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UNIVERSIDADE TÉCNICA DE LISBOA INSTITUTO SUPERIOR DE ECONOMIA E GESTÃO
MESTRADO EM GESTÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
QUALIDADE DO E-LEARNING NAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR EM PORTUGAL
ANA CATARINA ANTAS BORRALHO VIEIRA
Orientação: Doutor Pedro Teixeira Isaías Júri:
Presidente: Doutor António Maria Palma dos Reis
Vogais: Doutor António Dias Figueiredo Doutor Pedro Teixeira Isaías Doutora Maria Fernanda Abreu Sampaio
Junho 2006
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
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Índice
Lista de sinónimos e acrónimos.......................................................................... 9
Agradecimentos................................................................................................ 15
Resumo............................................................................................................. 16
Abstract............................................................................................................. 17
1. Introdução.................................................................................................... 18
1.1. Âmbito e justificação do estudo................................................................ 18
1.2. Objectivos do estudo................................................................................ 20
1.3. Estrutura do trabalho................................................................................ 22
2. Revisão bibliográfica..................................................................................... 24
2.1. O Ensino a Distância (EaD)..................................................................... 24
2.1.1. Conceito e caracterização................................................................... 24
2.1.2. Evolução do EaD em Portugal............................................................. 27
2.1.3. Componentes de um sistema de EaD................................................. 29
2.1.4. Modalidades e tecnologias utilizadas.................................................. 31
2.2. O e-learning............................................................................................. 35
2.2.1. Conceito e caracterização................................................................... 35
2.2.2. Vantagens e desvantagens do e-learning........................................... 37
2.2.3. Catalisadores e barreiras ao e-learning............................................... 39
2.2.4. Ambientes de e-learning...................................................................... 42
2.2.4.1. Learning Management Systems (LMS)............................................. 42
2.2.4.2. Normalização de ambientes de e-learning........................................ 44
2.3. O e-learning e as IES............................................................................... 49
2.3.1. A introdução do e-learning nas IES..................................................... 50
2.3.2. Análise SWOT do e-learning nas IES.................................................. 54
2.4. Qualidade do e-learning........................................................................... 57
2.4.1. Factores Críticos de Sucesso do e-learning........................................ 57
2.4.2. Definição de qualidade do e-learning no âmbito do estudo.................. 62
3. Metodologia de pesquisa............................................................................. 64
3.1 População-alvo e recolha de dados......................................................... 65
3.2 Modelo de análise.................................................................................... 66
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
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3.3 Variáveis do modelo.................................................................................. 67
3.3.1 Variável dependente.............................................................................. 67
3.3.2 Variáveis independentes........................................................................ 68
3.3.2..1 Incentivos dados à IES..................................................................... 68
3.3.2..2 Concorrência de outras IES.............................................................. 68
3.3.2..3 Apoio institucional............................................................................. 68
3.3.2..4 Desenvolvimento do curso............................................................... 69
3.3.2..5 Processo ensino-aprendizagem....................................................... 69
3.3.2..6 Estrutura do curso............................................................................ 69
3.3.2..7 Apoio ao aluno.................................................................................. 69
3.3.2..8 Apoio do corpo docente.................................................................... 69
3.3.2..9 Avaliação.......................................................................................... 70
3.4 Associação das perguntas da entrevista às variáveis do modelo............. 70
4. Resultados.................................................................................................... 73
4.1. Casos de estudo........................................................................................ 73
4.1.1 Instituto Superior de Estatística e Gestão de Informação da Universidade
Nova de Lisboa...................................................................................... 73
4.1.2 Faculdade de Ciências Económicas e Empresariais da Universidade
Católica Portuguesa.....................,......................................................... 76
4.1.3 Universidade de Aveiro.......................................................................... 79
4.1.4 Instituto Superior Técnico da Universidade Técnica de Lisboa............. 82
4.1.5 Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto............................ 85
4.1.6 Universidade Fernando Pessoa............................................................. 88
4.1.7 Universidade do Minho.......................................................................... 90
4.2 Análise dos Casos de Estudo.................................................................... 94
4.2.1 Análise do enquadramento do e-learning nas IES................................. 94
4.2.2 Análise dos Casos através da aplicação do modelo.............................. 97
4.2.2.1 Incentivos dados à IES................................................................ 98
4.2.2.2 Concorrência de outras IES..................................................... 100
4.2.2.3 Apoio institucional..................................................................... 101
4.2.2.4 Desenvolvimento do curso........................................................ 104
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
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4.2.2.5 Processo ensino-aprendizagem................................................ 107
4.2.2.6 Estrutura do curso..................................................................... 110
4.2.2.7 Apoio ao aluno.......................................................................... 112
4.2.2.8 Apoio do corpo docente............................................................ 114
4.2.2.9 Avaliação................................................................................... 116
4.2.3 Disposições finais sobre os Casos de Estudo..................................... 119
5 Conclusão............................................................................................... 124
5.1 Avaliação da investigação....................................................................... 124
5.2 Limitações do estudo e perspectivas futuras.......................................... 128
Referências bibliográficas............................................................................... 131
Anexo I – Estrutura da entrevista.................................................................... 139
Anexo II – Tabelas com as respostas de enquadramento.............................. 142
Anexo III – Tabelas com as respostas às variáveis do modelo...................... 149
Anexo IV – Plataformas de e-learning usadas nos Casos de Estudo............ 161
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
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Índice de Figuras Figura 1. Sistema de EaD................................................................................ 30
Figura 2. Estante SCORM................................................................................ 48
Figura 3. Modelo de Análise............................................................................. 66
Figura 4. Funcionalidades do Easy Education............................................... 165
Índice de Tabelas Tabela 1. Principais diferenças entre o ensino presencial e o EaD.................. 26
Tabela 2. Gerações de EaD............................................................................. 28
Tabela 3. Principais serviços disponíveis para o EaD...................................... 34
Tabela 4. Vantagens e desvantagens do e-learning........................................ 38
Tabela 5. Análise SWOT do e-learning nas IES............................................... 55
Tabela 6. Associação das perguntas da entrevista às variáveis do modelo.... 70
Tabela 7. Quantificação das respostas à pergunta da variável Incentivos dados
à IES................................................................................................................. 99
Tabela 8. Quantificação das respostas à pergunta da variável Concorrência de
outras IES....................................................................................................... 100
Tabela 9. Influência das variáveis não controláveis nas IES.......................... 101
Tabela 10. Quantificação das respostas à primeira pergunta da variável Apoio
institucional..................................................................................................... 102
Tabela 11. Quantificação das respostas à segunda pergunta da variável Apoio
institucional..................................................................................................... 103
Tabela 12. Quantificação das respostas à terceira pergunta da variável Apoio
institucional..................................................................................................... 104
Tabela 13. Presença do Apoio institucional nas IES...................................... 104
Tabela 14. Quantificação das respostas à primeira pergunta da variável
Desenvolvimento do curso.............................................................................. 105
Tabela 15. Quantificação das respostas à segunda pergunta da variável
Desenvolvimento do curso.............................................................................. 106
Tabela 16. Quantificação das respostas à terceira pergunta da variável
Desenvolvimento do curso.............................................................................. 106
Tabela 17. Presença do Desenvolvimento do curso nas IES......................... 107
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Tabela 18. Quantificação das respostas à primeira pergunta da variável
Processo ensino-aprendizagem..................................................................... 107
Tabela 19. Quantificação das respostas à segunda pergunta da variável
Processo ensino-aprendizagem..................................................................... 108
Tabela 20. Quantificação das respostas à terceira pergunta da variável
Processo ensino-aprendizagem..................................................................... 109
Tabela 21. Presença do Processo ensino-aprendizagem nas IES................ 110
Tabela 22. Quantificação das respostas à primeira pergunta da variável
Estrutura do curso........................................................................................... 110
Tabela 23. Quantificação das respostas à segunda pergunta da variável
Estrutura do curso........................................................................................... 111
Tabela 24. Quantificação das respostas à terceira pergunta da variável
Estrutura do curso........................................................................................... 112
Tabela 25. Presença da Estrutura do curso nas IES...................................... 112
Tabela 26. Quantificação das respostas à primeira pergunta da variável Apoio
ao aluno.......................................................................................................... 113
Tabela 27. Quantificação das respostas à segunda pergunta da variável Apoio
ao aluno.......................................................................................................... 113
Tabela 28. Presença do Apoio ao aluno nas IES........................................... 114
Tabela 29. Quantificação das respostas à primeira pergunta da variável Apoio
do corpo docente............................................................................................ 115
Tabela 30. Quantificação das respostas à segunda pergunta da variável Apoio
do corpo docente............................................................................................ 116
Tabela 31. Influência do Apoio do corpo docente na Eficácia do e-learning. 116
Tabela 32. Quantificação das respostas à primeira pergunta da variável
Avaliação........................................................................................................ 117
Tabela 33. Quantificação das respostas à segunda pergunta da variável
Avaliação........................................................................................................ 118
Tabela 34. Quantificação das respostas à terceira pergunta da variável
Avaliação........................................................................................................ 119
Tabela 35. Presença da Avaliação nas IES.................................................... 119
Tabela 36. Quantificação da importância dos FCS para os responsáveis das
IES.................................................................................................................. 121
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
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Tabela 37. Quantificação da presença dos FCS nas IES............................... 122
Tabela 38. Respostas correspondentes às perguntas sobre a modalidade e
plataforma de e-learning do Enquadramento do estudo de caso................... 142
Tabela 39. Respostas correspondentes às perguntas sobre início e objectivos
do projecto do Enquadramento do estudo de caso........................................ 142
Tabela 40. Respostas correspondentes às perguntas sobre acções de
benchmarking e mudanças na estrutura organizacional do Enquadramento do
estudo de caso................................................................................................ 143
Tabela 41. Respostas correspondentes às perguntas sobre acções de
marketing e adesão dos intervenientes do Enquadramento do estudo de caso.
........................................................................................................................ 145
Tabela 42. Respostas correspondentes às perguntas sobre parcerias e planos
de melhoria do Enquadramento do estudo de caso....................................... 146
Tabela 43. Resposta à pergunta da variável Incentivos dados à IES............ 148
Tabela 44. Resposta à pergunta da variável Concorrência de outras IES..... 148
Tabela 45. Resposta à primeira pergunta da variável Apoio institucional...... 149
Tabela 46. Resposta à segunda pergunta da variável Apoio institucional..... 149
Tabela 47. Resposta à terceira pergunta da variável Apoio institucional....... 150
Tabela 48. Resposta à primeira pergunta da variável Desenvolvimento do
curso............................................................................................................... 151
Tabela 49. Resposta à segunda pergunta da variável Desenvolvimento do
curso................................................................................................................151
Tabela 50. Resposta à terceira pergunta da variável Desenvolvimento do curso.
........................................................................................................................ 152
Tabela 51. Resposta à primeira pergunta da variável Processo ensino-
aprendizagem................................................................................................. 153
Tabela 52. Resposta à segunda pergunta da variável Processo ensino-
aprendizagem................................................................................................. 153
Tabela 53. Resposta à terceira pergunta da variável Processo ensino-
aprendizagem................................................................................................. 154
Tabela 54. Resposta à primeira pergunta da variável Estrutura do curso...... 154
Tabela 55. Resposta à segunda pergunta da variável Estrutura do curso..... 155
Tabela 56. Resposta à terceira pergunta da variável Estrutura do curso....... 156
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
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Tabela 57. Resposta à primeira pergunta da variável Apoio ao aluno........... 156
Tabela 58. Resposta à segunda pergunta da variável Apoio ao aluno...........157
Tabela 59. Resposta à primeira pergunta da variável Apoio do corpo docente.
........................................................................................................................ 157
Tabela 60. Resposta à segunda pergunta da variável Apoio do corpo docente.
........................................................................................................................ 158
Tabela 61. Resposta à primeira pergunta da variável Avaliação................... 158
Tabela 62. Resposta à segunda pergunta da variável Avaliação.................. 159
Tabela 63. Resposta à terceira pergunta da variável Avaliação.................... 159
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
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Lista de sinónimos e acrónimos
AICC – Aviation Industry Computer-Based Training Committee. É uma
associação internacional de profissionais que trabalham com tecnologias
aplicadas à formação, responsáveis pelo desenvolvimento de normas de
formação para a indústria de aviação.
Auto-aprendizagem – Processo em que o aluno determina o seu ritmo de
aprendizagem, acedendo aos conteúdos sempre que o desejar.
Autoavaliação – Processo em que cada aluno determina o seu nível pessoal
de conhecimentos e competências.
Avaliação – (1) Qualquer método sistemático para reunir informações sobre o
impacto e a efectividade da aprendizagem. Os resultados podem ser usados
para aperfeiçoar o processo de ensino, determinar se os objectivos de
aprendizagem têm sido alcançados e avaliar o valor de um evento de ensino
para a organização. (2) O processo usado para testar o nível de competências
e conhecimento de um aluno.
Base de dados – Uma base de dados é um sistema informático que permite
armazenar informações de forma estruturada.
Browser – Software que permite carregar e mostrar páginas na web. Permite
ainda muitas outras funções anexas.
CBT - Computer-based Training. Curso ou material de formação apresentado
em computador, principalmente via CD-ROM.
Chat – Comunicação entre membros de um serviço online através de texto. As
mensagens são enviadas entre as pessoas em tempo real.
Código aberto (Software Livre ou Open Source) – Tipo de software cujo
código fonte é público.
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
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Comunidade virtual – Lugar de encontro para alunos na Internet. Destinado a
facilitar a interacção e a colaboração entre pessoas que partilhem interesses e
necessidades em comum.
Conteúdo – Propriedade intelectual e conhecimentos a serem partilhados.
Diferentes tipos de conteúdos de e-learning incluem texto, áudio, vídeo,
animação e simulação.
Declaração de Bolonha – Conjunto de medidas que implicam uma
reestruturação total dos modelos de ensino-aprendizagem e,
consequentemente, dos processos de trabalho, sobretudo ao nível da
autonomia dos alunos, através da redução do número de aulas presenciais.
Download – Ou descarregar. Transferir dados dum computador para outro
através da rede.
Ensino (presencial ou a distância) - Actividade que envolve três componentes:
aquele que ensina (professor), aquele a quem se ensina (aluno) e aquilo que o
primeiro ensina ao segundo (os conteúdos).
e-U (Universidade electrónica) - Iniciativa que visa promover o acesso de
banda larga à Internet, a partilha e distribuição de conteúdos nas IES em
Portugal, por rede sem fios.
Extranet - é o acesso à Intranet de uma empresa através de um portal
estabelecido na web de forma que pessoas e funcionários de uma empresa
consigam ter acesso à Intranet através de redes externas ao ambiente da
empresa.
FAQ – Sigla usada para Frequently Asked Questions. Documento que
inventaria as perguntas que surgem mais frequentemente sobre a temática
em causa, acrescidas das respostas sintéticas adequadas.
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
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Ficheiro – Documento independente - texto, som, imagem, vídeo, etc. –
gerado por uma aplicação informática.
Fóruns de discussão – Na Internet ou na Intranet, fóruns onde os utilizadores
podem enviar mensagens para outros lerem. Permite a troca de informações e
a interacção de modo assíncrono entre os seus participantes. Pode ou não ser
moderada.
Globalização – Elaboração de uma oferta de conteúdo que seja clara e
gramaticalmente correcta de forma que elimine diferenças idiomáticas,
referenciais de género, gírias ou expressões particulares de uma - geração ou
cultura.
Home page – Primeira página de um site na Internet.
HTML – (Hypertext Markup Language) Linguagem de programação muito
usada na Internet. As páginas escritas em HTML são lidas pelos browsers o
que permite que o utilizador da Internet veja um documento multimédia da
forma como foi visto por quem o produziu.
IMS (Instructional Management System - Global Learning Consortium) –
União de organizações governamentais dedicadas a definir e distribuir
especificações de interoperabilidade de arquitectura aberta para produtos de e-
learning.
Instructional designer – Um indivíduo que aplica uma metodologia
sistemática para criar conteúdos de formação.
Interacção – Designa as trocas entre quem ensina e quem aprende e entre
este e os outros elementos da aula virtual.
Interactividade – Possibilidade que o aluno tem de intervir ao longo do
processo de aprendizagem e de provocar, através da sua intervenção, uma
modificação no contexto da aprendizagem.
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Internet based-training – Formação baseada em Internet. Disponibilização de
conteúdo educacional por meio de um browser através da Internet pública, uma
Intranet privada ou Extranet. Promove a utilização de recursos de colaboração
fora do curso como e-mail e grupos de discussão. Possui as vantagens da
formação baseada em computador (CBT), além de incluir as vantagens da
participação do formador durante o processo de formação.
Internet – Consiste numa complexa rede mundial (“International Nertwork”)
constituída por milhares de redes de computadores ligados entre si.
Intranet – É uma rede que utiliza as mesmas técnicas que a Internet, mas
privada, podendo ser acedida apenas pelos membros autorizados (de certo
organismo ou empresa, por exemplo).
Learning object – Objecto de aprendizagem. Unidade reutilizável de
informação independente dos meios. Bloco modular de conteúdo de e-learning.
Linguagem PHP – PHP é a sigla para Hypertext Preprocessor, mas
originalmente significou Personal Home Page, e é uma linguagem
multiplataforma, ou seja, aceita vários sistemas operacionais, como Windows,
Unix, Linux, etc. Trata-se uma combinação de linguagem de programação e
servidor de aplicações. Pode-se programar em PHP como em qualquer outra
linguagem, definindo variáveis, criando funções, realizando loops, enfim, fazer
tudo que é necessário e usado no mundo da programação.
LMS (Learning Management System) – Sistema de Gestão de Formação.
Software que automatiza a administração dos eventos de formação online.
Login – Conjunto de informações que permitem o acesso a certa aplicação
de uso protegido. É constituído por um nome de utilizador (username) e uma
palavra-passe (password).
Media – Elemento de texto, gráfico, áudio, vídeo ou humano, utilizado no
ensino.
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Modem – Dispositivo electrónico (hardware interno ou externo ao computador)
que transforma mensagens analógicas em digitais e inversamente (permitindo
o uso de linhas telefónicas para a comunicação entre computadores).
Módulo – Um "tema" integrado de conteúdo - normalmente um componente de
um curso ou curriculum.
Multimédia – Funcionalidades ou aplicações informáticas que permitem
produzir e manipular imagens, texto, som, dados, vídeo, animações.
Online – Ou "em rede" em Português. Algo disponível através da Internet.
Plataformas de ensino – Learning platforms. Sites internos ou externos
frequentemente organizados em torno de tópicos comuns, contendo
tecnologias (variando de chats de conversa para grupos de discussão) que
incentivam à participação do utilizador.
POCTI – Programa Operacional "Ciência, Tecnologia, Inovação".
Portal – Um Website que age como uma "entrada" para a Internet ou uma
parte dela, normalmente focando um assunto especifico.
POSI (Programa Operacional Sociedade da Informação) – Programa para
financiamento de projectos para criação de espaços públicos de acesso à
Internet em Bibliotecas Públicas Municipais, Ludotecas, Museus Municipais e
Arquivos Municipais.
PRODEP III – Programa de Desenvolvimento Educativo para Portugal. Rede – Sistema integrado de hardware, software e comunicações que
permite que vários computadores, eventualmente distantes, comuniquem
entre si.
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ROI (Return on Investment) – É o cálculo do retorno financeiro a partir de um
determinado investimento, ou seja, de que forma um investimento gerará lucros
ao longo de um período de tempo.
Royalty - importância cobrada pelo proprietário de uma patente de produto,
processo de produção, marca, entre outros, ou pelo autor de uma obra, para
permitir seu uso ou comercialização.
SCORM (Sharable Content Object Reference Model) – Conjunto de padrões
que ao serem aplicados ao conteúdo de um curso, produzem pequenos
objectos reutilizáveis de aprendizagem. Resultado do trabalho desenvolvido
pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos. Os elementos da
plataforma SCORM podem ser combinados facilmente com outros elementos
compatíveis para produzir reposições de materiais de ensino.
Servidor – Computador ou conjunto de computadores que difundem
informações a distância através duma rede.
Site – Sistema integrado de páginas alojado num servidor Internet.
Software Livre (Free Software) – Software que vem com permissão para se
copiar, usar e distribuir, com ou sem modificações, gratuitamente ou por um
preço. Em particular, isso significa que o código fonte deve estar disponível.
Software proprietário – Software proprietário é aquele que não é livre ou
semi-livre. O seu uso, redistribuição ou modificação é proibido, ou requer
permissão, ou é restrito de tal forma que não se pode efectivamente fazê-lo
livremente.
UMIC (Unidade de Missão Inovação e Conhecimento) – Tem por missão o
planeamento, a coordenação e o desenvolvimento de projectos nas áreas da
sociedade da informação e governo electrónico. Responsável pelo projecto
“Campus Virtuais”.
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
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Agradecimentos Em primeiro lugar, gostaria de agradecer ao orientador da tese, Prof. Doutor
Pedro Teixeira Isaías, pelo apoio e estímulo constantes, essenciais para a
realização de todo o trabalho.
Aos meus familiares agradeço o seu constante incentivo e contributo para a
minha formação pessoal e profissional, que muito se reflecte no presente
trabalho.
Às Instituições de Ensino Superior e aos seus representantes, que se
disponibilizaram para o enriquecimento deste trabalho, agradeço a sua
participação activa nos Casos de Estudo:
Prof. Doutor Marco Painho do Instituto Superior de Estatística e Gestão
de Informação da Universidade Nova de Lisboa (ISEGI);
Prof. Doutor José Filipe Rafael da Faculdade de Ciências Económicas e
Empresariais da Universidade Católica Portuguesa (UCP);
Prof. Doutor Fernando Ramos da Universidade de Aveiro (UA);
Prof. Doutor Pedro Santos do Instituto Superior Técnico da Universidade
Técnica de Lisboa (IST);
Eng.ª Sofia Torrão e Jorge Carboila da Faculdade de Engenharia da
Universidade do Porto (FEUP);
Prof. Doutor Luís Manuel Borges Gouveia da Universidade Fernando
Pessoa (UFP);
Prof. Doutor Luís Amaral da Universidade do Minho e Eng.ª Ana Dias da
TecMinho.
Por fim, queria ainda agradecer a todos os amigos e colegas que, de alguma
forma, me apoiaram no desenvolvimento de todo o trabalho.
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
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QUALIDADE DO E-LEARNING NAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR EM PORTUGAL Ana Catarina Antas Borralho Vieira Mestrado em Gestão de Sistemas de Informação Orientador: Prof. Doutor Pedro Teixeira Isaías Provas concluídas em:
Resumo
A pesquisa está direccionada para a adopção do e-learning como uma
ferramenta de apoio ao processo de ensino-aprendizagem, tornando-se numa
vantagem competitiva para fornecedores e num facilitador da comunicação e
de disponibilização de informação para os clientes da aprendizagem.
A metodologia desenvolvida parte da elaboração de um modelo constituído
por variáveis independentes e uma variável dependente que define uma
medida de Eficácia de cada caso a ser analisado. Assim, Eficácia do e-learning
consiste no grau de presença dos Factores Críticos de Sucesso (FCS), que
definem qualidade do e-learning neste estudo, nas Instituições de Ensino
Superior (IES). As variáveis de controlo, que correspondem aos FCS, foram
estimadas através de observações de casos práticos identificados na literatura
e outras fontes secundárias, durante a revisão bibliográfica.
Os dados analisados pelo modelo foram obtidos através de entrevistas
estruturadas realizadas junto de responsáveis de IES portuguesas, cujas
perguntas estão relacionadas com cada uma das variáveis do modelo. O
objectivo deste modelo é identificar o grau de presença dos FCS nas IES
estudadas, que irá permitir determinar o nível de eficácia das suas iniciativas
de e-learning e, consequentemente, a qualidade do e-learning.
Como resultado da análise efectuada, as conclusões pretendem apresentar
um conjunto de melhores práticas para que a implementação do e-learning
implique uma maior eficácia do processo de ensino-aprendizagem.
Palavras-chave: Ensino a distância, E-learning, Eficácia, Factores Críticos de
Sucesso, Qualidade, Tecnologias de Informação e Comunicação.
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
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E-LEARNING QUALITY IN INSTITUTIONS OF HIGHER EDUCATION IN PORTUGAL Ana Catarina Antas Borralho Vieira Masters in Information Systems Management Guidance Counsellor: Prof. Doutor Pedro Teixeira Isaías Concluded in: Abstract
The research is directed towards the adoption of e-learning as a
teaching-learning process tool, which can be a competitive advantage for
suppliers and can help students to communicate and obtain information
resources.
The methodology developed is based on the elaboration of a constructed
model of independent variables and a dependent variable that defines a
measure of Effectiveness of each case to be analyzed. Then, Effectiveness
consists of the degree of presence of the Critical Success Factors (CSF) that
defines e-learning quality in this study, in the Institutions of Higher Education
(IHE). The control variables were estimated through observations of identified
practical cases in literature and other secondary sources, during bibliographical
revision.
The data analyzed by the model was achieved through structured
interviews with IHE managers, so that questions are related to each of the
model variables. The objective of the model is identify the level of presence of
the CSF in the studied IHE, that will determine the level of Effectiveness of their
e-learning activities and, moreover, the e-learning quality.
As a result of the analysis undertaken, the conclusions intend to present
best practices to allow the implementation of e-learning to increase the
effectiveness of the teaching-learning process.
Keywords: Distance learning, E-learning, Effectiveness, Quality, Information
Technology, Critical Success Factors.
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
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1. Introdução 1.1 Âmbito e justificação do estudo Os recentes avanços das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) têm
proporcionado novos meios de interacção entre as pessoas, bem como novas
possibilidades no que se refere à Educação (Testa, 2001).
Segundo Lemos (2003), a globalização da economia, gerando um aumento da
competitividade entre países, sectores económicos e empresas, aliada a uma
rápida obsolescência do conhecimento, tem conduzido a uma procura
crescente de formação contínua por parte dos profissionais, em todos os
níveis. Isso tem implicado o aparecimento de novas formas de ensino e de
aprendizagem orientadas para o utilizador, levando a uma mudança
paradigmática no processo de ensino.
Inicialmente, ensino a distância (EaD) foi usado para cobrir certas limitações
existentes no ensino presencial, nomeadamente em termos de barreiras
geográficas e temporais. A partir do final da década de 90, com a crescente
utilização das TIC, e principalmente com o aparecimento da World Wide Web
(Web), o EaD acompanhou a evolução para a era digital, emergindo uma nova
vertente, suportada por via electrónica, vulgarmente designada por electronic
learning (e-learning) (Lima e Capitão, 2003).
De acordo com Painho et al. (2001), as razões para o crescimento desta
modalidade de ensino estão relacionadas com um decréscimo dos custos dos
computadores, programas informáticos e serviços de telecomunicações, a
existência de uma geração mais familiarizada com computadores e Internet,
acesso facilitado a computadores e interfaces de utilização mais simples.
Também bastante importante é o factor económico, já que os os alunos podem
ter acesso ao ensino sem terem a necessidade de se deslocar fisicamente à
Instituição de Ensino Superior (IES).
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
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Utilizando as novas TIC, estes podem interagir com grande flexibilidade
temporal e espacial, com os professores e restantes alunos do curso, utilizando
apenas um computador com uma ligação à Internet. Diminuindo os custos do
acesso à educação, é possível democratizar o acesso ao ensino, abrangendo
um maior leque de pessoas (Livro Verde (1997)).
Como defende Carvalho (2005), as IES foram obrigadas a enfrentar novos
desafios, tais como diferentes tipos de alunos, com novas necessidades de
aprendizagem, a adaptação a um tipo de ensino centrado no aluno e a
actualização do papel do professor, como facilitador da aprendizagem. No caso
de Portugal, idêntico ao das outras sociedades ocidentais, são ainda
particularmente sensíveis questões relacionadas com a demografia, notando-
se um decréscimo acentuado do número de jovens candidatos ao Ensino
Superior.
Muitas IES apresentam iniciativas e projectos, mais ou menos desenvolvidos,
vocacionados para a flexibilização dos processos de ensino-aprendizagem,
mas que se integram igualmente em estratégias de promoção institucionais,
com o objectivo de conseguir atrair mais alunos pela apresentação de uma
imagem dinâmica, associada à utilização destas tecnologias (Carvalho, 2005).
O e-learning traz também outras vantagens para as IES na medida em que
passa a ser possível ter associados aos cursos leccionados, especialistas
reconhecidos nas suas áreas de conhecimento, que se encontrem
geograficamente dispersos. A exposição e a divulgação que o posicionamento
inovador e eficiente da IES permite são também factores positivos e
interessantes a ter em conta (Painho et al., 2003).
No entanto, Carvalho e Cardoso (2003) consideram que o conceito de e-
learning continua a ser utilizado para designar realidades muito diversas que
vão desde a transposição linear, para a Web, de sistemas de formação
convencionais até ao desenvolvimento de propostas inovadoras e mais
interessantes como seja, por exemplo, o caso da criação de comunidades
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
- 20 -
virtuais de aprendizagem.
