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43 ganas da Italia, e essas tribus singulares de Bohe- mios que percorrem todos os pontos da Europa, julgam-se descendentes d'aquelles Dravidas. Na índia também tem representantes esta horda escra- visada desde então pela violenta conquista aryana: são os Pariahs. A seita dos Aryas conquistadores commetteu um hediondo assassinato. Os Dravidas, se não fosse esta desgraça que os dispersou, sem duvida que se elevariam um dia ao mesmo grau de civilisação que os Indianos. Livres, teriam formado uma sociedade; escravisados por uma oppressão brutal, não passa- ram d'um povo nómada. Quando a historia se vê d'esta altura, o pequeno âmbito em que se move a vida individual toma um aspecto de fatalidade. O pariah, o gypsie ou o zingaro não foram admittidos á communhão uni- versal. Sicfacta voluerunt. Qual é o braço de ho- mem que pode aniquilar um passado de séculos ou determinar um successo longinquo? O individuo, a familia, a cidade, a nação, a raça são espheras concêntricas de actividade, cujo raio cresce da pri- meira até á ultima. A involvente contém e limita as interiores; a mais pequena não pode penetrar nem conter as outras. A maior terá um destino ir- remediável ou será regida por uma força livre? A historia e a sciencia emmudecem. Quem se jacta de Versão integral disponível em digitalis.uc.pt

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  • 43

    ganas da Italia, e essas tribus singulares de Bohe-mios que percorrem todos os pontos da Europa, julgam-se descendentes d'aquelles Dravidas. Na índia também tem representantes esta horda escra-visada desde então pela violenta conquista aryana: são os Pariahs.

    A seita dos Aryas conquistadores commetteu um hediondo assassinato. Os Dravidas, se não fosse esta desgraça que os dispersou, sem duvida que se elevariam um dia ao mesmo grau de civilisação que os Indianos. Livres, teriam formado uma sociedade; escravisados por uma oppressão brutal, não passa-ram d'um povo nómada.

    Quando a historia se vê d'esta altura, o pequeno âmbito em que se move a vida individual toma um aspecto de fatalidade. O pariah, o gypsie ou o zingaro não foram admittidos á communhão uni-versal. Sicfacta voluerunt. Qual é o braço de ho-mem que pode aniquilar um passado de séculos ou determinar um successo longinquo? O individuo, a familia, a cidade, a nação, a raça são espheras concêntricas de actividade, cujo raio cresce da pri-meira até á ultima. A involvente contém e limita as interiores; a mais pequena não pode penetrar nem conter as outras. A maior terá um destino ir-remediável ou será regida por uma força livre? A historia e a sciencia emmudecem. Quem se jacta de

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    dar uma solução a este problema illude-se. Nin-guém sondou ainda este abysmo tenebroso que in-volve os séculos e as gerações.

    Vejamos, porém, quaes são os factos positivos que confirmam a hypothese aryana, isto é, as mi-grações dos Aryas para a Europa.

    «ftadl «'úrf--í>«,.-"íí.lW-tO w&mrtw^.H Ófjííoíjj^fri ns

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  • VII

    Factos e methodos scientificos

    D'um modo geral a anthropologia baseia-se em tres ordens de factos:

    1.°— linguagem,

    2."— configuração do craneo e da face, 3.°—characteres naturaes, ou characteres phy-

    sicos exteriores.

    O methodo natural introduzido no estudo com-parado das linguas — a philologia — fundou esta sciencia, e forneceu á etimologia o mais inesperado e surprehendente auxilio. A sociedade de Calcuttá descobriu que entre o sanscrito— a lingua sagrada dos Brahmas, ozend—a lingua sagrada dos Persas, e as linguas europeas existiam as mais intimas rela-ções de construcção grammatical. Ora é evidente que relações de tal ordem entre as linguas só podem derivar do parentesco entre os povos que as falla-ram. Quando as linguas forem irmãs, e por tanto

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    descendentes d'um tronco eommum, isto é, quando um grupo de linguas apresentar para com outra um numero egual de dependencias, é porque fo-ram irmãos os povos a que pertenceram.

