urss do império russo à desintegração da união soviética

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"URSS: DO IMPÉRIO RUSSO À DESINTEGRAÇÃO DA UNIÃO SOVIÉTICA" (Cronologia) “URSS: DO IMPÉRIO RUSSO À DESINTEGRAÇÃO DA UNIÃO SOVIÉTICA” (Cronologia) A URSS herdou território, população, virtudes e defeitos do Império Russo. Século IX (862) povo russo (eslavos) iniciam processo de expansão territorial que se desenvolve até o século XX. Processo teve início numa estreita faixa de terra entre os mares Báltico e Negro. Buscavam novas terras e, principalmente, acesso a mares navegáveis mesmo durante o inverno. Conseqüências: conquista e submissão de muitos povos, pelos russos; intensos e constantes fluxos migratórios; Estado com grande heterogeneidade étnica. I. PRIMEIRA ETAPA DA EXPANSÃO RUSSA: do século IX (862) ao século XIII (1223) De maneira geral, os rios cortam o território russo de norte a sul e vice-versa è importantes rotas comerciais entre o Báltico e o Negro. 862 - chefe escandinavo (VIKING) Rurik assume o domínio hegemônico da região norte, com sede em NOVGOROD (Rio Volkov/Lago Ilmen). Nasce aí o Estado Russo. 882 - Oleg, sucessor de Rurik, submete tribos vizinhas (eslavas) ao sul, transferindo para KIEV (Rio Dnieper) a capital do Estado Russo. Está conquistada a "estrada líquida", N/S, entre o Báltico e o Negro: Os eslavos chamavam os vikings de RUSS (remadores, ruivos, do norte): 988 - Vladimir - primeiro governante eslavo do Estado Russo: ambicionando novos domínios ao sul, converteu-se ao cristianismo na Igreja Ortodoxa (sede em Bizâncio), para casar-se com a irmã do imperador bizantino. Os russos se consolidam como "ORIENTAIS" em oposição aos ocidentais (cristianismo romano). A Rússia é, então, isolada da Europa . Século XIII (1.223) até século XV - os mongóis ("tártaros" - GENGIS KHAN) vieram do norte da China e estabeleceram um enorme domínio (Mongólia, Sibéria, Ásia Central, Geórgia, Armênia, Rússia, etc.). Este domínio (REINO DA HORDA DE OURO ) durou mais de 150 anos . o II - SEGUNDA ETAPA DA EXPANSÃO RUSSA: século XIV (início da libertação do domínio mongol) até final do século XVII (Czar Pedro, o Grande) Grande expansão territorial. Ivã III (1.462-1.505) - Adotou o título de CZAR (correspondente ao César do Império Romano) e considerou-se o sucessor do Império Bizantino depois que os turcos muçulmanos tomaram a capital (Constantinopla - 1.453). Czar Ivã IV, o Terrível (1.553 - 1.584) - Moscou se torna a capital do Império Russo. Expandiu o Império Russo conquistando terras desde o Vale do Rio Volga até o Mar de Barents, e

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"URSS: DO IMPÉRIO RUSSO À DESINTEGRAÇÃO DA UNIÃO SOVIÉTICA"

(Cronologia)

“URSS: DO IMPÉRIO RUSSO À DESINTEGRAÇÃO DA UNIÃO SOVIÉTICA”

(Cronologia)

A URSS herdou território, população, virtudes e defeitos do Império Russo. Século IX (862) povo russo (eslavos) iniciam processo de expansão territorial que se

desenvolve até o século XX. Processo teve início numa estreita faixa de terra entre os mares Báltico e Negro. Buscavam novas terras e, principalmente, acesso a mares navegáveis mesmo durante o

inverno.

Conseqüências:

conquista e submissão de muitos povos, pelos russos; intensos e constantes fluxos migratórios; Estado com grande heterogeneidade étnica.

I. PRIMEIRA ETAPA DA EXPANSÃO RUSSA: do século IX (862) ao século XIII (1223)

De maneira geral, os rios cortam o território russo de norte a sul e vice-versa è importantes rotas comerciais entre o Báltico e o Negro.

862 - chefe escandinavo (VIKING) Rurik assume o domínio hegemônico da região norte, com sede em NOVGOROD (Rio Volkov/Lago Ilmen). Nasce aí o Estado Russo.

882 - Oleg, sucessor de Rurik, submete tribos vizinhas (eslavas) ao sul, transferindo para KIEV (Rio Dnieper) a capital do Estado Russo.

Está conquistada a "estrada líquida", N/S, entre o Báltico e o Negro:

Os eslavos chamavam os vikings de RUSS (remadores, ruivos, do norte):

988 - Vladimir - primeiro governante eslavo do Estado Russo: ambicionando novos domínios ao sul, converteu-se ao cristianismo na Igreja Ortodoxa (sede em Bizâncio), para casar-se com a irmã do imperador bizantino. Os russos se consolidam como "ORIENTAIS" em oposição aos ocidentais (cristianismo romano). A Rússia é, então, isolada da Europa.

Século XIII (1.223) até século XV - os mongóis ("tártaros" - GENGIS KHAN) vieram do norte da China e estabeleceram um enorme domínio (Mongólia, Sibéria, Ásia Central, Geórgia, Armênia, Rússia, etc.). Este domínio (REINO DA HORDA DE OURO) durou mais de 150 anos.

o II - SEGUNDA ETAPA DA EXPANSÃO RUSSA: século XIV (início da libertação do domínio mongol) até final do século XVII (Czar Pedro, o Grande)

Grande expansão territorial.

Ivã III (1.462-1.505) - Adotou o título de CZAR (correspondente ao César do Império Romano) e considerou-se o sucessor do Império Bizantino depois que os turcos muçulmanos tomaram a capital (Constantinopla - 1.453).

Czar Ivã IV, o Terrível (1.553 - 1.584) - Moscou se torna a capital do Império Russo. Expandiu o Império Russo conquistando terras desde o Vale do Rio Volga até o Mar de Barents, e

do norte do Cáucaso até Kazan (Ásia Central), além de iniciar a conquista da Sibéria. Com a morte de Ivã IV, tem início a Dinastia dos Romanov que terminará em 1.917.

III - TERCEIRA ETAPA DA EXPANSÃO RUSSA: do final do século XVII (1.689) até o século XIX

Principais Czares:

PEDRO, o Grande (1689 – 1725). CATARINA II (1762 – 1796) ALEXANDRE II (1855 – 1881)

Período em que o Império Russo atinge o apogeu de sua expansão territorial.

1689 - 1725 - Czar Pedro, o Grande:

A leste: continua a conquista da Sibéria; Ao Sul: impõe protetorado no Cáucaso; (Geórgia e Armênia); A oeste: posso dos territórios suecos do Báltico: atuais Letônia e Estônia; Rússia se torna a principal potência do Báltico; Para assegurar essas conquistas, Pedro transfere a capital, de Moscou para São

Petersburgo (depois chamada de Petrogrado/ Lenigrado / São Petersburgo), às margens do rio Neva, junto ao golfo da Finlândia;

Estratégia mais ampla era projetar a Rússia com seu destino ligado à Europa (Ocidente); Estabeleceu um conjunto de Leis que visavam impor à força “a europeização da Rússia”. Dinamizou a cultura, fundou escolas; Assumiu a chefia da Igreja Ortodoxa como Patriarca;

1762 - l796 - Czarina Catarina II, a Grande (déspota esclarecida).

Neste mesmo período:

- Nos EUA: 1776 - REVOLUÇÃO AMERICANA (Independência)

- Na Europa:

O Iluminismo, a defesa do estado burguês; 1750 = Inglaterra / REVOLUÇÃO INDUSTRIAL; 1789 = França / REVOLUÇÃO FRANCESA; 1814 = Derrota de Napoleão Bonaparte (FRANÇA); 1815 = Congresso de Viena / Reino Unido da GRÃ-BRETANHA consolida-se como poder

Imperial supremo ao se apoderar das principais colônias estratégicas;

Criou, nos Urais, indústrias de armamentos e grandes produções metalúrgicas, aproveitando as jazidas de ferro, de cobre e extensas florestas nessa região.

