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1 UTILIZAÇÃO DE ADUBAÇÃO ALTERNATIVA NA PRODUÇÃO DE SILAGEM Jeferson Elias Vital (Bolsista Ações Afirmativas/Fundação Araucária), Luís Fernando Glasenapp de Menezes 2 , Carlos Eduardo Kruger da Silva (Bolsista Ações Afirmativas/Voluntário) Coordenação de Zootecnia Campus Dois Vizinhos Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR Estrada para Boa Esperança, Km 04; (46) 3536-8900 - CEP 85660-000 - Dois Vizinhos - PR [email protected] , [email protected] , [email protected] . Resumo: O objetivo deste trabalho foi avaliar a adubação alternativa na produção de matéria seca (PMS) as formas de adubação utilizadas foram esterco de aves poedeiras, cama de aviário e químico.O experimento foi conduzido no período de 11/2008 e 02/2009. A cultura de milho para a ensilagem foi implantada em parcelas com 25 m 2 em um delineamento inteiramente casualizado, constituído de 3 tratamentos com 5 repetições cada. A produção total -de - matéria seca (PMS) foi maior (P<0,05) com utilização de esterco de aves poedeiras(9.723,9 kg ha -1 ) em comparação com a cama de aviário (6.206,8 kg ha -1 ) enquanto o adubo químico ficou com valores intermediários (7.713,5 kg ha -1 ) Palavras - chave: Adubação orgânica, cama de aviário, esterco de poedeiras. Abstract: The objective of this study was to evaluate the dry matter production (DMP) of different sources of alternative fertilizer. The fertilizer used was chicken manure hens, litter and compost. The study was of 2008/11 to 2009/2. The maize crop was established in experimental plots with 25 m 2 in completely randomized, with 3 treatments and 5 repetitions. The DMP was higher (P<.05) for chicken manure hens (9,723.9 kg.ha -1 ) in relation to litter (6,206.8 kg.ha -1 ) while the compost show midpoint (7,713.5 kg.ha -1 ). Key-words: Organic fertilizer, manure hens, litter INTRODUÇÃO A região do Sudoeste do Paraná se caracteriza pela alta produção avícola, suinícola e leiteira. Essa característica leva a região a produzir grande quantidade de resíduos orgânicos, além de possuir vastas áreas de pastagens e culturas anuais, como milho, sorgo e girassol, para confecções de silagens para alimentação animal. Estes resíduos orgânicos são utilizados na adubação de pastagens e lavouras sem nenhum critério técnico, sem a avaliação das necessidades do solo e das plantas e tão pouco da constituição química dos produtos. Os adubos orgânicos apresentam variabilidade de acordo com o sistema de criação empregado, número de lotes criados sobre a cama, modo e tempo de compostagem, entre outros fatores. Castro (2005) observou teores de N, P e K em cama de aviário de 25,9; 20,6 e 10,0 g/kg, enquanto Andreotti et al. (2005) constataram 19,3; 16,5 e 41,1 g/kg destes macronutrientes. Oliveira et al. (2006) também encontraram valores diferentes (N= 35,3; P = 3,07 e K = 30,0 g/kg). A literatura reporta a mesma variação quando o esterco bovino é analisado, no trabalho de Castro (2005) os teores de N, P e K foram 23,7; 2,18 e 22,50 g/kg, respectivamente. Já na pesquisa de Oliveira et al. (2006) foram constatados valores de 2,8; 3,6 e 4,1 g/kg de N, P e K, respectivamente. Essa variação nos produtos XIV SICITE - UTFPR -*- Volume II -*- Seção Zootecnia 481

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UTILIZAÇÃO DE ADUBAÇÃO ALTERNATIVA NA PRODUÇÃO DE

SILAGEM

Jeferson Elias Vital (Bolsista Ações Afirmativas/Fundação Araucária), Luís Fernando Glasenapp de Menezes2, Carlos Eduardo Kruger da Silva (Bolsista Ações

Afirmativas/Voluntário)

Coordenação de Zootecnia Campus Dois Vizinhos

Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR Estrada para Boa Esperança, Km 04; (46) 3536-8900 - CEP 85660-000 - Dois Vizinhos - PR

[email protected] , [email protected] , [email protected] .

Resumo: O objetivo deste trabalho foi avaliar a adubação alternativa na produção de matéria seca (PMS) as formas de adubação utilizadas foram esterco de aves poedeiras, cama de aviário e químico.O experimento foi conduzido no período de 11/2008 e 02/2009. A cultura de milho para a ensilagem foi implantada em parcelas com 25 m2 em um delineamento inteiramente casualizado, constituído de 3 tratamentos com 5 repetições cada. A produção total -de - matéria seca (PMS) foi maior (P<0,05) com utilização de esterco de aves poedeiras(9.723,9 kg ha -1) em comparação com a cama de aviário (6.206,8 kg ha -1) enquanto o adubo químico ficou com valores intermediários (7.713,5 kg ha -1) Palavras - chave: Adubação orgânica, cama de aviário, esterco de poedeiras. Abstract: The objective of this study was to evaluate the dry matter production (DMP) of different sources of alternative fertilizer. The fertilizer used was chicken manure hens, litter and compost. The study was of 2008/11 to 2009/2. The maize crop was established in experimental plots with 25 m2 in completely randomized, with 3 treatments and 5 repetitions. The DMP was higher (P<.05) for chicken manure hens (9,723.9 kg.ha-1) in relation to litter (6,206.8 kg.ha-1) while the compost show midpoint (7,713.5 kg.ha-1). Key-words: Organic fertilizer, manure hens, litter INTRODUÇÃO A região do Sudoeste do Paraná se caracteriza pela alta produção avícola, suinícola e leiteira. Essa característica leva a região a produzir grande quantidade de resíduos orgânicos, além de possuir vastas áreas de pastagens e culturas anuais, como milho, sorgo e girassol, para confecções de silagens para alimentação animal. Estes resíduos orgânicos são utilizados na adubação de pastagens e lavouras sem nenhum critério técnico, sem a avaliação das necessidades do solo e das plantas e tão pouco da constituição química dos produtos. Os adubos orgânicos apresentam variabilidade de acordo com o sistema de criação empregado, número de lotes criados sobre a cama, modo e tempo de compostagem, entre outros fatores. Castro (2005) observou teores de N, P e K em cama de aviário de 25,9; 20,6 e 10,0 g/kg, enquanto Andreotti et al. (2005) constataram 19,3; 16,5 e 41,1 g/kg destes macronutrientes. Oliveira et al. (2006) também encontraram valores diferentes (N= 35,3; P = 3,07 e K = 30,0 g/kg). A literatura reporta a mesma variação quando o esterco bovino é analisado, no trabalho de Castro (2005) os teores de N, P e K foram 23,7; 2,18 e 22,50 g/kg, respectivamente. Já na pesquisa de Oliveira et al. (2006) foram constatados valores de 2,8; 3,6 e 4,1 g/kg de N, P e K, respectivamente. Essa variação nos produtos

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utilizados não é o único problema na adubação dita orgânica, há também problemas relacionados com o excesso de nutrientes que podem contaminar o solo e lençóis freáticos, quando utilizados sem critérios técnicos.

Além disso, uma das principais dificuldades enfrentadas pela agricultura orgânica reside no aporte de nitrogênio aos sistemas produtivos. Tratando-se de condições tropicais, isto se agrava devido à rápida mineralização da matéria orgânica decorrente de temperatura e umidade elevadas.

A maioria dos estudos sobre o efeito da adubação orgânica foram realizados sobre hortaliças, inexistindo pesquisas sobre a produção de silagem, que é bastante utilizada na alimentação dos rebanhos leiteiros. Com o constante aumento da busca por alimentos oriundos da pecuária sustentável, a utilização de adubos oriundos da própria propriedade ou da região se torna importante.

Este trabalho teve como objetivo encontrar alternativas de adubação orgânica eficientes para produção de plantas para a produção de silagem.

MATERIAIS E METODOS

A pesquisa foi realizada na Universidade Tecnológica Federal do Paraná, no campus de Dois Vizinhos – PR. O experimento foi conduzido de Novembro de 2008 a fevereiro de 2009 “A região fisiograficamente chamada de terceiro planalto paranaense, possui altitude de 520m, latitude de 25°44” Sul e longitude de 53°04” Oeste, sendo o clima do tipo subtropical úmido mesotérmico (Cfa e Cfb), segundo a classificação de Köepen. O solo é classificado como Latossolo Vermelho distroférrico de textura argilosa.

Foram avaliados três fontes de adubos (cama de aviário, esterco de aves e adubo químico) sobre a produção da silagem de milho. Os adubos orgânicos foram adquiridos nas próprias dependências da Universidade Tecnológica Federal do Paraná Campus Dois Vizinhos – Pr. Localizada em uma região com característica de grande produtora de trigo, aves e suínos. As adubação utilizadas para cada tratamento foram definida conforme as analises feitas com cada uma dos adubos e a recomendação para a cultura de milho.A cultura de milho para a ensilagem foi implantada em parcelas com 25 m2 em um delineamento inteiramente casualizado, constituído de 3 tratamentos com 5 repetições cada. Os tratamentos foram submetidos a duas doses de nitrogênio (N) a 33 e 47 dias após a germinação aplicadas em cobertura a lanço, sendo utilizado como fonte de nitrogênio mineral a uréia (45% de N). Para cada aplicação foram utilizados: 75 kg de N ha-1.

As plantas das duas fileiras centrais foram cortadas a 15 cm de altura do solo e utilizadas para determinação da produção de matéria verde e seca (PMV e PMS, t/ha). Foi feito coletas de dez plantas representativas do todo para avaliação da altura e, dessas, três para separação dos componentes estruturais: colmo, folhas e espiga. Imediatamente após o corte, a forragem fresca foi picada em partículas com tamanho médio de dois centímetros e ensilada em protótipos de silos laboratoriais.

Os dados foram submetidos a analise de variância e comparados pelo teste ‘t’ (SAS, 1997)

RESULTADOS E DISCUSSÕES Na tabela 1 estão contidos os resultados para a participação dos componentes da planta e a produção de silagem em função das diferentes formas de adubação. Não houve diferença significativa para altura de plantas, número de planta/metros e componentes da planta. O tipo de adubo utilizado afetou a produção de silagem. A adubação com esterco de aves poedeiras foi superior (9.723,9 kg ha -1) a produção de da lavoura adubada com cama de aviário

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(6.206,8 kg ha -1). No oeste catarinense, MIRANDA et al. (2000) encontraram valores de produção de híbridos de milho na ordem de 39,24 a 46,76 t ha-1 de MV, e uma média de 15,95 t ha-1 de MS.A baixa produção no presente estudo para todos os tratamentos se deve ao déficit hídrico no período do experimento (Tabela 2). Segundo Andrade et al. (1999), embora de pequena magnitude, a menor disponibilidade hídrica e de nutrientes pode resultar em menor desenvolvimento da planta, menor acúmulo de foto assimilados e menor produção de grãos.

Tabela 1. Resultados dos componentes da planta e produção de matéria seca (PMS) da silagem do milho adubados com diferentes fontes.

Cama de aviário Poedeira Químico Altura da planta 1,48 ±0,05 1,54 ±0,05 1,43 ±0,05

Número de plantas por metro

4,06 ±0,4 4,62 ±0,4 3,81 ±0,4

% colmo 22,40 ±4,0 26,58 ±3,6 20,48 ±4,0 % folhas verdes 12,87 ±1,1 10,27±1,0 11,31 ±1,1

% folhas secas 1,72 ±0,4 1,50 ±0,4 1,42 ±0,4 % espiga 35,17 ±2,3 33,20 ±2,1 37,05 ±2,3 % grãos 27,81 ±1,9 28,42 ±1,7 29,71 ±1,9

PMS (ton/há) 6206,8 ±979,0 B 9723,9 ±875,0 A 7713,5 ±979,0 AB Letras diferentes, maiúscula na horizontal se diferem entre si pelo teste ‘t’ a 5%. A superioridade do esterco de poedeiras se deve, principalmente a liberação mais lenta do Nitrogênio (N) da cama de aviário, uma vez que deve ocorrer degradação da maravalha que compõe junto com o esterco das aves esse material. A adubação química apresentou valor intermediário, provavelmente esse tratamento foi prejudicado pela grande volatilização do N, uma vez que os adubos não foram incorporados ao solo e a chuva acumulada durante o experimento foi menos do que a média (Tabela 2). Para Hoffman (2001), os benefícios no uso de estercos animais podem ser assim elencados: melhorias nas propriedades físicas do solo e no fornecimento de nutrientes; aumento no teor de matéria orgânica, melhorando a infiltração da água como também aumentando a capacidade de troca de cátions. A adubação orgânica, principalmente o esterco de poedeiras, se mostrou importante alternativa ao produtor em situação desfavoráveis de clima na produção de silagem . Mais estudos em condições ideais de clima devem ser conduzidos para comprovar a eficiência desses produtos na produção de silagem.

Tabela 2. Chuva acumulada de Novembro de 2008 a fevereiro de 2009 na Universidade

Tecnológica Federal do Paraná – Campus Dois Vizinhos.

Precipitação Nov/2008 Dez/2008 Jan/2009 Fev/2008

Observada, mm 145,8 6,2 100,0 25,8 Normal, mm 140 100 210 120

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CONCLUSÕES A adubação com esterco de aves poedeiras se mostrou mais eficiente quanto à produção de matéria seca de silagem de milho em comparação a adubação com cama de aviário. A adubação com estercos de aves pode ser importante alternativa a adubação química em situações desfavoráveis de clima.

REFERÊNCIAS

ANDRADE, F.H.; VEGA, C.; UHART, S.; CIRILO, A.;CANTARERO, M.; VALENTINUZ, O. Kernel number determination in maize. Crop Science, v.39, p.453-459, 1999 ANDREOTTI, M.; NAVA, I.A.; WIMMER NETO, L.W. et al. Fontes de nitrogênio e modos de adubação em cobertura sobre a produtividade de feijão (Phaseolus vulgaris L.) na “safra das águas”. Acta Scientiarum Agronomia, v.27, n.4, p.595-602, 2005.

CASTRO, C.M.; ALMEIDA, D.L.; RIBEIRO, R.L.D. et al. Plantio direto, adubação verde e suplementação com esterco de aves na produção orgânica de berinjela. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.40, n.5, p.495-502, 2005.

HOFFMANN, I.; GERLING, D.; KYIOGWOM, U.B. & MANÉ-BIELFELDT, A. Farmers management strategies to maintain soil fertility in a remote área in northwest Nigeria. Agric.; Ecosys. Environ., 86:263-275. 2001

MIRANDA, M.; LAJÚS, C.A.; ROCHA, R. Competição de cultivares de milho para ensilagem no oeste catarinense: safra 1999/2000. In:Reunião técnica anual do sorgo, 28;Reunião técnica anual do milho, 45., 2000, Pelotas.Anais... Pelotas: EMBRAPA Clima Temperado, p.56-63, 2000.

OLIVEIRA, N.G.; DE-POLLI, H.; ALMEIDA, D.L. et al. Plantio direto de alface adubada com cama de aviário sobre coberturas vivas de grama e amendoim forrageiro. Horticultura Brasileira, v.24, n.1, 2006.

STATISTICAL ANALYSES SYSTEM - SAS. SAS’S User’s Guide. Cary: 1997. 1052p.

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COMPOSIÇÃO NUTRICIONAL DE FORRAGEIRAS TROPICAIS USADAS NA ALIMENTAÇÃO DE BOVINOS

Silvonei Tiago Ricacheski [Bolsista Ações Afirmativas/ Fundação Araucária], Douglas Sampaio Henrique [Orientador], Mosar Faria Botelho [Colaborador], Cassiano Albino

Lorensetti [Colaborador]

Coordenação de Zootecnia Campus Dois Vizinhos

Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR Estrada para Boa Esperança, km 04 – Dois Vizinhos/PR, Brasil - CEP 85660-000

[email protected], [email protected], [email protected], [email protected]

Resumo – A maior parte da produção pecuária no Brasil é realizada em regime de pastagem, muitas vezes sem a utilização de suplementação com alimentos concentrados. O objetivo do presente trabalho foi determinar a composição bromatológica de seis gramíneas tropicais, normalmente usadas em sistemas de pastejo, para avaliar seu valor nutritivo na alimentação de vacas em lactação. As gramíneas analisadas foram: Capim Elefante Paraíso (Pennisetum glaucum x Pennisetum purpureum cv. Paraiso Matsuda), Capim Elefante Pioneiro (Pennisetum purpurreum Schum cv. Pioneiro), Capim Tanzânia (Panicum maximum cv. Tanzânia), Capim Mombaça (Panicum maximum cv. Mombaça), Capim Xaraés (Brachiaria brizantha cv. Xaraés) e Capim Sudão, (Shorghum sudanense L.). Os valores de PB variaram entre 127,8 g kg-1 e 154 g kg-1 de MS. Os de PIDN variaram de 45,3 g kg-1 a 14,7 g kg-1 de MS. O NNP variou de 10,69 g kg-1 a 16,9 g kg-1 de MS. Os valores de FDN variaram entre 621,7 g kg-1 e 667,6 g kg-1 de MS e a lignina variou de 3,2 g kg-1 a 5,7 g kg-1 de MS. Nem mesmo o Capim Sudão, considerado o mais nutritivo de todos, suportaria a produção de 20 kg de leite por vaca por dia sem a utilização de suplementação concentrada. Palavras-chave: alimentos volumosos, nutrição de ruminantes. Abstract – Most of livestock production in Brazil is performed under grazing system, often without the supplementation with concentrate feed. The objective of this study was to determine the chemical composition of six tropical grasses, commonly used in grazing systems, in order to assess their nutritional value in feed for lactating cows. The following grasses were analyzed: Paradise Elephant Grass (Pennisetum glaucum x Pennisetum purpureum cv. Paraiso Matsuda), Pioneer Elephant Grass (Pennisetum purpurreum Schum cv. Pioneiro), Tanzania Grass (Panicum maximum cv. Tanzania), Mombasa Grass (Panicum maximum cv. Mombaça), Xaraés Grass (Brachiaria brizantha cv. Xaraés) and Sudan Grass (Sorghum sudanense L.). The CP values ranged from 127.8 g kg-1 and 154 g kg-1 of DM. Those of NDIP ranged from 45.3 g kg-1 to 14.7 g kg-1 of DM. The NNP ranged from 10.69 g kg-1 to 16.9 g kg-1 of DM. The values of NDF ranged from 621.7 g kg-1 and 667.6 g kg-1 of DM and lignin ranged from 3.2 g kg-1 to 5.7 g kg-1 of DM. Not even the Sudan grass, considered the most nutritious of all, would support the production of 20 kg of milk per cow per day without the use of concentrate supplementation. Key-words: bulk feeds, ruminant nutrition INTRODUÇÃO O Brasil é o quarto maior país do mundo em área contínua de terras e destaca-se por possuir o maior rebanho bovino comercial do planeta [1]. Com uma área representativa de seu território sob condições de clima tropical, possui a maior parte da atividade pecuária baseada em criação extensiva e, muitas vezes, desprovida de suplementação por concentrados. Devido ao baixo nível tecnológico da maioria das propriedades, nossa produtividade ainda encontra-se muito aquém da observada nos países mais desenvolvidos.

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A pastagem é a principal fonte de alimentação do rebanho brasileiro. Portanto, é necessário conhecer a qualidade e a capacidade produtiva das forrageiras que compõem nossas pastagens, tendo em vista o aperfeiçoamento de técnicas de manejo para aumentar a eficiência da produção [2]. As principais limitações das forrageiras tropicais são: seu baixo teor de proteína e alto teor de fibra que podem limitar o crescimento da microbiota ruminal e a ingestão de alimento pelo animal, respectivamente. Não apenas o teor desses nutrientes é importante, mas a qualidade dos mesmos, pois parte da proteína encontrada na forrageira localiza-se entremeada pela fibra presente na parede celular vegetal, o que influencia sua taxa de degradação no rúmen. Também a fibra, importante fonte de energia para os microrganismos ruminais, pode tornar-se menos digestível devido à presença da lignina que impede o acesso das enzimas microbianas aos seus substratos [3]. Nesse trabalho foi determinada a composição bromatológica de algumas forrageiras tropicais com o objetivo de caracterizá-las nutricionalmente. METODOLOGIA

As amostras de forrageiras tropicais foram coletadas no período de 29/11/2008 à 15/12/2008 em duas propriedades localizadas na região Sudoeste do Paraná, no município de Quedas do Iguaçu. Nessas propriedades, as gramíneas: Capim Elefante Paraíso (Pennisetum glaucum x Pennisetum purpureum cv. Paraiso Matsuda), Capim Elefante Pioneiro (Pennisetum purpurreum Schum cv. Pioneiro), Capim Tanzânia (Panicum maximum cv. Tanzânia), Capim Mombaça (Panicum maximum cv. Mombaça), Capim Xaraés (Brachiaria brizantha cv. Xaraés) e Capim Sudão, (Shorghum sudanense L.) são utilizadas em sistema de pastejo rotativo por vacas em lactação.

A coleta das forragens foi realizada utilizando-se um quadrado de arame com área interna de 0,25m2 que era lançado de forma aleatória em diferentes pontos do piquete. Posteriormente, realizava-se o corte com tesoura de poda a uma altura de aproximadamente 10 cm do solo.

Foram coletados aproximadamente 10 kg de forragem fresca em cada piquete. Após o processo de coleta as amostras foram espalhadas sobre um assoalho de madeira recoberto por papel de jornal e com baixa incidência de luz. O material permaneceu neste local por 15 dias para que ocorresse o processo de fenação. Durante a fase inicial deste processo, as amostras eram revolvidas diariamente para evitar a fermentação devido à grande quantidade de umidade na matéria verde.

Ao término da fenação as amostras foram moídas em um desintegrador, usando uma peneira com porosidade de 5 mm. O resíduo da moagem foi submetido a uma mistura intensa para uma boa homogeneização do material, do qual foi coletado aproximadamente 100 g para a realização das análises bromatológicas no Laboratório de Zootecnia e Nutrição Animal da Universidade Estadual do Norte Fluminense situada no município de Campos dos Goytacazes – RJ.

O período compreendido para a realização das análises foi do dia 07/01/2009 à 04/02/2009. Durante este período foram determinados os teores de proteína bruta (PB), proteína insolúvel em detergente neutro (PIDN), nitrogênio não protéico (NNP), fibra insolúvel em detergente neutro (FDN) e de lignina (LIG) pelo método Lignina Klason de todas as gramíneas citadas anteriormente, segundo as técnicas descritas por [4]

RESULTADOS

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Os valores de PB encontrados nas forrageiras estudadas variaram entre 127,8 g kg-1 de matéria seca (MS) para o Capim Tanzânia a 154 g kg-1 de MS para o Capim Sudão. Enquanto os resultados para PIDN, tiveram maior amplitude de variação, 45,3 g kg-1 de MS no Capim Sudão e 14,7 g kg-1 de MS no Capim Xaraés. O nitrogênio não protéico (NNP) variou de 10,69 g kg-1 de MS para o Capim Pioneiro a 16,9 g kg-1 de MS para o Capim Tanzânia. Os valores de FDN variaram entre 621,7 g kg-1 de MS para o Capim Elefante Paraíso e 667,6 g kg-1 de MS para o Capim Tanzânia e a lignina variou entre 3,2 g kg-1 para o Capim Mombaça e 5,7 g kg-1 de MS para o Capim Paraíso. (Tabela 1).

Tabela 1: Quantidades de Proteína Bruta (PB), Proteína Insolúvel em Detergente Neutro (PIDN), Nitrogênio Não Protéico (NNP), Fibra Insolúvel em Detergente Neutro (FDN) e

Lignina (LIG) dos alimentos. Forrageira PB¹ PIDN¹ NNP¹ FDN¹ LIG² Capim Tanzânia 127,8 22,2 16,9 667,6 4,7 Capim Sudão 154,0 45,3 13,49 624,9 3,7 Capim Xaraés 137,1 14,7 13,87 645,2 4,2 Capim Paraíso 138,5 37,7 12,02 621,7 5,7 Capim Pioneiro 129,5 39,0 10,69 655,9 4,8 Capim Mombaça 130,9 40,2 11,47 661,7 3,2

¹g kg-1 de matéria seca ²percentagem do FDN

DISCUSSÃO E CONCLUSÕES

As concentrações de PB observados na Tabela 1 estão todos acima do limite critico mínimo (60 a 80 g kg-1 de MS) necessário para manter o crescimento normal da microbiota do rúmen [3]. Os valores de NNP e PIDN estão dentro da faixa encontrada por outros autores como [5] e [6]. Entretanto, para utilização em dietas destinadas a vacas em lactação devem ser consideradas as exigências do animal que variam segundo a raça, a massa corporal, e a produção leiteira [7]. Fazendo-se uma simulação, de acordo com os valores de exigências apresentado em [7], para uma vaca de massa corporal igual a 454 kg, produzir 20 kg de leite dia-1 seria necessário que ela consumisse um alimento com teor de proteína equivalente a 140 g kg-1 de MS. Sendo assim, o Capim Sudão seria o único alimento capaz de disponibilizar a quantidade de proteína necessária para este nível de produção, seguido dos capins Paraíso e Xaraés. Entretanto, se considerarmos o total de PB que este animal deveria consumir por dia, 2,24 kg [7] e a partir desse valor estimássemos o consumo necessário de Capim Sudão na base da MS para atender a essa demanda chegaríamos ao total de 14,5 kg de capim por dia.

