via sacra 16ª edição

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1 Via Sacra - Capelas Nossa Senhora Aparecida e São Bernardo Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo. 1º Ato Narração do Prólogo do Evangelho segundo São João (Estão em cena: Narrador 1 e narrador 2) NARRADOR 1 - No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus. NARRADOR 2 - No princípio, Ele estava com Deus. Tudo foi feito por meio Dele e sem Ele nada foi feito. NARRADOR 1 - O que nEle foi feito era a vida, e a vida era a luz dos homens. NARRADOR 2 - E a luz brilha nas trevas, e as trevas não a apreenderam. NARRADOR 1 - Houve um homem enviado por Deus. Seu nome era João. Este veio como testemunha, para dar testemunho da luz, a fim de que todos cressem por meio dele. Ele não era a luz, mas veio para dar testemunho da luz. NARRADOR 2 - o Verbo era a luz verdadeira que ilumina todo o homem. Ele vinha ao mundo. Ele estava no mundo e o mundo foi feito por meio Dele, mas o mundo não o reconheceu. Veio para o que era seu. E os seus não O receberam. NARRADOR 1 - Mas a todos que O receberam deu o poder de se tornarem Filhos de Deus: aos que o creem em seu nome. NARRADOR 2 - Ele, que não foi gerado nem do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus. NARRADOR 1 - E o Verbo se fez carne, e habitou entre Nós, e nós vimos a sua glória, glória que Ele tem, junto ao Pai, como o Filho único, cheio de graça e verdade. NARRADOR 2 - João dá testemunho Dele e clama: NARRADOR 1 - Este é aquele de quem eu disse: O que vem depois de mim, passou diante de mim, porque existia antes de mim. NARRADOR 2 - Pois de sua plenitude todos nós recebemos graça por graça. Porque a lei foi dada por meio de Moisés, a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo. NARRADOR 1 - Ninguém jamais viu a Deus, O Filho, que está voltado para o seio do Pai, este O deu a conhecer. 2º Ato - A Santa Ceia Cena I A traição de Judas. (Estão em cena: Judas, Soldado 1 e Caifás) NARRADOR 1 Judas Iscariotes, um dos doze apóstolos, foi falar com os sacerdotes que procuravam um meio de matar Jesus e combinou de entregá-lo traiçoeiramente. (Judas, chegando a casa de Caifás, fala a um soldado) . JUDAS Quero falar com Caifás! SOLDADO IQuem é você? O que deseja? JUDAS Diga que sei como pegar Jesus de Nazaré! SOLDADO I Espere aqui irei, falar com ele. (O soldado entra e fala com Caifás e retorna até Judas) . Pode entrar, estão te esperando. (Judas dirige-se ao sacerdote, cara à cara e diz)

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Page 1: Via sacra 16ª edição

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Via Sacra - Capelas Nossa Senhora Aparecida e São Bernardo

Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo.

1º Ato – Narração do Prólogo do Evangelho segundo São João (Estão em cena: Narrador 1 e narrador 2)

NARRADOR 1 - No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus.

NARRADOR 2 - No princípio, Ele estava com Deus. Tudo foi feito por meio Dele e sem Ele nada foi feito.

NARRADOR 1 - O que nEle foi feito era a vida, e a vida era a luz dos homens.

NARRADOR 2 - E a luz brilha nas trevas, e as trevas não a apreenderam.

NARRADOR 1 - Houve um homem enviado por Deus. Seu nome era João. Este veio como testemunha, para

dar testemunho da luz, a fim de que todos cressem por meio dele. Ele não era a luz, mas veio para dar

testemunho da luz.

NARRADOR 2 - o Verbo era a luz verdadeira que ilumina todo o homem. Ele vinha ao mundo. Ele estava no

mundo e o mundo foi feito por meio Dele, mas o mundo não o reconheceu. Veio para o que era seu. E os seus

não O receberam.

NARRADOR 1 - Mas a todos que O receberam deu o poder de se tornarem Filhos de Deus: aos que o creem

em seu nome.

NARRADOR 2 - Ele, que não foi gerado nem do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem,

mas de Deus.

NARRADOR 1 - E o Verbo se fez carne, e habitou entre Nós, e nós vimos a sua glória, glória que Ele tem,

junto ao Pai, como o Filho único, cheio de graça e verdade.

NARRADOR 2 - João dá testemunho Dele e clama:

NARRADOR 1 - Este é aquele de quem eu disse: O que vem depois de mim, passou diante de mim, porque

existia antes de mim.

NARRADOR 2 - Pois de sua plenitude todos nós recebemos graça por graça. Porque a lei foi dada por meio de

Moisés, a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo.

NARRADOR 1 - Ninguém jamais viu a Deus, O Filho, que está voltado para o seio do Pai, este O deu a

conhecer.

2º Ato - A Santa Ceia

Cena I – A traição de Judas. (Estão em cena: Judas, Soldado 1 e Caifás)

NARRADOR 1 – Judas Iscariotes, um dos doze apóstolos, foi falar com os sacerdotes que procuravam um

meio de matar Jesus e combinou de entregá-lo traiçoeiramente.

(Judas, chegando a casa de Caifás, fala a um soldado).

JUDAS – Quero falar com Caifás!

SOLDADO I– Quem é você? O que deseja?

JUDAS – Diga que sei como pegar Jesus de Nazaré!

SOLDADO I – Espere aqui irei, falar com ele. (O soldado entra e fala com Caifás e retorna até Judas). Pode

entrar, estão te esperando.

(Judas dirige-se ao sacerdote, cara à cara e diz)

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JUDAS – O que queres me dar para que eu O entregue?

CAIFÁS – Trinta moedas de prata. (Olhando nos olhos de Judas).

JUDAS – Está combinado!

SACERDOTE – (Contando as moedas o sacerdote diz) Como saberemos a quem prender?

JUDAS – Será aquele que eu beijar o rosto. Prendei-O, mas o levai com cuidado!

CAIFÁS – Pois bem, aqui estão as trinta moedas de prata. (O sacerdote as joga no chão, em seguida Judas vai

ao encontro de Jesus e dos outros discípulos).

