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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ
GLAUCO BARROZO TOLENTINO
CONTROLE EXTERNO EXERCIDO PELO TCU
ATIVIDADE FISCALIZATÓRIA E CRÍTICA AO MODELO
CURITIBA
2015
GLAUCO BARROZO TOLENTINO
CONTROLE EXTERNO EXERCIDO PELO TCU
ATIVIDADE FISCALIZATÓRIA E CRÍTICA AO MODELO
Monografia apresentada como Trabalho de Conclusão do Curso de Direito da Faculdade de Ciências Jurídicas da Universidade Tuiuti do Paraná para a obtenção de Grau de Bacharel em Direito. Orientador: Profº Dr. Paulo Roberto Ferreira Motta
CURITIBA
2015
TERMO DE APROVAÇÃO
GLAUCO BARROZO TOLENTINO
CONTROLE EXTERNO EXERCIDO PELO TCU ATIVIDADE FISCALIZATÓRIA E CRÍTICA AO MODELO
Esta monografia foi julgada e aprovada para a obtenção do título de Bacharel em Direito na Faculdade de Ciências Jurídicas da Universidade Tuiuti do Paraná.
Curitiba, 05 de outubro de 2015.
______________________________________
Faculdade de Ciências Jurídicas
Universidade Tuiuti do Paraná
Orientador: Professor Doutor Paulo Roberto Ferreira Motta
UTP - Universidade Tuiuti do Paraná Professor_______________________________ Membro da Banca Examinadora Professor_______________________________ Membro da Banca Examinadora Professor_______________________________ Membro da Banca Examinadora
AGRADECIMENTOS
A Deus por minha vida, família, amigos e por ter mе dado saúde е força pаrа
superar as dificuldades.
À Universidade Tuiuti do Paraná, pela metodologia utilizada durante as aulas
ministradas e pelo ambiente amistoso e criativo proporcionado.
Aos professores da Universidade Tuiuti, gostaria de agradecer não somente
pelo ensinamento que proporcionaram, mas também pelo respeito, amizade e
paciência dedicados a todos os alunos. Em nenhuma outra entidade de ensino fui
tratado com tamanha consideração.
Ao mеυ orientador, prof. Dr. Paulo Roberto Ferreira Motta pela oportunidade е
apoio na elaboração deste trabalho.
Aos colegas de turma, que nossa amizade possa transpor o período
acadêmico.
Ao Valdinei e à Cláudia da biblioteca pela presteza, cortesia e gentileza.
À minha amiga Guga, pela ajuda oferecida e por se tornar presente após o
longo período em que estivemos distantes.
Aos meus queridos sobrinhos Júnior, Henrique (meu afilhado) e Alena que
mesmo distantes, torcem por mim.
Ao meu sogro Piraguay, sogra Vera, cunhados Rober e Paty, Eduardo e
Geane pelo apoio e pelo ambiente familiar que me proporcionam.
À minha irmã Miriam e meu cunhado Marcus pelo amor, carinho e pelas
palavras de incentivo, conhecedores das dificuldades transpostas.
Ao meu pai Frank e minha mãe Elizete, pelo amor incondicional, pelo apoio e
pela formação ética que me proporcionaram, a qual, provavelmente, influenciou na
escolha do tema desta monografia.
E em especial à minha amada esposa Andréa e meus amados filhos Fellipe e
Lucas, por todo amor, carinho e amizade existentes em todos os dias de nossas
vidas, pelos momentos de felicidade que me proporcionam e pela paciente
compreensão da impossibilidade de estar presente em diversas ocasiões. Pretendo
recompensá-los em breve.
A todos, agradeço de todo coração, com respeito, consideração e admiração.
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 - ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DO TCU ......................................... 19
FIGURA 2 – MAPA ESTRATÉGICO DO TCU, MISSÃO E VISÃO .......................... 21
FIGURA 3 – EXEMPLO DE MATRIZ RECI ............................................................... 32
FIGURA 4 – ANÁLISE SWOT ................................................................................... 35
FIGURA 5 – FISCALIZAÇÕES CONCLUÍDAS EM 2014, POR INSTRUMENTO DE
FISCALIZAÇÃO ........................................................................................................ 40
FIGURA 6 – FISCALIZAÇÕES CONCLUÍDAS EM 2014, CONFORME A INICIATIVA
.................................................................................................................................. 41
FIGURA 7 – COMPARATIVO DE PROCESSOS AUTUADOS NO 2º TRIMESTRE
DE 2014 E 2015 ........................................................................................................ 42
FIGURA 8 – DISTRIBUIÇÃO DOS PROCESSOS CONCLUSOS NO TRIMESTRE. 42
FIGURA 9 – APLICATIVOS DISPONÍVEIS AO PARTICULAR ................................. 45
LISTA DE SIGLAS
BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento
CF – Constituição da República Federativa do Brasil
CRFB – Constituição da República Federativa do Brasil
Ibid. – (ibidem) Na mesma obra
Id. – (idem) Mesmo autor
INTOSAI - International Organization of Supreme Audit Institutions
Loc. cit. – (loco citato) no lugar citado
Op. cit. – (opus citatum) Obra citada
PET – Plano Estratégico do Tribunal de Contas da União
RECI – Responsável, Executor, Consultado, Informado
SEAUD – Secretaria de Métodos Aplicados e Suporte à Auditoria
SECEXADMINISTRAÇÃO – Secretaria de Controle Externo da Administração do
Estado
SECEXAMBIENTAL – Secretaria de Controle Externo da Agricultura e do Meio
Ambiente
SECEXDEFESA – Secretaria de Controle Externo da Defesa Nacional e da
Segurança Pública
SECEXDESENVOLVIMENTO – Secretaria de Controle Externo do Desenvolvimento
Econômico
SECEXEDUCAÇÃO - Secretaria de Controle Externo da Educação, da Cultura e do
Desporto
SECEXESTATAISRJ – Secretaria de Controle Externo da Administração Indireta no
Rio de Janeiro
SECEXPREVIDÊNCIA – Secretaria de Controle Externo da Previdência, do
Trabalho e da Assistência Social
SECEXSAÚDE – Secretaria de Controle Externo da Saúde
SEFIP – Secretaria de Fiscalização de Pessoal
SEFTI – Secretaria de Fiscalização de Tecnologia da Informação
SEGECEX – Secretaria Geral de Controle Externo
SEGINF – Secretaria de Gestão de Sistemas e de Informação para o Controle
SEINFRAAEROTELECOM – Secretaria de Fiscalização de Infraestrutura de Aviação
Civil e Comunicações
SEINFRAELÉTRICA – Secretaria de Fiscalização de Infraestrutura de Energia
Elétrica
SEINFRAHIDROFERROVIA – Secretaria de Fiscalização de Infraestrutura Portuária,
Hídrica e Ferroviária
SEINFRAPETRÓLEO – Secretaria de Fiscalização de Infraestrutura de Petróleo,
Gás Natural e Mineração
SEINFRARODOVIA – Secretaria de Fiscalização de Infraestrutura Rodoviária
SEINFRAURBANA – Secretaria de Fiscalização de Infraestrutura Urbana
SELOG – Secretaria de Controle Externo de Aquisições Logísticas
SEMAG – Secretaria de Macro avaliação Governamental
SEMEC – Secretaria de Métodos e Suporte ao Controle Externo
SEPROG – Seção de Planejamento e Programas
SERINT – Secretaria de Relações Internacionais
SERUR – Secretaria de Recursos
SWOT – Strengths (forças), Weaknesses (fraquezas), Opportunities
(oportunidades), Threats (ameaças)
TCE – Tomada de Contas Especiais
TCU – Tribunal de Contas da União.
RESUMO
O presente trabalho tem como objetivos gerais a pesquisa do funcionamento do controle externo a cargo do Tribunal de Contas da União através da análise do sistema de fiscalização das contas públicas e da estruturação do TCU, sua organização, órgãos, câmaras, o Ministério Público de Contas e o sistema de julgamento de contas públicas. Como objetivos específicos buscou-se verificar os processos e a eficiência desta entidade na fiscalização das contas públicas, bem como a crítica ao modelo existente. A metodologia utilizada foi a de pesquisa de bibliografia, legislação vigente, artigos, sítios, boletins e normas técnicas internas ao Tribunal de Contas da União. Como resultado foi possível concluir que o Tribunal exerce suas atividades de forma técnica e planejada, utilizando ferramentas de administração pública e privada. Possui planejamento estratégico e planos a nível estratégico, tático e operacional. No entanto, o julgamento das contas e dos processos fiscalizatórios estão a cargo de Ministros escolhidos de forma política e por tal motivo, sujeito a interferências de interesses divergentes do público. Palavras chave: Tribunal de Contas da União, controle externo, gastos públicos, estrutura organizacional, fiscalização, controle popular, planejamento.
