valor nutricional, capacidade antioxidante e

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE TECNOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIENCIA E TECNOLOGIA DE ALIMENTOS FÁTIMA DE LOURDES ASSUNÇÃO ARAÚJO DE AZEVEDO VALOR NUTRICIONAL, CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E UTILIZAÇÃO DE FOLHAS DE ESPINAFRE (Tetragonia tetragonoides) EM PÓ COMO INGREDIENTE DE PÃO DE FORMA João Pessoa PB 2012

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Page 1: VALOR NUTRICIONAL, CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CENTRO DE TECNOLOGIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIENCIA E

TECNOLOGIA DE ALIMENTOS

FÁTIMA DE LOURDES ASSUNÇÃO ARAÚJO DE

AZEVEDO

VALOR NUTRICIONAL, CAPACIDADE ANTIOXIDANTE

E UTILIZAÇÃO DE FOLHAS DE ESPINAFRE (Tetragonia

tetragonoides) EM PÓ COMO INGREDIENTE DE PÃO DE

FORMA

João Pessoa – PB

2012

Page 2: VALOR NUTRICIONAL, CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E

Fátima de Lourdes Assunção Araújo de Azevedo

VALOR NUTRICIONAL, CAPACIDADE ANTIOXIDANTE

E UTILIZAÇÃO DE FOLHAS DE ESPINAFRE (Tetragonia

tetragonoides) EM PÓ COMO INGREDIENTE DE PÃO DE

FORMA

Tese apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Ciência e Tecnologia de

Alimentos, Centro de Tecnologia,

Universidade Federal da Paraíba, em

cumprimento aos requisitos para

obtenção do título de Doutor em Ciência

e Tecnologia de Alimentos.

Orientadora: Profa. Dr

a. Janeeyre Ferreira Maciel

João Pessoa-PB

2012

Page 3: VALOR NUTRICIONAL, CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E

FÁTIMA DE LOURDES ASSUNÇÃO ARAÚJO DE AZEVEDO

VALOR NUTRICIONAL, CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E UTILIZAÇÃO

DE FOLHAS DE ESPINAFRE (Tetragonia tetragonoides) EM PÓ COMO

INGREDIENTE DE PÃO DE FORMA

João Pessoa, 04 de Julho de 2012

BANCA EXAMINADORA:

___________________________________________________

Profa. Dr

a Janeeyre Ferreira Maciel – PPGCTA/CT/UFPB

Orientadora

____________________________________________________

Prof. Dr. Ricardo Targino Moreira– PPGCTA/CT/UFPB

Examinador Interno

____________________________________________________

Profa. Dr

a Rita de Cássia Ramos do Egypto Queiroga – PPGCTA/CT/UFPB

Examinador Interno

____________________________________________________

Profa. Dr

a Tatiane Santi Gadelha – DBM/CCEN/UFPB

Examinador Externo

__________________________________________________

Profa. Dr

a Maria Inês Sucupira Maciel– UFRPE

Examinador Externo

Page 4: VALOR NUTRICIONAL, CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E

Ao meu querido e bom DEUS, que tudo pode e me fortalece, luz em meus

momentos de escuridão. Tu és o amor, em quem acredito, criador de todas as

coisas.

A toda minha família, especialmente aos meus pais, José Ribamar

Araújo (in memorian) e Lôide Assunção Araújo, de quem tenho muito orgulho,

pelos ensinamentos e apoio incondicionais nesta e em todas as etapas da minha

vida.

Ao meu marido, Carlos Xavier de Azevedo Netto, meu maior

incentivador, por acreditar nos meus ideais, que me deixou sonhar sozinha e

aceitou viver comigo o meu sonho, que agora estou realizando.

Aos meus filhos, Lucas e Tiago que vieram iluminar todos os paços da

minha vida, que foram o incentivo de todas as minhas conquistas. Aos meus

oito irmãos, dos quais tenho muito orgulho, minhas referências de vida, e que

mesmo distante sempre estiveram comigo.

A minha madrinha Dilza Assunção dos Reis (in memorian), educadora,

pelo amor e carinho, que muito contribuiu para minha formação.

DEDICO

Page 5: VALOR NUTRICIONAL, CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E

“A alegria não chega apenas no encontro do achado, mas faz parte do

processo da busca. E ensinar e aprender não pode dar-se fora da procura, fora

da boniteza e da alegria”.

Paulo Freire

Page 6: VALOR NUTRICIONAL, CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E

AGRADECIMENTOS

Aos meus pais José Ribamar Araújo (in memorian) e Lôide Assunção Araújo, pelo

amor, carinho, incentivo e dedicação, onde nunca mediram esforços pela minha formação.

Ao meu marido, Carlos Xavier de Azevedo Netto, por acreditar em cada etapa deste

projeto, pela paciência, colaboração e palavras carinhosas em todos os momentos

difíceis. Por ser um grande exemplo de profissional e incentivador da vida acadêmica.

Aos meus filhos, Lucas e Tiago pelo amor, compreensão, pelas horas ausentes

que muitas vezes não pude estar presente, os quais me deram força e segurança

necessárias para fortalecer a idealização desta etapa.

Aos meus irmãos, José Ribamar Araújo Filho, Lôidemar A. Araújo, Francisca de

Jesus A. Araújo, Maria da Consolação A. Araújo, Nelson Antônio A. Araújo, Maria do

Socorro A. Araújo, Hamilton A. Araújo e Antônio Carlos A. Araújo, que sempre me

apoiaram, pelas palavras de incentivo, amor e orações recebidas.

Ao Programa de Pós-graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos da

Universidade Federal da Paraíba, pela formação acadêmica e pela oportunidade de

realização do doutorado.

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CAPES)

pela concessão da bolsa através do Programa de Demanda Social.

A pesquisadora e orientadora Profa

Dra. Janeeyre Ferreira Maciel, pela amizade,

confiança e apoio em minha vida acadêmica, direcionando-me ao mundo da pesquisa

desde o mestrado, a quem sou muito grata.

Aos demais membros da banca, Profa. Dr

a. Rita de Cássia Ramos do Egypto

Queiroga, Profa. Dr

a. Tatiane Santi Gadelha, Prof

a Dr

a Maria Inês Sucupira Maciel e

Prof. Dr. Ricardo Targino Moreira, pelas correções e valiosas contribuições para o

aperfeiçoamento e questionamentos desta pesquisa.

Aos professores do Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de

Alimentos, Dra Marta Suely Madruga, Dr. José Marcelino Oliveira Cavalheiro, Dr. João

Andrade da Silva, Dr. Pushkar Singh Bora, Dr. Heinz Johann Holschuh, Dr. Ânoar

Abbas El-Aouar e Dra Marciane Magnani pelos valiosos conhecimentos que adquiri no

Page 7: VALOR NUTRICIONAL, CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E

decorrer desta jornada e pelas indagações durante a minha trajetória do doutoramento,

os meus cincerros agradecimentos.

Às professoras Dra

Esmeralda Paranhos Santos (CT/UFPB) e Dra

Rita Baltazar

de Lima (DBM/UFPB) pelas valiosas contribuições.

Ao pesquisador prof. Dr. Antônio Gouveia de Souza, pela disponibilidade do

Laboratório (LACOM/UFPB), pelos equipamentos e reagentes, sem os quais a

realização da parte experimental desta pesquisa seria inviável. Agradeço por sua atenção

e profissionalismo.

A pesquisadora Dra. Elizabeth Harumi Nabeshima, do Centro de Tecnologia de

Cereais e Chocolates (Cereal Chocotec), Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL),

Campinas/SP, pela atenção, empenho, disponibilidade e contribuições na área de

tecnologia de panificação, essenciais para os meus aprimoramentos na realização deste

trabalho.

A Ilza Fragoso, bibliotecária (UFPB), pela atenção, colaboração e apoio nas

correções das referências bibliográficas.

A pesquisadora Dra. Maria Lúcia Niemeyer Mateus Loreiro (MAST/RJ) pelo

incentivo, amizade e valiosa contribuição na revisão do português.

As minhas amigas e companheiras de pesquisa, Vilma Barbosa da Silva Araújo

e Fernanda Feitosa da Silva (Bolsistas PIBIC/PIVIC), que desde os primeiros momentos

se entregaram e acreditaram no projeto, demonstraram dedicação, responsabilidade e

profissionalismo. Existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas

incomparáveis, a vocês, o meu respeito, amizade, afeto e eterna gratidão.

Aos colegas do doutorado do Programa de Pós-Graduação em Ciência e

Tecnologia de Alimentos, Kassandra de Lourdes Gadelha Araujo, Olivaldo Lacerda

Brasileiro, Adriana de Sousa Lima, Érica Menezes Salvino, João Paulo Prado, Josilene

Amaro da Silva, Jaqueline A. Nascimento, Ruth Gomes Gadella, Poliana Sousa

Epaminondas, Alline da Silva Lima de Souza e Ertha Janine Lacerda de Medeiros pelo

convívio alegre, horas de estudos, palavras de motivação nas horas difíceis e

companheirismo.

Aos amigos José Mauro Mateus Loreiro, Maria Lúcia Niemeyer Mateus Loreiro,

Bernardina Maria Juvenal Freire de Oliveira, João Francisco de Oliveira, Mirian de

Albuquerque Aquino, Joana Coeli Ribeiro Garcia, Fernanda Vanessa Gomes da Silva,

Page 8: VALOR NUTRICIONAL, CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E

Kátia Miranda, Rita Vieira, Larissa R. de Farias Feitosa, Ana Raquel Carmo de Lima,

Cláudia Gouveia, Bernadete L. Araújo da Silva, Elieidy Gomes de Oliveira, Maria José

de Figueiredo, Margareth Rocha, André Gustavo Lima, Wilma Freitas, Evaneide

Ferreira S. Ramalho, Tatyana Patricio de Albuquerque Sousa, Samara Mangueira,

Simone Bandeira, Dilamélia Souza de Farias, Germana Queiroga, Bethânia Valadão e

Eunice Ribeiro, pelo apoio, palavras de credibilidade, incentivo e amizade.

Aos Técnicos dos Laboratórios do Programa (PPGCTA), Gilvandro Ferreira da

Costa, Claudionor José de Oliveira, Gildo Sá e Lucas Monte pelo apoio, colaboração

imprescindível em participar na realização deste trabalho.

A todos que contribuíram direta ou indiretamente para a viabilização,

desenvolvimento e conclusão desta tese.

Page 9: VALOR NUTRICIONAL, CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E

RESUMO

AZEVEDO, F. L. A. A. Valor nutricional, capacidade antioxidante e utilização de

folhas de espinafre (Tetragonia tetragonoides) em pó como ingrediente de pão de

forma. João Pessoa, 2012. 130p. Tese (Doutorado em Ciência e Tecnologia de

Alimentos), Universidade Federal da Paraíba.

O espinafre é uma hortaliça folhosa verde-escuro que presente na dieta contribui com o

aporte de vitaminas, proteínas, minerais, especialmente cálcio e ferro, e compostos

bioativos não comuns em outros vegetais. O objetivo na presente pesquisa foi

caracterizar o espinafre Tetragonia tetragonoides, in natura e em pó (branqueado e não

branqueado) quanto ao teor de nutrientes, antinutricionais e de compostos bioativos,

avaliando os efeitos do branqueamento sobre esses compostos, a capacidade

antioxidante dos compostos bioativos e a utilização do espinafre em pó branqueado

como ingrediente na formulação de pão de forma. O pó das folhas de espinafre,

submetidas ao branqueamento, apresentou redução nas concentrações dos nutrientes,

antinutricionais e compostos bioativos, quando comparado ao mesmo produto não

branqueado. As maiores perdas foram observadas para ferro (19,4 %), cálcio (18,3 %),

ácido oxálico (36,4 %), ácido fítico (33,5 %) e vitamina C (18,74 %). A redução nos

compostos bioativos resultou em menor capacidade antioxidante do espinafre em pó

branqueado, quando avaliado pelos métodos FRAP e β-caroteno/ácido linoléico,

entretanto, esse efeito não foi verificado pelo método DPPH, tendo o espinafre em pó,

submetido ou não ao branqueamento, apresentado o mesmo poder antioxidante. Quando

o espinafre em pó branqueado foi adicionado à formulação do pão de forma, nas

concentrações de 1 %, 2 % e 3 %, observou-se uma melhor aceitação sensorial para a

formulação com 3 %, que se destacou das demais quanto à maciez. Essa formulação

apresentou maior teor de proteínas, cálcio, ferro e fósforo que o pão controle. Portanto,

a utilização do espinafre como ingrediente de pão de forma pode ser considerada uma

boa alternativa de inclusão dessa hortaliça folhosa na dieta, contribuindo para a

melhoria nutricional e apresentando, na forma branqueada, reduzido teor de

antinutricionais.

Palavras-chave: Hortaliça folhosa, compostos bioativos, análise sensorial, pão.

Page 10: VALOR NUTRICIONAL, CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E

ABSTRACT

AZEVEDO, F. L. A. A. Nutritional value and antioxidant capacity using spinach

(Tetragonia tetragonoides) leaves powder as an ingredient of bread. João Pessoa,

2012. 130p. Thesis (Doctoral in Science and Food Technology), Federal University of

Paraiba.

Spinach is a dark green leafy vegetables in the diet that helps with the intake of

vitamins, proteins, minerals, especially calcium and iron, and bioactive compounds not

common in other plants. The objective of this research was to characterize the spinach

Tetragonia tetragonoides, fresh and powdered (bleached and un bleached) on the

content of nutrients, antinutritional and bioactive compounds, evaluating the effects of

bleaching on these compounds, the antioxidant capacity of bioactive compounds and

functional potential of spinach bleached powder as an ingredient in the formulation of

bread. The powder of spinach leaves, subjected to bleaching, decreased concentrations

of nutrients, antinutritional and bioactive compounds, compared to the same product is

not bleached. The greatest losses were observed for iron (19,4 %), calcium (18,3 %),

oxalic acid (36,4 %), phytic acid (33,5 %) and ascorbic acid (18,74 %). The reduction in

bioactive compounds resulted in lower antioxidant capacity of spinach powder

bleached, as assessed by FRAP methods and linoleic β-caroteno/ácido, however, this

effect was not observed by the DPPH method, and spinach powder, subjected or not to

bleaching, presented the same antioxidant power. When the spinach bleached powder

was added to the formulation of the loaf of bread, the concentrations of 1 %, 2 % and 3

% was observed better sensory acceptability in the formulation of 3 % was noted that

the other as the softness. This formulation showed a higher content of protein, calcium,

iron and phosphorus than the control bread. Therefore, the use of spinach as an

ingredient of bread can be a good alternative to inclusion of the hardwood vegetables in

the diet, contributing to improved nutrition and presenting, in the form bleached,

reduced antinutritional content.

Keywords: Leafy vegetables, bioactive compounds, sensory analysis, bread.

Page 11: VALOR NUTRICIONAL, CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E

LISTA DE TABELAS

ARTIGO 1:

Tabela 1 - Valores médios da composição nutricional de folhas de espinafre (T.

tetragonoides) em pó 72

Tabela 2 - Valores médios de ácido oxálico, ácido fítico e taninos em folhas de

espinafre (T. tetragonoides) em pó (base seca) 75

Tabela 3 - Valores médios de clorofila, carotenoides, ácido ascórbico e fenólicos totais

em folhas de espinafre (T. tetragonoides) em pó (base seca). 77

ARTIGO 2:

Tabela 1 - Valores médios dos teores de ácido oxálico, ácido fítico e taninos nas

formulações de pães Controle e com espinafre em pó branqueado (base seca). 99

Tabela 2 - Valores de médias e desvios-padrão dos escores obtidos no teste de

aceitação sensorial dos pães de forma das formulações com 1 %, 2 % e 3 % de

espinafre em pó branqueado.

100

Tabela 3 - Valores médios da composição nutricional dos pães de forma das

formulações Controle e com adição de 3% de espinafre em pó branqueado (base seca). 103

Page 12: VALOR NUTRICIONAL, CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Espinafre (Tetragonia tetragonoides) utilizado na pesquisa 32

Figura 2 - Folhas de espinafre (Tetragonia tetragonoides) em pó 32

Figura 3-Ficha de avaliação utilizada no teste sensorial de aceitação e intenção

compra. 42

ARTIGO 2:

Figura 1 - Mapa de Preferência Interno, relativo às notas de 94 Provadores (P) e aos

atributos de cor, aroma, maciez, sabor e aceitação global dos pães com espinafre em

pó, nas concentrações de 1%, 2% e 3% (F1, F2 e F3), respectivamente.

101

Figura 2 - Análise Fatorial de Componentes Principais - AFCP, Método de Correlation

de Matrix” dentre as notas dos atributos sensoriais para as três amostras de pães com

adições de espinafre em pó nas concentrações de 1%, 2% e 3% (F1, F2 e F3,

respectivamente A.Global = aceitação global.

102

Page 13: VALOR NUTRICIONAL, CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 15

2 OBJETIVOS 17

2.1 GERAL 17

2.2 ESPECÍFICOS 17

3 REVISÃO DA LITERATURA 18

3.1 CONSIDERAÇÃOES GERAIS SOBRE HORTALIÇAS 18

3.2 ESPINAFRE 20

3.3 EFEITOS DO BRANQUEAMENTO SOBRE OS NUTRIENTES E FATORES

ANTINUTRICIONAIS DO ESPINAFRE 25

3.4 PÃES 27

3.5 ENRIQUECIMENTO NUTRICIONAL DE PÃES 28

4 MATERIAL E MÉTODOS 31

4.1 MATERIAL 31

4.2 ANÁLISES DOS NUTRIENTES EM AMOSTRAS DE ESPINAFRE 33

4.3 ANÁLISES DOS FATORES ANTINUTRICIONAIS EM AMOSTRAS DE

ESPINAFRE 33

4.4 OBTENÇÃO DOS EXTRATOS DAS FOLHAS DE ESPINAFRE EM IN

INATURA E EM PÓ 35

4.5 ANÁLISES DOS COMPOSTOS BIOATIVOS NO ESPINAFRE 36

4.5.1 Determinação de compostos fenólicos totais 36

4.5.2 Clorofila total (mg.100-1

g) e carotenóides totais (μg.100-1

g) 36

4.5.3 Ácido ascórbico 37

Page 14: VALOR NUTRICIONAL, CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E

4.6 DETERMINAÇÃO DE CAPACIDADE ANTIOXIDANTE DO ESPINAFRE

IN NATURA E EM PÓ 37

4.6.1 Atividade sequestradora do radical DPPH (2,2-difenil-1-picril-hidrazil) 38

4.6.2 Ensaio do poder antioxidante de redução do ferro (FRAP) 38

4.6.3 Ensaio pelo sistema β-caroteno/ácido linoleico 39

4.7 PROCESSO DE ELABORAÇÃO DOS PÃES 40

4.8 AVALIAÇÃO DOS FATORES ANTINUTRICIONAIS E DAS

CARACTERÍSTICAS FÍSICO-QUÍMICAS DOS PÃES 41

4.9 ACEITAÇÃO SENSORIAL E INTENÇÃO DE COMPRA DOS PÃES 41

4.10 COMPARAÇÃO ENTRE OS PÃES CONTROLE E COM ESPINAFRE EM

PÓ, NA CONCENTRAÇÃO SELECIONADA, QUANTO ÀS

CARACTERÍSTICAS FÍSICAS E NUTRICIONAIS

43

4.11 ANÁLISE ESTATÍSTICA 43

REFERÊNCIAS 45

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO 59

ARTIGO 1: Composição química e capacidade antioxidante do espinafre

(tetragonia tetragonoides) in natura e em pó 60

ARTIGO 2: Utilização do espinafre (Tetragonia tetragonoides) em pó branqueado

como ingrediente na formulação de pão de forma 89

6. CONCLUSÕES 109

ANEXOS 110

APÊNDICES 125

Page 15: VALOR NUTRICIONAL, CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E

15

1 INTRODUÇÃO

O espinafre Tetragonia tetragonoides, também conhecido como espinafre de

Nova Zelândia, é uma hortaliça folhosa cultivada em climas quentes e consumida em

diversos países do hemisfério sul, inclusive no Brasil. Esta espécie difere botanicamente

da Spinacea oleracea, cultivada em países de clima frio (JAWORSKA, 2005). Quando

adicionado à dieta, o espinafre contribui com o aporte de vitaminas, proteínas e

minerais, especialmente cálcio e ferro, além de ser rico em compostos bioativos, tais

como vitamina C, carotenóides, e tocoferóis fenólicos (DI FAN et al., 2011)

especialmente o derivado de ácido p-cumárico, ácido glicurônico e flavonóides

(patuletin e spinacetin) que não são comuns em outros vegetais (HAIT-DARSHAN et

al., 2009).

Em diversos estudos o espinafre é tratado como antioxidante natural, pela

capacidade de inibir a oxidação do ácido linoleico (BERGMAN et al., 2003) e eficácia

em reduzir radicais livres (STEVENSON; HURST, 2007), substâncias que estão

diretamente relacionadas com diversas patologias crônicas, tais como câncer,

hipertensão, diabetes e aterosclerose, entre outras (KHATTAB et al., 2010). Os efeitos

de sua ação antioxidante também já foram relatados em sistemas in vivo, relacionados à

redução de hiperplasias (NYSKA et al., 2003; BAKSHI et al., 2004).

Estudos sobre as propriedades antioxidantes no espinafre geralmente são

realizados com a espécie S. oleracea in natura, havendo, portanto a necessidade de

avaliar se estas propriedades são mantidas no espinafre T. tetragonoides, após

tratamento térmico, como o branqueamento, amplamente empregado em vegetais

(VELIOGLU et al., 1998; KAUR; KAPOOR, 2002; MARINOVA; RIBAROVA;

ATANASSOVA, 2005; YU et al., 2007).

Embora contenha compostos benéficos, o espinafre possui fatores

antinutricionais como ácido oxálico, que pode formar complexos insolúveis com

proteínas e minerais (TANG; LARSON-MEYER; LIEBMAN, 2008). Este antinutriente

pode ser consideravelmente reduzido pelo calor, após o branqueamento e

processamento doméstico (YADAV; SEHGAL, 2003).

O ácido fítico e taninos, compostos que também podem interferir na

biodisponibilidade de minerais, possuem ações benéficas à saúde humana, como

Page 16: VALOR NUTRICIONAL, CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E

16

redução do colesterol sérico e triglicerídeo, prevenção de câncer de cólon

(JARIWALLA, 2001) e ação antioxidante (HELBIG; BUCHWEITZ; GIGANTE,

2008).

Uma das formas de incluir o espinafre na dieta é utilizando-o como ingrediente

na formulação de produtos industrializados, o que já vem sendo aplicado para massas

alimentícias (LIEBMAN; OKOMBO, 2009), não tendo sido encontrado relato sobre o

uso em produtos de panificação. Os pães têm sido muito usados como veículos de

enriquecimento nutricional, devido ao amplo consumo por indivíduos de diferentes

faixas etárias e classes sociais, e por apresentarem deficiências em nutrientes essenciais

à saúde como aminoácidos, minerais e vitaminas (SABANIS; LEBESI; TZIA, 2009).