Cena II – O Lava-pés. (Estão em cena: Jesus e os 12 apóstolos)

NARRADOR – Antes da festa da Páscoa sabendo Jesus que era chegada a hora de passar deste mundo para o

Pai, tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim. Durante a ceia o diabo já havia posto no

coração de Judas Iscariotes que traísse a Jesus. E Jesus, sabendo que o Pai tudo confiara em suas mãos, fez-se

pequeno para servir. (Todos se dirigem para o cenáculo e antes de se sentarem Jesus tira a vestimenta de cima

e toma uma toalha e cinge-se com ela. Depois deita água numa bacia e passa a lavar os pés dos discípulos e

enxugá-los com a toalha, chegando até Pedro).

PEDRO – Senhor, tu me lavas os pés quando eu é que deveria lavar os teus?

JESUS – O que faço não entenderás agora Pedro, mas entenderás depois.

PEDRO – Nunca me lavarás os pés. (Pedro retira seus pés das mãos de Jesus).

JESUS – (Segurando Pedro pelo braço fraternalmente). Se não te lavar não tens parte comigo.

PEDRO – (Voltando-se para Jesus). Sendo assim, não lave somente meus pés, mas também minhas mãos e

cabeça. (Curvando-se para ser lavado).

JESUS – (Erguendo-o). Quem já se banhou não necessita lavar senão os pés, pois no mais estão limpos, mas,

nem todos estão limpos. (Pedro deixa que Jesus lave seus pés, depois de lavados os pés, todos sentam –se à

mesa). Desejei muito comer esta Ceia com vocês, foi por esta Páscoa que nasci e vim ao mundo. Vocês

entenderam o que eu fiz? (Pausa e os discípulos refletem). Vocês me chamam de “Mestre” e de “Senhor”, e

tem razão, porque eu sou. Ora, se Eu, Mestre e Senhor, lavei os pés de vocês, então vocês devem lavar os pés

uns dos outros, porque Eu dei o exemplo para que façam o que fiz. Em verdade, em verdade vos digo, não é o

Mestre maior que o Senhor, nem o enviado maior que aquele que o enviou. Já que conhecem esta verdade, serão

felizes se a praticarem.

Cena III – Jesus aponta o traidor. (Estão em cena: Jesus e os 12 apóstolos)

JESUS - Não falo de todos vocês, mas tem que se cumprir o que dizem as Escrituras sagradas: “Aquele que

toma refeições comigo se virou contra mim”. (Jesus olha profundamente Judas sem que ele note).

JESUS - Eu lhes afirmo, um de vocês irá me trair... (Os doze se olham surpresos e questionam...)

TODOS – Serei eu mestre?

PEDRO – Serei eu Senhor? (Aproximando de Jesus).

JOÃO – (Se aproximando de Jesus e o chamando para conversar a sós) Serei eu mestre?

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JESUS – Aquele a quem eu der o pão mergulhado no vinho, esse me trairá. O filho do Homem será entregue,

como está escrito a seu respeito. Mas ai daquele que o trair! Melhor lhe fora não haver nascido. (Neste momento

Jesus se aproxima de Judas e lhe entrega o pão).

JUDAS - (Judas já sabendo do que Jesus falou, exclama). Acaso sou eu Mestre?

JESUS – O que você vai fazer faça logo! (Judas se levanta surpreso, ainda olhando para Jesus, balança a

cabeça positivamente e sai).

Cena IV - A Ceia (Estão em cena: Jesus e os apóstolos com exceção de Judas Iscariotes)

JESUS - Abençoado seja o senhor, que fez o pão brotar no deserto. De agora em diante, esta páscoa será a

passagem da escravidão-morte para a libertação da vida. (Jesus eleva o pão ao Céu e dando graças diz). Tomai

todos e comei, este é o meu Corpo que será entregue por vós, fazei isto em minha memória. (Reparte o pão e

em seguida, eleva o cálice ao Céu e dando graças diz). Tomai todos e bebei, este é o cálice do meu Sangue.

(Reparte o vinho). Sangue da nova e eterna aliança, derramado em favor de muitos para a remissão dos

pecados, fazei isto em memória de mim. (Todos comem e bebem). E digo-vos mais, que desta hora em diante,

não beberei mais o fruto da videira até o dia em que hei de beber de novo convosco no Reino de meu Pai.

Cena V – O novo mandamento e Negação de Pedro. (Estão em cena: Jesus e os apóstolos com exceção de

Judas Iscariotes)

JESUS - Agora, lhes dou um novo mandamento. Amai-vos uns aos outros como eu vos amei. Ninguém ama

mais seu irmão do que aquele que dá a vida por ele. Se tiverem amor uns pelos outros, todos saberão que vocês

são meus discípulos.

(Pausa)

JESUS - Não ficarei muito tempo convosco. Irão me procurar, mas não poderão ir para onde vou.

PEDRO - (Segura o braço de Jesus e o olha profundamente) Mestre, aonde fores, eu irei contigo. Daria minha

vida por ti.

JESUS – Pedro, ainda hoje, antes que o galo cante, você negará três vezes que me conhece.

PEDRO - (Sorrindo) Nunca Senhor! (Jesus o encara com o olhar sério. Pedro também fica sério e encarando

Jesus! Fala em voz alta.).

PEDRO - Jamais! Jamais te negaria!

JESUS - (Olhando para os doze apóstolos) Vocês todos perderão a Fé. O cordeiro será pego e as ovelhas se

dispersarão.

PEDRO - (Irritado) Mas mestre eu nunca irei... (Jesus interrompe)

JESUS - Pedro... Eu rezei por você. Quando estiver recuperado, você dará forças aos teus irmãos.

Cena VI – Jesus, o caminho para o Pai. (Estão em cena: Jesus e os apóstolos com exceção de Judas

Iscariotes)

JESUS – Não fiquem aflitos. Creiam em Deus e também em mim. Na casa de meu pai tem muitas moradas.

Depois que eu for e preparar um lugar para vocês, voltarei e os levarei comigo. (Olhando para os discípulos)

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Eu sou o caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém pode chegar ao pai senão por mim. Se Me conhecem,

conhecem meu Pai. E desde agora O conhecem e o Viram.

