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ENTREVISTA Arlindo Oliveira Presidente do Instituto Superior Técnico "Vamos ter robôs afazer o jantar e a arrumar a loiça" Condução de carros, intervenções cirúrgicas, tradução automática e lida da casa são tarefas que vão ser desempenhadas por robôs num futuro muito próximo, afirma o presidente do IST, que se mostra preocupado com o número insuficiente de graduados em tecnologias da informação ÍÍD RUI ANTUNES ES JOSÉ CARLOS CARVALHO Arlindo Oliveira, 54 anos, é um homem que gosta de olhar para do horizonte. Licenciado em Engenharia Eletrotécnica e de Computadores no Instituto Superior Técnico, a que agora preside, e doutorado em Engenharia Informática c de Computadores pela Universidade de Bcrkcley, na Califórnia, acredita que o desafio de colocar a tecnologia ao serviço da Humanidade se sobrepõe ao receio de as máquinas nos roubarem os empregos ou ale a vida, se caírem nas mãos erradas ou ganharem vontade própria. Nesta entrevista, leva nos num salto ao futuro que está à nossa porta e um pouco mais além. A VISÃO faz 25 anos. Daqui por mais 25 teremos um robô a tratar da lida de casa? A limpar o pó, a arrumar a loiça... Os robôs são capazes de ainda ser caros e, provável mcnlc, não haverá um que faça tudo c mantenha a casa num

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Page 1: Vamos robôs afazer jantar e a arrumar - ulisboa.pt · £ fazer o jantar, ou pôr a mesa, não? Es Ics deque eslou a falar vão fazer o jantar. ... como um todo, mas quase ninguém

ENTREVISTA

Arlindo OliveiraPresidente do Instituto Superior Técnico

"Vamos terrobôs afazer

o jantare a arrumar

a loiça"Condução de carros, intervençõescirúrgicas, tradução automática

e lida da casa são tarefas que vãoser desempenhadas por robôsnum futuro muito próximo,

afirma o presidente do IST, quese mostra preocupado com o

número insuficiente de graduadosem tecnologias da informação

ÍÍD RUI ANTUNES ES JOSÉ CARLOS CARVALHO

Arlindo Oliveira, 54 anos, é umhomem que gosta de olhar para lá dohorizonte. Licenciado em EngenhariaEletrotécnica e de Computadores noInstituto Superior Técnico, a que agorapreside, e doutorado em EngenhariaInformática c de Computadorespela Universidade de Bcrkcley, na

Califórnia, acredita que o desafio decolocar a tecnologia ao serviço daHumanidade se sobrepõe ao receiode as máquinas nos roubarem os

empregos ou ale a vida, se caírem nasmãos erradas ou ganharem vontade

própria. Nesta entrevista, leva nosnum salto ao futuro que já está à nossa

porta e um pouco mais além.A VISÃO faz 25 anos. Daqui pormais 25 já teremos um robô a tratarda lida de casa? A limpar o pó,a arrumar a loiça...Os robôs são capazes de ainda sercaros e, provável mcnlc, não haverá um

que faça tudo c mantenha a casa num

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brinquinho, mas acho que sim. Podesó trabalhar na bancada da cozinha,arrumar a loiça, tratar dos tachos, semandar de um lado para o outro. Vamos

começar a ver isso ate talvez maiscedo. Aspirador já há...

£ fazer o jantar, ou pôr a mesa, não?Es Ics de que eslou a falar vão fazer o

jantar. São cozinhas automatizadas,com braços robôs, que seguem areceita e cozinham Não sei se vão pôra mesa, mas acredilo que sim, se nãoestiver muito afastada.

