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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA
Diogo Andre Arcie
FUTEBOL NAS AULAS DE EDUCA(fAo FisICA: UM OLHAR SOBREAS ABORDAGENS PEDAGOGICAS
Curitiba2006
Diogo Andre Arcie
FUTEBOL NAS AULAS DE EDUCACAO FfsICA: UM OLHAR SOBRE
AS ABORDAGENS PEGAGOGICAS
Trabalho de conclusao de curso, apresentando aocurso de Educagao Fisica da Faculdade de CienciasBiol6gicas e da Saude da Universidade Tuiuti doParana, como requisito parcial para a obtenyao dograu de Licenciado.
Orientadora: Professora A!essandra Oa"Lin Nado!ny
Curitiba2006
TERMO DE APROVAC;Ao
Diogo Andre Arcie
FUTEBOL NAS AULAS DE EDUCAC;Ao FisICA: UM OLHAR SOBREAS ABORDAGENS PEGAGOGICAS
Esse trabalho de conclusao de curso foi julgado e aprovado para a obtenc;;aodo titulo de licenciatura docurso de Educac;;iio Fisica da faculdade de Ci{mcias Biologicas e da Saude da Universidade Tuiuti doParana.
Curitiba, 30 de Olltllbro de 2006.
Coordenador do Curso de Educa<;ao Fisica
\Pro essor Ooulor Arno Krug
Professor da Cade a do Trabalho de Conclusao de Curso
SUMARIO
1 INTRODU<;:Ao1.1 JUSTIFICATIVA.1.2 PROBLEMA.. .1.3 OBJETIVOS .
070707070808
2.1.1 Hist6rieo do Futebol Mundial 082.1.2 No BrasiL............ 092.2 FUTEBOL NA RUA 102.3 A CUL TURA DO FUTEBOL NO BRASIL........ 1124 ESPORTE-RENDIMENTO E ESPORTE NA EDUCACAo FislCA 122.5 OS EFEITOS DO RENDIMENTO PRECOCE EM CRIANCASPRATICANTES DO FUTEBOL .2.60 JOGO EO LUDICO2.7 ABORDAGENS PEDAGOGICAS DA EDUCA<;:AO FislCA ESCOLAR.2.7.1 Abordagem Desenvolvimentista .2.7.2 Abordagem Construtivista .2.7.3 Abordagem Critieo-Superadora2.74 Abordagem Sistemiea .3 METODOLOGIA ..3.1 TIPO DE PESQUISA3.2 POPULA<;:AO ..3.3 AMOSTRA.. .34 INSTRUMENTO .3.5 VALlDA<;:Ao . .3.6 COLETA DE DADOS .. ..3.7 L1MITA<;:OES DE ESTUDO .4 APRESENTA<;:AO E DISCu<;:Ao DOS RESULTADOS .5 CONCLUSAO .REFERENCIA .. .APENDICE . .
1.3.1 Objetivo Geral ..1.3.2 Objetivos Especifieos .2 REVISAo DA LITERA TURA .2.1 HISTORICO .
0606
13141616171819202020202021212223363839
LlSTA DE GRAFICOS
GRAFICO 1 - ABORDAGEM UTILIZADA NO PLANEJAMENTO DA AULA .GRAFICO 2 - AVALIACAo SOBRE FUNDAMENTOS DO FUTEBOL PARACOM OALUNO .GRAFICO 3 - ESTRATEGIAS METODOLOGICAS UTILIZADAS PARA 0ENSINO DO FUTEBOL .GRAFICO 4 - ANALISA AS CARACTERISTICAS DA TURMA.GRAFICO 5 - COMPORTAMENTO DA TURMA DURANTE A AULA. ..GRAFICO 6 - ENFASE NA TECNICAITATICA .GRAFICO 7 - ENFASE NOS FUNDAMENTOS .GRAFICO 8 - ENFASE NA pRATICA DO JOGO.. ..GRAFICO 9 - ENFASE NOS ASPECTOS LlJDICOS DO JOGOGRAFICO 10 - ENFASE NAS ATIVIDADES LlVRES ...
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2627282930313334
RESUMO
FUTEBOL NAS AULAS DE EDUCACAo FisICA: UM OLHAR SOBREAS ABORDAGENS PEGAGOGICAS
Autor Diogo Andre ArcieOrientadora: Professora Alessandra Dal'lin Naldony
Curso de Educagao FisicaUniversidade Tuiuti do Parana
o objetivo deste trabalho e verificar qual e a abordagem pedag6gica para 0 ensino dofutebol nas aulas de Educagao flsica. Aborda pontos importantes como 0 ensino dofutebol aos olhares do rendimento e na forma ludica, a historia do futebol e variosconceitos das mais importantes abordagens pedag6gicas da Educagao Fisica. Valendode dad os coletados por meio de um questionario e observagao das aulas, onde apopulagao foi com professoras de Educagao Fisica de quatro colegios publicos dascidades de Curitiba, Colombo e Bocaiuva do SuI. Eo importante 0 estudo para olharmosa Educagao Fisica de uma forma com que seus alunos se desenvolvam humanamente.
Palavras-Chaves: Abordagens pedag6gicas; Futebol; Educagao Fisica; Rendimento;Ludico
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1 INTRODUCAO
FUTEBOL NAS AULAS DE EDUCAGAO FisICA: UM OLHAR SOBRE
AS ABORDAGENS PEGAGOGICAS
1.1 JUSTIFICATIVA
o esporte ocupa um espayo significativo no cenario MundiaL Cada epoca,
povo ou localidade e marcada por formas particulares de esporte.
o futebol dentro desse cenario e considerado um patrimonio cultural porque
vem sendo praticado, ensinado e consumido h8 muito tempo. E comum ver nos
estadios a associayao do futebol com a religiao, com rituais, com esperanya e
principalmente paixao.
Tendo em vista as inumeras esferas que 0 futebol assume na sociedade, uma
delas e a escola.
A realidade escolar e complexa e plural, as vezes segue-a conforme os
interesses sociais.
o ensino do futebol na escola tambem se apresenta de forma dual, por um
lado as abordagens pedag6gicas propoem formas adequadas para 0 ensino do
futebol, por outro lado 0 reflexo do treinamento faz das aulas uma extensao de suas
escolinhas.
o treinamento de futebol em aulas de Educayao Fisica e discriminat6rio e
evidencia a exclusao, longe de ser 0 papel educativo preocupado com 0 individuo e
suas limitayoes e caracteristicas pessoais.