Nessa pesquisa, o objetivo foi utilizar o espinafre em pó branqueado como

ingrediente na formulação de pão de forma, avaliando os efeitos dessa adição sobre

características físico-químicas, sensoriais e nutricionais do produto final. Ainda, foram

avaliados os teores de nutrientes, fatores antinutricionais e compostos bioativos de

amostras de espinafre in natura e em pó (branqueada e não branqueada).

Page 17: VALOR NUTRICIONAL, CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E

17

2 OBJETIVOS

2.1 GERAL

Utilizar o espinafre em pó branqueado como ingrediente na formulação de pão de

forma, avaliando os efeitos dessa adição sobre características físico-químicas, sensoriais

e nutricionais do produto final. Ainda, foram avaliados os teores de nutrientes, fatores

antinutricionais e compostos bioativos de amostras de espinafre in natura e em pó

(branqueada e não branqueada).

2.2 ESPECÍFICOS

• Determinar os teores de nutrientes, compostos bioativos e de antinutrientes no

espinafre T. tetragonoides, in natura e em pó (branqueado e não branqueado), avaliando

as perdas resultantes do processo de branqueamento; para fins de comparação, uma

marca comercial de espinafre em pó também foi analisada;

• Avaliar a capacidade antioxidante de cada amostra, utilizando três métodos

diferentes;

• Elaborar e avaliar pães de forma controle e com 1 %, 2 % e 3 % de espinafre

em pó branqueado quanto às características físico-químicas e ao teor de antinutricionais;

• Realizar análise sensorial nos pães de forma com 1 %, 2 % e 3 % de espinafre

em pó, selecionando a formulação que apresentar melhor aceitação;

• Avaliar o incremento nutricional devido à adição do espinafre no pão de forma

selecionado.

Page 18: VALOR NUTRICIONAL, CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E

18

3 REVISÃO DA LITERATURA

3.1 CONSIDERAÇÃOES GERAIS SOBRE HORTALIÇAS

A produção de hortaliças no Brasil, entre 1980 e 2006, aumentou de 8,9 mil para

17,4 mil toneladas, tendo em 2008, alcançado o valor de 19,3 mil toneladas, cultivadas

em 771 mil hectares (EMBRAPA, 2010). Dessa produção, três quartos se situaram nas

regiões Sul e Sudeste e os outros 25 % restantes se concentraram nas regiões Centro-

Oeste e Nordeste. Na região Norte, a produção de hortaliças é incipiente e os mercados

consumidores são abastecidos por produtos oriundos do Nordeste e Sudeste (MELO,

2011).

Dentre os produtos agrícolas nacionais, as hortaliças só perdem em valores de

produção para a cana-de-açúcar, café, soja e milho, estando entre as mais consumidas a

alface, o tomate e a cenoura (CAETANO et al., 2001; SANTANA et al., 2006).

Em termos de consumo per capita, o Brasil consome 25-30 kg/hab./ano nas

regiões Norte e Nordeste, de 45 kg a 50 kg/hab./ano nas regiões Sul, Sudeste e Centro-

Oeste. Estas médias são bastante inferiores àquelas observadas em outros países,

principalmente na Europa, Ásia e América do Norte, onde o consumo per capita atinge

de 110-120 kg/hab./ano (MELO, 2011).

Jaime e Monteiro (2007), ao analisarem o consumo de frutas, legumes e

verduras (FLV) entre os brasileiros adultos, constataram que somente 41 % dos mesmos

consumiam frutas diariamente e que apenas 30 % consumiam verduras e legumes todos

os dias. Esses resultados podem ser reforçados pela Pesquisa de Orçamento Familiar

(POF), a qual cita a pequena disponibilidade de hortaliças no padrão alimentar

brasileiro, como uma provável consequência, a prevalência da obesidade da população

(IBGE, 2006). Segundo Filgueira (2003), a dieta dos brasileiros se caracteriza por baixo

nível de ingestão de hortaliças, em comparação com outros povos. Ainda, o autor

ressalta que de modo geral, há pouca conscientização sobre o valor nutricional das

hortaliças nas variadas classes sociais, incluindo aquelas com nível de escolaridade mais

elevado. Estima-se que o consumo desses alimentos no Brasil corresponda a menos da

Page 19: VALOR NUTRICIONAL, CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E

19

metade das recomendações nutricionais, sendo ainda mais deficiente entre as famílias de

baixa renda e escolaridade (LEVY-COSTA; SICHIERI; MONTEIRO, 2005). Por outro

lado, tem-se notado um aumento de 6 a 10 % nas quantidades consumidas, que pode ser

devido às mudanças nos hábitos de vida alimentar da população brasileira (CORTEZ;

HONÓRIO; MORETTI, 2002; MIKISHIMA, 2007).

A Organização Mundial da Saúde recomenda o consumo de pelo menos 400

gramas de verduras, legumes e frutas ao dia para prevenir doenças crônicas não

transmissíveis, na forma de cinco porções, sendo três de verduras e legumes e duas de

frutas. Com base nestes dados, é necessário triplicar o consumo de alimentos no Brasil

(BRASIL, 2005).

Estudos do Fundo Mundial para Pesquisa do Câncer (WCRF) apontaram que

uma dieta com quantidade e variedade de frutas e hortaliças consumidas frequentemente

pode prevenir 20 % ou mais dos casos de câncer. Segundo o Relatório Mundial sobre

Saúde da OMS (2006), estima-se que no mundo o baixo consumo desses alimentos está

associado a cerca de 31 % das doenças isquêmicas do coração e 25 % dos casos de

derrame (BADUE, 2007). Constata-se que o baixo consumo de hortaliças tem

contribuído para carências vitamínicas, que por sua vez podem gerar doenças que

dependem de vários fatores, tais como: vida sedentária e consumo de produtos

industrializados, especialmente os com altos teores de sal, açúcar e aditivos químicos.

De acordo com Hasler (2000), a grande maioria dos alimentos funcionais é

proveniente de fontes vegetais. Em 1992, desenvolveu-se uma revisão com mais de

duzentos estudos epidemiológicos em todo o mundo, para investigar o papel das

hortaliças no risco de desenvolvimento de câncer. Na maior parte destes, o consumo de

uma ampla variedade e quantidade de hortaliças é um denominador comum entre grupos

de baixo risco (POTTER, 2000). Baseado nesses estudos, o Instituto Americano de

Pesquisa do Câncer (AICR) recomenda o consumo de uma dieta rica em hortaliças e

frutas variadas, preferencialmente cruas, para prevenir e reduzir de 60 % a 70 % o risco

de desenvolver alguma forma de câncer (AMERICAN INSTITUTE OF CANCER

RESEARCH, 2007).

Page 20: VALOR NUTRICIONAL, CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E

20

3.2 ESPINAFRE

O espinafre é uma hortaliça folhosa verde-escuro, pertencente à família

Chenopodiaceae, com cerca de 800 espécies reconhecidas, agrupadas em 60 gêneros.

Entre as espécies folhosas comestíveis, as mais cultivadas nas mais diversas regiões do

mundo são Tetragonia tetragonides e Spinacea oleracea, sendo esta última

característica de climas temperados, produzida na Europa e nos Estados Unidos,

crescendo preferencialmente no outono e no inverno. A espécie Tetragonia

tetragonoides, conhecida como espinafre da Nova Zelândia, é comercializada como

substituto da Spinacea oleracea nas épocas mais quentes do ano, período no qual não é

possível o cultivo desta (JAWORSKA, 2005).

O consumo de espinafre sempre foi pouco apreciado, principalmente pelas

crianças, devido ao seu odor e sabor característico, ligeiramente amargo e alcalino, que

se deve à formação dos compostos dimetilsulfito, metanotiol, metional e 2-acetil-1-

pirrolina, quando as folhas são cozidas (MUNRO; SMALL, 1997).

De acordo com dados da Organização das Nações Unidas para Agricultura e

Alimentação (FAO, 2010), a produção mundial do espinafre foi de 18.088.363

toneladas, destacando-se a China (16.025.100/ton.), Estados Unidos da América

(355.430/ ton.) e o Japão (269.000/ton.) como os três maiores produtores. No Brasil, o

espinafre ainda é cultivado por pequenos agricultores, sendo sua produção muito

pequena, não aparecendo na lista das principais hortaliças comercializadas no país.

Quanto às características morfológicas, o espinafre (T. tetragonoides) é de

hábito rasteiro, com um caule principal, ereto e curto, da base do qual surgem seis ou

mais ramos laterais, radiais, que crescem horizontalmente, e as folhas são de coloração

verde-escura, com tamanho menor do que a espécie S. oleracea (GRUBEN; DENTON,

2004)

Do ponto de vista agrícola esta espécie é bastante interessante, uma vez que não

requer grandes cuidados no seu cultivo, tem a capacidade de resistência a pragas e a

altas temperaturas, e produz folhas que podem ser colhidas para consumo após 60 dias

de germinação ou aos 70-80 dias após a semeadura. A colheita é realizada mediante o

corte dos ramos mais desenvolvidos de modo a deixar sempre uma haste para que o

desenvolvimento prossiga (GRUBEN; DENTON, 2004). É possível obter três cortes

Page 21: VALOR NUTRICIONAL, CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E

21

consecutivos do mesmo vegetal, espaçados de 30 dias, e quando o frio não se torna

limitante, as colheitas se prolongam por alguns meses, preparando-se molhos ou maços

para a comercialização (MAKISHIMA, 1993).

Esta hortaliça é consumida normalmente in natura (saladas), após cocção (sopas,

suflês), ou como componente nas formulações de panificação e massas alimentícias

(LIEBMAN; OKOMBO, 2009).

A composição do espinafre pode variar conforme a origem geográfica, espécie,

condições climáticas, tipo do solo, grau de maturação, estocagem da matéria prima e

métodos analíticos utilizados (ROHANI-GHADIKOLAEI; ABDULALIAN; WING-

KEONG, 2011). Dentre os constituintes do espinafre T. tetragonoides que contribui

para a dieta estão às proteínas, sais minerais, especialmente cálcio e ferro, vitaminas do

complexo B, A e C e fibras (ZANATTA; SCHLABITZ; ETHUR, 2010). O ferro e o

cálcio são dois minerais que devem estar presentes na nossa dieta diariamente, já que o

primeiro é importante para prevenir o aparecimento da anemia, e o segundo é

importante para a saúde dos nossos ossos e dentes, protegendo as crianças contra

raquitismo e prevenindo a osteoporose entre os adultos (SALGADO et al., 2011).

Outro nutriente do T. tetragonoides, o ácido fólico, é importante para o bom

funcionamento das células e principalmente para o desenvolvimento fetal, podendo

diminuir os riscos de malformação congênita, além de ser eficiente no combate à

anemia. A presença de ácido fólico nas folhas de espinafre foi confirmada no ano de

1940 (ZIMMERMANN; CHAOUKI; HURREL, 2005).

Além dos nutrientes essenciais, são encontrados no espinafre compostos com

propriedades terapêuticas tais como os polifenóis, que exercem uma potente atividade

biológica, a qual tem sido associada à redução do risco de câncer. Esses compostos são

chamados de compostos bioativos ou fitoquímicos e podem desempenhar diversos

papéis em benefício da saúde humana (BOFFETTA et al., 2010).

O grande interesse no estudo dos antioxidantes é decorrente, principalmente, do

efeito sobre radicais livres no organismo. A oxidação é indispensável à vida aeróbica e,

dessa forma, os radicais livres são produzidos naturalmente. Essas moléculas geradas in

vivo estão envolvidas na produção de energia, fagocitose, regulação do crescimento

celular, sinalização intercelular e síntese de substâncias biológicas importantes

(BARREIROS; DAVID; DAVID, 2006).

Page 22: VALOR NUTRICIONAL, CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E

22

De acordo com Melo et al. (2006), os radicais livres reagem com DNA, RNA,

proteínas e outras substâncias oxidáveis, promovendo danos que podem contribuir para

o envelhecimento e a instalação de doenças degenerativas, como câncer, aterosclerose,

artrite reumática, entre outras. O excesso de radicais livres no organismo é combatido

por antioxidantes produzidos pelo corpo ou absorvidos da dieta.

Quando há um desbalanço entre a produção de radicais livres e os mecanismos

de defesa antioxidante, ocorre o chamado “estresse oxidativo” (BUFFETTA et al.,

2010). Os radicais livres em excesso podem ser originados por defeitos na respiração

mitocondrial, metabolismo do ácido araquidônico, ativação-inibição de sistemas

enzimáticos ou por fatores exógenos, como poluição, hábito de fumar ou ingerir álcool,

ou ainda, por uma nutrição inadequada (NÚÑEZ-SELLÉS, 2005).

A principal forma de obtenção pelo organismo de antioxidantes consiste na

ingestão através da dieta de compostos com esta atividade. Os principais antioxidantes

dietéticos são vitaminas, compostos fenólicos e carotenoides.

Os antioxidantes agem interagindo com os radicais livres antes que estes possam

reagir com as moléculas biológicas, evitando que ocorram as reações em cadeia ou

prevenindo a ativação do oxigênio a produtos altamente reativos (RATNAM et al.,

2006). Evidências epidemiológicas têm mostrado que existe uma correlação inversa

entre o consumo regular de frutas e hortaliças e a prevalência de algumas doenças

degenerativas (TEMPLE, 2000). O efeito protetor exercido por estes alimentos tem sido

atribuído à presença dos compostos antioxidantes (STEVENSON; HURST, 2007).

Segundo Ratnam et al., (2006), o sistema de defesa antioxidante humano não é

completo sem os antioxidantes dietéticos, o que confirma a importância da ingestão

diária destes compostos.

Estudos têm sido realizados com espinafre a fim de quantificar seus compostos

bioativos, de avaliar seu potencial antioxidante na inibição oxidativa de ácido linoléico

(BERGMAN et al., 2003) e sua eficácia na redução de radicais livres (STEVENSON;

HURST, 2007). A sua eficiência foi testada e provada em uma variedade de sistemas

biológicos in vivo e in vitro (BREIBART et al., 2001; LOMNISTSKI et al., 2003;

NYSKA et al., 2003), podendo atuar como um protetor frente aos radicais livres e na

prevenção de doenças crônicas (BAKSHI et al., 2004). O efeito positivo de sua ação

antioxidante também reduziu hiperplasia na próstata de ratos transgênicos com

adenocarcinoma (NYSKA et al., 2003; BAKSHI et al., 2004).

Page 23: VALOR NUTRICIONAL, CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E

23

Foram também observadas ação anti-ulcerogênica e anti-inflamatória, ambas

atribuídas aos compostos bioativos, com propriedades antioxidantes, sendo o espinafre

por essa razão, mencionado como alimento funcional (HAIT-DARSHAN et al., 2009).

Entre estes compostos, destacam-se vitamina C, carotenóides, e tocoferóis fenólicos (DI

FAN et al., 2011), especialmente o derivado de ácido p-cumárico, ácido glicurônico e

flavonóides (patuletin e spinacetin), que não são comuns entre outros vegetais (HAIT-

DARSHAN et al., 2009).

Embora contenha compostos benéficos, o espinafre também apresenta fatores

antinutricionais, como ácido oxálico, ácido fítico e taninos que, em concentrações

elevadas, interferem na biodisponibilidade de alguns nutrientes essenciais, como os

minerais (GRIFFITHS; BIRCH; HILLMAN, 1998; TANG; LARSON-MEYER;

LIEBMAN, 2008).

O ácido oxálico (COOH)2 frequentemente encontrado em vegetais como

espinafre, couve-manteiga, brócolis, feijão, ruibarbo, acelga, nozes e cacau, entre

outros, quando absorvido, não pode ser metabolizado pelo organismo e é excretado na

urina (SANTOS, 2005).

Os oxalatos são sais resultantes de reações químicas do ácido oxálico associado

ao Na+

e K+, formando sais hidrossolúveis ou sais insolúveis quando associado ao Ca

2+,

Fe2+

e Mg2+

(TANG; LARSON-MEYER; LIEBMAN, 2008).

A absorção de ácido oxálico é realizada pelo trato digestório (2-6 %), sendo que,

não são metabolizados pelo organismo, e sua excreção se faz pela urina em até 24 horas,

sendo degradados pela microflora intestinal e excretado pelas fezes (RADEK;

SAVAGE, 2008).

Segundo Radek e Savage (2008) doses superiores a 2 g/kg de peso corpóreo

pode acarretar em efeitos prejudiciais ao homem. Um desses efeitos ocorre quando o

ácido oxálico é absorvido no intestino e combinado com Ca2

na corrente sanguina,

implicando na formação de cristais insolúveis que se acumulam nos rins, bexiga e ureta,

causando irritação, hematúria e dor (PONKA, 2006).

Conforme Siener et al. (2006), o oxalato está acumulado em todo o tecido do

vegetal, no entanto seu teor é consideravelmente mais elevado nas folhas e caules.

Variações consideráveis na concentração de ácido oxálico podem ocorrer dependendo

da espécie, variedade, idade e tecidos do vegetal (LIBERT; FRANCESCHI, 1987),

além da influência do ambiente de crescimento (PROIETTI, 2009) e práticas agrícolas

Page 24: VALOR NUTRICIONAL, CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E

24

(ZIMMERMAN et al., 2005). Outros aspectos, relacionados à fisiologia do próprio

vegetal também contribuem para variações na distribuição tanto do ácido oxálico, como

do oxalato de cálcio (KAWAZU et al, 2003; PROIETTI et al., 2009).

O espinafre também contém ácido fítico, composto do ácido hexafosfórico mio-

inositol (C6H18O24P6), considerado a principal fonte de fosfato em vegetais folhosos

verdes escuros (HEATH; FAIRWEATHER TAIT, 2002). A quantidade de fitato

presente nos alimentos de origem vegetal depende de uma série de fatores, tais como

espécie da planta, parte do órgão utilizada, adubação e estágio de maturação (LOPES;

DESSIMONI; PINTO, 2009). Além de interferir na biodisponibilidade de minerais, a

ingestão de ácido fítico, em doses superiores a 1 %, pode acarretar em efeitos

prejudiciais ao homem (BENITENS; GRIJALVA; VALENCIA, 2006).

Segundo Domínguez, Gómez e León (2002), os efeitos dos fitatos sobre a

disponibilidade dos minerais dependem de um número expressivo de fatores, entre os

quais se destacam a concentração de fitatos nos alimentos e sua capacidade de

complexação com os diferentes minerais, especialmente Fe e Zn, o teor de proteínas na

dieta e a presença de outros agentes quelantes como fibra dietética, ácido oxálico, ácido

cítrico e taninos, que podem competir com os fitatos em sua complexação com os

minerais.

As moléculas de ácido fítico, nas formas penta e hexafosfato são mais potentes

inibidores, pois formam efetivamente quelatos com o ferro não heme (casos vegetais),

reduzindo sua biodisponibilidade (MA; JIN, 2005).

Por muitos anos, o ácido fítico foi considerado somente como um antinutriente

nos vegetais, no entanto, em alguns estudos foram verificadas propriedades

antioxidantes benéficas neste composto, que parece atuar como um potente inibidor da

formação de radical hidroxila (FUKUJI; FERREIRA e SOARES, 2008; KATTAB et

al., 2010).

Outro fator antinutricional amplamente estudado por sua vasta presença nos

vegetais são os taninos. Estes são compostos polifenólicos amplamente distribuídos em

plantas e são classificados em dois grupos: taninos hidrolisáveis e condensados cujas

estruturas são muito diferentes entre si. Os pertencentes ao primeiro grupo incluem os

galitaninos e os elagitaninos, polímeros derivados dos ácidos gálico e elágico. Este

grupo de taninos é comumente utilizado para a curtição de couros (DAMODARAN;

PARKIN; FENNEMA, 2010). O segundo grupo, denominado de taninos condensados, é

Page 25: VALOR NUTRICIONAL, CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E

25

formado pela polimerização de flavan-3-óis ou flavan-3,4-dióis ou catequinas,

derivados de flavonóides (PANDJAITAN et al., 2005).

A presença de pequenas quantidades de taninos confere características sensoriais

desejáveis aos alimentos, enquanto que em quantidades maiores causa efeitos

indesejáveis, como diminuição da palatabilidade, devido à adstringência (NACZK et al.,

1998).

Os taninos são considerados antinutricionais por serem potentes inibidores de

enzimas digestivas, proteínas, carboidratos e minerais, especialmente o ferro, reduzindo

sua biodisponibilidade (KHATTAB et al., 2010). Alimentos como alguns vegetais

folhosos (espinafre, couve-manteiga), grãos (sorgo), ervas e especiarias (orégano,

canela) chá, café, cacau e vinho tinto contêm tais compostos, e estes demonstram efeito

inibitório in vitro sobre a absorção do ferro não-heme (ZIJP; KORVER; TIJBURG,

2000).

Embora os taninos tenham sido associados a efeitos negativos nas dietas,

algumas pesquisas relatam efeitos benéficos desses antinutrientes à saúde humana,

como redução do colesterol sérico e triglicerídeo, prevenção de câncer de cólon e

especialmente ação antioxidante (HELBIG; BUCHWEITZ; GIGANTE, 2008).

3.3 EFEITOS DO BRANQUEAMENTO SOBRE OS NUTRIENTES E FATORES

ANTINUTRICIONAIS DO ESPINAFRE

O branqueamento reduz os nutrientes dos vegetais tais como minerais, proteínas

e vitaminas, especialmente quando aplicado por imersão e por tempo prolongado

(JUDPRASONG et al., 2006).

Lisiewska et al. (2009) avaliaram folhas de espinafre T. tetragonoides

branqueadas por imersão em água em ebulição, durante 2 minutos, e observaram

redução de 14,4% para ferro e 10,8% no teor de cálcio, tendo as concentrações nos

produtos finais (em base úmida) sido de 1,11 mg/100g e 163 mg/100g, respectivamente.

Kawashima e Valente Soares (2005) também avaliaram os efeitos do

branqueamento por imersão em água sobre sete minerais das folhas de espinafre (T.

Tetragonoides) e observaram perdas para o cálcio de 0,5, 1 e 2% após o branqueamento

Page 26: VALOR NUTRICIONAL, CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E

26

por 1, 5 e 15 minutos, respectivamente. Para o ferro as perdas aumentaram com o

prolongamento do tratamento, alcançando valores de 2 e 5% após períodos de

branqueamento de 1 e 5 minutos, respectivamente.

Lisiewska et al. (2011) também observaram perdas de aminoácidos totais, de

11% em folhas de espinafre (S. Oleracea) submetidas ao branqueamento por imersão

em água (98 °C) durante 2 minutos.

Em vegetais de folhas verde-escuras, como o espinafre, couve-manteiga e

brócolis, entre outros, os fatores antinutricionais podem ser reduzidos com aplicação de

tratamento térmico como o branqueamento e processamento doméstico (SOTELO et al.,

2010; WANG et al., 2010; LEWU; ADEBOLA; AFOLAYAN, 2010).

O branqueamento tem se mostrado eficiente na redução de ácido oxálico em

folhas de vegetais, entretanto, ácido fítico e taninos mostraram-se bastante estáveis

(SANTOS, 2005).

Jaworska (2005), ao estudar o efeito do branqueamento por vapor d’água a

98 °C, durante 4 minutos, aplicado ao espinafre Tetragonia tetragonoides, observou

redução de ácido oxálico entre 21 e 38 %.

