaltou o campeão. – São 14 anos dirigindo

caminhão e essa vivência me ajudou a ultrapassar situa-

ções complicadas que vivi durante as provas.”

Segundo o coordenador Rodrigo Machado, com a

competição a Scania busca contribuir para conscientizar

o setor de transportes sobre a importância do treina-

mento para atingir resultados, seja a segurança nas

estradas, seja a rentabilidade nos negócios. Estima-se

que um motorista treinado pode gerar economia de

combustível de até 10%, o que também tem reflexo na

sustentabilidade.

O segundo colocado deste ano foi o paranaense Fa-

biano da Silva; o carioca Jorge de Araújo ficou em terceiro

lugar. O vencedor recebeu um pacote de prêmios no valor

de R$ 30.000,00 em aparelhos eletrônicos, móveis e

eletrodomésticos, além de R$ 6.000,00 em dinheiro e

uma viagem com acompanhante para a Suécia, onde irá

conhecer a matriz da Scania.

Foto

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ivul

gaçã

o

28 REVISTA ABRATI, DEZEMBRO 2012

arcopoloM

A história contada por quem a fez

Rep

rodu

ção

30 REVISTA ABRATI, DEZEMBRO 2012

O presidente emérito da encarroçadora Marcopolo, Mauro Bellini,

junta-se a mais de meia centena de colaboradores, amigos e

empresários para contar em livro como uma pequena empresa

fundada em 1949 transformou-se, em pouco mais de seis

décadas, em uma das maiores fabricantes de ônibus do mundo.

Lançado na primeira quinzena de

dezembro em Caxias do Sul e em

São Paulo, o livro Marcopolo, sua via-

gem começa aqui contém memórias

e relatos reveladores de uma cultura

empresarial peculiar, que Paulo Bellini

considera a mola propulsora do su-

cesso empresarial da encarroçadora.

Segundo ele, foi mantendo o foco na

perpetuação e disseminação dessa

cultura, no reconhecimento das pes-

soas e no que esse reconhecimento

representou e representa, que a com-

panhia pôde se reinventar sempre,

se internacionalizar com segurança e

crescer continuamente.

Ainda segundo Bellini, o livro foi

escrito como uma forma de home-

nagear a todos os que construíram

e conti nuam ajudando a construir a

Marcopolo. Para contar a história da

empresa, de sua gente, de seus desa-

fios e dos momentos mais importantes

que ela viveu até hoje, foram paciente-

mente alinhavados, nos últimos dois

anos, testemunhos, opiniões, relatos,

declarações, memórias e até simples

frases recolhidas junto a todo um uni-

verso de pessoas que, com maior ou

menor intensidade, por pouco ou por

muito tempo, em algum momento se

relacionaram com a Marcopolo.

Ao longo do texto, coletado, or-

ganizado e burilado pela jornalista

gaúcha Suzana Naiditch, a palavra do

fundador aparece com frequência, mas

sem nunca alongar-se em demasia, na

forma de curtas observações que ele

humildemente chama de “pitacos”.

Foi requisitada ainda a colaboração da

psicóloga Marilda Vendrame, especiali-

zada em gestão de recursos humanos

e gestão avançada de negócios.

HISTÓRIAS CONTAM A HISTÓRIA

“Há muitas formas de contar uma

história – explica Paulo Bellini na apre-

sentação da obra. – Quando decidi

reviver aquelas que ajudam a explicar

o que faz a Marcopolo, percebi que

não estaria honrando essa herança se

mostrasse apenas o meu ponto de vis-

ta. Seria até contraditório eleger-me o

dono da história que, sabidamente, só

aconteceu porque parceiros essenciais

se engajaram no projeto, trabalhando

com dedicação e espontaneidade.

Portanto, esta não é uma biografia.”

A ideia inicial era produzir um

material para o público interno da

Marcopolo, que mostrasse como se fez

a companhia e ajudasse a reforçar o

modelo de gestão estruturado a partir

dos anos 1980, após uma viagem de

Paulo Bellini e de vários executivos da

encarroçadora ao Japão. Mas depois

foram sendo agregados outros temas.

A psicóloga e consultora Marilda

Vendrame assumiu a coordenação do

projeto, que ganhou novas dimensões.

Sondada, a editora Campus/Elsevier

encampou a ideia por entender que

havia conteúdo relevante, interessante

e enriquecedor para outros públicos.

E assim, em suas quase 300 pá-

ginas, Marcopolo, sua viagem começa

aqui reforça a visão e os valores do

fundador da companhia acerca da

importância do trabalho em equipe,

do comprometimento, da motivação

e dos valores éticos. O próprio Paulo

Bellini deixou isso muito claro: depois

de reler o conteúdo do livro já pronto

para impressão e se perguntar ainda

uma vez qual foi o momento mais

importante, decisivo, para sedimentar

a cultura da Marcopolo, escreveu um

rápido adendo:

“Não tenho dúvidas de que o ápice

dessa história se deu no momento em

que quebramos os mais arraigados

paradigmas. Os funcionários passaram

a se sentir à vontade, a relacionar-se

de forma descontraída e a agir com

mais autonomia. A partir daí, criou-se

o ambiente estimulante, fator funda-

mental que vem garantindo o nosso

excepcional crescimento e expansão.”

Até mesmo a capa do livro Marcopolo, sua viagem começa aqui, que mostra o

fundador da empresa sentado num piso

luzidio junto a uma das linhas de produção

da fábrica Ana Rech, tem uma história

interessante para explicá-la. Em 1994,

Bellini foi entrevistado em Caxias do Sul

pelo jornalista Joel Milmann, da conhecida

revista Forbes, norte-americana. A certa

altura, o visitante perguntou

ao empresário brasileiro: “É verdade

que sua fábrica é tão limpa quanto um

hospital?” E de batepronto Paulo Bellini

respondeu: “Depende do hospital.”

Rep

rodu

ção

REVISTA ABRATI, DEZEMBRO 2012 31

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BRATIA

Última reunião avalia perspectivas para 2013Na sede da Associação, em Brasília, a diretoria e expressivo número de associados

realizam a última reunião de 2012, reexaminam os grandes temas que afetaram o setor ao

longo do ano e começam a preparar a agenda de discussões para 2013.

Com um balanço dos principais assun-

tos que afetaram o setor de transporte

rodoviário de passageiros ao longo de 2012

e uma detalhada avaliação política e jurídi-

ca dos desafios que se apresentam para as

empresas operadoras em 2013, diretoria e

associados realizaram no dia 4 de dezem-

bro, pela manhã, na sede da ABRATI, a úl-

tima reunião ordinária do ano. O presidente

Renan Chieppe relatou aos participantes

as gestões e contatos feitos pela diretoria

junto aos poderes Executivo e Legislativo

para encaminhamento das principais ques-

tões e pendências do setor e mencionou

alguns dos próximos passos que deverão

ser dados com o objetivo de buscar even-

tuais soluções.

Na segunda parte da reunião, diretores

e associados acolheram os empresá-

rios Paulo Bellini, presidente emérito da

encarroçadora Marcopolo, e seu diretor

estatutário, Valter Gomes Pinto. Eles vie-

ram em visita de cortesia e para divulgar o

livro Marcopolo, sua viagem começa aqui

, escrito por Bellini em cooperação com

uma centena de colaboradores e amigos

da companhia, e que na semana seguinte

seria lançado nacionalmente em São Pau-

lo. O livro (veja detalhes na página....) narra

a trajetória da Marcopolo da fundação, em

1949, aos dias de hoje.

Na reunião, a diretoria e os associados repassaram os principais temas que estiveram

em pauta ao longo do ano e analisaram as perspectivas para 2013.

Em seguida, a convite do presidente Renan Chieppe, o presidente emérito da Marcopolo,

Paulo Bellini, e o diretor estatutário Valter Gomes Pinto participaram do encontro.

Foto

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ndes

32 REVISTA ABRATI, DEZEMBRO 2012

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No auditório da ABRATI, o presidente Renan Chieppe, ladeado por Valter Gomes Pinto e Paulo

Bellini, exibe o seu exemplar autografado do livro.

Paulo Humberto Gonçalves, Dimas José da Silva, Jocemário Dartora, Joel

Fernandes, Marcelo Antunes, Paulo Bellini, Heinz Kumm Júnior, André

Oliveira e Selvino Caramori Filho.

Amigos e parceiros de muitos anos reencontram-se na sede da

ABRATI: da esquerda para a direita, Paulo Bellini, os empresários

José Augusto Pinheiro e Dimas José da Silva, e Valter Gomes Pinto.

Darci Norte Rebello, Paulo Bellini, Selvino Caramori Filho, Valter

Gomes Pinto e Darci Norte Rebello Filho.

André Oliveira, Heinz Kumm Júnior, Renan Chieppe, José

Rubens de la Rosa, Marcelo Antunes, Paulo Corso e

Jocemário Dartora.

Paulo Bellini apresentou o livro Marcopolo, sua viagem começa aqui, lançado em

dezembro pela encarroçadora.

