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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA AGRÍCOLA Danillo Olegário Matos da Silva VALIDAÇÃO DE UM SENSOR DE DETERMINAÇÃO DA UMIDADE DO SOLO PARA O MANEJO DA IRRIGAÇÃO JUAZEIRO – BA 2013

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA AGRÍCOLA

Danillo Olegário Matos da Silva

VALIDAÇÃO DE UM SENSOR DE DETERMINAÇÃO DA UMIDADE DO SOLO PARA O MANEJO DA IRRIGAÇÃO

JUAZEIRO – BA 2013

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA AGRÍCOLA

Danillo Olegário Matos da Silva

VALIDAÇÃO DE UM SENSOR DE DETERMINAÇÃO DA UMIDADE DO SOLO PARA O MANEJO DA IRRIGAÇÃO

JUAZEIRO – BA 2013

Dissertação apresentada ao Programa de Pós Graduação em Engenharia Agrícola da UNIVASF, em cumprimento parcial aos requisitos para obtenção do título de Mestre em Engenharia Agrícola, com área de concentração em Engenharia de Biossistemas. Orientador: Prof. DSc. Brauliro Gonçalves Leal Co-orientador: Prof. DSc. Augusto Miguel N. Lima

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA AGRÍCOLA

FOLHA DE APROVAÇÃO

Danillo Olegário Matos da Silva

VALIDAÇÃO DE UM SENSOR DE DETERMINAÇÃO DA UMIDADE DO SOLO PARA O MANEJO DA IRRIGAÇÃO

Dissertação submetida ao Programa de Pós Graduação em Engenharia Agrícola da UNIVASF, como requisito para obtenção de título de Mestre.

_______________________________________________ Dr. Brauliro Gonçalves Leal

Universidade Federal do Vale do São Francisco - Univasf

_______________________________________________ Dr. Pedro Robinson Fernandes de Medeiros

Universidade Federal do Vale do São Francisco - Univasf

______________________________________________ Dr. Welson Lima Simões

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa

Juazeiro, 30 de julho de 2013.

4

Dedicatória

A minha querida família,

pelo carinho, incentivo e pela

força em todos os momentos

ao longo dessa caminhada.

Dedico.

5

Agradecimentos

A Deus por toda a graça concedida, e a Sua Mãe, Maria Santíssima por toda

a proteção.

Muitos foram os que me ajudaram ao longo dessa jornada. A todos sou muito

grato. Mas, certamente, só foi possível realizar este trabalho devido ao auxilio de

algumas pessoas a quem devo agradecimentos especiais.

Aos meus Pais, Francisco Olegário da Silva e Marlúcia Matos da Silva,

personagens incríveis desta vida, que tudo me deram, e a quem devo tudo. À sua

sabedoria e amor pelos filhos. Nada vale mais do que o orgulho de ser vosso Filho.

Aos meus irmãos, Julianna Matos da Silva e Lucas Vinícius Matos da Silva,

por todo o carinho e companheirismo.

A minha querida noiva, Jamara Carvalho Barros, por todo carinho,

compreensão e paciência, que constituiu um verdadeiro ponto de apoio durante

momentos difíceis com que me deparei ao longo deste trabalho.

À Universidade Federal do Vale do São Francisco por proporcionar o curso e

aos professores do Colegiado de Pós Graduação em Engenharia Agrícola.

Ao meu Orientador, Profº Dr. Brauliro Gonçalves Leal, pela atenção e, sobre

tudo, pelas frutíferas discussões mantidas durante a pesquisa, que foram essenciais

para o desenvolvimento deste trabalho.

Ao meu Co-orientador, Prof° Dr. Augusto Miguel Nascimento Lima pelas suas

sábias palavras de apoio, pela contribuição e confiança em mim depositada.

Aos meus amigos Hideo de Jesus Nagahama, Fábio Pereira Nelson e José

Alberto Ferreira Cardoso por contribuírem diretamente para conclusão deste

trabalho.

Aos Alunos de Engenharia da Computação e Engenharia Agrícola e

Ambiental, Eduardo Fernandes, Sergio Murilo e Iug Lopes.

Aos meus amigos de mestrado por todos os momentos que passamos juntos.

... Meus sinceros agradecimentos.

6

SILVA, D. O. M. Validação de um sensor de determinação da umidade do solo para o manejo da irrigação. 2013. 63 f. Dissertação (Mestrado em engenharia agrícola) - Universidade Federal do Vale do São Francisco – UNIVASF. Juazeiro-BA.

RESUMO

Recentes pesquisas verificaram que o manejo automatizado da irrigação feito

via sensoriamento da umidade do solo pode resultar em até 80% de economia de

água. Considerando que a agricultura irrigada é responsável por uma grande

demanda da água utilizada no mundo, o desenvolvimento de soluções inovadoras

que possam auxiliar a gestão eficiente deste recurso vital é de grande importância

para o manejo da irrigação. Assim, o trabalho objetivou-se em: (i) calibrar, gerar e

comparar um modelo representativo e eficiente para leitura da umidade do solo com

os sensores Watermark e (ii) avaliar o efeito da salinidade na determinação da

umidade do solo utilizando sensores resistivos na região do Submédio São

Francisco. O experimento foi constituído por doze vasos com o solo Vertissolo

Háplico. Nos vasos foram plantadas mudas de grama-batatais e instalado sensores

de umidade do solo, na profundidade de 20 cm. Uma Rede de Sensores Sem Fios

foi utilizada para receber os valores medidos e armazená-los em um banco de

dados. Para determinação da umidade foram coletadas amostras de solo a 20 cm de

profundidade. Os sensores foram calibrados durante um ciclo de umedecimento

secagem do solo e os tratamentos aplicados em três ciclos, foram constituídos de

quatro níveis de água salina, utilizando Na para elevação da CEes. O delineamento

experimental utilizado foi o inteiramente casualizado em esquema fatorial 4x3, com

três repetições. Os resultados indicaram baixos coeficientes de determinação na

calibração de alguns sensores não influenciaram nos valores do erro relativo da

umidade. A maior variação do erro relativo da umidade ocorreu no instante em que o

solo apresentava o maior teor de água. A aplicação de uma equação geral de

calibração dos sensores apresentou baixas variações do erro relativo da umidade.

Os sensores, quando calibrados para o solo específico, podem ser utilizados para

fins de manejo de irrigação. Os diferentes níveis de salinidade não influenciaram no

erro relativo da umidade do solo determinado pelos sensores.

Palavras Chave: Eficiência na irrigação. Sensoriamento remoto. Desertificação.

7

ABSTRAT

Recent research found that the management of irrigation done via automated

sensing of soil moisture can result in up to 80% water savings. Considering that

irrigated agriculture is responsible for a large demand of water used in the world,

developing innovative solutions that can assist the efficient management of this vital

resource is of great importance to irrigation management. Thus, the study aimed to:

(i) calibrate, generate and compare a representative model and efficient reading of

soil moisture with Watermark sensors and (ii) evaluate the effect of salinity on the

determination of soil moisture using resistive sensors in the region of Lower Basin

San Francisco. The experiment consisted of twelve vessels with Haplic Vertisol soil.

The pots were planted grass seedlings batatais - installed sensors and soil moisture

at a depth of 20 cm. A Wireless Sensor Network was used to receive the measured

values and store them in a database. To determine the moisture soil samples were

collected at 20 cm depth. The sensors were calibrated during a cycle of wetting and

drying soil treatments applied in three cycles, were four levels of saline water, using

In lifting the CEes. The experimental design was completely randomized in a 4x3

factorial design with three replications. The results showed low coefficients of

determination for the calibration of some sensors did not affect the values of the

relative error of moisture. The largest change in moisture relative error occurred at

the moment when the soil had the highest water content. The application of a general

equation of calibration of the sensors showed low variation of the relative error of

moisture. The sensors when calibrated to the specific soil, can be used for irrigation

management. The different salinity levels did not influence the relative error of soil

moisture determined by the sensors.

Keywords: Irrigation efficiency. Remote sensing. Desertification.

8

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .......................................................................................... 9

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................... 11

2.1 Solo .................................................................................................. 11

2.2 Fluxo de Água no Solo ..................................................................... 11

2.3 Umidade do Solo ............................................................................. 13

2.4 Métodos de Determinação da Umidade do Solo ............................. 15

2.5 Redes de Sensores Sem Fio – RSSF ............................................. 18

2.6 Aplicação da RSSF na Agricultura ................................................... 19

2.7 Salinidade ........................................................................................ 21

CAPÍTULO 1. Calibração e Avaliação de Sensor de Umidade do Solo

Utilizando uma Rede de Sensores Sem Fios ................................................

24

Introdução ..................................................................................................... 26

Material e Métodos ....................................................................................... 27

Resultados e Discussões .............................................................................. 29

Conclusões ................................................................................................... 33

Revisão Bibliográfica .................................................................................... 33

CAPÍTULO 2. Influência da Salinidade no Sensoriamento da Umidade

do Solo .............................................................................................................

39

Introdução ..................................................................................................... 41

Material e Métodos ....................................................................................... 42

Resultados e Discussões .............................................................................. 45

Conclusões ................................................................................................... 49

Revisão Bibliográfica .................................................................................... 50

3. CONCLUSÃO GERAL ............................................................................. 53

4. AGRADECIMENTOS ............................................................................... 55

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................ 56

9

1. INTRODUÇÃO

A Salinização é um processo de degradação do solo que vem aumentando

em todo o globo. Estima-se que 19,5% das terras irrigadas (45 milhões de hectares)

e 2,1% das não irrigadas (32 milhões de hectares) estejam afetadas pelos sais

(FAO, 2006). Segundo Andrade et al., (2011), já no início da Era Cristã, em

decorrência da salinidade do solo, ocorreu um grande declínio das áreas agrícolas

irrigadas nos vales dos rios Tigres e Eufrates, tornando terras férteis em áreas

improdutivas. Este impacto desencadeou o êxodo humano das regiões secas para

as úmidas e a irrigação perdeu sua função vital, passando a desempenhar função

secundária. Porém o crescimento demográfico contínuo e exponencial conduziu a

humanidade a resgatar a prática da agricultura irrigada. Seja como técnica de

suplementação das chuvas nas regiões úmidas ou como técnica para tornar os solos

das zonas áridas e semiáridas do planeta produtivas.

