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VARIABILIDADE E SUSCEPTIBILIDADE CLIMÁTICA: Implicações Ecossistêmicas e Sociais
de 25 a 29 de outubro de 2016 Goiânia (GO)/UFG
ANÁLISE PRELIMINAR DA TEMPERATURA E UMIDADE RELATIVA DO AR EM DUAS ESTAÇÕES METEOROLÓGICAS DA CIDADE DE TEFÉ-AM.
JENNIFER DA SILVA GUIMARÃES LOPES1
NATACHA CÍNTIA REGINA ALEIXO2 JOÃO CÂNDIDO ANDRÉ DA SILVA NETO3
RESUMO O objetivo do estudo foi analisar as alterações termo-higrométricas associadas ao uso do solo na cidade de Tefé/AM/Brasil. Foram utilizados dados de temperatura e umidade relativa do ar, da estação meteorológica do CEST/UEA e do INMET, do período de outubro a dezembro de 2014. Os dados foram tratados por meio de técnicas estatísticas clássicas. Os resultados demonstraram que as maiores temperaturas médias mensais ocorreram na estação meteorológica do CEST/UEA, com diferenças de aproximadamente 2ºC entre as estações. Com relação à umidade relativa o menor valor encontrado foi 51% na estação do CEST/UEA e 61% INMET. Conclui-se que as características de uso do solo, como alta densidade construtiva, alto fluxo de veículos e pessoas e escassez de arborização urbana influenciam diretamente no aumento da temperatura e diminuição da umidade no espaço urbano tefeense. Palavras-chave:Temperatura, Umidade do ar, Tefé.
ABSTRACT The aim of the study was to analyze the thermo-hygrometric changes associated with land use in the city of Tefé/AM/Brazil. temperature data were used and relative humidity, the weather station CEST/UEA and INMET, the period from October to December 2014. The data were analyzed by classical statistical techniques. The results showed that the highest average monthly temperatures occurred in the weather station of the CEST/UEA, with differences of about 2 ° C between the stations. Regarding the relative humidity the lowest value was 51% in the CEST/UEA station and 61% INMET. It is concluded that the land use characteristics such as high building density, high flow of vehicles and people and shortage of afforestation urban directly influence the increase in temperature and decrease in humidity in tefeense urban space. Key-words: temperature, air humidity ,Tefé .
1- Introdução
Os estudos de clima urbano ocorreram primeiramente em metrópoles localizadas nas
latitudes médias, devido a problemas ocasionados pela queima do carvão das indústrias e
pela percepção da poluição do ar e ocorrência de temperaturas elevadas nas cidades em
comparação com as áreas rurais. (LANDSBERG, 1981).
1Acadêmica do programa de graduação em Geografia da Universidade do Estado do Amazonas.
e-mail de contato: [email protected] 2Profa. Dra.da Universidade Estado do Amazonas. e-mail de contato:[email protected] 3Prof. Dr.da Universidade Estado do Amazonas. e-mail de contato:[email protected]
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Na ciência geográfica brasileira, as pesquisas de clima urbano tiveram impulso com
a obra Teoria e Clima Urbano de Monteiro (1976), que considerou o clima urbano como um
sistema aberto, que envolve e transforma, de maneira complexa e adaptativa os fluxos de
matéria e energia.
Posteriormente, surgiram muitos estudos sobre o clima urbano, primeiramente nas
áreas metropolitanas brasileiras, em que são mais intensos os problemas ocasionados pela
expansão territorial urbana e depois nas cidades de porte médio e pequeno que devido à
falta de planejamento urbano adequado ocasionaram modificações na estrutura térmica,
apresentando alterações no balanço de energia entre a superfície e a atmosfera e diferentes
impactos socioambientais.
O crescimento urbano sem planejamento provoca o desajuste do equilíbrio em
matéria e energia do sistema climático provocando problemas como a poluição do ar e as
ilhas de calor urbanas.