Incentivou investimentos , encorajou negócios e criou uma espécie de servidão industrial.

Aboliu a tortura, instituiu a liberdade religiosa e a igualdade de legislação para todos os domínios.

1764 - Todas as terras da Igreja foram convertidas em propriedades do Estado e os clérigos em funcionários do governo.

Geórgia, Armênia e Azerbaijão, que estiveram sob os turcos muçulmanos, foram incorporados ao Império Russo.

Rússia se firma como grande potência mundial, mas envolta em um desenvolvimento tímido se comparada ao Ocidente.

A corrupção aumenta ainda mais.

EXPANSÃO RUSSA EM DIREÇÃO AO OESTE E CÁUCASO (SÉCULOS XVIII E XIX)

1855 - 1881 - Czar Alexandre II:

Neste mesmo período,

- No mundo:

1842 - Guerra do Ópio ingleses vencem chineses e forçam a China a abrir 5 portos ao comércio estrangeiro.

1850 - 2ª Revolução Industrial na Inglaterra. Na França, Itália e Alemanha, desenvolve-se a Revolução Industrial.

1854 - Esquadra norte-americana aporta no Japão, forçando o Xógum a abrir 2 portos ao comércio estrangeiro.

1857 - Revolução dos Cipaios os ingleses vencem os hindus e ocupam militarmente o Hindustão, passando a colonizá-lo.

1861/65 - Guerra de Secessão nos EUA. 1868 - Começa a Era Meiji e a Revolução Industrial no Japão. 1885/87 - O chanceler alemão Bismarck convoca a Conferência de Berlim para fixar as

regras da partilha da África entre as nações européias.

- No Império Russo:

Auge da Revolução Industrial Russa e da expansão territorial. Conquistou territórios na Ásia Central (Casaquistão, Usbequistão Turcomenistão,

Tajiquistão, Quirquistão), até as fronteiras da Pérsia (atual Irã) e do Afeganistão. Com a Guerra Civil Americana (1861/65), a produção algodoeira do sul dos EUA foi

desorganizada e os vales dos rios da Asia Central foram destinados à monocultura do algodão.

No extremo oriente, conquistou partes da China na costa do Mar do Japão,tomou posse da Ilha Sacalina, trocada pelas Curilas com o Japão.

Apesar do desenvolvimento econômico, persistiam os problemas sociais:

o pobreza ou miséria da imensa massa camponesa; o relações pré-capitalistas no campo (servidão e escravidão); o baixa produtividade agrícola; o pesados impostos cobrados dos camponeses; o péssimas condições de vida dos trabalhadores urbanos; o enorme corrupção envolvendo os governos absolutistas; o efervescência contestatória ao czarismo crescendo cada vez mais (em 1.890, já

havia 50 mil presos políticos).

A expansão russa dos sécs. XIX e XX apoiou-se na ideologia do pan-eslavismo: união de todos os povos eslavos sob um só Estado.

Para assegurar a posse dos novos territórios conquistados foram construídas duas ferrovias:

o 1883/86 - Transcaucasiana (N/S) de São Petersburgo (Mar Báltico), passando por Moscou e chegando a Baku (no Azerbaijão/Mar Cáspio)

o 1891/1904 - Transiberiana (L/O) de Moscou ao porto russo de Vladivostok (Oc. Pacífico).

IV - FIM DO CZARISMO E REVOLUÇÃO SOCIALISTA:

1894 -1917 - Czar Nicolau II - acelera-se ainda mais a industrialização.

1903 - Os opositores russos perseguidos pelo czarismo reúnem-se em Londres, divididos em dois grupos:

BOLCHEVIQUES (ou majoritários) - vermelhos - revolucionários pregavam a revolução socialista, a ditadura do proletariado.

MENCHEVIQUES (ou minoritários) - brancos - reformistas, queriam chegar ao socialismo através do amadurecimento do capitalismo.

1904/1905 - Guerra contra o Japão visando ocupar a Manchúria Chinesa e a Coréia. Rússia é derrotada e entrega Ilha Sacalina aos japoneses. (Após a 2ª Guerra Mundial, Japão derrotado entrega Sacalina e Curilas à URSS).

1905 - "Domingo Sangrento" - insatisfação popular leva a uma manifestação pacífica, violentamente reprimida pela polícia do Czar. Militares se revoltam (Encouraçado Potenkim - Mar Negro).

1906 - Czar cede poder e é criada uma Monarquia Constitucional Parlamentar.

Instala-se a DUMA (Parlamento) com deputados originários das elites. Agitação revolucionária popular cresce e impulsiona a formação dos

SOVIETES (Conselhos de Trabalhadores). Conflitos aumentam. Duma é dissolvida. Retorna a autocracia czarista como solução radical.

1914 - 1918 - 1ª GUERRA MUNDIAL - Império Russo é um dos principais envolvidos.

Reafirmando seu Pan-Eslavismo solidarizou-se com a Sérvia, contra Império Austro-Húngaro e Alemanha, na "Questão Balcânica".

1916 -1917 - Império Russo está militarmente arrasado e economicamente desorganizado, com 1,5 milhão de mortos.

março/1917 - Mencheviques depõem o Czar Nicolau II e criam a República da Duma (Parlamento).

Comprometido com as potências aliadas (Tríplice Entente), que constituíam os principais investidores capitalistas estrangeiros no país, o novo governo parlamentar manteve a Rússia na 1ª Guerra Mundial, não produzindo alterações na crise.

Líderes revolucionários bolcheviques (Lênin, Trótski), pregam "todo o poder aos Sovietes", contra a Duma dos mencheviques. Defendiam:

o a retirada da Rússia da 1ª Guerra Mundial; o a divisão das propriedades rurais entre os camponeses; o a nacionalização das indústrias e bancos; o a regularização do abastecimento interno.

25/10/1917 - BOLCHEVIQUES tomam a sede do governo e estabelecem o Conselho de Comissários do Povo, nome do novo governo russo, tendo LÊNIN na Presidência, TRÓTSKI no comando dos Negócios Externos e STÁLIN nos Negócios Internos.

março/1918 - Antes do término da 1ª Guerra Mundial a Rússia assina um Tratado de Paz (Brest-Litovsk), em separado com a Alemanha e retira-se do conflito. (Eram seus inimigos, a "Tríplice Aliança": Alemanha, Itália e Império Austro-Húngaro, (e, depois, também o Império Turco-Otomano). Perdas territoriais da Rússia: Finlândia, Estônia, Letônia, Lituânia, Polônia, Ucrânia (todas recuperadas ao final da 2ª Guerra Mundial); além de pagar pesada indenização em ouro e trigo, à Alemanha.

julho/1918 - A família imperial do Czar é assassinada pelos bolcheviques.

ESBOÇO DA EXPANSÃO DO IMPÉRIO RUSSO E DA UNIÃO SOVIÉTICA

1918 - 1921 - GUERRA CIVIL NA RÚSSIA:

"brancos" (Mencheviques) = favoráveis ao czarismo, pretendiam a continuidade do capitalismo. Eram apoiados pela França, Grã-Bretanha e Japão os quais buscavam abocanhar territórios pertencentes à Rússia. Chegaram a ocupar diversas regiões e formaram um "governo paralelo" ao dos "vermelhos". Os "brancos" acabaram sendo derrotados pelos "vermelhos".

O X Congresso do PC, proibia a existência de facções (grupos organizados dentro do partido, com visão discordante da direção). Nada mais poderia se opor aos líderes bolcheviques, nem dentro nem fora do PC. Era adotado o regime de partido único.

Os revolucionários bolcheviques tinham como objetivo acabar com todas as injustiças cometidas durante o czarismo mas irão conservar e reproduzir muito do antigo regime.

