variabilidade fenotÍpica em genÓtipos de acerola1

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Page 1: VARIABILIDADE FENOTÍPICA EM GENÓTIPOS DE ACEROLA1

Pesq. agropec. bras., Brasília, v.35, n.11, p.2205-2211, nov. 2000

VARIABILIDADE FENOTÍPICA EM GENÓTIPOS DE ACEROLA 2205

VARIABILIDADE FENOTÍPICA EM GENÓTIPOS DE ACEROLA1

JOSÉ EVERALDO GOMES2, DILERMANDO PERECIN3,ANTONIO BALDO GERALDO MARTINS4 e EDUARDO JOSÉ DE ALMEIDA5

RESUMO - As medidas de variabilidade fenotípica, correlações, efeitos diretos e indiretos na aceroleira(Malpighia emarginata DC.) da região de Itápolis, SP, objetivaram direcionar o processo seletivo degenótipos. Os parâmetros comprimento e largura média de folhas, altura de planta, diâmetro de copa,peso médio de fruto, peso médio de polpa/fruto, peso médio de 20 frutos e peso médio de polpa por20 frutos mostraram diferenças quanto a genótipos e épocas. Em acidez, tamanho e largura média defruto, as diferenças são exclusivas em relação a épocas, sugerindo ações de condições climáticas. A alturaé um bom parâmetro tipificador na diferenciação e seleção de genótipos. As condições meteorológicaspodem influenciar marcadamente em caracteres tecnológicos (acidez) e em medidas dos frutos. Desta-caram-se as associações positivas entre comprimento de folhas com tamanho e peso de frutos e ascorrelações negativas destes com vitamina C; seguida de correlações positivas e significativas de tama-nho com largura de frutos. Dos efeitos diretos sobre vitamina C, relacionam-se os efeitos de Brix ediâmetro de copa como positivos. Contudo, nas condições estudadas, as medidas das folhas estãoassociadas positivamente com tamanho e peso dos frutos e negativamente com vitamina C. Além disso,observa-se que as medidas dos frutos associam-se positivamente com os caracteres de peso e rendi-mento, que estão negativamente associados com vitamina C. A seleção sobre Brix pode direcionarganhos em polpa e em vitamina C.

Termos para indexação: Malpighia emarginata, métodos de melhoramento, seleção, critérios de sele-ção, ganho genético, condições meteorológicas, melhoramento de plantas.

PHENOTYPIC VARIABILITY IN WEST INDIAN CHERRY GENOTYPES

ABSTRACT - The measures in the phenotypic variability, correlation, direct and indirect effects in theWest Indian cherry (Malpighia emarginata DC.), from Itápolis, São Paulo State, Brazil, aimed to sub-sidize the management of the selective process in the genotypes. The parameters length and width ofleaves, height of plant, diameter of canopy, weight medium of fruit, weight of pulp/fruit, weight me-dium of 20 fruits and weight medium of pulp of 20 fruits, showed differences for genotypes and date ofevaluation. The differences of acidity, size and width medium of fruit are exclusive for dates, suggest-ing actions of climatic conditions. The height is a good parameter leading to the differentiation forselection of genotypes. The meteorological conditions can influence remarkably the acidity and di-mensions of the fruit. Positive associations among leaf length and the parameters that define size andweight of fruits and negative correlation of these parameters with vitamin C were observed; so aspositive correlation of size and width of fruits. Brix and canopy diameter were positively correlatedwith vitamin C. Measures of the leaves are associated positively with size and weight of the fruits andnegatively with vitamin C in the studied conditions. The measures of the fruits are directly associatedwith the characters of weight and yield, that are inversely associated with vitamin C. The selection onBrix can manage the gain in pulp and vitamin C.

Index terms: Malpighia emarginata, breeding methods, selection, selection criteria, genetic gain,meteorological elements, plant breeding.

1 Aceito para publicação em 19 de janeiro de 2000.Extraído da tese de doutorado apresentada pelo primeiro autorà Universidade Estadual Paulista (UNESP). Projeto financiadopela FAPESP.