Além disso, e não obstante o seu crescimento vertiginoso, em estudos
recentes, verificou-se que o desenvolvimento de cursos de e-learning
suportados apenas nas potencialidades da tecnologia, ignorando orientações
pedagógicas relativas à aprendizagem, à estruturação de conteúdos e ao
desenho da interface e uma metodologia de desenvolvimento adequada aos
mesmos, dificilmente produzirá cursos de e-learning apropriados a todo o
processo de ensino-aprendizagem (Lemos, 2003).
Apesar de já existirem várias IES em Portugal com iniciativas de e-learning na
sua oferta de cursos, a maioria ainda está numa fase de pouca maturidade.
Face a esta realidade, verifica-se através da pesquisa à literatura existente
sobre o tema, que um dos pontos do e-learning que necessita de ser mais
explorado é a avaliação da sua qualidade (Adão e Bernardino (2003); Dias e
Dias (2003), Vasco (2005), Carvalho e Cardoso (2003)).
Ainda não existem muitos estudos em Portugal sobre os Factores Críticos de
Sucesso (FCS) que garantem o sucesso de uma iniciativa de e-learning, nem
recomendações sobre as melhores práticas para o fazer e é precisamente
sobre essa temática que este estudo se vai debruçar.
1.2 Objectivos do estudo Com este trabalho, pretende-se reflectir sobre as experiências de ensino e
aprendizagem com as TIC nas IES portuguesas, no sentido de compreender se
os objectivos estabelecidos com a implementação desta nova modalidade de
ensino estão a ser atingidos. O objectivo é identificar qual a realidade do e-
learning nas IES em Portugal e se, com base num conjunto de FCS, se pode
provar que as iniciativas de e-learning se têm revelado eficazes. A partir daí,
abre-se caminho para acções e pesquisas futuras.
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
- 21 -
O presente trabalho justifica-se pelos seguintes aspectos:
Vanguarda do tema, com enormes perspectivas de desenvolvimento em
Portugal, tendo em conta que o e-learning é relativamente recente no
país;
A abordagem da qualidade do e-learning ao nível de IES portuguesas
não tem sido muito explorada;
Escassez de literatura sobre o tema.
Dentro das várias escolhas que são feitas no estabelecimento de uma
estratégia para o e-learning, é importante manter o foco nos FCS envolvidos,
no sentido de eliminar algumas dificuldades ao nível de planeamento e
operacionalização de qualquer iniciativa. Poderão ser obtidos alguns
progressos a partir da implementação de programas de avaliação das
experiências de e-learning, visando um processo de melhoria contínua, que
identificam as restrições com o objectivo de as anular ou, pelo menos, atenuar.
Todas as organizações, nomeadamente as IES, devem estar abertas às
mudanças na Sociedade, na tecnologia e às novas necessidades dos seus
clientes. A melhoria contínua de processos pressupõe uma avaliação aplicada
às fases de planeamento, implementação e manutenção dos projectos de e-
learning, com introdução de acções correctivas. O aperfeiçoamento contínuo
conduz a uma organização que se vai reinventando a cada momento.
Desta forma, o objectivo geral deste estudo é avaliar se os cursos de e-learning
leccionados nas IES portuguesas obedecem a um conjunto de critérios de
qualidade que permitam a flexibilidade em termos de acesso a recursos de
aprendizagem (qualquer sítio, qualquer hora) e a implementação de estratégias
pedagógicas adequadas a uma melhor aprendizagem. E os objectivos
específicos são:
Definir qualidade dos cursos na modalidade e-learning a partir de um
conjunto de FCS;
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
- 22 -
Mostrar que os cursos na modalidade e-learning leccionados nas IES
portuguesas têm qualidade;
Recomendar melhores práticas para garantir a qualidade dos cursos na
modalidade e-learning.
A partir deste ponto, coloca-se um conjunto de questões a que se pretende dar
resposta com uma investigação realizada às IES portuguesas que têm na sua
oferta cursos na modalidade e-learning:
Consegue-se identificar os FCS que caracterizam um curso na
modalidade e-learning com qualidade?
Os cursos na modalidade e-learning das IES em Portugal têm
qualidade? Obedecem a esses FCS? Os resultados da pesquisa estão
de acordo com os modelos teóricos existentes?
É possível recomendar melhores práticas para a concepção de um curso
na modalidade e-learning com base nos FCS estudados?
Pretende-se que os resultados esperados sejam uma contribuição,
principalmente para os responsáveis de instituições de ensino, mas também
para os responsáveis de empresas, para o planeamento, implementação e
avaliação de cursos de e-learning com sucesso.
1.3 Estrutura do trabalho O capítulo 1 é constituído pelo âmbito e justificação do estudo, bem como
pelos objectivos a que se propõe e as respectivas hipóteses que se pretendem
provar.
O capítulo 2 engloba a revisão da literatura existente sobre EaD e e-learning:
conceito e caracterização, aparecimento e evolução, modalidades e
tecnologias usadas, normalização de ambientes tecnológicos, vantagens e
desvantagens, catalizadores e barreiras e critérios de qualidade. Abrange
também a introdução do e-learning nas IES e uma definição de qualidade com
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
- 23 -
base em FCS.
O capítulo 3 descreve a escolha da metodologia e sua explicação, a definição
da população, dos procedimentos para elaboração das entrevistas, o modelo
de análise, a descrição das variáveis do modelo e a sua associação à
entrevista.
O capítulo 4 apresenta os Casos de Estudo e a sua análise com base nas
variáveis do modelo proposto, assim como as disposições finais sobre a
análise, que incluem o confronto com os modelos teóricos utilizados como base
do estudo.
O Capítulo 5 apresenta a avaliação da investigação, com a confrontação dos
resultados com as hipóteses e as respectivas conclusões. Além disso,
apresenta recomendações de melhores práticas para a melhoria de processos
e também as limitações do estudo e perspectivas futuras.
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
- 24 -
2. Revisão bibliográfica 2.1. O Ensino a Distância (EaD) 2.1.1 Conceito e caracterização Para introduzir o tema do EaD, interessa primeiro definir o que se entende por
ensino presencial. O ensino presencial insere-se no modelo tradicional de
educação e representa o ensino cara-a-cara típico que se observa na sala de
aula. O professor e os alunos estão fisicamente no mesmo local, a uma hora
previamente marcada, para a realização da aula (Lima e Capitão, 2003).
De seguida, Aretio (1994) enuncia as principais características do ensino
presencial:
Alunos e professores, limitados pela situação geográfica e horária, estão
fisicamente presentes;
Aprendizagem passiva por parte dos alunos;
Uso quase exclusivo do papel;
Os manuais de ensino chegam às instituições de ensino, muitas vezes já
desactualizados;
Bibliotecas com recursos escassos relativamente ao número de alunos e
à informação existente sobre determinado assunto.
Foi a partir da década de 80 que se observou um esforço dos estudiosos no
sentido de conceituar adequadamente o EaD, visando defini-lo no campo
teórico (Bastos, 2003).
Aretio (1994) define EaD como um sistema tecnológico de comunicação
bidireccional que pode ser massivo e que substitui a interacção pessoal, na
sala de aula, de professor e aluno, como meio preferencial de ensino, pela
acção sistemática e conjunta de diversos recursos didácticos e pelo apoio de
uma organização e tutoria que propiciam a aprendizagem independente e
flexível dos alunos.
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
- 25 -
Segundo Rurato (2005), EaD é o ensino que ocorre quando professor e aluno
estão separados (no tempo e/ ou no espaço). No sentido que a expressão
assume hoje, enfatiza-se mais a distância no espaço: uso de tecnologias de
telecomunicações e de transmissão de dados, voz (sons) e imagens (incluindo
dinâmicas, isto é, televisão ou vídeo).
Moore e Kearsly (1996) definem EaD como uma aprendizagem planeada, que
normalmente ocorre com separação entre professor e aluno e que, por isso,
requer técnicas especiais de design de cursos, de planeamento instrucional,
métodos especiais de comunicação via electrónica ou através de outras
tecnologias, assim como uma organização administrativa especial.
Segundo Lima e Capitão (2003), EaD é um modelo educacional que permite a
aprendizagem sem limites de espaço ou tempo; este cenário pressupõe
separação geográfica ou temporal entre professor e alunos, utilização de
tecnologia (exceptuando os cursos por correspondência) como base para o
processo educacional e controlo de aprendizagem por parte do aluno.
Das diversas definições apresentadas, destacam-se então alguns aspectos
relevantes:
Transformação da relação tradicional professor/aluno que ocorre na sala
de aula;
Interface entre os participantes do processo ensino-aprendizagem,
realizado através de meios tecnológicos, superando barreiras de tempo
e espaço;
Modificação do papel do professor, transformando-o num facilitador da
aprendizagem;
Amplo alcance seja pelo número de alunos, seja pela abrangência
geográfica.
A tabela seguinte apresenta o resumo de algumas diferenças entre o ensino
presencial e o EaD.
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
- 26 -
Ensino presencial EaD
Acesso Limitado 24 horas / 7 dias
Qualidade Variável Constante
Medição de resultados Manual Automática
Actualização da informação
Difícil Fácil
Custos Elevados Baixos (a longo prazo)
Tabela 1. Principais diferenças entre ensino presencial e EaD.
Adaptado de Aceiturno (1999)
Procurando focar os aspectos principais, Rurato (2005) define as seguintes
características para o EaD:
Abertura – diversidade e amplitude de oferta de cursos, com eliminação
de barreiras de acesso, atendendo a uma população numerosa e
dispersa, com níveis e estilos de aprendizagem diferenciados;
Flexibilidade – de espaço, de assistência e tempo, de ritmos de
aprendizagem, com distintos itinerários formativos que permitam
diferentes entradas e saídas e a combinação trabalho/estudo/família;
Eficácia – o indivíduo é motivado a tornar-se sujeito de sua própria
aprendizagem, a aplicar o que está a aprender, a avaliar-se e, para isso,
deverá receber suporte pedagógico, administrativo e cognitivo, através
da integração dos meios e da comunicação bidireccional;
Formação permanente – no campo profissional, há uma grande
procura para a continuidade da educação formal e, consequentemente,
aquisição de novos valores, interesses, atitudes e conhecimentos;
Economia – evita a deslocação e a ausência do local de trabalho;
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
- 27 -
Padronização – evita a transmissão do conhecimento de forma
diversificada.
Para além destas particularidades, identificam-se várias áreas de actuação do
EaD que incluem do ensino convencional ao ensino complementar, à formação
profissional, à preparação e formação de formadores ou à formação de
indivíduos e de grupos isolados com necessidades específicas (Vidal, 2002).
Como defende Santos (2000), numa perspectiva actual e global, o EaD
apresenta-se cada vez mais como uma alternativa do que como um
complemento aos tradicionais métodos de ensino presenciais.
Para efeito deste trabalho, e procurando sintetizar os diversos conceitos
apresentados, será adoptado o seguinte conceito de EaD:
É uma forma de ensino, implementada por uma organização
educacional, em que professores e alunos se encontram separados
fisicamente, necessitando da mediação de algum tipo de tecnologia para
estabelecer comunicação entre ambos.
2.1.2 Evolução do EaD em Portugal O EaD existe pelo menos desde o final do século XVIII, com uma grande
evolução desde o final do século XIX quando foi criado o primeiro curso por
correspondência por Sir Isaac Pitman, Correspondence Colleges – Reino Unido
(Andrade, 2000).
A necessidade de um sistema eficaz de comunicação entre o professor e o
aluno implicou o estabelecimento de uma relação directa entre o
desenvolvimento do EaD e os avanços ocorridos nas telecomunicações, da
informática, da multimédia e da Internet (Moore e Kearsly, 1996). As
tecnologias utilizadas aumentaram em número, complexidade e potencialidade,
criando novos modelos de EaD (Lima e Capitão, 2003).
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
- 28 -
Moore e Kearsly (1996) apresentam um histórico do EaD, subdividindo-o em
três gerações, conforme mostra a tabela seguinte.
Geração Período Características
1ª Até
1970
Estudo por correspondência, no qual o principal meio
de comunicação era o material impresso, enviado pelo
correio.
2ª De
1970 a
1990
Surgem as primeiras Universidades Abertas
utilizando, além do material impresso, transmissões por
televisão aberta, rádio, cassetes de áudio e vídeo, com
interacção por telefone, satélite e TV por cabo.
3ª A partir
de 1990
É a geração baseada em redes de computadores e
estações de trabalho multimédia, interactividade,
ambientes de aprendizagem virtuais com recursos
distribuídos e e-learning.
Tabela 2. Gerações de EaD. Adaptado de Moore e Kearsly (1996)
Em Portugal Segundo Nunes (2001), em Portugal têm sido usadas diferentes estratégias no
EaD, que podem ser classificadas em quatro gerações:
Utilização de um meio de comunicação simples (escrito);
EaD com base em emissões de rádio e televisão;
Comunicação com base em sistemas multimédia integrados;
Utilização de informática e telemática.
Durante o século XX, o EaD passou por diversas fases que tiveram origem na
utilização do ensino por correspondência, recorrendo a materiais didácticos
escritos em papel (Quental, 2002). Em 1928, foi criado um curso de ensino por
correspondência na área da contabilidade e, posteriormente, muitos outros
foram surgindo (Vidal, 2002).
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
- 29 -
No ano de 1964, foi criado no Ministério da Educação Nacional o Instituto de
Meios Audiovisuais de Ensino (IMAVE), dotado de autonomia e que tinha como
tarefas a produção, compra, difusão e gestão de programas educativos através
da radiodifusão e da jovem televisão, bem como a definição de segmentos de
público a atingir com tais acções. No âmbito deste organismo, uma outra
iniciativa de grande importância que ocorreu em 1964 foi a Telescola, uma vez
que com ela se iniciou a utilização sistemática dos media em contexto de
educação formal (Carmo (1997) in Vidal, 2002).
Como é referido por Santos (2000), o EaD tornou-se num importante
instrumento da política educativa, tendo-se criado Universidades que
desenvolveram a sua actividade quase exclusivamente para o EaD, como é o
caso da Open University (OU), fundada em 1969 no Reino Unido, e que admitiu
o seu primeiro aluno em 1971. A OU é um exemplo notável do ensino
universitário a distância, embora a primeira instituição conhecida tenha sido a
UNISA (University of South Africa), em 1946.
Trata-se de uma instituição com larga experiência e que serviu para o
lançamento de muitas outras Universidades no mundo, entre as quais a
Universidade Aberta em Portugal (UNIABE), que surgiu com o objectivo de
contribuir para o progresso e reforço da democracia tendo a preocupação de
reduzir a desigualdade de oportunidades educativas, de servir uma população
tradicionalmente afastada da Universidade, por razões de natureza geográfica
e/ou dos horários de trabalho (Vidal, 2002).
2.1.3 Componentes de um sistema de EaD Para uma melhor compreensão do funcionamento do EaD, apresenta-se de
seguida um modelo onde estão relacionados os principais componentes de um
sistema de EaD.
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
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Figura 1. Sistema de EaD. Adaptado de Endis (1997).
Aluno – o aluno é o principal elemento de um sistema de EaD. Sendo assim,
tudo deve ser feito para atender às suas necessidades. De acordo com Landim
(in Neto, 1999), eis as principais características dos alunos de um sistema de
EaD:
Ter diferentes idades;
Ter diferentes níveis de qualificação;
Estudar em casa ou em qualquer outro local;
Ser adulto e trabalhador;
Ter como uma actividade secundária a educação.
Apesar de o EaD ter muitas potencialidades, nem todas as pessoas têm um
perfil adequado a este tipo de ensino. O aluno tem que saber o que quer, de
forma a estar motivado para o curso a que se habilita, e força de vontade para
ser bem sucedido no EaD. O professor orienta o aluno, que tem um papel mais
activo na sua formação (Web School, 2002).
Professor – o sucesso do EaD depende muito do professor, que deve possuir
novas competências para assumir o papel de educador a distância, entre elas
(Landim in Neto, 1999):
Entender a natureza e filosofia do EaD;
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
- 31 -
Adaptar as estratégias de ensino para transmitir instruções a
distância;
Manter-se actualizado no uso e conhecimento de novos modos de
comunicar;
Envolver-se na organização, planeamento e decisões;
Avaliar atitudes e percepções dos alunos a distância.
Serviços de suporte – a maioria das iniciativas bem sucedidas de EaD
envolvem uma série de serviços de suporte técnico e pedagógico, que incluem
aspectos como operação e manutenção de equipamentos, configuração de
software, incluindo também a criação de material didáctico, nos aspectos de
programação, projecto visual e concepção pedagógica, matrículas, logística da
distribuição do material, aquisição de material didáctico, controlo de direitos de
autor e processamento de notas, entre outros. (Bastos, 2003).
2.1.4 Modalidades e tecnologias utilizadas No EaD, pode-se distinguir duas modalidades de formação (Testa, 2001):
Modalidade síncrona – componente de formação em tempo real que
promove a interacção através da voz, imagem e dados, entre alunos e
professores numa “sala de aula virtual”, independentemente de onde
estes se encontrem;
Modalidade assíncrona – componente de formação sem possibilidade
de interacção em tempo real e que proporciona o acesso aos conteúdos
nos seus múltiplos suportes de forma individualizada. Nestes casos, se
existe interacção entre alunos e professores, esta é realizada em
diferido através de e-mails ou fóruns de discussão.
Para aprender e ensinar utilizando como metodologia o EaD, identificam-se
duas formas de comunicação (Testa, 2001):
Comunicação unidireccional – conteúdo em papel, guias de estudo,
livros, rádio, televisão, cassetes, são alguns exemplos;
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
- 32 -
Comunicação bidireccional – correspondência em papel, telefone,
audioconferência, são alguns exemplos. A comunicação bilateral tem
como objectivos principais manter um grau elevado de motivação no
aluno, facilitar a sua aprendizagem, informá-lo pedagógica ou
tecnicamente e dotá-lo de capacidades cognitivas adequadas à sua
progressão no estudo das matérias.
Um dos factores mais importantes de um sistema de EaD é a escolha das
tecnologias de suporte e a forma como é disponibilizado. Os conteúdos
curriculares são normalmente distribuídos aos alunos em diversos formatos,
tais como texto, vídeo, áudio, informático e videoconferência. De seguida, vai-
se analisar cada um destes formatos (Vidal (2002) e Zaina (2002)).
Texto – desde Gutemberg que os documentos escritos são utilizados
como principal fonte de transmissão do conhecimento. Actualmente
verifica-se ainda a predominância do suporte papel na transmissão da
informação aos alunos, apesar da constante evolução tecnológica
verificada ao nível dos suportes electrónicos e digitais de informação;
Vídeo – o suporte vídeo aparece no EaD como suporte integrado num
conjunto de materiais de formação. De uma maneira geral, o vídeo não
veicula a informação base da aprendizagem. Dadas as suas
características, serve de complemento a outros meios envolvidos, como
é o caso da televisão, que combina linguagem visual, oral, musical e
escrita;
Áudio – as ferramentas educacionais de áudio mais usadas pelos
professores são o telefone, a audioconferência e o rádio de ondas
curtas;
Digital – a utilização deste recurso para fins educativos e de formação
não está ainda ao alcance de toda a população, embora o computador
seja uma ferramenta que já se está a tornar trivial. Por isso, são os
públicos já utilizadores destes equipamentos e suportes a quem
normalmente se destina a maior parte dos cursos de Ensino Assistido
por Computador (EAC), baseados em texto e imagens;
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
- 33 -
Videoconferência – é uma tecnologia de transmissão interactiva de
vídeo e áudio em tempo real e em ambos os sentidos, entre dois ou
mais utilizadores, que podem estar situados em posições geográficas
diferentes;
Whiteboard - é um quadro electrónico no qual múltiplos utilizadores
podem desenhar ou colocar imagens. Podem-se assim exprimir e trocar
ideias complexas com simples desenhos e imagens. Como grande
vantagem em relação a um quadro físico, a possibilidade de existirem
várias páginas e de poder guardar uma cópia em disco do trabalho
realizado.
Segundo Bastos (2003), os serviços de comunicação mais utilizados no EaD
são o e-mail, FTP, Telnet, IRC e tecnologia WWW/Internet:
Correio electrónico (e-mail) – permite aos alunos e professores
corresponderem-se entre si de forma assíncrona. Possibilita fazer
chegar a qualquer parte do mundo, em pouco tempo, mensagens que
podem conter imagens, folhas de cálculo, sons ou outros tipos de
ficheiros informáticos;
File Transfer Protocol (FTP) – é uma das mais antigas formas de
interacção na Internet, através do qual é possível enviar ou receber
ficheiros de um computador para outro, mesmo que esses
computadores possuam um sistema distinto ou formato diferente de
armazenamento de ficheiros, desde que tenha permissão;
Protocolo de Terminal Virtual (Telnet) – é o protocolo Internet usado
para estabelecer a conexão entre computadores, possibilitando a
execução de programas e comandos de uns para os outros. Pode
também ser usado para a pesquisa de informações e transferência de
ficheiros;
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
- 34 -
Internet Relay Chat (IRC) – é um recurso síncrono de comunicação.
Trata-se de um serviço gratuito semelhante aos fóruns de discussão,
mas em que as discussões são síncronas, ou seja, pode-se conversar
com várias pessoas em qualquer parte do mundo, ao mesmo tempo.
Permite também a criação de grupos de discussão dedicados a temas
específicos;
World Wide Web (www ou Web) - é um serviço oferecido na Internet,
uma interface de fácil utilização que permite o acesso a uma grande
diversidade de serviços na rede mundial. A Internet tornou-se numa rede
capaz de facilitar a troca de informações e ideias entre todas as pessoas
que tenham acesso a um computador a ela ligado. Sobre a história da
Internet, a sua origem está relacionada com a área militar americana.
Em 1957, a ARPA (Advance Research Projects Agency) apoiou um
projecto para a criação de uma rede que conseguisse ligar diferentes
computadores distantes entre si. Esse projecto deu origem à rede
ARPANET, que evoluiu e incorporou o protocolo de comunicação
TCP/IP, dando origem ao termo Internet. Com o encerramento das
operações da ARPANET, a NAFNET passou a ser a infra-estrutura da
rede das redes, dando finalmente origem à Internet (Leitão, 2004).
A tabela seguinte ilustra um resumo dos principais serviços disponíveis
actualmente para o EaD.
Interacção Áudio Dados Vídeo
Um só sentido Cassetes áudio,
Rádio, Difusão de
áudio na Web.
Ensino assistido
por computador,
CD-Rom.
Cassetes vídeo,
TV, DVD, CD-
ROM, difusão de
vídeo na Web.
Dois sentidos (assíncrono)
Voice Mail,
páginas Web com
áudio gravado.
E-mail, fórum,
newsgroup, mailing
list, transferência
de ficheiros (FTP),
páginas Web.
Mensagens com
vídeos, páginas
Web com vídeo
gravado.
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
- 35 -
Dois sentidos (síncrono)
Telefone,
audioconferência,
voz sobre IP,
áudio em tempo
real.
IRC/chat, partilha
de aplicações
multimédia.
Videotelefonia,
videoconferência,
vídeo em tempo
real.
Tabela 3. Principais serviços disponíveis para o EaD. Adaptado de Santos
(2000)
2.2. O e-learning
2.2.1 Conceito e caracterização O momento em que vivemos caracteriza-se por transformações sociais,
económicas e tecnológicas mediadas pelas novas tecnologias de informação,
sintetizadas na expressão “era do conhecimento” (Almala, 2004).
Face a estas mudanças, os modelos tradicionais de ensino apresentam três
restrições (Tachizawa e Andrade (2003) in Lima e Capitão, 2003):
Tempo – exige-se que todos os envolvidos estejam disponíveis ao
mesmo tempo;
Local – exige-se que todos os envolvidos estejam no mesmo local;
Escala – as limitações inerentes ao número de alunos que podem
aprender numa sala de aula, com ajuda de um professor.
No entanto, como defendem Pimentel e Santos (2003), apesar destes modelos
ainda serem usados em grande parte dos casos, começam a emergir
abordagens inovadoras para promover o ensino via Internet, devido aos
recentes factos:
Rápida produção de conhecimentos e de informações;
Infra-estrutura e funcionalidades da Internet;
Visão diferenciada do EaD;
Mudanças no mercado de trabalho, exigindo postura empreendedora
dos profissionais;
Aumento da procura de formação empresarial;
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
- 36 -
Expectativa de redução de custos de formação;
Necessidade de formas mais flexíveis de estudo.
Da mesma forma que o EaD apresenta várias definições, o e-learning também
é definido por diversos autores.
Para Pimentel e Santos (2003), o e-learning é a forma de entregar conteúdos
via todo o tipo de meios electrónicos, incluindo Internet, Intranets, Extranets,
salas virtuais, cassetes de áudio e vídeo, TV interactiva, chat, e-mail, fóruns,
bibliotecas electrónicas e CD-ROM, para o ensino baseado em computador e
na Web.
A definição da ASTD (American Society for Training & Development, 2002)
pode ser considerada suficientemente abrangente: “O e-learning cobre um
conjunto amplo de aplicações e processos, tais como ensino baseado na Web,
ensino baseado no computador, salas de aula virtuais, e colaboração digital.
Inclui a entrega de conteúdo via Internet, Intranet/Extranet (LAN/WAN), áudio -
e gravações em vídeo, rádio por satélite, TV Interativa e CD-ROM”.
Para Rosenberg (2001), o e-learning é o uso de tecnologias de Internet para
oferecer soluções que ampliem o conhecimento.
Segundo Carvalho (2005), o e-learning, na sua definição mais rigorosa,
representa a 4.ª geração do EaD, identificando-se com processos de
aprendizagem em que o contacto presencial aluno/professor é escasso ou
inexistente. Em relação à geração anterior introduziram-se ambientes
colaborativos de aprendizagem suportados por computador, permitindo a
criação de turmas virtuais e eliminando o isolamento tradicional dos alunos a
distância.
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
- 37 -
Para Caixinha (2005), o e-learning é um conjunto das metodologias e
tecnologias que têm como objectivo promover o ensino e a aprendizagem
através da utilização da Internet/ Web como dispositivo de:
Mediação entre os intervenientes (interacção);
Acesso a recursos pedagógicos (conteúdos);
Acesso a mecanismos de avaliação (avaliação);
Acesso a funcionalidades de gestão dos processos (gestão).
Na perspectiva dos autores acima citados, o termo e-learning deve identificar
também processos de ensino-aprendizagem que não são passíveis de ser
realizados sem suporte tecnológico, mas que coexistem com actividades
presenciais igualmente relevantes. Ou seja, quando existem componentes de
aprendizagem e/ou avaliação que só podem ser realizadas através desse
mesmo suporte tecnológico. Este modelo designa-se por blended learning (b-
learning).
Após as diversas definições apresentadas de e-learning, pode-se verificar
claramente duas tendências no conceito:
A primeira, ampla, considera que todas as formas de EaD que utilizam
suporte electrónico estão incluídas no conceito de e-learning;
A segunda, mais restrita, entende que o e-learning é a forma de EaD
que utiliza a Internet e as suas derivações como meio de suporte.
Para efeito deste trabalho, o e-learning é:
A forma de EaD que utiliza a Internet e as suas derivações como
suportes principais para a criação, distribuição, interacção e
administração de conteúdos.
2.2.2 Vantagens e desvantagens do e-learning Como defende Lemos (2003), antes de ser considerado como um conjunto de
ferramentas tecnológicas, com aplicações pedagógicas, o e-learning deve ser
entendido como uma efectiva contribuição para a mudança de paradigma no
processo ensino-aprendizagem.
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
- 38 -
Além da disponibilização de conteúdos através da Internet, o e-learning refere-
se à formação de hábitos de aprendizagem distintos dos desenvolvidos pelo
ensino presencial, sobretudo no que diz respeito ao espírito de iniciativa do
aluno.
No entanto, a implementação de processos desta natureza enfrenta alguns
obstáculos que resultam do contexto de actuação e da própria natureza das
estratégias de EaD, podendo-se verificar vantagens e desvantagens ( ver
Tabela 4):
Vantagens Desvantagens
- Personalização dos conteúdos
transmitidos;
- Facilidade de acesso e
flexibilidade de horários;
- Disponibilidade permanente dos
conteúdos;
- Diversificação da oferta de
cursos;
- Diminuição dos custos a longo
prazo;
- Controlo da aprendizagem por
parte do aluno;
- Racionalização de recursos
financeiros e humanos;
- Criação de comunidades de
aprendizagem;
- Inovação nos processos
formativos;
- Globalização de métodos e
recursos de informação (quebra de
barreiras geográficas);
- Facilidade de actualizar
- Não proporciona uma relação humana
professor/aluno;
- Aumento dos custos de
desenvolvimento;
- Dificuldades técnicas relativas à
Internet e à velocidade de transmissão
de imagens e vídeos;
- Resistência à mudança por parte dos
intervenientes;
- Componentes tecnológicos em rápida
desactualização;
- Investimento inicial elevado;
- Mais tempo na elaboração de
conteúdos;
- Pouca credibilidade face aos métodos
tradicionais;
- Obriga a autodisciplina rigorosa.