Assim, os estudos de clima urbano podem servir como importante fonte de
informações para agir em prol de medidas que visem à qualidade de vida e o bem-estar da
população uma vez que a repercussão dos fenômenos atmosféricos na superfície terrestre
se dá num “território, transformado e produzido pela sociedade, de maneira desigual e
apropriado segundo os interesses dos agentes sociais, criando espaços de segregação, em
variados níveis de vulnerabilidade”. (SANT´ANNA NETO, 2008, p. 52).
Em especial na Amazônia Brasileira, a pequena quantidade de estações
meteorológicas instaladas na região, dificultou a realização de estudos sobre climas
urbanos, apenas realizados nas grandes cidades que servem como base politico-territorial,
ou seja, capital do estado.
Particularmente no estado do Amazonas, a região do Médio Solimões apresenta
carência de estudos no âmbito da climatologia geográfica, em especial nos estudos de clima
urbano, dessa forma o projeto de pesquisa é de fundamental importância para o
conhecimento da dinâmica atmosférica regional e local, uma vez que apresenta dentre suas
cidades, Tefé considerada como uma cidade de porte médio com responsabilidade territorial
(RODRIGUES, 2011).
A partir disso, o objetivo desse trabalho é analisar as alterações termo-higrométricas
associadas ao uso do solo na cidade de Tefé-AM, como subsídio ao entendimento do clima
urbano.
2 – Materiais e Métodos
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Partiu-se do referencial teórico e metodológico do sistema clima urbano proposto por
Monteiro (1976) com ênfase no subsistema termodinâmico que relaciona as mudanças na
produção e uso do solo urbano com os fluxos de energia, que modificam o albedo,
compondo uma atmosfera urbana. Primeiramente foi realizada a revisão bibliográfica das
obras sobre clima da Amazônia, clima urbano e as que discutem a produção do espaço no
município de Tefé, para análise do uso do solo da cidade.
A partir disso, foram coletados os dados dos elementos climáticos temperatura e
umidade de dois pontos: Centro de Estudos Superiores de Tefé, localizado no bairro
Jerusalém que possui uma estação meteorológica automática da marca DRIA adquirida com
recurso do Projeto Universal CNPq intitulado “Variabilidade climática e dinâmica
socioambiental no Médio Solimões-AM”. A estação coleta e armazenada registros horários
de dados dos elementos climáticos. Essa área apresenta alta densidade construtiva, alto
fluxo de veículos e pouca arborização. A segunda estação analisada foi a do INMET, que
coleta dados de forma convencional em três horários diários (8h00min., 14h00min.,
20h00min.), localizada na Estrada do Aeroporto, que apresenta na área pouco fluxo de
veículos e pessoas, baixa densidade construtiva e ampla arborização.
As análises foram realizadas preliminarmente durante três meses que compreendem
o final da estação seca (outubro, novembro e dezembro) do ano de 2014, devido o inicio da
mensuração na estação do CEST/UEA, disponibilidade e qualidade dos dados. Esses dados
foram analisados com técnicas estatísticas clássicas como: média, valor máximo e mínimo.
3- Resultados e Discussões
A Região Amazônica é considerada de clima equatorial, devido à localização em
área de baixa latitude, há atuação de sistemas atmosféricos como zona de convergência do
atlântico sul (ZCIT), Massa Equatorial continental e massa equatorial do atlântico norte, que
influencia diretamente no regime de chuvas, temperatura e umidade da região.
(MENDONÇA e DANNI-OLIVEIRA. 2007).
Segundo Marengo e Nobre (2009), uma das características da Amazônia é que
durante o verão ocorrem as Zonas de Convergência do Atlântico Sul(ZCAS), que são mais
intensas nesse período, nessa época a região apresenta a temperatura entre 20° e 30°C e
com bastante nebulosidade. O período de maior precipitação é distinto na região, podendo
ocorrer friagens, com a entrada de frentes frias vindas do Sul.