No Brasil, o Polo de Desenvolvimento Petrolina-Juazeiro, localizado na

Região Semiárida do Nordeste, encontra-se um dos maiores exemplos de

desenvolvimento agrícola em áreas irrigadas do País. A modernização do padrão

produtivo possibilitado pela irrigação vem transformando a economia desta região.

De acordo com os dados do IBGE (2011), o Produto Interno Bruto (PIB) do

agronegócio das cidades deste polo vem, ao longo dos anos, obtendo destaque no

cenário nacional devido, principalmente, a produção de frutas. Em 2010, Petrolina

teve sua produção avaliada em R$ 630,38 milhões, sendo a décima cidade do país

com o maior valor de produção agrícola. Neste mesmo ano, a produção de Juazeiro

foi avaliada em R$ 422,90. Já em 2011, Petrolina teve o terceiro melhor

desempenho no PIB agrícola nacional, com R$ 658,80 milhões. Neste mesmo ano,

Juazeiro produziu R$ 200,94 milhões. O PIB agrícola das duas juntas somam R$

859,73, o maior dentre os municípios brasileiros (TERRA, 2012).

No entanto, esta região, é caracterizada por baixos índices pluviométricos e

intensa evapotranspiração, e tecnicamente, a baixa eficiência da irrigação e a

drenagem insuficiente tem contribuído para a degradação físico-química dos solos,

que é um dos graves problemas agrícolas (AMARAL, 2011), sendo a salinidade do

solo um importante fator desta degradação. Considerando que os mesmos

problemas que levaram a irrigação ao declínio há milhares de anos continua a ser

10

identificados nas áreas irrigadas das mais diferentes partes do globo (D’ALMEIDA,

2002; BURKHALTER e GATES, 2006; ANDRADE, 2009; QUINN, 2009), o

aprimoramento para um eficiente manejo da irrigação nos perímetros irrigados deste

polo torna-se cada vez mais necessário.

A umidade do solo é um índice básico para quantificar a água de amostras de

solo (LIBARDI, 2005), e sua determinação, através de métodos diretos ou indiretos,

é de grande importância para o manejo da irrigação. Geralmente utilizam-se

métodos indiretos, em que a umidade é estimada a partir da medição de alguma

propriedade do solo a ela relacionada (MIRANDA, 2007), sendo que, os principais,

baseiam-se em medidas como a tensão da água no solo, moderação de nêutrons, a

resistência do solo à passagem de corrente elétrica, e a constante dielétrica do solo

(ADAMCHUK, 2004). Para Miranda (2007), os sensores do tipo resistência e

capacitância elétrica têm algumas vantagens como não requerer manutenção

periódica e principalmente a sua utilização em sistemas de irrigação automatizados.

A utilização de Redes de Sensores Sem Fio (RSSF), uma tecnologia

emergente que permite a medição de grandezas através de sensores contidos em

estações remotas, é uma das técnicas que podem contribuir para o uso eficiente da

água. O uso de RSSF buscando aumentar a eficiência da irrigação pode trazer

grandes benefícios para a agricultura (PEREIRA et al., 2012). Segundo Cardenas-

Lailhacar e Dukes (2010), pesquisas recentes indicaram que a irrigação feita com

base no sensoriamento da umidade do solo pode resultar em até 80% de economia

de água.

Entretanto, em virtude de os sensores determinarem o conteúdo de água do

solo de forma indireta, os valores de umidade medidos por meio destes sofrem a

interferência da condutividade elétrica do solo. Um acréscimo na quantidade de sal

implica em um erro na determinação da umidade (BARBOSA, 2011). Desta forma, é

imprescindível a realização de calibrações dos sensores para os solos a serem

monitorados, em razão das diferenças físicas que os mesmos apresentam.

11

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Solo

O solo é um sistema dinâmico aberto que recebe e fornece energia, estando

em contínuo processo de transformação. É o reservatório de água e nutrientes para

a planta, além de permitir a sustentação dos vegetais. O conceito de solo usando o

Sistema Brasileiro de Classificação das Terras para Irrigação (SiBCTI) é

basicamente o mesmo utilizado no Sistema Brasileiro de Classificação de Solos

(SiBCS), (EMBRAPA, 1999), “ o solo que classificamos é uma coleção de corpos

naturais, constituídos de partes sólidas, líquidas e gasosas, tridimensionais,

dinâmicos, formados de material orgânico e mineral. Ocupam a maior parte do

manto superficial das extensões continentais do nosso planeta, contém matéria viva

e podem ser vegetados na natureza, onde ocorrem. Ocasionalmente podem ter sido

modificados por atividades humanas”.

Para Libardi (2005), o solo é um material natural, sólido e poroso, que abriga

em seus poros, quantidades variáveis de uma solução aquosa composta de vários

eletrólitos (Na+, K+, Ca+2, Mg+2, e outros componentes) denominada de água ou

solução do solo, além de uma solução gasosa denominada ar do solo composta

principalmente de N2, O2, vapor d’água, CO2 e pequenas quantidades de outros

gases.

2.2 Fluxo de água no solo

A água é o componente dinâmico do solo. O fluxo da água em seu estado

líquido se dá de uma zona com maior potencial de umidade para uma zona com

menor potencial, sendo identificados três tipos de movimento no interior do solo:

fluxo não saturado, fluxo saturado e equalização de vapores (BRADY, 1989).

O fluxo saturado ocorre quando os poros na porção mais molhada do solo

estão totalmente cheios de água. O fluxo não saturado se dá quando os poros estão

12

parcialmente cheios de água (BRADY, 1989; ALLEN et al., 1998;

CHANDRASEKARAN et al., 2010).

A disponibilidade de água às plantas é definida pelo intervalo compreendido

entre o limite superior e o inferior de água disponível, caracterizado pela umidade do

solo equivalente à capacidade de campo e ao ponto de murcha permanente

(CASSEL e NIELSEN, 1986). Ou seja, dependendo da quantidade de água presente

no solo, ele pode estar saturado, na capacidade de campo (CC) ou no ponto de

murcha permanente (PMP), sendo que a água presente no solo entre sua

capacidade de campo e seu ponto de murchamento encontra-se disponível para a

cultura.

A capacidade das culturas agrícolas de extrair água do solo diminui à medida

que o solo atinge o seu ponto de murchamento. Quando o solo está suficientemente

úmido, ele provê água de modo rápido, o bastante para atender a demanda

atmosférica. Com a diminuição da água do solo, sua matriz tende a retê-la com

maior intensidade e a sua extração torna-se mais difícil. Segundo Allen et al. (1988),

quando a água do solo fica abaixo de um valor limiar, ela não pode ser transportada

do solo para as raízes da planta de modo rápido o suficiente para atender a

transpiração da cultura e ela começa a experimentar estresse hídrico (Figura 1).

Figura 01. Representação esquemática dos componentes do fluxo de água no solo.

E - Evaporação; I - Irrigação; P - Precipitação; ES - Escoamento Superficial; AC - Ascensão Capilar;

DP - Drenagem Profunda; Apd - Água parcialmente disponível; Atd - Água total disponível; CC -

Capacidade de Campo; PM - Ponto de Murchamento; Limiar - Limite para água parcialmente

disponível; Saturação - Limite de água no solo.

13

2.3 Umidade do solo

A umidade do solo é um dos elementos mais relevantes no controle dos

processos hidrológicos, visto que exerce influência na geração do escoamento

superficial, na evaporação do solo, na transpiração das plantas e em uma série de

interações geográficas e pedogênicas (ÁVILA et al., 2010). Para Libardi (2005), a

umidade do solo é um índice básico para quantificar a água de amostras de solo e,

tradicionalmente, tem sido expressa à base de massa e à base de volume.

A umidade à base de massa é representada pela relação entre a massa

ocupada pela água em uma amostra de solo num dado instante e a massa de

sólidos da amostra.

Pode ser medida em termos de porcentagem com base em peso seco, ou

seja:

U = Mu – Ms (1)

Ms

Onde:

U : umidade do solo a base de massa (g/g)

Mu : massa do solo úmido (g),

Ms : massa do solo seco (g).

Para se obter a umidade à base de volume (θ cm3/cm3), é necessário medir

Massa úmida e Massa seca, e o volume do solo amostrado (V, cm3):

θ = Mu – Ms (2)

V

Porém, pode-se medir a umidade à base de massa e, sabendo-se o valor da

densidade do solo (dg), pode-se obter o valor de θ:

14

θ = U . dg (3)

A umidade do solo varia com o tempo, aumentando com a chuva, ascensão

capilar ou com a irrigação e diminuindo com a drenagem ou com a

evapotranspiração (REICHARDT, 1987, ALLEN, 1988). As propriedades do solo, as

práticas culturais, o manejo do solo, a quantidade e intensidade de aplicação de

água e o estádio de desenvolvimento das culturas são fatores que afetam a umidade

do solo (PALTINEANU e STARR, 1997).

O conhecimento do regime de umidade no solo se reveste de grande

importância no fornecimento de informações destinadas à tomada de decisões,

como manejo de irrigação, escolha da época de plantio, determinação do consumo

de água pelas plantas, estudo dos processos de transferência no sistema solo-

planta-atmosfera e planejamento dos sistemas de drenagem. Assim, a determinação

da umidade do solo é essencial para estudos de movimento e disponibilidade de

água no solo, erosão, manejo da irrigação, dentre outros processos (BERNARDO et

al., 2006).