Segundo [8] o consumo máximo de forragem por uma vaca leiteira pode ser estimado com base no teor de FDN. O referido autor, utilizando dados de vários trabalhos conduzidos em condições de clima temperado, concluiu que 1,2% da massa corporal seria um valor adequado para se estimar a capacidade máxima de ingestão de FDN de uma vaca em lactação. Portanto, uma vaca cuja massa corporal é 454 kg conseguiria consumir no máximo 5,5 kg de FDN por dia.

A concentração de FDN do Capim Sudão que está sendo considerado em nossa simulação foi de 624,9 g kg-1 de MS (Tabela 1). A partir desses valores e do proposto por [8] podemos estimar o máximo de Capim Sudão que o animal considerado em nossa simulação pode ingerir, 8,9 kg de MS.

Se multiplicarmos 8,9 kg (consumo máximo) por 154 g kg-1 (teor de PB do Capim Sudão) obtemos 1,37 kg de PB por dia, ou seja, 870 g a menos que o animal precisa consumir para produzir os 20 kg de leite.

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Outro fator que deve ser considerado é a qualidade da FDN, uma vez que, as forrageiras de clima tropical possuem teores de lignina maiores do que o das de clima temperado. Lignina é a denominação dada a um conjunto de derivados do fenilpropenol [3] que reduz a digestibilidade da fibra e pode consequentemente, aumentar o tempo de retenção dessa fibra no rúmen reduzindo ainda mais o consumo de forragem. O teor de lignina em uma silagem de milho cultivada em clima temperado está em torno de 2,6% da FDN [4] e como pode ser observado na tabela 1, o menor teor de lignina encontrado foi o do Capim Mombaça com 3,2% da FDN. Portanto, para manter níveis razoáveis de produção nas condições tropicais faz-se necessário suplementar os déficits nutricionais das forrageiras por meio de concentrados. Entretanto, o uso do concentrado será mais eficiente se conhecermos a composição nutricional das forrageiras fornecidas aos animais. Dessa forma, se torna possível suplementar os nutrientes que estão deficientes no volumoso sem onerar demais o produtor com o fornecimento inadequado de alimentos concentrados, cujo custo, normalmente, é maior do que dos volumosos. REFERÊNCIAS [1]TEIXEIRA, J. R. F.; SILVA, M. A.; Tipologia de Sistemas de produção bovina com ênfase na ocorrência de ectoparasitoses. Revista Brasileira de Zootecnia, v.36, n.6, p.2176-2183, 2007. [2] TRINDADE, J. K.; CARNEIRO da SILVA, S.; SOUZA JÚNIOR, J.; GIACOMINI, A. A.; ZEFERINO, C. V.; GUARDA, V. D. A.; CARVALHO, P. C. F. Composição morfológica da forragem consumida por bovinos de corte durante o rebaixamento do capim-marandu submetido a estratégias de pastejo rotativo. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília. V.42, .6, p.883-890, jun. 2007. [3] VAN SOEST, P. J. NUTRITIONAL ECOLOGY OF THE RUMINANT. 2. ed. Ithaca:

Cornell University Press, 1994. 476p. [4] SILVA, D. J.; QUEIROZ, A. C. ANÁLISE DE ALIMENTOS: MÉTODOS QUÍMICOS

E BIOLÓGICOS. 3. ed. Viçosa: Editora UFV, 2002. 235p. [5] MALAFIA, P. A. M.; VALADARES FILHO, S. C.; VIEIRA, R. A. M. et al.

Determinação e cinética ruminal das frações protéicas de alguns alimentos para ruminantes. Revista Brasileira de Zootecnia, v.26, n.6, p.1243-1251, 1997.

[6] CABRAL, L. S.; VALADARES FILHO, S. C.; MALAFAIA, P. A. M. et al. Frações protéicas de alimentos tropicais e suas taxas de digestão estimadas pela incubação com proteases ruminais. Revista Brasileira de Zootecnia, v.29(6), p.2316-2324, suplemento 2, 2000.

[7] NATIONAL RESEARCH COUNCIL. NUTRIENT REQUIREMENTS OF DAIRY CATTLE. 7th. ed. Washington: National Academy Press, 2001. 381p. [8] MERTENS, D. R. Predicting intake and digestibility using mathematical models of ruminal function. Journal of Animal Science. p.1548-1558, 1987.

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PRODUÇÃO DE FRANGOS DE CORTE COM DIFERENTES TIPOS DE

CAMA E PESOS INICIAIS AO ALOJAMENTO ‘

Sandro José Paixão, Angélica Signor Mendes, Juliéli Marostega

Coordenação de Zootecnia Campus Dois Vizinhos

Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR Estrada para Boa Esperança, Km 04 – Dois Vizinhos/PR, Brasil - CEP 85660-000

[email protected], angé[email protected], [email protected]

Resumo - O objetivo do estudo foi avaliar dois pesos iniciais de alojamento e dois tipos de cama sob os parâmetros de peso médio, ganho de peso, consumo de ração, conversão alimentar e mortalidade em frangos de corte. O experimento foi conduzido em aviário experimental (104 m²) locado nas dependências da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campus Dois Vizinhos, entre os meses de setembro a novembro de 2008. Utilizou-se 12 boxes (2 m2 cada), onde alojaram--se 20 aves por box, na densidade de 12 aves/m². As aves utilizadas eram fêmeas, da linhagem comercial Cobb® e provenientes do mesmo lote de matrizes. O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado em arranjo fatorial 2 x 2, sendo dois pesos iniciais de alojamento (leve: 34,8 g e pesado: 40,3 g) e dois tipos de cama (maravalha e serragem) com três repetições. Os dados obtidos foram analisados pela ANOVA e as médias foram comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade (SAS, 2003). O peso inicial dos pintos de corte ao alojamento afeta as variáveis analisadas. As aves alojadas com maior peso inicial apresentaram maior peso vivo final e consumo de ração. O tipo de cama não afetou o desempenho das aves. Palavras-chave. desempenho, maravalha, serragem. Abstract - This study aimed to evaluate two initial weights and two litter types under the parameters of body weight, weight gain, feed intake, feed conversion and mortality on broilers. This experiment was conducted in an experimental poultry house (104 m²) located in the University Technological Federal of Paraná, Campus Dois Vizinhos, during September to November of 2008. It was used 12 boxes (each 2 m²), where 20 birds/box, with a density of 12 birds/m². It was used 240 birds (females) the commercial line Cobb® in a randomized design and 2 x 2 factorial arrangement with two initial weights (light: 34.8 g; heavy: 40.3 g) and two litter types (shavings and sawdust) with three replications. The data were analyzed by ANOVA method (SAS, 2003) and the averages compared by Tukey test at 5% probability. It was concluded that the initial weight of the birds is a determining factor in their performance, with higher body weight and feed intake for birds housed with more weight. The litter type did not affect the bird’s performance. Key-words. performance, shavings, sawdust.

INTRODUÇÃO

O desempenho produtivo do frango de corte está diretamente relacionado à qualidade de pintos de um dia. Segundo Gomes et al. (2008) a uniformidade, o tamanho e o peso ao primeiro dia de vida das aves são considerados os principais fatores da cadeia produtiva. O material normalmente utilizado como cama na criação intensiva de frangos de corte no Brasil é a maravalha. Dependendo da época e/ou da região, há uma carência desse substrato, razão pela qual o produto pode atingir valores de mercado elevados. A procura por materiais alternativos que permitam obter a mesma eficiência técnica da maravalha tem sido uma constante. Diversos materiais têm sido testados, dentre eles, casca de arroz, sabugo de milho, capim cameron, resíduos da cultura de soja, resíduos da cultura de milho, serragem, gesso refinado, dentre outros (Sklan et al., 2003).

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Desta forma, o presente estudo objetivou avaliar a influência do peso inicial do pintinho, bem como, tipos de cama, sobre o desempenho de frangos de corte. METODOLOGIA

O experimento foi conduzido no setor de avicultura da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campus Dois Vizinhos, entre os meses de setembro e novembro de 2008. Foram utilizados 240 pintos de corte (fêmeas) da linhagem comercial Cobb®, provenientes do mesmo lote de matrizes, fornecidos por um incubatório local. Os animais foram divididos em 12 boxes com 2m² cada. Foram alojadas 20 aves por boxe na densidade de 12 aves/m². Utilizou-se um galpão experimental de alvenaria (104 m²), com cumeeira na orientação leste-oeste, coberto com telhas de barro, com mureta lateral de alvenaria de 0,40 m, protegido por cortina plástica amarela, com sistema móvel de catraca para sua movimentação no controle do conforto térmico.

As aves foram criadas durante 42 dias com água e alimentação à vontade. O fornecimento da ração foi realizado diariamente em três horários: às 7h00, às 13h00 e às 18h00, onde as sobras de ração eram mensuradas. Os boxes foram equipados durante as fases iniciais com campânulas a gás, para aquecimento dos pintos, comedouros e bebedouros do tipo tubular infantil. O controle do aquecimento, bem como, o manejo das cortinas, foi realizado de acordo com a necessidade das aves, com a aferição das condições ambientais realizada por meio de um termômetro digital alocado na altura das aves. Gradativamente, os equipamentos para a fase inicial foram substituídos por comedouros tubulares e bebedouros pendulares, e o aquecimento deixou de ser utilizado quando as aves atingiram 15 dias de idade. O programa de luz adotado compreendeu 19 horas de iluminação por dia, em todas as fases de criação.

Foram avaliados o peso vivo nas diferentes fases de vida, o ganho de peso semanal , o consumo de ração, a conversão alimentar e a mortalidade dos animais. Para o cálculo do ganho de peso, todas as aves eram pesadas semanalmente por meio de uma balança comercial de plataforma da marca Toledo®. O consumo de ração era contabilizado diariamente descontando-se as sobras de ração e a conversão alimentar, foi calculado dividindo-se o consumo semanal de ração pelo peso vivo.

O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado em esquema fatorial 2 x 2, composto de dois tipos de cama (serragem e maravalha) e dois pesos iniciais de alojamento: pintos leves (34,8 g) e pesados (40,3 g), totalizando quatro tratamentos, com três repetições. Os dados obtidos foram analisados pela ANOVA e as médias comparadas pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade de erro (SAS, 2003). RESULTADOS

Os resultados obtidos para a avaliação do desempenho produtivo das aves em função dos diferentes tratamentos são descritos na Tabela 1. Na Tabela 2 apresenta-se os resultados obtidos pela Análise de variância (P-valor) para o peso médio das aves.

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Tabela 1. Resultados médios obtidos para a avaliação de desempenho produtivo das

aves.

Idade (dias) Pesado/Maravalha Leve/Maravalha Pesado/Serragem Leve/Serragem

Peso vivo (g) 8 161,00 147,33 163,17 153,00 15 461,00 426,00 441,67 437,67 22 926,67 832,00 901,67 908,67 29 1.429,67 1.299,33 1.401,00 1.385,00 36 1.970,00 1.794,00 1.921,67 1.934,00 42 2.372,67 2.175,00 2.283,67 2.355,00 Ganho de peso (g) 8 121,7 112,8 122,6 115,4 15 297,1 276,0 278,5 286,7 22 465,7 398,2 460,0 463,5 29 503,0 467,3 483,3 476,3 36 540,3 494,7 520,7 549,0 42 402,7 381,0 362,0 382,8 Conversão alimentar 8 0,979 0,975 0,935 0,926 15 1,268 1,244 1,267 1,258 22 1,340 1,370 1,301 1,338 29 1,493 1,526 1,479 1,549 36 1,650 1,691 1,646 1,689 42 1,708 1,740 1,724 1,759 Consumo de ração (g) 8 157,3 143,7 152,5 139,1 15 417,8 376,8 407,2 391,5 22 804,0 725,2 765,8 761,4 29 1.295,2 1.192,4 1.270,8 1.273,2 36 1.899,2 1.740,7 1.837,2 1.825,2 42 2.085,2 1.917,1 2.030,6 2.028,8

Tabela 2. Análise de variância (P-valor) para o peso médio das aves.

Variável Semana

1Semana

2Semana

3Semana

4Semana

5Semana

6Peso inicial 0,004 0,021 0,002 0,002 0,004 0,01 Tipo de cama 0,583 0,648 0,181 0,542 0,582 0,963 Peso*Cama 0,655 0,515 0,073 0,094 0,044 0,059

CV (%): Semana 1 = 3,37; Semana 2 = 3,82; Semana 3 = 3,25; Semana 4 = 2,99; Semana 5 = 2,98; Semana 6 =

3,24.

DISCUSSÃO E CONCLUSÕES

Conforme a Análise de Variância, houve efeito significativo (P < 0,05) do peso inicial de alojamento sobre o peso médio das aves, em todo o período de produção (1 a 42 dias), em que as aves alojadas com maior peso inicial mantiveram as maiores médias de peso até o

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abate. Isto significa que as aves alojadas com menor peso inicial não conseguiram recuperar o peso, mesmo durante seis semanas de produção com idêntico manejo. Observa-se, de modo geral, que pintinhos mais pesados ao alojamento apresentaram peso vivo aos 42 dias de idade 1,07 % superior ao dos pintinhos alojados com menor peso. Esse resultado concorda com Gomes et al. (2008) no relato de que pintos mais pesados ao alojamento apresentaram melhor desempenho durante o período total do experimento, com peso vivo aos 49 dias de idade 1,8 % superior ao dos pintinhos alojados com menor peso.

Entretanto, não houve efeito significativo (P > 0,05) do tipo de cama sobre o peso médio das aves, conforme observa-se na Tabela 2. Logo, percebe-se que os pintos alojados com maior peso inicial, de maneira geral, obtiveram maior peso independente do tipo de cama, efeito igualmente constatado para a variável ganho de peso, mesmo sem diferença estatística (P > 0,05). Para a mortalidade também não constatou-se diferença significativa frente aos tratamentos.

Esses resultados estão de acordo com Maiorka et al. (2003), ao constatarem que pintos com diferentes pesos corporais ao alojamento apresentam curvas de crescimento diferenciadas, o que pode resultar em diferenças de desempenho, normalmente favoráveis às aves com maior peso corporal inicial, pois sabe-se que o peso à eclosão ou peso no momento do alojamento é altamente correlacionado ao peso vivo durante o crescimento de frangos de corte.

Não foram observadas diferenças significativas para a conversão alimentar (CA) das aves (P > 0,05), porém os pintos alojados com maior peso inicial mantiveram as melhores conversões independente do tipo de cama, após os 36 dias de idade. Esse resultado está de acordo com Gomes et al. (2008), porém discorda de Stringhini et al. (2003) que relatam efeito do peso inicial dos pintos sobre a CA apenas na primeira e na última semana de criação.

Quanto ao Ganho de Peso semanal (GP) houve interação entre os fatores avaliados para a idade de 22 dias, em que as aves criadas sobre cama de maravalha apresentaram maior GP. Já para o consumo de ração, constatou-se efeito significativo em função do peso inicial de alojamento, em que os pintos mais pesados consumiram mais ração durante todo o período de estudo. Porém, o tipo de cama não afetou o consumo de ração (P > 0,05). AGRADECIMENTOS

À empresa Rações Colina, pelo fornecimento de ração para a produção das aves.

REFERÊNCIAS [1] GOMES, G.A.; ARAÚJO, L.F.; PREZZI, J.A. et al. Tempo de fornecimento da dieta pré-

inicial para frangos com diferentes pesos ao alojamento. Revista Brasileira de Zootecnia, v.37, n.10, p.1802-1807, 2008.

[2] SKLAN, D.; HEIFETZ, S.; HALEVY, O. Heavier chicks at hatch improves marketing body weight by enhancing skeletal muscle growth. Poultry Science, v.82, p.1778-1786, 2003.

[3] MAIORKA, A.; LUQUETTI, B.C.; ALMEIDA, J.G. et al. Idade da matriz e qualidade de pinto. In: MACARI, M.; GONZALES, E. (Eds.). Manejo incubação. 2.ed. Jaboticabal: FACTA, 2003. p.361-377.

[4] STRINGHINI, J.H.; RESENDE, A.; CAFÉ, M.B. et al. Efeito do peso inicial dos pintos e do período da dieta pré-inicial sobre o desempenho de frangos de corte. Revista Brasileira de Zootecnia, v.32, n.2, p.353-360, 2003.

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TIPOS DE CAMA E PESOS AO ALOJAMENTO AVALIADOS COM AUXÍLIO DA METODOLOGIA GAIT SCORE

Juliéli Marostega, Angélica Signor Mendes, Sandro José Paixão

Coordenação de zootecnia Campus Dois Vizinhos

Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR Estrada para Boa Esperança, Km 04 – Dois Vizinhos/PR, Brasil - CEP 85660000

[email protected], [email protected], [email protected],

Resumo - Este experimento foi conduzido em um aviário experimental (104 m²) locado nas dependências da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campus Dois Vizinhos, entre os meses de setembro a novembro de 2008. Utilizou-se 12 boxes (2 m2 cada), onde alojou-se 20 aves por box, na densidade de 12 aves/m². O objetivo deste estudo foi avaliar dois tipos de cama e dois pesos iniciais ao alojamento sobre os parâmetros de umidade da cama e de incidências de lesões no peito e coxim plantar em frangos de corte, adotando-se a metodologia gait score para as análises das lesões. Foram utilizadas 240 aves (fêmeas) da linhagem comercial Cobb® e provenientes de mesmo lote de matrizes, em delineamento inteiramente casualizado e arranjo fatorial 2 x 2, sendo dois pesos iniciais de alojamento (leve: 34,40 a 35,22 g e pesado: 39,29 a 41,30 g) e dois tipos de cama (maravalha e serragem) com três repetições.. Ao final do experimento os dados obtidos foram analisados pelo método ANOVA (SAS, 2003) e as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Concluiu-se que o tipo de cama não afetou as lesões no peito e no teor de umidade, porém a cama de maravalha causou maior incidência de lesões no coxim plantar. Palavras–chave: Frangos de corte, Lesões no coxim plantar, Lesões no peito, Umidade da cama. Abstract - This experiment was conducted in an experimental poultry house (104 m²) located in the University Technological Federal of Paraná, Campus Dois Vizinhos, during September to November of 2008. It was used 12 boxes (each 2 m²), where 20 birds/box, with a density of 12 birds/m². This study aimed to evaluate two initial weights and two litter types under the parameters of moisture of litter, foot pad and breast blister, on broiler production using the methodology Gait Score. It was used 240 birds (females) the commercial line Cobb® in a randomized design and 2 x 2 factorial arrangement with two initial weights (light: 34.40 to 35.22 g; heavy: 39.29 to 41.30 g) and two litter types (shavings and sawdust) with three replications. The data were analyzed by ANOVA method (SAS, 2003) and the averages compared by Tukey test at 5% probability. It was concluded that the type of litter did not affect the breast blisters and the moisture, but the litter of shavings increased incidence of foot pad. Keywords: Broilers, Breast blisters, Foot pad, Moisture.

INTRODUÇÃO

A uniformidade, o tamanho e o peso ao primeiro dia de vida das aves são considerados os principais fatores da cadeia produtiva. Além disso, as lesões na carcaça de frangos de corte despertam interesses por causa dos prejuízos que acarretam aos produtores, decorrentes da condenação parcial ou total das carcaças, da redução no valor do produto final e da redução na velocidade de processamento industrial (Oliveira et al., 2002).

O material a ser utilizado como cama para as aves também é um dos fatores determinantes do estado da pele das mesmas, o qual tende a provocar maior incidência de lesões e consequentemente acarretando em um ambiente inadequado para a criação,

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pois alguns materiais podem aumentar a incidência dessas lesões, principalmente no peito e coxim plantar, e também apresentar alto teor de umidade. Desta forma, este estudo objetivou avaliar a influência de dois tipos de cama sobre a incidência de lesões (calo de peito e coxim plantar) em frangos de corte e no teor de umidade da cama, utilizando a metodologia gait score.

METODOLOGIA

O experimento foi conduzido no setor de avicultura da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campus Dois Vizinhos, entre os meses de setembro a novembro de 2008. Foram utilizados 240 pintos de corte (fêmeas) da linhagem comercial Cobb® e provenientes de mesmo lote de matrizes, fornecidos por um incubatório local. As aves foram distribuídas em delineamento inteiramente casualizado em esquema fatorial 2 x 2, composto de dois tipos de cama (serragem e maravalha) e dois pesos iniciais de alojamento: peso leve (34,40 a 35,22 g) e pesado (39,29 a 41,30 g), totalizando quatro tratamentos, cada um com três repetições de 20 aves.

As aves foram criadas durante 42 dias com água e alimentação à vontade. O fornecimento da ração foi realizado diariamente em três horários: às 7h00, às 13h00 e às 18h00.

Os 12 boxes (2 m² cada) instalados em um galpão de alvenaria (104 m²), foram equipados durante as fases iniciais com campânulas a gás, para aquecimento dos pintos e comedouros e bebedouros do tipo tubular infantil. O controle do aquecimento, bem como o manejo das cortinas foi realizado de acordo com a necessidade das aves, com a aferição das condições ambientais realizadas por meio de um termômetro digital alocado na altura das aves. Gradativamente, os equipamentos para a fase inicial foram substituídos por comedouros tubulares e bebedouros pendulares, e o aquecimento deixou de ser utilizado. O programa de luz adotado compreendeu 19 horas de iluminação por dia, em todas as fases de criação.

Foram avaliados a umidade presente na cama semanalmente durante todo o período experimental e as lesões no coxim plantar e no peito semanalmente, após as aves completarem 14 dias de idade.

Para as análises das lesões no coxim plantar adotou-se os seguintes escores (Oliveira, 2002): 0 – normal (sem queimaduras, crostas ou lesões); 1 – coxim queimado (apenas a derme); 2 – coxim com crostas (lesão cicatrizada) em um ou ambos os pés; e 3 – coxim com lesão (ferida aberta) em um ou ambos os pés. Para as lesões no peito, adotaram-se os escores relatados por Angelo et al. (1997): 0 – sem lesão; 1 – com lesão e sem inflamação; e 2 – com lesão e inflamado.

Quanto às análises do teor de umidade, utilizou-se o Método de Determinação do Grau de Umidade recomendado pelo Ministério da Agricultura (Brasil, 1992). As amostras de cama foram coletadas semanalmente em dois distintos pontos para cada box, evitando-se as áreas próximas e embaixo do comedouro e do bebedouro.

Os dados obtidos foram analisados pela ANOVA (SAS, 2003) e as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

RESULTADOS

Quanto às lesões no peito e no coxim plantar, houve diferença significativa do tipo de cama apenas sobre as lesões no coxim plantar (P < 0,05), não constatando-se

XIV SICITE - UTFPR -*- Volume II -*- Seção Zootecnia 494

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efeito do peso inicial de alojamento para ambas as lesões, conforme observa-se na Tabela 1.

Tabela 1. Avaliação de lesões no peito e coxim plantar, dos frangos de corte criados

com distintos pesos ao alojamento e tipos de cama.

Peso ao alojamento

Lesões Cama Pesado

(34,40 a 35,22 g) Leve

(39,29 a 41,3 g) Média CV

(%)¹ Maravalha 0 0 0Serragem 0 0 0Peito

Média 0 0 0 13,19

Maravalha 1A 0,97A 0,985aSerragem 0,35B 0,27B 0,31b

Coxim plantar

Média 0,68a 0,62a 0,65 12,67

1. Coeficiente de variação, obtido com médias transformadas (Öx+1). Médias seguidas de letras minúsculas e maiúsculas diferentes, nas linhas e nas colunas, respectivamente, diferem entre si pelo teste de Tukey (P < 0,05).

DISCUSSÃO E CONCLUSÕES

Não foram observadas diferenças significativas para a umidade presente na cama das aves frente aos distintos substratos utilizados (P > 0,05). Esse resultado está de acordo com os resultados de Lien et al. (1998), que avaliando a umidade de camas de frango não verificaram diferenças entre os teores de cada uma delas (26%) na sétima semana de uso.

Através da Tabela 1 percebe-se que as lesões no peito se mantiveram no menor nível, ou seja, no grau de menor severidade. Esse resultado concorda com Oliveira et al. (2002) que igualmente não encontraram diferenças significativas para lesões no peito em frangos de corte, criados em distintas camas e densidades. Já Angelo et al. (1997), encontraram resultados que não diferiram entre si, cujo valor médio foi de 0,54 para lesões no peito.