    O sanscrito (nome que significa — concreto, aperfeiçoado) é a mais antiga das linguas chamadas indo-europeas, nome das raças que atraz deixámos enumeradas (1). Os mais antigos documentos escri-ptos 'nesta linguagem sobem alem de quinze séculos

    (1) 0 grupo indo-europeu é a reunião de certas familias de l in-

    guas que offerecem signaes inequívocos de parentesco reciproco.

    Este grupo comprehende seis familias, as quaes se dividem do se-

    guinte modo:

    • , • . - "- - : ' ! • 1 j --FAMÍLIAS FAMÍLIAS

    !

    Sanscrito (Wedas).

    Pali (Bouddha).

    (ambas mortas).

    "I"-,'} .n . . ( í l — I ;•• • . ;

    í Zend (Zend-Avesta). Persa ]

    (Pars i (persa antigo).

    :ííB ! :í ': ii —- - .

    I Italiano.

    . I Hispanhol.

    R o m a n a . . . P n m c e z -j Portuguez.

    I Valachio.

    \ Rhetiano (Tyrol).

    o •• i . ; ' i: t -':-•"••••('

    Ír, lirlandez.

    Gaelico | E r g a (Gaulez.

    r, . 1 Baixo-Bre-C>>r,coj tão. [Cormco(Cor-

    nouailles). { Teutonico. I Saxonio. ou cimbrico

    Germa- 1 (frisâo, flamengo, nica .. \ hollandez).

    / Scandinavo. V Anglo-britannieo. I Slavonio ou Sérvio l (Slavos dos impérios \ austríaco e ottoma-

    Slava. . . < no). j Russo. I Bohemio-polaco. \ Wendo-Lithuaniano.

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  • 47

    da nossa era. O distincto philologo allemão Max Muller demonstrou depois que o latim é o tronco commum dos idiomas da familia romana, e que da mesma fórma o proprio latim, o grego, o sanscrito, o zend, o lithuaniano, o slavo antigo, o gothico e o arménio têm entre si taes relações, que devem considerar-se como variedades d'uma lingua mais antiga, a qual se designou pelo nome de aryana. «O povo que fallava esta lingua, diz Lyell, mãe de tantos idiomas antigos, deve, 'numa epocha remota, ter emigrado para regiões do antigo mundo muito afastadas entre si, taes como a Asia septentrional, a Europa e a índia ao sul do Hymalaya.»

    Vê-se que a linguistica confirma a hypothese aryana. Os idiomas de Africa têm mais analogias grammaticaes com o egypcio do que com as lín-guas de todas as outras nações. O idioma pois foi o critério do sangue: a lingua decidiu da raça.

    A etimologia deve immensos serviços á linguis-tica. Em compensação o methodo natural, appli-cado a esta sciencia, alem dos rápidos e seguros progressos que lhe permittiu fazer 'neste século, demonstrou uma singular analogia entre as linguas e as especies. A formação e propagação de umas e outras é inteiramente comparavel, isto é, a varia-bilidade e a selecção natural, princípios fundamen-taes da theoria Darwiniana da transformação das

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    especies, são os que explicam todos os factos da

    philologia. Segando esta theoria, as especies são

    series ou parallelas ou divergentes, que derivam

    d'um ou mais troncos primitivos (1): taes são egual-

    mente as relações que as linguas apresentam entre

    si. Comprehende-se por isto a dificuldade que ha

    em dar uma definição boa de idioma, e distinguil-o

    de dialecto, pois que não podem facilmente mar-r

    car-se as raias que os separam. E evidente que

    esta dificuldade se faz sentir especialmente nos

    pontos de transição, porque dois termos afastados

    da serie distinguem-se sempre. Remove-se comtudo

    na practica, tendo por differentes as linguas falla-

    das por duas pessoas, que não possam intender-se

    reciprocamente. Esta é a opinião de Lyell.