REVISTA ABRATI, DEZEMBRO 2012 33

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gradecimentoA

ABRATI homenageia três parceiros do setor

A festa anual de confraternização do setor de

transporte rodoviário de passageiros de 2012 teve,

entre tantos pontos altos, um muito especial,

quando as empresas associadas e a diretoria da

ABRATI prestaram significativa homenagem a dois

senadores da República e a um alto executivo do

segmento da produção de carroçarias de ônibus. O

presidente Renan Chieppe chamou-os de amigos da

diretoria e aliados incondicionais das operadoras.

Em nome das empresas associa-

das, a diretoria da ABRATI prestou,

na noite do dia 4 de dezembro, por

ocasião do coquetel e jantar de confra-

ternização, uma tocante homenagem

aos senadores Clésio Andrade e Acir

Gurgacz, assim como ao presidente

da Fabus, José Antônio Fernandes

Martins. Os três estão entre os mais

atuantes defensores do transporte

rodoviário de passageiros, destacando-

-se pela contribuição permanente que

prestam à diretoria da ABRATI, às

empresas operadoras e ao sistema

de modo geral. A cada um deles foi

entregue uma placa de prata alusiva

ao seu trabalho e dedicação de tan-

tos anos, expressando desta forma o

reconhecimento do setor.

O senador por Minas Gerais Clésio

Andrade é presidente da Confederação

Nacional do Transporte, Administrador

O senador Clésio Andrade recebe de Renan Chieppe (à direita) a placa com a homenagem. À

esquerda, o senador Acir Gurgacz e o presidente da Fabus, José Antônio Fernandes Martins.

de Empresas e ativo líder classista que

há vários anos tem se destacado na

defesa intransigente dos interesses

dos setores de transporte de cargas

e de passageiros.

O paranaense Acir Gurgacz é sena-

dor e empresário com forte presença

no segmento transportador. Represen-

ta o Estado de Rondônia no Senado

Federal, onde se notabilizou por uma

Foto

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34 REVISTA ABRATI, DEZEMBRO 2012

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atuação francamengte propositiva

em relação às demandas do setor de

transporte rodoviário de passageiros.

Tendo assumido a cadeira senatorial

em 2007, está agora em seu segundo

mandato, que vai até 2015.

O terceiro homenageado, o pre-

sidente da Associação Nacional dos

Fabricantes de Ônibus (FABUS) e do

Sindicato Interestadual da Indústria de

Materiais e Equiipamentos Ferroviários

e Rodoviários (Simefre), José Antônio

Martins, é Engenheiro Mecânico.

Ingressou na Marcopolo em 1965

e atualmente é o vice-presidente de

relações institucionais da empresa.

João Gurgacz, Assis Gurgacz Neto, senador Acir Gurgacz e Assis

Marcos Gurgacz.

Da esquerda para a direita, o presidente Renan Chieppe, o senador

Acir Gurgacz, José Antônio Martins e o senador Clésio Andrade.

José Antônio Martins, presidente da Fabus, agradece em nome dos

demais homenageados e no seu próprio.

Valter Gomes Pinto e Paulo Bellini, da Marcopolo, compareceram ao Espaço Patrícia e

acompanharam a homenagem prestada aos três parceiros do setor.

José Antônio Martins, ao lado do senador Clésio Andrade (centro)

mostra a Renan Chieppe a placa em sua homenagem.

REVISTA ABRATI, DEZEMBRO 2012 35

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econhecimentoR

Premiadas as Boas Práticas de mais seis empresas

Da esquerda para a direita: Roger Mansur e Ângela Trindade (Pluma Conforto e Turismo), Virgílio Pasolini e Davidson Martins Ronceti (Viação

Águia Branca), Pedro Teixeira (Planalto Transportes), Paulo Porto Lima (Expresso Guanabara), Amaury Andrade (Grupo JCA), Tatiana Antunes

(Instituto JCA), Carlos Magalhães e Rodrigo Mont’Alverne (Expresso Guanabara).

36 REVISTA ABRATI, DEZEMBRO 2012

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Na noite de 4 de dezembro, por ocasião do encontro de confraternização promovido pela ABRATI

no Espaço Patrícia, em Brasília, o Prêmio ANTP/ABRATI de Boas Práticas no Transporte Rodoviário de

Passageiros, versão 2012, concluiu sua segunda edição premiando seis empresas e uma organização

ligada ao setor. A foto acima mostra os representantes das empresas vencedoras exibindo as placas

correspondentes à sua premiação.

Foto

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ndes

REVISTA ABRATI, DEZEMBRO 2012 37

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Foram premiadas as seguintes em-

presas: Viação Guanabara; Viação

Águia Branca; JCA Holding Transportes,

Logísticas e Mobilidade; Pluma Conforto e

Turismo; Viação Planalto; e Viação Garcia.

Recebeu também a premiação o Instituto

Jélson da Costa Antunes, ligado ao grupo

JCA Holding.

O Prêmio Boas Práticas no Transporte

Terrestre de Passageiros visa reconhecer

e premiar boas práticas desenvolvidas

por empresas operadoras de transporte

rodoviário de passageiros.

São incontáveis as ações desenvolvi-

das pelas empresas regulares associadas

à ABRATI, já que o segmento tem estado

econhecimentoR

Denise Cadete (ANTP), Valeska Pinto (ANTP) e integrantes

do júri que escolheu os melhores “cases”, José Luiz Paiva

Mota, Alexandre Resende e Noboru Ofugi.

Pedro Teixeira, presidente da

Planalto Transportes.

Davidson Martins Ronceti, da

Viação Águia Branca.

Virgílio Pasolini, da Viação Águia

Branca.

Marcelo Antunes, Tatiana Antunes e Amaury Andrade, do Grupo JCA.

Paulo Porto, Carlos Magalhães e Rodrigo Mont’Alverne, todos da

Expresso Guanabara.

sempre na vanguarda da prestação de

serviço de qualidade aos seus usuários.

“As empresas interestaduais utilizam

numerosas ferramentas que envolvem

os conceitos de qualidade, e de respon-

sabilidade social e ambiental. Com este

prêmio, a ABRATI objetiva dar visibilidade

a essas ações e às empresas que as

desenvolvem”, destaca Renan Chieppe,

presidente da ABRATI.

Este ano continuou aumentando o nú-

mero de empresas que enviaram trabalhos

para ser analisados nas três categorias

que estavam em questão: Adesão dos

Colaboradores, Atendimento ao Cliente e

Responsabilidade Sócioambiental.

Foto

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38 REVISTA ABRATI, DEZEMBRO 2012

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Todas as empresas que inscreveram trabalhos receberam certificados de participação na segunda edição do Prêmio Boas Práticas.

Ângela Trindade e Roger Mansur, da Pluma Conforto e Turismo,

e senador Acir Gurgacz.

Christina Vilella exibe a Menção Honrosa conferida à Viação

Garcia, ladeada por Valeska Pinto (ANTP), Denise Cadete (ANTP),

José Luiz Paiva Mota (membro do júri), Alexandre Resende

(ANTP) e Noboru Ofugi (membro do júri).

CATEGORIA ADESÃO DOS COLABORADORES

1º LUGARPrograma Prata da Casa – Fortalecimento do grupo com foco no desenvolvimento das pessoas – JCA Holding Transportes, Logísticas e Mobilidade Ltda.

2º LUGARPrograma Mentes de Brilham – Viação Águia Branca S.A.

3º LUGARQualificação, Saúde, Lazer e Integação no Ambiente Corporativo – Buscando a satisfação dos colaboradores – Expresso Guanabara S.A.

CATEGORIA ATENDIMENTO AO CLIENTE

1º LUGARConectando Pessoas e Destinos: Boas práticas da Planalto Transportes no atendimento ao cliente – Planalto Transportes Ltda.

2º LUGARSatisfação do cliente em todos os sentidos – Expresso Guanabara S.A.

3º LUGARQualidade com segurança e satisfação do cliente – Pluma Conforto e Turismo S.A.

CATEGORIA RESPONSABILIDADE SÓCIOAMBIENTAL

1º LUGARVivência profissional: A qualificação do jovem em parceria com o setor de transporte – Instituto Jelson da Costa Antunes – IJCA

2º LUGARPreservar é reduzir, reutilizar e reciclar – Viação Águia Branca S.A.

3º LUGARProjetos Sociais Guanabara: Caminhos musicais, Esporte cidadão, Ecobus – Expresso Guanabara S.A.

MENÇÃO HONROSA

Viação Garcia Ltda.

REVISTA ABRATI, DEZEMBRO 2012 39

Patrocínio

Copatrocínio

ventoE

Setor rodoviário de passageiros comparece em peso à festa anual de confraternização

Na noite de terça-feira, 4 de dezembro, a ABRATI reuniu em animado evento de confraternização

no Espaço Patrícia, em Brasília, mais de 400 convidados entre associados, empresários, membros

da diretoria, autoridades do Executivo, Legislativo e Judiciário, executivos da indústria de chassis e

carroçarias de ônibus. O evento marcou o encerramento formal das atividades da Associação em 2012.

Senador Acyr Gurgacz,

Renan Chieppe e Senador

Clésio Andrade.