Qual a próxima grande novidadetecnológica, entre as que já estãoem teste, com potencial para alteraras nossas vidas?Vamos ter sistemas a desempenharcada vez mais funções a[é agoradesempenhadas por humanos,baseados em tecnologia de InteligênciaArtificial, nomeadamente a conduçãoaulónoma de veículos. Há cinco anos,estimava-se que acontecesse lá para

20.50, mas vai ser mais rápido Em2025 já vão estar aí, embora ainda nãototalmente autónomos, e em 2030 jáserão muitos.E que mais?Outras funções passarão a ser, pelomenos parcialmente, desempenhadaspor computadores: análise de imagense diagnóstico médico, atendimentoao público através de call centers,condução de navios, vidcovigilância.No campo da Medicina, teremosintervenções cirúrgicas realizadaspor máquinas?A robótica cirúrgica sem intervençãohumana também vai surgir nos

próximos dez anos. Provavelmenteem intervenções mais rotineiras,como suturas ou em certas fases de

cirurgias. De grande impacto será

igualmente a relação da InteligênciaArtificial com os telemóveis, assimcomo o desenvolvimento da tecnologiada realidade virtual.

Colocamos uns óculos e vamos aocinema ou viajamos sem sair dosofá?Já experimentou? De repente,estamos no meio de Paris. E assistira um espetáculo? Devo dizer quejá experimentei c c praticamente a

mesma coisa. Olhamos e temos as

pessoas à volta - é absolutamente

impressionante Só não podemosdar um aperto de mão, por exemplo,porque é tudo um filme 3D.Mas não ficam a faltar as sensações?Esla tecnologia vai subslUuir a visãoe a audição, mas não os outrossentidos. Não se sente o vento, o tato,os cheiros, não substitui a experiênciareal Mas o resto é interessante,porque c quase como estar lá, porexemplo a visitar a Torre Eiffel. Assistira vima aula de um professor nosEstados Unidos da América é outra

possibilidade c vai estar aí com muitaforça nos próximos dez ou 15 anos.

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E, entretanto, será viável telefonarpara a China e entendermo-noscom alguém que nos ouveem português e responde emmandarim?A tradução automática é mais umatecnologia que provavelmente sedesenvolverá muito depressa. Nãodigo traduzir um livro, isso ainda está

distante, se calhar nem em duas outrês décadas vai acontecer. Mas já acho

perfeitamente viável nos próximos dezanos enviar um cmail cm portuguêsque é traduzido automaticamente pelosistema para chinês ou recebermos vimtelefonema da China que é traduzidopelo sistema para português.Portugal está a dar os passos certosno sentido de preparar os seusalunos para este futuro?Temos boas comunidades, comose pode ver em startups como a

Unbabel, a Talkdesk e outras, quedesenvolvem trabalho muito bomem tecnologia de ponta. Ilá umproblema grave: não estamos a formargraduados em número suficiente naárea das tecnologias de informação e

comunicação para as necessidades das

próximas décadas. A qualidade está lá,

a quantidade não.Em 2016, a licenciatura emEngenharia Aeroespacial destronouMedicina como o curso comnota mais alta de entrada nauniversidade. O facto de os nossosestudantes olharem mais para o

espaço como uma área de empregoé um despertar para os novostempos?Não é só a Engenharia Aeroespacial,mas também a Física Tecnológica.O espaço voltou a estar na modae isso não se deve apenas ao factode Elon Musk ter mandado umdescapotável para órbita. Além dasmuitas aplicações para a sociedadeatual, existe aquela ideia de retomara conquista do espaço, com viagens à

Lua e a Marte. Mas, acima de tudo, o

que isso reflete é a perceção dos jovense das famílias de que a tecnologia dá

emprego e boas carreiras.A mão de obra mais barata,relativamente aos países maisdesenvolvidos, é um fator atrativopara as multinacionais tecnológicasse instalarem em Portugal?Provavelmente. A relação qualidade--preço é imbatível. O facto demultinacionais como a Google e a

Cisco quererem fixar-se cá é sinalde reconhecimento da qualidade

dos nossos graduados Vai haveruma competição muito grande porprofissionais nesta área. É bom,porque os ordenados sobem. Masestou preocupado, uma vez que jáexistem muitos milhares de empregospor preencher nas tecnologias de

informação c comunicação.Que conselhos daria para umaformação académica com saídasprofissionais?Da mesma maneira que se ensinaMatemática, Física, Química,Poiiuguês ou História, é muitoimportante que no ensino básico,secundário e superior se ensine o

que costumo chamar de pensamentocomputacional. Não é programarnem abrir folhas Excel ou fazer