    A primeira phase por que passou a linguagem

    (1) Darwin não demonstrou a unidade do tronco primitivo; mas

    suppõe que poucos são precisos para explicar a origem das espe-

    cies. Os philosophos allemães, levando as idéas de Darwin ás ex -

    tremas consequências, não duvidaram de chegar á unidade. Este

    problema, porém, não pode ser resolvido com certeza no estado

    actual da sciencia. Portanto não pode esperar-se que a unidade ou

    pluralidade das linguas primitivas se possa demonstrar por ora. «De

    mais, diz Lyell, seria perder tempo especular sobre o numero de

    germens ou nómadas originaes, porque é muito provável que as mais

    antigas formações fossiliferas que se conhecem, sejam as ultimas

    d'uma longa serie de formações anteriores, as quaes contiveram ou-

    t r o r a restos orgânicos.» Isto mesmo se pode suppor a respeito das

    linguas mortas.

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  • 49

    chama-se monosyllabica. E exemplo vivo d'ella a

    lingua chineza. O monosyllabismo é uma imper-

    feição characterisada especialmente pelo excessivo

    numero de palavras que exige. O idioma chinez

    possue um numero tão prodigioso de termos, que

    a vida d'um homem de lettras não chega para o

    abranger. Ao monosyllabismo succedeu a aggluti-

    nação. As linguas do Himalaya, do Thibet e da pe-

    nínsula Transgangetica são os elos d'esta cadêa. As

    populações negras e as finnezas possuem linguas

    agglutinativas (1). Estes idiomas têm uma gram-

    matica menos rudimentar que os monosyllabicos,

    e podem exprimir as idéas por um menor numero

    de palavras, porque estas se prestam a modifica-

    ções e variações, que o monosyllabismo só pode

    representar multiplicando-se. Emfim, a fórma mais

    perfeita da linguagem é a flexão. A palavra ad-

    quire a pliabilidade suficiente para se coadunar á

    variedade dos objectos e do seu modo de ser, ao

    mesmo tempo que a grammatica se presta á repre-

    sentação da fórma mais complicada do pensamento.

    Todas as linguas semíticas e aryanas são d'esta

    ordem. São os povos mais civilisados do mundo

    os que faliam as linguas de flexão.

    (1) As linguas finnezas ou ouralianaes comprehendem, entre ou-

    tros ramos, o finnez propriamente dito, o laponio, o esthoniano, o

    livonio e o húngaro ou madgyar.

    i

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  • T

    50

    Deve todavia observar-se uma differença que existe entre as linguas e as especies. Aquellas nas-cem, formam-se e desapparecem 'num periodo muito mais curto do que estas. Não ha exemplo de que os idiomas tenham uma existencia superior a mil annos; 'neste tempo atravessam o cyclo completo do seu desenvolvimento, desde a origem até á morte. As especies, que perecem como todas as cousas, prolongam as suas phases de evolução as-cendente e decadente por milhares de annos. A se-lecção complica-se muito mais, e os seus resultados não podem manifestar-se tão rapidamente. A acção modificadora do homem é poderosa na linguagem, mas impotente na raça. Impõe-se uma lingua, mas não se impõe o sangue; a não se reduzirem as populações conquistadas á condição de animaes do-mésticos. A selecção 'neste caso seria meramente artificial, porque a natureza não obraria livre-mente.

    Quanto aos characteres exteriores das tres gran-des raças de que fallámos—a semitica, a aryana e a egypcia—embora sejam incompletos os docu-mentos, que nos legaram d'ellas os antigos escri-ptores, ainda assim se pode concluir que não eram idênticos.

