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USO DO CONTROLE ESTATÍSTICO DO PROCESSO PARA TOMADA DE DECISÃO: ESTUDO DE CASO ENVOLVENDO EQUIPES DE INSPEÇÃO. Dayvisson Damasceno da Nobrega (UFPB ) [email protected] IVANILDA AGUSTINHO FERREIRA (UFPB ) [email protected] Torna-se relevante para indústrias e empresas conquistarem uma parcela significativa do mercado mediante o cenário político- econômico acirrado pela concorrência global. Estabelecer o controle do processo é de extrema importância para atendeer as especificações de qualidade e atingir resultados satisfatórios em produtividade de forma constante. O controle estatístico do processo (CEP) auxilia a monitorar processos para diminuir a variabilidade, tornando-o sob controle. Este estudo de caso propôs mostrar como o descumprimento do dimensionamento adequado da arborização urbana e a presença de causas especiais na rotina das equipes de inspeções através de análises estatísticas descritivas influenciaram a performance em termos de eficiência e produtividade. Dessa forma, mediante a utilização do CEP, o tempo de execução das podas não está sob controle estatístico, mediante este aspecto torna-se necessário buscar a eliminação e redução das causas especiais especificas através de ações de melhorias visando de forma satisfatória a execução de podas no tempo padrão estabelecido. Palavras-chave: Poda de árvore, equipes de inspeção, controle estatístico do processo. XXXVI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCÃO Contribuições da Engenharia de Produção para Melhores Práticas de Gestão e Modernização do Brasil João Pessoa/PB, Brasil, de 03 a 06 de outubro de 2016.

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USO DO CONTROLE ESTATÍSTICO DO

PROCESSO PARA TOMADA DE

DECISÃO: ESTUDO DE CASO

ENVOLVENDO EQUIPES DE

INSPEÇÃO.

Dayvisson Damasceno da Nobrega (UFPB )

[email protected]

IVANILDA AGUSTINHO FERREIRA (UFPB )

[email protected]

Torna-se relevante para indústrias e empresas conquistarem uma

parcela significativa do mercado mediante o cenário político-

econômico acirrado pela concorrência global. Estabelecer o controle

do processo é de extrema importância para atendeer as especificações

de qualidade e atingir resultados satisfatórios em produtividade de

forma constante. O controle estatístico do processo (CEP) auxilia a

monitorar processos para diminuir a variabilidade, tornando-o sob

controle. Este estudo de caso propôs mostrar como o descumprimento

do dimensionamento adequado da arborização urbana e a presença de

causas especiais na rotina das equipes de inspeções através de análises

estatísticas descritivas influenciaram a performance em termos de

eficiência e produtividade. Dessa forma, mediante a utilização do CEP,

o tempo de execução das podas não está sob controle estatístico,

mediante este aspecto torna-se necessário buscar a eliminação e

redução das causas especiais especificas através de ações de melhorias

visando de forma satisfatória a execução de podas no tempo padrão

estabelecido.

Palavras-chave: Poda de árvore, equipes de inspeção, controle

estatístico do processo.

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1. Introdução

A maioria da população contemporânea vive no centro urbano necessitando melhores

condições de convivência com ambiente adverso causado pelo caos das cidades. Segundo a

Organização das Nações Unidas (ONU), no ano de 2005 o Brasil tinha uma taxa de

urbanização de 84,2% e, de acordo com algumas projeções, até 2050, a porcentagem da

população brasileira que vive em centros urbanos deve pular para 93,6%. (MIRANDA, 2009).

Segundo Junior (2009), a vegetação, pelos vários benefícios que pode proporcionar, exerce

importante papel na aproximação entre homem e o restante do meio natural, garantindo

melhor qualidade de vida. A arborização urbana é importante na melhoria da qualidade de

vida dessa população, como por exemplo no que diz respeito ao conforto ambiental. Todavia,

nas cidades onde a arborização não foi planejada, as árvores tendem a entrar em contato com

as redes de distribuição de energia e oferecer risco à população. Por isso, são anualmente

podadas, minimizando os riscos de curto-circuito elétrico, de quedas de energia, ou de

rompimento de fios (PIVETTA et al., 2002).