Sotelo et al. (2010) avaliaram o efeito de branqueamento por vapor d’água a 97

C, por 2 minutos, no espinafre S. oleracea e verificaram perda de 18,3 % para o ácido

oxálico.

Yadav e Sehgal (2003) também avaliaram perdas neste antinutriente em

espinafre S.oleracea, encontrando valores de 43,8, 55,4 e 65,4 %, após 5, 10 e 15

minutos de branqueamento por vapor d’água a 100 C, respectivamente.

O uso de branqueamento também foi eficiente na redução de ácido oxálico

(perdas entre 18 e 83 %) em folhas de diferentes tipos de vegetais, grãos e sementes

consumidos na Tailandia (JUDPRASONG et al., 2006).

Com relação ao ácido fitico, as perdas em vegetais foram significativas somente

quando o tempo de branqueamento foi superior a 10 minutos (MOSHA, 1995). No

entanto, processos que usam calor por longo tempo, podem não ser positivos, devido às

perdas dos nutrientes dissolvidos na água de cozimento (SOTELO et al., 2010).

Santos (2005) investigou o efeito do tratamento térmico (branqueamento) sobre

taninos em folhas de brócolis, couve-flor e couve-manteiga e observou que o aumento

Page 27: VALOR NUTRICIONAL, CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E

27

no tempo do tratamento não implicou em redução significativa, provavelmente por estes

serem termoestáveis.

Conforme relatos na literatura, o branqueamento prolongado pode provocar

também alterações indesejáveis no flavor, cor e textura do alimento (JUDPRASONG et

al., 2006; SOMSUB et al., 2008; WANG et al., 2010).

Diante do exposto, podemos dizer que o tratamento térmico como o

branqueamento seria eficiente na redução dos fatores antinutriconais nos vegetais. Com

a redução dos antinutrientes após o branqueamento, a utilização de hortaliças folhosas

branqueadas na elaboração de pães, seria uma alternativa de inclusão desta folhosa à

dieta com maior valor nutricional e com baixos teores de antinutricionais.

3.4 PÃES

Em suas diversas formas, o pão é um dos alimentos mais consumidos pela

humanidade. Acredita-se que os primeiros pães surgiram por volta de 10.000 anos a.C.,

sendo estes um dos alimentos processados mais antigos, com origem provável no

Oriente Médio. Os egípcios, por volta de 2.600 a.C. já utilizavam o processo

fermentativo, misturando água e farinha e deixando a mistura ao sol até que se

formassem bolhas, para então submeterem a massa ao cozimento entre pedras

aquecidas (PHILIPPI, 2003).

No Brasil, pão é definido como o produto obtido pela cocção, em condições

técnicas adequadas, de massa preparada com farinha de trigo, fermento biológico, água

e sal, podendo conter outras substâncias alimentícias (BRASIL, 2005).

O setor de panificação e confeitaria no Brasil situa-se entre os seis maiores

segmentos industriais do país. Apresenta um faturamento anual de R$ 25 bilhões,

empregando cerca de 580 mil pessoas (ABIP, 2006). Entretanto, ainda há bastante

espaço para maior expansão desse setor, tendo em vista que o consumo per capita ainda

é baixo (33,11 Kg. per capita.ano-1

), quando comparado com o valor recomendado pela

Organização Mundial da Saúde, OMS, de 60 Kg. per capita.ano-1

(ABIP, 2009).

Page 28: VALOR NUTRICIONAL, CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E

28

3.5 ENRIQUECIMENTO NUTRICIONAL DE PÃES

Os pães têm sido muito utilizados para fins de enriquecimento nutricional,

especialmente por serem uma das principais fontes calóricas da dieta em muitos países e

serem amplamente consumidos por indivíduos de diversas classes sociais

(RANHOTRA; GELROTH; LEINEN, 2000; KAJISHIMA; PUMAR, GERMANI,

2003).

Outra importante razão para enriquecer pães é que a farinha de trigo, principal

ingrediente de produtos de panificação, apresenta deficiências em minerais como ferro e

cálcio, e em aminoácidos essenciais, como lisina e metionina (LEONARDI,

CANNIATTI-BRAZACA, 2011). Essas deficiências nutricionais podem ser supridas ou

reduzidas por meio do enriquecimento da farinha de trigo (BRASIL, 2005) ou por

adição de ingredientes à formulação.

Os altos índices de anemia e de doenças causadas pela deficiência de ferro e

ácido fólico na população brasileira levaram o Ministério da Saúde e a ANVISA

(Agência Nacional de Vigilância Sanitária) a tornar obrigatória a fortificação das

farinhas de trigo e milho. De acordo com a Resolução RDC 344 de 13 de dezembro de

2002, a exigência de adição de ferro na farinha de trigo é de 4,2 mg/100 g (BRASIL,

2002). A fortificação das farinhas, em países da América Latina, reduziu à anemia em

40 %, no Brasil, estudos comprovam a redução dos índices de anemia (DOMENE,

2004).

Nos Estados Unidos, farinhas podem ser fortificadas com até 211 mg de cálcio/

100 g, entretanto, Ranhotra, Gelroth e Leinen (2000), demonstraram que farinhas

podem ser enriquecidas com até 924 mg de cálcio/100 g sem afetar adversamente a

qualidade de pães, sendo este mineral bem absorvido e retido.

O enriquecimento com soro de leite e suas frações (em pó ou concentrados) tem

mostrado importantes melhorias, tanto nas características nutricionais e sensoriais

quanto nas propriedades funcionais de pães enriquecidos. É verificado um aumento na

absorção de água, melhoria na qualidade do produto final e nas propriedades de

manipulação da massa, durante a mistura, como também retardo na perda de umidade

ou no processo de envelhecimento, consequentemente, extensão na vida útil dos

produtos de panificação (BERNO; SPOTO; CANNIATTI-BRAZACA, 2007). Segundo

Page 29: VALOR NUTRICIONAL, CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E

29

Gurgel, Maciel e Farias (2010) a adição de soro de leite em pó e carbonato de cálcio na

formulação de pães de forma, tornaram os produtos ricos em cálcio atingindo 78 % da

IDR de adultos, e boa aceitação sensorial.

POSSAMAI (2005) fez enriquecimento do pão de mel com diferentes níveis de

substituição de farinha de trigo (5 %, 10 %, 15 % e 20 %) por farelo de trigo, linhaça,

farinha de soja e aveia em flocos, tendo observado maiores notas no teste de aceitação

para os pães que continham farelo de trigo e linhaça.

Bowles e Demiate (2006), ao enriquecerem pão tipo francês com okara,

subproduto da obtenção do extrato aquoso da soja, verificaram elevação nos teores de

proteínas e fibras alimentares, tendo esse produto obtido boa aceitação sensorial.

Centenaro (2007) desenvolveu e testou a aceitação de pães enriquecidos com

pescado objetivando aumentar a quantidade de proteína no pão, melhorando seu valor

nutricional. Foram desenvolvidas cinco formulações de pães com 30 %, 40 % e 50 % de

polpa lavada úmida (PU) de pescado e 3 % e 5 % de polpa lavada seca (PS) à base de

farinha de pescado. Além das análises físico-químicas, foram realizadas avaliações

sensoriais e tecnológicas. Os produtos apresentaram boa aceitação sensorial, apesar das

características tecnológicas terem sido prejudicados ao se adicionar mais de 3 % de PS.

O conteúdo protéico dos pães com 3 % e 5 % de PS e 50 % de PU tiveram aumento de

31 %, 45 % e 48 %, respectivamente, em relação ao tipo padrão.

O uso de farelos, sementes e cascas de diversos vegetais na elaboração de pães,

além de elevar o teor de fibras, se constitui como uma alternativa de aproveitamento de

resíduos da agroindústria (SALGADO et al., 2011).

Gutkoski et al. (2007) estudando o efeito da adição de ferro e ácido fólico na

elaboração de pão de forma, relataram que as fontes de ferro não interferiram nas

características físico-químicas e sensoriais do produto final.

Lopes, Brown e Guinard (2002) testaram a adição de 30 mg de sulfato

ferroso/kg de farinha em pães e massas alimentícias, que foram avaliadas

sensorialmente quanto ao sabor, odor, textura e aceitabilidade geral. Todos os produtos

apresentaram boa aceitabilidade.

Alguns dos vegetais que têm seu uso proposto na formulação de pães são aveia,

centeio, arroz, soja, milho, e linhaça (CHOO; AZIZ, 2009; SUDHA, BASKARAN;

LEELAVATHI, 2007) considerados como alimentos funcionais, fontes de proteínas,

fibras dietéticas, ácidos graxos essenciais e antioxidantes (SCHRECKINGER et al.,

Page 30: VALOR NUTRICIONAL, CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E

30

2010; HASSIMOTO; LAJOLO, 2011) elementos que podem diminuir o risco de

doenças, pois o seu uso contínuo pode proporcionar aumento da defesa do organismo e

redução do ritmo de envelhecimento celular (RUFINO et al, 2010; BUTSAT,

WEERAPREEYAKUL; SIRIAMORNPUN, 2009). Em alguns países, é comum a

adição de aveia, centeio e grãos (trigo, milho e cevada) em produtos de panificação

(pães, biscoitos e tortilhas) e massas alimentícias (DACHANA et al, 2010;). Entretanto,

não há relatos sobre a adição de hortaliças folhosas em pães no Brasil.

O incentivo aos programas de enriquecimento de alimentos vem sendo, portanto,

considerado a melhor medida preventiva contra as carências de minerais e vitaminas,

com menor custo, trazendo grande vantagem, pois, ao consumirem o alimento

enriquecido, consomem o nutriente necessário.

Page 31: VALOR NUTRICIONAL, CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E

31

4 MATERIAL E MÉTODOS

4.1 MATERIAL

O espinafre (Tetragonia tetragonoides) utilizado para as análises foi adquirido in

natura, em comércio local da cidade de João Pessoa, Paraíba, no período de janeiro de

2010 a abril de 2011 (Figura 1). As amostras foram acondicionadas, individualmente,

em sacos de polietileno e mantidas a temperatura ambiente (25±2 oC) durante o

transporte (em torno de 15 minutos) até o laboratório. Após descarte dos talos e

avaliação visual das folhas, somente aquelas sem injúrias e uniformes quanto à cor e

textura foram selecionadas. Posteriormente, as folhas foram lavadas com água corrente,

água destilada e imersas durante 15 minutos em água clorada (150 ppm). Em seguida

foram enxaguadas com água destilada, sendo o excesso retirado com papel toalha.

As folhas higienizadas foram fracionadas em três amostras: uma para análise

direta após trituração e duas para secagem e obtenção de pó, sendo uma branqueada e

outra não branqueada, antes da secagem.

O branqueamento foi conduzido pela exposição das folhas ao vapor de água

(100 °C) durante 3 minutos, com posterior resfriamento com água destilada, e a

secagem foi realizada em um secador de cabine, nas condições de velocidade de ar

média de 1,00 m.s-1

, medida em anemômetro (VELOCI CHECK, modelo 8330-M, São

Paulo), temperatura do ar de 60 °C e umidade relativa de 13 %, ambos medidos com um

termômetro de bulbo úmido e seco (LAMBRECHT), fixado na parte superior da entrada

da câmera de secagem. O processo de secagem teve duração aproximada de 3 horas.

Depois de secas, as folhas foram trituradas em processador de alimentos tipo Mix

(MAGIC BULLET, modelo MB-1001, USA) na máxima velocidade e peneiradas em

malha de 115 mesh (0,13 mm) até a obtenção de um pó homogêneo (Figura 2). O pó

obtido foi embalado a vácuo (SELOVAC, 120-B, São Paulo) e acondicionado em sacos

de polietileno de baixa densidade.

Page 32: VALOR NUTRICIONAL, CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E

32

Figura 1 - Espinafre (Tetragonia tetragonoides) utilizado

na pesquisa

Figura 2 - Folhas de espinafre (Tetragonia tetragonoides) em pó

Page 33: VALOR NUTRICIONAL, CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E

33

4.2 ANÁLISES DOS NUTRIENTES EM AMOSTRAS DE ESPINAFRE

Amostras de folhas de espinafre in natura e em pó (branqueadas e não-

branqueadas) e de uma marca comercial foram submetidas, conforme métodos da

AOAC (2000), às determinações de: umidade (950.46), por secagem em estufa a 70 °C

até peso constante; resíduo mineral fixo (920.153) realizado por gravimetria,

carbonização e seguida de incineração a 550 ºC; lipídios (963.15) realizado por

gravimetria, através de extrator tipo Soxleth utilizando solvente orgânico (hexano);

proteínas (928.08) através de tubo de Kjeldhal, tendo sido utilizado o fator de conversão

nitrogênio/proteína igual a 6,25; fibras (962.09) por hidrólise ácida; cálcio e ferro,

ambos quantificados em espectrofotômetro de absorção atômica (AAS) com chama de

ar-acetileno (SHIMADZU, AA-6300, São Paulo) a 622 nm e 248,43 nm,

respectivamente (999.10), utilizando padrões comerciais de Ca e Fe (SIGMA-

ALDRICH, USA).

O teor de fósforo foi determinado em espectrofotômetro UV/vis (QUIMIS,

Q798U, São Paulo) a 660 nm, segundo a metodologia descrita por Ranganna (1979).

Açúcares redutores e totais foram determinados conforme descrito por Somogy (1945) e

Nelson (1944), utilizando-se glicose (1000 mg/mL) (MERCK) como padrão, sendo para

outros carboidratos realizados por diferença.

4.3 ANÁLISES DOS FATORES ANTINUTRICIONAIS EM AMOSTRAS DE

ESPINAFRE

As amostras de espinafre descritas no item 4.2 foram submetidas às análises de

ácido oxálico, ácido fítico e taninos.

Para determinação do teor de ácido oxálico foi utilizado o método descrito por

Moir (1953), sendo 2,5 g de cada amostra adicionada de ácido clorídrico (MERCK)

0,25 N, homogeneizada e mantida em banho-maria a 70 °C, durante uma hora. Em

seguida, o material foi filtrado, sendo 5 mL transferidos para tubos de vidro (15 mL) e

Page 34: VALOR NUTRICIONAL, CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E

34

mantidos a 4 °C, durante 12 horas. Decorrido esse tempo, as amostras foram

centrifugadas a 3.800 g durante 15 minutos, sendo o precipitado obtido dissolvido em

solução 0,25 N de ácido clorídrico (MERCK) e adicionado de reagente de precipitação

(NaCH3COO/CaCH3COO)/CH3COOH (m/m/v), sob agitação. Após refrigeração a 4

°C por 12 horas, foi realizada centrifugação nas mesmas condições, com posterior

descarte do sobrenadante e nova lavagem por centrifugação do precipitado com solução

de hidróxido de amônio e etanol 96 % (2:1 v/v). Após descarte do sobrenadante, o

precipitado foi seco em estufa a 100 °C, por 30 minutos, dissolvido com ácido sulfúrico

(MERCK) 2 N, aquecido em água fervente e titulado com permanganato de potássio a

0,02 N. O conteúdo de ácido oxálico (%) foi calculado conforme a formula: volume

(mL) de KMNO4 x 1,80 = % de ácido oxálico.

O teor de ácido fítico, expresso em mg de ácido fitico/g amostra, foi

determinado segundo o método colorimétrico descrito por Latta, Eskin (1980). Esse

consistiu na medição do fitato com base na reação entre cloreto férrico e ácido

sulfosalicílico. Inicialmente, 5,0 g de amostra foram adicionadas a 100 mL de solução

de ácido clorídrico (MERCK) (2,4 %, p/v), e a mistura agitada a 400 rpm, durante 60

minutos. Em seguida, a mistura foi filtrada com papel de filtro quantitativo, e

centrifugada a 3.800 g, durante 15 minutos, sendo 5 mL do sobrenadante transferidos

para balão volumétrico de 25 mL, completando-se o volume com água deionizada. A

purificação das amostras foi realizada em coluna de vidro (300 mm x 10 mm) com filtro

de vidro sinterizado, preparada com 0,50 g de resina de troca iônica de grau analítico

(550 µm, na forma de cloreto) (DOWEX MONOSPHERE, SIGMA-ALDRICH) e 3,0

mL de água deionizada. Inicialmente, fez-se a percolação da amostra na coluna, usando

10 mL do filtrado e, posteriormente, adicionou-se 15 mL de cloreto de sódio a 0,1 M

para eluir possíveis cátions indesejáveis no retido. A eluição do fitato foi realizada com

adição de 15 mL de cloreto de sódio 0,7 M, numa velocidade de 0,5 mL por minuto. O

eluato foi coletado em vidro âmbar para as análises quantitativas. O fitato foi

quantificado a partir de 3,0 mL de eluato, adicionado de 1 mL do reagente de Wade

(0,03 g FeCl36H2O e 0,3 g ácido sulfosalicílico em água deionizada), que após

homogeneizado, foi submetido à leitura em espectrofotômetro UV/vis (QUIMIS,

Q798U, São Paulo) a 500 nm. Para a curva padrão foi utilizado ácido fítico (ácido

inositol hexafosfórico – 50 %) (SIGMA-ALDRICH), além do controle. O valor das

Page 35: VALOR NUTRICIONAL, CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E

35

absorbâncias obtidas para as amostras e dos padrões foi subtraído do valor da

absorbância do controle.

Os taninos foram determinados por método colorimétrico, baseado na redução

do fosfotungstomolibidico (Folin-Dennis), segundo o método da AOAC (2000)

(952.03). Pesou-se 5 g da amostra em água deionizada (400 mL) e levou-se ao

aquecimento durante 30 minutos. Após resfriamento, a mistura foi filtrada, sendo

retirada uma alíquota de 5 mL, que recebeu a adição de 5 mL do reagente de Folin-

Dennis e 10 mL de carbonato de sódio (8 %). Os taninos foram quantificados após 30

minutos de revelação da cor, e submetidos à leitura em espectrofotômetro UV/vis

(QUIMIS, Q798U, São Paulo) a 760 nm. Foi utilizada uma curva padrão de ácido tânico

de grau analítico (MERCK) de 0,1 mg/1 mL. Todas as análises foram realizadas em

triplicata, com cinco repetições.

4.4 OBTENÇÃO DOS EXTRATOS DAS FOLHAS DE ESPINAFRE EM IN NATURA

E EM PÓ

Os extratos para determinação de fenólicos totais e capacidade antioxidante total

foram obtidos de acordo com a metodologia descrita por Larrauri, Rupérez e Saura-

Calixto (1997), através de agitação de 10 g de cada amostra de espinafre in natura e em

pó (branqueada e não branqueada) e de marca comercial, foram adicionada de 40 mL de

etanol /água (50:50, v/v), homogeneizada e mantida em banho termostatizado à 80 oC

durante 1 hora. Em seguida, a mistura foi centrifugada a 25.000 g durante 15 minutos,

tendo o sobrenadante sido filtrado e transferindo para um balão volumétrico de 100 mL.

O precipitado resultante da centrifugação foi adicionado de 40 mL de acetona/água

(70:30, v/v), homogeneizado à 25 o

C, por 1 hora e novamente centrifugado por 15 min.

Em seguida, o sobrenadante foi misturado ao obtido na primeira centrifugação, sendo o

volume final aferido com etanol até 100 mL. O extrato foi acondicionado em frasco

âmbar sob atmosfera inerte até o momento de sua utilização.

Page 36: VALOR NUTRICIONAL, CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E

36

4.5 ANÁLISES DOS COMPOSTOS BIOATIVOS NO ESPINAFRE

Amostras de folhas de espinafre in natura e em pó (branqueado e não-

branqueado) e de marca comercial foram submetidas às análises de compostos fenólicos

totais, clorofila total, carotenóides totais e ácido ascórbico.

4.5.1 Determinação de compostos fenólicos totais

Os fenólicos totais foram determinados pelo método colorimétrico Folin-

Ciocalteu (OBANDA; OWUOR, 1997). Uma alíquota de cada extrato etanólico (ítem

4.4), 0,1 mL foi colocada em tubos de ensaio e acrescida de 0,9 mL de água destilada.

Esse extrato foi misturado a 1mL do reagente Folin-Ciocauteu, 2 ml de carbonato de

sódio (20%) e 2 mL de água destilada. A mistura foi agitada e mantida no escuro por 2

horas. A absorbância foi medida em espectrofotômetro UV-vis (SHIMADZU, UV-

2550, Japão) a 765 nm, juntamente com o controle que continha somente água e os

reagentes. A concentração de compostos fenólicos foi estimada usando curva de

calibração de ácido gálico (50-500 mg/L), sendo os resultados expressos como média ±

desvio-padrão de mg equivalente de ácido gálico (GAE) em cada grama de extrato.

4.5.2 Clorofila total (mg.100-1

g) e carotenóides totais (μg.100-1

g)

A análise de clorofila total foi realizada de acordo com o método descrito por

Arnon (1985). Amostras de 1 g de matéria fresca (in natura) e 0,1 g de espinafre em pó

foram trituradas em almofariz com areia lavada, na presença de 5 mL de acetona/água

(80:20, v/v) e 5 mg de carbonato de cálcio. O material obtido foi mantido 24 h no

escuro a 4 °C, sendo a absorbância medida a 652 nm em espectrofotômetro UV/vis

Page 37: VALOR NUTRICIONAL, CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E

37

(QUIMIS, Q798U, São Paulo). Os resultados de clorofila total foram expressos como

média ± desvio-padrão em mg/100 g da amostra.

Os carotenoides totais (μg.100g-1

) foram quantificados de acordo com a

metodologia descrita por Higby (1962). Nesta análise, amostras de 1 g do espinafre in

natura e em pó foram adicionadas de 5 mL de acetona/água (50:50, v/v) e 0,5 g de

cloreto de cálcio, para controle do pH. Em seguida, as amostras foram adicionadas de

10 mL de hexano e armazenadas a 4 °C, durante 24 horas. Os carotenóides foram

quantificados através de leitura em espectrofotômetro UV/vis (QUIMIS, Q798U, São

Paulo) a 450 nm.

4.5.3 Ácido ascórbico

Os teores de ácido ascórbico total foram determinados pelo método da AOAC

(2000), sendo 10 g de cada amostra de espinafre in natura e pó, pesados e adicionados

de ácido metafosfórico/água (2:80, v/v), para preparação dos extratos. Em seguida, 5

mL de cada extrato foram adicionados de 5 mL de ácido metafosfórico/água (20:80,

v/v) e 10 mL de solução 2,6-diclorofenolindofenol. As leituras foram realizadas em

espectrofotômetro UV/vis (QUIMIS, Q798U, São Paulo) a 545 nm. Os resultados foram

expressos em mg de ácido ascórbico/100 g da amostra.

4.6 DETERMINAÇÃO DE CAPACIDADE ANTIOXIDANTE DO ESPINAFRE IN

NATURA E EM PÓ

Extratos etanólicos das amostras de espinafre in natura e em pó (branqueado e

não branqueado) e de marca comercial, obtidos de acordo com a metodologia descrita

no item 4.4 foram submetidos às análises de capacidade antioxidante pelos métodos

DPPH●, FRAP e pelo sistema β-caroteno/ácido linoleico.

