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UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU DOUTORADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA MARCO AURÉLIO GONÇALVES NÓBREGA DOS SANTOS A GESTÃO DO ESPORTE NO CONTEXTO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS: ANÁLISE DAS CIDADES DA UNIÃO DOS MUNICÍPIOS DA MÉDIA SOROCABANA DO ESTADO DE SÃO PAULO São Paulo 2017

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UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU

DOUTORADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA

MARCO AURÉLIO GONÇALVES NÓBREGA DOS SANTOS

A GESTÃO DO ESPORTE NO CONTEXTO DAS POLÍTICAS

PÚBLICAS: ANÁLISE DAS CIDADES DA UNIÃO DOS

MUNICÍPIOS DA MÉDIA SOROCABANA DO ESTADO DE

SÃO PAULO

São Paulo

2017

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MARCO AURÉLIO GONÇALVES NÓBREGA DOS SANTOS

A GESTÃO DO ESPORTE NO CONTEXTO DAS POLÍTICAS

PÚBLICAS: ANÁLISE DAS CIDADES DA UNIÃO DOS

MUNICÍPIOS DA MÉDIA SOROCABANA DO ESTADO DE

SÃO PAULO

Tese apresentada à Universidade São Judas

Tadeu, como requisito parcial para a obtenção

do grau de Doutor em Educação Física, na linha de pesquisa Fenômeno Esportivo.

Orientadora: Profa. Dra. Elisabete dos Santos

Freire

São Paulo

2017

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Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da

Universidade São Judas Tadeu

Bibliotecária: Cláudia Silva Salviano Moreira - CRB 8/9237

Santos, Marco Aurélio Gonçalves Nobrega dos.

S237g A gestão do esporte no contexto daspolíticas públicas: análise das cidades

da União dos Municípios da Média Sorocabana do Estado de São

Paulo /Marco Aurélio Gonçalves Nóbrega dos Santos. - São Paulo, 2017. f. 256; xxcm.

Orientadora:Elisabete dos Santos Freire. Tese (doutorado) –

Universidade São Judas Tadeu, São Paulo, 2017.

1. Esportes – organização e administração.2. Políticas públicas. I. Freire,

Elisabete dos Santos. II. Universidade São Judas Tadeu, Programa de Pós Graduação Stricto Sensu em Educação Física. III. Título

CDD 22 – 796.06

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"Tudo depende de perspectiva e enfoque, da maneira como a

gente olha. Pequenas e grandes conquistas têm, no fundo, o

mesmo gosto. Na hora que acontecem, sem que a gente saiba o

que vem pela frente, todas são enormes".

Gustavo Kuerten

“Guga”

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DEDICATÓRIA

A Maria Inêz e Antônio Carlos (Carlitão) meus pais que sempre

estiveram presentes renunciando e se doando ao máximo para

que pudesse realizar meus sonhos. Que a maior herança que

poderiam me deixar seria a educação.

Em suas maneiras simples, muita dignidade, honestidade,

respeito e muito amor, eu não consegui, nós conseguimos, essa

vitória é para vocês que sempre acreditaram, apoiaram e

estiveram ao meu lado em todos os momentos. Sou e serei

eternamente grato!!!

Querida Márcia minha companheira, meu amor que sempre me

apoiou, entendeu com paciência e compreensão as ausências e

me deu o maior presente e o meu maior tesouro, Sofia.

À você Sofia, minha princesa, que chegou quando não

imaginava que seria merecedor de uma dádiva tão maravilhosa

que é você, minha razão de ser e de viver.

Que você continue com essa beleza espiritual, esse amor de

criança, sincero, espontâneo, meigo e contagioso

Amo demais todos vocês!!!!

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AGRADECIMENTOS

Inicialmente a você, se assim me permite de chamá-lo que sempre me orientou,

apoiou, esteve ao meu lado me protegendo, me norteando e trilhando meus caminhos, aqui

cheguei muito feliz e realizado, graças à você Senhor meu Deus.

À minha querida irmã Maria Lygia, não tenho palavras para agradecer tudo que fez por

mim e sempre faz ainda mais agora com a existência da Sofia, sempre sendo minha

companheira, confidente, minha segurança nas horas difíceis, meu ombro amigo.

Meu cunhado Nelsinho e sobrinhos, Rodrigo e Natália pelo apoio, carinho e

compreensão em todos os momentos, vocês são muito especiais.

Meus queridos e amados enteados Artur e Letícia, que incondicionalmente me

aceitaram na vida de vocês, me apoiam, respeitam, compreendem e além do mais tem uma

joaizinha rara para ajudar a olhar e zelar.

Minha querida orientadora Elisabete dos Santos Freire, Bete, primeiro por me aceitar

como seu orientando e então pela enorme competência, compreensão, paciência e ajuda, não

se privando de me atender em todos os momentos.

À professora Flávia da Cunha Bastos, um agradecimento especial, primeiro por aceitar

ainda nas disciplinas cursadas a participar do seminário de pesquisa, no qual a partir daí me

enriqueceu com suas sugestões, orientações, oportunidades me acolhendo em todos os

momentos que precisei e também com as enormes contribuições na qualificação.

A todos os professores da USJT que estiveram envolvidos direta ou indiretamente

nesse processo, mas que foi muito enriquecedor para mim, em especial à Miranda, Sheila e

Regina.

Aos meus colegas de Doutorado, Fabiano, Luís Oliveira, Cláudia, Bruna, Daniel,

Eduardo, Walter, Emily, obrigado pelas contribuições e conhecimentos compartilhados.

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À minha grande amiga Andrea, que sempre esteve ao meu lado nos momentos de

angustias e alegrias ajudando a carregar e aliviar as tensões.

À minha querida amiga, companheira, chefe, Sueli Carrijo Rodrigues, primeiro pela

oportunidade e confiança de trabalharmos juntos, depois pelo incentivo e grande apoio para

fazer o Doutorado. Você sempre será uma pessoa especial.

Á Universidade Estácio pelo incentivo e pela Bolsa Doutorado, na qual me auxiliou

muito para esta realização.

Aos meus amigos professores do Curso de Educação Física da Estácio pela

compreensão, apoio e incentivo nessa jornada, Marcelo, Márcio, Lucimara, Mara Laiz,

Fernando, Daniel, Murilo, Maria Angélica, André, Millene e Débora.

Aos demais professores da Estácio de Ourinhos pelo grande apoio.

A todos os gestores da UMMES, dos 12 municípios participantes da minha pesquisa,

sem vocês, tudo isso teria sido em vão.

À prefeitura municipal de Chavantes, minha terra de coração, pelo apoio e

compreensão nos momentos de ausência em virtude do Doutorado.

A todos os professores de Educação Física que acreditam em nossa área, que se

dedicam tornando-se profissionais competentes, comprometidos, responsáveis e éticos.

Por fim agradeço a todas as rosas que tive pelo caminho, mas principalmente pelos

espinhos que me fizeram superar, crescer e me fortalecer para novos desafios com maior

sabedoria e serenidade.

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RESUMO

O esporte tem se configurado como um dos mais importantes fenômenos sociais nas últimas

décadas na sociedade por suas representações culturais, sociais, econômicas e políticas. Diante

disso, o esporte é um direito social garantido constitucionalmente de forma a ser ofertado à

população o acesso e condições à prática esportiva em suas diversas manifestações. Assim, os

municípios têm papel fundamental na gestão de políticas públicas de esporte para

desempenhar ações significativas que garantam o esporte como direito. Nosso estudo analisou

a gestão das políticas públicas de esporte implementadas nos municípios que participam da

UMMES (União dos Municípios da Média Sorocabana do Estado de São Paulo) e o papel

deste consórcio intermunicipal na gestão do esporte, no qual participaram 12 gestores de

esporte públicos municipais pertencentes a essa entidade. A pesquisa caracterizou-se na

abordagem qualitativa, descritiva e interpretativa das ações dos indivíduos em seus ambientes

e contextos sociais, na qual estruturalmente utilizamos a entrevista semiestruturada, com os

procedimentos de análise de conteúdo dos relatos dos gestores entrevistados. Os resultados

apontaram que a gestão do esporte nos municípios não acontece conforme os princípios da

gestão pública, tais como: planejamento, intersetorialidade, participação popular, controle e

avaliação, refletindo assim em políticas públicas de esporte desarticuladas e desconexas com

os preceitos constitucionais. Foi constatado ainda que o papel da UMMES na gestão se

mostrou distante, com falta de interlocução e diálogos que viabilizassem ações para gerir o

esporte municipal e regional. Também, por parte dos gestores verificou-se falta de

envolvimento e engajamento com o consórcio no sentido de compreender o importante papel

e ferramenta que o órgão pode representar na elaboração, formulação e implementação de

políticas públicas esportivas para suprir as dificuldades e as limitações desses

municípios.Embora o consórcio não tenha desempenhado o papel de fomento e o incentivo do

esporte na região existe uma necessidade urgente de maior interlocução entre gestores e

entidade no sentido de viabilizar ações conjuntas que promovam discussões e debates acerca

do esporte municipal e regional. Esse papel do consórcio juntamente com governantes,

gestores e demais envolvidos tem papel fundamental na ressignificação e relevância do

esporte dos municípios. Assim, as limitações por ora verificadas poderão ser superadas com o

envolvimento e a participação efetiva de gestores e consórcio. Para tal entendemos ser

fundamental existir a regulamentação, vontade política e engajamento como fatores essenciais nesse processo.

Palavras-chave: Gestão do esporte. Gestor do esporte. Políticas públicas. Esporte e lazer. Gestão esportiva.

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ABSTRACT

Sport has become one of the most important social phenomena in recent decades in society for

its cultural, social, economic and political representations. Given this, the sport is a social

right guaranteed constitutionally in order to be offered to the population the access and

conditions to the sport practice in its diverse manifestations. Thus, municipalities have a

fundamental role in the management of sports public policies to carry out significant actions

that guarantee sports as a right. Our study analyzed the management of sports public policies

implemented in the municipalities that participate in the UMMES (Union of Municipalities of

the Sorocabana Average of the State of São Paulo) and the role of this intermunicipal

consortium in the management of the sport, in which 12 municipal public sports managers

participated Belonging to that entity. The research was characterized in the qualitative,

descriptive and interpretive approach of the individuals 'actions in their environments and

social contexts, in which we structurally used the semi-structured interview, with the content

analysis procedures of the interviewed managers' reports. The results pointed out that the

management of sport in municipalities does not happen according to the principles of public

management, such as: planning, intersectoriality, popular participation, control and evaluation,

thus reflecting in public sports policies disjointed and disconnected with constitutional

precepts. It was also verified that the role of UMMES in the management was distant, with

lack of dialogue and dialogues that enabled actions to manage the municipal and regional

sport. Also, there was a lack of involvement and engagement with the consortium in order to

understand the important role and tool that the body can represent in the elaboration,

formulation of the implementation of public sports policies to overcome the difficulties and

limitations of these municipalities. Although the consortium has not played the role of

promotion and encouragement of sport in the region, there is an urgent need for greater

interaction between managers and entities in order to enable joint actions that promote

discussions and debates about municipal and regional sport. This role of the consortium

together with government officials, managers and others involved plays a fundamental role in

the re-signification and relevance of the sport of municipalities. Thus, the limitations currently

verified can be overcome with the involvement and effective participation of managers and

consortium. To this end, we believe that regulation, political will and engagement are essential factors in this process.

Keywords: Sport management. Sport manager. Public policy. Sports and leisure. Sports management.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Mesorregião de Assis com a Microrregião de Ourinhos ................................ 45

Figura 2: Mapa de Localização dos Municípios integrantes da UMMES ..................... 46

Figura 3: Serviços prestados pela UMMES, segundo página eletrônica

disponibilizada ............................................................................................................... 145

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Relação dos municípios e número de habitantes .......................................... 17

Quadro 2: Calendário de Eventos promovidos pela SELJ 2017 .................................... 40

Quadro 3: Convênios celebrados pelo Estado com os municípios da UMMES ............ 42

Quadro 4: Características dos gestores municipais ........................................................ 65

Quadro 5: Relação de profissionais que formam as equipes gestoras municipais de

esporte, níveis de formação e de formação continuada ................................................. 73

Quadro 6: O investimento no Esporte ............................................................................ 86

Quadro 7: Relação de atividades, programas e projetos desenvolvidos nos

municípios por modalidades esportivas ........................................................................ 91

Quadro 8: Síntese da percepção dos gestores sobre as ações desenvolvidas pela

UMMES ........................................................................................................................ 144

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABRAGESP Associação Brasileira de Gestão do Esporte

BH Belo Horizonte

CAPES Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

CEDES Centro de Desenvolvimento do Esporte Recreativo e do Lazer

CEP Comitê de Ética e Pesquisa

CMDCA Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente

CNE Conferência Nacional de Esporte

DEFE Departamento de Educação Física e Esportes

DREL Delegacia Regional de Esporte e Lazer do Estado de São Paulo

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IREL Inspetoria Regional de Esporte e Lazer do Estado de São Paulo

JEESP Jogos Escolares do Estado de São Paulo

JORI Jogos Regionais do Idoso

LO Lei Orgânica

ME Ministério do Esporte

PELC Programa de Esporte e Lazer na Cidade

PDEL Plano Decenal de Esporte e Lazer

PNE Política Nacional de Esporte

PPGEF Programas de Pós-Graduação em Educação Física

PRONASCI Programa Nacional de Segurança

PST Programa Segundo Tempo

SEADE Sistema Estadual de Análise de Dados do Estado de São Paulo

SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas

SNDEL Secretaria Nacional de Desenvolvimento do Esporte e de Lazer

SNEALIS Secretaria Nacional de Esporte, Educação, Lazer e Inclusão

SNEAR Secretaria Nacional de Esporte de Alto Rendimento

SNEED Secretaria Nacional de Esporte Educacional

SEJEL Secretaria da Juventude, Esportes e Lazer do Estado de São Paulo

SELJ Secretaria de Esporte, Lazer e Juventude do Estado de São Paulo

SELT Secretaria de Estado dos Negócios do Esporte e Turismo do Estado de São Paulo

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SENAT Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte

SESC Serviço Social do Comércio

SESI Serviço Social da Indústria

SESPORT Secretaria de Esporte do Estado do Espírito Santo

SP São Paulo

TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UGF Universidade Gama Filho

UMMES União dos Municípios da Média Sorocabana do Estado de São Paulo

USJT Universidade São Judas Tadeu

USP Universidade de São Paulo

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 13

2 A GESTÃO DO ESPORTE ........................................................................................ 22

2.1 Gestão de Esporte no Brasil ..................................................................................... 25

2.2 Gestor do Esporte .................................................................................................... 27

3 POLÍTICAS PÚBLICAS DE ESPORTE ................................................................... 30

3.1 Gestão Municipal de Esporte e Gestor Municipal de Esporte ................................. 34

3.1 Políticas Estaduais de Esporte ................................................................................. 37

4 UMMES - CENÁRIO DA NOSSA PESQUISA ....................................................... 45

4.1 Os Consórcios Intermunicipais ............................................................................... 48

4.2 Os Municípios e os Ordenamentos Legais do Esporte ............................................ 50

5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ............................................................... 55

5.1 Participantes do Estudo ........................................................................................... 57

5.2 Instrumento e Procedimentos de Coleta .................................................................. 58

5.3 Análise dos Dados ................................................................................................... 60

6 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 63

7 CARACTERIZAÇÃO E PERFIL DOS GESTORES .............................................. 63

8 RECURSOS HUMANOS: QUANTIDADE, FORMAÇÃO E CAPACITAÇÃO .... 72

9 ORÇAMENTOS MUNICIPAIS DE ESPORTE ....................................................... 81

10 PROGRAMAS, PROJETOS E ATIVIDADES DESENVOLVIDOS .................... 90

11 A ELABORAÇÃO DO PLANEJAMENTO ........................................................... 97

12 PARTICIPAÇÃO POPULAR ................................................................................. 103

13 INTERSETORIALIDADE ...................................................................................... 115

14 OLHAR DOS GESTORES SOBRE OS OBJETIVOS ........................................... 123

14.1 Esporte e Inclusão Social ...................................................................................... 123

14.2 Esporte, promoção da saúde e qualidade de vida .................................................. 129

15 AVALIAÇÃO .......................................................................................................... 135

16 PAPEL DA UMMES ............................................................................................... 144

CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................ 155

REFERÊNCIAS ............................................................................................................ 161

APÊNDICES ................................................................................................................ 189

ANEXOS ...................................................................................................................... 254

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1 INTRODUÇÃO

Desde o final do século XX e início do século XXI, o tema esporte vem se

apresentando como um assunto de maior destaque no Brasil quer seja no meio acadêmico, no

meio político, social e econômico tendo em vista os papéis que tem assumido nas diferentes

sociedades de acordo com suas culturas, credos, orientação política e as condições

socioeconômicas; o que reflete na expansão do fenômeno esportivo na sociedade que o coloca

como componente fundamental no mundo contemporâneo.

Isto tem levado o esporte a ser uma das atividades que mais cresce economicamente

através dos vultuosos investimentos das grandes corporações empresariais privadas,

ampliação da participação dos governos para tratar de políticas públicas e principalmente os

grandes investimentos financeiros mobilizados em razão dos megaeventos esportivos

(REPPOLD FILHO et. al., 2009; ROCCO JR, 2011).

Essa virada de século e que culmina com um cenário de nova organização do Estado

brasileiro, com a instituição do Ministério do Esporte e da Política Nacional de Esporte

criando a partir dessa ação um local técnico, político e burocrático específico para tratar do

esporte coloca-o numa fase de redimensionamento. Diante disso, leva a uma transformação

sociocultural de grandes proporções de expectativas e incertezas considerando a preparação,

realização e pós-realização dos maiores megaeventos esportivos no país: a Copa do Mundo,

Olimpíadas e Paraolimpíadas.

Vale dizer que o tema esporte a partir que se disseminou pelo mundo foi assumindo

novos significados e que segundo Tubino (2010) para entende-lo se faz necessário ter uma

compreensão histórica do Esporte Antigo, o Esporte Moderno e o Esporte Contemporâneo que

se inicia no final da década de 1980 influenciado pela Carta Internacional de Educação Física

e Esporte (UNESCO, 1978).

Estudo recente de Marchi Jr. (2015) mostra que vários são os estudos que buscaram

definir e interpretar o conceito de esporte, entre eles destacou os intelectuais citados por

Tubino (2010): Magnane (1964); Bourdieu (1983; 1990); Elias (1995); Brohm (1976) entre

outros. Nossa compreensão é baseada na Carta Internacional de Educação Física e Esporte da

UNESCO (1978), em que o esporte é todas as formas de atividades físicas que, através de uma

participação organizada ou não, têm por objetivo a expressão ou o melhoramento da condição

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física e psíquica, o desenvolvimento das relações sociais ou a obtenção de resultados na

competição a todos os níveis.

Ademais, consideramos o que fora chamado por Tubino (2001) de revolução

conceitual, o esporte passou a ser compreendido em três manifestações esportivas: o esporte

educação; o esporte participação ou lazer e o esporte de performance ou rendimento.

O esporte educação subdividido em esporte educacional e escolar, sendo que o

primeiro tem como princípios a participação, cooperação, coeducação, corresponsabilidade e

inclusão, os objetivos da formação da cidadania e estilo de vida ativo. Já o segundo o

desenvolvimento esportivo e do espírito esportivo como preceitos e objetiva o

desenvolvimento dos jovens mais aptos ao esporte, sem perder de vista a formação para a

cidadania. O esporte participação ou lazer tem como princípio a participação, o prazer e a

inclusão cujos objetivos são de entretenimento e vida ativa (saúde). E por fim o esporte

performance ou de rendimento, nos quais os preceitos são o de rendimento, superação e

desenvolvimento esportivo e os seus objetivos as vitórias, sucessos, conquistas esportivas,

recordes, prêmios e valorização pessoal (TUBINO, 2002; TUBINO et al., 2006; TUBINO,

2010).

Porém, há de se ressaltar que existe a quarta dimensão - a dimensão de esporte de

formação -, instituída em 1941 através do Decreto-Lei n.º 3.199 cujo princípio é o de fomentar

e adquirir conhecimentos iniciais esportivos que garantam competência técnica na intervenção

esportiva cujo objetivo é o de promover o aperfeiçoamento da prática esportiva quer seja

qualitativa ou quantitativamente em termos recreativos, competitivos ou de alta performance

(SEVEGNANI, 2017). Porém, essa dimensão só foi inserida na Constituição Federal em 2015

através da Lei nº. 13.155/2015 (BRASIL, 2015).

A expansão do esporte enquanto fenômeno tem aumentado o grau de importância por

parte dos governos quer sejam eles federal, estadual e municipal. Isso reflete em diversas

mudanças visando regulamentar o esporte no âmbito das políticas públicas sociais, isto é,

pensar o esporte como um direito adquirido socialmente; o que torna a questão muito

desafiadora.

Tais fatos implicam ao poder público uma grande, senão a maior responsabilidade de

não só garantir a realização dos mesmos como a de implantar, implementar e consolidar

políticas públicas de esporte que garantam o direito de todos os cidadãos de acesso à prática

de esporte e de lazer como é previsto pela Constituição Federal Brasileira (BRASIL, 1988).

Acreditamos que essas ações possibilitarão a democratização das práticas de esporte e lazer e

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o fomento a conhecimentos que possam ampliar a compreensão da importância, benefícios e

os limites dessas políticas, contribuindo, também para a consolidação do esporte no país.

Starepravo (2011) afirma ser desafiador o caminho das políticas públicas de esporte no

país, uma vez que considera elemento de intervenção do Estado, por meio das políticas sociais

tendo em vista os sinuosos caminhos de relação com a política e o esporte.

Em face desse crescimento e da sua importância, o esporte enquanto fenômeno social

traz o envolvimento do Estado para o seu desenvolvimento na área de política pública. Desse

modo, configura-se amplo objeto de análise, de maneira a ser abordado sob várias

perspectivas, sejam elas, governamentais, de avaliação de programas, de regulamentação, de

implementação, de aplicação de recursos públicos, de modelos e formas de gestão das

entidades responsáveis pelo fomento do esporte (SANTOS, 2014; FARJALLA, 2015;

ALMEIDA e PAULA, 2015; ENGELMAN e OLIVEIRA, 2012; BORGES e MARQUES,

2015; SILVA, SANTOS e ÁVILA, 2013; LOPES e ISAYAMA, 2014; RIBEIRO, AMARAL

e SILVA, 2014; BONALUME, 2011; FLAUSINO, 2013; STAREPRAVO, 2011; ROCHA,

2012; MENEZES, OLIVEIRA e SOUZA, 2012).

Nesse aspecto, a recente área da gestão do esporte tem buscado se envolver com as

relações entre o esporte, o Estado e a política no sentido de buscar contribuições inovadoras

com linhas de interesse e sustentação teórica, ambas voltadas para análises e discussões no

contexto das intensas transformações ocorridas na sociedade. Não obstante, falar em políticas

públicas para o esporte nos parece demonstrar fragilidades e limitações no que concernem as

manifestações do próprio fenômeno da sociedade brasileira, e mais especificamente nas

sociedades localizadas no interior do país. Isso demonstra, ainda de forma bastante inoperante,

que a temática é tratada em segundo plano nas administrações, o que reflete em recursos

insuficientes; em ausência de planejamento; em falta de organização e controle; em

assistencialismo, clientelismo e corporativismo; nos olhares voltados apenas ao esporte de

rendimento; na falta de recursos humanos especializados nas entidades responsáveis pelo

esporte (VAZ, 2001; ZINGONI, 2003; PINTO, 2003; VERONEZ, 2005; MEZZADRI et al.,

2006).

Diante disso, as relações entre a política, o esporte e o Estado apresentam-se

envolvidos pela recente área da gestão do esporte. Ela é considerada uma subárea de

conhecimento, que tem buscado, nessas relações, verificar e identificar contextualizações

dessas transformações do esporte e da política mediante pesquisas com diferentes objetos de

estudo, no que se refere à gestão das políticas públicas de esporte (CRISTAN, 2002;

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MEZZADRI, 2000; LINHALES, 2001; MANHÃES, 2002; VERONEZ, 2005; PIMENTEL,

2007; TESCH, 2007; BASTOS, 2008; CANAN, 2008; MENEZES, 2009; PEDROSO, 2010;

SILVA, 2011).

Nesse contexto, ousamos percorrer um caminho que nos motivou a essa tarefa, a saber:

a de investigar as respostas desencadeadas pelos municípios na gestão do esporte frente às

políticas públicas de esporte e lazer, considerando que qualquer modelo de gestão necessita de

sentido e eficácia para enquadrar o esporte de grande valor e relevância social; direito

historicamente recente e reconhecido. Vale ressaltar que não foi fácil enfrentar essa

problemática. Sua complexidade nos suscitou profunda inquietação, visto que consideramos o

universo político esportivo de 12 municípios localizados em uma microrregião no interior do

Estado de São Paulo e pertencente a um consórcio, ora denominado de associação, isto é, a

UMMES (União dos Municípios da Média Sorocabana), e é essa maneira de organização que

nos levou a indagar sobre a temática.

A trajetória para justificar o foco do meu estudo e a sua relevância inicia em 1993,

quando, então, recém-formado fui convidado a assumir a Secretaria Municipal de Esporte do

município de Chavantes (SP). Chavantes (SP) é um pequeno município com

aproximadamente 13 mil habitantes, situado na região sudoeste do estado de São Paulo, na

divisa com o Paraná. Iniciava, ali, o meu primeiro contato com o universo de políticas

públicas de esporte e lazer e de gestão do esporte.

A partir daí trilhei caminhos, isto é, continuei no cargo de 1997 a 2000; em 2008,

ocupei-o durante três meses e, por fim, exerci essa função de 2011 a abril de 2012. Ao longo

de todos esses anos de vivência e experiência profissional me deparei com situações, tais

como: troca de gestão, falta de continuidade; entraves políticos devido a interesses e a

vaidades; resistências; orçamento insuficiente; falta de espaços e estruturas físicas; falta de

recursos humanos; deficiência na formação; dentre outras.

A outra trajetória é de cunho político, isto é, a partir de 2004, envolvi-me

profundamente com a militância político partidária, pela qual fui candidato em 2012, e eleito

vereador, assumindo o cargo em 2013. Ao assumir a minha vivência profissional dentro da

área da Educação Física, mais especificamente, com o esporte e com essa outra de cunho

político, ao longo desses anos é que me envolvi diretamente com as ações públicas da área,

chamando-me muito mais atenção a gestão pública de esporte nos pequenos municípios da

região. Com o passar desses anos, venho me deparando com questionamentos e inquietações

que me levaram à grande necessidade de buscar auxílio em estudos e teorias que promovam a

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busca do conhecimento necessário e imprescindível, a fim de oportunizar contribuições

significativas para esse tema, que é fundamental para melhor compreensão da realidade e dos

desafios atuais, de forma a dimensionar o cenário atual do esporte na esfera municipal e

regional na qual me encontro inserido.

Começava, assim, o caminho que, por ora, ousei trilhar sob a perspectiva de investigar

o que esses municípios, nesse ciclo de quatro anos, dentro da gestão pública municipal, estão e

estarão preparando para melhor fomentar e trazer possibilidades ao esporte na esfera pública

municipal. Dessa forma, aprimorando a qualidade das atividades e das práticas esportivas,

coma finalidade de atender as reais necessidades e interessas da sociedade e de realizar com

eficiência uma gestão do esporte frente às políticas públicas municipais.

Nesse momento, tomei contato com a União dos Municípios da Média Sorocabana

(UMMES). Fundada em 16 de abril de 1994, a (UMMES) é uma entidade considerada como

consórcio intermunicipal, isto é, uma organização que visa contribuir ao fomento de

articulação e a racionalização das atividades municipais com políticas públicas de áreas como

social, saúde, esportiva, cultural entre outras. Sua atuação se dá de forma cooperada, visando

solucionar problemas comuns dos municípios (CALDAS, 2007).

A UMMES é composta por 13 municípios, localizada na região sudoeste do Estado de

São Paulo, próxima à divisa do Estado do Paraná conforme demonstra o Quadro 1.

Quadro 1: Relação dos municípios e número de habitantes

Município por Ordem Crescente de

População

Habitantes/Mil

Óleo 2.605

Timburi 2.695

Ribeirão do Sul 4.572

Espírito Santo do Turvo 4.668

Canitar 4.956

Ibirarema 7.459

São Pedro do Turvo 7.596

Salto Grande 9.255

Bernardino de Campos 11.169

Chavantes 12.486

Ipaussu 14.674

Santa Cruz do Rio Pardo 46.893

Ourinhos 111.056

TOTAL 240.084

Fonte: IBGE (2016)

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Como a UMMES, inúmeros municípios têm optado por constituir consórcios públicos

para buscar formas de solucionar problemas comuns (ABRUCIO, FILLIPIM e DIEGUEZ,

2013). Esse tipo de associativismo territorial tornou-se mais comum após a promulgação da

Constituição, em 1988, sendo que suas contribuições têm sido comprovadas por inúmeros

estudiosos (DIEGUEZ, 2011). Entretanto, estudos que analisam consórcios intermunicipais

para a gestão do esporte ainda são raros.

Ao propor uma investigação, parte-se do pressuposto de que ela apresenta uma

situação considerada problemática. Cabe inicialmente aproximar ao tema, isto é, a gestão do

esporte frente às políticas públicas e mais especificamente como ela se concretiza no

município. De acordo com Gómez Tafalla e Mestre Sancho (2005), o gestor de esporte no

município tem um papel imprescindível no processo de desenvolvimento do esporte

municipal, o que o torna responsável pelas ações a serem implantadas.

É sob esse olhar que desenvolvemos nosso trabalho sob a temática da gestão do

esporte nos municípios da UMMES, buscando assim encontrar uma melhor compreensão da

realidade desse cenário esportivo público propiciando novas perspectivas que buscarão

contribuir para os municípios dessa região.

E isto veio ainda fortalecer mais esse meu interesse quando busquei na literatura e

pude verificar que os estudos são restritos a alguns temas e no cenário municipal ainda se

apresentam em crescimento. Podemos citar os estudos de Mariano (2008), Menezes (2009),

Januário (2010), Joaquim (2010), Werle (2011), Valente (2011).

Em se tratando de Estado de São Paulo, podemos considerar nosso estudo, um estudo

pioneiro já que identificamos alguns trabalhos que se reportam às regiões metropolitanas ou

cidades de médio e grande porte (BASTOS, 2008; MARIANO, 2008; NUNES JUNIOR e

AMARAL, 2008). Estudo recente de Karnas (2013) apresenta 19 estudos relacionados à

temática do perfil do gestor esportivo, dos quais apenas 04 estudos focalizam a esfera

municipal.

Em levantamento bibliográfico realizado, identifiquei em 13 publicações de artigos

nacionais que trataram da gestão do esporte, 07 estudos relacionados às políticas públicas de

esporte, porém apenas 04 se referiam ao âmbito municipal. Um desses estudos foi realizado

por Menezes; Oliveira; Souza (2012). Os autores analisaram a percepção dos gestores de

esporte e suas influências frente às políticas implantadas e suas práticas desenvolvidas bem

como as interferências de descentralização e políticas participativas.

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Outros estudos trazem a questão da formação do gestor em Educação Física, a atuação

por pessoas sem nenhuma formação acadêmica e por ex-atletas, falta de planejamento,

avaliação e controle através de observação, sem critérios e perfil dos gestores considerando

tempo de atuação, faixa etária, formação e sexo, no entanto não se referem aos gestores

públicos municipais (BASTOS et al., 2006; NERY & CAPINUSSÚ, 2012; SILVA &

NETTO, 2010; COUTO et al., 2011).

Já os estudos de Anchieta (2010), Valente (2011) e Karnas (2013) descrevem o perfil

dos gestores de esporte. Porém, apesar de identificarem características de funções e

atividades, não evidenciam suas compreensões da gestão do esporte frente às políticas

públicas e suas perspectivas.

Encontramos diversos estudos sobre a gestão do Esporte. Mezzadri et al. (2006)

discutem sobre os conselhos municipais em municípios litorâneos e do interior do Paraná

(MEZZADRI et al., 2006). Bastos (2008) estudou a gestão democrática de um município

metropolitano de São Paulo, enquanto Menezes (2009) pesquisou as políticas públicas de

esporte e lazer na região metropolitana do Recife. Na gestão pública outros estudos relevantes

foram realizados por Tavares (2010), Soares et al. (2011), Anchieta (2010), Valente (2011)

Karnas (2013) e Cárdenas (2013) atuação do gestor em razão da formação e as competências

dos gestores públicos de esporte, suas contribuições refletem cenários e contextos que não nos

amparam totalmente e não respondem nossas indagações, inquietações e questionamentos.

Atualmente, não existem estudos que possam apresentar de fato a dimensão do esporte

e o diagnóstico da realidade atual das políticas pública na região da Média Sorocabana e, em

especial nos municípios que pertencem a UMMES. Esta é uma lacuna que suscita mais

informações que refletem a atual conjuntura em que o esporte na região se apresenta.

Sendo assim, faz-se necessário verificar e conhecer mais profundamente como se

desenvolvem as gestões das políticas públicas de esporte nesses municípios, bem como outros

indicadores que possam fornecer resultados que contribuam de maneira eficaz para a

construção de melhores programas de esporte levando a um compromisso político com a

sociedade e com os diferentes segmentos sociais.

Ao realizar uma pesquisa seu propósito é o de obter respostas de um fenômeno em

razão das inquietações e dúvidas que levem às reflexões pertinentes sobre os significados que

envolvem o tema escolhido, porém, entendemos que para que isso ocorra de forma

significativa elas se tornam mais fidedignas quando os atores envolvidos fazem parte dessa

história e de determinados contextos que valorizam ainda mais esse estudo.

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Esse trabalho sobre o tema na região é pioneiro e entendemos que trará importantes

contribuições aos municípios da região, já que se trata de informação científica e identifica

uma real visão na forma em que a gestão do esporte frente às políticas públicas se mostra

atualmente, pois qualquer outro tipo de informação que possamos ter a respeito do tema não é

segura ao ponto de subsidiar as políticas públicas dos envolvidos.

Podemos ainda ressaltar a possibilidade de revelar a situação do esporte nos

municípios pertencentes a um consórcio, isto é, à UMMES que é, sem dúvida, fundamental

para uma melhor compreensão e conscientização dos governantes dessas cidades e da

sociedade como um todo, e que servirá para um ponto de partida considerando outros aspectos

tão importantes quanto o esporte e que o envolve de forma direta e indireta como os aspectos

socioeconômicos, culturais e ambientais.

Entende-se que não se trata de uma discussão inovadora, mas da proposta, no sentido

de avançar na compreensão dos envolvidos, municípios, governantes, gestores e sociedade e

suas relações estabelecidas, buscando desta forma um aprofundamento do entendimento para

colaborar na formulação e implementação de políticas públicas de esporte de acordo com as

informações levantadas bem como as principais influências que pautarão as ações futuras

dentro dos interesses, anseios e necessidades das sociedades envolvidas.

Ao considerar o município como um cenário de destaque no que se refere à

implementação de políticas públicas de esporte e lazer, há de ressaltar a necessidade de

verificar as características dessas políticas baseadas nas referências teóricas e que tragam

contribuições com a temática da gestão do esporte em sua diversidade e peculiaridade, mais

especificamente ao papel do gestor ao estabelecimento de ações e medidas de políticas

públicas atuais, inovadoras e acima de tudo que sejam ajustadas às necessidades e à realidade

da sociedade.

Nossa intenção se reforça quando nos deparamos com a falta de estudos que abordem a

situação das políticas públicas de esporte e lazer no Estado de São Paulo e, especificamente,

nos pequenos municípios, de maneira que mostre tal relevância e necessidade de pesquisar

referido tema que aponta para a falta de discussão sobre as formas de gestão das políticas

públicas de esporte realizados nos municípios e principalmente ao considerar o esporte como

direito constitucional.

Diante dos argumentos até aqui anunciados, temos como problema as seguintes

questões: Quais as contribuições dos consórcios intermunicipais para a gestão do esporte nos

municípios consorciados? Quem são os gestores do esporte nos municípios associados à

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UMMES? Como a gestão do esporte municipal tem acontecido nesses municípios? Com o

intuito de responder a essas questões, realizamos a presente pesquisa com o objetivo geral de

conhecer, a partir do olhar dos gestores, as características das políticas públicas

implementadas nos municípios que participam da UMMES e o papel deste consórcio

intermunicipal na gestão do esporte. De forma específica, pretendemos

a) Conhecer o perfil dos gestores responsáveis pela gestão do esporte nos municípios

que participam da UMMES;

b) Conhecer a política pública de esporte implementada nos municípios, a partir das

percepções dos gestores;

c) Identificar, a partir do olhar dos gestores, como que as ações do esporte tem sido

elaboradas e implementadas pelos municípios; e

d) Analisar as percepções dos gestores sobre o papel desempenhado pela UMMES

na implementação das políticas públicas municipais de esporte.

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2 A GESTÃO DO ESPORTE

O esporte, ao se consolidar como um dos maiores fenômenos socioculturais dos

últimos tempos, ocupa, sem dúvida, um papel de grande importância dentro de nossa

sociedade atual. Isso em razão do maior envolvimento, e da procura por práticas de diversas

modalidades. Ademias, ele vem se consolidando como um potencial socioeconômico, isto é,

além de sua prática nos diversos segmentos na sociedade, ele também se apresenta pelos

serviços diretos e indiretos ligados a ele, como as próprias ofertas de atividades, eventos,

produtos de consumo, bens esportivos, televisão, entre outros. Porém, o negócio que é o

esporte atual não se restringe às grandes organizações e grandes eventos, mas também se

traduz nos modos como a sociedade enxerga e o utiliza da melhor forma para a sua prática

(AZEVÊDO, 2009).

Diante disso, todas essas vertentes em que o esporte se configura na sociedade

contemporânea, dentro de uma realidade mais abrangente do fenômeno sob diversas práticas e

meios de consumo, surgiu a gestão do esporte que, segundo Pires e Sarmento (2001), é uma

área de conhecimento que tem provocado várias mudanças no cenário esportivo influenciando

assim as práticas realizadas atualmente.

Conforme Pitts (2001), uma área de estudo é composta por um corpo de conhecimento

teórico e prático, por profissionais que formam outros profissionais e desenvolvem pesquisas

e, ainda, por aqueles que atuam na prática. Bastos e Mazzei (2012, p. 32) consideram que

―uma área de estudo não pode existir sem uma literatura específica que retrate o seu

desenvolvimento teórico e prático‖.

O surgimento da gestão do esporte se deu devido à crise do setor esportivo moderno, à

complexidade da área, ao aumento significativo de instituições e à necessidade de intervenção

profissional qualificada e a uma maior demanda de emprego na área (PIRES e SARMENTO,

2001). Os autores ainda consideram que o esporte não nasceu de forma espontânea, mas, sim,

de um processo de evolução, já que as organizações esportivas eram orientadas e

operacionalizadas de maneira empírica distantes das necessidades sociais, amadoras e

irresponsáveis.

Mazzei, Amaya e Bastos (2013) e Rocha e Bastos (2011) relacionam a gestão do

esporte à teoria da administração e aplicação de seus conceitos, planejamento, direção e

controle nas diversas manifestações esportivas. Lima, Mazzei e Costa (2012) consideram que

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o termo ― gestão do esporte‖ é mais atual, já que sofreu influência da administração por se

relacionar com as funções de organização esportiva.

Nolasco et al. (2005), ao considerarem o aspecto histórico de influência do esporte,

conceituam administração e utilizam o conceito de gestão como a mais apropriada

terminologia para se referirem à organização, à sistematização e à direção de instituições que

atuam com atividades esportivas nos seus diversos segmentos.

A gestão do esporte pode ser entendida como a aplicação dos princípios de gestão a

organizações esportivas (ROCHA e BASTOS, 2011). Essas são entidades de cunho social que

objetivam limites claros e definidos envolvendo a indústria do esporte. Nesse sentido,

Chelladurai (2009) revela que é preciso definir melhor a gestão do esporte no que se refere às

organizações esportivas, separando as organizações esportivas das que se utilizam das

atividades esportivas para promoverem seus produtos. O autor assim define a gestão do

esporte como coordenação das atividades que acontecem nas organizações ou equivalentes.

Atualmente, a gestão do esporte é considerada como uma área de conhecimento

multidisciplinar, já que, muitas vezes, está associada às ciências do esporte, em outras, às

ciências da administração. Nas Ciências Humanas, ela está na área da psicologia, antropologia

e sociologia (MAZZEI; AMAYA e BASTOS, 2013).

Bastos (2003) revela que esse caráter multidisciplinar da área se dá pela atuação nos

diversos segmentos do esporte no contexto histórico em detrimento das mudanças ocorridas

desde o século passado. Pitts (2001) também destaca que envolve conhecimentos

multidisciplinares. Já Chelladurai (2009) afirma que a gestão do esporte é uma atividade

extremamente multidisciplinar por se basear em conhecimentos de Psicologia, Sociologia

entre outros. Mazzei e Bastos (2012) asseveram que a gestão do esporte é uma área

multidisciplinar e interdisciplinar, pois permite uma grande diversidade nos segmentos de

atuação.

Mazzei e Rocco Junior (2017) afirmam que a gestão do esporte, ao unir os

conhecimentos de diversas áreas, entre elas, as das ciências do esporte e da Administração,

pode ser vista como uma área interdisciplinar e multidisciplinar envolvendo assim o fenômeno

esporte. Os autores destacam que tais conhecimentos podem ser de cunho prático ou teórico, e

que a gestão tem que ser coerente com as características presentes do esporte para que a

gestão tenha, de fato, sentido.

Nesse contexto, segundo Pires e Sarmento (2001), a gestão do esporte é uma área de

conhecimento no meio esportivo que tem provocado profundas alterações e influenciando

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fortemente as atuais práticas realizadas. Isso faz com que ocorram mudanças no que se refere

à formação e atuação dos envolvidos.

Para Rocha e Bastos (2011), a gestão do esporte é a organização das atividades que

acontecem dentro das organizações esportivas, em que primeiro se objetiva a promoção dessas

atividades, seus serviços e produtos.

Mazzei e Rocco Junior (2017) definem a gestão do esporte como o gerenciamento de

diversas atividades e organizações em que o esporte está envolvido, contemplando

conhecimento, visão e tomada de decisão para planejar, elaborar e avaliar determinada

atividade ou entidade. De acordo com os autores, para a gestão do esporte é preciso conhecer

a realidade em questão, as características e particularidades de atividades e serviços.

Autores como Lobato e Vitorino (1997) citam em seus estudos a importância da gestão

do esporte, considerando o complexo cenário das entidades esportivas e que necessitam de um

trabalho eficiente que permitirá atingir seus objetivos e ter a maioria dos problemas

solucionados. Tal definição reflete os diferentes papéis que o esporte tem evidenciado

atualmente na sociedade, provocando, assim, a necessidade de desenvolvimento da gestão do

esporte.

Diante disso, hoje em dia é inconcebível que as organizações esportivas não tenham

planejamento que visem à otimização dos recursos materiais, humanos e econômicos que

direcionem seus objetivos em relação à realidade social em que o esporte, cada vez mais

universalizado, encontra-se; onde a sociedade é mais exigente. Isto repercute no papel

fundamental da gestão do esporte nas organizações esportivas inseridas neste contexto, ou

seja, que elas proporcionem as oportunidades das práticas esportivas e o acesso a elas como

um direito social.

Pires (2007) revela ser imprescindível ter um conhecimento da situação esportiva face

à realidade, afim de que se leve a um processo de organização e desenvolvimento adequados

aos objetivos baseados em novas estratégias, novas sustentações políticas e aos projetos

envolvidos pela gestão do esporte. Por essa razão, a gestão está diretamente ligada à

organização ao considerar uma boa gestão a que esteja adaptada à realidade, dessa forma, ela

deve possuir uma capacidade de adaptação frente às mudanças pessoais, coletivas,

organizacionais e coletivas.

Embora tenha diferentes conceitos, de maneira geral a gestão do esporte pode ser

entendida como a aplicação dos princípios de gestão a organizações esportivas (ROCHA e

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BASTOS, 2011), estabelecendo a interface entre a gestão e o esporte de maneira a formar um

quadro teórico que fundamente a ação do gestor de esporte (PIRES, 2007).

2.1 Gestão de Esporte no Brasil

No Brasil, considerando a importância que o esporte ocupa dentro da chamada

indústria do esporte, nas quais as atividades se relacionam em resultados, ora em negócios, ora

quanto à sua presença na sociedade, a gestão do esporte surgiu com a necessidade de melhor

organizar o esporte brasileiro, principalmente no que tange à busca de atingir lugares de

maiores destaques a nível internacional nos grandes eventos esportivos (BASTOS, 2006).

De acordo com Capinussú e Reis (2004), a presença da gestão do esporte é

fundamental não só no esporte de alto rendimento, mas também em todos os segmentos em

que ele está presente na sociedade, principalmente, ao considerá-lo como um direito social.

Em 1978, foi criado um curso de especialização em Administração Esportiva, na

Universidade de São Paulo (USP), e a partir de 1981, foi criada uma área com essa

nomenclatura com um curso de Mestrado em uma universidade privada no Rio de Janeiro,

Universidade Gama Filho (UGF). Foi a partir de 2005 que realmente a área começa a ser

difundida em razão da criação de grupos de estudos nas universidades públicas e alguns casos

nas particulares. O surgimento desses foi motivado pela realização de congressos, encontros,

debates e ainda impulsionaram a criação de entidades que promovessem ações para a

consolidação da área no país (BASTOS, 2004; ROCHA e BASTOS, 2011; MAZZEI e

BASTOS, 2012).

Segundo Rocha e Bastos (2011), a preocupação com a formação profissional teve

início nos Estados Unidos, com o surgimento de cursos de bacharelado e mestrado durante a

década de 1960. De lá para cá, inúmeros cursos surgiram por todo o mundo, em especial na

América do Norte e na Europa. No entanto, a formação dos gestores esportivos ainda é um

dos problemas desta área, como explicam Pires e Sarmento (2001), pois embora a oferta de

cursos de graduação nos Estados Unidos e na Europa seja ampla, como constatam os autores,

no Brasil o cenário é recente.

Muitas vezes, a preocupação com preparação para a gestão tem se resumido à inserção

de uma disciplina no currículo de graduação de cursos para a formação generalista de

profissionais de Educação Física, como cita Bastos (2003). Mais recentemente, é possível

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encontrar alguns cursos de formação profissional que focalizam a gestão do esporte. Mazzei e

Bastos (2012) identificaram a existência de cursos com formatos diferenciados, como os de

graduação tecnológica e de especialização, além de um curso de bacharelado.

Soma-se ao crescimento na oferta de cursos de formação profissional em gestão do

esporte, a existência de periódicos científicos específicos e de associações profissionais

evidencia que a gestão do esporte vem se consolidando como uma área acadêmica (ROCHA e

BASTOS, 2011). No Brasil, entretanto, este desenvolvimento ainda é lento, sendo possível

identificar a criação de algumas associações dedicadas à gestão do esporte.

Diante disso, a gestão do esporte está diretamente ligada às organizações esportivas

que, segundo Slack (1998), são instituições sociais envolvidas na indústria do esporte que

apresentam estruturas administrativas organizadas, objetivos e limites. Rezende (2000) revela

que, no Brasil, as organizações existem sob dois aspectos em função da atividade física, do

esporte e do lazer, como escolinhas de modalidades esportivas, academias, centros de

treinamentos e associações, ligas, federações que estejam voltadas para o esporte e as outras

são as que possuem setores de atividade física, esporte e lazer, no caso, as prefeituras,

secretarias estaduais, clubes sociais, o sistema ―S‖ (SESC, SESI, SENAT) e hotéis.

Outro ponto importante a se destacar é que em razão da nossa história e da nossa

realidade, a gestão do esporte tem o seu grau de importância em todas as dimensões do

esporte, ou seja, no esporte educacional, esporte de participação, de alto rendimento e no de

formação. No entanto, a gestão do esporte, em muitas situações, é compreendida como

gerenciamento de clubes, academias, o mercado fitness, e principalmente, a tudo que se

relaciona ao futebol (BASTOS e MAZZEI, 2012).

Bastos (2003) comenta a conscientização da necessidade de organização do esporte

para o seu êxito. Assim, a organização esportiva está associada não só ao esporte, como

também às transformações sociais, culturais e econômicas. Dessa forma, ela implica a

necessidade de estudos da gestão do esporte no país com as características, interesses e

necessidades das mais diversas regiões do Brasil, bem como nas organizações esportivas, e

principalmente, nas instituições públicas.

Deste modo, a credibilidade da gestão do esporte, atualmente, está atrelada por uma

forte inter-relação cultural, social e técnica, que considera a sua ação e o seu desenvolvimento

diante da sociedade na qual está inserida (PIRES, 2007).

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2.2 Gestor do Esporte

A sociedade atual passa por um momento que se caracteriza pelo aumento da demanda

de oferta do esporte e de suas práticas nos seus diversos segmentos, e consequentemente, da

exigência, por parte dos cidadãos, por um processo de melhor qualidade e diferenciado. Esse

contexto rompe com a concepção tradicional, na qual o indivíduo deve estar para o esporte e

direciona o esporte para um olhar inovador, no qual a atividade esportiva deve estar em

função das necessidades e desejos dos cidadãos (MARTINEZ DELCASTILLO, 1996).

Em consonância com essa nova realidade e evolução do esporte praticado e consumido

pela sociedade surge o gestor do esporte. Esse sujeito é considerado fundamental nesse

processo de transformações e mudanças, com o intuito de elaborar, planejar, organizar,

desenvolver e avaliar o esporte. Chelladurai (1995) afirma que é imprescindível que os

profissionais que atuam na gestão do esporte organizem e coordenem as atividades em seus

diversos meios de intervenção, sendo que elas envolvem desde as instalações esportivas,

eventos, recursos humanos, relações públicas a leis e administração financeira. Assim, os

gestores de esporte, independente da instituição a que pertençam, desempenham várias

funções e ocupam cargos dentro das diversas organizações e entidades.

O exercício de funções no domínio da gestão do esporte tem sido protagonizado por

profissionais com designação diferenciada, assim podem ser intitulados como gestor

esportivo, gerente esportivo, diretor técnico, administrador, técnico e dirigente desportivo.

Não obstante, as atividades desempenhadas são similares.

O gestor de esporte ou gestor desportivo, nas referências internacionais, recebem a

denominação de ―sport manager‖, enquanto, no Brasil,esses profissionais são denominados

de administrador esportivo, diretor esportivo ou de esporte, secretário de esporte, coordenador

de esporte, dirigente esportivo, gerente esportivo (JOAQUIM, 2010; AMARAL, 2015).

Gestor esportivo e administrador esportivo são as designações mais utilizadas, segundo

Sarmento, Pinto e Oliveira (2006); Bastos et al. (2006). No que se refere ao âmbito público, é

muito comum nos depararmos com as terminologias de secretário de esporte, diretor de

esporte, coordenador de esporte, técnico e dirigente esportivo ou de esporte.

No Brasil, no cargo de gestor de esporte é mais frequente identificar pessoas vindas

das mais diversas áreas e, muitas vezes, sem formação mínima, quanto mais específica. Elas

são escolhidas tendo como requisito apenas o passado esportivo, por exemplo, ex-atletas, os

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chamados dirigentes voluntários, técnicos esportivos, e especificamente, nos casos das

organizações públicas, os indicados politicamente por questões de acordos eleitorais,

promessas de campanha e interesses políticos partidários que estão à frente do desafio da

gestão do esporte, com discursos demagógicos de moralizar o esporte, tirar crianças das ruas,

combater as drogas, paixões clubísticas e corporativistas (ZOUAIN e PIMENTA, 2003;

COSTA e SARMENTO, 2012).

Da Silva (1990) afirma que, nos dias de hoje, ainda encontramos pessoas que assumem

os cargos de gestores esportivos e que copiam a mesma forma de atuação de seus

antecessores, isto é, totalmente amadora, de aprendizagem informal e assistemática sobre a

gestão do esporte, priorizando mais seus interesses pessoais que propriamente os anseios

institucionais.

Para Capinussú (2005), considerar que ter, na maioria dos casos, gestores de esporte

não especialistas da área esportiva reflete a função exercida de maneira incompetente e

improdutiva. O cargo é ocupado por profissionais de outras áreas, que acabam deixando em

segundo plano a gestão do esporte em detrimento de outras ocupações. Em outros casos,

podemos evidenciar aqueles que se utilizam dos cargos de gestores de esporte visando a

projeções políticas e sociais (DA SILVA, 1990).

Diante disso, fica mais evidente a importância do gestor de esporte no atual cenário em

relação a sua atuação nas organizações esportivas, que carece cada vez mais de qualificação

profissional. Isso implica dizer que não é mais aceitável que as organizações tenham, à frente

de suas gestões ex-atletas, praticantes ou dirigentes sem qualificação (BARROS FILHO et al.,

2013).

A presença do gestor no atual processo de desenvolvimento do esporte está cada vez

mais evidente na sociedade moderna, devido à importância da sua atuação na estrutura

organizacional, que necessita cada vez mais de profissionais qualificados. Portanto, é

imprescindível a substituição do modelo de gestão utilizado em algumas organizações

brasileiras, que emprega ex-atletas, ex-praticantes ou dirigentes sem formação específica, por

uma gestão realizada por profissionais qualificados na área. Não se pode mais gerir o esporte

como antes, isto é, de forma empírica, desorganizada, motivada por assistencialismo, por

politicagem, clientelismo e com interesses que não sejam voltados para a sociedade. A gestão

do sistema esportivo não pode continuar a ser realizada por alguém sem qualquer preparação

específica na área. Ainda, para Sarmento (2005), o gestor esportivo no contexto das

organizações esportivas, deverá estar preparado para lidar simultaneamente com a esfera

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política e com a sociedade, assumindo um elo entre o que são as necessidades que emanam da

população e as possibilidades que dependem do poder público.

Para uma organização ser bem-sucedida e alcançar seus objetivos, o papel do gestor de

esporte é fundamental, o que torna as suas ações mais amplas e complexas, exigindo um

envolvimento bastante forte e significativo na vida da organização (PAOLI, 2004;

MINTZBERG, 2010; CAPINUSSÚ, 2005).

Diante disso, Bastos (2004) compreende que planejar, organizar, dirigir e controlar são

responsabilidades do gestor de esporte que detém e utiliza conhecimento específico. O gestor

de esporte tem por obrigação o bom funcionamento das organizações esportivas por meio de

uma harmonia, a fim de aperfeiçoar os serviços e recursos de acordo com as necessidades da

sociedade.

Assim, o gestor de esporte deverá ter conhecimento da realidade na qual está inserido,

bem como saber o contexto de sua organização esportiva, pois objetivos, missões e metas são

diferentes quanto as suas formas de gestão. Ou seja, gerir uma organização esportiva pública é

bem diferente de um clube federado, de uma entidade escolar ou entidade privada

(SALDANHA, 2006).

Se o processo de evolução e transformação do esporte não objetivar maior qualificação

e formação profissional, poderá ser comprometido. Vale mencionar que, no Brasil,

identificamos um número insuficiente de gestores especializados, considerando que no país,

por ser uma área de atuação recente, o esporte caminha de forma lenta, o que pode refletir em

gastos descontrolados, falta de planejamento e de organização nos programas e projetos das

organizações esportivas quer sejam elas públicas ou privadas (CAPINUSSÚ, 2005; BASTOS,

2003; ALVES, 2005). As participações de profissionais qualificados em suas áreas de atuação

no segmento esportivo têm papel fundamental nesse processo de evolução do esporte, quer

sejam eles na área técnica ou na área administrativa (CAPINUSSÚ, 1992; 2005;

CAPINUSSÚ e REIS, 2004).

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30

3 POLÍTICAS PÚBLICAS DE ESPORTE

Com a criação do Ministério do Esporte, além das realizações de grandes eventos no

Brasil, como Jogos Pan-americanos, Copa do Mundo de Futebol e Olimpíadas, houve um

aumento considerado significativo na área pelos vários campos do meio acadêmico e da

sociedade (MEZZADRI, 2011).

Segundo Castellani Filho (2008), foi a partir da segunda metade dos anos de 1980 que

as políticas de esporte e lazer teve a primeira discussão sistematizada. Embora seja recente o

tema,ele tem estabelecido uma estrutura significativa, o que permite um maior

aprofundamento pelos pesquisadores da área.

No que se refere às primeiras décadas do Século XXI, além do processo histórico e

político que emanou com os estudos das políticas de esporte e lazer, de acordo com

Starepravo (2011), houve a formalização institucional do Ministério do Esporte em

decorrência de um ciclo político de oito anos do Governo Lula. Isso ocasionou uma atenção

dos estudiosos da área, inclusive com a criação da Rede CEDES (Centro de Desenvolvimento

do Esporte Recreativo e do Lazer), cujos objetivos estão voltados para a pesquisa,

implementação, participação e formulação de políticas públicas. Segundo o autor, é por meio

do que ele chama de subcampo científico/acadêmico que as mudanças nas políticas de esporte

e lazer têm espaço fundamental para ocorrer.

No Brasil, o estudo por políticas públicas de esporte é considerado algo novo. Ele teve

seu início na década de 1980, sobre a influência do processo de redemocratização do país. Nos

anos de 1990 atingiu seu marco, quando deu seus primeiros passos na construção de uma

estrutura teórica metodológica que fosse voltada para a elaboração, formulação,

implementação, avaliação e controle de resultados e impactos positivos e negativos

decorrentes das experiências e vivências que mostrassem a existência ou não de políticas

públicas esportivas no que se refere a União, Estados e municípios (STAREPRAVO, 2011;

ROCHA, 2012).