FELIPE - Senhor mostra-nos o Pai, e isso nos bastará.

JESUS - Há tanto tempo com vocês e você não me conhece Felipe? Quem me vê, vê o Pai. Como pode dizer:

mostra-nos o Pai? Não crê que Eu estou no Pai e o Pai está em mim?

JESUS - As palavras que digo a vocês, não as digo por Mim mesmo, mas o Pai, que permanece em Mim,

realiza suas obras. Acreditai nisso, ao menos por causa dessas obras. Eu garanto: quem crê em Mim fará as

obras que faço e fará até maiores do que elas, porque Eu vou para o Pai e o que pedirdes em Meu nome, Eu o

farei, para que o Pai seja glorificado no filho.

JESUS - Quem tem meus mandamentos e os observa é quem Me ama; e quem Me ama será amado por Meu

Pai. Eu também o amarei e me manifestarei a ele.

JUDAS TADEU - Senhor, porque Te manifestarás a nós e não ao mundo?

JESUS - Se alguém Me ama, guarda a minha palavra, e o Meu Pai o ama. Eu e Meu Pai viremos e faremos nele

a nossa morada. Quem não Me ama não guarda a minha palavra. E a palavra que tenho dito não é a minha, mas

é a palavra do Pai que Me enviou.

JESUS - Essas são as coisas que Eu tinha para dizer estando entre vós. Mas o Advogado, o Espírito Santo, que

o Pai enviará em Meu nome, ensinará tudo e vocês recordarão tudo o que eu disse.

JESUS - Eu vos Deixo a paz, Eu vos dou a minha paz. A paz que Eu dou a vocês não é a paz que o mundo dá.

Não fiquem aflitos, nem tenham medo. Vocês ouviram o que vos disse: “Eu vou, mas voltarei para ficar com

vocês”.

JESUS - Se Me amassem, ficariam felizes por Eu ir ao Pai, porque o Pai é maior do que Eu. E digo isso agora,

para que, quando aconteça, vocês creiam em mim.

JESUS - Já não tenho muito tempo para conversar, pois o príncipe deste mundo está chegando. Ele não tem

poder sobre Mim, mas vem para que o mundo reconheça que Eu amo o Pai, e é por isso que faço tudo como o

Pai me ordenou.

JESUS – Venham comigo!

3º Ato - Agonia no Horto das Oliveiras e Prisão de Jesus

Cena I – Angústia Suprema e Prisão de Jesus (Estão em cena: Narrador 1, Jesus e os apóstolos com

exceção de Judas Iscariotes que chega depois com Silas e Soldados 1, 2, 3 e 4 e satanás)

NARRADOR – Jesus e seus discípulos que acabaram de fazer a ceia foram ao Monte das Oliveiras.

JESUS – (Todos param, os discípulos sentam-se). A todos vós, serei esta noite, uma ocasião de escândalo, pois

está escrito: “ferirei o Pastor e as ovelhas se dispersarão”. Porém, quando ressuscitar, irei diante de vós na

Galiléia. (Os discípulos se põem a pensar).

JESUS - Pedro, Tiago, João. Levantem! Me acompanhem, preciso rezar (Jesus, seguido de Pedro, Tiago e

João, e vai rezar) Sentai-vos aqui, enquanto vou orar, a minh’Alma está numa tristeza mortal. Vigiai e orai.

(Afasta-se um pouco, ajoelha-se e murmurando diz). Pai se for possível, afasta de mim este cálice de

sofrimento. (Suando sangue). Mas, não seja feita a minha vontade, mas a Sua. (Volta aos discípulos e os

encontra dormindo). Por que estão dormindo?! (Os discípulos assustam-se e se levantam. Jesus se dirige a

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Pedro e diz:). Não pudestes vigiar uma hora comigo! (Pausa). Vigiai e orai para não cairdes em tentação, pois o

Espírito está disposto para o bem, mas a carne é fraca. (Sai novamente pra orar, em seguida retorna e os

encontra novamente dormindo).

NARRADOR – Jesus retorna pela segunda vez e encontra novamente os apóstolos dormindo, pois seus olhos

estavam pesados, mas os deixa e volta a rezar.

(Satanás vem para perturbar Jesus)

SATANÁS - Queres expiar por tudo isso? Mas tu nem és puro! Tu foste a causa das faltas dos discípulos, dos

seus escândalos, das perturbações que trouxeram ao mundo renunciando aos costumes antigos. Vê! És culpado

da matança dos inocentes por Herodes, dos sofrimentos de seus pais no Egito. Não salvaste João Batista da

morte. Desuniste famílias, protegeste pessoas de má fama. Não lembras? Não curaste alguns doentes. Não

impediste Madalena de recair no pecado. Abandonaste tua família. Não tem méritos para expiar tantas culpas.

Vê? Ainda que tomes sobre ti os pecados da humanidade, eles não te aceitarão! E é por estes ingratos que te

sacrificarás?

JESUS - (Levantando e com um grito, afasta Satanás) SE AFASTE!!!! (Satanás sai de cena).

JESUS - (Retorna pela terceira vez e os encontra novamente dormindo). Dormi e descansai, agora basta! É

chegada a hora. O Filho do homem será entregue nas mãos dos pecadores. (Pausa) Levantai-vos, eis que se

aproxima o que há de me entregar. (Enquanto Jesus fala, Judas se aproxima com os soldados).

SILAS - (Falando a Judas) Onde está Jesus?

JUDAS - Será aquele que eu beijar. (Judas vai até Jesus)

JUDAS - Mestre… (Judas beija a face de Jesus)

JESUS - Judas… é com um beijo que entregas o Filho do Homem?

JUDAS - (Balançando a cabeça negativamente) Mestre... Não... (Jesus dá um passo à frente)

SILAS - (Falando aos soldados) É ele, prendam-no! (Os soldados avançam e pegam Jesus)

TIAGO - (Gritando) Judas! O que você fez?

JOÃO - (Também gritando) Traidor! (Segurando na roupa de Judas) Você o traiu!

(Pedro vai até Judas, que se livra de João e agarra Pedro pela manga).

JUDAS - Pedro. Me escute! O mestre só será salvo falando no Sinédrio!

