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UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TECNOLOGIA BACHARELADO EM CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO JOEL FABIANO HANSEN UM ESTUDO SOBRE MODELOS E TECNOLOGIAS DE COLABORAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DE UM PORTAL WEB CAXIAS DO SUL 2015

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  • UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SULCENTRO DE CINCIAS EXATAS E DA TECNOLOGIABACHARELADO EM CINCIA DA COMPUTAO

    JOEL FABIANO HANSEN

    UM ESTUDO SOBRE MODELOS E TECNOLOGIAS DE COLABORAOPARA O DESENVOLVIMENTO DE UM PORTAL WEB

    CAXIAS DO SUL2015

  • JOEL FABIANO HANSEN

    UM ESTUDO SOBRE MODELOS E TECNOLOGIAS DE COLABORAOPARA O DESENVOLVIMENTO DE UM PORTAL WEB

    Monografia apresentada como requisito para aobteno do grau de Bacharel em Cincia daComputao da Universidade de Caxias do Sul.

    Orientadora Prof. Dra. Elisa Boff

    CAXIAS DO SUL2015

  • AGRADECIMENTOS

    minha me, Ella Maria Maldaner Hansen, por ter me criado com muito amor ecarinho, e por sempre acreditar em mim.

    Ao meu pai, Lothrio Hansen, por todos os ensinamentos ao longo da vida.

    minha namorada, Cntia Werle, pelo amor, carinho, pacincia, cumplicidade,companheirismo, por confiar e acreditar em mim ao longo destes anos em que estamosjuntos.

    Aos meus segundos pais, Mario Werle e Maria Celeste Arnecke Werle, pela acolhida,convivncia e ensinamentos.

    todos os meus familiares, pelo apoio de sempre e principalmente nos momentosdifceis passados recentemente.

    minha tia Marlene Maldaner e seu companheiro Renato Urbano Seibt, peloauxlio e acolhida nestes anos de graduao.

    Ao meu amigo Csar Schneider, pela oportunidade profissional no incio dagraduao e pelos inmeros ensinamentos na rea.

    Aos meus colegas de trabalho, pela confiana profissional e pessoal.

    Aos meus colegas de aula, Andr Luis S. Reckziegel e Cssio Cristiano Thiele,pela parceira e troca de conhecimento nas inmeras disciplinas da graduao que cursamosjuntos.

    minha amiga e orientadora Profa. Dra. Elisa Boff, pelos conselhos, direciona-mentos e pacincia na orientao deste trabalho.

    todos os professores da UCS com os quais tive contato durante a graduao,tenho a certeza de ter aprendido muito com cada um.

    Aos meus amigos e todas as pessoas que, direta ou indiretamente, contriburampara tornar possvel concluir o curso de graduao.

  • O comeo de todas as cincias o espanto de as coisas serem o que so.(Aristteles)

  • RESUMO

    Este trabalho apresenta um estudo sobre colaborao no contexto da computao, rea conhecida comoCSCW (Computer Supported Coopertive Work). Neste contexto, abordado o Modelo 3C de Colaborao,a partir do estudo de suas trs perspectivas (Comunicao, Coordenao e Cooperao). Depois sodetalhadas tecnologias para o desenvolvimento de aplicaes web, contemplando aspectos de colaborao,e por ltimo apresentada, como estudo de caso, uma aplicao web colaborativa em forma de portal decontedo para a rea de turismo. Esta aplicao web colaborativa foi especificada atravs de entrevistaspara levantamento dos requisitos e definio das caractersticas, parcialmente implementada no formato deum prottipo, e posteriormente validada com o cliente final atravs de uma entrevista com a demonstraodas funcionalidades implementadas. O objetivo principal deste estudo apresentar a colaborao comoferramenta tecnolgica de interao para fomentar o turismo de um determinado local.

    Palavras-chaves: colaborao, modelo 3C de colaborao, comunicao, cooperao, coordenao, tu-rismo, desenvolvimento web, responsividade, sistema gerenciador de contedo, CMS.

  • ABSTRACT

    This document presents a study on collaboration in the context of computing, the area known as CSCW(Computer Supported Work Coopertive). In this context, the 3C Collaboration Model is approachedfrom the study of their three perspectives (Communication, Coordination and Cooperation). After that,technologies for web application development are detailed, contemplating collaboration aspects, and finallyis presented as a case study, a collaborative web application in the form of content portal for the tourismarea. This collaborative web application was specified through interviews to survey the requirements anddefinition of the characteristics, partially implemented as a prototype, and then validated with the endcustomer through an interview with the demonstration of the implemented features. The aim of this studyis to present the collaboration as a technological tool of interaction to promote a specific place tourism.

    Key-words: collaboration, 3C collaboration model, communication, cooperation, coordination, tourism,web development, responsiveness, content manager system, CMS.

  • LISTA DE ILUSTRAES

    Figura 1 O Modelo 3C de Colaborao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27Figura 2 As ferramentas de colaborao, segundo o Modelo 3C de Colaborao . 30Figura 3 Cronograma de uma disciplina no AVA . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31Figura 4 Pgina de discusso em um frum no AVA . . . . . . . . . . . . . . . . 31Figura 5 Exemplo de funcionamento de interface responsiva . . . . . . . . . . . 42Figura 6 Grid Layout do framework Bootstrap . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43Figura 7 Painel de controle do CMS Joomla . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46Figura 8 Gerenciador de Extenses do CMS Joomla . . . . . . . . . . . . . . . . 48Figura 9 Painel de controle do CMS Drupal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49Figura 10 Gerenciamento de Mdulos do CMS Drupal . . . . . . . . . . . . . . . 51Figura 11 Avaliao da interao nos sites de turismo da Serra Gacha . . . . . . 65Figura 12 Avaliao de recursos importantes em um site de turismo. . . . . . . . 67Figura 13 Avaliao sobre a proposta de criao de um portal de turismo colaborativo. 67Figura 14 Diagrama de Casos de Uso. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70Figura 15 Framework de template de interface Helix3 . . . . . . . . . . . . . . . . 74Figura 16 Pgina inicial do prottipo do portal web desenvolvido. . . . . . . . . . 75Figura 17 Criao de um Content Type no CCK SEBLOD . . . . . . . . . . . . . 80Figura 18 Configuraes de um Field no CCK SEBLOD . . . . . . . . . . . . . . 81Figura 19 Definio de um Field no CCK SEBLOD . . . . . . . . . . . . . . . . . 82Figura 20 Criao de um Search Type no CCK SEBLOD . . . . . . . . . . . . . . 83Figura 21 Pgina de contedo do prottipo do portal web desenvolvido. . . . . . . 84Figura 22 Painel de controle do prottipo do portal web para o cliente. . . . . . . 85Figura 23 Cdigo de integrao do servio de comentrios Disqus com itens SEBLOD 89Figura 24 Estrutura de comentrios do servio de comentrios Disqus . . . . . . . 90Figura 25 Estrutura MVC do Joomla. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93Figura 26 Diagrama de Componentes. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 94Figura 27 Diagrama de Atividade. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 95

  • LISTA DE TABELAS

    Tabela 1 Ferramentas de Colaborao x Portais de Informao . . . . . . . . . . 40Tabela 2 Requisitos Funcionais x Modelo 3C de Colaborao . . . . . . . . . . 71

  • LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

    AVA Ambiente Virtual de Aprendizagem

    CCK Content Constrution Kit

    CMS Content Management System

    CSCW Computer Supported Cooperative Work

    CSS Cascading Style Sheets

    HTML HyperText Markup Language

    MVC Model - View - Controller

    PIB Produto Interno Bruto

    PUC-Rio Pontifcia Universidade Catlica do Rio de Janeiro

    RSS Really Simple Syndication

    UCS Universidade de Caxias do Sul

    W3C World Wide Web Consortium

    XML eXtensible Markup Language

  • SUMRIO

    1 INTRODUO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 191.1 ESTRUTURA DO TRABALHO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21

    2 MODELOS DE COLABORAO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 232.1 TECNOLOGIAS PARA COLABORAO . . . . . . . . . . . . . . . . . . 242.2 MODELO 3C DE COLABORAO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 262.2.1 Comunicao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 272.2.2 Coordenao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 282.2.3 Cooperao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 292.2.4 Ferramentas do Modelo 3C . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 292.3 TRABALHOS RELACIONADOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 322.3.1 TripAdvisor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 332.3.2 Booking.com . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 352.3.3 Projeto ConnheceR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 372.4 CONSIDERAES SOBRE O CAPTULO . . . . . . . . . . . . . . . . . 39

    3 TECNOLOGIAS PARA DESENVOLVIMENTO WEB . . . . . . . . 413.1 WEB DESIGN RESPONSIVO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 413.2 GERENCIAMENTO DE CONTEDO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 443.2.1 Wordpress . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 453.2.2 Joomla . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 463.2.3 Drupal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 493.3 CONSIDERAES SOBRE O CAPTULO . . . . . . . . . . . . . . . . . 52

    4 PORTAL DO TURISTA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 554.1 DEFINIO DAS CARACTERSTICAS DO PORTAL . . . . . . . . . . . . 564.1.1 Levantamento de requisitos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 584.1.2 Especificao das caractersticas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 684.2 IMPLEMENTAO DO PORTAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 724.2.1 Templates de interface de usurio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 734.2.2 Gerenciamento de contedo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 754.2.3 Componentes para colaborao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 854.2.4 Implementao realizada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 92

    5 VALIDAO E RESULTADOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 97

    6 CONSIDERAES FINAIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 99

  • Referncias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 101

    ANEXO A COMPARAO DOS CMSS JOOMLA E DRUPAL . 105

    ANEXO B ENTREVISTA COM PROFISSIONAL DO TURISMO 113

    ANEXO C ENTREVISTA COM A PREFEITURA MUNICIPAL . 115

    ANEXO D ENTREVISTAS DOS EMPRESRIOS . . . . . . . . . 119

    ANEXO E QUESTIONRIO APLICADO AOS TURISTAS . . . 123

    ANEXO F ENTREVISTA DE VALIDAO DOS RESULTADOS 129

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    1 INTRODUO

    A evoluo da internet nos ltimos anos revolucionou o modo como as organizaescompartilham informaes no mundo virtual, este cada vez mais presente na realidade dasociedade.

    Com essa evoluo surgiu o conceito de Web 2.0, que OReilly (2007) definecomo a web sendo a plataforma das aplicaes, estas alcanveis a partir de todos osdispositivos conectados. Ainda segundo OReilly (2007), aplicaes Web 2.0 so aplicaesque aproveitam a inteligncia coletiva proporcionada pela interao dos usurios paraagregar contedo e subsidiar funcionalidades novas aplicao.

    As aplicaes Web 2.0 foram se popularizando de forma que no ficaram restritassomente a contextos especficos. Primeiramente surgiu a ideia de redes sociais, definidascomo sistemas que permitem a interao entre pessoas, o compartilhamento de informaese a formao de grupos (SANTANA et al., 2009), e posteriormente funcionalidadessemelhantes comearam a ser incorporadas em diversos tipos de aplicao, como porexemplo em aplicaes voltadas ao turismo.