SUMÁRIO
AGRADECIMENTOS .................................................................................................. 1
LISTA DE FIGURAS ................................................................................................... 3
LISTA DE SIGLAS ...................................................................................................... 4
RESUMO..................................................................................................................... 6
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 13
2 BREVES NOÇÕES SOBRE CONTROLE EXTERNO....................................... 14
2.1 CONTROLE: CONCEITO E FINALIDADE ....................................................... 14
2.2 CONTROLE INTERNO E EXTERNO .............................................................. 14
2.3 FORMAS DE CONTROLE ............................................................................... 15
2.3.1 CONTROLE JUDICIÁRIO OU JUDICIAL .............................................. 15
2.3.2 CONTROLE POLÍTICO ......................................................................... 15
2.3.3 CONTROLE ADMINISTRATIVO ........................................................... 15
2.3.4 CONTROLE SOCIAL ............................................................................. 15
2.4 ATRIBUIÇÕES CONSTITUCIONAIS E INFRACONSTITUCIONAIS ............... 16
2.5 JULGAMENTO DAS CONTAS DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA ................ 16
2.6 COMPETÊNCIAS DO TCU ............................................................................. 17
2.7 INDEPENDENCIA FUNCIONAL ...................................................................... 18
2.8 OS MINISTROS ............................................................................................... 18
2.9 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL .................................................................. 19
3 A ATIVIDADE FISCALIZATÓRIA A CARGO DO TCU ....................................... 20
3.1 O SISTEMA DE PLANEJAMENTO E GESTÃO DO TCU ................................. 20
3.1.1 PLANO ESTRATÉGICO ........................................................................ 21
3.1.2 PLANO DE DIRETRIZES ...................................................................... 22
3.1.3 PLANO DE FISCALIZAÇÃO .................................................................. 22
3.2 A FISCALIZAÇÃO ........................................................................................... 22
3.3 FORMAS DE INICIATIVA DO PROCEDIMENTO FISCALIZATÓRIO
INICIATIVA PRÓPRIA ............................................................................................... 23
3.4 INICIATIVA DO CONGRESSO NACIONAL ..................................................... 23
3.5 DENÚNCIA ...................................................................................................... 24
3.6 REPRESENTAÇÃO ........................................................................................ 25
3.7 INSTRUMENTOS DE FISCALIZAÇÃO ........................................................... 25
3.8 LEVANTAMENTOS ......................................................................................... 26
3.9 AUDITORIAS ................................................................................................... 26
3.9.1 FERRAMENTAS E TÉCNICAS DE AUDITORIA NO ÂMBITO DO TCU
27
3.9.2 O MANUAL DE AUDITORIA OPERACIONAL ....................................... 27
3.9.3 ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DE RELATÓRIOS DE AUDITORIA DE
NATUREZA OPERACIONAL ............................................................................. 27
3.9.4 TÉCNICA DE GRUPO FOCAL PARA AUDITORIAS ............................ 28
3.9.5 PAINEL DE REFERÊNCIA .................................................................... 29
3.9.6 CONTROLE DE QUALIDADE DE AUDITORIAS DE NATUREZA
OPERACIONAL ................................................................................................. 29
3.9.7 MONITORAMENTO DAS AÇÕES IMPLEMENTADAS ......................... 30
3.9.8 BENCHMARKING ................................................................................. 30
3.9.9 INDICADORES DE DESEMPENHO ..................................................... 31
3.9.10 MAPA DE PROCESSOS .................................................................... 31
3.9.11 ANÁLISE RECI ................................................................................... 32
3.9.12 MARCO LÓGICO ............................................................................... 33
3.9.13 ANÁLISE STAKEHOLDER ................................................................. 34
3.9.14 ANÁLISE SWOT E MATRIZ DE VERIFICAÇÃO DE RISCO ............. 34
3.9.15 TÉCNICAS DE ENTREVISTA ............................................................ 35
3.9.16 TÉCNICAS DE APRESENTAÇÃO DE DADOS ................................ 35
3.9.17 TÉCNICAS DE AMOSTRAGEM ........................................................ 36
3.9.18 TÉCNICAS DE PESQUISA ................................................................ 36
3.9.19 TÉCNICA DE OBSERVAÇÃO DIRETA EM AUDITORIA ................... 36
3.9.20 TÉCNICAS DE ANÁLISE DE PROBLEMAS ...................................... 37
3.10 INSPEÇÕES ................................................................................................ 37
3.11 ACOMPANHAMENTOS ............................................................................... 37
3.12 MONITORAMENTOS ................................................................................... 38
3.13 OBJETO DA FISCALIZAÇÃO ...................................................................... 38
3.14 RESULTADO DAS FISCALIZAÇÕES .......................................................... 38
3.14.1 SANEAMENTO DAS IMPROPRIEDADES E FALTAS APURADAS .. 38
3.14.2 REPRESENTAÇÃO ........................................................................... 39
3.14.3 SANÇÕES .......................................................................................... 39
3.14.4 TCE – TOMADA DE CONTA ESPECIAL ........................................... 39
3.14.5 JULGAMENTO DAS FISCALIZAÇÕES ............................................. 40
3.15 FISCALIZAÇÕES REALIZADAS .................................................................. 40
4 JULGAMENTO DAS CONTAS DOS ADMINISTRADORES PÚBLICOS PELO
TCU ........................................................................................................................... 43
5 O MINISTÉRIO PÚBLICO JUNTO AO TRIBUNAL DE CONTAS ...................... 44
6 CONTROLE SOCIAL – A IMPORTÂNCIA DA PARTICIPAÇÃO DA SOCIEDADE
NA FISCALIZAÇÃO DOS RECURSOS PÚBLICOS ................................................. 44
6.1 O INCENTIVO AO CONTROLE SOCIAL ......................................................... 45
7 CRÍTICA AO MODELO ...................................................................................... 46
8 JURISPRUDÊNCIA ............................................................................................ 48
CONCLUSÕES ......................................................................................................... 50
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 51
13
1 INTRODUÇÃO
A Constituição de 1988 atribui ao Tribunal de Contas da União a incumbência
de auxiliar o Congresso Nacional a realizar o controle externo. Esta atividade é
exercida através da fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e
patrimonial da União, das entidades da administração direta e indireta, quanto à
legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de
receitas.
Mas, o TCU não é apenas um órgão auxiliar, ele possui independência e
autonomia para realizar por si mesmo a fiscalização das contas dos administradores
públicos no exercício da atividade administrativa de qualquer dos Poderes da
República.
Para realizar a atividade fiscalizatória, conta com uma estrutura
estrategicamente organizada, com processos muito bem delimitados, utilizando-se
de práticas administrativas modernas para que atinja seus objetivos e metas
institucionais.
O presente trabalho pretende de forma breve expor a estrutura organizacional
do TCU, a sua independência funcional, a forma colegiada de julgamento das
contas, bem como, mostrar algumas das técnicas de fiscalização utilizadas além de
apresentar o Ministério Público Junto ao Tribunal de Contas da União.
Ademais, mostra-se relevante a realização de uma pequena crítica ao atual
modelo de escolha dos ministros do Tribunal. Outra prática que também se
demonstra necessária é o incentivo à participação da sociedade na fiscalização das
contas públicas através de métodos de recompensa apresentados por BUGARIN
(2003).
14
2 BREVES NOÇÕES SOBRE CONTROLE EXTERNO
2.1 CONTROLE: CONCEITO E FINALIDADE
Meirelles (2011, p.715), apresenta o conceito de controle externo da seguinte
forma:
É o que se realiza por um Poder ou órgão constitucional independente funcionalmente sobre a atividade administrativa de outro Poder estranho à Administração responsável pelo ato controlado, como, p. ex., a apreciação das contas do Executivo e do Judiciário pelo Legislativo; a auditoria do Tribunal de Contas sobre a efetivação de determinada despesa do Executivo; a anulação de um ato do Executivo por decisão do Judiciário; a sustação de ato normativo do Executivo pelo Legislativo (CF, art. 49, V); a instauração de inquérito civil pelo Ministério Público sobre determinado ato ou contrato administrativo, ou a recomendação, por ele feita, “visando à melhoria dos serviços públicos”, fixando “prazo razoável para a adoção das providências cabíveis” (art. 6º, XX, da Lei Complementar 75, de 2.5.93).
Sobre a finalidade do controle, Di Pietro (2014, p. 808) afirma que :
A finalidade do controle é a de assegurar que a Administração atue em consonância com os princípios que lhe são impostos pelo ordenamento jurídico, como os da legalidade, moralidade, finalidade pública, publicidade, motivação, impessoalidade; em determinadas circunstâncias, abrange também o controle chamado de mérito e que diz respeito aos aspectos discricionários da atuação administrativa.
2.2 CONTROLE INTERNO E EXTERNO
A classificação em controle externo ou interno pode ser entendida como
sendo o fato da entidade controladora estar ou não dentro da estrutura
administrativa-organizacional do ente controlado. O controle interno é exercido por
órgão que se encontra dentro da estrutura administrativa daquele que está sendo
controlado, subordinado á autoridade máxima do órgão ao qual pertence. O controle
externo seria exercido por órgão inserido em outra esfera de poder, principalmente
do Legislativo ou Judiciário. BROWN RIBEIRO (2002, p. 13).
15
2.3 FORMAS DE CONTROLE
2.3.1 CONTROLE JUDICIÁRIO OU JUDICIAL
Hely Lopes Meirelles (2011, p. 760), conceitua controle judiciário ou judicial
como sendo aquele que “é o exercido privativamente pelos órgãos do Poder
Judiciário sobre os atos administrativos do Executivo, do Legislativo e do próprio
Judiciário, quando realiza atividade administrativa. É um controle a posteriori [...]”.