Observa-se que o máximo de chuva ocorre no verão. No outono, os máximos de chuva ocorrem na Amazônia Central, desde o oeste até a foz do Amazonas. No inverno acontece a estação seca na Amazônia Central e
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do Sul, enquanto o máximo da estação chuvosa acontece no extremo norte da Amazônia. (MARENGO e NOBRE, 2009,p.202)
Por ter três núcleos de precipitação na região, as distribuições de chuvas podem
variar em áreas da Amazônia, por consequência da heterogeneidade espacial e sazonal da
pluviosidade da região. No sul da Amazônia os maiores volumes de chuvas acontecem
durante os meses de janeiro, fevereiro e março. Na parte central, onde está inserida a
cidade de Tefé, os maiores volumes de chuva ocorrem nos meses de março, abril e maio.
No noroeste da Amazônia de abril a junho.
Todavia, a variação da temperatura do ar, umidade e as chuvas estão ligadas à
incidência de energia solar, mais também a evapotranspiração da floresta, porém ainda é
difícil precisar o balanço hídrico como afirma Marengo e Nobre (2009): “O balanço hídrico na
Amazônia é difícil de ser determinadas com precisão, pela alta de continuidade espacial e
temporal de medidas de precipitação, medidas simultâneas de vazões etc.” (MARENGO e
NOBRE, 2009,p.205).
A vegetação é um fator que influencia diretamente na temperatura local, a paisagem
Amazônica vem sofrendo alterações, com o aumento do desmatamento e a expansão
territorial urbana.
Deve-se salientar o papel da vegetação e das atividades humanas na definição dos tipos climáticos do Brasil, pois, a interação destes com o balanço de radiação e a atmosfera dá origem a particularidades climáticas regionais e locais no cenário brasileiro. (MENDONÇA e DANNI-OLIVEIRA,2007,p.153)
Com relação ao clima urbano a vegetação exerce grande influência na redução da
temperatura e baixa umidade do ar, porém, por ser uma cidade sem nenhum planejamento
urbano, onde muitas famílias não possuem condições de construir casas com coberturas
adequadas o desconforto térmico é perceptível.
Desta forma fica evidenciado que estrutura urbana influencia decisivamente nas
variabilidades climáticas. Como afirma Sant’Anna Neto (2011):
A expansão territorial urbana caracteriza-se pelo aumento das áreas edificadas e pavimentadas que geram inércia térmica e a produção de calor. As ilhas de calor não causam apenas desconforto térmico em ambiente de clima tropical, mas são responsáveis também, pelo aumento da demanda por energia e pela formação de ambientes urbanos insalubres que afetam a saúde humana. (SANT’ANNA NETO, 2011, p.52.).
Segundo Monteiro (2003), dentro dessa dinâmica urbana, as relações sociais tem
significado concreto, pois, o comportamento dos seus habitantes e características
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socioeconômicas, modifica a estrutura da cidade, podendo dessa forma influência no
balanço térmico.
Todos os fatos da observação do clima da cidade implicam consideráveis
transformações, das quais a ilha de calor e a poluição do ar são as mais eloqüentes
demonstrações. (MONTEIRO e MENDONÇA,2003).
É todo esse organismo, através das diferentes formas de uso do solo e estrutura
urbana, que passa a exercer os efeitos decisivos de reflexão, absorção e armazenamento
térmico; efeitos de atrito na ventilação etc. (MONTEIRO e MENDONÇA, 2003).
Monteiro (2003) relata a analise do clima urbano, levando em consideração as
características do espaço local, e das relações dos seus habitantes com a cidade,
demonstrando que através dessas variáveis, e de como estas relações se estabelecem
possivelmente acarretará em transformações na estrutura urbana e por consequências na
vida da população da cidade.
