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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ MARIANA SCHEER RUOSO INCIDENCIA DE BRUCELOSE BOVINA EM SAUDADE DO IGUAÇU- PR CURITIBA 2015

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ

MARIANA SCHEER RUOSO

INCIDENCIA DE BRUCELOSE BOVINA EM SAUDADE DO IGUAÇU-

PR

CURITIBA

2015

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ

MARIANA SCHEER RUOSO

INCIDENCIA DE BRUCELOSE BOVINA EM SAUDADE DO IGUAÇU-

PR

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao

Curso Medicina Veterinária da Faculdade de

Ciências Biológicas e da Saúde, da Universidade

Tuiuti do Paraná, como requisito parcial para a

obtenção do título de Médica Veterinária.

Professor Orientador: M.V. Dr.Celso Grigoletti

Orientador Profissional: M.V. Maria do Carmo

Bochio

CURITIBA

2015

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TERMO DE APROVAÇÃO

MARIANA SCHEER RUOSO

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

(T.C.C.)

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado e aprovado para obtenção de título de Médica Veterinária pela banca examinadora do Curso de Medicina Veterinária da Universidade Tuiuti do Paraná.

Curitiba 19 de novembro de 2015

_________________________

Medicina Veterinária

Universidade Tuiuti do Paraná

_________________________

Orientador: Prof. Dr. Celso Grigoletti

Universidade Tuiuti do Paraná

_________________________

Prof.: M.V Dr. Welington Hartmann (Membro)

Universidade Tuiuti do Paraná

_________________________

Profª: M.V. Jesséa De Fátima França (Membro)

Universidade Tuiuti do Paraná

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APRESENTAÇÃO

Este Trabalho de Conclusão de Curso (T.C.C.) apresentado ao Curso de Medicina

Veterinária da Faculdade de Ciências Biológicas e de Saúde da Universidade Tuiuti

do Paraná, campus Barigui, pela universitária Mariana Scheer Ruoso, como requisito

parcial para obtenção do título de Médica Veterinária, é composto de Relatório do

Estágio, no qual são descritas as atividades desenvolvidas no período de 3 de

agosto a 15 de outubro de 2015, na Prefeitura Municipal de Saudade do Iguaçu –

PR, bem como a revisão de literatura da Brucelose bovina.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus pela vida e por tudo que conquistei até hoje.

Agradeço ao meu Pai Paulo e minha mãe Clarissa por todo apoio, amor e

carinho que sempre me deram. Amo vocês.

Agradeço às minhas irmãs, Amanda, Julia e Bruna, que apesar das

“briguinhas”, sempre me apoiaram e me ajudaram quando precisei. Amo vocês.

Agradeço a todos os familiares, Avós, Tios e Primos, que de alguma forma

contribuíram e me incentivaram para chegar até aqui.

Agradeço aos meus primos Ângela e Maurício por me acolherem com tanto

carinho em sua casa durante o estágio.

Agradeço aos meus tios, Lino e Maria e ao meu primo Leandro por me

acolherem durante os fins de semana de passeio no sítio.

Agradeço as minhas amigas e amigos, Flávia, Aline, Iara, Andréia, Danilo,

Gauber, Melissa, Sandra, Elenice e Iolanda, por todo apoio nos maus e bons

momentos e pela amizade, que espero ser duradoura.

Todas as amigas e amigos da UTP, que sempre terei vocês como grandes

amigos e colegas de trabalho.

Agradeço aos mestres, por todos os ensinamentos passados durante todos

esses anos, por toda a dedicação e paciência. Em especial ao Hartmann, Maria

Aparecida, Milton, Ana Carolina, Fabiana, Ana Luisa e Diogo.

Agradeço a minha orientadora profissional, Maninha e ao meu amigo e

companheiro de trabalho Peretti, por todo o apoio, paciência, orientações e

ensinamentos passados durante o estágio.

Agradeço ao orientador Celso Grigoletti, pela ajuda e apoio para a realização

deste trabalho.

Agradeço a todos da Secretaria de Agricultura de Saudade do Iguaçu, que

tive o prazer de ter como “companheiros de trabalho”, por me receberem com tanto

carinho durante esse período, em especial a Maninha, ao Peretti e ao Machado,

pelos ensinamentos, ajudas e principalmente pela amizade, obrigada!

A todos meu muito obrigada!!

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Dedico este trabalho aos meus familiares,

amigos e a todos que de alguma forma

contribuíram para a realização do mesmo.

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“Agradeço todas as dificuldades que enfrentei; não fosse por elas, eu não

teria saído do lugar…”

Chico Xavier

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RESUMO

A Brucelose é uma zoonose ainda distribuída mundialmente e no Brasil causa

graves prejuízos econômicos e a saúde pública, mesmo assim possui estratégias

muito eficazes no controle dentro do Programa Nacional de Controle e Erradicação

da Brucelose e Tuberculose (PNCEBT). A brucelose pode se disseminar

rapidamente entre os animais devido a grandes aglomerações. A erradicação total é

possível quando se consegue melhorar o conhecimento da doença por todos os

produtores, principalmente os pequenos. A vacinação obrigatória de todas as

fêmeas e o diagnóstico anual dos animais é fundamental para o controle da doença.

O controle de touros que participam de exposições e eventos, aglomerações ou para

a reprodução, devem portar o atestado negativo emitido por um médico veterinário

credenciado no Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA).

Palavras chave: B19, Bovinos, PNCEBT, sanidade animal, zoonoses.

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1– SECRETARIA DE AGRICULTURA DO MUNICÍPIO DE SAUDADE DO IGUAÇU-PR .................................. 17

FIGURA 2 - LOCALIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE SAUDADE DO IGUAÇU NO ESTADO DO PARANÁ ............................ 18

FIGURA 3 - USINA HIDRELÉTRICA SALTO SANTIAGO DE SAUDADE DO IGUAÇU-PR ........................................... 18

FIGURA 4 - VEÍCULO UTILIZADO PARA REALIZAÇÃO DAS INSEMINAÇÕES. ............................................................ 22

FIGURA 5 - MANIPULAÇÃO DO SÊMEN NO BOTIJÃO DE NITROGÊNIO LÍQUIDO. ..................................................... 23

FIGURA 6 - PREPARO DA PIPETA DE INSEMINAÇAO ARTIFICIAL.....................................................................23

FIGURA 7 - VACA COM RETENÇÃO DE PLACENTA PÓS-PARTO........................................................................................25

FIGURA 8 - MEDICAMENTO ANTIMICROBIANO INTRAMAMÁRIO PARA BOVINOS...........................................................26

FIGURA 9 - PARTO GEMELAR.................................................................................................................................................30

FIGURA 10 - MANIPULAÇÃO DA VACINA DE BRUCELOSE (B19)........................................................................................31

FIGURA 11 - MANIPULAÇÃO DA VACINA DE BRUCELOSE (RB51) .....................................................................................32

FIGURA 12 - MAÇARICO PARA AQUECER O FERRO DE MARCAÇÃO (V5)........................................................................32

FIGURA 13 - ANIMAL APÓS MARCAÇÃO A FERRO CANDENTE........................................................................33

FIGURA 14 - MATERIAIS UTILIZADOS NO EXAME DE TUBERCULOSE (TUBERCULINA BOVINA E AVIÁRIA)..................35

FIGURA 15 - MEDIÇÃO DO COURO COM O CUTÍMETRO.....................................................................................................35

FIGURA 16 - CONTATO DIRETO ENTRE AVES E BOVINOS, PODENDO HAVER A DISSEMINAÇÃO DA TUBERCULOSE,

SALMONELOSE E EIMERIOSE OU RESULTADOS INCONCLUSIVOS NA TUBERCULINIZAÇÃO.....................................36

FIGURA 17 - AMOSTRAS DE SANGUE PARA O TESTE DE BRUCELOSE..............................................................................37

FIGURA 18 - ANTÍGENO ACIDIFICADO TAMPONADO USADO NO TESTE DE BRUCELOSE.............................................38

FIGURA 19 - TESTE DO AAT, COMPARAÇÃO DE ANIMAIS SORONEGATIVOS E ANIMAL SOROPOSITIVO...................38

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LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1 – NÚMERO DE CASOS CLÍNICOS DIAGNOSTICADOS, RELACIONADOS AO SISTEMA DIGESTÓRIO. ...... 27

GRÁFICO 2 – NÚMERO DE CASOS CLÍNICOS DIAGNOSTICADOS, RELACIONADOS AO SISTEMA LOCOMOTOR. ..... 27

GRÁFICO 3 - NÚMERO DE CASOS CLÍNICOS DIAGNOSTICADOS RELACIONADOS AO SISTEMA REPRODUTIVO......28

GRÁFICO 4 - NÚMERO DE CASOS CLÍNICOS DIAGNOSTICADOS RELACIONADOS AO SISTEMA MAMÁRIO................28

GRÁFICO 5 - NÚMERO DE DOENÇAS PARASITÁRIAS E INFECTO-CONTAGIOSAS..........................................................29

GRÁFICO. 6 - NÚMERO DE DEFICIÊNCIAS RELACIONADAS AOS BOVINOS.....................................................................29

GRÁFICO. 7 - NÚMERO DE PROCEDIMENTOS REALIZADOS CONFORME O PNCEBT....................................................30

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1 - PROTOCOLO OV-SYNCH – 16 HORAS ................................................................................................. 20

TABELA 2 - RESISTENCIA DA BRUCELLA SP EM ALGUMAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS.......................................40

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

2-ME – 2 Mercaptoetanol

AAT – Antígeno Acidificado Tamponado

B19 – Amostra Vacinal 19 da Brucella abortus

C-Elisa – Teste de Elisa Competitivo

DNA – Ácido desoxirribonucleico

EDTA – Ácido etilenodiamino tetra-acético

EGTA – Ácido bis (2-aminoetil).