O plantio de espécies arbóreas em zonas urbanas, desconsiderando o tipo de espécie

adequada, altura e diâmetro da copa, próximas a postes de iluminação e redes de distribuição

de energia elétrica, aliada a podas mal executadas e à ausência de reparos em galhos

dispersos, fiscalizações e intervenções por órgãos competentes de municípios, referente à

manutenção de árvores, contribuem para se ter uma arborização inadequada em vias públicas

favorecendo a possíveis quantitativos de desligamentos da rede não programados.

O descumprimento do dimensionamento adequado da arborização urbana, de acordo com os

códigos municipais do meio ambiente, acarreta na realização de planejamento e controle de

manutenção e alocação de recursos como materiais, equipamentos e equipes de inspeções,

mobilizadas com o objetivo de atuarem de forma preditiva e preventiva para evitar

interrupções do fornecimento contínuo de energia elétrica através da realização de podas em

árvores, com a finalidade de não comprometer a confiabilidade de sistemas elétricos.

Portanto, o estudo de caso visa incorporar o controle estatístico do processo (CEP), auxiliando

a monitorar e diminuir a variabilidade do tempo de execução de podas e proporcionar

resultados satisfatórios em eficiência por equipe.

2. Referencial Teórico

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2.1 Controle estatístico do processo

Segundo Alves (2003), os gráficos de controle estatístico são meios gráficos que através de

uma amostra sequencial revelam quando um processo se altera e necessita de ação corretiva.

Além de oferecer uma exposição visual dos dados que representa um processo, o principal

foco do gráfico de controle é a tentativa de separar as causas de variações especiais ou

identificáveis das causas de variações comuns ou devidas ao acaso.

Portanto quando um processo está operando de maneira natural, ou seja, sem causas especiais

de variabilidade presentes, é dito estável ou sob controle estatístico. (Alves, 2003). Corrêa e

Corrêa (2006) destacam que o objetivo do gráfico de controle é o de manter o controle de um

processo através do acompanhamento do comportamento de uma ou várias medidas

importantes resultantes desse processo.

“Para a análise do sistema de medição, são utilizadas importantes ferramentas estatísticas que

permitem a avaliação do grau de confiabilidade dos dados gerados pelos sistemas de medição

utilizados por uma empresa. Como no gerenciamento de processos os dados representam a

base para a tomada de decisões, é necessário determinar, antes de qualquer análise, se os

sistemas de medição fornecem resultados aceitáveis. Portanto, a avaliação estatística da

qualidade das medidas, é um importante estudo que deve ser parte integrante do

gerenciamento de processos.” (MENEZES, 2013, p. 6).

Torna-se possível através da coleta de informações quantitativas e qualitativas, monitorar

processos desde que os compreenda em sua totalidade, permitindo identificar as causas

especiais que contribuem para não conformidades, variabilidades, bem como não atender as

especificações impostas, resultando em custos e despesas não previstas. A utilização CEP é

uma das ferramentas da qualidade que contribui para monitorar e melhorar os processos.

“Qualidade é uma variável precisa e mensurável, oriunda do grau de conformidade do

planejado com o executado. Esta abordagem dá ênfase a ferramentas estatísticas (Controle do

processo).” (PALADINE; CARVALHO, 2002, p. 9)

Segundo Paladini (1995, p. 80) esclarece que:

“São gráficos desenvolvidos por Shewhart, na década de 20, que especificam limites

superiores e inferiores dentro dos quais medidas estatísticas associadas a uma dada

população são plotadas. A tendência da população é mostrada por uma linha central;

as curvas determinam a evolução histórica de seu comportamento e a tendência

futura.”

