UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Vanessa Queirós

A TEORIA DAS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS E A PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL: UM ESTUDO DE CASO

CURITIBA

2009

Vanessa Queirós

A TEORIA DAS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS E A PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL: UM ESTUDO DE CASO

Trabalho de conclusão de curso (artigo)apresentado no curso de especializaçãoem Psicopedagogia da Universidade Tuiutido Paraná, como requesito parcial paraobtenção de nota no curso. Orientadora: Maria Letízia Marchese

CURITIBA 2009

RESUMO O presente trabalho teve como objetivo instigar um maior conhecimento sobre o processo de ensino-aprendizagem na Teoria das Inteligências Múltiplas de Howard Gardner e como ela pode ser abordada na Psicopedagogia Institucional, dentro de instituições escolares. Especificamente, relacionou-se a Teoria das Inteligências Múltiplas com a prática pedagógica e Psicopedagógica como meio de estimular habilidades e superar dificuldades, também citando exemplos possíveis de intervenção na Psicopedagogia Institucional, abordando a teoria das Inteligências Múltiplas, com a descrição de um trabalho já realizado nessa área. Para isso, foi utilizada a pesquisa bibliográfica para entender melhor a Teoria das Inteligências Múltiplas e como ela se desenvolveu na prática, bem como trazer algumas das contribuições de um projeto já feito com esse estudo. Pode-se constatar que muitos são os avanços da Teoria das Inteligências Múltiplas para o aprendizado, mas que ainda existem muitas barreiras a serem vencidas. É preciso continuar as discussões e estudos para conseguir vencer os entraves e obter uma educação mais digna, abrangente e de qualidade.

Palavras-chave: Teoria das Inteligências Múltiplas, Educação e Psicopedagogia

Institucional.

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INTRODUÇÃO

A pesquisa foi iniciada tendo como pressuposto a vontade de colaborar com o

trabalho Psicopedagógico Institucional no ambiente escolar e também com o contexto

educacional mais amplo, elencando mais uma possibilidade de mediação no processo

de ensino-aprendizagem. A idéia se estrutura, por sua vez, na indagação das práticas

pedagógicas adotadas nas escolas atualmente e procurar entender por que muitas

dessas práticas não estimulam e não ensinam através das habilidades mais

acentuadas dos alunos.

O número de crianças com dificuldades de aprendizagem cresce cada vez mais

e isso se deve muitas vezes, ao fato do professor e da escola não aproveitarem o que

os alunos sabem fazer como instrumento de aprendizagem e não compreenderem que

cada um tem uma maneira diferente de construir seu conhecimento.

Em face disso, percebe-se o grande avanço para a educação e para a

Psicopedagogia, o surgimento da teoria das Inteligências Múltiplas, apresentada pelo

psicólogo Howard Gardner em 1983, que postula a existência de uma multiplicidade de

inteligências, onde cada uma delas tem uma maneira particular de pensar, refletir e

processar informações, salientando que a pessoa tem a capacidade para desenvolver

todas as inteligências, mas isso vai depender de sua carga genética e grande parcela

dos estímulos que ela receberá do ambiente e das pessoas com quem interage.

E muitas são as possibilidades para a atuação na Psicopedagogia Institucional,

no que tange essa teoria, e várias as maneiras de abordá-la. O presente trabalho está

dividido em 4 tópicos. No tópico 1 é relatada uma experiência abordando as

Inteligências Múltiplas. No tópico 2 são comentadas as contribuições da Teoria das

Inteligências Múltiplas para Psicopedagogia Institucional. No tópico 3, discute-se o

Surgimento da Teoria das Inteligências Múltiplas e suas contribuições. No tópico 4 são

abordadas as relações entre a Teoria de Gardner e a educação escolar.

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Para o desenvolvimento do trabalho, utilizou-se de pesquisa bibliográfica, como

elementos descritivos. E uma abordagem qualitativa de estudo, com um movimento

dialético de idéias.

II. RELATO DE EXPERIÊNCIA

A intervenção psicopedagógica foi realizada no Instituto de Educação do Paraná

Professor Erasmo Pilotto, localizada em Curitiba que existe desde 1876 e já passou por

várias transformações, tanto em questões de nomenclatura, quanto em questões

pedagógicas. Atualmente, tem por finalidade inicial ofertar o Curso de Formação de

Docentes da Educação Infantil e anos iniciais do Ensino Fundamental, possui cursos de

Ensino Médio no período diurno e noturno, além do curso de Ensino Fundamental (1º

ao 9º ano).

O Instituto de Educação possui classes regulares para alunos portadores de

necessidades especiais (deficiências auditivas e visuais) e duas salas para alunos com

déficits intelectuais, existem também uma sala de recursos para portadores de Altas

Habilidades (supertodados). As turmas do Magistério são dividas em dois critérios,

existem classes que se chamam integradas, pois atendem alunos que concluíram o

ensino fundamental e desejam ter também o magistério e as classes subseqüentes que

atendem alunos que já concluíram o Ensino Médio, mas desejam ter a formação no

magistério, a carga horária de todos os alunos é a mesma, mas os alunos do

subseqüente não tem aulas do currículo comum.

A queixa inicial apresentada pela instituição se referia à dificuldade dos alunos

do magistério do 1° A, ano em aprender os conteúdos das disciplinas referentes ao

Currículo da Formação de Professores, salientando que a falta de interesse dos alunos

poderia ser da maneira como os assuntos eram abordados em sala de aula, precisava-

se de novas maneiras para estimular mais compreensão.

A partir da escuta da queixa da instituição foram utilizadas técnicas de avaliação

para comprovar (ou não) se a queixa precedia. A observação das turmas foi in loco e

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foram assistidas aulas de Língua Portuguesa, Matemática e Geografia na turma A, que

é uma turma de alunos subseqüentes.

Durante a observação os recursos didáticos utilizados em sala eram textos,

quadro negro e giz. Depois para o diagnóstico foi aplicado um questionário com quatro

perguntas de assinalar (sim ou não) sobre o conhecimento das Inteligências Múltiplas.