Quanto às lesões de coxim plantar, observa-se pela Tabela 1, que a cama de maravalha apresentou as maiores incidências de lesões, indicando a cama de serragem como a menos nociva ao sistema locomotor das aves. Para Oliveira et al. (2002), houve diferença estatística de lesões no coxim plantar em função do tipo de cama, da densidade populacional e da interação tipo de cama x densidade. Porém os autores constataram que as lesões de coxim plantar foram mais severas nas aves alojadas sobre a serragem (1,05 e 1,20, respectivamente) em comparação com a maravalha, discordando dos resultados obtidos neste estudo.

Através da Figura 1, pode-se observar o comportamento da umidade da cama e das lesões no coxim plantar nas aves, ao longo do período experimental. Observa-se que a umidade presente na cama, independente do tipo de material, aumentava ao logo dos dias, resultado esperado devido ao acréscimo de umidade liberado pelas aves nos excrementos. A cama de maravalha, mesmo sem comprovação estatística, apresentou menor umidade, concordando com Pearson et al. (2000), que verificaram que quanto menor o tamanho da partícula do substrato, maior foi a retenção de água.

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Para as lesões no coxim plantar, houve um aumento ao longo dos dias para as aves criadas sobre a maravalha, porém esse efeito não foi observado para as aves criadas sobre a serragem.

0

0,2

0,4

0,6

0,8

1

1,2

1,4

1,6

1,8

8 15 22 29 36 42Dias

0

10

20

30

40

50

60

Lesões/Maravalha Lesões/Serragem Umidade/Maravalha Umidade/Serragem

Figura 1. Comportamento da umidade da cama e das lesões no coxim plantar das aves, durante o período experimental.

REFERÊNCIAS [1] BRASIL. Ministério da Agricultura e Reforma Agrária. Regras para análise da

qualidade e produtividade. Brasília, 1992. 180p. [2] LIEN, R.J.; HESS, J.B.; CONNER, D.E. et al. Peanut hulls as a litter source for

broiler breeder replacement pullets. Poultry Science, v.77, p.41-46, 1998. [3] ANGELO, J.C.; GONZALES, E.; KONDO, N. et al. Material de cama: qualidade,

quantidade e efeito sobre o desempenho de frangos de corte. Revista Brasileira de Zootecnia, v.26, n.1, p. 121-130, 1997.

[4] OLIVEIRA, M.C.; GOURLART, R.B.; SILVA, J.C.N. Efeito de duas Densidades e dois Tipos de Cama sobre a Umidade da Cama e a Incidência de Lesões na Carcaça de Frango de Corte. Ciência Animal Brasileira, v. 3, n. 2, p.7-12, 2002.

[5] PEARSON, E.G.; LEAVENGOOD, S.; REEB, J.E. Comparison of the absorptive capacity of shavings of western juniper, western redcedar, and douglas-fir for animal bedding. Forest Products Journal, v.50, p.57-61, 2000.

Esc

ore

dasl

esõe

sno

coxi

mpl

anta

r

Um

idadeda

cama

(%)

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Page 17: UTILIZAÇÃO DE ADUBAÇÃO ALTERNATIVA NA PRODUÇÃO DE

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DAS SILAGENS DE MILHO PRODUZIDAS NO ANO 2008/2009 DE PROPRIEDADES LEITEIRAS

DO SUDOESTE DO PARANÁ

Valmir da Cunha Vieira [Mestrando PPGA-UTFPR], Sidney Ortiz [Bolsista PIBIT/CNPq] Patrícia Bertoncelli [Bolsista PIBIC/Fundação Araucária] Wagner Paris

[Colaborador], Thomas Newton Martin [Orientador, Tutor PET-Zootecnia]

Coordenação de Horticultura/Zootecnia Campus Dois Vizinhos

Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR Estrada para Boa Esperança Km 4 – Dois Vizinhos – PR - CEP 85660-000

[email protected], [email protected] , [email protected] ,

[email protected] , [email protected],

Resumo: Este trabalho teve como objetivo a avaliação da qualidade das silagens de propriedades leiteiras na região sudoeste do Paraná. A produção de silagens de alta qualidade tem relação com a escolha dos híbridos, condução da lavoura, colheita, compactação, e um adequado processo fermentativo. Foram realizadas análises de silagens de milho de propriedades leiteiras da região sudoeste do Paraná, sendo as variáveis observadas as seguintes variáveis matéria seca, proteína bruta, fibra detergente neutro, fibra detergente ácida, extrato etéreo, ingestão de matéria seca, digestibilidade da matéria seca e valor relativo nutricional. Algumas propriedade apresentam silagens de ótima qualidade enquanto outras devem apresentar melhorias no sistema de modo a atingir os teores nutritivos mínimos que estão abaixo dos recomendados. Palavras-chave: Ingestão matéria seca, Valor relativo nutricional Abstract: This work had the purpose the evaluation of the quality of the ensilages of milk properties in the southwestern region of the Parana, State. The production of ensilages of high quality has relation with the choice of the hybrids, conduction of the farming, harvest, compacting, and one adjusted fermentative process. Ensilages analyses of the southwestern properties region of the Parana, State, had been carried through, being the observed variable the following variable dry substance, rude protein, fiber neutral detergent, acid fiber detergent, etereo extract, ingestion of dry substance, digestibility of the dry substance and nutritional relative value. Some property presents ensilages of excellent quality while others must present improvements in the system in order to reach the minimum nutritional texts that are below of the recommended ones. Key-words: Dry matter ingestion, relative nutritive value INTRODUÇÃO

A planta de milho é a mais utilizada para a produção de silagem para alimentação animal. Suas características de alta produção de massa por unidade de área e facilidade de estocagem, permitem ao produtor ter alimento aos animais em períodos de escassez [1]. O milho tem como características bromatológicas alto teor de matéria seca (MS) em torno de 30 a 35%, baixo poder tampão, e no mínimo 3% de carboidratos solúveis na matéria original e proporcionar uma boa fermentação microbiana [2]. A cultivar de milho utilizada na produção de silagem, destaca-se dentre os fatores que interferem na

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quantidade e qualidade da forragem produzida. Apesar da importância da qualidade da forragem fornecida aos animais, são pouco comuns resultados de pesquisa referentes à avaliação da qualidade da silagem de diferentes híbridos de milho [3].

Apesar da silagem de milho ser suficientemente conhecida, ainda convive-se com conceitos distorcidos que são aplicados na escolha dos cultivares, aos tratos culturais, e durante a ensilagem, onde a qualidade do produto final não é priorizada [4]. Em sua grande maioria os trabalhos encontrados na literatura comprovam a existência de ampla variabilidade entre os híbridos, para produtividade de matéria seca da silagem e produção de grãos[5]. Além disso, os híbridos disponíveis no mercado apresentam forte interação genótipos x ambientes sendo necessárias avaliações em vários locais para a identificação daqueles com melhor desempenho em regiões específicas.

A deficiência de informação sobre os melhores híbridos para silagem leva os produtores a seguirem a recomendação dos lojistas e vendedores de campo que muitas vezes sucumbem pelos apelos comerciais e de marketing.

Dessa forma, objetivou-se com esse trabalho a verificação da variabilidade das silagens utilizadas em propriedades rurais do sudoeste do Paraná. METODOLOGIA

Foram coletadas amostras de silagens de milho em propriedades leiteiras da região sudoeste do Paraná, nos municípios de São João (7), Mangueirinha (4), Sulina (3), São Jorge D’Oeste (4), Coronel Vivida (5), Honório Serpa (5), Itapejara D’Oeste (4), Verê (3), perfazendo um total de 35 amostras. O material foi coletado em sacos plásticos identificados com: nome do produtor, data, tipo de silagem e município. As amostras foram prensadas manualmente para a retirada do ar, lacrado o saco plástico com fita adesiva e colocado em caixa de isopor com gelo em gel, e posteriormente eram congeladas para envio ao laboratório. As análises foram realizadas nos laboratórios das empresas de nutrição animal Nutron (Toledo-PR) e Nuvital (Curitiba-Pr).

Para determinar a matéria seca, foi utilizada estufa de ar forçado a 55C. Para a determinação da proteína bruta, as amostras da silagem foram digeridas em acido sulfúrico em presença de pentóxido de fósforo e acrescentado permanganato de potássio para produzir a oxidação e formar sulfato de amônia para posterior destilação, titulação e determinação da proteína bruta [6]. A fibra em detergente neutro e em detergente ácido foi determinada como os resíduos após tratamento com solução neutra e ácida. O extrato etéreo foi determinado após o tratamento com éter, obtidas pela diferença, antes e após a extração com éter. A ingestão de matéria seca foi determinado através dos valores de fibra em detergente neutro e ácido. Para determinação da digestibilidade da matéria seca, utilizou fluido do rumem e meio de cultura simular ao processo anaeróbico de fermentação ruminal [7].

As variáveis observadas foram: Matéria seca (MS), Proteína Bruta (PB), Fibra detergente neutro (FDN), Fibra detergente ácida (FDA), extrato etéreo (EE), Ingestão de matéria seca (IMS), Digestibilidade da matéria seca (DMS) e Valor relativo nutricional (VRN). Foram feitas análises estatísticas de média, mínimo, máximo, desvio padrão, utilizando o programa Microsoft Excel®. RESULTADOS

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Os valores nutricionais da silagem estão intimamente relacionados à tecnologia de produção empregada pelo produtor, principalmente no que se refere ao preparo do solo, adubação utilizada, teor de matéria seca à época do corte e cuidados básicos durante o processo de ensilagem. A composição química das silagem de milho avaliadas no presente trabalho apresenta grande variação, conforme apresentado na Tabela 1. [8] Avaliando vinte genótipos de milho para ensilagem, no Paraná, observou que teor de MS oscilou entre 26,56 e 32,19 e entre 29,53 e 36,08 para planta inteira e meia planta, respectivamente e que o teor de PB apresentou variação entre 5,80 e 8,00 e entre 6,91 e 8,88 para planta inteira e meia planta, respectivamente, concluindo a alta variação entre os híbridos. Em virtude disso, cresce a importância das informações sobre a origem genotípica dos híbridos bem como a qualidade dos materiais a serem ensilados.

Os valores de matéria seca, proteína bruta, extrato etéreo, FDN, FDA e pH médios encontrados no presente trabalho estão dentro das recomendações para silagem de milho, entretanto os valores mínimos e máximos não são adequados para obter uma silagem de boa qualidade que os animais tenham desempenhos satisfatórios. As silagens de pior qualidade dependem de maior quantidade de concentrado para suprir as exigências dos animais, aumentando o custo de alimentação, pois o custo para confecção de uma silagem ruim é praticamente o mesmo que para uma silagem de ótima qualidade nutricional, evidenciando que desde a escolha da cultivar até o fornecimento correto para os animais é de fundamental importância para uma produção sustentável. Tabela 1 - Composição química das silagens de milho analisadas em 35 propriedades leiteiras na região sudoeste do Paraná Máximo Mínimo Média CV Matéria Seca 39,34 22,06 30,83 11,77 Proteína Bruta 8,31 4,88 6,51 13,45 Extrato Etéreo 4,34 2,02 3,48 13,67 FDN 65,83 45,06 52,29 8,30 FDA 34,79 24,72 29,46 8,27 pH 5,17 3,65 4,06 8,53 IMS 2,66 1,82 2,31 7,98 DMS 69,64 61,80 65,91 2,90 VRN 142,70 92,59 118,22 10,33 FDN= Fibra detergente neutro, FDA= Fibra detergente ácido, IMS=Ingestão de Matéria Seca, DMS=Digestibilidade da Matéria Seca, VRN=Valor relativo nutricional

Os valores encontrados de FDN e FDA permitiram o calculo dos valores de ingestão de matéria seca (IMS) que variaram de 1,82 a 2,31% do peso vivo, com uma média de 2,31%. Os teores de pH máximos estão acima dos recomendados para que a conservação ocorra de maneira adequada, ocasionando perdas em qualidade do produto final, levando a baixa produtividade animal.

Algumas silagens devido ao elevado FDN apresentam baixo valor de IMS 1,82% do P.V., enquanto as com baixo FDN tem alta IMS 2,31% do P.V. A digestibilidade da matéria seca (DMS) apresentou valores médios de 65,91%. Valores altos de digestibilidade indicam silagens de melhor qualidade para alimentação animal, pois estes estão diretamente relacionados aos teores de energia do alimento. Os valores de VRN mínimos foram de 92,59 e os máximos de 142,70 demonstrando a grande variação dos teores de nutrientes para as varias silagens de milho avaliadas.

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A eficiência do uso da silagem de milho na nutrição de ruminantes depende diretamente da qualidade silagem, e esta, por sua vez, depende diretamente de atributos como: qualidade da planta de milho, da contribuição das porções vegetativas e de grãos, do estádio de maturidade na colheita, da altura de colheita e principalmente dos cultivares. Estes atributos dependem de fatores intrínsicos como o teor de matéria seca, carboidratos solúveis, poder tampão, nitratos e outras substâncias nitrogenadas da planta. A qualidade da silagem também varia em função de fatores extrínsicos, como o manejo de confecção do silo, condições climáticas e microbiota epifítica.

DISCUSSÃO E CONCLUSÕES

A qualidade nutricional da silagem de milho é dependente de vários fatores que vão desde a cultivar utilizada até a tecnologia empregada para sua confecção. Algumas propriedade apresentam silagens de ótima qualidade enquanto outras possuem problemas com o cultivo e ensilagem do milho, pois os teores nutritivos mínimos ficaram abaixo dos recomendados. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] PIMENTEL, J.J.O.; COELHO DA SILVA, J.F.; VALADARES FILHO, S.C. et al. Efeito da suplementação protéica no valor nutritivo de silagens de milho e sorgo. Revista Brasileira de Zootecnia, v.27, n.5, p.1042-1049, 1998. [2] GOMES, M. S.; PINHO, R.G. Von; OLIVEIRA, J. S.; RAMALHO, M. A. P.; VIANA, A. C. Adaptabilidade e estabilidade de cultivares de milho para produtividade de matéria seca e degradabilidade ruminal de silagem. Revista Brasileira de Milho e Sorgo, Sete Lagoas, v. 1, n. 2, p. 83-90, 2002. [3] OLIVEIRA, J. S.; SOBRINHO, F. S.; REIS, F. A. et al. Adaptabilidade e estabilidade de cultivares de milho destinados à silagem em baciasleiteiras do estado de goiás. Pesquisa Agropecuária Tropical, 2007, vol. 1, p. 45-50. [4] DEMINICIS, B.B., VIEIRA, H.D. JARDIM, J.G., ARAÚJO, S.A.C., CHAMBELA, A., OLIVEIRA, V.C., LIMA, E.S. Silagem de milho - Características agronômicas e considerações. Revista eletrônica de Veterinária, v.10, n.7, 2009. Disponível em: http://www.veterinaria.org/revistas/redvet/n070709/070903.pdf [5] VILLELA, T. E. A. Época de semeadura e de corte de plantas de milho para silagem. 2001.86 f. Dissertação (Mestrado em Fitotecnia) - UniversidadeFederal de Lavras, Lavras. [6] AOAC. (ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS). Official methods of analysis. 15.ed. Washington: AOAC, 1990. [7] VAN SOEST, P. J.; ROBERTSON, J. B.; LEWIS, B. A. Methods for dietary fiber, neutral detergent fiber and nonstarch polysaccharides in relation to animal nutrition.Journal of Dairy Science. Savoy, v.74, p.3583-3597. 1991. [8] JAREMTCHUK, A. R., JAREMTCHUK, C. C., B. BAGLIOLI. et al. Características agronômicas e bromatológicas de vinte genótipos de milho (Zea mays L.) para silagem na região leste paranaense. Acta Scientiarum. Animal Sciences. Maringá, 2005, vol. 27, nº 2, p.181-188.

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AVALIAÇÃO DA ATRATIVIDADE DE PRODUTOS AO CASCUDINHO-DOS-AVIÁRIOS, ALPHITOBIUS DIAPERINUS

(PANZER) (COLEOPTERA: TENEBRIONIDAE)

Josinaldo Zanotti [Bolsista PIBIC/CNPQ], Douglas Sampaio Henrique [Orientador], Alfredo de Gouvea [Colaborador], Juliéli Marostega [Colaborador], Mariana Pizzatto [Colaborador]

Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPREstrada p/ Boa Esperança, Km 04, Comunidade São Cristóvão, Dois Vizinhos, PR, Brasil

CEP 85660-000

[email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]

Resumo - O objetivo do presente trabalho foi desenvolver uma metodologia para controle físico do cascudinho-dos-aviários Alphitobius diaperinus, através de sua atração, captura e posterior eliminação. Para isso foi desenvolvido um projeto de pesquisa na Unidade de Ensino e Pesquisa de aves de corte da fazenda experimental da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Campus Dois Vizinhos. Armadilhas foram distribuídas sob a cama das aves nas laterais do galpão para a atração e a captura do inseto. Foram realizadas também contagens de insetos diretamente na cama dos frangos. Observou-se a importância do controle do cascudinho logo no início do ciclo produtivo e a necessidade de novas pesquisas utilizando outros atrativos e modelos de armadilhas para a atração e captura de Alphitobius diaperinus.Palavras-chave: atração, controle, eliminação.

Abstract - The objective of this study was to develop a methodology aiming the physical control of the lesser mealworm Alphitobius diaperinus, by its attraction, capture and further elimination. Therefore, a research project was performed at the Education and Research Unit of Broilers at the Experimental Farm of the Federal Technological University of Paraná (UTFPR), Campus Dois Vizinhos. Traps were distributed under the broiler litter at the sideways of the shed to attract and capture the insect. Counting of insects was also performed directly at the broiler litter. It was observed the importance of controlling the lesser mealworm early in the production cycle and the need of further research aiming other insect-attractions and models of traps to attract and capture Alphitobius diaperinus.Keywords: attraction, control and elimination.

INTRODUÇÃO

As melhorias nas áreas da genética, nutrição, sanidade e manejo aumentaram as exigência de conforto térmico ambiental [1] e a busca por condições cada vez mais próximas do ideal para as aves, o que fez com que o aviário se tornasse um habitat ideal para o desenvolvimento do cascudinho dos aviários Alphitobius diaperinus (PANZER) (COLEOPTERA: TENEBRIONIDAE), gerando um problema mundial [2, 3].

O inseto infesta os aviários, transmite doenças às aves e afeta seu desenvolvimento quando ingerido no lugar da ração, seu controle é dificultado pelos hábitos críticos e pela presença constante das aves nos aviários, podendo suas larvas provocar stress, hemorragia, anemia, infecções e até levar à ave à morte. [4].

De forma geral, é utilizada para o controle desse agente a aplicação de produtos químicos, que apesar da relativa eficiência podem, em alguns casos, apresentar algumas desvantagens, como por exemplo, o surgimento de populações resistentes, contaminação do ambiente e das aves, eliminação dos inimigos naturais, sendo também desfavorecido pelo curto ciclo de vida e o comportamento críptico do inseto, juntamente com a presença contínua das aves, que favorecem as reinfestações [2].

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Nesse sentido, o controle biológico com o uso de microrganismos entomopatogênicos demonstra ser uma alternativa viável, pois os microrganismos estudados têm-se mostrado inócuos aos animais endotérmicos, incluindo-se as aves [5].

Estes métodos de controle podem representar grandes vantagens em relação ao controle químico por apresentar menores riscos ao ambiente e à saúde do avicultor e dos consumidores do produto final. Nesse sentido um método de controle eficaz deste inseto seria aquele que além de levá-lo à morte também possibilite eliminá-lo do ambiente produtivo.

O objetivo do presente projeto foi desenvolver uma metodologia para controle físico do cascudinho-dos-aviários A. diaperinus, através de sua atração, captura e posterior eliminação.

METODOLOGIA

O trabalho foi desenvolvido na Unidade de Ensino e Pesquisa de aves de corte da fazenda experimental da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), CampusDois Vizinhos na região Sudoeste do Paraná.

O trabalho foi desenvolvido inicialmente na seleção dos produtos quanto a sua eficiência na atração de Alphitobius diaperinus, sendo que foram utilizados sete atrativos sendo eles: Farinha de Carne, Farinha de Pena, Farinha de Víscera, Gordura de Aves, Proteína Hidrolisada, Atrativo Sexual, Farinha de Peixe e Tratamento testemunha, sendo o delineamento experimental utilizado o inteiramente casualizado com 04 repetições, onde cada unidade experimental foi constituída de uma armadilha.

As armadilhas foram confeccionadas com potes de PVC com capacidade de 1000 mL, onde na parte lateral superior, os mesmos foram perfurados e a tampa fixada em uma lâmina de eucatex de 30 x 30 cm.

Na tampa do recipiente foi fixada uma vasilha de filme de câmera fotográfica com a finalidade de armazenar o produto que estava sendo testado como atrativo. Este pequeno recipiente, por sua vez, foi perfurado na parte superior permitindo que o odor dos atrativos fosse exalado para atrair o inseto até o interior da armadilha.

As armadilhas foram dispostas de forma eqüidistante nas paredes laterais do galpão, sendo elas instaladas junto ao solo e encobertas com o material que compõe a cama.

As armadilhas foram vistoriadas semanalmente para retirada dos insetos e reposição das soluções. Os insetos capturados foram coletados, contados e os resultados submetidos à análise estatística.

Na fase seguinte foi feita a avaliação da eficiência e viabilidade da armadilha na coleta de Alphitobius diaperinus, sendo que foram realizadas as avaliações da relação número de cascudinhos atraídos na armadilha em relação ao número de insetos existentes na cama do aviário.

Para isso foram colocadas diferentes densidades de armadilhas divididas em quatro box, sendo que cada um deles possuía 25 X 12 m. Sendo elas distribuídas nas quantidades de 6, 12, 36 e 0 armadilhas respectivamente distribuídas nos box.

Para o monitoramento do número de cascudinhos na cama do aviário foram coletadas amostras de cama em 12 pontos em todos os box, sendo que as coletas foram realizadas próximo às linhas dos comedouros, pois, de forma geral, é o local onde se concentra o maior número de insetos.

A área de coleta de cama foi de 0,09 m2. O adubo correspondente a esta área foi retirado da superfície superior até rente ao solo com uma pá de corte, sendo este posteriormentepeneirado e contado o número de cascudinhos.

Os resultados obtidos foram também à análise estatística, sendo correlacionados os valores de A. diaperinus capturados na armadilha e os existentes na cama do aviário.

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RESULTADOS

Na primeira fase do experimento, como pode ser observado na tabela 01, não se obteve diferença significativa entre os atrativos testados.

Os dados da segunda etapa da pesquisa estão representados nos gráficos a seguir, sendo que o gráfico 01 mostra os dados do número de cascudinhos coletados nas armadilhas espalhadas entre os boxes.

No gráfico 01, nota-se o grande número de insetos coletados nas armadilhas espalhadas pelo galpão avícola, sendo o box II o mais infestado.

Os boxes I e III não apresentaram diferenças apreciáveis na população de cascudinho (gráfico 01).

Os dados do número de insetos coletados na cama de aviário em duas datas de coleta encontram-se no gráfico 02.

Tabela 1- Atratividade de Alphitobius diaperinus a diferentes atrativos.Tratamento Média Tukey

Farinha de Pena 100.21 a

Farinha de Víscera 87.83 a

Atrativo Sexual 83.58 a

Gordura de Aves 68.13 a

Farinha de Carne 63.92 a

Testemunha 53.29 a

Proteína Hidrolisada 49.13 a

Farinha de Peixe 46.58 a

Coeficiente de Variação (%) 56.07

*Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem estatisticamente ao nível de 5% de significância pelo teste de Tukey.

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

BOX I BOX II BOX III

Série1

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

BOX I BOX II BOX III BX IV

31/03/09 7/5/2009

Gráfico 01: Número de cascudinhos Alphitobius diaperinus capturados na

armadilha.

Gráfico 02: Número de cascudinhos Alphitobius diaperinus coletados na cama de

aviário em duas diferentes datas.

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DISCUSSÃO E CONCLUSÕES

O fato de o box II ter apresentado grande número de insetos coletados nas armadilhas se deve possivelmente ao fato deste box ser a área de “pinteira’, ou seja, é onde os pintainhos são alojados quando chegam ao aviário. Isso contribui para o grande número de insetos presentes, pois é nesse local que as condições ideais para o seu desenvolvimento são encontradas, logo no início do ciclo de produção.

Uma possível estratégia para aumentar a eficiência de controle do cascudinho seria realizar medidas intensivas para impedir seu desenvolvimento inicial nos boxes de chegada dos pintainhos, reduzindo, dessa maneira, sua proliferação para o restante do aviário.

Salientam-se mais uma vez, sobre a importância de se intensificar o controle inicial do inseto, ou seja, tornar menos favorável o seu desenvolvimento no local aonde chega os pintainhos. Dessa forma, é possível reduzir os custos e a mão-de-obra aplicada ao combate do inseto, pois, o espaço a ser controlado é menor, assim como a população inicial do cascudinho o que tornaria o controle mais eficaz.

Com base nos dados observados no presente trabalho relata-se a importância do controle do cascudinho logo no início do ciclo produtivo e a necessidade de novas pesquisas utilizando outros atrativos e modelos de armadilhas para a atração e captura de Alphitobius diaperinus.

AGRADECIMENTOS

À Universidade Tecnológica Federal do Paraná e ao CNPQ pela bolsa concedida ao primeiro autor.