Da esquerda para a direita:

Marcos Morandin, Valdecir Castro,

Marcos Aurélio Mourão,

Eden Affonso, Marcelo Aragão,

Sidnei Braga e Maurício Ferreira,

todos da Ipiranga,

copatrocinadora do evento.

Aguinaldo Mariano e Walter Anversa Barbosa, ambos

da Mercedes-Benz do Brasil, patrocinadora do evento.

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40 REVISTA ABRATI, DEZEMBRO 2012

Patrocínio

Copatrocínio

José Rubens de la Rosa, Mauro Bellini, Luciano Bado e Paulo Bellini.

Paulo Gilberto Corso, Roger Mansur e Valter Gomes Pinto.

Deputado Mauro Lopes, Otávio Cunha e o ex-governador de Minas

Gerais, Deputado Newton Cardoso.

Miguel Masella e Sra., Cesar Dias e Sra.

Dimas José

da Silva e

Paulo Porto Lima.

Ronaldo Fontolan, Edson Tomiello e Roberto Ferreira, da FABUS, co-

patrocinadora da festa.

REVISTA ABRATI, DEZEMBRO 2012 41

Patrocínio

Copatrocínio

ventoE

Newton Gibson, Marcelo Perrupato e Bernardino Rios Pim.

João Luiz Mazon, Gerson Oger e Cláudio Nelson Abreu. Washington Coura, Rejane Sena Lubreriaga e José Geraldo Ferreira.

Selvino Caramori Filho, Valter Gomes Pinto, Sandoval Caramori, Paulo Bellini e

Gilberto Crivellaro.

Paulo Porto Lima, Jorge Luiz Macedo Bastos e

Carlos Augusto Faria Féres.

Wanderlei Perez, Reinaldo Conti e João Paulo da Cunha Ranalli.

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42 REVISTA ABRATI, DEZEMBRO 2012

Patrocínio

Copatrocínio

Marcos Bicalho e José Luiz Paiva Mota. Altair Moreira e Cláudio Flor. José Luiz Santolin e Jocimar Moreira.

Suzana Naiditch, Marilda Vendrame, José Carlos Secco e

Méri Steiner. Marcos Morandin, Pedro Teixeira e Eden Affonso.

Joel Fernandes, Letícia e Fábio Kitagawa.

José Luiz Santolin, Ataíde de Almeida, Paulo Martinez,

Renan Chieppe e Pedro Farias.

REVISTA ABRATI, DEZEMBRO 2012 43

mpresaE

Os 60 anos bem vividos da Viação Progresso

Um dos novos ônibus, com mecânica Scania e carroçaria

Campione, da Comil, incorporados à frota da Progresso na

passagem dos seus 60 anos de fundação.

46 REVISTA ABRATI, DEZEMBRO 2012

O sonho dos tempos pioneiros tornou-se realidade e a Viação

Progresso, de Três Rios-RJ, comemorou 60 anos em novembro.

Essencialmente familiar, a empresa está em sua terceira geração.

A Progresso é uma empresa de

gestão familiar, liderada pelos

diretores Marco Aurélio Soares e André

Soares. Na visão de Marco Aurélio, ao

longo dos seus 60 anos de existência

a Viação já passou por três fases. De

1952 a 1987, os fundadores estavam

à frente da organização. Entre 1988

e 2005, os filhos dos fundadores já

atuavam, porém sob a supervisão e

direcionamento dos pais. Até que, em

2006, a empresa passou por uma am-

pla reestruturação e iniciou sua tercei-

ra fase. “Nessa etapa, os fundadores

passaram a fazer parte do Conselho

de Família e os filhos assumiram o

controle da empresa”, acrescenta o

diretor André Soares. Segundo ambos

os diretores, atualmente a empresa

vive um processo de transição.

“Não sabemos quanto tempo essa

terceira fase vai durar, mas sabemos

que a próxima terá de contar com no-

vos executivos para gerir a empresa;

executivos que provavelmente não

serão membros da família” – explica

Marco Aurélio.

É dentro desse cenário que a atual

geração de gestores da Progresso

atua. Marco Aurélio destaca que a

gestão de qualquer negócio, hoje, é

feita tendo como base Processos e

Pessoas. Ele alerta para um dos pro-

cessos mais importantes, que é o de

recrutamento e seleção:

“É fundamental que as pessoas

estejam sendo direcionadas para os

cargos alinhados com o seu perfil fun-

cional. Para atender a isto, utilizamos

ferramentas que nos permitem conhe-

cer melhor o perfil de cada candidato

e alocá-lo de acordo com as suas

competências.”

O diretor acredita que em uma

empresa com 60 anos, que busca

sempre manter seus valores, o desafio

da gestão é cada vez maior. No mínimo

Div

ulga

ção

REVISTA ABRATI, DEZEMBRO 2012 47

porque a Progresso tem funcionários

com 40, 30, 20 anos de casa e precisa

treiná-los, suprindo deficiências e ofe-

recendo novas oportunidades para que

possam acompanhar as mudanças e

as novidades do mercado,

Essa preocupação faz parte do dia

a dia da empresa. Seguindo o planeja-

mento anual elaborado pelo Núcleo de

Gestão de Pessoas, todos os setores

passam regularmente por cursos e trei-

namentos ao longo do ano. Os cursos

atendem a demandas identificadas

pelos gestores; demandas estraté-

gicas; cursos de desenvolvimento e

aperfeiçoamento de habilidades, além

dos treinamentos de capacitação para

cada função exercida na empresa,

destinados a todos os admitidos antes

de iniciarem suas atividades.

André Soares explica que a empre-

sa trabalha na ideia de estabelecer um

plano de desenvolvimento individual

para cada colaborador.

“Estamos testando um método que

identifica as competências de cada

cargo e nos direciona sobre qual o

conhecimento, as habilidades e as ati-

tudes necessárias para cada função.

Desta forma, buscamos a excelência

em gestão.”

CERTIFICAÇÃO

Os cuidados se encaixam no con-

ceito de Processos e Pessoas e, em

última análise, têm a ver com o que

os executivos da empresa chamam

de conceito de Qualidade na Viação

Progresso. Um conceito que é definido

como sendo a soma dos valores cons-

truídos ao longo das seis décadas de

atuação e que representam os valores

percebidos pelo cliente, especialmente

no que se refere a Pessoas e Seguran-

ça. No cotidiano da Viação, são vários

os aspectos nos quais a Qualidade

está sempre em primeiro lugar. Representantes da Ipiranga e diretores da Progresso na festa dos 60 anos.

Os diretores André Soares e Marco Aurélio Soares recebem de Antônio Bruzzi uma placa com

a homenagem da Scania.

Foram homenageados o Dr. Wilson Tavares (advogado), a Dra. Christina Vilella (procuradora)

e José Carlos Fonseca (Contador), aqui acompanhados pelos fundadores e diretores.

mpresaE

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48 REVISTA ABRATI, DEZEMBRO 2012

A Progresso se orgulha de ser

uma empresa certificada com a ISO

9001:2008. Portanto, uma empresa

atestada como de melhor organização,

produtividade e credibilidade. Esses

são elementos facilmente identificá-

veis pelos clientes, e que possibilitam

à transportadora aumentar sua partici-

pação no mercado nacional.

A certificação é considerada pela

empresa um reconhecimento de mui-

tos esforços realizados, desde a sua

fundação até os dias atuais, por uma

equipe permanentemente comprome-

tida em atender às necessidades de

seus clientes.

Manter essa importante certifica-

ção não é tarefa fácil. Para isso, a

empresa passa por auditorias perió-

dicas, internas e externas, nas quais

são sinalizadas as eventuais não

conformidades com a norma, de modo

que a equipe possa ser direcionada

para trabalhar aqueles aspectos que

necessitam de melhorias. Tal processo

é fundamental para que a Qualidade de

fato seja praticada na empresa. Trans-

porte seguro, pontualidade, limpeza e

A festa dos 60 anos da empresa reuniu as três gerações da família Soares.

regularidade estão entre os requisitos

do cliente que devem ser cumpridos

para a conquista da certificação.

Na opinião de Eliana Magioli, re-

presentante da Diretoria e assistente

da qualidade, cumprir a política da

Qualidade é acreditar que a equipe

pode ser melhor a cada dia:

“Por meio da capacitação contínua

das pessoas, da utilização da tecnolo-

gia e da disseminação da qualidade,

nos tornamos partes integrantes dessa

política”, resume.

De nada adiantaria tanto esforço

da empresa se o cliente não perce-

besse essa qualidade. Para saber se

o que vem sendo desenvolvido está

correspondendo às expectativas dos

clientes, a Progresso faz anualmente

uma pesquisa de satisfação. A última,

realizada em 2011, ouviu 392 clientes

e obteve um índice geral de aprovação

de 83%. Nos quesitos Transporte e

Segurança, e Apresentação dos Fun-

cionários, os índices foram de 93,6% e

96,9% de aprovação, respectivamente.

Além da pesquisa de satisfação,

a Progresso mantém uma Central de

Relacionamento com o Cliente, que,

em casos de dúvidas, reclamações e

sugestões, pode ser contatada pelo

número 0800 886 1000.

