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DIRECTOR João Peixoto de Sousa N.º 1145 / 07 Abril 2006 / Semanal / 2H www.vidaeconomica.pt ALTERAÇÕES AO CÓDIGO DOTRABALHO SÃO INOPORTUNAS tima diz que só concordou com a proposta do Gover- no para evitar males muito maiores para as empresas que as propostas iniciais contemplavam. Se, por um lado, Pais Antu- nes reprova o poder excessi- vo do ministro do Trabalho na fase de caducidade das convenções colectivas, por outro, AIMMAP e CIP consideram que a arbitra- gem obrigatória vai afectar o quadro de equilíbrio das negociações conseguido até aqui. “Aquilo que a lei previa era que o Código fosse revisto no prazo de qua- tro anos. Mas não estava escrito que se tinha de esperar exactamente es- se tempo. Pessoalmente, acho mal estar a mexer demasiado cedo”, afirma Luís Pais Antunes. PÁG. 06 Processos de negociação colectiva mais demorados e complicados. Este é o resultado que se espera das alterações recentemente in- troduzidas pelo Governo no Código do Trabalho e respectiva regulamentação. Luís País Antunes, ex-se- cretário de Estado do Tra- balho, não encontra justifi- cação para uma revisão an- tecipada do código. “Faria mais sentido que o Gover- no levasse a cabo a análise profunda sobre as relações laborais em Portugal, co- mo prometeu, e só depois avançasse com as altera- ções. Esta metodologia de fazer pequenas alterações sucessivas é certamente má para a economia, para os agentes económicos e até má para os trabalhadores e para as empresas”, afirma. AIMMAP e CIP têm a mesma opinião, e esta úl- “AU REVOIR” ESCRITURAS... A partir de 30 de Junho, desapa- rece a obrigatoriedade das escritu- ras públicas para as constituições, fusões e aquisições de empresas. A publicação electrónica e o re- gisto “on-line” são outras duas medidas que vão reduzir custos. A autenticação e o reconheci- mento presencial de assinaturas poderão ser feitos pelas câmaras de comércio e indústria. PÁG. 07 “Guerra” no crédito à habitação Barclays, BPI e Santander Totta com “spreads” de 0,29% A “guerra” está instalada e quem ganha são os clientes. A oferta de crédito à habitação é vasta e as opções são muitas. Nos últimos meses, as campanhas mostram os “spreads” a diminuir e, na última semana, o mínimo foi atingido: 0,29%. PÁG. 37 NUTRICAFÉS CRESCE PARA ESPANHA PÁG. 31 IVA PENALIZA EMPRESAS As associações representativas do sector automóvel e da hotelaria e restauração consideram que a divergência fiscal relativamente ao praticado noutros países da União Europeia, quanto à dedu- tibilidade no IVA de certas des- pesas, penaliza a competitividade das empresas portuguesas. Recla- mam, por isso, a alteração da lei neste aspecto. PÁG. 35 AUTORIZAÇÃO Nº 314 DE 2314/97 RCN PRIME LIMITADO SIPIE encerra primeira fase de candidaturas a 11 de Abril. PÁG. 15 LISBOA ATRACTIVA Lisboa é a 14 ª cidade da Europa mais atractiva para a fixação de empresas. PÁG. 16 43% ENDIVIDAMENTO EXTERNO PREOCUPA AIP PÁG. 07 CUSTO DE UTILIZAÇÃO É 47% MAIS BAIXO NO DIESEL O mais recente estudo de TCO (“total cust of ownership”, ou custos totais de utilização) ela- borado pela especialista Fleet Data, a que a “Vida Económica” teve acesso, comprova que, a partir de uma mé- dia de 30 mil km, o diesel é mais compensador do que a gasolina, chegando o TCO a ser mais baixo 47%. Este estu- do comprova a teoria de que, com um elevado número de km, o diesel é compensador. PÁG. 04 SUPLEMENTO FROTAS AUTOMÓVEIS SONAECOM ABERTA A PARCERIA COM A TELEFÓNICA Uma parceria operacional e es- tratégica entre a PT/Sonaecom e a Telefónica é uma possibili- dade, admitiu Paulo Azevedo, o presidente da Sonaecom, excluindo liminarmente uma parceria de capital. Paulo Azevedo admite ficar com apenas 50% da rede fixa de telecomunicações. PÁG. 26 TELECOMUNICAÇÕES “VIDA ECONÓMICA” REFORÇA LIDERANÇA NOS JORNAIS ECONÓMICOS Os últimos dados da APCT – As- sociação Portuguesa de Controlo de Tiragem revelam que em 2005 a Vida Económica consolidou a primeira posição no mercado em termos de circulação paga e de cir- culação total. (Continua na pág. 48)

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Page 1: ve_ed1145-18ef03b456626b9e... · DIRECTOR João Peixoto de Sousa N.º 1145 / 07 Abril 2006 / Semanal / 2H ALTERAÇÕES AO CÓDIGO DO TRABALHO SÃO INOPORTUNAS tima diz que só concordou

DIRECTORJoão Peixoto de Sousa

N.º 1145 / 07 Abril 2006 / Semanal / 2H

www.vidaeconomica.pt

ALTERAÇÕES AO CÓDIGO DO TRABALHO SÃO

INOPORTUNAStima diz que só concordou com a proposta do Gover-no para evitar males muito maiores para as empresas que as propostas iniciais contemplavam.Se, por um lado, Pais Antu-nes reprova o poder excessi-vo do ministro do Trabalho na fase de caducidade das convenções colectivas, por outro, AIMMAP e CIP consideram que a arbitra-gem obrigatória vai afectar o quadro de equilíbrio das negociações conseguido até aqui.“Aquilo que a lei previa era que o Código fosse revisto no prazo de qua-tro anos. Mas não estava escrito que se tinha de esperar exactamente es-se tempo. Pessoalmente, acho mal estar a mexer demasiado cedo”, afirma Luís Pais Antunes.

PÁG. 06

Processos de negociação colectiva mais demorados e complicados. Este é o resultado que se espera das alterações recentemente in-troduzidas pelo Governo no Código do Trabalho e respectiva regulamentação.Luís País Antunes, ex-se-cretário de Estado do Tra-balho, não encontra justifi-cação para uma revisão an-tecipada do código. “Faria mais sentido que o Gover-no levasse a cabo a análise profunda sobre as relações laborais em Portugal, co-mo prometeu, e só depois avançasse com as altera-ções. Esta metodologia de fazer pequenas alterações sucessivas é certamente má para a economia, para os agentes económicos e até má para os trabalhadores e para as empresas”, afirma. AIMMAP e CIP têm a mesma opinião, e esta úl-

“AU REVOIR” ESCRITURAS...

A partir de 30 de Junho, desapa-rece a obrigatoriedade das escritu-ras públicas para as constituições, fusões e aquisições de empresas. A publicação electrónica e o re-gisto “on-line” são outras duas medidas que vão reduzir custos.A autenticação e o reconheci-mento presencial de assinaturas poderão ser feitos pelas câmaras de comércio e indústria.

PÁG. 07

“Guerra” no crédito à habitação

Barclays, BPI e Santander Totta com “spreads” de 0,29%A “guerra” está instalada e quem ganha são os clientes. A oferta de crédito à habitação é vasta e as opções são muitas. Nos últimos meses, as campanhas mostram os “spreads” a diminuir e, na última semana, o mínimo foi atingido: 0,29%.

PÁG. 37

NUTRICAFÉS CRESCE PARA ESPANHA

PÁG. 31

IVA PENALIZA EMPRESAS

As associações representativas do sector automóvel e da hotelaria e restauração consideram que a divergência fiscal relativamente ao praticado noutros países da União Europeia, quanto à dedu-tibilidade no IVA de certas des-pesas, penaliza a competitividade das empresas portuguesas. Recla-mam, por isso, a alteração da lei neste aspecto.

PÁG. 35

AUTORIZAÇÃO Nº 314 DE 2314/97 RCN

PRIME LIMITADOSIPIE encerra primeira fase de candidaturas a 11 de Abril.

PÁG. 15

LISBOA ATRACTIVA Lisboa é a 14 ª cidade da Europa mais atractiva para a fixação de empresas.

PÁG. 16

43%ENDIVIDAMENTO EXTERNO PREOCUPA AIP

PÁG. 07

CUSTO DE UTILIZAÇÃO É 47% MAIS BAIXO NO DIESEL

O mais recente estudo de TCO (“total cust of ownership”, ou custos totais de utilização) ela-borado pela especialista Fleet Data, a que a “Vida Económica” teve acesso, c o m p r o v a que, a partir de uma mé-dia de 30 mil km, o diesel é mais compensador do que a gasolina, chegando o TCO a ser mais baixo 47%. Este estu-do comprova a teoria de que, com um elevado número de km, o diesel é compensador.

PÁG. 04

SUPLEMENTO FROTAS

AUTOMÓVEIS

SONAECOM ABERTA A PARCERIA COM A TELEFÓNICA

Uma parceria operacional e es-tratégica entre a PT/Sonaecom e a Telefónica é uma possibili-dade, admitiu Paulo Azevedo, o presidente da Sonaecom, excluindo liminarmente uma parceria de capital. Paulo Azevedo admite ficar com apenas 50% da rede fixa de telecomunicações.

PÁG. 26

TELECOMUNICAÇÕES

“VIDA ECONÓMICA” REFORÇA LIDERANÇA NOS JORNAIS ECONÓMICOSOs últimos dados da APCT – As-sociação Portuguesa de Controlo de Tiragem revelam que em 2005 a Vida Económica consolidou a primeira posição no mercado em termos de circulação paga e de cir-culação total.

(Continua na pág. 48)

Page 2: ve_ed1145-18ef03b456626b9e... · DIRECTOR João Peixoto de Sousa N.º 1145 / 07 Abril 2006 / Semanal / 2H ALTERAÇÕES AO CÓDIGO DO TRABALHO SÃO INOPORTUNAS tima diz que só concordou

No que toca às protecções sociais, uma primeira trincheira de combate ergue-se, hoje, quanto aos chamados “direitos adquiridos”. Herdeiros de tempos faustos, de economias em crescimento, de demografias sustentadas, julgamos ter conquistado metas definitivas e intocáveis para todo o sempre.

Nas sociedades politicamente organizadas há, tradicionalmente, dois grandes tipos de protecções: as protecções civis e as protecções sociais.

As protecções civis dirigem-se às liberdades fundamentais dos cida-dãos com vista a assegurar-lhes a segurança das suas pessoas e dos seus bens. As protecções sociais, por seu lado, têm em vista os principais riscos sociais a que as pessoas estão sujeitas, designadamente a doença, os acidentes, o desemprego, a velhice e outras situações de carência social.

De um lado, então, estará o Estado de Direito e, do outro, o Estado Social (ou providência) num certo pacto civil e social com o cidadãos. A questão, iminente, é, porém, a das ameaças que pairam sobre tal tipo de pactos face ao crescimento da insegurança civil e social que cada dia atinge novas formas e novos espaços.

O terrorismo, nas suas modalidades mais esconsas ou mediáticas, está pre-sente no espírito de muitos e no subconsciente de quase todos e ninguém pode ignorar que em qualquer momento, em qualquer lugar, sob qualquer forma, um acto criminoso terrorista poderá acontecer.

No que toca às protecções sociais, uma primeira trincheira de combate er-gue-se, hoje, quanto aos chamados “direitos adquiridos”. Herdeiros de tempos faustos, de economias em crescimento, de demografias sustentadas, julgamos ter

conquistado metas definitivas e intocá-veis para todo o sempre. E que também os novos riscos sociais, sempre à espreita, não poderão, de modo algum, deixar de ter as protecções a que nos habituára-mos.

Ameaças inesperadas, surpreendentes, inacreditáveis ainda ontem, rodeiam ou ferem, hoje, já, o círculo das nossas so-ciedades individualistas.

É o desemprego que alastra e a protec-ção no desemprego que não consegue ter mão nessa avalancha de novas carências.

É a doença que exige cuidados mais sofisticados e largos mas que depara com

a falta de meios para partilhar solidariamente o sofrimento. São as pensões de reforma que se retraem na falência inelutável de sistemas

construídos para um outro modo de viver e de trabalhar que não é o de hoje e menos será, ainda, o de amanhã.

É a economia tradicional que se desmorona estonteantemente e a decorrente falta de imaginação para redesenhar novas relações e áreas de produção.

Enfim, a precaridade de tudo já está em todo o lado.O que significa, pois, ser protegido neste tempo de mudança acelerada numa

sociedade egoísta de indivíduos? Deve ter o Estado o monopólio de todo e qualquer tipo de protecção, ou as

suas funções, também nesta área, deverão ser redesenhadas?Estas são algumas das questões que aborda Robert Castel, no seu pequeno-

grande livro “L’insécurité sociale” (“Que’est ce qu’être protegé?”, 2003, Seuil).Importa sublinhar que teremos de combater esta vaga emergente e crescente

de insegurança social. Uns na ilusão de que tudo acontece aos outros e que, por isso, basta assobiar para o lado; outros implicando-se na sociedade para cons-truir, eles próprios, as suas protecções civis e sociais.

“Teremos de combater esta vaga emergente e crecente de insegurança social.”

EMPRESAS CITADAS

GM ........................................ 03

Peugeot ................................. 03

VW ........................................ 08

Bertrand ................................ 11

Groundforce ........................... 14

Getronics ............................... 14

Moutinho & Moutinho ............. 17

JetClass ................................. 17

SINASE ................................. 18

Vision Ware ............................ 20

Promosoft .............................. 20

Remax Portugal ...................... 22

Planbelas ............................... 23

CB Richard Ellis ..................... 23

Jones Lang LaSalle ................. 23

Lufthansa .............................. 24

Casais ................................... 24

Vodafone ................................ 26

Sonaecom .............................. 29

Bial ....................................... 29

Acordo SGPS ......................... 29

Companhia das Quintas ........... 29

Nutricafés .............................. 31

Allbecon ................................ 31

Ibersol ................................... 33

Barclays ................................ 37

BPI ....................................... 37

Santander Totta ...................... 37

BBVA .................................... 41

Millennium ............................ 41

SUPLEMENTO FROTAS

ALD Automotive ..................... 03

Finlog .................................... 06

Classis ................................... 08

Arval ..................................... 10

Ford Lusitana ......................... 12

Inosat .................................... 14

ANIET TEM NOVOS ÓRGÃOS SOCIAIS

Eduardo Cardoso (da Alempe-dras) continua à frente da Di-recção da ANIET – Associação Nacional da Indústria Extractiva e Transformadora. A ANIET tem como vice-pre-sidentes Fernando Augusto da Silva Silveira (Mota Engil) e Rui Nobre Rodrigues (Cimpor). Do-mingos Oliveira Peixoto (Monte Adriano) é o tesoureiro.

PME

INVESTIMENTO

IFDEP PROMOVE INSERÇÃO DE JOVENS QUADROS Encerram hoje as inscrições para a primeira acção do InovPME. O objectivo é integrar jovens licenciados nas PME. O InovPME vai abranger 60 PME da re-gião centro, das áreas da indústria, construção, comércio, turismo e serviços.

LINHA DE CRÉDITO DE 700 MILHÕES PARA ANGOLA O Governo anunciou em Luanda a criação de três linhas de crédito num total de 700 milhões de euros. O objectivo é reforçar os apoios às exportações e investimentos nacionais em território angolano.

REGIÕES DE TURISMO QUEREM MAIORES COMPETÊNCIAS NO PLANEAMENTO DO SECTORA ANRET quer ter uma participação mais activa na definição estratégica para o sector, sobretudo ao nível do planeamento e promoção interna da activida-de turística.Reclama ainda a urgente revisão a lei-quadro que coordena as funções dos organismos locais.

NESTA EDIÇÃO

Abertura

HUMOR ECONÓMICO

TURISMO

CAUSAS DO DIA-A-DIA

ASSOCIATIVISMO

ANTÓNIO VILARADVOGADO

[email protected]

INSEGURANÇA

EDITOR E PROPRIETÁRIO: Peixoto de Sousa

REDACÇÃO: Virgílio Ferreira (Chefe de Re-dacção), Guilherme Osswald, Sandra Ribeiro, Susana Marvão, Gabriela Raposo, Bárbara Andrade, Aquiles Pinto, Catarina Jesus, Mar-tim Porto, Rute Barreira e Adérito Bandeira.

SECRETÁRIA DA REDACÇÃO: Lisbeth Ferreira [email protected]

PAGINAÇÃO: Célia César, Mário Almeida, Flá-via Leitão, José Barbosa e Susana Almeida.

CENTRO DE INFORMÁTICA: Paulo AlexandreContactos Porto: Rua Gonçalo Cristóvão, 111, 6º Esq. 4049-037 PortoTel.: 223 399 400 • Fax: 222 058 [email protected] Lisboa: Campo Pequeno, 50 - 4º Esq. 1000-081 Lisboa Tel.: 217 815 410 • Fax: 217 815 415

DEPARTAMENTO COMERCIAL:Porto: Teresa Claro e Madalena [email protected]@vidaeconomica.pt

Secretária Comercial: Alzira [email protected]. 223 399 404

Lisboa: Rita DiasE-mail: [email protected]. 217 815 410

EMPRESA CERTIFICADA

TIRAGEM CONTROLADA PELA:

TIRAGEM DESTA EDIÇÃO: 21.200

4000 Município (Porto) TAXA PAGARegisto na D. G. C. S. nº 109 477 • Depósito Legal nº 33 445/89 • ISSN. 0871-4320 • Registo do ICS nº 109 477

MEMBRO DA EUROPEAN BUSINESS PRESS

ASSINATURAS: Maria José Teixeira, Carla [email protected]

IMPRESSÃO: Naveprinter, SA - Porto

DISTRIBUIÇÃO: VASP, Sociedade de Trans-portes e Distribuição, SAMLP: Media Logistics ParkQuinta do Grajal - Venda Seca2739-511 Agualva - CacémE-mail: [email protected].: 214 337 000 - Fax: 214 326 009

P. 32 P. 19 P. 25

sexta-feira, 07 Abril de 2006ACTUALIDADE02

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25%Provisão

sobre o montante global

para os bancos a operarem em Angola

EXPANSIÓN

GM vende mais de metade da divisão financeiraO gigante norte-americano General Motors vendeu 51% da sua divisão finan-ceira ao consórcio de investimento Cerberus Capital Management por 14 mil milhões de dólares. O desinvestimento integra-se no plano de saneamento das suas contas por parte do grupo de Detroit. No grupo investidor também se incluem os bancos Citigroup e Aozora do Japão. A GM espera que a operação esteja concluída no terceiro trimestre, depois de as autoridades darem a respec-tiva autorização. A venda de 51% da GMAC tem a ver com o plano de rees-truturação do gigante norte-americano, o qual implica ainda o encerramento de 12 instalações fabris e a supressão de 30 mil postos de trabalho (...).

INVESTIR

Peugeot aposta na ChinaA Peugeot e o seu parceiro chinês Dongfeng querem desenvolver rapidamente as suas operações na China. Este ano, a empresa conjunta espera comercializar cerca de 200 mil viaturas, contra 140 mil no ano transacto. O objectivo é chegar a uma quota de mercado até 10%, contra 4,5% no exercício transacto. As duas empresas vão abrir uma nova fábrica na China. Outra intenção da Peugeot é vender todos os seus modelos naquele mercado, ainda com forte potencial de crescimento.

EUROSTAT

Inflação estabiliza na zona euroA taxa de inflação anual da zona euro foi de 2,2% no mês de Março, contra 2,3% em Fevereiro. Entretanto, o indicador de clima de negócios continuou a subir em Março pelo que se pode concluir que o crescimento da produção industrial foi sustentado no primeiro trimestre. As exportações mostram ten-dência para uma melhoria já assinalável.

TENDÊNCIASECONÓMETRO

FACTOS RELEVANTES

CRISE ACENTUA-SE NO SECTOR DA CONSTRUÇÃOO primeiro trimestre revelou

uma nova queda na confiança dos empresários da construção. A carteira de encomendas nas obras públicas encontra-se ao pior nível desde Junho e a que-da na construção de habitação nova não está a ser contrariada pela reabilitação. A Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AIC-COPN) fala de uma grave crise no sector.

No terreno, a situação é mui-to complicada, com implica-ções ao nível da situação finan-

ceira das empresas. Os preços tendem a descer ainda mais e está fora de causa a criação de postos de trabalho. Os grandes investimentos em obras públi-cas, anunciados pelo Governo, não estão a concretizar-se. O segmento das obras públicas revelou mesmo, no primeiro trimestre, o pior comportamen-to, com a agravante do forte aumento da concorrência.

Ao nível da construção de edifícios para habitação, as coisas não estão melhores. Face a este cenário, a AIC-

COPN considera fundamental a criação de incentivos ao in-vestimento na reabilitação que dotem a actividade de viabili-dade financeira. “Todavia, na legislação já publicada, esse tipo de incentivos não mere-ceu a atenção necessária para relançar o mercado de arren-damento, quando essa é uma premissa essencial e que deve contar com uma dotação orça-mental suficiente para relançar a reabilitação urbana”, conclui a associação no seu estudo de conjuntura de Março.

GESTORES ESTÃO PREOCUPADOS COM AS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS

A maioria dos gestores euro-peus considera as alterações cli-máticas a maior ameaça ao am-biente. Os gestores alemães são os que mais se preocupam com este problema. Os franceses são os que manifestam menor preo-cupação com as alterações cli-máticas e os que mais pensam na poluição da água. Estas as conclusões retiradas de um estu-do da UPS sobre as questões do ambiente global. Os resultados

do inquérito revelam que os ges-tores não estão tão preocupados com o ambiente na altura de se-leccionarem os seus fornecedo-res. O sistema de gestão ambien-tal aparece como o quinto aspec-to mais importante, depois da contabilidade transparente, da confidencialidade e dos padrões de segurança e protecção. A efi-ciência energética e as emissões aparecem bastante mais atrás. No entanto, as questões ambien-

tais foram referidas como mais importantes na avaliação dos for-necedores do que na política de igualdade de oportunidades ou o investimento comunitário e as ofertas caritativas.

A esmagadora maioria dos ges-tores europeus acha que o apoio ao desenvolvimento de combus-tíveis e energia alternativos para os veículos constitui a política de transporte mais eficaz para a protecção ambiental.

sexta-feira, 07 Abril de 2006 03ACTUALIDADE

Fonte: INE

REVISTA DE IMPRENSA

QUEBRA ACENTUA-SE NA PRODUÇÃO INDUSTRIAL (variação mensal em %)

CORREIA DE CAMPOSO ministro da Saúde será sempre alvo de críticas, tendo em conta que tutela um dos sectores mais difíceis do tecido económico e sujei-to a fortes pressões. No entanto, tem apresentado trabalho e algumas medidas são de louvar. É o caso da imposição aos laboratórios de um maior controlo sobre os preços dos medicamentos. Com esta medida, pretende-se evitar a “especulação” nos custos da saúde. Entretanto, para já, o ministro parece ter ganho o primeiro grande confronto com as farmácias. As intenções ministeriais estão a ir avante.

ROGÉRIO ALVESO bastonário da Ordem dos Advogados já afirmou que não vai aceitar cursos de Direito com apenas três anos, tal como é sugerido pelo Processo de Bolonha. Num primeiro passo, a ordem vai avaliar os cursos para saber quais aqueles em que poderá ser suprimida uma parte do Estágio. Sobretudo, aquele responsável quis deixar claro que a profissão não pode perder qualidade e que a parte prática deve merecer uma atenção especial. Espera-se que a Ordem saiba agora encontrar soluções para uma situação sem retorno.

JOSÉ SÓCRATESO desfecho foi aquele que se previa e de carácter eminentemente político. A Polícia Judiciária está numa situação financeira de ex-trema gravidade, o director abre a boca, os dois ministros Costa não se entendem e a solução está encontrada, sai o responsável da PJ. Portanto, estar à frente de uma polícia é um cargo político e não convém sair da ordem. Alberto Costa, ministro da Justiça, salva a “cabeça” e Sócrates dá a imagem de homem forte. Uma novela de-veras lamentável.

TEIXEIRA DOS SANTOSO discurso do ministro das Finanças começa a ser repetitivo e levanta sérias dúvidas. Não é compreensível alguém ficar satisfeito com um défice de 6% e até afirmar que os objectivos estão a ser alcançados, sem recurso a medidas extraordinárias. Então o aumento do IVA e o agravamento dos impostos não são medidas extraordinárias? E há um controlo efectivo das despesas do Estado? É evidente que assim não é. Teixeira dos Santos tem que dar sinais mais concretos do que está a ser feito, de facto, para controlar a despesa pública e não se limitar a anunciar medidas de duvidosa concretização na prática.

50cêntimos

Dividendo bruto por acção do Banif

aos accionistas

Fonte: INE

EMPREGO MANTÉM-SE POSITIVO NO RETALHO (variação média no ano em %)

Fonte: INFARMED

COMPARTICIPAÇÕES NÃO BAIXAM NOS MEDICAMENTOS (mil milhões de euros)

10 milhões euros Prejuízo da TAP

no exercício passado

Fev.-05 Mar.-05 Abr.-05 Mai.-05 Jun.-05 Jul.-05 Agos.-05 Set.-05 Out.-05 Nov.-05 Dez.-05 Jan.-06 Fev.-06

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2

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Fev.-05 Mar.-05 Abr.-05 Mai.-05 Jun.-05 Jul.-05 Agos.-05 Set.-05 Out.-05 Nov.-05 Dez.-05 Jan.-06 Fev.-06

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0

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1

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2001 2002 2003 2004 2005

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Nova entidade deverá ser proposta ao Governo pela JMP até ao Verão

Concelhos do Porto avaliam estrutura privada para promover a regiãoO Grande Porto poderá vir a contar com uma entidade responsável pelo desenvolvimento do turismo da região e da sua promoção interna e externa. A futura estrutura deverá ser privada, profissionalizada e sem fins lucrativos. O grande objectivo é cuidar diariamente do turismo dos 14 concelhos da Área Metropolitana. Neste momento, a associação está ainda em fase embrionária. A sua constituição está a ser analisada por uma comissão de trabalho criada: o Conselho Metropolitano do Turismo do Porto.

Os 14 concelhos da Área Metropo-litana do Porto estão a analisar a criação de uma estrutura privada

para o desenvolvimento do turismo da re-gião e da sua promoção interna e externa. O esforço cabe ao Conselho Metropolitano do Turismo do Porto, uma das cinco co-missões de trabalho definidas por Rui Rio, para acompanhar as cinco áreas estratégicas para a região. Além do turismo, conta-se como prioridade da Junta Metropolitana do Porto (JMP) o ambiente, a protecção civil, a educação e a cultura. No caso do tu-rismo, o objectivo do grupo de trabalho é analisar a actual realidade da actividade no Grande Porto, avaliando a oferta e a procu-ra turísticas. Quando terminar a avaliação, pretende-se propor à JMP um plano de ac-ção, adiantou à “Vida Económica” Nuno Oliveira, coordenador do conselho para o turismo.

Segundo explicou o vice-presidente da Câmara Municipal de Matosinhos (a au-tarquia que dirige este grupo de trabalho), “nunca houve uma concertação entre as autarquias da região para a consolidação do Porto enquanto destino turístico”. Até à data, verificam-se “acções desarticuladas das várias câmaras”, acrescentou. Os res-ponsáveis autárquicos consideram ainda que “nunca houve promoção interna do

Porto”. A partir de 1 de Janeiro de 2007, não se sabe como irá funcionar a promo-ção turística no estrangeiro, com o fim do modelo da contratualização que juntou público e privado na promoção do destino no exterior. Foram estas lacunas, e o facto de julgarem que “há muito para fazer nes-se âmbito”, que motivaram o poder local a reunir-se mensalmente para discutir o pa-norama do turismo.

O programa de trabalho tem como base um estudo encomendado pelo anterior mandato da JMP à empresa de consultoria Deloitte. Depois de uma comparação entre o Porto e Lisboa, Barcelona e as principais regiões turísticas francesas, a análise reco-mendou a criação de uma “estrutura profis-sionalizada, privada e sem fins lucrativos”, referiu o vereador de Matosinhos. Depois da reunião de ontem, em que a comissão se sentou à mesa com o Porto Convention Bureau (PCB)-, entidade que promove a cidade no segmento dos congressos e even-tos – deverá prosseguir-se a análise para a criação de “uma única estrutura para o de-senvolvimento e promoção do Grande Por-to como destino turístico”, explicou Nuno Oliveira. Neste momento, ainda não se de-finiu se a próxima entidade vai ou não tra-balhar independentemente. A junção com o PCB e com a Adeturn, a agência regional

Porto de Leixões, no aeroporto Sá Carnei-ro e na captação de novas rotas “low-cost” e de longo curso, potenciaram o turismo da região, entende Nuno Oliveira. Face à diversidade da oferta turística que os 14 concelhos da região apresentam, “faz todo o sentido chamarmos ao Grande Porto turistas portugueses e estrangeiros”, de-fendeu.

De acordo com o coordenador do Conse-lho Metropolitano do Turismo, “não basta atrair turistas se não existir uma mensagem forte”. A futura agência deverá ter o cuida-do de desenvolver uma linguagem comum a todas as autarquias. “O produto turístico não vale de per si se não existirem sinergias municipais e supramunicipais”, sustentou. Segundo o estudo da Deloitte, os turistas que já visitaram o Porto referem que gos-taram do destino, mas que não tencionam regressar. O Conselho propõe-se mudar essa motivação e fazer com que “o turista estrangeiro tenha vontade de voltar”. No sentido de “agarrar” esse fluxo, a animação turística dos vários concelhos é definida como prioritária. A captação de grandes eventos e de congressos é outro dos seg-mentos estratégicos para atrair um maior fluxo de turistas para o Grande Porto.

GABRIELA [email protected]

responsável pela promoção externa do Porto e Norte de Portugal, é também uma das hi-póteses, prosseguiu o responsável. A certeza existe ao nível dos objectivos da futura ins-tituição. “Deverá cuidar do turismo todos os dias, juntando os esforços e a riqueza dos 14 concelhos do Porto”, afirmou o autarca. Actualmente, Agência ou Associação do Tu-rismo do Porto são os dois nomes possíveis para designar a futura estrutura. Quanto à liderança da entidade, existem várias alter-nativas, podendo ficar a cargo da JMP ou de uma sociedade com privados. No que toca ao financiamento, as verbas serão atribuí-das também pela junta, pelo sector privado e uma parte deverá ser oriunda do Orça-mento do Estado. Dentro de dois meses, a comissão de trabalho vai apresentar a pro-posta à Junta de Metropolitana do Porto. Só depois, após aprovação, o grupo liderado por Rui Rio passa à elaboração de um plano de acção, que deverá estar concluído até ao final do ano. Entretanto, no Verão a Junta Metropolitana deverá iniciar a interlocução com o Governo.

Região com potencial diverso

Os recentes investimentos realizados na Área Metropolitana do Porto, na reabili-tação urbana, na rede de transportes, no

É nas empresas que o presidente do Icep reconhece o papel mais importante na promoção de Portugal do exterior.

Durante um evento sobre marketing de ci-dades, que decorreu na passada semana, no Porto, promovido pelo Instituto Português de Administração e Marketing (IPAM), João Marques da Cruz abordou a marca país referindo duas teorias para a construir. Uma corresponde ao esforço do Estado na promoção do país; outra passa pela imagem das marcas no exterior. Porque é, sobretudo, na eficiência da segunda que o presidente do Icep acredita, anunciou como uma das próximas medidas de promoção de Portugal no exterior a criação do Clube das Marcas. Trata-se de um projecto na qual participam entre 60 e 70 marcas portuguesas e que re-sultará desde logo num fórum de discussão, no próximo dia 3 de Maio, num livro e num site, que serão apresentados durante o even-to.

Em declarações à Vida Económica, João Marques da Cruz, esclarece que farão parte do clube algumas das marcas certificadas pelo Icep no âmbito do Programa das Marcas Portuguesas e outras consideradas essenciais pela sua visibili-dade.

O presidente do Icep adianta que o Fórum das Marcas pretende ser “um espaço de reunião

dos maiores interventores do processo de con-strução da marca Portugal que são as empresas, sublinha Marques da Cruz.

O Clube das Marcas é 100% financiado por dinheiro público, informa o presidente do Icep. Insere-se no Programa das Marcas Portuguesas que tem um orçamento de um milhão de euros por ano.

O Programa Marca Portugal, que tem como objectivos reposicionar a percepção da oferta de produtos e serviços portugueses aumentando o seu valor através das marcas e a penetração nos mercados interno e externos.

Portugal no “eixo do Amor”

Para João Marques da Cruz, cabe às entidades públicas tentar criar o “élan” que permita pro-jectar Portugal e cabe a todos os portugueses a responsabilidade de tentar melhorar a imagem do país lá fora. É convicção do presidente do Icep, expressa na conferência sobre Marketing das Cidades, que dividindo-se a percepção dos países no exterior em dois eixos do Amor e do Respeito, Portugal se posiciona no do Amor, da mesma forma que, por exemplo, a Aleman-ha está no do Respeito.

CATARINA [email protected]

Nuno Oliveira, vice-presidente da Câmara Municipal de Matosinhos, é o coordenador do Conselho Metropolitano do Turismo do Porto.

Icep promove Clube das MarcasDia 3 de Maio, membros reúnem-se num fórum de discussão no qual será lançado um livro e um site que promovem mais de 60 marcas portuguesas

sexta-feira, 07 Abril de 2006ACTUALIDADE04

“Os maiores interventores do processo de construção da marca Portugal são as empresas”, considera João Marques da Cruz.

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Médicos devem receber educação contínuaSobrinho Simões defende “aumento do contacto dos alunos do curso de medicina, logo na fase inicial, com hospitais e centros de saúde”

“A medicina tem para-digmas. Havia um pa-radigma profissional,

que era a do médico sozinho, privado ou na instituição hospi-talar, mas sozinho. Era assalaria-do, mas estava sozinho”. O certo é que o paradigma profissional do médico “mudou muito, per-tence agora a estruturas muito complexas, multidisciplinares, com muitos profissionais, em empresas que têm o lucro como um dos objectivos mais impor-tantes”. A par disso, “com a des-coberta do genoma humano, o paradigma científico da medici-na, que era o da fisiopatologia, passou a ser um paradigma ge-nético”. Isto tornou a quantida-de de informação para os médi-cos “horrorosa” porque imensa.

O diagnóstico foi traçado à “Vida Económica” por Manuel Sobrinho Simões, patologista, Presidente do IPATIMUP (Ins-tituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto), à margem do XII Con-gresso Nacional de Medicina, que decorreu recentemente no Porto.

Se é assim, como formar mé-dicos, “neste novo paradigma, que é muito mais exigente?”. A resposta de Sobrinho Simões à “Vida Económica” não se fez esperar e incide na aposta na formação médica contínua. E é essa formação contínua, insis-tentemente ligada à componente prática, que “deve dar resposta” ao desafio “para onde vamos?” quando falamos de Serviço Na-cional de Saúde e que serviu de tema ao último congresso da Ordem dos Médicos. É que, de acordo com aquele especialista, “para além de qualquer diferen-ça que possa haver em termos de governação, de organização, de avaliação, de natureza estrutural nas carreiras médicas, a solução passa por “aumentar o contacto dos alunos do curso de medici-na, logo na sua fase inicial, com hospitais e centros de saúde”.

Sobrinho Simões tem cons-ciência de que, “à medida que aumenta a quantidade de infor-mação, o médico não ganha em ficar afastado dos doentes”. “O aluno de medicina deve ser pos-

to em contacto, logo no primei-ro ano”, com a realidade prática da medicina. Para o Presidente do IPATIMUP, que dedica a vida a fazer diagnósticos e que nunca exerceu medicina privada, a solução passa por “aumentar a quantidade de permanência dos médicos, numa fase formativa, junto de instituições de saúde e ir acompanhando isso da tal in-formação genética. Tem de haver mais contactos com os doentes, com as famílias, mas também por causa da medicina preventiva, com os idosos, com as grávidas”. É que “hoje há tanta informação genética que a sedução de fazer um curso, por exemplo, de três anos só a dar aos alunos genéti-ca, é mortal, porque não se dá tudo e eles não aprendem. É um pouco paradoxal, mas, por es-tranho que pareça, quanto mais aumenta a informação necessária do ponto de vista científico, mais eu acho que ela deve ser ancora-da nos aspectos práticos”, afirma Sobrinho Simões.

Questionado pela “Vida Eco-nómica” sobre como articular

médica deixou de ser só o ensino médico, a formação médica é o ensino pré-graduado, é a especia-lidade, que é parte integrante e, cada vez mais, a formação contí-nua”. Porque esse é precisamente “outro dos problemas que temos: como há uma grande evolução dos conhecimentos, ou a gente faz educação contínua a todos médicos mais antigos ou eles ra-pidamente se desactualizam”.

Para aquele especialista, “o que é importante é ser-se muito bom médico, muito bom especialista, fazer educação contínua. Nós temos de criar treino de educar continuamente os profissionais. E isso não é só em medicina. Portugal está atrasadíssimo em educação contínua”.

TERESA SILVEIRA

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“O Serviço Nacional de Saúde é sustentável”Estudo do economista Eugénio Rosa foi apresentado no XII Congresso Nacional de Medicina

O objectivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS) “não é o lucro”. Esta a razão pela qual, na opinião

do economista Eugénio Rosa, membro do Gabinete de Estudos da CGTP, a sustenta-bilidade do SNS “é possível” e deve ser ana-lisada em três dimensões: a “eficácia”, que “visa assegurar a universalidade do direito à saúde e melhorias contínuas na saúde da população”, a “eficiência”, que “significa uma boa utilização dos recursos disponíveis para assegurar o equilíbrio das suas contas” e a “responsabilização” pelo incumprimento dos objec-tivos e pelas ineficiências.

Em Portugal “a taxa de mortalidade infantil pas-sou de 55,5% para apenas 4,1% entre 1970 e 2003 e a esperança de vida à nascen-ça “aumentou de 67,5 anos para 77,3 anos no mesmo período, o que representa “importantes ganhos de saúde da população de Por-tugal” que devem ser “realçados”, e que “se devem, sem dúvida, ao SNS”.

Eugénio Rosa analisa ainda a relação cus-tos, no sentido de ver se as melhorias veri-ficadas na saúde em Portugal foram conse-guidas com custos mais elevados do que em outros países. E, socorrendo-se de dados da OCDE, Eugénio Rosa afirma que “em Por-tugal a despesa com a saúde por habitante aumentou em 1716 dólares (passou de 51 para 1797 dólares), enquanto na Alema-nha cresceu em 2726 dólares por habitan-te (passou de 270 para 2996 dólares)”. Na

Dinamarca, por sua vez, diz Eugénio Rosa, “a despesa com saúde por habitante subiu 2368 dólares, passando de 395 para 2763 dólares” e nos Estados Unidos esse valor “aumentou 5.288 dólares”.

A par disto, diz o economista do Gabi-nete de estudos da CGTP, e citando o livro “Regulação na Saúde, do ex-Presidente da Entidade Reguladora da Saúde, Rui Nunes, “um estudo do Tribunal de Contas em 2003 concluiu que o desperdício de recursos fi-nanceiros no Serviço Nacional de Saúde

atinge 25% do montante afectado à saúde”. Ora, de acordo com o mesmo eco-nomista, “25% da despesa prevista do Serviço Nacio-nal de Saúde para 2006 corresponde a mais de 2000 milhões de euros”.

A finalizar, e citando ainda dados da OCDE, Eugénio Rosa constata que “apesar do número de en-fermeiros por 1000 habi-

tantes ser inferior aos dos outros países, em relação ao número de médicos por 1000 ha-bitantes, isso já não se verifica”. De acordo com o economista, “o que parece existir é uma deficiente repartição dos médicos pelas diferentes áreas, o que agrava as deficiências existentes”, para além do facto de, em Por-tugal, se “continuar a investir fundamen-talmente na medicina curativa, hospitalar, muito cara, e pouco na promoção da saúde, ou seja, nos centros de saúde”.

TERESA SILVEIRA

RECURSOS DE PRODUÇÃO DO SERVIÇO NACIONAL DE SAÚDE 2004 (Continente)

População residente 100 43763Centros de saúde 347Centros de saúde com SAP (Serviço Atendimento Permanente) 265Centros de saúde com unidades de internamento 51Total de camas 779Hospitais (total) 92Hospitais centrais 35Hospitais gerais 14Hospitais especializados ** 21Hospitais distritais gerais 36Hospitais distritais nível I 21Total de camas 25 832Especialidades cirúrgicas 11 696Especialidades médicas 12 693Outras 1 443

** - Inclui 6 hospitais psiquiátricos, 3 centros regionais de alcoologia e 1 centro psiquiátrico de recuperação.

FONTE: Direcção-Geral de Saúde

todos estes aspectos da formação médica com as exigências impos-tas pela Declaração de Bolonha, o Presidente do IPATIMUP es-clarece: “Eu acho que o curso de medicina, como o de arquitectu-ra, deve ser poupado àquela inter-rupção a meio dando uma licen-ciatura. Os três primeiros anos na Medicina não deveriam dar lugar a nada. Acho que o curso deve ser de 6 anos, ao qual corresponde o grau de médico e que pode ser acompanhado da elaboração de uma tese, isto é, o médico fica simultaneamente profissional e com o mestrado”.

Ainda assim, Sobrinho Simões considera que “o médico deve en-trar para a especialidade – e este é um aspecto que eu acho muito importante”, porque “a formação

“Em Portugal, a comparticipação do Estado nas despesas totais de saúde da população é das mais baixas da Europa e está a diminuir”.

sexta-feira, 07 Abril de 2006 05ACTUALIDADE

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“Em termos substantivos, algumas das questões das redacções finais do diplo-ma acabam por não ser tão graves como eram inicialmente, porque com a nego-ciação que houve antes com os parceiros sociais foram reduzidas parte dos danos que aquilo poderia causar.”“Em todo o caso, há claramente uma tendência de tornar a arbitragem incon-tornável, isto é, inevitável no que toca à contratação colectiva. Enquanto estrutu-ra patronal, temos muitas dúvidas de que esse caminho seja o melhor”, salienta António Saraiva, presente da AIMMAP – Associação dos Industriais Metalúrgicos, Metalomecânicos e Afins de Portugal .“Não parece que seja muito razoável o pa-pel que as alterações introduzidas vieram dar à área da arbitragem. Num ‘jogo’ a três, a arbitragem consubstancia-se sempre em ganhos para um dos lados. Não concor-damos, por isso, que a arbitragem tenha este papel de maior importância que resul-ta das alterações ao Código e à legislação regulamentar, no âmbito da contratação colectiva”, acrescenta António Saraiva.

Preocupante ainda na perspectiva da AIMMAP é o facto de o Governo ter aberto o precedente da revisão do Código do Tra-balho, não respeitando o prazo de quatro anos estabelecido.“O Estado português comprometeu-se a que nós teríamos quatro anos de esta-bilidade no que diz respeito à legislação laboral, designadamente que o Código do Trabalho não seria alterado nos próximos quatro anos. A verdade é que mudou o Governo, mas o Estado é o mesmo. En-tendemos que as maiorias parlamentares devem respeitar aquilo que são os com-promissos do Estado. Isso perturba a es-tabilidade que se pretende. Nós andamos sistematicamente a ser confrontados com alterações à legislação e isso não é bom para as empresas nem para os trabalha-dores”, acrescentou.Nas empresas, afecta sobretudo a gestão dos recursos humanos. “Alterações deste tipo implicam necessariamente alterações aos programas informáticos e aos compor-tamentos internos adoptados e sistemati-zados”, conclui.

AIMMAP: “ALTERAÇÃO DESPROPOSITADA”

O país foi recentemente confrontado, pela publicação no Diário da República da Lei nº 9/2006, de 20 de Março, com alterações antecipadas ao Código de Trabalho e à re-gulamentação laboral. No essencial, introduzem-se novas regras nas convenções colectivas que complicam os proce-dimentos e tornam o processo mais demorado.

A introdução da arbitragem obrigatória pode complicar ainda mais as negociações, tendo em conta a discordân-cia das associações empresariais. É ainda questionável a intervenção do Governo na fase da pós-caducidade das convenções.

Ao que tudo indica, a emenda foi mesmo pior do que o soneto. Utilizando a expressão empregue por Luís Pais Antunes, na avaliação solicitada pela “Vida Económica” ao dito diploma, “o que é bom não é novo e o que é novo não é bom”.

Entre os aspectos negativos das alterações introduzidas, o ex-secretário de Estado do Trabalho destaca o “excesso de intervenção” atribuído ao Governo no mecanismo das convenções colectivas, considerando ainda desnecessárias as alterações em matéria de presunção do contrato de tra-balho.

Emenda foi pior do que o soneto

“Estas alterações introduzidas ao Código do Trabalho e à regulamentação laboral – e que corresponderão, a crer no que o Governo referiu, a uma primeira etapa duma revisão mais profunda para 2007 –, em minha opinião, pouco al-teram. Como eu já tive ocasião de dizer, tem coisas boas e tem coisas novas. Infelizmente, as boas não são novas e as novas não são boas”, afirma Luís Pais Antunes.

Segundo o mesmo responsável, “complicou-se o regime de caducidade das convenções colectivas e da sobrevigên-cia das convenções colectivas”.

“A solução encontrada não é uma boa solução. Estou a referir-me ao novo mecanismo que atribui um excesso

de intervenção ao ministro no processo de definição dos efeitos das convenções após o termo da sua vigência. Acho que foi uma má solução.”

“Há também coisas que são desnecessárias. Por exemplo, as alterações em matéria de presunção do contrato de tra-balho. As alterações introduzidas são absolutamente des-necessárias e, pelo contrário, acabam por esvaziar o con-teúdo da norma, porque acaba por dizer que se presume que existe contrato de trabalho sempre que existir contrato de trabalho, ou seja, sempre que estiverem preenchidos os pressupostos do contrato de trabalho. De qualquer forma, são alterações no essencial da forma da norma”, acrescenta o mesmo responsável.

Governo corrige erro do PS

Luís Pais Antunes considera, no entanto, que “há uma matéria onde se deram alguns passos importantes: no fun-cionamento da arbitragem obrigatória. Aí há algumas alte-rações que são bem-vindas”.

“Convém não esquecer que as disposições que foram agora alteradas eram disposições que na anterior lei tinham sido propostas pelo Partido Socialista — que a maioria parlamentar de então aceitou — e que depois verificou-se que de facto elas não funcionavam. Agora, acho bem que se tenha corrigido esse erro.”

Feito este reparo, as alterações efectuadas ao código são, no entender do mesmo responsável, de “pequeno signifi-cado e não parecem justificar todo o barulho que se fez à volta delas”.

Sobre a questão de o Governo não ter cumprido o prazo legal de revisão do código, Luís Pais Antunes esclarece: “Aquilo que a lei previa era que o Código fosse revisto no prazo de quatro anos. Mas não estava escrito que se tinha de esperar exactamente quatro anos para rever o Código. Não é isso que estava escrito. No entanto, pessoalmente, acho mal estar a mexer demasiado cedo”.

“Se o Governo e a actual maioria consideravam neces-sário alterar o Código do Trabalho, então que se fizesse a alteração com a dimensão e a amplitude que o Governo considera necessárias.”

“Andar o mudar às ‘pinguinhas’ é a pior coisa que pode acontecer, quer do ponto de vista da expectativa dos agen-tes económicos, quer até do ponto de vista da justificação destas alterações”, afirma.

Lei esteve na “gaveta” mais de meio ano

A lei publicada a 20 de Março foi, segundo nos disse Luís Pais Antunes, discutida na Assembleia da República antes do Verão do ano passado. Ou seja, ficou “engaveta-da” cerca de oito meses.

“Vi a lei publicada há meia-dúzia de dias no Diário da República e até me interroguei: será outra? Mas reparei que era a mesma. Demorou tanto tempo a concretizar uma coisinha com pouco significado?”

“A ser verdade que é intenção do Governo introduzir al-terações profundas, teria feito sentido esperar pelo tal ‘livro branco’ ou ‘verde’ – que o Governo prometeu para Setembro e depois foi adiando, até nunca mais se ouvir falar disso... Possivelmente, já não há livro nenhum. A ideia que eu tenho é que isso está mais ou menos parado”, comenta.

Resumindo, Luís Pais Antunes considera assim que as alterações introduzidas agora no Código do Trabalho são “pontuais”, com uma “justificação difícil de encontrar”, e que a revisão anunciada pelo Governo só faria de facto sentido após a análise aprofundada das relações laborais em Portugal.

“Esta metodologia de fazer pequenas alterações sucessi-vas é certamente má para a economia, má para os agentes económicos e até má para os trabalhadores e para as em-presas”, conclui.

VIRGÍLIO [email protected]

Luís Pais Antunes, ex-secretário de Estado do Trabalho, considera

“Alteraçõesao Código do Trabalho são inoportunas”A alteração de procedimentos e a introdução da arbitragem voluntária nas convenções colectivas vão complicar as negociação e tornar mais lentos os processos. Esta é a convicção de Luís Pais Antunes. AIMMAP e CIP corroboram a opinião do ex-secretário de Estado do Trabalho. E todos criticam a revisão antecipada do Código do Trabalho, dizendo que as alterações introduzidas são inoportunas e que afectam negativamente os interesses dos trabalhadores e das empresas.

sexta-feira, 07 Abril de 2006ACTUALIDADE06

Na perspectiva da Confederação da In-dústria Portuguesa, as recentes alterações ao Código do Trabalho afectam sobretudo o processo conducente à caducidade das convenções colectivas.“Criou-se um circunstancialismo que alon-ga no tempo e coloca condicionalismos adicionais ao desencadear da caducidade das convenções colectivas”, afirma à “Vida Económica” Gregório Rocha Novo, director-geral adjunto da CIP.Mas se é assim, o que levou a CIP a con-cordar com o texto do diploma legal recen-temente publicado? Segundo a explicação que nos foi dada, a CIP envolveu-se denoda-damente neste processo de alterações para evitar um mal maior para as empresas. Entre as propostas iniciais do Governo, encontravam-se o alargamento das hi-póteses de presunção da existência do contrato de trabalho, a imposição do princípio do tratamento mais favorável considerando o Código como imperativo de mínimos, em que só se podia negociar para mais, e a manutenção, ao nível dos contratos individuais, dos efeitos advin-

dos das convenções colectivas caducas.“Perante este quadro – que era para nós to-talmente descaracterizador do equilíbrio que o código inicial representava – entre não ir-mos a jogo – o que era coerente com a nossa proposta inicial, de que nada fosse revisto antes dos quatro anos fixados no código - ou tentarmos de alguma forma atenuar os efeitos negativos das medidas que se propu-nham, entrámos efectivamente na revisão e encontrámos um novo equilíbrio”, diz-nos. Ficou assim salvaguardada a não descarac-terização do artigo 4º do código, na pers-pectiva da CIP, uma “norma enformadora basilar do equilíbrio do código. Além disso, e ainda neste particular, encontravam-se, já nessa altura, em cima da mesa, muitos contratos colectivos, que estavam a ser ne-gociados na base da formulação constante do código. Se, de repente, aparecesse uma norma que dissesse que só se podia nego-ciar para mais, ficávamos perante o proble-ma de ser ultrapassados ou descaracteriza-dos pelo legislador ao anular as cláusulas que ficassem aquém do conferido por lei”, conclui.

NEGOCIAÇÃO COLECTIVA: CONCLUSÃO RETARDADA

“Esta revisão tem coisas boas e tem coisas novas. Infelizmente, as boas não são novas e as novas não são boas” – afirma Luís Pais Antunes

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ENDIVIDAMENTO EXTERNO PREOCUPA AIP

A AIP – Associação Industrial Portuguesa está preocupada com o endividamento externo portu-guês, que disparou cerca de 43% num só ano, com o desequilíbrio da balança corrente e de capital a ultrapassar os 8% do Produto In-terno Bruto.

“Esta situação reflecte o desajus-tamento do nosso modelo compe-titivo, o qual só pode ser superado, de acordo com o que a AIP vem reafirmando ao longo dos anos, e de novo enfatizado na Avaliação da Competitividade em 2005, no âmbito da Carta Magna da Com-petitividade, com uma forte inte-racção entre boas políticas públicas e novas estratégias empresariais, que permitam a modernização dos nossos sectores tradicionais e o investimento em novas actividades e sectores mais consonantes com a economia do conhecimento as ten-dências da procura e dos mercados internacionais” – afirmou Jorge Rocha de Matos, presidente da AIP, durante a última Assembleia Geral desta associação.

Recorde-se que 2005 foi praticamente um ano de quase estagnação da economia, que cresceu apenas 0,3%.

Simplex tem medidas adequadas

A AIP avalia de forma positiva o Simplex – Programa de Simplificação Administrativa e Legislativa, recentemente divulgado pelo Governo.

No entendimento da AIP “é um programa ambicioso que corporiza de forma consistente um objectivo no domínio da simplificação admi-nistrativa e legislativa, identificando medidas concretas, com execução objecto de calendarização e de responsabilização ao nível ministerial, e pressupondo uma actuação transversal e articulada da globalidade da Administração Pública.

A AIP considera ainda que a efectiva concretização das medidas constantes do Simplex afiguram-se “adequadas e poderá, nas áreas mais directamente relacionadas com a vida das empresas, dar satisfação a muitas críticas e propostas que a AIP e outras associações empresariais têm feito no domínio da necessária simplificação e modernização do enquadramento legal e administrativo”.

ANTÓNIO MARQUES PRESIDE À UERN

António Marques, presidente da Associação Industrial do Minho, é, desde o passado dia 23 de Março, e durante o próximo biénio, o Pre-sidente da Direcção da União das Associações Empresariais da Região Norte (UERN).

Reunindo 22 associações no Norte do País, a UERN constitui uma plataforma de cooperação associativa com o objectivo de assumir o pa-pel de conselho aglutinador das diferentes formas associativas empresa-riais regionais no espaço da Região Norte (Região Plano/NUT II).

Constitui seu objecto identificar e analisar questões que se relacio-nem com o desenvolvimento das suas associadas e das empresas nelas filiadas, nos domínios económico, organizativo, comercial, técnico, tecnológico, associativo e cultural, definindo políticas estratégicas com vista à prossecução de um desenvolvimento regional integrado.