À fábrica de rações Colina pelo patrocínio dos atrativos utilizados na presente pesquisa e o incentivo pelo qual foi dado ao desenvolvimento do presente projeto.

REFERÊNCIAS

[1] TINÔCO, I. F. F. Avicultura Industrial: Novos Conceitos de Materiais, Concepções e Técnicas construtivas disponíveis para galpões avícolas brasileiros. Rev. Bras. Cienc. Avic., v.3, n.1, p.01-26, 2001.

[2] ALVES, L.F.A.; BUZARELLO, G. D.; OLIVEIRA, D.G.P. et al. Ação da terra de diatomácea contra adultos do cascudinho Alphitobius diaperinus (Panzer, 1797) (Coleoptera: Tenebrionidae). Arq. Inst. Biol., v.73, n.1, p.115-118, 2006.

[3] LOPES, W. D. Z.; COSTA, F.H.; LOPES, W. C. Z. et al. Estudo da sazonalidade de Alphitobius diaperinus em criação de galinhas poedeiras por três diferentes métodos de coleta. Arq. Inst. Biol., v.73, n.2, p.195-202, 2006.

[4] SILVA, A.S.; HOFF, G.; DOYLE, R.L. et al. Ciclo biológico do cascudinho Alphitobius diaperinus em laboratório. Acta Scientiae Veterinariae. v.33, p. 177-181, 2005.

[5] PRADO, G.P. Caracterização química e bioatividade do óleo essencial de Cunila angustifolia Benth (Lamiaceae) sobre Alphitobius diaperinus (Panzer, 1797) (Coleoptera: Tenebrionidae). Dissertação de Mestrado. Universidade Comunitária Regional de Chapecó. 74p. Chapecó, 2007.

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ENSAIOS DE COMPETIÇÃO DE CULTIVARES DE MILHO EM DOIS VIZINHOS, PARANÁ

Micheli de Paris [Bolsista PIBIC/Fundação Araucária], Patrícia Bertoncelli [Bolsista

PIBIC/Fundação Araucária], Sidney Ortiz [Bolsista PIBIC/CNPq], Cláudio Simionatto [Bolsista PIBIC/CNPq], Thomas Newton Martin [Orientador]

Coordenação de Horticultura Campus Dois Vizinhos

Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR Estrada para Boa Esperança, Km 04 - Dois Vizinhos/PR, Brasil - CEP 85660-000

[email protected], [email protected], [email protected], [email protected], [email protected]

Resumo- O experimento foi realizado na safra agrícola 2008/2009 e teve por objetivo avaliar os diferentes genótipos de milho para produção de grãos e silagem bem com as suas características bromatológicas, no sudoeste do Paraná. O experimento foi conduzido no campus Dois Vizinhos da Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Os genótipos foram fornecidos pela Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas) e fazem parte dos Ensaios de competição de cultivares de milho do Brasil. Os genótipos avaliados fazem parte dos ensaios Centro precoce (42 genótipos), Sul Super Precoce (25 genótipos) para a produção de grãos e Sul Precoce (36 genótipos), para produção de silagem. As variáveis avaliadas foram: produção de grãos, massa de espigas, número de plantas, número de plantas quebradas, número de plantas acamadas, estatura de planta, estatura de espiga, número de espigas, comprimento de espiga, diâmetro de espiga, número de fileiras, número de grãos por fileira, peso de espigas, massa de cem grãos, fitomassa fresca por parcela, estatura da planta, estande, fitomassa seca de semente, fitomassa seca do material ensilado do micro silo, fitomassa seca de folha vede, fitomassa Seca de Espiga (sabugo+grão). Como resultados, verificou-se que existe variabilidade entre os genótipos de milho além de que a deficiência hídrica pode ter alterado o desempenho dos genótipos. Palavras-chave: Zea mays L., Integração lavoura-pecuária, Variabilidade genética. Abstract – The experiment was conducted in the crop year 2008/2009, and the purpose was availed the different types of corn genotypes for grain yield and silage as well as its qualitative characteristics, in southwestern Paraná. The experiment was conducted on the campus of Dois Vizinhos in Federal Technological University of Paraná. Genotypes were supplied by Embrapa Milho and Sorgo (Sete Lagoas, MG) and part of the competition trials of maize cultivars in Brazil. The genotypes are part of the testing center early (42 genotypes), South Super Early (25 genotypes) for the production of grain and South Early (36 genotypes), for silage production. The variables were evaluated: grain yield, weight of ears, number of plants, number of broken plants, number of lodging, plant height, ear height, ear number, ear length, ear diameter, number of rows, number of kernels per row, ear weight, weight of one hundred grains, fresh biomass per plot, plant height, stand, dry weight of seed dry matter of ensiled material micro silo, dry weight of leaf seal, dry weight of stem (cob + grain). As results, it was verified that variability exists enters the maize genotypes beyond that the hydric deficiency can have modified the performance of the genotypes. Key-words: Zea mays L., Crop-livestock integration, Genetic variability INTRODUÇÃO

Os animais e conseqüentemente as produções são afetados com a distribuição sazonal da produção

forrageira, pois a mesma gera insuficiência quantitativa e qualitativa de forragem, além de promover um impacto negativo no potencial de lotação [1]. Para o sudoeste do Paraná, o período crítico é o outono-inverno onde as temperaturas são mais baixas limitando o desenvolvimento das plantas forrageiras limitando assim a produtividade animal. Nesta época, além da baixa qualidade da pastagem, esta se torna escassa e os animais perdem peso e/ou diminuem a produção de leite, desta forma comprometendo o desenvolvimento dos animais [2].

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Dentre os vários fatores que contribuem para baixa produtividade animal, pode-se destacar a estacionalidade na oferta de alimento proveniente das pastagens. Isso ocorre devido à alteração entre os períodos onde é grande a disponibilidade quantitativa e qualitativa da forragem (época das águas) com períodos em que o crescimento das plantas é reduzido (época das secas), em resposta às alterações climáticas (baixa precipitação e temperatura). Como conseqüência desse fato, existe alteração de períodos oferta de produtos de origem animal (carne e/ou leite), com épocas em que é grande a dificuldade em manter o processo produtivo. É nesse sentido, que a suplementação volumosa de bovinos mantidos em pastagens tem sido adotada como estratégia para manutenção do equilíbrio entre a oferta e demanda de alimentos nos sistema de produção [3].

Na época de seca, a quantidade e qualidade das pastagens diminuem acentuadamente, reduzindo a produção de leite em escala comercial. A silagem de milho é uma boa opção para a alimentação do rebanho nessa época, devido ao valor nutritivo da cultura e produção de matéria seca. Embora a qualidade da forragem seja importante, há poucas informações sobre a variabilidade das variáveis caracterizadas como componentes da qualidade das forragens [4]. Objetivou-se com esse trabalho avaliar os diferentes genótipos de milho destinados para a produção de grãos e silagem no sudoeste do Paraná.

MATERIAIS E METODOS

O experimento foi conduzido na área experimental da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), campus Dois vizinhos. A região que compreende ao terceiro planalto paranaense, com altitude de 520m, latitude de 25º44” Sul e longitude de 53º04” Oeste. O clima predominante é do tipo subtropical úmido mesotérmico (Cfa), segundo a classificação de Köppen [5]. O solo pertence à Unidade de mapeamento NITOSSOLO VERMELHO distroférrico úmbrico, textura argilosa fase floresta subtropical perenifólia, relevo ondulado [6].

Os genótipos utilizados foram fornecidos pela Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas, MG) e fazem parte dos Ensaios de competição de cultivares de milho do Brasil centro precoce e sul super precoce para grão e sul precoce para silagem. O delineamento experimental realizado foi em látice com duas repetições. O experimento foi semeado no dia 08/10/2008, colocando-se duas sementes por cova para posterior desbaste e ajuste para 50.000 plantas por hectare. As parcelas tinham um formato retangular compostas por duas fileiras de cinco metros de comprimento distanciadas a 90 cm. A adubação de base utilizada foi de 250 kg ha-1 de N-P-K de formulação 10-20-20. A adubação de cobertura foi 100 kg nitrogênio ha-1 da formulação comercial 21-00-00, sendo realizada anteriormente a semeadura, onde se aplicou sulfato de amônia. A adubação da cultura do milho foi realizada conforme laudo de análise do solo e recomendações da Embrapa para a cultura. O controle de plantas daninhas foi realizado com aplicações do herbicida Atrazina na dosagem 15 litros por ha, na seguinte data 16/12/2008. A aplicação de inseticida foi realizada no dia 22/11/2009 com o inseticida Engeo pleno na dosagem 300 ml i.a. por hectare.

As variáveis avaliadas foram: produção de grãos, massa de espigas, número de plantas, número de plantas quebradas, número de plantas acamadas, estatura de planta, estatura de espiga, número de espigas, comprimento de espiga, diâmetro de espiga, número de fileiras, número de grãos por fileira , peso de espigas, massa de cem grãos, fitomassa fresca por parcela, estatura da planta, estande, fitomassa seca de semente, fitomassa seca do material ensilado do micro silo, fitomassa seca de folha vede, fitomassa Seca de Espiga (sabugo+grão). As análises foram realizadas com o auxílio do software estatístico SAS. RESULTADOS

Para o ensaio centro precoce as variáveis diâmetro de espiga e número de fileiras obtiveram um coeficiente de

variação entre 0 e 10 sendo considerado que esses dados possuem uma confiabilidade boa, as variáveis número de plantas, estatura de planta, estatura de espiga, comprimento de espiga, número de grão por fileira,peso de espiga e massa de cem grãos o coeficiente de variação esteve entre 10 e 20 sendo considerado de média confiança e as variáveis produção de grãos, massa de espigas, número de plantas quebradas e acamadas e número de espigas o coeficiente de variação foi superior a 30 considerado de baixa precisão.

A média dos tratamentos para a variável massa de grãos, do ensaio centro super precoce foi de 3,51 (t ha-1) ficando abaixo da produção brasileira que é de 3,65 (t ha-1) sendo bastante inferior à produção do EUA [8]. A variável massa de espiga apresentou média 3,58(t ha-1), já a variável número de plantas por parcela obteve média de 40355,56 (ha-1), sendo considerado um bom números plantas, apesar dos danos causados pela seca. Em ralação a variável número de plantas acamadas apresentou 3288,56 (ha-1), sendo um valor baixo, devido os problemas ocasionados pela estiagem. A variável estatura de planta apresentou média de 122,1(cm), sendo relativamente baixo. Para a variável

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EESP a média foi de 52, 71 (cm), e para número de espiga por parcela (t ha-1), a média foi de 40955,64, considerado muito inferior quando comparado com ensaio realizado por outros pesquisadores em condições climáticas normais. O variável comprimento apresentou média 11,07 (cm), estando relativamente ligado com a variável dia, que apresentou média de 4,01(cm), sendo que uma influencia a outra. Para a variável numero de fileira a média foi de 10,07sendo um numero razoável apesar das condições adversas. A variável número de grão por fileira, apresentou média de 25,13 em relação a variável peso de espiga (Kg) a média foi de 46,55(Kg) e para massa de cem grãos a média foi 27,93(g) .

Das variáveis avaliadas pode-se observar que a variável estatura das plantas, teve valores baixos o que interfere diretamente aos outros materiais avaliados em que resultou em menor potencial produtivo de fitomassa fresca por parcela. Segundo [7], conduzindo trabalho de avaliação de milho para silagens, em que foram testados 19 cultivares em parcelas, encontraram variação para altura de plantas entre 1,50 e 1,98 m, correlacionando-se positivamente com produções de matéria seca variando entre 10,35 e 12,72 t ha-1

Na fonte de variação sul precoce as variáveis obtiveram coeficiente de variação menor que 10, sendo considerado que o erro foi baixo, portanto a precisão foi alta. Das variáveis avaliadas pode-se observar que a variável estatura das plantas, teve valores baixos o que interfere diretamente aos outros materiais avaliados em que resultou em menor potencial produtivo de fitomassa fresca por parcela

DISCUSSÃO E CONCLUSÕES

O experimento desenvolveu-se, sob influência de variações climáticas anormais para a época, essas

variações se caracterizam por poucas chuvas principalmente no estágio de florescimento, o que refletiu diretamente na formação dos grãos. Durante o período experimental, verificou-se alta incidência de lagartas do cartucho (Spodoptera frugiperda) que apesar das duas aplicações de inseticida não foi suficiente para o seu controle.

A germinação ocorreu no dia 18 de outubro de 2008, e desbaste nos dias 30 de outubro e 10 de novembro de 2008, as datas de ensilagem nos dias 12, 20, 21 e 26 de janeiro de 2009, conforme o desenvolvimento das plantas. As avaliações dos genótipos destinados à silagem foram feitas nos mesmos dias da ensilagem, seguindo a ordem de identificação de genótipo com teor de umidade adequada, corte das parcelas selecionadas. Os genótipos apresentaram diferenças significativas em relação ao número de espigas por hectare e a massa de cem grãos. Tais resultados provavelmente tenham sido influenciados pelo estresse hídrico.

Tabela 1. Resultados do ensaio Centro Precoce, Sul Precoce, Sul Super Precoce, dos genótipos de milho para as variáveis produção de grãos (PG, T ha-1), massa de espigas (ME, T ha-1), número de plantas (NPL, ha-1), número de plantas quebradas (NPLQ, ha-1), número de plantas acamadas (NPLA, ha-1), estatura de planta (EP, cm), estatura de espiga (EE, cm), número de espigas (NE, ha-1), comprimento de espiga (COMP, cm), diâmetro de espiga (DIA, cm), número de fileiras (NF), número de grãos por fileira (NGF) peso de espigas (PE, kg), massa de cem grãos (MCG, g), fitomassa fresca por parcela (FMFP, kg), estatura da planta (EP, cm), estande (EST), fitomassa seca de semente (FMSS, %), fitomassa seca do material ensilado do micro silo (FMSMEMS, %), fitomassa seca de folha vede (FMSFV, %), fitomassa Seca de Espiga (sabugo+grão) (FMSESG, %). Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campus Dois Vizinhos, 2009.

Centro Precoce (Grão)

PG ME NPL NPLQ NPLA EP EE NE COMP DIA NF NGF PE MCG

Média 2,611 2,877 40502,619 2989,262 4391,5 99,645 44,484 32552,9* 11,41 4 12,51 24,41 107,29 29,38

CV 36,08 33,4 14,74 52,41 47,64 10,41 13,24 27,73 10,74 4,68 6,9 10,99 19,17 11,22

Sul Super Precoce (Grão)

Média 3,51 3,58 40355,56 3288,76 3288,56 122,10 52,71 40955,64 11,07 4,015 12,85 25,13 46,55 27,93

CV 55,94 45,38 19,58 53,12 66,21 17,83 35,45 58,27 17,21 11,20 11,59 20,43 36,88 15,13

Sul Precoce (Silagem)

FMFP EP EST FMSS FMSMEMS FMSFV FMSESG

Média 15 166,3 61173 0,32 2407,42 0,35 0,37

CV 1,17 0,08 0,07 0,10 0,10 0,26 0,26

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AGRADECIMENTOS

Ao pesquisador Leonardo Melo Pereira da Rocha da Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas, MG) pelo

auxílio na condução dos Ensaios de competição de cultivares de milho. A Fundação Araucária, CNPq e ao MEC/SESU pela concessão da bolsa. REFERÊNCIAS [1] MELLO, W. M. C; PINHO, R.C.V.; CARVALHO, M.L.M.; PINHO, E.V.R. Avaliação de cultivares de

milho para a produção de silagem na região de lavras-MG. Ciência e Agrotecnologia. Lavras, v.23, n.1, p.31-39, 2004.

[2] PAULINO, V. T.; CARVALHO, D. D. Pastagem de inverno. Revista cientifica eletrônica de agronomia. v. 1, n. 5, p. 1-6, 2004.

[3] OLIVEIRA, J.S.; SOBRINHO, F.S.; FERNANDES, S.B.V.; WUNSCH, J.A.; LAJÚS, C.A.; DUFLOTH, J.H.; ZANATTA, J.C.; MOLETTA, J.L.; PEREIRA, A.V.; LÉDO, F.J.S.; BOTREL, M.A.; AUAD, M.V. Estratificação de ambientes, adaptabilidade e estabilidade de híbridos comerciais de milho para silagem no sul do Brasil. Ciência rural, v.34, n.4, p.997-1003, 2004.

[4] OLIVEIRA, J. S.; SOBRINO, F. S.; PEREIRA, R. C.; MIRANDA, J. M.; BANYS, V. L.; RUGGIERI, A. C.; PEREIRA, A. V.; LEDO, F. S.; BOTREL, M.; AUAD, M. V.; Potencial de utilização de híbridos comerciais de milho para silagem, na região sudoeste do Paraná. Revista Brasileira de Milho e Sorgo, v.2, n.1, p.62-71, 2003.

[5] MAAK, R. Geografia Física do Estado do Paraná. Curitiba. Banco de desenvolvimento do Paraná, p.350, 1968.

[6] BHERING, S. B. & SANTOS, H.G. Mapa de solos do Estado do Paraná: legenda atualizada. Rio de Janeiro:EMBRAPA/IAPAR. 2008. 74p.

[7] ROSA, J. R. P.; SILVA, J. H. S.; RESTLE, J.; PASCOAL, L.L.; BRONDANI, I. L.; FILHO, D. C. A.; FREITAS, A. K. Avaliação do Comportamento Agronômico da Planta e Valor Nutritivo da Silagem de Diferentes Híbridos de Milho (Zea mays, L.). Revista Brasileira de Zootecnia, v.33, n.2, p.302-312, 2004.

[8] AGROLINE:disponível em: <HTTP://www.agroline.com.br/artigos/artigo.phd?id=237.> Acessado em:setembro de 2009.

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VARIABILIDADE DE GENÓTIPOS DE MILHO EM DOIS VIZINHOS

Patrícia Bertoncelli [Bolsista PIBIC/ Fundação Araucária], Micheli de Paris [Bolsista PIBIC/ Fundação Araucária], Cláudio César Simionatto [Bolsista PIBIC/ CNPq], Sidney Ortiz [Bolsista PIBITI/ CNPq], Thomas Newton Martin [Orientador, Tutor PET-Zootecnia]

Coordenação de Horticultura

Campus Dois Vizinhos Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR

Estrada para Boa Esperança Km 4 – Dois Vizinhos – PR - CEP 85660-000

[email protected] , [email protected] , [email protected] , [email protected] , [email protected]

Resumo – O objetivo deste trabalho foi avaliar diferentes genótipos de milho ao Ensaio de Competição de Cultivares de Milho conduzidos pela Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas). O experimento foi realizado na área experimental da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) campus Dois Vizinhos, safra 2008 / 2009. O delineamento experimental utilizado o látice com duas repetições e o número de blocos variou dentro de cada um dos ensaios. As variáveis analisadas foram: massa de grão, massa de espigas, número de plantas, número de plantas quebradas, número de plantas acamadas, estatura de planta, estatura de espiga, número de espigas, comprimento de espiga, diâmetro de espiga, número de fileiras, número de grãos por fileira, peso de espigas, massa de cem grãos, fitomassa fresca por parcela, fitomassa seca de folha verde, fitomassa Seca de Espiga (sabugo+grão), massa de grãos por espiga, estande, fitomassa seca de semente, fitomassa seca do material ensilado do micro silo. Para o presente ano agrícola, verificou-se que o déficit hídrico foi severo o que pode ter ocasionado resultados adversos. Além disso, verificou-se que os genótipos de milho possuem diferentes aptidões, sendo que são produzidos preferencialmente para grãos em relação à silagem. Palavras-chave: Zea mays L., Competição de cultivares, Forragens conservadas, Integração lavoura-pecuária. Abstract - The purpose of this work was to evaluate different genotypes of maize to the Maize Cultivate Competition by the Embrapa Milho and Sorgo (Sete Lagoas, MG). The experiment was carried through in the experimental area of the Federal Technological University of the Paraná (UTFPR) campus Dois Vizinhos (2008/2009). The experimental delineation is látice with two repetitions and the number of blocks varied inside of each one of the assays. The variable analyzed had been: mass of grain, mass of spikes, number of plants, number of broken plants, number of plants harvested, stature of plant, stature of spike, number of spikes, length of spike, diameter of spike, number of rows, number of grains for row, weight of spikes, mass of one hundred grains, mass cool for parcel, green leaf dry massa, dry mass of corn, mass of grains for spike, number of plants, dry mass of seed, mass dries of the material ensiled of the micron silo. For the present agricultural year, it was verified that the deficit hydric was severe what can have caused resulted adverse. Moreover, it was verified that the maize genotypes possess different aptitudes, being that they are produced preferential for grains in relation to the ensilage. Key-words: Zea mays L., cultivate competitions, preserved forages, integrated crop-livestock system. INTRODUÇÃO

Um dos principais problemas que alteram a produção da pecuária brasileira é a sazonalidade da produção de forrageiras durante o ano, o que leva a períodos de alta produção e em seguida períodos de escassez. Em épocas de deficiência hídrica, os animais são submetidos a uma dieta de qualidade reduzida, sofrendo assim uma carência nutricional que envolve minerais, vitaminas, proteína e energia [1]. No sul do Brasil, a escassez de alimento no período de abril a setembro, tem sido um dos mais importantes fatores na produção animal, principalmente os de raça leiteira. Durante esse período, a temperatura é baixa, assim como a disponibilidade hídrica, sendo tanto um como o outro prejudiciais para o crescimento e

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desenvolvimento das pastagens. Nesse período de abril e setembro, a quantidade e qualidade das pastagens diminuem de forma acentuada, inviabilizando a produção leiteira [1].

O processo de ensilagem consiste no corte da planta em época ideal, compactação da massa verde triturada em um silo, e em seguida a vedação do mesmo para que possa ocorres o processo chamado de anaerobiose. Devido à facilidade de cultivo, fermentação, alto valor energético e bom consumo pelos animais o milho é o mais utilizado no processo de ensilagem. A qualidade de uma silagem está relacionada com a percentagem de grãos, a quantidade de colmos e folhas presentes na matéria seca do material ensilado. Portanto é necessário o conhecimento do genótipo a ser utilizado no processo de ensilagem.

Os genótipos de milho produzidos em programas de melhoramento são em sua maioria para a produção de grãos, ficando a características de produção de silagem em segundo plano. Os híbridos que apresentam uma elevada produtividade de grãos, também são necessários para uma silagem de qualidade, no entanto, os híbridos que apresentam uma excelente produção de grãos, nem sempre apresentam uma digestibilidade desejada da planta inteira [2]

O objetivo deste trabalho foi avaliar os genótipos de milho pertencentes aos ensaios centro precoce (42, grão), centro super precoce (16, grão) e Sul Super Precoce (25, silagem).

METODOLOGIA

Realizou-se o experimento na área experimental da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), campus Dois Vizinhos. Na região que compreende ao terceiro planalto paranaense, com altitude de 520m, latitude de 25º44” Sul e longitude de 53º04” Oeste, o clima predominante é do tipo subtropical úmido mesotérmico (Cfa), segundo a classificação de Köppen. O solo pertence à Unidade de mapeamento NITOSSOLO VERMELHO distroférrico úmbrico, textura argilosa fase floresta subtropical perenifólia, relevo ondulado. Os genótipos utilizados foram fornecidos pela Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas, MG) e fazem parte dos Ensaios de competição de cultivares de milho do Brasil. O delineamento experimental realizado foi em látice com duas repetições. Nesse experimento foram avaliados 42 genótipos pertencentes ao ensaio centro precoce, 16 genótipos pertencentes ao ensaio centro super precoce e 25 genótipos pertencentes ao Ensaio de Competição de Cultivares de Milho Sul Super Precoce. O experimento foi semeado no dia 08 de outubro de 2008, colocando-se duas sementes por cova para posterior desbaste e ajuste para 50.000 plantas por hectare. As parcelas tinham um formato retangular compostas por duas fileiras de cinco metros de comprimento distanciadas a 90 cm.

As variáveis analisadas para os ensaios centro precoce e centro super precoce foram: massa de grão (MG, ton ha-1), massa de espigas (ME, ton ha-1), número de plantas (NPL, ha-

1), número de plantas quebradas (NPQ, ha-1), número de plantas acamadas (NPA, ha-1), estatura de planta (EP, cm), estatura de espiga (EE, cm), número de espigas (NE, ha-1), comprimento de espiga (COMP, cm), diâmetro de espiga (DIA, cm), número de fileiras (NF), número de grãos por fileira (NGF), peso de espigas (PE, g), massa de cem grãos (MCG, g).As variáveis avaliadas o ensaio sul super precoce foram: fitomassa fresca por parcela (FMFP, kg), fitomassa seca de folha verde (FMSFV, kg), fitomassa Seca de Espiga (sabugo+grão) (FY, %), massa de grão por espiga (MGPE, g), estatura da planta (EP, cm), estande (EST), fitomassa seca de semente (FMSS, %), fitomassa seca do material ensilado do micro silo (FX, %).