Powerpoints. Para isso os miúdosnão precisam de ajuda. Trata-se de

os ensinar a pensar em termos de

abstraçào. Como é que se modela umproblema em termos matemáticosc computacionais, como c que sedefine um algoritmo para resolver umproblema.Desde o primeiro ciclo?Exalamcnlc Não vamos ensinar logoconceitos muito avançados, mas

seguramente desde os primeiros anos.Não ter essas ferramentas, daquiem diante, pode equiparar-se a nãosaber ler nem escrever?Uma pessoa que não saiba trabalharcom um computador ou com umsmuríphone, do ponto de vista do

utilizador, já está muito próxima de

ser o equivalente a um iletrado do

século XX. Portanto, a resposta c

sim. Pelo menos, uma boa fração da

população devia conseguir pensarem termos computacionais. Tal comoum iletrado não era muito bem pago,o mesmo vai acontecer no futuro a

quem não lenha estas compelênciasCom a agravante de que muitosempregos que não requerem estascompetências poderem vir a serocupados por máquinas...Há trabalhos manuais, como servirà mesa nos restaurantes, difíceis de

automatizar. Mas se fizermos o pedidonum tablet e vier um carrinho à mesa,isso é diferente, seria uma espécie de

selfservice. Só que não vale a penaautomatizar empregos com custosmuito baratos. Muitas das profissõesem risco são um pouco mais bem

pagas, embora bastante repetitivas.Algumas já desapareceram, como

aquela pessoa que estava nos bancosa dar dinheiro. Isso agora é feito pelosmultibancos.

Que profissões estarão mais asalvo?Web designers, gestores de

comunicação nas redes sociais,

programadores, criadores de jogose ambientes virtuais, por exemplo.Artista é também uma profissãoque, em princípio, está a salvo,

porque a verdadeira arte vai estar

longe do alcance dos comp utadoresdurante algum tempo. Por outrolado, existe má arte e essa é maisfácil de automatizar. No outro dia,na Gulbenkian, mostrei quadros e

poemas feitos por computador que as

pessoas não distinguiram dos reais.Na verdade, não há nada realmentea salvo A única regra é: quanto maiscriativas forem as profissões, maisfuturo têm.Não haverá emprego para todos.Esta ideia de toda a gente ter empregoa tempo inteiro é relativamenterecente. Parece-me muito razoável

que empregos a tempo parcial c

o desemprego sejam muito maiscomuns no futuro. Temos de tercuidado. Primeiro, para isso passara ser encarado como normal, aocontrário do que acontece agora.E, em segundo lugar, para haver umadistribuição da riqueza.Quem trabalhar vai ter de sustentarquem fica em casa semo estigma que hoje existe?

Na verdade, não hánenhuma profissãorealmente a salvo.A única regraé: quanto maiscriativas foremas profissões,mais futuro têm.Empregosa tempo parciale o desempregovão ser muito maiscomuns no futuro

E algo que a sociedade terá de resolvercomo um todo, mas quase ninguémestá a pensar na questão muito

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seriamenLe. Fala-.se num rendimentomínimo incondicional ou cm laxar os

robôs, colocando o ónus nas empresasque mais os usam. O Parlamento

Europeu já fez um relatório para aComissão Europeia, mas nunca se viucsla discussão no nosso Parlamento.Vai implicar uma alteração do modeloatual.Há quem não tenha uma visãotão pessimista, mas a maioriadas previsões aponta para umadesigualdade maior entre ricos e

pobres, em resultado dessa escassezde emprego.Pode ser que sim, pode ser que não.Também houve esle momenlo naRevolução Industrial, quando as

máquinas substituíram o trabalho

braçal. E, felizmente, foram criadasnovas profissões que vieram substituiras que desapareceram. A mim custa-

