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UTILIZAÇÃO DE FARINHA DE ALGAS MARINHAS (Lithothamnium calcareum) E DE FOSFATO MONOAMÔNIO EM RAÇÕES PARA CODORNAS JAPONESAS EM POSTURA CRIADAS SOB CONDIÇÕES DE CALOR THIAGO VASCONCELOS MELO UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE DARCY RIBEIRO-UENF CAMPOS DOS GOYTACAZES – RJ MARÇO – 2006

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UTILIZAÇÃO DE FARINHA DE ALGAS MARINHAS (Lithothamnium

calcareum) E DE FOSFATO MONOAMÔNIO EM RAÇÕES PARA CODORNAS JAPONESAS EM POSTURA CRIADAS SOB CONDIÇÕES

DE CALOR

THIAGO VASCONCELOS MELO

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE DARCY RIBEIRO-UENF CAMPOS DOS GOYTACAZES – RJ

MARÇO – 2006

UTILIZAÇÃO DE FARINHA DE ALGAS MARINHAS (Lithothamnium

calcareum) E DE FOSFATO MONOAMÔNIO EM RAÇÕES PARA CODORNAS JAPONESAS EM POSTURA CRIADAS SOB CONDIÇÕES

DE CALOR

THIAGO VASCONCELOS MELO

“Tese apresentada ao Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, como parte das exigências para obtenção do título de Mestre em produção animal.”

Orientador: Prof. Rony Antonio Ferreira

CAMPOS DOS GOYTACAZES – RJ MARÇO – 2006

UTILIZAÇÃO DE FARINHA DE ALGAS MARINHAS (Lithothamnium

calcareum) E DE FOSFATO MONOAMÔNIO EM RAÇÕES PARA CODORNAS JAPONESAS EM POSTURA CRIADAS SOB CONDIÇÕES

DE CALOR

THIAGO VASCONCELOS MELO

“Tese apresentada ao Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, como parte das exigências para obtenção do título de Mestre em produção animal.”

Aprovada em 21 de março de 2006 Comissão Examinadora:

____________________________________________________________ Prof. Fernando Augusto Curvello (D.Sc., Zootecnia) – UFRuralRJ

____________________________________________________________ Prof.a Rita da Trindade Ribeiro Nobre Soares (D.Sc., Zootecnia) – UENF

____________________________________________________________ Prof. Humberto Pena Couto (D.Sc., Zootecnia) – UENF

____________________________________________________________ Prof. Rony Antonio Ferreira (D.Sc., Zootecnia) – UENF

Orientador

Gênesis (Cap. 1 v.26)

“Então Deus disse:” Façamos o homem à nossa imagem e semelhança. Que ele reine sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais

domésticos e sobre todos os répteis que se arrastam sobre a terra.”“.

ii

AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar, agradeço a Deus por esta conquista, aos meus pais Ana

Lúcia e Ernesto pelo apoio incondicional e amor. Aos meus irmãos, e minha

namorada Jana por agüentar os momentos difíceis e por estar sempre me

apoiando e segurando minha barra, agüentando meu mau humor e os fins de

semana longe, muito obrigado!! À Universidade Estadual do Norte Fluminense

Darcy Ribeiro (UENF) e ao Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias, pela

oportunidade de realização do curso de pós-graduação. À CAPES pela

concessão da bolsa de estudos. A UFRuralRJ pela outorga do título de bacharel

em Zootecnia, pelas grandes amizades que ali formei e pela grande experiência

de vida nos cinco anos que ali fiquei. Ao Prof. e orientador Rony Antonio Ferreira,

por ter -me acolhido como orientado e ter sempre ajudado as coisas se tornarem

mais simples e fáceis. Aos professores José Brandão Fonseca, Humberto Pena

Couto e Rita da Trindade Ribeiro Nobre Soares pela ajuda, amizade e conselhos,

fundamentais para o desenvolvimento deste trabalho. Ao Prof. Fernando Curvello

pela sua presença na banca e pelo seu enorme carisma. À Cargill , na pessoa

Thaís Martins , pela doação do fosfato monoamônio utilizado nas formulações e à

Algarea Ltda também pela doação do Suminal® fruto de pesquisa de meu

trabalho. Ao zootecnista Marcos Aranovich pela ajuda e simpatia durante a

convivência na PESAGRO-RJ. A Lana pelo carinho e alegria. Aos grandes

amigos da UENF Fabinho, Julien, Fabrício, Amanda, Marcelo, Monique, Albert,

Edízio, Marcos Fábio, Renata, Manu, Viviane, Cassiano, Cinthya, Nivaldo, João,

Mariana e Victor Libardi. Aos meus amigos da república Xexelentos: Adolpho,

André e Pedro pela ajuda, companheirismo, e acima de tudo amizade. Aos meus

companheiros da República Do Momento: Beto, Bruno, Érico, Forró, Léo, Saulo e

Vítor pelos grandes momentos vividos em conjunto que vou guardar para sempre.

Agradecimento em especial para a motinho do Vitor, no qual sem as suas caronas

teria sido muito mais difícil o começo e término de minha pesquisa. Aos técnicos

da Unidade de Apoio à Pesquisa do LZNA/CCTA, Cláudio Teixeira Lombardi,

José Carlos, Maurício, Jorge, Sergio Peralva e Detônio pela colaboração, e ao

vigia da Unidade de Apoio à Pesquisa do LZNA/CCTA Leandro por estar sempre

a ajudar e nos proporcionar boas risadas.

iii

BIOGRAFIA

THIAGO VASCONCELOS MELO, filho de Ernesto dos Santos Melo e Ana

Lúcia Vasconcelos Melo, nasceu na cidade do Rio de Janeiro, RJ, em 19 de

agosto de 1981. Graduou-se aos 21 anos Zootecnista pela Universidade Federal

Rural do Rio de Janeiro Seropédica, RJ, em 8 de maio de 2004. Exerceu

monitoria na área de Bases da Nutrição Animal durante a graduação. Foi admitido

em agosto de 2004 em primeiro lugar no Curso de Pós-Graduação em Produção

Animal, Mestrado, com concentração na área de Bioclimatologia Animal da

Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF), em Campos

dos Goytacazes, RJ. Submeteu-se à defesa de tese para conclusão do curso em

21 de março de 2006, onde obteve o título de Mestre aos 24 anos.

iv

ÍNDICE

RESUMO............................................................................................................................................

vii

ABSTRACT.......................................................................................................................................

ix

1. INTRODUÇÃO GERAL....................................................................................................

1

2. REVISÃO DE LITERATURA...........................................................................

4

3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................

8

4. TRABALHOS...................................................................................................

11

4.1 DESEMPENHO DE CODORNAS JAPONESAS EM POSTURA ALIMENTADAS COM RAÇÕES CONTENDO FARINHA DE ALGAS MARINHAS (Lithothamnium calcareum) E FOSFATO MONOAMÔNIO CRIADAS SOB CONDIÇÕES DE CALOR

Resumo.............................................................................................................................................. 12 Abstract............................................................................................................................................... 13 Introdução.......................................................................................................................................... 14 Material e métodos.......................................................................................................................... 15 Resultados e discussão................................................................................................................. 21 Conclusão.......................................................................................................................................... 24 Referencias bibliográficas............................................................................................................. 25

4.2 QUALIDADE DO OVO DE CODORNAS JAPONESAS ALIMENTADAS COM RAÇÕES CONTENDO FARINHA DE ALGAS MARINHAS (Lithothamnium calcareum) E FOSFATO MONOAMÔNIO CRIADAS SOB CONDIÇÕES DE CALOR

Resumo............................................................................................................................................. 28 Abstract............................................................................................................................................. 29 Introdução......................................................................................................................................... 30 Material e métodos........................................................................................................................ 31 Resultados e discussão............................................................................................................... 37 Conclusão........................................................................................................................................ 40 Referencias bibliográficas........................................................................................................... 41

5. CONCLUSÕES GERAIS................................................................................................. 44

v

LISTA DE TABELAS

Desempenho de codornas japonesas em postura alimentadas com rações

contendo farinha de algas marinhas (Lithothamnium Calcareum) e fosfato

monoamônio criadas sob condições de calor......................................................

12

Tabela 1 Principais Nutrientes da Farinha de Algas Marinhas

(Lithothamnium calcareum) – Análise Típica *..................................

17

Tabela 2 Composição química do fosfato monoamônio (MAP) e do fosfato

bicálcico (FBC)..................................................................................

17

Tabela 3 Composição das rações experimentais................................................ 18

Tabela 4 Descrição dos contrastes ortogonais empregados na

decomposição da soma dos quadrados dos tratamentos.................

20

Tabela 5 Produção de ovos na primeira e última semana experimental e

peso médio inicial e final das aves....................................................

20

Tabela 6 Resultados de desempenho: consumo de ração (CRD), massa de

ovos (MO), produção de ovos, peso médio final das aves (PMA) e

conversão alimentar (C.A.) por grama de ovos e por dúzia de

ovos...................................................................................................

23

Qualidade do ovo de codornas japonesas alimentadas com rações contendo

farinha de algas marinhas (Lithothamnium calcareum) e fosfato monoamônio

criadas sob condições de calor............................................................................

28

Tabela 1 Principais Nutrientes da Farinha de Algas Marinhas

(Lithothamnium calcareum) – Análise Típica *..................................

33

Tabela 2 Composição química do fosfato monoamônio (MAP) e do fosfato

bicálcico (FBC)..................................................................................

33

Tabela 3 Composição das rações experimentais................................................ 34

Tabela 4 Descrição dos contrastes ortogonais empregados na

decomposição da soma dos quadrados dos tratamentos.................

37

Tabela 5 Resultados de consumo de ração diário (CRD), peso médio dos

ovos (PMO), peso da casca (g), percentagem da casca, peso do

albúmen (g), percentagem do albúmen, peso da gema (g),

percentagem da gema e espessura da casca (mm).........................

39

vi

RESUMO

MELO, Thiago Vasconcelos, M.S., Universidade Estadual do Norte Fluminense

Darcy Ribeiro, março de 2006. Utilização de farinha de algas marinhas

(Lithothamnium calcareum) e de fosfato monoamônio em rações para codornas

japonesas em postura criadas sob condições de calor. Orientador: Rony Antonio

Ferreira. Conselheiros: Rita da Trindade Ribeiro Nobre Soares e Humberto Pena

Couto.