As perguntas eram: 1. Você já ouviu falar da Teoria das Inteligências Múltiplas?2.

Gostaria de conhecer ou se aprofundar mais nesse assunto? 3. Você acha importante o

trabalho com jogos na educação?4. Em sua prática pedagógica, você saberia usar os

jogos como recursos didáticos?A maior parte das alunas já tinha ouvido falar na teoria ,

mas gostariam de se aprofundar mais no assunto e também saber utilizar os jogos na

educação de maneira mais adequada.

Por ocasião da aplicação da E.O.C.M.E.A. (Entrevista Operativa Centrada no

Modelo Ensino Aprendizagem), os alunos manipularam jogos de quebra-cabeças e

Tangam.

Também foram aplicados nos alunos a Técnica Projetiva da Dupla Educativa.

Analisando os desenhos, 98% dos desenhos apresentaram a professora ensinando

conteúdos de maneira tradicional e os alunos assistindo a tudo de forma passiva,

demonstrando assim a visão que cada um tem acerca da educação, onde infelizmente

a maioria pensa que só o professor ensina e o aluno aprende, esquecendo que todos

devem construir o conhecimento no diálogo e que todos aprendem e todos ensinam de

alguma forma.

Depois foi aplicada a técnica de Brooke que permite uma avaliação geral da

criatividade diante de elementos iniciados previamente, em uma folha havia cinco

símbolos (ponto, uma linha curva, um círculo, um triângulo e um traço). A consigna era

utilizar esses símbolos para construir um desenho. Os desenhos de maneira geral

foram bem elaborados demonstrando a criatividade dos alunos, apenas dois desenhos

estavam com um traçado um tanto infantil para o nível dos alunos, apenas continuando

o tracejado começado sem muita criação artística.

Depois foi aplicada uma sondagem das inteligências múltiplas para ver quais

habilidades mais se destacavam nos alunos e houve grande variedade de inteligências

nessa avaliação. Após isso, foi respondido pelos alunos um questionário intrapessoal

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com perguntas sobre a vida escolar e a atuação em educação, a maioria dos alunos já

possuía experiências com a educação, muitos com a educação infantil e alguns com

outros setores, como a educação especial. Portanto, foi percebido através desses

instrumentos, algumas das razões das dificuldades dos alunos, pois eles queriam saber

como aliar a teoria e a prática no processo educacional, como trabalhar com as

crianças de forma diferente e contextualizada.

Dessa maneira, foram debatidos tema e resultados e a conclusão foi a de que a

Teoria das Inteligências Múltiplas muito poderia contribuir com os anseios desses

alunos. Após uma explanação e uma discussão sobre cada uma das Inteligências

propostas por Gardner e também a abordagem da Inteligência Pictórica defendida pelo

Prof. Nilson José Machado da Usp, como a arte de desenhar, foram realizadas oficinas

com demonstrações e construções de jogos e atividades que podem estimular as

múltiplas inteligências na educação infantil que foi a área de maior interesse do grupo.

A organização das Oficinas se deu da seguinte maneira foi feita à divulgação das

Oficinas das Inteligências Múltiplas pela Coordenação do Instituto de Educação do

Paraná Professor Erasmo Pilotto.Foram preenchidas 20 (vinte) vagas, procedimento

também realizado pela Coordenação do Instituto de Educação do Paraná Professor

Erasmo Pilotto e a divisão dos 20 (vinte) alunos em 5 (cinco) grupos com 4 (quatro)

componentes cada.

Esses cinco grupos ou equipes foram nomeadas por uma cor, sendo que cada

equipe tinha uma cor diferente. As cores escolhidas foram as primárias e secundárias

(vermelho, amarelo, azul, laranja verde). Cada aluno recebeu uma ficha numerada e na

cor de um dos grupos. Isso serviu para compor os grupos e favorecer uma integração

social. Essa divisão facilitou o trabalho em equipe nas dinâmicas e nas atividades

lúdicas. Também todas as matrizes dos jogos e/ou brinquedos desenvolvidos durante

as oficinas foram disponibilizados na Coordenação do Instituto de Educação do Paraná

Professor Erasmo Pilotto.

Em cada encontro foram abordadas duas inteligências, houve debates, trocas de

experiências e depois a confecção de recursos pedagógicos para a estimulação das

Inteligências Múltiplas.

As oficinas foram realizadas em cinco encontros com as atividades divididas da seguinte forma:

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No primeiro encontro foram feitos as avaliações já comentadas do processo

diagnóstico. Foram apresentadas no segundo encontro as teorias PESSOAIS E

LÓGICO-MATEMÁTICA. Na teoria Lógico-Matemática foram apresentados cinco jogos,

sendo que dois destes foram confeccionados pelos professores. Foi colocado em

questão o ensino da Matemática na pré-escola e a aplicações desses jogos. Na teoria

Pessoal, os alunos participaram de dois jogos dinâmicos: uma que possibilita um

conhecimento interiorizado e a outra que possibilita o conhecimento do outro. A

inteligência Pessoal está dividida em duas: A INTRAPESSOAL (percepção de si e suas

emoções) e a INTERPESSOAL (percepção dos sentimentos do outro). Na aplicação

para atividades pré-escolares, as atividades foram a base de desenhos e mímicas,

observando e traduzindo as expressões corporais.

No terceiro encontro as teorias MUSICAL E PICTÓRICA foram apresentadas.

Na inteligência Pictórica foram confeccionados três jogos e 2 jogos (dinâmicas)

confeccionados pelos alunos. Na inteligência Musical foram abordada as questões

técnicas e emocionais da música.

No quarto encontro foram apresentadas as inteligências ESPACIAL e

NATURALISTA. Na inteligência Espacial foram apresentados sete jogos, sendo que

três deles serão confeccionados pelos alunos. Na inteligência Naturalista foi

confeccionada uma maquete de um ambiente natural (floresta). Foram apresentados

dois jogos, os mesmos serão confeccionados pelos alunos.

