v04 polos regionais bauru, são josé do rio preto, araçatuba e presidente prudente

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POR ESTADO DE SÃO PAULO DO DENTRO POLOS REGIONAIS Rosana Baeninger Claudio Salvadori Dedecca Lilia Montali Eugenia Troncoso Stela B. S. Telles Claudia S. Baltar BAURU, SÃO JOSÉ DO RIO PRETO, ARAÇATUBA E PRESIDENTE PRUDENTE

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Claudio Salvadori DedeccaLilia Montali

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BAURU, SÃO JOSÉ DO RIO PRETO, ARAÇATUBA E PRESIDENTE PRUDENTE

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Universidade Estadual de Campinas

Reitor

Fernando Ferreira Costa

Vice-Reitor

Edgar Salvadori de Decca

Pró-Reitor de Desenvolvimento Universitário

Paulo Eduardo Moreira Rodrigues da Silva

Pró-Reitor de Pesquisa

Ronaldo Aloise Pilli

Pró-Reitora de Pós-Graduação

Euclides de Mesquita Neto

Pró-Reitor de Graduação

Marcelo Knobel

Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários

Mohamed Ezz El Din Mostafa Habib

Coordenadoria de Centros e Núcleos Interdisciplinares de Pesquisa (COCEN)

Ítala Maria Loffredo D’Ottaviano

Unidades/Órgãos envolvidos na Pesquisa:

Núcleo de Estudos de População (NEPO)

Coordenação: Regina Maria Barbosa

Núcleo de Estudos de Políticas Públicas (NEPP)

Coordenação: José Roberto Rus Perez

Instituto de Economia (IE)

Direção: Mariano Lapalane

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v.4POLOS REGIONAISBAURU, SÃO JOSÉ DO RIO PRETO, ARAÇATUBA E PRESIDENTE PRUDENTE

Rosana BaeningerClaudio Salvadori Dedecca

Lilia MontaliEugenia T. LeoneStella B. S. TellesClaudia S. Baltar

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Organização e Revisão fi nal

Rosana Baeninger

Comitê de Publicação

Regina Maria Barbosa (NEPO-UNICAMP)José Roberto Rus Perez (NEPP-UNICAMP)

Rosana Baeninger (IFCH/NEPO-UNICAMP)

Colaboração

Maria Ivonete Z. Teixeira

Padronização bibliográfi ca e Ficha catalográfi ca

Adriana Fernandes

Projeto Gráfi co e Diagramação

Traço Publicações e DesignFlávia Fábio e Fabiana Grassano

Apoio

FINANCIADORA DE ESTUDOS E PROJETOS (FINEP) CONSELHO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO (CNPQ)

Ficha catalográfi ca

Polos regionais – Bauru, São José do Rio Preto, Araçatuba e Presidente Prudente/ Rosana Baeninger ... [et al.]. – Campinas : Núcleo de Estudos de População/Núcleo de Estudos de Políticas Públicas/Instituto de Economia-Unicamp, 2010.

316p. - (Por dentro do Estado de São Paulo, v.4)

ISBN: 978-85-88258-26-6

1. População – Regiões metropolitanas. 2. População – Polos regionais. I.Baeninger, Rosana. II.Dedecca, Claudio Salvadori. III.Montali, Lilia. IV. Troncoso, Eugenia. V.Telles, Stela Barberá da Silva. VI. Baltar, Claudia S. VII. Título. VIII.Série.

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SUMÁRIO

Apresentação 7

Polo Regional de Bauru 9Economia e mercado de trabalho no Polo de Bauru 9

Dinâmica demográfi ca regional no Polo de Bauru 25A questão social no Polo de Bauru 46

Polo Regional de São José do Rio Preto 83Economia e mercado de trabalho no Polo de São José do Rio Preto 83

Dinâmica demográfi ca regional no Polo de São José do Rio Preto 91A questão social no Polo de São José do Rio Preto 111

Polo Regional de Araçatuba 149Economia e mercado de trabalho no Polo de Araçatuba 149

Dinâmica demográfi ca regional no Polo de Araçatuba 161A questão social no Polo de Araçatuba 182

Polo Regional de Presidente Prudente 223Economia e mercado de trabalho no Polo de Presidente Prudente 223

Dinâmica demográfi ca regional no Polo de Presidente Prudente 233A questão social no Polo de Presidente Prudente 255

Considerações Finais 307

Bibliografi a 309

Equipe dos projetos 313

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APRESENTAÇÃO

O cenário estadual paulista revela, nas últimas décadas, a importância dos contextos regionais do Interior para o entendimento das dinâmicas econômica e demográfi ca.

A progressiva importância da população e da atividade econômica fora da Região Metropolitana de São Paulo, com destaque para os polos regionais de São José dos Campos, Sorocaba, Ribeirão Preto, Bauru, São José do Rio Preto, Araçatuba e Presidente Prudente, expressam as tendências recentes da urbanização no interior do Estado de São Paulo e suas formas de confi guração espacial. Contudo, ao mesmo tempo em que essas novas espacialidades fortalecem as dinâmicas econômico-regionais, também se ampliam os contrastes econômicos e sociais, no âmbito intra-regional e inter-regional.

Este movimento vem reconfi gurando social, econômica e espacialmente o Estado, desdobrando contrastes que até então eram particulares a sua principal Região Metropolitana; todo este movimento tem se realizado em um curto espaço de tempo.

O processo de urbanização e interiorização do país ganha expressão somente no fi nal do Século XIX. São Paulo foi espaço privilegiado deste movimento, ditado pela expansão do café. A crise dos anos 30 modifi cou esta dinâmica ao impulsionar a industrialização do Estado, tendo na sua Capital um motor potente rumo a uma vigorosa metropolização. A industrialização pesada dos anos 50 constitui uma Região Metropolitana com densidade econômica, mas carente de maior presença da infra-estrutura social. Todo o processo de conformação da metrópole foi resultado da mistura de população de diversas origens. Em um primeiro momento, explicada pela imigração internacional e, posteriormente, resolvida por uma migração interna intensa.

Este movimento começou a ganhar novas características a partir dos anos 70. Em um primeiro momento, com a maior expansão da rede de cidades existente no raio de cem quilômetros da Região Metropolitana paulistana, confi gurando as metrópoles do interior paulista. E posteriormente, orientada por alguns eixos rodoviários relevantes do estado. Em

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POLOS REGIONAIS

um casamento entre a modernização agrícola e a difusão da indústria, o interior do estado vem ganhando progressivamente relevância populacional e econômica.

Mesmo que a importância econômica da Região Metropolitana de São Paulo continue dominante e, portanto, decisiva para o desenvolvimento do Estado, as regiões do interior também apresentam desempenho expressivo, com destaque para os polos regionais. Neste sentido, pode-se dizer que o desenvolvimento de São Paulo tornou-se mais complexo. Tanto em razão da emergência de novas regiões metropolitanas e de polos econômicos no interior do Estado, como pela reprodução de regiões de baixo nível de desenvolvimento, como a do Vale da Ribeira. Ao mesmo tempo em que as estruturas produtivas mais modernas alcançam diversas áreas do Estado, outras continuam não sendo por elas afetadas, além de se observar uma maior complexidade produtiva no interior das regiões ou polos benefi ciados.

Ampliam-se os contrastes no interior das regiões do Estado, destacando-se os processos intrametropolitanos nas áreas do interior do Estado de São Paulo. A bonança econômica convive com a pobreza, exigindo a ação da política social de modo intenso no Estado mais desenvolvido do país, da mesma forma como ocorre em outros estados com menor densidade econômica da nação.

Os estudos apresentados, no volume 4, desta Coleção Por Dentro do Estado de São Paulo dão ênfase a 4 (quatro) polos regionais: Bauru, São José do Rio Preto, Araçatuba e Presidente Prudente; os dois primeiros referem-se a polos em consolidação no Estado de São Paulo, sendo que os dois últimos polos são áreas emergentes no cenário estadual. Constituem parte dos resultados de projetos de pesquisa que tiveram a preocupação de entender a nova dinâmica socioeconômica do Estado de São Paulo, tendo a informação para as políticas econômicas e sociais como principal preocupação: Projeto Regiões Metropolitanas e Polos do Estado de São Paulo: Desigualdades e Indicadores para Políticas Sociais (FINEP-Nepp/IE/Nepo-UNICAMP) e o subprojeto: Dinâmica Regional Paulista: Migração, Mercado de Trabalho e Reestruturação Urbana (CNPq-Nepo/UNICAMP).

Para cada um dos polos regionais foram abordas as dimensões econômicas, demográfi cas, de inserção produtiva da população e de acesso a algumas políticas sociais. O conjunto das análises para os diferentes contextos regioanis permite identifi car os contornos diversifi cados da rede urbana no Estado de São Paulo.

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Economia e mercado de trabalho no Polo Regional de Bauru

Segundo estimativa da Fundação Seade, o polo de Bauru tem uma população residente de aproximadamente 586 mil pessoas, segundo informações para o ano de 2005. Do total da população do Estado de São Paulo, o polo de Bauru representa cerca de 2%, sendo que os municípios mais expressivos são Bauru, com mais da metade da população, e Lençóis Paulista (10%), o que indica que esses dois municípios são importantes para se entender a conformação do mercado de trabalho, nesta região (Tabela 1).

Ao observar a dinâmica demográfi ca e econômica dentro do Estado de São Paulo, na primeira metade da atual década, percebe-se que o polo apresentou uma taxa anual de crescimento populacional de 1,5%, entre os polos regionais deste estudo, fi cando pouco acima da média das regiões. Apesar de possuir participações relativamente baixas no total da população e do produto, esse polo tem se mostrado uma peça importante, tanto em termos demográfi cos como em termos econômicos, no interior do estado de São Paulo.

Cabe destacar a relevância da dinâmica econômica e do mercado de trabalho para questões que envolvam difi culdades ocupacionais, como renda e qualidade de vida. Bauru e região podem ser exercer razoável atratividade para pessoas que buscam melhores condições de trabalho, pois a região tem se inserido de forma intensa na dinâmica de recuperação recente da atividade econômica brasileira.

Os municípios com maior participação, em termos populacionais, apresentaram taxas de crescimento anuais da ordem de 1,7%, para Bauru, e 1,9%, para Lençóis Paulista, superiores a média do Estado e da RM de São Paulo, o que indica que o polo de Bauru revela fortes atrativos demográfi cos. Deve-se ainda destacar que sua participação na atividade industrial no interior do estado de São Paulo não é muito alta, porém, tanto a região como o setor tem sido favorecidos

POLO REGIONAL DE BAURU

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POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE BAURU

pela recente recuperação da economia brasileira. As ocupações do setor industrial e de serviços representam, em conjunto, mais de 80% da atividade econômica (Gráfi co 1).

TABELA 1. Evolução da População ResidentePolo de Bauru, 2000-2005

População Total

Taxa Anual de crescimento2000 2005

Polo de Bauru 544.394 586.324 1,5

Agudos 32.484 34.347 1,1

Arealva 7.244 7.505 0,7

Avaí 4.596 4.628 0,1

Balbinos 1.313 1.339 0,4

Bauru 316.064 343.450 1,7

Borebi 1.933 2.258 3,2

Cabrália Paulista 4.656 5.038 1,6

Duartina 12.475 13.135 1,0

Iacanga 8.282 8.694 1,0

Lençóis Paulista 55.042 60.331 1,9

Lucianópolis 2.154 2.126 -0,3

Macatuba 15.752 17.077 1,6

Paulistânia 1.891 1.849 -0,4

Pederneiras 36.614 39.076 1,3

Pirajuí 20.095 20.894 0,8

Piratininga 10.584 11.186 1,1

Presidente Alves 4.317 4.336 0,1

Reginópolis 4.752 4.864 0,5

Ubirajara 4.156 4.191 0,2

Fonte: F IBGE Censo Demográfi co 2000. Fundação SEADE.

GRÁFICO 1. Participação do Valor Adicionado e da População do Polo de Bauru nos Totais do Estado de São PauloEstado de São Paulo, 2000

Fonte: FIBGE, Fundação Seade.

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POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE BAURU

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O polo apresentou um crescimento da população acima dá média, em comparação com as outras regiões, mas, sua participação, tanto em termos de número de pessoas quanto em relação ao valor adicionado, permaneceu estável. Apesar disto, não se pode deixar de levar em conta que há uma tendência de que a recuperação recente da economia, principalmente da atividade industrial, é de suma importância para aquecer a dinâmica econômica e do mercado de trabalho regional na primeira metade da atual década.

Ao longo da recuperação econômica recente da economia brasileira, o Estado de São Paulo conheceu um crescimento anual de seu produto interno bruto da ordem de 3% ao ano. O polo de Bauru apresentou um crescimento do valor adicionado de 4,2 %, ao ano, que se mostrou superior à média do estado, perdendo apenas para a Região Metropolitana de Campinas e para o polo econômico de Sorocaba, indicando um crescimento do produto com potencial capacidade de incorporação da população no mercado de trabalho regional, principalmente no mercado formal.

A recuperação da economia brasileira no período recente tem grande importância para entender as dinâmicas econômicas e do mercado de trabalho, em razão da signifi cativa capacidade dela dinamizar tanto a produção como a geração de empregos formais, fato que tem contribuído tanto para a redução do desemprego como para a recomposição da renda (Gráfi co 2). O polo de Bauru tem sido benefi ciado pela dinâmica de crescimento econômico recente, apresentando um setor industrial robusto, que cresceu a uma elevada taxa anual de 6,8% na primeira metade dessa década.

GRÁFICO 2. Taxas Anuais de Crescimento do Valor AdicionadoPolo de Bauru, 2002-2005

Fonte: FIBGE, FSEADE.

O crescimento do setor privado se deu a uma elevada taxa de 4,6% ao ano, entre 2002 e 2005, mesmo com a atividade agrícola apresentando perdas signifi cativas, em termos de produto. Nesse período, a atividade industrial, que representa cerca de 24% do produto total do polo, foi a grande responsável pelo crescimento da atividade econômica. Ele tem criado condições

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para compatibilizar a geração de oportunidades ocupacionais com crescimento populacional da região. A indústria tem se mostrado peça chave na absorção da oferta de trabalho da região no período recente de crescimento econômico. A participação dos serviços nesse polo é relevante e apresentou crescimento signifi cativo, porém, não se pode deixar de perceber que a indústria ainda se mostra importante e contribuiu signifi cativamente para o crescimento do produto, permitindo com que esse polo fi casse em terceiro lugar em termos de desempenho dentre as regiões contempladas por esse estudo.

No que se refere aos fatores estruturais da dinâmica econômica da região, pode-se perceber que o contexto de crescimento e de recuperação econômica recente, fortalecendo o setor industrial e proporcionando um robusto crescimento anual, reitera a conformação da estrutura econômica, cujos pilares mestres ainda são a indústria e o setor de serviços. No entanto, deve-se salientar que o crescimento industrial é de suma importância como fonte geradora de postos de trabalho e que se mostra como o carro-chefe entre os fatores que permitem alterações signifi cativas sobre o mercado de trabalho da região.

Esse movimento apresenta diferenças importantes quando se analisa a composição do valor adicionado e da população segundo municípios do polo de Bauru, que permite avaliar tanto a contribuição de cada um deles para o produto da região, como as possíveis disparidades das dimensões da atividade econômica e da população na região (Gráfi co 3).

GRÁFICO 3. Composição do Valor Adicionado e da população segundo municípiosPolo de Bauru, 2005

Fonte: FSEADE.

O gráfi co 3 explicita a dinâmica existente entre população e produto. Municípios como Lençóis Paulista, Macatuba e Pederneiras encontram-se em posições favoráveis, no que se refere à participação do produto na estrutura da população. A conclusão a que se pode chegar é que esses municípios aparecem em uma situação mais vantajosa, pois seu produto é relativamente

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superior ao contingente populacional, o que não implica, necessariamente, que haverá uma melhor distribuição dos recursos. Ademais, deve-se ter em mente que o crescimento do produto, e a ampliação da relação produto-população são importantes, pois implicam no crescimento do número de postos de trabalho, principalmente pela via da indústria que se mostrou muito forte no polo de Bauru.

O fato relevante que se pode destacar é que o município de Bauru, sozinho, representa mais da metade de todo o valor adicionado da região, o que indica que possivelmente esse município continue sendo o motor que impulsiona o crescimento do produto da região. Bauru, sendo o principal centro econômico e maior município do Oeste Paulista, fomenta o crescimento regional e possui um forte setor de serviços, porém, o setor industrial, que ainda se mostra importante na composição do produto do polo, possui algumas empresas líderes nacionais em atividades como alimentos e bebidas e atividades gráfi cas, apresentando ligação com o comércio internacional.

Quanto aos demais municípios, se percebe que, no que tange à relação população-produto, ainda encontram-se em situação menos favorável. Como mencionado anteriormente, o produto da região cresceu anualmente, durante a primeira metade desta década, 4,2%, o que faz com que se suponha que o crescimento econômico continua sendo condição indispensável para que esses municípios consigam absorver adequadamente a oferta de trabalho e viabilizar melhores remunerações para seus trabalhadores.

Tanto o crescimento da população em idade ativa quanto o da população economicamente ativa, ao longo dos anos 2000, aparecem como indicadores de que a região continuará a demandar um aumento razoável da atividade econômica para permitir tanto uma absorção adequada da oferta de trabalho como para viabilizar uma elevação das remunerações em seu mercado de trabalho.

O resultado da compilação dos dados do Censo Demográfi co de 2000, no que tange a estrutura do mercado de trabalho, neste polo, mostra que, juntos, os municípios de Bauru e Lençóis Paulista representam pouco menos de 70% da PIA e da PEA. Vale destacar a elevada participação do município de Bauru, que responde por mais da metade do total.

Quando ao desemprego, nota-se que Bauru, com elevada participação do total da população economicamente ativa, apresenta um indicador de desemprego pouco acima da média do polo (Tabela 2).

Apesar da sua baixa taxa de crescimento populacional, Agudos reponde pela maior taxa de desemprego da região (19,6%), indicando que o município ainda sofre grandes difi culdades em absorver a oferta de mão-de-obra. Ademais, deve-se destacar que Bauru e Lençóis Paulista, com elevadas taxas de crescimento populacionais, ainda não conseguem absorver um contingente signifi cativo de trabalhadores, apresentando taxas de desemprego acima da média do polo, o que implica afi rmar, mais uma vez, que o crescimento econômico se faz necessário para que haja uma melhora nessa situação.

A recuperação do nível de atividade pode se traduzir em geração de novos postos de trabalho, mas pode também não atenuar os problemas de renda e mesmo aqueles do mercado de trabalho, observados nos municípios com maior participação da PEA. Esta constatação reitera a importância de se pensar em ações de fomento à atividade econômica e à geração de empregos em uma perspectiva regional, que contemple a espacialidade da distribuição populacional.

A questão migratória é importante para se observar o movimento conjunto da economia e do mercado de trabalho, em especial, quando se observam condições econômicas favoráveis e se estas serão capazes de favorecer uma maior absorção da população pelo mercado de trabalho e se este será capaz de garantir melhores remunerações (Tabela 3).

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POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE BAURU

Fonte: FIBGE, Censo Demográfi co 2000.

TABELA 2. Participação dos municípios, segundo indicadores de mercado de trabalho e taxas de desempregoPolo de Bauru, 2000

PIA PEA Taxa de Desemprego

Polo de Bauru 100,0 100,0 14,9

Agudos 5,8 5,8 19,6

Arealva 1,3 1,3 9,6

Avaí 0,8 0,7 8,9

Balbinos 0,3 0,2 18,4

Bauru 58,5 59,7 15,0

Borebi 0,3 0,3 11,0

Cabrália Paulista 0,8 0,8 9,2

Duartina 2,4 2,3 10,9

Iacanga 1,6 1,6 12,8

Lençóis Paulista 10,1 10,1 16,0

Lucianópolis 0,4 0,4 4,2

Macatuba 2,9 2,7 15,8

Paulistânia 0,3 0,3 3,5

Pederneiras 6,6 6,5 15,0

Pirajuí 3,5 3,1 16,3

Piratininga 2 1,9 12,0

Presidente Alves 0,8 0,7 7,4

Reginópolis 0,9 0,8 10,2

Ubirajara 0,7 0,7 8,0

TABELA 3. Participação da população por município e por condição de migraçãoPolo de Bauru, 2000

Natural Até 3 anos 4 a 9 anos 10 anos e mais Total

Polo de Bauru 51,8 2,3 4,0 41,9 100,0

Agudos 59,7 1,2 3,4 35,7 100,0

Arealva 59,6 1,3 2,4 36,6 100,0

Avaí 49,5 3,0 6,5 40,9 100,0

Balbinos 36,3 3,3 6,8 53,6 100,0

Bauru 48,0 2,6 4,3 45,2 100,0

Borebi 39,7 3,5 4,9 51,9 100,0

Cabrália Paulista 44,8 1,4 3,2 50,6 100,0

Duartina 54,7 1,8 2,9 40,6 100,0

Iacanga 55,4 2,3 2,7 39,6 100,0

Lençóis Paulista 56,5 2,0 3,3 38,3 100,0

Lucianópolis 53,9 0,7 2,7 42,7 100,0

Macatuba 56,3 1,5 6,0 36,2 100,0

Paulistânia 53,9 9,3 4,4 32,4 100,0

Pederneiras 60,1 2,1 3,3 34,5 100,0

Pirajuí 64,5 1,8 3,4 30,3 100,0

Piratininga 54,4 1,9 3,0 40,7 100,0

Presidente Alves 44,2 2,6 5,3 47,9 100,0

Reginópolis 55,6 3,2 2,5 38,7 100,0

Ubirajara 60,0 0,7 3,8 35,5 100,0

Fonte: FIBGE, Censo Demográfi co 2000.

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POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE BAURU

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O Censo demográfi co de 2000 é capaz de mostrar como o polo de Bauru é composto por uma população predominantemente natural ou que reside em seus municípios há mais de 10 anos, indicando assim que a região não se mostra um espaço relevante para a imigração de mão-de-obra. A continuidade do crescimento econômico poderá se traduzir num incremento da sua população, podendo tornar a região atrativa em termos migração para seu mercado de trabalho. A população que reside na região há menos de 10 anos apresenta dimensão restrita. Os municípios que mais se afastam dessa situação são: Paulistânea e Balbinos, que apresentam cerca de 13% e 10%, respectivamente, de pessoas nessa condição.

A condição do crescimento econômico atual aponta para uma tendência de alteração da confi guração do mercado de trabalho, tanto pelo lado da criação de novos postos de trabalho como por possíveis modifi cações na estrutura das remunerações. Quanto às remunerações, devem-se fazer algumas considerações e apresentar os resultados que podem ser extraídos da compilação dos dados do Censo demográfi co de 2000. Uma das principais questões que aparece diz respeito à possibilidade de alteração do quadro observado no início da década atual, promovida pela dinamização da economia, sob a ótica do crescimento recente do produto.

O foco, nesse sentido, é a diferenciação dos municípios, no que concerne aos estratos de renda, por meio de alguns indicadores capazes de identifi car características importantes para se entender a estrutura de renda, na década passada.

A taxa de formalização representa a proporção dos ocupados que contribuem para a previdência social no total dos ocupados. De maneira geral o que se pode perceber é que cerca de 66% dos trabalhadores da região estavam inseridos no mercado de trabalho formal. Esse dado indica que uma parcela signifi cativa da população ocupada ainda se encontrava inserida de forma precária, isto é, informalmente no mercado de trabalho (Tabela 4).

TABELA 4. Taxa de Formalização segundo Municípios e Intervalos decílicos de Renda DomiciliarPolo de Bauru, 2000

1º. 2º. 3º. 4º. 5º. 6º. 7º. 8º. 9º. 10º. Total

Polo de Bauru 46,5 59,1 59,6 63,1 64,6 67,7 70,3 72,5 75,1 77,0 66,7

Agudos 59,5 62,0 65,0 71,4 70,5 64,1 70,3 75,4 75,6 73,0 68,2

Arealva 47,0 48,4 38,1 49,4 38,3 57,0 48,7 53,8 53,1 70,0 48,6

Avaí 61,4 55,3 45,1 51,5 60,4 87,6 56,5 43,5 82,6 57,0 57,6

Balbinos 55,9 74,7 57,3 53,1 51,3 45,9 41,0 91,7 33,3 100,0 57,4

Bauru 37,3 55,5 57,9 62,6 63,7 67,8 70,1 73,0 74,3 77,0 67,0

Borebi 48,4 63,8 53,4 39,6 37,3 54,4 74,6 79,6 - 100,0 52,7

Cabrália Paulista 62,0 71,7 55,6 66,2 74,1 73,7 76,8 75,5 100 75,0 68,0

Duartina 50,9 51,3 52,6 57,0 64,8 63,9 61,4 71,6 72,4 78,0 59,6

Iacanga 53,4 48,2 48,9 45,8 54,9 60,0 53,4 63,4 62,9 60,0 54,1

Lençóis Paulista 53,9 67,3 73,5 71,5 67,3 71,8 75,3 75,8 79,8 84,0 73,0

Lucianópolis 50,6 58,9 42,1 59,6 47,6 31,9 56,6 35,4 100,0 - 50,7

Macatuba 58,9 72,1 64,7 79,2 69,5 71,1 71,7 79,1 71,1 82,0 71,4

Paulistânia 71,2 49,6 61,3 70,8 57,4 59,0 73,5 53,9 75,4 85,0 64,3

Pederneiras 63,7 68,8 64,5 60,8 73,1 68,7 69,4 71,4 80,9 78,0 69,2

Pirajuí 42,9 59,6 63,6 50,5 67,4 84,6 80,8 78,1 80,1 82,0 67,1

Piratininga 44,5 57,8 64,2 66,3 61,6 63,6 65,6 60,0 84,1 63,0 63,4

Presidente Alves 66,1 76,6 64,6 54,4 70,8 44 75,6 71,2 54,5 54,0 63,3

Reginópolis 44,3 54,9 57,5 50,3 59,6 60,3 75,0 53,1 66,4 61,0 57,4

Ubirajara 39,7 50,4 36,1 61,2 44,9 51,2 67,4 30,1 58,5 57,0 46,8

Fonte: Censo Demográfi co 2000, FIBGE.

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Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.416

POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE BAURU

Ubirajara e Arealva são municípios cuja atividade informal de trabalho mostrava-se muito elevada, mais da metade dos ocupados dessas localidades, não possuíam carteira de trabalho assinada, no início da atual década. Já os municípios que apresentaram as maiores taxas de formalização foram os municípios de Lençóis Paulista, Macatuba e Pederneiras, cujas taxas foram próximas de 73%, 71% e 69%, respectivamente. O que se pode destacar é que a recuperação da atividade econômica, principalmente do setor industrial, pode ser importante tanto para manter uma alta taxa de formalização quanto para melhorar a situação dos mercados de trabalho, que ainda se mostram fortemente ligados à informalidade.

O setor industrial é um dos principais responsáveis pela geração de postos de trabalho formais, seja pela necessidade de formalização das empresas para obtenção de crédito, movimento atual e crescente na economia brasileira, seja pela própria efi cácia de fi scalização da atividade industrial, que se mostra mais efi ciente que na atividade dos serviços.

Os indicadores referentes ao mercado de trabalho, quando analisados por classes de rendimento, representadas por intervalos decílicos, podem ser de suma importância para se identifi car características próprias de cada segmento de renda. A tabela 5 indica uma tendência geral de que quanto maior o estrato de renda menor é a proporção dos ocupados que se encontram no mercado informal de trabalho.

Pode-se observar que os estratos inferiores apresentam baixas taxas de formalização o que indica que municípios como Bauru e Ubirajara apresentavam mais de 60% dos ocupados mais pobres como trabalhadores informais. Isso mostra que ocupações de baixa remuneração eram e são partes integrantes do setor informal da economia, quadro esse que pode se alterar, sob o advento recente da recuperação econômica, se esta puder ser sustentada ao longo do tempo.

Fazem-se necessárias algumas considerações sobre a confi guração do desemprego, no início da década atual, quanto às classes de renda. Como apresentado anteriormente, o polo de Bauru apresentou elevadas taxas de desemprego, no entanto, a questão relevante que deve ser explicitada, refere-se às diferenças entre os estratos de renda.

Nota-se uma tendência inexorável de que quanto menor a remuneração maior é a taxa de desemprego. Isso indica que o mercado de trabalho apresentava-se, em 2000, com problemas estruturais, pois a população com maiores difi culdades, em termos de remuneração, é aquela que mais sofre com a situação de elevado desemprego.

Os primeiros e segundos intervalos decílicos, em média, apresentaram taxas de desemprego próximas a 30%, com alguns casos podendo chegar a mais de 40%, situação muito grave, principalmente por que essas pessoas representam os 20% mais pobres da população. Já os 10% mais ricos da estrutura do mercado de trabalho deparam-se com uma taxa muito mais baixa de desemprego, inferiores a 10%, com exceção do município de Macatuba, onde os 10% mais ricos sofrem igualmente com uma elevada taxa de desemprego, acima de 20%.

Outro indicador que se deve observar é a taxa de assalariamento, que representa a participação dos trabalhadores empregados sobre o total dos ocupados. Pode-se perceber que, com exceção de Arealva, os outros municípios que compõem o polo de Bauru possuem mais de 60% dos seus ocupados sob a forma de remuneração assalariada (Tabela 6).

A lógica geral refere-se há tendência de que as posições de menor remuneração, 1° e 2° intervalos decílicos, apresentem formas diferentes da condição de assalariamento, isto é, não são empregados assalariados, aparecem, em sua grande maioria, como trabalhadores domésticos, autônomos ou não remunerados que trabalham mais de 15 horas semanais, isto é, os 20% mais pobres da população não se inserem, em grande medida, em ocupações vinculadas ao recebimento de salários.

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POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE BAURU

Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4

TABELA 5. Taxa de Desemprego segundo Municípios e Decis de Renda DomiciliarPolo de Bauru, 2000

1º. 2º. 3º. 4º. 5º. 6º. 7º. 8º. 9º. 10º. Total

Polo de Bauru 34,4 23,1 19,2 15,3 14,2 12,9 11,1 9,7 8,2 5,8 14,9

Agudos 34,4 26,8 23,4 18,3 16,3 12,3 6,9 10 10,8 2,6 19,6

Arealva 47,2 10,4 6,2 9,8 7,4 9,5 3,5 6,4 4,2 2,4 9,6

Avaí 29,1 11,1 5,8 5,5 5,5 5,2 6,6 4,0 4,9 10,3 8,9

Balbinos 22,6 23,7 34,3 13,7 25,2 - 23,1 - - - 18,4

Bauru 19,7 26,5 20,9 16,2 15,4 14,1 12,1 10,6 8,6 5,9 15,0

Borebi 36,7 14,8 12,2 4,7 10,8 1,2 12,3 8,9 - - 11,0

Cabrália Paulista 10,7 9,2 7,4 6,7 7,6 6,6 8,8 7,0 - - 9,2

Duartina 18,8 14,5 8,4 13,5 5,8 10,9 4,0 2,4 8,4 3,8 10,9

Iacanga 25,6 19,4 18,3 7,8 11,2 12,2 6,7 6,5 5,2 7,0 12,8

Lençóis Paulista 29,1 31,4 23,0 18,1 14,4 12,3 12,3 9,2 6,8 2,6 16,0

Lucianópolis 40,0 5,7 6,1 - - - - - - - 4,2

Macatuba 9,1 18,0 19,8 11,9 22 15,5 5,8 8,0 8,9 23,0 15,8

Paulistânia 27,4 - - 7 - 3,5 10,9 - - - 3,5

Pederneiras 11,3 17,3 21,7 13,2 11,2 10,3 10,9 6,5 9,2 7,2 15

Pirajuí 31,6 21,1 15,7 23,1 12,3 15,5 10 8,9 2,9 1,9 16,3

Piratininga 31,7 12,9 14,4 11,4 11,7 7,8 8,9 12,2 5,2 11,4 12,0

Presidente Alves 25,4 11,6 7,6 1,5 5,1 - 6,3 - 15,5 4,6 7,4

Reginópolis 22,1 14,5 17,2 12 5,1 2 2,9 - 6,6 7,6 10,2

Ubirajara 13,0 8,8 6,2 10,4 10,1 2,2 15,2 - - - 8,0

Fonte: Censo Demográfi co 2000, IBGE.

Fonte: Censo Demográfi co 2000, IBGE.

TABELA 6. Taxa de Assalariamento segundo Municípios e Decis de Renda Domiciliar Polo de Bauru, 2000

1º. 2º. 3º. 4º. 5º. 6º. 7º. 8º. 9º. 10º. Total

Polo de Bauru 56,4 67,1 64,3 68,5 69,7 70 70,2 69,9 65,4 55,3 66,1

Agudos 67,4 73,6 66,3 67,5 71,6 63,8 75,8 78,4 65,9 54,1 69,1

Arealva 56,7 65,9 53,8 58,7 59,2 66,1 47,6 50,3 56,2 75,6 59,0

Avaí 61,4 71,6 65,4 68 68,6 87,3 70,8 48,7 72,9 75 70,8

Balbinos 66,3 100 100 79 65,4 67 48,4 100 66,7 73,2 76,2

Bauru 42,7 60,6 58,6 65,8 67,8 69,1 68,7 70,7 65,6 55,9 64,0

Borebi 64,1 75,4 92,4 67,1 56 66,3 78,8 79,6 - - 72,6

Cabrália Paulista 76 87,5 77,6 78,9 88,4 70,6 69,4 60,9 60,5 21,9 76,6

Duartina 72,8 65,3 64 70,2 71,5 62,6 60 57,6 42,3 48,3 63,6

Iacanga 67,6 73,2 59,8 69,3 74,9 73,4 70,5 55,5 39,2 49,1 65,1

Lençóis Paulista 54,4 75,9 73,9 77,6 68 74,6 73,4 73,8 71,9 53,6 71,4

Lucianópolis 71,4 90,5 61,2 100 77,7 59,8 93,6 54,7 56,3 - 75,3

Macatuba 75,7 82,1 73,6 81,7 87,8 78,1 74,1 79,1 65,6 56,6 77,4

Paulistânia 67,7 52,1 73 52,8 65,2 69,9 78,8 62,6 62,6 54,3 63,8

Pederneiras 61,4 72,6 71,6 67,9 78,9 70,5 72,9 63,4 70,0 50,8 69,4

Pirajuí 59,3 67,4 68,9 66,2 74,4 86,8 81 68,5 61,0 52,9 68,9

Piratininga 61,6 61,6 60,9 69,4 57,7 66,7 65,6 61,7 64,5 45,3 61,5

Presidente Alves 78,6 84 75,9 68,6 82,4 76,1 74,2 63,1 53,1 57,1 73,9

Reginópolis 69,3 70,4 70,5 63,7 76,4 65,7 83,4 56,1 38,6 54,6 67,0

Ubirajara 65,3 62,8 65,6 69,3 63 52,5 76,9 38 53,9 56,5 62,2

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Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.418

POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE BAURU

Diferenças entre classes de rendimentos também podem ser observadas, tanto no âmbito do mercado de trabalho, quanto no que se refere à questão das condições de vida da população, mais precisamente, o acesso a bens públicos como no caso do tratamento geral de esgoto (Tabela 7).

TABELA 7. Porcentagem de Domicílios com Rede Geral de Esgotamento SanitárioPolo de Bauru, 2000

1º. 2º. 3º. 4º. 5º. 6º. 7º. 8º. 9º. 10º. Total

Polo de Bauru 83 86,8 88,5 92,2 94,1 95,9 97,3 97,5 97,2 93,8 92,7

Agudos 81,1 89,7 91,5 86,1 96,4 96,4 97,0 96,8 92,8 92,0 91,0

Arealva 41,8 60,4 63,2 84,2 61,6 81 73,7 84,2 66,6 82,6 66,1

Avaí 57,9 58,8 54,9 60,9 66 80,5 75,9 53,3 92 69,9 62,2

Balbinos 79,3 63,4 89 91,5 91,4 61,8 96,9 100,0 68,1 100,0 80,9

Bauru 90,3 93,6 94,6 96,8 97,2 97,4 98,6 98,9 98,9 97,6 96,6

Borebi 77,6 57,4 87,7 78,8 100,0 86,8 86,2 100,0 100,0 100,0 80,2

Cabrália Paulista 82,1 92,1 84 86,4 81,6 83,6 93,6 100,0 100,0 100,0 86,8

Duartina 75,1 84,3 86,7 84,5 88 86,5 86,7 89,9 89,9 97,7 84,7

Iacanga 74,7 66,2 79,1 81,8 78,9 93,4 96,5 94,1 92,8 85,8 81,2

Lençóis Paulista 91,3 86,6 89,4 92 94,4 98,7 98,3 98,9 92,9 95,0 93,9

Lucianópolis 81 67,2 86,3 76,4 72,7 59,8 100,0 100,0 100,0 100,0 77,9

Macatuba 81,2 92,9 90,9 96,9 100,0 96,4 97,6 95,9 92,6 100,0 94,2

Paulistânia 13,5 31,3 32,5 41,4 40,8 79,2 88,4 62,1 87,9 100,0 47,4

Pederneiras 90,7 59,2 85,4 93,9 94,5 91,8 97,3 97,1 98,8 100,0 92,6

Pirajuí 65,3 72,7 75,1 90,8 91,4 97,3 87,8 95,8 97,4 100 82,9

Piratininga 56,7 62,1 65,6 85,1 71,3 88 93,3 82,3 89,3 87,7 77,5

Presidente Alves 67,8 82,1 77,7 77,8 85,0 76,3 98,0 81,2 82,3 68,7 78,8

Reginópolis 64,5 51,5 77,0 69,0 72,5 90,6 94,2 87,0 92,4 91,4 75,0

Ubirajara 61,7 75,7 58,9 70,1 79,5 70,0 57,6 100,0 76,4 83,7 69,8

Fonte: Censo Demográfi co 2000, IBGE. Os dados do Censo de 2000 pressupõe que esta questão é importante para se entender as

nítidas e presentes divergências e diferenças entre as diversas classes de renda. O que se pode perceber é que a população mais pobre ainda sofre com a falta de acesso aos bens necessários para que se tenha uma melhor qualidade de vida.

No caso do acesso ao esgotamento geral, a parcela dos 10% mais pobres da população ainda se encontra em condições desfavoráveis. Isto se torna mais evidente quando são comparados os 10% mais pobres com os 10% mais ricos. Os mais pobres do polo de Bauru possuem cerca de 83% de pessoas com acesso ao esgotamento geral, enquanto que para os mais ricos esse valor sobe para, aproximadamente, 97%, indicando assim, a forte disparidade entre classes de renda.

Os municípios que aparecem em melhores condições de acesso a esse bem são Bauru, Macatuba e Lençóis Paulista, que em média chegam a atingir mais de 93% de pessoas atendidas. Porém as disparidades de renda não desaparecem em diversos municípios, pois a população mais pobre continua tendo participação insufi ciente, no acesso a um sistema geral de coleta de esgoto.

Ademais se deve salientar que muitos municípios como: Paulistânea, Avaí e Arealva apresentaram condições precárias de acesso à rede geral de esgoto, o que implica em afi rmar que é necessária uma ação coordenada e planejada do Estado e das prefeituras, para que essa população possa ter acesso a um conjunto de bens, em especial as redes gerais de esgoto, cuja importância para a melhoria da qualidade e das condições de vida é fundamental.

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POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE BAURU

Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4

Mostra-se de suma importância à análise da confi guração da estrutura das classes de renda a identifi cação da forma como aparecem as diferenças entre os municípios que constituem o polo de Bauru. No entanto, a recente recuperação da economia brasileira certamente pode proporcionar signifi cativas mudanças em todo o mercado de trabalho, basicamente sob três aspectos: crescimento da PEA, crescimento do número de ocupados e principalmente o incremento do emprego formal. Esses aspectos devem ser ressaltados e analisados, a partir das alterações que ocorreram sobre o mercado de trabalho da região, ao longo da atual década.

Em 2000, a taxa de emprego formal no polo de Bauru correspondia a 46,6%, o que signifi ca que, pouco mais da metade da população da região encontrava-se fora do mercado de trabalho assalariado formal (Tabela 8).

TABELA 8. Taxa de crescimento do emprego formal, número de estabelecimentos e tamanho médio do estabelecimentoPolo de Bauru, 2000 – 2005

Emprego Formal

Taxa de emprego formal (1)

2000 2005Taxa anual de crescimento

Número de estabelecimentos

2005

Tamanho médio do

estabelecimento 2005

Polo de Bauru 46,6 102.975 127.469 4,4 12.282 10

Agudos 41,7 5.008 5.892 3,3 550 11

Arealva 27,2 793 1.026 5,3 244 4

Avaí 28,7 504 539 1,4 102 5

Balbinos 48,4 238 317 5,9 42 8

Bauru 47,9 63.029 79.653 4,8 6.905 12

Borebi 40,5 311 424 6,4 41 10

Cabrália Paulista 39,6 748 818 1,8 113 7

Duartina 32,2 1.668 1.978 3,5 345 6

Iacanga 34,3 1.205 1.745 7,7 222 8

Lençóis Paulista 55,1 12.093 15.765 5,4 1.274 12

Lucianópolis 28,3 251 452 12,5 73 6

Macatuba 58,8 3.468 2.810 -4,1 297 9

Paulistânia 20,2 177 214 3,9 38 6

Pederneiras 50,6 7.164 9.578 6,0 925 10

Pirajuí 31,6 2.418 2.526 0,9 486 5

Piratininga 52,6 2.304 1.250 -11,5 282 4

Presidente Alves 31,4 551 1.248 17,8 91 14

Reginópolis 31,6 597 596 0 130 5

Ubirajara 26,7 448 638 7,3 122 5

Fonte: Censo Demográfi co

2000, IBGE e Relação Anual

de Informações Sociais 2000 e

2005.

O indicador de taxa de emprego formal refere-se aos dados obtidos na RAIS sobre o total da população que pode ser encontrada no Censo. Apenas os municípios de Lençóis Paulista, Macatuba Pederneiras e Piratininga apresentavam mais da metade da sua população residente trabalhando formalmente no município.

A relação Anual de Informações Sociais (RAIS) permite mostrar a evolução do emprego formal, entre os anos de 2000 e 2005, segundo município. Esse movimento dá a idéia de como o crescimento econômico é capaz de dinamizar a economia e por conseqüência o mercado de trabalho.

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Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.420

POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE BAURU

Em média, no polo de Bauru o número de empregos formais cresceu 4,4% a.a., entre 2000 e 2005, merecendo destaque as cidades de Lucianópolis e Presidente Alves, que apesar de representar uma pequena parcela dos trabalhadores formais do polo cresceram, em número de empregos formais, a taxas signifi cativas e superiores a 12% a.a. Apesar dos Municípios de Piratininga e Macatuba apresentarem elevadas taxas de emprego formal, perceberam diminuições signifi cativas no emprego formal, indicando a difi culdade desses municípios em termos de mercado de trabalho.

No que se refere à dimensão das empresas que compõem os seus mercados de trabalho, os municípios que possuem empresas cujos tamanhos médios, em número de funcionários, encontram-se acima da média da região foram, em 2005, aqueles que são os mais representativos economicamente e em termos de população, para o polo, quais sejam: Bauru e Lençóis Paulista.

A questão relevante que deve ser levantada diz respeito ao fato de que o emprego formal tem crescido consideravelmente, apesar da maioria dos municípios conviverem com taxas de desemprego respeitáveis e taxas de emprego formal muito aquém do desejável. O incremento do número de empregos formais, ao longo da presente década, revela algumas dinâmicas importantes: uma caracterizada pelo incremento da população economicamente ativa; outra determinada pelo aumento da ocupação em geral; e, por fi m, a dinâmica de crescimento do emprego formal. Estas questões parecem não apresentar especifi cidades espaciais, pelo contrário, nota-se que há a possibilidade de se ter um elevado crescimento do emprego formal pari passu a uma alta taxa de desemprego, observada na maioria dos municípios da região.

O mercado de trabalho do polo de Bauru possui uma confi guração complexa em termos de ocupação e desemprego, que se refl ete nas informações obtidas sobre a renda. Há disparidades entre os municípios, mas o que mais chama a atenção é o fato de que todos os municípios com exceção de Bauru, apresentaram rendas médias abaixo da média do polo como um todo, de acordo com o Censo Demográfi co, em 2000 (Gráfi co 4).

GRÁFICO 4. Rendimento médioPolo de Bauru, 2000

Fonte: Censo Demográfi co 2000, IBGE.

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POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE BAURU

Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4

A Renda média do polo (R$ 707,00) encontra-se muito abaixo da observada na RM de São Paulo, cujo valor estava em torno de R$ 1.028,00, em valores correntes. Vale destacar que na maioria dos municípios da região de Sorocaba, o rendimento era bem menor que a metade da média da RMSP, o que mostra que há difi culdades a serem enfrentadas pelo mercado de trabalho, mesmo com a sua recente recuperação.

Os municípios em situações menos favoráveis eram Lucianópolis, Borebi, Cabrália Paulista e Ubirajara, cujos rendimentos não alcançaram 400 reais, em valores correntes de 2000. Já o município de Bauru, fonte do maior número de trabalhadores e de pessoas é aquele que melhor aparece em termos de salário médio, R$ 832,00, apesar de fi car muito abaixo do salário médio da RMSP.

Outra questão relevante para se entender a dinâmica da renda no interior do mercado de trabalho da região é a distinção entre salários e rendimentos médios, que apresentam divergências intermunicipais. Os rendimentos dizem respeito ao rendimento médio revelados pelo Censo Demográfi co e abarca o total da ocupação residente em cada município, já os salários referem-se aos ganhos do trabalho formal, no ambiente de trabalho.

O que se pode notar é a forte heterogeneidade entre os municípios do polo de Bauru, pois alguns apresentavam uma relação entre salário médio e rendimento médio, superior a 100%, o que signifi ca que os ganhos do trabalho formal mostraram-se superiores aos ganhos médios do total da ocupação, no início da década. Em suma, os dados ressaltam uma confi guração heterogênea da estrutura de renda no interior do polo, além de identifi car o papel diferenciado da dinâmica do mercado formal de trabalho para a composição da renda dos municípios (Tabela 9).

TABELA 9. Indicadores de Rendimento Médio, Salário Médio, Massa Total de rendimentos e Massa Total de SaláriosPolo de Bauru, 2000 – 2005

2000 Crescimento anual do Salário Médio Real

2000-2005

2000 Crescimento anual da massa Real de Salários

2000-2005

Massa Total de

Rendimentos

Massa Total de Salários

Massa Total de Salários/

Massa Total de

Rendimentos

Rendimento Médio

Salário Médio

Salário Médio/

Rendimento Médio

Polo de Bauru 707 499 70,6 4,7 156.340.324 69.017.127 44,1 3Agudos 555 419 75,4 8,8 6.670.545 3.973.794 59,62 -1,1Arealva 509 605 119 -8,6 1.486.280 317.510 21,4 4,6Avaí 403 391 96,9 1,3 708.877 197.424 27,9 2,6Balbinos 440 463 105,2 -4,8 216.480 99.358 45,9 2,9Bauru 832 394 47,4 11,6 109.431.296 45.983.842 42 3,4Borebi 345 538 155,8 -3,2 264.615 163.040 61,6 3,5Cabrália Paulista 368 429 116,6 -1,7 694.784 279.824 40,3 2,9Duartina 427 404 94,6 0 2.211.433 671.088 30,3 3,6Iacanga 448 395 88,1 0 1.572.480 524.399 33,4 5,5Lençóis Paulista 617 493 80 3,8 13.541.916 7.553.718 55,8 4,4Lucianópolis 296 543 183,5 -6,4 262.552 107.932 41,1 10,3Macatuba 495 471 95,1 4,5 2.918.025 2.044.124 70,1 -4,3Paulistânia 403 410 101,7 -0,9 352.625 76.736 21,8 1,8Pederneiras 521 348 66,7 9,4 7.369.545 4.430.841 60,1 3,3Pirajuí 473 440 93 0,7 3.600.00 1.143.483 31,8 0,2Piratininga 617 535 86,8 -5,4 2.704.928 761.460 28,2 -7,8Presidente Alves 404 405 100,2 0,4 708.828 260.021 36,6 14,7Reginópolis 498 516 103,5 -2,5 940.722 268.057 28,5 0,2Ubirajara 352 409 116,3 -2,6 590.656 153.941 26,1 8,2

Fonte: Censo Demográfi co 2000, IBGE e Relação Anual de Informações Sociais 2000 e 2005.

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POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE BAURU

Os municípios, exemplos, mais expressivos dessa dinâmica foram: Lucianópolis e Borebi, cuja relação entre salário médio e rendimento médio foi superior a 150%. Nesse sentido, o setor formal pode contribuir positivamente para o comportamento do rendimento médio, na medida em que o emprego gerado abarque a população residente do próprio município.

Por outro lado, nos municípios de Bauru e Lençóis Paulista, aqueles que são os maiores responsáveis pela composição do produto e da população do polo, o setor formal contribuiu menos para a composição da renda, indicando que de forma geral o mercado de trabalho da região apresenta uma estrutura de remunerações complexa, em que os rendimentos médios mostram-se maiores que os salários médios. Esse fato indica que esses municípios sofrem menos infl uência do crescimento do emprego formal para a recuperação do mercado de trabalho como um todo.

Considerando-se apenas o segmento formal do mercado de trabalho, pode-se perceber que este apresentou, em média, uma tendência desfavorável à evolução do salário médio real. Os municípios que mais perderam em termos reais de salários foram: Arealva, Lucianópolis e Piratininga.

Há uma tendência geral de aproximação dos salários médios, aqueles obtidos a partir do trabalho formal, aos rendimentos médios, aqueles obtidos sob qualquer forma de trabalho, pois se verifi cou que, ao longo do período, os municípios que apresentaram relações elevadas entre salários e rendimentos sofreram perdas signifi cativas reais de salário médio.

Esse movimento traduz os problemas a serem enfrentados quanto à estrutura de remunerações, principalmente do emprego formal, que apesar de ter crescido signifi cativamente durante todo o período, sentiu uma forte pressão de contração dos ganhos de salário real. Em síntese pode-se afi rmar que o crescente incremento do número de trabalhadores formais, não necessariamente implica, numa reestruturação do mercado de trabalho, isto é, não se pode afi rmar que a recuperação recente da economia promova alterações estruturais signifi cativas nesse mercado.

A dinâmica geral e mais importante que deve ser apreendida, no que concerne à estrutura e à confi guração da renda no âmago do mercado de trabalho do polo de Sorocaba, entre 2000 e 2005, é um duplo movimento: por um lado observa-se uma queda no salário real médio e por outro há um considerável incremento na massa real de salários. Esse duplo movimento, que está na base da dinâmica da renda, desse período, revela que o crescimento do emprego formal, e não o aumento dos salários foi o determinante do incremento da massa de salários, na composição da renda da região.

Em síntese, pode-se perceber que se houver uma elevação nos níveis de rendimentos e/o de salários e ao se somar ao crescimento nos níveis de emprego formal, poderá haver uma ampliação signifi cativa da massa total de rendimentos/salários.

Após a exploração das dimensões gerais do mercado de trabalho, algumas considerações devem ser feitas a respeito da dinâmica do mercado de trabalho regional, sob a ótica da estrutura setorial da atividade econômica.

De maneira geral, como já mencionado anteriormente, o polo de Bauru, no que tange a estrutura setorial de emprego, apresenta um volume signifi cativo de trabalhadores no setor industrial, o que representa 21,1% do mercado formal de trabalho da região. O setor de Serviços (inclusive comércio) também tem um papel importantíssimo, pois é responsável por mais de 60% do total do emprego (Tabela 10).

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Deve-se destacar que é de suma importância a observação das diferenças entre os municípios, pois algumas características específi cas do mercado formal de trabalho regional revelam a possibilidade de se avaliar a relevância das dimensões da participação de cada setor de atividade, na composição da estrutura municipal do mercado de trabalho, indicando possíveis alvos de políticas públicas de emprego e de valorização do mercado de trabalho.

TABELA 10. Estrutura e crescimento anual do número de trabalhadores do mercado de trabalho formal, segundo municípios e setores de atividadePolo de Bauru, 2005

Indústria de

TransformaçãoServiços Ind. de

Util. PúblicaConstrução

CivilComércio Serviços

Administração Pública

Agropecuária Extração Vegetal

Total

Polo de Bauru 21,1 1,0 5,6 22,6 31,5 10,2 8,1 100,0

Agudos 29,5 2,9 0,2 23,4 15,5 17,2 11,2 100,0

Arealva 18,5 0,6 0,3 12,4 9,8 22,4 36,1 100,0

Avaí 4,5 0,4 - 4,3 2,6 35,4 52,9 100,0

Balbinos 36,6 0,3 0,3 1,3 1,3 39,4 20,8 100,0

Bauru 17 1,1 8,2 25,4 38,7 8,4 1,1 100,0

Borebi 11,1 - - 11,8 5,4 25,5 46,2 100,0

Cabrália Paulista 43,6 0,4 - 10,1 2,6 20,9 22,4 100,0

Duartina 32,3 0,7 0,7 22,3 14,6 17,7 11,7 100,0

Iacanga 32,5 0,2 - 11,2 6,5 16,1 33,5 100,0

Lençóis Paulista 31,5 0,6 2,0 17,9 19,4 8,1 20,5 100,0

Lucianópolis 12,8 0,2 0,4 2,4 5,1 22,1 56,9 100,0

Macatuba 36,2 0,3 0,8 11,7 19,7 15,8 15,6 100,0

Paulistânia 0,5 - - 1,4 0,5 47,2 50,5 100,0

Pederneiras 23,2 0,4 2 22,9 33,5 8,7 9,4 100,0

Pirajuí 14,6 1,4 0,6 20,7 25,3 12,2 25,2 100,0

Piratininga 9,7 0,4 0,9 14,5 18,2 15,6 40,8 100,0

Presidente Alves 64,6 0,5 - 3,2 2,9 16,7 12,2 100,0

Reginópolis 3,2 - 1,3 14,6 7,1 25,3 48,5 100,0

Ubirajara 6,6 0,8 - 7,1 9,6 21,2 54,9 100,0

Crescimento Anual 2000-2005

Polo de Bauru 3,9 0,6 6,3 7,6 3,3 4,5 0,8 4,3

Agudos 2 -4,2 - 13,9 -4,5 10,4 -0,6 3,3

Arealva 0,9 3,7 24,6 21,6 5,4 1,5 7 5,4

Avaí -27,6 -7,8 - -0,8 -23,4 9,2 9,6 1,4

Balbinos 2,8 - - 14,9 -7,8 7,5 10 5,9

Bauru 3,6 - - 6,3 4,3 3,9 -2 4,8

Borebi 5,5 - - 0,4 35,7 9,4 12,7 6,4

Cabrália Paulista 0,9 - - 20,3 -7,5 5 -2 1,8

Duartina 1,1 -1,4 1,5 7,7 9,5 5,9 -4,1 3,5

Iacanga 4,3 8,4 - 8,8 3,5 5,9 18,2 8,0

Lençóis Paulista - - - 9,4 7,7 5,3 3,9 5,4

Lucianópolis 14,1 - - -1,7 20,6 4,8 16,5 12,5

Macatuba -0,5 - - 19,7 5,7 6,6 -22 -4,1

Paulistânia -34 - - -39,8 -36,9 11,7 11,4 3,9

Pederneiras 9,6 -41,5 - 14,4 -0,4 3,4 9,8 6,0

Pirajuí -10,1 -1,6 - 5,8 8,6 -2,4 3,5 0,9

Piratininga 2,7 -3,6 61,5 7,3 -27,7 -1,8 -6,1 -11,5

Presidente Alves 37,7 - - 13,8 19,1 6,3 -4,8 17,8

Reginópolis -13,4 - - 12,6 9,2 2,0 -3,6 -0,1

Ubirajara 7,7 - - 5,8 6,3 8,0 7,6 7,3

Fonte: Relação Anual de

Informações Sociais 2000 e

2005.

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POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE BAURU

A dimensão não desprezível da participação da indústria de transformação e da construção civil, em alguns municípios do polo, que, segundo a RAIS, continua tendo seu nível de emprego crescendo durante o período analisado aponta para a questão do crescimento econômico como forma de incorporação de parte da população ao mercado de trabalho.

De modo geral, apesar do setor de serviços ainda apresentar relevância na estrutura do mercado de trabalho, este percebeu uma tendência de crescimento do nível de emprego formal, durante todo o período, inferior ao crescimento industrial. Porém, tal movimento foi compensado pelo setor comercial, que apresentou uma signifi cante taxa de crescimento de 7,6% a.a.

Em síntese, deve-se realçar que o polo de Bauru apresenta uma estrutura de emprego bastante diferenciada em seu interior. Isto é, os municípios guardam diferenças bastante signifi cativas entre si em termos de estrutura de emprego, não se podendo identifi car um padrão comum na região. Esta heterogeneidade de estruturas de emprego sustenta basicamente três tipos de dominância sobre a estrutura do mercado formal de trabalho: a do setor de Serviços (incluso administração públicas), a da Indústria de Transformação e a da agropecuária. Bauru, Presidente Alves e Lucianópolis, são respectivamente três exemplos dessa tipologia.

Segundo as informações da RAIS, vários municípios apresentaram, na primeira metade da década atual, taxas anuais de crescimento do emprego na Indústria de Transformação muito elevadas, pois quando observa o período como um todo se percebe que isso representa um incremento pesado do estoque de emprego formal encontrado no início do período. Mesmo alguns municípios apresentando taxas de crescimento negativas no setor industrial, é fundamental reconhecer que o polo de Bauru ainda preserva e reproduz um espaço para o emprego industrial que deve não somente ser analisado, como pressupõe o cuidado que qualquer estratégia de política pública orientada para a atividade econômica ou para o mercado de trabalho deva ter.

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Dinâmica Demográfi ca no Polo Regional de Bauru

O Polo de Bauru, localizada na porção centro-oeste do estado de São Paulo, composta por 19 municípios, teve sua ocupação diretamente relacionada ao processo de expansão da lavoura cafeeira para o Oeste Paulista. Tornou-se rota obrigatória em direção à fronteira agrícola, graças ao entroncamento ferroviário da Sorocabana e da Noroeste. Essa situação favorecida colaborou para o fl orescimento do comércio e das atividades de serviços, em função da produção cafeeira. Estas características se mantiveram com o decorrer dos anos.

Esse processo de expansão das atividades econômicas teve refl exo no processo de criação de municípios na região. Assim, dos dezenove municípios que compõem a Região de Bauru, quatro foram criados na segunda metade do século XIX e 15 foram criados ao longo do século XX (Figura 1). Dentre esses quinze municípios, 11 municípios surgiram na primeira metade do século XX e, dos quatro restantes, dois surgiram, ao longo da década de 1990 – momento em que o processo de desmembramento foi caracterizado pelo surgimento de pequenos municípios.

FIGURA 1. Desmembramentos de MunicípiosPolo de Bauru – 1865-2000

Fonte: Fundação Seade (1980);

Fundação IBGE; Siqueira (2003).

Nos anos 20, a Região fazia parte daquelas que apresentavam uma baixa proporção da População Economicamente Ativa (PEA) urbana no Estado, estando sua população, na quase totalidade, empregada na agricultura, especialmente, em função da cultura do café (SEADE, 1988). As cidades funcionavam como suporte às atividades agrícolas, através do comércio e

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dos transportes. As indústrias eram praticamente inexistentes, destacando-se apenas o ramo da construção civil. Alguns estudiosos afi rmam que o desenvolvimento industrial na região teve, desde a origem, “um caráter subordinado, com base na articulação agricultura-indústria” (Negri et ali, 1988). A crise da economia cafeeira nos anos 30 provocou um declínio na produção do café. Como conseqüência, parcela expressiva da população rural do polo de Bauru deslocou-se para os centros urbanos mais próximos ou para outras regiões do oeste, como Araçatuba, Marília, São José do Rio Preto e Presidente Prudente, que mantiveram seu dinamismo, diversifi cando sua produção e ocupando suas terras com algodão, produtos alimentícios e pecuária, além do café (Perillo, 1992).

Na Região de Bauru, esse processo de diferenciação agrícola foi difi cultado pela inexistência de uma infra-estrutura adequada. Apesar das condições adversas, foi preciso encontrar uma alternativa para a produção cafeeira. Passou-se a cultivar a cana-de-açúcar e a ocupar o território com a pecuária. No fi nal dos anos 50, a produção da Região permanecia baseada na agropecuária, sendo o café o principal produto acompanhado pelo milho e pela pecuária extensiva. A partir dos anos 60 ocorreu uma mudança signifi cativa na estrutura produtiva, com incentivo ao cultivo de cana-de-açúcar e à disseminação do gado nelore, em detrimento dos cafezais. A Região de Governo de Bauru, embora não se situe entre as regiões mais dinâmicas do Estado, tanto em relação à indústria quanto à agricultura, vem passando por um processo de dinamização de seus setores produtivos, principalmente agro-industrial.

Evolução da População

O estudo do Polo de Bauru reveste-se de grande importância, uma vez que as décadas de 70 e 80 apontaram mudanças signifi cativas na sua dinâmica populacional e econômica. Analisando-se o comportamento da população total verifi ca-se que, em termos absolutos, esta praticamente não apresentou alterações substanciais entre 1940/2007, evidenciando, porém, um acréscimo populacional de 30% na década 70/80; 27%, entre 1980 e 1991 e, aproximadamente, 17,5% entre 1991 e 2000 (Tabela 11).

TABELA 11. Evolução da População TotalPolo de Bauru e Estado de São Paulo, 1940/2007

Ano Polo de Bauru Estado de São PauloDist. Relativa Polo/

Est (%)Taxas Crescimento (%a.a.)

Polo de Bauru Estado de São Paulo

1940 267.718 7.180.316 3,73 -1,16 2,44

1950 238.263 9.134.423 2,61 1,02 3,46

1960 263.606 12.829.806 2,05 0,62 3,31

1970 280.460 17.771.948 1,58 2,66 3,49

1980 364.523 25.040.712 1,46 2,19 2,12

1991 462.667 31.436.273 1,47 1,80 1,82

2000 543.462 36.974.378 1,47 1,46 1,50

2007 601.332 41.029.414 1,47

Fonte: Fundação IBGE. Censos Demográfi cos de 1940 a 2000; FSEADE. Projeção populacional de 2007.

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Embora a participação do polo no total do Estado tenha diminuído de 3,73%, em 1940, para 1,47%, em 1991, isto não indica um arrefecimento do crescimento regional, mas sim um crescimento bastante inferior ao Estado no mesmo período.

As taxas de crescimento populacional permitem cotejar, para cada década do período em estudo (1940-2007), as inter-relações entre as várias fases do processo de desenvolvimento econômico regional e a dinâmica populacional.

Verifi ca-se então, que o período 1940/50 foi marcado por uma taxa de crescimento negativa da população (-1,16% a.a.). Esse decréscimo da população de Bauru em termos absolutos poderia ser atribuído, em grande parte, ao fato de que, nessa mesma época, ocorreu a abertura de novas fronteiras agrícolas, apontando, assim, novas perspectivas econômicas. Este fenômeno, aliado à crise do café, que afetou profundamente a economia da região depois de 1930, veio resultar em um processo de esvaziamento da população. Como se pode observar através dos dados da tabela 12, trata-se de um esvaziamento intenso da população rural que, na década 1940/50, apresentou uma taxa negativa de crescimento populacional (-2,88% a.a.). A população tendeu a se deslocar para o oeste ou para os principais centros urbanos do Polo de Bauru, resultando em um taxa de crescimento da população urbana, para o mesmo período, de 2,44% a.a. Já na próxima década (1950/60), observa-se uma recuperação da taxa de crescimento total da região que passou a ser de 1,02% a.a., acompanhada por um aumento na taxa de crescimento rural (-1,64% a.a.) e um aumento expressivo da taxa de crescimento urbano, que praticamente duplicou-se em relação à década anterior, passando a 4,22% a.a. É bastante provável que todo esse processo esteja ligado à expansão da oferta agrícola das áreas pioneiras do sudoeste paulista e do norte do Paraná.

O Polo de Bauru, por se constituir em um entroncamento rodo-ferroviário e contando com uma estrutura de comercialização já implantada, funcionou como entreposto de entrada e saída de produtos de áreas pioneiras, que não possuíam uma infra-estrutura adequada para o suporte de sua produção. Ocorreu assim, um desenvolvimento de algumas atividades urbanas no Polo de Bauru, à medida que esta encarregou-se do transporte e comercialização do café dessas áreas.

TABELA 12. Taxas de crescimento da População Total, Urbana e RuralPolo de Bauru, 1940/2007

PeríodoTaxas de Crescimento (%a.a.)

Urbano Rural Total

1940/50 2,44 -2,88 -1,16

1950/60 4,22 -1,64 1,02

1960/70 3,60 -4,15 0,62

1970/80 4,20 -2,43 2,66

1980/91 3,08 -3,27 2,19

1991/2000 2,26 -3,74 1,80

2000/2007 1,64 -2,02 1,46

Fonte: Fundação IBGE. Censos Demográfi cos

de 1940 a 2000; FSEADE. Projeção

populacional de 2007.

No período 1960/70 verifi ca-se, no entanto, um arrefecimento no ritmo de crescimento da população regional que passou a apresentar uma taxa de crescimento de 0,62% a.a. Evidencia-se uma redução elevada na taxa de crescimento rural (-4,15% a.a.) e uma pequena diminuição na taxa de crescimento urbano (3,60% a.a.).

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A análise dos dados demográfi cos na década 1970/80, por sua vez, revela novas transformações no comportamento demográfi co do Polo de Bauru. O Polo passou por uma fase de profundas alterações, elevando sua taxa de crescimento total para 2,66% a.a. entre 1970/1980. Verifi ca-se, também, que para este mesmo período, o meio rural continuou expulsando população, mas num ritmo bem menos intenso (-2,43% a.a.). A população urbana, por outro lado, elevou sua taxa de crescimento para 4,20% a.a., aproximando-se dos níveis verifi cados na década de 1950. Para o período de 1980/1991, constata-se que a taxa de crescimento total da região cai novamente, passando para 2,19% a.a. A população rural, mais uma vez, apresenta uma redução signifi cativa, de -3,27% a.a. Nas áreas urbanas, por outro lado, o crescimento se mantém positivo, embora a uma taxa menor do que a verifi cada na década anterior (de 4,20% a.a. para 3,08% a.a.).

A atividade agropecuária do polo de Bauru na década de 1980 continuou tendo uma forte expressão com as pastagens que ocupavam a maior parte da área útil, convivendo com o cerrado e áreas de refl orestamento. O café teve presença importante, principalmente, em Pirajuí (segundo produtor do Estado) e Bauru, onde também se desenvolveu bastante a fruticultura, em especial a produção do abacaxi (40% da produção estadual) e da melancia (SEMEGHINI, 1988). Um dos fatores que poderia auxiliar na compreensão da elevação das taxas de crescimento do polo, nas décadas de 1970 e 1980, foi a ocorrência de um fortalecimento industrial mais recente e mais crescente quando comparado às outras regiões do Oeste Paulista, não só devido ao crescimento das indústrias ligadas à cultura da cana-de-açúcar, mas também pela instalação de outros tipos de indústrias, geralmente de pequeno porte. Dessa forma, entre os ramos de maior expressão industrial em 1980, merecem destaque o de bebidas, alimentos e madeira e como produtos, destacam-se o álcool e os óleos vegetais (FUNDAÇAO SEADE, 1988).

No período seguinte, que compreende os anos de 1991 a 2000, a população total da região passa a ter uma taxa de crescimento ainda menor, de 1,80% a.a.. A população rural cresce a uma taxa negativa de -3,74% a.a., enquanto a população urbana apresenta crescimento de 2,26% a.a.. Entre os anos 2000 e 2007, a população total da região continua a manifestar uma tendência decrescente em suas taxas de crescimento: de 1,80% a.a., verifi cado nos anos anteriores, para 1,46%. A população urbana também manteve a tendência decrescente verifi cada desde os anos 1980, apresentando uma taxa de 1,64% a.a., bastante inferior às médias anteriores. Por sua vez, a população rural seguiu no caminho oposto: apesar de ainda manter uma taxa de crescimento negativa (-2,02% a.a.), constata-se que houve um aumento signifi cativo em relação à taxa do período 1991/2000.

Parte deste crescimento pode ter sido incentivada pelas atividades comerciais e industriais desenvolvidas no polo. De acordo com dados disponibilizados pela Fundação SEADE, a área de comércio varejista e atacadista teve um desempenho econômico signifi cativo na Região de Bauru nos últimos anos. Em 1991, a Região Administrativa de Bauru possuía 4.495 estabelecimentos de comércio que empregavam 22.739 trabalhadores (Tabela 13). Em 1995, esses números sobem para 5.964 e 26.387, o que corresponde, respectivamente, a um aumento de 7,33% a.a. no número de estabelecimentos comerciais e de 3,79% a.a. no pessoal ocupado.

No período de 1995/2005, o percentual das taxas de crescimento é ainda mais elevado, indicando a importância adquirida pelas atividades comerciais na região. O número de estabelecimentos direcionados ao comércio aumentou em 4,64% a.a., o que corresponde a um acréscimo absoluto de mais de 3.000 unidades. Por outro lado, o pessoal ocupado por estes mesmos estabelecimentos cresceu em 5,54% a.a., ou seja, um aumento absoluto de mais de 18 mil contratados.

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Dentre as regiões de governo que compõem a Região Administrativa de Bauru, foi a RG de Bauru a responsável pela maior parte do crescimento do número de estabelecimentos comerciais no período compreendido entre 1991/1995. Nestes quatro anos, o número de estabelecimentos da RG cresceu 7,94% a.a.. Entretanto, no período seguinte, entre 1995-2005, apesar do número absoluto de estabelecimentos continuar maior em Bauru, é na RG de Jaú que se verifi cam as maiores taxas de crescimento. De fato, nesta RG os estabelecimentos comerciais cresceram 5,53% a.a., aumentando o total de pessoal ocupado nesta área em 6,19% a.a. (Tabela 14).

TABELA 13. Número de Estabelecimentos do Comércio Varejista e Atacadista e Pessoal OcupadoRegião Administrativa de Bauru, 1991-2005

Áreas

1991 1995 2005

Número estabelec.

Pessoal Ocupado

Pessoal/ Estabelec.

Número estabelec.

Pessoal Ocupado

Pessoal/ Estabelec.

Número estabelec.

Pessoal Ocupado

Pessoal/ Estabelec.

RA Bauru 4.495 22.739 5,1 5.964 26.387 4,4 9.388 45.247 4,8

Polo de Bauru 2.559 14.332 5,6 3.474 16.611 4,8 5.266 28.680 5,4

RG Jaú 1.256 5.576 4,4 1.643 6.371 3,9 2.815 11.617 4,1

RG Lins 680 2.831 4,2 847 3.405 4,0 1.307 4.950 3,8

Fonte: FSEADE. Informações

Municipais, 1991, 1995 e 2005.

Fonte: FSEADE. Informações

Municipais, 1991, 1995 e 2005.

Fonte: FSEADE. Informações Municipais, 1991, 1995 e 2005.

TABELA 14. Taxa de crescimento (% a.a.) de Estabelecimentos e Pessoal ocupado - Comércio Varejista e AtacadistaRegião Administrativa de Bauru, 1991-2005

Áreas1991-1995 1995-2005

Número estabelec. Pessoal Ocupado Número estabelec. Pessoal Ocupado

RA Bauru 7,33 3,79 4,64 5,54

Polo de Bauru 7,94 3,76 4,25 5,61

RG Jaú 6,95 3,39 5,53 6,19

RG Lins 5,64 4,72 4,43 3,81

Com relação ao setor industrial do polo de Bauru, os dados das tabelas 15 e 16 ilustram que as atividades industriais exerceram um papel importante no desenvolvimento econômico local. No ano de 1991, a Região Administrativa de Bauru possuía 1.737 estabelecimentos industriais, responsáveis pela ocupação de mais de 39 mil pessoas. Em 1995, o número de estabelecimentos industriais aumenta para 2.029, o que representa um acréscimo de 3,96% a.a., e o total do pessoal ocupado neste setor sobe para mais de 51.000 trabalhadores, o que equivale a um aumento de 6,48% a.a. em relação a 1991.

TABELA 15. Número de Estabelecimentos da Indústria de Transformação e Pessoal OcupadoRegião Administrativa de Bauru, 1991-2005

Áreas1991 1995 2005

Número estabelec.

Pessoal Ocupado

Pessoal/ Estabelec.

Número estabelec.

Pessoal Ocupado

Pessoal/ Estabelec.

Número estabelec.

Pessoal Ocupado

Pessoal/ Estabelec.

RA Bauru 1.737 39.921 23,0 2.029 51.326 25,3 2.581 67.591 26,2

Polo de Bauru 858 22.931 26,7 975 26.242 26,9 1.125 28.387 25,2

RG Jaú 703 13.181 18,7 879 19.951 22,7 1.265 25.604 20,2

RG Lins 176 3.809 21,6 175 5.133 29,3 191 13.600 71,2

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Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.430

POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE BAURU

Já no período entre 1995/2005, o número total de estabelecimentos do ramo industrial aumenta em 2,44% a.a., o que equivale, em números absolutos, à instalação de mais de 500 unidades. No que se refere ao pessoal ocupado neste setor, constata-se que o crescimento foi de 2,79% a.a., correspondendo a um acréscimo absoluto de mais de 16.000 contratados.

No período compreendido entre 1991-1995, a maior parte das instalações do setor industrial concentrava-se no polo de Bauru. Entretanto, neste mesmo período, a RG que obteve maiores taxas de crescimento referentes ao número total de estabelecimentos industriais e de pessoal ocupado foi a RG de Jaú. Entre 1995-2005, o número de estabelecimentos continua a crescer com mais intensidade na região de Jaú (que, inclusive, passa, em 2005, a concentrar um número de indústrias superior a Bauru). Entretanto, é na RG de Lins que a taxa de crescimento do pessoal ocupado apresenta-se mais acentuada: 10,23% a.a.

TABELA 16. Taxa de crescimento (% a.a.) de Estabelecimentos e Pessoal ocupado - Indústria de TransformaçãoRegião Administrativa de Bauru, 1991-2005

Áreas1991-1995 1995-2005

Número estabelec. Pessoal Ocupado Número estabelec. Pessoal Ocupado

RA Bauru 3,96 6,48 2,44 2,79

Polo de Bauru 3,25 3,43 1,44 0,79

RG Jaú 5,74 10,92 3,71 2,53

RG Lins -0,14 7,74 0,88 10,23

Por sua vez, os dados da tabela 17, mostram a importância da produção alcooleira na região: entre 1995 e 2000 a produção de álcool do tipo anidro aumentou em 4,2% a.a., considerando-se a Região Administrativa de Bauru, como um todo.

Fonte: FSEADE. Informações Municipais, 1991, 1995 e 2005.

TABELA 17. Produção de Álcool por tipo (em 1000 litros) e Tx crescimento (% a.a.)Região Administrativa de Bauru e Regiões de Governo, 1995-2000

Áreas Produção de álcool (em 1000 litros) Tx crescimento (% a.a.)

1995 2000 1995-2000

RA Bauru

Anidro 429.190 526.457 4,2

Hidratado 597.631 275.091 -14,4

Total 1.026.821 801.548 -4,8

Polo de Bauru

Anidro 177.603 201.816 2,6

Hidratado 178.495 136.002 -5,3

Total 356.098 337.818 -1,0

RG Jaú

Anidro 216.035 232.480 1,5

Hidratado 302.441 118.105 -17,1

Total 518.476 350.585 -7,5

RG Lins

Anidro 35.552 92.162 21,0

Hidratado 116.695 20.984 -29,0

Total 152.247 113.146 -5,8

Fonte: FSEADE. Anuário Estatístico do Estado de São Paulo, 1995 e 2000.

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POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE BAURU

Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4

Todavia, a produção de álcool hidratado reduziu de maneira bastante signifi cativa neste mesmo período: de quase 600 milhões de litros produzidos em 1995, cai para pouco mais de 275 milhões, o que corresponde a uma redução percentual de 14,4% a.a. Deste modo, em termos totais, a taxa de crescimento da produção regional de álcool também é negativa, fi cando em torno de -4,8% a.a.

Tendência do crescimento da população

Os dados da tabela 18 ilustram a participação da população das diferentes sub-regiões que compõem a região administrativa de Bauru, no período de 1960 a 2007, e a partir dos dados das tabelas 9 e 10 é possível averiguar o crescimento da população urbana de todos os municípios que compõem o polo de Bauru.

Através dos dados apresentados na tabela 8, é possível perceber que a maior taxa de crescimento da Região Administrativa de Bauru foi registrada no período entre 1970/1980. A taxa de 2,06% a.a. que marcou esta década foi sensivelmente superior àquela verifi cada nos anos 60, de -0,43% a.a. A partir dos anos 80, apesar de se manterem positivas, as taxas de crescimento passaram a manifestar uma tendência de decrescimento que se manteve até 2007.

Entre 1980/1991, a Região Administrativa de Bauru cresceu 1,98% a.a., enquanto que entre 2000-2007, a taxa já tinha diminuído para 1,42% a.a.. Entretanto, essa queda nos valores percentuais da taxa de crescimento não corresponde a um decrescimento do total populacional, em termos absolutos: a população continua a crescer, só que num ritmo cada vez menor. Assim, a população da Região Administrativa de Bauru cresce de 563.708, em 1960, para 1.054.759, em 2007.

TABELA 18. Evolução da População, segundo as Regiões de GovernoRegião Administrativa de Bauru, 1960-2007

Regiões de Governo

População total Distribuição Relativa no Total da RA

1960 1970 1980 1991 2000 2007 1960 1970 1980 1991 2000 2007

Polo de Bauru 263.606 280.460 364.489 462.667 543.462 601.332 46,76 51,94 55,04 56,3 56,9 57,01

RG Jaú 141.918 138.003 171.837 219.889 258.165 286.820 25,18 25,56 25,95 26,8 27 27,19

RG Lins 158.184 1.216.545 125.929 138.988 153.859 166.607 28,6 22,51 19,02 16,9 16,1 15,8

RA Bauru 563.708 540.008 662.255 821.544 955.486 1.054.759 100 100 100 100 100 100

Regiões de Governo

Participação na Pop. do Interior (%) Taxa de Crescimento (% ao ano)

1960 1970 1980 1991 2000 2007 1960/70 70/80 80/91 91/00 2000/07

Polo de Bauru 3,22 2,91 2,94 2,88 2,84 2,8 0,62 2,66 2,19 1,8 1,46

RG Jaú 1,73 1,43 1,39 1,37 1,35 1,34 -0,28 2,22 2,27 1,8 1,52

RG Lins 1,93 1,26 1,02 0,87 0,8 0,78 -2,6 0,35 0,9 1,1 1,14

RA Bauru 6,89 5,6 5,34 5,11 5 4,92 -0,43 2,06 1,98 1,69 1,42

(continuação)

(continua)

É interessante notar que, enquanto o Polo de Bauru e a Região de Jaú apresentaram diminuição nas suas taxas de crescimento, ao longo das últimas décadas, a RG de Lins vem passando pelo fenômeno oposto. Na década de 1960, esta RG possuía uma taxa de -2,60% a.a., valor este que aumenta progressivamente até atingir o patamar de 1,14% a.a., em 2007.

Além disso, também é válido ressaltar que, dentre as regiões de governo, Bauru é aquela que concentra a maior parcela da população total. Em 1960, 46,76% da população da Região

Fonte: FIBGE, Censos

Demográfi cos de 1960 a

2000; Fundação Seade, Projeção populacional de

2007.

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Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.432

POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE BAURU

Administrativa residia no polo de Bauru. Em 1980 este valor sobe para 55,04%, e em 2007 já atinge o patamar de 57,01%. A participação da RG de Jaú na distribuição relativa da população total da região também apresenta uma tendência crescente ao longo das décadas.

Em 1960, somente 25,18% da população residia nesse Polo, enquanto que em 2007 este número sobre para 27,19%. A RG de Lins, por outro lado, percorre o caminho inverso, manifestando uma tendência decrescente em termos de participação na distribuição populacional relativa. Na década de 1960, 28,06% da população concentrava-se nesta região de governo. Já em 2007, este número cai para somente 15,80%.

Também é possível perceber que a participação relativa da Região Administrativa de Bauru no total populacional do interior do Estado de São Paulo reduz de maneira signifi cativa ao longo das décadas. Em 1960, a RA de Bauru concentrava 6,89% da população interiorana, enquanto que em 2007 este percentual cai para 4,92%.

Já no que se refere a uma análise mais detalhada dos municípios que compõem a região, as tabelas 19 e 20 demonstram que o crescimento da população da RG de Bauru mostrou-se bastante diferenciado. Na década de 1970, os municípios que apresentaram maiores taxas de crescimento foram Lençóis Paulista (4,56% a.a.), Pederneiras (3,56% a.a.), Bauru (3,53% a.a.) e Macatuba (3,46% a.a.). A taxa de crescimento de Agudos também foi signifi cativa, sendo superior à média regional para o período (2,82% a.a.). Somente cinco municípios apresentaram taxas de crescimento negativas: Iacanga, Pirajuí, Piratininga, presidente Alves e Ubirajara.

Entre 1980 e 1991 o cenário se altera um pouco e há um arrefecimento das taxas de crescimento, em níveis gerais. O município-sede de Bauru é aquele que mais cresce, apresentando uma taxa de 3,04% a.a., seguido por Lençóis Paulista (2,52% a.a.) e Agudos (2,34%). Os Municípios de Macatuba e Pederneiras, que fi guravam entre os que apresentavam índices elevados de crescimento nos anos 70, apesar de sofrerem redução em suas taxas de crescimento, também se destacaram na região, juntamente com Iacanga, que de uma taxa negativa de -0,83% a.a. na década 70/80 passou para uma taxa de crescimento populacional de 1,22% a.a. no período 80/91. Cabrália Paulista também aumentou sua taxa de crescimento, em menor expressão, de 0,56% a.a. para 1,02% a.a. Alguns municípios, como Lucianópolis, Avaí e Presidente Alves apresentaram taxas de crescimento negativas.

Cabe ressaltar que, apesar da queda quase geral das taxas de crescimento no período 80/91, com relação ao período anterior, verifi cou-se um aumento da participação relativa do Polo de Bauru no total da população estadual: 1,46% em 1980 e 1,47% em 1991. No período compreendido entre 1991 e 2000, verifi ca-se que as taxas de crescimento se alteram bastante em relação às décadas anteriores. Nenhum dos municípios apresenta taxa superior a 3% a.a.: aqueles que mais cresceram foram Bauru (2,19% a.a.) e Cabrália Paulista (2,09% a.a.). Apesar de se manter como o município da região que mais cresce, Bauru diminui consideravelmente seu ritmo de crescimento em relação à década anterior. Também se verifi ca esta redução para vários outros municípios, como é o caso de Agudos, Iacanga, Lençóis Paulista, Macatuba, Pederneiras, Reginópolis e Ubirajara. Um dos casos mais fl agrantes é o de Agudos, que em 1980 cresceu a uma taxa de 2,34% a.a. e na década de 1990 passa a crescer somente 0,31% a.a.

Já em outros municípios, as taxas de crescimento aumentam, como se verifi ca em Arealva, Balbinos, Cabrália Paulista, Duartina, Pirajuí e Piratininga. Dentre estes, é importante ressaltar os casos de Duartina, Pirajuí e Piratininga, que passam de taxas de crescimento negativas para taxas positivas, em um espaço relativamente curto de tempo. Piratininga, por exemplo, possuía uma taxa de crescimento de -0,38% a.a. na década de 1980, e entre 1991 e 2000 este valor sobe para 1,04% a.a.

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POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE BAURU

Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4

TABELA 19. Evolução da População Urbana, Rural e Total segundo MunicípiosPolo regional de Bauru, 1970/2007

MunicípiosPopulação Total População Urbana

1970 1980 1991 2000 2007 1970 1980 1991 2000 2007

Agudos 18.543 24.482 31.560 32.459 35.070 12.803 19.712 27.897 30.668 33.517

Arealva 6.519 6.790 6.866 7.240 7.602 2.658 3.262 4.181 5.242 5.869

Avaí 5.252 5.358 4.651 4.597 4.662 1.684 1.961 2.452 3.197 3.448

Balbinos 1.116 1.173 1.219 1.312 1.346 278 437 763 1.061 1.129

Bauru 131.936 186.664 259.504 315.493 352.887 120.930 180.761 254.075 309.881 348.023

Borebi * * * 1.927 2.382 * * * 1.473 1.988

Cabrália Pta. 3.267 3.453 3.860 4.648 5.181 1.548 1.778 2.838 3.985 4.606

Duartina 10.840 12.189 11.896 12.470 13.383 6.035 7.433 8.873 10.779 11.917

Iacanga 7.171 6.596 7.540 8.275 8.845 3.829 4.388 5.998 7.068 7.798

Lençóis Pta. 22.423 35.007 46.020 54.936 62.364 14.093 29.259 42.889 52.249 60.034

Lucianópolis 2.213 2.632 2.341 2.156 2.131 644 941 1.138 1.651 1.693

Macatuba 7.733 10.861 13.417 15.729 17.617 1.756 6.361 10.043 14.971 16.960

Paulistânia * * * 1.778 1.876 * * * 998 1.200

Pederneiras 18.399 26.105 31.833 36.567 39.889 11.778 19.963 26.729 34.048 37.705

Pirajuí 20.344 19.422 18.842 20.083 21.192 11.801 13.156 15.522 16.257 17.874

Piratininga 10.232 10.054 9.638 10.575 11.410 5.003 5.833 6.741 8.849 9.913

Pres. Alves 5.117 4.858 4.511 4.319 4.361 1.537 1.820 3.049 3.317 3.492

Reginópolis 4.472 4.619 4.777 4.742 4.914 2.011 2.455 3.211 3.784 4.083

Ubirajara 4.883 4.226 4.192 4.156 4.220 1.425 1879 2.613 2.997 3.215

RG BAURU 280.460 364.489 462.667 543.462 601.332 199.813 301.399 419.012 512.475 574.464

MunicípiosPopulação Rural Grau de Urbanização

1970 1980 1991 2000 2007 1970 1980 1991 2000 2007

Agudos 5.740 4.770 3.663 1.791 1.553 69,0 80,5 88,4 94,5 95,6

Arealva 3.861 3.528 2.685 1.998 1.733 40,8 48,0 60,9 72,4 77,2

Avaí 3.568 3.397 2.199 1.400 1.214 32,1 36,6 52,7 69,5 74,0

Balbinos 838 736 456 251 217 24,9 37,3 62,6 80,9 83,9

Bauru 11.006 5.903 5.429 5.612 4.864 91,7 96,8 97,9 98,2 98,6

Borebi * * * 454 394 * * * 76,4 83,5

Cabrália Pta. 1.719 1.675 1.022 663 575 47,4 51,5 73,5 85,7 88,9

Duartina 4.805 4.756 3.023 1.691 1.466 55,7 61,0 74,6 86,4 89,0

Iacanga 3.342 2.208 1.542 1.207 1.047 53,4 66,5 79,5 85,4 88,2

Lençóis Pta. 8.330 5.748 3.131 2.687 2.330 62,9 83,6 93,2 95,1 96,3

Lucianópolis 1.569 1.691 1.203 505 438 29,1 35,8 48,6 76,6 79,4

Macatuba 5.977 4.500 3.374 758 657 22,7 58,6 74,9 95,2 96,3

Paulistânia * * * 780 676 * * * 56,1 64,0

Pederneiras 6.621 6.142 5.104 2.519 2.184 64,0 76,5 84,0 93,1 94,5

Pirajuí 8.543 6.266 3.320 3.826 3.318 58,0 67,7 82,4 80,9 84,3

Piratininga 5.229 4.221 2.897 1.726 1.497 48,9 58,0 69,9 83,7 86,9

Pres. Alves 3.580 3.038 1.462 1.002 869 30,0 37,5 67,6 76,8 80,1

Reginópolis 2.461 2.164 1.566 958 831 45,0 53,2 67,2 79,8 83,1

Ubirajara 3.458 2.347 1.579 1.159 1.005 29,2 44,5 62,3 72,1 76,2

RG BAURU 80.647 63.090 43.655 30.987 26.868 71,2 82,7 90,6 94,3 95,5

Fonte: Fundação IBGE. Censos Demográfi cos de 1970 a 2000; Fundação SEADE. Projeção populacional de 2007.

() Dados não disponíveis - municípios criados na década de 1990.

(continuação)

(continua)

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Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.434

POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE BAURU

Entre os anos 2000 e 2007, as taxas de crescimento continuam a manifestar tendências bastante diversifi cadas entre os municípios. Do mesmo modo que se verifi cou em períodos anteriores, há municípios cuja taxa de crescimento aumenta em relação à década de 1990, e outros em que ela reduz. Dentre aqueles que podem ser classifi cados no primeiro bloco estão: Agudos, Avaí, Duartina, Piratininga, Presidente Alves, Reginópolis e Ubirajara, entre outros. Vale destacar o caso de Agudos, que passa de uma taxa de somente 0,31% a.a., nos anos 90, para 1,11% a.a., entre 2000 e 2007.

Já os municípios que tiveram redução em sua taxa de crescimento são: Balbinos, Bauru, Cabrália Paulista, Iacanga, Lençóis Paulista, Macatuba e Pederneiras. Bauru é um dos poucos municípios que mantém uma tendência constante de decrescimento entre 1970 e 2007. Para o último período analisado, de 2000-2007, a taxa de crescimento deste município é de 1,61% a.a. Também é interessante citar o caso de Cabrália Paulista, cuja taxa de crescimento diminui signifi cativamente neste período: de 2,09% a.a. cai para 1,56% a.a.

Por sua vez, no que se refere ao perfi l de crescimento populacional do Polo de Bauru, como um todo, é possível constatar, entre os anos de 1970-2007, a existência de uma tendência também decrescente nos valores das taxas. Na década de 1970 a região apresentou uma taxa de crescimento populacional de 2,66% a.a.; durante os anos 80, este valor caiu para 2,19% a.a. e durante a década de 1990, para 1,80% a.a.. Entre 2000-2007, fi nalmente, o valor desta taxa fi ca em torno de 1,46% a.a..

Através da tabela 9 ainda é possível analisar dados referentes ao grau de urbanização dos municípios e do Polo. Nota-se que o município-sede de Bauru é o mais urbanizado da região. De fato, ainda na década de 1950, Bauru já apresentava taxa de urbanização de 80,2%, inferior apenas às da Capital, de Santos e de alguns municípios da Grande São Paulo (SEMEGHINI, 1988). Na década de 1970, o grau de urbanização de Bauru já se eleva para mais de 90% e, em 2007, atinge o patamar de 98,6%. Os municípios de Agudos, Lençóis Paulista, Macatuba e Pederneiras, também apresentaram grau de urbanização superior a 90%, em 2007. Dentre estes, vale destacar o caso de Macatuba, cuja área urbanizada passa de 22,7%, em 1970, para 96,3%, em 2007.

Vários outros municípios da região também passaram por um processo acelerado de urbanização, como demonstram os dados da tabela. Este fenômeno pode ter sido impulsionado pela diversifi cação das funções econômicas da região, a partir da década de 1970. Em 2007, por exemplo, o menor grau de urbanização do Polo foi verifi cado no município de Avaí, que apresentou 74% de sua área urbanizada. O próprio Polo, considerado em conjunto, urbanizou-se signifi cativamente ao longo do período analisado na tabela: de 71,2%, em 1970, para 95,5%, em 2007.

Por fi m, também é válido considerar, a partir dos dados fornecidos na tabela 8, o peso de cada município na distribuição relativa da população total. O município de Bauru é, claramente, aquele que mais concentra população, apresentando uma participação crescente ao longo das décadas: em 1970, cerca de 47% da população regional se encontrava neste município. Em 2007, este percentual sobe para 58,68%. O segundo município de maior porte populacional é Lençóis Paulista: em 2007, o município concentrava 10,37% da população regional, o que corresponde a pouco mais de 62.000 pessoas.

Os municípios de Pederneiras e Agudos também possuem uma participação signifi cativa: o primeiro deles concentrava, em 2007, 6,63% da população regional, enquanto o segundo era responsável por 5,83% do total populacional. Os demais municípios, por sua vez, são de pequeno porte e apresentam uma participação bem mais reduzida em relação ao total.

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35

POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE BAURU

Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4

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POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE BAURU

Considerando-se, por sua vez, os desmembramentos municipais da década de 1990, podemos avaliar em que medida o processo emancipatório recente impactou o crescimento populacional dos municípios da Região de Governo de Bauru.

Esse impacto pode ser captado, num primeiro aspecto, através das taxas de crescimento populacional dos municípios envolvidos nos desmembramentos recentes, conforme ilustram os dados do quadro 1:

QUADRO 1. População Total, Taxas de Crescimento e Distribuição Relativa Municípios desmembrados

Polo de Bauru, 1991-2000

MunicípiosPopulação Total

(1991)População Total

(2000)Distribuição Relativa

(2000)

Taxa de Crescimento (% a.a.) 1991-2000

Com Desmembramento

Sem Desmembramento

Lençóis Paulista 46.020 54.936 10,11 1,99 2,38

Borebi (*) - 1.927 0,35 - -

Agudos 31.560 32.459 5,97 0,31 0,91

Paulistânia (**) - 1.778 0,33 - -

RG BAURU 462.667 543.462 100,00 1,80 1,80

A partir desses dados, observa-se que a Região de Bauru, em comparação com a de Araçatuba e de Ribeirão Preto, apresentou uma única situação: dois municípios entre 20 mil e 50 mil habitantes deram origem a dois micro-municípios (menos de 5 mil habitantes), respectivamente.

Considerando as taxas de crescimento populacional dos municípios originários, nas duas situações (com e sem o desmembramento municipal), tem-se que a diferença, em pontos percentuais, é praticamente a mesma nos dois municípios. Assim, no caso de Lençóis Paulista essa diferença é de 0,39 pontos – ou seja, com o desmembramento do município de Borebi, a população do município originário cresceu, entre 1991 e 2000, a 1,99%a.a., sendo que sem a ocorrência do desmembramento, a taxa de crescimento do município seria de 2,38%a.a.

No caso de Agudos, a diferença é de 0,6 pontos – o que signifi ca que, com o desmembramento do município de Paulistânia, o município originário cresceu a uma taxa anual de 0,31%, entre 1991 e 2000, ao passo que, sem o desmembramento, a população do município cresceria a 0,91%a.a.

Com isso, observa-se que o impacto do desmembramento municipal recente na taxa de crescimento populacional, em termos da diferença percentual entre as duas situações, na Região de Bauru, aproxima-se das demais regiões estudadas, nos casos onde municípios com população entre 20 mil e 50 mil habitantes deram origem a micro-municípios.

Os componentes do crescimento populacional, por sua vez, podem fornecer uma outra dimensão desse impacto. Nesse sentido, a partir dos dados da tabela 11 (na seguinte seção), destaca-se que o crescimento vegetativo, entre 1991 e 2000, de Agudos (899 pessoas) foi inferior à população do município desmembrado – Borebi (1.927 habitantes) –, e o de Lençóis Paulista (8.916 pessoas) foi superior à população do município desmembrado – Paulistânia (1.778 habitantes).

Por sua vez, considerando os respectivos saldos migratórios, observa-se que somente Agudos registrou uma “perda” populacional (3.358 pessoas), que foi superior à população do município desmembrado, enquanto Lençóis Paulista registrou um “ganho” populacional

Fonte: Fundação SEADE. Censo demográfi co de 1991 e 2000 (IBGE).Nota: (*) Município criado pela Lei 6645, de 9-1-1990; (**) Município criado pela Lei 9330, de 27-12-1995 apud Siqueira (2003).

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de 1.792 pessoas – o que nos permite afi rmar que, no caso de Agudos, o desmembramento municipal teve um impacto mais signifi cativo na dinâmica demográfi ca do município.

Complementando essa discussão, a partir dos dados do quadro 2, podemos avaliar as mudanças ocorridas na hierarquia de municípios da região de Bauru, no período de 1991 a 2007:

QUADRO 2. Número de municípios existentes, por classes de tamanho da populaçãoPolo de Bauru - Estado de São Paulo, 1991-2007

Classes de municípios1991 2000 2007

n % n % n %

Até 5.000 habitantes 7 41,2 9 47,4 8 42,1

5.000 a 10.000 habitantes 3 17,6 2 10,5 3 15,8

10.000 a 20.000 habitantes 3 17,6 3 15,8 3 15,8

20.000 a 50.000 habitantes 3 17,6 3 15,8 3 15,8

50.000 a 100.000 habitantes 0 0,0 1 5,3 1 5,3

100.000 a 500.000 habitantes 1 5,9 1 5,3 1 5,3

Total 17 100,0 19 100,0 19 100,0

De acordo com esses dados, destaca-se que, em 1991, antes do processo de criação de municípios da década de 1990, caracterizado pela criação preponderante de pequenos municípios, em todo país (Gomes & Mac Dowell, 2000; 1997), o Polo de Bauru possuía uma estrutura de distribuição de municípios que apresentava uma forma piramidal, na qual seus 17 municípios se distribuíam da seguinte forma: 10 municípios possuíam menos de 10 mil habitantes, dos quais sete possuíam população inferior a 5 mil habitantes.

No outro extremo, o Polo de Bauru apresentava 3 municípios com população entre 20 mil e 50 mil habitantes e apenas um município com população acima de 100 mil habitantes.

Com isso, observa-se que a distribuição dos municípios do Polo de Bauru, em 1991, aproximava-se, na forma, da estrutura apresentada pelos municípios da região de Araçatuba, caracterizada pela predominância de pequenos municípios, polarizados por um grande município.

Em 2000, as principais alterações na estrutura de distribuição dos municípios vivenciadas pelo Polo de Bauru foram expressas, por um lado, pelo crescimento na participação da classe de municípios de até 5 mil habitantes e pelo surgimento de um município com população entre 50 mil e 100 mil habitantes. Essas alterações na hierarquia dos municípios da região ocorreram em função de dois fatores: os desmembramentos municipais da década de 1990 e o próprio crescimento populacional dos municípios.

Já em 2007, a principal alteração na distribuição dos municípios pelas classes populacionais foi expressa pela redução no número de micro-municípios (com até 5 mil habitantes) e, consequentemente, pelo aumento na classe de municípios com população entre 5 mil e 10 mil habitantes (no caso, trata-se do município de Cabrália Paulista).

A Região de Bauru, assim como as Regiões de Araçatuba e de Ribeirão Preto, é expressão da criação de micro-municípios; os dois municípios criados tinham população inferior 5 mil habitantes. Esses desmembramentos municipais contribuíram para que o número de micro-municípios passasse de 7 para 9, de 1991 para 2000, signifi cando um aumento na participação desses municípios, na rede urbana regional, de 41 para 47%.

O segundo fator de alteração na estrutura da hierarquia dos municípios, no período 1991 a 2000, foi expresso pelo crescimento populacional, principalmente, de Lençóis Paulista, cujo

Fonte: Fundação SEADE.

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Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.438

POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE BAURU

crescimento a uma taxa de 1,99 % a.a. – superior à taxa regional (1,80% a.a.) – fez com que o município passasse da classe de 20.000 a 50.000 para a classe de 50.000 a 100.000.

Já, no período de 2000 a 2007, a alteração na distribuição dos municípios da região deveu-se ao crescimento populacional do município de Cabrália Paulista, cujo crescimento a uma taxa de 2,09 % a.a. – superior à taxa regional (1,80% a.a.) – fez com que o município passasse da classe de 10.000 a 20.000 para a classe de 20.000 a 50.000.

Com essas mudanças ocorridas na estrutura de hierarquia dos municípios, no período 1991-2007, observa-se que, ao fi nal do período, a Região de Bauru não apresentou uma estrutura de distribuição de municípios muito diferente da estrutura existente em 1991, mantendo-se uma distribuição caracterizada pela predominância de pequenos municípios, polarizados por um grande município.

Esse perfi l de hierarquia de municípios assemelha-se ao perfi l apresentado pela Região de Araçatuba, onde se identifi cou a possibilidade da coexistência de dois extremos de organização do poder público local: por um lado, a prefeitura do município de maior porte populacional, com, potencialmente, maior margem de atuação, em função de maior recurso disponível e de uma organização institucional mais consolidada e com maior experiência prévia e, por outro, um maior número de prefeituras de pequeno porte, com menor margem de atuação devido a uma menor quantidade de recursos disponíveis, organização institucional reduzida e com pouca experiência prévia.

Assim como na Região de Araçatuba, na Região de Bauru, esse perfi l de hierarquia de municípios pode levar a um descompasso no governo local, em âmbito regional, representando uma difi culdade adicional na implementação de políticas públicas, particularmente as de transferências de renda, cuja performance é bastante infl uenciada pelas condições locais, tanto institucionais quanto de recursos humanos.

Por sua vez, diferenças muitos grandes de organização institucional entre os municípios, podem contribuir para diferenças signifi cativas na oferta dos serviços entre os diversos municípios, numa mesma região, assim como nos resultados objetivados pelo desenho de determinadas políticas, marcando signifi cativamente a região quanto à implementação de políticas públicas, em âmbito local.

Movimentos Migratórios Inter e Intra-regional

Analisado o crescimento total da população do Polo de Bauru pretende-se agora verifi car qual o peso de cada um dos componentes, o saldo vegetativo e o saldo migratório, nesse crescimento. Para tal, apresenta-se a evolução da população segundo seus componentes nos períodos 1970-1980, 1980-1991, 1991-2000 e 2000-2007.

Percebe-se, através dos dados expostos na tabela 21, que o crescimento populacional da Região de Governo de Bauru, tem sido, desde a década de 1970, marcado pela crescente migração. Nos anos 80 o saldo migratório respondeu por 24% do incremento populacional total; nos anos 90, por 34% e, entre os anos 2000-2007, por 44% do total. Percebe-se, portanto, a importância adquirida pelas migrações no crescimento populacional da região, nas últimas décadas.

Para o período compreendido entre 1970/1980, percebe-se que as cidades com maiores taxas de crescimento foram Lençóis Paulista, Pederneiras, o município-sede de Bauru, Macatuba e Agudos. Dentre estas cidades, somente Bauru e Pederneiras tiveram seu crescimento populacional mais infl uenciado pela imigração do que pelo componente vegetativo. Neste mesmo período, referente à década de 1970, dos 17 municípios então existentes, apenas cinco

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POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE BAURU

Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4

se caracterizaram como áreas de expulsão populacional, apresentando crescimento absoluto negativo: Pirajuí, Piratininga, Presidente Alves, Iacanga e Ubirajara. Ainda que estes municípios tenham apresentado perdas populacionais através da emigração, é válido ressaltar que os saldos migratórios negativos foram bem menos expressivos que os verifi cados na década anterior.

TABELA 21. Crescimento Absoluto Populacional, Crescimento Vegetativo e Saldo MigratórioPolo Regional de Bauru, 1970/2007

MunicípiosCrescimento Absoluto Crescimento Vegetativo Saldo Migratório

1970/80 1980/91 91/2000 2000/2007 1970/80 1980/91 91/2000 2000/2007 1970/80 1980/91 91/2000 2000/2007

Agudos 5.929 7.078 899 2.611 4.161 5.443 4.257 2.216 1.768 1.635 -3.358 395

Arealva 271 76 374 362 1.157 916 430 215 -886 -840 -56 147

Avaí 106 -707 -54 65 504 606 406 250 -398 -1.313 -460 -185

Balbinos 57 46 93 34 66 63 96 45 -9 -17 -3 -11

Bauru 54.728 72.840 55.989 37.394 25.968 36.997 28.800 18.782 28.760 35.843 27.189 18.612

Borebi * * * 455 * * * 150 * * * 305

Cabrália Pta. 186 407 788 533 305 645 531 288 -119 -238 257 245

Duartina 1.349 -293 574 913 2.394 2.395 1.100 513 -1.045 -2.688 -526 400

Iacanga -575 944 735 570 1.263 1.170 599 379 -1.838 -226 136 191

Lençóis Pta. 12.584 11.013 8.916 7.428 6.725 9.989 7.124 4.128 5.859 1.024 1.792 3.300

Lucianópolis 419 -291 -185 -25 599 442 180 150 -180 -733 -365 -175

Macatuba 3.128 2.556 2.312 1.888 1.658 3.666 2.354 1.194 1.470 -1.110 -42 694

Paulistânia * * * 98 * * * 72 * * * 26

Pederneiras 7.706 5.728 4.734 3.322 3.627 5.432 4.327 2.350 4.079 296 407 972

Pirajuí -922 -580 1.241 1.109 3.199 3.362 1597 677 -4.121 -3.942 -356 432

Piratininga -178 -416 937 835 1.773 1.739 925 520 -1.951 -2.155 12 315

Pres. Alves -259 -347 -192 42 751 713 294 132 -1.010 -1.060 -486 -90

Reginópolis 147 158 -35 172 853 844 322 172 -706 -686 -357 0

Ubirajara -657 -34 -36 64 726 903 405 204 -1.383 -937 -441 -140

RG BAURU 84.019 98.178 80.795 57.870 55.729 75.325 53.747 32.437 28.290 22.853 27.048 25.433

Fonte: Fundação IBGE. Censos Demográfi cos

de 1970 a 2000; Fundação

SEADE. Projeção populacional de

2007.(*) Dados não

disponíveis - municípios

criados na década de 1990.

