varanda cultural - 10ª edição

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Décima edição do jornal de bairro Varanda Cultural

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Page 1: Varanda Cultural - 10ª Edição

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Edição 10 Ano II setembro/2008

Page 2: Varanda Cultural - 10ª Edição

IVaranda Cultural 2

Criação e Execução: Cristiane de Freitas e César CamargoJornalista: Márcia Landsmann (MTB: 30514)Capa: Eugênio NevesRevisão: Fausto BischoffColaboradores: Fraga,Mariah de Oliviéri, Pedro Pastoriz, Jorge Herrmann, Luciano Zoch, Kayser.Todos os artigos estão expressamente autorizados pelos autores. O jornal não se responsabiliza por conceitos emitidos nos artigos assinados. Infelizmente os colaboradores e colunistas não possuem vínculo empregatício. CONTATO: [email protected] Tiragem: 10 mil exemplares

EXPEDIENTE

Varanda - Existe a pessoa que cria e a pessoa que opera a luz. Você atua em todas as áreas? Todo criador também é técnico e vice-versa?

Azevedo - Existem pessoas que criam e pessoas que operam, e pessoas que criam e operam. A Criação envolve um trabalho de acompanhamento da concepção do espetáculo, para que exista uma coerência com a visão do Diretor. O Operador tem que ter feeling de ator, pois seu trabalho exige uma precisão na mecânica de operação, isto é, quase uma qualidade nata. Nem todo criador é técnico (vide Ney Matogrosso) e nem todo técnico é criador. Na minha visão, luz precisa ser sentida e ter sentido;

já vi luzes estonteantes de tão complexas e bonitas mas que não tinham nada a ver com o espetáculo, a í a c r i ação s e t o rna um desserviço!!!!

Varanda - Os teatros públicos de POA estão bem equipados no quesito iluminação?

Azevedo - Neste país tudo que é público é difícil de ser bem administrado...E, no meu modo de ver, tanto faz,...O Iluminador tem que ser capaz de chegar em um teatro com 200 lâmpadas e fazer uma luz tão coerente e boa quanto

em um teatro com duas velas e três lanternas!!!!

Varanda - Como se deu sua aproximação com essa profissão? Azevedo - Comecei como ator em 1981 e, três anos, depois surgiu a oportunidade de fazer a luz de um espetáculo dirigido pelo Camilo chamado Sob o signo do Unicórnio; gostei, me interessei, mas continuo sendo ator, com uma visão iluminada do trabalho de palco, e o ator em mim ajuda horrores o Iluminador.

Varanda - Existem cursos de formação para técnicos em POA ou a aprendizagem é na base da experiência?

Azevedo - Não temos cursos oficiais para técnicos de luz e som, por isto, as oficinas são ministradas por profissionais da área e são as únicas formas de colocarmos pessoas razoavelmente treinadas no mercado de trabalho!

Varanda – O shopping-center deve ser o terror para os iluminadores, pois não existem s o m b r a s d e n t r o d e s s e s estabelecimentos...

Azevedo - No vídeo também não são bem-vindas as sombras, tudo o que tenta esconder algo real (como as sombras) em prol de um visual mais “agradável” no meu modo de ver, é suspeito...Gosto de escuro, gosto de esconder...Iluminar não é só mostrar, mas sugerir, fazer o espectador forçar um pouco a íris!!!

Varanda - Espaço para você dizer o que quiser...

Azevedo - Paremos nós artistas, de competir entre nós, pois obstáculos é que não nos faltam!!!

p i n g - p o n g

Financiamento

p i n g - p o n g

O amooor chegou ao

desencanto !

CORTA !Joel, ninguém vai ouvir esse tipo de música. Vê se faz uma mais simples!

O amooor chegou ao desencanto

O amooor chegou ao

meu violão !

CORTA !Mais simples Joel,

assim ninguém vai entender!! Tu não quer vender?

O amooor é boniiito !

Você não quer ganhar fama e

glória?

Mais Joel, você

consegue!!!

CORTA !

Tuas pernas me acariciam !

Ai gostosa ! Ai

gostosa !

Mais Joel !

SÓ AS CACHORRAS!

MAIS JOEL !!

INHA INHA!É A DANÇA

DA BUNDINHA!

GRAVANDO !!

CANTOR BACHARELOEL

Carlos Azevedo

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Varanda Cultural

KAYSER

Para mais quadrinhos do Kayser, acesse:

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Varanda Cultural

Pequeno histórico de tua trajetória do mundo das artes:

No período de 1999 a 2004 cursou Bacharelado em Artes Visuais / Habilitação em Fotografia pela UFRGS. Em 2007 tornou-se Mestre em Poéticas Visuais da UFRGS. Desde 2005 integra equipe do Dynamic Encounters - I n t e r n a t i o n a l A r t Wo r k s h o p s , participando de atividades educativas em diversos países tais como Alemanha, Inglaterra, Itália, França, e Estados Unidos. Realizou sua primeira exposição individual em 2001, apresentando um s i t e - s p e c i f i c - w o r k i n t i t u l a d o Condensável, na Galeria Lunara, Usina do Gasômetro, em Porto Alegre. A segunda individual foi uma intervenção realizada no Torreão, inti tulada

Observatório (Porto Alegre, 2005). A individual mais recente foi apresentada na Galeria da Funarte em São Paulo, intitulada Meta-Espaço (2008).

Desde quando te interessas por arte?

Desde pequena.

Qual a técnica de tua preferência?

Prefiro dizer que não tenho uma técnica de preferência, pois a predileção indica uma atribuição de valor e não comparo as diferentes técnicas nestes termos (teria que ser demasiado fetichista para pensar assim). As técnicas estão à nossa disposição para usarmos quando forem úteis. Geralmente utilizo a fotografia em meu trabalho e em função disso posso ser enquadrada como uma artista-fotógrafa. Mas eu não defendo este ponto de vista. A fotografia para mim é apenas uma porta de entrada para um assunto que também é abordado pela pintura, escultura, instalações, ações... Além disso, muitas vezes, outras técnicas contaminam o meu modo de fotografar e apresentar as fotografias. Mesmo quando

dou aulas sobre fotografia tento utilizar este conteúdo específico para acessar um conhecimento sobre o campo artístico em geral, ao invés de engrossar fronteiras de um gueto.

Qual o tema de tuas obras?