    Os povos da raça syro-arabe são characterisa-dos pela belleza das formas e pelo elegante e avan-

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  • 51

    tajado da estatura. As mulheres são pelo contrario

    pequenas, mas esbeltas e flexiveis. Rosto oval muito

    alongado nas extremidades; o alto do craneo bas-

    tante proeminente, propriedade ligada á extraordi-

    nária exaltação religiosa das nações semiticas; na-

    riz fino, ponteagudo e aquilino; olhos rasgados, ne-

    gros e de tão doce expressão nas mulheres, que ju-

    stificam a comparação com os da gazella, como fa-

    ziam os poetas arabes. Os cabellos negros e longos;

    tez morena; sobrancelhas arqueadas; lábios finos,

    eis o retrato das mulheres d'esta antiga raça, a qual

    ainda hoje pode encontrar-se sem difficuldade nos

    typos mais perfeitos do nosso paiz e da Andaluzia.

    O typo aryano é por vezes menos regular de for-

    mas, e de côr sempre mais clara. Amédée Thierry

    falia dos Antas e dos Vendas, os quaes tinham o

    cabello louro e o corpo esguio (long et fluet). São

    os ascendentes dos slavos históricos, desconhecidos

    dos auctores latinos. Nas montanhas da Gallicia

    (provincia austriaca entre os Karpathos e a Po-

    lonia) existe uma população — a dos Goraes, que

    parece ter conservado quasi puras as feições dos

    seus antepassados. São slavos mais esguios que os

    das planicies, d'olhos pequenos, nariz muito alon-

    gado, lábios finos e arcadas zygomaticas bem sa-

    lientes. Assim os descreve Malte-Brun. Os Godos

    e os Celtas, aquelles provenientes do cruzamento

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    dos Anglo-Saxões (que fizeram a conquista da In-

    glaterra (1) e da Suécia), com oslotnas no segundo

    d'estes paizes; e estes, que a historia colloca nos

    paizes meridionaes da Europa ao sul do Rheno,

    apresentam parecenças. Os escriptores clássicos at-

    tribuem aos Grodos membros robustos, estatura ele-

    vada, tez muito clara, olhos azues, e cabellos louros

    ou rutilantes.

    - Os Latinos tinham um typo diverso do d'estes

    povos. As suas primitivas feições são ainda conser-

    vadas pelo povo de Roma e das circumvisinhan-

    ças. Nas províncias romanas foram inteiramente

    alteradas pela mistura com as nações do Norte. O

    rosto distingue-se logo pela largura do oval, tez

    mais ou menos morena, cabellos escuros, nariz

    aquilino e fortemente deprimido na base. O vertex

    não é alongado como na raça semitica.

    Finalmente, todos os indivíduos de côr escura,

    cabellos crespos, lábios grossos e salientes, e mais

    ou menos prognatas referiam-se ao typo egypcio

    já no tempo de Herodoto.

    Os characteres tirados das medidas do craneo

    são porventura os menos sujeitos a variação, isto

    é, os que variam mais lentamente. JA mistura das

    (1) As Ilhas Britannicas foram duas vezes invadidas: primeira-

    mente pelos Anglo-Saxões no século v, e depois pelos Normandos no

    século xi.

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  • 53

    raças produz de ordinário uma fusão de characteres,

    cuja resultante é sempre determinada no sentido

    da raça local (Quatrefages). Os tres typos geraes

    que acabamos de descrever, foram estabelecidos por

    Blumenbach sobre o estudo dos craneos, como já

    dissemos.

    O estudo comparativo dos craneos fosseis e dos

    que fornecem os selvagens actuaes, recompõem

    para a intelligencia as antigas raças, resuscitan-

    do-as, por assim dizer, a nossos olhos. Assim, po-

    demos inferir das modificações que soffreram as

    tribus que outr'ora emigraram para a Europa, e aqui

    se estabeleceram, até chegarem ao estado presente.