Page 38: VALOR NUTRICIONAL, CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E

38

4.6.1 Atividade sequestradora do radical DPPH (2,2-difenil-1-picril-hidrazil)

A capacidade dos extratos etanólicos das amostras em sequestrar o DPPH● foi

comparada com o antioxidante sintético BHT através do método RSA-DPPH●(Blois,

1958) com modificações de Brand-Williams, Cuvelier e Berset (1995). Alíquotas de 3,0

mL dos extratos etanólicos das amostras in natura e em pó e do BHT nas diluições de

20, 40 e 80 µg/mL foram adicionadas a 0,1 mL de solução etanólica de DPPH● 0,1

mol.L-1

. O controle das amostras consistiu de 3,0 mL de cada extrato e 0,1 mL de etanol

e o controle negativo de 3,0 mL de etanol e 0,1 mL de solução de DPPH●. O decréscimo

da absorbância a 515 nm foi mensurado após 60 minutos (espinafre in natura) e 120

minutos (espinafre em pó). A RSA-DPPH●

foi calculada usando a seguinte fórmula:

Atividade sequestradora do radical DPPH●

(%) =

Onde: Aa (absorbância das amostras), Ab (absorbância do controle) das amostras de

cada extrato e Ac (absorbância do controle) negativo.

A partir dos resultados foi construído um gráfico para o % de atividade

sequestradora do radical DPPH● em cada concentração de extrato (µg/mL) testada. Para

o cálculo do EC50 (concentração do extrato com capacidade de reduzir 50% do DPPH●

inicial) foi utilizada a equação da reta, substituindo o valor de y por 50. A eficiência

anti-radical foi definida como a relação inversa do EC50, ou seja, (1/ EC50(mg/mL)).

4.6.2 Ensaio do poder antioxidante de redução do ferro (FRAP)

A capacidade antioxidantede de cada amostra foi estimada pelo ensaio do poder

antioxidante de redução do ferrro (FRAP), seguindo o procedimento descrito por Benzie

e Strain (1996) com as modificações de Pulido, Bravo e Fulgencio (2000).

Resumidamente, 2,7 mL do reagente de FRAP preparado imediatamente antes do uso

(TPTZ 10 mM, FeCl3 20 mM e tampão de acetato) foi homogeinizado com 90 µL de

Page 39: VALOR NUTRICIONAL, CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E

39

cada extrato e 270 µL de água destilada em banho termostatizado a 37 ºC por 30

minutos, em seguida a leitura da absorbância a 595 nm foi mensurada usando o reagente

FRAP como controle negativo para calibrar o espectrofotômetro. Concentrações de 500-

2000 µmol.L-1

de sulfato ferroso (FeSO4●7H2O) foram utilizadas para a determinação

da curva-padrão. Os resultados foram expressos como média ± desvio-padrão de µM

sulfato ferroso/g de extrato de cada amostra.

4.6.3 Ensaio pelo sistema β-caroteno/ácido linoléico

A atividade antioxidante pelo sistema de ß-caroteno/ácido linoléico dos extratos

das amostras in natura e em pó foi determinado conforme método descrito Rufino et al.

(2010). Este ensaio baseia-se na oxidaçao do ß-caroteno induzida pelos produtos de

degradação oxidativa do ácido linoléico. As soluções foram preparadas pela mistura de

5 mL da solução sistema de ß-caroteno/ácido linoléico e 0,4 mL de extratos de espinafre

(in natura e em pó) ou solução de trolox (200 µg/mL). Após leitura inicial da

absobância a 470 nm, a mistura foi mantida em banho termostatizado a 40 ºC, e a

absorbância medida em intervalos de (15 a 120 minutos). A amostra controle negativo

consistiu de 5 mL da solução sistema de ß-caroteno/ácido linoléico e 0,4 mL de etanol.

Os resultados foram expressos como percentagens de inibição da oxidação, usando a

seguinte fórmula:

Percentagem de inibição de oxidação (%) =

Onde: Ai (absorbância inicial) da amostra, Af (absorância final) da amostra,

Ci(absorbância inicial) do controle, e Cf(absorbância final) do controle negativo.

Page 40: VALOR NUTRICIONAL, CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E

40

4.7 PROCESSO DE ELABORAÇÃO DOS PÃES

Foram elaboradas formulações de pães de forma com espinafre em pó

branqueado, nas concentrações de 1 %, 2 % e 3 %, tomando como base 100 g de farinha

de trigo. Ainda, foi elaborado um pão de forma sem adição de espinafre em pó,

codificado como controle. Os ingredientes básicos usados na formulação dos pães

foram: farinha de trigo especial (1500 g), água (825 g), fermento biológico seco

instantâneo (15 g), sal (25,5 g), açúcar cristal (90 g) e gordura vegetal hidrogenada (45

g).

Os ingredientes secos foram homogeneizados em um misturador tipo espiral

(STEEL, ST-005, São Paulo), em velocidade lenta por 5 minutos e rápida por 10

minutos (até atingir o ponto de véu), sendo feita a adição gradual de água refrigerada a

aproximadamente 1 ºC. Em seguida, a massa fresca que se encontrava com temperatura

em torno de 24 ºC foi boleada, sendo retiradas três porções de 10 g para a realização das

análises de pH e acidez. Posteriormente, essa massa foi submetida a descanso de 10

minutos e dividida em unidades de 750 g. Após modelagem manual, porções

individuais foram colocadas em formas (22 x 11 cm) previamente untadas com gordura

vegetal hidrogenada e transportadas até a câmara de fermentação (NOVA ÉTICA,

SÉRIE 400D, São Paulo), permanecendo por, aproximadamente 1 hora e 30 minutos, a

32±1 C e umidade relativa de 80 %. Ao final desse período, os pães foram assados em

forno a gás (TURBO PROGÁS, Caxias do Sul, RS) por 30 minutos, a 180 °C e

resfriados por três horas, sendo posteriormente fatiados, embalados em sacos plásticos

de polietileno e armazenados à temperatura ambiente até a realização das análises.

Page 41: VALOR NUTRICIONAL, CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E

41

4.8 AVALIAÇÃO DOS FATORES ANTINUTRICIONAIS E DAS

CARACTERÍSTICAS FÍSICO-QUÍMICAS DOS PÃES

Amostras das quatro formulações de pães elaboradas foram avaliadas quanto aos

teores de ácido oxálico, ácido fítico e taninos. Em seguida, foram realizadas as análises

de volume específico, atividade de água, pH e acidez. A análise dos fatores

antinutricionais foi realizada de acordo com a metodologia descrita no item 4.2. O

volume específico foi determinado após resfriamento dos pães, pelo método de

deslocamento de semente de painço, e calculado com base na relação entre o volume

(cm3) e a massa dos pães (g), conforme procedimento (10–11) da AACC (2000). A

atividade de água (aW) foi determinada no equipamento (AQUA-LAB, CX-2, São

Paulo) conforme procedimento (978.18) da AOAC (2000). O pH foi determinado em

potenciômetro (QUIMIS, 0400, São Paulo), previamente calibrado, operando-o de

acordo com as instruções do fabricante, e a acidez por titulação com solução de NaOH

0,1 N até pH 8,5, sendo o resultado expresso em mL de NaOH 0,1 N/10 g de pão

(HERVÉ et al., 2006).

4.9 ACEITAÇÃO SENSORIAL E INTENÇÃO DE COMPRA DOS PÃES

Após aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos do

Hospital Universitário Lauro Wanderley/UFPB, sob o protocolo de N0

056/2011,

amostras das três formulações de pão de forma adicionadas de espinafre em pó

branqueado foram submetidas aos testes de aceitação e de intenção de compra. No teste

de aceitação, foi usada uma escala hedônica de 9 pontos (1= desgostei extremamente, 9

= gostei extremamente), sendo avaliados os atributos cor, aroma, sabor, maciez e

aceitação global dos produtos (Figura 3). O critério adotado para aceitação dos pães foi

à obtenção de médias iguais ou superiores a 6,0, equivalente ao termo hedônico “gostei

ligeiramente”. No teste de intenção de compra, utilizou-se uma escala de 5 pontos

(1=certamente não compraria, 5=certamente compraria). Em ambos os testes, o painel

sensorial foi composto por 94 provadores não treinados, recrutados entre alunos e

Page 42: VALOR NUTRICIONAL, CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E

42

funcionários do Campus I da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), com faixa etária

variando entre 18 e 55 anos, sendo 51 homens e 43 mulheres. Com base nos resultados

desses testes, somente uma formulação de pão de forma foi selecionada para posterior

caracterização. Fatias de pão (12 g) foram apresentadas de forma monádica, em pratos

brancos descartáveis codificados com três dígitos, em cabines individuais.

Figura 3 - Ficha de avaliação utilizada no teste sensorial de aceitação e intenção

compra

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA – UFPB

CENTRO DE TECNOLOGIA – CT

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE ALIMENTOS - PPGCTA

Nome:_________________________________________Data:___/____/___

Faixa etária: até 20 anos ( ) até 30 anos ( ) acima de 30 anos ( )

1) Você está recebendo três amostras de pão de forma codificadas. Por favor, prove e avalie as amostras

utilizando a escala abaixo para indicar o quanto você gostou ou desgostou para cada atributo quanto ao

sabor, maciez, aroma, cor e aceitação global do produto.

(9) Gostei extremamente

(8) Gostei moderadamente

(7) Gostei regularmente

(6) Gostei ligeiramente

(5) Não gostei, nem desgostei

(4) Desgostei ligeiramente

(3) Desgostei regularmente

(2) Desgostei moderadamente

(1) Desgostei extremamente

2) Por favor, avalie as quatro amostras segundo a sua intenção de compra, utilizando a escala abaixo:

(5) Compraria

(4) Possivelmente Compraria

(3) Talvez comprasse/ talvez não comprasse

(2) Possivelmente não compraria

(1) Não compraria

CÓDIGO DA

AMOSTRA

ATRIBUTOS

Sabor Maciez Aroma Cor Aceitação

Global

CÓDIGO DA AMOSTRA VALOR ESCORE

Page 43: VALOR NUTRICIONAL, CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E

43

4.10 COMPARAÇÃO ENTRE OS PÃES CONTROLE E COM ESPINAFRE EM PÓ,

NA CONCENTRAÇÃO SELECIONADA, QUANTO ÀS CARACTERÍSTICAS

FÍSICAS E NUTRICIONAIS

Amostras de pães controle e com espinafre em pó na concentração selecionada,

foram submetidas às análises de cor, textura e de composição química. A análise de cor

foi realizada em colorímetro digital (MINOLTA, CR-300, Mahwah/New Jersey, USA),

através do sistema CIELAB (L*, a* e b*). Os parâmentros L * (luminosidade), a*

(intensidade de vermelho/verde) e b* (intensidade de amarelo/azul) foram determinados

por refletância.

A textura do miolo dos pães foi avaliada de acordo com o procedimento (74-09)

da AACC (2000) utilizando-se texturômetro (EXTRALAB, TAXT PLUS, São Paulo).

Utilizou-se o probe (SMS P/35R), nos seguintes parâmetros de operação: medida de

força em compressão, velocidade de pré-teste: 1,0 mm/s, velocidade de teste: 1,7 mm/s,

velocidade de pós-teste: 10,0 mm/s e distância de 40%. Foram realizadas nove leituras

para cada amostra.

Posteriormente, os pães foram submetidos à determinação de umidade, resíduo

mineral fixo, lipídios totais, proteínas, cloretos, fibras bruta, açúcares redutores e totais,

fósforo, cálcio e ferro conforme métodos descritos no ítem 4.2.

4.11 ANÁLISE ESTATÍSTICA

Os resultados obtidos expressos como média ± desvio-padrão da composição

nutricional, antinutricional, física e físico-química, assim como quantificação dos

compostos bioativos, capacidade antioxidante e dos testes sensoriais foram submetidos

à Análise de Variância (ANOVA) e teste de Tukey, considerando p≤0,05. O coeficiente

de correlação de Pearson (r) foi calculado entre os compostos bioativos (fenólicos

totais, clorofila, carotenoides e vitamina C) e os métodos da capacidade antioxidante,

considerando p ≤ 0,05, de acordo com as recomendações de Davis (1976). Para análises

de cor, textura e composição química dos pães controle e com espinafre, na

Page 44: VALOR NUTRICIONAL, CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E

44

concentração selecionada foram usados testes t-Student, ambos a um nível de

significância de 0,95 (p ≤ 0,05). Os resultados do teste de aceitação também foram

analisados pela metodologia do Mapa de Preferência Interno (MacFIE; THOMSON,

2009) e Análise Fatorial de Componentes Principais (MAROCO, 2003). Todos os

cálculos foram efetuados através do Programa SPSS for Windows Evaluation Edition –

14.0 (SPSS. INC., 2005).

Page 45: VALOR NUTRICIONAL, CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E

45

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Page 59: VALOR NUTRICIONAL, CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E

59

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A partir do presente estudo foram elaborados dois artigos originais submetidos à

periódicos da área, conforme diretrizes do PPGCTA, na seguinte ordem:

ARTIGO 1

“COMPOSIÇÃO QUÍMICA E CAPACIDADE ANTIOXIDANTE DO ESPINAFRE

(Tetragonia tetragonoides) IN NATURA E EM PÓ”.

ARTIGO 2

“UTILIZAÇÃO DO ESPINAFRE (Tetragonia tetragonoides) EM PÓ

BRANQUEADO COMO INGREDIENTE NA FORMULAÇÃO DE PÃO DE

FORMA”.

Page 60: VALOR NUTRICIONAL, CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E

60

Composição química e capacidade antioxidante do espinafre (Tetragonia

tetragonoides) in natura e em pó

Chemistry composition and antioxidant capacity of fresh and powder spinach

(Tetragonia tetragonoides)

Fátima de Lourdes Assunção Araújo de Azevedo1*

, Marta Suely Madruga2, Marciane

Magnani3, Fernanda Vanessa Gomes da Silva

4, Vilma Barbosa da Silva Araujo

5, Larissa

Raphaela Gonçalves de Farias Feitosa6, Fernanda Feitosa da Silva

7, Janeeyre Ferreira

Maciel8

1 Química Industrial, M. Sc., Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Ciência e

Tecnologia de Alimentos, Universidade Federal da Paraíba, UFPB. João Pessoa, PB. E-

mail: [email protected]

2 Prof. Associado II, Departamento de Tecnologia e Química de Alimentos,

Universidade Federal da Paraíba, UFPB, João Pessoa, PB. E-mail:

[email protected]

3 Prof. Adjunto I, Departamento de Tecnologia e Química de Alimentos, Universidade

Federal da Paraíba, UFPB, João Pessoa, PB. E-mail: [email protected]

4 Prof. Adjunto I, Centro de Tecnologia e Desenvolvimento Regional, Departamento de

Tecnologia e Química de Alimentos, Universidade Federal da Paraíba, UFPB, João

Pessoa, PB. E-mail: [email protected]

5 Eng

a. Alimentos, Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia

de Alimentos, Universidade Federal da Paraíba, UFPB. João Pessoa, PB. E-mail:

[email protected]

6 Eng

a. Alimentos, Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia

de Alimentos, Universidade Federal da Paraíba, UFPB. João Pessoa, PB. E-mail:

[email protected]

7 Eng

a. Alimentos, Departamento de Tecnologia e Química de Alimentos, Universidade

Federal da Paraíba, UFPB. João Pessoa, PB. E-mail: [email protected]

8 Prof. Adjunto IV, Departamento de Tecnologia e Química de Alimentos, Universidade

Federal da Paraíba, UFPB, João Pessoa, PB. E-mail: [email protected]

* Autor para correspondência

Page 61: VALOR NUTRICIONAL, CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E

61

Resumo

Neste estudo, amostras de espinafre (Tetragonia tetragonoides) in natura e em pó foram

avaliadas quanto à composição química e capacidade antioxidante, sendo quantificadas

as perdas de nutrientes, compostos bioativos, propriedades antioxidantes (DPPH●,

FRAP, sistema ß-caroteno/ácido linoleico), assim como de fatores antinutricionais,

devidas ao processo de branqueamento, tratamento conduzido por exposição das folhas

ao vapor d’água (100 °C) durante três minutos. As folhas de espinafre branqueadas e

não branqueadas foram secas em secador de cabine por, aproximadamente, três horas, a

60 °C e com umidade relativa de 13 %. O espinafre em pó branqueado apresentou

perdas significativas dos micronutrientes ferro (19,4%) e cálcio (18,3%), dos compostos

bioativos ácido ascórbico (18,74 %), fenólicos totais (17 %), carotenoides (11 %) e de

clorofila (9,86 %), e consequentemente, menor capacidade antioxidante que o espinafre

em pó não branqueado, exceto pelo método DPPH. O branqueamento também reduziu a

concentração de fatores antinutricionais, especialmente, ácido oxálico (36,4 %) e ácido

fítico (33,5 %).

Palavras- chave: espinafre, valor nutricional, capacidade antioxidante, branqueamento

Abstract

In this study, samples of spinach (Tetragonia tetragonoides) and fresh powder were

evaluated for the effects of bleaching on the chemical composition, and quantifying the

loss of nutrients, bioactive compounds, antioxidant (DPPH●, FRAP, system ß-

caroteno/ácido linoleic) and of antinutritional factors, due to the bleaching process,

treatment of the leaves conducted by exposure the sheet to water vapor (100 °C) for

three minutes. The spinach leaves bleached and unbleached were dried in a dryer for

approximately three hours at 60 ° C and relative humidity 13 %. Spinach milled powder

showed significant loss of micronutrients iron (19,4 %) and calcium (18,3 %), of

bioactive compounds, ascorbic acid (18,74 %), total phenolics (17 %), carotenoids (11

Page 62: VALOR NUTRICIONAL, CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E

62

%) and chlorophyll (9,86 %), and consequently a lower antioxidant capacity than

spinach powder unbleached, except by the DPPH method. Bleaching also reduced the

concentration of antinutritional factors, especially oxalic acid (36,4 %) and phytic acid

(33,5 %).

Key-words: spinach, nutritional value, antioxidant capacity, bleaching

1. Introdução

O espinafre Tetragonia tetragonoides, também conhecido como espinafre de

Nova Zelândia, é uma hortaliça folhosa cultivada em climas quentes e consumida em

diversos países do hemisfério sul, inclusive no Brasil, que difere botanicamente da

espécie Spinacea oleracea, cultivada em países de clima frio (JAWORSKA, 2005).

Essa hortaliça contribui para a dieta com o aporte de proteínas, sais minerais,

vitaminas, fibras (ZANATTA; SCHLABITZ; ETHUR, 2010) e quantidades

significativas de compostos bioativos, com capacidade antioxidante, tais como vitamina

C, carotenoides, e tocoferóis fenólicos (DI FAN et al., 2011), especialmente o derivado

de ácido p-cumárico, ácido glicurônico e flavonóides (patuletin e spinacetin) que não

são comuns entre outros vegetais (PANDJAITAN, 2005). Alguns estudos evidenciaram

correlação positiva entre o consumo regular desta folhosa e a redução de algumas

doenças crônicas tais como câncer, hipertensão e diabetes (HOEFKENS et al., 2009)

sendo este efeito atribuído à presença de compostos bioativos.

Embora contenha diversos compostos benéficos, o espinafre apresenta fatores

antinutricionais, que interferem na biodisponibilidade de alguns nutrientes essenciais,

como os minerais (TANG; LARSON-MEYER; LIEBMAN, 2008). Entretanto, esses

podem ter suas concentrações consideravelmente reduzidas, especialmente o ácido

oxálico, pela aplicação de calor, como branqueamento e processamento doméstico

(YADAV; SEHGAL, 2003). De acordo com Jaworska (2005), a redução de ácido

oxálico em espinafre T. tetragonoides chega até 38 % em processo de branqueamento

por quatro minutos.

Page 63: VALOR NUTRICIONAL, CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E

63

Além do ácido oxálico, o espinafre contém ácido fítico e taninos, compostos que

foram considerados antinutrientes durante décadas e que nos últimos anos têm sido

associados a efeitos benéficos a saúde, entre estes a redução da concentração de radicais

livres, prevenção da peroxidação lipídica e redução de colesterol sérico, entre outros

(KHATTAB; GOLDBERG; LIN; THIYAM, 2010; HELBIG; BUCHWEITZ;

GIGANTE, 2008).

Considerando que existem muitos estudos sobre o espinafre S. oleracea, propôs-

se nessa pesquisa avaliar a composição química e capacidade antioxidante do espinafre

T. tetragonoides, in natura e em pó, quantificando as perdas de nutrientes, compostos

bioativos, propriedades antioxidantes (DPPH●, FRAP, sistema ß-caroteno/ácido

linoleico), assim como de fatores antinutricionais, devidas ao processo de

branqueamento. Ainda, foi analisada uma amostra de espinafre em pó de marca

comercial, para fins de comparação com o espinafre em pó obtido nessa pesquisa.

2. Material e métodos

2.1 Material

Amostras de espinafre T. tetragonoides in natura foram adquiridas no comércio

local da cidade de João Pessoa, Paraíba, no período de janeiro de 2010 a abril de 2011.

Essas, foram acondicionadas, individualmente, em sacos de polietileno e mantidas a

temperatura ambiente (25±2 oC) durante o transporte (em torno de 15 minutos). O

espinafre em pó de marca comercial foi fornecido pela empresa Comercial Elmar Ltda.,

São Paulo, SP.

Os reagentes 2,2-diphenyl-1-picryl-hydrazil (DPPH), 2,6-dichloroindophenol

(DFI), 6-hydroxy-2,5,7,8-tetramethyl chroman-2-carboxylic acid (trolox), e 2,4,6-tris

(2-pyridyl)-s-tn-azine (TPTZ), tween® 40, linoleic acid, butylated hydroxytoluene

(BHT) foram adquiridos na Sigma-Aldrich (Steinheim, Germany). Folin-Ciocalteau

reagent e ß-carotene foram obtidos na Merck (Düsseldorf, Germany). O 3,4,5-

trihydroxybenzoic acid (gallic acid), ferric choride hexahydrate, ferrous sulphate

Page 64: VALOR NUTRICIONAL, CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E

64

heptahydrate e demais reagentes e solventes de grau analítico foram adquiridos na

Merck (Düsseldorf, Germany).

2.2 Preparo das amostras

Folhas de espinafre, sem injúrias e uniformes quanto à cor e textura, foram

lavadas com água corrente e imersas durante 15 minutos em água clorada (150 ppm).

Em seguida, foram enxaguadas com água destilada, sendo o excesso retirado com papel

toalha. As folhas higienizadas foram fracionadas em três amostras: uma para análise

direta após trituração e duas para secagem e obtenção de pó, sendo uma branqueada e

outra não branqueada, antes da secagem.