Durante o período da guerra civil, muitas medidas autoritárias foram por eles adotadas com caráter provisório (para enfrentar o inimigo).

Mas, acabaram se tornando definitivas, para poderem reorganizar o Estado e enfrentar os inimigos externos (os capitalistas), que tentavam sabotar a "experiência" socialista soviética a qualquer custo. O número de mortos elevou-se a milhões, e a produção agrícola e industrial estava praticamente paralisada.

1921 - O governo bolchevique ("vermelho") criou a GOSPLAN = Comissão do Plano Geral do Estado, grupo de trabalho para planificar e centralizar a economia. Estabeleceu um plano econômico de emergência (NEP = Nova Política Econômica) para combater a crise e a fome e direcionar a transição da economia capitalista para o socialismo, fazendo algumas concessões à economia privada e aos camponeses.

V – SURGE A URSS: EXPECTATIVAS DE UM NOVO MUNDO, UM NOVO HOMEM.

1922 - Liderados por Lênin, Stálin e Trótski, os bolcheviques (vermelhos) vencedores da guerra civil criaram a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), cuja herança do Império Russo pode ser assim resumida:

A maior extensão territorial do mundo; Abrigava uma centena de povos diferentes entre si, mas com uma característica comum:

dominados e submetidos pelos russos; Longa tradição burocrática, centralizadora e concentradora do poder nas mãos do Estado.

STÁLIN é designado Secretário-Geral do PCUS (Partido Comunista da União Soviética).

1924 - O líder dirigente LÊNIN morre. Deixa "carta-testamento" em que pede o afastamento de Stálin do cargo de Secretário-Geral do PCUS. Disputam o poder TRÓTSKI e STÁLIN; dois extremos se opõem: Leon Trotsky (à esquerda, preconizando a revolução internacionalista e permanente) e Josef Stálin (defendendo a "teoria" do socialismo num só país). Trótski é derrotado e expulso da URSS, exilando-se no México (onde será assassinado em 1940, pelo agente russo Ramón Mercader, a mando de Stálin).

Stálin governa com "mão de ferro" e impõe a Ditadura do Proletariado, governo de partido único - o PCUS. O Estado passa a ter total controle da economia.

Prioridades:

fortalecimento do Estado; coletivização da agricultura; expansão da indústria de bens de produção (base).

Surge uma elite ligada à burocracia do Estado e do Partido, com poder absoluto (NOMENKLATURA), que se perpetuará no poder.

A URSS se isola do mundo (e o stalinismo ficará intocado por três décadas).

1928 - Stálin introduz os PLANOS QÜINQÜENAIS = prioridade ao setor industrial de bens de produção ou de base, exploração dos recursos minerais e aproveitamento do potencial hidroelétrico. Justificativa dos dirigentes soviéticos para a política industrial adotada:

país socialista não devia valorizar o consumo individual como os capitalistas faziam, mas deveria sim desenvolver os setores de bens de produção que é a base para outros setores industriais;

necessidade de proteger o novo regime, diminuindo a dependência de tecnologia externa; desenvolver indústria de base possibilita a fabricação de equipamentos bélicos,

necessários à defesa do socialismo e dá "prestígio" ao regime.

1929 - Stálin inicia a COLETIVIZAÇÃO FORÇADA DO CAMPO, que duraria até 1932. Pelo menos 13 milhões de camponeses são mortos.

1932 - Completa-se a coletivização da agricultura, organizada em

KOLKHOZES (50% de toda a área cultivada na URSS) = cooperativas de camponeses, resultantes da reunião de várias propriedades particulares. A colheita era vendida para o Estado.

SOVKHOZES = fazendas pertencentes ao Estado. Trabalhadores eram funcionários do Estado.

Sob Stálin, condenações, expulsões do Partido, execuções, exílios, internamentos em hospícios, e especialmente os "PROCESSOS DE MOSCOU" (1936 a 38), aniquilaram totalmente a oposição. Todos os principais dirigentes da Revolução de 1917 foram acusados de traição e

executados por fazerem parte de um suposto "complô nazitrotskista" com o objetivo de subverter o Estado Soviético. A ESQUERDA EUROPÉIA DÁ CRÉDITO A STÁLIN.

O desenvolvimento produtivo desse período elevou a URSS à categoria de potência mundial às vésperas da Segunda Guerra Mundial (1935) e, em 1940, já era a terceira potência industrial no mundo, ficando atrás apenas dos EUA e Alemanha.

Admite-se que milhões de pessoas morreram e milhões de outras foram aprisionadas ou mandadas para trabalhos forçados em regiões remotas e inóspitas, como a Sibéria. Onze milhões de pessoas foram obrigadas a se deslocar para as cidades, segundo o esforço industrializante dos "Planos Qüinqüenais". Para consolidar a hegemonia de Moscou sobre as áreas mais distantes do domínio soviético, foram feitas maciças migrações de russos (eslavos), com incentivo do Estado.

1939 - 1945 - SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

1939 – Os chanceleres de Josef Stálin e Adolf Hitler (MOLOTOV e RIBBENTROP, respectivamente), assinam um pacto de não-agressão, cuja cláusula secreta partilhava a POLÔNIA e garantia anexação à URSS dos Estados Bálticos (ESTÔNIA, LETÔNIA e LITUÂNIA) e da BESSARÁBIA (pertencia à ROMÊNIA) atualmente pertence à MOLDOVA.

1941 – Alemães nazistas invadem a URSS. Aproveitando-se do envolvimento alemão em várias frentes de guerra simultâneas e da

ruptura alemã com os soviéticos, os EUA começam a fornecer ajuda militar a URSS. Por instrução de Stálin, o Exército Vermelho, empregando a tática de "terra arrasada" — a

mesma usada contra Napoleão — dificultou a penetração nazista. Assim, o Exército Vermelho teve tempo de reestruturar-se até que, com a chegada do inverno rigoroso, pôde passar ao ataque violento e decisivo.

Mesmo sofrendo baixas consideráveis, Hitler ordenou que seus comandados continuassem o avanço, até o último homem, para conquistar os campos petrolíferos do Cáucaso e as indústrias militares de Stalingrado (atual Volgogrado).

1943 - Os soviéticos, beneficiados novamente pelo rigoroso inverno, cercaram a cidade de Stalingrado, forçando os alemães à sua primeira capitulação. Terminando o episódio mais sangrento da guerra, começava o recuo nazista e a decadência do Terceiro Reich.

O Exército Vermelho, avançando rapidamente sobre as zonas ocupadas pelos nazistas, conseguiu retomar a BULGÁRIA, a HUNGRIA, a TCHECOSLOVÁQUIA, a POLÔNIA e a FINLÂNDIA.

Enquanto isso, os Aliados articulavam o ataque à frente ocidental, que se realizou com o desembarque maciço na Normandia (costa norte da França), em 6 de junho de 1944, o Dia D.

Fev. 1945 - Conferência de IALTA (na Criméia - Ucrânia/URSS): Roosevellt (EUA), Churchill (Inglaterra) e Stálin (URSS), reúnem-se para:

acertar os detalhes finais da grande ofensiva contra a Alemanha; os limites das fronteiras soviéticas; o destino dos países do Leste Europeu, onde as tropas soviéticas estavam substituindo

rapidamente os invasores, (alemães nazistas).

Stálin estendeu as fronteiras soviéticas, refazendo praticamente o mesmo traçado da época em que o Império Russo estava no seu auge.

A URSS anexou a ESTÔNIA, LETÔNIA, LITUÂNIA, RÚSSIA BRANCA (BIELARUS), a UCRÂNIA.

24/04/45 - Exército Vermelho cerca Berlim, obrigando Hitler a se refugiar numa fortaleza militar (bunker), onde veio a se suicidar no dia 30.

02/05/1945 - Berlim capitula e as forças nazistas rendem-se aos Aliados.

25/04 e 26/06/1945 - Conferência de San Francisco (EUA), é criada a ONU (Organização das Nações Unidas) em substituição à Liga das Nações. A URSS torna-se um dos 5 membros efetivos do Conselho de Segurança (com direito a veto).