Diante disso, este estudo pretende verificar qual a abordagem pedag6gica
para 0 ensino do futebol nas aulas de educayao fisica.
1.2 PROBLEMA
Qual e a abordagem pedag6gica que os professores utilizam para 0 ensino do
futebol nas aulas de educayao fi sica?
1.30BJETIVOS
1.3.1 Objetivo Geral
Verificar qual e a abordagem pedag6gica para 0 ensino do futebol nas aulas
de educayao fisica
1.3.2 Objetivo Especifico
• Avaliar a partir do questiomirio das professoras de educayao fisica veem 0
futebol na sua pratica pedag6gica;
• Analisar 0 planejamento para 0 futebol que as professoras aplicam em suas
aulas de futebol;
• Observar a atuayao das professoras de educayao fisica nas aulas de futebol;
• Comparar as respostas das professoras do sexo feminino;
• Analisar se as respostas dos questionarios condizem com as aulas
observadas e com 0 planejamento escolar;
2 REVISAO DE LlTERATURA
2.1 HISTORICO
2.1.1 Hist6rico do Futebol Mundial
Segundo Duarte (1997 p.15), a origem do futebol vem sendo estudada a
muito tempo, os historiadores encontram jogos das antiguidades cada vez mas
parecidos com 0 que 13 visto hoje. 0 mais antigo jogo ja estudado 13 encontrado no
Japao ha 4500 a.C., mais de sete mil anos, este era jog ado com bola de bambus e
utilizava as maos e os pes.
Um pouco depois, cerca de 2500 a.G. no reino de Yang Tse, outro jogo foi
encontrado com oito jogadores disputavam as partidas em um campo de 14 m', com
duas estacas ligadas por um fio de seda em cada extremo do campo, bola redonda
de 22 cm de diametro, feita de couro e recheada de cabelo e crina. Yang Tse levou
a atribuic;:aoda invenc;:aodo futeboL
Na antiga Roma, um jogo chamado de Harpastum era disputado com 0
objetivo de marcar tentos na baliza adversaria, formada por duas estacas ligadas por
uma fita de seda. A bola era de couro e recheada de crina de cavalo. Ap6s alguns
anos este jogo se modificou e comec;:ou a ser chamado de Gioco Del Calcio, era
praticado com 27 jogadores e 0 gol era marcado com a bola passando entre dois
bastoes. Ja havia indicios que nesse jogo ja era utilizado sistemas e taticas, sendo
os jogadores divididos entre corredores, sacadores, dianteiros e defensores.
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o harpastum foi levado a Inglaterra em 16 de outubro de 1066 pelos
seguidores de Willian, 0 Conquistador, ai 0 jogo passou ser disputado com muita
violemcia, devido a esta violemcia 0 rei Edward III decretou a proibiyao deste jogo, os
praticantes eram punidos e ate mesmo presos somente no seculo XVII 0 futebol
passou a ser praticado na Inglaterra, que acabaria por torna-se 0 beryo do futebol
moderno.
Em 18230 Football foi estabelecido dentro das caracteristicas atuais, porem
ainda era permitido jogar com as maos. Em 1848 houve uma reuniao entre
universidades da Inglaterra onde foram descritas 14 regras.
Entao em 26 de outubro de 1863, apos uma crescente expansao do futebol
na Inglaterra, na Freemason Tavern, em Londres, foi fundada a Federayao Inglesa
de Futebol (English Football Association). A partir deste feito 0 Futebol passou a ser
disputado em varios paises como Dinamarca e Italia.
o crescimento do Futebol foi algo espantoso, distinguindo-se a varias partes
do Mundo. Na America do sui, 0 primeiro clube a ser fundado foi na Argentina em
1867. com tanto crescimento foi fundada a International Football Association Board
(I.FAB) em 1883 para uniformizar as regras, e em 1888, 0 futebol era jogado
profissionalmente, na Inglaterra.
2.1.2 No Brasil
De acordo com Leal (2000, p.13), no Brasil existem indicios que 0 Futebol foi
jog ado em 1746, sabe-se que foi registrado na Camara Municipal de Sao Paulo, um
tal de "jogo de bola", como causador de desordem e agrupamento de vadios. Porem
seu surgimento e creditado a Charlles MUlier, nascido em 1874, era descendente de
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ingleses, foi estudar na Inglaterra na cidade de Southampton, e la conheceu 0
Football e comec;;oua joga-Io. Ap6s seu retorno ao Brasil em 1894 trouxe consigo as
duas primeiras bolas, uniformes e chuteiras. Organizou e jogou 0 primeiro jogo de
futebol no Brasil.
Naquela epoca 0 Futebol era uma copia do ingles, onde era jogado por apenas
burgueses, pelo alto custo de uniformes, bolas, tudo era importado.
2.2 FUTEBOL NA RUA
De acordo com Freire (1998 p.15), 0 futebol no Brasil era praticado na rua,
campos abertos, nos chamados varzeas. Existiam muitos espac;;os onde 0 futebol
poderia ser jog ado. Com 0 passar do tempo e 0 aumento da populaC;;ao, esses
espac;;os ja nao eram mais utilizados para iSso, em seus lugares vieram fabricas,
predios, casas e esses locais foram ficando escassos, os poucos que tinham eram
utilizados para quem sabia jogar, "os melhores". Com isso foram surgindo as tais
escolinhas de futebol, pelo espac;;oque elas tinham e com os professores sendo ex-
jogadores profissionais. Com isso criava-se alguns problemas pelo 0 simples fato de
se saber jogar nao quer dizer que ele sabera ensina-Io, assim a pedagogia era
total mente deixada de lado.
Existem coisas que s6 a rua pode ensinar como a liberdade, a criatividade, e
ate crueldade, e essas coisas esses professores-jogadores nao conseguiam levar
para dentro das escolinhas.
Outro problema e a retirada de profissionais formados para esse prop6sito,
diminuindo assim 0 mercado de trabalho para eles.
II
2.3 A CULTURA DO FUTEBOL NO BRASIL
o futebol e 0 esporte mais praticado no Mundo. Ele pode influenciar em todas
as partes de uma sociedade, como ate parar guerras.
No Brasil nao pode ser diferente, todo 0 brasileiro e apaixonado pelo esporte,
ate mesmo quem nao e, para tudo 0 que esta fazendo para assistir um jogo do Brasil
contra a Argentina ou na Copa Do Mundo.