FAO – Food and Agriculture Organization

FC – Fixação de Complemento

FPA – Teste de Polarização de Fluorescência

I-Elisa – Teste de Elisa Indireto

IgG1 – Imunoglobulina G1.

IgG – Imunoglobulina G

IgM – Imunoglobulina M

LPS – Lipopolissacarídeo

MAPA – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

ºC - Graus Celsius.

pH – Potencial Hidrogênio

PNCEBT – Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e da

Tuberculose Animal

OIE – Organização Internacional de Epizootias.

PR – Paraná

RB51 – Vacina não Indutora de Anticorpos Aglutinantes

SAL – Teste de Soroaglutinação Lenta

SAT – Teste de Soroaglutinação em Tubos

TAL – Teste do Anel do Leite 10

E.C.P. - Cipionato de Estradiol.

C.M.T – California Mastistis Test.

IBR – Rinotraqueíte Infecciosa Bovina.

BVD – Diarréia Viral Bovina.

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mL – Mililitros.

CRI – CRI Genética Brasil.

45º - 45 Graus de Angulatura.

% - Porcentagem.

Kg – Quilogramas.

L.A.- Longa Ação.

UVL – Unidade Veterinária Local.

ADAPAR - Agência de Defesa Agropecuária do Paraná.

SEAB - Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná.

V5 – Animal Vacinado no ano com número 5 (2015).

mm – Milímetros (unidade de medida).

EMATER - Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural.

cm – Centímetros (unidade de medida).

P – Marcação utilizada em animais positivos para tuberculose e brucelose.

EPI’s – Equipamento de Proteção Individual.

nº - Indicador de Número.

EUA – Estados Unidos da América.

MG – Minas Gerais.

IATF – Inseminação Artificial em Tempo Fixo

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 16

2 DESCRIÇÃO DO LOCAL DE ESTÁGIO .............................................................................................. 17

3 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ....................................................................................................... 19

3.1 EXAME GINECOLÓGICO E DIAGNÓSTICO DE GESTAÇÃO ...................................................... 19

3.2 INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL ..................................................................................................... 21

3.3 ATENDIMENTOS CLÍNICOS .................................................................................................... 24

3.4 VACINA DE BRUCELOSE ......................................................................................................... 31

3.5 EXAMES DE BRUCELOSE E TUBERCULOSE ............................................................................. 34

Figura 16 - Contato direto entre aves e bovinos, podendo haver a disseminação da Tuberculose,

Salmonelose e Eimeriose ou resultados inconclusivos na tuberculinização .................................... 36

4 REVISÃO DE LITERATURA .............................................................................................................. 39

4.1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 39

4.2 ETIOLOGIA ............................................................................................................................. 40

4.3 EPIDEMIOLOGIA .................................................................................................................... 41

4.4 TRANSMISSÃO ....................................................................................................................... 42

4.5 SINAIS CLÍNICOS .................................................................................................................... 43

4.6 DIAGNÓSTICO ........................................................................................................................ 43

4.7 TESTES DE TRIAGEM .............................................................................................................. 44

4.7.1 Teste de Soroaglutinação com Antígeno Acidificado Tamponado (AAT) ...................... 44

4.7.2 Teste do Anel do Leite (TAL) .......................................................................................... 45

4.7.3 Teste do 2-mercaptoetanol (2-ME) ................................................................................ 46

4.7.4 Fixação de Complemento (FC) ....................................................................................... 46

4.8 NOVOS MÉTODOS DE DIAGNÓSTICO .................................................................................... 47

4.8.1 Teste de Elisa Indireto (I-Elisa) ....................................................................................... 47

4.8.2 Teste de Elisa Competitivo (C-Elisa) ............................................................................... 47

4.8.3 Teste de Polarização de Fluorescência (FPA) ................................................................. 48

4.9 DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL .................................................................................................. 48

4.10 CONTROLE E PROFILAXIA ...................................................................................................... 48

4.11 VACINAS CONTRA A BRUCELOSE........................................................................................... 50

4.12 VACINA B19 ........................................................................................................................... 50

4.13 Vacina não Indutora de Anticorpos Aglutinantes (amostra RB51) ....................................... 50

4.14 TRATAMENTO ........................................................................................................................ 51

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4.15 BRUCELOSE NO HOMEM ....................................................................................................... 51

4.16 PROGRAMA NACIONAL DE CONTROLE E ERRADICAÇÃO DA BRUCELOSE E TUBERCULOSE

ANIMAL (PNCEBT) ............................................................................................................................. 53

4.16.1 Objetivos ........................................................................................................................ 53

4.16.2 Estratégias ...................................................................................................................... 53

4.17 VACINAÇÃO CONTRA BRUCELOSE ........................................................................................ 53

REFERÊNCIAS ......................................................................................................................................... 56

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16

1 INTRODUÇÃO

A extensão rural tem como principal objetivo difundir e transferir técnicas de

trabalho, produção e comércio úteis e sustentáveis, aos produtores rurais por meio

de métodos educativos, sendo o extensionista elemento-chave do serviço de

extensão rural (ARAÚJO, 2007).

Inicialmente a assistência técnica realizada a campo tinha por objetivo

identificar os animais doentes, diagnosticar as enfermidades e tratar os animais

doentes. Com o passar do tempo, a obstetrícia, a reprodução e a cirurgia também

passaram a fazer parte do programa. Nos últimos anos preconiza-se a orientação de

manejo e direcionamento dos negócios como empresa (planos, metas,

implementações, resultados e análise dos resultados).

Ressalta-se que, nas atividades extensionistas praticadas na última década,

encontra-se o ideal da sustentabilidade, presente na Agenda 21 brasileira, na qual a

missão da extensão rural deve seguir estratégias de estilos de desenvolvimento

orientados à construção de processos produtivos ambientalmente sustentáveis,

economicamente rentáveis, socialmente includentes e equitativos e culturalmente

aceitáveis. Enfim, todos os desafios da extensão rural convergem para o

desenvolvimento sustentável e a segurança alimentar (PETTAN, 2005).

O grande desafio dos veterinários de rebanhos leiteiros é o de se adaptar às

exigências do mercado e evitar a perda do campo de atuação. Esse trabalho tem por

objetivo relatar o estágio supervisionado realizado na prefeitura de Saudade do

Iguaçu no sudoeste do Paraná, no período de 3 de agosto a 15 de outubro de 2015.

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17

2 DESCRIÇÃO DO LOCAL DE ESTÁGIO

O estágio foi realizado na prefeitura do município de Saudade do Iguaçu-PR,

que possui uma população de 5.028 habitantes (IBGE, 2010), possui 22 anos de

emancipação político-administrativo, tendo como as principais fontes de renda a

captação de impostos, oriundos da Usina Hidrelétrica Salto Santiago e atividades

desenvolvidas pela agricultura familiar.

A Secretaria Municipal de Agricultura possui uma equipe de três Médicos

Veterinários, três Engenheiros Agrônomos, um Técnico para Inseminação Artificial e

um Técnico em Agropecuária, os quais atendem aproximadamente 450

propriedades e cada um dispõe de um veículo para o deslocamento no município.

Figura 1– Secretaria de agricultura do Município de Saudade do Iguaçu-PR

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18

Figura 2 - Localização do Município de Saudade do Iguaçu no Estado do Paraná

Fonte: Wikipédia

Figura 3 - Usina Hidrelétrica Salto Santiago de Saudade do Iguaçu-PR

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19

3 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

3.1 EXAME GINECOLÓGICO E DIAGNÓSTICO DE GESTAÇÃO

Os exames foram realizados nas propriedades, mensalmente ou conforme a

necessidade dos produtores, sendo executados pelo veterinário e pelo estagiário,

através de palpação dos animais pós-parto para exame ginecológico e nos animais

inseminados com mais de 60 dias para diagnóstico de gestação.

Inicialmente questionava-se o produtor a provável data da inseminação. A

palpação para o diagnóstico de gestação foi feita com o auxílio de luvas próprias e

com cuidado, através do reto, localizava-se a vagina e o cérvix. Ao palpar os cornos

uterinos comparou-se o tamanho e/ou simetria, verificou-se a presença das

membranas fetais, baloteamento, carúnculas ou do feto propriamente dito, e levando

em consideração o tempo de gestação, era confirmada ou não a prenhez do animal.

De acordo com HAFEZ (2004), a palpação retal é o método de escolha para

diagnóstico de gestação em vacas. Sendo possível detectar o aumento uterino que

ocorre durante a gestação, presença de membranas fetais ou o feto propriamente

dito.