O Município de Pirajuí, que se apresentou como a área de maior evasão populacional da região na década 1960/70 (com um saldo migratório negativo superior a 10.000 pessoas) registrou na década 1970/80 um saldo migratório negativo menos expressivo, da ordem de 4.000 pessoas. Outros municípios como Arealva, Avaí, Duartina, Iacanga, Piratininga, Presidente Alves e Reginópolis, cujos saldos migratórios oscilavam na faixa compreendida entre -10.000 e -2.000 pessoas em 1960/701, reduziram estes valores, passando na década seguinte a contar, juntamente com Cabrália Paulista, Lucianópolis e Ubirajara, com saldos migratórios negativos, porém, inferiores a 2.000 pessoas. A única exceção é o município de Ubirajara, que continuou a expulsar população num ritmo maior, passando sua taxa de crescimento populacional de -1,26% a.a. na década de 1960/70 para -1,43% a.a., na década de 1970/80.

Também merece destaque o grupo de municípios formado por Agudos, Macatuba e Pederneiras que contava, na década de 1960/70, com saldos migratórios negativos e apontou, na década de 1970/80, uma reversão nessa tendência, apresentando saldos migratórios positivos entre 1.000 e 5.000 pessoas. Outros municípios, como Bauru e Lençóis Paulista, que já se caracterizavam desde a década de 1960/70 como as duas principais áreas de atração populacional no Polo de Bauru, mostraram um incremento em seus saldos migratórios na década 1970/80.

1 Dados sobre o período 1960-1970 constantes em Perillo (1992).

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Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.440

POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE BAURU

O município de Bauru, em especial, passou a contar com um volume migratório de quase 30.000 pessoas.

A cidade de Bauru permaneceu como principal centro de atração populacional, entre 1970, 1980, 1991 e 2000.

Já no período seguinte, entre 1991 e 2000, os movimentos migratórios ganham mais força, e aumentam sua participação relativa. Os municípios de Bauru e Lençóis Paulista são aqueles que mais recebem população imigrante, embora com volumes bem diferentes. É interessante destacar o caso do município de Agudos, que passa de um saldo migratório positivo e bastante signifi cativo na década de 80 para um saldo negativo de -3.358 pessoas.

Entre os anos 2000 e 2007, seguindo as estimativas da Fundação SEADE, é possível notar algumas modifi cações marcantes. Em primeiro lugar, constata-se que a migração passa a responder por uma parcela bem maior do crescimento populacional da RG de Bauru. Dos 57.870 novos habitantes da região, aproximadamente 44% são imigrantes. No município-sede de Bauru, por exemplo, os componentes vegetativo e migratório foram responsáveis por parcelas bem próximas de acréscimo populacional: enquanto o primeiro respondeu por 50,2% do crescimento, o segundo contribuiu com 49,8%. Somente cinco municípios apresentaram saldos migratórios negativos.

Também é interessante constatar que a participação do município de Bauru no crescimento populacional total do Polo diminui um pouco, em comparação com períodos anteriores. Entre 2000 e 2007, o município respondeu por 64,6% do crescimento absoluto do Polo. Mais uma vez, Lençóis Paulista foi o segundo município com maior crescimento populacional absoluto, seguido por Pederneiras.

Com relação ao movimento migratório para a região de governo de Bauru, no período de 1970 a 1980, merecem destaque os fl uxos procedentes da Região Sul, que perfi zeram 68% do total de mais de 17.000 imigrantes que chegaram no Polo. O Estado do Paraná, em particular, respondeu sozinho por aproximadamente 67% dos imigrantes interestaduais que se dirigiram a Bauru nesta década. Os demais estados corresponderam, em conjunto, a 33,4% destes fl uxos (Perillo, 1992). Cabe lembrar, porém, que embora a migração paranaense tenha se mostrado bastante signifi cativa para a Região neste período, quando analisada em um contexto mais amplo, percebe-se que, dentre o total de emigrantes do Paraná (aproximadamente 666 mil pessoas), apenas 1,7% tiveram como destino o Polo de Bauru.

As regiões Centro-Oeste e Sudeste (exceto São Paulo) também apresentaram níveis importantes de migração para o Polo de Bauru: a primeira das regiões respondeu por 12,3% dos fl uxos direcionados ao Polo, enquanto a segunda foi responsável por pouco mais de 10% dos fl uxos. As regiões Nordeste e Norte, por sua vez, tiveram participação mais reduzida (de 8,9% e 0,8%, respectivamente). Nos anos 80, esse fl uxos interestaduais diminuem para o Polo.

A migração inter-estadual, no período 1995/2000, registrou o volume total de imigrantes recebidos pela região foi: de 17.769 pessoas, na década de 1970 (cerca de 1700 migrantes por ano), para 9.527, entre 1995/2000 (em torno de 1900 migrantes por ano). Nota-se que os fl uxos migratórios provenientes da região Sul do país diminuíram bastante no período 1995-2000, perfazendo somente 34,3% do total de imigrantes direcionados ao Polo de Bauru (Tabela 22).

O Estado do Paraná também tem sua participação reduzida para 29,4%. Por outro lado, a participação relativa das demais regiões brasileiras no fornecimento de imigrantes para a região analisada aumentou signifi cativamente. O maior aumento pode ser constatado em relação aos Estados nordestinos que, em conjunto, passam a responder por 26,1% dos fl uxos migratórios para Bauru.

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POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE BAURU

Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4

A região Centro-Oeste, por sua vez, responde por 18,6% do total de imigrantes, sendo que Mato Grosso do Sul, em particular, é responsável por 10,4% destes fl uxos. Apesar de haver uma diminuição no volume absoluto dos fl uxos da região Sudeste, sua participação relativa também aumenta, passando a responder por 15,2% do total de fl uxos para a RG de Bauru.

TABELA 22. Movimentos Migratórios InterestaduaisPolo de Bauru, 1995/2000

Grandes Regiões e Estados Valor Absoluto do Fluxo Distribuição Relativa

Região Sudeste (exceto SP) 1.451 15,2

Região Sul 3.271 34,3

Paraná 2.798 29,4

Região Centro Oeste 1.771 18,6

Mato Grosso do Sul 988 10,4

Região Nordeste 2.490 26,1

Bahia 663 7,0

Região Norte 314 3,3

Brasil s/ espec. e s/ decl. 230 2,4

Total Interestadual 9.527 100,0

Já no que se refere aos movimentos migratórios intra-estaduais, no período compreendido entre 1970 e 1980, a RG de Bauru recebeu cerca de 47 mil imigrantes (Perillo, 1992). Dentre esses deslocamentos, constata-se que os mais signifi cativos foram aqueles originários da Região Metropolitana de São Paulo, de Marília e, em menor proporção, de Jaú, Botucatu e Ourinhos. Em conjunto, estas RGs foram responsáveis por 58% do volume de imigração registrado em Bauru neste período. Em particular, a RMSP foi responsável por 22,95% dos fl uxos migratórios destinados a Bauru, enquanto a RG de Marília respondeu por 14,43% do total destes fl uxos. Também é importante notar que quase 30% dos imigrantes da região de Bauru eram originários de outras RGs do Estado, consideradas em conjunto.

Para o período de 1995 a 2000 (Tabela 23), o volume total de imigrantes intra-estaduais foi de 31.461 pessoas, cerca de 6 mil migrantes por ano, contra os 4700 dos anos 70. A participação relativa da RMSP no total dos fl uxos migratórios direcionados ao Polo de Bauru aumenta, passando a responder por 37,35% do total. A RG de Marília, apesar de reduzir a sua participação no total de imigrantes, continua a manter um fl uxo signifi cativo para a região, sendo responsável por 9,4% dos fl uxos. Ainda ressalta-se a participação de Campinas, que responde por 5,31% dos fl uxos, e de Jaú, que contribui com 4,41% do total de imigrantes intra-estaduais. Por fi m, destaca-se a participação conjunta de outras RGs do Estado que, juntas, perfazem 26,62% do total.

Na tabela 24, que registra dados referentes aos movimentos emigratórios intra-estaduais, para o período de 1995 a 2000, pode-se perceber que mais de 20.000 pessoas saíram da região, com destino a outras cidades do Estado. O maior volume emigratório que partiu da RG de Bauru teve como destino a Região Metropolitana de São Paulo: mais de 3.500 pessoas. Entretanto, considerando-se, no mesmo período, o fl uxo de imigrantes que entraram na região provenientes da RMSP (11.750 pessoas), observa-se que a RG de Bauru obteve um saldo positivo nessas trocas migratórias, de mais de 8 mil migrantes.

Fonte: FIBGE. Censo

Demográfi co de 2000.

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Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.442

POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE BAURU

Já a tabela 25 complementa ainda mais as informações referentes ao perfi l migratório da região, ao fazer um balanço das trocas líquidas populacionais da RG de Bauru, para o período compreendido entre 1995 e 2000. O Polo de Bauru recebeu 31.361 migrantes e perdeu 20.121, o que resulta em um saldo positivo de 11.340 pessoas que se estabeleceram na região, no período. As trocas populacionais com a RMSP e com Marília foram aquelas que resultaram nos maiores ganhos da RG de Bauru: no primeiro caso, o ganho populacional foi de 8.241 pessoas e, no segundo, de 1.327 pessoas. Esta tendência se manteve em relação às outras principais regiões de governo com as quais o Polo de Bauru realizou trocas populacionais. O Polo de Bauru perdeu população somente para a região de Jaú, registrando um saldo negativo de -323 pessoas.

Através da tabela 26, pode-se observar os volumes de imigração e emigração intra-regionais, especifi cando-se de quais e para quais municípios a população migrou, em sua maioria. Entre os anos de 1995 e 2000, 11.765 pessoas mudaram de residência entre os municípios da região. O município de Bauru foi aquele que mais recebeu imigrantes (4.791), seguido por Agudos (924 pessoas), Lençóis Paulista (868 pessoas) e Pederneiras (746 pessoas). No que se refere à

TABELA 23. Movimentos Migratórios Intra-EstaduaisPolo Regional de Bauru, 1995/2000

Origem dos Imigrantes Valor Absoluto dos Fluxos Distribuição Relativa (%)

Região Metropolitana de São Paulo 11.750 37,35

Marília 2.957 9,40

Campinas 1.671 5,31

Jaú 1.387 4,41

Botucatu 1.253 3,98

Lins 1.180 3,75

Araçatuba 1.116 3,55

Ourinhos 972 3,09

Santos 799 2,54

Outras RGs 8.376 26,62

Total Intra-Estadual 31.461 100,00

Fonte: FIBGE. Censo Demográfi co de 2000.

Fonte: FIBGE. Censo Demográfi co de 2000.

TABELA 24. Movimentos Emigratórios Intra-EstadualPolo de Bauru, 1995/2000

Destino dos Emigrantes Valor Absoluto dos Fluxos Distribuição Relativa (%)

RM São Paulo 3.509 17,44

Jau 1.710 8,50

Marília 1.630 8,10

Campinas 1.563 7,77

Botucatu 1.212 6,02

Araraquara 973 4,84

Lins 918 4,56

Sorocaba 796 3,96

Ourinhos 618 3,07

Outras RGs 7.192 35,74

Total Estado de São Paulo 20.121 100,00

Total Intra-Estadual 20.121 92,65

Outros Estados 1.597 7,35

Total Brasil 21.718 100,00

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expulsão populacional, constata-se que Bauru também foi a cidade que mais gerou emigrantes (2.589), seguida de Agudos (1.606 pessoas) e Duartina (1.041 pessoas).

Em relação ao saldo migratório fi nal, é possível notar que a maioria dos municípios do Polo de Bauru apresentou saldos negativos. Aqueles que apresentaram maiores perdas populacionais, em termos absolutos, foram Agudos, Duartina, Arealva e Macatuba. Dentre os municípios que apresentaram saldos positivos, por outro lado, destacam-se Bauru, Cabrália Paulista e Pirajuí.

Fonte: FIBGE. Censo Demográfi co de 2000.

Fonte: FIBGE. Censo Demográfi co de 2000.

TABELA 25. Trocas Líquidas Populacionais Intra-EstaduaisPolo de Bauru, 1995/2000

Regiões Imigrantes para o Polo Emigrantes do Polo Troca Líquida

RM São Paulo 11.750 3.509 8.241

Marília 2.957 1.630 1.327

Campinas 1.671 1.563 108

Jaú 1.387 1.710 -323

Botucatu 1.253 1.212 41

Lins 1.180 918 262

Araçatuba 1.116 507 609

Ourinhos 972 618 354

Santos 799 507 292

Outras RGs 8.376 7.947 429

Total 31.461 20.121 11.340

TABELA 26. Volumes de Imigração e Emigração Intra-RegionalPolo de Bauru, 1995/2000

Municípios da RG Imigrantes Emigrantes Saldo Migratório Intra-Regional

Agudos 924 1.606 -682

Arealva 183 449 -266

Avaí 329 501 -172

Balbinos 85 121 -36

Bauru 4.791 2.589 2.202

Borebi 210 173 37

Cabrália Pta. 375 272 103

Duartina 532 1.041 -509

Iacanga 311 458 -147

Lençóis Pta. 868 852 16

Lucianópolis 159 299 -140

Macatuba 378 599 -221

Paulistânia 97 55 42

Pederneiras 746 926 -180

Pirajuí 658 573 85

Piratininga 598 577 21

Pres. Alves 148 178 -30

Reginópolis 249 334 -85

Ubirajara 124 162 -38

RG BAURU 11.765 11.765 0

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POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE BAURU

Através da tabela 27 é possível analisar, de maneira mais específi ca, os principais fl uxos intra-regionais, no período de 1995 a 2000. O município de Bauru recebeu uma parcela signifi cativa de população proveniente de Agudos (mais de 1.000 pessoas), enquanto perdeu população, principalmente, para as cidades de Piratininga, Pirajuí e Pederneiras. Agudos, por sua vez, recebeu população de Bauru, Pederneiras e Lençóis Paulista. Entretanto, o município perdeu mais população (1.606 pessoas, no total) do que recebeu. Lençóis Paulista, o terceiro maior polo de atração de imigrantes, recebeu população de Agudos, Macatuba e Bauru, mas também forneceu emigrantes para estes dois últimos municípios.

De modo geral, pode-se dizer que, apesar de ser o maior centro atrativo da região, o município de Bauru também é um daqueles cuja população mais se desloca, em nível intra-regional. Diversos municípios da região, dentre os quais estão Agudos, Avaí, Cabrália Paulista e Iacanga, recebem população proveniente de Bauru, em maior ou menor grau.

TABELA 27. Fluxos Migratórios Intra-Regionais Numericamente mais ImportantesPolo de Bauru, 1995/2000

DestinoImigrantes Emigrantes

Municípios n % Municípios n %

Agudos Bauru 275 29,76 Bauru 1.088 67,75Pederneras 239 25,87 Lençóis Paulista 239 14,88Lençóis Paulista 116 12,55 Cabrália Pta. 52 3,24Outros 294 31,82 Outros 227 14,13

Total 924 100,00 Total 1.606 100,00Arealva Bauru 113 61,75 Bauru 315 70,16

Pederneiras 17 9,29 Pederneiras 63 14,03Reginópolis 15 8,20 Iacanga 56 12,47Outros 38 20,77 Outros 15 3,34

Total 183 100,00 Total 449 100,00Avaí Bauru 206 62,61 Bauru 338 67,47

Presidente Alves 33 10,03 Duartina 57 11,38Agudos 27 8,21 Pirajuí 33 6,59Outros 63 19,15 Outros 73 14,57

Total 329 100,00 Total 501 100,00Balbinos Pirajuí 42 49,41 Bauru 48 39,67

Avaí 25 29,41 Pirajuí 41 33,88Iacanga 8 9,41 Arealva 13 10,74Outros 10 11,76 Outros 19 15,70

Total 85 100,00 Total 121 100,00Bauru Agudos 1.088 22,71 Piratininga 464 17,92

Duartina 573 11,96 Pirajuí 351 13,56Pederneiras 406 8,47 Pederneiras 312 12,05Outros 2.724 56,86 Outros 1462 56,47

Total 4.791 100,00 Total 2.589 100,00Borebi Lençóis Paulista 131 62,38 Agudos 84 48,55

Agudos 35 16,67 Iacanga 33 19,08Piratininga 15 7,14 Lençóis Paulista 28 16,18Outros 29 13,81 Outros 28 16,18

Total 210 100,00 Total 173 100,00Cabrália Paulista Bauru 191 50,93 Bauru 126 46,32

Duartina 53 14,13 Duartina 102 37,50Agudos 52 13,87 Paulistânia 21 7,72Outros 79 21,07 Outros 23 8,46

Total 375 100,00 Total 272 100,00Duartina Bauru 174 32,71 Bauru 573 55,04

Avaí 57 10,71 Lucianópolis 107 10,28Ubirajara 56 10,53 Piratininga 71 6,82Outros 245 46,05 Outros 290 27,86

Total 532 100,00 Total 1.041 100,00(continua)

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POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE BAURU

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DestinoImigrantes Emigrantes

Municípios n % Municípios n %

Iacanga Bauru 115 36,98 Bauru 367 80,13Reginópolis 63 20,26 Reginópolis 55 12,01Arealva 56 18,01 Arealva 14 3,06Outros 77 24,76 Outros 22 4,80

Total 311 100,00 Total 458 100,00Lençóis Paulista Agudos 239 27,53 Bauru 253 29,69

Macatuba 205 23,62 Macatuba 248 29,11Bauru 181 20,85 Borebi 131 15,38Outros 243 28,00 Outros 220 25,82

Total 868 100,00 Total 852 100,00Lucianópolis Duartina 107 67,30 Bauru 167 55,85

Piratininga 22 13,84 Duartina 51 17,06Ubirajara 20 12,58 Agudos 40 13,38Outros 10 6,29 Outros 41 13,71

Total 159 100,00 Total 299 100,00Macatuba Lençóis Paulista 248 65,61 Pederneiras 263 43,91

Pederneiras 99 26,19 Lençóis Paulista 205 34,22Bauru 31 8,20 Agudos 81 13,52Outros 0 0,00 Outros 50 8,35

Total 378 100,00 Total 599 100,00Paulistânia Agudos 38 39,18 Cabrália Paulista 37 67,27

Cabrália Paulista 21 21,65 Duartina 10 18,18Piratininga 20 20,62 Ubirajara 8 14,55Outros 18 18,56 Outros 0 0,00

Total 97 100,00 Total 55 100,00Pederneiras Bauru 312 41,82 Bauru 406 43,84

Macatuba 263 35,25 Agudos 239 25,81Arealva 63 8,45 Macatuba 99 10,69Outros 108 14,48 Outros 182 19,65

Total 746 100,00 Total 926 100,00Pirajuí Bauru 351 53,34 Bauru 354 61,78

Reginópolis 102 15,50 Presidente Alves 64 11,17Duartina 67 10,18 Lençóis Paulista 43 7,50Outros 138 20,97 Outros 112 19,55

Total 658 100,00 Total 573 100,00Piratininga Bauru 464 77,59 Bauru 360 62,39

Duartina 71 11,87 Reginópolis 43 7,45Agudos 22 3,68 Agudos 32 5,55Outros 41 6,86 Outros 142 24,61

Total 598 100,00 Total 577 100,00Presidente Alves Pirajuí 64 43,24 Bauru 122 68,54

Bauru 35 23,65 Avaí 33 18,54Pederneiras 24 16,22 Pirajuí 19 10,67Outros 25 16,89 Outros 4 2,25

Total 148 100,00 Total 178 100,00Reginópolis Bauru 95 38,15 Bauru 130 38,92

Iacanga 55 22,09 Pirajuí 102 30,54Piratininga 43 17,27 Iacanga 63 18,86Outros 56 22,49 Outros 39 11,68

Total 249 100,00 Total 334 100,00Ubirajara Duartina 46 37,10 Bauru 70 43,21

Lucianópolis 26 20,97 Duartina 56 34,57Agudos 23 18,55 Lucianópolis 20 12,35Outros 29 23,39 Outros 16 9,88

Total 124 100,00 Total 162 100,00

(continuação)

Fonte: FIBGE. Censo Demográfi co de 2000.

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Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.446

POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE BAURU

A questão social no Polo Regional de Bauru

Renda, pobreza e desigualdade no Polo Regional de Bauru

Renda e população

O polo de Bauru, com uma população de 586.324 pessoas que concentra 1,5% da população do estado, respondia, em 2005, por 1,04% do PIB estadual. Em termos de renda, no ano 2000, o polo de Bauru detinha uma renda domiciliar per capita de R$ 408,3, inferior à média estadual em 7,6%. Sua renda era uma das menores, superando somente às dos polos de Presidente Prudente, Araçatuba e Sorocaba.

Em 2000, o polo de Bauru participava com 1,4% da renda domiciliar total do estado, uma das menores participações juntamente com os polos de Presidente Prudente e Araçatuba. Na década de 90 a taxa anual de crescimento da renda domiciliar total de Bauru foi de 4,9% ao ano e a da população de 1,7% ao ano2. Verifi ca-se que a taxa anual de crescimento da renda domiciliar total na década de 90 foi superior à estadual (3,9% ao ano) enquanto a da população (1,8% ao ano) ligeiramente inferior.

Ao analisar o que ocorreu com a renda domiciliar no interior do polo de Bauru, com base nos seus municípios ordenados de maior a menor em função de sua renda domiciliar per capita em 2000 e atribuindo o valor 100 tanto à renda domiciliar per capita como à população do polo da Bauru, o primeiro que se destaca são os relativamente elevados tamanhos da população dos municípios de Bauru (58,2%) e Lençóis Paulistas (10,2%) concentrando 68,4% da população do polo (Tabela 28). Observa-se, também, que o município de Bauru possuía uma renda domiciliar per capita superior à média do polo em 22,6%, enquanto o município de Lençóis Paulistas possuía uma renda domiciliar 14,2% inferior. A renda per capita de Piratininga (13,9% inferior à do polo) correspondia a segunda maior renda do polo, porém com uma população muito reduzida. O município de Lucianópolis apresentou a menor renda per capita (59,7% inferior à média do polo).

Como mencionado, entre 1991 e 2000, a renda domiciliar total do polo de Bauru cresceu 4,9% ao ano enquanto a população cresceu a um ritmo de 1,7% ao ano. Merece registro, o fato de somente os municípios de Bauru, Lençóis Paulista e Cabrália Paulista terem apresentado taxa de crescimento populacional superior à média do polo. Todos os outros municípios cresceram abaixo da média ou tiveram taxas negativas de crescimento no período indicando perdas de população. Os casos mais gritantes são Presidente Alves (-5,6% no período) e Lucianópolis (-8,5%).

Quanto à renda domiciliar alguns municípios mostraram taxas de crescimento superiores à média do polo (4,9% ao ano). Os destaques foram para Bauru, Arealva, Presidente Alves, Balbinos e Avaí. Mas entre estes municípios somente Bauru registrou taxa de crescimento razoável de população. Os demais municípios mencionados que apresentaram crescimento relativamente expressivo de renda domiciliar per capita tiveram pouco ou nenhum crescimento de população. O município de Avaí, por exemplo, teve um crescimento da renda de 6,0% ao ano mas teve crescimento negativo de sua população (-2,5% no período).

2 Como salientado, é difícil a partir dos dados do censo avaliar o verdadeiro desempenho da economia paulista na década de 90, pois o ano de 1991 foi de atividade econômica muito baixa e a do ano 2000 razoável, o que leva a superestimar o verdadeiro desempenho desta economia na década de 90

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POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE BAURU

Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4

Pobreza, desigualdade e concentração de renda

A proporção de pobres diminuiu na década de 90 no polo de Bauru de 15,0% para 11,9%. No ano de 2000, a proporção de pobres no polo de Bauru era semelhante à dos polos de Ribeirão Preto e Araçatuba.3.

No que diz respeito à desigualdade, o índice de Gini do polo de Bauru era elevado (0,560) em 2000, bem como a relação entre as rendas médias dos 10% mais ricos e dos 40% mais pobres (4,94). Em termos de desigualdade, ao contrário ao verifi cado com a pobreza, houve uma piora na década de 90.

Quanto à concentração de renda, os 20% mais ricos do polo de Bauru concentravam 61,9% da renda em 2000. Este valor é também elevado porém inferior à média do estado. Entre 1991 e 2000 a renda apropriada pelos 20% mais ricos aumentou de 58,7% para 61,9%.

Do ponto de vista dos municípios do polo de Bauru, as situações de pobreza (% de pobres), desigualdade (relação entre as rendas médias dos 10% mais ricos e 40% mais pobres) e concentração (20% mais ricos) são ilustradas na tabela 29.

Como os municípios estão ordenados conforme sua renda domiciliar per capita de 2000, de maior a menor, o que se observa, em primeiro lugar é que existe, uma correlação inversa entre renda per capita e proporção de pobres. Ou seja, a proporção de pobres é em geral maior para aqueles municípios com renda per capita menor. Ademais, nota-se que as proporções de pobres ultrapassam os 10% na maioria dos municípios e somente os municípios de Bauru, Lençóis Paulistas, e Piratininga tinham proporções de pobres abaixo da média do polo que

3 Utilizou-se uma linha de pobreza de ½ salário mínimo de 2000 (R$ 75,50).

TABELA 28. Renda domiciliar per capita, população e taxas de crescimento anualPolo Regional de Bauru e Municípios, 1991-2000

Polo de Bauru e municípios

Renda domiciliar per capita 2000

População 2000Taxa variação anual 1991-2000 (*)

População Renda domiciliar total

Polo de Bauru 100,0 100,0 1,7 4,9

Bauru 122,6 58,2 2,2 5,7

Piratininga 86,1 1,9 0,9 1,6

Lençois Paulista 85,8 10,2 2,0 4,1

Arealva 67,0 1,3 0,6 5,8

Pirajuí 66,6 3,4 0,1 4,2

Iacanga 65,7 1,5 0,9 1,0

Agudos 65,5 6,0 0,2 3,4

Reginópolis 65,0 0,9 -1,0 4,5

Pederneiras 64,7 6,8 1,4 0,9

Duartina 62,6 2,3 0,5 2,2

Paulistânia 59,6 0,3 - -

Macatuba 58,9 2,9 1,8 1,4

Presidente Alves 57,0 0,8 -5,6 5,0

Balbinos 56,1 0,2 0,8 5,9

Avaí 52,5 0,8 -2,5 6,0

Borebi 46,1 0,4 - -

Ubirajara 44,4 0,8 -0,9 4,1

Cabrália Paulista 44,0 0,9 2,2 2,1

Lucianópolis 40,3 0,4 -8,5 4,0

Fonte: Fundação IBGE, Censo Demográfi co 1991, 2000.(*) OBS: os

números negativos referem-

se à variação no período.

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Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.448

POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE BAURU

era de 11,7%. Contudo, alguns municípios ainda que não possuam renda per capita tão baixa apresentam signifi cativa proporção de pobres. São os casos de Arealva, Pirajui, Agudos, Reginópolis, Pederneiras e Duartina. As piores situações de pobreza em 2000 são encontradas em Ubirajara (25,2% de pobres) e Cabrália Paulista (22,0%) e Lucianópolis (21,4%).

TABELA 29. Pobreza, Concentração e Desigualdade da renda DomiciliarPolo de Bauru e Municípios, 1991 – 2000

Polo de Bauru e Municípios

% pobresProporção da renda apropriada

pelos 20% mais ricosRelação entre as rendas médias dos 10% mais ricos e 40% mais pobres

1991 2000 1991 2000 1991 2000

Polo de Bauru 14,7 11,7 58,7 61,9 4,3 5,0

Bauru 9,3 9,6 63,1 68,4 6,3 8,0

Piratininga 23,9 11,5 64,7 57,4 5,2 3,5

Lençois Paulista 10,2 8,7 55,6 52,1 4,5 4,0

Arealva 27,1 16,7 31,7 44,4 0,8 1,6

Pirajuí 33,8 16,0 44,0 45,9 1,1 1,4

Iacanga 22,3 10,9 54,0 44,0 2,4 1,5

Agudos 21,6 20,0 39,5 45,8 1,1 1,8

Reginópolis 25,9 14,7 38,0 43,8 0,7 1,2

Pederneiras 15,7 14,8 54,5 44,4 3,8 1,6

Duartina 28,2 18,7 51,4 43,0 2,1 1,2

Paulistânia - 12,9 - 41,7 - 1,4

Macatuba 11,1 16,2 45,9 36,8 2,7 1,1

Presidente Alves 41,1 13,7 32,0 38,4 0,7 1,0

Balbinos 36,3 14,6 34,7 30,8 0,4 0,8

Avaí 47,0 19,8 21,6 32,4 0,4 0,7

Borebi - 16,0 - 16,1 - 0,4

Ubirajara 43,8 25,2 25,6 27,9 0,4 0,3

Cabrália Paulista 41,6 22,0 47,1 22,1 1,5 0,4

Lucianópolis 50,2 21,4 21,9 18,1 0,1 0,3

Fonte: Fundação IBGE, Censo Demográfi co 1991. Deve-se mencionar que somente o município de Bauru e Macatuba tiveram ampliação de

sua proporção de pobres na década, mas em 1991 estavam entre os municípios com menores proporções de pobres. Todos os outros municípios tiveram decréscimo da proporção de pobres. Em geral, os municípios que mais reduziram sua pobreza são aqueles municípios que apresentavam proporções de pobres mais elevadas em 1991. São os casos de Balbinos, Avaí, Ubirajara, Cabrália Paulista e Lucianópolis.

A concentração de renda expressa pela renda apropriada pelos 20% mais ricos revela que no polo de Bauru os 20% mais ricos concentravam 61,9% da renda no ano 2000, tendo sofrido um acréscimo de três pontos percentuais na década. Em 2000, a concentração de renda era superior à média do polo somente no município de Bauru. Deve-se chamar à atenção para a correlação direta entre renda e concentração. Ou seja, aqueles municípios que possuem renda per capita mais elevada têm também maior concentração de renda. Entre 1991 e 2000 a concentração da renda aumentou em vários dos municípios. O destaque fi ca com Bauru que passou de 63,1% em 1991 para 68,4% em 2000 a proporção da renda apropriada pelos 20% mais ricos. A concentração de renda dos 20% mais ricos diminuiu nos municípios de Piratininga, Lençóis Paulistas, Iacanga, Pederneiras, Duartina, Macatuba, Balbinos, Cabrália Paulista e Lucianópolis.

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POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE BAURU

Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4

A desigualdade medida pela razão entre as rendas médias dos 10% mais ricos e dos 40% mais pobres revela o elevado valor no polo de Bauru em 2000: os 10% mais ricos tinham uma renda média equivalente a 4,9 vezes a renda média dos 40% mais pobres do polo. Essa razão foi ainda superada pelo município de Bauru. Entre 1991 e 2000, a desigualdade, medida por este indicador, aumentou na maioria dos municípios. O destaque fi ca novamente com o município de Bauru que variou de 6,3 para 8,0 na década.

Desse modo, na década de 90 houve ligeiro aumento da renda domiciliar per capita no polo de Bauru abrangendo seus 19 municípios. A concentração e a desigualdade que já eram consideráveis aumentaram e a proporção de pobres só não aumentou em aqueles municípios onde essa proporção já era muito elevada em 1991.

O município de Bauru merece destaque por apresentar a maior renda per capita, acima da média do polo, e considerável crescimento de sua população. Este município apresentou, também, a menor proporção de pobres, mas a desigualdade e a concentração de renda eram elevadas e aumentaram na década.

Mudanças no domicílio, na inserção domiciliar no mercado de trabalho e as políticas sociais

Os arranjos domiciliares no Polo Regional de Bauru no ano 2000

Os arranjos domiciliares do Polo Regional de Bauru apresentam um perfi l com as seguintes características, segundo dados do Censo Demográfi co do IBGE de 2000: os arranjos familiares nucleados por casais compreendem 73,1% do total dos arranjos e os arranjos de chefes masculinos e femininos sem cônjuges totalizam 21,9%, com ênfase para os arranjos chefi ados por mulheres, que perfazem 19% dos arranjos domiciliares. Comparando-se esses percentuais entre as três regiões metropolitanas paulistas e polos regionais, observa-se que o perfi l apresentado pelo Polo Regional de Bauru é bastante próximo ao apresentado pelos demais polos do Estado de São Paulo sob análise, diferenciando-se das regiões metropolitanas e especialmente da Região Metropolitana da Baixada Santista e da Região Metropolitana de São Paulo.

Dessa maneira, a confi guração familiar predominantemente no Polo Regional de Bauru é do tipo conjugal com ou sem a presença de fi lhos residentes, compreendendo 73,1% dos domicílios do polo. Dentre os arranjos nucleados por casais, predominam os casais com fi lhos e parentes, os quais apresentam um percentual de 59,2% dos domicílios, percentual pouco superior ao apresentado pelo Estado de São Paulo (58,2%). Considerando os casais com a presença de fi lhos, aqueles de 35 até 49 anos são a maioria, confi gurando um total de 23% dos arranjos domiciliares, seguidos pelos casais de até 34 anos, 22,5%. Os casais de mais de 50 anos e mais com fi lhos e ou parentes apresentam os menores percentuais nesse grupo, 10,4%. Estes valores se assemelham às médias apresentadas pelo Estado de São Paulo, que são, respectivamente, 22,9%, 22,3% e 9,7%, no entanto no Polo de Bauru são comparativamente mais elevados os percentuais dos domicílios com casais entre 35 e 49 anos e nos domicílios dos casais de 50 anos e mais.

Por outro lado, a proporção de casais sem a presença de fi lhos no Polo Regional de Bauru, 13,9% dos arranjos domiciliares, é pouco mais elevada que a apresentada pelo Estado (13,4%).

Com relação aos arranjos com chefi a feminina sem cônjuge (19,6%), o Polo Regional de Bauru apresenta proporção menor quando comparada ao Estado de São Paulo (20,5%) e às

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Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.450

POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE BAURU

RMSP e RMBS, porém mais próxima às proporções observadas nos polos regionais. Da mesma forma, esses arranjos domiciliares com a presença de fi lhos e/ou parentes (14,5%), apresentam proporções inferiores às médias apresentadas pelo Estado de São Paulo (15,6%), bem como em relação às RMSP e RMBS, ambas da ordem de 17%, assemelhando-se aos polos regionais estudados. Por outro lado, a proporção de arranjos domiciliares chefi ados por homem sem a presença de cônjuge, de 7,3%, está próxima da apresentada pelos polos regionais analisados e abaixo da média do Estado (7,9%) e das regiões metropolitanas paulistas.

Estas especifi cidades da estruturação dos arranjos domiciliares no Polo de Bauru podem ser associadas às características da sua estrutura etária. Pois, no ano de 2000 o Polo Regional de Bauru apresentava, comparativamente à média do Estado de São Paulo, uma população mais envelhecida, com 10,3% de sua população com 60 anos e mais; população em idade ativa – entre 15 e 59 anos - representando 64% do total, próxima à média do Estado de São Paulo, mas com proporções um pouco menores; e, também proporção um pouco menor entre as idades de 0 e 14 anos (24,4%)4.

Observando-se os percentuais dos municípios do Polo de Bauru no ano de 2000 para os arranjos chefi ados por casais, é possível perceber que estes variam entre 68% e 83%, sendo que a média do Polo é de 73,1% (Tabela 30 e 31).

Nos arranjos chefi ados por mulheres sem cônjuges os percentuais apresentados pelos municípios fi cam entre 10% e 21%, sendo que a média do polo é de 19,6%. Por fi m, nos arranjos chefi ados por homens sem cônjuges os percentuais variam entre 4,8% e 11%, sendo que a média é de 7,3% no ano de 2000.

O município de Bauru, sede do Polo regional e o maior município – 347.600 pessoas segundo a Contagem de 2007, IBGE -, apresenta proporção de domicílios nucleados por casais da ordem de 71,2% (abaixo da média regional); 21,6% chefi ados por mulheres sem cônjuge (acima da média regional), e 7,2% com chefi a masculina sem cônjuge (na média regional), no ano 2000.

Para evidenciar a heterogeneidade entre os municípios do Polo em relação ao perfi l dos arranjos domiciliares, apresentamos outros dois municípios com características distintas. O município de Lençóis Paulista, o segundo maior em tamanho (59.460 mil habitantes - Contagem de 2007, IBGE), apresenta um dos maiores percentuais de arranjos chefi ados por casais (78,1%) e o segundo maior percentual de casais com fi lhos e/ou parentes (66,6%). A média regional para esses dois tipos de arranjos é de 73,1%, referindo-se ao total daqueles nucleados por casais e de 59,2% para arranjos domiciliares de casais com fi lhos e/ou parentes Apresenta ainda percentual de arranjos domiciliares de chefes femininas sem a presença de cônjuge de 15,7%, abaixo da média do polo, que é de 19,6%, no ano 2000.

Por outro lado, Pirajuí, município considerado pequeno - pois tem 21 mil habitantes, segundo a Contagem Populacional de 2007, IBGE -, apresenta o menor percentual de arranjos chefi ados por casais do polo de Bauru, totalizando 68,9%; dentre estes o arranjo domiciliar de casais com fi lhos, apresenta percentuais de 52,2%, abaixo da média regional. Apresenta ainda como peculiaridades proporção de casais sem fi lhos de 16,7%, acima da média do Polo, que é cerca de 14%, e percentuais elevados de arranjos de chefes femininos e masculinos sem cônjuges, ambos acima da média regional. Com relação aos arranjos de chefes femininos sem cônjuges, estes perfazem 21,5%, enquanto os arranjos de chefes masculinos sem cônjuges perfazem 9,6% dos domicílios do município.

4 Em 2000, a estrutura etária do Estado de São Paulo era a seguinte: 26,2% de pessoas com até 14 anos de idade; 64,3% entre as idades de 15-59 e proporção de pessoas com 60 anos e mais da ordem de 9,4%.

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Tendências de mudanças nos arranjos domiciliares: 1991-2000

O Polo Regional de Bauru apresenta, entre 1991 e 2000 as tendências de queda nos arranjos domiciliares chefi ados por casais e de crescimento nos arranjos chefi ados por homens e mulheres sem cônjuges. Compartilha dessas tendências tanto com o Estado de São Paulo, como com as outras Regiões Metropolitanas e Polos Regionais Paulistas.

Assim, no ano de 1991 a o Polo Regional de Bauru apresentava percentual de 78,9% de arranjos nucleados por casais, que caiu para 73,1% em 2000, apresentando queda acentuada nessa confi guração familiar, um pouco acima da experimentada pelo Estado de São Paulo. A variação percentual observada no Polo de Bauru aproximou-se da variação negativa apresentada pelo Polos de Araçatuba e de São José do Rio Preto, sendo um pouco menor do que a apresentada pelos Polos de Presidente Prudente e Ribeirão Preto.

Os arranjos domiciliares chefi ados por homens e mulheres sem cônjuges, em movimento inverso, passaram de 21% em 1991 para 26,9% no Polo Regional de Bauru em 2000.Ambas as tendências foram apresentadas, com maiores ou menores proporções, por todo o Estado de São Paulo. No caso do Estado de São Paulo, este apresentava, em 1991, 77% dos arranjos domiciliares chefi ados por casais e 23% dos arranjos com chefi as femininas e masculinas sem cônjuges; no ano 2000 esses percentuais passaram a ser de 71,6% e de 28,4%, respectivamente.

Na tendência de redução dos arranjos domiciliares nucleados pelo casal, o Polo Regional de Bauru, como no restante do Estado de São Paulo, registrou a maior queda naqueles arranjos chefi ados por casais com a presença fi lhos e/ou parentes, que passaram de 66% em 1991 para 59,2% em 2000.

A queda nos arranjos nucleados pelo casal ocorreu, principalmente, nos domicílios dos casais na faixa etária de até 34 anos, com a presença de fi lhos, que somavam 29,5% em 1991 e passaram a ser 22,5% em 2000 (variação percentual negativa de 24%), expressando diversas mudanças pelas quais passa a família, nestas incluindo tanto a redução da fecundidade, como as mudanças nos padrões de nupcialidade. Observa-se entretanto, no Polo de Bauru com relação aos arranjos domiciliares nucleados pelo casal, a manutenção no percentual daqueles na faixa etária de 50 anos ou mais, com a presença de fi lhos, cerca de 10% dos domicílios nos dois momentos sob análise.

Deve-se ainda ressaltar, dentre os arranjos nucleados por casais, o crescimento moderado nos arranjos de casais sem fi lhos, que passam de 12,8% para 13,9% no período analisado; tais percentuais são, entretanto, superiores aos apresentados pelo Estado de São Paulo, que apresentou no mesmo período a manutenção da proporção 12,5%.

Por outro lado, e complementarmente, os arranjos chefi ados por homens e mulheres sem a presença de cônjuge apresentaram no Polo Regional de Bauru crescimento signifi cativo e mais acentuado para aqueles com chefi a feminina; ou seja, os domicílios com esta confi guração com chefi a feminina passam de 15,1% em 1991, para 19,6% em 2000, enquanto estes arranjos com chefes masculinos, representavam 6,1% dos arranjos em 1991 e passaram a ser 7,3% em 2000.

Dentre os arranjos domiciliares com chefes femininas, o crescimento foi relevante tanto naqueles com a presença de fi lhos e/ou parentes, que passaram de 11,3% em 1991 para 14,5% em 2000, com variação percentual de 28%, como nos domicílios unipessoais que passaram de 3,8% em 1991 para 5,2% em 2000, indicando maior intensidade no crescimento, da ordem de 35%. No caso dos arranjos domiciliares com chefi as masculinas sem cônjuge, o crescimento no período foi devido principalmente aos domicílios unipessoais, que de 2,6%, em 1991,

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passaram para 4,1% em 2000, ao passo que os arranjos com a presença de fi lhos e/ou parentes permanecem cerca de 3,5%.

A análise dos municípios do Polo de Bauru no período de 1991-2000, ainda que com diferenciações nesse processo, evidenciam as tendências de mudanças nos arranjos domiciliares indicadas acima, ou seja, queda nos arranjos domiciliares chefi ados por casais; crescimento de domicílios com chefi as femininas sem cônjuges, e menor crescimento de domicílios com chefi as masculinas sem cônjuge.

Observa-se em Bauru, município sede do Polo, acentuada queda nos arranjos chefi ados por casais para o período de 1991-2000, bem como acentuado crescimento nos arranjos chefi ados por mulher sem a presença de cônjuge e nos arranjos com essa confi guração chefi ados por homem. Assim, em 1991, os arranjos nucleados por casais representavam 77% dos domicílios e passam a representar 71,2%, em 2000. Em contrapartida, ocorreu crescimento no período para os arranjos chefi ados por mulheres sem cônjuges, que passam de 17% para 21,6% dos arranjos domiciliares do município; aqueles com esse arranjo e com a presença de fi lhos e/ou parentes atingem, em 2000, a cifra de 15,8% dos arranjos domiciliares em Bauru. Merece destaque também o crescimento dos domicílios com chefi as femininas unipessoais que, em 2000, chegam a ser 5,7% dos domicílios. Ocorreu ainda o crescimento no período para os arranjos domiciliares de homens sem cônjuges, que passam de 5,9% para 7,2% dos arranjos domiciliares no período, com crescimento dos domicílios unipessoais, que chegam 4,2% dos domicílios do município em 2000.

Lucianópolis, um município pequeno (2.300 habitantes), com a menor renda domiciliar per capita do Polo no ano de 2000, por sua vez apresentou uma das maiores variações de queda dos arranjos domiciliares chefi ados por casais, que passaram de 83,5% em 1991, para 75,9 % em 2000, embora tenha apresentado crescimento elevado nos arranjos chefi ados por casais sem fi lhos, que passaram de 14% dos seus domicílios, para 17,5% dos mesmos. Dentre os casais com fi lhos, apresentaram queda acentuada tanto os casais jovens (até 34 anos), que passaram de 26,6% para 22,3% entre 1991 e 2000, como os casais entre 35 e 49 anos, que caíram do percentual de 32,5% para 22,6%; os casais mais velhos (50 e mais) apresentaram pequeno crescimento, tendo passado de 7,6% dos domicílios do município, para 8,6%.

Esse município apresentou ainda acentuado crescimento dos domicílios com chefe feminina sem a presença de cônjuge (12,5% em 1991, e 17,% em 2000), bem como daqueles com chefi a masculina sem cônjuge (4% em 1991, e 7% em 2000), em ambos com importante crescimento dos arranjos com a presença de fi lhos e/ou parentes.

Mudanças no tamanho médio dos domicílios

O Polo Regional de Bauru também apresenta no período de 1991-2000 tendência de redução do número de pessoas por domicílio. Observa-se que, em 1991, a média de pessoas por domicílio na Bauru era de 3,9, tendo passado em 2000 para 3,5 pessoas. A tendência e os valores são muito próximos daqueles observados para o Estado de São Paulo, bem como são próximos em relação às regiões metropolitanas de São Paulo e de Campinas e aos polos regionais paulistas.

Todos os tipos de arranjos domiciliares apresentam redução no número de componentes, no entanto esta foi mais acentuada nos arranjos chefi ados por casais, nos quais o número de componentes caiu de 4,2 para 3,9 pessoas por domicílio, entre 1991 e 2000, repetindo a tendência e valores observados para o Estado de São Paulo.

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Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4

Destacam-se entre estes os arranjos casais com fi lhos e/ou parentes, que apresentaram redução na média de componentes de 4,6 para 4,3 pessoas. Dentre estes todos experimentaram queda em seu tamanho, permanecendo, entretanto como os arranjos domiciliares mais numerosos em 2000 no Polo Regional de Bauru. Com os tamanhos maiores estão os domicílios dos casais entre 35 e 49 anos (4,5 pessoas), seguidos pelos casais de 50 anos ou mais (4,3 pessoas) e, por fi m, os domicílios chefi ados por casais de até 34 anos, com a presença de fi lhos (4 pessoas).

As menores médias de componentes por domicílio no Polo de Bauru são encontradas entre os arranjos de chefi as femininas e masculinas sem cônjuges, respectivamente, 2,8 e 2 pessoas por domicílio no ano 2000. É preciso destacar que, nos arranjos citados nesse parágrafo, esse número é mais elevado quando se trata de arranjos domiciliares de chefes sem cônjuges com a presença de fi lhos e/ou parentes, tanto para os femininos, como para os masculinos, observando-se, respectivamente, os valores de 3,4 e de 3,2 pessoas por domicílio, no ano de 2000, pois as médias para os totais de cada arranjo de chefi a sem cônjuge incluem os domicílios unipessoais.

Considerando-se os municípios no Polo Regional de Bauru ao analisar o ano de 2000, observa-se que entre estes o tamanho dos domicílios varia entre 3,3 e 3,9 pessoas no ano censitário de 2000, sendo a média regional de 3,5 pessoas por domicílio. Os municípios apresentam também variação no tamanho dos domicílios com arranjos chefi ados por casais, que fi cam entre 3,6 e 4,1 componentes por domicílio, destacando-se no limite superior os municípios de Agudos, Borebi e Macatuba (Tabela 32).

Os menores tamanhos médios observados nos municípios são encontrados nos domicílios nucleados pelos chefes femininos sem cônjuge e pelos os chefes masculinos sem cônjuge. No caso dos arranjos chefi ados por mulheres sem cônjuges, os tamanhos fi cam entre 2,2 e 3,6 pessoas por domicílio, sendo a média do polo de 2,8 pessoas por domicílio. Por fi m, nos domicílios com arranjos de chefes masculinos sem cônjuges, os valores fi cam entre 1,5 e 3,6 pessoas por domicílio, sendo a média regional de 2 pessoas por domicílio.

O município sede, Bauru, apresentou em 2000 3,4 componentes por domicílio, pouco abaixo da média observada pelo Polo Regional e também valores abaixo da média regional para todos os arranjos domiciliares analisados.

Por outro lado, Macatuba apresenta médias de pessoas por domicílio mais elevadas que a média regional (3,9), bem como em todos os arranjos domiciliares. Assim, nos arranjos chefi ados por casais a média é de 4,1 pessoas por domicílio, enquanto naqueles com chefi a feminina sem cônjuges é de 3,6 e naqueles com chefi a masculina sem cônjuges é de 3,0.

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Mudanças nos arranjos domiciliares de inserção no mercado de trabalho e na provisão dos domicílios

No Polo Regional de Bauru, entre 1991 e 2000, a taxa de geração de renda por domicílio passou de 49,6%, para 52,9%, signifi cando que, em 2000, mais que a metade dos componentes aporta renda de alguma natureza para o domicílio.

No Polo Regional Bauru no período de 1991-2000, considerando-se os arranjos domiciliares nucleados por casais, ocorreu redução na taxa de geração de renda dos chefes, com queda de aproximadamente 3 pontos percentuais; essa taxa era de 97,6% em 1991 e cai para 94,1% em 2000, mantendo-se, entretanto, elevada. Por outro lado, eleva-se a taxa de geração de renda das cônjuges, que, em 1991, era de 37,5% e, passou a ser de 49,5%, em 2000. Merece ressalvar que a taxa apresentada pelas cônjuges no Polo de Bauru, nesse arranjo domiciliar é uma das mais elevadas entre as observadas nos polos e nas regiões metropolitanas paulistas no ano 2000. Ainda nesse arranjo domiciliar, a taxa de geração de renda dos fi lhos praticamente se mantém entre 1991 e 2000, com pequena redução, caindo de 24,8%, para 24,3%. Também experimentam queda em sua taxa de geração de renda no período outro componente deste arranjo, os parentes e não parentes, cuja taxa passa de 45,4% para de 43%. Nestes arranjos domiciliares nucleados por casais houve, no período, elevação da taxa domiciliar de geração de renda de 46,5% para 50%.

Nos arranjos chefi ados por mulheres sem cônjuge, no Polo de Bauru, as chefes apresentam taxa bastante elevada em 1991 (93,8%), devendo-se ressalvar que é uma das mais elevadas observadas entre os polos regionais e regiões metropolitanas paulistas, superada apenas pelas taxas das mulheres-chefe do Polo de São José do Rio Preto, da ordem de 94,5% em 1991. No ano 2000, no Polo de Bauru as chefes femininas dos arranjos sem a presença de cônjuge mantêm a mesma taxa de geração de renda, 93,6%, e nesse ano estas apresentam a taxa mais elevada observada em relação aos demais polos, regiões metropolitanas paulistas e Estado de São Paulo.

No mesmo período, observa-se nesse arranjo domiciliar queda acentuada na taxa de geração de renda dos fi lhos, que em 1991 era de 52,1% e, em 2000, passa a ser de 44,9%, possivelmente expressando restrições do mercado ao trabalho jovem e também restrições impostas ao trabalho infantil por políticas governamentais. Outro componente domiciliar, os parentes e não parentes, praticamente mantém sua participação na taxa de geração de renda nesse arranjo domiciliar, cuja participação é de 45,8% em 1991 e, para 45,1% em 2000. Conclui-se o período com queda da taxa de geração de renda deste arranjo domiciliar, pois passa de 65,1% em 1991 para 62,5%, em 2000.

Considerando-se os domicílios dos chefes masculinos sem cônjuges percebe-se a diminuição da taxa de geração de renda dos chefes, bem como fi lhos e dos parentes, no entanto se mantém a taxa domiciliar de geração de renda no período no Polo Regional de Bauru; assim, em 1991 e em 2000, cerca de 73% dos componentes em idade ativa aportavam renda para o domicílio.

A análise dos municípios do Polo Regional de Bauru evidencia as mesmas tendências assinaladas acima para os diferentes arranjos domiciliares, com poucas especifi cidades. Assim, considerando-se os arranjos nucleados por casais, a tendência geral nos municípios da região é de diminuição da taxa de geração de renda dos chefes e de intenso crescimento na taxa de geração de renda das cônjuges; o comportamento da taxa dos fi lhos apresenta mais oscilações. No período de 1991-2000, no município de Bauru, sede regional, as tendências observadas são as seguintes: a taxa de geração de renda dos chefes cai de 98% em 1991 para 93,5% em 2000

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e, em movimento inverso, a taxa de geração das cônjuges experimenta forte crescimento: em 1991 era de 40,2% e, em 2000, mais que a metade das cônjuges nesse arranjo aportavam renda ao domicílio (52,2%); acompanhada de crescimento menos intenso na taxa de geração de renda dos fi lhos, 23,8% em 1991 e 24,7%, em 2000. Neste município a taxa domiciliar de geração de renda passa de 47,4%%, para 50,9% no período.

Nos arranjos domiciliares da chefe feminina sem cônjuge,conforme mencionado acima, a taxa regional de geração de renda é bastante elevada e se mantém no período de 1991-2000. A análise dos municípios mostra que a participação das chefes na geração de renda do domicílio é elevada em todos os municípios, apresentando no entanto crescimento em alguns e pequenas quedas em outros no período analisado. Em relação aos fi lhos nesse arranjo domiciliar, percebe-se uma tendência geral no municípios de queda na taxa de geração de renda. Em relação aos parentes, embora a tendência na região seja de queda na taxa de geração de renda, há oscilações para cima. Tomando-se novamente o município de Bauru como exemplo, observa-se que em 1991 94,8% das chefes aportavam renda para o domicílio e em 2000 esse número foi para 93,4% e que embora tenham ocorrido queda na taxa de geração dos fi lhos, de 52,8% em 1991 para 45%, permanece elevada em 2000; ocorre pequena elevação na taxa dos parentes de 46,1% em 1991, para 47,2 % em 2000; resultando em redução da taxa domiciliar de geração de renda no período, caindo de cerca de 66% dos componentes, para 63,5% deles em 2000.

Considerando-se o arranjo dos chefes masculinos sem cônjuge, no período de 1991-2000, a tendência geral nos municípios da região é de leve queda da taxa de geração de renda dos chefes, mantendo-se muito elevada, ainda que em alguns municípios essa taxa manifeste pequenos aumentos; outra tendência é a de diminuição da participação dos fi lhos na geração de renda dos domicílios. No município de Bauru em 1991 a taxa de geração de renda dos chefes masculinos sem cônjuge era de 97,2%, caindo em 2000 para 93,1%; a taxa de geração de renda dos fi lhos neste arranjo, bastante elevada, apresenta queda leve de 61,6%% em 1991, para 59% em 2000, bem como a dos parentes; resultando em queda da taxa domiciliar de geração de renda nesse arranjo, de 78% em 1991, para 76,4. Esta taxa domiciliar de geração de renda é a mais elevada dentre as observadas nos diferentes arranjos domiciliares neste município.

No Polo de Bauru verifi ca-se nos censos demográfi cos de 1991 e 2000, que nos arranjos nucleados pelo casal, na média regional é pequena a queda da participação dos chefes na composição da renda domiciliar, praticamente mantendo-se nos 69% no período. Ainda que na maioria dos municípios que compõem o Polo haja queda nessa participação, ela apresenta pequeno crescimento em alguns municípios, enquanto em outros se mantém nas mesmas proporções.

Por sua vez, as cônjuges, nos domicílios compostos por casais, elevaram sua participação na composição da renda familiar no período de 1991-2000, nessa região. Considerando-se os arranjos domiciliares nucleados pelo casal, em 1991, a contribuição da cônjuge era de 14,9% e passou a ser de 19,1% em 2000. Essa tendência é registrada também para o Estado de São Paulo, para as outras duas regiões metropolitanas e para os polos regionais paulistas.

Outra tendência generalizada em todos os arranjos domiciliares e entre as diversas regiões metropolitanas e polos regionais do Estado de São Paulo analisados, é a queda na participação dos fi lhos, e dos parentes na composição da renda domiciliar. No Polo de Bauru observa-se em todos os arranjos domiciliares a queda dessa participação dos fi lhos entre os anos de 1991 e 2000. Nos arranjos nucleados pelos casais, a contribuição dos fi lhos para a composição da renda era de 13%, passando a ser de 10% em 2000. Considerando-se os arranjos domiciliares nucleados pelas chefes femininas sem cônjuge, destaca-se a redução apresentada pelos fi lhos que

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participavam com parcela de 30,8% da composição da renda domiciliar em 1991 e passaram a contribuir com 22,8% em 2000. Nos arranjos domiciliares dos chefes masculinos sem cônjuge a queda da contribuição dos fi lhos entre 1991 e 2000 é de 10,4% da renda em 1991, para 7% em 2000.

Outra informação que merece destaque, indicando a crescente responsabilidade da mulher na provisão familiar, é o aumento na participação das chefes femininas sem cônjuge na composição da renda domiciliar. Em 1991, as chefes contribuíam com 53,8% da renda domiciliar e passaram a contribuir com 66,3% em 2000, frente à redução da participação dos fi lhos apontada acima e também dos outros parentes, resultando no aumento do encargo das chefes femininas na manutenção do domicílio. Os dados apresentados seguem tendência semelhante à observada para o Estado de São Paulo, no qual as chefes femininas sem cônjuge contribuíam com 56% em 1991 e passaram a contribuir com 63,8% em 2000 para a composição da renda domiciliar.

A tendência de crescimento do encargo na provisão domiciliar é também apresentada pelos dos chefes masculinos sem cônjuge, cuja contribuição para composição da renda domiciliar desse arranjo era de 71% em 1991 e passou para 81,5% em 2000 no Polo de Bauru, mais elevado que o observado para o Estado de São Paulo. Para o arranjo domiciliar dos chefes masculinos sem cônjuge além da queda na contribuição já apontada para os fi lhos nesse arranjo, observa-se a redução da participação dos parentes e não parentes na composição da renda domiciliar de 19,6% em 1991, para 11,3% em 2000, no Polo de Bauru.

Analisando-se os municípios que compõem Polo Regional de Bauru observam-se as mesmas tendências apontadas acima. No entanto, apesar de que na media regional do Polo de Bauru ocorra praticamente a manutenção da participação dos chefes na composição da renda domiciliar no caso dos arranjos nucleados pelo casal, como mencionado, há pequena redução da participação destes em cerca de metade dos municípios, bem como pequena elevação em parte deles, durante o período de 1991-2000, mantendo-se como responsável pela maior parte do rendimento domiciliar.Tomando como referência o município de Bauru, observa-se que a participação dos chefes apresenta pequena redução, passando de 70,8% para 69,4% entre 1991 e 2000, acompanhada de signifi cativo crescimento da participação da cônjuge, de 14,9% para 19% no período e de redução da contribuição dos fi lhos na provisão domiciliar de 11% para 9%. Também em municípios menores e com características distintas da sede regional, são observadas tendências semelhantes.

Considerando os arranjos domiciliares com chefes femininas sem cônjuge, a tendência geral observada nos municípios do Polo de Bauru, é de aumento da participação das mulheres-chefe na composição da renda domiciliar no período. Em relação à participação dos fi lhos nos arranjos domiciliares de chefes femininas sem cônjuge, como já mencionado, a tendência no Polo foi de queda na participação destes na composição da renda domiciliar. Examinando essa tendência no município de Bauru, constata-se que, em 1991, as chefes eram responsáveis por 56% pela renda domiciliar e, em 2000, passaram a ser responsáveis por 68,2%. Em movimento inverso, reduziu-se a contribuição dos fi lhos para compor a renda domiciliar: de 34,6% em 1991, para 20,8% em 2000, acompanhados de pequena elevação da participação dos parentes, de 9,4% para 10,9% no período. Deve-se ressaltar que nesse arranjo domiciliar a contribuição dos fi lhos para a provisão é bastante mais elevada que a observada nos arranjos nucleados pelo casal e nos arranjos nucleados pelo chefe masculino sem cônjuge.

Nos arranjos domiciliares dos chefes masculinos sem cônjuge, a tendência observada nos municípios é semelhante à observada para o polo regional, ou seja, de aumento da contribuição

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dos chefes na renda domiciliar e de redução da participação fi lhos e de parentes. O município de Bauru evidencia o aumento do encargo dos chefes na provisão familiar nesse período: a participação dos chefes na renda domiciliar era de 72,7% em 1991 e, em 2000, passa a ser responsável por 83%; nesse mesmo período a participação dos fi lhos reduziu-se de 9,3% em 1991 para 6,6% em 2000. No entanto, no caso deste município e de alguns outros da região a maior redução foi observada na contribuição de outros parentes, que em Bauru respondiam por 18% da renda domiciliar em 1991, reduzindo-se para 10% em 2000.

As tendências apresentadas além de indicarem como se dão no âmbito do Polo de Bauru as mudanças na participação dos componentes em atividades que geram renda, bem como as mudanças na responsabilidade pela provisão do domicílio, evidenciam também as maiores difi culdades que certos arranjos domiciliares enfrentam para garantir sua subsistência. No item seguinte são apontados os arranjos domiciliares que apresentam as maiores fragilidades no Polo de Bauru e no Estado de São Paulo, com base nos dados dos censos 1991 e 2000. São também apresentadas através de dados mais recentes (2006) o perfi l dos arranjos mais suscetíveis ao empobrecimento e algumas indicações de acesso a programas de transferência de renda pelos mesmos.

Arranjos domiciliares mais suscetíveis ao empobrecimento

O Polo Regional de Bauru apresenta, no ano de 2000, rendimento domiciliar per capita de R$ 408,00, média inferior à apresentada pelo Estado de São Paulo, regiões metropolitanas do Estado de São Paulo e três dos polos regionais. Apresenta posição intermediária entre os polos com rendimento per capita mais baixos, ou seja, é o quarto mais baixo rendimento per capita, superando os Polos Regionais de Presidente Prudente (R$ 338,00), Araçatuba (R$ 372,00) e Sorocaba (R$ 377,00).

Por outro lado e considerando-se o outro indicador selecionado para análise, a taxa domiciliar de geração de renda, esta foi de 52,9% em 2000 no Polo Regional de Bauru, superior à observada no Estado de São Paulo (50,5%) e nas regiões metropolitanas de São Paulo e da Baixada Santista. Entre os polos regionais, a taxa domiciliar de geração de renda de Bauru é superada apenas nos polos de Araçatuba e de São José do Rio Preto. Deve-se acrescentar que no Polo de Bauru, a análise da taxa de geração de renda por composição familiar no ano de 2000 evidencia que, em todos os arranjos domiciliares, as taxas médias da região estão acima das médias do Estado de São Paulo. Estes dois dados evidenciam que no Polo Regional de Bauru embora seja mais elevada a proporção de pessoas por domicílio envolvidas em atividades de geração de renda, é mais baixa a remuneração auferida, signifi cando em termos comparativos às outras regiões mencionadas, situações mais desfavoráveis de remuneração e indicando a possibilidade de vínculos mais precários de inserção no mercado de trabalho.

É grande a disparidade de níveis de rendimento domiciliar per capita entre os municípios que compõem o Polo Regional de Bauru no ano de 2000. Apenas Bauru, o município-sede da região encontra-se acima do valor correspondente à média regional em relação ao rendimento per capita, além de ser três vezes maior que o rendimento per capita do município de Lucianópolis, que apresenta o menor valor no Polo de Bauru. Na sequência após Bauru estão os municípios de Lençóis Paulista e Piratininga, com renda per capita abaixo da média regional e representado pouco mais que dois terços da renda per capita apresentada pelo município-sede.

Dentre os municípios do Polo de Bauru, quatro têm rendimento per capita que corresponde a menos do que a metade da média regional, são os seguintes, por ordem crescente de rendimento:

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Lucianópolis, Cabrália Paulista, Ubirajara, Borebi e Lourdes todos municípios muito pequenos, com população entre 2 mil e 4.400 habitantes, segundo a Contagem Populacional de 2007-IBGE. O Gráfi co 5 deixa evidente que os outros 12 municípios apresentam rendimento per capita pouco acima da metade da média regional.

GRÁFICO 5. Rendimento domiciliar per capitaPolo Regional de Bauru, 2000

Fonte: Censo Demográfi co, 2000. FIBGE.

Dessa maneira, a disparidade regional na renda per capita dos municípios vai se refl etir nos arranjos mais suscetíveis ao empobrecimento presentes em cada um deles, acentuando sua fragilidade.

Considerando-se os dois indicadores selecionados para a análise, constata-se que os arranjos domiciliares mais suscetíveis à pobreza, identifi cados no Polo Regional de Bauru, no ano de 2000, são, em ordem crescente aqueles chefi ados por casais na faixa etária de até 34 anos com fi lhos e/ou parentes, seguidos pelos arranjos de chefi as femininas sem cônjuges com fi lhos e/ou parentes. Deve-se observar, que há especifi cidades no Polo Regional de Bauru quanto à ordem de fragilidade identifi cada entre os arranjos domiciliares quando comparado ao estudo de Montali e Tavares (2008), sobre as regiões metropolitanas brasileiras no ano de 2004. Embora semelhante à ordem de fragilidade encontrada no estudo referido (Montali e Tavares, 2008) e também pelo presente projeto nas regiões metropolitanas do Estado de São Paulo, identifi cou-se especifi cidades no Polo Regional de Bauru e algumas situações semelhantes são encontradas também em outros dos Polos Regionais analisados, como por exemplo Araçatuba e Presidente Prudente (Gráfi co 6).

A especifi cidade é encontrada na ordem de fragilidade do arranjo domiciliar nucleado por casais na faixa etária dos 35 aos 49 anos com fi lhos e/ou parentes, pois este se mantém na segunda posição na ordem crescente da taxa domiciliar de geração de renda no Polo de Bauru - da mesma forma como observado nas regiões metropolitanas paulistas -, no entanto o rendimento domiciliar per capita desse arranjo supera a média regional e outro arranjo domiciliar ocupa o lugar de terceiro rendimento per capita mais baixo e inferior à média regional (Gráfi co 7).

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Como especifi cidade do Polo de Bauru observa-se que o outro arranjo domiciliar que apresenta maior fragilidade é aquele nucleado pelo chefe masculino sem cônjuge, com a presença de fi lhos e de parentes, que apresenta rendimento per capita mais baixo e inferior

GRÁFICO 6. Rendimento domiciliar per capita segundo tipo de arranjo domiciliarPolo Regional de Bauru, 2000

Fonte: Fundação IBGE. Censo Demográfi co 2000.

GRÁFICO 7. Taxa Específi ca de geração de renda por tipos de arranjos domiciliaresPolo Regional de Bauru, 2000

Fonte: Fundação IBGE. Censo Demográfi co 2000.

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à média regional e também taxa domiciliar de geração de renda mais elevada. Isto signifi ca que, no Polo de Bauru, o arranjo domiciliar do chefe masculino sem cônjuge, com fi lhos e/ou parentes expressa maiores fragilidades para suprir a subsistência, porque embora apresente maior número de pessoas que aportam rendimento de alguma natureza para o domicílio, os rendimentos auferidos são de valor mais baixo.

Dentre os arranjos domiciliares mais frágeis, os arranjos nucleados por casais na faixa etária de até 34 anos com a presença de fi lhos e/ou parentes, são os que apresentam maior suscetibilidade à pobreza no ano de 2000 no Polo Regional de Bauru. Com base nos indicadores adotados, têm o menor rendimento domiciliar per capita, R$ 245,00, e taxa de geração de renda do domicílio de apenas 37%, o que signifi ca que pouco mais de um terço da população em idade ativa aporta renda para o domicílio.

Observa-se, entretanto, que nos municípios do Polo Regional de Bauru este arranjo familiar identifi cado por sua maior fragilidade no enfrentamento das necessidades para a subsistência, apresenta valores bastante distintos de sua renda domiciliar per capita. Assim, os arranjos domiciliares chefi ados por casais com idades até 34 anos com a presença de fi lhos e/ou parentes, apresentam em todos os municípios os menores valores do rendimento domiciliar per capita, porém, o valor deste varia de forma associada à renda per capita do município. Foram encontrados entre os municípios analisados valores do rendimento domiciliar per capita para esse tipo de arranjo, que variam entre R$ 89,00 (em Lucianópolis) e R$ 285,00 (em Bauru) e variações nas taxas de geração de renda entre 32,5% (em Lucianópolis) e 40% (em Paulistânia e Piratininga) no ano de 2000. Dessa forma, ainda que seja o arranjo mais fragilizado para garantir a sobrevivência do domicílio, esta tipologia de arranjo domiciliar apresentou suscetibilidade ao empobrecimento mais acentuada, por ordem decrescente nos municípios de Lucianópolis (R$ 89,00) e Ubirajara (R$ 120,00), Em situação oposta, indicando situação relativamente mais favorável, no município de Bauru esse arranjo domiciliar mais suscetível ao empobrecimento apresentou taxas de geração de renda de 37,7% e rendimento domiciliar per capita de R$ 285,00.

O segundo arranjo domiciliar mais suscetível à pobreza no ano de 2000, no Polo de Bauru é evidenciado nos arranjos domiciliares chefi ados por mulheres sem cônjuges com fi lhos e/ou parentes. Nesse tipo de arranjo o rendimento domiciliar per capita observado foi de R$ 307,00, abaixo da média regional e a taxa de geração de renda foi de 59%, mais elevada que a média da região (52,9%). Ou seja, nesse arranjo mais pessoas contribuem para a geração de renda, mas o rendimento domiciliar per capita é menor que nos outros arranjos domiciliares em decorrência das características de sexo e de idade de seus componentes, bem como das características de inserção dos mesmos no mercado de trabalho, com parcela importante em atividades não formalizadas (Montali, 2008).

No tipo de arranjo domiciliar chefi ado por mulheres sem cônjuges com fi lhos e/ou parentes, os municípios do Polo de Bauru tiveram rendimento domiciliar per capita variando entre R$ 145,00 (Cabrália Paulista e Presidente Alves) e R$ 357,00 (Bauru), e as taxas de geração de renda variaram entre 51% (Agudos e Avai) e 71% (Reginópolis). Situação mais favorável foi encontrada no município de Bauru, no qual esse arranjo domiciliar apresentou rendimento de R$ 357,00 e taxa de geração de renda de 59,8%.

Entre os arranjos com menores fragilidades para suprir a subsistência no Polo de Bauru podem ser apontados por ordem crescente os casais de 50 anos e mais com fi lhos e/ou parentes, os casais sem fi lhos e especialmente os chefes de domicílios unipessoais tanto femininos, como masculinos, que apresentam os rendimentos mais elevados e as taxas de geração de renda acima da média regional.

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A mulher e a renda dos domicílios: 1991-2000

Domicílios com rendimento da mulher

Conforme mencionado anteriormente o Polo Regional de Bauru tinha em 2000, 62,1% dos domicílios com renda da mulher, sendo esta proporção a segunda maior entre os polos regionais e regiões metropolitanas. Contudo, a participação da renda da mulher na renda dos domicílios com mulher com renda era a mais reduzida.

Em 1991, o Polo de Bauru apresentava 55,0% dos domicílios auferindo rendimentos da mulher e essa porcentagem passou para 62,1% em 2000. Quanto à participação da renda da mulher na renda total dos domicílios com mulher com renda esta era de 39,4% em 1991 e passou para 41,0% em 2000. Assim, a ampliação do número de domicílios com mulher com renda teve um aumento de 7,1 pontos percentuais enquanto a variação da participação da renda da mulher na renda domiciliar foi bem menos intensa (1,6 pontos percentuais). A tabela 33 mostra os municípios do Polo de Bauru ordenados de menor a maior conforme a participação da renda da mulher na renda domiciliar em 2000.

O percentual de domicílios com renda da mulher varia muito entre os municípios do Polo Regional de Bauru. Em 1991 essa variação ia de 38,9% em Avaí a 58,1% em Bauru. Em 2000 o menor percentual fi cava com Balbinos (51,4%) e o maior com Duartina (66,0%). Em 2000 os municípios Piratininga, Ubirajara, Iacanga, Paulistânia, Bauru e Duartina apresentavam percentuais de domicílios com mulher auferindo rendimentos superiores ao percentual do Polo regional de Bauru (62,3; 62,5; 62,6; 63,7; 64,6 e 66,0, respectivamente). Entre 1991 e 2000 houve aumento generalizado na ampliação do número de domicílios com mulher auferindo renda e isto foi muito notório nos municípios de Avaí e Cabrália Paulista, onde os percentuais aumentaram 15 e 13 pontos, respectivamente. O município de Duartina também merece destaque, pois além de ter, em 1991, elevado percentual de domicílios com mulher com renda teve um aumento considerável no período (quase 10 pontos percentuais).

Quanto à participação da renda da mulher na renda dos domicílios nos municípios do Polo de Bauru, o que se observa é que em 1991 ela variava de 30,1% em Balbinos a 47,7% em Duartina. Em 2000, o menor peso da renda da mulher na renda domiciliar fi cava com Lençóis Paulistas (34,3%) e o maior com Pirajuí (49,3%). Neste mesmo ano, os municípios de Bauru, Cabrália Paulista, Piratininga, Borebi, Ubirajara, Agudos, Duartina, Avaí, Lucianópolis e Pirajuí tinham participação da renda da mulher na renda domiciliar acima da média do Polo de Bauru (41,0%).

Entre 1991 e 2000 o peso da renda da mulher na renda dos domicílios aumentou em alguns municípios e diminuiu em outros, sendo que os aumentos de participação da renda da mulher na renda dos domicílios foram bem menores que aqueles verifi cados para os aumentos nos percentuais dos domicílios com mulher com renda. Um aspecto que vale destacar é a falta de correlação entre os aumentos no número de domicílios com mulher com renda e a participação da renda da mulher na renda domiciliar. Para ilustrar, o município de Presidente Alves teve um acréscimo de 10 pontos no percentual de domicílios com mulher com renda e um decréscimo de 9,8 pontos na participação da renda da mulher na renda domiciliar. Fenômeno semelhante também ocorreu em Duartina e Piratininga. Outro exemplo que merece destaque é o dos municípios de Balbinos, Macatuba e Reginópolis, onde o aumento do número de domicílios com mulher com renda foi menor que a elevação do peso da renda da mulher na renda domiciliar.

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Atividade remunerada da mulher

O polo regional de Bauru tinha em 2000 uma taxa de ocupação masculina de 62,8% e feminina de 37,5%5. A taxa masculina era superada pelos polos de Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, Araçatuba e Região Metropolitana de Campinas. Já a taxa de ocupação feminina era superada pelos polos de São José do Rio Preto, Ribeirão Preto e Araçatuba e pelas regiões metropolitanas de São Paulo e Campinas.

No que se refere à taxa de desemprego, esta era de 12,6% para os homens e 21,4% para as mulheres no Polo de Bauru no ano 2000. Somente os polos de Araçatuba, Ribeirão Preto e São José do Rio Preto apresentavam taxas de desemprego masculinas inferiores à do Polo de Bauru. Já entre as mulheres as taxas de desemprego eram muito elevadas, bastante superiores às masculinas e apresentavam taxas de desemprego superiores à do polo de Bauru os polos de São José dos Campos e Sorocaba e as Regiões metropolitanas de São Paulo e da Baixada Santista.

Do ponto de vista dos municípios do Polo de Bauru observa-se que somente os municípios de Bauru (40,0%), Paulistânia (38,5%) e Duartina (37,7%) tinham, em 2000, taxas de ocupação femininas superiores à média do polo (37,5%). Todos os outros municípios apresentavam taxas femininas de participação inferiores à do polo de Bauru. A menor participação feminina na atividade econômica fi cava com Macatuba (29,1%). Entre os homens o número de municípios

5 Taxa de ocupação foi calculada dividindo o número de pessoas ocupadas pela população em idade ativa (PIA) e multiplicado por 100.

TABELA 33. Proporção de domicílios com mulher ocupada e participação da renda da mulher na renda domiciliar ordenados de menor a maior conforme a participação da renda da mulher na renda domiciliar em 2000Polo Regional de Bauru, 1991-2000

Polo de Bauru

1991 2000

% Domicílios com mulher com renda (todas as fontes)

% Renda da mulher na renda total dos

domicílios com mulher que tem renda

% Domicílios com mulher com renda (todas as fontes)

% Renda da mulher na renda total dos

domicílios com mulher que tem renda

Lençois Paulista 52,1 33,3 59,2 34,3

Macatuba 47,6 30,1 53,6 36,9

Presidente Alves 47,4 47,4 57,4 37,6

Paulistânia - - 63,7 38,4

Balbinos 44,0 30,1 51,4 39,3

Iacanga 57,1 35,2 62,6 40,2

Arealva 44,5 37,1 56,2 40,4

Reginópolis 52,8 36,4 55,0 40,6

Pederneiras 49,5 36,9 56,4 40,9

Bauru 58,1 40,3 64,6 41,3

Cabrália Paulista 47,0 41,6 60,0 41,5

Piratininga 52,8 42,6 62,3 42,1

Borebi - - 58,8 42,2

Ubirajara 50,5 39,6 62,5 44,4

Agudos 51,2 40,2 58,1 45,2

Duartina 56,3 47,7 66,0 46,4

Avaí 38,9 40,4 53,9 47,0

Lucianópolis 53,4 44,7 57,0 47,6

Pirajuí 49,6 43,8 58,4 49,3

Polo de Bauru 55,0 39,4 62,1 41,0

Fonte: FIBGE, Censos

Demográfi cos, 1991, 2000.

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Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.466

POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE BAURU

com taxas de ocupação superiores à média do polo era bem maior destacando-se Paulistânia com taxa de participação de 70,7% e Cabrália Paulista (70,1%). Apenas quatro municípios do polo de Bauru tinham, em 2000, taxa de ocupação masculina inferior à média do polo, a saber: Pirajuí, Balbinos, Bauru e Agudos (Tabela 34).

No que tange ao desemprego, este era elevado para homens e mulheres, mas o das mulheres superava o dos homens de forma signifi cativa. Entre os homens a menor taxa de desemprego era a de Paulistânia (2,9%) e a maior a de Agudos (16,1%). Entre as mulheres a menor taxa de desemprego era a de Paulistânia (5,1%) e a maior a de Balbinos (36,9%). Destaca-se o fato de Balbinos estar entre os municípios de menor taxa de ocupação masculina e de maior taxa de desemprego feminina.

TABELA 34. Taxas de Ocupação e Desemprego Masculinas e FemininasPolo de Bauru, 1991-2000

Polo de Bauru

1991 2000

Homens Mulheres Homens Mulheres

Taxa Ocup.*

Taxa Desemp.**

Taxa Ocup.Taxa

Desemp.Taxa Ocup.

Taxa Desemp.

Taxa Ocup.Taxa

Desemp.

Agudos 72,8 3,0 31,9 6,2 60,3 16,1 33,2 29,4

Arealva 77,8 0,4 30,5 1,0 64,8 9,8 32,6 14,6

Avaí 71,4 1,7 22,4 1,3 63,0 7,8 32,6 13,1

Balbinos 82,0 . 35,8 3,7 60,2 11,6 29,8 36,9

Bauru 69,8 2,4 37,7 4,2 62,6 13,2 40,0 20,6

Borebi . . . . 67,1 7,8 32,0 21,5

Cabrália Paulista 74,9 3,4 32,3 5,6 70,1 4,5 32,5 20,1

Duartina 70,1 2,0 33,8 4,3 64,0 8,4 37,7 17,2

Iacanga 68,9 0,7 31,8 . 66,0 9,2 35,8 21,3

Lençois Paulista 75,1 3,4 34,5 4,9 63,3 12,3 36,1 24,2

Lucianópolis 75,1 3,4 33,1 . 69,0 4,8 33,1 9,4

Macatuba 76,7 1,3 32,2 6,4 63,8 11,5 29,1 27,4

Paulistânia . . . . 70,7 2,9 38,5 5,1

Pederneiras 74,5 2,9 33,0 10,9 63,8 13,6 32,9 20,6

Pirajuí 67,7 2,3 27,7 2,6 56,3 15,1 31,0 22,7

Piratininga 71,1 2,6 31,5 5,9 65,9 8,4 35,0 22,0

Presidente Alves 69,0 3,2 32,1 3,3 66,1 5,4 35,7 13,4

Reginópolis 75,2 0,7 36,3 2,4 67,9 6,2 31,1 21,4

Ubirajara 78,1 1,2 31,7 2,4 64,8 8,2 35,4 17,1

Polo de Bauru 71,4 2,5 35,4 4,7 62,8 12,6 37,5 21,4

Como já mencionado, entre 1991 e 2000 as taxas de ocupação masculinas diminuíram e as femininas aumentaram na maioria dos municípios do polo regional de Bauru. Isto também se verifi cou nos seus municípios. As taxas de ocupação masculinas se reduziram em todos os municípios variando de -2,9 pontos percentuais em Iacanga a -21,8 em Balbinos. Quanto à variação nas taxas de ocupação feminina, estas foram negativas somente em Macatuba, Reginópolis e Balbinos. Os demais municípios todos tiveram variação positiva no período destacando-se o município de Avaí com acréscimo de 10,1 pontos percentuais no período.

No que se refere às mudanças nas taxas de desemprego estas foram positivas tanto para os homens como para as mulheres, com as das mulheres superando às dos homens. Os aumentos nas taxas de desemprego masculinas variaram de 1,1 pontos percentuais em Cabrália Paulista

Fonte: Fundação IBGE, Censos Demográfi cos 1991, 2000.Nº de pessoas ocupadas / População em Idade Ativa.** Nº de pessoas desempregadas / População Economicamente Ativa.

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a 13 pontos em Agudos, enquanto as femininas variaram de 9,7 em Pederneiras a 23,2 em Agudos. Cabe destacar as expressivas variações das taxas de desemprego, tanto femininas quanto masculinas, no município de Agudos .

Em síntese, pode-se concluir que a ampliação do número de domicílios com mulher com renda ocorreu de forma generalizada e intensa nos municípios do polo regional de Bauru. Essa ampliação, de forma análoga à verifi cada para as regiões metropolitanas e polos regionais do estado de São Paulo, foi mais importante que o aumento da participação da renda da mulher na renda domiciliar. Quanto às taxas de ocupação estas aumentaram para as mulheres e diminuíram para os homens. Já as taxas de desemprego aumentaram tanto para os homens quanto para as mulheres, sendo este aumento mais intenso no caso feminino.

Políticas sociais no Polo Regional de Bauru

Os programas de transferência de renda no Polo Regional de Bauru - Mapeamento e Acesso

O Polo Regional de Bauru apresenta em 2007, de acordo com a Contagem Populacional realizada pelo IBGE, um total de 594.070 habitantes, apresentando tamanho da população próximo dos Polos Regionais de Presidente Prudente e Araçatuba e menores contingentes, quando comparado aos demais Polos Regionais Paulistas e Regiões Metropolitanas do Estado de São Paulo, analisadas por este Projeto.

Para o mesmo ano segundo estimativas do IPEA utilizadas pelo Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), o Polo de Bauru apresenta 17.220 mil famílias pobres assim classifi cadas por terem renda per capita de até meio salário mínimo vigente. Considerando o conjunto dos programas de transferência de renda que tomam a família como unidade benefi ciária, tem-se em 2007 a estimativa próxima de 122,3% de famílias classifi cadas como pobres que recebem algum tipo de benefício. O município de Bauru, sede do Polo, possui 118,4% das famílias benefi ciadas por Programas de Transferência de Renda, sendo o município de Paulistânia o que apresentou a maior porcentagem de cobertura desses programas (246,0%).

Os programas de transferência de renda que tomam as famílias como unidade benefi ciária são: Bolsa Família, Renda Cidadã e Ação Jovem, sendo primeiro de natureza federal e os outros dois de natureza estadual. Os outros programas têm o indivíduo como benefi ciário e para o cumprimento das condicionalidades. Dentre estes, devem ser mencionados os programas federais BPC (Benefício de Prestação Continuada), o PETI (Programa de Erradicação do Trabalho Infantil) e o Programa Agente Jovem Deve-se mencionar ainda que estes programas federais, o primeiro dirigido a idosos e a defi cientes e aqueles dirigidos à criança e ao adolescente - PETI e Agente Jovem - embora dirigidos ao indivíduo, têm como referência para a seleção do benefi ciário dados familiares de renda. Atenta-se também para o fato de que o PETI em 2007 encontrava-se em transição para o Bolsa Família e atualmente encontra-se integrado a este. O Programa Agente Jovem, por sua vez, transformou-se em ProJovem Adolescente6.

A porcentagem de famílias abaixo da estimativa de pobreza atendidas pelo programa federal Bolsa Família é de 101,3% no Polo Regional de Bauru, porcentagem que, quando comparada com as regiões metropolitanas e os polos regionais, evidencia a cobertura mais elevada do programa em relação à população alvo.

6 O ProJovem Adolescente tem como objetivos: o retorno e a permanência na escola, proteção social básica e assistência às famílias. Além de atender adolescentes de famílias com renda per capita inferior a meio salário mínimo, o programa priviliegia jovens atendidos pelo Bolsa Família e participantes do PETI. Lei nº 11.692, de 10 de Junho de 2008.

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POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE BAURU

Através das entrevistas realizadas no trabalho de campo, foi possível observar que ocorre combinação dos diversos programas na composição do benefício recebido pelas famílias, possibilitando maior cobertura e evitando maiores disparidades entre as famílias benefi ciárias. Dessa maneira observou-se, através da pesquisa nos municípios do Polo de Bauru a complementaridade entre o Programa Bolsa Família e outros programas de transferência de renda.

A análise dos dados obtidos junto ao MDS, governo federal, e junto ao Sistema Pró-Social do Estado de São Paulo evidencia que de forma distinta do Programa Bolsa Família não é muito elevada a cobertura dos programas de natureza estadual em relação às famílias classifi cadas como pobres pelo MDS na média regional Polo de Bauru, embora seja mais elevada em muitos municípios pequenos deste Polo Regional. Tomando-se como referência o total de famílias pobres, constata-se que são atendidas pelo Programa Renda Cidadã cerca de 9% delas e, que são atendidas pelo Programa Ação Jovem, cerca de 10% (Tabela 39). Outra constatação é que ambos os programas estaduais estão presentes em todos os municípios do Polo Regional de Araçatuba.

Nos municípios menores os programas estaduais apresentam percentuais diversos de cobertura das famílias pobres, tendo se constatado no Polo Regional de Bauru que a cobertura dos programas estaduais Renda Cidadã e Ação Jovem atinge percentuais mais elevados principalmente nos pequenos municípios, com população de até 4. 500 habitantes, merecendo destaque entre estes pelas proporções mais elevadas Balbinos, Borebi, Cabrália Paulista e Paulistânia. No caso de Balbinos, tomado como um dos exemplos dessa complementaridade, a cobertura estimada do programa Bolsa Família é de 76% das famílias classifi cadas como pobres, enquanto a cobertura dos programas estaduais, no caso do programa Renda Cidadã é de 36%, e de 24% pelo Ação Jovem, totalizando 137% das famílias pobres com acesso a algum desses programas de transferência de renda.

Outro exemplo dessa complementaridade pode-se observar no município de Lucianópolis, que apresenta a menor renda per capita do Polo de Bauru, onde a cobertura estimada do programa Bolsa Família é de 99,8%. Este, é também um dos pequenos municípios, e a cobertura das famílias pobres é complementada pelos programas estaduais Renda Cidadã (16,0%) e Ação Jovem (17,9%), totalizando 134% dessas famílias.

Também ocorre complementaridade nos municípios maiores, como é o caso de Bauru, sede do Polo Regional, onde, em 2007, 8.443 famílias eram benefi ciárias do Programa Bolsa família, abrangendo cerca de 103,3% das famílias pobres; 618 famílias receberam transferências de renda do Programa Estadual Renda Cidadã (7,6%) e 516 famílias (6,3%) do Programa Estadual Ação Jovem.

Devem-se acrescentar duas informações: a primeira é que uma família pode receber benefício de mais de um programa de transferência de renda e, outra informação, é que difi cilmente será atendida a totalidade das famílias que seriam o público alvo desses programas.

Nos municípios visitados por ocasião da pesquisa de campo no polo Regional de Araçatuba: o município-sede Bauru, Lençóis Paulista e Pederneiras, constatou-se a existência dos programas federais Bolsa Família e BPC. O PETI só não foi encontrado no município de Lençóis Paulista, assim como o Programa Agente Jovem não foi observado em Lençóis Paulista, mais uma vez, e no município de Pederneiras. Os programas estaduais, Renda Cidadã e Ação Jovem foram também encontrados em todos os municípios pesquisados, seguindo a tendência observada nas Regiões Metropolitanas e Polos Regionais do Estado de São Paulo.

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POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE BAURU

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TABELA 35. Programas Federais e Estaduais de Transferência de Renda: famílias atendidas e coberturaPolo Regional de Bauru, 2007

Município

Indicadores Programas Federais de Transferência de RendaPopulação (Contagem

2007)

Estimativa Famílias Pobres

Percentual de Pobreza (%)

Bolsa FamíliaProgramas Remanescentes

(1)

Pessoas (Contagem

2007)

Famílias (IPEA 2004)

% da estimativa de pobres* (IPEA 2004) em relação

à população (Contagem 2007)

Famílias

Beneficiárias

Cobertura do Bolsa Família % de famílias

atendidas abaixo da estimativa de

pobreza (IPEA 2004)

Famílias Beneficiárias

% Famílias Beneficiárias

Polo Bauru 594.070 17.220 17.438 101,27 347 2,02Agudos 34.200 1.310 13,02 1.273 97,19 4 0,31Arealva 7.504 403 18,26 333 82,61 19 4,71Avaí 4.781 226 16,1 283 124,99 13 5,75Balbinos 3.619 83 7,8 63 75,91 1 1,20Bauru 347.601 8.172 7,99 8.443 103,32 100 1,22Borebi 2.178 67 10,52 74 109,84 4 5,97Cabrália Paulista 4.340 245 19,18 245 100,07 9 3,67Duartina 12.607 693 18,69 749 108,05 7 1,01Iacanga 9.074 379 14,19 360 95,09 3 0,79Lençóis Paulista 59.459 1.318 7,54 1.376 104,38 28 2,12Lucianópolis 2.299 162 24,01 162 99,8 1 0,62Macatuba 16.177 443 9,31 450 101,56 27 6,09Paulistânia 1.824 63 11,72 66 104,96 1 1,59Pederneiras 40.355 1.472 12,41 1.410 95,76 61 4,14Pirajuí 20.996 1.099 17,79 1.124 102,29 25 2,27Piratininga 11.287 341 10,28 350 102,52 22 6,45Presidente Alves 4.390 210 16,23 230 109,75 3 1,43Reginópolis 7.110 248 11,85 175 70,6 2 0,81Ubirajara 4.269 286 22,77 272 95,15 17 5,94

Município

Programas Estaduais de Transferência de Renda Subtotal

Renda Cidadã Ação Jovem

Famílias Beneficiárias

% Famílias Beneficiárias

Famílias Beneficiárias

% Famílias Beneficiárias

Famílias

Beneficiárias% Famílias

BeneficiáriasPolo Bauru 1.551 9,01 1.723 10,01 21.059 122,29Agudos 106 8,09 0,00 1.383 105,57Arealva 61 15,14 60 14,89 473 117,37Avaí 41 18,14 101 44,69 438 193,81Balbinos 30 36,14 20 24,10 114 137,35Bauru 618 7,56 516 6,31 9.677 118,42Borebi 27 40,30 36 53,73 141 210,45Cabrália Paulista 30 12,24 83 33,88 367 149,80Duartina 47 6,78 150 21,65 953 137,52Iacanga 51 13,46 50 13,19 464 122,43Lençóis Paulista 90 6,83 90 6,83 1.584 120,18Lucianópolis 26 16,05 29 17,90 218 134,57Macatuba 48 10,84 40 9,03 565 127,54Paulistânia 30 47,62 58 92,06 155 246,03Pederneiras 60 4,08 68 4,62 1.599 108,63Pirajuí 61 5,55 203 18,47 1.413 128,57Piratininga 60 17,60 65 19,06 497 145,75Presidente Alves 59 28,10 52 24,76 344 163,81Reginópolis 79 31,85 53 21,37 309 124,60Ubirajara 27 9,44 49 17,13 365 127,62

(continua)

(continua)

(continuação)

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Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.470

POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE BAURU

A pesquisa de campo foi a única fonte de informação sobre os programas municipais, pois não existem registros ofi ciais para os mesmos, de maneira distinta do que atualmente ocorre com os programas federais e estaduais. Dessa maneira, a pesquisa de campo evidenciou no Polo de Bauru a inexistência de programas municipais de transferência de renda.

Os principais problemas apontados pelos três municípios visitados no Polo Regional de Bauru, Bauru, Lençóis Paulista e Pederneiras concentravam-se em difi culdades relacionadas ao acompanhamento das condicionalidades e ao acompanhamento das famílias e dos benefi ciários. As demais questões levantadas não consistem necessariamente em difi culdades, mas em diferenças na execução dos projetos federais e estaduais de transferência de renda, sendo que algumas apresentaram-se como específi cas de determinados municípios, por esse motivo serão descritas a seguir.

Nesse sentido, e comparando com problemas apontados por gestores de outras regiões estudadas, a complexidade na execução dos programas de transferência de renda parece estar mais vinculada a outros fatores do que ao tamanho das populações atendidas, apesar de algumas difi culdades apontadas no acompanhamento dos benefi ciários em Lençóis Paulista relacionadas a esse aspecto. Cabe entretanto destacar também como relacionado a esse aspecto, que em Bauru, município mais populoso da região e sede do Polo, foi apontada insufi ciência de vagas no Programa Federal Bolsa-Família.

No que se refere aos recursos humanos não foram apontadas difi culdades ou problemas na implementação dos programas de transferência de renda. Nos municípios de Bauru e de Lençóis Paulista as equipes dos programas são grandes e com tarefas bem divididas entre de coordenação e execução, não tendo sido apontada sobrecarga de trabalho para as técnicas envolvidas, nem indicações de problemas em relação a esse aspecto. Mesmo no município de Pederneiras, onde a equipe é menor e há alguma sobreposição da atividade de coordenação direta e de atividades de

(continuação)

Fonte: Federais: Matriz de Informação Social SAGE-MDS. Estaduais Sistema Pró-Social do Estado de São Paulo.

Município

BPC PETI Agente Jovem

Pessoas com Deficiência (PCD)

Idosos Total de

Beneficiários Total de

Beneficiários Total de

Beneficiários Polo Bauru 2.534 2.907 5.441 150 250Agudos 230 196 426 - -Arealva 35 52 87 - -Avaí 27 37 64 - -Balbinos 2 - 2 - -Bauru 1.225 1.555 2.780 100 125Borebi 4 5 9 - -Cabrália Paulista 20 43 63 - 25Duartina 46 86 132 - -Iacanga 22 94 116 - -Lençóis Paulista 403 233 636 - -Lucianópolis 8 12 20 - 25Macatuba 112 63 175 - -Paulistânia 2 5 7 - 25Pederneiras 166 175 341 50 -Pirajuí 119 190 309 - -Piratininga 57 50 107 - -Presidente Alves 12 25 37 - -Reginópolis 27 61 88 - 50Ubirajara 17 25 42 - -

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POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE BAURU

Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4

execução, esse fato não se confi gura como difi culdade. Ao contrário de outras regiões nas quais houve grande destaque à falta de pessoal, tanto para a coordenação, quanto para a execução direta das ações dos programas, na região de Bauru houve pouco destaque essas difi culdades. Apenas no município de Lençóis Paulista esta difi culdade foi relatada especifi camente para o acompanhamento dos jovens benefi ciários de um programa estadual, o Ação Jovem.

A execução das ações complementares à transferência de renda é marcada por algumas diferenciações entre os municípios, o que acarreta maiores ou menores facilidades na implementação de determinados programas. Bauru, sede do polo, apresenta uma ampla e bem estruturada rede de serviços sociais, através dos espaços e das equipes da própria administração municipal e de diversas ONGs conveniadas. As ações complementares nos outros dois municípios são caracterizadas pelo seu estabelecimento em espaços das administrações municipais, com atuação de suas próprias equipes técnicas.

Guardadas as especifi cidades na execução dos programas de transferência de renda nos três municípios, observou-se como característica comum a descentralização. Porém esta característica apresenta especifi cidades em cada localidade. O município de Bauru integra ações públicas e convênios com entidades benefi centes, utilizando de maneira bastante efi caz os seis CRAS existentes no município. O município de Pederneiras tem esta possibilidade de descentralização das ações através do CRAS existente e do Centro de Capacitação e Geração de Renda. Já Lençóis Paulista não tem CRAS implantado, a descentralização se dá através de setores Diretoria de Assistência e Promoção Social.

Considerando ainda as difi culdades apontadas pelo programa de transferência de renda de maior abrangência, o Bolsa Família, observa-se que a maior difi culdade encontrada no Polo de Bauru encontra-se no acompanhamento das condicionalidades, principalmente na área da saúde, seja para o monitoramento da saúde, como também para localizar as famílias benefi ciárias que apresentam problemas no cumprimento das condicionalidades.

Educação Básica no Polo Regional de Bauru

Os municípios de Lucianópolis e Ubirajara apresentaram as taxas mais altas de analfabetismo em 1991, taxas superiores a 22%. (Mapas 1 e 2).

MAPAS 1 e 2. Taxas de Anafalbetismo

Fonte: FIBGE, Censo Demográfi co

2000.

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Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.472

POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE BAURU

No ano 2000 foi possível constatar o avanço conquistado com a queda na taxa de analfabetismo na região em todos os municípios da região. Os municípios de Balbinos, Arealva e Avaí tiveram suas taxas reduzidas em mais de 90% e, junto com o município sede, apresentaram menos de 2,2% de analfabetos entre os maiores de 15 anos.

Proporção da população adulta com mais de 12 anos de estudo

Este índice aponta para a proporção da população adulta, defi nida como aquela na faixa etária entre 25 e 59 anos, que completou o ensino básico e freqüenta ou freqüentou e, concluiu pelo menos um ano do ensino superior.

O Polo Regional de Bauru apresentou, em 1991, proporção de adultos com 12 anos ou mais de estudo de 11,8%, valor ligeiramente inferior à média estadual correspondente a 12,1%. No ano 2000 fi cou evidente o avanço conquistado pelo Polo Regional de Bauru que apresentou resultados muito melhores que a média estadual (27,1% e 14,5% respectivamente).

Em 1991 os municípios de Bauru e Piratininga contrastaram dos demais por apresentarem as taxas mais altas, 15,7% e 10,7% respectivamente. Por outro lado, Balbinos, Lucianópolis, Cabrália Paulista e Avaí sequer apresentavam 3% da população adulta com pelo menos 12 anos de estudo.

Apesar do censo populacional realizado em 2000 mostrar a grande melhora deste índice para o Polo Regional de Bauru, com incremento de quase 130%, esta melhora não ocorreu de forma homogênea nos municípios. Os municípios centrais da região, Arealva, Avaí e Bauru concentraram os maiores percentuais, 45%, 45,8% e 37,9% respectivamente. Além destes, Balbinos ao norte da região e Agudos ao sul, também apresentaram altos percentuais de população adulta com alta escolaridade, 43% e 27,5%.

Os dados evidenciam que, enquanto na década de 90 havia uma centralidade, no sentido de que as pessoas com maior escolarização estarem residindo no município central, na década seguinte observa-se ainda uma concentração no município sede, porém já ocorre uma expansão para alguns municípios do entorno imediato ao município central.

Taxas de Escolarização Líquida do Ensino Fundamental de 1ª a 4ª série7

Em 1991 a Taxa de Escolarização Liquida do Ensino Fundamental de 1ª a 4ª serie no Polo Regional de Bauru foi de 87,7%, patamar ligeiramente superior ao índice estadual de 87,5%. Enquanto a Taxa de Escolarização Líquida no ano 2000 para o Estado de São Paulo cresceu 2,5% com relação à década anterior, no Polo Regional de Bauru o crescimento foi maior, 3,1%.

Os municípios que mais incrementaram suas taxas foram: Arealva, Avaí, Cabrália Paulista e Duartina, municípios localizados no entorno do município central.

Em 1991, as taxas líquidas de escolarização do Ensino Fundamental de 1ª a 4ª série variaram entre 75,2% e 98,4%. Na década seguinte, foi registrada variação nas taxas de 85,6% a 100% entre os municípios do Polo.

Os municípios com as taxas mais elevada no ano 2000 foram: Balbinos, Paulistânia e Avaí, que apresentaram taxas superiores a 96%.

O município de Bauru, sede do Polo Regional, concentrava taxa de escolarização do Ensino Fundamental de 1ª a 4ª série mais elevada com relação aos municípios de seu entorno. Na

7 Esse índice representa o percentual da população que freqüenta o ensino fundamental entre a 1ª e a 4ª serie com idade correspondente a esse nível de ensino, ou seja, entre 7 a 10 anos.

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década seguinte, com a tendência de universalização do ensino Fundamental esta centralidade não fi ca mais evidente e, as taxas tendem a fi car mais homogêneas.

Taxas de Escolarização Líquida do Ensino Fundamental de 5ª a 8ª série.

A taxa de escolarização líquida referente à segunda fase do ensino fundamental apresentou incremento de quase 40% entre as décadas de 90 e 2000 no Estado de São Paulo e de quase 46% no Polo Regional de Bauru.

Os municípios de Cabrália, Ubirajara e Avaí foram os municípios que mais incrementaram suas taxas, com aumentos de mais de 92%. Foram estes municípios que em 1991 apresentavam as mais baixas taxas de escolarização líquida do ensino fundamenta de 5ª a 8ª série e, portanto tinham um caminho mais longo a percorrer.

No ano 2000, os municípios com as taxas mais elevadas, isto é, com mais de 86% das crianças de 11 a 14 anos freqüentando a segunda fase do ensino fundamental foram: Duartina, Balbinos, Presidente Alves, Arealva e Paulistânia.

Taxas de Escolarização Líquida do Ensino Médio8

Aproximadamente 54% dos jovens de 15 a 17 anos no Estado de São Paulo foram atendidos pelo Ensino Médio no ano 2000. Entre o ano de 1991 e o ano 2000 houve um efetivo crescimento da taxa de escolarização que no ano de 1991 alcançava apenas 25% dos jovens.

Entre 1991 e 2000 a taxa de escolarização líquida do Ensino Médio cresceu quase 113% no Estado de São Paulo e, 132% no Polo Regional de Bauru. As taxas que em 1991 para o Estado de São Paulo e para o Polo Regional de Bauru foram de 25,2% e 26,8% respectivamente, passaram para 53,6% e 62,3% no ano 2000.

Em 1991 o Polo Regional de Bauru concentrou municípios com taxas líquidas de escolarização do ensino Médio que variaram entre 12% e 30%. No ano 2000, a variação foi de 47% a 82%. Bauru e Piratininga detinham as taxas de escolarização líquida do Ensino Médio mais elevadas da região. Um conjunto de municípios no entorno dos municípios centrais apresentava baixas taxas de escolarização nesse nível de ensino. Entre eles, citamos os municípios: ao norte, Iacanga, Reginópolis e Balbinos, a noroeste, Presidente Alves e Avaí, e, na região a sudoeste, os municípios de Cabrália Paulista e Ubirajara.

No ano 2000 os municípios que apresentaram as maiores taxas foram: Balbinos, Borebi e Bauru com respectivamente 81,9%, 75,4% e 69% dos adolescentes de 15 a 17 anos freqüentando o Ensino Médio.

Matrículas no Polo Regional de Bauru

De acordo com as informações do Censo Escolar (MEC-INEP), o Polo Regional de Bauru concentrou em 2006 mais de 133 mil matrículas entre os níveis de ensino infantil, fundamental e médio. A educação infantil, formada por creche e pré-escola, representou quase 22% do total de matrículas e a maior concentração das matrículas aconteceu na pré-escola.

8 Esse índice representa o percentual da população que freqüenta o ensino médio na idade correspondente a esse nível de ensino, ou seja, entre 15 e 17 anos.

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POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE BAURU

No ensino básico, constituído dos níveis Fundamental e Médio, o Polo Regional de Bauru totalizou 105.061 matrículas, onde o maior peso recaiu no ensino Fundamental que representou mais de 60% do total de matrículas.

Entre 1999 e 2006 houve aumento do número médio de alunos por professor nas creches dos municípios pertencentes ao Polo Regional de Bauru. Na média o incremento foi de quase 5 alunos por professor. Assim, no ano de 1999 a média de alunos por professor nas creches fi cou em 21,9 e no ano de 2006 atingiu 26,6.

Os municípios com maiores défi cits de professores nas creches foram: Macatuba, Lençóis Paulista, Presidente Alves, Cabrália Paulista, Borebi, Pirajuí e Avaí.

Na pré-escola, entre 1999 e 2006, houve declínio do número médio de alunos por professor que passou de 25,1 para 20,6.

Com relação ao ensino fundamental os maiores declínios do número médio de alunos por professor ocorreram nos municípios de Duartina, Cabrália Paulista, Iacanga, Pirajuí, Presidente Alves e Reginópolis, causado em todos os municípios tanto pelo aumento do número de professores quanto pela queda no volume de matrículas.

No ensino Médio as maiores quedas do índice, mais de 50% de redução, aconteceram nos municípios de Duartina, Lençóis Paulista e Macatuba e, assim como no ensino fundamental, foi resultado da queda no volume de matrículas concomitante ao fato de ter havido incremento no número de professores.

Vale dizer que a queda no número de alunos por professor, sobretudo no ensino fundamental e médio, se deu em alguns municípios pelo incremento no número de professores, mas em alguns casos concomitante a este fato também ocorreu uma diminuição na pressão por matrículas devido às mudanças demográfi cas.

Indicadores de Rendimento9 e Taxas de Aprovação Escolar 10

No ano de 2002, no Polo Regional de Bauru, as taxas médias de aprovação no ensino Fundamental de 1ª a 4ª série, 5ª a 8ª série e no Ensino Médio foram de respectivamente 94,3%, 91,3% e 85,1%. A taxa de aprovação no ensino Fundamental na região, de 1ª a 4ª série, foi ligeiramente inferior à taxa média estadual de 94,5%.

No Ensino Fundamental de 5ª a 8ª série e no Ensino Médio, as taxas de aprovação para o Polo de Bauru foram superiores às médias estaduais de respectivamente 90,5% e 84,2%.

