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- 1 - USDA Serviço Florestal - Viagem de Assistência Técnica a Florestas Identificação de Árvores, Avaliação de Vegetação e Treinamento em Monitoração de Vida Selvagem Divundu, Namíbia e Mucusso, Angola Em apoio ao Projeto da USAID referente à Bacia Fluvial Integrada Okavango, da África do Sul, e ao Instituto Nacional para o Desenvolvimento e a Gestão Florestais do Ministério angolano do Desenvolvimento Agrícola e Rural Relato de Viagem Período da Missão: 7 a 24 de março, 2007 Relato submetido por: Hugh Safford, USDA-Serviço Florestal, Região do Sudeste do Pacífico [email protected] ; 707-562-8934 David Lombardo, USDA-Serviço Florestal, Floresta Nacional de Allegheny [email protected] , 814-927-6628 ext 162

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USDA Serviço Florestal - Viagem de Assistência Técnica a Florestas

Identificação de Árvores, Avaliação de Vegetação e

Treinamento em Monitoração de Vida Selvagem Divundu, Namíbia e Mucusso, Angola

Em apoio ao Projeto da USAID referente à Bacia Fluvial Integrada

Okavango, da África do Sul, e ao Instituto Nacional para o Desenvolvimento e a Gestão Florestais do Ministério angolano do

Desenvolvimento Agrícola e Rural

Relato de Viagem Período da Missão: 7 a 24 de março, 2007

Relato submetido por:

Hugh Safford, USDA-Serviço Florestal, Região do Sudeste do Pacífico [email protected]; 707-562-8934

David Lombardo, USDA-Serviço Florestal, Floresta Nacional de Allegheny

[email protected], 814-927-6628 ext 162

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SUMÁRIO Itinerário da Missão 3 Resumo Executivo 6 Escopo da Assistência Técnica 7

Introdução Objetivos Atividades

Descobertas 10 Recomendações 12 Apêndices I. Delineamento do treinamento original a partir de fevereiro de 2007 13 II. Agenda do Treinamento Final 16 III. Considerações específicas acerca do Florestamento sustentável em Angola 18

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ITINERÁRIO DA MISSÃO PARA A EQUIPE DO USFS (Serviço Florestal dos EUA) 6 a 24 de março, 2007 Terça-feira, 6 de março, a quinta-feira, 8 de março

• Dias de viagem internacional Quinta-feira, 8 de março

• Reunião de Safford com Oliver Pierson, líder do Programa Africano USFS-IP, em Windhoek

Sábado, 10 de março • Chegada da equipe a Divundu, Namíbia • Reunião com o pessoal do IRBM e com Barbara Curtis, botânica namibiana

Domingo, 11 de março • Continuação das reuniões preparatórias • Seleção dos locais em campo • Viagem à Reserva de Mahango Game

Segunda-feira, 12 de março • Início do treinamento, Centro da Juventude de Frans Dimare, Divundu, Namíbia • Manhã: Planejamento básico da gestão de terrenos e da administração e conservação de recursos naturais • Tarde: Grupo A: Introdução aos termos da botânica; Grupo B: Introdução à biologia de animais selvagens

Terça-feira, 13 de março • Continuação do treinamento • Manhã: Grupo A: Identificação de árvores usando uma chave; Grupo B: características identificadoras de espécies básicas de animais selvagens Parte I • Tarde: Grupo B: Introdução aos termos da botânica; Grupo A: Introdução à biologia de animais selvagens

Quarta-feira, 14 de março • Continuação do treinamento • Manhã Grupo B: Identificação de Árvores usando uma chave; Grupo A: características identificadoras de espécies básicas de animais selvagens Parte I • Tarde: Grupo A: Introdução a espécies de árvores importantes do Sudeste de Angola; Grupo B: características identificadoras de espécies básicas de animais selvagens Parte II

Quinta-feira, 15 de março • Continuação do treinamento • Manhã: Grupo A: Métodos para coleções botânicas; Grupo B: uso de trilhas, fezes e outros sinais para identificar espécies de animais selvagens • Tarde: Grupo B: Introdução a espécies de árvores importantes do Sudeste de Angola; Grupo A: características identificadoras de espécies básicas de animais selvagens Parte II

Sexta-feira, 16 de março • Continuação do treinamento • Manhã: Grupo B: Métodos para coleções botânicas; Grupo A: uso de trilhas, fezes e outros sinais para identificar espécies de animais selvagens

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• Tarde: Grupo A: Exercícios de campo, área de Divundu e Mucusso, Angola: identificação de árvores usando uma chave, coletando espécimes; formalidades com administradores municipais, Mucusso; Grupo B: métodos de coleta de dados para inventário de espécies de mamíferos

Sábado, 17 de março • Continuação do treinamento • Manhã: Grupo B: Exercícios de campo, área de Divundu e Mucusso, Angola: identificação de árvores usando uma chave, coletando espécimes; Grupo A: métodos de coleta de dados para inventário de espécies de mamíferos

Domingo, 18 de março • Reuniões preparatórias para a semana dois; divisão dos participantes em três grupos: Vida selvagem, Florestamento e Vegetação • Planejamento das lições com equipe de mapeamento da Botswana do Instituto Oppenheimer, Maun • Visita a área de animais selvagens Buffalo Camp

Segunda-feira, 19 de março • Continuação do treinamento • Manhã: Todos: Introdução ao mapeamento de vegetação e sensoriamento remoto • Grupo de Florestamento: Tarde: Introdução ao uso de bússola • Grupo de Vegetação: Tarde: Introdução ao GPS (Sistema de Posicionamento Geográfico) • Grupo de Vida selvagem: Tarde: metodologias de inventário para o campo de mamíferos e coleta de dados – postos de estrume e travessas para pedestres

Terça-feira, 20 de março • Continuação do treinamento • Grupo de Florestamento: Manhã: Introdução a inventário de florestas, identificação de postos e desenho de amostragem; Tarde: Introdução ao GPS (Sistema de Posicionamento Geográfico) • Grupo da Vegetação: Manhã: Introdução ao protocolo de amostragem de campo; Tarde: prática de campo preliminar executada junto de instrutores • Grupo da Vida selvagem: Manhã: trilhas de mamíferos, estrume e outros sinais

