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64º Congresso Nacional de Botânica Belo Horizonte, 10-15 de Novembro de 2013 VIABILIDADE DA SEMENTE DE Tibouchina estrellensis (MELASTOMATACEAE) APÓS ARMAZENAMENTO EM AMBIENTES DIFERENTES Gabrielle S. Dias¹*, Maria das Dores M. Veloso¹ 1 Universidade Estadual de Montes Claros *[email protected] Introdução O armazenamento é uma estratégia importante para assegurar a qualidade fisiológica da semente, constituindo-se em uma prática eficiente que conserva a viabilidade das sementes e mantém o seu vigor [1] por maior tempo, garantindo assim a germinação de uma espécie e consequentemente a sua propagação. A Tibouchina estrellensis (Melastomataceae), conhecida popularmente como quaresmeira, é uma espécie distribuída em matas ciliares, de domínio atlântico e cerrado [2], sendo seu gênero o principal colonizador de áreas degradadas na Mata atlântica [3]. Desta forma, o presente trabalho teve como objetivo avaliar a viabilidade das sementes T. estrellensis armazenadas em diferentes ambientes. Metodologia Frutos de Tibouchina estrellensis, foram coletados em 10 indivíduos localizados em mata ciliar, no município de Itacambira, Minas Gerais. Após coletados, triados e extraídas as sementes, estas foram armazenadas em sacos de papel, em temperatura ambiente e freezer à temperatura de -20°C por um período de 30 dias. Utilizamos delineamento casualizado com 20 repetições para cada tratamento (ambiente e freezer), sendo 30 sementes para cada unidade amostral, onde foram alocadas em placas de Petri forradas com papel filtro e conduzidas ao germinador sob temperatura de 30°C dia e 25ºC noite, com fotoperíodo de 12 horas. O experimento foi acompanhado diariamente e as sementes molhadas com água destilada quando necessário, durante 30 dias. Foram consideradas germinadas as sementes que apresentaram protrusão da radícula. Ao término do experimento, foi verificada a porcentagem da germinação e posteriormente os valores percentuais foram transformados em arco seno da raiz, para homogeneização dos dados. Foi avaliado ainda a influencia do armazenamento sobre a viabilidade, por meio da analise de variância (ANOVA), e as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Resultados e Discussão A partir dos resultados pode-se inferir que não houve diferença significativa na porcentagem de germinação entre os tratamentos (figura1). As sementes armazenadas em freezer apresentaram 36% de germinação, indicando comportamento de sementes ortodoxas que suporta e mantém a viabilidade em temperatura baixa, mesmo não apresentando altas taxas de germinação. Desta forma observa-se que este resultado é semelhante ao encontrado por [4] com sementes de araçá, obtendo 35% de germinação com 30 dias de armazenamento em freezer sob a mesma temperatura. as sementes armazenadas em temperatura ambiente, obteve-se um percentual de germinação de 31%, portanto um valor superior ao encontrado no trabalho de [5] com sementes de uvaia que apresentou 18,9 %. Figura. Porcentagem de germinação de sementes Tibouchina estrellensis em diferentes condições de armazenamento. Conclusões Estes resultados permitem concluir, que ambos os tratamentos são indicados para o armazenamento de sementes Tibouchina estrellensis, em curto prazo, pois apresentaram praticamente a mesma eficiência na conservação da viabilidade das sementes. Agradecimentos Universidade Estadual de Montes Claros pelo apoio logístico. À FAPEMIG pela bolsa (BDTI) concedida a Maria das Dores Magalhães Veloso. Referências Bibliográficas [1] Azevedo, M. R. Q. A.; Gouveia, J. P. G.; Trovão, D. M. M.; Queiroga, V. P. Influência das embalagens e condições de armazenamento no vigor de sementes de gergelim. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, Campina Grande, v.7, n.3, p. 519-524, 2003. [2] Filho, A. T. O. 2006. Catálago das árvores nativas de Minas Gerais: mapeamento e inventário da flora nativa e dos reflorestamentos de Minas Gerais. Lavras: UFLA, 2006.p 239. [3] Rollim, S. G.; Couto, H.T & Groke, P. Análise estrutural de fragmentos de Mata Atlântica em diferentes estádios sucessionais. Revista do Instituto Florestal 4: 152 – 157,1992 [4] Cisneiros, R. A; Matos, V. P; Lemos, M. A; Reis, O. V; Queiroz, R. M, 2003. Qualidade fisiológica de sementes de araçazeiro durante o armazenamento. Revista Brasileira Engenharia Agrícola Ambiental, Campina Grande, v.7, n.3, p.513-518, 2003. [5] Scalon, S. P. Q; Filho, O. S; Rigoni, M. R, 2004. Armazenamento e germinação de sementes de uvaia Eugenia uvalha Cambes. Ciências e Agrotecnologia, Lavras, v. 28, n. 6, p. 1228-1234, nov./dez., 2004.