17/07 e 02/08/1945 - Conferência de POTSDAM (subúrbio de Berlim/Alemanha): Harry Truman (EUA), Clement Attlee (Inglaterra) e Stálin (URSS).

Decisões importantes:

A Alemanha teria suas Forças Armadas completamente desmobilizadas. Seu parque industrial seria reduzido. Pagaria reparações de Guerra.

O território alemão seria dividido em QUATRO ZONAS DE OCUPAÇÃO a serem administradas pela URSS, INGLATERRA, EUA e FRANÇA.

A Alemanha seria dividida e o Leste Europeu passaria à "esfera de influência" soviética.

1945 - POLÔNIA e IUGOSLÁVIA tornam-se "democracias populares" (regimes de partido único = PC).

1946 -

BULGÁRIA e ALBÂNIA tornam-se "democracias populares". Em discurso pronunciado em Fulton, Missouri (EUA), Churchill usa, pela primeira vez, a

expressão "CORTINA DE FERRO" para designar a "satelitização" dos países do Leste Europeu, promovida pela URSS.

Na Conferência de Paris (1946), os Aliados negam aos soviéticos o controle dos Estreitos de Bósforo e Dardanelos. Os soviéticos, sentindo a superioridade bélica norte-americana (bomba atômica) adotam atitude prudente.

Fonte: Demétrio Magnoli, Reinaldo Scalzaretto, Geografia: espaço, cultura e cidadania: ensino fundamental, 1ª ed. – São Paulo: Moderna, 1998, página 62.

VI - DA GUERRA FRIA AO FIM DA UNIÃO SOVIÉTICA.

1947 - Começa o período denominado GUERRA FRIA (este período será tratado separadamente).

As relações entre a União Soviética e o Ocidente ficam cada vez mais tensas. A ROMÊNIA torna-se "democracia popular". Os PCs da GRÉCIA e da TURQUIA estão próximos de chegar ao poder. Truman (EUA), anuncia um plano de ajuda para a reconstrução européia, elaborado pelo

então Secretário de Estado, George Marshall, cujo objetivo é consolidar o capitalismo no lado ocidental europeul (PLANO MARSHALL).

A ONU, estimulada pelos EUA e Grã-Bretanha, no ORIENTE MÉDIO, divide a Palestina entre judeus e árabes.

1948 - Moscou continua "sovietizando" os países do Leste Europeu. A TCHECOSLOVÁQUIA torna-se "democracia popular".

O dirigente iugoslavo Josip Broz Tito rompe com Moscou, marcando a primeira dissidência do mundo comunista.

Em represália ao Plano Marshall, aplicado também na Alemanha Ocidental, Stálin ordena, em 24 de julho, o BLOQUEIO DE BERLIM OCIDENTAL.

É fundado o Kominform (organização que reunia sob o comando do PCUS, todos os PCs da Europa Oriental, Itália e França), substituindo o Komintern (III Internacional), dissolvido em 1943 por Stálin.

Na Palestina, os judeus fundam o ESTADO DE ISRAEL (1ª Guerra entre árabes e israelenses = GUERRA DA INDEPENDÊNCIA DE ISRAEL).

1949 - O bloqueio de Berlim Ocidental fracassa em maio, após 11 meses, mas precipita a fundação da República Democrática da Alemanha (comunista) com a capital em Berlim Oriental e da República Federal da Alemanha (capitalista) com a capital em Bonn.

A URSS explode a sua primeira bomba atômica. Os aliados (ocidentais) fundam a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). É criado o COMECON (Conselho para Assistência Econômica Mútua) organização

econômica dos países do bloco soviético, a fim de estimular a reconstrução e a interdependência na produção e no comércio.

Ordenados por Stálin, começam os expurgos, das lideranças comunistas nacionais no Leste Europeu, incluindo Laslo Raik (Hungria) e Vladislav Gomulka (Polônia).

Em outubro, liderados por Mao Tsé-Tung, os comunistas tomam o poder na China.

1950/53 - Guerra da Coréia. A Coréia, após o invasor japonês se retirar, em 1945, tinha sido dividida provisoriamente em uma zona de ocupação soviética ao Norte e uma zona de ocupação norte-americana ao Sul (Paralelo 38ºN). Em 1948, formaram-se 2 Estados. Em 1950, após os comunistas tomarem o poder na China, os norte-coreanos penetrara na zona capitalista ao sul, decididos a reunificar o país. Aplicando a noção de "contenção do socialismo", os EUA desembarcam tropas militares no Sul. Em 1953 é assinado o Armistício de Panmunjon, confirmando as linhas divisórias anteriores (38ºN).

1953 - Stálin morre em março, e isso desencadeia a luta pela sua sucessão, entre Lazar Kaghanovitch, Giorgi Malenkov e NIKITA KHRUCHEV (sendo este ultimo o vencedor). Em 17 de junho, o Exército Vermelho reprime um levante operário em Berlim Oriental.

1955 - Em oposição à OTAN, os países socialistas fundam sua própria aliança militar, o PACTO DE VARSÓVIA, integrada inicialmente, pela União Soviética, Albânia, Hungria, Romênia, Bulgária, Polônia e Tchecoslováquia. A Albânia deixaria o pacto em 1961. Em Bandung (Indonésia) alguns países se reúnem criando o Bloco dos PAÍSES NÃO ALINHADOS.

1956 - Para consolidar o seu poder no PCUS, Khrushev denuncia, no XX Congresso do Partido, os crimes cometidos por Stálin e acusa de stalinistas, os seus adversários. O Kremlin (sede do governo soviético) decreta o fim do Kominform, evidenciando sua disposição para a retomada de uma política de negociações e entendimentos com Whashington (EUA).

Revoltas operárias reconduzem Gomulka ao poder na Polônia. Na Hungria, o dirigente comunista Imre Nagy dirige uma revolta contra Moscou e

anuncia a retirada de seu país do Pacto de Varsóvia. Khrushev envia tanques para esmagar a revolta, em novembro. Nagy é preso e será executado como "traidor" em 1958.

No ORIENTE MÉDIO, ocorre a 2ª guerra entre árabes e israelenses (GUERRA DE SUEZ).

1959 - Fidel Castro lidera um movimento nacionalista (que só se tornaria marxista 2 anos depois), toma o poder em Cuba encerrando a ditadura de Fulgêncio Batista (pró-EUA).

O Secretário Geral do PCUS, Nikita Kruschev visita os EUA, onde participa dos trabalhos da Assembléia Geral da ONU.

1960 - Após 5 anos de crescentes tensões, a União Soviética retira seus assessores técnicos da China. Os maoístas criticam a política de "desestalinização" e de "coexistência pacífica" com o capitalismo, preconizada por Nikita Khrushev.

O "racha" sino-soviético tem repercussão no movimento comunista internacional. No Brasil, um grupo deixa o Partido Comunista Brasileiro e forma, em 1961, o Partido Comunista do Brasil (PC do B - maoísta)

Alguns países produtores de petróleo criam um cartel, com a finalidade de enfrentar as poderosas companhias britânicas, francesas e norte-americanas. É fundada a OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo).

1961 - O Muro de Berlim torna-se real. O êxodo de centenas de milhares de trabalhadores da Alemanha Oriental para o lado ocidental, em busca de melhores salários e condições de vida, provoca a construção do muro, em agosto. O Muro de Berlim, construido pelos comunistas, seria o maior símbolo da Guerra Fria.

A Albânia mantém-se aliada à China e rompe relações com a URSS. Os EUA enviam milhares de "assessores técnicos" ao Vietnã do Sul (capitalista).