2.4 Métodos de determinação da umidade do solo

Os métodos de medida da umidade do solo são normalmente classificados

como diretos ou indiretos. A gravimetria é um método direto e é considerado o

método padrão. Nele a massa de água presente numa dada amostra de solo é

obtida por diferença entre o peso da amostra úmida e seca. Este método é adotado

como padrão devido à sua simplicidade, praticidade e precisão, especialmente

quando se usa balança digital com resolução próxima de centésimos de grama. Por

outro lado, apresenta desvantagens por ser um método destrutivo e demorado,

quando comparado aos métodos indiretos (GILBERTO JÚNIOR, 2003), dificultando

a sua aplicação nos casos em que o conhecimento da umidade do solo é exigido

com maior frequência.

Devido às dificuldades envolvidas na determinação direta da umidade do solo

pelo método gravimétrico, geralmente utilizam-se métodos indiretos, em que a

15

umidade é estimada a partir da medição de alguma propriedade do solo a ela

relacionada (MIRANDA, 2007).

Benedí e Muñoz-Carpena (2005) classificam os métodos indiretos em

tensiométricos e volumétricos. Os métodos tensiométricos incluem o tensiômetro,

bloco de gesso, sensor de dissipação de calor e psicrômetro. Já os volumétricos são

representados pela reflectometria no domínio do tempo – TDR, reflectometria no

domínio da frequência – FDR, reflectometria no domínio da amplitude – ADR,

transmissão de fase e transmissão no domínio do tempo – TDT. Estes métodos são

usados para a obtenção do potencial matricial e o volume de água no solo,

respectivamente. Para Teixeira (2004), os principais métodos indiretos baseiam-se

em medidas como a tensão da água no solo, moderação de nêutrons, a resistência

do solo a passagem de corrente elétrica e constante dielétrica do solo.

Dentre os mais utilizados, o tensiômetro é um aparelho simples, barato, não

requer calibração e nem é afetado pela salinidade do solo, podendo ser utilizado

tanto em área de produção como para fins de pesquisa; no entanto, é necessário o

conhecimento da curva de retenção de água no solo, o tempo de resposta é

relativamente lento e requer manutenção frequente. A leitura automática vem sendo

utilizado já há algum tempo, tendo como destaque o tensímetro (MARTHALER et al.,

1983) e o tensiômetro com transdutor (THIEL, 1963; HUBBELL e SISSON, 1998). O

princípio de funcionamento do tensiômetro baseia-se na formação do equilíbrio entre

a solução do solo e a água contida no interior do aparelho. O equilíbrio ocorre

quando a cápsula porosa entra em contato com o solo e a água do tensiômetro entra

em contato com a água do solo. Caso a água do solo esteja sob tensão, ela exerce

uma sucção sobre o instrumento, retirando água deste, fazendo com que a pressão

interna diminua. Como o instrumento é vedado, ocorre a formação do vácuo, a

leitura dessa pressão negativa fornece o potencial matricial da água no solo.

Outro método tensiométrico bastante utilizado é o modelo de bloco resistivo,

em que, a resistência elétrica entre dois elétrodos embutidos em um meio poroso é

proporcional ao seu teor de água, que é relacionado com o potencial matricial de

água no solo. O Bouyoucos (bloco de gesso) e Sensor de Umidade de Matrix

Granular (GMS) são exemplos de bloco resistivo e, tem como vantagens o baixo

custo e simples operação, não necessitam de manutenção e apresenta resistência

ao efeito da salinidade. Por outro lado, apresenta baixa resolução e tempo de reação

lenta (BENEDÍ E MUÑOZ-CARPENA, 2005).

16

Entre os métodos indiretos volumétricos, a TDR (Reflectometria no Domínio

do Tempo) vem sendo cada vez mais utilizada para determinação da umidade do

solo em pesquisas de manejo e conservação da água e do solo (COELHO, 2005). A

determinação indireta da umidade em tempo real por esta técnica envolve a medida

da constante dielétrica do solo por meio do tempo decorrido por um pulso

eletromagnético, obtido através da introdução de hastes de aço inoxidável no solo.

Esse tempo decorrido é proporcional à constante dielétrica do solo e varia

unicamente com o seu conteúdo de água (MANTOVANI et al., 2007). Dentre

vantagens inerentes da técnica da TDR, tem-se a precisão, o fato de ser um método

não destrutivo, a não-utilização de radiação ionizante e a possibilidade de

automação e de acoplamento a dispositivos multiplicadores de leituras são

justificativas fortes para a adoção cada vez maior da técnica em substituição a

outros métodos (TOPP et al., 1980; COELHO e OR, 1996). Porém, este

equipamento é relativamente caro devido a produtos eletrônicos complexos, sua

aplicabilidade é limitada em solos salinos e determina a umidade em um pequeno

volume de solo.

O FDR (Reflectometria no Domínio da Frequência) é uma técnica de medida

e observação de fenômenos semelhante ao TDR (Reflectometria no Domínio do

Tempo) na medida em que se baseia no principio da reflexão. No entanto, essas

medidas e observações são feitas no domínio da frequência (ARAÚJO, 2004). Silva

(2005) desenvolveu um sensor FDR e o avaliou quanto à resposta da variação da

umidade no solo, obtendo um resultado positivo e concluindo que o mesmo pode ser

utilizado no manejo da irrigação. Oliveira (2008) utilizou esse mesmo sensor para

realizar o manejo da irrigação em um cultivo de melancia e concluiu que o sensor

permite medir a umidade em tempo real. Santos et al. (2008) foram mais além e

desenvolveram um sistema de redes de sensores sem fio, de baixo custo, para o

monitoramento e controle de irrigação de precisão. Em suas avaliações, os autores

obtiveram dados de infiltração de água no solo, adquiridos por dois sensores

capacitivos FDR, através da transmissão entre um modulo sensor e o modulo mestre

conectado a um PC e evidenciaram o correto funcionamento do sistema, podendo

ser facilmente instalado em campo. As vantagens do FDR é que ele permite

medições em condições altamente salinas (até 20 dSm-1), porem apresenta uma

pequena área de alcance (BENEDÍ E MUÑOZ-CARPENA, 2005).

17

O instrumento, conhecido como medidor de umidade de nêutrons, ou sonda

de nêutrons, consiste de dois componentes: uma sonda, introduzida verticalmente

no solo por meio de um tubo de acesso previamente instalado, que contém uma

fonte emissora de nêutrons rápidos e um detector de nêutrons lentos e um medidor

que faz o monitoramento dos nêutrons lentos próximos ao detector, tendo como

principio de funcionamento a emissão de nêutrons rápidos que se chocam com

núcleos atômicos que vão gradativamente perdendo velocidade, diminuindo sua

energia cinética sendo essa perda máxima quando o nêutron choca-se com um

núcleo que tenha aproximadamente a mesma massa, no caso, o núcleo de

hidrogênio (AMARO FILHO et al., 2008). A sonda de nêutrons permite medir em

diferentes profundidades do solo, não é afetado pela salinidade ou aberturas de ar,

determina a umidade em um grande volume de solo, quando comparado com os

outros métodos. Por outro lado, é um equipamento caro, pesado, emite radiação e

necessita de operador certificado, não podendo ser automatizado devido a perigos

(BENEDÍ E MUÑOZ-CARPENA, 2005).

2.5 Redes de Sensores Sem Fio – RSSF

Na última década evidenciou-se um grande avanço tecnológico nas áreas de

sensores, circuitos integrados e comunicação sem fio. A integração das três

tecnologias propiciou a criação de redes de sensores sem fio (BAGGIO, 2011), que

para Chong (2003), é uma das mais importantes tecnologias para o Século XXI.

Uma Rede de Sensores Sem Fios (RSSF), ou Wireless Sensor Network

(WSN), é um tipo especial de redes ad hoc com capacidade de coletar e processar

informações. Este sistema de medição é composto por uma grande quantidade de

dispositivos autônomos, chamados “nós sensores”, os quais realizam medições no

ambiente e transmitem os dados através da rede, até um ponto de acesso, no qual

se encontra uma unidade de coleta e armazenamento, como um microcomputador.

(AKYILDIZ et al, 2002; TUBAISHAT et al, 2003; GAJBHIYE e MAHAJAN, 2008).

Algumas das variáveis rotineiramente monitoradas por RSSF atuais são: distância,

direção, velocidade, umidade, velocidade do vento, temperatura, movimento,

18

vibração, intensidade luminosa, atividade sísmica, som, peso, pressão, dentre outras

(NAYAK et al., 2010).

Entre tantos padrões de redes sem fio existentes como

o Bluetooth 802.15.1, Wi-Fi 802.11b, Wireless HART e GPRS/GSM 1XRRT/CDMA,

o ZigBee 802.15.4 é o mais cotado para ser utilizado em aplicações de RSSF. Isso

se deve ao fato deste padrão ter uma alta confiabilidade, segurança, simplicidade de

protocolo, baixos custo e consumo de energia (KINNEY, 2003). Segundo Yick

(2008), dispositivos ZigBee podem formar uma rede sem fio ligando centenas de

milhares de dispositivos que consomem pouca energia, podendo operar alimentados

por pilhas durante anos.

Para Carvalho et al., (2012) a agricultura de precisão é uma das principais

áreas depesquisa em redes de sensores sem fios para aplicações ambientais. O

estabelecimento de uma RSSF em fazendas ou plantações, com o intuito de

monitorar variáveis relacionadas ao manejo agrícola (como temperatura, pressão,

umidade do solo e nível de radiação solar), é o principal tópico investigado na

literatura (RIQUELME et al., 2009; ZUOJING et al., 2010; ROCCIA, 2011; MATESE

et al., 2012; LIQIANG et al., 2011), buscando a otimização da irrigação e um maior

benefício da atividade agrícola.