Laborando com uma rede de 22 associações, a UERN assume-se como um motor de cooperação activa em todos os sectores da vida sócio-económica nacional e, em especial, no contexto do desenvolvi-mento regional integrado do espaço intracomunitário.

As escrituras públicas facultativas, a publicação electrónica de actos, a liberalização da autenti-cação e reconhecimento de documentos, o re-

gisto “on-line”, a certidão permanente e a redução dos custos de registo e notariado prometem simpli-ficar a vida das empresas. Estas alterações (reguladas pelo DL nº 76-A/2006, de 29 de Março) entram em vigor em 30 de Junho.

O facto de as escrituras públicas relativas a actos da vida das empresas passarem a ser facultativas é uma das principais medidas que visam reduzir a carga administrativa burocrática sobre as empresas e tam-bém, por essa via, os custos. Assim sendo, deixam de ser obrigatórias, a partir de 30 de Junho, as escrituras públicas para constituição de uma sociedade comer-cial, alteração do contrato ou estatutos das socieda-des comerciais, aumento do capital social, alteração da sede ou objecto social, dissolução, fusão ou cisão das sociedades comerciais. Apenas ficam ressalvadas

a isso estavam obrigadas. Estima-se que dezenas de milhar de empresas possam estar nesta situação

Acolhe-se igualmente um procedimento admi-nistrativo da competência da conservatória para os casos legais de dissolução e liquidação de entidades comerciais, a requerimento de sócios e credores da entidade comercial.

Autenticação e reconhecimento de assinaturas liberalizados

Outra mudança significativa regista-se ao nível da autenticação e do reconhecimento presencial de assinaturas em documentos, permitindo que tanto os notários como os advogados, os solicitadores, as câmaras de comércio e indústria e as conservatórias passem a poder fazê-las.

Não menos importantes são as mudanças intro-duzidas ao nível do regime da fusão e cisão de so-

Eliminam-se do registo comercial

actos e práticas que não acrescentem

valor, criando condições para a plena

utilização e aplicação de sistemas

informáticos.

as situações em que se verifique a transmissão de um bem imóvel, pois nestes casos continua a ser exigida a forma legalmente determinada para negócios jurí-dicos que envolvam bens desta natureza.

O Governo entendeu, nesta matéria, que “a exis-tência de um único controlo público de legalidade é suficiente para assegurar a segurança jurídica”.

Livros de escrituração mercantil eliminados

Na linha das alterações efectuadas, encontram-se também a eliminação da obrigatoriedade de existên-cia dos livros da escrituração mercantil nas empresas e, correspondentemente, a imposição da sua legali-zação nas conservatórias do registo comercial.

Assim, os livros de inventário, balanço, diário, ra-zão e copiador deixam de ser obrigatórios, apenas se mantendo os livros de actas. Consequentemente, elimina-se a obrigatoriedade de legalização dos li-vros, incluindo dos livros de actas.

Em matéria da dissolução de entidades comerciais, é criada uma modalidade de “dissolução e liquida-ção na hora” para as sociedades comerciais.

Adopta-se também uma modalidade de dissolu-ção e liquidação administrativa e oficiosa de enti-dades comerciais, por iniciativa do Estado, quando existam indicadores objectivos de que a entidade em causa já não tem actividade embora permaneça juri-dicamente existente. Ficam sob a alçada desta medi-da, por exemplo, as empresas que não elevaram o seu capital social de 400 contos para mil contos quando

ciedades, tornando-o muito mais simples e barato. Com as novas regras, bastarão dois registos na con-servatória e duas publicações num sítio na Internet, a efectuar por via electrónica, para concretizar uma fusão ou cisão.

A prática de actos de registo on-line estará em funcionamento até ao final do ano de 2006, esti-pulando-se que o preço destes registos seja mais ba-rato.

No segundo semestre de 2006, entrará também em vigor a certidão permanente. Ou seja, permite-se que as empresas possam ter uma certidão per-manentemente disponível num sítio na Internet, assegurando-se que, enquanto essa certidão estiver “on-line”, nenhuma entidade pública possa exigir de quem aderiu a este serviço uma certidão em pa-pel, pois ficará obrigada a consultar o site sempre que pretenda confirmar a informação que lhe foi declarada.

A eliminação da competência territorial das con-servatórias de registo comercial só entrará em vigor a partir de 1 de Janeiro de 2007.

Quer dizer que, a partir dessa data, qualquer ci-dadão ou empresa poderá praticar qualquer acto de registo comercial em qualquer conservatória do re-gisto comercial do território nacional, independen-temente da conservatória da sede da sociedade em causa.

VIRGÍLIO [email protected]

sexta-feira, 07 Abril de 2006 07ACTUALIDADE

Vida das empresas simplificada a partir de 30 de Junho

“Au revoir” escrituras...

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Ouro tende a escassear

A produção mundial de ouro tende a estagnar. Depois haverá quebras, já que os recursos estão a acabar. Este facto vai fazer com que os preços se mantenham nos preços mais elevados de sempre. Actualmente, o preço por onça ronda os 588 dólares, o mais ele-vado desde há um quarto de sécu-lo.

Os analistas consideram que será muito difícil manter os actuais ní-veis de produção do metal precio-so. A maioria das empresas está a assistir a dificuldades na reposição das reservas. A partir de 2009, a produção vai começar a abrandar. Há vários anos que não é desco-berta qualquer mina de grandes dimensões. A agravar tudo isto, onde ainda existe ouro são áreas de risco elevado, como o Congo, a Mongólia ou a Colômbia. Tam-bém os pequenos projectos que estão em curso terão grandes di-ficuldades para sobreviverem nos próximos tempos.

Custos na saúde beneficiam genéricos

O aumento dos custos na saú-de estão a criar complicações aos políticos europeus, mas representa novas oportunidades para o sector dos medicamentos genéricos.

As pressões são cada vez maiores no sentido de reduzir a factura dos medicamentos. Este facto explica a recente vaga de concentrações no sector farmacêutico na União Europeia. E nos próximos três anos, pelo menos, a tendência de fusões e aquisições vai manter-se. Há uma clara vontade das empre-sas adquirirem dimensão e escala. As empresas produtoras de genéri-cos também serão arrastadas nesta vaga, até porque o seu consumo está a crescer rapidamente. Por outro lado, as empresas de genéri-cos têm que garantir a sua presen-ça em cada mercado nacional. No entanto, apesar de os genéricos se revelarem um bom negócio, os analistas deixam o aviso que nem sempre as coisas podem correr como se espera.

VW vira-se para a China nos componentes

O construtor automóvel VW quer assinar contratos para ex-portar mil milhões de dólares de componentes chineses até ao final deste ano. Poderá ser mais um im-pulso importante para as exporta-ções chinesas e mais pressões so-bre a indústria automóvel a nível mundial. A marca alemã está em conversações com os sindicatos no sentido de reduzir a sua produção na Alemanha, tendo em conta os elevados custos inerentes, desde os motores até às partes electrónicas. O grupo pretende fechar ou ven-der a maioria das suas unidades de produção, ao mesmo tempo que está em curso uma reestruturação para aumentar a produtividade. Quanto à China, está a desenvol-ver esforços de modo a permitir a concentração de uma indústria de componentes fragmentada.

Estados Unidos não acompanharam tendência

Ofertas hostis atingem os 234 mil milhões de dólares

no primeiro trimestre

As aquisições hostis estiveram no centro das atenções nos três primeiros meses do ano. Os grandes grupos, a nível mundial, lançaram

um volume sem precedentes de ofertas não solicita-das. Os baixos custos do crédito têm estado na base desta tendência. Verificaram-se 38 ofertas hostis, com um valor total de 234 mil milhões de dólares.

Este foi o segundo melhor trimestre desde os três últimos meses do ano de 1999, de acordo com a Dealogic. O maior número de ofertas teve lugar no sector das “utilities”. Os três negócios anunciados atingiram um valor de 66 mil milhões de dólares, incluindo a oferta da Eon sobre a espanhola Endesa. Naturalmente, o aumento deste tipo de ofertas aju-dou a aumentar o valor global de fusões e aquisições, para cerca de 912 mil milhões de dólares no pri-meiro trimestre do ano, mais 35% do que em igual período do ano transacto.

Muitos empresários acreditam que se está num

momento para fazer aquisições a preços razoáveis. Mas, apesar de o valor da actividade das fusões e aquisições na Europa ter registado um crescimento de 125%, para mais de 413 mil milhões de dólares, o número dos negócios cresceu apenas 9%, sendo, todavia, que a dimensão média dos mesmos dupli-cou.

Curiosamente, os Estados Unidos não tiveram capacidade para acompanharem esta tendência um pouco por todo o mundo. Desde Janeiro foram feitas ofertas no valor de apenas 304 mil milhões de dóla-res, numa quebra de 10% comparativamente a igual período do ano passado.

O Citigroup parece ter-se colocado novamente à frente no ranking das fusões e aquisições, com 51 negócios, num valor superior a 296 mil milhões de dólares. De notar que este ranking é cada vez mais importante, sendo utilizado como instrumento de marketing por parte dos bancos.

Mercado de telemóveis vai acelerar

O mercado mundial de telemó-veis deverá crescer cerca de 15% este ano, o que corresponderá a perto de 914 milhões de unidades. Anterior-mente, era esperado um aumento de 10%, sendo que quase 80% do total de vendas resultarão dos mercados emergentes.

As empresas produtoras estão a desenvolver telemóveis específicos para aqueles mercados com menos capacidade de compra, mas em que o potencial de crescimento é bastan-te superior ao verificados nos mer-cados desenvolvidos. Em 2008, os estudos revelam que mais de três mil milhões de pessoas terão telemóvel, sobretudo devido a regiões como a China, a Índia e alguns países africa-nos, onde as taxas de penetração ain-da são reduzidas. As empresas estão também a desenvolver esforços para criarem unidades produtivas nessas áreas. Esta tendência vai sobretudo beneficiar a Nokia, a marca com a maior diversificação de modelos.

Recuperação alemã não estimula emprego

O desemprego tornou a crescer na Alemanha no mês passado, o que leva a pensar que a recuperação eco-nómica não está a estimular a criação de postos de trabalho. O número de desempregados aumentou em 30 mil, para um total de 4,73 milhões, o que corresponde a uma taxa de desemprego de 11,4% da população activa.

Os analistas esperavam uma me-lhoria considerável, pelo que houve uma decepção. De facto, tudo in-dica que o mercado laboral está a ter maiores dificuldades do que as esperadas para recuperar. Aliás, há mesmo quem afirme que as maiores debilidades da economia alemã, nes-te momento, são o consumo interno e o desemprego. O Governo já se comprometeu a tomar medidas para impulsionar a criação de emprego, quer ao nível da Segurança Social, quer em termos fiscais. No entanto, muito são aqueles que afirmam que está a ser feito muito pouco pelo ac-tual Governo de centro-direita.

Consumidor espanhol mais confiante

O indicador de confiança do con-sumidor espanhol subiu em Março, para 86,3 pontos, contra 84,7 em Fevereiro. Este foi o nível mais alto desde Novembro do ano passado. Importante é que a confiança do consumidor põe ponto final na des-cida que teve início no princípio do ano.

O aumento da confiança do con-sumidor espanhol ter-se-á ficado a dever, sobretudo, à melhor opinião dos consumidores relativamente à evolução económica recente, o que está em linha com os dados ma-croeconómicos publicados e que apontam, sem grandes dúvidas, para a uma recuperação da economia eu-ropeia. Por sua vez, é esperado um grande diferencial do crescimento económico espanhol e uma modera-ção da inflação nos próximos meses.

Maiores produtores de vinho europeus juntam esforços

Os maiores produtores de vinho europeus juntaram esforços para tentarem influen-ciar as negociações no âmbito da reforma

dos apoios à vinha. Portugal, França, Espanha e Itá-lia, que em conjunto representam cerca de 80% da produção vinícola da União Europeia, acordaram um memorando conjunto que será apresentado aos ministros da Agricultura e à Comissão Europeia nas próximas semanas.

Os quatro maiores países produtores de vinho ar-gumentam que a União tem que aumentar a quali-dade e o marketing do seu vinho, de forma a recon-quistarem quota de mercado dos concorrentes do novo Mundo, como são os casos, em particular, da Austrália e do Chile. A Comissão Europeia deverá apresentar ideias concretas para o sector no próxi-mo mês de Junho, pelo que os produtores estão a exercer o máximo de pressão possível.

Um dos assuntos que mais polémica tende a le-vantar é aquele que respeita à “crise da destilação”.

Quando existe produção em excesso, uma parte é desviada para produzir álcool industrial. Os produ-tores querem não só manter esta prática como, nal-guns casos, tornarem a mesma compulsiva. Haverá ainda que simplificar uma série de regras, até porque o mercado interno está a perder cada vez mais con-sumidores, ao mesmo tempo que aumenta a concor-rência nas exportações. Certo é que as negociações, na área vinícola, tendo em conta a PAC, serão bas-tante difíceis. Os que acham que perderam em 1999 vão querem mais e aqueles que se sentem bem não vão querem perder benefícios.

Mas em Junho serão avançadas as primeiras pro-postas para o sector, devendo estar pronta um pla-no de reforma formal na segunda metade do ano. A Comissão, à partida, quer acabar com os excedentes e arrancar a vinha que não tem qualidade suficiente para estar nos diferentes mercados. Além disso, a po-lítica das marcas também levanta alguma confusão, o que as torna menos atractivas para os consumidores.

sexta-feira, 07 Abril de 2006INTERNACIONAL08

CITIGROUP TORNA A LIDERAR RANKING DE FUSÕES E AQUISIÇÕES

(1º Trimestre)

Ranking Aconselhamento

Valor Negócio

(mil milhões

dólares)

Negócios

1 Citigroup 296,3 51

2 Goldman Sachs 296,3 70

3 JPMorgan 271,9 96

4 Lehman Brothers 255,6 47

5 Merrill Lynch 228 67

6 UBS 204,8 85

7 Morgan Stanley 184 56

8 Deutsche Bank 171,3 49

9 BNP Paribas 143,8 22

10 Rothschild 133,7 82

Fontes: Dealogig/FT

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POLISCÓPIO

Antes cidadãodo Botswana

A. MAGALHÃES PINTOEconomista

[email protected]

É uma história exemplar. Mal exem-plar. A história de um mau exemplo do que é este país onde tivemos a

infelicidade de nascer. Um país feito de re-torcidas injustiças no modo como o Estado – que somos todos – trata muitos de nós como indivíduos considerados. Um Es-tado que incentiva a desumanidade. Que incentiva a fraude. Que incentiva a des-responsabilização. Que incentiva a ruptura entre gerações. Que incentiva a preguiça. Que desres-peita os velhos. Que in-viabiliza os novos. Um Estado onde o sacrossan-to princípio da liberdade destrói a quase vil digni-dade humana. Um Es-tado onde os privilégios dos poderosos abafam os mesquinhos direitos dos humildes. Um Estado a necessitar de uma barre-la. De uma enxurrada que leve a porcaria toda por água abaixo. Polui-se o mar mas despolui-se a terra. Fica ela por ela. Mas vale mais que morram indignamente os peixes do que as pessoas.

Aquela senhora tem noventa e dois anos. Mais de sessenta anos de trabalho honra-do, de pagamento de impostos atempados, de impoluta cidadania. Uma vida excep-cionalmente saudável, que quase não deu custos à Segurança Social. Durante mais de meio século só nos pagou a todos nós. Aos setenta e cinco anos de idade, come-çou a receber uma mísera pensão de pouco mais de quatrocentos euros por mês. Leva dezassete de pensão. Por troca com os tais sessenta de impostos. Mas chegava. Afinal, alguém trabalhador assim não tem vícios. Nem hábitos caros. E a saúde sempre aju-dou. A ponto de proporcionar um peque-no pé de meia de uns sete mil euros. Até que…

No primeiro dia deste ano, a senhora teve o primeiro grande problema sério. Um aci-dente vascular cerebral isquémico. O qual, não sendo catastrófico, a deixou, todavia,

inválida, com hemiplegia. Aconselhava a situação que se mantivesse sob observação as primeiras quarenta e oito horas. Ia co-meçar o seu fadário e o dos seus. No hos-pital público, não havia cama vaga. Teria que ficar no corredor. Como tantos outros, aliás, que já ali estavam. Uma indignidade. Com a agravante de que a senhora estava plenamente consciente e, talvez devido à

longa vida de saúde, as-sustadíssima com o hos-pital. Porém, a senhora tinha um filho. Que não suportou a ideia de dei-xar a mãe naquela indig-nidade. Aliás, ele tinha bem presentes os apelos dos poderes públicos para que a família dos inválidos não abando-nasse os seus familiares velhos no hospital. Re-tirou, a expensas suas, a mãe do hospital público

e colocou-a numa casa de saúde, Pelo me-nos, durante as tais quarenta e oito horas de observação que eram necessárias. Fin-das as quais, e porque o estado de saúde da mãe já não inspirava cuidados maiores, a levou para sua casa. Era o começo de um calvário. Aliás, muito mais frequente do que se possa imaginar, neste nosso país de batatas.

Consciencioso, o filho procurou que a Segurança Social enviasse o fisioterapeuta necessário, não apenas para recuperar os dois membros paralisados, mas também para dar algum conforto e mobilidade à do-ente. Não. A Segurança Social não fornece fisioterapia ao domicílio. O filho teve que contratar os serviços privados de alguém da especialidade. Pagando-os do seu bolso. Um pagamento a dar lugar a impostos. E o estado da senhora a agravar-se continua-mente. Com desequilíbrios sucessivos, que era necessário atalhar rapidamente. Médi-co privado, que o da Segurança Social nem sempre tem disponibilidade nem agenda. Medicamentos às dúzias. E a factura sem-pre a crescer. Numa frustração de pouco

mais se conseguir do que reequilibrar a senhora no estado precário em que se en-contra. As poupanças da senhora há muito esvaídas.

Subitamente, um alarme. Uma situação crítica. Chamado o 112. Que foi muito rá-pido. Chegou, reequilibrou e afirmou. “Não adianta internar a doente. Não há nada que se possa fazer no hospital que não possa ser feito aqui em casa. E, pelo menos, aqui em casa tem conforto. Ademais, no hospital nem há camas disponíveis”. Mais perfeito não podia ser. A assunção plena da incapa-cidade para tratar as pessoas com dignidade. O filho continuou com a mãe em casa. Ci-dadão exemplar. Não empurrava a mãe para a indignidade terminal. Um problema. Para poder continuar a trabalhar e, assim, ter um rendimento com que sustentar o estado da mãe, teve que meter uma empregada. A quem paga um salário, depois de deduzidos no seu os impostos respectivos. Empregada que também vai pagar impostos. Deus me livre que não pagassem. Caía Belém e São Bento em cima das duas. Mas uma satisfa-ção. Estar a dar aos homens que mandaram pagar impostos a senhora doente, que man-dam pagar impostos o filho e que mandam pagar impostos à empregada que teve que admitir, a satisfação de cumprir com o seu de-sejo: não abandonar a mãe velha e doente numa cama do hospital.

Bom. Mas talvez hou-vesse outras vias. Que tal juntar a mãe fiscalmente ao seu agregado familiar e, assim, poder entrar com a pensão da mãe e com o seu ordenado nas contas fiscais e também com as despesas. Afinal, é essa a realidade. Infor-mou-se. Não. Só poderia agregar a mãe se a pensão desta fosse inferior ao salário mínimo na-cional. É ligeiramente superior. Não pode. E terá que ser a pensão da mãe a única fis-calmente a beneficiar dos custos enormes

que estão a ser suportados pelo filho. Não chega a pensão para os custos. Bom. Algu-ma coisa haverá que dê justiça a esta coisa, pensou o filho. Talvez que, como paga um rendimento para poder obter o seu (com o qual paga impostos) e esse rendimento também vai pagar impostos, talvez pudesse deduzir o rendimento pago à empregada ao seu próprio rendimento, como custo fiscal. Não. Não pode. Não está previsto na Lei.

O resumo desta situação toda, que acon-tece a tanta gente, é breve. Para pagar impostos todos os rendimentos servem. Para pagar custos que caberiam ao Estado – mais, cujo dever de suportar é indubita-velmente do Estado – os cidadãos que se avenham. Paguem e não bufem. O Estado é um chulo dos cidadãos. Enquanto isso, políticos abarbatam-se. Têm reformas e pensões muito antes da idade correspon-dente aos anos que aquela senhora traba-lhou e pagou impostos. Enquanto isso, o Primeiro-Ministro engelha uma perna a gozar na neve e é imediatamente tratado, passando além de todas as listas de espera, à custa dos impostos daquela senhora e dos demais como ela. Porventura porque o seu esquiar na neve foi considerado trabalho e o acidente concomitantemente. Enquanto

isso, directores de tra-balho aboletam-se no OGE. Enquanto isso, temos mais de duzentos inúteis sentados no he-miciclo – perdoem-me os poucos que são verda-deiramente úteis – a co-mer daqueles impostos todos. Enquanto isso, sentimos uma profunda náusea ao fundo do estô-mago, subrepticiamente a subir, provavelmente para se transformar em vómito. E, na consciên-cia, uma insidiosa ques-

tão a ganhar corpo, a avolumar-se, até se tornar dolorosamente insuportável: por-que é que eu não nasci no Botswana? Ao menos, já sabia com que contava!…

Para pagar impostos todos os rendimentos servem. Para pagar custos que caberiam ao Estado, os cidadãos que se avenham.

Conheça a sua concorrência e capitalize sobre as suas fraquezas

Uma parte importante de pesquisa do mercado passa por estudar a sua concorrência.

O caminho mais fácil para obter in-formação sobre a sua concorrência é fa-zendo alguma investigação na Internet. Mas, dependendo das particularidades do negócio em causa, se apenas se limita a fazer isso, não está a atingir o máximo resultado. O seu estudo deveria incluir também uma abordagem e conversa com a equipa de vendas e clientes, manter um ouvido atento a tudo o que se passa, incluindo ler todas as publicações secto-riais.

Aqui estão algumas tácticas que poderá experimentar…

Contrate alguém ou faça com que os seus colaboradores recolham os mate-

riais de venda da sua concorrência. Isso pode apenas exigir o esforço de fazer um telefonema, preencher um formulário na In-ternet ou visitar uma feira de expositores do seu sector.

Possuir um rol de informação e de mate-riais de vendas, o mais completo possível, so-bre a sua concorrência ajudá-lo-á a descobrir como pode capitali-zar sobre as fraquezas deles.

Fale directamente com os clientes dos seus concorrentes. As conferências secto-riais, feiras de expositores, são exemplos

de bons locais onde poderá encontrar clientes dos seus concorrentes. Descubra

se eles estão satisfei-tos com o serviço que estão a obter e com o preço que esperam pagar. Esta pesquisa também lhe permiti-rá descobrir serviços adicionais que os seus potenciais clientes es-tarão, porventura, dis-postos a pagar.

Compre e teste os produtos ou serviços da sua concorrência.

Contacte o serviço de apoio ao cliente de-les e observe a sua capacidade para o servir de uma maneira amigável e eficiente.

Apresente-se directamente à sua con-corrência. Pode ficar surpreendido com a resposta que irá obter. Se o passarem a conhecer, poderão reencaminhar-lhe ne-gócios quando considerarem que não es-tão vocacionados ou especializados para os fornecerem ou quando estiverem perante situações de sobrecarga de trabalho. As-sim, a sua concorrência terá a oportunida-de de manter os clientes deles satisfeitos, recomendando-o a si, sempre que não ti-verem o produto específico que o cliente pretende ou a vocação para prestar deter-minado serviço ou quando tal não lhes for oportuno.

Comece já, e faça com que o ano 2006 seja o MELHOR de sempre para si!

www.QuantumCrescimentoNegocios.com

AZUIL BARROSEspecialista

no crescimento

de negócios

Director Regional Quantum organization Portugal

OPINIÃOsexta-feira, 07 Abril de 2006 09

Descubra se eles estão satisfeitos com o serviço que estão a obter e com o preço que esperam pagar.

Enquanto isso, políticos abarbatam-se. Têm reformas e pensões muito antes da idade correspondente aos anos que aquela senhora trabalhou e pagou impostos.

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O Porto à moda GSO nosso estimado DIRECTOR FINANCEIRO

“A ratice era o máximo do elogio patronal e a síntese de tudo o que se exigia ao desempenho competente.”

MÁRIO J. CARVALHO

Economista

[email protected]

Durante anos a fio, qualquer Di-rector Financeiro que se prezasse mantinha dois problemas graves

de relacionamento : com as direcções de abastecimentos e com a de vendas.

Assim nasceram as guerras - com as com-pras, relativas aos valores imobilizados em existências e a necessidade de agilizar o res-pectivo ciclo; com as vendas, quanto aos tempos de cobrança e, pior ainda, a quem

deveria organicamente competir a respon-sabilidade e supervisão pela exposição de crédito.

Estes problemas foram progressivamente desaparecendo com o aparecimento de uns tantos estranhos ao sistema que desataram a vender procedimentos de gestão de qua-lidade e eficiência que transformaram uma saudável discussão aos berros e alguns pala-

vrões na troca formal de memorandos com imensos “reports” informáticos em anexo.

Mas eram tempos heróicos aqueles, aci-ma de tudo porque se contava com a arbi-tragem de quem tinha o condão de trazer sempre consigo o essencial da tesouraria no bolso esquerdo das calças, o movimento bancário no direito, as vendas no lado de fora do casaco e as relações institucionais com accionistas no obvio sítio da carteira: o Patrão!

As opções do Patrão nem sempre eram estendíveis pelos novatos mas o Director Financeiro confiava em absoluto na sua sa-gacidade e experiência, sentindo-se recon-fortado e orgulhoso pela confiança que ele depositava em si.

Era um tempo em que havia expressões - chave para definir o agrado pelo exercício das funções, sem neologismos nem estran-geirices, entre as quais uma enchia a alma de qualquer mortal: “– Você é rato! Gosto de si; continue assim; vai longe!”

A ratice era o máximo do elogio patronal e a síntese de tudo o que se exigia ao de-sempenho competente,

E depois havia aquela oportunidade dos grandes almoços com os bancos, em que se comia muitíssimo bem sempre e só até à sobremesa. Era preciso ter já alguma expe-riência para saber que o fundamental vinha com a sobremesa – e, portanto, havia que ser cuidadoso no empanturranço, para que todas as qualidades e atenção estivessem no seu máximo quando o momento chegasse.

A ingenuidade de quebrar essa regra ao ba-calhau ou ao cabritito merecia a reprovação imediata e agreste.

Os experientes também sabiam sabia-mente interpretar as para si até então des-conhecidas grandes novidades empresariais que o Patrão anunciava com orgulho nes-ses almoços aos bancos – não valia a pena levar tudo muito a sério e adquirido.

Para o Director Financeiro, pertencer de direito próprio ao círculo mais próximo do Patrão era ser o intermediário privilegiado entre um qualquer membro da família com momentâneos apertos de tesouraria e a ins-trução para o vale de caixa; era ser promo-vido a interlocutor autónomo das institui-ções financeiras, negociando as operações e o endividamento; era julgar afinal que se sabia todos os porquês das frequentes via-gens à Suíça.

A partir daí, o Director Financeiro dei-xou de ter tempo para ler o Boletim do Contribuinte ou para saber, de trás para a frente, as modificações constantes no POC ou na legislação comercial. A sua autonomia chegava para contratar bons consultores especializados e adjuntos que lhe forneciam resumos operacionáveis de suporte às grandes decisões para que era agora chamado.

Quem com ele contactasse já pouco ou-via falar do negócio mas sim dos negócios, da conjuntura ou da evolução dos merca-dos, da política económica ou das previ-sões editadas pelas “newsletters” de circula-

ção restrita. Constava de todas as listagens das agências de comunicação e relações públicas e era a inveja dos outros directores da empresa. Enfim, se o velho Director Fi-nanceiro pudesse ressuscitar, diria que ele “bebia do fino”.

Até que, de repente, desapareceu por completo. O Director Financeiro já não existe. O que anda por aí são uns rapazes, que nem sequer notam que perderam a es-pinha dorsal pelo caminho e a quem eufe-misticamente chamam administradores do pelouro financeiro. São o pau universal de toda a colherada. O “yesman” vestido de Hugo Boss ou Adolfo Domingues.

A sua autonomia chegava para contratar bons consultores especializados e adjuntos que lhe forneciam resumos operacionáveis de suporte às grandes decisões para que era agora chamado.

Havia aquela oportunidade dos grandes almoços com os bancos, em que se comia muitíssimo bem sempre e só até à sobremesa.

recimento do pólo asiático, e a criação da comunidade económica e social eu-ropeia.

Presa dos seus velhos clãs, a Europa revela-se incapaz de corporizar uma es-trutura política una, enveredando pelo desenho avulso de políticas sectoriais, di-ficilmente consensualizadas entre os seus

fortes países do centro europeu. E a política europeia para o ensino superior, cujo desenvol-vimento mais recente é o processo dominado pela Declaração de Bo-lonha, não escapa a este fim: iniciado por reito-res de três países, com o confessado objectivo de diminuir os custos com o ensino superior, mal suportados pela recessão económica generalizada na Europa, foi depois absorvido pela estrutura política, que lhe colocou o vestido cor-de-rosa das denominadas “novas orientações para o ensi-no superior europeu”, escondendo mas dei-xando lá, inconfessadas, as iniciais preocupações de poupança dos dinhei-ros.

Não seria sensato di-zer-se que a nova estrutura em três ciclos, conferindo competências profissionais ao fim de, geralmente, três anos de primei-ro ciclo, acompanhada de uma profun-

Recessão económica e financiamento das IES

Na sequência do choque petrolífe-ro dos anos setenta, alterou-se a textura social, pela incorporação

da economia como um dos seus factores constitutivos, sendo que, rapidamente, a economia se tornou a base estrutural da sociedade actual. Também por essa altura, a Universidade, instituição secu-lar que se proclamava à margem da intervenção social, se viu obrigada a alterar a sua forma de es-tar, primeiro, abrindo-se e participando no tecido económico e, depois, tornando-se num dos mais importantes pila-res do desenvolvimento económico e social.

Com a desagregação da URSS verificou-se a alteração da estrutura geoestratégica mundial, que adquiriu natureza unipolar, centrada nos EUA. O domínio cen-tralizado dos poderes económico e militar e a consciência de que a Europa, velho centro do mundo, tinha perdido a sua posição cimeira na capacidade de influên-cia mundial levaram à emergência de políticas de redesenho geoestra-tégico, essencialmente com o objectivo de constituição de uma nova estrutura multipolar de domínio económico. É neste contexto que observamos o apa-

da alteração da prática pedagógica, não seria capaz de trazer eficácia, eficiência e adequabilidade social ao ensino superior. Afinal o subsector politécnico português faz, há já muitos anos, uma abordagem dessa estrutura com reconhecido sucesso. Mas o resultado de políticas fracamente consensualizadas traduz-se sempre, na Europa, no avultar dos individualismos. E se nisso a Europa é fértil, em Portugal somos ímpares.

Não se estranhe pois que, lançado o desafio da reforma há já tanto tempo, nos defrontemos só agora com uma lei regulatória que ainda não foi homologa-da pelo Presidente da República - e diz-se haver fortes dúvidas da homologação na sua actual redacção - e que, universidades e politécnicos portugueses, com suporte num mero projecto de lei, se envolvam numa corrida contra o tempo para entre-garem os seus reformados cursos até ao fim de Março. E estamos a correr atrás de quê? Não é, seguramente, de uma amplamente pensada reforma curricular, com intervenção de todos os actores so-ciais interessados, e de um estruturado e aprendido processo de reforma pedagógi-ca. Porque essa, quer queiramos ou não, não é compatível com corridas de última hora.

E nem em Portugal, nem nos outros países europeus, se estrutura, a par da reforma dos currículos, a reforma do fi-nanciamento do ensino superior, como se fosse possível promover alterações es-truturais à margem do estabelecimento de novas políticas de financiamento. Vai praticar-se, seguramente, uma política financeira de navegação à vista, continu-

ando a decrescer, pelo menos em termos reais, o orçamento da educação e a finan-ciar-se, sempre que possível, apenas os ciclos curtos de aprendizagem, deixando o resto à iniciativa dos estudantes e das suas famílias.

Se reconhecermos que, afinal, não so-mos muito diferentes dos nossos compa-nheiros europeus, e que o ensino em geral e o superior em particular têm hoje um papel essencial no desenvolvimento eco-nómico - foco da política geoestratégica para relançar o poder da velha Europa no mundo - não estranharemos que os EUA olhem sem apreensão para a iniciativa eu-ropeia.

Adrian Wooldridge, Washington Bure-au Chief do “The Economist”, escreveu no início deste ano: “os mais sérios rivais americanos, os europeus, projectaram um sistema de ensino universitário que os condena a serem cidadãos de segun-da classe”. E Andreas Schleicher, no seu recente estudo para a OCDE confirma: “a menos que se façam revoluções nos sistemas educativos, a Europa ficará sem armas para combater as pujantes econo-mias asiáticas”.

VÍTOR SANTOSPresidente do Conselho

Directivo do Instituto Superior de Engenharia do Porto

“A Europa revela-se incapaz de corporizar uma estrutura política una, enveredando pelo desenho avulso de políticas sectoriais.”

sexta-feira, 07 Abril de 2006OPINIÃO10

O resultado de políticas fracamente consensualizadas traduz-se sempre, na Europa, no avultar dos individualismos.

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ponto é que quando em 1927 o jogo de fortuna e azar foi au-torizado, assentava no princípio da contenção. Era um vício vigiado e controlado, para evitar demasiados dramas sociais. O Estado concessiona e recebe as correspondentes compensa-ções fi nanceiras, mas terá agora algum embaraço em preservar este princípio da soberania na lei do jogo e compatibilizar os monopólios que criou com a publicidade maciça. Vai-se difundindo a ideia, especialmente entre os jovens, de que se consegue ganhar a vida em esforço nem trabalho e que basta jogar para se ser rico. O curioso é que este tipo de discurso, denunciando o facilitismo induzido pela lógica do Casino Portugal é utilizado por especialistas como os donos e gestores de casinos como Manuel Violas (Solverde) ou Mário Assis Ferreira (Estoril Sol). Eles sabem do que falam.

Concentrada na expansão doméstica, a Bertrand espera consolidar a sua rede

Casino Portugal, SA

&ÓcioNegócios

MEMÓRIA CURTA

Lisboa será a primeira capital a ter um casino sobre rodas. É, claro, uma graça acerca do casino que será inaugurado pela Estoril Sol no Parque das Nações. É que o novo pólo de jogo esteve para ser instalado no Parque Mayer, Cais do Sodré, Jardim do Tabaco, antes da deslocação fi nal para o Parque das Nações. Os próprios responsáveis da Estoril Sol costu-mam brincar com esta itinerância. Mas, acima de tudo eles estão preocupados com a mentalidade de Casino Portugal, SA que vigora no país. Ele é o Euromilhões, ele é o jogo clandestino, ele é a Betandwin e demais promotores de apos-tas cibernéticas. Um estudo de um governo anterior estimava que os casinos clandestinos movimentavam uns 250 milhões de euros, quase tanto como os 300 milhões que o jogo repre-senta na facturação dos oito casinos em funcionamento. O

Ampulheta & pera

O QUE SE DIZ

BERTRAND EM ESPANHOL

80 MIL MILHÕES

LOGÍSTICA & AUTOMÓVELNa lista de desígnios da Região Norte, o sector Automóvel é trocado pela lo-gística. O que quer ser a Região Norte no ano de 2015? Num estudo encomen-dado há dois anos pela CCDRNorte concluía-se que o futuro estava na sigla ATICE - Automóvel, Tecnologias de In-formação, Comunicação e Electrónica. O estudo fazia a apologia dos “clusters”, a transição de um modelo de desenvol-

O que mais há são estudos por medida. Um recente, nos Estados Unidos, debruçava-se sobre as silhuetas femininas. O imaginá-rio colectivo é povoado por vamps e ícones, com corpos esbeltos, às vezes indefi nidos. É só olhar para actrizes e modelos. Mas, a rea-lidade nem sempre é tão perfeita. A verdade é que investigação da universidade americana tipifi cou sete categorias de mulher: rectangu-lar, em forma de colher ou pêra, triangular, triângulo invertido, ampulheta, ampulheta na base e ampulheta na parte superior. Ora, a referência da maioria dos fabricantes de vestuário mantém-se fi el à ampulheta, uma fi gurino popularizado por estrelas como Ma-rylin Monroe. Mas as silhuetas femininas predominantes são a rectangular e a forma de pêra. Dois terços de um universo de mais de seis mil corpos avaliados enquadrava-se nestes dois tipos de classifi cação. Nas rectangulares, o busto e a anca são do mesmo tamanho e a cintura é mais pequena 9 cm. No modelo pêra, a anca é pelo menos dois centímetros mais larga do que o busto. A ampulheta, defi -nida por uma cintura estreita, apresentava oito representantes por cem avaliadas. Talvez este

Na recente OPA do BCP sobre o BPI nin-guém admitiria que o Banco de Portugal (BP) se intrometesse e viesse dizer que a operação desorganizava o sector bancário ou ameaça a sua estabilidade. O que não di-riam os KOF — Key Opinion Formers… A memória é curta. A verdade é que foi esse o argumentário que esteve na base de um veto do BP a uma operação, há cinco anos. A in-tervenção providencial impediu a compra de um terço do Banco Finantia, de António Guerreiro, pelo Banco Privado Português, de João Rendeiro. Rendeiro acatou a deci-são, evitando uma guerra com o Banco de Portugal. O management do Finantia, que

A ANEOP, a principal associação de cons-trutores, avalia em 80 mil milhões de euros o potencial do mercado de reabilitação ur-bana. Ou seja, o triplo da produção anual do sector. Os empreiteiros consideram que este segmento é fundamental para com-pensar a quebra de encomendas. Mas a falta de incentivos para a remodelação do parque habitacional e a morosidade com que se defrontam exemplos virtuosos como o programa da Baixa do Porto esmorecem o entusiasmo dos construtores.

contava com aliados de peso como Eduardo Catroga, suspirou de alívio. Mas o que di-riam hoje os KOF, a nova sigla para os faze-dores de opinião, se o BP se intrometesse?

sexta-feira, 07 Abril de 2006 11

Intriga e Agitação

Jantar VínicoO Restaurante do Museu de Serralves, no Porto, deu início ao ciclo de jantares

vínicos

esforço científi co induza uma transforma-ção nos estilistas e na indústria de vestuário, convencendo-os a fabricar roupa adequada a mulheres reais e não referências míticas. É um trabalho árduo, mas alguém o teria de fazer! Nem todas podem ser Marylins, nem com uma paginação perfeita como a polaca da botija do gás.

60 mil eurosArquivo de Francisco António da Veiga Beirão leiloado no Palácio do Correio

Velho

Uma inesperada agitação envolveu a revelação da saída de Manuel Ferreira de Oliveira (MFO) da Unicer para a Galp. A verdade é que desde meados de Fevereiro que o gestor contava aos ami-gos próximos que aceitara um “convite irrecusável” de Amorim, o que signifi ca que os accionistas da Galp souberam com, pelo menos, mês e meio de ante-cedência. Alguém acredita que Amorim não avisou Manuel Pinho, o ministro a quem cabe nomear o presidente e CEO da Galp, nos termos do acordo parasso-cial? Será que Amorim não conversou com a ENI, uma velha conhecida de MFO? Pelo menos, Amorim falou com os accionistas da Unicer, fi cando com-binado que, se fosse necessário, MFO poderia fi car até Outubro e permitir uma transição pacífi ca. O que estava planeado era a saída ser anunciada esta semana, no dia da Assembleia Geral da Unicer. MFO termina o mandato e não poderia ser reconduzido por um ano ou alguns meses. O segredo até se aguen-

tou muito tempo, foi apenas revelado uma semana antes. É curioso que a Galp passa a ter uma situação semelhante à PT, em que um CEO “in nomine” que está de saída e um outro espera na antecâma-ra que chegue o seu momento. O factor intriga reside em que o CEO em funções na Galp fora já nomeado pelo actual Go-verno.

vimento para o de conhecimento-inten-sivo, aconselhava uma ligação profunda com a Galiza e Castela-Leão na área do automóvel. Mas as novas prioridades negligenciam o sector automóvel. O Norte rende-se ao poder de atracção de Palmela – as suas principais empresas dependem cada vez mais do pólo VW. E na ligação à Galiza, aposta nas platafor-mas logísticas.

portuguesa para avaliar oportunidades no exterior. Além de já ter recusado propos-tas para entrar no mercado angolano, a empresa admite voltar a encarar aquele mercado. E, pelo sim pelo não, já regista-ra a marca nos países lusófonos e também em Espanha. Não vá um dia destes deci-dir entrar mesmo no país vizinho.

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“Requiem” de Mozart no Coliseu do Porto

Hoje, 7 de Abril, às 21h30

O “Requiem” de Mozart é a mais célebre missa fú-nebre de todos os tempos. Impres-siona pela sua no-breza, beleza dos temas e densida-de. Foi a última criação de Mozart que encarnou esta encomenda como uma premonição da sua própria morte. Morreu an-tes de terminar a obra. Terminou-a o seu discípulo Franz Xavier Süs-smayer e o “Re-quiem” acabou por ser a sua mis-sa fúnebre. O concerto reali-za--se esta sexta-

feira, dia 7 de Abril, pelas 21h30, no Coliseu do Porto.A Vida Económica associa-se ao Jubileu de Mozart, patrocinando estye ciclo de concertos. A iniciativa tem o apoio de Murganheira e do Hotel Dom Henrique.

Olho em análise no Centro Português de Fotografia

Hoje, às 21h30

“Porque eu sou do tamanho do que vejo, e não do tamanho da minha altura”, a frase de Alberto Caeiro em “O Guardador de Rebanhos” é o mote para a conferência “O olho e o olhar” que se realiza esta sexta-fei-ra, pelas 21h, no Centro Português de Fotografia, no âmbito do ciclo “Encontros do Olhar”. O oftamolo-gista Paulo Ribeiro é o convidado. Irá demonstrar como é constituído um olho. Com a gravação da “dissecação” de um olho de porco, abordará a sua constituição, dada a semelhança com o olho humano. Fala também sobre as rela-ções dos olhos com o resto do corpo e sobre expressão facial como modo de comunicação.

Indústria Criativa na Gare Marítima

Até sábado

“Travessias” é o tema do Laboratório Criativo deste ano promovido pela Unicer. O projecto da empresa de bebidas pretende dinami-zar as “indústrias criativas portuguesas”. Conta com uma exposição que decorre na Gare Marítima de Alcântara, inaugurada na passada quinta-feira e a decorrer até sábado.António Caramelo, João Bonito, Luís Alegre, Miguel Cabral, Miguel Palma e Nuno Rebelo são os artistas convidados pela Unicer para este projecto. As Indústrias Criativas são um projecto que a Unicer pretende pro-mover, apoiar, acompanhar e ajudar a implementar. São “indús-trias” sem visibilidade nem apoios necessários para vingarem em Portugal. A Unicer propõe-se mudar a situação. Dá o primeiro passo com esta acção. O grande objectivo da Unicer é passar do papel passivo de mecenas para um papel activo na implementação e apoio a projectos dentro das Indústrias Criativas. Quer juntar um conjunto de parceiros na área empresarial, na banca e na cultura, com vista a tornar possível a concretização dos projectos. O grupo empresarial, que tem vindo a diversificar a sua activida-de da cerveja para outras bebidas e para o Turismo, pretende ser “a referência à qual os artistas recorrem com as suas propostas” que, caso sejam consideradas viáveis passam a ser apoiadas pelos parceiros. Viáveis são, para a Unicer, os projectos com viabilidade económica, geradores de novos postos de trabalho, que fomentam a produção intelectual portuguesa e incrementam o registo de marcas e patentes nacionais.

Francis Ford Coppola, Martin Scorsese, Steven Spielberg, George Lucas e Woody Allen, podem ser vistos no ciclo de cinema que está a decorrer no Centro Cultural de Vila Flor. Nada de novo na oferta cinema-tográfica, não fosse o facto de se tratar de filmes dos anos 70.

Entre os próximos dias 4 de Abril e 27 de Junho, o Centro Cultural Vila Flor, em parceria com o Cineclube de Guimarães, promove um ciclo “Cinema Americano dos Anos 70”. Depois de “Uma Viagem a Itália”, no primeiro trimestre deste ano, o centro

Centro Cultural Vila Flor e Cineclube de Guimarães promovem ciclo de cinema americano, anos 70

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c u l t u r a l s e d i a d o em Gui-m a r ã e s volta a o f e r e c e r a possibi-lidade de ver ou re-ver obras c i n e m a -tográficas há muito fora dos circuitos c o m e r -ciais.

As obras emergem de uma onda de re-novação que se segue ao período de con-vulsões da sociedade americana, indefini-ção estética e de dificuldades do sistema industrial de produção no final dos anos 60. Francis Ford Coppola, Martin Scorse-se, Steven Spielberg, George Lucas e Woo-dy Allen são alguns dos que se afirmaram como os grandes renovadores do cinema americano. Por outro lado, alguns cineas-tas dão continuidade à tradição clássica de cinema americano.

“A Renovação do Cinema Americano” pretende mostrar as obras de autores que personificam a renovação e a tradição do cinema americano. O ciclo abriu no dia 4 Abril com “Take the Money and Run” de Woody Allen. Seguem-se mais oito filmes, pelas 22 horas, às terças-feiras. A entrada é gratuita.

11 Abril - Um Assassino pelas Costas/ Duel Steven Spielberg, 1971

18 Abril - Destinos nas Trevas/ Play Misty for Me Clint Eastwood, 1971 2 Maio - Cães de Palha/ Straw Dogs Sam Peckinpah, 1971 23 Maio - As Brancas Montanhas da Morte/ Jeremiah Johnson Sidney Pollack, 1972 30 Maio - Os Cavaleiros do Asfalto/ Mean Streets Martin Scorsese, 1973

20 Junho - Nova Geração/ American Graffiti George Lucas, 1973 27 Junho - O Vigilante/ The Conversation Francis Ford Coppola, 1974

DESTAQUES DA SEMANA

CICLO DE CINEMA ANOS 70 “A RENOVAÇÃO DO CINEMA AMERICANO”

sexta-feira, 07 Abril de 2006ÓCIO & NEGÓCIOS12

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O Grupo Editorial Vida Económica tem condições para lhe proporcionar formação à medida dos objectivos e necessidades dos seus trabalhadores, colaboradores ou associados, em qualquer ponto do país, em horário laboral ou pós-laboral.

Grupo Editorial Vida Económica. R. Gonçalo Cristóvão, 111 - 6º Esq. 4049-037 PortoInf: Ana Maria Vieira Telf. 223 399 457/00 Fx. 222 058 098 [email protected]

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07 de Abril de 2006 | Suplemento Nº48ESPAÇO DEDICADO ÀS PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS DE PORTUGAL

A Associação das PME-Portugal apresenta um variado leque de planos de formação para activos

De acordo com Filipa Lo-pes, da Associação das PME-Portugal, “a Asso-ciação tem tentado criar condições para propor-

cionar uma oferta formativa ade-quada, ou seja, as bases necessárias para realizar acções de formação em consonância com os objectivos das empresas”. Até porque “no con-tacto com os empresários conclui-se que as grandes preocupações se relacionam com a competitividade no mercado e, consequentemente, com as necessidades de formação dos seus recursos humanos”.

Estando na valorização dos recursos humanos da empresa, o ênfase para aumentar a competi-tividade e enfrentar os desafi os imediatos e a longo prazo tor-na-se prioritário para qualquer organização, em especial para aquelas que enfrentam mais difi culdades, as micro e PME’s, a actualização e o aperfeiçoamento de conhecimentos.

Levar a formação às PME A formação profissional é uma necessidade con-creta e fundamental nas micro, pequenas e médias empresas. O cumprimento da legislação laboral no que respeita à imposição de horas de formação obrigatórias aos colaboradores, é uma preocupação constante para os empresários das PME, sobretudo porque são estes que sentem as maiores dificuldades em respeitar os requisitos das 35 horas de formação profissional, anual, por cada trabalhador.Com o intuito de tentar colmatar lacunas que possam comprometer a eficácia da realização dessas mesmas acções, a Associação das PME-Portugal, desenvolveu junto das empresas um exaustivo diagnóstico de neces-sidades, o qual culminou com a apresentação dos Planos

“Considero este tipo de iniciati-vas muito importante, porque nin-guém olha para as empresas com vontade de ajudar. Ainda bem que há uma associação como as PME que têm iniciativa de ajuda”, afi r-mou Manuela Silva da HIDROFER – Fábrica de Algodão Hidrófi lo.

Para esta empresária a parti-cipação dos 32 colaboradores na edição de 2005 dos cursos de for-mação, tornou-se imprescindível, porque “os cursos são sempre uma mais valia para os participantes e há sempre alguma coisa que é apreendida”.

A escolha de Técnicas de Infor-mação e Comunicação, uma das várias opções disponíveis, leva-a a verifi car melhorias a nível de rela-cionamentos na empresa.

Outra das empresas partici-pantes na acção do ano transacto foi a MNAC, Electricidade Indus-trial, Lda. Apesar de os cursos de formação já terem um historial na empresa, Nelson Ferreira, quando teve conhecimento da iniciativa da PME não hesitou em participar.

Com 13 trabalhadores a assis-

Márcia Silva [email protected]

tirem à formação em focalização de processos na área da qualidade, Nelson Ferreira afi rma que “apesar de uma acção de formação isolada não ter efeitos imediatos, nota-se cada vez mais o interesse dos colaboradores em participar. No início era complicado convencer os colaboradores a inscreverem-se, agora é complicado dizer-lhes que os cursos já não têm vagas. A empresa acaba sempre por ter resultados positivos”.

Os planos de formação da Associação das PME-Portugal de-correm desde 2001. A última acção realizada terminou em Dezembro

de 2005 e contou com um total de 446 formandos entre empresas e particulares.

Este ano a PME disponibiliza um total de 40 cursos divididos em áreas como Ambiente, Qualidade e Segurança, Estratégia e Finan-ças, Tecnologias de Informação e Comunicação, Desenvolvimento Pessoal, Comercial, Línguas e Direito.

Os cursos destinam-se a activos e serão ministrados em Braga, Pó-voa de Varzim, Porto e Leiria. Todas as informações complementares e pormenorizadas encontram-se dis-poníveis em www.pme.online.pt.

A formação com vista à valorização dos recursos huma-nos para o aumento da competitividade empresarial, torna-se prioritária para as PME’s.

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que integra o grupo Varig, a fusão entre as duas empresas.

Num cenário de integração, o futuro operador seria o quarto a nível mundial e o primeiro a ní-vel da Ibéria e da América Latina, com uma rede de oferta em 50 ae-roportos, um volume de negócios superior a 330 milhões de euros e 10 mil colaboradores no activo.

Por enquanto, a Groundfor-ce Portugal é o sexto operador independente de serviços de as-sistência em aeroportos a nível mundial, operando em 24 infra- -estruturas em Portugal, Espanha, Marrocos e México. Tem um vo-lume de negócios superior a 250 milhões de euros e entre os seus clientes estão 250 companhias aéreas. Recentemente, a empresa portuguesa assinou um protocolo de cooperação com os brasileiros da SATA, uma companhia com

Assistência em aeroportos

Groundforce Portugalquer ser líder mundial

A empresa portuguesa de servi-ços de assistência em aeroportos (handling), a Groundforce Por-tugal, integrada no grupo com o mesmo nome, prepara-se para entrar no ranking dos quatro maiores operadores mundiais do sector.

Para atingir este objectivo a ad-ministração da companhia está a negociar com os brasileiros da SATA, um operador de “han-dling” no mercado brasileiro e

5500 colaboradores, que prestam serviços a mais de 200 compa-nhias aéreas, detendo uma quota de mercado de 55% no Brasil.

Nesse protocolo, ficou defini-do o modelo de cooperação a ní-vel da partilha de experiências e know-how em várias áreas, quer na estratégia comercial, quer no marketing, nos processos operati-vos, na negociação de compras e no desenvolvimento de projectos conjuntos nos países africanos de expressão portuguesa e nos paí-ses da América Latina. Este pro-tocolo poderá evoluir para uma “joint-venture” que permitirá às duas empresas o desenvolvimen-to conjunto de actividade de as-sistência à aviação executiva no Brasil. Poderá esta cooperação, por último, evoluir para uma in-tegração societária.

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Groundforce negoceia com brasileiros da SATA a fusão entre as duas empresas.

Rui Alpalhão, administrador delegado do FundBox, considera

Reabilitação urbana requer mecanismos de reversão

Os fundos de investimento imobiliário (FII) são instrumen-tos importantes que complemen-tam a acção das sociedades de rea-bilitação urbana (SRU) e devem por isso representar um parceiro de relevo no investimento para a recuperação dos centros urbanos. Na opinião de Rui Alpalhão, administrador delegado do Fun-dBox, os FII têm apostado sobre-tudo “no sector terciário, muito pouco em habitação e ainda menos na renovação de edifícios residenciais ou reconversão para uso residencial”.

Este responsável estima que a reabilitação pode ser um bom investimento desde que sejam se-guidos os mesmos princípios que norteiam qualquer outro investi-mento. “Os investidores devem ter paciência, possuir visão estra-tégica, ter dinheiro em volume significativo, uma boa carteira de activos renováveis e acesso a financiamento”.

Estas considerações foram te-cidas no decurso da conferência Vida Imobliária, durante o salão de imobiliário Imobitur, na Ex-ponor. Rui Alpalhão deu como exemplo da sua visão o Fundo Santa Casa 2004, criado em con-junto pela FundBox e a Santa Casa de Misericórdia de Lisboa. “Esta instituição tem visão estra-tégica e orientação a longo prazo, com uma carteira de activos de 350 imóveis, maioritariamente residenciais e renováveis”, disse.