2.3.2 CONTROLE POLÍTICO
O controle político é classificado por RIBERIO (2002, p. 7 e 8) em latu sensu
quando “exercido pelas instituições políticas sobre os atos dos administradores das
coisas públicas”, ou como strictu sensu, caso “exercido pelos representantes eleitos
do povo sobre os atos dos administradores públicos, eleitos ou não”.
2.3.3 CONTROLE ADMINISTRATIVO
Pode-se concluir, a partir da definição exarada por Meirelles (2011, p. 719),
que o controle administrativo é aquele exercido internamente por qualquer dos
poderes da república, sobre suas próprias atividades administrativas, no intuito de
que estejam em conformidade com os mandamentos legais.
2.3.4 CONTROLE SOCIAL
BROWN RIBEIRO (2002, p. 10 e 11) leciona que controle social significa a
participação da população na realização do controle externo. Atualmente, tal
atividade, é facilitada pela modernidade tecnológica e pelas formas admitidas na
atual legislação nacional “quer por meio de representações e denúncias às diversas
instâncias do Sistema de Controle (Controle Interno, Externo ou Ministério Público),
quer pelo ajuizamento de Ações Populares junto ao Poder Judiciário”.
16
2.4 ATRIBUIÇÕES CONSTITUCIONAIS E INFRACONSTITUCION AIS
Conforme preceitua o artigo. 70 da CRFB (BRASIL, 1988):
A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional, patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder.
Ademais, o art. 71 da nossa Carta Magna convenciona que “o controle
externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de
Contas da União”.
Pela leitura dos preceitos legais acima, poder-se-ia chegar à conclusão de
que o TCU seria subalterno ao Congresso Nacional. Moraes (2005, pg. 394), ao
contrário deste entendimento, afirma que “O Tribunal de Contas da União é órgão
auxiliar e de orientação do Poder Legislativo, embora a ele não subordinado,
praticando atos de natureza administrativa, concernentes, basicamente, à
fiscalização.” Para fundamentar esta conclusão, o artigo. 1º, inciso II, da Lei 8.443
(BRASIL, 1992), estabelece que ao Tribunal de Contas da União compete proceder
à fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial dos
poderes da União e das entidades da administração indireta, incluídas as fundações
e sociedades instituídas e mantidas pelo poder público federal, e as contas daqueles
que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte dano ao
Erário.
2.5 JULGAMENTO DAS CONTAS DO PRESIDENTE DA REPÚBLIC A
Moraes (2005, pg. 397) também ensina que “[...] apesar de caber ao Tribunal
de Contas a apreciação das contas prestadas anualmente pelo chefe do Poder
Executivo (CRFB, BRASIL, 1988, art. 25, 31, 71, inciso I, e 75), somente ao Poder
Legislativo caberá o julgamento das mesmas (CRFB, BRASIL, 1988, art. 49, inciso
IX).”
17
2.6 COMPETÊNCIAS DO TCU
As competências do Tribunal de Contas da União estão disciplinadas
esparsamente em diversas leis e regulamentos, dentre as quais a Constituição
Federal de 1988, a Lei de Licitações e Contratos, a Lei de Responsabilidade Fiscal,
a Lei de Diretrizes Orçamentárias, além de outras.
Seguem abaixo, as competências constitucionais do TCU estabelecidas pelo
artigo 71 da CRFB (BRASIL, 1988):
I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República, mediante parecer prévio que deverá ser elaborado em sessenta dias a contar de seu recebimento; II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público; III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em comissão, bem como a das concessões de aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do ato concessório; IV - realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de Comissão técnica ou de inquérito, inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, e demais entidades referidas no inciso II; V - fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital social a União participe, de forma direta ou indireta, nos termos do tratado constitutivo; VI - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a Município; VII - prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, por qualquer de suas Casas, ou por qualquer das respectivas Comissões, sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial e sobre resultados de auditorias e inspeções realizadas;
18
VIII - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas, as sanções previstas em lei, que estabelecerá, entre outras cominações, multa proporcional ao dano causado ao erário; IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, se verificada ilegalidade; X - sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando a decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal; XI - representar ao Poder competente sobre irregularidades ou abusos apurados.
2.7 INDEPENDENCIA FUNCIONAL
As palavras do renomado jurista Rui Barbosa, citado por Brown Ribeiro (2002,
p. 56), demonstram que o órgão de controle externo deve executar suas atividades
de forma independente e autônoma:
“[...] corpo de magistratura intermediária à Administração e à Legislatura que, colocado em posição autônoma, com atribuições de revisão e julgamento, cercado de garantias contra quaisquer ameaças, possa exercer suas funções vitais no organismo constitucional, sem risco de converter-se em instituição de ornato aparatoso e inútil. [...]”
Justen Fº. (2012, p.1130), afirma que “A disciplina constitucional para o
Tribunal de Contas assegura-lhe autonomia, estrutura e competências equivalentes
às reservadas aos Poderes.” Conclui-se destes ensinamentos, portanto, que TCU é
entidade autônoma e não subordinado ou submisso a qualquer Poder da República,
nem ao Poder Legislativo.
2.8 OS MINISTROS
O Tribunal será formado por nove ministros, os quais serão escolhidos dois
terços pelo Congresso Nacional e um terço pelo Presidente da República (entre
auditores e membros do Ministério Público junto ao Tribunal, indicados em lista
tríplice, segundo os critérios de antiguidade e merecimento). (CRFB, 1988, art. 73).
20
FONTE: PORTAL TCU/Transparência...,. Disponível em:
http://portal.tcu.gov.br/transparencia/estrutura-organizacional.
3 A ATIVIDADE FISCALIZATÓRIA A CARGO DO TCU
3.1 O SISTEMA DE PLANEJAMENTO E GESTÃO DO TCU
As atividades do TCU, de acordo com a Resolução-TCU nº 269 (BRASIL,
2015, art. 1º e 2º), são planejadas e executadas através de sistema que utiliza
técnicas de gestão e governança administrativas, chamado de sistema de
planejamento e gestão.
Tal sistema é formado por planos institucionais, são eles (RESOLUÇÃO-TCU
nº 269, BRASIL, 2015, art. 2º, § único):
- Plano Estratégico;
- Plano de Controle Externo;
- Plano de Diretrizes;
- Planos Diretores.
Estes planos são voltados para uma cultura de resultados. Assim, são
estabelecidas metas, iniciativas e ações que são executadas e acompanhadas com
o objetivo de cumprir a missão institucional e alcançar a missão e visão de futuro do
TCU. (Op. Cit., art. 2º).
Ademais, o sistema de planejamento e gestão orienta-se pelos princípios da
eficiência, responsabilidade, transparência, comunicação, flexibilidade e
accountability. (Ibid., art. 3º).
As práticas gerenciais são implementadas através de planos institucionais
que são classificados a partir dos níveis estratégico, tático e operacional, assim
dispostos (Ibid., art. 4º):
21
1- Plano Estratégico: Nível estratégico;
2- Plano de Controle Externo e Plano de Diretrizes: nível tático;
3- Planos Diretores: nível operacional.
3.1.1 PLANO ESTRATÉGICO
O Plano Estratégico do Tribunal de Contas da União (PET) possui
periodicidade de seis anos e define o conjunto de objetivos, indicadores e iniciativas
estratégicas que norteiam a atuação do TCU (RESOLUÇÃO-TCU nº 269, BRASIL,
2015, art. 5º).
O PET orienta a elaboração dos demais planos institucionais e a identificação
de oportunidades de inovação no âmbito do TCU (Portaria TCU nº 141, BRASIL,
2015, art. 2º).
A figura abaixo ilustra uma parte do planejamento estratégico do TCU,
ilustrando a sua missão e visão:
FIGURA 2 – MAPA ESTRATÉGICO DO TCU, MISSÃO E VISÃO
FONTE: Planejamento Estratégico do TCU, p. 22. (Portaria TCU nº 141, BRASIL, 2015).
22
3.1.2 PLANO DE DIRETRIZES
Elaborado com base nos Planos Estratégico e de Controle Externo, o Plano
de Diretrizes estabelece os objetivos, indicadores de desempenho, metas e
iniciativas que nortearão as ações do Tribunal e de sua Secretaria para o período ao
qual se refere (Resolução TCU nº 269, BRASIL, 2015, art. 7º).
O próprio TCU explica, didaticamente, seu plano de diretrizes do biênio 2015-
2016, da seguinte forma (Plano de Diretrizes do TCU, BRASIL, 2015, pg. 5):
O Plano de Diretrizes do Tribunal de Contas da União é um instrumento de alinhamento institucional, que tem a função de orientar os planos diretores no desdobramento dos objetivos do Plano Estratégico priorizados a cada biênio, por meio das iniciativas que buscarão concretiza-los. Contem, ainda, definição das prioridades e do direcionamento tático pretendido por uma gestão do Tribunal. Consiste, pois, em fixar objetivos, indicadores de desempenho e respectivas metas, além de especificar iniciativas que guiarão as ações da Corte de Contas a cada dois anos.
3.1.3 PLANO DE FISCALIZAÇÃO
A Resolução TCU Nº185 (BRASIL, 2015, art. 2º) estabelece que o plano de
fiscalização será anual, elaborado pela presidência com auxílio da Secretária-geral
de Controle Externo, mediante consulta prévia aos relatores das listas de unidades
jurisdicionadas, em consonância com o os planos Estratégico e de Diretrizes do TCU
(Op. Cit. Art. 3º).