Um total 320 codornas japonesas fêmeas (Coturnix japonica) com 26

semanas de idade foram utilizadas para avaliar a viabilidade de utilização de

farinha de algas marinhas - Suminal® (Lithothamnium calcareum) como

suplemento mineral, como forma de melhorar a biodisponibilidade de cálcio no

momento de formação da casca dos ovos em codornas criadas sob condição de

calor e avaliar a viabilidade de utilização de fosfato monoamônio (MAP) em

substituição ao fosfato bicálcico em rações contendo farinha de algas marinhas

(Lithothamnium calcareum). As aves foram distribuídas em delineamento

inteiramente casualizado com cinco tratamentos e quatro repetições com 16 animais

por unidade experimental, onde a soma dos quadrados dos tratamentos foi

decomposta em contrastes ortogonais. Os animais receberam rações tendo como

fontes de cálcio o calcário e a farinha de algas marinhas e como fonte de fósforo o

fosfato bicálcico e o MAP. Os tratamentos foram: T1 (ração referência, formulada

vii

com calcário e fosfato bicálcico); T2 (ração referência suplementada com 0,25% de

farinha de algas marinhas); T3 (ração referência suplementada com 0,5% de farinha

de algas marinhas); T4 (ração referência suplementada com 0,25% de farinha de

algas marinhas utilizando o MAP em substituição ao fosfato bicálcico) e T5 (ração

referência suplementada com 0,50% de farinha de algas marinhas utilizando o MAP

em substituição ao fosfato bicálcico). Não se observou efeito nas variáveis de

desempenho e nas variáveis de qualidade do ovo, com exceção do peso da gema,

onde a ração referência foi inferior aos demais tratamentos. Conclui-se que para

codornas em postura com 26 semanas o fosfato monoamônio pode ser utilizado

como fonte alternativa de fósforo, sem prejudicar o desempenho das aves nem a

qualidade do ovo. A Utilização de farinha de algas marinhas, mostrou evidências

de melhora no desempenho e na qualidade do ovo, embora novas pesquisas

devem ser realizadas para validar esta hipótese.

viii

ABSTRACT

MELO, Thiago Vasconcelos, M.S., Universidade Estadual do Norte Fluminense

Darcy Ribeiro, março de 2006. Use of Seaweed flour (Lithothamnium calcareum)

and monoammonium phosphate in rations for japanese quail in posture created

under heat conditions.Major Professor: Rony Antonio Ferreira. Advisors: Rita da

Trindade Ribeiro Nobre Soares e Humberto Pena Couto.

A total of 320 female Japanese quails (Coturnix japonica) with 26 weeks of

age, was studied to evaluate the possibility of using seaweed flour - Suminal®

(Lithothamnium calcareum) as a mineral supplement, as a means to improve the

bioavailability of calcium during eggshell formation in quails raised under heat

conditions. It was also evaluated the viability of using monoammonium phosphate

(MAP) as a substitute for dicalcium phosphate in rations containing seaweed flour

(Lithothamnium calcareum). The birds were randomly distributed into an

experimental design with five treatments and four replications with 16 animals per

experimental unit. Where the sum of the squares of the treatments was

decomposed into orthogonal contrasts. The animals received rations with

limestone as calcium source and seaweed flour as dicalcium phosphate source,

as well as MAP. The treatments were as follows: T1 (ration reference, formulated

with limestone and dicalcium phosphate); T2 (ration reference supplemented with

0,25% of seaweed flour); T3 (ration reference supplemented with 0,50% of

ix

seaweed flour); T4 (ration reference supplemented with 0,25% of seaweed flour

using MAP as a substitute for dicalcium phosphate); and, T5 (ration reference

supplemented with 0,50% of seaweed flour using MAP as a substitute for

dicalcium phosphate). No changes in the variables performance nor in the quality

of the eggs were observed, except for the yolk weight, where the ration reference

was inferior to that of the other treatments. For quails in posture with 26 weeks, it

was found that MAP can be used as an alternative source of phosphorous, without

affecting the performance nor eggs quality of the birds under study. Although

using seaweed flour showed evidence of improvement in the eggs quality and

performance of quails in posture, further research should be carried out to

evaluate this hypothesis.

x

1. INTRODUÇÃO GERAL

A avicultura brasileira tem se destacado pelo seu alto nível tecnológico,

sendo o extraordinário progresso científico verificado neste segmento da pecuária

brasileira, resultado especialmente de importantes contribuições de pesquisas nas

áreas de genética, nutrição, manejo e sanidade, contrapondo a pouca atenção

que se deu, até recentemente, a métodos que minimizem as perdas ocorridas

pelo estresse calórico ocorrido nas aves.

A coturnicultura tem-se caracterizado como uma atividade que demanda

baixos investimentos iniciais, uso de pequenas áreas e pequena necessidade de

mão-de-obra. No Brasil, a criação de codornas para a produção de ovos é uma

realidade, sendo um mercado em constante expansão. Como referenciado por

SANTOS (2004), a atividade tem apresentando um crescimento médio de 8% ao

ano, com mercado consumidor variado com o advento das indústrias

beneficiadoras de ovos, o que permitiu que estes, além de serem vendidos “in

natura”, pudessem ser comercializados descascados em conservas por bufês,

churrascarias, lanchonetes e restaurantes com valor agregado que incentivaria a

criação desta espécie.

A codorna constitui-se em uma verdadeira fábrica de produzir ovos que

deve operar em sua capacidade máxima de produção para que os lucros sejam

os maiores possíveis. Contudo, quando comparada a uma máquina térmica, ela é

considerada um sistema de baixa eficiência, por gastar a maior parte de sua

2

energia na manutenção do próprio sistema termorregulador. Dessa forma, torna-

se inadmissível, do prisma da Zootecnia moderna, negligenciar os aspectos

relativos ao ambiente térmico, uma vez que para sobrevivência da ave, em

condições que se afastam do conforto térmico, são destinados as maiores

reduções de energia produtiva.

Na criação de codornas, onde a alimentação representa cerca de 70% do

custo de produção, o suprimento de cálcio e fósforo participa com expressiva

proporção e a utilização de complementos alternativos destes minerais, quando

disponíveis na região, se torna ferramenta importante para maximização do lucro

líquido para o produtor de ovos comerciais.

Dentre as fontes de fósforo utilizadas na avicultura, o fosfato bicálcico é

uma das principais. A escassez mundial das fontes deste ingrediente, associada

ao seu alto custo, tem levado à procura de fontes alternativas a fim de suprir os

requerimentos nutricionais de fósforo nas rações para aves. Estudos com o intuito

de viabilizar a utilização destas fontes são de grande importância, mas

infelizmente são incipientes ou obsoletos, especialmente quando o fosfato

utilizado é o fosfato monoamônio (MAP), usado atualmente somente na nutrição

de ruminantes pelo seu alto teor de nitrogênio não protéico (11%).

Como fonte alternativa de cálcio, pode ser utilizado o Lithothamnium

calcareum e de acordo com DIAS (2000), as algas calcárias são compostas

basicamente por carbonato de cálcio e magnésio, além de conter mais de 20

oligoelementos, presentes em quantidades variáveis, tais como Fe, Mn, B, Ni, Cu,

Zn, Mo, Se e Sr. O produto pode ser aplicado no estado natural ou após secagem

e moagem. As principais características que potencializam a atuação deste

produto são atribuídas à maior disponibilidade dos micronutrientes que se

encontram adsorvidos nas paredes celulares, sendo assim facilmente assimiláveis

pelas plantas e animais e à elevada porosidade das algas (> 40%) que propicia

maior superfície específica de atuação. Além disso, as algas calcáreas podem ser

utilizadas na agricultura, na potabilização, desnitrificação e tratamento de águas,

na indústria de cosméticos, como dietética, em cirurgias, como adsorvente e na

nutrição animal.

A alga calcária é extraída do seu meio por processos manuais e

mecânicos. A matéria prima “in natura” é lavada, desidratada e moída, e em

seguida ensacada. O concentrado integral de alga não é fonte de carboidrato,

3

lipídeos, proteínas ou vitaminas, mas tão somente de elementos minerais (macro

e micro elementos). Administrado em proporções fracionadas, em veículo

alimentício ou sal, atua como biocatalizador, corretivo mineral e orgânico do

organismo vivo.

Na nutrição animal pode ser utilizado na bovinocultura tanto de leite como

de corte, na criação de frangos e suínos entre outros, melhorando a saúde dos

animais, seu ciclo reprodutivo e a qualidade dos derivados (carne, leite e queijos).

É aplicado também no controle de odores ambientais, alimentação de peixes,

crustáceos, e outros. Segundo ALGAREA (1997), o produto possui as

características de ser natural, fornecendo nutrientes balanceados pela natureza,

altas concentrações de cálcio e nutrientes catalisadores do metabolismo, trazendo

como benefícios a fácil absorção pelos animais, sem antagonismo iônico,

melhorando a conversão alimentar, maior fixação de fósforo, rápida recuperação

de fraturas, além de conferir maior resistência à casca do ovo.

4

2. REVISÃO DE LITERATURA

A qualidade da casca dos ovos é fator primordial para garantir a qualidade

do material no período de armazenamento ou incubação. Estima-se hoje que a

proporção de ovos descartados pela má qualidade da casca chegue a 1%.

O problema de má qualidade da casca do ovo é multifatorial, sendo

importante destacar aqueles relacionados à nutrição, ao manejo e ao ambiente. A

casca pode ser considerada um conjunto de membranas, que são cobertas pela

deposição de cristais de carbonato de cálcio (BUTCHER e MILES, 1990). Para se

produzir carbonato de cálcio para a formação da casca, uma boa fonte de cálcio

precisa, também, estar disponível. Diversas são as fontes de cálcio utilizadas nas

rações das aves, sendo a mais comum o calcário calcítico e o fosfato bicálcico,

muitas vezes usados conjuntamente.

CALDERON (1994) observou que o carbonato é influenciado de forma

extensa por fatores dietéticos que afetam o balanço ácido-base dos animais,

sendo um fator determinante a solubilidade das fontes, pois aquele ingrediente

com maior solubilidade garante que o cálcio esteja presente no intestino no

momento em que é mais necessário.