Diversos estudos foram feitos sobre o clima urbano, alguns deles fazem essa relação
da importância do uso e ocupação do solo, e como isso pode influenciar no clima local e por
consequência na percepção desta mudança pelos seus habitantes. Entretanto, na Amazônia
Brasileira esses estudos nas cidades de porte médio e pequeno são escassos, como é o
caso da cidade de Tefé.
Segundo Rodrigues, a cidade de Tefé exerce forte influencia sobre as cidades da
região pela sua função no fluxo econômico, e a responsabilidade, junto à calha do Médio
Solimões, pois gerencia as cidades a ela articuladas em função das variáveis institucionais
estabelecidas pela gestão federal, a centralidade empresarial e com a presença de
diferentes equipamentos e serviços.
“Tefé caracteriza-se como cidade polo ou estratégica, do ponto de vista geopolítico e
econômico, por sua localização geográfica junto à calha do rio principal, e exercendo uma
grande influência no oeste da calha do médio Solimões Amazonas.” (RODRIGUES, 2011,
p.64)
O município de Tefé localiza-se na região do Médio Solimões no estado do
Amazonas e possui 61.453 habitantes, de acordo com o IBGE (2010). (Mapa 1)
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Mapa 1. Localização do município de Tefé. Org.: SILVA NETO, 2014.
Desta forma Tefé se apresenta como uma cidade com função de “entreposto
comercial”, e fazendo a ligação entre as demais cidades, por via fluvial, aérea e terrestre, o
que a caracteriza segundo Rodrigues(2012), uma “cidade média de responsabilidade
territorial”.
Para analisarmos as características climáticas de Tefé-AM, foi necessário conhecer
os estudos já foram feitos, como a analise dos impactos pluviais no município de Tefé, onde
Costa e Aleixo(2014), observando o período de 2002 a 2012, verificou que os totais anuais
de chuva variaram entre 2200 a 3100 mm, porém os maiores índices de chuva ocorreram no
período de janeiro a maio, os meses de cheia na Amazônia Brasileira, e a diminuição do
total de precipitaçãose dá a partir de junho coincidindo com o período da vazante.
Em outro estudo sobre a variabilidade climática do município de Tefé numa analise
do período de 1970 a 2012, “a temperatura média máxima mensal demonstrou, que no
período de julho a novembro os valores aumentam chegando à faixa de 34 a 36°C. Nos
meses de janeiro a junho que são mais chuvosos, a temperatura máxima é menor.”
(ALEIXO, 2014.p. 1640.).
A partir disso, os dados sobre duas estações localizadas em áreas distintas de Tefé
foram analisados para verificar a variação térmica e higrométrica na cidade, relacionadas às
características do uso do solo.
De acordo com o gráfico 1 e 2, a temperatura média do INMET no horário de
8h00min foi de 25,64°C, às 14h00min de 31,69°C e às 20h00min 26,41°C, enquanto na
estação da UEA às 8h00min a temperatura foi de 26,02°C, as 14h00min de 33,35°C e as
20h00min de 27,24°C. A maior diferença entre essas medições foi às 14h00min de com
amplitude de 1,66°C, desta forma podemos observar que todos os horários coletados
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apresentaram diferença apesar de pequena, de um ponto para o outro estudado, todas elas
demonstrando que a maior temperatura foi sempre encontrada na estação do CEST/UEA.
Gráficos1 e 2: Temperatura do ar média mensal no INMET e CEST/UEA – Outubro/2014. Fonte dos dados: INMET e CEST/UEA – acessados em setembro de 2015. Org.: LOPES (2016)
No mês de outubro a umidade relativa do ar média mensal, conforme os gráficos 3 e
4 na estação meteorológica do INMET nos horários 8h00min, 14h00min e 20h00min, foi de
90,54%, 66% e 89,09% respectivamente, da UEA foi às 8h00min horas 93,72%, às
14h00min de 63,96% e às 20h00min 88,08%. Há, portanto uma oscilação normal já que “o
aumento da temperatura do ar resulta na diminuição de sua umidade relativa.”