O Plano de Fiscalização conterá: as atividades de fiscalização, a definição
dos temas de maior significância que nortearão as fiscalizações a serem realizadas,
os respectivos recursos a serem alocados e a compatibilidade com as atividades
definidas no Plano de Diretrizes (Ibid., art. 4º).
3.2 A FISCALIZAÇÃO
23
O Regimento Interno do Tribunal de Contas da União, consubstanciado pela
Resolução TCU Nº 246 (BRASIL, 2011) estabelece que a fiscalização poderá
ocorrer: por iniciativa própria, por iniciativa do Congresso Nacional, por denúncia ou
por representação (Op. Cit., art. 230 ao 237); e consistirá de auditorias,
levantamentos, acompanhamentos, inspeções e monitoramentos (Ibid., art. 238 ao
244). As fiscalizações serão realizadas por modalidades e procedimentos a serem
definidos em ato normativo (Ibid., art. 247).
As auditorias, acompanhamentos e monitoramentos obedecerão ao plano de
fiscalização elaborado pela Presidência, em consulta com os relatores das listas de
unidades jurisdicionadas (Ibid., art. 244); os levantamentos e inspeções serão
realizados independentemente de programação por determinação do Plenário, da
câmara, do relator ou do Presidente, observada a disponibilidade de recursos
materiais e humanos (Op. Cit., art. 244, § 2º).
3.3 FORMAS DE INICIATIVA DO PROCEDIMENTO FISCALIZAT ÓRIO INICIATIVA PRÓPRIA
O Tribunal poderá realizar fiscalizações por iniciativa própria em órgãos e
entidades sob sua jurisdição. Serão verificadas a legalidade, a economicidade, a
legitimidade, a eficiência, a eficácia e a efetividade de atos, contratos e fatos
administrativos (REGIMENTO INTERNO DO TCU, BRASIL, 2011, art. 230).
As fiscalizações terão início a partir de proposta formulada por procedimento
específico (Op. Cit., § 1º).
A proposta de fiscalização será elaborada levando-se em consideração
critérios de risco, materialidade, relevância, oportunidade e poderão ser formuladas
a qualquer tempo pelo Presidente do TCU, por relator, pela Segecex ou por unidade
técnico-executiva. (RESOLUÇÃO-TCU Nº 185, BRASIL, 2005, art. 5º e 6º)
3.4 INICIATIVA DO CONGRESSO NACIONAL
24
O Regimento Interno do TCU (BRASIL, 2011, art. 231) possibilita ao
Congresso Nacional o encaminhamento de pedidos de informação ou solicitações
ao Tribunal de Contas da União. Caso a solicitação implique em realização de
auditoria, deverá ser inclusa no plano de fiscalização após deliberação do Plenário
(Op. Cit., art. 233).
Apenas legitimados poderão solicitar ao Tribunal a prestação de informações
e a realização de auditorias e inspeções. São eles (Ibid., art. 232): o Presidente do
Senado Federal; o Presidente da Câmara dos Deputados; os Presidentes de
Comissões do Congresso Nacional, do Senado Federal ou da Câmara dos
Deputados. Portanto, não serão atendidas as solicitações encaminhadas ao Tribunal
por quem não seja legitimado (Ibid., art. 232, § 2º).
3.5 DENÚNCIA
As denúncias de irregularidades ou ilegalidades ao TCU podem ser realizadas
por qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato (BRASIL, CRFB,
1988, art. 74, § 2º).
Conforme o Regimento Interno do TCU (BRASIL, 2011, art. 235), para que a
denúncia seja aceita, deve versar sobre matéria de competência do Tribunal e
referir-se a administrador ou responsável sujeito à sua jurisdição. Além dos
requisitos de admissibilidade já expostos, há necessidade que seja “(...) redigida em
linguagem clara e objetiva, conter o nome legível do denunciante, sua qualificação e
endereço, e estar acompanhada de indício concernente à irregularidade ou
ilegalidade denunciada”.
As denúncias terão tratamento sigiloso até decisão definitiva sobre a matéria
e tornar-se-á público somente após a decisão definitiva sobre a matéria caso não
haja manifestação em contrário. Outrossim, não haverá sanção administrativa, cível
ou penal ao denunciante, salvo comprovada má-fé. (Regimento Interno do TCU,
BRASIL, 2011, art. 236)
25
Caso seja declarada improcedente, será arquivada somente após efetuadas
as diligências pertinentes, mediante despacho fundamentado do responsável (Lei
8443, BRASIL, 1992, art. 53, § 3º).
O TCU fornece em seu sítio local para o oferecimento de denúncias com
campos específicos para preenchimento.
3.6 REPRESENTAÇÃO
A representação deverá ser realizada quando em uma fiscalização for
constatado procedimento que possa resultar em irregularidade grave ou dano ao
erário. É mister que esteja embasada através de elementos concretos e
convincentes. O dirigente da unidade técnica responsável pela fiscalização
submeterá a matéria com parecer conclusivo ao respectivo relator (Regimento
Interno do TCU, 2011, art. 246). O relator fixará prazo, em até 5 (cinco) dias úteis,
para que o responsável pelos fatos apontados se pronuncie (Op. Cit., , § 1º). O
relator poderá adotar medida cautelar (Ibid., § 2º).
O art. 237 (Op. Cit.) apresenta os legitimados para representar junto ao TCU,
são eles: o Ministério Público da União; os órgãos de controle interno; os senadores
da República, deputados federais, estaduais e distritais, juízes, servidores públicos e
outras autoridades que comuniquem a ocorrência de irregularidades de que tenham
conhecimento em virtude do cargo que ocupem; os tribunais de contas dos estados,
do Distrito Federal e dos municípios, as câmaras municipais e os ministérios
públicos estaduais; as equipes de inspeção ou de auditoria; as unidades técnicas do
Tribunal; outros órgãos, entidades ou pessoas que detenham essa prerrogativa por
força de lei específica.
3.7 INSTRUMENTOS DE FISCALIZAÇÃO
A atividade fiscalizatória do TCU é realizada através dos seguintes
instrumentos: auditorias, acompanhamentos, monitoramentos, levantamentos e
inspeções (Regimento Interno do TCU, 2011, art. 244).
26
As auditorias, acompanhamentos e monitoramentos obedecerão a plano de
fiscalização elaborado pela Presidência; os levantamentos e inspeções serão
realizados por determinação do Plenário, da câmara, do relator ou do Presidente,
independentemente de programação, observada a disponibilidade dos recursos
humanos e materiais necessários (Op. Cit.).
3.8 LEVANTAMENTOS
Levantamento é o instrumento de fiscalização para conhecer a organização e
o funcionamento dos órgãos e entidades da administração direta, indireta e
fundacional dos Poderes da União, incluindo fundos e demais instituições que lhe
sejam jurisdicionadas, assim como dos sistemas, programas, projetos e atividades
governamentais no que se refere aos aspectos contábeis, financeiros,
orçamentários, operacionais e patrimoniais; identificar objetos e instrumentos de
fiscalização; e avaliar a viabilidade da realização de fiscalizações (Regimento Interno
do TCU, 2011, art. 238).
3.9 AUDITORIAS
Auditoria é o instrumento de fiscalização utilizado para examinar a legalidade
e a legitimidade dos atos de gestão quanto ao aspecto contábil, financeiro,
orçamentário e patrimonial; avaliar o desempenho dos órgãos, entidades
jurisdicionadas, sistemas, programas, projetos e atividades governamentais, quanto
aos aspectos de economicidade, eficiência e eficácia; e subsidiar a apreciação dos
atos sujeitos a registro (Op. Cit., art. 239).
O Relatório de Atividades do TCU – Segundo Trimestre (2015, págs. 24 e 25)
classifica as auditorias como sendo de conformidade (legalidade) e de natureza
operacional (eficiência) e disserta sobre seus respectivos objetivos:
As auditorias de conformidade objetivam verificar se os atos administrativos estão sendo praticados pelo órgão ou entidade com a observância da legislação e da jurisprudência que
27
regulamentam a matéria. O Tribunal, nesses casos, analisa os aspectos contábeis, financeiros, orçamentários e patrimoniais do respectivo ato de gestão e, se identificada desconformidade, faz determinações corretivas, fixando prazo para o seu cumprimento. O TCU pode, ainda, aplicar sanções legalmente previstas, de acordo com a gravidade da infração verificada. [Grifo do autor].
Já as auditorias de natureza operacional , também
conhecidas como auditorias de desempenho ou auditorias de gestão, são instrumentos por intermédio dos quais o controle externo avalia o resultado de determinado programa de Governo ou política pública, considerando os critérios da economicidade, da eficiência, da eficácia e da efetividade. Esse modo de atuação, possibilita ao Tribunal verificar, por exemplo, se a forma de utilização dos meios postos à disposição da Administração representa o uso mais econômico dos recursos públicos, isto é, se estão sendo entregues os melhores serviços em relação aos recursos disponíveis, ou se os objetivos da política estão sendo atingidos. [Grifo do autor].
