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VERIFICAÇÃO DA ADEQUAÇÃO E IMPLANTAÇÃO DE PCMAT EM OBRAS DE MÉDIO E GRANDE PORTE EM CHAPECÓ – SCTRANSCRIPT
UNIVERSIDADE COMUNITÁRIA DA REGIÃO DE CHAPECÓ
ÁREA DE CIÊNCIAS EXATAS E AMBIENTAIS
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL
VERIFICAÇÃO DA ADEQUAÇÃO E IMPLANTAÇÃO DE
PCMAT EM OBRAS DE MÉDIO E GRANDE PORTE EM
CHAPECÓ – SC
Daniela de Lourdes Barboza Brito da Silva
Chapecó
2014
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Daniela de Lourdes Barboza Brito da Silva. Chapecó: ACEA/UNOCHAPECÓ, 2014.
DANIELA DE LOURDES BARBOZA BRITO DA SILVA
VERIFICAÇÃO DA ADEQUAÇÃO E IMPLANTAÇÃO DE
PCMAT EM OBRAS DE MÉDIO E GRANDE PORTE EM
CHAPECÓ – SC
Trabalho apresentado ao Curso de Engenharia Civil da Universidade
Comunitária da Região de Chapecó, como parte dos pré-requisitos
para aprovação na disciplina de Monografia II, para obtenção do
diploma.
Orientador: Prof.º Marcelo Fabiano Costella
Chapecó
Novembro, 2014
Dedico este trabalho aos meus pais,
meus irmãos e meu noivo.
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Daniela de Lourdes Barboza Brito da Silva. Chapecó: ACEA/UNOCHAPECÓ, 2014.
AGRADECIMENTOS
A Deus pelas oportunidades. Sem Ele eu nada seria.
Ao meu pai Angelo Brito, minha mãe Mariza Barboza e todos meus irmãos, por todo amor,
incentivo e apoio incondicional, sendo eles os principais responsáveis para que esta etapa se
concretizasse.
Ao meu noivo Martireli Martini, por ter me ajudado incansavelmente todos os dias de minha
graduação, além de todo amor, paciência e compreensão.
A todos os professores do curso de Engenharia Civil pelo conhecimento repassado ao logo da
graduação, em especial ao Prof.º Marcelo Fabiano Costella pela competência, orientação e por
todo auxílio fornecido para melhorar o desenvolvimento deste trabalho.
A todos os meus amigos feitos até aqui, em especial à Suzimara Flores, Tatiana Flores e
Priscila Zamarchi, por toda amizade e pelos momentos de descontração que tornaram essa
caminhada mais satisfatória.
Por fim, agradeço a todas as empresas construtoras de Chapecó-SC que disponibilizaram suas
obras, possibilitando o desenvolvimento desta pesquisa.
A melhor maneira de nos prepararmos para o futuro é concentrar toda
a imaginação e entusiasmo na execução perfeita do trabalho de hoje.
Dale Carnegie
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Daniela de Lourdes Barboza Brito da Silva. Chapecó: ACEA/UNOCHAPECÓ, 2014.
RESUMO
SILVA, Daniela de L. B. B. Verificação da adequação e implantação de PCMAT em
obras de médio e grande porte em Chapecó – SC. 2014. Monografia – Curso de
Engenharia Civil, Universidade Comunitária da Região de Chapecó – UNOCHAPECÓ,
Chapecó, 2014.
Na construção civil, para que a segurança do trabalho seja aplicada corretamente, se faz
necessária a implantação de uma série de procedimentos, os quais devem seguir todas as
exigências da Norma Regulamentadora NR-18. O item 18.3 desta norma determina a
concepção do PCMAT – Programa de Condições e meio Ambiente de Trabalho. Desta forma,
a realização desta pesquisa teve como objetivo verificar a adequação e implantação do
PCMAT em canteiros de obras de pequeno, médio e grande porte na cidade de Chapecó – SC.
Primeiramente, foram elaborados dois check lists, sendo um referente a elaboração do
PCMAT e outro de Implantação do mesmo. Após isso, foi feita a aplicação destes em 30
canteiros de obras, como forma de avaliar a situação atual em que a cidade se encontra para
este quesito da NR-18. Os resultados encontrados apontaram que apenas dezesseis entre os
trinta canteiros de obras pesquisados dispunham de PCMAT, ou seja, 53% da amostra total.
Tanto na elaboração quanto na implantação do PCMAT, as maiores não-conformidades estão
relacionadas aos projetos de execução das proteções coletivas (42% de cumprimento na
elaboração e 35% na implantação) e ao cronograma de implantação das medidas preventivas
(48% na elaboração e 26% na implantação do PCMAT). As deficiências são identificadas
principalmente na elaboração do documento base, fazendo com que não se tenha um
parâmetro correto e detalhado para implantar todas as medidas de segurança necessárias.
Ainda, obteve-se que, para os dezesseis canteiros que tinham PCMAT, a média de
cumprimento dos itens do check list foi de 69% na elaboração do documento e 58% na
implantação do mesmo.
Palavras-chave: NR-18; Segurança do trabalho; Implantação do PCMAT.
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Verificação da adequação e implantação de PCMAT em obras de médio e grande porte em Chapecó – SC.
LISTA DE FIGURAS
Figura 01 – Gráfico resumo da porcentagem de obras visitadas com PCMAT. ...................... 38
Figura 02 – Porcentagem de aprovação do memorial. ............................................................. 40
Figura 03 – Porcentagem de aprovação do projeto de execução das proteções coletivas. ....... 41
Figura 04 – Porcentagem de aprovação das especificações técnicas das proteções coletivas e
individuais. ............................................................................................................................... 43
Figura 05 – Porcentagem de aprovação do cronograma de implantação. ................................ 44
Figura 06 – Porcentagem de aprovação do layout do canteiro de obras. ................................. 45
Figura 07 – Porcentagem de aprovação do programa educativo. ............................................. 46
Figura 08 – Porcentagem de aprovação dos procedimentos úteis. ........................................... 47
Figura 09 – Porcentagem de aprovação da implantação do memorial. .................................... 49
Figura 10 – Porcentagem de aprovação da implantação do projeto de execução das proteções
coletivas. ................................................................................................................................... 51
Figura 11 – Porcentagem de aprovação da implantação das especificações técnicas das
proteções coletivas e individuais. ............................................................................................. 52
Figura 12 – Porcentagem de aprovação do cronograma de implantação para cada uma das
obras. ........................................................................................................................................ 53
Figura 13 – Porcentagem de aprovação da implantação do layout do canteiro de obras. ........ 55
Figura 14 – Porcentagem de aprovação do programa educativo para cada uma das obras. ..... 56
Figura 15 – Porcentagem de aprovação da implantação dos procedimentos úteis. .................. 57
Figura 16 – Média final por item para o check list do PCMAT e de Implantação................... 59
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Daniela de Lourdes Barboza Brito da Silva. Chapecó: ACEA/UNOCHAPECÓ, 2014.
LISTA DE TABELAS
Tabela 01 – Porcentagem do cumprimento para todos os itens do check list do PCMAT. ..... 39
Tabela 02 – Porcentagem do cumprimento do check list de Implantação do PCMAT. .......... 48
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Verificação da adequação e implantação de PCMAT em obras de médio e grande porte em Chapecó – SC.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 7
1.1. Introdução do Tema e Justificativa do Trabalho ...................................................... 7
1.2. Problema de Pesquisa ............................................................................................... 8
1.3. Objetivos .................................................................................................................. 8
1.3.1. Objetivo Geral .......................................................................................................... 8
1.3.2. Objetivos Específicos ............................................................................................... 8
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ...................................................................................... 10
2.1. Segurança no trabalho na indústria da construção ................................................. 10
2.2. Norma Regulamentadora NR-18 e o PCMAT: Definição ..................................... 11
2.2.1. Estruturação do PCMAT ........................................................................................ 12
2.2.1.1. Áreas de vivência ............................................................................................ 16
2.2.1.2. Equipamentos de Proteção Individual (EPI`s) e Equipamentos de Proteção
Coletiva (EPC`s). ............................................................................................................. 17
2.3. Aspectos Importantes na Concepção do PCMAT .................................................. 18
2.4. Aplicação do PCMAT ............................................................................................ 21
2.4.1. Deficiências na concepção do PCMAT ................................................................. 22
2.5. Irregularidades na Implantação da NR-18 ............................................................. 23
2.6. Segurança e Saúde no Trabalho na União Européia .............................................. 24
2.7. Custos Relacionados aos Sistemas de Segurança e à Aplicação do PCMAT ........ 26
3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ................................................................ 28
3.1. Tipo de Pesquisa..................................................................................................... 28
3.2. Amostra .................................................................................................................. 28
3.3. Coleta de Dados ..................................................................................................... 33
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Daniela de Lourdes Barboza Brito da Silva. Chapecó: ACEA/UNOCHAPECÓ, 2014.
3.3.1. Coleta dos Dados: Check List do PCMAT ............................................................ 34
3.3.2. Coleta dos Dados: Check List de Implantação do PCMAT ................................... 34
3.4. Compilação dos Dados ........................................................................................... 35
4. ANÁLISE DOS RESULTADOS ................................................................................... 37
4.1. Análise Geral .......................................................................................................... 37
4.2. Análise por item do check list do PCMAT ............................................................ 38
4.2.1. Memorial sobre condições e meio ambiente de trabalho nas atividades e operações
40
4.2.2. Projeto de execução das proteções coletivas .......................................................... 41
4.2.3. Especificação técnica das proteções coletivas e individuais .................................. 42
4.2.4. Cronograma de implantação das medidas preventivas .......................................... 44
4.2.5. Layout inicial e atualizado do canteiro de obras .................................................... 45
4.2.6. Programa educativo ................................................................................................ 46
4.2.7. Procedimentos úteis................................................................................................ 47
4.3. Análise por item do check list de Implantação do PCMAT ................................... 48
4.3.1. Memorial sobre condições e meio ambiente de trabalho nas atividades e operações
49
4.3.2. Projeto de execução das proteções coletivas .......................................................... 50
4.3.3. Especificação técnica das proteções coletivas e individuais .................................. 52
4.3.4. Cronograma de implantação das medidas preventivas .......................................... 53
4.3.5. Layout inicial e atualizado do canteiro de obras .................................................... 54
4.3.6. Programa educativo ................................................................................................ 56
4.3.7. Procedimentos úteis................................................................................................ 57
4.4. Análise final: comparativo PCMAT x Implantação ............................................... 58
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................... 60
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 62
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Verificação da adequação e implantação de PCMAT em obras de médio e grande porte em Chapecó – SC.
1. INTRODUÇÃO
1.1. Introdução do Tema e Justificativa do Trabalho
Atualmente no Brasil, a construção civil encontra-se em ritmo acelerado, sendo incentivada
com programas do governo federal e com a facilidade de acesso aos financiamentos para
residência própria. Com este crescimento, muitos construtores e incorporadores focam apenas
na produção acelerada, fazendo com que itens importantes sejam ignorados, não compondo os
sistemas de gestão das empresas.
A segurança do trabalho é um dos componentes que, em muitos casos, não é incorporada ao
planejamento da obra. O setor da construção civil é um dos que registra maior número de
acidentes de trabalho, mesmo tendo uma norma regulamentadora considerada extensa. O
Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) estabelece a NR-18, que trata das condições e meio
ambiente de trabalho na indústria da construção civil; neste contexto, a norma estabelece a
concepção e implantação do PCMAT – Programa de Condições e Meio Ambiente de
Trabalho.
O PCMAT compõe um conjunto de medidas de segurança a serem tomadas pelas empresas
construtoras, visando manter intacta a integridade física e mental dos trabalhadores e demais
pessoas que venham estar presentes no canteiro de obras, o que vem a reforçar sua
importância. De acordo com a NR-18 (MTE, 2013), a qual se encontra em revisão, o PCMAT
é obrigatório em estabelecimentos com 20 (vinte) trabalhadores ou mais; no entanto, para a
cidade de Chapecó – SC é válida a Convenção Coletiva de Trabalho 2011/2013
(SINDUSCON, 2013), que determina obrigatoriedade do documento para canteiros com 5
(cinco) colaboradores ou mais.
Porém, de acordo com Saurin (2002), em vários empreendimentos a implantação do PCMAT
é considerada como uma atividade extra, o qual é muitas vezes elaborado por profissionais
com pouco envolvimento nas atividades; há casos onde este é feito uma única vez no início da
obra e não mais revisto. Além disso, há construtores que consideram que o acidente no
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Daniela de Lourdes Barboza Brito da Silva. Chapecó: ACEA/UNOCHAPECÓ, 2014.
trabalho é causado apenas por descuido do funcionário, ignorando assim os sistemas
preventivos, que são em sua maioria muito mais eficazes que a correção do problema após o
ocorrido.
Desta forma, torna-se indispensável conhecer como se encontra a situação local em relação à
adesão dos sistemas de segurança, inclusive a implantação do PCMAT. Portanto, baseando-se
no item 18.3 da NR-18, a seguinte pesquisa tem a finalidade de apresentar uma análise no
documento PCMAT, bem como avaliar a qualidade da sua aplicação em obras de pequeno,
médio e grande porte, na cidade de Chapecó – SC.
1.2. Problema de Pesquisa
Durante a execução de edificações, o Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho
(PCMAT) é aplicado corretamente, de maneira que cumpra com os requisitos expostos na NR
18, tendo em vista ainda as particularidades que envolvem os canteiros de pequeno, médio e
grande porte?
1.3. Objetivos
1.3.1. Objetivo Geral
Avaliar a qualidade da implantação do programa de condições e meio ambiente de trabalho
(PCMAT) em obras de pequeno, médio e grande porte no município de Chapecó - SC.
1.3.2. Objetivos Específicos
a) Analisar individualmente os itens contidos no PCMAT, exigidos pela NR-18,
verificando a existência de possíveis inconsistências no documento.
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Verificação da adequação e implantação de PCMAT em obras de médio e grande porte em Chapecó – SC.
b) Verificar a implantação do PCMAT, baseando-se no documento presente nos canteiros
de obras.
c) Apontar em quais etapas de concepção e implantação do PCMAT nos
empreendimentos se obtiveram as não conformidades mais significativas.