O exame ginecológico era realizado em todos os animais em situação de pós-

parto, com mais de dois retornos de cio ou que apresentaram alteração na coloração

do muco vaginal no momento da inseminação. Inicialmente realizava-se a anamnese

junto ao produtor, perguntando a data do parto, se o animal expulsou toda a

placenta, se foi utilizado algum medicamento, ou apresentou alterações de

comportamento, alimentação, urina ou fezes. Após realizar a anamnese, procedia-se

com a palpação retal utilizando luvas, onde se constatava a involução uterina,

presença de conteúdo no útero, simetria dos cornos uterinos, e nos ovários

verificava-se a presença de cistos, corpo lúteo persistente, folículos e tamanho de

cada um. Caso houvesse alguma dúvida quanto a presença de conteúdo no útero,

utilizava-se o espéculo para avaliar o fundo vaginal e o cérvix.

Após o término do exame ginecológico, tendo algum animal diagnosticado

com alguma enfermidade, o produtor era orientado quanto aos tratamentos

necessários e havendo disponibilidade de materiais e medicamentos, o mesmo já

era realizado. Nos casos onde os animais apresentaram cistos ovarianos

considerados pequenos, foram tratados somente com uma aplicação de

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20

prostaglandina (Sincrocio), enquanto os animais com cistos considerados de

tamanho grande e/ou com corpo lúteo persistente foram submetidos a um protocolo

de IATF (Inseminação Artificial em Tempo Fixo), conforme Tabela 1:

Tabela 1 - Protocolo ov-synch – 16 horas

DIA MEDICAMENTO DOSE HORÁRIO PROCEDIMEN

TO

DIA 0 Hormônio Liberador de

Gonadotrofina (GnRH), IM

2,5 mL 17h ---------------------

DIA 7 Prostaglandina, IM 2,0 mL 17h ---------------------

DIA 9 Hormônio Liberador de

Gonadotrofina (GnRH), IM

2,5 mL 17h ---------------------

DIA 10 --------------- ----------- 9h INSEMINAÇÃO

ARTIFICIAL

Os produtores foram orientados a seguir rigorosamente os horários do

protocolo - evitando qualquer alteração no tratamento, e caso o animal apresentasse

cio, eles deveriam prosseguir com o protocolo normalmente até seu término.

Os animais diagnosticados com endometrite e retenção de placenta foram

submetidos à antibioticoterapia com oxitetraciclina, enrofloxacina ou ceftiofur,

hormonioterapia com estrógeno (Cipionato de Estradiol (E.C.P.) e

antiinflamatórioterapia com diclofenaco, dexametasona ou dipirona.

A expulsão da placenta nos bovinos geralmente ocorre 6 horas após o parto,

se ainda estiver presente 24 horas depois, é considerada retenção de placenta. A

endometrite clínica é caracterizada principalmente pela descarga vaginal purulenta,

detectável aos 21 dias após o parto ou descarga mucopurulenta aos 26 dias pós-

parto (SHELDON et al, 2008).

Nas propriedades onde problemas reprodutivos se apresentavam de forma

corriqueira, era preconizado o uso da vacina inativada para IBR (Rinotraqueíte

Infecciosa Bovina), BVD (Diarréia Viral Bovina) e leptospirose, que são doenças

causadoras de abortos no terço final da gestação e retornos de cios. Ocorrem

principalmente durante as estações de monta que levam a severos prejuízos

econômicos, Mendes et al. (2009) concluiu que a IBR e BVD apresentaram maior

índice de prevalência das doenças avaliadas. Com a implementação de programas

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21

de vacinação e controle, a brucelose não apresentou reação em nenhuma das

amostras testadas, apresentando-se com baixa prevalência nos rebanhos

analisados.

Para os animais que apresentavam abortos de forma corriqueira, também se

recomendava o fornecimento de sequestrantes ou adsorventes de micotoxinas, pois

estas causam grandes prejuízos econômicos pela diminuição da produtividade,

produzem lesões em órgãos e influenciam negativamente a fertilidade do animal.

Klang et al. (1978) e Whitlow e Hagler (2002), afirmam que algumas das micotoxinas

tem atividade endócrina, como por exemplo, as moléculas das zearalenonas e seus

derivados, que tem afinidade pelos receptores estrogênicos, influenciando

negativamente a reprodução, causando principalmente abortos, repetição de cio e

diminuição na produção. Os adsorventes utilizados na alimentação animal têm como

principais componentes as argilas, sendo selecionadas e processadas para

sequestro de micotoxinas, reduzindo sua absorção no intestino delgado. De acordo

com Whitlow (2006), os aglutinantes descontaminam os alimentos ligando as

micotoxinas, diminuem a toxicidade para os animais e impedem sua absorção pelo

intestino delgado, prevenindo as micotoxicoses.

Durante o período do estágio foram acompanhados e realizados 88 exames

ginecológicos e diagnóstico e 69 diagnósticos de gestação.

3.2 INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL

Foram realizadas um total de 86 inseminações artificiais, executadas duas

vezes ao dia, atendendo as solicitações dos produtores e nos finais de semana um

veterinário ou o inseminador ficavam de plantão para sua realização.

O sêmen era adquirido das empresas: CRI, Genervations e Lagoa da Serra.

Alguns produtores participavam do programa de acasalamento genético, no qual um

técnico da empresa se deslocava até a propriedade para verificar quais os melhores

touros, tendo em vista o melhoramento genético. Os principais índices zootécnicos

avaliados para melhoramento genético foram: facilidade de parto, inserção de úbere,

tamanho de teto, angulação de pernas e pés, tamanho de garupa e profundidade

abdominal. Lopes et al. (2009), concluiu em seu estudo que a taxa de natalidade é a

maior responsável na evolução dos rebanhos, seguida da idade do primeiro parto,

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taxa de descarte e taxa de mortalidade, sendo estes grandes influentes na

composição e evolução do rebanho.

O inseminador se deslocava com um veículo já equipado com botijão de

nitrogênio líquido com o sêmen, duas pipetas de inseminação, bainhas, luvas de

palpação e lubrificante para a luva.

Figura 4 - Veículo utilizado para realização das inseminações.

Ao chegar à propriedade, o veículo era estacionado de maneira estratégica, o

mais próximo do local da inseminação e se possível à sombra. O produtor que havia

participado do programa de acasalamento genético, informava qual o sêmen para o

animal, ou então o inseminador avaliava qual era a melhor opção. Após colocar

luvas próprias o inseminador se direcionava até o animal, realizava a limpeza do reto

e também avaliação de útero, ovários e principalmente a coloração do muco, se este

apresentasse coloração anormal o inseminador não dava continuidade ao processo

e o médico veterinário responsável examinava o animal e realizava o tratamento

correto, se a coloração do muco estivesse límpida procedia-se a inseminação. O

sêmen era retirado do botijão com cuidado evitando o contato com a luz e deixava-

se a palheta do sêmen na água aquecida a temperatura de 35 a 37°C durante 20

segundos, com uma lamina cortava-se a ponta lacrada, colocava-se o sêmen na

bainha e posteriormente no aplicador, após o término do preparo do sêmen

lubrificava-se a luva e se direcionava até o animal, se necessário realizava-se a

limpeza da vulva com papel toalha e inseria-se a mão no reto do animal, com a outra

mão abrindo os lábios vulvares e inseria-se o aplicador a 45º a fim de desviar o óstio

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da vesícula urinária, com cuidado “vestia-se” o cérvix no aplicador e depositava o

sêmen no corpo do útero.

Conforme apresentou (NUR et al, 2006), quando o descongelamento do

sêmen for realizado com água quente à temperatura de 35 a 37ºC não causa tantos

danos as estruturas dos espermatozoides. .

Caso o animal retornasse o cio mais de duas vezes, o veterinário responsável

era comunicado para realizar um exame ginecológico e indicar o melhor tratamento.

Figura 5 - Manipulação do sêmen no botijão de nitrogênio líquido.

Figura 6 - Preparo da pipeta de inseminação artificial.

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24

3.3 ATENDIMENTOS CLÍNICOS

As principais enfermidades atendidas foram mastite, babesiose/anaplasmose,

hipocalcemia, retenção de placenta, metrite, diarréia em bezerros, afecções de

casco e papilomatose.

Nos animais atendidos com babesiose/anaplasmose, os sinais clínicos mais

comumente observados foram: febre, mucosas pálidas ou ictéricas, prostração,

diminuição dos movimentos ruminais, dentes frouxos, taquicardia e taquipnéia. O

tratamento realizado para os animais que apresentaram estes sinais clínicos foi: o

diaceturato de diminazeno (Vivaseg, Ganaseg 7%®) administrado na dose de 1 mL

para cada 20 Kg de peso vivo, via intramuscular, que é indicado para o tratamento

da babesiose ou o imidocarb (Imicarb, Imizol ou Diazen), que além de atuar contra a

Babesia bigemina, também atua contra a Anaplasma marginale, outro possível

agente etiológico associado à tristeza parasitária, na dosagem de 2,5 ml para cada

100 kg de peso vivo, via subcutânea, e também pode ser utilizado de forma

preventiva, administrando 1,0 mL do produto para cada 100 kg de peso vivo, por via

subcutânea. Também associado ao tratamento utilizou-se antibioticoterapia com

oxitetraciclina (Reverinplus, Terramicina LA) na dose de 1 mL para cada 10 Kg de

peso vivo via intramuscular, que atua como suporte para evitar o aparecimento de

outras enfermidades, pois o animal apresenta déficit imunitário, ou ainda como

coadjuvante no tratamento da anaplasmose; antiinflamatórioterapia com diclofenaco

(Diclofenaco J.A., Diclofenaco 50) na dose de 1 mL para cada 50 Kg via

intramuscular ou dipirona sódica (Febrax, D-500) na dose de 1 mL para 25 Kg via

intramuscular ou subcutânea caso o animal apresente hipertermia ou esteja com dor,

ferro (Phenodral) administrado uma ampola de 15 mL via intramuscular para auxiliar

na recuperação do quadro anêmico em que o animal se encontra; e solução de

silicone (Ruminol®) administrado um frasco de 100 mL via oral, este atua na

eliminação de qualquer meteorismo que possa se formar no rúmen, devido o mesmo

estar com hipomotilidade.