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
- 39 -
informação;
- Reutilização de conteúdos;
- Redução de custos de infra-
estrutura;
- Participação activa dos alunos na
aprendizagem;
- Normalização no ensino;
- Padrões (SCORM, AICC, IMS)
- Aprendizagem modular;
- Maior intercâmbio de
conhecimento;
- Integração com outros sistemas.
Tabela 4. Vantagens e desvantagens do e-learning.
Adaptado de Santos (2000); Testa (2001); Rosenberg (2001); Bastos (2003);
Lima e Capitão (2003); Lemos (2003) e Almala (2004).
2.2.3 Catalisadores e barreiras ao e-learning O aparecimento e consequente desenvolvimento do e-learning resultaram de
factores de natureza tecnológica, económica, demográfica e social. Segundo
INOFOR (2003), os catalisadores do e-learning são:
Revolução tecnológica – o acesso generalizado aos computadores
pessoais por parte de particulares, instituições e empresas, bem como a
explosão da Internet, alterou os hábitos ao nível de trabalho,
comunicação, investigação, negócio e lazer. A Sociedade teve uma
evolução para o domínio da informação e do conhecimento, suportada
por redes digitais;
Globalização da Economia – a revolução tecnológica dos
computadores pessoais e da Internet, a globalização da Economia e a
concorrência internacional mudaram a postura das organizações. A
necessidade de uma maior qualificação por parte dos recursos
humanos, obrigou as organizações a uma exploração de novos avanços
tecnológicos e à disponibilização de formação profissional contínua;
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
- 40 -
Mudança de paradigma na aprendizagem – o tempo de vida do
conhecimento e das aptidões profissionais é menor do que há uns anos
atrás e, por isso, a aprendizagem ao longo da vida tornou-se
fundamental para assegurar actualização científica e tecnológica;
Mudanças demográficas e sociais no ensino – tem-se verificado um
aumento da faixa etária dos alunos das IES. Este novo grupo
caracteriza-se por alunos com idade superior a vinte e cinco anos,
trabalhadores-estudantes, que requerem horários flexíveis em regime
pós-laboral e procuram educação numa perspectiva de melhorar a sua
carreira profissional;
Formação profissional – devido a uma evolução tecnológica
exponencial, torna-se essencial conseguir técnicos e operadores
capazes de usar e manter os equipamentos de crescente sofisticação.
Apesar das suas reconhecidas possibilidades, existem alguns obstáculos que
inibem o potencial do e-learning. Então, para vencer as barreiras ao e-learning,
este deve ser encarado como um imperativo nacional, envolvendo IES,
empresas e o Estado, numa missão conjunta e integrada, destinada a motivar e
a formar as pessoas que pertencem aos estratos etários que, por razões
culturais e geográficas, se podem considerar info-excluídos (INOFOR, 2003).
Dobbs (2002) identifica como principais barreiras ao e-learning a qualidade dos
cursos, a limitação da largura de banda e o domínio de standards.
Qualidade dos cursos – actualmente, muitos dos cursos encontrados
na Web não são mais do que digitalizações de versões produzidas para
o ensino presencial, uma vez que um salto qualitativo para adaptação a
uma nova realidade representa um grande investimento de capital e
também algum risco associado a mudanças de estrutura e conteúdo.
Assim, é mais seguro combinar e empacotar conteúdos já existentes e
designar o produto final como inovador;
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
- 41 -
Limitação da largura de banda – a Internet tornou-se num meio óbvio
de distribuição da instrução; todavia, pelas estatísticas, pode-se afirmar
que a largura de banda disponibilizada à maioria dos utilizadores,
independentemente do horário, ainda é insuficiente. Apesar de algumas
grandes empresas e instituições já terem optado por um acesso em
banda larga, a maior parte das pequenas e médias empresas e dos
lares domésticos ainda têm ligações via modem, o que torna o acesso
mais lento. Isto porque as ligações em banda larga têm preços bastante
elevados em Portugal e não estão disponíveis em algumas zonas
geográficas. No entanto, está a ser feito um esforço nacional para que a
banda larga se torne mais barata e chegue a uma boa parte dos
utilizadores;
Domínio de standards – os standards permitem reutilizar módulos de
instrução digitalizada em diferentes sistemas e cenários de
aprendizagem. Mas em Portugal, esses standards ou normas ainda não
estão a ser implementados em todos os projectos de e-learning.
Os principais problemas apontados vão desde as deficientes implementações,
conteúdos estáticos e pouca interactividade, até factores culturais, como a
acomodação às formas tradicionais de ensino e falta de apoio por parte dos
gestores de topo das organizações.
Segundo um estudo realizado por Hussain (2004) em IES, as principais
barreiras ao e-learning são:
Falta de um plano estratégico para o e-learning;
O e-learning não é sentido como uma necessidade, mas sim como algo
que todos os outros estão a fazer;
Falta de experiência em projectos de e-learning (quer de liderança, quer
de execução);
Investimentos financeiros insuficientes para cobrir todos os
componentes do projecto de e-learning.
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
- 42 -
De acordo com Lito (2001), benchmarks europeus e resultados de inquéritos a
empresas são coincidentes na origem dos entraves ao desenvolvimento do e-
learning:
Ensino "sem cara";
Cultura organizacional;
Falta de formação e apoio aos professores;
Alto custo dos materiais e do seu desenvolvimento;
Alto consumo de tempo exigido para preparação de materiais e
actividades;
Falta de assistência tecnológica;
Resistência à mudança por parte de professores e alunos.
Segundo um estudo do INOFOR (2003), a formação presencial parece
constituir ainda um modelo que responde às principais necessidades
formativas das organizações ou, pelo menos, aquelas necessidades que as
organizações assumem como prioritárias. A cultura organizacional também
assume grande importância, sendo, provavelmente, um dos principais
condicionadores desta aferição de necessidades formativas nas organizações.
Por consequência, surge a liderar a bateria de obstáculos à implementação do
e-learning, a percepção de que o investimento num projecto destes não se
afirma ainda prioritário.
2.2.4 Ambientes de e-learning
2.2.4.1 Learning Management Systems (LMS) A utilização das TIC para criação de ambientes de ensino-aprendizagem,
acessíveis através de uma interface Web, tem vindo a ser cada vez mais
explorada, quer por parte das instituições académicas quer por parte de outros
intervenientes, nomeadamente empresas, que actuam no “mercado” da
Educação (Flanagan, 2000).
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
- 43 -
Como referem Martins et al. (2002), o e-learning pode ser suportado por
plataformas baseadas na Web, que oferecem de forma integrada as
ferramentas adequadas à implementação dos processos de ensino-
aprendizagem nas IES. Estas plataformas, que podem ser designadas como
WBLE (Web-Based Learning Environments) ou plataformas de e-learning, são
aplicações de uso generalizado, permitindo a criação e exploração, via Internet,
de ambientes de ensino-aprendizagem em diferentes áreas e segundo distintos
modelos.
Segundo Andrade (2002), um LMS (Learning Management Systems) é um
software que controla o desenvolvimento, gestão e acompanhamento de
cursos de aprendizagem online. Geralmente inclui uma base de dados para
armazenar informações sobre alunos e cursos, com possibilidade de
administração e interfaces para aceder aos conteúdos.
Pode-se dizer que os LMS apresentam tipicamente as seguintes
funcionalidades: ferramentas para administração, ferramentas para análise,
gestão de recursos, interactividade com outros sistemas, comunicação
síncrona e assíncrona (Martins et al., 2002).
Os WBLE são LMS que utilizam a tecnologia da Internet. De acordo com
Andrade (2002), eis as tipologias de funcionalidades que normalmente podem
ser encontradas nestas plataformas:
Contexto - suporte a actividades lectivas interactivas (baseadas em
fóruns, chat, mailing lists, partilha de documentos) capazes de promover,
em particular, aproximações colaborativas no processo de ensino.
Conteúdos - publicação, acesso facilitado e exploração de vários tipos
de recursos (multimédia, hipertexto, texto).
Experimentação - exploração de laboratórios virtuais, simuladores de
experiências e de equipamentos.
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
- 44 -
Avaliação - utilização de ferramentas para avaliação formativa,
autoavaliação ou exposição de trabalhos.
Organização - registo e publicação de sumários, do programa e outras
informações.
2.2.4.2 Normalização de ambientes de e-learning Para Rosenberg (2001), os diferentes sistemas integrados de e-learning
existentes no mercado, impossibilitam, por vezes, a inclusão dos conteúdos
pedagógicos de uma forma sistemática, sendo necessário um seguimento de
normas específicas, tendo em vista uma integração e compatibilidade entre
sistemas educacionais de e-learning.
Para além de permitir uma fácil reutilização e portabilidade dos conteúdos
criados, a normalização dos processos de criação e gestão dos conteúdos
possibilita automatizar o acompanhamento da actividade do aluno ao longo do
seu estudo, disponibilizando, em tempo real, toda a informação necessária
para que este possa controlar o seu progresso (Barbeira e Santos, 2002).
Segundo Tavares (2000), as iniciativas surgidas no âmbito da normalização da
criação de conteúdos propõem-se resolver esta incapacidade de reutilizar
conteúdos pedagógicos, uma vez que ela tem vindo a retardar a implantação
do e-learning como uma alternativa credível ao ensino presencial.
Ao longo dos anos, têm-se vindo a desenvolver esforços de modo a encontrar
um modelo estável para a normalização da criação de conteúdos. Apesar
disso, ainda nenhum dos modelos propostos foi aceite pela IEEE ou pela ISO,
entidades que definem as normas para a Internet. Existem, no entanto, alguns
projectos surgidos nos últimos anos cujo objectivo é definir uma norma para a
criação de conteúdos: AICC, IMS e SCORM (Barbeira e Santos, 2002).
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
- 45 -
1. Aviation Industry CBT Comitee (AICC) (Barbeira e Santos, 2002) O AICC foi inicialmente criado para normalizar os conteúdos pedagógicos para
fabricantes e compradores de material aeronáutico. No entanto, o esquema
desenvolvido tem vindo a ser aproveitado por plataformas de e-learning nas
mais variadas áreas.
Inicialmente criado em 1988, devido à necessidade de um conjunto de normas
relativamente ao hardware a utilizar para a distribuição de conteúdos
pedagógicos baseados em computadores Computer Based Training (CBT),
este comité tem vindo a ser dividido em diferentes áreas de trabalho.
O principal resultado do trabalho do AICC ao longo dos anos é um conjunto de
recomendações, que focam diferentes aspectos da interoperabilidade entre
sistemas de CBT e WBT (Web Based Training). Para além destas
recomendações, o AICC desenvolveu também um conjunto de manuais
técnicos focando questões mais específicas para a implementação das
recomendações que definem a interoperabilidade entre LMS's e conteúdos
CBT e WBT.
Estas recomendações são consideradas estáveis, sendo por isso as normas
AICC as mais utilizadas no e-learning ao nível global, não sendo difícil
encontrar LMS e aplicações de criação de conteúdos compatíveis com essas
mesmas normas.
No entanto, a sua antiguidade indica que algumas dessas normas se
encontram já um pouco desactualizadas, pelo que a opção pelas normas
emergentes do IMS e SCORM, que têm por base o trabalho realizado pela
AICC, tem vindo a crescer.
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
- 46 -
2. IMS Global Learning Consortium, Inc. (IMS) O IMS é um consórcio global constituído por membros de organizações ligadas
à educação, comerciais e governamentais. Tem vindo a desenvolver e a
promover especificações não proprietárias - tais como definição de metadados
(informação sobre a informação) e especificação de questionários - para
possibilitar actividades de estudo online distribuídas, tais como localização e
utilização de conteúdos pedagógicos, registo do progresso de alunos e troca de
informação sobre os seus dados entre LMS's (Kurizky, 2004).
Criado em 1997, o IMS tinha por objectivo superar três obstáculos (Kurizky,
2004):
Falta de padrões relativamente a conteúdos de aprendizagem,
independentemente da plataforma;
Falta de suporte para aprendizagem dinâmica e colaborativa;
Falta de incentivos e estrutura para desenvolvimento e partilha de
conteúdos.
A abordagem do IMS à problemática da normalização da criação de conteúdos
pedagógicos é modular: foram criados vários grupos de trabalho para definir as
especificações de normalização nas várias áreas associadas ao e-learning
(Barbeira e Santos, 2002):
Metadados - detalhes acerca da informação disponibilizada nos
diferentes conteúdos pedagógicos criados.
Content Packaging - norma para o empacotamento e estruturação dos
conteúdos educativos.
Enterprise - modelo de dados a utilizar pelos diversos LMS's como base
para a interoperabilidade entre sistemas.
Question & Test - conteúdos de avaliação.
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
- 47 -
Learner Information - modelo de dados normalizado para o intercâmbio
entre sistemas de informação relativa aos seus utilizadores, os alunos,
bem como de um protocolo para a troca dessa mesma informação entre
sistemas.
Competency Definitions - modelo descritivo das diferentes
competências que podem ser abordadas no âmbito de uma plataforma
de e-learning, tais como: conhecimentos, tarefas, resultados de
aprendizagem, etc.
3. Sharable Content Object Reference (SCORM) (Kurizky, 2004)
A especificação SCORM consiste num conjunto de padrões técnicos que
viabilizam sistemas de aprendizagem baseados na Web a encontrar, importar,
partilhar, reutilizar e exportar conteúdos de aprendizagem de forma
padronizada.
A concepção do SCORM assume a existência de um conjunto de serviços que
disponibilizam conteúdos, mantêm registos do progresso da aprendizagem,
controlam a ordem em que os conteúdos são apresentados e acompanham o
desempenho dos alunos.
Um conteúdo para a Web é normalmente constituído por ligações (hyperlinks)
entre páginas. A especificação SCORM contempla mecanismos para entregar
ao instrutor o próximo material a ser utilizado, quando este terminar um assunto
ou uma avaliação de conhecimentos, e disponibilizar o conteúdo correcto,
conforme a situação. Para um conteúdo genérico existente na Web tal não é
necessário, uma vez que o utilizador de um conteúdo genérico não é
acompanhado e nem avaliado quanto a competências ou capacitações.
O SCORM é descrito normalmente, em sentido figurado, como sendo uma
estante com vários livros. Estes livros são originários de outras organizações
como ARIADNE, AICC, IMS e IEEE, como se pode ver na figura seguinte:
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
- 48 -
Fig 2. Estante SCORM. Adaptado de (Barbeira e Santos, 2002)
Observe-se que estas especificações foram estendidas sendo acrescentados
detalhes, manuais de implementação e material para teste e verificação.
O SCORM é composto por três partes:
Visão Geral - onde são descritos o modelo, os conceitos
fundamentais e apresentados sumários sobre as restantes secções;
Modelo de Agregação de Conteúdo (CAM) - onde é descrito como
agregar conteúdos de aprendizagem de tal forma que possam ser
movidos e reutilizados;
Ambiente em Tempo de Execução - descreve como iniciar um
conteúdo, acompanhar o progresso da instrução e reportá-lo.
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
- 49 -
2.3 O e-learning e as IES De acordo com Figueiredo (1996), há alguns anos atrás, era possível a uma
IES ignorar todas as formas de concorrência e entregar-se a uma educação
massificada. Tal como acontecia a muitas empresas da mesma época, podia
permitir-se oferecer serviços de qualidade desigual e por vezes duvidosa, certa
de que os alunos, por falta de alternativa, não reclamariam nem iriam procurar
outras opções.
Para Lemos (2001), actualmente isso já não é possível e as IES têm que se
manter actualizadas face às mudanças constantes impostas pela globalização
e, sobretudo, atender às imposições do mercado de trabalho, que procura cada
vez mais profissionais activos e com necessidade de uma formação
permanente.
De facto, a comunidade local de conhecimentos especializados, que constituía
uma IES, abriu-se subitamente para o mundo e tornou-se parte de uma
comunidade global de especialistas ligados entre si pela Internet, por telefone,
por fax e por reuniões e conferências dos mais variados tipos (Figueiredo,
1996).
Segundo Gouveia e Gomes (2004), a experiência adquirida e as oportunidades
de desenvolvimento recentemente proporcionadas por incentivos tais como a
e-U e pressões como a adopção de Bolonha e o crescimento demográfico
negativo têm tido impacto na orientação das IES para a adopção de práticas de
EaD ou presencial de suporte electrónico, tomados como requisitos para um
ensino superior moderno e adequado à Sociedade da Informação.
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
- 50 -
2.3.1 A introdução do e-learning nas IES Para Carvalho e Cardoso (2003), a percepção dos responsáveis das IES
relativamente à introdução do e-learning incide sobre um conjunto de pontos
ligados a problemas detectados e a objectivos de aperfeiçoamento do actual
modelo de ensino-aprendizagem. Estudos realizados no Instituto Superior de
Engenharia do Porto (ISEP) e Universidade do Minho permitiram identificar os
seguintes aspectos (Carvalho e Cardoso, 2003):
Perfil das IES – Existe a percepção de que os recursos humanos das
IES serão capazes de suportar e, mesmo, promover as mudanças
tecnológicas propostas, desde que recebam a formação adequada. O
mesmo não acontece em relação aos recursos tecnológicos e
financeiros, à organização administrativa e à regulamentação da
actividade de Ensino.
Expectativas enormes – As TIC, e as plataformas de e-learning em
particular, são percepcionadas como podendo ser uma resposta a uma
grande diversidade de problemas e de necessidades, designadamente
pedagógicas, administrativas, de competição crescente, de ética
profissional, de investigação na área e de aprendizagem organizacional.
Foi registado um conjunto alargado de objectivos esperados para uma
iniciativa de adopção de plataformas de e-learning: melhoria da qualidade
do ensino, aumento da produtividade dos professores, desenvolvimento
da organização, aumento do número de alunos/diversificação de públicos
e um reforço da imagem institucional.
As expectativas em relação ao potencial da tecnologia e às
concretizações esperadas são enormes, sendo muitas e diversificadas as
necessidades identificadas e os objectivos apresentados para o uso das
tecnologias, por vários responsáveis das IES. Em contextos
internacionais têm também sido identificadas expectativas em relação ao
papel das tecnologias no ensino consideradas demasiado elevadas.
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
- 51 -
As TIC como instrumento de mudança pedagógica – Para além de
identificadas como podendo ser parte da resposta a problemas
específicos de aprendizagem (em determinadas disciplinas, nos
primeiros anos), as TIC são associadas à necessidade repetidamente
explicitada de mudança de modelo de ensino, de renovação e de
inovação na prática pedagógica. As TIC podem, assim, ser vistas como
um instrumento de mudança pedagógica nas IES. Se é possível
identificar uma intenção de reengenharia do processo de ensino
superior associada à adopção de TIC também é possível identificar
sentidos evolutivos que procuram visualizar um papel das TIC no
enriquecimento do ensino ou sentidos de inovação associados
nomeadamente a criação de programas de EaD que estão ausentes da
cultura e tradição das IES.
Concepções contraditórias – Embora seja muito generalizada a
perspectiva da mudança pedagógica, associada à adopção de
tecnologia no ensino, na formulação de intenções podemos identificar
concepções contraditórias em relação aos modelos subjacentes. Desde
perspectivas, prevalecentes, muito mecanicistas que idealizam um
sistema que consiga transmitir os conhecimentos necessários aos
alunos ou o interesse na concepção de um sistema que permita o
ensino de uma disciplina a distância, até à ideia de que os alunos
devem, naturalmente, usar, no contexto da sua aprendizagem, as
tecnologias que irão enfrentar na sua vida profissional.
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
- 52 -
Predominância de uma visão pouco centrada no aluno e na sociedade – É reconhecido um desfasamento entre as prioridades do
ensino nas IES e o que são as necessidades dos profissionais e da
sociedade quer em termos gerais nas referências ao modelo de ensino
tradicional quer em termos específicos nas referências às experiências
de aprendizagem oferecidas designadamente em termos de
competências transversais, indispensáveis ao desenvolvimento pessoal
e profissional.
A diversidade de necessidades identificadas inclui é certo, e com
bastante ênfase, problemas associados ao processo de ensino e
aprendizagem, ao desempenho da função docente e à actividade de
ensino no contexto da missão da IES. Mas no quadro de objectivos
percepcionado predomina uma visão pouco centrada nas necessidades
dos alunos e da sociedade como orientação para a adopção de
tecnologias no ensino.
Compreensão partilhada – A inovação baseada em tecnologia numa
organização pode ser entendida como o resultado da interacção
humana. Este é um processo em que o significado é desenvolvido
gradualmente através da discussão, ultrapassando diferentes
argumentações e pontos de vista. Os ambientes colaborativos de
aprendizagem baseados em tecnologias de e-learning podem ser
explorados pelos docentes e pela instituição com objectivos, ritmos de
implementação e resultados muito diferentes. Mas a construção de uma
visão e compreensão partilhadas do papel da tecnologia nas IES é
certamente uma questão fundamental a enfrentar. A visão partilhada,
ao estabelecer objectivos comuns a um grupo de indivíduos, alimenta o
comprometimento do grupo com os princípios e métodos envolvidos e
assume-se como uma disciplina central ao processo de aprendizagem
organizacional.
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
- 53 -
A integração de uma perspectiva de investigação a par do planeamento
do processo de mudança, mostrou ser uma forma de qualificar o
propósito de mudança, de fomentar a discussão e contribuir para uma
consciencialização e aprofundamento da compreensão da organização
em relação às possibilidades de tecnologias de e-learning.
Perspectiva de desenvolvimento do e-learning – O panorama actual
do e-learning é de desenvolvimento e evolução. Existe um grande
número de iniciativas a todos os níveis, desde os aspectos pedagógicos
até aos tecnológicos. Neste último caso, a emergência de normas
permitirá compatibilizar ferramentas facilitando a migração entre
aplicações. Neste momento, quando uma IES licencia uma plataforma
de e-learning, o investimento que os professores, técnicos e alunos
fazem na rentabilização da ferramenta não é facilmente transferível,
ficando a IES refém do fornecedor da ferramenta. Com o constante
aumento dos preços de licenciamento, as IES encaram a possibilidade
de recorrer a um processo de desenvolvimento caseiro, normalmente
associado a outras plataformas já existentes, como portais académicos,
sistemas de informação, sistemas de contabilidade, etc. Ao nível
pedagógico, procura-se identificar as estratégias de
ensino/aprendizagem mais adequadas a casos concretos, visando uma
perspectiva de qualificação através de metodologias de avaliação
holísticas.
Acima de tudo, o e-learning deve ser encarado como uma ferramenta
educativa diferente, com as potencialidades, dificuldades e limitações que lhe
estão inerentes. O investimento das IES em e-learning deve assim integrar-se
numa preocupação alargada com a melhoria dos processos de ensino-
aprendizagem, mais do que constituir um objectivo estratégico de per si
(Carvalho e Cardoso, 2003).
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
- 54 -
A sua adopção será mais rápida em situações pontuais, muito específicas, do
que propriamente para a aprendizagem em situações prolongadas,
nomeadamente de cursos académicos. Tanto mais que não é claro, neste
momento, o panorama resultante das alterações inerentes à adopção da
Declaração de Bolonha. Se bem que o e-learning seja explicitamente referido
nos documentos de suporte à discussão pública, não têm sido discutidos os
aspectos fundamentais para a sua introdução sustentada, como a flexibilidade
em termos de mobilidade de alunos, pontos de entrada/saída nos cursos,
organização institucional, reconhecimento do esforço de inovação pedagógica
dos docentes e dos modelos de frequência dos cursos (Carvalho e Cardoso,
2003).
2.3.2 Análise SWOT do e-learning nas IES A análise SWOT (Strengths, Weaknesses, Opportunities and Threats) é um
instrumento usado na elaboração de uma estratégia. Não basta identificar
objectivos e determinar, a partir deles, os factores críticos que irão determinar
as soluções a adoptar. É igualmente importante reconhecer a situação em que
se encontra a instituição, quer internamente (forças e fraquezas), quer em
relação ao exterior (oportunidades e ameaças) (Taborda e Ferreira, 2002).
Segundo Figueiredo (1995), esta análise deve ser conduzida com grande
objectividade e rigor, nomeadamente no que se refere à identificação das
fraquezas, que devem servir como indicadores objectivos das áreas onde
deverá ser concentrada prioritariamente a intervenção. O processo deve ser
dinâmico, procurando tirar o maior partido das forças, concentrar todos os
esforços na superação das fraquezas, explorar tanto quanto possível as
oportunidades e transformar as ameaças em oportunidades.
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
- 55 -
Forças Fraquezas
- Experiência de ensino;
- Know-how em termos de
conteúdos;
- Maturidade tecnológica dos
alunos;
- Meios facilitadores da interacção
entre alunos e com a IES;
- Acesso facilitado à informação;
- Aceitação por parte dos alunos;
- Bom posicionamento no mercado
da Educação.
- Grande investimento em novos
recursos;
- Resistência à mudança por parte
dos professores;
- Falta de experiência dos professores
face ao e-learning;
- Insuficiência de recursos para
suporte ao e-learning;
- Falta de metodologias de avaliação
de resultados;
- Dificuldades técnicas;
- Falta de percepção do valor
acrescentado;
- Estrutura organizacional tradicional
e aversão à inovação;
- Falta de exemplos de melhores
práticas;
- Falta de empenho e compromisso
por parte da gestão de topo;
Oportunidades Ameaças
- Experiência adquirida;
- Incentivos proporcionados por
diversas instituições;
- Pressões para a adopção de
Bolonha;
- Crescimento demográfico
negativo;
- Globalização do ensino;
- Crescimento da procura do EaD;
- Aproveitamento do know-how de
parceiros;
- Acesso generalizado à Web e
- Poucos incentivos para o projecto;
- Concorrência de outras IES;
- Evolução tecnológica rápida;
- Esforço de implementação inicial;
- Ausência de normas de qualidade
para o ensino;
- Ausência de métodos de avaliação
do ensino.
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
- 56 -
PCs;
- Alargamento do catálogo de
produtos;
- Novos e diferentes públicos;
- Projecção de uma imagem
inovadora e moderna da IES;
- Abertura ao exterior;
- Exploração de novos métodos e
tecnologias;
- Incremento das competências
tecnológicas de professores e
alunos;
- Aumento da flexibilidade nos
processos de ensino-aprendizagem.
Tabela 5. Análise SWOT do e-learning nas IES. Autoria do próprio.
Em termos de objectivos, as IES pretendem (Cantoni et al. (2003) e Caixinha
(2005)):
Melhorar a qualidade do ensino;
Aumentar a acessibilidade e flexibilidade dos currículos;
Possibilitar experiência tecnológica aos alunos;
Dar suporte aos utilizadores (conteúdos, serviços e formação);
Seguir a tendência tecnológica verificada nas IES;
Desenvolver parcerias com outras instituições;
Aumentar a eficiência dos investimentos;
Desenvolver novos produtos;
Implementar um Sistema de Gestão da Qualidade aplicado ao e-
learning;
Reduzir custos.
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
- 57 -
O e-learning permite grande flexibilidade, racionaliza recursos (financeiros e
humanos) e alarga a cobertura geográfica do ensino. Contudo, este sistema só
pode ser visto como vantajoso se, juntando os argumentos mencionados, se
obtiverem iguais ou melhores resultados pedagógicos comparados com o
ensino presencial (Cantoni et al. (2003)).
2.4 Qualidade do e-learning
2.4.1 Factores Críticos de Sucesso do e-learning De acordo com Bastos (2003), as novas necessidades de aprendizagem
contínua durante toda a vida e conteúdos que se modificam constantemente
poderiam ser traduzidos em custos crescentes para as empresas e instituições
de ensino, se não fossem as novas possibilidades que a Internet oferece para
transmitir conhecimento.
O grande potencial do e-learning não se limita à facilidade de acesso, uma vez
que permite a difusão de conteúdos actualizados, dinâmicos e personalizados,
proporciona boas experiências de aprendizagem, estimulando a colaboração
entre os alunos, bem como com professores e especialistas nas matérias
leccionadas (Lima e Capitão, 2003).
Para Almala (2004), pelas suas características e pelo seu papel no novo
conceito de ensino-aprendizagem, o e-learning pode tornar-se numa vantagem
competitiva para qualquer organização, quer seja uma IES ou uma empresa.