Os municípios que obtiveram os índices mais baixos de aprovação no ensino Fundamental de 1ª a 4ª série foram Borebi, Avaí e Paulistânia com médias abaixo de 90%. Entre a 5ª e 8ª serie, o melhor e o pior índice de aprovação variou entre 79% e 97% taxas equivalentes respectivamente aos municípios de Borebi e Lucianópolis.

No ensino médio a diferença entre os extremos é um pouco mais acentuada (de 77% a 98%) correspondendo respectivamente a Avaí e Balbinos.

9 Dados obtidos da Fundação SEADE / Secretaria de Estado da Educação – SEE/Centro de Informações Educacionais – CIE.10 Porcentagem de alunos que preencheram em avaliação fi nal, os requisitos mínimos em aproveitamento e freqüência, previstos em legislação, em relação ao total de alunos matriculados no fi m do ano letivo.

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Taxas de Evasão Escolar11

Em 2002 as taxas de evasão no Polo Regional de Bauru na 1ª a 4ª série, na 5ª a 8ª série do Ensino Fundamental e no Ensino Médio foram de respectivamente 0,8%, 3,9% e 8,0%.

No Ensino Fundamental de 5ª a 8ª série e no Ensino Médio, os resultados das taxas de evasão escolar para o Polo Regional de Bauru foram superiores às médias estaduais.

No nível de ensino que compreende da 1ª à 4ª série do Ensino Fundamental, as taxas de evasão entre os municípios foram baixas, sendo inferiores a 3%. Os municípios com as maiores taxas nesse nível de ensino foram: Avaí com 2,2%, Presidente Alves com 2,8% e Borebi com 2,9% (Gráfi co 8).

Na 2ª fase do Ensino Fundamental, as taxas de evasão fi caram bastante heterogêneas e variaram entre 1,1% e 14,3%. As taxas mais elevadas neste nível de ensino corresponderam a Ubirajara, Paulistânia e Borebi (Gráfi co 9).

11 Porcentagem de alunos que abandonaram a escola antes da avaliação fi nal ou que não preencheram os requisitos mínimos em frequência previstos em legislação, em relação ao total de alunos matriculados no fi m do ano letivo.

GRÁFICO 8. Taxa de Evasão Escolar.Polo de Bauru, 2002

Fonte: SEE-SP.

Fonte: SEE-SP.

GRÁFICO 9. Taxa de Evasão EscolarPolo de Bauru, 2002

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POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE BAURU

Os maiores índices de evasão aconteceram no Ensino Médio onde se verifi cou uma amplitude de 0,4% a 20,2% nas taxas. As maiores taxas de evasão, aquelas superiores a 10%, foram encontradas nos municípios localizados no entorno do município de Bauru onde se destacam ao norte o município de Iacanga, a noroeste Presidente Alves e Avaí, a sudoeste, os municípios de Ubirajara, Paulistânia e Cabrália Paulista e Agudos ao sul (Gráfi co 10).

GRÁFICO 10. Taxa de Evasão EscolarPolo de Bauru, 2002

Fonte: SEE-SP.

Indicadores de qualidade do ensino

Para estudar as tendências com relação à qualidade do ensino, lançamos mão dos resultados das avaliações do Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Estado de São Paulo – SARESP – para o ano de 2007. Os resultados do SARESP permitem avaliar o ensino regular de todas as escolas da rede pública estadual que oferecem a 1ª, 2ª, 4ª, 6ª e 8ª séries do Ensino Fundamental e a 3ª série do Ensino Médio. Assim, apresentamos os resultados das provas de Língua Portuguesa e Matemática e dos níveis de desempenho em Redação para as 4ª e 8ª séries do Ensino Fundamental e 3ª série do Ensino Médio para o Polo Regional de Bauru e para o Estado de São Paulo.

O Polo Regional de Bauru se destacou no desempenho na disciplina de Matemática no Ensino Fundamental, tanto no ensino de 1ª a 4ª série como no de 5ª a 8ª série. O Polo de Bauru obteve a maior pontuação em matemática nestes níveis de ensino, entre todos os Polos Regionais e Regiões Metropolitanas da pesquisa. Assim, na disciplina de matemática para os alunos de 1ª a 4ª série, o Polo de Bauru obteve nota média de 203 pontos, patamar superior à pontuação média do Estado que foi equivalente a 183,4. Para os alunos de 5ª a 8ª série a pontuação do Polo de Bauru alcançou 272,7 pontos, enquanto que a média estadual fi cou em 231,5 pontos.

No ensino médio, entretanto, o desempenho do Polo Regional de Bauru fi cou muito abaixo da média estadual. O desempenho neste nível de ensino atingiu 199,1 pontos e a média estadual foi de 263,7 pontos. (Tabela 36).

Na disciplina de Língua Portuguesa, o desempenho dos alunos do Polo de Bauru foi melhor que o desempenho médio do Estado. Nos 3 níveis de ensino analisados há uma vantagem de aproximadamente 3 pontos a mais no desempenho médio dos alunos do Polo de Bauru (Tabela 37).

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TABELA 36. Média de Profi ciência em Matemática, 2007

Matemática Polo Regional de Bauru Estado de São Paulo

4ª. Série do E. F. 202,99 182,45

8ª. Série do E. F. 272,67 231,53

3ª. Série do E. M. 199,14 263,68

TABELA 37. Média de Profi ciência em Língua Portuguesa, 2007

Língua Portuguesa Polo Regional de Bauru Estado de São Paulo

4ª. Série do E. F. 190,21 186,84

8ª. Série do E. F. 246,51 242,62

3ª. Série do E. M. 266,48 263,22

Já em relação ao nível de desempenho em Redação12, o Polo Regional de Bauru obteve resultados ligeiramente superiores ao Estado que concentrou maiores proporções de avaliações de redação consideradas abaixo do conceito básico. Os maiores diferenciais são percebidos para a 3ª série do Ensino Médio. Esta constatação deixa claro que quanto mais avançado o nível de ensino, melhor é o desempenho em redação comparativamente às notas médias estaduais (Gráfi co 11).

12 Para o cálculo da distribuição percentual, foram excluídas do total das avaliações, aquelas categorizadas pelo sistema SARESP como: não válidas: anuladas, em branco e não calculada.

Fonte: SARESP,SEE-SP.

Fonte: SARESP,SEE-SP.

GRÁFICO 11. Desempenho em Redação

(continua)

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POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE BAURU

Atenção Básica à Saúde e Acesso às Ações e Serviços de Saúde

Mortalidade Infantil

No Polo Regional de Bauru a taxa de mortalidade infantil, vem caindo sistematicamente, assim como acontece no Brasil e no Estado de São Paulo. O Polo de Bauru apresentou níveis de mortalidade infantil abaixo da média estadual entre 1990 e 2006. No ano 2000 a taxa de mortalidade infantil no Polo Regional de Bauru foi de 17,2 óbitos de menores de um ano por mil nascidos vivos e caiu para 12,3 no ano de 2006.

Em 1990 os municípios do Polo Regional de Bauru com taxas mais elevadas foram Cabrália Paulista, Lucianópolis, Avaí e Agudos com taxas de respectivamente: 79,6, 79,0, 56,2 e 36,8 óbitos de menores de um ano por mil nascidos vivos (Gráfi co 12).

(continuação)

Fonte: SARESP,SEE-SP.

GRÁFICO 12. Taxa de Mortalidade Infantil no Polo de Bauru, 1990 e 2006

Fonte: Fundação Seade; Sec. Estadual da Saúde; Sec. Municipais da Saúde. Base Unifi cada de Nascimentos e Óbitos.

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O município que mais avançou na queda da mortalidade infantil foi Cabrália Paulista que passou a apresentar em 2006 taxa de mortalidade infantil equivalente a 14,5.

A redução média nas taxas de mortalidade infantil dos municípios do Polo Regional de Bauru foi de cerca 114% entre 1990 e 2006. No fi nal do período em análise, as taxas fi caram mais homogêneas e se concentraram em um intervalo de 8,1 a 76,9 óbitos de menores de um ano por mil nascidos vivos.

Saúde da Criança

A taxa de Internação por Infecção Respiratória Aguda em menores de cinco anos é um indicador frequentemente usado, pois fornece uma medida da qualidade da atenção à saúde preventiva e curativa à criança. O Ministério da Saúde recomenda que a taxa deva ser inferior a 35 internações por mil crianças menores de cinco anos.

No ano 2000 tanto o Estado de São Paulo quanto o Polo Regional de Bauru já apresentavam taxas inferiores a 35 internações por mil crianças menores de cinco anos. A média estadual neste ano atingiu 28 internações e passou para 21 em 2006. No caso do Polo Regional de Bauru as taxas foram superiores às médias estaduais tanto no ano 2000 quanto em 2007. Em 2000 foram internadas em média quase 35 crianças menores de cinco anos. No ano 2007 a situação melhorou e a região passou a apresentar taxa equivalente a 21,5 internações.

Apesar da média da região beirar 35 internações no ano 2000, 8 municípios dos 19 que compõem a região apresentaram taxas superiores a 35 internações por IRA por mil crianças menores de cinco anos.

A observação das taxas de internação por Infecção Respiratória Aguda em menores de cinco anos nos municípios do Polo Regional de Bauru revela que houve uma relativa melhora das taxas no sentido de ter ocorrido declínio. Ainda assim, houve incremento em três municípios: Iacanga, Pirajuí e Piratininga. As taxas mais baixas se concentraram na região central do polo constituída pelos municípios de Bauru, Avaí, Arealva e Piratininga em 2007.

Atenção ao Pré-Natal

Para avaliar a cobertura e a qualidade da assistência ao parto no Polo Regional de Bauru utilizamos o indicador: Proporção de mulheres com fi lhos nascidos vivos que realizaram sete ou mais consultas de pré-natal. O número mínimo de consultas recomendadas pelo Ministério da Saúde é sete.

É necessário dizer, baseado em alguns estudos (SERRUYA, 2004), que este indicador é fortemente infl uenciado pelo nível de pobreza da região, além de outros fatores. Além disso, em uma análise longitudinal, as taxas podem em grande parte terem sido afetadas, positivamente, pelas ações do Programa Saúde da Família e pela implementação do Programa de Humanização do Pré-Natal e Nascimento do Ministério da Saúde lançado em junho de 2000 onde o foco principal tem sido proporcionar a melhora do acesso, da cobertura e da qualidade do acompanhamento pré-natal, da assistência ao parto e puerpério das gestantes e ao recém-nascido.

A proporção média de nascidos vivos cujas mães realizaram pelo menos sete consultas por mês no Polo Regional de Bauru no ano 2000 foi superior à média estadual. No ano 2000, enquanto a proporção média de nascidos vivos cujas mães completaram o pré-natal era de 54,5% no Estado de São Paulo, o Polo Regional de Bauru realizou 10,4% a mais. Já no ano de 2005, a média estadual fi cou em mais de 73%, enquanto que no Polo Regional de Bauru passou

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POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE BAURU

para quase 87% dos nascidos vivos, cujas mães haviam realizado 7 consultas ou mais de pré-natal. Assim, houve um incremento de aproximadamente 35% neste indicador tanto no Estado quanto no Polo Regional de Bauru entre 2000 e 2005.

Em 2005 os municípios de Iacanga e Reginópolis localizados ao norte do Polo e, Borebi, Agudos Paulistânia e Cabrália Paulista ao sul do Polo destacaram-se por apresentarem mais de 90% dos nascimentos onde as mães realizaram 7 consultas ou mais de pré-natal.

Os municípios localizados na parte leste do polo, Arealva, Pederneiras e Macatuba apresentaram as taxas cobertura de pré-natal mais baixas da região em 2005 e, não atingiram 72% dos nascimentos com pré-natal concluído.

Controle da Hipertensão

A taxa de internações por Acidente Vascular Cerebral (AVC) na população de 40 anos ou mais, além de apontar o nível de morbidade para esta doença, também avalia a oferta de ações básicas preventivas para o controle da doença hipertensiva.

O número de internações entre 2000 e 2007 por Acidente Vascular Cerebral (AVC) na população de 40 anos ou mais no Polo Regional de Bauru declinou de 42,6 para 30,3, o que signifi ca que as ações de atenção básica nos municípios no controle das doenças hipertensivas possivelmente estão tendo um impacto positivo. As taxas médias para o Polo Regional de Bauru, no ano 2000 e em 2007, foram bem mais altas que as médias estaduais que alcançaram 28,1 no ano 2000 e 26,2 internações por grupo de 10.000 habitantes com mais de 40 anos em 2007. Entretanto a diferença entre as taxas do Polo Regional de Bauru e as taxas referentes ao Estado vêem diminuindo ao longo dos anos. Vale lembrar que no ano 2000, depois do Polo Regional de Presidente Prudente, era o Polo de Bauru que apresentava a mais alta taxa de internações por AVC na população com mais de 40 anos.

Houve melhora na maioria dos municípios, no sentido de ter havido queda das taxas de internação e, que os municípios com as menores taxas em 2007, até 28%, estão concentrados na região central: Bauru, Avaí, Arealva e Piratininga.

Os municípios que apresentaram incrementos nas taxas de internação estão localizados no entorno da região central. Entre eles destacamos na parte sudoeste: Ubirajara, Lucianópolis, Duartina e Cabrália Paulista. A sudeste: Lençóis Paulista. Pederneiras a leste e, Reginópolis ao norte.

Indicadores Gerais de Atenção à Saúde: Consultas Médicas Básicas por Habitante

No Brasil a média anual de consultas médicas por habitante nas especialidades básicas pouco variou entre o ano de 2000 e 2007. No ano 2000 este indicador atingiu 1,51 consultas básicas por habitante e em 2007 atinge 1,54.

No Estado de São Paulo, o patamar é praticamente o mesmo referente à média brasileira em 2000 e, em 2007 chegou a 1,7 consultas básicas por habitante. O Polo Regional de Bauru apresentou tendência de queda em relação a este indicador. No ano 2000 foram realizadas em média 1,4 consultas médicas básicas por habitante e no ano de 2007, 1,8 consultas, portanto patamares bastante próximos às médias estaduais em 2000 e, em 2007.

O Polo regional de Bauru aumentou o número de consultas básicas por habitante em quase 25% entre o ano 2000 e 2007. Os municípios que mais realizaram consultas básicas por habitante em 2007, entre 4,1 e 5,0 consultas básicas por habitantes foram: Lucianópolis, Pederneiras, Avaí, Ubirajara e Piratininga.

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Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4

Iacanga foi o município que passou a realizar menos consultas básicas por habitante em 2007, ou seja, no ano 2000 realizou 1,7 consultas e passou a 0,3 no ano de 2007.

Cobertura do Programa Saúde da Família

As informações sobre percentuais de cobertura do Programa Saúde da Família em grandes cidades e capitais revelam que em geral há uma difi culdade maior de consolidação deste programa em cidades maiores e mais urbanizadas (ELIAS, 2006).

Como já foi dito, a região do país com menor cobertura do Programa Saúde da Família é a Sudeste, com menos de 30% de cobertura da população no ano de 2007. No Estado de São Paulo em 2007, em média a cada 4 famílias, uma foi atendida pelo PSF e, no Polo de Bauru, menos de uma a cada 5 famílias foi atendida pelo PSF.

Os dados mostraram que houve crescimento da proporção de famílias atendidas pelo PSF no Estado de São Paulo e no Polo Regional de Bauru entre 2000 e 2007. O ritmo de crescimento do PSF no Polo Regional de Bauru intensifi cou-se um pouco mais a partir de 2003, no entanto, as proporções de famílias cobertas pelo PSF estiveram sempre abaixo das médias estaduais (Gráfi co 13).

GRÁFICO 13. Proporção de População coberta pelo Programa Saúde da Família (%)

A cobertura de famílias atendidas vem aumentando como também o número de municípios que em 2000 não tinham implementado o programa e, em 2007 já implantaram. No ano 2000, apenas os municípios de Lençóis Paulista e Macatuba haviam implementado o PSF com coberturas populacionais de respectivamente 12,4% e 18,4%. No ano de 2007, os municípios de Ubirajara, Duartina, Macatuba, Iacanga e Borebi foram os municípios que conseguiram cobrir mais de 82% da população com o PSF. O município sede do polo, Bauru implementou o programa somente a partir de 2004 e, no ano de 2007 foi o que apresentou a menor proporção de famílias atendidas pelo PSF, com menos de 8% da população.

Atenção Hospitalar - Leitos Hospitalares por Habitante

A análise deste indicador tem como objetivo ilustrar como acontece a concentração de leitos hospitalares por habitantes nos municípios pertencentes ao Polo Regional de Bauru.

Fonte: Número de pessoas

cadastradas, de 2000 a 2006,

por município - SIAB/SUS -

DATASUS, Censo Demográfi co 2000 e projeções, IBGE.

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Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.482

POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE BAURU

Como este indicador é suscetível a uma variedade de fatores relativos às localidades ou regiões distintas, não há parâmetros validados para efeitos de comparação. O que acontece é que a própria demanda juntamente com a capacidade de fi nanciamento do local acaba defi nindo as metas a serem alcançadas. Assim, este indicador não é adequado para avaliar o sistema de saúde de uma região, mas auxilia nas ações de planejamento e gestão.

Apesar de não termos parâmetros validados, o Ministério da Saúde preconiza que o volume de leitos hospitalares esteja entre 2,3 a 3 leitos por mil habitantes (Portaria do Ministério da Saúde 1101/2002).

No Polo Regional de Bauru a oferta de leitos hospitalares foi de 3,9 leitos por mil habitantes em 2006, onde 3,0 leitos foram disponibilizados através do SUS. A média de leitos hospitalares por mil habitantes no Polo Regional de Bauru foi bastante superior à média estadual e à nacional. No Estado foram disponibilizados 2,6 leitos e no Brasil 2,7 leitos por mil habitantes em 2006 (Tabela 38).

No Polo Regional de Bauru de cada 4 leitos hospitalares, 3 foram disponibilizados pelo SUS. Esta proporção é superior à proporção média estadual de 65,4% em 2006.

TABELA 38. Leitos Hospitalares por mil habitantes

Fonte: CNES - Recursos Físicos - Hospitalar - Leitos de internação - São Paulo SUS - DATASUS, Fundação IBGE, Censo Demográfi co 2000 e projeções.

O município de Pirajuí se destacou por ser o município com a maior oferta de leitos hospitalares, 7,3. Entretanto, no caso deste município houve uma grande oferta de leitos privados. Os leitos disponibilizados pelo SUS atingiram pouco mais da metade dos leitos deste município, 54,2%.

Além de Pirajuí, os municípios de: Duartina, Presidente Alves e Bauru apresentaram elevada oferta de leitos hospitalares, 6,7; 5,7 e 4,7 respectivamente. No caso destes municípios a disponibilidade de leitos hospitalares pelo SUS variou entre 79% e 94% do total de leitos.

Planos de Saúde Privados

Em 2007 foi constatado o crescimento da população coberta por planos de saúde privados no Estado de São Paulo e no Polo Regional de Bauru que passaram a apresentar percentuais de cobertura de respectivamente 48% e 29,4%. Apesar da proporção de população coberta por plano privado de saúde no Polo Regional de Bauru estar bem abaixo da média estadual, tanto no ano 2000 quanto no ano de 2007, o crescimento deste indicador no polo de Bauru foi mais intenso que para o Estado. No Estado de São Paulo foi constatado um crescimento na proporção de pessoas com plano de saúde privado de 15,3% e, no Polo Regional de Bauru houve um crescimento de 26,7%.

Com exceção dos municípios de Borebi, Lençóis Paulista e Macatuba, houve crescimento da cobertura populacional por planos de saúde privados em todos os demais municípios do Polo Regional de Bauru entre 2000 e 2007.Os municípios do Polo de Bauru onde haviam proporcionalmente mais pessoas com planos de saúde privados em 2007 foram Lençóis Paulista, Bauru e Pederneiras com respectivamente: 53,8%; 32,5% e 24,4%. Nos demais municípios a proporção da população com planos de saúde privados variou de 1,2% a 17,1%.

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Economia e mercado de trabalho no Polo de São José do Rio Preto

O Polo de São José do Rio Preto localiza-se a noroeste do Estado de São Paulo e representa um importante entroncamento de vias de escoamento da produção agrícola e agroindustrial do Centro-Oeste além de possuir integração com o eixo Campinas – Ribeirão Preto onde se desenvolve uma agricultura e pecuária moderna. O café foi o grande impulsionador da urbanização desse polo que hoje se destaca pela pecuária bovina, cana-de-açúcar, laranja e milho. Mais recentemente tem aparecido com intensidade a indústria de móveis, confecções, alimentos e terciários.

O Polo de São José do Rio Preto possui 31 municípios que no ano de 2005 totalizavam uma população de 711 mil habitantes, o que representava 2,5% da população dos polos e regiões deste livro. Em 2000, a população desse polo era de 649 mil pessoas, dessa forma, o crescimento anual da população entre os anos 2000 e 2005 foi de 1,9%, percentual superior àquele verifi cado para a Região Metropolitana de São Paulo e de Campinas, dentre outros polos.

A cidade de São José do Rio Preto possuía 397 mil habitantes em 2005, o que representava mais de 55% da população do polo tanto para o ano de 2000 quanto para 2005. A segunda maior cidade do polo era Mirassol, com menos de 8% da população do polo. Essas duas cidades juntamente com os municípios de José Bonifácio e Tanabi possuíam mais de 70% da população total do polo (Tabela 1). Predominam as cidades de pequeno porte no polo em questão, com exceção de São José do Rio Preto que se apresenta como uma cidade de médio porte.

Ainda no que se refere à população desse polo, nota-se que pouco menos da metade da população no ano de 2000 era natural do próprio polo e pouco mais de 46% residia no local a mais de dez anos. Esses dados indicam que no passado houve uma migração considerável para o polo, entretanto, nos anos mais recentes ela foi pouco intensa (Tabela 2).

POLO REGIONAL DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO

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Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.484

POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO

Os percentuais observados para o polo como um todo, variam bastante entre os municípios. A cidade de Ibirá, por exemplo, apresenta uma população natural de quase 61,7%, porém uma população de migrantes com 10 anos ou mais de residência no local de 39,2%. Bady Bassitt, por outro lado, apresenta apenas 23% da sua população como sendo natural, e mais de 63% são migrantes, mas residentes na cidade há dez anos ou mais.

A participação do Polo de São José do Rio Preto no Estado de São Paulo tanto no que se refere à população e ao valor adicionado é bastante pequena e não sofreu grande alteração nos últimos anos. Em 2002, a população desse polo representava apenas 2,4% daquela verifi cada para o Estado, percentual que aumentou para 2,5% no ano de 2005. Já em relação ao valor adicionado, em 2002 o polo de São José do Rio Preto tinha uma participação de apenas 1,4%, percentual que declinou para 1,3% em 2005 (Gráfi co 1).

Durante a recuperação econômica ocorrida entre os anos de 2002 e 2005, o Estado de São Paulo passou por um crescimento anual do produto interno bruto da ordem de 3% ao ano. O Polo de São José do Rio Preto, entretanto, apresentou uma tendência de crescimento muito baixo, de apenas 0,2%, um dos piores resultados encontrado dentre os polos selecionados para o estudo, estando na frente apenas de Presidente Prudente e de São José dos Campos.

TABELA 1. Evolução da População ResidentePolo de São José do Rio Preto, 2000-2005

Fonte: Censo Demográfi co 2000, FIBGE.

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Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4

Fonte: Censo Demográfi co

2000, FIBGE.

TABELA 2. Participação da população por município e por condição de migraçãoPolo de São José do Rio Preto, 2000

GRÁFICO 1. Participação do Valor Adicionado e da População do Polo de São José do Rio Preto nos Totais do Estado de São Paulo, 2002/2005

Fonte: Fundação IBGE; Fundação

Seade.

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Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.486

POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO

Desagregando-se o valor adicionado por setores, nota-se que a maior queda foi sofrida pela agroindústria, assim como grande parte dos polos selecionados, tendo declinado a uma taxa anual de 9,4%. A indústria também apresentou queda no período, entretanto, bastante inferior àquela observada na agroindústria, sendo de quase 1%. O setor que mais cresceu foi a administração pública, com uma média anual de 2,4%. Em seguida veio o setor de serviços com 1,2% A composição do valor adicionado do Polo de São José do Rio Preto por município, nota-se que a cidade de São José era responsável por quase 60% do VA do polo no ano de 2005, percentual bastante próximo daquele que representa a população da cidade em relação ao Polo (55%). Em seguida, aparece a cidade de Mirassol que, detém 7,5% da população do polo é responsável por 6,6% do valor adicionado.

O mercado de trabalho no Polo de São José do Rio Preto, os dados do Censo Demográfi co 2000 ajudam a entender a dinâmica desse mercado (Tabela 3).

Um primeiro dado que chama atenção é a elevada participação da cidade de São José tanto no que se refere à PIA quando ao que se refere à PEA, com uma participação de 55,6% e 56,5%, respectivamente. Essa elevada participação era de se esperar visto que este município é o mais populoso do polo e representa o polo dinâmico da região.

TABELA 3. Participação dos municípios, segundo indicadores de mercado de trabalho e taxas de desempregoPolo de São José do Rio Preto, 2000

Fonte: Censo Demográfi co 2000, FIBGE.

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Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4

A participação dos demais municípios na composição da PIA e da PEA é bastante inferior estando bem distribuída entre eles.

No que se refere à taxa de desemprego, nota-se que a região como um todo apresenta uma média de desemprego de 12,2%, taxa bastante inferior àquela encontrada para a Região Metropolitana de São Paulo (19,6%). O município de São José do Rio Preto encontra-se acima da média do Polo tendo uma taxa de desemprego de 12,7%. A maior taxa de desemprego é encontrada no município de Onda Verde, com 20,4% e a menor é encontrada na cidade de União Paulista com apenas 1,6% de desemprego. As taxas de desemprego dos municípios do Polo de São José do Rio Preto não são tão elevadas quanto para outros municípios do Estado, com algumas poucas exceções. Entretanto, é interessante notar a enorme diferença existente entre as taxas de desemprego dos diversos municípios.

Ainda referente às taxas de desemprego, a tabela 4 traz a taxa de desemprego segundo decis de renda domiciliar. Nota-se que, no geral, quanto mais baixo o decil ao qual a pessoa pertence, maior é o percentual de desempregados.

TABELA 4. Taxa de Desemprego segundo Municípios e Decis de Renda DomiciliarPolo de São José do Rio Preto, 2000

Fonte: Censo Demográfi co 2000, FIBGE.

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Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.488

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Quanto ao grau de formalização, o Polo de São José do Rio Preto apresenta uma taxa de 58,1%, portanto, mais da metade dos ocupados contribuem para a previdência. A cidade de Jaci é a que apresenta melhor taxa de formalização sendo esta próxima a 68%. Já o município de Poloni apresenta uma taxa de formalização de apenas 43,6% sendo a menor do polo. O município de São José do Rio Preto, por sua vez, registra uma taxa de formalização acima daquela registrada para o polo, 61%.

Já quanto a taxa de assalariamento, isto é, o número de ocupados assalariados sobre o total de ocupados, o polo apresenta uma taxa de 61,9%, o que representa um percentual baixo se comparado às demais regiões selecionadas. Há diferenças entre as taxas tanto para cada município quanto por estrato de decil, mas não se verifi ca nenhuma tendência dentro dos estratos.O município de São José do Rio Preto apresenta uma taxa de assalariamento muito próxima àquela verifi cada para o polo. A maior taxa de assalariamento é encontrada no município de Ubarana, com 79,8% e a menor para Cedral com apenas 58,2%. Novamente pode-se notar como são diferentes os municípios dentro de um mesmo polo.

Com relação aos rendimentos, tem-se que o Polo apresenta um rendimento médio de apenas R$ 728,00, bastante inferior ao verifi cado para a Região Metropolitana de São Paulo, por exemplo, que era de R$ 1.028,00. O município de São José do Rio Preto é o que apresenta maior rendimento médio dentro do polo, sendo este de R$ 871,00, ainda assim bastante inferior que o rendimento médio da Região Metropolitana de São Paulo. O menor rendimento é encontrado nos município de Mirassolândia sendo de apenas R$ 372,00. Ainda em relação aos rendimentos, torna-se interessante compará-los com o salário médio. Rendimentos são entendidos aqui como o total da renda proveniente do trabalho de todos os ocupados, já o salário é a renda advinda do emprego assalariado (Tabela 5).

Nota-se que, para o Polo de São José do Rio Preto, o rendimento médio é superior ao salário médio. Entretanto, olhando-se os municípios, nota-se que ora o rendimento médio é superior e ora o salário médio é superior, variando bastante entre os municípios. Percebe-se também que entre os anos 2000 e 2005 o salário médio sofreu uma queda de 1,3% ao ano. Poucos foram os municípios que tiveram ganhos reais ao longo do período. Onda Verde, por exemplo, teve um ganho anual de 3,2% nos salários médios. Uchoa, entretanto, teve uma perda de 1,4% ao ano.

Quando se compara a massa salarial, entretanto, nota-se que houve crescimento para todos os municípios o que indica que, apesar da renda individual ter declinado, o emprego cresceu. Apenas Mirassol é exceção nesse caso, tendo a massa de salário declinado 1,3% ao ano.

O crescimento e a estrutura do emprego por setor de atividade (Tabela 6), indica que 55% da população do polo está ocupada no setor de comércio ou de serviços. Já a população ocupada na Indústria de Transformação é de 23%. Os demais setores (Serviços de Utilidade Pública, Construção Civil, Administração Pública e Agropecuária e Extração Vegetal) ocupam menos de um quarto da população. Interessante notar que em São José do Rio Preto 42,3% da população encontra-se ocupada no setor de Serviços e quase 30% no comércio, ou seja, quase três quartos da população estava empregada nesses dois setores. Em relação ao crescimento anual do emprego nesses setores, o setor que apresentou maior crescimento foi o de agropecuária (10,4%). Em seguida tem-se o setor de comércio (7,9%) e o de serviços (5,6%). Os serviços industriais de utilidade pública e a construção civil tiveram queda de 15% e 3,9%, respectivamente.

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Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4

TABELA 5. Indicadores de Rendimento Médio, Salário Médio, Massa Total de rendimentos e Massa Total de Salários (1)Polo de São José do Rio Preto, 2000 – 2005

Fonte: Censo Demográfi co 2000, IBGE e Relação Anual de Informações Sociais 2000 e 2005.

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Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.490

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TABELA 6. Estrutura e crescimento anual do número de trabalhadores do mercado de trabalho formal, segundo municípios e setores de atividadePolo de São José do Rio Preto, 2005

Fonte: Relação Anual de Informações Sociais 2000 e 2005.

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Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4

Dinâmica Demográfi ca no Polo de São José do Rio Preto

O Polo Regional de São José do Rio Preto, localizada no Noroeste Paulista, abrange trinta e um municípios, entre os quais se destaca a cidade de São José do Rio Preto como núcleo polarizado das atividades regionais. O seu sistema rodoviário é composto pelas rodovias Washington Luiz, Transbrasileira, Assis Chateaubriand, Décio Custódio da Silva, Euclides da Cunha e Felício da Cunha. Dos 31 municípios que compõem o Polo de São José do Rio Preto, somente o município-sede foi criado ainda no século XIX, e somente 3 não se desmembraram a partir de alguma etapa dos desmembramentos ocorridos a partir do município de São José do Rio Preto. Por sua vez, no contexto do processo emancipatório da década de 1990, a região registrou a ocorrência de três desmembramentos municipais.

Originalmente, o Polo teve sua base de desenvolvimento econômico voltada para a expansão cafeeira e para as atividades pecuárias, enquanto a sua ocupação foi favorecida pelo avanço da última ferrovia paulista – Estrada de Ferro Araraquarense. Com a cultura cafeeira, a Região se incorporou à atividade econômica paulista e foram criadas as bases necessárias para a sua posterior consolidação. O ápice do crescimento regional concentra-se entre as décadas de 1920 e 1950, quando 22 dos 31 municípios que compõe o Polo foram criados (Figura 1).

FIGURA I. Desmembramentos de MunicípiosPolo de São José do Rio Preto, 1894-2000

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Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.492

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Em 1940, o Polo apresentava uma produção agrícola diversifi cada e uma população superior a 300 mil habitantes, com 76% residindo nas áreas rurais. A partir dessa década acelerou-se o processo de urbanização. O impacto das transformações ocorridas na estrutura produtiva e no nível técnico da agropecuária paulista, na década de 60, resultou em profundas alterações no quadro demográfi co regional: crescimento da população urbana e redução da população rural. No período 1960/70, a Região caracterizou-se como uma área com intensa urbanização e com deslocamentos populacionais no sentido campo-cidade. Nos anos 70, a Região passou a fazer parte do corredor agrícola de São Paulo, onde estão concentradas as lavouras mais diversifi cadas e grande parte do rebanho bovino. O Polo também se benefi ciou com a expansão dos complexos agroindustriais e a introdução de indústrias no interior paulista (Cano, 1988).

Notadamente, nas últimas décadas, o Polo, tem se confi gurado como polo de atração populacional, em função do dinamismo da agroindústria (suco de laranja, farelos de soja, cana, óleos vegetais) . No ano 2000, todas as cidades do Polo passaram a registrar taxas positivas de crescimento da população.

Evolução da População

A área que corresponde ao atual Polo Regional de São José do Rio Preto desenvolveu-se, inicialmente, com a agricultura. A sua ocupação se deu mais tardiamente, com o avanço da última ferrovia paulista – a Estrada de Ferro Araraquarense – que chegou ao Município-sede em 1912. O Polo foi incorporado à atividade econômica paulista com a introdução e disseminação da cultura cafeeira. Esta possibilitou a criação das bases necessárias para posterior consolidação regional e surgimento de novos mercados (Cano,1988).

Na década de 30, o Polo já contava com condições infra-estruturais favoráveis para a produção cafeeira e canais de comercialização. Esse período caracterizou-se pela introdução de novas culturas agrícolas. Também a pecuária se desenvolveu e sua expansão foi favorecida pela proximidade às áreas tipicamente criadoras dos Estados de Mato Grosso, Minas Gerais e Goiás. (Vidal, 1993). Em 1940, tinha-se uma produção agrícola diversifi cada e uma população pouco superior a 300 mil habitantes, a maioria residindo em áreas rurais. Nesta época, o setor secundário não era representativo. Porém, como parte de um contexto nacional mais amplo, desencadeou-se um incipiente processo de urbanização no Polo. Os anos 60 abrangeram numerosas e signifi cativas transformações econômicas e sociais no País, que se reproduziram de forma generalizada por todo o Estado de São Paulo. Mudanças qualitativas na estrutura produtiva e incorporação de tecnologias na produção agrícola caracterizaram o período. Um dos impactos dessas mudanças foi o desencadeamento de profundas alterações no quadro demográfi co regional, com a intensifi cação dos deslocamentos campo-cidade e expansão do processo de urbanização (Cano, 1988).

A partir dos anos 70, o interior do Estado de São Paulo passou a ser caracterizado por um representativo crescimento urbano e industrial. Especifi camente, este processo envolve a progressiva modernização da estrutura produtiva paulista e transformações qualitativas no cenário urbano e rural do interior. Particularmente para o Polo de São José do Rio Preto, o processo viabilizou a expansão dos complexos agroindustriais, implantação de indústrias e crescimento da população urbana. Em comparação com outras regiões do estado, o Polo de São José do Rio Preto foi ocupada tardiamente, em função da expansão da Estrada de Ferro Araraquarense. A sua estrutura produtiva teve bases históricas na produção agrícola, especialmente a cafeeira.

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POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO

Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4

O conjunto de informações dispostas nas Tabelas 7 e 8 abrange a evolução da população do Polo e do Estado de São Paulo no período 1940 a 2007, permitindo acompanhar a dinâmica demográfi ca da área.

TABELA 7. Evolução da População TotalPolo de São José do Rio Preto e Estado de São Paulo, 1940/2007

AnoPolo de S. José do Rio

PretoEstado de São Paulo

Dist. Relat. Polo/ESP (%)

Taxas de crescimento (% a.a.)

Polo S J Rio Preto Estado de S. Paulo

1940 300.772 7.180.316 4,19

-0,49 2,44

1950 286.335 9.134.423 3,13

0,97 3,46

1960 315.434 12.829.806 2,46

0,46 3,31

1970 330.187 17.771.948 1,86

1,95 3,49

1980 400.688 25.040.712 1,60

2,52 2,12

1991 526.629 31.436.273 1,68

2,33 1,82

2000 647.725 36.974.378 1,75

1,81 1,50

2007 734.166 41.029.414 1,79

Fonte: Fundação IBGE. Censos Demográfi cos

de 1940 a 2000; Fundação

SEADE. Projeção populacional de

2007.

Até a década de 40, o Polo de São José do Rio Preto sofreu de maneira acentuada os efeitos do esvaziamento populacional, através do seu êxodo rural. Entre 1940 e 1950, a população do Polo passou de 300.772 habitantes para 286.335, o que demonstra um crescimento negativo em 0,49% a.a. Nesse mesmo período, o conjunto do Estado de São Paulo registrava uma média de crescimento de 2,44% a.a. A partir de 1950, no entanto, o Polo começou a ensaiar um movimento de retomada em seu ritmo de crescimento populacional, passando a registrar taxas de 0,97% a.a. entre 1950/60, e 0,46% a.a. entre 1960/70. Taxas, contudo, bem abaixo da média estadual (3,46% a.a. e 3,31% a.a., respectivamente). Nesse contexto, a distribuição relativa da população do Polo no total do Estado confi gura-se decrescente. De um montante de quase 4% da população estadual da década de 40, nos anos 80, o Polo passa a representar apenas 1,6% dos habitantes do Estado de São Paulo.

TABELA 8. Taxas de crescimento da População Total, Urbana e RuralPolo de São José do Rio Preto, 1940/2007

PeríodoTaxas de Crescimento (% a.a.)

Urbana Rural Total

1940/50 2,28 -1,53 -0,49

1950/60 4,93 -1,24 0,97

1960/70 3,54 -3,03 0,46

1970/80 4,15 -3,29 1,95

1980/91 3,73 -3,55 2,52

1991/2000 2,65 -0,29 2,33

2000/2007 2,25 -3,12 1,81

Fonte: Fundação IBGE. Censos Demográfi cos de 1940 a 2000; Fundação SEADE. Projeção populacional de 2007.

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Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.494

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Os anos 60, por sua vez, marcaram grandes alterações. A conjuntura nacional desse período foi caracterizada por profundas transformações políticas, econômicas e sociais. Particularmente, no Estado de São Paulo iniciou-se um processo de mudança na estrutura produtiva do campo, com absorção de um nível técnico mais sofi sticado. O refl exo dessas mudanças no panorama demográfi co do Interior foi a intensifi cação do fl uxo populacional campo-cidade.

Ao longo dos anos 80, o grau de urbanização acentua-se ainda mais: de 77,2% em 1980, para 87,9% em, 1991. Nesse ano, o Polo de São José do Rio Preto contava com 526.629 habitantes, dos quais 462.962 moravam nas cidades e apenas 63.667 residiam no campo. O quadro se consolida no ano de 2000, quando o índice de urbanização atinge a casa dos 90%, alcançando o marco de 93,2% em 2007, ano em que somente 49.686 pessoas viviam no campo, de um total populacional de 734.166 habitantes. Entre 1991/2000, a taxa de crescimento da população rural já era negativa: -0,29% a.a. No período 2000/2007, por sua vez, aumentou para -3,12% a.a. Em se tratando da evolução da população urbana, o primeiro período apresentava uma taxa de crescimento de 2,65% a.a. Já o segundo, diminuiu para 2,25% a.a. Comparando-se os dois intervalos, no entanto, observa-se uma diminuição do crescimento populacional total: de 2,33% a.a. nos anos 90, para 1,81% a.a. entre 2000/2007.

As três últimas décadas envolveram para o conjunto do interior do Estado e, particularmente, para o Polo de São José do Rio Preto mudanças signifi cativas no perfi l da sua economia. A expansão da produção agroindustrial associada ao mercado externo favoreceu o aumento da oferta e a manutenção de empregos diretos e indiretos e uma conjuntura econômica regional menos atingida pelas crises periódicas da economia nacional. As novas demandas regionais incluíram a diversifi cação de atividades terciárias (consultorias especializadas, jornais, TV, dinamização dos transportes, entre outros) e o fortalecimento de núcleos urbanos.

Os dados das tabelas 9 e 10 mostram a evolução do comércio na Região Administrativa de São José do Rio Preto entre 1991 e 2005. Observa-se que, tanto o número de estabelecimentos, quanto o total de pessoal empregado, aumentou de um período para outro, principalmente entre 1995 e 2005, quando o número de trabalhadores do setor terciário praticamente dobrou: de 30.580 para 60.393, evidenciando uma taxa de crescimento de 7,04% a.a.

TABELA 9. Número de Estabelecimentos do Comércio Varejista e Atacadista e Pessoal OcupadoRegião Administrativa de São José Rio Preto, 1991-2005

Áreas1991 1995 2005

Número estabelec.

Pessoal Ocupado

Pessoal/ Estabelec.

Número estabelec.

Pessoal Ocupado

Pessoal/ Estabelec.

Número estabelec.

Pessoal Ocupado

Pessoal/ Estabelec.

RA S J Rio Preto 5.377 27.473 5,1 6.650 30.580 4,6 13.497 60.393 4,5

Polo S J Rio Preto 2.832 15.311 5,4 3.650 17.623 4,8 7.257 33.800 4,7

RG Catanduva 1.018 5.290 5,2 1.187 5.611 4,7 2.520 12.691 5,0

RG Fernandópolis 418 2.241 5,4 461 1.976 4,3 964 3.998 4,1

RG Jales 519 2.069 4,0 656 2.787 4,2 1.336 4.616 3,5

RG Votuporanga 590 2.562 4,3 696 2.583 3,7 1.420 5.288 3,7

Fonte: Fundação SEADE. Informações Municipais, 1991, 1995 e 2005.

Em se tratando do número de estabelecimentos, em 1995 somava-se 6.650 e, em 2005, 13.497, repercutindo numa taxa de crescimento de 7,34% a.a. no período em questão. Quanto ao número de trabalhadores empregados por cada estabelecimento, nota-se que, em todas as RGs, houve uma leve diminuição no número de trabalhadores por estabelecimento comercial.

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POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO

Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4

Já as tabelas 11 e 12 representam a evolução da atividade industrial para o mesmo período. Comparando-se com o setor de serviços, os números são bem menos expressivos. Verifi ca-se que, em 1995, as RGs de São José do Rio Preto, Catanduva e Jales apresentaram menos estabelecimentos vinculados à indústria de transformação que em 1991. Contudo para 2005, o número de pessoal ocupado neste setor aumentou para todas as regiões.

TABELA 10. Taxa de crescimento (% a.a.) de Estabelecimentos e Pessoal ocupado - Comércio Varejista e AtacadistaRegião Administrativa de São José Rio Preto, 1991-2005

Áreas1991-1995 1995-2005

Número estabelec. Pessoal Ocupado Número estabelec. Pessoal Ocupado

RA S J Rio Preto 5,46 2,71 7,34 7,04

Polo S J Rio Preto 6,55 3,58 7,11 6,73

RG Catanduva 3,91 1,48 7,82 8,50

RG Fernandópolis 2,48 -3,10 7,66 7,30

RG Jales 6,03 7,73 7,37 5,18

RG Votuporanga 4,22 0,20 7,39 7,43

Fonte: Fundação SEADE.

Informações Municipais, 1991,

1995 e 2005.

TABELA 11. Número de Estabelecimentos da Indústria de Transformação e Pessoal OcupadoRegião Administrativa de São José Rio Preto, 1991-2005

Áreas1991 1995 2005

Número estabelec.

Pessoal Ocupado

Pessoal/ Estabelec.

Número estabelec.

Pessoal Ocupado

Pessoal/ Estabelec.

Número estabelec.

Pessoal Ocupado

Pessoal/ Estabelec.

RA S J Rio Preto 2.496 35.903 14,4 2.470 42.475 17,2 3.614 60.555 16,8

Polo S J Rio Preto 1.416 22.574 15,9 1.388 23.469 16,9 2.062 32.120 15,6

RG Catanduva 437 7.236 16,6 424 10.446 24,6 585 12.691 21,7

RG Fernandópolis 163 1.504 9,2 166 2.297 13,8 246 4.281 17,4

RG Jales 204 1.135 5,6 168 1.711 10,2 226 3.376 14,9

RG Votuporanga 276 3.454 12,5 324 4.552 14,0 495 8.087 16,3

No período 1991-1995, só a RG de Jales apresentou uma taxa de crescimento de estabelecimentos do setor secundário de -4,74% a.a. Todavia, faz-se necessário destacar o caso da RG de Votuporanga, em que o número de estabelecimentos passou de 276 em 1991, para 324 em 1995, evidenciando uma taxa de crescimento de 4,09% a.a. Tal situação estabilizou-se no período 1995-2005, quando todas as RGs mostraram um crescimento na casa dos 3 ou 4% a.a. no número de indústrias. Em se tratando do número de trabalhadores ocupados no setor secundário, observa-se um aumento em todos os intervalos analisados na tabela, principalmente entre as RGs de Fernandópolis e Jales. No tocante ao número de funcionários por cada estabelecimento industrial, por sua vez, observa-se um aumento da relação em todas as RGs.

Quanto às atividades ligadas ao setor primário, deve-se destacar o cultivo da cana-de-açúcar, produto de grande importância no contexto econômico local, uma vez que constitui matéria-prima para as usinas de álcool localizadas principalmente no Polo de Rio Preto. Apesar de – no período 1995-2000 – a produção de álcool ter diminuído cerca de 210 mil litros na RA de São José do Rio Preto (taxa de crescimento de -4,7% a.a.), em se tratando do Polo de Rio Preto, a produção aumentou em 15,5 % a.a. nesse período. A taxa de crescimento negativo para a RA se deve, em grande medida, à diminuição da produção da RG de Catanduva e o fraco desempenho da RG de Fernandópolis (Tabela 13).

Fonte: Fundação SEADE.

Informações Municipais, 1991,

1995 e 2005.

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Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.496

POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO

Tendência do crescimento da população

No decorrer das últimas décadas, o Polo de São José do Rio Preto vem apresentando maior peso populacional em relação a sua Região Administrativa. Em contrapartida, no tocante ao total populacional do interior do Estado, sua participação tem se mostrado relativamente estável, uma vez que a RA de São José do Rio preto vem respondendo por uma população cada vez menor nesse âmbito (Tabela 14). Em 1991, o Polo contava com 526.629 habitantes, o que signifi cava 46,76% da população de sua RA, e 3,28% do total populacional do interior do Estado. Em 2007, por sua vez, a RG passa a abrigar 734.166 pessoas, respondendo por mais de 50% da população da RA e cerca de 3,4% dos habitantes do interior.

Apesar do Polo de São José do Rio Preto ter se caracterizado como área de emigração até a década de 60, os anos 70 indicaram sinais de reversão dessa situação. A partir de 1970, as taxas de crescimento do Polo aumentaram signifi cativamente: de 0,38% a.a., entre 1960/70, para 1,91%a.a. entre 1970/80, e 2,33% a.a. entre 1991/2000. Os anos 2000, no entanto, assistiram

TABELA 12. Taxa de crescimento (% a.a.) de Estabelecimentos e Pessoal ocupado - Indústria de TransformaçãoRegião Administrativa de São José Rio Preto, 1991-2005

Áreas1991-1995 1995-2005

Número estabelec. Pessoal Ocupado Número estabelec. Pessoal Ocupado

RA S J Rio Preto -0,26 4,29 3,88 3,61

Polo S J Rio Preto -0,50 0,98 4,04 3,19

RG Catanduva -0,75 9,61 3,27 1,97

RG Fernandópolis 0,46 11,17 4,01 6,42

RG Jales -4,74 10,81 3,01 7,03

RG Votuporanga 4,09 7,14 4,33 5,92

Fonte: Fundação SEADE. Informações Municipais, 1991, 1995 e 2005.

TABELA 13. Produção de Álcool por tipo (em 1000 litros) e Taxa crescimento (% a.a.)Região Administrativa de São José Rio Preto e Regiões de Governo, 1995-2000

Áreas Produção de álcool (em 1000 litros) Taxa de crescimento (% a.a.)

1995 2000 1995-2000

RA S J Rio Preto

Anidro 453.710 400.722 -2,5

Hidratado 552.970 389.734 -6,8

Total 1.006.680 790.456 -4,7

RG S J Rio Preto

Anidro 35.155 185.854 39,5

Hidratado 123.091 140.094 2,6

Total 158.246 325.948 15,5

RG Catanduva

Anidro 408.447 175.441 -15,6

Hidratado 400.635 246.040 -9,3

Total 809.082 421.481 -12,2

RG Fernandópolis

Anidro 10.108 39.427 31,3

Hidratado 29.244 3.600 -34,2

Total 39.352 43.027 1,8

Fonte: Fundação SEADE. Anuário Estatístico do Estado de São Paulo, 1995 e 2000.

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97

POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO

Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4

uma desaceleração do crescimento da população, registrando uma taxa de 1,81% a.a., entre 2000/2007.

TABELA 14. Evolução da População, segundo Regiões de GovernoRegião Administrativa de São José do Rio Preto, 1960-2007

Fonte: FIBGE. Censos

Demográfi cos de 1960 a

2000; Fundação SEADE. Projeção populacional de

2007.

Regiões de Governo

População Total Distribuição Relativa no Total da R (%)

1960 1970 1980 1991 2000 2007 1960 1970 1980 1991 2000 2007

RG Catanduva 162.986 159.483 189.591 221.314 248.285 268.017 19,23 18,21 20,01 19,65 19,13 18,77

RG Fernandópolis 89.987 98.783 95.424 99.794 104.798 111.131 10,62 11,28 10,07 8,86 8,08 7,78

RG Jales 156.735 152.907 131.896 135.849 142.114 148.336 18,49 17,46 13,92 12,06 10,95 10,39

RG S J Rio Preto 319.424 331.746 4000.688 526.629 647.725 734.166 37,68 37,89 42,29 46,76 49,91 51,42

RG Votuporanga 118.6000 132.677 129.817 142.744 154.877 166.149 13,99 15,15 13,70 12,67 11,93 11,64

RA S J Rio Preto 847.732 875.596 974.416 1.126.330 1.297.799 1.427.799 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00

Regiões de Governo

Participação Relativa no Total Populacional do Interior (%) Taxas Anuais de crescimento populacional (a.a.)

1960 1970 1980 1991 2000 2007 60/70 70/80 80/91 91/2000 2000/2007

RG Catanduva 1,99 1,65 1,53 1,38 1,30 1,25 -0,22 1,74 1,42 1,29 1,10

RG Fernandópolis 1,10 1,02 0,77 0,62 0,55 0,52 0,94 -0,35 0,41 0,55 0,84

RG Jales 1,92 1,59 1,06 0,85 0,74 0,69 -0,25 -1,47 0,27 0,50 0,61

RG S J Rio Preto 3,90 3,44 3,23 3,28 3,39 3,42 0,38 1,91 2,52 2,33 1,81

RG Votuporanga 1,45 1,38 1,05 0,89 0,81 0,77 1,13 -0,22 0,87 0,91 1,01

RA S J Rio Preto 10,36 9,08 7,64 7,01 6,79 6,66 0,32 0,79 1,58 1,59 1,37

(continua)

(continuação)

De fato, os anos 70 e 80 confi guraram uma retomada do crescimento da população que se deveu, em grande medida, ao aumento do saldo migratório, o qual passou de 15.234 pessoas, entre 1970/80; para 53.113, nos anos 80; e 73.693, na década de 90. Entre 2000/2007, contou um saldo de 56.500 pessoas, mantendo a média de 8 mil migrantes por ano.

Dentre os municípios, São José do Rio Preto, Mirassol e José Bonifácio são os de maior importância populacional com 411.775, 54.885 e 32.300 habitantes, respectivamente, em 2007. Juntos, os três centros correspondem a quase 68% de toda a população da RG (Tabela 15).

Notadamente, o aumento populacional observado no Polo ao longo da década de 80 e 90, contribuiu com o crescimento urbano dos municípios. Em 1970 apenas sete municípios da área apresentavam mais de 50% de sua população vivendo em zonas urbanas. Em 1991, somente Mirassolândia não chegava a esse grau de urbanização. Já no ano de 2000, todos os municípios da região apresentavam grau de urbanização superior a 50%, sendo que na maioria deles constava-se mais de 80% da população vivendo em perímetro urbano. Em 2007, o Polo de São José do Rio Preto atingiu o marco de 93,2% no grau de urbanização.

Nesse contexto, as taxas de crescimento da população rural apresentam-se negativas para todos os períodos analisados: -3,16% a.a. entre 1970/80; -3,23% a.a. entre 1980/91; -0,29% a.a. entre 1991/2000, e -3,12% a.a. entre 2000/2007. Faz-se interessante observar que, nesse último intervalo, todos os municípios perdem população no campo a taxas superiores a 3% a.a. (Tabela 16). Por outro lado, os índices de crescimento da população urbana dos municípios vêm se apresentando positivas. A despeito de nos anos 70 a maioria das cidades de pequeno porte perder população, o crescimento urbano tem se mostrado positivo em todos os municípios, desde 1970; exceção de Planalto que, entre 1991/2000, registrou uma taxa negativa de crescimento da população urbana de 2,4% a.a.

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Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.498

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POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO

Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4

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Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4100

POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO

Na década de 70, grande parte do contingente que saía do campo procurava os centros de São José do Rio Preto e Mirassol, municípios estes de maior taxa de crescimento total (4,37% a.a. e 3,19% a.a., respectivamente). Tal fato faz com que a maioria dos municípios do Polo tenha crescimento pequeno ou até mesmo negativo. No entanto, os anos 80 marcaram certa despolarização dos fl uxos migratórios. Nesse período, muitos municípios pequenos retomaram seu crescimento ou diminuíram sua perda populacional. Vale ressaltar o crescimento de Bady Bassit (6,58% a.a.), Guapiaçu (4,22% a.a.), São José do Rio Preto (3,77% a.a.), Orindiúva (3,29% a.a.) e Mirassol (3,02% a.a.). A partir dos anos 90, por sua vez, todos os municípios do Polo passam a apresentar taxas de crescimento positivas. Exceção feita a Paulo de Faria, que, no período 1991/2000, mostrou uma taxa negativa (-4,34% a.a.), retomando seu crescimento no período seguinte (0,91% a.a. entre 2000/2007). Nos anos 2000, as taxas de crescimento continuam positivas para todos os municípios, mas de modo menos discrepante entre eles. Em se tratando do tamanho dos municípios, destacam-se os de pequeno porte: 21 das 31 cidades que compõem o Polo de São José do Rio Preto não alcançam a casa dos 10 mil habitantes. Na classe de 20-50 mil pessoas, enquadram mais sete municípios. Entre 50-100 mil, encontra-se apenas Mirassol; e, somente São José do Rio Preto apresenta população superior a 100 mil habitantes.

Tomando o processo emancipatório da década de 1990, podemos avaliar em que medida os desmembramentos municipais recentes impactou o crescimento populacional dos municípios da do Polo de São José do Rio Preto e, conseqüentemente, alterou a hierarquia de municípios da região.

QUADRO 1. População Total, Taxas de Crescimento e Distribuição Relativa Municípios desmembradosPolo Regional de São José do Rio Preto, 1991-2000

MunicípiosPopulação Total

(1991)População Total

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Zacarias (**) - 1.947 0,30 - -

POLO SÃO JOSÉ RIO PRETO 526.629 647.725 100,00 2,33 2,33

A partir desses dados, observam-se três tipos de ocorrência de desmembramento municipal no Polo de São José do Rio Preto, no período recente: o primeiro, formado pelo município de Rio Preto, de porte populacional entre 100 mil e 500 mil habitantes, em 1991, originou um município – Ipiguá – com população inferior a 5 mil habitantes. O segundo tipo é formado pelo município de José Bonifácio, de porte populacional entre 20 mil e 50 mil habitantes, a partir do qual foi desmembrado o município de Ubarana, com 4.204 habitantes. Por fi m, o terceiro tipo é constituído pelo município de Planalto (com menos de 10 mil habitantes, em 1991), a partir do qual surgiu o micro-município de Zacarias (com menos de 5 mil habitantes).

Considerando as taxas de crescimento populacional dos municípios originários nas duas situações destacadas (com e sem desmembramento), verifi ca-se que se não tivesse ocorrido o desmembramento municipal recente, ao invés de uma taxa de crescimento de 2,69%a.a., entre 1991 e 2000, São José do Rio Preto apresentaria uma taxa de 2,80%a.a. Por sua vez, sem o desmembramento municipal, José Bonifácio, ao invés de crescer a uma taxa de 0,91%a.a.,

Fonte: Fundação SEADE. Censo demográfi co de 1991 e 2000 (IBGE).Nota: (*) Município criado pela Lei 8550, de 30-12-1993; (**) Municípios criados pela Lei 7664, de 30-12-1991 apud Siqueira (2003).

Page 102: V04 Polos Regionais Bauru, São José do Rio Preto, Araçatuba e Presidente Prudente

101

POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO

Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4

cresceria a 2,46%a.a., e o município de Planalto passaria de uma taxa negativa de 4,34%a.a. para uma taxa positiva 0,30%a.a., no período de 1991 a 2000. Com isso, observa-se que o impacto do desmembramento municipal na taxa de crescimento populacional foi maior naquela situação em que um município pequeno gerou um micro-município.

Por sua vez, os componentes do crescimento populacional podem fornecer uma outra dimensão desse impacto na taxa de crescimento populacional nos municípios envolvidos nos desmembramentos municipais recentes. Destaca-se que o crescimento vegetativo, entre 1991 e 2000, de José Bonifácio (3.311 pessoas) e Planalto (381 pessoas) é inferior à população dos municípios a que deram origem. Considerando, por sua vez, os respectivos saldos migratórios, observa-se que grande parte da perda populacional sofrida pelos dois municípios – José Bonifácio “perdeu” 1.056 pessoas e Planalto, 2.180 pessoas – deveu-se ao desmembramento municipal, principalmente, no caso de José Bonifácio, onde a “perda” populacional foi inferior à população do município desmembrado. Em contraste, no caso de São José do Rio Preto, observa-se que o surgimento de um novo município, com 3.461 habitantes, não se fez sentir nos componentes de seu crescimento populacional, pois o seu crescimento vegetativo foi de 27.985 pessoas e o seu saldo migratório representou um acréscimo de 48.057 pessoas à população municipal.

Para complementar essa discussão, serão abordadas as mudanças na distribuição dos municípios, segundo classes de população, no período mais recente, entre 1991 e 2007, a partir dos dados do quadro 2.

QUADRO 2. Número de municípios existentes, por classes de tamanho da populaçãoPolo de São José Rio Preto - Estado de São Paulo, 1991-2007

Classes de municípios1991 2000 2007

n % n % n %

Até 5.000 habitantes 10 35,7 14 45,2 11 35,5

5.000 a 10.000 habitantes 10 35,7 8 25,8 10 32,3

10.000 a 20.000 habitantes 4 14,3 5 16,1 6 19,4

20.000 a 50.000 habitantes 3 10,7 3 9,7 2 6,5

50.000 a 100.000 habitantes 0 0,0 0 0,0 1 3,2

100.000 a 500.000 habitantes 1 3,6 1 3,2 1 3,2

Total 28 100,0 31 100,0 31 100,0

De acordo com o quadro 2, destaca-se que, em 1991, antes do processo de criação de municípios característico dos anos 90, marcado pela criação preponderante de pequenos municípios em todo país (Gomes & Mac Dowell, 2000; 1997), Polo de São José do Rio Preto possuía 28 municípios, sendo que 10 municípios possuíam população com menos de 5 mil habitantes; 10 municípios possuíam entre 5 mil e 10 mil habitantes; 7 municípios possuíam entre 10 mil e 50 mil habitantes e 1 município com população entre 100 mil e 500 mil habitantes. Ou seja, a região possuía, em 1991, mais de 70% dos seus municípios com população inferior a 10 mil habitantes, polarizando com um único município de grande porte. Com isso, observa-se que o Polo de São José do Rio Preto apresentava, em 1991, uma rede urbana, cuja forma se assemelhava à da região de Araçatuba e de Bauru, ou seja, piramidal, com a diferença de possuir uma maior proporção de pequenos municípios.

Em 2000, essa estrutura na distribuição dos municípios do Polo de Rio Preto sofre uma importante alteração, expressa, por um lado, pelo crescimento na participação da classe de municípios de até 5 mil habitantes, e, por outro, do aumento da participação da classe de

Fonte: Fundação SEADE.

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Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4102

POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO

municípios com população entre 10 mil e 20 mil habitantes. Essas alterações na hierarquia dos municípios da região ocorreram em função de dois fatores: os desmembramentos municipais da década de 1990 e o próprio crescimento populacional dos municípios. Já em 2007, na ausência de desmembramentos municipais, a distribuição dos municípios pelas classes populacionais permaneceu, praticamente, a mesma, sendo que as principais alterações foram expressas pela diminuição na participação dos micro-municípios; aumento na participação da classe de 10 mil a 20 mil habitantes e da classe de 50 mil a 100 mil habitantes.

O Polo de São José do Rio Preto, assim como as Regiões de Araçatuba, Ribeirão Preto e Bauru, foi uma expressão desse fenômeno de desmembramentos municipais de pequenas áreas dentro do estado de São Paulo, pois os três municípios criados tinham população inferior a 5 mil habitantes. Esses desmembramentos municipais contribuíram para que o número de municípios com até 5 mil habitantes passasse de 10 para 14, de 1991 para 2000, signifi cando um aumento na participação desses municípios, na rede urbana regional, de 36 para 45%.

Outro fator de alteração na estrutura da hierarquia dos municípios, no período 1991 a 2000, é expresso pelo signifi cativo crescimento populacional do município de Bady Bassit, a uma taxa de 8,17 % a.a. – bem superior à taxa regional (2,33% a.a.) –, que fez com que o município passasse de 5.659 para 11.475 habitantes.

Já em relação ao período 2000-2007, as principais alterações na estrutura de hierarquia de municípios relacionam-se, por um lado, ao crescimento populacional de três micro-municípios – Nova Aliança, Orindiúva e Ubarana – que contribuiu para que eles entrassem na classe de municípios de 5 mil a 10 mil habitantes. Por outro lado, destaca-se o crescimento populacional dos municípios de Ibirá e Mirassol, que contribuiu para o aumento da participação das classes de municípios de 10 mil a 20 mil habitantes, e de 50 mil a 100 mil habitantes, respectivamente. Com isso, a partir das alterações na estrutura de hierarquia dos municípios no período 1991-2007, ao fi nal do período, a RG de São José do Rio Preto apresenta uma estrutura caracterizada por uma grande proporção de pequenos municípios (21 municípios com menos de 10.000 habitantes) – representando 68% dos municípios da região –, contrastando com o outro extremo da estrutura hierárquica, caracterizada pela existência de 1 município na casa dos 50 mil habitantes, e 1 município na casa dos 400 mil habitantes.

Esse perfi l de hierarquia de municípios assemelha-se ao perfi l apresentado pelas Regiões de Araçatuba e de Bauru, onde se identifi cou a polarização de duas situações de organização do poder público local: por um lado, a prefeitura do município de maior porte populacional, com, potencialmente, maior margem de atuação, em função de maior recurso disponível e de uma organização institucional mais consolidada e com maior experiência prévia e, por outro, um grande número de prefeituras de pequeno porte, com menor margem de atuação devido a uma menor quantidade de recursos disponíveis, organização institucional reduzida e com pouca experiência prévia. Assim como nas Regiões de Araçatuba e de Bauru, esse perfi l de hierarquia de municípios pode levar a um descompasso no governo local, em âmbito regional, representando uma difi culdade adicional na implementação de políticas públicas, particularmente as de transferências de renda, cuja performance é bastante infl uenciada pelas condições locais, tanto institucionais quanto de recursos humanos.

Movimentos Migratórios Inter e Intra-regional

Até a década de 60, o Polo se caracterizava como área de expulsão populacional. O período 1970/80 representou para a área uma inversão da situação anterior, passando a

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POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO

Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4

caracterizá-Ia como importante polo de atração populacional no Oeste Paulista, particularmente a cidade de Rio Preto. Isso se consolida no período 1980/91, no qual o Polo apresentou um incremento populacional decenal de 75,0%. Houve um fl uxo signifi cativo de migração para a Região com origens em outros estados e em regiões próximas. A tendência apresentada pelo Polo em seu conjunto não se repete para todos os seus municípios. No período 1970/80, apenas os municípios de Bálsamo, Guapiaçu, !birá, José Bonifácio, Mirassol, Nova Aliança, Poloni, Potirendaba, São José do Rio Preto e Uchôa apresentaram acréscimos populacionais. Para o mesmo período apenas sete municípios apresentam saldo migratório positivo. A saber: Bálsamo, Guapiaçu. Mirassol, Nova Aliança, Potirendaba, Rio Preto e Uchôa, confi rmando-se que para os municípios de Ibirá, José Bonifácio e Poloni o crescimento populacional se deu em função do saldo vegetativo (Tabela 17).

A consolidação do Polo como área de atração populacional no período 1980/91 se refl ete na inversão do quadro para os municípios, no qual se tem vinte municípios que tiveram acréscimos populacionais. Apenas os municípios de Adolfo, Cedral, Jaci, Mendonça, Nova Aliança, Palestina, Planalto e Poloni não registraram ganhos populacionais.

A participação da migração no incremento populacional do Polo no período 1970/80 foi de 21,12%. Do conjunto do Polo, destaca-se, nesse período, o Município-sede, São José do Rio Preto, onde a migração representou 61,9% de seu incremento absoluto. Os municípios do Polo que registraram ganhos populacionais signifi cativos nos anos 80 se localizam próximos a Rio Preto, que aumenta sua importância e área de infl uência intra e inter-regional, à medida que novos investimentos são implantados. Os municípios mais distantes, como Paulo de Faria, Orindiúva, Palestina e Icém, caracterizam-se como áreas expulsoras de população. O Polo, nos anos 70, passou a se confi gurar como importante polo de atração populacional no Interior de São Paulo (Baeninger, 1999). O seu saldo migratório no período foi de 15.234 pessoas. O Município de Rio Preto se sobressaiu por apresentar um saldo migratório de 41.136 pessoas, além de Rio Preto, destacaram-se na década de 1970/80 os municípios de Mirassol e Bálsamo, com saldos migratórios de 3.862 pessoas e 2.149 pessoas, respectivamente.

No tocante à década de 90, o saldo migratório do Polo cresceu signifi cativamente: de 53.113 pessoas entre 1980/91, para 70.693 no período 1991/2000. O município-sede, no entanto, diminuiu seu volume migratório: de 57.424 entre 1980/91, para 48.057 entre 1991/2000. O aumento no número de imigrantes se deve, em parte, pelo fato de poucos municípios do Polo apresentar saldos migratórios negativos. De modo geral, as pequenas e médias cidades reverteram sua condição de área de expulsão de população ou diminuíram seu ritmo de emigração.

No decorrer dos anos de 2000, o saldo migratório do período 2000-2007 do Polo indica 56.607 pessoas com uma média anual de 8 mil pessoas; o dobro dos anos 90 (em torno de 4 mil por ano). Apenas cinco municípios apresentam saldos migratórios negativos. O município-sede concentrou 63,4% de todos os imigrantes que procuram o Polo. A participação da migração no incremento populacional do Polo de São José do Rio Preto foi ainda bastante relevante: de 65% no período 2000/2007.

Com relação aos fl uxos migratórios interestaduais no período 70-80, destacam-se os migrantes com origens nos Estados de Minas Gerais, Paraná, Mato Grosso do Sul e Bahia. Dados do período 1995/2000 apontam que tais Estados continuam a enviar migrantes para o Polo de São José do Rio Preto, sendo que nesses últimos anos, o principal fl uxo provém das Regiões Nordeste, Centro-oeste e Sudeste (Tabela 18).

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Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4104

POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO

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Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4

No que se refere à origem das pessoas que se deslocaram dentro do Estado de São Paulo para o Polo de Rio Preto, observa-se que as Regiões de Governo que mais contribuíram com volume de imigração, na década de 1980, foram: Região Metropolitana de São Paulo, Votuporanga, Catanduva, Araçatuba, Barretos, Jales e Fernandópolis. A análise do período recente mostra que, 33,81% dos imigrantes intra-estaduais provêm da Região Metropolitana de São Paulo e 6% da RG de Campinas. Dentre as trocas migratórias com Regiões próximas, observa-se que as RGs de Votuporanga, Araçatuba e Barretos são as que mais “perdem” população para o Polo de São José do Rio Preto com, respectivamente, 9%, 7% e 6% do volume de imigrante intra-estadual total (Tabela 19).

TABELA 18. Movimentos Migratórios InterestaduaisPolo Regional de São José Rio Preto, 1995/2000

Grandes Regiões e Estados Valor Absoluto do Fluxo Distribuição Relativa

Região Sudeste (exceto SP) 3.651 22,4

Região Sul 2.298 14,1

Paraná 1.884 11,5

Região Centro Oeste 4.447 27,2

Mato Grosso do Sul 2.114 12,9

Região Nordeste 4.590 28,1

Bahia 2.619 16,0

Região Norte 1.291 7,9

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Total Interestadual 16.327 100,0

Fonte: Fundação IBGE. Censo

Demográfi co de 2000.

TABELA 19. Movimentos Migratórios Intra-EstaduaisPolo Regional de São José do Rio Preto, 1995/2000

Origem dos Imigrantes Valor Absoluto dos Fluxos Distribuição Relativa (%)

Região Metropolitana de São Paulo 15.550 33,81

Votuporanga 4.431 9,64

Araçatuba 3.465 7,53

Barretos 2.781 6,05

Campinas 2.774 6,03

Jales 2.308 5,02

Catanduva 2.125 4,62

Fernandópolis 1.961 4,26

Andradina 1.544 3,36

Outras RGs 9.049 19,68

Total Intra-Estadual 45.988 100,00

Em se tratando da emigração, dentre as Regiões do Estado de São Paulo mais procuradas pelos migrantes que saem do Polo de São José do Rio Preto estão a RM de São Paulo e as RGs de Votuporanga, Campinas, Catanduva, Araçatuba e Barretos (Tabela 20). Tais Regiões são, também, as que mais enviam população para o Polo de Rio Preto, ou seja, tratam-se das áreas mais dinâmicas em termos de troca populacionais (Tabela 21).

Fonte: Fundação IBGE. Censo

Demográfi co de 2000.

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Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4106

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A análise da tabela 21 mostra ainda, que, de modo geral, na maioria dos fl uxos migratórios estabelecidos com o Polo de São José do Rio Preto o número de imigrantes sempre excede ao número de emigrantes, resultando em todas as trocas populacionais saldos migratórios positivos para o Polo, inclusive em relação à RM de São Paulo, da qual a RG de Rio Preto “ganhou” 15.550 migrantes e “perdeu” apenas 3.763 pessoas, no período 1995/2000. Todavia, vale destacar o caso das migrações estabelecidas com outras RGs, nas quais o número de migrantes que saem da Região é bastante alto (27.599), o que leva um saldo migratório negativo em 18.550 pessoas.

TABELA 20. Movimentos Emigratórios Intra-EstadualPolo Regional de São José do Rio Preto, 1995/2000

Destino dos Emigrantes Valor Absoluto dos Fluxos Distribuição Relativa (%)

RM São Paulo 3.763 8,99

Votuporanga 2.118 5,06

Campinas 1.621 3,87

Catanduva 1.527 3,65

Araçatuba 1.493 3,57

Barretos 1.437 3,43

Ribeirão Preto 1.133 2,71

Fernandópolis 904 2,16

Jales 868 2,07

Outras RGs 26.993 64,49

Total Estado de São Paulo 41.857 100,00

Total Intra-Estadual 41.857 84,49

Outros Estados 7.686 15,51

Total Brasil 49.543 100,00

Fonte: Fundação IBGE. Censo Demográfi co de 2000.

Fonte: Fundação IBGE. Censo Demográfi co de 2000.

TABELA 21. Trocas Líquidas Populacionais Intra-EstaduaisPolo de São José do Rio Preto, 1995/2000

Regiões Imigrantes para a RG Emigrantes da RG Troca Líquida

RM São Paulo 15.550 3.763 11.787

Votuporanga 4.431 2.118 2.313

Araçatuba 3.465 1.493 1.972

Barretos 2.781 1.437 1.344

Campinas 2.774 1.621 1.153

Jales 2.308 868 1.440

Catanduva 2.125 1.527 598

Fernandópolis 1.961 904 1.057

Andradina 1.544 527 1.017

Outras RGs 9.049 27.599 -18.550

Total 45.988 41.857 4.131

No intervalo 1995/2000, o Polo de São José do Rio Preto recebeu ao todo 62.355 migrantes, dos quais 16.327 eram de outros Estados e 45.988 provinham do próprio Estado de São Paulo. Em se tratando da emigração, a Região “perdeu” 41.857 pessoas para outras Regiões do Estado de São Paulo e 7.686 para outros Estados, totalizando 49.543 emigrantes.

No contexto intra-regional, segundo PERILLO (1990), dentre os movimentos migratórios ocorridos nos anos 70 destacam-se os municípios que estabelecem trocas importantes com

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POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO

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o Município-sede: Mirassol, Cedral, Guapiaçu, Nova Granada e Mirassolândia (municípios limítrofes) e José Bonifácio, Paulo de Faria. Monte Aprazível, Potirendaba, Palestina e Tanabi (municípios mais afastados). No período 1995-2000, as trocas migratórias estabelecidas entre os demais municípios da Região apontam para a confi guração de outros polos secundários de atração populacional, principalmente Mirassol, que apresentou ganhos líquidos populacionais nas trocas efetuadas com municípios circunvizinhos como Neves Paulista, Bálsamo, Tanabi e Monte Aprazível, além de municípios mais afastados como Planalto (Tabela 22).

TABELA 22. Volumes de Imigração e Emigração Intra-RegionalPolo de São José do Rio Preto, 1995/2000

Municípios da RG Imigrantes Emigrantes Saldo Migratório Intra-Regional

Adolfo 240 189 51

Bady Bassit 2.104 668 1.436

Bálsamo 376 547 -171

Cedral 521 292 229

Guapiaçu 1.045 509 536

Ibirá 124 346 -222

Icém 206 332 -126

Ipiguá 680 258 422

Jaci 443 222 221

José Bonifácio 998 871 127

Mendonça 305 278 27

Mirassol 1.765 2.224 -459

Mirassolândia 378 145 233

Monte Aprazível 732 912 -180

Neves Paulista 392 502 -110

Nipoã 308 158 150

Nova Aliança 416 407 9

Nova Granada 463 1.070 -607

Onda Verde 489 183 306

Orindiúva 194 192 2

Palestina 391 491 -100

Paulo de Faria 150 668 -518

Planalto 135 217 -82

Poloni 186 397 -211

Potirendaba 651 568 83

SJR Preto 6.330 6.740 -410

Tanabi 686 1.369 -683

Ubarana 164 159 5

Uchôa 259 285 -26

União Paulista 109 106 3

Zacarias 138 73 65

RG S J RIO PRETO 21.378 21.378 0

Na tabela 23 encontram-se os movimentos migratórios intra-regionais, no período 1995/2000. Observa-se que o município-sede, apesar de concentrar os fl uxos migratórios, do ponto de vista intra-regional, perdeu população (saldo migratório negativo em 410 pessoas) principalmente para Bady Bassit, município este de maior saldo migratório da Região. Contudo, São José do Rio Preto continua a receber um contingente populacional considerável, com

Fonte: Fundação IBGE. Censo

Demográfi co de 2000. Tabulações Especiais NEPO/

UNICAMP.

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destaque aos fl uxos vindos de Mirassol e Tanabi, cidades que, por sua vez, se destacaram pela emigração. Nota-se, pois, a polarização das trocas populacionais pelo município-sede, na medida em que os movimentos migratórios intra-regionais numericamente mais importantes foram com ele estabelecidos.

TABELA 23. Fluxos Migratórios Intra-Regionais Numericamente mais ImportantesPolo de São José do Rio Preto, 1995/2000

DestinoImigrantes Emigrantes

Municípios n % Municípios n %

Adolfo S José Rio Preto 110 45,83 Mendonça 58 30,69José Bonifácio 32 13,33 José Bonifácio 48 25,40Mendonça 29 12,08 S José Rio Preto 41 21,69Outros 69 28,75 Outros 42 22,22Total 240 100,00 Total 189 100,00

Bady Bassit S José Rio Preto 1.601 76,09 S José Rio Preto 247 36,98Potirendaba 94 4,47 José Bonifácio 77 11,53Nova Aliança 72 3,42 Potirendaba 75 11,23Outros 337 16,02 Outros 269 40,27Total 2.104 100,00 Total 668 100,00

Bálsamo S José Rio Preto 110 29,26 Mirassol 258 47,17Tanabi 93 24,73 S José Rio Preto 108 19,74Mirassol 80 21,28 Tanabi 82 14,99Outros 93 24,73 Outros 99 18,10

Total 376 100,00 Total 547 100,00Cedral S José Rio Preto 318 61,04 S José Rio Preto 105 35,96

Guapiaçu 88 16,89 Uchôa 52 17,81Potirendaba 21 4,03 Potirendaba 40 13,70Outros 94 18,04 Outros 95 32,53

Total 521 100,00 Total 292 100,00Guapiaçu S José Rio Preto 655 62,68 S José Rio Preto 270 53,05

Ipiguá 63 6,03 Cedral 88 17,29Bady Bassitt 51 4,88 Mirassolândia 74 14,54Outros 276 26,41 Outros 77 15,13

Total 1.045 100,00 Total 509 100,00Ibirá S José Riio Preto 50 40,32 S José Rio Preto 211 60,98

Potirendaba 24 19,35 Potirendaba 50 14,45Cedral 16 12,90 Bálsamo 27 7,80Outros 34 27,42 Outros 58 16,76

Total 124 100,00 Total 346 100,00Icém Nova Granada 78 37,86 S José Rio Preto 229 68,98

S José Rio Preto 71 34,47 Mirassol 50 15,06Palestina 21 10,19 Bady Bassitt 15 4,52Outros 36 17,48 Outros 38 11,45

Total 206 100,00 Total 332 100,00Ipiguá S José Rio Preto 556 81,76 S José Rio Preto 77 29,84

Bady Bassitt 30 4,41 Guapiaçu 63 24,42Mirassolândia 26 3,82 Uchôa 36 13,95Outros 68 10,00 Outros 82 31,78

Total 680 100,00 Total 258 100,00Jaci Mirassol 166 37,47 Mirassol 146 65,77

S José Rio Preto 126 28,44 Neves Paulista 22 9,91Neves Paulista 74 16,70 Bady Bassitt 18 8,11Outros 77 17,38 Outros 36 16,22

Total 443 100,00 Total 222 100,00

(continua)

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DestinoImigrantes Emigrantes

Municípios n % Municípios n %

José Bonifácio S José Rio Preto 249 24,95 S José Rio Preto 310 35,59Mirassol 102 10,22 Mirassol 99 11,37Ubarana 89 8,92 Nipoã 80 9,18Outros 558 55,91 Outros 382 43,86

Total 998 100,00 Total 871 100,00Mendonça S José Rio Preto 91 29,84 José Bonifácio 72 25,90

Potirendaba 61 20,00 S José Rio Preto 71 25,54Adolfo 58 19,02 Bady Bassitt 59 21,22Outros 95 31,15 Outros 76 27,34

Total 305 100,00 Total 278 100,00Mirassol S José Rio Preto 673 38,13 S José Rio Preto 1.240 55,76

Bálsamo 258 14,62 Neves Paulista 180 8,09Tanabi 239 13,54 Jaci 166 7,46Outros 595 33,71 Outros 638 28,69

Total 1.765 100,00 Total 2.224 100,00Mirassolândia S José Rio Preto 192 50,79 S José Rio Preto 59 40,69

Guapiaçu 74 19,58 Ipiguá 26 17,93Tanabi 53 14,02 Bálsamo 18 12,41Outros 59 15,61 Outros 42 28,97

Total 378 100,00 Total 145 100,00Monte Aprazível S José Rio Preto 203 27,73 S José Rio Preto 338 37,06

Poloni 138 18,85 Tanabi 157 17,21Tanabi 75 10,25 José Bonifácio 79 8,66Outros 316 43,17 Outros 338 37,06

Total 732 100,00 Total 912 100,00Neves Paulista Mirassol 180 45,92 S José Rio Preto 225 44,82

Monte Aprazível 63 16,07 Mirassol 85 16,93S José Rio Preto 53 13,52 Jaci 74 14,74Outros 96 24,49 Outros 118 23,51

Total 392 100,00 Total 502 100,00Nipoã José Bonifácio 80 25,97 José Bonifácio 53 33,54

Monte Aprazível 53 17,21 Monte Aprazível 50 31,65Planalto 44 14,29 União Paulista 18 11,39Outros 131 42,53 Outros 37 23,42

Total 308 100,00 Total 158 100,00Nova Aliança S José Rio Preto 212 50,96 S José Rio Preto 143 35,14

Mirassol 56 13,46 Bady Bassitt 72 17,69Bady Bassitt 42 10,10 Ubarana 35 8,60Outros 106 25,48 Outros 157 38,57

Total 416 100,00 Total 407 100,00Nova Granada S José Rio Preto 135 29,16 S José Rio Preto 532 49,72

Paulo de Faria 120 25,92 Onda Verde 187 17,48Palestina 87 18,79 Palestina 124 11,59Outros 121 26,13 Outros 227 21,21

Total 463 100,00 Total 1.070 100,00Onda Verde S José Rio Preto 215 43,97 Nova Granada 53 28,96

Nova Granada 187 38,24 S José Rio Preto 48 26,23Ipiguá 26 5,32 Guapiaçu 39 21,31Outros 61 12,47 Outros 43 23,50

Total 489 100,00 Total 183 100,00Orindiúva Paulo de Faria 85 43,81 S José Rio Preto 96 50,00

S José Rio Preto 62 31,96 Paulo de Faria 40 20,83Palestina 24 12,37 Palestina 25 13,02Outros 23 11,86 Outros 31 16,15

Total 194 100,00 Total 192 100,00

(continua)

(continuação)

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POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO

Fonte: Fundação IBGE. Censo Demográfi co de 2000.

DestinoImigrantes Emigrantes

Municípios n % Municípios n %

Palestina Nova Granada 124 31,71 S José Rio Preto 238 48,47Tanabi 87 22,25 Nova Granada 87 17,72S José Rio Preto 79 20,20 Mirassol 26 5,30Outros 101 25,83 Outros 140 28,51

Total 391 100,00 Total 491 100,00Paulo de Faria S José Rio Preto 75 50,00 S José Rio Preto 348 52,10

Orindiúva 40 26,67 Nova Granada 120 17,96Mirassol 24 16,00 Orindiúva 85 12,72Outros 11 7,33 Outros 115 17,22

Total 150 100,00 Total 668 100,00Planalto José Bonifácio 51 37,78 Zacarias 76 35,02

S José Rio Preto 32 23,70 José Bonifácio 59 27,19Zacarias 15 11,11 Nipoã 44 20,28Outros 37 27,41 Outros 38 17,51

Total 135 100,00 Total 217 100,00Poloni Monte Aprazível 73 39,25 S José Rio Preto 148 37,28

S José Rio Preto 60 32,26 Monte Aprazível 138 34,76Tanabi 22 11,83 União Paulista 50 12,59Outros 31 16,67 Outros 61 15,37

Total 186 100,00 Total 397 100,00Potirendaba S José Rio Preto 364 55,91 S José Rio Preto 295 51,94

Bady Bassitt 75 11,52 Bady Bassitt 94 16,55Ibirá 50 7,68 Mendonça 61 10,74Outros 162 24,88 Outros 118 20,77

Total 651 100,00 Total 568 100,00S. José Rio Preto Mirassol 1.240 19,59 Bady Bassitt 1.601 23,75

Tanabi 666 10,52 Mirassol 673 9,99Nova Granada 532 8,40 Guapiaçu 655 9,72Outros 3.892 61,48 Outros 3.811 56,54

Total 6.330 100,00 Total 6.740 100,00Tanabi S José Rio Preto 240 34,99 S José Rio Preto 666 48,65

Monte Aprazível 157 22,89 Mirassol 239 17,46Mirassol 131 19,10 Bálsamo 93 6,79Outros 158 23,03 Outros 371 27,10

Total 686 100,00 Total 1.369 100,00Ubarana José Bonifácio 79 48,17 José Bonifácio 89 55,97

Nova Aliança 35 21,34 Nipoã 43 27,04Bálsamo 27 16,46 Guapiaçu 17 10,69Outros 23 14,02 Outros 10 6,29

Total 164 100,00 Total 159 100,00Uchôa S José Rio Preto 130 50,19 S José Rio Preto 161 56,49

Cedral 52 20,08 Guapiaçu 36 12,63Ipiguá 36 13,90 Nova Granada 22 7,72Outros 41 15,83 Outros 66 23,16

Total 259 100,00 Total 285 100,00União Paulista Poloni 50 45,87 S José Rio Preto 52 49,06

Mirassol 19 17,43 Mirassol 25 23,58Nipoã 18 16,51 Poloni 11 10,38Outros 22 20,18 Outros 18 16,98

Total 109 100,00 Total 106 100,00Zacarias Planalto 76 55,07 S José Rio Preto 44 60,27

S José Rio Preto 39 28,26 Planalto 15 20,55Monte Aprazível 10 7,25 Mirassol 14 19,18Outros 13 9,42 Outros 0 0,00

Total 138 100,00 Total 73 100,00

(continuação)

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A questão social no Polo de São José do Rio Preto

Renda, pobreza e desigualdade no Polo Regional de São José do Rio Preto

Renda e população

O polo de São José do Rio Preto, com uma população de 711.801 pessoas que concentra 1,8% da população do estado, respondia, em 2005, por 1,19% do PIB estadual. Em termos de renda, no ano 2000, o polo de São José do Rio Preto detinha uma renda domiciliar per capita de R$ 415,4, inferior à média estadual em 6,0%. Sua renda era menor do que à do conjunto do Estado e também do que às das três regiões metropolitanas paulistas, bem como às dos polos de São José dos Campos e Ribeirão Preto.

Em 2000, o polo de São José do Rio Preto participava com 1,65% da renda domiciliar do estado, superior somente à dos polos de Araçatuba, Bauru e Presidente Prudente. Na década de 90 a taxa anual de crescimento da renda domiciliar total de São José do Rio Preto foi de 5,4% ao ano e a da população de 2,3% ao ano1. Verifi ca-se que as taxas anuais de crescimento da renda total e da população foram superiores às do Estado na década de 90 (Tabela 24). Ao analisar o que ocorreu com a renda domiciliar no interior do polo de São José do Rio Preto, com base nos seus municípios ordenados de maior a menor em função de sua renda domiciliar per capita em 2000 e atribuindo o valor 100 à renda domiciliar per capita e à população do polo da São José do Rio Preto, o que sobressai é o elevado tamanho da população do município de São José do Rio Preto (55,2%). Os demais municípios participam com menos de 10% da população do polo, sendo que os maiores são Mirassol (7,5%), e José Bonifácio (4,4%). Observa-se, também, que os municípios de São José do Rio Preto e Bálsamo possuíam renda domiciliar per capita superiores à do polo de São José do Rio Preto (23,3% e 4,3% maior, respectivamente). O município de Mirassolândia apresentou a menor renda per capita (70,6% inferior à do polo).

Como mencionado, entre 1991 e 2000, a renda domiciliar total do polo de São José do Rio Preto cresceu 5,4% ao ano enquanto a população cresceu a um ritmo de 2,3% ao ano. Merece registro, o reduzido crescimento populacional de vários municípios que constituem o polo de São José do Rio Preto, alguns como é o caso de Planalto com taxa de crescimento negativa. Acima da média do polo cresceram os municípios de São José do Rio Preto, Guapiaçu, Bady Bassitt, Orindiúva e Jaci.

Quanto à renda domiciliar alguns municípios mostraram taxas de crescimento superiores à média do polo (5,4% ao ano). Os destaques foram para Bálsamo, Guapiaçu, Bady Bassitt, Potirendaba, e Jaci. Entre estes municípios somente Bálsamo registrou reduzida taxa de crescimento de sua população.

1 É difícil a partir dos dados do censo avaliar o verdadeiro desempenho da economia paulista na década de 90, pois o ano de 1991 foi de atividade econômica muito baixa e a do ano 2000 razoável, o que leva a superestimar o verdadeiro desempenho desta economia na década de 90

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Pobreza, desigualdade e concentração de renda

A proporção de pobres diminuiu na década de 90 no polo de São José do Rio Preto de 12,4% para 10,1%. Em 2000, a proporção de pobres no polo de São José do Rio Preto era uma das menores depois da Região Metropolitana de Campinas.2

No que diz respeito à desigualdade, o índice de Gini do polo de São José do Rio Preto não era dos mais elevados do estado (0,562) em 2000, bem como a relação entre as rendas médias dos 10% mais ricos e dos 40% mais pobres (3,69) era a menor. Assim, em termos de desigualdade, analogamente ao verifi cado com a pobreza, a situação do polo era uma das melhores do Estado.

2 Utilizou-se uma linha de pobreza de ½ salário mínimo de 2000 (R$ 75,50).

TABELA 24. Renda domiciliar per capita, população e taxas de crescimento anualPolo de São José do Rio Preto e Municípios, 1991-2000

Polo de São José do Rio Preto e municípios

Renda domiciliar per capita 2000

População 2000Taxa variação anual 1991-2000 (*)

População Renda domiciliar total

Polo de São José do Rio Preto 100,0 100,0 2,3 5,4

São José do Rio Preto 123,3 55,2 2,6 5,5

Bálsamo 104,3 1,1 0,9 9,5

José Bonifácio 82,0 4,4 0,9 5,4

Guapiaçu 81,1 2,1 3,0 8,8

Mirassol 80,6 7,5 2,3 5,0

Monte Aprazível 79,0 2,8 0,6 4,6

Neves Paulista 76,5 1,4 0,8 5,7

Bady Bassitt 76,1 1,8 8,2 10,4

Poloni 74,1 0,7 0,6 3,0

Potirendaba 72,9 2,1 2,2 6,4

Tanabi 71,7 3,5 0,6 5,3

Orindiúva 71,2 0,6 3,7 5,6

Mendonça 70,6 0,6 0,9 3,0

Planalto 68,8 0,6 -4,4 3,5

Cedral 68,3 1,0 1,8 5,2

Ibirá 67,6 1,5 0,9 4,9

Nova Aliança 64,5 0,7 1,4 3,1

Paulo de Faria 64,0 1,3 0,2 2,2

Jaci 64,0 0,6 2,6 10,0

Ipiguá 60,5 0,5 - -

Nova Granada 60,4 2,6 1,5 2,6

Icém 60,2 1,0 1,2 1,6

Uchoa 58,2 1,4 0,9 1,5

Palestina 57,2 1,4 0,1 0,3

Adolfo 53,4 0,6 1,3 3,8

Nipoã 51,8 0,5 1,7 4,1

Onda Verde 48,6 0,5 2,1 2,6

Ubarana 42,6 0,6 - -

Zacarias 42,0 0,3 - -

União Paulista 41,9 0,2 0,3 4,3

Mirassolândia 39,4 0,6 2,4 3,4

Fonte: Fundação IBGE, Censo Demográfi co 1991 e 2000.(*) OBS: os números negativos referem-se à variação no período.

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Quanto à concentração de renda, os 20% mais ricos do polo de São José do Rio Preto concentravam 62,4% da renda em 2000. Este valor é, entretanto, relativamente elevado e muito semelhante ao da região metropolitana de São Paulo. Do ponto de vista dos municípios do polo de São José do Rio Preto, as situações de pobreza (% de pobres), desigualdade (relação entre as rendas médias dos 10% mais ricos e 40% mais pobres) e concentração (20% mais ricos) são ilustradas na tabela 25. Como os municípios estão ordenados conforme sua renda domiciliar per capita de 2000, de maior a menor observa-se uma correlação inversa entre renda per capita e proporção de pobres. Ou seja, a proporção de pobres é em geral maior para aqueles municípios com renda per capita menor. Ademais, nota-se que as proporções de pobres são muito heterogêneas em 2000. Abaixo da média do polo encontravam-se os municípios de São José do Rio Preto, Guapiaçu, Mirassol, Neves Paulista, Baddy Bassitt e Orindiúva. Alguns municípios ainda que apresentem renda per capita não tão baixa apresentam signifi cativa proporção de pobres. São os casos de José Bonifácio, Monte Aprazível, Poloni e Tanabi. As piores situações de pobreza em 2000 são encontradas em Planalto (29,3% de pobres), Mirassolândia (27,4%) e Paulo de Faria (26,7%).

TABELA 25. Pobreza, Concentração e Desigualdade da renda DomiciliarPolo de São José do Rio Preto e Municípios, 1991-2000

Polo de São José do Rio Preto e Municípios

% pobresProporção da renda apropriada

pelos 20% mais ricosRelação entre as rendas médias dos 10% mais ricos e 40% mais pobres

1991 2000 1991 2000 1991 2000Polo de São José do Rio Preto 12,2 10,1 61,0 62,4 4,9 5,4São José do Rio Preto 5,1 7,3 67,7 68,9 9,4 9,5Bálsamo 20,1 10,0 42,7 64,1 1,4 5,1José Bonifácio 18,2 11,2 48,8 56,1 2,0 3,4Guapiaçu 13,8 9,4 35,7 53,0 1,4 3,3Mirassol 10,6 8,8 50,9 52,3 2,8 3,0Monte Aprazível 23,8 11,3 47,3 50,9 2,3 2,7Neves Paulista 20,5 9,1 43,6 47,8 1,5 2,5Bady Bassitt 14,5 8,3 55,6 43,7 3,4 2,5Poloni 22,4 15,5 55,4 50,4 2,7 2,0Potirendaba 22,3 10,8 40,3 46,9 1,4 2,0Tanabi 28,0 16,4 45,1 48,6 1,4 2,2Orindiúva 22,7 8,6 55,1 44,3 2,7 2,1Mendonça 27,2 16,9 62,3 50,7 3,1 2,3Planalto 29,1 29,3 26,3 53,5 0,4 2,3Cedral 26,2 14,4 47,8 42,8 1,4 2,0Ibirá 18,8 16,4 36,4 47,6 1,1 1,7Nova Aliança 20,7 12,1 48,5 41,9 2,3 1,3Paulo de Faria 27,5 26,7 52,0 51,8 2,0 1,8Jaci 26,8 14,0 22,9 39,6 0,1 1,5Ipiguá - 18,7 - 40,8 - 0,9Nova Granada 18,7 13,9 48,3 41,9 2,1 1,5Icém 18,7 22,8 52,0 50,2 2,3 1,7Uchoa 20,7 16,9 47,1 42,6 1,9 1,0Palestina 30,9 19,0 56,4 41,4 2,3 1,0Adolfo 18,0 10,2 38,9 30,0 0,7 0,5Nipoã 27,7 18,6 35,0 37,6 0,9 0,6Onda Verde 17,8 17,1 43,6 19,5 1,3 0,3Ubarana - 22,2 - 24,1 - 0,2Zacarias - 18,9 - 18,5 - 0,2União Paulista 37,0 23,5 27,3 27,5 0,4 0,4Mirassolândia 28,5 27,4 31,4 10,4 0,7 0,0

Fonte: Fundação IBGE, Censos Demográfi cos 1991 e 2000.

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Deve-se mencionar que somente os municípios de Icém e São José do Rio Preto tiveram ampliação de suas proporções de pobres na década e os municípios de Planalto, Mirassolândia e Paulo de Faria mantiveram as mesmas proporções de pobres. Todos os outros municípios tiveram decréscimo da proporção de pobres. Em geral, os municípios que reduziram mais sua pobreza são aqueles municípios que apresentaram uma proporção de pobres elevada em 1991. São os casos, por exemplo, de Bálsamo, Monte Aprazível, Neves Paulista, Orindiúva e Cedral.

A concentração de renda expressa pela renda apropriada pelos 20% mais ricos revela que no polo de São José do Rio Preto os 20% mais ricos concentravam 62,4% da renda no ano 2000, tendo sofrido um acréscimo de um ponto percentual na década. Em 2000, a concentração de renda era superior à média do polo nos municípios de São José do Rio Preto e Bálsamo, os dois municípios com maior renda. Deve-se chamar à atenção para a correlação direta entre renda e concentração. Ou seja, aqueles municípios que possuem renda per capita mais elevada têm também maior concentração de renda. Entre 1991 e 2000 a concentração da renda aumentou na maioria dos municípios. O destaque fi ca com o município de São José do Rio Preto onde a concentração de renda já era muito elevada em 1992 e aumentou na década, variando de 73,4% para 75,3% em 2000 a proporção da renda apropriada pelos 20% mais ricos. A proporção de renda apropriada pelos 20% mais ricos só diminuiu entre os municípios de renda intermediária e de menor renda (para exemplifi car, Bady Bassitt, Poloni, Orindiúva, Mendonça, Cedral, Nova Aliança, Nova Granada e Icém).

A desigualdade medida pela razão entre as rendas médias dos 10% mais ricos e dos 40% mais pobres revela que no polo de São José do Rio Preto em 2000 os 10% mais ricos tinham uma renda média equivalente a 5,4 vezes a renda média dos 40% mais pobres do polo. Essa razão foi ainda superada pelos municípios de São José do Rio Preto (9,5). Entre 1991 e 2000, a desigualdade, medida por este indicador, aumentou na maioria dos municípios. O destaque fi ca novamente com São José do Rio Preto onde essa razão era muito elevada em 1991 e continuou elevada em 2000 e Bálsamo que variou de 1,4 para 5,1 na década.

Desse modo, na década de 90 houve ligeiro aumento da renda domiciliar per capita no polo de São José do Rio Preto abrangendo seus 31 municípios. Alguns municípios, entretanto, tiveram reduzido crescimento de suas rendas. O município de Bady Bassitt com uma renda domiciliar inferior em 23,1% à média do polo, se destacou por apresentar, de forma simultânea, os mais elevados crescimentos de renda e, principalmente, de população.

A concentração e a desigualdade que eram relativamente as menos elevadas aumentaram em alguns municípios e diminuíram de forma signifi cativa em outros. Já a proporção de pobres que era uma das menores diminuiu em vários municípios onde essa proporção já era muito elevada em 1991, mas ainda assim vários municípios continuaram com a mesma situação de pobreza de 1991.

Mudanças no domicílio, na inserção domiciliar no mercado de trabalho e as políticas sociais

Os arranjos domiciliares no Polo Regional de São José do Rio Preto no ano 2000

Os arranjos domiciliares do Polo Regional de São José do Rio Preto apresentam um perfi l com as seguintes características, segundo dados do Censo Demográfi co do IBGE de 2000: os arranjos familiares nucleados por casais compreendem 73,3% do total dos arranjos domiciliares e os arranjos de chefes masculinos e femininos sem cônjuges totalizam 26,7%, com maior

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peso dos arranjos chefi ados por mulheres, que perfazem 19,3% dos arranjos domiciliares. Comparando-se esses percentuais entre as três regiões metropolitanas paulistas e polos regionais, observa-se que o perfi l apresentado pelo Polo Regional de São José do Rio Preto é bastante próximo ao apresentado pelos demais polos do Estado de São Paulo sob análise, diferenciando-se das regiões metropolitanas e especialmente da Região Metropolitana da Baixada Santista e da Região Metropolitana de São Paulo. Comparado aos Polos Regionais, observou-se semelhanças, fi cando abaixo somente do polo de Sorocaba, onde os arranjos familiares nucleados por casais compreendem a 75,5% do total dos arranjos domiciliares.

Como peculiaridades no perfi l apresentado pelo Polo Regional de São José do Rio Preto pode-se apontar que os percentuais de arranjos nucleados por casais encontraram-se acima daqueles observados pelo Estado de São Paulo (71,6%) e regiões metropolitanas paulistas, com a exceção de Campinas. Por outro lado, e complementarmente, os arranjos de chefes sem cônjuges, encontraram-se abaixo da média do Estado de São Paulo (28,4%).

Outra peculiaridade do Polo de São José do Rio Preto é a maior proporção de casais sem fi lhos encontrada entre as espacialidades analisadas, da ordem de 16,4% e, também uma das menores proporções de casais com fi lhos, 56,9%, semelhante apenas à encontrada na Região Metropolitana de São Paulo e um pouco mais elevada que a proporção encontrada na Região Metropolitana da Baixada Santista. Diferencia-se dos polos regionais com relação à proporção dos arranjos de casais sem fi lhos, cujas proporções fi cam entre 12% e 15% e, também, com relação à proporção dos arranjos casais com fi lhos, que apresentam proporções mais próximas dos 60%.

No entanto, a confi guração familiar predominantemente no Polo Regional de São José do Rio Preto é do tipo conjugal com ou sem a presença de fi lhos residentes, compreendendo 73,3% dos domicílios do polo. Dentre os arranjos nucleados por casais, predominam os casais com fi lhos e parentes, os quais, como mencionado acima, apresentam um percentual de 56,9%. Considerando-se os casais com a presença de fi lhos, estes estão distribuídos de forma semelhante entre aqueles de até 34 anos, 21,1% , seguidos pelos casais de 35 até 49 anos, 22,8% dos arranjos domiciliares. Os casais de 50 anos e mais com fi lhos e ou parentes apresentam um dos maiores percentuais, 10%, semelhantes apenas ao apresentado para esse arranjo domiciliar pelos Polos Regionais Araçatuba, Bauru e Ribeirão Preto. Apesar das especifi cidades, o perfi l da distribuição dos arranjos nucleados por casais não é muito distinto das médias apresentadas pelo Estado de São Paulo, que são, respectivamente, 22,9%, 22,3% e 9,7%.

Com relação aos arranjos com chefi a feminina sem cônjuge (19,3%), o Polo Regional de São José do Rio Preto apresenta proporção pouco menor quando comparada ao Estado de São Paulo (20,5%) e especialmente quando comparado às RMSP e RMBS, porém mais próxima às proporções observadas nos polos regionais. Da mesma forma, os arranjos domiciliares com chefi a feminina sem cônjuge com a presença de fi lhos e/ou parentes (13,7%), apresentam proporções inferiores às médias apresentadas pelo Estado de São Paulo (15,6%), bem como em relação às RMSP e RMBS, ambas da ordem de 17%; e, ainda que um pouco menores, assemelham-se aos polos regionais estudados. Por outro lado, a proporção de arranjos domiciliares chefi ados por homem sem a presença de cônjuge, de 7,4%, está próxima da apresentada pelos polos regionais analisados e é menor que a média do Estado (7,9%). Merece observar que estes se distribuem entre aqueles com a presença de fi lhos 3,1% e os domicílios unipessoais masculinos, 4,3%.

Estas especifi cidades da estruturação dos arranjos domiciliares no Polo de Ribeirão Preto podem ser associadas às características da sua estrutura etária. No ano de 2000 o Polo Regional de São José do Rio Preto apresentava a estrutura etária mais envelhecida, quando comparada à

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média do Estado de São Paulo e às regiões analisadas ou seja, apresentou a menor proporção de população com até 14 anos de idade, da ordem de 23,4%; proporção de população em idade ativa - entre as idades de 15-59 – da ordem de 65,5%, pouco acima da observada pelo Estado de São Paulo e a maior proporção de pessoas com 60 anos e mais, da ordem de 11,3%3.

Observando-se os percentuais dos municípios do Polo de São José do Rio Preto no ano de 2000 para os arranjos chefi ados por casais, é possível perceber que estes variam entre 67,7% e 83,4%, sendo que a média do Polo é de 73,3%, como já referido. Nos arranjos chefi ados por mulheres sem cônjuges os percentuais apresentados pelos municípios fi cam entre 9,7% e 21,8%, sendo que a média do polo é de 19,3%. Por fi m, nos arranjos chefi ados por homens sem cônjuges os percentuais variam entre 5,7% e 11,7%, sendo que a média é de 7,4% no ano de 2000.

O município de São José do Rio Preto, sede do Polo regional e o maior município - 403 mil habitantes, segundo a Contagem de 2007, IBGE -, apresenta proporção de domicílios nucleados por casais da ordem de 70,8% (abaixo da média regional) e 29,2% nucleados por chefe feminino ou masculino sem cônjuge, dentre os quais, 21,8% chefi ados por mulheres sem cônjuge (acima da média regional), e 7,4% com chefi a masculina sem cônjuge (próximo da média regional), no ano 2000. Para evidenciar a heterogeneidade entre os municípios do Polo em relação ao perfi l dos arranjos domiciliares, apresentamos outro município, com características distintas. Mirassolândia, município pequeno - pois tem 4 mil habitantes, segundo a Contagem Populacional de 2007, IBGE -, e o município com a menor renda per capita do Polo, abaixo da média regional, apresenta um dos maiores percentuais de arranjos chefi ados por casais do Polo de São José do Rio Preto, totalizando 79,8%; dentre estes destaca-se a proporção de casais sem fi lhos, 17,9% dos domicílios, enquanto o arranjo domiciliar de casais com fi lhos, apresenta percentuais de 61,9%, ambos os arranjos acima da média regional. Apresenta ainda como peculiaridade um dos menores percentuais de arranjos de chefes femininos e masculinos sem cônjuges, da ordem de 20,2%. Com relação aos arranjos de chefes femininos sem cônjuges, estes perfazem 12,6%, abaixo da média regional (19,3%), enquanto os arranjos de chefes masculinos sem cônjuges perfazem 7,6% dos domicílios do município, próximos da média regional, que é de 7,4%.