Essa cultura do povo brasileiro surgiu com a massificac;:ao e desenvolvimento
do futebol no pais, fazendo assim ele ter outras importancias como a unificac;:ao da
nac;:aobrasileira como diz Helal (1997: 25) "atraves do futebol, a sociedade brasileira
experimenta um sentido singular de totalidade e unidade, revestindo-se de uma
universidade capaz de mobilizar e gerar paix6es em milh6es de pessoas".
Com 0 futebol brasileiro em crescente pelas conquistas de titulos mundiais
em 1958 e 1962, 0 povo foi fazendo 0 futebol um modo de vida, indo aos estadios
aos doming os para verem seus idolos.
Mas ap6s passar por uma grande crise, devido a midia que passou a utilizar 0
futebol como meio comercial, 0 grande numero de jogadores que iam para outros
paises para ganhar mais e aos dirigentes que com amadorismo administravam 0
esporte, 0 futebol perdeu sua magia, os torcedores para ram de ir aos estadios pois
nao tinham atrac;:6escomo jogadores.
Porem 0 governo comec;:ou a ajudar, os empresarios a investirem mais nos
clubes e com 0 profissionalismo do futebol, essa crise ficou pra tras e 0 futebol
voltou a ser prestigiado pela sociedade brasileira, tornando-se 0 grandioso futebol de
hoje em dia.
12
2.4 ESPORTE-RENDIMENTO E ESPORTE NA EDUCACAo FislCA
De acordo com Tani (2000 p.88) acredita-se que os desentendimentos entre
esporte e educa<;:aofisica tem ocorrido, fundamentalmente, em decorrencia de uma
visao ambigua, reduzida e simplista do esporte. Essa vi sao generalizada, e nao de
multiplas perspectivas, resulta numa simplifica<;:ao e redu<;:ao do esporte a uma
perspectiva unica do rendimento ou competi<;:ao. Entretanto, e importante ressaltar
que uma vi sao de multiplas perspectivas nao significa adulterar ou desfigurar 0
esporte mediante adapta<;:oes circunstanciais como simplifica<;:ao de regras,
modifica<;:ao da sua estrutura tecnica ou redu<;:ao das suas exigencias quanta a
habilidades.
Urn primeiro aspecto a ser considerado para uma compreens~o mais abrangente doesporte e considera-Io, de partida, um patrim6nio cultural da humaniaaoe, au 58J8. arccriado, transmitido e transform ado atraves dcs tempos, 0 que lne comere uma naIUreZ"d
eminentemente dinamica. Em segundo lugar, e importante considerar que, em virtude dat:=nfase a determinados aspectos, ele pade assumir caracterfsticas diferenciadas como,por exemplo, 0 esporle-rendimento, em que a busca de resultados e recordes e 0 objetivoprecipuo, e 0 esporle enquanto conteudo da educa,ao Hsica, tanto escolar como noloescolar, em que a aquisi9ao de habilidades, conhecimentos e valores e a sua p",tica aolongo da vida, visando 0 bem-estar e qualidade de vida, constituem 0 seu objetivoprimordial. Uma visao do esporte de multiplas perspectivas, elaborada a partir de umaanalise da ~nfase colocada em algum de seus aspectos, deve ser claramentediferenciada da visao tradicional polarizada e meramente classificat6ria. Tani (2000 p.99).
o esporte-rendimento caracteriza-se, entre outras coisas, pelos seguintes
aspectos: objetiva 0 maximo em rendimento, pois visa a competi<;:ao; ocupa-se com
o talento e, portanto, preocupa-se essencialmente com 0 potencial das pessoas;
submete pessoas a treinamento com orienta<;:ao para a especificidade, ou seja,
uma modalidade especifica; enfatiza 0 produto e resulta em constante inova<;:ao.
Todos esses aspectos conferem ao esporte-rendimento um carater seletivo,
restritivo e excludente, reservando-o apenas aos mais talentosos.
13
o esporte como conteudo da educa<;:ao fisica, por sua vez, tem as seguintes
caracteristicas: objetiva 0 6timo quanto a rendimento, respeitando as caracteristicas
individuas, as expectativas e as aspira<;:oes das pessoas; ocupa-se com a pessoa
comum, preocupando-se nao apenas com seu potencial, mas tambem com a sua
limita<;:ao;visa a aprendizagem e, portanto, submete pessoas a pratica vista como
um processo de solu<;:ao de problemas motores; orienta-se para a generalidade,
tanto oportunidade de acesso a diferentes modalidades; enfatiza 0 processo e nao
o produto em forma de rendimento ou recordes, resultando essa orienta<;:80 na
difusao do esporte como um patrim6nio cultural.
2.5 OS EFEITOS DO RENDIMENTO PRECOCE EM CRIANCAS PRATICANTES
DO FUTEBOL
Santana (1996 p.29) trata sobre 0 rendimento precoce. 0 Treinamento
precoce implica em competi<;:oes regulares, aprimoramento tecnico dos
fundamentos, assim como 0 conhecimento tatico e 0 desenvolvimento das
capacidades fisicas direcionadas para 0 rendimento esportivo.
Todo essas transforma<;:oes que sao precocemente adiantadas terao
conseqOencias para as crian<;:as.Quando ela e levada ao rendimento precocemente,
seja do ponto de vista motor, atraves de treinamentos especificos e sobrecargas, ou
no plano intelectual e afetivo, por sobrecargas emocionais, ha uma grande
probabilidade de se estar cometendo um equivoco.
Santana (1996 p.33) cita as conseqOencias sobre a antecipa<;:ao do
crescimento e desenvolvimento da crian<;:a ".. graves conseqOencias de ordem
neurofisiol6gica, anat6mica, psicol6gica e pedag6gica, pois ao ignorar as fases e
14
est13gios especializados pela ciencia" a formac;:ao fisica especifica" e 0 "rendimento
tecnico" constituem prioridades absolutas, deixando de respeitar a natureza da
crianc;:a"..
Ao entrar em contato muito cedo com 0 rendimento, as crianc;:as podem ter a
chamada SATURA<:;;AO ESPORTlVA, que e levada pelo simples fato do desgaste
emocional, inseguranc;:a, les6es, que acarretam em desistencia da pratica esportiva
por essa crianc;:a. Isso ocorre quando profissionais mal preparados utilizam suas
crianc;:as nao sabendo das suas Iimitac;:6es,e almejam s6 conquistas e esquecem de
que elas estao 113pra brincarem e interagir com outras crianc;:as.