Quarta-feira, 21 de março • Continuação do treinamento • Grupo de Florestamento: Manhã: exercício de campo, Área de Divundu; amostragem de inventário de florestas, mensuração, cálculos de volume e discussão; Tarde: livre • Grupo da Vegetação: Manhã: Exercício de campo, Área de Divundu; amostragem de travessas; Tarde: resumo de dados e discussão • Grupo da Vida selvagem: Manhã: Exercício de campo, West Caprivi; amostragem de travessas; Tarde: Exercício de campo, Parque Mahango Game; monitoramento de animais selvagens

Quinta-feira, 22 de março • Continuação do treinamento

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• Grupos do Florestamento e da Vida selvagem: Manhã: Exercício de campo, West Caprivi; amostragem de travessas; Tarde: Exercício de campo, Parque Buffalo Camp Game; monitoramento de animais selvagens • Grupo da Vegetação: Manhã: Exercício de campo, Área de Mucusso, Angola; amostragem de travessas; Tarde: resumo de dados e discussão

Sexta-feira, 23 de março • Partida de Dave Lombardo, engenheiros florestais namibianos e equipe de mapeamento • Continuação do treinamento • Manhã: Todos: Estabelecimento de um programa de inventário de seis meses • Tarde: Todos: Nova visita

Sábado, 24 de março • Revisão do programa de 6 meses para inventários, prêmios e partida

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RESUMO EXECUTIVO Hugh Safford (ecologista, Região Sudoeste do Pacífico) e Dave Lombardo (engenheiro florestal e estudioso de silvicultura certificado, Floresta Nacional de Allegheny) participaram de um treinamento de duas semanas, na Namíbia, intitulado “Identificação de árvores, avaliação de vegetações e monitoramento de animais selvagens”. O treinamento foi organizado pelo Projeto de Gestão de Bacias Fluviais Integradas (grupo patrocinado pela USAID que trabalha dentro da bacia do rio Okavango). Foi realizado por especialistas em botânica, em monitoramento de animais selvagens, em mapeamento de vegetações e em florestamento, oriundos dos Estados Unidos, de Portugal, da Botswana e da Namíbia. O público-alvo era o quadro de funcionários do governo angolano (Instituto Angolano de Desenvolvimento de Florestas e Ministério do Meio-Ambiente) e membros da comunidade local da área dentro de Coutada de Mucusso, uma área de 23.000 km² no Sudeste de Angola que está a caminho de ser designada como reserva natural. Um grande número de engenheiros florestais da Namíbia e da Botswana, botânicos e biólogos de animais selvagens também assistiram ao treinamento. O objetivo do treinamento era primordialmente preparar os angolanos para realizarem o monitoramento de animais selvagens e a amostragem de lotes de vegetação (em apoio ao mapeamento de coberturas de terra), mas era também efetuar algum grau de colaboração entre os angolanos e os especialistas nos países vizinhos da Botswana e da Namíbia, que também partilham a bacia de Okavango. O treinamento (necessariamente) foi complicado um tanto por problemas com a língua e pela natureza altamente heterogênea das audiências (no que diz respeito à instrução, ao letramento, à classe socioeconômica etc.), mas acreditamos que os objetivos da reunião foram amplamente bem sucedidos. O florestamento sustentável e o planejamento da gestão de terrenos foram introduzidos no treinamento, mas não eram áreas de foco principal. Acreditamos haver uma oportunidade efetiva de participação adicional em Angola, por parte do USFS, no sentido de ajudar a promover a gestão sustentável, bem como práticas e políticas de florestamento.

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ESCOPO DA ASSISTÊNCIA TÉCNICA Introdução A equipe do USFS incluía os seguintes indivíduos:

• Hugh Safford, Região Sudoeste do Pacífico do USFS, Ecologista Regional. • David Lombardo, Floresta Nacional de Allegheny do USFS, Engenheiro

florestal e estudioso de silvicultura

Outros indivíduos unidos à equipe do USFS incluíam:

• Brenda Bergman, Coordenadora de Biodiversidade e Hidrologia, Projeto de Gestão de Bacias Fluviais Integradas da USAID (IRBM), Gaborone, Botswana • Barbara Curtis, consultora em botânica e especialista em árvores, Windhoek, Namíbia • Luis Verissimo Neto, geógrafo/ biólogo de animais selvagens, Luanda, Angola • Cornelius Venderpost, Centro de Pesquisa de Okavango Harry Oppenheimer (HOORC), Maun, Botswana • Susan Ringrose, Centro de Pesquisas de Okavango Harry Oppenheimer (HOORC), Maun, Botswana

O total de participantes no treinamento consistiu de aproximadamente 50 pessoas, incluídos os instrutores. Uma lista completa dos participantes está disponível com Brenda Bergman, no IRBM. Esse era verdadeiramente um acontecimento internacional, com comparecimento de pelo menos seis nações diferentes, inclusive Angola, Botswana, Moçambique, Namíbia, Portugal e Estados Unidos. Objetivos e Abordagem A visita do USFS a Angola em 2006 (Zweede, Safford e Juergens, 2006) recomendou uma série de atividades a fim de permitir ao Instituto de Desenvolvimento Florestal (IDF) desenvolver a capacidade de realizar uma avaliação de florestas e de usar tal avaliação para desenvolver um plano de gestão de terrenos com o intuito tanto de garantir o uso sustentável e o desenvolvimento econômico da floresta, quanto de reduzir impactos na biodiversidade. O relatório sugeriu que o USFS poderia ajudar fornecendo, no futuro próximo, treinamento ao pessoal do IDF (e a outro governo) nas três primeiras das seguintes áreas:

1. Identificação de espécies de árvores e características do crescimento. 2. Utilização e interpretação do Sistema de Informação Geográfica 3. Inventário de florestas, protocolo e metodologia 4. Processo de planejamento na gestão de florestas e terrenos 5. Prevenção de incêndios e conscientização da comunidade 6. Treinamento referente à aplicação da lei

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A visita do pessoal do USFS a Angola e à Namíbia em 2007 tinha a intenção de apoiar uma sessão de treinamento de duas semanas desenvolvida principalmente pelo IRBM em consultoria com vários parceiros, inclusive o IDF, o Centro de Pesquisa de Okavango Harry Oppenheimer (HOORC) e o Serviço Florestal dos EUA. A necessidade para tal treinamento era óbvia com base nos resultados da visita do USFS em 2006, e o conteúdo do treinamento se baseou nos três primeiros tópicos acima, com a maior parte dos esforços gastos no primeiro e no terceiro. Eram objetivos do treinamento:

A. Desenvolver habilidades de engenheiros florestais angolanos em Kuando Kubango e de membros selecionados da comunidade de Mucusso na identificação de espécies de árvores e características de uso e crescimento. B. Preparar engenheiros florestais angolanos e membros seletos da comunidade de Mucusso para realizarem inventários básicos das árvores e despertar a consciência sobre a relação entre dados e planejamento da gestão. Assegurar que os participantes possam:

a) identificar espécies de árvores chave b) usar uma chave para a identificação de árvores c) operar uma unidade de GPS d) realizar um inventário básico para a verificação de dados de sensoriamento remoto, inclusive alturas das árvores, diâmetros e número de árvores por espécie e) compreender a relação entre dados da floresta e planejamento da gestão g) comprometer-se com um programa para coletar dados da floresta pelo período de 6 meses subseqüentes.

C. Preparar oficiais angolanos responsáveis pelos animais selvagens em Kuando Kubango e selecionar membros da comunidade de Mucusso para monitorar mamíferos grandes. Assegurar que os participantes possam:

a) identificar espécies de mamíferos maiores; b) usar um jogo de técnicas para o recolhimento dos dados; c) realizar inventários, em áreas predeterminadas, para avaliar espécies de mamíferos; d) operar uma unidade de GPS; e) compreender a relação entre dados da fauna e planejamento da gestão.

O treinamento foi realizado no Centro de Juventude Frans Dimare, em Divundu, Namíbia, com o trabalho de campo realizado em várias localidades próximas, inclusive a reserva de Mahango Game e a Reserva de Buffalo Camp Game. O treinamento foi efetuado em três línguas: inglês, português e mbukushu. Atividades

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O treinamento tinha como principal intenção preparar um grupo seleto de indivíduos para se envolverem no monitoramento de animais selvagens e em projetos de mapeamento de vegetações a ser realizados nos aproximadamente 23.000 km² de Coutada de Mucusso (reserva de caça), Angola, território que está a caminho de ser designado como algum tipo de unidade de reserva natural/conservação no próximo ano. Pretende-se que as informações a serem recolhidas pelos indivíduos treinados permitam a criação de um mapa preliminar de Coutada e gerem informações referentes às populações de mamíferos grandes dentro do Coutada. Nossa visita original a Angola (Zweede, Juergens e Safford, 2006) tinha identificado um grande número de necessidades de treinamento relacionadas ao florestamento sustentável dentro da província de Kuando-Kubango, mas isso não era um ponto focal do treinamento conforme planejado originalmente pelo IRBM. Isso gerou um pouco de confusão no começo (isto é, com respeito ao foco do treinamento e dos resultados desejados), mas conseguimos modificar o treinamento no decorrer do tempo de modo a permitir a incorporação de alguns mini-cursos relacionados a florestamento. No final, a incorporação do material de florestamento preencheu uma necessidade real de treinamento, já que os participantes angolanos eram engenheiros florestais e/ou funcionários das sedes em Luanda ou em Menongue e tinham assim o interesse real em técnicas básicas de mensuração e amostragem de florestas. A adição dos módulos de florestamento também ajudou a reduzir o tamanho dos grupos sendo treinados para o monitoramento dos animais selvagens e para a avaliação de vegetações, o que melhorou significativamente a eficiência do treinamento. Os membros do Serviço Florestal realizaram as seguintes tarefas: Safford:

1. Apresentou e conduziu discussões a respeito do planejamento da gestão de terrenos 2. Prestou assistência nos treinamentos de botânica/identificação de árvores (B. Curtis, na liderança) 3. Prestou assistência no treinamento em torno dos protocolos de campo relativos a mapeamentos de vegetações (C. Vanderpost e S. Ringrose, líderes) 4. Prestou assistência nos treinamentos relativos a florestamento (D. Lombardo, na liderança) 5. Prestou assistência em modificações simultâneas na agenda do treinamento 6. Atuou como principal tradutor inglês-português / português-inglês para apresentações técnicas em botânica, vegetação e florestamento.

Lombardo: 1. Conduziu os módulos de treinamento sobre florestamento (ver o apêndice III para detalhes) 2. Desenvolveu uma minuciosa apresentação em PowerPoint sobre florestamento e silvicultura a qual foi entregue aos representantes do governo angolano 3. Prestou assistência nos treinamentos sobre monitoramento de animais selvagens (L. Verissimo, líder).

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DESCOBERTAS 1. A escolha do local para o treinamento foi excelente e forneceu boas instalações e fácil acesso aos locais em campo no que dizia respeito tanto a animais selvagens, quanto a plantas. O treinamento não poderia ter sido conduzido de modo apropriado em Angola devido à falta de espécies grandes de animais selvagens lá nesse momento, porém determinadas espécies chave de árvores do Sudeste de Angola estavam faltando na Namíbia, de modo que não conseguimos treinar os participantes a reconhecer esses taxa. 2. Há um conhecimento muito rudimentar das espécies de árvores chave entre os engenheiros florestais angolanos, com pouca compreensão da ecologia das espécies, taxas de crescimento, taxas de regeneração etc. Talvez os membros de comunidades locais tenham um conhecimento melhor das espécies, mas sabem somente os nomes comuns, freqüentemente agrupados por gêneros. O treinamento em botânica era uma primeira etapa importante para remediar tais problemas, mas foram cobertas somente +/-30 espécies, e alguns dos gêneros chave (Brachystegia, Julbernardia) não foram encontrados em Angola e não crescem na Namíbia. 3. Por causa da compreensão muito limitada, entre os participantes angolanos, da identidade de espécies e por causa da limitação de tempo disponível para treinamento das metodologias de amostragem, os protocolos de amostragem da vegetação que os participantes aprenderam provavelmente não serão implementados corretamente sem o envolvimento contínuo por parte da equipe de mapeamento de vegetações da Botswana. O inventário básico da vegetação também será difícil até que os angolanos tenham um fundamento básico das habilidades de identificação (e mensuração). 4. As espécies grandes de animais selvagens são amplamente ausentes no Sudeste de Angola em conseqüência da guerra. A maioria dos angolanos nunca tinha visto a maioria das espécies comuns de mamíferos grandes da floresta. Espera-se que, com o fim da guerra, muitas dessas espécies comecem a reaparecer em Angola. As habilidades de identificação dos animais selvagens e as técnicas de monitoramento aprendidas pelos participantes ajudarão a avaliar populações desses animais à medida que se recuperarem da guerra. 5. Os participantes angolanos do florestamento tinham algum background acerca da mensuração de florestas, mas, em geral, os participantes eram principiantes nessas habilidades (medição da altura das árvores, medição do diâmetro das árvores, cálculos de volume, amostragem por lote etc.). O treinamento forneceu aos participantes uma breve visão geral de tais habilidades, mas é claramente necessário um treinamento adicional. Ver o apêndice III para maiores detalhes. 6. Os participantes angolanos pareciam ter pouco treinamento científico prévio em silvicultura. As habilidades relativas a essa área são necessárias para executar o florestamento sustentável. Isso deve ser um foco para o treinamento futuro conduzido pelo USFS em Angola. Ver o apêndice III para maiores detalhes.

