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CENTRO UNIVERSITRIO LUTERANO DE SANTARM CURSO DE SISTEMAS DE INFORMAO LIDIANNE LIMA PEREIRA

USANDO O PODCAST PARA ENSINAR HISTRIA AOS DEFICIENTES VISUAIS DO 1 ANO DO ENSINO MDIO

SANTARM 2010

LIDIANNE LIMA PEREIRA

USANDO O PODCAST PARA ENSINAR HISTRIA AOS DEFICIENTES VISUAIS DO 1 ANO DO ENSINO MDIO

Trabalho de Concluso de Curso apresentado para a obteno do Grau de Bacharel em Sistemas de Informao pelo Centro Universitrio Luterano de Santarm.

Orientador: Prof. MSc. Marialina Correa Sobrinho

SANTARM 2010

LIDIANNE LIMA PEREIRA

USANDO O PODCAST PARA ENSINAR HISTRIA AOS DEFICIENTES VISUAIS DO 1 ANO DO ENSINO MDIO

Trabalho de concluso de curso apresentado para obteno do Grau de Bacharel pelo Centro Universitrio Luterano de Santarm em Sistemas de Informao.

Data de Apresentao: _____/_____/_____.

_________________________________ MARIALINA CORRA SOBRINHO Prof. MSc. em Engenharia Eltrica - UFPA

___________ Conceito

_________________________________ CARLOS ALBERTO PEDROSO ARAJO Prof. Especialista _________________________________ GLEIDY DA SILVA MARIANELY

___________ Conceito

___________ Conceito

A Deus, minha famlia, amigos, orientadora e a todos de colaboraram direta ou indiretamente na produo deste trabalho.

AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus que me deu foras ao longo dessa trajetria. Minha me (Francisca) que sempre me apoiou e teve palavras de incentivos nos momentos difceis. Ao meu pai (Raimundo) que juntamente com minha me me proporcionou uma educao, a qual me tornou a pessoa que sou hoje. E tambm as minhas irms Lucivanne pela colaborao prestada e ainda a Laianne. A minha orientadora professora Marialina Sobrinho que por muitas vezes fez muito mais que seu trabalho, me deu muita fora e confiana, acreditando na minha capacidade, sem ela esta caminhada teria sido muito mais difcil. E ainda a professora Marla Geller que sempre esteve por perto nos momentos em que precisei. Ao professor Jerter Rezende pela ajuda na produo do material que foi desenvolvido. A direo da escola Madre Imaculada por ceder espao para pesquisa, e ainda ao professor Sidney Rocha facilitador do laboratrio de informtica da escola. A todos os meus amigos e colegas, mas em especial a Darliane, Endy, Gabriella, Irl, Jocivanio, Afonso, Monilson, William pelo incentivo e colaborao no decorrer deste trabalho. Ao Colgio Dom Amando pelo espao cedido para a gravao do material utilizado neste trabalho.

Sem sonhos, a vida no tem brilho. Sem metas, os sonhos no tm alicerces. Sem prioridades, os sonhos no se tornam reais. Sonhe, trace metas, estabelea prioridades e corra riscos para executar seus sonhos. Melhor errar por tentar do que errar por omitir. Augusto Cury

RESUMO

O ser humano busaca sempre o aperfeioamento, seja para facilitar o seu trabalho ou para realizar algo que no tinha sido feito. Em meio a isso vo surgindo as tecnologias, com o intuito de suprir essas necessidades. Na educao no seria diferente, inovaes que possam trazer benefcios e agregar conhecimento so recebidas com entusiasmo. Quando o assunto educao especial, utilizar-se de recursos para auxiliar o aluno na aprendizagem essencial, para que assim ele possa ultrapassar barreiras enfrentadas em decorrncia da deficincia. O Podcast uma ferramenta da Web 2.0 que vem proporcionando uma crescente e boa aceitao por parte dos usurios da rede mundial de computadores. Este trabalho tem como enfoque apresentar e utilizar o Podcast a alunos com deficincia visual, utilizando para a produo do material o sofftware MyPodcast Recorder. Os contedos dos arquivos so referentes primeira srie do ensino mdio, para ento verificar a viabilidade da ferramenta ser utilizada pelos deficientes visuais como um meio de facilitar e amenizar possveis dificuldades no que diz respeito aprendizagem. Palavras-chave: Deficientes Visuais. Podcast. Tecnologias Educacionais.

ABSTRACT

The human quest always the perfectionist, is to facilitate their work or to accomplish something that had not already been done. In way to this goes appearing the technologies, with intention to supply these necessities. In the education it would not be different, innovations that can bring benefits and to add knowledge they are received with enthusiasm.When the subject is special education, make use of resources to assist students in learning is essential so that thus it can exceed barriers faced due to disability. Podcasting is a Web 2.0 tool that has provided a increasing and growing acceptance by users of the worldwide network of computers. This work focuses on presenting and using the Podcast to students with visual impairments, using for the production of the material MyPodcast Recorder software. The contents of the files relate to the first grade of secondary school for verifying the viability of the tool to be used by the blind as a means to facilitate and to brighten up possible difficulties in what it says respect to the learning. Keywords: Visually Impaired. Podcast. Educational Technologies.

LISTA DE ILUSTRAES

Quadro 1 Matrculas na Educao Especial at 2006 .......................................... 23 Figura 1 Reglete e Puno .................................................................................... 26 Figura 2 Mquina de escrever Braille .................................................................... 27 Figura 3 Impressora Braille ................................................................................... 28 Figura 4 Sorob ..................................................................................................... 28 Figura 5 Microcomputador ..................................................................................... 29 Figura 6 DOSVOX ................................................................................................. 30 Figura 7 Leitor de tela Jaws .................................................................................. 31 Figura 8 Ampliador de tela .................................................................................... 31 Figura 9 Computador distribudo pelo projeto UCA .............................................. 34 Figura 10 MyPodcast Recorder ............................................................................. 47 Figura 11 Gravao dos Podcasts ........................................................................ 48 Figura 12 Aluno com perda total da viso utilizando Podcast ............................... 50 Figura 13 Aluna com baixa viso utilizando Podcast ............................................ 51

SUMRIO

1 INTRODUO......................................................................................................... 11 2 ESTADO DA ARTE .................................................................................................13 2.1 A TECNOLOGIA NA SALA DE AULA...................................................................14 2.2 A HISTRIA DO PODCAST................................................................................. 15 2.3 O USO DO PODCAST COMO APOIO AOS PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAIS.................................................................................... 17 3 TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS .......................................................................... 21 3.1 TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS APLICADAS AOS DEFICIENTES VISUAIS. 23 3.1.1 Reglete e puno..............................................................................................26 3.1.2 Mquinas de Datilografia Braille.....................................................................27 3.1.3 Impressora Braille............................................................................................ 28 3.1.4 Sorob .............................................................................................................. 29 3.1.5 Computador...................................................................................................... 30 3.1.6 Sistema Operacional Dosvox .........................................................................30 3.1.7 Leitores de tela................................................................................................. 31 3.1.8 Ampliador de tela............................................................................................. 32 4 PROJETOS DE INCLUSO....................................................................................34 4.1 UCA (UM COMPUTADOR POR ALUNO)............................................................ 34 4.2 NAVEGAPAR......................................................................................................35 4.3 OUTROS PROJETOS DE INCLUSO DO GOVERNO FEDERAL..................... 36 5 O PODCAST E AS SUAS MLTIPLAS APLICAES .........................................43 5.1 O PODCAST COMO TECNOLOGIA EDUCACIONAL.........................................44 5.2 EXPERINCIAS COM PODCAST NA EDUCAO............................................ 45 5.3 PODCAST: UMA EXPERINCIA COM DEFICIENTES VISUAIS........................47 5.3.1 Aplicao dos podcast com os deficientes visuais ..................................... 50 6 CONCLUSO.......................................................................................................... 55 6.1 DIFICULDADES ENCONTRADAS....................................................................... 55 6.2 TRABALHOS FUTUROS...................................................................................... 56 REFERNCIAS...........................................................................................................57 ANEXOS......................................................................................................................64

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1 INTRODUO

Todos os dias so criadas novidades no campo tecnolgico, cada uma delas com as mais diversas utilidades, mas com algo em comum, surgem da necessidade de realizar uma tarefa. Algumas podem ser empregadas em atividades diferentes do seu propsito inicial, o que ocorre na educao. A partir do momento em que so usadas com finalidade de facilitar os processos de ensino e aprendizagem passam a ser denominadas tecnologias educacionais. A utilizao de tecnologias com este propsito vem sendo bastante explorada por pesquisas e tambm j na prtica, incorporando assim, novas maneiras de estimular os alunos. A internet e ferramentas que nelas esto disponveis so o que h de mais recente sendo utilizado como tecnologia educacional. O Podcast uma destas ferramentas que esto disponibilizadas na internet, mais precisamente a partir da Web 2.0. Por ter como caracterstica a colaboratividade, permitindo que seus usurios interajam diretamente com o conhecimento que nela produzido, tem se tornado grande aliada na educao, principalmente no que diz respeito educao especial. Alunos com alguma necessidade especial necessitam de recursos para ultrapassar as barreiras que lhes so impostas. Para tal fazem uso das tecnologias assistivas, e o mais importante, que assim como os outros alunos, tem que ser estimulados com algo que desperte seu interesse e seja capaz de trazer benefcios. No caso especfico dos deficientes visuais, foco do trabalho, os sentidos mais aguados tm que ser trabalhados para estimular o aluno e a audio um deles. O Podcast um arquivo de udio que pode ser disponibilizado na internet, permitindo que o usurio possa baixar este arquivo e te-lo em seu computador ou em qualquer outro dispositivo que seja capaz de reproduzir mp3. Por possuir tais caractersticas, foi proposta a sua utilizao como tecnologia educacional aplicada a deficientes visuais. Para tal foi necessrio delimitar a estudantes de ensino mdio, na disciplina Histria. Este trabalho est organizado da seguinte maneira: alm deste captulo conta ainda com outros cinco. O captulo 2 expe a fundamentao terica, abordando os principais pontos da monografia, as tecnologias em sala de aula, a ferramenta abordada, e a deficincia visual. O captulo 3, discorre sobre tecnologias

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educacionais, conceito, exemplos e a aplicao delas com deficientes visuais. J o captulo 4 trata dos projetos de incluso e como os deficientes visuais podem utilizlos para ter acesso s tecnologias, mostrando ainda exemplos de projetos realizados em todo o pas. O captulo 5 apresenta o Podcast, sua utilizao como tecnologia educacional, relatos da ferramenta sendo utilizada na educao e por sua vez a abordagem com os deficientes visuais. Por fim o captulo 6, onde est compreendida a concluso, mostrando os resultados obtidos, as dificuldades durante o desenvolvimento da pesquisa e proposta de trabalhos futuros.