As altas temperaturas exercem impacto negativo sobre o desempenho das

aves, afetando, por exemplo, o consumo de ração e a produção de ovos. Nestas

condições mecanismos são ativados para auxiliar no processo de dissipação do

calor corporal. Dentre estes mecanismos, o resfriamento evaporativo através da

5

evaporação da água pelo trato respiratório constitui um dos principais meios para

dissipação do calor corporal, visto que a ave pode aumentar dramaticamente sua

freqüência respiratória (MONGIN, 1968), contudo, este aumento na ventilação

pulmonar necessário para o resfriamento da ave, resulta em perdas de CO2 e

perturbações no equilíbrio ácido-base, situação conhecida como alcalose

respiratória.

A alcalose respiratória é prejudicial à poedeira, por desencadear também

um desequilíbrio eletrolítico e mineral, que pode resultar em ovos pequenos, de

casca fina ou sem casca, uma vez que este distúrbio afeta a disponibilidade do

cálcio para a formação da casca do ovo.

Em revisão realizada por DONKOH e ATUAHENE (1988) os autores

relataram que as altas temperaturas provocaram piora da qualidade da casca dos

ovos. Segundo eles, em temperatura ambiente acima de 30ºC, ocorre queda de

10 a 20% no consumo de ração que leva a redução de até 40% na resistência da

casca à quebra, em função do menor consumo de cálcio.

FARIA et al. (2001) observaram que a diminuição da ingestão de alimento

devido ao estresse calórico, promoveu, indiretamente, redução na quantidade de

cálcio ionizável no sangue prejudicando a produção de íons carbonato na mucosa

uterina, piorando a qualidade da casca.

Existe outra hipótese que, em altas temperaturas, a solubilização do

calcário diminui acentuadamente em função do maior consumo de água pela ave.

Esta elevação do nível de água ingerido provocaria elevação do pH da moela e

proventrículo e aumento na taxa de passagem dos alimentos no trato

gastrointestinal promovendo a excreção do cálcio antes de ser solubilizado pela

ave .

Associado a este fato, segundo ALGAREA (1997), a utilização da farinha de

algas marinhas – Suminal® (Lithothamnium calcareum) na ração de aves em

postura poderia melhorar a qualidade dos ovos por maior resistência à quebra,

tanto no aviário quanto no transporte, em razão de sua estrutura, que garante

maior biodisponibilidade e absorção dos nutrientes.

De acordo com DUTRA et al. (1989), a utilização da alga calcária em

rações de Helix aspersa, pode ser utilizada como fonte de cálcio com efeitos

significativos no crescimento do mesmo, quando comparado com calcário e

farinha de ostras. Em estudo com ratos, ASSOUMANI (1997) relatou que a

6

farinha de algas apresentou vantagens em relação ao calcário no crescimento do

osso fêmur e na biodisponibilidade de cálcio, sugerindo que provavelmente a

concentração de magnésio e a porosidade da alga seriam os responsáveis por

estas diferenças.

Utilizando a farinha de algas marinhas como suplemento para vacas

leiteiras, MELO et al. (2004a) estudaram o efeito de diferentes doses e concluíram

que 50 g/animal/dia promoveu aumento da produção e do teor de gordura no leite,

assim como o teor de cálcio e magnésio no sangue dos animais. Também MELO

et al. (2004b), relataram que para bovinos de corte, a utilização de 10% de farinha

de algas marinhas em substituição à mistura mineral comercial, promoveu

aumento de 26% no ganho de peso dos animais.

Nos estudos realizados por ZANINI et al. (2000), utilizando farinha de algas

como fonte de cálcio na ração de frangos de corte, concluíram que o uso de

farinha de algas pode substituir totalmente o calcário sem prejudicar o

desempenho dos animais.

FIALHO et al. (1992), avaliando algumas fontes de suplementação de

cálcio para suínos, relataram que as dietas tanto para crescimento como para

terminação, podem ser suplementadas com cálcio provenientes do calcário

calcítico, farinha de ostras, gesso ou Lithothamnium calcareum. Juntamente com o cálcio, o fósforo é o macromineral de maior

concentração nas rações de animais monogástricos e apresenta importante papel

fisiológico no processo de formação da casca do ovo (FARIA et al., 2000). VELOSO et al. (1991a), avaliando a biodisponibilidade de fontes de fósforo,

em experimento com pintos de um dia, relataram que os fosfatos diamônio,

supertriplo e monoamônio demonstraram grande potencial, com possibilidades de

utilização na nutrição animal. Em outro estudo, VELOSO et al. (1991b), avaliando

os efeitos do fósforo disponível de diversas fontes sobre o desempenho de

frangos de corte, demonstraram que o fosfato monoamônio (MAP) apresentou

resultados semelhantes ao fosfato bicálcico para ganho de peso, consumo de

ração e conversão alimentar.

Em um terceiro experimento também com frangos de corte, VELOSO et

al. (1991c) avaliaram os efeitos do flúor das fontes fosfatadas sobre a

concentração deste elemento nos tecidos moles e observaram que a ingestão dos

fosfatos naturais (Pato de Minas e Araxá) apresentou os maiores teores de flúor

7

em todos os tecidos analisados, enquanto as demais fontes, incluindo o MAP, não

apresentaram limitações em relação a sua concentração de flúor.

Em um estudo para determinar a disponibilidade relativa de fósforo nos

fosfatos monoamônio e monocálcico para pintos de 1 a 21 dias de idade, GOMES

et al. (1991), encontraram valores de 80,77 e 82,19%, respectivamente.

Alguns resultados apresentados por GOMES et al. (1993) demonstraram

que o fosfato monoamônio se mostrou eficaz, não afetando o desempenho de

frangos de corte e suínos.

Avaliando a disponibilidade biológica do fósforo de cinco fosfatos (fosfato

bicálcico, Tapira, Patos de Minas, MAP e supertriplo) para suínos em terminação,

FIGUEIREDO et al. (1998a) observaram resultados similares entre as fontes

estudadas. Em outro estudo realizado com suínos em crescimento, para avaliar a

cinética do radiofósforo nos tecidos dos animais alimentados com dietas contendo

as fontes fosfatadas anteriormente mencionadas, FIGUEIREDO et al. (1998b) não

observaram alteração na distribuição de P32 nos diversos tecidos dos animais.

Posteriormente, FIGUEIREDO et al. (2001), estudando a biodisponibilidade

de fósforo em fosfato bicálcico, Tapira, Patos de Minas, MAP e supertriplo para

suínos em crescimento, concluíram que as variáveis de desempenho

apresentaram respostas similares nas diferentes fontes de fósforo.

A literatura nacional disponível a respeito da utilização de fontes

alternativas de fósforo para codornas é incipiente. O uso destas fontes para estes

animais é baseado em resultados obtidos com frangos de corte e galinhas em

postura. Assim, estudos com estas fontes devem ser realizados com o objetivo de

fornecer subsídios para utilização na criação comercial de codornas.

8

3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALGAREA Mineração Ltda., 1997. SUMINAL®, Mimeo, Rio de Janeiro, 4p. ASSOUMANI, M.B. Aquamin, a natural calcium supplement derived from seaweed.

Agro-food-Industry Hi Tech. September/October 1997. BUTCHER, G.D.; MILES, R. Concepts on eggshell quality. Fact Sheet VM-69,

IFAS-University of Florida, Dec, 1990. 3p. CALDERON, C. Efectos nutricionales sobre la calidad de la cáscara. FACTA,

Conferência APINCO 1994 de Ciência e Tecnologias Avícolas. P. 35-66, 1994. DIAS, G.T.M. Granulados Bioclásticos – Algas Calcárias. Brazilian Journal of

Geophysics, vol. 18(3), 2000. DONKOH, A.; ATUAHENE, C.C. 1988. Management of environmental

temperature and rations for poultry production in the hot and humid tropics. Int. J. Biometeorol. 32: 247-253.

DUTRA, A.V.G.; AGUIAR, J.C.F.; ANTÚNEA, N.L. et al. Utilización del

concentrado de alga calcarea (Lithothaminum sp.) em la racion de Helix aspersa, MULLER, 1774 (Gastropoda, helicidae). Revista Cubana de Alimentación y Nutrición. V.3, n.3, p.429-441. 1989.

FARIA, D. E.; JUNQUEIRA, O. M.; SAKOMURA, N. K. et al. E. Efeito dos

diferentes níveis de sódio e fósforo sobre o desempenho e a qualidade da

9

casca dos ovos de poedeiras comerciais. Revista da Sociedade Brasileira de Zootecnia, v.29, n.2, p.458-466, 2000.

FARIA, D. E.; JUNQUEIRA, O. M.; SOUZA, P.A. et al. Performance, temperatura

corporal e qualidade do ovo em galinhas poedeiras alimentadas com vitamina D e C em três temperaturas ambientes. Rev.Bras.Cienc.Avic. 2001, vol3 n1 p.49-56.

FIALHO, E.T.; BARBOSA, H.P.; BELLAVER, C. et al. Avaliação Nutricional de

Algumas Fontes de Suplementação de Cálcio para Suínos. Biodisponibilidade e Desempenho. Revista da Sociedade Brasileira de Zootecnia, v.21, n.5, p.891-905, 1992.

FIGUEIREDO, A.V.; VITTI, D.M.S.S.; LOPES, J.B. Disponibilidade biológica do

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11

4. TRABALHOS

Os artigos a seguir foram elaborados com base nas exigências da Revista

Archivos de Zootecnia, com adaptação às normas para elaboração de teses da

Universidade Estadual do Norte Fluminense.