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7. O treinamento também incluiu algumas apresentações e discussões gerais sobre o planejamento da gestão de terrenos. Os participantes pareceram compreender a importância do planejamento para o uso sustentável e a participação do público na gestão. Também isso poderia ser um foco para a participação futura do USFS em Angola. 8. Os estagiários se mostraram motivados e afiados ao usar as habilidades que aprenderam no curso. A aprendizagem, porém, prosseguiu de modo relativamente lento, pois havia no grupo uma grande diversidade de pessoas com respeito à língua, ao grau de instrução, ao letramento e ao status social e econômico. Cada apresentação e discussão tiveram de ser dadas em inglês, português e mbukushu, além do que, alguns dos membros de comunidades locais não sabiam ler ou escrever, tendo ambos esses fatos complicado extremamente o processo de ensino e aprendizagem. 9. O treinamento alvejou o quadro de funcionários de Angola, mas também participaram dois grupos do quadro de funcionários da Namíbia e da Botswana ligados a florestamento e a biologia de animais selvagens. Sua presença foi importante para o sucesso da oficina, pois eram em geral familiarizados com as espécies de plantas e animais selvagens envolvidos, tinham um forte background técnico (em florestamento, botânica e biologia de animais selvagens) e foram muito úteis. Talvez o mais importante: eles declararam sua disposição e disponibilidade para agirem como parceiros/contatos regionais para o pessoal angolano. No campo do florestamento, por exemplo, o Departamento de Florestamento da Namíbia tem fórmulas e tabelas relativas a crescimento e rendimento, assim como técnicas específicas de medição de campos, o que poderia ser de grande valia para os engenheiros florestais angolanos.

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RECOMENDAÇÕES Recomendações para o envolvimento adicional do Serviço Florestal dos EUA em Angola: 1. Planejar e executar uma oficina sobre planejamento de gestão de terrenos, com um

planejador de primeira categoria que possa simplificar coisas e tenha experiência de trabalho no terceiro mundo. Isso deve focalizar o nível nacional e regional, com as oficinas locais subseqüentes para assegurar a participação pública. Se houver interesse em focalizar esforços no Coutada de Mucusso, isso deve ser feito depois que o mapa da vegetação estiver completo e, provavelmente, depois que também houver passado o período de seis meses do inventário. Entretanto, o tempo é essencial, porque as designações da terra aparentemente acontecerão logo (parques nacionais, Coutadas etc.), as pessoas estão se deslocando de volta para a província agora que a guerra parou, e já estão ocorrendo alguns prejuízos imprevistos aos recursos.

2. Fornecer auxílio para projetar e implementar um sistema nacional de inventários

florestais. Os protocolos de nações vizinhas, principalmente a Namíbia, devem ser adotados sempre que possível. Esse esforço precisa concentrar-se no nível nacional (há uma necessidade de padronizar nacionalmente as coisas, e é importante que o inventário seja controlado em um nível “acima” dos conflitos de interesse locais), mas com participação regional, especialmente da província de Kuando-Kubango, já que esse é o foco do trabalho do IRBM. Zissala Pululu e Rosario ______ são aparentemente os contatos nacionais para o inventário.

3. Há uma necessidade real de treinamento em silvicultura científica e em florestamento

sustentável. O USFS poderia engajar-se diretamente com o IDF para fornecer o auxílio técnico nessa área, se houver fundos disponíveis. Ver o apêndice III para detalhes.

4. Há interesse, por parte de Angola, em desenvolver uma diversidade de produtos

florestais não feitos de madeira. Um bom exemplo é a produção de mel, o qual costumava ser um importante item de exportação para a Europa, mas agora há aparentemente pouco apoio do governo, e a produção é bastante limitada. O IDF tem um membro da equipe de funcionários que trabalha com apicultura fora de Menongue (Silvano _______) e que seria um excelente contato. A diversificação agrícola também poderia ser explorada. Por exemplo, a produção de pimenta malagueta tem sido usada na Botswana e na Zâmbia para fornecer um produto exportável que também auxilie protegendo as colheitas de danos causados por elefantes.

5. Os angolanos sofrem de uma aguda falta de acesso à informação científica. Isso se

deve à falta generalizada de meios eletrônicos, de bibliotecas e de habilidades em língua inglesa por parte da maioria dos funcionários do governo. Assim, têm a impressão equivocada de que não há nenhuma informação disponível sobre, por exemplo, a ecologia básica das espécies de árvores na floresta do miombo. Seria muito valioso encontrar uma maneira de fornecer, aos contatos chave em Angola, traduções para o português dos resultados de pesquisa recentes (especialmente a

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respeito de taxas de crescimento das espécies chave de árvores, ecologia etc.). Seria também muito valioso financiar alguém para passar algumas semanas em Lisboa, Portugal, para pesquisar os arquivos coloniais. Sabemos que foi feito um bom volume de trabalho científico pelos portugueses antes de saírem de Angola, mas aparentemente pouco deste trabalho sobrevive por lá.