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2 ESTADO DA ARTE

O homem em sua evoluo sempre buscou formas de facilitar sua vida. Foi assim desde a roda, a lmpada, o telefone, at as mais recentes novidades tecnolgicas, (Kampff, 2006). Atualmente no seria possvel imaginar o mundo sem computador e internet, estes exemplos clssicos de modernidade que j se tornaram imprescindveis na vida de grande parte da populao mundial. No entanto para que a tecnologia se desenvolvesse a tal ponto, a sociedade como um todo teve que passar por diversas mudanas. Como lembra Kampff (2006), estas transformaes ocorreram em trs fases: na primeira delas existiam poucas escolas e os grupos de pessoas viviam isolados e produziam somente o necessrio para sua sobrevivncia; a segunda fase o momento onde a informao passa a ser produzida e consumida de forma massificada tendo como marco a revoluo industrial; e por fim a terceira fase denominada de sociedade da informao momento em que surgem as redes de computadores, fato que alavancou a divulgao das informaes. Essa exploso de informao e o avano constante das tecnologias mudaram a forma de ensinar e aprender. E com isso surgiram tambm novas necessidades no que diz respeito educao:

O currculo deve ser repensado em um mundo globalizado, de maneira interdisciplinar, valorizando a inteligncia como fruto de mltiplas competncias; O professor deve assumir uma postura de mediador no acesso ao conhecimento e contribuir para que se estabeleam relaes significativas, que levem a outros patamares de conhecimento; O aluno deve ser visto como agente ativo do processo, com interesses e produes singulares; A avaliao no tem sua nfase na memorizao, mas nas relaes e na aplicao dos conhecimentos em novos contextos (KAMPFF, 2006, p.17).

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2.1 A TECNOLOGIA NA SALA DE AULA

A tecnologia na sala de aula propicia inmeras possibilidades pedaggicas, oferecendo a oportunidade para que os alunos deixem de ser consumidores daquilo que a tecnologia lhes traz, (LEITE et al, 2004). Desta forma ela passa a ser aliada na educao, podendo ento transformar a realidade do ensino, quando aplicada de maneira a interagir e proporcionar novas experincias aos alunos. No Brasil, as tecnologias comearam a ser utilizadas em sala de aula de forma metodolgica nos anos 60, (LEITE et al, 2004). A partir do aperfeioamento das mesmas e a reduo de custos, elas se tornaram mais acessveis inclusive no ambiente escolar. A sala de aula um ambiente diversificado onde se apresentam limitaes por parte de alguns indivduos.

[...] a sala de aula se constitui em um espao fsico onde h uma diversidade cultural e instrucional, onde os alunos e professores que enxergam e aqueles que tm deficincia convivem, se relacionam, compartilham, cada um percebendo o outro e o mundo sua maneira (SOUZA, 2008, p.66).

As tecnologias podem ser utilizadas para interao entre esses indivduos e deles para com elas. Existem diversos instrumentos utilizados a fim de auxiliar a aprendizagem, estes por sua vez tm um papel muito maior com o advento da WEB 2.0. Grande parte das ferramentas utilizadas hoje um produto oferecido por ela, como por exemplo: os blogs, wikis, redes sociais, Slideshare, Podcast, entre outros. Para Isotani (2008) o uso das ferramentas da Web 2.0 traz diversos benefcios para o ensino, principalmente por permitir novas prticas pedaggicas e formas de aprendizagem mais ativas e interativas. Permitem ao aluno usufruir das possibilidades que a tecnologia oferece, e tambm atuar como produtor de informao.

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2.2 A HISTRIA DO PODCAST

A histria do Podcast inicia em 1932 quando Bertolt Brecht tinha o anseio de transformar o rdio em uma comunicao onde houvesse um retorno, assim como na Web 2.0, o usurio do servio tambm atua como produtor de informao. No entanto o que no poderia ser possvel naquela dcada hoje realidade com o Podcast (PAULO NETO, 2006). O termo Podcast uma juno da palavra Ipod (dispositivo de armazenamento de udio) e Cast (retirado de broadcast, que significa distribuio), ficando assim designado para a tecnologia que consiste em descarregar contedos de udio de pginas Web. Eles podem ser assinados via Feeds (formato de dados utilizado em formas de comunicao com contedo atualizado frequentemente), o que permite atualizao atravs de agregadores (software utilizado para assinar e gerenciar Podcast), eles podem ter como contedos temas diversos (MOURA e CARVALHO, 2006). Segundo Moura e Carvalho (2006) o termo podcast algo novo e surgiu quando Adam Curry descreveu a tecnologia como a possibilidade de descarregar contedos de udio das pginas web, em 2004. Para Teixeira Primo (2005) o Podcast um processo meditico que emerge a partir da publicao de arquivos de udio na Internet. A produo e distribuio de Podcast acontecem de maneira rpida e fcil por exigir uma estrutura tecnolgica simples. Algumas expresses so utilizadas quando se fala em Podcast, so elas: alm de Podcast, Podcaster e Podcasting. Segundo Medeiros (2006), o arquivo de udio produzido com contedo personalizado, desvinculados de padres de rdio e disponibilizado a qualquer usurio para download, denomina-se Podcast. O indivduo que produz este arquivo chamado de Podcaster, e por fim Podcasting consiste em disponibilizar o arquivo para acesso por outras pessoas e ainda descarregar caso seja necessrio. O Podcast uma tecnologia que surgiu com o intuito de divulgar arquivos de udio na internet. No entanto a mesma pode ser utilizada com finalidade educacional, esta por sua vez somente uma das quatro formas na qual pode ser apresentado. Na primeira delas, o modelo Metfora, o Podcast semelhante a um

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programa de rdio ou de Tv, foi com ele que surgiu a idia de Podcasting. O modelo Editado permite realizar o download desses arquivos para ouvir no momento mais oportuno. O modelo Registro o mais conhecido, so os audioblogs, possuem temas variados, e ainda o modelo Educacional. Segundo Medeiros (2006) com o modelo educacional do Podcast,

[...] possvel disponibilizar aulas, muitas vezes em forma de edies continuadas, semelhantes aos antigos fascculos de cursos de lnguas que eram vendidos nas bancas de revistas. Algumas experincias esto sendo testadas por professores que utilizam essa ferramenta como uma forma de disponibilizar aulas ministradas ou uma como forma de reposio.

Esta prtica est se difundindo rapidamente. comum que sites realizem discusses sobre determinados temas, contedos de revistas so debatidos, aulas so disponibilizadas em sites apropriados para download o que torna este novo meio de informao muito til, demonstrando assim suas possibilidades educacionais. O Podcast est ganhando popularidade deve-se ao fato de que ele:

Permite que qualquer um com um microfone, computador e conexo internet, publiquem arquivos udio que podem ser acedido por outras pessoas em qualquer lugar do mundo; Os ficheiros do Podcast podem ser automaticamente descarregados (de um ou) para um dispositivo mvel, e ser ouvidos quando e onde for mais conveniente; O Podcast gratuito; Os utilizadores no precisam pagar para descarregar os ficheiros do Podcast. (CHEN, 2007 apud BOTTENTUIT JUNIOR e COUTINHO, 2009).

O Podcast pode ser utilizado de vrias maneiras, diretamente de pginas web ou descarregando seu contedo no computador. De acordo com Bottentuit e Coutinho (2009), essa tecnologia pode ser utilizada desde o campo de negcios, entretenimento, carter cientifico e ainda na educao. No que diz respeito sua utilizao no contexto educacional, o Podcast apresenta as seguintes vantagens:

[...] induz um maior interesse na aprendizagem porque possibilita uma estratgia de ensino e aprendizagem diferente na sala de aula; um

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recurso que se adapta a diferentes ritmos de aprendizagem dos alunos; possibilita a aprendizagem dentro e fora da sala de aula; a interao entre o ato de falar e o de ouvir permite uma aprendizagem mais significativa do que o simples ato de ler (BOTTENTUIT JUNIOR e COUTINHO, 2007).

No geral o Podcast utilizado por pessoas que necessitam de informao e no dispem de tempo. Quando esses indivduos precisam de recursos especiais, como os deficientes visuais, o Podcast pode atuar despertando a capacidade auditiva, e ainda, permitindo o acesso a contedos repassados em sala de aula ou material auxiliar em formato de udio para que este seja aproveitado no momento mais oportuno, facilitando a compreenso e auxiliando no processo de aprendizagem. Para Medeiros (2006) o Podcast poder converter-se numa poderosa ferramenta no processo de incluso dos invisuais no mundo das tecnologias, dando-lhes espao no mundo virtual.

