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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Suellen I. Z. Fonseca FÁBRICA DE INDUSTRIALIZADOS: MORTADELA E LINGÜIÇA TIPO CALABRESA CURITIBA 2008

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Suellen I. Z. Fonseca

FÁBRICA DE INDUSTRIALIZADOS: MORTADELA E LINGÜIÇA TIPO CALABRESA

CURITIBA

2008

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FÁBRICA DE INDUSTRIALIZADOS: MORTADELA E LINGUIÇA TIPO CALABRESA

CURITIBA

2008

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Suellen I. Z. Fonseca

FÁBRICA DE INDUSTRIALIZADOS: MORTADELA E LINGÜIÇA TIPO CALABRESA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao

curso de Medicina Veterinária da Faculdade de

Ciências Agrárias e da Saúde da Universidade

Tuiuti do Paraná.

Orientador: José Maurício França

CURITIBA

2008

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TERMO DE APROVAÇÃO Suellen I. Z. Fonseca

FÁBRICA DE INDUSTRIALIZADOS: MORTADELA E LINGÜIÇA TIPO CALABRESA

Este Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) foi julgada e aprovada para a obtenção de grau de

Médica Veterinária no curso de Medicina Veterinária da Universidade Tuiuti do Paraná.

Curitiba, 17 de novembro de 2008.

__________________________________________

Curso de Medicina Veterinária

Universidade Tuiuti do Paraná

Orientador: Prof. José Maurício França

Universidade Tuiuti do Paraná

Profa. Anderlise Borsoi

Universidade Tuiuti do Paraná – Membro (Prof. Convidada)

Profa. Elza Maria Galvão Ciffoni

Universidade Tuiuti do Paraná – Membro (Prof. Convidada)

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Ofereço este trabalho aos meus pais que tanto batalharam para que meu estudo

fosse realizado com qualidade me ajudando sempre por toda vida; à minha

madrinha Neide que é minha segunda mãe e sempre conseguiu me acalmar nas

horas difíceis; ao Rodrigo que agüentou nossa distância e mesmo assim continua

sendo além de namorado um parceiro de profissão e de vida; à minha irmã que

apesar das nossas diferenças fez muita falta.

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Se fiz descobertas valiosas, foi mais por ter paciência do que qualquer outro talento.

Isaac Newton

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SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO 13 2. A EMPRESA 15 3. ESTÁGIO CURRICULAR 16 3.1 INTEGRAÇÃO COM A EMPRESA 16

3.2 MORTADELA 17

3.2.1 Gel Pele 17

3.2.2 Pré-misturadeira 19

3.2.3 Emulsificador e bomba à vácuo de toucinho 23

3.2.4 Embutimento 23

3.2.5 Cozimento da mortadela 24

3.3 LINGÜIÇA TIPO CALABRESA 26

3.3.1 Seleção Matéria-prima e inspeção 26

3.3.2 Moagem e mistura 27

3.3.3 Embutimento 28

3.3.4 Cozimento e defumação lingüiça 31

4. CONTROLE DE QUALIDADE 34 4.1 ITENS DE AUTO-CONTROLE MAPA CIRCULAR 175,176 E 294 34

4.1.1 Manutenção de instalações e equipamentos 35

4.1.2 Vestiários e sanitários 35

4.1.3 Iluminação 35

4.1.4 Ventilação 35

4.1.5 Água de abastecimento 35

4.1.6 Águas residuais 36

4.1.7 Controle integrado de pragas 36

4.1.8 PPHO 36

4.1.9 Higiene, hábitos higiênicos e saúde dos operários 37

4.1.10 Procedimentos sanitários operacionais (PSO) 37

4.1.11 Controle de matéria-prima, ingredientes e material de embalagem 37

4.1.12 Controle de temperatura 37

4.1.13 Calibração e aferição de instrumentos de controle de processos 37

4.1.14 Análise de perigos e prontos críticos de controle (APPCC) 38

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4.1.15 Testes microbiológicos 38

4.1.16 Certificação dos produtos exportados 38

4.1.17 Prevenção e controle de adição de água aos produtos 38

4.2 ANÁLISE MICROBIOLÓGICA 39

4.2.1 Contagem total de bactérias mesófilas 42

4.2.2 Contagem de bactérias láticas 43

4.2.3 Contagem de coliformes totais, fecais e E. coli 45

4.2.4 Contagem de Staphylococcus Aureus 48

4.2.5 Pesquisa de Salmonella spp 49

4.2.6 Considerações das análises microbiológicas 54

5. CONCLUSÃO 55 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 56 ANEXOS 60

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1 - TEMPOS PROCESSAMENTO GEL PELE 18

TABELA 2 - USO DE ADITIVOS EM PRODUTOS CÁRNEOS 22

TABELA 3 - PADRÕES MICROBIOLÓGICOS EM PRODUTOS CÁRNEOS

COZIDOS

40

TABELA 4 - SALMONELLAS TÍPICAS 52

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 - CURVA COZIMENTO DA MORTADELA OBSERVADA EM

TESTES NA UNIDADE DE CONCÓRDIA

25

FIGURA 2 - CURVA RESFRIAMENTO DA MORTADELA OBSERVADA EM

TESTES NA UNIDADE DE CONCÓRDIA

25

FIGURA 3 - GAIOLAS COM LINGÜIÇAS DISPOSTAS CORRETAMENTE

PADRÃO SADIA

31

FIGURA 4 - CURVA DE COZIMENTO LINGÜIÇA TIPO CALABRESA

TESTE REALIZADO EM PERÍODO DE ESTÁGIO SADIA,

AGOSTO 2008

33

FIGURA 5 - FLUXOGRAMA DE ANÁLISE DE BACTÉRIAS AERÓBIAS

MESÓFILAS

43

FIGURA 6 - FLUXOGRAMA DE ANÁLISE DE BACTÉRIAS LÁCTEAS 44

FIGURA 7 - FLUXOGRAMA DE ANÁLISE DE E. Coli, COLIFORMES

TOTAIS E FECAIS

47

FIGURA 8 - FLUXOGRAMA DE ANÁLISE DE Staphylococcus aureus 49

FIGURA 9 - ÁGAR XLD PARA Salmonella 52

FIGURA 10- ÁGAR MLCB PARA Salmonella 53

FIGURA 11- FLUXOGRAMA DE ANÁLISE DE Salmonella spp 53

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LISTA DE QUADROS

QUADRO 1 - AS QUATRO PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA CARNE

SUÍNA

14

QUADRO 2 - FLUXOGRAMA EMBUTIMENTO MORTADELA 24

QUADRO 3 - FLUXOGRAMA EMBUTIMENTO LINGÜIÇA 30

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LISTA DE ABREVIATURAS OMS Organização Mundial de Saúde

CMS Carne mecanicamente separada

RPM Rotações por minuto

Kg Quilograma

BPF Boas Práticas de Fabricação

PIQ Padrão de identidade e qualidade

Máx Máximo

Mín Mínimo

mm Milímetros

Min Minutos

un Unidade

h Hora

Nº Número

g Grama

pH Pontes de hidrogênio

DVA Doenças veiculadas por alimentos

AOAC ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS

MS Ministério da Saúde

DIPOA Departamento de inspeção de produtos de origem animal

APPCC Análise de perigos e pontos críticos de controle

PPHO Procedimento padrão de higiene operacional

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RESUMO No município de Lucas do Rio Verde/MT o estágio foi realizado na fábrica de industrializados na empresa Sadia, multinacional referência no setor, que estava em projeto de start-up. O foco principal do estágio foi o processo de instalação da indústria bem como a produção de mortadela e lingüiça do tipo calabresa com seus processos individuais e controle da qualidade. Algumas destas etapas de controle serão relatadas neste trabalho além do fluxo da indústria desde o recebimento da matéria-prima até a embalagem. Sabendo-se que a indústria de alimentos sempre deve ter a preocupação com oferta e procura, esta área de atuação tem seu crescimento em forte ascensão devido a expansão populacional mundial e por isso vem aumentando sua produtividade, além de continuar atenta à qualidade de seus produtos. O presente trabalho tem como objetivo definir padrões industriais, concebido em empresa multinacional através de trabalhos desenvolvidos para a mesma e observação de processos industriais. Discute cadeia produtiva, desenvolvimento de produtos, supervisão de processos, elaboração de check-list, instalação de programas de auto-controle, start-up da unidade industrial e análises laboratoriais. Como fonte de pesquisa utiliza-se bibliografia, manuais industriais, legislações, observação de trabalho, artigos científicos, teses de mestrado e doutorado. O estudo realizado durante o período de estágio foi de extrema importância, pois visa além da ampliação do aprendizado em sala de aula a vivência em ambiente profissional. Palavras-chave: padrões industriais; empresa multinacional; start-up da indústria

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13

1 INTRODUÇÃO

A qualidade dos produtos do setor alimentício é um fator fundamental para que os

consumidores continuem adeptos as suas marcas de preferência. A constituição básica da

qualidade no processo industrial vai desde o recebimento de matérias-primas, estocagem,

formulação de produtos, embalagem e expedição, não podendo esquecer dos parâmetros

desejados e principais para uma indústria permanecer atuante com o mercado, como

parâmetros de inspeção federal e laboratoriais de análise.

A constituição dos produtos industrializados são bem diferentes entre si, porém a

carne suína é uma das principais matérias-primas utilizadas em produtos embutidos. A

carne suína teve seu consumo aumentado durante estes últimos anos em todo o Brasil e

inclusive no mundo, tanto in natura como na forma de produtos processados.

Da carne suína produzida no Brasil, 82,39% são consumidas no país e 17,61% são

utilizadas para exportação. ROPPA (2008) afirmou que por ano no Brasil o consumo per

capita atinge aproximadamente 13 Kg, sendo que no âmbito internacional este consumo é

em média de 15 Kg. Em países mais desenvolvidos o consumo chega a ser de 70 Kg por

habitante/ano.

Ressalta-se que em países desenvolvidos como Itália, França e Alemanha a

produção de embutidos de origem suína deu um grande passo nos processos de

industrialização (TERRA e FRIES, 2000), contudo continuam com as portas abertas para

importações devido a suas limitações territoriais para a produção dos animais.

Produtos de origem suína, agora com o avanço da medicina e a população

preocupada sempre com a saúde (BRAGAGNOLO, 2001), têm sido mais comercializados

devido a grande quantidade de proteína e pouca de carboidratos, contendo ainda baixo

valor energético e sendo rico em vitaminas B1, B2, B6, B12, A e C (ROPPA, 2001).

Ainda quanto a carne suína, esta provém de criadores específicos e qualificados em

sua reprodução, pois com o advento de tecnologias para a criação de suínos passou a ser

mais rápida e eficaz tornando o mercado mais adepto a proteína dessa espécie.

A carne suína provém de dois principais tipos de comercialização, cortes de peças

desossadas normalmente de animais machos e adultos, e a outra de recortes. A carne suína

para a preparação de embutidos geralmente são obtidas de recortes magros, pernil, paleta,

papada, barriga (SCHWEIGERT e PRICE, 1994). No quadro abaixo temmos os principais

indicadores de utilização da carne suína.

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QUADRO 01: Os quatro principais indicadores da carne suína

SENSORIAIS TECNOLOGICAS

Cor

Perda por exsudação

Marmoreio

Odor

Sabor

Suculência

Maciez

Textura

Conteúdo de água

Capacidade de retenção de água

Conteúdo de tecido conjuntivo

PH

Capacidade de tecido conjuntivo

Conteúdo de ácidos graxos insaturados

NUTRICIONAIS HIGIÊNICAS

Conteúdo de proteínas

Valor calórico

Conteúdo vitamínico

Conteúdo mineral

Conteúdo de lipídios

Conteúdo de ácidos graxos saturados

Conteúdo de colesterol

Digestibilidade

Valor biológico

Carga bacteriológica

Germes patogênicos

Valor do pH

Atividade de água

Potencial de redução

Nitrato

Salmoura

Resíduos de drogas

Resíduos de agente anabólicos

Resíduos de pesticidas e resíduos de

metais pesados

FONTE: PELOSO, 2000

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2 A EMPRESA A Sadia foi fundada por Attilio Fontana em 1944 na cidade de Concórdia, ao longo

dos anos conseguiu ser uma empresa referência no ramo alimentício que continua seu

crescimento ano a ano visando qualidade e diversidade de seus produtos. Houve uma

expansão da empresa para produção e distribuição de alimentos industrializados

congelados e resfriados, que constituem maior valor agregado (SADIA, 2008).

Por ser uma das empresas líder na atividade em que opera, acabou sendo uma das

maiores empresas de alimentos da América Latina e uma das principais exportadoras do

Brasil. Seus produtos vão além de 680 itens, que são distribuídos em todas as regiões do

Brasil com mais de 300 mil pontos de venda. No exterior a empresa já conquistou cerca de

100 países para realizar suas exportações.

A companhia foi aberta desde 1971 e em 2001 lançou seus American Depositary

Receipts na Bolsa de Nova York e aderiu ao nível 1 de Governança corporativa da

BOVESPA. Já em 2004 a empresa passou a fazer parte do Latibex, índice das empresas

latino-americanas da Bolsa de Madrid. Devido a diversos fatores, a Sadia foi eleita a marca

mais valiosa do setor de alimentos brasileira, em pesquisa divulgada pela Interbrand,

empresa de consultoria inglesa que é conhecida por elaborar tradicionalmente a lista das

100 marcas mais valiosas do mundo. Esta mesma empresa de consultoria realizou a mesma

pesquisa no Brasil avaliando 30 companhias nacionais listadas na CVM e elegeu as 12

marcas brasileiras de maior valor no mercado. Em 2003 a Sadia foi reeleita pela consultoria

como a marca mais valiosa do setor.

A Sadia mantém atualmente 14 unidades industriais localizadas nos estados do

Paraná, Minas Gerais, Santa Catarina, Mato Grosso, Rio Grande do Sul, São Paulo e Rio de

Janeiro; 2 unidades agropecuárias e centros de distribuição. Tem representações

comerciais em 11 países, a exemplo do Panamá, Chile, Uruguai, Argentina, Alemanha,

Inglaterra, Rússia, Turquia, Emirados Árabes, China e Japão.