Para o branqueamento, as folhas foram expostas ao vapor de água (100 °C)

durante 3 minutos, com posterior resfriamento. A secagem foi realizada em um secador

de cabine, nas condições de velocidade de ar média de 1,00 m/s, medida em

anemômetro (VELOCI CHECK, modelo 8330-M, São Paulo), temperatura do ar de 60

°C e umidade relativa de 13 %, ambos medidos com um termômetro de bulbo úmido e

seco (LAMBRECHT), fixado na parte superior da entrada da câmera de secagem. O

processo de secagem teve duração de 3 horas. As folhas de espinafre branqueadas e não

branqueadas foram secas separadamente e trituradas em processador de alimentos tipo

Mix (MAGIC BULLET, modelo MB-1001, USA) na máxima velocidade e peneiradas

em malha de 115 mesh (0,13 mm) até a obtenção de um pó homogêneo. O pó obtido foi

embalado a vácuo (SELOVAC, 120-B, São Paulo, SP) e acondicionado em sacos de

polietileno de baixa densidade.

2.3 Análises de composição química

Um total de quatro amostras de espinafre (T. tetragonoides) foi analisado, sendo

uma in natura e três em pó. Uma destas se tratava de folhas de espinafre in natura, duas

eram folhas de espinafre em pó, branqueadas e não branqueadas, e a última era uma

Page 65: VALOR NUTRICIONAL, CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E

65

amostra de espinafre em pó de marca comercial, analisada para fins de comparação com

o espinafre em pó da pesquisa. Essas amostras foram submetidas às análises de

nutrientes, fatores antinutricionais e compostos bioativos.

2.3.1 Análises de nutrientes

Foram determinados, conforme métodos da AOAC (2000): umidade (950.46),

por secagem em estufa à vácuo a 60 ºC até peso constante; cinzas (920.153), por

carbonização seguida de incineração a 550 ºC; lipídios (963.15), por extração utilizando

aparelho de Soxleth; proteínas (928.08) através de Kjeldhal, utilizando fator de

conversão 6,25 e fibras (962.09) por hidrólise ácida. Os teores de Ca e Fe foram

quantificados em espectrofotômetro de absorção atômica (AAS) com chama de ar-

acetileno (SHIMADZU, AA-6300, São Paulo, SP) em 622,0 nm e 248,43 nm

respectivamente (999.10), utilizando padrões comerciais de Ca e Fe (SIGMA-

ALDRICH, USA). Para quantificação de cálcio e ferro, o material foi previamente

submetido à digestão nítrico-perclórica (HNO3 + HCL04), na proporção (4:1, v/v), 160

ºC, durante 40 min.

O teor de fósforo foi determinado por espectrofotometria em 660 nm

(RANGANNA, 1979). Açúcares redutores e totais foram determinados conforme

descrito por Somogy (1945) e Nelson (1944), utilizando-se glicose (1000 mg. mL-1

)

(Merck) como padrão, sendo que para outros carboidratos foram realizados por

diferença. Todas as análises foram realizadas em triplicata, com cinco repetições.

2.3.2 Análises dos fatores antinutricionais

Para determinação do teor de ácido oxálico, foi utilizado o método descrito por

Moir (1953), sendo 2,5 g de cada amostra adicionada de ácido clorídrico (Merck) 0,25

N homogeneizada e mantida em banho-maria a 70 ºC, durante uma hora. Em seguida, o

material foi filtrado, sendo 5 mL transferidos para tubos de vidro (15 mL) e mantido a 4

Page 66: VALOR NUTRICIONAL, CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E

66

ºC durante 12 horas. Após este tempo, as amostras foram centrifugadas a 3.800 g

durante 15 min, sendo o precipitado obtido dissolvido em solução 0,25 N de ácido

clorídrico (Merck) e adicionado reagente de precipitação

(NaCH3COO/CaCH3COO)/CH3COOH (m/m/v), sob agitação. Após refrigeração a 4

ºC por 12 horas foi realizada centrifugação nas mesmas condições, com posterior

descarte do sobrenadante e nova lavagem por centrifugação do precipitado com solução

de hidróxido de amônio e etanol 96 % (2:1 v/v). Após descarte do sobrenadante o

precipitado foi seco em estufa a 100 ºC, por 30 min, dissolvido com H2SO4 (2 N),

aquecido em água fervente e titulado com permanganato de potássio (KMNO4) à 0,02

N. O conteúdo de ácido oxálico (%) foi calculado conforme a fórmula: volume (mL) de

KMNO4 x 1,80 = % de ácido oxálico.

O teor de ácido fítico, expresso em mg. g

-1 de amostra, foi determinado segundo

o método colorimétrico descrito por Latta e Eskin (1980). Inicialmente, 5,0 g de amostra

de espinafre foram adicionadas a 100 mL de solução de ácido clorídrico (2,4 %, p/v), e

a mistura agitada 400 rpm durante 60 min. Em seguida, a mistura foi filtrada com papel

de filtro quantitativo, e centrifugada a 3.800 g, durante 15 min. Feito isso, 5 mL do

sobrenadante foram transferidos para balão volumétrico de 25 mL, completando-se o

volume com água deionizada. A purificação das amostras foi realizada em coluna de

vidro (300 mm x 10 mm) equipada com filtro de vidro sinterizado, preparada com 0,50

g de resina de troca iônica de grau analítico (partículas com 550 µm, na forma de

cloreto) DOWEX MONOSPHERE (SIGMA-ALDRICH) e 3,0 mL de água deionizada.

Inicialmente, fez-se a percolação da amostra na coluna, usando 10 mL do filtrado e,

posteriormente, adicionou-se 15 mL de cloreto de sódio a 0,1 M para eluir possíveis

cátions indesejáveis no retido. A eluição do fitato foi realizada com adição de 15 mL de

cloreto de sódio 0,7 M, numa velocidade de 0,5 mL por min. O eluato foi coletado em

vidro âmbar para as análises quantitativas. O fitato foi quantificado a partir de 3,0 mL

de eluato, adicionado de 1 mL do reagente de Wade (0,03 g FeCl36H2O e 0,3 g ácido

sulfosalicílico em água deionizada), que após homogeneização, foi submetido à leitura

em espectrofotômetro UV/Vis (QUIMIS, Q798U, São Paulo, SP) a 500 nm. Para a

curva padrão foi utilizado ácido fítico (ácido inositol hexafosfórico – 50 %), da

SIGMA-ALDRICH, além do controle. O valor das absorbâncias obtidas para as

amostras e dos padrões foi subtraído do valor da absorbância do controle.

Page 67: VALOR NUTRICIONAL, CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E

67

Os taninos foram determinados, segundo o método da AOAC (2000), por

espectrofotometria, baseado na redução do fosfotungstomolibidico (Folin-Dennis).

Pesou-se 5 g da amostra em água deionizada (400 mL) e levou-se ao aquecimento

durante 30 min. Após resfriamento, foi filtrada e retirado uma alíquota de 5 mL,

adicionado 5 mL do reagente de Folin-Dennis e 10 mL de carbonato de sódio 8 %. As

amostras foram quantificadas após 30 min de revelação da cor, e submetidas à leitura

em espectrofotômetro UV/Vis (QUIMIS, Q798U, São Paulo, SP) a 760 nm. Foi

utilizada uma curva padrão de ácido tânico de grau analítico (Merck).

2.3.3 Análises dos compostos bioativos

Foram determinados compostos fenólicos totais, clorofila, carotenoides e ácido

ascórbico, sendo todas as análises realizadas em triplicata, com 5 repetições.

Os fenólicos totais foram determinados, de acordo com o método colorimétrico

Folin-Ciocalteu (ARNON, 1985), a partir de extratos etanólicos das amostras, obtidos

de acordo com a metodologia descrita por Larrauri, Rupérez e Saura-Calixto (1997).

Alíquotas de 0,1 mL de cada extrato etanólico foram colocadas em tubos de ensaio e

acrescidas de 0,9 mL de água destilada. Esse extrato foi misturado a 1 mL do reagente

Folin-Ciocauteu, 2 ml de carbonato de sódio (20 %) e 2 mL de água destilada. A

mistura foi agitada e mantida no escuro por 2 horas. A absorbância foi medida em

espectrofotômetro UV-Vis (SHIMADZU, UV-2550, Japão) a 765 nm, juntamente com

o controle que continha somente água e os reagentes. A concentração de compostos

fenólicos foi estimada usando curva de calibração de ácido gálico (50-500 mg/L), sendo

os resultados expressos como média ± desvio-padrão de mg equivalente de ácido gálico

(GAE) em cada grama de extrato.

A análise de clorofila total foi realizada de acordo com o método descrito por

Arnon (1985). Amostras de, aproximadamente 1 g de folhas de espinafre in natura e em

pó foram trituradas em almofariz com areia lavada na presença de 5 mL de acetona/água

(80:20, v/v) e 5 mg de carbonato de cálcio. O material obtido foi mantido 24 horas no

escuro a 4 oC para posterior extração e quantificação em espectrofotômetro UV/Vis

Page 68: VALOR NUTRICIONAL, CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E

68

(QUIMIS, Q798U, São Paulo, SP) a 652 nm. O total de clorofila foi expresso como

média ± desvio-padrão em mg.100 g-1

da amostra.

Os carotenoides totais (μg.100 g-1

) foram quantificados nas amostras de acordo

com a metodologia descrita por Higby (1962). O extrato das amostras de cada

tratamento (1 g) foram adicionados de 5 mL de acetona/água (50:50, v/v), e 0,5 g de

cloreto de cálcio para controle do pH. Em seguida as amostras foram adicionadas de 10

mL de hexano e armazenadas sob (4 oC) durante 24 horas. Os carotenóides foram

quantificados através de leitura em espectrofotômetro UV/Vis (QUIMIS, Q798U, São

Paulo, SP) a 450 nm.

Os teores de ácido ascórbico total foram determinados pelo método da AOAC

(2000). Um total de 10 g de cada amostra das folhas de espinafre in natura e em pó

foram pesados e adicionados de ácido metafosfórico/água (2:80, v/v), para preparação

dos extratos. Em seguida, 5 mL de cada extrato foram adicionados de 5 mL de ácido

metafosfórico/água (2:80, v/v) e 10 mL de solução 2,6-diclorofenolindofenol. As

leituras foram realizadas em espectrofotômetro UV/Vis (QUIMIS, Q798U, São Paulo,

SP) a 545 nm. Os resultados de ácido ascórbico foram expressos em mg .100 g-1

da

amostra.

2.4 Determinação da capacidade antioxidante

A partir das amostras descritas no item 2.3 foram preparados extratos etanólicos,

segundo metodologia descrita por Larrauri, Rupérez e Saura-Calixto (1997). Esses

extratos foram avaliados quanto a capacidade antioxidante por meio dos ensaios DPPH,

FRAP e β-caroteno/ácido linoleico, sendo todas as análises realizadas em triplicata,

com 5 repetições.

Page 69: VALOR NUTRICIONAL, CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E

69

2.4.1 Ensaio de sequestro de radical livre DPPH●

(2,2-difenil-1-picril-hidrazil)

A capacidade dos extratos etanólicos das amostras em sequestrar o DPPH● foi

comparada com o antioxidante sintético BHT através do método DPPH●(BLOIS, 1958)

com modificações de Brand-Williams, Cuvelier e Berset (1995). Alíquotas de 3,0 mL

dos extratos etanólico das amostras in natura e em pó e do BHT nas diluições de 20, 40

e 80 µg.mL-1

foram adicionadas a 0,1 mL de solução etanólica de DPPH● 0,1 mol.L

-1. O

controle das amostras consistiu de 3,0 mL de cada extrato e 0,1 mL de etanol e o

controle negativo de 3,0 mL de etanol e 0,1 mL de solução de DPPH●. O decréscimo da

absorbância a 515 nm foi mensurado após 60 minutos (espinafre in natura) e 120

minutos (espinafre em pó). A atividade seqüestradora do radical DPPH●

foi calculada

usando a seguinte fórmula:

Atividade sequestradora do radical DPPH●

(%) =

Onde: Aa = absorbância das amostras, Ab = absorbância do controle das amostras de

cada extrato e Ac = absorbância do controle negativo.

A partir dos resultados foi construído um gráfico para o % de atividade

sequestradora do radical DPPH● em cada concentração de extrato (µg.mL

-1) testada.

Para o cálculo do EC50 (concentração do extrato com capacidade de reduzir 50 % do

DPPH● inicial) foi utilizada a equação da reta, substituindo o valor de y por 50. A

eficiência anti-radical foi definida como a relação inversa do EC50, ou seja, (1/

EC50(mg.mL-1

)).

2.4.2 Ensaio do poder antioxidante de redução do ferro (FRAP)

A capacidade antioxidante de cada amostra foi estimada pelo ensaio do poder

antioxidante de redução do ferrro (FRAP), seguindo o procedimento descrito por Benzie

e Strain (1996) com modificações de Pulido, Bravo e Fulgencio (2000).

Page 70: VALOR NUTRICIONAL, CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E

70

Resumidamente, 2,7 mL do reagente de FRAP preparado imediatamente antes do uso

(TPTZ 10 mM, FeCl3 20 mM e tampão de acetato) foi homogeinizado com 90 µL de

cada extrato e 270 µL de água destilada em banho termostatizado a 37 ºC por 30 min,

em seguida a leitura da absorbância a 595 nm foi mensurada usando o reagente FRAP

como controle negativo para calibrar o espectrofotômetro. Concentrações de 500-2000

µmol/L de sulfato ferroso (FeSO4●7H2O) foram utilizadas para a determinação da

curva-padrão. Os resultados foram expressos como média ± desvio-padrão de µM

sulfato ferroso/g de extrato de cada amostra.

2.4.3 Ensaio pelo sistema β-caroteno/ácido linoléico

A atividade antioxidante pelo sistema de ß-caroteno/ácido linoléico dos extratos

das amostras in natura e em pó foi determinado conforme método descrito por RUFINO

et al. (2010). Esse ensaio baseia-se na oxidaçao do ß-caroteno induzida pelos produtos

de degradação oxidativa do ácido linoléico. As soluções foram preparadas pela mistura

de 5 mL da solução sistema de ß-caroteno/ácido linoléico e 0,4 mL de extratos de

espinafre (in natura e em pó) ou solução de trolox (200 µg.mL-1

). Após leitura inicial da

absobância a 470 nm, a mistura foi mantida em banho termostatizado a 40 ºC, e a

absorbância medida em intervalos de (15 a 120 min.). A amostra controle negativo

consistiu de 5 mL da solução sistema de ß-caroteno/ácido linoléico e 0,4 mL de etanol.

Os resultados foram expressos como percentagens de inibição da oxidação, usando a

seguinte fórmula:

Percentagem de inibição de oxidação (%) =

Onde: Ai = absorbância inicial da amostra, Af = absorância final da amostra, Ci =

absorbância inicial do controle e Cf = absorbância final do controle negativo.

Page 71: VALOR NUTRICIONAL, CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E

71

2.5 Análise estatística

Os resultados das análises de nutrientes nas amostras de folhas de espinafre in

natura e em pó, bem como dos compostos bioativos e antinutricionais foram expressos

como média ± desvio-padrão por Análise de Variância (ANOVA) e teste de tukey,

considerando p<0,05. O coeficiente de correlação de Pearson (r) foi calculado entre os

compostos bioativos e os métodos de análises da capacidade antioxidante, considerando

p ≤ 0.01, através do Programa SPSS for Windows Evaluation Edition – 14.0/ 2005.

3. Resultados e Discussão

3.1 Nutrientes

Os teores de cálcio, ferro e fósforo observados no presente estudo (121,69 mg,

3,05 mg e 44,24 mg para 100 g, respectivamente), para folhas de espinafre (T.

tetragonoides) in natura foram superiores quando comparados com os valores

reportados por Lisiewska et al. (2009), em espinafre de mesma espécie (141,0 mg, 1,11

mg e 37,8 mg para 100 g, respectivamente), com exceção do cálcio. Com relação à

espécie Spinacea oleracea, foram encontrados relatos variando de 73-163,3 mg.100 g-1

para cálcio, 1,58-10,9 mg.100 g-1

para ferro, e de 21-66,8 mg.100 g-1

para fósforo

(BHATTACHARJEE et al.,1998; LISIEWSKA et al., 2009). Vegetais, verde escuros

são excelentes fontes de cálcio e ferro (ODHAV et al., 2007), porém a variabilidade dos

níveis desses micronutrientes são influenciados por fatores relacionados ao cultivo do

solo (pH e fertilizantes) e presença de antinutricionais (KHADER; RAMA, 2003;

UUSIKU et al., 2010; ROHANI-GHADIKOLAEI, ABDULALIAN; WING-KEONG,

2011).

Em contrapartida, para umidade (92,36 g.100 g-1

), proteína (3,09 g.100 g-1

), fíbra

bruta (0,71 g.100 g-1

), açúcares (0,28 g.100 g-1

), cinzas (1,57 g.100 g-1

) e lipídios (0,26

g/100 g-1

) foram inferiores aos verificados por Grzeszczuk, Jadczak e Podsiadlo (2007)

Page 72: VALOR NUTRICIONAL, CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E

72

que relataram para estes mesmos nutrientes, para mesma espécie in natura, 95,21 g,

5,56 g, 0,83 g, 0,48 g e 1,7 g para 100 g, respectivamente, com exceção de lipídios.

A variação observada entre os dados obtidos e os relatados na literatura

pesquisada pode ser devida a diferenças nas condições climáticas, local de plantio, tipo

de solo, grau de maturação, estocagem da matéria prima e métodos de análises

utilizados, entre outros (ROHANI-GHADIKOLAEI; ABDULALIAN; WING-KEONG

2011).

Os resultados das análises de composição química de amostras de espinafre T.

tetragonoides em pó estão expressos na Tabela 1.

Tabela 1 – Valores médios da composição nutricional de folhas de espinafre (T.

tetragonoides) em pó

Composição Espinafre em pó

não branqueado

Espinafre em pó

branqueado

Espinafre em pó

comercial

Umidade (g.100 g-1

) 7,49b ± 0,28 4,26

c ± 0,37 8,39

a ± 0,18

Lipídeos (g.100 g-1

) 3,49a ± 0,06 2,99

b ± 0,08 3,15

a ± 0,07

Proteína (g.100 g-1

) 29,17a ± 0,21 27,41

b ± 0,18 19,70

c ± 0,39

Açúcares totais (g.100 g-1

) 2,53b

± 0,02 2,37b ± 0,01 4,18

a ± 0,40

Açúcares redutores (g.100 g-1

) 1,98a ± 0,02 1,42

b ± 0,05 1,52

b ± 0,17

Outros carboidratos (g.100 g-1

) 27,75c ± 0,02 34,95

b ± 001 36,89

a ± 0,28

Fibra bruta (g.100 g-1

) 8,58c ± 0,22 8,25

b ± 0,29 9,32

a ± 0,27

Cinzas (g.100 g-1

) 19,01 a ± 0,39 18,35

b ± 0,37 16,85

c ± 0,50

Fósforo (mg.100 g-1

) 283,36a ± 5,20 271,69

b ± 1,78 184,99

c ± 2,14

Cálcio (mg.100 g-1

) 1222,10a ± 31,68 985,84

b ± 4,83 745,90

c ± 20,57

Ferro (mg.100 g-1

) 103,80a ± 0,50 84,65

b ± 0,60 68,23

c ± 0,66

Energia (Kcal) 158,21a

146,03b

123,87c

Valores em uma mesma linha, para cada tratamento, seguidos de diferentes letras minúsculas

diferem estatisticamente pelo teste de Tukey (p<0,05). Outros carboidratos: calculados por

diferença. Resultados são expressos como média ± desvio-padrão, em base seca.

Os teores de umidade das três amostras analisadas atenderam ao preconizado

pela Resolução RDC 263/2005, que estabelece limite máximo de umidade de 15 % para

farinhas (BRASIL, 2005), tendo o menor valor sido observado nas folhas de espinafre

em pó branqueadas. Lisiewska et al. (2009) obtiveram em espinafre de mesma espécie

valor de umidade 6,19 %.

Page 73: VALOR NUTRICIONAL, CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E

73

As folhas de espinafre em pó, previamente submetidas a branqueamento,

apresentaram redução nas concentrações de todos os nutrientes avaliados, quando

comparadas ao mesmo produto não branqueado, especialmente para ferro (19,4 %) e

cálcio (18,3 %) e, apesar das perdas, os valores observados para os micronutrientes

foram superiores aos verificados no pó comercial testado (Tabela 1).

Para proteínas, a perda foi 6,03 %, entretanto, a concentração preservada no

produto final (27,41 g.100 g-1)

foi próxima do observado por Jaworska e Kmiecik

(2000) no espinafre em pó de mesma espécie (27,5 e 30,6 g.100 g-1

) e por Singh et al.

(2003) no espinafre em pó da espécie S. oleracea (26,52 g.100 g-1

). No produto de

marca comercial, a concentração de proteínas foi bem abaixo (19,7 g.100 g-1

) do

observado para os produtos obtidos na pesquisa.

Lisiewska et al. (2009) avaliaram folhas de espinafre T. tetragonoides

branqueadas por imersão em água em ebulição, durante 2 minutos, e observaram

redução de 14,4 % para ferro e 10,8 % no teor de cálcio, tendo as concentrações nos

produtos finais (em base úmida) sido de 1,11 mg.100 g-1

e 163 mg.100 g-1

,

respectivamente. Kawashima e Soares (2005) também avaliaram os efeitos do

branqueamento por imersão em água sobre sete minerais das folhas de espinafre (T.

tetragonoides), tendo observado baixas perdas para o cálcio de 0,5, 1 e 2 % após o

branqueamento por 1, 5 e 15 min., respectivamente. Para o ferro as perdas aumentaram

com o prolongamento do tratamento, alcançando valores de 2 e 5 % após períodos de

branqueamento de 1 e 5 min., respectivamente. As concentrações no produto final

foram em torno de 63 mg.100 g-1

para cálcio e 0,8 mg.100 g-1

para ferro, em base

úmida. Conforme relatos da literatura, o branqueamento prolongado pode provocar

alterações indesejáveis no sabor, cor e textura do alimento (WANG et al., 2009).

Para fibra bruta, a perda após o branqueamento foi de 3,85 %, preservando

quantidade suficiente (8,25 g.100 g-1

) para suprir 41,24 % da necessidade diária, com

base no recomendado pela OMS (20-30 g fibra/dia) (LOPES; DESSIMONI; PINTO

2009). Grzeszczuk et al. (2007) observaram perdas de 4,5 % de fibra bruta em folhas de

espinafre em pó (T. tetragonoides) após 3 min. de branqueamento, ficando o produto

final com teor de fibra bruta de 0,67 g.100 g-1

no material fresco. Dietas ricas em fibras

desempenham efeitos fisiológicos benéficos à saúde, como a diminuição do risco de

doenças do cólon, aumento da saciedade e excreção de colesterol (VERKERK et al.,

2009).

Page 74: VALOR NUTRICIONAL, CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E

74

3.2 Fatores antinutricionais

O teor de ácido oxálico encontrado no espinafre in natura foi 1,84 g.100 g-1

,

superior ao verificado por Mou (2008) de 1,29 g.100 g-1

em espinafre de mesma

espécie, mas inferior ao observado por Siener et al. (2005) na espécie Spinacea oleracea

ode 1,96 g.100 g-1

. Segundo Siener et al. (2005), o oxalato está acumulado em todo o

tecido do vegetal, no entanto seu teor é consideravelmente mais elevado nas folhas e

caules. Variações consideráveis na concentração de ácido oxálico podem ocorrer

dependendo da espécie, variedade, idade e tecidos do vegetal. Outros aspectos,

relacionados à fisiologia do próprio vegetal também contribuem para variações na

distribuição tanto do ácido oxálico, como do oxalato de cálcio (PROIETTI et al., 2009).