Os animais atendidos com retenção de placenta ou metrite apresentavam o seguinte

histórico: período pós-parto (variável de 1 a 8 dias), anorexia, não expulsão total da

placenta, prostração, presença de secreção na vulva e hipertermia (variável de

acordo com o período pós-parto). Com o auxílio de uma luva de palpação, quando

necessário, higienizou-se a região da vulva, introduziu-se a mão pela vulva para

verificar se o canal cervical ainda se encontrava dilatado e tracionou-se

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cuidadosamente a placenta, retirando-se o conteúdo presente no útero, conforme

figura 7. Após o procedimento, aplicou-se uma dose de 5 ml de E.C.P., repetindo a

mesma dose após 3 a 4 dias caso não houvesse expulsão total do conteúdo

remanescente, e caso o animal apresentasse hipertermia utilizava-se

antiinflamatórioterapia, com diclofenaco (Diclofenaco 50) na dose de 1ml para 50 Kg

de peso via intramuscular durante três dias ou enquanto o animal apresentasse

hipertermia e antibioticoterapia com oxitetraciclina (Terramicina LA) na dose de 1 mL

para 50 Kg de peso, ceftiofur (Cef 50) na dose de 1 mL para 50 Kg de peso ou

enrofloxacina (Zelotrilplus) na dose de 1 mL para 40 Kg de peso, realizada de 3 a 5

dias. Dependendo da severidade do quadro clínico do animal, e havendo a

necessidade, o tratamento poderia ser estendido, ou introduzido nova terapia. Os

animais eram mantidos em observação e caso fosse observada qualquer alteração,

realizava-se novo atendimento.

Figura 7 - Vaca com retenção de placenta pós-parto.

Os animais atendidos com hipocalcemia apresentavam histórico de parto

recente, apresentavam alta produção leiteira, e tinham como sinais clínicos:

prostração, fraqueza, e, ocasionalmente, mucosas anêmicas. O tratamento de

escolha para estes animais foi: 1frasco de cálcio de 500 mL (Pradocálcio), 1 frasco

de glicose de 500 mL (Glicose 50%) e 10 ml de vitamina B12 e composto fosfórico

(Catosal B12), todos administrados por via endovenosa, com a finalidade de resolver

a hipocalcemia/magnesemia, além de revigorar o paciente e fornece energia para o

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26

organismo; enrofloxacina (Kinetomax) na dose de 3mL para 40Kg de peso vivo via

subcutânea, como antibioticoterapia preventiva; e Diclofenaco (Diclofenaco 50) na

dose de 1mL para 50Kg de peso via intramuscular, visando a analgesia do paciente,

todos os medicamentos fornecidos ao animal somente uma vez. Caso o animal não

apresente outros problemas concomitantes, geralmente em até duas horas, põe-se

em pé e começa a se alimentar normalmente.

Os animais atendidos e diagnosticados com mastite clínica ou subclínica

apresentavam: edema no úbere, hipertermia, inapetência, taquicardia e taquipnéia.

O tratamento para mastite é muito relativo e varia de acordo com o estado clínico do

animal, evolução da doença, tempo de lactação, resultado do CMT (California

Mastitis Test) e resultado de antibiograma. Adotou-se antibioticoterapia sistêmica e

intramamária (figura 9) até obter-se o CMT negativo do animal, utilizando diferentes

princípios ativos levando em consideração o tipo de mastite, histórico de utilização

prévia de antibióticos ou antibiograma, sempre atento para que não ocorra

antagonismo; e antiinflamatórioterapia durante três dias, com o intuito de reduzir a

inflamação e a hipertermia, caso o animal apresentasse.

Figura 8- Medicamento antimicrobiano intramamário para bovinos.

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Gráfico 1 – Número de casos clínicos diagnosticados, relacionados ao sistema digestório.

Gráfico 2 – Número de casos clínicos diagnosticados, relacionados ao sistema locomotor.

4

2

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

4

4,5

Anorexia Diarréia em Bezerros

1 1

2

1

0

0,5

1

1,5

2

2,5

Frieira Displasiacoxofemural

Estiramentomuscular

Lesão em membroposterior

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Gráfico 3 – Número de casos clínicos diagnosticados relacionados ao sistema reprodutivo.

Gráfico 4 – Número de casos clínicos diagnosticados relacionados ao sistema mamário.

5

9

3

8

9

5

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

Aborto Retenção dePlacenta

PartoDistócico

InfecçãoUterina

Corpo LúteoPersistente

Cistosuterinos

4

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

4

4,5

Mastite

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Gráfico 5 – Número de doenças parasitárias e infecto-contagiosas.

Gráfico 6 – Número de deficiências relacionadas aos bovinos.

9

2

1

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

Babesiose Brucelose Tuberculose

3

2

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

Deficiência Alimentar (desnutrição) Hipocalcemia

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30

Gráfico 7 - Número de procedimentos realizados conforme o PNCEBT.

Figura 9 - Parto gemelar.

0

50

100

150

200

250

300

Exame de Brucelose Exame deTuberculose

Vacina de Brucelose(B19)

Vacina de Brucelose(RB51)

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31

3.4 VACINA DE BRUCELOSE

Foram realizadas as vacinas de brucelose nas propriedades, mensalmente,

na segunda semana de cada mês, por um médico veterinário habilitado e

cadastrado na Unidade Veterinária Local (UVL). O retorno na mesma propriedade

era feito somente após 4 meses, com o propósito de organizar os produtores para a

formação de lotes de bezerras, evitando assim o retorno mensal à mesma

propriedade, otimizando a utilização da mão de obra e estendendo a ação do

programa no município em sua totalidade.

Todas as bezerras entre três e oito meses receberam a vacina amostra B19,

apenas uma dose, sendo a manipulação realizada com luvas de procedimento e

rigoroso cuidado, pois trata-se de uma amostra viva atenuada. As doses foram

transportadas em caixa de isopor com gelo, mantendo a temperatura recomendada

pelo PNCEBT (Programa Nacional de Controle e Erradicação de Brucelose e

tuberculose) de 2 a 8ºC, ainda seguindo o programa os machos não eram

vacinados, pois ao realizar um exame de brucelose o animal se mostrará positivo,

mesmo não sendo portador da doença.

Figura 10 - Manipulação da vacina de brucelose (B19).

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Com o auxílio de luvas de procedimento e da pistola de vacinação foi

adicionado o diluente no frasco liofilizado e colocado na pistola, sendo aplicado 2 ml

por via subcutânea, na região próximo da escápula.

Todos os animais vacinados tinham o brinco numerado para cadastro da

vacina na ADAPAR/SEAB (Agência de Defesa Agropecuária do Paraná/Secretaria

de Agricultura e Abastecimento), receberam também uma marcação com ferro

candente no lado esquerdo da cara para identificação da vacinação, contendo nessa

marca a letra “V” de vacinada, e o número “5”correspondente ao ano da vacinação,

sendo isentas da marcação somente as fêmeas com cadastro genealógico, que

consiste na comprovação da origem dos animais pertencentes a suas associações

que foram delegadas pelo MAPA, para realizarem o controle genealógico dos

animais.

Caso houvessem animais não vacinados até os oito meses de idade, o

veterinário orientava quanto à vacinação, sendo possível somente com a amostra da

Vacina Não Indutora de Anticorpos Aglutinantes (VNIAA), ou RB 51. Nesse caso

deveria ser formado um lote de animais, para conseguir utilizar todas as doses, já

que, após a abertura do frasco, tem que ser utilizado em quarenta minutos.

Figura 11 - Manipulação da vacina de brucelose (RB51).

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Figura 12 - Maçarico para aquecer o ferro de marcação (V5).

Figura 6 - Animal após marcação a ferro candente.

