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VESTIBULAR DE VERÃO 2017 PROVA DE REDAÇÃO INSTRUÇÕES • A duração da prova é de 2 horas. • Verifique, na folha da redação, se seus dados estão registrados corretamente. Caso haja alguma divergência, comunique isso ao Fiscal de Sala. • Antes de entregar a folha da redação, assine-a no espaço indicado, com caneta esferográfica de tinta azul es- cura ou preta. • Se quiser, use as informações disponíveis na prova e nos textos de apoio, mas não faça simples cópia ou pará- frase, pois isso anulará a redação. Não é permitido o uso de qualquer outro material de consulta. • Mantenha o telefone celular desligado. • Desenvolva o texto no limite de 30 a 35 linhas, em letra de tamanho regular. • Utilize a norma culta da língua portuguesa. • Passe a limpo seu texto, na folha da redação, a caneta (azul escura ou preta), em letra legível e sem rasuras. O texto escrito a lápis será anulado. • Na folha da redação, não faça nenhuma marcação fora do campo reservado à escrita do texto, uma vez que qual- quer marca pode ser identificada na leitura feita pelo scanner. • Não dobre, amasse ou rasure a folha da redação, pois, mesmo em caso de erro, esse material não será substituído. • Ao terminar, levante o braço e aguarde para entregar sua redação. • Ao sinal para o término da prova, o Fiscal de Sala recolherá a redação dos candidatos que, porventura, ainda se encontrarem na sala. • Este caderno você pode levar consigo. O O O O O A seguir, são sugeridos dois temas para o desenvolvimento de sua redação. Selecione um deles e redi- ja um texto argumentativo em que você expresse, com clareza e consistência, sua posição em relação ao problema proposto. Boa Prova!

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VESTIBULAR DE VERÃO 2017

PROVA DE REDAÇÃO

INSTRUÇÕES

• Aduraçãodaprovaéde2horas.

• Verifique,na folhadaredação,seseusdadosestãoregistradoscorretamente.Casohajaalgumadivergência,comuniqueissoaoFiscaldeSala.

• Antesdeentregarafolhadaredação,assine-anoespaçoindicado,comcaneta esferográfica de tinta azul es-cura ou preta.

• Sequiser,useasinformaçõesdisponíveisnaprovaenostextosdeapoio,masnão faça simples cópia ou pará-frase, pois isso anulará a redação.Nãoépermitidoousodequalqueroutromaterialdeconsulta.

• Mantenhaotelefonecelulardesligado.

• Desenvolvaotextonolimitede30 a 35 linhas,emletradetamanhoregular.

• Utilizeanormacultadalínguaportuguesa.

• Passealimposeutexto,nafolhadaredação,a caneta (azul escura ou preta), em letra legível e sem rasuras. O texto escrito a lápis será anulado.

• Nafolhadaredação,nãofaçanenhumamarcaçãoforadocamporeservadoàescritadotexto,umavezquequal-quermarcapodeseridentificadanaleiturafeitapeloscanner.

• Não dobre, amasse ou rasure a folha da redação, pois,mesmo em caso de erro, essematerial não serásubstituído.

• Aoterminar,levanteobraçoeaguardeparaentregarsuaredação.

• Aosinalparaotérminodaprova,oFiscaldeSalarecolheráaredaçãodoscandidatosque,porventura,aindaseencontraremnasala.

• Estecadernovocêpodelevarconsigo.

O O O O O

A seguir, são sugeridos dois temas para o desenvolvimento de sua redação. Selecione um deles e redi-

ja um texto argumentativo em que você expresse, com clareza e consistência, sua posição em relação

ao problema proposto.

Boa Prova!

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Unisinos – Redação 1

PROPOSTA 1

Disponível em <http://www.frasiaforismi.com/aforismi/ipocrisia-e-falsita/>. Acesso em 06 set. 2016.

A autenticidade, que consiste em manter-se fiel a sua essência, ao seu “eu” interior, é uma característica positiva do ser humano. Alguns estudiosos questionam, entretanto, se é possível cultivar a autenticidade na

sociedade em que vivemos, condicionados a agir conforme as normas e padrões ditados pelo mundo exterior.

TAREFA

Com base nessas considerações, redija um texto argumentativo em que você responda à seguinte questão:

� Em sua opinião, é possível viver de forma autêntica na sociedade contemporânea? Fundamente sua tese em argumentos consistentes.

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2 Unisinos – Redação

Textos de apoio para a proposta 1

Texto 1

Falando de autenticidade*

Sandra de Souza Batista Abud**

Infelizmente, a sociedade contemporânea não está habituada a ver políticos, líderes religiosos, pes-soas agindo com autenticidade.

Entretanto, é histórica essa relação entre essên-cia e aparência. A correspondência entre essas duas características era profunda e seriamente considera-da na Grécia Antiga, quando qualquer demonstração de distância da verdadeira essência era chamada de “prostituição”, significado diferente dos tempos atuais.

A autenticidade, ou integridade e honestidade, é resgatada pela Psicologia como uma das forças pes-soais. A autenticidade corresponde à característica de dizer a verdade e viver de modo genuíno. Ser autên-tico é ter comportamento compatível com os próprios valores.

Nesse contexto, é de primordial importância o au-toconhecimento. E é de primordial importância tam-bém se fazerem questões como estas: A minha ver-dadeira essência está compatível com os valores que reproduzo em minhas ações? Eu sou quem acredito ser? Tenho consciência do que é minha essência? Minhas ações são capazes de exprimir quem sou e como penso? Minhas atitudes estão em sintonia com

o meu eu? Sou autêntico? Somos educados para agir com autenticidade?

O ritmo de vida atual afasta os indivíduos dessa reflexão. Vive-se, atualmente, em uma sociedade em que o ter é que importa e o ser tem pouco espaço, e, como consequência, não se descobre quem se é. Na verdade, as pessoas até confessam a dificuldade de definir seus valores essenciais, por não refletirem sobre o assunto.

Voltando à Grécia Antiga, Sócrates, filósofo gre-go, já dizia, em seu tempo, que o homem que não se conhecia era um bárbaro – aquele que, para os gre-gos, romanos e depois para outros povos, era quem pertencia a outra raça de civilização e falava outra língua –, ou seja, um estrangeiro, um desconhecido. Contemporaneamente, bárbaro significa cruel, desu-mano, feroz, rude, grosseiro.

Urge entender que a verdadeira virtude e a verda-deira felicidade fundamentam-se na correspondência entre essência e aparência.

*Texto publicado no Jornal da Manhã Online, em 13 de novembro de 2014. Disponível em <http://jmonline.com.br/novo/?noticias,22,

ARTICULISTAS,102184>. Acesso em 29 ago. 2016. Adaptação.

**Psicóloga Clínica.

Texto 2

Da sinceridade à autenticidade*

César Pimentel, Pedro Moraes, Mateus Bayer, Luiza Corrêa

Um dos primeiros índices de uma transformação moral pode ser remontado ao campo filosófico. Se-gundo Taylor (2011), em Rousseau, desenvolve-se um nexo complexo e inovador entre costumes sociais e realidade psicológica. Constatando que o “eu” é in-separável da vida social, Rousseau pergunta-se como podemos viver de modo autêntico, sem sermos ofus-cados pelo excesso de convenções. Essa questão, própria questão da autenticidade, está no centro do

pensamento de Rousseau. A intensa busca por ser “si mesmo” move seu pensamento e expressa sua in-quietação, articulando sua obra aos mais diferentes campos do conhecimento.

Os inúmeros códigos e convenções, bem como as regras de etiqueta e educação, compõem, segundo o filósofo, um jogo de aparências que distanciam o indivíduo de sua singularidade. É nesses termos que formula severas críticas à civilidade do mundo aristo-

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Unisinos – Redação 3

crático. De acordo com sua análise, pelo fato de os indivíduos nas grandes cidades terem de adequar-se aos bons costumes, deixam de seguir sua própria aptidão. À revelia do que pense, sinta ou deseje, o homem deve agir da forma que a sociedade conside-ra adequada. Assim, perde-se sob a máscara que o olhar público impõe a todos, desaparecendo no inte-rior da uniformidade. Energicamente, Rousseau ende-reça críticas a essa lógica, denunciando prejuízos do culto à aparência sobre o que considera a natureza sentimental e espontânea do eu.

Vale destacar que essa concepção do homem ur-bano como duplo, visto que cindido entre aparência e essência, não era, de forma alguma, evidente antes de ser formalizada pela análise de Rousseau. No mundo clássico, ainda não havia uma cisão, pelo menos uma cisão tão nítida, entre interioridade/exterioridade, pri-vado/público, realidade/artifício, já que o ser se cons-tituía no próprio ato de aparecer. Era no domínio públi-co que a subjetividade se formava, sendo aparência e essência, portanto, indissociáveis. Balthazar Gracian, teólogo e filósofo espanhol do século XVII, dizia que “o que não se vê é como se não existisse” (citado por COURTINE e HARROCHE, 1988, p. 246). Isto é, o ser só poderia concretizar-se no âmbito dos códigos e de tudo aquilo que se fazia aparecer. A concepção de que haveria um ser autêntico obscurecido por trás da aparência foi sendo formulada na esteira das análises de Rousseau, o que influenciou o olhar de muitos pen-sadores sobre a civilidade do século XVII. Mais do que isso, a própria formação do sentimento de si e de uma

subjetividade pretensamente destacada da relação com o outro foram engendrando-se através da teoria de Rousseau e de suas repercussões.

Uma condenação severa à estima pelo olhar e consideração foi disparada. De acordo com Rousseau, daí se origina o mal: o indivíduo, ao comportar-se em função do olhar e da visibilidade, torna-se outro, estrangeiro a si mesmo (COURTINE e HARROCHE, 1988). Para agir tal como a sociedade exige, ele exerce um cálculo constante sobre seus atos, controlando-se e reprimindo os sentimentos, formando assim uma aparência enganosa. Por essa perspectiva, a máscara, antes o próprio modo de a subjetividade constituir-se, torna-se engano, dissimulação, “repressão da fisio-nomia autêntica” (COURTINE e HAROCHE, 1988, p. 244).

Cabe, então, perguntar: o que seria a autentici-dade de acordo com o ponto de vista aí colocado? À primeira vista, parece que ser autêntico significa desvencilhar-se de tudo aquilo que impediria a livre ir-rupção de impulsos, sentimentos e anseios individuais, abrindo espaço para uma expressão plena de si. A autenticidade estaria, portanto, em oposição às bali-zas sociais. Esse sentimento é derivado de uma con-cepção de indivíduo como núcleo singular, no qual a existência social se inscreve em momento posterior e secundário. Trata-se de uma forma subjetiva cujo laço social é rasgado: independente da relação com o ou-tro e unicamente exercida quando deste distanciada.