-me acreditar que vai acontecer o

mesmo Haverá novas profissões, mastantas como as que desaparecem'Tenho dúvidas.É ingénuo pensar que as máquinasserão todas nossas amigas?Há sempre a possibilidade de uma

máquina ou de um robô de guerraficar fora de controlo ou de cair nasmãos de um Estado hostil ou de

um grupo terrorista Mas a maiorpreocupação c lermos sistemas, paraos quais definimos objelivos, quedepois apresentam comportamentosdesalinhados dos nossos interesses.Por exemplo?Quando um Facebook escolhe o

conjunto de publicações e notícias quenos mostra e isola as pessoas numabolha, está a ter um comportamentoprejudicial à sociedade Não lenhomedo de robôs que andem por aí de

0 primeiro computadorArlindo Oliveira começou a

programar num ZX Spectrum,aos 16 anos. Ainda sem internet

metralhadora a malar as pessoas, issodificilmente acontecerá. Agora, haversistemas com efeitos prejudiciais àdemocracia e à transparência dos

governos pode, de faclo, ocorrer As

máquinas vão estar sempre do nossolado, mas, se não especificarmos bemcomo resolver um problema, podehaver consequências negativasNum futuro mais longínquo, as

máquinas serão mais inteligentesdo que os humanos, como sugere noseu livro Mentes Digitais?Não sei se serão mais inteligentes, mas

podem ser bastante inteligentes. Nãoé muito difícil imaginar que podemoster uma máquina, um sistema

computacional, a gerir as leis de umpaís. Criar um código de IRS queobtenha determinados objetivos de

redistnbuição de riqueza não é difícilde fazer, se calhar ale eu consigo.Temos é de ter a certeza de que as

especificações que damos ao sistemaestão bem pensadasPor detrás de unia máquina, haverásempre uma mente humana que acriou.Provavelmente. E que lhe disse o quevai fazer. Depois há aquela hipótese

mas essa não é para 25 anos, é para100 ou 250 - de termos máquinascom lotai autonomia c motivaçãoprópria.Sentimentos também?Os sentimentos são relativamentefáceis de programar. Os càes e os gatostêm sentimentos.São seres vivos.Mas são muitos mais simples do queos humanos. Poderemos ter umamáquina com motivações e objetivospróprios, com sentimentos. E, se

tem sentimentos, devia ter direitos.Se estiver a morrer, se calhar nãodevíamos desligar o programa, não é?

É fácil programar uma máquinapara sentir amizade, amor,frustração, raiva?Não c muito difícil programar umamáquina para simular que faz isso.Temos um robô que anda aí nos

hospitais e cria muita emparia comas crianças. É uma espécie de umasimulação de uma emoçãoO problema c que ninguém sabe o

que isso significa, ninguém sabe o

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que é Ler emoção por dentro Dou umexemplo um bocadinho desagradável:os japoneses são particularmentefãs de robôs sexuais e essa indústriavai dcscnvolvcr-.se Se houver umaboneca que não só faz a componentefísica muito bem como simula bem o

lado emocional, quão diferente serádas emoções reais? É uma questãofilosófica e psicológica complicada,mas não tenho muitas dúvidas de

que, progressivamente, será possívelprogramar comportamentos que se

pareçam cada vez mais com os doshumanos.A robô Sophia já tem nacionalidade.A Sophia é um bocadinho aldrabice.

Aquilo é mais uma operação de

marketing, não tem um sistema

inteligente por trás, tem um sistema

que balbucia umas coisas.O seu primeiro computador foi umZX Spectrum...Foi o primeiro no qual programeie fiz alguns jogos, devia ter uns16 anos. Ligava-se a um gravador defita magnética, onde descarregávamosos programas, e às vezes nãofuncionava. Ainda não havia internet.Em 1997, o campeão mundialde xadrez, Garry Kasparov, foiderrotado por um computador.Incrédulo, insinuou que o DeepBlue, da IBM, teria contado com aajuda de um poder invisível, nestecaso uma mente humana. Duasdécadas depois, a InteligênciaArtificial parece uma realidadeimparável nas nossas vidas.É uma perspetiva interessante.E o Deep Blue não fazia mais nada,só sabia jogar xadrez. É curioso queagora, 20 anos depois, um sistema quenão foi programado para saber jogarGO [jogo de tabuleiro chinês muitoantigo], mas para aprender de raizsem olhar para jogos dos humanos,faz coisas que os homens nuncaaprenderam em milhares de anos.E faz o mesmo no xadrez e no shogun[outro jogo chinês de tabuleiro] . Damesma forma que isto se aplica aos