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Daniela de Lourdes Barboza Brito da Silva. Chapecó: ACEA/UNOCHAPECÓ, 2014.
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1. Segurança no trabalho na indústria da construção
A segurança no trabalho na construção civil, segundo Martins e Serra (2003), é definida como
o conjunto de medidas adotadas com o objetivo de reduzir os acidentes de trabalho, doenças
ocupacionais, bem como proteger a integridade e a capacidade de trabalho do operário. A
segurança age como um componente do processo de produção, de forma que sua inserção no
planejamento da empresa resulta na preservação do patrimônio humano e material.
De acordo com Menezes e Serra (2003) são vários os fatores que colocam a segurança dos
operários em risco, podendo-se destacar a falta de controle do ambiente de trabalho e dos
processos de produção, bem como a falta de orientação dos trabalhadores. Sendo assim,
observa-se que as empresas estão buscando cada vez mais investimentos na área de segurança
do trabalho.
Lima Jr. (2003) diz que, na construção civil, a variedade dos riscos de acidentes são muitas,
uma vez que compreende uma atividade com diversas peculiaridades, o que faz com que as
medidas preventivas se tornem mais difíceis e complexas. O autor destaca a questão de
rotatividade, qualificação da mão-de-obra e a participação de empreiteiros.
Ao longo do tempo, ocorreu uma evolução em relação à prevenção e preocupação com a
segurança do trabalhador e a maior conscientização do próprio empregado. Desta forma, a
CIPA - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes, tendo como objetivo a prevenção de
acidentes e doenças decorrentes do trabalho, possibilita o trabalho desenvolvido para
preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador. As empresas de construção civil
devem ter uma equipe composta por técnico de segurança do trabalho, engenheiro de
segurança do trabalho, médico do trabalho e enfermeiro do trabalho, sendo esta equipe
conhecida como SESMT - Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do
Trabalho (SPOHR, 2011).
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Verificação da adequação e implantação de PCMAT em obras de médio e grande porte em Chapecó – SC.
A saúde ocupacional depende da segurança, higiene e medicina do trabalho para prevenir os
acidentes. Primeiramente, a higiene do trabalho preocupa-se com lesões definidas como
doenças profissionais; já a medicina do trabalho está empenhada na prevenção e tratamento
destas lesões. A medicina preventiva apresenta-se como a mais eficiente, pois impede o
aparecimento da doença profissional através do diagnóstico antecipado; contudo, a medicina
curativa ainda é a mais utilizada pelas empresas (MARTINS; SERRA, 2003).
Quanto a viabilidade da implantação dos sistemas de segurança no trabalho que vão desde a
etapa de projeto e seguem até o final da execução da obra, Guimarães et al. (2003) dizem que
este processo pode ocorrer mais facilmente se a segurança já estiver inclusa em um sistema de
gerenciamento da empresa; desta forma, trata-se de suas interfaces juntamente com todos os
outros processos gerenciais.
2.2. Norma Regulamentadora NR-18 e o PCMAT: Definição
A Norma Regulamentadora das Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da
Construção (NR-18), age como meio de estabelecer diretrizes de ordem administrativa, de
planejamento e organização, tendo por objetivo implementar medidas de controle e sistemas
de prevenção de segurança nas atividades, condições e no meio ambiente de trabalho na
indústria da construção. O item 18.3 desta norma estabelece a implantação do Programa de
Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção, o PCMAT (MTE,
2013).
Após a revisão da NR-18, um dos principais avanços segundo Lima Jr. (2003) é a
obrigatoriedade de elaboração do PCMAT pelas empresas. A implementação do programa
permite o gerenciamento do ambiente de trabalho, do processo produtivo e de orientação aos
trabalhadores; desta forma, possibilita-se a redução dos números elevados de acidentes de
trabalho e doenças ocupacionais.
De acordo com Spohr (2011 p. 22) o PCMAT é “um conjunto de ações, relativas à segurança
e saúde no trabalho, ordenadamente dispostas, visando à preservação da saúde e da
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Daniela de Lourdes Barboza Brito da Silva. Chapecó: ACEA/UNOCHAPECÓ, 2014.
integridade física de todos os trabalhadores de um canteiro de obras, incluindo-se terceiros e o
meio ambiente.”
Já para Saurin e Formoso (2003) o PCMAT consiste em um projeto de segurança no trabalho
do empreendimento, e defende sua obrigatoriedade, com a ideia de que seria útil a
padronização de conceitos, escopo e procedimentos de execução do mesmo em uma norma da
ABNT, ou em um regulamento técnico de procedimento (RTP) específico.
O PCMAT deve conter as exigências da norma regulamentadora NR-9 – Programa de
Prevenção e Riscos Ambientais (PPRA). A implementação do PCMAT é obrigatória nas
empresas com 20 trabalhadores ou mais, sendo que deve estar disponível nos
estabelecimentos, à disposição do órgão regional do Ministério do Trabalho e Emprego. Além
disso, a elaboração do documento deve ser por meio de profissional legalmente habilitado na
área de segurança do trabalho (MTE, 2013).
Para a cidade de Chapecó-SC, de acordo com a cláusula décima quinta da Convenção
Coletiva de Trabalho 2011/2013 (SINDUSCON, 2013), o PCMAT torna-se obrigatório para
empresas com mais de 5 (cinco) empregados ou mais, sendo considerados os trabalhadores
que estão a desenvolver atividades na obra.
De acordo com Lima Jr., Valcárcel e Dias (2005), os programas de segurança na construção
civil, inclusive o PCMAT, priorizam a prevenção de acidentes graves e fatais relacionados
com quedas de altura, soterramento, choque elétrico e proteção de máquinas e equipamentos.
Mas além destas prioridades, devem ser consideradas as condições ambientais e sociais, os
riscos ergonômicos, bem como planos de manutenção preventiva voltados para o processo
construtivo.
2.2.1. Estruturação do PCMAT
Quanto à estruturação do PCMAT, segundo o item 18.3 da NR-18 (MTE, 2013), são
integrantes:
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Verificação da adequação e implantação de PCMAT em obras de médio e grande porte em Chapecó – SC.
Memorial sobre condições e meio ambiente de trabalho nas atividades e operações,
levando-se em consideração os riscos de acidentes, bem como suas respectivas
medidas de prevenção;
Projeto de execução das proteções coletivas, considerando-se as etapas de execução da
obra;
Especificação técnica das proteções coletivas e individuais utilizadas no canteiro;
Cronograma de implantação das medidas preventivas definidas no PCMAT, levando
em consideração as etapas de execução da obra;
Layout inicial e atualizado do canteiro de obras e/ou frente de trabalho, juntamente
com a previsão de dimensionamento das áreas de vivência;
Programa educativo contemplando temas relacionados à prevenção de acidentes e
doenças do trabalho, incluindo carga horária.
Segundo Skowronski e Costella (2004) o memorial descritivo contém todos os dados da obra
e suas necessidades de segurança na etapa de execução; já o cronograma de implantação das
medidas preventivas auxilia no acompanhamento do que foi planejado com o que foi
executado, sendo imprescindível sua integração com o cronograma físico-financeiro. O layout
do canteiro consiste em uma planta baixa esquemática onde são definidos os locais para
estoque, implantação dos equipamentos, instalações provisórias, área de fluxo de materiais e
de pessoas.
Outro integrante do PCMAT é o programa de prevenção e riscos ambientais (PPRA). Saurin
(2002) diz que a elaboração do PPRA deve considerar a percepção dos trabalhadores em
relação ao processo de trabalho e aos riscos ambientais, incluindo as etapas de antecipação do
reconhecimento dos riscos, estabelecimento de prioridades, avaliação da exposição dos
trabalhadores aos riscos, implantação de medidas de controle, monitoramento desta exposição
e registro dos dados.
O item 9.1.5 da NR-9 (MTE, 1994) define os riscos ambientais como sendo os causados por
agentes físicos, químicos e biológicos existentes no ambiente de trabalho. Estes riscos são
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Daniela de Lourdes Barboza Brito da Silva. Chapecó: ACEA/UNOCHAPECÓ, 2014.
capazes de causar danos à saúde do trabalhador por meio de sua natureza, concentração e
tempo de exposição. De acordo com a norma regulamentadora NR-9, segue a classificação
dos riscos:
Agentes físicos: constitui as diversas formas de energia a que os trabalhadores possam
estar expostos (ruídos, vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas, radiações
ionizantes e não ionizantes, infra-som e ultra-som);
Agentes químicos: são as substâncias e compostos que tenham a possibilidade de
penetrar no organismo através da via respiratória, por ingestão ou através da pele
(fumos, névoas, neblinas, gases e vapores);
Agentes biológicos: grupo constituído por bactérias, bacilos, fungos, protozoários,
vírus e parasitas.
Segundo Lima Jr., Valcárcel e Dias (2005), além dos agentes físicos, químicos e biológicos,
deve-se considerar as condições de trabalho na obra em função de fatores ambientais como
chuva, umidade, velocidade dos ventos e altura.
De acordo com Lima Jr. (2003) o conteúdo programático do PCMAT, bem como os projetos,
devem indicar as metas físicas e financeiras esperadas, a estratégia de execução e a integração
interna e externa. A estrutura básica do PCMAT proposta pelo autor contempla os seguintes
itens:
a) Diagnóstico da situação de partida;
b) Organização do canteiro de obra;
c) Riscos ocupacionais;
d) Treinamento;
e) Definição das responsabilidades gerenciais;
f) Controle e avaliação do programa.
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Verificação da adequação e implantação de PCMAT em obras de médio e grande porte em Chapecó – SC.
Já para Romano (2007, p. 9), em uma avaliação prática, a elaboração do PCMAT é
subdividida em cinco etapas, sendo apresentadas a seguir:
a) Análise de projetos: compreende as verificações dos projetos que serão
utilizados na construção. Tem como objetivo conhecer os métodos de execução,
instalações e equipamentos adotados;
b) Vistoria do local: etapa que compreende a análise de projetos, onde através
de visitas, verificam-se as condições de trabalho que serão encontradas na execução
da obra;
c) Reconhecimento e avaliação dos riscos: faz-se o diagnóstico das condições
de trabalho, bem como uma avaliação qualitativa e quantitativa dos riscos;
d) Elaboração do documento base: é a elaboração do PCMAT propriamente
dito, com todas as suas especificações necessárias;
e) Implantação do programa: consiste na aplicação de todo o trabalho escrito,
visto que não adianta elaborar o documento PCMAT se não há intenção de
implantá-lo.”
Com objetivo de auxiliar a redução de acidentes em empresas que baseiam a segurança dos
trabalhadores apenas no simples cumprimento das normas, o que deixa a desejar em diversos
itens, Skowronski e Costella (2004) propõe um novo modelo de PCMAT. Este modelo prevê
a aplicação em todas as obras, independentemente do número de funcionários, visto que
acidentes não ocorrem somente em grandes obras. É proposto também que o programa seja
elaborado desde a fase de projetos até o final da obra, sendo que o proprietário terá de
escolher os responsáveis tanto pelo projeto, quanto pela execução da obra e elaboração do
plano de saúde e segurança do trabalho a ser utilizado, sendo estes profissionais habilitados.
Em sua pesquisa, Saurin (2002) identificou dois elementos importantes que, normalmente,
não estão inseridos no PCMAT: (a) programas formais contra abuso de drogas ilícitas,
incluindo exames pré-contratação, pós-acidente e exames aleatórios; (b) análise dos perigos
relacionados ao uso de produtos químicos. Desta forma, o conteúdo de planos que adotam
estas medidas diferem do que normalmente se adota no PCMAT, no qual geralmente
prevalecem as especificações para implantação de proteções coletivas e individuais.
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Daniela de Lourdes Barboza Brito da Silva. Chapecó: ACEA/UNOCHAPECÓ, 2014.
Para os sistemas de proteção contra queda de altura, neste caso as plataformas de proteção,
segundo Martins e Serra (2004), o PCMAT deve especificar quantos suportes serão
necessários para instalação em um pavimento, bem como para o restante da edificação. Estas
especificações devem estar contidas no cronograma de implantação das medidas preventivas
definidas no programa, juntamente com o cronograma física da obra.
2.2.1.1. Áreas de vivência
As áreas de vivência no canteiro de obra devem atender as condições mínimas de higiene e
segurança, propiciando uma integração entre os trabalhadores, de forma que os incentive a
voltar ao trabalho. As boas condições destas áreas dependem de projeto e planejamento,
devendo ser dimensionadas e mantidas em locais de fácil acesso (SPOHR, 2011).
A NR-18 (MTE, 2013) determina que os canteiros de obra devem dispor de:
a) Instalações sanitárias;
b) Vestiários;
c) Alojamentos;
d) Local para refeições;
e) Cozinha;
f) Lavanderia;
g) Área de lazer;
h) Ambulatório (para frentes de trabalho com mais de 50 trabalhadores).
O alojamento, lavanderia e área de lazer são obrigatórios caso haja trabalhadores alojados no
canteiro de obras. A NR-18 ainda determina que todas as instalações devem ser mantidas em
perfeito estado de conservação, higiene e limpeza (MTE, 2013).
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Verificação da adequação e implantação de PCMAT em obras de médio e grande porte em Chapecó – SC.
De acordo com Menezes e Serra (2003) as áreas de vivência compõem um dos grupos mais
observados pela fiscalização, sendo responsável por garantir boas condições humanas para os
trabalhadores, influenciando o bem estar destes. Em sua pesquisa realizada em diversos
canteiros de obra, o autor ainda cita que obteve-se um percentual de 73% de cumprimento da
NR-18.
Gomes (2010), após a avaliação dos sistemas de gestão de segurança do trabalho na cidade de
Salvador – BA, concluiu que os principais descuidos nas áreas de vivencia estão relacionados
com as instalações sanitárias e aos locais de refeições; mesmo assim, obteve uma nota média
de 9,81 para essas instalações, o que representa um índice de conformidades alto.
De acordo com Spohr (2011) uma empresa reflete sua responsabilidade quando incorpora em
seus projetos o respeito à saúde, segurança e higiene de seus trabalhadores, ainda
desempenhando sua dignidade e incorporando valores a seus funcionários.