O conteúdo de ácido fítico foi observado 1,71 mg.g-1

, concentração menor ao

relatado por Sotelo et al. (2010) em espinafre S. oleracea in natura de 3,67 mg.g-1

. Com

relação aos taninos verificou-se que o T. tetragonoides deste estudo apresentou valor de

411,0 mg.100 g-1

, está de acordo com os obtidos por Mosha et al. (1995) em estudo com

espinafre in natura da mesma espécie (430 mg.100 g-1

).

Conforme observado para os nutrientes, o branqueamento também promoveu

redução nas concentrações de todos os antinutricionais avaliados nas folhas de espinafre

em pó, sendo as maiores perdas verificadas para o ácido oxálico (36,4 %) e ácido fítico

(33,5 %). O produto branqueado alcançou concentrações de antinutricionais menores

que as observadas para o produto de marca comercial (Tabela 2).

Jaworska (2005) relatou redução de ácido oxálico entre 21-38 %, após

branqueamento de espinafre T.tetragonoides, durante 4 minutos. Yadav e Sehgal (2003)

observaram, em folhas de espinafre em pó (S. oleracea), elevação nas perdas de ácido

oxálico após 5, 10 e 15 min de branqueamento (43,8 %, 55,4 % e 65,4 %,

respectivamente). Sotelo et al. (2010) também avaliaram o efeito de branqueamento no

espinafre S.oleracea, sendo verificada perda de 18,30 % para o ácido oxálico.

Page 75: VALOR NUTRICIONAL, CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E

75

Tabela 2 – Valores médios de ácido oxálico, ácido fítico e taninos em folhas de espinafre (T.

tetragonoides) em pó (base seca)

Fatores

Antinutricionais

Espinafre em pó

não branqueado

Espinafre em pó

branqueado

Espinafre em pó

comercial

Ácido oxálico (g.100 g-1

) 12,59a ± 0,09 8,01

c ± 0,13 10,98

b ± 0,11

Ácido fítico (mg.g-1

) 14,36a ± 0,15 9,55

c ± 0,03 9,89

b ± 0,14

Taninos (g.100 g-1

) 1,95b ± 0,10 1,83

c ± 0,02 2,43

a ± 0,11

Valores em uma mesma linha, para cada tratamento, seguidos de diferentes letras minúsculas

diferem estatisticamente (p<0,05) de acordo com o teste de Tukey. Resultados expressos

como média ± desvio padrão.

Além de interferir na biodisponibilidade de minerais, a ingestão de oxalato, em

doses superiores a 2 g/kg de peso corpóreo, pode acarretar em efeitos prejudiciais ao

homem tais como irritação gastrointestinal, lesões nos órgãos excretores, cólica renal e

formação de pedras nos rins (SAVAGE, 2000). Uma dieta rica em oxalato pode exigir

suplementação com minerais divalentes (cálcio, ferro e magnésio) para prevenir

deficiências (PONKA, 2006).

O teor de fitato no espinafre em pó branqueado (9,55 mg.g-1

) foi bem acima do

observado por Yadav e Sehgal (2003), de 2,34 mg.g-1

em folhas de espinafre S. oleracea

em pó. Sotelo et al. (2010) relataram redução de teores de ácido fitico de 12 % durante o

processo de branqueamento em folhas de espinafre S. oleracea em pó. De acordo com

Mosha et al. (1995), a eliminação significativa de fitato em vegetais só é eficiente

quando o tempo de branqueamento for maior que 10 minutos. Entretanto, processos que

usam calor por longo tempo podem não ser positivos devido às perdas dos nutrientes

dissolvidos na água de cozimento (SOTELO et al., 2010).

O processo de branqueamento estudado nesta pesquisa resultou em perda de

6,15 % de taninos nas folhas de espinafre (Tabela 2). Aparentemente, o tratamento com

vapor por 3 minutos pareceu ser mais eficaz na redução de ácido oxálico e acido fítico,

possivelmente em decorrência da termoestabilidade dos taninos. Dados semelhantes

constam em relatos anteriores da literatura, não só para espinafre, mas também para

outras folhosas verdes comestíveis e ao que tudo indica somente sob ebulição e por

tempo prolongado acima de 15 minutos as perdas de taninos seriam maiores (SOTELO

et al., 2010; SOMSUB et al., 2008). Porém, o teor de taninos no espinafre em pó

Page 76: VALOR NUTRICIONAL, CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E

76

branqueado, elaborado nessa pesquisa foram inferiores aos do espinafre em pó de marca

comercial analisado.

3.3 Compostos bioativos

O teor médio de clorofila encontrado no espinafre in natura (144,24 mg.100 g-1

)

foi próximo aos observado por Gross (1991) (150 mg.100 g-1

), em folhas de espinafre in

natura de mesma espécie. Conforme Rohani-Ghadikolaei et al. (2011) variações na

quantidade de clorofila de espinafre podem estar relacionadas com a parte do vegetal

estudada, espécie, grau de maturação, ou variações climáticas.

Os resultados das análises de clorofila, carotenoides, ácido ascórbico e fenólicos

totais das folhas de espinafre em pó estão expressos na Tabela 3.

Tabela 3- Valores médios de clorofila, carotenoides, ácido ascórbico e fenólicos totais em

folhas de espinafre (T. tetragonoides) em pó (base seca)

Composição Espinafre em pó

não branqueado

Espinafre em

pó branqueado

Espinafre em

pó comercial Clorofila (mg.100 g

-1) 979,77

a±18,00 883,12

b±7,62 776,49

c±12,23

Carotenoides (μg.100 g-1

) 381,76a±13,57 339,81

b±9,98 220,33

c±8,23

Ácido ascórbico (mg.100g-1

)

Fenólicos totais (mg GAE.100g-1

)

264,09a±25,48

3744a ±2,57

214,58b±8,65

3081c±0,64

205,00b±4,07

3432b±0,99

Letras diferentes na mesma linha diferem significativamente pelo teste de Tukey (p< 0,05).

Resultados expressos como média ± desvio padrão.

No caso do espinafre em pó, os valores ficaram concentrados devido à

desidratação, sendo observada uma perda de 9,86 % durante o processo de

branqueamento (Tabela 3). SCHOEFS (2002) observou reduções de 10 a 40 % no teor

de clorofila em espinafre submetido ao branqueamento a 100 °C, durante 4-15 min.

Em vegetais submetidos a tratamento térmico, a clorofila é degradada em

feofitina e pirofeofina, (SCHWARZ; QUAST; VON BAER; WINTERHALTER, 2003).

Dietas ricas em clorofila contribuem para a diminuição de risco de diversas doenças tais

Page 77: VALOR NUTRICIONAL, CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E

77

como câncer, aterosclerose, artrite reumatoide, redução do sistema imunológico, entre

outras (FERRUZZI; BLAKESLEE, 2007).

Estudos publicados atribuem atividade antioxidante, antimutagênica e

anticarcinogênica a clorofila de extratos vegetais, tanto in vitro como in vivo, estejam

envolvidos com a inibição ou retardo de doenças crônicas degenerativas (VOGEL et al.,

2005; FERRUZZI; BLAKESLEE, 2007;).

Para os carotenóides, foi encontrado valor médio de 39,75 μg.100 g-1

no

espinafre in natura. Com relação ao pó, Mazzeo et al. (2011) relataram perdas de 15,9

% em S. oleracea, submetido ao branqueamento de 100 o

C, durante 20 min, valor

abaixo do encontrado nessa pesquisa (11 %) (Tabela 3). Neste caso, a diferença em

relação à literatura provavelmente está relacionada à condição de diferente tempo

aplicado no branqueamento.

Com relação ao ácido ascórbico, foi observado um teor médio de 29,27

mg.100g-1

no espinafre in natura, enquanto no pó branqueado uma redução de 18,74 %,

em relação ao pó não branqueado. Apesar das perdas, os valores encontrados para estes

compostos foram superiores aos verificados no espinafre comercial (Tabela 3).

Puupponen-Pimiä et al. (2003) relataram perdas de aproximadamente um terço de

vitamina C no espinafre S. oleracea in natura, durante o branqueamento a 96 oC, por 3

min.

Os valores observados para compostos fenólicos totais obtidos a partir de

espinafre in natura (1682 mg.100 g-1

) foram superiores aos observados por Tiveron

(2010), de 1220 mg.100 g-1

, e Melo (2006) de 1102,80 mg GAE.100 mL-1

de extrato

etanólico. Roy et al. (2007) encontraram valores de fenólicos superiores a este estudo na

espécie S. oleracea (1510 mg GAE.100 g-1

).

No espinafre em pó não branqueado, os valores observados (Tabela 3) foram

superiores aos relatados por Hwang Kyung et al. (2011) (3185 mg.100 g-1

), em

espinafre em pó de mesma espécie. Em contrapartida, os valores de fenólicos totais para

o espinafre em pó submetido ao branqueamento (Tabela 3) foram inferiores aos

relatados por Ismail, Marjan e Foong (2004) (6168 mg.100 g-1

), em folhas de espinafre

S. oleracea branqueado. Estes pesquisadores observaram perdas de 14 % no teor de

fenólicos de folhas branqueadas em comparação as folhas frescas, valor inferior aos 17

% observados no presente estudo.

Page 78: VALOR NUTRICIONAL, CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E

78

De acordo com Mazzeo et al. (2011), existem vários fatores que podem interferir

no conteúdo de metabólitos secundários dos vegetais, dos quais os compostos fenólicos

fazem parte. Dentre estes estão à sazonalidade, disponibilidade hídrica, condições

agronômicas e variedade do vegetal.

Considerando os compostos bioativos analisados, as perdas mais expressivas

durante o branqueamento foram observadas para ácido ascórbico, porém isso decorre da

sua elevada sensibilidade ao calor e à oxidação (PELEGRINI et al., 2010).

3.4 Capacidade antioxidante

3.4.1 Análise pelo ensaio do radical DPPH

Foi observado pelo método DPPH (EC50), que as amostras de espinafre em pó

não-branqueado, branqueado e de marca comercial exibiram um elevado potencial em

sequestrar radicais livres (30,27 g/g DPPH, 31,30 g/g DPPH e 31,57 g/g DPPH,

respectivamente) quando comparados ao espinafre in natura (423,00 g/g DPPH), o que

pode ser devido à elevada concentração dos componentes fitoquímicos, já que pela

desidratação ficam mais concentrados. Esse potencial é expresso através de um baixo

índice de EC50, pois quanto menor a concentração necessária do extrato para inibir a

oxidação do radical em 50 %, melhor a atividade antioxidante. Ainda, foi observado que

as três amostras de espinafre em pó apresentaram a mesma capacidade antioxidante

(p>0,05), indicando que essa característica não foi afetada pelo branqueamento

aplicado, resultados semelhantes aos observados por Yu (2007), em experimento com

espinafre S. oleracea cozido. Já, Turkmen, Sari e Velioglu (2005) relataram que a

capacidade de sequestrar o radical DPPH do espinafre S. oleracea aumenta de forma

significativa em decorrência do processo de cocção. Em contrapartida, Lin e Chang

(2005) observaram que o espinafre S. oleracea submetido a tratamento térmico (75 °C/

10 e 30 min e 100 °C/ 10 e 30 min) exibiu redução (45 e 42 % e de 40 e 45 %,

respectivamente) de sua capacidade antioxidante.

Page 79: VALOR NUTRICIONAL, CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E

79

3.4.2 Análise pelo ensaio Frap

Pelo método FRAP, o valor médio encontrado para o espinafre in natura, de

298,00 µmol Fe2SO4/g, foi superior aos observado por Mazzeo et al. (2011) (159,80

µmol Fe2SO4/g) em S. oleracea. Quanto às amostras de espinafre em pó não branqueado

e branqueado, os valores observados (2342,00 µmol Fe2SO4/g e 2234,67 µmol

Fe2SO4/g, respectivamente) foram inferiores quando comparados ao espinafre comercial

(2425,00 µmol Fe2SO4/g) e superiores aos relatados por Hwang Kyung et al. (2011)

(891 µmol Fe2SO4/g), em espinafre em pó de mesma espécie. Ainda, foi observado que

o poder redutor do espinafre em pó não branqueado foi superior ao do pó branqueado

(p<0,05), indicando que o branqueamento afetou a capacidade antioxidante avaliada por

esse ensaio.

3.4.3 Análise pelo ensaio β-caroteno/ácido linoléico

No sistema β-caroteno/ácido linoleico, foi observado valor médio de inibição de

oxidação para o espinafre in natura, de 21,77 %. Para as amostras de espinafre em pó

não branqueado e comercial apresentaram maior poder de inibição de oxidação (46,30

% e 46,20 %) que o pó branqueado (34,73 %). Esta redução pode ocorrer pela

destruição dos compostos bioativos, ou pela formação de novos compostos com ação

pró-oxidantes (NICOLI; ANESE; PARPINEL, 1999).

Em estudo com S. oleracea, Ismail; Marjan e Foong (2004) observaram ação

antioxidante em sistema de co-oxidação do β-caroteno/ácido linoleico superior à

determinada neste estudo (61,9 %). Porém, segundo Koleva et al. (2002) o exato

mecanismo do antioxidante no sistema β-caroteno/ácido linoléico é difícil de ser

explicado, especialmente ao testar a ação de matrizes complexas, como os extratos de

vegetais. Assim, em ensaios que contém lipídios como substrato oxidável, a exemplo da

oxidação acoplada β-caroteno/ácido linoléico, o papel protetor do antioxidante depende

ou está relacionado à solubilidade e distribuição dos compostos antioxidantes no

Page 80: VALOR NUTRICIONAL, CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E

80

sistema. Além disso, a complexa composição dos extratos de vegetais pode provocar

interações sinérgicas ou antagônicas entre os compostos presentes, podendo, também,

afetar sua partição nas fases do meio e, conseqüentemente, sua ação antioxidante.

3.5 Correlação entre os compostos bioativos e a capacidade antioxidante pelos

métodos DPPH, FRAP e ß-caroteno/ácido linoléico

Foi observada uma correlação forte e positiva (r ≥ 0,82) entre clorofila,

carotenóides e compostos fenólicos com a capacidade antioxidante avaliada pelos

métodos FRAP e β-caroteno/ácido linoleico, e forte e inversa (r > -0,94) entre os

compostos bioativos e a capacidade de sequestrar o radical DPPH. Esses dados estão em

conformidade com o de outros autores, que têm mostrado uma correlação forte entre o

teor de fenólicos e a capacidade antioxidante (HWANG et al., 2011). Entretanto,

existem controvérsias sobre esta relação, pois alguns estudos relatam forte relação

positiva, enquanto outros não a encontraram. Acredita-se que a atividade antioxidante

de um extrato não pode ser explicada apenas com base em seu teor de fenólicos totais

(HASSIMOTO; GENOVESE; LAJOLO, 2005).

4. Conclusão

O branqueamento das folhas de espinafre em pó reduziu a concentração dos

compostos bioativos e demais nutrientes, especialmente os minerais. Com relação aos

fatores antinutricionais, houve redução especialmente no teor de ácido oxálico,

entretanto, o produto final ainda permaneceu com elevado teor deste antinutricional

(8,01g.100 g-1

). O branqueamento também reduziu a capacidade antioxidante do

espinafre em pó, exceto quando avaliado pelo método DPPH. Assim, pode-se inferir

que o espinafre em pó branqueado apresenta potencial para consumo direto ou

adicionado a formulações alimentares, devendo o mesmo ser consumido com

moderação.

Page 81: VALOR NUTRICIONAL, CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E

81

Agradecimentos

Os autores agradecem ao CNPq e a CAPES, pelas bolsas concedidas.

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Page 89: VALOR NUTRICIONAL, CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E

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Utilização do espinafre (Tetragonia tetragonoides) em pó branqueado como

ingrediente na formulação de pão de forma

Use of bleached powder spinach (Tetragonia tetragonoides) as an ingredient in the

bread formulation

Fátima de Lourdes Assunção Araújo de AZEVEDO1, Janeeyre Ferreira MACIEL

2,

Esmeralda Paranhos SANTOS3, Elizabeth Harumi NABESHIMA

4, Vilma Barbosa da

Silva ARAÚJO5, Fernanda Feitosa da SILVA

6.

1Laboratório de Microbiologia de Alimentos, Centro de Tecnologia, Departamento de

Engenharia de Alimentos, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, Paraíba (PB),

Brasil. e-mail: [email protected].

2Laboratório de Microbiologia de Alimentos, Centro de Tecnologia, Departamento de

Engenharia de Alimentos, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, Paraíba (PB),

Brasil. e-mail: [email protected]

3 Laboratório de Análise Sensorial, Centro de Tecnologia, Departamento de Engenharia

de Alimentos, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, Paraíba (PB), Brasil. e-

mail: [email protected]

4 Centro de Tecnologia de Cereais e Chocolates (Cereal Chocotec), Instituto de

Tecnologia de Alimentos (ITAL), Campinas, São Paulo, Brasil. E-mail:

[email protected]

5Laboratório de Bioquímica de Alimentos, Centro de Tecnologia, Departamento de

Engenharia de Alimentos, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, Paraíba (PB),

Brasil. e-mail:[email protected]

6Laboratório de Microbiologia de Alimentos, Centro de Tecnologia, Departamento de

Engenharia de Alimentos, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, Paraíba (PB),

Brasil. e-mail: [email protected]

Endereço para correspondência: Rua Inácio Ramos de Andrade N0 253 – Jardim

Cidade Universitária – João Pessoa, Paraíba, cep: 58.052-210

Page 90: VALOR NUTRICIONAL, CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E

90

Resumo

Nessa pesquisa o objetivo foi incluir na formulação de pão de forma o espinafre em pó

branqueado, em concentração que permitisse a obtenção de produto final com boa

aceitação sensorial, baixa concentração de fatores antinutricionais e com maior valor

nutricional, quando comparado ao produto convencional. Para isso, foram elaboradas

três formulações de pães com espinafre em pó, nas concentrações de 1 %, 2 % e 3 %

(F1, F2 e F3) e uma sem adição desse ingrediente, denominada controle. Essas foram

avaliadas quanto às características físico-químicas e ao teor de antinutricionais. Em

seguida, os pães com espinafre em pó foram submetidos aos testes de aceitação

sensorial e de intenção de compra, para fins de seleção da melhor formulação.

Posteriormente, o pão selecionado foi comparado ao pão controle quanto às

características físicas e nutricionais. A formulação selecionada foi à adicionada de 3 %

de espinafre, destacando-se das demais especialmente quanto à maciez. Essa apresentou

maiores teores de proteínas, fibras, cálcio, ferro e fósforo que o pão controle, além de

conter baixo teor de fatores antinutricionais.

Palavras - chave: hortaliça folhosa, panificação, aceitação sensorial.

Abstract

In this research the goal was to include in the formulation of bread spinach powder

milled in concentration that allowed obtaining the final product with good acceptability

and low concentration of antinutritional factors and greater nutritional value when

compared to the conventional product. For this, three formulations were prepared breads

with spinach powder, the concentrations of 1%, 2% and 3% (F1, F2, and F3) and one

without addition this ingredient, named control. These were evaluated for their

physicochemical characteristics and content of antinutritional. Then the bread with

spinach powder were tested for sensory acceptance and purchase intent for the purpose

Page 91: VALOR NUTRICIONAL, CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E

91

of selecting the best formulation. Subsequently, the bread was selected as compared to

the control bread to physical and nutritional characteristics. The selected formulation

was added to 3% of spinach, highlighting the other especially the softness. This showed

higher levels of protein, fiber, calcium, iron and phosphorus control bread, and contain

low levels of antinutritional factors.

Key words: leafy vegetables, baking, sensory acceptance.

1 Introdução

Segundo a Organização Mundial de Saúde, o baixo consumo de frutas, legumes

e verduras está entre os dez principais fatores de risco que contribuem para a

mortalidade no mundo (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2009). No Brasil,

estima-se que o consumo desses alimentos corresponda a menos da metade das

recomendações nutricionais, sendo ainda mais deficiente entre as famílias de baixa

renda e escolaridade (LEVY-COSTA; SICHIERI; MONTEIRO, 2005).

Uma das formas de inclusão dos vegetais na dieta é por meio de adição dos

mesmos às formulações de produtos industrializados. Entre estes, destacam-se massas

alimentícias e pães, pelo amplo consumo por indivíduos de diferentes faixas etárias e

classes sociais, e por apresentarem deficiências em nutrientes essenciais à saúde como

aminoácidos, minerais e vitaminas (SABANIS; LEBESI; TZIA, 2009).

Alguns vegetais com uso proposto na formulação de pães são aveia, centeio,

arroz, soja, milho, e linhaça (DHINGRA et al., 2011; CHOO E AZIZ, 2009) e, em

massas alimentícias, cenoura, beterraba e espinafre (LIEBMAN E OKOMBO, 2009).

O espinafre (Tetragonia tetragonoides), também conhecido como espinafre de

Nova Zelândia, é uma hortaliça folhosa que, quando adicionada à dieta, contribui com o

aporte de vitaminas, proteínas e minerais, especialmente cálcio e ferro, além de ser rico

em compostos bioativos, que não são comuns entre outros vegetais (PANDJAITAN et

al., 2005), com efeitos reconhecidos na prevenção de doenças crônicas (ZANATTA;

SCHLABITZ; ETHUR, 2010; DI FAN et al., 2011).

Page 92: VALOR NUTRICIONAL, CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E

92

Embora contenha diversos compostos benéficos, o espinafre possui fatores

antinutricionais que podem formar complexos insolúveis com proteínas e minerais

(TANG et al., 2008), destacando-se o ácido oxálico, presente em maior concentração.

Entretanto, este antinutriente pode ser consideravelmente reduzido por aplicação de

calor, como branqueamento e processamento doméstico (YADAV E SEHGAL, 2003).

O ácido fítico e os taninos, compostos que também podem interferir na

biodisponibilidade de minerais, parece ter algumas ações benéficas à saúde humana,

como redução do colesterol sérico e triglicerídeo, prevenção de câncer de cólon

(JARIWALLA, 2001) e ação antioxidante (HELBIG; BUCHWEITZ; GIGANTE,

2008).

Nessa pesquisa, o objetivo foi adicionar espinafre em pó à formulação de pão de

forma, avaliando os efeitos dessa adição sobre a aceitação sensorial, características

físico- químicas e valor nutricional do produto final.

2 Material e métodos

2.1 Material

O espinafre em pó branqueado foi obtido a partir de amostras de espinafre

(Tetragonia tetragonoides), adquiridas em comércio local da cidade de João Pessoa,

Paraíba, no período de janeiro de 2011 a junho de 2011, tendo o processamento ocorrido

em laboratório, no mesmo dia de sua obtenção. Inicialmente, as folhas espinafre, sem

injúrias e uniformes quanto à cor e textura, tiveram seus talos descartados e foram

submetidas à lavagem em água corrente, imersão em água clorada a 150 ppm durante 15

minutos e enxágue com água destilada. Em seguida, fez-se o branqueamento por

exposição ao vapor d’água a 100 0C durante 3 minutos com posterior resfriamento, e

secagem em secador de cabine, nas condições de velocidade de ar média de 1,00 m.s-1

,

medida em anemômetro (VELOCI CHECK, modelo 8330-M, São Paulo, SP),

temperatura do ar de 60 0C e umidade relativa de 13 %, ambos medidos com um

termômetro de bulbo úmido e seco (LAMBRECHT), fixado na parte superior da entrada

Page 93: VALOR NUTRICIONAL, CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E

93

da câmera de secagem. O processo de secagem teve duração aproximada de 3 horas.