3.9.1 FERRAMENTAS E TÉCNICAS DE AUDITORIA NO ÂMBITO DO TCU
3.9.2 O MANUAL DE AUDITORIA OPERACIONAL
Para orientar as atividades de auditoria a nível operacional, é disponibilizado
pelo TCU o Manual de Auditoria Operacional (2010, pg. 9) cujo objetivo é “(...) definir
princípios e padrões que orientem a realização e o controle de qualidade das
auditorias operacionais a cargo das unidades técnicas do Tribunal.”
O manual aborda todo o ciclo de realização da auditoria operacional, as fases
de planejamento, execução e elaboração do relatório, escolha do tema a ser
auditado, monitoramento das deliberações resultantes dos relatórios de auditoria e
controle de qualidade. Além do mais, está alinhado aos padrões de auditoria
operacional adotados pela International Organization of Supreme Audit Institutions
(Intosai). (Op. Cit.).
3.9.3 ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DE RELATÓRIOS DE AUDI TORIA DE
NATUREZA OPERACIONAL
O Roteiro para Elaboração de Relatórios de Auditoria Operacional (2004, pg.
9) padroniza os relatórios de auditoria, mas não os tornam estáticos ao longo do
28
tempo. Deve possuir uma dinâmica que se movimenta conforme a variação dos
padrões de qualidade, no sentido de que se mantenha atualizado e compatível com
o nível tecnológico vigente.
Para que os relatórios sejam úteis e acessíveis é importante que levem em
consideração o ponto de vista dos leitores e, principalmente, do Relator da matéria.
Eles tem por objetivo, informar terceiros sobre o projeto de auditoria proposto e
sobre os achados de auditoria. Assim, devem primar pela clareza do texto e pelo
destaque dos pontos chaves da auditoria. (Op. Cit.)
O roteiro apresenta também os aspectos formais, como a divisão em títulos e
subtítulos, as margens, técnica de apresentação de dados, forma de citações,
componentes como capa, contra rosto, sumário, referências, além de outros. (Ibid.)
3.9.4 TÉCNICA DE GRUPO FOCAL PARA AUDITORIAS
A técnica de auditoria denominada Grupo Focal tem por objeto de análise as
inter-relações e debates entre pessoas de um certo grupo. Esta técnica é efetivada
através de reuniões em local específico, orientadas por um facilitador em conjunto
com seus assistentes, a partir de um rito previamente definido. São debatidos
assuntos de interesse comum e levantados alguns problemas enfrentados por todos.
(TÉCNICA DE GRUPO FOCAL..., TCU., 2013, p. 8)
Outra definição de Grupo Focal poderia ser tomada como sendo uma técnica
que utiliza as inter-relações e debates entre pessoas para produção de dados. A
efetividade do resultado está diretamente relacionada com a forma com que o
auditor orienta as reuniões. (Op. Cit.)
O orientador e seu assistente não é um mero entrevistador, ademais, deve
ser dado importância às percepções obtidas da coletividade. Aquilo que é individual
não terá maior relevância. (Ibid.)
29
Esta técnica pode se mostrar eficaz em órgãos, entidades, programas ou
ações que não tenham o rendimento desejado cujas causas não estejam tão
evidentes. (Op. Cit., p. 11)
3.9.5 PAINEL DE REFERÊNCIA
Painel de Referência é a técnica que reúne especialistas e detentores do
conhecimento para discussão e formação de opinião sobre determinado tema.
(PAINEL DE REFERÊNCIAS..., TCU, 2013, p. 8).
É uma técnica de notável relevância para o controle de qualidade das
auditorias. Ela oportuniza a revisão e validação das matrizes de planejamento, bem
como abertura para que sejam ouvidos especialistas experientes em auditoria,
administração pública ou outro ramo do conhecimento. Visa a garantia de padrões
de qualidade das auditorias para que estejam de acordo com as melhores práticas
de investigação e direcionadas aos aspectos mais significativos. (Op. Cit. p. 9).
3.9.6 CONTROLE DE QUALIDADE DE AUDITORIAS DE NATURE ZA
OPERACIONAL
As auditorias estão sujeitas ao controle de qualidade em todas as suas
etapas. Tal controle pode ser realizado concomitante à auditoria, ou seja, durante a
sua realização, ou a posteriori, após ter sido efetuada. O controle é iniciado pela
escolha do objeto e continua durante o planejamento, execução, relatório,
divulgação, monitoramento das determinações. (ROTEIRO DE CONTROLE DE...,
TCU, 2002, p. 8).
A auditoria terá sua qualidade assegurada através de princípios,
procedimentos e metodologias específicas, com intuito de incrementar os níveis de
objetividade, confiabilidade, consistência e utilidade dos relatórios e outros produtos
gerados pelos processos de auditoria. (Op. Cit.).
30
São objetivos gerais do controle de qualidade: a verificação da conformidade
das determinações e recomendações contidas nos relatórios de auditoria; o
reconhecimento de oportunidades de melhorias nas próximas auditorias; e a difusão
de boas práticas de auditoria. (Op. Cit., p. 9).
3.9.7 MONITORAMENTO DAS AÇÕES IMPLEMENTADAS
As equipes que realizam as auditorias de natureza operacional procuram, em
conjunto com os gestores responsáveis, conhecer os fatores que possibilitam a
melhoria da eficiência dos programas e órgãos auditados. Para implementar as
melhorias almejadas, não basta a simples identificação destes fatores nem a mera
elaboração das recomendações. É primordial que as proposições sejam colocadas
em prática e assim, atinjam os efeitos almejados. (ROTEIRO PARA
MONITORAMENTO..., TCU, 2002, p. 8).
Desta forma, mister relevância possui a atividade de monitoramento. Deve-se,
portanto, realizar o devido acompanhamento das medidas estipuladas no órgão ou
de programa auditado, pois houveram recomendações estipuladas pelo Tribunal,
juntamente com os gestores responsáveis, no intuito de que sejam realmente
colocadas em prática. (Op. Cit.)
O monitoramento permite que as entidades auditadas sejam acompanhadas
quanto ao seu desempenho. Através da retroalimentação do sistema, fornece o
feedback aos gestores, no sentido de fornecer informações das ações que
contribuem para os objetivos almejados. (Ibid.)
3.9.8 BENCHMARKING
Através do benchmarking podem ser identificadas boas práticas de gestão.
Objetiva verificar a possibilidade de aperfeiçoamento das atividades desenvolvidas
em uma organização através de estudo comparativo de desempenho e de boas
práticas. Esta técnica permite a economia e a melhoria da eficiência a partir da
31
identificação de oportunidades existentes. (TÉCNICAS DE AUDITORIA
BENCHMARKING, TCU, 2000, p. 7).
De acordo com o manual de Técnicas de Auditoria Benchmarking (TCU,
2000, p. 7), cartilha elaborada pelo próprio Tribunal, há perguntas que podem ser
realizadas pela técnica de benchmarking:
O que os outros estão fazendo? Como estamos em relação a outras
instituições similares? Como somos avaliados pelos nossos
usuários? Em que precisamos melhorar? Haverá um meio melhor de
realizar o que fazemos? Como podemos monitorar nosso progresso?
Tais questionamentos buscam evidenciar a distância que separa a entidade
sob análise em comparação com outra que possui altos índices de eficiência e boas
práticas administrativas.
3.9.9 INDICADORES DE DESEMPENHO
Indicadores de desempenho servem para medir determinado aspecto através
de números, percentagens ou razões através da comparação com metas
previamente estabelecidas. (TÉCNICAS DE INDICADORES..., TCU, 2011, p. 8).
Aspectos como economicidade, eficácia, eficiência e efetividade, podem ser
objeto de verificação através dos indicadores de desempenho . As equipes de
auditoria podem utilizar indicadores já conhecidos, ou ainda, definir outros que
julgarem convenientes para o aperfeiçoamento dos métodos de avaliação e
monitoramento. (Op. Cit.)
3.9.10 MAPA DE PROCESSOS
Processo é a forma e o caminho para a realização de determinada tarefa.
(TÉCNICAS DE AUDITORIA MAPA..., TCU, 2003, p. 1). Mapa de processo é um
diagrama que demonstra a forma como é realizada a atividade. Evidencia-se os
32
passos, sequencialmente dispostos, para a execução de uma atividade específica.
(Op. Cit.)
O diagrama fornece informações como atividades executadas, agentes
envolvidos, prazos e fluxo de documentos. Objetiva evidenciar os processos de
trabalho em uma área ou organização com vistas a fornecer subsídios para a equipe
de auditoria, gestores e técnicos, no intuito de melhorar e aperfeiçoar as atividades
desenvolvidas. (Ibid.)
Esta técnica também pode evidenciar pontos fortes da organização para que
possam ser utilizados em outros processos da mesma ou de outra organização,
disseminando assim, as boas práticas identificadas. (Ibid.)
3.9.11 ANÁLISE RECI
A análise RECI busca informar quem são os responsáveis pelos trabalhos
realizados, além de procurar identificar quem executa, quem é consultado ou quem
é informado da implementação de uma ação ou decisão em uma equipe de trabalho
de uma organização, entidade, órgão ou programa. (TÉCNICAS DE AUDITORIA
ANÁLISE ..., TCU, 2001, p. 7)
As iniciais da sigla RECI significam: R - quem é responsável ; E - quem
executa; C - quem é consultado antes das ações ou decisões serem
implementadas; I - quem é informado após a decisão ou ação ser implementada.
(Op. Cit.).