O Instituto de Política do Ensino Superior nos EUA (IHEP) desenvolveu um
modelo de avaliação da educação baseada na Internet que fornece uma visão
alargada das áreas importantes a considerar na avaliação de um curso de e-
learning. O IHEP identifica 45 áreas ou pontos de referência e agrupa-os em
sete categorias (IHEP, 2000):
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
- 58 -
Apoio institucional – esta categoria diz respeito ao leque de
actividades realizadas pela instituição relacionadas com incentivos ao
corpo docente, plano tecnológico e medidas de segurança electrónica;
Desenvolvimento do curso – esta categoria inclui a análise de
necessidades em termos de processos, tecnologia e pessoas, que é
feita antes da implementação do e-learning e os procedimentos de
revisão do material de instrução;
Processo ensino-aprendizagem – esta categoria engloba medidas de
análise da interactividade dos alunos entre eles e com a instituição e de
componentes do processo de aprendizagem, como a navegação e o
acesso aos conteúdos;
Estrutura do curso – esta categoria inclui os tópicos de apresentação
dos cursos, procedimentos e tipos de materiais fornecidos aos alunos e
gestão das suas expectativas;
Apoio ao aluno – esta categoria inclui itens como informação específica
sobre o curso e o leque de serviços de apoio ao aluno que normalmente
estão disponíveis nas instituições, englobando formação e assistência
sobre os meios electrónicos;
Apoio do corpo docente – esta categoria engloba o auxílio técnico
disponível para os professores na transição do ensino presencial para o
e-learning e no desenvolvimento do curso;
Avaliação – esta categoria está relacionada com as políticas e
procedimentos destinados a avaliar os alunos, a eficácia educacional
dos cursos e a satisfação dos alunos e professores.
O modelo de Khan (2001) denomina-se Plataforma para o E-learning e foi
desenvolvido a partir dos factores críticos que possibilitam a criação de uma
experiência de e-learning com sucesso. De acordo com o autor, cada fase do
processo de e-learning requer uma análise profunda de como utilizar o
potencial da Internet em consonância com os princípios do desenho
instrucional.
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
- 59 -
A plataforma proposta por Khan (2001) apresenta oito dimensões: institucional,
pedagógica, tecnológica, desenho da interface, avaliação, gestão, apoio ao
aluno e ética, que são definidas da seguinte forma:
Institucional – refere-se aos aspectos administrativos em geral, tais
como planeamento, organização, orçamento, retorno sobre
investimento, marketing, secretaria e propriedade intelectual;
Pedagógica – refere-se ao processo de ensino-aprendizagem, ou seja,
planeamento didáctico, conteúdo, métodos e estratégias de ensino e
motivação;
Tecnológica – refere-se à infra-estrutura de hardware e software e de
rede;
Desenho da interface – refere-se ao aspecto gráfico dos cursos.
Contempla o desenho das páginas do site e navegabilidade;
Avaliação – concebida de forma ampla, contempla ao mesmo tempo a
avaliação da aprendizagem, mas também dos cursos, professores,
alunos e ambiente de e-learning propriamente dito;
Gestão – refere-se ao funcionamento do ambiente e de distribuição da
informação. Esta função é, em geral, implementada por software
específico, denominado LMS, que simula uma escola virtual, com sala
de aula, biblioteca, secretaria e ambiente de contacto entre professores
e alunos;
Apoio ao aluno – significa o suporte on e offline ao aluno, tais como
suporte técnico, tutoria e outros serviços de apoio aos alunos;
Ética – refere-se à diversidade social, cultural e racial, confiabilidade,
privacidade, etiqueta, assim como aspectos legais em geral.
Khan (2001) realça que há uma variedade imensa de aspectos críticos que não
estão abrangidos pelas dimensões da plataforma e que devem ser explorados,
referindo-se às limitações do modelo proposto. Conclui que o modelo serve de
ponto de partida para a criação de um projecto de e-learning com sucesso.
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
- 60 -
No modelo de Rosenberg (2001), quanto à estratégia, os três pilares de
sucesso são:
Concentrar-se nas exigências de negócio;
Elaborar um programa de conteúdo apropriado;
Criar um ambiente que estimule a aprendizagem.
Segundo (Ryan et al., 2000), o ensino em ambientes de e-learning depende
essencialmente de cinco factores:
Organização e gestão pedagógica (Professores);
Conteúdos e materiais dos cursos (Conhecimento científico);
Motivação e empenho dos intervenientes no processo (Objectivos);
Acompanhamento tecnológico permanente (Ajuda e Sistema de interacção);
Avaliação dos alunos e dos cursos (Certificação).
De acordo com Painho et al. (2003), a garantia da qualidade do e-learning é um
factor fundamental na implementação do e-learning, sendo por isso necessário
desenvolver um processo de autoavaliação rigoroso, que permita monitorizar
todo este processo. Seguidamente descrevem-se os parâmetros e os
elementos que deverão constar dessa autoavaliação:
Qualidade do corpo docente interveniente no projecto de ensino a
distância;
Qualidade dos conteúdos disponibilizados nas diversas disciplinas que
conjuntamente constituem o curso;
Qualidade do corpo discente (alunos) inscrito no projecto de ensino a
distância;
Qualidade do apoio prestado ao projecto pelo pessoal técnico a ele
associado;
Desempenho do sistema de suporte (hardware e software) que serviu de
suporte ao projecto.
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
- 61 -
Segundo Santos (2005), identificam-se cinco componentes que devem ajustar-
se a cada modelo de formação em ambiente de e-learning, para que um curso
de seja considerado de sucesso neste ambiente:
Os Conteúdos (com qualidade científica e pedagógica) preparados,
quer para autoaprendizagem, quer aprendizagem colaborativa, em
vários formatos (vídeo, áudio, texto e multimédia);
Os Professores, com competências científicas, pedagógicas e
tecnológicas;
Os Sistemas de Interacção, que podem ser meramente informativos ou
de aconselhamento entre alunos, professores e instituições de ensino;
A Tecnologia, que deve ser utilizada como um meio ao serviço do acto
de aprender ou de ensinar (plataforma, comunicações e equipamentos
necessários);
Os Sistemas e Instrumentos de Avaliação, rigorosos e transparentes,
de modo a avaliar os alunos, a formação e os sistemas de gestão e de
comunicação.
Carvalho (2005) considera que os seguintes factores são importantes para o
sucesso da adopção do e-learning:
Definição de metodologias;
Concepção de novas formas de avaliação;
Concepção de actividades lectivas;
Resposta a comunicação electrónica gerada;
Apoio pedagógico.
Por último, interessa também realçar os indicadores de qualidade definidos por
Rapchan (2002):
Integração com políticas, directrizes e padrões de qualidade definidos
para o ensino superior como um todo e para o curso específico;
Equipa profissional multidisciplinar;
Comunicação e interactividade entre professor e aluno;
Qualidade dos recursos educacionais;
Infra-estrutura de apoio;
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
- 62 -
Avaliação da qualidade contínua e abrangente;
Estabelecimento de parcerias;
Edital e informações sobre os cursos;
Levantamento de custos de implementação e manutenção.
2.4.2 Definição de qualidade do e-learning no âmbito do estudo Da Declaração de Bolonha, em 1999, surgiram várias linhas de acção,
nomeadamente a da cooperação no que respeita à garantia de qualidade. Daí
salienta-se o empenho em desenvolver um sistema de garantia de qualidade a
nível institucional, nacional e europeu, e a necessidade de encontrar critérios e
metodologias comuns (Vasco, 2005).
A definição de Qualidade tem diferentes significados para diferentes pessoas,
em diferentes contextos. Genericamente, pode-se definir como todas as
características de um produto ou serviço que correspondem aos requisitos do
cliente (ISO 9000:2000) e a sua avaliação a totalidade das medidas levadas a
cabo sistematicamente e de forma consistente de modo a garantir que um
produto está em conformidade com as respectivas especificações (EN
180000:1995).
Como já foi visto atrás, na bibliografia sobre o tema existem diversas definições
de qualidade do e-learning, embora, naturalmente, com pontos em comum. No
sentido de usar neste estudo uma definição de certa forma completa e de
comum aceitação, fez-se uma pesquisa de alguns estudos realizados (IHEP
(2000), Testa (2001), Cantoni et al. (2003), Massy (2002), Lemos (2003),
Hussain (2004), Accorsi et al. (2004), Almala (2004) e Vasco (2005)).
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
- 63 -
Sendo assim e dada a sua corrente utilização em outros estudos realizados, no
âmbito deste estudo, considera-se que um curso de e-learning com qualidade
deverá respeitar os FCS que constituem o modelo de avaliação do e-learning
definido pelo IHEP, ou seja, as categorias:
Apoio institucional
Desenvolvimento do curso
Processo ensino-aprendizagem
Estrutura do curso
Apoio ao aluno
Apoio do corpo docente
Avaliação
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
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3 Metodologia de pesquisa Neste capítulo vai ser feita a análise das IES portuguesas com projectos
de e-learning, recorrendo à pesquisa qualitativa e, especificamente ao
estudo de caso.
A selecção da metodologia, baseou-se na ideia de que o estudo de caso
é uma categoria de pesquisa qualitativa que possibilita estudar as
instituições profundamente (Fonseca, 1999). Apesar de os resultados
serem unicamente válidos para o caso estudado, o seu valor científico
reside em fornecer o conhecimento aprofundado de uma realidade
limitada e possibilitar deste modo, formular hipóteses para o
encaminhamento de outras pesquisas sobre a realidade do e-learning
em Portugal.
Tendo como base o método proposto por Walsham, Darke et al. (1998)
consideram que a pesquisa através de casos de estudo poderá ser utilizada
para:
Desenvolvimento de conceitos;
Criação de uma teoria;
Desenho de implicações específicas;
Conhecimento profundo de um tema.
Segundo Darke et al. (1998), a pesquisa de Casos de Estudo poderia adoptar o
desenho de caso único ou de casos múltiplos. Um caso único é apropriado
sempre que representa um caso crítico, onde é um extremo ou único ou onde é
um caso revelação (Yin (1994) in Darke et al., 1998).
Por seu lado, o desenho de casos múltiplos permite uma análise cruzada de
casos e a sua comparação, bem como a investigação de um fenómeno em
particular, com várias perspectivas (Darke et al., 1998), tendo sido esta a
alternativa escolhida no presente trabalho.
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
- 65 -
3.1 População-alvo e recolha de dados A primeira fase do estudo passa pela pesquisa de literatura, artigos e outras
referências bibliográficas cujo contributo seja adequado ao fim a que o estudo
se propõe. A segunda fase do enquadramento foi efectuada através do envio
de e-mails para um conjunto de IES que possivelmente teriam na sua oferta
cursos na modalidade e-learning. A opção do envio do e-mail suportou-se no
facto de:
Ser um meio de comunicação rápido;
Ser um meio cuja abrangência seria mais vasta;
Ser um meio que facilita o feedback por parte da organização que o
recebe.
No entanto, existem alguns riscos associados a esta forma de comunicação:
Não existe um compromisso de quem recebe a mensagem;
Não existe um contacto directo com a organização;
Não existe uma obrigatoriedade de resposta.
Tendo em consideração as premissas, foram contactadas 16 IES que tinham
projectos de e-learning num estágio mais ou menos avançado de maturidade.
Os contactos foram efectuados durante Maio e Julho de 2005 e a taxa de
resposta foi de cerca de 56%. No entanto, aproximadamente 22% das IES não
deram seguimento ao contacto efectuado, não respondendo às solicitações
efectuadas.
No final foi possível realizar sete entrevistas a IES com projectos de e-learning
(cerca de 56% das IES contactadas), quatro das quais presenciais e três
recebidas por e-mail, no período que decorreu entre Junho e Outubro de 2005.
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
- 66 -
3.2 Modelo de análise A ferramenta de análise usada neste trabalho consiste numa adaptação de um
modelo que define o comportamento de um sistema, proposto em Taborda
(2001), com o objectivo de estudar as respostas dadas pelos responsáveis das
IES durante as entrevistas realizadas.
Figura 3. Modelo de análise. Adaptado de Taborda (2001).
O modelo é constituído por variáveis independentes e uma variável
dependente, que define uma medida de Eficácia do e-learning para cada caso
analisado. Neste contexto, Eficácia do e-learning consiste na presença dos
FCS que definem qualidade do e-learning, em cada IES. A classificação dos
níveis de Eficácia do e-learning está directamente relacionada com o grau de
presença desses FCS em cada IES.
A especificação das hipóteses de investigação determinou um primeiro foco
sobre a informação a recolher. A partir dessas hipóteses, iniciou-se o processo
de definição das Variáveis Controláveis do sistema, criando-se um conjunto
que está directamente associado ao que se pretende mostrar. Outras variáveis
podem ser consideradas, embora não estejam directamente relacionadas com
as hipóteses da investigação. Podem ter alguma influência sobre o sistema,
mas não numa primeira fase, tratando-se assim de Variáveis Não Controláveis.
Sistema
Variáveis controláveis Apoio institucional Desenvolvimento do curso Processo ensino-aprendizagem Estrutura do curso Apoio ao aluno Apoio do corpo docente Avaliação
Resposta
Variáveis não controláveisIncentivos dados à IES Concorrência de outras IES
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
- 67 -
O conjunto que agrega as variáveis de controlo com as variáveis relacionadas
com as hipóteses corresponde à relação de variáveis independentes. A entrada
destas variáveis irá produzir um efeito sobre as variáveis de saída, que assim
são designadas de dependentes. A sua agregação constitui a Resposta do
sistema, que poderá situar-se numa escala capaz de posicionar cada resposta
entre insucesso e sucesso.
As hipóteses devem funcionar enquanto ponto de partida para o trabalho de
investigação e não como algo que se pretenda defender inquestionavelmente.
3.3 Variáveis do modelo Apresentam-se de seguida as variáveis do modelo: a variável dependente –
Eficácia do e-learning – e as nove variáveis independentes.
3.3.1 Variável dependente A variável dependente Eficácia do e-learning consiste na presença dos FCS
que definem qualidade do e-learning, em cada IES, e foi utilizada uma escala
de Likert para enquadrar as respostas nas seguintes opções:
0 – Os FCS não estão presentes na IES.
1 – Os FCS têm uma presença insignificante na IES.
2 – Os FCS têm uma presença baixa na IES.
3 – Os FCS têm uma presença média na IES.
4 – Os FCS têm uma presença elevada na IES.
5 – Os FCS têm uma presença muito elevada na IES.
Uma vez que já se mostrou neste estudo (Capítulo 2.4.2.) que estes FCS são
fundamentais para a qualidade de qualquer iniciativa de e-learning, a definição
desta variável com base em níveis permite fazer a associação entre a presença
dos FCS nas IES e a qualidade do e-learning que, no fundo, reflecte a eficácia
dos seus projectos nesta área.
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
- 68 -
3.3.2 Variáveis independentes
3.3.2.1 Incentivos dados à IES Esta variável diz respeito a iniciativas (como o “Campus Virtual”, PRODEPIII ou
o POSI) criadas pelo Governo ou por outras instituições (como a UMIC, por
exemplo), que visam apoiar projectos na área da Educação. Relativamente ao
e-learning, o apoio dado por essas iniciativas reflecte-se ao nível da aquisição
de plataformas tecnológicas, desenvolvimento de conteúdos e formação de
pessoal docente e outro para se adaptarem ao e-learning.
3.3.2.2 Concorrência de outras IES Esta variável surge devido à globalização do ensino, que é provocada, entre
outros factores, pelo desenvolvimento tecnológico e pelo acesso generalizado
à informação. Desta forma, a concorrência que já existia entre as IES, devido à
semelhança dos conteúdos da sua oferta de cursos, é agora acentuada devido
ao e-learning. Isto porque, ao abranger um público-alvo que não era
contemplado pelo ensino presencial e possibilitando a concretização de novos
objectivos, os cursos na modalidade de e-learning têm trazido vantagem
competitiva para as IES que os adoptam.
3.3.2.3 Apoio institucional Esta variável diz respeito ao leque de actividades realizadas pela instituição
que incluem os incentivos dados ao corpo docente pelo desenvolvimento de
conteúdos para o e-learning. Além disso, refere-se ao plano tecnológico que
deve ser feito para assegurar normas de qualidade na construção e
manutenção da infra-estrutura de e-learning, assim como as medidas de
segurança electrónica que devem ser definidas para garantir a integridade e
validade da informação.
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
- 69 -
3.3.2.4 Desenvolvimento do curso Esta variável inclui a análise de necessidades em termos de alunos,
professores, tecnologia e serviços de suporte que deve ser feita antes da
implementação do e-learning. Refere-se também à necessidade da constituição
de uma equipa multidisciplinar responsável pelo projecto e à normalização dos
materiais e procedimentos usados na instrução.
3.3.2.5 Processo ensino-aprendizagem Esta variável engloba a análise da interactividade dos alunos entre eles e com
a instituição, mede o controlo do acesso aos conteúdos e o tipo de navegação
permitida aos alunos, bem como a componente prática disponibilizada pela IES
para o desenvolvimento da sua capacidade de compreensão dos tópicos
abordados.
3.3.2.6 Estrutura do curso Esta variável inclui os tópicos de apresentação dos cursos, nomeadamente se
os alunos são informados sobre eles e aconselhados a verificar se têm
motivação, compromisso e condições para aprender a distância. Além disso,
analisa a formação dada aos alunos quanto a métodos de pesquisa, incluindo
avaliação e validade dos recursos, assim como a sua adaptação à estrutura do
curso.
3.3.2.7 Apoio ao aluno Esta variável inclui itens sobre o curso, como a segurança, disponibilidade e
informações específicas, e o leque de serviços de apoio ao aluno que
normalmente estão disponíveis nas instituições, que englobam a assistência
sobre os meios electrónicos utilizados e um sistema eficaz de resposta às suas
dúvidas.
3.3.2.8 Apoio do corpo docente Esta variável diz respeito ao auxílio técnico disponível para os professores no
desenvolvimento do curso, bem como acções de formação e respectiva
avaliação no processo de transição do ensino presencial para o e-learning.
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
- 70 -
3.3.2.9 Avaliação Esta variável está relacionada com as formas de avaliação pedagógica que
estão presentes no curso e como são realizadas. Inclui também métodos
aplicados na avaliação da eficácia educacional do curso, nomeadamente
através da comparação entre normas estabelecidas e os resultados da
aprendizagem, assim como a medição do grau de satisfação de alunos e
professores.
3.4 Associação das perguntas da entrevista às variáveis do modelo O questionário foi elaborado com base em diversos estudos e outra bibliografia
(Khan (2003), Accorsi et al. (2004) e Almala (2004)), mas, sobretudo no estudo
do IHEP (2000), instituto que definiu os FCS para a qualidade do e-learning
usados neste estudo.
A tabela seguinte apresenta a associação entre as questões colocadas nas
entrevistas realizadas junto dos responsáveis das IES e as respectivas
variáveis do modelo.
Nº Variável do modelo
Pergunta
11 Incentivos dados
à IES
São dados incentivos financeiros à IES, por parte do
Governo ou da União Europeia (UE), para o projecto de e-
learning? E recompensas pela eficácia educacional do
ensino? Se sim, especifique.
12 Concorrência de
outras IES
Existe uma concorrência forte por parte das outras IES que
possa ameaçar a adesão, por parte dos alunos, aos cursos
de e-learning da instituição (ao nível de estratégias de
marketing aliciantes, preços mais baixos, vanguarda dos
temas, avanços tecnológicos e melhor assistência técnica
e pedagógica)? Se sim, especifique.
13
Apoio institucional - A instituição dá incentivos ao seu corpo docente? Se sim,
especifique.
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
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14
15
- Existe um plano tecnológico para assegurar normas de
qualidade na construção e manutenção da infra-estrutura
de e-learning? Se sim, especifique.
- Quais as medidas de segurança electrónica (protecção de
passwords, sistemas de encriptação e de back-up) para
garantir a integridade e validade da informação?
16
17
18
Desenvolvimento
do curso
- Que análise foi feita para identificar necessidades de
alunos, professores, tecnológicas ou de serviços de
suporte, antes da implementação do e-learning?
- Existe uma equipa multidisciplinar responsável pelo
projecto de e-learning (pessoas da instituição e
especialistas em: conteúdo, design de instrução, tecnologia
e avaliação)?
- Os materiais e procedimentos usados no projecto de e-
learning são revistos periodicamente para que estejam
sempre de acordo com as normas? Como?
19
20
21
Processo ensino-
aprendizagem
- Quais as formas de interacção dos alunos entre eles e
com a instituição (e-mail, chat, fóruns, videoconferência,
outro)?
- No curso, é permitido aos alunos o controlo do acesso
aos conteúdos e uma navegação não condicionada? Se
sim, de que forma?
- Durante o curso, está prevista a realização de exercícios
práticos para desenvolver a capacidade de compreensão
dos tópicos abordados?
22
23
Estrutura do curso - Antes do curso, os alunos são informados sobre ele e
aconselhados a verificar se têm motivação, compromisso e
condições para aprender a distância? Se sim, de que
forma?
- Os alunos são instruídos quanto a métodos eficazes de
pesquisa, incluindo avaliação da validade dos recursos? Se
sim, de que forma?
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
- 72 -
24
- O curso apresenta uma estrutura familiar aos alunos,
permitindo-lhes concentrar a sua atenção nos conteúdos
de instrução?
25
26
Apoio ao aluno - O site do curso tem segurança, disponibilidade e
informações objectivas?
- É fornecida assistência técnica aos alunos durante o
curso, incluindo instruções sobre os meios electrónicos
utilizados e um sistema de resposta eficaz às suas
questões? Se sim, de que forma?
27
28
Apoio do corpo
docente
- Que auxílio técnico está disponível aos professores no
desenvolvimento do curso e durante a sua realização
(recursos de monitorização e resposta a questões relativas
à obtenção electrónica de informação)?
- Os professores têm formação durante o processo de
transição do ensino presencial para o e-learning? São
avaliados durante esse processo? Se sim, especifique.
29
30
31
Avaliação - Que formas de avaliação pedagógica estão presentes no
curso (avaliação inicial, avaliação contínua e avaliação
final)? Como é que são feitas: online ou presencial?
- Que métodos são aplicados na avaliação da eficácia
educacional do curso? Existem normas específicas para
comparar com os resultados da aprendizagem?
- Como se mede o grau de satisfação dos alunos e dos
professores (por exemplo: inquéritos, entrevistas)?
Tabela 6. Associação das perguntas da entrevista às variáveis do modelo.
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
- 73 -
4. Resultados
4.1. Casos de estudo Neste capítulo vai ser feito um enquadramento das IES que constituem os
casos de estudo, assim como uma descrição dos aspectos principais do seu
projecto de e-learning.
4.1.1 Instituto Superior de Estatística e Gestão de Informação da Universidade Nova de Lisboa (ISEGI)
Prof. Doutor Marco Painho (Director do ISEGI e Coordenador do Mestrado
C&SIG)
Enquadramento (in site da Internet da IES)
O ISEGI foi criado em 1989, por iniciativa conjunta da UNL e do Instituto
Nacional de Estatística (INE).
A imagem de qualidade que o ISEGI construiu desde a sua criação deve-se à
clara relação existente entre as matérias leccionadas nos seus cursos e as
necessidades do mercado de trabalho, nomeadamente, as necessidades do
Sistema Estatístico Nacional e das empresas e instituições mais ligadas às
qualificações exigidas pela Sociedade da Informação.
O ISEGI é uma instituição em constante desenvolvimento e que pretende
continuar a evoluir na qualidade de modo a acompanhar a Sociedade da
Informação e o mundo empresarial, sempre em mutação. Esta evolução exige
um investimento continuado e coloca três grandes desafios no curto e médio
prazo:
O reforço da equipa de docentes e colaboradores, sempre numa
perspectiva interdisciplinar e de função múltipla - ensino, investigação e
relações com o mundo empresarial;
A expansão das instalações, essencial à manutenção com qualidade da
actividade actual de ensino e investigação;
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
- 74 -
A aposta inequívoca na inovação pedagógica através do e-learning
como principal plataforma complementar do ensino presencial,
potenciando também uma forte expansão do ensino de extensão
universitária direccionado para as empresas e para o público em geral.
Mestrado e Pós-Graduação em C&SIG (in Painho et al. (2003))
Este mestrado visa a formação de gestores capacitados para liderar e orientar
a concepção e o desenvolvimento de SIG (Sistemas de Informação Geográfica)
adaptados às exigências das empresas e instituições privadas, públicas e
comunitárias.
O C&SIG encontra-se dividido em duas partes: uma parte curricular e uma
dissertação. Realizam-se também todos os anos dois seminários presenciais,
obrigatórios para todos os alunos.
O e-learning no ISEGI No ISEGI, o e-learning é utilizado como plataforma tecnológica do programa
C&SIG, através da modalidade b-learning e usando a plataforma Lotus
Learning Space, da IBM.
O programa C&SIG começou a ser pensado em 1999, mas o seu início formal
só se concretizou em 2002. Os objectivos pretendidos pelos responsáveis do
programa são vários, podendo-se destacar dois:
O primeiro é abranger um público que se encontre disperso
geograficamente, sobretudo em Portugal, no Brasil, nos países africanos
de língua portuguesa, em Timor e também nas comunidades de
expressão portuguesa dispersas por todo o mundo, que pretenda obter
uma pós-graduação e/ou mestrado numa instituição universitária
portuguesa;
O segundo é diversificar os métodos de ensino, proporcionando a
existência de um número superior de alunos sem aumentar o espaço
físico.
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
- 75 -
A instituição foi alvo de um conjunto de mudanças ao nível da estrutura
organizacional para adaptação às necessidades de um e-learning aberto,
flexível e distribuído. Uma vez que a sua estrutura não estava preparada para
lidar com questões relacionadas com o e-learning, foi criada uma estrutura
paralela para gerir o programa.
Em relação aos recursos humanos, foram contratados professores
especificamente para produzir os conteúdos para e-learning. Para a escolha da
plataforma tecnológica, foram contactadas algumas empresas fornecedoras de
serviços, tendo-se optado pela solução que preenchia os requisitos mínimos
pretendidos, com o menor preço.
Quanto a reacções relativas à transição do ensino presencial para o e-learning
por parte dos envolvidos, não se pode fazer uma análise comparativa, pois o
mestrado foi concebido com a estrutura actual. O que se pode afirmar é que,
relativamente aos alunos, a iniciativa foi bem aceite. Em relação aos
professores, aceitaram o convite os que acharam o projecto interessante e
quiseram participar. Em termos tecnológicos, houve alguns problemas iniciais
relacionados com o facto de a plataforma não estar preparada na rede para um
e-learning com sessões síncronas, estando estes já ultrapassados. A única
resistência encontrada foi na aprovação do mestrado, junto das entidades
competentes.
As acções de marketing para a divulgação do projecto de e-learning são feitas
regularmente através de listas de e-mails, participação em congressos,
brochuras próprias, em jornais (ex: jornal “Expresso”) e como patrocinadores
de feiras da especialidade.
Desde 2001 que o ISEGI faz parte de um consórcio internacional de ensino a
distância na área de SIG (UNGIS), onde tem desenvolvido um trabalho
contínuo em iniciativas internacionais.
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
- 76 -
Numa perspectiva de melhoria contínua, os planos do ISEGI situam-se em
duas vertentes. Por um lado, estão a ser revistos todos os conteúdos do
programa C&SIG. Apesar de já estar organizado segundo a Declaração de
Bolonha, foi submetido a uma revisão geral para uma melhor adequação de
todos os conteúdos.
Além disso, está a ser ponderada a mudança da plataforma tecnológica, no
âmbito de um projecto da Universidade Nova de Lisboa, através do qual se
pretende disponibilizar o e-learning a toda a universidade. Por outro lado, o
ISEGI tem um projecto para passar até 70% da licenciatura terminal para a
modalidade de e-learning, perspectivando-se as primeiras experiências para o
ano lectivo de 2005/06.
4.1.2 Faculdade de Ciências Económicas e Empresariais da Universidade
Católica Portuguesa (UCP) Prof. Doutor José Filipe Rafael (Director-Adjunto da Formação de Executivos
da FCEE-UCP e Coordenador do DISLOGO GESTÃO)
Enquadramento (in site da Internet da IES)
A UCP é hoje uma instituição de referência em Portugal, com vários níveis de
ensino: Licenciatura em Economia, Licenciatura em Gestão, Programa de
MBA, Mestrados e Programas para Executivos.
Os cursos de Economia e de Gestão são muito flexíveis e esta tradição tem
sido uma grande vantagem da Faculdade. Assim, os alunos de Economia
podem fazer cadeiras nas áreas de Marketing ou Finanças do curso de Gestão
e os alunos de Gestão têm acesso a um largo espectro de cadeiras de
Economia.
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
- 77 -
Formação de Executivos na UCP A UCP é a instituição líder em Portugal na Formação de Executivos, tendo, em
2005, leccionado cerca de 70 programas de inscrição aberta e intra-empresa,
na perspectiva de assegurar novas formas de pensar, novas práticas, aumento
de competências e de como as aplicar de forma a reforçar a competitividade
das empresas.