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3.5 EXAMES DE BRUCELOSE E TUBERCULOSE

Os exames de brucelose e tuberculose foram realizados durante os meses de

novembro de 2014 a setembro de 2015, quando foram submetidos ao teste 2.192

animais, principalmente das raças Holandesa, Jersey e Mestiças. Foram submetidas

ao teste as fêmeas acima de 24 meses, em lactação, com pré e pós-parto de trinta

dias a fim de evitar interferência da baixa imunidade do animal no teste. No total, 229

propriedades rurais do município foram atendidas, onde se registrou o número do

brinco, a raça e a idade aproximada de cada animal. Para realizar o exame de

tuberculose, foi realizada a tricotomia de uma pequena região da escápula. Num

primeiro momento mediu-se a espessura da pele dos animais com o auxílio de um

cutímetro sendo o valor obtido na medição anotado, para posteriormente ser

comparado com a segunda medição. Neste mesmo local, foi aplicado 1 ml de

tuberculina bovina utilizando uma pistola dotada de agulha intradérmica. Da

subtração da segunda medição realizada, no local da aplicação da tuberculina após

72 horas, com a primeira, obtém-se um valor que, caso seja menor que 1,9 mm,

considera-se normal, ou, quando maior que 1,9 mm até 4,0 mm considera-se

inconclusivo e acima de 4,0 mm considerado positivo. Sendo assim necessário

realizar um exame de reteste (duplo comparado) dois meses após o primeiro teste,

onde se compara a reação da tuberculina aviária com a bovina, pois muito

facilmente o animal infecta-se com a Mycobacterium avium, causando uma reação

cruzada, tornando o exame inconclusivo no primeiro momento (Figura 16).

De acordo com MAPA (2006) o Mycobacterium avium é agente causador de

tuberculose em várias espécies de aves. Para os bovinos esta bactéria não se

apresenta patogênica, porém, provoca reações inespecíficas à tuberculinização,

possibilitando o aparecimento de falsos positivos.

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Figura 14 - Materiais utilizados no exame de tuberculose (Tuberculina Bovina e Aviária).

Figura 15 - Medição do couro com o cutímetro

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36

Figura 16 - Contato direto entre aves e bovinos, podendo haver a

disseminação da Tuberculose, Salmonelose e Eimeriose ou resultados

inconclusivos na tuberculinização

Para o exame de brucelose, o sangue foi coletado da veia caudal, utilizando

luvas de procedimento, agulha e vidro estéreis para coleta de sangue a vácuo

(vacutainer), sendo cada um dos frascos identificado com o número do brinco do

animal e nome do produtor. O teste de triagem do Antígeno Acidificado Tamponado

(AAT) era realizado no laboratório municipal anexo ao prédio da prefeitura cedido à

EMATER, utilizando os seguintes materiais: luvas de procedimento, jaleco, álcool

70%, micropipeta, ponteiras descartáveis, AAT e uma placa apropriada de vidro 20

cm por 20 cm dividida em 25 quadrados. Com a micropipeta foi colocado 0,02 ml de

soro obtido através da coagulação do sangue, e caso necessário utilizava-se a

centrífuga, junto com 0,02 ml de AAT em cada um dos quadrados, homogeneizando

com auxílio de uma ponteira. Para verificar se houve reação, eram cronometrados

durante quatro minutos, se houvesse a formação de pequenos coágulos, o animal

era considerado suspeito ou inconclusivo, pois este teste é somente para triagem e

deve ser confirmado com testes mais específicos. Assim, o soro desses animais era

encaminhado para o Centro de Diagnóstico “Marcos Enrietti”, em Curitiba-PR, onde

era realizado o teste do 2- Mercaptoetanol (2-ME) para confirmação. Caso este novo

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teste seja novamente inconclusivo, deve-se fazer o teste de Reação de Fixação de

Complemento (RFC) confirmando os casos inconclusivos ou os testes de triagem.

Após os retestes da tuberculose e da brucelose, os animais positivos devem

ser imediatamente isolados do rebanho e marcados com ferro cadente com a letra

“P” no lado direito da cara, e no máximo em trinta dias devem ser encaminhados

para abate sanitário ou destruídos na propriedade com acompanhamento do serviço

oficial de defesa sanitária animal.

Durante o período do estágio foram diagnosticados 6 animais positivos para

brucelose e 5 animais inconclusivos para a tuberculose de 2.192 animais

examinados.

Figura 17 - Amostras de sangue para o teste de brucelose

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Figura 18 - Antígeno Acidificado Tamponado usado no teste de brucelose

Figura 19 – Teste do AAT, comparação de animais soronegativos e animal soropositivo

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4 REVISÃO DE LITERATURA

4.1 INTRODUÇÃO

No Brasil a exploração dos animais é deficiente devido à nutrição precária.

Procedimentos sanitários mal executados são fatores que, geralmente, contribuem

para uma criação insalubre (TOMÉ, 1993). No Brasil não se sabe exatamente os

prejuízos econômicos causados pela brucelose bovina (MAPA, 2006).

Ao falar sobre sanidade animal, Mathias et al (2007) afirmam que a brucelose

ainda é um sério problema na maioria dos países, exceto os que, após um rigoroso

programa de controle, conseguiram erradicá-la ou reduzir sua taxa de prevalência,

porém, principalmente nos países mais pobres, ainda é uma questão preocupante.

A brucelose é uma zoonose relevante à economia e saúde pública, possui

distribuição mundial e no Brasil a epidemiologia varia conforme a região (VIANA et

al. 2010). De acordo com MATHIAS, (2008) ela se manifestou inicialmente nos seres

humanos e em poucos anos sua transmissão aos animais foi descoberta.

O controle da brucelose apresenta um papel de extrema importância, não

somente para reduzir perdas econômicas no setor primário, mas também para

eliminar barreiras ao comércio internacional de produtos de origem animal

(CALDEIRA et al. 2009). Para Lauar (1983) e Teixeira et al. (1998), por se tratar de

uma doença altamente contagiosa, desperta muitas preocupações. Causa vários

prejuízos à saúde pública e à economia do país, tais como a desvalorização dos

preços da carne, leite e seus derivados, redução da exportação, altos custos com

pesquisa e programas de controle e erradicação.

No ano de 2001, foi instituído pelo Ministério da Agricultura Pecuária e

Abastecimento (MAPA) o Programa Nacional de Controle e Erradicação da

Brucelose e Tuberculose (PNCEBT) com intuito de reduzir os danos causados por

essas doenças à saúde humana e animal (BRASIL, 2001).

Conforme preconiza o MAPA (2006), todas as fêmeas de três a oito meses

devem ser vacinadas com a amostra B19 e só devem ser submetidas ao exame a

partir 24 meses de idade. As que não forem vacinadas e machos podem ser

submetidos ao exame a partir dos oito meses.

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40

4.2 ETIOLOGIA

A Brucella abortus é a principal causadora de brucelose nos bovinos, são

pequenos bastonetes gram-negativos, aeróbios e não formadores de esporos (RIET-

CORREA et al.2001), afirma MAPA (2006), existirem seis espécies de Brucelas,

independentes, cada qual com hospedeiro preferencial, são estas: B. abortus

(bovinos e bubalinos), B. melitensis (caprinos e ovinos), B. suis (suínos), B. ovis

(ovinos), B. canis (cães) e B. neotomae (rato do deserto), ainda segundo o autor,

esses hospedeiros preferenciais não são exclusivos.

A brucelose, nos animais domésticos, está associada principalmente a

abortos, nascimento de crias fracas e baixa fertilidade, com efeitos desastrosos para

pecuária e economia (POESTER et al. 2009)

As Brucelas conseguem permanecer no ambiente, mas não se reproduzem

nele devido à sensibilidade aos fatores ambientais. Sua resistência diminui quando a

luz solar e temperatura aumentam ou há diminuição de umidade (Tabela 2). Essas

bactérias sobrevivem quando protegidas por matéria orgânica, como restos de

placenta, anexos fetais, fezes, leite e manteiga. (MAPA, 2003; PAULING &

FERREIRA NETO 2002).

Tabela 2: Resistencia da Brucella sp em algumas condições ambientais

Condição ambiental Tempo de sobrevivência

Luz solar direta 4 - 5 Horas

Solo

seco 4 dias

úmido úmido 65 dias 65 Dias

a baixas temperaturas 151 - 185 Dias

Fezes 120 Dias

Dejetos

esgoto 8 - 240/700 Dias

altas

temperaturas

4 horas - 2 dias

Água potável 5 - 114 Dias

poluída 30 - 150 Dias

Feto à sombra 180 dias

Exsudato uterino 200 dias

Fonte: Mapa (2006).

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41

De acordo com MAPA (2006), a B. abortus é transportada pelos macrófagos

até os linfonodos regionais e podem permanecer nesses locais por meses. Se tais

bactérias não forem eliminadas, podem se disseminar pela via linfática. As Brucelas

têm predileção por linfonodos, baço, fígado e aparelho reprodutor. Devido ao

tropismo por eritritol, podem se instalar em útero gestante e nos testículos.

4.3 EPIDEMIOLOGIA

Pacheco et al. (2008) concluíram que a brucelose bovina é uma zoonose de

distribuição mundial e seu agente etiológico causa prejuízo econômico e sanitário,

principalmente em países com pouco investimento na pecuária leiteira e gado de

corte. Afirmam também que países desenvolvidos como Japão, Canadá, Dinamarca,

Austrália, Inglaterra, Holanda e Suécia adotaram medidas sanitárias há mais de vinte

anos, e conseguiram obter sucesso em seus programas.

O último diagnóstico da situação epidemiológica da brucelose bovina no Brasil

foi realizado em 1975, tendo sido estimada a porcentagem de animais soropositivos

em 4% na Região Sul, 7,5% na Região Sudeste, 6,8% na Região Centro-Oeste,

2,5% na Região Nordeste e 4,1% na Região Norte (BRASIL, 2006).

A incidência de brucelose é variável em diferentes países, porque depende da

população animal exposta, da espécie de Brucella envolvida e das medidas tomadas

para o controle e erradicação (RIET-CORREA et al. 2001).

