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  • VALDENSES E ALBIGENSES Origem: Wikipdia, a enciclopdia livre.

    Os valdenses so uma denominao crist que tiveram sua origem entre os seguidores de Pierre Vauds (Pedro Valdo), na Idade Mdia (c. 1140 c. 1220), e subsiste hoje como um grupo etnorreligioso na Itlia e Uruguai, nas igrejas Valdense e Evanglica Valdense do Rio da Prata, alm de descendentes na Alemanha,

    Estados Unidos e Frana.

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Denomina%C3%A7%C3%B5es_Crist%C3%A3shttp://pt.wikipedia.org/wiki/Pedro_Valdohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Idade_M%C3%A9diahttp://pt.wikipedia.org/wiki/It%C3%A1liahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Uruguaihttp://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_da_Pratahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Alemanhahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Estados_Unidoshttp://pt.wikipedia.org/wiki/Fran%C3%A7a

  • Os valdenses do norte da Itlia foram um povo remanescente da era apostlica, e a prova disso, alm deles

    no terem sido alcanados pelo catolicismo, eram ferozes combatentes das heresias romanas, alm disso,

    somente com a bblia conseguiram confeccionar um conjunto de doutrinas, dignos de admirao, conforme

    um livro antigo valdense chamado Nobla Leycon pode testificar.

    Eles criam:

    Na morte expiatria e a justificao de Cristo foi a sua verdade cardeal.

    Na doutrina da Trindade

    A queda do homem, a encarnao do Filho

    Na autoridade perptua do Declogo como dado por Deus

    Na necessidade da graa divina para praticar boas obras, a necessidade de santidade, a instituio

    do ministrio, a ressurreio do corpo e a bem-aventurana eterna do cu.

    A irrepreensibilidade dos valdenses se tornou um provrbio, de modo

    que se algum que normalmente fosse isento de vcios do seu tempo,

    era como a certeza de ser suspeito de ser um Vaudes. [O Nobla Leycon)

    tem a seguinte passagem:

    - "Se h um homem honesto, que deseja amar a Deus e

    reverenciar Jesus Cristo, que no faa calnia, nem jure, nem

    minta, nem comete adultrio, nem mata, nem rouba, nem se

    vinga de seus inimigos, eles num instante dizem que ele um

    Vaudes e digno de morte".

    Escudo de los valdenses.Candelabro con la inscripcin "Lux lucet in tenebris" (La

    luz brilla en las tinieblas)

    As acusaes contra os valdenses incluram uma lista formidvel de "heresias".

    Eles sustentavam:

    que no houve verdadeiro Papa desde o dia de Silvestre; (Silvestre I 33 Papa de 314 a 335,

    durante o reinado do imperador romano Constantino I, que determinou o fim da perseguio aos

    cristos, iniciando-se a Paz na Igreja);

    que os ofcios temporais e dignidades no so encontrados entre os pregadores do Evangelho,

    que as indulgncias do papa eram uma fraude,

    que o purgatrio era uma fbula;

    que relquias eram simplesmente ossos podres que haviam pertencido a no se sabia quem;

    que ir em peregrinao no servia para nada, seno para esvaziar as economias,

    que a carne podia ser consumida em qualquer dia, se o apetite lhe conviesse;

    que gua benta no foi nem um pouco mais eficaz que a gua da chuva;

    e que a orao em um celeiro era to eficaz como se oferecida em uma igreja.

  • Eles foram acusados, por outro lado, de zombar da doutrina da transubstanciao, e de ter falado de forma

    blasfema de Roma como a prostituta do Apocalipse.

    PEDRO VALDO

    Pedro Valdo foi um rico comerciante de Lyon.

    Em 1176, Pedro Valdo consultou um sbio telogo

    acerca do caminho para o cu, e que este lhe

    respondeu as palavras de Cristo para com o jovem

    rico: Disse-lhe Jesus: Se queres ser perfeito, vai,

    vende tudo o que tens e d-o aos pobres, e ters um

    tesouro no cu; e vem, segue-me. (Mt 19:21).

    Aps a leitura do Novo Testamento, Valdo partilhou os

    seus bens com a esposa e suas duas filhas e entregou

    o restante aos pobres.

    A Igreja desviou-se do Evangelho e mister faz-la voltar sua simplicidade

    primitiva. a doutrina de Cristo e dos apstolos, sem os decretos da Igreja,

    suficiente salvao. No passa de fbula todo o ensino que no se possa

    provar pelo texto bblico.