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De acordo com Carpinetti (2005, p. 45) para a construção de gráficos de controle estatístico

do processo esclarece que:

“Com a abertura de três desvios-padrão, enquanto o processo estiver em controle,

raramente um ponto cairá na região de ação do gráfico, o que seria indicação para

intervir no processo, visando fazer os ajustes necessários. Desse modo, raramente se

cometerá o equivoco de intervir em um processo, em controle. Intervenções em

processos em controle, além de desnecessárias, são perigosas, pois podem afetar o

processo, desajustando-o [...]”.

Segundo Rotondaro et al (2008), regras devem ser obedecidas ao obter amostras e quando

realizar os cálculos dos limites de controle, como o desvio-padrão deve ser estimado na média

das dispersões das amostras, deve sempre utilizar limites de controle localizados a distancia

de três desvios-padrão da linha média, os dados devem estar organizados em amostras para

contribuir visualizar melhor o processo e adotar ações que visam melhorias.

Com relação à média amostral ( quando não se conhece a média μ utiliza

a média das amostras ( ) e a média das amplitudes invés de . Em relação ao gráfico da

média são: LSC , , , onde cujo valor

de A2 e d2 é de acordo com o tamanho da amostra (n) de dados e tabulados. Os limites de

controle da amplitude são: , e . Onde e

cujo valores de D3 e D4 são tabelados, e não existe D3 para valores menos

que 7.

O gráfico de controle para variáveis que: “[...] consistem nas características cujo valor é o

resultado de algum tipo de medição (peso, tempo, valor, comprimento, resistência etc.)”

(ROTONDARO et al, 2008, P. 298).

“[...] o gráfico de amplitude pode ser construído com o processo desajustado: basta que ele

esteja isento de causas especiais que afetem sua dispersão.” “[...] só é sensível a alterações

que afetam a dispersão do processo; portanto, não é afetado pelo deslocamento da média [...]”.

(CARPINETTI, 2005, P. 45).

Segundo Rotondaro et al (2008, p. 297), na Figura 1, os pontos do 1 ao 16 apresentam

oscilações em torno da média, próximos do valor 10 (eixo vertical). O ponto 17 corresponde a

uma causa especial presente no processo resultando em variação, mas o ponto 26 corresponde

a uma causa comum que, contribuiu para que o processo possua uma média em torno do valor

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Figura 1 - Causas comuns e causas especiais de variação

Fonte: Rotondaro et al, 2008

Para causa comum, Rotondaro et al (2008, p.296), define: “[...] fonte de variação que afeta

todos os valores individuais de um processo causa comum é uma fonte de variação que

influencia os valores do processo.”.

“Já a causa especial é um fator que gera variações que afetam o comportamento do processo

de maneira imprevisível, não sendo, portanto, possível obter-se um padrão ou (distribuição de

probabilidade) neste caso.” (ROTONDARO et al, 2008, p.296).

De acordo com Lopes (2007, p.6), a aplicação de técnicas estatísticas tem como objetivo

oferecer aos responsáveis pela tomada de medidas, ações referências relativas ao grau de

confiabilidade dos resultados gerados pelos controles e aos riscos envolvidos nas decisões

tomadas. Portanto, a sistematização dos dados é feita sob a forma de gráficos de controle tem

por objetivo facilitar a visualização dos resultados.

Ao adotar os gráficos de CEP, permite visualizar a existência ou não de causas especiais

influenciando em obter resultados com variação, em outras palavras, se a atividade central.

Esta ferramenta pertencente à gestão da qualidade auxilia a gestão por processos,

possibilitando evitar futuras resistências, variações e discrepâncias no processo de inspeção de

linhas de transmissões. Pertencente ao processo esta estatisticamente estável possuindo 3

desvios padrões da linha

2.2 Manutenção planejada

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A ausência de manutenção em linhas de transmissões colabora para não se ter um

acompanhamento do crescimento das árvores, contribuindo assim para o interrompimento do

fornecimento de energia elétrica, afetando a rede de baixa, média e alta tensão, sendo

agravante em certas circunstancias, devido à influência de condições climáticas, como

tempestades e ventos fortes.