Em geral tento ressaltar a distensão entre representação e realidade para chamar a atenção para a percepção em si. Perceber o próprio ato de perceber.

O que te inspira?

Trabalhos de outros artistas: sempre tento entender o modus operandi

dos mestres (de ontem e de agora). Tex tos , re la tos , ensaios de outros artistas ou pensado-res em geral. E música é claro, sempre me acompa-nha quando estou trabalhando. . . A t r i l ha sonora é fundamental.

Costumas traba-lhar só ou acompa-nhada?

Depende, a elaboração geral-men te acon tece q u a n d o e s t o u sozinha na frente ao c o m p u t a d o r o u

ouvindo um som. Mas a produção dos meus trabalhos quase sempre envolve outros profissionais.

O que significa para ti ser artista plástica?

É apenas uma profissão como qualquer outra. Bom, não exatamente como qualquer outra, pois tem as vantagens e desvantagens de não ter um expediente delimitado, não ter férias...

É possível viver exclusivamente da arte?

O que seria viver exclusivamen-te de arte? Viver somente com a venda de obras? Bom, cheguei a me manter alguns meses só com a venda de trabalhos, mas hoje em dia minha principal renda provém de cursos que ministro. Para mim isto também é viver de arte mesmo quando não vendo trabalhos, pois ganho por falar sobre arte.

Atualmente qual a técnica que estás usando em tuas obras?

O pensamento.

Denise Gadelha obras teve origem nas cabeças, pois é dentro delas que tudo acontece: os

sentimentos, as vontades, os desejos, as crenças, está tudo dentro da cabeça. As vivências de capoeira também o motivam, constituindo-se num outro trem.

Antonio acredita que o sincretismo religioso habita os seres humanos, porém ele não faz uma leitura convencional das santidades. Seus personagens são pessoas do dia-a-dia, os “santos” possuem um aspecto lúdico e surreal, e vão surgindo com a nossa cara, nossas manias e o nosso jeito, além do quê, os santos são vendáveis.

Em várias peças, fala do Argemiro, (o sogrão que não conheceu), exercendo as mais diversas atividades, nos mais diversificados tamanhos e formas: de coração aberto, fumando, bebendo, conversando. O Argemiro é o cabeça. Ou t ras f i gu ras hab i tam seu imaginário e suas obras: figuras femininas, com nomes de parentes, de tias, de ex-sogras, de faladeiras, enfim, figuras do cotidiano.

Em 2008/2009 fará sua pr imeira exposição individual intitulada: Uma mão na frente e outra atrás, que fala da nossa realidade, pois em sua opinião, estamos sempre correndo, sempre buscando; ficando com uma mão na frente e outra atrás; essa é a nossa circunstância, a situação que o governo nos coloca e a mídia nos empurra.

Contato: [email protected]

Antonio é uma figura sui generes ; com fo rmação em arquitetura nos “idos” anos 80, época de muita contestação, de muita loucura saudável. Nesse período iniciou uma viagem sem volta, que nunca parou e que não tem fim: o ingresso num mundo mágico, o sensível universo dos artistas. De arrependimentos, só o de não ter aproveitado mais as viagens, as oportunidades, os professores e os verdadeiros mestres, mas, como ele diz (parafraseando Raul Seixas): estamos na estrada, ela é longa, larga e profunda, e trem taí.

No final dos 90, quase às portas de um novo milênio, Antonio inteirou-se via FM Cultura, do curso de escultura, modelagem no barro, ministrado por Gustavo Nagle e Caé Braga no Museu do Trabalho e pensou: pronto é para lá que eu vou. Não parou mais, o barro se transformou em uma de suas paixões, e as aulas continuam até hoje.

A cada peça queimada, a cada material trabalhado, (bronze, gesso, aresina, cera), Antonio sente ampliar sua consciência e seu conhecimento. Porém, é no barro, que residi à origem de tudo, pois é do barro que extrai sua criação, que fomos gerados, profetiza o artista.

Através do desenho, da mistura de tintas com massa acrílica, da sobra de materiais, ele vai inventando outras coisas conforme o momento. A inspiração para suas

por Mariah de Oliviéri

Antonio SobralModelar o barro é dar vazão ao que para muitos não tem valor

algum, mas para mim é a materialização das idéias, sãos os juros da minha caderneta de poupança, meu maior bem: minhas idéias, minha

criatividade, minha loucura interior.

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Fraga é escritor e cartunista. Seus textos podem ser

degustados no sitewww.coletiva.net

Fraga

“A Universidade Nacional de Taiwan divulgou ontem a criação de três porcos transgênicos verdes que brilham no escuro. O material genético deles foi misturado com o de uma água-viva.” (Correio do Povo, Sexta-feira, 13 de Janeiro de 2006)

tempo”? Será que nessa marcha maluca não acabamos arrancando a alma das coisas ? O mundo, bem, este parece seguir o seu curso, queiramos ou não. Parece bem à vontade com os seus ciclos que se desdobram por intermináveis milênios. Nós, os milésimos de segundo, talvez não tenhamos aprendido o suficiente e talvez não estejamos de fato correndo para algo, mas sim de algo. Talvez estejamos correndo na direção contrária a que imaginávamos, fugindo de nossa própria natureza, que de tão humana e tão entranhada nos mistérios da vida, nos assusta. Porque afinal, continuamos humanos, resultado dos incontáveis milênios que nos geraram. Muitas vezes, gosto de imaginar um gavião, lá no alto, observando o que se passa aqui no solo. Ele plana suavemente, seguindo uma rotina de milênios, que independe do testemunho de qualquer ser humano. Ele é a metáfora do velho mundo não humano, que continuará existindo mesmo sem a nossa permissão. Velho e misterioso mundo, à margem de tudo o que foge velozmente rumo a horizontes movediços. Porcos verdes e fosforescentes podem ser muito úteis. Talvez pelo fato de realmente representarem um passo na pesquisa das células-tronco, conforme alegam os cientistas. Ou talvez porque eles representem uma outra metáfora: a de que provavelmente esteja na hora de entendermos como foi que chegamos até aqui, e o que de fato isso nos custou. Até porque talvez esteja bem próximo o dia em que teremos de pegar o caminho de volta.