Depois de secas, as folhas foram trituradas em processador de alimentos tipo Mix

(MAGIC BULLET, modelo MB-1001, USA) na máxima velocidade e peneiradas em

malha de 115 mesh (0,13 mm) até a obtenção de um pó homogêneo. O pó obtido foi

embalado a vácuo (SELOVAC, 120-B, São Paulo, SP) acondicionado em sacos de

polietileno de baixa densidade e cobertos com papel alumínio.

2.2 Processo de elaboração dos pães

Foram elaboradas três formulações de pães de forma com espinafre em pó

branqueado, nas concentrações de 1 %, 2 % e 3 %, tomando como base 100 g de farinha

de trigo, e uma de pão controle, sem adição desse ingrediente. Os ingredientes básicos

usados na elaboração dos pães foram: farinha de trigo especial (1500 g), água (825 g),

fermento biológico seco instantâneo (15 g), sal (25,5 g), açúcar cristal (90 g) e gordura

vegetal hidrogenada (45 g).

Inicialmente, todos os ingredientes secos foram homogeneizados em um

misturador tipo espirais (STEEL, ST-005, São Paulo, SP), em velocidade lenta, por 5

min e rápida por 10 minutos (até atingir o ponto de véu), sendo feita a adição gradual de

água refrigerada a aproximadamente 1 0C. Em seguida, a massa fresca que se

encontrava com temperatura em torno de 24 0C foi boleada, sendo retiradas três porções

de 10 g para a realização das análises de pH e acidez. Posteriormente, essa massa foi

submetida a descanso de 10 min e dividida em unidades de 750 g. Após modelagem

manual, porções individuais foram colocadas em formas (22 x 11 cm) previamente

untadas com gordura vegetal hidrogenada e transportadas até a câmara de fermentação

(NOVA ÉTICA, Série 400 D, São Paulo, SP), permanecendo por, aproximadamente 1

hora e 30 min, a 32±1 0C e umidade relativa de 80 %. Ao final desse período, os pães

foram assados em forno a gás (TURBO PROGÁS, Caxias do Sul, RS) por 30 min, a

180 0C e resfriados por três horas, sendo posteriormente fatiados, embalados em sacos

de polietileno e armazenados à temperatura ambiente até a realização das análises.

Page 94: VALOR NUTRICIONAL, CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E

94

2.3 Avaliação físico-química dos pães

Amostras das quatro formulações de pães elaboradas foram submetidas às

análises de volume específico, atividade de água, pH e acidez. O volume específico foi

determinado após resfriamento dos pães pelo método de deslocamento de semente de

painço, e calculado com base na relação entre o volume (cm3) e a massa dos pães (g),

conforme método (10–11) da AACC (2000). A atividade de água (aW) foi determinada

no equipamento (AQUA-LAB, CX-2, São Paulo, SP) conforme procedimento (978.18)

da AOAC (2000). O pH foi determinado em potenciômetro (QUIMIS, 0400, São Paulo,

SP), previamente calibrado e operado de acordo com as instruções do fabricante, e a

acidez por titulação com solução de NaOH 0,1 N até pH 8,5, sendo o resultado expresso

em mL de NaOH 0,1 N/10 g de pão (HERVÉ et al., 2006). As análises foram realizadas

em triplicata, com cinco repetições.

2.4 Análises dos fatores antinutricionais dos pães

Amostras das quatro formulações de pães elaborados foram submetidas às

determinações dos teores de ácido oxálico, ácido fítico e taninos. O teor de ácido

oxálico, expresso em g/100 g amostra, foi determinado segundo o método titulométrico

utilizado permanganato de potássio (KMNO4) a 0,02 N, de acordo com o método

descrito por Moir (1953). A concentração de ácido fítico foi determinada utilizando

reagente de Wade, com posterior leitura a 500 nm em espectrofotômetro UV/Vis

(QUIMIS, Q798U, São Paulo, SP), sendo utilizado ácido fítico na curva padrão (ácido

inositol hexafosfórico - 50%), da SIGMA-ALDRICH, além do controle, segundo o

método descrito por (LATTA E ESKIN, 1980), e os resultados foram expressos em mg

de fitato/g de amostra. Os taninos foram determinados pelo método colorimétrico

segundo procedimento 952.03 da AOAC (2000), baseado na redução do

fosfotungstomolibidico (Folin-Dennis), a leitura de absorbância a 760 nm foi medida

em espectrofotômetro UV/Vis.

Page 95: VALOR NUTRICIONAL, CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E

95

2.5 Avaliação sensorial dos pães adicionados de espinafre em pó

Amostras das três formulações de pão de forma adicionadas de espinafre em pó

branqueado foram submetidas aos testes de aceitação e de intenção de compra. No teste

de aceitação, foi usada uma escala hedônica de 9 pontos (1= desgostei extremamente, 9

= gostei extremamente), sendo avaliados os atributos cor, aroma, sabor, maciez e

aceitação global dos produtos. O critério adotado para aceitação dos pães foi à obtenção

de médias iguais ou superiores a 6,0, equivalente ao termo hedônico “gostei

ligeiramente”. No teste de intenção de compra, utilizou-se uma escala de 5 pontos (1=

certamente não compraria, 5= certamente compraria). Em ambos os testes, o painel

sensorial foi composto por 94 provadores não treinados, recrutados entre alunos e

funcionários do campus I da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), com faixa etária

variando entre 18 e 55 anos, sendo 51 homens e 43 mulheres. Com base nos resultados

desses testes, somente uma formulação de pão de forma foi selecionada para posterior

caracterização. Fatias de pão (12 g) foram apresentadas de forma monádica, em pratos

brancos descartáveis codificados com três dígitos, em cabines individuais.

2.6 Comparação entre o pão controle e com espinafre em pó, na concentração

selecionada, quanto às características físicas e nutricionais

Amostras de pães controle e com espinafre em pó branqueado, na concentração

selecionada sensorialmente, foram submetidas às análises de cor, textura e de

composição química. A análise de cor foi realizada em colorímetro digital (MINOLTA,

CR-300, Mahwah/New Jersey, USA), através do sistema CIELAB (L*, a* e b*), sendo

os parâmetros L*(luminosidade), a* (intensidade de vermelho/verde) e b* (intensidade

de amarelo/azul) determinados por refletância.

A textura do miolo dos pães foi avaliada 24 horas após o processamento, de

acordo com o método (74-09) da AACC (2000) utilizando-se texturômetro

(EXTRALAB, TAXT Express, São Paulo). Usou-se um probe SMS P/35R, nos

seguintes parâmetros de operação: medida de força em compressão, velocidade de pré-

Page 96: VALOR NUTRICIONAL, CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E

96

teste: 1,0 mm/s, velocidade de teste: 1,7 mm/s, velocidade de pós-teste: 10,0 mm/s e

distância de 40 %. Foram realizadas 9 leituras para cada amostra.

Posteriormente, foram determinados de acordo com os métodos da AOAC

(2000): umidade (950.46), por secagem em estufa a 105 0C até peso constante; cinzas

(920.153), por carbonização seguida de incineração a 550 0C; lipídios totais (963.15),

por extração utilizando aparelho de Soxleth, proteínas (928.08) através de Kjeldhal,

tendo sido utilizado o fator de conversão nitrogênio/proteína igual a 6,25; fibras

(962.09), por hidrólise ácida, e cloretos (935.47). Açúcares redutores e totais foram

determinados conforme descrito por Somogy (1944) e Nelson (1945), utilizando-se

glicose (1000 mg/mL) (Merck) como padrão, e a quantificação de outros carboidratos

foi obtido pelo cálculo de diferença. O teor de fósforo foi determinado por colorimetria

a 660 nm (RANGANNA, 1979). Para quantificação de cálcio (Ca) e ferro (Fe) o

material foi previamente submetido à digestão nítrico-perclórica (HNO3 + HCL04), na

proporção (4:1, v/v), a 160 0C durante 40 min. Os teores de Ca e Fe foram quantificados

em espectrofotômetro de absorção atômica (AAS) com chama de ar-acetileno

(SHIMADZU, AA-6300, São Paulo, SP) em 622,0 nm e 248,43 nm respectivamente, de

acordo com os métodos da AOAC (2000) utilizando padrões comerciais de Ca e Fe

(SIGMA-ALDRICH, USA).

2.7 Análise estatística

Os resultados das análises físico-químicas, dos antinutricionais e dos testes

sensoriais foram submetidos à análise de variância (ANOVA) e teste de Tukey,

enquanto que os das análises de cor, textura e composição química dos pães controle e

com espinafre, na concentração selecionada, ao teste t-Student, ambos a um nível de

significância de 5 %. Os resultados do teste de aceitação também foram analisados pela

metodologia do Mapa de Preferência Interno (MacFIE E THOMSON, 1988) e Análise

Fatorial de Componentes Principais (MAROCO, 2003). Todos os cálculos foram

efetuados através do Programa SPSS for Windows Evaluation Edition – 14.0/SPSS.

INC., 2005.

Page 97: VALOR NUTRICIONAL, CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E

97

3 Resultados e discussão

3.1 Avaliação físico-química dos pães

Os pães de forma com espinafre em pó branqueado apresentaram volume

específico satisfatório (4,32 a 4,46 cm³/g), acima do observado por Conto et al. (2012)

em pães com adição de ômega-3 (2,57 e 4,05 cm3/g) e por Hassan et al. (2008) em pães

de forma elaborados com 10 % de farelo de trigo (3,58 cm3/g), não diferindo do pão

controle (p>0,05), que obteve média de 4,59 cm3/g.

O pH desses pães variou de 6,19 a 6,45, sendo verificada a elevação do mesmo

com o aumento na concentração de espinafre. Esse aumento no pH foi acompanhado de

redução na acidez titulável, que variou de 3,19 a 3,68 mL de NaOH 0,1 N/10 g de pão.

Para o pão controle, foram observados valores de pH de 5,40 e acidez de 4,23.

Considerando que a levedura responsável pela fermentação dos pães (Saccharomyces

cerevisiae) apresenta pH ótimo de crescimento em torno de 5,0, era esperado que a

elevação de pH prejudicasse a produção de gás carbônico por esse microrganismo e,

consequentemente, o volume específico, o que não foi observado na presente pesquisa

(QUILEZ; RUIZ; ROMERO, 2006). Fonseca et al. (2009) encontrou valor médio de pH

4,30 em pães de forma tradicional. Segundo Quaglia (1991), um pH de 5,6 é

considerado ideal para pão de forma. Oura, Soumalainen e Viskari (1982) consideraram

a faixa de pH de 5,3 e 6,2 como aceitável para pães.

Os pães com espinafre apresentaram atividade de água de 0,81, valor baixo

quando comparado ao obtido por Lazaridou e Biliaderis (2007) que reportaram

variações de 0,96-0,97 para atividade de água, ao estudarem os efeitos de hidrocolóides

na reologia de pães elaborados com 1 % e 2 % de farinha de arroz.

Page 98: VALOR NUTRICIONAL, CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E

98

3.2 Análise dos fatores antinutricionais nos pães

Na Tabela 1 são mostrados os valores encontrados para os teores de ácido

oxálico, ácido fítico e taninos nas formulações analisadas.

Tabela 1. Valores médios dos teores de ácido oxálico, ácido fítico e taninos nas formulações de

pães controle e com espinafre em pó branqueado (base seca)

Fatores

antinutricionais

Controle Pão com 1 %

de espinafre

em pó

Pão com 2 %

de espinafre

em pó

Pão com 3 %

de espinafre

em pó

Ácido oxálico (g/100 g) 0,01 ± 0,03d

0,10 ± 0,01c

0,16 ± 0,02b

0,30 ± 0,01a

Ácido fítico (mg/g) 0,02 ± 0,01d

0,06 ± 0,01c 0,18 ± 0,02

b 0,31 ± 0,01

a

Taninos (g/100 g) 0,01 ± 0,01d

0,04 ± 0,00c

0,09 ± 0,00b

0,23 ± 0,02a

Médias seguidas de letras iguais na mesma linha não diferem significativamente entre si

(p>0,05). Controle: Sem adição de espinafre em pó. Análise realizada em triplicata, com cinco

repetições.

Com o aumento da concentração de espinafre em pó resultou em elevação nos

teores de fatores antinutricionais dos pães, tendo estes apresentados maiores valores que

o pão controle (Tabela 1). Não foram encontrados relatos na literatura sobre estes

compostos em pães adicionados de espinafre. Em massa alimentícia tipo espaguete com

espinafre S. oleracea em pó, o ácido oxálico foi encontrado em concentração abaixo de

0,1 g/100 g (LIEBAMAN E OKOMBO, 2009). Salgado et al. (2011) encontraram

teores de ácido fítico e taninos de 1,98 mg/g e 0,91 mg/g, respectivamente, em pães

elaborados com 3 % de casca de cupuaçu.

3.3 Avaliação sensorial dos pães adicionados de espinafre em pó

Page 99: VALOR NUTRICIONAL, CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E

99

3.3.1 Teste de aceitação

As médias dos escores atribuídos pelos provadores aos pães, por atributo, estão

apresentadas na Tabela 2.

As três formulações de pães testadas foram aceitas em todos os atributos

avaliados, com escores médios variando de 6,6 a 7,8, escores situados entre os termos

hedônicos “gostei ligeiramente” e “gostei regularmente”, respectivamente, não havendo,

portanto, nenhum valor abaixo de 6,0. O pão elaborado com 3 % de espinafre em pó

apresentou maior aceitação quanto à maciez e não diferiu (p>0,05) das demais

formulações nos atributos aroma e sabor, sendo por essa razão selecionada para fins de

caracterização química e nutricional.

Mauro, Silva e Freitas (2010) relataram boa aceitação sensorial em cookies

confeccionados com 15 % de talos de espinafre em pó, obtendo média semelhante às

encontradas nesta pesquisa (7,07) nos atributos maciez, sabor e avaliação global.

Zanatta, Schlabitz e Ethur (2010), ao avaliarem bolos com 10 % de folhas de espinafre

em pó, encontraram escores médios de 5,6 escores situados entre os termos hedônicos

“não gostei, nem desgostei”.

Tabela 2. Valores de médias e desvios-padrão dos escores obtidos no teste de aceitação

sensorial dos pães de forma das formulações com 1 %, 2 % e 3 % de espinafre em pó

branqueado

Atributos

Sensoriais

Pão com 1 % de

espinafre em pó

Pão com 2 % de

espinafre em pó

Pão com 3 % de

espinafre em pó

Cor 7,1 ± 1,2a

6,6 ± 1,4

b 6,6

± 1,7

b

Aroma 6,8 ± 1,2a 6,7

± 1,2

a 7,1 ± 1,3a

Maciez 6,9 ± 1,2b

7,1 ± 1,0b

7,8 ± 1,2

a

Sabor 7,1 ± 1,1a

7,7 ± 7,2

a 7,7 ± 1,1

a

Avaliação Global 7,0 ± 1,0b

7,2 ± 0,8

ab 7,5 ± 1,0

a

Médias seguidas de letras iguais na mesma linha não diferem significativamente entre si

(p>0,05) pelo teste de Tukey.

Page 100: VALOR NUTRICIONAL, CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E

100

Na Figura 1 está apresentado o Mapa de Preferência Interno, derivado dos

escores atribuídos pelos 94 provadores às três formulações de pães de forma com

espinafre em pó. O somatório das duas componentes principais correspondeu a 84,99 %

das variações, indicando que a maioria dos provadores, plotada em toda metade à direita

do gráfico, preferiu a formulação com 3 % de espinafre em pó.

Figura 1. Mapa de Preferência Interno, relativo às notas de 94 Provadores (P) e

aos atributos de cor, aroma, maciez, sabor e aceitação global dos pães com

espinafre em pó, nas concentrações de 1%, 2% e 3% (F1, F2 e F3),

respectivamente.

Na Figura 2, observa-se que o aroma, maciez e avaliação global foram os

atributos que mais influenciaram na aceitação, para as três amostras de pães com

espinafre em pó avaliado, enquanto os atributos cor e sabor tiveram menor influência.

Page 101: VALOR NUTRICIONAL, CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E

101

Figura 2. Análise Fatorial de Componentes Principais - AFCP,

Método de Correlation de Matrix” dentre as notas dos atributos

sensoriais para as três amostras de pães com adições de espinafre

em pó nas concentrações de 1%, 2% e 3% (F1, F2 e F3,

respectivamente. A.Global = aceitação global.

3.4 Comparação entre o pão controle e o pão com 3 % de espinafre quanto as

características físicas e nutricionais

Nas análises de cor e textura foram observadas diferenças significativas (p<0,05)

entre o pão controle e o pão com espinafre em pó. O pão de forma com adição de 3 %

de espinafre em pó apresentou menor luminosidade (L*=58,09) e maior intensidade de

cor verde (a*= - 4,74), quando comparado ao pão controle (L*=72,12, a*= - 1,90).

Entretanto, para os valores de b*, as amostras do pão controle apresentaram maiores

valores (b* = 31,15), indicando maior intensidade de cor amarela em relação ao pão

com espinafre em pó (b*= 14,13).

Quanto à textura, o pão com espinafre em pó apresentou maior firmeza (360,24),

quando comparado ao pão controle (315,64). Possivelmente, o maior teor de fibras no

pão com espinafre pode ter contribuído para esse resultado. Gandra et al. (2008)

relataram aumento na firmeza de pães de forma enriquecido com 20 % de farelo de

0.90.60.30.0-0.3-0.6-0.9

Componente 1: 43,49 %

0.9

0.6

0.3

0.0

-0.3

-0.6

-0.9

Com

pone

nte

2: 2

0,72

% A.GLOBAL

MACIEZ

SABOR

AROMA

COR

Component Plot

Page 102: VALOR NUTRICIONAL, CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E

102

trigo, em relação a um pão controle.

Os resultados da composição química das formulações controle e com adição de

3 % de espinafre em pó branqueado estão apresentados na Tabela 3.

Tabela 3- Valores médios da composição nutricional dos pães de forma das formulações

controle e com adição de 3% de espinafre em pó branqueado (base seca)

Composição química Controle Pão com 3% de espinafre em pó

Umidade (g/100 g) 33,5a ± 0,43 31,0

b ± 0,48

Proteínas (g/100 g) 6,69b ± 0,35 10,34

a ± 0,08

Fibra bruta (g/100 g) 1,02b ± 0,20

2,51

a ± 0,15

Cinzas (g/100 g) 1,16b ± 0,17 1,62

a ± 0,09

Açúcares totais (g/100 g) ND 6,53 ± 0,10

Outros carboidratos (g/100 g) 54,81a± 0,18

45,84

b± 0,12

Lipídios (g/100 g) 2,82a ± 0,12 2,16

b ± 0,13

Sódio (mg/100 g) 771,56a ± 0,17 766,45

b± 0,20

Cálcio (mg/100 g) 27,48b ± 0,31 56,09

a ± 0,14

Ferro (mg/100 g) 2,07b ± 0,18 4,87

a ± 0,35

Fósforo (mg/100 g) 85,67b ± 0,44 125,34

a ± 0,64

Médias seguidas de letras iguais não diferem significativamente entre si, pelo teste de t-

Student, a um nível de significância (p≤0,05). Controle: Sem adição de espinafre em pó

branqueado; Outros carboidratos: calculados por diferença. ND: Não determinado. Análise

realizada em triplicata, com cinco repetições.

A adição de 3 % de espinafre em pó branqueado promoveu aumento no valor

nutricional do pão de forma, com maiores incrementos nos teores de fibra bruta (146,1

%), cálcio (104,1 %), ferro (135,3 %) e fósforo (46,30 %), quando comparado ao pão

controle. Entretanto, quando os teores desses nutrientes (Tabela 3) foram comparados

aos valores recomendados para ingestão dietética diária (20-30 g/100 g, 800 mg/100 g,

11 mg /100 g e 700 mg/100 g) (Brasil, 2006), somente o ferro e fósforo apresentaram

concentrações suficientes para classificar o pão com espinafre como alimento fonte

desses minerais. Não foram encontrados relatos na literatura pesquisas sobre incremento

nutricional de pães e massas alimentícias com adição de espinafre. Mauro, Silva e

Freitas (2010) observaram teores de fibra de 4,24 mg/100 g em cookies elaborados com

Page 103: VALOR NUTRICIONAL, CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E

103

15 % de talos de espinafre em pó. Sabe-se que na dieta humana, as fibras desempenham

efeitos fisiológicos benéficos à saúde, que vão desde á prevenção de algumas doenças

como as coronarianas, câncer do cólon e o controle do diabetes mellitus (LAIRAN,

2005).

A adição de espinafre em pó também contribui para a elevação no teor de

proteínas do pão de forma, com incremento de 54,5 %. Contrariamente, foi observada

uma redução nos teores de lipídios e sódio (Tabela 3). Apesar da diferença observada no

teor de lipídios, os dois tipos de pães avaliados foram classificados como produtos de

baixo teor de gorduras totais, por apresentarem concentração abaixo de 3 g de gordura/

100 g (BRASIL, 1998).

Quanto ao teor de sódio, os pães elaborados nesta pesquisa apresentaram

maiores valores que o máximo recomendado para pão (608 mg/100 g) (BRASIL, 2011).

Moura, Canniatti-Brazaca e Silva (2009) reportaram valores de 804 mg/100 g em pães

de forma com adição de 3 % de sementes de linhaça. Portanto, faz-se necessário reduzir

o teor de sódio em pães, o que irá contribuir na prevenção de doenças cardiovasculares,

tendo em vista que o consumo excessivo desse mineral é o principal responsável pelo

surgimento dessa doença em pessoas na faixa etária de 30 a 69 anos de idade

(NISHIMURA et al., 2011).

Os valores obtidos de conteúdos de açúcares totais nos pães com espinafre foi de

6,53 g/ 100 g. Segundo González-Mateo (2009), o açúcar envolvido na reação de

Maillard tem importância no tipo de produto formado. Os valores de umidade dos pães

controle e adicionado de espinafre em pó avaliados neste estudo (Tabela 3) estão de

acordo com os valores obtidos na literatura (GANDRA et al., 2008; ANGIOLONI E

COLLAR, 2011; SALGADO et al., 2011). O teor de umidade é um importante

parâmetro de qualidade por estar relacionado com a estabilidade microbiana e textura do

produto (ESTELER E LANNES, 2005).

A elevação nos teores de fibras e minerais devidos a adição do espinafre na

formulação do pão de forma, mesmo que em concentrações abaixo das recomendadas

para na legislação brasileira para alimentos enriquecidos, a ingestão freqüente desse

produto irá influenciar de forma positiva na saúde humana, tendo em vista os benefícios

da maior ingestão de fibras e minerais (LAIRON et al., 2005; ANDERSON et al.,

2009).