Segundo o gerente comercial da

companhia, Anderson Gomes de Pá-

dua, os índices de reclamações são

baixos e a resposta ao cliente é dada

em até quatro dias, em média. A meta

é reduzir esse tempo para três dias.

MAIS TECNOLOGIA

Entre os muitos aspectos relacio-

nados à segurança cuidados pela em-

presa, inclui-se um moderno sistema

embarcado de gravação de imagens.

Ele capta as imagens durante as via-

gens dos ônibus e permite monitorar

toda a frota.

O objetivo do monitoramento é con-

trolar o funcionamento dos ônibus no

que diz respeito à velocidade, uso do

motor, desempenho nas curvas, entre

outros. Na Central de Monitoramento,

localizada na matriz da empresa, as

operações nos ônibus são acompanha-

das por uma equipe de monitores. A

partir dos dados coletados, os motoris-

REVISTA ABRATI, DEZEMBRO 2012 49

Uma das primeiras jardineiras daProgresso.

tas são pontuados e classificados em

um ranking, para efeito de premiação

aos mais bem colocados.

A Viação Progresso também utiliza

um software de gestão integrada es-

pecial para empresas dos setores de

transporte. Sua principal vantagem é

ser um sistema integrado e completo,

que possibilita aplicações para todas

as áreas. Além dos processos admi-

mpresaE

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gaçã

o nistrativos e financeiros, o software

contempla todos os processos ope-

racionais.

O programa traz mais confiança

às ações, possibilita a padronização

de procedimentos e maior produtivi-

dade, reduzindo o retrabalho. Também

disponibiliza todas as informações

necessárias da empresa para seus

gestores, fazendo com que a mesma

informação que chega a um gerente na

matriz chegue também aos gerentes

das filiais.

A utilização da tecnologia para apri-

morar os processos e atingir os objeti-

vos de qualidade e redução de custos

inclui, além do ERP e do sistema de

monitoramento da operação, sistema

de bilhetagem eletrônica e venda de

passagens por cartão de crédito ou

débito. O sistema de reserva e venda

de passagens – SRVP –, gerencia a

venda em pontos fixos a s compras

online no site da empresa.

MEIO AMBIENTE

A Viação Progresso mantém um

ritmo acelerado de adequação para

atender as normas ambientais, inclu-

síve com a implantação de estações

de tratamento e reuso da água oriunda

das lavagens dos carros. Além disso,

todos os carros da frota têm sua

emissão de fumaça preta medidos e

mantidos nos níveis aprovados pelo

INEA. As ações vão desde a redução

de emissão de gases poluentes por

meio da verificação de opacidade,

ao uso de padrões ambientalmente

aceitáveis, como reciclagem e a des-

tinação correta de resíduos. As ações

antes desenvolvidas de forma pontual

estão agoraz organizadas no Projeto

Progresso Mais Verde.

Os colaboradores foram alvo de homenagens e festejaram as seis décadas da empresa no segmento de transporte de passageiros.

50 REVISTA ABRATI, DEZEMBRO 2012

1954A Viação Progresso obtém a concessão do DER-RJ para operar a linha Vassouras-Barra do Piraí.

1959Os irmãos Soares passam a se dedicar integralmente à empresa de ônibus. A base operacional é instalada em Barra do Piraí, após a aquisição de algumas linhas urbanas e intermunicipais na cidade.

1960Os irmãos mais novos da família Soares, Paulo e José Carlos, passam a integrar a sociedade.

1961A Companhia adiquire seu primeiro ônibus Mercedes-Benz, um monobloco, para operar a linha Vassouras-Barra do Piraí.

1964A empresa tem significativa expansão, passando a operar as linhas Barra Mansa-Juiz de Fora, Barra Mansa-Três Rios e Barra do Piraí-Três Rios.

1966São inauguradas novas instalações em Barra do Piraí. Inicia-se a operação das linhas Três Rios-Nova Iguaçu e Três Rios-Valença.

1969A empresa dá um salto em sua organização administrativa, com a contratação de uma consultoria especializada.

1973Morre Francisco Soares da Costa Filho, patriarca da família Soares e idealizador da Viação Progresso.

1975São adquiridos 32 ônibus e várias linhas interestaduais e intermunicipais da Viação Salutaris. A base operacional é transferida para Três Rios.

1987Inicia-se a segunda fase de gestão da Viação Progresso. Os pais afastam-se da direção e os filhos são nomeados diretores.

2002Em 10 de novembro, a empresa completa 50 anos de história. Nove dias depois morre Hélio Soares, um dos acionistas e fundadores.

2005É iniciada a terceira fase da gestão da companhia, com a criação dos Conselhos de Família, de Administração e da Diretoria Executiva.

2008A empresa é auditada pela Bureau Veritas. A seguir, conquista a Certificação ISO 9001:2008. No mesmo ano, inicia o sistema de bilhetagem eletrônica.

2009Após quatro anos de experiência com a utilização de um sistema integrado de gestão empresarial (ERP), a empresa passa a utilizar o sistema Globus, em parceria com a BGM-Globotec.

2011Agora com a ABNT, a companhia conquista a recertificação pela norma ISO 9000.

2012 A Viação comemora 60 anos.

Os marcos mais importantes de uma longa trajetória

Em 1940, a família Soares – o

pai, Francisco Soares da Costa Filho,

a mãe, Dona Joanna e os oito filhos –

se estabelece em Vassouras, Estado

do Rio. Vinha da zona rural, onde se

dedicava à lavoura e à pecuária.

No ano seguinte, Francisco Soares

compra o prédio de uma padaria desa-

tivada e reabre o comércio.

Em 1952, o chefe da família adqui-

re a Viação Progresso, uma pequena

empresa de ônibus, e cria uma socie-

dade integrada por seus filhos Fran-

cisco, Arlindo, Hélio e Aladyr, iniciando

o empreendimento que nos 60 anos

seguintes se tornaria cada vez maior

e mais sólido. Abaixo, alguns marcos

importantes dessa trajetória:

Dando sequência ao seu programa

anual de renovação de frota, a Viação

Progresso adquiriu neste ano mais 16

carroçarias da Comil, que é uma das

principais fornecedoras e parceiras da

empresa. Os carros são dos modelos

Campione 3.45 (rodoviário), Svelto

(urbano) e Piá (micro-ônibus). São

utilizados no atendimento de linhas

interestaduais, intermunicipais e urba-

nas que a empresa administra no Rio

de Janeiro e em Minas Gerais.

Com mais essa compra, a frota da

empresa chegou a 110 carros, que

transportam mensalmente cerca 650

mil passageiros.

“Nós temos muito orgulho de

participar dos 60 anos da Viação Pro-

gresso. Trata-se de uma empresa que

cresceu e conseguiu se consolidar com

muita dedicação e trabalho, sempre

tendo como base a honestidade, o

respeito, a persistência e a qualidade

no atendimento ao cliente. Parabéns a

toda a empresa!”, disse Dario Ferreira,

diretor comercial da Comil.

16 ônibus Comil na renovação

Com a chegada de mais 16 novos ônibus

da Comil, a frota da Progresso passou a ter

uma frota de 110 carros.

REVISTA ABRATI, DEZEMBRO 2012 51

aúdeS

A segurança nas estradas e a Medicina do SonoAs empresas Viação Águia Branca e Viação Salutaris estão dando mais um importante passo no seu

esforço permanente para propagar a cultura da segurança nas rodovias brasileiras.

A Viação Águia Branca e a Viação

Salutaris acabam de criar o site

www.programamedicinadosono.com.

br , um canal onde se pode aprender

sobre os possíveis distúrbios do sono

e buscar dicas de como manter uma

boa noite de sono. No mesmo site são

dadas informações detalhadas sobre

o Programa Medicina do Sono, criado

há 12 anos pela Viação Águia Branca

para cuidar da qualidade de vida dos

seus motoristas.

No site, uma cartilha mostra os

cuidados que podem ser adotados

para se ter uma noite tranquila de

sono. Também se assiste a um vídeo

sobre o programa e a mais alguns ou-

tros com entrevistas do medico Sérgio

Barros, pneumologista, certificado

em Medicina do Sono, que implantou

o programa e o acompanha desde o

início. Ele explica que até hoje nunca

mais foi registrado na empresa qual-

quer acidente causado por sono ao

volante. No site são apresentadas

descrições sobre distúrbios do sono

e explicações sobre como é desenvol-

vido o Programa Medicina do Sono na

rotina da Águia Branca.

Sérgio Barros afirma que dirigir com

sono é tão perigoso quanto dirigir após

a ingestão de bebida alcoólica. Ele

explica que, mais que cuidar do sono,

o programa da Águia Branca cuida da

saúde do motorista, proporcionando-

-lhe uma vida saudável, de modo que

sempre durma bem.

O site é mantido pelas Viações

Águia Branca e Salutaris. Ao disse-

minar informações sobre o programa

e sobre higiene do sono, as duas

empresas pretendem que ele sirva de

exemplo para outras operadoras de

transporte rodoviário.

De acordo com as estatísticas da

Associação Brasileira do Sono – ABS

–, 20% dos acidentes de trânsito que

ocorrem no país são causados por

motoristas sonolentos.