4.1 DESEMPENHO DE CODORNAS JAPONESAS EM POSTURA ALIMENTADAS COM RAÇÕES CONTENDO FARINHA DE ALGAS MARINHAS

(Lithothamnium calcareum) E FOSFATO MONOAMÔNIO CRIADAS SOB CONDIÇÕES DE CALOR

4.2 QUALIDADE DO OVO DE CODORNAS JAPONESAS ALIMENTADAS COM RAÇÕES CONTENDO FARINHA DE ALGAS MARINHAS (Lithothamnium

calcareum) E FOSFATO MONOAMÔNIO CRIADAS SOB CONDIÇÕES DE CALOR

12

Desempenho de codornas japonesas em postura alimentadas com rações contendo farinha de algas marinhas

(Lithothamnium calcareum) e fosfato monoamônio criadas sob condições de calor

RESUMO

Um experimento foi conduzido com o objetivo de avaliar o desempenho de

codornas japonesas (Coturnix japonica) sob condições de calor recebendo rações

com fosfato monoamônio (MAP) e farinha de algas marinhas (FA) (Lithothamnium

calcareum) como suplemento mineral. Foram utilizadas 320 aves distribuídas em

delineamento experimental inteiramente casualisado com cinco tratamentos e

quatro repetições com 16 animais por unidade experimental, sendo a soma dos

quadrados dos tratamentos decomposta em contrastes ortogonais. As rações

foram isoprotéicas (20% PB) e isoenergéticas (2900 kcal EM/kg de ração). Os

tratamentos foram: T1 (ração referência); T2 (ração referência com 0,25% FA); T3

(ração referência com 0,50% FA); T4 (ração referência com 0,25% de FA

utilizando o MAP em substituição ao fosfato bicálcico) e T5 (ração referência com

0,50% de FA utilizando o MAP em substituição ao fosfato bicálcico). As variáveis

consumo de ração diário, produção de ovos, conversão alimentar (por grama de

ovos e por dúzia de ovos) e peso médio final das aves não foram influenciadas

pelos tratamentos. Para codornas em postura com 26 semanas de idade criadas

sob condições de calor o fosfato monoamônio pode ser utilizado como fonte

alternativa de fósforo, sem prejudicar o desempenho das aves. A utilização de

farinha de algas marinhas mostrou evidências de melhora no desempenho de

codornas em postura, entretanto novas pesquisas devem ser realizadas para

validar esta hipótese.

Palavras-chave: cálcio, calor, fósforo, ovos, suplemento mineral.

13

Performance of japanese quails in posture fed with ration containing seaweed flour (Lithothamnium calcareum) and

monoamonium phosphate created under heat conditions

ABSTRACT

An experiment was lead in the sector of Poultry keeping CCTA/UENF in

Campos dos Goytacazes-Rio de Janeiro with the objective to evaluate the

performance of Japanese quails (Coturnix japonica) under heat conditions

receiving rations with monoammonium phosphate (MAP) and seaweed flour

(Lithothamnium calcareum), as mineral supplement. A total of 320 birds with 26

weeks of age were randomly distributed into an experimental design with five

treatments and four replications with 16 animals per experimental unit. Where the

sum of the squares of the treatments was decomposed into orthogonal contrasts.

The rations had been isoproteic (20% CP) and isoenergetic (2900 kcal ME/kg of

ration) were formulated using corn, soybean meal and vitaminic and mineral

supplements, in accordance with the NRC (1994). The treatments had been: T1

(reference ration); T2 (T1 with 0,25% seaweed flour); T3 (T1 with 0,50% seaweed

flour); T4 (T1 with 0,25% of seaweed flour using the MAP in substitution to the

dicalcium phosphate); e, T5 (T1 with 0,50% of seaweed flour using the MAP in

substitution to the dicalcium phosphate). The performance had not been

influenced by the treatments. For quails in posture with 26 weeks the MAP can be

used as alternative source of match, without harming the performance of the birds.

The seaweed flour use, showed evidences of improvement in the performance of

quails in posture, however new research must be carried through to evaluate this

hypothesis.

Key Words: Calcium, Heat, phosphorus, eggs, mineral supplement.

14

INTRODUÇÃO

No Brasil, a criação de codornas para a produção de ovos é um mercado

em constante expansão, apresentando crescimento médio de 8% ao ano, se

tornando uma ótima opção de fonte de renda para propriedades familiares,

pequenos e grandes criadores (SANTOS, 2004). A codorna é considerada uma

fábrica de produzir ovos, mas, quando comparada a uma máquina térmica, possui

baixa eficiência, por gastar a maior parte de sua energia na manutenção do

próprio sistema termorregulador. Dessa forma, torna-se inaceitável, negligenciar

os aspectos ambientais, uma vez que para a ave, em condições ambientais que

se afastam do conforto térmico, ocorrem as maiores reduções de energia

produtiva, energia esta, que podia estar voltada à produção de ovos ou para seu

próprio crescimento.

Para minimizar os efeitos negativos do ambiente, pode-se utilizar da

nutrição animal, em especial dos minerais, que são essenciais para as aves

encontrarem meios que possam diminuir os efeitos ambientais adversos em sua

fisiologia.

Na coturnicultura de postura, o cálcio e o fósforo participam com expressiva

proporção nas rações e a obtenção de suplementos alternativos destes minerais

torna-se ferramenta adicional para maximizar a produtividade.

Segundo a indústria, a farinha de algas marinhas por ser um produto

natural e possuir altos teores de cálcio, apresenta benefícios no processo

absortivo melhorando a conversão alimentar, além de aumentar a resistência da

casca do ovo por possibilitar melhor fixação de fósforo, principalmente em

ambientes de calor (ALGAREA, 1997).

Há poucos estudos relacionando à suplementação mineral de farinha de

algas marinhas e desempenho de codornas em postura. PERALI et al. (2003)

referenciaram aumento na produção de ovos em 4,16 pontos percentuais em

relação à testemunha na adição de 0,25% deste produto.

Com bovinos, diversos estudos já foram realizados (ORSINE et al., 1989;

MELO et al., 2002; MELO et al., 2004a e 2004b), os quais relataram que a adição

da farinha de algas marinhas melhorou a qualidade e a produção de leite,

15

promoveu aumento no ganho de peso e melhorou a digestibilidade aparente da

proteína bruta de forragens de baixa qualidade.

Juntamente com o cálcio, o fósforo é o macromineral de maior

concentração nas rações de monogástricos e apresenta importante papel

fisiológico no processo de formação da casca do ovo (FARIA et al., 2000).

Avaliando fontes de fósforo para pintos de corte, VELOSO et al. (1991a e

1991b) demonstraram grande potencial de fosfatos, inclusive o fosfato

monoamônio (MAP) na nutrição animal.

Entretanto, a literatura nacional disponível a respeito da utilização de fontes

alternativas de fósforo para codornas é incipiente. O uso destas fontes para estes

animais é baseado em resultados obtidos com suínos e frangos de corte (GOMES

et al., 1991; VELOSO et al., 1991a; FIALHO et al., 1992; ZANINI et al., 2000;

FIGUEIREDO et al., 2001). Com o objetivo de fornecer subsídios para utilização

de fontes alternativas de minerais na criação comercial de codornas japonesas

criadas sob condições de calor, foi realizado um estudo para avaliar a utilização

do suplemento mineral de farinha de algas marinhas e do fosfato monoamônio.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido no setor de Avicultura da Unidade de Apoio à

Pesquisa do Laboratório de Zootecnia e Nutrição Animal – CCTA/UENF, situado no

Colégio Agrícola Estadual Antônio Sarlo em Campos dos Goytacazes-RJ. O período

experimental foi de 63 dias, com início em dezembro de 2004, caracterizando época

de maiores temperaturas na região.

Foram utilizadas 320 codornas japonesas fêmeas (Coturnix japonica) com

26 semanas de idade, distribuídas inteiramente ao acaso em quatro baterias de

cinco andares, com cinco tratamentos e quatro repetições com 16 animais por

unidade experimental. Foi adotado o critério de variação máxima de 10% do peso

inicial para formação das unidades experimentais.

Os animais foram mantidos em galpão com telha de barro, com pé direito de

três metros, sem lanternim e sem forro, possuindo paredes laterais teladas

protegidas por cortina confeccionada de lona plástica preta, com o objetivo de

16

manter temperatura ambiente elevada no interior do galpão, de modo a caracterizar

condições de calor.

As aves foram alojadas em gaiolas de arame galvanizado, com dimensões

de 1,0 m de comprimento x 0,25 m de largura x 0,20 m de altura, com quatro

subdivisões iguais de 0,25 m, com coletor de fezes sob cada gaiola. Os comedouros

e bebedouros utilizados foram do tipo calha, em chapa metálica galvanizada,

percorrendo toda a extensão das gaiolas. O comedouro foi localizado na parte

anterior e o bebedouro na parte posterior de cada gaiola. Os animais foram

mantidos nas gaiolas durante 63 dias (três períodos de 21 dias cada) recebendo

água e ração à vontade.

Os animais receberam rações tendo como fontes de cálcio o calcário

calcítico e a farinha de algas marinhas e como fonte de fósforo o fosfato bicálcico

e o fosfato monoamônio. As composições minerais da farinha de algas marinhas

e do fosfato monoamônio se encontram nas tabelas 1 e 2, respectivamente.

As rações experimentais (Tabela 3) foram isoprotéicas (20% PB) e

isoenergéticas (2900 kcal EM/kg de ração) sendo formuladas utilizando milho,

farelo de soja e suplementos vitamínicos e minerais, de acordo com as exigências

nutricionais preconizadas pelo NRC (1994).

Os tratamentos foram:

T1=ração referência, formulada com calcário calcítico e fosfato bicálcico (RRef);

T2=ração referência suplementada com 0,25% de farinha de algas marinhas

(0,25%FA);

T3=ração referência suplementada com 0,50% de farinha de algas marinhas

(0,50%FA);

T4=ração referência suplementada com 0,25% de FA utilizando o MAP em

substituição ao fosfato bicálcico (0,25%FA + MAP) e,

T5=ração referência suplementada com 0,50% de farinha de algas marinhas

utilizando o MAP em substituição ao fosfato bicálcico (0,50%FA + MAP).