No entanto para Suassuna (2007), existe uma falha no que tange aos estudos de

políticas públicas de esporte e lazer, pois as outras áreas, como educação, saúde, trabalho,

habitação, etc., para o governo, são considerados prioritários e mais urgentes do que o esporte

e lazer como direitos sociais.

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Rocha (2012) revela que estudos recentes mostram que as políticas públicas de esporte

no período compreendido no Governo Lula atenderam pouca parte da população e ficaram

muito aquém das reais necessidades e demandas da sociedade, em função de recursos

orçamentários reduzidos e também de pouca inserção dos programas nos Estados e

municípios.

No que se refere ao governo Dilma Rousseff, Starepravo (2011) explica que, embora

tenha acontecido ações com o esporte, em seus programas, projetos e atenção ao alto

rendimento, questões sociais em relação ao esporte foram incrementadas. Nesse período, o

país ganhou maior visibilidade no cenário internacional, e nesse sentido houve, segundo o

autor, a ― espetacularização das políticas públicas de esporte e lazer.

Em uma síntese sobre o esporte no país e suas relações com o Estado, Starepravo

(2011) mostra que Estado e sociedade mantiveram, na área do esporte, uma frequência por

praticamente meio século, sendo que algumas modificações importantes aconteceram na

segunda metade dos anos de 1980, momento em que o esporte teve a sua organização

concedida e foi reconhecido como direito social. Porém, o papel do Estado, ao privilegiar

alguns grupos específicos não desenvolveu o seu papel de fomento e de regulação do esporte

como um direito social.

Rocha (2012) corrobora com Starepravo (2011) ao afirmar que a história do esporte na

relação com o Estado houve serviços voltados a determinados interesses hegemônicos e

predomínio voltado ao esporte de alto rendimento.

Outros estudos mostram que a relação Estado, esporte e sociedade manteve seu cenário

praticamente o mesmo, ou seja, no modelo corporativo, clientelista e centralizado

(LINHALES, 1996; MEZZADRI, 2000; MANHÃES, 2002; VERONEZ, 2005; BUENO,

2008).

Desde os anos 80, há uma tônica, não há mudança de modelo no que se refere a

políticas públicas, e inclusive as de esporte e lazer, e as suas relações com o Estado,

atualmente, elas ainda refletem as práticas que eram utilizadas no Estado Novo. Ou seja, elas

apresentam características do clientelismo, utilitarismo e assistencialismo o que, em outras

palavras, implica dizer que as políticas públicas de esporte e lazer pouco contribuem para o

desenvolvimento e para a democratização do esporte no país (STAREPRAVO e MARCHI

JUNIOR, 2016).

Fato esse que se confirma com Matias (2013). Esse autor relata que o processo de

implementação de políticas públicas de esporte no país foi dominado pela chegada dos

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grandes megaeventos realizados, os quais se tornaram pauta prioritária na agenda

governamental de tais políticas.

Nesse sentido, podemos inferir que esse contexto reflete para um cenário mercantilista

e assistencialista de gestão. As referidas políticas públicas de esporte e lazer são fomentadas e

oferecidas à sociedade de maneira desigual, sem se preocupar com os problemas e as mazelas

sociais, não garantindo que esporte e lazer sejam considerados como direitos sociais.

Para DaCosta et al. (2008), apesar de vários documentos terem sido desenvolvidos, tais

como as Conferências Nacionais de Esporte, Plano Nacional de Esporte, Sistema Nacional de

Esporte e Plano Decenal de Esporte e Lazer, o plano estatal está longe de ser eficiente no que

se refere a política de Esporte no Brasil, pois o mesmo apresenta falta de harmonia e

interesses diversos dentro da própria área.

Destacamos alguns estudos que abordam as políticas públicas de esporte e lazer como

os de Stigger (1992) sobre administração de parques públicos; Castellani Filho (2006, 2007)

que estudou elaboração, implantação e avaliação; Linhales et al. (2008) que abordaram as

representações construídas por gestores; Amaral e Kikuchi (2011) que discutiram espaços

públicos de lazer; Rodrigues e Marcellino (2011) que dissertaram sobre o lazer e a política

pública; Amaral e Costa (2012) que debateram sobre a administração do lazer; Sawitzki

(2012) que estudou os gestores e suas propostas de políticas públicas de esporte e lazer; Silva

et al. (2012) que pesquisou sobre planejamento e intersetorialidade em esporte e lazer; e

Menezes, Oliveira e Souza (2012) que investigaram políticas municipais de esporte segundo

os gestores.

No contexto das políticas públicas esportivas municipais, elas se reportam às tomadas

de decisões que os municípios, mediante seus governantes, gestores e sociedade, devem

realizar na busca da promoção, orientação, do apoio e da regulação do processo de

desenvolvimento do esporte municipal, seguindo nessa perspectiva, elas devem se constituir

numa política que seja centrada na população (JANUÁRIO, 2010).

Arretche (1999) descreve que as políticas sociais nem sempre alcançam a população, e

o esporte e lazer são um exemplo disso. Isso por que a maioria dos municípios encontra

dificuldades em assegurar tais políticas, pois esporte e lazer se configuram como valor

secundário entre as prioridades nos planos de governo.

As políticas públicas de esporte nos municípios precisam assumir que o esporte é um

direito social e que deve se materializar para toda a sociedade, levando em consideração o seu

contexto sócio histórico. Para que seja dado o necessário impulso para essa materialização,

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tais políticas devem estar devidamente regulamentadas, de modo que estabeleçam marcos,

como orçamento, instalações e espaços públicos, programas e projetos, envolvendo todas as

manifestações esportivas, educacional, de participação e de rendimento, com planejamento,

diretrizes, pessoal e formação. Essas ações devem viabilizar, de fato, políticas que sejam

articuladas para universalizar e democratizar o esporte (DA MATA, 2011).

Para Da Mata (2011), muitas das políticas públicas de esporte e lazer elaboradas,

aprovadas e implementadas não têm como ponto de partida, a realidade social concreta, a

prática social. Assim, elas não levam em consideração as históricas demandas da sociedade.

Mais uma característica bem presente que vemos nesse âmbito é o esporte convertido em um

instrumento de poder da minoria sobre a maioria.

Segundo Farjalla (2015), as políticas públicas municipais de esporte devem objetivar o

desenvolvimento na área, promover a sua democratização, no sentido de garantir esporte e

lazer como direitos sociais, e consequentemente, ter efetividade e eficácia nas referidas

políticas públicas. Para tal, afirma o autor que é necessário que haja uma visão a olho nu de

todo o sistema formal e informal de esporte, conhecendo as motivações e as necessidades da

população, de forma a promover a interlocução com a sociedade, para criar e ampliar

melhores condições de práticas esportivas.

Nessa perspectiva deve haver uma política de interlocução e interação com a sociedade

para que se promova discussões e debates sobre as prioridades das políticas públicas

municipais de esporte e lazer. Vale lembrar que elas devem abranger todos os níveis de

governo: federal, estadual e municipal, além dos aspectos de formação profissional e de

recursos orçamentários.

No entanto, sabe-se que a construção de políticas públicas de esporte não é uma tarefa

fácil e simples. Dessa forma, conceber o esporte como política social e direito do cidadão é

conceber que tais políticas devem ser pensadas e reproduzidas de uma maneira ampliada, com

o envolvimento dos diferentes segmentos do poder público e da população, já que as mesmas

comportam disputas, relações, tomadas de decisões planejadas e não planejadas. Ademais, é

fundamental que aconteçam avanços na compreensão dessas relações entre os envolvidos,

para que possibilite uma compreensão de quais políticas foram efetivadas ou preteridas, que

melhoraram e aquelas que ficaram apenas no papel (ANDRADE, 2010).

Marcellino (2008) afirma que os programas de governo devem contemplar as políticas

de esporte, porém, ressalta o autor que é preciso ter cuidado para que com a sua

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institucionalização não leve ao insucesso ou a sua própria falência, Zingoni (2003, p. 218)

aponta que ―esporte e lazer ainda são setores de menor importância nos planos de governo‖.

A ampliação das políticas públicas de esporte possui alguns entraves, entre eles estão a

dificuldade de formação profissional para atuação nas ações de políticas públicas de esporte e

lazer; a cultura esportiva centrada no conjunto de ações direcionadas para as práticas

esportivas competitivas; orçamento insuficiente destinado para as devidas ações; e ainda, que

os referidos orçamentos são direcionados ao futebol amador, o que coloca as outras

manifestações esportivas em condição frágil frente à hegemonia do futebol. Dessa forma, o

esporte é diluído em outras políticas sociais se configurando como uma atividade meio e não

uma atividade fim, ele é visto como atividade complementar de outras políticas públicas,

como saúde e educação (LINHALES, 2001; ISAYAMA, 2002; LINHALES, et al., 2008;

RIBEIRO, 2012).

Ainda, de acordo com Zotovici et al. (2013), independente da questão política

partidária e dos interesses diversos, as políticas públicas de esporte precisam ser debatidas e

discutidas com reflexões dos diversos segmentos. Esse debate deve visar o aprimoramento no

campo de intervenção das políticas públicas de esporte, por meio de ações com as suas

devidas estruturas, de modo que sejam significativas e que atendam as reais necessidades e

prioridades da população, reconhecendo o esporte como um direito social.

Segundo Rosa (2014), para que os municípios avancem na constituição de suas

políticas públicas de esporte, eles precisam, além das interlocuções e envolvimento entre

governo e população, buscar um maior equilíbrio no diálogo entre as esferas federal e

estadual. Soma-se a isso, a necessidade maior conhecimento, baseado em três pilares que são:

ampliação do capital cultural, saber técnico e engajamento político.

3.1 Gestão Municipal de Esporte e Gestor Municipal de Esporte

A gestão municipal de esporte pode ser definida com ações de planejar, organizar e

intervir no âmbito do esporte por parte do município. Nesse âmbito, o conceito de gerir ou de

gestão compreende as ações e efeitos de administrar, planejar, organizar, coordenar,

programar, avaliar e dirigir o esporte no município. A gestão municipal de esporte implica

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essas intervenções sobre as pessoas ou entidades em que as ações de fomento ao esporte são

reconhecidas constitucionalmente.

Vale ressaltar que a gestão municipal de esporte não é uma ação única e exclusiva dos

gestores, mas um conjunto de todos os indivíduos envolvidos na organização do esporte no

município e que possam contribuir e influenciar diretamente ou indiretamente sobre o esporte

municipal.

Aguado (2013) assevera que a gestão esportiva municipal deve ter princípios e

estratégias para dirigir toda a organização que visem a ações gerais e globais. Tais ações,

conforme o autor, precisam levar em conta as peculiaridades que compõem o âmbito social,

associativo, educativo, entre outros presentes no município. Assim, a gestão esportiva

municipal aplicará diferentes formas de gestão que traduzirão eficiência e eficácia.

O esporte atual não pode mais ser gerido como no passado, de forma conveniente, de

oportunidades e interesses pessoais e somente do poder público. Hoje é imprescindível que a

gestão do esporte seja um processo que envolva todas as pessoas que se relacionam com o

esporte, juntamente com seus recursos disponíveis, como materiais, financeiros, humanos e

instalações mediante princípios de eficácia e eficiência. (PIRES, 1996; GALLARDO e

JIMÉNEZ, 2004).

Desta forma, o processo de gestão municipal de esporte deve ser gerido tanto pelo seu

valor econômico quanto político. Ou seja, os responsáveis pela gestão devem entender que o

esporte é um serviço público, que deve ser oferecido aos cidadãos com organização estrutural

e técnica como os demais serviços públicos, a exemplo da saúde, da educação e da assistência

social (CONSTATINO, 1999).

Daí é fundamental que a gestão municipal de esporte seja oferecida com qualidade,

atendendo aos reais interesses e necessidades da população, e que estejam de acordo com as

políticas públicas elaboradas dentro de uma lógica de realização.

Para tanto, é relevante a aproximação das políticas públicas de âmbito estadual e

municipal. Quanto a essa proximidade, Menezes (2009) atenta à importância de os governos

municipais desempenharem ações relevantes, voltadas para a garantia do desporto como

direito constitucional. É nos municípios, mediante suas prefeituras, que a ação governamental

se faz sentir mais de perto nas comunidades e se relaciona diretamente com o cidadão

(MARCELLINO et al., 2007).

As mudanças presentes na área do esporte, além de estarem relacionadas às

transformações sociais e econômicas, têm-se destacado também pelas opções políticas. Isso

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reflete em uma maior diversificação e expansão de programas e atividades esportivas para a

população. No âmbito municipal, isso tem se tornado também muito evidente, exigindo, dessa

forma, novos ofícios quanto à atuação no campo profissional. Isto é, a presença de

profissionais na área da gestão do esporte nos municípios é uma realidade cada vez mais

presente e fundamental nas organizações esportivas públicas (OLIVEIRA, 2009; ROCHA

2012; KARNAS, 2013).

Diante disso, para que as organizações esportivas municipais tenham condições de

melhorar a organização e coordenação do esporte com os projetos, programas e atividades,

exige-se mais competência do gestor municipal de esporte. É ele quem é o responsável direto

por essa organização, pois seu papel é fundamental no planejamento, preparação e

principalmente, nas mudanças organizacionais e esportivas que vêm ocorrendo ao longo dos

anos. Dessa forma, será possível a contribuição desse profissional na gestão das políticas

públicas de esporte, de maneira atual, inovadora e ajustada à realidade e aos interesses da

sociedade (SALDANHA, 2006).

De acordo com Klering e Andrade (2006, p. 78), inovar no setor público é desenvolver

novas ações que tragam transformações significativas no processo de definição e

implementação de políticas públicas.

Assim, o gestor de esporte é peça fundamental no processo de desenvolvimento do

esporte no município, sendo que a concretização da gestão das políticas públicas do esporte se

dá por intermédio dele, o gestor municipal (GÓMEZ TAFALLA e MESTRE SANCHO,

2005).

Para Capinussú (2005), ao administrador desportivo, como denomina o gestor, é

imprescindível saber: trabalhar coordenadamente com as autoridades políticas; obter e

administrar recursos econômicos; criar as condições e ocasiões para as competições de grande

repercussão; relacionar-se com o público; utilizar a imprensa e os meios informativos em

geral de forma justa e adequada. Para tanto, ele deve ter sempre presente os objetivos

prédeterminados e a necessidade da parte técnica.

Gómez Tafalla e Mestre Sancho (2005) entendem que o gestor municipal de esporte

deve ser o principal articulador do esporte no município por ser a pessoa com a capacidade e

competência para planejar, programar, dirigir, controlar, avaliar, administrar, coordenar. Para

isso, são necessários alguns requisitos para que sejam viáveis suas ações, isto é, o gestor

municipal de esporte precisa: ter uma formação; estar ligado à área do esporte; possuir

capacidades de liderança; capacidade de entrega ao trabalho; capacidade de trabalhar em

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grupo e em equipe; saber lidar e tratar as pessoas; e ser uma pessoa disposta a resolver os

problemas ou enfrentar as situações adversas.

Nossa compreensão, assim, é que o gestor municipal de esporte deve estar presente em

todo o processo de planejamento do município, e não somente no que se refere ao esporte.

Desse modo é que ocorrerá uma aproximação mais real e concreta das necessidades e

interesses dos cidadãos. Isso implica poder afirmar que esses profissionais têm efetivamente

de se transformar em agentes inovadores, estratégicos e dispostos a aceitar as mudanças que

levem de fato ao cumprimento do papel do esporte no âmbito público municipal.

Saldanha (2006) considera que o gestor de esporte deve ter a capacidade de prever e

estabelecer medidas e caminhos orientadores, voltados para as políticas públicas de esporte

municipais atuais e que sejam inovadoras à realidade.

3.2 Políticas Estaduais de Esporte

Neste capítulo, nossa intenção é retratar o cenário das ações e estruturas no âmbito do

Estado. Faremos isso por entendermos que a gestão esportiva municipal se relaciona com a

entidade maior, que é a Secretaria de Esporte Estadual, no que tange à gestão do esporte frente

às políticas públicas, ou seja, ela não se limita e nem se esgota na administração pública

municipal. Toda essa relação tem papel fundamental no caminho das gestões das políticas

públicas de esporte dos municípios.

As organizações esportivas públicas que desenvolvem as políticas de esporte e lazer

são as entidades, unidades administrativas, as sociedades, os órgãos ou as sociedades criadas

pelas administrações públicas e que se diferenciam conforme a função que se desenvolvem no

território (ROCHE, 2002).

Atualmente, no estado de São Paulo, a Secretaria de Esporte, Lazer e Juventude

(SELJ), é a entidade governamental responsável pela pasta da organização do esporte, do

lazer, isto é, ela o órgão máximo a nível estadual. Ela é encarregada de fomentar e direcionar

as ações relacionadas às políticas públicas de esporte e lazer.

Em um segundo nível e ligadas à SELJ, encontram-se as Secretarias Municipais de

Esporte e Lazer, ora denominadas também de coordenadorias, diretorias, departamentos que

são os órgãos responsáveis pelo esporte em cada município do estado. No entanto, nem todos

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os municípios possuem esses órgãos específicos, o mais comum é que eles sejam vinculados a

outras secretarias, na maioria dos casos, à educação, à cultura, ao turismo, ou simplesmente,

pode não haver um responsável direto.

De acordo com Lima et. al. (2011), ao pensar as políticas públicas de esporte e lazer

como políticas de Estado, leva-se ao entendimento que elas refletem programa de governo no

aspecto econômico, social, cultural e a forma que são geridos. Ainda, segundo o autor, ao

considerar os âmbitos estaduais e municipais não se tem informações seguras que subsidiem

as políticas de esporte e lazer em suas diferentes vertentes, o que torna oportuno aprofundar

sobre a situação dos municípios estudados em detrimento das políticas de esporte e esporte e

lazer geridas pelo governo estadual.

O estado de São Paulo possui 645 municípios com uma população de 41.262.199

milhões em 2010 e estimativa de 44.396.484 milhões em 2015 sendo que 158 municípios

possuem até 5 mil habitantes, 119 de 5 a 10 mil e 226 de 10 a 50 mil (IBGE, 2010).

Seu orçamento para o ano de 2015, garantido pela Lei nº 15.646 de 23/12/2014 orçou a

receita e fixou a despesa do Estado em R$ 204.879.492.272,00 e em 2016 R$

206.864.665.868,00. Para a Secretaria de Esporte, Lazer e Juventude a ordem foi de R$

255.247.118,00 para 2015 e 207.884.753 para 2016, o que representa 0,012 % e 0,010% do

orçamento (SÃO PAULO, 2015).

O contexto histórico do esporte, no âmbito de governo de estado de São Paulo em sua

estrutura administrativa nos remete ao início dos anos da década de 1960, quando era

denominada como Departamento de Educação Física e Esportes (DEFE). Na mesma década,

em 1965, foi então criada a Secretaria de Estado dos Negócios do Esporte e Turismo do

Estado de São Paulo pela Lei n 8.663. Em 1967, o governo da época realizou uma reforma

administrativa nas áreas de promoção social, cultura, educação, esporte e turismo em

detrimento de descaracterização da Secretaria como unidade de administração e, por meio do

Decreto no 49.165, denominou de Secretaria da Cultura, Esportes e Turismo do Estado de São

Paulo.

Passados quase dez anos, em 1975, a estrutura foi alterada e foi criada a Secretaria de

Estado dos Negócios de Esportes e Turismo pelo Decreto no 5.929. No sentido de focar o

plano de trabalho de apoio aos jovens, em 2001, o órgão passa ser denominado de Secretaria

da Juventude, Esportes e Lazer; e em 2003, de Secretaria da Juventude, Esporte e Lazer,

retirando-se dessa forma o plural ―Esportes‖.

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Já em 2007, com uma estrutura considerada diferenciada e com a inclusão da pasta do

Turismo fica denominada de Secretaria de Esporte, Lazer e Turismo. Foi então que, em 2011,

através do Decreto no 56.635/2011, passou a chamar Secretaria de Esporte, Lazer e Juventude

(SELJ).

No que diz respeito a sua atribuição e estrutura, a SELJ traz, mediante o Decreto

56.637/2011, a formulação de políticas públicas pelo governo do Estado ao esporte e lazer e à

juventude:

Artigo 2º - Constituem o campo funcional da Secretaria de Esporte, Lazer e

Juventude: I - a formulação de políticas e a proposição de diretrizes ao

Governo do Estado, voltadas: a) ao esporte e lazer; b) à juventude; II - a

coordenação da implementação das ações governamentais direcionadas para

o esporte e lazer ou para o atendimento aos jovens; III - a elaboração e a

execução, direta ou indiretamente em parceria com entidades públicas e

privadas, de programas, projetos e atividades relativos ao esporte e lazer ou

dirigidos aos jovens; IV – a promoção e o incentivo de intercâmbios e

entendimentos com organizações e instituições afins, de caráter nacional ou

internacional; V - a difusão e a promoção do desenvolvimento do esporte e

do lazer; VI - a extensão das oportunidades e dos meios para a iniciação e a

prática de esporte e lazer; VII - a execução do previsto no artigo 5º do

Decreto nº 40.497, de 29 de novembro de 1995; VIII - o apoio a iniciativas

da sociedade civil destinadas a fortalecer a auto-organização dos jovens; IX -

a promoção do desenvolvimento de estudos, debates e pesquisas sobre a vida

e a realidade da juventude; X - a conscientização dos diversos setores da

sociedade sobre a realidade da juventude, os problemas que enfrenta, suas

necessidades e potencialidades; XI - a promoção de campanhas de

conscientização e de programas educativos, junto a instituições de ensino e

pesquisa, veículos de comunicação e outras entidades, sobre problemas,

necessidades, potencialidades, direitos e deveres dos jovens (SÃO PAULO,

2011).

Assim, a SELJ traz em sua estrutura administrativa para buscar atender suas diretrizes

de políticas públicas na gestão do esporte a seguinte organização: Secretário Adjunto,

Gabinete do Secretário, Comissão de Análise do Programa Bolsa Talento Esportivo,

Coordenação de Programas para a Juventude, Coordenadoria de Esporte e Lazer, Conselho

Estadual da Juventude e Conselho Estadual de Desportos. Nesse sentido, a SELJ é um órgão

responsável para planejar, promover e executar as ações governamentais voltadas ao esporte,

lazer e juventude. Em relação aos eventos organizados e desenvolvidos pela pasta podemos

verificar no Quadro 2 a seguir:

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Quadro 2: Calendário de Eventos promovidos pela SELJ 2017

JORI – Jogos Regionais do Idoso

Jogos Abertos da Juventude

Jogos Regionais

JEESP –Jogos Escolares do Estado de São Paulo - Mirim

Pró-Atletismo

Pró-Natação

Ginastrada

Copa de Ginástica Artística

Jogos Escolares da Juventude

JEESP – Paralímpico

JEESP - Infantil

Jogos Abertos do Interior

Copa de Basquetebol

Copa de Handebol

Copa de Voleibol

Copa de Futsal

Paralimpíadas Escolares

Campeonato Estadual de Futebol - Dentinho Fraldinha

Campeonato Estadual de Futebol - Dente de Leite e Dentão

Campeonato Estadual de Futebol - Dentão - Feminino

Fonte: SELJ – Calendário 2017

Ao considerarmos o foco de nossa pesquisa, nossa abordagem direciona para a

Coordenadoria de Esporte e Lazer. Esse setor tem em sua estrutura as Regiões

Administrativas e as Regiões Esportivas com suas Delegacias Regionais de Esportes e Lazer

(DREL) e Inspetorias Regionais de Esportes e Lazer (IREL), com sua Divisão de Esportes e

Divisão de Recreação e que são as responsáveis diretas pelo apoio, fomento, implantação e

desenvolvimento dos programas, projetos e eventos direcionados aos municípios do Estado.

O estado de São Paulo encontra-se dividido em catorze regiões administrativas, 09

regiões esportivas com 14 DRELs e que comandam 52 IRELs, que são os órgãos instalados

como objetivo auxiliar os municípios na implementação de programas e projetos voltados para

o desenvolvimento do esporte e do lazer, além de projetos sociais, viabilização de verba

pública para eventos, instalações esportivas e organização dos eventos esportivos oficiais

promovidos pela Secretaria ao longo do ano.

No que se refere aos municípios da UMMES, nosso objeto de estudo, vale ressaltar

que eles pertencem à 8ª região administrativa e 7ª região esportiva na qual os municípios são

ligados à DREL de Marília e IREL de Ourinhos perfazendo um total de 56 municípios ligados

a estes órgãos.

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Os programas e projetos implantados e desenvolvidos atualmente pela secretaria são:

- Academia ao Ar Livre: objetiva facilitar a prática da atividade física da população,

na qual a Secretaria celebra convênios com os municípios para a aquisição de

equipamentos específicos de uma academia a serem instalados nas praças ou

outros locais públicos com atendimento ao público da terceira idade e inclusive

portadores de necessidades especiais. Este programa atendeu em 2014

aproximadamente 90 municípios e mais de 160 através de emendas parlamentares

num total de 256 instalações;

- O Bolsa Talento: visa subsidiar atletas praticantes de esporte escolar e alto

rendimento em modalidades olímpicas e paraolímpicas com concessão de bolsas

com subsídio financeiro;

- Centro de Excelência oriundo do antigo ―Projeto Futuro‖ vem oferecendo

oportunidades para inúmeros atletas paulistas que despontam no cenário do

esporte paulista, nacional e internacional como jovens talentos;

- Esporte Social: tem como objetivo estabelecer convênios e parcerias com o

Governo do Estado, prefeituras municipais, instituições e terceiro setor com

natureza esportiva com o objetivo de democratizar a prática de esporte e lazer com

prioridade para as crianças de 07 a 14 anos da escola pública com vistas à

promoção de inclusão social;

- Lei Paulista de Incentivo ao Esporte: oferece descontos de tributos às empresas

que investirem em projetos e programas esportivos com entidades e instituições; e

- Vida Ativa: auxilia o idoso que necessite realizar uma atividade física por

prescrição médica e não tem condições financeiras, recebendo um subsídio do

governo para custeio para frequentar um clube ou academia para prática da

atividade.

No entanto, algumas dessas ações precisam ser mediante o estabelecimento de

convênios entre a Secretaria e os municípios conforme institui o Decreto 52.479, de

14/12/2007, que objetiva o acompanhamento e gestão de convênios a serem utilizados (SÃO

PAULO, 2007).

Nesse sentido, levantamos no período compreendido de 01/01/2010 a 07/09/2015 os

Convênios da Secretaria de Esporte, Lazer e Juventude e identificamos que foram celebrados

no Estado 919 num total de R$ 72.611.310,57.

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Com os municípios pertencentes à UMMES, verificamos que foram firmados 12

convênios, totalizando R$ 1.431.000,00. Essa quantia representa 0,013% e 0,019 % de todos

os convênios celebrados no estado conforme demonstrado no Quadro 3:

Quadro 3: Convênios celebrados pelo Estado com os municípios da UMMES

ANO MUNICÍPIO CONVÊNIO VALOR

2010/2012 Chavantes Revitalização da Piscina Pública R$ 150.000,00

2010/2012 Espírito Santo do Turvo Investimento em Obras R$ 70.000,00

2010/2012 Ipaussu Reforma da Piscina Pública R$ 150.000,00

2010/2012 Ipaussu Construção da Pista de Skate R$ 50.000,00

2012/2014 Ipaussu Cobertura da Quadra Poliesportiva Pq. R$ 140.000,00

2012/2013 Óleo Esporte Social – Serviços R$ 41.600,00

2012/2013 Óleo Esporte Social – Consumo R$ 3.600,00

2011/2011 Ourinhos Realização dos Jogos Regionais do Idoso R$ 120.000,00

2008/2014 Ourinhos Construção de Área de Lazer no Jd. Industrial R$ 64.000,00

2010/2012 Santa Cruz do Rio Pardo Investimentos em Obras R$ 342.000,00

2012/2014 Salto Grande Reforma e ampliação do Ginásio de Esporte R$ 120.000,00

2012/2014 Salto Grande Construção de Quadra coberta com Vestiários R$ 200.000,00

TOTAL R$ 1.431.000,00

Fonte: Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo, 2015.

Dos convênios estabelecidos apenas sete dos treze municípios pertencentes à UMMES

foram contemplados e destes nove são para construção, reforma e ampliação de instalações de

esporte e lazer e 03 foram destinados aos programas, projetos e eventos considerando o

período analisado.

Corroboramos com Zingoni (2003) que as políticas de esporte e lazer, mediante suas

gestões, são utilizadas como plataforma política e ocorrem, muitas vezes, descontinuidades de

projetos propostos para serem efetivados e que são evidenciadas com doação de material

esportivo ou cessão de equipamentos esportivos.

Menezes (2009) afirma que as políticas públicas de esporte se concretizam em

equipamentos ou espaços determinados cultural ou politicamente. Linhales (2001) revela que

o esporte aparece dissolvido em setores sociais nas gestões das administrações públicas

operacionalizadas para os mais diversos fins, como, por exemplo, políticas educacionais e

saúde.

Para corroborar com os autores acima supracitados, temos como exemplo as recentes

Academias ao Ar Livre que vêm sendo instaladas ao longo dos anos por todos os municípios

mais como promessa de campanha política, pedidos e emendas parlamentares do que

propriamente programas de governo com projetos desenvolvidos para esse fim.

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Um estudo realizado pelo IBGE (2006) sobre um diagnóstico do esporte nos

municípios brasileiros revelou que, com exceção dos grandes municípios e poucas cidades,

ainda não foi possível, principalmente nas pequenas e interioranas cidades, gerar uma cultura

de gestão da política pública do esporte municipal. Tal constatação implica dizer que limitam

os processos de planejamento e execução, controle e avaliação. Dessa forma, ficam distantes

de se materializarem de acordo com o que preconiza a Constituição Federal no seu artigo 217.

Carvalho (2002) ressaltam a importância das decisões do Estado junto à sociedade

civil para regulamentar direitos sociais e formular políticas públicas de acordo com a demanda

e as necessidades dos envolvidos.

Em nossa pesquisa, não tivemos acesso às informações de quais são os critérios, as

regulamentações e como os municípios podem pleitear e conseguir tais convênios. Sabemos,

sim, que os municípios esbarram por muitos aspectos burocráticos impostos pelos próprios

sistemas político e econômico. Outrossim, também podemos revelar, por meio de nossas

experiências como gestor em três administrações e atualmente como agente político, que, na

maioria das vezes, prevalece o interesse político partidário, os conchavos políticos, a política

eleitoreira, a dependência das intermediações dos parlamentares e suas emendas. Por essa

razão, também não queremos deixar de elencar aspectos importantes que dificultam os

municípios a conseguirem firmar tais convênios, tais como: falta de planejamento, orçamento

e financiamento; gestão e controle; ordenamentos legais; espaços; e equipamentos.

Menezes (2009) identificou em seu estudo que outro aspecto muito importante que

permeia a gestão de políticas públicas de esporte e lazer, a saber: a determinação de

prioridades para a elaboração de uma política pública para o esporte municipal é em função da

visibilidade que poderá ser gerada ao principal gestor, o prefeito. Dessa forma, descarta-se

qualquer possibilidade de discussão e debate com a área e a própria comunidade no sentido de

priorizar as demandas e as necessidades em prol da sociedade.

Silva (2009) revela que aos governos compete executar um conjunto de incumbências

destinadas ao fomento, promoção, suporte, incentivo às políticas públicas de esporte em

colaboração com as instituições e entidades, como escolas, associações esportivas, clubes

entre outras.

Diante disso, o Estado deve ser o primeiro agente a fomentar o desenvolvimento e

implementação de políticas públicas de esporte, delegando competências aos responsáveis

pela gestão do esporte nos municípios juntamente com as entidades públicas e a sociedade

(CORREIA, 2008).

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Porém, muitas vezes, não existe claramente uma interlocução da federação com os

municípios sobre a definição das responsabilidades dos municípios em relação ao esporte e

lazer. Limitações de procedimentos e processos técnicos que se esbarram em aspectos

políticos; burocráticos; e formativos de planejamento, de gestão; formação, e

fundamentalmente, um cenário constituído por municípios de região economicamente com

limitações de recursos financeiros. Nesse contexto, o esporte não se torna prioridade de

investimentos e de políticas públicas.

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4 UMMES –A PESQUISA

Para o desenvolvimento deste estudo, definimos como locus da investigação, treze

municípios da microrregião de Ourinhos do estado de São Paulo e que pertencem à União dos

Municípios da Média Sorocabana (UMMES). A população da microrregião de Ourinhos foi

estimada, em 2009, pelo IBGE em 293.751 habitantes e está dividida em dezoito municípios e

possui uma área total de 5.568,472 km2 (IBGE, 2010). A microrregião de Ourinhos é uma das

microrregiões de São Paulo pertencente à mesorregião de Assis, que agrega os seguintes

municípios: Bernardino de Campos, Canitar, Chavantes, Espírito Santo do Turvo, Ibirarema,

Ipaussu, Óleo, Ribeirão do Sul, Salto Grande, Santa Cruz do Rio Pardo, São Pedro do Turvo e

Timburi. Eles estão localizados num raio de 150 Km com estimativa aproximada de Ourinhos.

Figura 1: Mesorregião de Assis com a Microrregião de Ourinhos.

Fonte: SEADE, Estado de São Paulo e suas Regionalizações, 2015.

Com sua sede física instalada no município de Santa Cruz do Rio Pardo, a UMMES foi

fundada em 16 de abril de 1994, com a proposta de oferecer serviços em formato de

consórcio. O objetivo da entidade é a prestação de quaisquer serviços que possam contribuir

para o fomento e a racionalização das atividades municipais, atuar na defesa das atividades

econômicas, sociais, esportivas e culturais de seus associados, bem como o bem-estar e a

saúde. Esta última é a principal área dessa entidade, em que os municípios integrantes têm

atendimento de exames médicos de média e alta complexidade em diversas áreas com

consultas médicas especializadas. No setor de administração, existem vários treinamentos e

capacitações para as áreas específicas das prefeituras em seus serviços. E, ainda, tem o

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consórcio de máquinas agrícolas, tratores, caminhões para prestar apoio e atendimento aos

municípios em suas demandas e necessidades (UMMES, 2013).

Figura 2: Mapa de Localização dos Municípios integrantes da UMMES.

Fonte: SEADE, Estado de São Paulo e suas Regionalizações, 2015.

A região tem um entroncamento rodoferroviário, consolidado com duas ferrovias e

cinco rodovias, que fazem a conexão leste-oeste e norte-sul do país. Essa vantagem logística

favorece a população produtiva da cidade e região. Inclusive uma dessas ferrovias é

justamente o nome dado à associação em razão da antiga linha de ferro, a chamada Média

Sorocabana. Essa ferrovia liga o oeste do estado de São Paulo, sendo que até os anos 1970, o

trem era o principal meio de transporte de cargas e passageiros à capital paulista, isto é, a

região foi geograficamente distribuída de acordo com a malha ferroviária até então existente

(SEBRAE, 2013).

Economicamente, a indústria responde pela maior parte dos empregos formais da

região (34,4% do total de empregados da região). Na agropecuária (25,1% dos empregados da

região), os principais segmentos são a cultura da cana (13% dos empregados), as unidades

rurais de uso misto (4,3%) e as atividades de apoio à agricultura (4,2%). Embora menos

expressivos em termos do volume de empregados, a cultura de frutas cítricas e a criação de

bovinos aparecem com participações relativas regionais bem superiores às médias destes

segmentos no estado de São Paulo (5,1% e 5,8%), o que denota certa especialização regional

nestas atividades (SEBRAE, 2013).

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Com relação ao setor Serviços (20,3% dos empregados da região), destacam-se os

serviços de saúde (4,7% dos empregados), de transportes terrestres (3,6%) e os prestados às

empresas (2,4%). O comércio, por sua vez, envolve cerca de 18% das pessoas empregadas na

região e tem como principais componentes o varejo de produtos diversos (2% dos empregados

da região), peças para veículos (1,7%) e varejo de vestuário (1,6%) (SEBRAE, 2013).

O ponto central da análise e referência não só da região, mas da própria associação, é a

cidade de Ourinhos/SP, em especial, por ela ser o espaço municipal mais dinâmico

economicamente num raio que esbarra em algumas cidades grandes e, por conseguinte, suas

áreas de influência. No estado paulista, as cidades médias próximas à UMMES são: Marília,

Bauru, Presidente Prudente, já no estado do Paraná, são: Londrina e Ponta Grossa. Assim, o

município de Ourinhos/SP apresenta-se como o centro desta nova região. Esta centralidade é

fundamental para a existência da região, já que as relações encontradas no local, quase que

necessariamente, passam pelo espaço municipal de Ourinhos/SP. Isto é percebido quando

observamos a quantidade de consumidores e trabalhadores inseridos nas relações comerciais e

de prestação de serviços que se destinam às relações regionais.

O setor comercial de Ourinhos/SP tem importância na construção regional, através das

suas forças centralizadoras, isto é, na capacidade de atrair quantidades expressivas de

consumidores extramunicipais. A quantidade e a variedade de consumidores que é recebida no

espaço comercial da cidade faz com que este setor econômico se torne um dos fatores

determinantes para a obtenção dos limites regionais. E, é nesta situação que ocorre o

fortalecimento dos laços regionais e ainda, acontece a reafirmação desta área como centro

municipal. Em Ourinhos/SP são registrados os maiores fluxos de pessoas de fora do

município. É nessa cidade também onde se encontra a maior circulação e reprodução do

capital regional, pelo fato de estarem fixadas as maiores lojas e as estruturas financeiras, o que

proporciona um patamar superior às outras áreas da região, que estão menos servidas em

relação às infraestruturas, que claramente se direcionam para esta localidade.

A relação do sistema educacional de Ourinhos/SP com sua região apresenta algumas

variações em nível de contribuição para a formação regional. Ela se diferencia, pois não

realiza um movimento de concentração apenas igual ao setor da saúde, mas estabelece fluxos

de captação e de emissão de estudantes, em todos os níveis (fundamental, médio e

universitário). Portanto, a diferença entre os dois segmentos do setor de serviços está na

dinâmica que as estruturas de ensino, juntamente com os moradores da cidade de Ourinhos,

realizam com sua região e com as cidades maiores do país, Isso por que além de atrair

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estudantes da região, as estruturas de ensino desenvolvem um fluxo de sentido contrário e

com outras direções, que geralmente são em sentido às cidades maiores que Ourinhos/SP ou

mais equiparadas em relação ao sistema de ensino tanto qualitativamente como

quantitativamente (Assis, Bauru, Marília, Curitiba e São Paulo).

A contribuição regionalizada do setor educacional é facilmente percebida quando

vemos o número de alunos matriculados que não residem em Ourinhos/SP ou aqueles que

vieram especialmente para estudar no município. Essa realidade é mais nítida nas

universidades, sendo duas públicas, duas particulares e uma escola técnica, essas instituições

recebem alunos de toda região de governo de Ourinhos e também do norte paranaense, esses

são os locais de maior incidência na recepção.

Podemos considerar, a partir do exposto, que as cidades destacadas Assis, Bauru,

Marília, Curitiba e São Paulo, com certeza, fazem parte da realidade e da dinâmica comercial

da microrregião de Ourinhos/SP. Assim, essa circulação populacional, e consequentemente,

de capital extramunicipal tem uma contribuição decisiva para a configuração dos limites

regionais.

4.1 Os Consórcios Intermunicipais

Em termos históricos, os consórcios intermunicipais estão previstos desde a

Constituição de 1937. No entanto, a sua disseminação e sistematização foi fortalecida a partir

dos anos 80 e década de 1990, quando a Constituição de 1988 permitiu a descentralização das

políticas públicas. Assim, os consórcios intermunicipais surgiram na agenda de governos

locais, no sentido de buscar soluções de problemas de ordem coletiva que impactavam

diretamente as políticas públicas.

Segundo pesquisas realizadas pelo IBGE em 2001, 2003 e 2005 sobre o perfil da

gestão pública dos municípios brasileiros, nas quais buscou se adaptar a Lei 11.107/2005, que

regulamenta os consórcios públicos, tivemos seus significados transformados ao longo do

tempo. Isto é, em 2001, quando da primeira pesquisa, os consórcios foram definidos como

―acordo firmado entre duas ou mais prefeituras visando à execução de programas, projetos,

obras, serviços ou consultorias de interesse mútuo‖. Em seguida, em 2003, e com a pesquisa

publicada em 2004, os consórcios intermunicipais foram tratados como tipo específico de

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articulação política local, diferenciado de convênios por se tratar de acordos firmados entre

municípios. E por fim, em 2005, o consórcio recebeu a definição de articulações

interinstitucionais entre os entes federativos, em que eles eram divididos em consórcios

intermunicipais com a União e Estados, bem como com outros tipos de convênios e parcerias

(DIEGUEZ, 2011).

Para a organização de uma união ou um consórcio intermunicipal, uma série de

variáveis é levada em conta, ou seja, características próprias, decorrentes das peculiaridades e

dificuldades de cada região e de cada um dos municípios consorciados. Um diagnóstico é

realizado previamente para verificar as necessidades e principalmente os recursos disponíveis

pelos municípios para viabilizar a sua criação.

O surgimento dos primeiros consórcios intermunicipais no estado de São Paulo se deu

nos anos 1980 (CALDAS, 2007). Em 1985, o estado paulista possuía dois Consórcios

diretamente relacionados à saúde e, num período de vinte anos esse número passou para 15,

com uma variação de participação de quatro a vinte municípios (STUCCHI, 2005).

Os consórcios, em sua grande maioria, surgiram para dar conta das necessidades

específicas, por razões e motivações de ordem local de forma a estabelecer a cooperação entre

municípios para a consecução de objetivos comuns, como serviços de saúde, conservação e

manutenção de estradas, administração hospitalar, utilização de maquinários, entre outros.

Essas entidades são voltados diretamente aos interesses locais e regionais que proporcionem,

via de regra, melhores condições nas execuções dos serviços públicos.

Os municípios buscam tratar de maneira linear seus problemas e soluções,

estabelecendo parcerias entre eles, em que se destaca suas localizações geograficamente

próximas, promovendo, assim, uma articulação microrregional. Desta forma, o que é

consórcio intermunicipal?

Spink (2006) define-o como um acordo para cooperação em torno de uma questão

comum. Vaz (1997) entende-o como uma instituição que envolve vários municípios, no

sentido de realizar ações conjuntas que visem alcançar os resultados e suprir suas

necessidades, bem como diminuir gastos financeiros, que na forma individual se torna mais

complexo e difícil.

Para Moreira (2001), o consórcio é uma associação entre municípios com a finalidade

de executar serviços públicos de interesse comum aos envolvidos e que são acordados entre os

poderes executivos municipais, ou seja, os prefeitos municipais.

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Cruz (2002) afirma que consórcios são acordos entre instituições, quer sejam elas

estatais ou não, sempre com as mesmas características que visam a objetivos de interesse

comum entre os participantes e que se utilizam tanto de recursos materiais quanto humanos

que cada um disponibiliza.

Alcântara (2004) compreende-o como instituições situadas em nível microrregional,

buscando cooperação para sanar problemas locais e necessidades comuns, nas quais as

decisões políticas tomadas refletem como um todo atender aos interesses comuns dos

municípios. Caldas (2007) define os consórcios como organizações que se cooperam mediante

a disposição de seus agentes políticos.

Enfim, podemos compreender que consórcios intermunicipais são formados por dois

ou mais municípios que cooperam entre si através de decisões sobre políticas públicas de

interesse comum.

4.2 Os Municípios e os Ordenamentos Legais do Esporte

Atualmente, o esporte é um dos principais fenômenos sociais (RUBIO, 2009), o que

reflete na necessidade por melhores condições e oportunidades de acesso às práticas

esportivas. Diante disso, a presença de gestão aplicada ao esporte é cada vez maior, quer seja

por praticantes, atletas e sociedade em geral que buscam por maior qualidade nas

organizações esportivas (MAZZEI; BASTOS, 2012; ROCHA; BASTOS, MAZZEI e

SARMENTO, 2011).

Bastos (2008) diz que o esporte em seu desenvolvimento está fortemente relacionado à

presença do Estado no que tange ao desenvolvimento das políticas públicas, incorporadas às

políticas sociais. Estas, por sua vez, caracterizam-se por fomentar e implementar políticas

direcionadas ao esporte educacional, esporte de lazer e esporte de rendimento. Porém, a autora

revela que passadas duas décadas após o reconhecimento do esporte como direito social pela

Constituição, ele não se consolidou como política social, ou seja, como um direito garantido.

Os estudos de Linhales (1998); Linhales e Pereira Filho (1999); Pinto (1998); Silva

(1999); Stigger (1998) e Zingoni (1998) corroboram com Bastos, Mazzei e Sarmento (2011)

que apontam o esporte não reconhecido como direito pelas administrações. Uma vez que na

administração há ausência de harmonia e adequação entre as outras políticas sociais como

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saúde, educação, assistência social em relação ao esporte e às dificuldades das entidades

esportivas públicas em suas organizações para atenderem às necessidades e às demandas da

população que visem à prática democrática do esporte.

O esporte não pode ser gerido como no passado, apenas na boa intenção, por impulsos

e vaidades pessoais, pois assim não solucionará problemas que estão diretamente ligados à

integração de recursos e competências. A gestão do esporte é um processo que contempla os

agentes envolvidos com o esporte e os seus recursos quer sejam eles materiais, econômicos,

humanos, estruturas esportivas, dentre outros e que sejam amparados mediante padrões de

eficácia e eficiência (PIRES, 1996; GALLARDO e JIMÉNEZ, 2004).

Assim, o contexto atual implica dizer que os municípios necessitam estar mais atentos

frente à gestão do esporte. Ou seja, eles devem procurar trilhar uma nova postura e cuidados

nas opções de políticas públicas municipais para seguir na ordem a missão de serviço público

a ser oferecido à sociedade, obedecendo aos preceitos legais determinados por ordenamentos

legais.

Desse modo, a Lei Orgânica (LO) direciona a um caminho norteador, poderíamos

traduzi-lo como diretrizes legais que estabelecem um papel fundamental de fomento,

materialização, implementação e cumprimento dos governos municipais, bem como prever

dotação orçamentária própria e adequada às demandas que atendam aos interesses e

necessidades da população em razão das políticas públicas. Nesse contexto, em relação ao

esporte, a LO pode promovê-lo democraticamente, incidindo em uma enorme

responsabilidade junto aos governantes, recaindo sobre eles obrigações frente à mobilização

de políticas públicas diante desse ordenamento legal (SANTOS, 2013).

A Lei Orgânica é uma lei municipal correspondente atendendo aos preceitos legais da

Constituição Federal e Estadual. Ela dá ao município instrumentos legais capazes de enfrentar

as mudanças e transformações que visem proporcionar nova ordem ao desenvolvimento de

todo o município. Sendo assim, ela é o instrumento maior de um município, promulgada pela

Câmara Municipal, ao atender os princípios estabelecidos na constituição federal e estadual.

Na LO está contida a base que norteia a vida da sociedade local, na soma comum de esforços

que visam ao bem-estar social, ao progresso e ao desenvolvimento de uma população

(QUEIROZ, SÁ & ASSIS, 2004).

Santos (2013) destaca que as cidades que abordassem o tema ―esporte‖ em suas Leis

Orgânicas teriam melhores condições de promovê-lo de forma positiva. A inserção do esporte

nessa legislação apontaria para a mobilização de garantia de direitos, bem como imporia

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obrigações aos gestores quanto a esses cumprimentos legais do esporte como política pública

social.

Com a Lei Orgânica foi permitido aos municípios que adquirissem autonomia política,

quando da elaboração da respectiva lei, e escolha direta de seus governantes para

estabelecerem suas prioridades, interesses e necessidades em consonância com suas reais

realidades e peculiaridades.

Segundo Sen (2002), a Lei Orgânica é orientadora das políticas públicas, sendo que na

prática, a sua efetivação depende de fatores políticos, situações econômicas e oportunidades

sociais que visem atingir um desenvolvimento aceitável na busca de melhor qualidade de vida

para a população.

Para Queiroz, Sá e Assis (2004), a Lei Orgânica contempla as diretrizes que orientam a

gestão e o planejamento das ações municipais que a configura como uma das principais

ferramentas para o exercício da autonomia aos municípios. Isso implica às secretarias,

coordenadorias, departamentos municipais se basearem nas referidas diretrizes, que constam

na Lei Orgânica, para a realização das políticas públicas.

Há de se compreender que a Lei Orgânica, assim como outros ordenamentos legais,

não são os únicos fatores determinantes para a democratização do esporte como política

pública social. A LO é uma ferramenta importante no processo de implantação e cumprimento

de uma política pública de esporte mais eficaz e eficiente.

No estado de São Paulo são 645 municípios, nos quais 275 possuem até 10 mil

habitantes (42,7%), 112 entre 10 a 20 mil (17,4%) e 126 entre 20 a 50 mil (19,5%), sendo que

os que possuem menos de 20.000 mil habitantes não são obrigados a elaborar o Plano Diretor,

como preconiza a própria Constituição Federal. Porém, esses 126 municípios podem se

envolver na elaboração desse documento por vontade própria, desde que seja a partir do

interesse governamental, da participação da sociedade, ou ambos conjuntamente. Mas, o que

se vê, na grande maioria dos casos, é que são pelas determinações que se originam das leis

orgânicas estaduais e municipais (SEADE, 2015). A Constituição Federal do Brasil de 1988,

em seu artigo 182, traz a obrigatoriedade do Plano Diretor para as cidades com mais de 20 mil

habitantes, reforçada com a regulamentação da Lei nº 10.257/2001, conhecida como Estatuto

da Cidade.

Corroboramos com Saldanha Filho (2003) que revela a dificuldade que os municípios

têm enfrentado para solucionar seus problemas, principalmente os sociais. Tais obstáculos são

reflexo este do cenário nacional e do mundo, o que implica afirmar que a cidade e o município

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são os principais espaços para o exercício de reconstrução de cidadania, que por meio de

mobilizações, da construção de novas formas de organização social a partir das experiências

locais, interesses e reais necessidades sejam de fato o ponto de partida para uma melhor gestão

pública. Neste caso, as políticas públicas de esporte.

No que se refere ao estado de São Paulo, a realidade não é diferente dos demais

estados do país, nos quais os órgãos responsáveis pela gestão das políticas públicas do esporte

e lazer aparecem com diversas nomenclaturas: secretarias, fundações, coordenadorias,

diretorias, departamentos e que têm diferenças de autonomia administrativa e financeira. Isso

significa que mesmo destacando a existência desses órgãos responsáveis pela gestão das

políticas públicas no setor, podemos perceber a falta ou ainda não se tem a cultura política da

discussão e priorização na área do esporte. Isso revela que não se tem dado a devida atenção

ao tema como se tem nas outras áreas.

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2010)

referentes à Pesquisa de Informações Básicas Municipais – Perfil dos Municípios Brasileiros

2009, divulgada em 2010, a partir de um recorte nas informações que tratam especificamente

do esporte, podemos constatar que referente à estrutura organizacional na área de esporte:

36% das prefeituras possuem suas secretarias municipais exclusivas (232 municípios); 32,5%

possuem secretaria municipal em conjunto com outras políticas (210); 3,4% possuem o setor

de esporte subordinado a outra secretaria (22); 21% têm o setor subordinado diretamente à

chefia do executivo (135); 0,3% o concebe o esporte como órgão da administração indireta

(02); e 6,8% não possuem estrutura específica (44 municípios).

No que se refere à política de esporte contemplada na Lei Orgânica, os dados mostram

que, no Brasil, 4631 municípios têm em sua lei maior o esporte configurando como política

pública, o que reflete em 83,2% dos municípios. Já em relação ao estado de São Paulo,

podemos verificar que 82,6% dos municípios (532) têm o esporte contemplado nas Leis

orgânicas de seus municípios (IBGE, 2010).

No entanto, podemos afirmar que o fato de o esporte se configurar como temática nas

Leis Orgânicas, na maioria dos municípios brasileiros, não implica necessariamente que o

mesmo vem se desenvolvendo de forma democratizada, garantindo a todos os cidadãos seu

acesso. É importante ressaltar que a proposição do esporte em ordenamentos legais, como em

leis orgânicas, decretos e resoluções, não garante e nem determina o seu desenvolvimento. É

necessário que esses ordenamentos, em consonância com as políticas públicas devidamente

regulamentadas com diretrizes, planejamento, estruturas, recursos humanos, orçamento

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possibilitem realmente o acesso. Só assim poderá ocorrer a democratização e universalização

do esporte (DA MATA, 2011).

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5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Toda pesquisa emana de um caminho metodológico de trabalho com uma estrutura a

seguir com seus pressupostos epistemológicos e a concepção da realidade que a pesquisa

assume. Para Minayo (2008), para se abordar a realidade, o caminho e o instrumento, isto é, a

metodologia, devemos incluir as compreensões teóricas e o conjunto de técnicas que

possibilitem a sua percepção. Desse modo, para compreender a realidade é necessária uma

aproximação que possibilite um olhar através de vários ângulos, somado a uma base teórica

que seja capaz de estabelecer as relações entre a teoria e a realidade empírica.

Desse modo, vale ressaltar que a gestão do esporte como área de conhecimento tem

suas subáreas com linhas de pesquisas mais comuns como a gestão e liderança no esporte,

marketing esportivo; aspectos legais do esporte; ética na gestão do esporte; finanças do

esporte; comunicação e esporte; e aspectos socioculturais. Elas apontam para uma tendência

de estudos quantitativos para coleta e análise dos dados (ROCHA e BASTOS, 2011), o que

corrobora com o que afirmam Skinner e Edwards (2005) que na área da gestão do esporte há

uma predominância na produção de trabalhos quantitativos. Contudo, esse quadro pode estar

em transformação, já que há uma tendência de crescimento no número de pesquisas

qualitativas, realizadas em diferentes áreas (BOGDAN e BIKLEN, 1994).

Para buscarmos as respostas implícitas em nossa pesquisa, poderíamos escolher muitos

caminhos. Então, optamos pelo caminho da pesquisa qualitativa do tipo descritiva, tendo em

vista que o nosso objetivo se pautou em conhecer, a partir do olhar dos gestores, as políticas

públicas implementadas nos municípios que participam da UMMES e o papel deste consórcio

intermunicipal na gestão do esporte.

Entendemos que as pesquisas qualitativas são significativas por abranger conteúdos

interpretativos, analisando o fenômeno como um todo, sem perder de vista sua subjetividade,

pois ela possibilita a percepção e a sensibilidade do pesquisador. Consideramos que a pesquisa

qualitativa mantém uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito. O processo e os

significados encontrados são os focos principais para uma abordagem qualitativa

(CHIZZOTTI, 2013; LÜDKE e ANDRÉ, 1986).

A pesquisa qualitativa tem papel relevante quando se procura entender um fenômeno

complexo, como é o caso da gestão no esporte. Para Bogdan e Biklen (1994, p. 16), esse tipo

de investigação procura compreender ―os comportamentos a partir da perspectiva dos

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sujeitos da investigação‖ e, para isso, busca obter informações no contexto desses

participantes, aproximando e aprofundando o contato com eles. Desta forma, realizar estudos

respaldados nesta perspectiva é fundamental para que se possa compreender a gestão do

esporte no âmbito das políticas públicas municipais.

Na visão de Bogdan e Biklen (1994), na pesquisa qualitativa os dados obtidos

acontecem predominantemente de forma descritiva, em que existe o contato direto do

pesquisador com o ambiente e a situação estudada. Nesse tipo de pesquisa, a preocupação com

o processo é muito maior do que com o produto, e desse modo, ela retrata a perspectiva dos

participantes.

Podemos compreender, com base em Chizzotti (2013, p. 28), que:

A pesquisa qualitativa recobre, hoje, um campo transdisciplinar, envolvendo

as ciências humanas e sociais, assumindo tradições ou multiparadigmas de

análise, derivadas do positivismo, da fenomenologia, da hermenêutica, do

marxismo, da teoria crítica e do construtivismo, e adotando multimétodos de

investigação para o estudo de um fenômeno situado no local em que ocorre,

e, enfim, procurando tanto encontrar o sentido desse fenômeno quanto

interpretar os significados que as pessoas dão a ele.

Assim, a presente pesquisa se enquadra no domínio dos fenômenos que envolvem

seres humanos e suas complexas relações sociais que visam à construção da realidade. Esses

fenômenos estão a cargo das Ciências Sociais em um nível de realidade que não pode ser

quantificado, envolvidos em um universo de crenças, valores, significados e de outros fatores

que se relacionam e não podem se reduzir à operacionalização de variáveis (MINAYO, 2008).

Podemos considerar que a pesquisa qualitativa tem como preocupação o

aprofundamento das concepções de um determinado universo, o qual busca a essência dos

fenômenos de forma a permitir trabalhar o significado que os sujeitos atribuem aos fatos, às

relações e às práticas sociais. Assim, a abordagem qualitativa permite o olhar do objeto

estudado, possibilitando que se incorpore o significado e a intencionalidade das ações, das

relações e das estruturas sociais. Ela se dedica, portanto, ao espaço das relações, dos processos

e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis (MINAYO,

2008).

Para coletar os relatos dos gestores sobre o processo de gestão do esporte frente às

políticas públicas municipais possibilitamos que expressassem suas opiniões, compreensões,

pensamentos, impressões e interpretações, deixando transparecer suas concepções. Essas,

provavelmente, serão transpostas às suas práticas, nas quais a abordagem qualitativa

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pressupõe a descrição detalhada da realidade, das circunstâncias, dos dados, procurando

assegurar o alcance de uma quantidade maior de informações e detalhes relevantes à

compreensão dos fatos.