2.2.1.2. Equipamentos de Proteção Individual (EPI`s) e Equipamentos de Proteção
Coletiva (EPC`s).
Os equipamentos de proteção individual são definidos pela NR-6 como sendo “Todo
dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de
riscos suscetíveis de ameaça à segurança e à saúde no trabalho” (MTE, 2011, p.1). Estes
equipamentos devem ser indicados de acordo com atividade executada e sua necessidade.
Equipamentos de proteção coletiva, segundo Skowronski e Costella (2004), consiste em um
grupo composto por ações, equipamentos ou elementos que constituem uma barreira entre o
perigo e os trabalhadores. Os autores classificam as proteções coletivas em três grupos, sendo
estes:
a) Proteções coletivas incorporadas aos equipamentos e maquinas: os dispositivos de
segurança desse grupo devem ser exigidos pela empresa compradora, não sendo objeto
de estudo do PCMAT;
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Daniela de Lourdes Barboza Brito da Silva. Chapecó: ACEA/UNOCHAPECÓ, 2014.
b) Proteções coletivas incorporadas a obra: exigida pela NR-18, consiste nas proteções
pré-fabricadas e realizadas nas áreas de apoio à obra;
c) Proteções coletivas específicas, opcionais ou para determinados trabalhos: também
exigida pela NR -18, consiste na utilização de sistemas de comunicação.
A NR-18 (MTE, 2013) estabelece que todas as medidas de proteção coletiva e individual,
bem como as atividades onde serão utilizados, devem constar no PCMAT. Além disso o
documento deve conter o plano de resgate e remoção em caso de acidente, modelo de check-
list para aplicação diária, modelo de programa de treinamento para os envolvidos em
atividades operacionais, atividades de resgate e noções de primeiros socorros.
2.3. Aspectos Importantes na Concepção do PCMAT
Na concepção do PCMAT, de acordo com Lima Jr., Valcárcel e Dias (2005), a alta direção da
empresa deve estar comprometida com o programa por meio da política de segurança e saúde,
bem como a análise criteriosa de antecipação e reconhecimento dos riscos. Além disso, deve
ser feita uma pesquisa bibliográfica sobre o tema, observando-se os aspectos técnicos e legais,
avaliando também o nível de conhecimento dos operários nos aspectos de segurança, saúde,
escolaridade, hábitos, entre outros. Skowronski e Costella (2004) determinam que a empresa
deve realizar um diagnóstico das condições de segurança da obra antes da elaboração do
programa, para que assim realmente se obtenha sucesso no desenvolvimento do mesmo.
Martins e Serra (2003) determinam alguns aspectos importantes a serem abordados no
desenvolvimento e implantação do PCMAT:
O engenheiro de segurança deve estar presente nas reuniões de planejamento do
empreendimento, bem como conhecer qual será o sistema construtivo implantado;
Elaboração do mapa de riscos por etapa produtiva, possibilitando a projeção dos EPCs
e especificação dos EPIs;
No manual de segurança devem constar os treinamentos da mão-de-obra;
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Verificação da adequação e implantação de PCMAT em obras de médio e grande porte em Chapecó – SC.
Para cada atividade, deve-se ter uma ordem de serviço constando o tipo de
equipamento, proteção e treinamento necessários, além de critérios para combater ao
alcoolismo e tabagismo;
Nas atividades laborais, deve-se implantar uma documentação de qualidade para
gerenciamento dos riscos.
Ainda, ressaltam que para que estes programas sejam viáveis, devem ser integrados ao
sistema de produção, visando não atrapalhar, parar ou gerar retrabalhos no processo de
execução. Ou seja, devem ser tratados igualmente aos demais setores da empresa.
Segundo Romano (2007), a elaboração do PCMAT se dá através da antecipação dos riscos
presentes nas atividades na construção civil. É de extrema importância que o PCMAT tenha
uma ligação solida com o Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional, o PCMSO,
visto que este último depende do PCMAT para sua melhor aplicação.
De acordo com Frota (2001), com a implantação da segurança do trabalho no canteiro de
obras, inclusive o PCMAT, um aspecto positivo que muitas vezes não é percebido pelos
empresários é o aumento da produtividade dos trabalhadores, a diminuição do número de
afastamentos em decorrência de acidentes e, ainda, a diminuição das perdas de materiais e
danos as máquinas e equipamentos.
Skowronski e Costella (2004) ressalta a importância de o programa ser elaborado por um
engenheiro de segurança do trabalho e executado pelo engenheiro responsável pela obra.
Devido à sua elaboração ocorrer antes da implantação do canteiro de obras, o PCMAT deve
ser atualizado e corrigido de acordo com o andamento da obra, sendo ajustado sempre que
novos processos iniciarem ou novos riscos forem detectados.
Em seu estudo, Romano (2007) concluiu que, para que a aplicação do PCMAT ocorra
corretamente, as empresas construtoras devem manter seu quadro técnico de funcionários
especializados em segurança do trabalho em período integral dentro do canteiro de obras. O
autor ainda destaca a importância da elaboração detalhada do PCMAT, eficaz para a
diminuição de riscos.
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Daniela de Lourdes Barboza Brito da Silva. Chapecó: ACEA/UNOCHAPECÓ, 2014.
Contudo, Saurin (2002, p. 134) ainda diz que “não faz sentido o planejamento da segurança
ser desenvolvido exclusivamente por especialistas em segurança, tal como é a prática usual na
elaboração do PCMAT”. De acordo com o autor, a prevenção de acidentes é uma atividade
muito complexa, variando de acordo com o canteiro de obra, sendo necessária a participação
dos seguintes intervenientes: gerência da obra (engenheiros, mestres e técnicos em
segurança), representantes de subempreiteiros e trabalhadores. Desta forma, a participação
tende a gerar maior comprometimento das partes na implantação das medidas preventivas.
Segundo Lima Jr. (2003) o PCMAT deve ser desdobrado em vários projetos, os quais devem
estar vinculados a uma proposta de ações de melhoria nas condições de trabalho, com
objetivos que possam ser medidos quantitativamente e qualitativamente. Além disso, deve-se
limitar ao tempo de duração da obra, representando expansão, modernização ou
aperfeiçoamento da ação desejada.
Além da implantação do PCMAT em si, outro caminho para obtenção do sucesso na
segurança do trabalho é etapa de projeto: as compatibilizações de projetos, bem como sua
coordenação, auxiliam na melhoria da aplicação de medidas de proteção; com objetivo de
eliminar incompatibilidades, os projetistas devem apresentar detalhes construtivos os sistemas
de segurança, especificando os materiais incorporados às fases de execução e manutenção,
para que o detalhamento destes (MARTINS; SERRA, 2004).
Outro aspecto importante está ligado à prevenção dos acidentes; de acordo com Lima Jr.,
Valcárcel e Dias (2005, p. 21), “os riscos de acidentes do trabalho devem ser priorizados,
principalmente os relacionados com elevadores, lesões perfurantes, máquinas e equipamentos
sem proteção, quedas de altura, soterramento e choque elétrico”. Além disso, citam que as
proteções coletivas devem ser devidamente dimensionadas e os EPIs identificados em função
do local de trabalho.
Quanto à aplicação do programa, Benite (2004) diz que, apesar da obrigatoriedade do
PCMAT, juntamente com o PPRA, a identificação dos riscos e perigos ainda é feita de
maneira informal e mal planejada. As empresas, principalmente as construtoras, baseiam-se
exclusivamente na experiência de seu corpo técnico de Segurança e Saúde no Trabalho (SST),
com o intuito exclusivo de obedecer a uma imposição legal.
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Verificação da adequação e implantação de PCMAT em obras de médio e grande porte em Chapecó – SC.
2.4. Aplicação do PCMAT
Skowronski e Costella (2004) afirmam que a adoção de medidas de cunho gerencial na
prevenção dos acidentes na construção civil tende a trazer maior eficiência ao sistema, se
comparado às medidas tomadas apenas para remediar um problema ocorrido.
Segundo Martins e Serra (2003) o PCMAT representa um avanço na segurança nos canteiros
de obras. Isso ocorre porque em ambientes produtivos com implantação de layout organizado,
dimensionado, com vias de circulação descongestionadas, existe uma maior motivação entre
os funcionários por estarem trabalhando em um local seguro. Ainda, o investimento em
treinamento e em condições sociais adequadas para os trabalhadores aumenta essa motivação,
além de promover a imagem da empresa perante os clientes.
Na implantação das exigências da NR-18 nos canteiros de obra, os pontos positivos estão
relacionados à instalação das máquinas, equipamentos e ferramentas, instalações elétricas,
elevadores de carga, áreas de vivência e ordem e limpeza; já para os pontos negativos, pode-
se citar a sinalização, proteção contra incêndio, armazenagem e estocagem de materiais,
proteção contra quedas e armaduras de aço. No entanto, chama atenção o fato de que as
empresas pesquisadas possuem profissionais registrados na área de segurança e dispõe de
programas como o PCMAT e PCMSO, porém não os implementam (ARAÚJO, 2002).
Segundo SESI (2008), a aplicação do PCMAT possibilita o monitoramento de não
conformidades e fatores ambientais pré-existentes, auxiliando no desenvolvimento das
medidas de controle e prevenção dos danos ambientais, redução de matéria prima utilizada,
bem como a organização do inicias das atividades previstas.
Guimarães et al. (2003) dizem que na NR-18, o PCMAT representa uma excelente
oportunidade de inclusão de medidas gerenciais no canteiro de obras; porém, o que é visto é
que os PCMATs estão sendo elaborados apenas com o intuito de suprir à legislação, e não
como uma contribuição na gestão da obra.
Para Skowronski e Costella (2004) a segurança no trabalho consiste em um elemento de
grande importância no desenvolvimento da indústria da construção civil. Porém, devido à
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Daniela de Lourdes Barboza Brito da Silva. Chapecó: ACEA/UNOCHAPECÓ, 2014.
falta de conscientização dos responsáveis por gerenciar as obras, a segurança é
frequentemente negligenciada.
2.4.1. Deficiências na concepção do PCMAT
Ao realizarem uma comparação da norma brasileira NR-18 com as normas de segurança
vigentes na Comunidade Econômica Européia, Araújo e Meira (2002) constataram que ambas
são abrangentes e ricas no combate à prevenção de acidentes e doenças do trabalho. Por outro
lado, os empresários europeus são mais conscientes quanto a implantação da legislação de
segurança, preocupando-se com a forma de aplicação de tal legislação; já no Brasil, há
exceções, mas a implantação da NR-18 geralmente ocorre porque o empresário é obrigado
pela lei e não porque acredita na prevenção.
Boa parte das exigências da NR-18 não são cumpridas, entre outros aspectos, devido à falta de
planejamento das atividades, bem como ausência da conscientização de sua importância, já
que algumas possuem baixo custo e tem facilidade em serem executadas na própria obra
(MENEZES; SERRA, 2003).
Segundo Martins e Serra (2003), no Brasil, nos canteiros de obra são adotadas instalações
físicas mínimas de segurança, não sendo estabelecidas metas de redução de acidentes,
diferentemente de países desenvolvidos, onde adota-se uma política de segurança voltada para
a valorização dos recursos humanos. Ainda, cita-se que a alteração deste quadro depende das
ações tomadas pela direção em relação à valorização dos recursos humanos como peças
primordiais no processo de implantação do PCMAT.
Em sua pesquisa, Benite (2004) concluiu que ainda existem falhas nas interpretações da
aplicação dos sistemas de segurança do trabalho. De acordo com o autor, ainda acredita-se
que os acidentes ocorrem por acaso ou por azar, o que impossibilita sua prevenção; há uma
preocupação com a ocorrência dos acidentes, desconsiderando-se a importância dos quase-
acidentes. Outra crença que ainda se tem é de que o trabalhador sofre o acidente por descuido,
ignorando-se assim a preocupação com as condições de segurança do canteiro de obras.
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Verificação da adequação e implantação de PCMAT em obras de médio e grande porte em Chapecó – SC.
Segundo Saurin (2002, cap.1, p. 2) “apesar de constituir a exigência central da norma, o
PCMAT apresenta deficiências na sua concepção, além de muitas vezes ser implantado
precariamente”. O autor define os principais problemas na implantação do programa, sendo
destacados os seguintes:
A implantação é normalmente tida como uma atividade extra para os gerentes, não
sendo integrado às atividades rotineiras de gestão da produção;
A elaboração do PCMAT normalmente se dá por profissionais externos à empresa,
com pouco ou nenhum envolvimento de gerentes de produção, subempreiteiros e
trabalhadores;
Não são realizadas atualizações no PCMAT no decorrer da obra, não levando em
conta a incerteza inerente aos empreendimentos de construção;
O PCMAT dá ênfase às proteções físicas contra acidentes, normalmente
negligenciando as ações gerenciais necessárias para obtenção de um ambiente de
trabalho seguro, como por exemplo a implementação de indicadores de desempenho
pró-ativo;
O PCMAT não exige a adoção de medidas preventivas, que eliminem os riscos em sua
origem, sendo esta uma abordagem prioritária para a prevenção de acidentes.
Ainda, de acordo com Martins e Serra (2003), observa-se que o baixo índice de aplicação das
normas de segurança deve-se às características do setor da construção no Brasil. Faz-se
grande uso de mão-de-obra não qualificada, sem treinamento e com promoções escassas.
Além disso, a indefinição das estratégias de administração e planejamento dos
empreendimentos, a falta de conhecimento das exigências da Norma, somadas ao custo que se
tem e à questão cultural.
2.5. Irregularidades na Implantação da NR-18
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Daniela de Lourdes Barboza Brito da Silva. Chapecó: ACEA/UNOCHAPECÓ, 2014.
Ao realizarem uma comparação entre o que é informado no PCMAT e o que realmente é
executado no canteiro de obras, tomando como base uma obra na cidade de Criciúma-SC,
Crispim e Savi (2011) verificaram diversas irregularidades. Entre as principais, os autores
citaram a falta de sincronia entre o uso dos EPIs e EPCs, considerando que não adianta o
trabalhador estar com todos os equipamentos de proteção individual devidamente corretos se
as proteções coletivas não estão adequadas. Verificou-se também a ausência de guarda-
corpos, corrimão e rodapé nas escadas, tornando o ambiente um perigo constante.