2.60 JOGO E 0 UJOICO
o jogo, quando a racionalidade passou a ser a (Inica manifestac;:ao respeitada,
era tratado como algo irracional e que jamais seria algo filos6fico. Ap6s algum tempo
comec;:ou a ganham espac;:o e a ludicidade foi aceita, como cita Huizinga (1971) "J13
h13muitos anos que vem crescendo em mim a convicc;:ao de que e no jogo e peio
jogo que a civilizac;:ao surge e se desenvolve".
A literatura que trata do jogo entende a ludicidade apenas enquanto uma
manifestac;:ao presente nas multiplas organizac;:6es de jog os. Estuda-se 0 fenomeno
do jogo vincula do a cultura, a ordem social, aos interesses ideol6gicos, aos
investimentos economicos, a explorac;:ao politica, ou a outros fatores externos ao
pr6prio jogo. Oificilmente, buscam-se as raizes de todas esses manifestac;:6es
ludicas. Uma atividade ludica e originada da abundancia, nao da necessidade,
porque esta vinculada a um ideal de beleza. Enquanto a privac;:ao domina e a
carencia aperta, e imaginac;:ao fica severamente acorrentada ao real, s6 depois de
15
saciada a carencia, sua faculdade livre pode desenvolver-se. Schiller (p.142)
confirma isso quando diz: "0 impulso ludico mais livre desprende-se por completo
das amarras da priva"ao, e 0 belo torna-se, por si mesmo, objeto de seu empenho".
A vida infantil tem um carater ludico por ser constituida pelo mundo do
brinquedo. Um mundo criado pela crian"a, onde ela mesma se autocria, mas esse
mundo tem seus dias contados com 0 contato com a atmosfera do mundo do
trabalho e do adulto. Na medida que as crian"as crescem vao sendo domesticadas e
convencidas a trocar a ludicidade pela racionalidade; outras nascem para continuar
mantendo viva a tradi"ao do brinquedo. E os novos adultos, antigas crian"as,
continuam conspirando contra a arte de brincar, convencidos de que este e 0
caminho as plenitude humana.
o brinquedo acabou sendo reduzido a um fenomeno marginal na paisagem da
existencia adulta, porque modelada e determinada por fenomenos mais serios. Tudo
o que ele faz precisa ter resultado. 0 que interessa e 0 produto desejado. 0
brinquedo acabou se transformando em meio para atingir um objetivo estranho ao
mesmo. Infelizmente 0 carater ludico da invenyao acaba aniquilando-se na
seriedade da ciencia e na obrigatoriedade do trabalho.
o desaparecimento da ludicidade pode ser creditado a varios fatores.
Primeiramente a ideia de rendimento traz em si mesma a obrigayao da vit6ria e
conseqUentemente dos resultados. 0 rendimento imp6e a introduyao de tecnicas de
treinamento para melhoria da execuyao do gesto esportivo.
Mas esse desaparecimento da ludicidade nao e eterno, basta uma pessoa
dizer que quer brincar, 0 ludico retorna, pois 0 ludico e fantasiar, e imaginar, e
sonhar.. os professores de Educa"ao Fisica tem que perceber que 0 a atividade
ludica esta vinculada a criatividade simb6lica, assim eles poderao incentivar esse
[6
potencial criativo que pode se manifestar nos gestos, no movimento, no manuseio de
objetos, etc.
o carater fundamental da ludicidade consiste em que 0 brincar nao tem outro
sentido que ele mesmo, ao contra rio do trabalho e do esporte rendimento que se
sustentam pelos resultados e, exclusivamente, pelos resultados.
2.7 ABORDAGENS PEDAGOGICAS DA EDUCA<;:Ao FislCA ESCOLAR
As Abordagens Pedag6gicas da Educac;:ao Fisica podem ser definidas como
movimentos engajados na renovac;:ao te6rico-pratico com 0 objetivo de estruturac;:ao
do campo de conhecimentos que sao especificos da Educac;:ao Fisica.
Atualmente coexistem na area de Educac;:ao Fisica varias concepc;:6es, todas
elas tendo em comum a tentativa de romper com 0 modelo mecanicista, fruto de
uma etapa recente da Educac;:ao Fisica.
2.7.1 Abordagem Desenvolvimentista
Os principais autores desta abordagem sao: Gallahue e Connoly, e no Brasil e
Tani.
Essa abordagem tem uma proposta para crianc;:as de 4 a 14 anos. Ela
caracteriza a progressao normal do crescimento fisico, do desenvolvimento
fisiol6gico, motor, cognitiv~ e afetivo-social, na aprendizagem motora.
Esses autores defendem a ideia de que 0 movimento e 0 principal meio e fim
da Educac;:ao Fisica, pois se voce controla seu movimento facilita a explorac;:ao de si
mesmo e, ao mesmo tempo, contribui para um melhor controle e aplicac;:ao do
17
movimento. Grande parte do modelo conceitual desta abordagem relaciona-se com
o conceito de habilidade motora.
Os conteudos desta abordagem devem obedecer a uma sequencia
fundamentada no modelo de taxionomia do desenvolvimento motor, proposta por
Galiahue (1982) na seguinte ordem: fase dos movimentos fetais, fase dos
movimentos espontaneos e reflexos, fase de movimentos rudimentares, fase dos
movimentos fundamentais, fase de combinac;:ao de movimentos fundamentais e
movimentos cultural mente determinados.
Sobre avaliac;:ao e sugerido que os professores observem sistematica mente 0
comportamento dos seus alunos, no sentido de verificar em que fase 0 mesmo se
encontra, localizar os erros e oferecer informac;:6es relevantes para que os erros de
desempenho sejam superados.
2.7.2 Abordagem Construtivista
o principal colaborador dessa abordagem e Freire, sua proposta e
caracterizada por construir 0 conhecimento a partir da interac;:ao com 0 meio
ambiente.
Freire teve 0 merito de levantar a questao da importancia da Educac;:ao Fisica
na escola e considerar 0 conhecimento que a crianc;:ajei possui, independentemente
da situac;:ao formal de ensino, porque a crianc;:a, como ninguem e especialista em
brinquedo.
Na proposta construtivista 0 jogo, enquanto conteudo/estrategia, tem papel
privilegiado, po is enquanto jog a ou brinca a crianc;:a aprende. Sendo que este
aprender deve ocorrer num ambiente ludico e prazeroso para a crianc;:a.No conteLldo
sobre futebol Freire (1998 pag.14) trata de resgatar culturalmente 0 futebol de rua e
trabalhar um refinamento da tecnica. Como ele diz em seu livro Pedagogia da rua,
"Conseguir ensinar futebol no Brasil e, no minimo, aproximar-se do nivel de
competencia pedag6gica da rua. Tarefa que exige entre outras coisas, trazer a
cultura futebolistica do brasileiro para dentro da escola".