Tendências de mudanças nos arranjos domiciliares: 1991-2000

O Polo Regional de São José do Rio Preto apresenta, entre 1991 e 2000 as tendências de queda nos arranjos domiciliares chefi ados por casais e de crescimento nos arranjos chefi ados por homens e mulheres sem cônjuges. Compartilha dessas tendências tanto com o Estado de São Paulo, como com as outras Regiões Metropolitanas e Polos Regionais Paulistas. Assim, no ano de 1991 a o Polo Regional de São José do Rio Preto apresentava percentual de 79,6% de arranjos nucleados por casais, que caiu para 73,3% em 2000, apresentando queda acentuada nessa confi guração familiar, semelhante à experimentada pelo Estado de São Paulo. Os arranjos domiciliares chefi ados por homens e mulheres sem cônjuges, em movimento inverso, apresentaram crescimento e passaram de 20,4% em 1991 para 26,7% no Polo Regional de São José do Rio Preto, em 2000.

Ambas as tendências foram apresentadas, com maiores ou menores proporções, por todo o Estado de São Paulo. No caso do Estado de São Paulo, este apresentava, em 1991, 77%

3 Em 2000, a estrutura etária do Estado de São Paulo era a seguinte: 26,2% de pessoas com até 14 anos de idade; 64,3% entre as idades de 15-59 e proporção de pessoas com 60 anos e mais da ordem de 9,4%.

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dos arranjos domiciliares chefi ados por casais e 23% dos arranjos com chefi as femininas e masculinas sem cônjuges; no ano 2000 esses percentuais passaram a ser de 71,6% e de 28,4%, respectivamente. Dentre os arranjos domiciliares nucleados pelo casal, o Polo Regional de São José do Rio Preto, experimentou por um lado, crescimento no caso dos casais sem fi lhos e, por outro, registrou acentuada queda naqueles arranjos chefi ados por casais em que há a presença fi lhos e/ou parentes, que passaram de 66,8% em 1991 para 59,2% em 2000. A redução desse arranjo domiciliar no período ocorre com diferentes intensidades também no restante do Estado de São Paulo.

A queda nos arranjos nucleados pelo casal ocorreu, principalmente, nos domicílios dos casais na faixa etária de até 34 anos, com a presença de fi lhos, que somavam 28,7% em 1991 e passaram a ser 21% em 2000, expressando diversas mudanças pelas quais passa a família, nestas incluindo tanto a redução da fecundidade, como as mudanças nos padrões de nupcialidade.

Por outro lado, no Polo de São José do Rio Preto praticamente a manutenção das proporções de arranjos domiciliares nucleados pelo casal entre aqueles de 35 a 39 anos com a presença de fi lhos e daqueles na faixa etária de 50 anos ou mais, com a presença de fi lhos, com muito pequena queda. Deve-se ainda ressaltar, dentre os arranjos nucleados por casais, o crescimento moderado nos arranjos de casais sem fi lhos, que passam de 15% para 16,4% no período analisado; tais percentuais são superiores aos apresentados pelo Estado de São Paulo, que no mesmo período apresentou a manutenção da proporção 12,5%.

Os arranjos chefi ados por homens e mulheres sem a presença de cônjuge apresentaram no Polo Regional de São José do Rio Preto, complementarmente, crescimento signifi cativo e mais acentuado para aqueles com chefi a feminina; ou seja, os domicílios com esta confi guração com chefi a feminina passam de 14,5% em 1991, para 19,3% em 2000, enquanto os arranjos dos chefes masculinos sem cônjuge, representavam 6% dos arranjos em 1991 e passaram a ser 7,4% em 2000. Dentre os arranjos domiciliares com chefes femininas, o crescimento foi relevante tanto naqueles com a presença de fi lhos e/ou parentes, que passaram de 10,7% em 1991 para 13,7% em 2000, como nos domicílios unipessoais que passaram de 3,7% em 1991 para 5,7% em 2000, indicando maior intensidade no crescimento. No caso dos arranjos domiciliares com chefi as masculinas sem cônjuge, o crescimento no período foi devido principalmente aos domicílios unipessoais, que de 2,6%, em 1991, passaram para 4,3% em 2000, ao passo que os arranjos com a presença de fi lhos e/ou parentes permanecem pouco maiores que 3%.

A análise dos municípios do Polo de São José do Rio Preto no período de 1991-2000, ainda que com diferenciações nesse processo, evidenciam as tendências de mudanças nos arranjos domiciliares indicadas acima, ou seja, queda nos arranjos domiciliares chefi ados por casais; crescimento de domicílios com chefi as femininas sem cônjuges, e menor crescimento de domicílios com chefi as masculinas sem cônjuge. Para evidenciar algumas das diferenciações dos processos de mudanças nos arranjos domiciliares no Polo apresentamos indicações destas em dois municípios com características distintas.

Observa-se em São José do Rio Preto, município sede do Polo, acentuada queda nos arranjos chefi ados por casais para o período de 1991-2000, bem como acentuado crescimento nos arranjos chefi ados por mulher sem a presença de cônjuge e nos arranjos com essa confi guração chefi ados por homem. Assim, em 1991, os arranjos nucleados por casais representavam 78% dos domicílios e passam a representar 70,8%, em 2000. Em contrapartida, ocorreu crescimento no período para os arranjos chefi ados por mulheres sem cônjuges, que passam de 16,5% para 21,8% dos arranjos domiciliares do município, percentuais mais elevados que a média regional; aqueles com esse arranjo e com a presença de fi lhos e/ou parentes atingem, em 2000, a cifra de

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15,6% dos arranjos domiciliares em São José do Rio Preto. Merece destaque também o crescimento dos domicílios unipessoais femininos que, em 2000, chegam a ser 6,2% dos domicílios. Ocorreu ainda o crescimento no período para os arranjos domiciliares de homens sem cônjuges, que passam de 5,5% para 7,4% dos arranjos domiciliares no período, com crescimento dos domicílios unipessoais, que chegam 4,2% dos domicílios do município em 2000.

Mirassolândia, já referido acima como um município pequeno e com a menor renda domiciliar per capita do Polo, apresentou acentuada redução nos arranjos domiciliares chefi ados por casais, que passaram de 85,2% em 1991, para 79,8% em 2000; os arranjos chefi ados por casais sem fi lhos sofreram pequena redução, mantendo-se em percentuais elevados (18,8% em 1991 e 17,9% em 2000). Dentre os casais com fi lhos, apresentaram queda acentuada no caso dos casais jovens (até 34 anos), que passaram de 33,8% para 29,4% entre 1991 e 2000, e elevação das proporções de casais entre 35 e 49 anos (20,6% em 1991 e 21,8% em 2000) e também dos casais mais velhos (50 e mais), que passaram 9,2% dos domicílios do município, para 11,2%.

Esse município apresentou ainda crescimento dos domicílios com chefe feminino sem a presença de cônjuge (10,2% em 1991, e 12,7% em 2000), bem como daqueles com chefi a masculina sem cônjuge (4,6% em 1991, e 7,6% em 2000). Naqueles com chefi a feminina, apresentam crescimento principalmente os arranjos com a presença de fi lhos e naqueles com chefi a masculina o crescimento deu-se em ambas as confi gurações, ou seja, com fi lhos/parentes e nos domicílios unipessoais.

Mudanças no tamanho médio dos domicílios

No Polo de São José do Rio Preto o número médio de moradores por domicílio no ano censitário de 2000 é de 3,3 pessoas, apresentando o menor tamanho médio de domicílio observado entre os polos regionais e as regiões metropolitanas paulistas sob análise. É menor, portanto, que o tamanho médio apresentado pelo Estado de São Paulo, 3,5 pessoas por domicílio. O Polo Regional de Regional de São José do Rio Preto também apresenta no período de 1991-2000 tendência de redução do número de pessoas por domicílio. Observa-se que, em 1991, a média de pessoas por domicílio era de 3,7, tendo passado em 2000 para 3,3 pessoas.

A redução no número de componentes foi observada em todos os tipos de arranjos domiciliares entre 1991 e 2000, no Polo de São José do Rio Preto, no entanto esta foi maior nos arranjos chefi ados por casais, nos quais o número de componentes caiu de 4,0 para 3,7 pessoas por domicílio, repetindo a tendência observada para o Estado de São Paulo. Entre estes, os arranjos de casais com fi lhos e/ou parentes destacam-se por apresentarem redução na média de componentes de 4,4 para 4,1 pessoas, permanecendo, entretanto como os arranjos domiciliares mais numerosos em 2000 no Polo Regional. Considerando-se os arranjos nucleados por casais com fi lhos nas diferentes idades que correspondem a etapas do ciclo vital da família, todos experimentaram queda em seu tamanho. Com os tamanhos maiores, em 2000, estão os domicílios dos casais entre 35 e 49 anos (4,3 pessoas), seguidos pelos casais de 50 anos ou mais (4,2 pessoas) e, por fi m, os domicílios chefi ados por casais de até 34 anos, com a presença de fi lhos (3,9 pessoas). A principal queda no período ocorreu no arranjo domiciliar chefi ado por casais com fi lhos e/ou parentes na faixa etária de 35 a 49 anos, passando de 4,7 pessoas por domicílio em 1991 para 4,3 em 2000. As menores médias de componentes por domicílio no Polo de São José do Rio Preto são encontradas entre os arranjos de chefi as femininas e masculinas sem cônjuges, e estes também apresentaram reduções: os primeiros passaram de

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2,7 componentes em 1991, para 2,5 em 2000, e aqueles com chefi a masculina passaram de 2,2 para 1,8 pessoas por domicílio no ano 2000. É preciso destacar que, nos arranjos citados nesse parágrafo, esse número é mais elevado quando se trata de arranjos domiciliares de chefes sem cônjuges com a presença de fi lhos e/ou parentes, tanto para os femininos, como para os masculinos, observando-se, respectivamente, os valores de 3,1 e de 3 pessoas por domicílio, no ano de 2000, pois as médias para os totais de cada arranjo de chefi a sem cônjuge incluem os domicílios unipessoais.

Considerando-se os municípios no Polo Regional de São José do Rio Preto, ao analisar o ano de 2000 observa-se que existe variação entre estes com relação ao tamanho dos domicílios, encontrando-se municípios onde o tamanho médio dos domicílios é de 3,1 pessoas (Poloni e Palestina) e municípios onde o tamanho médio dos domicílios 3,6 componentes (Ubarana), enquanto a média regional é de 3,3 pessoas por domicílio. Considerando o arranjo domiciliar predominante, observam-se também variações entre os municípios no tamanho dos domicílios com arranjos chefi ados por casais, que fi cam entre 3,4 (Palestina e Poloni) e 3,9 (Icem, Nova granada, Planalto e Ubarana), enquanto a média regional é de 3,7 componentes por domicílio.

O município sede, São José do Rio Preto, apresentou em 2000, 3,3 componentes por domicílio, correspondendo à média observada pelo Polo Regional e valores também correspondentes à média regional para todos os arranjos domiciliares, sejam eles nucleados por casais, como aqueles com chefi a feminina e masculina sem cônjuge.

Mudanças nos arranjos domiciliares de inserção no mercado de trabalho e na provisão dos domicílios

No Polo Regional de São José do Rio Preto no período de 1991-2000, considerando-se os arranjos domiciliares nucleados por casais, ocorreu redução na taxa de geração de renda dos chefes, com queda de aproximadamente 4 pontos percentuais; essa taxa era de 98,4% em 1991 e cai para 94% em 2000, mantendo-se, entretanto, elevada. Por outro lado, eleva-se a taxa de geração de renda das cônjuges, que era de 37,3%, em 1991, e passou a ser de 50,1%, em 2000. Merece ressalvar que a taxa apresentada pelas cônjuges nesse arranjo domiciliar, no Polo de São José do Rio Preto, está acima da média do Estado de São Paulo, sendo a segunda maior taxa entre as observadas nos polos e superior em relação às observadas nas regiões metropolitanas paulistas no ano 2000, superada apenas no Polo de Araçatuba. Ainda nesse arranjo domiciliar, a taxa de geração de renda dos fi lhos apresenta pequena queda entre 1991 e 2000, passando de 26,9% para 25,9%. Também experimentam queda em sua taxa de geração de renda no período os parentes e não parentes, cuja taxa passa de 48,3% para de 46,2%. Nestes arranjos domiciliares nucleados por casais houve, no período, elevação da taxa domiciliar de geração de renda de 49,16% para 52,2%.

Considerando-se os arranjos chefi ados por mulheres sem cônjuge, no Polo de São José do Rio Preto, as chefes femininas apresentam taxa de geração de renda bastante elevada no ano de 1991 (94,5%) e pequena redução na taxa no ano 2000, quando passa a ser de 92,1%. Deve-se observar que embora essa tendência seja distinta da observada para o Estado, que é de pequeno crescimento da taxa de geração de renda para esse componente domiciliar no período, em 1991 as chefes femininas no Polo de São José do Rio Preto apresentaram as taxas de geração de renda mais elevadas quando comparadas às demais regiões analisadas; e, no ano de 2000, se mantêm na segunda posição, superadas apenas por aquelas do Polo de Bauru, que apresentam taxa de 93,6%.

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Observa-se nesse arranjo domiciliar, no mesmo período, queda na taxa de geração de renda dos fi lhos, que em 1991 era de 55,3% e, em 2000, passa a ser de 49,5%, possivelmente expressando restrições do mercado ao trabalho jovem e também restrições impostas ao trabalho infantil por políticas governamentais. No mesmo sentido, outro componente domiciliar, os parentes e não parentes, apresentam redução em sua taxa de geração de renda nesse arranjo, de 52,5% em 1991, para 49,6% em 2000. Conclui-se o período com pequena queda da taxa de geração de renda nos arranjos domiciliares chefi ados por mulheres sem cônjuge, pois esta passa de 69% em 1991 para 66,8%, em 2000. Por fi m, nos arranjos domiciliares dos chefes masculinos sem cônjuges percebe-se diminuição da taxa de geração de renda dos chefes (97,6% em 1991 e 92% em 2000), manutenção na taxa dos fi lhos em 51%, e elevação na taxa dos parentes (63,5%, em 1991, para 67,8%, em 2000), resultando para esse arranjo pequena elevação na taxa domiciliar de geração de renda no período analisado; assim, em 1991, 76,6%, e em 2000, 78,5% dos componentes em idade ativa aportavam renda para o domicílio. Merece ressaltar que esta taxa domiciliar de geração de renda é a mais elevada dentre as observadas nos distintos arranjos domiciliares.

As mesmas tendências assinaladas acima para os diferentes arranjos domiciliares são observadas, com poucas especifi cidades, na análise dos municípios do Polo Regional de São José do Rio Preto. Assim, considerando-se os arranjos nucleados por casais, a tendência geral nos municípios da região é de diminuição da taxa de geração de renda dos chefes e de intenso crescimento na taxa de geração de renda das cônjuges; o comportamento da taxa dos fi lhos é de queda, mas apresenta algumas oscilações. No período de 1991-2000, no município de São José do Rio Preto, sede regional, as tendências observadas são as seguintes: a taxa de geração de renda dos chefes cai de 98,9% % em 1991 para 93,8% em 2000 e, em movimento inverso, a taxa de geração das cônjuges experimenta forte crescimento: em 1991 era de 40,6% e, em 2000, de 52,8%, signifi cando que mais que a metade das cônjuges nesse arranjo aportavam renda para o domicílio. Ambas as tendências são acompanhadas de pequena redução na taxa de geração de renda dos fi lhos no período (26,5%, em 1991, e 25,9%, em 2000). A taxa domiciliar de geração de renda desse arranjo se eleva de 50%, para 52,9% no período em análise.

Considerando-se os arranjos domiciliares da chefe feminina sem cônjuge, observa-se nos municípios do Polo São José do Rio Preto, conforme mencionado acima, taxa regional de geração de renda bastante elevada e com redução no período de 1991-2000. A análise dos municípios mostra que apresenta redução na maioria destes e manutenção da taxa em alguns, nesse período. Em relação aos fi lhos nesse arranjo domiciliar, percebe-se uma tendência geral nos municípios de queda na taxa de geração de renda. Em relação aos parentes, embora a tendência na região seja de queda na taxa de geração de renda, há oscilações dessa tendência em alguns municípios.

Tomando-se novamente o município de São José do Rio Preto como referência, observa-se que, em 1991, 96% dos chefes femininos aportavam renda para o domicílio, passando a ser de 92,4% em 2000. Observa-se ainda que, embora tenha ocorrido queda na taxa de geração dos fi lhos, de 55,3% em 1991 para 48,5%, esta permanece elevada em 2000, e que ocorre também pequena redução na taxa dos parentes de 56,8% em 1991, para 49,9% em 2000. Como resultado dessas tendências ocorre redução da taxa domiciliar de geração de renda nesse arranjo no período, passando de 71% para cerca de 66% a proporção de componentes que aporta renda para o domicílio.

No arranjo dos chefes masculinos sem cônjuge, no período de 1991-2000, a tendência geral nos municípios da região é de queda da taxa de geração de renda dos chefes, mantendo-se

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elevada; outra tendência é a de manutenção da participação dos fi lhos e elevação da participação dos parentes na geração de renda dos domicílios. No município de São José do Rio Preto, em 1991 a taxa de geração de renda dos chefes masculinos sem cônjuge era de 99,3%, caindo em 2000 para 91,8%; a taxa de geração de renda dos fi lhos neste arranjo, bastante elevada, apresenta crescimento, passando de 47%% em 1991, para 49,4% em 2000; enquanto a taxa dos parentes cai de 64,9% em 1991, para 71% em 2000; resultando em pequena elevação da taxa domiciliar de geração de renda nesse arranjo, de 77% em 1991, para 78,6% em 2000. Deve-se acrescentar que no município de São José do Rio Preto,considerando-se a totalidade dos arranjos domiciliares, se eleva a taxa de geração de renda domiciliar no período, passando de 53,4% em 1991, para 56,2% em 2000, acompanhando a tendência observada no Polo.

Embora tenha havido entre 1991-2000 aumento taxa de geração de renda nos domicílios do Polo Regional de São José do Rio Preto, indicando o aumento da participação dos componentes do domicílio em atividades para geração de renda, constata-se que a renda domiciliar é predominantemente composta pela contribuição dos chefes do domicílio, sendo eles chefes masculinos ou femininos. Este fato ocorre tanto no Polo de São José dos Campos, como no conjunto de regiões sob análise e no Estado de São Paulo.

Nos arranjos nucleados pelo casal, a queda da participação dos chefes na composição da renda domiciliar na média do Polo, passando de 70,6% para 68,3%, nos censos de 1991 e 2000. Quedas nessa participação são observadas em todos os municípios que compõem o Polo, ainda que apresentem intensidades variadas. Por sua vez, as cônjuges, nos domicílios compostos por casais, elevaram sua participação na composição da renda familiar no período de 1991-2000, nessa região. Considerando-se os arranjos domiciliares nucleados pelo casal, em 1991, a contribuição da cônjuge era de 13,9% e passou a ser de 19% em 2000. Essa tendência, que apresenta-se com diferentes intensidades nas diversas espacialidades sob análise, é registrada também para o Estado de São Paulo, para as regiões metropolitanas e para os polos regionais paulistas.

A tendência indicada de queda na participação dos fi lhos e dos parentes na composição da renda domiciliar também evidencia-se no Polo de São José do Rio Preto. Observa-se a queda dessa participação dos fi lhos entre os anos de 1991 e 2000 em todos os arranjos domiciliares, com poucas exceções em determinados municípios. Nos arranjos nucleados pelos casais, a contribuição dos fi lhos para a composição da renda era de 12,7%, em 1991, passando a ser de 10% em 2000. Considerando-se os arranjos domiciliares nucleados pelas chefes femininas sem cônjuge, destaca-se a redução apresentada pelos fi lhos que participavam com a importante parcela de 30,2% da composição da renda domiciliar em 1991 e passaram a contribuir com 24,7% em 2000. Nos arranjos domiciliares dos chefes masculinos sem cônjuge, na média regional é pequena a contribuição dos fi lhos para a renda domiciliar e apresenta redução no período, 9,6% da renda em 1991, para 5,9% em 2000.

No município de São José do Rio Preto, considerando-se os arranjos nucleados por casais observa-se que a participação dos chefes apresenta redução, passando de 71,5% para 69,3% entre 1991 e 2000, acompanhada de signifi cativo crescimento da participação da cônjuge, de 14% para 19,4% no período e de queda da contribuição dos fi lhos na provisão domiciliar de 11,7% em 1991, para 9,3% em 2000.Também em municípios menores e com características distintas da sede regional, são observadas tendências semelhantes.

Indicando a crescente responsabilidade da mulher na provisão familiar, observa-se no arranjo domiciliar de chefes femininas sem cônjuge o aumento na participação das chefes na composição da renda domiciliar em todas as regiões sob análise. No Polo de São José do Rio

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Preto, em 1991, as chefes contribuíam com 58,4% da renda domiciliar e passaram a contribuir com 65,7% em 2000, frente à redução da participação dos fi lhos apontada acima e também da redução da participação dos parentes, resultando no aumento do encargo das chefes femininas na manutenção do domicílio. Os dados apresentados seguem tendência semelhante à observada para o Estado de São Paulo, no qual as chefes femininas sem cônjuge contribuíam com 56% em 1991 e passaram a contribuir com 63,8% em 2000 para a composição da renda domiciliar. No município de São José do Rio Preto, em 1991 as chefes femininas sem cônjuge eram responsáveis por 62,2% da renda domiciliar e, em 2000, seu encargo passou a ser de 67,7%.

A tendência de crescimento do encargo na provisão domiciliar é também apresentada pelos dos chefes masculinos sem cônjuge em todas as regiões sob análise. No Polo de São José do Rio Preto sua contribuição para composição da renda domiciliar desse arranjo era de 70,7% em 1991 e passou para 81,8% em 2000, com proporções semelhantes às observadas para o Estado de São Paulo. No município de São José do Rio Preto a participação dos chefes em 1991 era de 74,3% e em 2000 passou a ser responsável por 83,6% da composição da renda domiciliar. Para o arranjo domiciliar dos chefes masculinos sem cônjuge além da queda na contribuição já apontada para os fi lhos nesse arranjo, observa-se a redução da participação dos parentes e não parentes na composição da renda domiciliar de 19,7% em 1991, para 12,3% em 2000, no Polo de São José do Rio Preto.

Arranjos domiciliares mais suscetíveis ao empobrecimento

O Polo Regional de São José do Rio Preto apresentou, no ano de 2000, rendimento domiciliar per capita de R$ 415,40, valor inferior ao apresentado pelo Estado de São Paulo e pelas regiões metropolitanas paulistas. Entretanto, quando comparado aos outros Polos Regionais sob análise, o Polo de São José do Rio Preto apresenta o terceiro maior rendimento domiciliar per capita, muito próximo do apresentado pelos Polos de São José dos Campos e de Ribeirão Preto.

Considerando-se o outro indicador selecionado para análise, a taxa domiciliar de geração de renda verifi cada para o Polo de São José do Rio Preto, em 2000, foi de 55,4%, superior à observada no Estado de São Paulo (50,5%), e também maior que a apresentada nas regiões metropolitanas e nos demais polos regionais, com a exceção de Araçatuba, cuja taxa se assemelha a esta. Estes dois indicadores, rendimento per capita e taxa de geração de renda evidenciam que no Polo Regional de São José do Rio Preto embora tenha se elevado a proporção de pessoas por domicílio envolvidas em atividades de geração de renda, é mais baixa a remuneração auferida por estas, signifi cando em termos comparativos às regiões metropolitanas paulistas, situações mais desfavoráveis de remuneração e indicando a possibilidade de vínculos mais precários de inserção no mercado de trabalho.

Entre os municípios que compõem o Polo Regional de São José do Rio Preto no ano de 2000, é grande a disparidade de níveis de rendimento domiciliar per capita. Apenas São José do Rio Preto, o município-sede da região e o município de Bálsamo encontram-se acima do valor correspondente à média regional em relação ao rendimento per capita.

Para evidenciar essa disparidade, no caso do município de São José do Rio Preto, merece ressaltar que o valor de seu rendimento per capita é três vezes maior que o dos municípios de Mirassolândia, União Paulista, Zacarias e Ubarana, que apresentam os menores valores no Polo de São José do Rio Preto (Gráfi co 2). No caso destes quatro municípios, por sua vez, merece destacar que apresentam rendimento per capita abaixo da metade da média regional.

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Dentre os trinta e um municípios do Polo de São José do Rio Preto, cinco têm rendimento per capita que corresponde à metade da média regional, e outros onze municípios apresentam rendimento per capita entre metade e dois terços da média regional, evidenciando a precariedade de rendimentos na maior parte dos municípios do Polo Regional de São José do Rio Preto.

GRÁFICO 2. Rendimento domiciliar per capitaPolo Regional de São José do Rio Preto, 2000

A disparidade regional na renda per capita observada nos municípios do Polo Regional vai se refl etir nos arranjos mais suscetíveis ao empobrecimento presentes em cada um deles, acentuando sua fragilidade. Considerando-se os dois indicadores selecionados para a análise, constata-se que os arranjos domiciliares mais suscetíveis à pobreza, identifi cados no Polo Regional de São José do Rio Preto, no ano de 2000, são, em ordem crescente aqueles chefi ados por casais na faixa etária de até 34 anos com fi lhos e/ou parentes, seguidos pelos arranjos de chefi as femininas sem cônjuges com fi lhos e/ou parentes e, por fi m, os chefi ados por casais na faixa etária dos 35 aos 49 anos com fi lhos e/ou parentes (Gráfi cos 3 e 4). Comparado ao estudo de Montali e Tavares (2008), sobre as regiões metropolitanas brasileiras no ano de 2004, observa-se a mesma ordem de fragilidade identifi cada por aquele estudo segundo tipos de arranjos domiciliares. Embora semelhante à ordem de fragilidade encontrada no estudo referido (Montali e Tavares, 2008) e também pelo presente projeto nas regiões metropolitanas do Estado de São Paulo, identifi cou-se especifi cidades e situações semelhantes em alguns dos Polos Regionais, dentre eles o de Presidente Prudente e São José do Rio Preto, Araçatuba e Bauru referente a um novo arranjo que apresenta maiores suscetibilidades ao empobrecimento, como se verá mais adiante.

Os arranjos nucleados por casais na faixa etária de até 34 anos com a presença de fi lhos e/ou parentes, que apresentam maior suscetibilidade à pobreza no ano de 2000 no Polo de São

Fonte: FIBGE, Censo Demográfi co

2000.

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José do Rio Preto com base nos indicadores adotados, têm rendimento domiciliar per capita de R$ 271,50 e taxa de geração de renda do domicílio de 39,5%, o que signifi ca que pouco mais de um terço da população em idade ativa aporta renda para o domicílio.

Observa-se, entretanto, que nos municípios do Polo Regional de São José do Rio Preto, este arranjo familiar identifi cado por sua maior fragilidade no enfrentamento das necessidades para a subsistência relacionada à sua composição domiciliar, apresenta valores bastante distintos de sua renda per capita. Assim, os arranjos chefi ados por casais na faixa etária dos 34 anos com fi lhos e/ou parentes, apresentam em todos os municípios os menores valores do rendimento domiciliar per capita, porém, o valor deste varia de forma associada à renda per capita do município. Foram encontrados entre os municípios analisados valores do rendimento domiciliar per capita para esse tipo de arranjo, que variam entre R$ 114,00 (Nipoã) e R$ 329,00 (São José do Rio Preto) no ano de 2000. Em São José do Rio Preto, município-sede, o arranjo domiciliar dos casais na faixa etária de até 34 anos com fi lhos e/ou parentes, apresentou taxas de geração de renda de 40% acima da média regional para o arranjo e rendimento domiciliar per capita de R$ 329,00, também acima da média regional para o arranjo. Em situação oposta está Nipoã, um dos municípios de menor rendimento per capita, em que esse arranjo apresenta rendimento de R$ 114,00, per capita e taxa de geração de renda de 36,1%, ambos indicadores abaixo da média regional para o arranjo domiciliar, evidenciando uma das situações em que são maiores as fragilidades destes arranjos que caracterizam-se pela maior susceptibilidade ao empobrecimento.

O segundo arranjo domiciliar mais suscetível à pobreza no ano de 2000, do Polo Regional de São José do Rio Preto é evidenciado nos arranjos domiciliares chefi ados por mulheres sem cônjuges com fi lhos e/ou parentes. Nesse tipo de arranjo, o rendimento domiciliar per capita observado foi de R$ 332,50, abaixo da média regional (R$ 415,00) e a taxa de geração de renda foi de 62,9%, mais elevada que a média da região. Ou seja, mais pessoas contribuem para a geração de renda, mas o rendimento domiciliar per capita é menor que nos outros arranjos domiciliares em decorrência das características de sexo e de idade de seus componentes, bem como das características de inserção dos mesmos no mercado de trabalho, com parcela importante em atividades não formalizadas (Montali, 2008).

Nos arranjos domiciliares chefi ados por mulheres sem cônjuges com fi lhos e/ou parentes os municípios do Polo de São José do Rio Preto tiveram rendimento domiciliar per capita variando entre R$ 101,50 (Zacarias) e R$ 385,00 (São José do Rio Preto). Tomando Zacarias como um dos municípios em que esse tipo de arranjo apresentou maior suscetibilidade à pobreza, observa-se rendimento per capita de R$ 101,50, abaixo da metade da média regional para o arranjo e taxa de 43,9%, abaixo da média regional para o arranjo. Situação mais favorável pode ser apontada em São José do Rio Preto, no qual esse arranjo domiciliar apresentou rendimento de R$ 385,00 e taxa de geração de renda de 62,8%, na média do arranjo. Por fi m, os casais na faixa etária dos 35 aos 49 anos com fi lhos e/ou parentes são o terceiro arranjo mais suscetível à pobreza do Polo de São José do Rio Preto. Estes apresentam rendimento domiciliar per capita de R$ 457,00, acima da média regional, e apresentam taxa de geração de renda de 51%, abaixo da média regional.

Nos municípios do Polo, o arranjo domiciliar nucleado pelo casal de 35 a 49 anos com fi lhos e/ou parentes apresentou rendimentos per capita que variaram entre R$ 165,00 (Mirassolândia) e R$ 567,00 (São José do Rio Preto), no ano de 2000. No município de Mirassolândia, que apresenta a menor renda per capita do Polo, esse arranjo domiciliar apresentou rendimento per capita de R$ 165,00 e taxa de geração de renda de 50,7%, evidenciando que embora metade

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dos componentes em idade ativa aportem renda para o domicílio os rendimentos obtidos são baixos, possívelmente associados a inserções precárias no mercado de trabalho. O município de São José do Rio Preto, apresenta mais uma vez situações mais favoráveis, em que esse arranjo apresentou rendimento per capita de R$ 567,00, superior à renda per capita do Polo de São José do Rio Preto; e taxas de geração de renda de 51%, na média regional para esse arranjo domiciliar.

GRÁFICO 3. Rendimento domiciliar per capita segundo tipo de arranjo domiciliarPolo Regional de São José do Rio Preto, 2000

Fonte: FIBGE, Censo Demográfi co

2000.

Fonte: FIBGE, Censo Demográfi co

2000.

GRÁFICO 4. Taxa Específi ca de geração de renda por tipos de arranjos domiciliaresPolo Regional de São José do Rio Preto, 2000

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No entanto, esse arranjo divide com outro arranjo domiciliar o lugar de terceiro rendimento per capita mais baixo e inferior à média regional, trata-se do arranjo domiciliar do chefe masculino sem cônjuge com fi lhos e/ou parentes, que apresenta rendimento per capita pouco acima da média regional (R$ 454,00) e taxa domiciliar de geração de renda mais elevada (72,3%). Esse arranjo identifi cado nos polos regionais, expressa maiores fragilidades para suprir a subsistência porque embora apresente maior número de pessoas que aportam rendimento de alguma natureza para o domicílio, os rendimentos auferidos são de valor mais baixo. Esse arranjo, assim como o arranjo dos casais na faixa etária dos 35 aos 49 anos com fi lhos e/ou parentes apresentam concentração elevada nos decís inferiores de renda e com a mesma proporção, de 47%, no ano de 2000 no Polo de São José do Rio Preto.

A especifi cidade encontrada neste polo regional, com semelhanças com o observado nos Polos de Bauru e Araçatuba, merece ser melhor investigada em estudo específi co, mas se supõe que esteja relacionada à estrutura etária mais envelhecida dessas regiões, às características da atividade econômica, e também aos processos migratórios que caracterizam tais polos. Deve-se esclarecer que não é possível aprofundar essa análise através dos dados do Censo de 2000, porque esse arranjo domiciliar representa pequena proporção entre os domicílios nas áreas estudadas e cruzamentos mais detalhados passam a ter problemas de signifi cância estatística, demandando estudos de outra natureza. No Polo de São José do Rio Preto, por exemplo, esse arranjo representa cerca de 3% dos domicílios segundo o Censo de 2000, no entanto é importante indicá-lo como um dos arranjos mais suscetíveis ao empobrecimento para a continuidade do acompanhamento nos anos recentes e para indicá-lo como público demandante de políticas de proteção social.

Para concluir, merece ressaltar que esta análise além de apontar os arranjos mais suscetíveis ao empobrecimento no Polo Regional de São José do Rio Preto, teve por objetivo explicitar a fragilidade dos mesmos no contexto da conhecida disparidade social. Ao mostrar que o rendimento per capita domiciliar de São José do Rio Preto é três maior que o de Mirassolândia, União Paulista, Zacarias e Ubarana, estamos também mostrando que é proporcional a gravidade dos arranjos domiciliares mais fragilizados nestes locais, demandando atenção especial das políticas sociais de combate à pobreza.

A mulher e a renda dos domicílios: 1991-2000

Domicílios com rendimento da mulher

O Polo Regional de São José do Rio Preto tinha em 2000, 62,0% dos domicílios com renda da mulher, sendo esta proporção uma das maiores entre os polos regionais e regiões metropolitanas. Contudo, a participação da renda da mulher na renda dos domicílios com mulher com renda era uma das mais reduzidas, fi cando acima dos Polos de Bauru, Araçatuba, Ribeirão Preto e São José dos Campos. Em 1991, o Polo de São José do Rio Preto apresentava 54,2% dos domicílios auferindo rendimentos da mulher e essa percentagem passou para 62,0% em 2000. Quanto à participação da renda da mulher na renda total dos domicílios com mulher com renda esta era de 38,7% em 1991 e passou para 41,9% em 2000. Assim, a ampliação do número de domicílios com mulher com renda foi de 7,9 pontos percentuais, enquanto a variação da participação da renda da mulher na renda domiciliar foi bem menos intensa (3,3 pontos percentuais).

A tabela 26 mostra os municípios do Polo de São José do Rio Preto ordenados de menor a maior conforme a participação da renda da mulher na renda domiciliar, sendo 2000 o ano de

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referência. O percentual de domicílios com renda da mulher varia muito entre os municípios do Polo Regional de São José do Rio Preto. Em 1991 essa variação ia de 37,6% em Mirassolândia a 58,4% em São José do Rio Preto. Em 2000 o menor percentual fi cava com Orindiúva (45,4%) e o maior com São José do Rio Preto (65,1%). Quando se compara a proporção de domicílios com mulher com renda do Polo de São José do Rio Preto (62,0% em 2000) à observada em cada município, tem-se que São José do Rio Preto, Poloni e Potirendaba possuem proporções que superam a média do polo.

TABELA 26. Proporção de domicílios com mulher ocupada e participação da renda da mulher na renda domiciliar ordenados de menor a maior conforme a participação da renda da mulher na renda domiciliar em 2000Polo de São José do Rio Preto, 1991-2000

Polo de São José do Rio Preto

1991 2000

% Domicílios com mulher com renda (todas as fontes)

% Renda da mulher na renda total dos domicílios

com mulher que tem renda

% Domicílios com mulher com renda (todas as fontes)

% Renda da mulher na renda total dos domicílios

com mulher que tem renda

Planalto 37,9 47,7 52,6 30,7

Ipiguá - - 46,2 31,3

Zacarias - - 47,3 35,5

Neves Paulista 48,7 37,4 60,3 35,9

Nipoã 37,9 49,2 53,3 36,6

União Paulista 41,5 40,7 58,4 37,0

Poloni 56,3 32,1 64,0 38,4

Icém 52,1 35,3 53,9 38,8

Jaci 43,6 42,2 53,0 39,1

Bálsamo 45,5 44,7 56,1 39,4

Orindiúva 39,4 20,3 45,4 39,9

José Bonifácio 46,4 40,3 61,3 40,1

Guapiaçu 45,3 36,5 57,5 40,4

Mirassol 58,2 35,7 61,7 40,7

Ubarana - - 51,6 41,0

Ibirá 53,9 42,0 60,5 41,2

Paulo de Faria 47,4 36,9 56,7 41,4

Tanabi 48,0 40,1 57,9 41,4

Bady Bassitt 48,7 37,5 58,6 41,5

Nova Granada 46,2 38,7 56,4 41,7

Monte Aprazível 50,7 41,5 61,5 42,0

Potirendaba 51,4 38,7 63,6 42,3

São José do Rio Preto 58,4 38,9 65,1 42,4

Onda Verde 42,5 36,7 50,1 42,7

Adolfo 50,3 43,5 61,1 43,4

Palestina 43,1 42,3 56,1 43,5

Mirassolândia 37,6 35,0 45,9 44,0

Nova Aliança 48,4 35,6 57,0 44,2

Uchoa 50,4 36,7 56,3 44,4

Mendonça 52,8 30,9 50,6 44,9

Cedral 46,2 39,1 56,4 48,4

Polo de São José do Rio Preto 54,2 38,7 62,0 41,9

Entre 1991 e 2000 houve aumento generalizado do número de domicílios com mulher auferindo renda, com exceção de Mendonça, onde esta proporção caiu 2,2 pontos percentuais. Merecem destaque os municípios de União Paulista, Nipoã e José Bonifácio, que apresentaram

Fonte: FIBGE, Censos

Demográfi cos de 1991 e 2000.

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POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO

as maiores variações da proporção de domicílios com mulher auferindo renda no período (16,9; 15,4 e 14,8 pontos percentuais respectivamente).

Quanto à participação da renda da mulher na renda dos domicílios nos municípios do Polo de São José do Rio Preto o que se observa é que em 1991 ela variava de 20,3% em Orindiúva a 49,2% em Nipoã. Em 2000, o menor peso da renda da mulher na renda domiciliar fi cava com Planalto (30,7%) e o maior com Cedral (48,4%).

Entre 1991 e 2000 o peso da renda da mulher na renda dos domicílios aumentou em alguns municípios e diminuiu em outros, sendo que os aumentos de participação da renda da mulher na renda dos domicílios foram menores que aqueles verifi cados nos percentuais dos domicílios com mulher com renda. Um aspecto que vale destacar é a falta de correlação entre os aumentos no número de domicílios com mulher com renda e a participação da renda da mulher na renda domiciliar. Para ilustrar, o município de União Paulista teve um acréscimo de 16,9 pontos no percentual de domicílios com mulher com renda e uma redução de 3,7 pontos na participação da renda da mulher na renda domiciliar. Por outro lado, o município de Mendonça sofreu uma redução de 2,2 pontos no percentual de domicílios com mulher com renda e um aumento de 14,1 pontos na participação da renda da mulher na renda domiciliar.

Atividade remunerada da mulher

O Polo Regional de São José do Rio Preto tinha em 2000 uma taxa de ocupação masculina de 66,1% e feminina de 38,6%4. A taxa de ocupação masculina era a segunda maior tanto entre os polos regionais quanto entre as regiões metropolitanas do estado de São Paulo, sendo superada apenas pela taxa do polo de Araçatuba (66,4%). Já a taxa de ocupação feminina estava entre as mais elevadas, sendo inferior apenas às taxas da Região Metropolitana de Campinas e do polo de Araçatuba. A discrepância entre homens e mulheres com relação à taxa de ocupação é bastante signifi cativa no Polo de São José do Rio Preto (27,6 pontos percentuais), sendo a maior no Estado de São Paulo.

No que se refere à taxa de desemprego, esta era de 10,2% para os homens e 18,9% para as mulheres no Polo de São José do Rio Preto no ano 2000. Ao contrário do observado para a taxa de ocupação, este polo apresentava a segunda menor taxa de desemprego, tanto masculina quanto feminina, do Estado de São Paulo.

Do ponto de vista dos municípios do polo de São José do Rio Preto observa-se que somente os municípios de São José do Rio Preto (41,2%), Neves Paulista (39,5%) e Adolfo (38,8%) tinham, em 2000, taxas de ocupação femininas superiores à média do polo (38,6%). Todos os outros municípios apresentavam taxas femininas de ocupação inferiores à do polo (Tabela 27). A menor participação feminina na atividade econômica fi cava com Zacarias (22,2%). Entre os homens o número de municípios com taxas de ocupação superiores à média do polo era bem maior destacando-se Orindiúva com taxa de participação de 76,7%, Nipoã (72,3%), Ipiguá (72,0%), Potirendaba (71,1%), Nova Aliança (70,1%), Jaci (70,0%), Bálsamo (69,8%), José Bonifácio (69,1%), Guapiaçu (68,9%), Planalto (68,1%), Ubarana (68,0%), Neves Paulista (67,9%), Paulo de Faria (67,9%), Bady Bassitt (67,9%), Poloni (67,8%), Tanabi (67,0%) e Palestina (66,5%).

No que tange ao desemprego este era elevado para homens e mulheres, mas o das mulheres superava o dos homens de forma signifi cativa. Entre os homens a menor taxa de desemprego

4 Taxa de ocupação foi calculada dividindo o número de pessoas ocupadas pela população em idade ativa (PIA) e multiplicado por 100.

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Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4

era, em 2000, a de Nipoã (4,4%) e a maior a de Mirassolândia (18,0%). Já entre as mulheres a menor taxa de desemprego era a de União Paulista (2,8%) e a maior a de Zacarias (35,9%).

TABELA 27. Taxas de Ocupação e Desemprego Masculinas e FemininasPolo de São José do Rio Preto, 1991/2000

Polo de São José do Rio Preto

1991 2000

Homens Mulheres Homens Mulheres

Taxa Ocup.*

Taxa Desemp.**

Taxa Ocup.

Taxa Desemp.

Taxa Ocup.

Taxa Desemp.

Taxa Ocup.

Taxa Desemp.

Adolfo 73,8 - 32,9 - 65,4 9,4 38,8 18,2

Bady Bassitt 74,2 2,6 33,0 1,8 67,9 11,1 38,0 15,2

Bálsamo 78,4 0,7 30,9 2,2 69,8 8,0 35,5 21,0

Cedral 74,3 1,9 26,9 2,0 61,9 12,4 29,0 23,8

Guapiaçu 79,8 2,2 31,7 0,8 68,9 7,4 35,9 16,0

Ibirá 75,0 0,8 33,2 - 65,4 8,4 32,1 20,7

Icém 75,5 0,1 33,7 3,5 63,2 11,5 31,1 30,3

Ipiguá - - - - 72,0 5,8 27,6 25,2

Jaci 81,3 0,6 30,4 - 70,0 5,9 36,6 19,4

José Bonifácio 79,0 1,7 36,1 4,8 69,1 8,9 38,0 18,3

Mendonça 81,6 2,5 34,5 2,8 62,4 8,3 27,8 22,9

Mirassol 77,9 1,8 40,0 3,8 65,2 11,3 37,4 22,3

Mirassolândia 75,3 2,1 19,9 5,0 55,4 18,0 26,6 30,8

Monte Aprazível 75,2 2,1 31,3 3,4 65,7 9,7 38,2 21,5

Neves Paulista 75,6 1,8 32,5 4,1 67,9 9,2 39,5 17,8

Nipoã 74,4 2,3 27,2 4,6 72,3 4,4 36,1 12,4

Nova Aliança 79,3 - 28,2 1,8 70,1 4,6 35,1 16,4

Nova Granada 71,9 3,4 28,8 2,7 65,7 11,3 33,5 20,6

Onda Verde 78,3 1,1 24,1 5,6 64,6 16,2 32,7 32,3

Orindiúva 77,2 1,0 33,7 1,6 76,7 6,4 32,8 22,2

Palestina 75,7 1,6 26,8 2,8 66,5 7,8 31,8 17,2

Paulo de Faria 78,6 3,6 35,4 4,4 67,9 11,2 33,1 27,9

Planalto 76,4 0,2 21,7 6,4 68,1 10,0 30,7 25,5

Poloni 74,6 2,1 34,0 1,4 67,8 8,8 37,0 13,6

Potirendaba 76,8 1,1 35,0 1,7 71,1 6,0 38,3 16,0

São José do Rio Preto 75,4 1,5 39,8 2,5 65,5 10,7 41,2 18,1

Tanabi 77,5 0,8 32,3 3,2 67,0 9,1 33,7 16,6

Ubarana - - - - 68,0 11,5 32,4 16,3

Uchoa 75,2 0,7 32,7 3,5 63,7 11,1 31,4 16,1

União Paulista 68,8 3,5 31,0 4,3 65,0 8,4 32,4 2,8

Zacarias - - - - 60,0 8,6 22,2 35,9

Polo de SJ do Rio Preto 76,0 1,6 36,8 2,8 66,1 10,2 38,6 18,9

Como já foi mencionado, entre 1991 e 2000 as taxas de ocupação masculinas diminuíram enquanto as femininas aumentaram no polo de São José do Rio Preto. Isto também se verifi cou nos municípios deste polo. As taxas de ocupação masculinas se reduziram em todos os municípios, variando de -0,5 pontos percentuais em Orindiúva a -19,9 em Mirassolândia. Quanto à variação nas taxas de ocupação feminina, estas foram negativas somente em Mendonça, Icém, Mirassol, Paulo de Faria, Uchoa, Ibirá e Orindiúva. Os demais municípios tiveram variação positiva no período destacando-se os municípios de Planalto, Nipoã e Onda Verde com acréscimos acima de oito pontos percentuais no período.

* Nº de pessoas ocupadas /

População em Idade Ativa.

** Nº de pessoas desempregadas

/ População Economicamente

Ativa.Fonte: Fundação

IBGE, Censos Demográfi cos de

1991 e 2000.

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No que se refere às mudanças nas taxas de desemprego estas foram positivas tanto para os homens como para as mulheres, sendo mais intensas entre as mulheres. A exceção foi o município de União Paulista, cuja taxa de desemprego feminina se reduziu em 1,6 pontos percentuais no período. Os aumentos nas taxas de desemprego masculinas variaram de 2,0 pontos percentuais em Nipoã a 15,9 pontos em Mirassolândia, enquanto as femininas variaram de -1,6 em União Paulista a 26,8 em Icém .Destaca-se o fato de o município de Nipoã possuir as menores variações positivas da taxa de desemprego tanto masculina quanto feminina.

Em síntese, pode-se concluir que a ampliação do número de domicílios com mulher com renda ocorreu de forma generalizada e intensa nos municípios do Polo regional de São José do Rio Preto, com exceção do município de Mendonça. Essa ampliação, de forma análoga à verifi cada para as regiões metropolitanas e polos regionais do estado de São Paulo, foi mais importante que o aumento da participação da renda da mulher na renda domiciliar. Quanto às taxas de ocupação estas aumentaram para as mulheres e diminuíram para os homens. Já as taxas de desemprego aumentaram tanto para os homens quanto para as mulheres.

Políticas sociais no Polo Regional de São José do Rio Preto

Os programas de transferência de renda no Polo Regional de São José do Rio Preto - Mapeamento e Acesso

O Polo Regional de São José do Rio Preto apresenta em 2007, de acordo com a Contagem Populacional realizada pelo IBGE, um total de 714.524 habitantes, apresentando o quarto maior contingente populacional quando comparado aos Polos Regionais Paulistas analisados por este Projeto. Segundo estimativas do IPEA utilizadas pelo Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) para o ano de 2007, o Polo de São José do Rio Preto apresenta 23.456 famílias pobres assim classifi cadas por terem renda per capita de até meio salário mínimo vigente.

Considerando o conjunto dos programas de transferência de renda que tomam a família como unidade benefi ciária, tem-se em 2007 a estimativa de que todas as famílias classifi cadas como pobres que recebem algum tipo de benefício. O município de São José do Rio Preto, sede do Polo, apresenta 93,4% das famílias benefi ciadas por Programas de Transferência de Renda, sendo o município de Planalto o que apresentou a maior porcentagem de cobertura desses programas (174,7%).

Os programas de transferência de renda que tomam as famílias como unidade benefi ciária são: Bolsa Família, Renda Cidadã e Ação Jovem, sendo o primeiro de natureza federal e os outros dois de natureza estadual. Os outros programas têm o indivíduo como benefi ciário e para o cumprimento das condicionalidades. Dentre estes, devem ser mencionados os programas federais BPC (Benefício de Prestação Continuada), o PETI (Programa de Erradicação do Trabalho Infantil) e o Programa Agente Jovem Deve-se mencionar ainda que estes programas federais, o primeiro dirigido a idosos e a defi cientes e aqueles dirigidos à criança e ao adolescente - PETI e Agente Jovem - embora dirigidos ao indivíduo, têm como referência para a seleção do benefi ciário dados familiares de renda. Atenta-se também para o fato de que o PETI em 2007 encontrava-se em transição para o Programa Bolsa Família e atualmente encontra-se integrado a este. O Programa Agente Jovem, por sua vez, transformou-se em ProJovem Adolescente5.

5 O ProJovem Adolescente tem como objetivos: o retorno e a permanência na escola, proteção social básica e assistência às famílias. Além de atender adolescentes de famílias com renda per capita inferior a meio salário mínimo, o programa priviliegia jovens atendidos pelo Bolsa Família e participantes do PETI. Lei nº 11.692, de 10 de Junho de 2008.

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A porcentagem de famílias consideradas pobres pelos critérios do MDS atendidas pelo programa federal Bolsa Família no Polo de São José do Rio Preto é de 80%, proporção que evidencia a menor cobertura em relação à população alvo, tanto se comparada com as regiões metropolitanas paulistas, como em relação aos outros polos regionais sob análise. Apenas o Polo de Bauru apresenta cobertura de 100% do Programa Bolsa Família em relação à população alvo. A menor cobertura foi encontrada no Polo de São José do Rio Preto (80,1%), seguido do Polo de Araçatuba (88,8%); entre as regiões metropolitanas a menor cobertura é encontrada na Região Metropolitana de São Paulo (83,4%).

Foi possível observar, através das entrevistas realizadas no trabalho de campo, que ocorre combinação dos diversos programas na composição do benefício recebido pelas famílias, possibilitando maior cobertura e evitando maiores disparidades entre as famílias benefi ciárias. Dessa maneira observou-se, através da pesquisa nos municípios do Polo de São José do Rio Preto a complementaridade entre o Programa Bolsa Família e outros programas de transferência de renda.

Essa observação pode ser constatada também através da análise dos dados obtidos junto ao MDS, governo federal, e junto ao Sistema Pró-Social do Estado de São Paulo. Através da análise destes se evidencia que, embora na média regional do Polo de São José do Rio Preto não seja muito elevada a cobertura dos programas de natureza estadual em relação às famílias classifi cadas como pobres pelo MDS, esta é mais elevada em muitos municípios menores e especialmente entre aqueles mais pobres, identifi cados neste Projeto através do rendimento domiciliar per capita. Considerando-se o Polo de São José do Rio Preto e tomando-se como referência o total de famílias pobres (MDS), constata-se que são atendidas pelo Programa Renda Cidadã 13,5% delas, e que são atendidas pelo Programa Ação Jovem, 5,6%. Outra constatação é que ambos os programas estaduais estão presentes em todos os municípios do Polo Regional.

Tal complementaridade possibilita, assim, que na média do Polo de São José do Rio Preto a totalidade das famílias classifi cadas como pobres, pelos critérios do MDS, tenha acesso a ao menos um programa de transferência de renda; entretanto a análise por município mostra que alguns deles não atingem essa proporção, destacando-se nove entre os trinta e um municípios que compõem o Polo.

De maneira bastante peculiar a esse Polo observa-se que em apenas 6 dos 31 municípios o Programa Bolsa Família atende a um numero de famílias equivalente à totalidade de famílias classifi cadas como pobres, incluindo-se entre estes somente um dos municípios com renda per capita abaixo da metade da média regional (Ubarana). Deve-se acrescentar que entre estes com o número de famílias benefi ciárias igual ou maior que o de famílias pobres, a metade é composta por municípios bastante pequenos entre 4 mil e 9 mil habitantes, dois deles com 14 mil e outro com cerca de 52 mil habitantes.

No outro extremo, em que se verifi ca baixo atendimento, em 4 municípios o Programa Bolsa Família atende a menos que a metade das famílias classifi cadas como pobres; todos estes municípios são bastante pequenos, um deles com população menor que 2 mil habitantes e os outros três com população menor que 4 mil habitantes e com renda per capita bastante inferiores à média regional.

O Polo de São José do Rio Preto é composto de um conjunto de pequenos municípios além do município-sede São José do Rio Preto (403 mil habitantes em 2007), de Mirassol (52 mil habitantes), José Bonifácio e Tanabí (entre 20 e 30 mil habitantes); os demais 27 municípios do Polo estão entre cerca de 1.500 (União Paulista) e 18 mil habitantes (Nova Granada). Ainda que não se faça uma relação entre o tamanho do município e o atendimento

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do Programa Bolsa Família, tem sido possível apreender nas entrevistas do trabalho de campo que a implantação de programas de transferência de renda implica em procedimentos prévios necessários, bem como procedimentos de acompanhamento durante a implementação, que nem sempre as prefeituras dos pequenos municípios conseguem atender dependendo da estruturação dos órgãos municipais. Esta situação demandaria uma atenção especial de apoio a pequenos municípios, em geral com baixa renda per capita, para a implantação e implementação destes programas. Mesmo com a complementaridade entre os programas federais e estaduais, no caso do Polo de São José do Rio Preto, em nove municípios não são atendidas 100% das famílias classifi cadas como pobres, de maneira distinta do que ocorre na maioria dos outros polos regionais analisados.

Assim, na análise da complementaridade entre o Programa Bolsa Família e os programas estaduais de transferência de renda para a cobertura das famílias classifi cadas como pobres, essa questão da difi culdade dos pequenos municípios para a implementação de programas de transferência de renda, pode ser exemplifi cada pelo município de Ipiquá (3.900 habitantes), que tem apenas 29% de famílias classifi cadas como pobres atendidas pelo Bolsa Família, 21,7% atendidas pelo programa estadual Renda Cidadã e 10% atendidas pelo programa estadual Ação Jovem, totalizando 61,4% de famílias pobres atendidas.

Por outro lado, e de forma mais generalizada, a complementaridade entre o Programa Bolsa Família e os programas estaduais de transferência de renda tem permitido atingir a totalidade das famílias classifi cadas como pobres pelo MDS, possivelmente refl etindo melhor estruturação dos orgãos municipais. Tomando como exemplo o caso do município de Mirassolândia, que apresenta a menor renda per capita do Polo de São José do Rio Preto e onde a cobertura estimada do programa Bolsa Família é de 53,4%, nota-se que é complementado pelos programas estaduais Renda Cidadã (82,9%) e Ação Jovem (10,7%), atingindo a 151% das famílias pobres. Da mesma maneira, no município de São José do Rio Preto, sede do Polo de São José do Rio Preto, em 2007 foram atendidas 7.356 famílias pelo Programa Bolsa família, abrangendo cerca de 80,6% das famílias pobres. Considerando ainda os programas voltados para as famílias, cerca de 722 famílias recebem transferências de renda do Programa Estadual Renda Cidadã (7,9%) e 305 famílias (3,3%) do Programa Estadual Ação Jovem (Quadro 3).

Duas informações devem ser acrescentadas com relação às famílias benefi ciárias dos programas de transferência de renda. A primeira, é que uma família pode receber benefício de mais de um programa de transferência de renda; a segunda é que difi cilmente será atendida a totalidade das famílias que seriam o público alvo desses programas.

Tendo por referência os municípios visitados na pesquisa de campo do polo Regional de São José do Rio Preto, constata-se em todos a presença dos programas federais Bolsa Família, BPC e Agente Jovem, enquanto o Programa PETI não foi encontrado no município de Bady Bassit. Os programas estaduais Renda Cidadã e Ação Jovem foram também encontrados em todos os municípios pesquisados seguindo a tendência observada nas Regiões Metropolitanas e Polos Regionais do Estado de São Paulo. Deve-se observar, com base nos dados do MDS e do Pró-Social-ESP, que o PETI consta em apenas oito dos municípios do Polo, dentre eles o município-sede, e que o programa Agente Jovem consta em trinta dentre os trinta e um municípios do Polo. O BPC apresenta benefi ciários na totalidade de municípios do Polo. Os programas estaduais, Renda Cidadã e Ação Jovem foram encontrados em todos os municípios pesquisados e em todos os municípios do Polo de São José do Rio Preto, bem como observado nas Regiões Metropolitanas e Polos Regionais do Estado de São Paulo analisados por este Projeto, como já mencionado.

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A pesquisa de campo foi a única fonte de informação sobre os programas municipais, pois não existem registros ofi ciais para os mesmos, de maneira distinta do que atualmente ocorre com os programas federais e estaduais. Dessa maneira, a pesquisa de campo evidenciou no Polo de São José do Rio Preto a existência de programas municipais de transferência de renda apenas um dos municípios visitados, São José do Rio Preto, município sede do Polo. A pesquisa de campo no Polo de São José do Rio Preto foi realizada em três municípios, a saber, São José do Rio Preto, sede de polo, Mirassol e Bady Bassit.

Constatou que apenas o município sede do Polo, São José do Rio Preto, possui um programa municipal de transferência de renda. O programa municipal de transferência de renda existente no município sede São José do Rio Preto é o Programa Municipal Bolsa-Escola, implementado a partir de 2001.

O Programa Bolsa-Escola tem como público-alvo a família e crianças carentes, atende um total de 3.100 famílias e atinge 5.300 pessoas. O objetivo do Bolsa Escola é a manutenção de jovens e crianças na escola e um bom indicador de seu desempenho é a redução da evasão escolar no município de 10% para 3% desde a sua implantação, segundo informações da coordenação do mesmo, obtidas na pesquisa de campo. É grande a demanda pelo programa, existindo fi la de espera para vagas.

O Programa Bolsa-Escola é coordenado e executado pela Secretaria Municipal de Assistência Social e conta com a parceria da APAE, que oferece atividades complementares para crianças defi cientes que sejam benefi ciarias do programa. O controle social de programa é realizado desde sua implantação por uma comissão composta de representantes da administração municipal e da sociedade civil.

As difi culdades encontradas por esse programa municipal de transferência de renda estão relacionadas por um lado, ao numero de vagas, insufi ciente frente á demanda, à falta de recursos humanos que afeta o acompanhamento das famílias e, por outro lado à omissão de informações por parte dos benefi ciários com relação à renda familiar per capita, principalmente pela difi culdade de precisá-la por conta do trabalho informal, mas também na tentativa de se enquadrar aos critérios do programa.

Nos três municípios visitados no polo de São José do Rio Preto, São José do Rio Preto, Mirassol e Bady Bassit, as principais difi culdades apontadas na implementação dos Programas de Transferência de Renda Federais, Estaduais e Municipais são mais recorrentes em relação aos recursos humanos, à relação entre as esferas de governo, destacando-se a articulação entre as secretarias envolvidas e difi culdades com o insufi ciente comprometimento das famílias benefi ciárias. Com relação a recursos humanos destacam-se difi culdades com a equipe reduzida; destacando-se ainda a centralização das atividades em poucas pessoas.

Tomando as difi culdades apontadas pelo programa de transferência de renda de maior abrangência, o Bolsa Família, observa-se que as maiores difi culdades encontradas no Polo de

QUADRO 3. Programas de transferência de renda vigentes nos municípios pesquisados, ordenados por tamanhoPolos Regionais do Estado de São Paulo, 2007

Polos Tamanho Municípios

Federais Estaduais

MunicipaisBolsa Família

PETIAgente Jovem

BPCRenda Cidadã

Ação Jovem

São José do Rio Preto

mais de 100 mil São José do Rio Preto - SEDE

mais de 50 até 100 mil Mirassol

até 20 mil Bady Bassit

Fonte: NEPP/NEPO/IE-

UNICAMP-FINEP, 2007;NEPO/

UNICAMP-CNPq, 2008.

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Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4134

POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO

São José do Rio Preto dividem-se, por um lado, entre difi culdades nas relações entre esferas de governo, vinculadas a interlocução com as secretarias responsáveis pelo controle das condicionalidades; a problemas com recursos humanos insufi cientes principalmente para o acompanhamento e avaliação das famílias; e, por outro lado, à falta de comprometimento das famílias benefi ciárias no cumprimento das condicionalidades e das ações complementares.

Educação básica Polo Regional de São José do Rio Preto

Índice de Analfabetismo da População de 15 anos ou mais anos de idade

Em 1991, o índice de analfabetismo entre as pessoas com 15 anos ou mais de idade no Polo Regional de São José do Rio Preto foi de 11,4%, valor acima da média estadual que atingiu neste ano 9,7% das pessoas com 15 anos ou mais de idade. Com a queda de mais de 40% nas taxas de analfabetismo, o Polo de São José do Rio Preto passa a apresentar taxa de analfabetismo da população com 15 anos ou mais equivalente a 6,8%, patamar ligeiramente superior à média estadual no ano 2000. O município de São José do Rio Preto, sede do Polo foi o município que apresentou a taxa mais baixa de analfabetismo na população residente com mais de 15 anos no ano de 1991, 7,9%. As taxas mais altas de analfabetismo em 1991 corresponderam aos municípios de União Paulista, Mirassolandia e Adolfo com respectivamente 23,5%, 21,3% e 21,2% (Mapa 1).

No ano 2000 foi possível constatar o avanço conquistado com a queda na taxa de analfabetismo na região, em todos os municípios da região (Mapa 2).

MAPAS 1 e 2. Taxas de Anafalbetismo

Fonte: FIBGE, Censos Demográfi cos de 1991 e 2000.

Proporção da população adulta com mais de 12 anos de estudo

Este índice aponta para a proporção da população adulta, defi nida como aquela na faixa etária entre 25 e 59 anos, que completou o ensino básico e freqüenta ou freqüentou e, concluiu

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pelo menos um ano do ensino superior. O Polo Regional de São José do Rio Preto apresentou, em 1991, proporção da população adulta com 12 anos ou mais de estudo de 11,5%, valor um pouco abaixo da média estadual correspondente a 12,1%. Na década seguinte a proporção da população adulta com 12 anos ou mais de estudo o ano 2000 se manteve praticamente nos mesmos patamares dos anos 90.

Em 1991 o município sede do Polo, São José do Rio Preto contrastou dos demais municípios do Polo por apresentar o maior percentual de população adulta com alta escolarização equivalente a 15,1%. Apesar do censo populacional realizado em 2000 não apontar melhora deste índice para o Polo Regional de São José do Rio Preto, em alguns municípios da região o indicador mais do que dobrou: Mirassol, Planalto, Nova Aliança, Nova Granada, Orindiúva, Mendonça, Palestina e Onda Verde.

Taxas de Escolarização Líquida do Ensino Fundamental de 1ª a 4ª série6

Em 1991 a Taxa de Escolarização Liquida do Ensino Fundamental de 1ª a 4ª serie no Polo Regional de São José do Rio Preto atingiu em média 90,5%, índice acima da média estadual de 87,5%. No entanto, enquanto a Taxa de Escolarização Líquida no ano 2000 para o Estado de São Paulo cresceu 2,5% com relação à década anterior, no Polo Regional de São José do Rio Preto a taxa declinou em 1,3%.

Os municípios que mais incrementaram suas taxas foram aqueles que apresentaram as taxas mais baixas em 1991: Mendonça, Neves Paulista, Mirassolandia, Nova Granada, Potirendaba e Nipõa. Nesses municípios a Taxa de Escolarização Liquida do Ensino Fundamental de 1ª a 4ª serie cresceu mais de 5%. Em 1991, as taxas líquidas de escolarização do Ensino Fundamental de 1ª a 4ª série nos municípios pertencentes ao Polo de São José do Rio Preto variaram entre 79,3% e 100%. Na década seguinte, foi registrado um intervalo de variação nas taxas de 80,0% a 97,7% entre os municípios do Polo. Os municípios com as taxas mais elevada no ano 2000, superiores a 95%, foram: Zacarias, União Paulista, Mendonça e Nova Granada.

Taxas de Escolarização Líquida do Ensino Fundamental de 5ª a 8ª série

A taxa de escolarização líquida de 5ª a 8ª série do Ensino Fundamental no Polo Regional de São José do Rio Preto passou de 61,9% em 1991 para 84,0% no ano 2000.

A taxa de escolarização líquida referente à segunda fase do ensino fundamental apresentou incremento de 39,4% entre as décadas de 90 e de 2000 no Estado de São Paulo e, de 35,7% no Polo Regional de São José do Rio Preto. Os municípios de Jaci, Neves Paulista, Mirassolandia e Nipoã apresentaram incrementos de mais de 70% nas taxas de escolarização líquida do ensino fundamental de 5ª a 8ª série. No ano 2000, Mirassolandia, Ubarana, Neves Paulista e Zacarias despontaram com as taxas mais altas, acima de 88%, entre todos os municípios pertencentes à região.

6 Esse índice representa o percentual da população que freqüenta o ensino fundamental entre a 1ª e a 4ª serie com idade correspondente a esse nível de ensino, ou seja, entre 7 a 10 anos.

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Taxas de Escolarização Líquida do Ensino Médio7

Entre 1991 e 2000 a taxa de escolarização líquida do Ensino Médio cresceu quase 113% no Estado de São Paulo e, quase 96% no Polo Regional de São José do Rio Preto. As taxas que em 1991 para o Estado de São Paulo e, para o Polo Regional de São José do Rio Preto foram de respectivamente 25,2% e 27,2% passaram para 53,6% no Estado de São Paulo e para 53,2% no Polo de São José do Rio Preto no ano 2000.

Em 1991 o Polo Regional de São José do Rio Preto concentrou municípios com taxas líquidas de escolarização do ensino Médio que variaram entre 8,1% e 35,4%. No ano 2000, a variação foi de 31,7% a 78,0%. Os municípios de São José do Rio Preto, Monte Aprazível, Poloni, Uchoa e Nova Aliança detinham as mais elevadas taxas de escolarização líquida do Ensino Médio da região, acima de 30%. No ano 2000 os municípios que apresentaram as maiores taxas, ou seja, municípios com aproximadamente 60% dos adolescentes de 15 a 17 anos freqüentando o Ensino Médio estavam localizados na região norte do Polo (municípios de: Paulo de Faria, Mirassol, Palestina, Onda Verde, Orindiúva, Tanabi e Mirassolandia).

Matrículas no Polo Regional de São José do Rio Preto

De acordo com as informações do Censo Escolar (MEC-INEP), o Polo Regional de São José do Rio Preto concentrou em 2006 mais de 153 mil matrículas entre os níveis de ensino Infantil, Fundamental e Médio. A educação infantil, formada por creche e pré-escola, representou 20% do total de matrículas e, a maior concentração das matrículas aconteceu na pré-escola (Tabela 28).

No ensino básico, nos níveis Fundamental e Médio, as matrículas do Polo Regional de São José do Rio Preto totalizaram 122.555 matrículas, onde o maior peso recaiu no ensino Fundamental que representou 59,7 do total de matrículas.

Entre 1999 e 2006 houve decréscimo do número médio de alunos por professor em todos os níveis de ensino no Polo regional de São José do Rio Preto. No ensino infantil foi onde a queda no número de alunos por professor foi menor. Neste nível de ensino havia, em 1999, 19,4 alunos por professor e, no ano de 2006 foram 21,0 alunos para cada professor.

Os municípios com maiores défi cits de professores neste nível de ensino em 2006 foram: Planalto, Icém, Onda Verde, Paulo de Faria e Mirassolandia cujas turmas de ensino infantil tinham em média mais de 26 alunos por professor. No ensino fundamental, a média de alunos por professor passou de 24,3 para 17,9 confi gurando uma queda de mais de 6 alunos por turma entre 1999 e 2006. Este declínio no indicador foi causado tanto pelo aumento do número de professores quanto pela queda no volume de matrículas. As maiores quedas neste indicador, entre 10 e 14 alunos, ocorreram nos municípios de Adolfo, Poloni, Bady Bassit, Ipiguá, Zacarias, Paulo de Faria, Nipoã, Mirassolandia e Ibirá.

7 Esse índice representa o percentual da população que freqüenta o ensino médio na idade correspondente a esse nível de ensino, ou seja, entre 15 e 17 anos.

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No ensino Médio, havia no ano de 1999, 16,9 alunos por professor. Em 2006 observou-se queda de 4 alunos por professor, fazendo com que o indicador passasse para 12,8 alunos por professor. As maiores quedas no índice ocorreram nos municípios de: Ipiguá, Mirassolandia, José Bonifácio, Potirendaba e Zacarias. Assim como no ensino fundamental, no ensino médio a queda no número de alunos por professor foi resultado, em parte, da queda no volume de matrículas em 23 dos 32 municípios que formam o Polo, concomitante ao fato de ter havido incremento no número de professores em 29 municípios do Polo (Tabela 29).

Vale dizer que a queda no número de alunos por professor, sobretudo no ensino fundamental e médio, se deu em alguns municípios, sobretudo, pelo incremento no número de professores, mas em alguns casos concomitante a este fato também ocorreu uma diminuição na pressão por matrículas devido às mudanças demográfi cas.

TABELA 28. Matrículas por nível de ensino

Fonte: Censo Escolar - INEP - MEC 1999 e

2006.

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Indicadores de Rendimento8 : Taxas de Aprovação Escolar e evasão Escolar9

No ano de 2002, no Polo Regional de São José do Rio Preto, as taxas médias de aprovação no ensino Fundamental de 1ª a 4ª série, 5ª a 8ª série e no Ensino Médio foram de respectivamente 94,8%, 93,0% e, 86,5%. A taxa de aprovação no ensino Fundamental de 1ª a 4ª série, na região foi ligeiramente superior à taxa média estadual de 94,5%. No Ensino Fundamental de 5ª a 8ª série e no Ensino Médio, a taxa de aprovação para o Polo de São José do Rio Preto foi mais elevada que a média estadual de respectivamente 92% e 84,2%.

Os municípios que obtiveram os índices mais baixos de aprovação no ensino Fundamental de 1ª a 4ª série foram Bady Bassit, Icém, Guapiaçu e Adolfo onde as taxas de aprovação foram inferiores a 90% (Tabela 30). Entre a 5ª e 8ª serie, o melhor e o pior índice de aprovação variou

8 Dados obtidos da Fundação SEADE / Secretaria de Estado da Educação – SEE/Centro de Informações Educacionais – CIE.9 Porcentagem de alunos que preencheram em avaliação fi nal, os requisitos mínimos em aproveitamento e freqüência, previstos em legislação, em relação ao total de alunos matriculados no fi m do ano letivo.

Tabela 29. Número de Alunos por professorPolo Regional de São José do Rio Preto

Fonte: Censo Escolar - INEP - MEC 1999 e 2006.

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entre 80,6% e 100,0% taxas equivalentes respectivamente aos municípios de Mendonça. No ensino médio a diferença entre os extremos é um pouco mais acentuada (de 70,3% a 98,3) correspondendo respectivamente a Jaci e Nipoã.

TABELA 30. Taxas de Aprovação Escolar10

Polo Regional de São José do Rio Preto, 2002

10 Porcentagem de alunos que preencheram em avaliação fi nal, os requisitos mínimos em aproveitamento e freqüência, previstos em legislação, em relação ao total de alunos matriculados no fi m do ano letivo.

Fonte: SEE-SP.

Em 2002 as taxas de evasão no Polo Regional de São José do Rio Preto para a 1ª a 4ª série, para a 5ª a 8ª série do Ensino Fundamental e para o Ensino Médio foram de respectivamente 0,5%, 2,7% e, 6,1%. Nos três níveis de ensino as taxas médias de evasão escolar para o Polo foram inferiores às taxas médias estaduais equivalentes a 0,95%, 3,2% e, 7,3% respectivamente aos níveis de ensino de: 1ª a 4ª série, 5ª a 8ª série do Ensino Fundamental e ao Ensino Médio (Gráfi co 5).

No nível de ensino que compreende da 1ª à 4ª série do Ensino Fundamental, as taxas de evasão entre os municípios foram baixas, sendo iguais ou inferiores a 2,3%, com exceção do

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município de Adolfo que apresentou taxa de 7,9%. Os municípios com as menores taxas nesse nível de ensino, ou seja, taxas inferiores ou iguais a 0,3 foram: São José do Rio Preto, Nova Aliança, Monte Aprazível, Orindiúva, José Bonifácio, Ibirá e Mirassol.

GRÁFICO 5. Taxa de Evasão EscolarPolo de São José do Rio Preto, 2002

Na segunda fase do Ensino Fundamental, as taxas de evasão fi caram bastante heterogêneas e variaram entre 0,3% e 13,1%. As taxas mais elevadas neste nível de ensino corresponderam à Palestina, Uchoa e Cedral com 13,1%, 9,4% e 8,5% respectivamente (Gráfi co 6).

Fonte: SEE-SP.

Fonte: SEE-SP.

GRÁFICO 6. Taxa de Evasão EscolarPolo de São José do Rio Preto, 2002

Os maiores índices de evasão aconteceram no Ensino Médio onde se verifi cou uma amplitude nas taxas de 0,6% a 19,5%. Os municípios de Cedral, Jaci, União Paulista e Ipiguá apresentaram as taxas de evasão no Ensino Médio mais elevadas entre todos os municípios do Polo, 19,5%, 18,7%, 14,9% e 14,7%. (Gráfi co 7).

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Indicadores de qualidade do ensino

Para estudar as tendências com relação à qualidade do ensino, lançamos mão dos resultados das avaliações do Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Estado de São Paulo – SARESP – para o ano de 2007. Os resultados do SARESP permitem avaliar o ensino regular de todas as escolas da rede pública estadual que oferecem a 1ª, 2ª, 4ª, 6ª e 8ª séries do Ensino Fundamental e a 3ª série do Ensino Médio. Assim, apresentamos os resultados das provas de Língua Portuguesa e Matemática e dos níveis de desempenho em Redação para as 4ª e 8ª séries do Ensino Fundamental e 3ª série do Ensino Médio para o Polo Regional de São José do Rio Preto e para o Estado de São Paulo.

O Polo Regional de São José do Rio Preto se destacou no desempenho nas disciplinas de Matemática e de Língua Portuguesa com pontuações superiores às médias estaduais nos três níveis de ensino. Na 4ª série do Ensino Fundamental o Polo de São José do Rio Preto esteve mais de 12 pontos à frente da pontuação média do estado na disciplina de matemática e mais de 7 pontos em Língua Portuguesa. Na 8ª série do Ensino Fundamental o Polo de São José do Rio Preto obteve vantagem de mais de 10 pontos nas disciplinas de Matemática e de Língua Portuguesa em relação à média estadual. Na 3ª Série do Ensino Médio apesar das notas de matemática e Língua Portuguesa ainda serem superiores às médias do estado, a vantagem é menor comparativamente às outras séries, 6,9 pontos a mais em matemática e 5,1 em Língua Portuguesa (Tabelas 31 e 32).

TABELA 31. Média de Profi ciência em MatemáticaPolo Reginal de São José do Rio Preto e Estado de São Paulo, 2007

Matemática Polo Regional de São José do Rio Preto Estado de São Paulo

4ª. Série do E. F. 194,49 182,45

8ª. Série do E. F. 241,61 231,53

3ª. Série do E. M. 270,61 263,68

Fonte: SEE-SP.

GRÁFICO 7. Taxa de Evasão EscolarPolo de São José do Rio Preto, 2002

Fonte: SARESP, SEE-SP.

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TABELA 32. Média de Profi ciência em Língua PortuguesaPolo Regional de São José do Rio Preto e Estado de São Paulo, 2007

Língua Portuguesa Polo Regional de São José do Rio

PretoEstado de São Paulo

4ª. Série do E. F. 194,15 186,84

8ª. Série do E. F. 252,74 242,62

3ª. Série do E. M. 268,33 263,22

Já em relação ao nível de desempenho em Redação11, o Polo Regional de São José do Rio Preto obteve resultados praticamente iguais ao Estado para a 4ª série do Ensino Fundamental. Isto signifi ca que se agregando as categorias: básico e abaixo do básico, tanto Polo de São José do Rio Preto quanto o Estado concentram 52,4% dos resultados.

Na 8ª série do Ensino Fundamental, o Polo apresentou resultados melhores do que o Estado. No Polo regional de São José do Rio Preto em 2007 43,9% dos resultados correspondiam à soma das categorias: básico e abaixo do básico e, no Estado esses resultados atingiram 45,7% das avaliações.

Para a 3ª série do Ensino Médio a situação do Polo fi cou pior que a do Estado. Enquanto o estado apresentou 48,3% das avaliações abaixo do critério básico, no Polo este os resultados abaixo do nível básico somaram 56,8% (Gráfi co 8).

11 Para o cálculo da distribuição percentual, foram excluídas do total das avaliações, aquelas categorizadas pelo sistema SARESP como: não válidas: anuladas, em branco e não calculada.

Fonte: SARESP, SEE-SP.

GRÁFICO 8. Desempenho em Redação

(continua)

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Atenção Básica à Saúde e Acesso às Ações e Serviços de Saúde

Mortalidade Infantil

No Polo Regional de São José do Rio Preto a taxa de mortalidade infantil, vem caindo sistematicamente, assim como acontece no Brasil e no Estado de São Paulo. O Polo de São José do Rio Preto apresentou níveis de mortalidade infantil abaixo da média estadual no ano de 1990 que correspondeu a 31,2 e, no ano de 2006 quando o Estado atingiu 13,3 óbitos de menores de um ano por mil nascidos vivos. No ano de 1990 a taxa de mortalidade infantil no Polo Regional de São José do Rio Preto foi de 23,2 óbitos de menores de um ano por mil nascidos vivos e caiu para 12,7 no ano de 2006 representando uma queda de quase 55%.

Em 1990, os municípios do Polo Regional de São José do Rio Preto com taxas mais elevadas foram União Paulista, Ibirá, Neves Paulista, Paulo de Faria e Mirassolandia. Nesses municípios as taxas de mortalidade infantil em 1990 variaram de 41,7 a 55,6 óbitos de menores de um ano por mil nascidos vivos (Gráfi co 9)12. Estes mesmos municípios foram os que mais reduziram a taxa de mortalidade infantil com declínios de pelo menos 20%. Os dados mostraram que os municípios de Orindiúva, Nova Aliança, Adolfo, Poloni, Onda Verde, Bálsamo, Mendonça e Nipoã, municípios mais afastados da região central do Polo, apresentaram crescimento nas taxas de mortalidade infantil. No fi nal do período em análise, as taxas fi caram ainda bastante heterogêneas nos municípios que compõem o Polo e, se concentraram em um intervalo de 7,3 a 81,1 óbitos de menores de um ano por mil nascidos vivos.

Saúde da Criança

A taxa de Internação por Infecção Respiratória Aguda em menores de cinco anos é um indicador frequentemente usado, pois fornece uma medida da qualidade da atenção à saúde preventiva e curativa à criança. O Ministério da Saúde recomenda que a taxa deva ser inferior a 35 internações por mil crianças menores de cinco anos.

12 Devido à indisponibilidade da informação para os municípios de: Cedral, Mendonça, Mirassolandia, e União Paulista em 1990, foi considerada a informação referente aos anos de 1991, 1994, 1991 e 1997 respectivamente aos municípios citados. Analogamente para a falta de informação em 2006 para os municípios de: Adolfo, Icém, Ipiguá, Mirassolandia, Nipoã, Onda Verde, Planalto e Uchoa foram tomadas as informações referentes aos anos de: 2004, 2007, 2007, 2007, 2005, 2007, 2002 e 2005 respectivamente aos municípios.

Fonte: SARESP, SEE-SP.

(continuação)

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No ano 2000 o Polo Regional de São José do Rio Preto não apresentou taxa de internação por IRA acima do recomendado pelo Ministério da Saúde. Neste ano, a taxa de internações por IRA em menores de cinco anos no Polo alcançou 32,8 crianças para cada mil menores de cinco anos, taxa superior à média estadual de 28,2 internações por mil. Em 2007 a situação do Polo melhorou e a taxa de internações por IRA cai para 27,0 internações, mas a taxa está acima da média estadual neste ano, equivalente a 21 internações.

A observação das taxas de internação por Infecção Respiratória Aguda em menores de cinco anos nos municípios do Polo Regional de São José do Rio Preto revela que houve melhora das taxas no sentido de ter ocorrido declínio de 17,5% e, da taxa média da região continuar abaixo do recomendado pelo Ministério da Saúde em 2006. Ainda que se haja conseguido avançar no combate às doenças respiratórias agudas em crianças na região, como a taxa média tem mostrado, o problema reside no fato de ainda existir entre os 32 municípios que compõem o Polo de SJRP, 15 municípios onde ocorreu elevação das taxas de internação por IRA. No ano 2000 como no ano de 2007 ocorreu uma concentração de municípios no entorno do município sede formando quase que um anel, onde as taxas de internação por IRA foram inferiores à taxa relativa ao município central.

Atenção ao Pré-Natal

Para avaliar a cobertura e a qualidade da assistência ao parto no Polo Regional de São José do Rio Preto utilizamos o indicador: Proporção de mulheres com fi lhos nascidos vivos que realizaram sete ou mais consultas de pré-natal. O número mínimo de consultas recomendadas pelo Ministério da Saúde é sete. É necessário dizer, baseado em alguns estudos (SERRUYA, 2004), que este indicador é fortemente infl uenciado pelo nível de pobreza da região, além de outros fatores. Além disso, em uma análise longitudinal, as taxas podem em grande parte terem sido afetadas, positivamente, pelas ações do Programa Saúde da Família e pela implementação do Programa de Humanização do Pré-Natal e Nascimento do Ministério da Saúde lançado em

GRÁFICO 9. Taxa de Mortalidade Infantil (por mil nascidos vivos)Polo Regional de São José do Rio Preto, 1990 e 2006

Fonte: Fundação Seade; Sec. Estadual da Saúde; Sec. Municipais da Saúde. Base Unifi cada de Nascimentos e Óbitos.

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junho de 2000 onde o foco principal tem sido proporcionar a melhora do acesso, da cobertura e da qualidade do acompanhamento pré-natal, da assistência ao parto e puerpério das gestantes e ao recém-nascido.

A proporção média de nascidos vivos cujas mães realizaram pelo menos sete consultas por mês no Polo Regional de São José do Rio Preto no ano 2000 e no ano de 2007 foi superior à média estadual. No ano 2000, enquanto a proporção média de nascidos vivos cujas mães completaram o pré-natal era de 54,5% no Estado de São Paulo, o Polo Regional de São José do Rio Preto realizou 16,1% a mais.

No ano de 2005, a média estadual fi cou em 73,4%, e o Polo Regional de São José do Rio Preto fi cou em um patamar superior com quase 89% dos nascidos vivos, cujas mães haviam realizado 7 consultas ou mais de pré-natal. Assim, houve um incremento de quase 26% na proporção de mães que realizaram pelo menos 7 consultas de pré-natal no Estado e de 20,5% no Polo Regional de São José do Rio Preto entre 2000 e 2005.

TABELA 43. Proporção de nascidos vivos de mães com 7 ou mais consultas de pré-natal

Fonte: SINASC/SUS - DATASUS.

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Em 2005 os municípios do Polo que mais incrementaram a cobertura de pré-natais concluídos foram: Adolfo, José Bonifácio, Bálsamo e Ubarana. Estes municípios no ano 2000 apresentaram proporções equivalentes a 12% ou menos de cobertura e, em 2005 com o crescimento superior a 84% passaram para taxas de conclusão de pré-natal acima de 65%. Vale lembrar que dos 32 municípios do Polo de São José do Rio Preto, apenas 3 apresentaram declínio substancial nas taxas: Zacarias, Paulo de Faria e Mendonça, onde os percentuais de cobertura de conclusão de pré-natal declinaram em mais de 23%.

Controle da Hipertensão

A taxa de internações por Acidente Vascular Cerebral (AVC) na população de 40 anos ou mais, além de apontar o nível de morbidade para esta doença, também avalia a oferta de ações básicas preventivas para o controle da doença hipertensiva.

Enquanto o número de internações entre 2000 e 2007 por Acidente Vascular Cerebral (AVC) na população de 40 anos ou mais no Estado de São Paulo passou de 15,2 para 20,8 internações por 10.000 habitantes, no Polo Regional de São José do Rio Preto o indicador caiu de 40,1 para 37,1 internações. Entre todos os Polos regionais e Regiões Metropolitanas da pesquisa, o Polo de São José do Rio Preto foi, depois do Polo Regional de Araçatuba, a segunda taxa mais alta de internações por AVC em adultos com mais de 40 anos no ano 2007 entre todas as regiões da pesquisa.

Apesar de ter havido discreta melhora nos indicadores, constatada pela queda na taxa de internação no Polo de São José do Rio Preto, quando analisamos as taxas por municípios verifi camos que ocorreu elevação da taxa em 13 municípios dos 32 compõem a região. Além disso, a variabilidade das taxas nos municípios é muito grande, seja no ano 2000 ou em 2007 onde as taxas variaram de 20,6 até 84,3. Assim, devemos ter cuidado ao utilizar as taxas médias de internações por AVC referente ao Polo para os dois períodos pesquisados, pois ela não refl ete a heterogeneidade dos municípios.

Indicadores Gerais de Atenção à Saúde: Consultas Médicas Básicas por Habitante e Cobertura do Programa de Saúde da Família

No Brasil a média anual de consultas médicas por habitante nas especialidades básicas pouco variou entre o ano de 2000 e 2007. No ano 2000 este indicador atingiu 1,51 consultas básicas por habitante e em 2007 alcançou 1,54. No Estado de São Paulo, o patamar é praticamente o mesmo referente à média brasileira em 2000 e, em 2007 chegou a 1,7 consultas básicas por habitante.

No Polo Regional de São José do Rio Preto a média de consultas médicas básicas por habitante atingiu o patamar de 2,2 consultas no ano 2000, em 2004 passou a 2,8 e, caiu para 2,2 em 2007 atingindo novamente o mesmo patamar referente ao ano 2000. Os municípios que mais realizaram consultas básicas por habitante em 2007, entre 4,1 e 4,7 consultas básicas por habitantes foram: Mendonça, Ubarana, Zacarias e Adolfo. Os municípios que apresentaram queda expressiva de mais de 20% no numero médio de consultas realizadas nas especialidades básicas entre 2000 e 2007 foram Adolfo, São José do Rio Preto, Paulo de Faria, Ubarana e Nipoã.

As informações sobre percentuais de cobertura do Programa Saúde da Família em grandes cidades e capitais revelam que em geral há uma difi culdade maior de consolidação deste programa em cidades maiores e mais urbanizadas (ELIAS, 2006).

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Como já foi dito, a região do país com menor cobertura do Programa Saúde da Família é a Sudeste, com menos de 30% de cobertura da população no ano de 2007. No Estado de São Paulo em 2007, em média a cada 4 pessoas uma foi atendida pelo PSF e, no Polo de São José do Rio Preto, uma a cada 6 pessoas foi atendida pelo PSF. Os dados mostraram que houve crescimento da proporção de pessoas atendidas pelo PSF no Estado de São Paulo e no Polo Regional de São José do Rio Preto entre 2000 e 2007. O ritmo de crescimento do PSF no Polo Regional de São José do Rio Preto foi mais intenso entre 2000 e 2003. A partir de 2003 houve um arrefecimento das taxas que voltam a crescer em 2005. (Gráfi co 10). Comparando-se o crescimento da cobertura do PSF no Polo de São José do Rio Preto com a cobertura no Estado, foi possível perceber que no Polo o crescimento foi menos intenso. Nesse sentido, enquanto as proporções de famílias cobertas pelo PSF foram multiplicadas por 4,1, no Estado, no Polo de São José do Rio Preto este fator foi de 2,6 vezes.

GRÁFICO 10. Proporção de População coberta pelo PSF (%)

A cobertura de famílias atendidas vem aumentando como também o número de municípios que em 2000 não tinham implementado o programa e, em 2007 já implantaram. No ano 2000, 10 dos 32 municípios do Polo de São José do Rio Preto haviam implementado o PSF. No ano de 2007, o total de municípios que oferecem o programa passa para 17. Os municípios de Zacarias, Planalto, Jaci, Adolfo e Mendonça se destacaram em 2007 por apresentarem uma cobertura populacional do PSF de mais de 97%. Por outro lado, São José do Rio Preto foi o município com o menor índice, 8,6% de cobertura.

Atenção Hospitalar - Leitos Hospitalares por Habitante

A análise deste indicador tem como objetivo ilustrar como acontece a concentração de leitos hospitalares por habitantes nos municípios pertencentes ao Polo Regional de São José do Rio Preto.

Como este indicador é suscetível a uma variedade de fatores relativos às localidades ou regiões distintas, não há parâmetros validados para efeitos de comparação. O que acontece é que a própria demanda juntamente com a capacidade de fi nanciamento do local acaba defi nindo

Fonte: Número de pessoas

cadastradas, de 2000 a 2006,

por município - SIAB/SUS -

DATASUS, Censo Demográfi co 2000 e projeções, IBGE.

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as metas a serem alcançadas. Assim, este indicador não é adequado para avaliar o sistema de saúde de uma região, mas auxilia nas ações de planejamento e gestão. Apesar de não termos parâmetros validados, o Ministério da Saúde preconiza que o volume de leitos hospitalares esteja entre 2,3 a 3 leitos por mil habitantes (Portaria do Ministério da Saúde 1101/2002).

No Polo Regional de São José do Rio Preto a oferta de leitos hospitalares foi de 3,6 leitos por mil habitantes em 2006, onde 2,1 leitos foram disponibilizados através do SUS. A média de leitos hospitalares por mil habitantes no Polo Regional de São José do Rio Preto fi cou acima da média estadual e da nacional. No Estado foram disponibilizados 2,6 leitos e no Brasil 2,7 leitos por mil habitantes em 2006 (Tabela 44).

No Polo Regional de São José do Rio Preto quase 59% dos leitos foi disponibilizado pelo SUS, proporção inferior a média estadual de 65,4%.

O município de Jaci e Nova Granada foram os municípios que apresentaram as maiores razões de leitos hospitalares, 30,8 e 12,5 leitos por mil habitantes respectivamente.

TABELA 44. Leitos Hospitalares por mil habitantes

Fonte: CNES - Recursos Físicos - Hospitalar - Leitos de internação - São Paulo SUS - DATASUS, Censo Demográfi co 2000 e projeções, IBGE.

Benefi ciários de Plano de Saúde Privado

No ano 2000, a cobertura média populacional de planos de saúde privados para o Estado e para o Polo Regional de São José do Rio Preto foi de respectivamente 41,6% e 32,1%. Em 2007 foi constatado o crescimento da cobertura por planos de saúde privados no Estado de São Paulo que resultou em uma proporção equivalente a 48% de cobertura populacional com planos privados de saúde. No Polo Regional de São José do Rio Preto o crescimento foi pequeno em torno de 7%. A taxa média de cobertura por planos de saúde privados no Polo alcançou 34,5% da população, índice inferior a média estadual.

Com exceção do município de São José do Rio Preto, os planos de saúde privados aumentaram em todos os demais municípios do Polo Regional de São José do Rio Preto entre 2000 e 2007. Os municípios do Polo onde haviam proporcionalmente mais pessoas com planos de saúde privados em 2007 localizam-se na parte mais central do Polo, a saber: Mirassol, São José do Rio Preto, Bálsamo, Jaci e Monte Aprazível onde as taxas variaram de 35,6% a 41,5%.

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Economia e mercado de trabalho no Polo de Araçatuba

O Polo de Araçatuba situa-se no oeste do Estado de São Paulo, na divisa com o Mato Grosso do Sul a 500 km da capital paulista e congrega 31 municípios. Conta com uma boa rede rodoviária (Washington Luiz, Marechal Rondon), possui um Aeroporto Regional e um terminal hidroviário no Porto Fluvial do Rio Pardo.

Embora este polo possua uma pequena rede urbana, consolidou um processo de urbanização de signifi cativa importância no oeste paulista. A cidade de Araçatuba foi benefi ciada pela Estrada de Ferro devido à expansão cafeeira nas primeiras décadas do século XX, o que deu um maior impulso à urbanização. Essa estrada valorizou as terras da região e serviu de apoio para a formação de outras atividades econômicas nas décadas seguintes à sua implantação (Cano, 2007).

Este polo possuía no ano de 2005 uma população em torno de 520 mil habitantes, o que representava menos de 2% da população dos polos e regiões metropolitanas selecionadas para o estudo. No ano 2000 sua população era de 494 mil habitantes, o que representou um crescimento anual de 1% ao ano entre os anos 2000 e 2005, inferior aquele verifi cado para a média dos polos selecionados (1,4% a.a.) e para a média do estado.

Assim como se verifi ca para o restante do país e do Estado de São Paulo, observam-se modifi cações importantes no comportamento demográfi co dessa região, como a redução no ritmo de crescimento populacional e de urbanização e envelhecimento da população.

A cidade de Araçatuba possuía 177 mil habitantes em 2005, o que representava pouco mais de 34% da população do polo tanto para o ano de 2000 quanto para 2005. A segunda maior cidade do polo era Birigui, com quase 20% da população. Essas duas cidades juntamente com os municípios de Penápolis e Guararapes possuíam 70% da população total do polo. A tabela 1 traz a população para os demais municípios.

POLO REGIONAL DE ARAÇATUBA

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Na região, predominam as cidades de pequeno porte no polo em questão, com exceção de Araçatuba que se apresenta como uma cidade de médio porte.

TABELA 1. Evolução da População ResidentePolo de Araçatuba, 2000-2005

População totalTaxa anual de crescimento

2000 2005

Polo de Araçatuba 494.098 519.837 1,0

Alto Alegre 4.261 4.088 (0,8)

Araçatuba 169.254 177.445 0,9

Auriflama 13.513 13.844 0,5

Avanhandava 8.829 9.235 0,9

Barbosa 5.837 6.110 0,9

Bento de Abreu 2.394 2.440 0,4

Bilac 6.088 6.338 0,8

Birigui 94.300 103.325 1,8

Braúna 4.383 4.505 0,6

Brejo Alegre 2.308 2.431 1,0

Buritama 13.854 14.628 1,1

Clementina 5.404 5.737 1,2

Coroados 4.417 4.688 1,2

Gabriel Monteiro 2.726 2.861 1,0

Gastão Vidigal 3.586 3.588 0,0

General Salgado 10.824 11.114 0,5

Glicério 4.428 4.625 0,9

Guararapes 28.843 29.835 0,7

Guzolândia 4.295 4.130 (0,8)

Lourdes 2.007 2.148 1,4

Luiziânia 4.274 4.329 0,3

Nova Castilho 1.042 1.040 (0,0)

Nova Luzitânia 2.749 2.863 0,8

Penápolis 54.635 57.532 1,0

Piacatu 4.625 4.712 0,4

Rubiácea 2.337 2.304 (0,3)

Santo António do Aracanguá 6.929 7.024 0,3

Santópolis do Aguapeí 3.816 3.875 0,3

São João de Iracema 1.671 1.677 0,1

Turiúba 1.895 1.868 (0,3)

Valparaíso 18.574 19.498 1,0

Ainda no que se refere à população desse polo, nota-se que pouco mais da metade da população no ano de 2000 era natural do próprio polo e pouco mais de 40% era migrante, mas residia no local há mais de dez anos. Esses dados indicam que, até a década passada, houve uma migração considerável para o polo, entretanto, nos anos mais recentes a migração foi pouco intensa.

Os percentuais observados para o polo como um todo, variam bastante entre os municípios. A cidade de Santópolis do Aguapeí, por exemplo, apresenta uma população natural de quase 76%, porém uma população de migrantes com 10 anos ou mais de residência no local de 23%. Rubiácea, por outro lado, apresenta apenas 39% da sua população como sendo natural.

Fonte: Censo Demográfi co 2000, IBGE.

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Passando agora para as questões econômicas, nota-se que a participação do Polo de Araçatuba no Estado de São Paulo tanto no que se refere à população e ao valor adicionado é bastante pequena e não sofreu alteração nos últimos anos. Em 2002, a população desse polo representava apenas 0,9% daquela verifi cada para o Estado, percentual que não se alterou até 2005. Já em relação ao valor adicionado, em 2002 o polo de Araçatuba tinha uma participação de apenas 1,8%, percentual que também não se alterou até 2005 (Gráfi co 1).

Durante a recuperação econômica ocorrida entre os anos de 2002 e 2005, o Estado de São Paulo passou por um crescimento anual do produto interno bruto da ordem de 3% ao ano. O Polo de Araçatuba apresentou a mesma tendência de crescimento, mas de apenas 0,5%, um dos piores resultados encontrado dentre os polos selecionados para o estudo.

Desagregando-se a queda do valor adicionado por setores, nota-se que a maior queda foi sofrida pela agroindústria, tendo declinado a uma taxa anual de 10,9%. Todos os outros setores apresentaram crescimento no que se refere ao valor adicionado ao longo do período. O setor que mais cresceu foi a indústria, com uma média anual de 2,9%. Em seguida veio o setor de serviços com 1,3%. A administração pública, por sua vez, apresentou um crescimento inferior a 0,5%. O Gráfi co 2 traz essas informações.

TABELA 2. Participação da população por município e por condição de migraçãoPolo de Araçatuba, 2000

Natural Até 3 anos 4 a 9 anos 10 anos e mais Total

Polo de Araçatuba 52,2 2,6 3,6 41,6 100,0

Alto Alegre 57,4 3,6 4,0 35,0 100,0

Araçatuba 54,0 2,3 3,0 40,6 100,0

Auriflama 51,5 2,4 2,9 43,2 100,0

Avanhandava 51,2 1,8 3,7 43,3 100,0

Barbosa 47,2 3,8 4,1 44,9 100,0

Bento de Abreu 43,5 4,8 3,7 48,1 100,0

Bilac 51,7 2,5 2,1 43,7 100,0

Birigui 46,8 2,7 4,6 45,9 100,0

Braúna 61,0 2,1 3,2 33,8 100,0

Brejo Alegre 47,3 3,8 4,1 44,8 100,0

Buritama 51,0 2,2 3,1 43,7 100,0

Clementina 52,1 4,9 6,3 36,8 100,0

Coroados 43,0 6,1 4,6 46,3 100,0

Gabriel Monteiro 44,5 2,6 5,0 47,9 100,0

Gastão Vidigal 39,6 2,2 5,5 52,8 100,0

General Salgado 52,9 2,3 2,8 41,9 100,0

Glicério 47,8 2,5 3,8 46,0 100,0

Guararapes 54,2 3,5 4,6 37,7 100,0

Guzolândia 44,2 2,2 3,1 50,5 100,0

Lourdes 50,8 0,7 5,5 42,9 100,0

Luiziânia 45,5 2,1 3,1 49,3 100,0

Nova Castilho 53,8 0,7 5,2 40,3 100,0

Nova Luzitânia 43,6 4,7 7,9 43,8 100,0

Penápolis 57,9 1,9 3,0 37,3 100,0

Piacatu 56,4 1,5 2,4 39,6 100,0

Rubiácea 39,2 3,7 3,1 53,9 100,0

Santo António do Aracanguá 50,3 3,9 3,4 42,3 100,0

Santópolis do Aguapeí 75,8 0,5 0,7 23,0 100,0

São João de Iracema 47,9 3,4 2,1 46,5 100,0

Turiúba 53,3 1,7 3,8 41,3 100,0

Valparaíso 54,3 4,6 4,3 36,7 100,0

Fonte: Censo Demográfi co 2000, IBGE.

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GRÁFICO 1. Participação do Valor Adicionado e da População do Polo de Araçatuba nos Totais do Estado de São Paulo, 2002/2005

Fonte: FIBGE; Fundação Seade.

Fonte: FIBGE; Fundação Seade.

GRÁFICO 2. Taxas Anuais de Crescimento do Valor AdicionadoPolo de Araçatuba, 2002-2005

Este polo se destaca pela sua especialização na pecuária de corte e juntamente com São José do Rio Preto e Presidente Prudente forma o maior centro produtor de bovinos do Estado de São Paulo e um dos maiores do país. O desenvolvimento dessa atividade permitiu que outros segmentos ligados a essa cadeia produtiva fossem desenvolvidos e atraíssem algumas empresas de grande porte para a região.

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O setor agrícola desenvolvido na região tem ênfase na produção de alimentos com destaque para a produção de grãos, principalmente soja, além do destaque para o setor sucroalcooleiro. A economia também foi dinamizada pela agroindústria oleaginosa (mamona, amendoim e algodão) e de alimentos e matérias-primas (milho e fi bras de algodão). É um dos principais centros agropecuários do país.

As atividades terciárias também são importantes, sobretudo no município-sede, que concentra os centros de compras de maior porte, os serviços médicos e educacionais mais importantes e a prestação de serviços mais sofi sticados.

Observando-se a composição do valor adicionado do Polo de Araçatuba por município, nota-se que a cidade de Presidente Prudente era responsável por 33% do VA do polo no ano de 2005, percentual bastante próximo daquele que representa a população da cidade em relação ao Polo (34%).

GRÁFICO 3. Composição do Valor Adicionado e da população, segundo municípiosPolo de Araçatuba, 2005

Fonte: Fundação Seade.

Em seguida, aparece a cidade de Birigui que, detém 17,4% da população do polo é responsável por 20% do valor adicionado. Em Penápolís e Guararapes, entretanto, a participação

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do valor adicionado no polo é maior que a participação da população (Gráfi co 3).Com relação ao mercado de trabalho no Polo de Araçatuba, os dados do Censo Demográfi co

2000 ajudam a entender a dinâmica desse mercado (Tabela 3). Um primeiro dado que chama atenção é a elevada participação da cidade de Araçatuba tanto no que se refere à PIA quando ao que se refere à PEA, com uma participação de 34,6% e 35,3%, respectivamente. Essa elevada participação era de se esperar visto que este município é o mais populoso do polo e representa o polo dinâmico da região. A participação dos demais municípios na composição da PIA e da PEA é bastante inferior estando bem distribuída entre eles.

TABELA 3. Participação dos municípios, segundo indicadores de mercado de trabalho e taxas de desempregoPolo de Araçatuba, 2000

PIA PEA Taxa de Desemprego

Polo de Araçatuba 100,0 100,0 11,5

Alto Alegre 0,9 0,8 8,4

Araçatuba 34,6 35,3 15,0

Auriflama 2,7 2,8 10,9

Avanhandava 1,7 1,5 18,6

Barbosa 1,1 1,1 8,0

Bento de Abreu 0,5 0,5 9,6

Bilac 1,3 1,3 9,6

Birigui 19,3 20,6 7,0

Braúna 0,9 0,9 4,7

Brejo Alegre 0,4 0,4 11,4

Buritama 2,7 2,7 11,8

Clementina 1,1 1,1 9,5

Coroados 0,9 0,9 7,3

Gabriel Monteiro 0,6 0,6 6,4

Gastão Vidigal 0,7 0,7 10,3

General Salgado 2,1 1,9 9,0

Glicério 0,9 0,8 12,6

Guararapes 5,8 5,5 12,9

Guzolândia 0,8 0,8 10,8

Lourdes 0,4 0,4 10,3

Luiziânia 0,8 0,8 7,2

Nova Castilho 0,2 0,1 15,3

Nova Luzitânia 0,6 0,5 5,4

Penápolis 11,2 10,9 11,2

Piacatu 0,9 0,9 5,3

Rubiácea 0,5 0,4 8,2

Santo António do Aracanguá 1,3 1,3 14,7

Santópolis do Aguapeí 0,7 0,7 5,3

São João de Iracema 0,3 0,3 5,0

Turiúba 0,4 0,4 4,4

Valparaíso 3,5 3,1 13,5

Fonte: Censo Demográfi co 2000, FIBGE. Microdados. Sociais. NEPP/NEPO/UNICAMP-FINEP.

No que se refere à taxa de desemprego, nota-se que a região como um todo apresenta uma média de desemprego de 11,5%, taxa bastante inferior àquela encontrada para a Região Metropolitana de São Paulo (19,6%). O município de Araçatuba encontra-se acima da média do Polo tendo uma taxa de desemprego de 15%. A maior taxa de desemprego é encontrada no município de Nova Castilho, com 15,3% e a menor é encontrada na cidade de Turiúba com

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apenas 5,0% de desemprego. As taxas de desemprego dos municípios do Polo de Araçatuba não são tão elevadas quanto para outros municípios do Estado, com algumas poucas exceções. Em algumas cidades a taxa de desemprego é bastante pequena, não se mostrando como um problema para a sociedade. Entretanto, é interessante notar a enorme diferença existente entre as taxas de desemprego dos diversos municípios.

Nota-se que a questão do emprego deve ser tratada de forma diferenciada para os municípios em questão. Uma política de emprego para o polo como um todo pode não ser tão efi ciente quanto uma voltada para cada município, ou conjunto de municípios com características mais próximas.

Observando-se a taxa de formalização, o Polo de Presidente Prudente apresenta uma taxa de 63,8%, portanto, mais da metade dos ocupados possuem carteira assinada e/ou contribuem para a previdência. Essa taxa varia para cada município e para cada decil de renda. Nota-se que quanto mais elevado o decil de renda, maior a taxa de formalização (Tabela 4).