Dias et al. (2009) em seu estudo concluiu que, no ano de 2003, o estado do

Paraná apresentou soro positividade de 1,73% dos animais avaliados, esses

divididos pelas regiões do estado, observou-se: Noroeste 2,82%, Centro-oeste-norte

2,40%, Norte pioneiro 0,85%, Centro sul 0,83%, Oeste 1,66%, Leste-sul 0,09% e no

Sudoeste 2,20%. Nesse estudo, o tamanho da amostra foi o que manteve a

sensibilidade e especificidade dos rebanhos igual ou superior a 90%. Nas

propriedades com até 99 animais acima de 24 meses foram coletadas de 10

animais, e aquelas com mais de 100 animais acima de 24 meses foram coletadas de

15 animais, todos escolhidos aleatoriamente.

Pereira e Hartmann (2007) concluíram que na região de Iporã-PR de 176

rebanho analisados 15 apresentaram-se positivos e 10 inconclusivos, o que mostra

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um resultado preocupante devido à grande exploração de rebanhos de corte nesta

região.

A brucelose no homem não ocorre com frequência, as pessoas mais

susceptíveis às infecções são aquelas que estão diretamente em contato com

fômites da doença, produtos de origem animal contaminados ou em contato direto

com animais infectados (RIET-CORREA et al. 2001).

4.4 TRANSMISSÃO

A penetração da bactéria ocorre principalmente pela mucosa oral,

nasofaringea, conjuntiva, genital ou pelo contato direto com a pele (RIET-CORREA

et al. 2001), afirma MAPA (2006) que, a principal forma do animal se infectar é pelo

trato digestório, se estão com a imunidade deficiente ao ingerem água e alimentos

contaminados ou quando a vaca lambe sua cria recém-nascida.

Para Zamban (2008) as vacas brucélicas podem transmitir a doença para o

feto pela via transplacentária, os bezerros podem contrair a doença no parto e pela

alimentação via leite ou colostro. (RIET-CORREA et al. 2001).

Conforme Paulin & Ferreira Neto (2002), a introdução de animais afetados em

rebanhos livres da doença é uma importante causa de seu aparecimento. Ainda

segundo o autor, inicialmente os abortos são frequentes e, com o passar dos anos,

têm uma redução considerável, porém tais fêmeas permanecem portadoras da

doença, e geram bezerros fracos e pouco desenvolvidos. Fato também observado

por Kuroda et al. (2004), sem o devido conhecimento sanitário no momento da

aquisição dos animais, observara-se um aumento nos casos de abortos e

nascimento de bezerros fracos.

Após o primeiro aborto o animal desenvolve imunidade celular, diminuindo

significativamente as lesões nos placentomas nas gestações subsequentes. Diante

disso, diminuem os abortos e inicia o aparecimento de outros sinais clínicos, como:

nascimento de crias fracas, retenção de placenta, metrite ou endometrite crônica e

consequentemente subfertilidade, infertilidade ou esterilidade (LAGE et al., 2008;

RIBEIRO et al., 2008; XAVIER et al., 2009).

Os touros reprodutores podem ser importantes disseminadores da doença,

pois com o sêmen são eliminadas bactérias. Os novilhos castrados destinados ao

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frigorífico pendente transmitir a brucelose ao homem durante o abate (PAULING &

FERREIRA NETO, 2002).

Fêmeas nascidas de vacas brucélicas têm chance de se infectarem ainda na

vida uterina, durante ou logo após o parto. Quando infectadas, essas fêmeas, em

geral, abortam na primeira prenhez, e só apresentam resultados positivos para os

testes sorológicos no decorrer da gestação (MAPA, 2006).

Ferreira e Ferreira (1990) supõe ainda que os artrópodes hematófagos são

possíveis agentes transmissores, através da picada e secreções de glândulas.

4.5 SINAIS CLÍNICOS

Os sinais clínicos predominantes em vacas gestantes são o aborto ou o

nascimento de animais fracos (COSTA, 1998). De acordo com MAPA (2006) o

aborto ocorre entre 24 a 72 horas após a morte fetal, e não apresenta lesões

patognomônicas para a brucelose, observa-se apenas broncopneumonia supurativa.

O aborto tardio é associado com placentite necro-hemorrágica e lesões fetais,

pleurite fibrinosa e particularmente pericardite e pneumonia (XAVIER et al. 2009).

A Brucella além de causar o aborto, leva à diminuição da produção e aumento

na contagem de células somáticas no leite, redução da fertilidade, por aumento do

intervalo entre partos de animais que apresentam aborto ou metrite pós-parto

(GORHAM et al., 1986; MEADOR e DEYOE, 1989 apud PAIXÃO, 2006).

De acordo com Eaglesome & Garcia (1992), a brucelose nos machos causa

orquite, geralmente associada à vesiculite e epididimite, infertilidade temporária ou

permanente, dependendo da intensidade.

A doença apresenta duas fases, inicialmente de forma inflamatória aguda e

em seguida de forma crônica, geralmente assintomática (MAPA, 2006).

4.6 DIAGNÓSTICO

A brucelose pode ser diagnosticada pela identificação do agente por métodos

diretos, ou pela detecção de anticorpos contra B. abortus por métodos indiretos

(MAPA, 2006).

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Para Poester et al. (1997), o diagnóstico direto é um método seguro, porém é

difícil a coleta do material, sendo que consiste em isolamento do agente a partir de

secreções fetais, vaginais, gânglios, leite e sêmen.

A sorologia para pesquisa de anticorpos e a resposta celular pelo teste

cutâneo ou testes in vitro são considerados métodos de diagnóstico indireto para

identificar a brucelose (RIET-CORREA et al. 2001).

Conforme Paulin & Ferreira Neto (2003), os testes de aglutinação são muito

utilizados para diagnósticos de doenças bacterianas. Particularmente as gram-

negativas apresentam boa especificidade, fácil execução e baixo custo, sendo

realizado a partir da coleta de anticorpos no leite, soro, plasma seminal ou no muco

vaginal.

No Brasil foi desenvolvido o Programa Nacional de Controle e Erradicação da

Brucelose e Tuberculose (PNCEBT) o qual definiu como oficiais os seguintes testes:

antígeno acidificado tamponado (AAT), anel em leite (TAL), 2-Mercaptoetanol (2-

ME), e fixação de complemento (FC), sendo que os dois primeiros como teste de

triagem e os dois últimos como confirmatórios (BRASIL, 2006).

A maior parte dos testes sorológicos quando realizados isoladamente não se

apresentam fidedignos, devendo-se associar a um ou mais testes para a real

confirmação. Há possibilidade de não serem detectados pelos testes animais

infectados, recém paridos/abortados ou os que estão contagiados por um longo

período. (RIET-CORREA et al. 2001).

Conforme preconiza MAPA (2006), todo material coletado para enviar ao

laboratório deve ser identificado com o maior número de informações relevantes, e

durante a colheita devem-se utilizar equipamentos de proteção individual (EPI’S)

evitando o contato direto com o material.

4.7 TESTES DE TRIAGEM

4.7.1 Teste de Soroaglutinação com Antígeno Acidificado Tamponado (AAT)

De acordo com Megid et al. (2000), o exame é bastante confiável podendo ser

usado como teste de triagem para rebanhos vacinados com a B19, porém os

animais positivos devem ser submetidos a avaliações mais específicas.

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Conforme recomenda MAPA (2006), o teste do AAT deve ser usado como

triagem do rebanho, já que pode apresentar resultados falso-positivos devido à

utilização da vacina B19, devendo assim confirmar o resultado com outros mais

específicos. É preparado com o antígeno na concentração de 8%, tamponado em

pH ácido (3,65) e corado com o Rosa de Bengala. A leitura do teste revela somente

a presença ou ausência de IgG1, pois o pH ácido inibe a aglutinação do antígeno

pelas IgM. Este teste se mostra vantajoso quando comparado à prova lenta em

tubos, pois detecta com maior precocidade as infecções recentes.

Megid et al. (2000), concluiu que o teste do AAT é bem específico, prático e

de baixo custo, tem alta sensibilidade, podendo ser substituído pela soroaglutinação

rápida, proporcionando um melhor controle da doença em curto espaço de tempo.

Um fator responsável pelas reações falso-positivas no diagnóstico de brucelose é a

infecção por Yersinia enterocolitica sorotipo 09, causando reação cruzada (Ferraz,

1999).

4.7.2 Teste do Anel do Leite (TAL)

O teste do anel do leite é uma importante ferramenta para detectar rebanhos

infectados, monitorar rebanhos sadios e livres de brucelose, possui limitações,

podendo apresentar resultados falso-positivos em presença de leite ácido,

provenientes de animais portadores de mamites ou animais em início de lactação

(colostro). A sua principal aplicabilidade é para diagnóstico de vários animais

homogeneizando as amostras, a baixa concentração de antígeno (4%) torna-o

bastante sensível. Se existirem anticorpos no leite estes se combinam com as B.

abortus do antígeno, formando uma malha de complexo antígeno-anticorpo que, por

sua vez é arrastada pelos glóbulos de gordura, formado um anel azulado na camada

do creme de leite (reação positiva). Sem a presença de anticorpos no leite, o anel de

creme terá a coloração branca e a coluna de leite permanece azulada (reação

negativa) (MAPA, 2006).