Jorge Herrmann é artista plástico e ministra oficinas.

www.jorgeherrmann.com

Vivemos um tempo estranho. Pela singela razão de que estamos perdendo a capacidade de estranhar. Fazemos parte de um mundo onde as permanências estão se tornando inoportunas, pois a tudo transformamos, não importa o quanto isso afete a essência das coisas. E a uma velocidade alucinada e alucinante seguimos, rumo a um horizonte difuso e indefinido. Nesta trajetória vamos passando desatentamente por tudo que

está à margem de nosso caminho. Desviamos os olhos dos frutos de outros tempos, pois parecem lentos e incômodos convites a uma parada. Não temos tempo para reflexões desse tipo. O que fica à margem da nossa correria doida consegue sobreviver por mais algum tempo, mas ai do que ficar no caminho... Nossa vocação é criar coisas novas. Deixamos novo a tudo o que tocamos, precisamos criar mais e mais novidades, e a

uma velocidade impressionante, novas tecnologias vão multiplicando obras humanas cada vez maiores... e cada vez menores. Mas algo estranho está acontecendo: tudo aqui lo que cr iamos , es tá envelhecendo depressa. Por alguma razão, na mesma velocidade em que as coisas surgem, elas envelhecem. Será que não provocamos uma “doença do

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“PORCOS VERDES FOSFORESCENTES” ou Ensaio sobre a Impermanencia Mal-entendida

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teatros, solicitar temporadas, responder administrativamente pela companhia, cuidar de b i lheter ias , pagamentos , materiais de divulgação do espetáculo, material gráfico, áudio e vídeo, agendar ensaios e espetáculos com os atores, vender e inscrever em festivais, etc.

Joana- Cada área de atuação tem necessidades particulares, mas existe um raciocínio geral de produção que se aplica a quase tudo: fazer um levantamento das necessidades, cr iação, profissionais , serviços, equipamentos, materiais de consumo, divulgação, captação de apoiadores e parceiros, cronograma de prazos/datas, contratações e muitas outras coisas. O produtor é alguém que organiza o projeto, procura parcerias que ajudem a promover este trabalho, antecipa as necessidades para elas não virarem problemas né? Produção é um pouco lidar com p r o b l e m a s . . . H a h a h a . . . M a s , principalmente, acho que o produtor é alguém que diante da situação busca soluções. O produtor não é alguém que faz milagres, as pessoas confundem às vezes...

Varanda - Em algumas regiões do país, muitos produtores têm um projeto próprio, ou seja, ele cria, produz e chama o elenco, os artistas. Por aqui esse trabalho existe ou é o grupo que procura o produtor?

Silvia- Aqui no Estado não é muito

Varanda - Para dar uma tontura no leitor desavisado, fale-nos em linhas gerais qual a função do produtor cultural, o que ele faz em um espetáculo:

Silvia - O (a) produtor (a) é o (a) profissional responsável por lançar mão dos recursos necessários para viabilizar o produto cultural (show, livro, CD, filme, exposição, peça de teatro, etc). Em outras palavras, é ele (a) quem organiza, planeja, administra, presta contas, estabelecendo o elo entre o produto cultural e o público, tornando palpável algo que existe apenas na mente do (a) artista ou do (a) idealizador (a) do projeto.

Adriane - Diz a Wikipédia que Produção Cultural é uma atividade profissional que consiste em gerenciar a organização de eventos culturais ou a confecção de bens culturais. Produtores culturais podem organizar shows, exposições de arte, espetáculos de música, dança, teatro, coordenar a gravação de discos, vídeos, programas de TV, rádio e inúmeras outras atividades de expressão cultural.

Existem produtores culturais que idealizam o projeto, captam os recursos, entram nas Leis de Incentivo, contratam os profissionais envolvidos, etc, e, existem produtores que executam o projeto depois de captado ou aprovado. Existem pessoas que fazem as duas coisas e também aquelas que só captam e aquelas que só executam.

Mas, a maioria dos produtores de espetáculos teatrais faz tudo: elaboram o projeto, captam e depois executam. Executar significa administrar verbas, contratar profissionais, conseguir todo o necessário para que o espetáculo seja executado: cenários, figurinos, trilha sonora; além de fazer contatos com

comum a figura do produtor/investidor, nos termos como descreves acima. Entretanto, eles já são uma realidade, pois o mercado cresce visivelmente e a demanda do público por cultura já é uma realidade. Em Porto Alegre é mais comum os grupos procuraram um (a) produtor (a).

Adriane - Normalmente o produtor está associado ao diretor do espetáculo; entretanto, existem produtores que são contratados, que contratam e também aqueles que fazem parte do grupo ou da companhia. Joana- Os nossos produtores são mais executores, né? Geralmente são chamados para realizar o que foi idealizado. Acho que o exemplo não cabe exatamente as regiões e sim ao fato de ter verba, patrocínio para tornar o sonho real.

Varanda - Deu errado, não aconteceu, a culpa é do produtor. Se der tudo certo, o produtor é reconhecido, é assim que acontece?

Silvia- Não necessariamente. Alguns produtores conseguem deixar sua marca

bem visível em um projeto cultural, pela sua própria forma de atuar e pelos resultados que o projeto alcança. O sucesso de um projeto depende da qualidade dos profissionais envolvidos e do produto cultural em si. Se o produto cultural for bom e se a equipe envolvida na produção conhecer o seu papel, as chances de sucesso são muito grandes. É claro que existem diversas variáveis nesta equação, mas, em geral, é assim que acontece. Eu percebo que é fácil identificar um erro de produção, mas não podemos esquecer que toda manifestação de arte é resultado de uma aspiração coletiva e, como tal, de responsabilidade de todos. Pelo papel estratégico que ocupa em uma produção, é normal que o (a) produtor (a) seja o (a) mais cobrado, assim como é justo reconhecer sua importância e participação quando o projeto obtêm sucesso almejado.

Adriane - A brincadeira entre produtores é que se deu tudo errado a culpa é do produtor, se deu tudo certo é porque o diretor e os atores são ótimos. Mas, na realidade, acho que todos os que trabalham com artes cênicas sabem o quanto é difícil produzir, principalmente por causa da característica comum aos artistas, terem uma sensibilidade que às vezes atrapalha as frias negociações financeiras e burocráticas; por isso acho que os atores e diretores, assim como cenógrafos, figurinistas e outros profissionais dos bastidores, valorizam sim a figura do produtor. O público talvez nem perceba o que é a produção, principalmente quando ela é bem feita.

