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SOLUÇÕES PARA INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS EM SISTEMAS DE CLIMATIZAÇÃO VIA ESTABILIZAÇÃO DAS PRESSÕES DIFERENCIAIS ESTUDO DE CASO: CARLOS GOMES 222, PORTO ALEGRE/RS Eng. Mec. Rafael Buratto Especialista em Construções Sustentáveis [email protected]

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  • SOLUES PARA INSTALAES HIDRULICAS EM

    SISTEMAS DE CLIMATIZAO VIA ESTABILIZAO

    DAS PRESSES DIFERENCIAIS

    ESTUDO DE CASO: CARLOS GOMES 222,

    PORTO ALEGRE/RS

    Eng. Mec. Rafael Buratto

    Especialista em Construes Sustentveis

    [email protected]

  • Alcanar o sucesso em um projeto de climatizao significa gerar conforto para os

    usurios, ter um custo operacional baixo e

    manter o investimento otimizado na etapa de

    execuo do sistema de climatizao.

  • O projeto eficaz e econmico em sistemas de gua afetado por complexas

    relaes entre os vrios componentes do sistema. As temperaturas de

    projeto da gua, a taxa de vazo, o projeto da tubulao, a seleo da

    bomba, a seleo das unidades terminais e o mtodo de controle, esto

    todos interligados. O tamanho e complexidade do sistema ir determinar a

    importncia destas relaes para o sucesso na operao.

    (HVAC Systems and Equipment - ASHRAE, 2004, p.12.1)

  • Problemas comuns em sistemas de gua gelada

    o Sistema hidrulico complexo;

    o Difcil balanceamento das vazes nas unidades terminais;

    o Vlvulas de controle com baixa autoridade;

    o Rudos nas vlvulas de controle;

    o Grandes variaes de temperatura nos ambientes climatizados;

    o O t da gua gelada no lao secundrio menor que o projetado;

    o A vazo de gua gelada no lao secundrio maior que a projetada;

    o Mesmo com sobra de capacidade nos resfriadores de lquido no se

    consegue atender a carga trmica em alguns momentos.

  • Vlvulas de Duas Vias, Igual Percentagem (IPM)

    o Interface entre a lgica de controle e os trocadores de calor;

    o A caracterstica no linear de um trocador de calor compensada pela

    vlvula de controle com caractersticas opostas.

    Fonte: Autor adaptado de Petitjean, 2012, p.146.

    o Kv, a vazo de gua gelada na unidade m3/h, para a

    queda de presso de 1 bar estando a vlvula 100%

    aberta.

  • Vlvulas de Duas Vias, Igual Percentagem (IPM)

    o O disco caracterizador o responsvel por tornar uma vlvula,

    originalmente de rpida abertura, em uma vlvula de igual percentagem

    modificada.

    Fonte: Autor adaptado de Contimetra, 2012, p.23.

  • Autoridade e seleo das vlvulas de controle

    o Uma vlvula de controle, ao restringir a vazo de gua gelada, provoca

    uma reduo na perda de presso dos demais componentes.

    o Uma vlvula de controle 100% aberta est sujeita presso disponvel

    menos as perdas de carga do trocador de calor e acessrios da tubulao

    p .

    o Uma vlvula de controle fechada faz desaparecer as perdas nos demais

    componentes p .

    o A autoridade de uma vlvula de controle ( ) encontrada com a relao:

    =pmin

    pmax

  • Autoridade e seleo das vlvulas de controle

    o Vlvulas superdimensionadas no tero autoridade suficiente para

    resultar num adequado controle na temperatura do ambiente.

    o Vlvulas subdimensionadas tero autoridade, mas iro imputar maiores

    perdas de carga no sistema hidrulico.

    o O uso de uma vlvula sem autoridade, associado a sistemas sem

    controle sobre a presso diferencial, acarreta a passagem de gua

    gelada em vazes maiores que as necessrias. Quanto maior for a perda

    de autoridade, maior ser esta sobre vazo e maiores sero os prejuzos

    para o t da gua gelada.

  • Vlvulas de balanceamento esttico

    o Utilizadas para ajuste das vazes

    operando a plena carga;

    o Substituem, com vantagem, os

    registros globo;

    o Substituem a vlvula de bloqueio;

    o Possuem dreno para esgotar a gua

    da unidade terminal no caso de

    manuteno.

    Cortesia Oventrop

  • Vlvulas de balanceamento esttico

    o Utilizada em srie com as vlvulas de

    controle, restringe a vazo mxima; Cortesia TA

    o Desvantagem de ter Kv fixo, dificultando

    a escolha do modelo mais adequado em

    algumas situaes.

    o Conforme Petitjean (2012, p.248): "Uma instalao bem projetada

    e bem executada pode ter uma distribuio equitativa das vazes

    e, portanto, das capacidades. No entanto, ainda necessrio

    restringir os fluxos em unidades favorecidas, a fim de obter a vazo

    suficiente para outros circuitos.