17

Tabela 1 - Principais Nutrientes da Farinha de Algas Marinhas (Lithothamnium

calcareum) – Análise Típica * Table 1 – Main Nutrients of the Seaweed flour

Cálcio (Ca) 32,5% Magnésio (Mg) 2,0%Silício (Si) 0,95% Boro (B) 20 ppmCobre (Cu) 2 ppm Enxofre (S) 0,50%Ferro (Fe) 0,25% Manganês (Mn) 20 ppmMolibdênio (Mo) 5 ppm Zinco (Zn) 11 ppmCromo (Cr) 4 ppm Cobalto (Co) 5 ppmCloro (Cl) 0,20% Fósforo (P) 0,03%Potássio (K) 0,01% Sódio (Na) 0,26%Vanádio (V) 4 ppm Níquel (Ni) 10 ppmIodo (I) 12 ppm Selênio (Se) 1 ppmFlúor (F) 800 ppm Antimônio (Sb) < 1 ppmPrata (Ag) < 1 ppm Alumínio (AL) 0,7 %Bário (Ba) 15 ppm Berílio (Be) < 1 ppmBismuto (Bi) 8 ppm Cádmio (Cd) < 1 ppmLantânio (La) 8 ppm Lítio (Li) 5 ppmCádmio (Cd) < 1 ppm Escândio (Sc) < 1 ppmTitânio (Ti) 0,01% Estanho (Sn) < 10ppmTungstênio (W) < 10 ppm Ítrio (Y) 5 ppmZircônio (Zr) 5 ppm Arsênio (As) 4 ppmCério (Ce) 8 ppm Neodímio (Nd) 4 ppmSamário (Sm) 0,5 ppm Európio (Eu) 0,5 ppmGadolínio (Gd) 0,05 ppm Disprósio (Dy) 0,3 ppmHólmio (Ho) 0,05 ppm Érbio (Er) 0,2 ppmItérbio (Yb) 0,2 ppm Lutécio (Lu) 0,05 ppm* Sendo um produto natural os teores acima podem variar *Being above a natural product the tenors can vary

Tabela 2 – Composição química do fosfato monoamônio (MAP) e do fosfato

bicálcico (FB) Table 2 – Chemical composition of monoammonium phosphate and dicalcium phosphate

%Ca %P %N %F

MAP 0,0% 25,0% 11,0% 0,22%

FB 24,5% 18,5% 0,0% 0,14%

18

Tabela 3- Composição das rações experimentais

Table 3 - Composition of experimental rations

Tratamentos (Treatments) Ingredientes (Ingredients) RRef 0,25%FA 0,50%FA 0,25%FA

+MAP 0,50%FA

+MAP Milho (Corn) 54,480 54,395 54,315 53,101 53,014 Farelo de Soja (Soybean meal) 33,497 33,513 33,528 33,754 33,771 Óleo de Soja (Soybean oil) 3,063 3,092 3,119 3,531 3,560 Calcário (Limestone) 6,467 6,259 6,050 7,282 7,074 Farinha de algas (Seaweed flour) 0,0 0,25 0,50 0,25 0,50 Fosfato Monoamônio (Monoamonium phosphate)

0,0 0,0 0,0 1,174 1,174

Fosfato Bicálcico (Dicalcium phosphate)

1,585 1,585 1,585 0,0 0,0

L-Treonina (L-Threonine) 0,045 0,045 0,045 0,045 0,045 DL-Metionina (DL-Methionine) 0,074 0,074 0,074 0,076 0,076 Mistura Mineral1 (Mineral mix) 0,250 0,250 0,250 0,250 0,250 Mistura Vitamínica1

(Vitamin mix) 0,250 0,250 0,250 0,250 0,250 BHT 0,010 0,010 0,010 0,010 0,010 Sal comum (Salt) 0,279 0,277 0,274 0,277 0,275 Total 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00

Composição Calculada (Calculated composition) 2

Proteína Bruta (%) (Crude protein) 20 20 20 20 20 Energia Metabolizável (kcal EM/kg) (Metabolizated energy)

2900 2900 2900 2900 2900

Fibra Bruta (%) (Crude fibre) 2,96 2,96 2,96 2,96 2,96 Lisina total (%) (Total lisine) 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 Metionina + cistina total (Total Methionine + cystine) 0,70 0,70 0,70 0,70 0,70 P disponível (%) (Disponible P) 0,40 0,40 0,40 0,40 0,40 Cálcio (%) (Calcium) 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00 Sódio (%) (Sodium) 0,15 0,15 0,15 0,15 0,15 Número de Mongin (NM)3 (Mongin number)

192 192 193 193 193 1Composição/kg: Vit.A , 2.500.000 UI; Vit. D3 625.000 UI; Vit. E, 3.750 mg; Vit. K3, 500mg ; Vit. B1, 500 mg; Vit.B2, 1.000 mg; Vit. B6, 1000 mg; Vit B12, 3.750 mcg; Niacina, 7.500 mg; Ácido pantotênico, 4.000 mg; Biotina, 15 mg; Ácido fólico, 125 mg; Colina, 75.000 mg; Selênio, 45 mg; Iodo, 175 mg; Ferro, 12.525 mg; Cobre, 2.500 mg; Manganês, 19.500 mg; Zinco, 13.750 mg; Avilamicina, 20.000 mg; B.H.T., 500 mg; Vit. C, 12.500 mg. 2Composição calculada de acordo com NRC (1994) 3 Número de Mongin (NM) = (meq / kg Na) + (meq / kg K) - (meq / kg Cl)

O programa de iluminação foi único para todos os grupos experimentais,

sendo fornecida luz total por 17 horas.

As condições de temperatura e umidade do ar, de cada ambiente, foram

monitoradas por termômetros de bulbo seco e bulbo úmido, termômetro de

19

máxima e mínima e termômetro de globo negro. As leituras foram utilizadas para

calcular o Índice de Temperatura de Globo e Umidade (ITGU) através da equação

referenciada por BAÊTA e SOUZA (1997):

ITGU = Tgn + 0,36 Tpo – 330,08 Onde:

Tgn = temperatura do globo negro (oK)

Tpo = temperatura do ponto de orvalho (oK)

Os valores medidos foram obtidos em três leituras diárias, as oito, 13 e 17

horas. Os instrumentos foram instalados a uma altura correspondente a altura

média dos animais.

12 Ao final de cada período de 21 dias foram avaliadas as seguintes

características de desempenho: consumo de ração, massa de ovos, conversão

alimentar (g de ração consumida /g de ovo e g de ração consumida /dúzia de

ovos), produção de ovos (%) e peso médio final das aves (g).

Para controle de consumo alimentar, as rações de cada repetição dos

tratamentos foram acondicionadas em baldes plásticos devidamente identificados.

O consumo de ração foi medido semanalmente, por meio da diferença entre a

ração fornecida e a sobra, considerando o desperdício.

As análises estatísticas das variáveis de desempenho foram realizadas,

utilizando-se o Sistema de análises estatísticas SISVAR do Departamento de

Ciência Exatas da Universidade Federal de Lavras, segundo FERREIRA (2000),

sendo a soma de quadrados dos tratamentos decomposta em contrastes

ortogonais, seguindo-se o modelo estatístico a seguir:

Yij = μ + Ei + eij ;

Yij = medidas de desempenho referentes aos tratamentos i na repetição j;

μ = média geral das características; Ei = efeito da utilização da farinha de algas marinhas (FA) e MAP i; e

e(i) j = erro aleatório, associado a cada observação.

20

Os contrastes utilizados estão apresentados na Tabela 4.

Tabela 4 - Descrição dos contrastes ortogonais empregados na decomposição da

soma dos quadrados dos tratamentos Table 4 - Description of the orthogonals contrasts used in the decomposition of the sum of the

squares of the treatments

Tratamentos

Finalidade

Contraste RRef 0,25%FA 0,50%FA 0,25%FA

+MAP 0,50%FA

+MAP

A +4 -1 -1 -1 -1 Efeito da FA e MAP

B +2 -1 -1 0 0 Efeito da FA

C 0 +1 -1 +1 -1 Efeito de doses de FA

D 0 +1 +1 -1 -1 Efeito do uso do MAP

Os dados de produção inicial e final de ovos da primeira e última semana

experimental estão apresentados na Tabela 5, assim como os dados de peso

médio inicial e final das aves.

Tabela 5 – Produção de ovos na primeira e última semana experimental e peso médio inicial e final das aves Table 5 - Eggs production of the first and last experimental week and mean weight initial and final of the birds

TRATAMENTOS (Treatments)

RRef 0,25%FA 0,50%FA 0,25%FA

+MAP 0,50%FA

+MAP Prod. Ovos 1a sem.(%) (Eggs Prod. first week)

81,25 84,15 84,82 82,98

87,95

Prod. Ovos última sem.(%) (Eggs Prod. last week)

67,86 76,00 73,14 64,64

71,88

Peso médio inicial das aves (g) (Mean Weigh initial of the birds)

0,140 0,140 0,146 0,147

0,144

Peso médio final das aves (g) (Mean Weigh final of the birds)

0,144 0,148 0,146 0,143

0,139

21

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Durante o período experimental a temperatura média interna da sala

manteve-se em 26,2±3,60°C, com umidade relativa de 85,8±8,85 e temperatura

de globo negro de 27,5±3,03°C, correspondendo a um índice de temperatura de

globo e umidade (ITGU) calculado de 76,7±3,60.

Segundo MURAKAMI e ARIKI (1998), a temperatura ambiente ideal para

codornas após a terceira semana de vida está entre 18 e 21oC. Diante do exposto

por estes autores, as codornas durante o período experimental não se

encontravam em sua temperatura de termoneutralidade. Porém, os mesmos

autores afirmam que as codornas japonesas resistem bem às altas temperaturas.

Pelos resultados de ITGU obtidos neste trabalho pode-se inferir que as aves

foram mantidas em moderado estresse por calor. Em estudos conduzidos com

frangos de corte por OLIVEIRA NETO (1999) foram obtidos ITGU calculado de 72

e 84, caracterizando, respectivamente, ambiente termoneutro e de calor e,

segundo MEDEIROS e VIEIRA (1994), o ITGU acima de 76 pode ter efeito

prejudicial sobre a homeostase das aves.

Na Tabela 6 estão apresentados os resultados de consumo de ração diário,

massa de ovos, produção de ovos, peso médio final das aves e conversão

alimentar (por grama de ovos e por dúzia de ovos). Todas as variáveis de

desempenho avaliadas não foram influenciadas (P>0,05) pelos tratamentos

utilizados.

Estes resultados podem ser justificados devido ao verão atípico que

ocorreu durante o período experimental, onde as aves apenas sofreram um

moderado estresse de calor. A grande variabilidade dos dados obtidos pode ter

contribuído para tal resultado.

O fornecimento de MAP não afetou o consumo de ração diário,

evidenciando ser este produto fonte alternativa de fósforo para codornas em

postura. Resultados semelhantes obtidos por GOMES et al. (1993),

demonstraram que o MAP também se mostrou eficaz, não afetando o

desempenho de frangos de corte e suínos.