1962 = Eclode a CRISE DOS MÍSSEIS. Khrushev decide instalar em CUBA, em outubro, lançadores capazes de transportar ogivas nucleares que atingiriam Washington em menos de 15 minutos. John Kennedy, então presidente dos Estados Unidos, ordena o BLOQUEIO NAVAL DE CUBA. Cria-se um foco de grande tensão. Moscou recua. Washington assume o compromisso de não invadir Cuba. A crise dos mísseis provoca a instalação do "telefone vermelho" entre Moscou e Washington, na realidade uma linha de telex com capacidade para colocar em contato os chefes dos dois Estados no caso de uma nova situação de emergência.

1964 - Khrushev é deposto por um golpe palaciano desferido por Leonid Brejnev, em comum acordo com dois outros membros da cúpula soviética: Alexei Kossiguin e Mikhail Suslov. Brejnev será proclamado o novo secretário-geral do PCUS, cargo que ocupará até sua morte, em 1982.

No Brasil, os militares suspendem o regime constitucional e assumem o poder (em 31 de março), alegando, como uma das causas centrais, a necessidade de defender o país contra a ameaça do "comunismo internacional".

Os EUA iniciam os bombardeios sobre o Vietnã do Norte (comunista). A China detona sua primeira bomba atômica. No ORIENTE MÉDIO, diversos grupos da resistência palestina criaram a OLP

(Organização para a Libertação da Palestina). Essa organização visava lutar para a obtenção de um Estado democrático e laico para judeus, cristãos e muçulmanos, abrangendo toda a Palestina, inclusive o território de Israel.

1966 - Mao Tsé-Tung promove a Revolução Cultural na China, período de perseguições e execuções de adversários políticos que só terminaria com sua morte, em 1976.

1967 - No ORIENTE MÉDIO, acontece a 3ª guerra entre árabes e israelenses (GUERRA DOS 6 DIAS). ERNESTO CHE GUEVARA (líder guerrilheiro cubano) é executado na selva amazônica por militares bolivianos assessorados pela CIA (EUA).

1968 - Tropas do Pacto de Varsóvia invadem a Tchecoslováquia e esmagam o movimento reformista liderado pelo então secretário-geral do Partido Comunista Tcheco (PCT), Alexander Dubcek. Este episódio ficaria conhecido como a "PRIMAVERA DE PRAGA".

Para justificar a invasão desse país, Brejnev anuncia "doutrina", segundo a qual as tropas do Pacto de Varsóvia poderiam intervir em qualquer país-membro daquela aliança onde o socialismo estivesse sendo ameaçado.

Em Paris e em outras importantes cidades do mundo, estudantes saem às ruas num amplo movimento "contra o sistema". O movimento escapa ao controle dos partidos

comunistas e das organizações de esquerda tradicionais. Este episódio ficaria conhecido como "MAIO de 68 - PARIS".

Nos EUA, o líder negro pacifista MARTIN LUTHER KING é assassinado em Memphis (Tennessee).

No Brasil é decretado o AI-5 pelo general Costa e Silva.

1972 - O presidente dos EUA, Richard Nixon visita Pequim.

1973 - Derrotados pela guerrilha comunista, os Estados Unidos retiram-se do Vietnã.

No ORIENTE MÉDIO acontece a 4ª guerra entre árabes e israelenses (GUERRA DO YOM KIPPUR)

Ocorre o 1º choque do petróleo.

1975 = Comunistas tomam o poder no Cambodja, liderados por POL-POT, dirigente do Khmer Vermelho, (apoiado por Pequim). No LAOS, os comunistas, tomam o poder (apoiados pelo Vietnã).

1977 - Após a morte de Mao Tsé-Tung, (em 1976), Deng Xiaoping, que havia "caído em desgraça" durante a Revolução Cultural, assume a liderança do PC chinês e começa as reformas econômicas liberalizantes na china. Na Itália, na França e na Espanha, os partidos comunistas, que vinham atravessando uma profunda crise ideológica, lançam o chamado "Eurocomunismo", rejeitando a subordinação absoluta a Moscou e aos aspectos mais "duros" do leninismo.

1979 - O Vietnã (aliado de Moscou) invade o Cambodja e depõe, em janeiro, o regime do Khmer Vermelho, liderado por Pol Pot, (aliado de Pequim). De 1975, quando tomou o poder, até sua deposição, Pol Pot foi responsável pelo extermínio de um terço da população do país.

Em fevereiro, a China ataca o Vietnã, mas é rechaçada. No ORIENTE MÉDIO, em 1º de abril, a REVOLUÇÃO ISLÂMICA torna-se vitoriosa no

IRÃ. Ocorre o 2º CHOQUE DO PETRÓLEO. Nos EUA, Egito e Israel ratificam os Acordos de Paz de Camp David. Em dezembro, tropas soviéticas invadem o Afeganistão para apoiar o governo pró-

soviético de Cabul, na luta contra a guerrilha muçulmana apoiada pelos Estados Unidos.

1980 - Em agosto, liderado pelo operário eletricista católico Lech Walesa, é fundado na Polônia o Sindicato Solidariedade, o primeiro independente e de oposição, num país comunista.

Morre o presidente da Iugoslávia, Josip Broz Tito, o único líder com poder carismático suficientemente forte para manter a coesão desse país. Sua morte estimularia movimentos separatistas que se manifestariam com intensidade variável ao longo dos anos 80 e 90.

No ORIENTE MÉDIO, eclode a GUERRA IRÃ/IRAQUE (1980/88).

1981 - O general Wojciech Jaruzelski desfere um golpe de Estado na Polônia (13 de dezembro) e proscreve o Solidariedade, que passa a atuar na clandestinidade.

1982 - Morre Leonid Brejnev em novembro, sendo substituído pelo ex-chefe da KGB (Polícia Política), Iúri Andropov, na chefia do PCUS. Andropov defende reformas e "experimentos econômicos" limitados a algumas regiões da União Soviética, mas morre no início de 1984, sem tempo de colocar suas idéias em prática.

1983 - O presidente dos EUA, Ronald Reagan, anuncia o ambicioso projeto "Guerra nas Estrelas".

1984 - Morre Andropov, em fevereiro. Seu substituto, Konstantin Tchernenko, já assume o cargo em condições precárias de saúde. Analistas e historiadores acreditam que sua indicação tinha apenas o objetivo de dar tempo para que fosse decidida a luta interna pela sucessão no PCUS, desencadeada pela crise que já começava.

Resumidamente, as PRINCIPAIS RAZÕES DA CRISE SOVIÉTICA eram:

Externas:

o desenvolvimento capitalista da Terceira Revolução Industrial, liderando a produtividade em todas as áreas;

a corrida armamentista, obrigando os soviéticos a continuados gastos para preservar a correlação de forças bélicas e estratégicas;

pressões internacionais ininterruptas pela liberalização política soviética e de seus aliados e, ideologicamente, as cobranças pelos limites alcançados no bem-estar social quando comparado com as classes médias e altas das áreas desenvolvidas do capitalismo.

Internas:

a burocracia que entravava as inovações tecnológicas e a livre circulação de idéias e criatividade;

o centralismo político-econômico, que imprimia lentidão na tomada de decisões e implementação produtiva, contrastando com a rapidez e dinamismo dos países capitalistas fundados no lucro individual;

os enormes gastos exigidos pela Guerra Fria, seja na indústria bélica, seja para garantir Estados e grupos políticos aliados da URSS;

a limitada produtividade e baixa qualidade dos bens de consumo soviéticos ante as crescentes exigências sociais de consumo no interior da URSS e por parte de seus aliados.

1985 - Morre Tchernenko, em março, e Mikhail Gorbatchov assume a Secretaria-Geral do Partido. Começa a ser colocado em prática um amplo programa de profundas REFORMAS na URSS: a "PERESTRÓIKA" (reconstrução da Economia) e a "GLASNOST" (transparência na Política). As primeiras evidências dessas reformas foram: a diminuição da censura, a libertação dos dissidentes políticos ("subversivos") e outras medidas liberalizantes. Gorbatchov proclama a moratória nuclear unilateral (a União Soviética compromete-se a suspender os testes nucleares subterrâneos, independentemente do comprometimento dos Estados Unidos).

