uso de gÁs tÓxico ou asfixiante

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USO DE GÁS TÓXICO OU ASFIXIANTE – ARTIGO 252 Uso de gás tóxico ou asfixiante Art. 252 - Expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, usando de gás tóxico ou asfixiante: Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. Modalidade Culposa Parágrafo único - Se o crime é culposo: Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. CONCEITO E OBJETIVIDADE JURÍDICA OBJETO JURÍDICO: A incolumidade pública. – A segurança , vida, integridade física ou o patrimônio de um número indeterminado de pessoas. SUJEITOS DO DELITO SUJEITO ATIVO: Qualquer pessoa. SUJEITO PASSIVO: A coletividade. Não há individualização de qualquer ordem. ELEMENTOS OBJETIVOS DO TIPO CONDUTA TÍPICA: Consiste em expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, utilizando-se de gás tóxico ou asfixiante. PERIGO COMUM: É necessário que advenha perigo a um número indeterminado de pessoas.(elementos objetivo). Pouco importa se, no caso concreto, apenas uma pessoa foi exposta a perigo, se a conduta foi dirigida a pessoas indeterminadas. O resultado deste crime é a situação de perigo comum decorrentes da conduta criminosa. ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO É O DOLO DE PERIGO, que consiste na vontade de expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem. Intenção do agente de expor a perigo de vida certa ou certas pessoas: o crime não é o do art. 252 do Código Penal, mas sim o do art. 132. CONSUMAÇÃO E TENTATIVA MOMENTO CONSUMATIVO: Ocorre com a situação de perigo a um número indeterminado de pessoas.TENTATIVA; É ADMISSÍVEL.

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Page 1: USO DE GÁS TÓXICO OU ASFIXIANTE

USO DE GÁS TÓXICO OU ASFIXIANTE – ARTIGO 252

Uso de gás tóxico ou asfixiante

Art. 252 - Expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, usando de gás tóxico ou asfixiante:

Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Modalidade Culposa

Parágrafo único - Se o crime é culposo:

Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.

CONCEITO E OBJETIVIDADE JURÍDICA

OBJETO JURÍDICO: A incolumidade pública. – A segurança , vida, integridade física ou o patrimônio de um número indeterminado de pessoas.

SUJEITOS DO DELITO

SUJEITO ATIVO: Qualquer pessoa.SUJEITO PASSIVO: A coletividade. Não há individualização de qualquer ordem.

ELEMENTOS OBJETIVOS DO TIPO

CONDUTA TÍPICA: Consiste em expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, utilizando-se de gás tóxico ou asfixiante.

PERIGO COMUM: É necessário que advenha perigo a um número indeterminado de pessoas.(elementos objetivo). Pouco importa se, no caso concreto, apenas uma pessoa foi exposta a perigo, se a conduta foi dirigida a pessoas indeterminadas.

O resultado deste crime é a situação de perigo comum decorrentes da conduta criminosa.

ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO

É O DOLO DE PERIGO, que consiste na vontade de expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem. Intenção do agente de expor a perigo de vida certa ou certas pessoas: o crime não é o do art. 252 do Código Penal, mas sim o do art. 132.

CONSUMAÇÃO E TENTATIVA

MOMENTO CONSUMATIVO: Ocorre com a situação de perigo a um número indeterminado de pessoas.TENTATIVA; É ADMISSÍVEL.

TIPO QUALIFICADO PELO RESULTADO

Se da conduta dolosa advém morte ou lesão corporal de natureza grave, a pena privativa de liberdade é aumentada (CP, art. 258). O resultado morte ou lesão corporal grave não deve estar abrangido pelo dolo, devendo ocorrer culposamente (preterdolo).

QUALIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA

CRIME DE PERIGO CONCRETO: não basta configuração qualquer das condutas previstas neste artigo, sendo necessária que de qualquer delas advenha perigo a um número indeterminado de pessoas; tal perigo deve ser provado em cada caso.CRIME INSTANTÂNEO: consuma-se em determinado momento.CRIME MATERIAL: legislador descreve a conduta e o resultado exigindo sua ocorrência.

Page 2: USO DE GÁS TÓXICO OU ASFIXIANTE

MODALIDADE CULPOSA – ARTIGO 252, PARÁGRAFO ÚNICO.

Para tipificação é necessário comparar-se o cuidado objetivo exigível de um homem normal com a conduta do sujeito ativo. Se este não observou o cuidado objetivo necessário, o crime está tipificado.

Art. 252 – Uso de gás tóxico ou asfixianteOBS. Segundo Luiz Regis Prado, o artigo em estudo foi tacitamente revogado pelo artigo 54 da Lei 9.065/98 (Lei dos Crimes Ambientais, em anexo).

Objeto Jurídico – idem

Sujeito ativo – idemSujeito passivo – idem

Tipo Objetivo – Usar (utilizar, fazer uso) gás tóxico (acido cianídrico, anidro sulfuroso, etc.) ou asfixiante (que atua mecanicamente sobre as vias respiratórias)

“A lei visa punir, no art. 252 do CP, quem expõe a vida, a integridade física ou patrimônio de outrem usando gás tóxico ou asfixiante, não se caracterizando o delito se a substancia utilizada é de baixa toxidade, não chegando a correr risco de gravame mais serio” (TJSP AC 58.028-3 Rel. Ângelo Gallucci).Tipo subjetivo – dolo de usar o gás com conhecimento do perigo comum.

Consumação – com o surgimento da situação de perigo próximo ou imediato.

Tentativa – Mirabete admite ainda que teoricamente e Luiz Regis Prado entende ser perfeitamente admissível, citando o exemplo daquele que é surpreendido, por terceiro usando o gás tóxico, sendo que este impede que se manifeste a situação de perigo.

Art. 252 – Uso de gás tóxico ou asfixiante

Objeto jurídico: incolumidade públicaSujeito ativo: qualquer pessoaSujeito passivo: coletividade (crime vago)Elemento subjetivo: dolo de perigoConsumação: com efetivo estabelecimento da situação de perigo (perigo concreto)Tentativa: admissível

Tipo objetivo – expor a perigo... com o uso de gás tóxico ( provoca envenenamento) ou asfixiante (provoca sufocação) § único – figura culposa OBS: art. 54 da Lei 9605/97; Art. 38 do Decreto-lei 3688/41 – contravenção penal Ação penal pública incondicionada