(MENDONÇA. DANNI-OLIVEIRA, 2007,p.63). A maior porcentagem encontrada foi de
93,72% as 8h00min horas da manhã na UEA.
Gráficos3 e 4: Umidade Relativa do ar no INMET e CEST/UEA– Outubro/2014.
Fonte dos dados: INMET e CEST/UEA – acessados em setembro de 2015. Org.: LOPES (2016)
No mês de novembro na estação do INMET, de acordo com o gráficos 5, às 8h00min
a temperatura média foi 26,16°C, Às 14h00min 31,90°C, e as 20h00min a temperatura
encontrada foi de 26,58°C. Na UEA, conforme o gráfico 6, às 8h00min horas a temperatura
média foi 25°C, às 14h00min horas 32,66 e às 20h00min horas 28,45.
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Gráficos5 e 6: Temperatura do ar média mensal no INMET e CEST/UEA – Novembro/2014. Fonte dos dados: INMET e CEST/UEA – acessados em setembro de 2015. Org.: LOPES (2016)
A umidade relativa do ar na estação meteorológica do INMET como demonstra o
gráfico 7 às 8h00min foi de 90,3%, 14h00min de 67,5, às 20h00min foi 88,90%, na estação
da UEA, nos horários 8h00min, 14h00min e 20h00min às médias encontradas foram
97,33%,67,46% e 81,13% respectivamente, apresentado no gráfico 8.
Gráficos7 e 8: Umidade Relativa do ar no INMET e CEST/UEA - Novembro/2014. Fonte dos dados: INMET e CEST/UEA – acessados em setembro de 2015. Org.: LOPES (2016)
No mês de dezembro de 2014 conforme os gráficos 9 e 10, na estação do INMET a
temperatura média horária foi de 25,2°C às 8h00min, 31,1°C às 14h00min e 20h00min a
média mensal foi de 26,29. Enquanto na Estação da UEA as 8h00min foi de 25,2°C, as
14h00min foi 33,02°C e as 20h00min a média foi 28,22°C.
As diferenças térmicas entre as duas estações, fica clara nos horários de 14h00min
com 1,92°C e 20h00min com 1,93°C, onde a estação do INMET apresentou os menores
valores, as 14h00min 31,1°C e as 20h00min 26,29°C.
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Gráficos9 e 10: Temperatura do ar média mensal no INMET e CEST/UEA – Dezembro/2014.
Fonte dos dados: INMET e CEST/UEA – acessados em setembro de 2015.Org.: LOPES (2016)
Nos gráficos 11 e 12 podemos observar as médias mensais da umidade relativa do
ar, na estação meteorológica do INMET no mês de dezembro de 2014 às 8h00min foi
90,16%, às 14h00min foi 68,86% e s 20h00min foi 89,74%, enquanto no CEST/UEA às
8h00min foi 95,85%, às 14h00min 64,85% e às 20h00min foi 83,42%.Neste mês nos
horários analisados o menor valor de umidade relativa do ar encontrado foi as 14h00min
com 64,85% no CEST/UEA e a maior também, no horário de 8h00min com 95,85%.
Gráficos 11 e 12: Umidade Relativa do ar no INMET e CEST/UEA – Dezembro/2014. Fonte dos dados: INMET e CEST/UEA – acessados em setembro de 2015. Org.: LOPES (2016)
Para entender diferenças termo–higrométricas dessas áreas é preciso levar em
consideração o uso do solo em que estão inseridas as estações meteorológicas analisadas.
Desta forma, analisar o clima se faz necessário observar o espaço urbano, de diversas
formas, com todas suas características. “a cidade tanto se integra em níveis superiores
como se dividem em setores, bairros, ruas, casas, ambientes internos etc.” (MONTEIRO e
MENDONÇA.2013, p.20).