Este fundo, explicou, foi mon-tado em esquema fechado, com uma duração de oito anos e um capital de 50 milhões de euros. “A escala é importante nestas

intervenções”, esclareceu Rui Al-palhão, aé porque existem casos de “parcerias que falharam”, as quais possuem “denominado-res comuns”. Estas prendem-se com “os veículos estratégicos de colocação junto de investidores institucionais nacionais e estran-geiros”, resumiu.

Fundos com duração definida

Por essa razão, os fundos de in-vestimento e as SRU são comple-mentares, explicou Rui Alpalhão, e não apenas no que toca “à letra da lei”. Para aquele especialista, “sem um mecanismo de reversão”, ou seja, “se os proprietários não puderem recuperar a propriedade do imóvel depois da interven-ção”, é “discutível que a adesão seja significativa”. Rui Alpalhão afirmou que tal mecanismo “não decorre da lei”.

Os fundos, por outro lado, de-

vem ter uma duração definida, e aqueles que sejam constituídos no âmbito das SRU devem ser de duração predeterminada, após a qual deve ser feita “a reversão do imóvel para o proprietário”.

Desta forma, segundo Rui Al-palhão, o processo deve revestir--se de contornos específicos. À entrada, “a subscrição do proprie-tário deve ser feita em espécie” e à saída este “readquire o imóvel ao fundo por um preço máximo prefixado, com o diferencial fi-nanciado em condições conheci-das à partida”.

Quanto às entidades bancárias, estas devem ser “o depositário do fundo à entrada, “o financiador do fundo” durante a reabilitação e, à saída, devem ”trocar o finan-ciamento com o fundo por paco-tes de Unidades de Participação”. Estas serão resgatadas no final do processo “pelas verbas que o fun-do venha a obter”.

MARC BARROS

A redução de custos é uma preocupação comum a todos os sectores.

Individualmente, a indústria preocupa-se com a criação de uma maior eficiência operacio-nal, a administração pública com o desenvolvimento de no-vos modelos de serviço ao cida-dão e a banca com o cumpri-mento dos requisitos de Basileia II, nomeadamente melhoria de gestão do e risco e controlo an-tibranqueamento de captais.

Estas são as principais conclu-sões de um estudo sobre a estra-tégia das TIC para o próximo ano realizado pela Getronics, empresa especializada em apli-cações e serviços aplicacionais no sector das TIC, em conjunto com a IDC.

O estudo dá também algumas pistas de gestão. A segurança é uma preocupação comum a todas as empresas. Fora isso, a indústria irá apostar no “out-sourcing” de alguns serviços de apoio à infra-estrutura, en-quanto a administração pública

estará ocupada em integrar os sistema, ao nível de intra e in-ter-organismos.

A banca, dadas as obrigato-riedades legais, dedicará mais atenção a mecanismos de “re-porting” e implementação de soluções multicanal.

Resumindo, acentua-se o que já se verifica nos últimos tem-pos. Ou seja, os critérios de investimento são cada vez mais criteriosos. Contudo, isso não significa gastar menos mas sim investir melhor.

Refira-se que o estudo abarcou empresas de Espanha e Portugal. Segundo Paulo Costa, responsá-vel pela Getronics em Portugal, não há grande disparidade entre Portugal e Espanha.

Os desafios são semelhantes, estão é em diferentes estágios de evolução. “Quase nenhum líder espanhol teve proble-mas em responder ao estudo”, afirma, revelando assim a uma predisposição para partilhar a informação.

ALEXANDRA COSTA

Como podem as pessoas argumentar que tiveram uma razão para fazer o mal que fizeram?

75. Consentimento presumido (“eu sabia que ele deixaria”)Caso diferente do consentimento, e por isso merecedor de trata-mento à parte, é o do consentimento presumido, uma vez que im-plica, como veremos com maior detalhe já de seguida, a ocorrência de factos prévios que impõem uma necessidade de agir por parte daquele que pratica a acção potencialmente censurável. O consenti-mento presumido vem tratado no artigo 39º do Código Penal, sob a epígrafe com o mesmo nome. Vamos, então (como já nos habitu-ámos), aos requisitos...O primeiro requisito, como dissemos, na origem da grande diferen-ça face ao mero con-sentimento, implica que, previamente à ofensa (presumivel-mente consentida), tenha existido uma razão que tenha fundamentado a sua prática. O Código Civil caracteriza esta situação como uma lesão que se deu no interesse do lesado: A entra na casa de B, depois de lhe arrombar a porta, para fechar uma tor-neira que ameaçava inundar-lhe a casa. O segundo requisito pressupõe que o interessado (em evitar a le-são) não esteja em condições de prestar o consentimento: B estava ausente de casa, em paradeiro desconhecido, e tinha o telemóvel desligado.Finalmente, o terceiro requisito impõe que seja razoável supor que o interessado teria consentido a “ofensa”: não será difícil presumir que B teria consentido o arrombamento da porta seguido de violação do domicílio, caso se tratasse, por exemplo, do salvamento de bens, degradáveis com a água, avaliados em milhões de euros.

CEM ARGUMENTOS

PAULO MORGADO

O Código Civil caracteriza esta situação como uma lesão que se deu no interesse do lesado

* Extraído do livro “Cem argumentos – a lógica, a retórica e o direito ao serviço da argumentação”, de Paulo Morgado, edições Vida Económica

Para mais informações sobre este livro, consulte www.vidaeconomica.pt ou envie o seu pedido para [email protected]

sexta-feira, 07 Abril de 2006PME14

Estudo da Getronics sobre tecnologias de informação

revela

Empresas privilegiam segurança

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Dão e Douro mostram potencial vinícola

Primeiro balanço do novo Prime

Programas de apoio continuam a não chegar às PME vez mais, à dotação orçamental disponível, tudo entraves que di-ficultam o acesso a todos os inte-ressados. “Só alguns serão contem-plados”, diz. Não é deste modo que vamos conseguir passar para a tão desejada sociedade da informação.

Empresários querem estabilidade

“Os empresários prezam, acima de tudo, a estabilidade”. É esta a primeira reacção de Almeida Henriques, presidente do CEC – Conselho Empresarial do Centro – quando se fala do assunto que faz esta notícia. Sem deixar de dizer que ainda é cedo para fazer uma análise sobre esta primeira fase de candidaturas, este dirigente associa-tivo, em jeito de desabafo, lembra ao nosso jornal que “já houve quase tantos formatos de incentivos como ministros”. Algo que para Almeida Henriques “provoca, nas empresas, níveis inaceitáveis de incerteza e, nas estruturas que implementam

os incentivos, níveis de ruído e ino-peracionalidade que tornam, prati-camente, impossível implementar com coerência uma política eco-nómica”. E o presidente do CEC remata com um desejo: “Acima de tudo, espero que os erros cometi-dos sirvam de lição para o próximo período de programação”.

Um outro dirigente associati-vo, desta feita, António Marques, presidente da AIMinho, tem uma opinião algo diferente do seu co-lega. Também António Marques lembra que ainda é cedo para fazer balanços, mas vê com bons olhos o actual contexto em matéria de Prime. “As coisas estão mais ani-madas, estão a correr bem”, des-taca ao nosso jornal. Lembrando o novo enquadramento do Prime – o Plano Tecnológico -, o líder da AIMinho volta aos elogios e afirma que o modo como estes apoios se processam é agora mais “coerente”, existindo, igualmente, uma maior interligação entre as diferentes ma-térias.

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“Os sistemas de incen-tivos são só para al-guns”. Ora é desta

forma que reage Joaquim Cunha, presidente da PME Portugal, quando lhe pedimos um balanço sobre esta primeira fase de candi-daturas – esta finaliza já no próxi-mo dia 11 de Abril – a programas do Prime, como o SIPIE, SIME ou SIED. Os motivos apresen-tados? Aqui, Joaquim Cunha re-mete-nos para a questão da buro-cracia ao afirmar que as empresas têm de “responder a uma série de requisitos” para aceder a estes apoios.

A isto, Joaquim Cunha acrescen-ta um outro problema: as verbas disponibilizadas pelo Prime. “A do-tação orçamental é extremamente, reduzida em todas as vertentes do novo Prime”, destaca. Mas as crític das do presidente da PME Portugal não ficam por aqui. Falando, espe-cificamente, do SIED, Joaquim Cunha aponta o dedo aos “critérios de selecção dos projectos” e, uma

sexta-feira, 07 Abril de 2006 15PME

A terceira edição do Dão e Dou-ro em Lisboa é apresentada na pró-xima terça-feira, dia 11 de Abril, às 15h00, no Bairro Alto Hotel, pelos representantes da Bago de Touriga e Wine Solutions, que organizam o evento com o suporte institucional da Comissão Vitivinícola Regional do Dão e o Instituto do Vinho do Douro e Porto.

O Dão e Douro, que em 2005 trouxe a Lisboa 36 produtores de excelência de ambas as regiões, pre-tende alargar o leque de actividades desta acção de promoção conjunta, consolidando um modelo de di-vulgação de das potencialidades de produtores e vinhos, e dos respecti-vos “terroirs”.

De 4 a 14 de Maio, será possível contactar com produtores e desco-brir vinhos em acções em garrafei-ras, lojas “gourmet” e restaurantes de referência, onde haverá degusta-ções, provas e jantares vínicos (no Eleven, Tavares, Terreiro do Paço, 100 Maneiras, Galeria Gemelli e Valle-Flôr).

Antecedendo a mostra de pro-dutos e provas, que encerra o ca-lendário a 14 de Maio no Pestana Palace, decorrerá na Sala Ogival da Viniportugal um leilão de colheitas de excepcional qualidade do Dão e Douro, a 13 de Maio, antecedendo o jantar no Terreiro do Paço. Esta iniciativa reverte a favor da Bioco-op e da Associação Sol, entidade que tem desenvolvido um trabalho meritório em prol de crianças com necessidades especiais.

Alguns dos lotes em leilão estarão expostos dia 11 de Abril, na Sala Poeta, do Bairro Alto Hotel, onde decorre a conferência de imprensa.

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✔ Principal legislação ambiental (ar, água, resíduos, ruído);

✔ Principal legislação de licenciamento ambiental e análise detalhada do Formulário PCIP e simulação do seu preenchimento;

✔ MTD’s - Melhores Técnicas Disponíveis – selecção e análise das MTD’s aplicáveis aos sectores presentes na formação;

✔ EPER - Registo Europeu das Emissões de Poluentes;

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CURSO LICENCIAMENTO AMBIENTALPRAZO LIMITE DE OBTENÇÃO

DA LICENÇA AMBIENTAL: 30/10/2007 — RESTAM 18 MESES!

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✔ Métodos e tecnologias de redução de emissões ou resíduos, ou do seu tratamento (emissões poluentes para o ar, para a água ou solo, resíduos, ruído) – alguns exemplos.

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As sessões terão um cariz essencialmente prático e incluirão a análise da legislação, simulação de preenchimento do Formulário PCIP e análise de documentos reais de Licenças Ambientais e MTD’s.

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“Força Portugal 2006” :projecto de promoção no Mundial de Futebol na Alemanha

“Força Portugal 2006” é o projecto de-senvolvido por várias entidades públicas e privadas para promover Portugal na Ale-manha. Envolve um leque de acções que vão ser organizadas na Alemanha, no pe-ríodo imediatamente anterior e durante a realização do Campeonato Mundial de Futebol.

Mais de 50 acções são anunciadas para o evento. Passam pelo desporto, mas tam-bém por cultura, turismo e promoção de produtos e serviços portugueses que irão percorrer várias cidades da Alemanha onde irão decorrer os jogos, procurando tirar benefício da exposição mediática propor-cionada por este evento desportivo. Con-ferências de imprensa, provas de vinhos e

sacos com brindes alusivos a Portugal se-rão distribuídos nos aeroportos.

Foi desenvolvido um “logo” de Portugal para o Mundial de Futebol que tem por base o símbolo de José Guimarães, inte-grando a expressão de incentivo à Selec-ção Nacional de Futebol “Força Portugal 2006“ e por uma onda circular que pre-tende transmitir um novo Portugal, mo-derno e inovador.

O “site” portugal.de está disponível em português e alemão. Descreve o pro-jecto, as acções da promoção e os parcei-ros; apresenta uma cronologia do futebol português e um directório de associações, entidades e instituições portuguesas na Alemanhã.

European Cities Monitor revela:

Lisboa em 14º lugar no ranking europeu de atracção para o investimentoSão, sobretudo, factores de ordem económica que determinam a localização das empresas em Lisboa. Na análise dos factores essenciais na localização das empresas, a capital portuguesa é a cidade europeia mais interessante na relação qualidade/ preço de escritórios e posiciona-se em 4º lugar na atractividade pelo custo dos recursos humanos.

Lisboa é a 14ª cidade da Europa mais atractiva para a fixação de empresas. O European Cities

Monitor relativo a 2005 coloca a capi-tal portuguesa dois lugares acima do ano anterior. Londres é desde a realização do primeiro estudo da consultora imo-biliária internacional Cushman & Wake-field, em 1990, a cidade mais atractiva, seguindo-se Paris, Frankfurt e Bruxelas, que também se mantêm há 15 anos nos mesmos lugares do “podium”.

Trata-se de um estudo anual sobre Factores Decisivos na Atracção de In-vestimento, desenvolvido pela empresa internacional Cushman & Wakefield, junto do universo das 15 mil maiores empresas. São realizadas entrevistas aos administradores ou directores-gerais sobre a sua percepção comparativa das

cidades europeias que determina as deci-sões de localização das empresas. Os re-sultados do estudo relativo a 2005, apre-sentado pelo director-geral da Cushman & Wakefield na passada semana, no Porto, baseiam-se numa amostra de 501 entrevistas realizadas onde se analisam 30 cidades.

Para os inquiridos, Lisboa é a cidade mais atractiva no que se refere à relação qualidade/preço de escritórios (está em primeiro lugar no ranking no que se re-fere a este ponto). O custo dos recursos humanos é outro dos factores essenciais na localização das empresas favorável a Lisboa — está em quarto lugar, seguindo-se a Varsóvia, Budapeste e Praga —, bem como a política fiscal e incentivos finan-ceiros e disponibilidade de escritórios, na qual se posiciona em 10º e 11º lugares.

culturais ou desportivos na atracção de eventos para as empresas, 68% dos inquiridos consideraram que não tem qualquer influência e apenas 6% que tem influência determinante.

No entanto, a evolução de Barcelona no ranking das melhores cidades para investir revela o contrário. Em 1990, an-tes de ter acolhido os Jogos Olímpicos, ocupava o 11º lugar, em 2004 estava em 6º. Em 2005, subiu mais um ponto no ranking global de atractividade, sendo considerada a cidade que mais se esforça para atrair investimento e é percepcio-nada como a terceira localização de ne-gócios na Europa.

CATARINA [email protected]

Negativamente pesam os factores quali-ficação dos recursos humanos; facilidade de acesso a mercados; qualidade das tele-comunicações e línguas faladas, nos quais Lisboa aparece colocada, respectivamente, em 28º, 27º, 24º e 23º lugar.

O efeito dos eventos

Já no que se refere ao reconhecimentos das cidades como localizações de negó-cios, Lisboa está posicionada em 8º lu-gar no ranking, com uma percepção de 44%, tendo perdido dois pontos percen-tuais em relação ao ano 2004, apesar do Campeonato Europeu de Futebol.

Questionados sobre os efeitos, para as cidades, da organização de eventos

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sexta-feira, 07 Abril de 2006PME16

1 - Melhores redes de transporte entre cidades2 - Melhor circulação de tráfego3 - Melhores transportes públicos4 - Baixa nos impostos5 - Redução da burocracia6 - Melhores telecomunicações7 - Melhorar tempo de lazer dos colaboradores8 - Maior disponibilidade de recursos humanos qualificados

COMO TORNAR UMA CIDADE ATRACTIVA AO INVESTIMENTO?

Fonte European Cities Monitor 2005, European Cities Monitor

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Acção de formação envolveu todos os colaboradores

Lipor aposta na melhoria interna em articulação com parceiros privados

“Uma entidade do sector público como a Lipor pode desenvolver processos de me-lhoria interna e aproximar-se dos conceitos da gestão privada” – disse à “Vida Econó-mica” Fernando Leite, administrador dele-gado da Lipor.

A empresa especializada no tratamento de resíduos acaba de fazer uma sessão de formação que envolveu em simultâneo todos os seus empregados, num total de 230 pessoas. Através desta acção, a Lipor desenvolve a noção da criação de valor, alerta os colaboradores para o fim do con-ceito do emprego para toda a vida e para a necessidade de voltarem a aprender.

Tendo em conta os condicionalismos inerentes a uma entidade do sector públi-co, Fernando Leite tendo vindo a oferecer aos colaboradores vantagens de natureza não remuneratória, nomeadamente, for-mação, seguros e apoio em deslocações externas, para os quadros técnicos e che-fias. Para o operariado existem incentivos financeiros relacionados com assiduidade, produtividade, bem como apoio na admis-são de familiares.

A curto prazo, e assim que sejam altera-dos os actuais obstáculos legais, Fernando Leite considera que todos os empregados da Lipor devem ter uma componente va-riável de remuneração, ligada ao desem-penho. O objectivo é estimular a ambição

dos colaboradores, de forma saudável. Para isso, existem já planos individuais de de-senvolvimento de carreira e incentivos à mudança que têm sido bem aceites. Há vários casos de pessoas que deixaram as li-nhas de fabrico, passando a dedicar-se aos recursos humanos, qualidade, e à educa-ção e sensibilização ambiental. No caso da Lipor quem está nas áreas fabris não deve estar mais de dois anos nas mesmas fun-ções. Aqueles que estão nas áreas técnicas não devem ter mais de um ano as mesmas tarefas.

Novas oportunidades

“A Lipor tem que olhar o mercado e buscar novas oportunidades, novos pro-dutos, que possam ser produzidos e ven-didos por nós” – referiu Macedo Vieira. Para o presidente da Lipor os novos servi-ços podem ser prestados em áreas tão di-versas como a sensibilização e a informa-ção, a formação, a potenciação do pilar das energias renováveis e dos combustí-veis verdes, dos correctivos e fertilizantes para a agricultura, do lazer e da ocupação de tempos livres.

“Na Lipor temos que ter consciência que é preciso produzir mais, poupando ao má-ximo os recursos, ajudando ao crescimento do país” – afirmou Macedo Vieira.

Ligação a agentes privados

A sensibilização interna que a Lipor está a desenvolver quanto à criação de valor

tem ligações a entidades privadas. É o caso da Sociedade Ponto Verde, EDP, Somague, Auto-Industrial e o grupo Suma (Mota-Engil).

sexta-feira, 07 Abril de 2006 17PME

De PRACE e bem?“É bastante difícil avaliar os efeitos e a bon-dade das iniciativas consagradas pelo PRA-CE – o Programa de Reestruturação da Ad-ministração Central do Estado, apresentado publicamente pelo Primeiro-Ministro, José Sócrates na pretérita semana.”

Ricardo RioEconomista

De há uns anos a esta parte, invocar a premência da reforma da Administração Pública é algo que valoriza e, diria, se exige até, a qualquer analista, político ou gover-nante.

Fazê-lo é mais que um mero sinal exte-rior de intelectualidade ou visão estraté-gica, podendo mesmo tomar-se como a verificação do conhecimento mínimo dos anseios e dos problemas do País real.

Todavia, de tanto se invocar o sobredi-mensionamento do Estado, o peso exces-sivo do funcionalismo público, o quadro desactualizado de avaliação e remuneração destes profissionais, o tema banalizou-se quase tanto quanto a postura passiva dos sucessivos Governos face às raízes deste problema.

Ao olhar para aquilo que devem ser os objectivos da referida Reforma, melhor se compreende o alcance das iniciativas mais ou menos estruturadas que, ao longo dos anos, foram desenvolvidas como autên-ticos fogachos, flashes inconsequentes de um processo sempre inacabado.

Para aqueles que entendem que o grande problema da Administração Pública é uma questão de natureza estritamente orçamen-tal, que deve ser combatido o aumento do peso dos encargos com os funcionários públicos no Orçamento de Estado e que devem ser revistos os mecanismos de ad-missão, progressão automática e de revisão salariais, o então Ministro Pina Moura apresentou em 2001 uma resposta satis-fatória: o Plano de Redução da Despesa Pública.

Como se recordarão os directamente visados, este Plano visava a moderação significativa do crescimento da massa sala-rial, a imposição de restrições aos encargos com as aposentações dos funcionários e a redução de uma série de outras regalias e benefícios.

Para outros, porém, esta solução optava por uma abordagem simplista. De facto, em vez de se criar condi-ções para o aumento da produtividade e a inerente melhoria da qualidade dos serviços prestados aos cidadãos pelo funcionalismo público, desde logo, através de sistemas de avaliação e indexação da progressão na car-reira ao mérito dos profissionais (propor-cionando, até, a atracção de trabalhadores mais qualificados), fazia-se um corte a eito nas despesas com vencimentos, através do qual acabavam por pagar os justos pelos pecadores.

Ainda assim, em resultado de algumas medidas então apresentadas e da determi-nação com que as mesmas foram aplicadas ao longo de 2002, o número dos funcio-nários ao serviço do Estado cresceu em apenas 6.000 nesse ano, contra a subida de 30.000 funcionários registada em 2001, para um total de 100 mil novos funcioná-rios ao longo dos seis anos anteriores.

Já no início de 2003, o Governo de Du-rão Barroso apostava na revisão do regime de avaliação de desempenho nas carrei-ras da administração pública, de forma a acabar com as “promoções automáticas”, por via da antiguidade, a cada três anos, enquanto criava as condições para a auto-nomização e entrega à gestão privada de

determinados sub-sec-tores do Estado.

Um ano antes de partir para Bruxelas, Durão Barroso deixa-ria o seu último lega-do nesta matéria, com a apresentação das Li-nhas Gerais da Refor-ma da Administração Pública, um projecto que visava combater o desperdício de re-cursos públicos, esti-mular a introdução

ou renovação das noções de disciplina e de responsabilidade na vida pública, dotar de coerência a organização do Estado e dos seus serviços, criar um espírito de liderança e de responsabilidade na AP e premiar o mérito, mediante a avaliação dos profissio-nais e dos serviços.

Quase três anos depois, continuam a evi-denciar-se os sinais de uma Administração Pública pouco competitiva e transparente, morosa e ineficiente, situação esta agravada pelo ónus financeiro que lhe está associado e de que o País parece não estar a tirar o devido proveito.

Com tudo isto, perdem os cidadãos, per-dem as empresas, perde o Estado e perdem, até, os próprios funcionários públicos, no-meadamente aqueles que não hesitam em dar o litro pela defesa da qualidade dos ser-viços que prestam.

Neste contexto, é bastante difícil ava-liar os efeitos e a bondade das iniciativas consagradas pelo PRACE – o Programa de Reestruturação da Administração Central do Estado, apresentado publicamente pelo Primeiro-Ministro, José Sócrates, na preté-rita semana.

De uma forma geral, o PRACE traduz-se numa reorganização de serviços e organis-mos que pretende clarificar e simplificar a estrutura interna de cada um dos Ministé-rios, através de um modelo de funciona-mento comum.

No particular, o PRACE traduzir-se-á na extinção líquida de 187 serviços e organis-mos (com a criação de 60 novos e a extin-ção de 247 dos actuais), cujas consequên-cias sobre os recursos internos parecem não estar devidamente ponderadas.

Aliás, só assim sepercebe que o Ministro das Finanças – por quem tenho muita esti-ma pessoal -tenha ido à televisão dizer um conjunto de banalidades que nem esclare-ceram os espectadores, nem corresponde-ram à eficácia do marketing do seu chefe de Governo.

Ficaremos, pois, na expectativa quanto a posteriores desenvolvimentos e resultados. E se os objectivos, como sempre, são meri-tórios, a concretização dos mesmos poderá não ser assim tão Simplex…

Quase três anos depois, continuam a evidenciar-se os sinais de uma Administração Pública pouco competitiva e transparente, morosa e ineficiente.

Opinião

Para Fernando Leite, uma entidade do sector público como a Lipor pode desenvolver uma cultura de gestão ágil e dinâmica como uma entidade privada.

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Produtos e serviços para empresas

sexta-feira, 07 Abril de 2006PME18

QUALIDADE E SIGILO…

[email protected]

Telefone: 919393459

A SINASE, uma empresa de consulto-ria constituída em 1968, com larga experi-ência nos domínios da Gestão de Recursos Humanos (Formação Profi ssional, Avalia-ção do Desempenho), Qualidade (Normas ISO 9001:2000, ISO 14001, ISO 17025, Joint-Commission), Ambiente, Segurança, Acreditação IQF e DMRS e e-Learning, entre outros, acaba de atribuir os prémios “Hospital do Futuro”, em parceria com o fórum Hospital do Futuro.

SINASE atribui prémios “Hospital do Futuro-2005/2006”

Prémio Autarquias Câmara Municipal do Fundão – Projecto Unidade Móvel de Saúde Prémio E-Medicina Centro de Saúde do AlandroalPrémio E-Saúde Portal da Saúde do Ministério da SaúdePrémio Educação Hospital Figueira da Foz – Projecto “Preparação Parental para o Nas-cimento”Prémio Farmácia do Futuro - Serviços Farmacêuticos, Centro Hospitalar do Barlavento ArgarvioPrémio Integração - Consórcio RTS (Rede Telemática de Saúde)Prémio Parcerias em Saúde – Público/Privado Grupo de Rastreio e Intervenção da Surdez Infantil

LISTA DE PREMIADOSPrémio Parcerias em Saúde – Público/Social Misericórdia de Campo Maior (Projecto “Renascer a Esperança”Prémios Recursos Humanos Hospital Curry Cabral – Projecto “Avaliação Pró-Activa”Prémio Serviço Privado - Associação Dianova, Comunidade Terapêutica de Tratamen-to das ToxicodependênciasPrémio Serviço Público – Acessibilidade e Atendimento - Serviço Cardiologia Pediá-trica do Hospital Pediátrico de CoimbraPrémio Serviço Público - Inovação Hospital de Chaves – Sistema de Centralização da InformaçãoPrémio Serviço Social - Associação de Palhaços Nariz Vermelho

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FARPAS

GOVERNO QUER CONCLUIR PLANO RODOVIÁRIO NUMA DÉCADAO Executivo considera que será possível ter o plano rodoviário nacional pronto dentro de dez anos. Para tal, haverá que acelerar o ritmo da construção de infra-estruturas rodoviárias. O prazo previsto era 2026, mas o Governo diz que há capacidade para antecipar essa data para 2015, tendo em conta que o ritmo de execução já foi ace-lerado no ano passado.No entanto, o Executivo admite que esse objectivo só será atingido se a burocra-cia for reduzida, tendo em conta que os processos administrativos são excessiva-mente longos. Com a entrada em vigor, em princípio em Setembro, do código da contratação pública, esta situação poderá sofrer profundas alterações. A adjudicação de concursos acaba por ser demasiado morosa, sem que existam motivos dignos de nota para tal.

CRESCIMENTO NOS SERVIÇOS NA ZONA EURO PERMANECE EM ALTAO crescimento nas empresas de serviços, na zona euro, com destaque para as com-panhias aéreas e os bancos, continuou, em Março passado, no nível mais elevado de cinco anos. Acontece que as exportações impulsionaram, mais uma vez, as econo-mias internas. Muitas empresas estão a aumentar as suas receitas e os seus lucros, por via das ex-portações. Decorrente desta situação, têm crescido o investimento e as contratações.

Em Foco

SEMANA EM REVISTA

Face a este cenário, os analistas acham que o Banco Central Europeu vai agravar novamente as taxas de juro já na próxima reunião, a qual decorre no mês que vem. Além do mais, tudo leva a crer que esta tendência de aceleração se vai manter ao longo do segundo trimestre.

VENDAS A RETALHO CRESCEM EM PORTUGALAs vendas a retalho no mercado português registaram um acréscimo de 2,9% em Fe-vereiro, comparativamente a igual período do ano passado. Um aumento bastante su-perior à média europeia, a qual se situou em cerca de um ponto percentual.Todavia, face a Janeiro, as vendas no re-talho nacional apresentaram uma descida 0,5%, enquanto a quebra se ficou por 0,2% na zona euro, de acordo com os últimos dados do Eurostat. Por países, as maiores subidas tiveram lugar no Luxemburgo e na Eslováquia, com 3,2% e 1,9%, respecti-vamente, as maiores quebras aconteceram na Finlândia e na Alemanha, com 1,1% e 0,6%, respectivamente.

EXECUTIVO CRIA ENTIDADE FINANCEIRA PARA OS PALOPO Governo vai criar uma instituição finan-ceira que terá como objectivo o apoio a acções de desenvolvimento social nos paí-ses africanos de língua oficial portuguesa, de acordo com o “Jornal de Negócios”. A instituição será participada pelo Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento

(IPAD), a Associação Portuguesa para o Desenvolvimento e Cooperação Económica e alguns bancos nacionais.A instituição terá um capital de 15 milhões de euros, devendo entrar em funções já em Maio. Basicamente, o objectivo desta en-tidade passará por financiar projectos de investimento que possibilitem o desen-volvimento social das áreas em que serão aplicados os fundos.

BLAUPUNKT PORTUGAL COM RESULTADOS ACIMA DAS EXPECTATIVASA Blaupunkt Portugal teve resultados su-periores às expectativas no ano passado. A empresa posiciona-se entre as dez maiores entidades exportadoras nacionais, tendo obtido um crescimento de 21% no seu volume de negócios, para 456 milhões de euros. A divisão de auto-rádios é aquela que mais se tem destacado pela positiva. Depois de um investimento de 12,5 milhões de eu-ros, o aumento na sua facturação foi de 35%, para um total de 12,8 milhões de euros. Entretanto, houve um aumento dos colaboradores, para 2342, mais 10% do que no exercício transacto. O objectivo da empresa, em Portugal, é aumentar as re-ceitas a um ritmo médio de 5% ao ano.

COSTA LIMA SAI DA APIO número dois da Agência Portuguesa de Investimento (API), Fernando Costa Lima, apresentou a respectiva demissão do cargo

de administrador com funções presidente executivo. O “homem forte” daquela agên-cia, Basílio Horta, será o presidente da Agência para o Investimento e o Comércio Externo de Portugal (AICEP), resultante da fusão da AIP com o Icep. Por seu lado, o actual presidente do Icep, João Marques da Cruz, não entra na nova estrutura.

CRIADAS LINHAS DE CRÉDITO EMPRESARIAIS PARA ANGOLAO Governo anunciou a criação de três linhas de crédito para reforço dos apoios às expor-tações e aos investimentos portugueses em Angola. O valor total das linhas ascende a cerca de 700 milhões de euros. Trata-se sobretudo de facilitar o financiamento de projectos naquele país por parte dos ban-cos aí já instalados. Além disso, foi acor-dados pelos executivos dos dois países a criação do Centro de Apoio ao Investimento e ao Comércio Portugal-Angola (CACIPA).

PARTICIPAÇÕES EM COTADAS ESTRANGEIRAS VALEM QUASE SEIS MIL MILHÕESAs participações das empresas da bolsa portuguesa em cotadas estrangeiras valem, actualmente, perto de 5,8 mil milhões de euros. Consiste em quase 10% da capita-lização das empresas do PSI20. As empre-sas com participações nas cotadas estran-geiras são a PT, a EDP, a Brisa, o BCP, a Sonae Indústria, a Mota-Engil e a Cofina. Estão presentes em países como o Brasil, a Espanha, a Polónia e a Alemanha.

FARPAS

“A intenção de Freitas do Amaral em ir ao Canadá era boa mas o facto é que o ministro dos Negócios Estrangei-ros meteu Portugal em mais um imbróglio dilpomático. Freitas foi verdadeiramente humilhado no Canadá pelo ministro canadiano, que o recebeu como se recebe um moço de recados”

Paulo Gaião – “Semanário Online”

“Que resta agora a Portugal? Declarar guerra ao Canadá? Com a sua experiência diplomática, Freitas só podia ter ido ao Canadá se não fosse para ser humilhado. De outra forma

não poderia ter ido e deveria ter escolhido outras soluções para atacar o problema. Deste modo, não só não resolveu a situação dos emigrantes portugueses como colocou em cau-sa os interesses do Estado Português”

Idem, ibidem

“Em 1975, o Estado português cobrava, em impostos, o equivalente a 20,2% do PIB. Em 2003, a carga fiscal já estava nos 37,1% (41,8%!!!!! em 2005). Em 30 anos o Es-tado passou a gastar mais do dobro da riqueza nacional”

Camilo Lourenço – “Jornal de Negócios Online”

“Bem ou mal, com obstinação e determinação, o PM está empenhado em mudar séculos de burocracia que imperam no país, e de uma forma radical. É preciso reconhecer, com honestidade, que o caminho é certo”

Luís Delgado – “Diário Digital”

“Portugal está velho, desarticulado, enredado em teias obscuras, e as novas medidas para facilitar e acabar com diversos processos administrativos obsoletos é uma decisão invulgar”

Idem ibidem

sexta-feira, 7 Abril de 2006 19

As recentes remodelações no sector turístico, que envolveram a extinção de vários organismos e a criação de um organismo único que represente todo o sector, são encaradas pelo presidente da Associação da Restauração e Similares de Portugal (ARESP) como “um claro sinal de que está próxima a tão esperada revi-são da legislação do sector”. Mário Pe-reira Gonçalves acredita que a nova lei deverá surgir “dentro de pouco tempo” e garante que a ARESP tem sido sempre chamada a intervir na feitura dos novos diplomas.

A higiene e controlo da qualidade ali-mentar, a formação e a requalificação dos estabelecimentos foram assuntos do-minantes nas Jornadas promovidas pela ARESP e que decorreram nos dias 3 e 4, em Lisboa, precisamente alguns dias depois das polémicas notícias em torno da fiscalização de restaurantes chineses. O presidente da ARESP apoia a realiza-ção de acções de fiscalização junto dos estabelecimentos do sector da restaura-ção e reconhece que “há problemas gra-víssimos num sector que abrange 90.000 estabelecimentos, mas espero que as situ-ações denunciadas sejam casos isolados”.

A ARESP tem vindo a editar códigos de boas práticas específicos para os vários segmentos de actividade, tendo mesmo lançado no decurso das Jornadas mais um

manual para o sector da pastelaria e pani-ficação. A associação reitera a sua dispo-nibilidade para apoiar os empresários do sector em matéria de formação, embora sublinhe que “não é de um momento para o outro que se consegue requalificar o trabalho de 350.000 pessoas”, salienta Mário Pereira Gonçalves. “Também não podemos esquecer que têm vindo para este sector muitos empresários que des-conheciam esta actividade e alguns deles, ou por idade avançada ou por inércia, têm contribuído para o agravamento das situações problemáticas”, critica o presi-dente da ARESP.

ANA SANTOS GOMES

Restauração anseia nova lei

Belmiro de Azevedo foi o convidado de honra do sexto concerto Promenade, que decorreu há dias no Coliseu do Porto.

Neste último espectáculo, coube à Or-questra Metropolitana de Lisboa, sob a direcção do maestro austríaco Peter Guth, um dos maiores especialistas de música straussiana, executar a peça promenade se-leccionada “O Danúbio Azul” de Johann Strauss. À semelhança dos concertos Pro-menade já realizados, o convidado de hon-ra escolhe uma peça de acordo com o seu gosto pessoal. A preferência de Belmiro de Azevedo foi para a “Valsa do Imperador”, de Strauss.

Os concertos Promenade organizados pelo Coliseu estão a envolver, na qualida-de de convidados especiais, personalidades conhecidas do Norte ligadas à economia e à cultura. A relação entre a arte e o mundo das empresas é maior do que por vezes se pensa. Para se conseguirem projectos em-presariais bem sucedidos é indispensável ter arte e muita criatividade. No caso do grupo Sonae, a equipa total envolve mais de 60 mil pessoas, bons “instrumentistas”, e vários níveis de maestros para que as me-

lodias nos vários sectores de actividade es-tejam afinadas.

Promovidos pela Associação Amigos do Coliseu do Porto, os concertos contam com a direcção artística do maestro Ce-sário Costa, responsável pela selecção das obras interpretadas por várias orquestras sinfónicas nacionais, e são comentados, pelo “apresentador”, o professor Jorge Cas-tro Ribeiro.

Concertos Promenade no Coliseu do Porto

Belmiro de Azevedo escolhe “Valsa do Imperador” de Johann Strauus

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Especialização e verticalização traçam rumo da VisionWareEspecialização e verticalização. Estes são os dois grandes trunfos da VisionWare para o mercado português dos Sistemas de Informação. A empresa, que actua sobretudo na área da segurança informática, nasceu há cerca de seis meses, no Porto, fruto de um spin-off directo da Quatro.

universitária muito forte. Os nossos recursos estão em formação, quer ao nível de mestrados, quer pós-gradu-ações. Queremos estar sempre na crista da onda”, disse o responsável ao nosso jornal. E como o Instituto Jean Piaget tem um pólo em Cabo Verde, acabou por haver aqui uma parceria directa. Quando às oportunidades de negócio naquele país, Bruno Castro está agradavelmen-te satisfeito. “Fiz uma prospecção de mercado, sobretu-do nas áreas e banca, seguros e alguma indústria. Não há players no mercado. Há locais mas que são meros generalistas. Não se atrevem, sequer, a apresentar uma proposta a um banco”. Por outro lado, Cabo Verde, confessou Bruno Castro, é uma excelente oportunidade de entrar nos PALOP, de resto um mercado muito ape-tecível à VisionWare.

SUSANA MARVÃ[email protected]

InformáticaAquisição da Veridiem reforça posição do SAS no mercado de Customer Intelligence

Business Objects anunciou a aquisição da empresa privada Firstlogic

sexta-feira, 07 Abril de 200620

Promosoft actualiza solução Banka com novo módulo

A Promosoft SI, empresa do grupo Pro-mosoft disponibilizou um novo módulo para as suas soluções Banka, Reporte Di-recto de Estatísticas de Pagamento, módu-lo EP que tem como objectivo satisfazer as necessidade das instituições financeiras ao

Bruno Castro, director da VisionWare assume que uma presença em Cabo Verde vai servir de porta de entrada para os PALOP.

tema de Informação não são propriamente coerentes por parte dos clientes, Bruno Castro põe o dedo na ferida, as-sumindo que, não raras vezes, a culpa é dos distribuidores. “Creio que a postura tem vindo a mudar mas a verdade é que os distribuidores actuavam de uma forma sanguinária. Tinham por objectivo a venda única e não o acompanha-mento do cliente”. Para a VisionWare, esta foi uma opor-tunidade de negócio porque foi precisamente neste “de-serto” de visão que foram ganhar muitos dos seus clientes. “As empresas estão a gastar mais dinheiro em ‘remendar’ o dinheiro que gastaram antes”.

Uma das áreas onde a empresa é muito requisitada é na instalação de sistema VOIP, uma tecnologia que torna pos-sível estabelecer conversações telefónicas na Internet ou numa rede IP em vez de uma linha dedicada à transmissão de voz. “O retorno deste investimento é muito rápido. À frente de uma central telefónica há uma solução que cana-liza as chamadas para os diferentes ISP. A factura, nalguns casos, pode reduzir-se a zero. Como sejam as ligações entre sucursais.” Mas será que quando a esmola é grande as em-presas desconfiam? Neste caso, parece que não, diz Bruno Castro. “Creio que as empresas captaram bem a mensa-gem”.

Apesar de ter nascido no Porto, a VisionWare não está propriamente confinada ao Norte em termos de negócio. Lisboa é um mercado obrigatório, sendo que actualmente já cerca de 60% do volume de negócio vem do Sul.

Mas a empresa vai mais longe. Cabo Verde é a nova aposta, aproveitando um desafio feito pelo Instituto Jean Piaget. “A nossa empresa tem uma componente

Especialização e verticalização. Este é o caminho que a VisionWare escolheu para se posicionar no mer-cado português dos Sistemas de Informação. A em-

presa nasceu há cerca de seis meses, no Porto, fruto de um spin-off directo da Quatro. Actualmente, a organização é composta por cerca de 25 pessoas e Bruno Castro, director da VisionWare, acredita que esse número nunca irá muito além dos 30, “precisamente porque achamos que a ver-ticalização e a especialização é o melhor caminho. Cada pessoa que trabalha na VisionWare é especialista, não é ge-neralista. A nossa mais-valia é o know-how que possuímos, face à vasta experiência que cada colaborador tem na sua área”. Empresas como a Novabase, a SolS e a Whatevernet fazem parte do percurso dos recursos da VisionWare. A VisionWare centra a sua actividade na segurança informá-tica, segundo um modelo comercial que inclui auditoria, consultoria, implementação e suporte.

E é precisamente pela auditoria e consultoria que tudo parece começar. “Tipicamente entramos numa empresa para fazer consultoria ou auditoria. E a realidade é que deparamos com investimentos feitos de forma sobretudo desequilibrada”. Por isso, Bruno Castro aponta a integra-ção como o grande flagelo objectivo a perseguir. “Os bud-gets estão definidos para o hardware, porque é visível. As empresas simplesmente não fazem investimento de risco. E é precisamente isso que nós fazemos. Auditoria e análise do risco. Até porque a segurança, se não estiver associada ao negócio, não existe”.

Apesar de já não ser propriamente novidade que os in-vestimentos na área das Tecnologias da Informação e Sis-

nível da extrac-ção da infor-mação de um período especí-fico, efectuada a u t o m a t i c a -mente por ro-tinas próprias da aplicação Banka.

Além dis-so, este novo módulo dis-ponibiliza a possibilidade de os bancos poderem inte-ragir com a in-formação, antes

de esta ser comunicada ao Banco Central, e surge para ajudar os bancos e instituições de crédito a darem resposta às novas especifi-cações técnicas referentes ao envio de infor-mação estatística, divulgadas em Dezembro de 2005 pelo Banco de Portugal (BdP).

Sector investirá 834 milhões de dólares em 2009

Investimento do sector financeiro portuguêsem TI vai crescer 5% ao ano

Com uma taxa de crescimento média anual de 5%, o sector financeiro em Portu-gal vai continuar a apresentar um ritmo de crescimento assinalável, estimando-se que o investimento deste sector em Tecnologias de Informação (TI) seja de 834 milhões de dólares em 2009, prevê a IDC.

De acordo com o relatório da IDC “Banca, Seguros e Outras Entidades Fi-nanceiras: Sondagem e Previsões, 2005-2009” agora publicado, o investimento do sector financeiro em TI foi de 688 milhões de dólares em 2005, com o domínio dos serviços de TI que representaram 44% do investimento do sector, seguindo-se o har-dware com 40% e por fim o software com 16%. Na análise por segmentos, a banca foi responsável por 70% do investimento em TI do sector financeiro em 2005, as seguradoras por 15% e outras entidades fi-

nanceiras pelos restantes 15%, prevendo-se que esta tendência se mantenha até ao fim do período em análise.

O mercado de software vai apresentar uma taxa de crescimento média anual su-perior às dos mercados de hardware e de serviços. O mercado de software que re-presentou em 2005 um investimento de 112 milhões de dólares deverá passar para os 146 milhões de dólares em 2009, tradu-zindo um crescimento médio anual de 7%. O hardware, que originou um investimen-to de 275 milhões de dólares em 2005, deverá rondar os 327 milhões de dólares em 2009, correspondendo um crescimento médio anual de 5%. Finalmente, o investi-mento nos serviços que foi de 300 milhões de dólares em 2005 deverá atingir os 361 milhões de dólares em 2009, o que traduz um crescimento médio anual de 4%.

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MCAFEE “REINVENTA” GESTÃO DE SEGURANÇA NAS EMPRESAS

A McAfee anunciou a disponibilização do McAfeeTotal Pro-

tection, desenvolvido para ajudar as empresas a rede-finir a forma como gerem as soluções da segurança. A empresa garante em comu-nicado que este produto é o único que permite com-binar e gerir todos os ele-mentos de um sistema de segurança a partir de uma consola única. “Trata-se de ajudar as empresas a reduzir a complexidade da gestão de segurança, fornecendo uma protecção inteligente”, assegurou Kevin Weiss, pre-sidente da McAfee, Inc.

O novo produto integra quatro ofertas distintas para todo o tipo de clientes e com as mais variadas necessidades. “Pela primeira vez, estes clientes podem adquirir uma úni-ca solução, reconhecida pela indústria, e que está integrada numa única consola”. O resultado final esperado é o au-mento da segurança e da conformidade, bem como a ob-tenção, a médio/longo prazo, de poupanças significativas. A nova solução de segurança da McAfee inclui protecção antivírus para todos os níveis da rede, anti-spyware, anti-spam, firewall para os sistemas, prevenção de intrusões e um sistema completo de controlo de acesso à rede – tudo passível de ser controlado a partir de uma única consola.

Lexmark quer as empresas a imprimirem menos

Mês de Abril recheado de eventos MicroStrategy

Abril vai ser um mês em cheio para a MicroStrategy. Paris e Los Angeles vão ser o palco para a realiza-ção de dois simpósios obviamente subordinados ao

tema BI. O primeiro certame terá lugar em Los Angeles, nos dias 19 a 21 de Abril de 2006, seguindo-se o European Spring Symposium em Paris, França, nos dias 24 a 26 de Abril. “Estes eventos possibilitam um fórum colaborativo

para troca de ideias e aprendizagem de técnicas práticas com vista a optimizar o desempenho de BI”, referiu a em-presa em comunicado de imprensa.

No MicroStrategy Spring Symposium irão figurar infor-mações técnicas e de negócio, melhores práticas de clientes a nível mundial e discussões dinâmicas acerca de soluções de BI. As Product Direction Sessions, dirigidas por gesto-res de produto e programa seniores da MicroStrategy, que dão aos participantes a oportunidade de partilhar experi-ências e contribuir para a execução de futuras melhorias nos produtos MicroStrategy. Adicionalmente, a empresa avançou que os participantes podem agendar uma con-sulta com a duração de uma hora, sem qualquer encargo, com um membro da equipa de serviços de aconselhamen-to técnico da MicroStrategy.

Um dos momentos principais do Spring Simposium será a apresentação de casos de sucesso de clientes Mi-croStrategy que implementaram aplicações de BI empre-sarial para melhorar o desempenho do negócio. Entre as apresentações agendadas para Los Angeles, destacam-se as empresas Victoria’s Secret Direct, Cancer Care Ontario, BearingPoint, Oakwood Homes e InQuira. No Spring Symposium de Paris, os clientes oradores irão incluir a Boucherin, Lancel, Blédina, Materis Peintures e MEM Worldwide.

Juntamente, com ambos os eventos, a MicroStrategy irá realizar o Executive Forum, cuja participação será apenas através de convite. CIO e Executivos de TI irão juntar-se para uma agenda com um conteúdo que inclui questões-chave apresentadas por peritos da indústria, uma discussão à mesa redonda, moderada pelo analista de BI Nigel Pend-se e a exposição de estratégias de BI de sucesso dos clientes MicroStrategy.

Pode parecer um contra-senso. Mas não é. A Lexmark, fabri-cante e fornecedor de impressões

e soluções de imagem, quer ajudar as empresas a imprimir menos. Ou seja, de uma forma mais racional. Por isso é que hoje, Luís Barbot, director-geral da Lexmark Portugal, assume que já não há lugar para simples vendedores de equipamentos ou soluções. Consul-toria e aconselhamento parecem ditar as novas regras do mercado. “Hoje, é essencial conseguirmos fazer com que as empresas imprimam menos”. Mas como é que isto pode ser feito? O res-ponsável explica que a solução é mos-trar que através do melhoramento dos processos, de workflow, é possível di-minuir o número de impressões, ob-viamente diminuindo os custos para o cliente. A banca é uma das áreas onde a Lexmark tem conseguido casos de sucesso, mencionou Luís Barbot, no-meadamente o Banco Santanter e o Banif.

Mas nem só as grandes empresas ou organizações têm “direito” a ver os seus custos diminuídos. As pequenas e mé-dias empresas começam agora a desper-tar para a necessidade de reduzir custos na sua área de impressão. Para “tratar” as PME a Lexmark tem uma vasta rede

de revendedores, que, nas palavras de Luís Barbot, “tenta fidelizar e colma-tar as necessidades” desta tipologia de empresas. “Este canal de distribuição tem tendência a crescer, até para poder acompanhar precisamente as necessida-des destas empresas. Temos a percepção de que cada vez mais as empresas que-rem mais do que uma mera máquina”.

Cor marca pontos

Tradicionalmente, o jacto de tinta sempre esteve associado ao mercado residencial. Este mercado levou um forte impulso com a proliferação das máquinas digitais que veio criar uma mais aprofundada necessidade de im-pressão em casa: “Imprimir fotogra-fias em casa vai continuar a ganhar mercado à fotografia convencional. Se reparar, é muito mais prático. O que acontece é que muitas vezes só man-damos imprimir o que efectivamente precisamos. Há uma muito maior ra-cionalização”.

Talvez por isso mesmo, o respon-sável pela Lexmark Portugal assuma que a cor vai continuar a proliferar, até porque, devido à tendência para baixar o custo, a cor vai passar a fazer parte do “ambiente” da empresa e não

só do mercado residencial. “Todos os fabricantes têm feito uma grande aposta na cor”.

Relativamente aos resultados do ano passado, Luís Barbot, e sem revelar números, apenas diz que a Lexmark Portugal não se pode queixar, já que tiveram um crescimento superior ao do mercado. “Há um maior dinamis-mo no orçamento dos clientes”, disse à “Vida Económica”.

IBM LANÇA NOVOS SERVIÇOS DE CONSULTORIA E SOFTWARE

A IBM anunciou o lança-mento de novos serviços de consultoria e software ap-tos a melhorar o desempe-nho das organizações ao ní-vel das boas práticas e dos recursos em Tecnologias de Informação (TI), permitin-do mais facilmente apoiar a integração de processos de negócio e recursos in-formáticos numa perspec-tiva transversal. Em comu-nicado cedido à imprensa a empresa explica que com o novo Portfolio SOA (Servi-

ce Oriented Architecture) Governance, agora apre-sentado pela IBM, as em-presas ficam na posse de uma infra-estrutura que lhes permite avaliar os ob-jectivos de negócio, alinhar as TI em conformidade, e ainda monitorizar e avaliar a performance empresarial. Este modelo de governação da Arquitectura Orientada a Serviços aumenta a agili-dade dos negócios e permi-te libertar verbas e recursos para áreas de maior valor.

BULL E SAS REFORÇAM PARCERIA NA ÁREA DE BI PARA AMBIENTES ERP

A Bull e a SAS estão a tra-balhar no reforço da sua parceria, através da disponi-bilização de uma nova oferta destinada à implementação de soluções avançadas de BI em ambientes ERP (En-terprise Resource Planning). Este novo passo da parceria aplica-se na Europa.Tirando partido do know-how das duas empresas no que diz respeito a infra-estrutu-ras complexas e a soluções de BI, a Bull e o SAS pre-tendem garantir às organiza-ções uma efectiva melhoria em termos de performance

do seu negócio e também da gestão estratégica, utilizan-do dados recolhidos a partir de um sistema de ERP. “Foram já várias as grandes empresas que optaram por implementar a solução SAS9 com acesso directo a um ERP, conseguindo assim controlar o seu negócio de forma mais eficaz ou, igualmente, por in-troduzir funcionalidades de data mining. Estes factos po-dem ser considerados como uma medida particularmente eficaz, por parte das empre-sas que processam grandes quantidades de informação”.

sexta-feira, 07 Abril de 2006 21INFORMÁTICA

SUSANA MARVÃ[email protected]

A banca, nomeadamente o Banco Santanter e o Banif, é uma das áreas onde a Lexmark tem conseguido casos de sucesso, mencionou Luís Barbot, director-geral da empresa em Portugal.

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Imobiliário

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Lisbon Prime index

O ano de 2006 começou animado para o mercado de escritórios de Lisboa, com o registo nos dois primeiros meses do ano de uma absorção global de 18,5 mil m2, o que é praticamente o que se verificou em todo o primei-ro trimestre do ano passado, quando o LPI contabilizou 19 mil m2 de espaços ocupados na região de Lisboa.

A actividade registada é sustentada por um número significativo de empresas a investir numa nova insta-lação.

O volume de espaço ocupado nos primeiros dois me-ses corresponde a mais de 40 empresas, não existindo nenhum grande ocupante, por exemplo para uma área superior a 5000 m2.

O primeiro trimestre do ano é por regra mais fraco

Há mais empresas a mudar de escritório em Lisboaem negócios concretizados, uma vez que as empresas procuram fechar as suas decisões de mudança até ao fi-nal do exercício. Nesta perspectiva, existe a indicação inicial de uma interessante dinâmica do mercado de es-critórios, aproveitando um sentimento de que as rendas estão num patamar atractivo para sustentar a decisão de mudar para um escritório mais funcional e moderno, com um custo moderado.

Os edifícios usados em Lisboa têm atraído o essencial dos negócios deste ano, com quase 14 mil m2 de negó-cios num total de 18,5 mil m2 ocupados nos primei-ros dois meses. As zonas “prime” de Lisboa, no eixo da Av. da Liberdade, Praça do Saldanha e Avenidas Novas, concentraram o maior número de operações.

A rede de franchising de mediação imobiliária Re-max Portugal conquistou o prémio «Melhor Expan-são do Mundo» em 2005, atribuído pela Remax In-ternacional à região com maior número de contratos de franchising assinados em cada ano. Com 38 no-vos contratos de abertura assinados em 2005, esta é a quarta vez que o master franshise da Remax Portu-gal conquista o galardão de Melhor Expansão do Mun-do de entre um total de 62 mercados a nível mundial. A RE/MAX Portugal foi criada em 2000 e, desde 2001, ocupa o 1.º lugar no ranking do IIF – Instituto de Informação em Franchi-sing para o sector imobili-ário.

De acordo com dados dis-ponibilizados pela marca, em 2005 a Remax Portugal gerou um volume de negó-cios superior a 862 milhões de euros. Este valor traduz um crescimento de 51,7%

face às verbas movimenta-das em 2004 (mais 294 mi-lhões de euros). A rede por-tuguesa efectuou um total de 12.627 transacções, que representam um cresci-

permitam concluir 2006 com um total de 176 agências em funciona-mento.

