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FOZ DO IGUAÇU ANAIS DO VI ENCONTRO INTERNACIONAL DE LETRAS - 6, 7 e 8 de dezembro de 2012 A FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE LETRAS: DESAFIOS E PERSPECTIVAS ISSN 2175-384X RESUMO: ESTUDOS LITERÁRIOS
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VI ENCONTRO INTERNACIONAL DE LETRAS
A FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE LETRAS:
DESAFIOS E PERSPECTIVAS
O VI Encontro Internacional de Letras, que acontecerá de 06 a 08 de dezembro de 2012,
no campus da UNIOESTE de Foz do Iguaçu, terá como tema A FORMAÇÃO DO
PROFESSOR DE LETRAS: DESAFIOS E PERSPECTIVAS. É um evento organizado
por uma equipe de professores do colegiado do curso de Letras e acadêmicos do 3º ano,
e espera-se um público de aproximadamente 400 participantes, entre acadêmicos e
professores, profissionais da área da educação, pesquisadores da área de linguagem da
região de Tríplice Fronteira, além de pesquisadores de outras regiões do Brasil.
Eixos Temáticos
1) Ensino - Aprendizagem de Língua Estrangeira
2) Tecnologia e Ensino de Língua Estrangeira
3) Ensino – Aprendizagem de Língua Portuguesa
4) Gêneros do Discurso e Ensino
5) Políticas Linguísticas e Formação de Professores em contexto de
fronteira
6) Estudos Literários
7) Plurilinguismo/Pluriculturalismo e Interculturalidade
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Comissões
Comissão organizadora:
Ana Maria Kaust
Flávio Pereira
Ildo Carbonera
Secretaria do evento:
Andressa Pâmela Schmidt Oliveira
Josiane Nava
Raíza Brustolin de Oliveira
Comissão de Abertura:
Diego Damasceno
Laura Sanchez Pereira Battistella
Liz Basso Antunes de Oliveria
Comissão da Coordenação Científica:
Flávio Pereira
Martha Ribeiro Parahyba
José Luiz da Silva Acosta
Laura Sanchez Pereira Battistella
Comissão de Infraestrutura e Apoio logístico:
Ildo Carbonera
Ana Maria Kaust
Andrieli Lopes Francisco
Denize Juliana Reis Cardoso
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Herica Valerio Terra
Jessica Lopes Boita
Comissão de Ensalamento e Monitoria:
Nataly Yolanda Capelari dos Santos
Olga Viviana Flores
Aline Diuliana Ribeiro Resende
Andressa Pâmela Schmidt Oliveira
Andrieli Lopes Francisco
Carlos Xavier Aguero Verdun
Clarice de Souza Lima dos Santos
Eder Luiz Basquiroto
Gerusa Graeff Hoteit
Herica Valerio Terra
Igor Perrud da Silva
Jeane de Souza Castro
Jessica Lopes Boita
Josiane Nava
Josiane Peres dos Santos
Marcelo Loof Talasca
Mariane Dutra Magnabosco
Mayara Zanatta
Meyre dos Santos Andrade
Raíza Brustolin de Oliveira
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Thiago Benitez de Melo
Adriana Akemi Tateishi
Graziele Burmann
Comissão Cultural:
Ildo Carbonera
Centro Acadêmico de Letras da Unioeste - Campus Foz do Iguaçu – CALU
Jean Carlos Rodrigues da Silva
Jéssica Ribeiro Franco
Liz Basso Antunes de Oliveria
Luiza Victória Repanas
Comissão de Patrimônio e Recursos:
Josiane Nava
Raíza Brustolin de Oliveira
Mariangela Garcia Lunardelli
Comissão de Logística em Informática:
Diego Damasceno
Eliane Dávilla Savio
Comissão de Organização dos Intervalos:
Andressa Pâmela Schmidt Oliveira
Herica Valerio Terra
Mayara Zanatta
Mariane Dutra Magnabosco
Raíza Brustolin de Oliveira
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Comissão de Divulgação:
Ildo Carbonera
Centro Acadêmico de Letras da Unioeste - Campus Foz do Iguaçu – CALU
Andressa Pâmela Schmidt Oliveira
Caroline Arenhart de Bastiani
Kayanna Pinter
Mayara Zanatta
Raíza Brustolin de Oliveira
Adriana Akemi Tateishi
Graziele Burmann
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EIXO TEMÁTICO:ESTUDOS LITERÁRIOS
1) COMPARANDO O PÓS-MODERNISMO: A RESPIRAÇÃO ARTIFICIAL DE
QUEM NÃO SE SENTE EM LIBERDADE.