PEDRO - (Falando a Judas, com as duas mãos em sua roupa) Você é louco? Eles vão matá-lo! (Pedro solta

Judas e corre na direção dos soldados)

PEDRO - JESUS!!! (Jesus se afasta um pouco. Pedro corre em direção a Jesus, fura o bloqueio dos

soldados, desembainha a espada do soldado e tenta livrar Jesus das mãos dos outros soldados e atinge Malco,

cortando-lhe a orelha).

JESUS - Basta, Pedro! Guarda a tua espada, porque aquele que com o ferro fere, com o mesmo ferro será

ferido. (Pedro larga Jesus olhando-o, sem entender. Jesus toca e cura a orelha do soldado. Enquanto isso

Pedro caminha para trás).

JESUS - Por acaso não vou beber o cálice que meu pai me deu?

SOLDADO 1 - (Empurra Pedro) Se afaste! (Malco fica ajoelhado admirando-se da cura de sua orelha)

SILAS - Prendam todos eles! (Fogem os apóstolos com exceção de Judas Iscariotes)

JESUS - Não! Era a mim que procuravas. Pois me achou. Deixe-os ir.

SILAS - (Falando aos soldados) Está bem. Vamos, levem-no! (Silas fica para trás com um dos soldados)

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JUDAS - (Falando a Silas) O que estão fazendo? Por que tudo isso?(Vai ate Silas e segura sua roupa) Onde

será a reunião com Caifás?

SILAS - Não haverá nenhuma Reunião!

JUDAS - O quê?

SILAS - Haverá um julgamento. O seu Jesus é acusado de blasfêmia! (Silas se livra das mãos de Judas, vira-se

e dá dois passos, para, vira para Judas e lhe joga um saquinho com as moedas) Sua ajuda foi inestimável.

(Judas olha a cena completamente incrédulo).

SOLDADO 2 - (Empurrando Judas) Já tem seu dinheiro. Agora suma daqui!(Silas e o soldado também vão

embora, Judas sai de cena transtornado)

NARRADOR - Prenderam Jesus e o levaram para a casa de Caifás. (Soldados agridem Jesus que está

amarrado).

4º Ato – Julgamento no Sinédrio

Cena I – Jesus diante de Caifás (Estão em cena: Jesus, Silas, Caifás, Nicodemos, sacerdotes 1 e 2,

Soldados 1, 2, 3 e 4 e Testemunhas 1, 2 e 3).

(Os sacerdotes estão discutindo, quando entram Silas e os Soldados com Jesus, que está com as mãos

amarradas)

SACERDOTE 1 - Irmãos façam silêncio! Eles Chegaram!

NICODEMOS - O que é isso? Não precisamos amarrá-lo como se fosse um ladrão! (Nicodemos desamarra

Jesus e deixa a corda no chão)

CAIFÁS - Jesus, não é nossa intenção tratá-lo como criminoso. Mas queremos que nos explique a natureza de

suas pregações. Que doutrina é essa que você e seus discípulos estão espalhando?

JESUS - Falei abertamente para que todos ouvissem. Preguei em todos os lugares. Não fiz nada em segredo.

Portanto, por que me pergunta? Pergunte aqueles que me ouviram. Eles são minhas testemunhas!

SOLDADO 2 - (Dá uma bofetada em Jesus) É assim que respondes ao sumo?

JESUS - Soldado, se falei mal, mostre-me onde errei, (Pausa) mas se falei bem, porque me bates?

NICODEMOS - Caifás, eu ouvi seus sermões. E eles não negam os princípios da fé.

SACERDOTE 2 - Ele disse que poderia destruir o templo e reerguê-lo em três dias!

SACERDOTE 1 - Não, em dois!

NICODEMOS - As testemunhas nem estão de acordo!

SACERDOTE 2 - Não podemos lembrar-nos de tudo! Havia um tumulto que ele mesmo provocou! Mas pelo

qual os romanos nos culparam.

NICODEMOS - Barrabás foi o culpado!

CAIFÁS – (Falando ao povo) Para que este homem seja julgado, eu preciso de testemunhas, soldado traga-me

uma testemunha. (Soldado2 vai à multidão e traz uma testemunha) O que tens a dizer sobre este homem?

TESTEMUNHA 1 - Vi este homem oferecer a outra face, enquanto a lei diz: “Olho por olho e dente por

dente”.

CAIFÁS - Leve-a e me traga outra testemunha. (Soldado 2 obedece) O que sabes sobre este?

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TESTEMUNHA 2 - Vi este homem dizer: “posso destruir o templo e reconstruí-lo em três dias”!

CAIFÁS - Leve-a daqui. Para este Judeu ser condenado, preciso de mais testemunhos. (Soldado traz outra) O

que tens a dizer a respeito deste homem?

TESTEMUNHA 3 - Ele ordenou a seus discípulos que colhessem espigas aos sábados, enquanto a lei diz “É

proibido”.

CAIFÁS - (Olhando para Jesus) Dizem que você afirma ser o Filho de Deus. Pergunto-lhe agora, em nome de

Deus, você e o Messias? O filho de Deus? (Silêncio por alguns instantes)

JESUS – Sim! E vos digo também o que vereis depois: O Filho de Homem sentado à direita do poder de Deus,

vindo sobre as nuvens do céu!

CAIFÁS - Blasfêmia, (Com ira desmedida rasga suas vestes) que necessidade temos de mais testemunhas?!

Eis o que acabaram de ouvir, é blasfêmia!! E a vós (Falando com os anciãos) o que parece?

SACERDOTE 1 - Deve ser louco!

SACERDOTE 2 - É réu de morte! (Dá um sinal aos soldados)

(Os soldados vendam Jesus e o espancam)

SOLDADO 3 - Profetiza-nos Cristo quem te bateu?

(Caifás se levanta, olhando para o céu).

CAIFÁS - que seja levado a Pilatos. (Pausa) Ele dará a palavra final, sobre este blasfemador!! Levem!!

Cena II – Negação de Pedro (Estão em cena: Pedro, Jesus, Soldados, Mulheres 1 e 2, Homem 1)

(Os soldados e Jesus cruzam todo o palco maior, devagar, e descem para o palco menor. Os soldados ficam

no palco maior, observando. Enquanto isso Pedro estará sentado no chão com o povo, quando uma das

mulheres se levanta e fala

MULHER 1 - Espere aí! Eu te conheço! Você estava com Jesus! É um de seus seguidores!