Page 104: VALOR NUTRICIONAL, CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E

104

4 Conclusão

O pão de forma adicionado de 3 % de espinafre em pó branqueado apresentou

boa aceitação sensorial e maior valor nutricional, quando comparado a um pão controle,

contribuindo para a maior ingestão de fibras, cálcio, ferro e fósforo. O teor de

antrinutricionais nesse produto foi abaixo do considerado prejudicial à saúde. Assim,

pode-se inferir que a inclusão do espinafre em pó na formulação do pão de forma se

constitui como boa alternativa para estimular o maior consumo de hortaliças folhosas na

dieta.

Agradecimentos

Os autores agradecem ao CNPq e a CAPES, pela bolsa concedida.

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6 CONCLUSÕES

Nas condições experimentais do presente estudo, os resultados obtidos

permitiram concluir que:

O processo de branqueamento das folhas de espinafre é um tratamento que

reduz a concentração de antinutricionais, especialmente ácido oxálico, devendo ser

aplicado por curto período de tempo (até 5 minutos) para preservar nutrientes

importantes como cálcio e ferro;

Houve redução nas concentrações dos compostos bioativos devido ao

branqueamento, no entanto, o calor aplicado não afetou as propriedades antioxidantes

observadas da hortaliça, especialmente pelos métodos DPPH e FRAP.

A adição de 3% de espinafre em pó branqueado à formulação do pão de forma

resultou em produto com boa aceitação sensorial e maior valor nutricional, quando

comparado ao pão controle, especialmente com incrementos de teores de fibras, cálcio,

ferro e fósforo, além de conter baixo teor de fatores antinutrionais.

O uso do pão de forma com adição de espinafre em pó branqueado pode ser

uma alternativa de incluir hortaliças na dieta diária do consumidor, visto que

contribuiria no enriquecimento nutricional, e com efeito protetor atribuída à diferentes

constituintes antioxidantes, tais como compostos fenólicos, carotenoides e clorofila.

Page 110: VALOR NUTRICIONAL, CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E

110

ANEXOS

Page 111: VALOR NUTRICIONAL, CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E

111

ANEXO 1 – Médias e desvio-padrão por análise de variância (ANOVA) e teste de

Tukey para os compostos bioativos.

[DataSet1] I:\27042012\fÁTIMA\PLANILHA COMPOSTOS BIOATIVOS.sav

Case Processing Summary

9 75,0% 3 25,0% 12 100,0%

9 75,0% 3 25,0% 12 100,0%

9 75,0% 3 25,0% 12 100,0%

9 75,0% 3 25,0% 12 100,0%

9 75,0% 3 25,0% 12 100,0%

9 75,0% 3 25,0% 12 100,0%

9 75,0% 3 25,0% 12 100,0%

9 75,0% 3 25,0% 12 100,0%

Clorof ila * namostra

Carotenóides * namostra

Fenólicos * namostra

VITC * namostra

DPPH * namostra

FRAP * namostra

BETAOXI * namostra

BETAPROT * namostra

N Percent N Percent N Percent

Included Excluded Total

Cases

Report

144,2400 39,7533 1682,0000 29,2700 423,0000 298,0000 78,2333 21,7667

3 3 3 3 3 3 3 3

2,45159 2,39953 34,04409 ,53731 1,00000 1,00000 1,10604 1,10604

979,7667 361,7567 3744,3333 264,0867 30,2667 2342,0000 53,7000 46,3000

3 3 3 3 3 3 3 3

18,00867 13,57469 256,75150 25,47909 1,30512 1,00000 ,98489 ,98489

883,1233 345,8100 3081,6667 214,5833 31,2967 2234,6667 65,2667 34,7333

3 3 3 3 3 3 3 3

7,62913 9,98479 64,46963 8,65202 1,01046 1,52753 ,92916 ,92916

669,0433 249,1067 2836,0000 169,3133 161,5211 1624,8889 65,7333 34,2667

9 9 9 9 9 9 9 9

395,94355 157,39702 921,53988 108,03885 196,11205 996,25191 10,66490 10,66490

Mean

N

Std. Dev iat ion

Mean

N

Std. Dev iat ion

Mean

N

Std. Dev iat ion

Mean

N

Std. Dev iat ion

namostra

EIN

EPNB

EPB

Total

Clorof ila Carotenóides Fenólicos VITC DPPH FRAP BETAOXI BETAPROT

Page 112: VALOR NUTRICIONAL, CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E

112

ANEXO 2 – Análise de variância (ANOVA) dos compostos bioativos

PLANILHA COMPOSTOS BIOATIVOS.sav

ANOVA

1253393 2 626696,662 4839,031 ,000

777,052 6 129,509

1254170 8

197611,1 2 98805,563 1023,093 ,000

579,452 6 96,575

198190,6 8

6651413 2 3325706,333 140,056 ,000

142473,3 6 23745,556

6793886 8

91930,478 2 45965,239 190,377 ,000

1448,661 6 241,443

93379,139 8

307672,0 2 153836,017 123915,8 ,000

7,449 6 1,241

307679,5 8

7940134 2 3970067,111 2748508 ,000

8,667 6 1,444

7940143 8

903,807 2 451,903 443,526 ,000

6,113 6 1,019

909,920 8

903,807 2 451,903 443,526 ,000

6,113 6 1,019

909,920 8

Between Groups

Within Groups

Total

Between Groups

Within Groups

Total

Between Groups

Within Groups

Total

Between Groups

Within Groups

Total

Between Groups

Within Groups

Total

Between Groups

Within Groups

Total

Between Groups

Within Groups

Total

Between Groups

Within Groups

Total

Clorof ila

Carotenóides

Fenólicos

VITC

DPPH

FRAP

BETAOXI

BETAPROT

Sum of

Squares df Mean Square F Sig.

Page 113: VALOR NUTRICIONAL, CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E

113

ANEXO 3 - Teste de Homogeneidade e de Análise de Variância dos compostos

bioativos

Post Hoc Tests

Homogeneous Subsets

Clorofila

Tukey HSDa

3 144,2400

3 883,1233

3 979,7667

1,000 1,000 1,000

namostra

EIN

EPB

EPNB

Sig.

N 1 2 3

Subset f or alpha = .05

Means for groups in homogeneous subsets are display ed.

Uses Harmonic Mean Sample Size = 3,000.a.

Carotenóides

Tukey HSDa

3 39,7533

3 345,8100

3 361,7567

1,000 ,196

namostra

EIN

EPB

EPNB

Sig.

N 1 2

Subset f or alpha = .05

Means for groups in homogeneous subsets are display ed.

Uses Harmonic Mean Sample Size = 3,000.a.

Page 114: VALOR NUTRICIONAL, CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E

114

Fenólicos

Tukey HSDa

3 1682,0000

3 3081,6667

3 3744,3333

1,000 1,000 1,000

namostra

EIN

EPB

EPNB

Sig.

N 1 2 3

Subset f or alpha = .05

Means for groups in homogeneous subsets are display ed.

Uses Harmonic Mean Sample Size = 3,000.a.

VITC

Tukey HSDa

3 29,2700

3 214,5833

3 264,0867

1,000 1,000 1,000

namostra

EIN

EPB

EPNB

Sig.

N 1 2 3

Subset f or alpha = .05

Means for groups in homogeneous subsets are display ed.

Uses Harmonic Mean Sample Size = 3,000.a.

DPPH

Tukey HSDa

3 30,2667

3 31,2967

3 423,0000

,531 1,000

namostra

EPNB

EPB

EIN

Sig.

N 1 2

Subset f or alpha = .05

Means for groups in homogeneous subsets are display ed.

Uses Harmonic Mean Sample Size = 3,000.a.

Page 115: VALOR NUTRICIONAL, CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E

115

FRAP

Tukey HSDa

3 298,0000

3 2234,6667

3 2342,0000

1,000 1,000 1,000

namostra

EIN

EPB

EPNB

Sig.

N 1 2 3

Subset f or alpha = .05

Means for groups in homogeneous subsets are display ed.

Uses Harmonic Mean Sample Size = 3,000.a.

BETAOXI

Tukey HSDa

3 53,7000

3 65,2667

3 78,2333

1,000 1,000 1,000

namostra

EPNB

EPB

EIN

Sig.

N 1 2 3

Subset f or alpha = .05

Means for groups in homogeneous subsets are display ed.

Uses Harmonic Mean Sample Size = 3,000.a.

BETAPROT

Tukey HSDa

3 21,7667

3 34,7333

3 46,3000

1,000 1,000 1,000

namostra

EIN

EPB

EPNB

Sig.

N 1 2 3

Subset f or alpha = .05

Means for groups in homogeneous subsets are display ed.

Uses Harmonic Mean Sample Size = 3,000.a.

Page 116: VALOR NUTRICIONAL, CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E

116

ANEXO 4 - Análise de Fatorial de Componentes Principais, método correlação de

Matrix, referentes aos atributos sensoriais para os pães de forma.

Communalities

1.000 .587

1.000 .632

1.000 .756

1.000 .518

1.000 .717

COR

AROMA

SABOR

MACIEZ

A.GLOBAL

Initial Extraction

Extraction Method: Principal Component Analysis.

Total Variance Explained

2.175 43.490 43.490 2.175 43.490 43.490

1.036 20.725 64.215 1.036 20.725 64.215

.823 16.453 80.669

.567 11.334 92.003

.400 7.997 100.000

Component1

2

3

4

5

Total % of Variance Cumulat iv e % Total % of Variance Cumulat iv e %

Initial Eigenvalues Extract ion Sums of Squared Loadings

Extract ion Method: Principal Component Analysis.

Component Matrixa

.576 -.506

.773 -.187

.253 .832

.688 .212

.842 .094

COR

AROMA

SABOR

MACIEZ

A.GLOBAL

1 2

Component

Extraction Method: Principal Component Analysis.

2 components extracted.a.

Page 117: VALOR NUTRICIONAL, CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E

117

ANEXO 5 - Teste de homogeneidade e de Análise de Variância referentes aos atributos

sensoriais.

Test of Homogeneity of Variances

5.787 2 279 .003

.338 2 279 .713

1.631 2 279 .198

1.307 2 279 .272

4.183 2 279 .016

COR

AROMA

SABOR

MACIEZ

A.GLOBAL

Levene

Stat istic df1 df2 Sig.

ANOVA

18.220 2 9.110 4.458 .012

570.149 279 2.044

588.369 281

6.730 2 3.365 2.088 .126

449.766 279 1.612

456.496 281

24.319 2 12.160 .671 .512

5058.053 279 18.129

5082.372 281

39.624 2 19.812 15.270 .000

361.979 279 1.297

401.603 281

11.794 2 5.897 6.575 .002

250.223 279 .897

262.018 281

Between Groups

Within Groups

Total

Between Groups

Within Groups

Total

Between Groups

Within Groups

Total

Between Groups

Within Groups

Total

Between Groups

Within Groups

Total

COR

AROMA

SABOR

MACIEZ

A.GLOBAL

Sum of

Squares df Mean Square F Sig.

Robust Tests of Equal ity of Means

5.175 2 182.925 .007

1.998 2 185.844 .139

7.814 2 166.575 .001

14.530 2 185.136 .000

5.733 2 183.488 .004

Welch

Welch

Welch

Welch

Welch

COR

AROMA

SABOR

MACIEZ

A.GLOBAL

Stat istica

df1 df2 Sig.

Asy mptotically F distributed.a.

Page 118: VALOR NUTRICIONAL, CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E

118

ANEXO 6 - Testes de Tukey referentes aos atributos sensoriais

COR

Tukey HSDa

94 6.57

94 6.63

94 7.14

.965 1.000

N.AMOSTRA

P.Es.3

P.Es.2

P.Es.1

Sig.

N 1 2

Subset f or alpha = .05

Means for groups in homogeneous subsets are display ed.

Uses Harmonic Mean Sample Size = 94.000.a.

AROMA

Tukey HSDa

94 6.70

94 6.76

94 7.05

.142

N.AMOSTRA

P.Es.2

P.Es.1

P.Es.3

Sig.

N 1

Subset

f or alpha

= .05

Means for groups in homogeneous subsets are display ed.

Uses Harmonic Mean Sample Size = 94.000.a.

SABOR

Tukey HSDa

94 7.06

94 7.67

94 7.70

.560

N.AMOSTRA

P.Es.1

P.Es.2

P.Es.3

Sig.

N 1

Subset

f or alpha

= .05

Means for groups in homogeneous subsets are display ed.

Uses Harmonic Mean Sample Size = 94.000.a.

Page 119: VALOR NUTRICIONAL, CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E

119

ANEXO 7 - Teste de Homogeneidade, Análise de Variância e de Tukey, referentes à

Intenção de Compra - IC

MACIEZ

Tukey HSDa

94 6.87

94 7.10

94 7.76

.372 1.000

N.AMOSTRA

P.Es.1

P.Es.2

P.Es.3

Sig.

N 1 2

Subset f or alpha = .05

Means for groups in homogeneous subsets are display ed.

Uses Harmonic Mean Sample Size = 94.000.a.

A.GLOBAL

Tukey HSDa

94 6.99

94 7.21 7.21

94 7.49

.240 .114

N.AMOSTRA

P.Es.1

P.Es.2

P.Es.3

Sig.

N 1 2

Subset f or alpha = .05

Means for groups in homogeneous subsets are display ed.

Uses Harmonic Mean Sample Size = 94.000.a.

Descriptives

I.C

94.0 3.6 .9

94.0 3.7 .7

94.0 4.0 .8

282.0 3.7 .8

P.Es.1

P.Es.2

P.Es.3

Total

N Mean Std. Dev iation

Page 120: VALOR NUTRICIONAL, CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E

120

Test of Homogeneity of Variances

I.C

2.207 2 279 .112

Levene

Stat ist ic df 1 df 2 Sig.

ANOVA

I.C

7.745 2 3.872 6.006 .003

179.872 279 .645

187.617 281

Between Groups

Within Groups

Total

Sum of

Squares df Mean Square F Sig.

Robust Tests of Equality of Means

I.C

5.437 2 184.575 .005Welch

Stat ist ica

df 1 df 2 Sig.

Asy mptotically F distributed.a.

I.C

Tukey HSDa

94 3.6

94 3.7 3.7

94 4.0

.3 .1

N.AMOSTRA

P.Es.1

P.Es.2

P.Es.3

Sig.

N 1 2

Subset f or alpha = .05

Means for groups in homogeneous subsets are display ed.

Uses Harmonic Mean Sample Size = 94.000.a.

Page 121: VALOR NUTRICIONAL, CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E

121

ANEXO 8 - Teste de Correlação de Pearson, referente às análises sensoriais

ANEXO 9 - Mapa de Preferência do Painel Sensorial

Correlations

1 .393** -.010 .160** .314** .208**

.000 .867 .007 .000 .000

282 282 282 282 282 282

.393** 1 .091 .318** .522** .278**

.000 .126 .000 .000 .000

282 282 282 282 282 282

-.010 .091 1 .119* .179** .114

.867 .126 .045 .003 .056

282 282 282 282 282 282

.160** .318** .119* 1 .522** .242**

.007 .000 .045 .000 .000

282 282 282 282 282 282

.314** .522** .179** .522** 1 .368**

.000 .000 .003 .000 .000

282 282 282 282 282 282

.208** .278** .114 .242** .368** 1

.000 .000 .056 .000 .000

282 282 282 282 282 282

Pearson Correlation

Sig. (2-tailed)

N

Pearson Correlation

Sig. (2-tailed)

N

Pearson Correlation

Sig. (2-tailed)

N

Pearson Correlation

Sig. (2-tailed)

N

Pearson Correlation

Sig. (2-tailed)

N

Pearson Correlation

Sig. (2-tailed)

N

COR

AROMA

SABOR

MACIEZ

A.GLOBAL

I.C

COR AROMA SABOR MACIEZ A.GLOBAL I.C

Correlation is signif icant at the 0.01 lev el (2-tailed).**.

Correlation is signif icant at the 0.05 lev el (2-tailed).*.

Iteration History

85.000000 .000000 85.000000 49.000000 36.000000

Iterat ion Number

2a

Total Increase

Variance Accounted

For

Total

Centroid

Coordinates

Restriction of

Centroid to

Vector

Coordinates

Loss

The iteration process stopped because the convergence test value was reached.a.

Page 122: VALOR NUTRICIONAL, CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E

122

__

Model Summary

.992 51.754 60.886

.981 33.246 39.114

1.000a 85.000 100.000

Dimension

1

2

Total

Cronbach's

Alpha

Total

(Eigenvalue) % of Variance

Variance Accounted For

Total Cronbach's Alpha is based on the total

Eigenvalue.

a.

1.51.00.50.0-0.5-1.0

Dimension 1

1.5

1.0

0.5

0.0

-0.5

-1.0

-1.5

Dim

ensi

on 2

P.Es.3

P.Es.2

P.Es.1

Object Points Labeled by N.Amostra

Variable Principal Normalization.

Page 123: VALOR NUTRICIONAL, CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E

123

C ompone nt Loadings

.852 - .5 23

.675 .738

- .7 38 .675

- .3 01 .953

.675 .738

- .9 76 .216

- .9 53 - .3 01

.879 .476

.953 .301

.976 - .2 16

- .7 38 .675

.953 .301

.976 - .2 16

.738 - .6 75

.953 .301

.738 - .6 75

.879 .476

.301 - .9 53

.597 - .8 02

.976 - .2 16

.738 - .6 75

.396 .918

.976 - .2 16

.976 - .2 16

.993 .116

.953 .301

.675 .738

- .9 76 .216

.738 - .6 75

.976 - .2 16

- .6 75 - .7 38

- .9 53 - .3 01

.953 .301

- .2 16 - .9 76

.301 - .9 53

- .9 53 - .3 01

- .9 76 .216

.675 .738

- .9 76 .216

- .2 16 - .9 76

- .7 38 .675

- .9 53 - .3 01

- .6 75 - .7 38

.738 - .6 75

- .9 76 .216

.976 - .2 16

- .6 75 - .7 38

.953 .301

- .6 75 - .7 38

- .9 53 - .3 01

.675 .738

.301 - .9 53

- .6 75 - .7 38

- .2 16 - .9 76

- .9 76 .216

.675 .738

.396 .918

.976 - .2 16

- .3 01 .953

.879 .476

- .3 01 .953

- .3 01 .953

.976 - .2 16

- .3 01 .953

.675 .738

.675 .738

- .3 01 .953

.675 .738

.953 .301

.738 - .6 75

.301 - .9 53

- .3 01 .953

.675 .738

- .9 76 .216

.976 - .2 16

.976 - .2 16

.976 - .2 16

- .7 38 .675

- .3 01 .953

.879 .476

.396 .918

- .8 52 .523

.976 - .2 16

.976 - .2 16

.976 - .2 16

P1

P2

P3

P4

P5

P7

P8

P9

P1 0

P1 1

P1 2

P1 3

P1 4

P1 5

P1 6

P1 7

P1 8

P1 9

P2 0

P2 1

P2 2

P2 3

P2 4

P2 5

P2 6

P2 7

P2 8

P2 9

P3 0

P3 1

P3 2

P3 3

P3 4

P3 5

P3 6

P3 7

P4 0

P4 1

P4 2

P4 3

P4 4

P4 5

P4 6

P4 7

P4 8

P5 0

P5 1

P5 2

P5 3

P5 4

P5 5

P5 6

P5 7

P5 8

P6 0

P6 1

P6 2

P6 4

P6 5

P6 6

P6 7

P6 8

P6 9

P7 0

P7 1

P7 2

P7 3

P7 4

P7 5

P7 6

P7 7

P7 8

P7 9

P8 0

P8 1

P8 2

P8 3

P8 4

P8 7

P8 9

P9 0

P9 1

P9 2

P9 3

P9 4

1 2

D imens ion

Va riable Princ ip al N o rma liza tio n.

Page 124: VALOR NUTRICIONAL, CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E

124

ANEXO 10 - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Prezado (a) Senhor (a) .

Esta pesquisa é sobre CARACTERIZAÇÃO NUTRICIONAL E FATORES

ANTINUTRICIONAIS DE EPINAFRE EM PÓ (Tetragonia tetragonoides) PARA

ELABORAÇÃO DE PÃO DE FORMA está sendo desenvolvida por Fátima de Lourdes

Assunção Araújo de Azevedo aluna de doutorado do Curso de Pós-graduação em Ciência e

Tecnologia de Alimentos da Universidade Federal da Paraíba, sob a orientação da Profa

Dra

Janeeyre Ferreira Maciel. Com isso, o objetivo dessa pesquisa é propor a elaboração de produtos

de panificação adicionados com espinafre em pó como corante natural, verificando as

características nutricionais, antinutricionais e aceitação sensorial, avaliando os potenciais riscos

e benefícios da inclusão desse vegetal na alimentação humana, visto que o espinafre pode

prevenir o risco de doenças do coração, certo tipo de câncer e a anemia. Rico em ferro, cálcio e

fósforo, o espinafre pode também ser benéfico para aqueles que sofrem de anemia e

osteoporose. Por possuir ácido fólico, β-caroteno, vitaminas A e C é extremamente bom para o

sistema imunológico. Por se tratar de uma pesquisa envolvendo seres humanos, o teste será

realizado com prévia aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa com seres humanos, para

atender as exigências éticas e científicas dispostas na Resolução 196, de 10 de outubro de 1996

do Conselho Nacional de Saúde (CNS, 1996). Com isso, solicitamos a sua colaboração para

participar da análise sensorial (avaliar o produto elaborado), como também sua autorização para

apresentar os resultados deste estudo em eventos da área de saúde e publicar em revista

científica. Por ocasião da publicação dos resultados, seu nome será mantido em sigilo.

Informamos que essa pesquisa não oferece riscos, previsíveis a sua saúde. Esclarecemos que sua

participação no estudo é voluntária e, portanto, o (a) senhor (a) não é obrigado (a) a fornecer as

informações e/ou colaborar com as atividades solicitadas pelo Pesquisador (a). Caso decida não

participar do estudo, ou resolver a qualquer momento desistir do mesmo, não sofrerá nenhum

dano, nem haverá modificação na assistência que vem recebendo na Instituição. Os

pesquisadores estarão a sua disposição para qualquer esclarecimento que considere necessário

em qualquer etapa da pesquisa.

Diante do exposto, declaro que fui devidamente esclarecido (a) e dou o meu

consentimento para participar da pesquisa e para publicação dos resultados.

Atenciosamente,

______________________________ ___________________________________

Assinatura do Pesquisador Responsável Assinatura do Participante da Pesquisa

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APÊNDICES

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APÊNDICE A – Pesagem e higienização do espinafre (Tetragonia tetragonoides)

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APÊNDICE B – Processo de secagem do espinafre (Tetragonia tetragonoides) em secador de

cabine, e obtenção do pó.

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APÊNDICE C – Esquema de filtração do ácido fítico das amostras de espinafre em

coluna de vidro, com utilização de resina de troca iônica.

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APÊNDICE D – Pão de forma Controle e com adição de 3% de espinafre em pó

branqueado

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APÊNDICE E – Teste de aceitação sensorial e intensão de compra