2) A REPRESENTAÇÃO DO NEGRO EM “DRY SEPTEMBER” DE WILLIAM
FAULKNER E “NEGRINHA” DE MONTEIRO LOBATO.
3) A VOZ DO MARGINALIZADO NA OBRA DE J. M. COETZEE, VIDA E ÉPOCA
DE MICHAEL K.
4) A ESCOLHA HUMANA DE RENATO SERRA
5) A MENSAGEM REVELADA NO BRASÃO PORTUGUÊS: OS SÍMBOLOS
LUSITANOS METAFÓRICOS DE FERNANDO PESSOA
6) CAIM, DE JOSÉ SARAMAGO: UMA BÍBLIA AS AVESSAS - O
ELEMENTO QUESTIONADOR DE JOSÉ SARAMAGO
7) FERNANDO PESSOA E SEU HETERÔNIMO RICARDO REIS
8) FICÇÃO HISTÓRICA: A POÉTICA DO DESCOBRIMENTO EM EL
CONQUISTADOR (2006) E CRÓNICA DEL DESCUBRIMIENTO (1980)
9) FIOS DE MÚSICA SOLUÇADOS NA ALDEIA NOVA, DE MANUEL DA
FONSECA
10) NEGRITUDE DE ISMAEL EM ANJO NEGRO
11) O PROJETO NACIONALISTA-LITERÁRIO DE ALENCAR
12) A VOZ DO MARGINALIZADO NA OBRA DE J. M. COETZEE, VIDA E
ÉPOCA DE MICHAEL K.
13) LISPECTOR: UM ESTUDO DE GÊNERO EM UMA APRENDIZAGEM OU
O LIVRO DOS PRAZERES.
14) REPRESENTAÇÃO NA LITERATURA CONTEMPORÂNEA
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OLIVEIRA, A. L. J.; FIORUCI, W. R. Comparando o Pós-Modernismo: a Respiração
Artificial de quem não se sente Em Liberdade
Assim como o mundo vem se transformando no decorrer das décadas, a literatura,
estando no âmbito das artes e sendo, portanto, extremamente sensível à sociedade,
também sofreu mudanças consideráveis. Podemos comparar, por exemplo, a literatura
produzida nos últimos trinta anos com a antecedente a essa, para perceber facilmente
como as alterações são significativas. Nesse contexto, o trabalho aqui apresentado tem
por objetivo clarear alguns pressupostos do Pós-modernismo, que muitas vezes, por ser
controverso, pode gerar ideias errôneas. Com efeito, utilizou-se da análise comparada,
por pensar que essa, por muitos métodos, enriquece cada um dos dois romances que são
objetos do estudo, seja por aproximar suas semelhanças ou evidenciar as suas
diferenças. As duas obras escolhidas são, então, Em liberdade, do brasileiro Silviano
Santiago, e Respiração artificial, do argentino Ricardo Piglia. O interessante é perceber
ao longo da leitura que, apesar de estarem em contextos tão diferentes, podem ser
complementares à interpretação do leitor, contribuindo para sua formação como cidadão
pensante. Isso é possível a partir do momento em que há uma análise mais aprofundada,
que aqui é realizada a partir da perspectiva da metaficção historiográfica, uma das várias
e inteligentes ferramentas utilizadas pelo pós-modernismo. Além disso, é importante
acrescentar que esse estudo está contextualizado em um projeto maior, que busca
rastrear o pós-modernismo na década de 80 através da análise comparativista,
mostrando como esses autores tentam edificar o leitor como um sujeito atento e crítico.
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FERNANDES, Joyce Silva. A REPRESENTAÇÃO DO NEGRO EM “DRY
SEPTEMBER” DE WILLIAM FAULKNER E “NEGRINHA” DE MONTEIRO
LOBATO
Este artigo tem por objetivo apresentar e discutir as diferentes formas de representação
do negro nos contos “Dry September”, de William Faulkner e “Negrinha”, de Monteiro
Lobato. Na obra de ambos os autores, este é um tema recorrente, mas traços culturais,
históricos e sociais, tanto dos autores como dos contextos em que cada obra está
inserida, diferem e dão a cada abordagem do problema do racismo nuances e
direcionamentos diversos.