2.3

O

USO

DO

PODCAST

COMO

APOIO

AOS

PORTADORES

DE

NECESSIDADES ESPECIAIS

O Podcast mais uma ferramenta que pode ser utilizada juntamente com outras tecnologias a fim de proporcionar melhorias de aprendizado aos alunos. Assim como a sociedade, o ambiente escolar tambm est se adaptando a fim de oferecer condies adequadas para incluso dos Portadores de Necessidades Educacionais Especiais (PNEEs). Dentro deste grupo est o deficiente visual, este por sua vez tem necessidades especficas. De acordo com os Parmetros Curriculares Nacionais (1998), entende-se por deficiente visual aquele que tem a reduo ou perda total da capacidade de ver com o melhor olho e aps a melhor correo tica. Podendo se manifestar da seguinte maneira:Cegueira: perda da viso, em ambos os olhos, de menos de 0,1 no melhor olho aps correo, ou um campo visual no excedente a 20 graus, no maior meridiano do melhor olho, mesmo com o uso de lentes de correo. Sob o enfoque educacional, a cegueira representa a perda total ou o resduo mnimo da viso que leva o indivduo a necessitar do mtodo Braille como meio de leitura e escrita, alm de outros recursos didticos e equipamentos especiais para a sua educao; viso reduzida: acuidade visual dentre 6/20 e 6/60, no melhor olho, aps correo mxima. Sob o

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enfoque educacional, trata-se de resduo visual que permite ao educando ler impressos a tinta, desde que se empreguem recursos didticos e equipamentos especiais (PARMETROS CURRICULARES NACIONAIS, 1998, p.26).

Ainda dentro dos conceitos de cegueira, mas desta vez com enfoque educacional, Masini (1993) tem uma viso, voltada para as possibilidades do aluno, preocupando-se em constatar o que ele pode e o que sabe fazer para ento verificar suas limitaes. As dificuldades permeiam a vida do deficiente visual em todos os sentidos, para super-las ele conta com o apoio da famlia e da escola. No aprendizado so empregadas vrias formas de apresentar o mundo a eles.

[...] a dificuldade de acesso s TICs um outro problema enfrentado pelos cegos, pois as bibliotecas no disponibilizam materiais especiais como livros em Braille, fitas sonoras, entre outros. Verifica-se uma grande dificuldade de produo e distribuio desses livros especiais, pois necessrio digit-los ou digitaliz-los para depois imprimi-los em uma impressora Braille. A aquisio da impressora tem um custo bastante elevado e, por outro lado, existe um desconhecimento em relao aos softwares e equipamentos adaptados s PNEEs com limitao visual. ... a ausncia de um dos sentidos, no caso, a viso, pode ser superada na medida que uma tecnologia adaptativa/assistiva, possibilite a insero da PNE com limitao visual ao ambiente digital (SANTAROSA, ESTABEL e MORO, 2005).

O Braille usado para ler e escrever, mas existem ainda, outros recursos que surgiram com o avano tecnolgico e que facilitam a aquisio de conhecimento e informao. Em todos os mtodos utilizados so exploradas a sensibilidade. A maneira como ele aprende diferenciada dos demais indivduos. Para (Ochaita; Rosa 1995 apud Amrico, 2002, p. 40),

[...] os caminhos que a levaro aprendizagem e aquisio do conhecimento diferem daqueles comumente empregados s crianas videntes, fazendo-se necessrio estabelecer diferentes elaboraes de outros sistemas de ensino, por vias alternativas, que garantam o acesso ao conhecimento.

No que diz respeito educao de deficientes visuais existem dois marcos importantes, o Braille e a internet. O primeiro possibilitou o desenvolvimento da

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leitura e da escrita por eles; o segundo mostrou novos horizontes em busca de informao e tambm de entretenimento. Segundo (Estabel, Moro e Santarosa, 2003),

A utilizao da informtica pelos PNEEs com limitao visual e, mais especificamente, da internet muito recente. O surgimento dos leitores de tela um marco na vida dos usurios da informtica tanto quanto foi o surgimento do Braille.

O portador de necessidades educacionais especiais visuais (PNEEV) deve estar inserido em classes regulares e os professores prontos para receb-los, conforme a Lei da Acessibilidade (2000). Promover o acesso desses alunos dar a eles ferramentas que atendam suas necessidades. Para Santarosa (2002), a acessibilidade passa a ser entendida como sinnimo da aproximao, um meio de disponibilizar a cada usurio interfaces que respeitem suas necessidades e preferncias. A utilizao de tecnologias na educao de deficientes visuais tem se mostrado muito eficiente, oferecendo oportunidade de conhecer outro mundo e utiliz-lo como porta de entrada ao conhecimento, seja por meio de software educacional seja por meio de ajudas tcnicas, tambm chamadas de tecnologia assistente (CAMPOS e SILVEIRA, 1998). As tecnologias da informao e comunicao (TICs) como um todo podem oferecer inmeros benefcios aos deficientes visuais, facilitando atividades dirias assim como pode ser um meio de adquirir informao na Web. Dentre elas est o uso do Podcast com deficientes visuais, o que pode trazer alm de incluso no contexto digital:

Um interesse maior para aprendizagem dos contedos devido a uma nova modalidade de ensino introduzida na sala de aula (para alm das aulas e recursos disponveis atravs da utilizao dos recursos em Braille); Um recurso que ajuda nos diferentes ritmos de aprendizagem dos alunos visto que os mesmos podem escutar inmeras vezes um mesmo episdio a fim de melhor compreenderem o contedo abordado; A possibilidade da aprendizagem tanto dentro como fora da escola; Falar e ouvir constitui uma atividade de aprendizagem muito mais significativa do que a leitura em Braile (BOTTENTUIT JUNIOR e COUTINHO, 2009).

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As potencialidades do Podcast podem ser exploradas pelos deficientes visuais, uma vez que ele se baseia em udio e pessoas que no enxergam tem seus outros sentidos muito apurados. A portabilidade dos contedos e o fcil acesso aos mesmos o tornam um grande aliado do professor e principalmente para os invisuais. Existe meios que podem facilitar o aprendizado de alunos com deficincia, e no caso dos deficientes visuais o Podcast pode ser trabalhado estimulando a busca por informaes e como maneira de portabilidade de contedos abordados em sala de aula. Algumas estratgias para o uso de Podcast facilitando a participao e incluso de deficientes visuais so descritas por Bottentuit Junior e Coutinho (2009), dentre elas a criao de bibliotecas digitais elaborada por professores, onde o material seria disponibilizado em formato de udio contribuindo para enriquecer o conhecimento dos alunos. Alm dessa possibilidade, possvel utiliz-lo como meio de informao, uma vez que existem instituies que disponibilizam contedos em formato Podcast, assim como sites, revistas. Novas tecnologias podem ser utilizadas para agregar mais valor aos processos de ensino e aprendizagem. O Podcast permite este enfoque. O professor pode utiliz-lo para disponibilizar suas aulas, entrevistas, contedos extras relacionado aos temas abordados. Tudo isso pode estar disponvel em um arquivo de udio e transportado para qualquer lugar.

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3 TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS

Na medida em que a sociedade sofre transformaes, os indivduos pertencentes a ela modificam seu modo de pensar e agir, refletindo na forma de educar e aprender. A aquisio de conhecimento na sociedade da informao foi modificada, deixou de ser apenas pela oralidade e escrita e passa a ser tambm pela audiovisualidade, isso foi impulsionado com as tecnologias de informao e comunicao. De acordo com Schninger (2008), as tecnologias inovam as formas de relaes sociais, ampliam nossa memria, garantem novas possibilidades de bem-estar. A tecnologia est presente no dia a dia das pessoas, mesmo que estas no estejam ligadas a ela de maneira direta. A utilizao de recursos tecnolgicos para fins educacionais j vem sendo utilizado de maneira proveitosa pelos profissionais da educao. Segundo Leite et al (2004), essas tecnologias passaram a ser introduzidas na educao a partir da dcada de sessenta, mas se estabeleceram da dcada de oitenta para c. Quando so utilizados recursos tecnolgicos, dentre eles encontram-se os da informao e os da comunicao, com o intuito de facilitar os processos de ensino e aprendizagem, estes so classificados como tecnologias educacionais. Para Andrade (2010), tecnologia educacional aquela utilizada com finalidade de educar, esta pode ser oriunda de cincias fsicas, sociologia, psicologia, matemtica ou qualquer outra rea do conhecimento. Uma tecnologia qualquer passa a ser educacional quando utilizada com este enfoque. Por exemplo, um computador quando utilizado em uma atividade em sala de aula ou mesmo em outro local, desde que tenha relao com ensinar ou aprender. Mas esta mesma tecnologia quando utilizada para fins recreativos, por exemplo, deixa de ser uma tecnologia educacional (CYSNEIROS, 2000). Como exemplos de recursos que se encaixam neste conceito podem ser citados: a televiso, o rdio (desde que ocorra interao com o indivduo), o computador e ainda a internet. Os dois ltimos, porm so os mais conhecidos e utilizados. Aps a inveno do computador, este por fins estratgicos na segunda guerra mundial e mais ainda, aps a utilizao de uma rede de computadores interconectados com o intuito de troca de informaes, a internet; o mundo passou a

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caminhar para o que temos hoje, onde os usurios deixam de ser apenas consumidores de informao e passam a ser tambm produtores da mesma.

A Internet comeou, nos anos sessenta, como uma pequena rede de um projeto militar norte-americano. S nos anos oitenta, com a evoluo da tecnologia, expandiu-se rapidamente, quando passou a ser usada pelos meios acadmicos daquele pas e logo depois da Europa e de outras partes do mundo. S no incio dos anos noventa que comeou a ser usada de modo generalizado por todos os setores da sociedade (CYSNEIROS, 2000).