1986 - No XXVII Congresso do PCUS, em fevereiro, Gorbatchov lança as linhas gerais de seu programa de reformas.

Em 26 de abril, o acidente na usina nuclear de Tchernobil (Ucrânia) libera perigosa nuvem radiativa que ameaça contaminar regiões imensas da União Soviética e da Europa. O acidente é tratado com abertura de informação sem precedentes na história da União Soviética. Seria a primeira grande prova da glasnost (transparência).

Gorbatchov telefona, pessoalmente, ao físico dissidente Andrei Sakharov, preso na cidade de Gorki, para anunciar sua libertação.

Nos EUA, estoura o escândalo IRÃ-CONTRAS, envolvendo o presidente Ronald Reagan em negociações secretas de vendas de armas ao Irã com repasse do dinheiro para os Contras, da Nicarágua.

1987 - Surgem, na cúpula do PCUS, as primeiras divergências públicas sobre os rumos, ritmos e prazos da perestroika. Numa sessão plenária do Comitê Central do PCUS, em novembro, Bóris Iéltsin critica os "burocratas" do partido, em particular Igor Ligatchov, e pede maior rapidez e radicalismo nas reformas. Nos meses seguintes, Iéltsin perderia seus cargos de chefe do comitê municipal do PCUS em Moscou e de membro-candidato do Politburo.

1988 - Em clima inédito de liberdade de discussão realiza-se, em junho/julho, a XIX Conferência do PCUS. As resoluções enfatizam a necessidade de ser criado um "estado de direito" no país; apontam para a desburocratização do partido e do Estado para a instauração do "pluralismo socialista" (isto é, liberdade de discussão, mas somente entre os membros do PCUS) e a necessidade de democratizar as relações étnicas.

Em agosto, o Exército Vermelho começa a retirar-se do Afeganistão sem que seus objetivos tenham sido alcançados. A saída das tropas seria completada em fevereiro de 1989, após 10 anos de guerra, que causou pelo menos 15 mil mortes entre os soviéticos e 1 milhão entre os afegãos.

Na Estônia, um movimento ecológico é o estopim para a organização nacionalista Frente Popular, que estimularia movimentos semelhantes na Letônia e na Lituânia, espalhando-se, em seguida, ao Cáucaso (Armênia, Geórgia e Azerbaijão) e depois às demais repúblicas.

A Igreja Ortodoxa tem permissão para comemorar o milésimo aniversário de sua fundação na Rússia, com festas e comemorações em Moscou e no interior do país.

Os costumes começam a ser radicalmente modificados, com a permissão de grandes shows de rock, concursos de beleza e transparência informativa. Temas como prostituição e droga, antes considerados tabu, são livremente debatidos na imprensa e na tevê.

Na Polônia, o Solidariedade conquista a legalidade, colocando um fim à lei marcial decretada em dezembro de 1981.

1989 - Realizam-se, em 26 de março, as eleições ao Congresso dos Deputados do Povo (CDP). Participam e são eleitos antigos dissidentes, como Andrei Sakharov e Roy Medevedev. Iéltsin obtém 90% dos votos em Moscou.

A primeira sessão do CDP, em 25 de maio, atrai as atenções do país. Um deputado pede o desmantelamento da KGB diante das câmeras de televisão. Gorbatchov é eleito presidente, e Iéltsin forma um bloco parlamentar de oposição. Desenvolve-se um processo irreversível de liberdade política.

Gorbatchov viaja à China em 14 de maio para reatar relações rompidas desde 1960. Em Pequim, apoia discretamente a luta dos estudantes chineses pela democracia.

Em 4 de junho, o governo chinês ordena o massacre de 2 mil estudantes que lutavam pela democracia, acampados na Praça da Paz Celestial (MASSACRE DA PAZ CELESTIAL).

Em setembro, o Vietnã retira-se do Cambodja, conforme acordo estabelecido entre Gorbatchov e Deng Xiaoping.

A União Soviética reduz drasticamente o número de seus soldados estacionados na fronteira de 7.500 quilômetros com a China.

Em outubro, uma visita de Gorbatchov a Berlim Oriental estimula, (como já havia acontecido antes em Pequim), grandes manifestações de protesto contra o regime de Erich Honecker, dirigente comunista da Alemanha Oriental.

Em 9 de novembro, as manifestações assumiram caráter irreversível, levando à queda do Muro de Berlim.

Com a anuência de Moscou, todos os regimes burocráticos do Leste europeu são derrubados. Na Romênia, Nicolai Ceaucescu é fuzilado, em 25 de dezembro, como resultado de uma revolução sangrenta que liquidou seu regime.

Em dezembro, Gorbatchov reúne-se, sucessivamente, com o papa João Paulo II (dia 1º, no Vaticano), com o presidente norte-americano George Bush (dias 2 e 3, em Malta, uma ilha no Mediterrâneo) e com o presidente francês François Mitterrand (dia 6, em Kiev, na Ucrânia). Começa a nascer a nova ordem mundial.

1990 - É dissolvido o Comecon. Piora a situação social, política e econômica da União Soviética. Os movimentos pela independência nacional envolvem todas as repúblicas do Báltico, e também a Ucrânia, a Bielorússia (atual Bielarus), a Moldávia (atual Moldova) e a Geórgia.

Na ÁFRICA DO SUL é libertado o líder negro NELSON MANDELA. Em março, o CDP REVOGA o artigo 6º da Constituição, que garantia a DITADURA DO

PARTIDO único na União Soviética.

Os burocratas e generais "linha dura" ampliam seus ataques a Gorbatchov que, no XXVIII Congresso do PCUS, em julho, é acusado de ter "capitulado sem combate" diante do imperialismo, ao ter "abandonado" o Leste Europeu. Gorbatchov faz, durante o congresso, um acordo com os "centristas", isolando os extremistas de "esquerda" (isto é, os reformistas chefiados por Iéltsin) e de "direita" (os burocratas liderados por Ligatchov).

Iéltsin, recém-eleito à Presidência da Rússia pelo Parlamento daquela república, rompe com o PCUS, atitude que seria adotada por vários reformistas importantes.

Ligatchov abandona a política e diz que vai escrever suas memórias na Sibéria. Saddam Hussein (IRAQUE) invade o KUWAIT. Gorbatchov assina, em setembro, um acordo que permite a reunificação da Alemanha. 3 de outubro: Finalmente acontece a reunificação da Alemanha. Reúne-se em novembro, em Paris, a Conferência para a Segurança e Cooperação na

Europa (CSCE), que discute os contornos de uma Casa Comum Européia (isto é, uma "Europa unida do Atlântico ao Pacífico", nas palavras de Gorbatchov). Gorbatchov adverte para o perigo de uma "libanização da Europa", isto é, a fragmentação de Estados sob o impacto de problemas nacionais, como os vividos pela União Soviética.

Em 20 de dezembro, o chanceler soviético Eduard Shevardnadze renuncia ao cargo e denuncia a "marcha da ditadura que se aproxima" na União Soviética.

Começam a ganhar força movimentos separatistas na Croácia, na Eslovênia (duas das seis repúblicas da Iugoslávia) e na Tcheco-Eslováquia.

1991 - Em janeiro, no ORIENTE MÉDIO, ocorre a Guerra do Golfo (IRAQUE x KUWAIT/EUA).

Em abril é dissolvido o Pacto de Varsóvia. Em maio, Bóris Iéltsin é eleito presidente da Rússia em eleições livres, diretas e

secretas. Gorbatchov afasta-se dos comunistas ortodoxos e se dispõe a assinar o TRATADO DA

UNIÃO, que concedia ampla autonomia a todas as repúblicas da União Soviética. Em junho, o presidente dos EUA, GEORGE BUSH, anuncia a "INICIATIVA PARA AS

AMÉRICAS". Em julho, Gorbatchov participa como convidado, em Londres, de uma reunião com os

países-membros do G-7 (os sete capitalistas, mais ricos). Voltando a Moscou, durante uma sessão plenária do Comitê Central, ele afirma que o marxismo é apenas "uma das contribuições" utilizadas pelo PCUS na formulação de seu programa.

