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Uso de aplicativo para celulares como ferramenta pedagógica nas propostas metodológicas Flipped Classroom e Blended Learning Antes de falarmos sobre as possibilidades dos aplicativos para celulares como ferramentas auxiliares da aprendizagem vamos conhecer um pouco as abordagens pedagógicas Flipped Classroom (Sala de aula invertida) e a Blended Learning (Ensino híbrido), metodologias de ensino que em comum trazem a importância do protagonismo discente, o uso das tecnologias e os recursos digitais. Tanto na Sala de aula invertida quanto no Ensino híbrido o professor muda o seu papel de expositor para o de orientador e mediador de processos, o que não diminui em nada a importância de sua atuação docente. Ao contrário do que se pensa, ao mudar de expositor para mediador sua importância se potencializa e se redimensiona, já que o aluno não receberá o conhecimento pronto, mas descobrirá e construirá seus saberes de acordo com a orientação docente. É como se o professor fosse o maestro de uma grande orquestra. Não é a toa que mestre e maestro têm a mesma origem etimológica. Na sala de aula invertida busca-se unir o ensino convencional em sala de aula com a educação à distância, com maior flexibilidade de horários, espaços, interesses dos alunos, numa proposta de autoaprendizagem. Nesse formato metodológico inverte-se a ordem tradicional em que o aluno assiste às aulas na escola e faz os trabalhos e as atividades em casa, na maioria das vezes, sozinho, sem ter com quem tirar as dúvidas que surgem durante o desenvolvimento dos trabalhos. Na sala de aula invertida o professor propõe aos alunos que se apropriem dos conteúdos em casa através dos mais variados recursos, dentre estes os digitais, de forma autônoma e construtiva. Afinal, tanto faz o aluno assistir a um vídeo ou a um filme sobre a Guerra Fria ou ouvir o professor falar sobre a Guerra Fria. Nas duas situações ele se apropriará do conteúdo. Então porque não aproveitar os tempos de aula para outras discussões mais aprofundadas sobre o assunto? Nesse sentido a Sala de aula invertida (Flipped Classroom) permite que os alunos utilizem as aulas com o professor e demais colegas de classe para aprofundar, tirar dúvidas, debater, refletir, criticar e questionar o conteúdo, o que é uma forma muito mais interessante e produtiva de aproveitar as reuniões presenciais. A Blended Learning refere-se ao ensino misto ou Ensino Híbrido em que o aluno aprende em sala de aula e/ou em casa de forma autossuficiente e de acordo com seus interesses. O Ensino Híbrido nada mais é do que a mistura de um ambiente de aprendizagem presencial com algum tipo de aprendizado virtual. Vale ressaltar que no caso da Blended Learning o aprendizado virtual não envolve necessariamente o computador, mas qualquer recurso não físico que possa ser utilizado nos processos de aprendizagem. O ponto chave do

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Page 1: Uso de aplicativo para celulares como ferramenta pedagógica nas propostas metodológicas Flipped Classroom e Blended Learning

Uso de aplicativo para celulares como ferramenta pedagógica nas

propostas metodológicas Flipped Classroom e Blended Learning

Antes de falarmos sobre as possibilidades dos aplicativos para celulares como

ferramentas auxiliares da aprendizagem vamos conhecer um pouco as abordagens

pedagógicas Flipped Classroom (Sala de aula invertida) e a Blended Learning (Ensino híbrido),

metodologias de ensino que em comum trazem a importância do protagonismo discente, o

uso das tecnologias e os recursos digitais.

Tanto na Sala de aula invertida quanto no Ensino híbrido o professor muda o seu papel

de expositor para o de orientador e mediador de processos, o que não diminui em nada a

importância de sua atuação docente. Ao contrário do que se pensa, ao mudar de expositor

para mediador sua importância se potencializa e se redimensiona, já que o aluno não receberá

o conhecimento pronto, mas descobrirá e construirá seus saberes de acordo com a orientação

docente. É como se o professor fosse o maestro de uma grande orquestra. Não é a toa que

mestre e maestro têm a mesma origem etimológica.

Na sala de aula invertida busca-se unir o ensino convencional em sala de aula com a

educação à distância, com maior flexibilidade de horários, espaços, interesses dos alunos,

numa proposta de autoaprendizagem.

Nesse formato metodológico inverte-se a ordem tradicional em que o aluno assiste às

aulas na escola e faz os trabalhos e as atividades em casa, na maioria das vezes, sozinho, sem

ter com quem tirar as dúvidas que surgem durante o desenvolvimento dos trabalhos. Na sala

de aula invertida o professor propõe aos alunos que se apropriem dos conteúdos em casa

através dos mais variados recursos, dentre estes os digitais, de forma autônoma e construtiva.

Afinal, tanto faz o aluno assistir a um vídeo ou a um filme sobre a Guerra Fria ou ouvir o

professor falar sobre a Guerra Fria. Nas duas situações ele se apropriará do conteúdo. Então

porque não aproveitar os tempos de aula para outras discussões mais aprofundadas sobre o

assunto?