Reconhecida como uma das empresas que mais emprega brasileiros, hoje possui

cerca de 52 mil funcionários e, por meio de seu Sistema de Fomento Agropecuário, mantém

parceria com cerca de 10.000 granjas integradas de aves e de suínos.

Além de ser uma empresa preocupada com o consumidor, ela ainda preocupa-se

com o meio ambiente e com a comunidade.

Sua Missão é: "Alimentar consumidores e clientes com soluções diferenciadas".

Sua Visão é: "Ser a empresa de alimentos mais competitiva do setor no mundo em

soluções de agregação de valor".

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3 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS Realizado na cidade de Lucas do Rio Verde/MT, no período de 04 de Agosto a 15 de

novembro, com carga de 480 horas, nas instalações da empresa Sadia na área de

Industrializados: Mortadela e Lingüiça do tipo calabresa, supervisionado pelo gerente da

indústria Almir Bortese e pelo orientador acadêmico José Maurício França, teve como

principal objetivo capacitar a acadêmica Suellen Fonseca nas diversas áreas que o

profissional de Medicina Veterinária pode atuar dentro de uma empresa de produtos de

origem animal.

Durante o período de estágio foram acompanhados:

- cadeia produtiva – Granjas de recria, incubatório, granjas de poedeiras, fomento

- desenvolvimento de produtos – pesquisa e desenvolvimento de produtos

- supervisão de processos – noções básicas de funcionamento de fábrica

-elaboração de check-list – controle de processo, formulações, garantia da qualidade

- instalação de programas de auto-controle – de acordo com legislação vigente

- start-up da unidade industrial – início de testes e fabricação de produtos

- análises laboratoriais – sensoriais, físico-químicas, microbiológicas

- visita a unidade da Sadia em Concórdia – conhecimento de diferenças entre

unidades e tecnologias.

3.1 INTEGRAÇÃO COM A EMPRESA

Nos primeiros dias de estágio foi realizada a integração com as diversas áreas que a

unidade dispõem.

Foi necessário assistir primeiramente palestras sobre o funcionamento da empresa

além de realizar um curso do SENAI de BPF, estas etapas são obrigatórias a todos os

funcionários novos. Após a conclusão de cursos e palestras foi possível conhecer todas as

áreas referentes a unidade da empresa em Lucas do Rio Verde/MT.

Conheceu na parte agropecuária de aves granjas de recria, granjas produtoras de

ovos, granjas de fomento, incubatório, fábrica de rações, setor logístico e engenharias.

Durante os dias nos diferentes setores observou-se que havia sempre uma

preocupação muito grande com a parte de sanidade, respeitando sempre o prazo de vazio

sanitário entre uma e outra área do setor agropecuário.

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3.2 MORTADELA

Através do regulamento técnico de identidade e qualidade, entende-se por

Mortadela, o produto cárneo industrializado, obtido de uma emulsão das carnes de animais

de açougue, acrescido ou não de toucinho, adicionado de ingredientes, embutido em

envoltório natural ou artificial, em diferentes formas, e submetido ao tratamento térmico

adequado.

Todo e qualquer tipo de mortadela deve possuir carnes de diferentes espécies

frigoríficas e sal, podendo ainda possuir, água, gordura animal e/ou vegetal, proteína vegetal

e/ou animal, aditivos intencionais, agentes de liga, açúcares, aromas, especiarias e

condimentos, vegetais (amêndoas, pistache, frutas, azeitonas, etc.), queijos. Pode-se ainda

permitir a adição de proteínas de origem não cárneas de 4,0% (máx) conforme padrão de

qualidade e identidade da mortadela (BRASIL, 2003), como proteína de soja que é a mais

utilizada nas indústrias.

As características do produto tido como mortadela variam de acordo com a

classificação. Para mortadela da linha popular, ou seja, a mais simples, existem padrões

diferenciados das mortadelas do tipo Bologna e Italiana. De acordo com o padrão de

identidade e qualidade (PIQ) os padrões físico-químicos da mortadela popular são:

- Carboidratos Totais (máx.) - 10%

- Amido (máx.) - 5,0%

- Umidade (máx.) - 65%

- Gordura (máx.) - 30%

- Proteína (mín.) - 12%

- Teor de cálcio em base seca - 0,9%

Sendo que a somatória entre carboidratos e amido não deverá ultrapassar 10%, pois pode

sofrer problemas como perda do tempo de vida de prateleira.

3.2.1 Gel Pele

A obtenção de emulsão varia de acordo com uma parte de matérias-primas que

visam essa finalidade, como por exemplo pele de frango, pele suína, carne mecanicamente

separada (CMS) e gelo. Este processo é de extrema importância para fabricação de

produtos como a mortadela (BAÑÓN et al, 2008), sabendo-se que a emulsificação não

depende somente da qualidade de matérias-primas, mas sim de um processo como um

todo, desde o tamanho das partículas, a extração de agentes emulsificantes naturais como a

miosina a partir da carne no rigor-mortis (ÁLVAREZ et al, 2008).

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As matérias-primas utilizadas durante o período de estágio foram basicamente pele

suína resfriada e/ou in natura diretamente vinda do abatedouro de suínos ao lado da fábrica

de industrializados, CMS, gelo e sal.

Para verificação de corpos estranhos é necessário realizar sempre uma inspeção da

matéria-prima por funcionário do local, despejando-se as caixas com a pele na mesa que irá

para as esteiras em direção ao tanque de escaldagem. Na rosca sem fim que leva o

conteúdo da mesa para o tanque, existe um detector de metais que avalia a presença de

metais na proporção de 1,5mm não ferroso, 1,5mm ferroso e 2,5mm inox (SADIA, 2008).

Os tanques de escaldagem, pré-chiller, chiller tinham sua temperatura controlada a

cada hora.

A escaldagem é um processo realizado para que as proteínas miofibrilares da pele

fiquem com sua consistência aparentando gel (BARBUT, GORDON e SMITH, 1996), por

isso que sua temperatura não chega a realizar a cocção e sim apenas um aquecimento

dessas proteínas evitando a desnaturação desnecessária e não conveniente a este

processo. Também devemos observar a relação tempo x temperatura, pois se a pele ficar

durante muito tempo a uma temperatura de escaldagem poderá haver separação das

partículas de gordura e água, tornando um produto final de menor qualidade (BAÑÓN et al,

2008) e quebradiço ao corte.

TABELA 1: Tempos processamento gel de pele (SADIA, 2008)

ESTÁGIO TºC DA ÁGUA TEMPO DE PERMANÊNCIA

ESCALDAGEM 52ºC - 60ºC 2 min

PRÉ-CHILLER 8ºC 1 min

CHILLER 0ºC – 4ºC 3 min

A temperatura da pele ao sair do chiller estava normalmente a 2ºC antes de ir para a

moagem. A pele após sair do resfriamento apresentava-se mais branca que a inicial e sua

consistência se assemelha a uma gelatina endurecida.

Em maquinário com disco de 6mm, juntamente com a pele suína adiciona-se a CMS

de frango congelado para ser moído juntamente e realizar a união de proteínas miofibrilares

entre uma e outra matéria-prima dando a liga. Através da fricção do disco acabou-se por

aumentar a temperatura para 3ºC ao final da moagem.

Após acondicionar o resultado da moagem no tanque, colocou-se o gelo e levou-se

para uma misturadeira inserindo então o sal onde ficava por aproximadamente 3 min com

botão em velocidade média. Ao final desta etapa a massa passa por um refinamento e deve-

se obter uma temperatura de -1ºC a 2ºC.

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3.2.2 Pré-misturadeira

Após a mistura do gel pele, o mesmo é encaminhado via tubulação para a pré-

misturadeira mediante solicitação do operador; o mesmo acontece com os temperos que

são enviados pelos chutes (tubulação que liga um piso com outro) diretamente para a

máquina. A produção do dia tinha como seqüência as matérias-primas: CMS de frango

resfriado, CMS de peru resfriado, gel pele, CMS de frango congelado, água, sal, temperos,

lactato, flavorizante de fumaça. A importância de ter diferentes estágios de matérias-primas

como resfriado e congelado é para obtenção da textura do produto final, pois as partículas

tendem a permanecer juntas quando a temperatura está mais baixa. A redução de partículas

antes de entrar na misturadeira é a tecnologia usada para a elaboração de muitos produtos

cárneos. Usando diferentes diâmetros do disco - para moer - permite-se mudar a textura da

carnes e criar produtos com formas variadas. Esta operação deve assegurar que os tecidos

muscular, conectivo e adiposo, sejam moídos adequadamente, assim como uma dispersão

uniforme da gordura (ROCHA, 2001).

Os aditivos deverão obedecer a legislação vigente pelo Ministério da Saúde na

Portaria n º 1004, conforme tabela abaixo:

TABELA 2: Uso de aditivos em produtos cárneos

8.2.1.3 Produtos cozidos embutidos ou não

CATEGORIA 8 - CARNES E PRODUTOS CÁRNEOS

Limite máximo INS g/100g

ACIDULANTE

Ácido láctico q.s Ácido cítrico q.s Glucona-delta-lactona q.s REGULADOR DE ACIDEZ Lactato de Sódio q.s

Lactato de cálcio q.s

Citrato de potássio, citrato tri-potássio q.s

Citrato de sódio, citrato tri-sódico q.s

Citrato de cálcio, citrato tri-cálcico q.s

ANTIOXIDANTE Ácido ascórbico q.s

Ascorbato de sódio q.s

Ascorbato de cálcio q.s

Ascorbato de potássio q.s

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Continuação da tabela 2: Uso de aditivos em produtos cárneos

Ácido eritórbico, ácido isoascórbico q.s

Eritorbato de sódio, isoascorbato de sódio q.s

Galato de propila 0.01 (1)(7)

Butilhidroxianisol, BHA 0.01 (1)(7)

Butilhidroxitolueno, BHT 0.01 (1)(7)

AROMATIZANTE q.s

CORANTE

Curcuma, curcumina 0.002

Carmin, cochinilha, AC. Carmínico 0.01

Caramelo I - simples, caramelo natural q.s

Caramelo II - processo sulfito cáustico q.s

Caramelo III - processo amônia q.s

Caramelo IV - processo sulfito amônia q.s

Carotenos naturais (alfa, beta e gama) 0.002

Urucum, annatto, bixina, norbixina, rocu 0.002 (10)

Páprica, capsorubina, capsantina 0.001

Vermelho de beterraba, betanina q.s

CONSERVANTE Nitrito de potássio 0.015 (3)

Nitrito de sódio 0.015 (3)

Nitrato de sódio 0.03 (3)

Nitrato de potássio 0.03 (3)

EMULSIONANTE

Difosfato trissódico 0.05 (9)

Polifosfato de potássio 0.05 (9)

ESTABILIZANTE

Fosfato monossódico, fosfato de sódio monobásico, monossódio

dihidrogênio monofosfato, ortofosfato de sódio

0.5 (9)

Fosfato dissódico, fosfato de sódio dibásico, dissódio hidrogênio

monofosfato

0.5 (9)

Difosfato dihidrogênio dissódico, difosfato de sódio, pirofosfato

dissódico

0.5 (9)

Fosfato trissódico, fosfato de sódio tribásico, trissódio monofosfato 0.5 (9)

Fosfato Hidrogênio dipotássico, monofosfato dipotássico 0.5 (9)

Fosfato monopotássico, monofosfato monopotássico 0.5 (9)

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Continuação da tabela 2: Uso de aditivos em produtos cárneos

Difosfato trissódico 0.5 (9)

Difosfato tetrassódico, pirofosfato tetras sódico 0.5 (9)

Difosfato tetrapotássico, pirofosfato tetrapotássico 0.5 (9)

Trifosfato pentapotássico, tripolifosfato de potássio, trifosfato de

potássio

0.5 (9)

Hexametafosfato de Sódio, polifosfato de Sódio 0.5 (9)

Polifosfato de Potássio 0.5 (9)

ESPESSANTE

Ácido algínico 0.3

Alginato de sódio 0.3

Alginato de amônio 0.3

Alginato de cálcio 0.3

Alginato de propileno glicol 0.3

Alginato de potássio 0.3

Agar 0.3

Carragena (inclui sais de sódio, amônio, potássio e a furcelarana) 0.5

Goma guar 0.3

Goma xantana 0.3

Goma jataí, Alf arroba, caroba, garrofin 0.3

REALÇADOR DE SABOR

Ácido glutâmico q.s

Glutamato de sódio, glutamato monos sódico, monos sódio glutamato q.s

Glutamato de potássio, glutamato monopotássio, mono potássio

glutamato

q.s

Guanilato dissódico, dissódio 5’ guanilato, 5-guanilato dissódico q.s

Ácido inosínico q.s

Inosinato dissódico, dissódio 5’ inosinato, 5-inosinato dissódico q.s

UMECTANTE

Glicerol, glicerina q.s (1) Sós ou combinados sobre base gordurosa

(3) Quantidade residual máxima expressa como nitrito de sódio.

(7) Exclusivamente para hambúrgueres cozidos

(9) Quantidade adicionada descontada a quantidade de fosfato naturalmente presente na carne,

(10) Somente na superfície.

FONTE: MS - Portaria 1004 de 11/12/97

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O nitrito (NaNO2) e/ou nitrato (NaNO3) são adicionados a massa para garantir a cura

das carnes, já que são estabilizadores da cor avermelhada e também para inibir alguns

microorganismos que estabelecem toxinfecção alimentar e agentes deteriorantes. O efeito

sobre o Clostridium botullinum é de inibição das células vegetativas e prevenção da

germinação de esporos que não foram destruídos durante o processo térmico do produto

(ZARRINGHALAMI et al., 2008). Além do Clostridium botullinum, outro microorganismo que

o nitrito também tem ação é sobre o Staphilococcus aureus (FLORES et al., 2006),

principalmente quando há a diminuição do pH. O nitrato como já foi comentado tem o

princípio de manter a coloração e aromatização, isto só acontece quando tem a

concentração de 20 a 40mg/kg ou 80 a 150mg/kg (MULLER, 1991). CAMPBELL e URBAIN

(1994) citam que durante o processo de cura inibe a maioria da flora psicrotrófila, fazendo

com que os produtos se tornem muito mais estáveis em condições de venda e

armazenamento.