    (Pedro Valdo 1170-1217)

    Um grupo de discpulos logo se formou, tornando-se conhecidos como os Pobres de Esprito.

    Valdo e seus seguidores passaram, ento, a pregar suas ideias pela regio. Em virtude de sua recusa em

    interromper suas pregaes, eles foram excomungados em 1184.

  • Valdo tambm foi um tradutor, que traduziu a Bblia para o provenal.

    Mesmo aps a morte de Pedro Valdo, em 1220, seus discpulos continuaram o movimento, sendo

    nomeados, ento, OS VALDENSES.

    HISTRIA

    A cruz huguenote, um dos smbolos vandenses

    Os valdenses reuniam-se em casas de famlia ou mesmo em grutas,

    clandestinamente, devido perseguio da Igreja Catlica.

    Celebravam a Santa Ceia uma vez por ano.

    Negavam a supremacia de Roma, rejeitavam o culto s imagens

    vistas por eles como idolatria e se diziam guardadores da doutrina

    crist apostlica.

    Em virtude de sua recusa em interromper suas pregaes, foram excomungados em 1184.

    Condenados pelo papado, os valdenses foram

    perseguidos durante a Idade Mdia e a Reforma

    Protestante, quando juntaram-se ao nascente

    protestantismo no Snodo de Chanforan em 1532.

    Desde ento, os valdenses subscrevem ao

    Calvinismo.

  • O MOVIMENTO VALDENSE E SUAS DOUTRINAS

    Segundo alguns autores, os valdenses defendiam que existia uma continuidade desde a Igreja primitiva, ou

    seja, que apesar dos desvios da Igreja de Roma, sempre ter havido grupos que se mantiveram fieis s

    doutrinas de Cristo e dos apstolos, perpetuadas no Novo Testamento.

    Por outro lado, pensa-se que as doutrinas dos valdenses no surgiram com Pedro Valdo, mas tm uma

    origem muito mais antiga, que qualquer dos movimentos que lhe eram contemporneos.

    Theodoro Beza, discpulo e sucessor de Calvino chega a chamar aos valdenses de verdadeira semente da

    igreja primitiva e pura igreja crist.

    Em 1218, houve uma conveno de valdenses em conjunto com os pobres da Lombardia na cidade de

    Brgamo (norte da Itlia). Pretendia-se harmonizar as divergncias existentes entre os dois grupos.

    Estes tinham sido tambm excomungados em 1184, e muitos tinham buscado a liderana de Valdo.

    Inocncio III, em 1208, aproveitando as divergncias entre os dois

    grupos, criou uma organizao de pobres catlicos. Desta forma

    alguns seguidores de Valdo voltaram ao catolicismo.

    Considerado pelos historiadores como o papa mais poderoso da

    histria, foi papa em 8 de janeiro de 1198. Foi o 176 Papa.

    Foi contemporneo de So Francisco de Assis e muito conhecido

    por ter aprovado sua recente ordem religiosa.

    Convocou a Cruzada albigense e a Quarta Cruzada ao Oriente, assim como uma Quinta Cruzada que no chegou a assistir.

    Existem dois documentos datados de cerca de 1260. Um chamado por Preger Pssau Anonymous",

    descreve os valdenses como vestindo de forma simples e comendo de forma moderada.

    Eram homens e mulheres muitos trabalhadores e estudiosos, conhecendo o Novo Testamento de cor, o que

    era raro mesmo entre o clero romano.

    O outro documento o tratado de Davi de Augsburgo, que fala com grande dio acerca dos pobres de

    Lion.

    Diz que os valdenses se alegravam quando eram excomungados e perseguidos e que rejeitavam as festas

    e bnos institudas pela Igreja.

    Opunham-se ao batismo de crianas, consideravam a Ceia apenas um smbolo e no a presena real do

    corpo e sangue de Cristo e rejeitavam a ideia de purgatrio.

  • Os valdenses insurgiam-se ainda contra o uso do Antigo Testamento que a Igreja fazia, pois muitas

    perseguies e atrocidades eram justificadas com passagens veterotestamentrias.

    Anteriormente a 1350, outros historiadores romanos falaram dos valdenses.

    Segundo estes, consideravam que os decretos da Igreja no eram necessrios salvao, mas apenas a

    doutrina de Cristo e dos apstolos.