    O conhecimento da configuração do craneo das na-

    ções nómadas da Asia, pertencentes á familia dos

    ascendentes dos Europeus d'hoje, podem servir para

    distinguir as raças emigrantes das raças autoch-

    thonas, observando comtudo que aquellas tiveram

    de soffrer todas as modificações produzidas pela ac-

    ção do novo meio, pela civilisação, a qual segundo

    Broca e Schaaffausen tem uma influencia poderosa

    sobre o desenvolvimento da massa cerebral e do

    craneo, e emfim pela mestissagem operada com os

    povos que encontraram estabelecidos (allophylos

    de Prichard).

    Tal é o valor dos tres elementos — linguagem,

    characteres exteriores, craneo e face na ethnologia.

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  • 54

    Os dois últimos são d'uma importância capital. Mas,

    sendo por sua natureza variaveis não deve ligar-

    se-lhes um valor absoluto. O verdadeiro methodo

    natural e a sagacidade dos observadores têm sabido

    afastar as dificuldades que d'aqui resultam. Na es-

    colha d'estes elementos e no seu uso, é preciso em-

    pregar reservas que são egualmente applicaveis á

    linguagem, por mais decisivo que pareça este ele-

    mento de classificação. Eis aqui um exemplo. Diz

    Latham que" na Livonia em 1862 só doze indiví-

    duos fallavam o idioma de seus paes. Deve con-

    clui r-se que a raça se extinguiu? Não; porque a

    lingua é facilmente imposta pelo vencedor; mas o

    sangue mistura-se, não segundo a vontade do con-

    quistador, mas pelas leis naturaes que regem a

    mestissagem. Pela linguagem dir-se-hia extincta a

    raça dos Guanchos (Canarias), e comtudo não é dif-

    ficil encontrar ainda na população d'este archipe-

    lago o typo dos seus antigos habitantes.

    Em summa, os characteres citados não têm um

    valor absoluto; e quando um d'elles não der indi-

    cação segura no caso considerado, é necessário con-

    sultar os outros. Deve emfim procurar-se o resul-

    tado da applicação conjuncta de todos os characte-

    res. De um facto para outro, o mesmo elemento va-

    ria de importancia. E isto o que Quatrefages chama

    — alternancia de valor.

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  • 55

    Este methodo é comparavel ao que se emprega

    n'outros ramos das sciencias naturaes. Citaremos

    um exemplo extrahido da geologia. Os characteres

    em que se basêa a classificação das differentes for-

    mações que constituem a crusta solida do globo

    são tres:—constituição mineralógica do terreno,

    restos fosseis 'nelle encontrados, e stratificação ou

    disposição relativa das camadas. Uma classificação

    fundada exclusivamente sobre qualquer d'estes ele-

    mentos, ha de forçosamente apresentar defeitos. De-

    mais, succede muitas vezes que o estudo d'um só

    dos elementos nos induz em erro. Assim, a discor-* * 7

    dancia na stratificação far-nos-hia concluir, muitas

    vezes, a diversidade das formações, se os outros

    characteres, e emfim um estudo mais demorado e

    largo, não indicassem que a discordância é acci-

    dental, e não devida a uma distincção original nas

    condições de formação do deposito, como se devia

    suppôr.

    Para completar esta resenha succinta dos factos

    de que a anthropologia se occupa, resta-nos indicar

    os characteres sociaes, moraes e religiosos, que se

    reúnem aos antecedentes no estudo das raças.

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    V

    Opiniões de Bory de Saint-Vincent e de d'Omalius d'Halloy

    A philologia comparada confirma, como vimos, a hypothese das migrações aryanas, indicada pelos antigos mythos e tradições. Vamos discutir a opinião de Bory de Saint-Vincent, que julga autochthonos os povos europeus. N

    A primeira especie descripta por Bory no seu Ensaio zoologico sobre o genero humano, designada pelo nome de Japetica(l), occupa a vasta região comprehendida entre as margens occidentaes e me-

    (1) O auctor conta no genero humano quinze especies differen-

    tes, as quaes subdivide em muitas raças. Aquelles grupos podem

    ser considerados como raças, porque não discutimos 'neste momento

    a questão da pluralidade das especies humanas.

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