Recorde-se que, de acordo com dados dispo-nibilizados no início do ano pela rede, a Remax quer ter 180 agências a operar no mercado por-tuguês até 2010. O ob-jectivo é obter uma quo-ta de mercado de 20%, face aos 4% que detém actualmente, anunciou na ocasião o presidente executivo da empresa, Manuel Alvarez.

Segundo o mesmo res-ponsável, “a implantação da Remax em Portugal tem seguido uma es-tratégia de crescimento sustentado que procura maximizar as oportuni-dades de crescimento de cada franchisado ao mes-mo tempo que investe na expansão territorial da marca”. Na opinião de Manuel Alvarez, “tem sido esta conjugação de

mento de 11% face ao ano anterior e correspondem à realização efectiva de mais 1.251 transacções. A rede fechou o exercício do ano passado com um total de

Remax Portugal lidera expansão da rede a nível mundial

Proibida a reprodução

do

LISBON PRIME INDEX

interesses que tem potencia-do o crescimento continuado da marca”, concluí.

A nível internacional, a Re-max encerrou o exercício de 2005 com 114 417 agentes associados, o que representa um crescimento homólogo de 13,9 %. No ano transac-to, e a nível mundial, a rede Remax registou um total de 6.149 novas aberturas e ini-ciou actividade em dez novos mercados, passando a marcar presença em 62 países.

De sublinhar que a Remax é a oitava marca - e a única do sector imobiliário -, no Top 10 da revista norte-ame-ricana “Entrepreneur” para 2006, registando uma subi-da de duas posições relativa-mente ao lugar ocupado no ranking de 2005. Refira-se que o Franchise 500 da “En-trepreneur” foi o primeiro ranking do sector a ser criado – com a primeira edição em 1980 – e destaca as marcas de franchise que apresentam as melhores condições de cres-cimento em cada ano.

156 agências – mais 13 do que o número inicialmente previsto – contabilizando os 1800 agentes de vendas associados.

Os resultados da rede du-rante o ano passado tam-bém cresceram, atingindo um acréscimo de 55% face ao período homólogo, que se traduziu numa factura-ção superior a 28 milhões de euros. Este ano, a Re-max, que é a maior rede de franchising imobiliário a operar no mercado por-tuguês, pretende aumentar a facturação em 43%, para os 40 milhões de euros .

Já em 2006, as previsões da Remax Portugal são para atingir 1,2 mil milhões de euros de volume de ne-gócios, que traduzem um objectivo de crescimento de cerca de 39% face aos valores movimentados em 2005 (aumento real de 338 milhões de euros), e reali-zar 17500 transacções. Até final do ano, a marca quer abrir 20 novas lojas que lhe

A rede quer ter um volume

de negócios de 1,2 mil milhões de euros

este ano em Portugal

A Remax Portugal asssinou

38 novos contratos de abertura em 2005

sexta-feira, 07 Abril de 200622

Manuel Alvarez, presidente executivo da Remax Portugal

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ferirem das correspondentes van-tagens, entendemos que o leitor poderá impugnar a deliberação em questão.

Isto porque as deliberações con-trárias à lei são anuláveis, a reque-rimento de qualquer condómino que as não tenha aprovado.

Para o efeito, se o leitor estiver interessado na impugnação, pode-rá, no prazo de 10 dias contados da comunicação da deliberação, para os condóminos que estive-rem ausentes da reunião, exigir ao administrador, a convocação de uma assembleia extraordinária, a ter lugar no prazo de 20 dias, para revogação da deliberação inválida ou ineficaz, ou, em alternativa, e no prazo de 60 dias, poderá pro-por acção de anulação da referida deliberação.

Caso o leitor opte por convo-car assembleia extraordinária e se a deliberação não for revoga-da, poderá, ainda, propor acção de anulação no prazo de 20 dias após a deliberação da assembleia extraordinária.

Vendas do Belas Clube de Campo subiram 10% no ano passado

temente divulgados pela Planbelas. Em 2005 foram totalizadas 101 unidades vendidas, num total de 28,553 milhões de euros (MJ).

Segundo a Planbelas, que cita dados recolhidos junto dos diversos promo-

tores, as vendas do Belas Clube de Campo têm re-gistado uma evolução posi-tiva deste 2002. Nesse ano foram efectuadas 54 reser-vas, tendo sido concretiza-das 52 vendas, pelo valor de 15,942 MJ. No ano seguinte, foi concluída a venda de 73 unidades, que permitiram um encaixe de 24,504 MJ. Em 2004 fo-ram efectuadas 92 vendas, no valor de 28,101 MJ.

Desenvolvido em tor-no de um dos melhores campos de golfe do País, a oferta imobiliária do Belas Clube de Campo inclui lo-tes para moradias unifami-liares com áreas até 5000

m², moradias unifamiliares e em banda, apartamentos T1 de 96 m² a T7 com 480 m², abrangendo um vasto segmento de mercado.

Segundo Gilberto Jor-dan, administrador da Planbelas, “a qualidade do urbanismo, a maturidade do empreendimento, bem como a variedade de equi-pamentos e infra-estruturas disponibilizadas explicam os bons resultados das ven-das”.

CB Richard Ellis representa Fundo Prestige na compra do Palácio Mesquitela

A consultora CB Richard Ellis actuou recentemente em representação do Fundo Prestige, gerido pela ESAF, na aquisição do Palácio Mes-quitela, em Lisboa, à Cons-trutora Abrantina. Depois da sua reabilitação, a comer-cialização deste empreendi-mento será responsabilidade da CB Richard Ellis.

O Fundo Prestige aposta na recuperação e valorização dos velhos palácios e casas senhoriais de Lisboa e Porto, transformando-os em habi-tação de luxo, e vai iniciar

em breve a reconstrução do Palácio Mesquitela. O pro-jecto, vocacionado para uma classe alta, apresenta 6000

m² de construção acima do solo, 25 apartamentos de grandes dimensões, além de um parque de estaciona-

mento com capacidade para 108 lugares.

Com fachada para o Lar-go Dr. António de Sousa Macedo, seu primeiro pro-prietário, o Palácio Mesqui-tela, uma construção do sé-culo XVII, ocupa todo um quarteirão no final da Calça-da do Combro, em Lisboa. De referir que o projecto de reabilitação do novo Palá-cio Mesquitela e de todo o quarteirão foi entregue pelo Fundo Prestige aos arqui-tectos Vítor Mestre e Sá da Bandeira.

Fórum Coimbra abre ao público a 26 de Abril

Legal & Imobiliário

O departamento de escri-tórios da consultora Jones Lang LaSalle foi responsá-vel pela contratação das no-vas instalações em Portugal da De La Rue Systems, que se localizarão no Sintra Bu-siness Park, parque misto de escritórios e armazéns detido pela Amorim Imo-biliária e localizado em Rio de Mouro.

A empresa irá ocupar o Edifício 4 do complexo, numa área total de 3564 m², dos quais 1896 m² cor-respondem a área de arma-zém e 1668 m² a escritó-rios. À consultora coube a procura e o arrendamento

Jones Lang LaSalle instala De La Rue no Sintra Business Park

da nova sede portuguesa da De La Rue, num negócio que inclui ainda o arren-damento de 75 lugares de estacionamento. De acordo com a Jones Lang LaSalle, a De La Rue deverá insta-lar-se na sua nova sede no início de Julho próximo, transferindo-se, assim, das suas actuais instalações em Queijas.

A De La Rue Systems é líder no fornecimento de soluções para meios de pagamento, protecção de identidades e marcas e, mais recentemente, de sis-temas de auto-atendimen-to.

O Fórum Coimbra vai ser inaugurado no próximo dia 26 de Abril, trazendo à “cidade dos estudantes” uma Área Bruta Locável (ABL) de 48 mil m² de co-mércio, restauração e lazer. Promovido pela Multi De-velopment, o projecto im-plicou um investimento de 130 milhões de euros, com o financiamento assegura-do pelo ING Real Estate, fundo de investimento que adquiriu o complexo ainda na fase de construção.

Localizado em Coimbra, o Forum Coimbra tem

lente a 2550 lugares, 2250 subterrâneos e 300 à su-perfície.

O conceito, design e ar-quitectura deste complexo foram desenvolvidos pela T+T Design e pela Broa-dway Malyan. Segundo os dados divulgados pela pro-motora, o Fórum Coim-bra irá criar 1500 postos de trabalho directo, aos quais acrescem mais 3000 empregos indirectos.

O centro comercial tem uma área de influência de 345000 pessoas a menos de 30 minutos.

como lojas-âncora um hi-permercado Carrefour (18 000 m²), a primeira loja FNAC no centro do país, uma Zara, uma H&M, uma C&A, uma Rádio Popular e uma Norauto, além de seis salas de cine-ma Lusomundo.

A ABL do centro comer-cial está distribuída por 146 lojas, 28 das quais de-dicadas à alimentação.

O shopping contará com seis áreas de estacio-namento, uma das quais à superfície, com uma área de 67 929 m², o equiva-

MARIA DOS ANJOS GUERRA

Advogada

“Na falta de acordo sobre o referido

uso, a qualquer dos comproprietários é lícito servir-se dela”

Propriedade horizontal

Deliberação sobre a utilização de uma parte comum do condomínio

Para esclarecer a questão em análise, impõe-se, em primeiro lugar, ter em conta que, em re-gime de propriedade horizontal, cada condómino é proprietário exclusivo da fracção que lhe per-tence e comproprietário das par-tes comuns do edifício.

De referir, também, que a lei presume que as dependências destinadas ao uso e habitação do porteiro são partes comuns do edifício.

Muito embora o título consti-tutivo da propriedade horizontal possa afectar ao uso exclusivo de um condómino certas zonas das partes comuns, não é mui-to plausível que tal ocorra com

as dependências em referência, pelo que, ressalvando-se a possi-bilidade de algo em contrário se encontrar estipulado no título constitutivo da propriedade hori-zontal, admite-se que, com toda a probabilidade, se trate de uma zona comum a todo edifício.

Mais refere a lei que os condó-minos, nas relações entre si, estão sujeitos, de um modo geral, quan-to às partes comuns, às limitações impostas aos comproprietários de coisas imóveis.

Não obstante entendermos que o legislador não foi feliz com a utilização do termo «compro-priedade» ao aplicá-lo às partes comuns do edifício, cuja situação

jurídica corresponde mais a uma situação de património colectivo, na medida em que, na realidade, nenhum dos condóminos pode pedir a divisão das partes co-muns, o que releva para o efeito é a utilização em comum que, em princípio, cabe a todos os condó-minos.

No que se refere ao uso de coisa comum, em regime de compro-priedade, a lei dispõe que, na falta de acordo sobre o referido uso, a qualquer dos comproprietários é licito servir-se dela, contanto que não a empregue para fim diferen-te daquele a que a coisa se destina e não prive os outros consortes do uso a que igualmente têm direi-to.

Muito embora se entenda que este acordo poderá ser tomado por simples maioria para discipli-nar o uso da sala de reuniões, de modo a evitar conflitos e sobre-posições na utilização da mesma, não pode admitir-se, contudo, que tal maioria tenha legitimi-dade para privar qualquer dos consortes do uso da coisa a que tem direito, pois para o efeito já a unanimidade seria imprescin-dível.

Se assim não foi e porque efec-tivamente não podem alguns condóminos impedir que outros, também condóminos, ou tercei-ros utentes das fracções, nos quais se incluem eventuais inquilinos, e que como tal comparticipam nas despesas relativas à zona comum em questão, apenas tenham os deveres a esta inerentes sem au-

As vendas de lotes e apartamentos do empre-endimento Belas Clube de Campo, promovido pela Planbelas, do Grupo André Jordan, registaram, em 2005, uma subida de 10% em relação a 2005, de acordo com dados recen-

«Na última reunião do condomínio, onde tenho 2 fracções au-tónomas que dei de arrendamento, foi decidido que o salão de festas só poderia ser utilizado pelos condóminos que habitassem no edifício.A decisão foi tomada por maioria e eu nem sequer pude votar contra, dado que não pude comparecer, mas um dos meus inqui-linos já falou comigo, revoltado porque ainda por cima é ele quem paga o condomínio e não vê por que motivo não pode utilizar o salão para as festas de aniversário da filha, se paga tanto como os outros condóminos.Muito embora tal decisão não me afecte directamente, também não vejo motivo para que uns condóminos, só porque são proprie-tários, possam ter mais direitos do que os outros. Ou será que po-dem? Posso fazer alguma coisa para alterar o que ficou decidido, mesmo que não tenha comparecido na reunião?»

sexta-feira, 07 Abril de 2006 23IMOBILIÁRIO

101 unidades vendidas em 2005

Palácio Mesquitela com 25 apartamentos

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Lufthansa no Mundial de Futebol e com novas rotasA companhia aérea alemã tem um programa de preços especiais para os adeptos portugueses que se desloquem ao Mundial de Futebol, fruto também da parceria com a Swiss e da integração no consórcio Star Alliance. A empresa aposta ainda em novas rotas que aproveitam as placas giratórias de São Paulo e Banguecoque.

Destinado aos adeptos que pretendam acompa-nhar a selecção nacional durante o Mundial de Futebol 2006 que decorre na Alemanha, a

Lufthansa lançou um conjunto de tarifas especiais para todos os aeroportos de cidades que recebem os jogos do campeonato. Com preços entre os 200 e os 230 euros, os bilhetes para estas tarifas só podem ser vendidos até 31 de Maio, apesar de o período de viagem ser entre 9 de Junho e 8 de Julho. A estadia mínima é de uma noite e a máxima de 10 noites.

Estes bilhetes podem ainda ser combinados com o passe aéreo Globall Air Pass, que permite realizar voos domésti-cos na Alemanha por valores entre os 60 e os 110 euros.

Esta promoção é apenas uma das iniciativas que preten-de intensificar a colaboração entre a Lufthansa e a Swiss. Outra novidade agora apresentada passa pela harmoniza-ção dos horários para a América do Sul e o Sudeste Asiá-tico, durante a vigência do horário de Verão, oferecendo “transfers” entre os seus serviços em São Paulo e Bangue-coque. Desta forma são aproveitadas as miniplacas gira-tórias daquelas duas cidades para todos os voos de ambas as companhias.

Para além disto, a Lufthansa reforçou ainda as suas rotas para o mercado asiático, oferecendo três ligações adicionais de Xangai para Frankfurt e Hong Kong, bem como para Beijing a partir de Munique. Assim, o número de serviços “non-stop” da companhia passa a totalizar 52 voos sema-nais para a China.

Em Portugal, a Lufthansa retoma os dois voos diários en-tre Lisboa e Munique, os dois voos semanais entre o Porto e a capital da Baviera, e os três voos semanais entre Faro e Frankfurt.

O segmento de Private Jet, lançado há cerca de um ano pela companhia alemã, é outra das prioridades para 2006. Com mais de dez reservas diárias de aviões privados, este serviço superou as expectativas iniciais, pelo que os res-ponsáveis pela empresa garantem que a oferta será alarga-da a maior número de destinos e que contará com novos serviços associados. Segundo Frank Wagner, director-ge-ral da Lufthansa em Portugal, “o mercado português re-agiu muito bem ao Private Jet”. O número de consultas para voos com destino às placas giratórias de Frankfurt e Munique foi, de acordo com a mesma fonte, bastante elevado.

Gastronomia e rota dos vinhos verdes atraem turistas

A gastronomia do Minho e a rota dos vinhos verdes, nome-adamente a do Alvarinho, têm impulsionado a ocupação do Hotel Monte Prado, em Melga-ço. A programação gastronómi-ca tem atraído um elevado nú-mero de clientes ao restaurante da unidade, referiu o director, Hélder Araújo. Na totalidade, o mercado dos não hóspedes re-presenta 45% da actividade de restauração do hotel.

Além dos clientes portugue-ses, a quota dos espanhóis que frequentam o restaurante é mui-to mais elevada à importância que aquele mercado tem ao ní-vel do alojamento, explicou. “Os espanhóis, principalmente os galegos, procuram muito o Res-taurante Foral de Melgaço para a realização de banquetes e encontros empresariais”, acres-centou. A unidade tem tido a preocupação de apostar na tra-dição gastronómica e vínica do Minho, captando visitantes de todo o país e da Galiza. Se os efeitos da riqueza da região con-tribuem para a performance da unidade, também o hotel tem impulsionado a restante econo-mia. Além do pequeno comér-cio, Melgaço tem recebido no-vas estruturas e investimentos. O Hotel Monte Prado veio tam-bém complementar o parque hoteleiro da região, marcada-mente constituído por unidades de turismo rural e habitação e pequenas hospedarias.

Unidade quer captar congressos e incentivos nacionais e internacionais para Melgaço

Hotel Monte Prado centra estratégia no segmento empresarial

O Hotel Monte Prado, uni-dade do grupo Casais, situado em Melgaço, defi-

niu o segmento empresarial como um dos eixos estratégicos para 2006. Mais precisamente, os con-gressos e grupos de incentivos, que deverão ser captados nos mercados nacional e internacional, adiantou à “Vida Económica” o director da unidade hoteleira, Hélder Araújo.

O mercado empresarial repre-senta uma quota elevada nas ta-xas de ocupação do hotel, essen-cialmente durante a semana. O mesmo acontece com os grupos que se alojam na unidade por motivos desportivos. O Hotel Monte Prado está vocacionado para receber congressos e grupos de empresas que pretendem reali-zar reuniões e formação, aliando com actividades “outdoor”. Para isso, a unidade minhota conta com parcerias com várias empre-sas locais de animação turística e de actividades radicais. As pe-quenas e médias empresas são os principais clientes, visto a unida-de apresentar uma limitação ao nível do número de quartos. O Monte Prado é constituído por 43 quartos e sete suites. Por isso mesmo, referiu Hélder Araújo, “não temos capacidade para rece-ber eventos de grande dimensão”. Quando se trata de grandes em-

presas, o hotel costuma receber reuniões de quadros intermédios ou superiores. O programa “Em-presas em bom ambiente” foi definido como uma prioridade na força comercial do hotel. E deverá ser desenvolvido ao longo deste ano, captando as PME por-tuguesas e estrangeiras, assegurou o responsável.

Ainda ao nível do mercado in-ternacional, a unidade de Mel-gaço pretende continuar a atrair equipas desportivas que utilizam o centro de estágios, situado no mesmo complexo do hotel. O seg-mento desportivo é de elevada im-portância para o hotel. “Normal-mente, são equipas de países com um clima muito semelhante ao de Melgaço que escolhem o comple-xo, nos meses de Inverno, para fa-zerem formação e estágios”, expli-cou. Um segmento estratégico na performance do hotel, por colma-tar a sazonalidade, e na dinâmica da região, por garantir efeitos mais imediatos nas restantes actividades económicas.

Hóspedes estrangeiros em crescimento

Na área do lazer, o Hotel Mon-te Prado tem vindo a consolidar-se junto do mercado nacional. No quarto ano de actividade, a

unidade pretende atingir uma taxa de ocupação média na ordem dos 55%. Um valor “agradável” para um hotel de Interior, acres-centou Hélder Araújo. Também para este ano, a direcção do hotel definiu os 1,5 milhões de euros como meta a atingir ao nível da facturação.

Além da importância dos clien-tes portugueses, o mercado espa-nhol, nomeadamente o galego, tem um peso significativo na acti-vidade do hotel. Neste momento, os hóspedes espanhóis represen-

tam 10% da ocupação da unida-de. Embora essa quota esteja em ascensão, avançou o hoteleiro. A Semana Santa é um período muito procurado pelo mercado vizinho. Este ano, o Monte Prado volta a ter ocupação a 100% na altura da Páscoa. O mercado do Leste da Europa, que corresponde a cerca de 7% da ocupação, está também a crescer.

GABRIELA [email protected]

Turismo

Neste momento, o serviço Private Jet está disponível para todos os países da União Europeia, países de Leste, Marro-cos, Argélia, Egipto, Israel, Líbano, entre outros. “São mais de 1000 destinos”, reforçou Frank Wagner.

A Lufthansa apresentou em 2005 lucros operacionais na ordem dos 577 milhões de euros, mais 50% do que em 2004. Em Portugal, este crescimento foi mais modesto, tendo atingido os seis por cento em 2005. No entanto, e como salienta Frank Wagner, desde 2000, o crescimento da companhia em Portugal atingiu os 66%, transportando cerca de 500 mil passageiros por ano com origem em ae-roportos nacionais.

Ryanair voa entre Faro e Shannon a partir de 6 de Setembro

Halcon Viagens quer chegar aos 100 balcões

Sexta-feira, 07 Abril de 200624

Frank Wagner., director da Lufthansa em Portugal.

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Categorias Total nacional Variação AOV sobre total Variação

2006 2005 2006/2005 2006 2005 2006/2005

Ligeiros de passageiros 15 635 16 325 -4% 12% 11% 1%

Comerciais ligeiros 5341 5834 -8% 14% 15% -1%

Comerciais pesados 603 530 14% 0% 0% 0%

Fonte: ACAP

ALD AUTOMOTIVEpondera alargar público-alvo do Fleet Card

FINLOGinaugurou instalações em Lisboa

ALUGUER OPERACIONAL“transporta” SAG ao mercado espanhol

O PORQUÊ DA CLASSISter passado a Millennium bcp Renting

FROTAS VidaEconómicaESTE SUPLEMENTO FAZ PARTE INTEGRANTE DA VIDA ECONÓMICA Nº 1145, DE 07 DE ABRIL DE 2006,

E NÃO PODE SER VENDIDO SEPARADAMENTE

SECTORESfarmacêutico e industrial representam mais de metade dos clientes da Arval

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Perspectiva o secretário-geral da Arac

Aluguer operacional de viaturas espera crescimento de dois dígitos

PESO DO AOV AUMENTA NAS VENDAS TOTAIS

Segundo estudo da Fleet Data sobre o segmento médio-alto

CUSTO TOTAL DE UTILIZAÇÃO CHEGA A SER 47% MAIS BAIXO

NO DIESEL DO QUE NA GASOLINA

Os empresários de aluguer operacional de viaturas (AOV) estão moderadamente optimistas quanto aos próximos tempos. Compreendendo o interesse que suscita o produto, o AOV tem uma estratégia bem delineada, assentando o seu posicionamento competitivo com os restantes produtos de fornecimento de automóveis, de acordo com Joaquim Robalo de Almeida, secretário-geral da Arac. “Os resultados alcançados no ano passado foram francamente positivos, consubstanciando uma clara e determinada visão do negócio. Os resultados obtidos assumem ainda maior relevância se se consi-derar que tiveram lugar num quadro economicamente adverso. A actividade espera registar um crescimento, este ano, novamente de dois dígitos.” Pág. 4

(valores referentes a Janeiro)

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Serviço tem vindo a ganhar quota ao crédito e ao “leasing”

Do conceito de propriedade ao de utilizaçãoOs custos com a mobilidade

têm um peso considerável no orçamento de qualquer empre-sa. Impõe-se escolher metodi-camente qual a forma de re-novar o parque utilizado pelos colaboradores. Neste capítulo, o aluguer operacional tem ganho uma crescente importância face à aquisição ou ao “leasing”. No ano passado, o “renting” – uma outra designação para o mes-mo sistema - já foi responsável pela venda de 22 860 ligeiros de passageiros (12% do total) e 9711 comerciais ligeiros (14% do total). Se estes números já representam muito em termos globais, então. quando focado apenas o mercado empresarial, são ainda superiores. Com efei-to, embora não haja em Portugal dados concretos sobre este seg-mento, os operadores acreditam que a quota do aluguer operacio-nal nas vendas de automóveis às empresas já se situa entre 25% e 30%.

Aluguer de longa duração com múltiplos serviços

Cada vez mais conhecido do público, o “renting” ainda é, porém, um conceito desconhe-cido para muitos empresários. O aluguer operacional é, isso mesmo, um aluger – e não um produto financeiro porque nos contratos não está prevista a pas-sagem de propriedade ao cliente –, em que o locatário paga uma renda mensal durante o período de tempo entre um e cinco anos. Esta renda, paga numa única factura, inclui as revisões, o se-guro contra danos próprios e as reparações. No caso de o cliente querer, o contrato pode mesmo contemplar a gestão dos pneus e, até, dos combustíveis. Trata-se portanto, de um ALD ao qual são acrescentados múltiplos ser-viços.

As empresas que se dedicam à actividade utilizam todo o tipo de veículos, embora os pesados com mais de seis toneladas de peso bruto sejam raros, devido aos entraves colocados pela le-gislação em vigor. As vantagens do aluguer operacional são mui-tas, mas resumem-se numa ex-pressão cada vez mais utilizada: “outsourcing”. Um conceito que faz com que as empresas se dedi-quem à sua actividade principal a 100%, deixando a carga buro-crática para especialistas, de que resultam vantagens económicas. Os preços das rendas conseguem tornar-se atractivos, porque as gestoras de frota têm um poder

OPÇÃO ALUGUER OPERACIONAL

Vantagens

Simplifica todas as tarefas de ges-tão da frota das empresas, que é entregue a espe-cialistas com ser-viços adicionais diversos.

Utilização de imobi-lizado de terceiros, em termos jurídicos e económi -cos.

Acompanhamento in-formático por parte da empresa de aluguer operacional: gestão de facturas, de combustí-vel, do número de dias utilizando viatura de substituição, etc.

O locatário apenas tem que pagar as rendas: a lo-cadora avisa nas alturas de manutenção

O mais interessante é que, feitas bem as contas, o con-trato de aluguer operacional acaba por fazer com que a mobilidade se torne mais ba-rata que em caso de compra, acrescida das manutenções, seguro, etc.

Desvantagens

A quilometragem anual tem implicações no que respeita aos encargos de manutenção com o veículo, devendo o locatário pagar uma verba adicional, caso exceda a quantidade de km previamente contratada.

Caso o prazo do contrato seja abreviado por rescisão da empresa cliente, há lugar a uma penalização, que varia, consoante a locadora.

LOCAÇÃO FINANCEIRA (“LEASING”)Vantagens

A locação financeira oferece uma garantia de “cash-flow” através da sequência fixa das rendas mensais ao longo do período do contrato. Esta opção liberta as empresas locatárias de pressões de crédito com outras instituições.

Possibilidade de aquisição do bem no fim do contrato.

Desvantagens

Na hipótese de o contrato não ser total-mente cumprido, há uma cláusula penal por rescisão anteci-pada.

Outras desvantagens foram já indicadas na aquisição a cré-dito ou a pronto e que também aqui se aplicam.

Embora a empre-sa cliente não seja proprietária do auto-móvel, é totalmente responsável pela sua danificação.

COMPRA INTEGRAL (PRONTO PAGAMENTO)Vantagens

Desvantagens

Utilização de re-cursos financeiros da empresa para compra de veículos, em detrimento da sua aplicação em investimentos no negócio central.

O facto de ser um activo na empresa, pelo que pode ser tributado.

Implementação de um serviço interno de gestão da frota com menor poder negocial que as em-presas de aluguer operacional.

Possibilidade de negoc iação do preço do veículo, dependendo do poder negocial do comprador.

Utilização de fundos próprios da empresa ou negociação de empréstimos, even-tualmente com taxas favoráveis.

Disponibilidade do veículo para venda em qualquer altura, já que é um activo da empresa.

sexta-feira, 07 Abril de 2006 FROTAS02

negocial para compra e manuten-ção que, regra geral, as empresas não possuem de forma isolada. Em termos fiscais, a grande van-tagem deste aluguer é o facto de as viaturas (são sempre proprie-dade da gestora de frota) nunca serem registadas no imobilizado das empresas, não havendo, por isso, lugar a tributação. No que se refere aos seguros, o aluguer operacional apresenta ainda o benefício de não se verificarem agravamentos. A natural concor-rência na economia levou a que as empresas tomassem consci-ência das vantagens financeiras e físicas, bem como da simpli-ficação da gestão de frota que o aluguer operacional oferece, pelo que começaram a utilizá-lo. Os primeiros clientes nacionais des-te serviço foram as grandes em-presas, que já conheciam os be-nefícios inerentes a uma gestão externa das frotas, com grande necessidade de veículos para re-alizar a sua actividade. Exemplo disto são os laboratórios farma-cêuticos e as grandes empresas de distribuição. Mais tarde, as PME e mesmo os profissionais liberais começaram a reconhecer vantagens neste tipo de aluguer e são estes mesmos os sectores de maior potencial de crescimento actualmente. Também os parti-culares começam a “render-se” a este sistema, sobretudo os profis-sionais liberais. Apenas os parti-culares que não trocam de carro com uma cadência de três ou quatro anos não têm vantagens em recorrer ao “renting”.

AQUILES [email protected]

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FROTAS 03sexta-feira, 07 Abril de 2006

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ALD Automotive pondera alargar público-alvo do Fleet Card

A ALD Automotive faz um balanço “muito posi-tivo” do primeiro ano de funcionamento do Fleet Card. “Tem funcionado como uma forma de nos aproximarmos mais dos utilizadores, transmitin-do-lhes diversas vantagens pela apresentação do mes-mo nos nossos parceiros, os quais representam um leque bastante abrangen-te de produtos e serviços. Esta aproximação permite, por parte dos condutores, uma maior identificação da ALD Automotive como parceiro na maximização da sua mobilidade diária. Como base neste sucesso, estamos inclusivamente a pensar aumentar o públi-co-alvo do Fleet Card”, adiantou Nuno Jacinto, o responsável pelo canal di-recto da empresa.

A frota gerida pela em-presa do grupo francês Société Générale apresen-tou um crescimento de 60% nos últimos quatro anos, passando de cin-co mil viaturas em 2002 para cerca de oito mil no final do ano passado. Em termos de clientes, verifi-cou-se um crescimento de 58% no mesmo período, cifrando-se em 1100 no final de 2005. Já o volume de negócios cifrou-se em 40 milhões no ano passa-do, sendo estimada uma subida de 8% em 2006.

Nuno Jancinto consi-dera que o mercado por-tuguês de aluguer opera-cional ainda não atingiu a maturidade, já que o fac-tor de decisão “continua a ser o preço”, relegando para segundo plano facto-res como a qualidade do serviço, a flexibilidade e a transparência. “Isto resul-ta da recente implemen-tação do aluguer opera-cional e consequente falta de conhecimento para as diferenças existentes en-tre os diversos serviços e condições existentes no mercado. No entanto, já foi percorrido um longo caminho e cada vez mais se verifica uma maior sen-sibilização dos clientes às diversas componentes que constituem o preço, pro-cesso este que acredito que irá continuar”.

De acordo com a mesma

fonte, este reconhecimen-to do produto também já está a chegar ao segmento particular, embora ainda vá mostrando alguma re-sistência ao produto, já que se está a pagar uma viatura que nunca será

propriedade do locatário. “Este sentimento não se justifica, pois no aluguer operacional o cliente só paga o que realmente uti-liza”, refere aquele respon-sável pela ALD Automo-tive, que realça que “este

conceito faz ainda mais sentido” ao constatar-se que uma viatura é uma fonte constante de des-valorização e por isso um mau investimento.

AQUILES [email protected]

Nuno Jacinto considera que o cartão permite uma maior identificação da empresa como parceiro na maximização da mobilidade diária dos condutores.

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sexta-feira, 07 Abril de 2006 FROTAS04

Robalo de Almeida: as empresas têm sabido adequar-se às dificuldades do mercado

Aluguer operacional de viaturas espera crescimento de dois dígitos

Os empresários de aluguer operacional de viaturas (AOV) estão moderadamente optimistas quanto aos próximos tempos. Compreendendo o interesse que suscita o produto, o AOV tem uma estratégia bem delineada, assentando o seu posiciona-mento competitivo com os restantes pro-dutos de fornecimento de automóveis, de acordo com Joaquim Robalo de Almeida, secretário-geral da Arac.

Foi perante este cenário que o sector promoveu e aproveitou as novas oportu-nidades de negócio, como as pequenas e média em-presas e os profissionais liberais. “Os resultados alcançados no ano passado foram francamente posi-tivos, consubstanciando uma clara e determinada visão do negócio. Os re-sultados obtidos assumem ainda maior relevância se se considerar que tiveram lugar num quadro economica-mente adverso. A actividade espera registar um crescimento, este ano, novamente de dois dígitos.”

Para aquele dirigente associativo, é preci-so notar que o ano de 2004 foi marcado por uma forte recessão económica, com especial incidência no sector automóvel. Ora, “veri-ficou-se que o AOV não só não foi atingido pela recessão, como ainda cresceu de forma considerável num ciclo bastante complica-

do. O crescimento sustentado e continua-do revela um caminho ascendente a bom ritmo, tendo em conta que a sua quota de penetração (em 2005) foi de 14% no to-tal de veículos vendidos, mais três pontos percentuais do que no exercício anterior nos veículos de passageiros e de 18% nos comerciais ligeiros, mais seis pontos”.

Durante o ano em curso, as perspecti-vas apontam para cerca de 135 unidades colocadas sob este sistema. As aquisições de novas viaturas para o exercício da acti-

vidade de AOV atingiram, no exercício transacto, um total de 40 687 veí-culos, o que se traduziu num aumento de 25% e representaram 14% do total de veículos de pas-sageiros vendidos e 18% no segmento dos comer-ciais ligeiros. Também no

ano passado, a frota foi de quase 100 mil veículos, valor este que se traduziu num acréscimo de cerca de 23% face ao exer-cício anterior.

Estratégia orientada para as PME

Os resultados obtidos tiveram muito a ver com o posicionamento assumido pelas empresas de aluguer operacional de viatu-ras. De facto, tem sido feito um esforço no sentido da aproximação às PME, com a

(valores referentes a Janeiro)PESO DO AOV AUMENTA NAS VENDAS TOTAIS

Categorias Total nacional Variação AOV sobre total Variação

2006 2005 2006/2005 2006 2005 2006/2005

Ligeiros de passageiros 15 635 16 325 -4% 12% 11% 1%

Comerciais ligeiros 5341 5834 -8% 14% 15% -1%

Comerciais pesados 603 530 14% 0% 0% 0%

Fonte: ACAP

A quota de mercado

em 2005 foi de 14%

no total de veículos

vendidos

intenção de mostrar as van-tagens deste produto. “Basi-camente, é um produto que permite a utilização de veí-culos sem investimento inicial e libertando as empresas para uma maior concentração no seu negócio principal.”

Entretanto, no ano findo e no actual, as motorizações diesel con-tinuaram a ganhar quota de mer-cado, em detrimento da gasolina. Com efeito, os veículos com motor a diesel representam já perto de 70% da frota de AOV. No que respeita ao prazo médio da duração dos contratos de aluguer operacional, o mesmo situa-se agora nos 43 meses. “Apesar de a confiança dos empresários ainda es-tar a baixos níveis, o AOV pa-rece ter

cativado o público português, até porque possibilita reduzir os custos das empresas, para além de garantir várias vantagens em termos operacionais”, concluiu Joaquim Robalo de Almeida.

Eeste responsável da Arac é também de opinião que a retoma económica não vai

acontecer antes de um período de dois anos, pelo que a actividade terá que continuar a desenvolver estratégia de captação de mais clientes. Sobretudo é preciso consciencializar os empresários e os privados para as vantagens de um sistema que ainda é pouco conhecido junto da maioria dos consumidores.

O mais recente estudo de TCO (“total cust of ow-nership”, ou custos totais de utilização) elaborado pela especialista Fleet Data, a que a “Vida Económica” teve acesso, comprova que, a partir de uma média anual de 30 mil km, o diesel é mais compensador do que a gasolina, chegando o TCO a ser mais baixo 47%. O TCO é a ferramenta com que as empresas gestoras de frota calculam as rendas e pressupõe apenas a utilização do modelo (incluindo manutenção e, eventualmente, pneus e combustível), subtraindo ao preço inicial o va-lor residual futuro. No caso da Fleet Data, que publica boletins bimestrais, o segmento escolhido no estudo mais recente foi o das carrinhas do segmento médio-alto, tendo utilizado como premissas para o cálculo do TCO a realização de 30 mil km por ano num contrato de 36 meses, estando incluída no contrato a troca de

quatro pneus. Os valores médios de TCO das motorizações diesel

são, em média, 20% menores, variando entre os 14% da Renault Laguna e os 30% da Opel Vectra. Esta di-ferença tem como grande justificação a diferença do preço dos combustíveis (o diesel tem um média 40% inferior à gasolina), já que na manutenção os custos a gasolina chegam a ser ligeiramente inferiores (3%). Na depreciação comercial, a diferença, favorável ao diesel, é de 14%.

Modelo a modelo, as opções com menor TCO são a Laguna, a Vectra e a Volvo V50 a diesel. A diferença entre os modelos analisados a diesel não é substancial – não ultrapassa os 7% - mas é-o quando a comparação é feita com as versões a gasolina, chegando, mesmo, aos 47%.

Segundo um estudo da Fleet Data do segmento médio-alto

Custo total de utilização chega a ser 47% mais baixo no diesel

Fonte: Fleet Data

TCO – CUSTOS TOTAIS DE UTILIZAÇÃO Carrinhas segmento médio-alto - 36 meses/90 mil km(em euros)

RenaultLaguna (d)

OpelVectra (d)

Volvo V50(d)

Peugeot407 (d)

ToyotaAvensis (d)

RenaultLaguna (g)

Volvo V50(g)

Peugeot407 (g)

ToyotaAvensis (g)

OpelVectra (g)

0

10000

20000

30000

40000

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sexta-feira, 07 Abril de 2006 FROTAS06

Finlog inaugurou instalações em Lisboa

A Finlog inaugurou um escritório em Lisboa. Juntando-se à sede do Porto, o espaço na capital vai permitir à empresa estar mais perto do mercado da capital, onde está o maior potencial de cresci-mento do mercado de aluguer operacio-nal, disse à “Vida Económica” o director comercial da empresa, Nuno Serrenho: “Com a abertura de uma delegação em Lisboa, pretendemos posicionar-nos com maior proximidade aos nossos actuais clientes sediados em Lisboa, tendo nós a consciência de que o grande potencial do mercado de gestão de frotas se encontra em Lisboa. Estes dois factores foram deci-sivos para a abertura da nossa recente de-legação, por um lado prestar um serviço de maior proximidade aos nossos clientes, mas também apostados na conquista de novos”.

Nas instalações de Lis-boa, a empresa tem cinco colaboradores, que se jun-tam aos 39 do Porto. A Finlog geria cerca de 6700 contratos em 2005, sendo as previsões para este ano de cerca de 7500 contratos. Em termos de volume de negócios, o valor registado no ano passado rondou os 41 milhões de euros, um volume que deve crescer para 42 milhões no presente exercício.

Questionado pelo nosso jornal se o facto de a Finlog ser detida pela Salvador Caetano e pela Sonae é vantagem compe-titiva, Nuno Serrenho afirmou que “ter como accionistas dois dos maiores e mais respeitados grupos nacionais é um ponto forte”, já que dá credibilidade junto dos clientes. No entanto, a mesma fonte reco-nhece quando os concorrentes têm uma posição global, poderá colocar a empresa em desvantagem, “nomeadamente com clientes que preferem acordos internacio-nais”.

Previsões

são para este

ano cerca de 7500

contratos.

“Pretendemos posicionar-nos com maior proximidade dos nosso actuais clientes sediados em Lisboa”, esclarece Nuno Serrenho.

PARCERIA SALVADOR CAETANO E SONAE

Criada em 1993, a Finlog dedica-se à gestão de frotas e ao aluguer operacional. Enquadra-se no grupo ChoiceCar, holding detida a 100% pelos grupos Sonae e Salvador Caetano, dedicada ao sector automóvel.“Ter como accionistas dois dos maiores e mais respeitados grupos nacionais é um ponto forte, já que dá-nos credibilidade junto dos nossos clientes. São, de facto, dois grupos de enorme referência no nosso mercado”, considera Nuno Serrenho, o director comercial da empresa.Actualmente, a Finlog gere uma frota superior a 6800 viaturas e conta com uma equipa profissional de mais de 40 colaboradores.

A gestora de frota detida pelos grupos Sonae e Salvador Caetano acaba de abrir instalações em Lisboa. O escritório da capital tem cinco colaboradores, que se juntam aos cerca de 40 que laboram na sede da empresa, no Porto. O objectivo do novo espaço é estar mais próximo do clientes sediados na região.

Empresa aposta no segmentodos particulares

O actual contexto económico de desci-da não invalida um acentuado crescimen-to do aluguer operacional. Este cenário é justificado pelo director comercial da Finlog no facto de as vantagens do serviço serem sublinhadas em alturas menos favo-ráveis. “Neste contexto economicamente desfavorável, as empresas têm absoluta ne-cessidade de efectuar um maior controlo de custos da sua frota automóvel, optando por procurar soluções em que obtenham uma maior redução dos seus custos ope-racionais. Portanto, é natural que as em-presas tenham uma procura crescente face ao aluguer operacional, pois este conceito

de gestão automóvel tra-duz-se claramente numa redução de custos para o cliente, visto recorrer a especialistas no sector”, explicou. Entre as vanta-gens do serviço, Serrenho destaca “a redução e con-trolo dos custos directos com a frota; a eliminação de riscos operacionais, nomeadamente com a de-

preciação do valor da viatura; a flexibili-dade e despreocupação, visto que a oferta deste produto pressupõe uma cobertura de serviços total para a utilização da via-tura”. “O ‘outsourcing’ da frota permite à empresa passar todas a preocupações e riscos para a gestora”, acrescenta.

Apesar do crescimento que o “renting” tem conhecido ao longo dos útlimos anos, a mesma fonte acredita que ainda está longe de ter estabilizado. “Penso que ainda não se atingiu a maturidade do pro-duto. Comparativamente a outros merca-dos da Europa, o nosso ainda está longe de atingir as penetrações verificadas nes-ses mesmos mercados, pelo que continua

A SAG vai centrar a sua estratégia de crescimento em 2006 no mercado in-ternacional, sendo o objectivo do grupo de João Pereira Coutinho continuar no Brasil e no resto da América Latina, as-sim como no Leste Europeu. A principal novidade será, porém, a entrada no mer-cado espanhol, fruto da parceria com o Santander Consumer, a qual será, aliás, a âncora da expansão internacional. Recor-de-se que a SAG acordou no ano passado a venda da gestora de frota Multirent e do Interbanco ao “gigante” espanhol, tendo a parceria estipulado a criação de uma nova empresa ibérica.

O grupo SAG, que se dedica a várias actividades no sector automóvel (como a importação, o retalho de novos e usados e os serviços, além do aluguer), registou um lucro de 33,5 milhões de euros em 2005, mais 34% que no exercício ante-rior. A venda da Multirent significou uma mais-valia de 15,7 milhões para o grupo.

A empresa de aluguer operacional continua a acompanhar o crescimento da generalidade do mercado, tendo au-mentado os novos contratos em 6,9% e a frota sob gestão em 1,3%, para 8600 via-turas. O responsáveis acreditam que este crescimento em Portugal pode continuar,

sendo que os segmentos com maior po-tencial são as PME e os particulares, até porque a penetração no nosso país ainda não ultrapassa os 15%, contra os 50% da Holanda, os 38% do Reino Unidos, os 30% da Bélgica e, entre outros países mais receptivos ao “renting”, os 29% re-gistados na Noruega.

Os serviços automóvel da SAG ron-daram a centena de milhões de euros de facturação, num total de 730,3 milhões, crescendo 17,6%. As acções do grupo atingiram o melhor nível desde meados de 2002, tendo subido 8% depois de conhecida a intenção de distribuir 13,4

cêntimos por acção, o que corresponde a um “dividend yield” de 7,9%, um dos melhores do mercado bolsista nacional. De acordo com os analistas, este valor é muito superior à média do mercado na-cional e só foi possível pela política de distribuição e dividendos que atinge os 60% em termos de “pay out”.

A SIVA, empresa do grupo que importa para Portugal a Volskwagen, a Volkswa-gen Veículos Comerciais, a Audi, a Sko-da, a Bentley e a Lamborghini, vendeu em 2005 mais de 29 mil automóveis que geraram vendas de 564,4 milhões de eu-ros, mais 5% do que em 2004.

Aluguer operacional “transporta” SAG ao mercado espanhol

a haver espaço para crescer, a caminho da maturidade”, disse Nuno Serrenho, adiantando que o mercado dos particula-res é emergente. “Este cliente é uma das mais recentes apostas da Finlog, criando aquilo que designamos como canal indi-recto, que passa por estarmos presentes e

oferecer, através dos concessionários ou marcas nossas parceiras, um serviço per-sonalizado de ‘renting’ ao cliente particu-lar, bem como a empresas”, anunciou o director comercial da Finlog.

AQUILES [email protected]

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sexta-feira, 07 Abril de 2006 FROTAS08

Considera Rui de Almeida Fernandes, o director-geral da antiga Classis

Designação Millennium bcp Renting facilita percepção por parte do mercadoA recente alteração da designação da Classis para Millennium BCP Renting tem como objectivo “tornar mais claro para o mercado a qualidade, a dinâmica e solidez que resultam da inserção das áreas de negócio no mesmo grupo financeiro”, segundo o director-geral da empresa, Rui de Almeida Fernandes.

Vida Económica- Que principais razões levaram o grupo a alterar a designação de Classis para Millen-nium bcp Renting?

Rui de Almeida Fernandes- Esta alteração foi feita no seguimento do processo de unificação das marcas e das estruturas comerciais da banca de retalho que deram origem ao Millennium bcp, estendendo este processo ao “renting”. Com esta alteração, o banco pretende tornar mais claro para o mercado a qualidade, a dinâmica e so-lidez que resultam da inserção das áreas de negócio no mesmo grupo financeiro, sem prejuízo dos elementos diferenciadores que decorrem da área específica de actu-ação, através da adopção de uma matriz comunicacional comum.

VE- Qual o tamanho actual da frota gerida pela em-presa?

RAF- Actualmente, o Millennium bcp Renting gere

uma frota superior a 15 500 viaturas. Em 2005, a factu-ração atingiu os 68 milhões de euros.

VE- Lançaram recentemente o produto “Carro Fá-cil”...

RAF- Na procura de soluções inovadoras que vão de encontro às necessidades dos clientes, o Millennium bcp lançou no último mês, de facto, o “Carro Fácil”, um pro-duto inovador de “leasing” automóvel que permite ao cliente beneficiar de rendas muito competitivas e únicas no mercado, pois tem um valor residual bastante mais elevado do que o “leasing” tradicional.

VE- O mau ciclo económico do país afecta o alu-

guer operacional?RAF- Apesar da situação actual, o “renting”, por se

tratar de um produto novo e que responde às necessi-dades dos clientes, continua a apresentar grandes níveis de crescimento, conquistando progressivamente quota de mercado aos produtos tradicionais de financiamento automóvel.

VE- O aluguer operacional já atingiu a maturidade suficiente no mercado nacional?

RAF- Em termos de maturidade, o mercado nacional não é, de forma nenhuma, homogéneo. Podemos consi-derar que o sector das grandes empresas se encontra perto da maturidade. Mas o sector das PME está ainda numa fase de grande crescimento e o dos particulares está a dar os primeiros passos.

VE- Em que plano se encontra esse mercado?

RAF- O mercado dos particulares continua a evoluir favoravelmente. O número de contratos que fazemos com estes clientes é cada vez maior, mas, como referi an-tes, penso que ainda estamos no início.

VE- Aqui o sentimentos de posse ainda é um obs-táculo ou as mentalidade estão a mudar?

RAF- No caso dos particulares, o sentimento de posse é, de facto, um obstáculo para o “renting”, pois alguns segmentos de mercado continuam a encarar o carro como se fosse um bem de investimento. No entanto, prevejo que, com o passar do tempo, este obstáculo vá reduzindo a sua importância, pois é fácil perceber que um carro, como bem de investimento, é uma má opção: em vez de

se valorizar, sofre uma grande desvalorização; em vez de proporcionar rendimento, tem custos crescentes de utili-zação; e, ainda por cima, desvia fundos que poderiam ser aplicados em investimentos rentáveis. A principal dife-rença do “renting” face aos produtos tradicionais reside, de facto, neste aspecto. Até há poucos anos atrás, para ter um carro novo, era preciso comprá-lo. A crédito (através de um financiamento, de um “leasing” ou de um ALD) ou a pronto pagamento. Hoje, é possível alugá-lo, pa-gando menos por mês, com as vantagens adicionais de se usufruir de uma muito maior comodidade na utilização do carro (uma vez que o “renting” permite incluir, entre outros serviços, a manutenção do carro, o seguro e os im-postos) e de reduzir substancialmente os riscos associados (pois a renda, apesar de incluir diversos serviços, é fixa e o risco de desvalorização é eliminado). Nesse sentido, à medida que os particulares se vão apercebendo das van-tagens do “renting” (o que tem sido, desde o início, uma aposta constante do Millennium bcp renting) e mudam a forma de encarar o carro (que, na prática, é um bem de consumo, e não de investimento), o “renting” continuará a evoluir favoravelmente neste segmento.

VE- O Millennium bcp Renting aproveita os balcões do banco para atrair este segmento?

RAF- A quase totalidade dos contratos de “renting” feitos com os nossos clientes resultam da acção das mais de mil sucursais que constituem a rede Millennium bcp. Apesar de ser um produto relativamente novo, as sucur-sais do banco têm muita experiência na sua venda, pois o “renting” faz parte da oferta do Millennium bcp desde 1998. Nesse sentido, a rede atrai muitos clientes para o Millennium bcp Renting, não só particulares, mas tam-bém empresas de todas as dimensões e sectores de ac-tividade. Com a crescente adesão dos portugueses à In-ternet, nos últimos anos este canal tem contribuído de forma muito significativa para o reforço da presença do Millennium bcp Renting no mercado, complementando a presença proporcionada pelas sucursais do banco. Em resultado deste desenvolvimento, são actualmente efectu-adas por mês cerca de 20 mil simulações de “renting” no portal Internet do Millennium bcp.

AQUILES [email protected]

“A quase totalidade dos contratos de ‘renting’ feitos com os nossos clien-tes resultam da acção das mais de mil sucursais que constituem a rede Millennium bcp”, afirma Almeida Fernandes.

DE CLASSIS A MILLENNIUM BCP RENTING

Antes designado de Classis, o Millennium bcp renting foi constituído em Maio de 1998, em resultado de uma “joint venture” entre o BCP e GE Commercial Finance Fleet Services (Grupo General Electric), com o objectivo de disponibilizar o “renting” através das redes bancárias do Millennium bcp. O Millennium bcp renting gere actualmente quase 16 mil viaturas e tem em carteira mais de três mil clientes. “Des-de 1998, o crescimento tem sido contínuo, em resultado do alargamento da sua base de clientes, sustentado pela renovação de contratos e penetração na frotas dos actuais clientes”, de acordo com Rui Almeida Fernandes.Desde o início de 2003, os clientes do Millennium bcp renting (actuais e potenciais) podem efectuar as suas si-mulações através da Internet (em www.millenniumbcp.pt). Desde a mesma altura, os clientes do Millennium bcp renting passaram também a poder consultar, através da Internet, toda a informação relativa às suas viaturas.

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sexta-feira, 07 Abril de 2006 FROTAS10

Avança o director comercial da empresa

Sectores farmacêuticoe industrial representammais de metade dos clientes da ArvalOs sectores farmacêutico, com 35%, e a indústria, com 22%, são os principais clientes da Arval. O director comercial da subsidiária portuguesa da gestora de frota do BNP Paribas, Óscar Mendes, acrescentou à “Vida Económica” que a empresa tem uma “taxa de penetração em qualquer dos sectores superior a 70%”.

Vida Económica- O volume de negócios da Arval cresceu 32,73% em 2005, para 37 milhões de eu-ros. O que justifi ca este crescimento?

Óscar Mendes- Este crescimento teve a ver com dois factores. Por um lado, aumentámos a quota de penetra-ção nos nossos clientes, verifi cámos que nos principais clientes temos — em média, 82% da sua frota, o que é um rácio excelente — e, por outro, aumentámos o nosso número de clientes. Alguns são clientes de conquista face à concorrência, nomeadamente nas grandes contas, en-quanto os outros novos clientes transitaram a frota, que era gerida por eles internamente, para a Arval. Neste caso, estamos a falar em empresas com frotas de 20 a 100 car-ros, que nós consideramos como “midlle market”. Uma das faces visíveis dessa mudança tem a ver com as novas instalações, agora muito mais amplas e adaptada à nova dinâmica comercial da empresa. A segmentação que foi feita a nível interno, entre “large corporate” e “midlle ma-rket”, foi muito bem sucedida, pois são segmentos muito díspares entre si em termos de necessidade de serviços bem como na abordagem comercial.

VE- Quais os sectores clientes mais importantes e porquê?

OM- Temos como principais clientes as grandes mul-tinacionais do sector de distribuição de base tecnológica e farmacêutica, sendo a nossa quota de mercado de 6,1% [o total de viaturas em aluguer operacional era, no fi nal de 2005, de cerca de 100 mil]. Em termos de distribuição da carteira de clientes por sectores de actividades, 35%

é da indústria farmacêutica, 22% da indústria, 17% da distribuição, 16% dos serviços e 10% da informática. Existem ainda dois denominadores comuns: temos uma taxa de penetração em qualquer dos sectores superior a 70% e existe um sentido de confi ança e compromisso na relação cliente vs. Arval.

VE- Quais as perspectivas da empresa para 2006, tendo em conta a aposta anunciada na consulto-ria?

OM- Para a Arval, o aluguer operacional não é um negócio de curto prazo, mas sim de médio e de longo prazo, e tem que haver uma relação muito estreita de confi ança entre ambas as partes. O cliente tem que sa-ber que o seu parceiro está a ganhar dinheiro e nós não escondemos onde temos a rentabilidade da nossa activi-dade. Aliás, é bom que o cliente tenha consciência disso para saber até onde nós podemos chegar. A capacidade de gerir uma frota passa necessariamente pela capacida-de tecnológica da gestora de frotas. Gostava, contudo, de acentuar o vector da confi ança, pois isso tem muito a ver com a capacidade que os profi ssionais da Arval têm de desenvolver esta actividade numa relação de médio e longo prazo com o cliente. Por fi m, vai ser um ano muito curioso, até pelas fusões anunciadas neste mer-cado, para se verifi car se o nosso mercado já atingiu a maturidade ou se, por outro lado, ainda está longe de a alcançar. Pessoalmente, defendo que ainda falta fazer muito neste mercado, havendo uma expectativa muito grande sobre o que cada uma dos principais “players”

deste mercado irá fazer. Quanto à Arval, vai continuar com a estratégia de acompanhamento do cliente, estan-do atenta ao mercado para ver quais são os clientes que interessam, fazendo propostas credíveis e benéfi cas para ambas as partes, numa lógica de consultoria a médio e longo prazo.