Acho que o bom produtor é aquele que finaliza bem o trabalho e sabe qual é o seu papel: fazer o espetáculo acontecer da melhor maneira possível, tanto para os atores e profissionais envolvidos quanto para o público.

Quem assiste a um espetáculo teatral, a um show musical, muitas vezes não sabe que por traz do brilho dos artistas existem outros artistas que são fundamentais para que tudo aconteça: são os técnicos, iluminadores, divulgadores e...os produtores! Geralmente ficam nos bastidores, longe dos holofotes. Nesta edição o Varanda bateu um papo com as produtoras Silvia, Joana e Adriane. É a nossa homenagem em nome de todos aqueles que trabalham para que as cortinas se abram na hora certa e com tudo no lugar, como a Letícia Vieira, a Inês Hubner, a Roze Paz, o Sandro Lopes, o Marco Mafra, o Dé Oliveira, o Airton de Oliveira, o....

NOS BASTIDORES DOS ESPETÁCULOS

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Joana- Como eu disse, às vezes o povo acha que o produtor é meio um deus, que o cara vai conseguir a grana, vai conseguir as 15 toneladas de areia que preciso pra cena, etc... No mundo real, onde as empresas que apóiam com grana ou serviço são bem poucas, se não houver uma proposta bacana de circulação de mídia, de promoção, tu recebes sempre um não! O produtor tem que ter a gana de insistir, de correr atrás, mas se o produto não é atrativo, não é culpa de ninguém, né?Sou bem agradecida a todos com quem trabalhei e trabalho; quando dá certo a gente festeja, quando não dá eu procuro aprender!

Varanda - Os críticos e resenhistas de arte analisam o espetáculo, mas poucos reservam espaços dedicados à produção?

Silvia- Alguns críticos, principalmente aqueles que conhecem a carpintaria teatral, conseguem identificar a mão de um produtor no trabalho, ao contrário de grande parte do público, para quem as coisas acontecem por “geração espontâ-nea”. Observo que os críticos mais atentos dedicam espaço para comentar a produ-ção. Os que não o fazem agem assim por não entenderem o papel fundamental que este (a) profissional exerce e sem o (a) qual pouco seria possível.

Adriane - Está melhorando, já temos até prêmio para produção nos Açorianos e Tibicuera, mas é claro que a crítica reserva o maior espaço para a análise da obra em si, seus méritos artísticos, adaptação, direção, atores...

Joana- Geralmente quando a obra é boa é porque a produção está arrasando! Às vezes, acontece o caso onde só o que é bom é a produção...Hahaha... Mas de qualquer forma, produção é uma coisa de bastidores mesmo; reconhecimentos são sempre bem-vindos, se a produção cuida do todo, ela não deve querer vencer nada né? Todos têm que ganhar juntos!

Varanda - Percebe-se que é mais difícil ter um retorno na produção cultural de um músico do que um grupo de teatro infantil. A que se deve isso?

Silvia- Neste caso específico e limitando-se a observar Porto Alegre, percebo que o teatro, em comparação à música e à dança, permite a manutenção de temporadas por mais tempo, o que aumenta suas chances de arrecadação. Se for uma peça infantil, as chances são maiores ainda. Já os shows musicais possuem outra exigência técnica, o que acaba onerando a produção, diminuindo a incidência de eventos. Neste caso, especificamente, o alto custo de locação de equipamentos de som e luz resultará na diminuição do número de apresentações, retraindo, consideravel-mente, as possibilidades de ganho de um músico. Contudo, deve-se tomar cuidado com estes exemplos fora de contexto, pois cada caso é um caso e toda generalização é um erro. Dependendo da capacidade do teatro e do valor do ingresso, em apenas um show musical é possível faturar o dobro do que um grupo teatral levou semanas para arrecadar.

Adriane - Eu acho que teatro e dança são artesanais e, portanto muito mais difíceis de produzir/distribuir do que a música; talvez por isso tenhamos tantos músicos e bandas lançadas todos os anos. O músico leva o seu cd pra qualquer lugar, hoje nem precisa, pode colocar sua música em sites, inclusive vender pela internet; já as artes cênicas só existem quando o ator ou o bailarino está em cena e o público assistindo ao vivo, todos na mesma sala. Quando se filma um espetáculo ele deixa de ser um espetáculo para ser um vídeo de teatro.

O que eu vejo é que em termos de montagem, (como o teatro é um trabalho em equipe, em grupo), as peças são mais facilmente resolvidas, com a cooperação e a produção às vezes caseira do grupo, coisa que a música nem sempre pode resolver, o músico precisa ter o seu instrumento, gravar em estúdio, fazer a distribuição, é um processo muito mais industrial, enquanto que o teatro é mais artesanal, pois o instrumento que o ator precisa é apenas o seu corpo. Eu acredito na produção profissional, nas companhias formadas como empresas, com um trabalho contínuo, sede para apresentar seus espetáculos, patrocínios sólidos e subsídios.

Joana- Acho que os astros da MPB estão aí pra provar que às vezes é justamente o contrário, que é mais fácil ou rápido faturar num showzão, do que na tentativa

de tirar os pais do shopping, do parque ou da praia, bem no meio do sábado ou do domingo pra ver um espetáculo que é para filho e não para ele. Não existem verdades absolutas, existe um comportamento do mercado, existe a promoção do seu produto, enfim, no nosso país tupiniquim, é muito ingênuo dizer: ‘ Vou fazer cinema que é o que dá dinheiro’; cara, num país que até a gente que faz cultura não tem grana para consumir cultura, o que podemos esperar da família que sobrevive com três salários mínimos?

Varanda- Espaço para dizer o que quiser (se quiser).

Joana- Obrigado pela lembrança!

Estou a três anos fora da cidade, trabalhando na selva carioca e quero lembrar que aqui temos uma coisa a nosso favor: a mídia espontânea! Não é um bicho de 7 cabeças conseguir uma entrevista, um apoio de rádio, de jornal ou TV, isso é uma coisa que a gente só dá valor quando trabalha num mercado onde as pessoas só assistem o que estiver no outdoor ou no anúncio com a foto de um ‘famoso’.