*Excerto do artigo Da sinceridade à autenticidade. Clínica & Cultura v.II, n.1, jan-jun 2013, 70-81. Acesso em 29 ago. 2016.

Adaptação.

Texto 3

O que é ser autêntico?*

Jerônimo Mendes**

De acordo com Nathaniel Branden, Ph.D. em Psicologia, “as mentiras mais devastadoras para a nossa autoestima não são as que contamos, mas as que vivemos”. De fato, quando a realidade da nossa experiência e a essência do nosso ser são distorcidas, vivemos aquilo que comumente se denomina mentira, ilusão, autoengano, fantasia e, por vezes, falta de in-tegridade. Tão difícil quanto aceitar a realidade é en-tender a autenticidade.

Autenticidade é a característica de quem é ínte-gro, legítimo, verdadeiro, sincero. [...] Ser autêntico exige uma luta constante consigo mesmo. Enquanto você tenta seguir à risca os ensinamentos proferidos por seus pais, amigos e professores inesquecíveis, o mundo ao seu redor sugere o contrário: um pou-co de mentira não faz mal; todo mundo trai; ninguém vai sentir falta; todo mundo rouba; ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão; estudo não enche

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4 Unisinos – Redação

barriga e outras afirmações absurdas que colocam em xeque a consciência e a autenticidade do ser humano.

Muitas pessoas recebem uma educação que anu-la o entendimento da autenticidade. Desde pequenas, aprendem a sorrir para quem não gostam, a negar o que sentem, a revidar em caso de ofensa, a apelar quando necessário, a rejeitar alguns aspectos da sua condição em vez de tentar entendê-los. Ser pobre ou menos abastado não significa ser inferior, mas não é isso o que reina.

Infelizmente, viver uma vida anônima, simples, com base em princípios e valores sólidos, não tem qualquer atrativo para a mídia em geral, que se vale da hipocrisia e da desgraça alheia. Para atender aos anseios da sociedade em geral, as pessoas repre-sentam o tempo todo e procuram fazer de tudo, em troca de alguns minutos de fama, exceto aquilo que sua consciência e seu coração mandam. O homem só é sincero sozinho, dizia Emerson, pensador norte- americano. [...]

Por essas razões, é bem mais fácil falar de auten-ticidade do que adquiri-la, o que soa um pouco contra-ditório. Em vida, nascemos e permanecemos autên-ticos por um bom tempo, entre a infância e parte da adolescência. De alguma forma, a realidade do mundo consegue modificar o comportamento das pessoas, algumas para o bem, outras nem tanto.

Em nome da sobrevivência, o ser humano ten-de a fingir-se de morto, a sufocar a dor, a bajular, a dissimular, a exaltar qualidades alheias e, por vezes,

a perder a fé em si mesmo. Entretanto, ser autêntico não significa revelar todos os segredos, entregar-se de corpo e alma numa relação, emitir opiniões contro-vertidas, dizer, abestalhadamente, tudo o que lhe vem à mente, disparar críticas infundadas, abrir mão das suas convicções.

Conservar a autenticidade é uma tarefa hercú-lea, pois o “eu interior” precisa estar em sintonia com o “eu exterior”. Se, por um lado, pessoas autênticas são tachadas de antipáticas, frias e indiferentes, por outro, são mais respeitadas, conseguem mais amigos e transmitem mais confiança porque se pode contar com elas sem o perigo da traição, da mentira e da hipocrisia.

Pessoas autênticas valorizam a si mesmas e são mais autoconfiantes. Se você consegue expressar seus sentimentos com sinceridade e sutileza ao mes-mo tempo, sem ferir os sentimentos alheios, você está no caminho certo. Ninguém conquista elevado nível de autenticidade sem antes compreender a si mesmo e, depois, o universo ao seu redor. De acordo com Jean-Paul Sartre, filósofo francês, o desejo de adqui-rir a autenticidade nada mais é do que o desejo de compreendê-la melhor e não a perder.

*Texto publicado em 08 de fevereiro de 2010. Disponível em <http:// www.administradores.com.br/artigos/carreira/o-que-e-ser-

autentico/38509/>. Acesso em 11 set. 2016. Adaptação.

**Administrador, Coach, Professor Universitário e Palestrante. Mestre em Organizações e Desenvolvimento Local pela UNIFAE.

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Unisinos – Redação 5

PROPOSTA 2

Disponível em <http://automedicacaofarma.blogspot.com.br/2010/05/motivos-que-levam-automedicacao.html>. Acesso em 06 set. 2016.

A automedicação, isto é, o uso de medicamentos por conta própria ou por indicação de pessoas não habi-litadas e sem o acompanhamento de um profissional de saúde qualificado, é uma prática recorrente no Brasil e no mundo. Por um lado, profissionais da saúde demonstram preocupação com as possíveis consequências negativas do uso de medicamentos sem prescrição médica e, por outro, há os que defendem a ideia de que a automedicação, diante da crise do sistema de saúde, seria desejável, em certa medida.

TAREFA

Com base nessas considerações, redija um texto argumentativo em que você responda à seguinte questão:

� Em sua concepção, a automedicação deveria ser combatida ou é uma prática aceitável, consideran-

do a atual situação dos serviços de saúde no Brasil?

Fundamente sua tese em argumentos consistentes.

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Textos de apoio para a proposta 2

Texto 1

Automedicação*

A automedicação é uma prática bastante difun-dida não apenas no Brasil, mas também em outros países. Em lugares onde o sistema de saúde é pouco estruturado, a ida à farmácia representa a primeira op-ção procurada para resolver um problema de saúde, e a maior parte dos medicamentos consumidos pela população é vendida sem receita médica. Contudo, mesmo na maioria dos países industrializados, vários medicamentos de uso mais simples e comum estão disponíveis em farmácias, drogarias ou supermerca-dos e podem ser obtidos sem necessidade de receita médica (analgésicos, antitérmicos, etc).

Debate-se se um certo nível de automedicação seria desejável, pois contribuiria para reduzir a utiliza-ção desnecessária de serviços de saúde. Afinal, dos 160 milhões de brasileiros, 120 não têm convênios pa-ra assistência à saúde.

A decisão de levar um medicamento da palma da mão ao estômago é exclusiva do paciente. A respon-sabilidade de fazê-lo depende, no entanto, de haver ou não respaldo dado pela opinião do médico ou de outro profissional de saúde.

A fim de encurtar os caminhos para a obtenção do alívio dos incômodos que o afligem, em inúmeras oca-siões, diante de quaisquer sintomas, especialmente os mais comuns como aqueles decorrentes de viroses banais, o brasileiro vê-se, de pronto, impulsionado a utilizar os medicamentos populares para gripe, febre, dor de garganta; ou a procurar inicialmente orientação leiga, seja dos amigos íntimos ou de parentes mais experientes ou até mesmo do farmacêutico amigo, em busca de solução medicamentosa. A mídia televisiva e vários outros meios de comunicação e propaganda como o rádio ou “outdoors” insistem com seus apelos a estimular a adoção de tal postura, inserindo no final da propaganda a sua tradicional frase “persistindo os sintomas, um médico deve ser consultado”, como se isso os isentasse de toda e qualquer responsabilida-de. Antes essa advertência do que nenhuma.

No Brasil, embora haja regulamentação da Agên-cia Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) para a venda e propaganda de medicamentos que possam ser adquiridos sem prescrição médica, não há regu-lamentação nem orientação para aqueles que os uti-lizam. O fato de poder-se adquirir um medicamento sem prescrição não permite ao indivíduo fazer uso

indevido deste, isto é, usá-lo por indicação própria, na dose que lhe convém e na hora em que achar conve-niente. Dados europeus indicam que, em média, 5,6 pessoas por farmácia e por semana fazem uso indevi-do de algum tipo de medicamento.

[...]As razões pelas quais as pessoas se autome-

dicam são inúmeras. A propaganda desenfreada e massiva de determinados medicamentos contrasta com as tímidas campanhas que tentam esclarecer os perigos da automedicação. A dificuldade e o custo de conseguir-se uma opinião médica, a limitação do po-der prescritivo, restrito a poucos profissionais de saú-de, o desespero e a angústia desencadeados por sin-tomas ou pela possibilidade de desenvolver-se uma doença, informações sobre medicamentos obtidos à boca pequena, na internet ou em outros meios de comunicação, a falta de regulamentação e fiscaliza-ção daqueles que vendem e a falta de programas educativos sobre os efeitos muitas vezes irrepará-veis da automedicação são alguns dos motivos que levam as pessoas a adquirirem remédios sem receita médica.[...]

Considerando-se que as doenças psicossomá-ticas têm grande prevalência, permite-se até admitir que as chances de erro ao trilhar esse comportamento são pequenas, alegando-se que os produtos disponi-bilizados, em sua maioria, não oferecem grandes ris-cos. Contudo, os riscos existem e devem ser conside-rados. Produtos sem o devido controle de qualidade, como prosaicos cosméticos aplicados sobre o couro cabeludo, mostraram efeito teratogênico, devido à contaminação por chumbo. O uso tópico não é isento de efeitos indesejáveis. [...]

A automedicação pode mascarar diagnósticos na fase inicial da doença. Exemplo marcante é o diag-nóstico de apendicite aguda. O doente inicia com um quadro frusto, automedica-se com antibióticos. Como consequência, a apendicite aguda em fase inicial, que se resolveria com uma apendicectomia tecnicamente fácil, pode evoluir para um quadro de peritonite grave, com consequências às vezes funestas. [...]

O problema é universal, antigo e de grandes pro-porções. A automedicação pode ser considerada uma forma de não adesão às orientações médicas e de saúde. Nesse sentido, Hipócrates já sentenciou: “To-

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Unisinos – Redação 7

da vez que um indivíduo diz que segue exatamente o que eu peço, está mentindo”. Não há como acabar com a automedicação, talvez pela própria condição humana de testar e arriscar decisões. Há, contudo, meios para minimizá-la. Programas de orientação pa-ra profissionais de saúde, farmacêuticos, balconistas

e população em geral, além do estímulo à fiscalização apropriada, são fundamentais nessa situação.

*Texto publicado na Revista da Associação Brasileira de Medicina, v. 47, n.4, São Paulo, out/dez. 2001 Disponível em < http://dx.doi.

org/10.1590/S0104-42302001000400001>. Acesso em 29 ago. 2016. Adaptação.