PALAVRAS-CHAVE: Racismo, William Faulkner, Monteiro Lobato.
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OLIVEIRA, J.P.; FIORUCI, W. R. A voz do marginalizado na obra de J. M. Coetzee,
Vida e época de Michael K.
O romance foi escrito em 1983 e mostra as dificuldades que o personagem passa
enquanto tenta sobreviver em um país arrasado por uma guerra civil. Coetzee traz em
sua obra as injustiças, os preconceitos, a falta de liberdade, ou seja, a realidade do povo
sul-africano, dando, dessa forma, voz aos marginalizados, ao passo que cria uma
literatura diferente, que não fala da elite, mas sim dos excluídos. Por meio dessa
estratégia discursiva, possibilita ao leitor enxergar de maneira diferente a história. Há
também a busca do sujeito pela sua identidade e pelo seu lugar na sociedade, além de
questionamentos acerca da maneira como o governo, detentor do poder, tenta manter a
ordem num país em conflito. É através dessas e outras características que podemos
classificar o romance como pertencente ao Pós-modernismo, o qual se utiliza dos
personagens, citações e discussões para fazer-nos perceber que o que é dito e aceito
como verdade nem sempre o é, que os discursos são carregados de ideologias e que,
destarte, devemos estar preparados para imergir nos vários níveis do texto, tornando-nos
sujeitos ativos e críticos. É esse o intuito do autor, fazer-nos mais reflexivos diante do
que nos é posto, fazendo-nos perceber como é a versão da história a partir dos relatos
dos descentralizados e quais são as estratégias que as classes dominantes usam para
manipular o discurso a seu favor.
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ZAMBONI, F. J. F - A ESCOLHA HUMANA DE RENATO SERRA
RESUMO: O crítico Renato Serra emergiu na cena literária italiana num momento
crucial da cultura europeia, no início do século XX, tomado pela efervescência
vanguardista e pela gestação, no campo político, de acontecimentos como a Segunda
Guerra Mundial e a Revolução Russa. A crítica literária italiana oscilava entre a
influência declinante do poeta Giosuè Carducci e a ascensão do filósofo e crítico
Benedetto Croce. Serra, ainda que se beneficiasse da maior solidez conceitual deste
último, elegeu o modelo pessoal e literário de Carducci como um antídoto contra a
tendência ao esquematismo e à impessoalidade que viria a dominar cada vez mais a
crítica desde então, culminando, mais tarde, na análise “científica” das obras literárias.
Ao longo do século XX, não raro os intelectuais se perderam no cumprimento de suas
rotinas profissionais, descuidando do cultivo do estilo literário. Desenvolveram uma
linguagem especializada e padronizada, compreendida (mas nem sempre lida) apenas no
seu círculo imediato, desprovida de interesse para o leitor comum. Se é verdade que o
estilo é o homem, a promoção de um tipo de intelectual padronizado conduz as
humanidades (e a humanidade) a uma condição sub-humana. É urgente, pois, a
revalorização de escritores como Renato Serra, que, além de participar de dos debates
culturais mais significativos da contemporaneidade, não se apartaram do cuidadoso
cultivo do estilo literário e, consequentemente, da própria condição humana.
PALAVRAS-CHAVE: crítica literária, literatura italiana, estilo.
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LANGNER, A. E. - A MENSAGEM REVELADA NO BRASÃO PORTUGUÊS: OS
SÍMBOLOS LUSITANOS METAFÓRICOS DE FERNANDO PESSOA
RESUMO: Constituindo-se parte do projeto de pesquisa intitulado “O fil rouge
saramaguiano na toalha da literatura portuguesa: as referências (e reverências) de José
Saramago”, esta pesquisa detém-se num dos autores mais influentes da Literatura de
Portugal (e do próprio José Saramago): Fernando Pessoa. No presente trabalho,
analisar-se-á especificamente Mensagem (1934), a obra de cunho épico da Literatura
Portuguesa no século XX. O vínculo com a história e o contexto lusitano do século XVI
se faz presente constantemente nessa obra poética, trazendo reflexos e refrações de
outros textos épicos como Os Lusíadas, de Luís de Camões, porém de forma
incontestavelmente “pessoada”. Em observação da primeira parte da obra, intitulada
“Brasão”, pode-se estabelecer uma associação do visual do brasão português a
referências históricas descritas por Pessoa, divididas em Os campos, Os castelos, As
quinas, A coroa e O timbre. Massaud Moisés e Cleonice Berardinelli serão base teórica,
além de dados históricos ilustrativos para estabelecer a ligação prevista na análise.