No quinto encontro foram apresentadas as inteligências CINESTÉSICO-

CORPORAL e VERBAL-LINGUISTICA. Na inteligência Cinestésico-corporal foi

discutido e abordado pelo grupo os elementos que fazem parte dessa inteligência,

sugestões de atividades e foi elaborada pelos alunos uma seqüência de movimentos a

partir de uma música tocada. Na inteligência Verbal-Linguística foram apresentadas

várias sugestões para a contação de histórias, utilizando várias técnicas e a

apresentação de três jogos, sendo que todos foram confeccionados pelos alunos.

Alguns dos jogos confeccionados pelos alunos foram os seguintes:

Inteligência Lógico – Matemática:

Prancha Geométrica:

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Materiais:

• Base em cartonado com seis figuras geométricas;

• Formas geométricas referentes às da base;

• Seis figuras de cada desenho geométrico, sendo três em azul, três em

vermelho e três em amarelo, feitos em E.V.A.

Objetivos:

• Conhecer as formas geométricas mais comuns;

• Identificar essas formas geométricas em desenhos (desenho geométrico);

• Conhecer as cores primárias;

• Associar o desenho da base com a figura recortada.

• Melhorar a percepção visual e coordenação motora.

• Montagem:

• Dispor a prancha para o aluno e as figuras em E.V.A. As figuras deverão

ser misturadas. Pedir para o aluno colocar as figuras em no lugar que correspondente

(na prancha). Completar todos os desenhos. O aluno vai criar critérios para preencher a

prancha, optando por uma única cor ou colocando cores alternadas.

Inteligências Pessoais:

Caixa Mágica: Materiais:

• Caixa de sapato decorada com um espelho colado no fundo. Objetivos: • Identificar suas emoções; • Perceber como a pessoa se vê: suas características físicas, emocionais e

sociais. Jogo das carinhas: Materiais:

• Vinte e cinco pares de carinhas com expressões faciais. Objetivos: • Identificar as emoções nos desenhos;

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• Perceber o estado emocional no outro; Montagem:

• Cada jogador tem a vez de virar duas peças. Se as peças forem iguais ele deve dizer em que situação sentiu aquela emoção ou sentimento descrito na figura.

• Ganha o jogo aquele que tiver mais pares de carinhas. Inteligência Musical: Chocalhos:

Materiais:

• Embalagens plásticas diferentes; • Pedrinhas, feijões, grãos de milho, areia. • Cartolina e papel colorido; • Tesoura e cola,

Objetivos:

• Estimular a coordenação viso motora; • Estimular a percepção auditiva.

Montagem:

• Utilizando as embalagens de plástico, colocar em cada uma delas os objetos citados no item Materiais.

• Tampar cada um deles, vendando-os bem para evitar que o conteúdo saia.

• Se a embalagem for transparente. Encapar com papel colorido. • Caso a embalagem não tenha tampa, recortar um círculo de cartolina e

cole na embalagem, vendando-a bem • Dispor todas as embalagens em uma mesa. • Pedir ao aluno que mexa cada embalagem e diga o que tem dentro. • O aluno deverá mexer uma embalagem por vez. Ao terminar de mexer a

primeira, dizer o que tem dentro. Caso não saiba, partir para a próxima até chegar à última. Sons iniciais e finais:

Materiais:

• Revistas; • Cartolina; • Saco não transparente; • Tesoura e cola.

Objetivos:

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• Estimular a memória auditiva; • Trabalhar a percepção auditiva.

Montagem:

• Recortar figuras cujos nomes tenham a mesma terminação e outras figuras que tenham a mesma sílaba inicial.

• Colar as figuras na cartolina. • Colocar todas as figuras em um saco não transparente. • Ir retirando cada figura. • Pedir ao aluno que identifique o fonema da figura.

Inteligência Pictórica: Fantoches de Saquinho de Pipoca:

Materiais:

• Saquinhos de pipoca; • Retalhos de tecido e papel; • Cola e Tesoura • Canetinhas Objetivos:

• Identificar cores, tamanhos e formas; • Instigar a imaginação; • Estimular a criatividade. Montagem:

• Construir fantoches com os saquinhos e os diversos materiais. Os fantoches podem ser de pessoas ou de animais. Variação:

• Pode-se inventar uma história com os fantoches.

Inteligência Naturalista:

Floresta em 3d: Materiais:

• Caixa de sapato tamanho normal; • Papel celofane verde; • Revistas; • Papel verde para encapar; • Papel crepom verde; • Fita durex ou dupla face transparente; • Cola.

Objetivos:

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• Levar o aluno a conhecer alguns animais que vivem na floresta, proporcionando momentos de reflexão e entendimento sobre outras espécies de animais, inclusive aquelas que estão em risco de extinção.

• Montagem: • Recortar um triângulo grande no meio da tampa, deixando 2 cm X 2 cm de

cada lado. • Na caixa, no lado da frente, fazer um quadrado de 3 cm X 3 cm no meio. • Com o papel crepom, picar o papel em pedaços e jogar dentro da caixa. • Com a revista, recortar e colar aleatoriamente no fundo da caixa e jogar

papel crepom. • Fechar a caixa e encapar a parte de baixo com o papel verde e a parte de

cima com celofane.

Inteligência Cinestésica: Pescaria: Materiais:

• Molde de peixes diferentes; • Cartolina; • Tesoura e cola; • Varinhas feitas com madeiras ou canudos; • Linha de costura; • Pequenos pedaços de ímãs; • Clipes de papel; • Agulha de costura; • Caixa de sapato.

Objetivos:

• Estimular a coordenação viso motora; • Trabalhar as noções de pontaria e tamanhos; • Estimular a percepção visual.

Montagem:

• Utilizando os moldes de peixes, confeccionar os peixes de cartolina. • Colar um clipe de papel em cada um deles. • Montar as varinhas de pesca, furando a ponta com a agulha. A agulha

deve ter linha. Combinar o tamanho das linhas. Amarrar a ponta que ficou no canudo. • Amarrar um ímã na ponta da linha. • Dispor todos os peixes na caixa de sapato – simbolizando o mar ou um

lago. • Marcar a posição em que cada jogador deve ficar para lançar sua varinha. • Lançar a linha em direção a caixa de sapato para pescar um peixe. Variação: • Pode-se pedir que os alunos usem uma mão primeiro e depois a outra.