    Os valdenses criam que todos os homens deviam possuir uma Bblia na sua prpria lngua, e que esta

    deveria ser a mxima autoridade espiritual para o homem.

    Procuravam assim pregar na lngua do povo a que se dirigiam, indo sempre dois a dois.

    A sua teologia era anti-agostiniana e

    interpretavam literalmente o sermo da

    montanha sendo utilizado como modelo de

    vida.

    Aceitavam a Ceia do Senhor (como smbolo) e

    o batismo (excepto de crianas).

    Defendiam a ordenao de leigos para a

    pregao e ministrao dos sacramentos,

    apoiando a pregao tanto de homens como

    de mulheres.

    Possuam duas classes, ministros e

    discpulos, e uma hierarquia eclesistica

    prpria: bispos, presbteros e diconos,

    enquanto os simpatizantes eram

    denominados de amigos.

    Consideravam as missas e oraes pelos mortos no bblicas (chamavam ao cantar da missa em latim de

    cntico infernal), no juravam, nem derramavam sangue.

    Valorizavam mais uma orao em secreto que na igreja.

    Parte do seu tempo foi ocupado em transcrever as Sagradas Escrituras, ou parte delas, para distribuir,

    quando saam como missionrios. Por esta e por outras agncias, as sementes do Verbo Divino se espalhou

    por toda a Europa mais amplamente do que se costuma supor.

    Os padres raramente enfrentavam os argumentos dos missionrios valdenses.

    Os valdenses tinham o desejo de conduzir as pessoas para fora da escurido, e voltar a conquistar o reino

    que Roma tinha dominado.

    Eles eram evangelistas, assim como uma igreja evanglica.

  • Era uma velha lei entre eles que todos os que fossem ordenados em sua Igreja deviam, antes de ser elegvel

    para um cargo na sua igreja, servir trs anos no campo missionrio.

    Os jovens em cujas cabeas os pastores impunham as mos no se viam em perspectiva de um rico

    benefcio, mas de um possvel martrio.

    Seu campo de misso eram os reinos que estavam espalhados aos ps de suas prprias montanhas.

    Saam dois a dois, ocultando seu carter real sob o

    disfarce de uma profisso secular, comumente como

    comerciantes e feirantes.

    Levavam sedas, jias e outros artigos, que nesse

    tempo no era facilmente comprveis em mercados

    distantes, e eram bem recebidos como negociantes

    onde teriam sido repelidos como missionrios.

    A porta da casa de campo e no portal do castelo do

    baro ficava igualmente aberta a eles.

    Mas o seu discurso era mostrado principalmente na

    venda, sem dinheiro e sem preo, a mercadoria mais

    rara e mais valiosa do que as jias e sedas, que havia

    conseguido a entrada deles.

    Eles tiveram o cuidado de levar consigo, escondido entre os seus produtos ou sobre as suas roupas, pores

    da Palavra de Deus, comumente a sua prpria transcrio, e para isso chamavam a ateno dos moradores.

    Quando viam o desejo de possu-la, eles livremente faziam uma doao quando os meios de compra

    estavam ausentes.

    No houve reino do sul e Europa Central que esses missionrios no entraram, e onde no deixaram

    vestgios de sua visita nos discpulos que fizeram.

    No oeste, penetraram na Espanha.

    No sul da Frana encontraram companheiros congnitos os Albigenses, pelo quais as sementes de verdade foram abundantemente espalhadas sobre Dauphine e Languedoc.

    No leste, descendo o Reno e o Danbio, eles influenciaram Alemanha, Bomia e Polnia, com suas

    doutrinas, sua trilha sendo marcada com os edifcios de culto e as estacas de martrio que surgiram em torno

    de seus passos.

    Mesmo na cidade das sete colinas (Roma) que no tinham medo de entrar, espalharam as sementes no solo desagradvel, para ver se por ventura algumas viessem a enraizar-se e crescer.

    Seus ps descalos e trajados com roupas de l grossa os tornaram figuras marcadas, nas ruas de uma

    cidade que se vestia de prpura e linho fino, e quando a sua real incumbncia foi descoberta, s vezes por

    acaso, os governantes da cristandade tiveram mais cuidado, em seu prprio caminho, pela ecloso da

    semente, regando-a com o sangue dos homens que haviam o semeado.

  • Assim a Bblia naqueles tempos, velando a sua majestade e misso, viajando em silncio atravs da

    cristandade, entrando em casas e coraes, fazia ali a sua morada.