A utilizao de tecnologias educacionais modifica a maneira de transmisso do conhecimento (FERREIRA, 1998). O que antes estava baseado apenas na figura do professor e sua capacidade de transmisso da informao, agora tende a formao de indivduos cada vez mais crticos, pois estes, tendo acesso a outros meios de informao podem formar opinio com uma base muito maior de contribuies, e o professor passa a ser um mediador desta busca pelo conhecimento. Assim como essas tecnologias podem ser de diversos campos da cincia, elas podem ser utilizadas de diversas maneiras e em diferentes disciplinas do currculo escolar e ainda da formao pessoal do indivduo. Recursos tecnolgicos so utilizados nas mais diferentes reas da sociedade, e na educao tem contribuies significativas. As tecnologias no sero a panacia para a educao, mas ajudaro na soluo de vrios problemas, tais como a falta de ateno e interesse por parte de alguns alunos (GUERRA, 2000). O primeiro recurso a ser introduzido em sala de aula foi o quadro negro, o qual foi por muito tempo o nico disponvel para professores e alunos, e hoje denominado quadro de escrever. Mesmo com a chegada de outros recursos ele ainda continua sendo utilizado, agora um pouco mais moderno com a sua evoluo, o quadro magntico. Para Santos et al (2010),

[...] as Novas Tecnologias de Informao e Comunicao (TICs), surgem como uma alternativa educacional para aumentar o interesse dos alunos e facilitar a compreenso dos conceitos, pois, permitem o trnsito de informaes que podem advir de diferentes meios de comunicao: rdio; televiso; cinema; jornal; revista; livro; fotografia; computador; Internet; gravao de udio e vdeo; rede telemtica; robtica; sistemas multimdias; dentre outros.

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Estas tecnologias s fazem sentido se utilizadas com o professor e este por sua vez deve estar apto a fazer uso das mesmas, garantindo que suas potencialidades sejam aproveitadas para o fim a que se prope: melhorar os processos de ensino e aprendizagem.

3.1 TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS APLICADAS AOS DEFICIENTES VISUAIS

O deficiente visual encontra inmeras dificuldades no decorrer da sua vida, a educao s uma delas. As tecnologias educacionais so empregadas a fim de amenizar estes problemas. Uma pessoa com deficincia visual necessita de condies favorveis para seu aprendizado, fazendo com que esta desenvolva habilidades necessrias para o seu desenvolvimento. Aes de incluso digital so de fundamental importncia, criando condies para que eles tenham acesso s tecnologias. Os vrios projetos de incluso tm papel fundamentador, de criar as condies necessrias para que isso ocorra. Durante muito tempo pessoas com necessidades educacionais especiais foram excludas das salas de aulas, ora por falta de recursos necessrios ou por estarem em espaos especficos separados dos demais alunos. Essa realidade vem sendo modificada aps a Lei da Acessibilidade e de programas de incluso que vem sendo implantados posteriormente a ela. Esses programas de incluso prevem que no somente o deficiente visual, mas todo aluno com necessidades especiais possa ser inserido em salas de aulas de ensino regular como so chamadas. O nmero de matrculas na educao especial teve crescimento de 1998 para 2006 de acordo com o MEC (2007) com dados do Censo Escolar realizado em 2006. Esses dados so de matrculas realizadas em escolas especializadas/classes especiais e em escolas regulares/classes comuns, como mostra o grfico a seguir:

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Grfico 1 Matrculas na Educao Especial at 2006 Fonte: MEC, 2007.

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O aumento de alunos com alguma deficincia em classes de ensino regular um fato. Estas instituies de ensino devem estar aptas a receber com igualdade de condies esses alunos. Desta maneira, se faz necessrio a utilizao de uma sala de recursos. Salas de recursos um servio de apoio pedaggico oferecido por escolas regulares a alunos com algum tipo de necessidade especial. Ela conta com um professor especializado e com equipamentos e materiais necessrios para o desenvolvimento de atividades, as quais acontecem no perodo contrrio ao horrio em que o aluno est matriculado (MORI e BRANDO, 2009). Nela so disponibilizadas tecnologias assistivas com o intuito de oferecer condies para o aprendizado de alunos com deficincias. Tecnologias assistivas so utilizadas em conjunto com o Braille na educao de deficientes visuais, proporcionando qualidade de vida. Segundo Bersch (2010), entende-se por tecnologia assistiva um conjunto de recursos e servios que visam proporcionar uma vida independente a pessoas com deficincia, melhorando ou proporcionando habilidades funcionais. Para Heidrich & Santarosa (2003) denominam-se Tecnologias Assistivas todos os recursos que contribuem para proporcionar vida independente aos deficientes. Ainda segundo Bersch (2010) a tecnologia assistiva composta por recursos e servios.

Os Recursos so todo e qualquer item, equipamento ou parte dele, produto ou sistema fabricado em srie ou sob-medida utilizado para aumentar, manter ou melhorar as capacidades funcionais das pessoas com deficincia. Os Servios so definidos como aqueles que auxiliam diretamente uma pessoa com deficincia a selecionar, comprar ou usar os recursos acima definidos.

O recurso mais utilizado por um deficiente visual em seu cotidiano a bengala. Na educao de um deficiente visual, assim como a de qualquer pessoa so utilizados recursos didticos, com o intuito de facilitar a aprendizagem. Entende-se por recurso didtico todo e qualquer recurso fsico utilizado nos processos de ensino e aprendizagem independente da disciplina ou tcnica empregada (CERQUEIRA e FERREIRA, 2010).

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A seguir sero descritos alguns recursos didticos, utilizados na educao do deficiente visual:

3.1.1 Reglete e puno

A percepo do deficiente visual (DV) ocorre de maneira diferente, o mesmo acontece com a escrita. No processo de alfabetizao de um DV o Braille tem papel importantssimo. Esse sistema de escrita em relevo composto por seis pontos, permite que eles escrevam e tambm realizem a leitura de nmeros e letras. A maneira mais antiga de realizar a escrita Braille atravs da reglete e do puno. A reglete uma rgua dupla com abertura para inserir o papel, este fixado entre a rgua superior e inferior, o puno pressionado dentro das celas que compem cada rgua, formando os pontos no lado contrrio da folha. Para que a leitura ocorra de maneira padro, esquerda para a direita, a escrita deve ser feita da direita para a esquerda (MOLINA, 2010). Este equipamento encontrado em diferentes tamanhos e podem ser confeccionados ainda em alumnio e plstico. A figura a seguir mostra uma reglete e um puno acompanhada de uma prancha de madeira o que permite maior firmeza na escrita .

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Figura 1 Reglete e puno Fonte: MOLINA, 2010.

3.1.2 Mquinas de Datilografia Braille

Esse recurso permite a escrita Braille com maior velocidade, possui sete teclas sendo que esta ltima e menor delas corresponde ao espao. Diferente da anterior esta permite a escrita na mesma direo da leitura, ou seja, da esquerda para a direita. Existem vrios modelos, a prxima figura mostra um deles (MOLINA, 2010).

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Figura 2 Mquina de escrever Braille Fonte: MOLINA, 2010.

3.1.3 Impressora Braille

Com o avano tecnolgico, a impressora Braille se tornou um meio eficiente e econmico para a escrita Braille. Isto se deve ao fato da impresso ser mais rpida que a escrita em reglete e poder utilizar os dois lados do papel, o que no possvel com ele. Atravs da impressora Braille possvel ainda a impresso de grficos, o que at ento no era vivel, mas este recurso nem sempre acessvel devido seu custo (MOLINA, 2010). A figura 3 mostra uma impressora Braille, que permite a impresso de textos paraa serem lidos sem o auxlio do computador.

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Figura 3 Impressora Braille Fonte: INTERVOX, 2010.

3.1.4 Sorob

um recurso empregado no ensino da matemtica, tem origem japonesa e foi adaptado para ser utilizado com deficientes visuais. A utilizao do sorob com este intuito no Brasil se iniciou em 1949 com Joaquim Lima de Moraes (BERNARDES, 2010). A figura 4 mostra um sorob.

Figura 4 Sorob Fonte: BERNARDES, 2010.

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3.1.5 Computador

Para que uma pessoa com deficincia visual possa operar um computador so necessrios alguns programas e perifricos. Para realizar a leitura do que exibido na tela utilizado o sintetizador de voz, a impressora Braille permite retirar do computador textos, grficos dentre outras informaes. E ainda o Scanner de mesa, utilizado para a tranferncia de textos para o computador (SONZA, 2004). A figura 5 ilustra um computador.

Figura 5 Computador Fonte: EDUCAO E APRENDIZAGEM, 2010.

3.1.6 Sistema Operacional Dosvox

um sistema operacional que se comunica com o usurio atravs de sntese de voz, o que permite que deficientes visuais utilizem o computador. Tem como diferencial a utilizao de voz humana, diminuindo assim a possibilidade de estresse com o seu uso prolongado. E ainda compatvel com outros softwares utilizado por

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invisuais. Possui aplicativos como qualquer outro sistema operacional, dentre eles os que permitem acesso a internet (BORGES, 2002). A imagem a seguir mostra o DOSVOX.

Figura 6 DOSVOX Fonte: INTERVOX, 2010.

3.1.7 Leitores de tela

So softwares que realizam a leitura de informaes, as quais esto em forma de texto, transmitindo-as novamente como voz sintetizada. Dentre os mais conhecidos esto o Jaws e o Virtual Vision (Melo et al, 2006). A imagem a seguir ilustra um dos leitores de tela citados acima.

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Figura 7 Leitor de tela JAWS Fonte: LARATEC, 2010.

3.1.8 Ampliador de tela

So softwares aplicativos utilizados por pessoas com baixa viso para ampliar a tela do computador. Um exemplo desta tecnologia o Zomm Text da Ai Squared (Melo et. al, 2006). Como est ilustrado na imagem a seguir.

Figura 8 Ampliador de tela. Fonte: NIED, 2010.