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• Pode-se pedir que vedem seus olhos e com ajuda de outro colega tentar pescar os peixes.

Inteligência Verbal Lingüística

Teatrinho na Cartolina: Materiais:

• Cartolina; • Retalhos de E.V. A; • Canetinhas; • Cola e Tesoura; • Revistas Objetivos:

• Aprimorar o vocabulário; • Instigar a imaginação; • Estimular a criatividade. Montagem:

• Será montado na cartolina um palco de teatro colorido. Recortar de revistas e montar em cartolina uma grande quantidade de figuras em diversas situações. As crianças devem ser estimuladas a “inventar histórias”, usando a imaginação. Variação:

• Pode-se fazer o teatrinho com figuras somente de animais como se fosse uma fazendinha.

Boliche das Vogais:

Materiais:

• 5 garrafas pet; • retalhos de E.V. A; • bola pequena. Objetivos:

• Reconhecer e nomear letras; • Reconhecer as vogais nas palavras; • Estimular a atenção e a concentração. Montagem:

• A criança jogará a bola em direção às garrafas. Em cada garrafa terá uma vogal e ao lado terão palavras que iniciam com as vogais. Então, se a criança derrubar o A e o I deverá procurar as palavras que iniciam com essas vogais.

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A partir do desenvolvimento das oficinas percebe-se que os resultados

superaram as expectativas, pois os alunos participaram ativamente e se interessaram

realmente, demonstraram suas habilidades na confecção dos jogos e foram debatidos

vários pontos da aplicação da teoria através dos jogos na educação infantil. Essa foi

apenas uma maneira de se trabalhar com a queixa, dentre tantas outras.

III. AS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS NA PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL

A Psicopedagogia Institucional é uma área que vêm crescendo cada vez mais,

por assumir um papel de aliada no processo educacional de forma satisfatoriamente

efetiva, pois o psicopedagogo na instituição pode ajudar todo o grupo educacional a

refletir seu trabalho, quais são os aspectos positivos, quais são as barreiras e também

pode auxiliar de diversas maneiras toda a equipe escolar na construção de novas

práticas no processo de ensino-aprendizagem, possibilitando assim a efetivação de um

trabalho mais coletivo, em um movimento dialético de idéias e pensamentos.

Como também ressalta Di SANTO no trabalho sobre Pedagogia Institucional:

Considerando a escola responsável por parcela significativa da formação do ser humano, o trabalho psicopedagógico na instituição escolar, que podemos chamar de psicopedagogia preventiva, cumpre a importante função de socializar os conhecimentos disponíveis, promover o desenvolvimento cognitivo e a construção de normas de conduta inseridas num mais amplo projeto social, procurando afastar, contrabalançar a necessidade de repressão. Assim, a escola, como mediadora no processo de socialização, vem a ser produto da sociedade em que o indivíduo vive e participa. Nela, o professor não apenas ensina, mas também aprende. Aprende conteúdos, aprende a ensinar, a dialogar e liderar; aprende a ser cada vez mais um cidadão do mundo, coerente com sua época e seu papel de ensinante, que é também aprendente. Agindo assim, a maioria das questões poderão ser tratadas de forma preventiva, antes que se tornem verdadeiros problemas.

Assim através da psicopedagogia institucional pode-se abrir um novo espaço de

trocas de conhecimento e repensar toda a dinâmica escolar e as mudanças de

paradigmas da atualidade, que nos revelam que o caminho a seguir na educação deve

ser outro, é preciso mudarmos as práticas , as metodologias e entender as contradições

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e resistências que cercam, impedem e desencadeiam sérias dificuldades de

aprendizagem em muitos alunos, a prevenção portanto se torna o melhor instrumento

auxiliador nessa tarefa. Como ainda salienta Di SANTO: A prática psicopedagógica tem contribuído para a flexibilização da atuação docente na medida em que coloca questões que estimulam a reflexão e a confrontação com temáticas ainda insuficientemente discutidas, de manejo delicado, que, na maioria das vezes, podem produzir conflito. Isto se deve, em geral, ao quadro de comprometimento do aluno/instituição, que apresenta dificuldades múltiplas, envolvendo as competências cognitivas, emocionais, atitudinais, relacionais e comunicativas almejadas e necessárias à sociedade. Em decorrência, ações específicas, integradas e complementares de diferentes profissionais devem compor um projeto de escola coerente e impulsionador de valores e relações humanas vividos no ambiente escolar. Projeto que envolva o recurso humano: professores, alunos, comunidade para, através dele, transformar não só a cultura que se vive na escola, mas na sociedade.

A abordagem da teoria das Inteligências Múltiplas na Psicopedagogia

Institucional pode ser feita de diversas maneiras, como por exemplo, o trabalho com a

equipe de professores apresentando a teoria e promovendo debates de como fazer a

transposição didática dela para a sala de aula, além disso, pode ser feito um projeto

com os alunos explicando para eles mesmos esses novos conceitos e realizando

sondagens para ver quais são as habilidades que mais se destacam neles, também

esse tema pode ser abordado com os pais para auxiliarem e estimularem juntamente

com a escola as habilidades de seus filhos.

Como estratégias podem ser promovidos grupos de estudos, palestras,

workshops, oficinas e apresentações culturais dentro de cada inteligência englobando

também a comunidade escolar, como por exemplo em muitas escolas é realizada a

Feira de Ciências, podem ser elaboradas amostras de dança, feira da matemática, feira

da literatura, feira sobre o relacionamento interpessoal, apresentações de cantos, enfim

são múltiplas as formas de intervenção que podem ser utilizadas depende do interesse

e da criatividade de cada envolvido na educação e a disposição em partilhar e divulgar

novas idéias no âmbito da aprendizagem significativa.