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BARBOSA, E.S.* THIMÓTEO, S.G.
** - CAIM, DE JOSÉ SARAMAGO: UMA
BÍBLIA AS AVESSAS - O ELEMENTO QUESTIONADOR DE JOSÉ SARAMAGO
Caim, o último romance de José Saramago, confronta os designos divinos de deus,
através de alguns mitos do Antigo Testamento bíblico, criando uma intertextualidade
entre os dois livros. Este trabalho se objetiva no elemento questionador dentro do
romance, em principal com os mitos de abraão, o patriarca que mente e engana seu filho
para levá-lo ao sacrifício, e job, o leal servo de deus que é posto à prova por um pacto
estabelecido entre deus e satã. Por meio de estruturas dialógicas, em que caim
contrapõe-se a deus, isaac a abraão e a mulher de job a seu marido, surge a contínua
indagação e enfrentamento das histórias bíblicas, construída pelo elemento
desestabilizador diante do discurso bíblico. A Bíblia constitui-se como um conjunto de
mitos, metáforas que a humanidade estabelece como “verdade absoluta” e José
Saramago vem, por meio da não-acomodação, criticar as instituições que criam essas
verdades para exercer uma relação de poder.
Palavras-chave: Saramago; Caim; Elemento Questionador.
*
* Estudante de Graduação em Letras – Bolsista PIBID. Voluntária do
projeto de pesquisa “O fil rouge saramaguiano: as referências (e reverências) de José
Saramago”. Universidade Federal da Fronteira Sul. E-mail: [email protected].
**
** Professor Mestre em Estudos Literários. Coordenador do Projeto de
Pesquisa “O fil rouge saramaguiano: as referências (e reverências) de José Saramago”.
Universidade Federal da Fronteira Sul. E-mail: [email protected]
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OLIVEIRA, Raiza Brustolin de, OZELAME, Josiele Kaminski Corso - Fernando
Pessoa e seu Heterônimo Ricardo Reis
Este trabalho tem como objetivo compreender as características do poeta Ricardo Reis
que é um dos principais heterônimos de Fernando Pessoa, considerado um dos maiores
poetas do século XX, pelo patriotismo presente em suas obras, pela temática de reflexão
existencial, pela divagação entre uma visão mais racional e emocional. Porém, sua
genialidade de escritor se faz presente principalmente pelo fenômeno da heteronímia,
que acaba por criar outros poetas com características textuais e biográficas próprias que
chamamos de heterônimos. Ricardo Reis, nosso objeto de estudo, é o poeta monárquico
que divaga sobre a transitoriedade da vida, tonando-se apenas apreciador da mesma.
Discípulo direto de Caeiro (outro heterônimo de Pessoa), ele se apropriou e intensificou
o paganismo, e essa noção pagã de acreditar nos Deuses Gregos contribui fortemente
para uma formação neoclássica, presente em seus poemas.
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Klock, Ana Maria e Fleck, Gilmei Francisco - FICÇÃO HISTÓRICA: A POÉTICA DO
DESCOBRIMENTO EM EL CONQUISTADOR (2006) E CRÓNICA DEL
DESCUBRIMIENTO (1980)
O presente trabalho tem como objetivo analisar os romances El Conquistador (2006), do
escritor argentino Federico Andahazi, e Crónica del Descubrimiento (1980) do escritor
uruguaio Alejandro Paternain. Nas duas obras, os autores exploram o encontro entre os
autóctones americanos e os europeus em um processo de “descobrimento” às avessas. É
o nativo americano que parte em busca de conquistar outra terra levando consigo todas
as ambições de riqueza, de poder e de dominação. Mas antes de apresentar a análise das
obras, primeiro exploraremos a relação entre o discurso histórico e o discurso ficcional,
apontando quais são as intenções que movem cada um e por que sempre aparecem
interligados quando o assunto é romance histórico. Após esse apanhado geral,
apresentaremos a analise de alguns trechos conectando-os com o diário de bordo de
Cristóvão Colombo. Além da paródia do discurso histórico, os autores também
constroem os personagens espelho da imagem do descobridor Cristóvão Colombo,
recriando, no universo imaginativo, um diário fictício no qual se registram os
acontecimentos da viagem e as impressões que a chegada ao Velho Mundo. Assim, a
obra oferece ao leitor a oportunidade de conhecer uma diegese que problematiza aquilo
que na historiografia se encontra registrado, construindo outras possibilidades de
imaginar os eventos marcantes do mais importante encontro de civilizações na era
moderna.