TABELA 4. Taxa de Formalização segundo Municípios e Intervalos decílicos de Renda DomiciliarPolo de Araçatuba, 2000

1° 2° 3° 4° 5° 6° 7° 8° 9° 10° Total

Polo de Araçatuba 42,6 55,3 58,0 64,7 65,7 66,8 68,8 70,7 73,6 75,7 63,8

Alto Alegre 34,3 60,5 65,6 51,7 67,3 58,0 70,8 19,1 70,0 39,4 54,2

Araçatuba 40,3 55,4 53,1 61,3 62,0 64,0 69,1 71,0 74,6 75,8 63,9

Auriflama 28,5 43,5 50,5 46,4 57,2 46,5 50,1 61,0 60,1 82,3 48,7

Avanhandava 63,9 68,2 71,7 66,9 62,5 74,5 63,4 67,7 79,2 88,9 68,6

Barbosa 41,8 42,2 48,1 64,9 43,8 58,5 53,0 54,3 91,7 56,5 50,6

Bento de Abreu 63,0 80,0 71,1 63,1 58,1 67,9 74,4 100,0 100,0 72,5 69,2

Bilac 45,4 49,1 53,5 67,5 60,4 72,9 73,1 62,8 63,2 88,4 62,8

Birigui 55,4 65,1 70,2 75,3 73,5 76,5 72,9 75,4 71,8 76,0 72,6

Braúna 29,3 57,8 49,0 50,3 50,4 41,9 48,7 64,8 70,8 83,9 52,2

Brejo Alegre 45,9 44,0 65,6 73,1 63,4 84,9 67,5 100,0 67,4 34,6 62,0

Buritama 31,8 41,2 43,5 47,4 51,2 53,4 61,3 66,9 66,9 61,1 49,4

Clementina 31,6 59,6 64,1 63,5 76,1 59,6 73,9 84,9 74,0 100,0 63,8

Coroados 59,7 58,8 68,2 61,1 70,7 64,3 58,6 85,4 61,3 54,3 65,0

Gabriel Monteiro 31,2 46,5 47,2 60,7 58,7 65,1 75,5 72,1 55,5 33,8 56,1

Gastão Vidigal 34,7 39,8 48,5 67,8 49,1 53,1 47,8 56,8 77,0 100,0 51,4

General Salgado 44,5 48,0 49,2 73,5 64,6 58,8 63,1 52,6 62,2 87,6 57,2

Glicério 46,6 53,3 55,0 54,1 59,0 58,6 63,4 67,9 81,9 48,6 56,6

Guararapes 34,2 53,3 49,8 61,0 60,4 68,2 62,6 57,4 77,3 63,2 56,9

Guzolândia 24,5 54,8 56,9 45,5 66,4 43,5 64,5 69,5 83,5 33,3 50,4

Lourdes 28,2 39,1 54,8 33,8 71,8 59,4 50,0 63,4 100,0 16,9 43,3

Luiziânia 34,2 45,2 58,4 55,9 53,7 53,5 64,7 51,2 63,5 58,7 51,4

Nova Castilho 77,8 87,7 77,6 89,7 61,0 43,2 100,0 68,6 - - 75,9

Nova Luzitânia 35,7 40,8 57,4 49,7 80,7 82,3 60,1 80,3 55,1 62,9 58,7

Penápolis 47,2 53,8 57,5 64,3 68,5 63,1 72,9 73,4 79,4 80,7 65,2

Piacatu 30,2 42,7 59,2 40,9 52,4 56,3 70,4 51,0 61,1 73,4 49,9

Rubiácea 53,0 57,1 52,4 75,2 79,7 80,6 40,8 68,4 30,9 52,5 60,4

Santo António do Aracanguá 53,0 65,5 59,8 73,7 74,2 63,5 67,4 69,3 69,6 55,7 65,5

Santópolis do Aguapeí 31,5 53,6 51,5 64,6 55,7 62,3 40,7 64,1 84,2 21,3 51,8

São João de Iracema 37,4 43,5 64,1 42,5 91,4 45,1 49,8 89,2 100,0 71,7 53,0

Turiúba 49,4 53,8 60,0 56,2 72,4 45,8 62,1 100,0 69,5 45,1 58,5

Valparaíso 58,2 67,6 68,1 69,0 75,5 76,1 79,2 69,1 80,6 89,9 71,5

Fonte: Censo Demográfi co 2000, FIBGE.

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A cidade de Nova Castilho é a que apresenta melhor taxa de formalização sendo esta próxima a 76%. Já o município de Aurifl ama apresenta uma taxa de formalização de apenas 48,7% sendo a menor do polo. O município de Araçatuba, por sua vez, registra uma taxa de formalização bastante parecida com aquela registrada para o polo, 63,9%.

Já quanto à taxa de assalariamento, isto é, o número de ocupados assalariados sobre o total de ocupados, o polo apresenta uma taxa um pouco acima de 66%. Novamente verifi cam-se taxas diferentes tanto para cada município quanto por estrato de decil, mas não se verifi ca nenhuma tendência dentro dos estratos (Tabela 5).

TABELA 5. Taxa de Assalariamento segundo Municípios e Decis de Renda Domiciliar

Polo de Araçatuba, 2000

1° 2° 3° 4° 5° 6° 7° 8° 9° 10° Total

Polo de Araçatuba 61,8 67,3 66,7 71,9 70,8 68,7 69,8 67,0 60,6 48,8 66,2

Alto Alegre 61,7 70,3 80,7 76,1 68,6 48,1 78,7 13,6 66,3 42,3 67,0

Araçatuba 47,3 60,6 58,5 64,5 64,5 61,0 67,3 68,6 60,0 48,8 60,6

Auriflama 63,8 66,3 65,9 64,5 74,6 65,9 61,2 54,4 52,0 36,9 63,5

Avanhandava 78,4 80,8 71,0 68,3 65,2 80,3 69,0 73,8 66,1 19,7 71,6

Barbosa 67,3 77,4 73,0 82,0 63,6 66,5 51,0 70,2 78,3 28,2 69,8

Bento de Abreu 87,5 83,2 73,9 83,2 82,3 73,8 81,4 71,0 - 55,0 78,7

Bilac 57,6 55,9 57,9 78,6 68,0 79,9 66,6 67,7 66,2 65,0 67,1

Birigui 61,8 74,0 74,6 79,5 75,5 77,2 75,8 71,2 62,6 48,5 72,5

Braúna 44,5 66,0 51,5 60,9 65,5 37,2 43,6 65,4 49,5 52,2 54,8

Brejo Alegre 56,2 60,4 76,8 76,0 71,7 81,9 53,3 - 53,8 82,7 68,0

Buritama 62,1 68,1 70,0 72,2 65,6 65,8 69,1 58,8 61,7 - 65,3

Clementina 67,6 70,9 86,5 81,3 72,9 63,4 77,7 68,8 43,6 63,2 73,9

Coroados 62,2 77,7 71,1 64,3 79,0 76,9 78,1 70,6 66,3 21,9 69,6

Gabriel Monteiro 59,4 80,3 57,3 75,6 69,7 65,6 80,4 73,5 46,0 32,5 67,0

Gastão Vidigal 74,9 60,2 66,6 73,0 68,3 48,9 80,7 44,4 66,7 47,2 63,6

General Salgado 70,8 71,3 61,1 74,7 87,4 67,6 65,4 66,8 56,4 54,9 68,2

Glicério 60,4 67,0 59,4 71,7 75,5 69,5 67,2 57,8 51,6 44,8 64,5

Guararapes 67,3 67,3 58,8 71,5 70,1 73,1 65,6 50,0 56,8 58,8 65,4

Guzolândia 64,7 70,4 70,9 62,1 86,4 63,5 69,1 75,8 52,4 - 68,8

Lourdes 73,3 61,9 86,0 67,7 59,6 72,4 50,0 55,7 100,0 16,9 70,7

Luiziânia 66,7 75,2 71,0 79,5 78,3 84,1 60,4 45,3 33,9 26,4 68,8

Nova Castilho 90,2 83,5 100,0 65,2 55,6 85,2 50,0 42,1 - - 73,7

Nova Luzitânia 80,6 65,5 72,6 76,8 79,9 73,7 64,1 64,9 16,1 62,9 70,7

Penápolis 62,4 62,8 66,1 67,9 69,5 66,4 69,5 66,9 60,8 49,3 64,8

Piacatu 57,6 71,7 81,6 84,2 72,4 54,5 46,6 41,4 61,6 24,3 66,8

Rubiácea 75,3 71,3 68,2 97,0 87,2 93,1 82,0 65,2 57,5 28,3 77,0

Santo António do Aracanguá 78,0 71,6 78,9 83,5 77,8 62,3 76,4 68,1 65,6 44,0 73,8

Santópolis do Aguapeí 83,0 79,9 87,9 92,0 79,5 77,8 94,1 64,1 46,7 50,5 82,9

São João de Iracema 50,2 51,6 45,4 57,8 72,9 60,9 14,4 56,3 100,0 29,4 51,5

Turiúba 78,0 71,2 76,0 72,9 95,5 69,4 66,0 60,9 66,8 57,6 74,3

Valparaíso 80,3 77,1 71,8 67,9 86,5 87,3 81,8 65,0 75,7 66,0 76,5

Fonte: Censo Demográfi co 2000, IBGE. (1) Assalariados, exclusive o emprego doméstico, no total da população ocupada.

O município de Araçatuba apresenta uma taxa de assalariamento inferior àquela verifi cada para o polo, 60,6%. Já a maior taxa de assalariamento é encontrada no município de Bento de Abreu, com 78,7% e a menor para São João de Iracema com apenas 51,5%. Novamente pode-se notar como são diferentes os municípios dentro de um mesmo polo.

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POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE ARAÇATUBA

Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4

Quanto aos rendimentos, o Polo de Araçatuba apresenta um rendimento médio de apenas R$ 609,00, bastante inferior ao verifi cado para a Região Metropolitana de São Paulo, por exemplo, que era de R$ 1.028,00 (Gráfi co 4).

Fonte: FIBGE, Censo Dermográfi co

2000.

GRÁFICO 4. Rendimento médioPolo de Araçatuba, 2000

O município de Araçatuba é o que apresenta maior rendimento médio dentro do polo, sendo este de R$ 756,00, ainda assim bastante inferior que o rendimento médio da Região Metropolitana de São Paulo.

O menor rendimento é encontrado nos município de Santópolis de Aguapeí e Guzolândia sendo de apenas R$ 313,00.

Ainda em relação aos rendimentos, torna-se interessante compará-los com o salário médio. Rendimentos são entendidos aqui como o total da renda proveniente do trabalho de todos os ocupados, já o salário é a renda advindo do emprego assalariado (Tabela 6).

Nota-se, para o Polo de Araçatuba, o rendimento médio é superior ao salário médio. Entretanto, olhando-se os municípios, nota-se que ora o rendimento médio é superior e ora o salário médio é superior, variando bastante entre os municípios.

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Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4158

POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE ARAÇATUBA

Fonte: Censo Demográfi co 2000, IBGE. (1) Os dados sobre rendimentos têm como fonte o Censo Demográfi co e aqueles de salários a Relação Anual de Informações Sociais.

TABELA 6. Indicadores de Rendimento Médio, Salário Médio, Massa Total de rendimentos e Massa Total de Salários Polo de Araçatuba, 2000–2005

2000 Crescimento anual do

Salário Médio Real 2000-

2005

2000 Crescimento anual do

Salário Médio Real 2000-

2005

Rendimento Médio

Salário Médio

Salário Médio / Rendimento

Médio

Massa Total de

Rendimentos

Massa Total de Salários

Massa Total de Salários /

Massa Total de Rendimentos

Polo de Araçatuba 609 499 82,0 0,1 131.128.662 43.943.398 33,5 3,9

Alto Alegre 398 419 105,2 4,7 671.028 205.603 30,6 2,0

Araçatuba 756 605 80,1 -0,1 55.206.144 17.736.532 32,1 3,0

Auriflama 468 319 83,5 -1,7 2.906.748 827.104 28,5 1,2

Avanhandava 474 463 97,7 -0,2 1.467.030 410.660 28,0 3,5

Barbosa 371 394 106,2 -1,3 895.965 185.622 20,7 7,3

Bento de Abreu 386 538 139,3 1,7 398.352 329.577 82,7 13,6

Bilac 468 429 91,7 -0,7 1.364.220 396.062 29,0 6,0

Birigui 606 404 66,7 0,6 28.298.988 11.529.872 40,7 2,8

Braúna 452 395 87,3 5,2 838.912 110.155 13,1 36,1

Brejo Alegre 373 493 132,3 -2,9 321.153 181.586 56,5 -15,4

Buritama 501 543 108,4 -3,2 2.878.746 804.325 27,9 0,5

Clementina 345 471 136,5 1,4 850.080 390.312 45,9 4,6

Coroados 458 410 89,5 3,6 872.490 303.772 34,8 1,7

Gabriel Monteiro 368 348 94,5 -0,1 479.872 306.589 63,9 2,8

Gastão Vidigal 437 440 100,7 0,3 691.771 113.544 16,4 5,2

General Salgado 540 535 99,1 -1,5 2.240.460 592.661 26,5 2,1

Glicério 422 405 96,0 -0,1 731.748 213.034 29,1 7,8

Guararapes 517 516 99,7 0,6 6.093.879 1.903.180 31,2 5,2

Guzolândia 313 409 130,8 0,1 504.556 104.787 20,8 2,2

Lourdes 330 509 154,2 -1,4 282.810 80.419 28,4 0,8

Luiziânia 382 458 119,8 -0,4 669.264 120.823 18,1 4,5

Nova Castilho 377 469 124,3 -3,4 99.151 60.919 61,4 5,2

Nova Luzitânia 439 498 113,5 0,1 500.021 73.272 14,7 7,7

Penápolis 623 500 80,3 -0,4 14.609.973 4.541.226 31,1 4,4

Piacatu 409 438 107,0 -3,0 833.133 162.352 19,5 6,0

Rubiácea 436 550 126,2 -1,1 397.632 107.285 27,0 2,7

Santo António do Aracanguá

443 620 139,8 -2,3 1.185.468 705.002 59,5 12,1

Santópolis do Aguapeí

313 453 144,8 -2,2 471.065 132.788 28,2 2,7

São João de Iracema

647 495 76,6 -1,7 445.783 75.798 17,0 5,8

Turiúba 382 454 119,0 -1,9 315.150 105.876 33,6 2,8

Valparaíso 514 547 106,4 -0,1 3.667.390 1.132.662 30,9 12,2

Percebe-se também que entre os anos 2000 e 2005 o salário médio manteve-se praticamente estável com um crescimento quase nulo de 0,1% ao ano. Vários foram os municípios que tiveram perdas reais ao longo do período. Nova Castilho, por exemplo, teve uma perda anual de 1,7% nos salários médios.

Quando se compara a massa salarial, entretanto, nota-se que houve crescimento para todos os municípios o que indica que, apesar da renda ter declinado, o emprego cresceu. Apenas Brejo Alegre é exceção nesse caso, tendo a massa de salário reclinado mais de 15% ao ano.

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POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE ARAÇATUBA

Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4

Com relação à estrutura de empregos por setor de atividade (Tabela 7), nota-se que a maior parte da população do Polo de Araçatuba (34,9%) trabalha na Indústria da Transformação. Em seguida vem o setor de Serviços com (20,4%) e Comércio com (19,7%). Serviços Públicos e Construção Civil possuem uma participação muito pequena.

A cidade de Araçatuba possui grande parte de sua população empregada (34,8%) trabalhando no setor de Serviços, diferente do que ocorre no Polo como um todo onde maior parte da população está empregada na Indústria. Em seguida vem o setor de Comércio com 28,5% dos empregados e apenas em terceiro lugar vem a Indústria da transformação com 16% dos empregados no ano de 2005. A cidade de Gabriel Monteiro chama atenção devido ao fato de três quartos de seus empregados no ano de 2005 estarem no setor da Indústria da Transformação. Em seguida vem a Administração Pública com 14% e o restante dos ocupados se encontra no setor de Comércio e Serviços.

(continua)

TABELA 7. Estrutura e crescimento anual do número de trabalhadores do Mercado de trabalho formal, segundo municípios e setores de atividadesPolo de Araçatuba, 2005

Estrutura de emprego, 2005

Indústria da transformação

Serviços Ind. De Util.

Pública

Construção Civil

Comércio ServiçosAdministração

Pública

Agropecuária. Extração Vegetal

Total

Polo de Araçatuba 34,9 1,0 1,5 19,7 20,4 13,5 9,1 100,0

Alto Alegre 22,1 0,7 - 5,1 5,1 40,7 26,3 100,0

Araçatuba 16,1 1,6 2,6 28,5 34,8 11,1 5,2 100,0

Auriflama 45,6 0,5 1,5 16,6 10,9 17,0 7,9 100,0

Avanhandava 18,4 - - 15,2 9,7 32,6 24,2 100,0

Barbosa 47,5 - - 6,5 5,5 30,9 9,6 100,0

Bento de Abreu 19,6 0,2 - 3,3 2,6 17,5 56,8 100,0

Bilac 41,8 - - 21,8 11,9 16,6 7,9 100,0

Birigui 60,7 0,1 1,1 14,9 13,1 8,2 2,0 100,0

Braúna 2,0 1,2 1,5 6,6 1,9 18,9 67,9 100,0

Brejo Alegre - - 0,5 10,3 2,7 80,0 6,5 100,0

Buritama 14,6 1,2 6,2 21,3 20,4 26,5 9,8 100,0

Clementina 46,8 - 0,5 10,5 17,1 18,9 6,1 100,0

Coroados 32,8 0,4 - 7,9 6,7 25,8 26,4 100,0

Gabriel Monteiro 74,2 - - 5,0 1,4 14,2 5,2 100,0

Gastão Vidigal 7,0 0,6 0,3 12,8 7,3 47,0 25,0 100,0

General Salgado 16,5 0,5 0,6 20,4 19,7 25,9 16,5 100,0

Glicério 38,0 - - 5,9 5,2 25,6 25,3 100,0

Guararapes 23,9 0,1 0,0 18,3 15,8 13,1 28,7 100,0

Guzolândia 2,5 0,7 - 3,5 4,2 49,8 39,2 100,0

Lourdes - 0,6 - 5,7 6,8 70,5 16,5 100,0

Luiziânia 9,0 0,9 - 11,0 9,3 45,1 24,8 100,0

Nova Castilho - - - 1,0 - 75,4 23,6 100,0

Nova Luzitânia - 0,9 0,9 10,4 8,0 67,5 12,3 100,0

Penápolis 35,4 2,9 1,0 22,9 21,2 9,9 6,6 100,0

Piacatu 27,0 1,0 0,2 13,9 8,7 30,8 18,4 100,0

Rubiácea 0,8 0,4 - 2,5 4,7 53,8 37,7 100,0

Santo António do Aracanguá 24,8 - 0,2 8,6 1,1 23,7 41,6 100,0

Santópolis do Aguapeí 7,5 1,9 - 12,6 9,1 53,6 15,3 100,0

São João de Iracema 2,7 - - 4,1 2,3 64,7 26,2 100,0

Turiúba 10,2 1,0 - 3,4 2,4 56,9 26,1 100,0

Valparaíso 38,6 0,1 0,3 13,4 17,3 16,3 14,0 100,0

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Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4160

POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE ARAÇATUBA

Observando-se ainda a estrutura de emprego, mas em relação ao emprego gerado entre os anos de 2000 e 2005, nota-se que o setor que mais contribuiu para o crescimento do emprego no período para o polo foi o de Comércio com um crescimento anual superior a 8%. O setor que ainda hoje possui a maior parte dos postos de trabalho, ou seja, a Indústria da Transformação, contribuiu no período com um crescimento anual de apenas 2% no emprego, o que indica que a tendência desse setor é perder participação relativa dentro dos próximos anos.

A construção civil, por sua vez, foi o setor que apresentou menor crescimento do emprego, tendo um crescimento negativo anual de 6,9%, ou seja, deixou de contratar e demitiu um volume expressivo de empregados.

Crescimento anual, 2000-2005

Polo de Araçatuba 2,0 2,9 (6,9) 8,3 4,0 4,4 3,7 3,8

Alto Alegre (11,7) - - 4,1 1,9 3,0 (1,5) (2,6)

Araçatuba (0,4) 5,7 (5,8) 6,1 3,5 5,9 (0,9) 3,2

Auriflama 3,1 - (24,3) 9,9 4,1 2,3 4,7 3,0

Avanhandava (7,0) - - 27,0 12,2 8,8 (1,0) 3,8

Barbosa 13,2 - - 8,2 9,3 4,1 4,0 8,5

Bento de Abreu 3,7 14,9 - 14,2 9,2 4,7 19,0 11,7

Bilac 8,2 - - 8,9 10,2 0,3 5,9 6,8

Birigui 0,2 11,5 (8,5) 11,6 6,7 1,6 (1,7) 2,2

Braúna 4,6 43,1 - 18,2 (12,5) 5,4 70,2 29,3

Brejo Alegre - - - 16,1 (54,6) 8,8 24,6 (12,9)

Buritama (1,1) (4,2) (26,2) 2,7 8,7 (0,1) 12,7 3,8

Clementina 6,7 - - 16,3 12,6 1,6 (21,1) 3,1

Coroados 6,3 (5,6) (100,0) 3,3 (25,3) 1,9 1,9 (1,9)

Gabriel Monteiro 2,5 (100,0) - 35,9 (5,9) (0,3) 6,3 2,9

Gastão Vidigal (10,0) (7,8) - 30,7 13,0 3,6 5,4 4,9

General Salgado 1,2 - 51,6 15,0 4,7 (0,9) 2,3 3,7

Glicério 17,5 - (100,0) 14,9 11,1 (0,2) 9,3 8,3

Guararapes (0,3) 3,7 14,9 6,2 6,4 1,2 9,5 4,5

Guzolândia (8,6) - (100,0) 7,4 3,7 0,9 6,2 2,0

Lourdes (100,0) - - 14,9 11,4 3,6 (1,9) 2,2

Luiziânia 13,4 - - 12,0 (9,8) 4,4 10,7 4,9

Nova Castilho - - - - (100,0) 7,4 16,4 8,9

Nova Luzitânia - - - 25,7 4,0 4,1 30,0 7,6

Penápolis 6,3 1,3 (12,4) 9,3 4,3 1,8 (1,7) 4,8

Piacatu 23,2 3,7 - 10,3 7,4 5,4 3,3 9,2

Rubiácea - (19,7) - 8,4 6,6 7,1 (0,2) 3,9

Santo António do Aracanguá 25,0 - (23,2) 31,4 29,0 14,9 9,4 15,0

Santópolis do Aguapeí 56,3 - (100,0) 15,4 4,0 0,3 10,9 4,9

São João de Iracema 24,6 - - 24,6 38,0 6,0 7,7 7,6

Turiúba 38,0 8,4 - (7,8) - 3,9 3,8 4,8

Valparaíso 35,0 (35,3) 17,1 10,0 4,0 137,4 (9,6) 12,3

Fonte: Relação Anual de informações Sociais 2000 e 2005. Microdados.

(continuação)

Page 162: V04 Polos Regionais Bauru, São José do Rio Preto, Araçatuba e Presidente Prudente

161

POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE ARAÇATUBA

Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4

Dinâmica demográfi ca regional no Polo de Araçatuba

A Região de Governo (RG) de Araçatuba está localizada na parte oeste do Estado de São Paulo, abrangendo trinta e um municípios. Limita-se à oeste com a RG de Andradina; à sudeste com as RGs Lins e São José do Rio Preto; à noroeste com a RG de Votuporanga; ao norte com as RGs de Fernandópolis e Jales; e ao sul com as RGs de Tupã e Andradina.

A sua ocupação inicial se deu em função da ampliação da fronteira agrícola cafeeira, que impulsionou o desenvolvimento de uma infra-estrutura viária avançada e criou condições para que a região se integrasse ao processo produtivo estadual (Cano, 1988). O seu povoamento efetivo está ligado ao avanço da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, no início do século XX, que ligou Bauru às barrancas do rio Paraná. Essa ferrovia liga o Estado de São Paulo ao Estado de Mato Grosso do Sul, que interliga o Brasil com os seguintes países da América do Sul: Bolívia, Paraguai, Peru, Argentina e Chile (Vasconcelos, 1992a).

Entre 1920 e 1950, a região foi favorecida pelo avanço das atividades agrícolas e pecuárias, confi rmando-se um acréscimo populacional representativo. Nesse período, notadamente na década de 30, o município de Araçatuba passou a confi gurar-se como polo de atração regional. Além da integração ferroviária, a Região benefi ciou-se da implantação da rede de estradas de rodagem com a construção do trecho Bauru-Araçatuba entre 1940/49 (Vasconcelos, 1992a).

A pujança regional desse período expressou-se no número de municípios criados até os anos 50. Dos 31 municípios que hoje compõem a Região, 12 foram desmembrados entre 1920 e 1950 (Figura 1).

FIGURA 1. Desmembramentos de MunicípiosRegião de Governo de Araçatuba, 1921-2000

Fonte: Fundação Seade (1980) e; Siqueira (2003).

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Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4162

POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE ARAÇATUBA

De uma economia originariamente voltada para a produção cafeeira, a Região de Governo de Araçatuba passou a contar com uma pecuária signifi cativamente crescente. A vulnerabilidade do café no mercado internacional, o seu declínio, a proximidade à áreas tipicamente criadoras (Mato Grosso) e a disponibilidade de terras adequadas à pastagem foram fatores que defi niram a introdução e consolidação da Região como áreas de pastagens: dessa forma, passou-se ao ciclo da pecuária (Vasconcelos, 1992a).

Segundo Vasconcelos (1992a), a passagem da lavoura para pecuária provocou um impacto signifi cativo sobre o comportamento da população regional. A erradicação do café dispensou um grande contingente de trabalhadores do campo. Ao mesmo tempo, o acelerado processo de pecuarização se caracterizou por absorver um número restrito de mão de obra; parcela signifi cativa da força de trabalho regional do campo dirigiu-se aos centros urbanos do Estado.

No fi nal da década de 70, no entanto, a Região começou a apresentar relativo crescimento econômico com a implantação do Proálcool, que culminou com a destinação de grandes faixas de terra para o plantio da cana-de-açúcar e instalação de destilarias de álcool e usinas de açúcar. Em 1991, a Região de Governo de Araçatuba ocupava o 16º lugar em produção de açúcar no Estado de São Paulo. Esse processo de dinamização da economia incluiu também a introdução de novas e diferenciadas ofertas de emprego para a força de trabalho regional, com efeitos sobre a dinâmica populacional da Região (Vidal e Baeninger, 1994). A execução das obras da hidrovia Tietê/Paraná e a duplicação da Rodovia Marechal Rondon reafi rmam as condições favoráveis de localização geográfi ca da Região.

Evolução da população

O Polo Regional de Araçatuba sofreu, de maneira acentuada, os efeitos do esvaziamento populacional, através do seu êxodo rural, a partir dos anos 50. A primeira metade deste século ainda foi caracterizada por um moderado acréscimo populacional na Região, em função da abertura de novos espaços econômicos rurais, impulsionado pelo avanço das atividades agrícolas e pecuárias.

No período 1940/50, a taxa de crescimento populacional do polo de Araçatuba era bastante próxima à taxa registrada para o conjunto do Estado: 2,01% a.a. e 2,44% a.a., respectivamente. A participação relativa da população dessa região no Estado chegava a representar 3,24% do total populacional em 1940, e 3,11% em 1950 (Tabela 8).

Na verdade, os anos 40 marcaram o processo de ocupação regional, com elevadas taxas de crescimento urbano: 4,81% a.a., no período 1940/50, e 4,96% a.a., nos anos 50 (Tabela 9). Esse crescimento urbano refl etiu a instalação de uma infra-estrutura viária que garantiu ao polo de Araçatuba a posição de centro abastecedor das áreas cafeeiras vizinhas, contribuindo, como já apontado, para o surgimento de novas vilas e cidades.

A partir dos anos 50, no entanto, o declínio do café ocasionado pela exaustão do solo e a vulnerabilidade do produto no comércio exterior, trouxe mudanças signifi cativas para o polo de de Araçatuba (SEPLAN, 1972). O Polo, que já utilizava suas terras para engorda da pecuária extensiva do Mato Grosso, passou a se dedicar à pecuária de corte.

Nesse contexto, entre 1960 e 1970, o polo obteve um aumento populacional absoluto inferior a 10 mil habitantes, sendo que sua taxa de crescimento populacional que era de 1,65% a.a. entre 1950/60, passou a ser de 0,29% a.a. entre 1960/70. Nesses mesmos períodos, as taxas de crescimento do Estado eram superiores a 3% a.a. As taxas de crescimento da população rural,

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Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4

que já no período 1950/60 havia se mostrado negativa (-0,06% a.a.), elevaram-se para -3,67% a.a., entre 1960/70, e -4,66% a.a., no período 1970/80. A partir dos anos 70, no entanto, o polo começou a ensaiar um movimento de retomada em seu ritmo de crescimento populacional, passando a registrar taxas de 0,66% a.a., entre 1970/80, e 1,70% a.a, entre 1980/91; taxas, contudo, ainda bem abaixo da média estadual (3,49% a.a. e 2,12% a.a., respectivamente).

Fonte: Fundação IBGE. Censos Demográfi cos de 1940 a 2000; Fundação SEADE. Projeção

populacional de 2007.

TABELA 8. Evolução da População TotalPolo de Araçatuba e Estado de São Paulo, 1940/2007

Ano RG de Araçatuba Estado de São PauloDist. Relat. RG/ESP

(%)Taxas de crescimento (% a.a.)

Polo de Araçatuba Estado de S. Paulo1940 232.594 7.180.316 3,24

2,01 2,441950 283.834 9.134.423 3,11

1,65 3,461960 344.322 12.829.806 2,61

0,29 3,311970 344.265 17.771.948 1,94

0,66 3,491980 367.583 25.040.712 1,47

1,70 2,121991 441.422 31.436.273 1,40

1,25 1,822000 494.098 36.974.378 1,33

1,01 1,502007 529.366 41.029.414 1,29

TABELA 9. Taxas de crescimento da População Total, Urbana e RuralPolo regional de Araçatuba, 1940/2007

PeríodoTaxas de Crescimento (% a.a.)

Urbana Rural Total

1940/50 4,81 1,06 2,01

1950/60 4,96 -0,06 1,65

1960/70 4,37 -3,67 0,29

1970/80 3,15 -4,66 0,66

1980/91 2,90 -3,77 1,70

1991/2000 1,81 -3,52 1,25

2000/2007 1,29 -2,53 1,01

Fonte: FIBGE. Censos

Demográfi cos de 1940 a

2000; Fundação SEADE. Projeção populacional de

2007.

Com relação ao período recente, as taxas de crescimento da população que se mostravam em ascensão nos anos 70 e 80, a partir da década de 90, voltam a declinar: de 1,7% a.a. entre 1980/91, para 1,25% a.a., entre 1991/2000, e 1,01% a.a., no período 2000/2007.

No tocante à participação relativa da população da Região na população estadual, ao polo de Araçatuba representa, em 2007, 1,29% do total de população do Estado, o que demonstra um declínio crescente de seu peso populacional no conjunto da população do Estado de São Paulo.

Com referência às taxas de crescimento da população rural e urbana, para os anos 90 e 2000, o êxodo rural continua bastante evidente. A zona rural apresenta uma perda populacional de -3,52% a.a., entre 1991/2000, e -2,53% a.a., entre 2000/2007. Tais dados contrastam-se com

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POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE ARAÇATUBA

a evolução da população urbana: 1,81% a.a., no período 1991/2000, e 1,29% a.a., entre 2000 e 2007.

A introdução da cana-de-açúcar no polo, nos anos 70, contribuiu também para a expansão dos demais setores da economia, absorvendo parte da mão-de-obra local. Em 1980, a População Economicamente Ativa (PEA) regional concentrava-se no setor terciário (43,3%), seguido pelo setor primário (31,4%) e pelo secundário (25,3%). O elevado percentual no setor terciário se deveu, por um lado, à maior concentração da população urbana e, por outro lado, ao desenvolvimento de uma infra-estrutura urbana mais desenvolvida no município-sede da Região, que se transformou num importante centro prestador de serviços e comércio na área (ERI/SEPLAN, 1990).

Dados da Fundação SEADE ilustram o desenvolvimento do comércio varejista e atacadista na RA de Araçatuba. Observa-se que o intervalo 1985/95 confi gura-se um período de retração do setor terciário. Em 1985, a Região possuía 4.077 estabelecimentos de comércio, os quais empregavam cerca de 18.000 pessoas. Em 1995, no entanto, esses números caem para 3.960 e 14.977, respectivamente, evidenciando um decréscimo de -0,29% a.a., no número de estabelecimentos comerciais e de -1,84% a.a. no total de pessoal ocupado.

TABELA 10. Número de Estabelecimentos do Comércio Varejista e Atacadista e Pessoal OcupadoRegião Administrativa de Araçatuba – 1985-2005

Áreas1985 1995 2005

Número estabelec.

Pessoal Ocupado

Pessoal/ Estabelec.

Número estabelec.

Pessoal Ocupado

Pessoal/ Estabelec.

Número estabelec.

Pessoal Ocupado

Pessoal/ Estabelec.

RA Araçatuba 4.077 18.026 4,4 3.960 14.977 3,8 6.629 26.837 4,0

Polo de Araçatuba 2.875 13.181 4,6 2.948 11.550 3,9 5.077 20.861 4,1

RG Andradina 1.202 4.845 4,0 1.012 3.427 3,4 1.552 5.976 3,9

Fonte: Fundação SEADE. Anuário Estatístico do Estado de São Paulo 1991 e Informações Municipais, 1995 e 2005.

O período 1995/2005, ao contrário, registrou taxas de crescimento comercial bastante signifi cativas, de modo a recuperar o ritmo de crescimento do setor. O número de estabelecimentos direcionados ao comércio aumentou em 5,29% a.a., o que corresponde a um acréscimo absoluto de mais de 2.600 unidades. Em se tratando de empregados no setor, o aumento foi de 6% a.a., ou seja, um incremento de 11.860 contratações.

No tocante à relação pessoal ocupado por unidade de comércio, entre 1985 e 2005, nota-se uma média de 3 a 4 funcionários por estabelecimento comercial. Vale ressaltar que, no ano de 1995, devido à retração na atividade comercial acima apontada, as médias de contratados por unidade de comércio foram as mais baixas desses vinte anos.

TABELA 11. Taxa de crescimento (% a.a.) de Estabelecimentos e Pessoal ocupado - Comércio Varejista e AtacadistaRegião Administrativa de Araçatuba, 1985-2005

Áreas1985-1995 1995-2005

Número estabelec. Pessoal Ocupado Número estabelec. Pessoal Ocupado

RA Araçatuba -0,29 -1,84 5,29 6,01

Polo de Araçatuba 0,25 -1,31 5,59 6,09

RG Andradina -1,71 -3,40 4,37 5,72

Fonte: Fundação SEADE. Anuário Estatístico do Estado de São Paulo e Informações Municipais, 1995 e 2000.

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POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE ARAÇATUBA

Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4

O setor secundário é constituído por pequenas empresas, com predomínio das indústrias tradicionais destacam-se a indústria alimentícia, as indústrias de vestuário, calçados e artigos de tecido.

A expansão mais signifi cativa do setor secundário coube, no entanto, ao intervalo 1995/2005, quando ambas as RGs de Araçatuba e Andradina apresentaram taxas positivas de crescimento da atividade industrial. O número de estabelecimentos da indústria de transformação cresceu em 2,98% a.a. (incremento absoluto de 452 unidades) e o total de empregados no setor aumentou em 4,22% a.a. (acréscimo de 15.024 contratações) (Tabelas 12 e 13).

TABELA 12. Número de Estabelecimentos da Indústria de Transformação e Pessoal OcupadoRegião Administrativa de Araçatuba, 1985-2005

Áreas1985 1995 2005

Número estabelec.

Pessoal Ocupado

Pessoal/ Estabelec.

Número estabelec.

Pessoal Ocupado

Pessoal/ Estabelec.

Número estabelec.

Pessoal Ocupado

Pessoal/ Estabelec.

RA Araçatuba 1.161 25.224 21,7 1.323 29.342 22,2 1.775 44.366 25,0

Polo de Araçatuba 920 21.794 23,7 1.120 25.948 23,2 1.552 38.105 24,6

RG Andradina 241 3.430 14,2 203 3.394 16,7 223 6.261 28,1

Comparando-se ao setor terciário, embora o número de estabelecimentos relacionados à indústria de transformação seja menor que o total de unidades de comércio, o montante de empregados naquele ramo é consideravelmente superior, o que refl ete numa quantia superior de pessoas contratadas por estabelecimento: na casa de 20 funcionários por unidade industrial.

Faz-se interessante ressaltar que, entre 1995/2005, devido à expansão do setor secundário na Região, o total de empregados na indústria – na RG de Andradina – cresceu em 6,31% a.a., ao passo que o número unidades industriais aumentou em apenas 0,94% a.a. Com isso, a relação pessoal/estabelecimento subiu de 16, em 1995, para 28, em 2005.

Fonte: Fundação SEADE. Anuário

Estatístico do Estado de São Paulo 1991 e.

Informações Municipais, 1995

e 2005.

Fonte: Fundação SEADE. Anuário

Estatístico do Estado de São Paulo 1991 e Informações

Municipais, 1995 e 2005.

TABELA 13. Taxa de crescimento (% a.a.) de Estabelecimentos e Pessoal ocupado - Indústria de TransformaçãoRegião Administrativa de Araçatuba, 1985-2005

Áreas1985-1995 1995-2005

Número estabelec. Pessoal Ocupado Número estabelec. Pessoal Ocupado

RA Araçatuba 1,31 1,52 2,98 4,22

Polo de Araçatuba 1,99 1,76 3,32 3,92

RG Andradina -1,70 -0,11 0,94 6,31

Quanto às atividades ligadas ao setor primário, a pecuária é bastante importante, sendo considerada uma das principais áreas de invernada do Estado. Essa atividade desenvolveu-se na Região, graças à sua proximidade com os Estados de Goiás e Mato Grosso – tradicionais criadores de gado. A existência de frigorífi cos de porte localizados na área e a política favorável à exportação do produto vêm se constituindo nos principais incentivos à expansão da pecuária regional.

Na Região de Governo de Araçatuba, a produção de álcool aumentou signifi cativamente entre 1985 e 1995: de 330 mil litros para 481 mil, o equivalente a um crescimento de 3,9% a.a. Entretanto, o ano de 2000 registrou uma produção bem abaixo do período anterior. Verifi ca-

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POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE ARAÇATUBA

se uma queda absoluta da quantidade de álcool produzida em mais de 117 mil litros e uma retração no crescimento da produção em -5,5% a.a., para o intervalo 1995/2000 (Tabela 14).

Fonte: FIBGE. Censos Econômicos de 1985 e Fundação SEADE. Anuário Estatístico do Estado de São Paulo, 1995.

TABELA 14. Produção de Álcool por tipo (em 1000 litros) e Tx crescimento (% a.a.)Região Administrativa e Polo de Araçatuba, 1985-2000

Áreas Produção de álcool (em 1000 litros) Tx crescimento (% a.a.)

1985 1990 1995 2000 1985-1995 1995-2000 1985-2000

RA Araçatuba

Anidro 64.607 38.053 69.242 205.382 0,7 24,3 8,02

Hidratado 321.573 372.681 468.984 227.004 3,8 -13,5 -2,29

Total 386.180 410.734 538.226 432.386 3,4 -4,3 0,76

RG Andradina

Anidro 5 - - 11.515 67,55

Hidratado 56.562 50.153 57.096 57.373 0,1 0,1 0,09

Total 56.577 50.153 57.096 68.888 0,1 3,8 1,32

Polo de Araçatuba

Anidro 64.602 38.053 69.242 193.867 0,7 22,9 7,60

Hidratado 265.006 322.528 411.888 169.631 4,5 -16,3 -2,93

Total 329.608 360.581 481.130 363.498 3,9 -5,5 0,65

Ao contrário do que se passou no Polo de Araçatuba, desde 1990 a RG de Andradina assistiu a um crescimento progressivo de sua produção alcooleira. Entre 1995 e 2000, a quantidade de álcool produzida aumentou de 57 milhões de litros para quase 69 milhões, o que corresponde a uma taxa de crescimento de 3,8% a.a. Vale destacar a expansão da produção de álcool anidro nessa RG, que subiu de 5 para mais de 11 milhões de litros, nesse mesmo período.

Apesar disso, em função da crise de produção no Polo de Araçatuba acima apontada, o conjunto da Região Administrativa registrou – ainda no período 1995/2000 – uma taxa de crescimento negativa em -4,3% a.a. na produção de álcool. Contudo, levando-se em consideração o intervalo 1985/2000, a produção alcooleira total da RA cresceu em 0,76% a.a.

Tendência do crescimento da população

O Polo Regional de Araçatuba concentrava, em 1991, 72% do total populacional da Região Administrativa (RA de Araçatuba), da qual faz parte, respondendo por 2,7 % da população do Interior do Estado de São Paulo. Em 2007, por sua vez, o polo passa a representar 74% da população da RA de Araçatuba, e 2,47% da população do Estado de São Paulo. A diminuição da participação relativa da Região no total populacional do Estado reporta-se às taxas de crescimento da população da RG, as quais – desde a década de 40 – mostram-se inferiores às médias registradas por São Paulo .Em 1991, o polo contava com 441.422 habitantes, número este que sobe para 494.098, em 2000. Observa-se, no período de 1991 a 2000, um incremento absoluto de 52.102 pessoas, a taxas de crescimento de 1,25% a.a. (enquanto que, todo o Estado, apresentou um crescimento de 1,82% a.a.).

Com relação ao período 2000/2007, verifi ca-se uma diminuição no ritmo de crescimento da população: no ano de 2007, o polo de Araçatuba apresenta uma população de 529.366 habitantes – nota-se, portanto, um aumento absoluto de 35.842 habitantes, ou seja, um crescimento em torno de 1% a.a., sendo que o estado de São Paulo registrou um crescimento de 1,5% a.a.

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Apesar da RA de Araçatuba ter se caracterizado como área de emigração por algumas décadas, os anos 80 indicaram sinais de reversão tanto para o polo de Araçatuba, que apresentou elevação em sua taxa de crescimento da população de 1970/80 para 1980/91 (0,66% a.a. e 1,70% a.a., respectivamente), quanto a RG de Andradina, que chegou a passar de uma taxa negativa de 1,45% a.a. para 0,81% a.a. nesses períodos (Tabela 15).

De fato, os anos 70 e 80 assistiram a uma retomada do crescimento da população, que se deveu, em grande medida, ao aumento do saldo migratório. Entretanto, a partir de 1990, a Região passa novamente a perder população e suas taxas de crescimento da população voltaram a cair: de 1,7% a.a. no período de 1980/91; para 1,25% a.a. entre 1991/2000; e 1,01% a.a. entre 2000/2007. No tocante à RG de Andradina, a década de 90 também sofre uma retração no crescimento da população: de 0,81% a.a. entre 1980/91, para 0,47% a.a. entre 1991/2000. Contudo, diferente do polo de Araçatuba, esta Região retoma seu ritmo de crescimento populacional em 2000: de 0,47% a.a. entre 1991/2000, para 0,62% a.a. de 2000/2007.

TABELA 15. Evolução da População, segundo Regiões de GovernoRegião Administrativa de Araçatuba, 1960-2007

Regiões de Governo

População Total Distribuição Relativa no Total da RA (%)

1960 1970 1980 1991 2000 2007 1960 1970 1980 1991 2000 2007

RG de Araçatuba 334.322 344.265 367.583 441.422 493.524 529.366 68,43 65,41 70,03 72,01 73,38 73,90

RG de Andradina 154.256 182.079 157.277 171.617 179.048 186.917 31,57 35,59 29,97 27,99 26,62 26,10

RA de Araçatuba 488.578 526.344 524.860 613.039 672.572 716.283 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00

Regiões de Governo

Participação Relativa no Total Populacional do Interior (%)

Taxas Anuais de crescimento populacional (% a.a.)

1960 1970 1980 1991 2000 2007 60/70 70/80 80/91 91/2000 2000/2007

RG de Araçatuba 4,08 3,57 2,95 2,75 2,58 2,47 0,29 0,66 1,70 1,25 1,01

RG de Andradina 1,88 1,89 1,27 1,07 0,94 0,87 1,67 -1,45 0,81 0,47 0,62

RA de Araçatuba 5,97 5,46 4,23 3,82 3,52 3,34 0,74 -0,03 1,44 1,04 0,9

(continuação)(continua)

Os maiores volumes populacionais estão concentrados nos municípios localizados ao longo da Ferrovia Noroeste do Brasil, os quais mantêm elevado crescimento populacional sustentado por suas atividades urbanas de subcentros regionais, tornando-se importantes polos coletores e distribuidores de produtos agropecuários, como Birigui e Penápolis (Vidal e Baeninger, 1994). De fato, o aumento populacional observado no polo, nos anos 70 e 80, se deveu, em parte, ao crescimento urbano dos municípios. Em 1970 apenas nove municípios da área apresentavam mais que 50% de sua população vivendo em zonas urbanas; em 1991, apenas um dos municípios (Rubiácea) não chegava a ter grau de urbanização superior a 50% (Tabelas 16 e 17). No ano de 2000, todos os municípios da região já apresentavam grau de urbanização superior a 50%, sendo que na maioria deles constava-se mais de 70% da população vivendo em perímetro urbano. Em 2007, o polo de Araçatuba atingiu o marco de 93,6% de índice de urbanização.

Nesse contexto, as taxas de crescimento da população urbana dos municípios vêm se apresentando positivas. No período 1970-1980, apenas três municípios haviam registrado taxas negativas de crescimento urbano (Bento de Abreu, Piacatú e Santópolis do Aguapeí). Na década de 1980, todos os municípios passaram a registrar taxas positivas de crescimento urbano, destacando-se: Bento de Abreu, Clementina, General Salgado, Nova Luzitânia, Piacatú

Fonte: FIBGE. Censos

Demográfi cos de 1940 a

2000; Fundação SEADE. Projeção populacional de

2007.

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POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE ARAÇATUBA

e Santópolis do Aguapeí, com taxas superiores a 5% a.a. A partir dos anos 90, por sua vez, com o declínio das taxas de crescimento, alguns municípios voltam a perder população, até mesmo nas áreas urbanas, como Coroados, General Salgado e Tiriúba – na década de 90 –, e Alto Alegre e Guzolândia nos anos 2000.

A taxa de crescimento urbano regional passou de 3,15% a.a., nos anos 70, para 2,91% a.a., na década de 80. Nos anos 90 e 2000 essa queda prosseguiu, alcançando o marco de 1,29% a.a., em 2007. Esse decréscimo no ritmo de crescimento urbano regional se deveu às menores taxas registradas pelos municípios de porte intermediário da Região, bem como pelo município-sede (Araçatuba) que passou de uma taxa de crescimento urbano de 2,97% a.a., no período 1970/80, para 2,38% a.a., nos anos 80. Na década de 90, Araçatuba apresentou uma taxa de crescimento urbano de 0,99% a.a., média esta que se manteve estável no período 2000/2007. Observa-se, pois, que ao longo de todo o período analisado, o município-sede manteve-se abaixo da taxa de crescimento urbano regional.

TABELA 16. Evolução da População Urbana, Rural e Total segundo MunicípiosPolo Regional de Araçatuba, 1970/2007

MunicípiosPopulação Total População Urbana

1970 1980 1991 2000 2007 1970 1980 1991 2000 2007

Alto Alegre 7.473 6.088 4.808 4.266 4.053 1.825 2.202 2.615 3.021 3.013

Araçatuba 108.512 129.303 159.027 169.087 180.637 86.884 116.43 150.318 164.287 176.629

Auriflama 13.266 12.029 12.753 13.506 13.990 5.726 7.817 10.150 11.882 12.633

Avanhandava 5.974 6.407 7.940 8.820 9.401 3.720 4.769 6.835 8.092 8.793

Barbosa 4.871 5.584 5.385 5.833 6.217 2.463 3.440 3.901 4.872 5.414

Bento de Abreu 2.529 2.041 2.388 2.394 2.464 1.040 952 1.859 1.948 2.091

Bilac 5.938 5.333 5.456 6.082 6.414 2.527 3.601 4.404 5.367 5.816

Birigui 34.976 50.889 74.681 94.098 106.364 27.118 45.338 70.102 90.823 103.628

Braúna 5.038 4.552 4.270 4.382 4.540 2.011 2.301 2.824 3.415 3.732

Brejo Alegre * * * 2.306 2.474 * * * 1.779 2.034

Buritama 10.019 11.582 12.705 13.843 14.862 5.634 9.410 11.284 12.625 13.844

Clementina 5.247 4.294 4.875 5.399 5.856 1.520 1.898 4.063 4.953 5.483

Coroados 6.592 5.643 5.997 4.411 4.786 1.935 2.896 3.853 3.304 3.861

Gabriel Monteiro 3.344 3.003 2.477 2.724 2.907 649 941 1.267 2.051 2.345

Gastão Vidigal 4.423 3.756 3.833 3.588 3.603 1.480 2.059 2.777 2.938 3.060

Gal. Salgado 16.591 11.497 12.888 10.819 11.214 3.476 4.553 9.006 8.745 9.481

Glicério 5.153 4.920 4.239 4.426 4.695 1.924 2.123 2.523 3.094 3.582

Guararapes 23.324 22.515 26.629 28.822 30.228 14.236 17.464 22.670 26.111 27.963

Guzolândia 7.605 4.311 5.040 4.301 4.121 1.295 2.367 3.363 3.369 3.343

Lourdes * * * 2.004 2.205 * * * 1.550 1.825

Luiziânia 4.462 3.847 4.153 4.273 4.367 1.199 2.509 3.339 3.704 3.891

Nova Castilho * * * 990 1.058 * * * 486 637

Nova Lusitânia 2.695 1.969 2.637 2.748 2.906 574 864 1.887 2.287 2.521

Penápolis 34.263 40.322 47.972 54.570 58.529 24.507 32.127 42.291 50.560 55.179

Piacatu 5.352 4.729 4.544 4.624 4.758 1.930 1.846 3.304 3.806 4.074

Rubiácea 3.376 2.203 2.632 2.340 2.312 811 834 1.213 1.270 1.418

Santo Antonio do Aracanguá * * * 6.930 7.090 * * * 4.537 5.090

Santópolis do Aguapeí 3.596 3.468 3.842 3.816 3.915 1.881 1.852 3.457 3.587 3.724

São João de Iracema * * * 1.671 1.684 * * * 1.158 1.255

Turiúba 4.993 3.999 3.752 1.897 1.862 1.204 1.858 2.429 1.493 1.524

Valparaíso 14.608 13.298 16.499 18.554 19.854 9.483 10.011 14.009 16.070 17.779

RG ARAÇATUBA 344.220 367.582 441.422 493.524 529.366 207.052 166.032 385.743 453.184 495.662

(continua)

Page 170: V04 Polos Regionais Bauru, São José do Rio Preto, Araçatuba e Presidente Prudente

169

POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE ARAÇATUBA

Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4

Quanto às taxas de crescimento da população rural estas vêm se apresentando negativas para todos os municípios desde os anos 70. Dentre os municípios do polo de Araçatuba destacaram-se, no período 1970/91, Santópolis de Aguapeí (com taxa de crescimento rural de -13% a.a.) e Clementina (com -9,6% a.a.). Rubiácea ressaltou-se por ter passado de uma taxa negativa de -6% a.a., no período 1970/80, para uma taxa positiva de crescimento da população rural de 0,33%, nos anos 80. De modo geral, nos anos 90, todos os municípios da Região apresentaram taxas de crescimento da população rural negativas crescentes, com destaque a Tiriúba, onde a taxa de crescimento passou de -4,35% a.a., entre 1970/80, para -12,35% a.a., entre 1991/2000. Nos anos 2000, por sua vez, todas as taxas de crescimento da população rural dos municípios do polo estabilizaram-se na casa dos -2% a.a.

Por sua vez, considerando-se os desmembramentos municipais recentes, observa-se que o fenômeno emancipatório da década de 1990 ocasionou importante impacto na reestruturação da hierarquia urbana, no Polo Regional de Araçatuba.

Fonte: Fundação IBGE. Censos Demográfi cos

de 1970 a 2000; Fundação

SEADE. Projeção populacional de

2007.(*) Dados não

disponíveis - municípios

criados na década de 1990.

MunicípiosPopulação Rural Grau de Urbanização

1970 1980 1991 2000 2007 1970 1980 1991 2000 2007

Alto Alegre 5.648 3.886 2.193 1.245 1.040 24,4 36,2 54,4 70,8 74,3

Araçatuba 21.628 12.873 8.709 4.800 4.008 80,1 90,0 94,5 97,2 97,8

Auriflama 7.540 4.212 2.603 1.624 1.357 43,2 65,0 79,6 88,0 90,3

Avanhandava 2.254 1.638 1.105 728 608 62,3 74,7 86,1 91,7 93,5

Barbosa 2.408 2.144 1.484 961 803 50,6 61,6 72,4 83,5 87,1

Bento de Abreu 1.489 1.089 529 446 373 41,1 46,6 77,8 81,4 84,9

Bilac 3.456 1.732 1.052 715 598 42,2 67,5 80,7 88,2 90,7

Birigui 7.858 5.551 4.579 3.275 2.736 77,5 89,1 93,9 96,5 97,4

Braúna 3.027 2.251 1.446 967 808 39,9 50,6 66,1 77,9 82,2

Brejo Alegre * * * 527 440 * * * 77,1 82,2

Buritama 4.385 2.172 1.421 1.218 1.018 56,2 81,3 88,8 91,2 93,2

Clementina 3.727 2.396 812 446 373 29,0 44,2 83,3 91,7 93,6

Coroados 4.657 2.747 2.144 1.107 925 29,4 51,3 64,2 74,9 80,7

Gabriel Monteiro 2.695 2.062 1.210 673 562 19,4 31,3 51,2 75,3 80,7

Gastão Vidigal 2.943 1.697 1.056 650 543 33,5 54,8 72,4 81,9 84,9

Gal. Salgado 13.115 6.944 3.882 2.074 1.733 21,0 39,6 69,9 80,8 84,5

Glicério 3.229 2.797 1.716 1.332 1.113 37,3 43,2 59,5 69,9 76,3

Guararapes 9.088 5.051 3.959 2.711 2.265 61,0 77,6 85,1 90,6 92,5

Guzolândia 6.310 1.944 1.677 932 778 17,0 54,9 66,7 78,3 81,1

Lourdes * * * 454 380 * * * 77,3 82,8

Luiziânia 3.263 1.338 814 569 476 26,9 65,2 80,4 86,7 89,1

Nova Castilho * * * 504 421 * * * 49,1 60,2

Nova Lusitânia 2.121 1.105 750 461 385 21,3 43,9 71,6 83,2 86,8

Penápolis 9.756 8.195 5.681 4.010 3.350 71,5 79,7 88,2 92,7 94,3

Piacatu 3.422 2.883 1.240 818 684 36,1 39,0 72,7 82,3 85,6

Rubiácea 2.565 1.369 1.419 1.070 894 24,0 37,9 46,1 54,3 61,3

Santo Antonio do Aracanguá * * * 2.393 2.000 * * * 65,5 71,8

Santópolis do Aguapeí 1.715 1.616 385 229 191 52,3 53,4 90,0 94,0 95,1

São João de Iracema * * * 513 429 * * * 69,3 74,5

Turiúba 3.789 2.141 1.323 404 338 24,1 46,5 64,7 78,7 81,8

Valparaíso 5.125 3.287 2.490 2.484 2.075 64,9 75,3 84,9 86,6 89,5

RG ARAÇATUBA 137.213 85.120 55.679 40.340 33.704 60,2 45,2 87,4 91,8 93,6

(continuação)

Page 171: V04 Polos Regionais Bauru, São José do Rio Preto, Araçatuba e Presidente Prudente

Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4170

POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE ARAÇATUBA

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POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE ARAÇATUBA

Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4

Esse impacto pode ser captado, num primeiro aspecto, através das taxas de crescimento populacional dos municípios envolvidos nos desmembramentos recentes, conforme ilustram os dados do Quadro 1:

QUADRO 1. População Total, Taxas de Crescimento e Distribuição Relativa Municípios desmembradosPolo Regional de Araçatuba, 1991-2000

MunicípiosPopulação Total

(1991)População Total

(2000)Distribuição

Relativa (2000)

Taxa de Crescimento (% a.a.) 1991-2000

Com Desmembramento

Sem Desmembramento

Araçatuba 159.027 169.087 34,26 0,68 1,13

Sto Ant. do Aracanguá (*) - 6.930 1,40 - -

Coroados 5.997 4.411 0,89 -3,36 1,27

Brejo Alegre (**) - 2.306 0,47 - -

General Salgado 12.888 10.819 2,19 -1,93 0,50

Nova Castilho (***) - 990 0,20 - -

S. J. de Iracema (*) - 1.671 0,34 - -

Turiúba 3.752 1.897 0,38 -7,30 0,43

Lourdes (*) - 2.004 0,41 - -

Polo de ARAÇATUBA 441.422 493.524 100,00 1,25 1,25

Fonte: Fundação SEADE. Censo

demográfi co de 1991 e 2000

(IBGE).Nota: (*)

Municípios criados pela

Lei n. 7.764 de 30/12/1991. (**) Município criado pela Lei n. 8550 de 30/12/1993.

(***) Município criado pela

Lei n. 9330 de 27/12/1995.

Primeiramente, no processo emancipatório recente, observa-se três situações distintas, no caso da região de Araçatuba: na primeira situação, tem-se um município de grande porte – Araçatuba (com mais de 150 mil habitantes, em 1991) – sendo desmembrado e originando um município pequeno (Santo Antonio do Aracanguá, com quase 7 mil habitantes, em 2000). Numa segunda situação, dois micro municípios – Coroados, com quase 6 mil habitantes, e Turiúba, com 3,7 mil habitantes, 1991, dando origem a outros dois micro municípios: Brejo Alegre (2.306 habitantes, em 2000) e Lourdes (2.004 habitantes, em 2000), respectivamente. Por fi m, uma terceira situação é formada pelo município de General Salgado (com 12,8 mil habitantes, em 2000), a partir do qual foram criados dois micro municípios: Nova Castilho, com 990 habitantes, e São João de Iracema, com 1.671 habitantes, em 2000.

Considerando as taxas de crescimento populacional dos municípios originários nas duas situações destacadas (com e sem desmembramento), verifi ca-se que o desmembramento municipal causa impacto direto nessas taxas, sendo que o seu impacto será maior nos municípios originários de menor porte populacional. Assim, observa-se que, sem o desmembramento municipal recente, o município de Araçatuba teria crescido a uma taxa anual de 1,13, ao invés de 0,68% a.a., entre 1991 e 2000.

Por sua vez, sem os desmembramentos municipais, General Salgado, Coroados e Turiúba, ao invés de registrarem um decréscimo populacional, teriam vivenciado um crescimento positivo, entre os anos de 1991 e 2000. Nesse sentido, General Salgado, ao invés de uma taxa negativa de 1,93%a.a., teria crescido positivamente a 0,5% a.a.; Coroados, ao invés da taxa negativa de 3,36, teria crescido a uma taxa positiva de 1,27% a.a.; e Turiúba, ao invés de uma taxa de -7,30% a.a., teria registrado uma taxa de crescimento anual de 0,43% a.a., entre 1991 e 2000. Com isso, observa-se que o impacto do desmembramento municipal na taxa de crescimento populacional foi maior nos casos de Coroados e Turiúba, pois se trata do caso de dois micro-municípios gerando outros dois micro-municípios; em seguida, tem-se o município de General Salgado, com mais de 10 mil habitantes, gerando dois micro-municípios, com menos de 5 mil habitantes. Por fi m, o impacto do desmembramento foi menor no caso do município de

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Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4172

POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE ARAÇATUBA

Araçatuba, com mais de 150 mil habitantes, que deu origem a um município de cerca de 6 mil habitantes.

Uma outra dimensão desse impacto do desmembramento municipal recente sobre o crescimento populacional dos municípios originários pode ser captada através dos componentes do crescimento. Assim, tomando os dados da tabela 18, da seção seguinte, destaca-se que, entre 1991 e 2000, dos quatro municípios originários, somente Araçatuba apresentou um crescimento absoluto positivo (10.060 pessoas). Porém, os quatro municípios apresentaram saldo migratório negativo, indicando “perda” populacional em função da emigração: de Araçatuba, emigraram 5.830 pessoas; de General Salgado, 3.147 pessoas; de Coroados, 2.116 pessoas; e de Turiúba, 1.985 pessoas.

Contrastando esses números de emigração com a população, em 2000, dos municípios recém criados, do quadro 1, tem-se que Santo Antonio do Aracanguá (6.930 habitantes), Brejo Alegre (2.306 habitantes) e Lourdes (2.004 habitantes) possuem população superior à população emigrada dos seus municípios originários – o que indica que o saldo migratório negativos desses municípios originários está diretamente relacionado com o desmembramento municipal vivenciado, ao longo da década de 1990.

Por sua vez, o município de General Salgado, que registrou um saldo migratório negativo de 3.147 pessoas, continuaria a apresentar uma emigração populacional – porém, em menor proporção – mesmo se os desmembramentos municipais de Nova Castilho e São João de Iracema não tivessem ocorrido. Com isso, destaca-se que os desmembramentos municipais, no período recente, tiveram impacto signifi cativo no crescimento populacional e nos seus componentes, na região de Araçatuba, o que, por sua vez, poderá ocasionar alterações na hierarquia dos municípios da região.

Complementando essa discussão, observa-se as mudanças na distribuição dos municípios segundo classes de população, no período entre 1991 e 2007, a partir dos dados do Quadro 2:

QUADRO 2. Número de municípios existentes, por classes de tamanho da populaçãoPolo Regional de Araçatuba - Estado de São Paulo, 1991-2007

Classes de municípios1991 2000 2007

n % n % n %

Até 5.000 habitantes 13 50,0 18 58,1 18 58,1

5.000 a 10.000 habitantes 5 19,2 5 16,1 5 16,1

10.000 a 20.000 habitantes 4 15,4 4 12,9 4 12,9

20.000 a 50.000 habitantes 2 7,7 1 3,2 1 3,2

50.000 a 100.000 habitantes 1 3,8 2 6,5 1 3,2

100.000 a 500.000 habitantes 1 3,8 1 3,2 2 6,5

Total 26 100,0 31 100,0 31 100,0

Fonte: Fundação SEADE.

Observa-se que, em 1991, antes do processo de criação de municípios característico dos anos 90, marcado pela criação preponderante de pequenos municípios, não somente no estado de São Paulo, mas em todas as unidades da federação do país (Gomes & Mac Dowell, 2000; 1997), a RG de Araçatuba possuía 26 municípios, dos quais 50% eram constituídos por micro-municípios (com menos de 5.000 habitantes).

Destaca-se, ainda que, à medida que aumentava o tamanho populacional, diminuía progressivamente o número de municípios que compunham as demais classes: 5 municípios com

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173

POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE ARAÇATUBA

Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4

população entre 5.000 e 10.000 habitantes; 4 municípios, entre 10.000 e 20.000 habitantes; 2 municípios, entre 20.000 e 50.000 habitantes; um município entre 50.000 e 100.000 habitantes; e um, com mais de 100.000 habitantes.

Assim, tal distribuição de municípios por classe populacional permite observar que, em 1991, a região apresentava uma estrutura piramidal, expressa por uma maior quantidade de pequenos municípios, contrastando com a existência de apenas um município com mais 100.000 habitantes. Em 2000, essa estrutura sofre uma alteração, deixando de ser exatamente piramidal em função, principalmente, do surgimento de mais um município com mais de 50.000 habitantes, em contraste com o aumento na quantidade de micro-municípios (com população inferior a 5.000 habitantes). Dois são os fatores que explicam essa alteração na estrutura da distribuição dos municípios da região, entre 1991 e 2000: a ocorrência de desmembramentos municipais ao longo da década de 1990 e o próprio crescimento populacional dos municípios.

O Polo Regional de Araçatuba é expressão do fenômeno de criação de micro-municípios dentro do estado de São Paulo; os quatro municípios criados, com população inferior a 5.000 habitantes (Brejo Alegre, Lourdes, Nova Castilho e São João de Iracema), desmembraram-se de municípios que, em 1991, possuíam população inferior a 13.000 habitantes. Por sua vez, o único novo município com população acima de 5.000 habitantes, em 2000 (Santo Antonio do Aracanguá), originou-se do município-sede – Araçatuba – cuja população, em 1991, encontrava-se acima dos 150.000 habitantes. Esses desmembramentos municipais contribuíram para que o número de micro-municípios passasse de 13 para 18, de 1991 para 2000 – o que signifi cou que, de um período para outro, a proporção desses municípios na rede urbana regional passasse de 50 para 58%.

O segundo fator que explica a mudança na estrutura da hierarquia dos municípios é expresso pelo crescimento populacional, principalmente de Penápolis, cujo crescimento a uma taxa de 1,44 % a.a., entre 1991 e 2000 – superior à taxa regional (1,25% a.a.) –, fez com que o município passasse da classe de 20.000 a 50.000 para a classe de 50.000 a 100.000. Por fi m, com relação ao período 2000-2007, a única alteração na estrutura de hierarquia de municípios fi cou por conta do crescimento populacional do município de Birigui (1,77% a.a.) – superior à taxa regional de 1,01% a.a. –, contribuindo para que a população do município passasse dos 100.000 habitantes.

Assim, com as alterações na estrutura de hierarquia dos municípios no período 1991-2007, ao fi nal do período, o polo de Araçatuba apresenta uma estrutura caracterizada por uma grande proporção de micro-municípios (18 municípios com menos de 5.000 habitantes) e de pequenos municípios (9 municípios com população entre 5.000 e 20.000 habitantes), contrastando com o outro extremo da estrutura hierárquica, caracterizada pela existência de dois municípios com mais de 100.000 habitantes, os quais concentram mais de 50% da população regional (Tabela 9). Uma das conseqüências mais imediatas desse processo, na região, refere-se à coexistência entre, por um lado, as prefeituras dos dois maiores municípios, com, potencialmente, maior margem de atuação, em função de maior recurso disponível e de uma organização institucional mais consolidada e com maior experiência prévia e, por outro, um grande número de prefeituras de pequeno porte, com menor margem de atuação devido a uma menor quantidade de recursos disponíveis, organização institucional reduzida e com pouca experiência prévia.

Esse descompasso no governo local, em âmbito regional, pode representar uma difi culdade adicional na implementação de políticas públicas, particularmente as de transferências de renda, cuja performance é bastante infl uenciada pelas condições locais, tanto institucionais quanto de

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Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4174

POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE ARAÇATUBA

recursos humanos. Por sua vez, diferenciais muitos grandes de organização institucional entre um município e outro, podem contribuir para diferenças signifi cativas na oferta dos serviços entre diferentes municípios, numa mesma região, assim como nos resultados objetivados pelo desenho de determinadas políticas, principalmente as de transferência de renda que, além do repasse monetário direto ao benefi ciário, prevê ações de geração de renda e de capacitação para o mercado de trabalho.

Movimentos Migratórios inter e intra-regional

As elevadas taxas negativas de crescimento da população rural resultaram em saldos migratórios negativos para a Região, particularmente nos anos 60 e 70, uma vez que os centros urbanos regionais não tiveram condições de reter a população que saía do campo (Tabela 18). Nos anos 60, o saldo migratório negativo do polo foi bastante elevado: 74 mil pessoas. Na década seguinte a tendência negativa permaneceu, porém em níveis mais baixos. No período 1970/80, a Região de Governo de Araçatuba chegou a registrar um saldo migratório negativo de 39 mil pessoas. Nesse período, apenas Birigui e Buritama apresentaram saldos positivos (8.457 pessoas e 39 pessoas, respectivamente). Até mesmo, o município-sede da Região havia registrado saldo migratório negativo: -322 pessoas.

Com relação às trocas populacionais ao longo da década de 90 e no início dos anos 2000, notam-se oscilações bastante evidentes. Nos anos 90, o polo de Araçatuba volta a se caracterizar como área de emigração (saldo migratório negativo em 10.146 pessoas). Entre 2000 e 2007, por sua vez, registra-se o retorno do fl uxo migratório positivo em 12.798 indivíduos. No decorrer dos anos 90, apenas Bilac, Birigui, Clementina, Gabriel Monteiro e Penápolis apresentaram saldos migratórios positivos. Só o município de Araçatuba “perdeu” um total de 5.830 pessoas no período 1991/2000. A emigração só não foi maior devido à imigração de Birigui e Penápolis que, nesse intervalo, ganharam um total populacional de 10.271 e 1.247 pessoas, respectivamente.

Com relação ao período 2000-2007, a Região retomou seu status de área de imigração. O saldo migratório, que no período anterior era negativo, passou a ser positivo em 12.798 pessoas. O município-sede reverteu sua condição de área de expulsão de população da década passada, de modo a ganhar um total de 4.480 imigrantes no período recente.

Os municípios de Birigui e Penápolis mantiveram seu posto de área de imigração, recebendo um total de 7.207 e 1.392 pessoas respectivamente. Os saldos migratórios negativos de maior expressão cabem, de modo geral, aos municípios menores, com destaque à Guzolândia, Alto Alegre e Santo Antônio do Aracanguá.

Com relação à imigração no período 1995/2000, os movimentos migratórios interestaduais do Polo Regional de Araçatuba mostraram-se com a mesma intensidade com 7.948 pessoas no período. Diferença evidente entre os anos 70 refere-se à origem dos imigrantes. Na década de 70, o principal fl uxo provinha da Região Sul (Paraná). Entre 1995/2000, no entanto, a Região Centro-Oeste foi a quem mais “perdeu” população para a RG de Araçatuba, seguida da Região Nordestes e, apenas em terceiro lugar, o Sul (Tabela 19).

Para o intervalo 1995/2000, a tendência de diminuição do contingente populacional mobilizado pelos fl uxos migratórios entre os diferentes Estados, também se verifi ca no contexto intra-estadual. As trocas populacionais aumentaram de 1970/80 de 3.900 pessoas por ano para cerca de 5,000 em 1995/2000. Aumentaram os imigrantes vindos da Região Metropolitana de São Paulo, da RG de Campinas e entre municípios de regiões próximas, como Jales, Lins, Andradina, São José do Rio Preto, Votuporanga e Bauru (Tabela 20).

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POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE ARAÇATUBA

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Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4176

POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE ARAÇATUBA

Com base na emigração vivenciada pelo período recente, o Polo Regional de Araçatuba “perdeu” um contingente menor de pessoas quando comparado às décadas anteriores. Entre 1970/80, 8 mil migrantes por ano deixaram a Região, mantendo-se entre 1995/2000, este volume anual. Destaca-se a diminuição drástica de emigrantes que procuram a Região Metropolitana de São Paulo, os quais, em 1970/80, eram de 2.100 por ano, e, em 1995/2000, eram apenas 600 pessoas por ano (Tabela 21).

A análise dos saldos migratórios permite caracterizar o Polo Regional de Araçatuba, em termos dos movimentos migratórios, no contexto estadual. A diminuição da evasão populacional se confi rma no intervalo 1995/2000. Comparando-se aos anos de 1970, o Polo

Regional de Araçatuba apresentou um volume emigratório bem menor: de 6.500 pessoas por ano até 1995/2000. O saldo migratório intra-estadual se deve à RMSP, Tupã e Andradina (Tabela 22).

TABELA 19. Movimentos Migratórios InterestaduaisPolo regional de Araçatuba, 1995/2000

Grandes Regiões e Estados Valor Absoluto do Fluxo Distribuição Relativa

Região Sudeste (exceto SP) 1.106 13,9

Região Sul 1.555 19,6

Paraná 1.364 17,2

Região Centro Oeste 3.009 37,9

Mato Grosso do Sul 1.938 24,4

Região Nordeste 1.808 22,7

Bahia 825 10,4

Região Norte 373 4,7

Brasil s/ espec. e s/ decl. 97 1,2

Total Interestadual 7.948 100,0

Fonte: FIBGE. Censo Demográfi co de 2000.

Fonte: FIBGE. Censo Demográfi co de 2000.

TABELA 20. Movimentos Migratórios Intra-EstaduaisPolo Regional de Araçatuba, 1995/2000

Origem dos Imigrantes Valor Absoluto dos Fluxos Distribuição Relativa (%)

Região Metropolitana de São Paulo 10.161 38,97

Andradina 2.783 10,67

São José do Rio Preto 1.493 5,73

Campinas 1.394 5,35

Tupã 1.269 4,87

Lins 931 3,57

Votuporanga 563 2,16

Bauru 507 1,94

Jales 302 1,16

Outras RGs 6.674 25,59

Total Intra-Estadual 26.077 100,00

Page 178: V04 Polos Regionais Bauru, São José do Rio Preto, Araçatuba e Presidente Prudente

177

POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE ARAÇATUBA

Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4

Tendo em visa o intervalo 1995/2000 no contexo intra-regional, Araçatuba, Birigui e Penápolis apresentaram as trocas populacionais numericamente mais relevantes, sendo que nesses três municípios o saldo migratório foi negativo em, respectivamente 613, 921 e 260 pessoas. Considerando a emigração, o município-sede perdeu um total de 2.523 migrantes, principalmente para Birigui, Guararapes e Valparaíso, município este de maior saldo migratório do Polo Regional de Araçatuba.

Em se tratando de Birigui, 2.540 pessoas partiram da cidade, das quais um contingente considerável procurou Araçatuba e Bilac. Penápolis, por sua vez, sofreu uma evasão populacional de quase 1.300 indivíduos que, em sua grande maioria, mudaram-se para o município-sede e para cidades vizinhas como Alto Alegre e Avanhandava (Tabelas 23 e 24).

No que diz respeito à imigração, os municípios acima destacados também receberam grandes contingentes populacionais. Araçatuba ganhou cerca de 1.900 pessoas, as quais

Fonte: FIBGE. Censo Demográfi co de 2000.

Fonte: FIBGE. Censo

Demográfi co de 2000.

TABELA 21. Movimentos Emigratórios Intra-EstadualPolo Regional de Araçatuba, 1995/2000

Destino dos Emigrantes Valor Absoluto dos Fluxos Distribuição Relativa (%)

RM São Paulo 3.473 9,97

Campinas 1.667 4,78

Andradina 1.741 5,00

São José do Rio Preto 3.465 9,94

Votuporanga 779 2,24

Jales 729 2,09

Lins 1.031 2,96

Tupã 273 0,78

Bauru 1.116 3,20

Outras RGs 20.570 59,03

Total Estado de São Paulo 34.844 100,00

Total Intra-Estadual 34.844 81,92

Outros Estados 7.689 18,08

Total Brasil 42.533 100,00

TABELA 22. Trocas Líquidas Populacionais Intra-EstaduaisPolo Regional de Araçatuba, 1995/2000

Regiões Imigrantes para o Polo Emigrantes do Polo Troca Líquida

RM São Paulo 10.161 3.473 6.688

Campinas 1.394 1.667 -273

Andradina 2.783 1.741 1.042

São José do Rio Preto 1.493 3.465 -1.972

Votuporanga 563 779 -216

Jales 302 729 -427

Lins 931 1.031 -100

Tupã 1.269 273 996

Bauru 507 1.116 -609

Outras RGs 20.143 20.570 -427

Total 39.546 34.844 4.702

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Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4178

POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE ARAÇATUBA

saíram principalmente de Birigui, que, por ser limítrofe ao município-sede, também recebeu levas signifi cativas de Araçatuba (31% de seus 1.600 imigrantes). Por fi m, Penápolis recebeu pouco mais de mil migrantes que vieram, sobretudo, de municípios limítrofes como Alto Alegre, Avanhandava e Barbosa. Nota-se, portanto, a polarização das trocas populacionais entre Araçatuba, Birigui e Penápolis. Pode-se afi rmar, por conseguinte, que Birigui e Penápolis emergem-se como subcentros regionais e importantes polos migratórios do Polo Regional de

Araçatuba.

Fonte: FIBGE. Tabulações Especiais do Censo Demográfi co de 2000.

TABELA 23. Volumes de Imigração e Emigração Intra-RegionalPolo Regional de Araçatuba, 1995/2000

Municípios da RG Imigrantes EmigrantesSaldo Migratório Intra-

RegionalAlto Alegre 555 284 271

Araçatuba 1.910 2.523 -613

Auriflama 536 351 185

Avanhandava 306 424 -118

Barbosa 435 250 185

Bento de Aberu 65 161 -96

Bilac 344 297 47

Birigui 1.619 2.540 -921

Braúna 377 126 251

Brejo Alegre 171 143 28

Buritama 490 319 171

Clementina 520 289 231

Coroados 320 629 -309

Gabriel Monteiro 217 173 44

Gastão Vidigal 201 136 65

Gal. Salgado 253 361 -108

Glicério 301 342 -41

Guararapes 933 843 90

Guzolândia 382 113 269

Lourdes 263 131 132

Luiziânia 197 187 10

Nova Castilho 68 46 22

Nova Lusitânia 188 188 0

Penápolis 1.031 1.291 -260

Piacatu 217 97 120

Rubiácea 227 248 -21

Santo Antonio Aracanguá 286 436 -150

Santópolis do Aguapeí 200 45 155

São João de Iracema 20 9 11

Turiúba 102 58 44

Valparaíso 735 429 306

Polo ARAÇATUBA 13.469 13.469 0

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POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE ARAÇATUBA

Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4

TABELA 24. Fluxos Migratórios Intra-Regionais Numericamente mais Importantes. Polo Regional de Araçatuba, 1995/2000

DestinoImigrantes Emigrantes

Municípios N % Municípios N %

Alto Alegre Birigui 63 22,18 Birigui 69 12,43Braúna 17 5,99 Braúna 6 1,08Penápolis 122 42,96 Luiziânia 37 6,67Outros 82 28,87 Penápolis 424 76,40Total 284 100,00 Outros 19 3,42

Total 555 100,00Araçatuba Auriflama 159 6,30 Auriflama 89 4,66

Birigui 505 20,02 Bilac 65 3,40Buritama 160 6,34 Birigui 617 32,30Guararapes 390 15,46 Guararapes 223 11,68Penápolis 87 3,45 Penápolis 155 8,12Valparaíso 323 12,80 Outros 761 39,84Outros 899 35,63 Total 1.910 100,00

Total 2.523 100,00 Auriflama Araçatuba 89 25,36 Araçatuba 159 29,66

General Salgado 96 27,35 General Salgado 183 34,14Guzolândia 93 26,50 Guzolândia 42 7,84Outros 73 20,80 Outros 152 28,36

Total 351 100,00 Total 536 100,00Avanhanduva Barbosa 130 30,66 Barbosa 36 11,76

Penápolis 265 62,50 Penápolis 156 50,98Outros 29 6,84 Outros 114 37,25

Total 424 100,00 Total 306 100,00Barbosa Araçatuba 32 12,80 Avanhandava 130 29,89

Penápolis 158 63,20 Penápolis 152 34,94Outros 60 24,00 Outros 153 35,17

Total 250 100,00 Total 435 100,00Bento de Abreu Araçatuba 45 27,95 Guararapes 39 60,00

Guararapes 3 1,86 Rubiácea 26 40,00Valparaíso 56 34,78 Outros 0 0,00Outros 57 35,40 Total 65 100,00

Total 161 100,00 Bilac Araçatuba 65 21,89 Araçatuba 64 18,60

Birigui 62 20,88 Birigui 131 38,08Outros 170 57,24 Outros 149 43,31

Total 297 100,00 Total 344 100,00Birigui Araçatuba 617 24,29 Araçatuba 505 31,19

Bilac 131 5,16 Buritama 69 4,26Buritama 180 7,09 Coroados 274 16,92Clementina 214 8,43 Outros 771 47,62Guararapes 237 9,33 Total 1.619 100,00Outros 1.161 45,71

Total 2.540 100,00 Braúna Birigui 79 62,70 Birigui 77 20,42

Coroados 27 21,43 Clementina 75 19,89Penápolis 10 7,94 Penápolis 102 27,06Outros 10 7,94 Outros 123 32,63

Total 126 100,00 Total 377 100,00Brejo Alegre Birigui 62 43,36 Birigui 82 47,95

Penápolis 33 23,08 Coroados 31 18,13General Salgado 16 11,19 Araçatuba 26 15,20Outros 32 22,38 Outros 32 18,71

Total 143 100,00 Total 171 100,00

(continua)

Page 181: V04 Polos Regionais Bauru, São José do Rio Preto, Araçatuba e Presidente Prudente

Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4180

POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE ARAÇATUBA

DestinoImigrantes Emigrantes

Municípios N % Municípios N %

Buritama Birigui 69 21,63 Araçatuba 160 32,65Lourdes 36 11,29 Birigui 180 36,73Sto Ant. Aracanguá 30 9,40 Turiúba 33 6,73Outros 184 57,68 Outros 117 23,88

Total 319 100,00 Total 490 100,00Clementina Bilac 24 8,30 Araçatuba 113 21,73

Braúna 75 25,95 Birigui 214 41,15Birigui 43 14,88 Outros 193 37,12Santópolis Aguapeí 61 21,11 Total 520 100,00Outros 86 29,76

Total 289 100,00 Coroados Araçatuba 45 7,15 Birigui 163 50,94

Birigui 274 43,56 Glicério 67 20,94Penápolis 25 3,97 Valparaiso 37 11,56Glicério 72 11,45 Outros 53 16,56Outros 213 33,86 Total 320 100,00

Total 629 100,00 Gabriel Monteiro Bilac 38 21,97 Birigui 72 33,18

Birigui 43 24,86 Piacatu 36 16,59Clementina 47 27,17 Araçatuba 35 16,13Piacatu 24 13,87 Outros 74 34,10Outros 21 12,14 Total 217 100,00

Total 173 100,00 Gastão Vidigal General Salgado 43 31,62 Birigui 49 24,38

Nova Luzitânia 22 16,18 Nova Luzitânia 34 16,92Outros 71 52,21 Sto Ant Aracanguá 62 30,85Total 136 100,00 Outros 56 27,86

Total 201 100,00General Salgado Araçatuba 14 3,88 Araçatuba 8 3,16

Auriflama 183 50,69 Auriflama 96 37,94Outros 164 45,43 Outros 149 58,89

Total 361 100,00 Total 253 100,00Glicério Penápolis 103 30,12 Birigui 72 23,92

Birigui 84 24,56 Coroados 72 23,92Coroados 67 19,59 Penápolis 74 24,58Outros 88 25,73 Outros 83 27,57

Total 342 100,00 Total 301 100,00Guararapes Araçatuba 223 26,45 Araçatuba 390 41,80

Rubiácea 177 21,00 Birugui 237 25,40Valparaíso 287 34,05 Valparaíso 91 9,75Outros 156 18,51 Outros 215 23,04

Total 843 100,00 Total 933 100,00Guzolândia Araçatuba 21 18,58 Araçatuba 189 49,48

Auriflama 42 37,17 Auriflama 93 24,35Outros 50 44,25 Outros 100 26,18

Total 113 100,00 Total 382 100,00Lourdes Araçatuba 21 16,03 Araçatuba 86 32,70

Birigui 26 19,85 Birigui 111 42,21Buritama 50 38,17 Buritama 36 13,69Outros 34 25,95 Outros 30 11,41

Total 131 100,00 Total 263 100,00Luiziânia Alto Alegre 37 19,79 Birigui 52 26,40

Penápolis 35 18,72 Penápolis 93 47,21Outros 115 61,50 Outros 52 26,40

Total 187 100,00 Total 197 100,00

(continuação)

(continua)

Page 182: V04 Polos Regionais Bauru, São José do Rio Preto, Araçatuba e Presidente Prudente

181

POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE ARAÇATUBA

Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4

DestinoImigrantes Emigrantes

Municípios N % Municípios N %

Nova Castilho General Salgado 22 47,83 General Salgado 32 47,06Auriflama 10 21,74 Nova Luzitânia 31 45,59Outros 14 30,43 Outros 5 7,35

Total 46 100,00 Total 68 100,00Nova Luzitânia Araçatuba 34 18,09 Araçatuba 128 68,09

Gastão Vidigal 34 18,09 Gastão Vidigal 22 11,70St Ant Aracanguá 58 30,85 St Ant Aracanguá 21 11,17Outros 62 32,98 Outros 17 9,04

Total 188 100,00 Total 188 100,00Penápolis Alto Alegre 424 32,84 Alto Alegre 122 11,83

Avanhanduva 156 12,08 Avanhanduva 265 25,70Araçatuba 155 12,01 Barbosa 158 15,32Barbosa 152 11,77 Glicério 103 9,99Braúna 102 7,90 Araçatuba 87 8,44Outros 302 23,39 Outros 296 28,71

Total 1.291 100,00 Total 1.031 100,00Piacatu Bilac 17 17,53 Araçatuba 57 26,27

Gabriel Monteiro 36 37,11 Guararapes 27 12,44Clementina 13 13,40 Bento de Abreu 24 11,06Outros 31 31,96 Gabriel Monteiro 24 11,06Total 97 100,00 Outros 85 39,17

Total 217 100,00Rubiácea Guararapes 134 54,03 Guararapes 177 77,97

Araçatuba 35 14,11 Araçatuba 31 13,66Outros 79 31,85 Outros 19 8,37

Total 248 100,00 Total 227 100,00Sto Antonio Aracanguá Araçatuba 191 43,81 Araçatuba 132 46,15

Auriflama 70 16,06 Nova Luzitânia 58 20,28Gastão Vidigal 62 14,22 Buritama 30 10,49Outros 113 25,92 Outros 66 23,08

Total 436 100,00 Total 286 100,00Santópolis do Aguapeí Piacatu 19 42,22 Birigui 92 46,00

Luiziânia 15 33,33 Clementina 61 30,50Outros 11 24,44 Auriflama 16 8,00Total 45 100,00 Outros 31 15,50

Total 200 100,00São João Iracema General Salgado 9 100,00 General Salgado 20 100,00

Outros 0 0,00 Outros 0 0,00 Total 9 100,00 Total 20 100,00Tiriúba Buritama 33 56,90 Birigui 56 54,90

Birigui 25 43,10 Coroados 19 18,63Outros 0 0,00 Nova Luzitânia 19 18,63Total 58 100,00 Outros 8 7,84

Total 102 100,00Valparaíso Araçatuba 163 38,00 Araçatuba 323 43,95

Guararapes 91 21,21 Guararapes 287 39,05Penápolis 74 17,25 Bento de Abreu 56 7,62Outros 101 23,54 Outros 69 9,39

Total 429 100,00 Total 735 100,00

(continuação)

Fonte: FIBGE. Censo Demográfi co de 2000.

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Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4182

POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE ARAÇATUBA

A questão social no Polo Regional de Araçatuba

Renda, pobreza e desigualdade no Polo Regional de Araçatuba

Renda e população

O polo de Araçatuba, com uma população de 519.837 pessoas que concentra 1,2% da população do estado, respondia, em 2005, por 0,78% do PIB estadual. Em termos de renda, no ano 2000, o polo de Araçatuba detinha uma renda domiciliar per capita de R$ 372,6, inferior à média estadual em 15,7%. Sua renda era a segunda menor, superando somente à do polo de Presidente Prudente (R$ 338,0).

Em 2000, o polo de Araçatuba participava com 1,13% da renda domiciliar total do estado, uma das menores participações juntamente com a do polo de Presidente Prudente. Na década de 90, a taxa anual de crescimento da renda domiciliar total de Araçatuba foi de 5,1% ao ano e a da população de 1,2% ao ano1. Verifi ca-se que a taxa anual de crescimento da renda total na década de 90 foi superior à estadual (3,9% ao ano) enquanto a da população (1,8 % ao ano) inferior.

Ao analisar o que ocorreu com a renda domiciliar no interior do polo de Araçatuba, com base nos seus municípios ordenados de maior a menor em função de sua renda domiciliar per capita em 2000 e atribuindo o valor 100 à renda domiciliar per capita e à população do polo da Araçatuba, o primeiro que se destaca são os relativamente elevados tamanhos da população dos municípios de Araçatuba (34,3%), Birigui (19,2%) e Penápolis (11,1%) concentrando 64,6% da população do polo. Observa-se, também, que o município de Araçatuba possuía uma renda domiciliar per capita superior à do polo (35,0%), enquanto o município de Birigui possuía uma renda domiciliar idêntica à do polo. A renda per capita de Penápolis que tinha a terceira maior população do polo era 3% inferior à do polo de Araçatuba. O município de Nova Castilho apresentou a menor renda per capita (64,7% abaixo da média do polo), tabela 25.

Como mencionado, entre 1991 e 2000, a renda domiciliar total do polo de Araçatuba cresceu 5,1% ao ano enquanto a população cresceu a um ritmo de 1,2% ao ano. Merece registro, o fato de somente os municípios de Birigui, Penápolis e Bilac terem apresentado taxas de crescimento populacional superiores à média do polo. Todos os outros municípios cresceram abaixo da média ou tiveram taxas negativas de crescimento no período refl etindo perdas de população. Os casos mais gritantes são Coroados (-3,1% no período) e Turiúba (-7,3%).

Quanto à renda domiciliar poucos municípios mostraram taxas de crescimento superiores à média do polo (5,1% ao ano). Os destaques foram para Araçatuba, Birigui, Penápolis, Bilac, Buritama, Valparaíso, Braúna e Piacatu. Mas entre estes municípios somente Birigui e Penápolis registraram taxas de crescimento acima da média do polo, tanto de sua população como de sua renda. Os demais municípios mencionados que apresentaram crescimento relativamente expressivo de renda domiciliar per capita tiveram crescimento muito reduzido de população. Alguns municípios tiveram queda acentuada de renda e de população. São os casos de Tiriúba e Rubiácea.

1 Como salientado, é difícil a partir dos dados do censo avaliar o verdadeiro desempenho da economia paulista na década de 90, pois o ano de 1991 foi de atividade econômica muito baixa e a do ano 2000 razoável, o que leva a superestimar o verdadeiro desempenho desta economia na década de 90.

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Pobreza, desigualdade e concentração de renda

A proporção de pobres diminuiu na década de 90 no polo de Araçatuba de 17,7% para 12,9%. Em 2000, a proporção de pobres no polo de Araçatuba ocupava uma posição intermediária, semelhante às dos polos de Bauru, São José dos Campos e Sorocaba.2

No que diz respeito à desigualdade, o índice de Gini do polo de Araçatuba é um dos mais elevados do estado (0,592) em 2000, bem como a relação entre as rendas médias dos 10% mais ricos e dos 40% mais pobres (5,80). Assim, em termos de desigualdade, a situação de Araçatuba é pior à verifi cada com a pobreza e houve uma piora na década de 90.

Quanto à concentração de renda, os 20% mais ricos do polo de Araçatuba concentravam 65,6% da renda em 2000. Este valor é também um dos maiores do estado juntamente com o

2 Utilizou-se uma linha de pobreza de ½ salário mínimo de 2000 (R$ 75,50).

TABELA 25. Renda domiciliar per capita, população e taxas de crescimento anualPolo de Araçatuba e Municípios, 1991-2000

Polo de Araçatuba e municípiosRenda domiciliar per

capita 2000População 2000

Taxa variação anual 1991-2000 (*)

População Renda domiciliar total

Polo de Araçatuba 100,0 100,0 1,2 5,1

Araçatuba 135,0 34,3 0,7 5,5

Birigui 100,0 19,2 2,6 5,8

Penápolis 97,0 11,1 1,4 5,4

Auriflama 87,5 2,7 0,8 3,7

Bilac 85,3 1,2 1,3 6,0

São João de Iracema 80,5 0,3 - -

Buritama 78,4 2,8 0,9 5,9

Valparaíso 76,4 3,6 0,9 5,9

Guararapes 73,7 5,8 0,9 2,2

Gastão Vidigal 72,2 0,7 -0,8 4,8

General Salgado 70,3 2,2 -2,0 0,3

Braúna 68,5 0,9 0,4 5,4

Coroados 66,1 0,9 -3,1 -1,8

Turiúba 62,4 0,4 -7,3 -27,6

Nova Luzitânia 60,4 0,6 0,5 4,3

Gabriel Monteiro 60,0 0,6 1,1 1,5

Rubiácea 59,5 0,5 -1,3 -21,7

Piacatu 59,4 0,9 0,2 5,8

Glicério 58,9 0,9 0,5 5,0

Avanhandava 57,3 1,8 1,1 2,3

Bento de Abreu 57,1 0,5 0,0 0,2

Alto Alegre 55,5 0,9 -1,3 4,4

Santo Antônio do Aracanguá 53,4 1,4 - -

Clementina 52,7 1,1 1,1 2,2

Luiziânia 52,5 0,9 0,3 3,6

Barbosa 52,0 1,2 1,0 4,5

Lourdes 47,7 0,4 - -

Brejo Alegre 47,4 0,4 - -

Santópolis do Aguapeí 44,4 0,8 -0,1 0,1

Guzolândia 38,2 0,9 -1,8 0,3

Nova Castilho 35,3 0,2 - -

Fonte: Fundação IBGE. Censo

Demográfi co de 2000.

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POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE ARAÇATUBA

polo de Presidente Prudente. Além disso, entre 1991 e 2000 a concentração de renda dos 20% mais ricos aumentou de 61,1% para 65.6%.

Do ponto de vista dos municípios que constituem o polo de Araçatuba, as situações de pobreza (% de pobres), desigualdade (relação entre as rendas médias dos 10% mais ricos e 40% mais pobres) e concentração (20% mais ricos) são ilustradas na tabela 26.

TABELA 26. Pobreza, Concentração e Desigualdade da renda DomiciliarPolo de Araçatuba e Municípios, 1991-2000

Polo de Araçatuba e Municípios

% pobresProporção da renda

apropriada pelos 20% mais ricos

Relação entre as rendas médias dos 10% mais ricos e

os 40% mais pobres

1991 2000 1991 2000 1991 2000

Polo de Araçatuba 17,7 12,9 61,1 65,6 4,9 5,8

Araçatuba 11,8 10,2 68,7 75,1 8,8 11,0

Birigui 7,6 7,7 60,0 62,0 6,2 6,8

Penápolis 19,0 10,3 58,4 64,5 4,6 5,4

Auriflama 23,1 16,0 60,6 61,9 4,2 4,0

Bilac 19,6 9,3 50,7 57,5 2,3 4,0

São João de Iracema - 28,4 - 66,0 - 3,1

Buritama 21,2 16,6 42,8 56,2 1,7 2,9

Valparaíso 26,7 16,2 46,5 55,2 2,0 3,1

Guararapes 22,3 15,4 58,6 53,4 3,7 2,6

Gastão Vidigal 32,8 20,3 44,8 55,1 1,6 2,0

General Salgado 23,6 22,0 55,3 55,9 2,9 2,6

Braúna 36,4 9,7 47,6 53,0 1,6 2,1

Coroados 23,2 19,0 45,2 50,5 2,2 2,1

Turiúba 26,9 12,1 28,3 38,6 0,8 1,2

Nova Luzitânia 23,2 17,1 40,8 41,1 1,3 1,3

Gabriel Monteiro 27,1 13,3 57,4 42,5 3,1 1,3

Rubiácea 25,3 26,5 62,6 42,3 3,9 1,4

Piacatu 35,5 19,2 34,4 47,2 0,8 1,3

Glicério 25,8 28,6 32,5 48,0 0,6 1,9

Avanhandava 29,9 26,3 46,9 44,5 2,2 1,6

Bento de Abreu 25,8 15,4 55,3 28,6 4,1 0,6

Alto Alegre 45,6 22,0 32,2 37,9 0,6 1,2

Sto. Antônio do Aracanguá - 16,1 - 34,6 - 0,9

Clementina 25,0 17,1 46,6 31,1 1,7 1,0

Luiziânia 42,3 21,8 44,8 42,7 1,5 0,9

Barbosa 37,1 27,9 27,7 35,7 0,6 0,9

Lourdes - 26,8 - 35,5 - 0,7

Brejo Alegre - 23,0 - 36,3 - 1,3

Santópolis do Aguapeí 36,0 24,5 47,4 29,8 1,5 0,7

Guzolândia 51,0 28,8 35,4 20,1 0,7 0,2

Nova Castilho - 38,1 - 24,0 - -

Fonte: Fonte: Fundação IBGE. Censo Demográfi co de 1991 e 2000.

Como os municípios estão ordenados conforme sua renda domiciliar per capita de 2000, de maior a menor, observa-se que existe, como era de se esperar, uma correlação inversa entre renda per capita e proporção de pobres. Ou seja, a proporção de pobres é em geral maior para aqueles municípios com renda per capita menor. Ademais, nota-se que as proporções de pobres são muito elevadas em 2000 e somente os municípios de Araçatuba, Birigui, Penápolis, Bilac e Braúna tinham proporções de pobres abaixo da média do polo,

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que era de 12,9%. Contudo, alguns municípios ainda que possuam renda per capita não tão baixa apresentam signifi cativa proporção de pobres. São os casos de Aurifl ama, São João de Iracema, Buritama, Valparaíso, Gestão Vidal e General Salgado. As piores situações de pobreza em 2000 são encontradas em Nova Castilho (38,1% de pobres), Guzolândia (28,8%), Glicério (28,6%) e Barbosa (27,9%).

Deve-se mencionar que somente o município de Rubiácea teve ampliação de sua proporção de pobres na década. Todos os outros municípios tiveram decréscimo da proporção de pobres. Mas, em geral, os municípios que reduziram sua pobreza são aqueles municípios que apresentaram uma proporção de pobres muito elevada em 1991. Como são os casos de Guzolándia, Luiziânia, Alto Alegre, Braúna, Piacatu, Santópolis do Aguapei e Gabriel Monteiro.

A concentração de renda expressa pela renda apropriada pelos 20% mais ricos revela que no polo de Araçatuba os 20% mais ricos concentravam 65,6% da renda no ano 2000, tendo sofrido um acréscimo de quatro pontos percentuais na década. Em 2000, a concentração de renda era superior à média do polo nos municípios de Araçatuba e São João de Iracema. Deve-se chamar à atenção para a correlação direta entre renda e concentração. Ou seja, aqueles municípios que possuem renda per capita mais elevada têm também maior concentração de renda. Entre 1991 e 2000 a concentração da renda aumentou na maioria dos municípios. Os destaques fi cam com Buritama (aumento de 14 pontos percentuais), Glicério (16 pontos) e Piacatu (13 pontos). A concentração de renda dos 20% mais ricos só diminuiu entre os municípios de menor renda (Gabriel Monteiro, Rubiácea, Bento de Abreu, Clementina, Santópolis do Aguapeí e Guzolândia).

A desigualdade medida pela razão entre as rendas médias dos 10% mais ricos e dos 40% mais pobres revela o elevado valor no polo de Araçatuba em 2000: os 10% mais ricos tinham uma renda média equivalente a 5,8 vezes a renda média dos 40% mais pobres do polo. Essa razão foi ainda superada pelos municípios de Araçatuba, e Birigui. Entre 1991 e 2000, a desigualdade, medida por este indicador, aumentou na maioria dos municípios. O destaque fi ca com o município de Araçatuba cuja razão entre as rendas médias dos 10% mais ricos e 40% mais pobres variou de 8,8 para 11,0 na década.

Assim, na década de 90 houve ligeiro aumento da renda domiciliar per capita no polo de Araçatuba abrangendo seus 31 municípios. A concentração e a desigualdade aumentaram na maioria dos municípios e a proporção de pobres diminuiu naqueles municípios onde essa proporção já era muito elevada em 1991. O município de Araçatuba merece destaque por apresentar a maior renda per capita, acima da média do polo, porém com reduzido crescimento de sua população. Este município apresentou a segunda menor proporção de pobres, mas a desigualdade e a concentração de renda eram relativamente elevadas e aumentaram na década. Os municípios de Birigui e Braúna tinham em 2000 a menor proporção de pobres. Todos os outros municípios tinham proporções de pobres relativamente elevadas.

Mudanças no domicílio, na inserção domiciliar no mercado de trabalho e as políticas sociais

Os arranjos domiciliares no Polo Regional de Araçatuba no ano 2000

A confi guração familiar predominantemente no Polo Regional de Araçatuba é do tipo conjugal com ou sem a presença de fi lhos residentes. Os arranjos domiciliares do Polo Regional de Araçatuba, apresentam um perfi l com as seguintes características, segundo dados do Censo

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POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE ARAÇATUBA

Demográfi co do IBGE de 2000: os arranjos familiares nucleados por casais compreendem 73,7% do total dos arranjos e os arranjos de chefes masculinos e femininos sem cônjuges totalizam 26,3%, com ênfase para os arranjos chefi ados por mulheres, que perfazem 19,2% dos arranjos domiciliares. Comparando-se esses percentuais entre as três regiões metropolitanas paulistas e polos regionais, observa-se que o perfi l apresentado pelo Polo de Araçatuba é bastante próximo ao apresentado pelos demais polos do Estado de São Paulo sob análise, diferenciando-se das regiões metropolitanas e especialmente da Região Metropolitana da Baixada Santista e da Região Metropolitana de São Paulo.

Dentre os arranjos nucleados por casais, predominam os casais com fi lhos e parentes, os quais apresentam um percentual de 58,2% dos domicílios, percentual idêntico ao apresentado pelo Estado de São Paulo 58,2%. Considerando os casais com a presença de fi lhos, aqueles de 35 até 49 anos são a maioria, confi gurando um total de 23,3% dos arranjos domiciliares, seguidos pelos casais de até 34 anos, 21,5%. Os casais de mais de 50 anos e mais com fi lhos e ou parentes apresentam os menores percentuais nesse grupo, apresentando 10,4%. Estes valores diferenciam-se das médias apresentadas pelo Estado de São Paulo, que são, respectivamente, 22,9%, 22,3% e 9,7%, sendo comparativamente menores nos domicílios com casais mais jovens e mais elevados nos domicílios dos casais de 50 anos e mais. Por outro lado, chama a atenção a maior proporção de casais sem a presença de fi lhos no Polo Regional de Araçatuba, 15,5% dos arranjos domiciliares, uma das mais elevadas dentre as regiões estudadas e em também relação ao Estado (13,4%). Esse percentual é superado apenas no Polo de São José do Rio Preto, onde é da ordem de 16%.

Deve ser ressaltado ainda que Polo Regional de Araçatuba apresenta proporção de arranjos domiciliares chefi ados por mulheres sem cônjuge com a presença de fi lhos e/ou parentes de 14,2%, inferior em relação a duas das regiões metropolitanas, RMSP e RMBS, ambas da ordem de 17%, assemelhando-se aos polos regionais estudados e à RMC; e inferior às médias apresentadas pelo Estado de São Paulo. A proporção de arranjos domiciliares chefi ados por homem sem a presença de cônjuge, de 7,1%, está próxima da apresentada pelos polos regionais analisados e abaixo da média do Estado e das regiões metropolitanas paulistas.

Estas especifi cidades da estruturação dos arranjos domiciliares no Polo Regional de Araçatuba podem ser associadas às características da sua estrutura etária. O Polo Regional de Araçatuba apresentava, comparativamente à média do Estado de São Paulo, população mais envelhecida, 11,2% com 60 anos e mais e, menor proporção entre as idades de 0 e 14 anos (24,4%); apresentando população em idade ativa (15-59) com proporções próximas à média do Estado de São Paulo, 64,6%3.

Observando-se os percentuais dos municípios o Polo Regional de Araçatuba no ano de 2000 para os arranjos chefi ados por casais, é possível perceber que estes variam entre 69% e 84%, sendo que a média do Polo é de 73,7% (Tabelas 27 e 28). Nos arranjos chefi ados por mulheres sem cônjuges os percentuais apresentados pelos municípios fi cam entre 9% e 22,6%, sendo que a média do polo é de 19,2%. Por fi m, nos arranjos chefi ados por homens sem cônjuges os percentuais variam entre 3% e 14%, sendo que a média é de 7,1% no ano de 2000.

O município de Araçatuba, sede do Polo regional e o maior município - 178.840 pessoas segundo a Contagem de 2007-, apresenta proporção de domicílios nucleados por casais da

3 Em 2000, a estrutura etária do Estado de São Paulo era a seguinte: 26,2% de pessoas com até 14 anos de idade; 65,4% entre as idades de 15-59 e proporção de pessoas com 60 anos e mais da ordem de 9,4%.

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ordem de 71% (abaixo da média regional); 22% chefi ados por mulheres sem cônjuge (acima da média regional), e 7% com chefi a masculina sem cônjuge (na média regional).

Merece destaque um conjunto de municípios pequenos, com população variando entre 1000 e 8.500 habitantes, caracterizados pelos menores rendimentos domiciliares per capita do polo de Araçatuba, que embora apresentem especifi cidades entre o perfi l de arranjos domiciliares têm por peculiaridade apresentar percentuais de chefi a masculina sem cônjuge acima da média regional. Dentre estes, um primeiro conjunto de municípios caracteriza-se pelos mais baixos percentuais de domicílios nucleados por casais, são eles: o município de Santópolis do Aguapeí (4.000 habitantes), que apresenta o menor percentual de arranjos chefi ados por casais, de 68,9%, percentuais acima da média do polo de domicílios com chefi as femininas sem cônjuges (22,6%) e percentuais elevados de arranjos de chefes masculinos sem cônjuges (8,5%); outro município desse grupo é Rubiácea (2.500 habitantes), que apresenta o segundo menor percentual de arranjos chefi ados por casais, 69,3%, proporções abaixo da média de arranjos com chefi as femininas sem cônjuges (16,1%), e apresenta o maior percentual do Polo no arranjo domiciliar chefi ado por homens sem cônjuges (14,6%); o último município desse grupo é Barbosa (8.500 habitantes), que apresentou o terceiro menor percentual no arranjo de casais, 69,6%; percentuais também abaixo da média do polo em relação ao arranjo de chefi a feminina sem cônjuges (18,8%) e percentuais bastante acima da média do polo no arranjo de chefes masculinos sem cônjuge (11,6%).