Texto 2

Minimizar a automedicação é uma realidade utópica, mas necessária*

Antonio Carlos Lopes**

Ir à farmácia por conta própria é, muitas vezes, a primeira opção do brasileiro que pretende aliviar seus sintomas – principalmente os mais comuns do dia a dia, advindos de gripes, viroses, dores de cabeça, do-res de estômago, entre outros.

O desespero em amenizar uma dor ou o medo de adquirir uma doença mais grave levam as pessoas a escolherem, entre inúmeras opções, o MIP (Medica-mento Isento de Prescrição) mais indicado para con-ter os incômodos momentâneos.

É válido ressaltar que os pacientes têm o direi-to de atuar sobre a própria saúde, no entanto devem exercer esse direito de maneira consciente e respon-sável. Mesmo que os MIPs sejam liberados e consi-derados seguros, há sempre um risco, de proporções imensuráveis. Por isso, a orientação de um profissio-nal especializado é fundamental.

A nova regra da Anvisa (Agência Nacional de Vi-gilância Sanitária), que pretende facilitar a transforma-ção de medicamentos tarja vermelha em MIPs, aspira fortalecer ainda mais o mercado focado nesse tipo de remédio, apoiando-se, principalmente, na deteriora-ção do sistema de saúde.

Sabemos que a estrutura da rede pública no Bra-sil não tem capacidade de oferecer atendimento a to-da a população. Os pronto-socorros estão lotados, e os agendamentos de consulta nas UBSs (Unidades Básicas de Saúde) e nas AMAs (Assistência Médica Ambulatorial) demoram muito, como também é verifi-cado na medicina de grupo.

Com isso, acabamos sendo obrigados a aceitar a chamada “automedicação permitida”, mas apenas nos casos em que a doença já foi diagnosticada por um médico, e o medicamento foi anteriormente pres-crito. E, quando os sintomas mudam de característica ou passam a não responder mais ao medicamento, aí a indicação é a de voltar ao médico.

Apesar da regulamentação da Anvisa, cautela e responsabilidade são imprescindíveis com a própria saúde. O paciente pode ter fácil acesso, mas não po-de utilizá-lo como quiser: as doses e os horários de-vem ser orientados por um médico. Além disso, uma consulta periódica com um clínico é fundamental para assegurar se o uso regular dos remédios sem receita apresenta, ou não, riscos.

A automedicação está associada a uma ideia de praticidade, rapidez e autocuidado, o que pode ser, muitas vezes, perigoso. A ingestão de um medica-mento pressupõe um diagnóstico clínico que é estri-tamente da alçada do médico. Caso contrário, pode desencadear uma série de problemas, como o agra-vamento de doenças preexistentes ou interação com outros medicamentos, provocando efeitos colaterais muitas vezes desastrosos.

Porém, os medicamentos isentos de prescrição recebem vasta divulgação na mídia e permanecem ao alcance até de crianças. Assim, são banalizados e transformados em produtos como quaisquer outros, prontos para o consumo.

Profissionais da saúde, farmacêuticos e balconis-tas necessitam de orientações adequadas para trans-miti-las à população. É leviano liberar medicamentos sem oferecer, de forma clara e concisa, explicações e orientações que auxiliem o paciente no consumo da-quela substância.

Minimizar a automedicação ainda é uma realida-de utópica, mas precisamos dar esses primeiros pas-sos para colaborar com a saúde dos pacientes.

*Texto publicado em 16 de março de 2016. Disponível em <http://noticias.uol.com.br/opiniao/coluna/2016/03/16/minimizar-a-auto-

medicacao-e-uma-realidade-utopica-mas-necessaria.htm>. Acesso em 06 set. 2016. Adaptação.

** Presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica.

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8 Unisinos – Redação

Texto 3

Farmacêuticos lançam campanha contra automedicação*

Ação fictícia realizada no fim do ano passado distribuiu remédios falsos para a população; 85% aceitou a medicação sem perguntar nada

Fernanda Bassette**

Em uma ação inédita, o Conselho Federal de Farmácia (CFF) lança, nesta segunda-feira, uma cam-panha nacional contra a automedicação. Participam da ação os Estados de São Paulo, Santa Catarina, Bahia, Acre, Pará e o Distrito Federal.

A campanha foi embasada em uma ação fictícia de marketing realizada em São Paulo, em dezembro de 2013, para o lançamento de um novo medicamen-to. Uma equipe do CFF simulou ser promotora de ven-das de uma indústria farmacêutica falsa e distribuiu 4 mil caixas de um medicamento inexistente para as pessoas que passavam pelo local. Havia até o boneco gigante da caixa do remédio.

A embalagem do remédio falso, muito parecida com uma embalagem real, não tinha nome do fabri-cante nem o princípio ativo da medicação. Dentro, ha-via uma cartela com drágeas vazias e um alerta sobre os riscos da automedicação.

A ideia era exatamente alertar a população so-bre os riscos do consumo de remédios sem indicação. Durante a ação, enquanto o falso promoter entregava o medicamento, outra pessoa da equipe preenchia um formulário, observando três questões básicas: 1 – a pessoa perguntou quem era o fabricante do remédio; 2 – perguntou se havia contraindicação; 3 – perguntou quais eram as indicações da medicação.

Os resultados são alarmantes: 85% das pesso-as que receberam o remédio falso não perguntaram

nada. Do total, 14,96% perguntaram para que servia, menos de 1% questionaram se havia contraindicação e efeitos colaterais e só 0,35% perguntaram sobre o fabricante.

“Os dados demonstram que as pessoas enten-dem que o medicamento é um produto qualquer, sem riscos. Elas aceitam receber um remédio como se es-tivessem recebendo um pacote de bolachas”, avalia Pedro Menegasso, presidente do Conselho Regional de Farmácia de São Paulo (CRF-SP). Segundo o CFF, nos últimos cinco anos, o Brasil registrou quase 60 mil internações por intoxicação medicamentosa. Em 2010, segundo o Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (Sinitox), 27.710 pessoas fo-ram internadas. Somente no Hospital das Clínicas de São Paulo, são cerca de 600 ao mês.

Ainda, segundo o Sinitox, os medicamentos ocu-pam a primeira posição entre os três principais agen-tes causadores de intoxicações em seres humanos, desde 1996. Menegasso diz que é preciso existir um processo de educação da população sobre os riscos do uso inadequado de medicamentos.

*Notícia publicada no jornal O Estado de São Paulo, em 20 de janeiro de 2014. Disponível em <http://saude.estadao.com.br/

noticias/geral,farmaceuticos-lancam-campanha-contra-automedi-cacao,1120776>. Acesso em 30 ago. 2016. Adaptação.

**Jornalista.

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RASCUNHO

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VESTIBULAR DE VERÃO 2017

PROVA DE QUESTÕES OBJETIVAS

LEIA COM ATENÇÃO AS INSTRUÇÕES ABAIXO

• Estecadernocontém50 questões objetivas,devidamentenumeradasedistribuídasdaseguintemaneira: ¤ de 1 a 10: Língua Portuguesa; ¤ de 11 a 20: Ciências Humanas e Cultura Geral; ¤ de 21 a 35: Ciências Exatas; ¤ de 36 a 45: Ciências da Natureza; ¤ de 46 a 50: Língua Estrangeira (Inglês e Espanhol).

• Paracadaumadasquestõesobjetivas,sãoapresentadas5 opções de resposta,identificadascomasletrasa, b, c, d ee.Marqueapenasumadessasopções.

• PararesponderàsquestõesdeLínguaEstrangeira,vocêdeveráoptar entre Inglês e Espanhol.

• EmrelaçãoaoCartãodeRespostas:¤ verifiqueseseusdadosestãoregistradoscorretamente.Casohajaalgumadivergência,comunique issoaoFiscaldeSala.

¤ Marque,paracadaquestão,aletracorrespondenteàopçãoescolhidaparaaresposta,preenchendo todo o espaço, com caneta esferográfica de tinta azul escura ou preta.Assinaleapenasumarespostaparacadaquestão,poisamarcaçãoemmaisdeumaletraanulaaquestão,aindaqueumadasrespostasestejacorreta.

¤ Nãofaçanenhumamarcaçãoforadocamporeservadoàsrespostas,umavezquequalquermarcapodeseridentificadanaleituraeletrônicadoCartãodeRespostas.

¤ Não dobre, amasse ou rasure o Cartão de Respostas,pois,mesmoemcasodeerro,elenãoserásubstituído.¤ Apósaconferência,assineoCartãodeRespostasnoespaçopróprio,comcaneta esferográfica de tinta azul

escura ou preta.

• Otempodisponívelparaestaprovaéde4 horas.Sugere-sequevocêreserveos30minutosfinaisparamarcarseuCartãodeRespostas.

• Nãoépermitidoousodecalculadoraoudequalqueroutroinstrumentodecálculoe/oudeconsulta.O celular deverá estar desligado.

• Quandoterminaraprova,levanteobraçoeaguardeparaentregaroCartãodeRespostas.OCadernodeQues-tõesvocêpodelevarconsigo.

• Aosinalparaotérminodaprova,oFiscaldeSalarecolheráoCartãodeRespostasdoscandidatosque,porven-tura,aindaseencontraremnasala.

• VocêpoderáentregaroCartãodeRespostasedeixarasalasomentedepois de decorrida uma hora do início da prova.

Boa prova!

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2 Unisinos – Vestibular de Verão

LÍNGUA PORTUGUESA

Instrução: As questões de 1 a 5 referem-se ao texto abaixo.

Memória nos dá a chance de crescer com os erros e ter um futuro melhor*

Suzana Herculano-Houzel**

Que tal ter uma chance de recomeçar um dia malfadado – especialmente se este for o dia em que você morre? No filme “No Limite do Amanhã”, que acabou ficando mais conhecido pelo subtítulo “Viva. Morra. Repita”, o recomeço a cada morte acontece com o personagem principal, major Cage, vivido por Tom Cruise, como efeito colateral de ter morrido coberto com o sangue do alienígena que ele acabara de explodir.

O recurso, que torna o filme interessante (é um dos meus filmes de ficção científica favoritos), arrancava gargalhadas do meu filho ontem à noite cada vez que Cage, moribundo ou apenas ferido, mas incapaz de continuar a missão, era sumariamente executado pela parceira – e assim o dia recomeçava, com uma nova chance de vencer os alienígenas.