22

O fornecimento de MAP não afetou os resultados de massa de ovos e

produção de ovos, peso médio final das aves e conversão alimentar, podendo ser

considerado como fonte alternativa de fósforo nas rações de codornas. Estes

resultados estão semelhantes àqueles encontrados por PAN et al. (2002), que

concluíram que o fosfato monoamônio e fosfato monocálcico foram superiores às

demais fontes, inclusive ao fosfato bicálcico, em rações para frangos de corte. Da

mesma maneira, VELOSO et al. (1991b), trabalhando com frango de corte,

relataram que diferentes fontes de fosfato, dentre elas o MAP, demonstraram

grande potencial de utilização na nutrição animal.

A adição de farinha de algas marinhas não afetou significativamente o

consumo de ração diário das aves, apesar de as codornas que receberam o

suplemento apresentarem consumo médio 7,6% superior àquelas que receberam

ração referência.

Apesar de não ter ocorrido diferenças significativas, pode-se observar que

as aves que receberam farinha de algas marinhas apresentaram produção média

de ovos 9,7% maior em relação às aves que receberam a ração referência. A

melhora não significativa ocorrida nos valores de produção de ovos pode ser

explicada pela variação proporcional observada nos resultados de consumo de

ração diário. Resultados semelhantes foram encontrados por PERALI et al.

(2003), onde os tratamentos com farinha de algas marinhas apresentaram

melhora na produção de ovos em codornas japonesas.

O peso médio final das aves também não apresentou diferenças

significativas, porém nas aves que receberam a farinha de algas marinhas,

observou-se um peso médio final de 2,3% maior em relação à referência,

possivelmente pelo maior consumo de ração daquelas aves.

Analisando os resultados de conversão alimentar obtidos, embora não

tenha ocorrido diferença significativa, observou-se que as aves que receberam

farinha de algas marinhas apresentaram, em média, melhora de 11,5 e 6,5%,

respectivamente para valores obtidos por grama de ovo produzido e por dúzia de

ovo produzido, em relação àquelas que receberam a ração referência. Estes

resultados ocorreram, provavelmente, em função da melhor eficiência de

utilização dos nutrientes pelos animais.

23

Resultados de melhora de biodisponibilidade de nutrientes com o uso de

farinha de algas marinhas em ratos foram apresentados por ASSOUMANI (1997)

e em pintinhos por AIRHART et al. (2002), os quais observaram que o cálcio

proveniente do Lithothamnium calcareum apresentou maior biodisponibilidade do

que aquele proveniente do calcário, resultando em melhor conversão alimentar.

Efeitos de melhora na conversão alimentar também foram observados por POPE

et al. (2002), em frangos de corte suplementados com Lithothamnium calcareum,

os quais apresentaram maior ganho de peso e melhor rendimento de peito.

Tabela 6 – Resultados de desempenho: consumo de ração (CRD), massa de

ovos, produção de ovos, peso médio final das aves (PF) e conversão

alimentar (C.A.) por grama de ovos e por dúzia de ovos Table 6 – Results of performance: feed intake, egg mass, egg production, body weight

mean, g feed/g egg and g feed/ dz egg

Variáveis (Variables)

Tratamentos (Treatments)

RRef 0,25%FA 0,50%FA 0,25%FA+MAP

0,50%FA+MAP

CV(%)

CRD (g/ave/d)1

(Feed intake) 19,98 20,96 22,60 22,31 20,65 23,4

Massa Ovos( g/ave/d)1

(Egg mass) 7,70 8,66 9,08 8,21 8,78 12,9

Prod. ovos (%)1

(Eggs production) 71,96 79,39 82,30 74,96 82,29 11,7

PF (g)1

(Mean Weigh) 143,41 146,83 148,50 147,33 144,33 4,6

C.A.(g ração/g ovo)1

(g feed/g egg) 3,22 2,95 2,69 2,85 2,90 22,0

C.A (g ração/dz ovo)1

1(P<0,05) Médias não diferem entre si, em contrastes ortogonais (g feed/dz egg)

381,53 372,95 341,88 355,46 356,06 20,8

1(P<0,05) Means aren`t different by orthogonals contrasts

24

CONCLUSÕES

Para codornas em postura criadas sob condições de calor com 26

semanas de idade o fosfato monoamônio pode ser utilizado como fonte alternativa

de fósforo, sem prejudicar o desempenho das aves.

A utilização de farinha de algas marinhas mostrou evidências de melhora

no desempenho de codornas em postura, entretanto novas pesquisas devem ser

realizadas para validar esta hipótese.

25

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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28

Qualidade do ovo de codornas japonesas alimentadas com rações contendo farinha de algas marinhas (Lithothamnium calcareum) e fosfato

monoamônio criadas sob condições de calor

RESUMO

Um experimento foi conduzido no setor de Avicultura CCTA/UENF em

Campos dos Goytacazes-RJ com o objetivo de avaliar a qualidade do ovo de

codornas japonesas (Coturnix japonica) sob condições de calor recebendo rações

com fosfato monoamônio (MAP) e farinha de algas marinhas (Lithothamnium

calcareum) como suplemento mineral. Foram utilizadas 320 aves com 26

semanas de idade, distribuídas em delineamento experimental inteiramente

casualisado com cinco tratamentos e quatro repetições com 16 animais por

unidade experimental, sendo a soma de quadrados dos tratamentos decomposta

em contrastes ortogonais. As rações foram isoprotéicas (20% PB), isoenergéticas

(2900 kcal EM/kg de ração) e isocálcicas (3% Ca) formuladas utilizando milho,

farelo de soja e suplementos vitamínicos e minerais, de acordo com as exigências

nutricionais preconizadas pelo NRC (1994). Os tratamentos foram: T1 (ração

referência); T2 (ração referência com 0,25% farinha de algas marinhas); T3 (ração

referência com 0,50% farinha de algas marinhas); T4 (ração referência com

0,25% de farinha de algas marinhas utilizando o MAP em substituição ao fosfato

bicálcico) e T5 (ração referência com 0,50% de farinha de algas marinhas

utilizando o MAP em substituição ao fosfato bicálcico). As aves que receberam a

farinha de algas marinhas e também as que receberam o MAP em substituição ao

fosfato bicálcico apresentaram valores de pesos de gema superiores (P<0,05)

àquelas que receberam ração referência. Para codornas em postura criadas sob

condições de calor com 26 semanas de idade o fosfato monoamônio pode ser

utilizado como fonte alternativa de fósforo, sem alterar a qualidade dos ovos. A

utilização de farinha de algas marinhas mostrou evidências de aumento no peso

de gema e na melhora da qualidade da casca de ovos, embora novas pesquisas

devam ser realizadas para validar esta hipótese.

Palavras-chave: cálcio, calor, espessura de casca, suplemento mineral

29

Quality of egg of japanese quails fed with ration contend seaweed flour (Lithothamnium calcareum) and monoammonium phosphate created under

heat conditions

ABSTRACT

An experiment were conduced in the Poultry Sector of CCTA/UENF in

Campos dos Goytacazes-Rio de Janeiro with the objective to evaluate the quality

of egg of Japanese quails (Coturnix japonica) under heat conditions receiving

rations with monoammonium phosphate (MAP) and seaweed flour (Lithothamnium

calcareum), as mineral supplement. A total of 320 birds with 26 weeks of age were

randomly distributed into an experimental design with five treatments and four

replications with 16 animals per experimental unit. Where the sum of the squares

of the treatments was decomposed into orthogonal contrasts. The rations had

been isoproteic (20% CP), isoenergetic (2900 kcal ME/kg of ration) and

isocalcium (3% Ca) were formulated using corn, soybean meal and vitaminic and

mineral supplements, in accordance with the NRC (1994). The treatments had

been: T1 (reference ration); T2 (T1 with 0,25% Seaweed flour) T3 (T1 with 0,50%

Seaweed flour); T4 (T1 with 0,25% of Seaweed flour using the MAP in substitution

to the FB); e, T5 (T1 with 0,50% of Seaweed flour using the MAP in substitution to

the BF) The birds that received the seaweed flour, and also the ones that received

MAP in substitution to the dicalcium phosphate presented values of weights of yolk

superiors (P <0,05) to those that received ration reference. For quails in posture

with 26 weeks the phosphate monoammonium can be used as alternative source

of match, without altering the eggs quality. The seaweed flour use, showed

evidences of improvement in the eggs quality, however new research must be

carried through to evaluate this hypothesis.

Key Words: calcium, heat, shell thickness, mineral supplements

30

INTRODUÇÃO

A qualidade do ovo é influenciada por diversos fatores incluindo o estresse

calórico sofrido pelas aves. Problemas com a qualidade dos ovos têm o potencial

de causar riscos à saúde e por em questão a confiança dos consumidores na

qualidade e na segurança dos produtos derivados. As perdas na indústria com

problemas de qualidade do ovo estão estimadas em milhões de reais anualmente,

pois aproximadamente 7% da totalidade dos ovos sofrem algum tipo de dano na

casca antes de chegar ao consumidor, impossibilitando-o de ser comercializado

(CAFÉ e JARDIM FILHO, 2003).

A criação de codornas japonesas é um mercado em constante expansão,

onde também ocorrem perdas com a má qualidade da casca do ovo. Melhorias da

porcentagem na qualidade total dos ovos, poderia resultar em economias

significativas à indústria em um mercado cada vez mais competitivo. Os ovos

representam, em média, 1% do faturamento bruto dos supermercados que

comercializam entre duas e cinco variedades do produto. Esta participação pode

chegar a 2,5% nos supermercados que oferecem cerca de 10 tipos e formas de

apresentação do produto (PIRES, 1994). E, finalmente, é na casa do consumidor,

no rompimento da casca, que o ovo conquista seu definitivo crédito de qualidade.

Na coturnicultura, o cálcio e fósforo participam com expressiva proporção

nas rações e a obtenção de fontes alternativas destes minerais é de extrema

importância, pois além de abrir um leque maior de possibilidades no momento de

formulação de rações, abrange também outro aspecto de grande importância, que

é a escassez das fontes deste ingrediente.