    De acordo com Padilha (1994 apud RICCO, 2011, p. 5), o turismo

    um fenmeno social que consiste no deslocamento voluntrio e temporriode indivduos ou grupos de pessoas que, fundamentalmente por motivode recreao, descanso, cultural ou sade, se deslocam de seu lugar deresidncia habitual a outro, no qual no exercem nenhuma atividadelucrativa ou remunerada, gerando mltiplas inter-relaes de importnciasocial, econmica e cultural.

    e entende-se neste trabalho que o turismo responsvel pela economia de inmeras cidadese seus arredores, seja devido sua cultura, geografia, eventos, gastronomia diferenciada.Qualquer um destes fatores que leve turistas uma determinada cidade, deve ser divulgadopara outras cidades, regies e estados, afim de promover uma certa necessidade de visitao.

    Na Serra Gacha, a cidade de Nova Petrpolis, conhecida como Jardim da SerraGacha e Capital Nacional do Cooperativismo, uma destas cidades que tem como pontoforte o turismo, sendo que 57% do PIB (Produto Interno Bruto) da cidade oriundode servios (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATSTICA, 2009),dentre os quais esto os relacionados ao turismo . E h, portanto, uma real necessidadede divulgao constante e cada vez mais aprimorada de seus atrativos tursticos, seja agastronomia tpica alem, os pontos tursticos, sua rede hoteleira, alm de eventos de nvelregional, nacional e internacional que sedia ao decorrer do ano.

    Dada a consolidao cada vez maior da Web 2.0 como principal ferramenta decompartilhamento de contedo para o mundo todo, percebe-se uma crescente necessidade

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    dos departamentos de turismo das cidades no investimento em tal recurso para maximizara propaganda das atraes das cidades. E uma forma interessante de ferramenta destetipo um sistema colaborativo, uma vez que

    colaborar (co-labore) significa trabalhar junto, que implica no conceito deobjetivos compartilhados e uma inteno explicita de somar algo criaralguma coisa nova ou diferente atravs da colaborao, se contrapondoa uma simples troca de informao ou de instrues. (BARROS, 1994apud GEROSA, 2006, p. 73)

    Na cidade de Nova Petrpolis no existe atualmente uma forma de apresentao dacidade e de seus atrativos, de maneira colaborativa, onde os internautas possam interagircom o contedo disponibilizado pelos rgos responsveis pela divulgao.

    O contedo existente hoje que se aplica ao turismo, divulgao dos atrativos dacidade, se restringe basicamente a dados meramente informativos. H nos sites oficiais1

    somente listagens de locais, estabelecimentos, eventos, atraes e servios, com dados paracontato (telefone, site e email), algumas fotos e breves descries ou sua histria. Sendoque estas informaes se apresentam de forma esttica, sem possibilidades de interao.

    Neste contexto, foi elaborada a seguinte questo de pesquisa:

    Quais tecnologias e aspectos de colaborao podem ser considerados em umasoluo para melhorar a divulgao turstica da cidade de Nova Petrpolis, no formato deum portal web, com contedo colaborativo?

    Em um portal web de turismo, existem aspectos que so fundamentais que devemser analisados na modelagem e implementao. So aspectos que remetem principalmente interao e usabilidade do usurio com o sistema. E para tanto, recomendado quesejam analisados os pontos de vista de todas as partes envolvidas em um portal de turismocomo o que est sendo pensado neste trabalho: o rgo pblico responsvel, o turista,empresas beneficiadas e comunidade local.

    Entende-se que um portal web de turismo deve conter um layout extremamenteintuitivo, minimalista, no qual o usurio tenha todas as condies possveis para interagircom os recursos disponveis de maneira clara e rpida, sem que o usurio seja sobrecarregadode informaes. Tambm espera-se que o portal apresente uma linguagem simples e familiarcom o usurio.

    Como portais de turismo so, em sua grande maioria, acessados quando o turistatem alguma dvida em relao a algum local ou estabelecimento, ou quando busca1 Sites analisados: - Site Oficial da Prefeitura de Nova Petrpolis,

    - Site do Fundo de Turismo, mantido pela ACINP(Associao Comercial e Industrial de Nova Petrpolis), e -Site da ARR (Associao Rota Romntica), que visa divulgar o turismo das cidades pertencentes chamada Rota Romntica, que se extende de So Leopodo at So Fransisco de Paula, passando porNova Petrpolis.

    http://www.novapetropolis.rs.gov.brhttp://www.turismonovapetropolis.com.brhttp://www.rotaromantica.com.br
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    informaes de locais novos para visitar, entende-se tambm como parte importante de umsoftware do gnero a criao de uma forma de manter o turista por mais tempo conectadoao portal, consumindo os servios oferecidos.

    Uma forma interessante de reter a ateno do turista mais tempo no portal agregar elementos de jogos no sistema, o que se chama de "gamificao", como por exemplocriar mecanismos de pontuao que cresce conforme mais atividades so realizadas dentrodo software, tambm a obteno de prmios conforme pontuaes pr-determinadas soatingidas.

    Mas tambm preciso pensar sob o aspecto gerencial do portal de turismo. necessrio que o gestor do turismo do local consiga obter informaes detalhadas sobre ouso do portal, sobre de que forma os turistas utilizam a ferramenta disponibilizada.

    Uma forma de fornecer estas informaes gerenciais aos interessados provermtricas para coleta de dados como por exemplo quem est acessando o portal, qual otempo de permanncia do turista no portal, quais recursos e quando ele acessou, alm demapear as informaes que ele agregou ao contedo j existente.

    Para contemplar estes pontos abordados e entendidos como fundamentais paraum portal web colaborativo de turismo de qualidade, faz-se necessrio um estudo sobre osmodelos e tecnologias para colaborao, que possam ser empregados em uma soluo noformato de um portal deste gnero, para contribuir com a divulgao turstica da cidadede Nova Petrpolis.

    Para que este objetivo seja atingido, entende-se como partes fundamentais o estudodas potencialidades dos modelos de colaborao, o estudo e identificao de tecnologiase caractersticas utilizadas atualmente no portais web de turismo existentes, alm deaprofundar o conhecimento sobre tecnologias de desenvolvimento web e de design deinterfaces responsivas, atravs de explorao de frameworks existentes, para posteriormenterealizar a implementao de ferramentas de colaborao, e integr-las no formato do portalweb colaborativo de turismo desejado.

    1.1 ESTRUTURA DO TRABALHO

    O presente trabalho est estruturado em captulos, sees e subsees conformeos assuntos neles tratados, de forma a manter a organizao e facilitar a apreciao domesmo. No Captulo 1 foi apresentada a introduo do trabalho, juntamente com algumasconceituaes iniciais necessrias para o entendimento dos temas propostos.

    No Captulo 2 so estudados os conceitos e tcnicas de colaborao, sendo quena seo 2.1 so verificadas tecnologias de colaborao para sistemas computacionais. Naseo 2.2 estudado o Modelo 3C de Colaborao, junto s suas perspectivas de Comu-nicao, Coordenao e Cooperao, nas sub-sees 2.2.1, 2.2.2 e 2.2.3, respectivamente,

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    e aps essa anlise, na subseo 2.2.4 so demonstradas ferramentas colaborativas emrelao s perspectivas do Modelo 3C de Colaborao. Na seo 2.3 so analisados trs tra-balhos relacionados ao contedo estudado ao decorrer deste captulo, o portal TripAdvisor,Booking.com e Projeto ConnheceR, nas sub-sees 2.3.1, 2.3.2 e 2.3.3, respectivamente. Aofinal deste captulo, na seo 2.4 so demonstradas as consideraes do estudo realizado.

    No Captulo 3 so estudadas tecnologias que possibilitam o desenvolvimento webno formato requerido neste trabalho. Na seo 3.1 so tratados conceitos e ferramentas dedesenvolvimento responsivo, enquanto que na seo 3.2 so tratados conceitos e ferramentasde gerenciamento de contedo para o desenvolvimento de aplicaes web dinmicas, almde serem estudados e comparados os sistemas de gerenciamento de contedo Wordpress,Joomla e Drupal, nas sub-sees 3.2.1, 3.2.2 e 3.2.3, respectivamente. Ao final do captuloso demonstradas as consideraes do estudo realizado com as tecnologias propostas.

    No Captulo 4 especificada a soluo, em formato de software para o problemaproposto neste trabalho. Na seo 4.1 so definidas as caractersticas que a soluo deveconsiderar, sendo que o levantamento de requisitos demonstrado na subseo 4.1.1, e aespecificao das caractersticas a partir dos requisitos obtidos realizada na subseo 4.1.2.

    Aps as definies das caractersticas, na seo 4.2 so definidos os componentes daestrutura e detalhada a implementao, atravs dos templates de interface de usurio, daforma de gerenciamento do contedo, dos componentes de colaborao e da implementaorealizada, nas sub-sees 4.2.1, 4.2.2, 4.2.3 e 4.2.4, respectivamente. Esta implementao,na forma de prottipo da aplicao, foi realizada para validar os conceitos estudados.

    No Captulo 5 so apresentados os resultados obtidos com o desenvolvimentoda soluo apresentada neste trabalho, com base na validao realizada junto ao clientefinal. E, por fim, no Captulo 6 so apresentadas as consideraes finais para o presenteTrabalho de Concluso de Curso, bem como etapas de desenvolvimento futuro para oaperfeioamento do software aqui iniciado.

  • 23

    2 MODELOS DE COLABORAO

    O conceito de colaborao, no mbito computacional, originalmente um conceitogenrico, que necessita ser contextualizado para que seja possvel uma definio de relaodesejada entre os seus participantes (BRNA, 1998).

    A partir disso, Brna (1998) afirma que, apesar de existirem inmeros significadospara o termo, estes so frequentemente associados com objetivos diferentes. E para tanto,sugere questes que precisam ser esclarecidas para melhor compreenso da colaborao.

    Entre elas deve-se verificar se h um esforo sincronizado, sem diviso de tarefas,ou se h divises entre os participantes e ao final as tarefas so agrupadas para um resultadoem comum, caracterizando-se no mais como colaborao e sim como cooperao (BRNA,1998; DILLENBOURG, 1999; ROSCHELLE; TEASLEY, 1995). Outra questo importante verificar se a colaborao tratada tanto como um estado, quanto um processo. Sendoassim, possvel cooperar em um processo, mas mantendo a colaborao como um estado.

    Faz-se necessrio abordar aqui as diferenas entre os termos "colaborao"e "co-operao". H na literatura autores que invertem o significado destes termos em suasobras, como Ellis, Gibbs e Rein (1991) e Carneiro, Geller e Tarouco (2002), que tratam acooperao como uma atividade contnua de interao entre as pessoas participantes damesma, sem diviso de tarefas, caracterizando-se como a base do trabalho em grupo, etendo a colaborao como uma atividade embutida na cooperao.

    Porm, neste trabalho a cooperao entendida de acordo com Brna (1998),Dillenbourg (1999), Roschelle e Teasley (1995), havendo divises de tarefas e agrupamentodas mesmas ao final, e a colaborao entendida como a base do trabalho em grupo,tendo a cooperao como um sub-item, juntamente com os conceitos de comunicao ecoordenao, que sero analisados no decorrer deste captulo.