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64º Congresso Nacional de Botânica Belo Horizonte, 10-15 de Novembro de 2013

VIABILIDADE DA SEMENTE DE Tibouchina estrellensis (MELASTOMATACEAE) APÓS ARMAZENAMENTO EM AMBIENTES

DIFERENTES

Gabrielle S. Dias¹*, Maria das Dores M. Veloso¹ 1Universidade Estadual de Montes Claros *[email protected]

Introdução

O armazenamento é uma estratégia importante para assegurar a qualidade fisiológica da semente, constituindo-se em uma prática eficiente que conserva a viabilidade das sementes e mantém o seu vigor [1] por maior tempo, garantindo assim a germinação de uma espécie e consequentemente a sua propagação. A Tibouchina estrellensis (Melastomataceae), conhecida popularmente como quaresmeira, é uma espécie distribuída em matas ciliares, de domínio atlântico e cerrado [2], sendo seu gênero o principal colonizador de áreas degradadas na Mata atlântica [3]. Desta forma, o presente trabalho teve como objetivo avaliar a viabilidade das sementes T. estrellensis armazenadas em diferentes ambientes.

Metodologia

Frutos de Tibouchina estrellensis, foram coletados em 10 indivíduos localizados em mata ciliar, no município de Itacambira, Minas Gerais. Após coletados, triados e extraídas as sementes, estas foram armazenadas em sacos de papel, em temperatura ambiente e freezer à temperatura de -20°C por um período de 30 dias. Utilizamos delineamento casualizado com 20 repetições para cada tratamento (ambiente e freezer), sendo 30 sementes para cada unidade amostral, onde foram alocadas em placas de Petri forradas com papel filtro e conduzidas ao germinador sob temperatura de 30°C dia e 25ºC noite, com fotoperíodo de 12 horas. O experimento foi acompanhado diariamente e as sementes molhadas com água destilada quando necessário, durante 30 dias. Foram consideradas germinadas as sementes que apresentaram protrusão da radícula. Ao término do experimento, foi verificada a porcentagem da germinação e posteriormente os valores percentuais foram transformados em arco seno da raiz, para homogeneização dos dados. Foi avaliado ainda a influencia do armazenamento sobre a viabilidade, por meio da analise de variância (ANOVA), e as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

Resultados e Discussão

A partir dos resultados pode-se inferir que não houve diferença significativa na porcentagem de germinação entre os tratamentos (figura1). As sementes armazenadas em freezer apresentaram 36% de germinação, indicando comportamento de sementes ortodoxas que suporta e mantém a viabilidade em temperatura baixa, mesmo não apresentando altas taxas de germinação. Desta forma observa-se que este resultado é semelhante ao encontrado por [4] com sementes de araçá, obtendo 35% de germinação com 30 dias de armazenamento em freezer sob a mesma temperatura. Já as sementes armazenadas em

temperatura ambiente, obteve-se um percentual de germinação de 31%, portanto um valor superior ao encontrado no trabalho de [5] com sementes de uvaia que apresentou 18,9 %.

Figura. Porcentagem de germinação de sementes Tibouchina estrellensis em diferentes condições de armazenamento.

Conclusões

Estes resultados permitem concluir, que ambos os tratamentos são indicados para o armazenamento de sementes Tibouchina estrellensis, em curto prazo, pois apresentaram praticamente a mesma eficiência na conservação da viabilidade das sementes.

Agradecimentos

Universidade Estadual de Montes Claros pelo apoio logístico. À FAPEMIG pela bolsa (BDTI) concedida a Maria das Dores Magalhães Veloso.

Referências Bibliográficas

[1] Azevedo, M. R. Q. A.; Gouveia, J. P. G.; Trovão, D. M. M.; Queiroga, V. P. Influência das embalagens e condições de armazenamento no vigor de sementes de gergelim. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, Campina Grande, v.7, n.3, p. 519-524, 2003. [2] Filho, A. T. O. 2006. Catálago das árvores nativas de Minas Gerais: mapeamento e inventário da flora nativa e dos reflorestamentos de Minas Gerais. Lavras: UFLA, 2006.p 239. [3] Rollim, S. G.; Couto, H.T & Groke, P. Análise estrutural de fragmentos de Mata Atlântica em diferentes estádios sucessionais. Revista do Instituto Florestal 4: 152 – 157,1992 [4] Cisneiros, R. A; Matos, V. P; Lemos, M. A; Reis, O. V; Queiroz, R. M, 2003. Qualidade fisiológica de sementes de araçazeiro durante o armazenamento. Revista Brasileira Engenharia Agrícola Ambiental, Campina Grande, v.7, n.3, p.513-518, 2003. [5] Scalon, S. P. Q; Filho, O. S; Rigoni, M. R, 2004. Armazenamento e germinação de sementes de uvaia Eugenia uvalha Cambes. Ciências e Agrotecnologia, Lavras, v. 28, n. 6, p. 1228-1234, nov./dez., 2004.