“Cuidar da saúde é estar bem para

realizar as atividades que temos no

dia a dia, inclusive a função de moto-

rista que transporta vidas humanas”,

ressalta Cristina Pinheiro, gerente de

Segurança de Trânsito da Águia Branca

e da Salutaris.

As duas empresas integram a

Unidade Passageiros do Grupo Águia

Branca, com sede no Espírito Santo.

Estão no mercado há mais de 60 anos

e operam uma frota de 750 ônibus.

Transportam 11 milhões de passagei-

ros por ano em suas 315 linhas, que

interligam 700 localidades. São certi-

ficadas pela ISO 9000 desde 2008 e

em 2011 conquistaram a certificação

ISO 14001.

Além de toda a estrutura e rigorosa

seleção de seus motoristas, a Viação

Águia Branca e a Salutaris mantêm

programas de excelência para cuidar

do bem-estar dos seus 3.484 funcio-

nários e motivá-los no trabalho.

A página das duas empresas na internet: tudo sobre segurança e Medicina do Sono.

Rep

rodu

ção

52 REVISTA ABRATI, DEZEMBRO 2012

ançamentoL

Neobus – novos conceitos em novo rodoviárioO ônibus New Road N10, lançado com festa no dia 29 de novembro em São Paulo, marcando

a estreia da Neobus no mercado de rodoviários, transformou-se rapidamente na novidade mais

comentada do ano em se tratando de carroçarias brasileiras. O veículo justificou a afirmação do

presidente da encarroçadora, Edson Tomiello, de que “mesmo à distância e no escuro, percebe-se

que é um genuíno Neobus”.

Visual limpo e frente inclinada são duas das características que

transmitem a ideia de fluidez e modernidade do novo rodoviário.

54 REVISTA ABRATI, DEZEMBRO 2012

O New Road N10 apresenta deter-

minadas características que o

diferenciam das demais carroçarias

rodoviárias brasileiras. Tem uma fren-

te com linhas mais ousadas, design

limpo e, para se usar uma imagem

em evidência, escultura fluida. Sem

prejuízo da impressão de solidez, as

colunas frontais mais inclinadas con-

ferem maior aerodinâmica ao veículo,

tal como já ocorre com o modelo Mega

BRT. Segundo o fabricante, o veículo

tem o menor coeficiente aerodinâmico

(cx) entre os rodoviários brasileiros, o

que significa uma implicação positiva

sobre o consumo de combustível.

O conjunto óptico dianteiro, de-

senvolvido com tecnologia Led, tem

uma visão frontal verticalizada, farol

elíptico e DRL (Daytime Running Lamp)

integrado ao conjunto. A logomarca

Neobus, colocada no centro da grade,

abre espaço para a logomarca do fa-

bricante do chassi, embora a decisão

final sempre dependa de cada frotista.

“O nosso ônibus se diferencia

completamente dos concorrentes pela

sua originalidade e elegância”, acre-

dita o gerente de design da Neobus,

Leonidas Fleith. A lateral do N10 é marcada por

uma faixa que se prolonga até a colu-

na traseira. No caso da traseira, sem

dúvida os designers da encarroçadora

conseguiram projetar algo inédito. Nela

se destacam as duas linhas vincadas

e a inclinação superior que harmoniza

aerodinâmica e estética. Registre-se

ainda o spoiler localizado na parte

superior que complementa o conjun-

to. As lanternas traseiras têm design

próprio e foram concebidas a partir do

conceito modular.

O desenho do teto possibilita

embutir o equipamento de ar-condi-

cionado e conta com um sistema de

calhas duplas que dirigem a água para

as extremidades do veículo, evitando

que escorra pelas laterais ou se acu-

mule no teto.

CABINE

Produzido na fábrica da Neobus em

Caxias do Sul, o New Road N10 está

equipado de série com computador de

bordo. Os principais controles podem

ser executados tanto no visor touch

screen quanto nas teclas analógicas,

garantindo que o veículo não pare por

pane. No painel estão 56 teclas para

a operação e uma tela de LCD de 7 po-

legadas touch screen onde o condutor

Volkswagem, Scania, Iveco, Volvo,

Mercedes-Benz: a Neobus encarroçou

chassis das principais marcas para mostrar

a flexibilidade da nova carroçaria N10.

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gaçã

o

REVISTA ABRATI, DEZEMBRO 2012 55

pode visualizar e executar as funções

do veículo. A central também controla

todo o sistema de áudio, vídeo e en-

tretenimento para o motorista o salão

de passageiros. O equipamento conta

com DVD, rádio, CD, MP3, TV digital,

GPS, bluetooth com viva voz e entradas

auxiliares para câmeras. O sistema de

gerenciamento de frota é totalmente

compatível com a carroçaria.

ançamentoL

SALÃO DE PASSAGEIROS

No interior, o novo ônibus apre-

senta desenho limpo, sem suportes

aparentes. A iluminação é indireta e

o pega-mão está integrado ao porta-

-pacotes. Os focos de iluminação in-

dividual são em Led e direcionais,

com funcionamento por toque e uma

novidade: em cada foco, o aviso de

“WC ocupado”.

Outra inovação é um sistema de

cromoterapia com 256 cores dispo-

níveis, à escolha do passageiro. No

modo automático, o sistema varia

suavemente as cores.

As poltronas atendem às normas

nacionais e internacionais de seguran-

ça. Contam com cinto de segurança de

duas pontas retráteis e revestimento

traseiro impermeável. O apoio de cabe-

ça é em espuma Viscolatex (opcional).

O sistema de mídia para o passa-

geiro comporta monitores individuais

incorporados à poltrona, ou retráteis

no porta pacotes (tipo avião) ou ainda,

o tradicional monitor junto ao teto. Um

monitor de 22 polegadas está integra-

do à parede de separação. Esta, tem

formato encurvado para a frente, o que

assegura a perfeita visualização do

monitor dianteiro mesmo nas primeiras

poltronas.

O fabricante oferece dois sistemas

de bares para o novo carro: um vertical

com geladeira, suqueira e cafeteira, e

outro na traseira com geladeira dupla,

suqueira, cafeteira e pia.

Acabamento de luxo no salão de passageiros, com poltronas ergonômicas e confortáveis.

A nova carroçaria no modelo 360 montada sobre chassi Volvo.

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o

56 REVISTA ABRATI, DEZEMBRO 2012

Houve uma preocupação especial

dos projetistas em utilizar novos

materiais no acabamento interno

para obter um alto padrão térmico e

acústico, fazendo com que o veículo

possa operar em climas mais severos

com temperaturas que variem entre

30 graus centígrados negativos e 50

graus centígrados positivos.

O sanitário foi desenvolvido para

oferecer acessibilidade, espaço e

conforto, com refrigeração, iluminação

em Led e torneiras com temporizador

mecânico. O sistema de exaustão

é mecânico e gera sempre pressão

negativa no interior, para que o ar não

passe para o salão de passageiros.

Conforto e ergonomia também para o motorista. Computador de bordo: tela de 7 polegadas com touch screen.

SEGURANÇA

Outra preocupação muito presen-

te no projeto do novo rodoviário foi

a segurança. Nesse sentido, foram

atendidas todas as exigências da nor-

ma R66 versão 1, que exige validação

do projeto mediante cálculo estrutural

por elementos finitos, além de todos

os testes práticos de tombamento,

impactos frontal e lateral, inclinação

máxima lateral e teste de célula de

sobrevivência. O resultado final obtido

pela Neobus foi um produto robusto,

que o fabricante apresenta como o

mais leve da categoria, apto portanto

a bem atender a lei da balança. “O

New Road N10 transporta mais por

menos, consumindo menos combus-

tível”, garante o diretor de engenharia

da encarroçadora, Adelir Boschetti.

Outros detalhes que certamente

serão apreciados pelos frotistas dizem

respeito à facilidade de manutenção,

proporcionada por novidades como aro

de rodas basculante, grade dianteira

com maior abertura, tampas laterais

e traseiras de amplo acesso, porta-

-estepe na parte dianteira etc. Acres-

cente-se a isso a saída de ar traseira

que, por meio de aletas, direciona o

ar quente para fora do veículo, redu-

zindo a possibilidade de aquecimento

no salão de passageiros e evitando o

superaquecimento do motor.

Bagageiros amplos na altura adequada e tampas pantográficas. O N10 realmente inova o desiogn da parte traseira.

REVISTA ABRATI, DEZEMBRO 2012 57

nibusÔ

Uma feira para além das nossas fronteirasDe 3 a 5 de outubro foi realizado no Centro de Convenções Riocentro, na cidade do Rio de Janeiro,

o mais importante evento do transporte de passageiros dos últimos anos no Brasil: a 9ª FetransRio–

ExpoÔnibus. Somente a exposição ocupou uma área de mais de 20.000 metros quadrados.

58 REVISTA ABRATI, DEZEMBRO 2012

Com encarroçamento Marcopolo Viale BRT, a Mercedes-Benz expôs o chassi O 500 M DA, que ela chama de “superarticulado BRT”.