Relatório sobre Formação em Identificação de Espécies Arbóreas,

Inventário Florestal e Monitorização de Mamíferos Março de 2007

Visão geral A formação em identificação de espécies arbóreas, inventário florestal e monitorização de mamíferos constituiu parte de um programa de apoio à introdução da Estratégia e Plano de Acção Nacionais para a Biodiversidade (NPSAP) no Kuando Kubango, em conformidade com o que foi aprovado pelo Ministério do Urbanismo e Meio Ambiente (MINUA). Os recursos naturais de Kuando Kubango são importantes a nível regional, nacional e local. A província possui o bloco mais extenso de áreas florestais protegidas de Angola, nomeadamente duas reservas naturais e quatro coutadas de caça. Este bloco faz fronteira com a Zambia e Namíbia, inclui os corredores de migração transfronteiriça de mamíferos de grande porte, e constitui parte da futura área de Conservação Transfronteiriça do Kavango-Zambezi (KAZA-TFCA). A Província de Kuando Kubango integra também a maior parte da bacia hidrográfica do rio Okavango. A protecção a longo prazo da sua cobertura florestal é importante para manter, permanentemente, os caudais sólidos de sedimentos, essenciais ao Delta do Okavango. Os objectivos do programa de biodiversidade do Kuando Kubango, incluem:

I. Melhorar a compreensão sobre os recursos existentes e sobre os padrões de uso dos mesmos, por forma a contribuir para as decisões tomadas no domínio da sua protecção e gestão, particularmente numa reserva que tem os seus limites nos rios Kavango e Cuito (reserva de Mucusso); e

II. Desenvolver a capacidade e os sistemas de monitorização e de planificação da gestão, envolvendo os actores locais.

A formação teve lugar na Mucusso, Angola, e na região do Kavango, Namíbia. A coutada do Mucusso é o centro do processo geral de recolha de informação e de planificação da gestão. A reserva do Mucusso cobre uma área de aproximadamente 21.300km2 ao longo dos rios Cuito, Kavango e Longa. Objectivos da Formação A) Desenvolver as aptidões dos técnicos em recursos naturais, que têm um papel a desempenhar na gestão dos recursos de Kuando Kubango, e das dos residentes da comunidade local do Mucusso, nos métodos de identificação e inventariação das espécies vegetais e animais em Kuando Kubango. B) Preparar os técnicos em recursos naturais angolanos e seleccionar membros da comunidade do Mucusso para apoiarem o processo de inventariação das espécies florestais, no terreno, ao mesmo tempo que tomam consciência da relação entre planificação de dados e de gestão. Garantir que os participantes fiquem aptos a:

a) identificar as principais espécies arbóreas; b) utilizar um modelo (chave) para a identificação das espécies arbóreas; c) operar uma unidade de GPS (Sistema de Posicionamento Global); d) realizar levantamento básico de espécies por secções de terreno e) compreender a relação entre dados florestais e planificação de gestão; e g) compreender e apoiar um programa de recolha de dados florestais na Reserva do Mucusso.

C) Preparar os responsáveis pela vida selvagem de Angola, seleccionar membros da comunidade do Mucusso e técnicos da vida selvagem regionais para apoiarem o processo de monitorização de mamíferos de médio e grande porte, ao mesmo tempo que tomam consciência da relação entre planificação de dados e de gestão, e promover as capacidades dos participantes de modo a ficarem aptos a:

a) Identificar e compreender as características das espécies de mamíferos de maior porte existentes em Kuando Kubango; b) Compreender e introduzir um conjunto de técnicas de monitorização de espécies de mamíferos; c) Operar uma unidade de GPS (Sistema de Posicionamento Global); d) Compreender a relação entre os dados da fauna e o plano de gestão;

PROJECTO DE GESTÃO INTEGRADA DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO OKAVANGO

Abordagem Foi utilizada uma abordagem mista de teoria e acções no terreno. Os participantes compreenderam por que razão a informação é importante na gestão de recursos, e aprenderam a identificar as espécies e sua importância, assim como os métodos de inventariação no terreno de espécies vegetais e animais. Durante a primeira semana de formação, os participantes frequentaram cursos relacionados com a identificação de espécies arbóreas e de mamíferos. Isto permitiu aos formandos familiarizarem-se com as principais espécies florestais e animais existentes em Kuando Kubango, e como identificar estas espécies. Durante a segunda semana, os participantes foram separados em grupos de acordo com a sua área de acção. Esta separação permitiu aos formandos dispenderem mais tempo no terreno, ponto em prática metodologias relevantes para a sua área de interesse e/ou responsabilidade. Os grupos técnicos de estudo foram: a) vegetação, b) mamíferos e c) espécies florestais e animais. O calendário de formação seguido consta do Anexo I. Perfil dos participantes Os participantes representavam instituições de vários níveis, todos eles posicionados para desempenharem um papel na gestão da base de recursos a nível local, nacional e regional, visto a referida base pertencer a Kuando Kubango. Uma lista detalhada de participantes pode ser encontrada no Anexo 2. A lista de participantes incluía: ◊ Residentes na Coutada do Mucusso, que participarão na respectiva inventariação florestal e animal; ◊ Técnicos do Instituto de Desenvolvimento Florestal (IDF) da Província de Kuando Kubango, que têm

um papel a desempenhar na gestão das florestas do Mucusso; ◊ Técnicos do Departamento Provincial do Ambiente de Kuando Kubango; ◊ Membros seleccionados da indústria florestal, que têm um papel e responsabilidade no uso

sustentado das florestas do Mucusso; ◊ Técnicos do Ministério Nacional do Ambiente e Urbanismo, que têm um papel a desempenhar na

gestão, a nível nacional, dos Recursos de Angola; ◊ Técnicos de organizações não-governamentais da Provínnica de Kuando Kubango, que podem servir

de elos de ligação entre o governo e os sectores não-governamentais, nas actividades relacionadas com a conservação; e

◊ Tecnicos florestais e da vida selvagem da Namíbia e Botswana, que trabalham noutros locais do ecossistema regional no qual o Mucusso está inserido.

Resultados Obtidos pelos participantes: Melhoraram a compreensão das espécies florestais e animais de Kuando Kubango;

• Melhoraram a compreensão do papel da conservação das espécies em Angola, particularmente com respeito às espécies ameaçadas ou em vias de extinção;

• Exposição a metodologias importantes relacionadas com a recolha de dados de natureza vegetal e animal, ao memo tempo que melhoraram a compreensão sobre o uso de ferramentas como, por exemplo, o GPS, a bússola e os binóculos;

• Troca de ideias e experiências entre técnicos de Angola, Namíbia e Botswana, e entre gestores de recursos, a nível nacional, provincial e local de Angola, particularmente ao realizarem trabalhos de campo e discutirem as implicações da gestão da Reserva;

Resultados do programa:

• Permitiu a identificação e desenvolvimento da capacidade das pessoas que se envolverão em trabalho continuado relacionado com as espécies animais e florestais;

• Serviu de inspiração à preparação dos Guias de Campo para Espécies Florestais e Animais em Kuando Kubango, que serão usados durante o programa de inventariação e para além deste.