Já em uma pesquisa realizada na cidade de Cascavel-PR, Vitória e Oliveira (2001) realizaram
um diagnóstico de adequação dos canteiros às exigências da NR-18, obtendo como resultado
índices relativamente baixos que variam de 9,18% a 48,35% de conformidades, de acordo
com as tipologias analisadas. De acordo com a pesquisa, percebeu-se total descaso quanto à
utilização dos equipamentos de proteção das vias respiratória, onde em 1 das 3 tipologias
analisadas, 100% dos trabalhadores não estavam utilizando. Quanto ás áreas de vivência,
observou-se um cumprimento de apenas 3,13%.
Após avaliação dos níveis de aplicação da NR-18 em 71 canteiros de obras nas principais
cidades brasileiras, Guimarães et al. (2003) obtiveram uma nota média nacional dos canteiros
de 5,5 em uma escala de 10 pontos. Com isso, concluiu-se 55% das exigências estão sendo
adotadas nos canteiros, o que corresponde a um índice baixo devido ao fato de que foram
selecionadas as empresas de maior nível gerencial em cada região.
2.6. Segurança e Saúde no Trabalho na União Européia
Com o objetivo de diminuir o número de acidentes nos canteiros de obra, em 1992, a União
Europeia publicou uma directiva especial que modificava a formula de como a saúde na
construção vinha sendo considerada. Esta directiva (92/57/CEE) é mundialmente conhecida
como Directiva Canteiros. A partir daí, a indústria da construção mudou em todos os países da
União Europeia, sendo a segurança e saúde no trabalho uma questão conhecida e considerada
por todos os envolvidos no processo. São realizadas inúmeras reuniões, seminários e
simpósios para a conscientização dos países membros, porém ainda existem partes que
ignoram sua responsabilidade em matéria de segurança e saúde do trabalho (DIAS, 2009).
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Verificação da adequação e implantação de PCMAT em obras de médio e grande porte em Chapecó – SC.
De acordo com a EASHW – European Agency for Safety and Health at Work (2004), o
objetivo da Directiva Canteiros 92/57/CEE promoveu melhorias nas condições de trabalho,
considerando a saúde e segurança na concepção do projeto e nos estágios de organização.
Além disso, cita que o princípio da directiva prevenir os riscos de uma cadeia de
responsabilidades que liga todas as partes envolvidas na construção.
A EASHW (2004) ainda diz que os requisitos mínimos exigidos pela Directiva Canteiros são
incorporados a legislação de cada país componente da União Europeia, podendo proporcionar
requisitos adicionais. Desta forma, o elevado número de acidentes e problemas de saúde
podem ser explicados pelo baixo nível de cumprimento da legislação.
Com a nova Directiva 92/57/CEE, segundo Dias (2004), os três novos documentos de
prevenção de riscos profissionais são: Comunicação Prévia (CP), Plano de Segurança e Saúde
(PSS) e Plano de Intervenções Posteriores (PIP).
Ainda de acordo com Dias (2004), com a nova legislação, cada um dos intervenientes do
canteiro de obras tem tarefas relativas à segurança e saúde no trabalho. O dono da obra, por
não ter conhecimento especifico na área da construção, fica responsável por designar um ou
mais coordenadores de segurança e saúde, comunicar às autoridades competentes do início
dos trabalhos e garantir a existência de um plano de segurança e saúde antes do
estabelecimento do canteiro de obras; já os empreiteiros, estes ficam responsabilidade de
cumprir todas as regras estabelecidas na legislação vigente e no contrato feito com o dono da
obra. Por fim, os trabalhadores têm a obrigação de utilizar todos os EPIs, mantendo-os em
boas condições; devem ainda informar ao seu representante sobre qualquer situação que
venha a interferir na segurança do serviço que lhes foi destinado.
Silva (2012) diz que nos países europeus, tem-se percebido uma grande melhoria no que diz
respeito às condições de trabalho por parte das empresas, sendo que estas têm como resultado
menos acidentes e doenças; porém, ressalta a importância de todos os envolvidos (clientes,
projetistas e gestores) demonstrarem esforço nestas questões, reconhecendo a influência que
têm sobre a implementação eficaz. De acordo com o autor, um projeto de construção só pode
ser bem sucedido se todos os seus intervenientes se responsabilizarem pela segurança no
trabalho de maneira eficaz e proativa.
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Daniela de Lourdes Barboza Brito da Silva. Chapecó: ACEA/UNOCHAPECÓ, 2014.
2.7. Custos Relacionados aos Sistemas de Segurança e à Aplicação do PCMAT
Martins e Serra (2003) afirmam que a NR-18 tem gerado uma preocupação aos
empreendedores com relação ao custo da implantação de alguns sistemas preventivos; falta
também orientação e informações quanto ao risco e importância de se prevenir acidentes e
doenças profissionais.
Frota (2001) define que os custos de implantação dos sistemas de segurança e higiene do
trabalho subdividem-se em cinco etapas: Elaboração do PCMAT, aquisição de EPIs, execução
e instalação dos EPCs e, por fim, a aquisição de medicamentos. Em uma pesquisa realizada na
cidade de Belém-PA, o autor concluiu que os custos de segurança giram em torno de 3% do
total da obra, considerando desde a instalação do canteiro até a aplicação dos sistemas de
segurança necessários. Desta forma, segundo o autor, se este percentual for comparado com
os percentuais de outros itens que compõe o custo total de uma edificação (material e mão-de-
obra), considerando que para estes outros não há possiblidade de reaproveitamento, não há
justificativas para a não aplicação destas instalações logísticas, inclusive as áreas de vivência,
visto também sua grande importância.
Em sua pesquisa, Spohr (2011) concluiu que, para uma edificação de 16 pavimentos com
padrão de acabamento normal na cidade de Chapecó-SC, os custos para implantação dos
sistemas de segurança expressos pela NR-18 são correspondentes a um percentual de 2,94%
do total da obra, o que pode ser considerado um resultado satisfatório. Em relação ao
PCMAT, os custos destinados a sua implantação são relativamente baixos se comparados ao
valor total da obra, sendo itens que devem ser considerados como indispensáveis para a gestão
da qualidade.
Já na pesquisa realizada por Saurin (2002), a aplicação do PCMAT em determinada empresa
mostrou-se útil para a gestão da segurança na obra; os registros de mudanças nos métodos
executivos a na implantação das proteções coletivas eram anexados ao plano original,
mantendo-o atualizado. O autor ainda diz que o fato de o engenheiro de segurança
responsável pela elaboração do PCMAT estar em tempo integral na obra, contribuiu para a
atualização do documento. Quanto à adesão do programa, após uma avaliação em empresas
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Verificação da adequação e implantação de PCMAT em obras de médio e grande porte em Chapecó – SC.
construtoras no estado de São Paulo, a equipe SESI (2008) verificou que 88,2% das empresas
pesquisadas afirmavam que tinham o PCMAT incluso em seu sistema de gestão.
Silva (2012) fez um levantamento dos custos de implantação do PCMAT em uma obra de
saneamento básico na cidade de Foz do Iguaçu-PR. Para isso, o autor fez a composição do
preço unitário, desdobrando o processo em quatro etapas. Os resultados encontrados no
estudo foram os seguintes:
Custo de implantação: 55%
Custos de manutenção: 14%
Custos de avaliação: 5%
Áreas de vivência: 25%
Desta forma, o autor encontrou um percentual de 0,83% para implantação do PCMAT em
relação ao custo total da obra.
Segundo Macedo (2006), os investimentos no meio ambiente de trabalho representam uma
parcela mínima do custo total da obra, visto que a disseminação da cultura da segurança do
trabalho é uma necessidade real, que requer investimentos, vontade política e articulação com
os profissionais envolvidos no processo.
Uma vantagem do PCMAT é que o programa consiste em um instrumento que possibilita a
gestão dos riscos ambientais na indústria da construção, antecipando-os com medidas
preventivas, garantindo a saúde e integridade física dos trabalhadores. Os custos para
implantação do programa são baixos se comparados ao benefício da empresa, sendo que
representa uma ferramenta de auxílio para o planejamento global da obra (SILVA, 2012).
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Daniela de Lourdes Barboza Brito da Silva. Chapecó: ACEA/UNOCHAPECÓ, 2014.
3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
3.1. Tipo de Pesquisa
Foi realizado um levantamento da real aplicação do PCMAT nos canteiros de obras na cidade
de Chapecó – SC. O estudo se subdividiu em duas etapas: primeiramente, foi feita uma
análise dos itens contidos no PCMAT, exigidos pela NR-18, de forma a avaliar a eficiência do
documento.
Em seguida, foi feita a visita no canteiro de obras e, com base no conteúdo do PCMAT, fez-se
a verificação da aplicação na obra de todos os sistemas descritos; ainda, foi averiguado se os
itens do cronograma de implantação estavam sendo executados. Para coleta de dados,
utilizou-se o método de investigação direta, onde por meio de visitas foram obtidas
informações das reais condições do meio ambiente de trabalho, juntamente com aplicação de
um check list da elaboração do PCMAT e um check list de implantação do mesmo na obra.
3.2. Amostra
Para realização da pesquisa, foram visitados 30 canteiros de obra em Chapecó – SC,
espalhados em diferentes regiões, com objetivo de aproximar os resultados obtidos à real
situação de toda a cidade. Os canteiros de obra dividiram-se em três tipologias: pequeno,
médio e grande porte, sendo 10 canteiros para cada uma destas. As obras de pequeno porte
abrangem as residências unifamiliares de até dois pavimentos (máximo de 250 m²); as obras
de médio porte compreendem edifícios de dois a quatro pavimentos, com área entre 250 m² e
2.000 m². Por fim, as obras de grande porte consistem em edificações de quatro a dezesseis
pavimentos, com área superior a 2.000 m².
Ao final da pesquisa, as edificações em execução de pequeno porte limitaram-se a residências
de dois pavimentos. Em sua grande maioria, estes canteiros de obras de pequeno porte não
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Verificação da adequação e implantação de PCMAT em obras de médio e grande porte em Chapecó – SC.
possuíam PCMAT, mesmo quando apresentavam mais de cinco trabalhadores. Segue abaixo a
descrição dos dez canteiros de obras pesquisados:
Canteiro de obras pequeno porte 01 (Obra A): Residencial multifamiliar, sendo três
unidades com um pavimento e uma com dois pavimentos, totalizando 242,94 m². No
dia da visita, encontrava-se na etapa de acabamentos e instalações externas. Possuía
PCMAT, sendo que o mesmo indicava pico máximo de 8 trabalhadores.
Canteiro de obras pequeno porte 02: Residência unifamiliar, com dois pavimentos,
com área aproximada de 185,00 m². Encontrava-se na etapa de revestimento externo.
Não possuía PCMAT, sendo que foram identificados 5 trabalhadores na obra.
Canteiro de obras pequeno porte 03: Residência unifamiliar, com dois pavimentos,
com área aproximada de 162,13 m². Encontrava-se na etapa de execução do
madeiramento do telhado e acabamentos internos. Não possuía PCMAT, sendo que
foram identificados 5 trabalhadores na obra.
Canteiro de obras pequeno porte 04: Residencial multifamiliar, com cinco unidades de
um pavimento cada, com área total aproximada de 245,47 m². Encontrava-se na etapa
final de acabamentos e limpeza. Estavam trabalhando 7 funcionários; não possuía
PCMAT.
Canteiro de obras pequeno porte 05: Residência unifamiliar, com dois pavimentos e
área aproximada de 211,00 m². Estavam sendo executados os revestimentos internos e
externos. Possuía 5 trabalhadores; não foi encontrado PCMAT.
Canteiro de obras pequeno porte 06: Residência unifamiliar, com dois pavimentos e
área total de 208,30 m². No dia da visita, estavam sendo montadas as formas, bem
como as armações e conclusão da alvenaria no primeiro pavimento. Haviam 7
trabalhadores no local; a obra não dispunha de PCMAT.
Canteiro de obras pequeno porte 07: Residência unifamiliar, com dois pavimentos e
área aproximada de 245,00 m². Estava sendo finalizada a alvenaria do primeiro
pavimento, além da montagem de formas e armaduras. Possuía 6 trabalhadores; a obra
não dispunha de PCMAT.
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Daniela de Lourdes Barboza Brito da Silva. Chapecó: ACEA/UNOCHAPECÓ, 2014.
Canteiro de obras pequeno porte 08: Residência unifamiliar, com dois pavimentos e
área total de 190,50 m². A obra estava sendo finalizada, nos acabamentos finais de
piso e parede. Haviam 5 trabalhadores no local; a obra não possuía PCMAT.
Canteiro de obras pequeno porte 09: Residência unifamiliar, com dois pavimentos e
área aproximada de 170,00 m². A alvenaria estava iniciando, porém também haviam
funcionários montando as armaduras para as primeiras vigas. A obra dispunha de 5
trabalhadores e não possuía PCMAT.
Canteiro de obras pequeno porte 10: Residência unifamiliar, com dois pavimentos e
área total de 185,65 m². Estava sendo executada a alvenaria do segundo pavimento,
bem como as instalações hidráulicas e elétricas do primeiro pavimento. Haviam 7
trabalhadores no local, porém a obra não dispunha de PCMAT.
As edificações de médio porte variavam de dois a quatro pavimentos. Na sequência, são
descritos os canteiros de obra visitados:
Canteiro de obras médio porte 01 (Obra B): Edifício residencial com quatro
pavimentos de apartamentos, com área total aproximada de 750,00 m². O PCMAT
encontrava-se no canteiro de obras e apontava pico máximo de 13 trabalhadores. No
dia da visita, estava sendo executado revestimento de piso interno e revestimento de
parede externo.
Canteiro de obras médio porte 02 (Obra C): Residencial multifamiliar, com três
unidades, totalizando uma área de 383,60 m². O PCMAT estava no canteiro e
apontava pico máximo de 8 trabalhadores, coincidindo com a quantidade encontrada
no local. Encontravam-se em execução as atividades de revestimento externo, gesso e
instalações sanitárias externas.