A manutenção permite viabilizar a conservação de instalações e a não interrupção de

processos decorrente de eventuais não conformidades encontradas em máquinas e

equipamentos além de outras variáveis, mediante a utilização de técnicas elaboradas nas

empresas. Isentando-os de perdas, acidentes no posto de trabalho e possíveis desperdícios,

como a ausência de qualidade proposta inicialmente para ser incorporada em produtos e

serviços, além da obtenção de reflexos negativos para empresa tratando-se de produtividade.

A manutenção planejada compreende a manutenção preventiva e preditiva. Assim, “a

manutenção preventiva consiste no conjunto de procedimentos e ações antecipadas que visam

manter a máquina em funcionamento.” (WERBER, 2008, p.9). Ou seja, mediante

planejamento da manutenção em períodos predeterminados, por exemplo, semanal, mensal,

trimestral ou anual, através da elaboraração de planos de manutenção. Isto é, a prevenção de

forma antecipada para eventuais problemas e ocorrências que possam surgir no processo.

De acordo com Morais (2011), a manutenção preventiva auxilia a proteger os ativos e a

prolongar a vida útil dos equipamentos, melhorando assim, a confiabilidade dos sistemas,

diminuindo os custos e possíveis prejuízos da substituição e do tempo de inatividade do

sistema.

A manutenção preditiva é definida por “[...] um tipo de ação preventiva baseada no

conhecimento das condições de cada um dos componentes das máquinas e equipamentos.”

(WERBER, 2008, p.9). As observações devem ser realizadas com a finalidade de verificar as

reais condições das máquinas e instalações prevenindo o aparecimento e desenvolvimento de

problemas inesperados.

2.3 Processo

2.3.1 Processo de Poda

Poda refere-se ao ato de se retirar parte de plantas, arbustos, árvores, cortando-se ramos, rama

ou braços inúteis, o que pode ser periódico e que favorece o seu crescimento, forma-a, trata-a

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e renova-a. “Nas áreas urbanas é uma prática permanente, que visa garantir um conjunto de

árvores vitais, seguras e de aspecto visual agradável.” (SEITZ, 1996, p.6)

Este procedimento visa aparar as ramificações, galhos avantajados, diminuir as alturas das

copas das árvores que, estão interceptando a rede elétrica, ou seja, interrompe o fornecimento

contínuo de energia elétrica. As podas realizadas em vias públicas possuem a intenção de

diminuir as ramificações e as alturas das copas das arvores de tal forma que proporciona

também o crescimento adequado a estas árvores.

De acordo com Seitz (1996), existem técnicas de cortes de galhos, tais como, poda de

educação, poda de manutenção e poda de segurança. A poda por educação é destinada para

árvores na fase jovem, eliminando de forma precoce galhos baixos, devendo o responsável

por realizar o procedimento, possuir em mente o modelo arquitetônico da espécie, levando em

consideração o desenvolvimento da copa no espaço ocupado pela árvore. Ao realizar a poda

de manutenção são eliminados galhos secos que perderam sua função na copa da árvore. E

por fim, a poda de segurança considerada em termos técnicos, semelhante à poda de

manutenção, visa eliminar galhos vitais ou não preparados pela árvore para o corte.

2.3.2 Tomada de decisão

A princípio, a tomada de decisão caracteriza-se por uma situação de problema, onde é

necessário verificar as alternativas para a solução. Miglioli (2006) define tomada de decisão

como sendo o ato escolher uma opção dentre diversas alternativas, seguindo critérios

previamente estabelecidos de forma a obter uma solução que resolva ou não um dado

problema.