    Alm de diferenciar a colaborao da cooperao, Dillenbourg (1999) tambmconceitua a colaborao conforme a caracterizao da situao, as interaes entre membrosde um grupo, os mecanismos de aprendizagem e os efeitos causados pela aprendizagemcolaborativa, conforme exposio a seguir.

    Situaes so consideradas colaborativas quando os participantes esto em nveissemelhantes, praticam aes semelhantes, tem um mesmo objetivo e trabalham juntos. Asinteraes so colaborativas no pela frequncia com que ocorrem, mas pela forma queinfluenciam os processos dos demais participantes.

    Vrios mecanismos no so originalmente considerados colaborativos, como in-duo, auto-explicao, carga cognitiva e conflitos, porm em uma situao deste gnero

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    eles aparecem mais frequentemente e espontaneamente. E por sua vez, os efeitos destesmecanismos de aprendizagem, quando usados em processos colaborativos, so comumentemedidos em relao performance do processo em questo.

    Em seu estudo, Roschelle e Teasley (1995) classificaram a colaborao como umaatividade coordenada e sncrona entre os participantes, sendo o resultado de um esforocontnuo para construir e manter uma mesma concepo a respeito de um determinadoproblema.

    Na seo a seguir, ser realizado um levantamento sobre tecnologias que possibili-tam, de fato, a produo e utilizao de ferramentas com aspectos de colaborao paraconstruir e subsidiar sistemas colaborativos mais complexos e ricos em recursos.

    2.1 TECNOLOGIAS PARA COLABORAO

    Quando se fala em colaborao, naturalmente se faz uma referncia a trabalhoem grupo, ou colaborativo, "que envolve duas ou mais pessoas de forma colaborativa,compartilhando informaes"(BOTELHO; VIDAL, 2005, p. 131).

    Quando este trabalho em grupo apoiado por software, tem-se o chamadogroupware, definido por Botelho e Vidal (2005, p. 133) como "a aglutinao de dife-rentes tecnologias em sistemas computacionais que objetivam apoiar a cooperao entreindivduos que so parte de uma equipe". Estes sistemas, segundo o autor, devem seraltamente configurveis, para que possam ser capazes de se adaptar s reais necessidadesdos usurios.

    O groupware, tratando-se de tecnologias para dar suporte a grupos em suasatividades, e gerenciar ambientes compartilhados entre os integrantes do grupo, necessitatambm de um suporte para o seu aperfeioamento. Quem fornece esse suporte o CSCW,com o estudo de novas formas de trabalho em grupo e de potencialidades de implementaoda tecnologia nestas formas de trabalho (CORREIA, 2011).

    O CSCW, ou em traduo livre, trabalho cooperativo suportado por computador, uma forma de trabalho que visa a interao e comunicao, atravs de suporte computa-cional, entre pessoas que esto geograficamente distantes, sobre um assunto, informaoou projeto em comum (BOTELHO; VIDAL, 2005).

    Alm dos sistemas computacionais que apoiam este trabalho, o CSCW tambmaborda os efeitos decorrentes do uso destas tecnologias no trabalho em grupo pelos usuriosparticipantes.

    O CSCW possui vrios requisitos sobre aes e atividades de um sistema detrabalho em grupo, que se referem s funcionalidades deste sistema, como por exemplo atransparncia da presena, do estado e da funo de qualquer usurio que esteja conectado

  • 25

    ao sistema. Outra funcionalidade essencial o conceito de que tudo que um usurio v, o que o outro tambm v, ou seja, deve haver uma robusta atualizao e sincronismo dasinformaes entre os usurios para que ambos tenham a informao ntegra e atual parasua interao (BOTELHO; VIDAL, 2005).

    CORREIA (2011) afirma que o maior avano nos estudos sobre inovaes emsistemas computacionais baseados em CSCW se deu na percepo da imensa flexibilidadeda atividade humana, situao esta que requer que os sistemas computacionais modernosestejam de acordo, que sejam igualmente ajustveis flexibilidade humana na percepo eresoluo dos problemas.

    Com estes estudos,

    . . . tornou-se evidente que a existncia de uma lacuna inerente entre os"requisitos sociais"e os "mecanismos tcnicos"implementados, um fen-meno que tem originado preocupaes da parte dos investigadores deCSCW ao tentarem colmatar a "rigidez"dos sistemas colaborativos emtermos de fundamentao lgica e apoio actividade social (CORREIA,2011, p. 3)

    .

    Sendo assim, o grande desafio de desenvolver sistemas colaborativos continuasendo a adequao destes sistemas qualquer contexto em que sero utilizados, sem quehaja necessidade de refazer partes dos sistemas, mas sim de conseguir configur-los para arealidade em que atuaro.

    Outra abordagem utilizada em CSCW o conceito de computao social, onde considerada a vivncia em grupo por parte dos usurios dos sistemas, durante umagrande parcela de tempo, visando conhecer e interpretar seus costumes para um melhorentendimento dos reais requisitos necessrios para a construo de sistemas colaborativos(CORREIA, 2011).

    Ferramentas de trabalho em grupo exigem, alm dos requisitos tradicionais desoftware, tambm requisitos especficos de colaborao (CORREIA, 2011), conforme segue:

    Sistema deve ser abrangente, no deve ser restrito a um conjunto fechado de funciona-lidades, e os papis dos usurios devem ser flexveis, proporcionando um envolvimentodinmico, mas de forma coordenada;

    Deve haver suporte mltiplas tarefas, mtodos de trabalho e interao, escalabili-dade do grupo de usurios;

    Deve haver suporte interao entre usurios nas atividades, bem como comparti-lhamento de recursos fsicos e virtuais entre os mesmos;

    Deve haver comunicao entre objetos do sistema;

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    Deve fornecer mecanismos de percepo das tarefas que esto sendo executadas pelosusurios.

    Neste trabalho considera-se que estes requisitos, quando presentes em um groupware,garantem uma ferramenta com nvel satisfatrio de colaborao, obedecendo aos conceitospropostos e permitindo aos usurios uma experincia rica na sua utilizao.

    Na seo a seguir, ser realizado um estudo sobre um modelo de colaborao, quevisa proporcionar uma melhor compreenso das ferramentas de colaborao, bem comopossibilitar uma classificao sistemtica das ferramentas conforme sua funo no sistemacomo um todo.

    2.2 MODELO 3C DE COLABORAO

    O desenvolvimento de aplicaes colaborativas, devido sua alta complexidade, um desafio para as pessoas envolvidas, principalmente no fator de organizao dos artefatose componentes de colaborao que se fazem necessrios (GEROSA, 2006).

    Com esta dificuldade mapeada e cada vez mais impactante no desenvolvimentode groupware, comeou-se a pensar formas de organizar os componentes de colaborao,para um melhor gerenciamento dos inmeros recursos presentes nas aplicaes.

    Com esse propsito, Ellis, Gibbs e Rein (1991) pensaram e projetaram uma formade separao e organizao dos componentes de colaborao quanto s suas funcionalida-des. Neste modelo de Ellis, Gibbs e Rein (1991), os componentes de colaborao foramclassificados em Cooperao, Comunicao e Coordenao, dando origem e caracterizandoo Modelo 3C de Colaborao.

    Este modelo foi depois adaptado e largamente difundido pelos pesquisadores doGroupware@LES1 da PUC-Rio em seus estudos e projetos de pesquisa, pois no modelo deEllis, Gibbs e Rein (1991) o trabalho em grupo era tido como cooperao e a colaboraoera tida como parte integrante de cooperao.

    A Figura 1 demonstra o Modelo 3C de Colaborao, bem como as relaes einterdependcias entre os artefatos que o compe. Conforme Gerosa (2006, p. 77),

    a comunicao envolve a troca de mensagens e a negociao de compro-missos. Atravs da coordenao, as pessoas, as atividades e os recursosso gerenciados para lidar com conflitos e evitar a perda dos esforos decomunicao e de cooperao. A cooperao a produo conjunta dosmembros do grupo em um espao compartilhado, gerando e manipulandoobjetos de cooperao na realizao das tarefas.

    1 O Groupware@LES um grupo de pesquisa e desenvolvimento de tecnologias de groupware, doLaboratrio de Engenharia de Software da PUC-Rio, que estuda sistemas colaborativos e props oModelo 3C de Colaborao.

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    Figura 1: O Modelo 3C de Colaborao

    Fonte: Gerosa (2006, p. 4)

    Com esta definio do autor, tem-se mais claro que o Modelo 3C de Colabora-o tem como principal propsito a capacidade de distinguir os inmeros artefatos quecompe um sistema colaborativo, e conseguir classific-los quanto sua funcionalidade eempregabilidade no sistema como um todo.

    O autor ainda afirma que, mesmo que durante a realizao do trabalho emgrupo, as atividades correspondentes aos trs Cs do modelo sejam realizadas contnua eiterativamente, elas devem ser separadas para uma anlise. Esta separao e anlise serfeita nas sees a seguir, com o estudo sobre as funes e responsabilidades de cada umdos Cs do modelo.

    2.2.1 Comunicao

    Enquanto que em um sistema monousurio, ou mesmo cliente-servidor, a comu-nicao implementada no sentido de que o emissor envia a mensagem, o receptor arecebe e confirma o recebimento ao emissor, em um sistema colaborativo esta forma detrabalho no o suficiente. necessrio que haja entendimento desta mensagem por partedos receptores, para o que emissor tenha a certeza de que sua inteno ser atendida ouexecutada (FUKS et al., 2002).

    A comunicao entendida neste trabalho como a base da interao, consideradafundamental pelo fato de estabelecer uma relao de dilogo entre os participantes dogrupo, tanto em ambientes reais como virtuais. Segundo Gerosa (2006, p. 84), no processode comunicao que os participantes "interagem argumentando e negociando compromissos.Atravs da comunicao, o grupo debate pontos de vista para alinhar e refinar as idias, oque fundamental para que o grupo consiga realizar tarefas interdependentes".

    Este processo de comunicao, segundo Fuks et al. (2002) e Gadelha (2011),

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    realizado atravs da codificao da mensagem nas estruturas de linguagem existentes(elementos disponveis para se expressar) no sistema, a partir da inteno do emissor e transmitido todos os receptores, para que decodifiquem a mensagem para a sua estruturade linguagem, e em seguida faam a interpretao e obtenham o entendimento necessriopara a execuo do proposto.

    Para garantir que as trocas de mensagens, chamadas pelo autor tambm deconversaes, resultem efetivamente em trabalho colaborativo, necessrio que hajacoordenao destas atividades.

    2.2.2 Coordenao

    A coordenao em um sistema colaborativo consiste no planejamento da execuodas tarefas, para que no haja o risco de serem executadas tarefas conflitantes ou repetitivas.Este processo tambm chamado em CSCW de trabalho de articulao (FUKS et al.,2002).