Canteiro de obras médio porte 03 (Obra D): Edifício residencial com quatro
pavimentos, com área total de 735,00 m², aproximadamente. O PCMAT estava no
canteiro e apontava pico máximo de 14 trabalhadores, número superior ao total
encontrado no dia. Estavam sendo executadas as etapas de revestimento externo e
contrapiso.
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Verificação da adequação e implantação de PCMAT em obras de médio e grande porte em Chapecó – SC.
Canteiro de obras médio porte 04 (Obra E): Residencial multifamiliar, com 4 unidades
residenciais, totalizando uma área de 261,59 m². Estavam em execução os
acabamentos de parede internos e externos. O PCMAT estava no canteiro de obras,
apontando pico máximo de 9 trabalhadores.
Canteiro de obras médio porte 05 (Obra F): Edifício residencial com quatro
pavimentos, sendo três pavimentos de apartamentos e um de garagens. Estava sendo
executado revestimento de piso interno, bem como pintura em alguns apartamentos. O
PCMAT estava no canteiro de obras, apontando pico máximo de 11 trabalhadores.
Canteiro de obras médio porte 06: Edifício residencial com quatro pavimentos, sendo
três pavimentos de apartamentos e um de garagens, com área total aproximada de
715,50 m². Estavam sendo executados os revestimentos de parede externos,
revestimento de piso interno e tubulações sanitárias externas. A obra possuía 7
trabalhadores; não havia PCMAT.
Canteiro de obras médio porte 07: Edifício residencial com três pavimentos, sendo
dois pavimentos de apartamentos e um de garagens. Encontravam-se em execução os
revestimentos internos, bem como a finalização da alvenaria. A obra tinha 6
funcionários trabalhando e não possuía PCMAT.
Canteiro de obras médio porte 08: Edifício residencial com quatro pavimentos, sendo
três pavimentos de apartamentos e um de garagens, com área aproximada de 900,80
m². Estavam sendo executados os revestimentos de parede internos, bem como
instalações elétricas e hidrossanitárias. A obra possuía 7 trabalhadores no dia da visita
e não havia PCMAT.
Canteiro de obras médio porte 09: Edifício residencial com quatro pavimentos, sendo
três pavimentos de apartamentos e um de garagens, totalizando uma área de 840,90
m². Encontravam-se em execução as atividades de alvenaria, armação e carpintaria. A
obra possuía 8 trabalhadores; não havia PCMAT.
Canteiro de obras médio porte 10: Edifício residencial com três pavimentos, sendo
dois pavimentos de apartamentos e um comercial, com área total de 676,64 m².
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Daniela de Lourdes Barboza Brito da Silva. Chapecó: ACEA/UNOCHAPECÓ, 2014.
Estavam sendo executados os revestimentos de piso e pintura. Haviam 7 trabalhadores
na obra, sendo que a mesma não possuía PCMAT.
As edificações de grande porte compreenderam obras com quatro até dezesseis pavimentos.
Para esta tipologia, todos os canteiros visitados possuíam PCMAT na obra. A seguir, estão
descritas as principais características das edificações de grande porte:
Canteiro de obras de grande porte 01 (Obra G): Conjunto habitacional com 16
unidades com quatro pavimentos residenciais cada, totalizando uma área aproximada
de 12.055,00 m². Várias atividades encontravam-se em execução, como alvenaria,
revestimentos internos e externos, contrapiso e instalações. Havia PCMAT na obra,
sendo que o mesmo previa um pico máximo de 90 trabalhadores.
Canteiro de obras de grande porte 02 (Obra H): Edifício residencial e comercial com
16 pavimentos, sendo 13 pavimentos de apartamentos, 1 comercial e 2 de garagens,
totalizando uma área de 5.993,32 m². Estavam em execução as atividades de armação,
carpintaria, alvenaria e instalações. A obra possuía PCMAT, sendo que o mesmo
previa um pico máximo de 32 trabalhadores.
Canteiro de obras de grande porte 03 (Obra I): Edifício residencial com 14
pavimentos, sendo 12 pavimentos de apartamentos e 2 de garagens. Encontravam-se
em execução as atividades de armação, carpintaria, desforma, alvenaria e instalações.
A obra possuía PCMAT, sendo que o mesmo previa um pico máximo de 12
trabalhadores.
Canteiro de obras de grande porte 04 (Obra J): Edifício residencial e comercial com 15
pavimentos, sendo 12 pavimentos de apartamentos, 1 comercial e 2 de garagens.
Estavam em execução as atividades de armação, carpintaria e alvenaria. Havia
PCMAT na obra, sendo que o mesmo previa um pico máximo de 10 trabalhadores.
Canteiro de obras de grande porte 05 (Obra K): Edifício residencial e comercial com
14 pavimentos, sendo 10 pavimentos de apartamentos, 2 comerciais e 2 de garagens.
Estavam em execução as atividades de armação, carpintaria e desforma. Havia
PCMAT na obra, sendo que o mesmo previa um pico máximo de 13 trabalhadores.
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Verificação da adequação e implantação de PCMAT em obras de médio e grande porte em Chapecó – SC.
Canteiro de obras de grande porte 06 (Obra L): Edifício residencial e comercial com
13 pavimentos, sendo 10 pavimentos de apartamentos, 1 comercial e 2 de garagens.
Encontravam-se em execução as atividades de armação, carpintaria, alvenaria e
instalações. A obra possuía PCMAT, sendo que o mesmo previa um pico máximo de
16 trabalhadores.
Canteiro de obras de grande porte 07 (Obra M): Edifício residencial com 16
pavimentos, sendo 14 pavimentos de apartamentos e 2 de garagens. Estavam sendo
executados os revestimentos internos, bem como a conclusão da alvenaria. Havia
PCMAT na obra, onde estava previsto um pico máximo de 36 trabalhadores.
Canteiro de obras de grande porte 08 (Obra N): Edifício residencial com 15
pavimentos, sendo 12 pavimentos de apartamentos e 3 de garagens. Estavam em
execução os revestimentos, pintura e instalações. A obra possuía PCMAT, sendo que o
mesmo previa um pico máximo de 31 trabalhadores.
Canteiro de obras de grande porte 09 (Obra O): Edifício residencial com 16
pavimentos, sendo 14 pavimentos de apartamentos e 2 de garagens. Encontravam-se
em execução as atividades de alvenaria, instalações e início dos acabamentos. O
PCMAT estava presente na obra, prevendo um pico máximo de 22 trabalhadores.
Canteiro de obras de grande porte 10 (Obra P): Edifício residencial e comercial com
15 pavimentos, sendo 12 pavimentos de apartamentos, 1 comercial e 2 de garagens.
Encontravam-se em execução atividades de escavação, armação e carpintaria. A obra
possuía PCMAT, sendo que o mesmo previa um pico máximo de 22 trabalhadores.
3.3. Coleta de Dados
Os dados eram coletados através de uma cópia física dos check list do PCMAT e de
Implantação. Primeiramente, como forma de testar a formulação das perguntas, o check list
piloto foi aplicado em dois canteiros de obra, sendo uma edificação residencial de médio porte
e a outra de grande porte. Após isso, percebeu-se que algumas questões relativas às proteções
coletivas geraram dúvidas, sendo assim necessário a alteração destas para que ficassem mais
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Daniela de Lourdes Barboza Brito da Silva. Chapecó: ACEA/UNOCHAPECÓ, 2014.
claras, sem perder o foco principal. Com as modificações feitas, chegou-se ao check list
definitivo, o qual encontra-se no apêndice A.
Com o check list devidamente adaptado, iniciaram-se as visitas nas demais obras.
Primeiramente, foi solicitado junto às empresas construtoras a autorização para adentrar o
canteiro, bem como para se ter acesso ao PCMAT e aos demais documentos necessários.
Na grande maioria das visitas, a aplicação do check list foi acompanhada por um funcionário
da empresa; nos demais, após a separação dos documentos necessários, não se fizeram mais
presentes. Por depender da liberação das construtoras e disponibilidade dos funcionários que
acompanhariam o check list, a coleta dos dados não seguiu uma ordem por padrão da
edificação.
3.3.1. Coleta dos Dados: Check List do PCMAT
A aplicação do check list se iniciava com a verificação do PCMAT. Primeiramente, o
PCMAT da obra era separado para que fosse feita a avaliação de seu conteúdo. Fazia-se o
preenchimento das informações gerais e, em seguida, iniciava-se a inspeção das exigências
correspondentes ao item 18.3 da NR-18.
As verificações iniciais tratavam da elaboração do memorial sobre condições e meio ambiente
de trabalho. Em seguida, verificava-se a existência e conformidade do projeto de execução
das proteções coletivas para então, seguir para a especificação técnicas das proteções coletivas
e individuais. Eram inspecionados também o cronograma de implantação das medidas
preventivas, o projeto do layout inicial do canteiro de obras, verificando se ambos estavam
sendo atualizados conforme o andamento das atividades. Por fim, observou-se o conteúdo
relativo aos treinamentos fornecidos aos funcionários.
3.3.2. Coleta dos Dados: Check List de Implantação do PCMAT
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Verificação da adequação e implantação de PCMAT em obras de médio e grande porte em Chapecó – SC.
Após ser feita a aplicação do check list no PCMAT, seguia-se com o mesmo pela obra. Foram
analisadas as atividades que se encontravam em execução, verificando se os dispositivos de
segurança solicitados no PCMAT estavam sendo implantados.
Para as áreas de vivência e disposição do layout do canteiro de obras, verificou-se a
conformidade entre o que estava descrito no PCMAT com o que foi executado na obra. Em
relação ao programa educativo, como não se podia exigir a presença dos certificados dos
treinamentos dados, fazia-se um questionamento mais aprofundado com o funcionário que
estava acompanhando a visita, procurando obter informações de quem os realizava e como se
procedia.
As atividades que não se encontravam em execução no dia da visita não foram consideradas
no check list de implantação.
3.4. Compilação dos Dados
Após a coleta dos dados, foi necessário repassar as informações para planilhas eletrônicas,
sendo uma para cada obra visitada. Desta forma, foi possível calcular a porcentagem de
aprovação dos itens para os canteiros de obras, considerando as duas abordagens adotadas:
um percentual para PCMAT e outro para a implantação do mesmo.
Para cada questão do check list, quando estava 100% em conformidade com o solicitado,
assinalava-se o campo “SIM”, caso contrário, assinalava-se “NÃO”. No check list do PCMAT
e no check list de implantação, quando o item não se aplicava à situação do canteiro de obras,
marcava-se o campo “NÃO SE APLICA”. Para os casos em que determinada atividade já
havia sido executada ou ainda não tinha sido iniciada, considerava-se como item não
aplicável.
Como forma de facilitar a visualização dos dados, foram feitas duas análises: análise dos itens
do PCMAT e análise da implantação deste na obra. Para cada uma destas, foi elaborada uma
tabela com os percentuais de aprovação dos sete itens do check list, com a média geral para
cada um destes, levando em conta somente as obras pesquisadas que dispunham de PCMAT.
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Daniela de Lourdes Barboza Brito da Silva. Chapecó: ACEA/UNOCHAPECÓ, 2014.
Após análise geral, procedeu-se com análise dos resultados individuais. Para cada um dos
itens contemplados no check list, foi elaborado um gráfico; cada gráfico apresenta a
porcentagem de aprovação de cada um dos canteiros de obras, tanto na elaboração do
PCMAT quanto na sua implantação. A partir desta análise, foi possível apontar os pontos
falhos encontrados com a realização da pesquisa.
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Verificação da adequação e implantação de PCMAT em obras de médio e grande porte em Chapecó – SC.
4. ANÁLISE DOS RESULTADOS
4.1. Análise Geral
Todos os canteiros de obras visitados possuíam frentes de trabalho com cinco funcionários ou
mais. Contudo, apenas seis destas obras continham número superior a 20 trabalhadores, sendo
estas de grande porte. Desta forma, observando as exigências da NR-18, apenas 20% dos
canteiros de obras necessitariam elaborar e cumprir o PCMAT. Já de acordo com a CCT
2011/2013, em Chapecó – SC o PCMAT é obrigatório para obras com 5 trabalhadores ou
mais; sendo assim, 100% dos canteiros de obras visitados deveriam possuir PCMAT e
implantá-lo.
Ao final da pesquisa, foi possível verificar que o PCMAT estava presente em 16 dos 30
canteiros de obras pesquisados, representando assim uma adesão em torno de 53% no total.
Separando os dados para cada uma das três tipologias adotadas, obteve-se o seguinte: Para as
obras de pequeno porte, dos 10 canteiros pesquisados, apenas um dispunha do PCMAT no
local, representando assim 10% do total para esta tipologia. De acordo com informações
fornecidas por funcionários, a não elaboração do PCMAT está relacionada ao custo alto que
representa se comparado custo final do empreendimento.
Para as obras de médio porte, entre os 10 canteiros pesquisados, apenas 5 apresentaram
PCMAT na obra, resultando em 50% do total destes. Em alguns dos canteiros que não
dispunham do PCMAT, foi informado que o mesmo encontrava-se no escritório da
construtora. Porém, a NR-18 exige que o documento esteja na obra, o que faz com que os
canteiros que não o disponibilizam fiquem irregulares nesse quesito.
Por fim, para as obras de grande porte, todos os 10 canteiros pesquisados dispunham de
PCMAT no local, representando assim uma adesão de 100% para esta tipologia. Esta
porcentagem se dá devido ao fato de que obras maiores possuem um tempo de execução
longo, grandes frentes de trabalho e, na maioria dos casos, controle de qualidade mais
rigoroso. Ainda, a elaboração do PCMAT representa um custo muito pequeno quando
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Daniela de Lourdes Barboza Brito da Silva. Chapecó: ACEA/UNOCHAPECÓ, 2014.
comparado ao custo total da edificação. O gráfico resumo abaixo demonstra a porcentagem de
adesão do PCMAT para cada uma das tipologias dos canteiros de obra avaliados.
Figura 01 – Gráfico resumo da porcentagem de obras visitadas com PCMAT.