As avaliações dos genótipos destinados à silagem foram feitas nos mesmos dias da ensilagem, seguindo a ordem de identificação de genótipo com teor de umidade adequada, corte das parcelas selecionadas.

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Os dados foram imediatamente digitados e tabulados em planilha eletrônica do Microsoft Excel®. As variáveis foram analisadas estatisticamente por meio do software SAS, e as médias foram comparadas pelo teste de Scott-Knott.

RESULTADOS No ensaio centro precoce obteve-se coeficiente de variação mínimo de 4,52 e máximo de 87,04, sendo que as variáveis diâmetro de espiga, número de grão por fileira, número de fileiras e massa de cem grãos obtiveram valores de coeficiente de variação menor que 10. Obtendo-se um erro baixo e uma alta precisão, as variáveis número de plantas, estatura de plantas, estatura de espiga e comprimento de espiga obtiveram valores de coeficiente de variação entre 10 e 20 o que revela um médio de erro e uma precisão média. Já as variáveis massa de grão, massa de espiga, número de plantas quebradas, número de plantas acamadas, número de espigas e peso de espiga obtiveram valores acima de 20 o que corresponde a um grande erro e baixo valor experimental.

No ensaio centro super precoce obtive-se coeficiente de variação mínimo de 6,4 e máximo de 63,72, sendo que as variáveis comprimento de espiga, diâmetro de espiga, número de fileiras e massa de cem grãos obtiveram valores abaixo de 10 com pequeno erro e alta precisão. As variáveis peso de espiga, número de grãos por fileira e estatura de planta obtiveram valores médios entre 10 a 20, e as variáveis massa de grão, massa de espigas, número de plantas, número de plantas quebradas e acamadas, estatura de espiga e número de espigas ficaram com valores acima de 20 tendo baixa precisão. Tabela 1. Resultados dos ensaios Centro Precoce (CP), Centro Super Precoce (CSP) e Sul Super Precoce (SSP) dos genótipos de milho avaliados pela Embrapa, valores médios e coeficientes de variação (CV) para as variáveis: massa de grão (MG, ton ha-1), massa de espigas (ME, ton ha-1), número de plantas (NPL, ha-1), número de plantas quebradas (NPQ, ha-1), número de plantas acamadas (NPA, ha-1), estatura de planta (EP, cm), estatura de espiga (EE, cm), número de espigas (NE, ha-1), comprimento de espiga (COMP, cm), diâmetro de espiga (DIA, cm), número de fileiras (NF), número de grãos por fileira (NGF), peso de espigas (PE, g), massa de cem grãos (MCG, g), fitomassa fresca por parcela (FMFP, kg), fitomassa seca de folha verde (FMSFV, kg), fitomassa Seca de Espiga (sabugo+grão) (FY, %), massa de grãos por espiga (MGPE, g), estande por hectare (EST), fitomassa seca de semente (FMSS, %), fitomassa seca do material ensilado do micro silo (FX, %). Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campus Dois Vizinhos, 2009.

CP MG ME NPL NPQ NPA EP EE NE COMP DIA NF NGF PE MCG

Média 2,3201 2,5233 32989 3994 7805 61,217 39,68 29616,3 11,719 3,9377 12,5682 24,8158 101,88 28,7539

CV 39,53 32,3 18,58 36,67 33,63 13,02 19,83 31,91 14,96 4,52 6,92 9,57 87,04 7,61

CSP MG ME* NPL* NPQ NPA EP EE NE* COMP* DIA NF* NGF* PE* MCG*

Média 2,653 2,8279 36822,98 4357,547 8142,297 104,93 47,23 31249,91 11,42 4,0457 12,625 25,7031 106,8695 28,74

CV 48,67 40,37 26,44 63,72 54,53 18,16 26,45 34,43 9,8 6,4 7,06 12 18,9 7,33

SSP FMFP FMSFV FY MGPE* EP EST FMSS* FX

Média 12 0,400592 0,484183 428,4 150 62,578 0,32574 2,431

CV 49,46 35,89 63,19 3,82 7,8 3,31 6,32 5,64 *variáveis que obtiveram valores significativamente diferentes entre os genótipos.

Já no ensaio sul super precoce obteve-se valores entre 3,31 e 63,19 sendo que as

variáveis massa de grão por espiga, estatura de planta, estande, fitomassa seca de semente e fitomassa seca do material ensilado ficaram com valores abaixo de 10 com uma alta precisão experimental, as variáveis fitomassa fresca por parcela, fitomassa seca de folha verde e

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fitomassa seca de espiga + sabugo obtiveram valores do coeficiente de variação acima de 20 apresentando um alto erro e baixa precisão. No ensaio centro precoce não houve diferença significativa entre os genótipos em todas as variáveis analisadas. Já no ensaio super precoce houve diferença significativa entre os genótipos nas variáveis massa de espigas, número de plantas, número de espigas, comprimento de espiga, número de fileiras, número de grãos por fileira, peso de espigas, massa de cem grãos. No ensaio sul super precoce houve diferença significativa entre os genótipos para as variáveis massa de grãos por espiga, fitomassa seca de semente. DISCUSSÃO E CONCLUSÕES

O déficit hídrico é um fator abiótico que promove grandes perdas na produtividade do milho. No Brasil, a maior parte do cultivo do milho ocorre em áreas não irrigadas, mas com precipitações pluviais regulares [3]. O experimento se desenvolveu, sob influência de variações climáticas anormais para a época, essas variações se caracterizam por poucas chuvas principalmente no estágio de florescimento, o que refletiu diretamente na formação dos grãos. Esse fato desencadeou outros como alta incidência de lagartas do cartucho (Spodoptera frugiperda) que causou danos prejudiciais a cultura reduzindo ainda mais a sua produtividade. Isso pode ser observado nas médias de produção apresentadas na Tabela 1.

A produção média de massa de grãos (t ha-¹) obteve valores muito abaixo do potencial de produção dos genótipos, sendo que o ensaio centro precoce teve média de 2,3201(t ha-¹) e o ensaio centro super precoce 2,653 (t ha-¹). Os valores obtidos ficaram abaixo da média brasileira que é de 3,2 t ha-¹ [3], o que pode ser explicado pelo déficit hídrico que ocorreu na região no período decorrente ao experimento. Observando os valores médios de produção apresentados no ensaio sul super precoce destinado a silagem, podemos dizer que a produção das variáveis foi baixo o que influenciará na qualidade da silagem. A Tabela 1 apresenta diferença significativa quanto a massa de grão por espiga e fitomassa seca de sementes entre os genótipos o que provavelmente foi influenciado pelo estresse hídrico. AGRADECIMENTOS

A Embrapa Milho e Sorgo na pessoa do Pesquisador Leonardo Melo Pereira da Rocha, pelo fornecimento dos insumos e auxílio experimental. Ao CNPq, Fundação Araucária e MEC/Sesu. REFERÊNCIAS [1] OLIVEIRA, J.S.; SOBRINHO, F.S.; FERNANDES, S.B.V.; WUNSCH, J.A.; LAJÚS,

C.A.; DUFLOTH, J.H.; ZANATTA, J.C.; MOLETTA, J.L.; PEREIRA, A.V.; LÉDO, F.J.S.; BOTREL, M.A.; AUAD, M.V. Estratificação de ambientes, adaptabilidade e estabilidadde de híbridos comerciais de milho para silagem no sul do Brasil. Ciência Rural, n. 4, v.34, p. 997-1003, 2004.

[2] GOMES, M. de S.; PINHO, R. G. V.; RAMALHO, M. A. P.; FERREIRA, D. V.; BRITO, A. H. de. Variabilidade genética em linhagens de milho nas características relacionadas com a produtividade de silagem. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, n.9, v.39, p.870-885, 2004.

[3] CONAB- Companhia nacional de Abastecimento. [Informações]. Acompanhamento de safra 2007/2008. Disponível em: < http://www.conab.gov.br >. Acessado em: Setembro de 2009.

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Page 33: UTILIZAÇÃO DE ADUBAÇÃO ALTERNATIVA NA PRODUÇÃO DE

EFEITO DA DENSIDADE DE ALOJAMENTO NA PRODUÇÃO DE POEDEIRAS COMERCIAIS

Carla Samanta Pegorini, Rachel Santos Bueno, Christiane Garcia Vilela Nunes, Cleverson de Souza, Silvonei José Pontes

Coordenação de Zootecnia

Campus Dois Vizinhos

Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR

Estrada para Boa Esperança, km 04 – Dois Vizinhos, PR, Brasil - CEP 85660-000

[email protected], [email protected], [email protected]

Resumo - A alta densidade nas gaiolas tem se tornado cada vez mais freqüente na criação de poedeiras comerciais, como forma de se reduzirem os custos. Entretanto, a redução da área da gaiola por ave, pode causar efeito negativo no desempenho da poedeira. O objetivo deste trabalho foi verificar o efeito de diferentes densidades de alojamento no desempenho produtivo de poedeiras da linhagem Shaver Brown. Para tal foram utilizadas 90 poedeiras com 18 semanas de idade, sendo as aves distribuídas em gaiolas medindo 50 x 45 x 40 cm, em um delineamento inteiramente casualizado. Foram avaliados seis tratamentos, três diferentes densidades de alojamento (560 cm2, 450 cm2 e 375 cm2

de área por ave) e dois tipos de bebedouro (nipple e copo). Foram obtidas diferenças significativas dos tipos de bebedouros somente para as características taxa de postura, consumo de ração e conversão alimentar. Para as características de desempenho não foi encontrado efeito da densidade da gaiola sobre o peso dos ovos, mas verificou-se efeito significativo sobre o consumo de ração, produção de ovos, taxa de postura e conversão alimentar. Nas condições experimentais em que a pesquisa foi conduzida, recomenda-se para a linhagem em estudo densidade de criação em gaiolas de 450 cm2/ave.

Palavras-chave: Desempenho, Densidade Qualidade do ovo.

Abstract - The objective of this work was to evaluate the effects of different stocking densities on performance of layers (Shaver Brown). 90 layers with 18 weeks of age, were randomly assigned to 50 x 45 x 40 cages, according to a completely randomized design, in a 3 x 2 (density x ) factorial scheme, with six replications, was used. The densities were: 560 cm2, 450 cm2 e 375 cm2 per bird. No significant effect of cage density on egg weight. Significant differences among treatments were detected on feed intake, egg production, eggs percentage and feed conversion. In the experimental conditions of the work, recommend for the line in study cage density of 450 cm2/ bird.

Key-words: Density, Laying hens, Performance.

INTRODUÇÃO

A sobrevivência da atividade de postura comercial no Brasil está totalmente dependente da obtenção de bons resultados produtivos, que por sua vez está relacionado em grande parte à eficiência do sistema de produção e ao ambiente em que os animais são criados.

Alta produtividade não necessariamente implica em bem-estar. É importante que os animais possam expressar seu máximo potencial genético. Assim, uma das questões, em foco atualmente, é o bem-estar dos animais de produção.

Em se tratando de poedeiras comerciais, um ponto crítico é a densidade em que os animais são criados. A alta densidade nas gaiolas tem se tornado cada vez mais freqüente na criação de

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poedeiras comerciais, como forma de se reduzirem os custos com alojamento e equipamento por ave. Entretanto, a redução da área da gaiola por ave, assim como da área de comedouro e bebedouro, se praticada em excesso, pode causar efeito negativo no crescimento e desempenho da poedeira, uma vez que pode ocorrer declínio no consumo de ração, como conseqüente redução no peso vivo e nos desenvolvimentos muscular e esquelético da ave [3].

O objetivo deste trabalho foi verificar o efeito de diferentes densidades de alojamento de poedeiras comerciais no desempenho produtivo e qualidade dos ovos produzidos.

METODOLOGIA

O experimento foi conduzido no Galpão Experimental de Postura da Universidade Tecnológica Federal do Paraná – Campus Dois Vizinhos, município de Dois Vizinhos- PR.

Foram utilizadas 90 poedeiras da linhagem Shaver Brown com 18 semanas de idade, alojadas em galpão tipo califórnia, coberto com telhas de barro, em gaiolas de arame, medindo 50 x 45 x 40, sendo as aves distribuídas nas gaiolas, em um delineamento inteiramente casualizado. Foram avaliados seis tratamentos, três diferentes densidades de alojamento e dois tipos de bebedouro (nipple e copo), com seis repetições para cada tratamento, totalizando 36 unidades experimentais.

As densidades de alojamento das aves foram: 560 cm2 de área de gaiola por ave, correspondente a 4 aves por gaiola; 450 cm2 de área por ave, correspondente a 5 aves por gaiola e 375 cm2, correspondente a 6 aves por gaiola.

A ração experimental foi formulada à base de milho e farelo de soja, seguindo as exigências nutricionais de [4]. O período experimental foi de 16 semanas, durante o ciclo produtivo das poedeiras, divididos em 04 períodos de 28 dias cada. As rações foram fornecidas de modo a proporcionar às aves consumo de alimento e água à vontade, sendo a água fornecida em bebedouros nipple e tipo copo e a ração em comedouros lineares.

A coleta dos ovos foi realizada diariamente e o cálculo da taxa de postura calculada dividindo-se o número de ovos/ave/dia pelo número de ovos/ave/alojada. Os ovos foram pesados nos dois últimos dias de cada período experimental. A conversão alimentar calculada dividindo o consumo de ração pelo peso dos ovos.

Como procedimento estatístico foi realizada análise de variância, e em caso de significância foi aplicado teste de Student a 5%. Para tal foi utilizado o procedimento Mixed do software SAS [5].

RESULTADOS

Na avaliação dos tipos de bebedouros (copo ou nipple) foram obtidas diferenças significativas para as características taxa de postura, consumo de ração e conversão alimentar. Na tabela 1 estão as estimativas para cada um dos bebedouros utilizados.

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Tabela 1. Taxa de postura, consumo de ração e conversão alimentar por peso do ovo de poedeiras Shaver Brown criadas nos bebedouros tipo copo e nipple

Característica Tipo de bebedouro Média1Taxa de Postura (%) Copo

Nipple80,1623 a76,3645 b

Consumo de ração (g) CopoNipple

105,73 a100,04 b

Conversão alimentar (g ração/g peso do ovo)

CopoNipple

1,8683 a1,7736 b

1Médias seguidas de letras diferentes diferem (P<0,05) significativamente pelo teste de Student.

Para as características de desempenho avaliadas estão descritas as médias obtidas para cada uma das densidades na tabela 2.

Tabela 2. Médias das características de desempenho nas diferentes densidades de alojamento de poedeiras comerciais

Característica Densidade(cm2/ave) Média1

Taxa de Postura (%)560450375

79,3010 a80,2788 a 75,2104 b

Produção de ovos 560450375

910,00 c1146,75 b 1300,50 a

Consumo de ração (g)560450375

117,19 a 102,97 b 88,4976 c

Peso do ovo (g)560450375

61,052460,7658 60,4266

Conversão alimentar(g de ração/ g peso do ovo)

560450375

2,0960 a1,7992 b1,5676 c

Médias seguidas de letras diferentes diferem (P<0,05) significativamente pelo teste de Student.

DISCUSSÃO E CONCLUSÕES

A taxa de postura, o consumo de ração foram significativas maiores para o bebedouro tipo copo. Este resultado influenciou a conversão alimentar (g de ração/g peso do ovo), que foi melhor quando as aves receberam água no bebedouro nipple.

Os resultados obtidos nesta pesquisa diferem em parte dos encontrados na literatura. [6], ao

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Page 36: UTILIZAÇÃO DE ADUBAÇÃO ALTERNATIVA NA PRODUÇÃO DE

avaliarem o efeito de tipo de bebedouro sobre o desempenho de poedeiras comerciais não encontraram diferença significativa para consumo de ração, mas para porcentagem de postura, massa de ovos, e conversão alimentar (kg ração/kg ovo), diferenças significativas foram obtidas. Sendo melhor a conversão alimentar para as aves criadas com bebedouro nipple, em concordância com o estudo presente.

Semelhante aos resultados de [1], não foi encontrado efeito da densidade da gaiola sobre o peso dos ovos. Verificou-se efeito significativo da densidade da gaiola sobre o consumo de ração, produção de ovos, taxa de postura e conversão alimentar, de modo que o tratamento de 560 cm2/ave apresentou maior taxa de postura e consumo de ração, e em consequência pior conversão alimentar. A produção de ovos foi significativamente maior para o tratamento de 375 cm2/ave, devido ao número superior de aves alojadas.

Os resultados para consumo de ração foram semelhantes aos encontrados por [2], [1] e [3], em que aves alojadas nas maiores densidades (454, 364 e 562 cm2/ave, respectivamente para cada autor) consumiram significativamente (P<0,05) mais ração que as alojadas nas menores densidades (400, 364 e 375 cm2/ave, respectivamente para cada autor).

Quanto à taxa de postura não houve diferença significativa para as densidades 560 e 450 cm2/ave. Sendo que os resultados registrados neste estudo diferem das descritas por [2], [1] e [3] que não observaram efeito da densidade sobre a porcentagem de ovos produzidos.

Para a característica conversão alimentar (g ração/g peso do ovo) observa-se melhoria com o aumento do espaço disponível por ave na gaiola (menor densidade).

Nas condições experimentais em que a pesquisa foi conduzida, recomenda-se para poedeiras comerciais da linhagem Shaver Brown, densidade de criação em gaiolas de 450 cm2/ave.

AGRADECIMENTOS

À empresa Gralha Azul Ltda pela doação das aves utilizada no experimento.

REFERÊNCIAS

[1] CAREY, J.B.; KUO, F.L.; ANDERSON, K.E. Effects of Cage population on the productive performance of layers. Poultry Science, v.74, n.4, p.633-637, 1995.

[2] LEE, K. Laying performance and fear response of white leghorns as influenced by floor space allowance and group size. Poultry Science, v.68, n.10, p.1333-36, 1989.

[3] PAVAN, A. C.; GARCIA, E. A.; MÓRI, C. et al. Efeito da densidade da gaiola sobre o desempenho de poedeiras comerciais nas fases de cria, recria e produção. Revista Brasileira de Zootecnia, v. 34, n. 4, p. 1320-1328, 2005.

[4] ROSTAGNO H. S.; ALBINO, L. F. T.; DONZELE, J. L. et al. Composição de alimentos e exigências nutricionais de aves e suínos: (Tabelas Brasileiras para Aves e Suínos). 2 ed. Viçosa: UFV, Departamento de Zootecnia, 2005. 186 p.

[5] STATISTICAL ANALYSES SYSTEM – SAS, SAS/STAT user’guide, version 8,0 ed, Cary: 1999, v, 1, 943p.

[6] TOGASHI, C. K.; ANGELA, H. L.; FREITAS, E. R. et al. Efeitos do tipo de bebedouro sobre a qualidade da água e o desempenho e a qualidade dos ovos de poedeiras comerciais. Revista Brasileira de Zootecnia, v. 37, n. 8, p.1450-1455, 2008.

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COMPORTAMENTO INGESTIVO DE CAPRINOS DA RAÇA BOER SOB PASTEJO EM DIFERENTES ESPÉCIES HIBERNAIS

Bruno Felipe Rissi [Bolsista Pibic/ Fundação araucária], Wagner Paris, Magnos Fernando Ziech, Renato

Marchesan, Gisele Daiane Silveira Borges Coordenação de Zootecnia

Campus Dois Vizinhos Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR

Estrada para Boa Esperança, Km 04 – Dois Vizinhos/PR, Brasil - CEP 85660-000

[email protected], [email protected], [email protected] Resumo - Este trabalho teve como o objetivo avaliar o comportamento ingestivo de caprinos da raça Boer em

dois diferentes sistemas forrageiros compostos pela consorciação de espécies de clima temperado através da

avaliação de sua composição botânica e participação estrutural dos diferentes sistemas forrageiros, com o intuito

de observar variações nos consórcios azevém/aveia e azevém/trigo no decorrer dos períodos avaliados. A área

experimental utilizada possuía uma área de 1,0 ha dividida em 2 piquetes (de 0,5 Ha cada), onde foram

estabelecidos dois sistemas forrageiros (SF): aveia preta e azevém (SF1) e trigo duplo propósito (cv. Tarumã)

mais azevém (SF2). Foram avaliados o tempo de pastejo, ruminação e ócio em cada SF. O material coletado foi

separado quanto sua composição botânica e estrutural, tendo o SF1 apresentado menor percentagem de azevém

total e laminas foliares que o SF2 que apresentou maior percentagem de material morto. O tempo de pastejo dos

animais foi semelhante entre os sistemas forrageiros, o que também foi observado na variável ócio, já para

ruminação, foram verificados valores superiores para o SF1 já que a aveia estava no termino do ciclo.

Palavras-chave caprinos, etologia, consorciação, trigo Abstract - This work have like objective to evaluate the ingestion behavior of caprine Boer race in different

fodder plant systems in different consortium races from tempering weather avaluate your botanical composition

and your structural participation in the different fodder plant system, with intention to observe variations in

consortium of azevem / oats and azevem / wheat in the period that was evaluated. The experimental had an area

of 1,0 ha divided in 2 poles ( with on of 0,5 ha) when was established two different fodder plant systems (SF):

black oats and azevem (SF1) and wheat double – intention (cv. Tarumã) and azevem (SF2). The time of graze,

ruminate and leisure had been evaluated in with SF. The collected material was separated in order your botanical

composition and your structural, when SF1 present lesser percentage of total azevem and your foil leaf that SF2

how present bigger percentage of dead material. The animal time of graze was similar in both fodder plant

systems, and was similar for leisure too, but was certificated for ruminate superior values in SF1 because the oats

was finished your cycle.

Key-words: Caprine, Ethology, Consortium, Wheat

INTRODUÇÃO

Nas épocas frias, as forrageiras temperadas surgem para suprir as deficiências alimentares dos

ruminantes, em decorrência de sua qualidade e baixo custo de produção, em relação a outros alimentos

alternativos. O azevém por possuir um ciclo de desenvolvimento inicial lento em relação à aveia é mais tardio,

sendo indicados para a consorciação com o objetivo de aumentar a duração da pastagem de inverno [1], assim

como o trigo duplo propósito (cv. Tarumã), que pode ser pastejado e depois colhido para a produção de grãos.

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Page 38: UTILIZAÇÃO DE ADUBAÇÃO ALTERNATIVA NA PRODUÇÃO DE

O comportamento ingestivo dos animais compreende o consumo de alimento ou de substâncias nutritivas,

diferindo entre as diferentes espécies animais, com características particulares quando se refere a comer e beber

[2]. O estudo do comportamento ingestivo é uma ferramenta que auxilia a solução de problemas como por

exemplo a diminuição do consumo de forragem em épocas críticas relacionadas à produção animal, como a fase

inicial de lactação, auxiliando ainda, nas práticas de manejo, dimensionamento das instalações, qualidade e

quantidade de dieta fornecida [3].

Sendo assim o objetivo deste trabalho foi de avaliar o comportamento ingestivo de caprinos da raça bôer

em diferentes sistemas forrageiros compostos por consorciações entre aveia/azevém e trigo/azevém alem de

verificar a participação botânica e estrutural em dois diferentes sistemas forrageiros.

MATERIAL E MÉTODOS

O trabalho foi conduzido em uma propriedade localizada no município de Dois Vizinhos em parceria

com a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), no período compreendido entre julho e novembro

de 2008. A região, fisiograficamente chamada de terceiro planalto paranaense, possui altitude de 520 m, latitude

de 25°44” Sul e longitude de 53°04” Oeste sendo, o clima, do tipo subtropical úmido mesotérmico (Cfa e Cfb),

segundo a classificação de Köppen. O solo é classificado como Latossolo Vermelho distroférrico de textura

argilosa.

Para a avaliação comportamental, foram usadas cinco cabras da raça Boer, com peso médio de 35 kg,

recebendo uma complementação alimentar diária de 0,5 kg de concentrado, fornecido em dois turnos (manhã e

tarde). As cabras permaneceram nas pastagens das 7 às 17 horas, tendo a sua disposição sombra, água e sal

mineralizado.

As observações foram realizadas em turnos de cinco horas, sendo feitas por dois avaliadores a cada 10

minutos, no decorrer de 10 horas diárias. As cabras eram retiradas da pastagem à tarde, sendo recolhidas para um

abrigo, onde passavam a noite. Para determinar a carga animal, procurou-se manter a oferta de forragem entre 8

e 10 kg de matéria seca (MS)/100kg de peso vivo (PV).

A cada 21 dias foi avaliada a massa de forragem (MF) por meio de seis cortes amostrais por piquete,

em quadrados de 0,25 m² e 10 estimativas visuais. A forragem proveniente de um dos cortes foi utilizada para

determinação do teor de MS do pasto, sendo as outras cinco amostras encaminhadas para separação botânica e

estrutural. Através da separação manual dos componentes das forrageiras em lâminas foliares, colmos e material

morto de cada amostra proveniente dos cortes.

RESULTADOS

Considerando-se os sistemas forrageiros (SF) propostos, observou-se durante todo o período de avaliação

(tabela 1) maior percentual de aveia quando comparada ao trigo, esse comportamento também foi observado

quando analisada a variável colmo.