Em 19 de agosto, um dia antes da assinatura do Tratado da União, os burocratas SOVIÉTICOS dão um golpe e afastam Gorbatchov, que estava em férias na Criméia.

Iéltsin, apoiado por milhares de pessoas nas ruas de Moscou, resiste. O golpe fracassa. A cúpula golpista se desmoraliza, e os manifestantes destroem os símbolos do comunismo.

GORBATCHOV DISSOLVE O PCUS E O ESTADO REQUISITA AS SUAS PROPRIEDADES DESSE PARTIDO. O Parlamento soviético declara o Partido suspenso por tempo indeterminado.

Em setembro, a União Soviética é desintegrada, todas as suas repúblicas já declararam independência. Gorbatchov quer que a URSS se transforme numa União de Estados Soberanos, mas é vencido por Iéltsin, que propõe a criação da Comunidade de Estados Independentes (CEI - Acordo de Minsk), partindo de uma iniciativa do "núcleo eslavo’ (Rússia, Ucrânia e Bielorrússia/atual Belarus). A CEI será integrada por todas as repúblicas que compunham a URSS, com exceção das repúblicas bálticas (Estônia, Letônia e Lituânia), já independentes e da Geórgia.

O PARLAMENTO SOVIÉTICO É EXTINTO (16 DE DEZEMBRO). GORBATCHÓV RENUNCIA À PRESIDÊNCIA (25 DE DEZEMBRO). A UNIÃO SOVIÉTICA DEIXA OFICIALMENTE DE EXISTIR (25 DE DEZEMBRO, MEIA-NOITE).

A Croácia e a Eslovênia proclamam sua independência da Iugoslávia, dando início à guerra civil que irá se intensificar mais na Bósnia-Herzegovina.

1992 - É criada a UNIÃO EUROPÉIA, uma zona de livre comércio entre os países da Europa Ocidental.

Os EUA invadem a SOMÁLIA (no Chifre da África).

1993 - A GEÓRGIA TAMBÉM INGRESSA NA CEI.

Em Whashington, o 1º ministro israelense YITZHAK RABIN e o líder da OLP, IASSER ARAFAT, assinam um ACORDO DE PAZ.

1994 - A Chechênia proclama sua independência e é invadida pelas tropas russas.

Na América do Norte é criado o NAFTA (Acordo de Livre Comércio da América do Norte).

1995 = Na América do Sul entra em vigor o MERCOSUL (Mercado Comum do Sul).

1996 = Em 3 de julho, Iéltsin é reeleito presidente da Federação Russa (ou, Rússia).

Fonte: José William Vesentini, O ensino da Geografia e as mudanças recentes no espaço geográfico mundial, Ed. Ätica

Filme relacionado ao tema: Reds, de Warren Beatty, EUA, 1981. Baseado no célebre livro de reportagem Os dez dias que abalaram o mundo, o filme narra a experiência do autor nos dias tumultuados da Revolução de Outubro. Warren Beatty, além de diretor, encarna John Reed. O elenco conta ainda com Diane Keaton, Paul Sorvino e Jack Nicholson.

História da União Soviética

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Ir para: navegação, pesquisa A História da União Soviética começa com a Revolução de 1917 numa tentativa de implementar o comunismo a larga escala por Vladimir Lenin, até ao colapso da União Soviética em 1991, quando o seu governo centralizado foi dissolvido.

Índice

1 Revolução de 1905 2 Revolução de 1917 3 Guerra Civil 4 Nova Política Econômica 5 Economia Planificada e Expurgos 6 Grande Guerra Patriótica 7 Desestalinização 8 Corrida espacial 9 Estabilidade e Estagnação 10 Perestroika 11 Glasnost 12 Queda do muro de Berlim e colapso da cortina de ferro 13 Independência das Repúblicas Socialistas 14 O Fim da URSS 15 Referências

Revolução de 1905

Ver artigo principal: Revolução Russa de 1905

O ano de 1905 é considerado o prólogo da Revolução russa. A Rússia czarista acabara de ser derrotada em uma guerra contra um Japão pequeno e tecnologicamente atrasado. A derrota abalou a popularidade do czar Nicolau II, e a revolta interna que se seguiu serviria de precedente para a revolução de 1917.

Revolução de 1917

Ver artigo principal: Revolução Russa de 1917

O Partido Operário Social-Democrata, dividido nas correntes Bolchevique e Menchevique, em russo maioria e minoria respectivamente iniciou a Revolução Russa em 1917, em duas etapas distintas. O derrube do czar ocorreu em Fevereiro, sendo instaurada então uma república cuja estrutura de poder desde cedo se dividiu entre um parlamento convencional e sovietes (conselhos) populares que não se reconheciam mutuamente. As tensões assim geradas desembocaram na Revolução de Outubro, em Novembro de 1917.

Guerra Civil

História da Rússia

Eslavos do Leste Império Khazar Principado de Kiev Principado de Vladimir-Súzdal Bulgária do Volga Invasão Mongol Canato da Horda Dourada Principado de Moscovo Canato de Cazã Império Russo Revolução de 1905 Revolução de 1917 Revolução de Fevereiro Revolução de Outubro Guerra Civil União Soviética Corrida espacial Perestroika e Glasnost Federação da Rússia

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Ver artigo principal: Guerra Civil Russa

Entre 1918 e 1922, logo após a Revolução Bolchevique, teve início a Guerra Civil na Rússia, entre os revolucionários (vermelhos) e os contra - revolucionários (brancos), que tiveram o auxílio de tropas estrangeiras de intervenção, enviadas por França, Reino Unido, Japão e Estados Unidos e mais 13 países.

Nova Política Econômica

Lenin implementou a NEP, sigla para Nova Política Econômica, que recuperou alguns traços de capitalismo para incentivar a nascente economia soviética. Desta forma, o PC russo e o governo dos soviets pretendiam reconstruir a economia russa devastada pela invasão estrangeira e pela resistência das classes proprietárias a perda de seus incomensuráveis privilégios. A NEP, segundo Lenin, consistia num recuo tático caracterizado pelo restabelecimento da livre iniciativa e da pequena propriedade privada, admitindo o apoio de financiamentos estrangeiros.

Economia Planificada e Expurgos

No ano de 1936, o regime de Josef Stalin expulsou ou executou um número considerável de membros do Partido, entre eles muitos dos seus opositores, nos atos que ficaram conhecidos como os Grandes Expurgos, ou as Grandes Purgas visando consolidar seu domínio sobre o aparelho estatal soviético. Foram iniciados os planos qüinqüenais em 1928, que consistiam no planejamento e reestruturação de setores econômicos de cinco em cinco anos. Os dois primeiros planos qüinqüenais tinham dois objetivos: o incentivo à industria pesada ( de base e equipamentos) e a coletivização da agricultura, na qual a propriedade privada foi substituida por enormes cooperativas.

. Entre conseqüências desse ato contam-se as nacionalizações e a aniquilação física da classe burguesa que a NEP havia recriado, com recurso aos Gulags (campos de trabalho na Sibéria). A produção de eletricidade subiu de 6 para 40 bilhões de KWh, a produção de carvão passou de 30 para 133 milhões de toneladas, a de petróleo, de 11 para 32 milhões. Em 1913, 8 milhões pessoas estudavam em escola de todos os níveis, em 1938 31,5 milhões.

O apoio ao governo soviético comandado por Stalin era grande, mas não consensual entre os comunistas de outros países, que criticavam a forma que Stalin utilizou para liquidar a propriedade privada. Segundo estes o autoritarismo das políticas stalinistas contribuiu muito para a deturpação do conceito criado por Marx, de ditadura do proletariado.