VE - Qual tem sido a evolução da empresa nos anos mais recentes em termos de viaturas alugadas e em-presas clientes?

OM - O mercado português está ainda longe daquilo que se passa em outros mercados europeus, que estão muito mais desenvolvidos. O nosso mercado poderia crescer mais depressa se houvesse mais inovação, que de facto não existe, pois todos os “players” estão ainda muito concentrados no preço. A curto prazo, temos um novo projecto, que irem os divulgar brevemente, que se traduz numa nova ferramenta para grandes clientes. Ainda existirão outras novidades que a seu tempo di-vulgaremos.

VE- Nos mercados mais desenvolvidos que referiu, o aluguer operacional já tem bastante penetração no segmento dos particulares…

OM- O nosso “target” são empresas com frotas com mais de 20 viaturas, uma vez que estas enfrentam uma maior complexidade da gestão da frota. Esta gestão é geralmente complexa e implica consumo de tempo quer seja na gestão dos sinistros e ou na forma de fac-turação. No entanto, no futuro, e com a maturidade do negócio em Portugal, é obvio que comprar um carro não vai ser sufi ciente para o comum dos mor-tais. Irá exigir um conjunto de serviços que permitirá transmitir algumas garantias de mobilidade e capaci-dade de negociação que neste momento não têm, no-meadamente com ofi cinas, seguradoras, assistência em viagem, etc.

VE- Por cá, este segmento tem um sentimento de posse muito elevado?

OM- É um obstáculo mas não é o mais importante. No entanto, posso dar-lhe um exemplo particularmente curioso, que tem a ver com o perfi l de utilizador nacional, que prova a importância extrema do carro e a relação que os utilizadores têm com este. É que existe, de facto, esse sentimento de posse, mas em todos os perfi s de utilizado-res, mesmos para as empresas que já se renderam à evi-dência das múltiplas vantagens do aluguer operacional. E isto tem impacto na nossa prestação de serviço a todos os níveis: desde a escolha do veículo até à troca dos pneus, tudo é importante. Não espanta por isso que as nossas plataformas de assistência tenham um tamanho médio de chamada signifi cativamente superior aos nossos parceiros na Europa.

AQUILES [email protected]

Óscar Mendes explica que a paixão automóvel em Portugal é tal que o sentimento de posse acaba por existir “em todos os perfi s de utiliza-dores, mesmo para as empresas”.

EMPRESA DA ÓRBITA BNP PARIBAS

Pertencendo ao Grupo BNP Paribas, a Arval é um dos maiores operadores internacionais no sector da ges-tão de frotas. Fundada em 1989, em França, deu iní-cio à implantação europeia em 1991 com abertura da sua primeira subsidiária, na Bélgica. Em menos de dez anos, abriu fi liais em Itália, Espanha, Holanda, Poló-nia, Suíça, Portugal, cobrindo toda a parte ocidental do continente europeu. Desde Março de 2003, está tam-bém presente em Marrocos e no fi nal desse ano abriu duas novas fi liais, na Hungria e na República Checa. No fi m de 2004 chegou à Eslováquia. No ano passado, a Arval abriu uma fi lial no Brasil e já este ano passou a estar na Rússia.

A Arval alarga a sua rede desenvolvendo ainda pro-jectos na criação de parcerias. As fusões do ano 2000 permitiram-lhe tornar-se líder no Reino Unido, França e Itália. Também presente nos Estados Unidos, a Arval opera em 27 países e conta com uma equipa de 3400 colaboradores, sendo responsável pela gestão de uma frota superior a 607 mil veículos.

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sexta-feira, 07 Abril de 2006 FROTAS12

Volkswagen quer aumentar frota de táxis

A SIVA pretende aumentar a sua quota no mercado de táxis, como comprova o recente protocolo de coope-ração comercial assinado com a associação Antral. Vá-lido até ao final do ano, como possibilidade de renova-ção para 2007, o acordo “reconhece a vantagem mútua em trabalhar conjuntamente no sentido de promover os produtos Volkswagen através do canal de comunicação mais eficiente, a Antral, mas também de prestar apoio às empresas e empresários associados desta associação, na exploração da actividade de táxi”, avançou a SIVA em comunicado.

Como primeira medida, a Volkswagen propõe os mo-delos Touran (cinco e sete lugares) e Sharan na sua versão

táxi, com preços de entrada a partir de 24 311 e 29 568 euros, respectivamente. A curto prazo, a gama táxi será alargada com a introdução do Volkswagen Jetta. Serão também anunciadas oportunamente as oficinas autori-zadas Volkswagen com serviço prioritário para táxi que prevê um posto de trabalho exclusivo, a funcionar em horário alargado.

Sempre que for oportuno, a Volkswagen informará os associados da Antral de todas as novidades no âmbito de novos produtos ou novos serviços, com o objectivo de pro-mover a cooperação entre os signatários e sobretudo forne-cer ferramentas eficazes aos empresários de táxi para me-lhorar a sua rentabilidade e a satisfação dos seus clientes.

O Touran (na foto) e o Sharan são os primeiros Volkswagen do acor-do. Mais tarde surgirá o Jetta.

Miguel Branco deposita elevada expectativas no novo Galaxy e no novo S-MAX.

Avança Miguel Branco, responsável pelo departamento

Frotas são pilar da estratégia da Ford LusitanaO director do departamento de frotas e “remarketing” da Ford Lusitana, Miguel Branco, avança, em entrevista à “Vida Económica”, que as frotas são um pilar da estratégia de crescimento da empresa. “É algo de elevada importância e para o qual é necessário um tratamento dedicado”, esclarece.

Vida Económica- Como explica a crescente impor-tância das gestoras de frotas?

Miguel Branco - Hoje em dia, e face à competitivida-de que existe neste mercado, as gestoras de frotas conse-guem oferecer um leque de serviços relacionado com a operacionalidade da frota automóvel por um custo fixo, extremamente competitivo. Para além disso, na maioria dos casos, não é necessário qualquer investimento inicial para a renovação/implementação de uma frota. Com estes argumentos é relativamente fácil entender a razão de tão elevado sucesso neste negócio. Acredito que ainda existe um grande espaço de crescimento, contudo e atendendo à maturidade do próprio mercado, este será um espaço em que só as gestoras mais fortes e, simultaneamente, mais or-ganizadas terão oportunidade de crescer. Para a Ford, este sucesso das gestoras só nos poderá beneficiar, uma vez que elas são nossas parceiras de negócio. Nós temos o produto para os serviços que eles oferecem, como tal existe uma “cumplicidade” subjacente nesta área de negócio

VE- Para este mercado, é muito importante a exis-tência de preços concorrenciais em termos de ma-nutenção e a competitividade em termos de valor comercial das unidades usadas. Como está a Ford nesse capítulo?

MB- Este é, de facto, um mercado muito competitivo, que actualmente representa cerca de 40 mil unidades por ano, como tal todas as marcas querem estar representa-das. Dentro da actual estratégia da Ford Lusitana, temos vindo a desenvolver determinadas acções com vista a sus-tentar o nosso actual ritmo de crescimento. Exemplo dis-so foi a recente alteração implementada nos nossos planos de manutenção das viaturas Ford com vista a reduzir os seus custos de utilização. Em relação aos valores residuais dos nossos modelos, podemos afirmar que desde há mais de 10 anos que desenvolvemos uma estratégia que visa controlá-los, sendo um dos nossos principais objectivos assegurar a rentabilidade dos nossos concessionários, bem

como a nossa própria, procurando canalizar as vendas de usados através dos nossos concessionários.

VE- Como comenta a opinião de que as vendas às “rent-a-car” representam uma “compra” de quota de mercado e apenas adiam um problema de vendas, já que as mesmas unidades têm de ser recolocadas no mercado seis meses depois?

MB- As vendas a “rent-a-car” podem ser encaradas de duas maneiras. Uma com o aumento do volume de vendas de veículos novos com vista a ganhar posição no “ranking” de vendas, embora estas possam implicar graves prejuízos no negócio de seminovos que, mais tarde ou mais cedo, irão afectar as vendas de veículos novos. Outra como um negócio de sustentabilidade de vendas de veículos novos devidamente controlado de forma a desenvolver um negó-cio de seminovos. Ora, a venda de veículos a “rent-a-car” é, sem dúvida, a melhor fonte de abastecimento de veículos para o mercado de usados com a vantagem de, quando devidamente controlado, poder influenciar o valor residual dos nossos modelos. Quero com isto dizer que o negócio de “rent-a-car” pode deixar de ser uma ameaça, para passar a ser uma excelente oportunidade de negócio.

VE- Quando surgiu o departamento de frotas e de “remarketing” na Ford Lusitana?

MB- A criação de um departamento de frotas e de “re-marketing” faz parte de uma estratégia global da Ford como empresa. Para a Ford, o negócio de frotas é algo de elevada importância e para o qual é necessário um trata-mento dedicado, havendo nesse sentido um departamento com a responsabilidade de desenvolver e atender às necessi-dades dos clientes frotistas. O departamento de frotas e de “remarketing” da Ford Lusitana foi criado em 1996.

VE- Qual a penetração que as frotas assumem nas vendas da marca em Portugal?

MB- A Ford, como marca generalista, tem de estar pre-

sente em todos os segmentos de mercado e principalmen-te nos segmentos que geram maiores volumes de vendas, pelo que o negócio de frotas é para nós um dos pilares mais importantes da nossa estratégia de crescimento. Numa gama tão ampla como a nossa, o peso das vendas a clientes frotistas, dependendo do modelo em questão, pode representar de um a dois terços das vendas totais.

VE- E para que área vai a maior quota: empresas de aluguer operacional, “rent-a-car”, ou empresas clientes?

MB- Neste momento, a venda a empresas clientes ainda representa a maior fatia dos nossos clientes frotistas, até porque as gestoras de frotas são, para nós, encaradas como um parceiro de negócio e não como um cliente final.

VE- Quais os modelos mais procurados?MB- O Focus e o seu monovolume Focus C-MAX ainda

se mantêm como os derivativos mais procurados da nossa gama, pois são ambos excelentes produtos dentro dos seus segmentos respectivos e com um elevado valor residual, o que lhes permite uma enorme competitividade em “ren-ting”. Nos veículos comerciais, temos a Transit como porta-estandarte da nossa marca. Dentre as várias propostas dis-poníveis, destacamos o papel da Transit Connect, modelo que tem registado uma excelente progressão em termos de vendas, ganhando uma cada vez maior quota de mercado dentro do seu segmento. Gostaria ainda de acrescentar que iremos, em breve, apresentar dois novos modelos no mer-cado nacional, o novo Galaxy e o novo S-MAX, os quais irão, decerto, ter um papel importante no nosso negócio. Particularmente o S-MAX, um produto que, acreditamos, irá potenciar o nosso negócio de frotas, já que se enquadra no leque de opções dos quadros das empresas que até hoje optam por carrinhas do segmento D [médio-alto]. O novo S-MAX será uma verdadeira alternativa àquelas, reforça-da com todas a vantagens de funcionalidade e conforto de condução que este modelo oferece.

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FROTAS 13sexta-feira, 07 Abril de 2006

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Frotas representam 35% das vendas da Citroën em Portugal“O mercado de frotas é

para nós uma clara prio-ridade, pois permite um crescimento sustentado, notoriedade e visibilidade da nossa marca. Em 2005, representou cerca de 8500 unidades, 35% das nossas vendas totais, sendo que no ano em curso toda a nossa política de frotas foi revista de forma a es-tarmos mais adaptados às actuais necessidades dos nossos clientes e comer-cialmente mais competiti-vos”. Quem o diz é João Câmara, director do de-partamento de Frotas da Automóveis Citroën, uni-dade da filial portuguesa da marca francesa criada há dez anos devido à ne-cessidade “de estar mais próximos de um mercado muito mais exigente, com particularidades próprias, especializado e com um forte potencial de cresci-mento, por via da expec-tável evolução do tecido empresarial nacional mas também pela transferên-cia sentida do negócio de retalho para o negócio de frotas”.

De acordo com a mes-ma fonte, a importância da frotas é sublinhada no actual contexto de baixa económica, já que a crise sente-se “mais no merca-do particular do que no empresarial”. João Câma-ra acrescenta que isso se justifica “pela necessidade premente que as empresas têm de renovar a sua frota automóvel e também pela crescente adesão ao con-ceito de utilização em de-trimento do da aquisição, factor que permite um melhor controlo dos cus-tos da frota e um menor investimento inicial”.

A exemplo do que suce-de com as contas globais da marca do “double che-vron”, também nas contas das frotas os “campeões” de vendas da Citroën são o C3 e o C4, acompa-nhadas aqui pela Berlingo Van. O responsável pelo departamento não tem, aliás, dúvidas de que a gama da marca tem sido um excelente aliado. “O ano de 2005 foi um ano de renovação cheio de no-vidades para a Citroën. Actualmente, temos uma vasta gama, quer de veí-culos comerciais, quer de passageiros, perfeitamente adaptada às necessidades

de um cliente exigente e dinâmico, indo do pe-queno e versátil C1 até ao espaçoso monovolume C8, não esquecendo o no-víssimo topo de gama C6. Sendo que os recordistas de vendas neste mercado são o C3 e o C4”, referiu.

Em termos de clientes frotistas, as empresas con-tinuam a liderar, deixan-do as gestoras de frota e as “rent-a-car” para segundo plano: “Numa marca ge-neralista como a Citroën, apostamos no contacto directo com os nossos clientes tradicionais, e na realização de um trabalho de fundo na conquista de novos clientes, trabalho este desenvolvido pela nossa rede de concessio-nários. Por este facto, no mercado de frotas Citroën o canal clientes empresa é o que tem um maior peso, seguindo-se o das gesto-ras de frotas. O mercado “rent-a-car” é o menos importante, por uma de-cisão da marca, embora não queiramos deixar de estar presentes”. João Câ-mara acredita, porém, que as gestoras de frota terão cada vez mais influência nas vendas. “O canal de vendas via gestoras de frotas tem tido um forte

crescimento no mercado português, embora ainda longe da média de outros países da Europa. É um canal ao qual a Citroën está atenta, acompanha de forma pró-activa, ten-do consciência da sua im-portância e influência no crescimento do mercado de frotas. Já no canal dos clientes particulares, ain-da pouco desenvolvido nas gestoras de frotas, a vantagem vai para a nossa rede de concessionários, pela facilidade que têm no contacto directo com o cliente final”, explica.

Quando questionado pela “Vida Económica” se as empresas de aluguer operacional e as de “rent-a-car” podem transfor-mar-se num risco para a rentabilidade das marcas ao serem uma forma de manter quota de mercado artificialmente, o entre-vistado fez questão de se-parar ambos os mercados. “No que diz respeito às rent-a-car, a opção estra-tégica da marca prende-se exclusivamente com a pre-ocupação quanto à renta-bilidade e não tanto em fazer volume a qualquer custo. Daí o nosso volume neste mercado ser bastan-te reduzido. Quanto às

gestoras de frota, podem proporcionar um rápido crescimento no volume de vendas e de notoriedade dos nossos produtos, no entanto penso que não ‘compram’ de forma artifi-cial quota de mercado pois as viaturas andam efec-tivamente nas mãos dos clientes, estabelecendo-se assim laços comerciais que, muitas vezes, duram por longos períodos de

tempo”, advoga.Em relação ao facto de

quase todas as gestoras de frota concentrarem as ven-das na sede da empresa em Lisboa podendo, assim, prejudicar os concessio-nários de outras regiões, o responsável pelo departa-mento de frotas da Auto-móveis Citroën respondeu que, de uma forma geral, não: “Por um lado, as gestoras de frotas tendem

a colocar as encomendas nos concessionários locais de forma a minimizar cus-tos de transporte e, por outro, muitas empresas já solicitam que as entregas sejam feitas pelos conces-sionários locais, retirando vantagem das sinergias existentes por via de rela-cionamentos e conheci-mentos já existentes”.

AQUILES [email protected]

Os “campeões” de vendas da Citroën nas frotas são o C3 e o C4 (na foto), acompanhadas pela Berlingo Van.

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Inosat perspectiva aumentar facturação em dois terços este anoEmpresa de localizações de frotas quer crescer no mercado internacional

A empresa especialista em soluções de gestão e localização de frotas prevê aumentar a facturação em dois ter-

ços este ano, de 4,5 milhões de euros re-gistados em 2005 para 7,5 milhões, sendo este crescimento sustentado pelo reforço da internacionalização. Em declarações à “Vida Económica”, o presidente do con-selho de administração da empresa, Jorge Carrilho, disse que um dos objectivos da Inosat para 2006 “é consolidar a activida-de em Espanha, onde já é a empresa com maior dimensão e cobertura geográfica, com a abertura do escritório em Valência e consolidar a operação em França com o refor-ço do escritório de Paris e abertura do escritório de Lille, mas a princi-pal meta para 2006 é chegar à liderança do mercado ibérico já este ano”. A mesma fonte adianta que, nos ob-jectivos internacionais de médio prazo, está a abertura de instalações no Brasil e em An-gola, em regime de “joint-venture”. “De acordo o nosso plano de expansão, o pró-ximo país a ‘conquistar’ será a Alemanha”, adiante Carrilho.

A Inosat tem as suas soluções instaladas em cerca de 600 clientes, com sensivel-

mente 12 mil unidades instaladas em auto-móveis. De acordo com Jorge Carrilho, as empresas clientes são de diferentes dimen-sões e sectores de actividade. “Deste modo, a flexibilidade de adaptação à maior parte dos sectores de actividade com dimensões várias assume-se como uma das grandes vantagens do Inofrota”, acrescenta.

Redução de custos com frota ronda os 20%

Embora aquele responsável sublinhe que os preços dos produtos da Inosat não são

fixos, acedeu a fazer uma pequena simula-ção para o nosso jornal. Assim, uma empresa com sete automóveis, o preço de cada uni-dade instalada será de 39,90 euros, um valor que inclui unidades GPS instaladas nas via-turas mais a central, as comunicações necessá-

rias à operação do sistema, a formação e manuais de utilização e a garantia e ma-nutenção durante o período de contrato, além dos “helpdesk” de acompanhamento ao cliente. “Deste modo, por uma renda de 39,90 euros mensais, o nosso cliente pode controlar e gerir a frota de uma for-

ma eficaz, recorrendo à informação que o sistema fornece. Esta é uma grande van-tagem da Inosat”, afirma o presidente do conselho de administração da empresa.

De acordo com o mesmo responsável, as soluções da Inosat PRO permitem re-duzir em 20% os custos de operação de uma frota, além poupanças reais ao nível do consumo de combustível, manutenção

“Renting” representou 20% das vendas de Iveco ligeiros em 2005

O aluguer operacional nos auto-móveis ligeiros “ainda não é mui-to elevada mas tende a aumen-tar, sendo que, no caso da Iveco em 2005, represen-tou já cerca de 20% das vendas retalho”, disse à “Vida Económi-ca” o director-geral da filial portuguesa do construtor ita-liano. João Almei-da considera “normal o crescimento de impor-tância das empresas de “renting”, já que, cada vez mais, as empresas prefe-rem ter os custos operacionais controla-dos e não estarem assim dependentes de eventuais custos variáveis imprevisíveis inerentes à utilização de uma frota auto-móvel”.

Até por esse motivo, o responsável pela Iveco Portugal considera as gesto-ras de frota um cada vez melhor canal de vendas, embora no tipo de veículos comercializados pela empresa, comer-ciais, o contacto com o cliente final seja muito importante. “No caso das viaturas comerciais é muito importante a defi-nição do produto adequado à missão a

desempenhar, pelo que o contacto com o cliente

final é imprescindível através do impor-tador ou do concessionário. Isso não in-valida a necessária parceria e cooperação com as empresas de aluguer operacional que permita um diálogo muito próximo entre os vários parceiros envolvidos”, disse João Almeida.

O entrevistado considera que seria im-portante que a legislação vigente permi-tisse, também, o aluguer operacional de pesados a empresas sem alvará de trans-portador. “Consideramos muito interes-sante esta opção, até porque permitiria a flexibilização das condições de utilização/pagamento, o que é diferente do negócio puro do transportador”.

“A principal meta para 2006 é chegar à liderança do mercado ibérico já este ano”

AQUILES [email protected]

geral da frota e até 60% em comunicações de voz. “Para além das poupanças associa-das ao nosso produto, julgo ser igualmen-te pertinente referir os ‘aumentos’ que o nosso produto gera nos nossos clientes, nomeadamente, aumento das horas efec-tivas de trabalho, aumento da produtivi-dade dos funcionários e do valor residual do veículo”, acrescenta Jorge Carrilho.

sexta-feira, 07 Abril de 2006 FROTAS14

Jorge Carrilho avança que um dos objectivos da Inosat para 2006 “é consolidar a actividade em Espanha”.

A Tecmic e a Vodafone lançaram a Izi TraN, uma nova solução de gestão de frotas, “rápida, segura e eficaz”, segundo as empresas.

A ferramenta completa o portfolio da Tecmic na sua oferta de soluções nesta área e está baseada num serviço ASP (“application service provider”) e visa “que qualquer empresa, de qualquer di-mensão e área de actividade, possa rea-lizar o seguimento, controlo e obtenção de dados económicos relevantes da sua frota de forma fácil e económica, atra-vés da instalação dos equipamentos nos veículos e do acesso ao serviço dispo-nibilizado na internet, desde qualquer computador, e reduzir, assim, os custos operacionais da mesma de forma signi-ficativa”.

De acordo com as empresas, a oferta comercial deste sistema apresenta a van-tagem de ter tudo incluído: “Sem inves-timentos iniciais em equipamentos ou programas, inclui tarifa plana de comu-nicações nacionais e flexibilidade do ta-rifário em roaming, cartografia completa da rede viária europeia e a manutenção necessária ao seu bom funcionamento”.

A comercialização deste sistema da Tecmic é realizado em conjunto com a

Tecmic e Vodafone lançaram solução para gestão de frotas

Vodafone, implementando, assim, as últimas novidades tecnológicas e van-tagens disponíveis em comunicações GPRS para que as empresas obtenham os maiores benefícios imediatos na sua utilização.

A Tecmic realizou ainda uma parceria com a Teleatlas, que, defendem, “permi-te aos utilizadores dispor de mapas de grande qualidade, cobertura e actualida-de da rede viária europeia”.

Para consultar todas as informações, recolhidas pelos equipamentos insta-lados nos veículos, basta um simples acesso a um “web browser”. O iZi TraN oferece diferentes mecanismos de gestão e análise da informação: visualização no mapa da localização actual e das rotas percorridas por todos os veículos, com identificação do dia e hora de passagem em cada ponto assinalado; relatórios e gráficos que identificam a actividade di-ária do veículo, como quilómetros per-corridos, velocidades alcançadas, perío-dos de paragem, tempos de condução, etc.; e finalmente, alarmes gerados que informam o utilizador da ocorrência de situações indevidas como excessos de ve-locidade, tempos de actividade elevados, etc.

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FROTAS 15sexta-feira, 07 Abril de 2006

FROTA MUNICIPAL DO SEIXAL

COM SEIS TOYOTA PRIUSA Salvador Caetano entregou no mês passado à Câ-mara Municipal do Seixal (CMS) seis Toyota Prius. A aquisição das viaturas híbridas por parte da autarquia ocorreu depois de a Agência Municipal de Energia ter declarado que estes veículos complementam a política ambiental da cidade.A cerimónia de entrega contou com a presença do pre-sidente da CMS, Alfredo Monteiro, e do vice-presidente da Salvador Caetano, José Ramos, assim como o vere-ador com o pelouro das infra-estruturas e responsável pela Agência Municipal de Energia, Joaquim Santos. Para além dos seis Prius, a frota municipal entregou mais 11 modelos Toyota. Segundo o importador da mar-ca japonesa, os seis veículos híbridos “vão de encontro à necessidade da CMS de utilizar tecnologias de pro-pulsão alternativas, com maior eficiência energética e menor impacto ambiental, demonstrando verdadeira preocupação ambiental”. Recorde-se que o Toyota Prius foi o primeiro automóvel híbrido do mundo a ser produzido em série. A tecno-logia assenta num motor de combustão e num motor eléctrico, cujas sinergias de ambos são conjugadas pelo sistema, por forma a conseguir uma boa perfor-mance dinâmica com preocupações ambientais, já que os níveis de emissões são mais baixos do que nos pro-pulsores tadicionais.O modelo tem-se revelado um sucesso de vendas em todo o mundo, tendo já excedido as 500 mil unidades desde que a primeira geração viu a luz do dia, em 1997. Em Portugal, o Prius conta já com 260 unidades, 13 das quais integram frotas municipais, incluindo as seis que agora pertencem à CMS.Ao longo da sua carreira comercial, este Toyota já ven-ceu vários prémios, entre os quais o de Carro Europeu do Ano de 2005, Motor Internacional do Ano 2004, Mo-tor Mais Económico 2005, e, entre outros, o ADAC Eco Test, o teste ambiental promovido pela associação au-tomóvel alemã. Além disso, em vários estudos promo-vidos por entidades públicas, o Prius tem-se revelado a melhor opção em termos económicos e ambientais.Além de uma baixa emissão de CO2 (dióxido de carbo-no), o modelo apresenta também níveis mais baixos de emissões de NOx (óxido de azoto) e HC (hidrocarbone-tos), quando comparado com motores de combustão interna. As emissões de HC e Nox são, respectivamen-te, inferiores em 80 e 87,5% ao definido pelas normas Euro IV (as regras europeias em vigor) para motores a gasolina, ao mesmo tempo que proporciona níveis de consumos semelhantes aos diesel de baixa cilindrada, não necessitando de mais do que 4,3 litros para percor-rer 100 km em circuito combinado.

VEÍCULO HÍBRIDO

O grupo Volvo apresentou uma solução híbrida eficiente para veículos

pesados, que permite poupanças de combustível até 35%. “De-parámos com oportunidades de acelerar o desenvolvimento de sistemas híbridos para veículos pesados, que sejam viáveis do ponto de vista comercial. Tal pode ser significativo, tanto para os nossos consumidores como para o ambiente”, nas palavras do presidente do conselho de ad-ministração e presidente executi-vo da Volvo, Leif Johansson.

O conceito híbrido do grupo Volvo consegue atingir o seu efeito máximo de poupança de combustível em situações que necessitem de travagens e acele-rações frequentes, por exemplo na recolha de resíduos e distri-buição em zonas urbanas, nos camiões, ou nos transportes ur-banos, nos autocarros. Os cálcu-los efectuados indicam uma pou-pança de combustível que pode, como referido, atingir valores na ordem dos 35%. Os encargos com a manutenção dos veículos também podem ser reduzidos, através do reduzido desgaste do sistema de travagem.

O conceito híbrido é designa-do pela sigla I-SAM e consiste numa combinação de motor de arranque, motor directo e al-ternador, juntamente com uma unidade de controlo electrónico. O I-SAM interage com o siste-ma de engrenamento automá-tico de velocidades da Volvo, denominado I-Shift. As baterias são recarregadas pelo motor a

diesel e sempre que se utilizam os travões.

O motor eléctrico tem um de-sempenho suave a velocidades re-duzidas, complementando o ex-celente desempenho do motor a diesel à medida que a velocidade aumenta. Esta solução única per-mite que o veículo acelere apenas com recurso à energia eléctrica. Situação esta que permite menor consumo de combustível, menos emissões poluentes e níveis de ruído inferiores.

Existem ainda diversas carac-terísticas adicionais que contri-buem para a redução do consu-mo de combustível. “Graças à capacidade do motor eléctrico, o motor a diesel pode ser desli-gado automaticamente quando o camião pára para descarregar, carregar ou nos semáforos”, ex-plica Lars Martensson, gestor dos assuntos ambientais da Vol-vo Trucks.

As funções auxiliares, tais como a servo-bomba, o compressor do ar condicionado e outras, são accionadas electricamente no ca-mião ou autocarro híbrido e não através do motor a diesel.

Graças à eficiente interacção entre as duas fontes de energia, o veículo pode ser equipado com um motor a diesel com uma ci-lindrada mais baixa, sem que isso comprometa o desempenho. O que proporciona aos clientes uma solução eficiente ao nível dos custos e que reduz as emis-sões poluentes.

“O sistema híbrido é uma solução de longo prazo e extre-mamente interessante para acti-

Volvo revela nova tecnologia híbrida em pesados

vidades de transporte eficientes e adaptadas ao ambiente. Cien-tes de que os preços do petróleo vão subir para os nossos clientes, todas as soluções que permitam reduzir o consumo de combus-tível são, por isso mesmo, ex-tremamente atractivas”, diz Leif Johansson. “O motor a diesel da nossa solução híbrida também pode utilizar biocarburante e, consequentemente, podem de-senvolver-se actividades de trans-porte sem emissões de dióxido de carbono. Esta possibilidade abre caminho para desenvolvimentos interessantes rumo a soluções de transporte que se revelem susten-táveis a longo prazo”, acrescenta.

O grupo Volvo encontra-se também a participar no desen-volvimento de um novo tipo de bateria, Effpower, baseada na comprovada tecnologia de ácido e chumbo utilizada nas baterias dos veículos actuais. Através da utilização desta nova tecnologia, a potência de saída duplicou, podendo simultaneamente re-duzir-se de forma significativa os encargos de fabrico de baterias, comparando com as alternativas existentes no mercado. Com a Effpower, a eficiência ao nível dos custos dos sistemas híbridos eléctricos pode ser ainda mais in-crementada.

Os camiões e autocarros hí-bridos da Volvo irão agora ser submetido a uma ampla série de testes. A empresa prevê que, dentro de poucos anos, estarão disponíveis no mercado veículos pesados híbridos ostentando o símbolo da marca.

A marca prevê que a solução estará nos camiões e autocarros do “dia-a-dia” dentro de alguns anos. Poupanças de combustível podem chegar a 35%.

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aparecer, a promoção dos privados e não só dos associados das agências promocionais.

VE – Considera que as funções da ANRET deveriam ser reforçadas, no sentido de dinamizar mais o turismo interno?

MS – A ANRET e as regiões de turis-mo, em conjunto com o Instituto do Turismo de Portugal (ITP), acabaram de lançar uma campanha promocional. Atra-vés de um modelo novo, vamos trabalhar com todas as regiões de turismo nacionais e tentar complementar a oferta. É basea-da na Internet e está disponível através de www.escapadinhas.pt. A ideia é apresentar

uma oferta alargada dos recursos turísticos nacionais, desde a hotelaria à animação, a preços inferiores aos que são praticados no balcão. O objectivo é potenciar o desen-volvimento do turismo interno. E esta é a grande força que a ANRET tem.

VE – Em matéria de financiamen-to, a associação defende uma verba mais alta da parte do Orçamento do Estado?

MS – Já conseguimos duplicar os finan-ciamentos através de várias candidaturas aos diferentes Quadros Comunitários de Apoio. O que significa que o trabalho das regiões de turismo nem sempre é reconhe-cido em termos de financiamento público. Como é óbvio, existem lacunas no finan-ciamento e discrepâncias na própria rede

de regiões, porque algumas regiões têm postos de turismo a seu cargo, o que faz aumentar os custos operacionais.

VE - Quais são as outras fontes de financiamento alternativas?

MS – Obviamente que nós conseguimos encontrar financiamento alternativo, em-bora nem todas as fontes extraordinárias consigam pagar todos os custos de funcio-namento. Por exemplo, manter os postos de turismo, o seu pessoal e os custos de comunicação de uma região como a do Al-garve tem um grande peso no orçamento, que deixa de ir para a promoção interna.

VE – O actual montante do financia-mento está a perturbar o actual papel da ANRET na promoção e desenvolvi-mento do turismo interno?

MS – Não está de nenhum modo a pre-judicar esse trabalho. No entanto, temos a consciência de que, se tivermos mais meios e mais verbas, poderíamos fazer mais do que fazemos hoje em dia.

VE – Qual a sua posição face à even-tual possibilidade de as Regiões de Turismo virem a ser extintas no âm-bito do Programa de Reestruturação da Administração Central do Estado (PRACE)?

MS – Consideramos que deve ser algum equívoco. Não podemos esquecer que o programa do Governo tem como missão a reforma central do Estado. As Regiões de

Turismo remetem ao poder local, embora sejam tuteladas pela Secretaria de Estado do Turismo, por um fio condutor para uma política nacional do turismo. Mas as nossas comissões regionais, que são as entidades que nos tutelam, são constituídas por pri-vados e autarquias. Daí sermos associações de municípios com fins específicos. Por isso, não faz sentido fazermos parte desta reestruturação do poder central.

Neste momento, aguardamos audiências com o senhor ministro da Economia e Ino-vação e com o senhor secretário de Estado do Turismo, no sentido de esclarecer este ponto. Entendo que é necessário tomar uma decisão e estamos dispostos a trabalhar em conjun-to. Não estamos é dispostos para entrarmos numa mudança que não nos abrange.

GABRIELA [email protected]

Miguel Sousinha, presidente da ANRET, fala do congresso que termina hoje em Chaves

Regiões de Turismo defendem maiores competências no planeamento do sector

Confederação do Turismo

contesta PRACEA Confederação do Turismo Português

(CTP) não concorda com a reestruturação que deverá ser desenvolvida no sector do turismo, no âmbito do Programa de Re-estruturação da Administração Central

do Estado (PRACE). A entidade patronal concorda com o plano do Governo em reformular o Poder Central. Mas, no que toca às transformações e previstas para a actividade turística, a CTP discorda das

mudanças apresentadas. Recorde-se que foi anunciada a extinção das Regiões do Turismo e de outros organismos. O Icep passa a integrar a Agência Portuguesa para o Investimento (API). A Direcção-Geral do Turismo (DGT), o Instituto do Tu-rismo de Portugal (ITP) e o Instituto de Formação Turística (INFTUR) deixam de existir, dando lugar à criação de uma mega--estrutura.

Em comunicado de imprensa, a estrutura associativa refere que é “totalmente inacei-tável que, sob o pretexto da reestruturação, se absorvam todas as competências e orga-nismos públicos na área do turismo para uma única entidade”. De acordo com a entidade liderada por Atílio Forte, esse for-mato “não garante a eficiência e a eficácia dos serviços e o papel do Estado no desen-volvimento da actividade turística”. Além do mais, acrescenta, a medida contraria a definição do turismo como desígnio na-cional e eixo estratégico para o desenvol-vimento do resto da economia. “O novo modelo representaria um desprestígio para a actividade económica do turismo”.

A CTP reage ainda à notícia que, segun-do fontes governamentais, irá avançar-se para “a criação da Agência Nacional de Tu-rismo (ANT)”. A mesma fonte refere que, caso venha a criar-se a tal mega-estrutura, “falta apenas ser seguida pelo Governo a re-comendação de serem criados um Ministé-rio do Turismo e um Conselho Estratégico para o Turismo”, tal como propõe o estudo “Reinventando o turismo em Portugal”, encomendado pela CTP à Saer de Ernâni Lopes. Sobre a “mega-entidade”, a confede-ração defende que não irá contribuir “para o verdadeiro progresso do turismo nacio-nal”. Ainda sobre este grande organismo, a CTP responde, considerando “grave” a comparação com as indicações apresenta-das no estudo. Isto porque, acrescenta o comunicado, “o organigrama institucional do estudo em nada se assemelha ao agora previsto, nem tão-pouco preconiza a extin-ção da qualquer entidade”.

sexta-feira, 07 Abril de 2006 25TURISMO

Mega-estrutura coloca em causa “o verdadeiro progresso do turismo

nacional” (CTP)

Atílio Forte, Presidente da Confederação do Turismo Português

As Regiões de Turismo reclamam competências mais específicas ao nível do planeamento e da promoção interna da actividade. Para isso, reclama-se continuada e urgentemente a revisão da lei-quadro que coordena as funções destes organismos de natureza local. A intenção é que a ANRET, a associação que concentra as 19 regiões de turismo nacionais, passe a ter uma participação mais activa na definição estratégica. “Pretendemos transpor as nossas competências e o actual panorama do sector para uma nova legislação. Mais actual e funcional”, explicou, em entrevista à “Vida Económica”, Miguel Sousinha, o recente presidente da associação. Declarações feitas antes do início do 6º Congresso Nacional da ANRET, que decorre entre ontem e hoje, em Chaves, e que coloca as atenções no futuro do sector.

Vida Económica – O congresso deste ano vai ser mais abrangente do que as edições anteriores. Quer concretizar?

Miguel Sousinha – Este vai ser, de sem-pre, o congresso mais virado para as ques-tões extra-associação do que propriamente para os temas internos. Pretendemos trazer uma maior diversidade ao debate, anali-sando as novas tendências, o actual merca-do interno, a necessidade de planear para melhor decidir. Há um conjunto de temas que têm que ver com o sector do turismo e não com a actividade interna da ANRET.

As expectativas são elevadas. Ontem e hoje, vamos ter a participação de orado-res especialistas internacionais. O grande objectivo é trazer a debate os temas mais actuais, no sentido de planearmos mais efi-cazmente, percebendo o novo consumidor. Entendemos que cada vez mais é preciso planear para decidir, para o sector nacio-nal subir estrategicamente e colocar-se na “pool position” do turismo internacional.

VE – Mas as preocupações da as-sociação não vão ser esquecidas. É o caso da revisão das competências e da Lei-Quadro das Regiões de Turismo?

MS – Neste momento, o que temos é uma legislação que não se enquadra na ac-tual realidade do turismo. O panorama da actividade em 1991 (ano em que foi defini-da a actual lei-quadro) não corresponde aos dias de hoje. Temos um quadro legislativo que prevê a promoção externa e, neste mo-mento, não estão reflectidas nesta lei orgâ-nica. Além de outras competências que nós gostaríamos de ter, nomeadamente ao nível do planeamento estratégico, da definição do território, há uma série de temas que ambi-cionamos e que não constam da lei-quadro. Pretendemos transpor as nossas competên-cias e o actual panorama do sector para uma nova legislação. Mais actual e funcional.

VE – O modelo de contratualização, aplicado à promoção externa, termina no final deste ano. Qual a sua posição quanto à continuidade deste forma-to?

MS – Estamos a avaliar, juntamente com as agências promocionais, o trabalho que foi feito ao longo destes dois anos e meio. Claramente, existem muitos associados da ANRET que estão a favor deste modelo. Mas considero que devem ser alterados alguns constrangimentos que o formato apresenta. São eles: a retirada de alguns mercados da estratégia de promoção, o afastamento de certas marcas, com dina-mização internacional, que deixaram de

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Telecom. Esta medida consta da proposta da Sonaecom e a administração da PT também está a estudar o cenário. Por isso, qualquer que seja o futuro, há pelo menos uma boa notícia, dado que esta separação das redes é algo há muito ansiado. Mas a Apritel actua em mais áreas que não apenas a possível fusão entre a PT e a Sonaecom. Neste último ano, a asso-ciação actuou em quatro áreas: lóbi e sensi-bilização, nomeadamente junto do Governo e de instituições competentes; elaboração de estudos comparativos; articulação com outras associações congéneres, sem esquecer as acções junto da comunicação social. Mas o trabalho não pode parar e a Apritel já elaborou o seu plano de actividades para este ano, que irá ser assegurado por 10 comissões de trabalho. Na lista de prioridades está o financiamento da Anacom; as regras e prazos para a renovação de licenças; a Taxa Municipal de Direitos de Passagem (TMDP), nomeadamente a defini-ção de regras a nível legal e sua aplicação; o acesso a conteúdos audiovisuais; sem esque-cer o VoIP, nomeadamente em relação à sua regulamentação. Para acabar em beleza, a as-sociação espera criar, até o final do ano, uma base de dados dos clientes de risco, tal como acontece na banca.

Muito já se falou sobre a OPA hostil da Sonaecom à PT. E o falatório não irá acabar tão cedo. Porque se

o regulador tem algo a dizer, os outros inter-venientes também querem participar da deci-são. A APRITEL (Associação dos Operadores de Telecomunicações), no entanto, prefere ter uma atitude mais prudente. O facto de as ope-radoras em causa serem suas associadas não é mero acaso. Mesmo assim, António Coimbra, presidente da Associação, refere que, a aconte-cer, o negócio pode ser benéfico para o sector. Trata-se de “uma operação normal, salutar e representativa do dinamismo do mercado e confiança dos seus agentes”, afirma. E se Antó-nio Coimbra preferiu não adiantar mais sobre o tema, no seu discurso ficou subentendido que o regulador terá um papel importante. Isto porque o presidente da Apritel está confiante que as autoridades competentes estarão aten-tas ao negócio, de forma a que “a nova confi-guração do sector corresponda a um mercado mais equilibrado, competitivo, dinâmico, que fomente o investimento e o desenvolvimento do sector”.

A salientar está também o facto de ambos os intervenientes directos equacionarem a se-paração das redes do cabo e cobre da Portugal

ESTUDO DA MULTIDADOS REVELA

Vodafone ultrapassa TMN e Optimusem matéria de satisfação do cliente Agora que as comunicações móveis são uma constante das nossas vidas, os estudos sobre o sector multiplicam-se. Um dos últimos, levado a cabo pela MultiDados – estamos a falar de uma sondagem online realizada a pessoas com ida-des entre os 26 e os 35 anos –, é revelador: a Vodafone é o operador que, em matéria de satisfação do cliente, conse-gue recolher o maior número de preferências. A MultiDa-dos dá-nos os números: 8,8% dos utilizadores do operador de António Carrapatoso afir-maram estar muito satisfeitos com o seu operador, descen-do este valor para os 7,1%, no caso da TMN, e 5,9%, no caso da Optimus.

Mas as informações curiosas não ficam por aqui. O estudo desta consultora revela ain-da que 53,3% dos inquiridos têm, apenas, um telemóvel, sendo que 23,4% estão ligados à TMN, 13,6% à Vodafone e 10,3% à Optimus. E com que fim o fazem? Aqui, a resposta desta empresa é aquilo que se poderia esperar de uma análise como esta: 86,5% das pessoas utilizam o terminal móvel para falar, mas também, cada vez mais, para enviar mensagens multimédia. As MMS – as mensagens com estas caracterís-ticas - recebem já a preferência de 79,8% dos comunicadores. O tradicional serviço de men-sagens escritas, esse, continua, podemos dizer assim, no “top” com os portugueses a envia-rem em média seis a 10 SMS por semana. O contexto é o mais diverso: ao que parece, a maioria, 54,5%, comunica por motivos pessoais e profis-sionais apenas 3,6%, utilizam o telemóvel exclusivamente, por razões profissionais.

Telefonar pela internet capta um número crescente de utilizadores Telefonar pela internet ainda é uma novidade, mas por este estudo se vê que é algo que capta, cada vez mais, a atenção dos portugueses. Os números são, de novo, esclarecedores: dos inquiridos, 41,9% já usam programas para comunicar pela net, destes 22,5% há menos de três meses através do Skype. A grande vantagem dsta tecno-logia? Segundo o estudo da MultiDados, a gratuidade do serviço. “A principal vantagem para telefonar pela internet é o facto de ser grátis para utili-zadores do mesmo programa, 38,8%, pode ler-se, no comu-nicado de imprensa da consul-tora. Mas não há ‘bela sem se-não’ e os utilizadores apontam uma desvantagem à telefonia pela internet: o ser obrigatório recorrer ao computador.

Paulo Azevedo admite ficar apenas com 50% do fixo

Sonaecom aberta a parceria operacional com a Telefónica

Uma parceria operacional e estratégica entre a PT/Sonaecom e a Telefónica

é uma possibilidade, admitiu Paulo Azevedo, o presidente da Sonaecom durante a parte de perguntas e respostas no jantar da APDC (Associação Portugue-sa para o Desenvolvimento das Comunicações) que aconteceu na última semana. Excluiu liminar-mente uma parceria de capital. Ainda no mesmo evento Paulo Azevedo sustentou a necessidade de parcerias internacionais “num momento em que os nossos ope-radores são pequenos”. Adiantou “não ser fácil encarar o futuro sem parcerias que acrescentem vantagens”. Deu o exemplo da parceria entre a France Telecom e a Sonaecom que afirma “ser mais do que uma parceria de capital e que não confere aos franceses direitos especiais, mas garante à Sonaecom o acesso a acordos de roaming, conteúdos e de aquisi-ção de equipamentos.

Sustentou ser possível coexisti-rem parcerias com dois grandes operadores desde que tal aporte vantagens. Adiantou que haverá situações “onde não se poderá evitar a concorrência (…) mesmo com acordos”.

Sem criticar directamente a actual administração da Portugal Telecom, Paulo Azevedo afirmou “não ser fácil a internacionaliza-ção das empresas nacionais na área móvel”. Disse ainda que a Telefó-nica tem uma internacionalização de sucesso e que os resultados se “medem no volume de negócio controlado”, afirmação que foi in-terpretada como uma “indirecta” às decisões tomadas pela gestão de Miguel Horta e Costa.

Fortes críticas à participada brasileira Vivo foram feitas indi-rectamente quando comentou a opção por uma diferenciação tec-nológica, já que a tecnologia usa-da no Brasil é a CDMA, contra o sistema GSM, usado maiorita-riamente na Europa e América. As semelhanças de equipamentos permitem a aquisição de material a melhores preços e com possi-bilidade de melhor adaptação a uma massa maior de clientes.

Contrapartidas

Deixar 50% do mercado fixo para outros operadores parece ser a única contrapartida de vulto que a Sonaecom parece estar dis-posta a dar nesta Oferta Pública de Aquisição lançada sobre a PT e a PT Multimédia. Esta seria a “moeda de troca” para que a fusão TMN/Optimus seja aceite pelo regulador e pela tutela. O futuro operador ficará apenas com 50% do mercado fixo, incluindo a área de voz, internet e TV Cabo. Paulo Azevedo admitiu ainda facilitar o acesso de operadores móveis vir-tuais. O presidente da Sonaecom disse já ter feito duas propostas nesse sentido e adiantou ser “di-fícil manter a proposta actual se não formos capazes de captar as sinergias de custos de uma even-tual fusão TMN/Optimus. In-sistiu na tónica de que a concor-rência não é compatível com um cenário em que uma empresa tem cabo e cobre. A divisão resultaria “mais saudável e com mais valor económico” para o país relativa-mente ao actual cenário de tele-comunicações.

VÍTOR [email protected]

Apritel acredita que a operação pode ser benéfica para o sector

OPA pode ser positiva

sexta-feira, 07 Abril de 2006TELECOMUNICAÇÕES26

Contra-OPA deve vir jáA Sonaecom não teme uma oferta concorrente, embora Paulo Aze-vedo não acredite ser possível uma proposta superior ao prémio de dois mil milhões de euros que a empresa que lidera ofereceu. António Lobo Xavier, também à margem do jantar da APDC, disse à “VE” que quem quiser lançar uma oferta concorrente deve fazê-lo já, para demonstrar ao regulador o valor que considera justo para a companhia. No mercado financeiro os rumores sucedem-se sobre estudos, mas, até ao momento, ainda nenhum grupo se posicionou. Nos meios políticos comenta-se a forte probabilidade de a CGD continuar a reforçar a posição na PT, numa altura em que Bruxe-las pressiona o Executivo português por causa da “golden share”. A troca da influência da Telefónica em Portugal pela posição no Brasil mantém-se na estratégia da Sonaecom e, de acordo com as mesmas fontes, o cenário tem vindo a ganhar adeptos ao nível da tutela.

ALEXANDRA [email protected]

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Investimento imobiliário e o risco ambiental

“O risco ambiental reflecte impactes na economia e, consequentemente, nos prospectos de um bom investimento.”

EDUARDO DE PROFT CARDOSOAdvogado

Martins Alfaro e Rui Teixeira Sociedade de Advogados.

[email protected]

Uma matéria que nunca mereceu muito respeito em Portugal é sem dúvida a questão ambiental. Des-

de nós, “simples mortais”, passando pelo alto escalão da nossa política, e mesmo no sector empresarial português, o índice de consciencialização ambiental atinge níveis muito baixos face ao padrão europeu.

Alguns leitores neste exacto instante pode-rão pensar em fugir rapidamente da leitura desse artigo, e, se calhar, desde logo, estarão a questionar-se sobre o que tem a ver o “tal” do ambiente com o investimento imobiliário.

A resposta é simples: no sector imobi-liário actual, o investidor mais atento e responsável pensará duas vezes antes de investir numa planta industrial, num em-preendimento residencial, ou num outro imóvel qualquer que comporte o risco de possuir um histórico de poluição enraizado no seu solo.

Em Portugal, talvez essa cultura pró-acti-va de preocupação com o passivo ambien-tal ainda se encontre pouco amadurecida, mas o facto é que, quando se trata de um investidor estrangeiro, dificilmente essa questão passará despercebida.

A legislação portuguesa, como sabemos, é até bem avançada em matéria ambiental, mas o lastimável défice de aplicação da lei contribui inegavelmente para a falta de per-cepção de um problema global que, mais dia, menos dia, pode vir a revelar-se um risco demasiado alto em que se incorre.

O facto é que o risco de um incumpri-mento legal actualmente, vai muito além das fronteiras nacionais, tendo em vista que a Europa hoje não dá um passo sequer sem considerar a vertente ambiental em to-dos os sectores da sua política e economia.

Os tribunais europeus, ademais, têm efectuado uma tutela firme e concreta do ambiente no panorama europeu.

A “due diligence” ambiental e a investigação de passivos nesse sentido afiguram-se como o meio mais adequado para se garantir uma minimização dos riscos de “non compliance”, não deixando margem para a afectação do bom andamento no futuro dos negócios.

O ideia de “risco ambiental” tem-se tor-nado um tema frequentemente debatido no meio político, social, económico, bem como no âmbito financeiro e de investi-mentos europeu.

Além dos perigos para a saúde pública, o risco ambiental reflecte impactes na econo-

mia e, consequentemente, nos prospectos de um bom investimento.

No que diz respeito ao nosso tema, uma propriedade que comporte riscos ambien-tais pode, consequentemente, ver o seu valor substancialmente reduzido, devido aos custos directos e indirectos que podem surgir com uma eventual necessidade de remediação de qualquer contaminante am-biental, ou até mesmo uma indemnização por danos à saúde, a necessidade de parar uma fábrica, etc.

Por exemplo, a possibilidade de conta-minação pode parecer tão banal que até mesmo um terreno com um passado de-dicado a reserva de caça pode porventura comportar riscos elevados de contamina-ção por chumbo (facto, por exemplo, que me veio à mente por já ter sido alvo de pesquisa científica nos solos portugueses, o que é claro, mais uma vez, foi dada pouca ou nenhuma importância pela sociedade).

Como é bom de ver, o que aos olhos de muitos pode parecer um disparate, aos in-vestidores mais precavidos, pode represen-tar a ausência de contingências futuras.

Basicamente, do ponto de vista dos im-pactes, podemos dividi-los em duas classes de risco.

Por um lado, tem-se o que podemos chamar de “risco residual”, que poderia ser caracterizado como o impacte negativo no valor da propriedade resultante da necessi-dade pública de eliminar os riscos legais e toxicológicos do “site” afectado.

Por sua vez, o “risco de proximidade” se-ria caracterizado pelos impactes negativos sofridos por uma propriedade em decor-rência da proximidade de terrenos conta-minados. A proximidade de um terreno com áreas adjacentes contaminadas pode ser determinante para que uma proprie-dade seja afectada, quer pela lixiviação das águas das chuvas quer pela contaminação das águas subterrâneas e de lençóis freáti-cos, ou até mesmo pelo vento ou outros factores mais.

Em suma, o que é importante frisar é que, a despeito da crença ou descrença nos problemas ambientais, a contamina-ção dos solos pode influenciar directa-mente na avaliação do valor dos terrenos e imóveis.

Ao investidor cabe estar atento a este fac-tor, e consoante o montante do investimen-to envolvido, vale mesmo a pena socorrer-se de uma “due diligence” preventiva.

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A contaminação dos solos pode influenciar directamente na avaliação do valor dos terrenos e imóveis.

O risco de um incumprimento legal, actualmente, vai muito além das fronteiras nacionais.

Sexta-feira, 07 Abril de 2006NEGÓCIOS E EMPRESAS28

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análise de mercado e a opinião daque-les que fazem no-tícia.

O livro tem cinco grandes te-mas de base que abrangem toda a problemática da gestão imobiliária, designadamente o fórum Vida Imobi-liária, as conferên-cias promovidas, a análise do merca-do, as tendências de futuro e o legal

e imobiliário. Trata-se de mais uma edição

da “Vida Económica”, tem 461 páginas e o preço de venda ao público é de 20 euros.

A 22ª edição dará especial atenção à necessária evolução que o mercado da construção terá que sofrer e a forma como se irá reflectir em materiais, pro-cessos, comportamentos e siner-gias. Para os seus promotores, “a partilha de conhecimentos e a potenciação de negócios através do contacto, debate e exposição das maiores novidades do merca-do, definem o vector estratégico da dinamização de um sector de importância vital a nível nacio-nal”. As vertentes paisagística, infra-estrutural e construtiva da ecoconstrução, as soluções ener-géticas e a domótica, bem como a reabilitação, são os temas de-finidos para mais esta edição da Concreta.

Paralelamente à feira, como já é habitual, decorre um ciclo de conferências sobre a arquitectu-

Concreta muda de imagem e cria sinergias

ra portuguesa e seminários. Uma novidade deste ano é a antecipa-ção do calendário. A feira arran-ca a uma terça-feira e encerra no sábado seguinte. A abertura ao público será apenas no sábado, na medida em que a organização pretende dar resposta às necessi-dades empresariais e incremen-tar os negócios dos expositores.