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Todas as tecnologias mencionadas no decorrer deste captulo so apenas o primeiro passo para oferecer condies necessrias de aprendizado ao deficiente visual. Para complementar preciso que ele tambm seja includo digitalmente, permitindo ento a descoberta de outras maneiras de acesso informao. Em todo o pas grande o nmero de pessoas que no conhecem os recursos tecnologicos disponveis atualmente. Isso ocorre pela desigualdade de condies, principalmente financeira. Na tentativa de oferecer esta oportunidade, o Governo Federal tomou iniciativas para atender essa necesidade da populao menos privilegiada.

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4 PROJETOS DE INCLUSO

Com o intuito de aumentar o acesso informao por pessoas com poucas oportunidades, vem sendo criados e implementados projetos de incluso digital em diversas reas do pas. Tais iniciativas podem fazer com que pessoas com deficincia visual tambm tenham acesso a tecnologia, sendo assim includos digitalmente. O acesso a tecnologia diminui as barreiras que essas pessoas tm de ultrapassar no dia-a-dia. Recentemente foi aprovado um projeto de lei que determina a posse de um computador por aluno nas escolas pblicas de todo o pas. Com acesso a informao e tambm a uma tecnologia difundida em todo o mercado de trabalho, alm de adquirir conhecimento tero oportunidade de conviver com um instrumento essencial do mundo moderno.

4.1 UCA (UM COMPUTADOR POR ALUNO) um dos grandes projetos de incluso, tem como objetivo ser um projeto educacional utilizando a tecnologia e incluso digital. Inicialmente foi implantado nos estados de So Paulo, Rio Grande do Sul, Tocantins, Rio de Janeiro e Distrito Federal. J em 2010 foram disponibilizados cento e cinqenta mil laptops educacionais, distribudos em aproximadamente trezentas escolas pblicas. Alm dos alunos os professores tambm receberam os equipamentos e a escola ganhar infraestrutura para acesso a internet juntamente com a capacitao de docentes e gestores. O critrio de escolha dessas escolas teve como principais pontos: ter aproximadamente quinhentos alunos e professores; as escolas devem dispor de energia eltrica e armrios para armazenar os equipamentos. No Par so 23 escolas beneficiadas, atendendo um total de 5448 alunos. A Escola Municipal Irma Leodgard Gausepohl em Santarm com 228 alunos foi contemplada pelo projeto (BRASIL, 2010a). A imagem a seguir mostra o computador distribudo pelo projeto.

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Figura 9 Computador distribudo pelo projeto UCA Fonte: EDUCAO NO SCULO XXI, 2010.

4.2 NAVEGAPAR

Programa desenvolvido pelo governo do estado iniciado em 2007 com o objetivo de interligar com internet de banda larga rgos governamentais. So beneficiadas por ele a rea da sade, segurana e educao. Aes bsicas do NavegaPar so: utilizar a rede de fibra ptica da Metrobel 1 para interligar as unidades administrativas por meio de internet de alta velocidade; integra os rgos governamentais do estado por meio de infovias, as quais usam 1.800 quilometros de fibra ptica da Eletronorte por meio de convnio; atravs da infovias possvel desenvolver as outras aes do programa, as cidades digitais, os infocentros pblicos e os telecentros de negcios (PAR, 2010a).

Metrobel projeto de uma rede metropolitana que interliga instituies de ensino e pesquisa, pblicas e privadas em Belm e Ananindeua utilizando cabos de fibra ptica (PAR, 2010).1

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Cidade digital consiste em uma cidade totalmente coberta por uma rede sem fio. Esta por sua vez permite a populao ter acesso a internet gratuito oferecido pelo governo (Fernandes, 2007). Pequenas redes so construdas para distribuio do sinal e interligar os rgos pblicos. Em cada cidade ser instalada uma estao servidora. Ela ser a responsvel por transmitir o sinal para as outras estaes.Em Santarm o projeto cidade digital est em implantao, atendendo a 128 unidades, sendo que destas 50 so na rea da educao. No que diz respeito a pontos de acesso livre so 55 em todo o municpio (PAR, 2010a). Infocentros pblicos outro projeto dentro do programa NavegaPar. Em Santarm foram implantados 10 infocentros pblicos at junho de 2010. Cada um deles tem em mdia 15 computadores. Outro projeto o telecentros de negcios que do Governo Federal, mas no Par atendido pelo NavegaPar (PAR, 2010a). O sucesso do programa resultou em aprovao de um projeto pelo GESAC (programa desenvolvido pelo governo federal com o objetivo de permitir o acesso a internet em regies remotas), o governo federal ir investir 50 milhes, para a implantao de 210 novos infocentros equipados com moblia, impressora e bolsa para monitores; 11 novas antenas. O nmero de municpios atendidos que atualmente de 60 passar a 90, aumentando consequentemente o nmero de pessoas atendidas (BRASIL, 2010b).

4.3 OUTROS PROJETOS DE INCLUSO DO GOVERNO FEDERAL

O governo federal desenvolve em conjunto com vrios ministrios projetos com o intuito de levar incluso a pessoas com menor poder aquisitivo em todo o pas. As aes vo desde distribuio de computadores, montagem de laboratrios at o acesso a internet banda larga. Alguns destes projetos sero descritos a seguir. a) O GESAC (Governo Eletrnico Servio de Atendimento ao Cidado) Desenvolvido pelo Governo Federal juntamente com o MEC e o CNPq, tem o objetivo de garantir a comunidades remotas do pas acesso a internet e a outros servios. Isso acontece por meio da instalao de antenas de conexo a rede via

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satlite em pontos de Prensea GESAC, sendo estes, escolas pblicas, telecentros, e unidades militares. A escolha das comunidades a serem beneficiadas leva em considerao o IDH (ndice de Desenvolvimento Humano) e ainda estarem localizadas em regies onde a rede de internet tradicional no proporcione internet de banda larga. So mais de 11 mil telecentros em todo o pas (BRASIL, 2010c). O acesso a internet acontece vinte quatro horas por dia, todos os dias na semana. Na regio de Santarm atende alm do municpio, comunidades como Alter-do-cho e Suruac. b) Casa Brasil O projeto tem por fim atender a populao de baixa renda, promovendo a incluso digital e social, lazer e cultura. Isto realizado por meio de uma estrutura dividida em: laboratrio com vinte computadores multimdia, sala de leitura, auditrio, laboratrio de divulgao cientfica e informtica, estudo multimdia e oficina de rdio. Contando com cinqenta e seis unidades em funcionamento em todo o pas (BRASIL, 2010d). Em Santarm a Casa Brasil atua h trs anos. No primeiro semestre de 2010 formou cento e cinquenta jovens e adultos nos cursos de informtica bsica, avanada e vdeo participativo em software livre. Para o segundo semestre, foram ofertadas vagas em mais cursos alm dos j descritos a cima, metareciclagem, melhor idade digital (MID) e editorao eletrnica, totalizando trezentos e quarenta novas vagas distribudas em trs turnos. Desde a sua inaugurao at a 8 temporada (atualmente) mais de 1.000 pessoas j foram atendidas na unidade (GAMA, 2010).c) O Computador para Todos

um projeto que visa oferecer computadores e acesso a internet, com preos e condies acessveis a populao menos favorecida, o que inclui financiamentos especiais (BRASIL, 2010e). d) Centros Vocacionais Tecnolgicos So unidades de ensino e de profissionalizao, com atuao desde 2003. A meta implantar at o final de 2010 quatrocentos centros. Voltados para a capacitao tecnolgica da populao esses centros tm em sua estrutura,

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laboratrios de apoio aos cursos de capacitao e cincias bsicas, oficinas, salas de aula, laboratrios de informtica, sala de videoconferncias e bibliotecas. No Par at junho de 2009, eram apoiados doze centros, sendo que mais dois estavam em implantao (BRASIL, 2010f). e) Mar Telecentros de Pesca um projeto que tem como base de sua infraestrutura o GESAC, sua finalidade implantar telecentros em comunidades de pescadores. So fornecidos equipamentos, formao de agentes locais em software livre no intuito de torn-los monitores. Atualmente so vinte e nove unidades em funcionamento e outras trinta e seis em implantao (BRASIL, 2010g). f) Pontos de Cultura Digital mais um dos programas atendidos pelo GESAC e apoiado pelo Ministrio da Cultura, tem como finalidade apoiar iniciativas culturais populares e locais. So montados com equipamentos de produo e intercmbio de vdeos, udio, fotografia, e multimdia digital, alm de computadores com internet e software livre. At Abril de 2010 foram apoiadas 2.500 entidades distribudas em 1.122 cidades brasileiras; em Santarm o ponto de cultura da Oca fica situado em alter-do-cho e possui 11 computadores (BRASIL, 2010h). g) Quiosque do cidado um projeto que disponibiliza computadores conectados a internet banda larga em locais de acesso pblico como bibliotecas, escolas, dentre outros. As mquinas so equipadas com software educativos livres. J atendeu a mais de cento e cinqenta mil usurios em cem comunidades onde foi implantado. Os estados aos quais estas localidades pertencem so: Gois, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pernambuco e Bahia (BRASIL, 2010i). h) Programa Serpro de incluso digital (PSID) A SEPRO (Servio Federal de Processamento de Dados) uma empresa que fornece tecnologias da informao e comunicao para a administrao pblica federal, ela responsvel pelo projeto que foi implantado em 2003, e tem como objetivo promover a incluso digital e social de comunidades excludas do universo