Nesse sentido a Sala de aula invertida (Flipped Classroom) permite que os alunos

utilizem as aulas com o professor e demais colegas de classe para aprofundar, tirar dúvidas,

debater, refletir, criticar e questionar o conteúdo, o que é uma forma muito mais interessante

e produtiva de aproveitar as reuniões presenciais.

A Blended Learning refere-se ao ensino misto ou Ensino Híbrido em que o aluno

aprende em sala de aula e/ou em casa de forma autossuficiente e de acordo com seus

interesses. O Ensino Híbrido nada mais é do que a mistura de um ambiente de aprendizagem

presencial com algum tipo de aprendizado virtual. Vale ressaltar que no caso da Blended

Learning o aprendizado virtual não envolve necessariamente o computador, mas qualquer

recurso não físico que possa ser utilizado nos processos de aprendizagem. O ponto chave do

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Ensino Híbrido (Blended Learning) é a personalização do ensino respeitando as especificidades

de cada aluno tais como: ritmo, tempo, personalidade.

Em ambas as metodologias (Flipped Calssroom e Blended Learning) o professor deixa

de ser a fonte primária de informação e passa a ser um guia que orientará a aprendizagem dos

alunos, oportunizando experiências, sugerindo caminhos, incentivando, oferecendo materiais

diversificados para que os mesmos construam o próprio conhecimento. Ao invés de dar o

peixe o professor deve ensinar a pescar.

Tanto o Ensino Híbrido quanto a Sala de Aula Invertida ajudam aos alunos a

desenvolverem habilidades como: criatividade, responsabilidade, pensamento crítico,

comunicação e colaboração e exigem do professor novas posturas e abordagens didáticas.

Jogos, projetos, livros, visitas a espaços não formais de aprendizagem, passeios,

projetos, expressões artísticas, brincadeiras. Vídeos, imagens, textos, músicas, áudio livros,

filmes, desenhos animados, bibliotecas virtuais, redes sociais, jogos eletrônicos... Tudo o que

possa proporcionar aos alunos a apropriação de conhecimento são recursos empregados tanto

numa quanto noutra metodologia.

É tarefa do professor, orientar e disponibilizar aos alunos estes materiais relevantes

para a promoção da sua autoaprendizagem. E existe muitas formas de o professor fazer isso.

Uma delas e que será abordada neste texto são os aplicativos de conteúdos para celulares

onde todo esse material pode ser disponibilizado de forma prática, portátil e acessível

possibilitando ao aluno consultá-lo sempre que necessário.

Os aplicativos para celulares podem se converter em fortes aliados do professor em

sala de aula e fora dela, considerando suas características funcionais, a portabilidade dos

aparelhos e a facilidade de acesso de seus usuários.

É bastante válido que os professores se apropriem desta tecnologia e criem seus

próprios aplicativos educacionais: um projeto, uma webquest, um roteiro de visita cultural,

conteúdos letivos, etc.

Com todos os recursos que oferecem os celulares se configuram em instrumentos

pedagógicos valiosos possibilitando a inúmeras interações e produções, proporcionando

experiências educativas e de aprendizagem pautadas no protagonismo e na autoria. Junte-se a

isso um aplicativo desenvolvido especificamente para a turma, com objetivos bem elaborados

pelo professor com disponibilização de ótimos recursos e teremos o casamento perfeito entre

tecnologia e artefato tecnológico.

Desenvolver um aplicativo para celular pode ser bastante estimulante e desafiador

para o professor, mas com as facilidades atuais não é preciso grande conhecimento em

códigos. Existem sites que oferecem este serviço gratuitamente, com plataformas

descomplicadas e intuitivas onde o professor poderá criar seus aplicativos de acordo com as

necessidades da turma e os objetivos a serem alcançados.

No aplicativo o professor poderá disponibilizar os conteúdos a serem estudados, como

conteúdos do bimestre, sugestões de sites para que o aluno pesquise e amplie seus

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conhecimentos, avaliações, atividades de recuperação, jogos, vídeos, imagens, áudios, mural

de recados e tudo mais que julgar relevante para fomentar a busca pelo conhecimento e

aprendizagem autônoma dos alunos.

O professor deve selecionar criteriosamente todo o material disponibilizado no

aplicativo, a fim de oferecer aos alunos uma navegação segura e acesso a informação de

qualidade. A ideia não é impor limites, mas oferecer um guia para que os alunos mantenham o

foco consultando as melhores fontes e evitando a dispersão improdutiva.

É importante que os alunos tenham ciência daquilo que é esperado que eles

aprendam, das habilidades que deverão desenvolver ao longo de determinado período e o

aplicativo pode ser um ótimo veículo para isso. Sem contar que os pais também poderão

instalar o aplicativo em seus celulares e acompanhar de perto os processos educativos.

Os apps podem ser usados como excelentes repositórios onde serão guardados e

disponibilizados os mais variados materiais e recursos educacionais digitais essenciais às

metodologias Flipped Classroom e Blended Learning. Tudo na palma da mão e a um toque de

distância.

Sem dúvida, os aplicativos para celulares são mais um recurso do qual os professores e

alunos poderão valer-se no cotidiano escolar, em busca de processos educativos mais atuais,

dinâmicos e desafiadores.

Professora Claudia Dutra Gallo

Mediadora de Tecnologia Educacional

SEEDUC/Cdte/NTERJ12