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MACHADO, F. A.e GEBRA, F. M. - Fios de música soluçados na Aldeia Nova, de
Manuel da Fonseca
Resumo: Neste trabalho, considerando a posição de João Luiz Lafetá em relação ao
estudo da história literária e o método de interpretação dialeticamente íntegra de
Antonio Candido, partimos do pressuposto de que Manuel da Fonseca, inserido no
Neorrealismo português, apresenta tanto um projeto ideológico quanto um projeto
estético, por se tratar, obviamente, de um movimento de renovação estética de reação ao
Presencismo. Logo, dentro desta perspectiva e seguindo alguns pressupostos da
semiótica greimasiana, defendemos que, a partir da análise do percurso gerativo de
sentido de dois contos do livro Aldeia Nova (1942), é possível estabelecer a relação do
plano de conteúdo com a estrutura política portuguesa da época, onde as estruturas
fundamentais do texto indicam: 1. no caso de “Maria Altinha”, a necessidade de findar a
realidade opressora que atinge a sociedade, e 2. no caso de “Mestre Finezas", a
necessidade de renovação e valorização da elite cultural portuguesa.
Palavras-chave: Neorrealismo; Manuel da Fonseca; Aldeia nova.
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FANK, Mayara Zanatta e PARAHYBA, Martha Ribeiro - Negritude de Ismael em Anjo
Negro
O objetivo desta comunicação oral é apresentar a pesquisa de ICV, que investiga a
personagem negra “Ismael”, na obra Anjo Negro, de Nelson Rodrigues. Anjo Negro,
uma peça teatral escrita em 1946, que mostra o preconceito racial presente no próprio
personagem Ismael, qual não suporta a sua cor e vive em busca de “branqueamento”,
impedindo sua esposa, Lígia, para que não veja ninguém além dele, principalmente
brancos. A partir do conceito de negritude, supervalorização da cultura negra em países
com população afro-descentente, Munanga (1988) afirma que se os negros não tivessem
passado por todo um processo cruel, desde a África, onde foram colonizados e
escravizados, não teria sido criado este movimento, pois foi a partir desta
desvalorização, que eles se posicionaram perante a sociedade e mostraram que possuem
uma bagagem cultural positiva como qualquer outra etnia. Investigaremos a
desconstrução feita por Ismael, que apesar de ser médico e ter uma boa posição social,
refuta sua cor sob todas as circunstâncias, da ideia de negritude. Essa pesquisa se
desenvolve com a revisão bibliográfica sobre o assunto e o exame da obra. Portanto,
dentro das perspectivas de Negritude – Usos e Sentidos e Santos e canalhas, de Adriana
Facina a finalidade deste trabalho é mostrar como o negro valoriza, na peça teatral, a
história mítica de que sempre aceitaram o estado de alienação; repassar o conhecimento
deste movimento cultural negro dentro de um caráter biológico, comprovando que a
ideia de divisão de raças é desconsiderada; e psicológico, apresentando como, e talvez
chegar a um por que, Ismael tem tanto desprezo por si mesmo; relatar os tipos de
negritude que encontramos ao longo da história, tais como: dolorosa, agressiva, serena e
vitoriosa; e por fim, ser um instrumento de consulta para outros acadêmicos com
interesse no tema abordado.
Palavras-chave: Anjo-Negro, Nelson-Rodrigues, Negritude, Munanga.