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das TICs. A principal ao deste projeto montar telecentros comunitrios, no Par so dois municpios atendidos cada um deles tem onze computadores (BRASIL, 2010j). i) Telecentros Banco do Brasil um projeto que teve seu inicio com a modernizao dos equipamentos da empresa, os anteriores foram doados a comunidades carentes e com eles implantados telecentros. So mais de 2 mil unidades distribudas pelo pas, e no Par so 61 telecentros em funcionamento, distribudos em 28 municpios, depois de entregues os equipamentos ficam sobre a responsabilidade da comunidade. Em Santarm o Puraqu Incluso Digital Telecentro, a Estao Digital de Santarm e a Estao Digital Muiraquit so atendidos pelo projeto (BRASIL, 2010k). j) Centros de incluso digital So espaos comunitrios com acesso a computador e internet, foram criados em 2004 em parceria com a Fundao Bradesco, e esta por sua vez atua em conjunto com empresas internacionais, para levar incluso a localidades menos favorecidas. So 112 centros de inclso distribudos por todo o pas, no Par esto localizados quatro. Desde a criao at outubro de 2010 aconteceram 478.664 atendimentos (FUNDAO BRADESCO, 2010).k) Kits telecentros ou Telecentro Comunitrio

uma ao do ministrio das comunicaes o qual disponibiliza a doao de kits telecentros para prefeituras, com o propsito de abranger todos os 5,5 mil municpios brasileiros. Os kits so compostos por dez computadores; servidor de informtica; uma central de monitoramento com cmera de segurana; roteador wireless; onze estabilizadores; impressora a laser; projetor multimdia; vinte e uma cadeiras; mesa do professor; onze mesas para computadores; mesa para impressora; e armrio baixo. Essa atividade tem o propsito de incluir digitalmente e garantir oportunidade de formao a seus usurios. So oferecidos cursos de informtica bsica, navegao pela internet, alm de diversas oficinas que utilizam os materiais disponveis no telecentro (BRASIL, 2010l). l) Programa Banda Larga nas escolas

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A responsabilidade deste programa da Casa Civil, Secretaria de Comunicao, Presidncia da Repblica, ANATEL, Ministrio da Comunicao, Educao, Planejamento Cincia e Tecnologia. Consiste em levar banda larga a todas as escolas pblicas por meio de concessionrias de telefonia, a meta atingir todos os municpios at o final de 2010, mas o programa se estender por mais quinze anos onde a velocidade ser aumentada gradualmente no decorrer do tempo. So 51.826 entidades beneficiadas em todo o pas, em Santarm so 56 escolas beneficiadas pelo projeto, e o programa continua em fase de expanso (BRASIL, 2010m).m) Programa Computador porttil para professores

Promovido pelos Ministrios da Educao, Cincia e Tecnologia, Empresa Brasileira de Correios e Telgrafos, e a Presidncia da Repblica. Tem o intuito de criar condies favorveis para professores da educao bsica, profissional e ensino superior adquirirem computadores com baixo custo e maiores condies de pagamento, (BRASIL, 2010n). A cidade de Santarm foi atendida logo na primeira etapa do projeto. O professor interessado deve procurar uma agncia do Banco Postal dos Correios ou em bancos credenciados, o pagamento pode ser a vista ou parcelado. O docente deve se identificar, escolher o modelo, a forma de pagamento para efetivar o pedido, a entrega realizada pelos correios. O programa permite a compra de equipamentos e software, sendo que o valor no deve ultrapassar de R$ 1.400,00 (BRASIL, 2010n). Iniciativas como esta oferecem condies para que professores do ensino continuado tenham meios para sua atualizao e contato com novas tecnologias. n) Territrios Digitais Visa permitir que comunidades rurais tenham acesso informao, e formar uma rede de troca de experincias e a oportunidade de melhorar o processo de gesto. Foi iniciado em 2008, e os locais de implantao so assentamentos rurais, comunidades tradicionais, escolas agrcolas, sindicatos e casas familiares rurais. um projeto para levar incluso digital a comunidades onde os Territrios da Cidadania estiverem implantados (BRASIL, 2010o).

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o) Programa Nacional de Informtica na Educao (Proinfo) desenvolvido pelo Ministrio da Educao em parceria com as secretrias de educao Estadual e Municipal, tem por finalidade promover o uso pedaggico de tecnologias da informao, no que diz respeito a contedos educacionais nas escolas pblicas do pas, por meio dos Ncleos de Tecnologia Educacional. Os responsveis por coorden-los de maneira individual so os Estados e Municpios. So 5.564 municpos atendidos, sendo beneficiados 507.431 professores e 13.366.829 alunos, em Santarm so 27 escolas atendidas, destas trs so municipais e vinte e quatro estaduais. (BRASIL, 2010p; PAR, 2010). p) Projeto Computadores para incluso Tem como meta recondicionar computadores usados. O trabalho feito por jovens de baixa renda, e implantados em telecentros, escolas e bibliotecas de todo o pas. Para a reabilitao das mquinas existem cinco centros, nas cidades de Porto Alegre, Braslia, Guarulhos, Belo Horizonte, Bahia e Par. At o ano de 2008 foram recebidas quinze mil mquinas e destas foram montados trs mil e vinte cinco computadores para trezentos e quarenta e sete entidades (BRASIL, 2010q). q) Telecentros de Informao e Negcios (TIN) Projeto que visa oferecer um ambiente favorvel a oferta de cursos e treinamentos, sejam estes presenciais ou distncia. Oportunizando fortalecer as condies de competitividade de microempresas e de empresas de pequeno porte. Possui cerca de trs mil entidades apoiadas em todos os estados do pas, no Par so 13 telecentros distribudos em 9 municpios. No dia 28 de junho de 2010 foi inaugurado em Santarm um TIN, ele mais um dos projetos atendidos pelo NavegaPar (BRASIL, 2010r). r) Observatrio Nacional de Incluso (ONID) Tem como objetivo coletar dados sobre aes de incluso digital no pas, proporcionando o acompanhamento e a avaliao dos mesmos. Ele disponibiliza informaes detalhadas sobre os telecentros existentes, alm de avaliar as aes de incluso no pas. Para que o cadastro seja efetuado so levados em considerao os seguintes critrios: existncia de conexo com a internet e ter mais que trs computadores; ser aberto populao mesmo que em perodo parcial e no possuir

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fins lucrativos. Alm dos cadastros de entidades que trabalham com incluso o ONID tambm disponibiliza material sobre incluso digital em seu Banco de Referncias (BRASIL, 2010s). Os projetos listados acima so uma meneira eficiente de levar incluso digital para milhares de pessoas e juntamente com isso, oportunidade. Uma pessoa com deficincia visual tem nas tecnologias e na internet uma maneira diferente de entrar em contato com o mundo, sem ter de enfrentar tantos obstculos ao sair de casa; de forma alguma elas substituram o contato com outras pessoas, mas tem muito a acrescentar para os estudos e lazer. A parceria da incluso digital com as tecnologias educacionais de grande valia para um deficiente visual, com as tecnologias apropriadas possvel garantir que os DV tenham suas dificuldades minimizadas. No mbito educacional so vrios os recursos utilizados neste intuito, na web so encontradas diversas ferramentas com a possibilidade de serem trabalhadas como tecnologias educacionais, e o Podcast uma delas.

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5 O PODCAST E AS SUAS MLTIPLAS APLICAES

Na atual conjuntura, as tecnologias fazem parte de atividades importantes, como transaes bancrias, mas tambm esto presentes em momentos de discontrao e aquisio de conhecimento. O Podcast tem vrias utilidades, a princpio foi criado para a divulgao de contedos de rdio via internet que pudessem ser disponibilizados tambm de maneira a no depender da mesma para sua execuo. Esta caracterstica permite que pessoas com menor disponibilidade de tempo mantenham-se atualizadas nos mais variados assuntos, e de acordo com seus interesses.

O podcast pode ser considerado como uma nova forma de comunicao multidirecional, assumindo um papel de grande importncia na divulgao de informaes, contedos e saberes, a um pblico diversificado e oriundo de contextos scio-culturais muito diferenciados, (BOUTTENTUIT JUNIOR, LISBA e COUTINHO, 2009).

Como j foi dito os Podcasts podem ser descarregados no computador, e com o auxilio de softwares agregadores de contedos, esse processo ocorre automaticamente. Para tal necessrio acessar a pgina onde o arquivo se encontra, assina-se o feed, responsvel pela identificao do arquivo na internet e as atualizaes so baixadas automaticamente. Cada arquivo (Podcast) chamado de episdio, com durao variada, mas normalmente no ultrapassa trinta minutos, podendo ou no ter continuao (Bouttentuit Junior e Coutinho, 2007). Esse fato de continuidade por si s j desperta interesse nos alunos em saber do que ir tratar o prximo. Segundo Carvalho (2008), eles podem ser classificados quanto ao tipo, durao, formato, autor, estilo, e ainda pela finalidade. So quatro as denominaes de Podcast quanto ao tipo, expositivo/informativo, feedback/comentrios, instrues/recomendaes e materiais autnticos. Quanto ao formato eles podem ser somente sons (udio), abranger imagens e sons (vdeo) e comibinar imagens com locuo (enhanced Podcast). Quando sua durao no ultrapassa cinco

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minutos chamado de curto, moderado quando o tempo varia de seis a quinze minutos, ao ultrapassar este limite j considerado longo. Vale ressaltar que o ideal no exceder trinta minutos em cada episdio. No que diz respeito ao autor, o Podcast pode ser produzido por professores, alunos ou ainda por outros, onde se encaixam jornalistas, cientistas e etc, o que influencia no estilo, por exemplo. No caso de produo por estudantes o modo como produzido tende a ser informal e nos outros dois casos mais formal. A finalidade pode ser de informar, motivar/sensibilizar e incentivar a questionar (CARVALHO, 2008). A crescente utilizao de equipamentos capazes de reproduo de arquivos mp3, principal formato do Podcast, principalmente por estudantes faz com que se possa pensar na sua utilizao com fins educacionais.