    Este processo de coordenao das atividades abrange mais do que uma simplescoordenao ou articulao das tarefas executadas por vrios participantes, mas sim

    envolve a pr-articulao das tarefas, o gerenciamento do andamento dasmesmas e a ps-articulao. A pr-articulao envolve as aes necessriaspara preparar a colaborao, normalmente concludas antes do trabalhocolaborativo se iniciar: identificao dos objetivos, mapeamento destesobjetivos em tarefas, seleo dos participantes, distribuio das tarefasentre eles, etc. A ps-articulao ocorre aps o trmino das tarefas, eenvolve a avaliao e anlise das tarefas realizadas e a documentaodo processo de colaborao (memria do processo). (FUKS et al., 2002,p. 5)

    Ainda segundo Fuks et al. (2002, p. 5), o "gerenciamento do andamento das tarefas a etapa mais importante da coordenao, pois a parte mais dinmica da mesma,precisando ser renegociada de maneira quase contnua ao longo de todo o tempo", ou seja,apesar da coordenao exercer influncia sobre praticamente todo o processo, a grandecontribuio ocorre no gerenciamento das tarefas, quando ocorrem inmeras mudanas emtempo de execuo e que precisam ser tratadas.

    A coordenao, alm de gerenciar as atividades e delegar a cada participante oque este deve fazer, tambm responsvel por exibir o estado de todas as tarefas paratodos os participantes, como por exemplo quais partes foram concludas, de que forma oforam, quais restam em aberto, quais concluses se pode obter at o presente momento(FUKS et al., 2002).

    Gadelha ainda classifica a coordenao conforme seu objetivo. Segundo ele, se

    . . . o objetivo for coordenar pessoas, o foco da coordenao deve seras ferramentas que provm agenda e contexto. Coordenar recursos est

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    relacionado ao espao compartilhado, onde as aes acontecem. Coordenartarefas consiste em gerenciar interdependncias entre tarefas que devemser executadas para atingir o objetivo do grupo. (GADELHA, 2011, p. 32)

    Com isso percebe-se a importncia do processo de coordenao no Modelo 3C,pois, conforme o autor, a coordenao est presente em todos os artefatos do sistema queinteragem com outras partes ou entidades.

    2.2.3 Cooperao

    A cooperao no modelo entendida pelas aes e tarefas que os participantesexecutam em conjunto, sob a superviso da coordenao, em um mesmo espao compar-tilhado, buscando um resultado em comum. Esta execuo das tarefas se d atravs daproduo, manipulao e organizao de informaes, construndo e adaptando objetos decooperao (FUKS et al., 2002; GEROSA, 2006).

    Como h constante interao entre os participantes, os mecanismos de colaboraobuscam informaes necessrias para construo de um contexto compartilhado no ambienteem que est sendo executado, a fim de prover a possibilidade de entendimento das intenesdos demais participantes, e consequentemente permitir a prestao de uma assitncia aoseu trabalho, em momentos que se faa necessrio (FUKS et al., 2002).

    A maior ressalva que o autor faz em relao a estas interaes entre os participantes a da necessidade de atentar ao excesso de informaes compartilhadas, que podemsobrecarregar o ambiente, dificultando a colaborao e desviando o foco do trabalho a serrealizado. Para tanto, ele sugere que haja um equilbrio no fornecimento destas informaesde controle.

    Conforme afirmado por Gerosa (2006), a necessidade da comunicao e co-ordenao entre os participantes, durante a execuo das atividades cooperativas, fazcom que se criem novas necessidades de atividades de cooperao, formando o ciclo deinterdependncias entre os trs componentes do modelo, demonstrado na Figura 1.

    2.2.4 Ferramentas do Modelo 3C

    Aps ter sido conceitualizado o modelo 3C, juntamente com os seus trs com-ponentes, este pode ser utilizado para a classificao das ferramentas de colaborao. AFigura 2, a seguir, detalha a separao das ferramentas conforme o modelo, juntamentecom alguns exemplos de ferramentas alocadas conforme sua classificao.

    A classificao dos componentes e ferramentas entre Comunicao, Coordenaoe Cooperao se materializa atravs do papel que cada componente ou ferramenta desem-penha no sistema, e consequentemente abre-se a possibilidade de que hajam artefatos que,

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    Figura 2: As ferramentas de colaborao, segundo o Modelo 3C de Colaborao

    Fonte: Pimentel et al. (2006, p. 2)

    ao mesmo tempo, exeram mais de um papel, e portanto contemplam mais de um grupode classificao.

    Esta classificao dos artefatos funcionais dos sistemas corroboram para um melhorentendimento do modelo do software, bem como ajudam a aprimorar o entendimentoquanto sua arquitetura. Com isso torna-se muito mais perceptvel a relao, conversaoentre as inmeras partes que forma o sistema, facilitando a compreenso do mesmo comoum todo.

    Como uma primeira forma de exemplificao de ferramentas com contedo colabo-rativo, bem como a classificao de seus componentes seguindo o Modelo 3C de Colaborao,ser detalhada a seguir a ferramenta AVA (Ambiente Virtual de Aprendizagem), existentejunto ao portal UCSVirtual da Universidade de Caxias do Sul.

    O AVA um ambiente de aprendizagem onde existe uma interao entre acoordenao dos cursos, os docentes e os alunos, independentemente da rea de ensino,tipo de curso ou local onde o mesmo ministrado, caracterizando-se como uma plataformavirtual para a aprendizagem dentro da universidade.

    O AVA possui diversas ferramentas que proporcionam colaborao, com as quaisos usurios, devidamente coordenados, cooperam e comunicam-se com os demais partici-pantes. A Figura 3 exibe vrios componentes de colaborao, como o sistema de MensagensInstantneas e Mural de Recados, caracterizando a Comunicao; o Webflio, caracteri-zando a Cooperao; a Lista de Participantes, Cronograma (em destaque) e Orientaesda aula, caracterizando a Coordenao.

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    Figura 3: Cronograma de uma disciplina no AVA

    Fonte: UCS (2014)

    H tambm no AVA ferramentas que desempenham papis correlacionados comoutras ferramentas e acabam pertencendo a mais de uma classificao. o caso do sistemade frum para discusso entre os participantes de uma disciplina, demonstrado na Figura 4.

    Figura 4: Pgina de discusso em um frum no AVA

    Fonte: UCS (2014)

    Neste exemplo, desenha-se a coordenao na restrio de qual usurio pode postaralguma postagem no frum, mas tambm demonstrada a comunicao com a postagempropriamente dita, onde o emissor estabelece o dilogo com os receptores, provocandoa interao. E tem-se tambm, com as postagens, uma produo de contedo em umespao compartilhado entre estes usurios, caracterizando assim a cooperao. Desta forma,pode-se afirmar que o sistema de frum do AVA um componente de colaborao que

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    contempla internamente os trs grupos de ferramentas colaborativas definidas no Modelo3C de Colaborao.

    Aps realizar o levantamento bibliogrfico sobre colaborao, com base em autorese pesquisadores do tema, e do estudo do Modelo 3C de Colaborao difundido pelospesquisadores da PUC-Rio, sero estudados e detalhados, na seo a seguir, trabalhos quemantm relao com estes conceitos e cujos componentes possam ser classificados segundoo modelo de colaborao estudado.

    2.3 TRABALHOS RELACIONADOS

    Na rea do turismo, objeto de aplicao deste trabalho, torna-se cada vez maisperceptvel o uso de sistemas com contedo colaborativo, para as mais variadas finalidades,mas com o objetivo comum de entreter de forma mais ampla o usurio que os acessa.

    Um propsito comum de sistemas colaborativos voltados ao turismo , na formade portais web de informaes, fornecer aos turistas ou mesmo potenciais turistas dedeterminada regio, um portflio de informaes, dados histricos, atraes tursticas,sejam elas de qualquer natureza, eventos, dados sobre hospedagem e gastronomia, entreoutros, e promover a interao entre os usurios e o contedo.

    Portais web de turismo, com estas informaes, destinam-se a pessoas que pre-tendem visitar determinada regio e procuram informaes, recomendaes, precauesnecessrias, para que sua viagem ou passeio se torne de fato agradvel, sem surpresas deltima hora.

    Todavia, quando um sistema desta natureza incorpora uma estrutura que permitecolaborao entre seus usurios, abre uma variedade muito maior de opes de interaocom os internautas que o utilizam, pois passa a permitir que as pessoas que prestigiaramum determinado evento ou visitaram um local, possam expressar seu nvel de satisfaosobre o que vivenciaram. Alm disso, a construo coletiva permite que o contedo de umportal seja constantemente atualizado por seus visitantes, tornando este pblico mais fielao produto.

    Considerando o aspecto da colaborao, o portal tende a ser mais acessado pelosinternautas, pois traz sempre novidades e, no contexto deste trabalho, apresenta a reputaogeral das atraes tursticas de um local. Em funo disso, pode fidelizar o pblico pois notraz somente uma opinio institucional sobre os locais e eventos explicitados no sistema,mas sim h uma opinio pblica a seu respeito.

    Neste contexto, e com o objetivo de analisar o estado da arte, bem como osrecursos que possibilitam colaborao nos portais atuais, ser apresentado a seguir umestudo sobre portais web colaborativos para a rea do turismo existentes no mercado,selecionados de acordo com a sua popularidade no mercado e a quantidade de ferramentas

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    de colaborao presentes.

    2.3.1 TripAdvisor

    Fundado no ano 2000, o TripAdvisor surgiu com a misso de "ajudar viajantesao redor do mundo a planejar e ter a viagem perfeita"(TRIPADVISOR, 2014). Desde asua fundao, o site foi mantido por 4 anos pelos seus fundadores, aps foi propriedadeda empresa InterActive Corporation por outros 7 anos, e aps este perodo, muito peladimenso que tomou, tornou-se uma empresa independente, que mantm o site atualmente.

    Segundo a informao constante no prprio site, o TripAdvisor

    ". . . o maior site de viagens do mundo e ajuda turistas a planejarem aviagem perfeita. O TripAdvisor traz dicas confiveis de viajantes reaise inmeros recursos de planejamento, alm de contar com links paraas ferramentas de reserva. Os sites do TripAdvisor juntos formam amaior comunidade de viagens do mundo, com aproximadamente 280milhes de visitantes por ms2 em 2013 e 170 milhes de avaliaes eopinies, cobrindo mais de 4 milhes de acomodaes, restaurantes eatraes."(TRIPADVISOR, 2014)

    O TripAdvisor rene inmeras informaes sobre viagens, incluindo dados sobrehotelaria, gastronomia, passeios tursticos, atrativos de cidades do mundo inteiro. E devidoao fato de seu funcionamento ser fortemente baseado na colaborao com os usuriosque o utilizam, sero detalhadas a seguir as ferramentas de colaborao, analisadas sob ocontexto do Modelo 3C de Colaborao, que possibilitam o funcionamento e a integraodos recursos do sistema como um todo.

    No sistema h um sistema de mensagens, onde possvel se conectar aos outrosusurios do site, podendo-se fazer perguntas de forma privada, ou mesmo compartilhar esolicitar dicas de viagens e locais. As mensagens podem ser enviadas a qualquer usuriocom acesso ao sistema, e da mesma forma pode-se receber mensagens de qualquer usurio,mesmo sem ter havido um contato prvio.