Antes que a tampa da máquina esteja fechada retira-se uma pequena porção de

massa para realização do teste de nitrito. Este teste é realizado para verificação dos níveis

vigentes na Portaria 1004 do Ministério da Saúde de nitrito na produção. São adicionadas

duas gotas de ácido sulfanídrico e duas gotas de Alfa naftatilamina, verifica-se a coloração

da massa, se estiver fortemente rosácea é indicativo de muito nitrito na formulação, pois há

ação com aminas secundárias formando as nitrosaminas, quando isto acorre não pode ser

comercializada devido ao seu forte poder cancerígeno (FRANCO e LANDGRAF, 2003).

Utiliza-se estas substâncias para dar a coloração avermelhada e inibir a microbiota

patogênica (MULLER, 1991 e ZARRINGHALAMI et al., 2008), porém quando existe erro na

formulação com excesso, deve-se reprocessar até que os parâmetros do teste de nitrito

estejam adequados para consumo humano.

Esta mistura inicial tem duração de 8 min com rotação em velocidade lenta. A

temperatura da massa não deve ultrapassar 4ºC, pois pode favorecer cultura aos

microorganismos nesta faixa de temperatura, já que o produto seria um grande meio de

cultura devido a quantidade de água e quantidade de substrato. Vale ressaltar que não é

qualquer água que favorece o crescimento bacteriano, e sim a água livre, que está

fracamente ligada ao substrato e serve como solvente até mesmo para formação de reações

químicas (BOBBIO e BOBBIO, 2001).

Os alimentos que retém muita água apesar de terem certa estabilidade, tem chances

ainda de prolongar sua vida útil de prateleira sem ação de microorganismos (KATZ, 1997).

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23

3.2.3 Emulsificador e bomba à vácuo de toucinho

Após os 8 min na pré-misturadeira, através de uma bomba de sucção a massa que

estava com 3ºC é levada para o emulsificador, afim de retirar os grumos que podem ter

restado na massa e formar a liga. A velocidade é de 3500 rpm (rotações por minuto), ela é

muito alta porque a massa é muito densa e viscosa e possui vários componentes, logo fica

difícil formar a emulsão em rotações baixas. Após isso, passa por dois discos, sendo um

deles com diâmetro de 2,3mm e 1,7mm, isto ocorre para que não se rompam totalmente as

ligações e possam formar uma massa tenra e macia.

Depois de emulsificada, a massa vai para um extrator à vácuo cuja temperatura

inicial é de 3ºC (pode ser entre -2ºC até 3ºC), onde são inseridos os cubos de toucinho num

padrão aproximado de 1,0 cm. O vácuo do extrator é de 25 pol/Hg e é mantido neste por 6 a

8 min. Após o término, a temperatura da massa final é de 12 a 18ºC.

A quantidade de toucinho, gordura subcutânea de suíno, que deve-se adicionar em

uma massada de mortadela varia conforme as indústrias. O restante de gordura do produto

mais o toucinho são caracterizados por gorduras totais no rótulo do produto.

A gordura contribui para a aceitabilidade do produto na textura (HUFFMAN e

EGBERT, 1990) apesar de já existir comprovações, segundo MITTAL e BARBUT (1993)

SOFOS e ALEN apud dizem que outras substâncias tem o poder de reduzir a gordura,

deixando o produto light, sem mudar a textura, como a xantana e carragena.

3.2.4 Embutimento

A etapa inicial do embutimento consiste na hidratação das tripas de nylon utilizadas.

As marcas utilizadas no período de estágio eram importadas e de diferentes distribuidores.

Algumas marcas necessitavam de mais tempo de hidratação que outras restando ao final

um maior tempo para o término da produção.

O tempo de hidratação não deve ser menor que 120 min em água com temperatura

de 26ºC devido a maior absorção de água e estiramento do nylon. Já foi realizado um

estudo na indústria e o PIQ para hidratação de tripa será aumentado para até 30ºC, onde

reduz aproximadamente 10% do tempo de hidratação.

As tripas, após o tempo necessário de hidratação, são colocadas nas embutideiras

pelo operador, tomando cuidado para não haver o rompimento. Ao iniciar o processo de

embutimento a massa deve estar em uma temperatura de no máximo 22ºC, porém foi

verificado que a temperatura normalmente fica em 19ºC.

O fechamento da embalagem era feito através de clipadora de alumínio. O calibre

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que as peças saem têm um padrão de 94mm aproximadamente e peso de 3,300Kg/un.

Verificou-se muitos problemas de embalagem com relação a quantidade de massa colocada

na tripa, pois após o cozimento da massa há uma expansão das moléculas causando

rompimento do nylon.

QUADRO 02: FLUXOGRAMA EMBUTIMENTO MORTADELA

RECEBIMENTO DE TRIPA ALMOXARIFADO

ESTOCAGEM ALMOXARIFADO

INSPEÇÃO DE QUALIDADE DAS TRIPAS PELA GQ

PEDIDO DA QUANTIDADE DE TRIPAS

RECEBIMENTO NO MEZANINO

HIDRATAÇÃO DAS TRIPAS

ENVIO PARA SETOR DE EMBUTIMENTO

COLOCAÇÃO DAS TRIPAS NAS EMBUTIDEIRAS

EMBUTIMENTO

FECHAMENTO COM GRAMPO

3.2.5 Cozimento da mortadela

Depois de preparadas, as peças de mortadelas foram encaminhadas para as

estufas, porém dependendo do fluxo da produção, estas eram encaminhadas somente

algum tempo após, em média 4 h. As peças se caracterizam por apresentarem o processo

de cozimento mais simples dos produtos fabricados na indústria. Não passa por defumação

e não necessita do controle de umidade relativa devido a sua embalagem.

As programações de cozimento são utilizadas em estufas contínuas. O programa se

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completa em aproximadamente 2:30 h, ou quando a temperatura no núcleo do produto

atingir 74ºC com desvio padrão de 1ºC. Exemplificando o programa, a mortadela passa por

quatro estágios:

FIGURA 1: Curva de cozimento da Mortadela observada em testes na unidade de Concórdia

Depois de passar por estas etapas de cozimento, um jateamento de água fria sobre

as peças ainda nas estufas, para auxiliar no resfriamento era realizado. Em seguida as

peças eram retiradas e armazenadas em câmara fria.

FIGURA 2: Curva de resfriamento da Mortadela observada em testes na unidade de

Concórdia

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3.3 LINGÜIÇA TIPO CALABRESA

De acordo com o PIQ entende-se por lingüiça o produto cárneo industrializado,

obtido de carnes de animais de açougue, adicionados ou não de tecidos adiposos,

ingredientes, embutido em envoltório natural ou artificial, e submetido ao processo

tecnológico adequado. A lingüiça do tipo calabresa é o produto obtido exclusivamente de

carnes suína, curado, adicionado de ingredientes, devendo ter o sabor picante característico

da pimenta calabresa submetidas ou não ao processo de estufagem ou similar para

desidratação e ou cozimento, sendo o processo de defumação opcional.

Diferentemente dos outros tipos de lingüiças, nas do tipo calabresa não é permitida a

adição de proteínas não cárneas como proteína agregada, somente é permitida a adição de

gordura, água, açúcares, plasma, aditivos intencionais, aromas, especiarias e condimentos

conforme PIQ da calabresa.

Os níveis aceitáveis de acordo com o PIQ (BRASIL, 2000) são:

- Umidade (Max) - 60%

- Gordura (Max) - 35%

- Proteína (Min) - 14%

- Cálcio (base seca) (Max) - 0,3%

3.3.1 Seleção de matérias-primas e inspeção

As matérias-primas utilizadas que já estão estocadas na indústria passam por um

processo de equalização de temperatura em câmaras próprias para essa finalidade que

chegam a aproximadamente 30ºC no ambiente. Após a equalização, com as matérias-

primas em temperatura adequada, realizava-se a inspeção inicial para corpo estranho por

amostragem, utilizando-se de três bacias. Caso haja muita incidência nas amostras, o lote

deve ser devolvido para o distribuidor com o relato do caso.

Se a matéria-prima for liberada após a inspeção inicial, a mesma ficava pronta para

ser pronta para ser utilizada na moagem. A temperatura dos produtos das caixas/sacos que

estavam aguardando para a moagem não deviam ultrapassar 10ºC. A média de temperatura

das caixas era 7ºC.

Antes de passar pelos moedores a matéria-prima ainda era inspecionada novamente

e pesada, neste momento em sua totalidade (100%). Esta atividade era realizada em uma

mesa de inox que possui três funcionários (dois para detecção de corpos estranhos e um

para depositar o conteúdo das caixas/sacos sobre a mesa). Os corpos estranhos mais

encontrados eram: pêlos, madeira, plástico e cartilagem. Informações obtidas através de

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relatos de funcionários foram que os corpos estranhos eram muito comuns, e quando

encontrados eram separados em sacos plásticos e levados para uma câmara de

resfriamento a 0ºC, com a etiqueta do distribuidor contendo nº do pallet, tipo de matéria-

prima, nome do distribuidor e qual material foi encontrado para relato e rastreamento, no

caso de ocorrer alguma anomalia posteriormente no produto a ser produzido.

3.3.2 Moagem e mistura

Na máquina de moagem os três diferentes diâmetros dos discos para granulometria

eram aplicados conforme cada tipo de matéria-prima utilizada e necessidade para a

massada.

Como já foi explicado nos tópicos anteriores, a redução das partículas através da

moagem é a tecnologia usada para a elaboração de muitos produtos cárneos, devido ao uso

de diferentes diâmetros de disco (fino, médio e grande diâmetro) que permitem mudar a

textura das carnes e criar produtos com formas variadas. Esta operação deve assegurar que

os tecidos muscular, conectivo e adiposo, sejam moídos adequadamente, assim como uma

dispersão uniforme da gordura (ROCHA, 2001).

No estágio foi observado foram utilizadas diversas matérias-primas, como exemplo:

CMS de frango descongelado e congelado, barriga suína, toucinho, retalho magro suíno,

retalho gordo suíno, entre outros.

Neste momento, caso haja falta de alguns componentes, estes podem ser

substituídos por outros. Durante o estágio a estagiária realizou pesquisa de substituição de

matérias-primas para improviso de estoque, e devido a composição e característica das

carnes o retalho gordo pode ser substituído por carne de paleta e o retalho magro por lombo

ou filé, respeitando sempre os discos de moagem para que sejam os mesmos, visando não

alterar a característica do produto final.

Inicialmente ligava-se a misturadeira, ainda vazia, rotacionando a 35 RPM no modo

manual com as pás girando para o centro. Após adicionava-se matérias-primas com

seqüência a ser seguida de primeiramente as de baixa granulometria e as congeladas,

posteriormente as de granulometria maior. Após colocar as matérias-primas na misturadeira

adicionava-se o sal, antioxidante, proteína isolada de soja, pimenta, lactato, fumaça líquida e

corante, deixando então misturar, retirava-se uma amostra para teste de nitrito (duas gotas

de ácido sulfanídrico e duas de alfa naftatilamina) e aguardava-se até obter a finalização da

mistura. O princípio de utilização do nitrito é o mesmo da utilização na mortadela citado

anteriormente.

Vale lembrar que estes dois produtos em excesso pode causar câncer se

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consumidos a longo prazo (FRANCO e LANDGRAF, 2003) . Foi também necessário realizar

teste de densidade de gordura, isto aconteceu retirando a cada três misturas,

aproximadamente 3Kg de massa, pré-aquecendo em água a 92ºC, embalando à vácuo

retirando todo o ar para evitar erros na medição, pesou-se novamente e colocou em água

ambiente para pesar e aferir de densidade. No dia observado em estágio não foi necessário

realizar a correção de gordura. O restante da mistura, quando correta é liberada pelo

operador da máquina fazendo o restante da mistura com tampa fechada e tendo duração de

4 minutos com 25mm/Hg de vácuo.

Existe uma taxa de correção que é relativa a quantidade produzida no dia, isto ocorre

quando o teste de densidade de gordura tem resultado baixo, então na formulação devem

ser adicionadas matérias-primas mais gordurosas para suprir esta deficiência conforme

programa de formulação da unidade além de todos os outros ingredientes já citados acima.

Observou-se que as pás da misturadeira deviam estar girando para ambos os lados,

pois com batimento somente para o centro, os temperos e condimentos não são bem

distribuídos devido a movimentação da massa no interior da máquina.

3.3.3 Embutimento

Como a produção de lingüiças necessita de tripas naturais existe uma maior

preocupação com relação a contaminação. O processo anterior ao embutimento consiste na

calibração das tripas ainda no frigorífico de suínos, seleção e hidratação.

As vantagens dos envoltórios naturais é que são comestíveis, são muito elásticos e

moldáveis; permitem trocas gasosas com o meio ambiente e perspiração ou transpiração

inaparente na superfície, sendo altamente permeáveis ao fumo, favorecendo os processos

de defumação. Pelas qualidades mencionadas, são indicados para os produtos a serem

dessecados de forma gradual (por exemplo, salame). Deve-se, ainda, citar, dentre as

vantagens dos envoltórios naturais, as seguintes: protegem o agradável sabor do embutido;

são macios e suculentos; proporcionam rendimentos máximos; emprestam a aparência de

um produto bem embutido; dão a apresentação mais atrativa (PARDI et al, 1996).

Como desvantagens dos envoltórios naturais, citam-se as seguintes: São altamente

contaminados, portadores de microrganismos patogênicos e saprófitos; falta-lhes

homogeneidade de forma, tanto em comprimento como em diâmetro, o que dificulta a

padronização do produto; são pouco resistentes; podem portar defeitos (cortes, rupturas,

perfurações por insetos, putrefação, ranço, etc.); requerem muito trabalho prévio ao seu

emprego (lavagem com remoção do sal, higienização, etc.); têm odores por vezes

desagradáveis; tornam-se maceráveis com o tempo, principalmente em produtos de maior

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duração; proporcionam maior quebra de peso do produto (PARDI et al., 1996).