Mas o ciclo só funciona porque o personagem está contaminado de sangue alienígena e somente ele retém a memória de tudo o que aconteceu no dia de cada uma das suas (muitas) mortes anteriores. O con-traste com os demais personagens, para quem o dia que recomeça é apenas mais um novo dia, é uma alegoria excelente do que nos dota de uma história pessoal: não apenas um cérebro, mas um cérebro com memória.

É graças à capacidade de ser modificado de acordo com sua própria atividade, ao sabor dos aconteci-mentos, que o cérebro tem memória. Com a licença poética da ficção, o cérebro de todos, menos o de Cage, é restaurado ao seu estado de origem no dia que recomeça repetidas vezes. Cage, ao contrário, mantém a vantagem que todos nós temos na vida real: transportar o aprendizado do dia anterior para o dia seguinte.

É por isso que recomeços, na vida real, são, em geral, muito mais bacanas e ricos do que na ficção. Muda-se para uma nova cidade, mas não se esquecem as lições aprendidas na anterior; troca-se de emprego, mas não se perdem todas as habilidades, manhas e truques desenvolvidos com a experiência passada; novas amizades são feitas, mas isso não torna as anteriores menos importantes ou queridas. Pelo contrário: as novas amizades se beneficiam de nossos erros e acertos do passado.

Graças à memória, nossa bagagem só faz crescer ao longo da vida. Mesmo os acontecimentos ruins, as pessoas que não merecem lugar na memória, os dissabores têm seu valor, como marcos que nos dizem “evite que isso aconteça de novo”. Recomeçar, na vida real, é começar mais uma vez – e melhor.

*Texto publicado no jornal Folha de São Paulo, em 02 de agosto de 2016. Disponível em <http://www1.folha.uol.com.br/ colunas/suzanaherculanohouzel/2016/08/1797790-a-memoria-nos-da-a-chance-de-crescer-com-

os-erros-e-ter-um-futuro-melhor.shtml>. Acesso em 02 set. 2016. Adaptação.

**Neurocientista.

  1.  Considerando o sentido do texto, assinale a al-ternativa correta.

a) A principal ideia defendida pela autora é a de que, após sua morte, o ser humano tem outras oportuni-dades de recomeçar a vida.

b) A partir do texto, depreende-se que o cérebro huma-no é seletivo, pois retém somente as informações positivas, que contribuem para tornar as experiên-cias futuras melhores.

c) Segundo a autora, como o cérebro tem memória, é possível ao ser humano transportar o que aprendeu para suas experiências futuras.

d) Para sustentar a tese de que os enredos da vida real são sempre mais profundos do que os da fic-ção, Suzana Herculano-Houzel cita o filme “No Li-mite do Amanhã”.

e) A autora faz uso de uma linguagem figurada para ex-pressar sua convicção de que, para todo ser humano, uma nova vida começa depois de sua morte física.

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Unisinos – Vestibular de Verão 3

  2.  Considerando o emprego de sinais de pontua-ção na variante linguística culta e o sentido do texto, assinale a alternativa correta.

a) Os parênteses das linha 5, que isolam uma ob-servação da autora, poderiam ser substituídos por vírgulas.

b) As vírgulas que isolam a expressão “ao contrá-rio” (linha 15) poderiam ser suprimidas, pois são facultativas.

c) Os dois pontos da linha 16, que introduzem a expli-citação de um termo anterior, poderiam ser substi-tuídos por ponto final. Nesse caso, a palavra “trans-portar” deveria ser grafada com inicial maiúscula.

d) O ponto e vírgula das linhas 18 e 19 poderia ser substituído por vírgula, nas duas ocorrências.

e) A eliminação do travessão da linha 24 não prejudi-caria a estrutura sintática da frase, mas perder-se-ia a ênfase atribuída à expressão “e melhor” (linha 24).

  3.  Considerando o uso de verbos no texto, assi-nale a alternativa correta.

a) O verbo “acabara” (linha 4), que poderia ser subs-tituído por “acabou”, expressa um fato que ocorreu antes do momento da enunciação.

b) O verbo “arrancava” (linha 5) expressa um fato pon-tual, de duração precisa, que ocorreu antes de outro fato, também transcorrido no passado.

c) O verbo “aconteceu” (linha 10), flexionado no preté-rito perfeito, expressa um fato que teve longa dura-ção no marco temporal passado.

d) O verbo “têm” (linha 23) expressa um fato incerto, que tem início no presente e se estende no futuro.

e) Por meio do verbo “evite” (linha 23), que foi usado no modo imperativo e que tem como sujeito o prono-me “você”, a autora expressa um conselho.

  4.  Considerando a coesão sequencial e referen-cial no texto, assinale V nas afirmações verda-deiras e F nas falsas.

( ) O advérbio “assim” (linha 7) retoma o fato de que Cage, personagem do filme “No Limite do Ama-nhã”, era sumariamente executado pela parceira.

( ) O pronome “isso” (linha 17) refere-se, no texto, à vantagem de transportar o aprendizado do dia an-terior para o dia seguinte.

( ) A sequência textual “novas amizades são feitas, mas isso não torna as anteriores menos importan-tes ou queridas” (linhas 19-20) poderia ser assim reescrita, mantendo-se a orientação argumentati-va original: “embora novas amizades sejam feitas, isso não torna as anteriores menos importantes ou queridas”.

( ) A expressão “Graças à memória” (linha 22) poderia ser substituída por “Devido à memória” e expressa causalidade: memória (causa) crescimento de nossa bagagem ao longo da vida (consequência).

A única sequência correta, de cima para baixo, éa) V – V – V – V.b) F – V – F – F.c) F – V – F – V.d) V – F – V – F.e) V – F – F – V.

  5.  Considerando a estrutura e os processos de formação de palavras, assinale a única alterna-tiva correta.

a) As palavras “especialmente” (linha 1) e “somen-te” (linha 9) são advérbios derivados por sufixa-ção a partir de um adjetivo e de um substantivo, respectivamente.

b) Os adjetivos “interessante” (linha 5) e “importantes” (linha 20) são formados por derivação prefixal e sufixal.

c) As palavras “incapaz” (linha 6) e “capacidade” (linha 13) são cognatas, pois possuem o mesmo radical.

d) Os substantivos “acontecimentos” (linhas 13-14) e “habilidades” (linha 19) são formados por derivação sufixal a partir dos verbos “acontecer” e “habilitar”, respectivamente.

e) As palavras “passada” (linha 19) e “passado” (linha 21) são ambos adjetivos formados por derivação imprópria.

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Instrução: As questões de 6 a 10 referem-se ao texto abaixo.

Segurança e crise econômica*

Claudio Lamachia**

O Rio Grande do Sul, aparentemente, chegou ao ápice da insegurança. O cidadão comum sabe, há muito tempo, que não está seguro. Quem ainda não sofreu na pele as agruras da violência certamente conhece alguém que já passou por momentos terríveis nas mãos de bandidos.

Estamos, sem exceção, com a liberdade cerceada. Presos atrás de grades que dão uma falsa sensação de segurança, com os vidros do carro permanentemente fechados e preocupados ao andar na rua, ao sair ou ao chegar a casa.

O fato é que nem mesmo a polícia e as autoridades estão imunes. Quantos carros oficiais foram alvo de roubo ou furto ao longo dos últimos anos? Quantos policiais foram covardemente assassinados?

Segurança pública, assim como saúde, educação e justiça, faz parte de um conjunto de direitos da sociedade que, quando funcionam de maneira eficiente, têm a capacidade de promover a prosperidade. Uma sociedade que vive com medo não tem condições de alcançar o seu desenvolvimento pleno e não terá condi-ções de superar o ciclo vicioso do atraso, nem mesmo de superar as barreiras que hoje limitam o avanço social e econômico.

Não há, até agora, uma gestão de segurança pública eficiente no combate ao avanço da criminalidade, ao mesmo tempo em que não se percebe qualquer efetividade nas atitudes dos governos para frear o caos. Também não tem sido realizado o investimento necessário para a qualificação ou ampliação dos quadros de policiais. Não há policiamento ostensivo, nem mesmo a utilização de métodos óbvios de vigilância, como o uso de câmeras de monitoramento ligadas às delegacias de polícia em número suficiente para prevenir a ação de criminosos.

Se faltam recursos para suprir necessidades tão básicas, como crer que o serviço de inteligência, capaz de prevenir ameaças de grande risco à sociedade, possa estar devidamente aparelhado?

A criminalidade não é apenas consequência da estagnação econômica que enfrentamos. Ela é tam-bém um dos fatores primordiais para que a pequena economia − maior geradora de empregos − não consiga desenvolver-se. Esse ciclo vicioso precisa ser interrompido com urgência e criatividade.

Os governantes precisam comprometer-se com políticas efetivas que garantam o bem-estar da socie-dade. Isso deve ser política de Estado, não de governos.

*Texto publicado no jornal Zero Hora, em 11 de agosto de 2016. Disponível em: <http://zh.clicrbs.com.br/rs/opiniao/noti-cia/2016/08/claudio-lamachia-seguranca-e-crise-economica7235450.html#>. Acesso em 05 set. 2016. Adaptação.

** Presidente nacional da OAB.

  6.  Considerando a relação entre a forma e o sen-tido no texto, analise as seguintes afirmações.

I – As frases interrogativas compreendidas entre as li-nhas 7 e 8 são perguntas retóricas, diante das quais o autor afirma que muitos carros oficiais foram alvo de roubo ou furto ao longo dos últimos anos e que muitos policiais foram covardemente assassinados.

II – A oração “que vive com medo” (linha 11) cumpre o papel de restringir a expressão “Uma sociedade” (linhas 10-11), referente retomado pelo pronome relativo “que”.

III – A conjunção “Se” (linha 20) expressa uma condi-ção hipotética: a falta de recursos para suprir ne-cessidades básicas da segurança pública.

Sobre as proposições acima, pode-se afirmar quea) apenas I está correta.b) apenas II está correta.c) apenas III está correta.d) apenas I e II estão corretas.e) I, II e III estão corretas.

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  7.  Qual das propostas de substituição vocabular para “ápice” (linha 1), “as agruras” (linha 2), “cerceada” (linha 4) e “frear” (linha 15), respec-tivamente, produziria paráfrases com sentidos mais próximos aos dos enunciados originais?

a) ponto culminante – as consequências – suprimida – controlar.

b) extremo – as aflições – restringida – conter.c) auge – as decorrências – limitada – impedir.d) âmago – os obstáculos – eliminada – amenizar.e) cerne – os temores – minimizada – diminuir.