jogos, pode apliear-sc, por exemplo,à condução autónoma, e isso é

impressionante.Perante a evolução vertiginosa daInteligência Artificial, o que diriaaos céticos que olham para estefuturo com desconfiança ou, pelomenos, com a convicção de que jánão vão assistir às novidades que seadivinham?O desenvolvimento está a ser muito

A robótica cirúrgicasem intervençãohumana vai surgirnos próximosdez anos.Provavelmenteem intervençõesmais rotineiras,como suturas ouem certas fasesde cirurgias

rápido e a lendêneia é para acelerarainda mais. Qualquer pessoa com

formação em computação podepegar nesta tecnologia Quando aestudei e fiz o meu doutoramento,demorávamos anos a fazer códigos.Agora basta descarregar um programada Google ou da Amazon e, em poucosdias, projeta-sc um sistema. Há poucotempo pensava-se: 'Isso dos carrosautónomos já não é para mini'. Masainda recentemente a revistaThe F.conomixl dizia que quase lodasas pessoas atualmente vivas vãoassistir a esses tempos.E, mais tarde, as estradas dealcatrão darão lugar a estradasaéreas, com veículos voadores?A energia joga contra isso, vaiser muito difícil. Algumas teoriasdefendem que, da mesma forma

que existe a força da gravidade,poderia haver uma antigravidadeque permitisse a um carro ou objetoflutuar por via dessa força gravíticacontrária, mas, que se saiba, nãohá sustentação para isso na Física.

Portanto, a única maneira é voar.Não tenho dúvidas de que vai haver

exemplos no Dubai, em Los Angeles,cm Nova lorque, mas dcslocarmo-nosem carros voadores, no dia a dia, nãovai acontecer tão cedo, por causa dasnecessidades energéticasO teletransporte é utopia?É ficção científica, neste momento.No outro dia, através de uma

impressora 3D, mandaram umaespécie de chave inglesa por email

para a estação espacial. É giro. Acaba

por ser um teletransporte. Se for umacoisa simples e imprimível numaimpressora 3D, o teletransporte estáaí. Mas as impressoras 3D ainda não

imprimem a maior parte das coisas,em particular um ser humano. Nemsequer um ser vivoViver em Marte é uma hipóteserealista?É uma ideia muito interessante c

atrativa, mas a Física joga contranós. Porque os custos energéticosenvolvidos em criar uma civilizaçãosustentável cm Marte são enormes.Há uma possibilidade, idealizada

por John von Neumann, um famosofísico, que passaria por criar robôssuficientemente inteligentes, enviar

para lá meia dúzia deles para fazeremtudo, e depois então a gente vai. Aliás,na ideia dele, nem é preciso meiadúzia, basta um que, entre outrascoisas, saiba fazer robôs iguais a ele,a partir de rocha. Quando foremmuitos, constróem uma civilização. Se

conseguirmos lazer o primeiro robô,depois é um instante. É provavelmentea ideia mais viável.É possível avançar com umaestimativa temporal para essahipótese?É difícil. Quer dizer, as tecnologiasestão aí. Diria que é muito difícil nos

próximos 25 anos. O robô teria de

ser mui Io flexível para realizar lodo o

processo. Será algo mais longínquo.Uma colónia humana em Marte? Se

me perguntassem diria talvez daquipor 100 anos.Poderia acontecer nos próximos100 anos?Nesse período de tempo já achomais razoável. Por causa das outras

tecnologias. Vamos ter robôsautónomos que, provavelmente,conseguem fazer o posto avançado pornós. Mas olhe que o Elon Musk nãoconcorda comigo Ele é mais otimistac sabe o que faz. t'l

[email protected]