A pesquisa constitui-se, ainda, como descritiva interpretativa, pois visa descrever e

interpretar o fenômeno estudado sem interferência sobre ele (GIL, 1999). Para Thomas e

Nelson (2007), esse tipo de abordagem visa à descrição, à compreensão e à significação do

fenômeno estudado.

Percebemos, com a literatura estudada, ser esse o caminho adequado para analisar o

fenômeno como um todo, sem perder de vista sua subjetividade. A pesquisa qualitativa do tipo

descritiva nos dará o suporte necessário para encontrarmos nossas respostas, já que ela nos

permite ênfase à interpretação.

5.1 Participantes do Estudo

A amostra foi selecionada intencionalmente e constituída por 12 gestores públicos de

esporte e lazer de municípios pertencentes à UMMES. Embora sejam 13 os municípios que

constituem a UMMES, um dos gestores não pode participar deste estudo, por estar em

tratamento médico.

A escolha por esses gestores aconteceu por considerarmos que eles são os informantes

mais relevantes para a nossa pesquisa, uma vez que estão diretamente ligados à estrutura, ao

funcionamento, à administração pública, ou seja, vivenciam o dia a dia em suas entidades

frente ao esporte, possibilitando maior apreensão do objeto. Outro aspecto é que esses

municípios pertencem ao consórcio investigado, permitindo que os objetivos definidos

pudessem ser atingidos. O contato com os participantes foi facilitado por alguns fatores. Um

deles é o fato do pesquisador ter facilidade de acesso aos participantes, tendo contato com

cada um dos gestores, em virtude de sua grande vivência e experiência na carreira

profissional, que possibilitaram uma relação maior de interação na área. Também

consideramos como aspecto determinante, ser este estudo pioneiro na região e no Estado e,

por fim uma razão pessoal que é o fato de ter atuado como gestor em três gestões

administrativas no decorrer da carreira profissional.

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5.2 Instrumento e Procedimentos de Coleta

Ao levarmos em conta a característica da pesquisa qualitativa e do objeto de estudo em

que o pesquisador precisa adentrar no mundo de seus sujeitos, possibilitando relatarem seus

pensamentos, interpretações, opiniões e impressões, de forma a transparecer as concepções de

suas práticas. Por essa razão, optamos por utilizar como instrumento da pesquisa a entrevista,

por entendermos que será extremamente relevante dar voz aos gestores públicos municipais de

esporte e lazer, possibilitando-os revelar suas próprias experiências, peculiaridades e

particularidades ao interpretarem o cenário das suas realidades, que é o objeto de estudo.

A entrevista é uma técnica de coleta de dados que permite captar a realidade. Assim,

esse instrumento é representado e expresso pelo ponto de vista, opiniões, atitudes e condutas

do entrevistado, através de contribuição individual. Nesse processo, é necessário o

pesquisador realizar a intervenção entre marcos teóricos-metodológico e a realidade empírica

(MINAYO, 2008). Para Flick (2009), a experiência do entrevistado geralmente é o foco da

entrevista, o que possibilita uma representação do ponto de vista existente sobre um tema, em

um discurso de interação social com o entrevistador.

As entrevistas são classificadas por autores que discutem a pesquisa qualitativa como

estruturada, semiestruturada e não estruturada por autores que discutem a pesquisa qualitativa

(LÜDKE e ANDRÉ, 1986; TRIVIÑOS, 1994; NEGRINE, 2004). Os estudiosos consideram

que as entrevistas semiestruturadas ou as não estruturadas apresentam maior flexibilidade,

com maior liberdade de escolha do entrevistador, permitindo correções, retornos,

esclarecimentos e adaptações para que se tornem significativas e eficazes para a obtenção das

informações. Assim, a modalidade escolhida em nossa pesquisa como instrumento foi a

entrevista semiestruturada, já que nela a presença do investigador é valorizada, no sentido de

enriquecer a investigação. Esse tipo de entrevista possibilita ao investigado mais liberdade e

espontaneidade nas respostas das questões (TRIVIÑOS, 1994).

Negrine (2004) afirma que a entrevista semiestruturada permite ao entrevistado relatar

e abordar aspectos importantes sobre o assunto e que não foram mencionados nas respostas

iniciais da investigação, como discorrer sobre experiência vivida, ações, intenções e decisões.

Ela possibilita, assim, a abordagem ampla e aprofundada de um tema para a compreensão do

objetivo do estudo.

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Portanto, a intenção deste trabalho foi a de construir uma reflexão ampla de

conhecimento, sem pretensão de apontar resoluções, solucionar problemas ou até mesmo

esgotar o assunto. Mas, o intuito desta pesquisa é o de proporcionar e buscar contribuições

que possam gerar mais subsídios para desvelar qual a compreensão dos sujeitos em relação à

gestão do esporte em seus municípios. Para isso, fomos amparados pelos seus depoimentos de

cada participante em sua realidade, pois entendemos que é importante pesquisar não só as

semelhanças, mas principalmente as diferenças e singularidades das entrevistas de cada gestor

e é isso o que poderá apontar caminhos promissores para melhor estudar a gestão do esporte

nos municípios. Com isso, ao adotarmos essa abordagem metodológica acreditamos ter

elementos suficientes para trilhar na direção proposta dos objetivos da pesquisa de forma a

contribuir para a discussão acerca da gestão do esporte.

Diante disso, elaboramos um roteiro para orientar a realização das entrevistas

semiestruturadas (Apêndice C). Na tentativa de garantir a construção de um roteiro adequado

aos objetivos desse estudo, optamos por realizar uma entrevista piloto, com a utilização de um

roteiro inicial. Realizamos esta entrevista com um voluntário, que já foi gestor municipal de

esporte em gestão administrativa anterior, atendendo aos critérios de escolha dos

participantes. A entrevista piloto teve como protocolo o contato inicial via telefone para um

encontro em um local e horário de sua preferência. Após a realização deste procedimento nos

encontramos na residência do voluntário para explicar nosso estudo, seus objetivos, todos os

procedimentos de ética e a forma como seria realizada a entrevista. Ele não apresentou

qualquer objeção e se prontificou a participar da entrevista de maneira livre e espontânea. Para

os registros de gravação da referida entrevista utilizamos o SmartVoice Recorder, versão

1.7.1. Ela teve a duração de 37 minutos aproximadamente.

Em nossa análise a respeito da entrevista piloto, nosso entendimento foi que as

perguntas estavam adequadas e que eram de fácil entendimento do entrevistado, sendo

realizada sem qualquer dificuldade. No entanto, após essa entrevista piloto o roteiro passou

pela análise de um estudioso da área, juntamente com o orientador, que fizeram algumas

observações e sugestões quanto às questões, em relação à sequência, à forma de abordagem

das questões, e à sua coerência com os objetivos do estudo proposto. Nesse momento,

optamos por elaborar um conjunto de questões de norteadoras, para facilitar a redefinição do

roteiro de pesquisa. As questões norteadoras construídas foram:

1. Qual o perfil dos gestores municipais de esporte?

2. Quais os recursos (humanos e financeiros) disponíveis para o esporte?

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3. Quais os objetivos que orientam a gestão do esporte nos municípios?

4. Quais os programas, projetos e atividades ofertadas pelo município?

5. Como acontece o planejamento desses programas, projetos e atividades? Há

participação popular no planejamento? A intersetorialidade acontece?

6. Como é realizada a avaliação dos programas, projetos e atividades ofertadas?

7. Qual a influência da UMMES na política pública de esporte dos municípios

consorciados?

Dessa forma, reorganizamos e reestruturamos o roteiro de entrevista para que então

pudéssemos aplicar junto aos gestores pesquisados. Com o roteiro reorganizado e a

concordância dos participantes, realizamos as entrevistas com os doze gestores, de forma

individual, em local e horário definidos em comum acordo entre entrevistados e entrevistador.

Essas entrevistas foram previamente agendadas, sendo realizadas individualmente com os

participantes em local de preferência e horário adequados às suas disponibilidades e

circunstâncias.

A duração de cada entrevista foi variável, tendo tempo médio de 35 minutos,

considerando o teor de desenvolvimento do assunto ofertado entre participante e pesquisador.

As entrevistas foram registradas em gravador de voz o SmartVoice Recorder versão 1.7.1. e,

após sua conclusão, foram transcritas na íntegra.

Importante destacar que todos os procedimentos desta pesquisa foram aprovados pelo

Comitê de Ética em Pesquisa, da Universidade São Judas Tadeu, conforme anexo A.

5.3 Análise dos Dados

Uma vez realizada a coleta dos dados, partimos para a próxima etapa, a análise. Essa

fase requer o esforço de sobrepor a espontaneidade das respostas e informações originais para

transformá-las de forma compreensível ao objeto investigado, isto é, serem interpretados e

relacionados à realidade na busca de encontrar sentidos.

Nessa perspectiva, optamos pela análise de conteúdo, temática proposta por Bardin

(2011), por esta ter relações com a pesquisa qualitativa e ser um conjunto de técnicas que

analisa comunicações com rigor. Ela utiliza procedimentos sistemáticos e objetivos que

descrevem os conteúdos das entrevistas, em que o trabalho de interpretação dos dados transita

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entre a objetividade e a subjetividade, configurando então a resposta do sujeito sobre o objeto

pesquisado. Segundo Minayo (2008, p. 203), esse método procura ―ultrapassar os

significados manifestos e para isso relaciona estruturas semânticas (significantes) com

estruturas sociológicas (significados) dos enunciados‖.

Dessa forma, a análise temática foi a escolhida, e segundo Bardin (2011, p. 37) ela ―é

transversal, isto é, recorta o conjunto das entrevistas por meio de uma grade de categorias

projetadas sobre os conteúdos‖. Nessa análise é considerada a frequência dos temas nas

entrevistas, considerando que os dados são fracionados e comparáveis, isto é, análise dos

significados obtidos mediante diferentes discursos.

O método da análise de conteúdo se realiza em três momentos, conforme Bardin

(2011). A primeira é a pré-análise, ela é a organização dos dados, no sentido de sistematizar as

ideias iniciais. Neste caso, as transcrições das entrevistas, de acordo com Bardin (2011), são a

―leitura flutuante‖, elas estabelecem o contato com os dados iniciando o conhecimento com o

texto e destacando os pontos relevantes a serem analisados para a compreensão do objeto de

estudo.Assim, iniciamos a análise das entrevistas já a partir de sua transcrição, que nos

permitiu ter contato com o conteúdo delas, após o momento de sua realização. Fizemos uma

leitura geral das entrevistas para nos familiarizarmos com as informações e já identificar

algumas ideais relevantes apresentadas.

A segunda é a exploração do material, que é separado em categorias. Consoante Bardin

(2011, p. 147), essa etapa ―é uma operação de classificação de elementos constitutivos de um

conjunto de diferenciação e, em seguida, por reagrupamento segundo o gênero (analogia),

com critérios previamente definidos‖. A exploração do material consiste na fase de operações

de codificação com a definição de categorias (sistemas de codificação), classificação e a

categorização. Essa é a fase que vai possibilitar a riqueza das interpretações e das inferências.

No nosso caso, procuramos construir este sistema de codificação, a partir de categorias

de análise definidas a priori. Para definição dessas categorias, tomamos como base a análise

da literatura sobre o tema e as questões norteadoras definidas. Assim, foram definidas as

seguintes categorias de análise: perfil dos gestores; recursos humanos: formação e

capacitação; Orçamento: previsão e utilização; atividades, programas e projetos ofertados;

planejamento; participação popular; intersetorialidade; objetivos que orientam a gestão;

avaliação e papel da UMMES. Utilizamos como facilitadora desta análise a construção de

uma matriz, para síntese dos resultados obtidos.

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A terceira fase da análise diz respeito ao tratamento dos resultados, à inferência e à

interpretação. É nessa fase que as informações destacadas e agrupadas são interpretadas no

sentido de aprofundar o tema pesquisado. É o momento da reflexão, da intuição e da crítica.

(BARDIN, 2011). É importante considerar que as falas dos gestores, nesse processo, estão

articuladas às condições que os envolvem, isto é, história, aspectos socioeconômico e

sociocultural nos quais estão inseridos. Elas resultam em suas reais expressões que refletem

seus comportamentos afetivos, cognitivos, valorativos e históricos (FRANCO, 2007).

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6 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Realizadas as análises das entrevistas, nosso objetivo foi explicitar, de maneira

descritiva e interpretativa, os relatos revelados pelos gestores públicos municipais de esporte

dos doze municípios. Para tanto, elas foram elencadas em categorias, as quais foram definidas

a priori, baseadas nos estudos de Menezes (2009) e Rocha (2012). A saber:caracterização e

perfil dos gestores; recursos humanos: formação e capacitação; atividades, programas e

projetos ofertados; participação popular; planejamento; intersetorialidade; olhar do gestor

sobre os objetivos; avaliação e papel da UMMES. A seguir apresentamos os respectivos

resultados das categorias dispostos em capítulos.

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7 CARACTERIZAÇÃO E PERFIL DOS GESTORES

De acordo com Amaral e Bastos (2016) conhecer o perfil do profissional que atua com

a gestão do esporte tem sido evidenciado por alguns pesquisadores, estudos e algumas

revisões de literatura dando uma visão desse cenário no Brasil, o que revelam ser um campo

de estudo recente nessa área e que vem avançando a partir de 2000 (BARROS FILHO et al.,

2013; JOAQUIM; BATISTA; CARVALHO, 2011; KARNAS, 2010).

No entanto, apesar da existência de estudos recentes sobre o perfil do gestor de esporte

no país, podemos afirmar que no âmbito municipal eles ainda se encontram bastante

limitados, principalmente se nos referirmos aos pequenos municípios e em específico aos

localizados no Estado de São Paulo. No que se refere aos gestores públicos de esporte

podemos nos referenciar aos estudos de Anchieta (2010); Karnas (2013); Tavares (2010);

Bastos et al. (2006) e Nery e Capinussú (2012).

Além de ser fundamental realizar uma gestão eficiente, é necessário conhecer o gestor,

já que ele é o responsável direto para o desenvolvimento do esporte no município. Esse

profissional é imprescindível no processo de gestão, bem como sua formação, experiência,

competência, capacidade profissional, dedicação entre outros fatores são indicadores

importantes para a atuação desse profissional na área.

Para Amaral (2015) conhecer o gestor do esporte, isto é, o que atua nos diversos

segmentos, possibilita comparar realidades distintas. A realização desse paralelo visa trazer

contribuições para o processo de gestão, gerar e promover maior debate com objetivos de

fortalecer o conhecimento dos gestores e suas reais atribuições. Consequentemente, tal análise

também pretende contribuir para a formação e para o crescimento profissional dos gestores e

ainda colaborar no processo de gestão face aos enfrentamentos das dificuldades e das

limitações muito presente na prática.

Neste capítulo, apresentaremos o perfil dos gestores municipais de esporte nos

municípios pesquisados com suas características peculiares conforme revela o quadro 4:

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Quadro 4: Características dos gestores municipais

Gestor Sexo Idade Formação Experiência Cargo Atividade Anterior

G1 M 28 Educação Física 03 anos e 10 meses Comissionado Proprietário Academia

G2 M 34 Educação Física 03 anos e 10 meses Comissionado Gerente de Posto

Gasolina

G3 M 51 Educação Física 03 anos e 10 meses Efetivo Professor

G4 F 36 Educação Física 05 anos Efetiva Atleta

G5 M 62 2o Grau

Completo 02 anos e 10 meses Comissionado Bancário

G6 M 49 Educação Física 08 anos Comissionado Gerente de Loja

G7 F 30 Educação Física 03 anos e 10 meses Comissionada Professora

G8 M 47 Educação Física 06 anos e 10 meses Efetivo Comerciante

G9 M 38 Educação Física 06 anos Comissionado Professor

G10 M 47 Educação Física 11 anos Efetivo Professor

G11 M 29 Ciências

Biológicas 03 anos e 10 meses Efetivo Técnico de Laboratório

G12 M 36 Direito 12 anos Comissionado Posto de Gasolina

Fonte: Elaborado pelo autor (2017)

Em relação ao sexo, pudemos identificar que dos 12 gestores, 10 (G1, G2, G3, G5,

G6, G8, G9, G10, G11 e G12) são do sexo masculino, o que corresponde a 83,3% dos

participantes. Esta predominância do sexo masculino entre os gestores do esporte confirma

resultados já apresentados na literatura e pode ser percebida nos diversos segmentos e

organizações esportivas públicas. Resultado muito semelhante foi obtido por Karnas (2013),

que ao analisar o perfil de 169 gestores de esporte de municípios do Estado do Rio Grande do

Sul, verificou que 83% desses gestores era do sexo masculino e 17% do sexo feminino.

Diversos são os estudos que demonstram a oferta de diferentes oportunidades para homens e

mulheres envolvidos na prática do esporte. Entre os gestores, essa desigualdade de gênero é

ainda mais evidente, como explicitam Knoppers e Anthonissen (2008), Anderson (2009) e

Amaral e Bastos (2015).

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A prevalência de gestores sendo do sexo masculino nas diversas organizações

esportivas brasileiras é identificada também por Anchieta (2010), Anchieta & Sarmento

(2009); Azevêdo e Spessoto (2009); Azevêdo e Barros (2004); Bastos et al. (2006); Gomes

(2006); Couto et al. (2011); Costa & Sarmento (2012); Costa et al. (2011); Maciel (2009);

Pedroso et al. (2010); Nery e Capinussú (2012); Tavares, (2010); Maroni, Mendes e Bastos,

(2010); Silva (2012); Pinheiro Neto e Voser (2012); Mello e Silva (2013); Guittie Bastos

(2013). Ressaltamos ainda que nos estudos de Menezes (2009) e Anchieta (2010) todos os

gestores participantes eram do sexo masculino.

Referente aos gestores do sexo feminino, embora se apresentem de forma reduzida nos

diversos contextos das organizações esportivas, pesquisas revelam que já é possível identificar

mudanças. Um exemplo é o que constatou Valente (2011), ao analisar o perfil dos gestores de

centros esportivos e de lazer da cidade de Manaus, encontrou um equilíbrio entre homens e

mulheres, sendo que elas representaram 52% dos gestores pesquisados. O crescimento no

número de mulheres gestoras também foi percebido em outros estudos, como Azevedo e

Barros (2004), Bastos et al. (2004), Santana et al. (2012), Carvalho e Cruz (2007), entre

outros.

A faixa etária média dos gestores foi de 36,6 anos considerando que o gestor mais

novo possui 28 anos e o mais velho 62 anos. Vale ressaltar que os gestores da UMMES

apresentam uma média de idade menor que a encontrada em outros estudos. Uma média

superior a 40 anos foi encontrada nas pesquisas realizadas por Anchieta (2010); Azevêdo e

Barros (2004); Azevêdo e Spessoto (2009); Bastos et al. (2006); Costa e Sarmento (2012);

Costa et al. (2011); Gomes e Mourão (2007); Nery e Capinussú (2012); Pedroso et al. (2010);

Valente (2011); Gomes (2006); Azevêdo, Barros e Suaiden (2004); Anchieta e Sarmento

(2009).

Entre os 12 gestores participantes, encontramos sete com idade abaixo dos 40 anos

(G1, G2, G4, G7, G9, G11 e G12), enquanto os outros cinco (G3, G5, G6, G8 e G10) têm

idade entre 47 a 62 anos. Esses dados permitem identificar uma maior concentração na faixa

etária mais baixa, estabelecendo uma média que converge com a média de 37,2 anos,

encontrada nos estudos de Karnas (2013), Bastos, Fagnani e Mazzei (2011) e Santana et al.

(2012). É possível que essa menor média de idade, identificada entre os gestores dos

municípios que constituem a UMMES, sinalize para uma tendência específica da gestão

esportiva municipal. Karnas (2013) já identificava esta propensão.

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É interessante notar que, mesmo com uma média de idade mais baixa que a apontada

na literatura, não houve diferença em relação ao tempo de experiência dos participantes,

quando comparado com os resultados obtidos em outros estudos. Assim, ao investigar o

tempo de experiência e exercício no cargo de gestor, verificamos que cinco deles declararam

ter três anos de dez meses de experiência, tendo assumido seus cargos no início da gestão dos

atuais prefeitos. Apenas um gestor (G5) afirmou ter dois anos e dez meses de experiência,

pois assumiu o cargo após o início da gestão. Os demais gestores (G4, G6, G8, G9, G10 e

G12) declararam ter entre cinco e doze anos de experiência.

Conforme os dados apresentados, podemos perceber que o tempo de experiência dos

participantes na gestão do esporte está concentrado entre três e oito anos. Encontramos

resultados semelhantes também em outros estudos, como Anchieta (2010), que identificou

uma variação entre quatro a oito anos e Pedroso et al. (2010), com variação entre três a cinco

anos;

G10 e G12 são os mais experientes, com dez e doze anos de experiência,

respectivamente, representando 16,6 % dos participantes. Números similares foram obtidos

nos estudos de Anchieta (2010), Bastos, Fagnani e Mazzei (2011) e Karnas (2013), ao

verificaram que 20%, 15,79%, e 20% dos pesquisados possuíam mais de 10 anos de

experiência frente a gestão do esporte. Já no estudo realizado por Azevedo e Barros (2004) os

gestores pesquisados possuíam 14 anos de experiência, em média.

Quanto à formação profissional dos gestores entrevistados, identificamos que nove

(G1, G2, G3, G4, G6, G7, G8, G9 e G10) são graduados em Educação Física, o que

corresponde a 75% dos participantes. Dois gestores (G11 e G12) são graduados em outras

áreas do conhecimento (Ciências Biológicas e Direito, respectivamente), enquanto G5 declara

ter concluído o antigo 2o Grau, atualmente denominado Ensino Médio.

Verificamos, assim, que o indicador sobre a formação dos gestores em nosso estudo

corrobora com os resultados encontrados em outras pesquisas realizadas com gestores de

instituições públicas, nas quais se verificou que a maioria dos gestores são graduados em

Educação Física (AMARAL, 2014; CÁRDENAS, 2013; SILVA e NETTO, 2010; COUTO et

al., 2011; VALENTE, 2011; KARNAS, 2013). Resultados diferentes foram obtidos por Costa

e Sarmento (2012), Nery e Capinussú (2012), Tavares (2010), Pedroso et al. (2010) e

Anchieta (2010), nas pesquisas realizadas por esses autores até 28% dos gestores possuíam

formação em Educação Física.

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Os demais estudos se referem aos gestores de outras organizações esportivas e que

também apresentam a formação em Educação Física, a saber: Azevêdo e Barros (2004)

encontraram esses profissionais ocupando o cargo de gestores públicos federal; Bastos et al.

(2006) clubes esportivos; Bastos, Fagnani e Mazzei (2011) e Santana et al. (2012), academia

fitness; Couto et. al. (2011) gestores públicos região metropolitana de BH; Gomes & Mourão

(2008); Gomes (2008) as mulheres na gestão do esporte nas federações e no esporte brasileiro;

Guittie Bastos (2013) equipes de basquetebol; Mandarino et al. (2013) gestores universitários;

Maroni, Mendes e Bastos (2010) equipes de voleibol; Pinheiro Neto e Voser (2012)

academias de ginástica; Santana et al. (2012) academias fitness; Silva (2012) gestores

públicos municipais no Estado do Espírito Santo.

Esse cenário chama atenção e nos mostra uma incongruência quanto ao número de

gestores com formação superior e os gestores sem nenhuma formação. Para Bastos (2003) tal

situação possivelmente é reflexo da falta de coerência acerca do papel do gestor do esporte no

país em relação à sua condição de formação, papel e capacidades no campo das entidades de

ensino superior e das organizações esportivas que reúnem esse profissional.

Os cursos de graduação ofertados no Brasil voltados à formação de gestores do esporte

possuem diversos formatos e objetivos, desse modo, não existe diretriz única entre eles. Há

apenas um curso de Bacharelado e os demais são de tecnólogos. Também não há curso strictu

sensu na área e não existe uma atuação mais consistente na formação e na capacitação

profissional por parte das associações de classe, além da área não possuir revistas científicas

expressivas, diferente do que acontece em outros países como os EUA (BENELI et al., 2015;

MAZZEI; AMAYA e BASTOS, 2013). Segundo Cárdenas e Feuerschütte (2014), no cenário

atual em que a gestão do esporte no Brasil se encontra a formação de gestores pode ter uma

enorme contribuição da área da Educação Física a partir do aperfeiçoamento da formação

relacionada à gestão sendo esta de alta qualidade, bem planejada e fundamentada em objetivos

que atendam as demandas da sociedade de forma efetiva buscando assim superar as

deficiências presentes. Os autores afirmam que a gestão do esporte no país necessita evoluir

no aspecto profissional e acadêmico.

Quanto ao regime de contratação dos gestores, verificamos que sete deles (G1, G2,

G5, G6, G7, G9 e G12) ocupam cargos comissionados, enquanto os outros cinco (G3, G4,

G8, G10 e G11) são funcionários efetivos no serviço público municipal, que assumiram

cargos na gestão. Esse panorama pode estar relacionado ao fato dos cargos de secretário,

diretor e, coordenador serem indicados. Ou seja, eles são cargos na estrutura organizacional

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das administrações públicas municipais, os denominados cargos políticos indicados. A

indicação é feita pelos supostos apoiadores de campanha, pelas negociações entre partidos,

pelas indicações político-partidárias que os governantes assumem nas corridas eleitorais.

Vale ressaltar que a prática de escolher gestores de fora do quadro de funcionários

concursados para ocupar cargos de confiança é uma realidade que predomina no cenário da

administração pública municipal. Essa ação é utilizada para atender escolhas políticas do

poder executivo, muitas vezes, sem considerar as competências dos contratados e

desconsiderando a existência de profissionais efetivos que podem estar mais preparados para

gerir o esporte. Em seu estudo, Menezes (2009) constatou que a influência política é um

critério de escolha dos gestores. Já Starepravo (2011) revela que, além da indicação política, a

seleção para ocupar os cargos comissionados também é influenciada pela amizade, pelo

pertencimento à militância partidária e pelo trabalho identificado com a administração.

Nesse sentido, Valente (2011), ao pesquisar gestores de esporte municipais, identificou

que 71,43% dos gestores municipais de esporte têm seus cargos por indicação e 14,29% são

profissionais pertencentes ao quadro efetivo. Além disso, o autor ressalta não haver um

critério para selecionar os gestores para atuarem nos centros esportivos o que compromete

diretamente as referidas funções.

Karnas (2013) identificou que o exercício do cargo na gestão do esporte se dá por

indicação política, filiação partidária e, tem a sua primeira experiência como gestor do

esporte, o gestor se trata de atleta ou ex-atleta, sendo que 80% assumiram o cargo por

indicação política e 76% têm vínculos políticos. Para o autor, os critérios para a escolha da

ocupação do cargo tornam vulnerável, considerando as mudanças de administrações em razão

das eleições, o que leva para uma perspectiva de descontinuidade de trabalho frente à

organização esportiva.

Linhales et al. (2008) ao avaliarem os gestores nos municípios na região metropolitana

de Belo Horizonte relataram ser inadequadas as condições de gestão por parte dos gestores por

apresentarem em seus perfis trajetórias como atletas no esporte, acordos políticos com ex

atletas como força de imagem e lideranças sociais. Assim, de acordo com esse estudo,

predominam essas condições como critérios de escolha para os referidos cargos.

Em Tavares (2010, p. 67) os discursos dos gestores confirmam esse panorama muito

presente entre os gestores municipais públicos de esporte, como observamos na fala: ―ocupo

o cargo de secretário de esporte não só pelas competências que tenho, mas pelas relações de

confiança desenvolvidas na campanha política.‖ Na outra situação ela diz respeito à condição

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de amizade, ―sou amigo do prefeito desde a infância. Essa amizade permitiu que ele visse em

mim a capacidade para comandar o esporte‖.

Linhales et al. (2008, p. 25) ao analisarem essas trajetórias afirmam que ―o setor de

esporte e lazer se encontra bastante vulnerável aos processos de acomodação de interesses

eleitorais e pouco comprometido com escolhas orientadas por uma competência técnica

relacionada à realização pública desse campo‖. Esse cenário também se faz presente nos

estudos de Anchieta (2010), Anchieta e Sarmento (2009), Karnas (2013), Amaral (2014),

Amaral e Bastos (2016), Valente (2011).

Nas atividades que os gestores ocuparam anterior ao período de assumirem a gestão do

esporte em seus municípios verificamos que seis deles (G1, G2, G4, G5, G6, G8 e G12), ou

seja, 58,4% vieram de ocupações diversas na área do comércio, tais como proprietário de

academia, gerente de posto de gasolina, comerciante, gerente de loja, bancário. Outros quatro

gestores (G3, G7, G9 e G10) atuaram na área de Educação Física desde o início de suas

carreiras profissionais, correspondendo a 33,3% e ainda tivemos um dos gestores que atuou na

área da saúde como Técnico em Laboratório o que correspondeu a 8,3%.

Ressaltamos que esse aspecto foi só analisar as atividades anteriores desenvolvidas e

não as que acontecem paralelas à gestão, já que todos os gestores pesquisados atuam somente

na gestão frente aos seus municípios sem nenhuma outra função paralela. De modo

semelhante, Maroni et al. (2010) verificaram que 55% dos gestores que participaram de seu

estudo não exerciam outra atividade. Já Bastos et al. (2006) constataram que 71,43% não

exercem outra atividade além da gestão. No entanto, resultados diferentes foram obtidos por

Anchieta (2010), Azevedo et al. (2004), Costa et al. (2011), Pedroso et al. (2010) e Valente

(2011). Nesses estudos, a maior parte dos gestores não exercia tal função como atividade

profissional exclusiva.

Um aspecto que consideramos como positivo foi que embora tenham vindo de outra

área de atuação, depois que se formaram passaram a atuar somente na área da Educação

Física, não tendo outra ocupação profissional e tão pouco outra fonte de renda. Entendemos

assim que continuarão atuando na área quando deixarem de ser gestores, o que para nós é

significativo, pois não encaram ao nosso ver os referidos cargos como ―bicos‖ ou

―atividades paralelas‖, secundárias e sim como a profissão principal para as suas vidas.

Por fim analisamos a naturalidade dos referidos gestores, sendo que sete deles (G5,

G6, G7, G8, G10, G11 e G12), representando 58,3% do total, são naturais dos municípios em

que atuam. Os outros cinco gestores (G1, G2, G3, G4 e G9) são naturais de outros

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municípios. Dados equivalentes encontramos em Valente (2011) e Karnas (2013). Valente

identificou que 66,6% dos gestores entrevistados nasceram nos mesmos locais em que

ocupam o cargo, enquanto 33,6% deles são oriundos de outras cidades. Já no estudo realizado

por Karnas (2013) constatamos que 63% dos gestores exercem a função na cidade onde

nasceram.

Há diferentes pontos de vista sobre a importância de o gestor ser natural ou não do

município em que realiza a gestão. Para Pires e Sarmento (2001), essa é uma característica

essencial para o processo de gestão, uma vez que os gestores devem conhecer os aspectos

culturais, sociais, econômicos, políticos e tecnológicos para se realizar a gestão. Já Valente

(2011) entende que, embora ter nascido ou residir há muito tempo no município permita que o

gestor conheça as peculiaridades e a cultura da região, isso não deve ser considerado como um

fator determinante para sua contratação ou para a qualidade de sua atuação.

Também defendemos que os debates, os resultados em prol da gestão do esporte nas

organizações esportivas públicas precisam entre outros aspectos conhecer melhor o

profissional que tem o papel principal de gerir e que é sem dúvida o protagonista à frente da

gestão do esporte nos municípios para buscar avanços nessa área. Conhecer melhor esses

gestores é extremamente relevante para o exercício da gestão e para as propostas de

melhorias, de mudanças e de alternativas que possibilitem que as organizações sejam melhor

geridas.

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8 RECURSOS HUMANOS: QUANTIDADE, FORMAÇÃO E CAPACITAÇÃO

Concordamos com Joaquim (2010), entendemos que os recursos humanos formam a

base de qualquer estrutura organizacional e são responsáveis pela qualidade dos serviços e

produtos ofertados. Para o autor, são eles que promoverão um desenvolvimento significativo

das atividades esportivas organizadas. Nesse sentido, Pereira (2009) considera que a

existência de recursos humanos qualificados é fundamental para que as entidades esportivas,

através dos governos municipais, possam implementar as políticas públicas de esporte, pois

elas dependem dos recursos humanos para funcionar e, principalmente, para a sua manutenção

e continuidade.

Da mesma forma, Sanz (2003) argumenta que as pessoas têm grande importância na

gestão do esporte e nesse sentido, considerando a complexidade que o esporte possui em suas

diferentes manifestações, possa ser efetivado nos grandes ou pequenos municípios brasileiros.

Os recursos humanos passaram a ser princípio fundamental e uma necessidade para

concretizar o processo de gestão e organização do setor de esporte, como garantia de

atendimento mais eficiente e eficaz para a população. Dessa forma, evidenciamos a relevância

de investigar o ambiente organizacional e as características dos recursos humanos envolvidos

na gestão e implementação do esporte.

Para conhecer as características da equipe responsável pelo desenvolvimento do

esporte em cada município, investigamos o número de profissionais envolvidos, bem como

sua formação profissional. Além disso, analisamos o investimento na formação continuada da

equipe. Os resultados obtidos são apresentados no quadro 5.

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Quadro 5: Relação de profissionais que formam as equipes gestoras municipais de esporte,

níveis de formação e de formação continuada

Equipe Nível educacional Formação continuada

G1 06 a 07 Graduados Não há

G2 3 1 graduado (profissional e secretário), 1 estagiária, 1

ajudante Não há

G3 3 2 graduados e 1 com Ensino Médio Não há

G4 3 Graduados Não há

G5 4 2o grau completo e o estagiário estudante de Educação

Física Sim, eventos realizados

duas vezes por ano.

G6 15 03 com Graduação em Educação Física, 03

Provisionados e os demais com ensino de segundo grau e

primeiro grau, zeladores, faxineira, piscineiro.

Não há

G7 3 1 Profissional e 1 estagiário Não há

G8 40 Secretário, coordenadores e professores graduados;

monitores provisionados; estagiários. Não há

G9 4 Graduados Não há

G10 11 Graduados Não há

G11 10 4 Graduados, 3 Estagiários e 3 Zeladores Não há

G12 05 1 Graduado e 04 Estagiários Pouco

Fonte: Elaborado pelo autor (2016).

A partir da análise das entrevistas, verificamos que nove dos doze municípios

participantes têm suas equipes compostas por até sete profissionais (G1, G2, G3, G4, G5, G7,

G9, G11 e G12). Esses sete municípios não possuem mais que 15 mil habitantes. Entre os

municípios com esta mesma faixa populacional, apenas G10 apresenta um número um pouco

maior de profissionais envolvidos. Os dois maiores municípios da UMMES, que contabilizam

45 e 105 mil habitantes, contam com onze e quarenta profissionais responsáveis pelo

desenvolvimento do esporte, respectivamente.

Esses resultados são semelhantes aos apresentados por Karnas (2013), quando

identificou que 68% (114) dos municípios gaúchos que participaram de sua pesquisa possui

equipes de trabalho na gestão do esporte formada por até cinco profissionais. De forma

semelhante, Rocha (2012) verificou que, em 417 municípios baianos, a média de pessoas

envolvidas na gestão do esporte está em torno de uma a dez pessoas, sendo que apenas 69

municípios contam com uma equipe com mais de 21 profissionais. Segundo esse autor, o

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cenário descrito implica na ausência e na redução de projetos e programas esportivos para

suprir a necessidade e o interesse da população.

O pequeno número de pessoas que têm atuado com o esporte em municípios brasileiros

também foi identificado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Assim,

estudo realizado em 2003, denominado Perfil dos Municípios Brasileiros – Esporte revelou

que 64.686 mil pessoas atuavam no setor do esporte, nos 5.557 municípios brasileiros

pesquisados, o que representava apenas 1,4% do pessoal o que representa uma média de treze

pessoas que atuam no desenvolvimento de programas e atividades esportivas por município

(IBGE, 2006).

Outro estudo revelou que, nos Centros de Esportes e Lazer da Prefeitura de Manaus, a

Secretaria de Esporte não dispõe de quadro de pessoal efetivo. Assim, cabe à Secretaria

Municipal da Educação disponibilizar a maioria dos servidores que realizam as atividades

esportivas e de lazer nos respectivos centros (VALENTE, 2011).

Já Starepravo e Mezzadri (2013) pesquisaram quinze municípios do estado do Paraná,

dos quais nove eram da região metropolitana e do interior, com mais de 100.000 habitantes e

06 eram do litoral com populações entre 5.000 a35 mil habitantes. Os autores verificaram

que,entre os 09 municípios com mais de 100 mil habitantes, seis possuem em média 143

pessoas na gestão do esporte, sendo que o número varia entre 102 a 225 pessoas.Por outro

lado, um fato interessante e preocupante é que em dois desses municípios havia apenas 26 e

20 profissionais atuando no esporte, respectivamente, ou seja, um número muito pequeno,

considerando a população a ser atendida.

Diante dessas constatações, o que mais chamou a atenção, segundo os autores foi que

nos municípios litorâneos, em que somados possuem uma população que ultrapassa os 200

mil habitantes há apenas 15 profissionais da área do esporte, constituindo uma média de 2,5

profissionais por município, estavam envolvidos diretamente com a intervenção pública no

esporte. Dessa forma, Starepravo e Mezzadri (2013) acreditam que esses municípios devem

enfrentar grandes dificuldades no processo de elaboração e implementação das políticas

públicas esportivas, bem como para realizar sua gestão.

Acreditamos que a gestão municipal de esporte deve exigir mais e melhores condições

para os seus mais diversos contextos de atuação. Tal afirmativa implica dizer que os

municípios necessitam estar providos de recursos humanos adequados à sua dimensão para

que possam responder com eficiência e eficácia frente às reais necessidades e interesses da

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população em relação às políticas de esporte. Para isso, os profissionais precisam estar

adequadamente preparados para sua atuação.

Com relação a essa preparação, neste estudo, foi possível perceber que a maioria dos

municípios conta com a presença de profissionais graduados em Educação Física em suas

equipes (G1, G2, G3, G4, G6, G7, G8, G9, G10, G11 e G12). Esses dados podem ser

considerados como um avanço, pois, de acordo com a literatura consultada, os estudos

revelam a existência de um elevado número de pessoas atuando na implementação de

programas e atividades esportivas sem a devida preparação profissional. Assim, é frequente

que as equipes municipais de esporte contem com a atuação de ex-atletas e de outras pessoas

sem formação profissional em Educação Física ou Esporte (MENEZES, 2009; VALENTE,

2011; KARNAS, 2013).

Vale destacar que em dois desses municípios (G2 e G7) os gestores são, também,

profissionais da equipe, ambos graduados Educação Física. No primeiro caso, o outro

profissional é estagiário em Educação Física. No segundo caso, o profissional e gestor

trabalha juntamente com outro profissional graduado em Educação Física e com um estagiário

em Educação Física. Apenas o G5 não relatou a presença de profissional graduado em sua

equipe.

Na composição das equipes gestoras identificamos profissionais provisionados (G6 e

G8) e estagiários de Educação Física (G1, G2, G5, G7, G8, G11 e G12).

Com relação à formação dos profissionais que constituem as equipes responsáveis pelo

esporte no município, alguns estudos têm evidenciado que os recursos humanos geralmente

apresentam características bastante heterogêneas. Isto é, há a presença de profissionais

graduados, ex-atletas e atletas profissionais ou de profissionais de outras áreas, que acabam

por ocupar cargos por questões políticas, o que pode comprometendo o desenvolvimento do

trabalho das respectivas gestões. Menezes (2009) corrobora essa afirmação ao relatar que os

recursos humanos dos municípios da região metropolitana do Recife sofrem influência das

escolhas políticas por parte do Poder Executivo, em detrimento da competência técnica, e da

baixa formação técnica das equipes de gestão o que reflete diretamente em limitações para as

intervenções efetivas no esporte municipal.

De acordo com Menezes (2009), existe uma variedade de indivíduos que integram as

equipes de gestão do esporte em razão de suas vivências com o esporte, como por exemplo,

atletas, ex-atletas, técnicos de diversas modalidades esportivas, árbitros, profissionais de

Educação Física e também líderes e representantes de associações comunitárias. Nesse

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contexto fica evidente algumas limitações significativas para que aconteça contribuições mais

efetivas no processo de formulação, implantação e avaliação das políticas públicas de esporte

em função da sua sistematização relacionadas com metas e objetivos.

Zouain e Pimenta (2003) afirmam que, em razão do cenário atual da gestão do esporte,

a condição de ex-atleta não é suficiente para atuar frente as organizações esportivas tampouco

que o processo de estrutura dos envolvidos seja feito por critérios de escolha de amizade,

compromisso político, promessas entre outros deixando a formação e capacitação de lado.

Diante disso, nossa compreensão nos direciona declarar que para o avanço de uma

política pública de gestão do esporte é fundamental que os envolvidos no processo de

desenvolvimento dos municípios, sejam eles gestores, professores, técnicos ou estagiários,

estejam envolvidos e comprometidos, de maneira contínua e regular, com sua formação e

qualificação profissional, considerando todos os níveis de atuação nos serviços do esporte

municipal e toda a sua estrutura organizacional e funcional.

Para que possamos cumprir o papel da gestão do esporte frente às políticas públicas,

incentivando e oportunizando a participação da sociedade nas atividades de esporte e lazer, é

fundamental tenhamos profissionais, em qualidade e quantidade, para atuar na área. A

quantidade depende de planos de governos que devem ser articulados e elaborados em prol da

necessidade e interesse da população e não em razão de interesses próprios dos governantes.

Já a qualidade está diretamente relacionada as ações de formação, qualificação e capacitação.

Para Mazzei e Bastos (2012), é notável a necessidade do aprimoramento da formação

do profissional para atuar na área, pois já não se pode permitir que pessoas sem formação e

capacitação, apenas com o rótulo de nome, trajetória e paixão pelo esporte (ZOUAIN e

PIMENTA, 2003; COSTA e SARMENTO, 2012).No Brasil, o que se verifica a partir de

análises recentes é que, hoje, os profissionais envolvidos na gestão do esporte, em alguns

segmentos, não possuem formação específica (AZEVEDO; BARROS; SUAIDEN, 2004;

BASTOS; FAGNANI e MAZZEI, 2011; BASTOS et al., 2006; GASCA, 2000; MÓCSANYI

e BASTOS, 2005; SARMENTO, 2011).

A formação de profissionais tem acontecido de forma tímida na área da gestão do

esporte, na qual se apresenta em geral nos cursos de graduação em Educação Física, com

pouquíssimas disciplinas que abordam a temática, e quando aparecem na maioria das vezes,

estão relacionadas à administração. Com isso uma das grandes dificuldades dos cursos de

formação no país são as diferenças entre as instituições de ensino quanto às disciplinas e aos

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currículos. Essas disparidades refletem na falta de uma padronização sobre as respectivas

disciplinas (MAZZEI e BASTOS, 2012; MAZZEI et al., 2013).

A produção de conhecimento sobre a gestão no esporte também influencia este quadro.

Para Bastos (2003), é preciso que haja um desenvolvimento que promova maiores

direcionamentos aos estudos, pesquisas e publicações e que os mesmos sejam realizados entre

o meio acadêmico e os profissionais que atuam na gestão do esporte. A autora destaca que,

para que isso ocorra de forma satisfatória, é imprescindível que haja o contato direto entre os

estudiosos do meio acadêmico e os profissionais que atuam diretamente no dia a dia na gestão

do esporte. Além disso, é importante que esta ação aconteça com a realização de congressos

ou cursos abertos à sociedade (ANCHIETA, 2010).

No que se refere à capacitação dos gestores e de suas respectivas equipes de

profissionais envolvidos, em quase todos os municípios inexistem ações, intervenções ou

cursos de capacitação, quer sejam eles direcionados para a própria área de gestão, quer para as

áreas específicas de atuação desses profissionais (G2, G3, G4, G6, G7, G8, G9). Apenas G5

relatou haver algumas ações realizadas pela a Inspetoria Regional de Esportes e Lazer (IREL),

órgão responsável pelo fomento do esporte a nível regional e estadual. Em sua entrevista, ele

afirma que alguns eventos acontecem duas vezes ao ano, voltados principalmente para os

profissionais que trabalham diretamente com crianças, como se verifica no trecho destacado a

seguir:

Sim.Nós temos a inspetoria regional de esporte em [...], que duas vezes por

ano eles trazem profissionais para fazer palestras, reuniões e cursos com

esse pessoal que trabalha na área com crianças. (G5)

O fato do G5 ser o único a mencionar a iniciativa da IREL nos causou surpresa e gerou

um grande questionamento, já que os demais municípios participantes também estão

subordinados à mesma IREL. No Estado de São Paulo, os municípios estão divididos em oito

grandes Regiões Esportivas, que são compostas por Delegacias Regionais de Esporte e Lazer

(DRELs) e pelas Inspetorias Regionais de Esporte e Lazer (IRELs), que respondem

diretamente às DRELs e são compostas em microrregiões. No caso do nosso estudo, a IREL

de Ourinhos abrange um total de 14 municípios e é responsável por fomentar o esporte no

âmbito do Estado, em seus programas e projetos. Considerando que os outros municípios

fazem parte da mesma Inspetoria, a iniciativa de capacitação de profissionais, mencionada por

G5, também deveria envolver as demais cidades investigadas.

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Com relação à formação dos profissionais, G11 apresenta um argumento importante.

Ele explica que, quando algum evento é realizado, geralmente eles são organizados pela área

da Educação, o que implica dizer que dificilmente o esporte aparece como tema central das

atividades ofertadas e, consequentemente, não atendem às necessidades e interesses dos

profissionais que trabalham com o desenvolvimento ou a gestão do esporte nos municípios.

Segundo DaCosta (2005) a formação e a capacitação do gestor de esporte é fator

fundamental para auxiliar políticas públicas de formação e capacitação desses sujeitos. O

autor afirma que o ponto de partida para atuar com o esporte na tônica do desenvolvimento

social, econômico e cultural é ter recursos humanos capacitados para atuar com esporte, o que

caso contrário, corre-se o risco de gerar prejuízos para com o próprio esporte.

Nesse sentido, Sancho (2004) afirma que todos os envolvidos na gestão do esporte nas

organizações esportivas precisam ser profissionalizados e capacitados, o que complementa

Karnas (2013) que a gestão de esporte é uma área de conhecimento multidisciplinar e que para

atuar nela se faz necessária uma formação específica. De acordo com Rocha (2012) o cenário

que reflete a falta de formação, capacitação e qualificação das pessoas que atuam na área de

esporte nos municípios se torna mais grave pela falta de ações aos profissionais envolvidos

pelos poderes públicos quer sejam eles em suas diferentes esferas.

Como afirma Menezes (2009), os recursos humanos fazem a diferença na qualidade do

trabalho e estão diretamente relacionados com o sucesso de uma entidade. Assim, é

fundamental que se invista na formação continuada do profissional do esporte, já que todas

ações, programas e projetos de uma organização esportiva estão diretamente relacionados à

competência da equipe de profissionais. Contudo, as declarações dos gestores nos mostram

que esta não é a concepção adotada nos municípios investigados, já que na perspectiva dos

gestores, não existe uma política voltada para essa formação e capacitação continuada de suas

equipes.

No estudo de Rocha (2012) resultados semelhantes foram encontrados. Ao investigar

os municípios baianos, o autor identificou que não existe, em nível estadual e municipal,

programas de formação continuada para gestores e profissionais que atuam no esporte. Para o

autor, é fundamental que este quadro seja modificado e, para isso, tanto os municípios, quanto

o Estado, necessitam estar articulados na discussão para o desenvolvimento e qualificação de

ações que abordem esse tema.

Para Valente (2011), a gestão do esporte nas organizações esportivas passa por um

processo de transformação e reorganização, no que se refere à estrutura organizacional e

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também ao papel dos gestores e das pessoas envolvidas no processo de gestão frente aos

novos desafios. Tais desafios dizem respeito à diversificação e à complexidade de novas

práticas esportivas, a uma nova concepção de ofertas de programas e atividades esportivas, à

intervenção profissional nas várias organizações relacionadas à gestão do esporte, à afirmação

de novas oportunidades para se atuar e para as novas gerações envolvidas com a gestão e à

exigência de uma formação dos gestores de esporte que atenda as novas gerações e as

tendências atuais frente às organizações esportivas. Diante disso, não existe um modelo

definitivo, principalmente nas organizações esportivas públicas, mas percebe-se a necessidade

de profissionais mais qualificados e capacitados para atuarem na área do esporte.

Bastos (2003) já evidenciava uma tendência de mudança nesse cenário, quanto à

necessidade de melhor organização, visando o sucesso do esporte. Tal mudança estaria

associada ao contexto cultural, econômico e social do país, com as pluralidades de atividades

esportivas desenvolvidas, a maior procura e interesse da sociedade pelas atividades esportivas

que tem estimulado a oferta dos serviços esportivos diversos. O próprio avanço tecnológico

age nesse contexto, com a espetacularização do esporte que leva ao incremento de inovação e

às mudanças de comportamentos culturais da população (CARRAVETTA, 1996). Nesse

sentido, Bastos (2003) afirmava que era preciso estudar melhor a realidade do país e sugeria

que fossem desenvolvidos estudos e pesquisas na área aplicados aos diversos segmentos do

esporte, considerando as características e as necessidades das mais diversas regiões do Brasil.

Com a complexidade que o esporte e seu sistema assumiu, as organizações esportivas

não podem abrir mão de gestores capacitados para atender às necessidades da população e,

tampouco seus cargos devem ser utilizados como moeda de troca para atender interesses

políticos diversos (ANCHIETA, 2010). Para Oliveira (2009) a formação e a qualificação das

pessoas envolvidas na gestão do esporte é imprescindível na implementação e na formulação

de políticas públicas, pois são esses profissionais que dão vida para que elas se concretizem.

Essa necessidade da formação continuada é percebida por alguns gestores, que

lamentam a inexistência de iniciativas com este objetivo, como é possível perceber nos

trechos das entrevistas, destacados a seguir:

O incentivo sempre há. Hoje, nós temos uma grande dificuldade dos

profissionais que já são formados, em relação ao tempo, pois eles trabalham

também em outros locais. Eu acredito que a secretaria de esportes está

devendo em relação à formação e capacitação dos seus profissionais, em

trazer cursos.... (G8)

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Muito pouco, eu até cobro isso. Mas não conseguimos realizar e, se esperar

do profissional... Ele fica acomodado, se forma e não procura se

aperfeiçoar. (G12)

Outro ponto a se destacar é que, embora a capacitação e a formação de recursos

humanos que atuam na área esportiva seja uma estratégia definida pela Política Nacional de

Esporte (BRASIL – MINISTÉRIO DO ESPORTE – 2005), o que podemos perceber é que

existe uma lacuna, uma falta de interlocução bastante significativa entre municípios e Estados

e União para que haja uma maior consistência e ações de fato para esse objetivo.

Podemos citar como exemplo o estudo de Karnas (2013) que, ao pesquisar municípios

no Rio Grande do Sul, identificou que a Secretaria de Esporte do Estado, propôs ações

visando à formação, atualização e capacitação dos gestores e dos profissionais que atuam na

gestão do esporte municipal. Porém, apesar das ações propostas o estudo revelou que dos 169

municípios pesquisados, apenas 23% (38) apresentam capacitação da equipe de trabalho.

Esses dados reafirmam a reflexão, feita anteriormente, sobre a necessidade de melhor

organizar e estruturar as entidades esportivas municipais e sinaliza para a necessidade de

implantação de políticas de governo voltados para a estrutura organizacional, nesse caso os

recursos humanos, que contemplem profissionais que atuam no esporte e lazer nos municípios

assim como acontece com as demais secretarias (saúde, educação, assistência social) e demais

órgãos das respectivas prefeituras com profissionais com formação especifica, qualificados e

que sejam comprometidos com suas obrigações profissionais. Assim, tais instituições

possibilitarão um papel significativo nesse processo mudando o cenário presente atualmente,

sobretudo no que se refere a formação e capacitação dos gestores e demais profissionais

envolvidos e que atuam diretamente na área do esporte.

Para tal fato, entendemos que o processo da gestão do esporte, frente às políticas

públicas necessariamente passa pelo esforço em conjunto dos poderes executivo, legislativo,

das organizações, entidades representativas da sociedade, instituições públicas, dos próprios

gestores e profissionais que atuam diretamente na estrutura esportiva em seus municípios

juntamente com o apoio das esferas Estadual e Federal e que façam valer os direitos

constitucionais ao esporte para a população.

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9 ORÇAMENTOS MUNICIPAIS DE ESPORTE

O orçamento disponibilizado para o esporte sempre se configurou como um dos

maiores desafios (ALVES, 2005), devendo ser realizado de acordo com os interesses da

política pública municipal esportiva e que reflete diretamente no desenvolvimento do esporte

junto aos responsáveis pela gestão municipal. Assim, nessa categoria trazemos a análise dos

recursos orçamentários relatados pelos gestores considerando os seguintes questionamentos:

- Os recursos são suficientes para atender as necessidades existentes?

- Quais valores são destinados ao esporte dentro dos orçamentos municipais?

- Em quais manifestações do esporte os referidos recursos são direcionados no

desenvolvimento das práticas esportivas nos municípios?

Verificamos que os gestores G1, G2, G4, G6, G8, G11 e G12 consideram que os

recursos orçamentários para o esporte são insuficientes para atender às necessidades de seus

municípios. Apresentamos abaixo alguns trechos das entrevistas realizadas:

Não tem um valor certo que vem para o esporte, assim ele não é suficiente.

Não tenho conhecimento de quanto é. (G4)

O orçamento da secretaria de esporte sempre é pequeno. É realmente muito

pouco, considerando que disso ainda quase que cinquenta por cento vai

para a folha de pagamento. (G8)

Não é suficiente mas a gente tem que se virar com o que tem. (G11)

Eu acho que é muito pouco, deveria ter um incentivo maior. (G12)

Os demais gestores (G3, G5, G7, G9 e G10), embora não declarassem que seus

orçamentos fossem insuficientes, demonstram estar insatisfeitos com os valores disponíveis e

relatam que seus orçamentos, desde o início da gestão até o último ano, têm sofrido cortes

constantes.

Inicialmente a gente acaba iniciando...como esse ano, foi cerca de 300 mil,

um pouco mais. Mas, acaba fechando nos 200, 180 mil. Seria necessário que

fechasse com uns 350 mil.Seria o suficiente. (G1)

Olha, nós começamos com um valor em 2013 e, em 2014, caiu para a

metade. Depois, baixaram mais ainda em 2015. (G3)

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Essa parte de orçamento eu não sei te dizer. Tem muita coisa que é negada

mas não sei te falar em valores. (G7)

Também pudemos verificar que apenas cinco gestores (G1, G6, G8, G9 e G12) sabem

quais os valores percentuais são destinados às suas respectivas pastas, dentro do orçamento

municipal, os demais (G2, G3, G4, G5, G7, G10 e G11) desconhecem totalmente o valor

orçamentário que seus órgãos devem receber. Alguns mencionam que não existe uma

porcentagem fixa do orçamento municipal a ser destinada ao esporte e que suas solicitações

deixam de ser atendidas com frequência.

Entre os gestores que conhecem os valores orçamentários previstos, verificamos que

dois (G1 e G6) devem receber 1,5 % do orçamento previsto para o esporte. Já G8 declarou

que seu orçamento atinge cerca 0,8% do orçamento, enquanto G12 afirma que 1% do valor do

orçamento é destinado ao esporte. Vale ressaltar que G9, embora tenha declarado o valor de

3% o orçamento, deixa claro que ele é divido em três departamentos, ou seja, esporte, lazer e

turismo, o que nos leva a crer que fica 1% destinado para cada um deles.

O fato de nos depararmos com recursos considerados insuficientes, em parte não é

surpreendente. Mas, o fato de grande parte dos gestores desconhecerem totalmente os recursos

que possuem causa grande preocupação, pois traz grandes dificuldades para que os gestores

possam elaborar o planejamento das ações e a implementação das políticas públicas. Para nós,

uma questão é considerar insuficiente os recursos financeiros e buscar dentro das

possibilidades que lhe são disponibilizadas elaborar e desenvolver uma política pública de

esporte coerente com prioridades estabelecidas visando atender da melhor forma possível as

necessidades e o interesse da sua população as práticas esportivas. Mas, como gerir uma

política municipal de esporte sem que, ao menos, se tenha um conhecimento dos recursos

financeiros disponíveis para que desenvolva o esporte no município? Acreditamos que isso

seja um problema muito sério e que reflete de forma muito negativa e comprometedora na

gestão.

Em relação ao questionamento sobre suas pastas serem específicas para o esporte,

dentro do cronograma organizacional e orçamentário dos seus municípios, todos os gestores

relataram que possuem órgãos específicos do esporte (secretaria, diretoria, departamento). Isto

nos remete, novamente, à questão do desconhecimento dos recursos destinados ao esporte, ou

seja, se todos os gestores revelaram ter pastas específicas do esporte dentro do cronograma

organizacional e orçamentário de seus respectivos municípios, por que somente 05 deles

conhecem de fato os seus orçamentos? No mínimo, deveriam ao menos buscar se inteirar do

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que lhes é destinado para suas respectivas pastas. Quais seriam os motivos desse total

desconhecimento, é outra inquietação que nos surgiu.