  8.  Em relação à função argumentativa de alguns recursos linguísticos empregados no texto, assinale V nas afirmações verdadeiras e F nas falsas.

( ) Por meio do advérbio “aparentemente” (linha 1), o autor relativiza a asserção de que o Rio Grande do Sul atingiu o ápice da insegurança.

( ) O advérbio “certamente” (linha 2) indica a convic-ção do autor de que quem ainda não foi vítima da violência conhece alguém que já sofreu nas mãos de bandidos.

( ) Ao empregar a expressão “nem mesmo” (linha 7), Lamachia expressa a ideia de que a polícia e as autoridades são os alvos mais fáceis da criminalidade.

( ) Empregando o verbo “precisam” (linha 25), o autor exprime a necessidade de que os governantes se comprometam com políticas efetivas que assegu-rem o bem-estar da sociedade.

A única sequência correta, de cima para baixo, éa) V – F – V – V.b) F – V – F – F.c) V – V – F – V.d) V – F – F – F.e) F – V – V – V.

  9.  Leia o excerto abaixo, extraído do texto, e as propostas de reescrita apresentadas a seguir.

“A criminalidade não é apenas consequência da estagnação econômica que enfrentamos. Ela é também um dos fatores primordiais para que a pequena economia − maior geradora de empregos − não consiga desenvolver-se.” (li-nhas 22-24)

I – A criminalidade não é somente decorrência da fal-ta de progresso econômico com que deparamos, mas também uma das causas principais para que a pequena economia – maior criadora de empre-gos – não atinja o desenvolvimento.

II – A violência não é produto da paralisação econô-mica que vivenciamos. Ela é um dos motivos fun-damentais para que as microempresas – que mais geram empregos – não possam desenvolver-se.

III – A marginalidade é resultado da inércia econômica por que passamos. No entanto, é uma das razões basilares para que a pequena indústria – que re-duz o índice de desemprego – tenha dificuldades de desenvolver-se.

Considerando o sentido do texto, o vocabulário, a articulação das ideias e as normas da varian-te linguística culta, pode-se afirmar que está(ão) adequada(s)a) apenas I.b) apenas II.c) apenas I e III.d) apenas III.e) I, II e III.

  10.  Considerando as regras de regência e de concordância, assinale a alternativa em que a substituição proposta está de acordo com as regras da variedade linguística culta.

a) “chegou ao ápice da insegurança” (linha 1) atin-giu ao ápice da insegurança.

b) “não tem sido realizado o investimento necessário” (linha 16) não tem sido realizados investimentos necessários.

c) “Se faltam recursos” (linha 20) Se não existe recursos.

d) “suprir necessidades tão básicas” (linha 20) aten-der a necessidades tão básicas.

e) “garantam o bem-estar da sociedade” (linhas 25-26) visem o bem-estar da sociedade.

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CIÊNCIAS HUMANAS E CULTURA GERAL

Instrução: As questões 11 e 12 referem-se ao texto O velho do espelho, de Mário Quintana

O velho do espelho

Mário Quintana

Por acaso, surpreendo-me no espelho: quem é esse Que me olha e é tão mais velho do que eu? Porém, seu rosto...é cada vez menos estranho... Meu Deus, Meu Deus...Parece Meu velho pai – que já morreu! Como pude ficarmos assim? Nosso olhar – duro – interroga: “O que fizeste de mim?!” Eu, Pai?! Tu é que me invadiste, Lentamente, ruga a ruga... Que importa? Eu sou, ainda, Aquele mesmo menino teimoso de sempre E os teus planos enfim lá se foram por terra. Mas sei que vi, um dia – a longa, a inútil guerra!- Vi sorrir, nesses cansados olhos, um orgulho triste...

(Disponível em <http://www.casadobruxo.com.br/ poesia/m/marioq22.htm.> Acesso em xx de xxxx de 2016.)

  11.  Marque a alternativa em que se evidencia o registro de linguagem utilizado pelo poeta e seu respectivo exemplo.

a) Variante regional – Mas sei que vi, um dia – a longa, a inútil guerra!-

b) Variante histórica – Meu velho pai – que já morreu!c) Variante coloquial – E os teus planos enfim lá se

foram por terra.d) Variante social – Como pude ficarmos assim?e) Variante formal – “O que fizeste de mim?!”

  12.  Quanto ao tema do poema, podemos obser-var, entre pai e filho, uma relação de

a) cumplicidade, uma vez que, ao se dar conta da se-melhança física entre os dois, o filho resgata sua relação com o pai e perdoa suas possíveis falhas.

b) antagonismo, pois o filho, percebendo que pode se transformar no pai, resolve modificar o rumo de sua vida.

c) inimizade, uma vez que o pai queria que o filho se-guisse um determinado caminho, mas o filho optou por fazer as próprias escolhas.

d) tolerância, visto que o pai, quando era vivo, deixou o filho fazer tudo aquilo que queria, pois sabia que, um dia, o filho seria como ele.

e) indiferença, uma vez que eles, apesar da semelhan-ça física, nunca foram capazes de, verdadeiramen-te, sentirem-se pai e filho.

Instrução: As questões 13, 14 e 15 referem-se aos textos abaixo.

Texto 1Sertão. O senhor sabe: sertão é onde manda quem

é forte, com as astúcias. Deus mesmo, quando vier, que venha armado! E bala é um pedacinhozinho de metal... (ROSA, João Guimarães. Grande Sertão: Veredas. 22ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. p. 18.)

Texto 2É verdade, também, que a superação se deu, pa-

ra Guimarães Rosa, na esfera da contemplação e da descida às matrizes naturais da comunidade sertaneja. Houve e há, por certo, outros meios de esconjurar o pitoresco e o exotismo de epiderme. Por exemplo, pon-do à nu as tensões entre o homem e a natureza, como o fez Graciliano em Vidas Secas, e entre o homem e o próximo (o mesmo Graciliano em São Bernardo, e Lins do Rego, em Fogo Morto). A “saída” Guimarães Rosa foi a entrega amorosa à paisagem e ao mito reencontrados na materialidade da linguagem. Não é a única para o escritor brasileiro de hoje. Mas (será preciso dizê-lo?), é a que nos fascinará por mais tempo e com mais razões. (BOSI, Alfredo. História concisa da Literatura Brasileira. 38ª ed. São Paulo: Cultrix, 1994. p. 434.)

Disponível em <http://acordacordel.blogspot.com.br/2011/10/ luiz-gonzaga-e-lampiao.html>. Acesso em 27 set. 2016.

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  13.  O regionalismo é tema recorrente na litera-tura brasileira, pois, desde o final do sécu-lo XIX, vários autores e obras evidenciam a preocupação com o modo como as diversas regiões do Brasil são representadas no texto literário.

Dentre as alternativas abaixo, assinale a que apre-senta dois elementos essenciais para um texto ser considerado regionalista.a) A apresentação da figura do índio (habitante primor-

dial do Brasil) como herói nacional e o descaso com a linguagem formal.

b) A preocupação com o uso de uma linguagem objeti-va e a inserção de figuras representativas do folclo-re nacional.

c) A utilização de imagens referentes ao habitat natural e o empenho em demonstrar a insatisfação do ho-mem com sua realidade.

d) O uso de uma linguagem diferenciada e a represen-tação de um universo ficcional intimamente ligado ao espaço físico.

e) A apropriação, pelo texto, de uma determinada rea-lidade social e o exagero na caracterização das per-sonalidades ditas patológicas.

  14.  O romance Grande Sertão: Veredas, de João Guimarães Rosa, foi publicado em 1956, há 60 anos, e representou uma revolução na li-teratura brasileira, principalmente no que se refere à linguagem.

A partir do trecho do romance citado no texto 1, leia as seguintes proposições.I – O narrador do romance está preocupado com a fal-

ta de religiosidade do povo do sertão, que não tem respeito por Deus.

II – O sertão, segundo a perspectiva adotada pelo nar-rador, é um lugar sem lei, e, mesmo a autoridade maior, Deus, deveria ter cuidado neste espaço.

III – A menção ao tamanho da bala, um pedacinhozi-nho de metal, é uma advertência quanto à pouca importância dada à vida humana no sertão.

Sobre as proposições acima, pode-se afirmar quea) apenas I está correta.b) apenas II está correta.c) apenas I e II estão corretas.d) apenas II e III estão corretas.e) I, II e III estão corretas.

  15.  Alfredo Bosi, em se livro História concisa da literatura brasileira, demonstra o principal le-gado do autor mineiro João Guimarães Rosa para a literatura regional brasileira: o uso da linguagem como ferramenta para consolidar a materialidade de uma determinada região. Para conseguir esse efeito, um dos recursos usados pelo autor é a inserção de um voca-bulário que, a partir de um registro regional, permite-se à invenção de palavras.

Dentre os trechos abaixo, retirados do romance Grande Sertão: Veredas, de João Guimarães Ro-sa, indique aquele em que esse procedimento se evidencia.a) E ele suspirava de ódio, como se fosse por amor;

mas, no mais, não se alterava. (ROSA, p. 28)b) Eu me lembro das coisas, antes delas acontece-

rem... Com isso minha fama clareia? (ROSA, p. 29)c) De cada vivimento que eu real tive, de alegria forte

ou pesar, cada vez daquela hoje vejo que eu era como se fosse diferente pessoa. (ROSA, p. 92)

d) Mas o senhor vai avante. Invejo é a instrução que o senhor tem. Eu queria decifrar as coisas que são importantes. (ROSA, p. 93)

e) Agora, o tempo de todas as doideiras estava bicho livre para principiar. (ROSA, p. 409)

  16.  “Com uma população de quase 5 milhões de muçulmanos, a França abriga imigrantes e descendentes oriundos das antigas colônias que o país manteve no norte da África. A in-tegração deles à sociedade, contudo, é bas-tante precária”. (ISTOÉ, 20 de julho de 2016, p. 58).

Em julho de 2016, no dia em que se come-mora a “Queda da Bastilha”, símbolo da Re-volução do século XVIII, a França sofreu um novo atentado terrorista, desta vez na cidade de Nice, no sul do país (o anterior havia sido em Paris, em novembro de 2015).

Sobre as condições históricas que ajudam a expli-car este atentado, é correto afirmar:a) a população muçulmana que vive na França, de ma-

neira geral, é mal vista, sua integração à sociedade é precária, e habita as periferias, onde o desempre-go é alto.

b) os imigrantes e seus descendentes, de origem muçulmana, estão majoritariamente vinculados às ações terroristas do Estado Islâmico.