Div

ulga

ção

Participaram da FetransRio 2012

cerca de 150 expositores e foram

mostrados perto de 80 modelos de

ônibus – os mais modernos produzidos

atualmente pela indústria automobilís-

tica instalada no país. Paralelamente

à feira, desenvolveram-se os trabalhos

da 15ª edição do Congresso sobre

Transporte de Passageiros. Eventos

paralelos foram realizados por impor-

tantes instituições ligadas ao setor

como UITP, ANTP, ANTTUR, NTU e Câ-

mara Interamericana de Transportes.

A organização foi da Federação das

Empresas de Transporte de Passagei-

ros do Estado do Rio – Fetranspor e da

MF Promoções & Eventos.

As principais montadoras e encar-

roçadoras mostraram todas as suas

mais recentes novidades. Elas acredi-

tam que 2013 será um ano bom para

os fabricantes de veículos de transpor-

te de passageiros, especialmente os

voltados ao segmento urbano, como

aposta o diretor de Vendas da MAN

Latin América, José Ricardo Alouche.

“Acreditamos que 2013 pode vir a ser

o melhor ano do mercado de ônibus,

assim como certamente será o maior

ano de vendas para a MAN Latin Amé-

rica”, afirma.

As encarroçadoras também se des-

tacaram. Axier Etxezarreta, diretor-geral

da Irizar Brasil, falou sobre o modelo

i6 – principal atração da marca na

FetransRio –, o processo de desenvol-

vimento desse ônibus no Brasil e sua

expectativa de vendas. “Era o modelo

que faltava para conquistarmos mais

participação no mercado”, afirmou.

PARA TODAS AS APLICAÇÕES

Impulsionadas pela quantidade

de novos corredores exclusivos para

ônibus em várias cidades, assim como

pela implantação dos sistemas de

BRT (Bus Rapid Transit) em algumas

delas, as empresas focaram seus

lançamentos em produtos capazes de

atender às necessidades do transporte

de pessoas nas médias e grandes

concentrações urbanas. Os segmentos

de turismo e fretamento também foram

contemplados, já que, em função da

próxima realização de grandes eventos

de âmbito mundial, o Brasil deverá

atrair maior quantidade de visitantes.

A feira apresentou toda a gama

de produtos e serviços para os mais

diferentes tipos de operação. Além

de uma completa linha de chassis e

carroçarias para veículos urbanos e

rodoviários, as empresas ofereceram

pacotes de serviços de manutenção e

gerenciamento de frota voltados a di-

minuir custos, aumentar a segurança e

melhorar a produtividade da operação.

A feira foi o palco apropriado para

a apresentação de novas tecnologias,

como, por exemplo, os ônibus híbridos

da MAN e da Mercedes-Benz. E, alem

disso, de novidades como a entrada

definitiva da Iveco no mercado e o lan-

çamento do chassi MA 17 da Agrale.

Também aumentou consideravelmente

a quantidade de novos modelos. Confi-

ra a seguir os principais lançamentos

e modelos que atraíram a atenção dos

visitantes da FetransRio 2012.

Ônibus híbrido exposto pela MAN: preocupação em preservar o meio ambiente.

Apostando no crescimento do mer-

cado “verde”, a MAN trouxe da Europa

e expôs na FetransRio o seu ônibus

híbrido Lion´s City. O veículo usa

energia elétrica para a partida e, com

isso, elimina a produção de fumaça,

além de reduzir consideravelmente o

nível de ruído. A combinação do uso de

diesel com a tecnologia de eletricidade

pode proporcvionar uma redução de

até 30% no consumo de combustível

e nas emissões de CO2.

Além do ônibus híbrido, a MAN

apresentou na FetransRio 2012 a sua

família completa de veículos, com des-

taque para o modelo 17.260 OD com

tecnologia EGR.

A Mercedes-Benz, em parceria com

a Eletra, apresentou o Híbrido BR, mon-

tado sobre o chassi O 500 U. Tem 12

metros de comprimento e capacidade

para transportar até 77 passageiros.

O veículo combina motor de 4 cilindros

movido a diesel (ou diesel de cana)

com um motor elétrico movido por um

conjunto de baterias.

As soluções das montadoras para um futuro “verde”

REVISTA ABRATI, DEZEMBRO 2012 59

Div

ulga

ção

Irizar – i6A empresa com sede em Botucatu

aposta no i6 como alternativa para as

empresas de turismo e fretamento. O

veículo valoriza a identidade Irizar. En-

tre seus principais atributos destacam-

-se a redução das fontes de ruído e

das vibrações mediante a isolação da

zona do motor, e a flexibilidade, que

possibilita ao frotista as configurações

mais adequadas a cada necessidade.

O modelo é visto pela Irizar como

aquele que faltava para que ela pos-

sa conquistar maior participação no

mercado brasileiro. Axier Etxezarreta,

diretor-geral na empresa no Brasil, qua-

lificou de “muito boa” a acolhida dada

ao i6, do qual já foram vendidas mais

de 300 unidades. Leia mais sobre o

Irizar i6 na página 26.

A Marcopolo deu ênfase ao Viale

BRT e ao Audace, lançado há pouco.

O Audace chega para ocupar uma po-

sição intermediária entre os modelos

Ideale 770 e o Viaggio G7, da Mar-

copolo. Seu alvo são os clientes que

Marcopolo – Audace/Viale Sunny

O Audace, um Marcopolo mais simples, porém de aparência sofisticada.

nibusÔ

O presidente da Neobus, Edson Tomiello, antecipou na

FetransRio o anúncio do ingresso da empresa no mercado

dos veículos rodoviários. Enquanto isso, comemorou as ven-

das dos seus Mega BRT e Mega BRS (ambos expostos na

feira), que já estão circulando em várias cidades brasileiras,

assim como em algumas capitais importantes da América

do Sul, caso de Santiago, no Chile, e Guaiaquil, no Equador.

Neobus – Mega BRT

Mega BRT articulado com chassi Mercedes-Benz O 500 MA.

Mascarello – GranMetro

Foto

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o

buscam um veículo com baixo custo

operacional, principalmente para o

setor de fretamento. Outra novidade

da Marcopolo foi o Viale DD Sunny,

desenvolvido sem teto no piso superior

e próprio para rotas turísticas.

A Mascarello apresentou ao mercado sua carroçaria

GranMetro, para corredores BRT. É um ônibus urbano com

desenho diferenciado, exclusivo para chassis de motor

traseiro, articulados e biarticulados para todo tipo de aplica-

ção, inclusive em linhas alimentadoras, como no caso dos

sistemas BRS. A frente avançada, mais aerodinâmica, tem

contornos arredondados e maior área envidraçada. O carro

está apto a receber os chassis de classificação Euro V de

todas as montadoras.

O articulado BRT da Mascarello, batizado de GranMetro,

e recém-lançado.

60 REVISTA ABRATI, DEZEMBRO 2012

Sua grande atração foi a família

Millenium BRT nas versões articulado,

biarticulado e para operação de linhas

alimentadoras. As versões articulado

e alimentador estão disponíveis para

A principal novidade da Comil foi o

Doppio BRT, redesenhado em 2011,

que apresenta melhor aerodinâmica

com o ar-condicionado incorporado à

carroçaria. O diretor geral, Silvio Cale-

garo, confirmou a divisão da produção

da empresa tão logo a unidade de

Lorena seja inaugurada. Os modelos

urbanos e os micro-ônibus serão pro-

duzidos no interior paulista.

Caio – Millenium BRT

encarroçamento em chassis das qua-

tro principais montadoras. Já a versão

biarticulado está disponível para uti-

lização no chassi Volvo. Também foi

mostrado o Apache Vip.

A Caio Induscar expôs três versõesx do Millenium BRT.

Na FetransRio houve duas impor-

tantes surpresas no segmento dos

veículos com 17 toneladas: a entrada

da Iveco, com seu chassi S170, e a

chegada do chassi MA 17.0, da Agrale.

A empresa italiana anunciou que den-

tro de cinco anos deverá dispor de uma

linha completa de ônibus no Brasil. Na

mostra, além do S 170 ela mostrou

o já conhecido City-Class, agora com

novo design.

Já a Agrale acredita muito no

potenckial do novo chassi MA 17, es-

pecialmente por ter sido desenvolvido

a partir das opiniões colhidas junto a

clientes e encarroçadores. E, segundo

o diretor técnico Pedro Soares, “por

ter sido feito na medida exata para os

operadores”.

Concorrentes no mercado de pesa-

dos, as montadoras suecas Scania e

Volvo apresentaram suas linhas com-

pletas. Além disso, deram grande aos

pacotes tecnológicos de gerenciamen-

to operacional e de frota, que podem

gerar maior rentabilidade ao operador.

A Scania mostrou o seu chassi

exclusivo de 15 metros para utilização

em trólebus e a linha de veículos com

motor dianteiro (segundo a empresa

com preço mais competitivo). A mon-

tadora acredita que seu pacote de

serviços pode contribuir para melhorar

os serviços e racionalizar as operações

de seus clientes.

Com o sistema de telemática e

os gerenciadores de tráfego e manu-

tenção, a Volvo pretende subsidiar o

empresário com informações capazes

de otimizar custos e prevenir ou reduzir

vícios de operação.