Anexos Anexo I Calendário de Formação Anexo 2 Lista de participantes

Anexo I : Calendário de Formação

Calendário de Formação da Primeira Semana

Identificação de Espécies Arbóreas, Inventário Florestal e Monitorização de Mamíiferos Março de 2007

Data Grupo A Grupo B Domingo - 11 de Março Chegada Segunda-feira, de manhã - 12 de Março

Sessão de Boas-vindas e Princípios Básicos do Planeamento da Gestão de Recursos para a Respectiva Conservação

Segunda-feira, à tarde - 12 de Março

Termos florestais

Termos e aspectos principais de mamíferos

Terça-feira, de manhã - 13 de Março

Identificação de uma árvore usando guias de campo, e como usar uma chave

Apresentação do Guia de Campo. Características das espécies de mamíferos em Kuando Kubango (I)

Terça-feira, à tarde - 13 de Março

Termos e aspectos principais de mamíferos

Termos florestais

Quarta-feira, de manhã - 14 de Março

Apresentação do Guia de Campo. Características das espécies de mamíferos em Kuando Kubango (I)

Identificação de uma árvore usando o guia de campo, e como usar uma chave

Quarta-feira, à tarde – 14 de Março

Apresentação das árvores importantes, conforme o guia de campo

Características das espécies de mamíferos em Kuando Kubango (II)

Quinta-feira, de manhã – 15 de Março

Árvores: recolha e espécies que exigem atenção imediata – com prática de campo

Espécies de mamíferos do Kuando Kubango, rastros, excrementos e outros sinais. Sua importância e interpretação

Quinta-feira, à tarde – 15 de Março

Características das espécies de mamíferos em Kuando Kubango (II)

Introdução às espécies arbóreas importantes, segundo o nosso guia de campo

Sexta-feira, de manhã – 16 de Março

Rastros, excrementos e outros sinais de espécies de mamíferos em Kuando Kubango. Sua importância e interpretação

Árvores: recolha e espécies que exigem atenção imediada – com prática de campo

Sexta-feira, à tarde – 16 de Março

Prática de campo com árvores: como usar uma chave, recolha e espécies a exigir atenção imediata, conhecimento das espécies arbóreas importantes

Metodologia de inventário de campo de mamíferos e recolha de dados

Sábado, de manhã – 17 de Março

Metodologia de monitorização de mamíferos e recolha de dados

Prática de campo com árvores: como usar uma chave, recolha e espécies a exigir atenção imediata; conhecimento das espécies arbóreas importantes

Sábado, à tarde – 17 de Março

Descanço ou formação de grupos para a prática de técnicas estudadas, de acordo com folha listada

PROJECTO DE GESTÃO INTEGRADA DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO OKAVANGO

Anexo I : Calendário de Formação (continuação )

Calendário de Formação da Segunda Semana

Identificação de Espécies Arbóreas, Inventário Florestal e Monitorização de Mamíferos Março de 2007

Grupo de Vegetação Grupo de Mamíferos Grupo de Floresta e Gestão Segunda-feira, de manhã – 19 de Março

Visão geral do mapa de cobertura florestal

Segunda-feira, à tarde – 19 de Março

GPS e Quadrats

Metodologia de monitorização de mamíferos e recolha de dados - estações de excrementos e caminhada em cortes transversais

Bússola e Orientação

Terça-feira, de manhã – 20 de Março

Revisão de processos de distribuição vegetal por sectores

Rastros, excrementos e outros sinais de mamíferos

Terça-feira, à tarde – 20 de Março

Distribuição de vegetação por sectores e trabalho de campo com GPS

Monitorização de mamíferos, caminhada em cortes transversais

Inventariação florestal, incluindo medição do diâmetro de árvores

Quarta-feira, de manhã – 21 de Março

Prática de distribuição animal por sectores no Caprivi

Exercício de monitorização de mamíferos: Caprivi

Quarta-feira, à tarde – 21 de Março

Revisão de folhas de dados e discussão

Exercício de Monitorização de Mamíferos em Mahongo

Inventário florestal: esboço de áreas florestais, produzindo folhas de dados e mencionando pedaços de terreno

Quinta-feira, de manhã – 22 de Março

Distribuição de vegetação por sectores e trabalho de campo com GPS, em Angola

Exercício de Monitorização de Mamíferos: Caprivi

Quinta-feira, à tarde – 22 de Março

Revisão de folhas de dados e discussão

Exercício de Monitorização de Mamíferos em Mahongo

Sexta-feira, de manhã – 23 de Março

Fixação de um programa de 6 meses para inventários. Fiscalização e gestão de um programa de inventário

Sexta-feira, à tarde – 23 de Março

Estrutura de plano de gestão simplificado

Sábado, de manhã – 24 de Março

Prémios, Certificados e Despedida

Sábado, à tarde – 24 de Março

Partida

PROJECTO DE GESTÃO INTEGRADA DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO OKAVANGO

Lista de Participantes Identificação de Espécies Arbóreas, Inventário Florestal e Monitorização de Mamíiferos

Março de 2007

Nome Apelido Organização Posição Cidade e País Afonso Dala IDF Director Provincial Menongue-Angola Alexander Mwenyo Residente local Membro da comunidade Divundu-Namibia

Amos Kandere Membro da comunidade Técnico de campo de Mamíferos e Plantas Mucusso-Angola

Antonio Tchicuva IDF/KK Técnico Calai-Angola Augusto Gameia Administração Comunal Administrador Comunal Mucusso-Angola Barbara

Curtis IRBM Especialista em Espécies Arbóreas Windhoek-Namibia

Basilius Madjeke Membro da comunidade Técnico de espécies arbóreas Mukusso-Angola

Bathusi Batsile Departamento de Vida Selvagem e Parques Nacionais Guarda da Reserva Maun-Botswana