Sua avaliac;;ao e nao-punitiva, e com enfase no processo de auto-avaliac;;ao.
2.7.3 Abordagem Critico-Superadora
o trabalho mais marcante desta abordagem e 0 livro Metodo/ogia do ensino
da Educac;:ao Fisica publicado por um Coletivo de Auto res.
Essa abordagem embasasse no discurso da justic;;a social no contexto da sua
pratica. Busca levantar questoes de poder, interesse e contestac;;ao, faz uma leitura
dos dados da realidade a luz da critica social dos conteudos. Conforme Soares,
Taffarel, Varjal, Castellani, Escobar e Bracht (1992) ela pode ser tida como uma
reflexao pedag6gica e desempenha um papel politico-pedag6gico, pois encaminha
propostas de intervenc;;ao e possibilita reflexoes sobre a realidade dos homens.
A Educac;;ao Fisica e entendida como sendo uma disciplina que trata do jogo,
da ginastica, do esporte, da capoeira, da danc;;acomo sen do um conhecimento da
cultura corporal de movimento. Busca entender com profundidade 0 ensinar, onde
nao significa apenas transferir ou repetir conhecimentos, mas criar as possibilidades
de sua produc;;ao critica, sobre a assimilac;;ao destes conhecimentos, valorizando a
questao da contextualizac;;ao dos fatos e do resgate hist6rico.
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2.7.4 Abordagem Sistemica
o Iivro Educar;:ao Fisica e Sociedade, de Betti (1991), levanta as primeiras
consideray6es sobre a Educayao Fisica dentro da abordagem Sistemica.
A autora entende a Educayao Fisica como um sistema hierarquico aberto, por
exemplo, as secretarias de Educayao, exercem algum controle sobre os sistemas
inferiores, como, a direyao da escola, 0 corpo docente e outros. Eo um sistema
hierarquico aberto porque sofre influencias da sociedade como um todo e ao mesmo
tempo a influencia.
Os conteudos oferecidos na escola para integrar e introduzir 0 aluno na
cultura corporalfmovimento nao defere das demais abordagens: 0 jogo, 0 esporte, a
danya, e a ginastica.
Um dos principios, entre outros apresentados por Betti (1991) que cita como 0
mais importante, e 0 de nao-exclusao, dando assim aces so a todos os alunos nas
atividades da Educayao Fisica.
20
3 METODOLOGIA
3.1 TIPO DE PESQUISA
Esse trabalho se caracteriza como sendo Pesquisa Descritiva do tipo
Questionario e observacional. Segundo Thomas e Nelson (2002), Pesquisa
Descritiva do tipo Questionario tem a necessidade de se obter respostas de
pessoas. Ocasionalmente sOlicita opiniao ou conhecimento do conteudo
desenvolvido.
3.2 POPULA<;:AO
A Popula~ao desse trabalho foi de docentes do sexo feminino da rede Publica
de Educa~ao do Ensino Fundamental (5° a 80) de 4 colegios da Regiao
metropolitana de Curitiba.
3.3AMOSTRA
A Amostra desse trabalho foi composta por seis docentes do sexo feminin~,
sendo os docentes da area de Educa~ao Fisica do Ensino Fundamental (5a a 8a) da
rede publica de ensino de 3 municipios da regiao metropolitana de Curitiba.
3.4 INSTRUMENTO
21
o Instrumento utilizado nesse trabalho um questionarios, com 6 questoes cada,
sendo 5 questoes fechadas e uma de grau de importancia, esse questionario foi
validado por tres especialistas da Universidade Tuiuti do Parana.
3.5 VALlDAc;:Ao
Especialista 1
Formar;:ao: Educar;:ao Fisica, Mestre.
Opiniao: trocar a questao dois para a ultima opr;:ao (sexta questao)
Acredito estar bem elaborado, responde ao objetivo proposto.
Especialista 2
Formar;:ao: Educar;:ao Fisica, especialista.
Opiniao: atimo! Atinge objetivo
Especialista 3
Formar;:ao: Educar;:ao Fisica, Mestre.
Opiniao: como 0 aspecto ludico e desenvolvido nas aulas (se e)?
3.6 COLETA DE DADOS
A Coleta de Dados foi realizada por meio do questionario, onde 0 instrumento
foi entregue em maos por mim mesmo para cad a professora que se propos a
responder 0 questionario. Esse questionario foi entregue em 4 escolas da rede
publica de ensino em tres municipios, Curitiba, Colombo e Bocaiuva do SuI.
o questionario foi respondido antes de comer;:ar a aula pelos professores e
entregue apas a conclusao dele. Foi levados aos professores nos dias 6, 9 e 10 de
outubro. No dia seis nao houve professoras para responder 0 questionario, pois
estavam em viagem para cursos, e ao voltar nos colegios nos dias 9 e 10, nao houve
dificuldades para obtenc;ao de respostas pelas professoras.
3.7 LlMITAC;;OESDE ESTUDO
A primeira ideia do trabalho era de realizar a coleta de dados com professores
do sexo masculino, porem a dificuldade de encontrar eles foi enorme, ate
encontramos, mas nao era a numero ideal para a realizaC;ao da pesquisa. Foram
entregues apenas para professoras, e nao foi analisado a perfil delas.
23
4 APRESENTA<;AO E DISCusAo DE RESULTADOS
Seguem abaixo os graficos demonstrativ~s, de cada uma das seis quest6es
verificadas atraves dos instrumentos. Os dados sao apresentados atraves de
porcentagem e numero absoluto do grupo, com a utilizayao de graficos para melhor
visualizayao.
1I
Questao 1 - Abordagem Utilizada no Planejamentoda Aula.
80%
20% ~.---
0%
60%+--------------~=========='~------50%
400/0+---------~3~37~~0----1========4======~-------300/0~-----·r_-----------!==·~~~·~==~=~I-------
10% +------1
o Desenvolvimenlista t:I Construtivista
GRAFleO 1 - Abordagem utilizada no planejamento da aula.
De acordo com 0 grafico um, podemos analisar que a grande maioria das
professoras utiliza 0 metodo construtivista, algumas afirmaram que usam esse
metodo pela influencia do colegio onde ministram suas aulas. Ja a minoria delas
utilizam a abordagem Desenvolvimentista.