O fornecedor de sal, barbante é o almoxarifado, as tripas importadas são dos

fornecedores americanos, além das tripas chamadas brutas que são advindas das unidades

da própria Sadia. Cada maço de tripa possui aproximadamente 100m de comprimento e 1,6

Kg de peso.

Vale lembrar que o processo de cura através da salga dura cerca de 7 dias,

utilizando 1,380 Kg de sal não iodado/maço de tripa. Este processo é imprescindível para

controle da contaminação bacteriana, pois quanto menos água livre tiver o produto, menos

susceptível a proliferação bacteriana será.

Após os processos realizados no setor da triparia, ainda no frigorífico de suínos, os

maços vão para o setor das corrugadeiras onde eram armazenados em cilindros de PVC

com água abundante para evitar seu rompimento. Estes cilindros com tripas passavam

então através de caixas para o setor do embutimento.

No setor ficavam máquinas automáticas para embutimento, onde trabalhavam quatro

funcionários em cada. O padrão de peso foi de aproximadamente 245g a 280g por lingüiça.

São produzidas lingüiças para balancear os pacotes na hora da embalagem, para que não

seja desproporcional na pesagem final (2500Kg aproximadamente). O contra-peso é de 120

a 140g por lingüiça. O comprimento das lingüiças têm um padrão de aproximadamente 26

cm, controlado pelos funcionários das máquinas, assim como na hora de embutir os contra-

pesos, também deve ser controlado o comprimento dos gomos de lingüiças.

No processo de embutimento existe o detector de metal mais importante da linha, atua

com detecção para materiais com 2mm ferroso, 2,5mm não-ferroso e 3mm inox.

No quadro a seguir observa-se o fluxograma de embutimento que é realizado após o

embutimento.

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QUADRO 03: FLUXOGRAMA DE EMBUTIMENTO DE LINGÜIÇA

RECEBIMENTO DE TRIPA ALMOXARIFADO

ESTOCAGEM ALMOXARIFADO

INSPEÇÃO DE QUALIDADE DAS TRIPAS PELA GQ

PEDIDO DA QUANTIDADE DE TRIPAS

RECEBIMENTO NO MEZANINO

SALGA

PRÉ-LAVAGEM

HIDRATAÇÃO

ENVIO PARA SETOR DE CORRUGADEIRAS

COLOCAÇÃO DAS TRIPAS NAS EMBUTIDEIRAS

EMBUTIMENTO

FECHAMENTO COM CLIPS DE PLÁSTICO SIMBOLO SADIA

ENVARAMENTO

COLOCAÇÃO DAS VARAS NAS GAIOLAS

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FIGURA 3: GAIOLA COM LINGÜIÇAS DISPOSTAS CORRETAMENTE PADRÃO SADIA

3.3.4 Cozimento e defumação lingüiça

Após o processo de preparação de massa e embutimento, as peças passavam para

o processo de cozimento que foi realizado em estufa contínua, com cozimento seguido por

defumação e resfriamento. Caso as peças passem diretamente do embutimento para a

estufa sem o repouso de aproximadamente 2 a 4 h, a fumaça da defumação não será tão

eficiente, pois as peças estarão ainda úmidas, não aderindo corretamente a fumaça. De

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acordo com DU FOUR (2005) apud (DJINOVIC, 2008), o processo da defumação

antigamente não levava em consideração os anéis benzênicos, causando mutação e câncer

nas pessoas que consumiam produtos defumados a longo prazo, sendo que isto ocorria

devido aos diferentes tipos de madeiras utilizadas no processo, agora após anos de estudos

percebeu-se que alguns componentes da queima de madeiras para defumação não são

prejudiciais à saúde.

Eram dispostas 8 a 12 gaiolas por vez em cada estufa sendo que o operador ainda

devia manter uma observação constante durante todo processo acompanhando através dos

dados informados nos painéis as informações importantes do processo como: etapa, tempo

do passo, temperatura de trabalho da estufa, umidade relativa, temperatura do núcleo do

produto e intensidade da fumaça, para a rápida detecção de alguma falha durante o

processo e para que pudesse tomar as devidas providências.

O processo de cozimento da lingüiça passou por 11 estágios, os quais intercalam-se

entre secagem e defumação respectivamente até o estágio 10, onde entra na etapa de

cozimento. O tempo médio de cozimento é de 7:00 h, sendo que o produto final deve sair

em uma temperatura de 74ºC, com tolerância de +1ºC ou -1ºC. Este tempo pode variar de

5:30 h a 7:30 h, dependendo da quantidade de produtos dispostos nas estufas conforme

mostra a figura 3.

O primeiro estágio foi um processo de secagem. Nesta etapa ocorria a secagem na

quantidade certa, pois uma correta secagem, com níveis ideais de água livre é que acarreta

e garante uma boa coloração obtida através da defumação (BAÑÓN et al., 2008).

No segundo estágio, aconteceu a primeira defumação da lingüiça. Esta primeira

defumação é a mais importante do processo, pois nessa etapa ocorre a fixação da cor

primária que é a responsável pela aparência e coloração desejada do produto (BAÑÓN,

2008).

O terceiro estágio ocorreu uma secagem rápida numa temperatura de trabalho de

acima de 50ºC. Após isso, entrou no quarto estágio que compreendia em outra defumação,

contendo umidade no ar para que a fumaça penetre melhor e desse o gosto característico.

No quinto estágio do processo, a lingüiça passou por mais uma secagem, pronta

então para que se transcorresse o sexto passo, outra defumação.

Então novamente foi realizada uma etapa de secagem durante um curto período de

tempo. O passo 8 teve duração de 35 min, nesta etapa a umidade do ar já é menor pois a

fase em que a lingüiça absorve mais o sabor já ocorreu. No estágio 9, a peça atingiu a

temperatura ideal (74ºC) no núcleo sendo realizada mais uma secagem.

O passo 10 cozinha-se, apesar de a temperatura interna no núcleo do produto já ter

atingido 74ºC deve permanecer por um tempo para que a garantia de inocuidade seja

assegurada. Dependendo da quantidade da produção e da necessidade de repetir a etapa

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de cozimento quando necessário.

Na última etapa, número 11, ocorre a última secagem.

Após este processo, a lingüiça estava pronta para o seu resfriamento. Neste

momento foi de fundamental importância a experiência do operador, que visualmente fez

uma inspeção de aspecto de cor, julgando a necessidade ou não da repetição de alguma

das etapas para que o processo fosse terminado com um padrão.

FIGURA 4: CURVA DE COZIMENTO LINGÜIÇA TIPO CALABRESA TESTE REALIZADO

EM PERÍODO DE ESTÁGIO SADIA, AGOSTO 2008

As peças estavam prontas para passar para a câmara contínua de resfriamento com

circulação de ar forçada e exaustão, onde permaneciam cerca de 1 hora até a sua

embalagem atingindo uma temperatura de 23,7ºC.

Para que a aplicação do frio seja eficiente, faz-se necessário que o produto, a

ser aplicado o frio, esteja em bom estado de conservação e este procedimento seja rápido e

contínuo (ROSSET, 1994).

As peças que se encontram nas laterais das estufas apresentam em média 0,5ºC a

mais dos que as que se encontram no centro das gaiolas. Isso se explica pelo fato de que

nas pontas e laterais ocorre uma maior circulação de calor.

Antes da entrada das gaiolas nas estufas, os operadores fazem diversas anotações

de controle, como: peso da gaiola, peso da vara, quantidade de gaiolas, peso de entrada e

peso de saída. Estes dados são importantes pra manter um rígido controle de perdas e

quebras.

O parâmetro estipulado para coloração é definido pelos funcionários de planejamento

de produtos e conferido por um profissional de análise sensorial.

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34

4 CONTROLE DE QUALIDADE No que diz respeito ao controle da qualidade deve-se abranger um número maior de

itens do que normalmente é realizado como: rotulagem, itens de auto-controle da circular

175, análises microbiológicas, sensoriais e físico-químicas.

A garantia da qualidade é um sistema de proteção ao produtor e ao consumidor, pois

seu principal objetivo é o de assegurar, ao industrial, a fabricação de alimentos de excelente

padrão (EVANGELISTA, 1992).

O Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (DIPOA) baseia seu

modelo de inspeção sanitária no que atualmente denomina-se de controle de processo. Em

síntese, esses procedimentos fundamentam-se na inspeção contínua e sistemática de todos

os fatores que, de alguma forma, podem interferir na qualidade higiênico-sanitária dos

produtos expostos ao consumo da população (BRASIL, 2005).

Nas modernas legislações de controle sanitário de alimentos, entendem-se os

programas de autocontrole como requisitos básicos para garantir a inocuidade dos produtos

comestíveis. No DIPOA estes programas são os seguintes: Programa de procedimentos

padrão de higiene operacional - PPHO, o Programa de Análise de Perigos e Pontos Críticos

de Controle - APPCC e as Boas Práticas de Fabricação - BPF (BRASIL, 2005).

4.1 ITENS AUTO-CONTROLE MAPA CIRCULAR 175, 176 E 294

No início do estágio foram realizadas diversas atividades para adequar a indústria às

normas.

Como a indústria ainda estava em fase de construção, fez-se necessário implantar

os programas e elaborar planilhas para utilização rotineira na produção da fábrica de cada

item que será citado no presente trabalho.

Foram dezessete programas de autocontrole abrangidos pela circular 175 e 176 que

foram utilizadas na indústria, todos diretamente ligados aos processos da fabricação que

poderiam, de alguma maneira, interferir na qualidade do produto. Os procedimentos

adotados pela Inspeção Oficial para verificar a implantação e manutenção dos Programas

de Autocontrole foram chamados de elementos de inspeção, ou em outras palavras, a

verificação oficial, que fundamenta-se na inspeção do processo e na revisão dos registros

de monitoramento dos programas. Todos os itens dos programas que são importantes para

a produção, eram monitorados pela produção e verificados pela Garantia da Qualidade

através de planilhas.

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35

4.1.1 Manutenção de instalações e equipamentos

O objetivo deste programa foi realizar monitoramento para que a indústria

permanecesse em funcionamento, para garantir que as características originais das

instalações e equipamentos estivessem em bom estado. As manutenções podem ser

preventivas, preditiva ou corretiva, ou até mesmo associações destas (BRASIL, 2005).

4.1.2 Vestiários e sanitários

O programa visou a organização e monitoramento das condições higiênicas dos

vestiários, sanitários e barreiras sanitárias. Estas instalações devem estar separadas do

restante das áreas da indústria (BRASIL,2005).

4.1.3 Iluminação

Garantir uma boa iluminação com intensidade e qualidade foi um dos fatores

importantes na indústria, pois necessitou-se de luminosidade para monitoramento das

condições sanitárias das área de processamento, manipulação, armazenamento e inspeção

de matérias-primas e produtos. Estas mesmas condições de iluminação foram necessárias

para verificação dos procedimentos de limpeza (BRASIL,2005).

4.1.4 Ventilação

O controle da ventilação era necessário para que não ocorra permanência de

odores, vapores e condensação podendo assim alterar as características dos produtos e

surgindo condições inadequadas no ambiente (BRASIL, 2005).

4.1.5 Água de abastecimento

O abastecimento de água potável é de extrema importância para as indústrias de

alimentos, pois tem sua produção ligada total e diretamente a ela. (BRASIL, 2005).

A água da indústria era de origem subterrânea, tendo então seu controle mais

apurado, pois corresponde a água utilizada nas três fábricas componentes do complexo.

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36

Depois de captada dos poços a água era enviada aos reservatórios da unidade,

onde realizava-se tratamento e distribuição para os pontos de consumo das indústrias

(SADIA, 2008).

Foi realizada diariamente a mensuração de cloro livre e pH nos pontos mapeados na

planta industrial (SADIA, 2008).

4.1.6 Águas residuais

O programa de águas residuais prevê o não contra fluxo com água de

abastecimento, além de ter seu direcionamento por tubulação própria até a central de

tratamento (BRASIL,2005), que estava localizada nas imediações da unidade.

4.1.7 Controle integrado de pragas

A indústria possuia empresa especializada que prestava serviço terceirizado ao

controle de pragas.

O objetivo do controle de pragas é evitar que o ambiente industrial apresente-se

favorável a proliferação de insetos e roedores, afim de evitar também que os mesmos

adentrem à indústria. Por isso a realização de programas como auxílio para evitar acúmulo

de água, resíduos orgânicos, abrigos e focos de reprodução de insetos. Devem ser

adotados itens de precaução nas instalações como janelas teladas, portas basculantes e

cortinas de ar. Este programa é de vital importância devido a sanidade do ambiente de

produção de alimentos (BRASIL, 2005).

4.1.8 PPHO

Este programa teve como objetivo o estabelecimento dos procedimento de limpezas

pré-operacional e operacional. A sanitização e limpeza das instalações, equipamentos,

ambientes e utensílios são verificadas neste programa (BRASIL, 2005).

A limpeza pré-operacional compreende uma limpeza com produtos químicos, onde

se estabelece uma limpeza profunda antes do início da produção, averiguando sempre a

completa higienização para seguridade alimentar. Já o procedimento operacional se faz livre

de agentes químicos, realizando apenas uma limpeza seca, onde é retirado restos

orgânicos, plásticos, etc. Este procedimento é realizado durante a produção e sempre que

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37

necessário (BRASIL, 2005).

4.1.9 Higiene, hábitos higiênicos e saúde dos operários

É discutido neste programa as boas práticas de fabricação (BPF), garantindo que os

envolvidos no processo industrial conheçam, entendam e cumpram as normas higiênicas,

mantendo assim a higiene pessoal e as práticas de higiene e sanitização aplicados aos

processos (BRASIL, 2005).

4.1.10 Procedimentos sanitários operacionais (PSO)

Este programa muitas vezes está inserido no PPHO. Consiste em basicamente

manter as condições higiênicas das operações industriais, principalmente dos utensílios que

estão diretamente em contato com o produto de origem animal (BRASIL, 2005).