Brenda Gail Bergman IRBM Coordenadora de Biodiversidade Gaborone-Botswana

Carlito Andre ACADIR Administração de Área Menongue-Angola Carmo Mafuta Sociedade Uniao (impresa) Supervisor Rundu-Namibia Cornelius

Vanderpost HOORC Técnico de espécies arbóreas Maun-Botswana

Dave Lombardo USFS Guarda-florestal USA David Kawika ACADIR Coordenador Menongue-Angola Diamantino Domingos Nicominas (impresa) Guarda-livros Rundu-Namibia Elizeth Godinho Ministério do Ambiente Técnica Superior Luanda Angola Eusébio dos Santos Sociedade União (impresa) Gerente Mucusso-Angola

Fernando Shambingana Membro da comunidade Técnico de espécies de mamíferos Mucusso-Angola

Firmino Tutipepe IDF Funcionário público Menongue-Angola Frans Kazenjile Micromina (impresa) Lenhador Kuando-Angola Hugh Safford USFS Guarda-florestal California USA

Isabel Segunda Seteko Comercial LTD (impresa) Secretária Rundu-Namibia

Isabella Kalunga ACADIR Membro da comunidade Diriku/Angola João Chamba Departamento do Ambiente Ecologista Menongue-Angola Joaquim Manuel Ministério do Ambiente Chefe de Departamento Luanda Angola Jonas Hausiku Namibia Nature Foundation Estagiário Windhoek-Namib J Cainga IDF Técnico Calai-Angola Jorge Sinate IRBM Formando Gaborone-Botswana Jose Katava IDF Inspector Calai-Angola

Anexo II: Lista de Participantes

PROJECTO DE GESTÃO INTEGRADA DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO OKAVANGO

Nome Apelido Organização Posição Cidade e País Jose Zeka ACADIR Formando Menongue-Angola José Canivete Jimi Logging Company Técnico Mucusso-Angola Josephine Iipinge Ministério do Ambiente Guarda ede Reserva Rundu-Namibia Julio Bravo

Director Provincial do Ambiente Director Provincial Menongue-Angola

Kutlwano Mukokokumani IRBM Apoio Gaborone-Botswana

Lisias Tjaveondja Ministério da Agricultura, Águas e Florestas

Guarda-florestal Windhoek-Namibia

Luís Veríssimo IRBM

Técnico de espécies de mamíferos Lisbon-Portugal

Lukas Kafuna Membro da comunidade Técnico de espécies de mamíferos Mucusso-Angola

Michael D Otsub Ministério da Agricultura, Águas e Florestas Guarda-florestal Windhoek-Namib

Molaakgosi Mafhoko Departamento de Florestas Guarda-florestal Maun-Botswana

Mukosho Alberto Kavindja Membro da comunidade

Técnico de espécies de mamíferos Mucusso-Angola

Natalia Gungo IDF Chefe de Divisão Menongue-Angola

Pelotshweu Galebotswe Dep. Vida Selvagem&Parques Nac.

Biólogo da Vida Selvagem Maun-Botswana

Rosario Teixera IDF Inspector Luanda Angola Salomão Chaiuto IDF Chefe de Divisão Menongue-Angola Samuel Herculano Seteko comercial LTD Chefe de Pessoal Rundu-Namibia

Silvano de Oliveira Instituto do Ambiente &Florestas Funcionário Público Menongue-Angola

Simon Mukosho Membro da comunidade Técnico florestal Mucusso-Angola Steven Mukoya Membro da comunidade Técnico florestal Mucusso-Angola Susan Ringrose HOORC Técnico florestal Maun-Botswana

Thidhimbo Kaveto Membro da comunidade Técnico de espécies de mamíferos Mucusso-Angola

Thomas Kumushamba Frans Dimbare Gerente Divundu-Namibia Victor Samuel Depart. Ambiente Técnico Menongue-Angola Wilbard Mukena Ambiente&Turismo Guarda de Caça Rundu-Namibia Zissala Pululu IDF Chefe de Divisão Luanda Angola

(Anexo II Lista Participantes - continuação)

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APÊNDICE III Considerações específicas acerca do florestamento sustentável em Angola Contribuição de Dave Lombardo, engenheiro florestal do USFS & estudioso de silvicultura certificado

Considerações gerais O Projeto de Gestão para a Bacia Fluvial Integrada do Okavango delineou um treinamento intensivo de duas semanas para desenvolver e aperfeiçoar, nos participantes angolanos, habilidades nas metodologias de inventário e verificação de imagens por satélite remoto. Inicialmente, a abrangência de meu trabalho era desenvolver e treinar engenheiros florestais angolanos profissionais na metodologia de inventário de madeira de corte. Na chegada, houve alguns ajustes na programação do treinamento final, e a ênfase foi em identificação de árvores e em sistemas de inventário para animais selvagens. Com o intuito de evitar a subutilização, assumi a tarefa de ajustar o programa de inventário de florestas para voltar-se para discussões acerca de florestamento sustentável e para a necessidade de dados de inventário sensatos a fim de desenvolver prescrições adequadas referentes à silvicultura, assim como planos de gestão para florestamento sustentável. No decorrer de duas semanas, os alunos foram instruídos sobre:

• Uso de mapa e bússola • Metodologia de inventário • Uso de dados de inventário coletados para desenvolver prescrições que apoiariam

o florestamento sustentável • Desenvolvimento de tabelas de volume • Métodos apropriados de medição de árvores e uso de equipamentos florestais

Além disso, consegui estabelecer um ambiente cooperativo no qual o Serviço Florestal da Namíbia, os angolanos e o USFS conseguiram discutir o potencial para utilizar sistemas de inventário e monitoramento estabelecidos na Namíbia. Observações Tornou-se patente que a maioria dos participantes angolanos careciam de conhecimentos e habilidades básicos referentes a florestamento, mesmo entre alguns dos líderes de recursos naturais que eram escolarizados. Embora os angolanos sentissem que estavam se engajando em gestão florestal de longo prazo, as práticas de corte atuais não estão levando em consideração as melhores práticas para a gestão sustentável de floresta em longo prazo. Em geral, observamos que as práticas de corte atuais envolvem a extração, a partir da floresta, de árvores da qualidade e do valor mais altos, deixando para trás, assim, as de qualidade inferior. Passei um longo tempo discutindo a necessidade de desenvolver um sistema melhor de pré-inventário a fim de desenvolver prescrições sensatas relativas à silvicultura e planos de gestão de longo prazo.