2.6 Aplicação de RSSF na Agricultura

As Redes de Sensores Sem Fio (RSSF) apresentam grande potencial de

emprego na agricultura, especialmente na Agricultura de Precisão (AP), devido à

possibilidade de uma ampla área de cobertura de monitoramento (GAJBHIYE e

MAHAJAN, 2008). Diversos trabalhos científicos (BECKWITH et al., 2004;

OLIVEIRA, 2008; XIAO et al., 2010; NAYAK et al., 2010) e aplicações práticas

(BOGENA et al., 2010; SUN et al., 2010; ROCCIA, 2011; REHMAN et al., 2011) tem

destacado o monitoramento de variáveis agrícolas por meio de RSSF.

Para Beckwith, (2004) uma RSSF instalada em um campo agrícola pode

realizar vários tipos de medições em diversos pontos do campo. Em cada ponto

podem ser coletadas amostras da umidade do solo em diferentes profundidades, da

temperatura do solo, da temperatura do ar, do nível de radiação solar, entre outras

19

variáveis de interesse. Todos estes dados seriam transmitidos até uma estação

concentradora, como um computador, situada em local protegido (figura 2). De

posse desses dados, um especialista pode fazer um mapeamento das condições do

campo e da cultura agrícola (BERNARDO, 2006), para tomar decisões sobre a forma

e o instante de atuar.

Figura 02. Visão do sistema de transferências de dados.

Segundo Baggio (2011), graças à evolução no campo das redes de sensores,

a agricultura de precisão começou a alavancar o seu crescimento, já que permitem

um acompanhamento em tempo real, proporcionando, por exemplo, mecanismos

para a execução e testes em variadas operações. A irrigação é uma técnica que se

baseia no monitoramento contínuo da umidade do solo e exige decisões diárias. A

importância das Redes de Sensores sem Fio (RSSF) surge neste contexto, devido à

sua capacidade para automatizar determinadas funções na agricultura,

especialmente nos sistemas de irrigação. Através de suas particularidades, a RSSF

é capaz de monitorar os sistemas de controle de parâmetros físicos como umidade,

temperatura e pressão. (GRACON et al., 2010).

Para Pereira et al. (2012), o uso de RSSFs buscando aumentar a eficiência da

irrigação pode trazer grandes benefícios para a agricultura, pois esta atividade é

responsável por cerca de 70% do total de água utilizada no mundo (BRAGA, 2008).

Corroborando com essa idéia, pesquisas recentes indicaram que a irrigação feita

20

com base no sensoriamento da umidade do solo pode resultar em até 80% de

economia de água (CARDENAS-LAILHACAR et al., 2010).

Xiong et al. (2009), apresentam uma aplicação das RSSF em um sistema de

irrigação de precisão, na qual a rede é usada para se obter com exatidão o déficit

hídrico e, por conseguinte, realizar a irrigação com eficiência e economia de água.

Na aplicação, um algoritmo de roteamento multi-hop e um mecanismo de fusão de

dados são utilizados para melhorar a exatidão dos dados e garantir a tomada de

decisões confiáveis. Vellidis et al. (2008), descrevem um protótipo que utiliza

sensores sem fio em um sistema de irrigação em cultura de algodão. O sistema

consiste de um servidor que recebe os dados do potencial hídrico do campo, por

meio da leitura efetuada pela rede de sensores, que então planeja, agenda e

controla os processos de irrigação para áreas específicas, por meio de pivôs

automatizados, reduzindo custos e desperdício de água. Evans et al. (2007),

Dassanayake et al. (2009), McCulloch et al. (2008) discutem a implantação de

irrigação com taxas variáveis controladas de forma autônoma por meio de RSSF.

2.7 Salinidade

A salinização é um processo que conduz ao aumento da concentração da

solução do solo em sais solúveis (Na+,Ca2+, Mg2

+, K+) para níveis prejudiciais às

plantas, podendo ocorre de duas formas: causas naturais (salinização primária) ou

pode ter origem no manejo inadequado do solo e da água pela ação do homem

(salinização secundaria).

No mundo, estima-se que 19,5% das terras irrigadas (45 milhões de hectares)

e 2,1% das não irrigadas (32 milhões de hectares) estejam afetadas pelos sais

(FAO, 2006). A salinidade do solo torna-se bastante evidente em locais de clima

árido e semiárido, onde a precipitação pluvial é reduzida e mal distribuída e as

elevadas taxas de evapotranspiração propiciam um déficit hídrico durante quase

todo o ano. Problemas de drenagem promovidos pelo relevo plano ou algum

impedimento subsuperficial também contribuem para acumulação de sais. Desta

forma, extensas áreas no Oeste dos Estados Unidos (RICHARDS, 1954), na

21

Austrália (NAIDU et al., 1995), África, América do Sul e, até mesmo, na Europa

(CHHABRA, 1996), convivem com o problema.

O Brasil, devido a sua extensa área territorial, apresenta solos em situações

diversas, desde os submetidos à excessiva lixiviação, até solos em que os sais se

concentram em teores prejudiciais ao crescimento das plantas. Neste contexto,

destaca-se o Sertão Nordestino, abrangendo também outras áreas, como alguns

locais na Região Amazônica e no Norte de Minas Gerais (NOVAIS et al., 2007).

Entretanto, a maior representatividade dos solos salinizados brasileiros encontra-se

na Região Nordeste, dada a sua condição climática. Para Santos (2009), a

ocorrência desse processo nos solos do semiárido brasileiro deve-se,

principalmente, ao relevo, a geologia e ao clima. Os períodos prolongados de baixa

pluviosidade que são constantes, com concomitante aumento significativo da

temperatura, que provoca altos índices de evaporação tanto no solo como da água

presente nos reservatórios, pode promover a elevação do teor de sais em grande

parte das fontes de água (GUILHERME et al., 2005) e, com isso, o manejo

inadequado da irrigação contribui para a aceleração do processo de degradação dos

solos, limitando a produção agrícola e reduzindo a produtividade das culturas.

Na tabela 1, é possível observar o percentual de perda de produtividade de

algumas culturas devido aos níveis de Condutividade Elétrica do extrato de

saturação do solo (CEes) e Condutividade Elétrica da água de irrigação (CEi).

Porém, algumas culturas, devido a melhor capacidade de adaptação osmótica,

conseguem produzir satisfatoriamente mesmo em meio salino. Esta capacidade de

adaptação é muito útil e permite a seleção das culturas mais tolerantes, capaz de

produzir rendimentos economicamente aceitáveis, quando não se pode manter a

salinidade do solo abaixo do nível de tolerância das plantas tradicionalmente

cultivadas (GHEYI et al., 1997; AYERS e WESTCOT, 1991).

22

Tabela 1- Percentual de perdas de produtividades de algumas culturas em função da salinidade.

PRODUTIVIDADE POTENCIAL

CULTURA 100 % 90% 75% 50% 0%

CEes CEi CEes CEi CEes CEi CEes CEi CEes

Alface 1,3 0,9 2,1 1,4 3,2 2,1 5,2 3,4 9,0

Beterraba 7,0 4,7 8,7 5,8 11,0 7,5 15,0 10,0 24,0

Cana de açúcar 1,7 1,1 3,4 2,3 5,9 4,0 10,0 6,8 19,0

Cebola 1,2 0,8 1,8 1,2 2,8 1,8 4,3 2,9 7,4

Feijão 1,0 0,7 1,5 1,0 2,3 1,5 3,6 2,4 6,3

Melão 2,2 1,5 3,6 2,4 5,7 3,8 9,1 6,1 16,0

Milho 1,7 1,1 2,5 1,7 3,8 2,5 5,9 3,9 10,0

Laranja 1,7 1,1 2,3 1,6 3,3 2,2 4,8 3,2 8,0

Soja 5,0 3,3 5,5 3,7 6,2 4,2 7,5 5,0 10,0

Sorgo 6,8 4,5 7,4 5,0 8,4 5,6 9,9 6,7 13,0

Tomate 2,5 1,7 3,5 2,3 5,0 3,4 7,6 5,0 13,0

Uva 1,5 1,0 2,5 1,7 4,1 2,7 6,7 4,5 12,0

Fonte: Ayers e Westcot, 1985. CEis - Condutividade Elétrica do extrato de saturação do solo em mmhos/cm ou dS/m. CEi – Condutividade Elétrica da água de irrigação em dS/m.

Os sais em excesso prejudicam o crescimento das plantas não só pelos

efeitos diretos sobre o potencial osmótico da solução do solo e pelos íons

potencialmente tóxicos presentes em elevadas concentrações, mas também pela

degradação de algumas propriedades físicas dos mesmos, reduzindo a infiltração da

água, trocas gasosas, crescimento de raízes e, com isso, dificultando o crescimento

das plantas. Quantidades excessivas de sais proporcionam uma série de efeitos

adversos nas propriedades físicas e químicas do solo, nos processos

microbiológicos e no crescimento das plantas (LEVY, 2000; SARDINHA et al., 2003).

A salinidade promove maior retenção de água no solo (DIAS, 2010). Diminuição das

comunidades bacterianas, além do declínio da sua atividade (SARDINHA et al.,

2003). Prejudica a divisão, alongamento celular e mobilização das reservas

afetando, deste modo, o processo de germinação das sementes (FURTADO et al.,

2007). Induz à toxicidade de íons específicos, causa desequilíbrio nutricional

(AMORIM, 2010).

23

No manejo da irrigação, valores de umidade do solo medidos por meio de

sensores podem sofrer a interferência do aumento da condutividade elétrica do solo,

onde um acréscimo na quantidade de sal, o que acontece, por exemplo, no caso de

uma fertirrigação mal aplicada, implica em um erro na determinação da umidade

(BARBOSA, 2011).