PEDRO - (Se coloca de pé) Eu não o conheço! (Pedro se livra da mulher e vai para o outro lado)

MULHER 2 - É sim Eu o conheço, olhem! Ele é um dos seus seguidores!

MULHER 1 - É sim eu o vi! (Mulher 1 e mulher 2 seguram Pedro)

HOMEM 1- (Se levanta e grita) Será que não vi você com Ele no Jardim? (Também segura Pedro)

PEDRO - Vocês estão enganados. Não conheço o tal Jesus. Nunca ouvi falar! (Pedro se solta e cai no chão, ao

centro. Também ao centro, Jesus é empurrado pelo soldado 1. Pedro e Jesus se olham por alguns instantes.

Pedro se levanta devagar e, desesperado, sai correndo. Os soldados levam Jesus)

5º Ato – Estações da Via Sacra

1ª Estação - Jesus é condenado a morte

Cena I – Jesus é levado a Pilatos (Estão em cena: Jesus, Chefe dos soldados, Soldados 1, 2, 3 e 4, Caifás,

Silas, Sacerdotes 1 e 2, Pilatos e Povo

(Jesus é levado até Pilatos. O povo se aglomera e fica calado no inicio da cena)

PILATOS - (Irritado) Isto são Horas? O que fazes aqui tão cedo?

CAIFÁS - (Curva-se diante dele) Oh, Grande governador Pilatos, aqui está um para ser julgado de morte.

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PILATOS - Que acusações trazem contra este homem? Não deveis tratá-lo assim. (Desamarra a corda com

que Jesus esta sendo amarrado e a joga no chão)

CAIFÁS - Se não fosse um malfeitor, não o entregaríamos a ti.

PILATOS - Tomai-o vós mesmos e julgai-o conforme a vossa Lei.

CAIFÁS - Não nos é permitido condenar ninguém a morte. (O povo provoca um reboliço e acusa-o)

POVO – Mate-o!

PILATOS - (Com gestos, ordena que trouxessem Jesus até ele) Que mal ele fez?

SACERDOTE 1 - Encontramos este homem subvertendo a nação, proibindo o povo de dar impostos a César.

SACERDOTE 2 - Ele começou da Galileia até chegar aqui.

PILATOS - Na Galileia? (Olha para Caifás) Este homem é da Galileia? (Pausa) Jurisdição de Herodes, não é?

Então neste caso, vamos deixar que Herodes o julgue. Ele ainda esta na cidade?

CAIFÁS - Sim, Grande governador!!!

PILATOS – Pois levem-no a Herodes (Sai Pilatos, Caifás, os sacerdotes e alguns soldados com Jesus e vão

para a casa de Herodes)

Cena II – Jesus é levado a Herodes (Estão em cena: Jesus, Caifás, Sacerdotes 1 e 2, Alguns Soldados,

Herodes e seus criados, dançarinas e tocadores, o povo e satanás).

(Herodes está deitado, sendo servido por uma criada com uvas e outro o abanando, tendo três dançarinas

junto com alguns tocadores, Caifás entra nos aposentos do rei e fala com ele. Herodes interrompe a dança

com um bater de palmas, Jesus espera do lado de fora com os soldados, Caifás fala a um (a) Criado (a)).

CAIFÁS - gostaria de falar com Herodes (Entra, e é barrado pelos soldados)

CRIADA - Ele ordenou que não o incomodasse...

CAIFÁS - Ele não sabe o que tenho... Diga-o que quem está aqui é o sumo sacerdote Caifás, ele saberá que

deve me receber. (Ela passa e vai a Herodes, cochicha em seu ouvido).

HERODES - Faça-o entrar. (Empurram Jesus até Herodes)

CAIFÁS - Mil perdões, majestade, mas Pilatos ordenou que trouxéssemos este prisioneiro para ser julgado, pois

ele é Galileu.

HERODES - Dê um passo à diante (Empurram Jesus) então você é Jesus. Já ouvi falar de você; dizem que faz

milagres... Mágicas... Cura os doentes (Um criado simula esta deficiente) e transforma água em vinho. (Pega

uma taça com vinho) Quero ver uma mágica... Aqui está, transforme o vinho em água (Derrama o vinho e

Jesus nada responde) Diga-me como ressuscitar os mortos.

CAIFÁS - Não é para isso que trouxemos este homem. Ele declara-se o filho de Deus.

SACERDOTE 1 - Ele corrompeu todo o povo e se intitula Rei.

HERODES - Este Homem, rei? (Sorri, pega o pano de chão, veste Jesus e se prostra)... Todo rei merece ter

um manto real, Majestade! (risos) Castiguem-no (Os soldados o espancam). (Pausa) Chega, basta! Se tudo o

que disseram for verdade, isso é crime contra Roma. Levem-no de volta a Pilatos, este assunto é dele. Levem o

rei dos Judeus. (Todos riem muito e voltam para a casa de Pilatos).

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Cena III – Jesus é levado de volta a Pilatos (Estão em cena:Jesus, Pilatos, Caifás, Sacerdotes 1 e 2, Chefe

dos soldados, Soldados, Barrabás, Maria, os 11 apóstolos, Maria Madalena, José de Arimateia, o povo e

satanás)

CAIFÁS - (Curvando-se e olhando para Pilatos) Trouxemos de volta o que se diz Cristo o Rei dos Judeus.

PILATOS - (Olhando Jesus nos olhos) Tu és cristo Rei dos Judeus?

JESUS - Falas assim por ti mesmo ou os outros lhe disseram isso de mim?

PILATOS - Por acaso eu sou judeu? (Aponta para a multidão e os sacerdotes) Teu povo e os chefes dos

sacerdotes te entregaram a mim. O que fizeste?

JESUS - Meu Reino não é deste mundo. Se meu reino fosse deste mundo, meus súditos teriam combatido para

que Eu não fosse entregue aos judeus. Mas meu reino não é deste mundo.

PILATOS - Portanto, tu és rei?