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Sinto neste momento que os angolanos poderiam aproveitar a assistência no sentido de desenvolverem um inventário nacional de florestas. Há uma nova lei de florestamento prestes a entrar em vigor que se voltará sobre a sustentabilidade, e os angolanos estão no processo de desenvolverem um sistema nacional de inventários. Essa seria uma época oportuna para trazer a Assistência Técnica do USFS para ajudar a dirigir o sistema nacional que está sendo desenvolvido, de modo a inventariar e monitorar adequadamente os recursos naturais de Angola para a gestão sustentável (Contato: [email protected]). Em discussões com o proprietário de um moinho local em Angola, que não participou do programa de treinamento, consegui catar algumas informações dele sobre a reprodução das espécies (Ray Forester). Estão atualmente cortando teca, madeira rosa e Pterocarpus Angolensis. Além disso, percebi, em observações de campo, que a Pterocarpus estava se reproduzindo segundo uma disposição administrativa baseada em idades uniformes. De acordo com Ray, elas conseguem regenerar árvores após o corte se puderem manter o fogo apagado. A principal preocupação é a perda de mudas e brotos queimados. Também plantaram com êxito. Além disso, passei algum tempo a mais com o setor de Pesquisa do Serviço Florestal da Namíbia, incumbido de administrar seu sistema nacional de inventários. Tenho uma cópia de seu manual, e eles têm um programa de computador bem desenvolvido que utiliza tanto a linguagem Access, quanto a Fortran. Esse sistema tem sido utilizado desde 1996. Foi desenvolvido originalmente pelos alemães e finlandeses, e sistemas similares são utilizados na Botswana, na África do Sul e na Zâmbia. Esse seria um sistema de baixo custo ideal para se utilizar em Angola. (Contatos: Lisias Tjeripo Tjaveondja [email protected] & Gerhardt Boois [email protected]) O sistema é bastante amigável, e o volume e os produtos foram desenvolvidos com base em dados de múltiplas regiões da Namíbia. O sistema também inclui um fator específico de correção para a seção norte da Namíbia, que poderia ser utilizado em Angola. Os namibianos utilizam os dados colhidos para desenvolver planos de gestão sustentável. Sentiu-se que o projeto de Okavango estava indo ao sentido de desenvolver parques naturais e de excluir o florestamento sustentável como um componente viável do projeto. A equipe do USFS acredita fortemente que, se a proteção e/ou a gestão sustentável de florestas angolanas forem uma prioridade, todas as partes interessadas devem trabalhar em conjunto para desenvolverem um programa de treinamento e de auxílio técnico para alcançarem tais objetivos. Uma prioridade imediata é pôr em ação práticas de gerência florestal básicas e sensatas nas áreas das florestas que estiverem sendo cortadas ativamente. Está claro que tal esforço vai além do escopo do projeto do IRBM, e o USFS deve trabalhar com o governo e com a USAID angolana para explorar possibilidades para o auxílio técnico adicional do USFS nas áreas de gestão e planejamento sustentáveis de florestas. O caráter crítico dessa abordagem tem o fim de assegurar que não persistam as práticas atuais tanto de superexplorar espécies de alto valor, quanto de converter florestas em áreas degradadas e de baixo valor.

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Recomendações: A fim de se voltar para o desenvolvimento de um programa de florestamento sustentável em longo prazo, é necessário implementar as seguintes recomendações através de um serviço temporário multifacetado e baseado em estágios diversos:

• Trabalhar nos locais onde as operações de corte estão ocorrendo para assegurar o uso das melhores práticas de gerência. Trabalhar com parceiros angolanos ao desenvolver a localização apropriada das estradas, das trilhas de deslizamento, dos aterros, das barras de água e dos outros métodos de controle da erosão. Isso se aplicará às preocupações ambientais imediatas acerca da degradação do local.

• Trabalhar no local das operações de corte para desenvolver adequadamente a disposição de vendas e as prescrições relativas à silvicultura, bem como para ajudar a assegurar que tais prescrições estejam de acordo com as licenças.

• Fazer uma pesquisa bibliográfica para desenvolver diretrizes de corte para espécies comerciais de modo a assegurar a regeneração natural.

• Desenvolver parceria com o Serviço Florestal da Namíbia, com o USFS e com os angolanos para desenvolver um esforço cooperativo no sentido de iniciar um sistema nacional de inventários angolanos baseado no modelo de inventários da Namíbia. Essa deveria ser uma grande prioridade visto os angolanos estarem agindo no sentido de em breve desenvolver um sistema nacional. Além disso, colaborar com os angolanos e os namibianos no desenvolvimento da gestão sustentável de plantas. Uma floresta para demonstrações pode ser ajustada para implementar essa recomendação. Aproveitar os namibianos seria uma maneira de treinar os angolanos segundo uma ótima relação custo-benefício. Uma idéia possível seria providenciar que os angolanos passassem alguns meses trabalhando na Namíbia com o Serviço Floresta da Namíbia no projeto do inventário e no levantamento de dados.

• Revisar a nova lei angolana que está sendo proposta e prestar assistência aos angolanos no desenvolvimento das habilidades e ferramentas a fim de implementar a nova lei.

• Para considerar a preocupação com a carência de habilidades necessárias para desenvolver uma política sensata de florestamento, recomenda-se que o dinheiro da concessão seja empregado para enviar profissionais existentes na área de florestamento e novos profissionais em potencial para escolas de florestamento no exterior, de modo a adquirirem títulos de bacharel, mestre e doutor. As escolas selecionadas deveriam compor um corte transversal de diferentes países de modo a haver uma diversidade de idéias que podem ser levadas de volta a Angola quando do desenvolvimento de políticas e programas. Essa recomendação não verá resultados por vários anos, mas deveria ser encarada como um investimento de longo prazo cujo retorno virá em 10 a 20 anos. As escolas selecionadas devem ter um bom currículo em gestão de madeira dura contra a gestão de madeira mole, e não custa reforçar a importância de não se alvejar um único país para receber os estudantes. Essa é uma oportunidade de influenciar a capacidade de longo prazo de Angola em desenvolver uma organização forte e durável do controle sustentável de suas terras florestais.