(¹) Parte da dissertação de Mestrado em Engenharia Agrícola do primeiro autor. (2) Mestrando em Engenharia Agrícola. [email protected] (3) Doutor, Prof. Adjunto, Universidade Federal do Vale do São Francisco – UNIVASF. Av. Antonio Carlos Magalhães, 510 Country Club, Juazeiro-BA. CEP: 48.902-300.

CALIBRAÇÃO E VALIDAÇÃO DE SENSOR DE UMIDADE DO SOLO 1

UTILIZANDO REDE SEM FIOS.(1) 2

3

Danillo Olegário Matos da Silva(2), Brauliro Gonçalves Leal(3), Augusto Miguel Nascimento 4

Lima(3) 5

6

RESUMO 7

8

Este trabalho tem como objetivo obter e comparar modelos de calibração de sensores 9

Watermark utilizando uma Rede de Sensores Sem Fios (RSSFs). O experimento foi realizado 10

no período de 13 a 20 de março de 2013. O solo utilizado foi o Vertissolo Háplico, textura 11

franco/argilosa, que foi seco ao ar, destorroado e peneirado em peneira de malha de 2 mm de 12

diâmetro. O experimento foi constituído por doze vasos de 63 cm altura e diâmetro superior 13

igual a 53 cm. Nestes vasos foram plantadas mudas de grama-batatais (Paspalum notatum) e 14

instalado um sensor de umidade do solo, de marca Watermark, modelo 200SS, na 15

profundidade de 20 cm. Uma Rede de Sensores Sem Fio foi utilizada para receber os valores 16

medidos e armazená-los diariamente em um banco de dados. Durante um ciclo de 17

umedecimento/secagem do solo, foram coletadas amostras de solo, todos os dias, em cada 18

vaso também a 20 cm de profundidade, para determinação da umidade do solo pelo método 19

gravimétrico. Os resultados indicaram que os baixos coeficientes de determinação obtidos na 20

calibração de alguns sensores não influenciaram nos valores do erro relativo da umidade. A 21

maior variação do erro relativo da umidade ocorreu no instante em que o solo apresentava o 22

maior teor de água. A aplicação de uma equação geral de calibração dos sensores apresentou 23

25

baixas variações do erro relativo da umidade. Os sensores Watermark, quando calibrados para 24

o solo específico, podem ser utilizados para fins de manejo de irrigação. 25

Palavras-chave: Teor de água. Sensoriamento. Irrigação eficiente. 26

27

CALIBRATION AND VALIDATION OF SOIL MOISTURE SENSOR 28

USING WIRELESS 29

30

ABSTRACT 31

32

This paper aims to obtain and compare models Watermark sensor calibration using a 33

Wireless Sensor Network (WSN). The experiment was conducted from 13 to 20 March 2013. 34

The soil used was Vertisoil Haplico texture blunt / clay that was air dried and sifted in 35

destorroado mesh sieve of 2 mm in diameter. The experiment consisted of twelve vessels of 36

63 cm height and diameter greater than equal to 53 cm. These pots were planted grass 37

seedlings-Bahiagrass (Paspalum notatum) and installed soil moisture sensor, Watermark 38

brand, model 200SS, at a depth of 20 cm. A Wireless Sensor Network was used to receive the 39

measured daily and store them in a database. During a cycle of wetting / drying soil, soil 40

samples were collected every day in each pot also 20 cm depth to determine soil moisture by 41

gravimetric method. The results indicated that the low coefficients of determination obtained 42

in the calibration of some sensors did not affect the values of the relative error of moisture. 43

The largest change in moisture relative error occurred at the moment when the soil had the 44

highest water content. The application of a general equation of calibration of the sensors 45

showed low variation of the relative error of moisture. Watermark sensors when calibrated to 46

the specific soil, can be used for irrigation management. 47

Keywords: Water content. Sensing. Efficient irrigation. 48

26

INTRODUÇÃO 49

50

Atualmente, tem se destacado a utilização de diferentes tecnologias de sensoriamento 51

aplicadas na agricultura, desde sensores voltados à coleta de dados do solo e de características 52

ambientais até a transmissão das informações coletadas por distintas tecnologias sem fio 53

(LEE, 2010; ZUOJING e HAIHUI, 2010; ZHANG, 2011; CARVALHO et al., 2012). Nesse 54

contexto, a utilização de sensores de umidade do solo é um dos meios mais prático para 55

acompanhar o teor de água no solo, e sua aplicação vem trazendo várias contribuições ao 56

meio agrícola (BOGENA et al., 2010; SUN et al., 2010; CARDENAS-LAILHACAR e 57

DUKES, 2010; ROCCIA, 2011; REHMAN et al., 2011). 58

Diversos são os métodos que quantificam a umidade do solo. Devido às dificuldades 59

que envolvem a determinação direta pelo método gravimétrico, geralmente utilizam-se 60

métodos indiretos, em que a umidade é estimada a partir da medição de alguma propriedade 61

do solo a ela relacionada (MIRANDA et al., 2007). Os principais métodos indiretos baseiam-62

se em medidas, como a tensão da água no solo, a moderação de nêutrons, a resistência do solo 63

à passagem de corrente elétrica, e a constante dielétrica do solo (ADAMCHUK et al., 2004; 64

LEÃO et al. , 2007). 65

Sensores do tipo resistência e capacitância elétrica têm algumas vantagens como não 66

requerer manutenção periódica e principalmente em sua utilização na irrigação automatizados 67

(MIRANDA et al., 2007). Entretanto, em virtude de os sensores determinarem o conteúdo de 68

água do solo de forma indireta, é necessário a realização de calibrações para os solos a serem 69

monitorados, em razão das diferenças físicas que os mesmos apresentam. 70

As regiões semiáridas, como a do Polo de Desenvolvimento Petrolina-Juazeiro, 71

localizada no semiárido nordestino, são caracterizadas por apresentar baixos índices 72

pluviométricos e altas taxas de evapotranspiração. A combinação desses dois processos 73

27

naturais com a adoção da irrigação mal manejada resulta em altas concentrações de sais no 74

solo (BRITO et al., 2005; CHAVES et al., 2006; LOPES et al., 2008). Segundo Barbosa 75

(2011), a presença de sais promove um aumento da condutividade elétrica do solo, causando 76

interferência na determinação de umidade pelos sensores. Apesar de o equipamento prover 77

uma calibração universal, o fabricante, bem como os resultados na literatura (FARES et al., 78

2004; GROVES e ROSE, 2004; SANTOS et al., 2006) ressaltam que calibrações locais 79

podem melhorar a precisão do equipamento, ainda que sejam trabalhosas e onerosas. 80

Considerando que, para alcançar um manejo eficiente da irrigação, faz-se necessário 81

uma calibração dos sensores para obter uma boa precisão na determinação da umidade, este 82

trabalho tem como objetivo calibrar, gerar e comparar um modelo representativo e eficiente 83

para leitura da umidade do solo com os sensores Watermark. 84

85

MATERIAL E MÉTODOS 86

87

O trabalho foi conduzido em uma área experimental da Universidade Federal do Vale do 88

São Francisco – Campus de Juazeiro - BA, que se localiza nas coordenadas geográficas: 89

latitude 09º 24' S, longitude 40º 31' W, e altitude de 371 m. Segundo a classificação de 90

Köppen, o clima desta área apresenta-se como tropical semiárido, tipo BshW, seco e quente 91

na parte norte e semiárido quente estípico na parte sul, caracterizado pela escassez e 92

irregularidade das precipitações, com chuvas no verão e forte evaporação em consequência 93

das altas temperaturas. 94

O experimento foi realizado no período de 13 a 20 de março de 2013. O solo utilizado 95

foi o Vertissolo Háplico, textura franco/argilosa, classificado segundo o Sistema Brasileiro de 96

Classificação de Solos (EMBRAPA, 2006), com 45,2% de areia, 24,0% de silte e 30,8% de 97

argila. O solo foi seco ao ar, destorroado e peneirado em malha de 2 mm de diâmetro. O 98

28

experimento foi constituído por doze vasos de 63 cm altura e diâmetro superior igual a 53 cm, 99

e volume de 105 Litros. Os vasos foram perfurados para facilitar a drenagem, adicionado uma 100

camada de brita de 5 cm e preenchidos com o solo. 101

Nos vasos foram plantadas mudas de grama-batatais (Paspalum notatum), uma das 102

culturas de referência para pesquisa da evapotranspiração (ALLEN et al., 1998). Um mês 103

após o plantio, foi instalado um sensor de umidade do solo em cada vaso, na profundidade de 104

20 cm. Os sensores utilizados foram da marca Watermark, modelo 200SS. 105

Foi utilizado um módulo SMX, conectado aos sensores Watermark, para ler a 106

resistência AC do Watermark. 107

A coleta dos dados medidos pelos sensores foi feita por meio de uma Rede de Sensores 108

Sem Fios (RSSFs), constituída por 13 XBee’s, sendo um coordenador (nó sorvedouro) 109

conectado via USB a um computador, e doze nós sensores conectados aos sensores de 110

umidade do solo instalados nos vasos. Os dados recebidos pelo computador foram 111

armazenados em um banco de dados. 112

Após a instalação da RSSFs, deu-se início a coleta de dados pelos sensores a cada 20 113

minutos, durante 8 dias. Foram coletadas amostras deformadas de solo em cada vaso, sempre 114

as 10:00 hs, na profundidade de 20 cm. Após a pesagem do solo úmido, as amostras foram 115

colocadas em estufa a 105 °C, permanecendo por 24 hs, quando novamente foram pesadas 116

para determinação da umidade padrão. 117

Os sensores utilizados no experimento foram calibrados individualmente através da 118

equação (1). Esta equação apresenta uma relação entre umidade e constante dielétrica 119

aparente do solo. Onde y é o valor volumétrico da umidade do solo obtido pelos sensores e x 120