2 Biól., M.Sc., Dep. de Ciências Exatas, FCAV, UNESP, Rod.Paulo Donato Castellani, km 5, CEP 14870-000 Jaboticabal, SP.

3 Eng. Agrôn., Prof. Titular, Dep. de Ciências Exatas, FCAV,UNESP. Bolsista do CNPq. E-mail: [email protected]

4 Eng. Agrôn., Dr., Prof. Assistente, Dep. de Horticultura, FCAV,UNESP. E-mail: [email protected]

5 Eng. Agrôn., Dep. de Horticultura, FCAV, UNESP.

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J.E. GOMES et al.2206

INTRODUÇÃO

A acerola (Malpighia emarginata DC.), conheci-da como cereja das Antilhas, é uma planta arbustivacom dois a três metros de altura, de ramos densos eespalhados, folhas opostas e flores em cachos axila-res com três a cinco unidades (Couceiro, 1985). Foiconsiderada, por Araújo & Minami (1994), a plantada década de 90, por causa da riqueza de seus frutosem vitamina C.

O mercado consumidor da acerola no Brasil é pre-dominante nas regiões quentes, em virtude do hábitode ingestão de sucos. A demanda ocorre no mercadointerno sob as formas de frutos in natura ou congela-dos como polpa. O mercado externo, que busca naacerola principalmente a fonte de vitamina C, con-some mais o produto na forma de polpa.

Referindo-se ao binômio vitamina C e luminosida-de, Murphy (1938) refere-se aos autores Bracewellet al. (1931), Birch et al. (1933), McHenry & Graham(1935) e Todhunter (1936), que indicam a luz comoum dos muitos fatores que influenciam a produçãode vitamina C. Winston (1947), Brown (1955) eMalavolta et al. (1956) observaram que a quantida-de dessa vitamina aumenta em frutos de espéciesvegetais expostos diretamente ao sol e a altas inten-sidades luminosas. Também Nakasone et al. (1966),analisando o efeito da radiação solar no conteúdo deácido ascórbico nos frutos da aceroleira, em cinconíveis de luminosidade, concluíram que a reduçãono teor desse ácido em plantas com 75% de som-breamento foi de 17%, quando comparadas com asque não sofreram restrição da luz solar.

Arostequi & Pennock (1955) obtiveram um con-teúdo médio em vitamina C de 2% e um rendimentode 59% a 73%, em relação ao peso do fruto. Arostequiet al. (1955) destacaram que o teor de vitamina C nofruto varia em razão da época da colheita.

Outra conotação na variação da vitamina C emfrutos de acerola foi observada por Teixeira & Aze-vedo (1995) quando relataram que uma vez satisfei-ta as exigências térmicas, maior disponibilidadehídrica proporciona maior produção de ácidoascórbico pela planta até um certo limite, a partir doqual o excesso hídrico é prejudicial; chuvas excessi-vas provocam a formação de frutos aquosos e menosricos em açúcar e vitamina C (Simão, 1971).

A variabilidade existente nos pomares brasileirosé acentuada, notavelmente em regiões onde o plan-tio estabeleceu-se através de pés francos. Assim,objetivou-se neste trabalho avaliar a variabilidadefenotípica em genótipos de acerola e analisar as cor-relações, efeitos diretos e indiretos entre as variáveisestudadas, para que se processe e direcione a sele-ção dos genótipos que atendam aos mercados de con-sumo interno e externo.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido em um pomar comercialnão-irrigado, de aproximadamente seis anos, na região deItápolis, São Paulo, em área caracterizada como ArgissoloVermelho-Amarelo e inserida nas seguintes coordenadas:21o35' de latitude Sul e 48o47' de longitude Oeste e 560 mde altitude (Dicionário..., 1970).

O pomar era composto por um total de 3.000 plantascom grande variabilidade fenotípica. Dessas, as 12 me-lhores foram selecionadas para estudo, sendo devidamen-te marcadas, podadas e manejadas convenientemente.

Realizaram-se avaliações mensais em folhas, frutos eplantas, no período de dezembro/97 a março/98. Em folhas,foram medidos comprimento e largura. Em frutos, foramavaliados, tamanho, largura, peso e peso de polpa. Tam-bém foram avaliados peso de 20 frutos, peso de polpa de20 frutos, peso médio de 20 frutos, em três amostras; pesomédio de polpa em três amostras de 20 frutos, rendimentode polpa em três amostras, quantidade de vitamina C (em100 mL de suco pelo método do iodo), acidez e Brix.Na planta, foram medidos altura, diâmetro de copa, cres-cimento total em 20 ramos e crescimento médio de ramos.