Menezes (2009) verificou que os recursos orçamentários são instrumentos raros

tratados nas gestões municipais e que as políticas públicas para o esporte apresentam baixa

decisão política o que as caracterizam como um quadro com muitas e significativas

limitações. Os resultados aqui apresentados corroboram com Menezes (2009), já que os

gestores na sua maioria desconhecem as questões de recursos, percentuais orçamentários,

demonstrando assim a falta de conhecimento técnico e controle do setor de esporte implicando

para um quadro prejudicial e comprometedor para as gestões de esporte municipais o que

reforça ainda mais que o esporte não é uma prioridade por parte dos governantes municipais.

Rocha (2012), ao investigar os gestores municipais de esporte de municípios baianos

identificou que não existem receitas financeiras e tampouco previsão de verbas para o esporte

e lazer e que geralmente tais pastas estão vinculadas a outras pastas das gestões

administrativas como educação, cultura e turismo. Essas constatações colocam as políticas

públicas para o esporte em segundo plano dentro das prioridades das políticas públicas

municipais. Santos (2011), também verificou que os recursos orçamentários para as políticas

de esporte destinados pelas prefeituras são muito reduzidos e que um número significativo de

prefeituras sequer possuem dotações orçamentárias próprias para o esporte.

Segundo os dados sobre o Perfil dos Municípios Brasileiros (IBGE, 2010), a maioria

dos municípios, nas mais diversas regiões do país, possuem em média até 1% dos recursos

públicos municipais aplicados no esporte, dados semelhantes aos descritos pelos gestores

participantes na pesquisa aqui apresentada. No nosso caso, mais especificamente, os

municípios pesquisados pertencerem à região Sudeste, onde 35,96 % dos municípios da região

possuem até 1% de seus orçamentos ao esporte; 33,18% de 1 a 2%; 13,18% de 2 à 3%; 3,72%

de 3 à 4%; e 2,02% acima de 4%. Destes 1,86% não possuem dotações orçamentárias

específicas destinadas ao esporte (IBGE, 2010). Em relação aos 12 municípios por nós

investigados, 02 deles possuem orçamentos por volta de 1,5%; 02 municípios com 1% e 01

apresentou declarou que seu orçamento representa aproximadamente 0,7% do orçamento. Os

outros 07 gestores de desconhecem seus percentuais orçamentários e 04 deles não possuem

um valor determinado. Nesse aspecto, corroboramos com Santos (2011) quando afirma que

para construir e executar políticas públicas para o esporte se faz necessário que estejam

garantidos recursos financeiros próprios.

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Diversos outros estudos, realizados em diferentes regiões no pais, apresentaram

resultados semelhantes aos aqui descritos, como os apresentados por Mezzadri et al. (2006),

Fernandes (2011) e Tavares (2010). Mezzadri et al. (2006) pesquisaram 15 municípios

paranaenses e identificaram que eles possuem orçamentos próprios em secretarias específicas

para o esporte. No entanto, apenas 06 desses municípios tinham os valores percentuais

orçados. Os autores afirmam que tais orçamentos não são adequados para atender às reais

necessidades da sociedade, embora estivessem acima da média geral encontrada no país e no

Estado do Paraná segundo os dados do (IBGE, 2010). O maior percentual foi com 2,74% (01

município), seguido de 2,09% (01), 1,67% (01), com 1,5% (02 municípios) e com 0,5% (01).

Vale ressaltar que, no Estado do Paraná 43,86% dos municípios tem seus orçamentos até 1% e

31,83% de 1 à 2% o que corresponde a 75 dos municípios do Estado.Em outro estudo

realizado em cidade paranaense, Miguel e Starepravo (2008) verificaram que 1,8% do

orçamento municipal era destinado ao esporte. Porém, não ficava claro para quais das

manifestações esportivas seriam atendidas ou divididos.

Fernandes (2011), ao pesquisar municípios na Região dos Lagos no Rio de Janeiro,

identificou que 07 dos 10 municípios participantes apresentaram seus orçamentos municipais

para o esporte e lazer. O autor ainda observou que as entidades responsáveis pelo esporte, ora

denominadas de secretarias, embora tivessem recursos orçamentários próprios, os valores

eram mantidos em todos os mandatos, sem nenhuma perspectiva de aumento para as pastas.

Assim, os orçamentos eram muito reduzidos, inadequados às necessidades do setor e com

algumas características de barganhas e artimanhas para conquistas de projetos em troca

também de apoio político, ganho de votos e dívidas políticas.

Já Araújo e Magalhães (2008), ao estudarem o município de São Luís no Maranhão

identificaram que os recursos orçamentários para o esporte eram também limitados e

insuficientes para atender as necessidades da população e que mesmo com a previsão mínima

estabelecida por lei de investir o percentual mínimo de 1%, os referidos recursos não

atingiram tal índice conforme preconiza a legislação, o que consequentemente compromete a

gestão das políticas públicas de esporte municipal.

Tavares (2010), ao pesquisar municípios na Grande Belo Horizonte, identificou que

seus orçamentos municipais tinham percentuais baseado no PIB municipal e que, segundo

DaCosta (2005) não atingiam os percentuais recomendados que eram de 1,5 a 1,7%, ou seja,

dos doze municípios, onze deles apresentaram orçamentos menores que 1% ou 1 igual a 1%

do PIB e em algumas realidades esses orçamentos eram mais direcionados para as despesas

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com folha de pagamento das entidades públicas esportivas do que para as gestões das políticas

públicas.

Também identificamos existir dentro dos recursos orçamentários municipais do esporte

a diminuição dos recursos de forma regressiva ano a ano na gestão. Esse fato corrobora com o

estudo de Cordeiro (2007) que, ao investigar um município mineiro, também identificou a

diminuição dos recursos orçados para o esporte. O autor acredita, ainda, que o orçamento está

diretamente vinculado aos ciclos eleitorais, já que verificou valores maiores nos anos em que

as eleições acontecem, o que pode ser entendido como uma forma de estimular a população a

reeleger o governante ou o candidato do mesmo partido.

Entendemos que os recursos orçamentários não podem e não devem estar

correlacionados com os interesses políticos de apenas um grupo, aqueles que detém o poder

político e usarem o esporte como ferramenta de troca ou apoio de ocasião. O que de fato se

defende é a existência de debates e discussões entre os governantes, as entidades

representativas da sociedade e a própria população, afim de direcionar os recursos financeiros

que realmente busquem atingir os resultados de uma determinada ação política considerando

que se a referida política pública de esporte é para a sociedade, logo eles tem o direito e o

dever de participar e serem os corresponsáveis no processo de tomada de decisão de forma a

realizar tal processo de forma mais democrática.

Acreditamos que outro fator a ser considerado quanto à questão dos recursos

orçamentários é que eles não podem estar ligados somente às questões de fazer bom uso deles,

mas que também a gestões de esporte municipais precisam estar organizadas, possuir gestores

e profissionais competentes que garantam a realização das políticas públicas de esporte de

maneira efetiva.

Completando nossa análise consideramos oportuno que tivéssemos conhecimento

sobre como os recursos orçamentários nos municípios são destinados às práticas esportivas

nas suas manifestações, isto é, esporte educacional, esporte participação e esporte rendimento.

Como é possível perceber no quadro 6, verificamos que o esporte educacional é o mais citado

pelos gestores, sendo considerada uma das prioridades por nove entrevistados. O esporte

participação é mencionado por seis entrevistados.

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Quadro 6: O investimento no Esporte.

Manifestação G1 G2 G3 G4 G5 G6 G7 G8 G9 G10 G11 G12

Esporte Educacional X X X X X X X X X

Esporte Participação X X X X X X

Esporte de

Rendimento

X X

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

Apenas 02 gestores (G8 e G12) mencionaram a destinação de verbas para o esporte de

rendimento, como se observa nos trechos selecionados:

O que nós gastamos hoje com o alto rendimento, a gente gasta o mesmo

valor no lazer e no educacional, cerca de trinta por cento em cada um. (G8)

Aqui a gente procura investir mais no lazer e no alto rendimento. (G12)

Nesse sentido, podemos inferir que existe uma preocupação por parte dos gestores que

sinalizam para a função social do esporte. Entretanto, algumas pesquisas têm apontado

resultados diferentes. Estudos sobre as políticas públicas de esporte e lazer, o financiamento

de tais políticas e sobre os ordenamentos legais que tratam o esporte em São Luís no

Maranhão concluíram não haver políticas públicas de esporte e lazer concretizadas e

direcionadas que priorizem o acesso e a democratização das práticas esportivas à população.

O que se vê são recursos insuficientes e os investimentos voltados ao esporte de rendimento

com as demais manifestações abordadas de forma restrita (ARAÚJO; DOMINICI e

CARDOSO, 2008; ARAÚJO e MAGALHÃES, 2008; FERNANDES e BEZERRA, 2008).

Mezzadri et al. (2006) verificaram que 70% ou mais do orçamento destinado ao esporte tem

sido investido no esporte rendimento e no educacional, enquanto 30% ou menos é destinado

para o esporte participação.

Silva (2012) verificou que 1341 ações da Sesport foram realizadas no Estado, das

quais 831 foram voltadas para a dimensão do esporte de rendimento, 499 para o esporte

participação e apenas 29 para o esporte educacional o que confirma que o planejamento da

política pública tem como prioridade o esporte de rendimento visando melhorar a imagem do

Estado a nível nacional.

Rocha (2012) questiona dados apresentados pelo IBGE (2010), os quais apontam que

os municípios brasileiros desenvolveram mais ações, projetos e programas no esporte

educacional, seguido do de participação e depois o de rendimento. O autor reforça que a

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própria literatura historicamente retrata, em se tratando de políticas públicas de esporte, haver

maior investimento e subsídio para o esporte de rendimento, inclusive no que estabelece em

leis. Ele verificou que o governo do Estado da Bahia direciona as ações ao esporte de

rendimento, relegando a segundo plano o esporte educacional e o esporte participação o que

contraria o que dispõe as competências da própria coordenação de esporte estadual, o que

implica refletir a todos os municípios do Estado.

Castellani Filho (2006), Mezzadri (2000), Bueno (2008), Da Mata (2011), Menezes

(2009), Santos (2011) e Tavares (2010) apresentam análises que corroboram as afirmações de

Rocha (2012). Silva (2012) também identificou a prioridade na dimensão do esporte de

rendimento em detrimento do educacional e da participação. Ele argumenta ainda que existe

desinteresse do Estado em garantir os direitos as práticas esportivas nessas manifestações.

Para Flausino (2013) a própria Política Nacional de Esporte (PNE), através do Plano

Decenal de Esporte e Lazer (PDEL), prioriza o esporte de alto rendimento, principalmente

com a promoção de Megaeventos Esportivos, que foram o foco das políticas públicas

esportivas nos últimos anos. Da mesma forma, Tavares (2010) também afirma haver o

interesse prioritário no esporte de rendimento ao analisar a legislação esportiva brasileira,

citando por exemplo a Lei Zico e a Lei Pelé como afirmação desta constatação, e ainda

priorizando o Futebol, ressaltando que embora a referida modalidade também abordasse nas

manifestações do esporte educacional e de participação, as mesmas são tratadas de forma

secundária, apenas no papel, na aparência.

Dessa forma, as demais práticas esportivas ficam totalmente fragilizadas em suas

ações, pois, segundo os autores ainda se faz presente a política tradicional de usar o futebol

pela lógica da troca de favores, principalmente votos. É muito comum a doação de uniformes,

manutenção de campos e equipes, pagamentos de arbitragem, churrascos, festas e em

contrapartida as equipes se comprometem com apoio político.

Castellani Filho (2007) defende que as três manifestações do esporte deveriam ser

respeitadas em suas especificidades, inclusive com independência na distribuição dos recursos

orçamentários, com relações não hierárquicas. É importante que sejam mantidos canais de

comunicação com a população, contemplando seus interesses e necessidades, garantindo

assim maior acesso ao esporte, rompendo assim com o modelo de pirâmide esportiva. Mas,

para Linhales et al. (2008) e Santos (2011), um dos problemas existentes é a falta de recursos

orçamentários suficientes para atender ao esporte, em suas diferentes manifestações.

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Percebemos existir entre os gestores entrevistados algumas dificuldades e limitações

na compreensão e no reconhecimento da função do esporte educacional com o esporte

participação, na qual o primeiro se caracteriza pela sistematização, intencionalidade, voltado

para a formação integral do indivíduo, já o segundo caracteriza-se pela ausência de

sistematização e padronização. Como parte desse cenário, gestores demonstram limitações e

dificuldades de entendimento da função que o esporte exerce nas políticas públicas

municipais, uma vez que percebemos pouco conhecimento conceitual perante as diferentes

manifestações do esporte, isto é, educacional, participação e rendimento o que para nossa

compreensão é imprescindível quando do processo de desenvolvimento das ações a serem

realizadas nessas áreas. Consequentemente o que se vê de maneira bem evidente é confusão

entre os objetivos levando muitas às vezes ao fracasso das referidas ações.

Concordando com Menezes (2009), acreditamos que há haver um discurso tendencioso

para o esporte educacional e o de participação, que não se concretiza na realidade da

implementação do esporte.Assim, embora a fala dos gestores direcionem para os

investimentos voltados as políticas esportivas sociais, nem sempre este discurso se torna

realidade.

É possível perceber que algumas medidas vêm sendo tomadas para que haja um

investimento equilibrado entre as diferentes manifestações do Esporte. Com a criação do

Ministério do Esporte, em 2003, a sua estruturação tendo como referência as manifestações do

esporte educacional, de participação e de rendimento teve como finalidade fortalecer a

presença do esporte e do lazer nas políticas públicas. Mas, essas medidas tiveram reflexos

negativos pois esbarraram em práticas contraditórias e privilégios que dificultam o

atendimento dos interesses da população (TAFFAREL e SANTOS JUNIOR, 2009).

Assim, tentativas de avançar no tocante ao processo de acesso e democratização das

práticas esportivas nas suas diversas manifestações podem ser percebidas. Contudo, não é

possível visualizar a implementação ações que garantissem essa relação equilibrada entre o

esporte rendimento, educacional e participação, ou seja, uma forma equilibrada de distribuição

dos recursos para a realização das referidas ações.

Entendemos ser necessário aos municípios, e ao próprio Estado brasileiro, prover

políticas públicas esportivas que objetivem o desenvolvimento do padrão esportivo e cultural

da população, que possibilite a compreensão, a prática e a apreciação do esporte, nos mais

diversos segmentos. É preciso que o esporte seja objeto de gestões municipais que viabilizem

o acesso universal a as suas manifestações, tornando-o, assim, uma política pública efetiva,

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que garanta o esporte de fato como direito social. Para compreender se os municípios que

participam da UMMES têm implementado uma gestão do esporte que permita o acesso da

população às diferentes manifestações do esporte, procuramos conhecer, a partir do olhar dos

participantes, como eles têm promovido o esporte sem seus municípios, tema discutido a

seguir.

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10 PROGRAMAS, PROJETOS E ATIVIDADES DESENVOLVIDOS

Apresentaremos agora os principais projetos e programas desenvolvidos pelos

municípios pesquisados, conforme relatado pelos gestores.

Segundo Rocha (2012, p. 154):

Projeto é um instrumento de planejamento que conforma um conjunto de

ações inter-relacionadas e coordenadas para alcançar objetivos específicos

dentro de limites orçamentários estabelecidos em um dado período de tempo.

Os projetos são específicos e delimitados, sendo as unidades mais operativas

da lógica da gestão governamental;

Programa é um instrumento de organização da atuação governamental para

enfrentar determinado problema, caracterizando-se por um conjunto

articulado e coerente de projetos que buscam os mesmos objetivos. Os

programas estabelecem prioridades de intervenção ao ordenarem projetos e

alocarem recursos.

Durante as entrevistas, foram descritos diversos projetos e programas elaborados e

planejados pelos gestores e suas equipes. Os entrevistados G2, G3, G9 e G12 afirmaram que

são desenvolvidos três projetos em seus municípios, enquanto G5 e G7 citaram quatro. G4 e

G6 mencionaram cinco e seis projetos, respectivamente. Três gestores (G1, G10 e G11)

descrevem sete projetos. O gestor que citou o maior número de projetos foi G8, com 13

projetos. Este resultado é coerente, já que o município possui o maior número de habitantes.

Como é possível verificar no quadro 7, identificamos que a maioria dos projetos

descritos envolvem a prática de modalidades esportivas coletivas (05), nas quais predominam

entre os projetos e programas desenvolvidos pelos municípios.

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Quadro 7: Relação de atividades, programas e projetos desenvolvidos nos municípios por

modalidades esportivas.

Projetos

Desenvolvidos

G1 G2 G3 G4 G5 G6 G7 G8 G9 G10 G11 G12 Total

Basquete X X 2

Futebol X X X X X X X X X X X X 12

Futsal X X X X X X X X X X 10

Handebol X X 2

Voleibol X X X X X X X X 8

Atletismo X 1

Dama X 1

Natação X X X X 4

Tênis de Mesa X X X X 4

Xadrez X 1

Capoeira X X X 3

JiuJitsu X 1

Judô X X X X 4

Karatê X X 2

Hidroginástica X X X X 4

Caminhada X 1

Atividade Física X 1

Dança X

X

2

Total 6 2 2 5 3 6 4 13 4 7 6 4

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

Um dos fatos verificados em relação ao parágrafo anterior como ponto de atenção e

que nos causaram muitas inquietações, foi que ao relatarem sobre a realização de eventos e

competições, os gestores em nenhum momento mencionam a construção, elaboração e até

mesmo as realizações dos mesmos em conjunto entre os municípios, principalmente pelo fato

de que os mesmos pertencem a um consórcio intermunicipal, já indicando uma falta de

articulações, discussões e, principalmente, de maior fortalecimento em prol das políticas

públicas esportivas dos respectivos municípios.

Os depoimentos nos revelaram que o carro chefe dos projetos, em todos os municípios,

são o Futebol e o Futsal. Possivelmente, isso se justifique por considerarmos que a

modalidade tem forte influência cultural, sendo a mais praticada no país. O poder público, a

população e a mídia têm forte influência na valorização do futebol. Vale a pena lembrar que,

recentemente, Copa do Mundo de Futebol foi realizada no país, sendo que esta modalidade

esportiva é muito bem vista e utilizada como plataforma de governo no palanque eleitoral.

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Em pesquisas realizadas no Brasil e em Portugal, Menezes (2009), Soares e

colaboradores (2011), Matos (2013) e Tavares (2010) verificaram que o futebol aparece nos

projetos e programas esportivos desenvolvidos em todos os municípios investigados por eles.

Segundo os autores, tais projetos se justificam pela disponibilidade de infraestrutura para a sua

prática, mesmo que em condições inadequadas. Além disso, há também uma forte influência

da cultura esportiva do país, já que é possível ter, em qualquer bairro, um campo ou campinho

para a prática do Futebol.

Soares et al. (2011) também constataram que o futebol é prática hegemônica e

acrescenta que, frequentemente, esta prática tem sido assumido características do esporte de

alto rendimento, visando principalmente a descoberta de talentos. Porém, entendemos que é

fundamental que exista a interlocução com a sociedade, para que mesmo no caso de uma

modalidade considerada a mais praticada no país, estados e municípios as políticas públicas

esportivas sejam voltadas para atender os reais interesses e necessidades da população em

detrimento de uma parcela privilegiada apenas.

Consequentemente no trabalho social sempre tem aqueles alunos que se

destacam então aí a gente está levando pra clube, faz um trabalho diferente

com eles que tem um talento a mais. (G2)

...e eu acho que o esporte transforma mesmo as pessoas, então eu acho que a

gente precisa resgatar e trabalhar com base, incentivar, mostrar e de

repente um dia ir para uma equipe jogar. (G4)

e a segunda área também que nós atuamos que o objetivo que na nossa

gestão também é destacado é a formação de atletas né... (G8)

Embora o Futebol esteja presente em todos os municípios investigados nos projetos,

percebemos que apenas 03 gestores (G5, G7 e G11) mencionam a oferta da modalidade para o

público feminino. De acordo com Teixeira e Caminha (2013), a prática do futebol feminino

ainda enfrenta várias barreiras no Brasil, a começar pelo preconceito. Uma lógica de

proibições, fundamentadas em ideias pré-concebidas, relacionadas ao suposto corpo frágil e à

incapacidade e incompetência atlética, ainda faz o futebol uma prática predominantemente

realizada pelo público masculino (SOUZA JÚNIOR e DARIDO, 2002; AZZARITO et al.,

2006; VIANA, 2008).

A segunda modalidade mais ofertada, segundo os relatos dos gestores, foi o Voleibol

com 07 municípios ofertando projetos, seguidos do Judô, Tênis de Mesa, Natação e a

Hidroginástica estas sendo ofertadas em 04 municípios.

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Ainda identificamos a presença da capoeira como outra atividade que é ofertada nos

projetos em 03 municípios, com o Handebol e o Basquetebol presentes em 02 municípios e

ainda tivemos o Atletismo, Damas, Xadrez, Dança, Zumba ofertados em apenas 01 município.

Bastos (2008) ao investigar um município na região metropolitana de São Paulo

constatou que houve o desenvolvimento de 41 projetos/programas nos quais 14 para a

Atividade Física sendo 09 eventos, 09 para o Lazer com 06 eventos, 06 esportes de base com

03 eventos, 03 esportes competitivo com 02 eventos e eventos pontuais com 09.

Da Mata (2011) ao analisar as políticas públicas esportivas em João Pessoa (PB)

verificou no período entre 2007 à 2010 projetos voltados para uma diversidade que buscasse

atender outras faixas etárias da população como Basquetebol, Ginástica Rítmica, Voleibol,

Futebol, Basquetebol para Cadeirantes (pessoas portadoras de necessidades especiais),

Atividade Física nas Praças e Escolinhas de Skate. Complementando citou os eventos Sábado

na Praça e Giro nos Esportes.

Em relação às atividades voltadas para o público de adultos e idosos, consideramos

uma oferta muito reduzida nos municípios investigados. Apenas 07 gestores relataram existir

atividades para esse fim (G7, G8, G9 e G10), como Hidroginástica, Dança e Caminhada. O

que queremos dizer é que embora sejam 07 municípios consideramos muito pouco, pois cada

município oferece apenas um único projeto com atividade para esse público com exceção de

G7 que contempla 02 atividades. Além disso, todos os municípios deveriam atender a todas as

faixas etárias.

Soares et al. (2011) realizaram um projeto diagnóstico das políticas públicas de

esportes que abrangeu a região Norte, em especial os estados do Amazonas, Pará e Rondônia.

Os autores apontaram a necessidade de que alguns municípios investigados ampliassem a

oferta de projetos e programas, principalmente para o atendimento de adultos e idosos,

população que não tem sido atendida de forma adequada. Starepravo e Mezzadri (2013)

também verificaram que a valorização excessiva do esporte de rendimento em municípios

com mais de 100.000 tem feito que os projetos ofertados não sejam suficientemente variados

para atender pessoas de diferentes faixas etárias. Entre os 9 municípios paranaenses

investigados, 06 apresentaram atividades que atendessem as pessoas com necessidades

especiais e apenas 03, para os idosos.

No mesmo estudo, ao analisarem municípios do litoral, os autores verificaram a

existência esporádica de alguns eventos bem como a intenção de se promover projetos para os

idosos, revelação de atletas, escolinhas de esporte, competições, esporte e lazer, praia, porém

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sem a concretização de tais projetos, programas ou ações. Diante desse cenário, Starepravo e

Mezzadri (2013) afirmam haver a inexistência quase que total de ações nos municípios

litorâneos, sem projetos sistematizados o que segundo os autores é a essência de qualquer

política pública para o esporte. Isso pode se dar por dois fatores, o primeiro que não houve a

realização de projetos e programas de esporte na gestão antecessora e ou outro a ruptura entre

uma gestão e outra o que causou prejuízos irreparáveis ao esporte e diretamente à população.

Miguel e Starepravo (2008), ao refletirem sobre o papel do esporte na cidade de

Guarapuava (PR) concluem que os programas e projetos para a prática esportiva são

direcionados para a formação de atletas e não apresentam nenhuma perspectiva de promoção

de ações para atender as mulheres, trabalhadores, idosos e pessoas com necessidades

especiais.

Perguntamos aos gestores se têm sido desenvolvidos pelos municípios projetos e

programas em parcerias. Nossa análise nos levou a identificar que apenas 03 municípios

apresentaram parceiros em seus projetos. G1 afirma realizar projeto com uma empresa

multinacional de geração de energia, ou seja, uma usina hidrelétrica que subsidia projeto para

crianças e adolescentes, envolvendo as modalidades de Basquetebol e Voleibol. G2 declara

haver uma parceria com o Serviço Social da Indústria (SESI) para implementação do

Programa Atleta do Futuro (PAF). G9 descreve duas parcerias, a primeira com a mesma usina

hidrelétrica citada por G1, que mantém os projetos de Natação, Futebol e Voleibol e a

segunda, assim como G2, com o SESI, para desenvolvimento do PAF, na modalidade de

Futebol. Destacamos os trechos das entrevistas desses gestores:

O basquete e o vôlei nós temos uma parceria com a Duke Energy. (G1)

Sim.A gente tem uma parceria muito boa com o programa Atleta do Futuro

do SESI. (G2)

(Um) Projeto com a Duke Energy de natação, voleibol e futebol de salão,

que acontece há dois anos, e com o SESI, o programa Atleta do Futuro já

tem há 06 anos, no futebol. (G9)

Por fim, pudemos perceber que, embora os gestores falassem dos projetos e programas

direcionados à população em geral, é visível que o maior segmento da população com acesso

as práticas esportivas são as crianças e os jovens o que parece ser coerente com as declarações

dos gestores sobra a prioridade para o esporte educacional. Por outro lado, pode haver uma

carência de atividades ofertadas para os demais grupos etários, quer sejam eles os adultos,

idosos e pessoas com necessidades especiais.

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A gente tem as aulas que são oferecidas de futebol de salão, handebol, vôlei,

judô, futebol de campo que vai de sete até os vinte e dois anos. (G4)

As modalidades são Futebol, Futsal, Basquetebol, Voleibol, Handebol,

Natação, Atletismo, Karatê, Judô, Capoeira, Tênis de Mesa, Dama e

Hidroginástica. (G8)

Nós temos vários programas, nós temos voleibol, natação, hidroginástica

para idosos, nós temos também futsal, futebol de campo, tênis de mesa,

xadrez. (G10)

A gente trabalha com as categorias do futebol desde o sub 05 até o sub 30...ééé´...o futsal, o voleibol masculino e feminino, tênis de mesa. (G12)

Há de se ressaltar que as necessidades e os interesses da população são diversificados,

o que implica na necessidade de que as práticas esportivas sejam readequadas e adaptadas

com intuito de melhor oportunizar o acesso a elas. Portanto, as políticas públicas esportivas

municipais requerem uma adaptação, o que ao nosso entendimento, assumam uma visão

ampla que considerem os cidadãos comuns, os que passam pelo rendimento e os que

pertencem às minorias sociais e desta forma estará dando um grande passo ao que preconiza a

Constituição do esporte garantido como direito à todos.

Segundo Ferreira de Sousa (2013), os programas e projetos esportivos são

instrumentos estratégicos que o município tem à disposição, no sentido de melhor orientar as

políticas públicas de esporte e que são reconhecidos e identificados por força de lei ou

iniciativa própria. Nosso entendimento nos leva a mais um fator muito presente no cenário

político, principalmente nos pequenos municípios, nos quais ainda prevalecem as rivalidades,

rixas e brigas político partidárias muito agressivas e que refletem diretamente nas políticas

públicas, principalmente as esportivas, nas quais quando se tem alternância de gestão, de

poder executivo, o que muito se evidencia é ainda a visão da política clientelista, de barganha,

de favores e principalmente de caprichos e vaidades políticas que não agregam e nem

acrescentam em nada o desenvolvimento dos municípios e em específico do esporte.

É muito comum que, nessa alternância de mandatos, que projetos e programas sejam

extintos ou engavetados, mesmo que eles atendam satisfatoriamente às necessidades da

população. Por vezes, os envolvidos no processo de execução, que são os profissionais, são

dispensados ou exonerados pois, na maioria das vezes, ocupam os chamados cargos

comissionados, pertencentes e de responsabilidade da gestão que está no poder. Não são

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considerados pontos como se está dando certo, resultados positivos, mas principalmente se os

envolvidos foram contrários politicamente aos atuais governantes.

Uma prática comum em municípios que não estão executando programas e projetos

próprios é a participação em Jogos e Competições Oficiais como os Jogos Escolares, Jogos da

Juventude, Jogos Regionais, Jogos Abertos entre outros, que são organizados principalmente

pelos órgãos esportivos estaduais e que acabam se tornando como prioridade das políticas

públicas esportivas. Essa prática, justificada pelos gestores pela necessidade de aderir às ações

apoiadas pelo poder executivo, leva à maior valorização do esporte de rendimento

(STAREPRAVO e MEZZADRI, 2013; MEZZADRI et al., 2006; ROCHA, 2012, DA MATA

2011; MENEZES, 2009; MIGUEL e STAREPRAVO, 2008).

De repente mais eventos, campeonatos, assim em que cada cidade custeie

um pouco de forma a não sobrecarregar as cidades como forma de

incentivar porque os eventos maiores como jogos regionais, abertos, TVTem. (G4)

A gente já faz o planejamento todo porque também temos os jogos abertos,

jogos da juventude, jogos da amizade. (G5)

A gente também conta com o apoio do comércio e das empresas quando

participa da Copa TV Tem, Copa TV Record, Jogos Regionais. (G10)

Diante de todas essas discussões, nosso entendimento suscita que os municípios

necessitam de ações conjuntas, que tratem da importância do esporte como um direito social

ações essas que proporcione aos gestores municipais ter uma visão centrada, crítica e

contextualizada para gerir o esporte de acordo com os anseios e necessidades da população.

Faz-se necessário que os projetos e programas sejam parte das políticas públicas

municipais de forma sistematizada e organizada sem a preocupação ou o compromisso de

praticar os já existentes vícios de práticas assistencialistas e clientelistas a grupos políticos.

Desse modo, anseia-se que os programas e projetos se tornem, de fato, uma política de Estado

e não política de governo.

Uma real e verdadeira política municipal de esporte deve ter como premissa a

valorização e a diversificação dos projetos e programas esportivos no sentido de proporcionar

o maior número de acesso a práticas ao cidadão dentro de um cenário de bem estar e

qualidade de vida. Ademais, espera-se que essas atividades possam se manifestar em todos os

níveis da população respeitando os interesses e as aptidões de cada um.

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11 A ELABORAÇÃO DO PLANEJAMENTO

Para entender como a gestão do esporte acontece nos municípios, perguntamos aos

gestores sobre como o planejamento dos programas e projetos é realizado. Apresentar e

analisar a resposta dos gestores é o objetivo deste capítulo (ou tópico). O planejamento pode

ser definido como as ações previstas de maneira antecipada de maneira organizada,

sistemática e coerente no que se pretende atuar, sendo uma ferramenta importante para as

tomadas de decisões (MAXIMIANO, 2004). O mesmo autor afirma que o planejamento tem

como propósito definir objetivos ou resultados, tendo como proposta central intervir na

realidade, de forma que passe de uma situação já conhecida para uma desejada dentro de um

determinado espaço de tempo além da geração de um plano no final do processo.

Para Puppim de Oliveira (2007), em se tratando de políticas públicas, o planejamento

existe com características e especificidades que se alternam conforme a região, o local, o

estado. No caso do Brasil ele, se depara com problemas que estão diretamente relacionados ao

tecnicismo, à burocracia e a economia. Para o autor, a concepção de planejamento, que

envolver a tomada de decisões, deve ser entendida como uma construção de ordem política e

social, que vai além da burocracia e da economia. Nesse sentido, ele afirma que o

planejamento está relacionado com informações precisas, transparência, ética, harmonia,

movidos por um processo político social constituído com a participação da população através

de reuniões e discussões nas tomadas de decisões.

Ribeiro (2011) argumenta que o planejamento é o processo pelo qual são determinados

os procedimentos partindo de uma situação atual para uma que se deseja atingir. Ele é a forma

de identificar as necessidades e buscar as possíveis soluções e as ações mais adequadas para

atender tais necessidades. De acordo com Sancho (2004), o planejamento é um instrumento

que viabiliza conhecer a realidade, identificar e estruturar as ações adequadas para colocá-las

em prática, além de possibilitar a avaliação desse processo. No planejamento se deve

organizar e escolher as ações que busquem os resultados esperados alcançados da melhor

maneira possível conforme os objetivos definidos anteriormente.

O processo de planejamento deve estar diretamente ligado à busca das melhorias das

necessidades sociais. Isso requer que toda política pública precise dentro desse processo ser

avaliada. Assim, essa atitude implica que o planejar deve ser um processo dinâmico e

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constante, avaliado e repensado a todo momento para que seja eficaz e promova de fato o

desenvolvimento social (BELLONI, MAGALHÃES e SOUSA, 2007; DIAS, 2003).

No caso dos municípios aqui investigados, inicialmente pudemos verificar que onze

dos gestores afirmaram realizar seu planejamento anualmente. Apenas G3 que declarou que já

tinha um planejamento pronto para os quatro anos de gestão. Apresentamos a seguir alguns

exemplos das declarações dos gestores.

Na verdade, é anual mesmo. A gente programa as modalidades, as idades.

(G2)

O começo do ano a gente traça o que vai ser feito o ano todo. (G4)

A gente faz anual, nós apresentamos um projeto para o prefeito de mês a

mês de todos os eventos que são feitos durante os doze meses. (G6)

Nós fazemos um planejamento anual baseado nos recursos que a gente tem

disponível. (G9)

No que se refere ao período em que o planejamento é realizado, identificamos que 05

gestores (G2, G3, G5, G9 e G12) não revelaram quando é feito o planejamento. Eles apenas

ressaltam que ele é construído anualmente. Já 03 deles (G4, G7 e G8) afirmam que o

planejamento é construído no início de cada ano, enquanto 04 (G1, G6, G10 e G11) declaram

que ele é elaborado no final do ano anterior. Exemplos dessas respostas são apresentados

abaixo.

Faço um planejamento no começo do ano. (G7)

Nós sempre fizemos um planejamento anual e, sempre no início do ano nós

fazemos um levantamento do que deu certo, do que nós podemos planejar e

fazemos uma reunião entre os profissionais que estão no quadro. (G8)

Sim, sim,a gente tem o planejamento.Senta aqui no final do ano, já faz o

planejamento do próximo ano visando o que vai fazer, onde vai atingir, os

objetivos, os eventos que iremos realizar. (G10)

Então no final de cada que vai encerrar a gente já faz um levantamento do

que foi feito anualmente para a gente trabalhar no ano seguinte com a base

que a gente já fez entendeu. (G11)

Toda vez no final do ano a gente senta com os professores, a gente traça

alguns objetivos, algumas metas, questões de recursos. (G1)

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No Brasil, foi a partir dos anos 1980 que as mudanças ocorridas da gestão pública

trouxeram um novo paradigma. Esse modelo dava mais valor aos mecanismos de

descentralização e participação da sociedade civil do que o anterior, em que o planejamento

era centralizado e burocrático. Assim, este padrão cedeu espaço para aquele, que estabelecia

maior articulação com o Estado e com a sociedade civil (FARAH, 2000).

O processo de planejamento implica em importante envolvimento de aproximação com

a sociedade, ele deve também explicitar os objetivos e benefícios das ações a serem

implementadas. Além disso, a discussão sobre os recursos financeiros e seu direcionamento é

extremamente relevantes, o que contribui de fato, para que os resultados sejam alcançados

dentro das ações determinadas, considerando que todos são responsáveis de forma a tornar o

processo mais democrático (SILVA, 2012). Assim, ao ser elaborado o planejamento, a

participação efetiva de governo e da sociedade deverá ser incluída com a divisão de tarefas,

responsabilidades e poder no processo de elaborar, executar, controlar e avaliar,

compartilhando as tomadas de decisões.

É inegável a relevância do esporte inserido na sociedade e a sua contribuição na

promoção da qualidade e estilo de vida à população. Para que haja a concretização dessa ação,

ela precisa estar devidamente amparada pelo processo de planejamento, pelo equilíbrio de

elaboração, pela implementação, pelo controle e pela avaliação das políticas públicas de

esporte e lazer, já que a maioria de fracassos de muitas gestões públicas ocorre pelo fato de

não acontecer dessa forma. Isso acaba por refletir no comprometimento de ações concretas e

que atendam as reais demandas da sociedade (GALINDO, 2005).

Na gestão do esporte municipal, o planejamento é peça fundamental para organização,

implementação, avaliação e controle das políticas públicas que irão consolidar todas as ações

e procedimentos nos municípios para a intervenção eficiente, eficaz e efetiva nessa área

(HOYE et al., 2006). Bonalume (2004) aponta que, no contexto da administração pública

brasileira, encontramos na maioria dos casos um cenário de desalinhamento no planejamento

da formulação das políticas públicas de esporte e lazer, exemplo este verificado por Miranda,

Pinto e Amaral (2002), que identificaram a falta de encadeamento lógico de ações e sim com

olhar exclusivo para a gestão de eventos.

O planejamento em organizações esportivas necessita de pesquisa e análise, preparo,

reflexão crítica e tomada de decisão para se tornar evidente, pois, caso se apresente com ações

distorcidas e desconexas, acarretarão consequências inadequadas para os objetivos

pretendidos (HOYE et al., 2006) Entendemos que a gestão do esporte deverá seguir

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orientações que estabeleça um planejamento cujas ações desenvolvam programas, projetos,

ações e iniciativas que lhes darão corpo e sentido para atingir os objetivos ou fins

estabelecidos visando assim o cumprimento do desenvolvimento do esporte nos municípios.

Para Ferreira de Sousa (2013) o planejamento municipal de esporte, as ações e

decisões deverão estar amparadas e fundamentadas pelo conhecimento da realidade que a

sociedade se encontra. Segundo Pires (2007), para o planejamento em um processo de gestão

do esporte visando conhecer, analisar e compreender o cenário esportivo em uma dada

realidade é necessário que se responda a três questões fundamentais: 1) Como se encontra o

esporte no município? 2) Para onde se quer ir? e 3) Como que se pode e deseja chegar?

O autor ainda destaca que para efeitos do processo de planejamento nos municípios

que devem ser analisados alguns elementos fundamentais para tal processo, como a

identificação e caracterização da oferta esportiva, levantamento de todas as entidades

esportivas municipais, identificação das modalidades e quantificação do número de

praticantes, da oferta pública e privada de programas, projetos e ações esportivas e dos

interesses, necessidades e hábitos da população em relação ao esporte.

Para Rocha (2012), a implantação de um planejamento o maior desafio é que o ponto

de partida sejam as discussões, considerando as realidades locais e não apenas locais em que

as ações sejam desencontradas acarretando um planejamento estruturalmente ineficaz e

distante das necessidades da sociedade. Nesse sentido, Constantino (2006) revela que o

planejamento será realizado com maior racionalidade, transparência e coerência com a análise

sistematizada deste elementos e desta forma possibilitarão atingir os objetivos que reflitam as

reais necessidades e interesses da população.

Quanto aos envolvidos no processo de planejamento constatamos que sete dos gestores

se reúnem com suas equipes de profissionais, considerando que na sua maioria são pequenas,

com média de três profissionais entre professores, técnicos e estagiários para a construção do

planejamento (G1, G2, G4, G6, G8, G9 e G10). Já os gestores (G3 e G7) revelaram que eles

mesmos fazem todo o planejamento do esporte, sendo que o primeiro tinha feito realizado

baseado nos 04 anos de gestão e o segundo faz anualmente. E ainda tivemos 02 gestores (G11

e G12) que repetem o que já vem sendo feito em relação ao planejamento, no qual o G11

toma como base o ano que se encerrou e praticamente mantém o que já foi realizado,

enquanto o G12 disse já existir um planejamento de outras gestões que fora confundido

equivocadamente com calendário e que segue da mesma forma com pequenas alterações

realizadas.

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Em linhas gerais podemos verificar que o planejamento é predominantemente

realizado pelos gestores municipais de esporte investigados são realizados anualmente, se

limitando a definir as atividades através de projetos e programas ofertadas e nos eventos a

serem realizados. Em algumas situações sinalizam para que poucas alterações aconteçam ou

sejam realizadas de um ano para outro.

Batista (2005), ao analisar as novas formas de gestão pública em esporte e lazer no

Estado de Pernambuco, concluiu que a compreensão sobre a participação e a descentralização

se configura de maneira limitada, o que reflete de forma secundária no planejamento das

políticas públicas. As prioridades são definidas de forma burocrática, não atendendo os

interesses da população, reforçando ainda mais a dificuldade nas melhorias das ações

políticas.

Mezzadri et al. (2006) ao estudarem quinze municípios paranaenses identificaram que

não existe planejamento e que muitos projetos são realizados de forma aleatória sem a

participação da sociedade e dos profissionais da área do esporte e lazer

Karnas (2013) ao pesquisar 169 gestores municipais do estado do Rio Grande do Sul

identificou que 79% deles exercem a função de planejamento juntamente com outras funções,

tais como organização, coordenação e direção. Porém, a função que mais demanda atenção

pelos gestores é a de organização. O autor destaca que quando o gestor ocupa apenas a função

de secretário e não outras funções intermediárias a demanda maior de tempo é o

planejamento. Diante disso, o estudo ainda revelou que a área que os gestores mais se ocupam

é a de eventos esportivos (70%), seguida da administrativa (44%) e a de projetos (31%).

Seguindo nossa linha de compreensão nosso posicionamento direciona o quanto nesse

processo de planejamento o papel dos gestores das entidades esportivas, nesse caso em

específico, os gestores de esporte municipais têm papel extremamente importante e

fundamental para que aconteça o desenvolvimento de uma gestão de política pública de

esporte eficiente, eficaz e efetiva.

É imprescindível que os gestores utilizem do planejamento para tratarem com

coerência e responsabilidade os recursos financeiros que passam pela entidade e chegam ao

destino final que é a sociedade, inclusive informando a ela sobre os resultados técnicos e

financeiros sobre a gestão do esporte nos municípios, pois falta de planejamento implica em

falta de transparência nas gestões.

Portanto, para que as gestões municipais esportivas atinjam seus objetivos frente às

políticas públicas, o planejamento servirá como base para toda a estrutura organizacional

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sendo capaz de oportunizar condições adequadas para as funções de uma boa gestão a ser

desempenhada com qualidade, eficácia, eficiência e resultados positivos. Assim, o

planejamento é primordial para qualquer organização esportiva. Nesse sentido, Galindo

(2005) destaca que é preciso se ter uma compreensão que o planejamento das políticas

públicas de esporte e lazer municipal decorre de uma reflexão crítica de ações prioritárias, os

direitos da população, o papel fundamental do gestor, os aspectos positivos e limitadores na

gestão e no município e ter o entendimento que planejamento baseado na boa vontade, paixão

e voltado para interesses pessoais não irão garantir uma efetiva e eficaz política pública de

qualidade.

Para a consolidação das políticas públicas de esporte, faz-se necessário que os gestores

assumam o desafio de construir um planejamento que transforme essa cultura de gestão

tradicional, com o controle do poder público no planejamento de ações pontuais. Dessa forma,

é fundamental incorporar nesse processo os canais de participação da sociedade conforme

sugere Brose (2001), com trabalho em grupo participativo; capacitação; reflexão diagnóstica;

gestão participativa em âmbito municipal, dentre outros, considerando que os projetos,

programas e ações estiverem dissociadas das realidades locais, maiores serão as possibilidades

de fracasso por parte da gestão pública em atender as demandas sociais. Embora os resultados

apresentados acima já anunciem a ausência de participação popular no planejamento,

procuramos aprofundar esse assunto no capítulo seguinte.

Embora esse não tenha sido um dos nossos objetivos do estudo, durante as entrevistas

em nenhum momento os gestores se prontificaram ou até mesmo espontaneamente mostraram,

divulgaram ou permitiram o acesso a algum documento quer seja ele impresso ou digital que

contemplasse os referidos planejamentos. Apenas revelaram que eles são realizados, de

maneira geral anualmente e que eles existem.

Podemos concluir que os gestores se comportam de forma muito mais operacional de

executar ações e eventos de rotina do que propriamente de gerir, de gerenciar mostrando mais

organização e engajamento dentro da sua atuação o que deveria refletir em uma forma mais

efetiva dentro do processo de planejamento.

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12 PARTICIPAÇÃO POPULAR

A participação popular suscita o papel para a discussão, o debate, o questionamento, a

avaliação, as sugestões, reivindicações e levantamento das reais necessidades e demandas

relacionadas ao processo de implementação das políticas públicas de esporte e lazer. Para tal

fato, cabe ao gestor oportunizar e promover condições necessárias para essa participação

popular, através da divulgação dessa ação, convite e convocação para fazer parte desse

processo e principalmente conscientizar da relevância dessa prática dentro do processo de

gestão.

Nesse sentido, em nosso estudo procuramos compreender se e como os gestores têm

estimulado a participação da população no estabelecimento de diretrizes, na elaboração do

planejamento e na avaliação da política de esporte. A partir das declarações dos gestores foi

possível perceber que cinco gestores (G1, G3, G4, G5 e G12) afirmam não haver qualquer

participação da população na gestão do esporte. Quando essa participação acontece, ela se

limita ao envolvimento de alguns voluntários em eventos, palestras ou reuniões, sem que eles

se engajem no planejamento de forma mais direta. Isso pode ser percebido nos trechos

destacados a seguir:

Não todos, mas tem pai que vem para reunião que a gente faz. Outro dia, a

gente teve palestra sobre drogas e tem pais que participam. (G2)

[...] eu tenho bastante voluntário na cidade que colabora, porque, que nem

tem um campeonato que já é tradição antes mesmo de eu entrar. Mas,.na

hora de montar mesmo o planejamento, é mais mesmo o departamento (G7).

[...] como falei pra você, não de forma direta, formal, mas de maneira

informal ela sempre participa. [...] Nós deixamos o gabinete aberto. Todos

os munícipes que vêm, nos procuram. Não só nas escolinhas de iniciação,

como também nas nossas competições municipais que realizamos. Nós

sempre estamos escutando (G8)

Olha, geralmente a população sempre ajuda a gente, tem pais de alunos que

frequentam o ginásio de esporte, os pais ajudam bastante. (10)

Dessa forma, é possível perceber que os gestores revelaram que a participação

acontece de forma tímida e voluntária, de maneira informal e com o envolvimento de poucos,

sendo que na maioria dos participantes são pais de crianças envolvidas nos projetos e nos

programas existentes. Em todos os casos, consequentemente, essa participação ocorre mais

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relacionada aos eventos e ao envolvimento dos filhos, consequentemente. Podemos assim

inferir que existe uma tentativa de participação popular, mas que não é a mais adequada e

viável, se considerarmos a complexidade de todo o processo de planejamento da política

pública esportiva municipal.

Os gestores G1, G3, G4, G5, G6, G9 e G12 justificam a reduzida participação pela

falta de interesse da população para participar desse processo. G4 também declarou que essa

falta de interesse não é por falta de convite, pois a secretaria sempre realiza a ação de convidar

a população. No entanto, elas não se interessam. Já G6 e G12, embora também identifiquem a

falta de interesse dos munícipes, reconhecem que falta fazer convites mais pontuais à

população e uma maior divulgação desse processo para que a população quem sabe tenha

mais interesse em se envolver e participar de forma mais consistente. Destacamos a seguir

alguns dos argumentos dos entrevistados.

Olha, isso é uma parte complicada pois dificilmente há o interesse sobre

esses assuntos...[...] Acredito, como falei, está mais na falta de interesse em

participar. (G1)

Não tem muito interesse, não. (G2) Não, não conta....não participa...às vezes ate vem algumas pessoas que

gostam. Vêm e procuram. A gente ouve...até certo ponto um pequeno

contato...[...] Na minha opinião é falta de interesse. (G3)

Não não....não tem a participação da população...[...] Acho que falta de

interesse da população em participar. (G5)

Eu acho que falta um pouco de interesse e também a gente estar convidando

mais...sei lá. (G6)

As vezes falta interesse, as vezes falta de uma divulgação maior falta de

estar chamando o pessoal para participar. (G12)

Nesse sentido, verificamos que em todos relatos apresentados os gestores não

mencionam quais as ações que realizam para que as possíveis participações aconteçam.

Assim, eles não explicitam se promovem reuniões, plenárias temáticas, audiências públicas,

entre outras estratégias possam envolver os governos municipais e a população para essa

prática.

A literatura revela que, a partir do final da década de 1970 e dos avanços democráticos

advindos da Constituição de 1988, ocorreu o denominado processo de democratização. Nesse

momento, surgiram os primeiros movimentos para estimular a participação popular na

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formulação, implementação e avaliação das políticas públicas. Nesse contexto, as discussões e

estudos na área de políticas públicas esportivas ganharam maior destaque no meio acadêmico,

com o intuito de desvelar as relações entre Estado e sociedade, contribuindo juntamente com a

sociedade civil para a reivindicação do esporte ser reconhecido como um direito social

(ROCHA, 2012; ARAÚJO, 2011; CASTELLANI FILHO, 2008; LINHALES e PEREIRA

FILHO, 1999; MANHÃES, 1986; PEIXOTO, 2007; MARCELLINO, 1996).

Porém, há de ressaltar que foi a partir de 2001 que a sociedade teve como meio legal o

direito de participar de forma efetiva nos rumos da gestão pública, com a promulgação do

Estatuto da Cidade, Lei n.º 10.257. Em seu artigo 2º, § 2º, o documento determina que a

participação popular deve ser uma das diretrizes de gestão democrática, fortalecida ainda

pelos significativos avanços na área da assistência social e da saúde, sendo as áreas pioneiras

em legislação e participação popular nas políticas públicas (ARAÚJO, 2011).

Essas perspectivas surgiram para promover a superação dos modelos tradicionais,

centralizadores e para buscar um modelo de gestão de políticas públicas, inclusive de esporte,

com processos que promovessem maiores e melhores interlocuções com a sociedade, ou seja,

que acontecesse de forma mais democrática, mais participativa, com a presença de novos

atores. Esse movimento influenciou também o desenvolvimento de pesquisas, com a

necessidade de apresentar referenciais teóricos que fundamentassem a perspectiva de

governança que se estimulava, com o processo de descentralização, mudanças na sociedade e

novas formas de organização, principalmente nos municípios brasileiros (CASTELLANI

FILHO, 2006).

A participação da população no processo de gestão das políticas públicas permite

alterações importantes no comportamento dos envolvidos, a partir do envolvimento destes na

discussão de forma coletiva. O engajamento da sociedade civil sinaliza a construção de uma

cultura relacionada a valores de cooperação e solidariedade, possibilitando assim melhores

relações e comportamentos de confiança. Nessa perspectiva ela provoca o diálogo, o respeito

às diferenças e ao pluralismo cultural (OLIVEIRA, 2012).

Por outro lado, Avritzer (2007) alerta que a relação entre gestão pública e sociedade

não tem apresentado avanços significativos, pois ainda há o predomínio de um Estado

autoritário, o que dificulta a participação do cidadão no processo das políticas públicas.

Muitas vezes, o Estado utiliza a participação população apenas para legitimar as ações

governamentais, ações essas que interessam apenas ao próprio poder público. Para o autor, o

governo ainda se mostra resistente à participação da população. Consequentemente, o Estado

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tem uma excessiva participação na definição das políticas públicas e o envolvimento da

sociedade ainda é muito limitado.

Podemos destacar que, no campo das políticas públicas de esporte e lazer, há alguns

estudos precursores, que abordaram a participação popular nas gestões municipais como

princípio da gestão democrática, orçamento e planejamento participativo. Esses estudos têm

analisado a gestão realizada, por exemplo, em Porto Alegre, Caxias do Sul, Belém, Belo

Horizonte, Recife, Fortaleza, Florianópolis, São Carlos e municípios paranaenses (AMARAL,

2000, 2005 e 2006; BONALUME, 2007, 2008 e 2009; LINHALES et al., 2008; MEZZADRI

et al., 2006).

Entretanto, o modelo de gestão com a participação popular, denominada gestão

democrática ainda não está presente de forma segura e significativa nas gestões municipais de

esporte e lazer. Prova disso são os estudos que revelam esse cenário nas mais diversas

localidades do país. Os resultados que obtivemos ao entrevistar os gestores de esporte nos

municípios pertencentes à Média Sorocabana também confirmam esse resultado.

Rocha et al. (2007), ao estudar cinco municípios baianos e a relação entre participação

popular e gestão, constataram ações desarticuladas entre gestores e comunidade. Essas ações

se mostram de maneira desorganizada e pontual na elaboração e implementação das políticas

de esporte. Isso implica dizer que a população participa de maneira casual quando o poder

público quer tratar de interesses específicos e já determinados.

Rocha (2012), ao estudar o Litoral Norte e agreste baiano no que diz respeito à

participação popular constatou a inexistência da interlocução entre governo e sociedade, de

forma que projetos e programas não atendem às necessidades da população. O autor verificou

que, de acordo com as declarações dos gestores, quando existe a participação popular ela se dá

tão somente para organizar eventos esportivos principalmente, os campeonatos e torneios de

futebol. Tal resultado é semelhante ao obtido em nossa pesquisa.

Ao estudarem quinze municípios paranaenses, Mezzadri et al. (2006) identificaram que

apenas um suscitou a existência da participação popular com a realização de audiências

públicas sobre esporte e lazer, ao passo que nos demais municípios não ocorreu a presença da

população no planejamento de governo e que as associações de bairros é que representam a

sociedade nas secretarias.

Starepravo (2007), ao analisar os resultados apresentados por Mezzadri et al. (2006),

argumento que os governantes enxergam a participação popular como uma ameaça, uma

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ferramenta política na contramão. Desta forma, não há nenhum interesse que a participação

popular seja incentivada a acontecer.

Borges et. al. (2013), ao estudarem a participação popular na gestão de esporte duas

cidades metropolitanas no estado de Espírito Santo, encontraram resultados relevantes. Na

primeira cidade, existe pouco envolvimento da sociedade civil como um todo, como

consequência de um problema de cultura política de não participação. Na segunda, o cenário

não é diferente. O pouco envolvimento da população se dá por um problema cultural político

de não participação e o poder centralizador dos gestores nas tomadas de decisões.

Outro dado interessante foi que apesar da existência no primeiro município da

representatividade da sociedade civil relacionada ao esporte e lazer por meio do Conselho

Municipal de Esporte, ela não indica a atuação efetiva desse órgão junto à gestão. Segundo os

gestores, este resultado acontece em razão da falta de quórum nas reuniões e da falta de

prioridade direcionada aos direitos sociais sobre os individuais por parte da população.

Segundo Vicentini (2008), a ausência de formação técnica, política e humana dos

sujeitos envolvidos nas entidades representativas da população, muitas vezes acabam sendo

uma das razões para que ocorra ausências, abstenções e falta de participação nas reuniões,

audiências ou encontros desses órgãos. Porém, ressalta o autor que esse aspecto não pode ser

elencado como a principal razão de tal acontecimento.

Ao analisarem um projeto de esporte educativo, cujo objetivo foi de identificar a

característica de uma política intersetorial, Borges e Marques (2015) observaram a falta de

elementos fundamentais que caracterizasse tal política. Os estudiosos destacaram que os

documentos que tratavam do processo de implementação da política pública não previam a

participação da população nas etapas do processo, desde os convênios firmados em nível

estadual, como também os firmados entre a população e o Estado.

Cenário semelhante ao que descreveu Marcellino (1996), em pesquisas realizadas em

diversos municípios brasileiros como Florianópolis, São Paulo, Belém, Caxias do Sul e Porto

Alegre, encontraram Silva, Santos e Ávila (2013). Estes autores, ao pesquisarem um

município baiano, identificaram que a participação popular se deu de maneira superficial e

restrita ao acesso sobre as ações desenvolvidas, sem a participação da sociedade no processo

de participação e tomadas de decisões políticas. De maneira remota, a participação no

planejamento aconteceu com o envolvimento das Associações Esportivas, que eram

direcionadas nos casos específicos de eventos, não caracterizando assim a efetiva participação

popular.

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Já Amaral (2005) observou que a participação da população no chamado orçamento

participativo para a área do esporte e lazer ocasionou em uma melhora significativa nos

serviços ofertados na cidade de Porto Alegre. Porém, a autora ressalta que, apesar de tais

avanços, é preciso superar ainda algumas limitações e contradições no âmbito da participação

da sociedade nas políticas públicas. Nessa perspectiva, o estudo sobre as políticas públicas

participativas em Porto Alegre apontaram algumas inovações nas políticas implantadas,

principalmente no que se refere à participação popular, que através do orçamento participativo

possibilitou uma maior abertura para as discussões, mas também apresentou algumas

limitações (RODRIGUES, 2011).

Bonalume (2009) cita as experiências de Porto Alegre, Belém, Recife, Mato Grosso do

Sul e Caxias do Sul com perspectivas do novo modelo de gestão democrática, ou seja, com a

participação efetiva da sociedade, contrariando às propostas hegemônicas de políticas de

esporte ainda dominantes no país.