4.1.11 Controle de matéria-prima, ingredientes e material de embalagem

Consiste principalmente na padronização dos procedimentos de critérios observados

no recebimento das matérias-primas, ingredientes e insumos (BRASIL,2005). Verifica-se a

qualidade dos mesmos realizando a inspeção no local, podendo ser recusado caso haja

alguma anormalidade constatada no ato de recebimento.

4.1.12 Controle de temperatura

Este programa talvez seja um dos mais importantes dentro da indústria. O objetivo é

atender aos padrões de temperatura de ambiente, matérias-primas e água nos diferentes

locais da indústria. Visa principalmente o controle microbiológico, atendendo padrões

específicos para resfriamento, congelamento e ambientes (BRASIL, 2005).

4.1.13 Calibração e aferição de instrumentos de controle de processos

A padronização de métodos de calibração e aferição dos equipamentos de medição

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38

dos processos de fabricação, garantindo que a exatidão requerida esteja dentro dos limites

admissíveis pela legislação (BRASIL, 2005). Realizada por órgãos credenciados pelo

INMETRO

4.1.14 Análise de perigos e prontos críticos de controle (HACCP)

Aplica-se este programa à produção de alimentos, mostrando os perigos potenciais

que possam colocar em risco a salubridade, sanidade e segurança alimentar. A indústria é

responsável pela identificação, monitoração, controle e documentação das medidas de

controle dos perigos associados ao alimento (BRASIL, 2005).

4.1.15 Testes microbiológicos

O programa visa a redução de patógenos e atendimento aos diferentes mercados,

nacional e/ou internacional, dependendo das exigências de cada tipo de país. Este

programa é de intensa responsabilidade, pois visa também a inocuidade do produto

(BRASIL, 2005).

4.1.16 Certificação dos produtos exportados

O objetivo deste programa é verificar se os produtos destinados ao mercado interno

e externo estão de acordo com as exigências específicas e atendam aos requisitos previstos

em legislação, bem como estarem respaldados pelos auto-controles da empresa (BRASIL,

2005).

4.1.17 Prevenção e controle de adição de água aos produtos

Deve fornecer evidências, através da realização de monitorias dos parâmetros

obrigatórios e variáveis dos processos de adição de salmoura, congelamento, resfriamento,

conforme procedimentos, medidas preventivas e corretivas propostas no plano, visando

controle da adição de água aos produtos e impedindo a exposição à venda de produtos com

composição diferente da estabelecida e aprovada oficialmente (BRASIL, 2005; SADIA,

2008).

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39

4.2 ANÁLISE MICROBIOLÓGICA

O método de análise microbiológica dos produtos, utensílios e equipamentos é

padrão e deve ser adotado por todos os estabelecimentos que fabricam produtos de origem

animal. A Sadia estabelece os mesmo parâmetros.

De acordo com a Portaria 451 do MS (BRASIL, 1997), é obrigatória a análise

microbiológica de todo produto embutido, que poderá ser consumido sem o uso de

tratamento térmico após sua comercialização.

Para realizar uma boa análise tanto de matérias-primas quanto do produto final

acabado é necessário que o material enviado ao laboratório esteja em condições higiênico-

sanitárias, como, estar preservado em sua embalagem original, para não haver

modificações; não haver muita espera para realização de análise do produto; estar bem

conservado em temperatura adequada. Estas amostras normalmente são levadas ao

laboratório juntamente com as informações sobre data de fabricação, como foi realizado o

processo juntamente com a descrição das matérias-primas utilizadas, motivo da análise e

condições de coleta, como por exemplo lote, data de recebimento e origem, segundo

portaria 451 do MS (BRASIL, 1997). Estes procedimentos ajudam a identificar futuros

problemas dentro da fábrica, tendo em vista que a soluções de problemas seriam muito bem

realizadas através de um PDCA que contivesse todas estas informações.

As análises microbiológicas que foram presenciadas pela estagiária foi realizada

periodicamente, tanto para matérias-primas quanto para produto acabado, segundo

metodologia recomendada por SILVA (1997), para Staphylococcus coagulase positiva,

Salmonella e coliformes. Foi pesado 25 ± 0,2g da amostra, adicionado 225mL de solução

peptonada e 0,1% tamponada, homogeneizado por aproximadamente 60 segundos no

”stomacher”, após realizar as diluições correspondentes para cada análise. Foi realizada a

análise destes microorganismos, baseada no padrão legal da legislação brasileira, seguindo

a RDC nº 12 (BRASIL, 2001) e Portaria 451 (BRASIL, 1997).

Os padrões de limites e tolerância devem ser respeitados seguindo a Portaria 451 do

MS (BRASIL, 1997) conforme mostra a tabela a seguir:

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40

TABELA 03: PADRÕES MICROBIOLÓGICOS EM PRODUTOS CÁRNEOS COZIDOS

MICROORGANISMOS MÁXIMO PERMITIDO em Matéria-prima cárnea resfriada

MÁXIMO PERMITIDO em Matéria-prima cárnea congelada

MÁXIMO PERMITIDO em produto acabado

Salmonella Ausência em 25g Ausência em 25g Totalmente

ausente Coliformes totais - - 5x10g Coliforme fecais - - 5x10g Clostridium sulfito

redutores em 46C - - 102g

Staphylococus aureus - - - Bolores + leveduras - - - Contagem padrão placa - - - Bacilus cereus - - - Vibrio parahaemolyticus - - - FONTE: MS - Portaria 451

Análises realizadas pela empresa, algumas realizadas somente na unidade da

empresa em São Paulo:

- Contagem total de bactérias mesófilas;

- Contagem de bactérias lácticas; Microrganismos Deterioradores

- Contagem de bolores e leveduras;

- Contagem de coliformes totais, fecais e E.coli. Microrganismos Indicadores

(ou termotolerantes)

- Contagem de Staphylococcus aureus;

- Salmonella spp Microrganismos Patogênicos - Listéria spp (análise não realizada com estagiária presente).

Microrganismos patogênicos - Esse grupo engloba as bactérias que podem causar

doenças ao homem, que vai de um simples mal-estar ou indisposição, náusea, dor de

cabeça ou diarréia até uma paralisação respiratória, cardíaca e morte. De modo geral, as

bactérias patogênicas crescem bem a temperatura de câmara (faixa de +4 à +8ºC), e os

alimentos de baixa acidez favorecem o seu crescimento. Exemplo: Salmonella sp, Listeria

monocytogenes, Staphylococcus aureus (FRANCO E LANDGRAF, 1996).

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41

- Intoxicação alimentar: São doenças causadas pela ingestão de alimentos que contém a

toxina produzida pela bactéria. (FRAZIER, 1972).

- Infecção alimentar: São doenças causadas pela ingestão de células patogênicas

(FRAZIER, 1972).

Microrganismos deteriorantes - São microrganismos que se caracterizam por deteriorar

alimentos, através de seu metabolismo, com a produção de determinadas enzimas que

atacam as proteínas, lipídeos ou carboidratos. Alguns microrganismos deteriorantes podem

eventualmente causar também patogenia.Muitos gêneros alimentícios são excelentes meios

de cultivo para diferentes microrganismos. Se tiverem condições de crescer, os

microrganismos produzirão mudanças no aspecto, sabor, odor e em outras características

do alimento.Exemplo: Mesófilos, bolores e leveduras e bactérias lácticas (FRANCO E

LANDGRAF, 1996; PARDI et al, 2001; ICMSF, 1980).

Microrganismos indicadores - Constituem um grande grupo de bactérias que são

utilizadas como indicadora da eficiência da higienização de equipamentos e utensílios, bem

como da higiene dos manipuladores de alimentos (mãos). O índice de coliformes fecais

(coliformes termotolerantes), é utilizado com indicador de contaminação fecal recente e,

conseqüentemente, indica a possibilidade de presença de patogênicos intestinais nos

alimentos (FRANCO E LANDGRAF, 2003).

Os coliformes fecais são um grupo de bactérias que indicam a contaminação

somente por fezes. Exemplo: Escherichia coli.

Instrumentos utilizados:

- Autoclave; - Estufa;

- Contador de colônias; - Agitador de tubos ;

- Balança analítica; - Microscópio

Obs.: No laboratório microbiológico foram utilizados vidrarias e materiais em geral,

comumente usados em laboratórios.

As técnicas empregadas no laboratório são realizadas exigindo conhecimentos

básicos de pesagem em balança semi-analítica, contagem de colônias, preparo de meios de

cultura, manuseio de equipamentos básicos com autoclave e fluxo laminar; além de

cuidados assépticos gerais.

Todos os procedimentos laboratoriais seguem padrões regidos pela ANVISA, e

portanto tem sua validade assegurada com relação a resultados.

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42

4.2.1 Contagem total de bactérias mesófilas

Os métodos de contagem padrão em placas oferecem o número de microrganismos

viáveis no alimento, pela utilização do meio de cultivo adequado, de maneira a promover o

crescimento do mais amplo espectro de microrganismos presentes na amostra sob análise.

Em muitos casos, como nos alimentos processados, a contagem padrão demonstra o nível

geral de higiene durante a fabricação, condições de armazenamento e transporte daquele

alimento, enquanto em alimentos não processados pode ser indicador da qualidade do

alimento.

A análise conforme a AOAC (1995) consiste na pesagem de 25g de amostras e

adição de 225ml de água peptona 0,1% e na pipetagem 10-1 a10-4 da amostra. Adicionar

cerca de 15ml por placa do meio de cultura Plate Count Agar – Agar de contagem em placa

(PCA), previamente derretido e resfriado à 45ºC (fig ?).

Dissolver bem o inóculo movimentando as placas de forma a descrever sobre a

bancada de trabalho o número oito.

Deixar as placas em repouso até solidificação do meio de cultura.

Em seguida, inverter as placas e incubá-las à 35ºC por 48 horas.

Esgotado o período de incubação, retiram-se as placas da incubadora, efetuando-se

a contagem em contador de colônias, escolhendo-se aquelas placas com contagens de

colônia compreendidas entre 30 a 300 colônias por placa.

O número de colônias é expresso em Unidades Formadoras de Colônias por grama

ou mililitro (UFC/g ou ml).

Esse resultado é comparado aos padrões da empresa, emitindo-se o parecer sobre a

qualidade microbiológica da amostra examinada, com relação às especificações.

Obs.: Os padrões da empresa são em um nível inferior ao permitido pela legislação

(BRASIL, 2001).

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FIGURA 5: FLUXOGRAMA DE ANÁLISE DE BACTÉRIAS AERÓBIAS (MESÓFILAS)

FONTE: SILVA (1997)

4.2.2 Contagem de bactérias láticas

Os métodos de contagem padrão em placas oferecem o número de microrganismos

viáveis no alimento, pela utilização do meio de cultivo adequado, de maneira a promover o

crescimento do mais amplo espectro de microrganismos presentes na amostra sob análise.

Em muitos casos, como nos alimentos processados, a contagem padrão demonstra o nível

geral de higiene durante a fabricação, condições de armazenamento e transporte daquele

alimento, enquanto em alimentos não processados pode ser indicador da qualidade do

alimento.

Com análise feita através dos parâmetros da AOAC (1995) consiste na pesagem de

25g de amostras e adição de 225ml de água peptona 0,1% e na pipetagem 10-1 a10-4 da

amostra. Adicionar cerca de 15ml por placa do meio de cultura Man, Rogosa & Sharpe

(MRS), previamente derretido e resfriado à 45ºC.

Dissolver bem o inocula movimentando as placas de forma a descrever sobre a

bancada de trabalho o número oito.

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44

Deixar as placas em repouso até solidificação do meio de cultura.

Em seguida, inverter as placas e incubá-las à 30ºC por 48 horas.

OBS.: Verter novamente uma camada do meio (sobre camada) ou incubar as placas

invertidas em atmosfera de microaerofilia.

Terminado o período de incubação, retiram-se as placas da incubadora, efetuando-

se a contagem em contador de colônias, escolhendo-se aquelas placas com contagens

compreendidas entre 30 a 300 colônias por placa.

O número de colônias é expresso em Unidades Formadoras de Colônias por grama

ou mililitro (UFC/g ou ml).

Esse resultado é comparado aos padrões da empresa, emitindo-se o parecer sobre a

qualidade microbiológica da amostra examinada, com relação às especificações.

Obs.: Os padrões da empresa são em um nível (numa faixa) inferior ao permitido pela

legislação (BRASIL, 2001).

FIGURA 6: FLUXOGRAMA DE ANÁLISE DE BACTÉRIAS LÁCTEAS

FONTE: SILVA (1997)

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45

4.2.3 Contagem de coliformes totais, fecais e E. coli.:

A separação dos coliformes de origem fecal daqueles de origem não fecal é feita

através de testes baseados em incubação à temperatura elevada. Como para os demais

coliformes, a tolerância ou não para este grupo, depende do tipo de produto em análise, e

das condições, necessárias de higienização nos locais de processamento e estocagem de

alimentos (BRASIL, 2003).

A presença de E.coli em um alimento indica que ocorreu uma contaminação de

origem fecal e que conseqüentemente existe o risco de que tenham chegado ao alimento

outros microrganismos patogênicos de origem entérica, a E.coli é o índice de contaminação

fecal melhor conhecido, mas pode apresentar comportamento anômalo no teste de

identificação laboratorial (FRANCO, 2002). Devido a isto, ela se torna um indicador de

contaminação fecal “não perfeito”, nos casos negativos (PARDI et al., 2001). A identificação

é feita com base no padrão do teste do INVIC provas bioquímicas compostas por prova do

Indol, vermelho de metila, Voges-proskauer e citrato, conforme indicado por Kornacki e

Johnson (2001). A análise consiste em algumas etapas à saber:

- PROVA PRESUNTIVA:

A análise consiste na pesagem de 25g de amostras e adição de 225ml de água

peptona 0,1% e na inoculação de alíquotas de 1,0ml das diluições 10-1; 10-2 e 10-3 da

amostra, em uma série de 9 tubos contendo 10ml cada de caldo lauril sulfato triptose.

Incubação à 35-37ºC por 24 à 48 h.

Considerar positivos aqueles que evidenciaram crescimento (turvação de meio) com

formação de gás no tubo de Duhram.