As análises de variância foram obtidas por meio doPROC GLM do SAS; modelo com genótipos e épocas,sem interações. Para avaliação das correlações linearesentre os parâmetros estudados utilizou-se o PROC CORRdo SAS, segundo o método de Pearson (Steel & Torrie,1960). Quanto aos coeficientes de caminho ou trilha, fo-ram obtidos através do PROC REG do SAS, com variá-veis padronizadas ((variável - média)/desvio-padrão), se-gundo o método de Li (1978).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Na Tabela 1, as análises de variância mostramdiferenças significativas em genótipos e em épocas,nos parâmetros comprimento e largura de folhas, al-tura de planta, diâmetro de copa, peso médio de fru-to, peso médio de polpa/fruto, peso médio de 20 fru-

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tos e peso médio de polpa de 20 frutos, sugerindovariação dos caracteres entre genótipos e dentro degenótipos nas épocas.

Diferenças significativas em Brix, crescimentototal de 20 ramos e crescimento médio de ramos,somente em genótipos, sugerem que tais caracteressão menos sensíveis a variações nas condiçõesmeteorológicas no período avaliado.

Em acidez, tamanho e largura de frutos, foramverificadas diferenças significativas em épocas, su-gerindo que caracteres tecnológicos (acidez) e me-didas do fruto, podem ser influenciados por fatoresclimáticos, no período estudado. A vitamina C variaem razão da luminosidade (Winston, 1947; Brown,1955; Malavolta et al., 1956) e da disponibilidadehídrica, até certo limite (Teixeira & Azevedo, 1995).

Os rendimentos de 47,8% (genótipo 5) a 58,9%(genótipo 6) estão abaixo da faixa de rendimentosencontrados por Arostequi & Pennock (1955), de59% a 73%, atribuindo-se à menor variabilidade napopulação selecionada ou à falta de irrigação (Tabe-la 2).

Em altura de planta, verificam-se diferenças sig-nificativas em genótipos e épocas (Tabela 1) e gran-de variabilidade entre genótipos (Tabela 2), sugerin-do que seja parâmetro adequado para diferenciaçãoe seleção, desde que se considere a facilidade na co-lheita, quantidade de vitamina C, rendimento empolpa e número de safras/ano.

Em peso médio de fruto, o genótipo 8 mostrou-sesuperior, podendo ser indicado para frutos de mesa evenda in natura. Todavia, no período estudado, re-gistrou-se menor número de safras, favorecendo aindicação do genótipo 5 como potencialmente ade-quado, uma vez que também possui frutos grandes eboas características.

Na Tabela 3, são considerados os valores indivi-duais de correlações entre os parâmetros nas épocasem que foram amostrados e os valores com médiasajustadas, obtidas com o LSMEANS do SAS, ou seja,a média dos valores das quatro épocas (Tabela 4).Destacam-se as associações positivas de comprimen-to de folhas com os parâmetros que definem o tama-nho e o peso do fruto, pela sua importância no pro-cesso seletivo indireto.

Em tamanho médio de frutos verificam-se corre-lações positivas significativas quanto a largura deT

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rasília, v.35, n.11, p.2205-2211, nov. 2000

J.E. G

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ES et al.

2208

TABELA 2. Médias de parâmetros avaliados em 12 genótipos de acerola no período de dezembro/97 a março/98, em Itápolis, SP1.

1 As médias da mesma coluna, seguidas das mesmas letras, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade; Cmfo: comprimento médio de folhas; Lmfo: largura média de folhas; Alt: altura deplanta; Dicop: diâmetro de copa; Tmfr: tamanho médio de fruto; Lmfr: largura média de fruto; Pmfr: peso médio de fruto; Pmpfr: peso médio de polpa em fruto; VitC: quantidade de vitamina C em 100 mLde suco; Pm20fr: peso médio de 20 frutos obtidos em três amostras de 20 frutos; Pmp20fr: peso médio de polpa em três amostras de 20 frutos; Rmp20fr: rendimento médio de polpa em três amostras de 20frutos; Acidez: medida de pH obtida diretamente sobre uma amostra do suco puro com auxílio do pH teste CORNING; Brix: medida de sólidos solúveis obtidos com auxílio de um refratômetro do tipoATAGO; Crt20r: crescimento total em 20 ramos; Crm: crescimento médio de ramos.