Um segundo grupo de pequenos municípios caracteriza-se apresentar arranjos nucleados por casais em proporções superiores á média regional, arranjos domiciliares chefi ados por mulher sem cônjuge abaixo da média regional e domicílios chefi ados por homens sem cônjuge acima da média regional. Dentre estes, Nova Castilho (1.057 habitantes em 2007), apresentava 80,5% de arranjos chefi ados por casais no ano censitário de 2000, proporção de domicílios com chefi as femininas sem cônjuges muito abaixo da média do polo (9,8%), com maior proporção de domicílios unipessoais femininos (6,5%) do que aqueles com fi lhos e/ou parentes residentes (3,3%). Observa-se ainda nesse município um percentual elevado de arranjos chefi ados por homens sem cônjuges (9,8%) em relação à média do polo, sendo que se concentram naqueles com a presença de fi lhos e/ou parentes (8,1%). Outro município deste segundo grupo é Santo Antônio do Aracanguá (7.036 habitantes em 2007), aproxima-se dos percentuais de Nova Castilho. Apresenta 80,6% dos arranjos chefi ados por casais, valor bem acima da média do polo; percentuais abaixo da média do polo nos arranjos de chefi as femininas sem cônjuges, totalizando 10,8%. E, por fi m, médias elevadas de chefi as masculinas sem cônjuges (8,6%). Nesse município, o perfi l dos arranjos sem cônjuges segue a tendência do Estado de São Paulo e das médias do polo, ou seja, são mais frequentes as chefi as femininas e masculinas sem cônjuges com a presença de fi lhos e/ou parentes e menores as proporções dos domicílios unipessoais.

Este conjunto de municípios chama a atenção indicando a importância de estudos mais aprofundados sobre o perfi l dos arranjos domiciliares dos pequenos municípios e a relação com a condição de precariedade a ser conhecida nos mesmos.

O destaque dado aos arranjos chefi ados por homens sem cônjuges se relaciona a um achado deste projeto, que é a concentração nos polos regionais paulistas, de domicílios com essa confi guração com a presença de fi lhos e/ou parentes, entre os 50% mais pobres do município. Dentre estes se inclui o Polo de Araçatuba, com 46% desses arranjos entre os 50% mais pobres do município. A fragilidade desse arranjo domiciliar deve ser melhor conhecida para possibilitar medidas de proteção social.

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Tendências de mudanças nos arranjos domiciliares: 1991-2000

O Polo Regional de Araçatuba apresenta, entre 1991 e 2000 as tendências de queda nos arranjos domiciliares chefi ados por casais e de crescimento nos arranjos chefi ados por homens e mulheres sem cônjuges. Compartilha dessas tendências tanto com o Estado de São Paulo, como com as outras Regiões Metropolitanas e Polos Regionais Paulistas.

Assim, no ano de 1991 a o Polo Regional de Araçatuba apresentava percentual de 79,7% de arranjos nucleados por casais, que caiu para 73,7% em 2000, apresentando uma das maiores reduções, de 7,6% na proporção de arranjos domiciliares com essa confi guração. A variação percentual observada o Polo de Araçatuba aproximou-se apenas da variação negativa apresentada pelos Polos de São José do Rio Preto, e um pouco menor do que a apresentada pelos Polos de Presidente Prudente e Ribeirão Preto que fi caram em torno de -8%; fi cou um pouco acima da experimentada pelo Estado de São Paulo.

Os arranjos domiciliares chefi ados por homens e mulheres sem cônjuges, em movimento inverso, passaram de 20,3% em 1991 para 26,3% o Polo Regional de Araçatuba em 2000. Ambas as tendências foram apresentadas, com maiores ou menores proporções, por todo o Estado de São Paulo. No caso do Estado de São Paulo, este apresentava, em 1991, 77% dos arranjos domiciliares chefi ados por casais e 23% dos arranjos com chefi as femininas e masculinas sem cônjuges; no ano 2000 esses percentuais passaram a ser de 71,6% e de 28,4%, respectivamente.

Na tendência de redução dos arranjos domiciliares nucleados pelo casal, o Polo Regional de Araçatuba, como no restante do Estado de São Paulo, registrou a maior queda naqueles arranjos chefi ados por casais, com a presença fi lhos e/ou parentes, que passaram de 66,3% em 1991 para 58,2% em 2000. Essa queda ocorreu, principalmente, nos domicílios dos casais na faixa etária de até 34 anos, com a presença de fi lhos, que somavam 29,5% em 1991 e passaram a ser 21,5% em 2000 (variação percentual negativa de 21%), expressando diversas mudanças pelas quais passa a família, nestas incluindo tanto a redução da fecundidade, como as mudanças nos padrões de nupcialidade. Observa-se entretanto, no Polo de Araçatuba com relação aos arranjos domiciliares nucleados pelo casal, a manutenção no percentual daqueles na faixa etária de 50 anos ou mais, com a presença de fi lhos, cerca de 10% dos domicílios nos dois momentos sob análise.

Deve-se ressaltar, dentre os arranjos nucleados por casais, o crescimento signifi cativo nos arranjos de casais sem fi lhos, que passam de 13,5% para 15,5% no período analisado. Percentuais muito superiores ao Estado de São Paulo que apresentou no mesmo período a manutenção da proporção 12,5%. O Polo de Araçatuba aproxima-se apenas dos percentuais apresentados pelo polo de São José do Rio Preto (16,4%), em 2000.

Por outro lado, e complementarmente, os arranjos chefi ados por homens e mulheres sem a presença de cônjuge apresentaram no Polo Regional de Araçatuba crescimento signifi cativo; estes arranjos com chefes masculinos, representavam 5,9% dos arranjos em 1991 e passaram a ser 7,1% em 2000; os domicílios com esta confi guração com chefi a feminina passam de 14,4% em 1991, para 19,2% em 2000. Dentre os arranjos domiciliares com chefes femininas, o crescimento mais relevante deu-se naqueles com a presença de fi lhos e/ou parentes, que passaram de 11,2% em 1991 para 14,2% em 2000, com variação percentual de 33%. Os domicílios unipessoais de chefes femininas apresentaram também acentuado crescimento no período, passando de 3,1% em 1991 para 4,9% em 2000. No caso dos arranjos domiciliares com chefi as masculinas sem cônjuge, o crescimento no período foi devido principalmente aos domicílios unipessoais, que de 2,6% passaram para 4% em 2000.

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A análise dos municípios do Polo de Araçatuba no período de 1991-2000, ainda que com especifi cidades, evidenciam as tendências de mudanças nos arranjos domiciliares indicadas acima, ou seja, queda nos arranjos domiciliares chefi ados por casais; crescimento de chefi as femininas sem cônjuges, e menor crescimento de domicílios de chefi as masculinas sem cônjuge.

Observa-se em Araçatuba, município sede do Polo, acentuado queda nos arranjos chefi ados por casais para o período de 1991-2000, bem como acentuado crescimento nos arranjos chefi ados por mulher sem a presença de cônjuge. Assim, em 1991, os arranjos nucleados por casais representavam 77,3% dos domicílios e passam a representar 70,8%, em 2000. Em contrapartida, ocorreu crescimento no período para os arranjos chefi ados por mulheres sem cônjuges, que passam de 16,7% para 22,1% dos arranjos domiciliares do município; aqueles com esse arranjo e com a presença de fi lhos e/ou parentes atingem, em 2000, a cifra de 16,3% dos arranjos domiciliares em Araçatuba. Merece destaque também o crescimento dos domicílios com chefi as femininas unipessoais que, em 2000, chegam a ser 5,8% dos domicílios.

Retomando um dos municípios em que se ressaltou o crescimento de arranjos domiciliares dos chefes masculinos sem a presença de cônjuge, Barbosa (8.500 habitantes), que apresentou um dos menores percentuais de arranjos de casais, 69,6%, observa-se que ocorreu queda importante, pois estes representavam 78,6% dos arranjos domiciliares do Polo em 1991, apenas um ponto percentual abaixo da média regional. Outra característica apresentada por esse município em 2000 foram os percentuais também abaixo da média do polo em relação ao arranjo de chefi a feminina sem cônjuges (18,8%), proporções que se apresentavam na média regional em 1991, com 14,5%, tendo apresentado crescimento no período. A terceira característica apresentada por esse município foram as proporções bastante acima da média do polo no arranjo de chefes masculinos sem cônjuge (11,6%) em 2000; e também o crescimento de sua proporção no período, pois estes representavam 6,9% dos arranjos em 1991, com crescimento mais importante dos domicílios unipessoais, que passaram de 4,9% para 8,4%.

Mudanças no tamanho médio dos domicílios

O Polo Regional de Araçatuba também apresenta no período de 1991-2000 tendência de redução do número de pessoas por domicílio. Observa-se que, em 1991, a média de pessoas por domicílio na RMBS era de 3,9, tendo passado em 2000 para 3,4 pessoas. A tendência e os valores são muito próximos daqueles observados para o Estado de São Paulo, bem como são próximos em relação às outras duas regiões metropolitanas e polos regionais paulistas.

Todos os tipos de arranjos domiciliares apresentam redução no número de componentes, no entanto esta foi mais acentuada nos arranjos chefi ados por casais, nos quais o número de componentes caiu de 4,1 para 3,8 pessoas por domicílio, entre 1991 e 2000, repetindo a tendência e valores observados para o Estado de São Paulo. Destacam-se entre estes os arranjos casais com fi lhos e/ou parentes, que apresentaram redução na média de componentes de 4,5 para 4,2 pessoas. Dentre estes todos experimentaram queda em seu tamanho, permanecendo, entretanto como os arranjos domiciliares mais numerosos em 2000 no Polo Regional de Araçatuba. Com os tamanhos maiores estão os domicílios dos casais entre 35 e 49 anos (4,4 pessoas), seguidos pelos casais de 50 anos ou mais (4,2 pessoas) e, por fi m, os domicílios chefi ados por casais de até 34 anos, com a presença de fi lhos (3,9 pessoas).

As menores médias de componentes por domicílio no Polo de Araçatuba são encontradas entre os arranjos de chefi as femininas e masculinas sem cônjuges, respectivamente, 2,7 e 1,9 pessoas por domicílio no ano 2000. É preciso destacar que, nos arranjos citados nesse parágrafo,

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esse número é mais elevado quando se trata de arranjos domiciliares de chefes sem cônjuges com a presença de fi lhos e/ou parentes, tanto para os femininos, como para os masculinos, observando-se, respectivamente, os valores de 3,3 e de 3,1 pessoas por domicílio, pois as médias para os totais de cada arranjo de chefi a sem cônjuge incluem os domicílios unipessoais.

Considerando-se os municípios no Polo Regional de Araçatuba ao analisar o ano de 2000, observa-se que entre estes o tamanho dos domicílios varia entre 3,2 e 3,7 pessoas no ano censitário de 2000, sendo a média regional de 3,5 pessoas por domicílio. Os municípios apresentam também variação no tamanho dos domicílios com arranjos chefi ados por casais, que fi cam entre 3,5 e 4,1 componentes por domicílio, destacando-se no limite superior os municípios de Rubiácea e Brejo Alegre.

Os menores tamanhos médios observados nos municípios são encontrados nos domicílios nucleados pelos chefes femininos sem cônjuge e pelos os chefes masculinos sem cônjuge. No caso dos arranjos chefi ados por mulheres sem cônjuges, os tamanhos fi cam entre 1,9 e 3,1 pessoas por domicílio, sendo a média do polo de 2,7 pessoas por domicílio. Por fi m, nos domicílios com arranjos de chefes masculinos sem cônjuges, os valores fi cam entre 1,1 e 2,9 pessoas por domicílio, sendo a média regional de 1,9 pessoas por domicílio. O município sede, Araçatuba, em 2000, apresentou exatamente a média observada pelo Polo Regional.

Mudanças nos arranjos domiciliares de inserção no mercado de trabalho e na provisão dos domicílios

No Polo Regional de Araçatuba no período de 1991-2000, considerando-se os arranjos domiciliares nucleados por casais, ocorreu redução na taxa de geração de renda dos chefes, com queda de aproximadamente 3 pontos percentuais; essa taxa era de 97,7% em 1991 e cai para 94,4% em 2000, mantendo-se, entretanto, elevada. Por outro lado, eleva-se a taxa de geração de renda das cônjuges, que, em 1991, era de 35,8% e, passou a ser de 51,8%, em 2000. Merece ressalvar que a taxa apresentada pelas cônjuges no Polo de Araçatuba, nesse arranjo domiciliar é a mais elevada entre as observadas nos polos e nas regiões metropolitanas paulistas no ano 2000. Ainda nesse arranjo domiciliar, a taxa de geração de renda dos fi lhos praticamente se mantém entre 1991 e 2000, em 28%. Outro componente deste arranjo, os parentes e não parentes, mantém sua taxa de geração de renda nos mesmos patamares, cerca de 43%. Nestes arranjos houve, no período, elevação da taxa domiciliar de geração de renda de 47,6% para 53%.

Nos arranjos chefi ados por mulheres sem cônjuge, no Polo de Araçatuba, as chefes apresentam taxa bastante elevada em 1991 (89,6%) e apresentam elevação nessa taxa de geração de renda para 91,6 em 2000, comportamento próximo ao observado para o Estado que é de um pequeno aumento na participação das chefes na taxa de geração de renda (89,5% para 90,1%). No mesmo período observa-se nesse arranjo domiciliar queda na taxa de geração de renda dos fi lhos, que em 1991 era de 52,7% e, em 2000, passa a ser de 50,5%, possivelmente expressando restrições do mercado ao trabalho jovem e também restrições impostas ao trabalho infantil por políticas governamentais. Outro componente, que diminuiu sua participação na taxa de geração de renda, nesse arranjo domiciliar foram os parentes e não parentes, cuja participação cai de 46,3% em 1991, para 44% em 2000. Conclui-se por uma pequena elevação da taxa de geração de renda deste arranjo domiciliar, pois passa de 63,7% em 1991 para 64,5%, em 2000.

Considerando-se os domicílios dos chefes masculinos sem cônjuges percebe-se a diminuição da taxa de geração de renda dos chefes, bem como fi lhos e elevação da taxa dos

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parentes, resultando em pequena elevação da taxa domiciliar de geração de renda no período. Assim, em 1991, 72,6% dos componentes em idade ativa aportavam renda para o domicílio e, em 2000, 76% deles. Em 1991, cerca de 95% dos chefes aportavam renda para o domicílio, 59% dos fi lhos e 54% dos parentes. Em 2000, essas taxas passaram a ser de 93%, 51% e 76%, respectivamente.

A análise dos municípios do Polo Regional de Araçatuba evidencia as mesmas tendências assinaladas acima, com poucas especifi cidades.

Considerando-se os arranjos nucleados por casais, a tendência geral nos municípios da região é de diminuição da taxa de geração de renda dos chefes e de intenso crescimento na taxa de geração de renda das cônjuges; o comportamento da taxa dos fi lhos apresenta mais oscilações. No período de 1991-2000, no município de Araçatuba, sede regional, as tendências observadas são as seguintes: a taxa de geração de renda dos chefes cai de 97,6% em 1991 para 94% em 2000 e, em movimento inverso, a taxa de geração das cônjuges experimenta forte crescimento: em 1991 era de 38,8% e, em 2000, mais que a metade das cônjuges nesse arranjo aportavam renda ao domicílio (52,4%); acompanhada de crescimento menos intenso na taxa de geração de renda dos fi lhos, 26,4% em 1991 e 27,7%, em 2000. Neste município a taxa domiciliar de geração de renda passa de 48%, para

Tomando-se outro exemplo de mudanças no aporte de renda entre ao componentes dos domicílios com arranjos nucleados por casais, no município de Birigui, observa-se que a taxa de geração de renda dos chefes diminuiu de 98,5% para 95,6% entre 1991-2000. No mesmo município observa-se acentuado crescimento da taxa de geração de renda das cônjuges, que passou de 40% para 62,9%, entre 1991-2000 e pequena queda na taxa referente aos fi lhos, de 35% em 1991 e de 33% em 2000; os parentes por sua vez apresentam pequena elevação de sua taxa, sendo de 47% em 2000. A taxa domiciliar de geração de renda apresenta acentuado crescimento no período, passando de 52,7% em 1991 para 58% em 2000, nesse município, infl uenciada pelo aumento da taxa de geração de renda das cônjuges.

Nos arranjos domiciliares da chefe feminina sem cônjuge, no período de 1991-2000, a participação das chefes na geração de renda do domicílio eleva-se em quase todos os municípios. Em relação aos fi lhos nesse arranjo domiciliar, percebe-se uma tendência geral no municípios de queda na taxa de geração de renda. Em relação aos parentes, embora a tendência na região seja de queda na taxa de geração de renda, há oscilações para cima principalmente nos pequenos municípios em 2000. Tomando-se novamente o município de Birigui como exemplo, observa-se que em 1991 89% das chefes aportavam renda para o domicílio e em 2000 esse número foi para 91% e que embora tenham ocorrido pequena queda na taxa de geração dos fi lhos, que permanece elevada em 2000, da ordem de 57% e queda mais acentuada na taxa dos parentes, a taxa domiciliar de geração de renda não sofreu queda, permanecendo cerca de 68% dos componentes. No município de Araçatuba, por sua vez, arranjos domiciliares da chefe feminina sem cônjuge apresenta queda na taxa domiciliar de geração de renda, pois embora as chefes tenham mantido sua taxa em 92,1%, a acentuada queda na taxa de geração de renda dos fi lhos (de 52,7%para 47,4%) e também a dos parentes, reduziram a taxa de geração de renda de 65% em 1991, para 63% em 2000.

Considerando o arranjo dos chefes masculinos sem cônjuge, no período de 1991-2000, a tendência geral nos municípios da região é de leve queda da taxa de geração de renda dos chefes, mantendo-se muito elevada; bem como tendência de diminuição da participação dos fi lhos na geração de renda dos domicílios. No município de Araçatuba, em 1991 a taxa de geração de renda dos chefes era de 95%, passando e em 2000 para 93,3%; a queda na taxa de

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geração de renda dos fi lhos neste arranjo mostrou-se mais acentuada e cai de 53,5% em 1991, para 45,8% em 2000.

Outro indicador utilizado para se conhecer as mudanças no padrão de arranjos domiciliares de provisão da família é a participação dos membros da família na composição renda domiciliar.

Deve-se ressaltar que embora tenha havido entre 1991-2000 aumento da participação dos componentes do domicílio em atividades para geração de renda, a renda domiciliar é predominantemente composta pela contribuição dos chefes do domicílio, sendo eles chefes masculinos ou femininos. Este fato ocorre tanto no Polo de Araçatuba, como no conjunto de regiões no Estado de São Paulo.

A análise considerando os arranjos domiciliares e a posição na família dos componentes dos domicílios mostra como tendência geral a queda da participação dos chefes na composição da renda domiciliar nos arranjos nucleados pelo casal. De forma distinta, nos arranjos sem a presença de cônjuge, cresce a participação dos chefes femininos e masculinos na composição da renda domiciliar.

No Polo de Araçatuba verifi cam-se todas as tendências apontadas acima, entretanto, percebe-se através dos censos de 1991 e 2000, que nos arranjos nucleados pelo casal, na média regional é pequena a queda da participação dos chefes na composição da renda domiciliar, praticamente mantendo-se nos 70% no período. Ainda que na maioria dos 31 municípios que compõem o Polo haja queda nessa participação, ela apresenta pequeno crescimento em alguns municípios, dentre eles Araçatuba.

Outras tendências são o crescimento da participação das cônjuges na composição do rendimento domiciliar e queda na participação dos fi lhos, nesse período, também verifi cadas neste polo regional.

Este conjunto de mudanças indica um maior partilhamento entre os componentes do domicílio da responsabilidade pela subsistência, embora se mantenha elevada a responsabilidade dos chefes das diferentes confi gurações domiciliares.

Examinam-se a seguir essas mudanças nos diferentes arranjos domiciliares no contexto do Polo Regional de Araçatuba. Considerando-se os arranjos nucleados pelo casal, como mencionado, a participação dos chefes na composição da renda domiciliar, se mantém entre 1991 e 2000 em 70%. Por sua vez, as cônjuges, nos domicílios compostos por casais, elevaram sua participação na composição da renda familiar no período de 1991-2000, nessa região. Considerando-se os arranjos domiciliares nucleados pelo casal, em 1991, a contribuição da cônjuge era de 14% e passou a ser de 18% em 2000. Essa tendência é registrada também para o Estado de São Paulo, para as outras duas regiões metropolitanas e para os polos regionais paulistas .

Outra tendência generalizada entre as diversas regiões do Estado de São Paulo sob análise, é a queda na participação dos fi lhos, e dos parentes e não parentes na composição da renda domiciliar. No Polo de Araçatuba observa-se em todos os arranjos domiciliares a queda da participação dos fi lhos entre os anos de 1991 e 2000. Nos arranjos nucleados pelos casais, a contribuição dos fi lhos para a composição da renda era de 13%, passando a ser de 10% em 2000. Considerando-se os arranjos domiciliares nucleados pelas chefes femininas sem cônjuge, destaca-se a redução apresentada pelos fi lhos que participavam com parcela de 31% da composição da renda domiciliar em 1991 e passaram a contribuir com 26% em 2000. Nos arranjos domiciliares dos chefes masculinos sem cônjuge a queda da contribuição dos fi lhos entre 1991 e 2000 é de 12% da renda em 1991, para 9% em 2000.

Outra informação que merece destaque, indicando a crescente responsabilidade da mulher na provisão familiar, é o aumento na participação das chefes femininas sem cônjuge na

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composição da renda domiciliar. Em 1991, as chefes contribuíam com 56% da renda domiciliar e passaram a contribuir com 65,3% em 2000, frente à redução da participação dos fi lhos apontada acima e também dos outros parentes, resultando no aumento do encargo das chefes femininas na manutenção do domicílio. Os dados apresentados seguem tendência semelhante à observada para o Estado de São Paulo, no qual as chefes femininas sem cônjuge contribuíam com 56% em 1991 e passaram a contribuir com 63,8% em 2000 para a composição da renda domiciliar.

A tendência de crescimento do encargo na provisão domiciliar é também apresentada pelos dos chefes masculinos sem cônjuge, cuja contribuição para composição da renda domiciliar desse arranjo era de 68,5% em 1991 e passou para 79% em 2000 na RMBS, mais elevado que o observado para o Estado de São Paulo. Para o arranjo domiciliar dos chefes masculinos sem cônjuge além da queda na contribuição já apontada para os fi lhos nesse arranjo, observa-se a redução da participação dos parentes e não parentes na composição da renda domiciliar de 19,8% em 1991, para 11,5% em 2000, no Polo de Araçatuba.

Analisando-se os municípios que compõem Polo Regional de Araçatuba observam-se as mesmas tendências apontadas acima.

No entanto, apesar de que na media regional ocorra manutenção da participação dos chefes na composição da renda domiciliar no caso dos arranjos nucleados pelo casal, como mencionado, é generalizada nos 26 dos 31 municípios, a redução da participação dos chefes na composição da renda do domicílio durante o período de 1991-2000, mantendo-se ainda como responsável pela maior parte dela. Essa participação apresenta pequeno crescimento no município de Araçatuba (71% em 1991 e 72,8% em 2000), bem como em três pequenos municípios: Barbosa,Glicério e Luziania, em todos acompanhados de forte crescimento da participação da cônjuge e de redução também acentuada da contribuição dos fi lhos na provisão domiciliar; apenas um município, Birigui, apresenta manutenção da contribuição do chefe em 66% da renda domiciliar, acompanhado de crescimento menos acentuado da contribuição da cônjuge, assim como da redução da participação dos fi lhos.

Outra tendência generalizada nos municípios, também relativa aos arranjos domiciliares nucleados pelos casais é o aumento da participação da cônjuge na composição da renda familiar. Observa-se no município de Araçatuba que as cônjuges aumentam sua participação, passando de 14% para 17% da renda domiciliar entre 1991 e 2000, enquanto a participação dos fi lhos caia de 12% para 8% e a dos parentes se mantinha 2%. Também em municípios menores e com características distintas da sede regional, são observadas as mesmas tendências.

Considerando os arranjos domiciliares com chefes femininas sem cônjuge, a tendência geral observada nos municípios do Polo de Araçatuba, é de aumento da participação das mulheres-chefe na composição da renda domiciliar no período. Em relação à participação dos fi lhos nos arranjos domiciliares de chefes femininas sem cônjuge, como já mencionado, a tendência no Polo foi de quda na participação destes na composição da renda domiciliar. Examinando essa tendência no município de Araçatuba, constata-se que, em 1991, as chefes eram responsáveis por 59,3% pela renda domiciliar e, em 2000, passaram a ser responsáveis por 68%. Em movimento inverso, reduziu-se a contribuição dos fi lhos para compor a renda domiciliar: de 27,2% em 1991, para 23,6% em 2000, acompanhados pela redução da participação dos parentes, que cai de 13,4% para 8,8%. Deve-se ressaltar que nesse arranjo domiciliar a contribuição dos fi lhos para a provisão é bastante mais elevada que a observada nos arranjos nucleados pelo casal e nos arranjos nucleados pelo chefe masculino sem cônjuge.

Nos arranjos domiciliares dos chefes masculinos sem cônjuge, a tendência observada nos municípios é semelhante à observada para o polo regional, ou seja, de aumento da contribuição

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dos chefes na renda domiciliar e de redução da participação fi lhos e de parentes. O município de Araçatuba evidencia o aumento do encargo dos chefes na provisão familiar nesse período: a participação dos chefes na renda domiciliar era de 68,5% em 1991 e, em 2000, passa a ser responsável por 83%; nesse mesmo período a participação dos fi lhos reduziu-se de 11,1% em 1991 para 8,6% em 2000. No entanto, no caso deste município e de alguns outros da região a maior redução foi observada na contribuição de outros parentes, que em Araçatuba respondiam por 20% da renda domiciliar em 1991, reduzindo-se para 8,4% em 2000.

As tendências apresentadas além de indicarem como se dão, no âmbito do Polo de Araçatuba, as mudanças na participação dos componentes em atividades que geram renda bem como na responsabilidade pela provisão do domicílio, evidenciam também as maiores difi culdades que certos arranjos domiciliares enfrentam para garantir sua subsistência. No item seguinte são apontados os arranjos domiciliares que apresentam as maiores fragilidades no Polo de Araçatuba e no Estado de São Paulo, com base nos dados dos censos 1991 e 2000.

Arranjos domiciliares mais suscetíveis ao empobrecimento

O Polo Regional de Araçatuba apresenta, no ano de 2000, rendimento domiciliar per capita de R$ 372,00, média inferior à apresentada pelo Estado de São Paulo, regiões metropolitanas do Estado de São Paulo e dentre os polos. Apresenta o segundo mais baixo rendimento per capita e supera apenas o Polo Regional de Presidente Prudente (R$ 338,00). Por outro lado e considerando-se o outro indicador selecionado para análise, a taxa domiciliar de geração de renda, esta foi de 55,7% em 2000 no Polo Regional de Araçatuba, superior à observada no Estado de São Paulo (50,5%), nas regiões metropolitanas e nos demais polos regionais, com a exceção de São José do Rio Preto, cuja taxa se assemelha a esta. Deve-se acrescentar que no Polo de Araçatuba, a análise da taxa de geração de renda por composição familiar no ano de 2000 evidencia que, em todos os arranjos domiciliares, as taxas médias da região estão acima das médias do Estado de São Paulo. Estes dois dados evidenciam que no Polo Regional de Araçatuba embora seja elevada a proporção de pessoas por domicílio envolvidas em atividades de geração de renda, é mais baixa a remuneração auferida, signifi cando em termos comparativos às outras regiões analisadas, situações mais desfavoráveis de remuneração e indicando a possibilidade de vínculos mais precários de inserção no mercado de trabalho.

É grande a disparidade de níveis de rendimento domiciliar per capita entre os municípios que compõem o Polo Regional de Araçatuba no ano de 2000. Apenas Araçatuba, o município-sede da região encontra-se acima do valor correspondente à média regional em relação ao rendimento per capita, que é quase quatro vezes maior que o rendimento per capita do município de Nova Castilho (Gráfi co 5). Somente os municípios de Birigui e Penápolis encontram-se na média regional e a pouco mais que dois terços da renda per capita apresentada pelo município-sede, Araçatuba. Cinco dentre os 31 municípios do Polo de Araçatuba têm rendimento per capita que correspondem a menos do que a metade da média regional, são os seguintes, por ordem crescente de rendimento: Nova Castilho, Guzolândia, Santópolis do Aguapei, Brejo Alegre e Lourdes todos municípios muito pequenos, com população entre mil e 4.600 habitantes, segundo a Contagem Populacional de 2007-IBGE. O Gráfi co 1 deixa evidente que outros 14 municípios apresentam rendimento per capita pouco acima da metade da média regional.

Dessa maneira, a disparidade regional na renda per capita dos municípios vai se refl etir nos arranjos mais suscetíveis ao empobrecimento presentes em cada um deles, acentuando sua fragilidade.

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Considerando-se os dois indicadores selecionados para a análise, constata-se que os arranjos domiciliares mais suscetíveis à pobreza, identifi cados no Polo Regional de Araçatuba, no ano de 2000, são, em ordem crescente aqueles chefi ados por casais na faixa etária de até 34 anos com fi lhos e/ou parentes, seguidos pelos arranjos de chefi as femininas sem cônjuges com fi lhos e/ou parentes. Deve-se observar, que há especifi cidades no Polo Regional de Araçatuba quanto à ordem de fragilidade identifi cada entre os arranjos domiciliares quando comparado ao estudo de Montali e Tavares (2008), sobre as regiões metropolitanas brasileiras no ano de 2004. Embora semelhante à ordem de fragilidade encontrada no estudo referido (Montali e Tavares, 2008) e também pelo presente projeto nas regiões metropolitanas do Estado de São Paulo, identifi cou-se especifi cidades no Polo Regional de Araçatuba e algumas situações semelhantes são encontradas também em outros dos Polos Regionais analisados, como por exemplo Bauru e Presidente Prudente.

A especifi cidade é encontrada na ordem de fragilidade do arranjo domiciliar nucleado por casais na faixa etária dos 35 aos 49 anos com fi lhos e/ou parentes, pois este se mantém na segunda posição na ordem crescente da taxa domiciliar de geração de renda no Polo de Araçatuba - da mesma forma como observado nas regiões metropolitanas paulistas -, no entanto o rendimento domiciliar per capita desse arranjo supera a média regional e dois outros arranjos

GRÁFICO 5. Rendimento domiciliar per capitaPolo Araçatuba, 2000

Fonte: FIBGE, Censo Demográfi co,

2000.

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domiciliares apresentam rendimento per capita mais baixos, ainda que também um pouco superiores à média.

Os outros arranjos domiciliares que apresentam maior fragilidade nesse polo regional são os nucleados pelo casal de 50 anos e mais com a presença de fi lhos e de parentes e o chefe masculino sem cônjuge com fi lhos e parentes, que apresentam ainda taxa domiciliar de geração de renda mais elevadas (Gráfi cos 6 e 7). Isto signifi ca que estes dois arranjos expressam maiores fragilidades para suprir a subsistência, pois embora apresentem maior número de pessoas que aportam rendimento de alguma natureza para o domicílio, esses rendimentos são de valor mais baixo.

Os arranjos nucleados por casais na faixa etária de até 34 anos com a presença de fi lhos e/ou parentes, que apresentam maior suscetibilidade à pobreza no ano de 2000 no Polo Regional de Araçatuba, com base nos indicadores adotados, têm rendimento domiciliar per capita de R$ 248,00 e taxa de geração de renda do domicílio de apenas 40%, o que signifi ca que pouco mais de um terço e menos que a metade da população em idade ativa aporta renda para o domicílio.

Observa-se, entretanto, que nos municípios do Polo Regional de Araçatuba este arranjo familiar identifi cado por sua maior fragilidade no enfrentamento das necessidades para a subsistência, apresenta valores bastante distintos de sua renda domiciliar per capita. Assim, os arranjos domiciliares chefi ados por casais com idades até 34 anos com a presença de fi lhos e/ou parentes, apresentam em todos os municípios os menores valores do rendimento domiciliar per capita, porém, o valor deste varia de forma associada à renda per capita do município. Foram encontrados entre os municípios analisados valores do rendimento domiciliar per capita para esse tipo de arranjo, que variam entre R$ 88,00 e R$ 335,00 e taxas de geração de renda entre 33,5% e 46% no ano de 2000. Dessa forma, ainda que seja o arranjo mais fragilizado para garantir

GRÁFICO 6. Rendimento domiciliar per capita segundo tipo de arranjo domiciliarPolo Araçatuba, 2000

Fonte: Censo Demográfi co 2000, IBGE.

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a sobrevivência do domicílio, esta tipologia de arranjo domiciliar apresentou suscetibilidade ao empobrecimento mais acentuada, por ordem decrescente nos municípios de Nova Castilho (R$ 88,00), Santópolis do Aguapei (R$ 108,00), Brejo Alegre (R$ 109,00), Barbosa (R$ 116,00), Alto Alegre (R$ 118,00), e Guzolândia (R$ 122,00). Em situação oposta, indicando situação relativamente mais favorável, no município de Araçatuba esse arranjo domiciliar mais suscetível ao empobrecimento apresentou taxas de geração de renda de 40% e rendimento domiciliar per capita de R$ 335,00.

O segundo arranjo domiciliar mais suscetível à pobreza no ano de 2000, na RMBS é evidenciado nos arranjos domiciliares chefi ados por mulheres sem cônjuges com fi lhos e/ou parentes. Nesse tipo de arranjo, o rendimento domiciliar per capita observado foi de R$ 248,00, abaixo da média regional e a taxa de geração de renda foi de 61%, um pouco mais elevada que a média da região (55,7%). Ou seja, mais pessoas contribuem para a geração de renda, mas o rendimento domiciliar per capita é menor que nos outros arranjos domiciliares em decorrência das características de sexo e de idade de seus componentes, bem como das características de inserção dos mesmos no mercado de trabalho, com parcela importante em atividades não formalizadas (Montali, 2008).

No tipo de arranjo domiciliar chefi ado por mulheres sem cônjuges com fi lhos e/ou parentes, os municípios do Polo de Araçatuba tiveram rendimento domiciliar per capita variando entre R$ 117,00 (Barbosa, Glicério e Lourdes) e R$ 284,00 (Araçatuba), e as taxas de geração de renda variaram entre 32,4% (Nova Castilho) e 68% (Turiúba e Gabriel Monteiro). Situação mais favorável foi encontrada no município de Araçatuba, no qual esse arranjo domiciliar apresentou rendimento de R$ 284,00 e taxa de geração de renda de 59,3%.

GRÁFICO 7. Taxa Específi ca de geração de renda por tipos de arranjos domiciliaresPolo Araçatuba, 2000

Fonte: Censo Demográfi co

2000, FIBGE.

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A mulher e a renda dos domicílios: 1991-2000

Domicílios com rendimento da mulher

O Polo Regional de Araçatuba tinha em 2000, 63,9% dos domicílios com renda da mulher, sendo esta proporção a maior entre os polos regionais e regiões metropolitanas. Contudo, a participação da renda da mulher na renda dos domicílios com mulher com renda era uma das mais reduzidas fi cando acima somente do Polo de Bauru.

TABELA 27. Proporção de domicílios com mulher ocupada e participação da renda da mulher na renda domiciliar ordenados de menor a maior conforme a participação da renda da mulher na renda domiciliar em 2000Polo Regional de Araçatuba, 1991-2000

Municípios do Polo de Araçatuba

1991 2000

% Domicílios com mulher com renda (todas as fontes)

% Renda da mulher na renda total dos

domicílios com mulher que tem renda

% Domicílios com mulher com renda (todas as fontes)

% Renda da mulher na renda total dos

domicílios com mulher que tem renda

São João de Iracema - - 52,6 31,1

Santo Antônio do Aracanguá - - 47,7 32,4

Auriflama 49,1 35,5 68,7 33,5

Nova Luzitânia 47,2 48,2 59,9 36,1

Valparaíso 42,0 38,6 52,4 36,7

Glicério 41,0 35,0 51,5 37,9

Rubiácea 55,2 22,3 48,1 38,7

Coroados 44,4 37,9 61,5 38,9

Brejo Alegre - - 57,3 39,0

Braúna 41,3 39,5 57,2 39,3

Buritama 51,1 49,0 59,3 39,3

Guararapes 51,8 39,5 57,1 39,5

Penápolis 52,6 38,2 63,6 40,8

Birigui 59,7 41,0 72,9 41,5

General Salgado 40,4 38,5 53,8 42,0

Araçatuba 56,5 40,2 65,5 42,0

Barbosa 42,9 43,7 56,3 42,2

Gabriel Monteiro 52,1 43,6 76,7 42,2

Piacatu 51,2 36,0 61,7 42,8

Gastão Vidigal 39,3 40,0 56,8 43,0

Clementina 44,8 40,1 57,7 43,1

Alto Alegre 30,0 40,0 54,6 43,2

Bilac 60,3 39,4 73,8 43,2

Lourdes - - 61,6 43,5

Santópolis do Aguapeí 45,4 30,0 59,6 43,9

Turiúba 41,1 39,5 68,7 43,9

Avanhandava 46,0 27,0 48,1 44,2

Bento de Abreu 54,8 29,7 55,5 46,1

Luiziânia 38,6 40,1 54,5 47,4

Guzolândia 43,7 36,7 58,0 47,7

Nova Castilho - - 36,2 56,8

Polo de Araçatuba 53,0 39,6 63,9 41,2

Fonte: Censos Demográfi cos de 1991 e 2000, FIBGE.

Em 1991, o Polo de Araçatuba apresentava 53,0% dos domicílios auferindo rendimentos da mulher e essa percentagem passou para 63,9% em 2000. Quanto à participação da renda

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POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE ARAÇATUBA

Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4

da mulher na renda total dos domicílios com mulher com renda esta era de 39,6% em 1991 e passou para 41,2% em 2000. Assim, a ampliação do número de domicílios com mulher com renda foi de quase onze pontos percentuais, enquanto a variação da participação da renda da mulher na renda domiciliar foi bem menos intensa (1,6 pontos percentuais).

A tabela 27 mostra os municípios do Polo de Araçatuba ordenados de menor a maior conforme a participação da renda da mulher na renda domiciliar, sendo 2000 o ano de referência. O percentual de domicílios com renda da mulher varia muito entre os municípios do Polo Regional de Araçatuba. Em 1991 essa variação ia de 30,0% em Alto Alegre a 60,3% em Bilac. Em 2000 o menor percentual fi cava com Nova Castilho (36,2%) e o maior com Gabriel Monteiro (76,7%). Quando se compara a proporção de domicílios com mulher com renda do Polo de Araçatuba (63,9% em 2000) à observada em cada município, tem-se que Gabriel Monteiro, Bilac, Birigui, Turiúba, Aurifl ama e Araçatuba possuem proporções que superam a média do polo.

Entre 1991 e 2000 houve aumento generalizado na ampliação do número de domicílios com mulher auferindo renda, com exceção de Rubiácea, onde esta proporção caiu 7,1 pontos percentuais. Merecem destaque os municípios de Turiúba, Alto Alegre e Gabriel Monteiro, que apresentaram as maiores variações da proporção de domicílios com mulher auferindo renda no período (27,6; 24,7 e 24,6 pontos percentuais respectivamente).

Quanto à participação da renda da mulher na renda dos domicílios nos municípios do Polo de Araçatuba o que se observa é que em 1991 ela variava de 22,3% em Rubiácea a 49,0% em Buritama. Em 2000, o menor peso da renda da mulher na renda domiciliar fi cava com São João de Iracema (31,1%) e o maior com Nova Castilho (56,8%).

Atividade remunerada da mulher

O Polo Regional de Araçatuba tinha em 2000 uma taxa de ocupação masculina de 66,4% e feminina de 39,8%4. Estas taxas eram as maiores tanto entre os polos regionais quanto entre as regiões metropolitanas do estado de São Paulo. A discrepância entre homens e mulheres com relação à taxa de ocupação é bastante signifi cativa no Polo de Araçatuba (26,6 pontos percentuais), sendo maior apenas nos polos de São José do Rio Preto e Ribeirão Preto (27,6 e 27,1 pontos).

No que se refere à taxa de desemprego, esta era de 9,5% para os homens e 17,6% para as mulheres no Polo de Araçatuba no ano 2000. Ao contrário do observado para a taxa de ocupação, este polo apresentava as menores taxas de desemprego entre os polos e regiões metropolitanas de São Paulo.

Do ponto de vista dos municípios do polo de Araçatuba observa-se que somente os municípios de Birigui (49,6%), Bilac (47,1%), Gabriel Monteiro (47,1%), Aurifl ama (44,1%) e Araçatuba (40,4%) tinham, em 2000, taxas de ocupação femininas superiores à média do polo (39,8%). Todos os outros municípios apresentavam taxas femininas de ocupação inferiores à do polo (Tabela 28). A menor participação feminina na atividade econômica fi cava com Nova Castilho (15,9%). Entre os homens o número de municípios com taxas de ocupação superiores à média do polo era bem maior destacando-se Barbosa com taxa de participação de 71,9%, Clementina (71,3%), Piacatu (71,2%), Braúna (71,1%), Lourdes (70,4%), Birigui (70,4%), Gastão Vidigal (70,2%), Coroados (69,8%), Turiúba (69,7%), Gabriel Monteiro (69,5%), São

4 Taxa de ocupação foi calculada dividindo o número de pessoas ocupadas pela população em idade ativa (PIA) e multiplicado por 100.

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Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4200

POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE ARAÇATUBA

João de Iracema (69,2%), Bilac (68,7%), Santo Antônio do Aracanguá (68,4%), Nova Luzitânia (67,8%), Santópolis do Aguapeí (67,3%), Luiziânia (67,2%), Bento de Abreu (67,1%) e Buritama (66,7%).

No que tange ao desemprego este era elevado para homens e mulheres, mas o das mulheres superava o dos homens de forma signifi cativa. Entre os homens a menor taxa de desemprego era a de Nova Luzitânia (3,1%) e a maior a de Nova Castilho (15,6%). Entre as mulheres a menor taxa de desemprego era a de Braúna (7,2%) e a maior a de Avanhandava (36,5%).

TABELA 28. Taxas de Ocupação e Desemprego Masculinas e FemininasPolo de Araçatuba, 1991–2000

Polo de Araçatuba

1991 2000

Homens Mulheres Homens Mulheres

Taxa Ocup.*

Taxa Desemp.**

Taxa Ocup.

Taxa Desemp.

Taxa Ocup.

Taxa Desemp.

Taxa Ocup.

Taxa Desemp.

Alto Alegre 77,9 3,2 19,0 3,8 63,8 5,7 32,4 16,6

Araçatuba 74,0 2,0 37,8 3,6 64,3 12,4 40,4 21,5

Auriflama 78,9 1,5 35,1 2,2 66,1 9,9 44,1 14,1

Avanhandava 75,4 2,6 30,8 2,7 63,7 10,7 24,6 36,5

Barbosa 76,9 2,7 26,5 4,0 71,9 4,0 34,0 17,2

Bento de Abreu 82,9 0,7 34,6 . 67,1 8,0 35,7 13,9

Bilac 79,2 0,9 42,0 1,4 68,7 9,6 47,1 13,1

Birigui 77,9 1,3 43,1 1,5 70,4 6,8 49,6 9,0

Braúna 71,0 3,3 20,9 4,5 71,1 4,6 37,3 7,2

Brejo Alegre . . . . 57,4 15,6 36,0 18,5

Buritama 76,6 1,0 33,8 3,0 66,7 10,2 34,5 20,2

Clementina 78,5 1,5 34,2 3,8 71,3 5,8 39,0 19,7

Coroados 73,4 0,8 32,2 0,3 69,8 5,2 38,8 15,9

Gabriel Monteiro 82,9 . 41,5 . 69,5 7,9 47,1 13,4

Gastão Vidigal 74,6 2,7 29,5 2,9 70,2 6,5 35,4 18,1

General Salgado 76,6 3,0 26,1 4,5 62,3 7,1 30,2 18,9

Glicério 76,7 3,2 30,3 2,2 64,5 13,9 32,4 23,4

Guararapes 74,9 2,6 31,2 3,2 65,8 9,3 33,2 22,1

Guzolândia 78,3 0,4 27,6 . 62,4 10,3 31,3 22,0

Lourdes . . . . 70,4 8,6 39,4 16,9

Luiziânia 74,2 0,5 28,5 . 67,2 4,7 35,6 15,4

Nova Castilho . . . . 48,9 15,6 15,9 23,7

Nova Luzitânia 74,0 0,7 33,0 1,7 67,8 3,1 33,2 13,5

Penápolis 71,2 1,8 34,7 4,6 65,8 8,7 39,1 16,6

Piacatu 81,7 0,3 36,9 2,6 71,2 3,4 35,3 10,0

Rubiácea 77,0 0,7 40,5 . 65,8 6,7 27,9 17,9

S. Ant. do Aracanguá . . . . 68,4 7,9 25,1 34,6

Santópolis do Aguapeí 70,1 0,2 29,1 4,9 67,3 5,4 29,6 9,7

São João de Iracema . . . . 69,2 5,1 38,6 13,1

Turiúba 73,8 1,8 23,1 1,4 69,7 3,6 33,9 9,2

Valparaíso 73,4 3,5 25,6 7,4 63,7 11,7 28,4 24,2

Polo de Araçatuba 75,1 1,9 35,8 3,1 66,4 9,5 39,8 17,6

Fonte: Censos, Censos Demográfi cos de 1991 e 2000, FIBGE.* Nº de pessoas ocupadas / População em Idade Ativa.** Nº de pessoas desempregadas / População Economicamente Ativa.

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POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE ARAÇATUBA

Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4

Como já foi mencionado, entre 1991 e 2000 as taxas de ocupação masculinas diminuíram enquanto as femininas aumentaram no polo de Araçatuba. Isto também se verifi cou nos municípios deste polo. As taxas de ocupação masculinas se reduziram em quase todos os municípios, variando de -2,7 pontos percentuais em Santópolis do Aguapeí a -15,9 em Guzolândia. A exceção foi o município de Braúna, cuja taxa de ocupação masculina praticamente não variou entre 1991 e 2000. Quanto à variação nas taxas de ocupação feminina, estas foram negativas somente em Piacatu, Avanhandava e Rubiácea. Os demais municípios todos tiveram variação positiva no período destacando-se os municípios de Braúna, Alto Alegre e Turiúba com acréscimos acima de dez pontos percentuais no período.

No que se refere às mudanças nas taxas de desemprego estas foram positivas tanto para os homens como para as mulheres, sendo mais intensas entre as mulheres. Os aumentos nas taxas de desemprego masculinas variaram de 1,2 pontos percentuais em Braúna a 10,7 pontos em Glicério, enquanto as femininas variaram de 2,7 em Braúna a 33,8 em Avanhandava.Destaca-se o fato de o município de Braúna possuir as menores variações da taxa de desemprego tanto masculina quanto feminina.

Em síntese, pode-se concluir que a ampliação do número de domicílios com mulher com renda ocorreu de forma generalizada e intensa nos municípios do Polo regional de Araçatuba, com exceção do município de Rubiácea. Essa ampliação, de forma análoga à verifi cada para as regiões metropolitanas e polos regionais do estado de São Paulo, foi mais importante que o aumento da participação da renda da mulher na renda domiciliar. Quanto às taxas de ocupação estas aumentaram para as mulheres e diminuíram para os homens. Já as taxas de desemprego aumentaram tanto para os homens quanto para as mulheres.

Políticas sociais no Polo Regional de Araçatuba

Os programas de transferência de renda no Polo Regional de Araçatuba - Mapeamento e Acesso

O Polo Regional de Araçatuba apresenta em 2007, de acordo com a Contagem Populacional realizada pelo IBGE, um total de 636.445 habitantes, apresentando tamanho da população próximo dos Polos Regionais de Bauru e Presidente Prudente e menores contingentes, quando comparado aos demais Polos Regionais Paulistas e Regiões Metropolitanas do Estado de São Paulo, analisadas por este Projeto. Para o mesmo ano, segundo estimativas do IPEA utilizadas pelo Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), o Polo de Araçatuba apresenta 23.426 mil famílias pobres assim classifi cadas por terem renda per capita de até meio salário mínimo vigente.

Considerando o conjunto dos programas de transferência de renda que tomam a família como unidade benefi ciária incluindo-se entre estes os programas de natureza federal e aqueles de natureza estadual, tem-se, em 2007, a estimativa próxima de 114% de famílias classifi cadas como pobres que recebem algum tipo de benefício no Polo Regional de Araçatuba. O município de Araçatuba, sede do Polo, possui 121,64% das famílias pobres benefi ciadas por Programas de Transferência de Renda; o município de Brejo Alegre foi o que apresentou a maior proporção de famílias classifi cadas como pobres com cobertura pelos referidos programas de transferência de renda, da ordem de 175% .

Os programas de transferência de renda que tomam as famílias como unidade benefi ciária são: Bolsa Família, Renda Cidadã e Ação Jovem, sendo o primeiro de natureza federal e os outros dois de natureza estadual. Os outros programas de transferência de renda têm o indivíduo como

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POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE ARAÇATUBA

benefi ciário e para o cumprimento das condicionalidades. Dentre estes devem ser mencionados os programas federais BPC (Benefício de Prestação Continuada), o PETI (Programa de Erradicação do Trabalho Infantil) e o Programa Agente Jovem. Deve-se mencionar ainda que estes programas federais, o primeiro dirigido a idosos e a defi cientes e aqueles dirigidos à criança e ao adolescente - PETI e Agente Jovem - embora dirigidos ao indivíduo, têm como referência para a seleção do benefi ciário dados familiares de renda. Atenta-se também para o fato de que o PETI em 2007 encontrava-se em transição para o Bolsa Família e atualmente encontra-se integrado a este. O Programa Agente Jovem, por sua vez, transformou-se em ProJovem Adolescente5.

A porcentagem de famílias abaixo da estimativa de pobreza (IPEA-MDS) atendidas pelo programa federal Bolsa Família é de 88,84% no Polo Regional de Araçatuba, porcentagem quando comparada com as outras RMs e os Polos Regionais evidencia cobertura relativamente menor do programa em relação à população alvo; em situação de cobertura próxima a esta, são também encontrados o Polo de São José do Rio Preto (80,1%), e a Região Metropolitana de São Paulo (83,4%). Constatou-se no Polo Regional de Araçatuba que a cobertura do Programa Bolsa Família atinge a totalidade das famílias classifi cadas como pobres principalmente nos maiores municípios e que nos municípios menores o acesso das famílias pobres a esse programa é menor (Tabela 29).

Através das entrevistas realizadas no trabalho de campo, foi possível observar que ocorre combinação dos diversos programas na composição do benefício recebido pelas famílias, possibilitando maior cobertura e evitando maiores disparidades entre as famílias benefi ciárias. Dessa maneira observou-se, através da pesquisa nos municípios do Polo de Araçatuba a complementaridade entre o Programa Bolsa Família e outros programas de transferência de renda.

A análise dos dados obtidos junto ao MDS, governo federal, e junto ao Sistema Pró-Social do Estado de São Paulo evidencia que embora na média regional Polo de Araçatuba não seja muito elevada a cobertura dos programas de natureza estadual em relação às famílias classifi cadas como pobres pelo MDS, é mais elevada em muitos municípios pequenos deste Polo Regional. Tomando-se como referência o total de famílias pobres constata-se que são atendidas pelo Programa Renda Cidadã cerca de 12% delas e, que são atendidas pelo Programa Ação Jovem, cerca de 8%. Outra constatação é que ambos os programas estaduais estão presentes em todos os municípios do Polo Regional de Araçatuba.

Nos municípios menores esses percentuais apresentam vários valores, mas na maior parte deles o Programa Renda Cidadã atende entre 22% e 58% das famílias classifi cadas como pobres, enquanto a cobertura Programa Ação Jovem nesses pequenos municípios concentra-se entre 12% e 46% das famílias. Tomando-se como exemplo o caso do município de Nova Castilho, que apresenta a menor renda per capita do Polo de Araçatuba, e população de 1.507 habitantes, no qual a cobertura estimada do programa Bolsa Família é de 25%, nota-se que é complementado pelos programas estaduais Renda Cidadã (32,6%) e Ação Jovem (43,5%), atingindo nessa soma cerca de 101% das famílias pobres. O município de Guzolândia, segunda menor renda do polo e população de 4.637 habitantes, apresentou por sua vez cobertura de 80,2% do programa federal Bolsa Família, complementado pelos programas estaduais Renda Cidadã (33,6%) e Ação Jovem (8,6%).

5 O ProJovem Adolescente tem como objetivos: o retorno e a permanência na escola, proteção social básica e assistência às famílias. Além de atender adolescentes de famílias com renda per capita inferior a meio salário mínimo, o programa priviliegia jovens atendidos pelo Bolsa Família e participantes do PETI. Lei nº 11.692, de 10 de Junho de 2008.

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POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE ARAÇATUBA

Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4

TABELA 29. Programas Federais e Estaduais de Transferência de Renda: famílias atendidas e coberturaPolo Regional de Araçatuba, 2007

Município

Indicadores Programas Federais de Transferência de Renda

População (Contagem

2007)

Estimativa Famílias Pobres

Percentual de Pobreza (%)

Bolsa FamíliaProgramas Remanescentes

(1)

Pessoas (Contagem

2007)

Famílias (IPEA 2004)

% da estimativa de pobres* (IPEA 2004) em relação

à população (Contagem 2007)

Famílias

Beneficiárias

Cobertura do Bolsa Família % de famílias

atendidas abaixo da estimativa de

pobreza (IPEA 2004)

Famílias Beneficiárias

% Famílias Beneficiárias

Polo Araçatuba 636.445 23.426 20.811 88,8 1.113 4,8

Alto Alegre 4.157 333 27 152 45,7 57 17,1

Araçatuba 178.839 5.665 11 5.869 103,6 115 2,0

Auriflama 13.751 803 20 431 53,7 33 4,1

Avanhandava 10.877 566 18 570 100,7 5 0,9

Barbosa 6.454 438 23 452 103,3 38 8,7

Bento de Abreu 2.740 107 13 75 70,1 5 4,7

Bilac 6.905 246 12 245 99,5 3 1,2

Birigui 103.395 2.564 8 2.804 109,4 209 8,2

Braúna 4.709 227 16 199 87,8 3 1,3

Brejo Alegre 2.432 183 26 207 112,9 29 15,8

Buritama 14.735 853 20 780 91,4 61 7,2

Clementina 6.080 262 15 298 113,6 9 3,4

Coroados 4.881 255 18 280 110,0 47 18,4

Gabriel Monteiro 2.638 119 15 76 64,1 4 3,4

Gastão Vidigal 3.859 242 21 232 96,0 7 2,9

General Salgado 121.255 3.440 10 1.924 55,9 58 1,7

Glicério 4.398 303 23 269 88,8 12 4,0

Guararapes 28.662 1.508 18 1.152 76,4 91 6,0

Guzolândia 4.637 361 26 289 80,2 54 15,0

Lourdes 1.974 200 34 104 52,0 30 15,0

Luiziânia 4.782 305 22 317 103,9 56 18,4

Nova Castilho 1.057 92 30 23 25,0 0 0,0

Nova Luzitânia 3.403 160 16 94 58,9 5 3,1

Penápolis 56.681 2.113 13 2.235 105,8 144 6,8

Piacatu 5.093 274 18 263 95,8 4 1,5

Rubiácea 2.501 145 20 111 76,7 3 2,1

Santo Antônio do Aracanguá 7.036 336 16 159 47,3 0 0,0

Santópolis do Aguapeí 4.008 273 23 208 76,2 22 8,1

São João de Iracema 1.732 133 26 75 56,5 1 0,8

Turiúba 1.947 136 24 92 67,6 3 2,2

Valparaíso 20.827 784 13 826 105,3 5 0,6

(continua)

Page 205: V04 Polos Regionais Bauru, São José do Rio Preto, Araçatuba e Presidente Prudente

Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4204

POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE ARAÇATUBA

Município

Programas Estaduais de Transferência de Renda Subtotal

Renda Cidadã Ação Jovem

Famílias Beneficiárias

% Famílias Beneficiárias

Famílias Beneficiárias

% Famílias Beneficiárias

Famílias

Beneficiárias% Famílias

Beneficiárias

Polo Araçatuba 2.765 11,8 2.037 8,7 26.726 114,1

Alto Alegre 58 17,4 30 9,0 297 89,2

Araçatuba 619 10,9 288 5,1 6.891 121,6

Auriflama 46 5,7 37 4,6 547 68,1

Avanhandava 30 5,3 48 8,5 653 115,4

Barbosa 28 6,4 41 9,4 559 127,6

Bento de Abreu 58 54,2 39 36,4 177 165,4

Bilac 70 28,5 50 20,3 368 149,6

Birigui 210 8,2 154 6,0 3.377 131,7

Braúna 29 12,8 30 13,2 261 115,0

Brejo Alegre 59 32,2 26 14,2 321 175,4

Buritama 50 5,9 97 11,4 988 115,8

Clementina 63 24,0 84 32,1 454 173,3

Coroados 30 11,8 24 9,4 381 149,4

Gabriel Monteiro 40 33,6 30 25,2 150 126,1

Gastão Vidigal 58 24,0 50 20,7 347 143,4

General Salgado 150 4,4 91 2,6 2.223 64,6

Glicério 40 13,2 25 8,3 346 114,2

Guararapes 110 7,3 99 6,6 1.452 96,3

Guzolândia 119 33,0 31 8,6 493 136,6

Lourdes 75 37,5 29 14,5 238 119,0

Luiziânia 29 9,5 28 9,2 430 141,0

Nova Castilho 30 32,6 40 43,5 93 101,1

Nova Luzitânia 87 54,4 74 46,3 260 162,5

Penápolis 89 4,2 220 10,4 2.688 127,2

Piacatu 38 13,9 29 10,6 334 121,9

Rubiácea 61 42,1 60 41,4 235 162,1

Santo Antônio do Aracanguá 196 58,3 57 17,0 412 122,6

Santópolis do Aguapeí 69 25,3 80 29,3 379 138,8

São João de Iracema 30 22,6 20 15,0 126 94,7

Turiúba 36 26,5 39 28,7 170 125,0

Valparaíso 158 20,2 87 11,1 1.076 137,2

(continuação)

(continua)

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POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE ARAÇATUBA

Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4

Município

BPC PETI Agente Jovem

Pessoas com Deficiência (PCD)

Idosos Total de Beneficiários Total de Beneficiários Total de Beneficiários

Polo Araçatuba 4.944 4.022 8.966 386 300

Alto Alegre 27 34 61 9 -

Araçatuba 1.441 1.646 3.087 85 -

Auriflama 85 90 175 - 25

Avanhandava 68 48 116 - -

Barbosa 62 68 130 10 -

Bento de Abreu 20 21 41 - 50

Bilac 70 24 94 - 25

Birigui 643 530 1.173 50 -

Braúna 25 13 38 - -

Brejo Alegre 19 11 30 - -

Buritama 227 64 291 150 25

Clementina 33 18 51 16 -

Coroados 37 23 60 - -

Gabriel Monteiro 13 3 16 - -

Gastão Vidigal 53 5 58 - -

General Salgado 808 408 1.216 - 25

Glicério 27 33 60 - -

Guararapes 427 324 751 - 50

Guzolândia 40 26 66 - 25

Lourdes 10 - 10 - -

Luiziânia 43 22 65 - -

Nova Castilho 1 1 2 - -

Nova Luzitânia 31 6 37 - -

Penápolis 367 397 764 66 -

Piacatu 56 13 69 - 50

Rubiácea 28 18 46 - -

Santo Antônio do Aracanguá 28 25 53 - -

Santópolis do Aguapeí 29 18 47 - -

São João de Iracema 2 2 4 - -

Turiúba 22 9 31 - -

Valparaíso 202 122 324 - 25

(continuação)

Fonte: Federais: Matriz de Informação Social SAGE-MDS. Estaduais Sistema Pró-

Social do Estado de São Paulo.

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Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4206

POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE ARAÇATUBA

Da mesma maneira, no município de Araçatuba, sede do Polo de Araçatuba, em 2007 foram atendidas 5.869 famílias pelo Programa Bolsa família, abrangendo cerca de 103,6% das famílias pobres. Considerando-se ainda os programas estaduais voltados para as famílias, cerca de 619 famílias recebem transferências de renda do Programa Estadual Renda Cidadã (10,93%) e 288 famílias (5,08%) do Programa Estadual Ação Jovem, nesse município.

Devem-se acrescentar duas informações: a primeira é que uma família pode receber benefício de mais de um programa de transferência de renda e, outra informação, é que difi cilmente será atendida a totalidade das famílias que seriam o público alvo desses programas.

Nos municípios visitados por ocasião da pesquisa de campo no polo Regional de Araçatuba: o município-sede Araçatuba, Birigui e Valparaíso, constatou-se em todos a existência dos programas federais Bolsa Família e BPC. Os programas PETI e Agente Jovem não foram encontrados em todos os municípios, ou seja, o PETI não foi encontrado no município de Valparaíso, assim como o Programa Agente Jovem não foi observado em Araçatuba e Birigui (Quadro 3).

QUADRO 3. Programas de transferência de renda vigentes nos municípios pesquisados, ordenados por tamanhoPolo Regional de Araçatuba, 2007

Polos Tamanho MunicípiosFederais Estaduais

MunicipaisBolsa Família

PETIAgente Jovem

BPCRenda Cidadã

Ação Jovem

Araçatubamais de 100 mil

Araçatuba - SEDE

Birigui

mais de 20 até 50 mil Valparaíso

Fonte: NEPP/NEPO/IE-UNICAMP-FINEP. 2007.

A pesquisa de campo é a única fonte de informação sobre os programas municipais, pois não existem registros ofi ciais para os mesmos, de forma distinta do que atualmente ocorre com os programas federais e estaduais. Dessa maneira, a pesquisa de campo evidenciou no Polo de Araçatuba a presença de apenas um programa municipal de transferência de renda entre os municípios visitados.

Considerando-se os três municípios visitados durante a pesquisa de campo no Polo Regional de Araçatuba, foi encontrado um programa municipal de transferência de renda no município de menor tamanho entre eles, Valparaíso, que apresenta população de 20.800 habitantes.

O Programa Municipal de Transferência de Renda do município de Valparaíso é o Programa Jovem Cidadão. Trata-se de um programa voltado para a população jovem, atendendo a um público que também poderia ser benefi ciário dos Programas Estaduais Ação Jovem (voltado para a família) e Agente Jovem (também voltado para o indivíduo), cujo objetivo é estimular o protagonismo dos jovens. O valor do benefício é de R$ 65,00 por jovem, composto unicamente por recursos do município de Valparaíso. É coordenado e articulado ainda pela Secretaria Municipal de Assistência Social (SMAS), com o apoio da DRADS – Araçatuba. Da mesma maneira como a maior parte dos Programas de Transferência de Renda encontrados na Pesquisa de Campo (2007), o programa Jovem Cidadão tem a freqüência escolar como condicionalidade para permanência do benefício.

Os principais problemas apontados pelos municípios pesquisados no Polo Regional de Araçatuba tiveram como centro difi culdades relacionadas à infra-estrutura e aos recursos humanos, neste último aspecto referindo se à quantidade insufi ciente de profi ssionais e à

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POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE ARAÇATUBA

Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4

necessidade de investimento em capacitação das equipes. Assim, nos municípios de Araçatuba e Valparaíso, observam-se difi culdades na execução e acompanhamento dos programas que transferem renda, principalmente devido a problemas com a infra-estrutura e pessoal. Além destes, Araçatuba encontra difi culdades na implementação dos programas de transferência de renda, por enfrentar resistências colocadas pela perspectiva assistencialista e clientelista ainda vigentes.

A falta de pessoal é questão relevante nos três municípios, mas sob diferentes características. Em Valparaíso a falta de pessoal é problema estrutural, já que faltam profi ssionais para todos os tipos de ações relacionadas aos programas de transferência de renda. Já nos municípios de Araçatuba e Birigui há falta de pessoal tanto para as atividades envolvidas no o acompanhamento das famílias, como para a execução de ações complementares às transferências de renda. Porém este problema é mais signifi cativo em Araçatuba em virtude da população atendida nos programas ser maior.

Também foram diagnosticados problemas quanto a concentração e superposição de funções na execução dos programas de transferência de renda, o que promove grandes difi culdades na rotina de trabalho dos técnicos. Esse fato comum aos municípios é apontado como um problema maior nos municípios de Valparaíso, onde duas assistentes sociais responsáveis executam desde o cadastramento até as ações sócio-educativas dos distintos programas.

Tratando-se de difi culdades específi cas na implementação de cada programa, e iniciando se pelo programa municipal de transferência de renda identifi cado em Valparaíso - Programa Municipal Jovem Cidadão -, pode-se mencionar que as principais estão relacionadas a difi culdades para a ampliação do programa e para garantir a permanência dos jovens na escola.

Considerando as difi culdades apontadas pelo programa de transferência de renda de maior abrangência, o Bolsa Família, observa-se no Polo de Araçatuba que as principais difi culdades estão relativas aos Recursos e Infra-Estrutura, aos Recursos Humanos (Qualifi cação), a Relações entre esferas de governo, ao Acompanhamento das Condicionalidades e a Falta de vagas no programa.

Educação básica no Polo Regional de Araçatuba

Índice de Analfabetismo da População de 15 anos ou mais anos de idade

Em 1991, o índice de analfabetismo entre as pessoas com 15 anos ou mais de idade no Polo Regional de Araçatuba foi de 12,8%, valor superior à média estadual que atingiu neste ano 9,7% das pessoas com 15 anos ou mais de idade. Com a queda nas taxas de analfabetismo de cerca de 67%, a região passa a apresentar taxa equivalente a 4,3% de analfabetismo entre a população com 15 anos ou mais, patamar inferior à média estadual no ano 2000 equivalente a 6,1%.

Os municípios localizados no centro do Polo: Araçatuba, Birigui, Guararapes e Bilac, e, Penápolis a sudeste e, Aurifl ama no norte, apresentaram as taxas mais baixas de analfabetismo que variaram entre 9% e 14% da população residente com mais de 15 anos no ano de 1991. Os municípios de Guzolandia, Piacatu, Coroados e Luiziania apresentaram as taxas mais altas de analfabetismo em 1991, taxas superiores a 22%. (Mapas 1 e 2).

No ano 2000 foi possível constatar o avanço conquistado com a queda na taxa de analfabetismo na região em todos os municípios da região. Os municípios de Luiziania, Gastão Vidigal, Guzolandia e Rubiácea tiveram suas taxas reduzidas em mais de 84%.

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Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4208

POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE ARAÇATUBA

Proporção da população adulta com mais de 12 anos de estudo

Este índice aponta para a proporção da população adulta, defi nida como aquela na faixa etária entre 25 e 59 anos, que completou o ensino básico e freqüenta ou freqüentou e, concluiu pelo menos um ano do ensino superior.

O Polo Regional de Araçatuba apresentou, em 1991, proporção de adultos com 12 anos ou mais de estudo de 9,4%, valor inferior à média estadual correspondente a 12,1%. No ano 2000 fi cou evidente o avanço conquistado pelo Polo Regional de Araçatuba que apresentou resultados muito melhores que a média estadual, 18,7% e 14,5% respectivamente.

Em 1991 os municípios de Araçatuba e Penápolis contrastaram dos demais por apresentarem as taxas mais altas em torno de 12,0%. Por outro lado, Glicério, Barbosa e Rubiácea sequer apresentavam 3% da população adulta com pelo menos 12 anos de estudo.

Apesar do censo populacional realizado em 2000 mostrar a grande melhora deste índice para o Polo Regional de Araçatuba, com incremento de quase 100%, esta melhora não ocorreu de forma homogênea nos municípios. Os municípios centrais da região que concentravam mais população adulta com alta escolaridade em 1991, como Araçatuba e Guararapes, no ano 2000 não são os municípios que concentram maiores proporções de população mais instruída.

Os dados evidenciaram que na década de 90 havia uma probabilidade maior dos municípios localizados na região mais central do Polo, concentrar população com mais escolarização. Na década seguinte os municípios com maiores proporções de população adulta mais escolarizada estão mais espalhados no Polo de Araçatuba.

Taxas de Escolarização Líquida do Ensino Fundamental de 1ª a 4ª série6

Em 1991 a Taxa de Escolarização Liquida do Ensino Fundamental de 1ª a 4ª serie no Polo Regional de Araçatuba já era considerada elevada comparativamente com a de outras regiões da

6 Esse índice representa o percentual da população que freqüenta o ensino fundamental entre a 1ª e a 4ª serie com idade correspondente a esse nível de ensino, ou seja, entre 7 a 10 anos.

MAPAS 1 e 2. Taxas de Analfabetismo

Fonte: Censo Demográfi co 2000, IBGE. Microdados.

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POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE ARAÇATUBA

Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4

pesquisa e atingiu em média 90,2%, patamar superior ao índice estadual de 87,5%. Enquanto a Taxa de Escolarização Líquida no ano 2000 para o Estado de São Paulo cresceu 2,5% com relação à década anterior, no Polo Regional de Araçatuba a taxa fi cou praticamente estabilizada.

Os municípios que mais incrementaram suas taxas foram: Santópolis do Aguapeí, Gastão Vidigal, Barbosa, e Nova Luziânia. São estes municípios que em 1991 constituíam o grupo com as mais baixas taxas de escolarização líquida.

Em 1991, as taxas líquidas de escolarização do Ensino Fundamental de 1ª a 4ª série nos municípios pertencentes ao Polo de Araçatuba variaram entre 77,8% e 97,1%. Na década seguinte, foi registrado um intervalo de variação nas taxas maior de 73,9% a 100% entre os municípios do Polo.

Os municípios com as taxas mais elevada no ano 2000 foram: Santópolis do Aguapeí, Bento de Abreu, Bilac e Barbosa, que apresentaram taxas superiores a 97%.

No início da década o município de Araçatuba, sede do Polo Regional, era um dos concentravam taxa de escolarização do Ensino Fundamental de 1ª a 4ª série mais elevada com relação aos municípios de seu entorno. Na década seguinte, com a tendência de universalização do ensino Fundamental esta centralidade não fi ca mais evidente.

Taxas de Escolarização Líquida do Ensino Fundamental de 5ª a 8ª série

A taxa de escolarização líquida de 5ª a 8ª série do Ensino Fundamental no Polo Regional de Araçatuba passou de 60% em 1991 para 80,3% no ano 2000.

A taxa de escolarização líquida referente à segunda fase do ensino fundamental apresentou incremento de quase 40% entre as décadas de 90 e de 2000 no Estado de São Paulo e, de quase 34% no Polo Regional de Araçatuba.

Os municípios de Gastão Vidigal, Coroados, Avanhandava, Guzolandia, Barbosa e Glicério foram os municípios que mais incrementaram suas taxas, com incrementos que variaram entre 70,0% e 97,0%.

Foram estes municípios que em 1991 apresentavam as mais baixas taxas de escolarização líquida do ensino fundamenta de 5ª a 8ª série e, portanto tinham um caminho mais longo a percorrer.

No ano 2000, os municípios com as taxas mais elevadas, isto é, com mais de 85% das crianças de 11 a 14 anos freqüentando a segunda fase do ensino fundamental foram: Nova Castilho, Bento de Abreu, Turiúba, Gastão Vidigal, General Salgado e Aurifl ama.

Taxas de Escolarização Líquida do Ensino Médio7

Aproximadamente 54% dos jovens de 15 a 17 anos no Estado de São Paulo foram atendidos pelo Ensino Médio no ano 2000. Entre o ano de 1991 e o ano 2000 houve um efetivo crescimento da taxa de escolarização que no início do período alcançou apenas 25% dos jovens.

Entre 1991 e 2000 a taxa de escolarização líquida do Ensino Médio cresceu quase 113% no Estado de São Paulo e, 100% no Polo Regional de Araçatuba. As taxas que em 1991 para o Estado de São Paulo e para o Polo Regional de Araçatuba foram de 25,2% e 28,2% respectivamente, passaram para 53,6% e 56,4% no ano 2000.

7 Esse índice representa o percentual da população que freqüenta o ensino médio na idade correspondente a esse nível de ensino, ou seja, entre 15 e 17 anos.

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Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4210

POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE ARAÇATUBA

Em 1991 o Polo Regional de Araçatuba concentrou municípios com taxas líquidas de escolarização do ensino Médio que variaram entre 7,3% e 40,6%. No ano 2000, a variação foi de 41,5% a 81,5%.

Em 1991, General Salgado, Gabriel Monteiro, Bilac, Buritama e Glicério detinham as mais elevadas taxas de escolarização líquida do Ensino Médio da região, superiores a 31%. Em 1991 um conjunto de municípios mais periféricos do Polo apresentava baixas taxas de escolarização nesse nível de ensino. Entre eles, destacamos os municípios: ao norte, Nova Luzitania e, na região a sudeste, os municípios de Barbosa, Avanhandava e Alto Alegre.

No ano 2000 os municípios que apresentaram as maiores taxas, ou seja, com mais de 60% dos adolescentes de 15 a 17 anos freqüentando o Ensino Médio foram: ao norte do Polo os municípios de: Aurifl ama, General Salgado, Nova Castilho, Gastão Vidigal e Lourdes, a sudoeste: Bento de Abreu e Coroados.

Matrículas no Polo Regional de Araçatuba

De acordo com as informações do Censo Escolar (MEC-INEP), o Polo Regional de Araçatuba concentrou em 2006 mais de 117 mil matrículas entre os níveis de ensino infantil, fundamental e médio. A educação infantil, formada por creche e pré-escola, representou quase 22% do total de matrículas e a maior concentração das matrículas aconteceu na pré-escola.

No ensino básico, nos níveis Fundamental e Médio, as matrículas do Polo Regional de Araçatuba totalizaram 91.829 matrículas, onde o maior peso recaiu no ensino Fundamental que representou quase 60% do total de matrículas.

Entre 1999 e 2006 houve um pequeno aumento do número médio de alunos por professor no ensino infantil nos municípios pertencentes ao Polo Regional de Araçatuba. Na média o incremento foi de quase 0,5 alunos por professor. Assim, no ano de 1999 a média de alunos por professor no ensino infantil fi cou em 22,5 e no ano de 2006 atingiu 23 (Tabela 30).

Os municípios com maiores défi cits de professores neste nível de ensino em 2006 foram: Guzolandia, Piacatu e Coroados com mais de 24 alunos por professor.

No ensino fundamental, a média de alunos por professor passou de 24,1 para 17,2 entre 1999 e 2006. As maiores quedas neste indicador ocorreram nos municípios de São João de Iracema, Gabriel Monteiro, Nova Castilho Brejo Alegre, Turiúba, Nova Luzitânia e General Salgado, causado na grande maioria dos municípios tanto pelo aumento do número de professores quanto pela queda no volume de matrículas.

No ensino Médio havia no ano de 1999 19,3 alunos por professor. Em 2006 observou-se queda de 7,5 alunos por professor fazendo com que o indicador passasse para 11,8 alunos por professor.

As maiores quedas do índice, mais de 100% de redução, aconteceram nos municípios de Coroados, Gastão Vidigal, Valparaíso, Gabriel Monteiro, Guararapes e Glicério e, assim como no ensino fundamental, foi resultado da queda no volume de matrículas concomitante ao fato de ter havido incremento no número de professores. Vale dizer que a queda no número de alunos por professor, sobretudo no ensino fundamental e médio, se deu em alguns municípios pelo incremento no número de professores, mas em alguns casos concomitante a este fato também ocorreu uma diminuição na pressão por matrículas devido às mudanças demográfi cas.

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POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE ARAÇATUBA

Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4

Indicadores de rendimento8 : taxas de aprovação escolar e de evasão escolar9

No ano de 2002, no Polo Regional de Araçatuba, as taxas médias de aprovação no ensino Fundamental de 1ª a 4ª série, 5ª a 8ª série e no Ensino Médio foram de respectivamente 94,4%, 92,4% e 83,3%. A taxa de aprovação no ensino Fundamental na região, de 1ª a 4ª série, foi praticamente igual à taxa média estadual de 94,5%.

No Ensino Fundamental de 5ª a 8ª série e no Ensino Médio, a taxa de aprovação para o Polo de Araçatuba foi muito superior à média estadual de respectivamente 92,4% e 84,2%. Os municípios que obtiveram os índices mais baixos de aprovação no ensino Fundamental de 1ª a 4ª série foram Avanhandava, Clementina, Brejo Alegre e Santópolis do Aguapeí com menos de 84% de aprovação (Tabela 31).

8 Dados obtidos da Fundação SEADE / Secretaria de Estado da Educação – SEE/Centro de Informações Educacionais – CIE.9 Porcentagem de alunos que preencheram em avaliação fi nal, os requisitos mínimos em aproveitamento e freqüência, previstos em legislação, em relação ao total de alunos matriculados no fi m do ano letivo.

TABELA 30. Número de Alunos por professor

Fonte: Censo Escolar - INEP - MEC 1999 e

2006.

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Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4212

POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE ARAÇATUBA

Entre a 5ª e 8ª serie, o melhor e o pior índice de aprovação variou entre 75,8% e 100% taxas equivalentes respectivamente aos municípios de Avanhandava e Nova Castilho. No ensino médio a diferença entre os extremos é um pouco mais acentuada (de 59,5% a 100%) correspondendo respectivamente, assim como no Ensino de 5ª a 8ª série do Ensino Fundamental, a Avanhandava e Nova Castilho.

Fonte: Fundação SEADE - (Base de dados: MEC/INEP - EDUDATABRASIL).

TABELA 31. Taxas de Aprovação Escolar10

10 Porcentagem de alunos que preencheram em avaliação fi nal, os requisitos mínimos em aproveitamento e freqüência, previstos em legislação, em relação ao total de alunos matriculados no fi m do ano letivo.

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POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE ARAÇATUBA

Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4

Em 2002 as taxas de evasão no Polo Regional de Araçatuba na 1ª a 4ª série, na 5ª a 8ª série do Ensino Fundamental e no Ensino Médio foram de respectivamente 0,4%, 3,5% e 9,3%.

No Ensino Fundamental de 5ª a 8ª série e no Ensino Médio, os resultados das taxas de evasão escolar para o Polo Regional de Araçatuba foram superiores às médias estaduais.

No nível de ensino que compreende da 1ª à 4ª série do Ensino Fundamental, as taxas de evasão entre os municípios foram baixas, sendo inferiores a 2,5%. Os municípios com as maiores taxas nesse nível de ensino foram: Clementina com 2,4% e Luiziania com 1,5% (Gráfi co 8).

GRÁFICO 8. Taxa de Evasão EscolarPolo de Araçatuba, 2002

Na segunda fase do Ensino Fundamental, as taxas de evasão fi caram bastante heterogêneas e variaram entre 0,3% e 15,0%. As taxas mais elevadas neste nível de ensino corresponderam a Turiúba, Barbosa, Avanhandava, e Coroados (Gráfi co 9).

Fonte: SEE-SP. Tabulações

Especiais.

GRÁFICO 9. Taxa de Evasão EscolarPolo de Araçatuba, 2002

Fonte: SEE-SP.

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Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4214

POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE ARAÇATUBA

Os maiores índices de evasão aconteceram no Ensino Médio onde se verifi cou uma amplitude nas taxas de 1,7% a 28,4%. As maiores taxas de evasão, aquelas superiores a 15%, foram encontradas nos municípios localizados a leste do município sede onde destacamos: Brejo Alegre, Lourdes, Avanhandava, Barbosa, Coroados e Glicério (Gráfi co 10).

GRÁFICO 10. Taxa de Evasão EscolarPolo de Araçatuba, 2002

Indicadores de qualidade do ensino

Para estudar as tendências com relação à qualidade do ensino, lançamos mão dos resultados das avaliações do Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Estado de São Paulo – SARESP – para o ano de 2007. Os resultados do SARESP permitem avaliar o ensino regular de todas as escolas da rede pública estadual que oferecem a 1ª, 2ª, 4ª, 6ª e 8ª séries do Ensino Fundamental e a 3ª série do Ensino Médio. Assim, apresentamos os resultados das provas de Língua Portuguesa e Matemática e dos níveis de desempenho em Redação para as 4ª e 8ª séries do Ensino Fundamental e 3ª série do Ensino Médio para o Polo Regional de Araçatuba e para o Estado de São Paulo.

O Polo Regional de Araçatuba se destacou no desempenho na disciplina de Matemática no Ensino Fundamental, tanto no ensino de 1ª a 4ª série como no de 5ª a 8ª série. O Polo de Araçatuba obteve depois do Polo de Bauru a segunda maior pontuação em matemática nestes níveis de ensino, entre todos os Polos Regionais e Regiões Metropolitanas da pesquisa. Assim, na disciplina de matemática para os alunos de 1ª a 4ª série, o Polo de Araçatuba obteve nota média de 199,14 pontos, patamar superior à pontuação média do Estado que foi equivalente a 182,45. Para os alunos de 5ª a 8ª série a pontuação do Polo de Araçatuba alcançou 241,20 pontos, enquanto que a média estadual fi cou em 231,53 pontos.

No ensino médio, entretanto, o desempenho do Polo Regional de Araçatuba foi o melhor entre todas as regiões da pesquisa. O desempenho neste nível de ensino atingiu 272,67 pontos e a média estadual foi de 263,68 pontos. (Tabela 32).

Na disciplina de Língua Portuguesa, o desempenho dos alunos do Polo de Araçatuba foi melhor que o desempenho médio do Estado e de todas as regiões contempladas na pesquisa.

Fonte: SEE-SP. Tabulações Especiais.

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POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE ARAÇATUBA

Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4

No ensino fundamental de 1ª a 4ª série e no de 5ª a 8ª há uma vantagem de aproximadamente 10 pontos a mais no desempenho médio dos alunos do Polo de Araçatuba em relação às notas médias estaduais (Tabela 32). No ensino médio a diferença é de 7 pontos a mais a favor do Polo de Araçatuba.

A maior disparidade entre as notas médias do Polo de Araçatuba e do Estado, tanto no caso da disciplina de matemática quanto de língua portuguesa, ocorre na primeira fase do ensino fundamental.

TABELA 32. Média de Profi ciência em Matemática, 2007Polo Regional de Araçatuba

Matemática Polo Regional de Araçatuba Estado de São Paulo

4ª. Série do E. F. 199,14 182,45

8ª. Série do E. F. 241,20 231,53

3ª. Série do E. M. 272,67 263,68

TABELA 33. Média de Profi ciência em Língua Portuguesa, 2007

Língua Portuguesa Polo Regional de Araçatuba Estado de São Paulo

4ª. Série do E. F. 196,76 186,84

8ª. Série do E. F. 253,23 242,62

3ª. Série do E. M. 270,30 263,22

Já em relação ao nível de desempenho em Redação11, o Polo Regional de Araçatuba obteve resultados superiores ao Estado que concentrou maiores proporções de avaliações de redação consideradas abaixo do conceito básico. Os maiores diferenciais são percebidos para a 3ª série do Ensino Médio. Esta constatação deixa claro que quanto mais avançado o nível de ensino, melhor é o desempenho em redação comparativamente às notas médias estaduais (Gráfi co 11).

11 Para o cálculo da distribuição percentual, foram excluídas do total das avaliações, aquelas categorizadas pelo sistema SARESP como: não válidas: anuladas, em branco e não calculada.

Fonte: SARESP, SEE-SP.

Tabulações Especiais.

Fonte: SARESP, SEE-SP.

Tabulações Especiais.

GRÁFICO 11. Desempenho em Redação

(continua)

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Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4216

POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE ARAÇATUBA

Atenção Básica à Saúde e Acesso às Ações e Serviços de Saúde no Polo Regional de Araçatuba

Mortalidade Infantil

No Polo Regional de Araçatuba a taxa de mortalidade infantil, vem caindo sistematicamente, assim como acontece no Brasil e no Estado de São Paulo. O Polo de Araçatuba apresentou níveis de mortalidade infantil abaixo da média estadual entre 1990 e 2006. No ano 2000 a taxa de mortalidade infantil no Polo Regional de Araçatuba foi de 22,8 óbitos de menores de um ano por mil nascidos vivos e caiu para 16,8 no ano de 2006.

Em 1990 os municípios do Polo Regional de Araçatuba com taxas mais elevadas foram Glicério, Piacatu, Rubiácea, Gabriel Monteiro e Braúna com taxas de respectivamente: 100,0; 48,8; 46,5; 38,5; e 38,5 óbitos de menores de um ano por mil nascidos vivos (Gráfi co 12).

O município que mais avançou na queda da mortalidade infantil foi Piacatu que passou a apresentar em 2006 taxa de mortalidade infantil equivalente a 16,1 enquanto que em 1990 ocorriam 48,8 óbitos de menores de um ano para cada mil nascidos vivos.

A redução média nas taxas de mortalidade infantil dos municípios do Polo Regional de Araçatuba foi de cerca 26% entre 1990 e 2006. No fi nal do período em análise, as taxas fi caram mais homogêneas e se concentraram em um intervalo de 10,8 a 70,2 óbitos de menores de um ano por mil nascidos vivos.

Fonte: SARESP, SEE-SP. Tabulações Especiais.

(continuação)

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POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE ARAÇATUBA

Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4

Saúde da Criança

A taxa de Internação por Infecção Respiratória Aguda em menores de cinco anos é um indicador frequentemente usado, pois fornece uma medida da qualidade da atenção à saúde preventiva e curativa à criança. O Ministério da Saúde recomenda que a taxa deva ser inferior a 35 internações por mil crianças menores de cinco anos.

No ano 2000 tanto o Estado de São Paulo quanto o Polo Regional de Araçatuba já apresentavam taxas inferiores a 35 internações por mil crianças menores de cinco anos. A média estadual neste ano atingiu 28 internações e passou para 21 em 2006. No caso do Polo Regional de Araçatuba as taxas foram superiores às médias estaduais tanto no ano 2000 quanto em 2007. Em 2000 foram internadas em média 31 crianças menores de cinco anos. No ano 2007 a situação piorou um pouco e a região passou a apresentar taxa equivalente a 33 internações.

Apesar da média da região beirar 35 internações no ano 2000, 20 municípios dos 32 que compõem a região apresentaram taxas superiores a 35 internações por IRA por mil crianças menores de cinco anos.

A observação das taxas de internação por Infecção Respiratória Aguda em menores de cinco anos nos municípios do Polo Regional de Araçatuba revela que não houve melhora das taxas no sentido de ter ocorrido declínio. Em 12 dos 31 municípios que compõem o Polo de Araçatuba houve incremento da taxa de internação por Infecção Respiratória Aguda em menores de cinco anos, inclusive no município sede que junto com os municípios de Coroados, Gastão Vidigal, Braúna, Turiúba e Glicério apresentaram incrementos de mais de 100% na taxa.

As taxas mais baixas no ano 2000 estiveram concentradas no município sede e no município de Coroados. Em 2007 não se nota mais a centralidade, no sentido das taxas mais baixas estarem concentradas no município sede ou nos municípios vizinhos a ele.

GRÁFICO 12. Taxa de Mortalidade InfantilPolo Regional de Araçatuba

Fonte: Fundação Seade; Sec. Estadual da Saúde; Sec.

Municipais da Saúde. Base

Unifi cada de Nascimentos e

Óbitos.

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Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4218

POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE ARAÇATUBA

Atenção ao Pré-Natal

Para avaliar a cobertura e a qualidade da assistência ao parto no Polo Regional de Araçatuba utilizamos o indicador: Proporção de mulheres com fi lhos nascidos vivos que realizaram sete ou mais consultas de pré-natal. O número mínimo de consultas recomendadas pelo Ministério da Saúde é sete.

É necessário dizer, baseado em alguns estudos (SERRUYA, 2004), que este indicador é fortemente infl uenciado pelo nível de pobreza da região, além de outros fatores. Além disso, em uma análise longitudinal, as taxas podem em grande parte terem sido afetadas, positivamente, pelas ações do Programa Saúde da Família e pela implementação do Programa de Humanização do Pré-Natal e Nascimento do Ministério da Saúde lançado em junho de 2000 onde o foco principal tem sido proporcionar a melhora do acesso, da cobertura e da qualidade do acompanhamento pré-natal, da assistência ao parto e puerpério das gestantes e ao recém-nascido (Tabela 34).

TABELA 34. Proporção de nascidos vivos de mães com 7 ou mais consultas de pré-natal

Fonte: SINASC/SUS - DATASUS.

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POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE ARAÇATUBA

Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4

A proporção média de nascidos vivos cujas mães realizaram pelo menos sete consultas por mês no Polo Regional de Araçatuba no ano 2000 foi superior à média estadual. No ano 2000, enquanto a proporção média de nascidos vivos cujas mães completaram o pré-natal era de 54,5% no Estado de São Paulo, o Polo Regional de Araçatuba realizou 18,2% a mais. No ano de 2005, a média estadual fi cou em mais de 73%, enquanto que no Polo Regional de Araçatuba passou para quase 82,5% dos nascidos vivos, cujas mães haviam realizado 7 consultas ou mais de pré-natal. Assim, houve um incremento de cerca de 35% na proporção de mães que realizaram pelo menos 7 consultas de pré-natal no Estado e de 13,4% no Polo Regional de Araçatuba entre 2000 e 2005. Ainda assim, o Polo de Araçatuba apresentou nível de cobertura de pré-natal superior à média estadual em 2005. Não se pode esquecer que o Polo de Araçatuba já apresentava nível de cobertura de consultas de pré-natal, muito superior ao nível do Estado já no início do período (82,5%).

Em 2005 os municípios de Luiziania, Rubiácea, Guzolandia e Guararapes destacaram-se por apresentarem mais de 90% dos nascimentos onde as mães realizaram 7 consultas ou mais de pré-natal.

Os municípios de Nova Castilho, Avanhandava, Brejo Alegre e Barbosa apresentaram as taxas cobertura de pré-natal mais baixas da região em 2005 e não atingiram mais do que 60% dos nascimentos com pré-natal concluído.

Controle da Hipertensão

A taxa de internações por Acidente Vascular Cerebral (AVC) na população de 40 anos ou mais, além de apontar o nível de morbidade para esta doença, também avalia a oferta de ações básicas preventivas para o controle da doença hipertensiva.

O número de internações entre 2000 e 2007 por Acidente Vascular Cerebral (AVC) na população de 40 anos ou mais no Polo Regional de Araçatuba subiu de 35,6 para 42,3 internações por grupo de 10000 habitantes. Este fato pode signifi car que as ações de atenção básica nos municípios do Polo no controle das doenças hipertensivas possivelmente estão tendo um impacto baixo. As taxas médias para o Polo Regional de Araçatuba, no ano 2000 e em 2007, 35,6 e 42,3 respectivamente, foram bem mais altas que as médias estaduais, 15,2 e 20,8 respectivamente.

Entre todos os Polos regionais e Regiões Metropolitanas da pesquisa, o Polo de Araçatuba foi o que apresentou a mais elevada taxa de internações por AVC em adultos com mais de 40 anos em 2007 Vale lembrar que no ano 2000 este Polo já apresentava taxas elevadas. Depois do Polo Regional de Presidente Prudente e do Polo de Bauru, foi o Polo de Araçatuba que apresentou a mais alta taxa de internações por AVC na população com mais de 40 anos. Houve piora em alguns dos municípios, no sentido de ter havido aumento das taxas de internação. Os municípios que vêem apresentando tendência de crescimento nas taxas de internações por AVC entre 2000 e 2007 foram: Araçatuba e os municípios localizados ao norte do Polo: São João da Iracema, Turiúba, Gastão Vidigal, Guzolandia, General Salgado, Nova Castilho, Nova Luzitania e a sudeste do Polo: Coroados Braúna.

Indicadores Gerais de Atenção à Saúde: Consultas Médicas Básicas por Habitante e Cobertura do Programa de Saúde da Família

No Brasil a média anual de consultas médicas por habitante nas especialidades básicas pouco variou entre o ano de 2000 e 2007. No ano 2000 este indicador atingiu 1,51 consultas

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POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE ARAÇATUBA

básicas por habitante e em 2007 atinge 1,54. No Estado de São Paulo, o patamar é praticamente o mesmo referente à média brasileira em 2000 e, em 2007 chegou a 1,7 consultas básicas por habitante. O Polo Regional de Araçatuba apresentou tendência de ascensão. No ano 2000 foram realizadas em média 1,7 consultas médicas básicas por habitante e no ano de 2007, 2,3 consultas, portanto constatou-se um crescimento de mais de 32% no número médio de consultas.

Os municípios que mais realizaram consultas básicas por habitante em 2007, entre 4,0 e 5,7 consultas básicas por habitantes foram: Lourdes, São João da Iracema, Gastão Vidigal, Turiúba e Santo Antonio do Aracanguá localizados ao norte do Polo e o município de Glicério.

As informações sobre percentuais de cobertura do Programa Saúde da Família em grandes cidades e capitais revelam que em geral há uma difi culdade maior de consolidação deste programa em cidades maiores e mais urbanizadas (ELIAS, 2006).

Como já foi dito, a região do país com menor cobertura do Programa Saúde da Família é a Sudeste, com menos de 30% de cobertura da população no ano de 2007. No Estado de São Paulo em 2007, em média a cada 4 famílias, uma foi atendida pelo PSF e, no Polo de Araçatuba, uma a cada duas famílias foi atendida pelo PSF.

Os dados mostraram que houve crescimento da proporção de famílias atendidas pelo PSF no Estado de São Paulo e no Polo Regional de Araçatuba entre 2000 e 2007. O ritmo de crescimento do PSF no Polo Regional de Araçatuba intensifi cou-se a partir do ano 2000, quando as proporções de famílias cobertas pelo PSF estiveram sempre acima das médias estaduais e nacionais (Gráfi co 13). Nesse sentido, enquanto as proporções de famílias cobertas pelo PSF mais do que quadruplicaram no Estado de São Paulo entre 2000 e 2007, no Polo Regional de Araçatuba estas proporções foram quintuplicadas.

GRÁFICO 13. Proporção de População coberta pelo Programa Saúde da Família (%)

A cobertura de famílias atendidas vem aumentando bem como o número de municípios que em 2000 não tinham implementado o programa e, em 2007 já implantaram. No ano 2000, alguns municípios localizados na parte sul do entorno do Polo de Araçatuba e alguns na região nordeste do Polo haviam implementado o PSF. Entre os municípios que já em 2000

Fonte: Número de pessoas cadastradas, de 2000 a 2006, por município - SIAB/SUS - DATASUS, Censo Demográfi co 2000 e projeções, IBGE.

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POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE ARAÇATUBA

Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4

apresentavam uma cobertura maior que 100% destacam-se Lourdes, Piacatu, Gabriel Monteiro, Nova Luzitania e Luiziania. Os municípios com proporções entre 90% e 100% no ano 2000 foram: Turiúba, Bento de Abreu, Santópolis do Aguapeí, Coroados e Clementina.

No ano de 2007 os municípios do Polo que mais haviam incrementado suas taxas de cobertura populacional pelo PSF foram: Clementina, Rubiácea, Turiúba, Piacatu, Alto Alegre e Braúna com mais de 110% de crescimento desde o ano 2000.O município sede do polo, Araçatuba implementou o programa a partir de 2001 com 66,3% de cobertura e, no ano de 2007 apresentou queda de 8% no indicador. A constatação das altas taxas de cobertura populacional pelo PSF no Polo de Araçatuba é um fato que demonstra que o PSF tem sido uma estratégia de organização da atenção básica à saúde na região.

Atenção Hospitalar - Leitos Hospitalares por Habitante

A análise deste indicador tem como objetivo ilustrar como acontece a concentração de leitos hospitalares por habitantes nos municípios pertencentes ao Polo Regional de Araçatuba.

Como este indicador é suscetível a uma variedade de fatores relativos às localidades ou regiões distintas, não há parâmetros validados para efeitos de comparação. O que acontece é que a própria demanda juntamente com a capacidade de fi nanciamento do local acaba defi nindo as metas a serem alcançadas. Assim, este indicador não é adequado para avaliar o sistema de saúde de uma região, mas auxilia nas ações de planejamento e gestão.

Apesar de não termos parâmetros validados, o Ministério da Saúde preconiza que o volume de leitos hospitalares esteja entre 2,3 a 3 leitos por mil habitantes (Portaria do Ministério da Saúde 1101/2002).

No Polo Regional de Araçatuba a oferta de leitos hospitalares foi de 2,9 leitos por mil habitantes em 2006, onde 2,3 leitos foram disponibilizados através do SUS. A média de leitos hospitalares por mil habitantes no Polo Regional de Araçatuba foi um pouco superior à média estadual e à nacional. No Estado foram disponibilizados 2,6 leitos e no Brasil 2,7 leitos por mil habitantes em 2006 (Tabela 35).

No Polo Regional de Araçatuba de cada 5 leitos hospitalares, 4 foram disponibilizados pelo SUS. Esta proporção é superior à proporção média estadual de 65,4% em 2006.

Os leitos disponibilizados pelo SUS atingiram quase 80% do total de leitos da região.

TABELA 35. Leitos Hospitalares por mil habitantes

Fonte: CNES - Recursos Físicos - Hospitalar - Leitos

de internação - São Paulo SUS - DATASUS, Censo

Demográfi co 2000 e projeções, IBGE.

O município de Luiziânia se destacou por ser o município com a maior oferta de leitos hospitalares, 7,3. Além de Luiziânia, os municípios de: Alto Alegre, Clementina, Bilac e Araçatuba apresentaram elevada oferta de leitos hospitalares por mil habitantes: 5,7; 5,2; 4,4 e 3,9 respectivamente. No caso destes municípios a disponibilidade de leitos hospitalares pelo SUS variou entre 77% e 93% do total de leitos hospitalares

Especifi camente no Polo Regional de Araçatuba as taxas foram bastante inferiores que as do Estado de São Paulo. Entre todas as regiões metropolianas e Polos Regionais da Pesquisa,

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Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4222

POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE ARAÇATUBA

foi Araçatuba o Polo que apresentou o mais baixo percentual de população coberta por planos de saúde privados tanto no ano 2000 como em 2007. No ano 2000, a cobertura média para o Estado e para o Polo Regional de Araçatuba foi de respectivamente 41,6% e 10,6%.

Em 2007 foi constatado o crescimento da cobertura por planos de saúde privados no Estado de São Paulo e no Polo Regional de Araçatuba que passaram a apresentar percentuais de respectivamente 48% e 15,9%. Apesar deste indicador no Polo Regional de Araçatuba estar muito abaixo da média estadual, tanto no ano 2000 quanto no ano de 2007, o crescimento no Polo de Araçatuba foi muito mais intenso quando comparado com o Estado: 15,3% no Estado e 49,2%, no Polo de Araçatuba.

Os planos de saúde privados aumentaram em todos os municípios do Polo Regional de Araçatuba entre 2000 e 2007. Os municípios do Polo onde haviam proporcionalmente mais pessoas com planos de saúde privados em 2007 foram: Araçatuba, Turiúba, General Salgado e Penápolis com respectivamente: 24%; 22,8%, 17% e 16%. Nos demais municípios a proporção da população com planos de saúde privados variou de 0,6% a 15,7%.

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POLO REGIONAL DE PRESIDENTE PRUDENTE

Economia e mercado de trabalho no Polo de Presidente Prudente

O Polo de Presidente Prudente situa-se no extremo oeste do Estado de São Paulo, a mais de 500 km da capital e é limítrofe aos Estados de Mato Grosso do Sul e Paraná. Sua densidade demográfi ca é baixa e a taxa de crescimento é modesta, comparando-se com o restante do Estado. Seu isolamento permitiu a formação de uma base urbana de suporte à reprodução social e econômica na região, assentada nas atividades agropecuária e agroindustrial.

No início do século passado a cultura de café era presente e foi a responsável pela ocupação efetiva da região. Além do café havia também, em menor escala, cultura de cana-de-açúcar, milho, feijão dentre outras de subsistência. Em meados do século, a pecuária passou a ter maior importância e transformou a região em um dos maiores polos exportadores de carne do país. Atualmente, a base agrícola da região é mais diversifi cada e possui complexos agroindustriais com maior dinamismo, como o açúcar e álcool de cana (Cano et al, 2007).

O polo possui 31 municípios incluindo a cidade de Presidente Prudente que abrigava em 2005 uma população de pouco mais de 201 mil habitantes, portanto, confi gura-se como uma cidade de médio porte. Apenas seis das cidades que compõem esse polo possuem mais de 20 mil habitantes, apenas quatro possuem entre 10 e 20 mil habitantes e as demais possuem uma população inferior à 10 mil pessoas. Isto é, o polo é formado por cidades pequenas. A tabela 1 traz o número de habitantes por município para o polo.

O município sede do polo, a cidade de Presidente Prudente, possui uma taxa de crescimento populacional baixa. Entre os anos 2000 e 2005, a taxa média de crescimento do polo foi de apenas 1,1%. Presidente Prudente cresce a uma taxa um pouco superior á verifi cada para o polo como um todo (1,3%). Algumas cidades, como Sandovalina cresceu mais de 2% a.a. ao longo do período analisado; são verifi cadas algumas cidades onde o crescimento populacional foi negativo, como Nantes (0,3% a.a.) e Estrela do Norte (0,1% a.a).

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Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4224

POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE PRESIDENTE PRUDENTE

Ainda no que se refere à população desse polo, nota-se que metade da população no ano de 2000 era natural do próprio polo e pouco mais de 40% residia no local há mais de dez anos. Essa participação varia bastante entre os municípios. A cidade de Anhumas, por exemplo, apresenta uma população natural de mais de 67%, porém uma população com 10 anos ou mais de residência no local de 25,6%. Rosana, por outro lado, apresenta apenas 29% da sua população como sendo natural (Tabela 2).

A participação do Polo de Presidente Prudente no Estado de São Paulo tanto no que se refere à população e ao valor adicionado é bastante pequena e não sofreu grandes alterações nos últimos anos. Em 2002, a população desse polo representava apenas 2% daquela do total do Estado, percentual que não se alterou até 2005. Já em relação ao valor adicionado, em 2002, o polo de Presidente Prudente tinha uma participação de apenas 1,2%, percentual que permaneceu praticamente estável em 2005 (1,1%) (Gráfi co 1).

TABELA 1. Evolução da População ResidentePolo de Presidente Prudente, 2000-2005

População totalTaxa anual de crescimento

2000 2005

Polo de Presidente Prudente 549.984 585.900 1,6

Alfredo Marcondes 3.697 3.866 1,1

Álvares Machado 22.661 24.480 1,9

Anhumas 3.411 3.524 0,8

Caiabu 4.077 4.235 1,0

Caiuá 4.192 4.637 2,6

Emilianópolis 2.893 2.925 0,3

Estrela do Norte 2.625 8.302 33,4

Euclides da Cunha Paulista 10.214 10.745 1,3

Iepê 7.257 7.325 0,2

Indiana 4.932 5.085 0,8

Marabá Paulista 3.784 3.839 0,4

Martinópolis 22.346 23.763 1,5

Mirante do Paranapanema 16.213 16.790 0,9

Nantes 2.269 2.232 (0,4)

Narandiba 3.743 4.090 2,2

Piquerobi 3.478 3.608 0,9

Pirapozinho 22.104 23.004 1,0

Presidente Bernardes 14.662 15.349 1,2

Presidente Epitácio 39.298 41.868 1,6

Presidente Prudente 189.186 201.647 1,6

Presidente Venceslau 37.347 38.237 0,6

Rancharia 28.772 29.737 0,8

Regente Feijó 16.998 18.188 1,7

Ribeirão dos Índios 2.222 2.303 0,9

Rosana 24.229 26.199 2,0

Sandovalina 3.089 3.445 2,8

Santo Anastácio 20.749 21.198 0,5

Santo Expedito 2.526 2.653 1,2

Taciba 5.221 5.541 1,5

Tarabaí 5.786 6.276 2,1

Teodoro Sampaio 20.003 20.809 1,0

Fonte: Censo Demográfi co 2000, FIBGE.

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POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE PRESIDENTE PRUDENTE

Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4

TABELA 2. Participação da população por município e por condição de migraçãoPolo de Presidente Prudente, 2000

Fonte: Censo Demográfi co 2000, FIBGE.

GRÁFICO 1. Participação do Valor Adicionado e da População do Polo de Presidente Prudente nos Totais do Estado de São Paulo, 2002/2005

Fonte: FIBGE; Fundação Seade.

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Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4226

POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE PRESIDENTE PRUDENTE

Durante a recuperação econômica ocorrida entre os anos de 2002 e 2005, o Estado de São Paulo passou por um crescimento anual do produto interno bruto da ordem de 3% ao ano. O Polo de Presidente Prudente, contrário á tendência do estado, sofreu uma perda de 0,3%, sendo esta queda menor apenas que o Polo de São José dos Campos que teve um decréscimo de 2,2% ao ano.

Desagregando-se a queda do valor adicionado por setores, nota-se que a mais signifi cativa foi sofrida pela agroindústria, tendo declinado a uma taxa anual de 7,4%. As maiores contribuições do valor da produção regional vem da carne bovina e da cana-de-açúcar, entretanto, essa economia pecuária refl ete-se em uma baixa renda bruta da agropecuária regional (Cano et al).

Em seguida vem a indústria que tem um peso muito pequeno na produção industrial do Estado (menos de 1%) e que também sofreu queda no período, porém menor que a verifi cada para a agroindústria, de 1,2% ao ano.

O único setor que apresentou algum crescimento no período foi o de serviços e, mesmo assim, o crescimento foi inferior a 1% anual. O setor de serviços não é muito expressivo na região, visto que a baixa densidade demográfi ca apresenta limites ao crescimento das atividades terciárias mais sofi sticadas. Apenas no município de Presidente Prudente e em seu entorno se formam adensamentos populacionais importantes que favorecem e impulsionam o setor.