Disputa pesadano mercado de ônibus urbanos

REVISTA ABRATI, DEZEMBRO 2012 61

Comil – Doppio BRT

O Doppio BRT

ganhou nova curvatura frontal,

agora mais acentuada.

odoviasR

Recuperação em marcha lentaA décima-sexta pesquisa CNT de Rodovias, cujos resultados foram divulgados

recentemente, não trouxe boas notícias para os transportadores rodoviários do país, sejam

eles de passageiros, sejam de carga. Em um espaço de 12 meses praticamente não houve

avanços na qualidade e no estado de conservação das estradas brasileiras. Ao contrário:

em vários aspectos,houve piora na situação das estradas.

Div

ulga

ção/

CN

T

62 REVISTA ABRATI, DEZEMBRO 2012

No período entre 25 de junho e

31 de julho últimos, 17 equipes

de pesquisadores especializados a

serviço da Confederação Nacional

do Transporte percorreram 95.707

quilômetros de rodovias brasileiras,

avaliando aspectos do pavimento,

da sinalização e da geometria de

todas elas. Foram cuidadosamente

avaliadas a totalidade das vias fe-

derais (65.273 quilômetros) e todas

as principais rodovias estaduais

pavimentadas (30.434 quilômetros),

inclusive as concessionadas. Ao fim

do trabalho, os pesquisadores verifi-

caram que 62,7% das rodovias apre-

sentavam algum tipo de deficiência.

Na avaliação do conjunto desses

três aspectos, 33,4% das rodovias

brasileiras foram consideradas em

estado regular, 20,3% em estado

ruim e 9% em péssimo estado. Ape-

nas 9,9% estão em estádio ótimo, e

27,4% apresentam-se em bom esta-

do. Comparando-se os resultados de

2012 com os de 2011, percebe-se

uma piora na qualidade das estradas

nacionais. No ano passado, 57,4%

foram classificadas como regulares,

ruins ou péssimas. Neste ano, o

percentual subiu para 62,7%.

Pode-se afirmar, portanto, de

acordo com o levantamento, que

quase dois terços das rodovias pa-

vimentadas do Brasil estavam em

situação péssima, ruim ou regular

naquele período em que foram ava-

liadas pelas equipes da CNT.

A avaliação específica do as-

pecto “pavimento” mostrou que

43.981quilômetros de rodovias

apresentavam problemas. Ou seja,

45,9% do total pesquisado. No caso

das condições de sinalização, foram

detectados problemas em 63.410

quilômetros, correspondendo a

66,2% do total.

Determinados trechos

da Rodovia BR-242 foram

encontrados em

estado calamitoso.

REVISTA ABRATI, DEZEMBRO 2012 63

Ainda comparando os resultados de 2012

com os de 2011, a pesquisa mostra que hou-

ve aumento de quase 10% nos problemas de

sinalização. Eles correspondiam a 56,9% das

rodovias no ano passado e se elevaram para

66,2% este ano. No caso desta nova pesqui-

sa CNT, foi observado que as faixas centrais

desgastadas ou inexistentes aumentaram em

28,1% desde a pesquisa anterior. O aumento

das faixas laterais desgastadas ou inexisten-

tes chegou a 27,7% e as placas encobertas

pelo mato também tiveram aumento de 2,4%.

“Essa é uma questão que precisa ser solucio-

nada com urgência”, declarou o presidente

da CNT, Clésio Andrade. – “A boa sinalização

é fundamental para garantir a segurança dos

motoristas e passageiros que trafegam pelas

rodovias do Brasil.”

Também foi observado um número bastan-

te alto de pontos críticos nas estradas: 221

no total, divididos entre quedas de barreiras,

pontes caídas, buracos grandes e erosões na

pista. O número permaneceu estável, já que no

ano passado haviam sido anotados 219 pontos

críticos. Porém, em relação às erosões na pista,

verificou-se aumento de 36% na comparação

com os resultados de 2011.

A Pesquisa CNT de Rodovias abrange todas

as principais ligações rodoviárias – ou seja,

os trechos regionais representados por uma

ou mais rodovias de grande importância para

o transporte de cargas e de passageiros, pois

interligam territórios de uma ou mais unidades

da Federação e apresentam significativos vo-

lumes de tráfego de veículos de passageiros

e de cargas. A pesquisa elaborou um ranking

dessas ligações rodoviárias (109 no total) e

concluiu que as dez ligações rodoviárias melhor

colocadas estão no Estado de São Paulo e são

concessionadas (no todo ou em parte). Elas

perfazem 2.072 quilômetros de rodovias esta-

duais e 28 quilômetros de rodovias federais.

Entre as dez piores ligações, a maioria está

no Norte, Nordeste e Centro-Oeste, com desta-

que negativo para o trecho que vai de Rio Verde

a Iporá, municípios de Goiás e de Natividade

(TO) a Barreiras (BA).

Rondônia: ponto crítico na BR-429.

Bahia: outro ponto bastante crítico localizado na BR-135.

No Pará, uma situação quase inacreditável na BR-158.

odoviasR

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NT

64 REVISTA ABRATI, DEZEMBRO 2012

ntigosA

Veículos que resgatam histórias de vidas

Em São Paulo, todo ano uma exposição de ônibus e caminhões antigos chamada Viver,

Ver e Rever atrai uma multidão de interessados pela história dos transportes e, principalmente,

faz muita gente viajar pelo tempo.

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66 REVISTA ABRATI, DEZEMBRO 2012

No início, em 2004, uns poucos

veículos antigos foram expostos

na garagem da empresa Redenção,

em São Paulo. Com o aumento do nú-

mero de expositores e dos visitantes,

o espaço ficou pequeno. Por isso, em

2007 a exposição Viver, Ver e Rever –

A evolução passou a ser realizada no

Memorial da América Latina, no bairro

da Barra Funda, sempre na capital pau-

lista. No ano passado ela foi incluída

no Calendário Oficial de Turismo da

cidade de São Paulo. É promovida pelo

Primeiro Clube do Ônibus Antigo Brasi-

leiro e patrocinado pela Mercedes-Benz

do Brasil.

“A cada ano são muitos amigos

que fazemos, e são impressionantes

as muitas histórias que descobrimos”,

relata Antônio Kaio, um apaixonado

pela história dos transportes que

preside o Primeiro Clube. “A partir da

história dos transportes podemos ver

o valor do nosso povo. O transporte

lida com gente, está no dia a dia das

pessoas. Para nós, é uma emoção

diferente a cada exposição.”

Por exemplo, na Viver, Ver e Rever

deste ano, em outubro, um dos veícu-

los mostrados pela primeira vez foi o

Ciferal Flecha de Prata Mercedes-Benz

LPO 1113. O ônibus pertence ao em-

presário Antônio Cortes, de 44 anos.

Ao restaurá-lo, ele quis prestar uma

homenagem a João Batista Cortes, seu

pai, ao mesmo tempo retratando como

eram os transportes em uma região

de Minas Gerais. João Batista fundou

em 1962 a Expresso Tereza Cristina,

empresa de ônibus rodoviário que liga-

va Belo Horizonte ao Vale do Mucuri,

naquele Estado. Enfrentou todas as

dificuldades inerentes às estradas de

terra e ajudou no desenvolvimento da

região. O asfalto só veio em 1982.

O filho, Alexandre Cortes, viveu

uma parte dramática dessa história.

“Nasci em 1968 em um dos

ônibus do meu pai. Grávida de mim,

minha mãe entrou em trabalho de

parto na garagem, onde morávamos.

Sem carro, meu pai usou um ônibus

para transportá-la até o hospital, mas

não deu tempo de chegar lá, minha

primeira viagem já tinha sido feita” –

relembra Alexandre.

A empresa foi vendida para ou-

tro grupo em 1997, mas a saudade

ficou. Mais recentemente, Alexandre

começou a procurar um ônibus igual

aos que eram usados na empresa de

seu pai. Encontrou, comprou, mandou

desmontar e restaurou. Foi mostrado

agora pela Viver, Ver e Rever.

Outro veículo inédito apresentado

na edição de 2012 da mostra – um

Flecha Azul Scania K 124 iB, ano

1998, a penúltima unidade produzida

pela CMA – serviu para mostrar que os

transportes podem realmente suscitar

paixões, mesmo daquelas pessoas

que não atuam diretamente no ramo.

O veículo é de propriedade de Antônio

Sérgio Hurtado, empresário do ramo da

indústria plástica, fascinado por trans-

portes. Tal fascínio levou-o a reunir um

dos maiores acervos particulares de

veículos pesados antigos. São vinte e

seis caminhões e quatro ônibus.

A importância do trabalho de pre-

servação que Hurtado – chamado de

Neo pelos amigos – realiza pode ser

medida pela reação do público ao

ver o imponente CMA Flecha Azul no

Memorial da América Latina. Com au-

O empresário Antônio Sérgio Hurtado restaurou um dos ícones das estradas brasileiras, o

CMA Flecha, penúltima unidade do modelo fabricada pela Viação Cometa.

A cantora Sula Miranda, conhecida como

“rainha dos caminhoneiros”, tornou-se

madrinha da exposição.