Para Silva, Santos e Ávila (2013) a participação popular não deve se restringir às

opiniões da sociedade, pois existem outras ferramentas para possibilitar a participação no

processo de democratização das ações políticas e nas tomadas de decisões. Nesse sentido,

Ribeiro e Amaral (2011) argumentam que no modelo de gestão atual, isto é, no modelo de

gestão democrática, mesmo que as mais variadas formas de promover e possibilitar essa

gestão mediante a criação de conselhos, realização de audiências públicas, congressos,

orçamento participativo, entre muitos outros, a sua efetivação sempre será dependente da

aceitação dos governos locais, do quanto eles se propõem a isto e de como a população se

encontra preparada para esse envolvimento.

Segundo Menezes (2009), o Estado e os governos municipais não têm tratado o esporte

em suas agendas da forma como deveria, isto é, dentro das políticas públicas. Para o autor é

fundamental a participação popular na tomada de decisões, na definição de tais políticas, bem

como de suas prioridades. No entanto, ressalta que para tal fato é preciso que se modifique a

cultura da política tradicional, centralizada no gestor autoritário e burocrático para uma

cultura de diálogos e discussões baseadas no dia a dia da sociedade.

Para Araújo et. al. (2011), diversas são as formas e as ações para que haja participação

popular, pois é ela que possibilitará ampliar as possibilidades de influenciar diretamente junto

ao poder público e diminuir o distanciamento entre governo e sociedade. Pensar a participação

popular, é considerar as estruturas sociais, econômicas, políticas e culturais, os desafios, as

necessidades e as reais possibilidades do contexto na qual a sociedade está inserida.

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Para que a gestão promova a participação popular, praticamente inexistente nas

políticas pública municipais de esporte, a fim de substituir a gestão conservadora, hegemônica

Silva et. al. (2011) defende que algumas estratégias. Segundo os autores, elas são

extremamente fundamentais e relevantes, como a democratização de informações sobre as

políticas públicas; a promoção de encontros com a sociedade, por meio de reuniões,

audiências públicas, congressos, entre outros; a criação de conselhos populares, incentivando

a participação de entidades e munícipes; a elaboração de planejamento, com a participação

dos envolvidos; a garantia de interlocução entre sociedade e conselheiros, além de capacitar

conselheiros e descentralizar as políticas e as tomadas de decisões.

Sobretudo, Mezzadri et al. (2006) afirmam que para ter à adesão da participação

popular nas ações voltadas para as políticas públicas de esporte é imprescindível que haja

também melhorias de qualidade e de quantidade dos profissionais que trabalham diretamente

na área, o que deve acontecer com programas de capacitação constantes. Muitas vezes,

segundo os autores, existem desconexões nas ações das secretarias em função da falta de

preparo dos profissionais, além da falta de plano de governo voltado para participação da

sociedade, o que impacta diretamente no processo de gestão.

Assim, o modelo de gestão de forma democrática, que busca promover a participação

da população, deve estabelecer a relação dos profissionais envolvidos, neste caso, os gestores

municipais e a sociedade. Isso só será possível por meio de iniciativas que favoreçam o

envolvimento e a participação destes através de ambientes que sejam favoráveis e venham

romper com as práticas hegemônicas de gestão. Em se tratando de municípios, a participação

popular tem papel decisivo no processo de gestão democrática, por essa razão necessita

acontecer em todas as etapas do processo, ou seja, na elaboração, implantação e avaliação das

políticas públicas de esporte e lazer (BASTOS e MAZZEI, 2013).

Infelizmente, a perspectiva apresentada pelos gestores entrevistados nesta pesquisa

evidencia que essa participação não acontece nos municípios que compõem a Média

Sorocabana, como declararam os gestores. A participação também não se efetiva nos

Conselhos Municipais de Esporte, já que eles não existem em dez dos doze municípios

investigados. Apenas (G7 e G9) declararam existir um Conselho Municipal responsável pelo

esporte. Entretanto, eles não são atuantes e, portanto, não funcionam. Os gestores nem sequer

sabem quem são seus representantes de fato.

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Tem o conselho aqui, mas está meio devagar. O pessoal parece que, quando

coloca no papel, dá uma sumida né. (G7)

Existe, mas não é atuante. (G9)

Podemos ainda destacar que até mesmo os dois municípios que possuem população

superior a 20 mil habitantes e que de acordo com o que preconiza o Estatuto da Cidade (Lei

Federal 10.257 de 10/07/2001) o Plano Diretor é obrigatório para esses municípios, eles

existem, porém, seus gestores relataram não existir os Conselhos Municipais de Esporte. Vale

ressaltar que esses órgãos são ferramentas imprescindíveis no processo de elaboração do

Plano já que a participação popular é uma exigência fundamental.

Para concluir essa etapa sobre a participação popular os gestores foram questionados

sobre a participação de suas pastas, isto é, do esporte, ter participação em outros conselhos

municipais. Dez gestores (G1, G2, G3, G4, G5, G6, G9, G10, G11 e G12) declararam ter

participação no Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA) de

seus respectivos municípios e apenas o gestor (G8) revelou que em todos os conselhos

municipais a secretaria de esporte tem seu representante. No entanto, ele não descreveu quais

seriam esses conselhos.

Os Conselhos Municipais de políticas públicas surgiram no final dos anos de 1970 por

influência dos movimentos sociais e nos anos de 1980, durante o processo de

redemocratização. Esses conselhos têm por papel promover a participação da sociedade civil

na elaboração, implementação e avaliação das políticas públicas nas respectivas ações. A

implantação de Conselhos também contribui para o processo de descentralização, o que

aumenta o poder de decisão dos municípios, de forma a atribuir novas responsabilidades e

atividades além de ainda assegurar recursos para o desenvolvimento das referidas políticas

públicas (PAULA, 2005).

Os Conselhos Municipais são os canais de participação da população e, se configuram

como a maneira mais direta nas tomadas de decisões administrativas dos municípios. No caso

do esporte, também se faz necessário institucionalizar caminhos de interlocução entre governo

e população para buscar a consolidação da gestão democrática das políticas públicas. De

acordo com Araújo, Dominici e Sousa (2011), os Conselhos de Esporte e Lazer podem

assumir papel relevante no processo de democratização das políticas públicas, sendo elemento

de participação popular e controle social da gestão.

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Nessa trajetória, as diretrizes dos Conselhos Municipais de Esporte foram apresentadas

em 2001, no I Fórum de Políticas Públicas de Esporte e Lazer, na carta de Piracicaba

(BASTOS, 2008). Em 2004, a I Conferência Nacional de Esporte teve, pela primeira vez, a

participação da população no processo de implementação das políticas públicas do setor, com

orientações para a democratização da gestão por meio dos princípios estabelecidos no Sistema

Nacional de Esporte e no Plano Nacional de Esporte – PNE (BRASIL, 2004).

Na II Conferência Nacional de Esporte, em 2006, a implantação dos referidos

Conselhos nos três níveis de governo, isto é, federal, estadual e municipal foi defendida, sendo

os Conselhos de Esporte e Lazer considerados órgãos que devem garantir a participação

popular e o controle social com caráter consultivo, deliberativo, normativo, propositivo,

fiscalizador, controlador, orientador, gestor e formulador de políticas públicas de esporte e

lazer. (MINISTÉRIO DO ESPORTE, 2006).

Apesar da institucionalização dos Conselhos Municipais, muitos são os desafios desses

órgãos na implementação, condução e avaliação que envolvem diversos aspectos. A cultura

política centralizadora, com aversão à participação da sociedade, é o primeiro deles, seguido

da dificuldade dos conselheiros municipais e representantes da população na compreensão dos

conteúdos técnicos e de se ter acessos às informações e documentos municipais utilizadas

pelos gestores. E por fim a própria falta de experiência de participação da sociedade, o

desconhecimento da existência pela população dos conselhos podem comprometer

diretamente na representação, na atuação e nos interesses na condução das políticas públicas

de esporte (GOHN, 2000).

As primeiras informações referentes aos Conselhos Municipais de Esporte no país

vieram da pesquisa realizada pelo IBGE sobre o Perfil dos Municípios Brasileiros – Esporte

2003 nos quais foram caracterizados de forma geral (IBGE, 2006). Os dados em 2003

revelaram que apenas 11,8% dos municípios pesquisados possuíam Conselhos Municipais de

Esporte, ficando bem abaixo de outros Conselhos Municipais como Educação (36,1%),

Assistência Social (23,3%), CMDCA (27,2%). Outro dado importante é que 45,4% dos

municípios não tinham Conselhos que abordassem políticas e ações de esporte. No Estado de

São Paulo, apenas 77 municípios possuíam Conselhos Municipais de Esporte.

Os dados mais recentes, também do IBGE (2017), sobre o ―Perfil dos Estados e

Municípios Brasileiros: Esporte2016‖, revelam que entre 2003 e 2016 houve um aumento no

número de Conselhos Municipais de Esporte, que passou de 11,8% (658) para 20,8% (1161).

A região Sudeste é a que possui maior número de municípios com os referidos órgãos 42%

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(701). Apesar do número de municípios com Conselhos Municipais de Esporte ter crescido,

um ponto de atenção é que 27% (316) deles não realizaram reuniões ou realizaram apenas

uma reunião, considerando o período de 12 meses anteriores à pesquisa. Isso implica dizer que

os mesmos não atuam na política de esporte em seus municípios, como no caso dos dois

únicos municípios a possuir o Conselho, na pesquisa que realizamos.

Em relação às regiões do país, os dados revelam que a região Sudeste é que possui

maior número de municípios com Conselhos Municipais de Esporte, com 42%, seguida da

região Sul 27,2%, região Centro-Oeste 8,1%, região Nordeste com 4,4% e região com Norte

4,2%. Esses dados diferem dos apresentados em 2006, quando os números foram Norte

(4,9%); Nordeste (3,2%); Sudeste (7,4%); e Centro-Oeste (10%) e Sul com 34,5%.

Diante desse cenário, encontramos vários estudos que refletem essa realidade no país,

quanto aos Conselhos Municipais de Esporte. Podemos citar Mezzadri et al. (2006), que

investigaram quinze municípios paranaenses e identificaram que apenas um deles possuía

Conselho Municipal de Esporte, sendo que esse é, especificamente administrativo. Dois

desses municípios pesquisados justificaram a ausência dos referidos Conselhos em razão do

veto do poder executivo e que as Associações Esportivas terem as designações para as ações

políticas esportivas.

Outro estudo em um município do estado do Paraná, Miguel e Starepravo (2008)

constataram a ausência do Conselho Municipal de Esporte, o que, segundo os autores, indica a

inexistência de uma política pública de esporte e lazer, democrática e consolidada. Ao estudar

catorze municípios em uma Região Metropolitana do Nordeste, Menezes (2009) observou que

apenas em dois municípios existem os Conselhos Municipais de Esporte, ao contrário do que

acontece nas políticas públicas adotadas em outros setores, como educação, crianças e

adolescentes, saúde e idoso.

Em Vitória, capital do estado do Espírito Santo, Vicentini (2008) verificou a presença

do Conselho Municipal de Esporte, previsto pela Lei Municipal nº 4213 desde 1º de junho de

1995, sendo nomeado, porém, somente pelo Decreto nº 12.353 de 3 de agosto de 2005, ou

seja, dez anos depois. Já Luz (2014) analisou as políticas públicas de esporte e lazer de João

Pessoa na Paraíba e destacou que o Conselho Municipal de Esporte já existiu mas foi

desativado por fatores diversos não identificados. Silva, Santos e Ávila (2013), ao

pesquisarem um município baiano, identificaram que a criação do Conselho Municipal de

Esporte estava regulamentada por lei complementar. No entanto, até o final da referida

pesquisa, realizada em 2009, não havia sido criado tal órgão.

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Borges et al. (2013) pesquisaram dois municípios metropolitanos no Espírito Santo e

constataram que um deles possuía um Conselho e o outro não. Borges et al. (2009) fizeram

um mapeamento dos 78 municípios capixabas, dos quais somente 38 (48,72%) responderam à

pesquisa realizada. Os autores verificaram que os Conselhos Municipais de Esporte e Lazer

estão presentes em apenas 5% dos municípios pesquisados, dos quais os referidos órgãos não

têm autonomia necessária para suas atuações em razão de estarem sob a tutela do município.

Outro estudo realizado por Bastos (2008), no município de Santana de Parnaíba, estado de

São Paulo, verificou a presença de um conselho municipal ─ Conselho Municipal de Esporte,

Lazer e Atividade Física, criado em 27 de agosto de 2003 ─ que abordava, além das políticas

esportivas, outras áreas afins.

Em relação à participação popular, na discussão e elaboração das políticas públicas,

constatamos que praticamente todos os estudos encontrados revelam a sua ausência nos

Conselhos Municipais de Esporte nos municípios brasileiros, o que corrobora o que

identificamos em nosso estudo. Nossa compreensão sinaliza para que os referidos Conselhos

são fundamentais dentro do processo de implementação, execução e avaliação das políticas

públicas de esporte e consequentemente aos gestores. Entendemos ainda que além de garantir

autonomia, os Conselhos Municipais de Esporte, direcionam para que as definições e as

diretrizes das políticas públicas de esporte sejam de fato efetivadas, inclusive em relação aos

recursos destinados e a fiscalização dos mesmos.

Assim, a interlocução entre sociedade e governo possibilitará um aumento qualitativo

das articulações. A relação entre essas duas esferas se dará de forma mais transparente, com

melhores alternativas de democratizar, descentralizar e desconcentrar as ações contrapondo os

que ainda predominam na maioria dos municípios, ou seja, os modelos tradicionais e

conservadores.

Segundo Mezzadri et al. (2006) com a ausência ou a falta dos Conselhos Municipais de

Esporte e Lazer, corremos o risco de perder ainda mais a representatividade da população na

sociedade, pois segundo ressaltam os autores, isso por que o processo de democratização só se

torna fortalecido com o envolvimento da sociedade nas ações políticas. Desta forma, exigir

dos governantes o acesso e a democratização do esporte como um direito, depende muito da

participação popular nesse processo.

Para Bastos e Mazzei (2013) os Conselhos Municipais de Esporte servem para

desburocratizar e despolitizar a gestão do esporte nos municípios. Desse modo, esses órgãos

se configuram como um elemento crucial no processo das políticas públicas de esporte cujo

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objetivo é o de orientar e de fiscalizar as ações. No entanto, os autores ressaltam que o desafio

para que isso ocorra é enorme. E para que as formas de gestões municipais de esporte mudem

é necessária diretrizes centrais balizadoras para dar rumo aos conteúdos das políticas, que, por

sua vez deverão ser amparadas por princípios inovadores de modelos de gestão pública. Para

essa mudança ocorrer também é fundamental que haja com iniciativa dos órgãos federais,

Ministério do Esporte e Conselho Nacional de Esporte a elaboração de um plano de ação

nacional coerente, articulado e não simplesmente, pautado em ações pontuais e desconexas.

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13 INTERSETORIALIDADE

Nesse capítulo procuramos desvelar o tema da intersetorialidade. Sobre essa temática

os gestores revelaram como percebem a relação entre a secretaria de esporte e as demais

secretarias na gestão de governo. Nesse estudo, a intersetorialidade supõe como as políticas

públicas de esporte e lazer são implantadas e desenvolvidas com os diferentes órgãos da

administração pública.

Os gestores G2, G3, G4, G5 e G9 afirmaram não existir ações intersetoriais

envolvendo o esporte e outras secretarias. Já os relatos dos gestores G6, G7 e G12 declararam

que existem ações intersetoriais nas áreas da ação social, saúde e educação, porém, não

detalham como essas ações características da intersetorialidade acontecem, evidenciando desta

forma não haver um planejamento em conjunto. Também afirmam que raramente são

realizadas reuniões e, quando elas acontecem, focam questões operacionais ou a realização de

eventos, não havendo espaço para a discussão de planos e ações, como se percebe no relato de

G6 e G12:

Somente na ação social que temos parcerias de projetos...[...] Muito

raramente existe a reunião. (G6)

Temos alguns trabalhos na área da saúde que trabalhamos juntos com o

esporte, além da assistência social e da educação...[...] A gente costuma fazer reunião quando vamos fazer um evento. (G12)

Durante as entrevistas, os gestores G1, G2, G6, G7, G11 e G12 mencionam parcerias

com os setores responsáveis pela gestão da Cultura, da Educação, da Saúde e da Assistência

Social. No entanto, embora declarem a existência dessas parcerias, é difícil compreender

como elas foram estabelecidas, já que o diálogo entre os gestores envolvidos não é frequente.

Mesmo considerando que em alguns casos os gestores afirmem haver reuniões, não nos

pareceu que com esses encontros, bastante pontuais, sinalizem para a intersetorialidade. Os

possíveis encontros revelados traduziram muito mais uma lógica operacional nos quais cada

secretaria buscava ver o que cada uma tinha a oferecer em relação as possíveis ações. Em

outras palavras o esporte se configura numa dimensão utilitária.

Dessa forma, o que podemos observar é que essas ações acontecem através da

realização de eventos pontuais, de forma unificada, o que não se torna suficiente para

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caracterizar a intersetorialidade. Podemos assim concluir não existir a intersetorialidade na

gestão do esporte nos municípios pertencentes à UMMES.

Ao fazer referência à intersetorialidade, Andrade (2006) descreve que ela surgiu do

setor privado a partir das suas contribuições. Já no que se refere à gestão pública foi na área da

saúde que ela se iniciou e se expandiu para os demais órgãos. A trajetória da intersetorialidade

se deu com a preocupação dos pesquisadores em perceberem os fatores que influenciavam na

saúde da população como alimentação, transporte, trabalho, alimentação, entre outros.

Junqueira (1997) afirma que foi do setor da saúde que a intersetorialidade transcendeu, no

qual o mesmo acolheu e concentrou o início das discussões, indicando que os problemas

identificados têm que assumir um espaço mais amplo e não serem resolvidos de forma

setorial.

Os princípios da intersetorialidade se deram nos anos 1980 em dois movimentos

internacionais no Canadá que tratavam da promoção da saúde e das cidades saudáveis, ambos

abordando a importância de uma visão mais ampla sobre os aspectos determinantes na saúde,

educação, lazer, segurança, entre outros. Outras conferências internacionais aconteceram,

mais precisamente no Canadá, nos EUA, na Europa Ocidental e ainda na Austrália, em

Adelaide, na Suécia em 1991, Jacarta na Indonésia em 1997 e no México em 2000. No Brasil,

foi a partir da criação do SUS (Sistema Único de Saúde) que a intersetorialidade ganhou

destaque, já que possibilitou o rompimento das políticas fragmentadas e legitimando

mudanças do Estado em sua atuação reconhecendo a saúde como um direito a todos os

cidadãos (ANDRADE, 2006).

Tornou-se objeto de estudo fora e dentro do meio acadêmico, a partir de 1960,

surgindo como necessidade de rediscutir o caráter seletivo das políticas sociais e assim

alcançou diversas áreas, especialmente nas políticas públicas (MANGINI e MIOTO, 2009).

Mas, a sua institucionalização se deu mesmo a partir da Constituição de 1988 (BRASIL,

1988),com as diretrizes estabelecidas de descentralização, de participação popular e

principalmente direitos sociais.

A intersetorialidade tem relação com o processo histórico no decurso do

desenvolvimento, com impacto direto nas estruturas de poder, ocasionando assim conflitos e

adaptações que levam tempo. O principal objetivo da intersetorialidade é o desenvolvimento

social por meio de articulações de saberes e experiências entre os diversos setores, instituições

e população. Esses diálogos têm relações com planejamento, execução e avaliação das

políticas públicas, visando assim melhor desenvolver tais políticas para a sociedade e

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promover a inclusão social no sentido de tentar superar a fragmentação dessas duas esferas e

reverter o cenário de exclusão nas políticas sociais (JUNQUEIRA e INOJOSA, 1997;

JUNQUEIRA; INOJOSA e KOMATSU, 1997).

A intersetorialidade surge como um aspecto político contemporâneo que articula

diversos setores, buscando resolver problemas e reduzir as desigualdades, cujo foco está na

troca de saberes que busquem construir novas formas de planejar, implementar e avaliar

políticas públicas de forma coletiva e democrática, sendo que a população, os cidadãos

surgem como o centro do processo para as possíveis soluções dos problemas sociais (SILVA,

2012).

A intersetorialidade acontece quando pessoas responsáveis por diversos setores

dialogam e desenvolvem ações articuladas, com a intenção de solucionar problemas sociais

complexos (ALVES, 2015). Assim, a partir da percepção do esgotamento do modelo

fragmentado de gestão pública, a intersetorialidade surge como um novo modelo de gestão

que reconhece a complexidade das questões sociais.

Para Moreira, Gonçalves e Kauchakje (2016) a intersetorialidade se refere à relação

entre os setores e não em união entre os setores na estrutura organizacional. Desta forma, ela é

uma aproximação entre os órgãos conforme estão constituídos na gestão administrativa. Para

Bonalume (2011), a intersetorialidade surge como um novo modelo de gestão das políticas

sociais, mediante as dificuldades e as complexidades das questões sociais nos diferentes

setores como educação, assistência social, saúde, cultura, esporte e lazer (BONALUME,

2011)

Na área do esporte e do lazer, a intersetorialidade ganhou recentemente ênfase como

estratégia de gestão quando da articulação entre o Ministério do Esporte (ME) e, o Ministério

da Justiça mediante os Programas Esporte e Lazer na Cidade (PELC) e Programa Nacional de

Segurança (PRONASCI) e nas Conferências Nacionais do Esporte (CNE) quando foi citada

(BONALUME, 2010).

Foi a partir da Conferência Nacional, por meio do documento final, prevendo a criação

do Sistema Nacional de Esporte, que as propostas para a política de esporte e lazer foram

delineadas. Estas visam a unificação do setor no país e propõem princípios de inclusão social,

reconhecendo o esporte como direito social. Diante disso, a Conferência Nacional apresenta

diretrizes de gestão participativa, descentralização, democratização e universalização do

acesso. Tal documento direciona para a intersetorialidade sem ter reunido claramente sua

concepção (MOREIRA, GONÇALVES e KAUCHAKJE, 2016).

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Tais ações propõem para uma visão mais ampla de intersetorialidade,que envolvem os

ministérios, secretarias estaduais, municípios e seus órgãos de esporte, cultura, saúde,

educação, entre outros, para articular os princípios da inclusão social mediante da promoção

do esporte (BRASIL, 2004).Segundo Carvalho (2008), historicamente, a participação da

sociedade nas decisões políticas do país, apesar de ser essencial, está muito ausente do que

deveria ser, ficando tais decisões a mercê da classe política. Isso se agrava com a dificuldade

ainda maior de se trabalhar a intersetorialidade, visando articulações não só para resolver

problemas e angariar recursos, mas também no aspecto de desenvolvimento econômico,

político e social no sentido de transformar os cidadãos em agentes sociais e em cidadão

autônomos no processo de construção histórica.

Isso não é diferente nas articulações voltadas às políticas públicas de esporte e lazer no

processo de participação, envolvimento e tomada de decisões da sociedade. Fato este que

atualmente são marcados por momentos contraditórios e limitadores, já que convivem com

problemas antigos, que se relacionam aos conceitos mínimos de compreensão por parte dos

gestores, falta de formação e qualificação profissional, dificuldades de acesso às instalações,

acesso e hierarquização dos direitos ao esporte e lazer em detrimento dos outros

(MARCELLINO, 2002; MASCARENHAS, 2004). Para Marcellino (2001) essa

hierarquização dos direitos coloca o esporte e o lazer como direitos secundários, diferente

como educação, saúde, assistência social, que são legitimados como primários, o que os

consideram menos importante e consequentemente acaba por desobrigar o Estado no setor.

De acordo com Bonalume (2011) a intersetorialidade nas políticas públicas de esporte

e lazer enfrenta muitas limitações para a sua implantação na prática, pois as mesmas na

maioria das vezes ainda se apresentam de forma seletivas, fragmentadas, setorizadas,

excludentes, desenvolvidas de formas assistencialistas, como acordos e favores. Os gestores

municipais têm papel fundamental no desenvolvimento da intersetorialidade já que suas ações

devem orientar o cenário institucional de forma a potencializar a interlocução e a interação

entre dirigentes, profissionais e população. As discussões e debates visando identificar os

problemas e as necessidades sociais frente às políticas públicas devem acontecer de forma

articulada e que as demais secretarias e órgãos públicos realizem o planejamento de forma

conjunta (MENDES, BÓGUS e AKERMAN, 2004). Nesse sentido, embora se tenha uma

perspectiva de crescimento pela concretização da intersetorialidade no campo das políticas

públicas de esporte e lazer, poucos estudos tem abordado o tema (MENICUCCI, 2006;

BONALUME, 2010; SILVA, 2012)

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Ribeiro, Amaral e Silva (2014) realizaram um levantamento de estudos publicados

acerca da intersetorialidade das políticas públicas de esporte e lazer no período de 2004 e

2013. Nessa pesquisa, os autores identificaram que houve maior destaque da temática a partir

de 2011, quando foram publicados doze trabalhos, sendo que em 2008 foi encontrado apena

um. A respeito das publicações realizadas a partir de 2011, a região Sudeste desponta com dez

estudos, porém, mesmo com essa tendência de pesquisas sobre a intersetorialidade, esse tema

se mostra ainda de forma incipiente.

Assim, estudos qualitativos, que se baseiam na análise documental e entrevistas semi

estruturadas com gestores municipais de esporte e gestores estaduais apontaram que a

intersetorialidade se revela por meio dos discursos dos gestores e dos documentos públicos

oficiais. Porém, o que acontece na prática e na realidade são ações fragmentadas, com

características setoriais e, fragilidade conceitual e política, além da baixa cooperação entre as

instituições municipais e das disputas de um poder político, que resultam em mínimas

articulações intersetoriais entre União, Estados e municípios (BONALUME, 2010; SILVA et

al., 2012; AMARAL e COSTA, 2012; VENTURIM; BORGES e SILVA, 2013; SILVA;

SANTOS e ÁVILA, 2013; SILVA, 2012; SANTOS, 2012).

Em um levantamento bibliográfico realizado por nós, verificamos em Ivan e Ávila

(2010) que as políticas públicas de esporte e lazer não se enquadram ao novo modelo de

gestão com articulação intersetorial, já que não existem articulações entre os órgãos,

tampouco existem projetos e ações com a participação deles e da sociedade. Já Borges et. al.

(2009) ao investigarem as políticas públicas de esporte e lazer no Estado do Espírito Santo,

por meio de aplicação de questionário eletrônico enviado aos gestores municipais de esporte,

dos quais 38 dos 78 municípios que responderam, constataram não existir nenhuma ação de

intersetorialidade nos referidos logradouros, e que as políticas implementadas por eles e pelo

próprio órgão oficial do Estado caracterizam-se como políticas eventuais e não consolidadas.

Borges e Marques (2013, 2015), ao analisarem políticas públicas de esporte educativo

não encontraram documentos que certificassem existir ações de articulações entre as diversas

secretarias do poder público e tampouco com a sociedade. Ao investigarem a gestão pública

de esporte e lazer em 13 municípios da Grande Belo Horizonte, Linhales et al. (2008)

concluíram que a intersetorialidade é compreendida pelos gestores como troca de favores

entre as secretarias e não como ações que visem troca de conhecimentos e experiências

objetivando a integração das ações e o foco no cidadão. Também concluíram que, desta feita,

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a intersetorialidade não tem gerado melhorias na qualidade da gestão e tão pouco superado as

desigualdades sociais.

Na fala dos gestores entrevistados na pesquisa de Linhales et al. (2008) fica evidente o

discurso da existência de vários projetos com as pastas mencionadas da administração. Porém,

não suscitam para a direção da intersetorialidade. No nosso entendimento elas sinalizam para

políticas públicas voltadas para os projetos sociais como uma roupagem de plano de governo

para a inclusão social. Um discurso muito bonito no papel mas que na prática se apresenta

com outra realidade.

Ao que tudo indica parece-nos existir a falta de capacidade para o desenvolvimento de

vínculos de interação entre os diferentes interlocutores para se expressarem sobre as ações a

serem levadas em conjunto, o que pode estar relacionado com a ausência de formação

profissional adequada para a gestão. Isto é, era de se esperar um grau maior de articulação

significativa entre as secretarias. Contudo, não foi isso que identificamos.

Diante disso, como podemos verificar, parecem ter existido algumas iniciativas.

Porém, não conseguimos caracterizá-los como um processo de intersetorialidade por parte dos

gestores e seus respectivos órgãos governamentais. Elas, a nosso ver, assemelham-se muito

mais articulações políticas para a realização de ações e eventos direcionados, sem ter uma

perspectiva de estrutura organizacional que busque uma concepção intersetorial.

Isso nos remete a algumas razões para as possíveis limitações e dificuldades para que a

intersetorialidade esteja presente nas políticas públicas esportivas dos municípios pesquisados.

A primeira se refere ao conceito e à própria concepção do que vem a ser uma política

intersetorial dos sujeitos envolvidos no processo, ou seja, os gestores municipais dos órgãos

administrativos.

Outra questão é a centralização ainda presente nas gestões municipais que se voltam

muito mais para atender os interesses políticos e pessoais. Isso, consequentemente interfere no

reconhecimento dos principais interlocutores, os gestores, para as articulações que levem a

uma política intersetorial. Tal situação está muito presente não só no esporte mas também nas

áreas de educação, saúde, assistência social (BRONZO e VEIGA, 2007; SILVA et al., 2014;

WARSCHAUER e CARVALHO, 2014).

Em consonância com esse cenário, outros obstáculos se destacam como aspectos

dificultosos e limitadores para as articulações intersetoriais, tais como dificuldades de

diálogos entre os órgãos da administração pública, discordâncias nas formas de implantação

das ações, falta de capacitação dos profissionais para desenvolver articulações intersetoriais,

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articulações iniciadas comprometidas com a sua sustentabilidade, serviços instáveis e

descontínuos e individualismo dos gestores (BURLANDY, 2009; KISS; SCHRAIBER e

OLIVEIRA, 2007; MAGALHÃES e BODSTEIN, 2009; GÓIS, 2013).

Outrossim, não queremos neste trabalho culpar e julgar os gestores, ao justificar que a

falta da intersetorialidade e de informações integralizadoras se dá exclusivamente por conta

dos seus gestores. Ela se dá, principalmente pela gênese do processo e pela ausência nos

próprios planos de governos municipais dentro das ações da administração pública. Nessa

perspectiva, vislumbramos a necessidade de ampliação social e as articulações dos diversos

setores, bem como do maior envolvimento que possibilitem melhorias e consistências nas

ações e na política. No entanto, essas iniciativas do poder público em desenvolver as políticas

intersetoriais nos parecem ainda insuficientes em seus programas, projetos e ações

comprometendo assim de forma significativa o acesso e a democratização do esporte junto à

sociedade.

De acordo com Bonalume (2009), uma ação intersetorial tem que ser pensada a partir

do conhecimento das reais necessidades e interesses de todos os envolvidos, de modo que haja

capacidade coletiva de construir e gerir ações que possibilitem promover melhorias na

qualidade de vida da população, garantia dos direitos, eficiência, eficácia e efetividade social

na gestão. Isso implica dizer que a ação intersetorial está diretamente ligada à participação da

população, outro tema proposto em nossa investigação.

É por meio da intersetorialidade que se pode perceber as políticas públicas para a

população, em que os objetivos a serem atingidos se concretizem de maneira mais eficiente

mediante os setores. Relacionar esporte, saúde, educação, ação social sinaliza benefícios para

a sociedade de forma conjunta. As articulações e o trabalho entre os setores devem ser

discutidos e estruturados pelos municípios, pois podem proporcionar maior riqueza na

atribuição de valores que sejam revertidos em prol da sociedade (BONALUME, 2010).

Os gestores municipais são peças fundamentais no desenvolvimento da

intersetorialidade, sendo os principais interlocutores que irão potencializar as ações entre

poder público, agentes políticos, sociais, profissionais, entidades e sociedade. Porém, essa é

uma tarefa que requer dos sujeitos uma dinâmica de aprendizagem e inovação e grande

capacidade de se sujeitar e se adaptar às mudanças (MENDES, BÓGUS e AKERMAN, 2004).

As ações intersetoriais, para se desenvolverem, requerem comunicação e conhecimento

de outras áreas para que de forma coletiva realizem ações que busquem resolver os problemas

sociais. Porém, embora seja enriquecedora, essa comunicação e articulação com e entre outros

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além de ter dificuldades de adaptação, gera conflitos em função da diversidade de

informações, comportamentos e conhecimentos (BONALUME, 2011).

Silva (2012, p. 112) defende que a intersetorialidade corresponde ―à articulação entre

os saberes e as ações do esporte e lazer, com vistas à democratização das ações, distribuição

de poder, bem-estar social, garantia dos direitos, redução das desigualdades e

educação/emancipação da sociedade civil‖. No entanto, o que podemos perceber é que a

intersetorialidade não tem sido evidenciada no exercício das gestões de políticas públicas que

envolvem o esporte, estando muito mais presente na retórica e no discurso acadêmico. Apesar

de evidenciar sua discussão nas políticas públicas de esporte e lazer nas diferentes esferas de

governo, União, Estados e municípios, ela ainda se apresenta de forma tímida, se destacando

muito nos discursos de gestores e documentação pública oficial, porém, a fragmentação ainda

predomina nas ações quanto à sua prática (BONALUME, 2010, 2011; RIBEIRO, AMARAL e

SILVA, 2014).

Desenvolver o esporte sob a perspectiva intersetorial não é uma tarefa simples e fácil.

Promovê-lo nessa perspectiva requer o enfrentamento de grandes desafios, como ultrapassar

os obstáculos políticos, os interesses pessoais, os poderes públicos e a desarticulação da

administração pública, sendo que todos eles vão além da simples vontade de realizar a

intersetorialidade.

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14 OLHAR DOS GESTORES SOBRE OS OBJETIVOS

Ao analisar os resultados envolvendo a forma como o planejamento vem sendo

realizado nos municípios investigados, a partir das percepções dos gestores, foi possível

perceber que a população raramente é envolvida na tomada de decisões sobre o esporte e que

não há a implementação de políticas intersetoriais. O resultado é que o planejamento, quando

elaborado, continua sendo responsabilidade exclusiva do gestor e, em alguns casos, da equipe

de profissionais que atuam junto dele. Dessa forma, conhecer melhor os objetivos que têm

orientado a gestão do esporte é fundamental, já que eles definem o planejamento e as

atividades implementadas. Neste capítulo apresentaremos a análise dos depoimentos sobre

esses objetivos.

Para os participantes, o estímulo à prática esportiva tem dois objetivos principais: (a)

possibilitar a inclusão social das crianças e jovens através do esporte e (b) contribuir para a

melhoria da saúde e/ou da qualidade de vida da população.

14.1 Esporte e Inclusão Social

Nove dos doze gestores entrevistados afirmaram que o principal objetivo da

implementação do esporte no município é contribuir para o desenvolvimento social das

crianças e jovens, ocupando seu tempo para que não se envolvam com o uso de drogas e com

a criminalidade.

Verificamos que esses gestores (G1, G2, G4, G5, G6, G7, G9, G10 e G11)

destacaram que a inclusão social é o principal objetivo frente ao esporte municipal nos quais

revelaram que através dos projetos desenvolvidos com práticas esportivas, que essa questão da

inclusão deve ser trabalhada nos projetos sociais, que o esporte deve ser aprendido de modo

geral contribuindo para o desenvolvimento como um todo. Destacamos alguns trechos das

entrevistas realizadas, que representam a visão dos gestores:

(O objetivo) é trabalhar nos projetos sociais....porque essa é a fase para se

trabalhar, para tirar as crianças e jovens da rua. (G5)

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Deve ser voltada para tirar as crianças da rua, para que a criança não siga

um mal caminho [...] então nós temos que fazer projetos que tirem a criança

da rua. [...] aprender o esporte de modo em geral, que seria a inclusão

social..[...] Para que a criança não siga um mal caminho, as drogas. (G6)

E a gestão do município tem que focar nisso ai né....seria a qualidade de

vida e a inclusão social...[...] Essa criança que hoje pratica um esporte, tá

vivenciando isso aqui tá fora de muitas outras coisas ai na rua né....(G7)

Então entendo que o principal objetivo aqui hoje deve estar voltado para a

inclusão social e para a qualidade de vida das pessoas...[...] Pois se elas

estiverem dentro do esporte elas estarão fora das drogas. (G11)

Os relatos evidenciam uma visão de que o esporte é uma ferramenta importante, de

maneira quase que consensual, serve para tirar as crianças da rua; o esporte também traz

contribuições nas quais as ações, projetos e programas desenvolvidos sirvam para promover e

melhorar a saúde das pessoas bem como elevar a qualidade de vida e ainda que o esporte tem

papel importante no aspecto psicossocial de crianças e adolescentes principalmente na

prevenção e no combate às drogas. Esta concepção dos gestores é coerente com a opção,

descrita anteriormente, de priorizar o esporte educacional.

Estudo de Lopes et al. (2007) analisaram a ideia de inclusão social pelos dirigentes

municipais de esportes e lazer em 13 municípios da grande BH e corroboram com os

resultados encontrados em nosso estudo. Nele, sete dirigentes também mencionaram a

inclusão social como um dos objetivos principais de suas gestões. Nesse sentido, os autores

ainda identificaram que os dirigentes dão significados diferentes ao termo, em função de suas

realidades, de forma que é utilizado de modo assistencialista e paternalista o que o torna

inadequado e ineficaz. E por fim, os estudiosos verificaram a utilização do esporte difundido

por meio do discurso repetitivo, isto é, que ele tira as crianças da rua, das drogas e da

criminalidade.

Em estudo realizado nos municípios metropolitanos do Recife-PE, Menezes (2009)

também identificou os gestores municipais de esporte consideram a inclusão social como um

dos principais objetivos da política esportiva. Inclusive, alguns desses gestores enfatizaram

que o esporte é a grande ferramenta para a inclusão social. Brust, Baggio e Saldanha Filho

(2006),ao verificarem como foram implantadas as políticas de esporte e lazer de Santa

Maria/RS constataram que um dos objetivos visava a inclusão social.

Partindo para uma análise mais crítica, Veronez (2005) afirma que o esporte vem

sendo justificado com discursos demagógicos e populistas e se fortalecendo na esfera

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esportiva como uma ferramenta de enfrentamento, redução e eliminação de problemas sociais,

isto é, como estratégia de inclusão social. De modo semelhante, Silva (2001) considera que

programas desenvolvidos com caráter voltado ao social, são implementados e implantados de

forma distorcida da realidade, com ações assistencialistas, insuficientes e com baixa

efetividade social. A autora salienta que políticas de esporte não servem como instrumentos de

combater aos problemas sociais. É preciso ir mais além, com a articulação de outras políticas,

como as sociais e as econômicas. Ou seja, atuar na inclusão social, oferecendo aos jovens

oportunidades adequadas para seu desenvolvimento e inserção social exige a adoção de

políticas intersetoriais. Considerando que a intersetorialidade não acontece nos municípios

que integram a UMMES (nem em grande parte dos municípios brasileiros), há um grande

risco de que o objetivo proposto pelos gestores entrevistados não seja atingido. Talvez, os

gestores adotem uma visão ingênua ao acreditarem na possibilidade de concretizar a inclusão

social de crianças e jovens a partir do esporte.

Rosa (2014) pesquisou em três municípios paranaenses a relação estabelecida entre a

esfera federal e municipal frente às políticas públicas de esporte. Dos três municípios

investigados, apenas um desenvolvia programas em parceria com o ME e os outros sem se

embasarem em nenhuma diretriz nacional, realizavam suas ações próprias. A inclusão social

apareceu apenas no município em que os programas eram conveniados com o ME, e o mais

interessante é que nenhum dos municípios investigados cita a PNE como diretriz para

desenvolver as políticas públicas de esporte em seus municípios, sendo que a mesma é

desconhecida por parte dos entrevistados, nesse caso, oito gestores pertencentes às secretarias

municipais de esporte dos municípios.

De acordo com Bahia e Lima (2011) para que se promova a inclusão social e a

democratização de acesso frente às políticas de esporte se faz necessário levar em conta as

circunstâncias socioeconômica, os conceitos, os comportamentos, os valores e as relações que

favoreçam a exclusão de algumas diferenças (negros, idosos, homossexuais, mulheres,

deficientes entre outros). Os autores ainda consideram que para incluir e democratizar o

acesso ao esporte é necessária uma análise mais crítica das realidades e da dinâmica social dos

envolvidos.

Vianna e Lovisolo (2011) atentam para o crescimento de projetos e programas

voltados para a inclusão social e alertam que nem sempre o foco está no esporte voltado para

as racionalidades locais, que reforçam seus motivos e intencionalidades a partir do esporte

voltado para suas interações locais. Complementando esta ideia, Goellner e colaboradores

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(2010) observaram o cotidiano de projetos sociais de esporte e lazer e identificaram alguns

equívocos que podem interferir no processo de desenvolvimento das ações. Falta de

divulgação, atividades destinadas apenas para um determinado público alvo, falta de eventos

para a comunidade, pois geralmente são realizados apenas para os participantes, falta de

material e infraestrutura, falta de controle e avaliação dos envolvidos e ainda qualificação dos

professores deficitária. Para os autores só será possível uma intervenção com qualidade

voltada para a democratização e inclusão com o acesso às atividades esportivas se houver a

problematização dos discursos e questionamentos que circulam todos os envolvidos.

Silva (2012), ao estudar a concepção de esporte e lazer na secretaria estadual de

esporte e lazer no Espírito Santo, constatou que as políticas públicas de esporte não buscaram

garantir o acesso ao esporte, como um direito, já que suas ações priorizam o esporte de

rendimento em detrimento do esporte educacional e de participação. O autor, ainda, revela que

a entidade premia atletas que se destacam com resultados expressivos (performance) e

direciona a população com melhor situação econômica a buscar o esporte como consumo e

não como um direito.

Da Mata (2011),ao avaliar as políticas públicas de esporte e lazer de João Pessoa/PB,

concluiu como um dos resultados de sua pesquisa que essas políticas são pautadas em

políticas neoliberais que favorecem a lógica do mercado em detrimento das necessidades da

sociedade. Assim, elas não dão a devida importância ao esporte e ao lazer às camadas mais

carentes da população. O pesquisador também identificou que referente ao ordenamento legal

do município, ele não apresenta política pública consistente que possibilite efetivamente a

democratização e universalização do esporte.

Neves et al. (2009), ao analisarem a implantação de um programa de atividades

esportivas como projeto social, concluíram que, projetos sociais não podem ser realizados de

forma isolada, já que se assim for eles não conseguirão cumprir o objetivo de ser uma

ferramenta que contribua para a inclusão social. Segundo Melo (2005) o esporte é muito

falado como meio de promoção social, e por isso, ele questiona o significado de inclusão

social. O autor afirma que esse uso discursivo do esporte e sua função se tornou um chavão

sem conteúdo e sem significado.

Starepravo (2011), ao considerar um recorte temporal revela que a partir da década de

1980 o esporte passa a ser considerado como um direito social, para além do esporte de

rendimento, mas também nas dimensões de participação e educacional, através da

Constituição Federal de 1998. Nesse sentido, a partir de 1990 ele recebe várias configurações

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de ordem institucionais como Secretaria, Secretaria Especial, Instituto. Em 2003, é criado o

Ministério do Esporte (ME), responsável por construir a Política Nacional de Esporte (PNE),

visando, além do esporte de rendimento, desenvolver ações de inclusão social que garantam a

sociedade acesso à prática esportiva, à qualidade de vida e ao desenvolvimento humano.

A PNE tem entre seus objetivos a democratização e acesso ao esporte; a

descentralização das políticas públicas; o fomento ao esporte educacional e de participação; e

o desenvolvimento de talentos esportivos (BRASIL, 2005). Como princípios e diretrizes que

regem sua política, destacamos a universalização e a inclusão do acesso e a promoção da

inclusão social.

Diante disso, em sua estrutura administrativa o ME passa a ter além de uma secretaria

executiva mais três secretarias: Secretaria Nacional de Esporte Educacional (SNEED),

Secretaria Nacional de Desenvolvimento do Esporte e de Lazer (SNDEL), e Secretaria

Nacional de Esporte de Alto Rendimento (SNEAR). No caso a SNDEL traz como objetivo a

inclusão social e a redução das desigualdades sociais com a ampliação, democratização e

universalização do acesso à prática e ao conhecimento do esporte de lazer e recreativo, o que

favorece o desenvolvimento humano e a inclusão social integrados às demais políticas

públicas em detrimento do esporte de rendimento (STAREPRAVO, 2011).

Em 2011, o Decreto Lei n. 7529/11 cria a Secretaria Nacional de Esporte, Educação,

Lazer e Inclusão Social (SNELIS), cujo objetivo foi implantar as diretrizes relativas ao Plano

Nacional de Esporte, com a função de coordenar e implementar políticas referentes ao esporte

educacional e ao esporte participação. Suas principais políticas foram: Programa Esporte e

Lazer da Cidade (PELC); Programa Segundo Tempo; Programa Segundo Tempo no Mais

Educação; Recreio de férias; Projetos Esportivos Sociais; Programa Pintando a Liberdade,

Programa Pintando a Cidadania; Jogos dos Povos Indígenas; e o Prêmio Brasil de Esporte e

Lazer de Inclusão Social (SILVA, 2012; BRASIL, 2011).

Nessa perspectiva nossa compreensão é que a política municipal de esporte, por meio

de sua gestão, deve ser referenciada não somente numa visão limitada, mas sim, por um olhar

mais amplo em que o esporte deve ser fomentado de maneira equilibrada nas suas diferentes

dimensões: educacional, participação e rendimento (TUBINO, 1996), pois ele não pode se

tornar apenas um discurso poderoso e ideológico. O esporte, acima de tudo, deve ser provido

de respaldo acadêmico-científico para que então o poder público assegure-o de forma efetiva

como um direito social.

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Compreendemos que aprender o esporte é vivenciar a prática esportiva, realizar e

participar de atividades esportivas que direcionem os aspectos de socialização, cooperação,

sem ser seletivo, excludente. Ele deve ser oportunizado a todos que gostem ou procurem a

prática esportiva sem distinção de raça, gênero, sexo, religião e condição física. Sobre essa

questão podemos perceber que embora a inclusão social tenha sido considerada a principal

ação para os gestores com o esporte em seus municípios, o que se evidencia conforme os

próprios relatos dos participantes, é que existe um distanciamento entre o ideal e o real, entre a

teoria e prática. As dificuldades e as limitações comprometem a organização, o planejamento

e a implantação dos projetos e programas que esbarram na falta de recursos financeiros e, de

recursos humanos, já os espaços físicos e materiais também se apresentam de forma

insuficiente.

Já que a cidade de porte pequeno não tem a verba então a gente sempre é

dependente da área social da educação pois você sabe não só aqui mas o

esporte em todo município fica muito dependente então a dificuldade que a

gente tem hoje aqui éééé´....financeiramente. (G2) Somente na ação social que temos parcerias de projetos e que a gente

participa. (G6)

O que se percebe é que a compreensão de inclusão social nos revela uma concepção

bastante confusa e, de certa forma, reducionista, passando a ideia de que ela está ligada

somente ao papel de incluir as pessoas, principalmente as mais necessitadas, carentes ou

aquelas que se encontram em situação de vulnerabilidade social ou situação de risco, mais

especificamente as crianças que estão na rua. Nesse contexto, ainda surge a questão da

acessibilidade que não se refere apenas à questão historicamente ligada ao atendimento de

prioritário às pessoas portadoras de deficiência ou mobilidade reduzida, mas na perspectiva da

participação do cidadão em ações, projetos e programas garantidos como direito.

A questão do esporte como inclusão social depende de políticas que cumpram os

direitos sociais com senso de justiça de forma a reconhecer que existem barreiras, diferenças

sociais e econômicas entre indivíduos e grupos, cabendo aos gestores oportunizar, ampliar e

diversificar as ações de acesso e democratização da prática esportiva. Ao abordarmos essa

questão de acessibilidade, evidenciamos na fala dos gestores que quando se referiram a

inclusão social ela está praticamente voltada toda para as crianças e jovens de maneira mais

enfática, mais direcionada, desconsiderando os demais membros da sociedade como adultos,

idosos, pessoas portadora de deficiência. Isso leva à uma compreensão que a maior atenção e

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enfoque para se trabalhar o esporte pelos gestores se refere a essa parte especifica e de certa

forma limitada da população.

Mais uma vez, gostaríamos de ressaltar que uma gestão de esporte frente as políticas

públicas no âmbito inclusivo perpassa por vários desafios. Entendemos que o esporte deve ser

considerado em toda a sua abrangência social, como uma questão de Estado, em que todos os

setores, no caso, as secretarias e seus departamentos planejem ações articuladas e integradas,

para que essas atividades esportivas e de lazer se construam como meios viáveis de acesso e

democratização de suas práticas. Além disso, as ações de inclusão social devem buscar

oportunizar, facilitar e garantir o acesso da comunidade em programas/projetos de esporte e

lazer nos municípios em suas mais diversas faixas etárias.

No que se refere a expressão ―tirar as crianças da rua como meio de inclusão social‖,

ela se mostrou de maneira intrigante para nós, pois os gestores geraram uma suposta

compreensão de que somente as crianças que estão na rua devem ser as priorizadas para os

projetos e programas. Nessa concepção, cabe a pergunta: Quem seriam essas crianças? Mas, e

as demais que se encontram muitas vezes em outras condições, que não estão na rua, mas têm

dificuldades de socialização, de acesso ou deslocamento, moram em lugares longes e retirados

de onde se oferecem as práticas, têm problemas de saúde ou físicos, ou até mesmo aquelas que

desconhecem as ações e projetos que por ventura são ofertados?

Ainda sobre esta questão, outro ponto que nos chamou a atenção e se tornou um

questionamento é quais seriam as atividades esportivas e de que forma elas poderiam servir

para abraçar a responsabilidade de promover a inclusão social, tão destacada pelos gestores

em seus depoimentos?

14.2 Esporte, promoção da saúde e qualidade de vida

O segundo objetivo dos programas esportivos desenvolvidos nos municípios é

contribuir para a melhoria da saúde e/ou da qualidade de vida da população. Na percepção dos

gestores, a prática esportiva propiciada gera contribuições para promoção da saúde e

melhorias para a qualidade de vida das pessoas (G1, G7, G9, G11 e G12). Destacamos a

seguir trechos das entrevistas em que este objetivo é mencionado.

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É levar a prática da atividade física para as pessoas....a gente sabe que o

esporte contribui muito com a qualidade de vida e a saúde da pessoa. (G1)

A gente tendo os projetos de esporte na cidade....é uma visão de futuro, essa

criança que hoje pratica um esporte e vai crescer um adulto mais sadio.

(G7)

Entendo que o principal objetivo é a promoção da saúde. (G9)

Abrangendo todos né....crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos, uma

forma de elevar a qualidade de vida. (G11)

Trabalhar o esporte em prol da saúde. (G12)

Os depoimentos desses gestores revelaram que levar às pessoas à prática da atividade

por meio do esporte, ela estará contribuindo de maneira significativa na qualidade de vida e na

saúde delas. Para tal, os mesmos gestores entendem que o objetivo a ser trabalhado na gestão

do esporte é a promoção da saúde e da qualidade de vida da população.

Segundo DaCosta (2008) campanhas de estímulo à prática esportiva,que visem

promover e mobilizar a população para adoção de um estilo de vida mais ativo e,

consequentemente, a promoção da saúde, da qualidade de vida e do bem estar têm aumentado

de forma gradativa nos últimos anos,em todos segmentos sociais, sejam eles o esporte de

lazer, o educacional e o de rendimento. Como exemplo, o autor cita o ―Dia do Desafio‖ e o

―Agita Mundo‖, pois o intuito é levar a reflexão em prol de ações a favor de melhores

condições de vida da população.

A apologia do esporte com a promoção da saúde e com a qualidade de vida da

população, identificada na literatura várias ações, iniciativas e, programas que são

explicitados,configurando dentro de uma gestão de política municipal de esporte (MENEZES,

2009; JANUÁRIO, 2010; BASTOS, 2008; ROCHA, 2012; SANTOS, 2011; VERONEZ,

2005; SOUSA, 2014, VALENTE, 2011, KARNAS, 2013; SOUZA, 2014; SILVA, 2012;

SHINTANI, 2014).

Porém, há de ressaltar que diante dessa complexidade de estabelecer uma relação que

esporte é saúde, é qualidade de vida, faz-se necessário saber quais são efetivamente as ações,

dentro de uma gestão de política pública do esporte, que melhor poderão promover e

desenvolver o esporte nessas perspectivas para os municípios.

Santos (2011) se posiciona de forma crítica ao se referir ao PST (Programa Segundo

Tempo), que traz em seus objetivos contribuir para a melhoria da qualidade de vida e da

saúde. Segundo o autor, o programa não reconhece o valor do esporte que a ele deveria ser

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131

atribuído, isto é, a garantia de autonomia e o valor do campo esportivo. Revela o autor que o

interesse mesmo é fazer com que o esporte se torne uma instituição de fazer curas milagrosas

em detrimento dos problemas sociais. O autor também ressalta que crianças buscam o esporte

para se divertir e aprender e não para satisfazer necessidades e preocupações do mundo

adulto.

Segundo Valente (2011), o esporte participação, que em suas ações deve contribuir

para a promoção da saúde, tem sido insuficiente para atender a população. Até por que ele não

é priorizado nas políticas públicas, quer seja a nível federal, estadual e municipal, pois elas se

configuram apenas em promessas e esse tipo de esporte não é levado a sério para de fato

atingir tal objetivo. De acordo com Silva e colaboradores (2013), para o esporte se configurar

como estratégia na promoção da saúde e da qualidade de vida se faz necessário refletir acerca

de uma ação ampla considerando, os contextos que envolvem a maioria da sociedade. Isso

significa que de nada adiantará ofertar vários programas e recursos materiais que não serão

suficientes.

Shintani (2014), ao estudar entidades esportivas em municípios da região

metropolitana de São Paulo, verificou que a promoção da saúde é um objetivo no município

de São Bernardo do Campo, onde são desenvolvidas ações pela Secretaria de Esportes, com a

implementação de programas intersetoriais e de forma descentralizada, em vinte regiões do

município. São ofertadas atividades para pessoas de diferentes faixas etárias. Já no município

de São Caetano do Sul são realizadas ações voltadas para a comunidade, direcionadas para o

desenvolvimento da cidadania, com a adoção do esporte como meio de educação, saúde e

cultura.

No planejamento realizado pelo governo do estado do Rio Grande do Sul, em 2011, o

processo de gestão traz como missão da política pública de esporte e lazer a consolidação do

esporte para: educar, interação social, promoção da saúde e melhoria da qualidade de vida e

bem estar. O mesmo documento ainda aponta que o esporte ofertado às crianças e

adolescentes no contra turno escolar é uma estratégia para a ocupação sadia desse público alvo

(RIO GRANDE DO SUL, 2012).

Souza (2014) e Catarino (2010) encontraram em seus estudos que as políticas públicas

municipais de esporte eram direcionadas ao esporte participação, visando o lazer, a saúde e a

qualidade de vida, enquanto Costa (2010) constatou que as mesmas políticas não acontecem

na sua totalidade, o que compromete a garantia de acesso e participação no esporte como um

direito.

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132

No entanto, como já foi anteriormente dito, o esporte é um fenômeno complexo, com

vários significados e sentidos (MARCHI JR., 2015; TUBINO, 2010). Por isso, pode ser

implementado para atender às várias necessidades e interesses. Para que atue com abordagem

à saúde é preciso que se conheça os seus múltiplos significados, as suas diferentes

manifestações, os diferentes cenários da saúde da população em questão, os tipos de

atividades esportivas a serem ofertadas, as instalações e de que forma devem ser

disponibilizados para que se torne então um aliado à saúde e sirva de incentivo aos diferentes

grupos, espaços e contextos sociais (ALMEIDA, GUTIERREZ e MARQUES, 2012). Para tal,

entendemos que o esporte precisa de uma gestão integrada e inovadora, que busque o

envolvimento da sociedade, do poder público em suas diferentes esferas, do setor privado e

que seja somado a uma formação dos seus gestores, com conhecimento amplo das concepções

de esporte.

Almeida e Gutierrez (2013) ressalta que não basta investir nas instituições e implantar

projetos de esporte para contribuir para a promoção da saúde da população. Isso, segundo o

autor é uma perspectiva ingênua de compreensão. É preciso, conhecer e produzir

conhecimentos que contribuam, de fato, para as políticas públicas de esporte, que atendam os

interesses da sociedade. É preciso conhecer as formas de agir, as metodologias e as boas

práticas que estejam ao alcance dos profissionais que irão realizar essas ações.

Nessa direção, entendemos que o esporte deve ser tratado também como prioridade

pelos responsáveis das políticas públicas, nesse caso, os poderes executivos e legislativos,

bem como seus gestores municipais. Diante disso, ele se tornará um dos componentes

indispensáveis para oportunizar através das atividades esportivas condições que viabilizem a

promoção da saúde e melhoria da qualidade de vida da população. Corroboramos com Melo

(2003) que afirma que o esporte não pode ser tratado como uma ferramenta que irá solucionar

os problemas sociais e que estes dependem de ações políticas muito mais incisivas do que

simplesmente implantação e criação de projetos e programas esportivos.

Para finalizar essa categoria, ainda encontramos nos relatos de alguns dos gestores

municipais (G1, G6, G9 e G11) que também revelaram ser um dos objetivos do esporte frente

às políticas públicas uma importante ferramenta de afastar as crianças das drogas, evitar esse

envolvimento e consequentemente afastá-las. Há de se ressaltar que esse aspecto não é distinto

de inclusão social.