Os programas leccionados oferecem:
Uma perspectiva estratégica acerca das grandes transformações que
estão a mudar o mundo e, consequentemente, do enquadramento da
actividade empresarial e também de novas condições para o êxito das
organizações;
Uma visão global da gestão;
A aquisição de conhecimento em várias áreas, de forma a elevar as
competências e consequentemente o desempenho dos participantes;
O desenvolvimento da capacidade de tomar decisões em ambiente de
incerteza;
Um ambiente de trabalho, serviços de apoio e recursos tecnológicos de
grande qualidade;
Uma equipa docente de excelência constituída generalizadamente por
doutores e mestres nas melhores escolas mundiais, com grande
experiência docente e de gestão, motivação, rigor e profissionalismo.
Programa Dislogo Gestão ( in brochura)
O Dislogo Gestão é um programa de formação modular com o objectivo de dar
a cada participante uma visão global sobre as principais áreas funcionais da
gestão e ainda a possibilidade de aprofundar conhecimentos na área de
Marketing, Finanças ou Recursos Humanos. O Programa pressupõe a
frequência e aprovação de oito módulos, com a duração de um mês cada, e
dois fóruns.
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
- 78 -
O modelo de formação está orientado para um acompanhamento contínuo
pelos participantes das matérias propostas, no local de residência ou de
trabalho, através de:
Materiais didácticos de excelente qualidade, desenvolvidos
especificamente para este fim por uma equipa de professores da UCP;
Suporte online permanente, uma vez que a cada participante é facultado
um acesso a uma área de Internet que permite uma comunicação
contínua entre participantes e professores e o acesso a importantes
materiais de apoio.
O e-learning na UCP Na UCP, o e-learning é utilizado como plataforma tecnológica do programa
Dislogo Gestão, através da modalidade b-learning, com a plataforma
FirstClass, integrando uma componente de auto-formação apoiada na Internet
e sessões presenciais, num formato mais convencional.
O programa começou a ser pensado em 1992 e, durante os dois anos
seguintes, procedeu-se ao desenvolvimento dos conteúdos, ao processo de
divulgação e à gestão das candidaturas. O arranque formal deu-se em Janeiro
de 1995 e os destinatários são pessoas que moram fora de Lisboa ou que por
diversos motivos não podem frequentar as aulas.
Não foram necessárias mudanças ao nível da estrutura organizacional para
adaptação às necessidades de um e-learning aberto, flexível e distribuído, uma
vez que é utilizado consoante o que melhor convém a cada curso. Não houve
adaptação dos conteúdos à tecnologia, uma vez que esta é apenas uma
ferramenta para auxiliar o processo de ensino-aprendizagem. Relativamente à
tecnologia, há a preocupação de acompanhar as tendências do mercado e,
sobretudo, da Internet. Os principais factores para a escolha da plataforma
foram a sua adequação aos objectivos pretendidos e o baixo preço.
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
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Quanto a reacções relativas à transição do ensino presencial para o e-learning
por parte dos envolvidos, não se pode fazer uma análise comparativa, pois o
programa foi concebido com a estrutura actual. Desta forma, a adaptação por
parte de todos os envolvidos foi feita com muita naturalidade.
A adesão ao programa tem sido bastante satisfatória e para tal também têm
contribuído as iniciativas de marketing através da Internet, brochura e outros
meios de comunicação, como os jornais.
Na versão pioneira do programa, houve uma parceira com uma Business
School dinamarquesa, que tinha um curso semelhante. Actualmente existe uma
com o Council for the Accreditation of Correspondence Colleges, uma vez que
há uma preocupação permanente em fazer as alterações e melhoramentos
necessários à satisfação dos alunos.
4.1.3 Universidade de Aveiro (UA) Prof. Doutor Fernando Ramos (Director do Centro Multimédia e de Ensino a
Distância - CEMED)
Enquadramento (in site da Internet da IES)
A UA é uma instituição pública, criada em 1973, que tem como missão a
intervenção e desenvolvimento da formação graduada e pós-graduada,
investigação e cooperação com a sociedade. Oferece um vasto leque de
cursos de graduação, em áreas tão diversas como as engenharias, as ciências
e as tecnologias, a saúde, a economia, a gestão, a contabilidade e o
planeamento, as artes, as humanidades e a educação.
Aos alunos de formação inicial juntam-se os que frequentam os diversos
programas de pós-graduação da UA, repartidos entre cursos de formação
especializada (pós-graduações que não conferem grau), mestrados e
doutoramentos, nas mais diversas áreas.
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
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O ano lectivo 2002/03 marcou o início do Programa Aveiro-Norte, o programa
de ensino e formação tecnológica e profissional da UA para o norte do distrito
de Aveiro, em conjunto com os parceiros locais (empresas, autarquias e
entidades de ensino e formação).
Mestrado em Multimédia em Educação (Ramos, 2003)
O mestrado funcionou pela primeira vez no ano lectivo 2002/03. Em todas as
disciplinas foram intensivamente utilizadas metodologias de e-learning,
assumindo as actividades não presenciais um peso de cerca de 70 a 80% da
carga de trabalho total. Em todas as disciplinas foram realizadas sessões
presenciais, em regra duas sessões por disciplina.
Por forma a maximizar a adequação ao público-alvo destes cursos,
essencialmente professores de todos os graus de ensino e profissionais da
área de multimédia, foi adoptado um regime de sequencialização temporal do
funcionamento das disciplinas, através do qual foi possível concentrar o esforço
dos alunos ao longo do tempo num número limitado de tópicos de estudo e de
tarefas simultâneas.
O e-learning na UA Na UA, o e-learning aparece na modalidade b-learning e usando a plataforma
Blackboard Learning System complementado com o Content System.
As primeiras experiências, envolvendo quatro disciplinas, datam de 1998.
Inicialmente, o objectivo pretendido pelos responsáveis era o combate à
elevada taxa de insucesso escolar, sobretudo ao nível do primeiro ano,
tentando melhorar as condições de acesso dos alunos a fontes de informação.
Os objectivos têm vindo a mudar, tanto por razões internas como externas.
Neste momento, há uma grande pressão para que o e-learning seja usado
quase como um instrumento fundamental de trabalho, por causa da Declaração
de Bolonha.
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
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Isto implica uma reestruturação total dos modelos de ensino-aprendizagem e,
consequentemente, dos processos de trabalho, sobretudo ao nível da
autonomia dos alunos, através da redução do número de aulas presenciais.
Além disso, pretende-se criar mecanismos, baseados em tecnologia, que
permitam aos alunos ter acesso à informação e comunicar entre si.
Existem duas frentes de actividade complementares para o e-learning, sendo
que uma consiste num complemento às aulas presenciais, incentivando a
utilização da plataforma por parte dos professores para colocar conteúdos,
dinamizar grupos de discussão, interagir com alunos através de e-mail,
começar a experimentar avaliação online, receber trabalhos. São vários
projectos encadeados, com níveis de desenvolvimento muito diferentes, que
dependem mais do perfil, empenho e trabalho de cada professor do que da
área da disciplina. A outra frente de actividade engloba o Mestrado em
Multimédia em Educação.
A instituição foi alvo de um conjunto de mudanças ao nível da estrutura
organizacional para adaptação às necessidades de um e-learning aberto,
flexível e distribuído. Criou-se um centro de multimédia e ensino a distância do
qual faz parte um grupo de suporte que dá formação (em grupo ou individual) e
apoio aos professores. Em relação à escolha da solução tecnológica, optou-se
pelo Blackboard, no âmbito do projecto “Campus Virtual”.
No que diz respeito a reacções relativas à transição do ensino presencial para
o e-learning por parte dos envolvidos, pode-se dizer que por parte dos alunos
foi muito boa porque têm melhor acesso a conteúdos de aprendizagem e mais
facilidade de contacto entre eles e com os professores. Em relação aos
professores foi variável e com estágios muito diferentes, embora o centro de
apoio tenha facilitado bastante a sua adesão.
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
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Como forma de divulgação do projecto junto da comunidade de interessados, a
nível interno, nos primeiros anos houve sessões de informação e divulgação de
boas práticas, em que foram convidados alguns professores para falar sobre a
sua experiência. A nível externo, há participações em seminários, conferências
e congressos da área.
No início do projecto, membros da instituição participaram em projectos de
investigação europeus para obter alguma experiência no e-learning. Hoje em
dia isso já não acontece, existindo apenas participações pontuais em certos
projectos, mas não parcerias estáveis.
Numa perspectiva de melhoria dos processos existe, no âmbito do projecto
“Aveiro Digital”, um outro projecto que pretende estudar questões relacionadas
com a qualidade do e-learning, que tem comparticipação do Governo.
4.1.4 Instituto Superior Técnico da Universidade Técnica de Lisboa (IST) Prof. Doutor Pedro Santos (Coordenação do Gabinete de Apoio à Produção
de Conteúdos Multimédia e e-Learning – GAEL)
Enquadramento (in site da Internet da IES)
A origem do IST remonta ao Instituto Industrial e Comercial de Lisboa, criado
na segunda metade do século XIX, no qual se formavam Engenheiros
Industriais.
Atento ao desenvolvimento tecnológico, à evolução da sociedade e ao
aparecimento de novas áreas do saber, o IST tem também vindo a aumentar
as licenciaturas que lecciona. Este crescimento resultou de solicitações
directas e explícitas da sociedade, em particular do tecido produtivo, expressas
através do estabelecimento de protocolos com indústrias nacionais em áreas
estratégicas.
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
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Ainda nesta perspectiva de crescimento qualitativo, o IST tem tido um papel
activo na modernização e desenvolvimento do país, tendo, em especial,
assumido um papel de catalisador do processo de ligação entre os meios
universitário e empresarial/industrial.
No que respeita à I&D (Investigação e Desenvolvimento), parte significativa dos
projectos têm sido concretizados no âmbito dos vários Programas Quadro da
União Europeia, beneficiando o IST, também, de Programas nacionais de
apoio, os programas específicos do Ministério da Ciência e do Ensino Superior
e o Programa POCTI e POSI, entre outros.
Gabinete de Apoio à Criação de Conteúdos Multimédia e e-Learning (GAEL)
Os objectivos do GAEL são, essencialmente, a criação de materiais multimédia
aplicados no apoio ao ensino no IST e o design dos respectivos websites.
Relativamente à criação de conteúdos, os professores descrevem o conteúdo
pretendido e suas funcionalidades e fornecem os textos/fórmulas específicos.
O conteúdo é produzido pelo GAEL, com o acompanhamento do professor, que
não necessita de estar familiarizado com as plataformas tecnológicas - e o
conhecimento técnico inerente às mesmas - para criar materiais de apoio para
as suas aulas, concentrando-se na investigação e no ensino.
O e-learning no IST No IST, o e-learning é utilizado como uma tecnologia que auxilia o processo de
ensino-aprendizagem, facilitando processos como a disponibilização
centralizada de informação, comunicação entre professores e alunos e entre
alunos e a avaliação, para disciplinas com elevado número de inscrições,
através da modalidade b-learning, com plataforma a própria, Fénix.
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
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As primeiras experiências datam de 1998 e os principais objectivos a atingir
foram a possibilidade de introduzir avaliação contínua intensiva, um melhor
suporte a alunos trabalhadores-estudantes e a criação de conhecimento interno
na área das novas tecnologias aplicadas ao ensino. Além disso, para o portal
de ciências básicas (http://www.e-escola.pt), pretendeu-se divulgar a ciência
em língua portuguesa.
Os cursos foram seleccionados com base no interesse dos professores que os
leccionavam e, para o portal, foram escolhidas as ciências em que os alunos
tinham mais dificuldade à entrada para a Universidade.
As mudanças ao nível da estrutura organizacional para adaptação às
necessidades de um e-learning aberto, flexível e distribuído reflectiram-se na
criação do GAEL com o objectivo de possuir suficientes recursos e
conhecimentos na área de produção de conteúdos, para poder apoiar com
eficácia os professores que a ele recorrem. Em termos tecnológicos, foi feita
uma análise das ofertas no mercado e uma visita à Universidade Federal de
Santa Catarina, Brasil, com muita experiência nesta área.
A iniciativa teve um grande apoio por parte dos alunos, mas o mesmo nem
sempre aconteceu com os professores. Essa resistência inicial teve a ver com
factores como a apreensão por algo desconhecido e um acréscimo de trabalho.
Como forma de divulgação do projecto junto da comunidade de interessados,
têm sido feitas algumas acções de marketing como notas informativas internas
e comunicações nas Jornadas Pedagógicas do IST.
O IST tem uma colaboração com a Universidade Técnica de Lisboa (UTL), para
partilha de conhecimentos e experiências. Neste momento, o principal objectivo
a atingir é o desenvolvimento de conteúdos para várias novas disciplinas.
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
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4.1.5 Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) Eng.ª Sofia Torrão e Jorge Carboila (Unidade de Tecnologias da Informação
e Comunicação Multimédia)
Enquadramento (in site da Internet da IES)
Com origens que remontam ao século XVIII, a FEUP adoptou esta designação
a partir de 1926. A sua missão é a formação de profissionais de Engenharia de
nível internacional, sustentada em Investigação e Desenvolvimento de
excelência, contemplando a vertente científica, técnica, ética e cultural. Por
isso, a FEUP será um parceiro privilegiado de entidades de outros países em
actividades de I&D e um elemento essencial ao desenvolvimento do meio
envolvente.
Unidade de Tecnologias da Informação e Comunicação Multimédia (uTICM) A missão da uTICM é promover a utilização eficaz das TIC em todas as
actividades da FEUP. Sendo assim, as actividades nucleares da uTICM são as
seguintes:
Gerir as aplicações e os serviços de e-learning;
Manter um serviço de apoio aos utilizadores de e-learning;
Realizar formação em tecnologias educativas;
Intervir pró-activamente na utilidade, acessibilidade e integração dos
sistemas e das aplicações;
Prestar serviços de desenvolvimento aplicacional e de produção ou
adaptação de conteúdos audiovisuais e multimédia;
Prestar serviços de impressão e de digitalização;
Gerir e manter equipamentos de produção e de comunicação
multimédia.
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
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O e-learning na FEUP Na FEUP, o e-learning aparece na modalidade b-learning e usando as
tecnologias Moodle (software livre) e o Luvit (plataforma proprietária baseada
no Windows). Além disso, existem quatro plataformas de software livre em
experiência.
As primeiras experiências datam de Outubro de 2002 e os principais objectivos
dos responsáveis do projecto são uma melhoria constante e a satisfação dos
alunos.
O e-learning não está concentrado em áreas específicas, pois a sua
implementação tem dependido do interesse por parte de cada professor. Os
cursos equivalem sempre a uma disciplina, com aulas presenciais. Os
professores utilizam as plataformas para colocar conteúdos e para comunicar
com os alunos, nomeadamente através de fóruns.
A instituição foi alvo de um conjunto de mudanças ao nível da estrutura
organizacional para adaptação às necessidades de um e-learning aberto,
flexível e distribuído. A principal foi a efectiva constituição da equipa do e-
learning, pois apenas havia um gabinete de apoio à utilização das tecnologias
de informação. Mais tarde, foi constituído um concelho consultivo do e-learning
para formalizar as estratégias de e-learning da IES.
Relativamente à escolha da solução tecnológica, existem duas situações. O
Luvit apareceu na FEUP devido a um projecto europeu de desenvolvimento de
uma plataforma de e-learning onde participaram investigadores da FEUP. Mais
tarde, alguns professores da FEUP, de engenharia informática, começaram a
usar o Moodle e, a partir do ano lectivo 2004/05, a equipa do e-learning
começou também a dar apoio a essa plataforma que começou como uma
ferramenta tecnológica e não como uma plataforma de e-learning, sem
quaisquer preocupações estratégicas.
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
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No que diz respeito a reacções relativas à transição do ensino presencial para
o e-learning por parte dos envolvidos, todas as disciplinas têm uma página no
sistema de informação da instituição e, até agora, já 20% dos professores usa
as plataformas, o que significa que tem sido uma adesão progressiva. Por parte
dos alunos a adopção do e-learning correu muito bem, até porque existe
alguma liberdade em relação à escolha das plataformas.
As acções de marketing para a divulgação do projecto de e-learning
começaram em Janeiro de 2003, com um workshop sobre a utilização da
plataforma de e-learning, mas a maior parte das pessoas que assistiram não
pertencia à FEUP. Hoje em dia, usa-se e-mail, boletins informativos e o site do
e-learning, onde constam notícias e acções de divulgação interna para os
alunos. Além disso, workshops e conferências constituem uma parte
significativa do processo de divulgação.
Neste momento, não há parcerias com outras instituições, mas sim troca de
ideias entre os responsáveis das universidades, embora o trabalho seja
individual. A FEUP participa no projecto “Campus Virtual”, juntamente com
outras instituições e, este ano, estão-se a definir algumas directrizes, a nível
nacional, sobre a rede wireless e os conteúdos para o e-learning. As
universidades do Porto, Aveiro e Minho pertencem ao grupo que lidera estas
iniciativas.
Com o objectivo de melhorar alguns processos, pretende-se fazer formação
externa sobre as plataformas de e-learning e em relação ao alargamento da
oferta de cursos, o objectivo é convencer cada vez mais professores a usar as
plataformas.
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
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4.1.6 Universidade Fernando Pessoa (UFP) Prof. Doutor Luís Manuel Borges Gouveia (Prof. Auxiliar na Faculdade de
Ciência e Tecnologia da UFP, Presidente do Conselho Científico)
Enquadramento (in site da Internet da IES)
A UFP é o resultado dum projecto inovador de ensino superior, iniciado nos
anos de 1980, através do Instituto Superior de Ciências da Informação e da
Empresa, e do Instituto Erasmus de Ensino Superior, que lhe serviram de base
estruturante.
Através da Faculdade de Ciência e Tecnologia, a UFP deu resposta às
orientações do Ministério da Educação no sentido do ensino privado investir
nas áreas tecnológicas. Na área do ensino, a Faculdade de Ciência e
Tecnologia tem oferecido cinco licenciaturas em Arquitectura e Urbanismo,
Engenharia do Ambiente, Engenharia Informática, Engenharia da Qualidade e
Engenharia Civil.
A investigação desenvolve-se nas áreas científicas dos cursos, em colaboração
com outras instituições, sendo que internamente existem dois centros de
investigação: CEMAS (Centro de Modelação e Análise de Sistemas
Ambientais) e o CEREM (Centro de Recursos Multimediáticos).
Centro de Estudos e Recursos Multimediáticos (CEREM)
O CEREM foi criado em 1996 com o objectivo de desenvolver projectos e
actividades de Investigação e Desenvolvimento de carácter multidisciplinar nas
áreas das TIC.
O CEREM dedica-se à investigação aplicada na área dos Sistemas
Interactivos, preocupando-se de uma forma geral com questões de interacção
homem-máquina, acesso, visualização e manipulação de informação, e
representação e gestão do conhecimento.
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
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Os objectivos da investigação desenvolvida são os seguintes:
Melhorar e adaptar a interacção de um utilizador com o computador
segundo o seu perfil;
Compreender como informação não-estruturada pode ser representada,
armazenada e manipulada;
Estudar factores e desenvolver técnicas que facilitem a interacção de um
utilizador com um ambiente informacional.
O e-learning na UFP Na UFP, o e-learning aparece na modalidade b-learning e apoio ao ensino
presencial, usando a plataforma Sakai 1.0. O projecto de Universidade Virtual
da UFP existe desde Outubro de 2004, como projecto da universidade,
enquadrado no CEREM.
Este projecto consiste no estabelecimento de uma infra-estrutura de suporte
para o ensino superior ministrado na instituição, de forma a permitir, por via de
meios electrónicos, complementar o ensino presencial, possibilitando o
desenvolvimento de iniciativas de EaD, ou em regime misto, sem critérios de
acesso ou restrição, e promovendo o uso e divulgação de conteúdos e
competências internas à universidade. Além disso, pretende promover a
criação de parcerias com outras instituições para o ensino, formação e treino.
Em relação às mudanças ao nível da estrutura organizacional para adaptação
às necessidades de um e-learning aberto, flexível e distribuído, houve um
período de experimentação e, posteriormente, será desenvolvida uma estrutura
autónoma para liderar as iniciativas de uso da plataforma, com o nome de
UFP-UV (Universidade Virtual).
A escolha da solução tecnológica foi feita tendo em conta tratar-se de uma
solução de software livre, funcionalidades existentes e previstas e fiabilidade e
facilidade de utilização, por questões associadas a segurança, qualidade e
usabilidade.
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
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A nível interno, as acções de marketing para a divulgação do projecto de e-
learning consistiram num workshop e diversas acções de sensibilização e
demonstração, tendo-se verificado uma boa adesão por parte de todos os
intervenientes. Exteriormente, foram efectuados diversos textos para
publicação em jornais diários e revistas. Adicionalmente foram ainda
apresentados trabalhos em conferências da área do e-learning e
correlacionadas.
As parceiras constituídas com outras instituições resultam das redes em que a
UFP participa, nomeadamente, a UFP está envolvida com o próprio consórcio
SAKAI que engloba diversas IES, em especial norte-americanas, a HP e a IBM.
No âmbito dos planos de melhoria de processos, a reitoria da UFP e a direcção
da Fundação Fernando Pessoa estão directamente envolvidos e empenhados
na introdução de práticas de e-learning na oferta da UFP, pelo que se trata de
uma aposta estratégica da instituição. Pretende-se investir no alargamento
destas práticas a toda a comunidade educativa, face aos bons resultados
obtidos até agora.
4.1.7 Universidade do Minho (UMinho/ TecMinho) Prof. Doutor Luís Amaral (Coordenador do Grupo "Campus Virtual na UMinho
(e-UM)") e Eng.ª Ana Dias (responsável pela área do elearning na TecMinho)
Enquadramento (in site da Internet da IES)
A UMinho foi fundada em 1973 e iniciou a sua actividade académica em
1975/76. A administração da universidade está localizada em Braga e a maioria
das actividades científicas e académicas são desenvolvidas em dois pólos: o
campus de Gualtar, em Braga, e o campus de Azurém, em Guimarães.
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
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Serviço de Apoio Informático à Aprendizagem (SAPIA)
O SAPIA é uma unidade orgânica da UMinho. Desde a sua criação, tem estado
orientado particularmente para a prestação de serviços de computação à
comunidade académica, com especial ênfase para os alunos dos cursos de
licenciatura e pós-graduação. O SAPIA disponibiliza um conjunto de serviços
muito diversificado, que incluem:
A disponibilização e suporte de um parque alargado de computadores
pessoais com diverso software instalado e acesso à Internet;
Correio electrónico;
Armazenamento de dados;
Alojamento de páginas web;
Gestão de licenças de campus (sistemas operativos, ferramentas de
produtividade e de escritório electrónico, ambientes de desenvolvimento
e ferramentas especializadas);
Plataformas para apoio a actividades de leccionação, que inclui o serviço
de vídeoconferência;
Apoio informático, a definir com base em protocolos a estabelecer com
as unidades e serviços interessados.
Gabinete de Formação Contínua da UMinho (TecMinho)
A TecMinho é um Interface da UMinho que tem um Departamento de
Formação Contínua. Tem uma figura legal própria (é uma associação privada
sem fins lucrativos) com sede no Campus de Azurém da UMinho em
Guimarães. Os serviços da TecMinho incluem:
Formação de professores e funcionários da UMinho em modalidade b-
learning (cursos sobre pedagogias e-learning, criação e concepção de
conteúdos, etc);
Utilização da plataforma Easy para comercializar cursos ou soluções e-
learning para o exterior (empresas, instituições, particulares);
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
- 92 -
Utilização de outras plataformas para os cursos para o exterior (neste
momento a Moodle);
Organização de eventos de divulgação do e-learning em conferências
internacionais;
Publicações na área – “e-learning para e-formadores” e “cadernos e-
learning”;
Cursos de formação para especialistas e-learning;
Cursos de formação b-learning para professores e outros funcionários.
O e-learning na UMinho/TecMinho Desde Junho de 2003 que o e-learning é utilizado como plataforma tecnológica
de cursos de graduação e pós-graduação da UMinho, através da modalidade
de b-learning, com a plataforma Easy, desenvolvida pelo Instituto Vias de
Santa Catarina (Brasil) e adaptada à realidade portuguesa.
Ao nível da formação, desde 2001 que a TecMinho tem promovido acções de
formação contínua em modalidade e-learning e b-learning, para professores e
funcionários da UMinho nas áreas do e-learning e da adopção de pedagogias e
tecnologias e-learning adequadas.
O "e-learning UM" consiste na utilização da Internet de forma a disponibilizar à
comunidade académica um vasto conjunto de informação, recursos didácticos
e funcionalidades administrativas no âmbito do processo de ensino-
aprendizagem, essencialmente para apoio às aulas presenciais.
Quanto à escolha da plataforma, pesaram essencialmente dois factores:
existência das funcionalidades pretendidas e a possibilidade de
desenvolvimento de novas funcionalidades por parte da Universidade.
Em relação a mudanças ao nível da estrutura organizacional para adaptação
ao e-learning, foram designadas duas unidades da IES para suportar o
processo.
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
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O Gabinete de Sistemas de Informação (GSI), que se responsabiliza pela
gestão dos equipamentos onde se instalou a plataforma e pela sua adaptação
à realidade da IES, nomeadamente pelo carregamento automático da
informação académica (disciplinas, professores e alunos) e o Serviço de Apoio
Informático à Aprendizagem (SAPIA), responsável pela divulgação e apoio à
utilização do e-learning junto dos professores e alunos.
As mudanças ao nível organizacional impuseram a formação de pessoal
especializado em tecnologias e em pedagogias para e-learning, que ficou a
cargo da TecMinho.
Dado o carácter restrito desta fase piloto foram feitos convites individuais por e-
mail aos professores referenciados como mais motivados para este projecto,
sendo as áreas dos cursos as mais variadas. Os professores envolvidos
responderam favoravelmente e não tiveram dificuldades na utilização, porque
se realizaram acções de formação individual e em grupo. A mensagem foi
passada aos alunos, que aderiram de forma muito positiva.
Em relação a parcerias, estabeleceu-se uma com o Instituto Vias de Santa
Catarina (Universidade Federal de Santa Catarina, Brasil), que tem uma larga
experiência na implementação de projectos e-learning para o ensino pós-
graduado e em empresas.
Quanto a planos de melhoria, no presente ano lectivo de 2005/06 o projecto vai
abrir-se a todos os professores estando todas as disciplinas da UMinho
disponíveis para utilização na plataforma para os respectivos alunos inscritos.
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
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4.2 Análise dos Casos de Estudo
4.2.1 Análise do enquadramento do e-learning nas IES Nos sete Casos de Estudo considerados neste trabalho, constatou-se que
existiam duas realidades com características um pouco diferentes que, por uma
questão de maior clareza, irão ser estudadas em dois grupos separados.
O primeiro grupo, que se irá ser denominado de Grupo1, inclui o Instituto
Superior de Estatística e Gestão da Informação da Universidade Nova de
Lisboa (ISEGI), a Faculdade de Ciências Económicas e Empresariais da
Universidade Católica Portuguesa (UCP) e a Universidade de Aveiro (UA). O
segundo grupo, que se irá ser denominado de Grupo2, inclui o Instituto
Superior Técnico (IST), a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto
(FEUP), a Universidade Fernando Pessoa (UFP) e a Universidade do Minho,
em conjunto com o seu Gabinete de Formação Contínua (UMinho/ TecMinho).
No Grupo1, o e-learning existe no mestrado (C&SIG, do ISEGI, e em
Multimédia em Educação, da UA) e de um curso de formação avançada
(DISLOGO GESTÃO, da UCP), respectivamente, cuja análise de
necessidades, concepção e implementação tiveram em consideração as
características inerentes ao e-learning.
No caso da UA, o e-learning existe em duas vertentes: o mestrado construído
com base numa modalidade de e-learning (Mestrado em Multimédia em
Educação), e o caso das disciplinas isoladas, onde o e-learning é usado para
apoiar o ensino presencial. Optou-se por inclui-la no Grupo1.
No Grupo2, o e-learning é usado essencialmente como complemento ao ensino
presencial, permitindo uma maior disponibilização de informação sobre os
cursos e facilitando a comunicação no processo de ensino-aprendizagem.
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
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Neste caso não se trata de cursos com uma estrutura baseada em
aprendizagem modular, mas sim de disciplinas isoladas, que foram alvo de
uma transição progressiva do ensino presencial para o e-learning. Todos os
projectos começaram como experiências exploratórias, que foram ganhando
complexidade e com objectivos e estratégias diferentes, até ao nível em que se
encontram actualmente.
Com base na informação de enquadramento dos projectos de e-learning obtida
junto dos responsáveis das IES durante as entrevistas realizadas, pode-se
fazer uma análise das iniciativas em curso.