    O sistema de mensagens configura-se como uma ferramenta de colaborao, naperspectiva de comunicao, pois permite a conversao entre os usurios, facilita a trocade informaes, para um melhor entendimento sobre algum contedo apresentado. Mastambm pode ser visto sob a perspectiva de cooperao, pois proporciona que vriosusurios troquem informaes para construir uma informao nova sobre determinadocontedo.

    No frum disponvel no sistema, possvel visualizar todos os assuntos que estosendo debatidos, mas tambm h possibilidade de filtrar um contedo especfico paravisualizao, seja por assunto, por cidade ou regio, por categoria de estabelecimento, entreoutros. Outra forma de acessar somente contedo especfico do frum acessar o frum2 Fonte: Google Analytics, mdia mensal de usurios nicos, 2o trimestre de 2014.

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    estando em uma pgina sobre determinado contedo, com isso sero exibidas somentepostagens que tenham relao direta com o contedo em questo.

    No frum, h a possibilidade de postar ou responder postagens somente comtexto, no possvel incluir fotos ou vdeos nas postagens. As mensagens postadas ficamdisponveis para todos os usurios do sistema, e h a opo de receber notificao poremail a cada resposta recebida para a postagem realizada.

    As postagens criadas no frum no dependem de aprovao para serem publicadase ficarem visveis publicamente, mas a equipe de moderao do sistema se reserva o direitode remover qualquer postagem, por qualquer motivo, segundo sua poltica de contedo.

    Este sistema de frum pode ser configurado nos trs contextos do Modelo 3C deColaborao. Se enquadra no contexto de cooperao, por permitir construo conjuntade informao, atravs das postagens e respostas sobre um mesmo assunto. Enquadra-setambm no contexto de comunicao, por permitir que os usurios troquem informaespara garantir o entendimento dos receptores da informao, sobre o que exatamente oemissor deseja propor. O contexto de coordenao perceptvel pelo fato ser necessrioautenticao para acessar o frum.

    possvel no sistema tambm realizar avaliaes sobre os estabelecimentos elocais que foram frequentados. Para esta avaliao solicitado ao usurio que fornea umapontuao geral, que vai de 1 a 5, sobre o local ou estabelecimento em questo, um ttuloe uma descrio. Aps, h a possibilidade de avaliar tambm, atravs de pontuaes, itensmais especficos, como higiene, atendimento, localizao, entre outros, de acordo com otipo de local ou estabelecimento avaliado.

    H a possibilidade tambm de fazer upload de fotos, juntamente com a avaliao, oude forma avulsa, que foram tiradas no local durante a visita. Estas fotos so posteriormentevinculadas ao local ou estabelecimento e ficam disponveis para todas as pessoas que oacessam, atravs do sistema.

    As ferramentas de avaliao descritiva, por pontuao e o envio de fotos configu-ram o contexto de cooperao segundo o Modelo 3C de Colaborao. Nestes processos,h a produo conjunta de contedo sobre uma assunto em comum, no caso o localdo estabelecimento, que ficar disponvel para qualquer pessoa que acessar o contedoposteriormente, mesmo sem fazer login no sistema.

    Com o estudo realizado sobre o portal TripAdvisor, foi possvel identificar ferra-mentas de colaborao nos trs contextos definidos pelo Modelo 3C de Colaborao. Foramidentificadas ferramentas de comunicao, cooperao e coordenao, que em conjuntoformam o mecanismo de colaborao do portal.

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    2.3.2 Booking.com

    A empresa Booking.com B.V., parte do Priceline Group, e proprietria do portalBooking.com, foi fundada no ano de 1996 e est sediada em Amsterd, na Holanda, e contacom 135 escritrios regionais em 59 pases, destes 4 se encontram no Brasil, sendo que umdeles localizado em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul (BOOKING.COM, 2014).

    Sua misso "ajudar viajantes a lazer ou a trabalho com qualquer tipo deoramento a facilmente descobrir, reservar e desfrutar das melhores acomodaes domundo"(BOOKING.COM, 2014). E conforme informao constante no seu prprio site,"garante os melhores preos para qualquer tipo de propriedade, de pequenas pousadas degerncia familiar a apartamentos executivos e sutes 5 estrelas luxuosas".

    O Booking.com um portal focado somente em acomodaes mas oferece opesde todos os portes e preferncias, com inmeros dados refentes a cada estabelecimento,conforme informaes do prprio site. Por se tratar de uma estratgia para atender a umarea especfica, no contempla demais estabelecimentos, como restaurantes, comerciais, etambm no contempla atrativos tursticos e pacotes de viagens.

    No portal verificada a presena de recursos de colaborao com os usurios queo utilizam, agregando grande confiabilidade e credibilidade ferramenta. A seguir serodetalhadas as ferramentas que permitem a colaborao, analisando-as conforme o Modelo3C de Colaborao, a fim de verificar o grau de colaborao existente no portal.

    Existe no portal a possibilidade de efetuar avaliaes sobre os estabelecimentosvisitados. Esta avaliao s possvel ser efetuada aps a efetivao da reserva da aco-modao pelo sistema, e a partir de ento, possvel realizar uma avaliao completa, devrias reas e dos mtodos de trabalho do estabelecimento.

    Na avaliao do estabelecimento possvel informar, na forma de texto, os pontospositivos e negativos verificados durante a estadia, classificando-os nessas 2 categorias.Tambm possvel avaliar os quesitos de limpeza, conforto, localizao, comodidades,funcionrios e relao custo-benefcio, sendo que o sistema compila todas as avaliaesrealizadas pelos usurios e gera uma nota geral, que compreende valores de 0 a 10, para oestabelecimento, e detalha a nota para cada um dos quesitos mencionados.

    H tambm, na avaliao do estabelecimento, a possibilidade de informar o tipode viagem em questo no momento da estadia, a quantidade de dias que o turista utilizouo estabelecimento, entre quantas pessoas se configurou a estadia, e tambm o tipo deacomodao selecionada.

    As ferramentas que possibilitam a avaliao dos estabelecimentos visitados no por-tal, so compreendidas dentro da perspectiva de cooperao do Modelo 3C de Colaborao,visto que h uma produo conjunta de informaes de diversos gneros a respeito de ummesmo assunto, um estabelecimento da rede hoteleira, neste contexto, e estas informaes

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    podem ser acessadas e analisadas por qualquer pessoa que acessar o portal e pesquisarsobre o estabelecimento.

    verificada tambm a ocorrncia da perspectiva de coordenao do Modelo 3Cde Colaborao na ferramenta de avaliao dos estabelecimentos, devido ao fato de havernecessidade de autenticao por parte do usurio que deseja realizar a avaliao.

    Outra ferramenta colaborativa existente no portal a possibilidade de gestores deestabelecimentos que ainda no estejam disponveis no portal, poderem se tornar parceirosda empresa que gerencia o portal, e desta forma poderem gerenciar o contedo de seuestabelecimento dentro da ferramenta.

    Essa estratgia definida pela proprietria do portal, permite que os gestores dosestabelecimentos, em parceria com os escritrios regionais da empresa, possam criar umperfil de parceiro na ferramenta, com o qual possvel inserir o seu estabelecimento nabase de dados do portal, e gerenciar todos os contedos pertinentes, como as informaesbsicas do estabelecimento, dados de localizao, servios e recursos oferecidos, fotos paradivulgao, entre outros.

    Desta forma, as atualizaes das informaes pertinentes ocorrem de acordo coma necessidade de cada estabelecimento parceiro, no sendo necessria a interveno daempresa que gerencia o portal. Com isso, as atualizaes ocorrem mais rapidamente doque em relao uma forma de atualizao mais centralizada.

    Essas ferramentas de auto-gerenciamento das informaes dos estabelecimentos,podem ser classificadas segundo o Modelo 3C de Colaborao como ferramentas decoordenao e cooperao.

    A coordenao est presente no gerenciamento dos perfis de parceiro que o portalrealiza em relao s empresas que gerenciam seus dados dentro do portal, e tambm nasliberaes dos acessos de usurio para estes perfis, para que as pessoas possam efetivamenteter acesso s ferramentas de edio do seu contedo.

    A cooperao existe nessa ferramenta, em conjunto com a ferramenta de avaliaovista anteriormente, a partir do momento em que os usurios do portal agregam informaoe confiabilidade aos dados previamente disponibilizados pelo estabelecimento, atravs dasavaliaes descritivas e pontuaes atribudas.

    Da mesma forma que ocorreu com o estudo do portal TripAdvisor, o estudo doportal Booking.com tambm demonstrou que existem no seu sistema diversas ferramentasde colaborao que podem ser classificadas nos contextos definidos pelo Modelo 3C deColaborao, porm neste segundo portal aparecem outras ferramentas em relao aoprimeiro analisado. No presente caso, tambm verificado que ambas as ferramentasatuam em conjunto, formando a colaborao presente no portal.

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    2.3.3 Projeto ConnheceR

    O Projeto ConnheceR um projeto brasileiro que surgiu em 2013, como umaplataforma colaborativa com o propsito de simplificar para o turista a obteno de dadossobre cidades, atrativos tursticos, eventos e estabelecimentos. Com o portal, o turista

    "... no precisa acessar diversos sites para saber sobre turismo, viagens,conhecer lugares, ver fotos e encontrar eventos. O ConnheceR reune tudoisso em um nico lugar e ainda traz um completo guia comercial comdescontos e promoes."(CONNHECER.TUR.BR, 2014)

    Alm da ideia de reunir em um nico lugar o que normalmente seria necessrioacessar vrios locais para obter as informaes, o portal tambm permite a qualquerpessoa "... contar a histria da sua cidade, enviar fotos, comentar os lugares, avaliar,adicionar pontos tursticos, enviar tradues e muito mais. Tudo de forma simples egratuita."(CONNHECER.TUR.BR, 2014). Ou seja, a comunidade local fornece as infor-maes a respeito da sua cidade, e o turista as utiliza em sua viagem, tudo em uma nicaferramenta.

    O Projeto ConnheceR foi criado com o intuito de ser utilizado e atualizado pelaprpria comunidade, e consequentemente, o portal essencialmente colaborativo, sendoconstitudo de diversas ferramentas de colaborao interconectadas, que sero detalhadasa seguir, conforme o Modelo 3C de Colaborao.

    No portal h um sistema de feeds de notcias, com o qual o usurio visualiza osacontecimentos recentes dentro da ferramenta, como incluso de novos usurios, cadastroe atualizaes de locais ou atrativos tursticos, novas avaliaes e comentrios sobredeterminado contedo presente na ferramenta.

    H tambm um sistema de notificaes, onde o usurio recebe, diferentementedo feed de notcias, atualizaes sobre atualizaes referentes ao seu perfil dentro daferramenta. Nessas atualizaes esto presentes comentrios e avaliaes sobre algumcontedo que o usurio cadastrou, ou sobre avaliaes feitas por outras pessoas sobre umcontedo tambm avaliado pelo usurio.

    As ferramentas de notificao e feeds de notcias so enquadradas, segundo oModelo 3C de Colaborao, como ferramentas de comunicao, pois proporcionam atransmisso de contedo pelo emissor, o sistema, aos receptores, os usurios vinculadosquele contedo. Tambm existe o contexto de coordenao presente nas ferramentasmencionadas, dado o fato que necessrio autenticao para ter acesso a elas.