Abaixo segue exemplo de Matriz RECI.
FIGURA 3 – EXEMPLO DE MATRIZ RECI
33
FONTE: Técnicas de Auditoria - Análise RECI (TCU, 2001, p. 10.)
3.9.12 MARCO LÓGICO
“O Marco Lógico é um modelo analítico para orientar a formulação, a
execução, o acompanhamento e a avaliação de programas ou de projetos
governamentais.” (TÉCNICAS DE AUDITORIA – MARCO LÓGICO, BRASIL, 2001,
p. 7),
Esta ferramenta exige grande disponibilidade de tempo da equipe técnica de
auditoria em função de realizar uma análise pormenorizada do programa ou projeto.
Devido à alta complexidade deste sistema de informações gerenciais, deve ser
verificado se é oportuno a sua utilização. (Op. Cit.)
34
O marco lógico é uma técnica de planejamento criada pelo BID (Banco
Interamericano de Desenvolvimento). Todas as instituições públicas que requeiram
financiamento a este Banco devem, obrigatoriamente, colocá-la em prática. (Ibid.)
3.9.13 ANÁLISE STAKEHOLDER
Stakeholder são pessoas, grupos ou instituições que atuam decisivamente
para o sucesso de uma organização, programa ou projeto. A análise identifica os
grupos de interesse, classificando-os em primários e secundários. (TÉCNICAS DE
AUDITORIA STAKEHOLDER, TCU, 2002, p. 8).
Os grupos primários são os mais afetados no processo tanto positivamente
como negativamente. Os grupos secundários são aqueles envolvidos de forma
intermediária na prestação do serviço. (Op. Cit.)
A análise stakeholder se relaciona com a análise SWOT em função da análise
que realiza dos fatores que possam interferir no desempenho de uma organização.
(Ibid.)
3.9.14 ANÁLISE SWOT E MATRIZ DE VERIFICAÇÃO DE RISC O
O TCU utiliza as técnicas de análise SWOT e Diagrama de Verificação de
Risco (DVR) de forma conjunta. Esta última é também costumeiramente conhecida
como Matriz de Probabilidade e Impacto de Risco. Sua utilização no âmbito do
Tribunal segue aos padrões de auditoria implementados pela Intosai (International
Organization of Supreme Audit Instrutions. (ANÁLISE SWOT E..., TCU, 2010, p. 5).
A análise SWOT como ferramenta de planejamento estratégico, “deve ser
aplicada anteriormente à formulação estratégica de ação”. É também, instrumento
de diagnóstico utilizado pelas equipes de auditorias durante as fiscalizações
previstas no Regimento Interno do Tribunal de Contas da União. (Op. Cit.)
De acordo com Análise SWOT e Diagrama de Verificação de Risco
35
Aplicados em Auditoria (TCU, 2010, p. 5).:
A palavra SWOT é um acrônimo formado pelas palavras inglesas Strengths (forças), Weaknesses (fraquezas), Opportunities (oportunidades) e Threats (ameaças). Estas quatro dimensões de estudo resultam em uma lista de prós e contras que auxiliam na tomada de decisão. Consiste na análise subjetiva das capacidades internas, para identificar as forças e as fraquezas da organização, e do ambiente externo no qual atua a organização, para apontar as oportunidades e ameaças presentes.
FIGURA 4 – ANÁLISE SWOT
FONTE: ANÁLISE SWOT E DIAGRAMA DE VERIFICAÇÃO DE RISCO APLICADOS EM
AUDITORIA, (TCU, 2010, p. 5).
3.9.15 TÉCNICAS DE ENTREVISTA
Entrevista é um procedimento que utiliza perguntas e respostas para obter
determinada informação. (TECNICAS DE ENTREVISTA..., TCU, 2010, p. 5 apud
ISSAI/Apêndice 1, 2004).
De acordo com o Boletim BTCU, Técnicas de Entrevista para Auditorias
(TCU, 2010, p. 5 apud KETELE, 1999):
A entrevista é um método de coleta de informações que consiste em uma conversação, individual ou em grupo, com pessoas selecionadas cuidadosamente, e cujo grau de pertinência, validade e confiabilidade é analisado na perspectiva dos objetivos da coleta de informações.
3.9.16 TÉCNICAS DE APRESENTAÇÃO DE DADOS
36
Os relatórios de auditoria tem por objetivo informar terceiros, neste sentido é
importante que os dados estejam dispostos de forma clara e objetiva. Devem ser
evidenciados os pontos principais. (TÉCNICAS DE APRESENTAÇÃO..., TCU, 2001,
p. 7)
As técnicas de apresentação de dados têm por objetivo auxiliar as equipes de
auditoria e evidenciar os aspectos mais relevantes, seguindo técnicas previamente
determinadas, no sentido de que as informações não sejam transmitidas de forma
distorcida. Devem, além do mais, ter uma apresentação agradável e de fácil
averiguação de achados e conclusões. (Op. Cit.)
3.9.17 TÉCNICAS DE AMOSTRAGEM
A coleta e avaliação de dados e evidências numéricas dos organismos
públicos são realizadas através de técnicas de amostragem. Estas devem seguir a
critérios padronizados e previamente definidos de forma que representem
adequadamente o universo sob estudo. (TÉCNICAS DE AMOSTRAGEM..., TCU,
2002, p. 15)
3.9.18 TÉCNICAS DE PESQUISA
Pesquisa é uma técnica que permite obter informações de caráter quantitativo
e qualitativo relacionadas a aspectos operacionais e gerenciais de um objeto de
auditoria. Utilizada em conjunto com estudos de caso, fornece suporte para as
análises de caráter qualitativo. (TÉCNICA DE PESQUISA..., TCU, 2010, p. 5)
Questionário são perguntas realizadas de forma padronizada com o intuito de
obter informações sobre o objeto de pesquisa. (Op. Cit.)
3.9.19 TÉCNICA DE OBSERVAÇÃO DIRETA EM AUDITORIA
37
Conforme Técnica de Observação Direta em Auditoria (2010, p. 5 apud
MARCONI E LAKATOS, 1990):
A observação direta é uma técnica de coleta de dados que utiliza os sentidos para compreender determinados aspectos da realidade. Não consiste apenas em ver e ouvir, mas também em examinar fatos ou fenômenos que se desejam estudar. Ajuda a identificar e obter provas a respeito de situações sobre as quais os indivíduos não têm consciência, mas que orientam seu comportamento (MARCONI; LAKATOS, 1990).
Assim, verifica-se que a observação direta utiliza os sentidos humanos,
principalmente o ver e ouvir para compreender fatos, fenômenos, identificar e obter
provas.
3.9.20 TÉCNICAS DE ANÁLISE DE PROBLEMAS
As técnicas de análise de problemas ajudam a estudar os problemas através
de métodos criteriosos e estruturados. O principal produto desta análise é a
identificação de causas, consequências, suas inter-relações e soluções plausíveis.
As mais usuais são o Diagrama de Ishikawa e a Árvore de Problemas.
(TCU/SEGECEX, 2013, p. 8).
3.10 INSPEÇÕES
Inspeção é o instrumento utilizado para o levantamento e supressão das
omissões e lacunas de informações, bem como, esclarecer dúvidas, apurar
denúncias ou representações de fatos e de atos administrativos praticados por
qualquer agente sujeito à sua jurisdição. São analisados os aspectos de legalidade,
legitimidade e economicidade (REGIMENTO INTERNO DO TCU, BRASIL, 2011, art.
240).
3.11 ACOMPANHAMENTOS
38
Conforme o Regimento Interno do TCU (2011, art. 241), acompanhamento é a
técnica ou instrumento de fiscalização utilizado com a seguinte finalidade:
I – examinar, ao longo de um período predeterminado, a legalidade e a legitimidade dos atos de gestão dos responsáveis sujeitos a sua jurisdição, quanto ao aspecto contábil, financeiro, orçamentário e patrimonial; e
II – avaliar, ao longo de um período predeterminado, o
desempenho dos órgãos e entidades jurisdicionadas, assim como dos sistemas, programas, projetos e atividades governamentais, quanto aos aspectos de economicidade, eficiência e eficácia dos atos praticados.
Verifica-se, portanto, que os acompanhamentos são realizados para examinar
ou avaliar durante certo período de tempo, aspectos de conformidade (legalidade e
legitimidade) ou de natureza operacional (eficiência, economicidade e eficácia).
3.12 MONITORAMENTOS
O Monitoramento é utilizado pelo Tribunal para verificar o cumprimento e os
resultados advindos de suas determinações e recomendações. (REGIMENTO
INTERNO DO TCU, BRASIL, 2011, art. 243).
3.13 OBJETO DA FISCALIZAÇÃO
São exemplos de atividades que estão sujeitas às fiscalizações realizadas
pelo Tribunal: fiscalização das transferências constitucionais e legais; convênios,
acordos, ajustes e outros instrumentos congêneres; aplicação de subvenções,
auxílios e contribuições; arrecadação da receita; renúncia de receitas. (REGIMENTO
INTERNO DO TCU, BRASIL, 2011).
3.14 RESULTADO DAS FISCALIZAÇÕES
3.14.1 SANEAMENTO DAS IMPROPRIEDADES E FALTAS APURA DAS
39
O resultado das fiscalizações que o Tribunal realizar será comunicado às
autoridades competentes para que sejam saneadas as impropriedades e faltas
identificadas. (REGIMENTO INTERNO DO TCU, BRASIL, 2011, art. 248).