Claro, que toda a mudança gera dificuldades para ser implementada, mas é

preciso apostar na perspectiva “do novo” para se ter melhores progresso e tentar

enfrentar as barreiras da melhor maneira possível. Dessa forma, pode-se perceber a

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importância do psicopedagogo no campo institucional, pois ele passa a ter o papel de

articulador de toda essa nova postura, ajudando e instigando todo o grupo a pensar

coletivamente e a entender a importância da inovação e de novos debates para sanar

tantas defasagens de aprendizagem.

IV. O SURGIMENTO DA TEORIA DAS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS

O conceito de inteligência abordado pelo teste de QI, cujo uso apareceu com

mais força no início do século XX , na França com o trabalho do psicólogo Alfred Binet,

tinha o intuito de quantificar, medir a inteligência das pessoas, principalmente das

crianças, com uma visão unilateral do conhecimento, os testes basicamente consistiam

em provas de raciocínio lógico e interpretação, favorecendo no entanto só as áreas de

conhecimento da Matemática e da Linguagem.

Acontece que esses testes muitas vezes estavam fora do contexto das pessoas

que o realizavam e também se sabe que a mente humana é muito complexa para ser

quantificada apenas por um prisma. O que aconteceu foi que esse teste de QI se

expandiu muito, chegou aos Estados Unidos, onde foi utilizado para selecionar recrutas

para a Primeira Guerra Mundial e a partir desse momento se tornou um recurso na

psicologia. Até hoje, esse teste ainda é utilizado, mas a insatisfação de muitos

estudiosos e pesquisadores do conhecimento humano levou a formação de outras

teorias muito mais abrangentes e complexas, muitos inclusive acreditam que a

inteligência humana não pode ser medida, pois é algo muito complexo, deve ser vista

onilateralmente.

Uma das abordagens que muito vem chamando a atenção é conhecida como

Teoria das Inteligências Múltiplas e começou a surgir quando uma instituição da

Holanda, de fins não lucrativos, que se dedica à causa de crianças e jovens carentes,

solicitou à Harvard Graduate School of Education em 1979, que fosse estudado e

avaliado o potencial humano em relação ao conhecimento.

Então um grupo de estudiosos da Harvard criou o Projeto sobre o Potencial

Humano, o grupo era formado por filósofos, antropólogos, psicólogos, sociólogos e

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educadores e foi no primeiro volume publicado na vigência do projeto, chamado

Estruturas da Mente, em 1983 que Howard Gardner formula uma teoria muito rica e

abrangente acerca da inteligência humana, abrindo um novo conceito de inteligência,

vista como a “habilidade para resolver problemas ou criar produtos que sejam

significativos em um ou mais ambientes culturais”. Ele afirma que a inteligência não é

única, mas sim que existe uma multiplicidade delas, inicialmente as afirmadas por

Gardner eram sete: Inteligência Lingüística: Refere-se à capacidade de pensar com

palavras e de usar a linguagem para expressar e avaliar significados complexos é a

inteligência de escritores, oradores. É localizada nos lobos frontal e temporal esquerdo

(áreas de Broca / de Wernicke).

A Inteligência Lógica – Matemática: Possibilita calcular, quantificar, considerar

proposições e hipóteses e realizar operações matemáticas complexas, inteligência dos

cientistas e matemáticos. È localizada do lobo parietal esquerdo, hemisfério direito;

A Inteligência Espacial: Instiga a capacidade para pensar de maneiras

tridimensionais, perceber imagens externas e internas, recriar, transformar ou modificar

imagens, inteligência de artistas, arquitetos. É localizada nas regiões posteriores do

hemisfério direito.

A Inteligência Cinestésico-Corporal: Permite que a pessoa manipule objetos e

sintonize habilidades físicas, inteligência de atletas, dançarinos, escultores. É localizada

no cerebelo, gânglios basais, córtex motor.

A Inteligência Musical: Sensibilidade para entoação, a melodia, o ritmo, o tom e

timbre, inteligência de cantores, compositores, instrumentistas, maestro. É localizada no

lobo temporal direito.

A Inteligência Interpessoal: Capacidade de compreender as outras pessoas e

interagir efetivamente com elas, inteligência de psicólogos, religiosos, conselheiros,

líderes políticos. É localizada nos lobos frontais, lobo temporal (especialmente o

hemisfério direito), sistema límbico; Inteligência Intrapessoal: Capacidade para construir

uma percepção acurada de si mesmo, conhecimento das forças e fraquezas pessoais e

usar isso para melhor conduzir a própria vida. Inteligência de psicoterapeutas,

religiosos. È localizada nos lobos frontais, lobos parietais, sistema límbico.

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Mais tarde, também foi acrescentada uma nova inteligência a Naturalista:

Observar padrões na natureza, distinguir espécies, mapear relações entre várias

espécies, inteligência de naturalistas, biólogos, ativistas animais. É localizada nas áreas

do lobo parietal esquerdo são importantes para distinguir entre seres “vivos” e

“inanimados”. Cada uma das inteligências tem uma maneira particular de pensar,

refletir, processar as informações e também possui seu próprio sistema simbólico, mas

é importante ressaltar que nas atitudes cotidianas as inteligências não são isoladas,

mas sim interagem umas com as outras, e também não existem critérios padrões para a

pessoa ter uma dessas inteligências, a maneira como cada pessoa manifesta a

inteligência é diferente em cada ser humano, são diferentes as combinações e as vias

as quais elas aparecem, por exemplo, a pessoa pode não saber ler e nem escrever,

mas possuir uma excelente oralidade para discursar e contar fatos, o que a faz ter sim

uma inteligência verbal – lingüística.

Gardner afirma que todos os indivíduos nascem com capacidade para

desenvolver todas as inteligências, mas a linha de desenvolvimento delas dependerá

também de fatores genéticos e condições ambientais, como ele nos aponta: Há uma considerável plasticidade e flexibilidade no crescimento humano, especialmente durante os meses iniciais da vida. Mesmo que, não obstante, a plasticidade seja modulada por fortes restrições genéticas que operam desde o início e que orientam o desenvolvimento, ao longo de algumas vias ao invés de ao longo de outras. Quanto a questão de identidade, estão se acumulando evidências de que os seres humanos são predispostos a desempenhar algumas operações intelectuais específicas cuja natureza pode ser inferida a partir de observação e experimentação cuidadosa. Os esforços educacionais devem basear-se no conhecimento destas tendências intelectuais, assim como seus pontos de máxima flexibilidade e adaptabilidade. (Gardner, 1983, p.25).