  • o Possibilidade de leitura da vazo com equipamento adequado;

    o Rpido diagnstico de problemas.

    As vlvulas de balanceamento so essenciais. Se existe uma falha durante a

    operao normal e uma vlvula de controle se abrir, ento pode ocorrer um grande

    acrscimo na vazo (curto circuito) nesta unidade terminal, se no houver uma vlvula

    de equilbrio. Ocorre uma queda na presso do sistema hidrulico, e todas as demais

    vlvulas de controle comearo a abrir para competir pelo fluxo. Sem equilbrio, uma

    perturbao em uma parte do sistema vai se espalhar para todo o sistema, e vai

    demorar algum tempo at que a estabilidade seja restaurada.

    (BELIMO, 1999, p.15)

    Vlvulas de balanceamento esttico

  • Vlvulas de balanceamento dinmico

    Cortesia TA

    o Estabilizam a presso diferencial;

    o Aplicao de forma localizada;

    o Aplicao em ramais;

    o Simplificam sistemas complexos;

    o Mantm a autoridade da vlvula de

    controle;

    o Indispensveis em sistemas onde no

    ocorre alterao na rotao das

    bombas correndo sobre a curva da

    bomba;

    o O comissionamento pode ser executado

    em etapas;

    o Tornam o sistema hidrulico menos

    interativo.

  • Sndrome do baixo t

    o A potncia gerada por uma central trmica est diretamente relacionada com a

    vazo e com o t da gua em circulao pelo sistema. Utilizando unidades do SI e

    para sistemas que utilizam gua sem aditivos teremos:

    Q=m.4,186.t

    Sendo: Q =(kW); m =( kg/s); t ( C)

    A reduo no t da gua em circulao pelo sistema acarreta:

    o Maior vazo de gua gelada para mesma capacidade frigorfica;

    o Maior consumo de energia no bombeamento;

    o Resfriadores de lquido recebem gua em temperaturas mais baixas;

  • "Embora geralmente o problema relatado seja a reduo no diferencial de

    temperatura no lado da gua, o problema real est no correspondente aumento

    na vazo de gua em circulao. Especialmente em condies de cargas parciais

    quando a vazo no secundrio aumenta em relao carga de refrigerao e

    mais resfriadores de lquido e torres de arrefecimento so necessrias para

    manter os requisitos de vazo do sistema, mesmo que os limites de capacidade

    de refrigerao dos resfriadores ainda no tenha sido atingido. Ambos, o alto

    consumo de energia de bombeamento, bem como reduo da eficincia dos

    resfriadores que operam em condies de baixa carga, podem levar a uma

    diminuio da eficincia global do sistema de gua gelada.

    (HENZE, 2013, p.102)

  • Sndrome do baixo t

    Formas para mitigar a degradao do t em sistemas de gua gelada so:

    o Manuteno lado gua e lado ar.

    o Eliminar o uso de vlvulas de trs vias para controle das unidades terminais;

    o Selecionar as vlvulas de controle, autoridade e presso de close-off;

    "Vlvulas de controle superdimensionadas fazem que o controlador cae a

    vazo ideal de gua gelada, alternando a abertura e o fechamento da vlvula

    buscando acertar o set point. A vazo que passa pela vlvula nesta situao

    maior do que a desejada, e, assim, o delta-T reduzido" Taylor (2002, p.644)

    o Presso diferencial estvel sobre a vlvula de controle;

    o Utilizar vlvulas para balanceamento esttico nas unidades terminais;

    o Ajuste correto no set point de temperatura dos ambientes;

    o Limitar temperatura ambiente mnima na automao.

  • Bomba centrfuga com vazo varivel

    o Promove reduo no consumo de energia;

    o Estabiliza a presso diferencial;

    () = .

    100,58. =

    .

    75.

    Sendo: Q=(l/s), p=(mca), =Rendimento

    o Promove reduo no consumo de energia;

    o Estabiliza a presso diferencial;

    o Permite controle com menor autoridade;

    o Ponto de medio;

    o Set point.

  • o Leis de Afinidade ou Leis das Bombas

    Vazo e Rotao 2 = 12

    1

    Vazo varia com relao linear em relao variao de rotao;

    Presso e Rotao 2 = 12

    1

    2

    Presso varia com uma relao quadrtica em relao vazo e rotao;

    Potncia e Rotao 2 = 12

    1

    3

    Potncia varia com uma relao cbica em relao vazo e rotao.