é a umidade do solo obtida pelo método padrão. Também foi realizada, por meio desta mesma 121

equação, uma calibração geral utilizando todos os dados coletados pelos sensores. 122

123

29

y = a + b x (1) 124

125

Foi feito uma avaliação quantitativa do erro relativo da umidade do solo medido pelos 126

sensores, onde: ∆U - erro relativo entre os valores da umidade do solo medidos pelo método 127

padrão estufa (Up) e pelo sensor Watermark (Us). 128

129

∆U = |Up-Us|/Up (2) 130

131

Com os dados foram realizado análise descritiva e comparação de média dos valores do 132

erro relativo (∆U) das diferentes equações obtidas. 133

134

RESULTADOS E DISCUSSÃO 135

136

A Tabela 1 apresenta as equações de calibração dos 12 sensores de umidade do solo e 137

seus respectivos coeficientes de determinação. Observa-se que os sensores 1, 2, 4, 5, 6, 10, 11 138

e 12 apresentaram elevados coeficientes de determinação. Enquanto os sensores 3, 7, 8 e 9 139

obtiveram um baixo coeficiente, com valores de 0,750; 0,520; 0,540; 0,690; respectivamente. 140

Os baixos coeficientes encontrados podem estar relacionados com os problemas citados 141

por Périès e Enciso (2009), que estudando a interpretação das leituras de sensores Watermark 142

em solos específicos, observou que estes sensores podem ser afetados por aberturas de ar 143

causada por rachaduras no solo ou pelas interações com as raízes, conduzindo a erros na 144

determinação da umidade do solo, devido ao mal contato entre o sensor e o solo. 145

146

147

148

30

149

Tabela 2. Equações lineares e coeficiente de determinação dos sensores. 150

Sensor Watermark y (a x + b) R²

1 0,01759 x + 7,504 0,920

2 0,01473 x + 8,954 0,930

3 0,01157 x + 11,05 0,750

4 0,01492 x + 8,567 0,820

5 0,01873 x + 6,058 0,830

6 0,01500 x + 10,23 0,820

7 0,009987 x + 13,09 0,520

8 0,01076 x + 10,58 0,540

9 0,01491 x + 9,083 0,690

10 0,01193 x + 9,407 0,870

11 0,01565 x + 9,172 0,950

12 0,01216 x + 10,66 0,910

Equação Geral 0,6572 x + 3,17 0,821

151

Na figura 1 é possível observar que os baixos coeficientes de determinação dos sensores 152

citados na tabela 1, não influenciaram nos valores de ∆U (erro relativo entre os valores da 153

umidade do solo medidos pelo método padrão estufa e pelo sensor Watermark). Nota-se na 154

Figura 1 que os sensores 1, 2, 11 e 12 com coeficiente de determinação acima de 0,900 155

apresentaram maiores valores de ∆U em comparação com o sensor 8 com coeficiente de 156

0,540. Desta forma, entende-se que mesmo que o coeficiente de determinação apresente um 157

baixo valor, a equação pode ser aplicada para determinação da umidade do solo pelos 158

sensores Watermark. 159

31

Na figura 2, percebe-se que o maior valor do erro relativo ocorreu no instante que o solo 160

apresentava o maior teor de água, ou seja, na primeira coleta após a irrigação, quando o solo 161

estava saturado. Miranda et al. (2007), trabalhando com sensor dielétrico ECH2O em dois 162

tipos de solo, observaram que os erros mais expressivos ocorreram principalmente para teores 163

mais altos de água no solo. Confirmando que tensões menores (solo mais úmido) apresentam 164

maior variação nos valores da umidade, Freitas et al. (2012), em trabalho com sensor da 165

umidade do solo alternativo no manejo de irrigação, observaram que para tensão de 20 kPa, 166

os sensores apresentaram variações consideráveis. Segundo Benedetto (2010), este fenômeno 167

decorre, possivelmente, devido à maior mobilidade dos íons presentes na solução do solo ou 168

mesmo dos íons presentes no dielétrico (sulfato de cálcio), uma vez que a resposta dielétrica 169

de alguns materiais, é influenciada pela componente iônica. 170

Ainda na Figura 2, observa-se que ocorreu baixa variação do erro relativo durante o 171

secamento do solo, apresentando valores de 3 a 5 %. Manieri et al. (2007) calibrando uma 172

sonda espiral de TDR observou que o erro foi de 3 a 6% em laboratório e 5 a 6 % em testes de 173

campo. 174

175

Figura 1. Valores médios do erro relativo de cada sensor utilizado no ciclo de umedecimento/secagem do solo.

Figura 2. Valores médios do erro relativo dos sensores e da umidade do solo durante o ciclo de umedecimento/secagem do solo.

176

32

A Figura 3 apresenta uma comparação de ∆U em relação a diferentes equações 177

utilizadas na calibração dos sensores Watermark. Foi utilizada uma equação geral (y = 0,6572 178

x + 3,1713), de coeficiente de determinação de 0,821, obtida com todos os dados coletados na 179

calibração dos sensores. E outra, estudada por Shock et al. (1998). 180

Nota-se nessa figura que os valores de ∆U utilizando as calibrações individuais e geral 181

apresentaram baixas variações entre elas. Assim, pressupõe-se que para fins de manejo de 182

irrigação, a equação geral pode ser aplicada para os sensores Watermark em solos franco 183

argilosos. Por outro lado, aplicado-se a equação de calibração de Shock et al. (1998), os 184

valores médios de ∆U seriam superestimados em até 16%. 185

Miranda et al. (2007), observaram que, se fosse utilizada a equação de calibração 186

recomendada pelo fabricante, os valores de umidade do solo determinados pelo sensor 187

ECH2O seriam superestimados em até 45% em relação à umidade real do solo. Enquanto 188

Barbosa et al. (2012), trabalhando com o mesmo tipo de sensor, conclui que a equação do 189

fabricante superestimou os valores de umidade do solo, para umidades superiores a 10%, 190

sendo necessária a calibração para solos de textura diferentes. 191

Thompson et al. (2005) sugerem que, mesmo quando as calibrações são equações 192

desenvolvidas especificamente ou verificado para um solo particular, diferentes condições de 193

cultivo pode reduzir sensivelmente a precisão dessas equações de calibração, e conclui que os 194

efeitos da salinidade do solo sobre os sensores Watermark tem ainda de ser descrito. 195

196

33

Figura 3. Comparação dos valores médios de ∆U em função de diferentes calibrações dos 197

sensores Watermark. 198

199

200

CONCLUSÕES 201

202

1. Os baixos coeficientes de determinação obtidos na calibração de alguns sensores não 203

influenciaram nos valores do erro relativo da umidade. 204

205

2. A maior variação do erro relativo da umidade ocorreu no instante em que o solo 206

apresentava o maior teor de água. 207

208

3. A aplicação de uma única equação de calibração dos sensores apresentou baixas variações 209

do erro relativo da umidade. 210

211

4. Os sensores Watermark, quando calibrados para o solo específico, podem ser utilizados 212

para fins de manejo de irrigação. 213

214

215

216

34

AGRADECIMENTOS 217

218

Os autores agradecem a Fapesb, financiadora do Projeto Pesquisa – Edital 011/2011, 219

termo de outorga- nº APP0023/2011, e a Univasf pela oportunidade oferecida. 220

221

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 222

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39

EFEITO DA SALINIDADE NO SENSORIAMENTO DA UMIDADE DO SOLO(1) 1

2

Danillo Olegário Matos da Silva(2), Brauliro Gonçalves Leal(3)& Augusto Miguel Nascimento 3

Lima(3) 4

5

RESUMO 6

7

Este trabalho avalia o efeito da salinidade na medição da umidade do solo utilizando 8

sensores resistivos na região do Submédio São Francisco. O experimento foi constituído por 9

doze vasos com o solo Vertissolo Háplico, que foi seco ao ar, destorroado e peneirado em 10

peneira de malha de 2 mm de diâmetro. Nestes vasos foram plantadas mudas de grama-11

batatais (Paspalumnotatum) e instalado sensores de umidade do solo, de marca Watermark, 12

modelo 200SS, na profundidade de 20 cm. Uma Rede de Sensores Sem Fio foi utilizada para 13

receber os valores medidos e armazená-los em um banco de dados. Os tratamentos foram 14

constituídos de quatro níveis de água salina (0, 3, 6, e 9 dS/m), utilizando Cloreto de Sódio 15

(NaCl) para a elevação da condutividade elétrica do extrato saturado do solo (CEes). As 16

soluções foram preparadas e aplicadas em três ciclos de umedecimento/secagem, mantendo 17

sempre a umidade do solo entre a capacidade de campo e ponto de murcha permanente. O 18

delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado em esquema fatorial 4x3, 19

com três repetições. Os resultados indicaram que os diferentes níveis de salinidade não 20

influenciaram no erro relativo da umidade do solo determinado pelos sensores. 21

Palavras-chave: Sensor de Umidade. Condutividade Elétrica. Rede de Sensors Sem Fios. 22

(¹) Parte da dissertação de Mestrado em Engenharia Agrícola do primeiro autor. (2)Mestrando em Engenharia Agrí[email protected] (3)Doutor, Prof. Adjunto, Universidade Federal do Vale do São Francisco – UNIVASF. Av. Antonio Carlos Magalhães, 510 Country Club, Juazeiro-BA. CEP: 48.902-300.