2-1
Porem ap6s observar as aulas das professoras que dizem aplicar a
abordagem Construtivista, nota-se que a base de suas aulas nao condiz com a
filosofia da abordagem. A abordagem construtivista busca 0 resgate do ludico, da
cultura do futebol de rua, da varzea e faz um trabalho de refinamento da tecnica
apropriando-se dessa cultura. E em suas aulas as professoras deixavam seus
alunos jogarem, soltando a bola para seus alunos. 0 que revela uma incoerencia
com as respostas do grafico 10.
Resgatar a cultura e ensinar fazendo uma parte do que 0 aluno ja sabe com
um processo de correc;:ao de engajamento pedag6gico que envoi va a relac;:aocom 0
meio e a construc;:ao do conhecimento a partir da intervenc;:ao do professor e uma
maneira significativa de respeitar a individualidade e 0 tempo de aprendizagem do
aluno.
Ja a abordagem desenvolvimentista tem como enfase nesta forma
pedag6gica 0 refinamento dos padr6es de movimento para 0 ajuste no ensino da
tecnica envolvendo 0 aluno em diferentes aspectos dentro da fase e estagio
adaptado a sua faixa etaria como mostra Gallahue pag.1 00.
Infelizmente outras abordagens nao foram citadas, 0 que na teria 0 valor
delas.
25
Questao 2 - Avalia~ao Sobre Fundamentos doFutebol Para Com 0 Aluno.
90%80%70%60%50%40%30%20%10%0%
83°1<0
5
17%
--~ 1--
DO Importante e 0 Alullo Vivenciar 0 gesto
o Observa se 0 ,ll.luno Realiza 0 Gesto de Maneira Regular
GRAFICO 2 - Avaliac;ao sobre fundamentos do Futebol para com 0 aluno.
Nesse gratico vemos que as professoras avaliam seus alunos de uma forma
com que 0 importante nao e 0 gesto sair corretamente, perfeito, mas sim ele estar
praticando aquele fundamento ou gesto. Ja para 17% delas observa se ele pratica 0
gesto, mas nao corrigi seu erro, fazendo com que assim 0 aluno volta a fazer de
maneira ate mesmo incorreta.
Nessa questao foram colocadas outras respostas que nao foi citada por
nenhuma professora.
Go Tani (2000) defende que "0 esporte como conteudo da Educayao Fisica,
tem as seguintes caracteristicas: objetiva 0 6timo quanto a rendimento, respeitando
as caracteristicas individuais". Ele afirma que se for ensinar um fundamento na
Educayao Fisica Escolar, deve-se observa que 0 aluno faya esse de maneira
correta, porem sempre observando suas limitayoes.
26
A vivencia faz parte da aula, mas a corre<;:ao e 0 papel do professor neste
processo. Qual e a nossa fun<;:aona escola senao a de ensinar/corrigir.
Vivenciar nao e se indispor da responsabilidade de aprender e nem uma
justificativa para 0 professor nao ensinar.
A avalia<;:ao nao precisa evidenciar 0 Maximo mais deve necessariamente ter
os parametros de melhoria do movimento de forma significativa ficando entre 0 6timo
e 0 Maximo dependendo da habilidade do aluno.
5e indispor do ate de corrigir e avaliar e uma irresponsabilidade social porque
envolve aspectos que VaGalem da quadra ou campo.
Questao 3 - Estrategias Metodol6gicas UtilizadasPara 0 Ensino do Futebol
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
67%
---:3300
4
-----~
~0%
DAtividades em duplas e trios E1Trabalho Coletivo
GRAFICO 3 - Estrah~gias metodologicas utilizadas para 0 ensino do Futebol.
Podemos observar nesse grafico que 67% das professoras que responderam
o questionario, apontaram que utilizam como principal estrategia metodol6gica as
atividades em duplas e trios, pelo fato que e mais facil explicar e avaliar como os
27
alunos estao fazendo realizando a fundamento aplicado. Ja para 33%, preferem
utilizar a trabalho coletivo como principal estrategia.
Nao foi evidenciado nenhuma tecnica au estilo metodol6gico de inclLisao de
descoberta, dividir as alunos em dLiplas aLi equipes somente nao garante Lim
conhecimento metodol6gico que auxilie a professor na bLisca de atingir as sells
objetivos propostos, porque as alunos sao diferentes e a estrategia metodol6gica e
riquissima para intervenr;:ao didatico-pedag6gica e conseqOentemente para a
processo de ensino e aprendizagem.
Questao 4 -Analisa as Caracteristicas da Turma.
120% 'J
100%
80%
40%
100%
I IG
I
60%
20%
iOSempre \
GRAFICO 4 - Analisa as Caracteristic~s da turma.
De acordo com 0 grafico quatro, podemos observar que todas as professoras
entrevistadas nos Colegios fazem uma analise da turma para a elaborar;:ao de suas
aulas. Assim podendo alterar 0 modo como aplicam suas aulas, conforme cad a
turma precise, tambem podendo variar 0 tempo que cada turma tem para a
organizar;:ao do conhecimento do conteudo trabalhado. Como se refere 0 Coletivo de
Autores (1992) "Na organizar;:ao do conhecimento, deve-se levar em considerar;:ao
28
que as formas de expressao corporal dos alunos refletem os condicionantes
impostos pelas relac;:6esde poder com as classes dominantes no ambito de sua vida
particular e de seu lazer"
Infelizmente nao se percebe isto em func;:ao das respostas do grafico tres,
organizar a aula conforme a turma precise necessariamente passa-se por uma
revisao do processo metodol6gico se 0 processo se resume a duplas e pequenos
grupos nao ha muito que se revisar.
E dessa forma os alunos ficam submetidos ao que 0 professor determinar
sendo dominados conforme evidencia as abordagens critico-superadora.
Questao 5 - Comportamento da Turma Durante aAula
90%
80%
70%
60%
50%40%
30%
20%·10%
0%
830/(0n-----._-- 17%
- II
o Participativa 0Motivada
GRAFICO 5 - Comportamento da turma durante a aula
seus alunos sao participativos em suas aulas, e somente 17% percebem que eles
No grafico acima podemos observar que 83% das professoras sentem que
29
estao motivados para a pratica de suas aulas. Algumas respostas colocadas no
questionario nao foram citadas pelas professoras.
Questao 6 - Como voce percebe 0 seu trabalho com 0 conteudo dofutebol nas aulas?