Observa-se ao final das avaliações diferença significativa entre as produções de azevém, sendo maiores

para o SF1 (aveia+azevém) em relação ao SF2 (trigo+azevém). A participação de lâminas foliares e de colmos

do azevém foram afetadas negativamente pelo maior potencial de crescimento e pela precocidade da aveia em

XIV SICITE - UTFPR -*- Volume II -*- Seção Zootecnia 518

Page 39: UTILIZAÇÃO DE ADUBAÇÃO ALTERNATIVA NA PRODUÇÃO DE

relação ao azevém no SF1. Já no SF2, tanto o trigo quanto o azevém se mostram mais tardios, com isso, o

desenvolvimento de ambas não foi afetado durante o período experimental.

Comparando os percentuais de trigo em relação à aveia não se observa diferença significativa entre a

produção de laminas foliares nos SF. A produção de colmos nos sistema SF1 foi maior em relação ao SF2, sendo

assim, a produção total de aveia se mostrou superior, explicada por sua maior produção inicial.

O tempo de pastejo dos animais foi semelhante entre os sistemas forrageiros onde os animais passaram

entre 40 e 50% do tempo ingerindo alimentos (tabela 2). O tempo de ruminação apresentou valores superiores

quando os animais estão em pé. Acredita-se que este comportamento esteja relacionado à ausência de sombra de

nas pastagens.

O parâmetro ruminação diferiu significativamente entre os sistemas forrageiros, mostrando ser mais

elevado no SF1. Já no SF2, composto por trigo duplo propósito e azevém, o tempo de ruminação foi inferior,

uma vez que o trigo mostrou ciclo mais tardio em relação a aveia, possuindo melhor relação folha/colmo quando

comparada ao SF1.

O período de ócio foi similar entre os SF estudados, indicando que as diferenças numéricas nas massas

de forragem durante a avaliação não prejudicaram o tempo de apreensão da forragem. Isso porque existe efeito

substitutivo do tempo de ócio para tempo de pastejo quando a disponibilidade de forragem não supre as

necessidades dos animais.

Durante a avaliação, verificou-se dois picos de alimentação (figuras 1 e 2) durante o período entre 9:10

às 11:10 horas e das 13:10 às 17:00 horas, seguido por um pico de ócio, preparando o organismo para o início da

ruminação noturna, uma vez que ao entardecer os animais eram presos, alimentados com concentrado, ficando

sem alimentação disponível durante o restante da noite. Traçando um comparativo entre os SF estudados (figuras

1 e 2), observa-se que em ambos os tratamentos ao menos uma cabra encontrava-se pastejando, indicando que

nas condições experimentais, independentemente do consócio forrageiro, os caprinos apresentam hábito de

apreensão de forragem continuado durante o período diurno.

Tabela 1: Valores percentuais médios dos componentes botânicos e estruturais e massa de forragem inicial dos sistemas forrageiros (SF) estudados

Tratamentos MF

(kgMS/ha) LFAZ (%)

CAZ (%)

Azevém total (%)

LF (%)

Colmo (%)

Total (%)

MM (%)

SF1 3.054 12,45 17,48 29,93 11,27 39,59 56,86 15,88

SF2 2.104 27,65 23,34 50,98 27,87 17,77 45,6 3,38 MF= massa de forragem; LFAZ= lâmina foliar de azevém; CAZ= colmo de azevém; LF=lâmina foliar (SF1=aveia, SF2=trigo); Colmo= colmo (SF1=aveia, SF2=trigo); Total= Participação total da gramínea em consócio (SF1=aveia, SF2=trigo); MM= material morto; Tabela 2: Dados comportamentais (%), de cabras, em 10h diárias, manejadas nos sistemas forrageiros (SF) constituídos por aveia + azevém (1) e trigo + azevém (2), Dois Vizinhos, PR, 2008

Tratamento PP RD RP RTOT O SF1 39,04 3,67 11,11a 14,78a 29,50 SF2 51,97 3,71 3,34b 7,05b 26,17 P 0,0572 0,0797 0,0418 0,0309 >0,1

CV 20,24 35,22 26,33 43,32 42,41 Médias seguidas por letras distintas nas colunas, diferem entre si (P<0,05) PP – tempo de pastejo; RD – tempo de ruminação deitado; RP– tempo de ruminação em pé; RTOT – tempo de ruminação total; O – ócio

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Page 40: UTILIZAÇÃO DE ADUBAÇÃO ALTERNATIVA NA PRODUÇÃO DE

Figura 1: Atividades comportamentais coletados em 10h de avaliação no SF1, composto por aveia e azevém.

Figura 2: Atividades comportamentais coletados em 10h de avaliação no SF2, composto por azevém e trigo.

DISCUSSÃO E CONCLUSÕES

Considerando os SF propostos verifica-se que a participação da aveia é superior ao trigo duplo-

propósito, entretanto a aveia não apresenta mais participação a partir da segunda quinzena de setembro e o trigo

diminui sua participação a partir do mês de outubro. A maior precocidade da aveia em relação ao trigo afeta o

desenvolvimento inicial do azevém em consórcio. O azevém mostra regularidade de produção, sendo indicado

para utilização nos consórcios forrageiros avaliados, aumentando o período de pastejo dos animais por

apresentar ciclo mais tardio de desenvolvimento.

O tempo de pastejo e ócio dos animais é similar entre os sistemas forrageiros estudados. O tempo de

ruminação é maior em pastagens de aveia consorciado com azevém em final de ciclo produtivo quando

comparado com pastagens de trigo duplo-propósito e azevém, isto pela maior quantidade de material morto

presente no SF1, aumentando o tempo de ruminação. Comportamento semelhante também foi observado por [4],

em que pastagens, com maior participação de colmo apresentaram uma diminuição da digestibilidade, afetando

diretamente a ruminação.

REFERÊNCIAS [1]BRATTI, L.F.S.; DITTRICH, J.R.; BARROS, C.S. et al. Comportamento ingestivo de caprinos em pastagem de azevém e aveia-preta em cultivo puro e consorciado. Ciência Animal Brasileira. v. 10, n. 2, p. 397-405, abr./jun. 2009. [2] RIBEIRO, V.L.; BATISTA, A.M.V; CARVALHO, F.F.R. et al Comportamento ingestivo de caprinos Moxotó e Canindé submetidos à alimentação à vontade e restrita. Acta Scientiarum Animal Sciences. v. 28, n. 3, p. 331-337, July/Sept., 2006 [3]DAMASCENO, J.C.; BACCARI JÚNIOR, F.; TARGA, L.A. Respostas comportamentais de vacas holandesas, com acesso à sombra constante ou limitada. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.34, p.709-715, 1999. [4]CANGIANO, C.A. Producción animal en pastoreo. INTA Balcarce, v. 1, p. 41-62, 1996.

7:00 – 9:00 9:10 – 11:00 11:10 – 13:00 13:10 – 15:00 15:10 – 17:00

7:00 – 9:00 9:10 – 11:00 11:10 – 13:00 13:10 – 15:00 15:10 – 17:00

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Page 41: UTILIZAÇÃO DE ADUBAÇÃO ALTERNATIVA NA PRODUÇÃO DE

1

EFEITO DE DIFERENTES NÍVEIS DE PROBIÓTICO NA RAÇÃO SOBRE A QUALIDADE DE OVOS DE POEDEIRAS COMERCIAIS

Cleverson De Souza1, Christiane Garcia Vilela Nunes2, Rachel Santos Bueno³, Carla

Samanta Pegorini1, Cassiano Albino Lorensetti 1

Depto. de Zootecnia Campus Dois Vizinhos

Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR Estrada para Boa Esperança, km 04

1 Acadêmico do Curso de Zootecnia da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campus Dois Vizinhos, 2 Prof. Dr. Universidade Estadual Do Oeste Do Paraná, Campus Marechal Cândido Rondon. ³ Prof. Dr. Universidade de São Paulo, Campus Pirassununga.

Resumo - O trabalho teve como objetivo avaliar diferentes níveis de probiótico, em rações de poedeiras comerciais, sobre a qualidade de ovos. Foram utilizadas poedeiras de 16 a 32 semanas de idade, em um delineamento experimental inteiramente casualizado, com cinco tratamentos, seis repetições e cinco aves por unidade experimental. O período experimental foi de quatro ciclos de 28 dias e os tratamentos consistiram de cinco níveis diferentes (0,00%, 0,05%, 0,10%, 0,15% e 0,20%) de probiótico na ração. Nos dois últimos dias de cada ciclo de postura foram coletados quatro ovos de cada unidade experimental e obtidos os dados de peso total dos ovos, peso da gema, casca e albúmen, espessura da casca, gravidade específica, altura do albúmen e gema. Através desses dados foi obtida a porcentagem de casca, albúmen e gema, unidade Haugh, índice de gema e peso da casca por unidade de superfície de área (PCSA). Não foram encontradas diferenças estatísticas para as variáveis estudadas, sendo que o probiótico à base de Lactobacillus acidophillus, Strepetococcus faecium e Bifidobacterium bifidum na quantidade de até 0,20% (2kg/ton) de inclusão na ração de poedeiras comerciais não interferiu nas características de qualidade de ovos, avaliadas neste trabalho.

Palavras-chaves: Poedeiras, Probiótico, Ovos, Qualidade

Abstract – The experiment was carried out to evaluate different levels of probiotic, in the ration of laying hens on egg quality. The probiotic was fed to the layers when they were16 to 32 weeks of age. A completely randomized experimental design with five treatments (0.00%, 0.05%, 0.10%, 0.15% and 0.20% of probiotic in the ration) and six replicates of five birds each was used. The period of the experiment was divided in four cycles of 28 days. In the two last days of each cycles, four eggs were carried out to evaluate the egg, yolk, albumen and shell weight, shell thickness, specific gravity, yolk and albumen height. With these datas it was calculated the shell, yolk and albumen percent, Haugh unit, yolk index and shell weight per unid of area surface (WDAS). No statistical difference for the variables studied was observed. It could be concluded that the probiotic used in this experiment (Lactobacillus acidophillus, Strepetococcus faecium e Bifidobacterium bifidum) in the amount until 0,20% (2kg/ton) in the ration of layers hens did not affect the variables of egg quality studied in this experiment.

Key-words: Laying hens; Probiotic; Eggs; Quality

INTRODUÇÃO

O crescimento mundial e a existência de um mercado globalizado têm exigido da indústria de produção animal a utilização de modernas tecnologias necessárias a uma produção competitiva e de qualidade, requisito este imprescindível para a conquista do mercado consumidor, principalmente o da União Européia e Japão. Assim, permanência no mercado tem exigido tal mentalidade nas diferentes áreas da produção animal, não sendo diferente para a postura comercial, cujo produto final é o ovo.

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Page 42: UTILIZAÇÃO DE ADUBAÇÃO ALTERNATIVA NA PRODUÇÃO DE

2

O ovo é um alimento completo para a alimentação humana, pois apresenta na sua composição, proteína de excelente valor biológico, que reúne a maior parte dos aminoácidos essenciais, vitaminas, minerais e ácidos graxos [1].

Para que o ovo possa ser consumido como alimento básico da alimentação, este produto deve manter duas condições fundamentais: baixo custo e elevada qualidade nutricional, sendo que a produção de ovos com qualidade requer estratégias especiais de controle dos mecanismos que influenciam os parâmetros desejáveis, atribuindo assim valores mais elevados ao produto final. Uma das questões atuais relacionados à qualidade final de produtos de origem animal está no banimento do uso de antibióticos como promotores de crescimento nas rações animais [2]. Tais barreiras têm como intuito impedir a possibilidade de serem encontrados resíduos de antibióticos, em produtos (ovo, leite, carne) destinados ao consumo humano e a possibilidade do surgimento de resistência aos antibióticos utilizados na medicina humana [3].

A utilização de antibióticos em níveis subterapêuticos na ração sempre foi uma estratégia utilizada pela indústria para aumentar o desempenho dos animais. Entretanto, com a sua proibição, a criação de poedeiras comerciais a nível industrial, fica condicionada a adoção de medidas preventivas alternativas Surge então no mercado uma série de produtos alternativos sendo os probióticos os agentes mais promissores, por não deixarem resíduos nos alimentos e não favorecerem resistência às drogas [4].

Os probióticos são produtos à base de microorganismos vivos, que quando administrados aos animais tem a função de alojar no trato gastrintestinal, competindo por nutrientes, com a flora de microorganismos patogênicos ali presente, através da sua adesão na parede intestinal [5]. Através da colonização do intestino por microorganismos benéficos objetiva-se melhorar a absorção de nutrientes pelo intestino das aves.

[6] foram os primeiros pesquisadores a utilizarem os probióticos em aves. Em seus experimentos, os autores observaram que o conteúdo intestinal de aves adultas normais, administrados oralmente às aves com um dia de idade, alterava sua sensibilidade à infecção por salmonella spp, prevenindo o estabelecimento desta no intestino, ficando conhecida como “Exclusão Competitiva”. Assim, o trabalho teve como objetivo avaliar a qualidade interna e externa de ovos de poedeiras comerciais alimentadas com diferentes níveis de probiótico à base de Lactobacillus acidophillus, Strepetococcus faecium e Bifidobacterium bifidum.

METODOLOGIA

O experimento foi conduzido no Galpão Experimental de Postura da Universidade Tecnológica Federal do Paraná – Campus Dois Vizinhos, município de Dois Vizinhos - PR. Foram utilizadas 150 poedeiras da linhagem Shaver Brown com 16 semanas de idade, alojadas em galpão tipo califórnia, coberto com telhas de barro. As poedeiras foram alojadas aleatoriamente em número de cinco em gaiolas de arame, medindo 50 x 40 x 45 cm, em um delineamento inteiramente casualizado, com cinco tratamentos, seis repetições e cinco aves por unidade experimental.

O probiótico utilizado continha 3,5 x 1011 UFC de Lactobacillus acidophillus, Strepetococcus faecium e Bifidobacterium bifidum por quilo do produto. A ração experimental foi formulada à base de milho e farelo de soja, seguindo as exigências nutricionais da linhagem Shaver Brown sem qualquer inclusão de antibiótico. Os tratamentos foram: tratamento (1), ração basal sem inclusão de probiótico, tratamento (2), ração basal com 0,05% (500 g/ton) de inclusão de probiótico, tratamento (3), ração basal com 0,10% (1000 g/ton) de inclusão de probiótico, tratamento (4) ração basal com 0,15% (1500 g/ton) de inclusão de probiótico e tratamento (5), ração basal com 0,20% (2000 g/ton) de inclusão de

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probiótico. A suplementação com os diferentes níveis de probiótico foi realizada em substituição ao material inerte da ração.

A partir da 16a semana de idade, as poedeiras foram submetidas aos tratamentos, iniciando-se o período experimental, que teve duração de 16 semanas, divididos em quatro períodos de 28 dias cada. As rações foram fornecidas de modo a proporcionar as aves consumo de alimento e água à vontade. A água foi fornecida, para todas as aves, em bebedouros tipo nipple copo e a ração fornecida em comedouros lineares. O programa de luz foi de dezesseis horas de luz contínua, seguindo a recomendação do manual da linhagem.

Para alcançar os objetivos propostos de avaliar a qualidade dos ovos foram coletados nos dois últimos dias de cada ciclo de coleta quatro ovos por unidade experimental, para a coleta dos dados de peso dos ovos, peso da gema, casca e albúmen, espessura da casca, gravidade específica, altura e diâmetro do albúmen e gema. Através desses dados foi possível obter a porcentagem dos componentes dos ovos (casca, albúmen e gema), unidade Haugh, índice de gema e peso da casca por unidade de superfície de área (PCSA).

Como procedimento estatístico foi realizado análise de variância nas variáveis avaliadas. Para encontrar o melhor nível de inclusão do probiótico foi realizada regressão polinomial, ao nível de 5% de significância, utilizando-se para isto o programa "Statistical Analysis System" [7]. RESULTADOS

Os resultados das variáveis peso de ovo, porcentagem de gema, porcentagem de albúmen, porcentagem de casca, gravidade específica, espessura de casca, unidade Haugh, índice de gema e peso da casca por unidade específica de área (PCSA) estão apresentados na Tabela 1. Não foram observados efeito significativo dos níveis de probiótico nas variáveis estudadas.

Tabela 1 – Efeito dos níveis de probiótico sobre a qualidade externa e interna de ovos

comerciais Variáveis Níveis de Inclusão (g/ton) 0 500 1000 1500 2000

CV (%)

Peso de ovo (g) ns 60,47 59,67 62,32 59,87 59,57 5,66 Gema (%) ns 24,90 24,40 23,34 24,90 23,90 7,11 Casca (%) ns 10,09 9,85 9,80 10,14 10,15 4,70 Albúmen (%) ns 65,00 65,75 66,86 64,95 65,95 2,69 Gravidade específica (g/cm3) ns 1,084 1,087 1,088 1,088 1,088 3,23 Espessura de casca (mm) ns 0,34 0,36 0,35 0,35 0,35 6,72 Unidade Haugh ns 82,03 82,04 79,79 79,65 82,17 4,84 Imdice de gema ns 24.90 24.40 23.34 24.90 23.90 4,91 PCSA ns 47,37 46,04 46,95 47,78 46,95 43,58 ns = não significativo.

DISCUSSÃO E CONCLUSÃO

De acordo com os resultados obtidos foi observado que não houve diferença estatística para as variáveis de qualidade de ovo estudadas nesse trabalho. [8] também não encontraram efeito da suplementação de probiótico na qualidade de ovos de poedeiras comerciais, entretanto trabalhou com probiótico à base de Bacilus subtilis, diferente do utilizado nesse experimento. [9] analisando o desempenho e a qualidade de ovos de poedeiras submetidas a preparações comerciais de B. subtilis, após muda forçada, também não observaram qualquer

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benefício da adição do microrganismo na dieta. [10] trabalhando com codornas japonesas observaram incremento no peso da casca dos ovos, entretanto trabalharam com probiótico à base de sete diferentes espécies de bactérias e duas diferentes espécies fungos. Os mesmo autores não observaram diferenças significativas para as variáveis peso de ovo e espessura de casca.

Alguns autores atribuem a ineficiência no uso de probióticos às boas condições sanitárias do plantel. Conduzindo experimentos com frangos de corte, [11] ressaltaram que a falta de desafios proporcionadas por um adequado vazio sanitário e excelentes condições de manejo impossibilitaram a obtenção de resultados favoráveis à utilização de probióticos comerciais, o que pode ter ocorrido neste trabalho, pois as aves foram criadas obedecendo todos os padrões sanitários necessários, além de boa higienização do galpão e arraçoamento várias vezes ao dia.

Conclui-se que, nas condições em que foram realizados este trabalho, a utilização de Lactobacillus acidophillus, Strepetococcus faecium e Bifidobacterium bifidum como agente probiótico na ração de poedeiras comerciais, de 16 a 32 semanas de idade não interferiu nas qualidades internas e externas do ovo. REFERÊNCIAS [1] TERRA, C. Ovo, a proteína do 3º milênio. In: Congresso de produção e consumo de ovos.

1999, São Paulo. Anais... São Paulo: Associação Paulista de Avicultura, 1999. p. 8-9. [2] COUNCIL OF THE EUROPEAN UNION. Council regulation on the authorisation of the

additive avilamycin in feedingstuffs. Capturado em 15 out. 2003. Online. Disponível na Internet. http://register.consiluim.eu.int/pdf/en/03/st06/st06120en03.pdf

[3] MORENO, L.V.; BERMUDEZA, M.C.; LANGURE, A.; et al. Antibiotic residues and drugs resistant bactéria in beef and chicken tissues. Journal of Food Science., v. 55, n. 3, p. 632-635, 1990.

[4] NEPOMUCENO, E.S.; ANDREATTI, R.L.F. Probióticos e prebióticos na avicultura. In: II Simpósio de Sanidade Avícola. 2000, Santa Maria, RS. Anais... Concórdia, SC : Embrapa Suínos e Aves, v.1, p.45-55, 2000.

[5] FULLER, R. Probiotics in man and animals. J. Appl. Bacteriol., Oxford, v.66, p.365-378, 1989.

[6] NURNI, E.; RANTALA, M. New aspects of salmonella infection in broiler production. Nature. v.241, p.210-211,1973.

[7] SAS INSTITUTE (Cary, Estados Unidos). SAS/STAT user’s guide: version 6. 11th ed. Cary, 1996. 842p.

[8] PEDROSO, A.A.; MORAES, V.M.B.; ARIKI, J. Desempenho e qualidade de ovos de poedeiras de 50 a 66 semanas de idade suplementadas com probiótico. Ciência Rural, 2001, vol.31, no.4, p.683-686.

[9] GIAMPAULI, J.; MORAES, V.M.B.; ARIKI, J.; et al. Efeito de probiótico sobre o desempenho e qualidade dos ovos de poedeiras após a muda forçada. Revista Brasileira de Ciência Avícola, Campinas, v.1, suplemento 1, p.51, 1999.

[10] AYASAN, T.; OZCAN, B.D.; BAYLAN, M.; et al. The effects of dietary inclusion of probiotic protexin on egg yield parameters of japanese quails (Coturnix coturnix Japonica). International Journal of Poultry Science. 5 (8): 776-779, 2006.

[11] ZUANON, J.A.S.; FONSECA, J.B.; ROSTAGNO, H.S.; et al. Efeito de promotores de crescimento sobre o desempenho de frangos de corte. Revista Brasileira de Zootecnia, Viçosa, v.27, n.5, p.999-1005, 1998.

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DENSIDADE DE SEMEADURA ALTERANDO A PRODUÇÃO DE FORRAGEM EM TRIGO DUPLO PROPÓSITO

Cláudio César Simionatto [Bolsista PIBIC-CNPq], Deivid Kelly Barbosa [Voluntário PIBIC-

CNPq], Thomas Newton Martin [Orientador], Marcel Hastenpflug [Colaborador], Magnos Fernando Ziech [Colaborador]

Coordenação de Horticultura/Zootencia

Campus Dois Vizinhos Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR

Estrada para Boa Esperança, km 4 – Dois Vizinhos/PR, Brasil - CEP 85660-000

[email protected], [email protected], [email protected], [email protected], [email protected]

Resumo – Objetivou-se nesse trabalho, avaliar a produção de fitomassa seca em sistema utilizando trigo duplo propósito, avaliando diferentes densidades de semeadura e diferentes cultivares. O experimento foi realizado na Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campus Dois Vizinhos. O delineamento experimental foi bifatorial em blocos completamente casualizados (cultivares x densidade de semeadura). Os cultivares de trigo utilizados foram: BRS Figueira, BRS Guatambu, BRS Tarumã e BRS Umbu, produzidos pela EMBRAPA e as densidades de semeadura utilizadas foram de 50, 200, 350, 500 e 650 sementes por metro quadrado de área semeada. O corte da forragem foi realizado quando a cultura atingiu uma estatura de 30 cm, deixando um resíduo de 10 cm. As amostras foram secas em estufa de ventilação forçada a 55 ºC por 72 horas e pesadas. Verificou-se que os cultivares de trigo duplo propósito possuem desempenho diferenciado quanto à produção de fitomassa seca no que diz respeito à densidade de semeadura. A densidade de semeadura de cultivares de trigo duplo propósito pode ser ampliado para a produção de fitomassa seca. Palavras-chave: competição de cultivares, cultura de inverno, produção de forragem Abstract – The purpose of this work is to evaluate the dry mass production in system using double wheat intention, evaluating different densities of sowing and different genotypes. The experiment was carried through in the “Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campus Dois Vizinhos”. The experimental design was bifactorial with block randomized, (genotypes x density). To whet genotype used had been: BRS Figueira, BRS Guatambu, BRS Tarumã and BRS Umbu produced by the EMBRAPA and the used densities of sowing had been of 50, 200, 350, 500 and 650 seeds for square meter. The cut of the fodder plant was carried through when the culture reached a stature of 30 cm, 10 cm residue leaving. The samples had been dried in greenhouse of forced ventilation the 65 ºC and weighed. As results differentiated performance was verified that to genotypes them of double wheat intention possess how much to dry mass production it says respect to the sowing density. The density of sowing to cultivate of double wheat intention can be extended for the production of dry mass. Key-words: genotype competition, winter crop, forage production INTRODUÇÃO

Na Região Sul do Brasil são observadas irregularidades na dieta dos ruminantes alimentados com forrageiras no período de inverno, acarretando uma significativa diminuição na produção de leite e carne [1]. Uma forma de reverter esta situação e agregar valor a propriedade rural é através da integração entre a lavoura e a pecuária, utilizando sistemas de produção com dupla aptidão, servindo como fonte de volumoso na alimentação dos animais e também produção de grãos [2].

O sistema de integração lavoura-pecuária pode ser feito com pastagens de gramíneas e leguminosas, podendo ser utilizadas separadas ou consorciadas [3]. Uma gramínea com dupla aptidão, que pode ser utilizada no inverno e é cultivada em todo o mundo é o trigo, objetivando principalmente a produção de grãos, mas podendo ser utilizado também como forragem para os animais, sendo considerado nesse caso, trigo duplo propósito. O trigo com

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dupla aptidão é interessante frente às diversas mudanças na economia e nos preços pagos ao agricultor, tanto no valor do produto animal (carne, leite e derivados) bem como na produção vegetal (grãos). Esse trabalho tem como objetivo avaliar a produção de fitomassa seca em sistema utilizando trigo duplo propósito, testando diferentes densidades de semeadura e diferentes cultivares.