100%
50%
10%
0% 20% 40% 60% 80% 100%
Grande Porte
Médio Porte
Pequeno Porte
Relação de Obras com PCMAT
Porcentagem
Fonte: Elaboração do autor.
Observando cada uma das tipologias adotadas, notou-se uma distinção entre as mesmas
quanto à disposição do PCMAT. Desta forma, não foi possível realizar uma avaliação que se
aplicasse igualmente aos três portes de edificações em questão, visto que não havia meios de
avaliar a implantação do PCMAT em canteiros de obras que não os tinham.
Optou-se por analisar separadamente as edificações que dispunham do PCMAT no canteiro
de obras, de acordo com os itens contidos no check list do PCMAT e de implantação.
4.2. Análise por item do check list do PCMAT
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Verificação da adequação e implantação de PCMAT em obras de médio e grande porte em Chapecó – SC.
Após a análise dos dados por tipologia, foram separados somente os canteiros de obras que
possuíam PCMAT. Sendo assim, a tabela 01 apresenta a porcentagem de cumprimento de
cada item do check list do PCMAT para as dezesseis obras em questão.
Tabela 01 – Porcentagem do cumprimento para todos os itens do check list do PCMAT.
MEMORIAL
PROJETO
PROTEÇÕES
COLETIVAS
ESPECIFICAÇÃO
TÉCNICA DAS
PROTEÇÕES
CRONOGRAMA
DE
IMPLANTAÇÃO
LAYOUT
INICIAL
PROGRAMA
EDUCATIVO
PROCEDIMENTOS
ÚTEIS
A 56% 33% 75% 80% 25% 40% 100%
B 78% 33% 100% 60% 100% 80% 100%
C 56% 33% 75% 80% 25% 40% 100%
D 78% 33% 100% 60% 100% 80% 100%
E 59% 33% 75% 80% 0% 40% 100%
F 67% 33% 100% 60% 100% 80% 100%
G 80% 33% 100% 60% 83% 100% 100%
H 86% 33% 100% 60% 0% 100% 100%
I 80% 33% 100% 0% 0% 100% 100%
J 79% 33% 100% 0% 0% 40% 100%
K 89% 33% 100% 0% 0% 100% 100%
L 74% 33% 100% 0% 0% 100% 100%
M 90% 33% 100% 60% 100% 80% 100%
N 100% 100% 100% 60% 100% 100% 50%
O 100% 100% 100% 60% 100% 80% 50%
P 84% 33% 100% 40% 0% 100% 100%
78% 42% 95% 48% 46% 79% 94%
14% 23% 10% 30% 48% 25% 17%
ITENS DO CHECK LIST DO PCMAT
OB
RA
S
Média
Desvio Padrão
Fonte: Elaboração do autor.
Observando os sete itens do check list do PCMAT, pode-se verificar que o item referente ao
projeto de proteções coletivas teve menor porcentagem de cumprimento. Porém, as
especificações técnicas tanto para proteções coletivas como para proteções individuais
obtiveram maior cumprimento dentre os canteiros de obras pesquisados. Já o item relativo ao
layout inicial do canteiro de obras apresentou maior desvio padrão, ou seja, a porcentagem de
conformidade nos PCMAT’s apresenta maior dispersão em relação à média de todos
pesquisados. Na sequência, será feita uma análise individual para cada um dos sete itens do
check list do PCMAT.
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Daniela de Lourdes Barboza Brito da Silva. Chapecó: ACEA/UNOCHAPECÓ, 2014.
4.2.1. Memorial sobre condições e meio ambiente de trabalho nas atividades e
operações
O memorial sobre condições e meio ambiente de trabalho deve considerar os riscos de
acidentes e doenças, bem como indicar medidas preventivas e de controle. O gráfico da figura
02 a seguir apresenta as porcentagens de aprovação do memorial para cada uma das obras que
continham PCMAT.
Figura 02 – Porcentagem de aprovação do memorial.
56%
78%
56%
78%
59%
67%
80%86%
80% 79%
89%
74%
90%100% 100%
84%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
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Memorial sobre condições e meio ambiente de trabalho
Obras
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Fonte: Elaboração do autor.
Observando o gráfico, pode-se perceber que o item referente ao memorial obteve uma
porcentagem média de cumprimento de 78%. Neste item, somente os PCMAT’s dos canteiros
de obras N e O apresentaram 100% de conformidade, visto que foram elaborados pelo mesmo
engenheiro de segurança, porém pertenciam a duas empresas distintas.
Todos os PCMAT’s apresentavam memoriais com porcentagem de cumprimento maior que
50%. Ainda, oito entre os dezesseis pesquisados obtiveram mais de 80% de conformidade
com as exigências do check list.
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Verificação da adequação e implantação de PCMAT em obras de médio e grande porte em Chapecó – SC.
Em relação às áreas de vivência, apenas o PCMAT do canteiro de obras A não apresentou
descrição detalhada das características e materiais empregados; os outros quinze canteiros
possuíam informações coerentes para as instalações sanitárias, refeitório, cozinha, alojamento,
seguindo de acordo com o que se aplicava à cada obra em questão.
No que se refere à elaboração do memorial, verificou-se que os maiores pontos falhos
estavam relacionados à identificação dos riscos de acidentes, bem como as medidas
preventivas e de controle dos serviços e equipamentos. Atividades como carpintaria, armações
de aço, estruturas de concreto armado, estrutura do telhado, cobertura, gesso e pintura foram
as que menos apresentaram a descrição das medidas de prevenção a serem tomadas.
4.2.2. Projeto de execução das proteções coletivas
O projeto de execução das proteções coletivas deve estar anexado ao PCMAT, sempre em
conformidade com as etapas de execução da obra. A seguir, o gráfico da figura 03 apresenta
as porcentagens de cumprimento deste item para cada uma das obras que continham PCMAT.
Figura 03 – Porcentagem de aprovação do projeto de execução das proteções coletivas.
33% 33% 33% 33% 33% 33% 33% 33% 33% 33% 33% 33% 33%
100% 100%
33%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
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Projeto de execução das proteções coletivas
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Fonte: Elaboração do autor.
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Daniela de Lourdes Barboza Brito da Silva. Chapecó: ACEA/UNOCHAPECÓ, 2014.
O projeto de execução das proteções coletivas foi o item que apresentou menor cumprimento
das exigências feitas pelo check list, baseadas na NR-18, com um percentual médio de
cumprimento de 42%.
Entre os dezesseis canteiros que possuíam PCMAT, apenas dois apresentaram 100% de
aprovação para este item (canteiros N e O). Os demais cumpriam somente o que se referia à
descrição das proteções coletivas mínimas a serem executadas nos canteiros.
Foi possível verificar que quatorze entre os dezesseis PCMAT’s pesquisados dispunham
apenas de representações gráficas muito vagas referentes ao projeto de proteções coletivas,
atingindo apenas 33% de cumprimento. Não se tinha uma adaptação do projeto ao canteiro em
si, impossibilitando a sua execução em conformidade com o cronograma da obra. Ainda, estes
mesmos não apresentaram memorial de cálculo para as proteções coletivas.
Apenas dois PCMAT’s possuíam em anexo o projeto de execução das proteções coletivas em
conformidade com o check list, representando assim 12,5% do total; os projetos encontravam-
se bem detalhados, apresentando todas as proteções coletivas necessárias, bem como o local
de sua execução. Ainda, continham em anexo o memorial descritivo de cálculo. Nesses casos,
assim como para o memorial, notou-se que o responsável técnico pelo projeto foi o mesmo,
porém cada um dos PCMAT’s pertencia à uma construtora diferente.
4.2.3. Especificação técnica das proteções coletivas e individuais
O PCMAT deve especificar em seu conteúdo todas as proteções coletivas e individuais a
serem utilizadas dentro do canteiro de obras. Estas proteções devem contemplar tanto os
trabalhadores da obra quanto as pessoas que venham a estar no local eventualmente. A figura
04 apresenta as porcentagens de cumprimento deste item para o check list.
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Verificação da adequação e implantação de PCMAT em obras de médio e grande porte em Chapecó – SC.
Figura 04 – Porcentagem de aprovação das especificações técnicas das proteções coletivas e individuais.
75%
100%
75%
100%
75%
100% 100%100% 100% 100%100% 100% 100% 100% 100% 100%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
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Especificação técnica das proteções coletivas e individuais
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Fonte: Elaboração do autor.
As especificações técnicas das proteções coletivas e individuais apresentaram a maior
porcentagem de cumprimento dentre os sete itens analisados pelo check list, totalizando 95%
de aprovação dentre as obras pesquisadas.
Dos dezesseis PCMAT’s pesquisados, treze deles continham 100% de conformidade neste
item, representando 81,25% do total dos documentos. Desta forma, foi possível notar que a
maioria das obras apresentavam PCMAT com descrição sucinta e detalhada dos EPI’s a serem
utilizados por seus funcionários, bem como a distinção destes de acordo com a função
exercida. Eram apresentados ainda detalhes das proteções coletivas a serem utilizadas no
decorrer da obra.
Apenas os canteiros A, C e E não apresentaram 100% de cumprimento neste item,
representando assim 18,75% do total. Para estes casos, verificou-se como ponto falho que,
quando se tratava dos EPI’s, o PCMAT não dispunha do respectivo Certificado de Aprovação.
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Daniela de Lourdes Barboza Brito da Silva. Chapecó: ACEA/UNOCHAPECÓ, 2014.
4.2.4. Cronograma de implantação das medidas preventivas
O cronograma de implantação das medidas preventivas deve estar contido no PCMAT, sendo
mantido em conformidade com o cronograma físico-executivo da obra. O gráfico da figura 05
demonstra a porcentagem de aprovação deste item para todos os PCMAT’s pesquisados.
Figura 05 – Porcentagem de aprovação do cronograma de implantação.
80%
60%
80%
60%
80%
60% 60% 60%
0% 0% 0% 0%
60% 60% 60%
40%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
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Cronograma de implantação das medidas preventivas
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Fonte: Elaboração do autor.
A elaboração do cronograma de implantação das medidas preventivas obteve um
cumprimento de 48% do total do check list, ficando entre os itens do PCMAT com menos da
metade dos requisitos aprovados. Nenhum dos dezesseis PCMAT’s pesquisados apresentou
100% de conformidade para o cronograma de implantação; Quatro PCMAT’s (I, J, K e L) não
o dispunham em anexo, representando assim 25% no total. Apenas três cronogramas
atingiram 80% de cumprimento (A, C e E, sendo 18,75%); os outros nove obtiveram de 40%
a 60% de conformidade com o check list (56,25%).
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Verificação da adequação e implantação de PCMAT em obras de médio e grande porte em Chapecó – SC.
Dentre os pontos falhos, para os PCMAT’s que possuíam cronograma de implantação,
verificou-se que nenhum deles previa a elaboração, implementação e atualização de
programas como o PPRA e PCMSO. Ainda, grande parte dos cronogramas não dispunham de
previsão para reavaliação global do PCMAT. Quanto aos treinamentos de segurança a serem
dados aos funcionários quando se iniciam novas etapas da obra, apenas três dos doze
cronogramas encontrados os contemplavam.
4.2.5. Layout inicial e atualizado do canteiro de obras
Figura 06 – Porcentagem de aprovação do layout do canteiro de obras.
25%
100%
25%
100%
0%
100%
83%
0% 0% 0% 0% 0%
100%100%100%
0%0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
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Layout incial e atualizado do canteiro de obras
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Fonte: Elaboração do autor.
O layout do canteiro de obras apresentou uma porcentagem média de aprovação de 46%,
indicando que, no geral, menos da metade dos itens aplicáveis do check list foram cumpridos.
Observando-se os dados do gráfico da figura 06 como um todo, verificou-se que sete entre os
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Daniela de Lourdes Barboza Brito da Silva. Chapecó: ACEA/UNOCHAPECÓ, 2014.
dezesseis PCMAT’s pesquisados não dispunham do layout inicial e atualizado do canteiro de
obras (obras E, H, I, J, K, L e P), representando 43,75% do total dos PCMAT’s.
Dos layouts encontrados, seis deles apresentavam 100% de conformidade dos itens do check
list. Apenas os canteiros de obras A e C tinham cumprimento de 25%, representando que
menos da metade dos itens eram cumpridos. Para este último caso, a baixa porcentagem de
aprovação se deve ao fato de que, mesmo possuindo o layout, este não apresentava as
dimensões de vestiários e refeitórios.
Pode-se verificar que, quando o PCMAT possuía em anexo o layout do canteiro de obras, o
mesmo encontrava-se com grande porcentagem de cumprimento dos itens. Porém, devido à
ausência destes em quase metade dos PCMAT’s, obteve-se uma diminuição significativa na
média geral de cumprimento.
4.2.6. Programa educativo
Figura 07 – Porcentagem de aprovação do programa educativo.
40%
80%
40%
80%
40%
80%
100%100% 100%
40%
100% 100%
80%
100%
80%
100%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
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Programa educativo
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Fonte: Elaboração do autor.
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Verificação da adequação e implantação de PCMAT em obras de médio e grande porte em Chapecó – SC.
O item do check list do PCMAT referente aos programas educativos obteve 79% de
conformidade na média geral. Todos os PCMAT’s previam treinamentos admissionais e
periódicos de segurança, incluindo combate ao fogo e carga horária para cada um destes.
Conforme o gráfico da figura 07 apresenta, apenas quatro dos dezesseis PCMAT’s
pesquisados apresentavam porcentagem de cumprimento de 40%, representando assim 25%
do total. Os outros treze (75%) apresentaram conformidade de 80% a 100%.
Para os PCMAT’s com menor índice de aprovação, os pontos falhos estão relacionados aos
itens que contemplavam os treinamentos específicos para quando fosse iniciada uma nova
etapa da obra. Os três programas educativos que apresentaram 40% de cumprimento dos itens
no total não previam treinamentos para diversas atividades como escavações, fundações,
carpintaria, acabamentos, entre outros.
4.2.7. Procedimentos úteis
Figura 08 – Porcentagem de aprovação dos procedimentos úteis.