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8 Unisinos – Vestibular de Verão

c) a França, nos últimos anos, tem se mantido politica-mente neutra em relação à política de combate ao terrorismo liderada pelos Estados Unidos.

d) a França não participa da coalizão internacional de combate ao terrorismo, não investindo, dessa for-ma, esforços militares nos países do Oriente Médio e África.

e) a experiência colonial da França entre o final do sé-culo XIX e a primeira metade do século XX, tanto na Ásia quanto na América Latina, contribui para um sentimento de revanche de lideranças políticas ex-tremistas islâmicas.

  17.  “(...) fenômeno ligado à formação de poderes locais assentados em uma ampla clientela política, tem por base uma sociedade agrária marcada por fortes diferenciações econômi-cas e sociais, por uma baixa representativi-dade política (cidadania não plena) e, talvez, ainda pela presença de relações não capita-listas de produção (...)” (FRAGOSO, João Lu-ís; TEIXEIRA DA SILVA, Francisco Carlos. A política no Império e no início da República Velha. In: LINHARES, Maria Yeda (org.). Histó-ria Geral do Brasil. 6ª ed. Rio de Janeiro: Cam-pus, 1996, p. 213).

A descrição feita dá conta de que experiência polí-tico-social típica da 1ª República, especialmente no nordeste brasileiro?a) Caudilhismob) Coronelismoc) Populismod) Militarismoe) Getulismo

  18.  “Brexit é o termo usado normalmente como referência à saída do Reino Unido da União Europeia. É um acrônimo inglês formado pela união de Britain (Grã-Bretanha e, por exten-são, Reino Unido) e exit (saída). A palavra se-gue a linha do Grexit, criada em 2012 por vá-rios economistas do Citigroup para descrever o risco da saída da Grécia da zona do euro” (El País Internacional, Madri, 27 de junho de 2016).

O referendo sobre a saída da Grã-Bretanha da União Europeia aconteceu no dia 23 de junho de 2016, e a saída foi aprovada. Que consequências este resul-tado pode trazer para o país?a) Todos os estrangeiros que vivem no território do

Reino Unido serão imediatamente expulsos.b) O impacto maior é social, com um controle mais se-

vero da saída de cidadãos ingleses para os países que permaneceram no bloco.

c) Haverá desvalorização da moeda (libra esterlina), inflação e diminuição do PIB.

d) Haverá maior valorização da indústria do Reino Unido, aumentando as exportações para os países- membros da União Europeia.

e) Serão enfraquecidos os nacionalismos e os par-tidos políticos de direita, bem como os conser- vadores.

  19.  “Corrupção política, como tudo mais, é fe-nômeno histórico. Como tal, ela é antiga e mutante. Os republicanos da propaganda acusavam o sistema imperial de corrupto e despótico. Os revolucionários de 1930 acu-savam a Primeira República e seus políticos de carcomidos. Getúlio Vargas foi derruba-do em 1954 sob a acusação de ter criado um mar de lama no Catete. O golpe de 1964 foi dado em nome da luta contra a subversão e a corrupção. A ditadura militar chegou ao fim sob acusações de corrupção, despotis-mo, desrespeito pela coisa pública. Após a redemocratização, Fernando Collor foi eleito em 1989 com a promessa de caça aos ma-rajás e foi expulso do poder por fazer o que condenou. De 2005 para cá, as denúncias de escândalos surgem com regularidade quase monótona.” (CARVALHO, José Muri-lo de. Passado, presente e futuro da corrup-ção brasileira. In: AVRITZER, Leonardo et al. Corrupção: ensaios e críticas. Belo Horizonte: UFMG, 2008, p. 237).

Sobre a corrupção no período da ditadura militar (1964-1985), é correto dizer:I – a corrupção alimentou o comportamento desviante

do regime militar, degradou a lei em arbítrio e es-vaziou o corpo político de seu significado público.

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II – ao se materializar sob a forma de política de Esta-do durante a ditadura, a tortura tornou-se insepa-rável dos mecanismos de corrupção, uma vez que o torturador foi elevado à condição de intocável.

III – o combate ao comunismo e o discurso moralizante dos militares foi um eficiente mecanismo para de-belar a corrupção no país naqueles anos.

Sobre as proposições acima, pode-se afirmar quea) apenas I está correta.b) apenas I e II estão corretas.c) apenas I e III estão corretas.d) apenas II e III estão corretas.e) I, II e III estão corretas.

  20.  “‘filha’, ‘esposa’, ‘mãe’ há muito tempo deixa-ram de ser as únicas identificações valoriza-das da mulher na sociedade. Já há algumas décadas reconhece-se que as brasileiras ul-trapassaram os espaços tradicionalmente re-

servados ao dito ‘sexo frágil’ e desempenham, hoje, papéis e funções sequer sonhados por suas bisavós e avós. Foi uma longa estrada percorrida, com percalços e desvios que se mostra, aparentemente, sem volta. Junto com as mulheres, as famílias também mudaram, e de maneira muito rápida, se compararmos o século XX e início do XXI aos períodos ante-riores” (SCOTT, Ana Silvia. O caleidoscópio dos arranjos familiares. In: PINKSY, Carla Bassanezi e PEDRO, Joana Maria (orgs.). No-va história das mulheres. São Paulo: Contexto, 2012, p. 15).

Em que momento da história política do Brasil o di-reito de voto se estende às mulheres?a) Durante o II Império (1840-1889).b) Durante a I República (1889-1930).c) Durante o II Governo de Getúlio Vargas (1951-1954).d) Na República pós-1945.e) Durante o I Governo de Getúlio Vargas (1930-1945).

CIÊNCIAS EXATAS

  21.  Leonardo de Pisa (1170-1250), também co-nhecido por Fibonacci, é considerado o maior matemático da Idade Média. Ele é famoso pe-la sequência que leva o seu nome e também por ter sido o responsável pela introdução dos algarismos indo-arábicos na Europa.

A sequência de Fibonacci é definida recursivamente por:

F1 = F2 = 1 e Fn = Fn – 1 + Fn – 2, para n ≥ 3.

O terceiro, o quarto e o quinto termos podem ser calculados usando-se a fórmula acima:

F3 = F2 + F1 = 1 + 1 = 2, F4 = F3 + F2 = 2 + 1 = 3, F5 = F4 + F3 = 3 + 2 = 5.

Com base nessas informações, o décimo segundo termo dessa sequência é igual aa) 55b) 56c) 89d) 144e) 233

  22.  Sabendo que 2x + y = 64 e que 3x – y = 9, temos que o valor de 7x – 5y é igual a

a) 403b) 18c) 16d) – 6e) – 8

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  23.  Considere as seguintes afirmativas:

I – A terna (5, 12, 13) corresponde às medidas dos lados de um triângulo retângulo.

II – A área do triângulo retângulo com catetos 3 e 4 é igual a 12.

III – O perímetro do triângulo retângulo com catetos 3 e 4 é igual a 12.

Sobre as proposições acima, pode-se afirmar que

a) apenas I está correta.b) apenas I e II estão corretas.c) apenas I e III estão corretas.d) apenas II e III estão corretas.e) I, II e III estão corretas.

  24.  Viajando a uma velocidade média de 75 qui-lômetros por hora, é possível chegar da cida-de A até a cidade B em 1 hora e 20 minutos. Qual deve ser a velocidade média, em quilô-metros por hora, para que o mesmo caminho seja percorrido em 1 hora?

a) 120b) 100c) 90d) 80e) 60

  25.  A área de um círculo de raio r é igual ao dobro da área de um quadrado de lado . Podemos afirmar que é igual a

  26.  Sabendo que P = (a, b) é o ponto de inter-seção da reta de equação y = –2x – 5 com a parábola de equação y = x2 + 6x + 11, então podemos afirmar que a2 + b2 é igual a

a) –25b) –7c) 7d) 25e) 185

  27.  Um anagrama é uma palavra ou frase formada pela transposição das letras de outra palavra ou frase. “Alice” é um anagrama de “Célia”, assim como “Roma” é de “amor”, “Iracema” é de “América”, “Marrocos” é de “socorram”. Um anagrama não é necessariamente uma palavra existente em algum idioma, pois, por exemplo, “rrcmsooa” também é um anagra-ma de “Marrocos”.

Quantos anagramas diferentes podemos formar com as palavras “lápis” e “caneta”, respectivamente?a) 25 e 36b) 60 e 360c) 60 e 720d) 120 e 360e) 120 e 720

  28.  No gráfico abaixo, aparece a distribuição de pessoas entrevistadas em cinco cidades para uma pesquisa de mercado.

Sobre o gráfico, podemos afirmar quea) a quantidade de pessoas entrevistadas em Novo

Hamburgo excede em 25% a quantidade de pessoas entrevistadas em São Leopoldo.

b) metade das pessoas entrevistadas são das cidades de Portão ou São Leopoldo.

c) um terço das pessoas entrevistadas são da cidade de Novo Hamburgo.

d) 40% dos entrevistados são das cidades Estância Velha, Montenegro ou Portão.

e) um quarto das pessoas entrevistadas são das cida-des de Estância Velha ou Montenegro.

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  29.  No gráfico abaixo, está representada uma função quadrática f(x) = ax2 + bx + c.

Nesse caso, é correto afirmar que

a) a < 0, c > 0 e b2 – 4ac < 0.

b) a < 0, c < 0 e b2 – 4ac < 0.

c) a > 0, c < 0 e b2 – 4ac > 0.

d) a > 0, c > 0 e b2 – 4ac < 0.

e) a > 0, c > 0 e b2 – 4ac > 0.

  30.  A tabela abaixo mostra os 24 assentos dispo-níveis numa aeronave. Se um cliente comprar um bilhete e o sistema colocá-lo de maneira aleatória em algum dos assentos vagos, qual a probabilidade de esse assento escolhido ser par e ser da fileira B?

3A 7A 9A 10A 16A

1B 3B 4B 6B 8B 11B 12B 14B 16B

2C 4C 5C 8C 9C 13C 16C

10D 13D 16D

  31.  O bate-estaca é um dispositivo utilizado na etapa inicial de uma construção. Com ele, é feita a colocação das estacas que fazem parte da fundação de um prédio. Um motor eleva,

por meio de um cabo de aço, um enorme blo-co (martelo), que é abandonado a certa altura e que cai sobre a estaca abaixo. O procedi-mento de elevar e abandonar o bloco é contí-nuo, até a estaca atingir a posição desejada.

Disponível em <http://www.clasf.com.br/q/guindaste- bate-estaca-guincho/>. Acesso em 20 set. 2016.