40

EFFECT OF SALINITY ON SENSING OF SOIL MOISTURE 23

24

ABSTRACT 25

26

This study evaluates the effect of salinity on the measurement of soil moisture using 27

resistive sensors in the region of Lower-middle São Francisco. The experiment consisted of 28

twelve pots with soil Vertisoil Haplico, which was air dried and sifted in destorroado mesh 29

sieve of 2 mm in diameter. These pots were planted grass seedlings-batatais 30

(Paspalumnotatum) and installed soil moisture sensors, Watermark brand, model 200SS, the 31

depth of 20 cm. A Wireless Sensor Network was used to receive the measured values and 32

store them in a database. The treatments consisted of four levels of saline water (0, 3, 6, and 9 33

dS / m), using sodium chloride (NaCl) to increase the electrical conductivity of saturated soil 34

extract (CEes). The solutions were prepared and applied to three cycles of wetting / drying, 35

keeping soil moisture between field capacity and wilting point. The experimental design was 36

completely randomized in a 4x3 factorial design with three replications. The results showed 37

that different salinity levels did not influence the relative error of soil moisture determined by 38

the sensors. 39

Keywords: Humidity Sensor. Electrical Conductivity. Wireless Sensors Network. 40

41

INTRODUÇÃO 42

43

A umidade do solo é um índice básico para quantificar a água de amostras de solo 44

(Libardi, 2005), e sua determinação, através dos métodos diretos ou indiretos, é de grande 45

importância no manejo eficiente da irrigação. Os métodos diretos são bastante precisos e 46

baratos por um lado, mas, por outro, são demorados e destrutivos. Benedí e Muñoz-Carpena 47

41

(2005) classificam os métodos indiretos em tensiométricos e volumétricos. Os métodos 48

tensiométricos incluem o tensiômetro, bloco de gesso, sensor de dissipação de calor e 49

psicrômetro. Já os volumétricos são representados pela reflectometria no domínio do tempo – 50

TDR, reflectometria no domínio da frequência – FDR, reflectometria no domínio da 51

amplitude – ADR, transmissão de fase e transmissão no domínio do tempo – TDT. Estes 52

métodos são usados para a obtenção do potencial matricial e o volume de água no solo, 53

respectivamente, não são destrutivos e permitem sua utilização em múltiplas leituras em um 54

mesmo local, mas, seus resultados podem sofrer a influência de fatores como salinidade e 55

temperatura (SANTOS et al., 2006; CARDENAS-LAILHACARE e DUKES, 2010; 56

CELINSKI et al., 2011). 57

As regiões Semiáridas, como as do nordeste brasileiro, caracterizam-se por apresentar 58

baixos índices pluviométricos e intensa evapotranspiração. Nestas regiões, a baixa eficiência 59

da irrigação e a drenagem insuficiente tem contribuído para a degradação físico-química dos 60

solos, que é um dos graves problemas agrícolas (AMARAL, 2011), sendo a salinidade do solo 61

um importante fator desta degradação. 62

Segundo Novais et al. (2007), os sais em excesso no solo prejudicam o crescimento das 63

plantas cultivadas não só pelos efeitos diretos sobre o potencial osmótico da solução do solo e 64

pelos íons potencialmente tóxicos presentes em elevadas concentrações, mas também pela 65

degradação de algumas propriedades físicas dos mesmos, reduzindo a infiltração da água, 66

trocas gasosas, crescimento de raízes e, com isso, dificultando o crescimento das plantas. Para 67

Amorim et al. (2010), a salinidade induz à toxicidade de íons específicos, causa desequilíbrio 68

nutricional, provocando redução do crescimento e diminuição do rendimento das culturas. 69

No manejo da irrigação, valores de umidade do solo medidos por meio de sensores 70

podem sofrer a interferência do aumento da condutividade elétrica do solo, onde um 71

42

acréscimo na quantidade de sal implica em um erro na determinação da umidade 72

(BARBOSA, 2011). 73

Desta forma, o objetivo do presente trabalho foi avaliar o efeito da salinidade na 74

determinação da umidade do solo utilizando sensores resistivos na região do Submédio São 75

Francisco. 76

77

MATERIAL E MÉTODOS 78

79

O trabalho foi conduzido em uma área experimental da Universidade Federal do Vale do 80

São Francisco – Campus de Juazeiro– BA, que se localiza nas coordenadas geográficas: 81

latitude 09º 24' S, longitude 40º 31' W, e altitude de 371 m. Segundo a classificação de 82

Köppen, o clima desta área apresenta-se como tropical semiárido, tipo BshW, seco e quente 83

na parte norte e semiárido quente estípico na parte sul, caracterizado pela escassez e 84

irregularidade das precipitações com chuvas no verão e forte evaporação em consequência das 85

altas temperaturas. Durante o experimento, no período de 03 a 11 de abril de 2013, houve 86

baixa variação na temperatura e umidade relativa (Figura 1), sem ocorrências de 87

precipitações. 88

Figura 1. Média dos valores de temperatura e umidade (máximo e mínimo), durante os três 89

ciclos de umedecimento/secagem. 90

91

43

O experimento foi constituído por doze vasos de 63 cm altura e diâmetro superior igual 92

a 53 cm. O solo utilizado foi o Vertissolo Háplico, textura franco/argilosa classificado 93

segundo o Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (EMBRAPA, 2006), apresentando 94

45,2% de areia, 24% de silte e 30,8% de argila. O solo foi seco ao ar, destorroado e peneirado 95

em peneira de malha de 2 mm de diâmetro. Os vasos foram perfurados para facilitar a 96

drenagem, adicionado uma camada de brita (5 cm) e preenchidos com o solo. 97

Nos vasos foram plantadas mudas de grama-batatais (Paspalumnotatum), uma das 98

culturas de referência para pesquisa da evapotranspiração (ALLEN et al., 1998). Um mês 99

após o plantio, foi instalado um sensor de umidade do solo em cada vaso, na profundidade de 100

20 cm. Os sensores utilizados foram da marca Watermark, modelo 200SS, fabricado pela 101

Irrometer Company, Riverside – Califórnia. Estes sensores baseiam-se na determinação da 102

resistência oferecida à passagem de uma corrente elétrica entre dois elétrodos. A resistência 103

varia inversamente proporcional ao teor de água no bloco. Os sensores foram calibrados no 104

período de 13 a 20 de março de 2013, obtido uma equação linear para cada sensor e utilizados 105

na aplicação dos tratamentos. 106

A leitura dos dados medidos pelos sensores foi feita por meio de uma Rede de Sensores 107

Sem Fios (RSSFs), constituída por 13 XBee’s, sendo um coordenador (nó sorvedouro) 108

conectado via USB a um computador, e doze nós sensores conectados aos sensores de 109

umidade do solo instalados nos vasos. Os dados recebidos pelo computador foram 110

armazenados em um banco de dados. 111

Após a instalação da RSSF, deu-se início a aplicação dos tratamentos e coleta de dados. 112

Os tratamentos foram constituídos de quatro níveis de água salina (0, 3, 6, e 9 dS/m-1), 113

considerando a dose 0 como testemunha, e para elevação da Condutividade Elétrica (C.E.) do 114

extrato saturado dos demais solos foi utilizado diferentes doses de cloreto de sódio (NaCl). As 115

soluções foram preparadas e aplicadas em três ciclos de umedecimento/secagem, Ciclo 1 116

44

(03/04 a 05/04), Ciclo 2 (06/04 a 08/04) e Ciclo 3 (09/04 a 11/04), mantendo sempre a 117

umidade do solo entre a capacidade de campo e ponto de murcha permanente. A concentração 118

da solução foi calculada a partir da relação entre condutividade elétrica da água de irrigação 119

(CEa), expressa em dS/m-1, e a concentração de sais solúveis (C), expressa em mmolcL-1, em 120

que: C = CEa x 10 (RHOADES et al., 1992). 121

Durante os ciclos foram coletadas amostras de solo deformadas duas vezes ao dia, 122

(10:00 e 16:00hs), na profundidade de 20 cm. Após a pesagem do solo úmido, as amostras 123

foram colocadas em estufa a 105°C, permanecendo por 24hs, quando novamente foram 124

pesadas. Determinou - se, a partir dessas amostras, a condutividade elétrica do extrato 125

saturado do solo utilizando um condutivímetro digital automático. 126

O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado (DIC) em 127

esquema fatorial 4x3, com três repetições. Os tratamentos constituíram de quatro níveis de 128

água salina e três ciclos de umedecimento/secagem do solo. Foi feito uma avaliação 129

quantitativa do efeito da salinidade nos sensores de umidade do solo por meio do erro 130

relativo. 131

∆U = |Up-Us|/Up (1) 132

Onde: ∆U - erro relativo entre os valores da umidade do solo medidos pelo método padrão 133

estufa (Up) e pelo sensor Watermark (Us). 134

A análise dos dados foi realizada pela análise de variância e posteriormente com o teste 135

de Tukey a 5% de probabilidade, para comparação de médias. Utilizou o software Assistat 7.6 136

(SILVA e AZEVEDO, 2006). 137

138

139

140

141

45

RESULTADOS E DISCUSSÃO 142

143

A Tabela 1 apresenta os valores médios de ∆U (erro relativo entre os valores da 144

umidade do solo medidos pelo método padrão estufa e pelo sensor Watermark) em função das 145

coletas de solos em diferentes horários e níveis de salinidade durante os três ciclos de 146

umedecimento/secagem do solo. Nesta tabela, pode-se observar que os valores médio de ∆U 147

variou de 1,7 a 6,3%. Durante estes ciclos, os diferentes níveis de salinidade não 148

influenciaram estatisticamente nos valores de ∆U. Segundo Benedí e Muñoz-Carpena (2005), 149

os sensores de umidade do solo Watermark possui gesso no seu interior que diminui os efeitos 150

da salinidade. 151

Pode-se observar ainda que no Ciclo 3 não houve diferença significativa entre os 152

horários de coletas, onde o erro relativo foi de até 3,3%. Já nos Ciclos 1 e 2 ocorreram as 153

maiores variações no valores de ∆U no instante em que o solo apresentava o maior teor de 154