100% 100% 100%100% 100%100%100%100% 100%100% 100% 100%100%
50% 50%
100%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
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Procedimentos úteis
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Fonte: Elaboração do autor.
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Daniela de Lourdes Barboza Brito da Silva. Chapecó: ACEA/UNOCHAPECÓ, 2014.
Observando os dados gerais, a média obtida nos procedimentos úteis foi de 94% para os
dezesseis PCMAT’s pesquisados. De acordo com o gráfico da figura 08, pode-se perceber que
quatorze destes estavam com 100% de conformidade neste item, representando assim 87,5%
do total. Os outros dois PCMAT’s apresentaram 50% de cumprimento dos itens, isto porque
não dispunham dos procedimentos de emergência a serem tomados em caso de acidentes
pequenos, com gravidade média, alta e acidentes com óbito.
Pode-se dizer então que, no geral, os procedimentos úteis encontram-se em conformidade
com os itens exigidos pelo check list do PCMAT.
4.3. Análise por item do check list de Implantação do PCMAT
Com a análise dos itens do check list do PCMAT já efetuados, são apresentados os resultados
por item do check list de Implantação. Assim como feito anteriormente, consideraram-se
apenas os dezesseis canteiros que possuíam PCMAT na obra. Sendo assim, a tabela 02
demonstra as porcentagens de aprovação dos sete itens do check list de implantação.
Tabela 02 – Porcentagem do cumprimento do check list de Implantação do PCMAT.
MEMORIAL
PROJETO
PROTEÇÕES
COLETIVAS
ESPECIFICAÇÃO
TÉCNICA DAS
PROTEÇÕES
CRONOGRAMA
DE
IMPLANTAÇÃO
LAYOUT
INICIAL
PROGRAMA
EDUCATIVO
PROCEDIMENTOS
ÚTEIS
A 27% 33% 75% 20% 0% 40% 100%
B 71% 33% 100% 40% 100% 70% 100%
C 21% 0% 50% 20% 25% 40% 100%
D 64% 33% 100% 40% 100% 70% 100%
E 15% 0% 50% 20% 0% 40% 100%
F 67% 33% 100% 40% 100% 30% 100%
G 73% 33% 100% 40% 83% 100% 100%
H 63% 33% 100% 60% 0% 100% 100%
I 70% 33% 100% 0% 0% 90% 100%
J 67% 33% 100% 0% 0% 40% 50%
K 83% 33% 100% 0% 0% 100% 100%
L 50% 0% 50% 0% 0% 100% 100%
M 86% 33% 100% 60% 100% 80% 100%
N 73% 100% 100% 40% 60% 100% 50%
O 85% 100% 100% 20% 75% 70% 50%
P 50% 33% 50% 20% 0% 100% 50%
60% 35% 86% 26% 40% 73% 88%
22% 28% 22% 20% 45% 27% 22%
OB
RA
S
Desvio Padrão
Média
ITENS DO CHECK LIST DE IMPLANTAÇÃO DO PCMAT
Fonte: Elaboração do autor.
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Verificação da adequação e implantação de PCMAT em obras de médio e grande porte em Chapecó – SC.
Ao se fazer uma análise geral dos dados, pode-se perceber que quatro entre os sete itens do
check list apresentam uma porcentagem de implantação abaixo de 50%, o que significa que
menos da metade dos requisitos são cumpridos. Assim como no check list do PCMAT, o item
referente ao layout inicial do canteiro de obras apresentou maior desvio padrão, o que
significa que a porcentagem de conformidade na implantação nos dezesseis canteiros de obras
apresenta maior dispersão em relação à média. A seguir, para melhor compreensão dos dados,
todos os resultados serão avaliados separadamente por item.
4.3.1. Memorial sobre condições e meio ambiente de trabalho nas atividades e
operações
Assim como especificado na metodologia proposta, a implantação do memorial foi avaliada
tendo como base as informações contidas no PCMAT. A figura 09 apresenta um gráfico com
as porcentagens de aprovação da implantação do memorial para cada um dos canteiros
pesquisados.
Figura 09 – Porcentagem de aprovação da implantação do memorial.
27%
71%
21%
64%
15%
67%
73%
63%
70% 67%
83%
50%
86%
73%
85%
50%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
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Memorial sobre condições e meio ambiente de trabalho -Implantação
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Fonte: Elaboração do autor.
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Daniela de Lourdes Barboza Brito da Silva. Chapecó: ACEA/UNOCHAPECÓ, 2014.
Após análise do gráfico, foi possível perceber que nenhum dos canteiros de obras possui
implantação do memorial com 100% de aprovação. Observando a totalidade dos dados, a
média geral de cumprimento obtida para as dezesseis obras foi de 60%. Pode-se observar
também que os canteiros de obras A, C, E, L e P possuem aprovados 50% ou menos das
exigências da implantação do memorial; apenas três canteiros (K, M e O) apresentaram mais
de 80% de cumprimento para este item.
Foram encontradas falhas na implantação do memorial no que se refere às áreas de vivência,
principalmente nas instalações sanitárias e refeitórios. Nos casos em que as porcentagens
ficaram abaixo de 50%, os problemas mais evidentes são devido a estes canteiros não
disporem de banheiros para homens e mulheres, visto que tinham ambos trabalhando no local.
Ainda, a quantidade de bancos e mesas dos refeitórios não era condizente com o que estava
descrito no PCMAT.
Com relação aos riscos e medidas preventivas, o memorial já apresentava deficiências em sua
concepção e, consequentemente, na sua implantação também. Nas atividades que não se tinha
uma base para verificar se as medidas de prevenção estavam sendo adotadas,
automaticamente o item era reprovado, como foi o caso para as atividades de gesso e pintura
na maioria dos canteiros.
4.3.2. Projeto de execução das proteções coletivas
Como descrito no item 4.2.2, apenas dois PCMAT’s dispunham de projeto de execução das
proteções coletivas. Sendo assim, na implantação, resultaram porcentagens que foram
automaticamente influenciadas pela ausência deste projeto na obra.
O projeto de execução das proteções coletivas foi um dos itens que apresentou menor
cumprimento das exigências feitas pelo check list, ficando com 35% de cumprimento no
geral. O gráfico da figura 10 apresenta as porcentagens de aprovação deste item para as obras
pesquisadas.
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Verificação da adequação e implantação de PCMAT em obras de médio e grande porte em Chapecó – SC.
Figura 10 – Porcentagem de aprovação da implantação do projeto de execução das proteções coletivas.
33% 33%
0%
33%
0%
33% 33% 33% 33% 33% 33%
0%
33%
100% 100%
33%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
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Projeto de execução das proteções coletivas - Implantação
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Fonte: Elaboração do autor.
De acordo com as porcentagens do gráfico acima, pode-se observar que os dois canteiros de
obras que possuíam o projeto de execução das proteções coletivas (N e O) os implantavam
integralmente, indicando 100% de cumprimento dos requisitos.
Os canteiros de obras C, E e L não possuíam o projeto, sendo que foram inteiramente
reprovados por não implantarem as proteções coletivas mínimas que descreviam em seu
PCMAT. Ao contrário destes, os demais canteiros executaram estas proteções, como os
corrimões, sistemas de guarda-corpo e rodapés, ficando assim com 33% de conformidade com
os itens do check list.
A maior falha observada na implantação do projeto de execução das proteções coletivas é a
própria ausência do projeto em anexo ao PCMAT. Desta forma, não se tem um parâmetro
para avaliar se as proteções estão sendo executadas em conformidade com o andamento da
obra, bem como se satisfazem há um dimensionamento feito por responsável técnico
habilitado.
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Daniela de Lourdes Barboza Brito da Silva. Chapecó: ACEA/UNOCHAPECÓ, 2014.
4.3.3. Especificação técnica das proteções coletivas e individuais
A implantação das especificações técnicas das proteções coletivas e individuais apresentou a
segunda maior porcentagem de cumprimento dentre os sete itens analisados pelo check list,
totalizando 86% de conformidade no geral. A figura 11 apresenta um gráfico com a
porcentagem de aprovação da implantação deste item para as dezesseis obras pesquisadas.
Figura 11 – Porcentagem de aprovação da implantação das especificações técnicas das proteções coletivas e
individuais.
75%
100%
50%
100%
50%
100% 100% 100% 100% 100% 100%
50%
100% 100% 100%
50%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
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Especificação técnica das proteções coletivas e individuais -Implantação
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Fonte: Elaboração do autor.
De acordo com os dados do gráfico, os canteiros C, E, L e P apontaram cumprimento de 50%
dos itens do check list. Onze canteiros de obras apresentaram aprovação de 100%, ou seja,
considerando que o check list do PCMAT apresentava treze obras com total aprovação,
apenas duas destas não cumpriram totalmente o que tinham descrito em seu respectivo
PCMAT (canteiros L e P).
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Verificação da adequação e implantação de PCMAT em obras de médio e grande porte em Chapecó – SC.
O canteiro de obras A já apresentava deficiências na elaboração das especificações técnicas;
porém, pode-se observar que o que está descrito em seu PCMAT é totalmente condizente com
o que está aplicado na obra, sendo 75% de aprovação tanto para o check list do PCMAT
quanto para o check list de Implantação.
Pode-se observar que as maiores falhas para os canteiros que apresentam apenas 50% de
cumprimento estão relacionadas a não implantação das medidas de cuidado e conservação dos
EPI’s. Ainda, nestes casos, em algumas obras pode-se ver funcionários trabalhando com
apenas uma parte dos equipamentos de proteção individual necessários para a função que o
mesmo exercia, de acordo com o que estava descrito no PCMAT.
4.3.4. Cronograma de implantação das medidas preventivas
Assim como o projeto das proteções coletivas, o cronograma de implantação não foi
elaborado em alguns canteiros de obras, influenciando negativamente nos resultados finais da
implantação do PCMAT, conforme apresenta o gráfico 12.
Figura 12 – Porcentagem de aprovação do cronograma de implantação para cada uma das obras.
20%
40%
20%
40%
20%
40% 40%
60%
0% 0% 0% 0%
60%
40%
20% 20%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
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Cronograma de implantação das medidas preventivas - Implantação
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Fonte: Elaboração do autor.
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Daniela de Lourdes Barboza Brito da Silva. Chapecó: ACEA/UNOCHAPECÓ, 2014.
A implantação do cronograma de medidas preventivas obteve a menor porcentagem de todos
os itens do check list, com aprovação média total de 26%.
Ainda no check list do PCMAT observaram-se deficiências na concepção do cronograma para
todas os canteiros; mesmo assim, os poucos procedimentos nele descritos não foram seguidos.
Apenas os canteiros de obras H e M implantaram todos os procedimentos que descreveram no
cronograma, mantendo aprovação de 60% tanto para o PCMAT quanto para implantação
deste.
Os canteiros de obras I, J, K e L não possuíam cronograma, portanto não há como avaliar a
implantação, fazendo com que fossem inteiramente reprovados. Os outros dez canteiros
tiveram percentual de aprovação de 20% a 40%.
Os itens com maior número de falhas correspondem à falta de acompanhamento do
cronograma das medidas preventivas em conformidade com o cronograma físico-executivo da
obra. Dos doze canteiros que dispunham de cronograma em seu PCMAT, apenas dois deles os
mantinham ao lado do cronograma da obra, sendo visivelmente utilizados. Os demais,
dispunham apenas de uma cópia anexada ao PCMAT, porém não havia nenhum indício de
que o seguiam.
4.3.5. Layout inicial e atualizado do canteiro de obras
A implantação do layout do canteiro de obras apresentou um percentual médio de
cumprimento de 40% no geral. Foi avaliado se havia coerência entre as áreas de vivência do
local com o que estava anexado ao PCMAT, resultando assim no gráfico da figura 13, o qual
apresenta o percentual de aprovação para cada uma das obras.
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Verificação da adequação e implantação de PCMAT em obras de médio e grande porte em Chapecó – SC.
Figura 13 – Porcentagem de aprovação da implantação do layout do canteiro de obras.
0%
100%
25%
100%
0%
100%
83%
0% 0% 0% 0% 0%
100%
60%
75%
0%0%
10%
20%
30%
40%
50%
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Layout incial e atualizado do canteiro de obras - Implantação
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Fonte: Elaboração do autor.
Com uma análise dos dados mais detalhada, pode-se perceber que os canteiros de obras B, D,
F e M cumpriram todos os requisitos tanto quando se trata da elaboração do layout quanto à
sua disposição no canteiro de obras.
As obras E, H, I, J, K, L e P não dispunham de layout do canteiro de obras, portanto
encontram-se reprovados nos dois check lists que foram aplicados. O canteiro de obras A já
apresentava pendências na elaboração do layout, contudo mesmo assim nenhuma das áreas de
vivência foram executadas conforme o projeto, sendo atribuído 0% de conformidade.
Assim como o canteiro de obras A, os canteiros C e G também possuíam pendências no
projeto do layout inicial. Porém, cumpriram a disposição do mesmo de acordo com o
documento em questão, obtendo o mesmo percentual de aprovação tanto para o PCMAT
quanto para a Implantação (25% de aprovação canteiro C e 83% de aprovação canteiro G).
As maiores pendências na implantação dos layouts se refere à disposição das áreas de
vivência. Nos canteiros de obras N e O, o vestiário e o refeitório possuíam dimensões
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Daniela de Lourdes Barboza Brito da Silva. Chapecó: ACEA/UNOCHAPECÓ, 2014.
menores do que o especificado em projeto. Ainda assim, podem ser consideradas falhas
menos significativas, pois estão em menor número e representam menor periculosidade se
comparadas aos demais itens avaliados.
4.3.6. Programa educativo
Figura 14 – Porcentagem de aprovação do programa educativo para cada uma das obras.
40%
70%
40%
70%
40%
30%
100% 100%
90%
40%
100% 100%
80%
100%
70%
100%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
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Programa educativo - Implantação
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Fonte: Elaboração do autor.