METODOLOGIA O experimento foi realizado na área experimental da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campus Dois Vizinhos. O clima é classificado como subtropical úmido mesotérmico (Cfa), segundo a classificação de Köppen [4]. O solo pertence à Unidade de mapeamento NITOSSOLO VERMELHO distroférrico úmbrico, textura argilosa fase floresta subtropical perenifólia, relevo ondulado [5]. As práticas culturais foram seguidas conforme as indicações da COMISSÃO SUL BRASILEIRA DE PESQUISA DE TRIGO (Embrapa-CNPT). A área foi adubada com 60 kg ha-1 de N-P-K (10-15-15) a partir de uma análise prévia do solo. No início do perfilhamento foi realizada uma adubação nitrogenada, sendo utilizado como fonte de nitrogênio sulfato de amônio (20% de N, 60 kg ha-1). O delineamento experimental utilizado foi de blocos completamente casualizados, onde os tratamentos foram distribuídos em um bifatorial constituindo-se de quatro cultivares e cinco densidades de semeaduras. Os cultivares de trigo utilizados foram: BRS Figueira, BRS Guatambu, BRS Tarumã e BRS Umbu fornecidos pela EMBRAPA. As densidades de semeadura foram de 50, 200, 350, 500 e 650 sementes por metro quadrado de área semeada. A parcela experimental foi constituída de cinco fileiras espaçadas 17 cm uma das outras, totalizando um metro de largura por 3,5 m de comprimento, a área útil das subparcelas foram compostas por três fileiras de 0,5 m de comprimento totalizando uma área de 0,255 m2.

O corte foi realizado quando o trigo atingiu uma estatura de aproximadamente 30 cm, realizado a 10 cm do solo permitindo assim que a planta tivesse uma reserva para a emissão de novas estruturas vegetativas. A obtenção de fitomassa seca da forragem (FMS) foi realizada em estufa de ventilação forçada a 55ºC durante 72 horas. A análise estatística foi realizada com auxilio do software Soc-NTIA através da análise de variância e teste de ajustes aos modelos de regressão (5% de probabilidade de erro) [6]. RESULTADOS E DISCUSSÃO

O experimento transcorreu sem a interferência de pragas, doenças e plantas daninhas, o que favoreceu para que houvesse uma ampliação da qualidade dos resultados obtidos. Segundo a análise de variância, verificou-se que o comportamento dos genótipos não é o mesmo nas diferentes densidades de semeadura testados. Verifica-se que os cultivares BRS Umbu, BRS Guatambu e BRS Tarumã apresentaram respostas lineares ao aumento da densidade de semeadura quanto à produção de forragem. Dessa forma, pode-se ampliar a densidade de semeadura objetivando obter o ponto de máxima eficiência técnica para essas cultivares. Com a ampliação das densidades de semeadura haverá uma maior produção de fitomassa disponível para o pastejo. Comparando-se o desempenho dos cultivares, percebe-se que aqueles que tiveram desempenho linear (Figura 1) para produção de fitomassa seca foram BRS Umbu, BRS Guatambu e BRS Tarumã, respectivamente, independentemente da densidade utilizada. No que diz respeito aos cultivares BRS Guatambu e BRS Tarumã, estes apresentaram um desempenho paralelo, porém com superioridade para o primeiro cultivar. O cultivar BRS Umbu, em menores densidades de semeadura possui desempenhos semelhantes

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ao BRS Guatambu, mas à medida que se aumenta a densidade de semeadura, aumenta também a diferença de produção de forragem entre os cultivares. Para os cultivares que apresentaram efeito linear para a produção de forragem, o maior resultado foi o do BRS Umbu, com produção de 3.500 kg de MS ha-1. Valores de 1.470 kg de MS ha-1 utilizando trigo duplo propósito manejado com um corte foram obtidos em outro trabalho [7].

Com relação ao cultivar BRS Figueira, observa-se que este apresenta um efeito quadrático para produção de fitomassa seca (kg ha-1) e as densidades de semeadura. Apesar, deste cultivar apresentar produção de fitomassa seca inferior ao BRS Umbu e BRS Guatambu em densidade de semeadura baixa, esse aspecto é revertido em densidades de semeadura que aproximam-se a 150 sementes por metro quadrado. Apesar do cultivar BRS Figueira apresentar um comportamento quadrático, a máxima eficiência técnica não situou-se entre os limites impostos pelos tratamentos (50 a 650 sementes por metro quadrado). Dessa forma, para todos os cultivares, a máxima produção de forragem é obtida com a maior densidade de semeadura (650 sementes por metro quadrado). Na semeadura de trigo duplo propósito o recomendado para a Região Sul do Brasil é uma densidade de 350 a 400 sementes viáveis por metro quadrado. Para a produção exclusiva de cereais de inverno, o espaçamento utilizado entre linhas é de 17 cm, não devendo ultrapassar 20 cm. A recomendação é que a densidade deve variar entre 90 a 110 kg de semente por hectare [7]. Com a obtenção das melhores densidades de semeadura para os cultivares de trigo duplo propósito é possível maximizar a produção de forragem, ampliando a disponibilidade da forragem para os animais. CONCLUSÕES Os cultivares de trigo duplo propósito possuem desempenho diferenciado quanto à produção de fitomassa seca no que diz respeito à densidade de semeadura. A densidade de semeadura de cultivares de trigo duplo propósito pode ser ampliado para o aumento de produção de forragem. Além disso, o cultivar BRS Figueira destacou-se na produção forrageira. AGRADECIMENTOS

Á EMBRAPA Trigo de Passo Fundo, na pessoa do Dr. José Pereira, por ter cedido às sementes dos cultivares de trigo de duplo propósito. Ao CNPq e MEC/SESU pela concessão das bolsas.

REFERÊNCIAS [1] WENDT, W; DEL DUCA, L.J.A.; CAETANO, V.R. Avaliação de cultivares de trigo

duplo-propósito recomendadas para cultivo no Rio Grande do Sul. Comunicado Técnico, n.137, 2006.

[2] DEL DUCA, L. J.; FONTANELI, R.S. Utilização de cereais de inverno em duplo propósito (forragem e grão) no contexto do sistema plantio direto. In: Seminário internacional do sistema plantio direto, 1995, Passo Fundo. Anais. Passo Fundo: Embrapa Trigo – RS, p.177-180, 1995.

[3] MORAES, A., MARASCHIN, G.E. Pressões de pastejo e produção animal em milheto cv. comum. Pesquisa Agropecuária Brasileira, p.197-205, 1998.

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[4] MAAK, R. Geografia Física do Estado do Paraná. Curitiba. Banco de desenvolvimento do Paraná, p.350, 1968.

[5] BHERING, S. B.; SANTOS, H.G. Mapa de solos do Estado do Paraná: legenda atualizada. Rio de Janeiro: EMBRAPA/IAPAR. 2008. 74p.

[6] EMBRAPA. Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias. Ambiente de software NTIA, versão 4.2.2: manual do usuário - ferramental estatístico. Campinas: Centro Nacional de Pesquisa Tecnológica em Informática para a Agricultura, p.258, 1997.

[7] DEL DUCA, L. J. A.; MOLIN, R.; SANDINI, I. Experimentação de genótipos de trigo para duplo propósito na Paraná, em 1999. Passo Fundo-Embrapa Trigo - Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento, p.18, 2000.

Figura 1. Efeito da densidade de semeadura (sementes m2) na produção de fitomassa seca (FMS, em kg ha-1), em cultivares de trigo duplo propósito.

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

0 100 200 300 400 500 600 700

Densidade (sementes m2)

Fit

omas

sa s

eca

(kg/

ha)

BRS Guatambu

BRS Tarumã

BRS Figueira

BRS Umbu

BRS Figueira/FMS = 1.016,99841270+6,21788889X-0,00354762X2, r2 = 0,99 BRS Umbu/FMS = 1.446,09444444+3,043444444X, r2 = 0,89 BRS Guatambu/FMS = 1.486,48888889+1,27355556X, r2 = 0,80 BRS Tarumã/FMS = 924,33333333+1,34133333X, r2 = 0,90

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ANÁLISE DE TRILHA EM TRIGO DUPLO PROPÓSITO

Deivid Kelly Barbosa [Voluntário PIBIC-CNPq], Cláudio César Simionatto [Bolsista PIBIC-CNPq], Thomas Newton Martin [Orientador], Marcel Hastenpflug [Colaborador], Magnos

Fernando Ziech [Colaborador]

Coordenação de Horticultura Campus Dois Vizinhos

Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR Estrada para Boa Esperança, km 4 – Dois Vizinhos/PR, Brasil - CEP 85660-000

[email protected], [email protected], [email protected], [email protected],

[email protected] Resumo – O objetivo desse trabalho foi verificar a relação causa e efeito entre as variáveis fitomorfológicas e de produção na cultura de trigo destinado ao duplo propósito. Os cultivares de trigo utilizados foram: BRS Figueira, BRS Guatambu, BRS Tarumã e BRS Umbu fornecidos pela EMBRAPA e as densidades de semeadura foram 50, 200, 350, 500 e 650 sementes por metro quadrado. Inicialmente verificou-se a análise de multicolinearidade, onde retirou-se algumas variáveis que possuíam a colinearidade elevada. Na seqüência foi realizada a análise de trilha para as demais variáveis. Como resultados verificou-se que a simulação de pastejo (corte) sobre as plantas de trigo duplo propósito ocasionam uma variabilidade elevada, que não permitiu a inferência dos efeitos diretos e indiretos. Com isso, somente a partir do manejo sem corte, objetivando então somente a produção de grãos verificou-se que deve-se ampliar as variáveis que contribuem diretamente mais para a produção de grãos foi o número de espigas e a massa de cem grãos e de forma indireta está a produção grãos avaliada em cinco espigas. Palavras-chave: relação causa e efeito, variáveis resposta, melhoria na produtividade. Abstract – The purpose of this work was to verify the relation cause and effect between the fitomorfological variable and the crop production wheat in double purpose. To cultivate them of wheat used had been: BRS Figueira, BRS Guatambu, BRS Tarumã and BRS Umbu supplied by the EMBRAPA and the sowing densities had been 50, 200, 350, 500 and 650 seeds for square meter. Initially it was verified multicolinearity analysis, where it left some variable that have the high colinearity. In the sequence the analysis of track for the excessively changeable ones was carried through. As results were verified that the simulation of grazing (cut) on the plants of double wheat purpose causes a raised variability, that did not allow to the inference of the effect indirect right-handers and. With this, from the blunt handling, objectifying then only the production of grains it was only verified that it must be extended the variable that contribute directly more for the production of grains were the number of spikes and the mass of one hundred grains and supreme indirect form is the evaluated production in five spikes. Key-words: path analysis, responsive variable, improvement in the productivity. INTRODUÇÃO O trigo é um cereal de inverno, muito importante para o setor agrícola, onde tradicionalmente é utilizado para a produção de grãos, na alimentação humana. Atualmente este cereal tem sido utilizado com opção de forragem no período hibernal, já que neste período a disponibilidade de forragem das pastagens perenes de verão e nativas são reduzidas. Assim utiliza-se o trigo como cereal de dupla aptidão, ou seja, para produção de forragem em uma primeira etapa e, posteriormente, produzir grãos. Sendo assim estes genótipos possuem ciclo mais longo e são mais resistentes ao pisoteio. Considerando os fatores de digestibilidade e proteína pode-se comparar o trigo duplo propósito com a alfafa [1] e [2]. Como ainda se trata de um sistema novo, não se tem muitas pesquisas nesta área, e as que possuem devem se direcionar de maneira que indique quis as relações entre as variáveis de produção e

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fitomorfológicas. Sendo assim a analise de trilha ou analise de caminhamento (Path analysis), [3] é uma ótima opção, já que esta permite uma partição dos coeficientes de correlação tanto em efeitos diretos como indiretos de cada caráter sobre uma variável básica. Esse tipo de analise é utilizado por permitir ao pesquisador descobrir relações entre os fatores ou variáveis, pois trata-se de um tipo especial de análise multivariada, um método fechado de variáveis linearmente correlacionados [4]. Sendo assim, com a identificação destas variáveis, pode-se determinar sistemas de manejo específicos que visem beneficiar esta característica que interfere positivamente na produtividade da cultura, tanto para forragem, como para grãos. Portanto, o objetivo do presente estudo foi verificar a relação causa efeito entre as variáveis fitomorfológicas e de rendimento de grãos, para os genótipos de trigo de duplo propósito.

METODOLOGIA

O experimento foi instalado na área experimental, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campus Dois Vizinhos, que está localizado a 25º 42’52” de latitude S, longitude de 53º 03’94’’ W-GR e 520 m de altitude. O solo pertence à Unidade de mapeamento NITOSSOLO VERMELHO distroférrico úmbrico, textura argilosa fase floresta subtropical perenifólia, relevo ondulado [5]. A área foi adubada com 60 kg ha-1 de N-P-K (10-15-15) a partir de uma análise prévia do solo. No início do perfilhamento foi realizada uma adubação nitrogenada, sendo utilizado como fonte de nitrogênio sulfato de amônio (20% de N, 60 kg ha-

1). O delineamento experimental utilizado foi de blocos completamente casualizados, onde os tratamentos foram distribuídos em um bifatorial constituindo-se de quatro cultivares e cinco densidades de semeaduras. Os cultivares de trigo utilizados foram: BRS Figueira, BRS Guatambu, BRS Tarumã e BRS Umbu fornecidos pela EMBRAPA [6] densidades de semeadura foram de 50, 200, 350, 500 e 650 sementes por metro quadrado de área semeada. O corte foi realizado quando o trigo atingiu uma estatura de aproximadamente 0,3 m realizada a 0,1 m do solo. A parcela experimental foi constituída de cinco fileiras espaçadas 17 cm uma das outras, totalizando um metro de largura por 3,5 m de comprimento, a área útil das subparcelas foram compostas por três fileiras de 0,5 m de comprimento totalizando uma área de 0,255 m2.

As avaliações foram realizadas no centro de cada subparcela na fileira central, 0,50 x 0,51 metros, onde foram avaliadas: fitomassa seca de parte aérea, número de afilhos formados, produção de grãos por parcela, produção de grãos em cinco espigas, massa de 100 grãos, número médio de espiguetas em cinco espigas, estatura de planta, para os manejos sem corte e um corte. As análises de multicolinearidade e de trilha foram realizadas por meio da padronização das variáveis utilizou-se o software Genes [4]. RESULTADOS E DISCUSSÃO Por meio da Tabela 1, no manejo sem corte verificou-se que as variáveis que apresentam efeito direto positivo sobre a variável produção de grãos foram o número de espiguetas e a massa de cem sementes. Para os efeitos indiretos sobre a produção de grãos foi o peso de grãos em cinco espigas. Para o manejo com corte verifico-se que o efeito da variável residual foi elevado, fazendo com que essa superasse e mantivesse os efeitos diretos e indiretos em segundo plano, sem a possibilidade de avaliação. Também se observou valores elevados para o manejo sem corte da variável residual, porém as correlações diretas e indiretas das variáveis sobre o peso de grão foram superiores aos valores dessa variável [7] afirma que o rendimento de grãos é diretamente afetado pela capacidade das plantas em regenerar a parte aérea, pois em condições de desfolha excessiva a reserva de carboidratos irá

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inicialmente para a formação rápida de área foliar [7]. Ao relacionar o rendimento de grãos com a adubação nitrogenada que a planta recebe, conforme a época de aplicação, por meio de estímulos aos componentes do rendimento, ou seja, o número de grãos por espigas, o número de espigas por área e a massa de grãos [8]. O manejo de cortes junto com a adubação pode interferir nos componentes do rendimento de grãos, como peso de espigas, número de espiguetas por espiga e número de grãos por espiga, o que acaba influenciando no rendimento final de grãos [9].

CONCLUSÕES

A partir dos resultados verificados, infere-se que a simulação de pastejo (corte) sobre as plantas de trigo duplo propósito ocasiona uma variabilidade elevada, que não permitiu a inferência dos efeitos diretos e indiretos. Com isso, somente a partir do manejo sem corte, objetivando então somente a produção de grãos verificou-se que se devem ampliar as variáveis que contribuem diretamente mais para a produção de grãos foi o número de espigas e a massa de cem grãos e de forma indireta está a produção grãos avaliada em cinco espigas.

AGRADECIMENTOS

Ao CNPQ pela concessão da bolsa de Iniciação Científica. E à EMBRAPA Trigo (Passo Fundo, RS) pelo auxílio prestado por seus pesquisadores Dr. José Pereira da Silva Junior e Dr. Renato Serena Fontaneli.

REFERÊNCIAS [1] FONTANELI, R. S. Trigo de duplo propósito na integração lavoura-pecuária. Revista Plantio Direto, Passo Fundo: Aldeia Norte Editora, ed. 99, 2007.

[2] HASTENPFLUG, M. Desempenho de cultivares de trigo duplo propósito sob doses de adubação nitrogenada e regimes de corte. 2009. 68p. Dissertação (Mestrado em Produção Vegetal) – Programa de pós-graduação em Agronomia, Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Pato Branco, 2009.

[3] Wrigth, S. Correlation and causation. Journal Agricultural Research, Washington, v.20, 1921, p.557-585.

[4] CRUZ, C.D. Programa Genes: aplicativo computacional em genética e estatística. Viçosa: UFV, 1997. 442p.

[5] BHERING, S. B.; SANTOS, H.G. Mapa de solos do Estado do Paraná: legenda atualizada. Rio de Janeiro: EMBRAPA/IAPAR. 2008. 74p.

[6] WENDT, W; DEL DUCA, L.J.A.; CAETANO, V.R. Avaliação de cultivares de trigo duplo-propósito, recomendadas para cultivo no Rio Grande do Sul. Comunicado Técnico n° 137, julho de 2006

[7] CORSI, M.; GOULART, R. C. D.; ANDREUCCI, M. P. Nitrogênio e enxofre em pastagens. SIMPÓSIO SOBRE NITROGÊNIO E ENXOFRE NA AGRICULTURA BRASILEIRA, 2007, Piracicaba. Anais... Piracicaba: IPNI Brasil, 2007. 722 p.

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[8] BREDEMEIER, C.; MUNDSTOCK, M. C. Estádios fenológicos do trigo para a adubação nitrogenada em cobertura. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Viçosa, v. 25, n. 2, p. 317-323, 2001.

[9] BORTOLINI, et al. Cereais de inverno submetidos ao corte no sistema de duplo propósito. Revista Brasileira de Zootecnia, Viçosa v. 33, n. 1, p. 45-50, 2004

Tabela 1. Análise de trilha para as variáveis fitomassa seca de parte aérea (FMS, kg ha-1), número de afilhos formados (PER), produção de grãos por parcela (PG, g), produção de grãos em cinco espigas (PG5E, g), massa de 100 grãos (MCG, g), número médio de espiguetas em cinco espigas (NE5E), estatura de planta (EP, cm), para os manejos sem corte e um corte. Universidade Tecnológica Federal do Paraná, campus Dois Vizinhos, 2009.

Manejo sem corte PER NE PG5E MCG NE5E EP Efeito direto sobre PG 0,04135803 0,6488219 0,317211 0,77607675 0,18137893 0,11391749 Efeito indireto via PER --- -0,0025559 -0,00605 -0,01684926 0,01710568 0,00873895 Efeito indireto via NE -0,04009719 --- -0,36769 -0,33771181 -0,2256603 -0,08188133 Efeito indireto via PG5E -0,04637626 -0,1797635 --- 0,26950255 0,02521828 0,04859674 Efeito indireto via MCG -0,31617367 -0,403948 0,659355 --- -0,2357721 0,03647561 Efeito indireto via NE5E 0,07501833 -0,0630836 0,01442 -0,05510292 --- 0,00446192 Efeito indireto via EP 0,02407077 -0,0143764 0,017452 0,00535412 0,00280237 --- Total -0,2622 -0,0149 0,6346 0,6412 -0,2349 0,1303 Coeficiente de determinação 0,65064859 Efeito da variável residual 0,59105957

Manejo com corte PER PG PG5E MCG NE5E Efeito direto sobre MS -0,26640112 -0,0487662 -0,09892 -0,24618911 0,24180943 Efeito indireto via PER --- -0,0139328 0,072701 0,08626068 -0,1125278 Efeito indireto via PG -0,00255047 --- 0,016127 -0,01341558 0,01657563 Efeito indireto via PG5E 0,02699525 0,0327128 --- -0,04995457 -0,0249971 Efeito indireto via MCG 0,07971603 -0,0677266 -0,12433 --- 0,04084277 Efeito indireto via NE5E 0,1021403 -0,082191 0,061105 -0,04011619 --- Total -0,0601 -0,1799 -0,0733 -0,2634 0,1617 Coeficiente de determinação 0,13598137 Efeito da variável residual 0,92952602

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DIFERENTES MICROS SILOS PARA AVALIAÇÃO EXPERIMENTAL DE SILAGEM DE MILHO E SORGO

Sidney Ortiz [Bolsista PIBITI/ CNPq], Patrícia Bertoncelli [Bolsista PIBIC/ Fundação

Araucária], Cláudio César Simionatto [Bolsista PIBIC/ CNPq], Thomas Newton Martin [Orientador, Tutor PET-Zootecnia], Luis Fernando Glasenapp de Meneses [Co-orientador],

Luis César Cassol [Colaborador]

Coordenação de Horticultura/Zootecnia Campus Dois Vizinhos

Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR Estrada para Boa Esperança Km 4 – Dois Vizinhos – PR - CEP 85660-000

[email protected] , [email protected] ,

[email protected] , [email protected], [email protected], [email protected]

Resumo: O objetivo deste trabalho foi avaliar diferentes tipos, formas e volumes de micro silos experimentais na produção de silagem de milho e sorgo, no que diz respeito ao teor de fitomassa, nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio e magnésio do material ensilado. Ambas as culturas foram triturados em ensiladeira com tamanho de partículas de dois a três cm e compactados em 13 diferentes tipos silos experimentais. Não houve diferença para os tratamentos avaliados para cultura de milho, sendo que todos apresentam as mesmas características quanto o percentual de fitomassa seca do material ensilado. Para cultura sorgo os tratamento, diferiram entre si quanto a fitomassa seca do material ensilado, sendo os tratamentos 1 (PVC 500 X 100 mm sem areia), 2 (PVC 500 X 100 mm com areia), 3(PVC 250 X 100 mm com areia), 4 (PVC 250 X 100 mm sem areia), 7 (PVC 250 X 150 mm com areia),11 (PVC 250 X 150 mm sem areia), 13 (Garrafa Pet com areia). Isso pode ter ocorrido devido a dificuldade de compactação da silagem e características dos micro silos. Com relação aos teores de nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio e magnésio, não houve diferença significativa para ambas as culturas. Palavras-chave: Forragens conservadas, Micro silos, Fitomassa seca, Variabilidade experimental. Abstract: The purpose of this work was to evaluate different types, forms and volumes of micron experimental silos in the production of maize ensilage and sorghum, in what it says respect to the text of dry mass, nitrogen, phosphorus, potassium, calcium and magnesium of the ensiled material. Both cultures had been triturated in machine with size of particles of two the three compact cm and in 13 different types experimental silos. It did not have difference for the treatments evaluated for maize culture, being that all present the same characteristics how much the percentage ensiled material of dry mass. For culture sorghum the treatment, had differed between itself how much dry mass of the ensiled material, being treatments 1 (500 PVC X 100 mm without sand), 2 (500 PVC X 100 mm with sand), 3 (250 PVC X 100 mm with sand), 4 (250 PVC X 100 mm without sand), 7 (250 PVC X 150 mm with sand), 11 (250 PVC X 150 mm without sand), 13 (Pet Bottle with sand). This can have occurred due the difficulty of compacting of the ensilage and characteristics of the micron silos. With regard to nitrogen texts, phosphorus, potassium, calcium and magnesium, the cultures did not have significant difference for both. Key-words: Preserved foragem, Mícron silos, Dry mass, Experimental variability. INTRODUÇÃO

São muitos os fatores que influem na qualidade das silagens de milho e de sorgo, o que o torna impossível os estudos em silos convencionais. Avaliar a silagem de diferentes forrageiras a campo é difícil, devido à utilização de um volume grande de material ensilado, mão-de-obra, máquinas apropriadas e além de apresentar um maior custo. São vários os silos experimentais utilizados para a avaliação de material ensilado. Por meio dos silos

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laboratoriais tem-se facilidade de manipulação, e as fermentações são semelhantes aos dos silos no campo e como o volume de material ensilado é pequeno tem baixos custos, proporcionando maior número de repetições.