POA promove cultura, mesmo que os profissionais ganhem mal com ela. Ter a Bienal das Artes, o POA em Cena, a Feira do Livro (sabiam que ela é a maior feira ao ar livre da América Latina?) faz de nossa cidade um ‘polinho cultural’

Acho que a gente tem que se reconhecer e parar de massacrar tudo! O cara critíca como se fosse fazer melhor, sempre! É muita arrogância, né?

Varanda- Alguns trabalhos realizados ou trabalho atual:

Silvia- Silvia Abreu é jornalista formada pela Unisinos e produtora cultural, atuando há 17 anos no mercado. É pós-g r a d u a d a e m A d m i n i s t r a ç ã o e Organização de Eventos pela Faculdade de Hotelaria e Turismo Senac-SP. Como divulgadora e assessora de imprensa, tem trabalhado para artistas, entidades públicas e privadas, sindicatos, associa-ções e organizações não-governamentais. Como produtora, foi premiada por duas ocasiões com o Troféu Açorianos de Teatro. Produz os espetáculos teatrais “Hamlet Sincrético” e “Antígona BR”, do Grupo Caixa-Preta, e o espetáculo de dança-teatro intitulado “Chão”, do

bailarino e coreógrafo Robson Duarte. Atualmente, prepara o lançamento do novo CD da cantora Zilah Machado, intitulado “Ziriguindim”. É consultora de empresas e instituições públicas e [email protected]

Adriane- Adriane é atriz e realiza a produção de vários espetáculos e eventos, como:Porto Alegre em CenaVia Sacra do Morro da CruzAuto dos NavegantesNatal na PraçaTeatroCom Direção do Camilo de Lélis: Peter Pan, Alice no País das MaravilhasCom Direção do Luciano Alabarse: HamletoCom Direção do Júlio Conte: A Coisa CertaCom Direção de Roberto Oliveira: FlictsCom Direção de Jaqueline Pinzon: Vampirações e Outros MistériosCom Direção de Dilmar Messias, Camilo de Lélis e Jaqueline Pinzon3 X Amor e Morte

Joana- Outro dia fiz umas contas; me meti na produção há 12 anos , mas tenho empresa, a Realizo Produções há 5 anos. Assim, já trabalhei free, como autônoma e como empresa ,em mil coisas em Porto Alegre e agora no Rio. Muitos artistas, eventos e espaços que pediam programa-ção cultural ajudaram a fazer a minha história. Nestes 12 anos destaco alguns:Programação cultural adulta e depois na equipe de Infraestrutura da Feira do Livro de Porto Alegre, por sete anos. O Projeto Sexta em Verso, encomendado pelo Centro Cultural Érico Veríssimo, com a participação de Antonio Calloni, Jorge Mautner, Paulo José e outros nacionais; na cena com Deborah Finocchiaro e Mário Pirata, A Setembrina dos farrapos – um espetáculo de rua com mais de 70 participantes, uma loucura que fazia parar Viamão. Atualmente estou coordenando o Programa Conexão Artes Visuais MinC/Funarte/Petrobras, na minha primeira experiência em gestão de equipe, dentro de um órgão Federal. E, quem me conhece, sabe que eu encaro mesmo! Ah é bom dizer que mesmo morando no Rio de Janeiro, tenho recebido projetos gaúchos aqui e trabalhado a distância aí[email protected]

Em comemoração ao aniversário da Casa de Cultura Mário Quintana, show no dia 28 setembro as 19:00 no teatro Carlos Carvalho com entrada franca

E dia 26 outubro na Usina do Gasômetro, sala 505 às 18:00, ingressos a 5 reais.

A pianista e compositora Bethy Krieger lançou seu primeiro CD PAMPA y PIANO, no dia 30 de agosto no Auditório Dante Barone da Assembléia Legislativa.

O disco PAMPA y PIANO, gravado ao vivo no Auditório Dante Barone entre outubro de 2007 e março de 2008, reúne nove composições traçando um painel da produção desta que é uma das raras instrumentistas mulheres de sua geração. Atuando há mais de dez anos como pianista, compositora e arranjadora, tem participado de várias formações de música instrumental, integrando, atualmente, o Quarteto de Luizinho Santos, produtor musical do trabalho.

O repertório apresenta ritmos variados, tais como samba ('Falta um Samba'), chacareras ('Tempo Frio' e 'Chacarera pro Raul'), choro lento ('Balada Choro'), partido alto ('Partido Novo') balada ('Lagoa do Peixe'), baião e samba misturado ('Sambaião'), além de bossa nova ('Nova Bossa') e um maracatu estilizado ('Vip').

O CD traz ainda a participação de Cristóvão Bastos nos arranjos das composições Partido Novo, Lagoa do Peixe, Falta Um Samba, Tempo Frio e Sambaião.

O CD custa R$ 25,00 na Liber Livros (Vinte e Quatro de Outubro, 407).

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Pianista, d e f o r m a ç ã o clássica, iniciou sua trajetória no reggae dividindo o pa lco com bandas como P r o d u t o N a c i o n a l , Acústico Regae, Pure Feeling e Planet Roots.

Gravado por Cigano e Alexandre Áusquia, foi finalista do festival AGADISC- Associação Gaúcha de Discos Independentes – e vencedor do Festival do SESI, acompanhado pela banda Reggae Por Nós.

Apresenta um repertório que vai de Lupicínio Rodrigues, Vinícius de Moraes, Tom Jobim, passando por Djavan, Chico Buarque, Cazuza, chegando a Jorge Ben, Raul Seixas e Seu Jorge.

Em 2008, acompanhado por

Varanda Cultural

Oly Jr. começou sua carreira musical em 1998 tocando blues em uma banda chamada D’Blues. Depois formou a banda Mendigos da Noite em 1999. No ano 2000 começam a tocar pelos bares de Porto Alegre e no interior do Estado em formato acústico. A banda entra então para a Gravadora FRAN DISCOS de Porto Alegre e grava seu primeiro e único CD homônimo e passaram a divulgá-lo se apresentando em teatros e casas de shows da cidade. A banda se desfez em meados de 2002. O caminho de Oly Jr. só poderia ser um... a música. Começou então a sua carreira solo tocando voz, violão e gaita de boca nos bares da cidade.

Em meados de 2003 grava seu primeiro CD Independente solo,

intitulado ''Tô na Mira''. É um trabalho extremamente pessoal, feito com poucos instrumentos (violão, bandolim, contra-baixo e gaita de boca) mas com um conceito musical bem formado.