[editar] Grande Guerra Patriótica

De 1941 a 1945, a participação da União Soviética na Segunda Guerra Mundial ficou conhecida como a Grande Guerra Patriótica, combatendo os soviéticos contra as forças invasoras da Alemanha Nazista, ao lado dos Aliados ocidentais. Quando a Alemanha nazista invadiu a URSS, os soldados de Adolf Hitler contavam com um grande prestígio devido às vitórias na frente ocidental e oriental e inicialmente conquistaram vitórias esmagadoras, mas com a união das várias nacionalidades que compõem a URSS e a eficácia das estratégias usadas pelo exército vermelho o exército alemão foi obrigado a recuar de suas posições até ser derrotado em seu próprio país em 1945. Nesse meio tempo o exército vermelho libertou da ocupação nazista vários países do Leste Europeu, contando com a ajuda das resistências internas de cada país. Com a invasão de Berlim, a capital alemã, pelos soviéticos, o ditador nazista, Adolf Hitler cometeu suicídio.

Desestalinização

O sucessor de Stalin, Nikita Kruschev, empreendeu uma política de denunciar os abusos do seu antecessor. Durante o Congresso de 1956 do Partido Comunista da União Soviética, Kruschev divulgou uma série de crimes de Stalin, renegando a herança do stalinismo, estabelecendo, assim, uma nova postura e criando um novo paradigma para o comunismo internacional denominado coexistência pacífica entre sistemas diferentes (capitalismo e socialismo). A propaganda capitalista se utilizou muito dos argumentos engendrados por Kruschev para fazer frente à URSS.

Corrida espacial

Ver artigo principal: Programa espacial soviético

Como resultado da guerra fria, a União Soviética viu-se envolvida em uma corrida pela conquista do espaço contra os EUA. A União Soviética foi a nação que tomou a dianteira na exploração espacial ao enviar o primeiro satélite artificial, o Sputnik, e o primeiro homem ao espaço, Yuri Gagarin. Grande parte dos feitos espaciais da União Soviética devem-se ao talento do engenheiro de foguetes Sergei Korolev, o engenheiro-chefe do programa espacial soviético, que convenceu o lider Nikita Khrushchov da importância da conquista do espaço.

Estabilidade e Estagnação

Entre 1956 e 1985, a União Soviética atingiu seu auge geopolítico e tecnológico. Entretanto, foi também a época do bloqueio economico imposto pelos EUA que gerou pobreza e impedia os soviéticos de melhorarem a qualidade de vida.Segundo dados da ONU os bloqueios econômicos americanos já mataram em todo o mundo cerca de 500 milhões de pessoas em 65 anos.

Mikhail Gorbatchov foi o último dirigente soviético. Assumiu o cargo de secretário-geral da PCUS (Partido Comunista da União Soviética) em março de 1985, substituindo Konstantin Tchernenko, que faleceu naquele ano. O bom relacionamento com os membros do partido e a habilidade política foram fatores que credenciaram Gorbatchov a assumir o posto mais importante na hierarquia administrativa soviética. Defensor de idéias modernizantes, instituiu dois grandes projetos inovadores ao conservadorismo dos dirigentes: a perestroika (reconstrução econômica) e a glasnost (transparência política).

Perestroika

A Perestroika, que teve início em 1986, foi concebida para introduzir um novo dinamismo na economia soviética, que passava por sérios problemas. Para que os setores econômicos do país tivessem uma expansão qualitativa e quantitativa, foram introduzidos mecanismos para estimular a livre concorrência (e acabar com o monopólio estatal), desenvolver setores secundários de produção (bens de consumo e serviços não-essenciais) através da iniciativa privada e descentralizar as operações empresariais. No campo, foi estimulado a criação de cooperativas por grupos familiares e arrendamento de terras estatais. A proposta também foi incentivar empresas estrangeiras a atuarem no país.

Glasnost

Na área política e social, a Glasnost pretendeu colocar novos paradigmas no modo de vida soviético. Para que a União Soviética tivesse um desenvolvimento forte e profícuo, era necessário colocar uma nova mentalidade em todos os segmentos da sociedade. Assim, a proposta foi de acabar com a burocracia política, combater a corrupção e introduzir a democracia em todos os níveis de participação política. A glasnost também libertou dissidentes políticos e permitiu a liberdade de imprensa e expressão. Glasnost e a Perestroika

Quando em 1985 Mikhail Gorbatchev assumiu o poder na URSS, enfrentou o caos. A superpotência que detinha uma capacidade nuclear suficiente para destruir a vida no planeta várias vezes encontrava-se à beira do abismo. Os problemas eram tantos e em tantos setores, que desde o início o mais jovem líder da URSS implementou reformas.

As reformas não significavam que o socialismo havia dado errado, ou que o capitalismo havia vencido. As mudanças de ordem estrutural propostas por Gorbatchev visavam à modernização do país, mas para isso seria necessário o desenvolvimento real dos problemas, apartado da maquiagem da burocracia, solidificada, no país, sob o contexto de defesa dos interesses do povo, no contexto da Guerra Fria.

Uma tentativa de se aplicar a planificação estatal na solução desses problemas certamente fracassaria, pois havia muito a população amargava uma queda em seu precário padrão de consumo.

Exigir sacrifícios, e eles seriam necessários, da população já demasiadamente sofrida e incrédula na ação do Estado seria como acender o estopim do caos político que eclodiriam ou num conflito interno sem precedentes, ou na volta da linha dura.

A reestruturação econômica do país, denominada Perestroika, só seria possível com a adoção de uma política de transparência, democrática, possível apenas com a prerrogativa da participação popular - a glasnost.

Resultou o fim do socialismo e a indepêndencia de 15 republicas soviéticas: Rússia, Ucrânia, Moldova, Bielorrus, Estônia, Letônia, Lituânia, Geórgia, Armênia, Arzeibaijão, Casaquistão, Turcomenistão, Quisguistão, Usbequistão, Tajiquistão,

No leste europeu,os países socialistas,como a: Polônia, Tchecoslováquia, Romênia, Hungria, Iugoslávia, Albânia, Bulgária e ,Alemanha Oriental. Foram gradativamente declarando a independência do partido socialista e todos tornaram-se capitalistas e de governos democráticos(exceto na Ioguslávia onde houve guerra civil e separatista). A Tchecoslováquia se separou de forma amigavél.

Queda do muro de Berlim e colapso da cortina de ferro

Com a crise emergente da URSS, os países comunistas entraram em grave declínio. Dois grandes marcos da crise soviética foram percebidos na Europa: o colapso da Cortina de Ferro e a Queda do Muro de Berlim. O colapso do Leste europeu, a chamada Cortina de Ferro, se iniciou na Polônia com o movimento "Solidariedade", liderado por Lech Walesa, e se espalhou por todos os países comunistas europeus. Já a Queda do Muro de Berlim foi o grande símbolo da crise socialista; o fim da divisão de Berlim e a unificação alemã representaram o fim do socialismo na Europa e inicio do dominio total do capitalismo.

Independência das Repúblicas Socialistas

Em setembro de 1991 a Lituânia, a Estônia e a Letônia se aproveitaram do momento ao qual a URSS passava e declararam a sua independência; haviam sido anexados após a Segunda Guerra Mundial.

Em 1º de Dezembro, a Ucrânia proclamou sua independência por meio de um plebiscito que contou com o apoio de 90% da população.

O Fim da URSS

Uma semana depois, os presidentes das repúblicas da Rússia, Ucrânia e Bielo-Rússia criaram, na cidade de Brest (Bielo-Rússia), a Comunidade de Estados Independentes (CEI), decretando o fim da União Soviética.

No dia 21 de dezembro, 11 das 15 repúblicas soviéticas, em Alma Ata, capital do Casaquistão, endossaram a CEI, decretando o fim da União Soviética.

Gorbatchov governou sem apoio durante mais quatro dias e em 25/12/1991, renunciou e declarou que a União Soviética deixaria de existir oficialmente em 31 de dezembro de 1991.

Referências

Ieltsin protagonizou o final do regime socialista na Rússia[1]

URSS Formação e Queda de um Império [2]

O Fim da União Soviética [3]