JESUS - Sim eu sou rei. É para dar testemunho da verdade, que nasci e vim ao mundo. Quem é da verdade

escuta a minha voz, tudo que é da verdade ouve a minha voz.

PILATOS - O que é a verdade? (Silêncio prolongado)

(Pilatos e Jesus vão em direção ao povo que está alvoroçado)(Pilatos com um aceno pede silêncio)

PILATOS - Ora, eu o interroguei diante de vós e não encontrei neste homem motivo algum de condenação,

como o acusais!

POVO - (Volta a gritar e fazer acusações) Ele é culpado, condena-O.

PILATOS - É costume entre vós que eu vos solte um preso, na páscoa, quereis, pois, que eu vos solte Jesus, o

Rei dos judeus?

POVO - Não, este homem não!!

(Pilatos faz um aceno para os soldados, o soldado 4 buscar Barrabás. Pilatos acena de novo para o povo,

para que se acalme)

PILATOS - Quereis que vos solte o Rei dos Judeus ou Barrabás?

POVO - Barrabás! Barrabás! (Barrabás se exalta)

PILATOS - Que farei de Jesus a quem chamam de Cristo?

POVO - Crucifica-O, crucifica-O!

PILATOS - Mas que mal ele fez?

POVO - Morte! Crucifica-O, crucifica-O!

PILATOS - (Olha para os soldados) Castiguem ele para que sirva de lição e depois tragam-no a mim. (Os

soldados levam Jesus, o povo os segue, eles O amarram em um tronco e O surram).

SOLDADO 2 - Vamos ver até onde Ele continua a dizer que é Rei! (Zombando de Jesus, pega o primeiro

chicote e começa a surrá-lo até cansar, Jesus apenas se contrai no tronco; não conseguindo fazer Jesus se

curvar, pega outro chicote, agora de chumbo, e começa a surrá-lo novamente. Chega o Chefe dos soldados e

os faz parar ,dizendo).

CHEFE DOS SOLDADOS - Parem! Vocês estão loucos? Querem matá-lo? Era apenas para castigá-lo!!!!

Levem-no daqui, vistam-no e esperem até que Pilatos mande buscá-lo! Vão! (Os soldados arrastam Jesus,

Todos saem do local, Maria e Madalena tiram o pano que cobre sua cabeça e começa a enxugar o sangue de

Jesus, Madalena imita Maria neste ato, depois elas voltam para junto do povo)

(Os soldados levam Jesus, O vestem e continuam zombando dele).

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SOLDADO 2 - Nosso Rei merece um manto, (Pega um pano no chão e cobre-O) Um bastão (Pega um galho

e coloca-o em sua mão) e uma coroa. (Afasta-se e pega uma planta espinhosa e faz um coroa e a coloca em

Jesus e zomba) Majestade! (O Soldadeo3 puxa o bastão bruscamente derrubando Jesus e começa a bater em

sua cabeça enquanto os outros lhe dão socos e pontapés).

Cena IV – O arrependimento e morte de Judas (Estão em cena: Judas, Silas e Soldado 4)

NARRADOR – Neste momento, o remorso e o arrependimento tomam conta de Judas.

JUDAS - Silas... (Soldado 4 barra sua passagem)

SILAS - (Falando ao soldado) Deixe-o passar! Ele é inofensivo... (Soldado 4 libera a passagem, encarando

Judas)

SILAS - O que quer Judas?

JUDAS - (Falando lentamente) Solte Jesus! Quero desfazer o nosso trato! (Pegando as moedas no bolso)

Tome de volta as moedas, aqui estão! Pequei, entregando sangue inocente! Tome de volta suas moedas, não

quero mais!

SILAS - Se você pensa que entregou sangue inocente, o problema é seu! Pegue seu dinheiro e vá embora. Vai!!

(Judas, indignado, joga o dinheiro nos pés de Silas. Tenta avançar contra ele, mas é impedido pelo soldado,

que o empurra para trás, fazendo-o cair. O soldado e Silas se retiram. Judas ao cair encontra a corda que

estava amarrando as mãos de Jesus. Completamente transtornado, pega a corda e sai de cena para se

enforcar).

Cena V – Pilatos lava suas mãos (Estão em cena: Jesus, Pilatos, Mulher de Pilatos, Testemunhas 1 e 2,

Barrabás, Povo, Maria, os 11 apóstolos, Maria Madalena, José de Arimateia, Caifás, Silas, Sacerdotes 1 e

2, e satanás)

PILATOS - (Falando ao povo) Agora trarei Jesus para vocês, mas entendam, para mim ele é inocente. (Os

soldados O trazem, Pilatos vê Jesus em farrapos).

POVO - Crucifica-O, Crucifica-O!

PILATOS - Vocês o crucifiquem, pois não vejo mal algum neste homem!

MULHER DE PILATOS (Cláudia) - (Levanta- se, vai até Pilatos e diz:) Não te envolvas com este homem,

pois nesta noite fui muito atormentada em sonhos que lhe diziam respeito, Ele é Homem justo!!!

PILATOS – (Dizendo para Jesus) De onde és tu? (Jesus nada responde)

PILATOS - (Olhando nos olhos de Jesus) Não sabes que tenho poder para te libertar ou crucificar?

JESUS - Não teria poder algum sobre Mim, se não te fosse dado do alto, (Pausa) por isso, quem me entregou a

você tem o pecado maior.

(O povo volta a gritar sem parar)

TESTEMUNHA 1 – (Gritando do meio do povo) Temos uma lei e segundo ela, ele deve morrer porque se

declarou Filho de Deus.

POVO - Crucifica-o, crucifica-o!

PILATOS - Querem mesmo crucificá-lo? Não vejo Nele mal algum!

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SILAS - Se o soltas, não és amigo de César! Todo aquele que se faz rei é inimigo César!

PILATOS - (Falando ao povo) Eis o vosso rei.

(Jesus é apresentado ao povo pelos soldados 1 e 2)

POVO - Crucifica-o, crucifica-o, crucifica-o!

PILATOS - Vão crucificar o vosso Rei?

POVO - O nosso rei e César!

PILATOS - Mas que mal ele fez?

POVO - Morte! Crucifica-o, crucifica-o!