Grau de Importancia
Enfase na Tecnica/Tatica
5"
44
'" IoParticipante 1'u" 3 10Participante 2.l!! 3(; n0- lD Participante 31§ o Participante 4'" 2 .u
\0 Participante 5 I:l~(!) .0 Participa~1
1 .III
l o " I
Participantes
Grafico 6 - Alternativa da questao 6 referente a €mfase na tecnica/tatica
Podemos observar que uma das professoras acredita que a tecnicaltatica do
futebol seja 0 segundo conteudo mais importante a ser trabalhado com seus alunos
nas aulas de Educayao Fisica, vendo assim um pouco de rendimento em seu
planejamento.
Vale ressaltar que a tecnica e necessaria, contudo, a estrategia metodol6gica
e que nao pode encerrar a tecnica em si mesma ela e um instrumento do sujeito e
nao um fim.
30
De acordo com os graticos e evidente que a tecnica e um conteudo primordial
mesmo que para do is professores 0 grau de importancia e pequeno ela nao se
apresenta inexistente.
Ja para duas professoras a tecnica/tatica nao e tao importante assim, vendo
outros conteudos com mais importancia.
5
4III
.~.'S
300-
§
'" 2"tJ:J1:(9
5
Enfase nos Fundamentos
5
o
4
10 Participante 1
tPartiCi~ante 2Participante 3Participante 4Participante 5Participante 6
3
P artici pantes
Grafico 7 - alternativa da questao 6 para as fundamentos do futebol
Nesse grafico podemos analisar que duas professoras citaram que os
fundamentos do futebol sao 0 mais importante nas aulas. Outras duas professoras
marcaram como que esse conteudo vem em segundo lugar, tratando outra
alternativa como a mais importante. Ja para uma professora esse conteudo e
intermediario para outros conteudos. E somente uma professora acredita que os
fundamentos nao sejam importantes em sua pratica de ensino.
31
Da mesma forma que 0 grafico seis as participantes cinco e seis confirmam 0
baixo interesse pelos fundamentos, porem a participante seis que deu importancia
um na tecnica ja da importancia tres em rela~ao aos fundamentos como processo de
aprendizagem do futebol.
As participantes um, dois, tres e quatro enfatizam 0 interesse pelos
fundamentos como processo de ensino.
Eo interessante levantar 0 fato de que a participante dois da enfase no
fundamento classificando como grau quatro, ja na tecnica e tatica como grau 1. 0
que nos leva a pensar que seu trabalho e ludico e 0 processo de aprendizagem da
tecnica fica prejudicada. Ensinar 0 fundamento pelo fundamento nao revela um
processo de aprendizado, porque 0 aluno nao pode sair da escola como ele entrou,
e necessario que 0 professor intervenha na corre~ao e no refinamento do que 0
aluno traz como cultura do futebol.
Enfase na Pratica do Jogo
55
4
'" 4 II·u!:,'"t:: 30c..E., 2'C::J'"c!i
o participan!e1l
o Participante ~ IIo Participante 31o Participante 4o Participante 51o Participa~
oParticipantes
Grafico 8 - alternativa da questao 6 para com a pratica do jogo
32
Observando 0 grafico acima, podemos analisar que para apenas a
participante numero cinco citou que a pratica do jogo e a opyao mais importante em
suas aulas de futebol, podemos perceber que ela acredita que 0 aluno vivenciando 0
jogo aprendera com mais facilidade 0 futebol em si. Ja para tres participantes a
pratica do jogo e algo que intermedia os outros conteudos. Para a participante tres a
pratica nao influencia tanto quanto os outros conteudos citados no questionario.
o jogo se for bem conduzido e um estrategia riquissima para 0 aluno
aprender porque ele se aproxima da situayao real envolvendo aspectos como
desenvolvimento cognitiv~, afetivo, motor e social.
Conforme Go Tani, pag.98 ".. 0 jogo revela 0 conhecimento do individuo a
partir do que ele pode melhorar com a intervenyao do professor".
A participante tres mostra grande interesse pela tecnica e tatica (grafico 6) e
enfase nos fLindamentos (grafico 7) e POLICOinteresse pelo jogo dando grau de
importancia um. Oessa forma fica evidente 0 tecnicismo como forma pedagogica,
pois desconsiderar 0 jogo e desconsiderar a propria cultura que 0 esporte tem se
manifestado em quase todos os espayos de lazer.
33
Enfase nos Aspectos Ludico do Jogo
5 5 55
'" 4 W Partrcrpante 1 !'uc:-01 o Partrcrpante 2 I1: 30a. [P,rt'''''"'' 3E o Partrcrpante 4'" 2't:l o Partrcrpante 5::l~ o Partrcrpante 6(!)
0
Participantes
Grafico 9 - alternativa da questao 6 para os aspectos ludico do jogo
Nesse grafico podemos observar que tres participantes acreditam que a
ludicidade e a maneira mais facil do aluno vivenciar 0 futebol. Assim acreditando que
o aluno possa ao mesmo tempo brincar e absorver 0 conteudo dado pelo professor.
Podemos notar tambem que nenhuma das professoras acredita que 0 ludico nao e 0
menos importante nos conteudos citados. Mas para duas professoras elas
classificam entre as menos importantes, tendo em vista que outros conteudos
tenham mais importancia que 0 ludico.
Como foi visto pelos autores citados neste trabalho principal mente Go Tani 0
jogo por essencia e ludico porque e pelo prazer que os alunos se sentem motivados
a participal(ao e com isto aprender.
Eo evidente que 0 jogo pelo jogo sem a intervenl(ao do professor na correl(ao,
na educal(ao 0 jogo e apenas afetivo e social 0 que traz mudan<;:a significativa no
34
aspecto motor ficando des sa forma comprometida a propria educac;:ao para 0 ensino
do futebol.
Enfase nas Atividades Livres
5
os 4'u o Participante 11c;
3 j..., 31:: o Participante 20 o Participante 31c...§
o Participante 4il>
: j'tI El Participante 5:::IE o Participante 6(!)
Participantes
Grafico 10 - alternativa para a quest~o 6 se referindo sobre atividades livres
Pode-se notar no grafico dez que praticamente todas participantes acredita
ser irrelevante a pratica de atividades livres no conteudo futebol. Somente para a
participante cinco ela e mais aproveitada, observando sua aula pode-se notar que
ela adota mesmo a pratica de atividade livre, deixa os alunos jogando como
quiserem, quando questionada disse acreditar que assim os alunos praticam mais e
fazem mais repetidamente os gestos do futebol.
Este aspecto e muito importante e marca uma evoluc;:ao no comprometimento
do professor para 0 ato de ensinar. A aula livre foi 0 reflexo historico da era da
chamada Escola Nova onde os alunos decidiam 0 que e como fazer.