Constata-se que, em todos os Casos de Estudo apresentados, a modalidade
escolhida, de uma forma mais ou menos explorada, é o b-learning. São
experiências relativamente recentes, que variam entre um e sete anos, e cujos
objectivos se podem dividir em dois grupos, como definidos anteriormente.
No Grupo1, o principal objectivo é alcançar um público-alvo que não tem
possibilidade de frequentar cursos em regime de ensino presencial ou, no caso
da UA, adaptar os cursos às exigências da Declaração de Bolonha e melhorar
o acesso à informação e a comunicação com os alunos.
No Grupo2, os objectivos são um pouco mais diversificados, mas com um
ponto em comum que é utilizar as tecnologias de informação na melhoria do
processo de ensino-aprendizagem usado no ensino presencial, nomeadamente
através da melhoria da comunicação dos alunos entre eles e com a IES, da
disponibilização de um vasto conjunto de informação e do desenvolvimento de
competências, como novas formas de avaliação, e estabelecimento de
parcerias com outras IES. Em relação às plataformas de e-learning, estas foram escolhidas com base em
três factores, que são o conhecimento por intermédio de projectos em conjunto
com outras IES, a satisfação dos requisitos pretendidos com o menor custo e
possibilidade de desenvolver novas funcionalidades à medida.
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
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A maioria das IES escolheu a solução menos dispendiosa que satisfazia as
suas necessidades. Esta política de baixo preço pode estar relacionada com o
receio de não obter retorno do investimento, sobretudo quando nem sempre
existem incentivos financeiros para os projectos.
Relativamente a mudanças em termos de estrutura organizacional para
adaptação ao e-learning, não se verificou uma tendência por grupos, ao
contrário de outros pontos. Houve cinco casos em que a alteração mais
significativa foi a constituição de uma equipa de apoio ao e-learning (ISEGI,
UA, IST, FEUP e UMinho), à qual todos os responsáveis dão bastante
importância. Existe um caso em que não se fizeram alterações (UCP) e outro
que ainda está em fase de análise para definir quais as mudanças necessárias
(UFP).
Nas instituições mais empenhadas em alterar a sua estrutura em função do e-
learning, foram criadas componentes financeiras e pedagógicas (ISEGI) e um
concelho consultivo do e-learning para formalizar as estratégias de e-learning
(FEUP).
As acções de marketing dos projectos, tanto internas como externas,
realizaram-se mais no início, numa tentativa de divulgar e obter a atenção dos
interessados. Actualmente o marketing é feito como nos cursos em regime
presencial, através dos meios tradicionais, como a participação e apresentação
de trabalhos em conferências e workshops, notas informativas e brochuras, e-
mail ou site do e-learning.
Na generalidade, todos os responsáveis consideram que adesão dos alunos foi
muito boa, já que o e-learning veio trazer uma melhoria significativa das
condições de aprendizagem. Por parte dos professores, as reacções foram
variáveis; houve situações em que a aceitação e colaboração foram sem
reservas, mas noutros houve alguma resistência inicial (UA, IST e FEUP), pois
o e-learning implica um acréscimo de esforço e tempo.
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
- 97 -
Verificou-se uma tendência generalizada para o estabelecimento de parcerias
com outras instituições, mas de uma forma variável e ao longo do tempo.
Existem parcerias pontuais, outras em regime mais prolongado, mas todas com
o objectivo de tentar aprender mais sobre o assunto e garantir alguma
coerência do projecto de e-learning, quer ao nível tecnológico, quer ao nível de
produção de conteúdos.
Relativamente a planos de melhoria, independentemente dos grupos, existem
duas preocupações; nos casos em que o projecto está ainda em
desenvolvimento, pretende-se alargar o âmbito e tentar convencer cada vez
mais professores a aderirem. Nos casos em que o e-learning já está mais
consolidado, o principal objectivo é a melhoria e adequação dos processos,
nomeadamente através de formação externa e da reformulação de conteúdos,
para satisfazer os clientes da aprendizagem. Começam também já a verificar-
se preocupações relativas à qualidade dos cursos (UA) e que se têm traduzido
em estudos sobre normalização de materiais e procedimentos.
Embora com níveis de desenvolvimento e objectivos diversos, é comum a
preocupação de todos os responsáveis em relação à melhoria dos materiais e
procedimentos usados, no sentido de os adequar ao processo de ensino-
aprendizagem e garantir projectos com qualidade.
4.2.2 Análise dos Casos através da aplicação do modelo Neste capítulo vai ser feita a análise das respostas dos responsáveis das IES
às perguntas colocadas durante a entrevista. Estas perguntas correspondem a
FCS que se pretende saber se estão presentes nas IES. Esses FCS
correspondem às variáveis do modelo de Taborda (2001) que vai ser usado na
análise.
Numa tentativa de sistematizar melhor as variáveis e para dar uma ideia mais
concreta sobre a realidade, optou-se por fazer uma quantificação das
respostas, no sentido de se poder fazer algumas comparações não só dos
diferentes casos, como também entre variáveis.
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
- 98 -
Essa quantificação consistiu na sua estratificação em níveis, consoante o grau
de cobertura da resposta face à questão correspondente. As tabelas com as
respostas encontram-se no Anexo III.
No final da análise de cada variável, é apresentada uma tabela que mostra a
influência da presença dessa variável nas IES estudadas. Em cada coluna está
representada a ou as perguntas associadas à variável em questão, à (às) qual
(ais) corresponde a soma do valor obtido da quantificação das respostas de
todas as IES, face ao valor total possível, ou seja:
X/Y, em que X é a soma da quantificação das respostas das IES e Y é o valor
máximo que poderia ter sido obtido.
Na última coluna está representado o total obtido do conjunto dos resultados
das respostas, mas numa escala de Likert (de zero a cinco), representando a
influência da presença da variável no conjunto das IES.
4.2.2.1 Incentivos dados à IES
Pergunta (Nº11 da Tabela 6) – São dados incentivos financeiros à IES, por
parte do Governo ou da União Europeia (UE), para o projecto de e-learning? E
recompensas pela eficácia educacional do ensino? Se sim, especifique.
Níveis das respostas: 0 – Não são dados quaisquer incentivos financeiros à IES.
1 – São dados incentivos ou para aquisição da plataforma ou para
desenvolvimento de conteúdos.
2 – Houve incentivos para as várias componentes do projecto.
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
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ISEGI UCP UA IST FEUP UFP UMinho
0 1 1 2 1 2 1
Tabela 7. Quantificação das respostas à pergunta da variável Incentivos dados à IES.
Na maior parte dos casos, houve apoio inicial por parte de diversas instituições
(como o Governo, a UMIC, o Euroform ou a Fundação Fernando Pessoa) ou de
iniciativas (como o PRODEPIII, POSI ou e-U) para o desenvolvimento de
conteúdos, aquisição da plataforma, apoio a professores, infra-estruturas ou
componente administrativa. O caso do ISEGI foi o único em que todo o
investimento foi, e continua a ser, suportado pelo orçamento da IES e pelas
propinas do mestrado.
Este tipo de iniciativas requer grandes investimentos com retornos nem sempre
garantidos à partida ou, pelo menos, só em longo prazo. Desta forma, a falta de
incentivos pode ser um dos motivos pelos quais ainda algumas IES não
tenham aderido ao e-learning e, as que o fizeram, a maioria o tenha feito numa
base experimental, sem uma análise prévia de necessidades e, por vezes, sem
recursos suficientes para desenvolver conteúdos.
Quanto a recompensas pela eficácia educacional do ensino, embora já exista
uma consciência generalizada sobre a sua importância, as medidas ainda não
são mais do que projectos numa fase ainda inicial.
A iniciativa que mais se aproxima verifica-se na FEUP, ao nível da
Universidade do Porto, e consiste no prémio de excelência para o e-learning,
que premeia o professor que tenha feito a melhor adequação de conteúdos de
uma disciplina ao e-learning.
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
- 100 -
Quanto aos valores apresentados na tabela acima, pode-se dizer que, apesar
de a falta de incentivos ser considerada uma ameaça externa às iniciativas de
e-learning, sobretudo devido aos elevados custos associados, não é importante
a ponto de as inviabilizar. Já que algumas IES conseguem suportar pelo menos
parte dos custos através do seu orçamento e também com as receitas
adquiridas através das propinas dos cursos.
4.2.2.2 Concorrência de outras IES
Pergunta (Nº12 da Tabela 6) – Existe uma concorrência forte por parte das
outras IES que possa ameaçar a adesão, por parte dos alunos, aos cursos de
e-learning da instituição? Se sim, especifique.
Níveis das respostas:
0 – Não existe concorrência de outras IES (por se tratar de disciplinas
isoladas).
1 – Existe concorrência de outras IES ao nível dos conteúdos.
2 – Existe concorrência de outras IES em relação a cursos em modalidade
de e-learning.
ISEGI UCP UA IST FEUP UFP UMinho
1 1 0 0 0 0 2
Tabela 8. Quantificação das respostas à pergunta da variável Concorrência de outras IES.
No Grupo1, a maioria dos responsáveis são unânimes em afirmar que não
existe concorrência em relação à modalidade de e-learning, mas sim em
relação aos conteúdos dos cursos, por considerarem o e-learning como uma
ferramenta e não um objectivo em si. No caso do Grupo2, e excepto no caso
da UMinho/TecMinho, não se considera que haja concorrência, pois trata-se de
disciplinas isoladas e não de cursos. A UMinho/TecMinho é o único caso em
que se considera haver concorrência aos dois níveis (conteúdos e e-learning).
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
- 101 -
Isto pode ser justificado por ainda não haver muita oferta do mesmo, ou seja,
na maioria dos casos são disciplinas isoladas e não cursos e, por isso, não são
comparáveis. O que há é alguma concorrência em relação aos conteúdos por
existirem cursos presenciais com a mesma oferta, sobretudo no Grupo1.
A UMinho/TecMinho, apesar de sentir alguma concorrência, surge aqui com
alguma vantagem competitiva face outras instituições formadoras, em relação
ao e-learning, pois é a única IES em Portugal que tem um Gabinete de
Formação Contínua com um Centro de e-learning.
A concorrência por parte de outras IES ainda não é considerada uma ameaça
às iniciativas de e-learning das IES em Portugal. Apesar de ser apontado como
um factor importante num dos casos (UMinho/TecMinho), nos restantes ainda
não é sentido e isso deve-se ao estado ainda um pouco imaturo e com fraca
implementação das iniciativas de e-learning ao nível das IES portuguesas.
Considera-se então que as variáveis não controláveis Incentivos dados à IES e Concorrência de outras IES têm uma influência média baixa nas IES, como
se pode ver na tabela abaixo:
Nº11 Nº12 (0-5)
8/14 4/14 2,14
Tabela 9. Influência das variáveis não controláveis nas IES.
4.2.2.3 Apoio institucional
1ª Pergunta (Nº13 da Tabela 6) – A instituição dá incentivos ao seu corpo
docente? Se sim, especifique.
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
- 102 -
Níveis das respostas: 0 – Não são dados quaisquer incentivos aos professores.
1 – Foram dados incentivos aos professores no início do projecto, mas
agora já não.
2 – São dados incentivos aos professores para a produção de conteúdos.
ISEGI UCP UA IST FEUP UFP UMinho
2 1 1 2 2 2 0
Tabela 10. Quantificação das respostas à primeira pergunta da variável Apoio institucional.
Na maioria dos casos foram dados incentivos aos professores, sobretudo numa
fase inicial do projecto, como uma forma de os motivar para começarem a
produzir conteúdos para o e-learning, uma vez que se tratava de uma área
desconhecida.
Hoje em dia, há situações em que isso já não se verifica (UA), por os
responsáveis considerarem que os incentivos nunca foram um factor
diferenciador e que as TIC fazem parte do trabalho de qualquer professor.
Outro caso é o da UCP, por o programa já apresentar alguma estabilidade em
termos de conteúdos e ser o único apoio considerado necessário ser ao nível
técnico. A UMinho/TecMinho é o único caso em que nunca foram dados
incentivos ao corpo docente.
Nos restantes casos, quer sob a forma de créditos, direitos de autor ou prémios
monetários, os incentivos continuam a existir, por se considerar ser trabalho
acrescido que exige tempo e um esforço suplementar.
2ª Pergunta (Nº14 da Tabela 6) – Existe um plano tecnológico para assegurar
normas de qualidade na construção e manutenção da infra-estrutura de e-
learning? Se sim, especifique.
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
- 103 -
Níveis das respostas: 0 – Não existe um plano para assegurar normas de qualidade.
1 – Existe um plano para assegurar normas de qualidade apenas ao nível
da tecnologia.
2 – Existe um plano para assegurar normas de qualidade ao nível da
tecnologia e dos conteúdos.
ISEGI UCP UA IST FEUP UFP UMinho
0 0 1 2 2 2 2
Tabela 11. Quantificação das respostas à segunda pergunta da variável Apoio institucional. Quanto a um plano tecnológico para assegurar normas de qualidade na
construção e manutenção da infra-estrutura de e-learning, as opiniões dos
responsáveis são divergentes. No Grupo1, não tem sido uma das prioridades,
pois existe um maior interesse em adequar os conteúdos às necessidades dos
alunos.
No Grupo2, verifica-se uma maior preocupação com o bom funcionamento das
plataformas, através da implementação de algumas normas internacionais
(como o SCORM e o LM, da IMS). Um dos motivos pode ser devido ao facto de
interpretarem o projecto de e-learning como uma plataforma de comunicação
transversal à IES e não de um curso específico, para um público mais reduzido.
Por outro lado, também são IES com uma forte componente tecnológica,
naturalmente mais sensível a estas questões.
3ª Pergunta (Nº15 da Tabela 6) – Quais as medidas de segurança electrónica
(protecção de passwords, sistemas de encriptação e de back-up) para garantir
a integridade e validade da informação? Níveis das respostas:
0 – Não existem medidas de segurança electrónica para garantir a
integridade e validade da informação.
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
- 104 -
1 – As medidas de segurança electrónica existentes são insuficientes para
garantir a integridade e validade da informação.
2 – Existem medidas de segurança electrónica da plataforma ou do sistema
de informação da IES.
ISEGI UCP UA IST FEUP UFP UMinho
2 2 2 2 2 2 2
Tabela 12. Quantificação das respostas à terceira pergunta da variável Apoio institucional. Relativamente às medidas de segurança electrónica, em todos os casos estão
asseguradas pela plataforma e, na maioria deles, ainda integradas no sistema
de informação da instituição, o que garante a integridade e validade da
informação e possibilita uma comunicação segura entre os intervenientes do
processo de ensino.
Pode-se concluir que a variável Apoio institucional tem uma presença média
alta nas IES, como se resume a seguir.
Nº13 Nº14 Nº15 (0-5)
10/14 9/14 14/14 3,93
Tabela 13. Presença do Apoio institucional nas IES.
4.2.2.4 Desenvolvimento do curso
1ª Pergunta (Nº16 da Tabela 6) – Que análise foi feita para identificar
necessidades de alunos, professores, tecnológicas ou de serviços de suporte,
antes da implementação do e-learning?
Níveis das respostas: 0 – Ainda está a ser feita uma análise sobre a utilização do e-learning nos
cursos da IES.
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
- 105 -
1 – A análise das necessidades foi feita com base na experiência adquirida
e parcerias com outras IES.
2 – No início, foi feita uma análise de todas as necessidades.
ISEGI UCP UA IST FEUP UFP UMinho
2 2 2 1 1 0 2
Tabela 14. Quantificação das respostas à primeira pergunta da variável
Desenvolvimento do curso.
Relativamente à análise de necessidades, no Grupo1, em que existe um
programa com uma estrutura pensada com base numa modalidade e-learning,
houve a preocupação de fazer um levantamento relativamente a qual o público-
alvo, quais as suas características e expectativas e, consequentemente, dos
recursos humanos, materiais e procedimentos para a elaboração do curso.
No Grupo2, as iniciativas podem contar ou não com a experiência prévia por
parte de alguns professores, mas as adaptações e melhorias vão sendo
sempre feitas consoante o feedback recebido por parte dos intervenientes, a
experiência adquirida ao longo do tempo ou mesmo contribuições de outras
IES com as quais tenham parcerias. Resumindo, no Grupo1 e na UMinho/TecMinho foi feita uma análise de
necessidades antes da implementação do e-learning, mas nos restantes casos
essa análise tem sido faseada e na UFP nem foi mesmo concluída. 2ª Pergunta (Nº17 da Tabela 6) – Existe uma equipa multidisciplinar
responsável pelo projecto de e-learning (pessoas da instituição e especialistas
em: conteúdo, design de instrução, tecnologia e avaliação)?
Níveis das respostas: 0 – Não existe uma equipa de apoio para o e-learning.
1 – Está a ser constituída uma equipa de apoio para o e-learning.
2 – Existe uma equipa multidisciplinar de apoio para o e-learning.
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
- 106 -
ISEGI UCP UA IST FEUP UFP UMinho
2 2 2 2 2 1 2
Tabela 15. Quantificação das respostas à segunda pergunta da variável
Desenvolvimento do curso.
Quanto à estrutura da equipa multidisciplinar, esta depende do tipo de trabalho
que os responsáveis das IES definem que seja feito na plataforma de e-
learning, ou seja, se pretendem apenas usar as funcionalidades existentes ou
querem desenvolver outras complementares.
Independentemente disso, em cada situação, existe uma estrutura de apoio ao
projecto, mais ou menos complexa, consoante as suas responsabilidades, que
podem incluir gestão da plataforma, desenvolvimento de conteúdos, novas
funcionalidades ou apoio aos professores.
Verificou-se uma situação semelhante em ambos os grupos, estando a equipa
da UFP ainda a ser constituída.
3ª Pergunta (Nº18 da Tabela 6) – Os materiais e procedimentos usados no
projecto de e-learning são revistos periodicamente para que estejam sempre de
acordo com as normas? Como?
Níveis das respostas: 0 – Os materiais e procedimentos não são revistos periodicamente.
1 – Os materiais e procedimentos são revistos consoante factores diversos
(feedback dos intervenientes, disponibilidade financeira, experiência
adquirida).
2 – Existem normas para rever materiais e procedimentos.
ISEGI UCP UA IST FEUP UFP UMinho
1 1 1 0 1 2 2
Tabela 16. Quantificação das respostas à terceira pergunta da variável
Desenvolvimento do curso.
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
- 107 -
Relativamente à revisão de materiais e procedimentos usados no projecto,
existem várias opiniões. Existe um caso em que não há revisões periódicas
(IST), outros em que a revisão é feita de acordo com as disponibilidades
financeiras (ISEGI), com o feedback dos alunos e professores (UCP) ou só do
ponto de vista técnico (UA). Nos casos da FEUP e UFP, verifica-se a
participação em conferências e comités que estudam e desenvolvem normas
de interesse para o e-learning. A UFP é a única instituição que propõe
avaliações semestrais e na UMinho/TecMinho, embora ainda não tenha feito
nenhuma revisão, está a ser elaborado um manual com base no SCORM.
Sendo assim, pode-se concluir que a variável Desenvolvimento do curso tem
uma presença média alta nas IES:
Nº16 Nº17 Nº18 (0-5)
10/14 13/14 8/14 3,69
Tabela 17. Presença do Desenvolvimento do curso nas IES.
4.2.2.5 Processo ensino-aprendizagem
1ª Pergunta (Nº19 da Tabela 6) – Quais as formas de interacção dos alunos
entre eles e com a instituição (e-mail, chat, fóruns, videoconferência, outro)?
Níveis das respostas: 0 – Não há interacção dos alunos entre eles e com a instituição.
1 – As formas de interacção dos alunos entre eles e com a instituição são
limitadas.
2 – Há muitas formas de interacção dos alunos entre eles e com a
instituição, facilitando o processo de comunicação.
ISEGI UCP UA IST FEUP UFP UMinho
2 2 2 2 2 2 2
Tabela 18. Quantificação das respostas à primeira pergunta da variável
Processo ensino-aprendizagem.
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
- 108 -
No que diz respeito às formas de interacção dos alunos entre eles e com a IES
constata-se que se faz através dos meios normalmente disponíveis na
plataforma, sobretudo os e-mails, chat, fóruns de discussão e também,
nomeadamente no caso do IST, os tradicionais telefone e sessões de dúvidas.
As ferramentas síncronas, em geral, não são muito apreciadas pelos
responsáveis das IES, por considerarem que condicionam a participação dos
alunos. De seguida, apresenta-se a tabela das respostas, verificando-se que
em todos os casos, existem diversas formas de interacção disponibilizadas
pelas plataformas de e-learning e não só (telefone, sessões de dúvidas
presenciais), que melhoram substancialmente não só o processo de
comunicação como a disponibilização de informação tanto da parte da IES
como dos alunos.
2ª Pergunta (Nº20 da Tabela 6) – No curso, é permitido aos alunos o controlo
do acesso aos conteúdos e uma navegação não condicionada? Se sim, de que
forma? Níveis das respostas:
0 – Os alunos não têm acesso a todos os conteúdos e a navegação no
curso é condicionada.
1 – Os alunos têm acesso a todos os conteúdos, mas a navegação no curso
é condicionada pelo professor.
2 – Os alunos têm acesso a todos os conteúdos e a uma navegação no
curso não condicionada.
ISEGI UCP UA IST FEUP UFP UMinho
1 1 2 2 1 2 2
Tabela 19. Quantificação das respostas à segunda pergunta da variável
Processo ensino-aprendizagem.
Relativamente ao controlo do acesso aos conteúdos e à navegação no curso
por parte dos alunos, em todos os casos as plataformas permitem uma
navegação não condicionada e o controlo do acesso aos conteúdos por parte
dos alunos, cuja permissão fica ao critério de cada professor.
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
- 109 -
Em alguns casos (ISEGI e UCP), a navegação nos módulos é condicionada
pela realização dos testes de autoavaliação no final, embora todos os
conteúdos vão ficando disponíveis à medida que vão sendo estudados e
avaliados. O objectivo é garantir uma certa estruturação do processo de
aprendizagem e uma avaliação progressiva de conhecimentos adquiridos. No
caso dos conteúdos, a sua concentração na plataforma e a disponibilidade total
facilitam muito o processo de ensino-aprendizagem, sobretudo aos alunos.
3ª Pergunta (Nº21 da Tabela 6) – Durante o curso, está prevista a realização
de exercícios práticos para desenvolver a capacidade de compreensão dos
tópicos abordados?
Níveis das respostas: 0 – Durante o curso não são realizados exercícios práticos para aferição de
conhecimentos.
1 – A realização de exercícios práticos para aferição de conhecimentos
depende do professor.
2 – Realizam-se sempre exercícios práticos para aferição de
conhecimentos.
ISEGI UCP UA IST FEUP UFP UMinho
2 2 1 2 1 2 1
Tabela 20. Quantificação das respostas à terceira pergunta da variável
Processo ensino-aprendizagem.
Quanto à realização de exercícios, no Grupo1 os programas caracterizam-se
por uma forte componente prática, com exercícios para desenvolver a
capacidade de compreensão dos tópicos abordados. No Grupo2 a utilização de
exercícios práticos está directamente dependente da matéria da disciplina e da
decisão de cada professor, mas o seu uso é normalmente adoptado (IST e
UFP).
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
- 110 -
Pode-se concluir que a variável Processo ensino-aprendizagem tem uma
presença elevada nas IES:
Nº19 Nº20 Nº21 (0-5)
14/14 11/14 11/14 4,29
Tabela 21. Presença do Processo ensino-aprendizagem nas IES.
4.2.2.6 Estrutura do curso
1ª Pergunta (Nº22 da Tabela 6) – Antes do curso, os alunos são informados
sobre ele e aconselhados a verificar se têm motivação, compromisso e
condições para aprender a distância? Se sim, de que forma?
Níveis das respostas: 0 – Não há aconselhamento ou não se aplica ao caso.
1 – Há aconselhamento sobre os vários aspectos do curso.
2 – Há aconselhamento sobre o curso e sobre questões de motivação dos
alunos.
ISEGI UCP UA IST FEUP UFP UMinho
2 1 1 0 1 0 2
Tabela 22. Quantificação das respostas à primeira pergunta da variável
Estrutura do curso.
Apenas no caso do ISEGI e da UMinho/TecMinho existe informação sobre
motivação e compromisso por parte dos alunos, na primeira sessão de
esclarecimento. Apesar de ser considerado muito importante, nos restantes
casos não existem meios previstos que contemplem esta vertente mais
psicológica, que terá que ser da responsabilidade dos próprios alunos, pelo
menos nesta altura.
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
- 111 -
Quanto à informação sobre os cursos e disciplinas, em todas as situações, está
presente na plataforma e, nos casos do ISEGI, FEUP e UMinho/TecMinho
existem sessões presenciais de esclarecimento na abertura dos cursos.
2ª Pergunta (Nº23 da Tabela 6) – Os alunos são instruídos quanto a métodos
eficazes de pesquisa, incluindo avaliação da validade dos recursos? Se sim, de
que forma?
Níveis das respostas: 0 – Não há instrução sobre métodos de pesquisa ou validade dos recursos.
1 – Existem recursos na plataforma ou fornecidos pelos professores.
2 – Existe instrução sobre métodos de pesquisa e validade dos recursos.
ISEGI UCP UA IST FEUP UFP UMinho
1 1 1 1 2 1 1
Tabela 23. Quantificação das respostas à segunda pergunta da variável
Estrutura do curso.
A FEUP é a única instituição onde existe alguma formação em métodos de
pesquisa e validade dos recursos de informação, por meio de cursos da
responsabilidade da biblioteca. Nas restantes, existe informação variada sobre
as disciplinas, apresentada em sessões de esclarecimento, como no caso do
ISEGI, e também bibliografia de apoio na plataforma, mas a sua colocação e
gestão estão, na maioria das situações, dependentes de cada professor.
3ª Pergunta (Nº24 da Tabela 6) – O curso apresenta uma estrutura familiar
aos alunos, permitindo-lhes concentrar a sua atenção nos conteúdos de
instrução?
Níveis das respostas: 0 – O curso não apresenta uma estrutura familiar aos alunos.
1 – O curso apresenta uma estrutura familiar aos alunos.
2 – Os alunos podem escolher a estrutura com que mais se identificam.
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
- 112 -
ISEGI UCP UA IST FEUP UFP UMinho
1 1 1 1 2 1 1
Tabela 24. Quantificação das respostas à terceira pergunta da variável
Estrutura do curso.
Em todas as situações, a opinião dos responsáveis é que os cursos têm uma
estrutura familiar aos alunos, que não consistirá num problema em termos de
adaptação ou de desenvolvimento da aprendizagem. A única dificuldade que é
referida é a adaptação à plataforma e a preparação do curso, em termos
tecnológicos, por parte do aluno. No caso da FEUP, a vantagem que existe
face aos outros é a possibilidade de os intervenientes poderem escolher a
plataforma com que mais se identificam, de entre as duas plataformas que
estão disponíveis.
Pode-se concluir que a variável Estrutura do curso tem uma presença média
baixa nas IES, como se pode ver a seguir:
Nº22 Nº23 Nº24 (0-5)
7/14 8/14 8/14 2,74
Tabela 25. Presença da Estrutura do curso nas IES.
4.2.2.7 Apoio ao aluno
1ª Pergunta (Nº25 da Tabela 6) – O site do curso tem segurança,
disponibilidade e informações objectivas?
Níveis das respostas: 0 – O site do curso não tem as características desejadas.
1 – O site do curso tem algumas falhas que podem ser melhoradas.
2 – O site do curso tem todas as características consideradas importantes
para o curso.
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
- 113 -
ISEGI UCP UA IST FEUP UFP UMinho
2 2 2 2 2 2 2
Tabela 26. Quantificação das respostas à primeira pergunta da variável Apoio ao aluno.
Esta é uma das respostas em que há maior unanimidade. Todos os
responsáveis consideram que o site do curso tem segurança, disponibilidade e
bastante informação sobre o curso, não só em termos de conteúdos,
bibliografia e avaliação como também sobre a própria plataforma. O curso pode
ser simplesmente uma disciplina isolada, com um site contendo toda a
informação possível, não só de conteúdos como também sobre as várias
componentes do processo de ensino, como tecnologia ou serviços de suporte.
2ª Pergunta (Nº26 da Tabela 6) – É fornecida assistência técnica aos alunos
durante o curso, incluindo instruções sobre os meios electrónicos utilizados e
um sistema de resposta eficaz às suas questões? Se sim, de que forma?
Níveis das respostas:
0 – Não é fornecida qualquer assistência aos alunos.
1 – A assistência é fornecida através de recursos da plataforma.
2 – A assistência é fornecida através da equipa de apoio.
ISEGI UCP UA IST FEUP UFP UMinho
1 2 2 2 2 2 2
Tabela 27. Quantificação das respostas à segunda pergunta da variável Apoio ao aluno.