A respeito do nível de inteligência também salienta Armstrong: A teoria das IM não é uma “teoria de tipos”, para determinar qual inteligência se ajusta. Ela é uma teoria do funcionamento cognitivo, e propõe que cada pessoa tem capacidades em todas as inteligências (...) Gardner sugere que praticamente todas as pessoas podem desenvolver todas as oito inteligências num nível razoável de desempenho, desde que recebam estímulo, enriquecimento e instrução apropriados. (Armstrong, 2001, p.22).

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O estudioso Gardner também estabeleceu alguns critérios para a definição de

uma inteligência como: Isolamento Potencial por lesão cerebral; A existência de

Savants, Prodígios e Outros Indivíduos Excepcionais; Uma história desenvolvimental

distinta e um conjunto definível de desempenhos peritos de estados finais. Uma História

Evolutiva e uma Plausibilidade Evolutiva; Apoio de Achados Psicométricos; Apoio de

Tarefas Psicológicas Experimentais, Uma operação ou um conjunto de operações

centrais identificável e Suscetibilidade à Codificação em um Sistema Simbólico.

No que se refere à questão da capacidade de simbolizar, Gardner afirma ser algo

extremamente importante para a identificação de um comportamento inteligente, é uma

capacidade que coloca os seres humanos num patamar de superioridade em relação as

outras espécies, como ressalta Armstrong: Gardner observa que cada uma das oito inteligências na sua teoria satisfaz o critério de poder ser simbolizada. Cada inteligência, de fato, tem seu próprio sistema simbólico ou notacional. Para a inteligência lingüística, existem várias linguagens faladas e escritas, como inglês, francês e espanhol. A inteligência espacial, por outro lado, inclui uma variedade de linguagens gráficas usadas por arquitetos, engenheiros e desenhistas, assim como certas linguagens ideográficas, como o chinês.(Armstrong, 2001, p.21).

Dessa forma, surgimento de todos esses novos conceitos acerca da Inteligência

Humana implica a necessidade de se ampliar à discussão com os profissionais da

educação, de que, a construção do conhecimento deve ser mais diversificada,

interdisciplinar, os planos de aulas precisam ser mais dinâmicos, para proporcionar uma

aprendizagem mais prazerosa e abrange. É necessário um novo olhar para a

educação, para o currículo e para a avaliação, que instigue o desejo de conhecer e

aprender, que não destaque fracasso, mas sim estimule os sucessos. Como salienta

Gardner: É da máxima importância reconhecer e estimular todas as variadas inteligências humanas e todas as combinações de inteligências. Nós todos somos tão diferentes em grande parte porque possuímos diferentes combinações de inteligência. Se reconhecermos isso, penso que teremos pelo menos uma chance melhor de lidar adequadamente com os muitos problemas que enfrentamos nesse mundo. Se pudermos mobilizar o espectro das capacidades humanas, as pessoas não apenas se sentiram melhores em relação a si mesmas e mais competentes; é possível, inclusive, que elas também se sintam mais comprometidas e capazes de reunir-se ao restante da comunidade mundial para trabalhar pelo bem comum. Se pudermos mobilizar toda a

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gama de inteligências humanas e aliá-las a um sentido ético, talvez possamos ajudar a aumentar a probabilidade de nossa sobrevivência neste planeta, e talvez inclusive contribuir para a nossa prosperidade (Gardner, 1995, p.18).

É crucial mudar os velhos padrões de inteligência, pois é visível o dano de se

classificar as pessoas como capazes e incapazes, como suficientes e insuficientes,

todos são capazes e suficientes em alguma coisa, apenas é preciso abrir os olhos e

aceitar a existência de múltiplas inteligências para assim poder encontrá-las e saber

estimulá-las corretamente, pois não há nada como aprender através das vias que mais

interessam, da ou das inteligências que mais se destacam, pois a construção do

conhecimento dessa forma é mais emocionante e contextualizada.

V. A TEORIA DAS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS E A EDUCAÇÃO

O conceito de inteligência na sociedade é algo extremamente aliado às questões

de lógica, raciocínio e interpretações. Ainda se tem uma visão unilateral de se aprender

e se conceber a inteligência, vista como uma nota em testes, muitas vezes, fora do

contexto do aprendiz, que acarreta em estereótipos aos alunos e excesso de

valorização das Inteligências lingüísticas e lógico-matemática, não abrindo espaço para

a criatividade, a emoção e a aprendizagem nas outras inteligências. Muitas foram às

pesquisas e trabalhos acerca do desenvolvimento cognitivo, mais apesar dos avanços,

na maioria das salas de aula do país, encontra-se a exclusão, a dificuldade e a

desmotivação dos alunos. E isso se deve, por parte, ao fato da escola não ser um lugar

em que o aluno se sente acolhido. É um ambiente onde ele só deve fazer o que os

outros querem e como os outros querem, onde ele não consegue manifestar suas

idéias e ter uma livre expressão.

Os alunos encaminhados para consultórios psicopedagógicos, muitas vezes, não

apresentam nenhuma dificuldade e nenhum comprometimento, apenas não tiveram a

oportunidade de manifestar como melhor aprendem em sala da aula, não tiveram voz e

nem as devidas estimulações. Não compreendem o que foi ensinado, porque isso não

foi transformado em sua linguagem, na sua forma de entender os conteúdos. E o que é

mais inquietante é que, às vezes, alguns alunos até vão relativamente bem em testes e

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avaliações, mas se o assunto for questionado de uma forma diferente da abordada pelo

professor, eles simplesmente não sabem responder, e não sabem porque não

compreenderam e se não há compreensão é devido à aprendizagem não ter acontecido

efetivamente, pois ela só acontece realmente quando é significativa para o sujeito.