    Existe no portal tambm um sistema de mensagens entre os usurios da ferramenta.Com este sistema de mensagens, possvel que o usurio consiga interagir, atravs demensagens de texto, com a sua rede de amigos, outra ferramenta presente no sistema.

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    A rede de amigos tem seu funcionamento semelhante s redes sociais atuais, onde possvel encontrar pessoas conhecidas, fazer novos amigos, e atravs de solicitaes deamizade, estabelecer vnculos com as outras pessoas. Com o vnculo estabelecido, h apossibilidade de troca de mensagens entre os usurios em questo.

    O sistema de mensagens, segundo o Modelo 3C de Colaborao, contextualizadosob a perspectiva de comunicao, por permitir a transmisso de contedo aos envolvidos,mas tambm pode ser compreendida sob a perspectiva de cooperao, por permitir aconstruo conjunta de contedo sobre um determinado assunto, com sequncias de trocasde mensagens. Por haver a necessidade de autenticao para acessar o sistema de mensagens,configura-se tambm a perspectiva de coordenao do modelo estudado.

    Talvez o recurso mais importante deste portal, a possibilidade de incluso de novoscontedos, de qualquer gnero compreendido pelo sistema, possibilita uma escalabilidademuito grande no contedo da ferramenta, tendo-se em vista que no h moderao napublicao de novos contedos.

    Durante o processo de incluso de contedos, o usurio informa os dados docontedo que est produzindo, como tipo de local ou estabelecimento, descries, endereo,fotos, e tambm informa se outros usurios podem atualizar estas informaes, ou sesomente o prprio usurio que o est criando pode realizar futuras atualizaes.

    Esta ferramenta, segundo o Modelo 3C de Colaborao, compreende as pers-pectivas de coordenao, devido necessidade de autenticao para sua utilizao, masprincipalmente de cooperao, por produzir contedo, que pode ser alterado e atualizadopelos demais participantes cadastrados no portal, caracterizando o trabalho conjuntodefinido pela cooperao.

    Existe tambm no portal um sistema de avaliao dos contedos existentes noportal. Estas avaliaes podem ser efetuadas por qualquer pessoa que acesse o portal, ecompreendem a atribuio de uma pontuao em forma de estrelas, dentre uma faixa quevai de 0 a 5, para o contedo em questo. A compilao das pontuaes recebidas pelocontedo formam a pontuao final do referido contedo.

    Alm da avaliao em forma de pontuao, existe um sistema de comentrios,onde permitido escrever mensagens de texto referentes a um determinado contedo, eestas ficam disponveis para qualquer pessoa que acessar o contedo pelo portal, sem anecessidade de autenticao na ferramenta.

    As ferramentas de avaliao e de comentrios so ferramentas de cooperao,conforme o Modelo 3C de Colaborao, pois agregam informaes ao contedo j existente,seja em formato de mensagens de texto ou de pontuao. Porm, como incluso decomentrios necessria autenticao, esta ferramenta compreende tambm a perspectivade coordenao.

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    Uma outra ferramenta existente no portal, que no diretamente uma ferramentade colaborao, mas uma consequncia da utilizao das demais ferramentas apresentadas, a ferramenta de premiao para os usurios, conforme seu grau de interao com oportal.

    Nesta ferramenta, os usurios "... que mais participarem inserindo informaes,avaliando e comentando, ganham selos online e concorrer a brindes e promoes". (CON-NHECER.TUR.BR, 2014). Por no se tratar de uma ferramenta especfica de colaborao,e sim um conceito de gamificao, ela no ser analisada aqui de acordo com o Modelo 3Cde Colaborao. Considera-se, porm, neste trabalho como uma ferramenta interessantepara motivar a colaborao em sistemas que utilizam tais ferramentas.

    2.4 CONSIDERAES SOBRE O CAPTULO

    Tendo em vista aplicar os conceitos de colaborao no objeto de caso de uso destetrabalho, foram levantados os conceitos sobre colaborao no presente captulo. Tambmfoi estudado de forma detalhada o Modelo 3C de Colaborao, utilizado para organizar asferramentas de colaborao, conforme sua funo principal.

    No mbito deste trabalho, considerou-se de muita importncia os estudos realizadosacerca do tema, uma vez que foi, desta forma, possvel aprofundar o conhecimento sobreos aspectos de colaborao, bem como sua essncia como ferramenta computacional deinterao, ou, conforme a bibliografia estudada, possibilitar trabalho em grupo suportadopor computao.

    A opinio dos autores sobre a colaborao sendo constituda de ferramentas deinterao acerca de um trabalho em grupo, compreendida como vlida neste trabalho, eda mesma forma considera-se que as ferramentas que possibilitam a colaborao devemestar interligadas umas com as outras, trocando informaes e estados, para proporcionaruma experincia de uso de acordo com as expectativas dos participantes do trabalho emgrupo.

    Partindo do pressuposto de que ferramentas colaborativas devem estar interligadas,foi analisado e detalhado o Modelo 3C de Colaborao, que classifica as ferramentas decolaborao conforme suas funes, e demonstra, atravs das perspectivas de comunicao,cooperao e coordenao, que h, geralmente, interconexes entre as ferramentas, e estasinterconexes possibilitam que as funcionalidades desejadas em um sistema completo sejamalcanadas.

    Considerando a implementao de um portal colaborativo a fim de demonstrar osusos e interligaes das ferramentas de colaborao, foi de extrema importncia o estudodo Modelo 3C de Colaborao, pois a conceitualizao e anlise das trs dimenses domodelo contribuiu para melhor pensar e tambm proporcionar uma melhor organizao

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    dos artefatos de colaborao pensados para o portal desejado.

    Ainda tendo como objetivo a verificao de formas de colaborao possveis parautilizao em portais de informao, foram estudados portais de informao focados emturismo, o mesmo foco do portal planejado para este trabalho, que contenham ferramentasde colaborao, conforme pode ser observado na Tabela 1.

    Tabela 1: Ferramentas de Colaborao x Portais de InformaoFerramenta TripAdvisor Booking.com ConnheceR

    Avaliao de Contedo X X XComentrios sobre Contedo X X XGerenciamento de Contedo X X

    Sistema de Mensagens X XFeeds de Notcias XRede de Amigos XSistema de Frum X

    Sistema de Notificaes XPremiaes por utilizao X

    Nota: O caracter "X"significa que a ferramenta est presente no portal.

    Fonte: Desenvolvido pelo autor.

    Na Tabela 1, esto tabuladas as diversas ferramentas de colaborao presentesnos portais de informao estudados neste captulo. observado que existem ferramentascomuns a todos os trs portais analisados, como a avaliao e comentrios sobre contedosdos portais, enquanto outras ferramentas so comuns somente a dois portais, e tambmh ferramentas utilizadas somente em um portal.

    Observa-se tambm que cada portal contm mais de uma ferramenta de cola-borao, e segundo a anlise feita, vrias ferramentas enquadram-se em mais de umaperspectiva do Modelo 3C de Colaborao, alm de ter sido verificado tambm que vriasferramentas atuam em conjunto com outras dentro do mesmo portal, o que justifica que aocorrncia de interconexes entre as ferramentas de colaborao potencializa os recursoscolaborativos dos portais de informao.

    Aliando o estudo conceitual sobre colaborao, trabalho em grupo e o Modelo3C de Colaborao, com o estudo de ferramentas reais que contemplem e validem estesconceitos, foi obtido como resultado um conhecimento mais aprofundado sobre o tema,que foi utilizado para o desenvolvimento da soluo no formato do portal colaborativoproposto neste trabalho.

    No captulo a seguir, ser realizado um estudo sobre tecnologias de desenvolvimentoweb, bem como suas caractersticas que possibilitem e auxiliem no desenvolvimento de umportal de informaes de turismo, com ferramentas de colaborao.

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    3 TECNOLOGIAS PARA DESENVOLVIMENTO WEB

    Atualmente, com a popularizao da Web 2.0, a internet no mais utilizada so-mente para disponibilizar sites somente informativos, como sites institucionais de empresase organizaes. Com a necessidade cada vez maior de prover disponibilidade das aplicaespara pblicos geograficamente dispersos, vem aumentando muito a utilizao da web comoplataforma para hospedagem e execuo das ferramentas que as pessoas utilizam.

    So aplicaes de diversos tipos, para inmeras finalidades, que esto se tornandoacessveis atravs da internet. Estas aplicaes, a partir do momento em que so remo-deladas para serem disponibilizadas como servios na internet, devem receber a devidaateno para as modificaes estruturais para contemplar os conceitos que uma aplicaoweb necessita para o seu correto funcionamento.

    Alm das aplicaes em si estarem sendo disponibilizadas em ambientes web,h tambm uma crescente preocupao com a necessidade de desenvolver aplicaes emformatos que possam ser acessadas nas plataformas mobile existentes, para permitir acessoe pleno funcionamento em dispositivos mveis, como smartphones e tablets.

    Na sequncia sero estudadas tecnologias para o desenvolvimento de aplicaes web,que atendam s necessidades impostas pelo avano tecnolgico percebido atualmente. Comfoco no objeto de estudo deste trabalho, sero analisadas a seguir ferramentas tecnolgicasque permitem o desenvolvimento de aplicaes web com contedo colaborativo, e quepossibilitam o desenvolvimento de layouts responsivos.

    3.1 WEB DESIGN RESPONSIVO

    O desenvolvimento de layouts responsivos entendido, de acordo com Souzae Igarashi (2012), como o desenvolvimento de pginas web que alteram o formato deapresentao das informaes para o usurio, de acordo com a configurao de resoluodo dispositivo utilizado para o acesso, conforme exemplificado na Figura 5.

    Atualmente h diversas formas de utilizar web design responsivo em sites eaplicaes web, como o desenvolvimento de layouts responsivos atravs da criao manualde arquivos CSS (Cascading Style Sheets, ou ainda Folhas de Estilo em Cascata) ondeso controlados os comportamentos, em relao apresentao e posicionamento, doselementos das pginas web.

    Mas tambm h diversos frameworks disponveis que contm as regras de posicio-namento e apresentao conforme o dispositivo j implementadas. Com estes frameworks odesenvolvimento responsivo facilitado e torna-se mais gil, no necessitando o desenvolve-

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    Figura 5: Exemplo de funcionamento de interface responsiva

    Fonte: Souza e Igarashi (2012), adaptado pelo autor.

    dor pensar a lgica para as regras de formatao das informaes para diversas resoluesdistintas.

    Para o presente trabalho, ser estudado e detalhado o framework Twitter Bootstrap,criado pela equipe de desenvolvimento do Twitter e posteriormente disponibilizado para acomunidade como um framework open source para o desenvovimento de layouts responsivos.Sendo que a escolha por este framework deve-se ao fato de o autor j o conhecer e o terutilizado em vrios projetos particulares e profissionais, e tambm pelo fato de o mesmopossuir muitos recursos e ser de fcil utilizao e integrao.