Silva et al. (2007) em seu estudo, concluiu que os animais com mastite

podem apresentar resultados falso-positivos no TAL, devido ao aumento de

leucócitos e células de descamação na glândula mamária.

TESTES CONFIRMATÓRIOS

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4.7.3 Teste do 2-mercaptoetanol (2-ME)

A prova do 2-ME é seletiva para detectar a presença de IgG no soro. Baseia-

se, no fato dos anticorpos da classe IgM, com configuração pentamérica, se

degradarem em subunidades pela ação de compostos que contenham radicais tiol,

esta subunidade não tem capacidade de provocar a aglutinação. A interpretação dos

resultados é dada pela diferença entre os títulos de soros sem tratamento frente ao

soro tratado com 2-ME Os soros com IgM predominante, apresentam resultados

negativos para essa prova e positivos para a prova lenta, sendo assim

caracterizados como reações inespecíficas ou devido a presença de anticorpos

residuais de vacinação com B19. Os resultados positivos em ambas as provas

indicam a presença de IgG, caracterizando os animais como infectados (MAPA,

2006).

Megid et al. (2000), avaliou a prova do 2-ME comparando com a AAT, e

obteve como resultado, uma maior concordância, podendo ser usado como prova

complementar específica. Ele sugere a substituição pelo teste FC nos laboratórios

que não realizam esta prova em sua rotina, por dificuldade técnica e material.

Teste de Soroaglutinação em Tubos (SAT)

É a prova sorológica mais antiga, porém ainda muito utilizada, quando

associada ao 2-ME confirma os casos positivos das provas de rotina. É muito usada

para identificação de animais infectados, e podem apresentar resultados falso-

negativos. Nos casos de infecção crônica, os resultados negativos se dão por

reações cruzadas de bactérias. Parte dos animais vacinados com a amostra B19

após os 8 meses de idade podem apresentar-se positivos para essa prova (MAPA,

2006).

4.7.4 Fixação de Complemento (FC)

Para Jardim et al. (2006), é uma prova muito fidedigna e específica, apresenta

equilíbrio entre os parâmetros avaliados, podendo ser usado para definir títulos

sorológicos controversos. Por esse motivo, foi adotado em diversos países como

teste para diagnóstico definitivo.

É considerada a prova de referência para o trânsito internacional de animais,

sendo recomendada pela “Organização Internacional de Epizootias” (OIE). Apesar

desta prova detectar tanto IgG1 como IgM, o isotipo IgG1 é mais eficaz na fixação de

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complemento. Os animais infectados permanecem positivos por períodos mais

longos, e com titulação de anticorpos fixadores de complemento mais elevados do

que nas provas de aglutinação. Os animais vacinados acima de 8 meses de idade

têm os anticorpos que fixam complemento por menos tempo que os aglutinantes. O

teste é considerado trabalhoso e complexo, portanto exige treinamento e bons

equipamentos (MAPA, 2006).

4.8 NOVOS MÉTODOS DE DIAGNÓSTICO

4.8.1 Teste de Elisa Indireto (I-Elisa)

Existem vários protocolos para este teste que apresentam bons resultados. O

antígeno utilizado é o lipopolissacarídeo de B. abortus. Como conjugado, com o

anticorpo monoclonal anti-IgG1 bovino conjugado com peroxidase. Como agentes

quelantes, utilizam-se (EDTA/EGTA) a fim de minimizar as reações não específicas.

O teste possui alta sensibilidade e pouca confiabilidade (MAPA, 2006).

De acordo com Jardim et al. (2010), a técnica de ELISA ID não deve ser

usada como prova de diagnóstico definitivo em rebanhos não vacinados, pois a alta

sensibilidade e a baixa especificidade favorecem o diagnóstico falso-positivo. O

mesmo autor afirma que, criar um padrão para a realização do teste e aumentar sua

especificidade, pode viabilizar o diagnóstico confirmativo. Esta prova requer uma

melhor padronização da técnica, alterando o ponto de corte e assim podendo

reverter os problemas encontrados neste estudo, podendo assim ser usado com

frequência nos diagnósticos.

4.8.2 Teste de Elisa Competitivo (C-Elisa)

Neste teste o antígeno imobilizado utilizado na fase sólida é o

lipopolissacarídeo (LPS) de B. abortus. O soro a ser testado é misturado com um

anticorpo monoclonal específico contra a cadeia “O” de B. abortus, para ser

detectado, o anticorpo monoclonal ligado ao antígeno imobilizado na fase sólida do

teste, utiliza-se um conjugado peroxidase-anti-IgG. Quanto mais anticorpos

anticadeia “O”, maior a competição com o anticorpo monoclonal específico e menor

a quantidade de cor desenvolvida. É um teste muito sensível e específico,

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recomendado pela OIE como confirmatório para brucelose, entretanto, seu custo é

elevado (MAPA, 2006)

Foi desenvolvido recentemente e com alta especificidade, hábil para detectar

todas as imunoglobulinas e pode ser empregado para identificar animais infectados

de animais vacinados com a B19 (QUINN et al. 2005).

4.8.3 Teste de Polarização de Fluorescência (FPA)

Mathias et al. (2010), em seu trabalho conclui que o teste FPA é fácil, rápido e

confiável, quando realizado por pessoa capacitada e cuidadosa. Uma desvantagem

deste teste é o custo do equipamento utilizado e dos reagentes. Mesmo com as

desvantagens de custo o teste pode ser útil no PNCEBT.

Realizado com o antígeno polissacarídeo “O” de B. abortus, conjugado com o

isotiocinato de fluoresceína. A prova tem como objetivo a comparação de velocidade

dos movimentos aleatórios das moléculas em solução, sendo o tamanho das

moléculas o principal fator para interferir na velocidade. Havendo anticorpos no soro,

haverá formação dos complexos antígeno-anticorpo conjugado isolado. Com o

auxílio de equipamento específico é possível mensurar a velocidade das moléculas.

O teste é concluído em poucos minutos, sendo realizado em soro ou leite, este tem

se mostrado promissor para o diagnóstico de brucelose em outras espécies (MAPA,

2006).

4.9 DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL

Também devem ser avaliadas outras doenças que tem como principal sinal

clínico o aborto durante o diagnóstico da brucelose, são estas: leptospirose, diarréia

viral bovina, rinotraqueíte infecciosa bovina, campilobacteriose, vibriose, listeriose,

micoplasmose, clamidiose e abortos de origem não infecciosa (BLAHA, 1995;

PAULIN & FERREIRA NETO, 2002).

4.10 CONTROLE E PROFILAXIA

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Estima-se que a brucelose bovina determina, entre outros, uma redução na

produção leiteira de 20 a 25%; uma perda da produção de carne de 10 a 15%; uma

perda de 15% dos bezerros ocasionada por aborto, rompimento ou perda das linhas

genéticas nos rebanhos infectados e consequente redução do seu valor comercial;

uma, de cada cinco vacas que abortam torna-se estéril; as necessidades de 46

reposição de animais em um rebanho infectado aumentam em aproximadamente

30% e o intervalo entre partos aumenta de 11,5 para 20 meses (FARIA, 1984).

Provoca ainda restrições comerciais devido à vulnerabilidade dos produtos a serem

comercializados, às barreiras sanitárias, diminuindo a competitividade no comércio

exterior. (PAULIN, 2006).

Os prejuízos causados pela brucelose e o fato dela ser uma enfermidade que

pode ser prevenida e erradicada contribuem para a decisão tomada por vários

países, alguns até a mais de duas décadas, de implementar programas para o

controle da brucelose, com êxitos consideráveis, tendo sido observado que os

resultados destes programas têm levado à eliminação da brucelose em parte ou na

totalidade dos seus territórios (SÃO PAULO, 2002)

Com a finalidade de um melhor controle da brucelose, em janeiro de 2001, o

MAPA lançou o PNCEBT, por meio da Instrução Normativa nº2, de 10 de janeiro de

2001, publicada no Diário Oficial da União de 11 de janeiro de 2001 (MAPA, 2001).

O controle da brucelose baseia-se principalmente na vacinação mensal das

fêmeas, controle de transito dos animais de reprodução, diagnóstico, e sacrifício dos

animais positivos (MAPA, 2006).

Costa (1998) afirma que nos bovinos, a vacinação em dose única das

terneiras entre 3-8 meses nos locais de alta prevalência, sendo usada a amostra 19

da B. abortus, que confere boa proteção durante o tempo de vida útil em 65-80%

dos animais.

Os métodos de controle da brucelose são muito simples, quando se conhece

a epidemiologia da doença, o público alvo das ações desenvolvidas e boas

estratégias de implementação das ações (MAPA, 2006).

Lage et al. (2009) afirma que, faz parte do programa de controle da brucelose

a conscientização de vaqueiros, produtores, tratadores e técnicos, sendo a única

forma duradoura e eficaz para a implementação de um programa de controle de

brucelose em um rebanho, pois, o sucesso do programa depende do envolvimento e

comprometimento de todas as pessoas relacionadas ao manejo dos animais.