A mudança de padrões educacionais se faz necessária mais que nunca, o ensino

não pode ficar ultrapassado, pois isso acarreta várias barreiras para a aprendizagem

dos alunos, deve-se educar para e na diversidade. Ter um olhar diferente para cada

aluno e entender que as pessoas não são todas iguais, pensa-se, tem-se preferências,

estilos e vontades diferentes e também aprende-se diferentemente, algumas pessoas

precisam de mais estímulo visual, outras auditivo, outras precisam manipular objetos , e

tanta outras variadas formas de se construir o conhecimento. Como salienta Armstrong:

As implicações da teoria das IM vão muito além da instrução em sala de aula. Na realidade, a Teoria das Inteligências Múltiplas defende nada menos do que uma mudança fundamental na maneira pela qual as escolas estão estruturadas. Ela transmite a educadores do mundo todo a vigorosa mensagem de que os alunos que chegam à escola no início de cada dia têm o direito de viver experiências que ativem e desenvolvam todas as suas inteligências. Durante esse típico dia escolar, cada aluno deve ser exposto a cursos, projetos ou programas que busquem desenvolver cada uma de suas inteligências, não apenas as habilidades verbais e lógicas, padrão que durante décadas foi exaltado acima de outros domínios na educação. (ARMSTRONG,2001,p.11).

O ensino tradicional já não tem eficiência para a aprendizagem dos alunos, ve-

se diariamente crescer as reprovações, dificuldades, desistências e o desânimo entre

os alunos, pois as crianças, principalmente com o advento da tecnologia, estão cada

vez mais ativas, inquietas, querem descobrir o mundo e não apenas de uma maneira e

sim de várias maneiras, precisam explorar, manipular, necessitam de emoção, por isso

se faz tão necessário descobrir as vias para chegar até ela, investigar suas habilidades

e investir nelas, pois só assim se tem sucesso no processo educativo, a escola precisa

passar por uma nova significação: A escola, como centro transmissor de informações, já não se justifica. Afinal de contas, esse centro pode e deve ser substituído por outros, menos cansativos, menos onerosos e, principalmente, mais eficientes. A figura da criança ou mesmo do adolescente indo a uma escola para colher informações é tão antiquada e patética quanto a do indivíduo que

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precisa se levantar para mudar o canal de televisão (ANTUNES, 1998, p.13).

Isso de maneira nenhuma propõe o fim da escola, mas sim que ela se recicle,

que trabalhe como mediadora do conhecimento, proporcione uma aprendizagem

significativa aos alunos e ajude-os a construir o seu conhecimento: O papel da escola renova-se com estudos e descobertas sobre o comportamento cerebral e, nesse contexto, a nova escola é a que assume o papel de “central estimuladora da inteligência”. Se a criança já não precisa ir à escola simplesmente aprender, ela necessita da escolaridade para “aprender a aprender”, desenvolver suas habilidades e estimular suas inteligências.(ANTUNES, 1998, p.13).

O ensino por meio das inteligências múltiplas pede conseqüentemente uma

reformulação no planejamento de aula. Gardner defende a ideia de um currículo

centrado no aluno que saiba utilizar de maneira favorável as potencialidades de cada

aprendiz, portanto o professor ao planejar a aula na perspectiva das inteligências

múltiplas, deve pensá-la de 8 maneiras diferentes, por exemplo ao escolher um tema

deve priorizar atividades em todas as áreas e isso pode ser separado no próprio plano

de aulas.

Gardner também defende o currículo através de projetos, pois os temas são

tratados de maneira mais interdisciplinar e contextualizada. Na área lingüística podem

ser feitas atividades como palestras, debates, jogos de palavras, narração de histórias,

leituras, criação de livrinhos, redações, na área lógico – matemática podem ser feitos

enigmas, soluções de problemas, experimentos científicos, cálculos mentais, jogos

matemáticos; na área espacial podem ser utilizadas apresentações visuais, atividades

artísticas, atividades usando a imaginação, na área corporal-cinestésica são priorizadas

atividades práticas, teatro, dança, esportes, atividades de relaxamento, atividades com

material concreto, na área musical, as músicas que ensinam, a aprendizagem rítmica, a

sensibilidade auditiva; nas áreas de interpessoal e intrapessoal podem ser feitos

debates, atividades cooperativas, dinâmicas de grupo; na área naturalista os estudo da

natureza, experiências práticas, consciência ecológica.

Enfim, são infinitas as formas de intervenção que podem ser feitas, algumas

idéias podem partir dos próprios alunos, assim abre-se espaço para o diálogo e a

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criatividade em sala de aula, Outro aspecto importante ao replanejar às aulas incluindo

as múltiplas inteligências é: Muitas equipes consideram que as aulas que incluem todas as oito inteligências não apenas proporcionam maior profundidade no seu conteúdo, mas também requerem mais tempo para ensinar. Surgem implicações importantes para os programas curriculares. Perguntas comumente formuladas incluem “ Quais são os conceitos realmente essenciais que meu aluno deve assimilar?; “ O que deve ser omitido no currículo , o que deve ser mantido e acrescentado? “ O que um aluno deve ser capaz de fazer quando conclui a escola? “ Como as escolhas do aluno podem ser inseridas na sala de aula? “ Quantos temas podem ser ensinados em um ano letivo?. Ao lidar com tais questões, as equipes de professores começam a repensar seu currículo escolar. Com o tempo podem vir a ocorrer mudanças gerais no programa, tratando-se do que deve ser mantido do currículo atual, o que deve mudar, como avaliar os alunos e que conexões realizar entre as matérias. (CAMPBELL, 200, p.243).

A avaliação nesse novo contexto também pode ser repensada, sendo usada em

caráter mais diagnóstico do que classificatório, pode ser feita através de cada

inteligência, através de portfólios, relatórios, discussões, entrevistas e auto-avaliação. O

importante que a avaliação seja vista como o entendimento de conteúdos e não como

uma maneira de classificar, para tanto ela deve ser um instrumento de reflexão e

análise. Quando o aluno consegue perceber seus erros de maneira abrangente e

contextualizada, consegue transformá-lo em algo construtivo e não em fracasso, como

afirma Campbell: Os alunos, quando têm oportunidade, gostam de assumir um papel ativo na avaliação, determinando seus próprios ganhos longitudinais e escolares. Isso pode ser adquirido pedindo-se a eles para contrastarem seu conhecimento anterior com suas atuais habilidades e compreensão. Os alunos podem refletir ativamente sobre o seu crescimento em cada disciplina, revendo os conteúdos de seus portfólios, diários, amostras do seu trabalho. (CAMPBELL, 200, p.263).