É importante caracterizar o espaço urbano da cidade de Tefé, principalmente as
áreas estudadas, pois dessa forma pode-se demonstrar que a frequente modificação do
espaço urbana, é capaz de transformar o ambiente e consequentemente a qualidade de
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vida, demonstrando dessa forma que se outras partes da cidade sofrerem as mesmas
alterações possivelmente acarretará nas mesmas mudanças no âmbito local.
A Estação Meteorológica do INMET em Tefé localiza-se na estrada do aeroporto,
numa área com ampla arborização urbana, possuem asfaltamento e poucas casas e fluxo
de veículos mais intenso em poucos horários, como de 7:00 à 8:00 horas, de 13:00 as 14:00
horas e de 17:00 as 19:00 horas. (Figura 1 e 2)
Figuras 1 e 2:Vista parcial das características gerais daEstação Meteorológica do INMET em Tefé-AM.Fonte: LOPES (2016)
Na área próxima à Universidade do Estado do Amazonas na qual esta localizada a
Estação Meteorológica do CEST localiza-se na estrada do Bexiga (figura 3 e 4), no Bairro
Jerusalém, entre os Bairros de Juruá e Fonte- Boa, numa área com predominantemente
construída, que possui casas com mais de dois pisos, influenciando a circulação dos ventos,
possuem asfaltamento, e escassa arborização ao entorno. O fluxo de veículos no local é
intenso durante todos os horários do dia.
Desta forma, através das imagens é possível observar a diferença entre as duas
áreas, mesmo estando dentro do perímetro urbano, possuem características distintas o que
possivelmente estaria alterando a diferença na temperatura e da umidade de ambas.
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Figuras 3 e 4: Vista parcial das características gerais daEstação Meteorológica do UEA- Centro de Estudos Superiores de Tefé-AM.Fonte: LOPES (2016)
Através das analises foi possível verificar as diferenças térmicas nos pontos intra-
urbanos da cidade de Tefé- Amazonas, coma amplitude térmica de até 2°C, sendo que o
ponto com maiores temperaturas foi o CEST/UEA, apesar da diferença não ser tão grande
faz com que a população sinta os efeitos desse aumento, e haja um desconforto térmico
maior, e por consequência utilizem mais frequentemente os climatizadores artificiais
Segundo SANT’ANNA NETO (2011) o aumento da temperatura não provoca apenas
desconforto, mas também é responsável, pela formação de ambientes insalubres que
afetam a saúde humana, fato que potencialmente ocorre nesta área.
4 - Conclusões
O trabalho sobre o clima urbano poderá fornecer subsídio para uma analisemais
ampla da cidade de Tefé-Amazonas, pois, traz de forma cientifica a influencia da
modificação do espaço urbano e as alterações vindas em consequência disso, como à
qualidade do ambiente urbano.
Através dessa pesquisa foi possível identificar uma diferença termo-higrométrica
entre os pontos analisados, pelas características do uso do solo.
A estação do INMET registrou quase sempre as menores temperaturas e maior
umidade relativa do ar, enquanto a estação do CEST/UEA com área mais modificada pela
produção do espaço, com maior impermeabilidade do solo, menos arborização, e a
presença de maior quantidade de casas e fluxos de veículos e pessoas demonstrou
aumento da temperatura e diminuição da umidade dada a alteração no clima local. Esse fato
influencia no desconforto térmico das pessoas que utilizam ou habitam aquela área,
podendo inclusive ocasionar problemas de saúde.
Os resultados obtidos por meio deste estudo podem propiciar a comunidade e o
poder público à compreensão das consequências das alterações no balanço de energia
superfície-atmosfera devido o uso não planejado e indiscriminado do espaço urbano,
condizendo com outros estudos realizados na climatologia geográfica que também apontam
esse problema.
5- Referências ALEIXO, Natacha. SILVA NETO, João Cândido. Variabilidade climática do município de Tefé/Amazonas/Brasil. Anais VIII Simpósio Latinoamericano de Geografia Física. 2014, p.1635 -1643.
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