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Quanto que a gente ve hoje em dia a questão das drogas de estar afastando

elas das drogas. (G1)

Deve ser voltada para tirar as crianças da rua, para que a criança não siga

um mal caminho [...] então nós temos que fazer projetos que tirem a criança

da rua. [...] aprende o esporte de modo em geral, que seria a inclusão

social..[...] Para que a criança não siga um mal caminho, as drogas. (G6)

De uma forma que tire as crianças da rua, a gente tá perdendo ela para o

computador, videogame, celular....drogas. (G9)

Então entendo que o principal objetivo aqui hoje deve estar voltado para a

inclusão social e para a qualidade de vida das pessoas...[...] Pois se elas

estiverem dentro do esporte elas estarão fora das drogas. (G11)

Segundo Menezes (2009), o esporte tem ocupado um espaço significativo na sociedade

atual e se configura como um dos maiores fenômenos sociais com seus valores e com papel de

extrema relevância para a socialização, educação e desenvolvimento humano, com destaque

para as crianças e jovens que estão expostos e vulneráveis a problemas de riscos sociais como

a violência, as drogas, prostituição e os demais problemas de ordem econômica, saúde entre

outros.

No entanto, há de se ter muito cuidado em não se confundir o verdadeiro papel do

esporte enquanto um direito social, pois de acordo com Flausino e Mascarenhas (2012) o

próprio Ministério do Esporte apresenta um discurso que se caracteriza por um desmedido

―[...] processo de mistificação dos direitos sociais ao esporte e ao lazer, atribuindo aos

mesmos um caráter instrumental-utilitário ao afirmar o poder que tais direitos possuem para a

resolução das mazelas sociais, como a violência, as drogas, o crime, dentre outras.‖

(FLAUSINO e MASCARENHAS, 2012, p. 22).

Esse discurso ilusório de classificar o esporte enquanto direito social com conceitos,

como esporte não é droga, esporte é saúde, esporte afasta e tira as crianças da rua e da

violência têm sido problematizado por mais autores como, Mascarenhas (2008), Athayde

(2009) e Carneiro (2013). Nesse sentido, Sousa (2014) afirma que se trata de ações

estratégicas com falsas promessas, discursos demagógicos, e políticos que atribuem ao esporte

à capacidade de diminuir os riscos sociais, entre eles as drogas, e melhorar a qualidade de vida

da população, conforme mencionado no parágrafo anterior. Desta forma, é atribuído ao

esporte uma função de resolução de problemas de organização social e com esse caráter

funcional e utilitarista ele não é reconhecido como um direito.

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Melo (2003), ao contestar esse discurso místico que ―esporte não é droga‖ ou

―esporte não é violência‖, propõe o aprofundamento da discussão e problematiza as

‗mensagens‘:

é importante termos claro que o esporte, sobretudo o profissional, não pode

ser considerado modelo de saúde, nem modelo de combate às drogas. Longe

de representar exceções, podemos perguntar o que são os constantes casos de

doping senão casos reais de consumo de drogas, às vezes até incentivados

devido às possibilidades de alcance de recordes. (...) Temos dúvidas se

podemos estabelecer uma ligação tão mecânica entre a prática esportiva por

jovens e a sua ―salvação‖ moral. Aliás, o esporte não pode ser tratado como

a solução de problemas que requerem ações de ordem políticas muito mais

incisivas do que simplesmente a criação de programas esportivos em favelas. A não ser que se pretenda justamente o contrário: o ocultamento da real

gênese desses problemas que, supostamente, está se tentando enfrentar.

(MELO, 2003, pp. 3-4).

Nosso entendimento leva à compreensão que esses gestores também têm de certa

forma essa influência e se apropriam do discurso mistificador de que o esporte é o caminho

para solucionar os problemas inerentes às mazelas sociais, e principalmente, tirar as crianças

das ruas e combater às drogas com a ideia que o esporte é um ingrediente indispensável à

formação da criança com a utilização desses predicados.

Apoiamos Santos (2011), quando ele afirma que se não reconhecermos os valores

atribuídos ao esporte teremos como política pública esportiva a gestão moral da pobreza e

assim, a criança não teria acesso ao esporte se não fizesse parte dessa realidade destacada nos

discursos mistificadores. Não conseguimos encontrar na literatura estudos que revelaram

indicadores que mostrassem o impacto de uma determinada ação dentro de uma comunidade.

Para sermos mais específicos não encontramos dados que nos revelassem que a gestão de

política esportiva em municípios brasileiros está conseguindo tirar as crianças da rua,

combater a violência e o envolvimento com as drogas. Menezes (2009) foi o único estudo que

encontramos que abordou essas questões, revelando que não existe nenhum indicador,

apresentando resultados do senso comum, totalmente equivocados e confusos, os quais

informaram que são eles mesmos e a própria população os indicadores. Diante disso, nos

questionamos sobre como os gestores dos municípios aqui investigados têm avaliado se seus

objetivos têm sido atingidos. Esse é o tema que discutiremos a seguir.

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15 AVALIAÇÃO

O campo da avaliação em políticas públicas de esporte tem demonstrado estar em um

estágio recente, o que reflete na sua não consolidação, já que poucos estudos vêm sendo

realizados com a intenção de apresentar melhores métodos, ferramentas, instrumentos,

práticas e modelos de avaliação para as políticas públicas de esporte, com raras exceções e

com características bem particulares (SILVA, 2012).

Segundo Castellani Filho, Veronez e Liao Junior (2008), essa situação da ausência de

processo de avaliação nas políticas públicas de esporte também tem influência das formas de

gestão hegemônicas e essencialmente empíricas. Muitas vezes, predominam as intervenções

de características de controle governamental, amparadas por princípios corporativos e

arbitrários, e que acabam dificultando a produção de informações confiáveis, entre outros

problemas (LINHALES, 1997).

Oliveira (2012) destaca existir pouca cultura avaliativa, principalmente, no que se

refere a projetos sociais. De forma geral, é o Estado que realiza essas funções, limitando a

participação da sociedade e, consequentemente, dificultando o entendimento, a compreensão e

a própria avaliação, no sentido de buscar e propor melhores alternativas para atender as

necessidades.

Sousa (2014), ao analisar o tema em Programas de Pós Graduação em Educação

Física, no período de 2007 à 2012, identificou que 10% das teses e dissertações e 11% dos

artigos publicados abordaram a avaliação como temática dos estudos. Para o autor, existe um

distanciamento entre pesquisadores e responsáveis pela formulação, implementação e

avaliação das políticas públicas de esporte. Esse distanciamento se dá em razão de uma falta

de compromisso acadêmico com a realidade da gestão somada ao pragmatismo dos gestores

resistentes às produções teóricas.

Estudo recente de Barra et al. (2015), que analisou artigos científicos disponibilizados

no portal da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), sobre

o tema da avaliação em políticas públicas, identificou que saúde pública, política

governamental e educação foram as áreas com maior número de publicações. Já a avaliação

de políticas públicas de esporte e lazer tem sido publicado muito pouco, prova disso é que os

autores encontraram apenas dois artigos, um de 2006 e outro em 2009. As autoras ressaltaram

que, embora possamos encontrar vários artigos sobre as políticas de esporte e lazer, raramente

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o tema avaliação tem sido abordado. Santos (2014) encontrou resultado idêntico ao de Barra

et. al. (2015), ao consultar 39 artigos de seis periódicos com indexador de políticas públicas e

avaliação, encontrando apenas dois artigos sobre avaliação sobre esporte e lazer.

A avaliação é entendida por uma prática desenvolvida através de um processo

organizado de reflexão com importantes informações fornecidas que irão nortear tomada de

decisões (HASSENPFLUG, 2004). Para Barreira (2000), a avaliação é analisar partes dos

processos e dos resultados de uma ação que produzirá conhecimentos que suscitarão

elementos para tomar decisões. Encontramos, ainda, outros conceitos sobre avaliação como

determinação de valor, atribuição de valor, avaliação de resultados em relação aos objetivos e

julgamento de valor de uma dada iniciativa organizacional (FERREIRA, 1999; MOKATE,

2002, GARCIA, 2001; ALA-HARJA e HELGASON, 2000). No entanto, para Ala-Harja e

Helgason (2000), o conceito admite várias definições, considerando que o campo das políticas

públicas decorre de diversas disciplinas, entidades e, executores que envolvem várias

questões, necessidades e indivíduos. Os autores ressaltam também que em algumas ocasiões

tais definições se apresentam de forma contraditória.

Com o surgimento das novas formas de gestão pública, as quais buscam atingir a

excelência das ações políticas com o objetivo de que tais políticas se tornassem mais

democráticas em razão dos direitos sociais. Foi a partir de 1980 que surgiu uma maior

discussão e aperfeiçoamento no que diz respeito ao ciclo das políticas públicas, o que de

maneira resumida corresponde ao planejamento, à implementação e à avaliação, explica Silva

(2012). Segundo o autor, para que o nível de excelência de uma determinada ação política seja

alcançado é preciso partir de dados obtidos na avaliação, que embora seja a última etapa do

ciclo das políticas públicas. Ela se torna um ponto de partida para um novo ciclo,

configurando-se, assim, o caminho mais seguro para verificar o nível em que uma política

pública está.

O ciclo das políticas públicas é uma forma de analisar e interpretar para auxiliar a

compreender o período de uma política pública apresentada em fases interdependentes e

sequenciais, são elas formulações, identificação e tomadas de decisões, implementação,

acompanhamento e avaliação buscando melhorias e ações reformuladas (SECCHI, 2010;

SILVA, 2012). Saravia (2006) define as fases como formação da agenda, elaboração das

ações, formulação, implementação, execução, acompanhamento e avaliação sendo que as

mesmas são definidas pelo autor como ―a mensuração e análise, a posteriori, dos efeitos

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produzidos na sociedade pelas políticas públicas, especialmente no que diz respeito às

realizações obtidas e às consequências previstas e não previstas‖ (p. 34).

As fases dos ciclos das políticas públicas, segundo Frey (2000) são: definição de

problemas, construção de agenda, elaboração de ações e tomadas de decisão, implementação

das políticas e da avaliação. Nesse sentido, o modelo de gestão gerencial que apresenta os

princípios da eficácia, eficiência e efetividade social tem maior destaque na discussão na

literatura sobre avaliação de políticas públicas brasileira por revelar ser mais organizado e

seguir uma lógica (SILVA, 2012).

Esse modelo prioriza o desempenho e o aperfeiçoamento contínuo. Para tanto, toma

como base a auto avaliação de programas e projetos compondo um processo de interação de

gestores, equipes, entidades e coordenação geral para analisar criticamente os resultados e as

possíveis limitações (GARCES e SILVEIRA, 2002).Segundo Sousa et al. (2010), para que

uma avaliação de política pública se torne efetiva ela deve contemplar duas dimensões, a

avaliação do processo (metodologia) e a avaliação dos resultados alcançados (produto). Além

disso, é preciso ter enfoques avaliativos, são eles: eficiência, eficácia e efetividade social.

A avaliação do processo, ou formativa, pode ser qualitativa ou quantitativa, sendo que

a primeira acontece quando não há indicadores mensuráveis e a segunda quando se determina

indicadores mensuráveis. Ela tem a compreensão como a que monitora e acompanha com

frequência o processo de formulação, implementação e planejamento. Já a avaliação de

resultados ou avaliação somativa se dá considerando elementos qualitativos e quantitativos,

determinados no planejamento acontecendo ao final das ações que possuem início, meio e fim

de maneira prévia dentro do processo de planejamento (RIBEIRO et al., 2003).

No que se refere aos enfoques avaliativos a avaliação de eficiência busca verificar a

relação custo-benefício em função dos programas, projetos e ações desenvolvidos em

consonância com os objetivos, sempre visando melhores melhorias. A avaliação de eficiência

é relativa ainda aos empenhos na implementação de uma política e seus resultados alcançados

(FIGUEIREDO e FIGUEIREDO, 1986; BELLONI et al., 2007).

A avaliação por eficácia é quando se compara os instrumentos e os objetivos de um

referido programa ou ação e os resultados alcançados quer sejam eles no final ou ainda em

andamento. Dessa forma, ao se avaliar as metas propostas e as alcançadas poder-se-á ter

conclusões sobre o êxito ou o insucesso da política. Embora seja considerado o mais utilizado

no Brasil, por ser mais fácil e com custo reduzido, ele esbarra na veracidade das informações

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obtidas, no que concerne ao funcionamento ou não dos programas e ações avaliados

(ARRETCHE, 2001).

Por fim, a avaliação de efetividade social analisa os impactos e os resultados de um

determinado programa, isto é, verificando se houve fracasso ou sucesso. Esse tipo de

avaliação acontece raramente, pois demonstram alguns obstáculos como informações sobre

populações e programas, dificuldades financeira e de estrutura organizacional. Deve-se

considerar, ainda, que esse tipo de avaliação necessita de médio e longo prazo para se efetivar

e que, na maioria das vezes, ela acontece no caminho inverso, ou seja, em curto prazo de

tempo e de maneira superficial (ARRETCHE, 2001).

Para Belloni et al. (2007), a avaliação poderá ocorrer em três fases: a primeira delas

envolve a de elaboração. Isto é, que antecede a implementação da ação, sendo chamada de

fase diagnóstica; a segunda é realizada durante o processo de implementação das ações, é

denominada de processual; e a última que recebe o nome de avaliação global, ocorre no final

das ações.

De acordo com Oliveira (2012), a avaliação pode apresentar alguns aspectos como o

marco zero, quando no início de uma determinada ação existe a necessidade de informação; o

de processo, que busca a reflexão sobre a dinâmica de funcionamento durante determinada

ação e suas relações com os envolvidos coordenação, professores, alunos, comunidade e o

aspecto de resultado que analisa os impactos causados aos envolvidos no que se refere aos

objetivos da proposta de atividade.

Em se tratando de políticas públicas de esporte, temos que considerar vários

indicadores para o processo de avaliação, como a oferta de programas e projetos, o número e

características das pessoas atendidas (sexo, idade e nível de escolaridade, por exemplo), as

instalações e a acessibilidade a elas, o contexto social e ainda alguns indicadores oriundos da

área da saúde e da educação, pois acreditamos também que essas informações traz

contribuições importantes. Nesse sentido, deve haver um conjunto de princípios de

demonstração e uso adequados dos instrumentos e seus indicadores, para que se consiga

analisar resultados mais fidedignos e seguros, o que implica compreender que o processo não

é apenas instrumental ou técnico (SILVA, 2012).

Diante disso, corroboramos com Silva (2012) que afirma que pensar em avaliação, não

é apenas se prover de um modelo, mas é considerar as propostas discutidas por Arretche

(2001), Belloni et al. (2007) e Oliveira (2012). Segundo Silva (2012), isso é extremamente

relevante para a avaliação das políticas públicas de esporte e para os seus indicadores, pois é

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com a sua análise que se poderá fornecer mais e melhores parâmetros para as ações futuras e

possíveis melhorias das que já existem.

Considerando a contextualização sobre a avaliação e sua relação com as políticas

públicas relacionadas ao esporte, é possível perceber que, de maneira geral, a avaliação não

acontece nos municípios investigados. Assim, mesmo quando alguns gestoresmencionam

realizar determinada forma de análise sobre o trabalho implementado, este processo avaliativo

acontece de maneira informal, não sistematizada e desestruturada, com a ausência de

ferramentas e indicadores direcionados e específicos para as possíveis avaliações, como

veremos a seguir.

Identificamos que os gestores G3, G4 e G5, categoricamente declararam que não

utilizam de nenhuma avaliação, como é possível perceber nos trechos das entrevistas:

Não existe nenhum tipo de avaliação realizado.Gostaria de ter feito, mas

não consegui. Não utilizo. (G3)

Esse ano não (fizemos avaliação).Nós não fizemos nada.Mas tinha um

questionário que era respondido pelos próprios alunos. (G4)

Não temos (avaliação). Acho difícil fazer algum tipo de avaliação nesse

sentido. (G5)

Resultados semelhantes foram obtidos por alguns pesquisadores. Brust, Baggio e

Saldanha Filho (2006), ao investigarem a implantação de políticas públicas de esporte em um

município gaúcho, identificaram a não existência de ferramenta e ou instrumento de avaliação

das referidas políticas em relação as ações desenvolvidas para a comunidade.Já Sousa (2014),

ao estudar os programas de esporte e lazer implantados no município de Goiânia, verificou

que, embora tenha tido alguns esforços políticos no sentido de formular, executar e avaliar as

políticas públicas de esporte, inclusive com a mesma estabelecida por lei, no que tange a

avaliação o cenário aponta para o abandono de tais ações, deixada de lado, para segundo

plano.

A desorganização da instituição, no que se refere à avaliação das suas políticas

públicas de esporte, visando melhorias e ao aperfeiçoamento das ações, foi identificada por

Silva (2012). O autor não encontrou nenhum documento, nem tampouco relatórios que

sinalizassem para a avaliação das ações da referida instituição pesquisada. Os resultados da

pesquisa de Farjalla (2015) se assemelham aos encontrados por Silva (2012) que também

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constatou a ausência de avaliação dos programas públicos de esporte e lazer desenvolvidos em

um município no interior Rio de Janeiro.

Karnas (2013) verificou que em 87 (51,47%) dos 169 municípios rio-grandenses

investigados, o controle e a avaliação das políticas públicas do esporte é responsabilidade dos

gestores. No entanto, apenas 2% deles revelaram que essa função é a que mais ocupa o tempo

deles no processo.

A partir do exposto, é possível afirmar que o processo de avaliação frente à gestão do

esporte das políticas públicas municipais carece de uma maior clareza e conscientização por

parte das organizações. Isso por que a avaliação possui importante papel, além disso, também

é necessária a necessidade da sua institucionalização por parte dos gestores e governantes

permeada por uma lógica de participação da sociedade em geral.

Os gestores G6, G8 e G9declararam realiza a avaliação, mas ela acontece de maneira

informal, sem a utilização de nenhuma ferramenta, sendo foco de avaliação apenas os eventos

e campeonatos realizados sob sua supervisão. Já G7 e G11 afirmaram que o processo de

avaliação que utilizam é baseado única e exclusivamente na opinião das pessoas, também sem

que sejam utilizadas ferramenta, apenas por intermédio da conversa.

G6 – Sim.Todos os eventos que a gente faz durante o ano nós sentamos com

a nossa comissão, a gente faz uma avaliação para ver o que foi bom e o que

foi ruim. Não temos uma ferramenta para avaliar, a gente mais discute

mesmo e põe no papel.

G8 - Nós fazemos de forma informal. Nós fazemos depois uma reunião e

algumas anotações.

G9 - Nós fazemos informalmente, a cada término de campeonato a gente

procura fazer uma reunião, uma pós e uma pré.

G11 ainda destaca que teria dificuldades para utilizar um questionário como

ferramenta de avaliação:

G11 - Não utilizamos é na base da conversa mesmo ouvindo a opinião das

pessoas, o questionário eu acho complicado, o melhor mesmo é ouvir a

população.

Vendruscolo e Marconcin (2006), ao estudarem alguns municípios no Paraná,

verificaram que em relação à avaliação não existe um modelo de avaliação sistematizada e

que as conversas e as falas espontâneas é que servem de avaliação. Em outros casos, a

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avaliação é feita todo início de semana, com a realização de reuniões e, acontece nos finais de

ano, com propostas e preenchimento de questionários de forma bastante subjetiva, com a

participação apenas dos professores responsáveis pelas ações e atividades. Silva e Netto

(2010) concluíram em seus estudos que 86% dos gestores não realizam avaliação formal para

avaliar as ações, a qualidade e os serviços oferecidos nos centros esportivos municipais nos

quais gerem.

Concordando com Villas Boas (2008), entendemos que a observação e a discussão

coletiva são recursos relevantes para realizar a avaliação. Porém, como ressalta a autora, é

preciso que haja uma reflexão coletiva do trabalho desenvolvido e que a essa tenha

engajamento dos atores envolvidos para a referida avaliação, tornando-os capazes de

promover a auto avaliação de forma a contribuir no processo de construção e reconstrução da

organização do trabalho.

Corroboram ainda com nossos resultados o estudo de Menezes (2009), que investigou

catorze gestores municipais e constatou que, como no nosso caso, a avaliação acontece sem o

envolvimento da sociedade. No processo avaliativo, constatou a utilização da observação e de

debates, seminários com gestores e equipes, reuniões e visitas informais com as comunidades

envolvidas. Além disso, os gestores participantes no estudo de Menezes (2009) declararam ter

dificuldades para implantar um modelo de avaliação formal.

Ao analisar as entrevistas, verificamos que apenas dois dos gestores (G10 e G12)

afirmaram realizar a avaliação com a utilização de instrumentos, sendo o primeiro relatou a

existência de reuniões com a equipe e a utilização de uma planilha. Porém, não revelou quais

os indicadores utilizados. O segundo declarou a elaboração de gráficos que apresentam alguns

dos resultados obtidos. Mas, como no primeiro caso, não foram explicitadas as ferramentas e

os indicadores utilizados na avaliação. Também não houve menção à forma como analisam os

resultados ou seu possível impacto, como se verifica nos trechos apresentados abaixo:

Sim sim, cada dois a três meses a gente senta com os professores para

analisar se foi cumprido o planejamento.Tem uma planilha que nos dá essa

visão. (G10)

Eu procuro fazer isso.Trabalho com gráficos para poder ver como que tá o

desenvolvimento. (G12)

A avaliação de projetos e programas esportivos implementados por organizações não

governamentais parece acontecer de forma diferente daquela realizada no setor público.

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Oliveira (2012), ao investigar uma entidade não governamental, revelou existir uma cultura

estabelecida no seu processo. Nesse órgão, 85% deles têm uma comissão de avaliação e que a

realizam, contra 15% que não fazem a avaliação. O autor salientou, ainda, que a avaliação é

realizada pela coordenação e educadores em 77% dos projetos avaliados e por todos os

envolvidos em 23% dos projetos. Hassenpflug (2004) defende que um processo de avaliação

de programas de políticas públicas deve ter a participação e o envolvimento de gestores,

profissionais, não profissionais, alunos, pais e a sociedade em geral.

Ao analisarem um programa de esporte educativo da Secretaria de Estado de Esporte e

Lazer do Espírito Santo, Borges e Marques (2015) identificaram que a avaliação vista numa

perspectiva de intersetorialidade se apresentou com relatórios como os principais instrumentos

de avaliação, que se abordavam os espaços físicos das práticas esportivas, a avaliação mensal

das aulas pelos objetivos, avaliação mensal das aulas pelos indicadores de acompanhamento

na execução e a avaliação mensal das aulas considerando as atividades extracurriculares.

Embora a avaliação estivesse presente no processo de planejamento, o cenário evidenciou

uma desconexão entre o planejado e o praticado. Exemplificam esta desconexão ao

explicarem que o projeto implementado se materializou na dimensão do esporte de

rendimento e na proposição se trata de um programa de esporte educacional.

Batista (2005) argumenta que existe uma maior preocupação dos gestores quando

realizam a avaliação muito mais para os aspectos quantitativos em relação aos qualitativos, ou

seja, segundo o autor, a avaliação é voltada para dados e resultados imediatos, número de

participações e ações, contudo, ela não é pensada a médio e a longo prazo, visando à melhoria

das ações para a sociedade em geral.

A prática do esporte e a adesão em participações em programas e projetos, muitas

vezes, são estabelecidas pela associação do acompanhamento da frequência escolar. Assim, se

exige das crianças e jovens um bom rendimento escolar e a consequente aprovação na série ou

ano escolar. Essas cobranças acabam sendo interpretadas como uma obrigação, de tal forma

que parece haver uma relação de causa e efeito. Tais cobranças são, equivocadamente, vistas

como uma ferramenta de avaliação no âmbito das políticas públicas de esporte (SOUSA,

2014).

Nessa lógica, Figueiredo (2009) afirma que existe uma dificuldade muito grande em

mensurar e avaliar os programas e projetos com a utilização de indicadores. Desta forma os

gestores acabam por utilizar muitas vezes ferramentas características da avaliação escolar

tradicional que se baseiam em frequência, classificação e punição.

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143

Concordamos com Villas Boas (2008), que afirma haver a necessidade, por parte dos

gestores, de que a avaliação seja construída com elementos que forneçam informações

relacionadas com os objetivos dos programas desenvolvidos. Essas informações deverão

sinalizar de fato para um cenário, indicando se os objetivos foram atendidos, se houve

progresso ou não e quais os aspectos que precisam ser revistos e melhorados.

Também podemos constatar que o tema da avaliação, relacionada às políticas públicas

de esporte, como já mencionamos no início deste capítulo, apresenta certa complexidade e,

consequentemente,há dificuldades para avançar em processos que melhor se adequem e sejam

coerentes com a visão e a concepção que os setores esportivos ou a própria política pública

esportiva têm sobre suas ações e seus objetivos. Uma avaliação construída de maneira

formalizada e sistematizada com instrumentos, métodos, indicadores, e a participação de todos

os envolvidos no processo, sinaliza o cumprimento dos objetivos e metas dentro de um

planejamento de políticas públicas de esporte. A presença desses elementos,

consequentemente possibilitará verificar a eficiência e a qualidade das ações, seus resultados e

seus impactos em relação às ações realizadas e às experiências vivenciadas ao longo de todo o

processo.

Além disso, um processo de avaliação de uma política pública municipal esportiva

deve,no nosso entendimento, resultar de um processo transparente, sem a imposição de

interesses e expectativas, mas sim, considerando as particularidades do cenário

organizacional, estabelecendo indicadores que sirvam para oferecer resultados e impactos das

ações. Vale ressaltar que uma avaliação sem sentido e sem significado do contexto estará

comprometendo sua implantação e sua consolidação no cenário, suscitando total falta de

credibilidade no processo.

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144

PAPEL DA UMMES

Durante o presente estudo, procuramos respostas sobre a forma como os gestores

percebem a influências da UMMES na gestão do esporte nos municípios. Para obtê-las,

durante as entrevistas estimulamos os participantes a discorrerem sobre as ações realizadas

pelo consórcio, como o planejamento dos programas e projetos esportivos ou a formação

continuada dos profissionais envolvidos nesses programas e projetos. Uma síntese das

percepções dos gestores sobre as ações desenvolvidas pelo consórcio intermunicipal é

apresentada no quadro 8.

Quadro 8: Síntese da percepção dos gestores sobre as ações desenvolvidas pela UMMES

G1 G2 G3 G4 G5 G6 G7 G8 G9 G10 G11 G12

Atualmente, não há

ações

X X X X X X X X X X X X

Foram desenvolvidas

ações no passado X X X X X X X X

Tem papel importante

em outras áreas

X X X X

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

Pudemos constatar que os gestores, de maneira enfática e unânime, declararam não

existir, durante a gestão municipal atual, nenhuma ação conjunta entre a UMMES e seus

municípios, diretamente relacionada à gestão do esporte. Para Henrichs e Meza (2017), a

criação do consórcio pode permitir a solução de problemas comuns aos municípios, a partir do

planejamento e da implementação de ações coletivas, o que contribui para o desenvolvimento

dos municípios e da região. Essa contribuição, para o desenvolvimento do esporte, não tem

sido percebida pelos gestores entrevistados. Quando questionados a respeito disso, eles

afirmam que não há atuação conjunta no planejamento de programas e projetos, na

implementação de atividades ou na realização de outras atividades, como ações voltadas para

a formação continuada dos profissionais da área.

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145

Portanto, a percepção dos gestores não confirma as informações disponibilizadas na

página eletrônica da UMMES1. Nessa página, afirma-se que entre os serviços prestados pela

organização está a realização de jogos intermunicipais, como é possível verificar na figura 3.

Figura 3: Serviços prestados pela UMMES, segundo página eletrônica disponibilizada

Obviamente, não podemos avaliar o papel da UMMES na gestão do esporte apenas por

sua atuação no período em que os participantes da pesquisa estão à frente do setor de esporte

do município. A instituição tem uma história que precisa ser respeitada. É importante ressaltar

que essa parceria intermunicipal surgiu em 1994 e, durante seus 23 anos de existência,

imagina-se que tenha passado por diferentes fases e pode ter sido mais ativa na gestão do

esporte.

É provável que as informações disponibilizadas na página eletrônica estejam

desatualizadas e se refiram a atividades realizadas no passado. Essa hipótese é confirmada por

oito, dos doze entrevistados (G2, G3, G4, G6, G7, G8, G9 e G10), que mencionam ter

conhecimento, sobre o desenvolvimento de algumas ações em parceria com a UMMES, como

podemos perceber nos trechos destacados a seguir:

Infelizmente, o que acontecia no passado não acontece agora. Como falei,

faziam reunião, organizavam eventos, torneio e campeonatos. Então, era

benéfico. Existia mais essa parceria entre os municípios. (G2)

1 Página disponível em: http://www.ummes.com.br/historico.php(Acesso em julho de 2017)

Fonte:www.ummes.com.br

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146

[...] eu lembro de uma vez que o Secretário de Esporte assumiu e organizou

alguns eventos com crianças, envolvendo as cidades pertencentes a

UMMESe nós participamos. Eu nem sei falar o ano que foi, pois já faz tanto

tempo...(G3)

Hoje a gente perdeu um pouco o contato com a Ummes. Antigamente, a

gente tinha as reuniões periódicas e a gente ficava a par das coisas que

estavam acontecendo e hoje a gente sabe muito por cima o que acontece.

(G9)

Para G8, as ações do passado deixaram de acontecer por dificuldades econômicas

enfrentadas por alguns municípios:

[...] dentro do esporte, até 2011, 2012, iniciamos lá um trabalho de eventos.

Mas, por conta de dificuldade de transporte, principalmente das cidades

menores, acabou sendo paralisado. As ações aconteceram conjuntas na

realização de eventos até 2012. (G8)

Como explica Dieguez (2011), um consórcio intermunicipal pode enfrentar

dificuldades diversas, como crises financeiras; problemas com a equipe responsável por

implementar e manter projetos ou mudanças; alternâncias da diretoria motivada pelos ciclos

eleitorais; e consequentemente, descontinuidade na administração política. Outro fator a ser

considerado é que muitos novos prefeitos, ao assumirem as novas administrações,

desconhecem as formas de cooperação entre o município e o consórcio (FIORENTIN, 2012).

Além disso, por vezes prevalecem os interesses políticos à frente dos interesses públicos

regionais, demonstrando assim a falta de preparo para atuar enquanto consórcio

intermunicipal.

Entretanto, a ausência de ações colaborativas relacionadas ao esporte, revelada pelos

entrevistados, não pode ser utilizada para avaliar a eficiência do consórcio, como um todo, já

que o desenvolvimento do esporte não foi o único (e talvez, nem o principal) objetivo que

levou à sua constituição. A página eletrônica da UMMES explicita que a cooperação

intermunicipal tem por objetivo a ―prestação de quaisquer serviços que possam contribuir

para o fomento e a racionalização das atividades municipais, a defesa das atividades

econômicas, sociais, esportivas e culturais de seus associados, seu bem estar e saúde‖. Como

já apresentado na figura 3, há informação também sobre a prestação de serviços nos setores da

saúde, da administração e da agricultura. G1, G2, G8 e G11 destacaram a atuação em outros

setores, durante suas entrevistas:

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A UMMES contribui bastante com a área da saúde, mas com o esporte não

tem nenhuma participação. (G1)

[...] a UMMES é uma entidade que ajuda! Mas, no esporte eles não me

procuraram ainda nessa gestão. Nós temos conhecimento que a UMMES é de grande valia para o município,

em outras áreas. (G8)

[...] no meu ponto de vista, não existe nenhuma interação com o esporte

entre os municípios. A gente vê que tem (interação) com outros setores da

prefeitura. (G11)

Uma análise sobre as informações disponibilizadas na página eletrônica da UMMES,

permitiu identificar que ações têm sido implementadas nos últimos anos, principalmente no

setor da saúde. A divulgação de um edital de processo seletivo, realizado em 2017, para

contratação de Condutor de Veículo de Urgência, Técnico de Enfermagem, Enfermeiro e

Telefonista Auxiliar de Regulação Médica, pode ser um exemplo dessas ações. Outros editais,

também relacionados à área da saúde e, principalmente, ao Serviço de Atendimento Móvel de

Urgência (SAMU), foram divulgados durante os anos de 2016, 2015 e 2014.

Gerigk e Pessalli (2014), assim como Abrucio, Sano e Sidow (2010), afirmam que os

consórcios intermunicipais que atuam no setor da saúde são os mais frequentes no Brasil.

Segundo Gerigk e Pessalli (2014), em 2011 o número de municípios brasileiros que

participava de consórcios intermunicipais na área da saúde somava 2288, enquanto o setor de

meio ambiente, segundo em número de consórcios existentes, somava apenas 704. Abrucio,

Filippim e Dieguez (2013) consideram que o associativismo intermunicipal tem tido mais

sucesso no setor da saúde e que sua maior frequência não é algo recente, sendo influenciada

por transformações na gestão do país, a partir da promulgação da Constituição, em 1988.

Abrucio, Sano e Sidow (2010) explicam que os consórcios intermunicipais, uma das

formas de associativismo territorial, existem há bastante tempo. Entretanto, com a

promulgação da Constituição, em 1988, a defesa da descentralização e do federalismo

cooperativo estimulou o crescimento no número desses consórcios. O surgimento da

UMMES, em 1994, provavelmente foi influenciado por esses fatores.

Oliveira e Campos (2014) afirmam que os governos municipais têm adotado o

instrumento de consórcios municipais ou associações, como também são denominados, no

sentido de suprirem as dificuldades financeiras e capacidades técnicas para que os serviços

públicos sejam executados, o que no caso de uma ação isolada o município dificilmente

conseguiria executar. Para os autores, na perspectiva de atender as demandas e as

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necessidades das comunidades locais aos serviços públicos oferecidos por meio das políticas

públicas municipais, os consórcios municipais têm se mostrado, nas últimas décadas, como

um grande aliado com as ações consorciadas entre governos municipais, possibilitando, dessa

forma, melhorias em relação aos serviços prestados à sociedade.

A cooperação intermunicipal no setor da saúde foi ainda mais estimulada, com a

criação do Sistema Único de Saúde. Nesse momento, a cooperação entre os municípios foi

vista como uma forma de buscar soluções para problemas comuns, principalmente por aqueles

que possuíam menos recursos econômicos ou que estavam mais distantes de grandes centros

econômicos (GERIGK e PESSALI, 2014).

De acordo com Oliveira (2008), no estado de São Paulo, a maioria dos consórcios

intermunicipais encontra-se em pequenos municípios, com menos de 20 mil habitantes,

abrangendo 139 cidades. No entanto, revela o autor que embora haja um aumento de

municípios consorciados no Estado, os gestores municipais os utilizam muito pouco na

tentativa de ampliar os serviços ofertados à população e tampouco para buscar recursos

principalmente com o governo estadual.

Outro aspecto que gera preocupações e muita atenção de acordo com Vieira e Stucchi

(2007) que além dos problemas de ordem local, a maioria dos gestores municipais desconhece

as propostas governamentais quer sejam elas da União ou estadual. Além disso, é muito

comum desperdícios dos poucos e reduzidos recursos financeiros, ocorridos pela falta de

planejamento e controle o que gera maiores dificuldades quando da implantação das políticas

públicas.

Nessa perspectiva Frey (2000) discorre que existe falta de articulação entre atores

políticos dos três níveis governamentais o que dificulta os arranjos institucionais,

principalmente em questões administrativas e financeiras, muito característico dos processos

políticos municipais, tornando-os limitados.

O papel dos gestores no funcionamento da UMMES

Vimos no tópico anterior que as declarações dos gestores evidenciaram que, nos

últimos anos, a gestão cooperativa do esporte não foi efetivada. Diferentes fatores podem estar

por trás dessa situação. É possível que os prefeitos tenham priorizado o atendimento em

outros setores. É possível que as dificuldades financeiras, mencionadas por G8, tenham

inviabilizado as ações realizadas no passado. Mas, é possível a própria atitude dos gestores do

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esporte seja um fator que dificulte a implementação de ações por parte da UMMES. A partir

dessa hipótese surgem as seguintes questões: como os gestores têm atuado em favor do

consórcio? O que eles esperam do consórcio? Na declaração de alguns dos entrevistados,

percebe-se uma certa passividade, à medida que eles argumentam aguardar que algum

representante da UMMES entre em contato com eles e viabilize ações integradas, como se

explicita nos trechos das entrevistas, destacados a seguir:

[...] na verdade, eu não sei o motivo porque não acontece, pois eu não tive

contato com o pessoal da UMMES, ninguém entrou em contato comigo

ainda, por email, telefone, nada desse tipo. (G2)

Olha nesses 04 anos eu não vi nada, ninguém me ligou, ninguém falou

sobre isso e não teve reunião nenhuma sobre isso e a UMMES em relação

ao esporte eu posso dizer que é zero. (G3)

Para a gente, não tem eficácia nenhuma, porque aqui, como eu falei.não

chega informação, não chega nada. (G4)

Para o esporte eu avalio como um ponto negativo porque a gente fica sem

algo mais que poderia ter, com o abandono da Ummes a gente faz aquilo

que a gente pode [...] (G5)

[...] não dá para avaliar, já que ela não teve assim nenhuma ação direta

com o esporte, pelo menos que eu tenha conhecimento. (G8)

Olha a Ummes faz tempo que a gente não tem contato com eles lá,

antigamente até ajudava sim mas faz tempo que a gente não tem contato

com eles lá. (G10)

Todos os gestores defendem a existência da UMMES e desejam que ela concretize

ações que contribuam para o desenvolvimento do esporte na região. G2 declara que os

municípios precisam muito trabalhar em parceria e que espera o retorno da realização dos

eventos. A mesma ideia é compartilhada por G4, G5, G6, G7, G8, G9 e G11. Destacamos a

seguir alguns trechos das entrevistas que explicitam o desejo desses gestores.

[...] a UMMES que pode fazer com as cidades esses campeonatos e

fortalecer, campeonatos baratos e ai gente vai estar interagindo com a

região.(G4)

[...] a gente não tem quase divertimento, muita coisa para se fazer e se

tivesse um apoio deste, podia fazer muito mais eventos, ter muito mais

participação dos jovens, da cidade. (G5)

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Eu acho que UMMES deveria fazer um pouquinho mais, ajudar os

municípios, incentivar através dos campeonatos intermunicipais, fazer uma

capacitação também dos secretários, dos funcionários da área do esporte,

então eu acho que falta isso por parte da Ummes. (G6)

Eles podiam voltar esses campeonatos que eles faziam, não sei porque que

parou né..... Ter e dar mais apoio. (G7)

Precisamos discutir mais entre os municípios e fazer mais campeonatos para

motivar todas as cidades [...] (G11)

Entretanto, chama a atenção o fato desses gestores não tomarem a iniciativa de

procurar a UMMES e encontrar formas de organizar esses eventos ou outras iniciativas para o

desenvolvimento conjunto do esporte. Como argumenta Dieguez (2011), a cooperação é o

elemento central do consórcio intermunicipal, que permite a convergência de interesses, a

concretização de ações institucionais, a partir da gestão compartilhada. Trata-se de uma

concepção política, já que a cooperação entre os municípios deve se voltar para decisões que

atendam problemas comuns presentes em cada local.

Os gestores entrevistados reconhecem a importância dessa cooperação. Ao

apresentarem suas sugestões para o melhor funcionamento da UMMES, eles propõem a

realização de diversas ações conjuntas. G6, por exemplo, é favorável ao investimento na

formação continuada das equipes. Outra proposta defendida por alguns gestores (G2, G6,

G10, G11 e G12) é a realização de um diagnóstico das necessidades de cada município e a

realização de um planejamento conjunto, que possa atender às necessidades diagnosticadas. A

previsão de recursos que possibilitem a implementação dos planejamentos elaborados é

defendida por G1 e G9.

A integração entre os gestores é bastante enfatizada pelos entrevistados, G1, G4, G9,

G10e G11, propõem a constituição de uma diretoria de esporte, na UMMES. De acordo com

o comunicado da UMMES, de 06/12/2016, o qual apresenta a estrutura da UMMES para a

gestão iniciada em 2017, a diretoria de esportes é contemplada, mas com dois diretores. Já

G1, G2, G3, G6 e G12, defendem a reunião dos responsáveis pelo esporte em cada

município, ponto fundamental para viabilizar as demais ações propostas. Percebemos,

portanto, que os gestores do esporte, participantes desse estudo, compreendem a importância

do trabalho integrado com os colegas de outros municípios para consolidar o papel da

UMMES no setor do esporte. Eles entendem, assim, o papel que um consórcio intermunicipal

deve desempenhar. Mas, ainda assim, parecem esperar que outros tomem a iniciativa de

viabilizar as ações necessárias. Por essa razão questionamos: não poderiam, os próprios

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gestores, tomar a iniciativa de procurar pela UMMES e pelos colegas dos outros municípios

para propor ações conjuntas?

De acordo com Dallabrida e Zimermann (2009), os gestores públicos municipais

devem desenvolver uma nova cultura democrática, ou seja, deixar de lado o aspecto político e

financeiro muito presente na gestão pública e compartilhar a gestão consorciada entre os

diferentes gestores envolvidos no consórcio intermunicipal. A gestão consorciada é a

congregação de esforços entre os gestores e municípios para assumir e arcar uma gestão

técnica.

Provin (2012) declara, com base na afirmação acima que necessitamos ter gestores que

aprendam a lidar com uma nova gestão, gestores bons e engajados que visem dois objetivos, o

aumento de acesso aos serviços prestados e a melhoria da qualidade de vida da população.

Podemos inferir conforme os relatos dos gestores que o planejamento do esporte nos

municípios ainda perpassa pela gestão tradicional hegemônica, já que os mesmos acontecem

se limitando somente com o envolvimento dos mesmos e de suas equipes profissionais, com

ações estando sob a mercê do poder público, sinalizando muito mais para a realização de

eventos, levando à compreensão que a sua elaboração ocorre muito mais pela vontade e

interesse dos próprios dirigentes, sem uma análise prévia e tão pouco com a participação das

entidades representativas e da sociedade nesse processo de construção das políticas públicas.

Resta entender por que os gestores não percebem que possuem papel importante na

situação atual e que, diante da inoperância do consórcio, eles mesmos poderiam tomar

iniciativas para viabilizar parcerias ou cobrar dos responsáveis a organização de algumas

ações voltadas para o esporte. É possível que o individualismo ou a preocupação com fatores

internos à gestão do esporte no município esteja tomando toda a atenção desses gestores.

Abrucio, Sano e Sydow (2010) afirmam que o individualismo é um dos fatores que dificulta a

continuidade de um consórcio.

G6 e G10 advogam a necessidade de sensibilizar os prefeitos para a área do esporte, a

partir da ação da UMMES, como se pode perceber nos trechos apresentados a seguir.

E pedir também aos prefeitos que incentivassem mais o esporte na nossa

região através da Ummes. (G6)

A minha sugestão é que os prefeitos se unissem, elegessem uma nova

diretora e, dentro dessa nova diretoria, pegassem os secretários de cada

cidade, entrassem em contato e fizessem um plano de trabalho para o

esporte para toda a região inteira. (G10)

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Os próprios gestores do esporte em seus municípios poderiam assumir este papel de

sensibilização em seus municípios. É preciso lembrar que o funcionamento do consórcio

depende de um corpo técnico (CARVALHO, 2007)e que os gestores deveriam ser os técnicos

responsáveis pela área do Esporte. Os gestores deveriam ser envolvidos no funcionamento do

consórcio por estímulo dos prefeitos.

Muitas vezes existe entre as administrações municipais uma distância e uma

desarmonia entre os gestores do consórcio e os gestores municipais ocorrendo na falta de

definições dos objetivos, planejamento e ações entre os municípios associados muitas vezes

influenciados por ciclos eleitorais, interesses político partidários e interesses pessoais

(CARVALHO, 2007).

Niero (2011) ao estudar municípios no estado de São Paulo sobre acordos de

cooperações intermunicipais, identificou que para que se possa ter benefícios algumas

barreiras necessitam ser superadas, tais como a harmonia de interesses dos agentes

envolvidos, questões pessoais, políticas e contextuais.

Em consonância com Niero (2011), Dieguez (2011) afirma que em um consórcio

intermunicipal é fundamental os comportamentos dos envolvidos e dos agentes políticos no

que tangem ao grau de confiança para as articulações, discussões e ações com os demais

membros sociais e políticos relacionando-os às capacidades de gerar resultados.

Podemos citar, como exemplo, as políticas de educação e saúde que se destacaram nas

experiências de consórcios intermunicipais, e consequentemente, para obterem benefícios

alcançaram melhores resultados de descentralização e de cooperação intergovernamental, para

isso seus gestores, consequentemente, encontraram melhores formas e ações de superar as

dificuldades locais de seus serviços por meio dos consórcios (ARRETCHE, 2000, 2002).

Em termos de ações conjuntas entre os municípios e a UMMES, nossa pesquisa

constatou uma questão de grande dificuldade na realização e promoção das políticas públicas

esportivas nos quais os resultados sinalizam para uma ausência total para a construção de

parcerias e planejamento em conjunto em prol do esporte dos municípios e da região

conforme os relatos dos gestores que evidenciaram essa situação.

Diante disso, para que a confiança, visando à cooperação, e o consórcio seja

legitimado, este deve apresentar regras claras e adequadas aos municípios envolvidos. Por

essa razão, o consórcio deve ser um articulador político de interesse coletivo, sendo

reconhecido assim para proporcionar resultados positivos para cada município e para a região.

Para que essa característica do consórcio se manifeste é necessária uma cultura política local,

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cultura esta que seja construída com vontade política, apoio e comprometimento dos

governantes municipais, gestores e líderes regionais (DINIZ FILHO, 2006; RIBEIRO, 2009;

NEVES, 2001; ABRUCIO SOARES, 2001; REIS, 2008; CRUZ et al., 2009).

Nesse sentido, entendemos que tanto a UMMES como entidade e os sujeitos

envolvidos, neste caso, os gestores, precisam de uma aproximação maior e de ter clareza sobre

seus papéis de maneiras mais ativas em suas estruturas organizacionais para que possam

juntos subsidiar ações que atendam às necessidades e as demandas dos problemas atuais do

esporte nos municípios e na região.

Rocha e Faria (2004) revelam que a cooperação entre os municípios tem como efeitos

positivos o alcance das políticas públicas e o crescimento da capacidade de realizá-las. Isso

representa maior eficiência na utilização dos recursos públicos e aumento no poder de

negociar com as demais esferas do governo, além de outras entidades, quer sejam elas

públicas ou privadas.

Acreditamos que seja preciso ampliar a participação e o envolvimento dos diversos

atores envolvidos diminuindo, assim, o distanciamento entre poder público e sociedade no

processo de gestão dos consórcios intermunicipais. Com isso, cria-se uma melhor sinergia o

que possibilita um modelo bem organizado de ação coletiva capaz de articular os diversos

interesses, porém identificando e atendendo as possíveis ações a serem realizadas

(CASTELLANO, 2007; PEREIRA, 2007).

Para Provin (2012), os consórcios são parceiros dos gestores, nos quais estes devem

promover o diálogo aberto, de maneira mais democrática e participativa, respeitando a relação

de igualdade entre os municípios, caso contrário não haveria razão da existência desses

órgãos.

É necessário construir uma estabilidade no desenvolvimento institucional do consórcio

para dar suporte aos projetos e para as decisões políticas, mediante a elaboração de um

planejamento próprio e, conjunto, que sirva de referência para atender as necessidades de

todos os municípios (RAPOSO, 1997; NEVES, 2001).

Ao pensarmos a questão do esporte, acreditamos que o consórcio intermunicipal ou a

associação UMMES aparece como uma ferramenta importante para que políticas públicas de

esporte sejam articuladas de maneira regional. Tais instrumentos devem: atender as

necessidades dos municípios associados de forma mais segura; ser capazes de realizar e

integrar ações; e, assim, evitar o que nos pareceu muito evidente, ou seja, iniciativas isoladas

dos municípios. Esta última função ganha importância ao considerarmos que muitos dos

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problemas da gestão do esporte frente às políticas públicas fazem parte de um contexto do

conjunto dos municípios.

Nessa direção, a cooperação regional será capaz de superar dificuldades comuns e, às

vezes, problemas mais complexos entre os municípios na oferta de melhores serviços em

relação ao esporte, principalmente, fato de a maioria dos municípios integrantes da UMMES

serem de pequeno porte. Desse modo, vemos a busca de uma estabilidade da política

institucional do consórcio, que esteja voltado às necessidades conjunturais.

A melhoria da prestação de serviços públicos, principalmente nos pequenos

municípios, é buscada pelas gestões municipais por meio dos consórcios públicos

intermunicipais. No entanto, não é suficiente que os referidos consórcios sejam criados e

constituídos somente, acima de tudo, eles precisam atuar com papel de encaminhar e de

auxiliar na formulação, implementação e consolidação das políticas públicas. A

materialização dessas ações depende de uma maior vontade e interesse político dos seus

governantes, agentes políticos, gestores e demais autoridades públicas, que para isso deverão

romper o cenário político atual e aderir ao cenário técnico das ações que visam essa melhoria

a nível regional (OLIVEIRA e CAMPOS, 2014).

Diante disso, podemos afirmar que os consórcios intermunicipais são realidades em

diversas cidades, e que promovem a interlocução entre os envolvidos, sem que se quebre a

autonomia dos municípios. Contudo, essa integração entre os municípios deve permitir de

forma consistente a viabilidade e a sustentabilidade dos serviços públicos prestados das

diversas áreas, inclusive no esporte, na expectativa de um melhor desenvolvimento local e

regional.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

O esporte é um fenômeno sociocultural que se manifesta de diferentes formas na

sociedade. O acesso ao esporte é um direito social, um direito do cidadão, sendo entendido

como um fator de promoção e inclusão social. Por essa razão, ele ocupa um espaço importante

na vida da população, sendo disseminado em todas as faixas etárias e extratos sociais.

Podemos assim afirmar que o esporte tem grande impacto na sociedade, sendo transformado

por ela, ao mesmo tempo em que a transforma.

O esporte como um direito social, é um serviço público indispensável ao munícipe,

cabendo aos gestores do esporte atender às necessidades, interesses, motivações desse público.

Desta forma, ao pensarmos em políticas públicas de esporte, entendemos que elas devem

refletir o programa de governo, a política econômica, social, cultural, bem como suas formas

de gestão.

Para aperfeiçoar o processo de gestão, é preciso compreender sua realidade e seus

desafios atuais. Para isso, é preciso enxergá-la de forma complexa, considerando seu caráter

multidisciplinar, expresso nas diversas relações entre as várias ciências a ela associadas

(MAZZEI; AMAYA e BASTOS, 2013). Colaborar para essa compreensão foi nosso foco

nesse estudo.

Diante dos argumentos até aqui anunciados e com o intuito de responder nossos

questionamentos, nossos objetivos foram conhecer, a partir do olhar dos gestores, as

características das políticas públicas implementadas nos municípios que participam da

UMMES e o papel deste consórcio intermunicipal na gestão do esporte.

No que se referem às características dos gestores, verificamos a dominância masculina,

com média de idade de 36,6 anos. Resultados esses que confirmaram o que encontramos na

literatura em relação ao sexo, porém, na questão da média de idade, diferem dos encontrados

em outros estudos onde predomina a média de idade acima dos 40 anos.

Por um lado, essa média de idade menor pode representar certa inexperiência

profissional. Por outro lado, enxergamos com bons olhos, pois esses gestores podem ter sido

menos influenciados pelos vícios presentes na gestão pública, como burocracia, centralização

de poder, falta de diálogo, entre outros.

A maioria dos gestores ocupa o cargo de forma comissionada, ou seja, por indicação,

isso pode, de certa forma, impactar no processo de gestão ao tomarmos como um de seus

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princípios a continuidade. Assim, esse é um ponto de atenção que nos serviu de alerta, visto

que a permanência desses gestores não está ligada diretamente às suas competências,

condições técnicas, formações, mas sim à condição totalmente política, isto é, a permanência

ou não dos cargos depende das mudanças de governo em função das eleições. Isso pode

causar, sem dúvida, impactos negativos no processo de gestão desses municípios, sendo uma

prática bastante comum em se tratando de políticas públicas de não dar continuidade ao que

está dando certo ou então que foi de outro governo, de outro partido

Em relação aos profissionais que compõem as equipes que trabalham diretamente com

o esporte nos municípios, verificamos que elas são compostas por um número reduzido de

profissionais, fato esse que também é apontado na literatura. No entanto, o que podemos

considerar como um avanço é que a maioria das equipes tem seus profissionais formados em

Educação Física, resultado que difere daquele apresentado em outros estudos.

Porém, o que podemos verificar que embora se tenha tido um avanço no que se refere à

formação dos profissionais, o mesmo não parece ter acontecido com a capacitação e a

formação continuada desses profissionais. O que podemos inferir é que não existe uma

preocupação dos governantes municipais em promover ações que sejam voltadas para suas

equipes de trabalho nesse aspecto.

Sobre a questão dos orçamentos dos municípios pesquisados, os gestores consideram

os recursos são insuficientes. Em alguns casos, não existe um percentual orçamentário

destinado ao esporte. Além disso, os valores ainda passam por cortes constantes no decorrer

da gestão e, dessa forma, não atendem assim às reais necessidades da cidade, sendo motivo de

insatisfação entre os gestores.

Talvez, um dos principais problemas identificados em relação aos recursos

orçamentários seja o total desconhecimento por parte da maioria dos gestores dos valores

destinados ao esporte e, em alguns casos, não existe valor algum determinado para esse fim.

Em relação às atividades, aos programas e aos projetos, percebemos que os mesmos se

apresentaram de forma mínima e focal, sinalizando para o atendimento quase que exclusivo às

crianças e jovens, ignorando as demais faixas etárias da população. O esporte educacional é o

que mais aparece no discurso dos gestores, sem que haja uma preocupação em desenvolver o

esporte enquanto uma manifestação cultural e apresentando a predominância dos projetos de

Futebol.

Quanto ao planejamento, podemos inferir que eles são bastante superficiais e

burocráticos, de certa forma carentes no que tange aos objetivos, metas, avaliações e outros

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fatores que contemplam tal processo. Por ora, se mostraram desarticulados, muito mais

voltados e limitados a atender as ações e atividades dos programas e projetos bem como na

realização de eventos pontuais como competições, torneios e campeonatos. Esses

planejamentos, são elaborados pelos seus gestores e suas respectivas equipes, sem que haja o

envolvimento e a participação da população. Da mesma forma, também não existe a

interlocução e interação com outros órgãos da municipalidade no planejamento que visassem

a intersetorialidade. Esses resultados não diferem daqueles obtidos por pesquisas realizadas

em outras regiões do país, com algumas raras exceções.

Entendemos, assim, existir ainda algumas contradições e limitações no que concerne a

essa participação, primeiro por parte dos governos em não promover de maneira efetiva ações

que busquem o envolvimento da sociedade no processo e na participação da gestão pública e

segundo inferimos que a população também entende esporte como uma prática supérflua

dentre outras da iniciativa pública como educação, segurança e saúde. A população precisa e

deve saber com um entendimento pré estabelecido do que está participando, é preciso que haja

qualidade na participação, ou seja, esforço e vontade de participar de maneira efetiva.

Diante disso, se não forem medidos esforços para que os conselhos municipais de

esporte sejam regulamentados e ativados, não apenas com uma simples presença de grupos ou

entidades que busquem interesses direcionados, tudo será em vão. Será por meio dos

conselhos municipais de esporte que a sociedade poderá conscientizar de fato do seu direito e

dever de participar, interagindo, tomando decisões, fiscalizando e controlando os recursos

públicos e promovendo a sua participação dentro do processo da gestão pública municipal, e

consequentemente, a democratização.

Não constatamos a presença de instrumentos de avaliação institucional das políticas

públicas de esporte e lazer nos municípios estudados quer sejam nos programas, ações,

projetos e em relação à comunidade, configurando certa precariedade no que se refere a esse

processo dentro da gestão de políticas públicas municipais de esporte. Se considerarmos

controle social, econômico, responsabilidade e transparência governamental que dimensionam

uma boa gestão pública, a avaliação é peça imprescindível para identificar tal realidade no que

se refere nesse caso nas políticas públicas de esporte.

A avaliação é uma ferramenta riquíssima para que se produza novos conhecimentos, se

conheça outras realidades, se vivencie outras experiências e, acima de tudo, uma grande

possibilidade para transformar o esporte através das suas diversas práticas, possibilitando o

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cumprimento dos princípios constitucionais e atendendo às necessidades e anseios da

sociedade.

Os resultados apresentados acima nos permitiram conhecer algumas das características

das políticas públicas implementadas pelos municípios que integram a UMMES. Ao analisar

esses resultados, concluímos que a gestão do esporte, nesses municípios, pouco se diferencia

daquela já descrita e analisada em outros estudos sobre o tema. Diante desta constatação, nos

questionamos como a existência da UMMES pode influenciar a realidade identificada.

A partir das percepções apresentadas pelos gestores, percebe-se que o consórcio

intermunicipal, embora se proponha a desenvolver ações para fomentar e o incentivar as

políticas de esporte, não tem realizado seu papel nos últimos anos. Entretanto, os gestores

relatam que, em um passado recente, houve uma preocupação e envolvimento com o esporte

de forma mais efetiva e presente nos municípios associados, o que nos leva a crer que é

possível mudar o quadro detectado.

Consideramos que a inoperância da UMMES, na gestão do esporte municipal, pode

estar relacionada com a atitude dos próprios gestores. Ao analisar as entrevistas foi possível

identificar a falta de iniciativa desses gestores para dialogar com a entidade. Eles não se

percebem como parte da UMMES e aguardam que surja alguém, dentro da instituição, que

elabore e apresente propostas integradas para o desenvolvimento do esporte na região.