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TABELA 3. Correlações entre os parâmetros estudados nos genótipos de acerola entre todos os valores coletados, sem ajuste para épocas, no períodode dezembro/97 a março/98, em Itápolis, SP1.

1 Cmfo: comprimento médio de folhas; Lmfo: largura média de folhas; Alt: altura de planta; Dicop: diâmetro de copa; Tmfr: tamanho médio de fruto; Lmfr: largura média de fruto; Pmfr: peso médio de fruto;Pmpfr: peso médio de polpa em fruto; VitC: quantidade de vitamina C em 100 mL de suco; Pm20fr: peso médio de 20 frutos obtidos em três amostras de 20 frutos; Pmp20fr: peso médio de polpa em trêsamostras de 20 frutos; Rmp20fr: rendimento médio de polpa em três amostras de 20 frutos; Acidez: medida de pH obtida diretamente sobre uma amostra do suco puro com auxílio do pH teste CORNING;Brix: medida de sólidos solúveis obtidos com auxílio de um refratômetro do tipo ATAGO; Crt20r: crescimento total em 20 ramos; Crm: crescimento médio de ramos.

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VARIABILIDADE FENOTÍPICA EM GENÓTIPOS DE ACEROLA 2209

folha, peso médio de fruto, peso médio de polpa/fru-to, peso médio de 20 frutos e com peso médio depolpa de 20 frutos, e negativas e significativas comvitamina C; importantes no direcionamento da sele-ção, pois ao se levar em conta somente tamanho epeso de fruto, poderá reduzir a vitamina C.

Em peso médio de fruto constatam-se correlaçõespositivas e significativas do caráter com peso médiode polpa/fruto e peso médio de polpa em 20 frutos, enegativas e significativas com vitamina C. Em pesomédio de polpa/fruto ocorrem correlações significa-tivas e positivas com peso médio de 20 frutos, pesomédio de polpa em 20 frutos, rendimento médio depolpa em 20 frutos, e negativas e significativas comvitamina C; demonstrando que os caracteres estuda-dos em frutos estão, na maioria, inversamente asso-ciados com a vitamina C.

Nos caracteres tecnológicos em frutos, como Brix,destacam-se as correlações positivas e significativascom vitamina C, e negativa não-significativa com ren-dimento médio de polpa em 20 frutos; mostrando queBrix e vitamina C estão inversamente associados como rendimento de polpa nos frutos, e que Brix podeajudar no processo seletivo de genótipo com alto teorde vitamina C. Isso é possível, desde que considerena escolha do genótipo tamanho e largura de frutos,para assegurar a produção em polpa, balanceando osefeitos favoráveis e desfavoráveis, pois a vitamina Capresenta correlações significativas negativas compeso médio de 20 frutos, peso médio de polpa em 20frutos e rendimento médio de polpa em 20 frutos.

Quanto ao Brix, associa-se com vitamina C, numacerta magnitude, porém sem significância, ecorrelaciona-se de modo positivo significativo compeso médio de 20 frutos (r = 0,73), peso médio depolpa em 20 frutos (r = 0,61), deixando nessaconotação a possibilidade de selecionar em Brix paraatingir maiores ganhos em polpa e em vitamina C(Tabela 4).

Para o direcionamento do processo seletivo, esti-maram-se os coeficientes de caminho entre os prin-cipais parâmetros, desdobrando-os em efeitos dire-tos e indiretos via componentes que apresentaramsignificância com o efeito direto (Tabelas 5 e 6).

Na comparação entre o fator causal Brix, quemostrou um efeito direto de 0,96, com a vitamina C,e correlação (Brix e vitamina C, r = 0,60), destacam-T

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J.E. GOMES et al.2210

se os valores positivos em ambos, indicando que Brixé importante no processo seletivo de genótipos pro-missores (Tabela 5).

Para diâmetro de copa, o efeito direto de 0,99,com vitamina C, é marcante, porém a correlação ébaixa (Tabela 5).