A tomada de decisão é um esforço para tentar resolver problema(s) de objetivos conflitantes,

cuja presença impede a existência da solução ótima e conduz à procura do melhor

compromisso. Já os objetivos são importantes para determinar quais informações devem ser

obtidas, para proporcionar justificativas relacionadas às decisões perante aos demais, para

ressaltar a importância de uma escolha e estabelecer qual o tempo e os esforços necessários

para o cumprimento da tarefa.

No entanto, um processo de decisão dispõe de alternativas associadas tanto a ganho quanto a

perda, ou seja, as decisões podem estar ligadas a uma oportunidade (melhoria ou otimização)

ou a um problema.

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As decisões podem ser a nível estratégico, tático ou operacional, segundo os diferentes níveis

administrativos. Existem três métodos como à tomada de decisão pode ocorrer dentro de uma

empresa, podendo ser por decisões individuais, consultivas ou em grupo.

2.3.3 Mapa conceitual

O mapa conceitual, figura 2, considerado uma ferramenta que contribui para apresentar de

forma esquemática como as esquipes se comportam ao realizarem suas rotinas, ou seja, quais

conceitos básicos e conhecimentos utilizavam para proceder com a execução de serviços de

podas próximas a linhas de transmissões. Isso permitiu obter uma percepção global do

processo, quais são os recursos envolvidos e de forma clara identificar neste estudo de caso,

quais as variáveis existentes apresentaram um envolvimento direto ou indireto que, contribuiu

para as equipes não executarem no tempo padrão adequados.

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Figura 2: Mapa conceitual de equipes de inspeções

“O mapa conceitual é uma técnica flexível, e em razão disto, pode ser usado em diversas

situações para diversas finalidades: instrumento de análise de currículo, técnica didática,

recurso de aprendizagem, meio de avaliação.” (MOREIRA E BUCHWEITZ, 1993, apud

TAVARES; LUNA, 2013, p. 3).

3. Metodologia

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Este estudo de caso foi realizado em 2015, em uma concessionária de energia elétrica,

envolveu 3 equipes de inspeção de linhas de transmissões, formada por 2 pessoas com

disponibilidade de 40 horas semanais.

“Um estudo de caso é uma investigação empírica que investiga um fenômeno contemporâneo

dentro do seu contexto da vida real, especialmente quando os limites entre o fenômeno e o

contexto não estão claramente definidos” (Yin, 2011, p.32).

A realização deste trabalho partiu do histórico de dados referente ao tempo de execução das

podas de árvores realizadas pelas equipes de inspeções. Através do levantamento destes dados

foi possível mediante o preenchimento de formulários de apontamento de serviços (similar a

uma folha de cronometragem), considerado um procedimento que traduz a totalidade da

realidade da rotina das equipes, auxiliando o setor a obter feedback dos resultados alcançados

em campo. Os formulários fazem parte do procedimento de trabalho, no qual foram

preenchidas em campo, ambiente externo á empresa, entregues ao final do dia trabalhado,

contendo de forma sequencial a quantidade, descrição, horários iniciais e finais das podas

executadas. Posteriormente, os formulários em cada dia posterior ao trabalhado, são digitados

em planilhas da Microsoft Excel® 2007, que alimentou um banco de dados sobre os

apontamentos das atividades realizadas para gerar informações ao processo. Foi utilizada

uma amostra contendo 55 valores do tempo de execuções de poda que através do software

Minitab® foi possível obter o gráfico de controle de processo (CEP).

4. Estudo de caso

Para este estudo de caso, foi utilizada 3 equipes de inspeções, no qual são devidamente

alocadas para executarem serviços específicos de origem preventiva e preditiva, ou seja,

inspeções visuais de patrulhamento, realização de podas em árvores, etc., de acordo com o

recebimento de ordens de serviços especificando a localidade do serviço e a quantidade de

estruturas de linhas de transmissões que devem serem inspecionadas.