Dessa forma, toda a discussão sobre a aplicação da teoria das Inteligências

Múltiplas na escola envolve muitos fatores, é preciso levar em consideração todos os

aspectos que envolvem o processo ensino-aprendizagem; a relação professor-aluno,

relação aluno-aluno, pais e escola, os espaços e tempos escolares, o currículo, a

avaliação, o planejamento, os recursos materiais e didáticos, mas acima de tudo é

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preciso um novo olhar para os alunos, se faz necessário à mudança na maneira do

ensinar, é preciso quebrar paradigmas e estereótipos educacionais.

É preciso investir na formação de professores, promover palestras, cursos,

proporcionar tempo para discussões, grupos de estudo e trocas de experiências. E isso

também é um dos principais agravantes para o ensino continuar monótono e tradicional,

pois muitas vezes os professores não tem conhecimento sobre essas novas práticas,

não lhes é proporcionado, ou outras vezes o educador tem conhecimento, mas não tem

respaldo da equipe pedagógica e diretiva e do próprio sistema educacional mais amplo.

Exigem muito dos professores, muito os culpabilizam por todas as dificuldades

dos alunos, mas esquecem que a educação é um processo que envolve vários agentes

e vários fatores e que deve ser construída com a ajuda de todos os envolvidos,

inclusive a família, que deve trabalhar em consonância com os outros envolvidos.

A educação é dialética é um eterno processo de construção e re-construção e,

portanto, não só a prática e o manejo em sala da aula devem ser mudados, mas toda a

maneira de se encará-la. É preciso mais investimento profissional e nas relações

humanas, pois caso contrário, as dificuldades continuarão aumentando e ao invés de

colher sucesso, será fracasso e pessoas frustradas por não se entenderem e não se

perceberem no mundo, não se vêem como elementos de transformação no mundo.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao iniciar essa pesquisa o objetivo foi poder colaborar com as discussões acerca

do conceito de inteligência fazendo relações entre a Teoria das Inteligências

Múltiplas com a prática pedagógica e psicopedagógica como meio de estimular

habilidades e superar dificuldades. Também foi elencado como objetivo poder

discutir exemplos plausíveis de intervenção na Psicopedagogia Institucional

abordando a Teoria das Inteligências Múltiplas, descrevendo um projeto já realizado

com esse intuito.

Para isso, buscou-se nos estudos de Howard Gardner e nos autores que o

interpretam todo o debate envolvendo o conceito de inteligência e como pode-se

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trabalhar de uma maneira diferente, mudando paradigmas e tendo mais criatividade

e abertura à diferença.

Foi observado com essa pesquisa, que muitos avanços já estão sendo

alcançados na educação, mas ainda há um longo caminho a percorrer, muitas

pessoas ainda concebem a inteligência como algo único e inato e conseqüentemente

encaram a educação sempre nos “velhos moldes”, o que está ocasionando várias

barreiras na aprendizagem, pois muitos alunos não conseguem aprender se esse

aprendizado não lhe traz significação e emoção. Também há grande dificuldade para

os envolvidos com a educação trabalharem de maneira, mas inovadora, pois muitas

vezes não se tem o devido apoio da equipe escolar e também dos órgãos

governamentais, acabando por não dar respaldo material e nem investir na formação

de profissionais.

Para a Psicopedagogia Institucional que ainda está no começo de sua jornada

dentro da escola, as idéias de Gardner muito vem a colaborar, muitos projetos ainda

podem ser realizados e podem trazer resultados muito satisfatórios, é preciso ampliar

mais a idéia da “Prevenção” nas escolas, utilizar todos os recursos possíveis para

atingir os alunos de forma agradável e eficiente, antes de se criar uma barreira e uma

dificuldade de aprendizagem, por isso a importância de estimular mais a propagação

da Psicopedagogia Institucional.

Dessa forma, se faz necessário novos estudos envolvendo o conceito de

inteligência relacionado com a Psicopedagogia, pois é preciso sempre ter um

movimento dialético de discussões para não cair no erro de criar “dogmas” que viram

regras imortais na área da educação e que tem provocado um verdadeiro entrave no

processo de ensino-aprendizagem.

E assim, com o presente trabalho e com o apelo a novas investigações, que

pretendeu ter colaborado para o enriquecimento de uma nova visão acerca da

inteligência e de novas intervenções possíveis tanto em sala da aula quanto na

Psicopedagogia Institucional.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANTUNES, Celso. As inteligências Múltiplas e seus estímulos. Campinas, SP: Papirus,

1998.

ANTUNES, Celso. Jogos para a estimulação das Múltiplas Inteligências. Petrópolis, Rio

de Janeiro: Vozes, 1998.

ARMSTRONG, Thomas.Inteligências Múltiplas na sala da aula. Porto Alegre: Artmed,

2001.

CAMPBELL, L.Ensino e Aprendizagem por meio das Inteligências Múltiplas. Porto

Alegre: Artes Médicas Sul, 2000.

GARDNER, Howard. A criança pré-escolar: como pensa e como a escola pode ensiná-

la.Tradução Carlos Alberto S.N. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994.

GARDNER, Howard. N. Estruturas da mente: a teoria das Inteligências Múltiplas. Porto

Alegre: Artes Médicas, 1994.

GARDNER, Howard. Inteligências Múltiplas: a teoria na prática. Tradução Maria Adriana

Veríssimo Veronense. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.

SANTO, Joana Di. A ação psicopedagógica e a transformação da realidade escolar.

Disponível em http//www.centrorefeducacional.com.br/psicoinst.htm. Acesso em

09/2009.