3.14.2 REPRESENTAÇÃO
Ademais, no curso de uma fiscalização se for verificado algum procedimento
que possa resultar dano ao erário ou irregularidade grave, a equipe representará
fundamentadamente, com provas concretas e convincentes, ao dirigente da unidade
técnica. Na sequência, a matéria será submetida ao relator, com parecer conclusivo.
(REGIMENTO INTERNO DO TCU, BRASIL, 2011, art. 246).
3.14.3 SANÇÕES
As sanções prescritas na Lei nº 8.443, de 1992 poderão ser aplicadas pelo
Tribunal de Contas da União aos administradores ou responsáveis, sujeitos à sua
jurisdição. (REGIMENTO INTERNO DO TCU, BRASIL, 2011, art. 266).
3.14.4 TCE – TOMADA DE CONTA ESPECIAL
A tomada de contas especial (TCE) é mais uma consequência das
fiscalizações realizadas pelas equipes do TCU e ocorrerá quando houver alguma
omissão no dever de prestar contas, da não-comprovação da aplicação dos recursos
repassados pela União (mediante convênio, acordo, ajuste a estado, ao Distrito
Federal, a município, e a qualquer outra pessoa, física ou jurídica, pública ou
privada), da ocorrência desvio de dinheiros, bens ou valores públicos, da prática de
qualquer ato ilegal que resulte dano ao erário. A autoridade administrativa
competente ou o Tribunal sob pena de responsabilidade solidária, deverá adotar
providências com vistas à instauração de tomada de contas especial para apuração
dos fatos, identificação dos responsáveis e quantificação do dano. (REGIMENTO
INTERNO DO TCU, BRASIL, 2011, art. 197).
40
3.14.5 JULGAMENTO DAS FISCALIZAÇÕES
Caso haja, no curso de uma fiscalização, algum procedimento que possa
resultar dano ao erário ou irregularidade grave, a equipe representará
fundamentadamente, com provas concretas e convincentes, ao dirigente da unidade
técnica. Na sequência, a matéria será submetida ao relator, com parecer conclusivo.
(REGIMENTO INTERNO DO TCU, BRASIL, 2011, art. 246).
Assim, havendo representação após procedimento fiscalizatório que resulte
dano ao erário, o processo será encaminhado ao relator para julgamento.
Conforme disciplinado por Brown Ribeiro (2002, p. 104), no intuito de
demonstrar a dicotomia evidenciada pelo exercício das atividades burocrática e
judicante, observa que organicamente, o TCU está dividido em duas grandes
estruturas: o Tribunal stricto sensu (composto por Ministros e Ministros-Substitutos)
e a Secretaria do Tribunal (composta por funcionários) – Analistas de Finanças e
Controle e quadros de apoio): a segunda estrutura é organizada para prestar apoio
técnico à primeira, que tem o poder decisório.
3.15 FISCALIZAÇÕES REALIZADAS
Através do gráfico de barras abaixo, procura-se evidenciar o quantitativo de
fiscalizações realizadas pelo TCU nos anos de 2013 e 2014 por instrumento de
fiscalização.
FIGURA 5 – FISCALIZAÇÕES CONCLUÍDAS EM 2014, POR IN STRUMENTO DE FISCALIZAÇÃO
41
FONTE: Relatório Anual de Atividades 2014, p. 32. Disponível em:
http://portal.tcu.gov.br/publicacoes-institucionais/relatorios/relatorios-de-atividades.htm.
O diagrama em pizza a seguir, demonstra o quantitativo e o percentual de
fiscalizações efetuadas em 2014 diferenciando as de iniciativa própria com aquelas
realizadas por iniciativa do Congresso Nacional.
FIGURA 6 – FISCALIZAÇÕES CONCLUÍDAS EM 2014, CONFOR ME A INICIATIVA
FONTE: Relatório Anual de Atividades 2014, p. 33. Disponível em:
http://portal.tcu.gov.br/publicacoes-institucionais/relatorios/relatorios-de-atividades.htm.
As atividades fiscalizatórias (latu sensu) são realizadas no âmbito do Tribunal
de Contas da União por meio de processos, os quais estão evidenciados na tabela
abaixo separando-os por tipo de processo.
42
FIGURA 7 – COMPARATIVO DE PROCESSOS AUTUADOS NO 2º TRIMESTRE DE 2014 E 2015
FONTE: Relatório de Atividades – Segundo Trimestre 2015, p. 26. Disponível em:
http://portal.tcu.gov.br/publicacoes-institucionais/relatorios/relatorios-de-atividades.htm.
Abaixo busca-se demonstrar o percentual de processos apreciados pelo
Tribunal no segundo trimestre de 2015.
FIGURA 8 – DISTRIBUIÇÃO DOS PROCESSOS CONCLUSOS NO TRIMESTRE.
43
FONTE: Relatório de Atividades – Segundo Trimestre 2015, p. 28. Disponível em
http://portal.tcu.gov.br/publicacoes-institucionais/relatorios/relatorios-de-atividades.htm.
4 JULGAMENTO DAS CONTAS DOS ADMINISTRADORES
PÚBLICOS PELO TCU
Bugarim (2003, p.81) apresenta que “o julgamento das contas dos
administradores (ordenadores de despesas e agentes responsáveis) é feito com
base na prestação de contas que parte do próprio agente público”.
Assim, as decisões em processo de tomada ou prestação de contas poderão
ser divididas em preliminar, definitiva ou terminativa. Preliminar é a decisão pela
qual o Relator ou o Tribunal, sobrestá o julgamento, cita, ordena a audiência dos
responsáveis, determina outras diligências necessárias. Definitiva é a decisão que
julga as contas regulares, regulares com ressalva, ou irregulares. A terminativa
determina o trancamento de contas consideradas iliquidáveis. (BRASIL. Lei 8.443,
1992, art. 10).
O Relator presidirá a instrução do processo. (Op. Cit., art. 11).
44
O Tribunal julgará as contas como sendo regulares, regulares com ressalva,
ou irregulares. Regulares, quando evidenciarem a exatidão dos demonstrativos
contábeis, a legalidade, a legitimidade e a economicidade dos atos de gestão.
Regulares com ressalva, quando verificado a impropriedade que não resulte dano ao
Erário. Irregulares, quando houver comprovadamente qualquer omissão na
prestação de contas, prática de ato de gestão ilegal, ilegítimo, antieconômico,
infração à lei ou regulamento contábil, financeiro, orçamentário, operacional ou
patrimonial, dano ao Erário decorrente de ato de gestão ilegítimo ou antieconômico,
desvio de dinheiros, bens ou valores públicos. (BRASIL. Lei 8.443, 1992, art. 15 e
16).
5 O MINISTÉRIO PÚBLICO JUNTO AO TRIBUNAL DE CONTAS
Ao Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União se aplicam os
princípios institucionais da unidade, da indivisibilidade e da independência funcional.
Tem a missão, de guarda da lei e fiscal de sua execução, bem como, possui as
atribuições de promover medidas de interesse da justiça, da administração e do
Erário. É obrigatória sua audiência nos processos de tomada ou prestação de contas
e nos atos de admissão de pessoal e de concessão de aposentadorias, reformas e
pensões. Ademais, deve promover junto à Advocacia-Geral da União medidas
necessárias ao arresto dos bens dos responsáveis julgados em débito e à cobrança
judicial de dívida. Deve ainda, interpor os recursos permitidos em lei. (BRASIL. Lei
8.443, 1992, art. 80 e 81).
6 CONTROLE SOCIAL – A IMPORTÂNCIA DA PARTICIPAÇÃO D A
SOCIEDADE NA FISCALIZAÇÃO DOS RECURSOS PÚBLICOS
Bugarim (2003, pág. 180) considera que é de suma importância inserção da
sociedade na fiscalização da atividade financeira do estado. “Primeiro, por se tratar
de um processo cívico por meio do qual desenvolve-se o sentimento de união
nacional em torno do bem comum. Em segundo lugar, porque tem o potencial de
assustar os corruptos com o risco de punição [...]”.
45
Para incentivar a participação do particular nas atividades de controle externo,
propõe um sistema de recompensas a ser pago com parte daquilo que foi
recuperado, in verbis (Op. Cit., p. 182):
Um possível mecanismo, que é proposto neste capítulo, consiste em recompensar financeiramente uma instituição que se tenha mostrado instrumental para a recuperação de recursos públicos que estivessem sendo desviados. Nesse caso, parte do recurso recuperado seria usada para a recompensa, sem que isso implique em gasto para o governo. É importante que fique claro que não se trata da distribuição de recursos públicos escassos de forma não criteriosa, o que seria extremamente inadequado, particularmente na situação atual em que o poder público se aplica para mante uma restrição orçamentária rígida e responsável. Trata-se, pelo contrário, de dar mais folga a essa restrição orçamentária, via um mecanismo que permitirá a recuperação de recursos que, de outra forma, estariam irreparavelmente perdidos. A recompensa às instituições que tornassem possível a recuperação desses recursos seria totalmente derivada do montante recuperado.