    O Twitter Bootstrap, posteriomente rebatizado de Bootstrap, um frameworkfocado no design de pginas web como um todo, incluindo recursos que permitem aresponsividade. O pacote do framework contm um conjunto de arquivos Javascript, CSSe fontes, que so utilizados, alm de prover a responsividade, para definir o design daspginas, como questes de estilos dos componentes visuais, cores, formatos, sombras, eoutros efeitos visuais que no sero detalhados aqui por no ser este o foco do presenteestudo.

    A integrao do Bootstrap com aplicaes web e sites extremamente simples,bastando o desenvolvedor baixar o arquivo compactado com todos os componentes doframework, e descompact-los dentro de uma pasta acessvel a partir da aplicao ou site.Para habilit-lo necessrio somente referenciar o arquivo Javascript base e o CSS basedo framework dentro da aplicao em questo. Uma vez habilitado, o Bootstrap pode serutilizado adicionado-se s tags HTML (HyperText Markup Language), nomes de classespr-definidas no framework, ativando o comportamento implementado no framework paraa classe em questo.

    Na perspectiva de prover responsividade, o Bootstrap utiliza-se de conceitos comocontainer, row e col, sendo que o primeiro habilita a responsividade de todos os elementosHTML que estiverem envolvidos pelo elemento que contenha a classe container. Nestecaso recomendado que se atribua a classe container a um elemento que envolva todas as

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    tags do corpo do arquivo HTML, para que todos os elementos visveis na tela tenhamcomportamento responsivo.

    A disposio dos elementos, segundo o framework, segue um layout em formatode grid, onde a largura total disponvel para apresentar elementos visuais dividida em12 colunas, representadas pelas classes col-*, conforme demonstrado na Figura 6. Nestasclasses informada a quantidade de colunas que os respectivos elementos vo ocupar emrelao largura total disponvel.

    Figura 6: Grid Layout do framework Bootstrap

    Fonte: Boostrap (2014), adaptado pelo autor.

    H nestas classes de definio de colunas ainda variaes de tamanho utilizadopelo framework para detectar quando dever reorganizar os elementos em tela. Dentro doframework so definidas as variaes "xs"(dispositivos com resoluo inferior 768 pixels),"sm"(dispositivos com resoluo a partir de 768 pixels), "md"(dispositivos com resoluo apartir de 992 pixels) e "lg"(dispositivos com resoluo a partir de 1200 pixels). Com estasvariaes definidas, o framework detecta a resoluo disponvel e formata os elementos deacordo, e reorganiza eles automaticamente.

    A classe "row"pode ser utilizada para envolver elementos configurados comocolunas, para que os mesmos estejam encapsulados como linhas, no permitindo quedemais elementos sejam posicionados na mesma linha. Caso elementos de coluna noestejam envoltos por um elemento de linha, os mesmos so posicionados pelo frameworkum ao lado do outro da esquerda para a direita, e ao atingir a quantidade de 12 colunas,os demais so posicionados da mesma forma, uma linha abaixo.

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    O uso em conjunto destas ferramentas do framework Bootstrap possibilita quesites ou aplicaes web que as utilizem tenham comportamento responsivo, podendo seracessados via dispositivos com diversas resolues, e o contedo se adapta e reorganizaconforme estas resolues.

    3.2 GERENCIAMENTO DE CONTEDO

    O desenvolvimento de sites e aplicaes web em geral um processo que despendemuito esforo dos desenvolvedores, pois devem se preocupar com diversas questes rela-cionadas arquitetura que a web exige. Algumas questes a serem consideradas dizemrespeito layouts responsivos, assunto tratado na seo anterior, e outra questo dizrespeito prover os recursos necessrios ao sistema em questo, em um formato compatvelcom a web. Esta segunda questo ser tratada na sequncia desta seo.

    Desenvolver recursos para aplicaes web normalmente uma tarefa trabalhosa,que exige muitos testes para validar a compatibilidade com os dispositivos que acessaroestas aplicaes. E tambm h problemas em conseguir reaproveitar cdigos escritos parauma aplicao, em outros projetos futuros.

    Uma das formas de tornar possvel a criao de recursos que podem ser reaprovei-tados posteriormente sem quaisquer intervenes necessrias, a criao de mdulos ouplugins independentes, que podem ser integrados com outras aplicaes, apenas respeitandoas interfaces de comunicao definidas no mdulo/plugin.

    Disponibilizar recursos uma aplicao web torna-se muito interessante ao serutilizado um Sistema Gerenciador de Contedo (CMS, do ingls Content ManagementSystem), definido por Amaral et al. (2011) como um sistema de gesto de websites, emque no qual possvel gerenciar os contedos disponibilizados aos usurios do website emquesto, e que dispe de funcionalidades que seguem as recomendaes da W3C (WorldWide Web Consortium).

    Em um CMS, alm de haver diversos mdulos pr-programados, que podem serprontamente utilizados nas aplicaes em desenvolvimento, h tambm a possibilidade de,em CMS open source, importar outros mdulos que contenham os recursos necessriosdesejados para a aplicao em questo, alm de possibilitar a importao de templatesque operacionalizam o design das interfaces das aplicaes web, deixando a camada deapresentao totalmente independente das demais camadas do software.

    Em uma aplicao no formato proposto neste trabalho, onde h como foco centralem recursos de colaborao, a utilizao de um CMS vem extremamente de acordo com asnecessidades verificadas. previsvel que proporcionar um nvel maior de agilidade nodesenvolvimento da aplicao com a utilizao de recursos implementados como mdulosdo CMS, sendo necessria somente a integrao com o sistema, alm de permitir o

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    gerenciamento de contedos estratgicos por parte do cliente do sistema proposto.

    Com esta percepo, sero analisados a seguir CMSs, construdos sobre a lingua-gem de programao PHP1, com o objetivo de verificar o que melhor se adapta ao modeloproposto para este trabalho, em questes de web design responsivo e recursos necessriospara atender os objetivos desejados, para ser utilizado na implementao do prottipo.

    Para a escolha dos CMSs a serem analisados, foram primeiramente definidoscritrios de corte, para descartar os que no contemplam os requisitos mnimos. Os critriosadotados foram: o CMS ser open source, ter uma comunidade ativa de desenvolvimento(tanto do software em si, como de mdulos/plugins e templates de interface), alm deserem amplamente utilizados no mercado, pois entende-se neste trabalho que um CMSamplamente utilizado tem recursos mais consistentes e diversificados.

    3.2.1 Wordpress

    O Wordpress um CMS que nasceu em 2003, como uma ferramenta de criao egerenciamento de blogs. Com o passar do tempo, foi crescendo, aumentando o nmero depessoas envolvidas com o projeto, e acabou recebendo recursos adicionais que o fizeram setransformar em um CMS propriamente dito.

    Este CMS tornou-se muito popular e hoje um dos CMSs mais utilizados nomundo. Sua instalao fcil, intuitiva e rpida, vem por padro com recursos prontospara criao e administrao de contedo, alm de possuir inmeros plugins e templatesdisponveis para download.

    Os fator determinante para que o Wordpress no seja utilizado na construo doprottipo do portal desde trabalho a padronizao dele para blogs. Aps a instalao omesmo est pronto para um sistema de blog, com recursos para postagem de contedos,comentrios referentes s postagens, e demais ferramentas para blogs j implementadas edisponveis.

    Para que seja possvel utilizar o CMS no formato de um portal de informaes, necessrio realizar uma srie de customizaes no seu comportamento, instalao eintegrao de plugins, adaptao de templates de interface. Alm destas questes, paraque seja possvel dispor aos usurios ferramentas de colaborao conforme o planejadoneste trabalho, so necessrias mais uma srie de customizaes, devido ao fato que suaformatao original projetada sobre sistemas de blogs.

    1 A escolha por CMSs em PHP se deve ao fato do autor ter conhecimento e ter desenvolvido aplicaescom esta linguagem, facilitando desta forma o entendimento aprofundado dos CMSs e dos processosde personalizao dos mesmos.

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    3.2.2 Joomla

    O Joomla um CMS que nasceu em 2005, j projetado para servir diferentestipos de aplicaes e sites. Rapidamente se popularizou, cresceu, e criou-se uma comunidadede desenvolvimento grande vinculada ele. Atualmente este CMS tambm figura entreos mais utilizados no mundo, porm em menor escala do que o Wordpress, discutidoanteriormente.

    Este CMS, tendo como verso atual a verso 3.3.6 durante a produo desteestudo, possui uma instalao simplificada, sendo tambm muito rpida e gil, e apsconcluda, j esto instalados diversos recursos para permitir o gerenciamento de qualquercontedo no site, seja criao e manuteno de pginas, elementos visuais como cabealhose rodaps.

    O sistema de administrao de contedo do CMS projetado para exibir edisponibilizar todos os recursos gerenciveis do site de uma forma clara e objetiva. Asinformaes encontram-se categorizadas conforme suas funcionalidades, dispostas emmenus e sub-menus, a partir dos quais tem-se acesso qualquer recurso disponvel.

    Alm disso, conforme exemplificado na Figura 7, o sistema de administraodisponibiliza tambm um painel de controle na pgina inicial, onde possvel verificarinformaes estatsticas sobre contedos recentemente adicionados e mais acessados,usurios conectados, configuraes sobre a plataforma que hospeda o sistema, alm permitircustomizar o painel com mdulos adicionais.

    Figura 7: Painel de controle do CMS Joomla

    Fonte: Joomla.org (2014), adaptado pelo autor.

    Ainda conforme demonstrado na Figura 7, possvel acessar as principais funesdo sistema atravs do painel de controle, como por exemplo gerenciar a estrutura, o con-

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    tedo, os usurios e as configuraes da aplicao web ou site produto do desenvolvimentoem questo.

    H no Joomla um gerenciador de usurio com vrios recursos interessantes parao desenvolvimento de um portal da forma proposta neste trabalho. H a possibilidadede criar grupos de usurios, nos quais so definidas as hierarquias dos grupos atravs daatribuio de grupo pai para cada grupo criado. Alm da criao dos grupos de usurios esuas hierarquias, possvel definir nveis de acesso de visualizao para cada grupo.

    O gerenciamento de usurios contempla, alm dos dados bsicos dos usurios,a atribuio para um ou mais grupos previamente configurados. Tambm possvelpersonalizar itens relativos interface de administrao, como idioma, estilo visual, editorde texto e fuso horrio.

    Estruturalmente, o Joomla trata os contedos gerenciveis do site ou aplicaoweb com o conceito de artigos, estes divididos por categorias configurveis quanto suafuno, e mdias. O CMS trata como mdias arquivos de imagem, vdeo, udio, animaes,entre outros que tenham relao com representaes no textuais.

    Os artigos so tratados pelo CMS como quaisquer tipos de contedo publicveispara o site final, que sero visveis pelo usurio que utilizar a ferramenta desenvolvida.Neste tipo de contedo podem haver, alm de elementos textuais, estruturas internasque contemplam arquivos de mdia e elementos estruturais, como mdulos, plugins ecomponentes.