    De sua imponente sede, Roma olhou com desdm sobre o livro e os seus portadores humildes.

    O olhar penetrante de Inocncio III detectou o perigo que estava a surgir.

    Ele viu nos trabalhos desses homens humildes o incio de um movimento que, se autorizadas a continuar

    ganhando fora, varreria para longe tudo o que eles tinham tomado custa de laboriosas intrigas por sculos

    para conseguir.

    Ele imediatamente comeou as terrveis cruzadas, que destruiu os semeadores, mas regou a semente, e

    ajudou a trazer na sua hora marcada, o ressurgimento da igreja apostlica, com a reforma de Lutero, da

    qual os Valdenses foram precursores.

    O MASSACRE DOS VALDENSES

  • Os valdenses, muito antes de Lutero, j empregavam bblias traduzidas em seus idiomas e defendiam a

    abolio do uso de imagens e do poder da hierarquia eclesistica catlica, tendo sido condenados pelo papa

    Lcio III em 1184, e oficialmente excomungados em 1215, durante o IV Conclio de Latro (1215).

    Eram desde ento vistos como seguidores de movimento hertico a ser combatido pelos catlicos e por

    Roma e essa postura vigorou ao longo dos anos mesmo com a ocorrncia de fases de maior perseguio e

    outras nas quais eram quase que ignorados.

    Ainda assim, os valdenses continuaram existindo, persistindo e defendendo suas concepes e prticas.

    Desde o surgimento da Reforma Protestante os valdenses passaram a integrar o movimento que se opunha

    Igreja Catlica - mesmo sendo anteriores e precursores de muitas das teses e princpios do protestantismo

    mais conhecido.

    As perseguies que sofriam passaram at a ser reforadas em funo desse fato.

    Em abril de 1655, sob as ordens de Carlos Emmanuel II, o Duque de Sabia,

    um sangrento massacre ocorreu no Piermonte, Itlia, regio onde era

    concentrado um significativo contingente de valdenses, que constituam

    comunidades isoladas do convvio com catlicos e alheias s autoridades

    polticas aliadas ao papado.

  • O duque simplesmente decidiu que deveria eliminar os valdenses de seus domnios e reuniu uma poderosa

    tropa para cumprir este propsito.

    E no houve limite para a realizao deste extermnio, pois nem crianas ou pessoas idosas ou doentes

    eram poupadas da carnificina.

  • Todos os mtodos de torturas e execues foram empregados para dar efeito eliminao sangrenta dos

    valdenses e at persistiram relatos de que os exterminadores (a maioria deles constituda por mercenrios

    de vrias procedncias) chegaram a praticar canibalismo, comendo partes de corpos que foram cozidos.

    A repercusso dos massacre foi pssima e at mesmo o protestante Oliver Cromwell, lder da repblica

    revolucionria inglesa, chegou a ameaar os domnios do agressor e a articular uma retaliao aos aliados

    do Duque de Sabia, como era o caso do jovem rei Lus XIV, da Frana.

  • O OITAVO CHIFRE O PODER PERSEGUIDOR SOBRE OS VALDENSES.

    As perseguies desencadeadas durante muitos sculos sobre este povo temente a Deus, foram por eles

    suportadas com uma pacincia e constncia que honravam seu Redentor.

    Apesar das cruzadas contra eles e da desumana carnificina a que foram sujeitos, continuavam a mandar

    seus missionrios a espalhar a preciosa verdade.

    Eram perseguidos at morte; contudo, seu sangue regava a semente lanada, e esta no deixou de

    produzir fruto.

    Assim os valdenses testemunharam de Deus, sculos antes do nascimento de Lutero.

    Dispersos em muitos pases, plantaram a semente da Reforma que se iniciou no tempo de Wycliffe, cresceu

    larga e profundamente nos dias de Lutero, e deve ser levada avante at ao final do tempo por aqueles que

    tambm esto dispostos a sofrer todas as coisas pela "Palavra de Deus, e pelo testemunho de Jesus Cristo".

    Apoc. 1:9.

    IGREJA VALDENSE EM ROMA

    Em 1848, foi proclamando o

    edito de emancipao

    garantindo liberdade de

    culto e direitos individuais

    para os valdenses no

    Piemonte (ento parte do

    Reino da Sardenha e depois

    para toda o Reino de Itlia.