(Pilatos pede ao soldado 3 que lhe traga uma vasilha com água)

PILATOS - Estou inocente deste sangue. A responsabilidade é de vocês. Por isso, lavo minhas mãos! (Pilatos

lava as mãos na frente da multidão)

TESTEMUNHA 2 - (Gritando do meio do povo) Que seu sangue caia sobre nós e nossos filhos.

PILATOS - Se é assim que querem, assim será feito. Soldados soltem este homem! (Aponta para Barrabás, o

soldado 2 corta as amarras e o solta, Barrabás explode de alegria, passa ao lado de Cristo e olha para ele em

silêncio, depois sai em direção ao povo gritando:)

BARRABÁS - Liberdade! Estou livre! Liberdade!

PILATOS - (Diz para os soldados que estão com Cristo) Levem-no daqui!

2ª Estação - Jesus carrega sua Cruz

(Estão em cena: Jesus, Maria, os 11 apóstolos, Maria Madalena, José de Arimateia, Caifás, Silas, soldado

1, 2, 3 e 4, povo, ladrões 1 e 2, e satanás [Que acompanha todo o caminho]).

JESUS – (Ajoelha-se e toma consigo a cruz) Cruz, (Pausa, ofegante) lenha bendita (Pausa), há trinta e três

anos espero por ti (Beija a cruz), para derramar minhas últimas gotas de sangue em benefício da humanidade

(Levanta-se com a cruz)

(Seguem em procissão até a próxima estação. Os soldados chicoteiam Jesus)

3ª Estação - Jesus cai pela 1ª vez

(Estão em cena: Jesus, Maria, os 11 apóstolos, Maria Madalena, José de Arimateia, Caifás, Silas, Soldados,

povo, ladrões 1 e 2, e satanás)

(Jesus caminha em meio aos berros do povo e as chicotadas dos soldados até cair pela primeira vez, a cruz

cai em suas costas, os soldados impõem a cruz a Jesus zombando dele)

SOLDADO 4 - Levanta-te ( Erguendo Jesus e curvando-se) Majestade!!!

(Os soldados O surram, em seguida O levantam e lhe impõem a cruz).

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4ª Estação – Jesus encontra com sua Mãe

(Estão em cena: Jesus, Maria, os 11 apóstolos, Maria Madalena, José de Arimateia, Caifás, Silas, Soldados,

povo, ladrões 1 e 2, e satanás)

(Jesus encontra-se com sua mãe e com Maria Madalena aos prantos)

MARIA – (Passando por entre os soldados) Deixem-me passar! (Cai de joelhos próximo à Jesus) Meu Filho...

O que Fizeram contigo? (Pausa)

MARIA MADALENA – (Também passa pelos soldados e junto cai de joelhos junto a Maria) Rabi!

CHEFE DOS SOLDADOS – Tirem essas mulheres do caminho! (Os soldados as retiram)

MARIA - Homens cruéis, vocês não tem coração! (Sai chorando e é amparada por João)

5ª Estação – Simão Cirineu carrega a cruz

(Estão em cena: Jesus, Maria, os 11 apóstolos, Maria Madalena, José de Arimateia, Cirineu, Caifás, Silas,

Soldados, povo, ladrões 1 e 2, e satanás).

SOLDADO 2 - (O soldado olha para Simão Cirineu e diz) Ei você! Venha e ajude este infeliz a carregar a

cruz!

CIRINEU - Mas eu nem o conheço!

SOLDADO 2 - (Pegando Simão pelo braço) Não interessa! Ajude-o!

(Cirineu toma a cruz ao lado de Cristo e os soldados continuam a chicotear a Jesus)

CIRINEU - Parem de bater agora! Ou não ajudo a levar esta cruz! (Olha para Jesus e diz:) Aguente, agora

falta pouco!

(Os soldados para de bater)

6ª Estação – Verônica enxuga o rosto de Jesus

(Estão em cena: Jesus, Maria, os 11 apóstolos, Maria Madalena, José de Arimateia, Cirineu, Verônica,

Caifás, Silas, Soldados, povo, ladrões 1 e 2, e satanás).

VERÔNICA – (Entra pelo meio da multidão e passa pelos soldados) Mestre, Mestre! O que fizeram com o

Senhor. (Com um lenço enxuga o rosto de Jesus e nele fica impresso sua face) Olhem... Olhem o que fizeram

com meu Mestre!

(Cirineu caminha mais um pouco com Jesus e é retirado pelos soldados)

7ª Estação - Jesus cai pela 2ª vez

(Estão em cena: Jesus, Maria, os 11 apóstolos, Maria Madalena, José de Arimateia, Caifás, Silas, Soldados,

povo, ladrões 1 e 2, e satanás).

(Jesus cai e a cruz cai por cima dele, os soldados O surram, em seguida O levantam e lhe impõem a cruz).

SOLDADO 3 – Levanta-te, o seu caminho está chegando ao fim!

8ª Estação – Jesus consola as mulheres de Jerusalém

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(Estão em cena: Jesus, Maria, os 11 apóstolos, Maria Madalena, José de Arimateia, Caifás, Silas, Soldados,

povo, Mulheres de Jerusalém, ladrões 1 e 2, e satanás).

(As mulheres caem aos pés de Jesus chorando)

JESUS - Mulheres de Jerusalém não chorem por mim, mas por vós e por vossos filhos; pois se fazem isto

quando a lenha está verde, o que farão quando estiver seca?

9ª Estação – Jesus cai pela terceira vez

(Estão em cena: Jesus, Maria, os 11 apóstolos, Maria Madalena, José de Arimateia, Caifás, Silas, Soldados,

povo, ladrões 1 e 2, e satanás).

(Jesus cai e a cruz cai por cima dele).

SOLDADO 5 - (Gritando) Em blasfemar tu és bom, (Surra Jesus) levanta e carrega tua cruz!

10ª Estação - Jesus é despojado de suas vestes

(Estão em cena: Jesus, Maria, os 11 apóstolos, Maria Madalena, José de Arimateia, Caifás, Silas, Soldados,

povo, ladrões 1 e 2, e satanás).

(Ao chegarem ao monte Calvário, Jesus é despido pelos soldados e a multidão se agita).