    Bomba centrfuga com vazo varivel *

  • o Edifcio Comercial com pavimentos corporativos entregues com o sistema de

    climatizao pronto para utilizao.

    o Projeto conceitual desenvolvido pelo Eng. Vitrio Presotto, adota sistema de

    climatizao do tipo expanso indireta com a utilizao de gua como fluido

    intermedirio.

    o A produo de gua gelada utiliza dois resfriadores de lquido Carrier, condensao a

    ar, associados em srie. Cada resfriador de lquido conta com 8 estgios de

    capacidade.

    o Bomba primria nica, dimensionada para vencer as perdas de carga dos dois

    resfriadores de lquido, mais a perda imposta por tubulaes e acessrios deste lao

    hidrulico.

    Carlos Gomes 222

  • o t do lao secundrio, previsto para ser de 10,0C a 11,0C;

    o t dos resfriadores de lquido, previstos para ser de 5,0C a 6,0C;

    o Tubo comum entre produo e consumo. Circuitos desacoplados;

    o Utiliza vlvulas de controle de duas vias nas unidades terminais;

    o Bomba do secundrio tem vazo varivel controlada por presso diferencial;

    o Utiliza Vlvulas de controle da presso diferencial em ramais;

    o Sistema de automao com ajustes independentes para as zonas climatizadas;

    o Limitao na temperatura mnima para ajuste do set point dos ambientes;

    Carlos Gomes 222

  • o Dados de seleo dos resfriadores de lquido, plena carga.

    Carlos Gomes 222

    Resfriador Resfriador 1 Resfriador 2

    Modelo Carrier, 30GXE267386S Carrier, 30GXE267386S

    Capacidade Total (kW) 1005 880

    Potncia Eltrica (kW) 354 327

    COP (kW/kW) 2,84 2,69

    Vazo AG (l/s) 42 42

    Temp. entrada AG (C) 16,7 11,0

    Temp. sada AG (C) 11,0 6,0

    tC 5,7 5,0

    P (kPa) 57 57

  • o Fotografia com vazes e temperaturas de gua previstas para plena carga

    Carlos Gomes 222

  • o Fotografia com vazes e temperaturas para carga parcial, em torno de 50%.

    Carlos Gomes 222

  • Dimensionamento das vlvulas de balanceamento esttico e das

    vlvulas de controle de duas vias

    o Kv adotado para

    vlvula de controle,

    pode atenuar ou

    agravar diferenas;

    o Trocadores de calor

    com diferentes p;

    o Distncias e bitolas

    diferentes;

    o Menos favorecido

  • o Detalhamento dos componentes;

    o Dimensionamento das tubulaes;

    o Dimensionamento da V2V;

    o Dimensionamento da VB.

    Detalhe de montagem da rede hidrulica

    para instalao da unidade terminal

  • Item Unidade Term. Oeste Unidade Term. Centro Unidade Term. Sul Unidade Term. Norte

    1 Perda em tubulaes (kPa): 6,761 6,143 4,946 4,031

    2 Perda em conexes (kPa): 2,073 3,129 1,414 1,131

    3 Perda na Vlvula de Controle (Kpa): 39,069 30,863 19,132 27,038

    4 Perda no trocador de calor (kPa): 6,847 22,436 12,478 10,310

    Subtotal 54,750 62,570 37,970 42,510

    5 Perda na V. Balanceamento (kPa): 11,320 3,500 28,100 23,560

    6 Perda Total interno a C. Mquinas (Kpa): 66,070 66,070 66,070 66,070

    7 Vazo de gua Gelada (l/s): 0,28 0,97 0,19 0,36

    8 Kvs utilizado 1,60 6,30 1,60 2,50

    9 Autoridade para V2V com 100% da vazo: 0,59 0,47 0,29 0,41

    10 Bitola - modelo da V2V 1/2"- VG1241AE 3/4" - VG1241BL 1/2" - VG1241AE 1/2" - VG1241AF

    11 Vlvula de balanceamento: TA - STAD 20 - 3/4" TA - STAD 40 - 1 1/2" TA - STAD 20 - 3/4" TA - STAD 20 - 3/4"

    12 Pr ajuste da Vlvula de Balanceamento: 2,59 voltas 3,91 voltas 1,58 voltas 2,43 voltas

    Casa de mquinas Pavimento Tipo - Conjuntos final 01 - Unidade terminal menos favorecida a Centro

    Dimensionamento das vlvulas de balanceamento esttico e das

    vlvulas de controle de duas vias

    o O ponto de ajuste das vlvulas de balanceamento encontrado

    utilizando-se a perda de presso que deve ser adicionada.

    o O comissionamento fica facilitado pela existncia de um ponto de

    ajuste calculado.