Por sua vez, é adoptada a má-xima “Os monstros da constru-ção mostram o que sabem fazer melhor...”, em conjugação com a imagem da aranha, visa a co-municação da exigência de novos desafios e a captação de parcerias. A organização da feira preten-de criar uma ruptura com o seu anterior percurso. O objectivo é caminhar “para um modelo que se pretende inovador e garante de sucesso para a fileira da constru-ção”.

A Concreta vai ocupar uma área de exposição superior a 60 mil metros quadrados

Farmacêutica espera facturação

de 100 milhões

Bial investe no reforço no mercado espanhol

O grupo farmacêutico Bial espera que o valor das suas ven-das nos mercados internacionais ultrapasse, num prazo de cinco anos, o da facturação no mercado interno. Os resultados da farma-cêutica apontam nesse sentido. No ano passado, a facturação ascendeu a 90 milhões de euros, dos quais cerca de 25% relativos a vendas realizadas nos mercados internacionais.

Em termos globais, as vendas do grupo aumentaram fora de Portugal cerca de 20%, face ao exercício anterior, desempenho este que leva a concluir que aque-le objectivo está ao alcance da empresa com sede no Porto. Re-lativamente ao presente exercício, as perspectivas dos responsáveis da Bial são de 100 milhões de euros de facturação. “Para atingir esta meta concorrerá sobretudo o desenvolvimento do negócio em Espanha, mercado em que já está presente há alguns anos e que constitui uma prioridade para o grupo este ano.”

O mercado espanhol é encara-do com um grande potencial de crescimento estratégico. É que já se posiciona como o oitavo maior mercado da indústria farmacêuti-ca e um dos mais dinâmicos em termos internacionais. O grupo Bial centraliza na sua unidade fabril de Bilbau a produção de vacinas antialérgicas e meios de

diagnóstico para alergias. “Neste momento, detém a terceira posi-ção no ranking das empresas que operam nesta linha de produtos.” Importa lembrar que a aposta na internacionalização representa um dos pilares da estratégia de desenvolvimento da Bial. A em-presa farmacêutica exporta para cerca de 30 países.”

Uma outra vertente considera-da determinante para o negócio da Bial prende-se com o forte investimento em investigação e desenvolvimento, área em que a Bial aplica perto de 20% da sua facturação total. Os resultados desta política de investimento estão à vista. A Bial tem seis no-vos medicamentos patenteados a nível mundial. Alguns desses produtos poderão constituir os primeiros medicamentos de raiz portuguesa a serem comercializa-dos a nível internacional.

Parcerias e modernização industrial

“Os projectos de investigação e desenvolvimento são colocados em prática por uma equipa de perto de quatro dezenas depro-fissionais de oito nacionalidades diferentes. Há o estabelecimento de parcerias com instituições uni-versitárias, com empresas congé-neres e com centros de investiga-

ção nacionais e internacionais”, segundo os seus responsáveis. Por sua vez, o grupo tem canalizado também um importante esforço financeiro para a melhoria das suas infra-estruturas. A constru-ção de um armazém robotizado e a automatização do processo logístico interno são o seu mais recente investimento no âmbito da modernização industrial. De referir ainda que a Bial se tem notabilizado pelo apoio a várias actividades de âmbitos médico e científico, muito em especial através da fundação com o mes-mo nome.

Actualmente, o grupo liderado por Luís Portela possui mais de cinco centenas de colaborado-res, sendo preocupação central a formação constante, tendo em conta que se trata de um sector em que são exigidas elevadas qua-lificações. Basicamente, a activi-dade centra-se nos medicamentos orientados para o sistema nervoso central, para o sistema cardiovas-cular e para a alergologia. Um outro aspecto interessante é que foi das primeiras empresas do sec-tor, em termos europeus, a obter as certificações nos domínios da gestão ambiental e da qualidade. Assume-se como o maior grupo farmacêutico nacional. As rela-ções indústria/universidade são tidas como fundamentais por parte dos seus responsáveis.

Tendências de gestão imobiliária

A nona edição do livro “Tendên-cias de gestão imo-biliária” é também um momento de comemoração dos dez anos da “Vida Imobiliária”, re-vista que se tem afirmado de forma segura no merca-do. Mais do que uma revista, é um serviço completo de informação no mercado imobili-ário, com publica-ções electrónicas, um site, livros e conferências várias.

Nesta obra são apresentadas as tendências de evolução do imo-biliário, com textos de gestão,

Acordo antecipa lançamento da segunda fase do Bom Sucesso

Foi lançada, antecipadamente, a segunda fase do empreendi-mento imobiliário Bom Sucesso, da promotora Acordo SGPS. A antecipação ficou a dever-se aos bons resultados obtidos na venda deste “resort” localizado em Óbi-dos.

Nesta segunda fase vai ser re-forçada a componente interna-cional, pelo que se juntaram mais arquitectos estrangeiros. Também haverá uma maior participação por parte dos arquitectos nacio-nais, muito deles de referência.

O empreendimento integra um total de 241 unidades, das quais 100 moradias em banda e 141 in-dividuais. A empresa promotora garante que a segunda fase já co-meçou a despertar o interesse de potenciais compradores nacionais e internacionais.

De notar que o projecto foi classificado pelo Governo como de interesse nacional. Explora

a arquitectura contemporânea como vertente central da sua es-tratégia de concepção. “Esta ca-racterística surge agora reforçada com uma componente interna-cional, por via do conceito inova-dor de design resort lançado pelo Bom Sucesso.

O empreendimento detém já uma posição de relevo no con-junto dos projectos turísticos de luxo. “A utilização na construção de materiais e elementos portu-gueses, em especial os materiais naturais, com recurso a técnicas tradicionais, aliados à paisagem e ao clima, representam mais um factor de diferenciação que afirma a identidade genuína do projecto”, de acordo com os refe-ridos promotores. Desde o início que tem sido desenvolvida uma importante campanha no sentido de garantir a captação de compra-dores estrangeiros, com destaque provenientes do Reino Unido.

A Companhia das Quintas ini-ciou a comercialização de mais dois vinhos na Rússia. O Gaião Tinto e o Quinta do Cardo Co-lheita Seleccionada estão já no maior “cash & carry” russo, o Metro. O negócio ronda os 200 mil euros e corresponde à venda de 120 mil garrafas.

A empresa, no ano passado, exportou cerca de 20% da sua produção. O objectivo passou a

ser aumentar a colocação do pro-duto nos mercados emergentes. A escolha da Metro justifica-se. É a maior cadeia do género na Rússia e uma das maiores a nível mundial, com cerca de 2100 lojas e presença em mais de 30 países. A Companhia das Quintas é uma holding detida por investidores institucionais e individuais, es-tando presente nos sectores dos vinhos, licores e destilados.

sexta-feira, 07 Abril de 2006 29NEGÓCIOS E EMPRESAS

A próxima edição da Concreta, feira de construção e obras públicas, vai revelar algumas novidades, uma nova imagem e um posicionamen-to que pretende reflectir a exigência crescente em termos de qualidade. O destaque vai para a reabilitação, a ecoconstrução e as novas tecno-logias. A maior feira de construção do país decorre de 24 a 28 de Ou-tubro, organizada pela Exponor, numa área de exposição superior a 60 mil metros quadrados.

Com mais de cinco centenas de funcionários, a Bial investe cerca de 20% da facturação em investigação e desenvolvimento.

Companhia das Quintas mais forte no mercado russo

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inovação e conhecimento”, dos quais Marco An-tónio Costa destacou as universidades do Porto e Aveiro.

Por sua vez, o presidente da autarquia, Luís Filipe Menezes, afirmou que “não existirá sobreposição de competências” desta agência com entidades como a API, o Ministério da Economia ou o IAPMEI, des-de que se verifique “um reconhecimento mútuo de

estratégias”. Para além disso, acres-centou Menezes, “há uma lógica de actuação que passa pela consta-tação que existe concorrência entre cidades e regiões, a nível nacional e ibérico”. A competitividade “verifi-ca-se hoje ao nível dos municípios, e quem estiver melhor preparado terá melhores resultados”, o que ficou

demonstrado, segundo Menezes, “pela instalação do El Corte Inglès em Gaia.

A nova empresa municipal pretende ser “uma estrutura leve mas operativa”, funcionando com quadros internos da autarquia. O potencial do con-celho, como sejam o facto de cerca de 20% da sua população ser formada por jovens com menos de 30 anos, ou deter 25 mil empresas, das quais 3500 industriais, no seu território, serão instrumentos da AMPIgaia.

MARC BARROS

Alfa Laval compra área

de preparação de frutas

da Tetra PakA Tetra Pak acaba de vender à

Alfa Laval a sua área de prepara-ção de frutas, que inclui produtos como decantadores, separadores de alta velocidade e membranas e permutadores de calor, revelou a Alfa Naval em comunicado.

Os números da aquisição não foram revelados, mas, de acor-do com a Alfa Naval, esta área de negócio agora alienada pela Tetra Pak regista vendas anuais na ordem dos 4,8 milhões de euros.

“Com esta aquisição vamos ganhar competências no proces-so de preparação de frutas, o que nos vai permitir posicionar a Alfa Naval como o fornecedor líder neste segmento”, afirmou Ale-xandra Marques, da Alfa Naval.

Durante vários anos, a Tetra Pak funcionou como um canal para o mercado de preparação de frutas, comercializando equipamentos de separação, transferência de calor e manuseamento de fluidos da Alfa Naval. Com este acordo, a Alfa Naval entra directamente nestes mercados, através de ca-nais de venda próprios.

A Alfa Naval trabalha com clientes de mais de 100 países, emprega cerca de 9400 colabora-dores e está cotada na Bolsa de Valores de Estocolmo (Suécia), tendo registado em 2005 um volume de vendas de 1,8 mil mi-lhões de euros.

TERESA SILVEIRA

“Mix” renovado incentivará procura, estima o administrador do espaço

Parque Nascente com “200% Inovação”

O mercado de centros co-merciais do Grande Por-to está a atingir o ponto

de maturação num momento em que não se esperam alterações significativas de resultados face ao ano de 2005. A opinião de Pedro Barbosa, administrador do Parque Nascente, em Gondomar, vem na sequência da observação da conjuntura macroeconómica e do que considera ser um bom ní-vel de concorrência comercial na Área Metropolitana do Porto.

Esse conjunto de factores le-vou o Parque Nascente a lançar, em meados de 2005, um projec-to designado “200% inovação”. Segundo Pedro Barbosa, o pro-jecto “200% Inovação” resultou de “um brainstorm que envolveu directamente 10 colaboradores e indirectamente mais de 100”, do qual saíram “mais de 100 ideias, das quais tentámos aproveitar 40 e 20 estão já em marcha, e que vão desde a melhoria de acessos até questões ambientais”.

Aquela estratégia tem por base o “duplo objectivo de inovação, procurando adaptar conceitos internacionais à escala local e re-gional, e criação, que resulta da nossa própria capacidade”. De acordo com aquele responsável, o Parque Nascente “é o centro co-mercial da zona do Grande Porto com maior número de serviços,

alguns que não existem em qual-quer outro, como proporcionar internet gratuita”.

Os dois novos serviços gratui-tos, sem compromisso comercial, lançados em 2005, foram o carre-gamento de baterias automóveis e de telemóveis, que “registam um grande sucesso e que pensamos

ser do agrado dos clientes”. Pedro Barbosa não tem dúvidas ao afir-mar que “estes serviços são já com-modities e constituem um factor de diferenciação. Por isso resultam na maior atractividade de visitan-tes ao centro comercial”.

Já em 2006 foram lançadas novas acções e equipamentos, como as animações ao vivo 365 dias por ano ou novos serviços na restauração, entre outros. Um deles é o PapaPoint, um espa-ço para pais e crianças que resultou de uma ideia inovadora, “que está a ser patenteada a nível mundial para os centros Klepierre”, empre-sa francesa que detém o Parque Nascente, e poderá ser exportada para outros espaços um pouco pela Europa.

A estratégia lançada em 2005 resultou na visita de 10 milhões de pessoas no ano passado; “em 2006 não andaremos longe disto e esperamos uma ligeira subida, o que representa um crescimento real face ao aumento da concor-rência”, afirmou Pedro Barbosa.

Comércio no Grande Porto “quase maduro”

O aumento de tráfego no Par-que Nascente é um dos grandes

objectivos desta estratégia. Con-tudo, esclarece Pedro Barbosa, “os nossos serviços não foram criados com o objectivo de con-correr directamente com qual-quer outro espaço. O projecto foi pensado para um período de três anos, após os quais veremos qual a estratégia a seguir. A nossa abor-

dagem de marketing não é tradicional, é radical, procurando de forma constante novas soluções e sem preconceitos”.

A estratégia de di-vulgação do Parque

Nascente, que “não é publicida-de por si só”, passa pelo marke-ting viral. “Produzimos vários spots de vídeo, com alusões aos programas que se desenrolam no Parque Nascente as 365 noites do ano e que possam ser difundidos via correio electrónico. Sabemos que enviando cerca de 10 mil e-mails, estes chegam a quase meio milhão de pessoas”.

Pedro Barbosa pensa que “o mercado está próximo do seu ponto óptimo de maturação, respondendo de forma mui-to positiva às necessidades dos clientes. Por essa razão, tal qual a economia regional e nacional se encontra hoje, o número e qualidade de centros comerciais é suficiente”.

BOMBA DE CALOR COM APLICAÇÕES INDUSTRIAIS

A bomba de calor é uma tecnologia eficiente na produção de calor, pois consome menos energia primária que os sistemas convencionais. Consequentemente, a sua maior eficácia energética reduz o consumo de combustíveis fósseis e, como consequência, a emissão para o ambiente de gases com efeito de estufa. Outra das vantagens das bombas de calor é a possibilidade de funcionar acoplada a sistemas de geração de energia a partir de fontes renováveis, diminuindo ainda mais o im-pacto ambiental, tornando-o mesmo nulo. O equipamento de bomba de calor é capaz de proporcionar mais energia térmica que a energia consumida geralmente na rede, através de motores eléctricos, de gás ou do processo de absorção. A relação entre a energia proporcionada e a energia consumida pelo aparelho determina o coeficiente de prestação da bomba ou COP; quanto maior for este valor, maior será a eficácia da máquina térmica.

A aplicação mais conhecida para a bomba de calor é a climatização, centralizada ou individual de edifícios, mas não é, sem dúvida, a única aplicação industrial da bomba de calor:

• Aplicação da bomba de calor para produção de água quente sanitária e climatização de empresas do sector hoteleiro, combinada com a utilização de painéis solares térmicos. São utilizados colectores solares para a produção de água quente, auxiliada pelo excedente de potência calorífica da bomba de calor.

• Aplicação da bomba de calor para fermentação do pão, pro-porcionando temperaturas adequadas para que ocorra o processo de fermentação, entre os 22 e os 30º C continuamente.

• Aplicação da bomba de calor água- água em piscinas climatizadas para a desumidificação do vapor da piscina, aproveitando a recuperação do calor para os diferentes pontos de aquecimento na instalação.

• Aplicação da bomba de calor para a secagem de madeira com bombas tipo ar-ar com recuperação de calor. Para a sua comercializa-ção é necessário eliminar a humidade da madeira na origem, para tal utiliza-se um conjunto de bombas de calor para secar a madeira de forma eficaz e com baixo consumo.

• Aplicação da bomba de calor simultaneamente com o aprovei-tamento da energia geotérmica, através de uma bomba água-água. A climatização realiza-se através de solo radiante ou por radiadores.

Assim, a possibilidade de adaptar uma bomba de calor ao processo industrial da sua empresa pode reduzir enormemente os seus consu-mos de energia, aproveitando a eficácia energética da máquina. São já muitos os casos em Espanha em que se adaptou a instalação de uma bomba de calor ao processo produtivo, todos eles com excelentes resultados.

Colaboração:

Sexta-feira, 07 Abril de 2006NEGÓCIOS E EMPRESAS30

PEDRO BARBOSAAdministrador

do Parque Nascente

“Somos o centro comercial

do Grande Porto com maior número

de serviços”

Gaia cria agência municipal para o investimento

A Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia vai criar uma Agência Municipal de Promoção de In-vestimento (AMPIgaia), que será lançada dentro de um mês e cujos objectivos passam pela “facilitação da actuação dos empresários no concelho”, afirmou o vice-presidente Marco António Costa.

A AMPIgaia quer captar sobretudo investimen-to “que traga inovação tecnológica”, viabilizando a criação de 100 novas empresas de base tecnológica. Para tanto o mu-nicípio irá construir três parques empresariais “com vocações específi-cas e preferenciais nos domínios da I&D”, explicou o autarca na apre-sentação pública feita durante a feira Imobitur.

Estes parques, dos quais apenas um tem já definido um orçamento de construção, esti-mado em nove milhões de euros, irão “proceder ao reordenamento industrial”, já que “90% das empre-sas está localizada em zonas dispersas pelo território do concelho”. Serão ainda criadas, neste âmbito, uma “Via Verde” para o licenciamento de operações de relocalização industrial e um Núcleo de Acelera-ção de Processos que acompanhará todas as fases do processo de licenciamento industrial.

Por outro lado, esta agência pretende “fomentar o envolvimento dos principais centros regionais de

“Via Verde”para o licenciamento

de operações de relocalização industrial.

Banif e Exchange abrem linha de crédito no Brasil

O Banco Banif de Investimento está a montar com a Exchange um produto de crédito no Brasil, permitindo a concretização de financia-mento em Portugal com base em garantias reais no Brasil. O grande benefício está na celeridade da operação.

365Animações

ao vivo durante todo o ano

Utilização eficiente de energia

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Nutricafés internacionaliza para EspanhaA alienação da Nutricafés custou ao consórcio liderado pela Explorer Investments entre 67 e 71 milhões de euros. O objectivo é, nos próximos quatro a seis anos, “rentabilizar a empresa, melhorar a sua eficiência” e depois “revendê-la”.

A Explorer Investments, a empresa de ‘private equity’ que liderou o consórcio que comprou a Nutricafés aos grupos Caixa Geral de De-

pósitos e Sumolis, assume que “andava há muito a olhar para a Nutricafés” e que o negócio que acaba de formalizar “faz todo o sentido, dada a qualidade” da empresa, que factura 35 milhões de euros anuais, e a notoriedade das marcas de café que detém – a Nicola e a Chave D’Ouro.

Em declarações à “Vida Económica”, Rodrigo Guimarães, Presidente da Comissão Executiva da Explorer Investments, afirmou que o grupo Caixa Geral de Depósitos, que tinha adquirido, com a Sumolis, a Nutricafés e a Compal à Nutrinveste em Dezembro de 2005, nunca teve grande interesse es-tratégico na empresa de cafés. A compra foi feita num “pacote” de duas empresas, mas “claramente” a Nutricafés “não era estratégi-ca” para a CGD, disse Rodrigo Guimarães à “Vida Económica”, lembrando que a empresa que li-dera também chegou a fazer uma oferta para a compra da empresa de bebidas da Nutrinveste.

Sem o afirmar explicitamente, o grupo Caixa Geral de Depósi-tos também assume o menor in-teresse estratégico na Nutricafés aquando da compra da Compal. Em declarações à “Vida Econó-mica”, fonte do grupo limitou-se a afirmar que a CGD participou apenas “como parceiro financei-ro” da Sumolis naquele negócio e que “os activos da Compal adequados à prossecução da estratégia planeada com a Sumolis mantêm-se entre os actuais

activos, nomeadamente a do negócio das bebidas”. O grupo CGD declara, aliás, que o seu objectivo

passar por repetir este tipo de operações, “entran-do” em “participações de empresas com potencial de crescimento e valorizá-las”, como fez com a Compal, reinvestindo as mais-valias “em novas operações”.

Aposta em Angola “não é prioritária”, mas “pode estar em cima da mesa”

O consórcio liderado pela Explorer Investments “tem ideias bastante bem definidas” para rentabilizar

a Nutricafés. A internacionaliza-ção para Espanha “é uma certeza”, afirmou à “Vida Económica” o Presidente Executivo da empre-sa de ‘private equity’. “Entrar em Espanha é uma prioridade”, disse Rodrigo Guimarães.

Questionado pela “Vida Econó-mica” sobre se o mercado angolano ou outros de expressão portuguesa também fazem parte da estratégia a prosseguir para a Nutricafés, Rodrigo Guimarães foi lacónico. “Angola neste momento nem está fora nem está dentro. Vamos assu-mir a gestão da Nutricafés a partir

da próxima semana e essa possibilidade está com certeza em cima da mesa, mas não é uma prioridade. A nossa prioridade é, sem dúvida, Espanha”.

Apesar de não querer revelar pormenores sobre o futuro da empresa agro-alimentar, Rodrigo Guima-

Allbecon lança Interhuman e expande para o Porto

Concessãodo alvará

foi “complicada”Agora que o grupo está insta-lado em Portugal, tudo será “mais fácil”, afirma Miguel Evaristo, que não poupa crí-ticas à ausência de revisão da lei de trabalho temporá-rio, partilhando da opinião manifestada, a semana pas-sada, à “Vida Económica” por Marcelino Pena da Cos-ta, Presidente da Direcção da APESPE, que representa o sector. “Não se percebe porque é que ainda não foi publicado o novo diploma, porque deveria tê-lo saído até Março deste ano”, decla-rou Miguel Evaristo à “Vida Económica”.O “country manager” da Allbecon também manifes-tou desagrado pela forma como funciona o processo de licenciamento de novas empresas de trabalho tem-porário em Portugal. “Foi complicadíssimo conseguir o nosso alvará”, desabafa Mi-guel Evaristo, fazendo ques-tão de frisar que requereram o licenciamento em 25 de Outubro de 2004 e só em 13 de Maio de 2005 o mesmo foi concedido. “É lamentável que isto se passe desta for-ma”, concluiu.

A empresa de trabalho temporário Allbecon, que começou a ope-

rar em Portugal em Junho de 2005, acaba de lançar uma nova linha de negócio, a In-terhuman, com o objectivo de passar a servir todos os clientes nas áreas de recrutamento e selecção, ‘outsourcing’, forma-ção, consultoria e desenvolvi-mento de recursos humanos.

“Nós já operávamos em Es-panha nesta área de negócio e em Portugal as necessidades dos nossos clientes também o exigiram”, revelou à “Vida Económica” Miguel Evaristo, “country manager” da Allbe-con Portugal.

Apesar de estar em Portugal há menos de um ano, o merca-do dos “call-centers” foi aquele em que a Allbecon mais fa-cilmente se conseguiu impor, tendo já celebrado cerca de 500 contratos de trabalho. O ano de 2006 deverá ser, segun-do Miguel Evaristo, positivo, já que prevêem facturar cerca de três milhões de euros, tam-bém à custa da implementação da nova linha de negócio, a In-terhuman.

“Nós já somos líderes na Eu-ropa e queremos sê-lo também

em Portugal”, disse Miguel Evaristo à “Vida Económica”, que acentuou o objectivo má-ximo da Allbecon, que é o de se posicionarem no mercado do trabalho com “critérios de qualidade/rentabilidade, pres-tando um serviço de eleva-do valor acrescentado para o cliente”.

Questionado pela “Vida Económica” sobre se ainda há mercado em Portugal para mais empresas de trabalho temporário, Miguel Evaristo foi claro: “Os grandes ‘players’ trabalham com milhares de trabalhadores e conseguem margens relativamente mais baixas, mas o objectivo da Allbecon é o de prestar um serviço de excelência”, ainda que, como reconheceu, com “margens maiores”.

Para o futuro, e para além da expansão para o Porto, prevista para “Novembro ou Dezembro deste ano”, a Allbecon quer es-tabelecer parcerias com multi-nacionais que operam em Por-tugal. A ambição é chegar às 12 agências em todo o país nos próximos cinco anos e conse-guir um volume de vendas na casa dos 25 milhões de euros.

Agora que o grupo está ins-

rães assumiu que a Explorer Investments, que participará a partir de agora na gestão da Nutricafés, quer “melhorar a eficiência e a quota de mercado da empresa” num prazo de “quatro a seis anos”. Findo esse período, o objectivo é “revendê-la”, como é típico nos negócios entre empresas de ‘private equity’. Estes são sempre investimentos “a prazo”, reconheceu Rodrigo Guimarães, o que admite fazer relativamente a ou-tras empresas que considere estratégicas. “Neste momento não temos mais nenhum investimento previsto, mas estamos muito atentos ao sector agro-alimentar. É um sector de que gostamos bastante”, focando a área dos vinhos como uma possibilidade de investimento no futuro. “Nós já olhámos para 100 possíveis investimentos na área agro-alimen-tar e até ao momento já entrámos em cinco” desses negócios, frisou Rodrigo Guimarães à “Vida Económica”.

TERESA SILVEIRA

O consórcio liderado pela Explorer Investments “tem ideias bastante bem definidas” para rentabilizar a Nutricafés

sexta-feira, 07 Abril de 2006 31NEGÓCIOS E EMPRESAS

talado em Portugal, tudo será “mais fácil”, afirma Miguel Evaristo, que não poupa críti-cas à ausência de revisão da lei de trabalho temporário e à for-ma como funciona o proces-so de licenciamento de novas empresas de trabalho tempo-rário em Portugal. “Foi com-

plicadíssimo conseguir o nosso alvará”, desabafa o “country manager” da Allbecon, fazen-do questão de frisar que reque-reram o licenciamento em 25 de Outubro de 2004 e só em 13 de Maio de 2005 o mesmo foi concedido.

TERESA SILVEIRA

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O que as empresas procuram quando recorrem às consultoras

Contabilidade e fi scalidade surgem no “top” das preferências

O que mais preocupa as empresas no seu dia-a- -dia? Ora, podemos dizer

que as áreas ligadas à Contabili-dade/Fiscalidade, a Higiene e Se-gurança no Trabalho, as Soluções Informáticas. É às consultoras, aos profi ssionais que lidam, todos os dias, com estas matérias que os empresários recorrem quando precisam de algum tipo de apoio ou esclarecimento. Disto nos deu conta uma empresa de consulto-ria – a Azimute – através de um estudo realizado, já este ano, jun-to de 200 PME nacionais. A Ges-tão de Marketing e da Qualidade também surge, nesta análise, mas agora por causa do seu elevado grau de especialização.

Mas há mais para dizer quando se fala do mundo da consultoria. Como é que as empresas chegam até àqueles que, em princípio, vão resolver os seus problemas? Segun-do a Azimute e ao contrário do que seria de esperar, as organiza-ções que recorrem aos serviços de consultoria fazem-no, sobretudo, devido às referências obtidas e ao leque de serviços oferecidos, 54% do total. Mas há outros factores que infl uenciam a decisão dos empreendedores no momento de escolher a melhor consultora. Desde logo, os esforços levados a cabo pelos decisores, 40,8%, e só depois, ao contrário do que seria de esperar, nos chega o dito “pas-sa palavra” tão importante neste

mundo dos negócios. Mas, se isto se passa numa fase inicial, numa fase posterior, há outros vectores a ter em linha de consideração. Não basta estabelecer um contac-to, é preciso saber que condições oferece o nosso interlocutor.

Ora, aqui o estudo da Azimute é muito claro: de acordo com a es-cala de “Likert” – esta vai de um a cinco – o factor preço/qualidade recebe a maior pontuação (4,54), logo seguido, ou não estivéssemos a falar de consultoria, da efi cácia na resolução de problemas, com 4,37. Algo que, segundo o estudo da Azimute, passa, cada vez mais, por adaptar os nossos produtos ou serviços às necessidades dos clien-tes. “Dos resultados obtidos neste

Data de fundação: 1997Sede: Vila Nova de Gaia Áreas de negócio: entre outras, apoio à gestão, gestão da qualidade, estra-tégica e fi nanceira, de segurança e saúde, sistemas de informação, candidatu-ras a incentivos comunitáriosClientes: 40Facturação: 200 mil euros (aprox.)

IFDEP promove inserção de jovens quadros nas PME

Abrir portas aos jovens licenciados e, ao mesmo tempo, aumentar a com-petitividade das empre-sas. Um objectivo que o IFDEP (Instituto para o Desenvolvimento do Empreendedorismo em Portugal) pretende alcançar através do InovPME. Esta-mos a falar de um progra-ma que surge, no âmbito do InovPME, e que visa in-tegrarnas nossas PME qua-dros superiores em situação de desemprego. E como se processa tudo isto? poderão os leitores perguntar.

Aqui, a resposta do IFDEP surge pronta: se numa primeira fase – as incrições fi nalizam, no dia 7 de Abril -, os jovens vão

estar sujeitos, durante dois meses, a uma formação específi ca na área seleccio-nada, adquirindo, deste modo, competências es-senciais à criação de valor para as empresas recepto-ras, numa fase posterior, os mesmos quadros vão mos-trar aquilo que valem.

Primeira acção arranca em 26 de Abril

Durante 10 meses, vão ser integrados num contex-to de trabalho, ainda que com a ajuda, a orientação de tutores especializados. As empresas abrangidas – estamos a falar de 60 PME

estudo fi ca, em particular, a nota fi nal para a necessidade, cada vez mais emergente, de criatividade e empenho em detectar necessida-des latentes nas empresas portu-guesas. Isto implica dedicar cada vez menos tempo à apresentação dos serviços ao potencial cliente e muito mais dedicação e tempo no conhecimento exaustivo da empresa”.

E, ao que parece, a Azimute é a primeira a cumprir este desígnio. A estratégia da Azimute, dizem as suas fontes à “Vida Económi-ca”, passa por um conhecimento exaustivo do cliente, mesmo antes da primeira apresentação. E acres-centam: “O acompanhamento é sempre feito pelo consultor prin-cipal, que nunca delega visitas, diagnósticos ou implementação de estratégias.” “Sedimentamos verdadeiras relações de parceria”, dizem ainda. É caso para dizer que o ditado ‘em casa da ferreiro espeto de pau’ não se aplica à Azi-mute, com os seus responsáveis a afi rmarem que esta vai continuar

da região Centro – são, como, aliás, é apanágio de outras organizações pro-motoras deste projecto, dos mais diversos sectores de actividade: indústria, cons-trução, comércio, turismo ou serviços.

A primeira acção do Ino-vPME vai ter início já no próximo dia 26 de Abril, e vai incidir sobre a área de Gestão Comercial. Resta dizer que as sessões de es-clarecimento já realizadas pelo IFDEP tiveram lugar nos centros de emprego das cidades de Lousã e Coim-bra. As inscrições para uma segunda fase do InovPME decorrem, como divulgado pelo próprio IFDEP, em período aberto.

a ser a estratégia da empresa, mes-mo no quadro de crise económica que hoje vivemos.

“O marketing ainda é encarado como um custo”

Quando se fala de consultoria, é inevitável falar de marketing, uma das áreas tidas como funda-mentais no mundo dos negócios. Quisemos saber o que pensam as empresas portuguesas, as PME, sobre esta matéria. A resposta da Azimute é clara: “O marke-ting ainda é encarado como um custo”, sendo que a maioria dos gestores das PME dizem os res-ponsáveis desta consultora ainda descuram a gestão ligada a esta área do saber. O conselho da Azi-mute só podia, por isso, ser um só: “O marketing é uma estraté-gia essencial de gestão e não ape-nas uma ferramenta a utilizar na resolução de situações de crise”.

SANDRA [email protected]

sexta-feira, 07 Abril de 2006NEGÓCIOS E EMPRESAS32

Num momento em que se fala tanto, até por causa do Plano Tecnológico, da qualifi cação da população adulta, a AEP – Associação Empresarial de Portugal – dá-nos boas notícias sobre o assunto: de 2001 até ao momento, o seu CRVCC (Centro de Reconhecimen-to, Validação e Certifi cação de Competências) conse-guiu já certifi car nada mais nada menos do que 857 adultos, dando-lhes, deste modo, a oportunidade de completar os 4º, 6º e 9º anos de escolaridade. Mas, ao que parece, um Cen-tro de Reconhecimento de Competências pode ser mais

Centro de Reconhecimento de Competências da AEP certifi ca 857 adultos

do que um espaço de ensino e aprendizagem. Aquilo que se pode ler, no comunicado de imprensa da AEP, é es-clarecedor nesta matéria: “A experiência da AEP revela que os adultos procuram o Centro não só com o ob-jectivo único de certifi cação escolar, mas também de procura de serviços de in-formação e aconselhamento

de qualidade sobre variadas ofertas e oportunidades de aprendizagem”. Resta dizer que os destinatários deste programa são todos os adul-tos activos, empregados ou desempregados, maiores de 18 anos e com baixos níveis de qualifi cação: pessoas que não conseguiram completar os quatro, os seis ou os nove anos de escolaridade.

BI DA AZIMUTE

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Empresa explora quase 300 restaurantes

Ibersol já realiza 17% das vendas em EspanhaNo último exercício, o grupo Ibersol

passou a controlar a 100% a Vidisco. Foi tomada uma participação de 20% no capi-tal da QRM, empresa que se dedica ao ca-tering na Casa da Música, Estádio do Dra-gão e Casa de Serralves. Poderá haver um aumento do investimento da Ibersol neste novo segmento, se a evolução do negócio apresentar uma tendência positiva.

Apesar da expansão modesta das vendas, a Ibersol registou um aumento de 10% no resultado líquido, atingindo os 9,2 milhões de euros.

As acções da Ibersol apresentaram em 2005 uma valorização superior à do Índice PSI-20. Esta semana, a cotação da empresa em Bolsa rondou os 7,7 euros, o que re-presenta uma valorização de 28,5% face ao início do ano.

Nome/Empresa Nº Assinante

Morada CP -

Localidade Nº Contribuinte Tel.: Fax:

Contacto E-mail

SIM. Enviem-me o software IRC’2005 da Vida Económica, na modalidade assinalada com X:

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Para encomendar este programa ou o upgrade utilize

o cupão de encomenda

NOTA:

Valores com IVA à taxa legal de

21%. As despesas de envio e

portes de correio são suportadas

pela Vida Económica (excepto

nos pedidos de envio à co-

brança.

A fim de simplificar o envio de

qualquer informação ou upgrade

relativo a este programa é

recomendável indicar sempre o

seu endereço de correio

electrónico (e-mail).

Preparado para

@ Envio em suporte electrónico/via internet

� Impressão laser ou jacto tinta

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do Mod. 22, Anexos A e B e Declaração Anual

A entrega em suporte electrónico (via internet) é obrigatória para todos os sujeitos de

IRC.

Preparado para o Anexo B (Regime Simplificado)

Integra um prático modelo de análise financeira

Cálculo do IRC a pagar; Cálculo da Derrama; Cálculos discriminados da tributação

autónoma

Comparação entre exercícios fiscais

Simulador para benefícios fiscais e gestão fiscal.

Indicador de rácios de rentabilidade por sectores de actividade.

Inclui a DECLARAÇÃO ANUAL de informação contabilística e fiscal para os

sujeitos passivos de IRC, IRS e IVA e os Anexos: A; B; C; D; E; F; G; H; I; L;

M; N; O; P; Q e o novo Modelo 10 IRS-IRC (que substitui o anterior Anexo J

- Port. nº 1145/2004 (2ª série) de 30.10) - Declaração de pagamento de rendimentos

e retenções).

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Windows 95 ou superior

32 Mb Ram

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Processador Pentium II - aconselhável

Leitor de CD-Rom

(1) O IRC’2005 inclui Declaração Anual. (2) Limitada a três entidades sujeitos/passivos. (3) O Pack Especial 2005 inclui: IRC’2005 e Declaração Anual, o REPORT - RELATÓRIO DE GESTÃO (Anexo ao Balanço

e Demonstração de Resultados), o DOSSIER FISCAl e o IRS’CONTROL PLUS 2005. (4) O Service Pack é composto pela totalidade das aplicações abaixo indicadas (IRC+Declaração Anual+Dossier

Fiscal+Report+Software Declarativo: IR; IVA; IS; SS+Mapas do Quadro de Pessoal+IRS Control Plus)

O PACK ESPECIAL passa a integar também o

IRSCONTROL PLUS 2005 para além do IRC e DECLARAÇÃO

ANUAL, do REPORT e do DOSSIER FISCAL.

Software desenvolvido para TOC’s, Gabinetes

de Contabilidade e Empresas

Principais Vantagens

SERVICE PACK - A Solução Mais Completa para Gabinetes

de Contabilidade, TOC’s e Empresas

IRC’2005

Declaração Mod. 22 e Anexos

Declaração Anual e Anexos

PUB

“A abertura de novos centros comer-ciais tem vindo a induzir um forte efeito de canibalização das vendas nos shoppings existentes” – afirmou Pinto de Sousa, pre-sidente da Ibersol, durante a apresentação das contas da empresa.

A crise económica está a afectar negati-vamente o consumo e, consequentemente, as vendas de restauração, o que se reflecte sobre a evolução do volume de vendas da Ibersol. O crescimento do volume de ne-gócios em 2005 não foi além dos 2,7%, atingindo os 136,7 milhões de euros.

A actividade em Espanha teve uma maior dinâmica de crescimento, com um incremento de 7,5% das vendas, através das marcas Pizza Móvil e Pasta Caffée.

A Ibersol pretende reforçar a sua posição como maior operador português de restau-ração multimarca e assumir uma presença crescente no mercado espanhol, através da implantação de novas unidades e da aqui-sição de novos negócios.

Em relação ao mercado português, Pin-to de Sousa considera que o crescimento irá ser “muito selectivo” devido à caniba-lização crescente provocada pelos novos espaços comerciais. A baixa rentabilidade de alguns projectos é outro aspecto que preocupa o presidente da Ibersol. Com a tendência de redução dos valores médios de vendas por espaço comercial, Pinto de Sousa antevê a necessidade de ajustamen-to dos valores praticados pelos operadores imobiliários.

Pizza Móvil e Burger King a crescer

As vendas da Pizza Móvil tiveram em Espanha um crescimento de 4,4%, contri-buindo para a expansão do grupo Ibersol. Pelo contrário, a Pizza Hut, que representa a principal fatia da actividade da Ibersol, registou uma descida de 1,5% das vendas em Portugal. A marca com maior contri-buição para o crescimento da Ibersol foi a Burger King, com um incremento de 23,3% das vendas.

sexta-feira, 07 Abril de 2006 33NEGÓCIOS E EMPRESAS

55039

8663

18087

8233

8261

7962

9969 4985

Outros

Multimarcas (não

distribuidas

Investimento superior

a 200 milhões de euros

Iniciada segunda fase de comercialização do Alto dos Moinhos

O empreendimento Alto dos Moinhos en-trou na segunda fase de comercialização. A primeira, com cinco edifícios e 77 fracções, foi totalmente vendida. Até ao momento já foram vendidas 110 fracções para habitação. Trata-se de um dos maiores projectos imobili-ários na cidade de Lisboa, num investimento superior a 200 milhões de euros.

O Alto dos Moinhos tem sido comercia-lizado em planta, num prazo previsível de dois anos, tendo como preço indicativo 2800 euros por metro quadrado. As fracções para escritórios, para aluguer, têm um preço indi-cativo de 15 euros por m2, sendo que a pri-meira fase, quer em termos de urbanização, quer de ajardinamento, está já concluída. O condomínio aberto, da empresa promotora J. A. Santos Carvalho, está implantado num terreno de oito hectares, metade do qual ocu-pado por zonas verdes.

O projecto imobiliário prevê 26 edifícios de sete pisos, com 418 apartamentos e 12 mil m2 de área para comércio e escritórios, e inicia-se no cruzamento da Av. Lusíada com a Rua João de Freitas Branco, na zona da estação de metro do Alto dos Moinhos. A construção passou por um concurso internacional, tendo sido adjudicada à Edificadora Luz & Alves. A comercialização foi entregue aos mediadores St Quentin e António Azevedo Coutinho.

Pizza Hut lidera negócios em Portugal

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Novadir certificada com a norma ISO 9001:2000

A Novadir recebeu da APCER a Certificação Global, de acordo com a norma ISO 9001:2000, tornando-se, assim, a primeira em-presa de estudos de mercado certificada em Portugal para toda a sua actividade.

“Este processo vem responder às exigências de um mercado em constante mudança e fortemente exigente e concorrencial, em que a qualidade e a inovação são pilares base, assim como a parceria com os clientes – estes são os nossos valores, contudo realço que a obtenção da certificação é apenas o reconhecimento da cultura de excelência e exigência, devendo ser vista como um meio e não como um fim em si mesma,” afirma Francisca Azevedo, directora-geral da Novadir.

A Novadir foi totalmente responsável pelo desenvolvimento in-terno do projecto, desde a definição das metodologias, documenta-ção, implementação, auditorias internas à melhoria constante dos processos da empresa.

Trofa divulga potencial turísticoA Câmara Municipal da Trofa marcou presença na Imobitur,

certame dedicado ao sector imobiliário e turístico recentemente re-alizado na Exponor. O objectivo foi divulgar a faceta turística do município, de cariz empresarial e cultural. Segundo afirmou à “Vida Económica” Sílvia Reis, do gabinete de Turismo daquela autarquia, a participação na feira surge como forma de estimular não só “a cap-tação de turistas para o concelho” como também no “investimento privado em novas estruturas hoteleiras”, das quais Trofa está carencia-da, e que será “potenciado com a chegada”, a médio prazo, “da rede de metro do Porto”.

Districol representa “Mash”A ‘Mash’, marca de artigos de cama, designadamente almofa-

das, edredões e protecções para colchões, chegou a Portugal pela mão da Districol que a irá representar em exclusividade para todo o mercado nacional.

De acordo com os responsáveis da Produtos Kol, S.A. – em-presa detentora da marca “Mash” –, a chegada agora ao mercado português significa uma consolidação do seu plano de expansão da marca. A marca “Mash” está em Espanha há mais de 35 anos e os seus produtos representados em países como o Chipre, México, Kuwait, Irlanda e França.

Empresas valorizam participação nas feiras

zem o impacto da utilização de indicado-res, entre outros destaco: (i) Não medir o que é relevante, (ii) Confusão entre objectivo, indicador e meta, (iii) Falta de alinhamento entre objectivos, (iv) Au-sência de comunicação dos mesmos, (v) Impossibilidade prática de monitorização em tempo útil, (vi) informação não ba-lanceada entre eficiência e eficácia e (vi) Falta de exemplo na utilização.

Um objectivo que não seja comunica-do de nada serve (pois em princípio a uti-lidade do mesmo é orientar o esforço de todos). Por vezes (muitas vezes) a gestão de topo entende que aquilo que para si é relevante, por exemplo resultados ou vo-lumes, não deve ser comunicado. Como é evidente, numa situação destas, a defini-ção de objectivos é um desperdício.

Se definirmos um objectivo do tipo “crescer no mercado nacional”, estamos perante uma linha de orientação que,se não for concretizada num indicador e numa meta calendarizada, de pouco ser-virá na execução. Seguramente que haverá

imobiliária Habifamiliar, a presença na Imobitur teve como objectivo duplo apresentar-se a um pú-blico que é maioritariamente seu cliente e efectuar transacções. “Os nossos mercados principais são as zonas Norte e Centro”, uma vez que a empresa é especializada no segmento da segunda habitação do Algarve, especialmente “como investimento para ar-rendamento no Verão”. Já a responsável da empresa de mediação ISBA, Iolanda Mónica, diz que a maioria das transacções prendem-se com os segmentos alto ou baixo. “A classe média hoje está muito reduzida no seu poder de compra”, pelo que se torna necessário reali-zar um esforço suplementar de divulgação. A presença na feira revelou-se assim “muito positiva” não só na apresentação da imagem institucional mas também na “efectivação de transacções”.

MARC BARROS

As empresas que marcaram presença na segunda edição do salão imobiliário Imobitur têm como prin-cipal objectivo confirmar a sua imagem corporativa no mercado e aproveitar o certame como forma de veicular a sua mensagem institucional, factores es-ses que conduzirão, afirmaram vários empresários à “Vida Económica”, ao estabelecimento de contactos importantes para a concretização de transacções e captação de investimentos.

Essa é a perspectiva de Pedro Ancede, da Aba-cus Savills, que vê na participação da empresa nes-ta edição da Imobitur uma “consequência lógica de três anos de actividade do escritório do Porto”. A empresa, especializada nos segmentos de escritórios e indústria, viu assim “chegada a altura de mostrar as nossas competências aos agentes do mercado e ao público”.

O responsável dis-se que “temos tido uma postura discreta mas efi-caz na nossa área de ne-gócios e surgimos como uma lufada de ar fresco no mercado do Grande Porto, porque o grosso das empresas actua nes-tes segmentos de forma marginal”. Como tal, a presença na Imobitur serviu para apresentar vários “produtos emble-máticos nas duas áreas”, para além de mostrar “alguns negócios chave efectuados na região”.

O responsável comer-cial da Schmitt+Sohn, Miguel Franco, afirmou por sua vez que aquele evento permite às em-presas “divulgar as suas mais recentes inovações tecnológicas “ e “os ser-viços que oferecem aos clientes”, sejam eles pro-motores, construtores ou particulares.

Para Paulo Martins, da empresa de mediação

Num texto recente apresentei algumas notas sobre a execução, grupo de opera-ções tradicionalmente excluído do ciclo instrumental de gestão, mas que tem vin-do a assumir importância crescente nas preocupações dos gestores. A título de exemplo, a publicação “Strategy + Busi-ness” apresentou os 10 temas mais rele-vantes para os seus leitores de entre todos os que publicou nos últimos 10 anos, sen-do a “execução” o mais votado (1). Nessa linha surge o texto de hoje – “O que não é medido não é gerido”.

Actualmente, grande parte das em-presas possui mapas de indicadores. É uma evolução muito relevante, permitirá a passagem da arte à técnica, facilitando que as decisões sejam baseadas em factos e não em “intuições”. Esta é uma tendência recente e, talvez por isso, verifica-se que a ferramenta não é utilizada na execução, isto é, são definidos uns quantos indica-dores no início e depois são verificados no fim.

Verificam-se alguns aspectos que redu-

reuniões em que, ao invés de se analisar o que fazer, se ocupará o tempo a saber se o crescimento de 10% do volume de negócios atingido no mercado nacional é “bom ou mau”. Voltamos à “arte”.

Outra situação que reduz largamen-te o benefício da ferramenta prende-se com a dificuldade de obtenção de dados em tempo útil, o que provoca que a in-formação seja analisada com três meses de atraso face à sua ocorrência. Mais uma vez, em reunião, alguém dirá “estes dados estão desactualizados, porque ultimamen-te o desempenho melhorou”. Lá se vai a utilidade dos indicadores.

Por vezes, os processos são monitoriza-dos somente ao nível da eficiência ou da eficácia. Por exemplo, mede-se o número de propostas apresentadas (eficiência), es-quecendo o valor da carteira de encomen-das (eficácia). Se um dia um vendedor tiver que escolher entre visitar um cliente para fechar um negócio ou visitar outro para apresentar uma proposta, o que fará? Se seguir as orientações dos indicadores,

provavelmente apresentará a proposta.O facto de a empresa dispor de indi-

cadores publicados não é garantia que: (i) todos os conheçam, (ii) todos os valori-zem e (iii) todos sejam capazes de decidir de forma alinhada com base na informa-ção. Aqui entra a Gestão de Topo. É ne-cessário que entenda o que os números di-zem e que o transmita com regularidade, primeiro a mensagem e depois os factos (números). Por exemplo, temos tido um desempenho adequado na colocação de propostas mas estamos a falhar no fecho de negócios: é diferente dizer que colocá-mos 100 propostas e fechámos 20 negó-cios. Após a interpretação dos indicadores é fundamental que se decidam medidas indicando o efeito esperado nos indicado-res, para que seja garantida a coerência na execução estratégica, assim é assegurado que o que é medido é gerido.

(Notas)1 “Our 10 Most Enduring Ideas; Art

Kleiner, 12.12.05, Strategy + Business”

sexta-feira, 07 Abril de 2006NEGÓCIOS E EMPRESAS34

Imobitur foi palco de divulgação de imagem e captação de ne-gócios

O que não é medido não é gerido

LUÍS MELO

[email protected]

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Fiscalidade

AGENDA FISCAL

ABRIL

Até ao dia 4

• IRS - Imposto sobre o rendimento das pessoas singulares- Entrega, via internet, da declaração de rendimentos modelo 3, pelos sujeitos passivos com rendimentos da Categoria A (trabalho dependente) e H (pensões).

Até ao dia 10

• IVA - Imposto sobre o valor acrescentado- Periodicidade Mensal – Envio obrigató-rio via Internet da declaração periódica relativa às operações realizadas no mês de Fevereiro. O pagamento pode ser efec-tuado através das caixas automáticas Multibanco, nas Tesourarias de Finanças informatizadas e nos balcões dos CTT. O pagamento pode ainda ser efectuado via Internet. Conjuntamente com a declara-ção periódica, deve ser enviado o Anexo Recapitulativo, referente às transmissões intracomunitárias isentas, efectuadas no mês de Fevereiro.

As associações empresariais contactadas pela “Vida Económica” são unâni-

mes na posição de que o actual código do IVA, ao não prever a dedutabilidade das despesas das empresas com automóveis, tais como os combustíveis, as porta-gens ou as reparações, deveria ser alterado. A opinião baseia-se no facto de afectar a competitividade das empresas portuguesas, além de representar uma violação das normas da União Europeia (UE), tal como o nosso jornal noticiou na edição anterior.

O presidente da Associação da Restauração e Similares de Portu-gal (ARESP), Mário Pereira Gon-çalves, sublinha que “as empresas portuguesas perdem, efectivamen-te, alguma competitividade” e que “o prejuízo maior” é não haver har-monização do IVA entre Portugal e Espanha. “Quando competimos no exterior, em termos de promo-ção turística, temos desde logo mais 5% de impostos para o Es-tado, no que diz respeito ao IVA. Isso prejudica o país e em particu-lar este sector de actividade, que tem de competir com um país que faz fronteira, que tem uma indús-tria mais actualizada que a nossa e que tem uma diferença abismal em termos de impostos”, defende Pereira Gonçalves, que não acredi-

ta, porém, que haja grandes altera-ções em breve. “Nós também te-mos lutado a favor da dedução do IVA das facturas e estamos dispo-níveis para baixar os preços quan-do a carga fiscal que incide sobre o sector baixar também. Mas temos consciência que num período em que a taxa normal de IVA passou de 19% para 21% não será mui-to viável pressionar o Estado para baixar o IVA na restauração. Mas acredito que acontecerá a médio prazo”, prevê.

A Associação dos Industriais Hoteleiros e Similares do Algar-ve (AIHSA) alinha pela mesma opinião. Em declarações à “Vida Económica”, o presidente da AIHSA referiu que “o Estado português não tem sido muito acessível” para resolver os vários problemas fiscais que afectam o turismo. “Esperemos que se faça justiça e haja alterações à lei”, advoga Joaquim Cabrita Neto, explicando que a não dedução do IVA nas despesas das empre-sas com a utilização automóvel “é mais uma afronta à competitivi-dade” das empresas do sector em relação a Espanha. “Além disso, lá a taxa de IVA praticada na restau-ração é menor”, acrescenta Cabri-ta Neto, que alerta para a crise do sector. “Em Março, os associados da AIHSA tiveram uma quebra

• IRS - Imposto sobre o rendimento das pessoas singularesOs notários, conservadores, secretários judiciais e secretários técnicos de justi-ça devem entregar à Direcção-Geral dos Impostos a relação dos actos praticados no mês anterior susceptíveis de produzir rendimentos sujeitos a IRS (artº 123º do CIRS).

Até ao dia 20

• IRC - Imposto sobre o rendimento das pessoas colectivas- Entrega das importâncias retidas no mês de Março sobre os rendimentos sujeitos a retenção na fonte de IRC. (Artº 75º do CIRC).

• IRS - Imposto sobre o rendimento das pessoas singulares- Entrega, pelas entidades obrigadas a efectuar retenção, do imposto deduzido em Março pela aplicação das taxas libe-ratórias previstas no artº 71º do CIRS (artº 98º nº 3 do CIRS).- Entrega, pelas entidades que dispo-nham ou devam dispor de contabilidade organizada, das importâncias deduzidas

em Março sobre rendimentos de capitais e prediais e rendimentos de propriedade intelectual ou industrial e prestações de serviços (Categoria B), (arts. 98º, nº 3, e 101º do CIRS).- Entrega do imposto deduzido em Março sobre os rendimentos do trabalho depen-dente e de pensões, com excepção das de alimentos (arts. 98º, nº 3, e 99º do CIRS).

• Imposto de Selo- Entrega, por meio de guia, nas tesoura-rias da Fazenda Pública, do imposto co-brado em Março, pelas entidades a quem incumbe essa obrigação.

Até ao dia 31

• IRS - Imposto sobre o rendimento das pessoas singulares- Entrega da declaração de rendimentos Modelo 3, pelos sujeitos passivos com rendimentos das Categoria A (trabalho dependente), B (empresariais e profissio-nais), E (capitais), F (prediais), G (mais-valias) ou H (pensões). Pode ser entregue até 30 de Abril em suporte de papel, e até 12 de Maio via internet.

TRIBUTAÇÃO DA POUPANÇA

ACORDO PORTUGAL / ILHAS CAIMÃONo âmbito do Regime de Tributação dos Rendimentos da Poupança, foi ratificado, pelo Decreto do Presidente da República n.º 30/2006, de 23.3, o Acordo entre Portugal e o Território das Ilhas Caimão.O Regime de Tributação dos Rendimentos da Poupança decorre da transposição para Portugal da Directiva n.º 2003/48/CE, de 3.6. que tem como objectivo final permitir que os rendimentos da poupança sob a forma de juros pagos num Estado-membro a beneficiários efectivos que sejam pessoas singulares residentes noutro Estado-membro sejam sujeitos a uma tributação efectiva em conformidade com a legislação deste último Estado-membro.

sexta-feira, 07 Abril de 2006 35

0,80%126 municípios

cobram taxa máxima do IMI

Associações empresariais defendem dedução do IVAEm causa a não dedutabilidade das despesas com automóveis, que, segundo as entidades contacatas, reduzem a competitividade das empresas portuguesas, em particular face às espanholas, que têm um regime fiscal mais “desafogado”.

J 721,9 MIMI rende às câmaras

mais 20% do que em 2003

O actual Código do IVA não prevê a dedutibilidade das despesas das empresas com automóveis, por exemplo com os combustíveis, as portagens ou as reparações.

de 6% face ao mesmo mês de 2005”, informa.