Em 2005 é lançado seu segundo disco solo, o “Ineditismo Barato”, que foi gravado ao vivo no estúdio Live em Porto Alegre. Também em 2005 é lançado o disco “Na Capa da Gaita”, trabalho de Oly Jr. em parceria com o gaitista de boca Gaspo “Harmônica”, um trabalho voltado às raízes do blues. Oly também gravou por conta própria, um disco que está engavetado; Um projeto com 10 poesias de Mário Quintana musicadas por Oly, no formato voz, violão e gaita de boca. Uma singela homenagem ao grande poeta gaúcho. Em 2007 lança um trabalho chamado "Algumas Canções", um disco virtual contendo 10 faixas inéditas que foram disponibilizadas para download. Nesse ano lançou também o disco "Onde Está O Meu Dinheiro...", segundo disco em parceria com Gaspo "Harmônica". E também em 2007, Oly Jr. lançou sua tão esperada coletânea, denominada "Pirataria Autorizada"; Um disco que reúne as melhores canções em 10 anos de carreira, segundo o próprio autor.

Agora Oly lança sua mais nova concepção musical: A "Milonga Blues" Misturando elementos da milonga gaúcha com o slide blues americano.

Plauto Cruz, Mário Barros e Agomar Martins, conclui o álbum “Minhas Águas”- CD onde direciona seu trabalho para a Música Popular Brasileira e grava, além de seus temas, compositores como Tom, Vinícius e Cartola.

Com lançamento dia 17 de maio, "Minhas Águas" nos traz um artista maduro que sabe o que faz e aonde quer chegar.

Sábado, 13/09- Show com Paulinho Parada no Mr. Dam, com muito Samba de Raiz e um temperinho especial de chorinho.

E n d e r e ç o : J o s é d o Patrocínio, 824 ( Cidade Baixa, POA/RS )

O MILONGA BLUES DE OLY JR.

ShowOly Jr.

Lançamento do single: "Milonga Blues”Onde: Vermelho 23 (Rua Bento Figueiredo, 23 - Bom Fim)

Quando: Dia 06/09 - Sábado

Hora: 23h. ouça essa nova concepção musical em:

www.myspace.com/olyjr

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-Será que chove?-Pois é, o tempo anda bem úmido. Acho que devia ter levado um casaco.- Pois é, eu também acho.- Mês passado caiu uma tromba d’água e eu estava sem o guarda-chuva. Me gripei e fiquei dois dias no hospital.[Será que esse elevador não vai chegar??]-Pois é. Mas agora tudo bem com a senhora?-Mais ou menos.O elevador tranca.Meu Deus.O que vou fazer com essa senhora falando pelos cotovelos, trancada nesse maldito elevador? A senhorinha, com seus cabelos brancos levemente louros nas pontas que entrou no elevador me parecia tão inofensiva quanto seu metro e cinqüenta.De repente o elevador pára e ela dobra de tamanho.Será que finjo um desmaio? Mas não cairia bem eu com um metro e noventa caindo nesse elevador por cima dessa pessoinha desconhecida. E se ela resolver me tocar?E se ela não tiver tomado uma das centenas de pílulas que

RÁDIO DE PILHApor Pedro Pastoriz

Paulinho Parada

deve tomar, o que faço?Relaxo. Lembro que estou fazendo um curso de cabeleireiro e que uma das cadeiras do curso é ''como conversar sobre qualquer assunto não interessando a profundidade ou o interlocutor''.-Senhora? Qual seu signo?-Ãhn? -Seu signo..-sou de peixes, meu filho. -Puxa! Sou de câncer, signo de água também. Temos muito em comum certamente.A senhora deve ser subjetiva, sonhadora e deve ter muitos sonhos que ainda pretende realizar, não?[nesse momento pensei no cinismo como eficaz ferramenta social]Ela tenta abrir um sorriso entre as rugas.-Sim, isso mesmo. Quer dizer que entendes de astrologia meu filho?-Nada.-Não?Volta a luz e o elevador me deixa no meu andar.-Tchauzinho meu filho, és uma simpatia.E assim chego em casa.

O show de MPB e humor, "Um banquinho, um violão, um cantor e um bobalhão", protagonizado pelos atores-cantores Beto Herrmann e Rogério Hoch, estréia no próximo dia 05 de setembro, sexta-feira, às 20h, na Cia. de Arte (Andradas, 1780), em Porto Alegre. A cada semana, durante os meses de setembro e outubro, o ator Rogério Hoch desfilará seu engraçadíss imo personagem, Mocorongo Soares, conversando com a platéia e entrevistando artistas especialmente convidados. Beto Herrmann interpretará um repertório selecionado de canções nacionais, internacionais e de própria autoria, interagindo com o público.

O convidado especial

da noite de estréia do projeto é o premiado Grupo Camaleão Teatro de Bonecos. Formado pelos atores-manipuladores João Vasconcellos e Tânia de Castro, acompanhados do músico Antônio Nunes, o grupo apresentará o espetáculo "Ósculos e Amplexos". Também haverá a exibição do curta-metragem "Amar", realização da diretora Lisiane Cohen. "Um banquinho, um violão, um cantor e um bobalhão" é um

espetáculo dinâmico e interativo, em que a música e o humor abrem espaço para divertidas trocas com a platéia.

O QUÊ: show de MPB e

humor, "Um banquinho, um violão, um cantor e um bobalhão", com Beto H e r r m a n n e R o g é r i o H o c h . Convidado: Grupo Camaleão

O N D E : C i a . d e A r t e (Andradas, 1780), em Porto Alegre

QUANDO: 05 de setembro, sexta-feira, às 20h

Q U A N T O : R $ 1 5 , 0 0 . Desconto de 50% para idosos, estudantes e classe artística.