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Redies Amarildo Britzius - O projeto nacionalista-literário de Alencar
O escritor romântico José de Alencar procurou concretizar, através de seus romances,
um projeto literário que desse ao Brasil um status cultural de país soberano nas letras,
como já o era politicamente desde a Independência. Produziu obras urbanas,
regionalistas, rurais, históricas e indianistas que nos legaram um painel do Brasil-nação
extremamente sólido.Há que se destacar ainda a consciência demonstrada por Alencar
na construção de sua obra, na medida em que aparece com clareza a intenção de
abranger os vários aspectos do país no conjunto de seus textos. Não se pode garantir, no
entanto, que o referido projeto nacionalista já existia de antemão, quando, por exemplo,
o escritor publicou seu primeiro romance importante: O Guarani.É mais pertinente
constatar que ao longo de sua trajetória, tanto pessoal e de romancista quanto política e
social, é que a consciência alencariana foi-se aclarando, e já aparece completamente
delineado no breve e oportuno Como e porque sou romancista.Uma possível explicação
seria que o referido projeto foi-se constituindo nas produções literárias em função
também dos embates e polêmicas com que frequentemente o escritor cearense envolvia-
se, e isso pode ser evidenciado nos três romances indianistas que escreveu.O Guarani é
um romance de folhetim, feito para cativar o público-leitor, contribuindo também na
própria formação deste novo público nas letras nacionais, situação compartilhada com
os escritores românticos europeus, alicerçados nos valores da ascendente burguesia. Por
isso, é um livro de peripécias, épico nas ações de Peri, que pouco tem de índio e muito
de cavaleiro medieval. Herói convertido ao cristianismo para salvar a menina branca
que lhe foi confiada.Embora ao produzir este romance Alencar já demonstrasse
concepções literárias e nacionais estabelecidas, como demonstrou nas Cartas sobre A
Confederação dos Tamoios, ácidas críticas à produção indianista de Gonçalves de
Magalhães, O Guarani colaborou tão somente no projeto nacional com a idealização da
figura do índio, visto como grandioso em inteligência, atributos físicos e morais.O
segundo romance indianista de Alencar – Iracema – constitui o ápice da criação
alencariana neste filão literário. É obra que ideologicamente busca a síntese e a essência
do caráter nacional brasileiro, constituído na junção da natureza superior do índio e dos
valores culturais do colonizador europeu.A última obra indianista – Ubirajara – destoa
dos romances anteriores pelo vigor da crítica ao conquistador português, estabelece, por
fim, o índio como a legítima força original que constituiria os valores formadores da
nacionalidade brasileira. Alencar coloca a literatura, como construção estética, num
segundo plano, e preocupa-se em criar, com base em documentos e na sua capacidade
argumentativa, um passado altivo e grandioso para a essência do que considera
nacional, agora no sentido de afastamento total em relação à herança cultural
portuguesa.
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OLIVEIRA, J.P.; FIORUCI, W. R. A voz do marginalizado na obra de J. M.
Coetzee, Vida e época de Michael K. O romance foi escrito em 1983 e mostra as
dificuldades que o personagem passa enquanto tenta sobreviver em um país arrasado
por uma guerra civil. Coetzee traz em sua obra as injustiças, os preconceitos, a falta de
liberdade, ou seja, a realidade do povo sul-africano, dando, dessa forma, voz aos
marginalizados, ao passo que cria uma literatura diferente, que não fala da elite, mas
sim dos excluídos. Por meio dessa estratégia discursiva, possibilita ao leitor enxergar de
maneira diferente a história. Há também a busca do sujeito pela sua identidade e pelo
seu lugar na sociedade, além de questionamentos acerca da maneira como o governo,
detentor do poder, tenta manter a ordem num país em conflito. É através dessas e outras
características que podemos classificar o romance como pertencente ao Pós-
modernismo, o qual se utiliza dos personagens, citações e discussões para fazer-nos
perceber que o que é dito e aceito como verdade nem sempre o é, que os discursos são
carregados de ideologias e que, destarte, devemos estar preparados para imergir nos
vários níveis do texto, tornando-nos sujeitos ativos e críticos. É esse o intuito do autor,
fazer-nos mais reflexivos diante do que nos é posto, fazendo-nos perceber como é a
versão da história a partir dos relatos dos descentralizados e quais são as estratégias que
as classes dominantes usam para manipular o discurso a seu favor.
FOZ DO IGUAÇU ANAIS DO VI ENCONTRO INTERNACIONAL DE LETRAS - 6, 7 e 8 de dezembro de 2012 A FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE LETRAS: DESAFIOS E PERSPECTIVAS ISSN 2175-384X RESUMO: ESTUDOS LITERÁRIOS
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Lispector: um estudo de gênero em Uma Aprendizagem ou O Livro dos Prazeres.