Sector automóvel também pede igualdade com a Europa

Também o presidente da Asso-ciação Nacional do Ramo Auto-móvel (ARAN) defende que uma alteração ao Código do IVA seria benéfica para a economia portu-guesa, em particular para o sector automóvel. À “Vida Económica”, António Teixeira Lopes disse que “seria importante haver menos pressão fiscal, tanto para as em-presas que compram como para as empresas que vendem auto-móveis, porque o actual cenário é uma ‘bola de neve’ que prejudica a competitividade das empresas nacionais”.

Ainda assim, aquele responsá-vel associativo não se mostra mui-to confiante numa alteração à lei, “já que o Governo precisa” das receitas. “Como português, não gosto de ver o Governo nacional ser reprimido pelas instituições da UE. Agora, as normas euro-peias são para cumprir. É preci-so evoluir e eu não tenho visto evolução, sendo que a redução de custos é essencial para a compe-titividade. Ao contrário, mesmo aqui ao lado em Espanha a com-

pra e utilização automóvel é mais simples e menos onerosa fiscal-mente para as empresas. Atenta a esta situação, a ARAN propôs recentemente a possibilidade de dedução do IVA em caso de uso profissional aos automóveis de passageiros, tal como já aconte-ce com os comerciais ligeiros”, acrescentou Teixeira Lopes.

Por seu turno, o secretário-ge-ral da Associação Nacional das Empresas do Comércio e da Re-paração Automóvel (ANECRA) considera que a situação “des-virtua muito” a imparcialidade do IVA, o qual “foi criado para abranger os actos de consumo, não para os actos produtivos ou

intermédios”. Jorge Nunes da Silva considera que, desde que os bens e os serviços sejam utilizados para fins das próprias operações tributáveis, “deve ser concedida a possibilidade ao sujeito passi-vo de deduzir o imposto de que é devedor, ao contrário do que sempre determinou o artigo 21º do Código do IVA”. O mesmo responsável pela ANECRA acres-centa que“qualquer limitação do direito à dedução do IVA reper-cute-se no nível da carga fiscal”, devendo Portugal estar numa posição de igualdade face aos par-ceiros comunitários “e não, uma vez mais, numa situação de des-vantagem”.

AQUILES [email protected]

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Regime especial de tributação aplica-se aos bens em segunda mãoO contribuinte poderá optar pela liquidação do imposto nos termos gerais do CIVA relativamente a cada transmissão sujeita ao regime especial, mas esta opção acarretará um preço final mais elevado ou uma margem de lucro mais estreita.

Uma empresa nacional, cuja activida-de é a venda de automóveis usados e que normalmente aplica nestas ope-rações o regime especial de bens em segunda mão, ou seja, «IVA da mar-gem», ao adquirir viaturas usadas para revenda a um sujeito passivo no mer-cado intracomunitário, cuja liquidação de IVA ocorre no país de origem e vem devidamente discriminado na factura, pode optar pela liquidação do imposto apenas sobre a margem, suportando o IVA da compra ou terá que liquidar o IVA sobre o valor de venda? Ou, em alternativa, deverá considerar uma aquisição intracomunitária, liqui-dando e deduzindo-o sobre a compra e posteriormente liquidar IVA sobre a venda e neste caso deverá recusar a factura de compra com o imposto li-quidado na origem?

O regime especial de tributação dos bens em segunda mão, regulamentado pelo Decreto-Lei n.º 199/96, de 18 de Outubro, aplica-se aos sujeitos passivos revendedores que tenham adquirido os bens no interior da União Europeia, em qualquer uma das seguintes condições (n.º 1 do artigo 3.º):

- A uma pessoa que não seja sujeito pas-sivo do imposto (inclui particulares);

- A um sujeito passivo, desde que a

transmissão feita por este tenha beneficia-do de isenção ao abrigo de disposição le-gal, vigente no Estado-Membro onde tiver sido efectuada a transmissão, idêntica ao disposto n.º 33 do artigo 9.º ou no artigo 53.º do CIVA; ou

- A um sujeito passivo revendedor des-de que a transmissão feita por este tenha sido aplicado o regime especial de tributação da margem vigente no Estado-Membro onde tiver sido efectuada a transmissão.

Assim sendo, mesmo tratando-se de um su-jeito passivo revende-dor, quando não tenha adquirido as viaturas em nenhuma das situ-ações acima descritas, a aplicação do regime ge-ral torna-se obrigatória.

Caso a aquisição da viatura tenha sido efectuada numa das situações acima des-critas, aplica-se o regime especial de tribu-tação pela margem.

Contudo, o sujeito passivo poderá op-tar pela liquidação do imposto nos ter-mos gerais do CIVA, relativamente a cada transmissão sujeita ao regime especial, nos termos do artigo 7.º do Decreto-Lei n.º 199/96, sabendo-se, porém, que esta op-

ção acarretará um preço final mais elevado ou uma margem de lucro mais estreita.

Partindo da hipótese que o sujeito passi-vo alemão é um revendedor, vamos anali-sar as duas hipóteses que se colocam:

1. Se a transmissão, pelo revendedor no Estado-Membro de origem (neste caso, Alemanha) for efectuada pelo regime ge-

ral das transacções in-tracomunitárias:

- O sujeito passivo revendedor nacional, está a efectuar uma aquisição intracomu-nitária, nos termos do Regime do IVA nas Transacções Intraco-munitárias (RITI), pelo que, sendo ope-rador registado, releva no campo 10 da decla-ração periódica o valor tributável da aquisição,

e fará a liquidação/dedução, nos campos 11 e 22, respectivamente. Não sendo ope-rador registado, é a Direcção-Geral das Alfandegas que liquida o IVA.

- Em conclusão, neste caso, é sempre devido IVA em Portugal (independente-mente de ter sido liquidado na origem), pela aquisição intracomunitária, através do mecanismo do “reverse charge” ou li-quidado pela Direcção-Geral das Alfân-

Informação elaborada pela CTOC — Câmara dos Técnicos Oficiais de

Contas

Responsabilidades dos Técnicos Oficiais de Contas

ISABEL REIS COSTAJurista da C TOC

Numa altura em que se questiona tanto a delimitação de compe-tências a par de um crescimento

acentuado da responsabilidade do TOC, decorrente, nomeadamente, de algumas alterações legislativas – conferidas pela Lei n.º 60-A/2005, de 30 de Dezembro (Orçamento do Estado) – como sejam: o n.º 3 do art. 24.º da LGT e art. 8.º do RGIT, surge também a questão de saber se se poderá considerar uma responsabilidade acrescida para o Técnico Oficial de Con-tas a possibilidade de o sujeito passivo lhe conferir “plenos poderes”, no que respeita ao envio das declarações fiscais.

Se é certo que à partida a resposta se nos afigura negativa, certo é também que a res-posta exacta a esta questão decorre, neces-sariamente, da própria actuação do TOC e da forma como gere essa faculdade que lhe foi conferida.

Importa, contudo, fazer um pequeno parêntesis para enquadrar concretamente a responsabilidade dos Técnicos Oficiais de Contas.

Assim, no exercício da profissão, o TOC tem uma responsabilidade que decorre:

- Disciplinarmente: do próprio Estatuto e Código Deontológico e

- Criminalmente: do n.º 3 do art. 24.º da Lei Geral Tributária e do n.º 3 do art. 8.º do RGIT

O n.º 3 do art 24.º da LGT determina que a «responsabilidade prevista neste arti-go aplica-se aos técnicos oficiais de contas desde que se demonstre a violação dos de-veres de assunção de responsabilidade pela regularização técnica nas áreas contabilísti-ca e fiscal ou de assinatura de declarações fiscais, demonstrações financeiras e seus anexos».

O n.º 3 do art. 8.º do RGIT dispõe que as «pessoas referidas no n.º 1, bem como os técnicos oficiais de contas, são ainda subsi-diariamente responsáveis, e solidariamente entre si, pelas coimas devidas pela falta ou atraso de quaisquer declarações que devam ser apresentadas no período de exercício de funções, quando não comuniquem, até trinta dias após o termo do prazo de entrega da declaração, à Direcção-Geral dos Impostos as razões que impediram o cumprimento atempado da obrigação e o atraso ou a falta de entrega não lhes seja

imputável a qualquer título» (este preceito é especifico para a não entrega ou entrega extemporânea de declarações fiscais, des-responsabilizando o TOC desse facto, des-de que o comunique à Administração fiscal no prazo de 30 dias).

O art. 58.º do ECTOC prevê expressa-mente que «os Técnicos Oficiais de Contas devem participar ao Ministério Público, através da Câmara, os factos, detectados no exercício das respectivas funções de interesse público, que constituam crimes públicos». Assim, e não obstante existir in-cumprimento por parte do sujeito passivo, desde que o TOC não tenha dado azo a essa situação, ou compactuado de qualquer forma com aquele, com o objectivo de au-xiliar ou omitir esse incumprimento, não poderá ser responsabilizado por esse moti-vo. Além do mais, ao comunicar os factos de que tenha conhecimento ao Ministério Público, através da CTOC, está ele próprio a contribuir para que a Administração Fis-cal tenha conhecimento formal de factos que teoricamente “já conhece”.

É uma realidade que estão a ser acometi-das obrigações ao TOC, que não deveriam

ser, pois, quando existe um imposto que não é liquidado, uma contribuição para a Segurança Social que não é paga, ainda que a mesma possa não ser detectada “ab initio”, não deve caber ao TOC o papel de informar aquelas instituições de situações que à partida lhes compete conhecer. Con-tudo, e enquanto não existir uma posição completamente delimitada e definida, somos da opinião que o TOC deverá dar conhecimento à Câmara de todas essas si-tuações irregulares.

Feito este pequeno parêntesis e reiteran-do o que foi dito inicialmente, a possibi-lidade que é conferida ao Técnico Oficial de Contas, de poder cumprir as obrigações declarativas, por via electrónica, sem neces-sitar da senha de acesso do sujeito passivo – situação que é aceite e possibilitada por aquele, ao conferir-lhe plenos poderes –, é isso mesmo, uma mera possibilidade que lhe é dada com o objectivo de facilitar o envio dessas próprias declarações, não vin-do, em nosso entendimento e salvo melhor opinião, acrescer as responsabilidades do TOC – que se encontram definidas e deli-mitadas pelos preceitos supra referidos.

Opinião

Contas & Impostos

degas.- Aquando da revenda em Portugal,

o IVA é liquidado pelo preço de venda, porque a aquisição não foi efectuada ao abrigo de nenhuma das situações acima mencionadas.

2. Se a transmissão, efectuada pelo re-vendedor no Estado-Membro de origem, (neste caso, Alemanha), for efectuada pelo regime da margem:

- A aquisição intracomunitária não se encontra sujeita a IVA em Portugal;

- Aquando da revenda em Portugal, apli-ca-se o Regime Especial, pela margem.

A grande dificuldade em todo este processo consiste em determinar se a transmissão foi efectuada pelo regime da «margem» no país da origem, nomeada-mente, pela dificuldade da língua.

No caso da Alemanha, a expressão uti-lizada na factura será “§ 25 a UStG”, o que significa que a transmissão foi efec-tuada ao abrigo da legislação alemã que regulamenta o regime da margem.

Se o fornecedor germânico liquida o IVA local sobre o valor total da venda, significa, claramente, que a transmissão não foi efectuada ao abrigo da margem, pelo que o revendedor português, quando efectuar a venda da viatura em Portugal, tem obrigatoriamente, como já vimos, que utilizar o regime geral.

Nestas circunstâncias, havendo dú-vidas, deve-se contactar o fornecedor e indagar se foi utilizado o regime da mar-gem vigente no seu Estado-Membro, ou, eventualmente, solicitar apoio aos servi-ços do IVA.

sexta-feira, 07 Abril de 2006FISCALIDADE36

Aquando da revenda em Portugal, aplica-se o Regime Especial, pela margem.

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Eurodólar (Fecho) (05.04) 1,2262 Var. Semana 2,08%Var. 2006 3,94%

Euro Libra (Fecho) (05.04) 0,7006 Var. Semana 1,26%Var. 2006 2,23%

Euro Iene (Fecho) (05.04) 144,16 Var. Semana 1,82%Var. 2006 3,79%

4% SUPERDEPÓSITO MÁXIMA REMUNERAÇÃO A PRAZO (NOVOS CLIENTES)

TAE DA EURIBOR A 3 MESES PARA O MONTANTE REMANESCENTE E RENOVAÇÕES. PODE SER ALTERADA EM FUNÇÃO DAS CONDIÇÕES DE MERCADO.

INDICES

PSI 20 (Fecho) (05.04) 10295,78Var. Semana 0,74%Var. 2006 18,76%

Dow Jones (Fecho) (05.04) 11172,09Var. Semana -0,39%Var. 2006 4.24%

Nasdaq (Fecho) (05.04) 1717,59 Var. Semana 0.81%Var. 2006 4,40%

Ibex (Fecho) (05.04) 11916,4Var. Semana 0,84%Var. 2006 11,02%

Dax (Fecho) (05.04) 6025,92Var. Semana 1,88%Var. 2006 11,42%

CAC40 (Fecho) (05.04) 5169,89Var. Semana -0,48%

Var. 2006 9,64%

MercadosEDP VALORIZA:

+26,15%desde o início

do ano

PT VALORIZA:

+18,95%desde o início

do ano

O Banco Bilbao Vizcaya Argentaria (BBVA) acaba de lançar o Depósito Gestão Diversificada. Este é mais um produto estruturado que garante o capital no vencimento.

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PSI20

CÂMBIALEURODÓLAR

Euribor 6m (Fecho) (05.04) 3,0060Var. Abs. Semana 0,0380%Var. Abs. 2006 0,3690%

Euribor 3m (Fecho) (05.04) 2,8240Var. Abs. Semana 0,0270%Var. Abs. 2006 0,3360%

Euribor 1Y (Fecho) (05.04) 3,2600Var. Abs. Semana 0,0450%Var. Abs. 2006 0,4160%

MONETÁRIOEURIBOR 6M

Petróleo (Brent) (05.04) 66,93Var. Semana 2,78%Var.2006 14,02%

Ouro (Fecho) (05.04) 587,20Var. Semana 0,69%Var. 2006 13,53%

Algodão (Fecho) (05.04) 57,95Var. Semana -0,09%Var. 2006 1,05%

MERCADORIASPETRÓLEO

sexta-feira, 07 Abril de 2006 37

“Guerra” no crédito à habitação

Barclays, BPI e Santander Totta com “spreads” de 0,29%

A “guerra” está instalada e quem ganha são os clientes. A oferta de crédito à habitação é vasta e as op-ções são muitas. Nos últimos meses, as campanhas mostram os “spread” a diminuir e, na última semana, o mínimo foi atingido: 0,29%.

O Barclays foi o primeiro a ofe-recer a taxa mais baixa do merca-do. Seguiu-se o Santander Totta e, por fim, o BPI.

No caso do Barclays, este “spre-ad” apenas é aplicável a financia-mentos iguais ou superiores a 200 mil euros e a clientes que apresen-tem uma relação financiamento/garantia igual ou inferior a 80%. No Santander Totta, este “spread” também é aplicável a financiamen-tos iguais ou superiores a 200 mil euros, mas destina-se a clientes que apresentem uma relação financia-mento/garantia igual ou inferior a 60%. No BPI, o “spread” mínimo apenas é conseguido para financia-mentos superiores a 150 mil euros e para uma relação financiamento/garantia igual ou inferior a 60%.

Em relação à taxa, os bancos oferecem aos seus clientes diver-sas opções de Taxa Variável e Taxa Fixa para que, deste modo, possam escolher a solução que melhor se adapte à evolução da sua vida e à

nal, a contratação dos seguros de vida e multirriscos através do BPI, a domiciliação automática do or-denado de um dos proponentes e o património financeiro no BPI dos proponentes ou dos fiadores são fac-tores a ter em conta na redução do “spread”. O não cumprimento des-tes requisitos vale o agravamento do spread que no máximo é de 0,7% para créditos superiores a 150 mil euros e uma relação financiamento/garantia igual ou inferior a 60%.

O Santander Totta exige que os clientes subscrevam três de seis produtos (domiciliação de ordena-do; domiciliação de dois pagamen-tos domésticos; cartão de crédito ou débito com média de utilização de 50 euros por mês no trimestre; crédito pessoal, ALD ou Leasing de valor superior a cinco mil euros; saldo médio trimestral de recur-sos maior ou igual a 1000 euros, incluindo Carteira de Títulos e excluindo Produtos de Poupança; ou Produtos de Poupança (PPR/E e FPR/E) de valor superior a 500 euros ou Seguro Protecção Vida). Caso os clientes não cumpram três daqueles seis requisitos não usu-fruem da taxa de 0,29%.

BÁRBARA [email protected]

forma de pagamento que mais lhes convém. Dentro da Taxa Variável, os clientes podem escolher várias modalidades. As Prestações Mistas adaptam-se à melhoria dos rendi-mentos nos primeiros anos e não ocorrem aumentos significativos na transição de prestações crescentes para prestações constantes; nas Pres-tações Fixas não se altera o valor da prestação mesmo que a taxa de mer-cado varie; o Valor Residual permite manter prestações reduzidas ao lon-go de todo o empréstimo; e a Taxa Variável tem prestações constantes que se alteram em função da taxa de juro do mercado.

O Barclays e o Santander Totta permitem o alargamento do prazo até 50 anos e o BPI até 45 anos.

Convém, contudo, salientar que a prestação mais baixa não significa que o crédito vai ficar mais bara-to pois são vários os pormenores introduzidos pelos bancos que raramente são apercebidos pelos clientes. O arredondamento da taxa é um deles. O Barclays e o Santander Totta fazem o arredon-damento ao ¼ superior, o que im-plica um agravamento na taxa até 0,25 pontos percentuais. O BPI faz o arredondamento para o oita-vo de ponto percentual superior, o

que implica um agravamento até 0,125%. Deste modo, o BPI tor-na-se o banco que proporciona aos seus clientes as melhores taxas do mercado em crédito habitação.

Penalizações fazem agravar taxas

Para que os clientes beneficiem da taxa mais baixa do mercado, os bancos colocam vários requisitos a cumprir. O não cumprimento dos pressupostos referidos implica o agravamento na taxa.

No Barclays, é necessário os clientes domiciliarem o ordenado, fazerem os seguros de vida e mul-tirriscos através do banco e domi-ciliar três pagamentos no banco. No caso de não domiciliação do ordenado e não subscrição do se-guro de vida através do Barclays Bank, o agravamento na taxa é de mais 0,25%; e para aqueles que também não subscreverem o segu-ro de Multirriscos através do Bar-clays Bank e não domiciliarem três pagamentos têm mais um agrava-mento de 0,125%. Contas feitas, o spread ultrapassa 1%.

No BPI, as condições relativas aos níveis de rendimentos e encar-gos, o enquadramento profissio-

10 200

10 250

10 300

10 350

30-03 31-03 3-04 4-04 5-04

1.2000

1.2100

1.2200

1.2300

30-03 31-03 3-04 4-04 5-04

2.97

2.98

2.99

3.00

3.01

30-03 31-03 3-04 4-04 5-04

65.00

66.00

67.00

68.00

30-03 31-03 3-04 4-04 5-04

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WWW.BPN.PTO “BPN Interactivo” é uma área do banco BPN

exclusivamente reservada a clientes particulares ou empresas que permite o acesso a um vasto leque de consultas e operações que podem ser feitas “on-line”. A partir de um computador com ligação à Internet, o investidor/aforrador pode a qualquer hora, em qualquer parte do Mundo, com toda a segurança operar sobre o seu património financeiro no BPN.

Informações tão indispensáveis quanto urgentes como o saldo/movimento das suas contas ou ainda pagamentos de serviços e transferências bancárias estão agora à distância de um clique. As grandes vantagens são a facilidade, rapidez e segurança.

Através do “BPN netBanking Particulares”, o tempo médio para efectuar uma consulta de saldo ou um pedido de transferência é de apenas alguns segundos. Com o “BPN netBanking Empresas” o BPN oferece a solução “netBanking” aos seus

clientes empresas para que os novos desafios que as novas tecnologias e a globalização impõem sejam facilmente ultrapassados. A competitividade empresarial assim o exige. No site do BPN pode encontrar as soluções de que precisa para satisfazer as necessidades financeiras decorrentes da actividade diária da sua empresa.

Operações que vão desde a simples consulta de saldos até ao pagamento a fornecedores e ordenados, entre outras, são efectuadas com grande simplicidade e rapidez, através das tecnologias mais avançadas. As empresas apenas têm de definir os níveis de acesso para os seus colaboradores que ficam assim sujeitos a parâmetros e combinações para a concretização das operações. As empresas que aderem a este conceito têm a vantagem de ter um acompanhamento efectivo, e em tempo oportuno, das operações que realizam, para além de gerirem as suas posições junto do BPN e terem acesso a um vasto conjunto de informações úteis na gestão corrente da sua actividade.

NET.INVESTIDOR

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sexta-feira, 07 Abril de 2006MERCADOS38

Fundos de pensões entram no vermelho

Os fundos de pensões nacionais registaram, em Março, um rendibilidade média ligeiramente nega-tiva (-0,1%), sendo que o valor é agora de 0,9% em termos acumulados desde o início do ano. O valor negativo ter-se-á ficado a dever ao comportamen-to negativo da classe das obrigações e à rendibili-dade nula das acções não europeias.

As acções europeias continuam a revelar as melhores performances. Em Março, a valorização foi de 1,4%, enquanto a rendibilidade média des-de o início do ano se ci-frou em 5,7%, de acordo com a Mercer Investment Consulting. “O mercado accionista europeu man-teve um comportamento positivo, tal como iniciou 2006, com o índice MSCI

a registar uma valoriza-ção de 2,4%. Nos Estados Unidos, a performance foi positiva, com aquele índi-ce a valorizar 1,3%. Em Portugal, a performance face a Fevereiro, no PSI 20, melhorou ligeiramen-te, com uma variação mensal de 8,3%.”

No mercado obriga-cionista, continuou a ve-rificar-se a performance negativa que se observou no mês de Fevereiro. A rendibilidade de taxa fixa, dívida pública, apresentou uma descida de 1,4% em Março e menos 1,9% no primeiro trimestre. Para maturidades mais longas – superiores a dez anos -,, o índice desvalorizou 3,2% e menos 1,3% acu-mulado. De salientar que no período em análise o Banco Central Europeu agravou a taxa de juro.

O mercado accionis-ta tem garantido ganhos consideráveis desde o iní-cio do ano. No entanto, o seu potencial de cres-cimento mantém-se e o estudo mais recente do Deutsche Bank fala numa subida que pode ascen-der a 10% no exercício em curso. De acordo com aquela entidade financei-ra, os sectores financeiro e energético são aqueles com as melhores perspec-tivas.

O crescimento de dois dígitos fica a dever-se, em grande parte, à persistên-cia de um modelo conser-vador. As fusões e aquisi-

ções continuam a suscitar um forte interesse por parte de investidores e ac-cionistas, para além que as subidas nas taxas de juro, quer na E u r o p a , quer nos E s t a d o s U n i d o s , tendem a reduzir a diferença que se ve-rifica nos r e to rnos dos mer-cados ac-cionista e obrigacionista. Além disso, é preciso refe-rir que o Japão e a Euro-

potencial de valorização nos meses que se seguem. O que se fica a dever ao possível comportamento das respectivas activida-des, assim como ao movi-mento em alta das fusões e aquisições.

Também o sector das telecomunicações regis-ta alguma atractitividade. No outro lado das reco-mendações, portanto me-nos interessantes, posicio-nam-se as “utilities” e os bens de consumo primá-rios.

As acções energéticas poderão, de algum modo, ser afectadas pelo aumen-to dos preços do petróleo.

Mercado accionista pode subir ainda dois dígitos

pa estão a apresentar um crescimento sólido, ainda que não muito elevado, pelo que é de prever um aumento nos lucros. As

acções re-comenda-das pelo D e u t s -che Bank são as dos mercados emergen-tes e do Japão.

E n t r e -tanto, o banco ger-

mânico aponta os sectores energético e financeiro como aqueles com maior

Os sectores financeiro

e da energia têm o maior

potencial de crescimento

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situou-se em níveis superiores no ciclo actual (49,9% do desempre-go total em 2005, face a 39,3% em 1995). Este facto, poderá re-flectir, em parte, o baixo nível de qualificação da população activa, principalmente dos activos mais velhos cuja proporção tem vindo a aumentar. Por outro lado, em 2003, foram introduzidas altera-ções legislativas que anteciparam a idade de acesso à pensão de ve-lhice dos desempregados para 58 anos, o que poderá ter induzido a permanência no desemprego das pessoas mais velhas.

O emprego apresentou, no ci-clo mais recente, uma desacele-ração gradual, desde o início da fase de desaceleração, mantendo variações mais moderadas do que no ciclo anterior. De facto, no ci-clo anterior, registaram-se perdas líquidas de emprego claramente mais significativas.

A estabilização do emprego, conjuntamente com o aumen-to do desemprego, determinou

uma tendência crescente na po-pulação acti-va ao longo do presente ciclo. Este comporta-mento reflecte, principalmente, o aumento da participação das mulheres no mer-cado de trabalho. À semelhança da tendência dos últimos anos, e com base nos da-

dos do Eurostat, Portugal foi uma das economias da área do euro (UE12) que menos cresceram em 2005 e onde se registou o maior aumento da taxa de desemprego (0,9% face a uma redução média de 0,3% na UE12). De facto, des-de o ano 2000, Portugal situou-se entre as economias com desem-penho mais fraco e com a deterio-ração mais significativa da taxa de desemprego, ainda que aquela taxa se tenha mantido, em 2005, abaixo da média da UE12 (8,6%).

Como foi o caso particular de Portugal, este período de desace-leração também não registou, em média, perdas líquidas de empre-go no conjunto da UE12. Entre 2000 e 2004, o emprego aumen-tou na mesma ordem de grandeza na UE12 e em Portugal (1,2% e 1,3% respectivamente). Assim, em relação aos objectivos estabe-lecidos pela Estratégia de Lisboa em relação ao emprego, Portugal continua a registar uma posição favorável face aos restantes mem-bros da UE12.

MARTIM PORTO

Em 2005, a taxa de inflação, medida pela variação média anu-al do índice de preços no consu-midor (IPC) desceu uma décima, prolongando a trajectória descen-dente evidenciada desde 2002. No entanto, a taxa de variação homóloga do IPC inverteu, no início da segunda metade do ano, a tendência descendente observa-da até Junho, reflectindo essen-cialmente os efeitos da aceleração do preço do petróleo nos merca-dos internacionais e o aumento

da taxa normal do IVA.A desaceleração dos preços em

2005 foi determinada essencial-mente pela reversão dos efeitos associados à realização do Cam-peonato Europeu de Futebol em Junho de 2004, particularmente ao nível dos preços dos serviços, pelo comportamento modera-do dos preços das importações, excluindo combustíveis e pelo abrandamento das pressões sala-riais sobre a evolução dos preços, num contexto de fraco cresci-

mento da economia, estagnação do emprego e aumento acentua-do da taxa de desemprego.

A aceleração dos preços na se-gunda metade do ano reflecte, essencialmente, o aumento em Julho da taxa normal do IVA de 19% para 21%, que afectou de forma mais significativa os preços dos bens industriais não energé-ticos, bem como a aceleração do preço do petróleo nos mercados internacionais, o qual motivou um forte aumento dos preços dos bens industriais energéticos. À semelhança do verificado noutras economias, o impacto da subida do preço do petróleo sobre os preços no consumidor foi parcial-mente compensado pela diminui-ção dos preços de importação de vários tipos de bens, associada ao aumento da concorrência inter-nacional, num contexto de parti-cipação crescente de produtores a baixos custos no mercado mun-dial. Por sua vez, os indicadores

de salários sugerem, em termos gerais, um abrandamento do cres-cimento dos salários em 2005, o que terá contribuído para conter as pressões sobre os preços, em particular no sector dos serviços.

Em 2005, a taxa de inflação em Portugal, medida pela variação média anual do Índice Harmoni-zado de Preços no Consumidor, ter-se-á situado abaixo da inflação média da área do euro (2,1% e 2,2%, respectivamente), o que se verifica pela primeira vez desde o início da série, em 1996.

Desemprego cai em termos médios na UE

No início desta década, assis-tiu-se a uma fase descendente do ciclo da economia portugue-sa, tendo atingido o ponto mais baixo no ano de 2003. Apesar da recuperação registada em 2004, o ano de 2005 voltou a caracterizar-se por uma desaceleração da activi-dade económica, tornando a reto-ma mais irregular do que no ciclo anterior. Neste contexto, a situ-ação do mercado de trabalho con-tinuou a deterio-rar-se em 2005, tendo-se regista-do um aumento da taxa de desem-prego para 7,6% (6,7% em 2004) e uma estagnação do emprego (0,1% em 2004).

Analisando a evolução do de-semprego e do emprego ao longo dos últimos dois ciclos económi-cos, é possível constatar que, em ambos os ciclos, a taxa de desem-prego começou a aumentar quan-do o crescimento do PIB real bai-xou para valores inferiores a 2%. No ciclo actual, a retoma mais irregular da actividade económi-ca conduziu a um agravamento mais acentuado da situação do desemprego nos anos a seguir à recessão. Na fase alta do ciclo an-terior (1994-1998), a taxa de de-semprego manteve uma tendên-cia ascendente até o PIB atingir uma taxa de crescimento real de cerca de 3,5% (3 anos após o ano da recessão).

O desemprego de longa dura-ção (DLD) apresentou um com-portamento semelhante nos úl-timos dois ciclos, reagindo mais tardiamente do que a taxa de desemprego total. Assim, à seme-lhança do ciclo anterior, o DLD aumentou significativamente a partir do ano da recessão, mas

Inflação em Portugal abaixo da média da zona euro e desemprego acimaO ano passado o modelo económico português conheceu uma profunda mudança, como se constata do registo de duas ocorrências: a inflação cresceu menos do que a média dos seus parceiros da zona euro e o desemprego registou uma taxa de crescimento mais forte. A economia nacional dá assim sinais de menor vulnerabilidade à inflação importada, mas evidencia maiores desequilíbrios internos no que respeita aos factores de produção.

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Portugal foi uma das economias da área do euro (UE12) que menos cresceram em 2005 e onde se registou o maior aumento da taxa de desemprego

Data Capital Preço Preço Variação

Disperso OPV * Actual (%)

PRIVATIZAÇÃO

EDP - 1ª Fase 16/6/97 29.90 2.16 3.28 51,85

EDP - 2ª Fase 29/6/98 17.45 4.29 3.28 -23,54

EDP - 4ª Fase 23/10/00 18.18 3.1 3.28 5,81

Cimpor - 1ª Fase 4/7/94 20.00 14.47 5.63 94,54

Cimpor - 2ª Fase 15/10/96 45.00 15.81 5.63 78,05

Cimpor - 3ª Fase 18/5/98 25.00 19.45 5.63 44,73

PT - 1ª Fase 1/6/95 14.21 2.79 10.07 260,93

PT - 2ª Fse 11/6/96 6.66 3.61 10.07 178,95

PT - 3ª Fase 9/10/97 26.00 5.2 10.07 93,65

PT - 4ª Fase 12/7/99 3.84 7.5 10.07 34.27

PT - 5ª Fase 4/12/00 10.00 9.4 10.07 7.13

Brisa - 1ª Fase 24/11/97 35.00 4.84 7.63 57,64

Brisa - 2ª Fase 9/11/98 31.00 8.33 7.63 20,80

Brisa - 3ª Fase 24/5/99 20.00 8.7 7,63 18,85

Brisa - 4ª Fase 16/7/01 4.00 9.9 7.63 13,54

OPV

Ibersol 21/11/97 49.90 2 7.74 287,00

Cofina 17/2/98 33.30 1.25 3.78 202,40

Lisgráfica 2/6/98 26.18 20.95 1.77 -91.55

Finibanco 22/6/98 21.13 2.4 2.57 7,08

SAG 13/7/98 25.00 2.59 1.91 -26,25

ParaRede 28/6/99 31.50 1.7 0,29 -82,94

PT Multimedia 16/11/99 23.55 27 9.96 -26,22

Sonae.com 2/6/00 24.13 10 4.27 -57,30

Impresa 6/6/00 30.20 10.25 5.5 -46.34

Novabase 4/7/00 33.10 8.5 7.22 -15,06

Nota: * Preços corrigidos pelos “stock-splits” e aumentos de capital entretanto realizados** As cotações das acções da Brisa foram ajustadas, no âmbito do aumento de capital por incorporação de reservas efectuado pela empresa.

(valores em euros)PRIVATIZAÇÕES E OPV

sexta-feira, 07 Abril de 2006 39MERCADOS

Page 56: ve_ed1145-18ef03b456626b9e... · DIRECTOR João Peixoto de Sousa N.º 1145 / 07 Abril 2006 / Semanal / 2H ALTERAÇÕES AO CÓDIGO DO TRABALHO SÃO INOPORTUNAS tima diz que só concordou

Por muito forte que seja a tentação do autor destas linhas, ora encurtadas por im-perativos editoriais e de formato deste reju-venescido “Vida Económica”, em se centrar no tema do momento – a(s) OPA(s) –, forte é também o respeito ético pela sua situação profissional, que o inibe de se pronunciar so-bre os seus contornos, nestes tempos, de forte componente “política”, que vêm marcando o Mercado Financeiro doméstico, e que se pre-vê, bem vivo nos tempos mais próximos.

Escrevia Fernando Pessoa, pela pena do seu semi-heterónimo Bernardo Soares, que “sou técnico, mas só tenho a técnica dentro da técnica, fora disso…”, está, também, quem escreve estas crónicas, vinculado à “técnica”, deixando para quem pode – os accionistas, quer das entidades oferentes, quer das so-ciedades visadas – o poder de votar, vender e comprar, que as participações sociais que detêm, legitimamente e em pleno uso da sua soberana Autonomia da Vontade, vão per-mitir decidir, “por bem” e livremente, sobre o que vislumbram, com as suas estratégias, “para o bem” e para o futuro das mesmas.

Uma vez mais e sempre, em fundo da causa está, porém, a “troca” – uma troca específica onde diferentes pessoas jurídicas, “em comércio”, se determinam a um proces-so pelo qual, como “Parte”, pretendem ver satisfeitas as suas expectativas e encontrar contrapartidas para os seus interesses pró-prios em face daquilo que a outra Parte tem para oferecer, num propósito que é comum a todos os agentes que se encontram no es-paço de um determinado “mercado”. Sem pretender reproduzir toda a doutrina que se vem produzindo desde que existem “Trocas” (OPA) e Mercados onde as pessoas se en-contram para as concretizar, em causa está, afinal, não mais do que uma especificação de acções/transacções que, enquanto “Partes”, designadas num determinado processo, de-sencadeiam em certos momentos com vista a materializar o seu próprio entendimento das condições e vontade negocial de que são portadores, na formação de um “acordo” em

Troca, operações financeiras e arbitragem

M. Jorge C. Castela

[email protected]

que se conciliem os seus propósitos – porque numa “troca” (como o é uma OPA) ninguém está “contra”… todos estão “por” ou “concor-rem para”, seja “aquela” uma operação “não solicitada” ou “amigável” (não miscegenável, portanto, com uma OPT).

“Trocas” que existem precisamente porque, enquanto processos consubstanciados em “acordos” projectados para o futuro, visam o benefício das Partes que neles se envolvem (a “Eficiência de Pareto”, pela qual o todo é maior que a soma das Partes, o que resulta num Jogo de Soma Positiva, na medida em que as Partes beneficiam), dando corpo a iniciativas voluntárias, pelas quais uns se pro-põem comprar e outros se propõem (ou não) vender, para se garantir a provisão futura dos bens e serviços, que os valores mobiliá-rios em que se constitui o “capital financeiro” das Sociedades Abertas con-substanciam, numa parti-lha eficiente do risco e de redução de incerteza.

Neste quadro, tão só importa considerar o “efeito externo” e a sua validade na determinação dos limites à Liber-dade de comprar e vender se, na obrigação “de dar, de fazer, ou de não fazer”, se verificar um inadimplemento ou uma “agressão” à or-dem pública, ao mercado ou aos direitos de terceiros ou dos próprios, se inalienáveis.

Daí que, nestes processos, a operação em causa possa assumir uma configuração “com-pleta” ou “incompleta”, consoante se suporta numa lista de condições nas quais se especifi-cam acções numa enumeração explicitamente exaustiva (onde a sua expressão proporciona para todas e cada uma das condições possíveis, um universo relevante de resultados consen-suais), ou assenta numa especificação que não lista exaustivamente todas as possíveis condi-ções do universo de todas as que se possam tomar em consideração, admitindo variáveis não especificadas (na operação) que se pode-

rão considerar relevantes para uma sua plena e inequívoca interpretação valiosa para todas as Partes envolvidas no negócio jurídico.

É nesta contraposição conceptual que a “Ar-bitragem” (ainda não o conceito formal, mas o modelo de decisão que preside à opção de votar em determinado sentido numa Assem-bleia Geral, ou de se avançar com uma oferta de compra face à opção de se vender, ou não, a um determinado preço) pode assumir um papel decisivo.

Em equação está, de um lado, uma des-crição das acções (de voto, de compra e de venda) em todas as contingências possíveis: a lista de condições é exaustiva e a inclusão de

contingências é explícita. A concretizar-se, são seus requisitos: (1) prever todas as contingências relevantes; (2) uma estratégia quanto às acções a tomar em cada contingência; (3) as con-dições da operação têm de ser observáveis por todas as Partes envolvidas no negó-cio; e (4) a obrigatoriedade (ou não) do seu cumpri-

mento. Neste quadro “completo”, tais requisi-tos não serão cumpridos, quando ou porque: i) a racionalidade é limitada – porque existem limitações na capacidade de se preverem todas as possíveis contingências e calcular escolhas óptimas de comportamento (da mesma ma-neira que, se duas pessoas fossem totalmente racionais o resultado dum jogo de xadrez seria sempre o mesmo um empate ou um resultado que dependeria de quem fosse o primeiro a movimentar as peças); e ii) o comportamento é sempre oportunístico, quando surge no ne-gócio alguma situação não especificada.

É, não obstante, uma natureza intrínseca dos negócios jurídicos, como os que sempre envolvem uma “transacção”, que, por um lado, a lista de condições não é exaustiva e, por outro, que existem “gaps” em termos de con-tingências, em face da verificação de limites cognitivos e de uma desnecessidade intrínseca

de descrever todas as condições e contingên-cias (lacunas que derivam da própria impos-sibilidade material do seu objecto), em face dos Custos de Oportunidade e da Eficiência: custos de antecipar todas as contingências e negociar soluções para cada uma e custos sub-sequentes de promover o “enforcement” do processo em situações não verificáveis.

São, pois, consequências desta incomple-tude dos processos de “troca”: (1) a possibi-lidade de recusar honrar compromissos as-sumidos – que pode levar a que transacções eficientes não ocorram (quando a proposta por ser incompleta, não prevê todas contin-gências e uma situação não prevista ocorre); (2) uma renegociação ex post – o que é efi-ciente antes deixa de o ser quando mais in-formação fica disponível; (3) o problema da “suspensão”, uma situação em que se regista uma vulnerabilidade da Parte que fez inves-timentos específicos em “ameaças” da ou-tra Parte – uma consequência que suscita a questão do “oportunismo pré-contratual”, que pode impedir um acordo que teria lugar caso houvesse informação completa – com a consciência de que, por vezes, é impossível atingir o resultado eficiente de uma informa-ção completa, pelo que se desperta o interesse apenas nas “melhores” ofertas que satisfazem as restrições de incentivos a vender perante uma determinada proposta de compra a um dado preço (ou a votar num ou noutro senti-do numa Assembleia Geral).

Está, deste modo, lançada a “ponte” para se equacionar a “Arbitragem”, agora sim, no plano formal do seu conceito jurídico cor-rente, que permitirá, na crónica do próxi-mo mês, determinar a sua relevância para a possível e desejável concertação de conflitos emergentes, seja nas “trocas” em geral, seja nos “contratos” (comerciais) em que estas se formalizam, seja, por fim, mas não por últi-mo, nas matérias que se debatem no contexto dos Mercados Financeiros, mesmo que, por falta de “tempo” ou de oportunidade, se evi-te uma referência a determinadas “OPA” em concreto.

A operação em causa pode assumir uma configuração “completa” ou “incompleta”

sexta-feira, 07 Abril 2006MERCADOS40

Valor Duplo do Millennium BCPNesta semana, vamos fazer inci-

dir a nossa análise sobre o depósi-to Valor Duplo do Millennium BCP. Trata-se de um normal produto es-truturado que combina um depósito a prazo a seis meses (não renová-vel) com um fundo de investimen-to. A grande vantagem deste Valor Duplo é que, em função das suas preferências e perfil de risco, po-derá optar por um de sete fundos de investimento. Poderá subscrever este Valor Duplo a partir de 2500 euros, sendo 30% alocado ao depó-sito e 70% ao fundo de investimen-to. Na parte referente ao depósito, terá uma taxa de juro de 7% TANB (Taxa Anual Nominal Bruta) nos pri-meiros 3 meses da aplicação, pas-sando a rendibilidade do mesmo para Euribor-0,5% no segundo tri-mestre. Na parte alocada ao fundo de investimento (70%) o investidor pode seleccionar o fundo que mais se adequa ao nível de risco e ao po-tencial de valorização pretendido entre os sete seguintes Fundos de investimento:

Millennium PrudenteO fundo tem como objectivo pro-

porcionar aos participantes um ní-vel de rendibilidade a médio/longo prazo com um prémio sobre os ins-trumentos de mercado monetário, através do investimento equilibrado

Soluções de investimento

MÉDIO / ALTO RISCO

em fundos de investimento abertos de características diversificadas em ter-mos de classe de activos, instrumen-tos financeiros, áreas geográficas e em divisas de investimentos. Nesta opção, a composição da carteira de investi-mentos assenta predominantemente em fundos de tesouraria e obrigações, tendo os fundos de acções uma fraca expressão.

Millennium ModeradoO objectivo deste fundo é em mui-

to semelhante ao objectivo do Millen-nium Prudente. O investimento é feito de forma equilibrada em fundos de in-vestimento abertos de características diversificadas em termos de classes de activos, instrumentos financeiros, áre-as geográficas e divisas, investindo os seus capitais em unidades de partici-pação de outros fundos de investimen-to abertos, excepto fundos de fundos. O fundo investirá no mínimo 50% dos seu valor líquido global em obrigações (directa ou indirectamente).

Millennium EquilibradoTal como os anteriores, este fundo

procura oferecer aos investidores um nível de rendibilidade a médio/longo prazo com um prémio sobre os instru-mentos de mercado monetário. Nesta opção, a composição da carteira de investimentos visa um equilíbrio entre os fundos de tesouraria, obrigações e

acções (com peso máximo de 45%). Até 1/3 do seu valor líquido global, o fundo poderá investir noutros valores mobiliários, em instrumentos do merca-do monetário e em depósitos bancários à ordem ou a prazo não superior a 12 meses.

Millennium DinâmicoO Millennium Dinâmico procura ofe-

recer um nível de rendibilidade a mé-dio/longo prazo com um significativo prémio sobre os instrumentos de merca-do monetário, através do investimento equilibrado de fundos de investimento abertos de características diversifica-das. Nesta opção, os fundos de acções são uma componente determinante da carteira de investimentos do fundo com a qual se pretende maximizar a rendi-bilidade potencial do fundo. Os fundos de tesouraria e obrigações têm uma ex-pressão mais modesta.

Millennium Acções PortugalO Fundo procurará proporcionar aos

participantes um nível de rendibilidade a longo prazo que integre um prémio sobre os instrumentos de mercado monetário e que reflicta aproximadamente a rendibi-lidade agregada do mercado accionista nacional. O Fundo deverá ter em perma-nência um mínimo de 80% do seu valor global investido em acções. A política de investimentos tem em consideração a composição do Índice PSI20.

Millennium EurocarteiraO fundo procurará proporcionar

aos participantes um nível de ren-dibilidade a longo prazo que reflic-ta aproximadamente a rendibilidade agregada dos mercados accionistas da União Europeia, Suíça e Norue-ga, através do investimento em ac-ções maioritariamente europeias, numa perspectiva global, diversifica-da e tendencialmente proporcional às capitalizações bolsistas daquelas regiões.

O Fundo deverá ter em permanên-cia um mínimo de 80% do seu valor global investido em acções, sendo no máximo 50% denominado em divi-sas diferentes do Euro.

Millennium Euro FinanceirasA ideia subjacente a este Millen-

nium Euro Financeiras é a criação de um fundo que a longo prazo re-flicta, aproximadamente, a rendibili-dade agregada do sector financeiro, da Europa, através do investimento em acções de empresas cuja activi-dade principal consiste na prestação de serviços financeiros, designada-mente, bancos, seguradoras e outras sociedades que prestem serviços do mesmo âmbito, numa perspectiva global, diversificada e tendencial-mente proporcional às capitalizações bolsistas daquele sector.

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A nossa análise

BBVA cria novo produto estruturadoO BBVA acaba de lançar o Depósito Gestão Diversificada BBVA. Este é mais um produto estruturado que garante o capital no vencimento. O período de investimento é de três anos e o investimento é feito em fundos. Mas qual o retorno da aplicação? A “Vida Económica” responde-lhe.

Poderá ser um investimento interessante…

O Depósito Gestão Diversificada BBVA é uma aplicação a médio prazo, três anos, que, no vencimento, garante o capital investi-do, o rendimento correspondente a 100% da Variação positiva do Índice Diversified Índex. Este índice tem um valor inicial de 100 e reflecte, a partir daí, a evolução de uma gestão dinâmica entre um cabaz de fundos geridos pela BBVA Gest, SGFIM, S.A. e a taxa EONIA. O cabaz de fundos é constituído em 20% pelo Fundo BBVA Imobiliário FEI, 20% pelo Fundo BBVA Multifundo Alternativo FEI, 40% pelo Fundo BBVA Gestão Flexível Todo-o-Terreno FEI e 20% pelo Fundo BBVA Bolsa Euro.O período de subscrição decorre até 26 de Abril deste ano e a data de vencimento é a 27 de Abril de 2009O montante mínimo de investimento é de 1250 euros e “com esta aplicação os clientes têm a oportunidade de, com capital garantido no vencimento, estarem expostos a um cabaz diver-sificado de fundos, representativo de várias classes de activos: acções, hedge funds, imobiliário, estratégias de retorno absolu-to”, explica o banco.

De acordo com os dados mais recentes da APFIPP, os três primei-ros fundos apresentaram uma rentabilidade média, no último ano, de cerca de 4% e o Fundo BBVA Bolsa Euro, por sua vez, rendeu, no úl-timo ano 27,4%. Assim, caso tudo corra como no último ano, poderá obter uma rentabilidade de cerca de 7,5% ao ano. Mas como rentabi-lidades passadas não são garantia de rentabilidades futuras e estes fundos contêm risco, na pior das hipóteses, recebe apenas o capital investido no final dos três anos.

CONSELHO

Millennium bcp lança obrigações de caixa TOP 6

O Millennium bcp lançou, esta semana, as obrigações de caixa TOP 6. Este novo produto tem capital garantido no venci-mento e um prazo de dois anos. A remu-neração é fixa e garantida nos três primei-ros semestres e, no último, a remuneração potencial é de 6% (TANB).

Nos três primeiros semestres os cupões pagos têm taxas anuais nominais brutas de 2%, 3% e 4%, respectivamente. No quar-to e último semestre, a remuneração não é garantida e está dependente da evolução de um cabaz constituído por quatro acções: BBVA, Philips, Saint Gobain e Total. O cupão de 6% será pago se, no final do se-mestre, a cotação de cada uma das quatro acções do cabaz for igual ou superior ao seu valor inicial (definido na data de emissão). Se, na maturidade, a cotação de cada uma das acções que compõem o cabaz for infe-rior à sua cotação inicial, a remuneração, neste semestre, será nula. Assim, esta apli-cação tem retorno garantido nos primeiros três semestres.

O período de subscrição decorre até dia cinco de Maio de 2006 e “destina-se a clientes com perfil de risco conservador que pretendam garantir o capital investido e uma remuneração mínima, superior à das aplicações tradicionais”, defende o banco. O investimento mínimo é de mil euros, ou seja, 20 obrigações.

sexta-feira, 07 Abril 2006 41MERCADOS

O primeiro economista a teorizar sobre a especulação praticada com carácter institucional e a

salientar a importância da função eco-nómica e social do especulador foi Frank Knight no livro “Risk, Uncertainty and Profit”, publicado em 1921.

Frank Knight foi o fundador da célebre Escola de Chicago, a escola de pensamen-to que mais Prémios Nobel da Economia produziu até hoje, como Milton Fried-man, George Stigler, Ronald Coase, Gary Becker e tantos outros.

A originalidade de Knight consistiu em demonstrar que a função principal da es-peculação – embora não a única – era a de reduzir a incerteza na sociedade contri-buindo para o aumento da produção de bens e serviços e para a melhoria do bem estar geral.

O argumento corria assim. Admitamos um produtor de ouro em fase de planifi-car a sua produção para o ano seguinte. O preço corrente do ouro é de $600 por onça e a esse preço o nível de produção que maximiza o lucro, no sentido daquele que iguala o custo marginal ao preço, é de 10 mil onças. Porém, supondo um ciclo de produção com a duração de um ano, o preço relevante para a determinação da quantidade que maximiza o lucro é, não o preço que vigora hoje, mas o preço que vigorará daqui por um ano quando a pro-dução for levada ao mercado. Ora, o pre-ço que o ouro comandará daqui por um ano está impregnado de incerteza. Se o preço vier a ser de $400 por onça, a quan-tidade óptima de produção será menor, por exemplo, 8 mil onças; se o preço for

Vender certezasPEDRO ARROJA

Pedro ArrojaGestão de Patrimónios, SA

www.pedroarroja.com

Especulação

ainda mais baixo, a quantidade óptima de produção será ainda menor, eventualmen-te zero. Para se proteger contra esta incer-teza, o produtor irá produzir menos de 10 mil onças de ouro.

Excepto se aparecer alguém disposto a comprar-lhe por um preço conhecido hoje ($600) a produção de 10 mil onças, que será entregue ao comprador quando estiver finalizada, isto é, daqui por um ano. O contrato realizado é um contra-to de futuros a prazo de um ano. Este al-guém é o especulador, geralmente um banco de investimento.

Ao mesmo tempo, e em outra parte do país ou do Mundo, um jo-alheiro precisa de com-prar ouro como maté-ria-prima para fabricar peças de joalharia. Ao preço actual ($600) estaria disposto a com-prar 10 mil onças de ouro para fabricar um milhão de preços. Po-rém, e admitindo tam-bém um ciclo de produção de um ano, o preço do ouro relevante para a decisão do joalheiro não é o preço de hoje, mas o preço que vigorará daqui por um ano, quando as peças estiverem fabricadas e fo-rem levadas ao mercado. Acontece que o preço do ouro daqui por um ano é incer-to. Se for superior a $600, a quantidade óptima de peças de joalharia a fabricar é, não um milhão, mas menor, porque as pe-ças terão um preço mais elevado e a pro-

cura será menor. Para se defender contra esta incerteza, ele vai produzir menos de um milhão de peças de joalharia e, no li-mite, se recear que o preço do ouro possa aumentar drasticamente, produzirá muito menos ou até nada de todo.

A menos que alguém esteja disposto a vender-lhe a um preço conhecido hoje ($600) ouro que lhe será entregue daqui por um ano (mais precisamente, no de-curso do próximo ano). Neste caso, ele adquirirá 10 mil onças de ouro e produ-

zirá um milhão de pe-ças de joalharia. Este alguém, mais um vez, é o especulador.

No final do proces-so, a incerteza desapa-receu para o produtor de ouro; a incerteza desapareceu também para o joalheiro; e, neste exemplo, nem sequer o especula-dor se confronta com qualquer incerteza, porque a posição lon-ga ou de compra que

estabeleceu com o produtor de ouro é anulada pela posição curta ou de venda que estabeleceu com o joalheiro.

Numa situação mais realista, as posições longas e curtas detidas pelo especulador, em geral, não se anulam. Assim, o mais provável é que o conjunto das posições longas que ele estabeleceu com os produ-tores de ouro (por exemplo, 50 mil onças) seja diferente do conjunto das posições curtas que estabeleceu com joalheiros

(por exemplo, 45 mil onças). O resultado final continua, porém, a ser uma redução do nível de incerteza existente no sector. Porque, onde antes existia incerteza sobre o preço das 50 mil onças de ouro que os produtores se propõem trazer ao mercado mais a incerteza sobre as 45 mil onças que os joalheiros se propõem adquirir, agora existe incerteza apenas sobre o preço de 5 mil onças de ouro, que é a posição líquida (longa) detida pelo especulador.

Para que a consolidação de posições – que é o mecanismo que, em última instância, permite reduzir a incerteza ao valor da posição líquida detida pelo espe-culador - seja possível, é necessário que o especulador realize muitas transacções de futuros sobre o ouro, umas de compra e outras de venda – as operações de venda (curtas) anulando total ou parcialmen-te as operações de compra (longas). Mas para realizar muitas transacções é necessá-rio que o especulador seja uma instituição – em geral, um banco de investimento.

O especulador vendeu certezas aos pro-dutores de ouro e aos joalheiros, adqui-rindo em troca incertezas – mas as incer-tezas que adquiriu (sobre o preço de 5 mil onças de ouro) são muito menores do que as certezas que vendeu (sobre o preço de 50 mil mais 45 mil onças de ouro). Para se compensar desta troca desigual, ele co-bra uma comissão sobre os contratos que adquiriu aos produtores de ouro e sobre aqueles que vendeu aos joalheiros. E pode ainda ganhar sobre a posição líquida (no exemplo, longa) que detém no ouro, se o mercado variar a seu favor (isto é, se o preço do ouro subir).