Em revisões de literatura [1] afirmam que na maior parte dos trabalhos de pesquisa em que avaliaram o valor nutritivo e a qualidade da silagem, foram utilizados silos experimentais de tipo laboratorial (em PVC). Apesar dos silos experimentais reproduzirem as condições de campo, existe citações que os resultados obtidos não são os mesmo observados em silos convencionais. O grau de estabilização é obtido com maior rapidez nos silos experimentais que nos comerciais, já que as condições para que ocorra o processo de fermentação anaeróbica ocorre em menor tempo, implicando na interpretação dos resultados. No Brasil, foram realizados poucos experimentos buscando visar o melhor micro silos experimentais utilizados para avaliação da silagem que se aproxime das condições de campo, assim havendo a necessidade de novas pesquisas.

O objetivo deste trabalho é avaliar diferentes tipos, formas e volumes de micro silos experimentais na produção de silagem de milho e sorgo, no que diz respeito ao teor de fitomassa seca, nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio e magnésio do material ensilado.

MATERIAIS E MÉTODOS

O experimento foi conduzido na área experimental da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, no Campus Dois Vizinhos no período entre dezembro e junho de 2009. Na região compreendida como terceiro planalto paranaense, com altitude de 520 m, latitude de 25º44” Sul e longitude de 53º04” Oeste sendo, o clima do tipo subtropical úmido mesotérmico (Cfa), segundo a classificação de Köppen. O solo pertence à Unidade de mapeamento NITOSSOLO VERMELHO distroférrico úmbrico, textura argilosa fase floresta subtropical perenifólia, relevo ondulado [2]. O genótipo de milho utilizado foi o P30F35 e o de sorgo foi o BRS655, ambos fornecidos pela EMBRAPA (Milho e Sorgo, Sete Lagoas, MG). A semeadura do genótipo de milho foi realizada no dia nove de janeiro, com uma densidade de 50.000 plantas por hectare, com distâncias de 90 centímetros entre si. A semeadura dos genótipos de sorgo foi realizada no dia cinco de fevereiro, com a densidade de semeadura de 100.000 plantas por hectare. A adubação de base foi 300 kg ha-1 da formulação comercial 10-20-20, sendo realizada anteriormente a semeadura. A adubação de cobertura foi 100 kg ha-1 de nitrogênio sendo utilizado como fonte utilizou-se a uréia 45% de N, aplicada no estágio fenológico de 4 a 6 folhas.

O milho foi ensilado no dia 18 do mês de abril, quando apresentava estádio de 50% da linha do leite, já o sorgo foi ensilado no dia 16 de maio, quando a matéria seca estava entre 30 a 33%. Após o corte do milho e o sorgo foram triturados em ensiladeira (marca JF90 e modelo Z10) em tamanho de partículas de dois a três cm e compactados nos silos experimentais, com pressão de compactação de 550(kg/m3) para todos os tratamentos. Os micros silos experimentais utilizados para ensilagem foram: (i) silo confeccionado em baldes plásticos, com capacidade para 15L; (ii) silo confeccionado em baldes plásticos com capacidade para 3L; (iii) silo confeccionado em PVC (500 mm de comprimento e 150 mm de diâmetro); (iv) silo confeccionado em PVC (500 mm de comprimento e 150 mm de diâmetro, contendo areia esterilizada no compartimento inferior, separado por tela de náilon; (v) silo confeccionado em PVC (500 mm de comprimento e 100 mm de diâmetro; (vi) silo confeccionado em PVC (500 mm de comprimento e 100 mm de diâmetro, contendo areia esterilizada no compartimento inferior, separado por tela de náilon; (vii) silo confeccionado em PVC (250 mm de comprimento e 150 mm de diâmetro; (viii) silo confeccionado em PVC (250 mm de comprimento e 150 mm de diâmetro, contendo areia esterilizada no compartimento inferior, separado por tela de náilon; (ix) silo confeccionado em PVC (250

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mm de comprimento e 100 mm de diâmetro; (x) silo confeccionado em PVC (250 mm de comprimento e 100 mm de diâmetro, contendo areia esterilizada no compartimento inferior, separado por tela de náilon); (xi) silo confeccionado em sacolas plásticas com capacidade para 10 Kg; (xii) silo confeccionado em sacolas plásticas com capacidade para 5 Kg; (xiii) silo confeccionado em garrafas pet, com capacidade para 2 litros. A abertura dos silos experimentais foi realizada no dia 20 (silos de sorgo) e 28 (silos de milho) do mês julho, totalizando 67 e 102 dias de ensilagem, respectivamente. O delineamento experimental utilizado foi o delineamento inteiramente casualizado com duas repetições e três amostragens em cada parcela. Avaliou-se a fitomassa seca, nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio e magnésio do material ensilado e as médias foram comparadas através do teste de Scott-Knott.

RESULTADOS Para a cultura do sorgo os tratamentos diferiram a 5% de probabilidade de erro (FMS), o que indica que os diferentes micros silos experimentais alteram a relação de fitomassa seca para a cultura do sorgo (Tabela 1). Em contrapartida isso não acontece para a cultura do milho. Verifica-se também que o coeficiente de variação para a variável FMS do material ensilado foi baixo para ambas as culturas, o que indica uma boa precisão experimental. A fitomassa seca do milho, obtida de diferentes micros silos experimentais, apresentou média de 33,76% e CVa de 3,74%. Já o sorgo apresentou 30,05% de FMS e CVa de 4,32%. [3] Afirma que o teor de FMS acima de 25%, desde que se tenha bons níveis carboidratos solúveis, é suficiente para produção de uma boa silagem. Portanto os teores de FMS de silagem de milho e sorgo obtida de diferentes micros silos se encontram numa faixa adequada. A silagem sorgo, obtida dos micros silos experimentais, diferiram significativa entre alguns tratamentos. Os silos confeccionados em PVC 500 X 100 mm sem areia, PVC 500 X 100 mm com areia, PVC 250 X 100 mm com areia, PVC 250 X 100 mm sem areia, PVC 250 X 150 mm com areia, PVC 250 X 150 mm sem areia, Garrafa Pet com areia, apresentaram maior teor de matéria seca que os demais micros silos, não diferindo entre si. Os silos confeccionados em Sacola Tripla 3 Kg, Sacola Tripla 7 Kg, PVC 500 X 150 mm sem areia, apresentaram menor teor de FMS. Silagens muito úmidas produzem efluentes, os quais levam consigo nutrientes. Por outro lado silagem com maior teor de FMS, preserva maior quantidade de açucares e alem disto apresentam menor relação Fibra Detergente Neutro/ Carboidratos não Fibrosos e são mais digestíveis. Não houve diferença significativa para as duas culturas com probabilidade erro de 5%, o que indica que os diferentes micros silos experimentais não alteram as concentrações de macro nutrientes. Para a silagem de milho as variáveis N, P, K, Ca, Mg, apresentaram média para os tratamentos de 1,10% (N), 1,12% (P), 0,81% (K), 0,95% (Ca), 0,26% (Mg) e CV de 32,13% (N), 15,02% (P), 25,24% (K), 151,29% (Ca) e 17,75% (Mg). Já o sorgo apresentou valores médios para as variáveis de 1,26% (N), 1,73% (P), 0,70% (K), 0,39% (Ca), 0,30% (Mg) e CVe 17,95% (N) 10,00% (P) 21,09% (K) 26,27% (Ca), 15,64% (Mg) e CVe de 17,5% (N) 10,00% (P), 21,09% (K), 26,27% (Ca), 15,64% (Mg). As concentrações de macro nutrientes do material ensilado podem ser alterados, dependendo dos níveis de adubação realizada na cultura, podendo assim, reduzir custos com suplementação mineral ou possível deficiências. DISCUSSÃO E CONCLUSÕES Os silos experimentais para avaliação da FMS da silagem milho, apresentaram as mesmas características quanto o percentual de fitomassa seca do material ensilado, quando comparados com silos convencionais. Em relação aos silos experimentais para avaliação da

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FMS de silagem de sorgo, os tratamentos PVC 500 X 100 mm sem areia, PVC 500 X 100 mm com areia, PVC 250 X 100 mm com areia, PVC 250 X 100 mm sem areia, PVC 250 X 150 mm com areia, PVC 250 X 150 mm sem areia, Garrafa Pet com areia, foram os que apresentaram maior teor de FMS em relação aos demais. As variáveis N, P, K, Ca e Mg, não diferiram significativamente para as silagens de milho e de sorgo. Tabela 1. Fitomassa seca (FMS, %), nitrogênio (N, %), fósforo (P, %), potássio (K, %), cálcio (Ca, %) e magnésio (MG, %), do material ensilado dos diferentes tipos de micro silos experimentais para as culturas do milho e sorgo. Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campus Dois Vizinhos, 2009. Tratamento Milho Sorgo

FMS N P K Ca Mg FMS N P K Ca Mg

1- PVC 500 X 100 mm sem areia

35,2 1,0750 1,0600 0,7600 0,4800 0,2050 31,87a* 0,8850 1,6900 0,6200 0,4000 0,2750

2- PVC 500 X 100 mm com areia

33,71 1,0000 1,2300 0,7600 2,9550 0,2250 31,40a 1,2350 1,5800 0,7600 0,3750 0,2750

3- PVC 250 X 100 mm com areia

31,79 0,8450 ,8850 1,1100 0,6700 0,2550 33,67a 1,2300 1,9200 0,6200 0,3000 0,2200

4- PVC 250 X 100 mm sem areia

33,81 1,2300 1,2350 0,6200 3,6200 0,2550 33,28a 1,0750 1,9250 0,6200 0,4400 0,3150

5- Balde Plástico 3L 33,89 1,0000 1,1750 0,9000 0,6050 0,3000 28,97b 1,4600 1,9250 0,6200 0,4050 0,3250

6- PVC 500 X 150 mm com areia

34,12 0,8850 1,1200 0,7600 0,5600 0,3150 28,57b 1,5400 1,5750 6,2000 0,3850 0,3400

7- PVC 250 X 150 mm com areia

34,57 1,1950 1,2300 0,6200 0,4750 0,2450 30,84a 1,2350 1,8100 0,6200 0,3700 0,3400

8- Balde Plástico 15L 36,18 1,4650 1,1450 0,6900 0,4500 0,2600 29,01b 1,2750 1,5800 0,7600 0,7600 0,3150

9- Sacola Tripla 3 Kg 29,43 1,2300 1,0600 0,8300 0,5200 0,2850 27,10c 1,5000 1,8650 0,9000 0,4350 0,3250

10- Sacola Tripla 7 Kg 33,52 0,8850 1,1200 0,8300 0,3850 0,2400 26,54c 0,9600 1,6350 1,1100 0,5500 0,3700

11- PVC 250 X 150 mm sem areia

34,24 0,9600 1,1200 0,9000 0,5450 0,2700 31,48a 1,6550 1,6900 0,6200 0,4500 0,2950

12- PVC 500 X 150 mm sem areia

33,85 1,4650 1,1150 0,7600 0,5600 0,2100 26,08c 1,1550 1,4650 0,6200 0,3350 0,2850

13- Garrafa Pet com areia 34,19 1,0750 1,1750 1,0400 0,5700 0,3200 31,89a 1,1950 1,8650 0,6200 0,3000 0,2450

Média % 33,76 1,1007 1,1284 0,8138 0,9534 0,26038 30,05 1,2615 1,7326 0,7007 0,3965 0,3019

CVa Amostral % 3,74 4,32

CVe Experimental % 7,16 32,1365 15,0286 25,2460 151,29 17,759 13,21 17,95 10,00 21,0991 26,27 15,64

* e ns: significativo e não significativo a 5% de probabilidade de erro.

REFERÊNCIAS [1] BHERING, S. B.; SANTOS, H. G. DOS; BOGNOLA, I. A.; CÚRCIO, G. R.;

MANZATTO, C. V.; CARVALHO JUNIOR, W. DE; CHAGAS, C. DA S.; ÁGLIO, M. L. D. & SOUZA, J. S. de. Mapa de solos do Estado do Paraná: legenda atualizada. Rio de Janeiro: EMBRAPA/IAPAR. 2008. 74p.

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[3] NEUMANN, M.; MÜHLBACH, P. R. F.; NÖRNBERG, J. L.; OST, P. R.; RESTLE, J.; SANDINI, I. E.; ROMANO, M. A. Características da fermentação da silagem obtida em diferentes tipos de silos sob efeito do tamanho de partícula e da altura de colheita das plantas de milho. Ciência Rural, Santa Maria, v.37, n.3, p.847-854, 2007.

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ANÁLISE DAS TRANSFORMAÇÕES NA AGROPECUÁRIA BRASILEIRA E REGIONAL A PARTIR DO CENSO AGROPECUÁRIO

Silvana Simionato [Bolsista do programa Ações Afirmativas] , Sidemar Presotto Nunes [orientador]

Coordenação dos Cursos TécnicosCampus Dois Vizinhos

Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPREstrada para Boa Esperança, km 04, Com. São Cristóvão, Dois Vizinhos/PR, 85660-000

[email protected], [email protected]

Resumo - O trabalho analisa os dados da estrutura produtiva e da produção pecuária do Censo Agropecuário 2006, divulgadas pelo IBGE, em caráter preliminar, em janeiro de 2008. Faz-se uma análise dos dados nacionais, regionais, do estado do Paraná e de uma mesorregião paranaense: o Sudoeste. Considerando o período entre os dois últimos censos agropecuários (1996 e 2006), verifica-se que houve um aumento do efetivo dos principais animais (aves, suínos e bovinos) e da produção animal (leite e ovos) e uma ampliação de 83,5% da área de lavouras.

Palavras-chave: Agropecuária brasileira, Censo agropecuário, Ocupações agrícolas, Escalas de produção.

Abstract - The work analyses the data of the productive structure and of the cattle production of the Farming Census 2006 spread by the IBGE, in preliminary character, in January of 2008. There is done an analysis of the national, regional data, of the state of the Paraná and of a region from Paraná: the South-west. Considering the period between two last farming censuses (1996 and 2006), one checks that there was an increase of the effective one of the principal animals (birds, pig and bovine) and of the animal production (milk and eggs) and an enlargement of 83,5 % of the area of agriculture.

Key-words: Brazilian farming, Farming Census, Agricultural occupations, Scales of production.

INTRODUÇÃO

O Brasil realizou em 2007 mais um Censo Agropecuário1 com informações relativas à 2006. Estes dados, relativos à estrutura produtiva e a produção pecuária brasileira, divulgados preliminarmente em janeiro de 2008, são fundamentais à compreensão da evolução da estrutura produtiva e agrária do País, pois contribui com a formulação de políticas e com a ação de agentes econômicos e sociais que tratam da questão agrícola e agrária.

Alguns instrumentos de política agrícola, tributária e social contribuíram para provocar modificações na agropecuária e no meio rural brasileiro nesse período (1996-2006). Dentre esses mecanismos pode-se citar: a criação da Lei Kandir em 1996, isentando de ICMS os produtos agrícolas exportados; a ampliação do crédito rural controlado, que passou de R$ 13,7 bilhões para R$ 44,16 bilhões [1]; a criação do Pronaf, que atualmente aplica aproximadamente R$ 8,1 bilhões em 1,86 milhões de contratos entre agricultores familiares com menor nível de capitalização [2]; a ampliação da previdência social rural, que concedia 7,5 milhões de benefícios em 2006 [3]; o assentamento de 922 mil famílias [2] através da reforma agrária, entre outros.

1 O Brasil realiza censos agropecuários desde 1920 e segue algumas orientações internacionais que permite a comparabilidade das informações entre os diversos países (IBGE, 2008).

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O que esse processo provocou na estrutura produtiva da agropecuária brasileira? Quanto, como, quem e aonde se produz? A atual década seguiu a tendência verificada na década anterior, quando houve queda no número de estabelecimentos agropecuários e da população ocupada? Quais são as implicações da intensificação da atividade agrícola em termos demográficos? Essas e outras perguntas incitam a curiosidade de pesquisadores e atores políticos ligados ao meio rural brasileiro.

METODOLOGIA

A pesquisa foi realizada com base em dados secundários, obtidos através do Censo Agropecuário do IBGE [4], e através de uma pesquisa de campo. Com os dados do Censo realizou-se uma análise das tendências mais gerais ocorridas entre 1996 e 2006. As análises realizadas foram para médias, percentuais e totais calculados através dos programas Access e Excell. Realizou-se também uma pesquisa de campo com o objetivo de aprofundar determinados aspectos, particularmente aqueles que já identificados através do censo agropecuário. Para isto, realizou-se entrevistas com avicultores, suinocultores, fumicultores e produtores de leite localizados na região Sudoeste do Paraná.

RESULTADOS

Houve, no período compreendido entre 1996 e 2006, de acordo com os censos agropecuários: a) um aumento da produção pecuária; b) um aumento da área de lavouras e um deslocamento da área de pastagens; c) elevação das escalas de produção na pecuária; d) um aumento de 7% no número de estabelecimentos agropecuários; e) uma queda de aproximadamente 8,5% no número de ocupações agropecuárias. A divulgação dos dados finais do Censo Agropecuário poderá permitir uma análise mais apurada das dinâmicas ocorridas na agricultura brasileira, mas é muito provável que as tendências, como o aumento das escalas de produção, se mantenham.

Áreas destinadas à lavoura: Pode-se afirmar que o período entre os dois últimos censos agropecuários ficou marcado por um rápido aumento da produção agropecuária, que praticamente dobrou entre os produtos mais importantes. O aumento da produção foi estimulado pela ampliação do consumo interno e pela ampliação do mercado externo.

Áreas de estabelecimentos agropecuários: A área dos estabelecimentos agropecuários, surpreendentemente, manteve-se praticamente estável em relação à 1996 (354 milhões de hectares). Com 100 milhões de hectares, a região Centro-Oeste do Brasil possui a maior área de estabelecimentos agropecuários do País seguidos pela região Nordeste (80 milhões), Norte (67 milhões), Sudeste (60 milhões) e Sul (46 milhões). O IBGE registrou a existência de 5,2 milhões de estabelecimentos agropecuários no Brasil em 2006, um aumento de aproximadamente 5% em relação a 1996, quando era de 4,86 milhões. Foram incorporados, portanto, 345 mil estabelecimentos agropecuários à estrutura fundiária brasileira, invertendo a tendência de queda registrada durante o período anterior (1985/1996), quando se registrou uma redução de aproximadamente 950 mil estabelecimentos. O maior aumento (32%) foi na região Centro-Oeste e o menor na região Sul (0,7%). Nas demais regiões também houve um crescimento no número de estabelecimentos que ficou em torno da média nacional. Diferentemente das grandes regiões, no Sudoeste do Paraná houve uma redução da ordem de 5,6% no número de estabelecimentos, revelando que distintas dinâmicas ocorrem no interior dos estados e regiões brasileiras. Já em termos da participação das regiões no número de estabelecimentos em 2006, a região Nordeste respondeu por 47,4% (2,47 milhões), o Sul por 19,4% (1 milhão), o Sudeste por 17,8% (925 mil), o Norte por 9,2% (479 mil) e o Centro-Oeste por 6,15% (320 mil).

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Redução das ocupações agrícolas: Houve uma redução do número de ocupações agrícolas em aproximadamente 1,5 milhão, passando de 17,93 milhões para 16,41 milhões de ocupações. Apesar do crescimento da produção agropecuária brasileira, o incremento de tecnologias (via a utilização de técnicas de produção, insumos e maquinaria) permitiu elevar a produtividade do trabalho. Na cultura da soja, por exemplo, o plantio direto, bastante disseminado nesse período, tem possibilitado reduzir a necessidade de trabalho na produção agrícola e, inclusive, a necessidade de máquinas para cultivar uma determinada área. No caso da produção leiteira, a disseminação da ordenha mecânica no lugar da ordenha manual, por exemplo, contribuiu para reduzir o tempo de trabalho nessa etapa produtiva. Além da queda no número total de ocupações agrícolas, houve também uma queda no número total de ocupações denominadas de familiares (com laço de parentesco com o produtor, de acordo com a denominação utilizada pelo IBGE), que passou de 13,6 milhões para 12,8 milhões no período considerado. Cabe destacar, portanto, que a redução de ocupações ocorreu tanto na agricultura de uma forma geral, quanto na agricultura familiar, em função do aumento da produtividade do trabalho já descrita. No Sudoeste do Paraná essa queda foi ainda mais acentuada (20%) e acima das médias verificadas nas regiões brasileiras.

Áreas de produção: Entre os produtos pecuários, para os quais se dispõe de dados, verificou-se uma elevação das escalas de produção. A produção anual média de leite por estabelecimento agrícola, por exemplo, passou de 9,86 mil litros para 15,98 mil litros, um aumento de 62%. O número de estabelecimentos que produziam leite passou de 1,81 milhão para 1,34 milhão. Enquanto isso, a produção nacional de leite passou de 17,93 bilhões de litros em 1996 para 21,43 bilhões de litros em 2006. A tabela a seguir compara informações dos dois últimos censos agropecuários (1996 e 2006) no que se refere à produção de leite: número de estabelecimentos agropecuários produtores, produção total e produção média por estabelecimento. O maior aumento da produção de leite aconteceu na região Sul do Brasil (51,6%), mesmo percentual verificado no estado do Paraná. No Sudoeste do Paraná a produção aumentou 132% e a produção por estabelecimento aumentou 200%. Esse processo de aumento da produção de leite veio acompanhado de uma queda no número de estabelecimentos que produzem leite: 32% na região Sul, 32% no Paraná e 22,6% no Sudoeste do Paraná. O processo verificado na produção de leite também aconteceu em outras cadeias produtivas. Na avicultura, o efetivo de aves aumentou 73,16% (de 718 milhões para 1,24 bilhões de aves alojadas), o número de estabelecimentos com aves, cuja maioria não produz com fins comerciais, caiu de 3,16 para 2,71 milhão e, por conseqüência, a produção por estabelecimento também aumentou.

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DISCUSSÃO E CONCLUSÕES

O aumento das escalas de produção2 entre as atividades que tiveram aumento da produtividade do trabalho e, em função disso, da necessidade de uma maior aplicação de capital, estão permitindo que o trabalho assalariado cresça entre algumas atividades em relação às ocupações agrícolas totais. Isso já se verifica de forma bastante clara na avicultura, pois a automação e o aumento do tamanho dos galpões têm permitido que um mesmo trabalhador cuide da produção de um número cada vez maior de frangos. Dos galpões de aves que necessitavam de um pequeno capital para sua construção e alojavam entre 6 mil e 12 mil aves, atualmente aloja-se 23 mil e já há experimentos que indicam a possibilidade de alojar 70 mil aves em único galpão, mas para isso seria necessário um investimento bem mais elevado.

A mecanização e a utilização de insumos e novas técnicas produtivas vem permitindo aumentar a produtividade do trabalho na agricultura brasileira e, por conseqüência, reduzir a população ocupada. No período entre os dois censos agropecuários, houve uma redução no número de tratores no Brasil. “Nos agronegócios de escala não apenas incrementa-se o uso de máquinas como a potência dessas máquinas cresce de forma substantiva desde os anos 80, aumentando o tamanho ótimo da área de lavouras” [5].

Pode-se concluir, portanto, que o desenvolvimento da agricultura brasileira vem sendo capitaneado pelas agroindústrias do setor e também pelo grande varejo da área de alimentos, pois estes conseguem forjar o aumento das escalas de produção e padronizar processos produtivos. Atualmente, os instrumentos de política agrícola, principalmente o crédito rural e a política de comercialização, tem contribuído para viabilizar investimentos que permitem o aumento da produtividade do trabalho e para viabilizar a expansão da produção agrícola no País. No entanto, a isenção de ICMS aos produtos destinados à exportação, através da Lei Kandir, em 1996, tem sido tão ou até mais importante para garantir o aumento das exportações e para fortalecer a atual dinâmica dos complexos agroindustriais no Brasil.

REFERÊNCIAS

[1] MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO. Crédito Rural. Disponível em www.agricultura.gov.br. Acesso em: 25 mar. 2008.

[2] MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO. Desenvolvimento Agrário como estratégia: balanço MDA 2003-2006. Brasília, 2007.

[3] BONATO, Amadeu. A previdência social em 2006. Boletim do DESER, nº 156. Curitiba, fevereiro de 2007. Disponível em www.deser.org.br. Acesso: 25 mar. 2008.

[4] INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Censo Agropecuário. Disponível em: www.sidra.ibge.gov.br. Acesso em: 10 mar. 2008.

[5] GONÇALVES, José Sidnei. Carmas da Questão Agrária. Informações Econômicas. São Paulo, V. 34, ano 7, julho de 2004. p. 41 – 44. Disponível em ftp://ftp.sp.gov.br/ftpiea/seto1-0704.pdf. Acesso em: 12 mar. 2008.

2 Na agricultura, as máquinas, os insumos e as novas técnicas de produção elevam a produtividade do trabalho, permitindo que um número cada vez de pessoas produza a mesma (ou maior) quantidade de mercadorias. Isso acontece atualmente na bovinocultura de leite, por exemplo. Embora a produção tenha se elevado, houve redução no número de produtores. Isso não significa que em outros setores do ligados “agronegócio do leite” o número de empregos não tenha se mantido (ou aumentado), mas na agricultura diminuiu, mesmo em um sistema em que predomina a produção familiar.

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