    O crescimento populacional

    e busca de maior liberdade

    econmica e religiosa

    fizeram os valdenses

    emigrarem em massa no

    final do sculo XIX,

    estabelecendo colnias no

    Uruguai, Argentina e Estados Unidos.

    Em 1975, a Igreja Evanglica Valdense, ento com 35.000 membros na Itlia e 15.000 no Uruguai se uniram

    com a Igreja Metodista Italiana (com 5.000 membros) para formar a Unio das Igrejas Valdense e Metodista.

  • ALBIGENSES

    MOVIMENTOS CONTEMPORNEOS AOS VALDENSES Os albigenses, ou CTAROS, foram descobertos em Aquitnia e Orleans, mas foram mais numerosos em Albi, no sul de Frana.

    Mapa com as rotas dos castelos ctaros (quadrados e linhas azuis), no sul da Frana, por volta da virada

    do sculo 13.

    CATARISMO

  • O catarismo (do grego kathars, "puro") foi um movimento cristo de ascetismo extremo na Europa

    Ocidental entre os anos de 1100 e 1200, estreitamente ligado aos bogomilos da Trcia.

    Bogomilos significa, em lngua eslava, amigos de Deus. Tiveram origem na Bulgria e espalharam-se entre

    os eslavos. Eram dualistas, semelhana dos gnsticos e rejeitavam o baptismo com gua, substituindo-o

    por outra cerimnia de purificao.

    Rejeitavam o uso de imagens, a Ceia, o casamento e o consumo de carne. Consideravam as Igrejas romana

    e grega como satnicas. Utilizavam unicamente o Novo Testamento, que interpretavam alegoricamente.

    Em 1111, os bogomilos foram perseguidos pelo imperador Alexis, mas restaram alguns at Reforma.

    O catarismo foi um movimento to forte no sul da Europa e na Europa Ocidental que a igreja Catlica

    Romana passou a consider-lo uma sria ameaa religio ortodoxa.

    As principais manifestaes do catarismo

    centralizavam-se na cidade de Albi (sul da

    Frana), motivo pelo qual seus adeptos

    tambm receberam o nome de

    "ALBIGENSES".

    O catarismo teve suas razes no movimento

    Pauliciana na Armnia e no Bogomilismo na

    Bulgria que teve influncias dos seguidores

    de Paulo.

    Embora o termo "Ctaros" tenha sido usado

    durante sculos para identificar o

    movimento, se o movimento se identificava

    mesmo com este nome ainda discutvel.

    Em textos ctaros, os termos "homens bons" (Bons Hommes) ou "bons cristos" so os termos comuns de

    auto-identificao.

    A idia de dois deuses ou princpios, sendo um bom outro mau, foi fundamental para as crenas dos Ctaros.

    O Deus bom era o Deus do Novo Testamento e criador do reino espiritual, em oposio ao Deus mau que

    muitos ctaros identificavam como Satans, o criador do mundo fsico do Antigo Testamento.

    Toda a matria visvel foi criado por Satans, e portanto foi contaminada com o pecado, isto inclua o corpo

    humano.

    Esse conceito oposto Igreja Catlica monotesta, cujo princpio fundamental que h somente um Deus

    que criou todas as coisas visveis e invisveis.

    Os ctaros tambm pensavam que as almas humanas eram almas sem sexo de Anjos aprisionadas dentro

    da criao fsica de Satans amaldioado a ser reencarnado at os fiis ctaros alcanarem a salvao por

    meio de um ritual chamado Consolamentum.

  • Desde o incio de seu reinado, o Papa Inocncio III tentou usar de diplomacia para acabar com o catarismo,

    mas no ano de 1208, seu delegado Pierre de Castelnau foi assassinado quando voltava para Roma depois

    de pregar a f catlica no sul da Frana.

    Com a opo de enviar missionrios catlicos e juristas extintas, o Papa Inocncio III declarou Pierre de

    Castelnau um mrtir e lanou a Cruzada dos Albigenses.

    ORIGENS As crenas dos ctaros no so claras, mas a maioria das teorias concordam que se originaram no Imprio Bizantino principalmente atravs da rota de comrcio e da propagao da Bulgria para a Holanda e Espanha (Catalunha), ps a queda do imprio romano.

    O nome blgaros (Bougres) tambm foi aplicado aos Albigenses, e eles mantiveram associao com o movimento cristo similar do Bogomilos ("Amigos de Deus") da Trcia.