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4.11 VACINAS CONTRA A BRUCELOSE

Os pesquisadores procuram desenvolver vacinas que sejam protetoras e que

não tenham interferência no diagnóstico da doença. Em decorrência desses fatores,

os pesquisadores vêm desenvolvendo um grande número de vacinas vivas

atenuadas, mortas, de subunidades, recombinantes e de DNA. Muitas destas

vacinas mostram-se pouco protetoras, como as vacinas mortas ou ainda aquelas

que estão em fases de testes como as recombinantes, de subunidades e de DNA.

As vacinas recomendadas pela OIE são a B19 e a vacina não indutora de anticorpos

(amostra RB51), sendo as duas amostras boas indutoras de anticorpos (MAPA,

2006)

4.12 VACINA B19

Dentre as vacinas vivas, a amostra B19 é a mais empregada nos programas

de controle da brucelose em vários países (LAGE et al. 2009).

Afirma MAPA (2006) que a vacina B19 é uma amostra da Brucella que foi

isolada do leite de uma vaca Jersey em 1923, após um ano em temperatura

ambiente, esta perdeu a virulência e desde então tem sido utilizada como vacina.

A vacinação deve ser realizada entre três e oito meses de idade, com o

objetivo de não interferir na imunidade passiva, minimizar reações vacinais e

imunizar as bezerras antes de atingirem a puberdade (LAGE et al. 2009), conforme

recomenda MAPA (2006), a B19 é atenuada para fêmeas jovens, causa orquite e

artrite nos machos e se administrada durante a gestação provoca aborto. Pode

infectar o homem, por isso, durante a vacinação devem ser tomadas medidas de

precaução quanto à proteção individual e quanto ao descarte de frascos de vacinas

e seringas. Por ser uma amostra lisa, induz a formação de anticorpos, o que pode

interferir no diagnóstico de animais vacinados após os oito meses.

Quando os animais são vacinados até os oito meses de idade, os anticorpos

desaparecem, e aos 24 meses quando submetidos às provas sorológicas não

apresentam resultados falso-positivos (MAPA, 2006).

4.13 Vacina não Indutora de Anticorpos Aglutinantes (amostra RB51)

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A amostra da vacina rugosa RB51 não possui antígeno-O no

lipopolissacarídeo (LPS), sendo assim ela não interfere no diagnóstico sorológico da

brucelose por não possuir estes componentes indutores de anticorpos (BASTOS et

al. 2012).

Conforme BRASIL (2006), esta é a vacina oficial do programa de controle de

brucelose dos EUA, México e Chile. No Brasil, vem sendo usada para vacinação de

fêmeas adultas não imunizadas com a amostra B19. Por se tratar de uma amostra

viva exige cuidados e utilização de EPI’s.

Segundo a Instrução Normativa SDA nº 33 de 24 de agosto de 2007. A

vacinação de fêmeas com a amostra RB51 será recomendada nos seguintes casos:

idade superior a 8 meses, que não tenham sido vacinadas com a amostra B19 entre

3 a 8 meses, fêmeas adultas submetidas ao teste sorológico e não reagentes e em

estabelecimentos de criação com focos de brucelose. A vacinação deverá ser

realizada somente por um Médico Veterinário cadastrado na Unidade Federativa. É

proibida a aplicação desta vacina em machos, fêmeas até 8 meses e fêmeas

gestantes (MAPA, 2007).

4.14 TRATAMENTO

O controle da tuberculose é feito a partir do sacrifício dos animais positivos.

Ainda não existe vacina contra esta doença.

Não é recomendado o tratamento dos animais doentes, sendo extremamente

difícil, com resultados insatisfatórios e antieconômicos.

Os animais positivos para tuberculose e brucelose devem ser marcados a

ferro quente no lado direito da cara com um “P” contido num círculo, devem ser

afastados da produção leiteira, devem ser isolados de todo o rebanho e sacrificados.

4.15 BRUCELOSE NO HOMEM

Para a Saúde Pública quando o homem é infectado, além da enfermidade,

deve ser levado em conta a incapacidade para o trabalho e a redução do

rendimento, além de um fator de risco para a produção de alimentos, principalmente

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produtos de origem animal os quais são indispensáveis para a saúde e bem-estar.

(CARLTON et al. 1998 apud PACHECO et al 2008).

É uma importante doença, porém, de difícil diagnóstico devido a

sintomatologia específica (BRASIL, 2006).

A brucelose não é transmitida habitualmente de um ser humano ao outro, as

principais formas do homem infectar-se é: contato com fômites, materiais

contaminados de abortos, auxílio em partos, magarefes em abatedouros, que lidam

especialmente com carne suína (NELSEN & DUNCAN, 1990; DOMINGUES et al.

2001), durante a execução e manipulação das vacinas de brucelose, as amostras

B19 e RB51 também são potencialmente patogênicas aos seres humanos (CENTER

FOR DISEASE CONTROL, 2008)

O risco de contrair brucelose pela ingestão de carne é baixo, pois, quando

submetida à cocção, ocorre a destruição das bactérias presentes no alimento

(PAULING & FERREIRA NETO, 2002), de acordo com MAPA (2006), a população

ao consumir carne crua com restos de tecidos linfáticos e sangue de animais

infectados, pode estar se infectando, pois, estes alimentos tem possibilidade de

conter microrganismos viáveis.

Os seres humanos quando acometidos, apresentam principalmente calafrios,

mal-estar, cansaço, sudorese, fraqueza, hipertermia (>39,4º), mialgia,

emagrecimento, artralgia e orquite com dor testicular, disúria, dor ocular e alterações

visuais, sendo frequente a linfadenomegalia, mais cervical e axilar e esplenomegalia

e hepatomegalia (BENNET & PLUM, 1997).

Nos humanos, o período de incubação pode variar de três semanas a meses,

apresentando como sintomas fadiga, cefaleia, dores musculares e sudorese, muitas

vezes podendo ser confundida com gripe. Podem ocorrer algumas complicações, as

mais frequentes são tromboflebite, espondilite e artrite periférica (BRASIL, 2006).

O tratamento geralmente é realizado com a administração de antibióticos,

geralmente tetraciclinas, doxiciclina e rifampicina, esta não deve ser usada em caso

de acidente com a amostra RB51 (MAPA, 2006), em seu estudo Who (1997)

confirmou que a amostra RB51 é resistente a rifampicina, a duração do tratamento

pode ser variável conforme o quadro clínico do paciente.

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4.16 PROGRAMA NACIONAL DE CONTROLE E ERRADICAÇÃO DA BRUCELOSE

E TUBERCULOSE ANIMAL (PNCEBT)

O programa foi instituído em 2001 pelo MAPA, com o intuito de reduzir os

impactos negativos destas zoonoses para a saúde pública e para a saúde animal,

implementando a vacinação obrigatória de bovinos e bubalinos, e certificando

propriedades livres da doença (MAPA, 2006).

4.16.1 Objetivos

Os principais objetivos do programa são a redução da prevalência e da

incidência dos casos de brucelose e tuberculose no Brasil, certificando as

propriedades livres e/ou monitoradas para brucelose e tuberculose, oferecendo

assim menor risco sanitário aos consumidores (MAPA, 2006).

4.16.2 Estratégias

Um conjunto de medidas sanitárias associadas a ações voluntárias tem por

objetivo a redução da incidência e prevalência da tuberculose e da brucelose,

controle de trânsito de animais e certificação de propriedades livres e monitoradas,

que o setor agroindustrial e os produtores utilizam esta certificação para agregar

valor aos seus produtos (MAPA, 2006).

Ainda conforme MAPA (2006), para garantir qualidade técnica ao programa

devem ser respeitadas algumas medidas, são elas:

Capacitação de médicos veterinários e laboratórios;

Padronização do diagnóstico;

Fiscalização e monitoramento pelo serviço oficial de Defesa Sanitária Animal;

Integração do serviço oficial com o serviço de inspeção de produtos de origem

animal.

4.17 VACINAÇÃO CONTRA BRUCELOSE

Todos os estados devem tornar a vacinação obrigatória, sendo esta realizada

somente por médicos veterinários cadastrados no serviço oficial ou pelo serviço

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oficial de defesa sanitária animal em locais com carência de serviços veterinários

(MAPA, 2006).

O PNCEBT também autoriza a vacinação de fêmeas adultas com idade

superior a oito meses, desde que a amostra utilizada não interfira no diagnóstico

sorológico e atendam aos critérios estabelecidos pelo programa (MAPA, 2006).

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CONCLUSÃO

A Brucelose bovina ainda causa grandes prejuízos econômicos para a

pecuária brasileira e para a saúde pública. Como se trata de uma importante

zoonose deve ser estudada e abordada com muita atenção e cautela.

Apesar de todos os métodos de controle e tentativa de erradicação, ainda são

diagnosticados animais positivos para essa doença nos rebanhos do estado do

Paraná e do Brasil.

Durante a realização de exames e campanhas de vacinação, deve-se utilizar

equipamentos de proteção individual a fim de evitar o contato com mucosas e pele.

A padronização do diagnóstico e o treinamento dos médicos veterinários para

a realização de tais exames é muito importante para se obter resultados confiáveis e

fidedignos quanto à positividade ou negatividade dos animais avaliados.

A erradicação da Brucelose passa necessariamente por uma maior

disseminação de conhecimento junto aos produtores por campanhas maciças de

vacinação - semelhantes às que ocorrem com o programa de controle da febre

aftosa. A intensificação desses aspectos poderá levar o Brasil à erradicação da

doença.

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