A manutenção preventiva compreende as ordens de serviços, tem como objetivo diminuir,

evitar possíveis falhas em períodos de tempo pré-estabelecidos nas linhas de transmissões.

Classifica-se como manutenção preditiva a realização de patrulhamento visual em campo

pelas equipes que contribuem para se ter um acompanhamento da realidade dos

equipamentos, identificando de forma antecipada anomalias nas linhas de transmissões, como

por exemplo, pipas (brinquedos utilizados pelas crianças que ficam engalhados nas linhas de

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transmissão), árvores de pequeno, médio e grande, próximos a estas estruturas. Após as

observações de anormalidade identificadas, são repassadas para o setor responsável, e

classificam-se em manutenções preventiva. Contribuindo para um melhor gerenciamento e

aumento da vida útil de equipamentos, máquinas, linhas de transmissões.

Necessariamente os galhos das árvores quando possuem contados com a rede de

fornecimento, podem causar curtos circuitos e ser responsável pelo desligamento de

dispositivos, como religadores e disjuntores, cuja finalidade é proteger a rede elétrica. Logo,

comprometem a qualidade do fornecimento de energia elétrica bem como a segurança e o

bem estar dos consumidores, resultando para o setor custos associados aos rompimentos de

cabos de energia, quebras de postes e outros equipamentos específicos como também o

período de ociosidade para os clientes devido à interrupção longa do fornecimento. Porém o

setor não é responsável por realizar podas em árvores localizadas em terrenos particulares,

sendo de sua responsabilidade para este caso, quando necessário, apenas notificar o

proprietário para o mesmo proceder.

Devido à manipulação dos dados oriundos do campo que, disponibilizou informações para o

processo, mediante a existência de comparações de pós-execução dos serviços com o os

serviços inicialmente propostos, tal fato, permitiu verificar o tempo real gastos nas atividades

executadas.

Observou a necessidade de utilizar o CEP para auxiliar a tomada de gestão, pois, para as

podas, figura 3, o tempo de execução pré-estabelecido pelo setor deve ser realizado por 5

componentes(equipe). Levando a concluir de forma antecipada que, equipes formadas por 2

possuem baixa eficiência em campo, por não excetuaram a poda no tempo pré-estabelecido,

ultrapassado na maioria das vezes.

Figura 3: Tabela do tempo em minutos de execução de poda

Descrição da atividade Tempo em minutos pré-estabelecido Tempo decimal

PODA DE ÁRVORE 25 0,47

Fonte: Elaboração própria (2016)

Foi adotado o gráfico de CEP de valor individual de média e amplitude móvel, gerado pelo

software de estatística, Minitab®, para a atividade de poda de árvore, como podem ser

observado na figura 4.

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Figura 4: Controle estatístico do processo

51464136312621161161

2,0

1,5

1,0

0,5

0,0

Observação

Valo

r In

div

idual

_X=0,600

LSC=1,479

LIC=-0,279

51464136312621161161

1,6

1,2

0,8

0,4

0,0

Observação

Am

pli

tud

e M

óvel

__AM=0,331

LSC=1,080

LIC=0

1

1

1

Fonte: Elaborado com o auxílio do Minitab®

Mediante os dados analisados, exatamente 76% dos dados da amostra são superiores ao tempo

decimal estabelecido na figura 4. No qual apenas 24% são valores menores e/ou igual ao

tempo decimal estabelecido. A média calculada foi de 0,6 (tempo decimal), representando um

valor acima do tempo pré-estabelecido.