    "Que houve uma transmisso substancial de rituais e idias do Bogomilismo para o catarismo est alm de

    qualquer dvida razovel."

    Suas doutrinas tm inmeras semelhanas com os dos Bogomilos e mais cedo os Paulicianos, assim como

    os maniquestas e os cristos gnsticos dos primeiros sculos depois de Cristo, embora, muitos estudiosos,

    principalmente Mark Gregory Pegg, tm apontado que seria errneo extrapolar as conexes histricas

    diretas com base nas semelhanas tericas percebidas pelos estudiosos modernos.

    So Joo Damasceno, escreveu no sculo 8, notas sobre uma seita

    anteriormente chamada de "Ctaros", em seu livro Sobre Heresias, ttulo tirado

    do resumo fornecido por Epifnio de Salamis em seu Panarion, e diz: "Eles

    rejeitam aqueles que se casam pela segunda vez e rejeitam a possibilidade de

    penitncia [isto , o perdo dos pecados aps o batismo]".

    provvel que tenhamos apenas uma viso parcial de suas crenas, porque

    os escritos dos ctaros foram em grande parte destrudos por causa da

  • ameaa doutrinria percebida pelo papado.

    Muito do nosso conhecimento existente dos ctaros derivado de textos de seus adversrios.

    As concluses sobre a ideologia dos ctaros continuam a ser ferozmente debatidas com comentaristas

    regularmente acusando seus adversrios de especulao, distoro e preconceito.

    Os ctaros ensinavam que para recuperar o estatuto angelical a pessoa deveria renunciar completamente

    ao mundo material.

    At que no estivesse preparado para faz-lo, ele / ela estaria preso em um ciclo de reencarnao,

    condenado a viver na Terra corrompida.

    Os supostos textos sagrados dos ctaros, alm do Novo Testamento, incluem O Evangelho da Ceia Secreta,

    ou o Interrogatrio de Joo e O Livro dos dois Princpios.

    CRUZADA ALBIGENSE

    A Cruzada Albigense (denominao derivada de Albi, cidade situada ao sudoeste da Frana), tambm

    conhecida como Cruzada Ctara ou Cruzada contra os Ctaros, foi um conflito armado ocorrido em 1209 e 1244, por iniciativa do papa Inocncio III com o apoio da dinastia capetiana (reis da Frana na poca),

    com o fim de reduzir pela fora o catarismo, um movimento religioso qualificado como heresia pela Igreja

    Catlica e assentado desde o sculo XII nos territrios feudais do Languedoque; favoreceu a expanso para

    sul das posses da monarquia capetiana e os seus vassalos.

  • A guerra, que se desenvolveu em vrias fases, comeou com o confronto entre os exrcitos de cruzados

    sditos do rei Filipe Augusto da Frana com as foras dos condes de Tolosa (ver mapa inicial) e vassalos, provocando a interveno da Coroa de Arago, que culminou na batalha de Muret.

    Numa segunda etapa, na qual inicialmente os tolosanos atingiram certos sucessos, a interveno de Filipe

    Augusto decidiu a submisso do Condado, ratificada pelo Tratado de Paris.

    Numa prolongada fase final, as operaes militares e as atividades da recm criada Inquisio focaram-se na supresso dos focos de resistncia ctara que, desprovidos dos seus apoios polticos, terminaram por

    ser reduzidos.

    A guerra teve episdios de grande

    violncia, provocou a decadncia do

    movimento religioso ctaro, o ocaso

    da at ento florescente cultura

    languedociana e a formao de um

    novo espao geopoltico na Europa

    ocidental.

    Em que pese derrota dos senhores

    feudais, a heresia ctara seguiu

    presente no Midi.

  • Para terminar de extirp-la, a Igreja criou a Inquisio, que a princpio se centraria em reprimir ctaros e valdenses.

    A sua presena foi motivo de diferentes alamentos populares e de que os ctaros se retirassem

    paulatinamente a fortificaes afastadas com a esperana de sobreviverem longe das fontes militares do

    conflito.

    A queda destes castelos e fortalezas, como a de Montsegur em 1244 e a de Quribus em 1255, causaria as

    ltimas matanas da guerra e o fim do catarismo.

    A Inquisio continuaria agindo na zona nos seguintes trs quarteis de sculo, mas com casos individuais,

    at ficar extinta.

    MOVIMENTOS CONTEMPORNEOS AOS VALDENSESCATARISMOORIGENS