Em todos os casos, é fornecida assistência técnica aos alunos, através de uma
estrutura mais ou menos complexa, que varia desde os meios disponíveis na
plataforma, passando pelo apoio dado pelos professores (presencial, telefónico
ou através de e-mail) até à existência de uma equipa de apoio ao e-learning.
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
- 114 -
Nos casos em que existe uma equipa de apoio, esta auxilia tanto professores
como alunos.
Verifica-se que no Grupo1 não existe a mesma preocupação com a infra-
estrutura de apoio do que no Grupo2 por não se dar muita importância à
vertente tecnológica e sentir que, hoje em dia, tanto professores como alunos
já estão muito familiarizados com as TIC. Talvez se deva ao facto de o público-
alvo do Grupo1 ser mais experiente do que o do Grupo2, pois trata-se de uma
formação pós-licenciatura para alunos adultos.
Concluiu-se que a variável Apoio ao aluno tem uma presença elevada nas
IES:
Nº25 Nº26 (0-5)
14/14 13/14 4,82
Tabela 28. Presença do Apoio ao aluno nas IES.
4.2.2.8 Apoio do corpo docente
1ª Pergunta (Nº27 da Tabela 6) – Que auxílio técnico está disponível aos
professores no desenvolvimento do curso e durante a sua realização (recursos
de monitorização e resposta a questões relativas à obtenção electrónica de
informação)?
Níveis das respostas: 0 – Não é dado qualquer auxílio aos professores.
1 – É dado auxílio aos professores sob a forma de recursos da plataforma.
2 – É dado auxílio aos professores pela equipa de apoio ao projecto.
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
- 115 -
ISEGI UCP UA IST FEUP UFP UMinho
1 2 2 2 2 2 2
Tabela 29. Quantificação das respostas à primeira pergunta da variável Apoio do corpo docente.
Na maioria dos casos, há a consciência da importância do apoio do corpo
docente e isso traduz-se na constituição de equipas de cujas responsabilidades
faz parte o apoio aos professores, sobretudo técnico, sempre que solicitado. O
único caso em que isso não acontece é no ISEGI, em que o apoio existente é
em termos de recursos electrónicos sobre o curso proporcionados pela
plataforma.
Verifica-se que no Grupo1, em que os cursos são definidos como um todo, com
uma estratégia bem definida à partida, o apoio ao longo do curso não é tão
importante como nos casos em que há uma transição progressiva do ensino
presencial para o e-learning, uma vez que no primeiro caso a intervenção dos
professores em termos de plataforma é mais limitada.
Em qualquer situação verifica-se que houve e continua a haver apoio ao corpo
docente. No início do processo, na maioria dos casos houve acções de
formação formais, sobretudo sobre a tecnologia usada e, em alguns, sobre a
construção de conteúdos. A formação teve a ver com o tipo de
responsabilidade imputado a cada professor (se só construção de conteúdos
ou também a gestão da plataforma).
2ª Pergunta (Nº28 da Tabela 6) – Os professores têm formação durante o
processo de transição do ensino presencial para o e-learning? São avaliados
durante esse processo? Se sim, especifique.
Níveis das respostas: 0 – Os professores não têm formação na transição para o e-learning.
1 – Os professores têm formação sem avaliação.
2 – Os professores têm formação e são avaliados.
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
- 116 -
ISEGI UCP UA IST FEUP UFP UMinho
0 1 1 1 1 1 2
Tabela 30. Quantificação das respostas à segunda pergunta da variável Apoio do corpo docente.
O ISEGI é o único caso em que os professores não têm nem tiveram formação
no processo de transição para o e-learning. Com a evolução dos projectos, a
experiência adquirida fez com que a formação fosse substituída por sessões de
esclarecimento pontuais, grupos de apoio técnico cujos serviços estão
disponíveis para os professores ou ajuda da própria plataforma.
Na maior parte das situações, os professores não são avaliados nesta
transição do ensino presencial para o e-learning, mas sim pela direcção da
instituição ou por entidades externas, ao longo da sua carreira. A
UMinho/TecMinho é a única IES onde os professores têm formação e são
avaliados em relação aos conhecimentos adquiridos.
Pode-se concluir que a variável Apoio do corpo docente tem uma presença
média alta nas IES, como se vê na tabela seguinte:
Nº27 Nº28 (0-5)
13/14 7/14 3,57
Tabela 31. Influência do Apoio do corpo docente na Eficácia do e-learning.
4.2.2.9 Avaliação
1ª Pergunta (Nº29 da Tabela 6) – Que formas de avaliação pedagógica estão
presentes no curso (avaliação inicial, avaliação contínua e avaliação final)?
Como é que são feitas: online ou presencial?
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
- 117 -
Níveis das respostas: 0 – Não há qualquer forma de avaliação.
1 – A avaliação é variável, dependendo do professor e dos objectivos do
curso.
2 – Existem muitas formas de avaliação complementares para o mesmo
curso (online e presencial).
ISEGI UCP UA IST FEUP UFP UMinho
2 2 2 1 1 1 1
Tabela 32. Quantificação das respostas à primeira pergunta da variável
Avaliação.
As formas de avaliação são bastante diversas, uma vez se trata de cursos com
estruturas diferentes. No Grupo1, verifica-se uma componente de avaliação
online, normalmente sob a forma de avaliação contínua ou autoavaliação no
final de cada módulo, mas que também pode incluir trabalhos de grupo (UCP)
ou novas formas de avaliação não tradicional, como alunos a avaliarem outros
alunos (UA). Além disso, há sempre uma componente presencial, nas
instalações da instituição, que pode consistir em seminários para discussão do
trabalho efectuado ao longo de um período de tempo ou em provas escritas,
tipo exame final.
No Grupo2, as formas de avaliação estão mais dependentes das opções de
cada professor, que é responsável pelo funcionamento da sua disciplina. O que
se verifica é que o e-learning funciona mais como um facilitador do processo de
aprendizagem, como por exemplo no caso do IST, em que é feita a agilização
da avaliação contínua ou mesmo o processo de avaliação para casos de
disciplinas com um elevado número de alunos.
2ª Pergunta (Nº30 da Tabela 6) – Que métodos são aplicados na avaliação da
eficácia educacional do curso? Existem normas específicas para comparar com
os resultados da aprendizagem?
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
- 118 -
Níveis das respostas: 0 – Não existem normas nem métodos de avaliação da eficácia
educacional.
1 – Não existem normas, mas há métodos de avaliação da eficácia
educacional.
2 – Estão previstas normas específicas e métodos de avaliação da eficácia
educacional.
ISEGI UCP UA IST FEUP UFP UMinho
2 1 1 1 0 0 2
Tabela 33. Quantificação das respostas à segunda pergunta da variável
Avaliação.
Dado o seu ser carácter experimental, a maioria dos cursos ainda não possui
métodos específicos para avaliar a sua eficácia educacional. Além disso, como
são recentes, ainda não é possível ter uma base, em termos de histórico, para
fazer uma análise com alguma consistência. Esta avaliação acaba por ser feita,
embora com bastantes limitações, através da medição da satisfação dos
alunos (por inquérito).
Nota-se, no entanto, vontade em evoluir e já há mesmo projectos (ISEGI e
UMinho/TecMinho) que pretendem abranger esta componente de avaliação,
através da implementação de normas específicas para comparar os resultados
da aprendizagem.
3ª Pergunta (Nº31 da Tabela 6) – Como se mede o grau de satisfação dos
alunos e dos professores (por exemplo: inquéritos, entrevistas)?
Níveis das respostas: 0 – Não se mede a satisfação dos alunos nem a dos professores.
1 – Mede-se a satisfação dos alunos, mas não a dos professores.
2 – Mede-se a satisfação dos alunos e a dos professores.
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ISEGI UCP UA IST FEUP UFP UMinho
1 1 1 1 1 1 2
Tabela 34. Quantificação das respostas à terceira pergunta da variável
Avaliação.
Na maioria dos casos, usam-se os inquéritos que já faziam parte do processo
de avaliação do ensino presencial, sem quaisquer adaptações, excepto a
possibilidade de alguns deles serem feitos online.
O IST e FEUP referem o uso de outros inquéritos complementares, sobre a
tecnologia usada ou aspectos específicos que algum professor queira avaliar. A
UMinho/TecMinho usa também inquéritos para medir a satisfação dos
professores.
Conclui-se que a variável Avaliação tem uma presença média nas IES:
Nº29 Nº30 Nº31 (0-5)
10/14 7/14 8/14 2,98
Tabela 35. Presença da Avaliação nas IES.
4.2.3 Disposições finais sobre os casos de estudo Para terminar a entrevista, foi colocada uma última questão aos responsáveis
das IES, que consistiu em lhes pedir para ordenarem os FCS por ordem de
importância, na sua opinião, para a qualidade do e-learning.
Independentemente das pontuações relativas aos FCS, os responsáveis
sintetizaram os elementos que consideram mais importantes para o sucesso de
uma iniciativa de e-learning, que se reflectem nos seguintes cinco pontos:
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
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Análise das necessidades dos alunos e, a partir daí, definição de
necessidades da IES em termos de processos, tecnologia e recursos
humanos;
Existência de uma equipa multidisciplinar responsável pelo projecto;
Qualidade dos materiais e procedimentos usados no projecto;
Interacção entre alunos e deles com a instituição;
Navegação e acesso aos conteúdos por parte dos alunos no
processo de aprendizagem.
Quanto à ordenação, esta foi feita por ordem crescente de importância, sendo
o FCS considerado mais importante pontuado com o número sete e o menos
importante com o número um, de acordo com uma escala de Likert.
Houve casos em que nem todos os FCS foram referidos pelos responsáveis
das IES. Então, para se poder inserir também esses FCS na tabela
apresentada a seguir, optou-se por pontuá-los com igual valor. Esse valor é do
formato n-m, sendo que n é a pontuação máxima (7) e m é o numero de FCS
escolhidos. Desta forma, a tabela seguinte espelha a relação entre a
importância dada aos FCS por cada uma das IES:
FCS 1 – Apoio institucional
FCS 2 – Desenvolvimento do curso
FCS 3 – Processo ensino-aprendizagem
FCS 4 – Estrutura do curso
FCS 5 – Apoio ao aluno
FCS 6 – Apoio do corpo docente
FCS 7 – Avaliação
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
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FCS 1 FCS 2 FCS 3 FCS 4 FCS 5 FCS 6 FCS 7
ISEGI 3 7 5 6 4 3 3
UCP 4 7 6 5 4 4 4
UA 4 7 4 6 4 5 4
IST 1 5 6 2 4 7 3
FEUP 6 7 6 6 5 6 5
UFP 7 2 6 1 3 5 4
UMinho 4 5 7 4 4 6 4
Total 29 40 40 32 28 36 27
Tabela 36. Quantificação da importância dos FCS para os responsáveis das
IES.
Verifica-se que os FCS considerados mais importantes pelos responsáveis das
IES são o Desenvolvimento do curso (FCS 2) e o Processo ensino-aprendizagem (FCS 3), estando este último de acordo com os resultados de
um estudo realizado em IES europeias (Cantoni et al. (2003) e Almala (2004)),
no qual se constatou que, juntamente com Apoio institucional (FCS 1), eram
os FCS mais importantes.
Além disso, os valores obtidos assemelham-se também aos resultados de um
estudo europeu da autoria de Massy (2002), no qual se concluiu que os
critérios mais importantes são:
Conteúdos actualizados;
Grande interacção dos alunos com a IES;
Critérios pedagógicos claros e bem explícitos;
Bom funcionamento da tecnologia e apoio por parte de uma equipa de
suporte.
Relativamente ao FCS considerado menos importante, foi apontada a
Avaliação (FCS 7), o que mais uma vez condiz com o resultado obtido em
Cantoni et al. (2003). O segundo menos importante foi o Apoio ao aluno (FCS 5), reafirmando uma conclusão retirada por Accorsi et al. (2004).
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
- 122 -
Por outro lado, no sentido de se poderem tirar algumas conclusões sobre o
estudo, apresenta-se de seguida uma tabela com o resultado da análise dos
casos de estudo. Nesta tabela, à semelhança da anterior, FCS de 1 a 7
representam os FCS em estudo.
FCS 1 FCS 2 FCS 3 FCS 4 FCS 5 FCS 6 FCS 7
3,93 3,69 4,29 2,74 4,82 3,57 2,98
Tabela 37. Quantificação da presença dos FCS nas IES.
O valor obtido pretende representar a presença do FCS nas IES (Eficácia do e-learning), não como uma análise quantitativa, mas como uma forma de
melhor visualizar a importância da sua presença. A variável Eficácia do e-
learning foi definida segundo uma estratificação em graus de importância
crescentes, para se poder analisar não só a influência individual de cada FCS,
como também a influência conjunta das variáveis do modelo na variável
resposta.
Nesta última tabela, verifica-se que o factor com maior presença nas IES é o
Apoio ao aluno (FCS 5), seguido do Processo ensino-aprendizagem (FCS 3). Por um lado, relativamente ao segundo FCS, a sua forte presença nas IES
está intimamente relacionada com a grande importância que lhe é dada, o
mesmo se passando com o Desenvolvimento do curso (FCS 2), embora com
uma presença menor nas IES.
Por outro lado, o Apoio ao aluno (FCS 5), apesar de lhe ter sido dada baixa
importância devido à maturidade tecnológica dos intervenientes no projecto,
tem a presença mais elevada nas IES.
Além deste, também o Apoio institucional (FCS 1) tem uma presença
significativa nas IES, mas com pouca consideração por parte dos responsáveis,
ao contrário de outros estudos (Accorsi et al. (2004) e Cantoni et al. (2003)),
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
- 123 -
nos quais se encontra em primeiro lugar na escala de importância. No entanto,
mostra a adopção de um dos factores considerados críticos para o sucesso do
projecto.
Em relação à presença conjunta dos FCS nas IES, o valor encontrado (3,7 –
obtido da média dos valores da Tabela 37) permite dizer que tem um nível
médio alto, ou seja, pode-se afirmar que a qualidade dos cursos de e-learning
leccionados nas IES portuguesas tem uma qualidade média alta, o que
significa que se trata de projectos com um nível de eficácia médio alto.
Sendo assim, desta análise, podem-se tecer as seguintes considerações:
O facto de existirem FCS com forte presença, mas pouca importância
atribuída pode ter a ver com o facto de as IES já terem mecanismos que
os garantem e, portanto, a sua implementação já não constituir uma
preocupação estratégica;
Por outro lado, esta discrepância de factores pode ter a ver com o facto
de, apesar de os responsáveis das IES já estarem alertados para quais
os FCS mais importantes para a qualidade, os projectos de e-learning
ainda não têm maturidade suficiente para existir uma coesão entre o que
já se tem e o que se pretende obter;
É necessário que as IES portuguesas estejam atentas ao que se faz ao
nível do e-learning em países onde já exista experiência suficiente para
existirem melhores práticas definidas e normalização de materiais e
procedimentos para a implementação de projectos de e-learning com
qualidade;
As IES portuguesas estão preocupadas com a qualidade das suas
iniciativas e começam a criar mecanismos para avaliar os seus projectos
de acordo com standards internacionais para garantir a qualidade dos
seus projectos de e-learning.
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
- 124 -
5 Conclusão
5.1 Avaliação da investigação
Ainda que recentemente se tenha tornado um tema incontornável,
nomeadamente pelas anunciadas potencialidades ao nível da educação e da
formação, o conceito de e-learning continua a ser utilizado entre nós para
designar realidades muito diversas que vão desde a transposição linear, para a
Web, de sistemas de formação convencionais até ao desenvolvimento de
propostas inovadoras e mais interessantes como seja, por exemplo, o caso da
criação de comunidades virtuais de aprendizagem (Carvalho e Cardoso, 2003).
Por outro lado e ao contrário do que se passa em países mais desenvolvidos,
ainda é escasso o uso das tecnologias para ensinar e aprender nas IES
portuguesas apesar de aí se situar uma multiplicidade de saberes e
competências necessários ao desenvolvimento de projectos verdadeiramente
inovadores e indutores de mudança (Fonseca, 1999).
A presente investigação foi orientada com o objectivo de tentar mostrar os
seguintes pontos:
Definir qualidade dos cursos na modalidade e-learning a partir de um
conjunto de FCS;
Mostrar que os cursos na modalidade e-learning leccionados nas IES
portuguesas têm qualidade;
Recomendar melhores práticas para garantir a qualidade dos cursos na
modalidade e-learning.
Acredita-se que, através da revisão bibliográfica sobre a área do e-learning, foi
possível a elaboração de um modelo que contempla os considerados principais
FCS que têm influência na Eficácia do e-learning, ou seja, que definem um
curso na modalidade e-learning com qualidade.
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
- 125 -
Através de uma entrevista realizada junto de responsáveis de IES portuguesas
foi possível proceder a uma aproximação das variáveis do modelo às práticas
correntes associadas ao e-learning. A aplicação do modelo às respostas da
entrevista permitiu perceber a importância dada aos FCS e qual o seu grau de
presença na IES portuguesas.
Verifcou-se que existem duas realidades diferentes: as IES que ainda não têm
cursos em modalidade e-learning na sua oferta e não estão conscientes da sua
eficácia em termos do processo de ensino-aprendizagem. Por outro lado,
existem as IES que já têm implementado um projecto de e-learning, quer como
apoio ao ensino presencial, quer como modalidade de ensino, mas ainda não
o avaliam nem usam as melhores práticas convencionadas para o fazer com
qualidade e só agora começam a dar os primeiros passos nesse sentido.
Pode-se constatar que o e-learning ao nível das IES em Portugal ainda está
numa fase muito exploratória, sendo que a maior parte das situações não
passa de experiências não consolidadas de poucos anos, que estão agora a
começar a ter alguma maturidade e a poder ser estudadas.
Todos os responsáveis das IES que fazem parte deste estudo estão de acordo
em que a tecnologia não é o fundamental. A tecnologia deve ser um facilitador
do processo de ensino-aprendizagem e a sua evolução deverá ser em função
da melhoria da comunicação dos alunos entre eles e com a instituição. O que
realmente importa é a adequação do processo de ensino-aprendizagem e do
desenvolvimento do curso de acordo com as necessidades dos clientes da
aprendizagem.
Na generalidade, o processo de ensino-aprendizagem e o desenvolvimento do
curso são os factores que reúnem maior unanimidade quanto à sua grande
importância na eficácia do e-learning.
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
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Essa importância deve-se ao facto de todos os responsáveis terem consciência
de que qualquer iniciativa de e-learning só terá sucesso se souberem quem
são os clientes da aprendizagem e quais as suas expectativas e
desenvolverem, a partir daí, um conjunto de procedimentos em termos de
plataforma tecnológica, recursos humanos e estruturas de apoio.
Nos casos em que os professores têm uma grande responsabilidade na gestão
da plataforma e na produção de conteúdos, o apoio do corpo docente é
considerado fundamental e transparece através da criação de equipas de apoio
técnico.
Curiosamente, o apoio institucional, factor considerado o mais crítico em vários
estudos internacionais já mencionados no capítulo anterior, só é considerado
muito importante num caso, o que poderá ser explicado pelo facto de em
Portugal, na maioria dos casos estudados, os projectos de e-learning não
terem associado um plano estratégico consolidado. No entanto, verifica-se que
está presente nas IES estudadas.
A estrutura do curso e o apoio ao aluno não são considerados muito
importantes uma vez que os responsáveis das instituições estão convictos de
que actualmente os alunos já têm um nível de conhecimento técnico muito
elevado e não precisam de grande suporte para se familiarizar com as
plataformas. Além disso, consideram que os cursos têm uma estrutura simples
e existe muita informação sobre as suas componentes e etapas disponível nas
plataformas. Estes factores estão presentes nas IES estudadas mas não são
considerados estratégicos.
Não foi provado que factores externos às IES, como os incentivos por parte de
outras instituições ou concorrência, sejam uma ameaça ao e-learning. Isto
pode ser justificado não só pela relativa autonomia financeiras das IES, como
também pela ainda incipiente oferta de e-learning por parte das IES
portuguesas.
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
- 127 -
Face aos resultados da aplicação do modelo aos casos estudados pode-se
concluir que os cursos de e-learning leccionados nas IES portuguesas têm uma
qualidade média alta, o que constitui um factor motivador quer para as IES que
já implementaram um projecto de e-learning, quer para as que estão a pensar
fazê-lo.
Apesar da verificação de algumas falhas, sobretudo ao nível da legislação e da
quase inexistência de normas específicas para a qualidade do e-learning, (em
relação à componente tecnológica e pedagógica), este estudo pretende
mostrar que o e-learning, desde que usado como parte de uma estratégia, se
pode tornar numa vantagem competitiva para qualquer instituição. No entanto,
de acordo com Caixinha (2005), para que tal aconteça, é necessário colocar
em prática as seguintes actividades:
Análise prévia “custo-benefício” ao nível individual/ organização;
Monitorização em tempo real da evolução do processo de ensino-
aprendizagem;
Avaliação do impacto ao nível individual/ organização.
Com base neste estudo foram elaboradas algumas recomendações,
resultantes da análise efectuada no decorrer da investigação e também de
alguns estudos focando o mesmo tema (IHEP (2000), Dias e Dias (2003),
Massy (2002), Santos (2003) e Almala (2004)):
1. Promover e preparar a instituição para o e-learning - envolver a
gestão de topo da instituição, seleccionar uma equipa de projecto
multidisciplinar, dar formação aos intervenientes do processo e difundir
a ideia e os objectivos do projecto por todos;
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
- 128 -
2. Efectuar a análise das necessidades – identificar as reais
necessidades dos clientes da aprendizagem, seleccionar os cursos (ou
módulos) apropriados para o projecto de e-learning, segundo os
objectivos definidos para o projecto, definir e caracterizar cada um
desses cursos;
3. Seleccionar parcerias tecnológicas – seleccionar a plataforma a
utilizar, o tipo de acesso e a personalização do ambiente tecnológico,
com base nas necessidades identificadas e no orçamento disponível
para o projecto;
4. Seleccionar parcerias pedagógicas – garantir o desenvolvimento, a
adaptação e a normalização de conteúdos educacionais multimédia;
5. Executar o projecto de e-learning – efectuar o enquadramento do
projecto de e-learning, definir a sua estrutura, o investimento e
exploração necessários e os resultados operacionais esperados;
6. Medir o impacto do e-learning – efectuar a avaliação pedagógica do
projecto, a satisfação dos intervenientes e garantir e avaliar a sua
eficácia quer em termos educacionais como do investimento realizado.
A adopção de práticas de e-learning, desde que implementada de acordo com
as melhores práticas recomendadas pelos especialistas da matéria, pode ser
tomada como um requisito para um Ensino Superior moderno e adequado à
Sociedade da Informação.
5.2 Limitações do estudo e perspectivas futuras
O presente estudo é de carácter qualitativo, uma vez que se baseia nas
respostas dos responsáveis das IES que constituem os Casos de Estudo.
Desta forma, as conclusões retiradas sofrem influência de opiniões e
sensibilidades que não podem ser avaliadas de forma quantitativa.
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
- 129 -
No decorrer da investigação, procurou-se empregar o máximo rigor na
elaboração da metodologia e aplicação do modelo desenvolvido, tendo sido
feita a introdução de um índice de precisão para obter níveis de avaliação das
respostas mais proveitosos. No entanto, os níveis de avaliação foram
escolhidos com base na percepção do investigador sobre as respostas dadas
pelos responsáveis das IES, o que adicionou mais um enviesamento dos
resultados face à realidade.
Tendo-se verificado alguma escassez de literatura nacional sobre o tema, as
perguntas foram concebidas com base em estudos realizados nos EUA,
Canadá, Brasil e outros países da Europa (Suíça, Espanha, Itália, França e
Alemanha), onde o e-learning tem uma grande implantação, e daí a
inadequação face à realidade portuguesa.
Constatou-se, ao longo do período em que foram realizadas as entrevistas, que
as perguntas eram demasiado complexas e muitas vezes inadequadas à
realidade portuguesa, que ainda se encontra numa fase exploratória com a
maioria dos projectos existentes pouco consolidados.
Pode-se mesmo afirmar que existe alguma heterogeneidade tanto da
população como dos projectos e, além disso, pressupõe algumas vezes que
houve transição do ensino presencial para o e-learning e isso não aconteceu
em todos os casos.
A realização de entrevistas junto dos responsáveis das IES teve como objectivo
ficar em contacto com práticas reais de profissionais desta área, todavia
reconhece-se que sete casos de estudo com carácter qualitativo não são
suficientes para a elaboração de deduções generalizáveis para um universo
muito maior.
Porém, deve ser referido que, por limitações de calendário, este estudo não
contempla a perspectiva dos alunos. Todavia, salienta-se a sua importância
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
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pois são eles os principais intervenientes no processo de ensino-
aprendizagem.
Porém, acredita-se que a identificação de FCS e a constatação da importância
que lhes é conferida, sobretudo nas IES com experiências bem sucedidas e
com um maior nível de maturidade, pode garantir espaço para investigações
futuras especialmente no que diz respeito à recomendação de melhores
práticas para qualquer instituição que pretenda implementar um projecto de e-
learning.
De seguida, apresentam-se as perspectivas futuras para o e-learning:
Melhorar legislação e normas específicas para a qualidade do e-learning
(componente tecnológica e pedagógica);
E-learning como estratégia das organizações para obter vantagens
competitivas;
Criação de parcerias entre IES e o meio empresarial;
Implementar o e-learning, de acordo com as melhores práticas
recomendadas pelos especialistas da matéria;
Criar mecanismos de avaliação de projectos de e-learning de acordo com
standards internacionais para garantir a sua qualidade.
Em jeito de conclusão, enumeram-se em baixo alguns estudos futuros que
podem decorrer deste trabalho:
Usar diferentes modelos teóricos para avaliar a qualidade do e-learning e
comparar com outros casos;
Realizar estudos com base em pesquisa quantitativa;
Definir um plano de implementação segundo as melhores práticas para o e-
learning numa organização.
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
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Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
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Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
- 139 -
Anexo I – Estrutura da entrevista A. Enquadramento do estudo de caso
1. Há quanto tempo existe o projecto de e-learning?
2. Quais os objectivos pretendidos com a implementação do e-learning?
3. Quais as áreas dos cursos de e-learning leccionados? Como foi feita a
selecção dos cursos?
4. E-learning ou b-learning? Em que plataforma?
5. Quais os procedimentos de benchmarking para a escolha da solução de
e-learning?
6. Quais as mudanças ao nível da estrutura organizacional (em termos de:
tecnologia, processos e recursos humanos) para adaptação às
necessidades de um e-learning aberto, flexível e distribuído?
7. Quais as acções de marketing para a divulgação do projecto de e-
learning junto dos interessados (alunos, professores, pessoal da área de
suporte, membros da comunidade)? (Via: e-mail, boletins informativos,
newsgroup, jornais, outros)
8. Como foi a adesão inicial por parte dos alunos? Houve muita resistência
à mudança por parte dos envolvidos (alunos, professores, pessoal da
área de suporte, membros da comunidade)?
9. Existem parcerias com outras instituições? Com qual (ais)?
10. Existem planos para melhoria de processos ou alargamento da oferta de
cursos? Se possível, indique quais.
B. Incentivos dados à instituição
11. São dados incentivos financeiros à instituição, por parte do Governo ou
da União Europeia (UE), para o projecto de e-learning? E recompensas
pela eficácia educacional do ensino? Se sim, especifique.
C. Concorrência de outras Instituições de Ensino Superior (IES) 12. Existe uma concorrência forte por parte das outras IES que possa
ameaçar a adesão, por parte dos alunos, aos cursos de e-learning da
instituição (ao nível de: estratégias de marketing aliciantes, preços mais
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
- 140 -
baixos, vanguarda dos temas, avanços tecnológicos, melhor assistência
técnica e pedagógica)? Se sim, especifique.
D. Apoio institucional 13. A instituição dá incentivos ao seu corpo docente? Se sim, especifique.
14. Existe um plano tecnológico para assegurar normas de qualidade na
construção e manutenção da infra-estrutura de e-learning? Se sim,
especifique.
15. Quais as medidas de segurança electrónica (protecção de passwords,
sistemas de encriptação e de back-up) para garantir a integridade e
validade da informação?
E. Desenvolvimento do curso 16. Que análise foi feita para identificar necessidades de alunos,
professores, tecnológicas ou de serviços de suporte, antes da
implementação do e-learning?
17. Existe uma equipa multidisciplinar responsável pelo projecto de e-
learning (pessoas da instituição e especialistas em: conteúdo, design de
instrução, tecnologia e avaliação)?
18. Os materiais e procedimentos usados no projecto de e-learning são
revistos periodicamente para que estejam sempre de acordo com as
normas? Como?
F. Processo ensino-aprendizagem 19. Quais as formas de interacção dos alunos entre eles e com a instituição
(e-mail, chat, fóruns, videoconferência, outro)?
20. No curso, é permitido aos alunos o controlo do acesso aos conteúdos e
uma navegação não condicionada? Se sim, de que forma?