- PROVA CONFIRMATÓRIA:

Esta prova consiste na transferência de uma alçada de cada tubo positivo no teste

presuntivo, para tubos contendo, caldo bile verde-brilhante 2% e tubos contendo o caldo

E.C. (Escherichia coli), anotando as diluições.

Incubação dos tubos de caldo verde-brilhante a 35-37ºC por 48h.

Incubação dos tubos de caldo E.C.e banho-maria a 44,5-45,5ºC por 24h.

- Coliformes totais: Após o período de incubação de 48h à 35-37ºC, proceder á leitura dos

tubos contendo o caldo verde- brilhante.

Apenas os tubos com crescimento com formação de gás no tubo de Duhram, serão

considerados positivos.

Comparar os resultados com a tabela de Número Mais Provável, expressar os

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resultados em NMP de coliformes totais por grama da amostra.

- Coliformes fecais: Após 24horas de incubação em banho-maria à 44,5-45,5ºC, remover os

tubos de caldo E.C do banho, e examina-los quanto ao crescimento bacteriano com

formação de gás, considerando apenas estes como positivos.

Comparar os resultados com a tabela de Número Mais Provável.

- Escherichia Coli.: Dos tubos positivos de caldo E.C. retirar uma alçada da cultura e efetuar

estrias em superfície do meio rosena azul de metileno contido em placas previamente

secas.

Incubação das placas invertidas a 35-37ºC por 24h.

Após incubação, observar quanto à presença de colônias suspeitas: colônias

nucleadas, geralmente com brilho metálico esverdeado e não mucóide.

Selecionar as colônias mais isoladas e transferi-las para tubos de agár nutriente

inclinado.

Incubar em estufa a 35-37ºC por 24horas.

- PROVAS BIOQUÍMICAS (ICMSF, 1980):

- Teste de produção de Indol:

Transferência de uma alçada do agar nutriente para um tubo contendo triptona para

indol (CTI) e incubar a 35-37ºC por 24horas.

Após a incubação adicionar lentamente pelas paredes do tubo 0,2-0,3ml do reagente

de indol.

O aparecimento de um anel vermelho vivo na superfície do líquido representa que a

teste é positivo para a formação de indol a partir da triptona.

Obs.: As demais provas bioquímicas- Vogues – Proskaver, Vermelho de Metila e Citrato não

eram efetuadas por tratar-se de um laboratório novo, onde somente as análises

indispensáveis eram realizadas.

Obs.: Os padrões da empresa são em um nível (numa faixa) inferior ao permitido pela

legislação (BRASIL, 2001).

Esquema de provas confirmatórias, presuntiva e bioquímicas esclarecendo métodos

conforme figura abaixo.

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FIGURA 7: FLUXOGRAMA DE ANÁLISE DE E.Coli, Coliformes totais e fecais

FONTE: SILVA (1997)

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48

4.2.4 Contagem de Staphylococcus aureus

A bactéria é gram-positiva, não forma esporo, apresenta grandes cocos e é anaeróbica

facultativa. Apresenta atividade fermentativa e a temperatura ótima está na faixa dos 35 – 37ºC.

Cresce em pH acima de 4,5 sendo o ótimo próximo de 8,00. Abaixo de 0ºC não produz a

enterotoxina que é o que causa a intoxicação alimentar. É encontrada no ar, água, fezes,

mucosa nasal, diversos tipos de matéria-prima, etc. Os sintomas são caracterizados por

salivação intensa, náusea, vômitos, cólicas abdominais e diarréia, podendo se observar fezes

sanguinolentas e com muco, cefaléia, prostração e calafrios. A duração é de 1 a 2 dias e a

recuperação parece completa. A susceptibilidade é grande em crianças e pessoas idosas.

A análise consiste na pesagem de 25g de amostras e adição de 225ml de água

peptona 0,1% e na pipetagem 10-1 a10-4 da amostra. Adicionar cerca de 15ml por placa do

meio de cultura Ágar Baird - Parker (ABP), previamente derretido e resfriado à 45ºC.

Dissolver bem o inocula movimentando as placas de forma a descrever sobre a

bancada de trabalho o número oito.

Deixar as placas em repouso até solidificação do meio de cultura.

Em seguida, inverter as placas e incubá-las à 35ºC por 48 h.

Efetuar a contagem em placas que apresentarem entre 10 e 150 colônias.Considerar

como positivo as colônias que apresentarem coloração negras e com presença de halo

transparente.

Caso haja crescimento de colônias características realizar provas bioquímicas.

Expressar os resultados em UFC / g ou ml.

Obs.: Os padrões da empresa são em um nível (numa faixa) inferior ao permitido pela

legislação (2001).

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49

FIGURA 8: FLUXOGRAMA ANÁLISE DE Staphylococcus aureus

FONTE: SILVA (1997)

4.2.5 Pesquisa de Salmonella spp

Princípio.:É uma bactéria gram-negativa, não esporulada, em forma de bastonetes,

temperatura ótima 35 – 37 ºC, tem atividade fermentativa, produzindo gás, pH para

desenvolvimento acima de 4,5 e não cresce em alimentos secos, aw 0,93 – 0,95. O

reservatório natural de Salmonella é o trato intestinal do homem e animais, de onde se

dissemina pelo ambiente, ar, alimentos, rações, solos e águas. Usualmente produzem

apenas gastrenterite (salmonelose) e não febre entérica.

O período de incubação é curto, geralmente de 6 horas. São necessários números

elevados de bactérias para provocar a gastrenterite, caracterizada por vômitos, diarréias,

dores abdominais e febre. Hoje sabe-se que alguns sorotipos podem causar doença com

doses infecciosas baixa, sendo necessárias apenas algumas poucas células da bactéria

para resultar em casos de salmonelose (Doyle & Cliver, 1990b).

Gastrenterite por Salmonella (infecção alimentar) é tipo de salmonelose mais

comum e pode ser causado por todos os outros tipos de Salmonella. A mortalidade para

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este tipo de salmonelose é calculado entre 0,1 a 0,2% dos casos. Os casos fatais são,

principalmente, em pacientes muito idosos ou muito jovens.

A bacteremia pode ocorrer a partir de uma infecção intestinal (ICMSF, 1980). O resultado

é a febre alta e persistente, calafrios e dores no peito. Esta condição pode ser transiente ou

crônica.

• Pré-enriquecimento: Pesar 25 g ou ml de amostra em recipiente estéril (frasco ou

saco de Stomacher). Adicionar 225 ml de água peptonada tamponada.

• Homogeneizar e incubar à 37ºC/18h

• Enriquecimento seletivo: Agitar levemente o recipiente com o caldo de pré-

enriquecimento e transferir 0,1 ml para o caldo Rappaport-Vassiliadis (RVS) e 1,0 ml para o

caldo Kauffmann (MKTTn).

• Obs: o caldo tetrationato, geralmente se utiliza 10 ml, deve ser suplementado com

0,1 ml de uma solução verde – brilhante a 0,1% e 0,2 ml de uma solução de iodo- iodelado a

25%, pois sem esses suplementos não há seletividade para Salmonella. Uma vez

suplementado passa a se chamar Rauffmann.

• Homogeneizar e incubar o caldo RVS a 41,5ºC/24hs e o caldo MKTTn a 37ºc/24hs.

• A partir dessa etapa deve-se incluir um controle positivo com uma cepa de

Salmonella (cepa de referência) e seguir com as etapas subseqüentes, de modo a verificar a

eficiência dos meios de cultura e facilitar a identificação das reações típicas.

• Isolamento: Agitar os tubos de enriquecimento seletivo e, estriar por esgotamento,

uma alçada de cada tubo (de forme a isolar colônias) no ágar XLD e no segundo meio de

cultura escolhido (ágar BPLS ou ágar MLCB). Incubar as placas invertidas em estufa a

37ºC/24hs.Após o período de incubação, examiná-las, quanto à presença de colônia típicas

de Salmonella.

• Características das colônias típicas de Salmonella:

• Ágar XLD: Colônias vermelhas/transparentes com ou sem centro negro.

• Ágar BPLS: colônias de 1 a 2 mm, de coloração vermelha opaca ou translúcida e

meio de cultura vermelho brilhante.

• Ágar MLCB: Colônias grandes, roxas enegrecidas, convexas, lisas e brilhantes.

• Confirmação bioquímica: Selecionar de 3 a 5 colônias suspeitas de cada meio

seletivo. Estriar as colônias suspeitas na superfície de uma placa contendo ágar nutriente,

de forma a isola-las e verificar a pureza. Incubar o ágar a 37ºC/24h. Uma vez isolada a

cultura poderá ser submetida às provas bioquímicas e sorológicas.

• Ágar TSI: Com o auxílio de uma agulha de inoculação, inocular o ágar TSI através de

picada profunda na base e estriamento na superfície inclinada.Incubar em estufa a

37ºC/24hs e verificar se há ocorrência de reação típica de Salmonella. Os tubos de TSI

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devem ser incubados com a tampa ligeiramente afrouxada para manter as condições de

aerobiose.

• Reação típica de Salmonella em ágar TSI: superfície alcalina (vermelha) e base

ácida (amarela), com ou sem produção de H2S e formação de gás.

• Caldo lisina descarboxilase: Inocular a cultura suspeita abaixo da superfície do caldo

lisina descarboxilase. Incubar em estufa a 37ºC/24h e observar se há reação típica de

Salmonella. O caldo lisina deverá ser incubado com a tampa bem fechada, porque a reação

de descarboxilação da lisina ocorre anaerobicamente (para isso o tubo deve ser selado com

vaselina ou óleo mineral estéril).

• Reação típica no caldo lisina: manutenção da cor púrpura e presença de turvação.

• Reação atípica no caldo lisina: desenvolvimento de coloração amarela.

• Teste Voges Proskauer (VP): Transferir uma alçada da colônia suspeita para um

tubo com caldo VP e incubar a 37ºC/24h.Após o período de incubação, adicionar 2 gotas da

solução de creatina, 3 gotas da solução de α-naftol e 2 gotas de KOH. Agitar o tubo a cada

reagente adicionado.

• Reação negativa: manutenção da cor dos reagentes (amarela ou ligeiramente

esverdeada).

• Reação positiva: desenvolvimento de uma coloração rosa intensa ou vermelha.

• A reação, normalmente é aparente, em um intervalo de 15 minutos.

• Metabolização da uréia: Semear a superfície do ágar uréia. Incubar a 37ºC/24h e

examinar em intervalos de 2h.

• Reação negativa: manutenção da cor inicial do meio.

• Reação positiva: alteração da cor do meio para rosa intenso.

• A reação, normalmente é aparente, entre 2 e 4 h.

• Reação do indol: Inocular um tubo contendo 5 ml de triptona e incubar a 37ºC/24h.

Após o período de incubação, adicionar 1 gota do reagente de Kovacs

• Reação negativa: Formação de um halo amarelo

• Reação positiva: Formação de um halo vermelho

• Detecção da β-galactosidase: Semear um tubo contendo 0,25ml de solução salina.

Adicionar uma gota de tolueno e agitar. Colocar o tubo em banho-maria ajustado a 37ºC por

5 minutos. Adicionar 0,25ml do reagente para detecção de β-galactosidase e homogeneizar.

Reincubar o tubo no banho-maria a 37ºC/24h. Observar a alteração de coloração em

intervalos periódicos.

• Reação negativa: Manutenção da cor original da solução.

• Reação positiva: Desenvolvimento de coloração amarela.

• A reação é, normalmente aparente, em 20 minutos.

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As cepas de Salmonella típicas apresentam as seguintes reações:

TABELA 04: TABELA DE Salmonella TÍPICAS

Reação Salmonella sp. Visualização

TSI – fermentação da glicose + Base amarela (acidificação)

TSI – formação de gás a partir da

fermentação da glicose

+ Presença de bolhas ou rachaduras na base

TSI – fermentação da lactose - Superfície (rampa) inalterada ou vermelha

TSI – fermentação da sacarose - Superfície (rampa) inalterada ou vermelha

TSI – formação de H2S + Presença de pigmentação escura

Hidrólise da uréia - Manutenção da cor inicial do meio de cultura

Descarboxilação da lisina + Coloração roxa e presença de turvação

Reação de β-galactosidade - Manutenção da cor original da solução

Reação de VP - Manutenção da cor dos reagentes (amarela

ou ligeiramente esverdeada)

Produção de indol - Formação de um halo amarelo FONTE: MANUAL SADIA, 2008

• Confirmação sorológica (Técnica de aglutinação em lâmina)

• Reação sorológica com soro polivalente: Adicionar, separadamente, 2 gotas de

solução salina 0,85% em lâmina sorológica. Homogeneizar, a cada uma delas, uma alçada

de uma cultura 24 h. Adicionar uma gota do anti-soro polivalente em uma das suspensões.

A outra serve de controle negativo. Movimentar a lâmina por rotação manual, em círculos e

observar qualquer grau de aglutinação.Submeter uma cepa padrão de Samonella à reação

de aglutinação para servir de controle positivo.

• Reação positiva: Formação de grumos (aglutinação).

• Expressar o resultado como ausência/presença de Salmonella sp em 25g ou ml.

Características das colônias de Salmonella nos seguintes meios, ver figuras abaixo:

FIGURA 9: Ágar XLD- colôniasvermelhas/transparentes com o centro negro. Cepas deSalmonella H2S (S. paratyphi) apresentam-se como colôniascom centro rosa escuro e culturas lactose-positiva , comocolônias amarelas, com ou sem centro negro. FONTE:MANUAL SADIA (2008)

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FIGURA 10: Ágar MLCB - colônias grandes, roxasenegrecidas, convexas, lisas e brilhantes, com bordasregulares. As colônias de Salmonella pullorum e Salmonellagallinarum apresentam-se menores (cerca de 1mm), de corazul intensa ou violeta. Outras colônias atípicas podemcrescer acinzentadas e apenas com o centro enegrecido.FONTE: MANUAL SADIA (2008)

FIGURA 11: FLUXOGRAMA ANÁLISE DE Salmonella spp

FONTE: SILVA (1997)

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4.2.6 Considerações das análises microbiológicas

A garantia da qualidade sanitária dos alimentos implica a adoção de medidas

preventivas e de controle em toda a cadeia produtiva, desde sua origem até o consumo do

alimento no domicílio. A manipulação dos alimentos seguindo as boas práticas de higiene é

essencial para redução dos riscos de doenças transmitidas pelos alimentos. O mais

importante não é a mera presença do microrganismo biologicamente ativo no alimento. O

importante da identificação e controle é a possibilidade da presença desses microrganismos

causar alteração nos alimentos, e danos ao consumidor, nos casos de intoxicação e

infecção alimentares que podem levar a morte.