    Parte considerada neste trabalho a mais importante em um CMS, a possibilidadede customizao do Joomla sub-dividida em categorias como idiomas, temas visuais,plugins, mdulos, extenses e componentes. Estas ferramentas podem ser desenvolvidasou adquiridas via download por meio da comunidade aberta do Joomla, sendo que hferramentas prontas de forma gratuita, mas tambm h itens pagos.

    As ferramentas de personalizao e extenso de funcionalidades nativas do CMSso tratadas com extenses, sendo possvel pesquisar, adquirir e instalar e gerenciarqualquer extenso constante o repositrio oficial do Joomla atravs de um gerenciador deextenses dentro do prprio sistema de administrao do CMS, conforme demonstrado naFigura 8.

    Extenses Joomla so pacotes de ferramentas que internamente contm mdulose plugins, podendo ocorrer que haja vrios mdulos e plugins em uma mesma extenso,conforme o o nvel de complexidade, funcionalidade ou tamanho da extenso. Estasextenses provm funcionalidades no contempladas nativamente pelo CMS, acrescendoflexibilidade e potencializando o uso do mesmo para inmeras finalidades distintas de sitese aplicaes web.

    Componentes so ferramentas funcionais nativas do Joomla, que contemplam tanto

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    Figura 8: Gerenciador de Extenses do CMS Joomla

    Fonte: Joomla.org (2014), adaptado pelo autor.

    ferramentas de administrao, como mensagens entre usurios ou atualizao do CMS,como tambm contemplam ferramentas funcionais para o produto do desenvolvimento,como banners, sistemas de busca, feeds de notcias.

    O gerenciamento de temas possibilita o desenvolvimento e aquisio via down-load de temas visuais, tanto para o sistema de administrao, quanto para o site finaldisponibilizado aos usurios. H no repositrio oficial do Joomla inmeros temas visuaisdisponveis para download, com variados formatos e estilos distintos. Mas h a possibilidadede desenvolver um tema visual completamente prprio, ou ainda criar um tema baseadoem um tema de terceiros com as modificaes necessrias.

    Alm dos recursos apresentados, o Joomla tambm contempla uma srie deidiomas que podem ser gerenciados diretamente pelo sistema de administrao do CMS.H possibilidade de configurar um determinado idioma para a administrao do site, bemcomo para o site final, visvel ao usurio, nos elementos textuais dos mdulos e pluginsutilizados.

    Considerando o objetivo do caso de teste do presente trabalho, o CMS Joomlacontempla uma srie de recursos desejveis, tanto para a implementao de um portal webde informaes, quanto s questes relativas criao de colaborao dentro de um portalneste formato.

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    3.2.3 Drupal

    O Drupal nasceu em 1999 como um projeto privado do seu criador Dries Buytaert,mas comeou a despertar interesse de vrias pessoas em contribuir com o projeto, e em2001 ele foi tornado open source. Em 2005 a comunidade de desenvolvimento ganhougrande destaque com o incio de uma srie de eventos e conferncias de desenvolvedoresdo CMS. Juntamente com os dois CMSs analisados anteriormente, ele complementa oranking dos CMSs mais utilizados no mundo.

    Tendo como verso atual a verso 7, e a verso 8 j em desenvolvimento, durantea produo deste estudo, o Drupal possui tambm uma instalao simplificada, de formasemelhante aos outros dois CMSs estudados anteriormente. Tambm de forma semelhante,ele j traz pr-configurados diversos recursos para permitir o gerenciamento de contedo,estrutura e aparncia do site ou aplicao web.

    Diferentemente do Joomla, o Drupal estrutura sua interface de administraode forma a exibir todos os recursos gerenciveis em menus, porm os mesmos abrem orespectivo contedo sobreposto ao contedo existente na interface atual. E neste contedosobreposto, possvel navegar em subsees de contedo e gerenciar os itens pertinentes.

    A pgina do sistema de administrao contempla, conforme exemplificado naFigura 9, alm do menu superior, um sub-menu configurvel com a finalidade de criaratalhos conforme a necessidade e comodidade que o usurio ou desenvolvedor deseja. Estesatalhos destinam-se a criar um painel de controle com as opes de gerenciamento decontedo mais utilizadas na pgina inicial.

    Figura 9: Painel de controle do CMS Drupal

    Fonte: Drupal.org (2014), adaptado pelo autor.

    Ainda na Figura 9 pode ser observado que a administrao do CMS traz carregadouma verso atualizada do site ou aplicao web no restante do espao que no est

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    sendo ocupado pelos menus. Esta visualizao atualizada em tempo real conformeso modificados contedos, estruturas ou aparncias do site final atravs do sistema deadministrao.

    O CMS conta com um gerenciamento de usurio bastante robusto tambm,permitindo vrios cenrios de usurios e permisses interessantes para o portal proposto.Semelhante ao Joomla, o Drupal tambm trabalha com a possibilidade de criar gruposde usurios, e posteriormente atribu-los aos usurios, porm este CMS trata algumasquestes estruturais e conceito do gerenciamento de usurios de forma diferente.

    Os grupos de usurio so nomeados pelo Drupal como papis que os usuriospodem desempenhar. H possibilidade de criar papis de usurios alm dos tipos bsicospr-definidos, e atribuir permisses para estes papis, definindo de forma clara quaisrecursos estaro disponveis para cada papel de usurio.

    O gerenciamento dos usurios permite, alm das informaes bsicas de umusurio, atribuir um ou mais papis que este usurio poder desempenhar. H tambmrecursos de personalizao que podem ser configurados para cada usurio, como umaimagem para o perfil, idioma, fuso horrio, e blocos personalizados de contedo.

    Em sua forma de estruturar o contedo e permitir seu gerenciamento, o Drupalclassifica os contedos nas categorias de contedo, estrutura, aparncia e mdulos. Almdisso h configuraes gerais que podem ser gerenciadas, alm um sistema de relatriosde estatsticas de uso do site j implementado e disponvel nativamente, e tambm umgerenciador de idiomas onde possvel efetuar download do pacote de idioma desejado ehabilit-lo no CMS.

    Os elementos de estrutura de um site ou aplicao web desenvolvido com Drupal subdividido em conceito de menus, blocos e tipos de contedo. A estrutura de menuspode ser gerenciada a nvel de quantidade de menus disponveis no site final, bem comosua localizao no mesmo, alm de ser possvel o gerenciamento dos itens de cada um dosmenus, e a hierarquia destes itens de menu uns com os outros dentro do mesmo menu.

    Os blocos so definidos pelo CMS como elementos que hospedam contedo epodem ser atribudos s vrias regies posicionais definidas no tema visual em questo.Este blocos podem conter contedos de quaisquer tipos aceitos pelo CMS, como menus,atalhos, formulrios, contedo textual, alm de mdulos com recursos diversificados. Deuma forma genrica o Drupal encapsula qualquer tipo de contedo em blocos, e estes soposicionados no layout da forma desejada.

    Os tipos de contedo so formas de classificao dos contedos criados para o siteou aplicao web, que podem ser configurados sob as perspectivas de forma de publicao,opes de exibio como campos e formatos visveis, configuraes de habilitao decomentrios para o contedo, e configuraes de entradas em menus.

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    Os elementos de contedo definidos pelo CMS so os componentes onde efetiva-mente o contedo das pginas estar alocado, podendo um elemento de contedo ser umapgina completa ou parte de uma pgina que ser alocada dentro de outra. Estes elementospodem ser configurados quanto configuraes de publicao, permisses de acesso via ospapis dos usurios, como tambm necessrio durante a criao do contedo informar aqual tipo de contedo se refere o mesmo.

    O sistema de gerenciamento de mdulos, que pode ser visualizado na Figura 10, percebido como o recurso mais interessante do Drupal, segundo o modelo de portal propostoneste trabalho. Mdulos so conceituados pelo CMS como extenses e complementos quepodem ser implementados ou adquiridos via download, e que tem como funo disponibilizarrecursos nativamente no contemplados pelo CMS.

    Figura 10: Gerenciamento de Mdulos do CMS Drupal

    Fonte: Drupal.org (2014), adaptado pelo autor.

    A instalao deste mdulos ocorre atravs do download pela comunidade dedesenvolvimento, onde h inmeros itens gratuitos e tambm pagos, e posterior uploadpara o CMS. A partir deste momento, os mdulos constam na lista exemplificada naFigura 10, e podem ento serem habilitados, configurados e integrados na aplicao final.

    O conceito de mdulo essencial estruturalmente no Drupal a ponto de os blocosvistos anteriormente tambm serem internamente um mdulo do CMS, porm este nativoe obrigatrio. Os mdulos fornecem toda a base de funcionamento do CMS, e so vistosneste estudo como facilitadores de disponibilizao dos recursos relativos colaborao,desejados ao portal projetado neste trabalho.

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    As configuraes visuais do site final quanto do sistema de administrao sorealizadas atravs do gerenciador de temas visuais. Os temas no Drupal so pacotes dearquivos que em conjunto fornecem as funcionalidades e estilos visuais projetados, sendoque um tema pode ser desenvolvido inteiramente, adaptado de outro tema existente, oumesmo adquirido via download, da mesma forma que ocorre com os mdulos.

    Nos temas h possibilidade de realizar configuraes globais, que norteiam ofuncionamento de todos os temas, como tambm possvel realizar configuraes especficasque s existem em um determinado tema. Diferentemente do Joomla, onde o tema nativoj apresenta recursos responsivos, no Drupal necessrio instalar um tema que contenhatais recursos.

    Com o estudo realizado sobre o CMS Drupal, e considerando o objetivo do caso deteste do presente trabalho, so tambm neste CMS verificados vrios recursos desejveis quepodem ser utilizados em um portal no formato pretendido, tanto em relao colaboraoquanto implementao do portal propriamente dito.

    3.3 CONSIDERAES SOBRE O CAPTULO

    Neste captulo foi realizado um estudo sobre tecnologias existentes para desenvolvi-mento web, tendo em vista validar algumas destas tecnologias para viabilizar a construodo objeto de caso de uso do presente trabalho. As tecnologias estudadas e avaliadas foramselecionadas conforme os critrios aqui julgados como imprescindveis para a implementaodo software desejado.

    No contexto deste trabalho, h fatores especficos que originaram a necessidade doestudo de tecnologias que possibilitem atender a estes fatores. Um destes fatores a amplautilizao de dispositivos mveis, como smartphones e tablets para acesso s ferramentasde informaes tursticas.

    O desenvolvimento de aplicaes web para dispositivos mveis muitas vezes dispendioso, o que acaba retraindo o desenvolvimento de aplicaes web para estes dis-positivos, e o mercado parte para o desenvolvimento de aplicativos mveis nativos. Esteaplicativos, por sua vez, somente so compatveis com dispositivos mveis, acarretando anecessidade de desenvolver uma outra aplicao para possibilitar o acesso em computadorese notebooks.

    Conforme estudo neste captulo, h atualmente tecnologias para desenvolvimentode interfaces de usurio de aplicaes que se adaptam resoluo disponvel no dispositivoutilizado, chamados de layouts responsivos. O principal objetivo destas tecnologias permitir o desenvolvimento de uma nica aplicao web, e que esta possa ser utilizada emqualquer dispositivo com acesso internet.

    O framework Bootstrap estudado anteriormente umas das solues para desen-

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