Com os dados fornecidos pelo gráfico da figura 14, a implantação do programa educativo
resultou em um percentual médio de aprovação de 73% no geral, muito próximo ao obtido
com o check list do PCMAT (79%). Algumas obras continham uma pasta com cópias dos
certificados dos treinamentos fornecidos aos trabalhadores; porém, como não é obrigatória a
presença desta documentação na obra, para os casos em que não se podia comprovar com os
certificados, foi perguntado mais detalhadamente ao funcionário que acompanhou a aplicação
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Verificação da adequação e implantação de PCMAT em obras de médio e grande porte em Chapecó – SC.
do check list. Como meio de verificar a veracidade das informações, perguntava-se como
eram feitos os treinamentos, quem os dava e em que período o fazia.
Dos dezesseis canteiros de obras pesquisados, seis deles apresentaram 100% de aprovação
tanto na concepção dos treinamentos quanto na concessão dos mesmos. Contudo, os canteiros
A, C, E, J e M apresentaram falhas na descrição do programa educativo, porém tudo que foi
elaborado e estava de acordo com a norma era também implantado.
As falhas mais grosseiras ocorreram na concessão dos treinamentos para cada nova etapa da
obra. O canteiro de obras F, por exemplo, tem em seu PCMAT que são fornecidos
treinamentos para quatro em seis etapas de construção; porém, de acordo com os funcionários,
a construtora fornece apenas treinamento admissional de segurança, alegando que os
trabalhadores já entram na empresa treinados devido à sua experiência com empregos
anteriores.
4.3.7. Procedimentos úteis
Figura 15 – Porcentagem de aprovação da implantação dos procedimentos úteis.
100% 100% 100%100% 100%100%100% 100% 100%
50%
100% 100% 100%
50% 50% 50%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
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Procedimentos úteis
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Após fazer uma análise geral dos dados, obteve-se um percentual médio de aprovação de 88%
para a implantação dos procedimentos úteis descritos no PCMAT de cada uma das obras;
sendo assim, se destaca como o item com maior cumprimento dentre os sete itens do check
list de Implantação. Ainda nesse contexto e com os dados do gráfico da figura 15, doze dos
canteiros de obras apresentavam cumprimento de 100% para o item em questão.
Quanto aos pontos falhos, apenas dois dos dezesseis canteiros de obras (J e P) diminuíram a
porcentagem de aprovação da concepção do PCMAT para a Implantação. Isso se deve ao fato
da falta de adaptação da sinalização de segurança do canteiro de obras, de acordo com o que
foi descrito no PCMAT, fazendo com que o percentual de cumprimento caísse para 50%.
Nos outros quatorze canteiros de obras, todos os procedimentos de emergência e sinalização
do canteiro foram cumpridos conforme citado no PCMAT. Para os acidentes de gravidade
alta, média e acidentes com óbito, foi perguntado ao funcionário que estava acompanhando a
visita; em todas as obras, não ocorreu nenhum acidente de gravidade alta e acidente com
óbito. No restante, todas as medidas de segurança eram cumpridas, o que contribuiu para que
o item de procedimentos úteis apresentasse maior percentual de aprovação na implantação do
PCMAT.
4.4. Análise final: comparativo PCMAT x Implantação
Com os resultados obtidos na elaboração e implantação do PCMAT, os itens com menor
porcentagem de aprovação consistem no projeto de proteções coletivas, cronograma de
implantação e layout inicial do canteiro de obras. Conforme apresenta o gráfico da figura 15,
tais itens apresentaram cumprimento inferior à 50% das exigências de ambos os check lists.
Pode-se observar também que, no geral, mesmo para os itens com cumprimento acima de
75% na elaboração do PCMAT, a implantação não foi feita integralmente de acordo com o
documento em questão. Ainda, nenhum dos itens do check list apresentou total conformidade
na elaboração do PCMAT e, consequentemente, na implantação também.
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Verificação da adequação e implantação de PCMAT em obras de médio e grande porte em Chapecó – SC.
Figura 16 – Média final por item para o check list do PCMAT e de Implantação.
78%
42%
95%
48% 46%
79%
94%
60%
35%
86%
26%
40%
73%
88%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Memorial ProjetoProteçõesColetivas
EspecificaçãoTécnica
ProteçõesColetivas eIndividuais
Cronograma deImplantação
Layout Inicial ProgramaEducativo
Proced. Úteis
Média Final: PCMAT X Implantação
PCMATImplantação
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Fonte: Elaboração do autor.
Com a finalização da análise por item, tanto para o check list do PCMAT quanto para o check
list de Implantação, obteve-se a média geral de cumprimento, considerando as dezesseis obras
com PCMAT pesquisadas em Chapecó - SC. Para a elaboração do PCMAT e a conformidade
deste com as exigências da NR-18, obteve-se uma média geral de 69% de cumprimento,
considerando os sete itens do check list. Já para a implantação das medidas descritas no
PCMAT, obteve-se 59% de aprovação na média geral.
Pode-se perceber que, para os mesmos itens, a implantação do PCMAT se apresenta com
porcentagens menores de cumprimento do que quando se trata da elaboração do documento.
Desta forma, quanto menor atenção se dá às exigências quando se formula o PCMAT,
maiores são as chances de se obter uma implantação em não-conformidade, prejudicando
assim a segurança dos trabalhadores dentro do canteiro de obras.
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Daniela de Lourdes Barboza Brito da Silva. Chapecó: ACEA/UNOCHAPECÓ, 2014.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao final da pesquisa, diante dos resultados obtidos, foi possível constatar que a elaboração e
aplicação do PCMAT ainda não possui a abrangência necessária entre as empresas
construtoras da cidade de Chapecó – SC. Dos 30 canteiros de obras visitados, somente 53%
possuíam o PCMAT disponível no local.
Considerando os dados como um todo, pode-se concluir que quanto maior o porte da
edificação, maior também são as preocupações com a segurança do trabalho no canteiro de
obras, incluindo a atenção ao PCMAT. Observa-se que 100% dos canteiros de obras de
grande porte possuíam esse documento na obra; para os de médio porte a adesão caía para
50%. Já nos canteiros de obras de pequeno porte, apenas um entre os dez pesquisados possuía
o PCMAT, sendo que o mesmo encontrava-se incompleto em diversos quesitos.
Os resultados apontam que, tanto na elaboração do PCMAT quanto na sua implantação, os
itens que apresentaram não-conformidades mais significativas são referentes ao projeto de
execução das proteções coletivas e o cronograma de implantação das medidas preventivas.
Obteve-se que 87,5% dos PCMAT’s não possuíam em anexo o projeto de execução das
proteções coletivas e memorial descritivo de cálculo. Desta forma, como não há um
dimensionamento preciso, conclui-se que a maioria dos construtores executam estas proteções
sem ter um responsável técnico para o respectivo projeto, podendo assim comprometer a
eficiência destes sistemas e a segurança dos trabalhadores. Portanto, obteve-se um percentual
de conformidade de 42% para a elaboração do projeto e 35% para sua implantação no canteiro
de obras.
Quanto ao cronograma de implantação, o mesmo foi encontrado em anexo em 75% dos
PCMAT’s pesquisados. Porém, comparando-se com o exigido pela NR-18, obteve-se um
percentual de aprovação de apenas 48% considerando sua elaboração e 26% na implantação.
Nenhum dos cronogramas encontrados descrevia em seu conteúdo a concepção e atualização
de programas importantes, como o PPRA e PCMSO.
Se tratando do próprio PCMAT, a grande maioria dos cronogramas não visava a atualização
do mesmo de acordo com o andamento da obra. Desta forma, é possível concluir que o
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Verificação da adequação e implantação de PCMAT em obras de médio e grande porte em Chapecó – SC.
próprio documento que visa implantar as medidas de prevenção já encontra-se com não-
conformidades, o que trará deficiências ainda maiores na aplicação propriamente dita.
Com uma análise geral de todos os dados e informações coletadas durante a pesquisa, para as
dezesseis obras que possuíam o PCMAT presente no canteiro, obteve-se que a elaboração do
mesmo apresentou uma média de cumprimento de 69%. Porém, na implantação do PCMAT, a
média geral foi menor, apresentando 58% de aprovação. Com isso, percebe-se que quanto
menor atenção é dada à elaboração do PCMAT, menores são as chances de se obter uma
aplicação satisfatória, visto que assim as não-conformidades se acumulam desde o processo
de formulação deste documento e tendem a aumentar durante sua aplicação no canteiro.
Desta forma, pode-se concluir que a origem de grande parte das não-conformidades na
implantação do PCMAT nos canteiros de obras de Chapecó é a própria elaboração do
programa; pode-se afirmar que um documento que não está totalmente de acordo com o
exigido pela norma, também não obterá sucesso na sua implantação. A elaboração de um bom
PCMAT é de extrema importância para dar início aos sistemas segurança do trabalho na
construção civil, bem como para melhorar as condições dos seus integrantes, diminuindo
assim os riscos de doenças e acidentes neste ramo.
62
_________________________________________________________________________________________
Daniela de Lourdes Barboza Brito da Silva. Chapecó: ACEA/UNOCHAPECÓ, 2014.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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66
APÊNDICE A
CHECK LIST – ANÁLISE DOS ITENS CONTIDOS NO PCMAT
Responsável pelo preenchimento: ________________________________________________
Data: ____________
Empresa: ___________________________________________________________________
Obra: ______________________________________________________________________
O Check list a seguir foi elaborado baseando-se no item 18.3 da NR-18. A conferência se dará com a análise do PCMAT de cada obra.
O preenchimento será feito da seguinte forma: será analisado o documento PCMAT, bem como sua aplicação. Deve-se assinalar a opção “SIM”
quando o requisito em questão for cumprido, assinalar “NÃO” quando não estiver de acordo com o solicitado em norma e NÃO SE APLICA
“NS” quando o requisito não for necessário para o PCMAT específico.
Para cálculo da porcentagem de cumprimento de cada elemento, utilizasse a soma dos itens assinalados “SIM” x 10 divido pelo total de itens
aplicáveis. Não deverão ser considerados os itens onde estiver assinalado NÃO SE APLICA “NA”.
67
CHECK LIST DE IMPLANTAÇÃO DO PCMAT S N NA
O PCMAT foi elaborado por profissional legalmente habilitado na área de segurança do trabalho?
Há no local a Anotação de Responsabilidade Técnica – ART de elaboração do PCMAT?
São apresentadas informações do responsável pela implementação do PCMAT?
PCMAT CHECK LIST IMPLANTAÇÃO
S N NA 1. MEMORIAL SOBRE CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DE TRABALHO NAS
ATIVIDADES E OPERAÇÕES S N NA
a) O memorial contempla as características das áreas de vivência a seguir, incluindo materiais e
acessórios mínimos necessários para o local:
Instalações Sanitárias
Vestiário
Alojamento
Refeitório
Cozinha
Lavanderia
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Área de Lazer
Ambulatório
b) O memorial dispõe de relação dos riscos de acidentes e medidas de correção e controle para os
seguintes serviços e equipamentos:
Escavações, fundações e taludes
Carpintaria
Armações de aço
Estrutura em concreto armado
Alvenaria
Estrutura do telhado
Cobertura
Instalações elétricas
Acabamentos
Gesso
Pintura
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Máquinas, equipamentos e ferramentas
Elevador de passageiros
Elevador de carga
Grua
Andaimes
c) O PCMAT contempla medidas de prevenção e combate a incêndios?
S N NA 2. PROJETO DE EXECUÇÃO DAS PROTEÇÕES COLETIVAS S N NA
a) São apresentados os equipamentos de proteção coletiva mínimos a serem utilizados durante a
execução da obra?
b) Há projeto de execução das proteções coletivas?
c) O projeto de proteções coletivas foi elaborado por profissional legalmente habilitado na área de
segurança do trabalho?
S N NA 3. ESPECIFICAÇÃO TÉCNICA DAS PROTEÇÕES COLETIVAS E INDIVIDUAIS A
SEREM UTILIZADAS S N NA
a) Há no PCMAT especificação técnica das proteções coletivas?
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b) São especificados todos os equipamentos de proteção individual a serem utilizados, com o
respectivo certificado de aprovação?
c) É informado o tipo de EPI que será utilizado obrigatoriamente de acordo com a função exercida?
d) Há descrição das orientações gerais para utilização e conservação de cada EPI?
S N NA 4. CRONOGRAMA DE IMPLANTAÇÃO DAS MEDIDAS PREVENTIVAS S N NA
a) Há cronograma de implantação das medidas preventivas?
b) O cronograma de implantação das medidas preventivas foi elaborado tendo como base o
cronograma físico-executivo da obra?
c) O cronograma contempla a elaboração, implementação e atualização de programas como o
PPRA e PCMSO?
d) Há previsão para reavaliação global do PCMAT?
e) O cronograma de medidas preventivas prevê treinamento para os operários quando se dá início a
uma nova fase da obra?
S N NA 5. LAYOUT INICIAL E ATUALIZADO DO CANTEIRO DE OBRAS S N NA
a) Está anexado ao PCMAT o projeto do layout inicial do canteiro de obras?
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b) O projeto do layout do canteiro apresenta o dimensionamento dos seguintes locais:
Instalações Sanitárias
Vestiário
Alojamento
Refeitório
Cozinha
Lavanderia
Área de Lazer
Ambulatório
S N NA 6. PROGRAMA EDUCATIVO S N NA
a) O PCMAT prevê um programa educativo de prevenção de acidentes e doenças do trabalho,
inclusive com sua carga horária?
b) O PCMAT contempla especificações de:
Treinamento admissional, incluindo instruções sobre quedas de altura
Treinamento periódico sobre saúde e segurança
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c) Estão previstos os treinamentos para as seguintes etapas da obra:
Escavações e fundações
Carpintaria e armações de aço
Estruturas de concreto
Execução de serviços em alvenaria
Revestimentos e acabamentos
Operação de máquinas, equipamentos e ferramentas diversas
d) Está previsto treinamento de primeiro combate ao fogo?
S N NA 7. PROCEDIMENTOS ÚTEIS S N NA
7.1. Sinalização de segurança
a) O PCMAT dispõe de relação de sinalização interna do canteiro, com avisos e cartazes
informando sobre riscos, atenção e avisos, juntamente com os locais recomendados?
7.2. Procedimentos de emergência
a) O PCMAT dispõe de medidas de emergência a serem tomadas em caso de acidentes pequenos,
gravidade média, alta e acidentes com óbito?