Solo, poeira, ingredientes usados na preparação de alimentos, equipamentos de

processamento, embalagens, suprimento de água, manipuladores, etc. são todos fontes de

contaminação alimentar. O tipo de microrganismo encontrado depende da natureza do

alimento. Tais conhecimentos determinam os métodos de processamento a fim de se obter

as características desejadas. Propriedades como pH, concentração de açúcar, umidade e

salinidade são importantes na preparação de alimentos microbiologicamente estáveis.

As doenças veiculadas por alimentos (DVA), têm merecido especial atenção por parte

dos pesquisadores em todo o mundo. De um lado temos os consumidores cada vez mais

exigentes e do outro lado a indústria tendo que gerar lucro e produtos de boa qualidade. De

acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), uma a cada três pessoas, em países

industrializados, é afetada por doenças veiculadas por alimentos anualmente, resultando em

sofrimento humano e em perdas econômicas que giram em torno de alguns bilhões de dólares. A

OMS e a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) afirmam que

um alimento seguro resulta em menor número de casos de doenças alimentares, menores

custos à saúde pública, menos barreiras ao comércio internacional, menos perdas e melhor

produtividade.

Vale destacar que a perda de confiabilidade em uma indústria de alimentos por parte do

consumidor é considerada um prejuízo incalculável, o que tormenta muitas iniciativas de

estudo para garantir a segurança microbiológica dos alimentos destinados ao consumo

humano.

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5 CONCLUSÃO

A realização do estágio curricular constituiu a melhor maneira de vivenciarmos na

prática do dia-dia, os conhecimentos adquiridos no decorrer de toda vivência universitária,

mostrando que, na rotina de trabalho, os conhecimentos nem sempre são os mais

previsíveis, tendo-se, as vezes, que atravessar situações novas e até dificuldades,

buscando-se alternativas e soluções para cada uma delas, o que provoca a necessidade

constante de novos conhecimentos.

Além da rotina do setor de produção, foi possível conhecer ações burocráticas e

administrativas que envolvem todo o processo e fazem com que a empresa atinja seus

objetivos.

Os procedimentos realizados durante o processamento dos produtos embutidos são

extremamente importantes para obtenção da qualidade, garantindo assim sua exportação

para diversos países.

É importante saber analisar todas as etapas de atuação dentro de uma indústria de

alimentos, pois nem sempre é necessário ter amplo domínio de cada setor (área), mas basta

ter uma noção de um todo para que se faça um bom trabalho.

O importante dessa experiência foi de maneira geral, perceber que para ser um bom

profissional não é necessário somente conhecimento técnico, é importante também ter

iniciativa, novas idéias e persistência frente as atividade apresentadas, saber trabalhar em

grupo, respeitando e aceitando a personalidade de outras pessoas.

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13 - BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) – Instrução Normativa nº 4. Anexo III - Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade de Lingüiça. D.O.U., 05 de abril de 2000. 14 - BRASIL. Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde. Portaria nº 1004, de 11 de dezembro de 1998, republicada no Diário Oficial da União de 22 de março de 1999. Aprova Regulamento Técnico: “Atribuição de função de aditivos, aditivos e seus limites máximos de uso para a categoria 8 – carne e produtos cárneos”. 15 - BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) – Circular nº 175. Procedimentos de Verificação dos Programas de Autocontrole. DIPOA., 16 de maio 2005. 16 - BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) – Circular nº 294. Diretrizes para aplicação das circulares nº 175/2005/CGPE/DIPOA e 176/2005/CGPE/DIPOA nos estabelecimentos de abate de aves. 05 de maio de 2006. 17 - BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) – Circular nº 176. Procedimentos de Verificação dos Programas de Autocontrole. DIPOA.. 2005. 18 - CAMPBELL, J.F E URBAIN, W. M La conservación de La carne. In: PRICE, J F.; SCHWEIGERT, B. S. Ciencia de La carne y de los productos carnicos. Zaragoza: Acribia S.A. 1994. 19 - DELAZARI, I.; Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC), Garantia da Qualidade Corporativa, volume1, Ind. Sadia, 1996. 20 - DJINOVIC, J. Polycyclic aromatic hydrocarbons (PAHs) in different types of smoked meat products from Serbia. Meat Science, New York, v.80, p 449-456, 2008. Anais eletrônicos. Disponível em: http://www.sciencedirect.com Acesso em 24 out. 2008. 21 - DOYLE, M.P.; CLIVER, D.O. Salmonella. Foodborne diseases. San Diego, California: Academic Press, 1990b. 22 - FRANCO, R. M. Escherichia coli: Ocorrência em suínos abatidos na Grande Rio e sua viabilidade experimental em lingüiça frescal tipo toscana. Niterói/RJ, 2002. Tese (Doutorado em Medicina Veterinária) – Faculdade de Veterinária, Universidade Federal Fluminense, Niterói. 2002. 23 - FRANCO, B.D.G.M; LANDGRAF, M. Microbiologia dos alimentos. Ed. Atheneu. São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, 2003. 24 - FRAZIER, W.C. Microbiologia de los alimentos. Zaragoza, Ed. Acribia, 1972.

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27 - INTERNATIONAL COMMISSION ON MICROBIOLOGICAL SPECIFICATION FOR FOODS (ICMSF). Microbial ecology of foods factors affecting life and death of microrganisms. Academic Press: London, 1980. 28 - KORNACKI, J. L.; JOHNSON, J. L. Enterobacteriaceae, Coliforms, and Escherichia coli as Quality and Safety Indicators. In: DOWNES, F. P.;ITO, K. Compedium of Methods for the Microbiological Examination of foods. 4 ed. Washington: APHA, 2001. 29 - KATZ, F. The changing role of water Bening. Food technology. V51, n.10, p.64-66, 1997. 30 - FLORES, M; et al. The influence of nitrite and nitrate on microbial, chemical and sensory parameters of slow dry fermented sausage. Meat Science, New York, v.73, p 660-673, 2006. Anais eletrônicos. Disponível em: http://www.sciencedirect.com Acesso em 23 de out 2008. 31 - MÜLLER, W.D. Tratamiento térmico y ahumado de embutidos cocidos y productos curados cocidos. Fleischwirtsch español, n.2, p.23-33, 1991. 32 - MITTAL, G.S.; BARBUT, S. Effects of various cellulose gums on the quality parameters of low-fat breakfast sausages. Meat Science, New York, v.35, n.1 , p 93-103, 1993. Anais eletrônicos. Disponível em: http://www.sciencedirect.com Acesso em 23 de out 2008. 33 - OMS – Organização Mundial de Saúde. Weekly Epidemiological Record. Geneva. n. 14. 105-112.p. abr./1999. Disponível em: http://www.who.int/wer. Acesso em: 23 out. 2008. 34 - PARDI, M. C.; et al. Ciência, Higiene e Tecnologia da Carne. v I. Ciência e Higiene da Carne. Tecnologia da sua obtenção e Transformação. Universidade Federal Fluminense. EDUFF- Editora Universitária, 2001. 623 p. 35 - PARDI, M.C.; SANTOS, F.I.; SOUZA, E.R.; PARDI, H.S. Ciência, Higiene e Tecnologia da Carne, v.2, 1

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41 - SADIA S/A . Manuais de análises microbiológicas, físico químicas, sensoriais. 42 - SILVA, N. da; JUNQUEIRA, V. C. A.; e SILVEIRA, N. F. Manual de Métodos de Análise Microbiológica de Alimentos. São Paulo: Livraria Varela, 295 p., 1997. 43 - SCHWEIGERT, B. S.; PRICE, J. F. Ciência de La carne y de los productos carnicos. Zaragoza: Acribia S. A. 1994. 575p. 44 - TERRA, N. N. Apontamentos de Tecnologia de Carnes. São Leopoldo: Ed. Unisinos, 2000. 45 - TERRA, N.N.; FRIES, L.L.M. A qualidade da carne suína e sua industrialização. In: I CONFERÊNCIA INTERNACIONAL VIRTUAL SOBRE QUALIDADE DA CARNE SUÍNA, 2000, Concórdia. Embrapa: Suínos e aves. Anais eletrônicos... Disponível em http://www.cnpsa.embrapa.br/pork/palestra.html Acesso em 15 de out. 2008. 46 - ZARRINGHALAMI, S.; et al. Partial replacement of nitrite by annatto as a colour additive in sausage. Meat Science, New York, 2008. Disponível em: http://www.sciencedirect.com 47 - Anotações realizadas durante práticas no período de estágio. 48 – www.capes.gov.br – para acesso aos artigos científicos da http://www.sciencedirect.com

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ANEXOS ANÁLISE FÍSICO-QUÍMICA

As análises físico-químicas também são de extrema importância dentro da indústria

de alimentos, visto que são elas que dão a textura, sabor, nutrientes, enfim, a composição

certa dos produtos.

As amostras devem ser enviadas em sua embalagem original, para evitar mudanças

na sua composição. Deverão ainda estar acondicionadas em recipientes limpos e íntegros

(sem perfurações, rachaduras). A quantidade mínima de amostra a ser encaminhada deve

ser de 500g, nos casos onde forem solicitadas as provas de formaldeído, metabissulfito e

bases volatéis totais deve-se aumentar em 200g de amostra para cada prova solicitada.

Quando o peso unitário não atingir o mínimo, deverão ser colhidas tantas unidades quantas

necessárias para se obter aquela quantidade. Neste caso, cuidados especiais são

necessários para que todas as unidades pertençam ao mesmo lote, partida e data de

fabricação, a fim de serem mantidas as características de homogeneidade da amostra

(BRASIL, 1999).

As características organolépticas devem ser observadas, visto que são os primeiros

sinais de que as amostras não estão adequadas. Aspecto uniforme, sem diferenças na

coloração, sem corpos estranhos; coloração deve ser uniforme, sem presença de cor verde

indicando ação de microorganismos; consistência firme, compacta, elástica e odor

característico sem ação de putrefação.

Na empresa os exames realizados como ponto de controle são regidos conforme

recomendações do MAPA (1999). Estas análises são realizadas com a mesma freqüência

que a análise microbiológica, porém em laboratórios distintos seguindo recomendação

legislativa.

As análises físico-químicas realizadas com os produtos na empresa foram:

- Determinação de umidade;

- Determinação de gorduras;

- Determinação do teor de sal;

- Determinação do pH;

- Determinação de proteína;

- Determinação de acidez;

- Determinação de cinzas;

- Granulometria;

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Instrumentos utilizados no laboratório:

- Balança analítica; - Balança digital de prato

- PHmetro; - Espectrofotômetro;

- Estufa; - Moedor de carnes;

- Extrator de Soxhlet; - Agitador magnético;

- Chapa elétrica; - Kjeldahl;

- Banho Maria; - Mufla;

- Destilador; - Dessecador.

Obs.: No laboratório fisco–químico foram utilizados vidrarias e materiais em geral,

comumente usados em laboratório.

Os procedimentos abaixo explicados estão dispostos em AOAC (1995) e foram

retirados de manuais laboratoriais da Sadia.

Determinação de umidade

Método: Gravimétrico

Princípio: Umidade corresponde a perda em peso sofrido pelo produto quando

aquecido em condições nas quais a água é removida. Na realidade, não é somente a água a

ser removida mas outras substâncias voláteis nessas condições.

O resíduo obtido no aquecimento direto da amostra a 105ºC é mais usual. Amostras

de alimentos que se decompõem ou iniciem transformações a essa temperatura, devem ser

aquecidas em estufas a vácuo, onde se reduz a pressão e se mantem à temperatura de

70ºC.

Nos casos em que outras substâncias voláteis, estão presentes, a determinação de

umidade real deve ser feita por processo de destilação com líquidos imiscíveis.

EQUIPAMENTOS

- Balança analítica;

- Estufa.

VIDRARIAS

- Cápsula de porcelana (fundo chato)

OUTROS

- Dessecador

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PROCEDIMENTO

- Secar a cápsula de porcelana em estufa (100 a 110 ºC) por no mínimo 1 hora;

- Esfriar em dessecador até temperatura ambiente;

- Determinar o peso da cápsula;

- Pesar cerca de 5 gramas da amostra homogeneizada;

- Espalhar a amostra na cápsula e levar à estufa (100 a 110 ºC) por no mínimo 6

horas.

(em caso de insumos o tempo pode ser reduzido para 3h)

- Esfriar em dessecador até temperatura ambiente e pesar;

- Repetir as operações de aquecimento e resfriamento te peso constante.

CÁLCULO

% de umidade à 105ºC = (Pi – Pf) x 100

Pa

Onde, Pi = peso inicial da cápsula em gramas

Pf = peso final da cápsula em gramas

Pa = peso da amostra em gramas

Determinação de gordura

Método: Gravimétrico (SOXHLET)

Princípio: A técnica apresentada a seguir é a mais utilizada na análise de alimentos.

O método se baseia na extração contínua dos lipídios com éter etílico e éter de petróleo, em

aparelho de soxhlet. Após a remoção do solvente, os lipídios são convenientemente

pesados e avaliados.

REAGENTES, SOLUÇÕES E INDICADORES.

- Éter etílico ou éter de petróleo

EQUIPAMENTOS

- Balança analítica;

- Estufa;

- Aparelho de soxhlet (Matraz, extrator e refrigerador ou condensador).