água, ou seja, na primeira coleta após um dia da irrigação. Ainda no Ciclo 2, foi possível 155

observar que na última coleta, quando o solo estava próximo do ponto de murcha, ocorreu a 156

menor variação de ∆U. Miranda et al. (2007), trabalhando com sensor dielétrico ECH2O em 157

dois tipos de solo, observaram que os erros mais expressivos ocorreram principalmente para 158

teores mais altos de umidade do solo. Enquanto, os mesmos sensores utilizados apresentaram 159

leituras bastante semelhantes entre si para baixos valores de umidade do solo. 160

Freitas et al.,(2012), trabalhando com sensor da umidade do solo alternativo no manejo 161

de irrigação, observou que para tensão de 20 kPa, os sensores apresentaram variações 162

consideráveis, confirmando que tensões menores (solo mais úmido) proporcionam maior 163

variaçãonos valores de capacitância. Este fenômeno decorre, possivelmente, devido à maior 164

mobilidade dos íons presentes na solução do solo ou mesmo dos íons presentes no dielétrico 165

46

(sulfato de cálcio), uma vez que a resposta dielétrica de alguns materiais é influenciada pela 166

componente iônica (BENEDETTO, 2010). 167

168

Tabela 1. Anova e teste de média do Erro Relativo da Umidade em função das coletas de solos 169

em diferentes horários e níveis de salinidade durante os três ciclos de umedecimento/secagem 170

do solo. 171

∆ Umidade

Fatores Ciclo 1 Ciclo 2 Ciclo 3

Dia/Hora

1/10:00 0,063 a 0,056 a 0,027 a

1/16:00 0,043 b 0,030 b 0,023 a

2/10:00 0,034 b 0,034 b 0,015 a

2/16:00 0,031 b 0,017 c 0,033 a

Níveis de salinidade (dS m-1)

0 0,045 a 0,036 a 0,026 a

3 0,042 a 0,036 a 0,018 a

6 0,033 a 0,026 a 0,024 a

9 0,051 a 0,040 a 0,029 a

TESTE DE F

Dia/Hora 11,53 ** 48,74 ** 0,84 ns

Níveis de salinidade 1,55 ns 1,49 ns 1,00 ns

Interação Dia/Hora x Níveis de salinidade 0,54 ns 0,83 ns 0,67 ns

CV (Ciclo) 34,18 23,04 120,40

CV (Níveis de salinidade) 47,77 48,36 67,74

Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem pelo Teste de Tukey. ns: não significativo (P>0,05); *: 172

significativo (P≤0,05); **: significativo (P≤0,01). 173

174

Observa-se na Tabela 3 que, para os três ciclos, o aumento dos níveis de salinidade não 175

influenciaram estatisticamente (P>0,05) os diferentes horários de coletas. No entanto, 176

provocou alterações significativas (P≤0,01) na condutividade elétrica do extrato de saturação 177

47

do solo (CEes), ocorrendo um acúmulo diretamente proporcional com os tratamentos 178

aplicados, conforme era esperado. 179

180

Tabela 2. Anova e teste de média da Condutividade Elétrica (C. E.) em função das coletas de 181

solos em diferentes horários e níveis de salinidade durante os três ciclos de 182

umedecimento/secagem do solo. 183

Condutividade Elétrica

Fatores Ciclo 1 Ciclo 2 Ciclo 3

Dia/Hora

1/10:00 0,479 a 0,445 a 0,534 a

1/16:00 0,479 a 0,445 a 0,534 a

2/10:00 0,414 a 0,493 a 0,514 a

2/16:00 0,414 a 0,493 a 0,514 a

Níveis de salinidade (dS m-1)

0 0,207 d 0,196 d 0,196 d

3 0,338 c 0,385 c 0,405 c

6 0,502 b 0,528 b 0,648 b

9 0,739 a 0,767 a 0,848 a

TESTE DE F

Dia/Hora 6,02 ns 1,60 ns 0,23 ns

Níveis de salinidade 209,58 ** 107,97 ** 88,31 **

Interação Dia/Hora x Níveis de salinidade 0,69 ns 0,22 * 0,24 *

CV (Ciclo) 11,81 16,12 15,37

CV (Níveis de salinidade) 12,29 17,10 19,96

Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem pelo Teste de Tukey. ns: não significativo (P>0,05); *: 184

significativo (P≤0,05); **: significativo (P≤0,01). 185

186

Como pode ser observado na Tabela 3, os valores da CEes apresentou um 187

comportamento crescente com o aumento do fator quantitativo (níveis de salinidade), sendo 188

48

significativo em todos os ciclos. No entanto houve interação significativa (P≤0,05) apenas nos 189

ciclos 2 e 3 (Figura 2). 190

Nota-se na Figura 2 que a equação que melhor se ajustou para todos os ciclos foi a do 191

modelo linear. Apresentando coeficiente de determinação de 0,98 para os Ciclos 1 e 2, e de 192

0,99 para o Ciclo 3. Por meio da Figura 2, nos dados do Ciclo 1 é possível visualizar a 193

influência dos tratamentos na condutividade elétrica do extrato saturado do solo. 194

Ainda na Figura 2 percebe-se que, apesar do curto período dos ciclos, houve um 195

acúmulo de sais no solo, o que proporcionou elevação da CEes entre o 2º e o 3º ciclos. 196

Segundo Novais et al. (2007), em solos de textura mais fina, porém, com material argiloso 197

reativo, como os Vertissolos, o uso de águas que contenham sais pode acarretar a salinização 198

em curtos períodos de tempo. Nestes, é necessária atenção especial com a drenagem e 199

qualidade da água usada na irrigação. 200

Lima et al. (2012), estudando o efeito de lâminas crescentes de irrigação sobre 201

parâmetros de salinidade do solo, em duas condições (Latossolo, de textura mais arenosa, e 202

um Cambissolo, de textura mais argilosa) concluiu que as lâminas crescentes de irrigação 203

levaram ao aumento da salinidade, sendo que os valores de CEes apresentaram efeito 204

quadrático nos dois solos. 205

Avaliando o efeito da irrigação com águas salinas em um Latossolo cultivado com 206

melão, Porto Filho et al. (2011), observou que em todos os níveis de salinidade da água de 207

irrigação, a utilização de águas mais salinas produziu maior salinidade média no perfil. 208

Corroborando com Blanco e Folegatti (2002), Gurgel et al. (2003), Dias et al.(2005) que, 209

estudando os efeitos de níveis de salinidade de água e de lâminas de irrigação na evolução da 210

salinidade do solo, concluíram que ocorre incremento de sais no solo, sendo diretamente 211

proporcionais aos níveis de CE da água de irrigação utilizada, com maior concentração na 212

camada superficial. 213

49

214

Figura 2. Regressão aplicada para os diferentes níveis de salinidade durante os três ciclos de 215

umedecimento/secagem do solo. 216

217

218

CONCLUSÕES 219

220

1. Os diferentes níveis de salinidade de até 0,84 dS m-1 da CEes não influenciaram no erro 221

relativo da umidade do solo determinado pelos sensores. 222

223

224

CE

es (

dS m

-1)

Níveis de água salina aplicada

CE

es (

dS m

-1)

Dia/Hora

Ciclo 2 Ciclo 3 Ciclo 1

50

AGRADECIMENTOS 225

226

Os autores agradecem a Fapesb, financiadora do Projeto Pesquisa – Edital 011/2011, 227

termo de outorga nº APP0023/2011, e a Univasf pela oportunidade oferecida. 228

229

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53

3. CONCLUSÃO GERAL

A irrigação é uma das tecnologias aplicadas na agricultura que mais tem

contribuído para o aumento na produção de alimentos, sendo uma técnica já

adotada e que está se expandindo cada vez mais em cultivos comerciais. No

entanto, o uso inadequado dessa técnica vem provocando a salinização dos solos,

principalmente nas condições ambientais do Nordeste. Nesta região há uma

necessidade de trabalhar com medidas mitigadoras, sendo a principal delas, a

lixiviação na proporção requerida pela cultura, que depende da salinidade da água

de irrigação e da tolerância da cultura.

O acompanhamento da umidade do solo através dos sensores Watermark

oferece um grande potencial para o manejo da irrigação, uma vez que o presente

estudo mostrou a eficiência dos sensores submetidos a diferentes níveis de

salinidade. A sua facilidade de utilização permite que seus usuários monitore o perfil

do solo ao longo da estação para evitar a falta ou o excesso de água para as

culturas. São de baixo custo, baixa manutenção, e são adequados para sistemas de

irrigação automatizados, como foi utilizado em uma RSSFs.

As vantagens apresentadas sobre o uso das RSSFs são atraentes, devendo

haver um projeto de implantação que considere as características do ambiente

agrícola. As RSSFs devem servir de ferramenta para o agricultor que busca agregar

mais eficiência no seu processo de produção e manter competitividade econômica,

além de garantir preservação ambiental.

Através dos experimentos desenvolvidos no presente estudo pode-se concluir

que:

• Os baixos coeficientes de determinação obtidos na calibração de alguns

sensores não influenciaram nos valores do erro relativo da umidade.

• A maior variação do erro relativo da umidade ocorreu no instante em que o

solo apresentava o maior teor de água.

54

• A aplicação de uma única equação de calibração dos sensores apresentou

baixas variações do erro relativo da umidade.

• Os sensores Watermark, quando calibrados para o solo específico, podem ser

utilizados para fins de manejo de irrigação.

• Os diferentes níveis de salinidade de até 0,84 dS m-1 da CEes não

influenciaram no erro relativo da umidade do solo determinado pelos

sensores.

• A maior variação do erro relativo da umidade ocorreu no instante em que o

solo apresentava o maior teor de água.

55

4. AGRADECIMENTOS

À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia – FAPESB pelo

financiamento do Projeto de Pesquisa intitulado “Desenvolvimento e avaliação de

uma rede de sensores sem fio para fins de manejo da irrigação em plantios no Pólo

de Desenvolvimento Petrolina-Juazeiro”, Termo de Outorga- nº APP0023/2011 do

Edital 011/2011.

56

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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