Contudo, é preciso que as propostas sejam formuladas por aqueles que conhecem as

necessidades de cada município, a partir de um diálogo entre todos os gestores. Assim, é

preciso romper com o individualismo e a acomodação, promover interlocuções que

viabilizassem debates e discussões acerca do esporte municipal e regional. Em outras

palavras, é preciso construir uma visão articulada entre os gestores.

Inferimos que os gestores municipais possuem dificuldades e limitações para haver

uma articulação necessária para o conhecimento e a busca de solução dos problemas que

ultrapassam os limites da cidade e do município, na busca de um planejamento e ações

regionalizadas. Nosso posicionamento é que os problemas e as demandas não serão atendidas

só pelo fato de existir uma associação (consórcio). Será preciso que haja um maior

envolvimento dos gestores para que o consórcio se consolide como uma ferramenta para

construir de forma coletiva a formulação e implementação das políticas públicas de esporte

até mesmo para suprir as deficiências e limitações que deparamos principalmente nos

pequenos municípios como falta de entendimento de constituição e operacionalização,

ausência de capacidade técnica, entre outros.

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Entendemos que concretização da cooperação intermunicipal pode trazer grande

contribuição para a gestão do esporte. Mas, acreditamos que isso só será viável e possível com

maior vontade política dos governantes, autoridades políticas, gestores que assumam aspectos

e características técnicas contrariando o cenário político. Ressalta-se que um consórcio, com

bons gestores envolvidos, engajados e determinados se fortalecem perante a União e ao

Estado na viabilização de projetos, convênios e recursos, uma vez que um município sozinho

muitas vezes não obtém tal êxito.

Nesse sentido, acreditamos que a UMMES juntamente com os gestores, governantes e

demais agentes políticos têm um papel importantíssimo, com um trabalho longo, extenso, mas

extremamente necessário de conscientização e sensibilização de uma aproximação, até mesmo

de ressignificação e da relevância do esporte como parte de uma cultura, de um valor que

pertence e faz parte da vida da sociedade, nesse caso dos municípios pertencentes a essa

associação (consórcio).

É importante ressaltar que esse trabalho, esse envolvimento não se restrinja apenas à

apresentação de opiniões e sugestões, ou fiquem no papel. É preciso que haja uma

participação efetiva, que permita a criação de mecanismos que possibilitem novas ações e

tomadas de decisões dentro do processo das ações políticas públicas do esporte e do lazer

voltadas para os interesses da região e dos municípios. Para tal, entendemos que

regulamentação, a vontade política e o engajamento sejam fatores essenciais.

Acreditamos que tais limitações como planejar, possibilitar ações intersetoriais,

debates e discussões a respeito de orçamentos, recursos físicos e humanos, instalações físicas,

capacitação profissional, buscar a participação popular serão possíveis de acontecer se existir

de fato um compromisso maior de envolvimento e engajamento por parte da UMMES com os

gestores e dos mesmos com a associação (consórcio) de maneira efetiva, com encontros,

reuniões, seminários, palestras, entre outros.

Nossas contribuições se voltam inicialmente para o meio acadêmico buscando assim

colaborar com a área que estuda o esporte na gestão pública e depois fomentar a aproximação

dos gestores envolvidos nessa pesquisa para maiores discussões acerca dos enfrentamentos e

desafios da gestão municipal de esporte.

Outrossim, queremos conscientizar os gestores municipais de esporte visando melhor

abertura para a formulação e possibilidade de gestão nos municípios, bem como a necessidade

de capacitação e formação na busca de apropriação de conhecimentos que reflitam em melhor

eficiência do esporte municipal.

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Vale ressaltar que antes do final desta Tese, fomos convidados por parte da nova

diretoria da UMMES para um debate, um diálogo para discutir tais aspectos abordados neste

estudo, visto como uma retomada e uma luz para o esporte dos municípios envolvidos e seus

respectivos gestores. Talvez, novas pesquisas possam ser realizadas, investigando este

processo de avaliação e de estabelecimento de caminhos para uma atuação mais efetiva da

UMMES na gestão do esporte da região.

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189

APÊNDICES

APÊNDICE A - TERMO DE AUTORIZACÃO PARA EXECUÇÃO DA PESQUISA

Título da Pesquisa:

“A Gestão do Esporte no Contexto das Políticas Públicas: Análise das Cidades da União

dos Municípios da Média Sorocabana”

Eu, ____________________________________________________________, nascido em

____/____/_______, portador do RG nº. __________________________,

cargo_______________________________________________________e e-mail

_______________________________________________________, abaixo assinado, declaro

que autorizo a realização do projeto de pesquisa supracitado, sob a responsabilidade dos

pesquisadores Prof. Ms. Marco Aurélio Gonçalves Nóbrega dos Santos e Prof.ª Dra.

Elisabete dos Santos Freire nas dependências de nossa entidade.

Ao assinar este Termo de Autorização, estou ciente de que:

1. Os objetivos desta pesquisa são: Conhecer, a partir do olhar dos gestores, as

características das políticas públicas de esporte implementadas nos municípios que participam

da UMMES e o papel deste consórcio intermunicipal na gestão do esporte; Conhecer o perfil

dos gestores responsáveis pela gestão do esporte nos municípios que participam da UMMES;

Conhecer a política pública de esporte implementada nos municípios, a partir das percepções

dos gestores; Identificar, a partir do olhar dos gestores, como que o esporte tem sido elaborado

e implementado pelos municípios; Analisar as percepções dos gestores sobre o papel

desempenhado pela UMMES na implementação das políticas públicas municipais de esporte.

2. Participarão desta pesquisa 12 colaboradores da União dos Municípios da Média

Sorocabana (UMMES), que optem por participar voluntariamente da pesquisa.

3. Para obter as informações necessárias, será utilizada a entrevista com os participantes.

As entrevistas serão gravadas e, realizadas em horários e locais que atendam a conveniência

de participantes e pesquisadores, sem prejuízo das atividades profissionais desempenhadas. O

tempo estimado para a duração da entrevista é de aproximadamente 1 hora.

5. A participação na pesquisa é voluntária e poderá ser interrompida a qualquer momento,

se eles assim o desejarem.

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190

6. Todos os dados pessoais serão mantidos em sigilo. As entrevistas gravadas em áudio

serão transcritas. Os registros serão guardados por cinco anos e, posteriormente, serão

apagados. Os resultados gerais obtidos através da pesquisa serão utilizados apenas para

alcançar os objetivos expostos acima, incluindo sua publicação na literatura científica

especializada.

8. Poderei entrar em contato com os pesquisadores, ligando para o número de telefones

apresentados abaixo ou com o Comitê de Ética em Pesquisa da USJT para apresentar recursos

ou reclamações em relação à pesquisa através do telefone (11) 2799-1944.

9. Este Termo de Autorização possui duas vias e, após a assinatura e rubrica de todas as

páginas, uma via permanecerá em meu poder e outra com a pesquisadora responsável.

Local_________________________, _______ de _____________________ de______

Nome e cargo do responsável

Marco Aurélio Gonçalves Nóbrega dos

SantosTelefone: 14 99726-2387

Profa. Dra. Elisabete dos Santos Freire

Pesquisadora Responsável

Telefone: 11 99571-9600

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191

APÊNDICE B - TERMO DE CONSENTIMENTO E LIVRE ESCLARECIDO

Eu, ______________________________________________________________,

nascido (a) em _____/_____/______, portador (a) do RG nº. ________________________,

estou ciente que ao assinar este documento declaro que concordo participar da pesquisa

intitulada A Gestão do Esporte no Contexto das Políticas Públicas: Análise das Cidades

da União dos Municípios da Média Sorocabana, sob a responsabilidade e realizada pelo

pesquisador Marco Aurélio Gonçalves Nóbrega dos Santos, aluno do Curso de Doutorado em

Educação Física da Universidade São Judas Tadeu, orientado pela Profa. Dra. Elisabete dos

Santos Freire, docente do Curso de Doutorado da Universidade São Judas Tadeu.

Assinado este Termo de Consentimento, como participante da pesquisa, estou ciente de

que:

1. Os objetivos desta pesquisa são: Conhecer, a partir do olhar dos gestores, as

características das políticas públicas de esporte implementadas nos municípios que

participam da UMMES e o papel deste consórcio intermunicipal na gestão do esporte;

Conhecer o perfil dos gestores responsáveis pela gestão do esporte nos municípios que

participam da UMMES; Conhecer a política pública de esporte implementada nos

municípios, a partir das percepções dos gestores; Identificar, a partir do olhar dos

gestores, como que o esporte tem sido elaborado e implementado pelos municípios;

Analisar as percepções dos gestores sobre o papel desempenhado pela UMMES na

implementação das políticas públicas municipais de esporte.

2. Para obter as informações necessárias, será utilizada a entrevista

semiestruturada. As entrevistas serão gravadas e, realizadas em horários e locais que

atendam a minha conveniência e a dos pesquisadores. O tempo estimado para a

duração da entrevista é de 30 a 60 minutos.

3. Não são esperados prejuízos físicos e emocionais para as pessoas participantes

da pesquisa, nem, tampouco, gastos ou ganhos de ordem financeira. Entretanto, estou

ciente de que há um risco mínimo envolvido em minha participação, já que posso

sentir algum constrangimento diante das perguntas apresentadas durante a entrevista.

Neste caso, poderei interromper minha participação, se assim o desejar.

4. Participar desta pesquisa pode me trazer benefícios diretos e indiretos. Um

benefício indireto esperado envolve minha contribuição na produção de

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192

conhecimentos sobre o tema investigado. De forma direta, minha participação na

investigação proposta permitirá expressar minhas representações e concepções sobre a

gestão do esporte em meu município. Além disso, terei oportunidade de refletir sobre

minha prática de gestor de esporte e conhecer a concepção de outros gestores que

participarão da pesquisa, já que terei acesso aos resultados do estudo, como

explicaram os pesquisadores.

5. Entendo que minha participação na pesquisa é voluntária e que estou livre para

interrompe-la a qualquer momento.

6. Todos os meus dados pessoais serão mantidos em sigilo. A entrevista gravada

em áudio será transcrita. Os registros serão guardados por cinco anos e,

posteriormente, serão apagados. Os resultados gerais obtidos através da pesquisa serão

utilizados apenas para alcançar os objetivos expostos acima, incluindo sua publicação

na literatura científica especializada.

7. Obtive todas as informações necessárias para poder decidir conscientemente

sobre minha participação na referida pesquisa.

8. Poderei entrar em contato com o pesquisador Marco Aurélio Gonçalves

Nóbrega dos Santos pelo telefone (14) 99726-2387 e e-mail:

[email protected] ou com o Comitê de Ética em Pesquisa da USTJ para

apresentar recursos ou reclamações em relação à pesquisa através do telefone (11)

2799-1944.

9. Este Termo de Consentimento e Livre Esclarecimento possui duas vias e, após

a assinatura e rubrica de todas as páginas, uma via permanecerá em meu poder e outra

com a pesquisadora responsável.

, ____ de ______________ de ______

___________________________________________________________________________________________

Participante da Pesquisa Marco Aurélio Gonçalves N. dos Santos

Assinatura alunoPesquisador Responsável pelo estudo do

Curso de Doutorado em EducaçãoFísica

USJT/SP

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APÊNDICE C - Roteiro para Entrevista

A GESTÃO DO ESPORTE NO CONTEXTO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS: ANÁLISE

DAS CIDADES DA UNIÃO DOS MUNICÍPIOS DA MÉDIA SOROCABANA DO

ESTADO DE SÃO PAULO

1A. PARTE: APRESENTAÇÃO DA PESQUISA

Objetivos

• Apresentar os objetivos e a carta de informação aos participantes.

Objetivo geral:

Conhecer as características da gestão do esporte nos municípios que compõem a UMMES e Identificar a influência deste consórcio na política pública realizada por esses municípios.

• Ressaltar a importância dele ficar a vontade para relatar o que pensa, livremente.

• Verificar a existência de alguma dúvida em relação ao estudo.

2A. PARTE: Entrevista

O OLHAR DO GESTOR SOBRE OBJETIVOS E PROGRAMAS

1. Na sua opinião qual o principal objetivo que deve orientar a gestão do esporte municipal?

1.1 Você acredita que a gestão que acontece no município colabora para que esses objetivos sejam atingidos? Por que?

1.2 Quais programas são desenvolvidos pela sua secretaria/departamento/governo?

1.3 Há programas desenvolvidos com recursos, ou parcerias? (ONGs, Universidades, etc.)

1.4 Há alguma influência da UMMES no desenvolvimento do esporte no município? Qual?

PLANEJAMENTO

2. Como é realizado o planejamento da gestão do esporte no município? Ele é anual para a toda a gestão? Como é realizado?

2.1 Em sua opinião, quais são os principais desafios que o município tem para o aperfeiçoamento do planejamento da gestão pública do esporte?

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2.2 A UMMES participa no planejamento do esporte dos municípios? Existem reuniões

constantes para planejar o esporte na região? Se sim, como elas acontecem? Se não Por que??

SISTEMA DE AVALIAÇÃO/ INDICADORES

3. Há uma avaliação dos resultados das dos programas ou projetos desenvolvidos pela secretaria/departamento/governo, relacionados ao esporte? Como ela é realizada?

3.1 Vocês utilizam algum instrumento para conhecer a percepção da população em relação à política de esporte? (Caso ele não responda isso na questão anterior)

PARTICIPAÇÃO POPULAR/CONTROLE SOCIAL

4. A gestão conta com a participação direta da população nas diretrizes, nos encaminhamentos e na avaliação da política de esporte?

4.1 Caso não, quais as razões?

4.2 Existe um conselho de esporte? Se não, o esporte é tema em outro tipo de conselho? Qual?

INTERSETORIALIZAÇÃO

5. Há relação entre as demais secretarias e os setores do governo? Quais são os programas desenvolvidos em conjunto?

5.1Há reuniões regulares com outros setores da Prefeitura para definição de metas e

planos comuns? Como são realizadas?

RECEITA / INVESTIMENTO

6. Qual é o orçamento para a política de esporte? É suficiente?

6.1 Há recursos específicos para o esporte? Qual o percentual?

6.2 Em que setores da política de esporte há maior investimento? (Esporte educacional, esporte de lazer, de alto rendimento)

RECURSOS HUMANOS/DIREÇÃO

7. Quantos profissionais estão envolvidas na gestão do esporte no município?

7.1 Quais são os cargos existentes na gestão?

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7.2 Qual a formação dos profissionais?

7.3 Existem formas de capacitação da equipe? (Cursos, palestras, oficinas, outros). Quem promove esta capacitação? O próprio município? a UMMES? Como acontecem?

UMMES

8. Qual o papel desempenhado pela UMMES na gestão do esporte em seu município? (Quais as ações conjuntas realizadas no âmbito do esporte?)

8.1 Qual a sua avaliação sobre o funcionamento da UMMES em relação ao esporte?

8.2 Que sugestões você faria para melhorar o desenvolvimento do esporte na UMMES?

(Orçamento, parcerias, recursos humanos)

3A. PARTE: Informações pessoais e profissionais

PERFIL DO GESTOR

9. É funcionário público municipal ou é comissionado?

9.1 Há quanto tempo está no cargo?

9.2 Quais as razões que o levaram a ser um gestor de esporte público?

DADOS PESSOAIS

Idade:

Profissão:

Formação:

Atividade anterior:

Naturalidade:

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APÊNDICE D – ENTREVISTAS DOS GESTORES

GESTOR 1

O OLHAR DO GESTOR SOBRE OBJETIVOS E PROGRAMAS

10.Na sua opinião qual o principal objetivo que deve orientar a gestão do esporte municipal?

A gente entende que a gestão de esporte é levar a prática da atividade física para as

pessoas tanto que é....tem vários sentidos assim que a gente vê, tanto na criança

para ela desenvolver a aptidão física pelo esporte, quanto que a gente ve hoje em dia

a questão das drogas de estar afastando elas das drogas e também né o lado da

saúde pública que a gente sabe que o esporte contribui muito com a qualidade de

vida e a saúde da pessoa....eu acho que é mais esse objetivo, ai a parte de alto

rendimento já vem em segundo plano no meu entender...seriam esses mesmos... a

qualidade de vida, a questão da saúde e a questão também de estar colocando a

criança num caminho certo.

1.5Você acredita que a gestão que acontece no município colabora para que esses objetivos sejam atingidos? Por que?

Olha Marco, eu acredito que sim pois nós temos vários projetos aqui, nós criamos a

escolinha de futebol, escolinha de basquete, de vôlei...é...zumba, atividade física

para a 3ª idade, jiu-jitsu.....éééé´...então temos várias atividades físicas e a gente sabe

que por causa dessa crise que a gente teve... muita coisa que a gente quer fazer mas

acaba não conseguindo....mas acredito eu que estamos atendendo sim as

expectativas e o necessário sim para a população.

1.6Quais programas são desenvolvidos pela sua secretaria/departamento/governo?

Então...nós temos o zumba, jiu-jitsu, capoeira, basquete, vôlei, futebol, atividade

física para a 3ª idade...éééé...são esses os programas.

1.7Há programas desenvolvidos com recursos, ou parcerias? (ONGs, Universidades, etc)

O basquete e o vôlei nós temos uma parceria com a Duke Energy que é uma

parceria com a prefeitura municipal e o CMDCA, o restante é tudo com recurso

próprio.

1.8Há alguma influência da UMMES no desenvolvimento do esporte no município? Qual?

Nesses 04 anos que a gente está frente à prefeitura a gente não teve nenhuma

influência.

PLANEJAMENTO

11. Como é realizado o planejamento da gestão do esporte no município? Ele é anual para a toda a gestão? Como é realizado?

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197

Toda vez no final do ano a gente senta com os professores, a gente traça alguns objetivos,

algumas metas, questões de recursos o que vai ser destinado para cada modalidade e ai

isso ai é executado durante um ano, mas como a gente sabe que se tratando de prefeitura

e depende do recurso do município muitas coisas ao longo do ano acaba mudando então

mas a gente sempre tenta traçar esses objetivos sim.

11.1 Em sua opinião, quais são os principais desafios que o município tem para o aperfeiçoamento do planejamento da gestão pública do esporte?

Os principais desafios são esses mesmos, a parte de recurso financeiro que a gente

ve que faz o planejamento no começo do ano ai vai chegando o meio do ano o

dinheiro vai ficando curto, por exemplo, aperta na saúde ai acaba sobrando pra

quem, sempre é no esporte ou é a cultura, então esse é um desafio e outro que a

gente ve também se tratando de crianças e adolescentes é falta de interesse, então a

gente tem que estar trabalhando muito em cima disso.

11.2 A UMMES participa no planejamento do esporte dos municípios? Existem

reuniões constantes para planejar o esporte na região? Se sim, como elas acontecem? Se não Por que??

Não, a UMMES contribui bastante com a área da saúde mas com o esporte não tem

nenhuma participação.

SISTEMA DE AVALIAÇÃO/ INDICADORES

12.Há uma avaliação dos resultados das dos programas ou projetos desenvolvidos pela secretaria/departamento/governo, relacionados ao esporte? Como ela é realizada?

Quando o projeto é voltado mais para as pessoas carentes, a gente usa como base o

Fundo social, eles têm o cadastro deles lá e também o projeto a gente avalia com

numero da participação...éééé.... o tempo que a gente consegue manter o projeto,

quando é esportivo os resultados, as competições...dessa forma.

3.1 Vocês utilizam algum instrumento para conhecer a percepção da população em relação à política de esporte? (caso ele não responda isso na questão anterior)

PARTICIPAÇÃO POPULAR/CONTROLE SOCIAL

13. A gestão conta com a participação direta da população nas diretrizes, nos encaminhamentos e na avaliação da política de esporte?

Olha isso é uma parte complicada pois dificilmente há o interesse sobre esses

assuntos, a pessoa às vezes ela tem o interessa na prática ou às vezes se tem algum

erro em criticar mas na elaboração dificilmente a gente consegue encontrar pessoas

que estejam dispostas a participar.

13.1 Caso não, quais as razões?

Acredito como falei está mais na falta de interesse em participar.

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198

13.2 Existe um conselho de esporte? Se não, o esporte é tema em outro tipo de conselho? Qual?

Conselho próprio do esporte a gente não tem no município, é um pensamento nosso

também estar criando esse conselho futuramente, é importante, então hoje algumas

coisas são discutidas no CMDCA em relação a esses projetos que a gente tem

parceria, os demais não a própria secretaria mesmo.

INTERSETORIALIDADE

14. Há relação entre as demais secretarias e os setores do governo? Quais são os programas desenvolvidos em conjunto?

A gente tem bastante parceria com a secretaria da Cultura, secretaria da Educação,

secretaria da Saúde, recentemente mesmo nós fizemos o passeio ciclístico e foi em

parceria com a secretaria da saúde, atividade física para a 3ª idade mesmo a gente

tem a parceria com o pessoal da saúde também onde as enfermeiras vão aferir

pressão, fazer controle de peso, taxa de glicemia, então essa parceria existe sim.

14.1Há reuniões regulares com outros setores da Prefeitura para definição de metas e planos comuns? Como são realizadas?

Existe sim, cada 30 dias...45 dias a gente faz uma reunião com todo o secretariado ai

a gente conversa um fala dos seus problemas vamos ver com outra secretaria pode

estar ajudando, existe sim.

RECEITA / INVESTIMENTO

15. Qual é o orçamento para a política de esporte? É suficiente?

Olha...é aquilo que eu falei...inicialmente a gente acaba iniciando....como esse ano

foi cerca de 300 mil um pouco mais mas chega no meio do ano quando aperta....que

nem.....vou dar um exemplo desse ano chegou uma ordem judicial teve que pagar

um precatório de 400 mil ...de onde que é cortado...ou do esporte, ou é da

cultura....às vezes também vem mandado judicial para comprar medicamento...da

onde é retirado....do esporte e da cultura, porque educação, assistência social, saúde

tem o recurso federal, estadual e o esporte a gente não tem...então é duro precisar

quanto que a gente acaba tendo no ano...mas pelo que a gente faz uma média ai...a

gente começa com 300 ....300 e poucos mil....mas acaba fechando nos 200, 180

mil....seria necessário que nem fechasse com uns 350 mil seria o suficiente, dá para

desenvolver um bom trabalho mas nunca chega nesse valor.

15.1 Há recursos específicos para o esporte? Qual o percentual?

Recurso específico que gira em torno de 1 a 1,5% do orçamento municipal.

15.2 Em que setores da política de esporte há maior investimento? (esporte educacional, esporte de lazer, de alto rendimento)

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199

A gente trabalha muito com o educacional e o lazer, o rendimento acaba vindo em

segundo plano...o educacional e o lazer estão caminhando juntos aqui no

município.

RECURSOS HUMANOS/DIREÇÃO

16. Quantos profissionais estão envolvidas na gestão do esporte no município?

Hoje nós temos em torno de 6 a 7 profissionais.

16.1 Quais são os cargos existentes na gestão?

A maioria é projetos em parceria com alguma entidade, cargo cargo mesmo efetivo

no município e contratado a gente não tem nenhum. O que acontece é o repasse de

subvenção para a entidade parceira do projeto e ela contrata o profissional para

trabalhar com o referido projeto/programa.

7.2 Qual a formação dos profissionais?

Todos formados em Educação física, só tem um professor que é da escola de futebol

que ele é sindicalizado (provisionado), os demais todos tem bacharelado em

Educação Física.

7.3 Existem formas de capacitação da equipe? (cursos, palestras, oficinas, outros). Quem promove esta capacitação? O próprio município? a UMMES? Como acontecem?

Para ser bem sincero no primeiro ano a gente até alguns cursos, palestras, mas

depois devido a essa crise a gente tem que cortar de algum lado então acaba saindo

refletindo nisso então nesses quase dois últimos anos a gente praticamente não teve

cursos. Da UMMES também não tivemos nenhum tipo que chegou para a gente não

UMMES

17. Qual o papel desempenhado pela UMMES na gestão do esporte em seu município? (quais as ações conjuntas realizadas no âmbito do esporte?)

Não existe nenhuma ação conjunta

17.1Qual a sua avaliação sobre o funcionamento da UMMES em relação ao esporte?

Em relação ao esporte nesses quatro que a gente teve frente a secretaria a gente não

teve nenhuma contribuição da UMMES como eu disse teve em outras áreas que a

gente ve que acontece mas no esporte não teve.

8.2 Que sugestões você faria para melhorar o desenvolvimento do esporte na UMMES?

(orçamento, parcerias, recursos humanos)

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200

Eu entendo que a UMMES deveria ter como tem os prefeitos, o presidente da

UMMES, o secretário...uma diretoria, deveria ter no esporte também.... e ter

algumas reuniões entre os secretários e ter uma diretoria, ter um recurso destinado

para isso....ééé.... acho que a princípio seria isso o primeiro passo.

3A. PARTE: Informações pessoais e profissionais

PERFIL DO GESTOR

18.É funcionário público municipal ou é comissionado?

Comissionado

9.1 Há quanto tempo está no cargo?

03 anos e 10 meses.

9.2 Quais as razões que o levaram a ser um gestor de esporte público?

Sou formado em Educação Física, gosto do esporte, gosto da área esportiva, dessa

área social e poder estar contribuindo com o município então foram esses motivos

que me levaram a ser gestor de esporte

DADOS PESSOAIS

Idade: 28

Profissão: Educador Físico

Formação: Bacharelado em Educação Física

Atividade anterior: Proprietário de Academia

Naturalidade: Palmital

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201

GESTOR 2

O OLHAR DO GESTOR SOBRE OBJETIVOS E PROGRAMAS

1. Na sua opinião qual o principal objetivo que deve orientar a gestão do esporte municipal?

No nosso município aqui o principal objetivo a princípio é a inclusão social, tirar os

meninos da rua e com isso consequentemente tem os talentos que se destacam que a

gente leva para os clubes mais objetivo principal mesmo o trabalho social é trazer os

meninos aqui chega o descalço o rico não tenho não diferencia as característica

aqui a gente o objetivo é incluir mesmo. Consequentemente no trabalho social

sempre tem aqueles alunos que se destacam então aí a gente está levando pra clube,

faz um trabalho diferente com eles que tem um talento a mais.

1.1 Você acredita que a gestão que acontece no município colabora para que esses

objetivos sejam atingidos? Por que?

Acredito sim....aqui tenho ajuda muito a prefeitura que dá suporte para transporte

para possíveis eventos que a gente organiza, que a gente faz aqui, na região,

campeonatos, eles contratam professor, material esportivo, então assim o município

acredito que atinge os objetivos, agrade bastante.

1.2 Quais programas são desenvolvidos pela sua secretaria/departamento/governo?

Infelizmente muito pouco a gente trabalha com a modalidade de futsal e futebol,

mas pouca modalidade mas graças a Deus bem feita a gente tá sempre

representando bem o município na região onde vai, mas infelizmente é pouco, acho

muito pouco, principalmente para o público feminino, vôlei, handebol, mas acredito

que nas próximas gestão aqui a gente consiga melhorar.

1.3 Há programas desenvolvidos com recursos, ou parcerias? (ONGs,

Universidades, etc)

Sim, a gente tem uma parceria muito boa com o programa Atleta do Futuro do SESI

que eles dão suporte de material, uniforme, eles fornecem também o espaço deles lá,

piscina, sabendo que a gente não tem um espaço adequado, ajudam, a própria

Faculdade sempre a gente está fazendo parceria os eventos que a gente traz aqui,

eles estão sempre ajudando, fornece os estagiários, tá sempre ligado com a gente

também, assim acho que parceria fora de prefeitura só essas duas entidades mesmo.

O SESI tem o mesmo objetivo nosso que á inclusão social, eles fazem a doação de

material, espaço e ai a gente sempre tá fazendo campeonatinho, evento de pipa,

passeio ciclístico então é uma parceria que agradou muito e a gente não quer perder

isso não.

1.4 Há alguma influência da UMMES no desenvolvimento do esporte no

município? Qual? Não.....não.....infelizmente não...a princípio desde que eu

assumi aqui a secretaria em 2013 já teve histórico de 2009 ela participou e

era bem influente mesmo agora na minha gestão eu não tive contato com o

pessoal.

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202

PLANEJAMENTO

2. Como é realizado o planejamento da gestão do esporte no município? Ele é anual para a toda a gestão? Como é realizado?

Na verdade é anual mesmo, a gente programa as modalidades, as idades, a gente

trabalha com as idades de 06 a 16 anos né....e....o objetivo nosso aqui é formar

cidadão né...então por enquanto a gente está com o futsal e o futebol e para o ano

que vem a gente vai trazer mais modalidade e planeja assim é....que tenha mais

modalidade, que agrade mais público, público feminino, outras idades, para que a

gente possa estar agradando a todo o público né...

2.1 Em sua opinião, quais são os principais desafios que o município tem para o aperfeiçoamento do planejamento da gestão pública do esporte?

Éééé...eu acho que custo né....infelizmente para você fazer um bom trabalho, por

exemplo para você abrir uma turma de vôlei, você tem que ter um professor

qualificado, tem que uniforme, vai ter material, um monte de coisas, gastos com

transporte, uniforme, lanche...então na verdade é custo...já que a cidade de porte

pequeno não tem a verba então a gente sempre é dependente da área social da

educação pois você sabe não só aqui mas o esporte em todo município fica muito

dependente então a dificuldade que a gente tem hoje aqui éééé´....financeiramente.

2.2 A UMMES participa no planejamento do esporte dos municípios? Existem reuniões

constantes para planejar o esporte na região? Se sim, como elas acontecem? Se não Por que??

Ela não acontece.....na verdade eu não sei o motivo porque não acontece, pois eu

não tive contato com o pessoal da UMMES, ninguém entrou em contato comigo

ainda, por email, telefone, nada desse tipo. Tem histórico que já teve muitos eventos

bons a UMMES é uma entidade que ajuda, mas no esporte eles não me procuraram

ainda nessa gestão.

SISTEMA DE AVALIAÇÃO/ INDICADORES

3. Há uma avaliação dos resultados das dos programas ou projetos desenvolvidos pela secretaria/departamento/governo, relacionados ao esporte? Como ela é realizada?

Tem...tem....a gente faz pesquisa em escola, então a gente sabe que tem bastante

interesse pelo vôlei, então o ano que vem a gente está com a intenção de abrir o

vôlei, a gente faz as pesquisas com as crianças, a base nossa são as crianças, então a

gente fez uma pesquisa e o objetivo principal para o ano que vem é o voleié trazer

essa modalidade com professor qualificado para a gente desenvolver um belo

trabalho, assim como a gente faz no futebol né...e em cima disso a gente faz

reuniões frequentes com a educação com a cultura para tentar fazer parceria e um

ajudando o outro e é o que eu falo infelizmente a gente faz reunião, faz o projeto,

faz a pesquisa ai trava quando fala da parte financeira. Tem que contratar

professor, tem que comprar material esportivo e ai que dá essa travada né....

3.1 Vocês utilizam algum instrumento para conhecer a percepção da população em relação

à política de esporte? (caso ele não responda isso na questão anterior)

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203

Não utilizamos.

PARTICIPAÇÃO POPULAR/CONTROLE SOCIAL

4. A gestão conta com a participação direta da população nas diretrizes, nos encaminhamentos e na avaliação da política de esporte?

Não todos...mas tem pai que vem, reunião que a gente faz, outro dia a gente teve

palestra sobre drogas...tem pais que participam...assim como escola...tem pai que

não liga, a prefeitura, o executivo sempre presente nas reuniões.

4.1 Caso não, quais as razões?

4.2 Existe um conselho de esporte? Se não, o esporte é tema em outro tipo de conselho? Qual?

Na verdade.... não...o esporte procura fazer parcerias com outras secretarias, por

exemplo, a gente tem uma parceria forte com a educação, com as escolas com os

alunos que apresentam problemas de nota, comportamento, frequência então as

reuniões de escola somos convidados a participar pois é uma parceria, sempre

funciona...

INTERSETORIALIDADE

5. Há relação entre as demais secretarias e os setores do governo? Quais são os programas desenvolvidos em conjunto?

Educação, cultura e ai temos o Espaço amigo que é um programa de criança da

ação social que a gente traz as crianças pra cá...inclusive nesse horário eles estão

tendo atividades, ai tem também o contra tempo da escola que a gente traz, não fica

criança fora do período da escola sem atividade, sempre tem eventos

aqui....infelzimente não tem lanche para essas crianças do contra tempo e eles

estando matriculados no programa automaticamente eles participam das atividades

desenvolvidas em parceria com o SESI, evento de pipa, passeio ciclístico, festival de

golzinho, passeios nas instalações do SESI, palestras também que são

realizadas...então está tudo ligado.

5.1Há reuniões regulares com outros setores da Prefeitura para definição de metas e planos comuns? Como são realizadas?

Na verdade não tem reuniões para discutir para discutir metas....inclusive você

falando aqui é um ponto que a gente devia ter feito na verdade, é uma coisa que dá

para a gente organizar, mas assim, a gente faz durante a semana por exemplo a

gente vai jogar final e semana no sábado na sexta-feira a estagiária vai na escola

pegando as autorizações, o pessoal do espaço amigo eles que trazem as crianças, as

coordenadoras estão sempre aqui conversando, a gente está sempre conversando

sobre o que estar fazendo, o que não poderá fazer, porque o principal é a gente

saber a realidade da criança, porque tem criança que chega aqui com fome, não

almoçou, tem problema em casa, não tem pai não tem mãe, então a gente tem que

engloba, trazer, a gente tem que estar sempre ligado com a secretaria de educação,

com os coordenadores, a gente não tem assim a reunião, inclusive é uma ideia boa

que a gente tem que organizar e fazer esse tipo de reunião que falou e na verdade a

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204

gente sempre tá conversando toda semana mas não em forma de reunião, sempre

conversando...não é uma reunião assim...é uma reunião informal...

RECEITA / INVESTIMENTO

6. Qual é o orçamento para a política de esporte? É suficiente?

Então....valores...acho que oscila muito, lógico que tem o valor fixo que em termos

de professores, estagiários, mas o oscila muito é em relação a evento, campeonato,

material esportivo, pois tem mês que é um valor x que chega a dez mil ou ais, tem

mês que é menos que já tem material....éééé...infelizmente...diante do cenário de

cidade pequena a gente não cobra muito porque sabe da situação também inclusive

essa crise que tá agora a gente não pode cobrar muito, sabe que precisa melhorar,

precisa de material esportivo, contratar professor mais qualificado, fazer outras

modalidades, mas a realidade ao mesmo tempo a gente sabe que precisa mas a

contrapartida é que a dificuldade está não só em nosso município mas de forma

geral mas a região inteira.

6.1 Há recursos específicos para o esporte? Qual o percentual?

Tem...tem sim....mas só que esse valor não é fixo...por exemplo não é dez mil todos

mês....é de acordo com a necessidade da secretaria principalmente das escolinhas,

por exemplo estou com dez bolas preciso comprar mais cinco bolas ai eu faço oficio

protocolo....ai dão um prazo chega bola....então é... diante das necessidades...etão

tem uma pasta pequena....mas tem e que não é suficiente...ai o que tá acontecendo

sempre a gente tá tendo suporte da assistência social, da educação principalmente

transporte, alimentação.

6.2 Em que setores da política de esporte há maior investimento? (esporte educacional,

esporte de lazer, de alto rendimento)

Educacional...a gente está tentando ajudar a escolas com essas parcerias que eu

citei, a gente está tentando educar aqui e junto o lazer, o esporte participação, que a

gente essa parceria com o pessoal do SESI, então a gente está sempre promovendo

os eventos nesse foco, mais é claro no educacional mas não deixando de lado o

lazer, pois esse é um caminho que enxergamos pois aqui a cidade não tem um

centro esportivo construído, não tem piscina, então a gente tem que promover

eventos para suprir isso e com essas parcerias se não a gente não consegue.

RECURSOS HUMANOS/DIREÇÃO

7. Quantos profissionais estão envolvidas na gestão do esporte no município?

Hoje to como eu como secretário e professor ao mesmo tempo, ai eu tenho uma

estagiária comigo e um ajudante geral que me ajuda na parte de estrutura, material,

cuida do campo, mas profissionalmente falando assim tem eu e a estagiária só,

totalizando 03.

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205

7.1 Quais são os cargos existentes na gestão?

Secretário de Esporte, Estagiária e Ajudante geral.

7.2 Qual a formação dos profissionais?

Bacharel em Educação Física, Estudante de Educação Física.

7.3 Existem formas de capacitação da equipe? (cursos, palestras, oficinas, outros).

Quem promove esta capacitação? O próprio município? a UMMES? Como acontecem?

Infelizmente não...da UMMES se teve não chegou convite para mim não....mas assim o

SESI trm sempre promovido palestras para nós e para os alunos também, então a gente

está tendo um bom suporte do SESI nesse sentido devido a parceria que temos com eles.

UMMES

8.Qual o papel desempenhado pela UMMES na gestão do esporte em seu município? (quais as ações conjuntas realizadas no âmbito do esporte?)

O que eu posso falar da UMMES....assim...historicamente falando desde que eu

assumi em 2013 eram organizados campeonatos eram muito bem falado, inclusive

eu tentei entrar em contato, mas agora eu não to tendo contato com ninguém não

sei que é o presidente, não sei como que tá, mas eu não posso falar mal porque

tenho histórico bom, tem coisas bacanas, inclusive tem troféus aqui então o passado

dela foi muito bom e eu queria que voltasse a estar presente organizar campeonatos,

eventos e voltar essa parceria que a gente precisa muito.

8.1 Qual a sua avaliação sobre o funcionamento da UMMES em relação ao esporte?

Infelizmente o que acontecia no passado não acontece agora, como falei faziam

reunião, organizavam eventos, torneio e campeonatos, então era benéfico, existia

mais essa parceria entre os municípios.

8.2 Que sugestões você faria para melhorar o desenvolvimento do esporte na UMMES? (orçamento, parcerias, recursos humanos)

Acho que a ideia principal e reunir todos os municípios fazer uma pesquisa e ver a

necessidade de todos os municípios em relação ao esporte e as preferencias das

modalidades, não só focar no futebol mas também outras modalidades e devia se

comunicar mais para discutir essas dificuldades de cada município tem, acho o

pontapé inicial seria uma reunião com todos os municípios para a gente ve como

que tá e começar na verdade recomeçar e juntos colocar no papel e seguir juntos no

mesmo caminho para ajudar a melhorar o esporte na região com objetivos de ajudar

a todos os municípios com os eventos, parcerias....tenho certeza que se a UMMES

fizer isso todos vão se envolver pois isso é benéfico para os municípios..eu mesmo o

dia que a UMMES convida para uma reunião eu sou o primeiro a chegar, montar

uma diretoria, acho o ideal ter uma diretoria do esporte atuante com seus

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206

representantes e comprar as ideias e desenvolver em conjunto, inclusive para

discutir problemas financeiros que é o principal problema das cidades pequenas,

assim todo mundo ganha.

3A. PARTE: Informações pessoais e profissionai

PERFIL DO GESTOR

9. É funcionário público municipal ou é comissionado?

Comissionado.

9.1 Há quanto tempo está no cargo?

03 anos e 10 meses.

9.2 Quais as razões que o levaram a ser um gestor de esporte público?

Primeiro porque eu gosto....éééé..me formei ...ai o atual prefeito me deu uma

oportunidade de trabalhar na minha área e mesmo com as dificuldades a gente quer

melhorar mais, tá lutando pelas crianças, pelo esporte, pelo público novo, feminino,

os idosos, mas assim o que mais me motivou é que eu gosto muito de trabalhar com

crianças né...

DADOS PESSOAIS

Idade: 34

Profissão: Educador Físico

Formação: Bacharelado em Educação Física

Atividade anterior: Gerente de Posto de Gasolina

Naturalidade: Ourinhos

GESTOR 3

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207

O OLHAR DO GESTOR SOBRE OBJETIVOS E PROGRAMAS

1. Na sua opinião qual o principal objetivo que deve orientar a gestão do esporte municipal?

Eu acho que o objetivo seria o social, trazer as crianças da rua, trabalhar com a

população e ocupar essas crianças que têm a mente vaga dentro do esporte.

1.1 Você acredita que a gestão que acontece no município colabora para que esses objetivos sejam atingidos? Por que?

Não, não colabora por vários motivos, eu acho que o primeiro deles é a falta de

condição financeira e a segunda é a falta de união entre as secretarias, nós

poderíamos trabalhar ai na minha opinião, o esporte a gente trabalha o social,

então teria que ser unido a uma secretaria de ação social, uma secretaria de

educação, o esporte pode ser trabalhado dentro das escolas, pode ser trabalhado

dentro das praças esportivas, pode ser trabalhado em vários setores, junto com a

cultura também, pois todos esses setores eu acho que tem a ver com o social, tem a

ver em tirar a criança da rua, o cuidar da criança, das crianças e dos jovens, pois

nossos maiores problemas são as crianças e os jovens, pois cada jovem que a gente

perde para a droga é uma derrota nossa.

1.2 Quais programas são desenvolvidos pela sua secretaria/departamento/governo?

A minha secretaria sofreu muito nesses 04 anos com a falta de professores, com a

falta de verba então nós temos 03 pessoas para trabalhar e essas 03 pessoas não

conseguem dar conta, então nós temos pouquíssimos projetos que são do futebol e

do futsal que foi o que nós conseguimos fazer porque eu não posso colocar outras

pessoas trabalhando se não estão aptas a isso.

1.3 Há programas desenvolvidos com recursos, ou parcerias? (ONGs, Universidades, etc)

Nós tínhamos um sim que era com a Duke Energy, uma empresa aqui do município

que pagava dois professores para um projeto para 50 crianças mas infelizmente

trabalhamos em 2013 e 2014 mas dai quando mudou a gestão federal, esse projeto

tinha uma diretriz de isenção do governo federal para empresa subsidiar o projeto e

com a mudança ele foi cancelado encerrando esse programa nosso, tirou e não

liberou mais essa parceria com a empresa.

1.4 Há alguma influência da UMMES no desenvolvimento do esporte no município? Qual?

Olha nesses 04 anos eu não vi nada, ninguém me ligou, ninguém falou sobre isso e

não teve reunião nenhuma sobre isso e a UMMES em relação ao esporte eu posso

dizer que é zero.

PLANEJAMENTO

2. Como é realizado o planejamento da gestão do esporte no município? Ele é anual para a toda a gestão? Como é realizado?

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208

Bom, logo que eu assumi a secretaria eu fiz um planejamento, eu tinha em mãos

trabalhar o esporte nos bairros, trabalhar o esporte aqui na nossa central, no

distrito nosso e a organização de eventos, campeonatos só que infelizmente o que eu

pus no papel não foi realizado, não pude concretizar dez por cento do que dá para se

fazer. Estou falando assim, não é dez por cento do que eu queria fazer é do que dá

para fazer sim.

2.1 Em sua opinião, quais são os principais desafios que o município tem para o aperfeiçoamento do planejamento da gestão pública do esporte?

Pelo que eu entendi de gestão aqui....uma prefeitura sozinha não banca todas as

suas secretarias então cada prefeito que entra ele não vai sustentar todas as

secretarias do jeito que tem que ser então ele acaba priorizando uma ou outra e

infelizmente foi priorizado algumas secretarias e o esporte acabou ficando de lado.

2.2 A UMMES participa no planejamento do esporte dos municípios? Existem

reuniões constantes para planejar o esporte na região? Se sim, como elas acontecem? Se

não Por que??

Não participa em nada.

SISTEMA DE AVALIAÇÃO/ INDICADORES

3.Há uma avaliação dos resultados das dos programas ou projetos desenvolvidos pela

secretaria/departamento/governo, relacionados ao esporte? Como ela é realizada? Não

existe nenhum tipo de avaliação realizado, gostaria de ter feito mas não consegui.

3.1 Vocês utilizam algum instrumento para conhecer a percepção da população em relação à política de esporte? (Caso ele não responda isso na questão anterior)

Não utilizo.

PARTICIPAÇÃO POPULAR/CONTROLE SOCIAL

4. A gestão conta com a participação direta da população nas diretrizes, nos encaminhamentos e na avaliação da política de esporte?

Não, não conta....não participa....às vezes até vem algumas pessoas que gostam vem

procura, a gente ouve...até certo ponto um pequeno contato e assim que você sai e

fala que a ajuda é para a gestão pública eles falam “lá eles tem, eles que se virem”.

4.1 Caso não, quais as razões?

Na minha opinião e falta de interesse, eles acham que iremos só pedir ajuda de

dinheiro.

4.2 Existe um conselho de esporte? Se não, o esporte é tema em outro tipo de conselho? Qual?

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Não existe conselho de esporte, e nos outros muito pouco, o CMDCA de nossa

cidade está se formando, só que faz três anos que está se formando e não se coloca

em prática....é...eu participei de algumas reuniões, mas dessas reuniões só se fala

fala e produção nenhuma, só fica no papel.

INTERSETORIALIDADE

5. Há relação entre as demais secretarias e os setores do governo? Quais são os programas desenvolvidos em conjunto?

Não, não temos, tentei procurar....a única secretaria que na nossa cidade que

funcionou bem junto foi a da cultura que falamos a mesma língua, então quando

fizeram algum evento que precisaram de nós tivemos ajudando e quando nós

fizemos eventos eles nos ajudaram, então as únicas secretarias que trabalharam

juntas foi a esporte e a cultura, mas quando foi procurado a assistência social houve

muita dificuldade, quando foi procurada a secretaria de educação houve muita

dificuldade e assim foi com os demais setores como a saúde também não se

trabalhou junto.

5.1Há reuniões regulares com outros setores da Prefeitura para definição de metas e

planos comuns? Como são realizadas?

Não há reuniões.

RECEITA / INVESTIMENTO

6. Qual é o orçamento para a política de esporte? É suficiente?

Olha nós começamos com um valor em 2013 e em 2014 caiu para a metade, depois

baixaram mais ainda em 2015 e hoje eu vou falar pra você que o valor certo eu não

sei te dizer qual que é de cabeça eu não sei, mas o valor de 2013 que era um valor já

não era suficiente imagine então hoje como que é, se eu for fazer o que tinha no

meu planejamento o dinheiro que tem não se faz 50%.

6.1 Há recursos específicos para o esporte? Qual o percentual?

Existe a pasta especifica, mas de cabeça eu não sei o percentual.

6.2 Em que setores da política de esporte há maior investimento? (esporte educacional,

esporte de lazer, de alto rendimento)

Esporte de lazer...esporte de lazer....éééé...não se consegue trabalhar aqui com a

equipe que nós temos, ela é muita pequena para a gente conseguir trabalhar com o

esporte de alto rendimento e o esporte educacional....é muito difícil pra gente.

RECURSOS HUMANOS/DIREÇÃO

7. Quantos profissionais estão envolvidas na gestão do esporte no município?

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210

03Pessoas.

7.1 Quais são os cargos existentes na gestão?

Secretário de Esporte, Professor de Educação Física e Ajudante geral.

7.2 Qual a formação dos profissionais?

Dois são formados em Educação Física e um tem o segundo grau.

7.3 Existem formas de capacitação da equipe? (cursos, palestras, oficinas, outros). Quem

promove esta capacitação? O próprio município? a UMMES? Como acontecem?

Não...nessa gestão não houve nenhuma.

UMMES

8. Qual o papel desempenhado pela UMMES na gestão do esporte em seu município? (quais as ações conjuntas realizadas no âmbito do esporte?)

Não existiu.

8.1 Qual a sua avaliação sobre o funcionamento da UMMES em relação ao

esporte?

Olha desde que existe a UMMES eu não sei quando ela foi fundada mas eu lembro

de uma vez que o secretário de esporte de Salto Grande assumiu e organizou alguns

eventos com crianças envolvendo as cidades pertencentes a UMMES e nós

participamos e eu nem sei falar o ano que foi pois já faz tanto tempo e foi só que eu

lembro de ter acontecido com o esporte dentro da associação e mais nada.

8.2 Que sugestões você faria para melhorar o desenvolvimento do esporte na UMMES? (orçamento, parcerias, recursos humanos,

Bom pelo que eu acompanhei todas as reuniões que realizam que vão são os

prefeitos, eu não lembro de assessor, de secretário, reunião de secretários de

determinados departamento, uma reunião só de secretário de esporte, uma reunião

só de secretário de educação, reunião só de secretário de saúde pra um ajudar o

outro, fica baseada somente entre os prefeitos então eu acho que a partir que a

UMMES começa a funcionar de verdade acho que tem que unir os secretários e ver

o que um tem de bom para passar para o os outros e unir e fazer algo em prol da

nossa região que é uma das regiões mais pobres do Estado de São Paulo.

3A. PARTE: Informações pessoais e profissionais

PERFIL DO GESTOR

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211

9. É funcionário público municipal ou é comissionado?

Sou funcionário público municipal e estou comissionado.

9.1 Há quanto tempo está no cargo?

03 anos e 10 meses.

9.2 Quais as razões que o levaram a ser um gestor de esporte público?

Sempre trabalhei com esporte, já tinha trabalhado outras vezes na secretaria, estava

trabalhando fora do município há um bom tempo e surgiu a oportunidade então

talvez naquela esperança de vir e fazer algo pelas crianças fazer algo pelo esporte,

quando a gente chega a gente chega sonhando e imaginando quando entramos

percebemos uma realidade completamente diferente e que se a gente sabe antes a

gente até pensa muito para entrar.

DADOS PESSOAIS

Idade: 51

Profissão: Educador Físico

Formação: Licenciatura Plena em Educação Física

Atividade anterior: Professor de Educação Física

Naturalidade: Urai - PR

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212

GESTOR 4

O OLHAR DO GESTOR SOBRE OBJETIVOS E PROGRAMAS

1. Na sua opinião qual o principal objetivo que deve orientar a gestão do esporte municipal?

Na minha opinião o município a principal função é trabalhar com base...né...eu sei

que a gente tem que ter as equipes de competição para servir como espelho mais o

fundamental é trabalhar a base e resgatar...resgatar essa criançada ai que hoje tá

tomando um caminho que não é o legal né...e eu acho que o esporte transforma

mesmo as pessoas, então eu acho que a gente precisa resgatar e trabalhar com base,

incentivar, mostrar e de repente um dia ir para uma equipe jogar.

1.1 Você acredita que a gestão que acontece no município colabora para que esses objetivos sejam atingidos? Por que?

Trabalho de base sim, a parte competitiva falta ainda bastante coisa, o trabalho de

base nós temos tido assim ééé´....suporte para trabalhar....com o trabalho de

inclusão.

1.2 Quais programas são desenvolvidos pela sua secretaria/departamento/governo? A

gente tem as aulas que são oferecidas de futebol de salão, handebol, vôlei, judô,

futebol de campo são essas atividades que a gente tem e vai de sete até os vinte e

dois anos.

1.3 Há programas desenvolvidos com recursos, ou parcerias? (ONGs, Universidades, etc)

Todos são da prefeitura.

1.4 Há alguma influência da UMMES no desenvolvimento do esporte no município?

Qual?

Nenhuma influência da UMMES.

PLANEJAMENTO

2. Como é realizado o planejamento da gestão do esporte no município? Ele é anual para a toda a gestão? Como é realizado?

O começo do ano a gente já traça o que vai ser feito o ano todo, então o

planejamento é anual.

2.1 Em sua opinião, quais são os principais desafios que o município tem para o aperfeiçoamento do planejamento da gestão pública do esporte?

A parte mais complicada é a questão financeira né, por mais que a gente tem o

apoio para fazer o trabalho de base, na hora da gente conseguir aperfeiçoar isso

participando de qualquer campeonato que seja ai falta....hoje falta verba falta

recurso.

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213

2.2 A UMMES participa no planejamento do esporte dos municípios? Existem

reuniões constantes para planejar o esporte na região? Se sim, como elas acontecem? Se não Por que??

Teve alguma coisa uns dois anos atrás mas parou nisso.

SISTEMA DE AVALIAÇÃO/ INDICADORES

3. Há uma avaliação dos resultados das dos programas ou projetos desenvolvidos pela

secretaria/departamento/governo, relacionados ao esporte? Como ela é realizada?

Esse ano não, nós não fizemos nada, mas tinha um questionário que era respondido

pelos próprios alunos, o que eles estavam achando das aulas, falando sobre o

professor, então nós usávamos esse tipo, agora do último ano pra cá não fizemos

mais.

3.1 Vocês utilizam algum instrumento para conhecer a percepção da população em relação à política de esporte? (caso ele não responda isso na questão anterior)

PARTICIPAÇÃO POPULAR/CONTROLE SOCIAL

4. A gestão conta com a participação direta da população nas diretrizes, nos encaminhamentos e na avaliação da política de esporte?

Não, não tem a participação, mas não por falta de convite mas sim por falta de

interesse.

4.1 Caso não, quais as razões?

Como eu falei, falta de interesse.

4.2 Existe um conselho de esporte? Se não, o esporte é tema em outro tipo de conselho? Qual?

Não existe conselho, mas existe sim algumas reuniões intersetoriais que são

discutidos assuntos relacionados ao esporte e eu participo.

INTERSETORIALIDADE

5. Há relação entre as demais secretarias e os setores do governo? Quais são os programas desenvolvidos em conjunto?

Metas e planos não, mas essas reuniões que são intersetoriaiseéeéé....nós tratamos

sobre o esporte eeee....hoje nós temos uma parceria com psicólogos, quando se

percebi que o paciente dele precisa de uma intervenção ela já encaminha para

realizar alguma atividade esportiva aqui com a gente, então essa criança é tratada

aqui dentro não com diferença nenhuma mas ela vem com encaminhamento então a

gente procura encaixar no máximo de atividade possível e mantendo o contato com

resposta direta do que está acontecendo, como está sendo o comportamento, como

que ela está agindo dentro do quadro.

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214

5.1 Há reuniões regulares com outros setores da Prefeitura para definição de metas e planos comuns? Como são realizadas?

Não, metas e planos não, essas reuniões são intersetoriais nós tratamos sobre o

esporte né...para tratar de alguns assuntos sobre os alunos como acompanhamento

deles nos projetos, parte social, psicólogos, essas coisas.

RECEITA / INVESTIMENTO

6. Qual é o orçamento para a política de esporte? É suficiente?

Então o problema nosso aqui é assim, o esporte não é uma secretaria única, ela é

uma secretaria junto com cultura, esporte e lazer, então essa verba vai direto para a

cultura e de lá vai repartindo e não tem um valor certo que vem para o esporte,

assim ele não é suficiente.

6.1 Há recursos específicos para o esporte? Qual o percentual?

Não tenho conhecimento de quanto que é.

6.2 Em que setores da política de esporte há maior investimento? (esporte educacional, esporte de lazer, de alto rendimento)

Educacional.

RECURSOS HUMANOS/DIREÇÃO

7. Quantos profissionais estão envolvidas na gestão do esporte no município?

Três.

7.1 Quais são os cargos existentes na gestão?

Professores de Educação Física.

7.2 Qual a formação dos profissionais?

Licenciatura e Bacharel em Educação Física.

7.3 Existem formas de capacitação da equipe? (cursos, palestras, oficinas,

outros). Quem promove esta capacitação? O próprio município? a UMMES? Como acontecem?

Não existe nem no município e nem pela UMMES.

UMMES

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215

8. Qual o papel desempenhado pela UMMES na gestão do esporte em seu município?

(quais as ações conjuntas realizadas no âmbito do esporte?)

Aqui que chega informação aqui dentro para mim nenhuma.

8.1 Qual a sua avaliação sobre o funcionamento da UMMES em relação ao

esporte?

Pra gente não tem eficácia nenhuma, porque aqui como eu falei não chega

informação, não chega nada ...também o último evento que eles fizeram eu não

lembro nem a data, faz muito tempo, foi a última informação do esporte relacionada

a UMMES.

8.2 Que sugestões você faria para melhorar o desenvolvimento do esporte na UMMES? (orçamento, parcerias, recursos humanos,

Eu acho que precisaria de repente dentro da UMMES formar uma equipe que

cuidasse do esporte dessas cidades para ver o que cada cidade tem, ver o que pode

ser feito, de repente mais eventos, campeonatos, assim em que cada cidade custeie

um pouco de forma a não sobrecarregar as cidades como forma de incentivar

porque os eventos maiores como jogos regionais, abertos, tv tem é caro, assim

nenhum município tem condições de estar participando e ai a gente tem a UMMES

que pode fazer com as cidades esses campeonatos e fortalecer, campeonatos baratos

e ai gente vai estar interagindo com a região, várias cidades incentivando a

molecada entendeu e não existe.

3A. PARTE: Informações pessoais e profissionais

PERFIL DO GESTOR

9. É funcionário público municipal ou é comissionado?

Sou concursada mais estou comissionada, coordenadora de esporte.

9.1 Há quanto tempo está no cargo?

Mais de 04 anos.

9.2 Quais as razões que o levaram a ser um gestor de esporte público?

Acho que pelo trabalho desempenhado né...de estar a frente mesmo antes de ter o

cargo sempre fazendo, tomando frente, organizando, acertando as coisas do esporte.

DADOS PESSOAIS

Idade: 36

Profissão: Educador Físico

Formação: Licenciatura Plena em Educação Física

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Atividade anterior: ex atleta

Naturalidade: Jaú

GESTOR 5

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217

O OLHAR DO GESTOR SOBRE OBJETIVOS E PROGRAMAS

1. Na sua opinião qual o principal objetivo que deve orientar a gestão do esporte municipal?

O principal objetivo do esporte é trabalhar nos projetos sociais, a criança, o

adolescente e o jovem porque essa é a fase para melhor se trabalhar para tirar as

crianças e os jovens da rua de forma a passar para eles a responsabilidade,

recuperar a autoestima, viver no coletivo, aqui no caso de Ibirarema mesmo temos o

exemplo da escolinha de futebol bom de bola bom na escola que temos vivenciado

isso.