  • o As colunas hidrulicas do

    lao secundrio esto

    interligadas com cada uma

    das casas de mquinas

    dos conjuntos do

    pavimento tipo, mediante o

    uso de uma vlvula de

    balanceamento esttico na

    alimentao e de uma

    vlvula de balanceamento

    dinmico no retorno da

    gua gelada.

    Dimensionamento das vlvulas de balanceamento dinmico

    Fonte: Autoria prpria.

  • o Os dados utilizados para a seleo so os apresentados na tabela anterior:

    o Perda de carga total interna da casa de mquinas, 66,070 kPa;

    o Vazo de gua gelada, somatrio das vazes das unidades terminais, 1,80 l/s.

    o Resultado do selecionamento, presso diferencial interna 66,1 kPa e a presso

    mnima na coluna hidrulica,77 kPa.

    o Indica os ajustes que devero

    ser feitos na etapa de

    balanceamento, com posio 4

    voltas para a vlvula STAD e 41

    voltas para a vlvula STAP.

    o Os ajustes podem ser copiado

    para as demais casas de

    mquinas

  • o Gerao de nova curva para o dimetro do rotor utilizado e, posteriormente,

    gerao das curvas para as rotaes resultantes da reduo da frequncia;

    o Os valores so estimativos, visto que os dados foram originados na leitura de

    pontos em uma curva impressa do fabricante de bombas Worthington;

    o Gerao da curva do sistema, com o clculo da perda de carga para vazo de

    100% e posteriores redues de perdas de carga novas vazes em cargas parciais;

    o O rendimento da bomba para o ponto de seleo em 60Hz de aproximadamente

    75%, sendo possvel estimar as novas potncias consumidas;

    o Considerando um rendimento de 85% para o motor eltrico e de 90% para o

    inversor de frequncia, a eficincia total resulta em aproximadamente 57%.

    o Deve ser fixado na programao dos parmetros de rotao da

    bomba a vazo mnima que esta pode trabalhar sem que ocorra

    recirculao de gua na voluta.

    Selecionamento da bomba utilizada no lao secundrio

  • Selecionamento da bomba utilizada no lao secundrio

    Fonte: Autoria prpria.

  • Estimativa da Potncia Consumida Bomba Secundrio

    Item Frequncia Vazo (m3/h) Vazo (l/s) Presso (mCA) * Potncia consumida

    1 60 Hz 167 46,389 20,0 0,57 16,18

    2 55 Hz 152 42,222 18,2 0,57 13,40

    3 50 Hz 138 38,333 16,6 0,52 12,17

    4 45 Hz 121 33,611 15,1 0,52 9,70

    5 40 Hz 105 29,167 13,6 0,50 7,89

    6 35 Hz 87 24,167 12,0 0,50 5,77

    7 30 Hz 68 18,889 10,6 0,47 4,24

    8 25 Hz 41 11,389 9,0 0,40 2,55

    Estimativa da Potncia Consumida - Bomba Secundrio - Carlos Gomes 222

    Fonte: Autoria prpria.

    Selecionamento da bomba utilizada no lao secundrio

  • Central Trmica Carlos Gomes 222 Porto Alegre - RS *

    Resfriadores Carrier 30GXE 267

  • O funcionamento do sistema de climatizao do Carlos Gomes 222, sem significativas

    variaes nas temperaturas internas e com o integral atendimento das cargas trmicas, um

    indicativo de que as vlvulas de controle atuam sem sofrer a interferncia de variaes nas presses

    diferenciais, no ocorrendo a perda de autoridade ou distores nas caractersticas de igual

    percentagem destas. A inexistncia de rudos anormais, quando em cargas parciais, outro

    indicativo de que a estabilizao das presses diferenciais evita o acrscimo na presso sobre a

    vlvula de controle.

    O t no lao secundrio, mesmo sofrendo alguma variao durante a operao, permanece

    prximo aos 10C projetados, sendo mantida a vazo de gua gelada tambm dentro de valores

    previstos.

    O comissionamento nas redes hidrulicas foi feito em etapas e sem a interferncia entre

    circuitos. O sistema hidrulico deixou de ser interativo. Podem ser feitas alteraes nos ajustes das

    unidades terminais em uma casa de mquinas sem que esta alterao provoque um desequilbrio

    de vazes no restante do sistema.

    O uso de sistemas de controle de presso diferencial comprovou ser til para

    mitigar a degradao do t no lao secundrio.

  • Muito Obrigado!

    Eng. Mec. Rafael Buratto Especialista em Construes Sustentveis

    [email protected]