O funcionamento do bate-estaca é baseado no fe-nômeno dea) transformação da energia mecânica do martelo em

energia térmica da estaca.b) conservação da quantidade de movimento do martelo.c) transformação da energia potencial gravitacional em

trabalho para empurrar a estaca.d) colisões do tipo elástico entre o martelo e a estaca.e) transformação da energia elétrica do motor em

energia potencial elástica do martelo.

  32.  Um homem cor-re ao lado de um trem, de 100 m de comprimento, que se move vagarosa-mente no mesmo sentido do homem. A velocidade do homem é o quín-tuplo da velocidade do trem, ambas constan-tes. Em relação ao solo, a distância percor-rida pelo homem, desde o instante em que está na traseira do trem até o instante em que alcança a dianteira é, em m, de

a) 100b) 125c) 250d) 400e) 500

Disponível em <http://sao-paulotremjeito.blogspot.com.

br/2014_12_01_archive.html>. Acesso em 20 set. 2016.

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  33.  Observe a figura ao lado. O que acontece quando uma radiação passa de um meio para outro (por exemplo, a luz da água para o ar)?

a) Sua frequência varia, e seu comprimento de onda perma-nece constante.

b) A frequência, a velocidade e o comprimento de onda variam.

c) A velocidade varia, e o com-primento de onda permanece constante.

d) A frequência, a velocidade e o comprimento de onda perma-necem constantes.

e) Sua velocidade varia, e sua frequência permanece constante.

  34.  Um frasco de vidro contém, quando cheio, 100 cm3 de mercúrio, à temperatura de 0 °C. Considerando o coeficiente de dilatação linear do vidro igual a 8.10-5 °C-1 e o de dilata-ção volumétrica do mercúrio igual a 2.10-4 °C-1, determine, em cm3, a quantidade de mercúrio que transbordará do recipiente se a tempera-tura for elevada a 100 °C.

Disponível em <http://alunosonline.uol.com.br/fisica/dilatacao-dos-liquidos.html>. Acesso em 20 set. 2016.

a) 0,4b) 0,8c) 2,0d) 2,4e) 3,6

  35.  Um imã se desloca com uma velocidade v ao encontro da bobina X e, depois, com a mes-ma velocidade, v ao encontro da bobina Y, conforme mostram as figuras 1 e 2, respec-tivamente. Os diâmetros das espiras condu-toras das bobinas são iguais, mas Y tem um número de espiras maior do que X.

Nessas condições, a força eletromotriz induzida na bobina X é ................................................ força ele-tromotriz induzida na bobina Y, e os sentidos das correntes elétricas nos amperímetros são .........................................

As lacunas são corretamente preenchidas, respec-tivamente, pora) igual à ; contrários.b) menor do que a ; contrários.c) maior do que a ; iguais.d) menor do que a ; iguais.e) igual à ; iguais.

Disponível em <http://hayannarldv.blogspot.

com.br/2014/06/ refracao-e-reflexao- da-luz.html>. Acesso

em 20 set. 2016.

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CIÊNCIAS DA NATUREZA

Instrução: para resolver as questões 36 a 40, você pode contar com informações da Tabela Periódica.

  36. 

Qual a importância de sintetizar fármacos?

Segundo a Anvisa (Agência Nacional de Vigilân-cia Sanitária), a substância química que é o princí-pio ativo do medicamento é chamada de fármaco. Sua síntese é considerada uma aplicação nobre da química orgânica, por permitir a construção de moléculas com diferentes graus de complexidade.

Taganet®, Zantac® e Pepcid® são fármacos capa-zes de controlar a produção de ácido no estômago e aliviar os sintomas da doença de refluxo ácido. A fórmula do Zantac® é mostrada abaixo:

Sobre os elementos carbono, enxofre, hidrogênio, nitrogênio e oxigênio presentes na estrutura em questão, assinale a alternativa correta.a) O elemento enxofre está localizado, na tabela perió-

dica, no grupo 16 e no segundo período.b) O íon negativo do oxigênio tem carga -2 e apresenta

8 prótons e 10 elétrons.c) O elemento nitrogênio tem a seguinte configuração

eletrônica: 1s22s22p63s23p2.d) O ânion do oxigênio tem carga +2 e apresenta 8 pró-

tons e 6 elétrons.e) Os elementos oxigênio e enxofre estão no mesmo

período na tabela periódica e apresentam a mesma configuração eletrônica mais energética.

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  37.  Aminas são compostos derivados da amônia, em que um ou mais hidrogênios são substi-tuídos por grupos alquila e arila. O composto CH3CH2CH2NH2 é classificado como uma ami-na ................, e seu nome é 1-propanamina. Seu ponto de ebulição é ................. do que o do (CH3)3N, que é chamado de N,N-dimetilme-tanamina, e ambas ..............solúveis em água.

As lacunas são corretamente preenchidas, respec-tivamente, pora) primária – maior – sãob) primária – menor – não sãoc) secundária – maior – não sãod) primária – menor – não sãoe) secundária – menor – são

  38. 

Você sabe o que são profármacos?

Profármacos são substâncias farmacologicamente inativas convertidas pelo corpo em substâncias ativas.

O agente antibiótico cloranfenicol (estrutura 1) é capaz de se dissolver na boca, interagindo com os receptores de sabor, produzindo um gosto amar-go e dificultando sua ingestão por crianças. Para evitar esse problema, ele é convertido em um éster de palmitato (estrutura 2). Essa forma profármaco possui uma grande extremidade apolar que impede sua dissolução na boca, tornando-o insípido. Quan-do ele atinge o intestino, as enzimas catalisam a hi-drólise do radical éster, liberando o fármaco ativo (cloranfenicol). As fórmulas estruturais dos dois compostos são mostradas a seguir:

Estrutura 1

Estrutura 2

Considerando as duas estruturas, assinale V nas afirmações verdadeiras e F nas falsas.( ) 1 mol de cloranfenicol tem 323, 01g.( ) 1 mol de cloranfenicol tem 1,2 x 1024 átomos de

cloro.( ) 1 mol de palmitato de cloranfenicol tem, aproxima-

damente, 324 g de carbono.( ) 1 mol de cloranfenicol tem, aproximadamente,

28g de nitrogênio.

A única sequência correta, de cima para baixo, éa) V – F – V – Fb) F – V – V – Fc) V – V – V – Vd) V – V – F – Fe) F – F – F – F

  39.  A síntese e a transformação de fármacos en-volvem a quebra e a formação de várias liga-ções. Algumas dessas reações ocorrem com absorção de energia, e outras, com liberação de energia. Dois diagramas de energia gené-ricos são mostrados abaixo:

Diagrama 1 Diagrama 2

No que se refere aos diagramas acima, podemos afirmar queI – o diagrama 1 mostra uma reação exotérmica, isto

é, aquela que ocorre com absorção de energia.II – o diagrama 2 mostra uma reação endotérmica, isto

é, aquela que ocorre com absorção de energia.III – o diagrama 1 mostra uma reação energeticamente

favorável, enquanto o diagrama 2 mostra uma rea-ção que ocorre sem variação de energia.

Sobre as proposições acima, pode-se afirmar quea) apenas I está correta.b) apenas II está correta.c) apenas I e II estão corretas.d) apenas II e III estão corretas.e) I, II e III estão corretas.

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  40. 

Fonte: www.truetiedye.com. Acesso em 18 out. 2016.

Muitas das roupas que compramos ou que transformamos, assim como muitos objetos que nos rodeiam, são fabricados a partir do uso de polímeros, materiais como os referi-dos na coluna 1.

Numere a segunda coluna de acordo com a primeira, e, depois, selecione a alternativa correspondente à nu-meração correta, de cima para baixo.

Coluna 1(1) Nylon 6,6(2) Dácron(3) Poliestireno(4) Kevlar(5) Teflon

Coluna 2( ) formado por polimerização de adição do monôme-

ro tetrafluoreteno.( ) formado por uma polimerização de adição do mo-

nômero de estrutura CH2 = CH – C6H5.

( ) formado por uma polimerização de condensação entre os monômeros ácido 1,4-benzenodicarboxí-lico e etanol.

( ) formado pela polimerização de condensa-ção entre os monômeros ácido hexanodioico e 1,6-hexanodiamina.

( ) formado pela polimerização de condensação en-tre o monômero 1,4-diaminobenzeno e o ácido 1,4-benzenodicarboxílico.

A numeração correta, de cima para baixo, éa) 5 – 3 – 2 – 1 – 4b) 2 – 1 – 4 – 3 – 5c) 4 – 3 – 2 – 1 – 5d) 5 – 4 – 2 – 1 – 3e) 1 – 2 – 5 – 3 – 4

  41.  Neste ano, foi lançado, com grande populari-dade, o jogo Pokémon Go, que é baseado em várias espécies de ficção. Entretanto, muitas dessas espécies são, por sua vez, baseadas em organismos que existem na natureza. O pokémon chamado Vileplume é um exemplo, pois é baseado na espécie Rafllesia arnoldii (raflésia-monstro), uma planta parasita de ár-vores na Indonésia, que possui a maior flor do mundo. O parasitismo é uma relação inte-respecífica entre organismos em que apenas um indivíduo é beneficiado.

VileplumeDisponível em <http://vignette3.wikia.nocookie.net/poke-

mon/images/a/a7/045Vileplume_Dream.png/revision/latest?cb=20140828002233>. Acesso em 13 set. 2016.

Rafflesia arnoldii

Disponível em <https://pt.wikipedia.org/wiki/Rafflesia_arnoldii#/media/File:Rafflesia_80_cm.jpg>. Acesso em 13 set. 2016.

Dentre as interações biológicas entre organismos, qual das alternativas abaixo apresenta apenas rela-ções interespecíficas desarmônicas?a) Comensalismo e epifitismob) Canibalismo e predaçãoc) Amensalismo e predaçãod) Amensalismo e epifitismoe) Canibalismo e herbivorismo

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  42. A expressividade de um gene é o “grau de intensidade” com que ele se manifesta no fenótipo do indivíduo, traduzindo o grau de expressão do .................. Além disso, fato-res ambientais ou intrínsecos condicionam o grau de expressividade de alguns .................. Assim, esta expressão pode ser uniforme ou variável, resultando no aparecimento de vá-rios padrões de ..................