Referente à carta de média é notável a existência de oscilações em torno da linha central com

evidentes mudanças de comportamentos, no qual houve 2 pontos mais que 3 desvios padrão

da linha central, o primeiro ponto da amostra foi o 51 com valor individual de 1,7 (horas

decimais) correspondente ao tempo de execução de poda de 1hora e 42minutos. E o segundo

ponto foi o 52, com valor individual de 2,0(horas decimais) com duração de 2 horas. Com

relação à carta de amplitude, houve apenas o ponto 53 que, foi superior ao LSC, com 1,63

(horas decimais) com duração de 1hora e 37 minutos. O processo analisado, não é

estatisticamente estável, devido às causas especiais, como a dualidade de retirar objetos

presos (pipas) nas estruturas antes de realizar a poda, e a inatividade em campo, mediante as

condições climáticas, como chuva e ventos fortes, mediante as condições de risco que as

equipes estão sujeitas, por manipular instalações elétricas.

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5. Conclusão

Foi possível, mediante utilização do CEP alcançar objetivos, tais como, verificar se o tempo

de execução de podas não é estatisticamente estável, por possuírem causas especiais, como

condições climáticas desfavoráveis que diminuem a visibilidade e dificultam o procedimento

de corte das árvores em linhas de transmissões. Esta causa especial refletia uma baixa

utilização e produtividade para as equipes. Depois de identificada é recomendada que esta

causa seja eliminada através de medidas corretivas e/ou preventivas, tornando a distribuição

de dados ajustada e estável. Sugere se constantemente analisar o processo para saber quando

se deve intervir, adotando ações para que o tempo de execução proposto pelo setor seja

seguido pelas equipes.

Com o objetivo de diminuir o número de podas em condições inadequadas em vias públicas, é

necessário realizar um trabalho conjunto com os órgãos locais, com o objetivo de

desenvolvimento de material didático a fim de conscientizar a população sobre o plantio e

manutenção adequada de árvores próximas a redes elétricas. Este artigo permitiu obter

estratégias internas tais como: ações com o propósito de identificar situações especiais que,

divergem da realidade do setor; melhorar a performance das equipes referente à

produtividade; adotar melhorias contínuas através da gestão de feedback e buscar propor

novas medições do tempo de execução pré-determinado de acordo com a realidade em campo

das equipes de inspeção.

6. Referências

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Florianópolis. Dissertação de mestrado do Centro Tecnológico do Programa de Pós-Graduação em Engenharia

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CARPINETTI. L. C. R. Gestão da Qualidade: Conceitos e técnicas. 2ª Ed. São Paulo. Editora Atlas. 2012.

CORRÊA, H. L.; CORRÊA, C. A. Administração de Produção e Operações. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2006.

MIRANDA, Ângelo Tiago. Urbanização no Brasil: Consequências e características das cidades. Disponível

em: http://educação.uol.com.br. Acessado em 4/05/2016.

JÚNIOR MARSHALL, I.; CIERCO, A. A.; ROCHA, A. V.; MOTA, E. B.; LEUSIN, S. Gestão da Qualidade.

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PIVETTA, K. F.L.; SILVA FILHO, D. F. da. Arborização Urbana. Boletim Acadêmico. Série Arborização

Urbana. Unesp, Fcav, Funep. Jaboticabal, SP, 2002

LOPES, Luis Felipe Dias. Controle estatístico de processo (Apostila). 2007. Disponível em:

http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAGoQAF/cep-controle-estatistico-processo. Acesso em 04/05/2016.

MENEZES. Felipe Morais. MSA - análise dos sistemas de medição (Apostila). Porto Alegre. 2013. Disponível

em:

http://www.abdi.com.br/Acao%20Documento%20Legislacao/Apostila%20MSA_PORTUGU%C3%8AS.pdf.

Acessado em 08 de maio de 2016.

MIGLIOLI, A. M. Tomada de decisão na pequena empresa: Estudo multi caso sobre a utilização de

ferramentas informatizadas de apoio à decisão. São Paulo. Dissertação apresentada à Escola de Engenharia de

São Carlos, da Universidade de São Paulo, como parte dos requisitos para a obtenção do título de mestre em

Engenharia de Produção. 2006.

MORAIS. Janine Mabel Oliveira.; GOMES. ISADORA CRISTINA MENDES & LOPES. Izabelle Virginia

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