6.1 O INCENTIVO AO CONTROLE SOCIAL
De acordo com o art. 74, § 2º da CRFB (BRASIL, 1988), “Qualquer cidadão,
partido político, associação ou sindicato é parte legítima para, na forma da lei,
denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União”.
Algumas formas propostas de controle popular estão sugeridas no sítio do
TCU, ou seja, pelas lojas App Store ou Google Play qualquer pessoa do povo pode
baixar aplicativos para seus celulares. Os aplicativos são compatíveis com os
sistemas operacionais Android 2.2 a 5.0 ou IOS 6 a 8.
Seguem os aplicativos que podem ser baixados:
FIGURA 9 – APLICATIVOS DISPONÍVEIS AO PARTICULAR
46
FONTE: APLICATIVOS..., Disponível em: http://portal.tcu.gov.br/apps-tcu/pagina-inicial.htm.
7 CRÍTICA AO MODELO
BROWN RIBEIRO (2002, p.57) apresenta que, já em tempos passados,
ocorriam problemas com relação ao controle exercido pela corte de contas.
Serzedelo Corrêa, antigo ministro do TCU, renunciou ao seu cargo como repúdio
47
aos atos ditatoriais de Floriano Peixoto. Demonstra dignidade e resistência em sua
carta de demissão:
Esses decretos anulam o Tribunal de Contas, o reduzem a simples chancelaria do Ministério da Fazenda, tiram-lhe toda a independência e autonomia, deturpam os fins da instituição, e permitirão ao governo a prática de todos os abusos e vós sabeis- é preciso antes de tudo legislar para o futuro [...].
Observa-se que, em dias atuais, o controle externo exercido pelo TCU se
mostra ineficiente por não produzir os efeitos tão almejados pela sociedade
brasileira.
Uma possível justificativa seria a forma política de seleção dos ministros, os
quais são escolhidos pelo Presidente da República e por membros da casa
legislativa. Ou seja, as pessoas a serem fiscalizadas escolhem por quem serão
fiscalizados. Um modelo assim estruturado, por óbvio, não pode prosperar. As
decisões emanadas pelo órgão técnico estarão maculadas pela política ou pela
corrupção.
A ineficiência do modelo de controle das contas públicas nacionais é provada
pelas práticas mensaleiras e petroleiras que passaram “despercebidos” pelos
processos fiscalizatórios do TCU. Desta forma, busca-se um modelo que seja
exercido de forma independente, autônoma e isenta da atuação política, longe dos
tentáculos da corrupção que atualmente impera em nosso país.
BROWN RIBERIO (2002, p. 79) também tece críticas ao modelo de escolha
ao comentar que:
Ao promovermos a indicação de Ministros pelas maiorias das Casas do Parlamento, estamos, em princípio, indicando alguém da Base de Sustentação do Governo para fiscalizá-lo, o que, em princípio, não me parece uma prática muito eficaz. Fazemos um paralelo com o Modelo Britânico, onde a Comissão do Parlamento que é encarregada da Fiscalização e Controle dos Atos do Governo é presidida pelo Líder da Minoria.
48
8 JURISPRUDÊNCIA
A presente jurisprudência ilustra dois principais aspectos. Primeiro, solicitação
da Câmara dos Deputados para que o TCU preste informações a respeito da
aplicação de recursos e acompanhamento de projetos das obras de infraestrutura
urbana na cidade do Rio de Janeiro em decorrência dos Jogos Olímpicos de 2016.
O segundo, julgamento no qual o plenário do Tribunal de Contas da União decidiu
que a solicitação foi integralmente atendida, determinando-se o arquivamento do
processo.
GRUPO I - CLASSE II - PLENÁRIO TC 011.429/2015-1 Natureza: Solicitação do Congresso Nacional. Interessado: Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados. Órgão/Entidade: não há. Representação legal: não há. SUMÁRIO: SOLICITAÇÃO DO CONGRESSO NACIONAL. COMISSÃO DE FISCALIZAÇÃO FINANCEIRA E CONTROLE DA CÂMARA DOS DEPUTADOS. JOGOS OLÍMPICOS DE 2016. INFORMAÇÕES SOBRE A APLICAÇÃO DE RECURSOS E O ACOMPANHAMENTO DOS DIVERSOS PROJETOS EM CURSO PARA CONCLUSÃO DAS INSTALAÇÕES ESPORTIVAS E OBRAS DE INFRAESTRUTURA URBANA NA CIDADE DO RIO DE JANEIRO. CONHECIMENTO. REMESSA DE CÓPIA AO CONGRESSO NACIONAL. SOLICITAÇÃO INTEGRALMENTE ATENDIDA. ARQUIVAMENTO DOS AUTOS.
ACÓRDÃO Nº 2259/2015 – TCU – Plenário 1. Processo nº TC 011.429/2015-1. 2. Grupo I – Classe de Assunto: II – Solicitação do Congresso Nacional. 3. Interessado: Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados. 4. Órgão/Entidade: não há. 5. Relator: Ministro Augusto Nardes. 6. Representante do Ministério Público: não atuou. 7. Unidade Técnica: Coordenação-Geral de Controle Externo da Área de Infraestrutura e da Região Sudeste (Coinfra). 8. Representação legal: não há. 9. Acórdão:
49
VISTOS, relatados e discutidos estes autos que cuidam de solicitação da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados, assinada pelo seu presidente, Exmo. Sr. Deputado Vicente Cândido (decorrente da aprovação do Requerimento 090/2015, de autoria do Exmo. Sr. Deputado Ezequiel Teixeira), para que o Tribunal encaminhe “informações sobre a aplicação de recursos e o acompanhamento dos diversos projetos em curso para conclusão das instalações esportivas e obras de infraestrutura urbana na cidade do Rio de Janeiro/RJ com vistas à realização dos jogos olímpicos no ano vindouro”. ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão Plenária, diante das razões expostas pelo Relator, em: 9.1 conhecer da presente solicitação, uma vez preenchidos os requisitos de admissibilidade previstos no art. 38, inciso I, da Lei 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c o art. 232, inciso III, do Regimento Interno do TCU, e art. 4º, inciso I, alínea “b”, da Resolução-TCU 215/2008; 9.2 encaminhar ao Presidente da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados, Exmo. Sr. Deputado Vicente Cândido, cópia deste acórdão e do Acórdão 1.856/2015-Plenário, acompanhados do Relatório e Voto que os fundamentam, e também cópia de deliberações citadas neste acórdão que contêm informações sobre o uso de recursos públicos (Acórdãos 849/2015, 851/2015 e 1.784/2015, todos do Plenário), com o objetivo de apresentar informações para atendimento à presente solicitação; 9.3 considerar a solicitação integralmente atendida e arquivar o presente processo, nos termos dos art. 169, inciso II, do Regimento Interno do TCU, e 17, inciso I, da Resolução-TCU 215/2008; 10. Ata n° 36/2015 – Plenário. 11. Data da Sessão: 9/9/2015 – Ordinária. 12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-2259-36/15-P. 13. Especificação do quórum: 13.1. Ministros presentes: Aroldo Cedraz (Presidente), Walton Alencar Rodrigues, Benjamin Zymler, Augusto Nardes (Relator), Raimundo Carreiro e José Múcio Monteiro. 13.2. Ministros-Substitutos convocados: André Luís de Carvalho e Weder de Oliveira. (Assinado Eletronicamente) AROLDO CEDRAZ
(Assinado Eletronicamente) AUGUSTO NARDES
Presidente Relator Fui presente: (Assinado Eletronicamente) PAULO SOARES BUGARIN Procurador-Geral
50
CONCLUSÕES
Através da análise de literatura referenciada, legislação vigente e
documentação obtida no site do TCU, observa-se que as atividades desta entidade
estão direcionadas ao cumprimento da missão de aprimorar a administração pública.
Para tanto, são utilizadas ferramentas de administração estratégica para impulsionar
seus planos a nível institucional. No plano tático elabora planos de diretrizes e de
controle externo. No plano operacional elabora os planos de fiscalização, dentre
outros.
A atividade fiscalizatória é iniciada de diversas formas como por denúncia,
representação, por auditores técnicos, ou pelo Congresso Nacional. Nesta atividade
são realizadas inspeções, levantamentos, auditorias, monitoramentos e
acompanhamentos. As auditorias são realizadas por práticas que utilizam
ferramentas modernas de administração pública. Seus processos são padronizados,
objetivando, assim, o aumento da eficácia em suas tarefas, para que sejam atingidas
suas metas institucionais.
Verifica-se a existência de mecanismos que poderiam ser utilizados para
incentivar a participação da sociedade no processo de fiscalização das contas como
o apresentado por BUGARIM (2003, p. 182), o qual prevê a recompensa por um
percentual dos valores públicos recuperados.
A escolha política dos ministros do Tribunal, realizada pelo Congresso
Nacional e pelo Presidente da República mostra-se imprópria em função de que
aquele a ser fiscalizado será a escolherá por quem será fiscalizado.
Conclui-se que o TCU apresenta boa estrutura funcional e organizacional,
demonstra eficiência e competência na condução de suas atividades, entretanto, seu
processo decisório, por ser político, gera suspeitas. Assim, tal entidade demonstra
que muito tem a desenvolver para sanar tal impropriedade. Poder-se-ia, portanto,
minimizar tais influências para que suas atividades possam verdadeiramente coibir
as práticas corruptas que há algum tempo assolam nosso país.
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