As lacunas são corretamente preenchidas, respec-tivamente, pora) fenótipo – fenótipos – genótiposb) fenótipo – genótipos – fenótiposc) genótipo – fenótipos – genótiposd) genótipo – genótipos – fenótipose) genótipo – genótipos – genótipos

  43.  Abaixo são apresentados dois conceitos liga-dos às organelas celulares:

I – organela formada por invaginação da membrana plasmática formada por uma rede de túbulos e ve-sículas interconectadas, que se comunicam com a carioteca. Esta, por sua vez, possui função de síntese de proteínas e lipídios, na desintoxicação celular e no transporte intracelular;

II – organela constituída por dobras de membranas e vesículas que possuem função de armazenamento de proteínas, síntese de lipídios e polissacarídeos, além da transformação, empacotamento e remes-sa de substâncias.

Esses dois conceitos referem-se, respectivamente, aa) Retículo endoplasmático e Complexo de Golgib) Lisossomos e Complexo de Golgic) Peroxissomos e Lisossomosd) Complexo de Golgi e Retículo endoplasmáticoe) Retículo endoplasmático e Lisossomos

  44.  O quadro abaixo relaciona a ocorrência de algumas estruturas celulares (organelas) a suas funções, em organismos autotróficos e heterotróficos:

Organela Função Ocorrência

A Síntese de carboidratos Células autotróficas

Ribossomos BCélulas autotróficas e

heterotróficas

Mitocôndrias Respiração celular C

As letras A, B e C correspondem, respectivamente, aa) Cloroplastos – Síntese de proteínas – Células

heterotróficasb) Complexo de Golgi – Secreção celular – Células au-

totróficas e heterotróficasc) Lisossomos – Secreção celular – Células

heterotróficasd) Lisossomos – Digestão celular – Células autotróficase) Cloroplastos – Síntese de proteínas – Células auto-

tróficas e heterotróficas

  45.  Alguns organismos na natureza possuem dois tipos de reprodução: sexuada e asse- xuada. Por exemplo, em bactérias, ocorre um processo em que uma célula se divide em duas e origina duas células geneticamente idênticas. Esse caso de reprodução asse- xuada é chamado de

a) brotamentob) cissiparidadec) regeneraçãod) metagênesee) esporulação

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LÍNGUA ESTRANGEIRAResponda às questões de Inglês ou Espanhol, de acordo com sua opção

INGLÊS

Instrução: as questões 46 a 50 referem-se ao texto a seguir.

Even if the figure of the zombie appeared only relatively recently in popular western culture, it has enjoyed almost continuous success since the 60s and the release of Night Of The Living Dead by Romero. A success that the series The Walking Dead is definitely being driven by, inspired by the series of comic books of the same name created by Robert Kirkman in 2003. With the help of the film director Frank Darabont, he also contributed towards its adaptation for the American channel AMC, which has been showing the series since September 2010.

The plot of The Walking Dead revolves around the character Rick Grimes, a police officer who discovers when coming out of a prolonged coma that the majority of the human race has been transformed into zombies. Along with other survivors, he attempts to make an existence last longer in the heart of an America that has been devastated and invaded by the hordes of the living dead.

In the same way as for the comic book, the TV series became an immediate success and even achieved record audiences as The Walking Dead is now the most watched series in the history of American cable TV. An enthusiasm clearly created by the comic books and the televised episodes, but that is also driven by a vast transmedia presence that offers the TV viewer an ever more innovative narrative experience.

123456789

1011121314

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18 Unisinos – Vestibular de Verão

An augmented televisual experienceTo achieve this, The Walking Dead has been adapted to a variety of special media, all of which contri-

bute a new dimension to the overall narrative. Even for the television, AMC does not simply show the episodes in the series. Since 2011, the channel has been producing a 30 minute talk show presented by the comedian Chris Hardwick: Talking Dead is thus positioned as the direct extension of the TV series and actors, fans and members of the production crew are invited to take part.

In the same spirit of complementing the TV series, AMC has also developed The Walking Dead Story Sync, a so-called double screen application, which will allow the user to post live comments on the episodes, respond to surveys and talk to other fans via a chat system.

Disponível em <http://www.transmedialab.org/en/the-blog-en/case-study-en/the-walk-ing-dead-a-tentacular-transmedia-success/>. Acesso em 25 set. 2016.

  46.  A temática principal do texto é:

a) o sucesso das histórias em torno de zumbis.b) o sucesso da narrativa de The Walking Dead como

proposta transmidiática.c) o sucesso, na televisão, de séries sobre zumbis.d) os benefícios de uma história ser construída de ma-

neira transmidiática.e) a importância de histórias em quadrinhos no suces-

so da história de The Walking Dead.

  47.  O sucesso da proposta transmidiática apre-sentada deve-se, de acordo com o texto, ao fato de que, nesta proposta,

a) o público encontra os mesmos personagens e a mesma história sendo contada da mesma maneira, em diferentes plataformas.

b) é sempre possível atualizar-se lendo a história nos quadrinhos, que traz, em primeira mão, todos os no-vos acontecimentos.

c) o público pode postar comentários online sobre os episódios.

d) cada produto midiático contribui com alguma nova dimensão e vivência para a narrativa mais ampla.

e) mantém-se o mesmo diretor para cada um dos produtos midiáticos.

  48.  Segundo o texto, em relação à história de The Walking Dead, é correto afirmar que

a) ela faz sucesso desde a década de 60.b) ela foi inspirada em Night of the Living Dead.c) o canal AMC tem televisionado a série desde 2010.d) todos os sobreviventes lutam pela vida do policial.e) os quadrinhos têm feito mais sucesso que a série da

TV.

  49.  Na linha 22, na oração “which will allow the user to post live comments…”, o pronome relativo “which” refere-se a

a) TV series.b) AMC.c) The Walking Dead.d) the user.e) The Walking Dead Story Sync.

  50.  Usuários/as do The Walking Dead Story Sync poderão realizar diversas ações no aplica-tivo. Assinale a alternativa que contenha DUAS ações que NÃO podem ser realizadas no aplicativo.

a) Conversar com atores/atrizes via chat e responder a enquetes.

b) Postar comentários ao vivo e conversar com fãs.c) Responder a enquetes e conversar com fãs.d) Responder a enquetes e postar comentários ao

vivo.e) Conversar com atores/atrizes via chat e postar co-

mentários sobre a vida deles(as).

151617181920212223

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ESPANHOL

Instrução: as questões 46 a 50 referem-se ao texto a seguir.

Nuestro cerebro también necesita sufrir

Susana P. Gaytán

Dice el diccionario de la R.A.E. que la felicidad es un estado de grata satisfacción espiritual y física pero, un poco después, reconoce que para que esto ocurra, también debería darse una ausencia de inconvenien-tes o tropiezo: algo poco probable en la vida que, por definición, se desarrolla en un entorno cambiante. Sin embargo, incluso socialmente, parece que se está obligado “a ser feliz”… El problema es que esta imposición de la felicidad dificulta el gestionar adecuadamente las emociones llamadas “negativas”... ¡Y el cerebro nece-sita ambas cosas! Las emociones como la tristeza, el miedo o la ira no son “negativas”, sino necesarias y car-gadas de enormes ventajas adaptativas. Vamos a ver por qué.

¿Qué sucede cuando un individuo se desplaza de su “zona de confort”? Que su cerebro explorador inicia todos los mecanismos necesarios para afrontar los cambios. Así, la amígdala dirige el control emocional de sus acciones, mientras el hipocampo limita su alcance basándose en las experiencias previas fijadas en su memo-ria. El cerebro entonces puede enfrentarse al miedo y alerta, emociones que garantizan su integridad. O puede tener que negociar con un posible desencanto por una experiencia desagradable: empieza así el necesario duelo que le permitirá re-evaluar su situación. Por último, incluso se puede desarrollar un potente enfado que le hará luchar contra lo que es peligroso o injusto.

Pero, obviamente, estas situaciones de alarma no se deben prolongar eternamente. Por ello, nuestro cerebro, a continuación, inicia, también, una serie de mecanismos atenuadores de ese desagradable conjunto de sensaciones. Estas respuestas “de recuperación” son en muchos casos iniciadas por señales químicas como, por ejemplo, la liberación de oxitocina que comunica una sensación de confianza en el entorno.

Adaptado de <http://www.muyinteresante.es/ciencia/articulo/nuestro-cerebro-tambien-necesita-sufrir-301450111860>. Acesso em 25 set. 2016

  46.  Considerando-se o conteúdo do texto, é pos-sível afirmar que

a) a vida se desenvolve em um ambiente estável.b) o cérebro tem necessidade de administrar emoções

negativas e positivas.c) as emoções negativas permitem que os indivíduos

saiam de sua zona de conforto para enfrentar o sen-timento de irritação.

d) é possível ser feliz, espiritual e fisicamente, mesmo havendo tropeços na vida.

e) na atualidade, a obrigatoriedade de ser feliz trans-formou-se em uma emoção negativa.

  47.  Leia as afirmações a seguir e assinale V nas verdadeiras e F nas falsas, tomando como base o conteúdo do texto.

( ) As emoções negativas são necessárias para o bom funcionamento do cérebro.

( ) A amígdala controla as emoções, e o hipocampo, as experiências pessoais.

( ) A liberação de oxitocina funciona como um meca-nismo atenuador das sensações de alarme.

A sequência correta, de cima para baixo, éa) V – V – V.b) V – V – Fc) F – F – F.d) V – F – V.e) F – V – V.

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  48.  Considerando-se as afirmações a seguir, é possível afirmar que:

a) O vocábulo ‘ello’ (linha 15) está fazendo referência à ‘nuestro cerebro’ (linhas 15-16).

b) O vocábulo ‘algo’ (linha 3) está fazendo referência à expressão ‘estado de grata satisfacción espiri-tual y física’ (linha 1).

c) O vocábulo ‘cerebro’ (linha 8) possui grafia seme-lhante ao português, mas distingue-se deste idioma quanto à posição da sílaba tônica.

d) O pronome ‘le’ (linha 14) está fazendo referência à palavra ‘duelo’ (linha 13)

e) O vocábulo ‘señales’ (linha 17) apresenta o mesmo gênero que seu equivalente em português, ‘sinais’ .

  49.  Os vocábulos ‘sino’ (linha 6) e ‘mientras’ (li-nha 10) podem ser traduzidos, respectiva-mente, ao português, sem alterar-se o senti-do do texto, por

a) portanto duranteb) enquanto quanto maisc) por isso quantod) embora entretantoe) mas enquanto

  50.  O verbo ‘desplaza’ (linha 8) pode ser substi-

tuído, sem alterar-se o sentido do texto, por

a) aproximab) transformac) desabrigad) desacomodae) traslada