Page 9: Varanda Cultural - 10ª Edição

Teatro de Câmara Túlio Piva - 10 de Setembro, às 22h

Texto: William ShakespearDireção e adaptação: Patricia Fagundes

Elenco: Álvaro Vilaverde, Carlos Mödiger, Elisa Volpatto, Felipe de Paula, Heinz Limaverde, Lisandro Bellotto, Leonardo Machado, Rafael Guerra e Sandra PossaniRealização: Cia. RústicaDuração: 1h45

A montagem da comédia A megera domada dá continuidade ao projeto da Cia Rústica, intitulado Em Busca de Shakespeare, que tem como diretriz resgatar o caráter popular das obras do grande dramaturgo inglês. Com linguagem contemporânea a companhia já estreou Macbeth (2004) e o premiadíssimo Sonho de uma noite de verão (2006). Com a elogiada montagem de A Megera Domada, dirigida por Patrícia Fagundes, a companhia consolida a trajetória de sucesso artístico e alcance popular do projeto, que vem marcando a cena gaúcha. A montagem estreou em março de 2008 no Teatro de Câmara em Porto Alegre, realizando temporada com casa cheia. O elenco é de primeira!

Varanda Cultural

O jornal Vaia, em parceria com a livraria Palavraria, está inaugurando novo evento literário: Palavra - alegria da influência. A estréia será no dia 02 de agosto, sábado, às 18h30, com o encontro dos poetas Fabrício Carpinejar e Everton Behenck.

A idéia é promover encontros literários mensais (no primeiro sábado), e sempre com a presença de um escritor da nova geração (anfitrião do encontro) e de outro já consolidado no cenário literário e da predileção (referencial, inspirador, ídolo) do anfitrião, para conversar sobre seus trabalhos, ler textos e debater idéias sobre suas respectivas produções literárias.

O encontro deverá consistir 1) da leitura de um texto (conto, crônica, poema, ensaio, etc) de autoria do autor convidado pelo escritor anfitrião, seguido de comentários do autor sobre o texto, abrindo oportunidade para indagações sobre o trabalho de escrita, a carpintar ia , as d i f iculdades , enf im

questionamentos acerca da elaboração do texto escolhido; 2) da leitura de um texto do escritor anfitrião (conto, crônica, poema, ensaio, etc), acompanhado de comentários e depoimentos sobre o respectivo texto; 3) da leitura de outro texto pelo autor convidado; 4) e de breve entrevista com o autor convidado feita pelo anfitrião.

A Palavraria está localizada na rua Vasco da Gama, 165 (telefone: 3268-4260). E a entrada para o evento é franca.

Convidados:

SIDNEI SCHNEIDER e JORGE REIN - 06 DE SETEMBRO

MONIQUE REVILLION e CHARLES KIEFER – 04 DE OUTUBRO

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Porto Alegre em Cena: 15 anos de teatro, dança e música

ESPETÁCULOS LOCAIS

O ano de 2008 é dedicado à celebração do teatro em Porto Alegre. O mais reconhecido evento da cidade, o festival internacional de teatro Porto Alegre em Cena, comemora em setembro seus 15 anos de existência, em uma edição especial de 21 dias, com grandes atrações internacionais e brasileiras, de teatro, dança e música. Fique ligado na programação local do Em Cena!

A COMÉDIA DOS ERROS – RIO GRANDE DO SULStudio Stravaganza - 08 de Setembro, às 19hTexto: William ShakespeareDireção: Adriane Mottola

HISTÓRIAS DE UM CANTO DO MUNDO – RIO GRANDE DO SULTeatro de Câmara Túlio Piva - 09 de Setembro, às 22hTextos: Rosina Duarte (com exceção de trechos do poema “Antonio Chimango” de Amaro Juvenal, do poema “Pacto social” de Orlando Mazzini Silva e o texto “Carnaval” de Deborah Finocchiaro, Dedé Ribeiro e Fábio Zimbres)Direção geral, concepção, atuação e violão: Deborah Finocchiaro

A SALAMANCA DO JARAU – RIO GRANDE DO SULTeatro Renascença - 15 de Setembro, às 20h

DUAS NA CENA – RIO GRANDE DO SUL, Diretor do Espetáculo: Daggi Dornelles e Luciana PaludoSala Álvaro Moreyra - 04 de Setembro, às 23h

FOLIAS FELINIANAS – RIO GRANDE DO SUL Direção e concepção coreográfica - Airton TomazzoniTeatro Renascença - 03 de Setembro, às 20h

LA SERVA PADRONATeatro Renascença – 17 e 18 de Setembro, às 20hConcepção e direção cênica: Jezebel de Carli

LIPSTICK STATION – RIO GRANDE DO SULEMEF. Prof. Anísio Teixeira - 4 de Setembro, às 19h30EMEB. Dr. Liberato Salzano V. da Cunha - 5 de Setembro, às 19h30Direção e concepção artística: Jezebel de Carli

Caio F - 60 Anos - MARGARIDAS ENLATADAS – RIO GRANDE DO SULTeatro de Câmara Túlio Piva - 12 de Setembro, às 22hTexto: Caio Fernando AbreuAdaptação e direção: o Grupo

MI ALMA - RIO GRANDE DO SULTeatro do SESC - 11 de Setembro, às 20hDireção e concepção coreográfica: Suzana d'Ávila

MISÉRIA SERVIDOR DE DOIS ESTANCIEIROS - RIO GRANDE DO SULUsina do Gasômetro - 20 de Setembro, às 17hDireção: Hamilton Leite

O AMARGO SANTO DA PURIFICAÇÃO – RIO GRANDE DO SUL

Praça Belém Novo - 07 de Setembro, às 16hEMEF. Vereador Martin Aranha –10 de Setembro, às 19h30EMEF. Senador Alberto Pasqualini –11 de Setembro, às 19h30EMEF. Gabriel Obino - 12 de Setembro, às 19h30Praça da Alfândega - 19 de Setembro, às 12hUsina do Gasômetro - 20 de Setembro, às 15hParque da Redenção - 21 de Setembro, às 12hEMEF. Vereador Antonio Giúdice - 22 de Setembro, às 19h30

ÓPERA DE SANGUE - RIO GRANDE DO SULTeatro Novo DC – Sala Carmem Silva - 16 de Setembro, às 20hTexto e direção: Ronald Radde

RE-SINTOS - RIO GRANDE DO SULTheatro São Pedro - 07 de Setembro, às 18hDireção geral e coreográfica: Jussara Miranda

SACY PERERÊ-A LENDA DA MEIA NOITE - RIO GRANDE DO SULColônia de Pescadores Z5- 02 de Setembro, às 19h30Escola Estadual de Ensino Médio Prof. Sarmento Leite - 03 de Setembro, às 15h

Produção: Terreira da Tribo Produções Artísticas Ltda

SERVIÇO

Bilheterias:

As bilheterias estarão abertas a partir do dia 24 de agosto - no andar térreo da Usina do Gasômetro das 10h às 20h e no dia da apresentação: uma hora antes na

bilheteria do teatro (se houver ingressos disponíveis).Ingressos: R$ 20,00Descontos de 50%:

- Doação de 1kg de alimento não-perecível (um quilo por ingresso); idosos, estudantes, classe artística, ZH, Caixa Federal, entre outros.