As algas marinhas calcáreas são as plantas que crescem naturalmente no

meio marinho e em profundidades das mais variadas. As algas marinhas que se

desenvolvem em grandes profundidades jamais podem ultrapassar as áreas onde

não ocorre o fenômeno da fotossíntese. A renovação é permanente, contanto que

haja incidência de luz natural, se tornando uma fonte de macro e microminerais

renovável. Estas algas vêm sendo utilizadas desde a antiguidade para uso

agrícola, CRESSARD (1991), citado por DIAS (2000), e mais atualmente

empregada na nutrição animal.

31

Segundo ALGAREA (1997), a farinha de algas marinhas (Lithothamnium

calcareum), por ser um produto natural e possuir altos teores de cálcio, apresenta

benefícios, aumentando a resistência da casca do ovo.

Avaliando fontes de fósforo para pintos de corte, VELOSO et al. (1991a)

demonstraram grande potencial do fosfato monoamônio (MAP). Assim, este

estudo teve como objetivo avaliar a qualidade do ovo de codornas japonesas

recebendo MAP e farinha de algas marinhas, criadas no verão.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido no setor de Avicultura da Unidade de Apoio à

Pesquisa do Laboratório de Zootecnia e Nutrição Animal – CCTA/UENF, situado no

Colégio Agrícola Estadual Antônio Sarlo em Campos dos Goytacazes-RJ. O período

experimental foi de 63 dias, com início em dezembro de 2004, época de maiores

temperaturas na região.

Foram utilizadas 320 codornas japonesas fêmeas (Coturnix japonica) com

26 semanas de idade, distribuídas inteiramente ao acaso em quatro baterias de

cinco andares, com cinco tratamentos e quatro repetições com 16 animais por

unidade experimental. Foi adotado o critério de variação máxima de 10% do peso

inicial para formação das unidades experimentais.

Os animais foram mantidos em galpão com telha de barro, com pé direito de

três metros, sem lanternim e sem forro, possuindo paredes laterais teladas

protegidas por cortina confeccionada de lona plástica preta, com o objetivo de

manter temperatura ambiente elevada no interior do galpão, de modo a produzir

condições de calor.

As aves foram alojadas em gaiolas de arame galvanizado, com dimensões

de 1,0 m de comprimento x 0,25 m de largura x 0,20 m de altura, com quatro

subdivisões iguais de 0,25 m, com coletor de fezes sob cada gaiola. Os comedouros

e bebedouros utilizados foram do tipo calha, em chapa metálica galvanizada,

percorrendo toda a extensão das gaiolas. O comedouro foi localizado na parte

anterior e o bebedouro na parte posterior de cada gaiola. Os animais foram

32

mantidos nas gaiolas durante 63 dias (três períodos de 21 dias cada) recebendo

água e ração à vontade.

Os animais receberam rações tendo como fontes de cálcio o calcário e a

farinha de algas marinhas e como fonte de fósforo o fosfato bicálcico e o fosfato

monoamônio. As composições minerais da farinha de algas marinhas e do fosfato

monoamônio se encontram nas tabelas 1 e 2, respectivamente.

As rações experimentais (Tabela 3) foram isoprotéicas (20% PB) e

isoenergéticas (2900 kcal EM/kg de ração) sendo formuladas utilizando milho,

farelo de soja e suplementos vitamínicos e minerais, de acordo com as exigências

nutricionais preconizadas pelo NRC (1994).

Os tratamentos foram:

T1=ração referência, formulada com calcário calcítico e fosfato bicálcico (RRef);

T2=ração referência suplementada com 0,25% de farinha de algas marinhas

(0,25%FA);

T3=ração referência suplementada com 0,50% de farinha de algas marinhas

(0,50%FA);

T4=ração referência suplementada com 0,25% de FA utilizando o MAP em

substituição ao fosfato bicálcico (0,25%FA + MAP) e,

T5=ração referência suplementada com 0,50% de farinha de algas marinhas

utilizando o MAP em substituição ao fosfato bicálcico (0,50%FA + MAP).

33

Tabela 1 - Principais Nutrientes da Farinha de Algas Marinhas (Lithothamnium

calcareum) – Análise Típica * Table 1 – Main Nutrients of the Seaweed flour

Cálcio (Ca) 32,5% Magnésio (Mg) 2,0%Silício (Si) 0,95% Boro (B) 20 ppmCobre (Cu) 2 ppm Enxofre (S) 0,50%Ferro (Fe) 0,25% Manganês (Mn) 20 ppmMolibdênio (Mo) 5 ppm Zinco (Zn) 11 ppmCromo (Cr) 4 ppm Cobalto (Co) 5 ppmCloro (Cl) 0,20% Fósforo (P) 0,03%Potássio (K) 0,01% Sódio (Na) 0,26%Vanádio (V) 4 ppm Níquel (Ni) 10 ppmIodo (I) 12 ppm Selênio (Se) 1 ppmFlúor (F) 800 ppm Antimônio (Sb) < 1 ppmPrata (Ag) < 1 ppm Alumínio (AL) 0,7 %Bário (Ba) 15 ppm Berílio (Be) < 1 ppmBismuto (Bi) 8 ppm Cádmio (Cd) < 1 ppmLantânio (La) 8 ppm Lítio (Li) 5 ppmCádmio (Cd) < 1 ppm Escândio (Sc) < 1 ppmTitânio (Ti) 0,01% Estanho (Sn) < 10ppmTungstênio (W) < 10 ppm Ítrio (Y) 5 ppmZircônio (Zr) 5 ppm Arsênio (As) 4 ppmCério (Ce) 8 ppm Neodímio (Nd) 4 ppmSamário (Sm) 0,5 ppm Európio (Eu) 0,5 ppmGadolínio (Gd) 0,05 ppm Disprósio (Dy) 0,3 ppmHólmio (Ho) 0,05 ppm Érbio (Er) 0,2 ppmItérbio (Yb) 0,2 ppm Lutécio (Lu) 0,05 ppm* Sendo um produto natural os teores acima podem variar *Being above a natural product the tenors can vary

Tabela 2 – Composição química do fosfato monoamônio (MAP) e do fosfato

bicálcico (FB). Table 2 – Chemical composition of monoammonium phosphate and dicalcium phosphate.

%Ca %P %N %F

MAP 0,0% 25,0% 11,0% 0,22%

FB 24,5% 18,5% 0,0% 0,14%

34

Tabela 3- Composição das rações experimentais

Table 3 - Composition of experimental rations

Tratamentos (Treatments) Ingredientes (Ingredients) RRef 0,25%FA 0,50%FA 0,25%FA

+MAP 0,50%FA

+MAP Milho (Corn) 54,480 54,395 54,315 53,101 53,014 Farelo de Soja (Soybean meal) 33,497 33,513 33,528 33,754 33,771 Óleo de Soja (Soybean oil) 3,063 3,092 3,119 3,531 3,560 Calcário (Limestone) 6,467 6,259 6,050 7,282 7,074 Farinha de algas (Seaweed flour) 0,0 0,25 0,50 0,25 0,50 Fosfato Monoamônio (Monoamonium phosphate)

0,0 0,0 0,0 1,174 1,174

Fosfato Bicálcico (Dicalcium phosphate)

1,585 1,585 1,585 0 0

L-Treonina (L-Threonine) 0,045 0,045 0,045 0,045 0,045 DL-Metionina (DL-Methionine) 0,074 0,074 0,074 0,076 0,076 Mistura Mineral1 (Mineral mix) 0,250 0,250 0,250 0,250 0,250 Mistura Vitamínica1

(Vitamin mix) 0,250 0,250 0,250 0,250 0,250 BHT 0,010 0,010 0,010 0,010 0,010 Sal comum (Salt) 0,279 0,277 0,274 0,277 0,275 Total 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00

Composição Calculada (Calculated composition) 2

Proteína Bruta (%) (Crude protein) 20 20 20 20 20 Energia Metabolizável (kcal EM/kg) (Metabolizated energy)

2900 2900 2900 2900 2900

Fibra Bruta (%) (Crude fibre) 2,96 2,96 2,96 2,96 2,96 Lisina total (%) (Total lisine) 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 Metionina + cistina total (Total Methionine + cystine) 0,70 0,70 0,70 0,70 0,70 P disponível (%) (Disponible P) 0,40 0,40 0,40 0,40 0,40 Cálcio (%) (Calcium) 3.00 3.00 3.00 3.00 3.00 Sódio (%) (Sodium) 0,15 0,15 0,15 0,15 0,15 Número de Mongin (NM)3 (Mongin number)

192 192 193 193 193 1Composição/kg: Vit.A , 2.500.000 UI; Vit. D3 625.000 UI; Vit. E, 3.750 mg; Vit. K3, 500mg ; Vit. B1, 500

mg; Vit.B2, 1.000 mg; Vit. B6, 1000 mg; Vit B12, 3.750 mcg; Niacina, 7.500 mg; Ácido pantotênico, 4.000 mg; Biotina, 15 mg; Ácido fólico, 125 mg; Colina, 75.000 mg; Selênio, 45 mg; Iodo, 175 mg; Ferro, 12.525 mg; Cobre, 2.500 mg; Manganês, 19.500 mg; Zinco, 13.750 mg; Avilamicina, 20.000 mg; B.H.T., 500 mg; Vit. C, 12.500 mg.

2Composição calculada de acordo com NRC (1994). 3 Número de Mongin (NM) = (meq / kg Na) + (meq / kg K) - (meq / kg Cl).

O programa de iluminação foi único para todos os grupos experimentais,

sendo fornecida luz total por 17 horas.

As condições de temperatura e umidade do ar, de cada ambiente, foram

monitoradas por termômetros de bulbo seco e bulbo úmido, termômetro de

35

máxima e mínima e termômetro de globo negro. As leituras foram utilizadas para

calcular o Índice de Temperatura de Globo e Umidade (ITGU) através da equação

referenciada por BAÊTA e SOUZA (1997):

ITGU = Tgn + 0,36 Tpo – 330,08 Onde:

Tgn = temperatura do globo negro (oK)

Tpo = temperatura do ponto de orvalho (oK)

Os valores medidos foram obtidos em três leituras diárias, as oito, 13 e 17

horas. Os instrumentos foram instalados a uma altura correspondente a altura

média dos animais.