5.1 O PODCAST COMO TECNOLOGIA EDUCACIONAL

A utilizao do Podcast como tecnologia educacional vem despertando interesse de pesquisadores. Segundo Canfil et al (2009), as universidades de Harvard e Stanford interesse dos alunos. Como mostram alguns autores (Bernardes, 2009; Bottentuit Junior e Coutinho, 2007; Cruz, 2009), o Podcast pode ser utilizado como meio de: distribuio de contedo a respeito das disciplinas e de despertar os alunos para realizarem pesquisas e produzirem seus prprios Podcasts. O professor ao utilizar o Podcast em suas aulas desperta no aluno a capacidade de realizao de atividades autnomas, responsveis e criativas. Ao incentiv-lo a produo de material que necessite de pesquisa, instiga sua capacidade tambm de organizao da informao adquirida (CRUZ, 2009). A realizao destas atividades, alm incentivar os alunos ao hbito da pesquisa, permite que estes aprendam muito mais. Mesmo para quem no produz o Podcast, foram as pioneiras a utiliz-lo para fins educacionais. Esta experincia vem mostrando resultados satisfatrios no que diz respeito a despertar o

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sua utilizao mais eficiente que a leitura no que diz respeito a atividades de aprendizagem (BOUTTENTUIT JUNIOR e COUTINHO, 2007). Quando utilizado dentro da sala de aula, o Podcast transforma o ambiente, deixando-o diferente do convencional e com isso chamando a ateno para a participao do professor. Este tem seu papel modificado dentro do contexto onde as tecnologias provocam mudanas tambm na sociedade (MOURA e CARVALHO, 2006). Alm de ser o facilitador da informao, instigar a capacidade de raciocnio, pesquisa e convivncia com outros alunos, so atributos do docente mediante o que as tecnologias podem oferecer juntamente com a metodologia mais adequada. Para a produo de Podcast pelos professores, necessrio um pouco de tempo extraclasse, principalmente para garantir a qualidade do material produzido. Mas essa atividade recompensada pelo fato de ser possvel reaproveit-lo em disciplinas onde a variao do contedo ocorre com pouca freqncia (CRUZ, 2009). A economia de tempo ser visvel nas prximas atividades. No inicio pode parecer trabalhoso, mas uma vez o arquivo estando pronto s reutiliz-lo.

5.2 EXPERINCIAS COM PODCAST NA EDUCAO

Quando se trata de novas tecnologias na educao existem sempre profissionais buscando o que h de novo e que possa ser empregado no mbito educacional, contribuindo de alguma maneira com os processos de ensino e aprendizagem, trabalhando ainda em conjunto com outras metodologias. Como mencionado anteriormente, a Web 2.0 trouxe consigo muitas ferramentas as quais possuem uma infinidade de utilidades, e elas foram conquistando uma boa aceitao entre os usurios da rede. Juntamente com a popularizao do Podcast veio tambm o interesse de utiliz-lo na educao. Nessa rea j relatado seu uso em algumas disciplinas. Trs dos exemplos que sero descritos a seguir foram realizados em Portugal. Moura & Carvalho (2006) relatam a experincia com a disciplina de Literatura Portuguesa, tendo por objetivo ajudar alunos com dificuldades de aprendizagem e ainda aqueles que estudam no turno da noite, pois devido s freqentes ausncias

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tinham problemas em acompnhar os contedos repassados. O acesso aos contedos era feito atravs de aparelhos leitores mp3, e para os que no dispunham desse recurso, o material era fornecido em CD-ROM. Os resultados foram positivos na utilizao individual ou em dupla. Narram ainda o experimento com uma modalidade de ensino diferente, chamada ensino recorrente, onde um professor tem de realizar seu trabalho tendo alunos com at trs ou mais temas diferentes. Com o Podcast todos tm acesso a exposio dos contedos pelo professor, mas para cada um deles, contedos diferentes. Em outro trabalho, Moura e Carvalho (2006) contam como utilizaram Podcast em aulas de francs. O estudo iniciou com a observao de sites de aprendizagem de lnguas estrangeiras, os quais utilzavam o Podcast como meio de distribuio das aulas. Teve como objetivo motivar e elevar os ndices de sucesso na disciplina. Foi criado um site para ponto de encontro entre uma turma de Portugal e outra da Blgica para que pudessem tambm trocar informaes. O Podcast foi utilizado em conjunto com um blog, um wiki e um chat. O seu papel foi atuar em atividades inovadoras integrando udio, texto e imagem. Verificou-se uma opinio favorvel no que diz respeito motivao que ele pode trazer no aprendizado de lnguas estrangeiras. Cruz (2009) realizou um estudo com o intuito de conhecer como os alunos de uma turma do 9 ano reagiriam utilizao do Podcast em sala de aula. Foram duas as etapas realizadas. No primeiro momento o Podcast foi criado pela professora com o intuito de motivar os alunos em atividades que seriam realizadas posteriormente e no segundo os prprios alunos o fizeram. A disciplina escolhida foi Histria, e neste caso ele tinha alm de udio, imagens contextualizando o assunto abordado. A maioria dos alunos considerou fcil a utilizao do Podcast, outros acessvel, mas nenhum o avaliou como difcil. Verificou-se maior interesse na aprendizagem dos contedos e ainda no fato de t-los a mo quantas vezes for necessario, permitindo maior compreenso. E por fim experincias no Brasil, mais precisamente em Sergipe e no Rio de Janeiro. No primeiro caso o Podcast foi utilizado no ensino distncia. Ele foi empregado para superar a dificuldade de distribuio de material via internet, uma vez que a internet na regio no favorece isso por meio de vdeo, os mesmos demoram muito para carregar e ainda possuem baixa qualidade. Chegou-se a concluso de que a deciso tomada de distribuir os contedos em formato Podcast,

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possibilitou que mais pessoas tenham acesso informao. Uma vez que grande porcentagem delas tinha acesso internet por meio de linha telefnica; os arquivos de udio possuem tamanho menor e no sofrem cortes durante o processo de descarregar o contedo no computador quando comparados com os de vdeo (CHAGAS, 2007). No Rio de Janeiro foi realizada a experincia com alunos do ensino mdio, onde era utilizado nas disciplinas de fsica, qumica e matemtica. Os estudantes realizavam pesquisas sobre determinado tema em diferentes meios de buscas, para ento ser elaborado um texto. Este deveria passar por correes a fim de eliminar possveis erros, para ento acontecer a gravao do udio. Essa atividade ocasionou em maior interesse da turma em realizar pesquisas, produzir os textos e consequentemente aquisio de conhecimento e contato com novas tecnologias (BERNARDES, 2009).

5.3 PODCAST: UMA EXPERINCIA COM DEFICIENTES VISUAIS

A motivao para essa proposta foi a dificuldade encontrada por pessoas com deficincia visual para estudar, principalmente no que diz respeito disponibilizao dos contedos das disciplinas. Ao levar em considerao as caractersticas do Podcast, percebeu-se que este poderia tambm ser utilizado na educao de deficientes visuais. As experincias encontradas principalmente no exterior s vieram a reforar os motivos j expostos. A proposta utilizar o Podcast como meio de distribuir contedos referentes disciplina Histria. Apresentar esse recurso aos alunos com deficincia visual e ao professor da disciplina, o qual tambm deficiente visual e tem bastante a contruibuir nesta anlise para aferir qual a opinio dele respeito dessa tecnologia. A metodologia que serviu de base para a produo do material utilizado com os alunos ser descrita a seguir. Primeiramente a escolha da disciplina, optou-se por Histria, visto que o principal colaborador professor da referida matria. Em seguida foi necessrio definir o pblico alvo, sendo este, alunos do ensino mdio; faltando ainda delimitar quais seriam os contedos abordados. A escolha pelo ensino mdio partiu da seguinte anlise: um ponto em comum que todos os

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estudantes desse perodo possuem, a preparao para o vestibular, sendo o primeiro ano o inicio dessa trajetria. Decidiu-se que os Podcasts seriam produzidos com temas relacionados a esta srie. A Organizao do homem em sociedade e a civilizao Grega e Romana foram os temas escolhidos juntamente com um professor da disciplina para o primeiro contato dos alunos com a ferramenta. A escolha deles aconteceu por que so alguns dos primeiros contedos abordados no ensino mdio, e ainda, so frequentemente tema das questes de vestibulares. A gravao dos Podcasts aconteceu em uma sala do Colgio Dom Amando, pois a sala de recursos da Escola Madre Imaculada, onde os alunos esto matriculados ou so atendidos em horrios diferenciados dos que estudam, estava passando por reforma. O software utilizado para a gravao foi o Mypodcast Recoder, o qual pode ser visualizado na imagen a seguir.

Figura 10 MyPodcast Recorder Fonte: Arquivo Pessoal, 2010.

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Este software tem uma interface simples, o que facilita o manuseio e ainda gera arquivos de tamanho menor que outros com a mesma finalidade. Tambm existem meios de produzir um Podcast on line, mas optou-se por um programa em mquina pelo fato de no ter dependncia da internet, pois esta nem sempre disponvel em todos os momentos na regio, ou quando est disponvel sua velocidade pode no ser satisfatria. Pretendia-se assim eliminar esta barreira. Os Podcasts foram narrados pelo prprio professor da disciplina e divididos em dois episdios. A imagem a seguir mostra a gravao do material.

Figura 11 Gravao dos Podcasts Fonte: Arquivo Pessoal, 2010.

Os Podcasts produzidos so do tipo expositivo/informativo, tem a durao de aproximadamente quinze minutos cada um, sendo por isso denomindado quanto a este item de moderado, tem estilo formal e tem como objetivo informar os alunos sobre os temas escolhidos. Como citado anteriomente um Podcast pode tambm ter

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outros formatos alm de udio, porm neste caso foi adotado somente este, visto que se trata de material elaborado para deficientes visuais.