Para atender à demanda de consumo da polpa deacerola e obter boa cotação da polpa no mercado in-ternacional, é importante associar a esta teor em vita-mina C, e para o produtor um genótipo que seja pro-dutivo, além do teor em vitamina C. Dessa maneira,foram obtidas estimativas dos coeficientes de cami-nho também para peso médio de polpa em 20 frutos(Tabela 6).

Inicialmente, observam-se as significâncias nascorrelações positivas de peso médio de polpa em 20frutos com peso de 20 frutos, rendimento médio depolpa em 20 frutos, tamanho médio de fruto e com-primento médio de fruto. Quando comparadas comos efeitos diretos, destaca-se o rendimento médio depolpa em 20 frutos pela proximidade entre os valo-res, explicando a correlação e indicando que a sele-ção direta sobre rendimento é efetivo para ganho empolpa. De maneira similar, destaca-se o efeito diretode peso de 20 frutos, porém não-significativo, masde alta magnitude, indicando que são relacionados,por isso efetivos no processo de seleção.

TABELA 5. Correlações entre os parâmetros estudados e a quantidade de vitamina C; estimativas dos efeitosdiretos dos caracteres e efeitos indiretos de Brix e diâmetro de copa (Dicop) sobre vitamina C viaseus componentes, em genótipos de acerola mensurados no período de dezembro/97 a março/98, emItápolis, SP1.

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1 Brix: medida de sólidos solúveis obtido com auxílio de um refratômetro do tipo ATAGO; Pe20: peso de 20 frutos; Rmp20fr: rendimento médio de polpaem três amostras de 20 frutos; Cmfo: comprimento médio de folhas; Lmfo: largura média de folhas; Alt: altura de planta; Dicop: diâmetro de copa;Tmfr: tamanho médio de fruto; Lmfr: largura média de fruto; Acidez: medida de pH obtida diretamente sobre uma amostra do suco puro com auxílio dopH teste CORNING; Crt20r: crescimento total em 20 ramos.

2 Não aplicável.* Significativo a 5% de probabilidade pelo teste F.

TABELA 6. Correlações entre os parâmetros estuda-dos e peso médio de polpa em 20 frutos(Pmp20fr); estimativas dos efeitos diretosdos caracteres e efeitos indiretos de rendi-mento médio de polpa em 20 frutos(Rmp20fr) sobre Pmp20fr via seus com-ponentes em genótipos de acerola, no pe-ríodo de dezembro/97 a março/98, emItápolis, SP1.

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1 Brix: medida de sólidos solúveis obtido com auxílio de um refratômetrodo tipo ATAGO; Pe20: peso de 20 frutos; Rmp20fr: rendimento médio depolpa em três amostras de 20 frutos; Cmfo: comprimento médio de fo-lhas; Lmfo: largura média de folhas; Alt: altura de planta; Dicop: diâmetrode copa; Tmfr: tamanho médio de fruto; Lmfr: largura média de fruto;Acidez: medida de pH obtida diretamente sobre uma amostra do sucopuro com auxílio do pH teste CORNING; Crt20r: crescimento total em20 ramos.

2 Não aplicável.* Significativo a 5% de probabilidade pelo teste F.

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VARIABILIDADE FENOTÍPICA EM GENÓTIPOS DE ACEROLA 2211

CONCLUSÕES

1. As diferenças em peso médio de fruto, pesomédio de polpa/fruto, peso médio de 20 frutos, pesomédio de polpa em 20 frutos, acidez, tamanho e lar-gura de frutos são resultantes de ações com fatoresclimáticos e de genótipos.

2. Altura de planta é adequado para diferenciaçãoe seleção.

3. As condições meteorológicas têm açõesmarcantes em caracteres tecnológicos (acidez) e emmedidas dos frutos.

4. Os caracteres comprimento e largura de folhasestão associados positivamente com os parâmetrosque definem o tamanho e o peso do fruto.

5. O direcionamento do processo seletivo em ta-manho e peso do fruto implica redução da vitamina C.

6. Os caracteres tamanho e largura de frutos estãoassociados positivamente com peso e rendimento depolpa.

7. A seleção sobre Brix direciona o ganho em polpae vitamina C.

8. Dos genótipos analisados, o 5 reúne maior nú-mero de parâmetros favoráveis.

AGRADECIMENTO

À FAPESP, pela concessão da bolsa e apoio fi-nanceiro ao projeto de doutorado.

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