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VIDRARIAS

- Balão fundo chato 250ml

OUTROS

- Cartucho de extração

- Dessecador

PROCEDIMENTO

- Colocar o balão de fundo chato na estufa à aproximadamente 105 ºC por no mínimo

1 hora;

- Deixar resfriar em dessecador por no mínimo 1 hora ou até temperatura ambiente;

- Pesar em balança analítica, anotando o peso ;

- Transferir a matéria seca conforme o método de umidade, para cartucho de

extração;

- Passar um algodão embebido em éter no interior da cápsula para retirar a gordura

remanescente, e coloca-la no cartucho; em seguida, limpar a cápsula com algodão seco e

coloca-lo também no cartucho;

- Introduzir o cartucho no extrator de soxhlet;

- montar o aparelho de extração;

- Adicionar o éter ao conjunto de refluxo em quantidade um pouco superior a metade

do volume do balão;

- Proceder a extração por no mínimo 3 horas;

- Retirar o éter do extrator juntamente com o cartucho;

- Recolocar o extrator e deixar até evaporação do éter do balão de fundo chato

- Desmontar o aparelho e colocar o balão de fundo chato com o resíduo em estufa a

105 ºC, por no mínimo 1 hora;

-Resfriar em dessecador, por no mínimo 1 hora ou até temperatura ambiente e

pesar;

- Pesar, anotando o peso.

CÁLCULO

% Gordura = (Pi – Pf) x100

Pa

Onde: Pi = peso inicial do balão em gramas

Pf = peso final do balão em gramas

Pa = peso da amostra em gramas.

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Determinação teor de sal

Método: Titulação (via direta)

Princípio: Fundamenta-se na precipitação dos cloretos sob a forma de cloreto de

prata, em pH de 8,3, em presença de cromato de potássio como indicador. O final da reação

é dado pela formação de um precipitado vermelho tijolo de cromato de prata.

REAGENTES, SOLUÇÕES E INDICADORES.

- Indicador de cromato de potássio 10%

- Nitrato de prata 0,1N (AgNO3)

EQUIPAMENTOS

- Balança analítica

VIDRARIAS

- Erlenmeyer de 125ml - Funil de vidro de 250ml

- Becker de 250ml - Pipeta volumétrica de 20ml

- Proveta 100ml - Bureta de 50ml

OUTROS

- Papel de filtro qualitativo

PROCEDIMENTO

- Pesar em balança analítica, cerca de 10g da amostra, em um becker de 250ml,

anotando o peso ;

- Adicionar com proveta de 100ml, 100ml de água destilada;

- Homogeneizar;

- Deixar em repouso por no mínimo 7 horas

- Filtrar;

- Transferir com pipeta volumétrica, 20ml para um erlenmeyer de 125ml

- Adicionar cerca de 5 gotas de cromato de potássio 10%;

- Titular com nitrato de prata 0,1N até a coloração ficar vermelho tijolo.

OBS.: Adição de 100ml de água destilada à 85-90ºC para extração do sal durante,

no mínimo 2 horas (tampar com vidro de relógio), é uma alternativa que apresenta a grande

vantagem de fornecer o resultado mais rapidamente, no entanto, a exatidão do mesmo e

suas implicações devem ser avaliadas de acordo com a realidade de cada laboratório.

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CÁLCULO

% Sal (NaCl) = Vx5,5xNxFcxEqNaClx100

P

Onde: V= volume gasto de nitrato de prata (l)

N= normalidade do nitrato de prata

Fc= fator de correção do nitrato de prata

Eq NaCL= 58,44

P= peso da amostra (g)

Obs.: O volume do titulante (AgNO3) que é lido em mL deverá ser dividido por 1000 para

transformá-lo em litros.

Determinação do pH

Método: Potenciométrico

O pH tem sido utilizado como um indicador de qualidade sanitária de carnes frescas,

porém, a experiência tem demonstrado que existem limitações em sua explicação nesse tipo

de avaliação.

EQUIPAMENTOS

- Balança analítica

- pH metro

VIDRARIAS

- Becker de 250ml - Bastão de vidro;

- Tampão pH 7,0; - Tampão pH 4,0;

- Proveta de 50ml.

OUTROS

- Papel absorvente

PROCEDIMENTO

- Pesar cerca de 50g da amostra homogeneizada ou quantidade adequada conforme

descrita no PQ (procedimento de qualidade) do produto em Becker de 250ml;

- Adicionar com proveta de 50ml, 20ml de água destilada ( uma outra diluição de

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água destilada pode ser utilizada, quando especificado);

- Homogeneizar com auxílio de um bastão de vidro;

- Deixar em repouso por aproximadamente 3 horas;

- Ajustar o pH metro com solução tampão pH 7,0.

- Lavar o eletrodo com água destilada, secar com papel absorvente;

- Ajustar o pH metro com solução tampão pH 4,0

- Lavar o eletrodo com água destilada, secar com papel absorvente;

- Introduzir o eletrodo na amostra e medir o pH;

- Lavar o eletrodo com água destilada, secar com papel absorvente.

OBS.: A limpeza do eletrodo pode ser feita utilizando-se éter etílico, quando a

amostra tiver muito gordurosa.

Determinação de proteína

Método: Kjeldahl

Princípio: O método de Kjeldahl baseia-se na determinação do nitrogênio total. Na

digestão, pela ação do ácido sulfúrico, o carbono é liberado como gás carbônico e o

hidrogênio como água.

O nitrogênio é transformado em NH3 e fixado sob a forma de sal amoniacal (sulfato

de amônio).

PRIMEIRA FASE DIGESTÃO

O sulfato de sódio (Na2SO4) é adicionado para elevar o ponto de ebulição de ácido

sulfúrico, absorvente a água.

Para acelerar o processo, o cobre é adicionado como catalisador.

O ácido sulfúrico concentrado, oxidando a amostra, transforma o nitrogênio em

sulfato de amônio (NH2SO4), o carbono em CO2 e o hidrogênio em água.

SEGUNDA FASE DESTILAÇÃO

A solução de hidróxido de sódio a 50% transforma o sulfato de amônio (com ponto

de ebulição elevado), em hidróxido de amônio (com ponto de ebulição mais baixo).

A reação pode se assim evidenciada:

2NaOH+(NH4)2SO4 → Na2SO4+NH4OH

O zinco em pó adicionado, tem função de catalizar.

O ácido sulfúrico 0,1N será o receptor do hidróxido de amônio.

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A solução de vermelho de metila funciona como indicador.

TERCEIRA FASE TITULAÇÃO

Utiliza-se o hidróxido de sódio (NaOH) 0,1N para a titulação .

REAGENTES, SOLUÇÕES E INDICADORES

- Sulfato de sódio + sulfato de cobre (5:1) (Mistura catalítica);

- Zinco em pó; - Ácido sulfúrico concentrado;

- Indicador de vermelho de metila; - Ácido sulfúrico 0,1N;

- Hidróxido de sódio 0,1N

EQUIPAMENTOS

- Balança analítica;

- Aparelho digestor e destilador macro-Kjeldahl

VIDRARIAS

- Bureta;

- Pipeta volumétrica de 50ml;

- Frascos de erlenmeyer de 500ml.

OUTROS

- Papel manteiga.

PROCEDIMENTO

- Pesar cerca de 0,5g da amostra homogeneizada, com precisão de 0,0001g, em

papel manteiga;

- Transferir o papel manteiga com a amostra para o balão de Kjeldahl;

- Adicionar aproximadamente 30ml de ácido sulfúrico concentrado;

- Deixar digerindo em chapa até que apresente uma cor verde. Com o aparecimento

da cor verde deixar por aproximadamente mais 1 hora;

- Deixar resfriando até temperatura ambiente;

- Adicionar cerca de 250ml de água destilada e deixar esfriar;

- Preparar erlenmeyer de 500ml com 50ml de ácido sulfúrico 0,1N utilizando pipeta

volumétrica;

- Adicionar ao erlenmeyer 3 a 4 gotas de vermelho de metila;

- No balão de Kjeldahl, adicionar cerca de 2g de zinco granulado;

- Adicionar cerca de 100ml de hidróxido de sódio 50%. Não agitar antes de conectar

ao destilador (obs1);

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- Destilar até a marca dos 300ml no erlenmeyer receptor (obs2);

- Titular com hidróxido de sódio 0,1N.

CÁLCULO

% Proteína = [(V1 x Fc1)-(V2 x Fc2)]x Z

P

Onde: V1= Volume de hidróxido de sódio 0,1N

Fc1= Fator de correção do hidróxido de sódio 0,1N

V2= Volume de ácido sulfúrico 0,1N

Fc2= Fator de correção do ácido sulfúrico 0,1N

Z= fator de conversão de nitrogênio total para proteína: carne (0,875

P= Peso da amostra (g).

OBS1.: No momento em que for adicionado a soda caustica ao balão e não formar

cor negra, deve-se adicionar mais soda até o aparecimento da mesma.

OBS2.: Se durante a destilação houver viragem da solução no erlenmeyer, antes de

chegar aos 300ml, adicionar mais 20ml da solução de ácido sulfúrico 0,1N, utilizando pipeta

volumétrica e deixar destilando até 35ml. Proceder da mesma forma caso ocorra novamente

a viragem, tomando o cuidado para não deixar secar a solução do balão.

OBS3.: No caso de utilização de um equipamento automático utilizar o procedimento

determinado pelo fabricante do mesmo.

Análise de acidez

Método: Titulação

Princípio: A determinação de acidez pode fornecer um dado valioso na apreciação do

estado de conservação de um produto alimentício. Um processo de decomposição ou

fermentação, altera quase sempre a concentração dos íons de hidrogênio. Os métodos de

determinação da acidez podem ser os que avaliam a acidez titulável ou fornecem a

concentração de íons de hidrogênio livres, por meio do pH. Os métodos que avaliam a

acidez titulável resumem-se a acidez do produto ou de soluções aquosas ou alcoólicas do

produto e, em certos casos os ácidos graxos obtidos dos lipídios. Pode se expressar em ml

de solução normal por cento ou grama do componente ácido principal. Os processos que

avaliam o pH são colorimétricos ou eletrométricos.

Os primeiros usam certos indicadores, que produzem ou alteram sua coloração em

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determinadas concentrações de íons de hidrogênio. São processos de aplicação limitada,

pois as medidas são aproximadas e não se aplicam às soluções intensamente coradas ou

turvas, bem como às soluções coloidais, que podem absorver o indicador falseando os

resultados nos processos eletrométricos empregam-se aparelhos que são potenciômetros

especialmente adaptados e peritem uma determinação direta, simples e precisa do pH.

REAGENTES, SOLUÇÕES E INDICADORES.

- Éter etílico: álcool etílico 2:1

- Hidróxido de sódio 0,1N

- Indicador de fenolftaleína 1%

EQUIPAMENTOS

- Balança analítica

- Titulador automático ou bureta

VIDRARIAS

- Erlenmeyer de 125ml com boca esmerilhadab - Funil de filtração

- Pipeta volumétrica de 25ml - Proveta de 100ml

OUTROS

- Papel de filtro qualitativo

PROCEDIMENTO

- Pesar em um erlenmeyer de 125ml com boca esmerilhada, cerca de 5g da amostra

homogeneizada (anotar o peso);

- Adicionar, com proveta de 100ml, 50ml de solução de éter etílico: álcool etílico

neutro;

- Deixar em repouso por cerca de 8 horas agitando ocasionalmente;

- Filtrar;

- Transferir com pipeta volumétrica, 25ml do filtrado par um erlenmeyer de 125ml;

- Adicionar 4 gotas de indicador fenolftaleína 1% e titular com NaOH 0,1N

CÁLCULO

% de acidez = VxNxFCx100

P

Onde: V = volume gasto de NaOH 0,1N (ml)

P = peso da amostra na alíquota (g)

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N= normalidade da solução de NaOH

Fc = fator de correção da solução de NaOH

OBS.: Acidez em ml de solução normal % v/p

Análise de cinzas

Método: Gravimétrico

Princípio: Cinzas ou resíduos por incineração é o nome dado ao resíduo obtido por

aquecimento de um produto em temperatura próxima a 550-570ºC.

Nem sempre representa toda a substância inorgânica presente na amostra, pois

alguns sais podem sofrer redução ou volatilização nesse aquecimento. Geralmente, as

cinzas são obtidas por ignição de quantidade conhecida da amostra, entre 1 e 5g, em

becker de 50ml ou outro material resistente ao calor e mantido em mufla a 550ºC, até a

eliminação completa do carvão. As cinzas deverão ficar completamente brancas ou

ligeiramente acinzentadas. Em acasos, esfrir, adicionar 0,5ml de água secar e incinerar

novamente.

Algumas gotas de azeite comestível adicionadas à amostra facilitam a carbonização.

EQUIPAMENTOS

- Balança analítica

- Mufla

- Chapa elétrica

VIDRARIAS

- Becker ou cadinho de porcelana de 50ml

OUTROS

- Dessecador

- Pinça de metal

- Pipeta volumétrica de 25ml

PROCEDIMENTO

- Pesar cerca de 5g da amostra homogeneizada, em becker de 50ml, previamente

aquecido em mufla (540-560ºC) durante no mínimo de 30 minutos, resfriado em dessecador

até temperatura ambiente, e pesado;

- Carbonizar em temperatura baixa por, aproximadamente 1 hora em chapa elétrica

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ou bico de Bünsen

- Incinerar em mufla (540-560ºC, no máximo para evitar perda de cloretos);

- Deixar incinerar até obter cinzas brancas;

- Esfriar em dessecador;

- Pesar;

- No caso de não branqueamento das cinzas adicionar cerca de 0,5ml de água

destilada;

- Secar em banho-maria;

- Levar à mufla (540-560ºC);

- Esfriar;

- Pesar.

CÁLCULO

% de cinzas = 100xP

P’

Onde: P = (peso da amostra + cadinho após incineração) – (peso do cadinho) (g)

P’= peso da amostra (g).

Granulometria

MATERIAL UTILIZADO

-Balança;

-Peneira com prato;

PROCEDIMENTO

Pesar o prato da peneira;

Adicionar cerca de 100 gramas de amostra e peneirar até só restarem grãos

maiores;

Pesar o prato novamente agora com amostra;

CÁLCULO

% Granulometria = (Pf – Pi) x 100/Pa

Pf = Peso final do prato

Pi = Peso inicial do prato

Pa = Peso da amostra