A administração pública foi importante no período para evitar que o valor adicionado tivesse uma queda ainda maior. Este setor cresceu cerca de 1,5% ao ano entre 2002 e 2005 (Gráfi co 2).

GRÁFICO 2. Taxas Anuais de Crescimento do Valor AdicionadoPolo de Presidente Prudente, 2002 – 2005

Fonte: FIBGE; Fundação Seade.

Observando-se agora a composição do valor adicionado do Polo de Presidente Prudente por município, nota-se que a cidade de Presidente Prudente é responsável por 33,8% do VA do

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POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE PRESIDENTE PRUDENTE

Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4

polo, percentual bastante próximo daquele que representa a população da cidade em relação ao Polo (34,4%).

Em seguida, tem-se a cidade de Rosana que, apesar de deter menos de 5% da população do polo, é responsável por 16,4% do valor adicionado.

O Gráfi co 3 mostra os demais percentuais de participação do valor agregado e da população por município.

GRÁFICO 3. Composição do Valor Adicionado e da população, segundo municípiosPolo de Presidente Prudente, 2005

Fonte: Fundação Seade.

Entrando agora nas questões relativas ao mercado de trabalho no Polo de Presidente Prudente, os dados do Censo Demográfi co 2000 ajudam a entender a dinâmica desse mercado (Tabela 3).

Um primeiro dado que chama atenção é a elevada participação da cidade de Presidente Prudente tanto no que se refere à PIA quando ao que se refere à PEA, com uma participação de 35,3% e 37,5%, respectivamente. A participação dos demais municípios na composição da PIA e da PEA é bastante inferior estando bem distribuída entre eles.

No que se refere à taxa de desemprego, nota-se que a região como um todo apresenta uma média de desemprego de 14,4%, taxa inferior àquela encontrada para a Região Metropolitana de São Paulo (19,6%).

O município de Presidente Prudente encontra-se próximo da média do Polo, tendo uma taxa de desemprego de 14,1%. A maior taxa de desemprego é encontrada no município de Teodoro Sampaio, com 21,2% e a menor é encontrada na cidade de Nantes com apenas 2,9% de desemprego.

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Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4228

POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE PRESIDENTE PRUDENTE

Observando-se o nível de formalização no mercado de trabalho regional, percebe-se que o Polo de Presidente Prudente apresenta uma taxa de 59%, portanto, pouco mais da metade dos ocupados possuí contribuição para a previdência. Essa taxa varia para cada município e para cada decil de renda. Nota-se que quanto mais elevado o decil de renda, maior a taxa de formalização.

A cidade de Nantes é a que apresenta melhor taxa de formalização sendo esta de 75%. Já o município de Mirante de Paranapanema apresenta uma taxa de formalização de apenas 30,3%, sendo a menor do polo. Presidente Prudente, por sua vez, apresenta uma taxa de formalização melhor que aquela verifi cada para o polo, sendo ela de 66% (Tabela 4).

Já quanto a taxa de assalariamento, isto é, o número de ocupados assalariados sobre o total de ocupados, o polo apresenta uma taxa próxima a 62%. Novamente verifi cam-se taxas diferentes tanto para cada município quanto por estrato de decil, mas não se verifi ca nenhuma tendência dentro dos estratos. O município de Presidente Prudente apresenta uma

TABELA 3. Porcentagem de pessoas com residência no município de até 3 anos no total da população com declaração de migrantes segundo municípios e decis de renda domiciliarPolo de Presidente Prudente, 2000

1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º Total

Polo de Presidente Prudente 4,5 3,7 3,6 3,2 3,4 3,4 3,0 3,1 4,0 3,3 3,6

Alfredo Marcondes 0,9 1,4 3,9 1,4 - 1,4 5,0 - - - 1,7

Álvares Machado 5,4 0,9 2,1 2,2 0,7 0,4 - 4,5 3,8 3,4 2,4

Anhumas 2,7 4,5 4,5 - - - - 8,1 - 100,0 3,0

Caiabu 5,3 9,1 7,5 - 2,4 1,6 - - - 14,3 5,4

Caiuá 4,0 5,8 5,3 6,1 1,0 2,3 - 5,2 - - 4,2

Emilianópolis 7,4 3,9 3,4 - 6,9 - - - - - 4,6

Estrela do Norte 2,3 4,6 1,7 2,3 3,0 - - - - - 2,3

Euclides da Cunha Paulista 8,6 3,0 6,9 5,2 8,6 1,9 12,7 10,2 - 8,1 6,7

Iepê 6,7 5,1 6,2 2,0 9,9 6,7 - 7,9 - 2,6 5,6

Indiana 4,0 0,9 3,9 1,9 1,1 5,3 1,0 - 1,5 - 2,2

Marabá Paulista 4,3 3,9 2,7 - - 3,0 15,3 - - - 3,5

Martinópolis 2,9 2,9 2,0 1,3 - 0,5 3,9 - 7,7 - 2,3

Mirante do Paranapanema 7,1 2,4 4,4 5,4 7,5 - - - 3,4 - 4,9

Nantes 2,4 4,1 5,7 6,8 2,6 3,9 - - - - 3,4

Narandiba 1,5 1,3 - 1,3 1,3 3,3 9,2 - - 8,3 1,8

Piquerobi 5,4 3,0 1,7 1,2 1,9 - - - - - 2,7

Pirapozinho 1,9 0,7 1,9 0,8 10,2 2,3 0,7 3,0 - - 2,3

Presidente Bernardes 2,6 1,8 1,1 0,9 - 4,7 6,7 3,4 3,0 3,2 2,4

Presidente Epitácio 6,4 4,6 5,5 7,4 2,3 2,1 4,9 2,4 6,5 3,7 4,9

Presidente Prudente 4,0 4,0 3,2 3,2 2,6 2,5 1,5 2,9 3,2 3,5 3,1

Presidente Venceslau 4,4 2,8 5,5 2,1 2,8 6,0 5,9 2,3 5,2 4,3 4,1

Rancharia 0,7 1,7 1,2 2,3 3,8 3,0 2,3 2,1 2,8 - 1,8

Regente Feijó 5,5 3,9 1,5 - 2,9 - 4,6 - 3,8 - 2,8

Ribeirão dos Índios 0,8 1,0 - - - - - - - - 0,5

Rosana 5,2 16,3 9,5 8,3 10,3 18,3 12,3 12,3 12,2 8,8 11,0

Sandovalina 2,7 2,0 14,3 5,8 2,7 - - - 6,5 - 4,7

Santo Anastácio 1,2 0,5 0,3 3,7 0,4 3,7 5,0 0,8 8,0 2,2 2,0

Santo Expedito 8,2 - 4,4 1,3 - 4,2 - - 13,6 - 4,2

Taciba 5,5 2,7 - - - 5,0 1,3 - - 5,0 2,6

Tarabaí 9,1 1,0 4,7 - 4,1 - - - 4,0 - 3,9

Teodoro Sampaio 6,8 3,6 6,0 2,8 10,5 3,3 4,3 6,5 1,8 4,1 5,5

Fonte: FIBGE, Censo Demográfi co, 2000.

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POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE PRESIDENTE PRUDENTE

Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4

taxa de assalariamento muito próxima daquela verifi cada para o polo, 61,5%. A maior taxa de assalariamento é encontrada para Marabá Paulista, com 73% e a menor para Caiuá com apenas 47%.

Fonte: FIBGE, Censo Demográfi co,

2000.

TABELA 4. Taxa de Assalariamento segundo Municípios e Decis de Renda Domiciliar (1)Polo de Presidente Prudente, 2000

1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º Total

Polo de Presidente Prudente 53,0 64,1 62,1 64,6 66,3 67,5 68,0 65,4 60,4 48,1 61,9

Alfredo Marcondes 65,8 58,5 67,9 62,9 65,8 62,0 67,5 55,5 71,4 61,6 64,1

Álvares Machado 57,5 69,2 54,4 63,7 61,6 58,0 63,2 66,2 44,1 32,6 59,0

Anhumas 65,7 64,1 72,1 55,0 62,1 63,5 67,4 89,6 16,8 - 62,5

Caiabu 70,0 71,7 68,3 63,9 81,2 67,8 86,9 82,3 35,2 100,0 70,1

Caiuá 29,6 41,6 61,7 71,6 60,9 59,0 66,2 48,9 56,0 - 47,0

Emilianópolis 66,2 71,6 56,6 81,7 57,9 50,3 27,4 32,7 - 15,4 60,4

Estrela do Norte 71,5 50,3 56,0 56,2 45,6 84,0 67,9 83,8 50,8 59,4 59,7

Euclides da Cunha Paulista 57,3 70,4 73,9 67,2 59,9 55,0 66,3 53,0 62,7 29,5 62,3

Iepê 60,2 50,0 64,6 67,8 63,0 90,2 60,1 61,9 39,7 39,5 59,0

Indiana 49,5 68,6 73,2 71,6 71,1 72,9 54,2 70,8 52,0 41,4 62,8

Marabá Paulista 64,8 80,3 78,3 76,9 85,2 26,0 83,5 46,0 86,9 - 72,9

Martinópolis 64,4 70,3 68,1 69,4 43,8 72,7 73,4 61,6 51,5 37,6 63,4

Mirante do Paranapanema 37,0 61,5 57,8 47,0 58,2 76,7 75,2 68,6 72,9 45,5 51,6

Nantes 82,5 87,6 79,8 89,9 87,7 86,2 92,7 65,2 26,5 56,2 82,0

Narandiba 76,2 63,2 54,0 65,5 72,6 53,8 29,8 46,2 79,9 - 60,8

Piquerobi 56,1 64,2 48,1 60,5 62,2 72,5 39,6 43,9 63,8 78,9 57,4

Pirapozinho 55,3 62,1 62,9 64,9 70,0 61,6 52,5 69,7 62,5 42,8 61,2

Presidente Bernardes 43,3 57,2 58,6 54,7 54,7 60,1 67,9 57,9 53,2 48,8 54,9

Presidente Epitácio 57,2 67,9 69,4 62,3 72,8 72,9 66,9 72,4 53,2 49,8 65,4

Presidente Prudente 46,8 59,5 58,7 65,4 66,1 65,7 70,3 65,5 62,8 47,2 61,5

Presidente Venceslau 47,3 53,2 53,6 56,4 63,1 62,7 65,3 70,3 55,0 52,7 57,3

Rancharia 63,7 71,1 68,9 69,2 70,7 76,0 71,0 57,6 61,2 51,5 67,0

Regente Feijó 60,7 69,2 61,0 78,7 69,5 78,2 70,4 72,5 57,3 36,4 66,2

Ribeirão dos Índios 64,4 71,7 72,6 39,8 64,3 55,2 53,1 100,0 60,5 - 64,5

Rosana 47,1 73,6 70,6 68,7 75,7 80,7 72,4 83,4 69,9 66,9 69,4

Sandovalina 58,8 53,4 80,1 54,4 72,7 79,1 68,1 81,1 71,1 12,5 64,5

Santo Anastácio 53,8 66,8 67,0 70,6 64,0 67,4 61,8 37,2 56,5 43,2 60,8

Santo Expedito 58,0 73,8 51,2 54,6 100,0 100,0 84,0 58,2 60,8 100,0 65,7

Taciba 68,8 65,5 69,7 53,0 91,8 72,7 80,1 14,9 49,0 69,6 68,1

Tarabaí 68,8 78,1 65,8 64,1 80,5 63,2 85,9 70,2 66,2 55,5 71,1

Teodoro Sampaio 47,8 63,0 57,8 64,8 73,6 68,4 57,0 55,8 75,5 67,8 60,8

Quanto ao nível de rendimento da região, tem-se que o Polo apresenta um rendimento médio de apenas R$ 648,00, bastante inferior ao verifi cado para a Região Metropolitana de São Paulo, por exemplo, que era de R$ 1.028,00. O município de Presidente Prudente é o que apresenta maior rendimento médio dentro do polo, sendo este de R$ 845,00, ainda assim menor que o rendimento médio da Região Metropolitana de São Paulo. O menor rendimento é encontrado para o município de Ribeirão dos Índios sendo de apenas R$ 273,00 (Gráfi co 4).

Ainda em relação aos rendimentos, torna-se interessante compará-los com o salário médio. Rendimentos são entendidos como o total da renda proveniente do trabalho de todos os ocupados, já o salários é a renda advinda do emprego assalariado.

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Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4230

POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE PRESIDENTE PRUDENTE

Nota-se, para o Polo de Presidente Prudente, que o rendimento médio é superior ao salário médio. Entretanto, olhando-se os municípios, observa-se que ora o rendimento médio é superior e ora o salário médio é superior. Percebe-se também que entre os anos 2000 e 2005 o salário médio real sofreu queda de 2,3% ao ano. Poucos foram os municípios que tiveram ganhos reais de renda ao longo do período. Entretanto, quando se compara a massa salarial, nota-se que para a maioria dos municípios houve crescimento o que indica que, apesar da renda ter declinado, o emprego cresceu (Tabela 5).

Para fi nalizar, resta analisar o emprego formal por setor de atividade. Observando-se a tabela 8, nota-se que, para o polo de Presidente Prudente, o setor que mais empregava em 2005 era o de serviços (26,7%) seguindo pela Indústria da Transformação (22,8%). Tais percentuais variam bastante de um município para o outro. Ainda para o Polo, nota-se que o volume de emprego cresceu em todos os setores, exceto o setor de construção civil.

GRÁFICO 4. Rendimento médioPolo de Presidente Prudente, 2000

Fonte: FIBGE, Censo Demográfi co, 2000.

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POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE PRESIDENTE PRUDENTE

Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4

TABELA 5. Estrutura e crescimento anual do número de trabalhadores do mercado de trabalho formal, segundo municípios e setores de atividadePolo de Presidente Prudente, 2005

Fonte: Relação Anual de Informações Sociais 2000 e 2005.

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Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4232

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Uma avaliação geral do desempenho da economia e do mercado de trabalho do Polo de Presidente Prudente indica um baixo desempenho da estrutura produtiva da região, que a coloca em situação de desvantagem em relação a outras analisadas neste estudo. A grande distância que separa o polo das principais regiões metropolitanas do estado exige maior atenção da política pública orientada para um desenvolvimento regional que considere as características e a história da economia local.

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POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE PRESIDENTE PRUDENTE

Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4

Dinâmica demográfi ca regional no Polo de Presidente Prudente

A análise da migração no Polo de Presidente Prudente, nas últimas décadas, apresenta a área rural como uma alternativa possível para esta área. É uma das regiões que mais perdeu população, nas últimas décadas, apesar de, no contexto atual do estado de São Paulo, a maior parte da população viver em áreas urbanas. Nos últimos vite anos, São Paulo e algumas regiões interioranas receberam complexos industriais voltados, sobretudo, para a transformação de produtos agrícolas, contribuindo, desta forma, para a transformação do perfi l da dinâmica econômica e demográfi ca das regiões. No entanto, este não é o caso do Polo de Presidente Prudente, que ainda hoje convive com o problema da falta de uma atividade econômica dinâmica e duradora, o que acaba por comprometer suas possibilidades de desenvolvimento (Cunha e Aranha, 1992).

A área em questão é composta por 31 municípios localizados no extremo Oeste do estado de São Paulo e, desde fi ns dos anos 80, vem apresentando a pecuária como principal atividade econômica, a ponto de as pastagens ocuparem atualmente cerca de 70% do território regional (Figura 1).

FIGURA 1. Desmembramentos de MunicípiosPolo Regional de Presidente Prudente, 1921-2000

Fonte: Fundação Seade. Memórias das Estatísticas Demográfi cas – para municípios criados até 1990; Siqueira (2003), para municípios criados a

partir de 1991.

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Trata-se de uma área na qual o processo de desmembramento municipal iniciou-se mais tardiamente, comparada a outras regiões do estado, sendo que o desmembramento municipal mais antigo data de 1921 – é o caso do município de Presidente Prudente. No processo emancipatório mais recente, o Polo de Presidente Prudente registrou a criação de cinco novos municípios, situando-se entre as regiões paulistas que mais registraram ocorrência de emancipações municipais, ao longo da década de 19901.

Evolução da população

Ao analisar o comportamento da população total deste Polo, no período 1940-2007, pode-se verifi car que, em termos absolutos, sua população passou por signifi cativas oscilações. Se a década de 1940 foi o período de maior crescimento absoluto e relativo da sua população, o mesmo não se observa nas décadas seguintes, quando o Polo sofreu um baixo incremento, chegando, em 1980, a registrar perdas demográfi cas absolutas; mesmo que dos anos 80 já apresentasse alguma recuperação.

Em decorrência de um crescimento populacional bastante inferior ao verifi cado para o Estado de São Paulo, sua participação na população paulista, após um aumento signifi cativo no decênio 1940/1950, declinou progressivamente nas décadas seguintes, atingindo patamares ao redor dos 1,5% a.a. nas últimas duas décadas.

De 1994 a 2007, a participação do Polo de Presidente Prudente, no total da população paulista, sofreu uma queda, passando de 3,0 para 1,44 em 2007. As taxas de crescimento do Polo também decresceram no mesmo período: 4,9% a.a., de 1940 a 1950, para 1,08% a.a., de 2000 a 2007.

O crescimento populacional deste Polo pode ser melhor apreendido visualizando-se suas taxas de crescimento total e segundo situação domiciliar (Tabela 7). O período 1940/50 representou o auge do seu processo de ocupação e, em conseqüência, registrou altas taxas de crescimento tanto da população urbana (6,91% a.a.), quanto da rural (4,34% a.a.). Este

1 Ver Siqueira (2003).

TABELA 6. Evolução da População TotalPolo Regional de Presidente Prudente e Estado de São Paulo, 1940/2007

AnoRG de Presidente

PrudenteEstado de São Paulo

Dist. Relat. RG/ESP (%)

Taxas de crescimento (% a.a.)

RG Pres. Prudente Estado de S. Paulo

1940 216.500 7.180.316 3,02 4,91 2,44

1950 349.755 9.134.423 3,83 1,01 3,46

1960 386.915 12.829.806 3,02 0,97 3,31

1970 425.929 17.771.948 2,40 -0,22 3,49

1980 416.852 25.040.712 1,66 1,57 2,12

1991 494.553 31.436.273 1,57 1,17 1,82

2000 549.984 36.974.378 1,49 1,08 1,50

2007 592.383 41.029.414 1,44

Fonte: FIBGE. Censos Demográfi cos de 1940 a 2000; Fundação SEADE. Projeção populacional de 2007.

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POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE PRESIDENTE PRUDENTE

Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4

acréscimo deveu-se, sobretudo, à ocupação das últimas áreas de fronteiras agrícolas e, também, à intensa formação de cidades e vilas, que atraiu um elevado número de pessoas para esta área (Cunha e Aranha, 1992).

Na década posterior (1950/60), a taxa de crescimento total da população sofreu um grande decréscimo, passando para 1,01 % a.a. Isso se deveu à evasão populacional que ocorria nas áreas rurais, face ao processo de esgotamento das fronteiras e, principalmente, pela substituição de grande parte das atividades agrícolas pela pecuária (Cunha e Aranha, 1992). O Polo apresentava, neste período, uma taxa de crescimento da população rural negativa, da ordem de 0,52% a.a, embora a taxa de crescimento urbano chegasse a 5,86%a.a., no período.

Nas décadas seguintes, o decréscimo populacional acentuou-se ainda mais. A população regional passou a apresentar uma taxa de crescimento inferior a 1% a.a., no período 1960/70, e registrou, em 1970/80, taxa negativa (-0,22% a.a.). Apesar das taxas de crescimento da população urbana terem se mantido em patamares elevados nesses dois períodos (mais de 3% a.a.), o êxodo rural, fruto de processos simultâneos - modernização agrícola, concentração fundiária e substituição da agricultura pela pecuária - foi tão intenso, que a estrutura urbana regional não conseguiu absolver essa mão-de-obra liberada do meio rural com a mesma intensidade. Com isso, um grande contingente da população se viu obrigado a abandonar o Polo, em busca de áreas mais prósperas (Cunha e Aranha, 1992).

No período de 1980/91, houve acréscimo na taxa de crescimento do Polo, a qual passou de -0,22% a.a. (70/80) para 1,57% a.a., porém se manteve inferior à taxa de crescimento do Estado de São Paulo de 2,12% a.a. A taxa de crescimento urbano, neste mesmo período, sofreu redução (3,12% a.a., em 70/80, para 2,60% a.a., em 80/91) em comparação com o período antecedente, no entanto, a taxa de crescimento rural passou por um aumento no seu ritmo de crescimento (-6,03% a.a. em 70/80 para -2,54% a.a. em 80/91).

A mesma situação pode ser verifi cada para o período seguinte, 1991 a 2000, uma vez que, nesse momento, a população regional passou a apresentar taxa de crescimento total e a taxa de crescimento urbana menores (1,17%a.a. e 1,43%a.a., respectivamente) quando comparadas com a década anterior (1,57%a.a. e 2,60%a.a., respectivamente). A taxa de crescimento rural registrou um pequeno acréscimo embora continue negativa (passando de -2,54%a.a., na década de 80, para -0,23%a.a., na década de 90).

O período de 2000 a 2007 caracteriza-se pela tendência à redução da taxa de crescimento total (1,08%a.a.) – vale destacar que o Polo Prudentina continuou crescendo em ritmo inferior ao estado de São Paulo – e da taxa de crescimento urbano (1,35%a.a.). A taxa de crescimento rural sofre uma pequena queda, atingindo -0,57% a.a.

TABELA 7. Taxas de crescimento da População Total, Urbana e RuralPolo Regional de Presidente Prudente, 1940/2007

PeríodoTaxas de Crescimento (% a.a.)

Urbana Rural Total1940/50 6,91 4,34 4,91

1950/60 5,86 -0,52 1,01

1960/70 4,94 -3,67 0,97

1970/80 3,12 -6,03 -0,22

1980/91 2,60 -2,54 1,57

1991/2000 1,43 -0,23 1,17

2000/2007 1,35 -0,57 1,08

Fonte: FIBGE. Censos Demográfi cos de 1940 a 2000; Fundação SEADE. Projeção populacional de 2007.

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Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4236

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O Polo Regional de Presidente Prudente tem na pecuária importância de acordo com os dados de 1980 (FIBGE,1980), a População Economicamente Ativa (PEA) apresenta-se concentrada no setor terciário (47,98%); em segundo plano, no setor primário (31,09%); e, por último, no setor secundário (20,92%). Esse elevado percentual no setor terciário se deve, fundamentalmente, à reduzida possibilidade de inserção da PEA nos outros setores, bem como o desenvolvimento de uma infra-estrutura urbana dos municípios mais urbanizados, tal como Presidente Prudente, Presidente Venceslau e Presidente Epitácio (Cunha e Aranha, 1992).

As tabelas 8 e 9 ilustram o setor de comércio, para o período 1991 – 2005, nas subregiões que compõem a Região Administrativa de Presidente Prudente:

TABELA 8. Número de Estabelecimentos do Comércio Varejista e Atacadista e Pessoal OcupadoRegião Administrativa de Presidente Prudente, 1991-2005

Áreas

1991 1995 2005

Número estabelec.

Pessoal Ocupado

Pessoal/ estabelec.

Número estabelec.

Pessoal Ocupado

Pessoal/ estabelec.

Número estabelec.

Pessoal Ocupado

Pessoal/ estabelec.

RA Presidente Prudente 3.808 17.105 4,5 4.823 19.181 4,0 7.539 29.646 3,9

Polo de Presidente Prudente 2.693 12.215 4,5 3.450 13.793 4,0 5.261 20.954 4,0

RG Adamantina 623 2.505 4,0 741 2.898 3,9 1.179 4.330 3,7

RG Dracena 492 2.385 4,8 632 2.490 3,9 1.099 4.362 4,0

Ao longo dos anos de 1991 a 2005, o número de estabelecimento do comércio varejista e atacadista, assim como o número de pessoas ocupadas neste setor, vem crescendo substancialmente nas três Regiões de Governo que compõem a Região Administrativa de Presidente Prudente. Sobre os valores totais da Região Administrativa, o número de estabelecimentos comerciais saltou de 3.808, em 1991, para 7.539, em 2005, e o crescimento do número de pessoal ocupado foi ainda maior, passou de 17.105, em 1991, para 29.646 mil trabalhadores, em 2005.

Fonte: Fundação SEADE. Informações Municipais, 1991, 1995 e 2005.

TABELA 9. Taxa de crescimento (% a.a.) de Estabelecimentos e Pessoal ocupado - Comércio Varejista e AtacadistaRegião Administrativa de Presidente Prudente, 1991-2005

Áreas1991-1995 1995-2005

Número estabelec. Pessoal Ocupado Número estabelec. Pessoal Ocupado

RA Presidente Prudente 6,09 2,91 4,57 4,45

Polo de Presidente Prudente 6,39 3,08 4,31 4,27

RG Adamantina 4,43 3,71 4,75 4,10

RG Dracena 6,46 1,08 5,69 5,77

Fonte: Fundação SEADE. Informações Municipais, 1991, 1995 e 2005.

Vale destacar, no entanto, que o Polo de Presidente Prudente concentra o maior número de estabelecimentos comerciais e de pessoal ocupado neste segmento. De 1991 a 1995, a taxa de crescimento no número de estabelecimentos e de pessoal ocupado na RG Prudentina foi, respectivamente, de 6,39% a.a. e 3,08. No período seguinte, de 1995 a 2005, apesar de a taxa de crescimento no número de estabelecimento ter decrescido para 4,31% a.a., em comparação ao momento anterior, a taxa de crescimento de pessoal ocupado aumentou para 4,27% a.a.

Os dados das tabelas 10 e 11 ilustram a evolução da atividade industrial, no período recente.

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POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE PRESIDENTE PRUDENTE

Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4

Os dados presentes na tabela 10 apontam para um aumento no número de estabelecimentos da indústria de transformação e de pessoal ocupado neste setor produtivo no período de 1991 a 2005 na Região Administrativa de Presidente Prudente. O número de estabelecimentos aumentou timidamente no período, 1.289 para 1.429 estabelecimentos. Por outro lado, o número de pessoas ocupadas cresceu expressivamente, aumentou de 15.659 para 32.041, entre 1991 e 2005. A distribuição relativa saltou de 12,1, em 1991, para 22,4 pessoas ocupadas para cada estabelecimento da indústria de transformação, em 2005.

Já, a partir dos dados da tabela 11, entre 1991 a 1995, a taxa de crescimento do número de estabelecimentos na RA de Presidente Prudente era negativa de -0,16% a.a., devido, sobretudo, às baixas taxas de crescimento do número de estabelecimentos no Polo de Presidente Prudente, o qual era de -2,01% a.a. A recuperação da taxa de crescimento de estabelecimentos do Polo de Presidente Prudente, no período de 1995 a 2005, está relacionada ao melhor desempenho desta mesma taxa para o Polo de Presidente Prudente, uma vez que as demais Regiões de Governo que compõem a RA de Prudente cresceram em menor ritmo, inclusive negativo, como é o caso da RG Adamantina (-0,25% a.a.).

TABELA 10. Número de Estabelecimentos da Indústria de Transformação e Pessoal OcupadoRegião Administrativa de Presidente Prudente, 1991-2005

Áreas1991 1995 2005

Número estabelec.

Pessoal Ocupado

Pessoal/ estabelec.

Número estabelec.

Pessoal Ocupado

Pessoal/ estabelec.

Número estabelec.

Pessoal Ocupado

Pessoal/ estabelec.

RA Presidente Prudente 1.289 15.659 12,1 1.281 17.677 13,8 1.429 32.041 22,4

RG Presidente Prudente 870 11.530 13,3 802 12.842 16,0 945 23.151 24,5

RG Adamantina 207 2.204 10,6 245 3.012 12,3 239 4.762 19,9

RG Dracena 212 1.925 9,1 234 1.823 7,8 245 4.128 16,8

Fonte: Fundação SEADE.

Informações Municipais, 1991,

1995 e 2005.

TABELA 11. Taxa de crescimento (% a.a.) de Estabelecimentos e Pessoal ocupado - Indústria de TransformaçãoRegião Administrativa de Presidente Prudente, 1991-2005

Áreas1991-1995 1995-2005

Número estabelecimento

Pessoal OcupadoNúmero

estabelecimentoPessoal Ocupado

RA Presidente Prudente -0,16 3,08 1,10 6,13

RG Presidente Prudente -2,01 2,73 1,65 6,07

RG Adamantina 4,30 8,12 -0,25 4,69

RG Dracena 2,50 -1,35 0,46 8,52

O Polo de Presidente Prudente sofreu uma pequena queda no número de estabelecimentos da indústria de transformação, entre 1991 e 1995 (870 estabelecimentos, em 1991, para 802 estabelecimentos, em 1995), porém essa redução não se refl etiu no número de pessoal ocupado, o qual, inclusive, aumentou (11.530 pessoas ocupadas, em 1991, para 12.842 trabalhadores, em 1995). De 1995 a 2005, adicionou-se mais 143 estabelecimentos no número total da Indústria de Transformação do Polo (945 estabelecimentos em 2005), o número de pessoal ocupado, em vista disto, praticamente dobrou, saltou de 12.842 mil pessoas para 23.151 mil indivíduos empregados nesse setor.

As Regiões de Governo de Adamantina e Dracena seguiram a mesma tendência de aumento no número de estabelecimentos industriais e de pessoal ocupado, quando comparados os dados de 1991 a 2005. Vale ressaltar que o número de estabelecimentos da indústria de transformação

Fonte: Fundação SEADE.

Informações Municipais, 1991,

1995 e 2005.

Page 239: V04 Polos Regionais Bauru, São José do Rio Preto, Araçatuba e Presidente Prudente

Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4238

POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE PRESIDENTE PRUDENTE

cresceu timidamente, visto que ao longo de 14 anos (1991 a 2005) o número destes, por exemplo, na RG de Adamantina cresceu apenas em 32 estabelecimentos (207 estabelecimentos, em 1991, para 239, em 2005), em contrapartida, o número de pessoal ocupado nessa área produtiva mais que dobrou (2.204 mil para 4.762 mil pessoas ocupadas).

TABELA 12. Produção de Álcool por tipo (em 1000 litros) e Taxa de crescimento (% a.a.)Região Administrativa de Presidente Prudente e Regiões de Governo, 1995-2000

Áreas Produção de álcool (em 1000 litros) Taxa de Crescimento (% a.a.)

1995 2000 1995-2000

RA Presidente Prudente Anidro 15.592 121.399 50,8Hidratado 275.057 77.598 -22,4

Total 290.649 198.997 -7,3RG Presidente Prudente

Anidro 15.592 38.620 19,9Hidratado 127.582 8.367 -42,0

Total 143.174 46.987 -20,0RG Adamantina

Anidro 0 68.832 *Hidratado 131.107 68.266 -12,2

Total 131.107 137.098 0,9RG Dracena

Anidro 0 13.947 *Hidratado 16.368 965 -43,2

Total 16.368 14.912 -1,8

Fonte: Fundação SEADE. Informações Municipais, 1995 e 2005.

A tabela 12 apresenta dados sobre a produção de álcool em litros e a taxa de crescimento desta produção no período de 1995 a 2000.

A Região Administrativa de Presidente Prudente apresentou desempenho negativo sua taxa de crescimento de produção de álcool, -7,3% a.a., entre 1995 a 2000. No período analisado, o anidro parece ser o principal elemento da produção de álcool da RA, visto que este apresenta taxa de crescimento de 50,8% a.a. e um implemento na sua produção de 15.592 mil, no ano 1995, para 121.399 mil litros, em 2000. A produção do álcool tipo hidratado caiu abruptamente, passando de 275.057 mil para 77.598 mil litros produzidos, o que demonstra uma taxa de crescimento de -22,4% a.a., entre 1995 a 2000.

O Polo de Presidente Prudente, por sua vez, refl ete a tendência da RA, apresentando uma taxa total de crescimento da produção de álcool de -20,0% a.a. A produção do álcool anidro passou de 15.592 mil para 38.620 mil litros, tendo, portanto, uma taxa de crescimento de 19,9% a.a., de 1995 a 2000. A produção do álcool tipo hidratado apresentou drástica redução, 127.582 mil para 8.367 mil litros, representando, portanto, taxa de crescimento de -42,0% a.a, entre 1995-2000.

As menores reduções da produção de álcool em litros e em taxa de crescimento estiveram presentes na RG Adamantina. Na verdade, esta foi a RG que mais obteve crescimento na produção de álcool anidro e apresentou taxa total de crescimento da produção de álcool de 0,9% a.a, com produção de 68.832 mil litros em 2000.

Tendência do crescimento da população

A evolução da população das diferentes sub-regiões que compõem a Região Administrativa de Presidente Prudente, no período 1960 a 2007, pode ser observada através dos dados da tabela

Page 240: V04 Polos Regionais Bauru, São José do Rio Preto, Araçatuba e Presidente Prudente

239

POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE PRESIDENTE PRUDENTE

Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4

13, na qual se destaca que a população total da Região Administrativa de Presidente Prudente vem crescendo, apesar da redução apresentada nos anos 1970 e 1980. Em 1960, a população total da RA somava o número de 694.094 mil pessoas, já em 2007, o total populacional passa a representar 834.620 mil habitantes. A participação relativa no total populacional do Interior do estado de São Paulo, no entanto, passou por decréscimos ao longo desses cinqüenta anos.

Em 1960, a RA Presidente Prudente representava 8,48% do total da população do Interior do Estado de São Paulo, em 2007, esse valor atinge 3,89%. Nos períodos de 1960/1970 e 1970/1980 as taxas de crescimento foram negativas, -0,15% a.a e -0,34% a.a. Nos períodos seguintes as taxas são positivas, porém pequenas. O período de 1980/1991 representa a recuperação do ritmo de crescimento da RA, o qual atinge a taxa de 0,94% a.a. Contudo, essas taxas sofrem uma pequena queda em 1991/2000 (0,80% a.a.) e 2000/2007 (0,83% a.a.).

TABELA 13. Evolução da População, segundo Regiões de GovernoRegião Administrativa de Presidente Prudente, 1960-2007

(continua)(continuação)

A Região de Governo de Adamantina sofreu perdas populacionais consideráveis ao longo de 1960 a 2007. A população que, em 1960, somava 185.200 mil, em 2007, passou a totalizar 132.387 mil habitantes.

O Polo de Presidente Prudente, diferentemente das demais regiões da RA, vem ganhando população em praticamente todos os anos analisados, a única exceção aparece na década de 1980 (386.915 habitantes em 1960, 425.929 em 1970, 416.852 em 1980, 4.94.553 em 1991, 549.355 em 2000 e 5.92.383 em 2007). A distribuição relativa da população da RG de Presidente Prudente sobre o total da Região Administrativa aumentou ao longo dos anos, passou de 55,74% em 1960, abrangendo, em 2007, 70,98% dos habitantes da RA.

Seguindo a mesma tendência das demais Regiões de Governo que compõem a Região Administrativa, a RG de Presidente Prudente vem diminuindo a participação relativa de sua população no total populacional do interior de São Paulo. Em 1960, a RG em questão representava 4,73% da população do interior, em 2007, no entanto, apenas 2,76% da população do interior paulista são compostas por habitantes da RG Prudentina.

Fonte: FIBGE. Censos

Demográfi cos de 1960 a

2000; Fundação SEADE. Projeção populacional de

2007.

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Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4240

POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE PRESIDENTE PRUDENTE

As taxas anuais de crescimento populacional da RG são positivas, com exceção do período de 1970/1980, o qual apresenta taxa de crescimento de -0,22% a.a., uma vez que neste momento ocorreu um pequeno decréscimo no total de habitantes, o qual passou de 425.929 mil habitantes em 1970 para 416.852 mil habitantes em 1980. No período de 2000 a 2007, a RG registrou crescimento de 1,08% a.a., a maior taxa de crescimento da Região Administrativa (Tabelas 14 e 15).

Considerando o processo emancipatório da década de 1990, podemos observar que os desmembramentos municipais recentes tiveram um impacto bastante signifi cativo sobre crescimento populacional dos municípios da Polo de Presidente Prudente, envolvidos no processo, e, conseqüentemente, causando mudanças na hierarquia de municípios da região.

QUADRO 1. População Total, Taxas de Crescimento e Distribuição Relativa Municípios desmembradosPolo de Presidente Prudente, 1991-2000

MunicípiosPopulação Total

(1991)População Total

(2000)Distribuição

Relativa (2000)

Taxa de Crescimento (% a.a.) 1991-2000

Com Desmembramento

Sem Desmembramento

Teodoro Sampaio 48.773 19.991 3,64 -9,43 1,22

Rosana (*) - 24.192 4,40 - -

Euclides da Cunha Pta (*) - 10.207 1,86 - -

Presidente Bernardes 16.254 14.650 2,67 -1,15 0,85

Emilianópolis (**) - 2.893 0,53 - -

Santo Anastácio 22.043 20.741 3,78 -0,67 0,45

Ribeirão dos Índios (***) - 2.221 0,40 - -

Iepê 10.005 7.258 1,32 -3,50 -0,54

Nantes (***) - 2.272 0,41 - -

RG PRESIDENTE PRUDENTE 494.553 549.355 100,00 1,17 1,17

Com os dados do quadro 1, observa-se que o Polo de Presidente Prudente apresentou três situações diferentes de processo emancipatório, resultando na criação de 5 novos municípios, ao longo dos anos 90. Numa primeira situação, o município de porte médio (48 mil habitantes, em 1991) – Teodoro Sampaio – deu origem a dois municípios de pequeno porte: Rosana (com 24 mil habitantes, em 2000) e Euclides da Cunha Paulista (com 10 mil habitantes, em 2000).

A segunda situação refere-se ao desmembramento ocorrido em dois municípios de pequeno porte – Presidente Bernardes (16 mil habitantes, em 1991) e Santo Anastácio (22 mil habitantes, em 1991) –, que deram origem a dois micro-municípios: Emilianópolis (2,8 mil habitantes, em 2000) e Ribeirão dos Índios (2,2 mil habitantes, em 2000), respectivamente.

A terceira situação refere-se ao desmembramento de um micro-município – Iepê, com 10 mil habitantes, em 1991 – que deu origem a outro micro-município: Nantes (com 2,2 mil habitantes, em 2000).

Considerando-se as taxas de crescimento populacional, no período 1991-2000, nas duas situações destacadas (com e sem desmembramento municipal), observa-se que o processo emancipatório recente teve um maior impacto, nos municípios originários, quando se compara com as demais regiões selecionadas para este estudo, sendo que esse impacto foi muito mais signifi cativo no caso do município de Teodoro Sampaio.

Fonte: Fundação SEADE. Censo demográfi co de 1991 e 2000 (IBGE).Nota: (*) Municípios criados pela Lei 6645, de 9-1-1990; (**) Município criado pela Lei 7664, de 30-12-1991; (***) Municípios criados pela Lei 9330, de 27-12-1995 apud Siqueira (2003).

Page 242: V04 Polos Regionais Bauru, São José do Rio Preto, Araçatuba e Presidente Prudente

241

POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE PRESIDENTE PRUDENTE

Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4

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Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4242

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243

POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE PRESIDENTE PRUDENTE

Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4

Com esses dados, observa-se que, nas três primeiras situações, os municípios originários não teriam apresentado crescimento populacional negativo se o desmembramento municipal não tivesse ocorrido. Assim, o município de Teodoro Sampaio teria crescido a uma taxa anual de 1,22%, no período 1991-2000, ao invés de -9,43%a.a., como foi registrado. Já o município de Presidente Bernardes teria crescido a uma taxa de 0,85%a.a. ao invés de -1,15%a.a., e Santo Anastácio, ao invés de -0,67%a.a., teria crescido a uma taxa anual de 0,45%, entre 1991 e 2000.

Por sua vez, o município de Iepê teria crescido negativamente mesmo sem o desmembramento, porém, com a uma taxa bem mais baixa: ao invés de crescer a uma taxa de -3,5%a.a., teria crescido a -0,54%a.a.

Dos quatro municípios originários, Teodoro Sampaio apresenta uma situação bastante peculiar, não somente regionalmente, mas também no contexto estadual do processo emancipatório recente2: um município de médio porte (aproximadamente, 50 mil habitantes, em 1991) deu origem a dois municípios com população entre 10.000 e 25.000 habitantes, sendo que um dos municípios criados fi cou com população superior ao município originário: em 2000, Teodoro Sampaio apresentou população em torno dos 19 mil habitantes, e Rosana (município criado), uma população de aproximadamente, 25 mil habitantes3.

Com isso, destaca-se que o processo emancipatório recente causou impacto signifi cativo na dinâmica demográfi ca, no Polo de Presidente Prudente, alterando signifi cativamente a taxa de crescimento populacional dos municípios originários, principalmente no caso de Teodoro Sampaio.

Por sua vez, tomando os dados de crescimento vegetativo e de saldo migratório , pode-se uma outra dimensão do impacto do desmembramento municipal na dinâmica demográfi ca regional. Assim, em consonância com as taxas de crescimento anual, apresentadas no quadro 1, o crescimento absoluto dos quatro municípios originários, no período 1991-2000, foi negativo: Teodoro Sampaio, com -28.782 pessoas; Presidente Bernardes, com -1.604 pessoas; Santo Anastácio, com -1.302 pessoas; e Iepê, com -2.747 pessoas.

Considerando, por sua vez, o crescimento vegetativo, observa-se que todos os municípios originários apresentaram valores inferiores à população dos municípios desmembrados: Teodoro Sampaio, com crescimento vegetativo de 7.591 pessoas; Presidente Bernardes, com 1.402 pessoas; Santo Anastácio, com 2.407 pessoas; e Iepê, com 996 pessoas. Com isso, destaca-se que o crescimento vegetativo dos municípios originários não foi o sufi ciente para compensar a perda populacional decorrente do desmembramento municipal.

Em contrapartida, quando se tomam os volumes relativos ao saldo migratório, entre 1991 e 2000, observa-se que todos os municípios originários sofreram perdas populacionais, em função da emigração, e o volume de cada um esteve próximo da população correspondente a cada novo município criado. Assim, Teodoro Sampaio apresentou saldo migratório negativo de 34.399 pessoas; Santo Anastácio, saldo negativo de 2.221 pessoas; Presidente Bernardes, saldo negativo de 2.893 pessoas; e Iepê, um saldo migratório negativo de 2.272 pessoas.

Como o volume desses saldos migratórios foi superior à respectiva população dos novos municípios, nota-se que mesmo sem o desmembramento municipal, os municípios originários estariam no grupo de municípios de emigração, porém, com a criação de novos municípios, essa perda populacional foi maior – o que nos permite afi rmar que o processo emancipatório desempenhou importante papel na dinâmica demográfi ca dos municípios, na região de Presidente Prudente.

2 Baseado em Siqueira (2003).3 O processo emancipatório ocorrido na região de Andradina apresentou uma situação semelhante: o município de Pereira Barreto, com 49,9 mil habitantes, em 1991, deu origem a dois municípios – Ilha Solteira (com 24 mil habitantes, em 2000, e Suzanapolis, com 2,8 mil habitantes, em 2000). Ao fi nal do processo emancipatório, Pereira Barreto apresentou, em 2000, uma população de 25 mil habitantes – abaixo da soma da população dos dois municípios recém-criados (Siqueira, 2003).

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Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4244

POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE PRESIDENTE PRUDENTE

Essa discussão assume maior visibilidade quando se considera o impacto na estrutura da hierarquia de municípios, entre 1991 e 2007. Nesse sentido, os dados do quadro 2 orientam essa análise:

QUADRO 2. Número de municípios existentes, por classes de tamanho da populaçãoPolo de Presidente Prudente - Estado de São Paulo, 1991-2007

Classes de municípios1991 2000 2007

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Até 5.000 habitantes 13 50,0 14 45,2 13 41,9

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Total 26 100,0 31 100,0 31 100,0

Observa-se, de acordo com os dados acima, que, em 1991, antes do processo de criação de municípios característico dos anos 90, marcado pela criação preponderante de pequenos municípios em todo país (Gomes & Mac Dowell, 2000; 1997), o Polo de Presidente Prudente possuía 26 municípios, sendo que 13 municípios possuíam população com menos de 5 mil habitantes; 6 municípios possuíam entre 10 mil e 20 mil habitantes; 6 municípios possuíam entre 20 mil e 50 mil habitantes e 1 município com população entre 100 mil e 500 mil habitantes.

Dessa forma, a região possuía, em 1991, 50% dos seus municípios com população inferior a 10 mil habitantes; em seguida, destaca-se a grande presença também de municípios com população entre 10 mil e 50 mil habitantes. Esses dois conjuntos de municípios eram polarizados por um único município de grande porte, que é Presidente Prudente, a sede regional.

Com isso, observa-se que a região de Presidente Prudente apresentava, em 1991, uma rede urbana, ao mesmo tempo, piramidal e descontínua: piramidal, porque o número de municípios era decrescente na medida em que se aumentava o porte populacional; descontínua, porque não existiam municípios em duas classes de municípios, ou seja, na classe de 5 mil e 10 mil habitantes e na de 50 mil a 100 mil habitantes.

Em 2000, essa hierarquia de municípios sofre uma alteração expressa por mudanças ocorridas nas classes compostas por municípios com menos de 50 mil habitantes: assim, enquanto aumentou o número de municípios com população até 5 mil habitantes e de 20 mil a 50 mil habitantes, diminui o número de municípios com população de 10 mil a 20 mil habitantes. Além disso, no grupo de 5 mil a 10 mil habitantes surgiram municípios. Essas alterações na hierarquia dos municípios da região ocorreram em função de dois fatores: os desmembramentos municipais da década de 1990 e o próprio crescimento populacional dos municípios.

Já em 2007, na ausência de desmembramentos municipais, a distribuição dos municípios pelas classes populacionais permaneceu, praticamente, a mesma, sendo que as principais alterações foram expressas, por um lado, pela diminuição na participação dos municípios com até 5 mil habitantes e daqueles com população entre 10 mil e 20 mil habitantes, e, por outro, pelo aumento na participação da classe de 5 mil a 10 mil habitantes e da classe de 20 mil a 50 mil habitantes.

O Polo de Presidente Prudente, assim como as Regiões de Araçatuba, Ribeirão Preto, Bauru e São José do Rio Preto, foi uma expressão desse fenômeno dentro do estado de São Paulo,

Fonte: Fundação SEADE.

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POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE PRESIDENTE PRUDENTE

Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4

pois, de acordo com os dados do quadro 3, observa-se que, dos cinco municípios criados, três municípios tinham população inferior a 5 mil habitantes. Porém, o Polo de Presidente Prudente apresenta uma especifi cidade em comparação com as demais regiões selecionadas no presente estudo: registrou o surgimento de um município, na classe de 20 mil a 50 mil habitantes.

O surgimento de municípios nesses dois grupos populacionais apresentará efeitos diferenciados nas mudanças ocorridas na hierarquia de municípios, na região, no ano de 2000: se a criação de micro-municípios (com menos de 5 mil habitantes) poderia ter atuado no sentido de aumentar a participação dessa classe de municípios, na região, porém, isso, não ocorreu uma vez que o número de municípios nessa classe, entre 1991 e 2000, passou de 13 para 14 e a sua participação passou de 50% para 45%. O efeito desse processo foi contrabalançado pelo crescimento populacional de outros municípios, que passaram a compor a classe seguinte, de 5 mil a 10 mil habitantes – o que vai ser discutido logo em seguida.

A criação do município de Rosana (com aproximadamente, 24 mil habitantes) contribuiu para aumentar tanto o número de municípios da classe populacional de 20 mil a 50 mil habitantes, como a participação desse grupo no conjunto de municípios da região. O segundo fator de alteração na estrutura da hierarquia dos municípios, no período 1991 a 2000, foi expresso, principalmente, pela dinâmica populacional dos três municípios que passaram a compor a classe de 5.000 a 10.000 habitantes. Assim, essa classe de municípios foi composta pela atuação de dois processos: o crescimento populacional de Taciba (1,05%a.a.) e Taribaí (2,34%a.a.), que contribuiu para que passassem, de um população de 4.750 e 4.691 habitantes, respectivamente, para uma população de 5.216 e 5.775 habitantes, respectivamente. O terceiro município que passou a fazer parte desse grupo foi Iepê que, em 1991, possuía 10 mil habitantes e, em função do desmembramento municipal de Nantes, passou, em 2000, para uma população de 7,2 mil habitantes.

Já em relação ao período 2000-2007, as principais alterações na estrutura de hierarquia de municípios relacionam-se, por um lado, ao crescimento populacional do município de Indiana, que passou de uma população de 4,9 mil habitantes para 5,1 mil habittantes, contribuindo para que ele entrasse na classe de municípios de 5 mil a 10 mil habitantes.

Por outro lado, destaca-se o crescimento populacional do município de Teodoro Sampaio (0,84%a.a.), que fez com que a população do município passasse de 19 mil habitantes, em 2000, para 21 mil habitantes, em 2007 – o que contribuiu para o aumento da participação das classes de municípios de 20 mil a 50 mil habitantes.

Destaca-se ainda que nenhum dos dois fatores de alteração na hierarquia dos municípios – desmembramento municipal e crescimento populacional – alterou a classe dos municípios de maiores portes, ou seja, a classe dos municípios de 50 a 100 mil habitantes e a classe dos municípios de 100 mil a 500 mil habitantes. Essas duas classes apresentaram o mesmo número de municípios em todo o período estudado.

Com isso, a partir das alterações na estrutura de hierarquia dos municípios no período 1991-2007, ao fi nal do período, o Polo de Presidente Prudente apresenta uma estrutura caracterizada por uma grande proporção de pequenos municípios (17 municípios com menos de 10.000 habitantes) – representando 55% dos municípios da região –, e uma presença signifi cativa de municípios na classe dos 20 mil a 50 mil habitantes, contrastando com o outro extremo da estrutura hierárquica, caracterizada pela existência de um município na classe de 100 mil a 500 mil habitantes – no caso, Presidente Prudente, com 206 mil habitantes, em 2007. Esse perfi l de hierarquia de municípios assemelha-se ao perfi l apresentado pelas Regiões de Araçatuba, Bauru e São José do Rio Preto, onde se identifi cou a polarização de duas situações

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Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4246

POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE PRESIDENTE PRUDENTE

de organização do poder público local: por um lado, a prefeitura do município de maior porte populacional, com, potencialmente, maior margem de atuação, em função de maior recurso disponível e de uma organização institucional mais consolidada e com maior experiência prévia e, por outro, um grande número de prefeituras de pequeno porte, com menor margem de atuação devido a uma menor quantidade de recursos disponíveis, organização institucional reduzida e com pouca experiência prévia.

Assim como nas Regiões de Araçatuba, Bauru e de São José do Rio Preto, esse perfi l de hierarquia de municípios pode levar a um descompasso no governo local, em âmbito regional, representando uma difi culdade adicional na implementação de políticas públicas, particularmente as de transferências de renda, cuja performance é bastante infl uenciada pelas condições locais, tanto institucionais quanto de recursos humanos.

Além disso, essa situação torna-se, potencialmente, mais aguda devido à formação relativamente recente dessa rede de municípios, que começou a se confi gurar no início da década de 1920, com a criação do município de Presidente Prudente, em 1921. A maioria desses municípios foi criada nas décadas de 1930, 1940 e 1950, o que faz com que, comparativamente, em relação à administração pública, eles tenham uma menor experiência prévia, o que vai infl uenciar na consolidação da organização institucional e no conhecimento dos profi ssionais envolvidos na defi nição e implementação de políticas públicas.

Movimentos Migratórios inter e intra-regional

Apresenta-se, a seguir, um panorama mais desagregado do crescimento demográfi co, buscando identifi car e avaliar o papel dos componentes vegetativo e migratório naquela dinâmica demográfi ca. A tabela 16 apresenta os valores do crescimento absoluto populacional, crescimento vegetativo e saldo migratório do Polo de Presidente Prudente entre os anos 1970 e 2007.

No que diz respeito ao crescimento vegetativo, verifi ca-se, pelas taxas correspondentes, que a Região experimentou, de fato, uma diminuição importante nas últimas décadas, passando de mais de 2,6% a.a., nos anos 604, para cerca de 2% nos decênios posteriores, muito embora tenha ocorrido uma ligeira recuperação nos anos 80 (2,09%, contra 1,92% nos anos 70). Esta tendência, em geral, foi seguida pelos municípios da Região, embora em muitos casos tenha ocorrido diminuição das taxas, inclusive na década de 80. No período 1980-1991, de acordo com a tabela 16, o crescimento vegetativo total do Polo foi de 88.570 pessoas. Entre 1991 a 2000 essa taxa foi de 58.570 pessoas, no período seguinte, 2000 a 2007, no entanto, a redução foi ainda mais expressiva, passando para 32.128 pessoas, refl etindo a queda da fecundidade.

Os dados da tabela 16 evidenciam, ainda, que o componente migratório foi o grande responsável pelos baixos crescimentos populacionais ocorridos no Polo nas décadas de 19605 e 1980 e, principalmente, pela diminuição absoluta da população, nos anos 1970. Apesar da queda na intensidade do crescimento vegetativo, é somente a partir da evasão demográfi ca registrada, mais fortemente nas décadas de 1970 a 1980, que se pode compreender os níveis de crescimento absoluto muito abaixo da média estadual (vide Tabela 16).

Mesmo com saldos migratórios negativos, nos períodos posteriores, entre 1980 a 2000, o crescimento absoluto da população se manteve positivo, devido, sobretudo, à fundamental participação do crescimento vegetativo.

4 Para a década de 1960, ver dados em Cunha e Aranha (1992).5 Idem.

Page 248: V04 Polos Regionais Bauru, São José do Rio Preto, Araçatuba e Presidente Prudente

247

POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE PRESIDENTE PRUDENTE

Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4

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Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4248

POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE PRESIDENTE PRUDENTE

Assim se 1970 e 1980, o saldo migratório correspondeu a 0,09% do crescimento absoluto da população no mesmo período, entre 1980 a 1991, no entanto, pode-se verifi car que essa participação saltou para 13,98%, o que demonstra uma pequena modifi cação do padrão observado no momento anterior. Apesar de cair para 7,32% entre 1991 a 2000, o peso no saldo migratório constituiu, de 2000 a 2007, 25,33% do total do crescimento absoluto da população no mesmo período.

Entre 1991 a 2000, os únicos municípios que apresentaram crescimento absoluto negativo foram Estrela do Norte (-159), Iepê (-2.747), Presidente Bernardes (-1.604), Santo Anastácio (-1302) e Teodoro Sampaio (-28.782). Nestes municípios o crescimento vegetativo do período não foi sufi ciente para ocultar as altas taxas negativas do saldo migratório. O destaque é o município de Teodoro Sampaio, o qual apresentou crescimento vegetativo de 7.591 pessoas e elevado saldo migratório negativo de -36.373 indivíduos.

Considerando o movimento migratório referente ao Polo de Presidente Prudente, destaca-se que, na década de 1980, o número total de pessoas que saíram da Região de Governo de Presidente Prudente superou o número de pessoas que para ali se dirigiram, sendo que, 106.175 pessoas eram emigrantes e apenas 49.356 eram imigrantes6. Com relação à migração inter-estadual, destaca-se que a maior parte dos imigrantes foi procedente do estado do Paraná (31,2%), seguido pela Região Centro-Oeste (14,6%), pela Região Nordeste (5,5%) e pelo estado de Minas Gerais (2,7%) (Cunha e Aranha, 1992).

Por sua vez, os dados da tabela 17 ilustram o movimento migratório interestadual do Polo de Presidente Prudente, no período 1995-2000.

O maior fl uxo de migrantes que se destinam ao Polo de Presidente Prudente é originária

da Região Sul, cerca de 43,8%, dos quais 42,2% dos imigrantes são do estado do Paraná. A segunda maior origem dos fl uxos de imigrantes é da Região Centro-Oeste, 36%, deste total, (26,5% são originários do estado do Mato Grosso do Sul. Vale destacar que Paraná e Mato Grosso do Sul) são vizinhos da Região de Governo de Presidente Prudente, fato este que pode contribuir para a notável participação destes Estados no total dos fl uxos migratórios. As Regiões Nordeste, Sudeste e Norte são responsáveis, respectivamente, por 9,4%, 6,5% e 3,8% do total dos fl uxos migratórios que chegam a RG Prudentina.

Com relação ao movimento migratório intra-estadual, na década de 1980, Cunha e Aranha (1992) destacam que a região de Presidente Prudente não apresentou ganhos populacionais,

6 Dados constantes em Cunha e Aranha, 1992, p.16.

TABELA 17. Movimentos Migratórios InterestaduaisPolo de Presidente Prudente, 1995/2000

Grandes Regiões e Estados Valor Absoluto do Fluxo Distribuição Relativa %

Região Sudeste (exceto SP) 991 6,5

Região Sul 6.654 43,8

Paraná 6.397 42,2

Região Centro Oeste 5.458 36,0

Mato Grosso do Sul 4.029 26,5

Região Nordeste 1.431 9,4

Bahia 381 2,5

Região Norte 584 3,8

Brasil s/ espec. e s/ decl. 58 0,4

Total Interestadual 15.176 100,0

Fonte: Fundação IBGE. Censo Demográfi co de 2000.

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POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE PRESIDENTE PRUDENTE

Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4

mesmo com as regiões limítrofes, sendo que a principal contribuição de imigrantes foi a Região Metropolitana de São Paulo (16,6%). Já as regiões vizinhas da RG de Presidente Prudente apresentaram uma participação menos volumosa de imigrantes: Assis (3,8%), Adamantina (3,0%), Tupã (3,0%), Dracena (2,7%) e Araçatuba (1,6%).

Por sua vez, os dados da tabela 18 ilustram o movimento migratório intra-estadual, no período 1995-2000.

TABELA 18. Movimentos Migratórios Intra-EstaduaisPolo de Presidente Prudente, 1995/2000

Origem dos Imigrantes Valor Absoluto dos Fluxos Distribuição Relativa (%)

Região Metropolitana de São Paulo 9.718 45,09

Campinas 1.508 7,00

Assis 1.174 5,45

Tupã 1.036 4,81

Dracena 677 3,14

Santos 573 2,66

Adamantina 556 2,58

Andradina 549 2,55

Araçatuba 517 2,40

Outras RGs 5.244 24,33

Total Intra-Estadual 21.552 100,00

A partir desses dados, observa-se que a Região Metropolitana de São Paulo constitui a principal origem dos fl uxos migratórios que chegam à Região de Presidente Prudente, abrangendo cerca de 45,09% dos imigrantes; a categoria Outras RGs é responsável por 24,33% dos imigrantes. Campinas e Assis compreendem, respectivamente, 7% e 5,45% da migração intra-estadual.

Complementando a abordagem do movimento migratório intra-estadual, no período recente, os dados da tabela 19 ilustram a emigração intra-estadual registrada pelo Polo de Presidente Prudente, no período 1995-2000.

Fonte: Fundação IBGE. Censo

Demográfi co de 2000.

TABELA 19. Movimentos Emigratórios Intra-EstadualPolo de Presidente Prudente, 1995/2000

Destino dos Emigrantes Valor Absoluto dos Fluxos Distribuição Relativa (%)

RM São Paulo 4.320 22,69

Campinas 2.411 12,66

Assis 1.024 5,38

Sorocaba 946 4,97

Dracena 913 4,79

Tupã 773 4,06

Adamantina 679 3,57

Araçatuba 603 3,17

São José Rio Preto 573 3,01

Outras RGs 6.800 35,71

Total Estado de São Paulo 19.042 100,00

Total Intra-Estadual 19.042 56,87

Outros Estados 14.439 43,13

Total Brasil 33.481 100,00

Fonte: Fundação IBGE. Censo Demográfi co de 2000.

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Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4250

POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE PRESIDENTE PRUDENTE

Assim, no período 1995 a 2000, a Região Metropolitana de São Paulo e a Região de Governo de Campinas foram os principais destinos dos emigrantes oriundos do Polo de Prudentina, correspondendo, respectivamente, a 22,96% e 12,66% do total dos movimentos emigratórios intra-estaduais. Outras Regiões de Governo do estado de São Paulo, por sua vez, abrangeram 35,71% do total de emigrantes. Destaca-se, contudo, o papel do componente emigratório intra-estadual para as Regiões de Governo mais próximas, como Assis (5,38%), Dracena (4,79%), Tupã (4,06%) e Adamantina (3,57%).

Os dados da tabela 20 referem-se às principais trocas líquidas intra-estaduais, no período 1995-2000.

TABELA 20. Trocas Líquidas Populacionais Intra-EstaduaisPolo de Presidente Prudente, 1995/2000

Regiões Imigrantes para a RG Emigrantes da RG Troca Líquida

RM São Paulo 9.718 4.320 5.398

Campinas 1.508 2.411 -903

Assis 1.174 1.024 150

Tupã 1.036 773 263

Dracena 677 913 -236

Santos 573 565 8

Adamantina 556 679 -123

Andradina 549 518 31

Araçatuba 517 603 -86

Outras RGs 5.244 7.236 -1.992

Total 21.552 19.042 2.510

Nota-se que a troca líquida fi nal do Polo de Presidente Prudente com as demais RGs é positiva, porém o saldo fi nal é consideravelmente pequeno, de apenas 2.510 mil migrantes. A migração entre o Polo de Prudentina e a RM de São Paulo resulta numa troca liquida positiva de 5.398 pessoas. Apesar de pequenas, as trocas líquidas do Polo de Presidente Prudente entre duas Regiões vizinhas, Assis e Tupã, também são positivas, sendo de, respectivamente, 150 e 263 pessoas. No entanto, entre as duas demais Regiões de Governo vizinhas, Dracena e Adamantina, as trocas líquidas são negativas de -236 e -123 pessoas.

Os dados da tabela 21 informam os volumes de imigração e emigração intra-regional, entre 1995 a 2000, dos municípios que compõem a Região de Governo de Presidente Prudente.

O município de Presidente Prudente é aquele que mais forneceu migrantes para as demais localidades da RG, um total de 4.257 mil emigrantes, tendo, portanto, saldo migratório intra-regional negativo de -142 pessoas. Os imigrantes que chegam ao município sede e aqueles que saem (1.287 imigrantes e 1.331 emigrantes) apresentam volumes próximos, indicando ser uma área de grande rotatividade migratória (Baeninger, 2008).

Os dados da tabela 22 indicam que dos 31 municípios que compõem o Polo, 24 deles tiveram Presidente Prudente como um dos três principais municípios de origem dos imigrantes. No município de Alfredo Marcondes, por exemplo, 66,67% dos imigrantes vieram de Presidente Prudente. Álvares Machado apresenta característica semelhante, recebendo 64,91% dos imigrantes do município sede.

Entretanto, os dados apresentados na tabela 22 evidenciam também que 21 municípios do Polo Prudentina perderam população para Presidente Prudente. Álvares Machado foi o município que mais forneceu população para Presidente Prudente, cerca de 62% de seus

Fonte: Fundação IBGE. Censo Demográfi co de 2000.

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POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE PRESIDENTE PRUDENTE

Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4

emigrantes. Caiabu perdeu um percentual expressivo da sua população para Presidente Prudente, em torno de 46%.

TABELA 21. Volumes de Imigração e Emigração Intra-RegionalPolo de Presidente Prudente, 1995/2000

Municípios da RG Imigrantes Emigrantes Saldo Migratório Intra-Regional

Alfredo Marcondes 126 313 -187

Álvares Machado 1.898 957 941

Anhumas 133 432 -299

Caiabu 227 106 121

Caiuá 853 252 601

Emilianópolis 164 153 11

Estrela do Norte 99 146 -47

Euclides da Cunha Paulista 467 546 -79

Iepê 216 282 -66

Indiana 460 383 77

Marabá Paulista 361 292 69

Martinópolis 992 974 18

Mirante do Paranapanema 1.224 1.427 -203

Nantes 75 154 -79

Narandiba 196 327 -131

Piquerobi 282 304 -22

Pirapozinho 1.182 678 504

Presidente Bernardes 1.196 767 429

Presidente Epitácio 1.330 1.525 -195

Presidente Prudente 4.115 4.257 -142

Presidente Venceslau 1.287 1.331 -44

Rancharia 529 737 -208

Regente Feijó 993 949 44

Ribeirão dos Índios 41 181 -140

Rosana 979 884 95

Sandovalina 447 367 80

Santo Anastácio 470 1.006 -536

Santo Expedito 184 63 121

Taciba 348 257 91

Tarabaí 437 519 -82

Teodoro Sampaio 1.003 1.745 -742

Polo de PRESIDENTE PRUDENTE 22.314 22.314 0

Fonte: Fundação IBGE. Censo

Demográfi co de 2000. Tabulações Especiais NEPO/

UNICAMP.

O município de Presidente Prudente, por sua vez, recebe mais imigrantes de Álvares Machado (14,46%), Regente Feijó (10,33%) e de Mirante do Paranapanema (8,97%). Contudo, no total, os demais municípios da RG são responsáveis por 66,25% dos imigrantes, demonstrando

que Presidente Prudente é um centro de atração para a grande maioria dos municípios da RG.

Page 253: V04 Polos Regionais Bauru, São José do Rio Preto, Araçatuba e Presidente Prudente

Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4252

POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE PRESIDENTE PRUDENTE

TABELA 22. Fluxos Migratórios Intra-Regionais Numericamente mais ImportantesRG de Presidente Prudente, 1995/2000

DestinoImigrantes Emigrantes

Municípios n % Municípios n %

Alfredo Marcondes Presidente Prudente 84 66,67 Álvares Machado 124 39,62Álvares Machado 23 18,25 Santo Expedito 84 26,84Santo Expedito 19 15,08 Presidente Prudente 52 16,61Outros 0 0,00 Outros 53 16,93Total 126 100,00 Total 313 100,00

Álvares Machado Presidente Prudente 1.232 64,91 Presidente Prudente 595 62,17Alfredo Marcondes 124 6,53 Mirante Paranapanema 93 9,72Presidente Bernardes 121 6,38 Pirapozinho 56 5,85Outros 421 22,18 Outros 213 22,26Total 1.898 100,00 Total 957 100,00

Anhumas Regente Feijó 46 34,59 Pirapozinho 147 34,03Presidente Prudente 26 19,55 Regente Feijó 95 21,99Pirapozinho 23 17,29 Presidente Prudente 70 16,20Outros 38 28,57 Outros 120 27,78

Total 133 100,00 Total 432 100,00Caiabu Martinópolis 126 55,51 Presidente Prudente 49 46,23

Presidente Prudente 76 33,48 Matinópolis 19 17,92Rancharia 14 6,17 Emilianópolis 17 16,04Outros 11 4,85 Outros 21 19,81

Total 227 100,00 Total 106 100,00Caiuá Presidente Epitácio 318 37,28 Presidente Venceslau 96 38,10

Presidente Venceslau 231 27,08 Presidente Prudente 51 20,24Marabá Paulista 80 9,38 Mirante Paranapanema 46 18,25Outros 224 26,26 Outros 59 23,41

Total 853 100,00 Total 252 100,00Emilianópolis Presidente Prudente 49 29,88 Presidente Prudente 50 32,68

Presidente Bernardes 35 21,34 Presidente Bernardes 39 25,49Santo Anastácio 26 15,85 Álvares Machado 39 25,49Outros 54 32,93 Outros 25 16,34

Total 164 100,00 Total 153 100,00Estrela do Norte Pirapozinho 36 36,36 Presidente Bernardes 50 34,25

Presidente Prudente 25 25,25 Sandovalina 29 19,86Tarabaí 12 12,12 Tarabaí 23 15,75Outros 26 26,26 Outros 44 30,14

Total 99 100,00 Total 146 100,00Euclides da Cunha Paulista Teodoro Sampaio 189 40,47 Teodoro Sampaio 202 37,00

Rosana 56 11,99 Rosana 141 25,82Presidente Prudente 54 11,56 Mirante Paranapanema 136 24,91Outros 168 35,97 Outros 67 12,27

Total 467 100,00 Total 546 100,00Iepê Rancharia 78 36,11 Rancharia 140 49,65

Nantes 74 34,26 Martinópolis 57 20,21Presidente Prudente 18 8,33 Presidente Prudente 38 13,48Outros 46 21,30 Outros 47 16,67

Total 216 100,00 Total 282 100,00Indiana Martinópolis 170 36,96 Presidente Prudente 154 40,21

Regente Feijó 98 21,30 Regente Feijó 81 21,15Presidente Prudente 91 19,78 Taciba 31 8,09Outros 101 21,96 Outros 117 30,55

Total 460 100,00 Total 383 100,00

(continuação)

Page 254: V04 Polos Regionais Bauru, São José do Rio Preto, Araçatuba e Presidente Prudente

253

POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE PRESIDENTE PRUDENTE

Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4

DestinoImigrantes Emigrantes

Municípios n % Municípios n %

Marabá Paulista Mirante Paranapanema 100 27,70 Presidente Venceslau 83 28,42

Presidente Epitácio 60 16,62 Caiuá 80 27,40

Presidente Venceslau 47 13,02 Álvares Machado 58 19,86

Outros 154 42,66 Outros 71 24,32

Total 361 100,00 Total 292 100,00

Martinópolis Rancharia 250 25,20 Presidente Prudente 250 25,67

Presidente Prudente 208 20,97 Rancharia 199 20,43

Regente Feijó 165 16,63 Indiana 170 17,45

Outros 369 37,20 Outros 355 36,45

Total 992 100,00 Total 974 100,00

Mirante do Paranapanema Teodoro Sampaio 358 29,25 Presidente Prudente 369 25,86

Euclides Cunha Pta 136 11,11 Teodoro Sampaio 258 18,08

Santo Anastácio 133 10,87 Presidente Bernardes 151 10,58

Outros 597 48,77 Outros 649 45,48

Total 1.224 100,00 Total 1427 100,00

Nantes Iepê 21 28,00 Iepê 74 48,05

Tarabaí 21 28,00 Martinópolis 46 29,87

Sandovalina 19 25,33 Taciba 24 15,58

Outros 14 18,67 Outros 10 6,49

Total 75 100,00 Total 154 100,00

Narandiba Pirapozinho 47 23,98 Presidente Prudente 70 21,41

Taciba 43 21,94 Tarabaí 55 16,82

Presidente Prudente 36 18,37 Pirapozinho 50 15,29

Outros 70 35,71 Outros 152 46,48

Total 196 100,00 Total 327 100,00

Piquerobi Presidente Prudente 111 39,36 Presidente Venceslau 166 54,61

Presidente Venceslau 68 24,11 Santo Anastácio 85 27,96

Santo Anastácio 27 9,57 Marabá Paulista 16 5,26

Outros 76 26,95 Outros 37 12,17

Total 282 100,00 Total 304 100,00

Pirapozinho Presidente Prudente 388 32,83 Presidente Prudente 130 19,17

Tarabaí 263 22,25 Tarabaí 108 15,93

Anhumas 147 12,44 Presidente Bernardes 63 9,29

Outros 384 32,49 Outros 377 55,60

Total 1.182 100,00 Total 678 100,00

Presidente Bernardes Presidente Prudente 302 25,25 Presidente Prudente 241 31,42

Santo Anastácio 218 18,23 Álvares Machado 121 15,78

Mirante Paranapanema 151 12,63 Santo Anastácio 90 11,73

Outros 525 43,90 Outros 315 41,07

Total 1.196 100,00 Total 767 100,00

Presidente Epitácio Presidente Venceslau 437 32,86 Presidente Venceslau 421 27,61

Presidente Prudente 326 24,51 Caiuá 318 20,85

Teodoro Sampaio 212 15,94 Presidente Prudente 278 18,23

Outros 355 26,69 Outros 508 33,31

Total 1.330 100,00 Total 1.525 100,00

Presidente Prudente Álvares Machado 595 14,46 Álvares Machado 1.232 28,94

Regente Feijó 425 10,33 Regente Feijó 477 11,21

Mirante Paranapanema 369 8,97 Pirapozinho 388 9,11

Outros 2.726 66,25 Outros 2.160 50,74

Total 4.115 100,00 Total 4.257 100,00

(continua)

(continuação)

Page 255: V04 Polos Regionais Bauru, São José do Rio Preto, Araçatuba e Presidente Prudente

Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4254

POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE PRESIDENTE PRUDENTE

DestinoImigrantes Emigrantes

Municípios n % Municípios n %

Presidente Venceslau Presidente Epitácio 421 32,71 Presidente Eiptácio 437 32,83Piquerobi 166 12,90 Presidente Prudente 268 20,14Presidente Prudente 139 10,80 Caiuá 231 17,36Outros 561 43,59 Outros 395 29,68

Total 1.287 100,00 Total 1.331 100,00Rancharia Martinópolis 199 37,62 Presidente Prudente 294 39,89

Iepê 140 26,47 Marabá Paulista 250 33,92Presidente Prudente 39 7,37 Iepê 78 10,58Outros 151 28,54 Outros 115 15,60

Total 529 100,00 Total 737 100,00Regente Feijó Presidente Prudente 477 48,04 Presidente Prudente 425 44,78

Anhumas 95 9,57 Martinópolis 165 17,39Taciba 90 9,06 Indiana 98 10,33Outros 331 33,33 Outros 261 27,50

Total 993 100,00 Total 949 100,00Ribeirão dos Índios Caiuá 23 56,10 Santo Anástacio 52 28,73

Santo Anastácio 13 31,71 Presidente Venceslau 46 25,41Presidente Bernardes 5 12,20 Piquerobi 22 12,15Outros 0 0,00 Outros 61 33,70

Total 41 100,00 Total 181 100,00Rosana Teodoro Sampaio 550 56,18 Teodoro Sampaio 251 28,39

Euclides Cunha Pta 141 14,40 Sandovalina 118 13,35Presidente Prudente 73 7,46 Mirante Paranapanema 96 10,86Outros 215 21,96 Outros 419 47,40

Total 979 100,00 Total 884 100,00Sandovalina Rosana 118 26,40 Presidente Prudente 116 31,61

Mirante Paranapanema 90 20,13 Tarabaí 53 14,44Pirapozinho 60 13,42 Euclides Cunha Pta 40 10,90Outros 179 40,04 Outros 158 43,05

Total 447 100,00 Total 367 100,00Santo Anastácio Mirante Paranapanema 106 22,55 Presidente Prudente 219 21,77

Presidente Prudente 92 19,57 Presidente Bernardes 218 21,67Presidente Bernardes 90 19,15 Mirante Paranapanema 133 13,22Outros 182 38,72 Outros 436 43,34

Total 470 100,00 Total 1.006 100,00Santo Expedito Alfredo Marcondes 84 45,65 Alfredo Marcondes 19 30,16

Presidente Prudente 44 23,91 Caiuá 17 26,98Álvares Machado 24 13,04 Presidente Prudente 11 17,46Outros 32 17,39 Outros 16 25,40

Total 184 100,00 Total 63 100,00Taciba Regente Feijó 75 21,55 Regente Feijó 90 35,02

Presidente Prudente 49 14,08 Narandiba 43 16,73Tarabaí 36 10,34 Presidente Prudente 31 12,06Outros 188 54,02 Outros 93 36,19

Total 348 100,00 Total 257 100,00Tarabaí Pirapozinho 108 24,71 Pirapozinho 263 50,67

Sandovalina 53 12,13 Presidente Prudente 77 14,84Presidente Prudente 42 9,61 Álvares Machado 36 6,94Outros 234 53,55 Outros 143 27,55

Total 437 100,00 Total 519 100,00Teodoro Sampaio Mirante Paranapanema 258 25,72 Rosana 550 31,52

Rosana 251 25,02 Mirante Paranapanema 358 20,52Presidente Prudente 135 13,46 Presidente Epitácio 212 12,15Outros 359 35,79 Outros 625 35,82

Total 1.003 100,00 Total 1.745 100,00

(continua)

Fonte: FIBGE. Censo Demográfi co de 2000.

Page 256: V04 Polos Regionais Bauru, São José do Rio Preto, Araçatuba e Presidente Prudente

255

POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE PRESIDENTE PRUDENTE

Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4

Questão social no Polo de Presidente Prudente

Renda, pobreza e desigualdade no Polo Regional de Presidente Prudente

Renda e população

O polo de Presidente Prudente, com uma população de 585 mil pessoas, em 2005, que concentra 1,5% da população do estado, respondia, neste ano, por 0,98% do PIB estadual. Em termos de renda, no ano 2000, o Polo de Presidente Prudente detinha uma renda domiciliar per capita de R$ 338,0, inferior à média estadual em 23,5%. Sua renda era a menor de todas.

Em 2000, o polo de Presidente Prudente participava com 1,12% da renda domiciliar total do estado, uma das menores participações juntamente com o polo de Araçatuba. Na década de 90 a taxa anual de crescimento da renda domiciliar total de Presidente Prudente foi de 4,8% ao ano e a da população de 1,1% ao ano7. Assim, verifi ca-se que a taxa anual de crescimento da renda total na década de 90 foi superior à estadual (3,9% ao ano) enquanto a da população (1,8% ao ano) inferior.

Ao analisar o que ocorreu com a renda domiciliar no interior do polo de Presidente Prudente, com base nos seus municípios ordenados de maior a menor em função de sua renda domiciliar per capita em 2000 e atribuindo o valor 100 à renda domiciliar per capita e à população do polo da Presidente Prudente, o que sobressai é o relativamente elevado tamanho da população do município de Presidente Prudente (34,7%). Os demais municípios participam com menos de 10% da população do polo, sendo que os maiores são Presidente Venceslau (6,6%), Presidente Epitácio (7,2%) e Rancharia (5,3%). Observa-se, também, que os municípios de Presidente Prudente, Presidente Venceslau e Emilianópolis possuíam renda domiciliar per capita superior à média do polo de Presidente Prudente (42,7%, 7,7% e 6,5% maior, respectivamente). O município de Marabá Paulista apresentou a menor renda per capita (58,6% abaixo da média do polo) (Tabela 23).

Como mencionado, entre 1991 e 2000, a renda domiciliar total do Polo de Presidente Prudente cresceu 4,8% ao ano enquanto a população cresceu a um ritmo de 1,1% ao ano. Merece registro, o reduzido crescimento populacional dos municípios que constituem o polo de Presidente Prudente. Acima da reduzida taxa de crescimento da população do polo encontram-se os municípios de Presidente Prudente, Regente Feijó, Presidente Epitácio, Santo Expedito, Sandovalina, Narandiba,Tarabai e Caiuá. Todos os outros municípios cresceram abaixo da média ou tiveram taxas negativas de crescimento no período indicando perdas de população. Os casos mais gritantes são Teodoro Sampaio (-60,1% no período), Iepé (-28,0%) e Presidente Bernardes (-12,9%).

Quanto à renda domiciliar alguns municípios mostraram taxas de crescimento superiores à média do polo (4,8% ao ano). Os destaques foram para Presidente Prudente, Regente Feijó, Indiana, Álvares Machado, Taciba, Piquerobi, Caiabu e Caiuá. Mas, entre estes municípios, somente Regente Feijó e Álvares Machado registraram simultaneamente taxas de crescimento da população e de renda. Os demais municípios mencionados que apresentaram crescimento relativamente expressivo de renda domiciliar per capita tiveram pouco crescimento de população. Ë importante chamar à atenção para o município de Teodoro Sampaio que na década teve perda de renda e de população.

7 É difícil a partir dos dados do censo avaliar o verdadeiro desempenho da economia paulista na década de 90, pois o ano de 1991 foi de atividade econômica muito baixa e a do ano 2000 razoável, o que leva a superestimar o verdadeiro desempenho desta economia na década de 90

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Pobreza, desigualdade e concentração de renda

A proporção de pobres diminuiu na década de 90 no polo de Presidente Prudente de 25,7% para 19,7%. Em 2000, a proporção de pobres no polo de Presidente Prudente era a mais elevada.8

No que diz respeito à desigualdade, o índice de Gini do polo de Presidente Prudente era também um dos mais elevados do estado (0,598) em 2000, bem como a relação entre as rendas médias dos 10% mais ricos e dos 40% mais pobres (6,58). Assim, em termos de desigualdade, analogamente ao verifi cado com a pobreza, a situação deste polo é uma das piores.

Quanto à concentração de renda, os 20% mais ricos do polo de Presidente Prudente concentravam 66,0% da renda em 2000. Este valor é também um dos maiores do estado. Entre 1991 e 2000 os 20% mais ricos aumentaram em quase três pontos percentuais a concentração de sua renda.

8 Utilizou-se uma linha de pobreza de ½ salário mínimo de 2000 (R$ 75,50).

TABELA 23. Renda domiciliar per capita, população e taxas de crescimento anualPolo de Presidente Prudente e Municípios, 1991-2000

Polo de Presidente Prudente e municípios

Renda domiciliar per capita 2000

População 2000taxa variação anual 1991-2000 (*)

PopulaçãoRenda domiciliar

totalPolo de Presidente Prudente 100,0 100,0 1,1 4,8Presidente Prudente 142,7 34,7 1,5 5,2Presidente Venceslau 107,7 6,6 0,1 4,9Emilianópolis 106,5 0,5 - -Rosana 89,6 4,3 - -Regente Feijó 87,7 3,1 1,4 5,8Presidente Epitácio 87,0 7,2 1,3 4,7Pirapozinho 87,0 4,1 0,6 4,5Indiana 77,9 0,9 0,7 7,2Rancharia 77,5 5,3 0,8 4,5Santo Anastácio 77,2 3,8 -5,8 2,9Teodoro Sampaio 76,2 3,6 -60,1 -48,9Álvares Machado 76,2 4,2 2,1 6,6Presidente Bernardes 75,9 2,5 -12,9 1,0Martinópolis 68,9 4,0 1,0 1,7Alfredo Marcondes 66,7 0,7 0,7 2,6Iepê 65,6 1,3 -28,0 1,2Taciba 64,6 1,0 1,1 6,3Piquerobi 61,7 0,6 0,7 6,4Santo Expedito 60,1 0,5 1,5 5,1Mirante do Paranapanema 59,1 2,9 0,8 5,2Sandovalina 56,4 0,6 2,5 -16,0Estrela do Norte 54,1 0,5 -5,8 6,5Nantes 53,7 0,4 - -Narandiba 49,9 0,7 2,0 5,2Caiabu 49,3 0,8 0,6 6,5Anhumas 49,2 0,6 0,4 3,3Tarabai 47,5 1,1 2,3 3,6Caiuá 43,3 0,8 2,5 8,2Ribeirão dos Índios 43,1 0,4 - -Euclides da Cunha Paulista 42,0 1,8 - -Marabá Paulista 41,4 0,7 0,4 2,5

Fonte: IBGE, Censo Demográfi co 1991, 2000.(*) OBS: os números negativos referem-se à variação no período.

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Do ponto de vista dos municípios do polo de Presidente Prudente, as situações de pobreza (% de pobres), desigualdade (relação entre as rendas médias dos 10% mais ricos e 40% mais pobres) e concentração (20% mais ricos) são ilustradas na tabela 24. Como os municípios estão ordenados conforme sua renda domiciliar per capita de 2000, de maior a menor observa-se uma correlação inversa entre renda per capita e proporção de pobres. Ou seja, a proporção de pobres é em geral maior para aqueles municípios com renda per capita menor. Ademais, nota-se que as proporções de pobres são muito elevadas em 2000 e somente os municípios de Presidente Prudente, Presidente Venceslau, Regente Feijó e Pirapozinho tinham proporções de pobres abaixo da média do polo que era de 19,7%. Alguns municípios ainda que apresentem renda per capita não tão baixa apresentam signifi cativa proporção de pobres. São os casos de Emilianópolis, Rosana, Teodoro Sampaio e Santo Anastácio. As piores situações de pobreza em 2000 são encontradas em Euclides da Cunha Paulista (37,7% de pobres), Marabá Paulista (40,9%) e Caiuá (36,5%).

TABELA 24. Pobreza, Concentração e Desigualdade da renda DomiciliarPolo de Presidente Prudente e Municípios, 1991–2000

Polo de Presidente Prudente e Municípios

% pobresProporção da renda apropriada

pelos 20% mais ricosRelação entre as rendas médias dos 10% mais ricos e 40% mais pobres

1991 2000 1991 2000 1991 2000

Polo de Presidente Prudente 25,0 19,7 63,6 66,0 5,9 6,6Presidente Prudente 12,4 11,0 73,4 75,3 15,5 15,9Presidente Venceslau 24,2 14,9 60,8 66,9 4,6 7,6Emilianópolis - 35,5 - 70,9 - 5,4Rosana - 24,6 - 65,8 - 6,6Regente Feijó 20,0 16,9 48,3 59,4 3,0 4,3Presidente Epitácio 30,1 19,3 65,0 60,0 5,4 4,5Pirapozinho 25,6 18,1 53,9 59,8 4,6 5,6Indiana 29,6 19,1 33,0 58,6 1,3 3,5Rancharia 27,9 19,9 52,8 55,0 2,7 3,5Santo Anastácio 36,5 23,2 57,7 57,3 3,2 3,3Teodoro Sampaio 33,1 35,9 58,7 63,0 4,2 3,9Álvares Machado 29,3 20,2 48,8 52,7 2,4 3,4Presidente Bernardes 29,1 21,6 56,4 56,5 3,6 3,0Martinópolis 31,8 23,3 59,6 51,0 3,8 2,6Alfredo Marcondes 35,1 26,1 52,2 44,1 2,6 2,3Iepê 32,9 30,1 38,3 52,9 1,4 2,4Taciba 30,5 19,1 36,4 45,5 1,1 2,3Piquerobi 51,7 28,8 42,7 48,9 1,1 1,7Santo Expedito 38,6 27,8 47,2 42,7 1,5 1,3Mirante do Paranapanema 40,9 40,4 45,5 52,1 1,2 2,0Sandovalina 37,4 28,1 39,7 42,4 1,2 1,6Estrela do Norte 45,1 29,6 21,1 42,8 0,4 1,8Nantes - 27,2 - 39,7 - 1,2Narandiba 41,4 37,5 31,8 40,2 1,0 1,7Caiabu 50,3 19,0 17,7 25,6 0,2 0,5Anhumas 37,6 27,8 30,7 28,5 1,0 0,8Tarabai 34,2 29,6 37,2 28,6 1,4 1,0Caiuá 46,9 36,5 19,3 27,2 0,3 0,5Ribeirão dos Índios - 29,0 - 18,7 - 0,2Euclides da Cunha Paulista - 37,7 - 31,2 - 0,6Marabá Paulista 44,9 40,9 22,5 31,3 0,5 0,6

Fonte: IBGE, Censo Demográfi co 1991.

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Deve-se mencionar que somente o município de Teodoro Sampaio teve ampliação de sua proporção de pobres na década. Todos os outros municípios tiveram decréscimo da proporção de pobres. Em geral, os municípios que reduziram sua pobreza são aqueles municípios que apresentaram uma proporção de pobres elevada em 1991. São os casos, por exemplo, de Presidente Epitácio, Santo Anastácio, Alfredo Marcondes, Taciba, Caiabu e Piquerobi.

A concentração de renda expressa pela renda apropriada pelos 20% mais ricos revela que no polo de Presidente Prudente os 20% mais ricos concentravam 66,0% da renda no ano 2000, tendo sofrido um acréscimo de três pontos percentuais na década. Em 2000, a concentração de renda era superior à média do polo nos municípios de Presidente Prudente e Emilianópolis e Presidente Venceslau. Deve-se chamar à atenção para a correlação direta entre renda e concentração. Ou seja, aqueles municípios que possuem renda per capita mais elevada têm também maior concentração de renda. Entre 1991 e 2000 a concentração da renda aumentou na maioria dos municípios. Os destaque fi ca com o município de Presidente Prudente onde a proporção da renda apropriada pelos 20% mais ricos já era muito elevada em 1992 e aumentou na década, variando de 73,4% para 75,3% em 2000. A concentração de renda dos 20% mais ricos só diminuiu entre os municípios de renda intermediária e de menor renda (Alfredo Marcondes, Santo Expedito, Anhumas e Tarabai).

A desigualdade medida pela razão entre as rendas médias dos 10% mais ricos e dos 40% mais pobres revela o elevado valor no polo de Presidente Prudente em 2000: os 10% mais ricos tinham uma renda média equivalente a 6,6 vezes a renda média dos 40% mais pobres do polo. Essa razão foi ainda superada pelos municípios de Presidente Prudente (15,9), e Presidente Venceslau (7,6). Entre 1991 e 2000, a desigualdade, medida por este indicador, aumentou na maioria dos municípios. O destaque fi ca novamente com Presidente Prudente onde essa razão era muito elevada em 1991 (15,5) e continuou elevada em 2000 e Presidente Venceslau (15,9) que variou de 4,6 para 7,6 na década.

Desse modo, considerando a década de 90 houve ligeiro aumento da renda domiciliar per capita no polo de Presidente Prudente abrangendo seus 31 municípios. Alguns municípios, entretanto, sofreram decréscimo na suas rendas; foram os casos de Teodoro Sampaio e Sandovalina. A concentração e a desigualdade que já eram elevadas aumentaram e a proporção de pobres só diminui em aqueles municípios onde essa proporção era muito elevada em 1991.

Os municípios de Presidente Prudente, Emilianópolis e Presidente Venceslau merecem destaque por apresentar as maiores rendas per capita, acima da média do polo, ainda que os dois últimos municípios, tiveram crescimento muito reduzido de sua população. Estes três municípios apresentaram, também, as maiores desigualdade e concentração de renda e estas aumentaram na década.

Os municípios de Regente Feijó e Presidente Epitácio apresentaram, de forma simultânea, crescimento de renda e de população. Esses dois municípios tiveram, também, diminuição na sua proporção de pobres. O município de Presidente Epitácio teve também diminuição da desigualdade e da concentração de renda de seu município.

Mudanças no domicílio, na inserção domiciliar no mercado de trabalho e as políticas sociais

Os arranjos domiciliares no Polo Regional de Presidente Prudente no ano de 2000

Os arranjos domiciliares do Polo Regional de Presidente Prudente apresentam um perfi l com as seguintes características segundo dados do Censo Demográfi co do IBGE de 2000: os

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arranjos familiares nucleados por casais compreendem 73% do total dos arranjos domiciliares e os arranjos de chefes masculinos e femininos sem cônjuges totalizam 27%, com ênfase para os arranjos chefi ados por mulheres, que perfazem 20% dos arranjos domiciliares. Comparando-se esses percentuais entre as três regiões metropolitanas paulistas e polos regionais, observa-se que o perfi l apresentado pelo Polo Regional de Presidente Prudente é bastante próximo ao apresentado pelos demais polos do Estado de São Paulo sob análise, diferenciando-se das regiões metropolitanas e especialmente da Região Metropolitana da Baixada Santista e da Região Metropolitana de São Paulo.

Dessa maneira, a confi guração familiar predominantemente no Polo Regional de Presidente Prudente é do tipo conjugal com ou sem a presença de fi lhos residentes, compreendendo 73% dos domicílios do polo. Dentre os arranjos nucleados por casais, predominam os casais com fi lhos e parentes, os quais apresentam um percentual de 58,7% dos domicílios, percentual muito próximo ao apresentado pelo Estado de São Paulo (58,2%). Considerando os casais com a presença de fi lhos, estes estão distribuídos de forma semelhante entre aqueles de até 34 anos, 23,3% , seguidos pelos casais de 35 até 49 anos, 22,3% dos arranjos domiciliares, contrariando a tendência das regiões metropolitanas e da maior parte dos polos, nos quais prevalecem a faixa etária dos 35 aos 49 anos. Os casais de mais de 50 anos e mais com fi lhos e ou parentes apresentam os menores percentuais nesse grupo, 9,7%. Estes valores se assemelham às médias apresentadas pelo Estado de São Paulo, que são, respectivamente, 22,9%, 22,3% e 9,7%.

Por outro lado, a proporção de casais sem a presença de fi lhos no Polo Regional de Presidente Prudente 14,3% dos arranjos domiciliares, é pouco mais elevada que a apresentada pelo Estado (13,4%).

Com relação aos arranjos com chefi a feminina sem cônjuge (19,6%), o Polo Regional de Presidente Prudente apresenta proporção pouco menor quando comparada ao Estado de São Paulo (20,5%) e especialmente quando comparado às RMSP e RMBS, porém mais próxima às proporções observadas nos polos regionais. Da mesma forma, os arranjos domiciliares com chefi a feminina sem cônjuge com a presença de fi lhos e/ou parentes (14,5%), apresentam proporções inferiores às médias apresentadas pelo Estado de São Paulo (15,6%), bem como em relação às RMSP e RMBS, ambas da ordem de 17%, assemelhando-se aos polos regionais estudados.

Por outro lado, a proporção de arranjos domiciliares chefi ados por homem sem a presença de cônjuge, de 7,4%, está próxima da apresentada pelos polos regionais analisados e abaixo da média do Estado (7,9%) e das regiões metropolitanas paulistas, merecendo observar a pequena proporção daqueles com a presença de fi lhos 3%, um dos mais baixos entre as regiões estudadas, assemelhando-se apenas aos polos de Araçatuba Bauru e São José do Rio Preto.

Estas especifi cidades da estruturação dos arranjos domiciliares no Polo de Presidente Prudente podem ser associadas às características da sua estrutura etária. Pois, no ano de 2000 o Polo Regional de Presidente Prudente apresentava, comparativamente à média do Estado de São Paulo, uma população mais envelhecida, com 10,4% de sua população com 60 anos e mais; população em idade ativa – entre 15 e 59 anos - representando 63,4% do total, próxima à média do Estado de São Paulo, mas com proporções um pouco menores; e, também proporção um pouco menor entre as idades de 0 e 14 anos (24,4%)9.

9 Em 2000, a estrutura etária do Estado de São Paulo era a seguinte: 26,2% de pessoas com até 14 anos de idade; 64,3% entre as idades de 15-59 e proporção de pessoas com 60 anos e mais da ordem de 9,4%.

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Observando-se os percentuais dos municípios do Polo de Presidente Prudente no ano de 2000 para os arranjos chefi ados por casais, é possível perceber que estes variam entre 69,2% e 82,7%, sendo que a média do Polo é de 73%.

Nos arranjos chefi ados por mulheres sem cônjuges os percentuais apresentados pelos municípios fi cam entre 12% e 23%, sendo que a média do polo é de 19,6%. Por fi m, nos arranjos chefi ados por homens sem cônjuges os percentuais variam entre 5,2% e 12,9%, sendo que a média é de 7,4% no ano de 2000.

O município de Presidente Prudente, sede do Polo regional e o maior município – 206 mil pessoas segundo a Contagem de 2007, IBGE -, apresenta proporção de domicílios nucleados por casais da ordem de 71,6% (abaixo da média regional) e 28,4% nucleados por chefe feminino ou masculino sem cônjuge, dentre os quais, 21,7% chefi ados por mulheres sem cônjuge (acima da média regional), e 6,7% com chefi a masculina sem cônjuge (na média regional), no ano 2000.

Para evidenciar a heterogeneidade entre os municípios do Polo em relação ao perfi l dos arranjos domiciliares, apresentamos outros dois municípios com características distintas. O município de Presidente Venceslau, o segundo maior em tamanho (38 mil habitantes - Contagem de 2007, IBGE), apresenta um dos menores percentuais de arranjos chefi ados por casais (69,1%) e o segundo menor percentual de casais com fi lhos e/ou parentes (53,2%); enquanto a média regional está em 73,0%, referindo-se ao total daqueles nucleados por casais e de 58,7% para arranjos domiciliares de casais com fi lhos e/ou parentes. Apresenta ainda percentual de arranjos domiciliares de chefes femininas sem a presença de cônjuge de 23,1%, acima da média do polo, que é de 19,6%, no ano 2000 e percentual de arranjos domiciliares de chefes masculinos sem a presença de cônjuge pouco acima da média regional (7,8%). Estes dois arranjos sem a presença de cônjuge perfazem 30,9% dos domicílios de Presidente Venceslau.

Por outro lado, Euclides da Cunha, município considerado pequeno - pois tem 10 mil habitantes, segundo a Contagem Populacional de 2007, IBGE -, e um dos municípios com menor renda per capita do Polo, apresenta o segundo menor percentual de arranjos chefi ados por casais do polo de Presidente Prudente, totalizando 69,7%; dentre estes o arranjo domiciliar de casais com fi lhos, apresenta percentuais de 57,3%, abaixo da média regional. Apresenta ainda como peculiaridade percentuais elevados de arranjos de chefes femininos e masculinos sem cônjuges (30,3%). Com relação aos arranjos de chefes femininos sem cônjuges, estes perfazem 19,4% (na média regional), enquanto os arranjos de chefes masculinos sem cônjuges perfazem 10,9% dos domicílios do município, acima da média regional, que é de 7,4%.

Tendências de mudanças nos arranjos domiciliares: 1991-2000

Entre 1991 e 2000, as principais tendências de mudanças nos arranjos domiciliares apresentadas pelo Polo Regional de Presidente Prudente são: queda nos arranjos domiciliares chefi ados por casais e crescimento nos arranjos chefi ados por homens e mulheres sem cônjuges. Compartilha dessas tendências tanto com o Estado de São Paulo, como com as outras Regiões Metropolitanas e Polos Regionais Paulistas.

No ano de 1991 o Polo Regional de Presidente Prudente apresentava percentual de 79,4% de arranjos nucleados por casais, que caiu para 73% em 2000, apresentando queda acentuada nessa confi guração familiar, superior à experimentada pelo Estado de São Paulo. A variação

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percentual observada no Polo de Presidente Prudente aproximou-se da variação negativa apresentada pelo Polo de Ribeirão, sendo um pouco maior que a apresentada pelos Polos de Araçatuba e de São José do Rio Preto.

Os arranjos domiciliares chefi ados por homens e mulheres sem cônjuges, em movimento inverso, passaram de 20,6% em 1991 para 27% no Polo Regional de Presidente Prudente em 2000.

Ambas as tendências foram apresentadas, com maiores ou menores proporções, por todo o Estado de São Paulo. No caso do Estado de São Paulo, este apresentava, em 1991, 77% dos arranjos domiciliares chefi ados por casais e 23% dos arranjos com chefi as femininas e masculinas sem cônjuges; no ano 2000 esses percentuais passaram a ser de 71,6% e de 28,4%, respectivamente.

Na tendência de redução dos arranjos domiciliares nucleados pelo casal, o Polo Regional de Presidente Prudente, registrou acentuada queda naqueles arranjos chefi ados por casais com a presença fi lhos e/ou parentes, que passaram de 66% em 1991 para 59,2% em 2000. A redução desse arranjo domiciliar, no período, ocorre com diferentes intensidades também no restante do Estado de São Paulo.

A queda nos arranjos nucleados pelo casal ocorreu, principalmente, nos domicílios dos casais na faixa etária de até 34 anos, com a presença de fi lhos, que somavam 30,3% em 1991 e passaram a ser 23,3% em 2000 (variação percentual negativa de 23%), expressando diversas mudanças pelas quais passa a família, nestas incluindo tanto a redução da fecundidade, como as mudanças nos padrões de nupcialidade. Observa-se por outro lado, no Polo de Presidente Prudente menores reduções com relação aos arranjos domiciliares nucleados pelo casal entre aqueles de 35 a 39 anos com a presença de fi lhos e daqueles na faixa etária de 50 anos ou mais, com a presença de fi lhos.

Deve-se ainda ressaltar, dentre os arranjos nucleados por casais, o crescimento moderado nos arranjos de casais sem fi lhos, que passam de 12,5% para 14,3% no período analisado; tais percentuais são, entretanto, superiores aos apresentados pelo Estado de São Paulo, que no mesmo período apresentou a manutenção da proporção 12,5%.

Os arranjos chefi ados por homens e mulheres sem a presença de cônjuge, por sua vez, apresentaram no Polo Regional de Presidente Prudente, crescimento signifi cativo e mais acentuado para aqueles com chefi a feminina; ou seja, os domicílios com esta confi guração com chefi a feminina passam de 14,6% em 1991, para 19,6% em 2000, enquanto os arranjos dos chefes masculinos sem cônjuge, representavam 6% dos arranjos em 1991 e passaram a ser 7,4% em 2000.

Considerando-se os arranjos domiciliares com chefes femininas, o crescimento foi relevante tanto naqueles com a presença de fi lhos e/ou parentes, que passaram de 11,2% em 1991 para 14,5% em 2000, com variação percentual de 29%, como nos domicílios unipessoais que passaram de 3,4% em 1991 para 5,2% em 2000, indicando maior intensidade no crescimento. No caso dos arranjos domiciliares com chefi as masculinas sem cônjuge, o crescimento no período foi devido principalmente aos domicílios unipessoais, que de 2,9%, em 1991, passaram para 4,5% em 2000, ao passo que os arranjos com a presença de fi lhos e/ou parentes permanecem cerca de 3%.

A análise dos municípios do Polo de Presidente Prudente no período de 1991-2000, evidencia, ainda que com diferenciações nesse processo, as tendências de mudanças nos arranjos domiciliares indicadas acima, ou seja, queda nos arranjos domiciliares chefi ados por casais; crescimento de domicílios com chefi as femininas sem cônjuges, e menor crescimento

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Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4262

POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE PRESIDENTE PRUDENTE

de domicílios com chefi as masculinas sem cônjuge.Para evidenciar algumas das diferenciações dos processos de mudanças nos arranjos domiciliares no Polo apresentamos indicações destas em dois municípios com características distintas.

Assim, observa-se em Presidente Prudente, município sede do Polo, acentuada queda nos arranjos chefi ados por casais para o período de 1991-2000, bem como acentuado crescimento nos arranjos chefi ados por mulher sem a presença de cônjuge e nos arranjos com essa confi guração chefi ados por homem. Em 1991, os arranjos nucleados por casais representavam 79% dos domicílios e passam a representar 71,7%, em 2000. Em contrapartida, ocorreu crescimento no período para os arranjos chefi ados por mulheres sem cônjuges, que passam de 16% para 21,7% dos arranjos domiciliares do município; aqueles com esse arranjo e com a presença de fi lhos e/ou parentes atingem, em 2000, a cifra de 15,9% dos arranjos domiciliares em Presidente Prudente (Tabela 26). Merece destaque também o crescimento dos domicílios unipessoais femininos que, em 2000, chegam a ser 5,7% dos domicílios. Ocorreu ainda o crescimento no período para os arranjos domiciliares de homens sem cônjuges, que passam de 6% para 6,7% dos arranjos domiciliares no período, com crescimento dos domicílios unipessoais, que chegam 3,8% dos domicílios do município em 2000.

Pequerobi, um município pequeno (3.600 habitantes) - com renda domiciliar per capita de R$ 206,00, pouco mais elevada que a metade renda per capita regional -, apresentou uma das maiores reduções nos arranjos domiciliares chefi ados por casais, que passaram de 85% em 1991, para 73,4% em 2000, ainda que tenha apresentado crescimento elevado nos arranjos chefi ados por casais sem fi lhos, que passaram de 17% dos seus domicílios, para 20% dos mesmos. Dentre os casais com fi lhos, apresentaram queda acentuada tanto os casais jovens (até 34 anos), que passaram de 31,5% para 24,3% entre 1991 e 2000, como os casais entre 35 e 49 anos, que caíram do percentual de 21,6% para 18,9% e também os casais mais velhos (50 e mais), tendo passado de 11% dos domicílios do município, para 7%.

Esse município apresentou ainda acentuado crescimento dos domicílios com chefe feminino sem a presença de cônjuge (10,4% em 1991, e 15,5% em 2000), bem como daqueles com chefi a masculina sem cônjuge (4,5% em 1991, e 11% em 2000). Em ambos os casos apresentam crescimento tanto os arranjos com a presença de fi lhos, como os domicílios unipessoais.

Mudanças no tamanho médio dos domicílios

A literatura especializada aponta a tendência de redução do tamanho médio dos domicílios no país. Essa tendência foi constatada também para o Estado de São Paulo e para as regiões metropolitanas paulistas e polos regionais na análise do período entre os censos 1991 e 2000.

A redução no tamanho médio dos domicílios expressa mudanças na família, tais como a redução na fecundidade e no número de fi lhos tidos, a nuclearização da família e o aumento da proporção das famílias monoparentais e dos domicílios unipessoais. Essas mudanças, por afetarem a composição dos núcleos familiares, revestem-se de importância para a análise das alterações na inserção familiar no mercado de trabalho e das alterações na responsabilidade pela provisão do domicilio.

O tamanho médio dos domicílios é relevante também para a análise do rendimento domiciliar per capita, cujo valor é utilizado como critério de elegibilidade na seleção de famílias benefi ciárias de programas sociais diversos.

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O Polo Regional de Presidente Prudente também apresenta no período de 1991-2000 tendência de redução do número de pessoas por domicílio. Observa-se que, em 1991, a média de pessoas por domicílio no Polo de Presidente Prudente era de 3,9, tendo passado em 2000 para 3,4 pessoas. Apresenta queda mais acentuada e o menor tamanho médio do domicílio em 2000; igual ao observado pelo Polo de Araçatuba. No entanto, tanto a tendência como os valores são muito próximos daqueles observados para o Estado de São Paulo, bem como são próximos em relação às regiões metropolitanas e aos polos regionais paulistas.

Embora todos os tipos de arranjos domiciliares apresentem redução no número de componentes, esta foi mais acentuada nos arranjos chefi ados por casais, nos quais o número de componentes caiu de 4,2 para 3,8 pessoas por domicílio, entre 1991 e 2000, repetindo a tendência e valores observados para o Estado de São Paulo. Entre estes, os arranjos de casais com fi lhos e/ou parentes destacam-se por apresentarem redução na média de componentes de 4,6 para 4,2 pessoas, permanecendo, entretanto como os arranjos domiciliares mais numerosos em 2000 no Polo Regional de Presidente Prudente. Considerando-se os arranjos nucleados por casais com fi lhos nas diferentes idades que correspondem a etapas do ciclo vital da família, todos experimentaram queda em seu tamanho. Com os tamanhos maiores estão os domicílios dos casais entre 35 e 49 anos (4,9 pessoas), seguidos pelos casais de 50 anos ou mais (4,6 pessoas) e, por fi m, os domicílios chefi ados por casais de até 34 anos, com a presença de fi lhos (4,1 pessoas).