OLIVEIRA, Liz Basso A.¹ - (UNIOESTE)
PARAHYBA, Martha R.² – (UNIOESTE)
O objeto de estudo dessa comunicação oral é o livro Uma Aprendizagem ou O Livro dos
Prazeres, de Clarice Lispector, escrito em 1969. Fruto de um trabalho de Iniciação
Científica Voluntária em desenvolvimento, que pretende examinar o gênero em três
obras de autoria feminina de expressão portuguesa, já citada anteriormente, as outras
Niketche - Uma História de Poligamia, de Paulina Chiziane; e Montedemo, de Hélia
Correia. O trabalho pretende comparar a forma com que a mulher é tratada em três
diferentes países que falam a mesma língua, o português. Com a pesquisa está em
andamento, nesta comunicação oral serão abordadas apenas características do primeiro
livro, que buscarão examinar aspectos de gênero na obra de Clarice Lispector.O livro
narra a história de Lori, uma mulher que vive sozinha, e conhece Ulisses. Com o
desenrolar da trama, a mulher passa por um tipo de aprendizagem, comprometida com
as regras exigidas pelo rapaz. Ulisses afasta-se de Lóri, para dá-la espaço para aprender
mais sobre si mesma. Dias depois Ulisses reaparece e percebe, que ela está pronta para a
consumação do amor. Ele a avisa que a hora chegou, e pede a ela que apareça sem
avisar em seu apartamento quando quisesse. Lori, dedicada ao trabalho, adia o encontro,
até dar-se conta de que precisa de Ulisses e vai procurá-lo em seu apartament.
Palavras-chave: Clarice Lispector, feminismo, século XX.
¹ Aluna do Curso de Licenciatura em Letras, da Universidade Estadual do Oeste do Paraná
(UNIOESTE), Campus de Foz do Iguaçu. [[email protected]]
² Docente do Curso de Licenciatura em Letras, da Universidade Estadual do Oeste do Paraná
(UNIOESTE), Campus de Foz do Iguaçu.
FOZ DO IGUAÇU ANAIS DO VI ENCONTRO INTERNACIONAL DE LETRAS - 6, 7 e 8 de dezembro de 2012 A FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE LETRAS: DESAFIOS E PERSPECTIVAS ISSN 2175-384X RESUMO: ESTUDOS LITERÁRIOS
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Representação na literatura contemporânea
Caroline Arenhart De Bastiani
Kayanna Pinter
Resumo: A literatura contemporânea assume diferentes representações sociais em suas
narrativas. Imbricando gêneros literários, estruturas narrativas e representações voltadas
tanto à tradições literárias, quanto à concepções inovadoras de ficcionalização dos
corpos de personagens e autores. Outra característica da narrativa literária
contemporânea, bem como da crítica literária da atualidade, é a problematização do
trabalho do artista em relação à linguagem e à sua (in)capacidade de representação.
Neste sentido, diversos teóricos contemporâneos, assim como inúmeros autores
questionam o papel do escritor, o lugar da representação e a maneira como a linguagem
é utilizada na literatura contemporânea. Neste patamar, Luiz Costa Lima e Michel
Foucault são exemplos de novas concepções de mímesis e de linguagem que nos
ajudam a compreender o atual cenário literário, que envolve não somente questões
voltadas à narrativa, englobando também o mercado editorial e a performance autoral.
No entanto, questões como aquelas apontadas não são exclusividade da literatura
contemporânea. Em cenários literários como o século XX, no Brasil, problematizações
acerca da representação e do uso da linguagem literária são tema de narrativas como as
de Clarice Lispector, em A hora da estrela, ou do Regionalismo, com suas
representações das minorias sociais, como os retirantes representados nas obras de
Guimarães Rosa. Assim, o simpósio proposto abre um leque de possibilidades de
reflexão que não se esgota na narrativa literária atual, abarcando também outros
períodos literários significativos da literatura. Tendo como principal objetivo
problematizar as diversas relações existentes entre o campo literário e a sociedade de
modo mais geral ou ainda entre os componentes deste mesmo campo literário, este
simpósio preocupa-se não somente com questões ditas “atuais”, como a recente crise da
representação na literatura, voltando-se também para questões anteriores que
possibilitem compreender a narrativa literária atual, que se encontra em constante
evolução e é, ainda dificilmente caracterizada, devido às múltiplas facetas que assume,
em virtude das performances realizadas por autores, editores, linguagem e personagens.
Palavras-chave: Representação; linguagem; autoria; (des)estrutura dos gêneros
literários.