Para mais detalhes confira o site ou entre em contato:PORTO ALEGRE EM CENA

Travessa Paraíso, 71 / Morro Santa Teresa – Porto Alegre

Telefone: (51) 3235.2995

www.poaemcena.com.br

Page 10: Varanda Cultural - 10ª Edição

10Varanda Cultural

Olá queridos espectadores do

Programa Cometas!

Hoje com o consagrado da

semana...

EURICO COXIA !

Faz tv e propaganda de

caldo de galinha. e agora no teatro...

Como será seu

espetáculo “Pressão

na Cidade”?

Significa a opressão de se

viver na cidade! Ai eu me sinto

divino fazendo o meu trabalho

saaabe?!

Obrigada gente !

Ugh ! Ai socoorro

gente !Tá mal esse né doutor?

Não reconhece ele? É a mala

do Eurico Coxia!

É verdade...ele

atua em novela...Um

metido! Ele tá acordando?

Acordou !

Oh, onde estou? O

que aconteceu?

E você esteve em coma por

30 anos.

Está no hospital.

O Quê????hehe...

brincadeira...

Foram 20 anos!

E como você se sente atuando?

Assim, são dez panelas de pressão acesas...

Enquanto as panelas

assoviam, eu faço malabares...

E na hora passa uma manada de lobos no

cio uivando...

Uma salva de palmas

para Eurico Coxia!

Hum...

Page 11: Varanda Cultural - 10ª Edição

Espetáculo? Ihh...

10Varanda Cultural

...aos novos tempos.

" Cultura é o que fica depois de se esquecer tudo o

que foi aprendido."( André Malraux )

O Quê????

Que droga! E o meu

espetáculo?

Sinto dizer, mas não existem

mais teatros...

BINGO

Por falta de público, tiverem que se adaptar...

o E pe

Ensinam s s ranto Mas e os artistas ?!

Não temos mais artistas !

Muitos foram empalhados para museus...

...mas só poucos continuam lutando...

MY GOD...O QUE FAÇO DA MINHA VIDA AGORA ??? Não sei...trabalhar

no telemarketing? NÃÃOO!!!

É DEMAIS PARA MIM!!

AAII!!

Doutor, precisava mentir pro

Eurico?Ele não podia se estressar!

Ele estragou a cultura

artística dos meus filhos... Ele está em

coma novamente...

coitado...

EURICO COXIA

Com:Luciano ZochCristiane de FreitasCésar Camargo

Voltar pro coma foi a sua melhor decisão

profissional...Se ele voltar eu conto a verdade

então...

- hipnose no tratamento do pânico, fobias, depressão, distúrbios sexuais, stress pós-traumático, na preparação para concursos/vestibular.

- Cursos intensivos de auto-hipnose, para leigos.

- Avaliação sem custo.

FIM

CURSOS NO TEATRO NILTON FILHO

DESDE 1990

18 Anos de RealizaçõesRua Grão Pará, 179 - Menino Deus

Fones: 3233 0449 ou 3028 3663

Page 12: Varanda Cultural - 10ª Edição

A E x p o s i ç ã o Espécie Humana: corpos que transformam nosso olhar, é uma parceria com a Escola Fundação Bradesco de Gravataí, na qual os alunos do 2° ano do ensino fundamental, durante as aulas de educação a r t í s t i c a , t i v e r a m a oportunidade de conhecer os trabalhos de Adriana Xaplin, e refazer uma releitura de suas esculturas. Esta exposição é um momento oportuno de most rar aos d i fe rentes públicos que a arte, quando inserida nas instituições de ensino, desperta muito mais do que a criatividade nos alunos, um questionamento s o b r e o s v a l o r e s , a s inquietações, os sentimentos e contribuições que a arte pode contribuir para o d e s e n v o l v i m e n t o h u m a n o . A a r t e contemporânea é muito discutida nos dias de hoje, na maneira de abordagem e interpretação da mesma.

Exposição Espécie Humana: corpos que transformam nosso olhar...

Varanda Cultural

Abertura: 02 de setembro de 2008, às 14h

Visitação: 03 de setembro a 21 de setembro de 2008

Local: Casa de Cultura Mário Quintana – Galeria Augusto Meyer- Rua dos Andradas, 736 - Porto Alegre/RS

De terça a sextas das 9h às 21h Sábados e Domingos das 12h às 21h

O artista Idel realizou cursos de desenho no Atelier Livre da Prefeitura e já venceu o

Contato:[email protected]

Primeiro lugar na categoria Pintura da III Expo-Arte Universitária, Primeiro lugar na categoria pintura na II Mutepla e o Prêmio Banrisul de pintura na IV Expo Arte Universitária.

IDEL MENDA

Adriana Xaplin

De 08 a 30 de setembro, a Galeria de Arte Paulo Capelari homenageia o pintor Antônio Soriano com uma Sala Especial em sua sede, na Rua Visconde do Rio Branco, 691, em Porto Alegre. Sob o título de "Brindando a Primavera", a sala reúne oito telas de várias dimensões, tendo a natureza como tema.

Pintor gaúcho com destaque nacional, Antônio Soriano (Santo Ângelo, 15 de janeiro de 1944) iniciou suas atividades nos anos 60. Atuou na publicidade, atividade que lhe rendeu diversos prêmios. Sua pintura possui uma definição estilística na qual a paisagem é o tema dominante, com a luminosidade exercendo papel fundamental em sua linguagem. Vive e reside em Porto

Alegre, onde mantém seu atelier.

Maiores informações: (51) 3312.8558

www.paulocapelari.com.br

Serviço:

O quê: Sala em homenagem ao pintor Antônio Soriano.

Onde: Galeria Paulo Capelari (Rua Visconde do Rio Branco, 691), em Porto Alegre.

Quando: De 08 a 30 de setembro, de segunda a sexta-feira, das 10h às 19h e aos sábados das 09 às 12h..

Quanto: Entrada franca.