As menores médias de componentes por domicílio no Polo de Presidente Prudente são encontradas entre os arranjos de chefi as femininas e masculinas sem cônjuges, e estes também apresentaram reduções: os primeiros passaram de 3 componentes em 1991, para 2,6 em 2000, e aqueles com chefi a masculina passaram de 2,2 para 1,8 pessoas por domicílio no ano 2000. É preciso destacar que, nos arranjos citados nesse parágrafo, esse número é mais elevado quando se trata de arranjos domiciliares de chefes sem cônjuges com a presença de fi lhos e/ou parentes, tanto para os femininos, como para os masculinos, observando-se, respectivamente, os valores de 3,2 e de 3 pessoas por domicílio, no ano de 2000, pois as médias para os totais de cada arranjo de chefi a sem cônjuge incluem os domicílios unipessoais.

Considerando-se os municípios no Polo Regional de Presidente Prudente, ao analisar o ano de 2000 observa-se que existe variação entre estes com relação ao tamanho dos domicílios, encontrando-se municípios com tamanhos entre 3,7 (Euclides da Cunha) e 3,2 (Estrela do Norte), enquanto a média regional é de 3,4 pessoas por domicílio. Considerando o arranjo domiciliar predominante, observam-se também variações entre os municípios no tamanho dos domicílios com arranjos chefi ados por casais, que fi cam entre 3,5 e 4,3 componentes por domicílio (Tabela 25).

O município sede, Presidente Prudente, apresentou em 2000, 3,4 componentes por domicílio - na média observada pelo Polo Regional - e também valores correspondentes à média regional para todos os arranjos domiciliares analisados, ou seja, 3,8 componentes nos arranjos de casais, 2,6 naqueles com chefi a feminina sem cônjuge e 1,8 naqueles com chefi a masculina sem cônjuge. Por outro lado, Euclides da Cunha apresenta médias de pessoas por domicílio mais elevadas que a média regional (3,7), bem como em todos os arranjos domiciliares, exceto para os arranjos com chefes masculinos sem cônjuge.

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Mudanças nos arranjos domiciliares de inserção no mercado de trabalho e na provisão dos domicílios

No Polo Regional Presidente Prudente no período de 1991-2000, considerando-se os arranjos domiciliares nucleados por casais, ocorreu acentuada redução na taxa de geração de renda dos chefes, com queda de aproximadamente 4,9 pontos percentuais; essa taxa era de 97,5% em 1991 e cai para 92,6% em 2000, mantendo-se, entretanto, elevada. Por outro lado, eleva-se a taxa de geração de renda das cônjuges, que, em 1991, era de 32,2% e, passou a ser de 47,9%, em 2000. Merece ressalvar que a taxa apresentada pelas cônjuges nesse arranjo domiciliar, no Polo de Presidente Prudente, está um pouco acima da média do Estado de São Paulo, no entanto ocupa uma posição intermediária, entre as observadas nos polos e superior em relação as observadas nas RMSP e RMBS no ano 2000. Ainda nesse arranjo domiciliar, a taxa de geração de renda dos fi lhos praticamente se mantém entre 1991 e 2000, com pequena

TABELA 25. Número médio de componentes dos domicílios segundo tipologia de arranjo domiciliarPolo Regional de Presidente Prudente, 2000

Fonte: Censo Demográfi co 2000. IBGE.

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redução, 22,1% e 22,5%. Também experimentam queda em sua taxa de geração de renda no período outro componente deste arranjo, os parentes e não parentes, cuja taxa passa de 41,2% para de 39,8%. Nestes arranjos domiciliares nucleados por casais houve, no período, elevação da taxa domiciliar de geração de renda de 44,6% para 48,3%.

Nos arranjos chefi ados por mulheres sem cônjuge, no Polo de Presidente Prudente, as chefes apresentam taxa bastante elevada em 1991 (91,6%). No ano 2000, no Polo de Presidente Prudente as chefes femininas dos arranjos sem a presença de cônjuge mantêm a mesma taxa de geração de renda (91,3%).

No mesmo período, observa-se nesse arranjo domiciliar queda na taxa de geração de renda dos fi lhos, que em 1991 era de 50,5% e, em 2000, passa a ser de 45,4%, possivelmente expressando restrições do mercado ao trabalho jovem e também restrições impostas ao trabalho infantil por políticas governamentais. Outro componente domiciliar, os parentes e não parentes, praticamente mantém sua taxa de geração de renda nesse arranjo domiciliar, apresentando pequena queda, de 43,5% em 1991, para 44,8% em 2000. Conclui-se o período com pequena queda da taxa de geração de renda deste arranjo domiciliar, pois passa de 63,3% em 1991 para 62,7%, em 2000.

Considerando-se os domicílios dos chefes masculinos sem cônjuges percebe-se a diminuição da taxa de geração de renda dos chefes, pequena elevação na taxa dos fi lhos e manutenção naquela dos parentes, resultando em pequena elevação na taxa domiciliar de geração de renda no período no Polo Regional de Presidente Prudente; assim, em 1991, 72,2%, e em 2000, 73,3% dos componentes em idade ativa aportavam renda para o domicílio.

A análise dos municípios do Polo Regional de Presidente Prudente evidencia as mesmas tendências assinaladas acima para os diferentes arranjos domiciliares, com poucas especifi cidades.

Assim, considerando-se os arranjos nucleados por casais, a tendência geral nos municípios da região é de diminuição da taxa de geração de renda dos chefes e de intenso crescimento na taxa de geração de renda das cônjuges; o comportamento da taxa dos fi lhos apresenta mais oscilações (Tabelas 26 e 27). No período de 1991-2000, no município de Presidente Prudente,sede regional, as tendências observadas são as seguintes: a taxa de geração de renda dos chefes cai de 98% em 1991 para 93,4% em 2000 e, em movimento inverso, a taxa de geração das cônjuges experimenta forte crescimento: em 1991 era de 39,8% e, em 2000, mais que a metade das cônjuges nesse arranjo aportavam renda ao domicílio (54,6%); acompanhada de pequena redução na taxa de geração de renda dos fi lhos, 25,5% em 1991 e 24,5%, em 2000. Neste município a taxa domiciliar de geração de renda desse arranjo domiciliar passa de 47,9%%, para 51,7% no período.

Nos arranjos domiciliares da chefe feminina sem cônjuge,conforme mencionado acima, a taxa regional de geração de renda é bastante elevada e se mantém no período de 1991-2000. A análise dos municípios mostra que a participação das chefes na geração de renda do domicílio é elevada em todos os municípios, apresentando no entanto crescimento em alguns e pequenas quedas em outros no período analisado. Em relação aos fi lhos nesse arranjo domiciliar, percebe-se uma tendência geral nos municípios de queda na taxa de geração de renda. Em relação aos parentes, embora a tendência na região seja de queda na taxa de geração de renda, há oscilações para cima. Tomando-se novamente o município de Presidente Prudente como referência, observa-se que, em 1991 93,8% dos chefes femininos aportavam renda para o domicílio, mantendo-se e, em 2000, em 93,6%. Observa-se ainda que, embora tenha ocorrido queda na taxa de geração dos fi lhos, de 50,8% em 1991 para 47%, esta permanece elevada em 2000, e que ocorre também pequena queda na taxa dos parentes de 52% em 1991, para 48,2 % em

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2000. Como resultado dessas tendências ocorre pequena redução da taxa domiciliar de geração de renda nesse arranjo domiciliar no período (66% em 1991 e 65% em 2000).

Considerando-se o arranjo dos chefes masculinos sem cônjuge, no período de 1991-2000, a tendência geral nos municípios da região é de queda da taxa de geração de renda dos chefes, mantendo-se elevada; outra tendência é a de elevação da participação dos fi lhos na geração de renda dos domicílios. No município de Presidente Prudente em 1991 a taxa de geração de renda dos chefes masculinos sem cônjuge era de 97,6%, caindo em 2000 para 88%; a taxa de geração de renda dos fi lhos neste arranjo, bastante elevada, apresenta queda menos acentuada de 51,8%% em 1991, para 48,5% em 2000, bem como a dos parentes; resultando em pequena queda da taxa domiciliar de geração de renda nesse arranjo, de 76% em 1991, para 74,8%. Esta taxa domiciliar de geração de renda é a mais elevada dentre as observadas nos diferentes arranjos domiciliares neste município. Para fi nalizar, merece ser ressaltado que no município de Presidente Prudente cresce a taxa de geração de renda domiciliar de 51% em 1991, para 55% em 2000.

TABELA 26. Taxa de geração de renda por tipologia e posição na famíliaPolo Regional de Presidente Prudente, 1991

(continua)

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No Polo de Presidente Prudente verifi cam-se todas as tendências apontadas acima, entretanto, percebe-se através dos censos de 1991 e 2000, que nos arranjos nucleados pelo casal, na média regional é pequena a queda, passando de 70% para 67% a participação dos chefes na composição da renda domiciliar. Ainda que na maioria dos municípios que compõem o Polo haja queda nessa participação, ela apresenta pequeno crescimento em alguns municípios, enquanto em outros se mantém nas mesmas proporções (Tabelas 28 e 29).

Por sua vez, as cônjuges, nos domicílios compostos por casais, elevaram sua participação na composição da renda familiar no período de 1991-2000, nessa região. Considerando-se os arranjos domiciliares nucleados pelo casal, em 1991, a contribuição da cônjuge era de 14,1% e passou a ser de 20% em 2000. Essa tendência é registrada também para o Estado de São Paulo, para as outras duas regiões metropolitanas e para os polos regionais paulistas.

Outra tendência generalizada em todos os arranjos domiciliares e entre as diversas regiões metropolitanas e polos regionais do Estado de São Paulo analisados, é a queda na participação

(continuação)

Fonte: Censo Demográfi co 1991, IBGE.

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dos fi lhos, e dos parentes na composição da renda domiciliar. No Polo de Presidente Prudente observa-se em todos os arranjos domiciliares a queda dessa participação dos fi lhos entre os anos de 1991 e 2000. Nos arranjos nucleados pelos casais, a contribuição dos fi lhos para a composição da renda era de 13%, passando a ser de 10% em 2000. Considerando-se os arranjos domiciliares nucleados pelas chefes femininas sem cônjuge, destaca-se a redução apresentada pelos fi lhos que participavam com parcela de 40,5% da composição da renda domiciliar em 1991 e passaram a contribuir com 24,2% em 2000. Nos arranjos domiciliares dos chefes masculinos sem cônjuge a queda da contribuição dos fi lhos entre 1991 e 2000 é de 10% da renda em 1991, para 6,67% em 2000.

TABELA 27. Taxa de geração de renda por tipologia e posição na famíliaPolo Regional de Presidente Prudente, 2000

(continua)

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Outra informação que merece destaque, indicando a crescente responsabilidade da mulher na provisão familiar, é o aumento na participação das chefes femininas sem cônjuge na composição da renda domiciliar. No Polo de Presidente Prudente, em 1991, as chefes contribuíam com 51% da renda domiciliar e passaram a contribuir com 66% em 2000, frente à redução da participação dos fi lhos apontada acima, resultando no aumento do encargo das chefes femininas na manutenção do domicílio. Os dados apresentados seguem tendência semelhante à observada para o Estado de São Paulo, no qual as chefes femininas sem cônjuge contribuíam com 56% em 1991 e passaram a contribuir com 63,8% em 2000 para a composição da renda domiciliar.

A tendência de crescimento do encargo na provisão domiciliar é também apresentada pelos dos chefes masculinos sem cônjuge, cuja contribuição para composição da renda domiciliar desse arranjo era de 71% em 1991 e passou para 84% em 2000 no Polo de Presidente Prudente, mais elevado que o observado para o Estado de São Paulo. Para o arranjo domiciliar dos chefes masculinos sem cônjuge além da queda na contribuição já apontada para os fi lhos nesse arranjo,

Fonte: Censo Demográfi co 2000, IBGE.

(continuação)

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observa-se a redução da participação dos parentes e não parentes na composição da renda domiciliar de 21% em 1991, para 9,4% em 2000, no Polo de Presidente Prudente.

Analisando-se os municípios que compõem o Polo de Presidente Prudente observam-se as mesmas tendências apontadas acima. Tomando como referência o município de Presidente Prudente, observa-se que a participação dos chefes apresenta pequena redução, passando de 70,7% para 67,8% entre 1991 e 2000, acompanhada de signifi cativo crescimento da participação da cônjuge, de 15,6% para 21% no período e de redução da contribuição dos fi lhos na provisão domiciliar de 11,6% para 9,5%. Também em municípios menores e com características distintas da sede regional, são observadas tendências semelhantes.

TABELA 28. Participação na massa da renda domiciliar por tipologia e posição na famíliaPolo Regional de Presidente Prudente, 1991

(continua)

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Fonte: Censo Demográfi co 1991, IBGE.

(continua)

(continuação)

TABELA 29. Participação na massa da renda domiciliar por tipologia e posição na famíliaPolo Regional de Presidente Prudente, 2000

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(continua)

(continua)

(continuação)

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Arranjos domiciliares mais suscetíveis ao empobrecimento

O Polo Regional de Presidente Prudente apresenta, no ano de 2000, rendimento domiciliar per capita de R$ 338,00, média inferior à apresentada pelo Estado de São Paulo, regiões metropolitanas do Estado de São Paulo e polos regionais. Apresenta assim, o rendimento per capita mais baixo entre as regiões sob análise.

Por outro lado e considerando-se o outro indicador selecionado para análise, a taxa domiciliar de geração de renda, esta foi de 51,4% em 2000 no Polo de Presidente Prudente, superior à observada no Estado de São Paulo (50,5%) e nas regiões metropolitanas de São Paulo e da Baixada Santista. Entre os polos regionais, a taxa domiciliar de geração de renda do Polo Regional de Presidente Prudente de é superada apenas nos polos de Bauru, Araçatuba e de São José do Rio Preto. Deve-se acrescentar que no Polo de Presidente Prudente, a análise da taxa de geração de renda por composição familiar no ano de 2000 evidencia que, em todos os arranjos domiciliares, as taxas médias da região estão acima das médias do Estado de São Paulo. Estes dois dados evidenciam que no Polo Regional de Presidente Prudente embora seja mais elevada a proporção de pessoas por domicílio envolvidas em atividades de geração de renda, é mais baixa a remuneração auferida, signifi cando em termos comparativos às outras regiões mencionadas, situações mais desfavoráveis de remuneração e indicando a possibilidade de vínculos mais precários de inserção no mercado de trabalho.

É grande a disparidade de níveis de rendimento domiciliar per capita entre os municípios que compõem o Polo Regional de Presidente Prudente no ano de 2000. Apenas Presidente Prudente, o município-sede da região encontra-se acima do valor correspondente à média regional em relação ao rendimento per capita, além de ser três vezes e meia maior que o rendimento per capita dos municípios de Marabá Paulista e Euclides da Cunha, que apresentam os menores valores no Polo de Presidente Prudente (Gráfi co 5). Entre os municípios com renda per capita mais elevada, na sequência após Presidente Prudente estão os municípios de Presidente

(continuação)

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Fonte: Censo Demográfi co 2000, IBGE.

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Venceslau e Emilianópolis, com renda per capita acima da média regional e representado pouco mais que dois terços da renda per capita apresentada pelo município-sede.

Dentre os trinta e um municípios do Polo de Presidente Prudente, oito têm rendimento per capita que corresponde a menos do que a metade da média regional, são os seguintes, por ordem crescente de rendimento: Marabá Paulista, Euclides da Cunha, Ribeirão do Indios, Caiuá, Tarabai, Anhumas e Narandiba todos municípios muito pequenos, com população entre 2 mil e 10 mil habitantes, segundo a Contagem Populacional de 2007-IBGE. O Gráfi co 5 deixa evidente que outros nove municípios apresentam rendimento per capita que fi cam pouco acima da metade da média regional, chegando alguns deles próximos à dois terços dela.

GRÁFICO 5. Rendimento domiciliar per capitaPolo Regional de Presidente Prudente, 2000

Fonte: Censo Demográfi co 2000, IBGE.

Dessa maneira, a disparidade regional na renda per capita dos municípios vai se refl etir nos arranjos mais suscetíveis ao empobrecimento presentes em cada um deles, acentuando sua fragilidade .

Considerando-se os dois indicadores selecionados para a análise, constata-se que os arranjos domiciliares mais suscetíveis à pobreza, identifi cados no Polo Regional de Presidente Prudente, no ano de 2000, são, em ordem crescente aqueles chefi ados por casais na faixa etária de até 34 anos com fi lhos e/ou parentes, seguidos pelos arranjos de chefi as femininas sem cônjuges com fi lhos e/ou parentes (Gráfi co 6).

Deve-se observar, que há especifi cidades no Polo Regional de Bauru quanto à ordem de fragilidade identifi cada entre os arranjos domiciliares quando comparado ao estudo de Montali e Tavares (2008), sobre as regiões metropolitanas brasileiras no ano de 2004. Embora

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semelhante à ordem de fragilidade encontrada no estudo referido (Montali e Tavares, 2008) e também pelo presente projeto nas regiões metropolitanas do Estado de São Paulo, identifi cou-se especifi cidades no Polo Regional de Presidente Prudente e algumas situações semelhantes são encontradas também em outros dos Polos Regionais analisados, como por exemplo Araçatuba, Bauru e Presidente Prudente.

GRÁFICO 6. Rendimento domiciliar per capita segundo tipo de arranjo domiciliarPolo Regional de Presidente Prudente, 2000

Fonte: Censo Demográfi co

2000, FIBGE.

GRÁFICO 7. Taxa Específi ca de geração de renda por tipos de arranjos domiciliaresPolo Regional de Presidente Prudente, 2000

Fonte: Censo Demográfi co

2000, FIBGE.

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A especifi cidade é encontrada na ordem de fragilidade do arranjo domiciliar nucleado por casais na faixa etária dos 35 aos 49 anos com fi lhos e/ou parentes, pois este se mantém na terceira posição na ordem de menor rendimento domiciliar per capita e na segunda posição inferior na ordem crescente da taxa domiciliar de geração de renda no Polo de Presidente Prudente - da mesma forma como observado nas regiões metropolitanas paulistas -, no entanto o rendimento domiciliar per capita desse arranjo encontra-se na média regional e divide com outro arranjo domiciliar o lugar de terceiro rendimento per capita mais baixo e inferior à média regional.

Dessa maneira, como especifi cidade do Polo de Presidente Prudente observa-se que o outro arranjo domiciliar que apresenta maior fragilidade e supostamente maior fragilidade que o arranjo do casal entre 35 e 49 anos com fi lhos, é aquele nucleado pelo chefe masculino sem cônjuge, com a presença de fi lhos e de parentes, que apresenta rendimento per capita na média regional e taxa domiciliar de geração de renda mais elevada. Isto signifi ca que, no Polo de Presidente Prudente, o arranjo domiciliar do chefe masculino sem cônjuge com fi lhos e/ou parentes expressa maiores fragilidades para suprir a subsistência porque embora apresente maior número de pessoas que aportam rendimento de alguma natureza para o domicílio, os rendimentos auferidos são de valor mais baixo.

A especifi cidade encontrada neste polo regional merece estudo específi co. Deve-se esclarecer que não é possível aprofundar essa análise através dos dados do Censo de 2000, porque esse arranjo domiciliar representa pequena proporção entre os domicílios nas áreas estudadas e cruzamentos mais detalhados como os utilizados aqui passam a ter problemas de signifi cância estatística, demandando estudos de outra natureza. No Polo de Presidente Prudente, por exemplo, esse arranjo representa cerca de 3% dos domicílios segundo o Censo de 2000, no entanto é importante indicá-lo como um dos arranjos mais suscetíveis ao empobrecimento para a continuidade do acompanhamento nos anos recentes e para indicá-lo como público demandante de políticas de proteção social.

Dentre os arranjos domiciliares mais frágeis, os arranjos nucleados por casais na faixa etária de até 34 anos com a presença de fi lhos e/ou parentes, são os que apresentam maior suscetibilidade à pobreza no ano de 2000 no Polo Regional de Presidente Prudente. Com base nos indicadores adotados, têm o menor rendimento domiciliar per capita, R$ 210,00, e taxa de geração de renda do domicílio de apenas 36%, o que signifi ca que pouco mais de um terço da população em idade ativa aporta renda para o domicílio.

Observa-se, entretanto, que nos municípios do Polo Regional de Presidente Prudente este arranjo familiar identifi cado por sua maior fragilidade no enfrentamento das necessidades para a subsistência, apresenta valores bastante distintos de sua renda domiciliar per capita. Assim, os arranjos domiciliares chefi ados por casais com idades até 34 anos com a presença de fi lhos e/ou parentes, apresentam em todos os municípios os menores valores do rendimento domiciliar per capita, porém, o valor deste varia de forma associada à renda per capita do município. Foram encontrados entre os municípios analisados valores do rendimento domiciliar per capita para esse tipo de arranjo que variam, sendo os baixos, R$ 94,00 (em Caiuá) e R$ 94,00 (Euclides da Cunha) e o mais elevado, R$ 293,00 (em Presidente Prudente) e variações nas taxas de geração de renda entre 28% (em Caiuá) e 31% (em Euclides da Cunha e Narandiba) no ano de 2000. Dessa forma, ainda que seja o arranjo mais fragilizado para garantir a sobrevivência do domicílio, esta tipologia de arranjo domiciliar apresentou suscetibilidade ao empobrecimento mais acentuada entre os três municípios acima mencionados. Em situação oposta, indicando situação relativamente mais favorável, no município de Presidente Prudente esse arranjo

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domiciliar mais suscetível ao empobrecimento apresentou taxas de geração de renda de 39% e rendimento domiciliar per capita de R$ 293,00.

O segundo arranjo domiciliar mais suscetível à pobreza no ano de 2000, no Polo de Presidente Prudente é evidenciado nos arranjos domiciliares chefi ados por mulheres sem cônjuges com fi lhos e/ou parentes. Nesse tipo de arranjo o rendimento domiciliar per capita observado foi de R$ 272,00, abaixo da média regional e a taxa de geração de renda foi de 59%, mais elevada que a média da região (51,4%). Ou seja, nesse arranjo mais pessoas contribuem para a geração de renda, mas o rendimento domiciliar per capita é menor que nos outros arranjos domiciliares em decorrência das características de sexo e de idade de seus componentes, bem como das características de inserção dos mesmos no mercado de trabalho, com parcela importante em atividades não formalizadas (Montali, 2008).

Na análise do arranjo domiciliar chefi ado por mulheres sem cônjuges com fi lhos e/ou parentes do Polo de Presidente Prudente foi possível perceber que o rendimento per capita destes variava entre R$ 107,00 (Nantes) e R$ 395,00 (Presidente Prudente).

Merecem destaque, por denotar de distintas maneiras a fragilidade desse arranjo domiciliar os municípios de Nantes com rendimento domiciliar de R$ 107,30 e taxa de geração de renda de 53,1%; o município de Mirante do Paranapanema, com rendimento domiciliar per capita de R$ 117,8 e taxa de geração de renda de 56,7% e, por fi m, o município de Euclides da Cunha Paulista com rendimento domiciliar per capita de R$ 132,90 e taxa de geração de renda de 49%. Apresentando situação mais favorável, em termos relativos, no município de Presidente Prudente esse arranjo domiciliar apresentou rendimento per capita de R$ 357,00 e taxa de geração de renda de 61,7%.

O terceiro arranjo mais suscetível à pobreza no Polo de Presidente Prudente é aquele dos casais na faixa etária dos 35 aos 49 anos com fi lhos e/ou parentes são. Estes apresentam rendimento domiciliar per capita de R$ 360,00, pouco superior à média metropolitana, no entanto, apresentam taxa de geração de renda abaixo da média regional, da ordem de 47,3%, signifi cando que nesse arranjo menos que a metade das pessoas com idade ativa contribuem para a geração de renda.

Os municípios do Polo de Presidente Prudente apresentaram nesse de arranjo domiciliar, no ano de 2000, rendimento domiciliar per capita entre R$ 123,00 e R$ 496,00 e taxas de geração de renda entre 35,5% e 52,9%. Indicando maiores fragilidades, destacam-se com os menores valores os municípios de Emilianópolis com rendimento domiciliar per capita de R$ 126,00 e taxa de geração de renda de 40,7%; Marabá Paulista com rendimento domiciliar per capita de R$ 123,00 e taxa de geração de renda de 35,5% e, por fi m, o município de Caiuá com rendimento domiciliar per capita de R$ 152,00 e taxa de geração de renda de 38,8%. Em contrapartida, o município sede, Presidente Prudente, apresentou rendimento domiciliar per capita de R$ 496,00, média superior à renda per capita regional e taxa de geração de renda de 50,2%, uma das mais elevadas observadas no Polo.

Entre os arranjos com menores fragilidades para suprir a subsistência no Polo de Presidente Prudente podem ser apontados por ordem crescente os casais de 50 anos e mais com fi lhos e/ou parentes, os casais sem fi lhos e especialmente os chefes de domicílios unipessoais tanto femininos, como masculinos, que apresentam os rendimentos mais elevados e taxas de geração de renda acima da média regional.

Esta análise além de apontar os arranjos mais suscetíveis ao empobrecimento Polo Regional de Presidente Prudente, teve por objetivo explicitar a fragilidade dos mesmos no contexto da conhecida disparidade social. Ao mostrar que o rendimento per capita domiciliar de Presidente

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Prudente é três e meia vezes maior que o de Marabá Paulista, Euclides da Cunha, estamos também mostrando que é proporcional a gravidade dos arranjos domiciliares mais fragilizados nestes locais, demandando atenção especial das políticas sociais de combate à pobreza.

A mulher e a renda dos domicílios: 1991-2000

Domicílios com rendimento da mulher

Conforme mencionado anteriormente o Polo Regional de Presidente Prudente tinha em 2000, 60,2% dos domicílios com renda da mulher, sendo essa proporção inferior à dos polos de Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, Bauru e Araçatuba e à da RM de Campinas. Contudo, a participação da renda da mulher na renda dos domicílios com mulher com renda era uma das mais elevadas fi cando abaixo somente das regiões metropolitanas de São Paulo e da Baixada Santista.

Em 1991, o polo de Presidente Prudente apresentava 50,1% dos domicílios auferindo rendimentos da mulher e essa percentagem passou para 60,2% em 2000. Quanto à participação da renda da mulher na renda total dos domicílios com mulher com renda esta era de 38,1% em 1991 e passou para 42,7% em 2000. Assim, a ampliação do número de domicílios com mulher com renda teve um aumento de 10,1 percentuais enquanto a variação da participação da renda da mulher na renda domiciliar foi bem menos intensa (4,6 pontos percentuais). A tabela 30 mostra os municípios do polo de Presidente Prudente ordenados de menor a maior conforme a participação da renda da mulher na renda domiciliar.

O percentual de domicílios com renda da mulher varia muito entre os municípios do Polo regional de Presidente Prudente. Em 1991 essa variação ia de 31,5% em Piquerobi a 58,2% em Presidente Prudente. Em 2000 o menor percentual fi cava com Marabá Paulista e Rosana (44,4%) e o maior com Presidente Prudente (67,4%). Em 2000 os municípios Presidente Prudente, Presidente Venceslau, Santo Anastácio, Pirapozinho e Presidente Bernardes apresentavam percentuais de domicílios com mulher auferindo rendimentos superiores ao percentual do polo (67,4; 64,4; 63,7; 61,5 e 60,7, respectivamente). Entre 1991 e 2000 houve aumento generalizado na ampliação do número de domicílios com mulher auferindo renda e isto foi muito notório nos municípios de Santo Anastácio e Indiana, onde os percentuais aumentaram mais de 20 pontos percentuais. O município de Piquerobi também merece destaque, pois, em 1991, tinha o menor percentual de domicílios com mulher com renda e, em 2000, sofreu um aumento considerável (19,8 pontos percentuais).

Quanto à participação da renda da mulher na renda dos domicílios nos municípios do polo de Presidente Prudente o que se observa é que em 1991 ela variava de 29,5% em Narandiba a 53,2% em Sandovalina. Em 2000, o menor peso da renda da mulher na renda domiciliar fi cava com Taciba (36,0%) e o maior com Narandiba (52,0%). Neste mesmo ano, os municípios de Narandiba, Marabá Paulista, Santo Expedito, Alfredo Marcondes, Santo Anastácio, Nantes, Caiuá, Euclides da Cunha Paulista, Rancharia, Sandovalina, Emilianópolis, Caiabu, Anhumas, Presidente Bernardes, Presidente Venceslau, Piquerobi, Tarabai, Estrela do Norte e Presidente Prudente tinham participação da renda da mulher na renda domiciliar acima da média do polo (42,7%).

Entre 1991 e 2000 o peso da renda da mulher na renda dos domicílios aumentou em alguns municípios e diminuiu em outros, sendo que os aumentos de participação da renda da mulher na renda dos domicílios foram bem menores que aqueles verifi cados para os aumentos

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POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE PRESIDENTE PRUDENTE

Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4

nos percentuais dos domicílios com mulher com renda. Um aspecto que vale destacar é a falta de correlação entre os aumentos no número de domicílios com mulher com renda e a participação da renda da mulher na renda domiciliar. Para ilustrar, o município de Narandiba teve um acréscimo de apenas 6,2 pontos no percentual de domicílios com mulher com renda e um aumento de 22,5 pontos na participação da renda da mulher na renda domiciliar. Um caso curioso ocorre com Iepê onde a expansão do percentual de domicílios com mulher com renda foi de 10,9 pontos e a participação da renda da mulher na renda dos domicílios teve redução de 4,6 pontos percentuais.

TABELA 30. Proporção de domicílios com mulher ocupada e participação da renda da mulher na renda domiciliar ordenados de menor a maior conforme a participação da renda da mulher na renda domiciliar em 2000Polo de Presidente Prudente, 1991-2000

Polo de Presidente Prudente

1991 2000

% Domicílios com mulher com renda (todas as fontes)

% Renda da mulher na renda total dos

domicílios com mulher que tem renda

% Domicílios com mulher com renda (todas as fontes)

% Renda da mulher na renda total dos

domicílios com mulher que tem renda

Taciba 40,9 32,1 53,4 36,0

Mirante do Paranapanema 40,6 38,3 52,0 37,4

Regente Feijó 51,2 39,8 58,4 39,4

Rosana - - 44,4 39,8

Pirapozinho 48,0 36,2 61,5 40,0

Teodoro Sampaio 34,4 33,5 47,3 40,4

Martinópolis 50,2 35,6 55,6 41,0

Álvares Machado 50,8 37,1 57,0 41,2

Iepê 43,9 46,1 54,9 41,4

Indiana 38,7 36,2 60,2 41,4

Ribeirão dos Índios - - 54,9 41,6

Presidente Epitácio 52,0 35,2 58,6 41,7

Presidente Prudente 58,2 38,9 67,4 42,8

Estrela do Norte 36,2 40,0 49,7 43,2

Piquerobi 31,5 34,2 51,3 43,4

Tarabai 40,7 41,2 55,0 43,4

Presidente Venceslau 55,6 37,3 64,4 43,6

Presidente Bernardes 46,6 31,3 60,7 43,7

Anhumas 39,5 43,4 50,6 44,2

Caiabu 38,0 44,6 46,5 44,2

Emilianópolis - - 50,7 44,3

Sandovalina 46,9 53,2 51,4 44,5

Rancharia 51,2 43,8 57,7 45,2

Euclides da Cunha Paulista - - 50,4 45,9

Caiuá 33,0 45,5 47,0 46,2

Nantes - - 45,5 46,8

Santo Anastácio 41,4 38,8 63,7 48,3

Alfredo Marcondes 40,9 43,2 56,6 50,1

Santo Expedito 46,0 40,6 58,5 50,3

Marabá Paulista 31,6 37,2 44,4 51,3

Narandiba 42,8 29,5 49,0 52,0

Polo de Presidente Prudente 50,1 38,1 60,2 42,7

Fonte: Censo Demográfi co 2000, FIBGE.

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Atividade remunerada da mulher

O Polo Regional de Presidente Prudente tinha, em 2000, uma taxa de ocupação masculina de 61,6% e feminina de 35,4%10. A taxa masculina era superada pelos polos de Bauru, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, Araçatuba e Região Metropolitana de Campinas. Já a taxa de ocupação feminina era superada pelos polos de Bauru, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto e Araçatuba e por todas as regiões metropolitanas do Estado de São Paulo. Quando se compara a discrepância entre as taxas de ocupação masculina e feminina, vê-se que o Polo de Presidente Prudente tem uma das mais elevadas (26,2 pontos), sendo superado apenas pelos polos de Araçatuba, Ribeirão Preto e São José do Rio Preto.

No que se refere à taxa de desemprego, esta era de 13,5% para os homens e 21,2% para as mulheres no Polo de Presidente Prudente no ano 2000. Os polos de São José dos Campos e Sorocaba e as regiões metropolitanas da Baixada Santista e de São Paulo apresentavam taxas de desemprego masculinas superiores à do polo de Presidente Prudente. Já entre as mulheres as taxas de desemprego eram muito elevadas e bastante superiores às masculinas, e apenas os polos de Araçatuba, São José do Rio Preto e Ribeirão Preto apresentavam taxas de desemprego inferiores à do polo de Presidente Prudente.

Do ponto de vista dos municípios do Polo de Presidente Prudente observa-se que somente os municípios de Presidente Prudente (42,0%), Presidente Venceslau (38,5%), Regente Feijó (35,9%) e Álvares Machado (35,5%) tinham, em 2000, taxas de ocupação femininas superiores à média do polo (35,4%). Todos os outros municípios apresentavam taxas femininas de participação inferiores à do polo. A menor participação feminina na atividade econômica fi cava com Caiabu (25,9%). Entre os homens o número de municípios com taxas de ocupação superiores à média do polo era bem maior destacando-se Caiabu com taxa de participação de 70,8%, Ribeirão dos Índios (70,0%), Sandovalina (65,8%), Emilianópolis (65,5%), Estrela do Norte (64,4%), Regente Feijó (64,3%), Anhumas (63,4%), Nantes (63,4%), Tarabai (63,1%), Mirante do Paranapanema (63%), Euclides da Cunha Paulista (63%), Rancharia (62,9%), Álvares Machado (62,7%), Presidente Prudente (62,6%), Indiana (62,5%), Martinópolis (62,2%) e Taciba (62,1%). Cabe destacar o fato de o município de Caiabu possuir a menor taxa de ocupação feminina, em 2000, e a maior taxa de ocupação masculina (Tabela 31).

No que tange ao desemprego este era elevado para homens e mulheres, mas o das mulheres superava o dos homens de forma signifi cativa. Entre os homens a menor taxa de desemprego era, em 2000, a de Nantes (2,2%) e a maior a de Teodoro Sampaio (22,3%). Entre as mulheres ocorre o mesmo, estando a menor taxa de desemprego com Nantes (5,5%) e a maior com Teodoro Sampaio (34,5%).

Como já mencionado, entre 1991 e 2000 as taxas de ocupação masculinas diminuíram e as femininas aumentaram no polo regional de Presidente Prudente. Isto também se verifi cou nos seus municípios. O gráfi co 8 mostra as mudanças (em pontos percentuais) nas taxas de ocupação masculina e feminina. As taxas de ocupação masculinas se reduziram em todos os municípios variando de -6,9 pontos percentuais em Caiabu a -22,0 em Teodoro Sampaio. Quanto à variação nas taxas de ocupação feminina, estas foram negativas somente em Teodoro Sampaio, Narandiba, Álvares Machado, Estrela do Norte, Caiabu, Martinópolis e Presidente Epitácio. Os demais municípios todos tiveram variação positiva no período, destacando-se os

10 Taxa de ocupação foi calculada dividindo o número de pessoas ocupadas pela população em idade ativa (PIA) e multiplicado por 100.

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municípios de Santo Anastácio, Indiana, Presidente Bernardes e Tarabai com acréscimos acima de seis pontos percentuais.

TABELA 31. Taxas de Ocupação e Desemprego Masculinas e FemininasPolo Regional de Presidente Prudente, 1991-2000

Polo de Presidente Prudente

1991 2000

Homens Mulheres Homens Mulheres

Taxa Ocup.*

Taxa Desemp.**

Taxa Ocup.

Taxa Desemp.

Taxa Ocup.

Taxa Desemp.

Taxa Ocup.

Taxa Desemp.

Alfredo Marcondes 78,2 1,7 26,4 5,5 56,3 13,5 26,6 26,6

Álvares Machado 73,8 2,5 36,4 1,2 62,7 10,9 35,5 15,6

Anhumas 78,4 1,2 22,8 4,7 63,4 4,1 26,5 23,3

Caiabu 77,7 1,1 23,8 1,4 70,8 3,4 21,9 26,3

Caiuá 68,8 3,7 22,4 1,1 61,3 10,5 27,9 10,8

Emilianópolis . . . . 65,5 4,1 25,3 32,2

Estrela do Norte 77,1 1,3 24,6 5,8 64,4 8,5 23,1 14,6

Euclides da Cunha Paulista . . . . 63,0 11,8 29,5 29,9

Iepê 73,3 1,0 25,1 5,4 61,2 12,1 28,1 24,7

Indiana 74,0 2,5 25,5 1,9 62,5 11,2 34,2 21,7

Marabá Paulista 77,2 1,8 18,8 13,1 56,1 10,4 22,0 20,6

Martinópolis 71,7 2,9 31,7 5,2 62,2 12,9 28,6 19,3

Mirante do Paranapanema 74,5 1,5 27,8 3,1 63,0 12,6 29,4 19,6

Nantes . . . . 63,4 2,2 28,6 5,5

Narandiba 77,4 . 29,2 0,9 58,0 13,2 29,0 18,3

Piquerobi 69,4 1,8 20,0 . 58,5 14,0 24,6 17,2

Pirapozinho 77,5 2,6 32,0 6,0 60,2 16,1 33,4 24,5

Presidente Bernardes 73,5 2,7 26,5 6,6 60,2 9,2 34,4 18,2

Presidente Epitácio 71,7 4,1 34,7 3,8 60,0 15,6 30,9 26,9

Presidente Prudente 72,5 2,9 39,5 4,5 62,6 13,4 42,0 18,6

Presidente Venceslau 71,4 1,8 35,9 4,4 61,5 14,1 38,5 19,2

Rancharia 70,1 3,1 32,4 4,4 62,9 13,1 32,7 26,4

Regente Feijó 74,8 2,0 32,5 0,5 64,3 12,7 35,9 21,6

Ribeirão dos Índios . . . . 70,0 2,4 34,6 15,3

Rosana . . . . 61,1 17,1 27,5 31,7

Sandovalina 73,2 . 29,4 1,1 65,8 13,9 33,4 15,9

Santo Anastácio 71,3 1,9 25,9 8,6 57,4 15,1 35,2 20,5

Santo Expedito 67,3 . 26,4 10,3 56,4 12,4 28,1 25,4

Taciba 77,6 0,7 26,0 4,3 62,1 7,7 28,9 27,6

Tarabai 78,6 0,4 26,2 3,9 63,1 11,6 32,7 19,7

Teodoro Sampaio 76,7 1,7 24,5 4,7 54,7 22,3 24,4 34,5

Polo de Presidente Prudente 73,3 2,4 33,2 4,5 61,6 13,5 35,4 21,2

No que se refere às mudanças nas taxas de desemprego estas foram positivas tanto para os homens como para as mulheres, com as das mulheres superando às dos homens. Os aumentos nas taxas de desemprego masculinas variaram de 2,3 pontos percentuais em Caiabu a 20,6 pontos em Teodoro Sampaio, enquanto as femininas variaram de 7,6 pontos em Marabá Paulista a 29,7 em Teodoro Sampaio. Cabe destacar o fato de o município de Teodoro Sampaio apresentar as maiores variações nas taxas de desemprego, entre 1991 e 2000, tanto para homens quanto para mulheres .

Nota-se, também, que não há correlação entre as mudanças nas taxas de desemprego de homens e de mulheres. Em geral, os municípios que apresentam elevadas variações nas

Fonte: Censo Demográfi co 2000, IBGE. Microdados.

* Nº de pessoas ocupadas /

População em Idade Ativa.

** Nº de pessoas desempregadas

/ População Economicamente

Ativa.

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Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4282

POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE PRESIDENTE PRUDENTE

taxas de desemprego feminino não apresentam elevadas variações nas taxas de desemprego masculino. É o caso, por exemplo, de Caiabu que apresenta a segunda maior variação no desemprego feminino (24,9 pontos percentuais) e o menor desemprego masculino (2,3 pontos percentuais).

Em síntese, pode-se concluir que a ampliação do número de domicílios com mulher com renda ocorreu de forma generalizada e intensa nos municípios do Polo Regional de Presidente Prudente. Essa ampliação, de forma análoga à verifi cada para as regiões metropolitanas e polos regionais do estado de São Paulo, foi mais importante que o aumento da participação da renda da mulher na renda domiciliar. Quanto às taxas de ocupação estas aumentaram para as mulheres na maioria dos municípios do polo e diminuíram para os homens. Já as taxas de desemprego variaram positivamente tanto para homens quanto para mulheres no período.

Políticas sociais no Polo Regional de Presidente Prudente

Os programas de transferência de renda no Polo Regional de Presidente Prudente- Mapeamento e Acesso

O Polo Regional de Presidente Prudente apresenta em 2007, de acordo com a Contagem Populacional realizada pelo IBGE, um total de 592 mil habitantes, com tamanho da população próximo ao apresentado pelos Polos Regionais de Araçatuba e de Bauru e menores contingentes, quando comparado aos demais Polos Regionais Paulistas e Regiões Metropolitanas do Estado de São Paulo, analisadas por este Projeto.

Para o mesmo ano segundo estimativas do IPEA utilizadas pelo Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), o Polo de Presidente Prudente apresenta 29.708 famílias pobres assim classifi cadas por terem renda per capita de até meio salário mínimo vigente. Observa-se que esse número de famílias pobres é bastante elevado quando considerado o tamanho de sua população, pois, por um lado, é mais elevado que o número de famílias pobres do Polo de Bauru (17.220 famílias) que tem população regional de tamanho semelhante; e, por outro lado é semelhante ao número de famílias pobres do Polo Regional de Ribeirão Preto, que cuja população regional é praticamente o dobro (Tabela 32).

No Polo de Presidente Prudente, considerando-se o conjunto dos programas de transferência de renda que tomam a família como unidade benefi ciária, tem-se, em 2007, a estimativa próxima de 129% de famílias classifi cadas como pobres que recebem algum tipo de benefício. O município de Presidente Prudente, sede do Polo, possui 124% das famílias benefi ciadas por Programas de Transferência de Renda; e no município de Marabá Paulista, que apresentou a menor renda per capita no ano 2000, 144% das famílias classifi cadas como pobres, pelo MDS, tem acesso a algum programa de transferência de renda dirigido à família.

Os programas de transferência de renda que tomam as famílias como unidade benefi ciária são: Bolsa Família, Renda Cidadã e Ação Jovem, sendo primeiro de natureza federal e os outros dois de natureza estadual. Os outros programas têm o indivíduo como benefi ciário e para o cumprimento das condicionalidades. Dentre estes, devem ser mencionados os programas federais BPC (Benefício de Prestação Continuada), o PETI (Programa de Erradicação do Trabalho Infantil) e o Programa Agente Jovem Deve-se mencionar ainda que estes programas federais, o primeiro dirigido a idosos e a defi cientes e aqueles dirigidos à criança e ao adolescente - PETI e Agente Jovem - embora dirigidos ao indivíduo, têm como referência para a seleção do benefi ciário dados familiares de renda. Atenta-se também para o fato de que o PETI em 2007

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POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE PRESIDENTE PRUDENTE

Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4

encontrava-se em transição para o Bolsa Família e atualmente encontra-se integrado a este. O Programa Agente Jovem, por sua vez, transformou-se em ProJovem Adolescente11.

São benefi ciárias do programa federal Bolsa Família, no ano de 2007, 91,7% das famílias consideradas pobres pelos critérios do MDS , no Polo de Presidente Prudente. Essa proporção de famílias benefi ciárias em relação às famílias classifi cadas como pobres evidencía uma posição intermediária quando comparada com as regiões metropolitanas e os polos regionais. Apenas o Polo de Bauru apresenta cobertura média de 100% em relação à população alvo. Apresentando cobertura mais baixa que aquela do Polo de Presidente Prudente são encontrados os Polos de Araçatuba (88,8%) e de São José do Rio Preto (80,1%), e a Região Metropolitana de São Paulo (83,4%).

Entre os oito municípios com renda per capita mais baixa no Polo Regional de Presidente Prudente, correspondendo a menos que a metade da renda per capita regional (com valores entre R$ 140 e R$ 169,00, no ano 2000), constatou-se que apenas em três deles a cobertura do Programa Bolsa Família atinge a totalidade das famílias classifi cadas como pobres; são eles Euclides da Cunha, Narandiba e Tabarai. Esse conjunto de municípios com renda per capita mais baixa é constituído de municípios pequenos, entre 2 mil e menos que 10 mil habitantes. Todos estes, apresentam elevada proporção de pobres no conjunto da população, com percentuais que variam entre 21% e 32%, segundo indicador do MDS e tendo por base a população de 2007.

Foi possível observar, através das entrevistas realizadas no trabalho de campo, que ocorre combinação dos diversos programas na composição do benefício recebido pelas famílias, possibilitando maior cobertura e evitando maiores disparidades entre as famílias benefi ciárias. Dessa maneira observou-se, através da pesquisa nos municípios do Polo de Presidente Prudente a complementaridade entre o Programa Bolsa Família e outros programas de transferência de renda.

Essa observação pode ser constatada também através da análise dos dados obtidos junto ao MDS, governo federal, e junto ao Sistema Pró-Social do Estado de São Paulo. Através da análise destes se evidencia que, embora na média regional do Polo de Presidente Prudente não seja muito elevada a cobertura dos programas de natureza estadual em relação às famílias classifi cadas como pobres pelo MDS, é mais elevada em muitos municípios pequenos deste Polo Regional e desempenha papel importante nos oito municípios indicados como os mais pobres da região. Tomando-se como referência o total de famílias pobres do Polo Regional de Presidente Prudente, constata-se que são atendidas pelo Programa Renda Cidadã cerca de 18% delas, e que são atendidas pelo Programa Ação Jovem, cerca de 14%. Outra constatação é que ambos os programas estaduais estão presentes em todos os municípios do Polo Regional.

Nos municípios menores esses percentuais apresentam vários valores, mas na maior parte deles o Programa Renda Cidadã atende entre 22% e 58% das famílias classifi cadas como pobres, enquanto a cobertura Programa Ação Jovem nesses pequenos municípios concentra-se entre 12% e 46% das famílias.

Tomando-se como exemplo o caso do município de Marabá Paulista, que apresenta a menor renda per capita do Polo de Presidente Prudente e população de 5 mil habitantes, a cobertura estimada do programa Bolsa Família é de 78,7%, nota-se que é complementado pelos programas estaduais Renda Cidadã e Ação Jovem. Assim, nesse município, o programa Renda

11 O ProJovem Adolescente tem como objetivos: o retorno e a permanência na escola, proteção social básica e assistência às famílias. Além de atender adolescentes de famílias com renda per capita inferior a meio salário mínimo, o programa priviliegia jovens atendidos pelo Bolsa Família e participantes do PETI. Lei nº 11.692, de 10 de Junho de 2008.

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Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4284

POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE PRESIDENTE PRUDENTE

Cidadã atende cerca de 37% das famílias classifi cadas como pobres e o Programa Ação Jovem atende cerca de 16,7% delas, atingindo nessa soma cerca de 144% das famílias pobres.

TABELA 32. Programas Federais e Estaduais de Transferência de Renda: famílias atendidas e coberturaPolo Regional de Presidente Prudente, 2007

Município

Indicadores

Programas Federais de Transferência de Renda

População (Contagem

2007)

Estimativa Famílias Pobres

Percentual de Pobreza (%)

Bolsa FamíliaProgramas Remanescentes

(1)

Pessoas (Contagem

2007)

Famílias (IPEA 2004)

% da estimativa de pobres* (IPEA 2004) em relação

à população (Contagem 2007)

Famílias Beneficiárias

Cobertura do Bolsa Família % de famílias

atendidas abaixo da estimativa de

pobreza (IPEA 2004)

Famílias Beneficiárias

% Famílias Beneficiárias

Polo Presidente Prudente 566.531 29.708 27.232 91,7 1.778 6,0

Alfredo Marcondes 3.848 296 26,1 204 69,0 4 1,4

Álvares Machado 22.886 1.242 18,5 1.310 105,5 33 2,7

Anhumas 3.692 283 26,1 255 90,0 11 3,9

Caiabu 4.011 273 23,2 135 49,4 7 2,6

Caiuá 4.946 395 27,2 304 76,9 5 1,3

Emilianópolis 3.021 288 32,4 139 48,3 1 0,3

Estrela do Norte 2.445 206 28,6 156 75,8 8 3,9Euclides da Cunha Paulista 9.880 947 32,6 989 104,4 71 7,5

Iepê 7.490 632 28,7 510 80,7 35 5,5

Indiana 4.685 330 24,0 270 81,7 37 11,2

Marabá Paulista 5.193 414 27,1 326 78,7 47 11,4

Martinópolis 23.981 1.636 23,2 1.155 70,6 147 9,0Mirante do Paranapanema 16.679 1.719 35,0 1.696 98,7 71 4,1

Nantes 2.482 158 21,7 110 69,4 27 17,1

Narandiba 3.941 330 28,5 344 104,3 30 9,1

Piquerobi 3.599 316 29,8 342 108,3 66 20,9

Pirapozinho 23.703 1.042 15,0 1.064 102,1 45 4,3Presidente Bernardes 14.739 959 22,1 821 85,6 36 3,8

Presidente Epitácio 39.403 2.049 17,7 2.445 119,3 320 15,6

Presidente Prudente 202.789 6.188 10,4 6.504 105,1 373 6,0Presidente Venceslau 37.135 2.096 19,2 1.573 75,0 126 6,0

Rancharia 28.304 1.598 19,2 1.303 81,5 13 0,8

Regente Feijó 17.070 746 14,9 495 66,4 7 0,9

Ribeirão Dos Índios 2.231 191 29,1 87 45,6 7 3,7

Rosana 19.948 1.182 20,1 1.295 109,6 49 4,1

Sandovalina 3.219 236 24,9 232 98,3 19 8,1

Santo Anastácio 20.563 1.357 22,4 595 43,8 38 2,8

Santo Expedito 2.759 220 27,1 136 61,8 24 10,9

Taciba 5.405 374 23,5 286 76,5 3 0,8

Tarabai 6.161 387 21,4 505 130,3 103 26,6

Teodoro Sampaio 20.323 1.618 27,1 1.646 101,7 15 0,9

(continua)

Page 286: V04 Polos Regionais Bauru, São José do Rio Preto, Araçatuba e Presidente Prudente

285

POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE PRESIDENTE PRUDENTE

Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4

(continua)

(continuação)

Município

Programas Estaduais de Transferência de Renda

SubtotalRenda Cidadã Ação Jovem

Famílias Beneficiárias

% Famílias Beneficiárias

Famílias Beneficiárias

% Famílias Beneficiárias

Famílias Beneficiárias

% Famílias Beneficiárias

Polo Presidente Prudente 5.215 17,6 4.157 14,0 38.382 129,2

Alfredo Marcondes 58 19,6 41 13,9 307 103,7

Álvares Machado 200 16,1 482 38,8 2.025 163,0

Anhumas 59 20,8 57 20,1 382 135,0

Caiabu 113 41,4 30 11,0 285 104,4

Caiuá 322 81,5 77 19,5 708 179,2

Emilianópolis 98 34,0 30 10,4 268 93,1

Estrela do Norte 43 20,9 29 14,1 236 114,6

Euclides da Cunha Paulista 130 13,7 131 13,8 1.321 139,5

Iepê 357 56,5 31 4,9 933 147,6

Indiana 59 17,9 52 15,8 418 126,7

Marabá Paulista 153 37,0 69 16,7 595 143,7

Martinópolis 200 12,2 146 8,9 1.648 100,7

Mirante do Paranapanema 740 43,0 371 21,6 2.878 167,4

Nantes 71 44,9 70 44,3 278 175,9

Narandiba 50 15,2 54 16,4 478 144,8

Piquerobi 100 31,6 60 19,0 568 179,7

Pirapozinho 83 8,0 239 22,9 1.431 137,3

Presidente Bernardes 159 16,6 208 21,7 1.224 127,6

Presidente Epitácio 201 9,8 154 7,5 3.120 152,3

Presidente Prudente 310 5,0 491 7,9 7.678 124,1

Presidente Venceslau 401 19,1 63 3,0 2.163 103,2

Rancharia 110 6,9 388 24,3 1.814 113,5

Regente Feijó 59 7,9 42 5,6 603 80,8

Ribeirão Dos Índios 112 58,6 26 13,6 232 121,5

Rosana 191 16,2 111 9,4 1.646 139,3

Sandovalina 81 34,3 58 24,6 390 165,3

Santo Anastácio 138 10,2 94 6,9 865 63,7

Santo Expedito 67 30,5 29 13,2 256 116,4

Taciba 220 58,8 98 26,2 607 162,3

Tarabai 90 23,3 125 32,3 823 212,7

Teodoro Sampaio 240 14,8 301 18,6 2.202 136,1

Page 287: V04 Polos Regionais Bauru, São José do Rio Preto, Araçatuba e Presidente Prudente

Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4286

POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE PRESIDENTE PRUDENTE

Município

BPC PETI Agente Jovem

Pessoas com Deficiência (PCD)

Idosos Total de Beneficiários Total de Beneficiários Total de Beneficiários

Polo Presidente Prudente 3.182 3.557 6.739 221 25

Alfredo Marcondes 13 24 37 - -

Álvares Machado 95 121 216 - -

Anhumas 29 20 49 - -

Caiabu 17 15 32 - -

Caiuá 8 7 15 - -

Emilianópolis 20 6 26 - -

Estrela do Norte 4 - 4 14 -

Euclides da Cunha Paulista 34 74 108 - -

Iepê 140 128 268 - -

Indiana 39 32 71 - -

Marabá Paulista 17 13 30 - -

Martinópolis 294 248 542 - -

Mirante do Paranapanema 127 95 222 - -

Nantes 16 20 36 - -

Narandiba 24 28 52 - -

Piquerobi 27 10 37 - 25

Pirapozinho 168 178 346 14 -

Presidente Bernardes 56 33 89 25 -

Presidente Epitácio 281 200 481 - -

Presidente Prudente 691 1.256 1.947 152 -

Presidente Venceslau 245 228 473 - -

Rancharia 315 211 526 - -

Regente Feijó 98 111 209 - -

Ribeirão Dos Índios 7 2 9 - -

Rosana 84 125 209 - -

Sandovalina 13 22 35 - -

Santo Anastácio 120 97 217 - -

Santo Expedito 13 14 27 16 -

Taciba 42 34 76 - -

Tarabai 34 43 77 - -

Teodoro Sampaio 111 162 273 - -

(continuação)

Fonte: Federais: Matriz de Informação Social SAGE-MDS. Estaduais Sistema Pró-Social do Estado de São Paulo.

Page 288: V04 Polos Regionais Bauru, São José do Rio Preto, Araçatuba e Presidente Prudente

287

POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE PRESIDENTE PRUDENTE

Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4

O município de Martinópolis, que tem renda per capita de R$233,0, numa posição intermediária no Polo - considerando que a variação desta no polo está entre R$ 139,8 e R$ 482,3-, apresentou por sua vez cobertura de 70,6% do Programa Federal Bolsa Família, complementado pelos programas estaduais Renda Cidadã (12,2%) e Ação Jovem (8,9%). Já Presidente Prudente, o município-sede do polo, com 6.504 famílias benefi ciárias do Programa Federal Bolsa Família, apresenta cobertura de 105% em relação a esse programa e cobertura dos programas estaduais da ordem de 5%, no caso do Renda Cidadã e de 8% no caso da Ação Jovem.

Duas informações devem ser acrescentadas com relação às famílias benefi ciárias dos programas de transferência de renda. A primeira, é que uma família pode receber benefício de mais de um programa de transferência de renda; a segunda é que difi cilmente será atendida a totalidade das famílias que seriam o público alvo desses programas.

QUADRO 4. Programas de transferência de renda vigentes nos municípios pesquisados, ordenados por tamanhoPolo Regional de Presidente Prudente, 2007

Polos Tamanho MunicípiosFederais Estaduais

MunicipaisBolsa Família

PETIAgente Jovem

BPCRenda Cidadã

Ação Jovem

Presidente Prudente

mais de 100 mil Presidente Prudente - SEDE

mais de 20 até 50 mil Rancharia

até 20 mil Euclides da Cunha

Nos municípios visitados por ocasião da pesquisa de campo no polo Regional de Presidente Prudente: o município-sede Presidente Prudente, Rancharia e Euclides da Cunha Paulista, constatou-se em todos a existência dos programas federais Bolsa Família e BPC. Os programas PETI e Agente Jovem não foram encontrados em todos os municípios, ou seja, O PETI foi encontrado no município-sede e o Agente Jovem não foi encontrado em nenhum dos municípios visitados. Deve-se observar, com base nos dados do MDS e do Pró-Social-ESP, organizados na tabela 16, que o PETI consta em apenas cinco municípios do Polo, dentre eles o município-sede, e o programa Agente Jovem consta em somente um município. Já os Programas Estaduais, Renda Cidadã e Ação Jovem foram encontrados em todos os municípios pesquisados e em todos os municípios do Polo de Presidente Prudente, como observado também nas Regiões Metropolitanas e Polos Regionais do Estado de São Paulo analisados por este Projeto.

A pesquisa de campo foi a única fonte de informação sobre os programas municipais, pois não existem registros ofi ciais para os mesmos, de maneira distinta do que atualmente ocorre com os programas federais e estaduais. Dessa maneira, a pesquisa de campo evidenciou a presença de três programas municipais de transferência de renda no Polo de Presidente Prudente.

Nos três municípios visitados na pesquisa de campo no Polo Regional de Presidente Prudente foram identifi cados em dois municípios três programas municipais de transferência de renda: em Presidente Prudente, município-sede do Polo, com população de 203 mil habitantes, de acordo com a Contagem Populacional 2007-IBGE e em Euclides da Cunha Paulista, o segundo município com menor renda per capita do Polo (cerca R$142,00, segundo o Censo de 2000), com 32,6% de pobres na população, segundo estimativa do MDS e população de pouco menos de 10 mil habitantes.

No município-sede Presidente Prudente existem dois programas municipais de transferência de renda: Programa Criança Cidadã e Cuidadores de Idosos. O Programa Criança

Fonte: NEPP/NEPO/IE-

UNICAMP. 2008 e NEPO/CNPq

(2008).

Page 289: V04 Polos Regionais Bauru, São José do Rio Preto, Araçatuba e Presidente Prudente

Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4288

POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE PRESIDENTE PRUDENTE

Cidadã é destinado a crianças de 6 a 14 anos, visando a manutenção na escola e a diversifi cação das atividades para este público. Utiliza recursos estaduais para o repasse aos benefi ciários. São recursos da Secretaria Estadual de Assistência e Desenvolvimento Social – SEADS, destinados á implementação de políticas sociais para grupos específi cos, o município optou por utilizar este recurso no caso as crianças e adolescentes. O município optou por utilizar este recurso com a transferência de renda referida. O programa é coordenado e articulado a partir da sede da secretaria de ação social, mas é executado em diversos espaços da prefeitura além dos CRAS e NACs, como escolas municipais, entre outros. Como está focado nos bairros de maior exclusão social, e é realizado em 18 espaços, seus principais problemas estão vinculados à falta de infra-estrutura e de pessoal para a execução de suas ações nos seus diversos núcleos.

O Programa Cuidadores de Idosos (Vale Vovô) é um programa voltado a atender idosos em más condições sócio-econômicas, tendo suas ações executadas nos CRAS e NACs. Também é coordenado e articulado a partir da secretaria de ação social da Prefeitura e da mesma forma que o Criança Cidadã utiliza recursos estaduais, que são destinados pela SEADS para a implementação de políticas sociais para grupos específi cos. Segundo os gestores, seu principal problema é o fato de que o valor do recurso ser muito baixo para propiciar uma melhor qualidade de vida para os idosos.

No município de Euclides da Cunha o programa municipal de transferência de renda existente é o Programa de Capacitação e Qualifi cação Profi ssional e Frentes Emergenciais de Trabalho: programa municipal criado para buscar suprir a elevada demanda por programas de transferência de renda, relacionada a difi culdades econômicas locais e a falta de possibilidades de emprego no município, um dos municípios acima mencionados entre aqueles pequenos e com menor renda per capita do Polo. Vincula a transferência de renda a trabalho em atividades da administração municipal, para os quais há falta de pessoal. Os benefi ciários são inseridos em atividades como varrição, auxiliar de pedreiro, auxiliar de cozinha, entre outras. A gestão deste programa é dividida entre o Setor de Assistência Social e o Gabinete do Prefeito Municipal; a seleção é feita pelo Gabinete e as atividades coordenadas pelo Setor de Assistência. Os cursos de alfabetização são realizados em espaços da Prefeitura Municipal.

Os principais problemas apontados pelos gestores nos municípios visitados na pesquisa de campo para a implementação dos programas de transferência de renda no Polo Regional de Presidente Prudente tiveram como centro difi culdades relacionadas à infra-estrutura, aos recursos humanos e ao acompanhamento das condicionalidades, com especifi cidades relacionadas às características do município e à estruturação dos serviços municipais.

Embora com o maior número de benefi ciários em todos os programas, no município de Presidente Prudente a execução dos programas de transferência de renda apresenta menores problemas. Isto ocorre em função de maior disponibilidade, estruturação e adequação dos serviços públicos e de haver recursos humanos para atuação nos programas, ainda que existam insufi ciências para o acompanhamento das famílias benefi ciárias.

A falta de recursos humanos afeta diferentemente os três municípios, de acordo com as realidades das administrações públicas dos mesmos. Presidente Prudente apresenta recursos humanos sufi cientes para a coordenação, porém sofre com a falta de técnicos para atuar no acompanhamento direto às famílias e na execução de ações complementares à transferência de renda, especialmente nos programas com maior quantidade de benefi ciários como o Bolsa-Família e o Renda Cidadã. Rancharia tem pessoal sufi ciente para a coordenação e articulação dos programas, mas sofre com a falta de técnicos da área para o acompanhamento das famílias. Euclides da Cunha Paulista sofre com a falta de profi ssionais para toda execução dos programas,

Page 290: V04 Polos Regionais Bauru, São José do Rio Preto, Araçatuba e Presidente Prudente

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POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE PRESIDENTE PRUDENTE

Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4

Além dos recursos humanos, o município de Euclides da Cunha Paulista apresenta difi culdades diversas, dentre as quais é apontada a falta de infra-estrutura para as ações sociais, destacando-se como a principal difi culdade desta natureza os espaços pouco adequados para a execução de ações complementares à transferência de renda. Aspecto de outra natureza, inerente a defi ciências da estrutura de serviços do município e apontado por afetar os programas de transferência, é a inexistência de agências da Caixa Econômica Federal e da Nossa Caixa no município; o que difi culta a resolução de problemas para os benefi ciários do Bolsa Família, de

QUADRO 5. Benefi ciários dos Programas Municipais de Transferência de RendaPolos Regionais Paulistas, 2007

Fonte: NEPP/NEPO/

UNICAMP-FINEP (2008)

e NEPO-CNPq (2008).

desde a coordenação até a realização de ações sócio-educativas. Neste município ocorre superposição de tarefas, ou seja as mesmas pessoas necessitam atuar no cadastramento, no atendimento e na execução direta de ações junto aos benefi ciários. Deve-se ressaltar o fato desse município ser pequeno, concentrar eleva proporção de famílias pobres e apresentar pouco dinamismo econômico.

Page 291: V04 Polos Regionais Bauru, São José do Rio Preto, Araçatuba e Presidente Prudente

Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4290

POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE PRESIDENTE PRUDENTE

outros programas federais e dos programas estaduais, que para tanto necessitam dirigir-se a municípios vizinhos.

Outro aspecto relevante para a execução dos programas de transferência de renda na região de Presidente Prudente, no qual são encontradas difi culdades, refere-se às atividades de capacitação e de geração e renda. Há difi culdade para o estabelecimento dessas ações nos três municípios, sendo mais signifi cativa nos municípios de Rancharia e Euclides da Cunha.

Considerando-se as difi culdades apontadas em relação ao programa de transferência de renda de maior abrangência, o Bolsa Família, observa-se que as principais difi culdades no Polo de Presidente Prudente são relativas aos itens: Recursos e Infra-Estrutura, aos Recursos Humanos, insufi cientes, e ao Acompanhamento das Condicionalidades.

Educação básica no Polo Regional de Presidente Prudente

Índice de Analfabetismo da População de 15 anos ou mais anos de idade

Em 1991, o índice de analfabetismo entre as pessoas com 15 anos ou mais de idade no Polo Regional de Presidente Prudente foi de 14,4%, valor superior à média estadual que atingiu neste ano 9,7% das pessoas com 15 anos ou mais de idade. Com a queda nas taxas de analfabetismo de cerca de quase 70%, a região passa a apresentar taxa de analfabetismo entre a população com 15 anos ou mais equivalente a 4,4%, patamar inferior à média estadual no ano 2000 equivalente a 6,1%.

Os municípios de Presidente Venceslau, Rancharia e Presidente Prudente, apresentaram as taxas mais baixas de analfabetismo que variaram entre 10% e 14% da população residente com mais de 15 anos no ano de 1991. Os municípios de Sandovalina, Marabá Paulista e Taciba apresentaram as taxas mais altas de analfabetismo em 1991 na região, taxas superiores a 24%. (Mapa 1).

No ano 2000 foi possível constatar o avanço conquistado com a queda na taxa de analfabetismo na região, em todos os municípios da região. Os municípios de Iepê, Teodoro Sampaio, Taciba, Santo Expedito e Presidente Venceslau tiveram suas taxas reduzidas em mais de 90%.

No ano 2000 os municípios da região com as taxas mais altas de analfabetismo, entre 7,0% e 7,7% foram: Marabá Paulista, Alfredo Marcondes, Euclides da Cunha, Mirante do Paranapanema e Emilianópolis.

MAPAS 1 e 2. Taxa de AnalfabetismoMunicípios do Polo de Presidente Prudente, 1991 e 2000

Fonte: Censo Demográfi co 2000, IBGE. Microdados. Elaboração: Projeto Regiões Metropolitanas e Polos Econômicos do Estado de São Paulo - Desigualdades e Indicadores para as Políticas Sociais, NEPP/NEPO/UNICAMP-FINEP.

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POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE PRESIDENTE PRUDENTE

Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4

Proporção da população adulta com mais de 12 anos de estudo

Este índice aponta para a proporção da população adulta, defi nida como aquela na faixa etária entre 25 e 59 anos, que completou o ensino básico e freqüenta ou freqüentou e, concluiu pelo menos um ano do ensino superior.

O Polo Regional de Presidente Prudente apresentou, em 1991, proporção de adultos com 12 anos ou mais de estudo de 10,1%, valor inferior à média estadual correspondente a 12,1%. No ano 2000 fi cou evidente o avanço conquistado pelo Polo Regional de Presidente Prudente que apresentou resultados muito melhores que a média estadual, 20,3% e 14,5% respectivamente.

Em 1991 os municípios de Presidente Prudente e Presidente Venceslau contrastaram dos demais por apresentarem as taxas mais altas, 11,7% e 15,6% respectivamente. Por outro lado, Narandiba, Marabá Paulista, Piquerobi, Taciba, Tarabaí, Caiuá, Caiabu e Estrela do Norte sequer apresentavam 4% da população adulta com pelo menos 12 anos de estudo.

Apesar do censo populacional realizado em 2000 mostrar a grande melhora deste índice para o Polo Regional de Presidente Prudente, com incremento de mais de 100%, esta melhora não ocorreu de forma homogênea nos municípios. Nem todos os municípios da região que concentravam mais população adulta com alta escolaridade em 1991, são os mesmos que concentram maiores proporções de população mais instruída no ano 2000. Dos municípios que apresentaram altas proporções de adultos com mais escolaridade tanto em 1991 quanto no ano 2000, destacamos os municípios de Regente Feijó e Presidente Venceslau.

Taxas de Escolarização Líquida do Ensino Fundamental de 1ª a 4ª série12

Em 1991 a Taxa de Escolarização Liquida do Ensino Fundamental de 1ª a 4ª serie no Polo Regional de Presidente Prudente já era considerada elevada comparativamente com a de outras regiões da pesquisa e atingiu em média 91%, patamar superior ao índice estadual de 87,5%. Enquanto a Taxa de Escolarização Líquida no ano 2000 para o Estado de São Paulo cresceu 2,5% com relação à década anterior, no Polo Regional de Presidente Prudente a taxa fi cou declinou em 2,8%.

Os municípios que mais incrementaram suas taxas foram: Santo Expedito, Alfredo Marcondes e Teodoro Sampaio com taxas de crescimento entre 1991 e 2000 de respectivamente: 16,7%, 7,9% e 5,7%. São estes municípios que em 1991 faziam parte do grupo com as mais baixas taxas de escolarização líquida.

Em 1991, as taxas líquidas de escolarização do Ensino Fundamental de 1ª a 4ª série nos municípios pertencentes ao Polo de Presidente Prudente variaram entre 84% e 95,3%. Na década seguinte, foi registrado um intervalo de variação nas taxas maior de 75,5% a 100% entre os municípios do Polo.

Os municípios com as taxas mais elevada no ano 2000 foram: Santo Expedito, Presidente Venceslau, Rosana, Alfredo Marcondes e Anhumas, que apresentaram taxas superiores a 94%. No início da década o município de Presidente Prudente, sede do Polo Regional, era um dos detinham taxa de escolarização líquida do Ensino Fundamental de 1ª a 4ª série mais elevada com relação aos municípios de seu entorno. Na década seguinte, com a tendência de universalização do ensino Fundamental esta centralidade não fi ca mais evidente.

12 Esse índice representa o percentual da população que freqüenta o ensino fundamental entre a 1ª e a 4ª serie com idade correspondente a esse nível de ensino, ou seja, entre 7 a 10 anos.

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Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4292

POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE PRESIDENTE PRUDENTE

Taxas de Escolarização Líquida do Ensino Fundamental de 5ª a 8ª série

A taxa de escolarização líquida de 5ª a 8ª série do Ensino Fundamental no Polo Regional de Presidente Prudente passou de 59,1% em 1991 para 81,7% no ano 2000.

A taxa de escolarização líquida referente à segunda fase do ensino fundamental apresentou incremento de quase 40% entre as décadas de 90 e de 2000 no Estado de São Paulo e, de mais de 38% no Polo Regional de Presidente Prudente.

Os municípios de Marabá Paulista, Narandiba, Estrela do Norte, Iepê, Piquerobi e Taciba foram os municípios que mais elevaram suas taxas, com incrementos que variaram entre 40,4% e 56,6%.

Foram estes municípios que em 1991 apresentavam as mais baixas taxas de escolarização líquida do ensino fundamenta de 5ª a 8ª série e, portanto tinham um caminho mais longo a percorrer.

No ano 2000, os municípios com as taxas mais elevadas, isto é, com mais de 89% das crianças de 11 a 14 anos freqüentando a segunda fase do ensino fundamental foram: Regente Feijó, Emilianópolis, Nantes e Iepê.

Taxas de Escolarização Líquida do Ensino Médio13

Aproximadamente 54% dos jovens de 15 a 17 anos no Estado de São Paulo foram atendidos pelo Ensino Médio no ano 2000. Entre o ano de 1991 e o ano 2000 houve um efetivo crescimento da taxa de escolarização que no início do período alcançou apenas 25% dos jovens.

Entre 1991 e 2000 a taxa de escolarização líquida do Ensino Médio cresceu quase 113% no Estado de São Paulo e, 119% no Polo Regional de Presidente Prudente. As taxas que em 1991 tanto para o Estado de São Paulo, quanto para o Polo Regional de Presidente Prudente foram de 25,2%, passaram para 53,6% no Estado de São Paulo e para 55% no Polo de Presidente Prudente no ano 2000.

Em 1991 o Polo Regional de Presidente Prudente concentrou municípios com taxas líquidas de escolarização do ensino Médio que variaram entre 8,4% e 44,5%. No ano 2000, a variação foi de 40,1% a 78,2%. Neste ano, Alfredo Marcondes, Mirante do Paranapanema, Presidente Bernardes, Rancharia, Santo Anastácio e Presidente Prudente detinham as mais elevadas taxas de escolarização líquida do Ensino Médio da região, superiores a 31%.

No ano 2000 os municípios que apresentaram as maiores taxas, ou seja, municípios com mais de 69% dos adolescentes de 15 a 17 anos freqüentando o Ensino Médio estavam localizados nas regiões mais periféricas, sobretudo nas franjas do Polo (Rancharia, Rosana, Teodoro Sampaio, Presidente Venceslau, Iepê e Regente Feijó).

Matrículas no Polo Regional de Presidente Prudente

De acordo com as informações do Censo Escolar (MEC-INEP), o Polo Regional de Presidente Prudente concentrou em 2006 quase 133 mil matrículas entre os níveis de ensino infantil, fundamental e médio. A educação infantil, formada por creche e pré-escola, representou quase 17,2% do total de matrículas e a maior concentração das matrículas aconteceu na pré-escola (Tabela 33).

13 Esse índice representa o percentual da população que freqüenta o ensino médio na idade correspondente a esse nível de ensino, ou seja, entre 15 e 17 anos.

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POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE PRESIDENTE PRUDENTE

Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, v.4

No ensino básico, nos níveis Fundamental e Médio, as matrículas do Polo Regional de Presidente Prudente totalizaram 110.060 matrículas, onde o maior peso recaiu no ensino Fundamental que representou quase 62,5% do total de matrículas.

TABELA 33. Matrículas por nível de ensino

Entre 1999 e 2006 houve decréscimo do número médio de alunos por professor em todos os níveis de ensino no Polo regional de Presidente Prudente. No ensino infantil foi onde a queda no número de alunos por professor foi menor. Neste nível de ensino havia, em 1999, 23,9 alunos por professor e, no ano de 2006 foram 21,6 alunos para cada professor.

Os municípios com maiores défi cits de professores neste nível de ensino em 2006 foram: Sandovalina, Iepê, Emilianópolis, Indiana e Marabá Paulista com mais de 24 alunos por professor.

No ensino fundamental, a média de alunos por professor passou de 23,9 para 16,4, confi gurando uma queda de quase 8 alunos por turma entre 1999 e 2006. Este declínio no

Fonte: Censo Escolar - INEP - MEC 1999 e

2006.

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indicador foi causado na grande maioria dos municípios tanto pelo aumento do número de professores quanto pela queda no volume de matrículas14.

As maiores quedas neste indicador ocorreram nos municípios de Alfredo Marcondes, Caiuá, Teodoro Sampaio, Euclides da Cunha, Ribeirão dos Índios, Rosana e Presidente Epitácio. Nestes municípios houve queda de mais de 10 alunos por professor.

No ensino Médio havia no ano de 1999 16,4 alunos por professor. Em 2006 observou-se queda de quase 6 alunos por professor, fazendo com que o indicador passasse para 10,8 alunos por professor (Tabela 34).

As maiores quedas do índice aconteceram nos municípios de Álvares Machado, Pirapozinho, Narandiba, Regente Feijó, Marabá Paulista e Euclides da Cunha. Assim como no ensino fundamental, foi resultado da queda no volume de matrículas em 17 dos 32 municípios

14 Em apenas 3 municípios do Polo Regional de Presidente Prudente houve aumento no volume de alunos do Ensino Fundamental entre 1999 e 2006 (Iepê, Sandovalina e Pirapozinho).

TABELA 34. Número de Alunos por professorPolo de Presidente Prudente, 1999–2006

Fonte: Censo Escolar - INEP - MEC 1999 e 2006.

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que formam o Polo, concomitante ao fato de ter havido incremento no número de professores em 29 municípios do Polo.

Vale dizer que a queda no número de alunos por professor, sobretudo no ensino fundamental e médio, se deu em alguns municípios pelo incremento no número de professores, mas em alguns casos concomitante a este fato também ocorreu uma diminuição na pressão por matrículas devido às mudanças demográfi cas.

Indicadores de Rendimento15: Taxas de Aprovação Escolar e Evasão Escolar16

No ano de 2002, no Polo Regional de Presidente Prudente, as taxas médias de aprovação no ensino Fundamental de 1ª a 4ª série, 5ª a 8ª série e no Ensino Médio foram de respectivamente 95,8%, 92,0% e 84,7% (Tabela 35).

TABELA 35. Taxas de Aprovação Escolar17

15 Dados obtidos da Fundação SEADE / Secretaria de Estado da Educação – SEE/Centro de Informações Educacionais – CIE.16 Porcentagem de alunos que preencheram em avaliação fi nal, os requisitos mínimos em aproveitamento e freqüência, previstos em legislação, em relação ao total de alunos matriculados no fi m do ano letivo.17 Porcentagem de alunos que preencheram em avaliação fi nal, os requisitos mínimos em aproveitamento e freqüência, previstos em legislação, em relação ao total de alunos matriculados no fi m do ano letivo.

Fonte: SEE-SP.

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A taxa de aprovação no ensino Fundamental na região, de 1ª a 4ª série, foi ligeiramente superior à taxa média estadual de 94,5%. No Ensino Fundamental de 5ª a 8ª série e no Ensino Médio, a taxa de aprovação para o Polo de Presidente Prudente foi muito superior à média estadual de respectivamente 92% e 84,2%.

Os municípios que obtiveram os índices mais baixos de aprovação no ensino Fundamental de 1ª a 4ª série foram Emilianópolis, Marabá Paulista, Narandiba e Taciba com menos de 91% de aprovação.

Entre a 5ª e 8ª serie, o melhor e o pior índice de aprovação variou entre 84% e 97,5% taxas equivalentes respectivamente aos municípios de Regente Feijó e Alfredo Marcondes.

No ensino médio a diferença entre os extremos é um pouco mais acentuada (de 75,9% a 95,4%) correspondendo respectivamente, Tarabaí e Alfredo Marcondes.

Em 2002 as taxas de evasão no Polo Regional de Presidente Prudente para a 1ª a 4ª série, para a 5ª a 8ª série do Ensino Fundamental e para o Ensino Médio foram de respectivamente 0,3%, 2,5% e 7,2%. Nos três níveis de ensino as taxas médias de evasão escolar para o Polo foram inferiores às taxas médias estaduais equivalentes a 0,95%, 3,2% e 7,3% respectivamente aos níveis de ensino de: 1ª a 4ª série, 5ª a 8ª série do Ensino Fundamental e ao Ensino Médio (Gráfi co 8).

No nível de ensino que compreende da 1ª à 4ª série do Ensino Fundamental, as taxas de evasão entre os municípios foram muito baixas, sendo inferiores a 1,6%. Os municípios com as menores taxas nesse nível de ensino, equivalente a 0,1%, foram: Presidente Prudente, Euclides da Cunha, Santo Anastácio e Rosana.

GRÁFICO 8. Taxa de Evasão EscolarPolo de Presidente Prudente, 2002

Na segunda fase do Ensino Fundamental, as taxas de evasão fi caram bastante heterogêneas e variaram entre 0,2% e 9,7%. As taxas mais elevadas neste nível de ensino corresponderam a Piquerobi e Álvares Machado com 9,7% e 7,7% de taxas de evasão respectivamente (Gráfi co 9).

Os maiores índices de evasão aconteceram no Ensino Médio onde se verifi cou uma amplitude nas taxas de 0,8% a 19,5%. As maiores taxas de evasão, aquelas superiores a 12%, foram encontradas nos municípios: Piquerobi, Tarabaí e Alvares Machado (Gráfi co 10).

Fonte: SEE-SP. Tabulações Especiais. Elaboração: Projeto Regiões Metropolitanas e Polos Econômicos do Estado de São Paulo. Desigualdades e Indicadores para as Políticas Sociais, NEPP/NEPO/UNICAMP-FINEP.

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Indicadores de qualidade do ensino

Para estudar as tendências com relação à qualidade do ensino, lançamos mão dos resultados das avaliações do Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Estado de São Paulo – SARESP – para o ano de 2007. Os resultados do SARESP permitem avaliar o ensino regular de todas as escolas da rede pública estadual que oferecem a 1ª, 2ª, 4ª, 6ª e 8ª séries do Ensino Fundamental e a 3ª série do Ensino Médio. Assim, apresentamos os resultados das provas de Língua Portuguesa e Matemática e dos níveis de desempenho em Redação para as 4ª e 8ª séries do Ensino Fundamental e 3ª série do Ensino Médio para o Polo Regional de Presidente Prudente e para o Estado de São Paulo.

O Polo Regional de Presidente Prudente se destacou no desempenho na disciplina de Matemática com pontuações superiores às médias estaduais nos três níveis de ensino. No ensino

GRÁFICO 9. Taxa de Evasão EscolarPolo de Presidente Prudente, 2002

Fonte: SEE-SP. Tabulações

Especiais.

GRÁFICO 10. Taxa de Evasão EscolarPolo de Presidente Prudente, 2002

Fonte: SEE-SP.

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POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE PRESIDENTE PRUDENTE

de 1ª a 4ª série e no de 5ª a 8ª série do Ensino Fundamental o Polo de Presidente Prudente obteve a quinta melhor colocação entre todas as regiões da pesquisa. Assim, na disciplina de matemática para os alunos de 1ª a 4ª série, o Polo de Presidente Prudente obteve nota média de 190,4 pontos, patamar superior à pontuação média do Estado que foi equivalente a 182,45. Para os alunos de 5ª a 8ª série a pontuação do Polo de Presidente Prudente alcançou 235,3 pontos, enquanto que a média estadual fi cou em 231,53 pontos.

No ensino médio o desempenho do Polo Regional de Presidente Prudente foi o segundo melhor entre todas as regiões da pesquisa. O desempenho neste nível de ensino atingiu 272,2 pontos e a média estadual foi de 263,68 pontos.(Tabela 36).

TABELA 36. Média de Profi ciência em Matemática, 2007

Matemática Polo Regional de Presidente Prudente Estado de São Paulo

4ª. Série do E. F. 190,38 182,45

8ª. Série do E. F. 235,34 231,53

3ª. Série do E. M. 272,22 263,68

Fonte: SARESP, SEE-SP.

Na disciplina de Língua Portuguesa, o desempenho dos alunos do Polo de Presidente Prudente foi melhor que o desempenho médio do Estado no Ensino Fundamental de 1ª a 4ª série, onde o Polo fi cou em 5º lugar na comparação com as demais regiões da pesquisa. O Polo de Presidente Prudente obteve nota média em língua portuguesa equivalente a 192,7, nota superior a média estadual que alcançou 186,8.

No ensino de 5ª a 8ª o Polo não se destacou como no nível inicial do ensino fundamental. A nota média obtida é praticamente igual à média estadual de 242,6. No Ensino Médio a diferença entre a nota do Polo e do Estado é pequena, aproximadamente igual a 1,5 (Tabela 37).

TABELA 37. Média de Profi ciência em Língua Portuguesa, 2007

Língua Portuguesa Polo Regional de Presidente Prudente Estado de São Paulo

4ª. Série do E. F. 192,74 186,84

8ª. Série do E. F. 242,56 242,62

3ª. Série do E. M. 264,68 263,22

Já em relação ao nível de desempenho em Redação18, o Polo Regional de Presidente Prudente obteve resultados superiores ao Estado, o qual concentrou maiores proporções de avaliações de redação consideradas abaixo do conceito básico. Os maiores diferenciais foram percebidos para a 4ª série do Ensino Fundamental (Gráfi co 11).

18 Para o cálculo da distribuição percentual, foram excluídas do total das avaliações, aquelas categorizadas pelo sistema SARESP como: não válidas: anuladas, em branco e não calculada.

Fonte: SARESP, SEE-SP.

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GRÁFICO 11. Desempenho em Redação

Fonte: SARESP.

Atenção Básica à Saúde e Acesso às Ações e Serviços de Saúde19

Mortalidade Infantil

No Polo Regional de Presidente Prudente a taxa de mortalidade infantil, vem caindo sistematicamente, assim como acontece no Brasil e no Estado de São Paulo. O Polo de Presidente

19 Stella Barberá da Silva Telles (coordenação); Auxiliares de pesquisa: Bruno Martins de Oliveira, Edina Paula Souza.

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Prudente apresentou níveis de mortalidade infantil abaixo da média estadual entre 1990 e 2006. No ano 2000 a taxa de mortalidade infantil no Polo Regional de Presidente Prudente foi de 26,4 óbitos de menores de um ano por mil nascidos vivos e caiu para 11,8 no ano de 2006.

Em 1990 os municípios do Polo Regional de Presidente Prudente com taxas mais elevadas foram Euclides da Cunha, Marabá Paulista, Narandiba, Sandovalina e Emilianópolis com taxas de respectivamente: 110,2; 90,9; 82,0; 68,2; e 60,6 óbitos de menores de um ano por mil nascidos vivos (Gráfi co 12).

O município que mais avançou na queda da mortalidade infantil foi Euclides da Cunha que passou a apresentar em 2006 taxa de mortalidade infantil equivalente a 7,0 óbitos enquanto que em 1990 ocorriam 110,2 óbitos de menores de um ano para cada mil nascidos vivos.

A redução média nas taxas de mortalidade infantil dos municípios do Polo Regional de Presidente Prudente foi de cerca 55,3% entre 1990 e 2006. No fi nal do período em análise, as taxas fi caram mais homogêneas e se concentraram em um intervalo de 5,0 a 45,5 óbitos de menores de um ano por mil nascidos vivos.

GRÁFICO 12. Taxa de Mortalidade Infantil por MunicípioPolo de Presidente Prudente

Fonte: Fundação Seade; Sec. Estadual da Saúde; Sec. Municipais da Saúde. Base Unifi cada de Nascimentos e Óbitos.

Saúde da Criança

A taxa de Internação por Infecção Respiratória Aguda em menores de cinco anos é um indicador frequentemente usado, pois fornece uma medida da qualidade da atenção à saúde preventiva e curativa à criança. O Ministério da Saúde recomenda que a taxa deva ser inferior a 35 internações por mil crianças menores de cinco anos.

No ano 2000 o Polo Regional de Presidente Prudente ainda não apresentava taxa de internação por IRA abaixo do recomendado pelo Ministério da Saúde. Neste ano, a taxa de internações por IRA em menores de cinco anos no Polo alcançava 46,1 crianças de cada mil menores de cinco anos, taxa superior à média estadual de 28 internações por mil.

Em 2007 a situação do Polo melhorou e a taxa de internações por IRA cai para 27 internações, taxa ainda superior à média estadual neste ano equivalente a 21 internações.

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A observação das taxas de internação por Infecção Respiratória Aguda em menores de cinco anos nos municípios do Polo Regional de Presidente Prudente revela que houve melhora das taxas no sentido de ter ocorrido declínio de 41% e, da taxa média da região ter fi cado abaixo do recomendado pelo Ministério da Saúde. Em apenas 2 dos 32 municípios que compõem o Polo de Presidente Prudente houve incremento da taxa de internação por Infecção Respiratória Aguda em menores de cinco anos, Presidente Epitácio e Ribeirão dos Índios. As taxas mais altas no ano 2000 corresponderam aos municípios de Santo Anastácio, Teodoro Sampaio, Taciba, Regente Feijó e Iepê (taxas superiores a 70 internações por mil crianças).

Em 2007, os municípios de Santo Anastácio e Teodoro Sampaio foram ainda os que apresentaram as taxas mais elevadas entre todos os municípios do Polo, apesar de ter havido declínio das taxas no período analisado.

Atenção ao Pré-Natal

Para avaliar a cobertura e a qualidade da assistência ao parto no Polo Regional de Presidente Prudente utilizamos o indicador: Proporção de mulheres com fi lhos nascidos vivos que realizaram sete ou mais consultas de pré-natal. O número mínimo de consultas recomendadas pelo Ministério da Saúde é sete (Tabela 38).

É necessário dizer, baseado em alguns estudos (SERRUYA, 2004), que este indicador é fortemente infl uenciado pelo nível de pobreza da região, além de outros fatores. Além disso, em uma análise longitudinal, as taxas podem em grande parte terem sido afetadas, positivamente, pelas ações do Programa Saúde da Família e pela implementação do Programa de Humanização do Pré-Natal e Nascimento do Ministério da Saúde lançado em junho de 2000 onde o foco principal tem sido proporcionar a melhora do acesso, da cobertura e da qualidade do acompanhamento pré-natal, da assistência ao parto e puerpério das gestantes e ao recém-nascido.

A proporção média de nascidos vivos cujas mães realizaram pelo menos sete consultas por mês no Polo Regional de Presidente Prudente no ano 2000 foi superior à média estadual. No ano 2000, enquanto a proporção média de nascidos vivos cujas mães completaram o pré-natal era de 54,5% no Estado de São Paulo, o Polo Regional de Presidente Prudente realizou 4,7% a mais. No ano de 2005, a média estadual fi cou em mais de 73%, enquanto que no Polo Regional de Presidente Prudente passou para quase 78% dos nascidos vivos, cujas mães haviam realizado 7 consultas ou mais de pré-natal. Assim, houve um incremento de quase 35% na proporção de mães que realizaram pelo menos 7 consultas de pré-natal no Estado e de 31,5% no Polo Regional de Presidente Prudente entre 2000 e 2005.

Em 2005 os municípios de Iepê, Alfredo Marcondes, Álvaro Machado e Nantes destacaram-se por apresentarem mais de 90% dos nascimentos onde as mães realizaram 7 consultas ou mais de pré-natal.

Os municípios de Mirante do Paranapanema e Teodoro Sampaio apresentaram as mais baixas taxas de cobertura de pré-natal da região em 2005 e não atingiram mais do que 62% dos nascimentos com pré-natal concluído.

Controle da Hipertensão

A taxa de internações por Acidente Vascular Cerebral (AVC) na população de 40 anos ou mais, além de apontar o nível de morbidade para esta doença, também avalia a oferta de ações básicas preventivas para o controle da doença hipertensiva.

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POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE PRESIDENTE PRUDENTE

TABELA 38. Proporção de nascidos vivos de mães com 7 ou mais consultas de pré-natal

Fonte: SINASC/SUS – DATASUS.

O número de internações entre 2000 e 2007 por Acidente Vascular Cerebral (AVC) na população de 40 anos ou mais no Polo Regional de Presidente Prudente caiu de 48,2 para 32,8 internações por grupo de 10.000 habitantes. Este fato pode signifi car que as ações de atenção básica nos municípios do Polo no controle das doenças hipertensivas possivelmente estão tendo um impacto baixo. As taxas médias para o Polo Regional de Presidente Prudente, no ano 2000 e em 2007 foram bem mais altas que as médias estaduais que corresponderam a 15,2 e 20,8 respectivamente a 2000 e 2007.

Entre todos os Polos regionais e Regiões Metropolitanas da pesquisa, o Polo de Presidente Prudente foi o que apresentou a mais elevada taxa de internações por AVC em adultos com mais de 40 anos no ano 2000. Apesar da redução na taxa de 32%, em 2007 a taxa ainda continua elevada e ocupa o terceiro lugar entre todas as regiões da pesquisa.

Apesar de ter havido melhora nos indicadores, constatada pela queda nas taxas de internações na maioria dos municípios que formam o Polo de Presidente Prudente, em seis municípios ainda houve aumento das taxas: Estrela do Norte, Presidente Bernardes, Taciba, Narandiba, Nantes e Marabá Paulista.

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Indicadores Gerais de Atenção à Saúde: Consultas Médicas Básicas por Habitante e Cobertura Do Programa de Saúde da Família

No Brasil a média anual de consultas médicas por habitante nas especialidades básicas pouco variou entre o ano de 2000 e 2007. No ano 2000 este indicador atingiu 1,51 consultas básicas por habitante e em 2007 atinge 1,54. No Estado de São Paulo, o patamar é praticamente o mesmo referente à média brasileira em 2000 e, em 2007 chegou a 1,7 consultas básicas por habitante.

O Polo Regional de Presidente Prudente apresentou tendência de ascensão. No ano 2000 foram realizadas em média 1,6 consultas médicas básicas por habitante e no ano de 2007, 2,0 consultas, portanto constatou-se um crescimento de mais de 30% no número médio de consultas.

Os municípios que mais realizaram consultas básicas por habitante em 2007, entre 4,0 e 5,0 consultas básicas por habitantes foram: Ribeirão dos Índios, Euclides da Cunha, Sandovalina e Estrela do Norte.

Os municípios que apresentaram queda expressiva de mais de 17% no numero médio de consultas realizadas nas especialidades básicas entre 2000 e 2007 foram: Teodoro Sampaio, Iepê, Tarabaí e Presidente Venceslau.

As informações sobre percentuais de cobertura do Programa Saúde da Família em grandes cidades e capitais revelam que em geral há uma difi culdade maior de consolidação deste programa em cidades maiores e mais urbanizadas (ELIAS, 2006).

Como já foi dito, a região do país com menor cobertura do Programa Saúde da Família é a Sudeste, com menos de 30% de cobertura da população no ano de 2007. No Estado de São Paulo em 2007, em média a cada 4 famílias, uma foi atendida pelo PSF e, no Polo de Presidente Prudente, uma a cada duas famílias foi atendida pelo PSF.

Os dados mostraram que houve crescimento da proporção de famílias atendidas pelo PSF no Estado de São Paulo e no Polo Regional de Presidente Prudente entre 2000 e 2007. O ritmo de crescimento do PSF no Polo Regional de Presidente Prudente foi mais intenso entre 2000 e 2002. A partir deste ano, acontece um arrefecimento no ritmo de crescimento e o Polo de Presidente Prudente passa a apresentar taxas mais próximas das médias estaduais, embora superiores (Gráfi co 13).

Nesse sentido, enquanto as proporções de famílias cobertas pelo PSF mais do que quadruplicaram no Estado de São Paulo entre 2000 e 2007, no Polo Regional de Presidente Prudente estas proporções foram duplicadas, haja vista que no início do período a taxa de cobertura do PSF para o polo já era muito mais elevada que a taxa média relativa ao Estado.

A cobertura de famílias atendidas vem aumentando bem como o número de municípios que em 2000 não tinham implementado o programa e, em 2007 já implantaram. No ano 2000, a maioria dos municípios do Polo de Presidente Prudente já haviam implementado o PSF. Somente os municípios localizados na parte mais a oeste do Polo, Teodoro Sampaio e Euclides da Cunha e os municípios de Caiabu, Estrela do Norte e Regente Feijó ainda não ofereciam o programa à população.

No ano de 2007 o PSF estava presente em todos os municípios pertencentes ao Polo de Presidente Prudente.

Entre os municípios que já em 2000 apresentavam uma cobertura maior que 75% destacam-se Emilianópolis, Indiana, Sandovalina, Iepê, Caiuá, Narandiba, Santo Expedito, Tarabaí e Ribeirão dos Índios.

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POLOS REGIONAIS: POLO REGIONAL DE PRESIDENTE PRUDENTE

GRÁFICO 13. Proporção de População coberta pelo Programa Saúde da Família

No período 2000-2007 os municípios do Polo que mais haviam incrementado suas taxas de cobertura populacional pelo PSF foram: Taciba, Piquerobi, Presidente Prudente, Mirante do Paranapanema, Presidente Bernardes e Martinópolis com mais de 150% de crescimento desde o ano 2000.A constatação das altas taxas de cobertura populacional pelo PSF no Polo de Presidente Prudente é um fato que demonstra que o PSF tem sido uma estratégia de organização da atenção básica à saúde na região.

Atenção Hospitalar - Leitos Hospitalares por Habitante

A análise deste indicador tem como objetivo ilustrar como acontece a concentração de leitos hospitalares por habitantes nos municípios pertencentes ao Polo Regional de Presidente Prudente.

Como este indicador é suscetível a uma variedade de fatores relativos às localidades ou regiões distintas, não há parâmetros validados para efeitos de comparação. O que acontece é que a própria demanda juntamente com a capacidade de fi nanciamento do local acaba defi nindo as metas a serem alcançadas. Assim, este indicador não é adequado para avaliar o sistema de saúde de uma região, mas auxilia nas ações de planejamento e gestão.

Apesar de não termos parâmetros validados, o Ministério da Saúde preconiza que o volume de leitos hospitalares esteja entre 2,3 a 3 leitos por mil habitantes (Portaria do Ministério da Saúde 1101/2002).

No Polo Regional de Presidente Prudente a oferta de leitos hospitalares foi de 3,7 leitos por mil habitantes em 2006, onde 2,5 leitos foram disponibilizados através do SUS. A média de leitos hospitalares por mil habitantes no Polo Regional de Presidente Prudente foi um pouco muito à média estadual e à nacional. No Estado foram disponibilizados 2,6 leitos e no Brasil 2,7 leitos por mil habitantes em 2006 (Tabela 39).

No Polo Regional de Presidente Prudente de cada 3 leitos hospitalares, 2 foram disponibilizados pelo SUS. Esta proporção é ligeiramente superior à proporção média estadual de 1,95 a cada 3 leitos em 2006.

O município sede, Presidente Prudente, se destacou por ser o município com a maior oferta de leitos hospitalares, 7,1. Além de Presidente Prudente, os municípios de: Presidente Bernardes,

Fonte: Número de pessoas cadastradas, de 2000 a 2006, por município - SIAB/SUS - DATASUS, Censo Demográfi co 2000 e projeções, IBGE.

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TABELA 39. Leitos Hospitalares por mil habitantesPolo de Presidente Prudente, 2006

Fonte: CNES - Recursos Físicos - Hospitalar - Leitos

de internação - São Paulo SUS - DATASUS, Censo

Demográfi co 2000 e projeções, IBGE.

Rancharia e Iepê apresentaram elevada oferta de leitos hospitalares por mil habitantes: 3,3; 3,5; e 3,9 respectivamente. No caso destes municípios a disponibilidade de leitos hospitalares pelo SUS variou entre 73% e 100% do total de leitos hospitalares.

Benefi ciários de Plano de Saúde Privado

Especifi camente no Polo Regional de Presidente Prudente as taxas foram bastante inferiores que as do Estado de São Paulo. Entre todas as regiões metropolianas e Polos Regionais da pesquisa, foi Presidente Prudente o Polo que apresentou o segundo mais baixo percentual de população coberta por planos de saúde privados tanto no ano 2000 como em 2007. No ano 2000, a cobertura média populacional de planos de saúde privados para o Estado e para o Polo Regional de Presidente Prudente foi de respectivamente 41,6% e 18,2%.

Em 2007 foi constatado o crescimento da cobertura por planos de saúde privados no Estado de São Paulo e no Polo Regional de Presidente Prudente que passaram a apresentar percentuais de respectivamente 48% e 20%. O crescimento deste indicador no Polo de Presidente Prudente foi muito menos intenso quando comparado com o Estado: 15,3% no Estado e 8%, no Polo de Presidente Prudente.

Os planos de saúde privados aumentaram em 24 dos 32 municípios do Polo Regional de Presidente Prudente entre 2000 e 2007. Os municípios do Polo onde haviam proporcionalmente mais pessoas com planos de saúde privados em 2007 foram: Presidente Prudente, Pirapozinho, Alfredo Marcondes e Presidente Venceslau com respectivamente: 33,4%; 20,8%, 19,1% e 19%. Nos demais municípios a proporção da população com planos de saúde privados variou de 2,0% a 17,7%.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Coleção Por dentro do Estado de São Paulo, em seu Volume 04, trouxe o panorama das análises acerca das desigualdades sociais e econômicas para os Polos Regionais de Bauru, São José do Rio Preto, Araçatuba e Presidente Prudente.

Tratou-se de um esforço de recuperação da trajetória regional de cada uma das áreas, com ênfase nos processos demográfi cos, sociais, econômicos nas últimas décadas, com informações desde 1940 a 2007.

O longo período analisado foi marcado por transformações econômicas e sociais importantes. Os Polos Regionais do interior foram ampliando suas participações e importância no cenário estadual, apesar da indiscutível centralidade da Região Metropolitana de São Paulo. Esse processo se refl etiu na reorganização do tecido socioeconômico e na redistribuição da população no âmbito estadual.

As análises permitiram conhecer a nova confi guração regional do Estado de São Paulo, possibilitando a construção de um panorama atual da dinâmica socioeconômica nas distintas espacialidades. Três eixos temáticos foram privilegiados nas análises e na elaboração de um sistema informação: economia e trabalho, dinâmica demográfi ca e proteção  social.

As análises apresentam recortes teórico-metodológicos que dialogam com as evidências empíricas, a fi m de construir, montar e apresentar o grande mosaico das dinâmicas regionais paulistas. Além disso, inserem-se no debate e na preocupação de que o aprofundamento científi co das especifi cidades socioeconômicas e demográfi cas em São Paulo possa contribuir para o desafi o atual de defi nição de uma estratégia de desenvolvimento no Estado de São Paulo, que seja portadora de mais justiça social tanto para o Estado e suas regiões do Interior como para o país.

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BIBLIOGRAFIA

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EQUIPE DOS PROJETOS

Projeto: Regiões Metropolitanas e Polos do Estado de São Paulo: Desigualdades e Indicadores para Políticas Sociais - FINEPCoordenador: Cláudio Salvadori Dedecca

Projeto: Dinâmica Regional Paulista: Migração, Mercado de Trabalho e Reestruturação UrbanaCoordenadora: Rosana Baeninger - CNPq (colocar o traço após o nome e CNPq).

Rosana Baeninger, Doutora em Ciências Sociais-UNICAMP, Professora do Departamento de Demografi a do Instituto de Filosofi a e Ciências Humanas e Pesquisadora do Núcleo de Estudos de População da Universidade Estadual de Campinas. Professora Permanente no Programa de Pós-Graduação em Demografi a- IFCH/UNICAMP. Área temática de pesquisa: migração, urbanização e migração internacional.

Claudio Salvadori Dedecca, Possui graduação em Ciências Econômicas pela UNICAMP, mestrado em Ciências Econômicas pela UNICAMP, doutorado em Ciência Econômica pela UNICAMP, pós-doutorado em Ciência Econômica pela Université de Paris XIII e livre-docência em Economia do Trabalho e Social pela UNICAMP. É Professor Titular do Instituto de Economia da Unicamp, tendo sido Presidente da Associação Brasileira de Estudos do Trabalho - ABET. A atuação de pesquisa privilegia os temas sobre: regulação social, política sociais, emprego, mercado de trabalho, desemprego, relações de trabalho, recursos humanos em ciência e tecnologia e recursos humanos em saúde.

Lilia Montali, é Doutora em Sociologia pela Universidade de São Paulo. Atualmente é pesquisadora do Núcleo de Estudo de Políticas Públicas da Universidade Estadual de Campinas.

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POLOS REGIONAIS

Suas atividades de pesquisa se concentram nas relações entre família e trabalho, estudando também temas como pobreza, desigualdade e o acesso das famí lias às polí ticas governamentais de transferência de renda.

Eugenia Troncoso Leone possui graduação em Estatística pela Universidade Estadual de Campinas, mestrado em Economia pela Universidade de São Paulo e doutorado em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Campinas. Atualmente é professora  da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) onde  é  responsável por disciplinas de graduação no Curso de Ciências Econômicas e disciplinas de mestrado no Curso de Desenvolvimento Econômico e na Global Labour University (GLU-ILO). É membro pesquisador do Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho (Cesit). Suas atividades de pesquisa se concentram na área de Economia, com ênfase em Demografi a Econômica, atuando principalmente nos temas: de gênero, mercado de trabalho, ocupação e distribuição de renda.

Stella M. B. Silva Telles é estatística com doutorado em Demografi a pela Universidade Estadual de Campinas. Atualmente é pesquisadora do NEPP, Núcleo de Estudos de Políticas Públicas da Universidade Estadual de Campinas. Sua principal área de atuação é a avaliação de programas e políticas sociais através do uso de métodos quantitativos.

Cláudia S. Baltar tem doutorado em Demografi a pela Unicamp e mestrado em Ciência Política pela Unicamp. Atualmente, é pesquisadora do NEPO/Unicamp, com experiência docente em cursos de graduação e pós-graduação de Demografi a e Estudos de População. Suas atividades abrangem os temas: migrações, reorganização político-territorial do espaço, políticas públicas e governos sub-nacionais.

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Assistentes de Pesquisa:Adriana JungbluthCassiano José Bezerra TrovãoCláudia Gomes de SiqueiraFabiana de AndradeKarina SilveiraMarcelo Tavares de LimaMaria Ivonete Zorzetto Teixeira Auxiliares de Pesquisa:Alessandra Scalioni BritoAline SmaniottoBruno Martins de OliveiraCamila Santos Matos de Freitas RibeiroCamila Fonseca MathiasEdina Paula SouzaFernando HajimeFlavia Rodrigues Prates CesconJuliana Arantes DominguezKatiani Tatie ShishitoLuciana Ramirez CruzNatalia Belmonte DemetrioRuth Almeida

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Esse livro foi editado pela Traço Publicações e Design e impresso em papel pólen 90g/m2 pela Gráfi ca IBEP-Digital em setembro de 2010 para o Projeto Regiões Metropolitanas e Polos do Estado de São Paulo: Desigualdades e Indicadores para Políticas Sociais - Unicamp.