A partir da mudanc;:a que se inicia na decada de 80 diferentes abordagens
pedagogicas surgem no cemlrio da Educac;:ao Fisica e cad a uma delas trazendo
uma riqueza que supera 0 pensamento tecnicista, dogmatico e principalmente 0
laisse-faire (aula livre),
35
Assim, dentro do que foi analisado nas respostas no questionario percebe-se
que as aulas livres estao ficando para tras e isso e uma mudan<;:a significativa.
Contudo, a observa<;:ao das aulas revela 0 contra rio do que foi respondido
como mostra 0 grafico da questao um.
36
5 CONCLUsAo
Apos 0 termino do estudo podemos notar as caracteristicas dos professores
que responderam os questionario, assim podemos fazer algumas observa<;:6es,
como 0 que eles descreveram no questionario, nao condizia com a aula observada.
Eles apontavam, por exemplo, uma abordagem ao qual achavam que seria a qual
eles seguiam, porem, nao batia com a aula dada.
o proposto objetivo geral desse trabalho foi atingido de maneira que foi
levantada todas as abordagens trabalhadas pelos professores com 0 conteudo do
futebol, que responderam 0 questionario. Algumas foram as surpresas que vieram
juntos com as respostas, algumas das professoras nao sabiam quais era as
abordagens apresentadas na questao. E apos explica<;:ao respondiam com toda
certeza que era uma certa.
A observa<;:aodas aulas das professoras foi de grande avalia, pois possibilitou
uma analise minuciosa dos dados respondidos por elas, trazendo assim uma
facilidade para a compreensao das respostas.
Com 0 questionario varios objetivos foram atingidos, como transcrever como
as professoras veem 0 futebol em suas aulas, algumas respostas foram de grande
surpresa como que 0 futebol para algumas delas era unica e exclusivamente para 0
rendimento, 0 que de certa forma exclui alguns de seus alunos, mas para outras
professoras ja serve de vivencia para a constru<;:ao de seu futuro.
Grande parte das participantes dizia seguir um modelo de planejamento
imposto pelos proprios colegios onde ministravam suas aulas, e assim nao podendo
fazer modifica<;:6escomo elas queriam.
37
As sugest6es para este estudo e que continuem a pesquisar sobre as
abordagens que os professores de Educayao Fisica utilizam em suas aulas, para no
futuro as aulas serem de muito mais proveito nao s6 para 0 professor como para 0
aluno que e 0 principal beneficiado com aulas bem estruturadas. Outra sugestao eque essa pesquisa seja realizada com professores do sexo masculino e ap6s haja
uma triangulayao de dados com as das professoras, pois seria de grande valia para
todos as dados que seriam coletados e analisados.
REFERENCIAS
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Betti, M. Ensino de primeiro e segundo graus: Educayao Fisica para que? RevistaBrasileira de Ciencias do Esporte, 1992.
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DUARTE, O. Futebol: historias e regras Sao Paulo: Makron, 1997.
FREIRE, J.B. Pedagogia do Futebol. Londrina: Midiograf, 1998.
GALLAHUE, L. Compreendendo 0 Desenvolvimento Motor: Bebes, Crianyas,Adolescentes e Adultos. Sao Paulo: Phorte, 1999.
HELAL, R. Passes e Impasses: futebol e cultura de massa do Brasil. Petr6polis:Vozes, 1997.
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MOREIRA, W.W. Fenomeno espor/ivo no inicio de um novo milElnio. Piracicaba:UNIMEP, 2000.
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SANTANA, W.C. Futsal: metodologia da participayao. Londrina: Lido, 1996.
Tani, G. Compor/amento Motor - Aprendizagem e Desenvolvimento. Rio de Janeiro:Koogan, 1991.
UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA. Normas Tecnicas: elaborayao eapresentayao de trabalho academico-cientifico 2 ed. Curitiba, 2006
40
APENDICE 1
Universidade Tuiuti do Parana
Facu!dade de Ciencias 8io!6gicas e da Saude
Curso de Educa9ao Fisica
Valida<;ao do questiomirio
Prezado Professor (a), Diogo Andre Arcie, academico da Universidade Tuiuti do
Parana, do curso de gradua9ao em Educa9ao Fisica, pretendendo efetuar um
estudo denominado "Futebol nas aulas de Educa9ao Fisica: rendimento ou
ludicidade".
A sua coopera9ao principal prende-se ao fato de opinar favoravelmente ou
desfavoravelmente aDs posicionamentos listados e/ou sugerir outras alternativas.
Agrade90 antecipadamente a vossa aten9ao, interesse e valiosa colabora9ao.
Cordialmente
Diogo Andre Arcie
Professor (a): _
Forma9ao (curso, area): _
Titula9ao: --------------------------Opiniao: _
Curitiba, _ de outubro de 2006.
Assinatura
Questioniuio
Quest6es de 1 a 5 marcar uma alternativa
1- Ao elaborar suas aulas, voce analisa as caracteristicas das turmas?( ) Sempre( ) As vezes( ) Nunca
2- Qual abordagem pedagogica voce utiliza para elaborar suas aulas?
) Tradicional) Desenvolvimentista) Sistemica) Sem condiC;;aode resposta
( ) Tecnicista( ) Construtivista( ) Critico-Superadora
3- Quais as principais estrategias metodologicas utilizadas para 0 ensino doconteudo Futebol?
) Atividades em duplas e trios) Atividades individuais) Trabalho coletivo) outros quais: _
4- Quando um aluno esta aprendendo um fundamento do futebol, a suaavaliaC;;aosobre 0 gesto, tem como objetivo:
) Observa se 0 aluno esta fazendo perfeitamente) Observa se 0 aluno esta fazendo bem, mas nao perfeito) Observa se 0 aluno realiza 0 gesto de maneira regular) Observa se 0 aluno nao realiza 0 gesto de maneira correta) 0 importante e 0 aluno vivenciar 0 gesto
5- Durante suas aulas, como voce percebe a turma?
( ) Motivada () Participativa () Cansada ( ) Nao liga para a atividade
Questao 6 marcar 0 grau de importancia - 5 para Maximo ate 1 para mini mo.
6-Como voce percebe 0 seu trabalho com 0 conteudo do futebol nas aulas?
) Enfase na tecnica/tatica) Enfase nos fundamentos) Enfase na pratica do jogo
( ) Enfase nos aspectos ludico do jogo( ) Enfase nas atividades livres
-II