21. Durante o curso, está prevista a realização de exercícios práticos para
desenvolver a capacidade de compreensão dos tópicos abordados?
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
- 141 -
G. Estrutura do curso 22. Antes do curso, os alunos são informados sobre ele e aconselhados a
verificar se têm motivação, compromisso e condições para aprender a
distância? Se sim, de que forma?
23. Os alunos são instruídos quanto a métodos eficazes de pesquisa,
incluindo avaliação da validade dos recursos? Se sim, de que forma?
24. O curso apresenta uma estrutura familiar aos alunos, permitindo-lhes
concentrar a sua atenção nos conteúdos de instrução?
H. Apoio ao aluno
25. O site do curso tem segurança, disponibilidade e informações
objectivas?
26. É fornecida assistência técnica aos alunos durante o curso, incluindo
instruções sobre os meios electrónicos utilizados e um sistema de
resposta eficaz às suas questões? Se sim, de que forma?
I. Apoio do corpo docente 27. Que auxílio técnico está disponível aos professores no desenvolvimento
do curso e durante a sua realização (recursos de monitorização e
resposta a questões relativas à obtenção electrónica de informação)?
28. Os professores têm formação durante o processo de transição do ensino
presencial para o e-learning? São avaliados durante esse processo? Se
sim, especifique.
J. Avaliação 29. Que formas de avaliação pedagógica estão presentes no curso
(avaliação inicial, avaliação contínua e avaliação final)? Como é que são
feitas: online ou presencial?
30. Que métodos são aplicados na avaliação da eficácia educacional do
curso? Existem normas específicas para comparar com os resultados da
aprendizagem?
31. Como se mede o grau de satisfação dos alunos e dos professores (por
exemplo: inquéritos, entrevistas)?
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
- 142 -
Anexo II – Tabelas com as respostas de Enquadramento
ISEGI UCP UA
Programa C&SIG Programa Dislogo Gestão Mestrado em Multimédia em
Educação e
Disciplinas isoladas.
B-learning.
Lotus Learning
Space.
B-learning.
FirstClass.
B-learning.
Blackboard Learning
System, com o Content
System.
IST FEUP UFP
Disciplinas
isoladas.
Disciplinas isoladas. Disciplinas isoladas.
B-learning.
Fénix.
B-learning.
Moodle (open source) e
Luvit (baseado no
Windows).
B-learning.
Sakai 1.0.
UMinho TecMinho
Disciplinas de
áreas variadas.
Acções de formação para
diferentes públicos.
B-learning.
Easy.
B-learning.
Easy.
Tabela 38. Respostas correspondentes às perguntas sobre a modalidade e
plataforma de e-learning do Enquadramento do estudo de caso.
ISEGI UCP UA
2002 1995 1998
Abranger público sem
acesso ao ensino presencial.
Diversificar métodos de
ensino.
Abranger público
sem acesso ao
ensino presencial.
Adaptar os cursos às
exigências do processo
de Bolonha e melhorar o
acesso à informação e a
comunicação com os
alunos.
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
- 143 -
IST FEUP UFP
1998 2002 2004
Avaliação contínua
intensiva, melhor suporte a
alunos trabalhadores-
estudantes e criação de
conhecimento interno sobre
tecnologias aplicadas ao
ensino.
Processo de
melhoria constante
e conquista dos
alunos.
Iniciativas
complementares ao
ensino presencial e
criação de parcerias com
outras IES.
UMinho TecMinho
2003 2001
Disponibilizar informação,
recursos didácticos e
funcionalidades
administrativas, sobretudo
para apoio às aulas
presenciais.
Apoiar e gerir a
organização de
cursos em
modalidade e-
learning e b-learning
para públicos
externos à IES.
Tabela 39. Respostas correspondentes às perguntas sobre início e objectivos
do projecto do Enquadramento do estudo de caso.
ISEGI UCP UA
Escolha da solução com
os requisitos
pretendidos e menor
preço.
Escolha de solução
adaptável aos objectivos
pretendidos com baixo
preço.
Solução obtida no
âmbito do projecto
“Campus Virtual”.
Criação de uma
estrutura paralela para
gerir o programa e
contratação de
professores.
Não houve mudanças
significativas. Existe
apenas um helpdesk de
apoio ao projecto.
Criação do CEMED
que inclui um grupo
que dá suporte aos
professores.
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
- 144 -
IST FEUP UFP
Análise das ofertas do
mercado e visita a IES
líder da área, no Brasil.
O Luvit surge no âmbito de
um projecto europeu e o
Moodle foi trazido por
professores da FEUP.
Os requisitos são ser
uma solução de
software livre,
funcionalidades
existentes e previstas,
fiabilidade e facilidade
de utilização.
Criação do GAEL que,
entre outras
responsabilidades, dá
suporte aos
professores.
Constituição da equipa do
e-learning e de um
concelho consultivo para
apoiar estratégias de e-
learning.
Pretende-se
desenvolver uma
estrutura autónoma
para gerir as iniciativas
da plataforma.
UMinho TecMinho
Escolha de uma solução
com as funcionalidades
pretendidas e que
permitisse desenvolver
outras à medida.
Designação de duas
unidades de suporte:
GSI (gestão dos
equipamentos) e SAPIA
(divulgação e apoio ao
e-learning).
Desenvolvimento de
cursos de formação
(pedagogia, conteúdos e
tecnologia) em modalidade
de e-learning e b-learning,
para professores e
funcionários.
Tabela 40. Respostas correspondentes às perguntas sobre acções de
benchmarking e mudanças na estrutura organizacional do Enquadramento do estudo de caso.
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
- 145 -
ISEGI UCP UA
Listas de e-mails, participação
em congressos, brochura,
jornais, patrocínio de feiras.
Internet, brochura,
jornais.
Sessões de informação,
divulgação de melhores
práticas, participação
em seminários e
congressos.
Não houve transição. Boa
adesão por parte dos
envolvidos, problemas iniciais
com a plataforma, mas já
ultrapassados e alguma
resistência na aprovação do
mestrado.
Não houve
transição.
Boa adesão por
parte dos
envolvidos.
Boa adesão dos alunos
e reacções variáveis
por parte dos
professores.
IST FEUP UFP
Notas informativas internas e
comunicação nas Jornadas
Pedagógicas do IST.
E-mail, boletins
informativos, site do
e-learning,
participação em
workshops e
conferências.
Workshops e acções de
sensibilização, textos
para jornais e revistas e
apresentação de
trabalhos em
conferências.
Grande apoio dos alunos, mas
alguma resistência dos
professores.
Boa adesão dos
alunos, mas
variável e
progressiva por
parte dos
professores.
Aplicação progressiva
do e-learning, já
superior a 10% da
população da IES.
Uminho
Convites individuais por e-mail
aos professores mais
motivados (fase piloto)
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
- 146 -
Boa adesão por parte dos
professores e dos alunos.
Tabela 41. Respostas correspondentes às perguntas sobre acções de
marketing e adesão dos intervenientes do Enquadramento do estudo de caso.
ISEGI UCP UA
Participação num
consórcio internacional
de ensino a distância
na área de SIG.
Parceria com o Council
Inglês de Acreditação do
Ensino a Distância.
Participações pontuais
em projectos, mas não
parcerias estáveis.
No mestrado, revisão
dos conteúdos
segundo o processo de
Bolonha.
Passar até 70% da
licenciatura terminal
para e-learning.
Melhoramentos
permanentes para
satisfazer as
necessidades dos alunos.
No âmbito do projecto
“Aveiro Digital”, estudar
questões relacionadas
com a qualidade do e-
learning.
IST FEUP UFP
Colaboração com a
Universidade Técnica
de Lisboa.
Participação no projecto
“Campus Virtual”.
Envolvimento no
consórcio SAKAI e
parcerias resultantes de
redes em que participa.
Desenvolvimento de
conteúdos para e-
learning em novas
disciplinas.
Formação externa sobre
as plataformas e
aumentar o número de
professores que usam e-
learning.
Alargar as práticas de e-
learning a toda a
comunidade educativa.
Uminho
Parceria com o Instituto
Vias Santa Catarina
(Brasil), com larga
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
- 147 -
experiência nestes
projectos.
Em 2005/06, o projecto
vai alargar-se a todas
as disciplinas.
Tabela 42. Respostas correspondentes às perguntas sobre parcerias e planos
de melhoria do Enquadramento do estudo de caso.
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
- 148 -
Anexo III – Tabelas com as respostas às variáveis do modelo
ISEGI UCP UA
Não são dados
quaisquer incentivos
ao projecto.
No início, houve apoio
para o desenvolvimento de
conteúdos (do Euroform).
Houve apoio para
aquisição da plataforma
(da UMIC e do Governo).
IST FEUP UFP
Houve
financiamento para
o projecto (do
PRODEPIII e do
POSI).
Há financiamento para o
desenvolvimento de
conteúdos e apoio a
professores. Prémio de
excelência.
Apoio no âmbito da e-U
(infra-estruturas e
componente administrativa)
e para o UFP-UV (da
Fundação Fernando
Pessoa).
UMinho
Houve incentivos,
no âmbito da
iniciativa “Campus
Virtual”, da UMIC.
Tabela 43. Resposta à pergunta da variável Incentivos dados à IES.
ISEGI UCP UA
Concorrência ao nível
do ensino presencial,
mas não do e-learning.
Concorrência ao nível dos
conteúdos do programa,
mas não do e-learning.
Não, pois são
disciplinas isoladas.
IST FEUP UFP
Só em relação ao
portal, mas este não
tem objectivos
comerciais.
Não existe concorrência. Não existe
concorrência, porque a
maioria ainda está em
fase exploratória.
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
- 149 -
UMinho TecMinho
Existe concorrência,
sobretudo ao nível de
mestrados e pós-
graduações.
Apresenta vantagem
competitiva na Formação
Contínua em modalidade
de e-learning.
Tabela 44. Resposta à pergunta da variável Concorrência de outras IES.
ISEGI UCP UA
Direitos de autor
relativos aos
conteúdos
produzidos.
No início, houve
incentivos financeiros
pela produção de
conteúdos. Actualmente
só apoio técnico.
No início houve, mas agora
não, pois as tecnologias
fazem parte do trabalho de
qualquer professor.
IST FEUP UFP
Créditos (horas) pela
produção de
conteúdos.
Prémio de excelência,
pela produção de
conteúdos (da
Universidade do Porto).
Engloba as actividades de
b-learning no serviço
docente.
UMinho
Não estão previstos
incentivos directos
para os professores.
Tabela 45. Resposta à primeira pergunta da variável Apoio institucional.
ISEGI UCP UA
Não se considera
necessário ao nível do
mestrado. Há um
projecto da UNL sobre
esse assunto.
Não. Existe desconfiança
em relação a normas
tecnológicas, pois o que
se considera importante é
a qualidade dos
conteúdos.
Estão a ser definidos
critérios de qualidade
para a infra-estrutura de
suporte, mas a nível
pedagógico ainda não é
possível.
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
- 150 -
IST FEUP UFP
Implementação das
normas SCORM
(plataforma e
conteúdos).
Existe um workflow: fazer
conteúdos de qualidade e
depois divulgá-los através
da plataforma.
Sim, na tecnologia,
adopção de plataforma
aberta; nos conteúdos
aplicação do SCORM e
LM (da IMS).
UMinho
Sim, existem normas
de qualidade (SCORM
e IMS)
Tabela 46. Resposta à segunda pergunta da variável Apoio institucional.
ISEGI UCP UA
As da plataforma e dos
serviços informáticos da
instituição.
As da plataforma e
protecção de
conteúdos (ficheiros
“.pdf”).
As da plataforma.
IST FEUP UFP
Para as disciplinas, as
da plataforma. O portal é
público.
Integradas no sistema
de informação da
instituição.
As existentes na infra-
estrutura da instituição
para os restantes
serviços.
UMinho
Protecção de passwords
e back-ups para a
produção de conteúdos
Tabela 47. Resposta à terceira pergunta da variável Apoio institucional.
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
- 151 -
ISEGI UCP UA
No início, foi elaborado
um plano a partir de
todas as necessidades
identificadas.
No início, foi
elaborado um plano
a partir das
necessidades dos
alunos.
Para o mestrado foi
elaborado um plano a partir
das necessidades dos
alunos. Para as disciplinas, é
com base na experiência.
IST FEUP UFP
O plano foi feito com
base na experiência
adquirida.
Plano feito com base
em contribuições de
outras IES e tem
sofrido alterações.
Ainda está a ser feito um
levantamento da utilização
do UFP-UV.
UMinho
Plano elaborado por um
conjunto de professores,
alguns dos quais já com
experiência de e-
learning.
Tabela 48. Resposta à primeira pergunta da variável Desenvolvimento do curso.
ISEGI UCP UA
Sim, com coordenador do
mestrado, de tecnologia e
de conteúdos e os
professores. Estão
previstos um web
designer e um
instructional designer.
Existe um staff de apoio
(plataforma) e os
professores (conteúdos).
Sim, equipa que, além
de outras tarefas,
apoia os professores.
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
- 152 -
IST FEUP UFP
Sim. Sim. Equipa que gere a
plataforma, desenvolve
novas funcionalidades,
ajuda na produção de
conteúdos e apoia toda a
comunidade.
Está em
desenvolvimento a
estrutura descrita,
além de serviços
administrativos e de
suporte.
Uminho TecMinho
Sim, existe uma equipa
constituída por duas
unidades e também por
professores.
Equipa multidisciplinar de
apoio.
Tabela 49. Resposta à segunda pergunta da variável Desenvolvimento do curso.
ISEGI UCP UA
Sim, de acordo com as
disponibilidades
financeiras.
Sim, de acordo com o
feedbck de alunos e
professores.
Sim, mas só do ponto de
vista técnico.
IST FEUP UFP
Não. Sim, de acordo com o
que se aprende com
a troca de
experiências com
outras IES.
Sim, através de avaliações
semestrais e participação
em iniciativas que
desenvolvem normas para
o e-learning.
UMinho
Ainda não foi feita
nenhuma revisão, mas
está a ser elaborado um
manual com base no
SCORM.
Tabela 50. Resposta à terceira pergunta da variável Desenvolvimento do curso.
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
- 153 -
ISEGI UCP UA
E-mail, chat, fórum, sessões
síncronas e telefone, MSN com
Webcam e comunidades
virtuais.
E-mail, chat,
fórum.
E-mail, chat, fórum.
IST FEUP UFP
Aulas teóricas e práticas,
esclarecimento de dúvidas
presencial e e-mail.
E-mail, chat,
fórum e MSN
com Webcam.
E-mail, chat, fórum e
videoconferência. Em
estudo, uso de áudio e
vídeo.
UMinho
Estão presentes as mais
usadas.
Tabela 51. Resposta à primeira pergunta da variável Processo ensino-aprendizagem.
ISEGI UCP UA
Acesso a todos os
conteúdos e navegação
condicionada a uma
autoavaliação no fim
dos módulos.
O programa é feito
consoante a disponibilidade
dos alunos. A navegação é
condicionada por decisão
dos professores.
É livre.
IST FEUP UFP
Sim, nas disciplinas
internas e no portal.
Depende do professor e dos
objectivos da aprendizagem
da disciplina.
Através da
plataforma, os alunos
podem gerir
conteúdos, interagir
ou publicar
conteúdos.
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
- 154 -
UMinho
Os alunos podem
aceder a toda a
informação dos cursos.
Tabela 52. Resposta à segunda pergunta da variável Processo ensino-aprendizagem.
ISEGI UCP UA
Sim, em todas as disciplinas. O programa tem uma
forte componente
prática.
Depende do professor
e dos objectivos da
aprendizagem.
IST FEUP UFP
Sim. Os professores podem
usar a quantidade e
forma pretendida.
Sim, a plataforma
permite várias opções.
UMinho
Os professores podem fazer
questionários on-line para
aferir conhecimentos.
Tabela 53. Resposta à terceira pergunta da variável Processo ensino-aprendizagem.
ISEGI UCP UA
Informação sobre o
mestrado (Internet) e
sessão inicial de
esclarecimento, incluindo
tópicos sobre motivação.
Informação sobre o
programa na
plataforma, brochura
e Internet.
Não aplicável, mas as
disciplinas têm muita
informação disponível
na plataforma.
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
- 155 -
IST FEUP UFP
Não aplicável. Os alunos são
informados em
sessões presenciais
ou e-mails dinâmicos.
De momento não, mas
há iniciativas em
estudo.
UMinho TecMinho
Informação na primeira aula
presencial e através da UM-
Net (sobre o curso e
motivação).
Divulgação através da
rede da IES.
Tabela 54. Resposta à primeira pergunta da variável Estrutura do curso.
ISEGI UCP UA
É tudo explicado na
sessão inicial de
esclarecimento.
Sim, existe muita bibliografia na
plataforma.
Sim, existe uma
lista com
bibliografia para
explorar.
IST FEUP UFP
Depende do professor. Existe formação para toda a
comunidade da FEUP sobre
métodos de pesquisa e
validade dos recursos.
De momento não,
é delegado nos
professores.
UMinho
Existe uma sessão para
demonstrar a utilização
da plataforma.
Tabela 55. Resposta à segunda pergunta da variável Estrutura do curso.
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
- 156 -
ISEGI UCP UA
No início, só têm que
compreender o
funcionamento da
plataforma.
É um processo natural
para os alunos, com
alguma ajuda dos
professores.
Sim, tem uma
estrutura típica.
IST FEUP UFP
Sim. Os professores e alunos
escolhem a plataforma
com que mais se
identificam.
Espera-se que sim. O
suporte depende da
modalidade em causa.
UMinho
A estrutura do curso é
muito intuitiva.
Tabela 56. Resposta à terceira pergunta da variável Estrutura do curso.
ISEGI UCP UA
Sim, tem muita
informação sobre o
curso. Recursos e
serviços online.
Sim. Sim, tem conteúdos
sobre a utilização da
plataforma.
IST FEUP UFP
Sim. As taxas de segurança e
disponibilidade têm sido
boas. As informações
dependem de cada
professor.
Engloba as actividades
de b-learning no serviço
docente. Outras
iniciativas em estudo.
UMinho
A entrada é com
password e existe
um manual de
utilização.
Tabela 57. Resposta à primeira pergunta da variável Apoio ao aluno.
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
- 157 -
ISEGI UCP UA
Sim, existem FAQ’s e
regras de utilização na
plataforma.
Sim, ajuda online e um
helpdesk.
Sim, existe um gabinete
de apoio sempre
disponível.
IST FEUP UFP
Sim. E-mail e aulas de
dúvidas.
Sim, através da equipa do
e-learning e da própria
comunidade da FEUP.
Sim, através do centro
de informática,
professores e
plataforma.
UMinho
Existe um serviço de
helpdesk.
Tabela 58. Resposta à segunda pergunta da variável Apoio ao aluno.
ISEGI UCP UA
Existem recursos
electrónicos sobre o curso
na plataforma.
Foi mais utilizado
no início e é dado
por um helpdesk.
Através do CEMED.
IST FEUP UFP
Através do GAEL. Através da equipa
de apoio.
Através do projecto
Universidade Virtual e pelas
coordenações de cada área
científica.
UMinho
Existe uma sessão de
introdução, um manual de
utilização da plataforma e o
serviço de helpdesk.
Tabela 59. Resposta à primeira pergunta da variável Apoio do corpo docente.
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
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ISEGI UCP UA
Não houve financiamento,
portanto funciona com
voluntariado por parte dos
professores.
Houve apoio inicial, mas
agora é residual.
Houve formação
inicial, mas sem
avaliação.
IST FEUP UFP
Houve formação sobre a
plataforma, mas sem
avaliação.
Há formação e sessões
informais de esclarecimento,
cuja participação é
facultativa.
Há formação e
apoio quando
pretendido.
UMinho TecMinho
Os professores têm formação
e são avaliados em relação
aos conhecimentos
adquiridos.
Tem cursos de formação
para docentes.
Tabela 60. Resposta à segunda pergunta da variável Apoio do corpo docente.
ISEGI UCP UA
Autoavaliação, exame
online e projecto com
discussão em seminário
presencial.
Autoavaliação,
trabalhos de grupo e
exame presencial, com
diploma no final.
Avaliação contínua
(online ou não) e novas
formas de avaliação não
tradicional.
IST FEUP UFP
Variável. Exemplo: testes
presenciais durante o
semestre e avaliação
contínua semanal.
Variável. Experiência
bem sucedida com
avaliação online.
Variável. Depende do
regulamento
pedagógico de cada
faculdade.
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
- 159 -
UMinho
A forma de avaliação
depende do professor.
Tabela 61. Resposta à primeira pergunta da variável Avaliação.
ISEGI UCP UA
Através da medição da
satisfação dos alunos.
Previstas novas métricas.
Através de inquéritos. Através da avaliação
da satisfação dos
alunos.
IST FEUP UFP
Comparando com o modo
tradicional, a satisfação é
maior e os resultados
melhores.
Ainda não há
informação para
comparar a eficácia
dos cursos.
Ainda não existem
dados para avaliar a
eficácia dos cursos.
UMinho
Estão previstos estudos para
a análise da eficácia
educacional do e-learning.
Tabela 62. Resposta à segunda pergunta da variável Avaliação.
ISEGI UCP UA
Inquéritos. Inquéritos. Inquéritos
(alguns
online).
IST FEUP UFP
Para os alunos,
inquéritos. Para os
professores ainda não há
processos formais.
Inquéritos. Inquéritos.
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
- 160 -
UMinho TecMinho
Através de inquéritos a
alunos e professores.
Relatórios de autoavaliação aos
responsáveis dos cursos, para
avaliação da qualidade da
formação a distância.
Tabela 63. Resposta à terceira pergunta da variável Avaliação.
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
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Anexo IV – Plataformas de e-learning usadas nos Casos de Estudo ISEGI - Lotus Learning Space
O Lotus LearningSpace – Virtual Classroom é um sistema de e-learning de fácil
instalação e boa rentabilidade que ajuda a estabelecer uma colaboração em
tempo real entre os formadores e os alunos e que ajuda as organizações a
implementar uma solução de e-learning com rapidez. É uma solução ideal para
empresas que necessitam de dar formação eficiente e com frequência a
parceiros de negócio, fornecedores e empregados geograficamente dispersos,
sobre assuntos críticos como as regulamentações da indústria, as alterações
ao desenvolvimento de produtos e as transformações do negócio
(www.lotus.com).
O Learning Space baseia-se no Lotus Notes, tirando partido da tecnologia do
servidor Notes para proporcionar um ambiente seguro e um conjunto de
ferramentas bastante interessante. Estas permitem a inserção de objectos
multimédia nos documentos dos cursos. Em relação a este ambiente,
destacam-se as formas de comunicação síncronas permitidas; o chat,
whiteboard, vídeo e teleconferência. Para o perfil de cada aluno existe uma
área segura à qual só podem aceder o formador e o respectivo aluno, na qual
serão colocados testes e tarefas concluídas pelo aluno (Tavares, 2000).
Segundo Tavares (2000), as suas principais funcionalidades são as seguintes:
Pesquisa de conteúdos;
Criação de módulos;
Utiliza SGBD;
Compatível com padrões IMS e AICC;
Permite troca de arquivos.
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
- 162 -
UCP – FirstClass
O FirstClass é provavelmente o sistema de ensino mais difundido no Reino
Unido. É um sistema de conferência com e-mail e ferramentas de colaboração.
Mas com a introdução do FirstClass Intranet Server (FCIS) é possível a
publicação web de material de cursos, websites pessoais e o desenvolvimento
rápido de aplicações para serem executadas na web ou em clientes FirstClass.
De acordo com Tavares (2000), as suas principais funcionalidades são:
E-mail, voice mail e fax;
Possibilita transferência e download de ficheiros;
Gestão de calendários online e de listas de contactos;
Organização de conteúdos para fácil acesso;
Fóruns de discussão;
Permite publicação de informação na Internet.
UA – Blackboard O Blackboard é um pacote de software comercial robusto, baseado na
arquitectura cliente/servidor onde o acesso ao software do servidor é efectuado
através de um cliente web. Incorpora muitas ferramentas que se tornam
acessíveis através da homepage do curso que é criada e personalizada por
intermédio do desenhador; avisos, páginas do curso, informação de cursos e
recursos humanos, espaço de tarefas, ferramentas de comunicação,
ferramentas dos alunos e de pesquisa. Nas ferramentas de comunicação estão
incluídas as assíncronas, bem como o chat e whiteboard. Para os alunos,
existe um calendário, edição da homepage, uma função de verificação de
notas, outra de submeter tarefas através de uma drop-box bem como a
possibilidade de efectuar testes (Tavares, 2000).
IST – Fénix (www.ist.pt) O projecto Fénix (FenixEDU) foi criado para permitir o desenvolvimento de um
sistema integrado de informação académica, baseado numa filosofia open
source. Os seus principais objectivos são a criação, aplicação e transmissão de
conhecimento, possibilitando assim um desenvolvimento sustentado.
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
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O sistema Fénix é uma plataforma para a informatização de serviços
académicos e disponibilização de conteúdos a todos os elementos da
comunidade académica. Desenvolvido inicialmente no âmbito do IST, este
sistema tem vindo a despertar interesse por parte de outras Universidades e
Institutos, devido à sua flexibilidade e filosofia open source (www.ist.pt).
Desenvolvido com base na tecnologia Java, o sistema Fénix baseia-se numa
arquitectura modular, cujo núcleo funciona como um servidor de conteúdos
independente do dispositivo de interface adoptado. No entanto, todo o projecto
tem vindo a ser desenvolvido quase exclusivamente com base em browsers
web convencionais (www.ist.pt).
FEUP – Moodle O Moodle é um software desenvolvido para produzir, hospedar e gerir cursos a
distância. É um sistema distribuído livremente. Após devidamente instalado em
servidor ligado à Internet, pode ser acedido por qualquer browser que entenda
a linguagem PHP. É um sistema registado, mas que permite liberdades, tais
como: copiar, usar e modificar seus códigos. Este tipo de plataforma de EaD é
compatível com browsers como Internet Explorer, Mozilla e Netscape
(Nascimento e Leifheit, 2005).
O Sistema Moodle foi desenvolvido com base numa pedagogia social
construtivista que envolve a possibilidade de troca de informações e de
colaboração em atividades cujas reflexões e críticas podem ser partilhadas
entre todos os utilizadores do sistema. O sistema é adequado para actividades
100% a distância ou híbridas. Possui uma interface simples, intuitiva, leve,
eficiente e compatível. Segundo Nascimento e Leifheit (2005), as suas
principais características são:
Baixo custo de implementação e disponibilização do sistema;
Não possui custos de aquisição nem royalties;
Facilidade de operação por leigos em programação visual;
Tradução integral para língua portuguesa;
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
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Suporte e actualização de recursos são gratuitos para a comunidade
internacional de utilizadores.
FEUP – Luvit
O Luvit teve origem na Suécia, na Universidade de Lund, e baseia-se no
sistema operativo Windows. De seguida, apresentam-se as suas principais
características, segundo Martins et al.(2002):
Tem uma arquitectura multiservidor;
É configurável para a língua portuguesa;
A base de dados é o SQLServer;
Suporta partilha de ficheiros entre cursos;
Obedece à norma IMS;
É integrável com outros sistemas de informação (SI);
Tem ferramentas para gestão de conteúdos de formação.
UFP – Sakai O Sakai Project é uma iniciativa nascida em Janeiro de 2004, com origem em
quatro IES dos EUA (consórcio Stanford, Michigan, MIT, Indiana, e HP) e
actualmente conta com cerca de 70 IES aderentes. Trata-se de um
desenvolvimento de comunidade em regime de software livre para o
desenvolvimento de um CLE (Collaboration and Learning Environment)
(www.uminho.pt).
UMinho - Easy Education (www.uminho.pt) O Instituto Virtual de Estudos Avançados (VIAS) desenvolveu em parceria com
a Universidade do Minho o LMS Easy Education.
De modo a permitir-lhe visualizar o conjunto das funcionalidades
disponibilizadas pela EASY foi organizado o diagrama da Figura 4. Em cada
uma das cinco áreas são agrupadas as funcionalidades existentes neste
sistema de gestão da aprendizagem:
Qualidade do e-learning nas IES em Portugal
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Fig4. Funcionalidades do Easy Education
Objectivos:
Disponibilizar conteúdos dos professores e dos alunos;
Disponibilizar informação sobre a organização do projecto;
Fomentar o trabalho em equipa mesmo não presencial;
Chat e Fórum;
Aumentar as possibilidades de contacto;
Mostrar dúvidas, respostas e lista de dúvidas frequentes.
Acções:
Planear a utilização da plataforma por parte dos alunos e dos
professores;
Preparar a plataforma para utilização durante o projecto;
Enviar e disponibilizar informação sempre através da plataforma;
Controlar o processo de ensino (os alunos têm que cumprir pontos de
controlo através da plataforma).