Para controle de consumo alimentar, as rações de cada repetição dos

tratamentos foram acondicionadas em baldes plásticos devidamente identificados.

O consumo de ração foi medido semanalmente, por meio da diferença entre a

ração fornecida e a sobra, considerando o desperdício.

Nos dois últimos dias de cada período de postura, com duração de 21 dias,

foram coletados ao acaso dez ovos de cada unidade experimental, utilizados para

avaliação das variáveis referentes à qualidade do ovo inteiro e da casca do ovo.

As variáveis de qualidade do ovo avaliadas foram: peso dos ovos (g), peso da

casca (g), percentagem de casca, peso do albúmen (g), percentagem do

albúmen, peso da gema (g), percentagem da gema e espessura da casca (mm), .

Os ovos foram pesados individualmente em balança com aproximação de

0,01g. O peso médio estimado foi referente a cada período de 21 dias.

Os conteúdos internos dos ovos foram retirados manualmente, sendo

pesado a gema e a casca, obtendo o peso do albúmen por diferença.

As cascas foram identificadas e secas em estufa de ventilação forçada por

24 horas a 105oC, após este período foram obtidos o peso das cascas, utilizando-

se balança com aproximação de 0,01g.

As percentagens da casca em relação ao peso do ovo foram calculadas

pela fórmula descrita por ABDALLAH et al. (1993): % casca = [(peso da casca

seca ao ar x 100)/peso do ovo].

36

As percentagens do albúmen e da gema em relação ao peso do ovo foram

calculadas pela fórmula descrita: % albúmen/gema = [(peso do albúmen/gema x

100)/peso do ovo].

A obtenção das espessuras das cascas foi realizada segundo

metodologia descrita por Nordstrom e Ousterhout (1982), citados por MAIA

(1999); e consistiu na retirada de quatro pedaços da casca seca mais a

membrana, medindo entre três e cinco mm2, de posições eqüidistantes da região

equatorial do ovo. As espessuras de cada pedaço foram medidas com micrômetro

externo da marca Mitutoyo modelo 103-137, com curso de 25 mm, leitura de 0,01

mm e exatidão de + 0,002 mm. As espessuras das cascas foram obtidas a partir

da média das quatro medidas mensuradas.

As análises estatísticas das variáveis de qualidade do ovo foram

realizadas, utilizando-se o Sistema de análises estatísticas SISVAR do

Departamento de Ciência Exatas da Universidade Federal de Lavras, segundo

FERREIRA (2000), sendo a soma de quadrados dos tratamentos decomposta em

contrastes ortogonais, seguindo-se o modelo estatístico a seguir:

Yij = μ + Ei + eij ;

Yij = medidas de qualidade do ovo referentes aos tratamentos i na repetição j;

μ = média geral das características; Ei = efeito da utilização da farinha de algas marinhas e MAP i; e

e(i) j = erro aleatório, associado a cada observação.

Os contrastes utilizados estão apresentados na Tabela 4.

37

Tabela 4 - Descrição dos contrastes ortogonais empregados na decomposição da

soma dos quadrados dos tratamentos Table 4 - Description of the contrasts orthogonals used in the decomposition of the sum of the

squares of the treatments

Tratamentos

Finalidade

Contraste RRef 0,25%FA 0,50%FA 0,25%FA

+MAP 0,50%FA

+MAP

A +4 -1 -1 -1 -1 Efeito da FA e MAP

B +2 -1 -1 0 0 Efeito da FA

C 0 +1 -1 +1 -1 Efeito de doses de FA

D 0 +1 +1 -1 -1 Efeito do uso do MAP

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Durante o período experimental a temperatura interna da sala manteve-se

em 26,2±3,60°C, com umidade relativa de 85,8±8,85 e temperatura de globo

negro de 27,5±3,03°C, correspondendo a um índice de temperatura de globo e

umidade (ITGU) calculado de 76,7±3,60. Segundo MURAKAMI e ARIKI (1998), a

temperatura ambiente ideal para codornas após a terceira semana de vida está

entre 18 e 21oC. Diante do exposto por estes autores, as codornas durante o

período experimental não se encontravam em sua temperatura de

termoneutralidade. Porém, os mesmos autores afirmaram que as codornas

japonesas resistem bem às altas temperaturas. Diante dos resultados de ITGU

obtidos neste trabalho, pode-se inferir que as aves foram mantidas em moderado

estresse por calor. Em estudos conduzidos com frangos de corte por OLIVEIRA

NETO (1999), obteve-se ITGU calculado de 72 e 84, caracterizando,

respectivamente, ambiente termoneutro e de calor e, segundo MEDEIROS e

VIEIRA (1994), o ITGU acima de 76 pode ter efeito prejudicial sobre a

homeostase das aves.

Na Tabela 5 estão apresentados os resultados consumo de ração diário

(CRD), peso médio dos ovos (g), peso da casca (g), percentagem da casca, peso

38

do albúmen (g), percentagem do albúmen, peso da gema (g), percentagem da

gema e espessura da casca (mm).

Os resultados de consumo de ração diário (CRD) não foram influenciados

(P>0,05) pelos tratamentos utilizados, resultados semelhantes apresentados por

VELOSO et al. (1991a) com frangos de corte utilizando o MAP e outras fontes

fosfatadas, evidenciaram grande potencial de utilização na nutrição animal das

fontes testadas, sem prejudicar o desempenho animal.

As variáveis avaliadas: peso médio dos ovos, peso da casca, percentagem

da casca, peso do albúmen, percentagem do albúmen e percentagem de gema

não foram influenciadas (P>0,05) pelos tratamentos utilizados, indicando que a

substituição do fosfato bicálcico pelo MAP poderá ser realizado sem prejudicar a

qualidade dos ovos de codornas, reforçando que VELOSO et al. (1991b),

VELOSO et al. (1991c), GOMES et al. (1993) e PAN et al. (2002) confirmaram

sobre a utilização desta fonte.

Com relação à farinha de algas marinhas, os resultados obtidos são

semelhantes àqueles encontrados por PERALI et al. (2003), os quais não

observaram aumento no peso dos ovos de codornas suplementadas com a

farinha de algas marinhas, provavelmente porque o produto não influencia o peso

do albúmen, sendo este responsável por aproximadamente 60% do peso de um

ovo inteiro.

As aves que receberam em suas rações a farinha de algas marinhas e ou

fosfato monoamônio apresentaram valores de peso de gema superiores (P<0,05)

àquelas que receberam a ração referência. O aumento significativo de 6% no

peso de gema pode ser explicado pela variação não significativa observada no

consumo de ração, que foi em média 8% superior nas aves que receberam

farinha de algas e/ou MAP na ração. A presença do fosfato monoamônio pode ter

influenciado o peso da gema, já que o fósforo participa expressivamente na

formação da gema, e o MAP apresenta disponibilidade biológica de fósforo já

verificado por GOMES (1991), VELOSO et al. (1991a), FIGUEIRÊDO et al. (1998a

e 1998b). Entretanto, a composição química variada da farinha de algas pode ter

contribuído para o maior peso da gema.

Embora não tenha sido observado diferença significativa, os tratamentos

que receberam 0,50% de farinha de algas marinhas apresentaram espessura de

39

casca 2,23% superior à média dos demais tratamentos. A maior porosidade e

maior biodisponibilidade de cálcio da estrutura da alga podem ter contribuído para

aumento da espessura da casca. Resultados obtidos por AIRHART et al., (2002)

em pintos de corte justificam esta ocorrência. A melhora na qualidade da casca

poderá minimizar as perdas ocorridas por ovos descartados pela má qualidade da

casca. Resultados apresentados pelo fabricante evidenciaram que a

suplementação com farinha de algas marinhas aumentou a resistência da casca

de ovo de galinhas (ALGAREA, 1997).

Tabela 5 – Resultados de consumo de ração diário (CRD), peso médio dos ovos

(PMO), peso da casca (g), percentagem da casca, peso do albúmen

(g), percentagem do albúmen, peso da gema (g), percentagem da

gema e espessura da casca (mm) Table 5 –Results of feed intake, egg weight, shell weight,shell percentage, albumen weight,

albumen percentage, yolk weight, yolk percentage and shell thickness

Variáveis (Variables)

Tratamentos (Treatments)

RRef 0,25%FA

0,50%FA

0,25%FA+MAP

0,50%FA +MAP

CV(%)

CRD (g/ave/d)

(Feed intake) 19,98 20,96 22,60 22,31 20,65 23,4

PMO (g) (Eggs weight)

10,68 10,89 11,03 10,93 10,66 2,8

Peso Casca (g) (Shell weight)

0,86 1,08 1,13 0,92 0,89 44,6

%Casca (Shell percentage)

8,36 9,94 10,37 8,31 8,51 43,5

Peso Albúmen(g) (Albumen weight)

6,50 6,55 6,52 6,88 6,62 7,8

%Albúmen (Albumen percentage)

62,40 60,52 59,26 61,70 62,77 6,6

Peso Gema (g)1

(Yolk weight) 3,04b 3,20a 3,33a 3,34a 3,13a 5,5

%Gema (Yolk percentage)

29,23 29,53 30,35 29,98 28,71 3,7

Esp. Casca (mm)

1(P<0,05) Médias seguidas de letras distintas na linha diferem entre si, em contrastes ortogonais.

(Shell thickness) 0,236 0,237 0,241 0,236 0,241 4,0

1(P<0,05) Means followed by different letters in a line are different by orthogonals contrasts.

40

CONCLUSÕES

Para codornas em postura com 26 semanas de idade mantidas em

condições de calor, o fosfato monoamônio pode ser utilizado como fonte

alternativa de fósforo, sem prejudicar a qualidade do ovo.

A utilização de farinha de algas marinhas mostrou evidências de melhora

na qualidade da casca de ovos, embora novas pesquisas devem ser realizadas

para validar esta hipótese.

41

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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42

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43

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5. CONCLUSÕES GERAIS

Para codornas em postura com 26 semanas de idade mantidas em

condições de calor, o fosfato monoamônio pode ser utilizado como fonte

alternativa de fósforo, sem prejudicar o desempenho e qualidade do ovo.

A utilização de farinha de algas marinhas mostrou evidências de melhora

no desempenho e qualidade do ovo de codornas em postura, entretanto novas

pesquisas devem ser realizadas para validar esta hipótese.