O especulador vendeu certezas aos produtores de ouro e aos joalheiros, adquirindo em troca incertezas

BÁRBARA [email protected]

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Os ventos continuam a soprar favorá-veis; para a economia em geral, como o demonstram os indicadores de confiança empresarial, em máximos de muitos anos, e para os investidores, que continuam a ganhar na maioria das frentes. As taxas de juro vão subindo e as obrigações a 10 anos da dívida pública em euros que rendiam 3,2% em Janeiro já dão 3,8%/ano. As Bol-sas continuam a registar máximos devido essencialmente à onda de fusões. A quase totalidade dos mercados emergentes con-tinua a subir, com destaque para a Índia, que, já subiu cerca de 25%. As “commo-dities” continuam também a subir com a prata a registar uma subida impressionante de 32% desde 31 de Dezembro.

Até mesmo o imobiliário parece dar si-nais de recuperar. Em Inglaterra, os pre-ços das casas que tinham chegado a recuar numa base anual estão agora, pelo menos de acordo com algumas fontes, a subir na casa dos 5%. Na vizinha Espanha conti-nua-se a pedir valores perfeitamente espe-culativos sem qualquer relação com a uti-lização que se faz desses activos (que em muitos casos, é aliás nenhuma, para além da espera pelo próximo comprador espe-culativo até que chega a vez do último da fila, aquele que vai ficar a sarar as feridas durante muitos anos). Em Portugal, sobre-tudo no segmento alto, há sinais empíricos de que a actividade voltou a animar.

É verdade que as Bolsas continuam a va-lorizar-se essencialmente devido à activi-dade de fusões e aquisições. Na Alemanha, a Schering subiu 42% em Março; sem a Schering, o Dax teria fechado o mês com uma valorização praticamente nula, como bem sabem os investidores com acções ale-mãs. Em Portugal continuamos a fazer jus ao nosso espírito de jogador, bastando um rumor de OPA para que um título suba de imediato, como aconteceu com a Brisa. Brisa, BPI e Portugal Telecom são dos títu-

los mais caros no sector europeu das auto-estradas, da banca e das telecomunicações mas isso parece não interessar ninguém. Pelo menos é um sinal de civilidade que a CMVM tenha multado os potestativos candidatos às contra-OPA sobre a PT, por terem contribuído para alimentar o “fait di-vers” e a especulação sem nada avançar de concreto. Cabe aqui um comentário muito importante. A primeira OPA sobre a Sche-ring foi lançada a 13 de Maio pela Merck, ou seja, depois de a OPA sobre a Portugal Telecom e no mesmo dia da OPA do BCP sobre o BPI. Entretanto, foi lançada uma OPA concorrente pela Bayer e o assunto já ficou definitivamente resolvido com a Schering a fazer hoje parte do Grupo Bayer. Não entendemos como é possível prolon-gar por tanto tempo a situação de gestão corrente das empresas que são alvo de uma OPA, situação particularmente grave no caso da Portugal Telecom, cujo sector é provavelmente o sector económico que a nível mundial está a passar por alterações mais profundas que envolvem inclusive, mudanças do paradigma do negócio.

“Tempestades” nos mercados cambiais

Longe dos mercados mobiliários e imo-biliários e das “commodities”, há sinais de alguma intranquilidade. E devido à interli-gação entre todos os mercados, que é uma característica do mundo integrado e globa-lizado de hoje, todos os investidores devem ter isso em consideração. Deste o início do ano tem-se assistido a uma forte desvalori-zação de algumas moedas, movimento li-derado pelo dólar da Nova Zelândia e pela coroa islandesa. Ambas as divisas já caíram mais de 20% desde os máximos registados no último trimestre de 2005. O caso que melhor conhecemos, o islandês, assume contornos verdadeiramente inéditos. Que

forças poderão provocar uma queda tão forte de uma divisa de um país com um dos maiores PIB “per capita” do mundo, um rating AAA e uma inflação que, ainda que superior ao target do Banco Central, não ultrapassou até hoje os 4,5%? Mas estas moedas não têm porventura peso no mercado mundial para merecer a atenção dos críticos. Só que muitas outras moedas com maior relevância têm também caído: o caso mais citado é o dólar australiano. Todas estas divisas têm duas coisas em co-mum: possuem uma taxa de juro muito elevada, que as tornaram objecto de fortes movimentos de entrada de capitais no ano transacto e possuem défices da balança de transacções muito elevados, sempre supe-riores a 6% do PIB. Países de altas taxas de juro e de elevado crescimento económico, mas com grandes desequilíbrios verificados nas contas externas, na falta de poupança privada (a outra face da mesma moeda) e no sobreaquecimento de alguns mercados de activos sobretudo do imobiliário. Ou seja, são uns EUA em ponto pequeno, com o benefício de terem um “superavit”

orçamental, ao contrário do que acontece na América de Bush. Se a moda pega e se transforma numa tendência de médio pra-zo, o dólar poderá ser a próxima vítima e concretizar-se-á a tão esperada desvaloriza-ção da divisa americana.

Mas uma nota adicional deverá ser aqui registada. As quedas destas divisas estão ha-bitualmente associadas a períodos de insta-bilidade e de aversão ao risco à escala global. O que não parece ser o caso, actualmente. Mas os investidores em mercados emer-gentes deverão estar atentos a estes sinais. Recentemente, um colunista do “Financial Times” considerava que o cross entre o dólar australiano e o franco suíço era um excelente indicador do clima de confiança à escala global. Enquanto os picos do dólar australiano correspondem a momentos de boa situação económica global, os do fran-co suíço correspondem a situações de crise e de aversão ao risco. Daí, no 11 de Se-tembro de 2001, este “cross” ter registado uma descida aos infernos abaixo dos 0,80 francos suíços por dólar australiano quan-do quatro meses antes valia 0,95.

sexta-feira, 07 Abril de 2006MERCADOS42

“Tempestades e Bonanças”

OPA trazem “bonança” às Bolsas

PAULO RAMALHO

Administrador da ok2deal - sociedade cor-rectora, s.a

crescimento foi o lançamento do Maxicrédito, bem como a solução via Internet e SMS, que também registaram uma forte adesão. Na área das Parcerias o ritmo de cres-cimento foi intenso, registando um número considerável de novos acordos. A aposta contínua na for-mação e motivação dos colabora-dores da Cofidis também estão en-tre os factores de sucesso”, explica a empresa.

De acordo com a empresa, “a Cofidis tem mais de 4% do total do crédito ao consumo, em Por-tugal e é líder no crédito revolving directo”.

Empresa aposta nas novas tecnologias

A Cofidis está a apostar no re-curso às novas tecnologias. O di-rector-geral da empresa defende que “o mercado vai continuar a crescer a um ritmo de 5 a 10 % e está a tornar-se cada vez mais

competitivo. Assim, é muito im-portante estarmos alerta, pois para obtermos sucesso não basta fazer-mos grandes investimentos em pu-blicidade. É fundamental estarmos atentos às necessidades dos clien-tes, arriscando objectivamente e oferecendo um serviço acima das suas expectativas, bem como apos-tarmos conjuntamente no recurso às novas tecnologias”.

Cofidis celebra décimo aniversário

A Cofidis celebra, este ano, o décimo aniversário em Portugal e revela ser o “segredo que faz tanta gente feliz”. Para assinalar este mo-mento, a sociedade aposta numa campanha publicitária institucio-nal e com um forte ênfase na co-municação da marca Cofidis.

“Não temos a pretensão de tra-zer a felicidade às pessoas, mas sabemos que para muitos clientes somos a solução que lhes permitiu

Cofidis financiou 272 milhões de euros em 2005

A Cofidis financiou, em 2005, 272 milhões de euros, o que re-presenta um crescimento de 54% face a 2004. A conquista de 82 mil novos clientes levou à evo-lução verificada e a um aumento no volume de negócios superior a 50% face ao ano anterior, atin-gindo um valor de 93,6 milhões de euros. Para 2006, a Cofidis prevê um crescimento da activi-dade na ordem dos 35%.

O objectivo desta sociedade fi-nanceira é “oferecer ao cliente a melhor solução possível. Só assim poderemos passar dos 250 mil clientes actuais para 340 mil no final de 2006”, afirma Thomas de Bourayne, director-geral da Cofidis Portugal. “O número crescente de clientes é um sinal de como a Cofi-dis, em 10 anos, tem revoluciona-do o acesso ao crédito em Portugal, através de uma abordagem simpli-ficada do crédito”, acrescenta.

“Os principais factores de su-cesso que contribuíram para este

resolver um problema ou realizar um projecto”, revela Thomas de Bourayne, director-geral da Cofi-dis.

Para este responsável, “a campa-nha visa transmitir a imagem de uma instituição sólida, com a ex-periência de quem está há 10 anos no mercado português. Para além disso, o nosso objectivo é mostrar que já há 250 mil pessoas que con-fiaram em nós e já experimentaram as nossas vantagens.”

“CROSS” DÓLAR AUSTRALIANO/FRANCO SUÍÇO “MEDE” CONFIANÇA GLOBAL

Creditaria entra em Portugal

A Creditaria acaba de iniciar a sua actividade em Portugal. É uma empresa do sector hipotecário em Espanha e conta com uma ampla gama de serviços personalizados nas áreas da intermediação, tra-mitação e gestão de empréstimos hipotecários. No mercado portu-guês quer introduzir os conceitos de unificação e refinanciamento de dívidas.

Estes dois conceitos têm por base a liquidação de um ou vários créditos através de outro emprés-timo, utilizando a propriedade imobiliária como garantia.

“Oferecemos dois produtos re-lativamente novos em Portugal e acreditamos que contribuirão para resolver a situação económi-ca de muitas famílias. Tendo em conta o seu sobreendividamento, queremos apresentar-lhes uma solução de acordo com as suas necessidades, e esta é o refinan-ciamento, mais conhecido como Crédito Consolidado”, comenta Adriana Miranda, responsável de Marketing da Creditaria para Portugal.

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As taxas do mercado mone-tário continuam a subir, com a Euribor a 6 meses a cotar já aci-ma de 3% e com perspectivas de

continuar o movimento ascendente. O mercado acredita cada vez mais que o BCE irá já subir as taxas em Maio, para os 2,75%,

encontrando suporte nos co-mentários que elementos ligados

FILIPE GARCIA

[email protected]

Euro quebra a consolidação em alta

2.00

2.50

3.00

3.50

4.00

4.50

5.00

5.50

1 W 1 M 2 M 3 M 6 M 9 M 1 Y 1 Y 2 Y 5 Y 10 Y 30 Y

EUR

USD

ao Banco Central têm vindo a fazer. Há alguns indícios de que a subida para 2,75% pode estar para breve, com as mais recentes sondagens a darem uma proba-bilidade de cerca de 70% para que tal suceda. Por outro lado, são cada vez mais os analistas que acreditam que o actual ciclo possa ir até aos 3,50%...

O facto de nos EUA a FED ter voltado a subir taxas, agora para 4,75%, dando claras indi-cações de que cedo se irá subir para 5,0%, ajuda ao sentimento altista na Europa. Isto apesar de o presidente da Reserva Federal

bida de taxas. O desemprego na Zona Euro desceu em Fevereiro para o nível mais baixo em qua-se quatro anos, sugerindo que a economia da região está em re-cuperação.

A taxa de desemprego desceu para os 8,2% em Fevereiro face ao mês anterior, o que representa o valor mais baixo desde Maio de 2002.

Os rendimentos das obrigações seguem de perto esta convicção de subidas das taxas, atingindo os valo-res mais elevados do último ano.

Esta é uma situação que se vive também no Japão e EUA,

sendo que o Tesouro americano encontrou alguma dificuldade na colocação de uma emissão a 5 anos. Na Europa destaque para o yield dos títulos a 30 anos que quebrou da resistência dos 4,00%, gerando mais ordens de venda destes títulos, potencian-do a subida das taxas. Os IRS estão a acompanhar o movimen-to. Nesta altura, caso se acredite que o BCE não irá para além dos 3,50% neste ciclo de subidas, faz pouco sentido contratar cober-turas com taxa fixa.

(Análise de mercados produzida a 05-ABR-06)

Mercado Monetário Interbancário

Mercado Cambial

YIELD CURVE EURO E DÓLAR

2.375

2.500

2.625

2.750

2.875

3.000

3.125

3.250

03-Jan 02-Feb 04-Mar 03-Apr

1Y

6M

3M

EURIBOR - 3 M, 6 M E 1 ANO

3.2

3.3

3.4

3.5

3.6

3.7

3.8

3.9

28-Oct 27-Nov 27-Dec 26-Jan 25-Feb 27-Mar

YIELD 10 anos euro “benchmark”

EUR/USD Após várias semanas, o euro

conseguiu finalmente quebrar o triângulo de consolidação, em alta. Está aberto o caminho para

ganhos adicionais, que esperamos encontrem alguma resistência na zona de 1,25.

Antes de novo arranque, o Eur/Usd pode vir a testar o ponto de

quebra do triângulo de consoli-dação, abaixo de 1,22.

EUR/JPY O euro também conseguiu

quebrar o intervalo vigente face ao iene, sendo que este já dura-va há vários meses. A quebra de 143,60 ienes constitui um evento técnico positivo para o euro, que agora tem caminho aberto para valores bem acima de 145 ienes, num horizonte de médio prazo.

EUR/GBP O euro estabeleceu novos máxi-

mos desde Janeiro de 2005 face à libra e quebrou em alta uma linha de tendência descendente que li-mitava o “cross” desde 2003! No entanto, parece-nos cedo para

ANÁLISE TÉCNICA - PSI-20 - XETRA DAX

PSI-20

EEUR/USD 1.2262 2.08% 1.31% 3.94%

EUR/JPY 144.16 1.82% 1.22% 3.79%

EUR/GBP 0.7006 1.26% 0.60% 2.23%

EUR/CHF 1.5791 0.31% -0.06% 1.54%

EUR/NOK 7.8865 -0.74% -1.02% -1.23%

EUR/SEK 9.3584 -0.60% -0.78% -0.32%

EUR/DKK 7.4629 0.02% 0.01% 0.03%

EUR/PLN 3.9733 0.35% 0.78% 2.94%

EUR/AUD 1.6921 -0.81% -0.45% 5.04%

EUR/NZD 2.0012 0.49% 1.20% 15.88%

EUR/CAD 1.4240 1.01% 1.11% 3.75%

EUR/ZAR 7.4194 -2.56% -1.16% -0.60%

EUR/BRL 2.6167 -2.58% -0.88% -4.64%

Taxas MIMIT/N 2.611 W 2.592 W 2.601 M 2.602 M 2.703 M 2.776 M 2.959 M 3.081 Y 3.16

CONDIÇÕES DOS BANCOS CENTRAIS

Minium Bid* 2,50%BCE Lending Facility* 3,50% Deposity Facility* 1,50%

*desde 2 Março 2006

EUA FED Funds 4,75%R.Unido Repo BoE 4,50%Suíça Target Libor 3M 0,75-1,25%Japão Repo BoJ 0,10%

EURO FRA’SForward Rate AgreementsTipo* Bid Ask1X4 2.935 2.945 3X6 3.120 3.135 1X7 3.069 3.089 3X9 3.254 3.263 6X12 3.440 3.449 12x24 3.685 3.715*1x4 - Período termina a 4 meses, com início a 1M

EURO IRSInterestSwapsvs Euribor 6MPrazo Bid Ask2Y 3.500 3.5503Y 3.637 3.6675Y 3.801 3.8168Y 3.967 3.98210Y 4.056 4.07120Y 4.306 4.32130Y 4.348 4.363

Evolução euribor (em basis points) 05.Abr.06 28.Mar.06 07.Mar.06

1M 2.650% 2.641% - 0.009 2.634% - 0.0163M 2.824% 2.775% - 0.049 2.691% - 0.1331Y 3.259% 3.179% - 0.079 3.060% - 0.199

LEILÕES BCE Last Tender Minium Bid 2,50%TMP 2,58%Marginal Rate 2,57%

avaliar a validade e pertinência dessa quebra em alta e apenas aci-

ma de 0,7100 nos parece que tal se torna tecnicamente relevante.

EUR/USD

Daily EUR=

Price

.1234

1.17

1.18

1.19

1.2

1.21

1.22

1.23

1.24

1.25

12 19 26 03 10 17 24 31 07 14 21 28 05 12 19 26 02 09 16 23Setembro 2005 Outubro 2005 Novembro 2005 Dezembro 2005 Janeiro 2006

GIL ARAÚJO

[email protected]

PSI-20 - Consolidou nas últimas ses-sões em torno dos 10 250 pontos, valor de elevada relevância técnica, posicionan-do-se, na nossa opinião, para uma nova expansão do movimento de alta. Objecti-vos técnicos em alta são dificeis de estabe-lecer, mas a zona dos 10 350/400 pontos representam o valor mais relevante para as próximas sessões. Nesta fase é mais interessante estabelecer os valores abaixo dos quais o Psi-20 coloca a actual ten-dência de alta em risco. Os 10 mil pontos são o valor de suporte mais próximo, no entanto apenas abaixo dos 9660 pontos se poderá considerar uma inversão da tendência de alta de longo prazo.

XETRA DAXO índice alemão conseguiu ultrapas-

sar a barreira psicológica dos seis mil pontos, renovando novos máximos do ano. Do ponto de vista de médio pra-zo, a tendência continua a ser ascen-dente e o principal objectivo para esta situa-se nos 6300/400 pontos.

Acreditamos inclusivamente que o índice alemão poderá acelerar o movi-mento de alta no curto prazo e testar valores próximos dos 6200 pontos no muito curto prazo.

Apenas a quebra em baixa dos 5850 pontos coloca este cenário de alta e a própria tendência de médio prazo em causa.

Daily PSI-20

9 635

10 000

9 000

P ric eE U R

.12

8,100

8,400

8,700

9,000

9,300

9,600

9,900

10,200

01 16 01 16 02 16 01 16 01 16 03Nov 05 Dez 05 Jan 06 Fev 06 Mar 06

Daily XETRA DA X

P ric eEU R

.12

5,000

5,100

5,200

5,300

5,400

5,500

5,600

5,700

5,800

5,900

6,000

6,100

Price

16 01 16 02 16 01 16 01 16 03 17Nov 05 Dez 05 Jan 06 Fev 06 Mar 06 Abr 06

FIXING Variação Variação Variação 05.Abril.06 Semanal (%) no mês (%) desde 1 Jan. (%)

Euribor 6 meses acima de 3%

sexta-feira, 07 Abril de 2006 43MERCADOS

de Kansas City, Thomas Hoenig, ter assinalado que os respon-sáveis pela política monetária norte-americana já estão perto de terminar o ciclo de subida de juros nos EUA. Os analistas consideram que se trata de uma antevisão de que a Reserva Fede-ral não vai subir muito mais os juros no país.

O índice de confiança dos in-vestidores alemães – IFO – saiu no valor mais elevado dos últi-mos 15 anos e a aceleração da massa monetária na zona euro para além do previsto deram mais alento a quem aposta na su-

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Como correu o ano de 2005 para a Jerónimo Martins, agora que se co-nhecem os resultados referentes ao exercício completo?O grupo de distribuição Jerónimo Martins registou resultados líquidos de 110,37 milhões de euros após in-teresses minoritários em 2005, mais 19,3% face ao exercício anteceden-te. No mesmo período, as vendas consolidadas ascenderam a 3,82 mil milhões de euros, mais 9,5% que em 2004.O ano de 2005 confirmou assim o sucesso das estratégias seguidas pe-las três cadeias de retalho do Grupo Jerónimo Martins - Pingo Doce, Fei-ra Nova e Biedronka -, traduzindo-se em fortes desempenhos de vendas. As vendas do Pingo Doce cresceram 4,6%, em termos comparáveis en-quanto as do Feira Nova aumentaram 2,5%. Na Polónia o crescimento das vendas atingiu os 5,4% em moeda lo-cal. O EBITDA, ou “cash-flow” opera-cional, avançou 1,1%, para 308,32 milhões de euros. Os encargos financeiros apresenta-ram uma melhoria, tendo diminuído 8,5%, para 46,320 milhões de eu-ros. Esta evolução reflecte a opção da Jerónimo Martins de financiar a ope-ração na Polónia em moeda local, o zloty, o que embora tenha implicado um acréscimo de encargos financei-ros, devido a uma taxa de juro efec-tiva superior, permite a cobertura na-tural do risco cambial.

Como se perspectiva a actividade da empresa para os próximos tempos? A Jerónimo Martins encontra-se numa fase de expansão, dando sequência à obtenção de 19 novas licenças – cin-co para lojas Pingo Doce e 14 para lojas Feira Nova –, tendo entregue, na fase de licenciamento de Junho, um número significativo de pedidos para novas lojas Pingo Doce.A Jerónimo Martins tem por objecti-vo abrir 15 novas lojas de retalho em Portugal e 80 na Polónia. Em Portu-gal, prevê atingir taxas de crescimen-to significativas, o que, combinado com ganhos de eficiência no investi-mento de capital, suportará os retor-nos ao capital investido e permitirá às insígnias fortalecerem a sua posi-ção competitiva no mercado. Na Po-lónia, o objectivo do grupo é manter o elevado ritmo de aberturas e de cres-cimento de resultados, consolidando a sua posição de liderança no sector.

CONSULTÓRIO FINANCEIRO

Como é que os analistas olham para a acção/empresa Jerónimo Martins?Ainda em antevisão dos resultados de 2005 da Jerónimo Martins, grande par-te dos analistas reiteraram a recomen-dação de “comprar”. De acordo com os “researchers”, a Jerónimo Martins beneficiou não só da rápida expansão das suas unidades da Biedronka na Polónia, mas também da expansão em Portugal, juntamente com a estabiliza-ção dos preços. No entanto, as casas de investimento afirmam que a Poló-nia é o principal “driver” por detrás da performance mais recente.Esta tese de investimento é defendida, sobretudo, pela Lisbon Brokers, que a assenta em quatro pontos fundamen-tais: a exposição ao saudável cresci-mento económico da Europa do Les-te por via da Biedronka, com o Fundo Monetário Internacional a prever um crescimento de 4% para a Polónia em 2006, contra os 1,2% esperados para Portugal; a forte possibilidade de a empresa “utilizar” a Biedronka como rampa de lançamento para mais ex-pansão na Europa do Leste, nomeada-mente para a Roménia e/ou Ucrânia; a estabilização de preços e a reactivação do seu programa de expansão em Por-tugal; e também a possibilidade de a família Soares dos Santos, que actu-almente controla 57,7% do capital da Jerónimo Martins, vir a ser mais aberto à hipótese de aumentar o “free-float” da empresa dos 24,5%. Com base nestas previsões, a casa de investimento afirma que mantém a Je-rónimo Martins como uma das “top pi-cks” em Portugal para 2006 e reitera a

recomendação de “comprar”, e o pre-ço-alvo de 14,50 euros por acção.

Outras leituras:O Banif também reviu em alta o preço-alvo para as acções da Jerónimo Mar-tins depois de ter revisto as estimati-vas para reflectir o plano de expansão mais agressivo na Polónia. O Banif au-mentou o preço-alvo de 13,28 euros para 13,82 euros. Por sua vez, o ban-co de investimento norte-americano JP Morgan reviu em alta a avaliação para as acções da Jerónimo Martins depois da divulgação das vendas de 2005. A JP Morgan melhorou o preço-alvo das acções de 13 para os 13,90 euros, sugerindo uma recomendação de “overweight”.Sobre as vendas apresentadas pela empresa, a JP Morgan afirma que, no geral, a Jerónimo Martins apresentou um conjunto de números fortes, tendo o banco aumentado as estimativas de resultados para 2006 e 2007. Para este ano, os lucros por acção sofreram uma revisão de 0,85 para os 0,88 euros e para o próximo ano, as pro-jecções do banco indicam resultados unitários de um euro, face aos 0,95 euros anteriormente projectados. Face à avaliação de 13,90 euros, a Jeróni-mo Martins estaria a negociar com um PER (rácio da cotação face aos lucros unitários) para 2007 de 14 vezes. Para a JP Morgan, este múltiplo não é caro, tendo em conta que a Tesco está a transaccionar com um rácio de 13,3 vezes para o mesmo ano.

MARTIM PORTO

Jerónimo Martins não pesa em Bolsa o potencial da empresa

Os resultados de 2005 foram bons e, o que não é de somenos importância, não frustraram as expectativas dos analistas. Conclusão: os ana-listas, casas de investimento nacionais e inter-nacionais, reviram os “price-targets” para cima

“PRICE-TARGETS” ACIMA DOS 14 EUROS PUXAM PELA ACÇÃO JERÓNIMO MARTINS

e reforçaram a sua aposta no título Jerónimo Martins. Com a Polónia a funcionar como “leit-motiv” dos resultados operacionais, a acção da “holding” retalhista perfila-se como uma das mais interessantes do mercado nacional.

Accor – reestruturação

em curso sustenta “upside”

Líder na Europa, a Accor é um dos prin-cipais grupos mundiais a operar no sec-tor hoteleiro, tendo ainda participações minoritárias em áreas diversas como a de serviços para empresas, gestão de casinos, restauração e agências de viagens. A Accor está presente em 140 países, emprega mais de 168.500 colaboradores e apresenta uma capitalização bolsista superior a 9,9 mil milhões de euros.

A forte correcção dos 53 euros para va-lores próximos dos 47 euros, decorrente de resultados anuais ligeiramente abaixo das expectativas de mercado, parece ter li-mitado o “downside” do título aos actuais níveis, tanto mais que os lucros atingiram os 333 milhões de euros (+43% face ao exercício anterior), acima dos 300 milhões de euros projectados inicialmente pelo ma-nagement.

A Accor encontra-se em pleno processo de reestruturação, permanecendo focada na alienação de activos considerados não “core”, o que deixa antever futuras receitas extraordinárias decorrentes da venda de al-gumas participações.

Por outro lado, a Accor anunciou um plano agressivo de expansão nos mercados emergentes – BRIC (Brasil, Rússia, Índia, China) e Europa do Leste – que apresen-tam taxas de crescimento potenciais mais elevadas. A reestruturação em curso já con-duziu em 2005 à redução da dívida finan-

ceira da empresa dos 2,2 mil milhões para os 1,4 mil milhões de euros.

Atendendo ao actual perfil de múltiplos atractivo da empresa e à realização do Cam-peonato do Mundo de Futebol na Alema-nha, mercado que representa mais de 10% do total de receitas do grupo, pensamos que a Accor poderá ser um investimento interessante aos actuais níveis.

Um dos factores que podem de certa for-ma condicionar a evolução global do sec-tor é a possibilidade da ocorrência de uma pandemia de gripe das aves, situação que influenciaria negativamente as receitas da empresa.

Corrigindo dos 53 euros, atingidos no início do mês de Março, o título encontra-se a transaccionar acima da linha de supor-te dos 46 euros, um nível a partir do qual se iniciou uma recuperação de curto prazo que poderá sinalizar a retoma da tendência ascendente do título.

JOÃO MIGUEL LAMPREIAResearch

Banco BiG

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A Accor encontra-se focada na alienação de activos considerados não “core”, o que deixa antever futuras receitas extraordinárias decorrentes da venda de algumas participações.

sexta-feira, 07 Abril de 2006MERCADOS44

12.6

12.8

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Page 61: ve_ed1145-18ef03b456626b9e... · DIRECTOR João Peixoto de Sousa N.º 1145 / 07 Abril 2006 / Semanal / 2H ALTERAÇÕES AO CÓDIGO DO TRABALHO SÃO INOPORTUNAS tima diz que só concordou

a ser pouco. A eventual venda PT Multi-média é, na opinião do Millennium bcp, uma boa oportunidade para pagar mais dividendos aos accionistas, recebendo o

encaixe da operação, que está calculada em 2,2 mil milhões de euros. Há ou-tras fontes que acreditam ser possível com aquela venda “tapar” o “buraco” do fundo de pensões do Grupo PT avaliado em 2,5 mil milhões de euros. De qualquer forma, a PT continua a ser um activo de grande interesse numa óptica de especulação.

A semana revelou ainda o potencial da EDP que a

meio da semana subiu 3%, depois de ter perdido terreno nas duas sessões anterio-res. No mercado especula-se com o inte-

O início do procedimento legal de Bruxelas contra Portugal para que o Exe-cutivo abandone os direitos especiais na Portugal Telecom (PT) que lhe confere a “golden share” deve constituir uma nova oportunidade para os grupos financeiros, e muito em particular para os grupos com vertente nacional. A questão da “acção dourada” é algo recorrente e que também existe em outros países. Portugal terá cer-ca de dois anos para resolver esta questão, mas tudo indica que o Governo irá que-rer resolvê-la rapidamente. No mercado, espera-se que surja um modelo próximo ao da Galp onde os interesses do Estado são salvaguardados por grupos nacionais e por acordos parassociais. No caso da PT, é também esperado o reforço da posição da CGD na estrutura accionista da em-presa. Os analistas viram este aviso como uma oportunidade para os investidores avançarem para uma oferta concorrente,

Grupos financeirosreforçam interesse na PT

VÍTOR [email protected]

resse do BES na empresa e ainda a possi-bilidade da companhia com a liderança de António Mexia entrar em força no negó-cio das telecomunicações.

A Altri subiu para máximos depois da recomendação da UBS para os quatro eu-ros, enquanto a SAG está a beneficiar de alguma retoma no negócio da venda de automóveis.

Externamente continua a preocupação com o petróleo, mas também com a valo-rização do euro face ao dólar. Responsáveis americanos acreditam que o nível de subi-da de juros terá chegado ao fim nos EUA, mas na Europa é previsível novas subidas pelo Banco Central Europeu, atraindo o investimento em moeda. As acções euro-peias com maior liquidez poderão bene-ficiar deste movimento, atraindo investi-mento fora da zona euro. Com uma divida mais forte existem repercussões positivas ao nível da compra de petróleo.

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ou mesmo para a Sonaecom reformular a respectiva proposta. O Dresdner avalia as acções da PT em 12 euros e volta a falar da Telefónica como entidade interessada na operação. Já o Millen-nium bcp subiu o preço-alvo para 11,5 euros e avança com a nota de que a Sonaecom, a entidade que lançou a OPA sobre a PT, terá espaço para rever a oferta caso a autorida-de da concorrência acei-te a fusão das operadores móveis TMN e Optimus. Dizem estes analistas que a promessa da adminis-tração da PT em distri-buir três mil milhões de euros aos accionistas durante os próxi-mos três exercícios como prémio pela não aceitação da OPA da Sonaecom continua

A Sonaecom, terá espaço para rever a oferta caso a autoridade da concorrência aceite a fusão das operadores móveis TMN e Optimus.

PAINEL BANCO POPULARMERCADO CONTÍNUO

Título Cotação (*) Variação Semanal Máximo Ano Mínimo Ano EPS 05 EPS 06 PER 05 PER 06 Div. Yield 05 Div. Yield 06 SRS B.COM.PORTUGUES 2.61 -1.14% 2.80 2.30 0.15 0.17 17.40 15.00 2.80% 3.22% 1.75 B.ESPIRITO SANTO 15.07 0.47% 15.35 13.25 1.02 1.20 14.80 12.56 2.76% 3.10% 3.50 BANIF-SGPS 25.00 5.49% 25.20 16.20 0.63 - 39.43 - 4.89% - -3.50BANCO BPI 5.84 0.00% 6.04 3.83 0.26 0.29 22.81 20.28 1.92% 2.21% -1.50BRISA-PRIV. 7.96 3.24% 8.30 7.08 0.30 0.32 26.53 24.88 3.13% 3.37% 0.25 COFINA,SGPS 3.77 -0.79% 5.02 3.01 0.37 0.39 10.19 9.67 1.19% 1.33% 1.00 CIN 5.40 2.86% 5.45 4.70 0.65 - 8.31 - 2.96% - 3.25 CORTICEIRA AMORIM 1.81 12.42% 1.85 1.44 0.09 - 20.11 - - - 1.75 CIMPOR,SGPS 5.55 0.91% 5.60 4.58 0.29 0.32 19.47 17.34 3.06% 3.24% -2.25EDP 3.19 4.93% 3.30 2.58 0.18 0.20 18.02 15.71 3.26% 3.51% -0.50NOVABASE,SGPS 7.20 2.13% 7.25 6.20 0.25 0.32 28.80 22.50 0.56% 1.67% 2.25 MEDIA CAPITAL 7.98 -2.09% 8.48 7.14 0.26 0.40 31.29 19.95 - - 1.00 IMPRESA,SGPS 5.54 0.54% 5.56 4.87 0.34 0.39 16.29 14.21 0.78% 2.53% 2.00 J.MARTINS,SGPS 14.25 -1.04% 14.41 12.70 0.81 0.89 17.66 16.01 1.35% 1.75% 1.25 FINIBANCO,SGPS 2.56 -0.39% 2.83 2.00 - - - - 5.30% - 1.75PARAREDE 0.28 0.00% 0.32 0.27 - - - - - - 8.50P.TELECOM 10.15 0.40% 10.44 8.04 0.60 0.75 16.86 13.61 3.78% 4.35% 2.25S.COSTA 2.10 6.60% 2.10 1.62 - - - - - - 6.50PORTUCEL 2.22 0.00% 2.24 1.69 0.16 0.16 14.14 13.88 1.94% 3.15% 3.25PT MULTIMEDIA 9.99 -0.99% 10.65 9.30 0.15 0.17 67.50 57.75 1.19% 1.05% 0.50SEMAPA 8.80 -0.68% 8.92 6.79 0.40 0.53 22.00 16.60 1.69% - 0.75ALTRI SGPS 3.40 6.92% 3.41 2.58 - - - - - - 1.50SONAECOM,SGPS 4.21 3.69% 4.55 3.35 0.12 0.16 36.61 26.31 - - 0.50IBERSOL,SGPS 7.72 2.93% 7.72 6.04 0.42 0.47 18.60 16.43 0.84% 0.97% -1.75SONAE IND.SGPS 7.72 -0.52% 8.10 5.40 0.22 0.32 35.09 24.51 - - 0.25SONAE,SGPS 1.37 0.00% 1.40 1.09 0.05 0.09 29.15 16.12 1.24% 1.82% 0.75MOTA ENGIL 4.30 1.18% 4.38 3.23 0.15 0.22 29.66 19.55 1.98% 4.65% -0.75SAG GEST 1.90 1.60% 1.90 1.69 0.17 0.16 11.52 11.88 5.79% - 4.75REDITUS,SGPS 3.57 -1.92% 3.94 3.28 - - - - 3.24% - 5.00GESCARTAO 14.12 2.32% 14.61 12.25 0.78 - 18.10 - - - 0.00

PAINEL BANCO POPULARMERCADO CONTÍNUO

Sector Acção Cotação ( Euros ) ( * ) Variação Semanal ( % ) Máximo Ano Mínimo Ano Variação em 2006 ( % ) Banca BSCH 12.10 0.92% 12.41 10.88 8.52%Consumo Cíclico INDITEX 31.88 4.87% 32.88 26.55 15.72% Energia REPSOL YPF 23.17 -0.17% 26.35 21.76 -6.08% Telecomunicações TELEFONICA 12.94 -0.46% 13.47 12.16 1.81% Telecomunicações FRANCE TELECOM 18.33 -2.03% 21.94 17.71 -12.67% Consumo Cíclico LVMH 81.25 0.87% 81.95 72.55 8.26% Química BAYER AG O.N. 33.28 -2.35% 36.81 31.59 -5.70% Banca DEUTSCHE BANK AG NA O.N. 96.44 3.37% 96.62 81.17 17.75% Telecomunicações DT.TELEKOM AG NA 13.90 -0.14% 14.39 12.80 -1.28% Auto VOLKSWAGEN AG ST O.N. 65.30 6.96% 66.30 44.70 46.38% Banca ING GROEP 32.13 0.03% 32.94 27.46 9.66%

(*)Cotações de Fecho de 04/04/2006

Stock Rating System (SRS):

sexta-feira, 07 Abril 2006 45MERCADOS

Page 62: ve_ed1145-18ef03b456626b9e... · DIRECTOR João Peixoto de Sousa N.º 1145 / 07 Abril 2006 / Semanal / 2H ALTERAÇÕES AO CÓDIGO DO TRABALHO SÃO INOPORTUNAS tima diz que só concordou

BES lança campanha publicitária bilingue dirigida a residentes estrangeiros em Portugal &Marcas

MarketingPublicidade

Pauleta é a cara da nova campanha publicitária da Pepsi. Internacional português aparecerá nas embalagens.

não lhes interessa se já é outra cidade. Indo mais longe, a cidade pode ser promovida no contexto do Douro, onde é produzido o vinho do Porto, o que me parece que faz todo o sen-tido.

VE – No âmbito do marketing de ci-dades, que importância atribui aos even-tos?

EB – Podem ser muito importantes desde que sejam acompanhados de uma boa estra-tégia de marketing de cidades. Em Portugal aconteceu o Euro 2004, que constituiu uma excelente oportunidade na medida em que uma multidão tomou pela primeira vez con-tacto com as cidades. Podem regressar ou não, dependendo da impressão que levaram.

Barcelona é excelente exemplo de uma cida-de que soube tirar partido de um evento des-portivo - os Jogos Olímpicos em 1992.

VE – Qual é a sua percepção sobre o impacto que teve o Euro 2004 na promo-ção externa das cidades portuguesas?

EB – No ano 2004 foi um grande sucesso. Uma larga audiência na Europa passou a co-nhecer as cidades portuguesas nas quais decor-reram os jogos. Durante o evento, na retaguar-da do futebol foi desenvolvida uma estratégia para dar a conhecer as cidades.

Já depois do Euro 2004, não sei se houve um seguimento no sentido de manter a aten-ção sobre as cidades no sentido de as manter no imaginário das pessoas, para que, no futuro, quando se interrogam sobre o destino de uma próxima viagem, escolham as cidades portu-guesas.

VE – Acha que a Casa da Música terá um efeito relevante na escolha da cida-de do Porto como destino turístico, pelo facto de o edifício ser da auditoria Rem Koolhaas ?

EB – Ajuda mas é muito difícil ter um se-gundo Bilbau no qual depois do Guggenheim as visitas incrementaram exponencialmente. Talvez ainda seja cedo para dizer, mas não me parece que a Casa da Música vá ter um efeito similar no Porto. Rem Koolhaas está a cons-truir em todo o mundo. Está construir um es-tádio em forma de pirâmide em Shangai...

As cidades são únicas e é importante que o considerem no desenvolvimento da sua estra-tégia de city marketing. Porto ou Lisboa não podem copiar modelos de outras cidades por-que não irão funcionar noutro contexto.

VE – Quais são para si bons exemplos de city marketing?

EB – Eu gosto particularmente da estratégia da cidade de Gotemburgo, na Suécia, que é relativamente pequena mas muito bem foca-lizada sobre quem são os turistas, os visitantes, os investidores. E tem uma organização muito boa, que é extremamente importante.

O marketing de Berlim também assenta na selectividade e focalização em grupos particu-lares.

Amesterdão tem um modelo de city mar-keting inovador que funciona porque assenta numa estratégia.

Barcelona é o exemplo tipo, que resulta dos Jogos Olímpicos. Todos passaram a ter Barce-lona no imaginário e a cidade tem desenvolvi-do um trabalho no sentido de manter essaper-cepção viva e protegê-la.

Também poderia dar-lhe maus exemplos, mas não seria muito simpático.

CATARINA [email protected]

Marketing regional é o que mais se adequa a Portugal

Fernando Oliveira, director de Marketing da Unidade de Águas

da Compal

Votado até por quem não gosta de água

com gás...Numa coluna semanal sobre os ven-

cedores dos Portugal Marketing Awards 2005, da responsabilidade da Associação Portuguesa de Profissionais de Marketing (APPM), arrancamos com o duplamente premiado Fernando Oliveira. O director de Marketing da Unidades de Águas da

Compal venceu os pré-mios “Profissional de Ma-rketing” e “Profissional Marketing Grande Consu-mo”, graças ao desempe-nho de Frize.

Lançada em 1994, a água Frize concorria num mercado de águas gasei-ficadas em que a marca líder – a Água das Pedras

- era quase confundida com uma mar-ca-produto. Para além deste aspecto, as águas gaseificadas eram vistas, em Portu-gal, como um auxílio para indisposições, que se consumia quase como um remé-dio.

A revolução do mercado das águas ga-seificadas chegou quando a Compal de-cidiu fazer com que os consumidores se apaixonassem pela marca Frize. Apostan-do no humor, a Frize lança uma campa-nha de televisão suportada na figura de Pedro Tochas, na qual o actor brincava na-turalmente, sem guião e através de men-sagens simples, com as características do produto. Em 2004/2005, a campanha é complementada com uma estratégia mul-timeios, baseada em mensagens directas e adequadas aos diferentes suportes e momentos sociais.

Em Maio de 2005, Frize assume-se como líder no mercado das águas gasei-ficadas, detendo, actualmente, 28% da quota de mercado. Em 2001, as águas com gás com sabores representavam 0,2% do total de consumo de águas ga-seificadas, tendo sido Frize a maior res-ponsável pelo alargamento do mercado, que hoje representa cerca de 20%.

De acordo com um estudo da Publivaga, Frize é a terceira marca no “top of mind” dos portugueses, detendo cerca de 70% de recordação espontânea.

A criação de um site (frize.pt) teve o objectivo de ser o ponto de encontro e interacção dos apaixonados pela Frize. O ponto de partida deste site, em 2005, foi o Concurso Slogan: Frize recebeu 25.717 propostas de slogans. Mas todas as dinâ-nicas que foram sendo propostas regu-larmente no site receberam uma enorme aceitação e adesão dos consumidores. Segundo a marca, foram propostos 6074 novos sabores, inúmeros jungles para a marca, 637 relatos sobre a nova Frize ma-racujá e já é possível fazer downloads dos melhores jongles-Frize para o telemóvel.

Frize Maracujá foi o primeiro lançamen-to de 2005. Frize colocou comunicação nos carrinhos de supermercado que exala-vam o cheiro a maracujá. Seguiu-se Frize Morango, por sugestão dos consumido-res.

Nota: Texto APPM

“Nas duas maiores cidades portuguesas, como noutras europeias, as organizações não trabalham em parceria. Se o fizessem, todos teriam melhores resultados”, constata Erik Braun, professor da Universidade Erasmus de Roterdão e membro do Euricur (European Institute for Comparative Urban Research), instituto fundado pelos presidentes das câmaras de Barcelona e de Roterdão em 1989. Numa entrevista à “Vida Económica” à margem da Conferência Ibérica de Marketing das Cidades, que decorreu no Porto, promovida pelo Instituto Português de Administração e Marketing (IPAM), o investigador afirma que o modelo de marketing regional é o que mais se adequa a Portugal. E exemplifica: “o Porto, enquanto destino, é indissociável do outro lado do rio, e aos visitantes não lhes interessa se já é outra cidade”.

Vida Económica – O que é que caracte-riza o city marketing?

Erik Braun – Basicamente, trata-se da utili-zação dos conceitos e estratégias do marketing pelas cidades. Mas é diferente fazer um plano de marketing para a Coca-cola, por exemplo, ou para uma cidade. A cidade não é apenas um produto, mas vários produtos, pessoas, ideias...

Por outro lado, o marketing não deve ser considerado apenas comunicação, como acon-tece em muitas cidades, em que assenta apenas em campanhas e publicidade. Marketing passa também pelo desenvolvimento de novos pro-dutos; por trabalhar com outras cidades, pela investigação sobre as expectativas dos residen-tes, das empresas e dos visitantes.

VE – Como é que analisa o marketing das cidades portuguesas?

EB – Tenho que ser cauteloso com o que digo porque não estudei os casos Lisboa, Porto, ou qualquer outra cidade portuguesa. O que posso dizer-lhe resulta da minha percepção e não da minha investigação. Penso que as duas maiores cidades portuguesas têm problemas similares a outras cidades europeias: as orga-nizações não trabalham conjuntamente, em parceria. Se o fizessem, todos teriam melhores resultados.

VE – O que diferencia o marketing de cidades do marketing de países?

EB – Depende de quem é a audiência. Dada a dimensão de Portugal, na vertente de turis-mo, faz sentido que seja feita a promoção do país. Mas o city marketing não é só dirigido aos turistas ou visitantes, é-o também aos resi-dentes, que são o alvo mais importante; às em-presas e aos investidores. A abordagem pode ser nacional, mas tem que ser também à escala das cidades ou das regiões.

Não vejo um conflito entre os níveis de ma-rketing nacional e local. Podem-se desenvolver os dois em paralelo, de acordo com as audi-ências.

Posso dar-lhe um exemplo. Muitas cidades europeias estão a olhar para a China, focaliza-das sobretudo nos seus potenciais investidores. Para este público-alvo, faz claramente sentido a promoção de regiões... No caso português parece-me que o marketing regional faz mais sentido do que o nacional ou de cidades. Por exemplo, o Porto, enquanto destino, é indis-sociável do outro lado do rio, e aos visitantes

“Porto ou Lisboa não podem copiar modelos de outras cidades porque não irão funcionar noutro contexto”, previne o investigador Erik Braun.

sexta-feira, 07 Abril de 2006MARKETING, MARCAS E PUBLICIDADE46

Page 63: ve_ed1145-18ef03b456626b9e... · DIRECTOR João Peixoto de Sousa N.º 1145 / 07 Abril 2006 / Semanal / 2H ALTERAÇÕES AO CÓDIGO DO TRABALHO SÃO INOPORTUNAS tima diz que só concordou

NOTA DE FECHO

Um quadro instávelO actual Código do Trabalho teve o mérito de agregar

e estruturar as normas laborais que anteriormente se en-contravam dispersas. Mas mu-dou muito pouco na filosofia e nos princípios introduzidos no pós 25 de Abril, mantendo um quadro legal rígido, inspirado no conceito do emprego para a vida e pouco favorável à mobilidade e à progressão de carreira dos em-pregados.

Apesar dos protestos por par-te dos sindicatos, as principais - e quase únicas - mudanças de vulto, resumiram-se às novas re-gras da contratação colectiva e à não reintegração do trabalhador

nas pequenas empresas, em caso de despedimento sem justa causa.

Entretanto, o aumento do número de dias de férias fez com que Portugal reforçasse a sua posição entre os países europeus que mais férias atribuem e mais dias feriados observam, redu-zindo o tempo efectivo de trabalho.

O novo Código do Trabalho tornou também obrigatória a formação profissional para todos os empregados, o que é positivo na medida em que contribui para o aumento das qualificações dos activos, mas aumenta o custo do trabalho para as empresas.

Ainda que o novo Código estivesse longe de corresponder às expectativas quanto a uma verdadeira reforma do mercado de trabalho, esperava-se para os próximos anos um período de estabilidade legislativa neste domínio. O próprio Código apontava para um período de quatro anos de aplicação, se-guindo-se uma revisão de acordo com a experiência entre-tanto obtida.

Mas, essa expectativa de estabilidade não se confirma. Ou porque entendeu que o novo Código foi obra de um Gover-no anterior, ou porque havia compromissos partidários em causa, o Governo não resistiu à tentação de alterar as nor-mas em vigor. E fê-lo com especial incidência na contratação colectiva, onde o impacto do Código do Trabalho era mais visível.

O processo de alteração não deixa de ser estranho. O novo diploma esteve na gaveta mais de seis meses após ser apro-

vado. Reserva ao Estado um papel acrescido na contratação colectiva, revelando uma atitude algo paternalista. Inevitavel-mente, o processo irá tornar-se mais lento e pesado, o que não traz vantagens nem para as empresas nem para os seus trabalhadores.

Além do reflexo negativo directo, estas mexidas dão um sinal preocupante quanto à falta de estabilidade das normas que regem a actividade económica.

Tal como surgiram agora estas alterações fora do tempo, outras se seguirão. Quando as normas do novo Código não tinham sido ainda completamente testadas no terreno, são al-teradas. Os destinatários são obrigados agora a fazer um esfor-ço de adaptação às novas regras, que pode servir de pouco.

Entretanto, haverá já quem esteja a pensar na próxima alte-ração ás normas laborais.

O cenário de instabilidade das normas que regem os agen-tes económicos tem custos elevados e não apresenta quaisquer vantagens. Desvaloriza as próprias normas a afecta a sua eficá-cia ao transmitir a ideia de que todas elas são temporárias não passando de medidas transitórias.

O excesso de intervenções legislativas não deixa de ser uma medida da ineficácia governativa. O nosso país já tem excesso de normas em praticamente todas as áreas. Mais importan-te que introduzir constantes alterações às normas existentes, afectando a sua coerência e a sua aplicabilidade, seria simpli-ficá-las, tornando-as mais compreensíveis para os destinatá-rios.

Para já as empresas e os cidadãos continuam a ter que en-frentar um quadro legal em permanente mudança e nem sempre na direcção correcta

João Luís de SousaDirector Adjunto

N.º 1145 / 07 Abril 2006

O novo diploma esteve na gaveta mais de seis meses após ser aprovado. Reserva ao Estado um papel acrescido

na contratação colectiva, revelando uma atitude algo paternalista.

O risco do duopólio e o lóbi sobre os for-necedores são alguns dos alertas deixados por António Coimbra, vice-presidente da Vodafone Portugal, sobre a hipótese de uma fusão TMN/Optimus. No final do jantar da APDC, o gestor disse à “VE” que a eventual existência de um operador móvel com 63% do mercado criará uma situação de domínio de uma das empresas, já que dominará as co-municações móveis, mas também a impor-

tante área dos conteúdos, onde a Sonaecom é muito forte. Acresce a esta situação de duo-pólio a capacidade de pressão e o “poder de lóbi” sobre os fornecedores de equipamentos e serviços, situação que iria alterar as condições de concorrência. António Coimbra lembrou as dificuldades que a concorrência criou há cerca de quatro anos quando a Vodafone se posicionou para uma eventual aquisição da Optimus.

António Coimbra alerta para os riscos da fusão entre Optimus e TMN

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Boletim do ContribuinteToda a Actualidade Fiscal cada quinze dias www.boletimdocontribuinte.pt

REVISTA DE INFORMAÇÃO FISCAL

O mercado de automóveis ligei-ros registou em Março uma descida de 0,8% face a 2005, para 27 071 unidades, uma quebra que no acu-mulado do primeiro trimestre do ano atinge 2,2%, com um total de 68 765 automóveis comercializados. Com 20 847 unidades, os ligeiros de passageiros desceram 1,3% face a Março do ano passado, situando-se o acumulado, com 51 916 veículos, 2,4% abaixo do registado no período homólogo de 2005. O desempenho

dos comerciais ligeiros foi menos ne-gativo, já que as 6224 unidades co-locadas em Março representam mais 0,9% do que no ano passado. Ainda assim, o primeiro trimestre fechou com uma queda de 1,7%, com 16 849 unidades comercializadas. O único segmento com um balanço positivo é o dos pesados, que apre-sentou em Março um crescimento de 14,7% para umas residuais 522 unidades. Em termos trimestrais, foram colocados 1518 veículos, o

Mercado automóvel teve primeiro trimestre de estagnação

que representa uma subida de 9,2%. Preocupadas, as associações do sector defendem a implantação de medi-das que contrariem a tendência de estagnação do mercado. A Associa-ção Nacional do Ramo Automóvel, por exemplo, refere-se a uma nova fórmula de cálculo do Imposto Au-tomóvel e ao alargamento da possi-bilidade de dedução do IVA em caso de uso profissional aos automóveis de passageiros, que juntariam aos co-merciais ligeiros.

Grupo Lena investe 150 milhões no AlgarveO grupo Lena anunciou a entrega da candidatura ao con-

curso público, aberto pela Câmara Municipal de Portimão, para a concepção, financiamento e execução de um projecto de desenvolvimento urbanístico integrado. O projecto Bar-ranco do Rodrigo prevê um investimento de 150 milhões de euros e criação de cerca de 1400 postos de trabalho directos.

O empreendimento está estruturado em três áreas, ha-bitacional (200 moradias), comercial (centro comercial) e equipamentos e infra-estruturas a ceder à autarquia. O projecto deverá estar totalmente concluído num prazo de cinco anos. A diferenciação consiste num espaço verde com uma área superior a 11 hectares. Para a área comer-cial, a proposta consiste num só edifício. A área desportiva conta com toda uma série de equipamentos, incluindo um estádio de futebol. A proposta apresentada considera as exigências colocadas pelo futuro PROTAL.

Comissão Europeia apresenta uma nova “Bolkestein”

A famosa directiva “Bolkestein” – a norma comunitária que liberaliza o sector dos serviços – volta a dar que falar. Depois de uma série de pressões e discussões, a Comissão Europeia vem a público com uma “Bolkestein”, podemos dizer, renovada. As principais novidades? De acordo com aquilo que foi divulgado - o comissário responsável pela área, Charlie McCreevy, acredita que, ainda este ano, a nor-ma será aprovada pelo Parlamento e Conselho de Ministros – a exclusão de uma série de serviços, como por exemplo os cidados de saúde ou a fiscalidade, e a substituição do prin-cípio de origem pela ‘liberdade de prestação de serviços, na União Europeia, sem discriminações’. O que sobra, então, da anterior “Bolkestein”? Aqui, podemos dizer que o mais consensual: os serviços de interesse económico geral ou os serviços jurídicos. Importante referir ainda que a legislação laboral não será afectada por esta directiva.

(continuação da página 1)Em termos de circulação paga, a

“Vida Económica” teve um aumento de 8,4%, atingindo uma média de 15 548 exemplares por edição. Em segundo lugar, surge o “Diário Eco-nómico” com 11 956 exemplares.

O “Semanário Económico” regis-tou uma queda na circulação, baixan-do para 10 560 exemplares. Por seu turno, o “Jornal de Negócios” teve vendas médias de 7288 por edição.

A evolução favorável da circulação da “Vida Económica”, num contexto desfavorável à imprensa especializada,

Crescimento de 8,4% em 2005

“Vida Económica” reforça liderança nos jornais económicosDois diários e dois semanários no mercado

Vida Económica Diário Económico SemanárioEconómico

Jornal de Negócios

15.548

11.956

10.56

7.288

deve-se à boa implantação nos meios empresariais e à imagem de credibilidade da sua informação.

Para 2006, as expecta-tivas continuam favorá-veis, sendo previsível um novo aumento da quota da “Vida Económica” no segmento dos jornais eco-nómicos. A introdução da nova imagem gráfica foi bem aceite pelo mercado, contribuindo para a subi-da das vendas em banca.

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