5.3.1 Aplicao dos podcast com os deficientes visuais

A apresentao e utilizao dos Podcasts com os deficientes visuais aconteceu no laboratrio da Escola Madre Imaculada, contou com a presena de quatro dos seis alunos atendidos nela. Dos estudantes que participaram da pesquisa um tinha perda total da viso (Aluno1) e os outros trs tinham baixa viso (Aluno2, Aluno3, Aluno4), o que possibilitou uma percepo de diferentes ngulos. Essa etapa foi dividida em dois momentos. No primeiro algumas perguntas foram feitas aos alunos com o intuito de conhecer a realidade de cada um no que diz respeito a dificuldades encontradas na educao. No segundo momento os questionamentos foram referentes ao Podcast. Antes da apresentao da ferramenta aos deficientes visuais, foram realizados alguns questinamentos para eles.a)

Como so disponibilizados os contedos das disciplinas?

Eu escrevo em Braille. feito numa folha, algum vai me ditar para passar pro Braille. Quando no, eu venho aqui e escrevo na mquina que o melhor, levo transcrito para a professora entregar, e depois quando feito a prova oral fica tudo bem (Aluno1).

No meu caso, eu mesma que tirava apostila, mas j ampliada, bem mais difcil porque tinha que ta lendo toda hora (Aluno2). Recebia a aspotila e tirava xerox ampliada por minha conta (Aluno3). Tem a apostila ampliada, mas tambm sou eu que tiro (Aluno4).

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b)

Qual a maior dificuldade encontrada no que se refere a sua

educao? Eu no tenho a mquina, demora mais pra escrever, s melhora quando venho pra c (Aluno1). Tenho dificuldade de leitura, a apostila ampliada ajuda, mas ainda no muito bom (Aluno2). As vezes a gente vai pra sala de aula mesmo e no vai muito concentrada na aula. Depois tem que ler em casa e mais difcil (Aluno3). a leitura mesmo, pra ler o que ta no quadro s se for bem perto e ainda difcil (Aluno4). Depois de realizada a apresentao e utilizao do Podcast com os alunos, foram feitas algumas perguntas. As respostas sero expostas da seguinte maneira, primeiramente as do aluno cego e logo aps as dos alunos com baixa viso. A imagem a seguir mostra um aluno cego utilizando o Podcast.

Figura 12 Aluno com perda total da viso utilizando Podcast Fonte: Arquivo Pessoal, 2010.

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a)

Depois de ter utilizado o Podcast, qual sua opinio sobre a

ferramenta?Achei interessante isso, porque da de entender bem aquilo que se explica. Ento quando um aluno tiver o material na casa dele, escuta quantas vezes quiser, estuda pra prova e sem problemas. Ento eu achei que da de entender, achei interessante (Aluno1).

b)

Voc gostaria que o Podcast fosse utilizado pelos professores

para disponibilizar os materiais referentes s disciplinas? Gostaria sim, ia ajudar muito. a melhor maneira que tem, j ta aqui tudo gravado (Aluno1). c) Em que sentido voc acha que o Podcast pode ajudar os alunos?

Pra ter como estudar depois, fica mais fcil, no precisa ter outra pessoa pra ditar (Aluno1). A imagem a seguir mostra uma aluna com baixa viso utilizando o Podcast.

Figura 13 Aluna com baixa viso utilizando Podcast Fonte: Arquivo Pessoal, 2010.

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a)

Depois de ter utilizado o Podcast, qual sua opinio sobre a

ferramenta? Tendo esse programa bom, por mais que no entenda na hora, mas tendo como ouvir depois melhor. Achei legal (Aluno2). bem bacana poder ter a aula depois em casa, e da pra entender legal ouvindo (Aluno3). Gostei porque da de colocar no celular e escutar depois e quando for estudar pra prova (Aluno4).b)

Voc gostaria que o Podcast fosse utilizado pelos professores

para disponibilizar os materiais referentes s disciplinas? Seria bom, ia ser melhor porque no ia precisar ta lendo toda hora s escutar (Aluno2). Queria sim. Eu achei que isso me ajudaria bastante, se isso j tivesse esse programa antes quando eu estudava, eu achei que me ajudaria mais (Aluno3). Sim. Realmente fica bem mais claro, agente pode ouvir enquanto ta fazendo as coisas, por exemplo no celular, coloca o fone e vai fazer o que tem que fazer e vai ouvindo. Pode ouvir vrias vezes, at compreender melhor (Aluno4). c) Em que sentido voc acha que o Podcast pode ajudar os alunos?Pra lembrar dos assuntos pra estudar depois. Tava relembrando mesmo de coisas que no lembro, ai ouvindo agora foi como se eu tivesse voltado l pro 1 ano de novo, tendo aquelas mesmas aulas, s que agora diferente n. Da pra entender bem melhor agora (Aluno2).

Tem assunto que chato, assim fica melhor (Aluno3). Voc me disse que tambm da pra baixar da internet, ento poderia pesquisar pra trabalho (Aluno4).

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O professor da disciplina Jerter Rezende tambm contribuiu com a sua opinio a respeito do Podcast. O que foi pertinente pelo fato de ser docente, e ao mesmo tempo por ser deficiente visual e principalmente o autor da gravao dos Pocasts.

Voc sabe que tudo que ns temos em termos de melhoria nos ltimos tempos, a maioria do que temos fruto da pesquisa acadmica. E a ferramenta, o Podcast com certeza mais uma daquelas que vem para tentar driblar, para tentar superar as imposies feitas pela deficincia visual. Que muitas vezes impede o aluno de ter acesso a determinada informao visual. Na verdade voc percebe que ela uma ferramenta muito simples, mas muito til, por que na medida que o professor est ministrando sua aula, est com seu esquema no quadro, na medida que ele faa essa leitura o aluno est tendo acesso. Evita dele estar anotando com equipamento Braille, que normalmente produz algum tipo de barulho, mas permite que ele fique com a informao. Ento esta mais uma das tantas e com certeza este trabalho mais um dos tantos que vai contribuir com a incluso das pessoas com deficincia visual, voltada sobretudo para seu rendimento escolar (SILVA, 2010).

As vantagens da utilizao do Podcast j so conhecidas, inclusive a sua utilidade na educao como foi descrito no incio deste captulo. A possibilidade de empreg-lo com deficientes visuais era algo somente especulado por alguns autores (Bottentuit Junior e Coutinho, 2009), devido a sua principal caracateristica, o udio; mas ainda no havia acontecido uma experincia de fato. Ao realizar esse experimento, observou-se o entusiasmo por parte dos alunos. Estes por muitas vezes encontram dificuldades no que diz respeito a condies de vida e tambm na educao. E ao se depararem com a ferramenta perceberam que ela poderia ser til em atividades anteriormente realizadas com maior esforo, facilitando assim o aprendizado. O professor da disciplina ficou bastante motivado com a ferramenta, a ponto de propor a idia de uma biblioteca de Podcasts, o que Bottentuit Junior e Coutinho (2009) j sugeriam, expandido ainda para outras disciplinas do currculo escolar. Em conjunto com outros recursos o Podcast pode amenizar as limitaes que os deficientes visuais tm de enfrentar nas atividades escolares e em outras do seu diaa-dia, nas quais ele tambm pode ser utilizado.

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6 CONCLUSO

Este trabalho possibilitou constatar que a utilizao de tecnologias na educao tende a despertar o interesse dos alunos. Quando este aluno possui deficincia visual, tem um papel muito mais importante. Atuam atenuando as dificuldades encontradas no dia-a-dia, no que diz respeito a educao, e em outras atividades. O Podcast se mostrou uma ferramenta que pode ser utilizada com deficientes visuais. De acordo com as respostas que foram obtidas foi possvel perceber que houve ainda uma compreenso quase que instantnea dos temas abordados. Isso se deve ao fato da ferramenta ter como caracterstica marcante o udio, fato que desperta a capacidade auditiva desses indivduos. O que torna o Podcast mais interessante o fato dele poder ser produzido no computador por meio de um software ou na internet, em sites onde possvel alm de gravar, realizar a publicao dos mesmos; poder ser utilizado on line, ou em dispositvos mveis. Os diferentes formatos que ele apresenta, em udio, vdeo e tambm com locuo. Vale ressaltar que no trabalho foi abordado somente seu formato em udio por que o pblico alvo era de deficientes visuais. Sem mencionar que ao ter os contedos em Podcast o professor tambm pode adotar essa metodologia com o restante da turma, beneficiando assim toda a sala, uma vez que os alunos esto inseridos em classes regulares. 6.1 DIFICULDADES ENCONTRADAS Durante a realizao deste trabalho a principal dificuldade encontrada foi a disponibilidade do professor da disciplina Histria que estava auxiliando na escolha dos temas e gravao do material utilizado. Outro obstculo foi a falta de local para a gravao do material e tambm para utilizao com os alunos. Isso aconteceu por que a sala de recursos da escola encontra-se em reforma. Grande parte das referncias estava disponibilizada na internet, por se tratar de um enfoque mais recente desta tecnologia. Os estudos realizados em sua maioria so em outros pases, o que dificulta encontrar obras impressas.

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6.2 TRABALHOS FUTUROS Alunos e professores tm uma ferramenta com inmeras possibilidades a serem exploradas. Durante a pesquisa foi abordada somente a possibilidade do docente disponibilizar o contedo de suas aulas atravs do Podcast. Em trabalhos futuros pode ser abordada outra possibilidade, os prprios alunos produzirem os Podcasts, orientados pelo professor ou ainda como pesquisa. Acompanhar um grupo de alunos em suas turmas e verificar o rendimento daqueles que utilizaram a ferramenta, e dos que no tiveram acesso mesma, por um perodo de um ano, o suficiente para chegar aos resultados.

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