SOLDADO I – Não rasguemos a túnica, mas vamos sorteá-la para ver de quem será.

11ª Estação - Jesus é pregado na cruz

(Estão em cena: Jesus, Maria, os 11 apóstolos, Maria Madalena, José de Arimateia, Caifás, Silas, Soldados,

povo, ladrões 1 e 2, e satanás).

(Os soldados pregam Jesus na cruz e pregam também os dois ladrões [Levantam os ladrões])

JESUS – Pai! Perdoa-lhes, eles não sabem o que fazem! (Os soldados levantam a cruz)

NARRADOR – Jesus foi pregado na cruz e levantado da terra, junto com Ele foram dois ladrões, um à sua

direita e outro à sua esquerda.

LADRÃO 1 - Se és o Cristo salva a ti e salva a nós.

LADRÃO 2 – Nem sequer temes a Deus, tu que sofres o mesmo suplício? Para nós isto é justo, recebemos o

que merecemos pelos nossos crimes, mas este homem não fez mal algum. Jesus lembra-te de mim quando

estiveres em teu reino.

JESUS – Dimas, em verdade te digo, ainda hoje estarás Comigo no paraíso.

CAIFÁS – Salvou aos outros e não pode salvar a si mesmo. (Risos)

SOLDADO 2 – Se és o Rei dos Judeus, que salve a si mesmo!

SOLDADO 1 – Se és o filho de Deus, desça agora da cruz!

(Após esta fala, Maria e João se aproximam da cruz e é feito silêncio).

JESUS - (Falando a Maria) Mulher, eis ai o teu filho. (Falando a João) Eis ai tua mãe.

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JESUS – Eli, Eli! Lama Sabactani. (Pausa) Pai, porque me abandonaste?

JESUS - Tenho sede. (O soldado molha uma bucha molhada em vinagre e o serve com uma vara, Ele cospe)

12ª Estação – Jesus morre na cruz

(Estão em cena: Jesus, Maria, os 11 apóstolos, Maria Madalena, José de Arimateia, Caifás, Silas, Soldados,

povo, ladrões 1 e 2, e satanás).

JESUS – Tudo está consumado. Pai, em tuas mãos entrego meu Espírito. (Dá um grito forte e morre)

(Silêncio) (Satanás se contorce e sai de cena).

NARRADOR - Então o véu do templo rasgou. A terra tremeu e os corpos de muitos santos ressuscitaram.

Muitos testemunharam estes acontecimentos. Jesus morre na cruz. José de Arimateia, que era discípulo de

Cristo, falou com Pilatos para retirar o corpo de Jesus da cruz e informa aos soldados que retirem os corpos da

cruz.

(José de Arimateia cochicha ao Chefe dos Soldados que diz: )

CHEFE DOS SOLDADOS - (Falando aos soldados) Não é sensato deixar os corpos na cruz, pois amanhã é

preparação para a páscoa, quebrai as pernas de todos, depois os retirem da cruz!

(Os soldados quebram as pernas dos ladrões, mas não as de Cristo, pois o soldado 3 fala: )

SOLDADO 3 - Este está morto!

CHEFE DOS SOLDADOS - Fura-lhe o peito para teres certeza! (O soldado 3 perfura o lado de Cristo com

uma lança e do ferimento jorra água e sangue).

13ª Estação – Jesus é descido da cruz

(Estão em cena: Jesus, Maria, os 11 apóstolos, Maria Madalena, José de Arimateia, Soldados, povo).

SOLDADO 4 - (Enquanto os outros soldados sobem para tirar o Cristo da Cruz o soldado 4 olha a imagem

de Cristo na Cruz e diz: ) De fato, este homem era mesmo o Filho de Deus!

(Em seguida os soldados descem Cristo da Cruz e O entregam a Maria que está junto aos apóstolos)

MARIA - Meu filho, o que fizeram contigo? Anunciastes o Evangelho de vida, Curastes os doentes, perdoastes

os pecadores, abraçastes as crianças, restituístes a vida de tantos, mostrastes o caminho do bem e tantos te

condenaram à morte e se uniram para tirar-lhe a vida! Meu filho, o que mais deveria ter feito?

14 ª Estação – Jesus é colocado no sepulcro

(Estão em cena: Jesus, Maria, os 11 apóstolos, Maria Madalena, José de Arimateia).

JOSÉ DE ARIMATEIA - Vamos Maria, ele deve ser enterrado!

(Jesus é carregado pelos apóstolos até o sepulcro).

NARRADOR – Ali perto havia um sepulcro novo, no qual ninguém havia sido sepultado. Então puseram

Jesus... (Os apóstolos levam Jesus e o colocam, e lá ficam todos).

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6º Ato – Ressurreição de Jesus

NARRADOR 1 - No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus.

NARRADOR 2 - No princípio, Ele estava com Deus. Tudo foi feito por meio Dele e sem Ele nada foi feito.

NARRADOR 1 - O que nEle foi feito era a vida, e a vida era a luz dos homens.

NARRADOR 2 - E a luz brilha nas trevas, e as trevas não a apreenderam.

NARRADOR 1 - O Verbo era a luz verdadeira que ilumina todo o homem. Ele vinha ao mundo. Ele estava no

mundo e o mundo foi feito por meio Dele, mas o mundo não o reconheceu. Veio para o que era seu. E os seus

não O receberam.

NARRADOR 2 - Mas a todos que O receberam deu o poder de se tornarem Filhos de Deus: aos que creem em

seu nome.

NARRADOR 1 - E o Verbo se fez carne, e habitou entre Nós, e nós vimos a sua glória, glória que Ele tem,

junto ao Pai, como o Filho único, cheio de graça e verdade.

NARRADOR 2 – No terceiro dia, Aquele, que é o cordeiro de Deus, que foi imolado por nós para a remissão

de nossos pecados, vencendo a morte, ressuscitou dos mortos para nos dar vida. Ressuscitou e permanece

conosco até o fim dos dias, nos mostrando que Ele é o nosso caminho e a verdade, é fonte de vida!

(Neste instante Jesus aparece ressuscitado e todos os personagens se reúnem para o encerramento da

encenação).