REVISTA ABRATI, DEZEMBRO 2012 67

ntigosA

torização da Viação Cometa, ele fez questão

de manter as cores tradicionais do veículo.

“A história dos transportes passa pelo CMA

Flecha. Esse modelo da Cometa marcou a

paisagem de várias estradas brasileiras.

Até quem não entendia nada de ônibus

sabia qual era identificar o veículo, que foi

realmente marcante” – explica, emocionado,

o colecionador.

Outro veículo antigo que atraiu muitas

atenções na edição de 2012 foi uma enor-

me carroçaria Cermava ano 1966, estilo

Papa-Fila. Entre 1950 a 1960, houve um

desenvolvimento muito rápido dos principais

centros urbanos no Brasil. A demanda de

passageiros em algumas linhas de ônibus

urbanos crescia a ponto de os veículos con-

vencionais, na sua maior parte pequenos se

comparados aos convencionas de hoje, não

dessem conta de tanta gente. O Papa-Fila foi

ao mesmo tempo reflexo e uma resposta a

esse fenômeno. O primeiro ônibus articulado

só surgiria em 1978 – um Scania 111, Caio

modelo Gabriela. O Papa-Fila foi o seu tosco

antecessor: uma enorme carroçaria de ôni-

bus tracionada por um cavalo de caminhão.

O exemplar exibido na VVR foi adquirido

da Marinha, em Belo Horizonte.

Antônio Kaio Castro, presidente do Primeiro Clube

do Ônibus Antigo Brasileiro. Na foto à esquerda, o

empresário Antônio Cortes, que restaurou o Ciferal

Flecha de Prata 1974 em homenagem a seu pai, um dos

pioneiros dos transportes de parte de Minas Gerais.

O Thamco ODA, Scania K 112, o popular Fofão, ideia do então prefeito Jânio Quadros.

O Papa Fila foi o precursor do articulado: carroçaria de ônibus puxada por caminhão.

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68 REVISTA ABRATI, DEZEMBRO 2012

“Esse ônibus me lembra a época que a cidade era mais tranquila”. “Este aqui é igual ao que eu usava quando consegui meu primeiro emprego.”

“Eu me lembro desse ônibus, é da época em que o Jânio Quadros era prefeito.”“Puxa, como os ônibus eram pequenos!”

Com a ajuda dos veículos antigos

expostos deu para reconstituir mo-

mentos ou passagens importantes

da nossa história, ou da história de

cada um. Talvez por isso, na VVR, eles

eram encarados com reverência pelos

visitantes. Por exemplo:

A jardineira, de 1929, remontava

aos primeiros tempos do transporte

automotivo, quando era preciso so-

bretudo muita coragem para realizar o

sonho de ir e vir.

A Prefeitura de São Paulo trouxe

um ônibus elétrico ACF Brill, ano 1948,

importado de Denver, Estados Unidos.

O modelo prestou serviços na capital

paulista até os anos 1990.

Um dos trólebus pioneiros que

operaram em São Paulo foi mostrado

ao público. Trouxe a lembrança de que

esse tipo de veículo constitui uma das

marcas da cidade de São Paulo.

Um jeito especial de recordar o passado

Um Chevrolet 1963 mostrou ao

público que os transportes no Brasil,

embora já estivessem se modernizan-

do naquela década, ainda demorariam

muito para chegar ao estágio atual.

Grandes marcos da evolução do

ônibus no Brasil foram os monoblo-

cos que a Mercedes Benz começou

a produzir em 1958. Os monoblocos

estiveram presentes na VVR, como

um modelo particular de 1968 e um

restaurado da empresa Passaredo.

Trazidos do Sul do país vieram um

Volvo B 58/Nielson 2.50, da Viação

Graciosa, e um Nimbus TR 3, da Viação

Colombo, mostrando como o transpor-

te evoluiu naquela região. Inicialmente

chamada de Furcare, a Nimbus foi

criada nos anos 1960 pelos irmãos

Nicola, que antes haviam fundado

a antecessora da Marcopolo. Esta,

comprou a Nimbus nos anos 1970.

A Nielson, que depois veio a se

chamar Busscar, marcou épocas com

os modelos Diplomata. O Diplomata

310, como o da empresa São João

Batista, era muito usado para médias

distâncias e fretamento. Para turismo

ou viagens maiores, havia versões

mais requintadas, como o Diplomata

350 exibido pela Rodrigues.

Outro ônibus marcante foi o Tribus,

produzido pela Itapemirim. A empresa

levou duas unidades ao Memorial da

América Latina.

Também estava lá um simpático

modelo de dois andares – o Fofão –

cópia dos famosos ônibus vermelhos

de Londres. Não deu certo por causa

do seu porte: tinha 4,25 m de altura.

A primeira unidade, entregue em 1º

de outubro de 1987, transportava 26

passageiros sentados na parte de

baixo e 46 sentados no andar superior.

Os monoblocos da Mercedes-Benz surgiram em 1958. Com eles, os

ônibus passaram a ser vistos de fato como veículos para passageiros.

O Nimbus TR 3 da Viação Colombo mostrou como como o transporte

evoluiu no Sul do país. A Nimbus foi criada pelos irmãos Nicola.

REVISTA ABRATI, DEZEMBRO 2012 69

piniãoO

Ônibus, transporte para sempre

Ace

rvo

pess

oal

Adamo Bazani

Repórter da Rádio CBN, jornalista

especializado em transportes.

Flexibilidade e baixo custo para im-

plantação dos serviços são alguns

dos pontos que provam: o ônibus é

um meio de transporte que sempre irá

servir à população e que se torna ainda

mais importante com a expansão de

outros modais.

Quando se fala em novos modais

de transportes e na expansão dos

serviços ferroviários urbanos e interes-

taduais, muitos, por desconhecimento

ou puro oportunismo de marketing

político, dizem que em breve boa parte

dos serviços de ônibus em diversas

cidades será extinta ou se tornará

obsoleta.

Há ainda os que classificam o

ônibus como um meio de transporte

ultrapassado, mesmo em corredores

exclusivos.

Discursos assim servem apenas

para confundir a população e criar em

algumas figuras públicas a falsa ima-

gem de “inovadores”, “paladinos do

progresso e da modernização”.

Os especialistas e profissionais

que defendem a utilização de ônibus,

Quantas vezes um investimento

público ou privado transforma uma

vila em cidade, provocando o cresci-

mento da população que necessita do

transporte? Vê-se então que o ônibus,

com sua flexibilidade e pioneirismo, já

estava lá atendendo à demanda.

As cidades são dinâmicas e muitas

vezes mudam seus perfis econômicos

e de ocupação. Nos anos de 1970,

quando o Metrô de São Paulo foi im-

plantado, muitos diziam que seria o fim

de boa parte dos serviços de ônibus na

maior cidade da América Latina. Que

nada! O que houve foi apenas uma

readequação dos serviços de ônibus. A

história mostra que quanto mais se in-

veste no modal metroferroviário, mais

o ônibus ganha importância. Afinal, as

pessoas precisam chegar de maneira

eficiente a um transporte de grande

demanda também eficiente. Um meio

de transporte complementa o outro.

Aliás, quando se fala em flexibili-

dade, basta lembrarmos o papel de

pioneirismo representado pelos ônibus

interestaduais, que hoje integram to-

das as cidades brasileiras. É o único

meio de transporte capaz de fazer

isso. E essa integração foi feita pelos

próprios empresários, rodando em

estradas muitas vezes inexistentes.

Quando se fala em flexibilidade, basta

lembrarmos o papel de pioneirismo

representado pelos ônibus interestaduais,

que hoje integram todas as cidades brasileiras.

a instalação de corredores exclusivos

do tipo BRT e o estímulo a esse meio

de transporte não são, em hipótese

alguma, contrários à ampliação das

malhas ferroviárias. Ao contrário, têm

a consciência plena de que, hoje em

dia, muitas demandas só serão satis-

fatoriamente atendidas por sistemas

de grande porte como o metrô. Assim

como existem outras que só podem

ser atendidas pelos ônibus.

As razões são várias. Primeiro

porque o ônibus chega aonde o trilho

jamais conseguiria, por mais avança-

dos que sejam, hoje, os processos

de engenharia. O país tem dimensões

de continente e cidades de todos os

tipos, relevos, topografias e condições

climáticas. Até mesmo nas chamadas

metrópoles, as realidades mudam em

questões de poucos quilômetros per-

corridos. Para todas essas situações,

há um ônibus apropriado.

Outro fato importante é a realidade

financeira das cidades. Nem todas têm

condições de implantar em tempo rápi-

do um modal metroferroviário. Os sis-

temas de corredores de ônibus segre-

gados, como os modernos BRTs – Bus

Rapid Transit –, ou mesmo corredores

expressos simples, têm-se revelado

formas eficientes e economicamente

responsáveis de melhorar e agilizar os

transportes para os cidadãos. Além

disso, o ônibus é extremante flexível,

como mostra a história dos transportes

coletivos. É o único meio que consegue

atender de maneira rápida ao cresci-

mento populacional e econômico de

várias regiões.

70 REVISTA ABRATI, DEZEMBRO 2012