1.1 Você acredita que a gestão que acontece no município colabora para que esses objetivos sejam atingidos? Por que?

Com certeza porque nesses quase 04 anos ai...nós tivemos o projeto bom de bola

bom na escola, o projeto águia jovem, projeto ação jovem, projeto de karate e judô,

tivemos a escolinha feminina então tudo isso ai contribui para o desenvolvimento

dessas crianças envolvidas nesses projetos.

1.2 Quais programas são desenvolvidos pela sua

secretaria/departamento/governo?

Projeto bom de bola bom na escola, projeto águia jovem, projeto ação jovem, projeto

de karate e judô, tivemos também a escolinha feminina.

1.3 Há programas desenvolvidos com recursos, ou parcerias? (ONGs,

Universidades, etc) Não...é tudo sob o comando da prefeitura, a gente não

tem parceria com nenhuma outra entidade, empresa...nada... a prefeitura

que banca todos os projetos.

1.4 Há alguma influência da UMMES no desenvolvimento do esporte no

município?

Qual?

No esporte a gente não tem influencia nenhuma.

PLANEJAMENTO

2. Como é realizado o planejamento da gestão do esporte no município? Ele é anual para a toda a gestão? Como é realizado?

O planejamento aqui já é anual....no começo do ano a gente já todos os

projetos...ééé´...o futebol amador, os torneios que a gente tem aqui de futebol de

salão, os eventos de julho e dezembro porque é férias escolares, a gente já faz o

planejamento todo porque também temos os jogos abertos, jogos da juventude, jogos

da amizade, então tem tudo isso o mês certo ai a gente faz um planejamento anual

para a gente estar acompanhando senão um atropela o outro.

2.1 Em sua opinião, quais são os principais desafios que o município tem para o aperfeiçoamento do planejamento da gestão pública do esporte?

Eu acho que o principal desafio nosso é a crise hoje que o pais, as cidades e as

prefeituras estão passando porque hoje para você ter um projeto e bancar ele não

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218

fica barato, então tem outras prioridades da cidade que é a saúde e a educação,

então o maior desafio assim que a gente enfrenta é a situação financeira.

2.2 A UMMES participa no planejamento do esporte dos municípios?

Existem reuniões constantes para planejar o esporte na região? Se sim, como elas

acontecem? Se não Por que??

Não participa.

SISTEMA DE AVALIAÇÃO/ INDICADORES

3. Há uma avaliação dos resultados das dos programas ou projetos desenvolvidos pela

secretaria/departamento/governo, relacionados ao esporte? Como ela é realizada? Não

temos, acho difícil fazer algum tipo de avaliação nesse sentido.

3.1 Vocês utilizam algum instrumento para conhecer a percepção da população em relação à política de esporte? (caso ele não responda isso na questão anterior)

PARTICIPAÇÃO POPULAR/CONTROLE SOCIAL

4. A gestão conta com a participação direta da população nas diretrizes, nos encaminhamentos e na avaliação da política de esporte?

Não não..., a gente todos os projetos, os campeonatos são todos organizados por

mime pela minha equipe mesmo, não tem a participação da população.

4.1 Caso não, quais as razões?

Acho que falta interesse da população em participar.

4.2 Existe um conselho de esporte? Se não, o esporte é tema em outro tipo de conselho? Qual?

Não existe. O esporte fica restrito somente à secretaria de esporte e lazer, não tem

outra secretaria, não tem outra interferência de nenhuma outra secretaria.

INTERSETORIALIDADE

5. Há relação entre as demais secretarias e os setores do governo? Quais são os programas desenvolvidos em conjunto?

Quando temos certos programas, por exemplo o Dia do desafio em que a população

faz atividades físicas, ai temos a união das secretarias para a realização, mas nos

demais projetos cada secretaria faz de forma independente uma da outra.

5.1 Há reuniões regulares com outros setores da Prefeitura para definição de metas e

planos comuns? Como são realizadas?

Não existe reuniões.

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RECEITA / INVESTIMENTO

6. Qual é o orçamento para a política de esporte? É suficiente?

A gente assim não tem um orçamento com valor exato, a gente usa aquilo que a

gente precisa, se a gente vai realizar um evento a gente faz um orçamento passa

para o prefeito e ele autoriza, mais assim um valor exato todo mês para usar a gente

não tem, a gente vai gastando conforme vai fazendo.

6.1 Há recursos específicos para o esporte? Qual o percentual?

Não tenho um recurso especifico e não sei te dizer qual é o percentual.

6.2 Em que setores da política de esporte há maior investimento? (esporte educacional, esporte de lazer, de alto rendimento)

A gente gasta mais no eventos, torneios que são o esporte de lazer embora nos

projetos o gasto é menor mas a gente também investe, é que na verdade temos mais

gastos com bolas, coletes...essas coisas....e nos eventos fica mais caro para fazer.

RECURSOS HUMANOS/DIREÇÃO

7. Quantos profissionais estão envolvidas na gestão do esporte no município?

04pessoas.

7.1 Quais são os cargos existentes na gestão?

Diretor de Esporte e Lazer, instrutor de esporte, preparador físico e estagiário.

7.2 Qual a formação dos profissionais?

2º grau completo e o estagiário estudante de Educação Física.

7.3 Existem formas de capacitação da equipe? (Cursos, palestras, oficinas,

outros). Quem promove esta capacitação? O próprio município? a UMMES? Como acontecem?

Sim, nós temos a inspetoria regional de esporte em Ourinhos que duas vezes por ano

eles trazem profissionais para fazer palestras, reuniões e cursos com esse pessoal

que trabalha na área com crianças.

UMMES

8. Qual o papel desempenhado pela UMMES na gestão do esporte em seu município? (Quais as ações conjuntas realizadas no âmbito do esporte?)

Nenhum.

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220

8.1 Qual a sua avaliação sobre o funcionamento da UMMES em relação ao

esporte?

Para o esporte eu avalio como um ponto negativo porque a gente fica sem algo mais

que poderia ter, com o abandono da Ummes a gente faz aquilo que a gente pode

sendo que se ela estivesse participando poderia se fazer muito mais e teríamos mito

mais eventos.

8.2 Que sugestões você faria para melhorar o desenvolvimento do esporte na

UMMES?

(Orçamento, parcerias, recursos humanos)

A minha sugestão é que eles abraçassem essa causa do esporte e vissem isso com

bons olhos porque numa cidade que a gente não tem quase divertimento, muita

coisa para se fazer e se tivesse um apoio deste podia fazer muito mais eventos, ter

muito mais participação dos jovens, da cidade e seria assim muito importante para a

cidade e para a região e principalmente para todos que participam de esporte, que

gostam do esporte.

3A. PARTE: Informações pessoais e profissionais

PERFIL DO GESTOR

9. É funcionário público municipal ou é comissionado?

Comissionado.

9.1 Há quanto tempo está no cargo?

2 anos e 10 meses.

9.2 Quais as razões que o levaram a ser um gestor de esporte público?

Foi o conhecimento, pois desde que me conheço por gente eu participo do esporte

como jogador, como técnico das equipes, das diretorias e organizações, mais de 40

anos ligado ao esporte.

DADOS PESSOAIS

Idade: 62

Profissão: Bancário Aposentado

Formação: 2o Grau completo

Atividade anterior: Bancário

Naturalidade: Ibirarema

GESTOR 6

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221

O OLHAR DO GESTOR SOBRE OBJETIVOS E PROGRAMAS

1. Na sua opinião qual o principal objetivo que deve orientar a gestão do esporte municipal?

A gestão do esporte municipal deve ser voltada para tirar a criança da rua, para que

a criança não siga um mal caminho, as drogas, então nós temos que fazer projetos

para que tirem a criança da rua e outra desenvolva e aprende o esporte de modo em

geral, que seria a inclusão social.

1.1 Você acredita que a gestão que acontece no município colabora para que esses objetivos sejam atingidos? Por que?

Sim, colabora bastante pois nós temos o projeto de judô, projeto de tênis de mesa,

projeto de natação peixinho, projeto de futebol de campo, futebol de salão e

capoeira, então isso ...ajuda muito....como posso te explicar....ajuda muito a criança

a conhecer o caminho bom e não o caminho ruim, ou seja, se incluir na sociedade.

1.2 Quais programas são desenvolvidos pela sua secretaria/departamento/governo?

Como te falei temos os seguintes projetos: judô, de tênis de mesa, de natação

peixinho, de futebol de campo, futebol de salão e capoeira.

1.3 Há programas desenvolvidos com recursos, ou parcerias? (ONGs,

Universidades, etc) São todos do município, é o município que banca os projetos.

1.4 Há alguma influência da UMMES no desenvolvimento do esporte no município? Qual?

No momento não, mas já houve que eram os campeonatos intermunicipais mas

agora está tudo parado.

PLANEJAMENTO

2. Como é realizado o planejamento da gestão do esporte no município? Ele é anual para a toda a gestão? Como é realizado?

A gente faz anual, nós apresentamos um projeto para o prefeito de mês a mês de

todos os eventos que são feitos durante os doze meses e ai ele é feito anual, final de

ano geralmente a gente apresenta esse planejamento.

2.1 Em sua opinião, quais são os principais desafios que o município tem para o

aperfeiçoamento do planejamento da gestão pública do esporte?

Hoje.....atualmente é a situação financeira...é a situação que mais dificulta o nosso

lado.

2.2 A UMMES participa no planejamento do esporte dos municípios? Existem reuniões

constantes para planejar o esporte na região? Se sim, como elas acontecem? Se não Por

que??

Não participa.

SISTEMA DE AVALIAÇÃO/ INDICADORES

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222

3. Há uma avaliação dos resultados das dos programas ou projetos desenvolvidos pela secretaria/departamento/governo, relacionados ao esporte? Como ela é realizada?

Sim, todos os eventos que a gente faz durante o ano nós sentamos com a nossa

comissão, a gente faz uma avaliação para ver o que foi bom e o que foi ruim para ser

corrigido mas não temos assim uma ferramenta para avaliar, a gente mais discute

mesmo e põe no papel.

3.1 Vocês utilizam algum instrumento para conhecer a percepção da população em relação à política de esporte? (caso ele não responda isso na questão anterior)

PARTICIPAÇÃO POPULAR/CONTROLE SOCIAL

4. A gestão conta com a participação direta da população nas diretrizes, nos encaminhamentos e na avaliação da política de esporte?

Geralmente a gente ouve, a população pede para a gente fazer campeonato, fazer

passeio ciclístico, então a gente vai ouvindo e coloca dentro do planejamento do

ano.

4.1 Caso não, quais as razões?

Não sei....eu acho que falta um pouco de interesse e também a gente estar

convidando mais...sei lá...

4.2 Existe um conselho de esporte? Se não, o esporte é tema em outro tipo de conselho? Qual?

Não, nós não temos a única coisa é que nós temos uma parceria com o fundo social

só que às vezes que tem alguma reunião, muito raramente.

INTERSETORIALIDADE

5. Há relação entre as demais secretarias e os setores do governo? Quais são os programas desenvolvidos em conjunto?

Somente na ação social que temos parcerias de projetos e que a gente participa.

5.1 Há reuniões regulares com outros setores da Prefeitura para definição de metas e planos comuns? Como são realizadas?

Muito raramente existe a reunião, geralmente temos nós diretamente com o prefeito.

RECEITA / INVESTIMENTO

6. Qual é o orçamento para a política de esporte? É suficiente?

Olha eu tenho um orçamento na minha pasta, a última reunião era de 880 mil, só

que destes 880 mil, a verba é aplicada na festa do peão, na energia das praças,

energia do lago, ginásio, funcionários do campo sai tudo da minha pasta e ai se

você for ver sobra pouquinho para ser aplicado no esporte. No momento acho não é

suficiente precisaria de uma apoio maior financeiro.

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223

6.1 Há recursos específicos para o esporte? Qual o percentual?

Então como falei tenho minha pasta do esporte sim, só para o esporte considero

pouco já que acaba sendo utilizado para outros fins além do esporte, em termos

percentuais chega por volta de 1,5%.

6.2 Em que setores da política de esporte há maior investimento? (esporte educacional, esporte de lazer, de alto rendimento)

O maior investimento é para o esporte para educação. O alto rendimento nós nem

temos.

RECURSOS HUMANOS/DIREÇÃO

7. Quantos profissionais estão envolvidas na gestão do esporte no município?

Hoje nós temos 15 funcionários envolvidos, to contando aqui zelador, faxineira,

piscineiro, sendo específicos do esporte são 06 funcionários.

7.1 Quais são os cargos existentes na gestão?

Os cargos tenho 03 professores de Educação Física, 02 Provisionados e um que não

é formado sendo que dois deles são comissionados e 04 são efetivos na área do

esporte. Os demais todos são efetivos zelador, faxineira, piscineiro.

7.2 Qual a formação dos profissionais?

03 graduação em Educação Física e os demais tudo com ensino de segundo grau e

primeiro grau.

7.3 Existem formas de capacitação da equipe? (cursos, palestras, oficinas, outros). Quem promove esta capacitação? O próprio município? a UMMES? Como acontecem?

No momento não.

UMMES

8. Qual o papel desempenhado pela UMMES na gestão do esporte em seu município? (Quais as ações conjuntas realizadas no âmbito do esporte?)

No momento não tem nenhum pelo menos que eu saiba não houve nada durante

esses anos com a Ummes.

8.1 Qual a sua avaliação sobre o funcionamento da UMMES em relação ao

esporte?

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224

Eu acho que UMMES deveria fazer um pouquinho mais, ajudar os municípios,

incentivar através dos campeonatos intermunicipais, fazer uma capacitação também

dos secretários, dos funcionários da área do esporte, então eu acho que falta isso

por parte da Ummes.

8.2 Que sugestões você faria para melhorar o desenvolvimento do esporte na UMMES? (Orçamento, parcerias, recursos humanos)

Eu acho que deveria reunir todos os secretários né, fazer uma reunião, fazer um

planejamento anual do que seria feito em termos de esporte e para capacitar

também os profissionais que trabalham em cada município para a gente desenvolver

várias atividades para ajudar os municípios principalmente pelo lado financeiro. E

pedir também aos prefeitos que incentivassem mais o esporte na nossa região

através da Ummes.

3A. PARTE: Informações pessoais e profissionais

PERFIL DO GESTOR

9. É funcionário público municipal ou é comissionado?

Cargo político.

9.1 Há quanto tempo está no cargo?

08 anos.

9.2 Quais as razões que o levaram a ser um gestor de esporte público?

A paixão pelo esporte, já fui atleta, aprendi muito e gosto de ensinar também...então

é mais pelo amor que a gente faz.

DADOS PESSOAIS

Idade: 49

Profissão: Educador Físico

Formação: Licenciatura Plena em Educação Física

Atividade anterior: Gerente de Loja

Naturalidade: Ipaussu

GESTOR 7

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225

O OLHAR DO GESTOR SOBRE OBJETIVOS E PROGRAMAS

1. Na sua opinião qual o principal objetivo que deve orientar a gestão do esporte municipal?

Ao meu entendimento aqui no município, no caso da nossa cidade que é uma cidade

pequena ééé....a gente tem que começar pelas crianças né, adolescentes então eu

entendo que a gente tendo os projetos de esporte na cidade....é uma visão de futuro,

essa criança que hoje pratica um esporte, tá vivenciando isso aqui tá fora de muitas

outras coisas ai na rua né....e vai crescer um adulto mais sadio, um adulto que vai

buscar mais...e a gestão do município tem que focar nisso ai né...seria a qualidade

de vida e a inclusão.

1.1 Você acredita que a gestão que acontece no município colabora para que esses

objetivos sejam atingidos? Por que?

Sim, hoje sim...porque antes eu não trabalhava aqui não tinha, existia o cargo, até

passou já uma pessoa por aqui que não desenvolveu isso, ai quando eu entrei a

gente começou desenvolver e hoje estou aqui há quatro anos e a gente ve a

diferença a procura não das crianças, mas dos adultos, até dos idosos, da terceira

idade tá procurando também, tá querendo participar, então mudou isso tem mais

gente fazendo caminhada, tem a academia ao ar livre que antes não tinha, então a

gente tá buscando aproveitando tudo isso, principalmente para conscientizar.

1.2 Quais programas são desenvolvidos pela sua secretaria/departamento/governo?

Aqui é departamento né...no caso a gente o futsal masculino e feminino, o masculino a

gente tem o sub 8, sub 10, sub 12, sub 14 e sub 16...eeee... o campo a gente tem o 14 e o

16, o 12 tá começando, tá montando, ai o voleibol, a gente tem o voleibol sub 10, 13 e

16 que também tá girando bastante aqui, a hidroginástica, a gente tem hidroginástica

para adolescentes, adultos e terceira idade cada um no seu horário certinho que a gente

visa bastante....e ainda tem os campeonatos que a gente faz durante o ano tudo....o que

dá para fazer está sendo feito, a gente não faz mais porque aqui na cidade a gente tem

uma quadra e a escola municipal utiliza a nossa quadra então a gente divide a quadra

com a escola, por isso que não temos mais, a vontade é ter o basquete, o handebol, ter

um diferencial...tá construindo a quadra nova. Ahh também a gente tem o projeto de

dança para os adolescentes.

1.3 Há programas desenvolvidos com recursos, ou parcerias? (ONGs, Universidades, etc.)

Não, é tudo municipal...o que acontece às vezes...por exemplo tem o campeonato

regional de campo tem o comércio que ajuda, a corrida de rua o comércio ajuda,

mais assim, mas o material, uniforme o pessoal que trabalho é tudo o município.

1.4 Há alguma influência da UMMES no desenvolvimento do esporte no

município? Qual?

Ah não...a gente não...faz tempo que eu não converso com eles lá porque eles faziam

antes campeonato, não quando eu trabalhava aqui, mas eu jogava, eu achava legal

mas não tem mais né.

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226

PLANEJAMENTO

2. Como é realizado o planejamento da gestão do esporte no município? Ele é anual para a toda a gestão? Como é realizado?

Todo ano faço um planejamento no começo do ano, porque a gente não sabe se vai

ficar com estagiário de não vai ficar mas ele é flexível, a gente tem as datas certas

dos campeonatos mas pode ser mudado eeee a parte de treino das crianças a gente

tenta manter sempre o mesmo horário de acordo com a disponibilidade da escola.

2.1 Em sua opinião, quais são os principais desafios que o município tem para o aperfeiçoamento do planejamento da gestão pública do esporte?

A gente precisaria de mais verba né....porque assim a gente sente dificuldade, tá

difícil para todos municípios, tá faltando, a gente sabe disso e assim já era difícil

antes da crise para o esporte e agora mais ainda, você vai comprar um material é

aquela enrolação, não que eles não queiram e que o nosso prefeito Jordão aqui é

excelente, o pessoal que trabalha na prefeitura é bom...é que a gente vê que não dá

mesmo , a gente queria fazer mais coisa mas não dá, até para sair em competições

você tem que ficar escolhendo porque você não vai poder ficar saindo muito, você

entra em campeonato tem o transporte, tem o lanche tem um gasto grande ai você

acaba não entrando num outro campeonato porque você já vai comprometer seu

gasto então você tem que escolher e é ruim porque você quer fazer mais coisa

principalmente em volta da gente aqui.

2.2 A UMMES participa no planejamento do esporte dos municípios? Existem

reuniões constantes para planejar o esporte na região? Se sim, como elas acontecem? Se

não Por que??

Não tem nenhuma influência, eu faço meu planejamento pela minha realidade aqui.

SISTEMA DE AVALIAÇÃO/ INDICADORES

3. Há uma avaliação dos resultados das dos programas ou projetos desenvolvidos pela

secretaria/departamento/governo, relacionados ao esporte? Como ela é realizada?

Simmm...a gente faz uma reunião com as pessoas e ve qual que é a opinião delas

né...antes de começar o projeto e depois...mas com as crianças a gente não faz isso, é

mais com os jovens, adultos e a terceira idade.

3.1 Vocês utilizam algum instrumento para conhecer a percepção da população em relação à política de esporte? (Caso ele não responda isso na questão anterior)

Não utilizamos é mais mesmo em formato de reunião.

PARTICIPAÇÃO POPULAR/CONTROLE SOCIAL

4. A gestão conta com a participação direta da população nas diretrizes, nos encaminhamentos e na avaliação da política de esporte?

Sim sim...eles participam sim...eu tenho bastante voluntário na cidade que colabora,

porque que nem tem um campeonato que já é tradição antes mesmo de eu entrar,

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227

mas na hora de montar mesmo o planejamento é mais mesmo o departamento,

escuta a opinião de todos, pega o que a gente acha que vai ser bom e põe no papel e

tenta se não der a gente muda a estratégia.

4.1 Caso não, quais as razões?

4.2 Existe um conselho de esporte? Se não, o esporte é tema em outro tipo de conselho? Qual?

Tem o conselho do esporte aqui mas tá meio devagar, o pessoal parece que quando

coloca no papel dá uma sumida né...mas o pessoal colabora, já teve reuniões....esse

ano que não aconteceu nenhuma ainda, são uns oito membros se não me engano.

INTERSETORIALIDADE

5. Há relação entre as demais secretarias e os setores do governo? Quais são os

programas desenvolvidos em conjunto?

Educação sim....saúde, assistência social, a dança mesmo é com a cultura a gente

trabalha juntinho, junto com a educação com a saúde o pessoal da precisa do

esporte a gente atende, a gente precisa deles eles atende é tudo bem juntinho assim,

isso ai não tem o que falar não que é bom, funciona.

5.1 Há reuniões regulares com outros setores da Prefeitura para definição de metas e planos comuns? Como são realizadas?

Mais no começo do ano mesmo que a gente se reúne, às vezes não está todos, vou lá

na educação faz uma reunião lá, vou na saúde faço uma lá e ai quando a gente

resolve fazer um evento todos juntos se juntam todos os secretários ne...e de acordo

com a necessidade.

RECEITA / INVESTIMENTO

6. Qual é o orçamento para a política de esporte? É suficiente?

Essa parte de orçamento eu não sei te dizer. Eu sei que a gente consegue sim

realizar, faço os campeonatos municipais, infantil, adulto, faço regional de campo,

faço corrida de rua, entro em competições fora, então assim não se te dizer, tem

muita coisa que é negada mas não sei te falar em valores.

6.1 Há recursos específicos para o esporte? Qual o percentual?

Sim o que é do esporte é do esporte.

6.2 Em que setores da política de esporte há maior investimento? (esporte educacional, esporte de lazer, de alto rendimento)

De alto rendimento não né...é mais voltado para o lazer e o educacional.

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228

RECURSOS HUMANOS/DIREÇÃO

7. Quantos profissionais estão envolvidas na gestão do esporte no município?

03

7.1 Quais são os cargos existentes na gestão?

Chefe de departamento de esporte e estagiários.

7.2 Qual a formação dos profissionais?

Professor de Educação Física e estagiário em Educação Física.

7.3 Existem formas de capacitação da equipe? (cursos, palestras, oficinas, outros). Quem promove esta capacitação? O próprio município? a UMMES? Como acontecem?

Não não tem, a única que acontece é quando tem o Dia do Desafio que tem a

palestra do SESC.

UMMES

8. Qual o papel desempenhado pela UMMES na gestão do esporte em seu município? (quais as ações conjuntas realizadas no âmbito do esporte?)

Nenhum papel atualmente.

8.1 Qual a sua avaliação sobre o funcionamento da UMMES em relação ao

esporte?

É difícil falar porque eu não estou muito por dentro como que está o trabalho deles,

eu vejo pelo que tinha antes de entrar nesse cargo, tinha os campeonatos onde foi

que o pessoal começou conhecer a Ummes desses eventos realizados na região no

esporte né.

8.2 Que sugestões você faria para melhorar o desenvolvimento do esporte na UMMES? (orçamento, parcerias, recursos humanos)

Eles podiam voltar esses campeonatos que eles faziam, não sei porque que parou

né....porque assim nós que somos cidade pequena para ir para uns Jogos regionais

não dá...não dá mais...tá fora de realidade...elitizou muito...então ai seria uma coisa

mais atrativa pra gente. Ter e dar mais apoio.

3A. PARTE: Informações pessoais e profissionais

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229

PERFIL DO GESTOR

9. É funcionário público municipal ou é comissionado?

Comissionado.

9.1 Há quanto tempo está no cargo?

03 anos e 10 meses.

9.2 Quais as razões que o levaram a ser um gestor de esporte público?

Eu gosto do que eu faço né, eu trabalhei um tempo naquele programa escola da

família quando me formei, na verdade eu me formei ganhando a bolsa e eu gosto e

acho que isso foi reconhecido pelo prefeito que me convidou pra trabalhar nesse

cargo eeee tá dando certo e eu gosto muito.

DADOS PESSOAIS

Idade: 30

Profissão: Educador Físico

Formação: Bacharelado e Licenciatura em Educação Física

Atividade anterior: Professor de Educação Física

Naturalidade: Óleo

GESTOR 8

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230

O OLHAR DO GESTOR SOBRE OBJETIVOS E PROGRAMAS

1. Na sua opinião qual o principal objetivo que deve orientar a gestão do esporte municipal?

Bom....eu sempre tenho como objetivo principal dois pontos que eu acho que é de

fundamental importância, primeiro é a massificação do esporte dando não só uma

iniciação esportiva para as crianças mas um lazer para a população....éééé...essa é

uma questão que a gente tem que abranger toda a cidade com a abertura de

escolinha principalmente na área do futebol onde o esportista gosta e é mais fácil

você estar trazendo e é fácil pois precisamos de um campo, bola e um profissional

realmente competente para exercer e a segunda área também que nós atuamos que

o objetivo que na nossa gestão também é destacado é a formação de atletas né...é

lógico que quando ele vai chegando no alto nível vai ficando difícil para a cidade

manter só com o poder público né...nós temos que buscar parcerias...mas esse atleta

se destacando na iniciação esportiva nós temos hoje na secretaria de esportes quatro

modalidades federadas eles tem a oportunidade de se desenvolver e chegar ao alto

rendimento.

1.1 Você acredita que a gestão que acontece no município colabora para que esses objetivos sejam atingidos? Por que?

Hoje a gente estamos alcançando esses objetivos, nós temos dentro da secretaria de

esportes aproximadamente quatro mil entre crianças e adolescentes na iniciação

esportiva que desenvolvem essa parte de lazer, nós temos nossos campeonatos

municipais onde nós damos para a população esse lazer, essa recreação também nos

finais de semana e nós temos ai atletas que estão se destacando na federação

paulista de judô, karatê, atletismo e na liga centro oeste de tênis de mesa onde hoje

nós temos alguns atletas que se destacaram no cenário nacional até ganhando

medalhas.

1.2 Quais programas são desenvolvidos pela sua secretaria/departamento/governo?

Aqui nós temos um programa chamado esporte para todos onde nós temos por volta

de quarenta profissionais que trabalham em treze modalidades ééé...fazendo o que

nós dissemos ai há pouco. As modalidades são Futebol, Futsal, Basquetebol,

Voleibol, Handebol, Natação, Atletismo, Karatê, Judô, Capoeira, Tênis de Mesa,

Dama e Hidroginástica.

1.3 Há programas desenvolvidos com recursos, ou parcerias? (ONGs, Universidades, etc.)

Não...infelizmente esse é o grande problema do esporte não só aqui em Ourinhos

mas creio que no Brasil, nós enfrentamos essas barreiras, falta de parcerias, falta de

patrocínio...temos agora quatro atletas que recebem a bolsa atleta, mas fora isso é

muito pouco, temos muitas dificuldades. Tivemos no passado uma parceria da

secretaria estadual de esporte com um projeto de incentivo fiscal onde nós captamos

recursos para nossa equipe de basquete, mas infelizmente nós perdemos esse projeto

e além da saída de alguns patrocinadores encerramos as atividades da equipe de

basquete feminina que disputava a nível nacional.

1.4 Há alguma influência da UMMES no desenvolvimento do esporte no município? Qual?

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231

Não, nós temos conhecimento que Ummes é de grande valia para o município em

outras áreas né....dentro do esporte até 2011....2012... iniciamos lá um trabalho de

eventos mas por conta de dificuldade de transporte principalmente das cidades

menores acabou sendo paralisado esses eventos e também uma cidade como o porte

de Ourinhos nós disputamos federações, ligas na maioria das modalidades

trabalhadas aqui no município nós temos assim por volta de duzentas viagens

durante o ano então nós também deixamos de participar de alguns eventos que a

Ummes realizava e hoje ela não tem influência nenhuma aqui.

PLANEJAMENTO

2. Como é realizado o planejamento da gestão do esporte no município? Ele é anual para a toda a gestão? Como é realizado?

ÉÉÉ...a secretaria municipal de esportes de Ourinhos tem uma grande dificuldade

em relação a funcionários já que nós temos poucos funcionários efetivos então por

conta disso...éééé...nós sempre fizemos o planejamento anual e sempre no início do

ano nós fazemos assim...um levantamento do que deu certo, do que nós podemos

planejar para o ano letivo e fazemos uma reunião entre os profissionais que estão

no quadro...ééééé´...onde nós temos funcionários que permaneceram do ano

anterior, sempre fazemos uma amostra, uma pesquisa entre a população para saber

realmente o que está sendo feito, se está sendo feito de uma forma correta e tiramos

daquilo as alterações necessárias, mas a princípio nós fazemos sempre um

planejamento anual que se inicia em janeiro.

2.1 Em sua opinião, quais são os principais desafios que o município tem para o aperfeiçoamento do planejamento da gestão pública do esporte?

Com relação a Ourinhos nos últimos anos que nós estamos a frente da secretaria

nós não temos grandes dificuldades para traçar nosso planejamento já que nós

temos profissionais ai nessas modalidades que falei com uma sequência de trabalho,

com boa formação, competentes, com conhecimento mas daí eu acho que a

dificuldade maior não só de Ourinhos mas no geral no país é a nossa adequação de

planejamento em relação a dotação orçamentária que realmente nós temos uma

grande dificuldade então sando disso a gente faz nosso planejamento tudo com os

pés no chão realmente tentando incrementar ano a ano uma modalidade ou outra e

acrescentar mais modalidades para aumentar a participação da população, mas a

grande dificuldade nossa é a dotação orçamentária.

2.2 A UMMES participa no planejamento do esporte dos municípios? Existem

reuniões constantes para planejar o esporte na região? Se sim, como elas

acontecem? Se não Por que?? Não participa.

SISTEMA DE AVALIAÇÃO/ INDICADORES

3. Há uma avaliação dos resultados das dos programas ou projetos desenvolvidos pela

secretaria/departamento/governo, relacionados ao esporte? Como ela é realizada?

Nós fazemos de forma informal né...não só nossos profissionais mas também nossos

coordenadores sempre estão entrando em contato durante a competição mesmo, nas

escolinhas com os munícipes aceitando aquelas reclamações, não só as reclamações

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232

assim também como os elogios no que está dando certo e através dessa consulta de

maneira informal nós fazemos depois uma reunião e algumas anotações...eee..tem

coisas que a população tem realmente razão fazemos as alterações necessárias para

que realmente a competição e o projetos tenham um êxito maior.

3.1 Vocês utilizam algum instrumento para conhecer a percepção da população em relação à política de esporte? (caso ele não responda isso na questão anterior)

PARTICIPAÇÃO POPULAR/CONTROLE SOCIAL

4. A gestão conta com a participação direta da população nas diretrizes, nos encaminhamentos e na avaliação da política de esporte?

Simmm...como falei para você, a população como falei pra você, não de forma

direta, formal, mas de maneira informal ela sempre participa né....nós somos, a

nossa gestão nós deixamos o gabinete aberto, todos os munícipes que vem, nos

procuram, não só nas escolinhas de iniciação como também nas nossas competições

municipais que realizamos nós sempre estamos escutando e além disso também nós

temos parcerias com a Faculdade e isso realmente abre as conversas mesmo com

aquelas pessoas que estão indiretamente mas que acabamos acatando as opiniões e

as sugestões.

4.1 Caso não, quais as razões?

4.2 Existe um conselho de esporte? Se não, o esporte é tema em outro tipo de conselho? Qual?

Do esporte não existe conselho, mas em todos os conselhos municipais a secretaria

de esportes tem o seu representante ...éééé....com reuniões mensais, alguns

conselhos até quinzenais né...e os nossos representantes não só sugerem como

também cobra...e o pessoal desses conselhos eles pedem a participação do esporte.

INTERSETORIALIDADE

5. Há relação entre as demais secretarias e os setores do governo? Quais são os programas desenvolvidos em conjunto?

É, isso ai tem que ter né, todos os secretários estão envolvidos com a população

ourinhense você acaba tendo de colaborar e as outras secretarias estar junto com

você e isso aqui acontece sim, e temos ai junto com a educação algumas parcerias,

alguns projetos.

5.1 Há reuniões regulares com outros setores da Prefeitura para definição de metas e planos comuns? Como são realizadas?

Hoje a prefeita de Ourinhos ela faz uma reunião semanal né....e dentro dessa

reunião nós acabamos tratando de assuntos da cidade que estão envolvidas todas as

secretarias e em especial como eu já disse já a nossa parceria com a educação ela é

praticamente quase que diária não só nos com os profissionais que são cedidos pela

secretaria mas com eventos conjuntos.

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233

RECEITA / INVESTIMENTO

6. Qual é o orçamento para a política de esporte? É suficiente?

O orçamento da secretaria de esporte ele sempre é pequeno, vamos falar do ano de

2016, se você observar o orçamento vai ser por conta de oito milhões o que significa

dois virgula quarenta e sete por cento do orçamento do município, mas na realidade

esse não é um orçamento real porque está nele está inserido fonte cinco que é do

governo federal que dá aproximadamente quatro milhões para a construção do ciee

centro iniciação esportiva e excelência e esse dinheiro não veio mas tem que estar

previsto no orçamento para estar recebendo e também da fonte dois que são

recursos do governo estadual que para a finalização do ginásio de esporte da vila

Odilon que é de duzentos e cinquenta mil, então se você retirar isso da dotação

orçamentaria do município nosso orçamento não chegar a um por cento sendo que

e nós não gastamos zero ponto sete do orçamento devido a reserva de contingencia e

que é realmente muito pouco considerando que disso ainda quase que cinquenta por

cento vai para a folha de pagamento.

6.1 Há recursos específicos para o esporte? Qual o percentual?

Sim há, mas como falei o percentual real chega em torno de zero ponto sete do

orçamento municipal.

6.2 Em que setores da política de esporte há maior investimento? (Esporte educacional, esporte de lazer, de alto rendimento)

Aqui nós gastamos de forma equilibrado, nós temos hoje o que nós gastamos hoje

com o alto rendimento, e a gente gasta o mesmo valor no lazer e no educacional,

cerca de trinta por cento em cada um.

RECURSOS HUMANOS/DIREÇÃO

7. Quantos profissionais estão envolvidas na gestão do esporte no município?

Por volta de quarenta profissionais.

7.1 Quais são os cargos existentes na gestão?

Secretário, Coordenadores, professores, monitores e estagiários.

7.2 Qual a formação dos profissionais?

Educação Física para o secretário, coordenadores e professores. Os monitores são

provisionados e os estagiários estudantes de Educação Física.

7.3 Existem formas de capacitação da equipe? (cursos, palestras, oficinas, outros). Quem promove esta capacitação? O próprio município? a UMMES? Como acontecem?

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234

O incentivo sempre há né...hoje nós temos uma grande dificuldade dos profissionais

que já são formados em relação ao tempo pois eles trabalham também em outros

locais e eu acredito que a cidade de Ourinhos a secretaria de esportes está devendo

em relação a formação e capacitação dos seus profissionais em trazer cursos, por

outro lado temos a Estácio e a UENP que estão sempre nos oportunizando alguns

cursos para essas capacitações.

UMMES

8. Qual o papel desempenhado pela UMMES na gestão do esporte em seu município? (quais as ações conjuntas realizadas no âmbito do esporte?)

Nenhum papel. As ações aconteceram conjuntas na realização de eventos até 2012.

8.1 Qual a sua avaliação sobre o funcionamento da UMMES em relação ao

esporte?

No período que foi até 2012 foi de grande valia e a partir daí não dá para avaliar já

que ela não teve assim nenhuma ação direta com o esporte pelo menos que eu tenha

conhecimento.

8.2 Que sugestões você faria para melhorar o desenvolvimento do esporte na UMMES? (orçamento, parcerias, recursos humanos)

Eu acho que nós permanecendo aqui na secretaria municipal de esportes nós vamos

procurar a Ummes, mas eu acho que para a cidade como Ourinhos e as outras

cidades em geral eu acho que a Ummes deveria se preocupar com as categorias

menores onde os campeonatos não deram certo também antes porque ela se

preocupou muito com o jovem e o adulto e esqueceu da criança e do adolescente.

Então eu acho que devemos nos preocupar com a faixa etária de dez a quatorze

anos.

3A. PARTE: Informações pessoais e profissionais

PERFIL DO GESTOR

9. É funcionário público municipal ou é comissionado?

Funcionário público.

9.1 Há quanto tempo está no cargo?

06 anos e 10 meses.

9.2 Quais as razões que o levaram a ser um gestor de esporte público?

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235

Assim como todos profissionais sempre você almeja o cargo maior na empresa

embora eu não imaginei chegar tão cedo assim a esse cargo mas eu trabalhei pra

isso, me formei, fiz cursos de gestão, de organização de eventos e aos poucos tive a

oportunidade de crescer na prefeitura e realmente acho que essa parte de gestão é

uma parte que eu me dou bem né...me identifico...também nós temos uma boa

articulação não só dentro da área esportiva mas também política que no meu ver

acaba refletindo ao meu ver numa boa gestão.

DADOS PESSOAIS

Idade: 47

Profissão: Educador Físico

Formação: Licenciatura Plena em Educação Física

Atividade anterior: Comerciante

Naturalidade: Ourinhos

GESTOR 9

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O OLHAR DO GESTOR SOBRE OBJETIVOS E PROGRAMAS

1. Na sua opinião qual o principal objetivo que deve orientar a gestão do esporte municipal?

Eu entendo que o principal objetivo é ocupar o tempo de criança de uma forma

saudável, de uma forma que tire as crianças das ruas, porque hoje a gente tá

perdendo muito a mão dessas crianças, a gente perdendo ela para o computador,

videogame, celular...drogas e hoje eu sinto como gestor do município que as nossas

crianças estão esquecendo do esporte como uma forma de educação. Então eu

entendo que a gestão no município tem como principal objetivo a promoção da

saúde, a inclusão social e a educação.

1.1 Você acredita que a gestão que acontece no município colabora para que esses

objetivos sejam atingidos? Por que?

Ela tem colaborado mas com muita dificuldade por conta de problemas financeiros

que afeta a maioria dos municípios nos dias de hoje mas eu acho que a gente

consegue contribuir um pouco para a promoção da saúde e qualidade de vida deles.

1.2 Quais programas são desenvolvidos pela sua secretaria/departamento/governo?

Nós temos o futebol de salão, o voleibol, temos um projeto em parceria com a

Duke ele engloba cem crianças do município de situação de risco, a gente

consegue dar a eles alimentação, fazer os treinamentos e algumas coisas em

relação a vestuário deles, consegue dar o uniforme para eles treinarem e tênis.

As modalidades desse projeto são futebol, voleibol e natação.

1.3 Há programas desenvolvidos com recursos, ou parcerias? (ONGs, Universidades, etc)

Projeto com a Duke Energy de natação, voleibol e futebol de salão que acontece há

dois anos e com o SESI programa atleta do futuro já tem há 06 anos no futebol.

1.4 Há alguma influência da UMMES no desenvolvimento do esporte no município? Qual?

Hoje nenhuma, até antes a gente tinha as competições que eles apoiavam e hoje nós

não temos mais nada.

PLANEJAMENTO

2. Como é realizado o planejamento da gestão do esporte no município? Ele é anual para a toda a gestão? Como é realizado?

Nós fazemos um planejamento anual baseado nos recursos que a gente tem

disponível mais a gente consegue muitas vezes mudar esse planejamento no

decorrer do ano por conta de dificuldade financeira e a gente tem que se adaptar de

acordo com as circunstancias até porque como nós não somos uma secretaria a

gente tem que se adequar com os recursos do município.

2.1 Em sua opinião, quais são os principais desafios que o município tem para o aperfeiçoamento do planejamento da gestão pública do esporte?

O principal desafio nosso e andar de acordo com o que nos propõe né....então

muitas vezes a gente tem que cortar uma verba sem cortar o evento, ai entra a nossa

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237

mão de obra, porque ai começa a ficar complicado porque muitas vezes cortam nas

competições e ai vem nosso departamento de esporte, organizar, arbitrar e acaba

trazendo um certo desconforto pra gente porque errar todo mundo erra mais

acabam julgando a gente por uma coisa que a gente não tem intenção nenhuma, ou

seja, a gente não quer tirar o evento para não ser criticado e acabam nos julgando

da mesma forma e isso é muito complicado.

2.2 A UMMES participa no planejamento do esporte dos municípios? Existem

reuniões constantes para planejar o esporte na região? Se sim, como elas acontecem? Se

não Por que??

Não participa.

SISTEMA DE AVALIAÇÃO/ INDICADORES

3. Há uma avaliação dos resultados das dos programas ou projetos desenvolvidos pela

secretaria/departamento/governo, relacionados ao esporte? Como ela é realizada?

Nós fazemos informalmente, a cada término de campeonato a gente procura fazer

uma reunião, uma pós e uma pré, para saber como que foi o campeonato, o que eles

estão precisando de melhoria, tanto de competição quanto de um evento que a gente

vai montar para a comunidade, a gente tem uma rua de lazer que a gente está

acostumado a fazer, a gente fez uma rua, acabou, vamos conversar com a

comunidade daquela região, vamos ver como que foi, vamos o que tá precisando

melhorar para uma próxima, mas tudo informalmente. Em relação aos projetos a

gente sempre tá recebendo o feedback dos pais para estar melhorando né.

3.1 Vocês utilizam algum instrumento para conhecer a percepção da população em relação à política de esporte? (caso ele não responda isso na questão anterior)

PARTICIPAÇÃO POPULAR/CONTROLE SOCIAL

4. A gestão conta com a participação direta da população nas diretrizes, nos encaminhamentos e na avaliação da política de esporte?

Ela existe, a gente tentou aprofundar um pouco mais incluir a comunidade em

algumas comissões que no caso aqui é a Cometur que é a comissão municipald e

esporte e turismo só que dai a gente começou a ter problema, porque como aqui é

um voluntariado a gente já não teve tanta assiduidade que a gente tem quando a

gente coloca alguém relacionado à prefeitura, a comunidade não tem aquela coisa

vou participar.....vou dar minha opinião...não, vou opinar naquele evento, para tudo

eles acham mais complicado , fazer reuniões periódicas e acaba se desinteressando.

4.1 Caso não, quais as razões?

4.2 Existe um conselho de esporte? Se não, o esporte é tema em outro tipo de conselho? Qual?

Existe a Cometur só que ela não é atuante e isso a gente já está pleiteando para o

próximo governo com o prefeito se a gente for continuar na próxima gestão

né....fazer uma Cometur atuante para que essas decisões não passe somente pelo

departamento, mas passe pela comissão, faça a avaliação do que é certo do que é

errado e a gente possa trabalhar mais tranquilo, porque tudo cai sobre as nossas

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decisões então ela seria bem vinda para gente. Também existe a participação

inclusive sou membro do CMDCA com reuniões periódicas e o conselho do idoso eu

também participo, cada representante do departamento participa também desses

conselhos e ai cada área vai dar sua opinião para contribuir para esses conselhos

em suas ações então a gente atua assim.

INTERSETORIALIDADE

5. Há relação entre as demais secretarias e os setores do governo? Quais são os programas desenvolvidos em conjunto?

Nós tínhamos um programa com a secretaria de educação mas isso foi há 5 anos

atrás e nessa gestão ele foi interrompido mas a gente tem a intenção de voltar a

fazer essas interações já que hoje eles não existem.

5.1 Há reuniões regulares com outros setores da Prefeitura para definição de metas e

planos comuns? Como são realizadas?

Não, nós temos reuniões assim, isso é uma coisa que a gente já cobra há tempos

porque a gente sente falta de outro departamento porque a gente trabalha no nosso

departamento, mas por exemplo a infraestrutura do ginásio de esporte preciso de

departamento de obras só que eu não tenho esse contato, eu tenho contato direto

com a pessoa, mas uma reunião de departamentos para planejar o que tem que ser

feito a gente não tem.

RECEITA / INVESTIMENTO

6. Qual é o orçamento para a política de esporte? É suficiente?

O nosso orçamento hoje ele é bem alto, só que a gente não consegue usar todo o

dinheiro, esse recurso de previsão orçamentária a gente não consegue fazer todo

uso dele, mas ele é suficiente e graças a deus a gente não é cerceado das nossas

vontades né...normalmente a gente tem sido atendido com os nossos pedidos, só

agora final de mandato que a gente teve esses problemas todos, mas normalmente a

gente é atendido.

6.1 Há recursos específicos para o esporte? Qual o percentual?

Sim, o recurso é especifico, eu acredito que seja 3% da receita do município, é que

aqui a gente está em três departamentos sendo esporte, lazer e turismo, pode ser que

seja isso.

6.2 Em que setores da política de esporte há maior investimento? (esporte

educacional, esporte de lazer, de alto rendimento)

Esporte educacional.

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239

RECURSOS HUMANOS/DIREÇÃO

7. Quantos profissionais estão envolvidas na gestão do esporte no município?

04Profissionais envolvidos na gestão do esporte.

7.1 Quais são os cargos existentes na gestão?

Tenho 02 Técnicos Desportivos, 02 Professores um deles eu atuante e acumulando o

cargo de Diretor de Esporte.

7.2 Qual a formação dos profissionais?

Todos formados em Educação Física.

7.3 Existem formas de capacitação da equipe? (cursos, palestras, oficinas, outros). Quem promove esta capacitação? O próprio município? a UMMES? Como acontecem?

Curso de capacitação não existe como política do município, mas a gente tá sempre

indo atrás por conta própria.

UMMES

8. Qual o papel desempenhado pela UMMES na gestão do esporte em seu município? (quais as ações conjuntas realizadas no âmbito do esporte?)

Nesses últimos anos não foram realizadas nenhuma.

8.1 Qual a sua avaliação sobre o funcionamento da UMMES em relação ao

esporte?

Hoje a gente perdeu um pouco o contato com a Ummes antigamente a gente tinha

as reuniões periódicas e a gente ficava a par das coisas que estavam acontecendo e

hoje a gente sabe muito por cima o que acontece, mas quando ela foi ativa para o

esporte ela era uma coisa bem vinda pros municípios, organizada, a gente tinha

condições de discutir e debater o que ia ser feito, a gente tinha lá as reuniões nossas

que podia opinar, interferir em decisões.

8.2 Que sugestões você faria para melhorar o desenvolvimento do esporte na

UMMES?(orçamento, parcerias, recursos humanos)

Primeiro eu não sei porque que ela foi paralisada agora a sugestão que eu daria era

retomar e descentralizar o poder, acaba ficando sobre um município só, eu não sei

se falta interesse do município que está coordenando, eu não sei se é um biênio que

eles ficam e ai não sei se há falta de interesse, então descentraliza, joga para o

pessoal do esporte a parte do esporte para se organizarem, passa o recurso, vocês

tem tanto de recurso para fazer, vamos executar tal coisa, então ai eu acho que seria

a coisa mais viável, descentralizar e discutir isso em cada área.

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240

3A. PARTE: Informações pessoais e profissionais

PERFIL DO GESTOR

9. É funcionário público municipal ou é comissionado?

Comissionado.

9.1 Há quanto tempo está no cargo?

05anos no cargo.

9.2 Quais as razões que o levaram a ser um gestor de esporte público?

Vou puxar sardinha agora para o nosso amigo Mauro, a orientação que o Mauro

nos passou desde o início quando eu comecei a trabalhar como técnico desportivo

que foi um processo seletivo que teve ele sempre nos colocando a frente de tudo pra

ir passando como funciona e essa coisa dele de honestidade, caráter que é uma

coisa que ele foi, sempre correto. Ele põe o esporte acima de tudo e a gente leva para

gente também.

DADOS PESSOAIS

Idade: 38

Profissão: Educador Físico

Formação: Bacharelado em Educação Física

Atividade anterior: Não teve

Naturalidade: São Paulo

GESTOR 10

O OLHAR DO GESTOR SOBRE OBJETIVOS E PROGRAMAS

1. Na sua opinião qual o principal objetivo que deve orientar a gestão do esporte municipal?

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241

Bom aqui a gente trabalha para tirar as crianças da rua, a gente faz projetos

visando tirar as crianças da rua, então nós temos vários projetos aqui criança e para

adolescente para a inclusão social.

1.1 Você acredita que a gestão que acontece no município colabora para que esses objetivos sejam atingidos? Por que?

Sim sim, porque a gente trabalha dentro das comunidades, nós temos professores,

tem por exemplo uma entidade chamada Frei Chico que leva as crianças a ter

oportunidade no esporte, leva para participar de competições, traz elas para

conhecerem o ginásio de esporte, na piscina, então a gente trabalha o esporte para a

inclusão social junto às comunidades.

1.2 Quais programas são desenvolvidos pela sua secretaria/departamento/governo?

Nós temos vários programas, nós temos voleibol, natação, hidroginástica para

idosos, nós temos também futsal, futebol de campo, tênis de mesa, xadrez....vários

projetos aqui.

1.3 Há programas desenvolvidos com recursos, ou parcerias? (ONGs, Universidades, etc)

Olha nós temos parceiros aqui que ajudam com uniforme para essas crianças, então

a gente pelo comércio e graças a Deus o comércio ajuda bastante e eles dão bastante

uniformes para essas crianças.

1.4 Há alguma influência da UMMES no desenvolvimento do esporte no município? Qual?

Olha a Ummes faz tempo que a gente não tem contato com eles lá, antigamente até

ajudava sim mas faz tempo que a gente não tem contato com eles lá.

PLANEJAMENTO

2. Como é realizado o planejamento da gestão do esporte no município? Ele é anual para a toda a gestão? Como é realizado?

Sim sim, a gente tem o planejamento, senta aqui no final do ano, final de novembro

já faz o planejamento do próximo do ano visando o que vai fazer, onde vai atingir,

os objetivos que vai atingir, os eventos que iremos realizar, tudo que vai participar a

gente já faz no final do ano.

2.1 Em sua opinião, quais são os principais desafios que o município tem para o aperfeiçoamento do planejamento da gestão pública do esporte?

Olha agora nós estamos com um desafio grande aqui que é movimentar o pessoal da

terceira idade e também o pessoal deficiente físico, inclusive estamos trabalhando

para fazer duas piscinas para atender deficiente físico que nunca teve na nossa

cidade e região e agora Santa Cruz vai ter no próximo ano.

2.2 A UMMES participa no planejamento do esporte dos municípios? Existem

reuniões constantes para planejar o esporte na região? Se sim, como elas

acontecem? Se não Por que?? Não participa.

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242

SISTEMA DE AVALIAÇÃO/ INDICADORES

3. Há uma avaliação dos resultados das dos programas ou projetos desenvolvidos pela

secretaria/departamento/governo, relacionados ao esporte? Como ela é realizada? Sim

sim, cada dois a três meses a gente senta com os professores para analisar se foi

cumprido o planejamento, tem uma planilha que nos dá essa visão se foi cumprido

ou também não para a gente ver se está bem ou não os nossos projetos.

3.1 Vocês utilizam algum instrumento para conhecer a percepção da população em relação à política de esporte? (caso ele não responda isso na questão anterior)

PARTICIPAÇÃO POPULAR/CONTROLE SOCIAL

4. A gestão conta com a participação direta da população nas diretrizes, nos encaminhamentos e na avaliação da política de esporte?

Olha geralmente a população sempre ajuda a gente, tem pais de alunos que

frequentam o ginásio de esporte, os pais ajudam bastante.

4.1 Caso não, quais as razões?

4.2 Existe um conselho de esporte? Se não, o esporte é tema em outro tipo de conselho? Qual?

Olha tinha o Conselho Municipal de Esporte, mas daí faz tempo que não tem

mais, ai existe outros conselhos que a gente participa, do idoso, do CMDCA, mas

do esporte a gente não tem mais. E todo mês a gente tem reunião dos outros

conselhos.

INTERSETORIALIDADE

5. Há relação entre as demais secretarias e os setores do governo? Quais são os programas desenvolvidos em conjunto?

Isso, isso é muito bom porque todas as secretarias são interligadas entre si, inclusive

estamos fazendo essa parceria lá com a da inclusão ao deficiente físico para a gente

estar fazendo as duas piscinas que falei e também a que busca recursos financeiros

para realizar essas obras.

5.1 Há reuniões regulares com outros setores da Prefeitura para definição de metas e planos comuns? Como são realizadas?

Sim tem reunião com o Gérson que é o gestor que reúne todas as secretarias para

discutir as ações a serem realizadas para ele correr atrás de recursos

principalmente.

RECEITA / INVESTIMENTO

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243

6. Qual é o orçamento para a política de esporte? É suficiente?

Ó nosso orçamento é anual é suficiente mas a gente também conta com o apoio do

comércio e das empresas quando participa da Copa TV Tem, Copa TV Record,

Jogos Regionais e esses patrocinadores ajudam.

6.1 Há recursos específicos para o esporte? Qual o percentual?

O nosso para o esporte é R$ 1.500.000,00 (Hum milhão e meio). Em percentual não

sei te dizer.

6.2 Em que setores da política de esporte há maior investimento? (Esporte

educacional, esporte de lazer, de alto rendimento)

É educacional mesmo, que agente investe mais mesmo, é o que nós temos mais

público.

RECURSOS HUMANOS/DIREÇÃO

7. Quantos profissionais estão envolvidas na gestão do esporte no município?

Nós temos 11 profissionais envolvidos.

7.1 Quais são os cargos existentes na gestão?

08 professores de Educação Física, 02 diretores e o Secretário e todos são formados

em Educação Física.

7.2 Qual a formação dos profissionais?

Todos são formados em Educação Física.

7.3 Existem formas de capacitação da equipe? (cursos, palestras, oficinas, outros). Quem promove esta capacitação? O próprio município? a UMMES? Como acontecem?

Não, só uma professora que faz os cursos de hidroginástica fora.

UMMES

8. Qual o papel desempenhado pela UMMES na gestão do esporte em seu município? (quais as ações conjuntas realizadas no âmbito do esporte?)

Não existe nenhuma no momento.

8.1 Qual a sua avaliação sobre o funcionamento da UMMES em relação ao

esporte?

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244

Olha quando a gente ajuda a Ummes lá ela funcionava bem, agora como a gente

não tem mais acesso a Ummes lá eu não sei como está funcionando o esporte na

região.

8.2 Que sugestões você faria para melhorar o desenvolvimento do esporte na UMMES? (orçamento, parcerias, recursos humanos)

A minha sugestão é que os prefeitos se unissem elegessem uma nova diretora e

dentro dessa nova diretoria pegasse os secretários de cada cidade, entrasse em

contato e fizesse um plano de trabalho para o esporte para toda a região inteira,

fizesse para todos os municípios.

3A. PARTE: Informações pessoais e profissionais

PERFIL DO GESTOR

9. É funcionário público municipal ou é comissionado?

Sim, funcionário público e comissionado.

9.1 Há quanto tempo está no cargo?

08 anos Diretor e 03 anos de secretário.

9.2 Quais as razões que o levaram a ser um gestor de esporte público?

O desafio de implantar o esporte na cidade, fomentar o esporte na cidade de forma a

conseguir incluir mais as pessoas para a pratica do esporte na cidade

principalmente ao pessoal das vilas, do bairro incentivando cada vez mais.

DADOS PESSOAIS

Idade: 47

Profissão: Educador Físico

Formação: Licenciatura em Educação Física

Atividade anterior: Não teve

Naturalidade: Santa Cruz do Rio Pardo

GESTOR 11

O OLHAR DO GESTOR SOBRE OBJETIVOS E PROGRAMAS

1. Na sua opinião qual o principal objetivo que deve orientar a gestão do esporte municipal?

A gestão de esporte no município deve ser uma gestão abrangendo todos

né..crianças, adolescentes, jovens, adultos e o pessoal da melhor idade, uma forma

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245

de elevar a qualidade de vida porque o esporte interligado em vários aspectos, por

isso que a secretaria de esporte trabalha com todas as secretarias juntas, trabalha

com a educação, trabalha com o bem estar, trabalha com a saúde...então o gestor

tem que ter um olhar amplo, porque o futuro do esporte é o futuro de nossas

crianças, pois se elas estiverem dentro do esporte elas estarão fora das drogas e da

marginalidade, então entendo que o principal objetivo aqui hoje deve estar voltado

para a inclusão social e para a qualidade de vida das pessoas.

1.1 Você acredita que a gestão que acontece no município colabora para que esses objetivos sejam atingidos? Por que?

Desde que quando eu entrei a gestão administrativa está junto com o esporte porque

as coisas, teve a crise, um monte de coisa, mas mesmo assim eles nunca deixaram de

nos atender, foi sempre companheira, parceira e como te disse temos várias

secretarias interligas, uma secretaria ajudando a outra e vejo que essa é a forma de

se trabalhar hoje em dia, um vai driblando a crise do outro e se ajudando para

seguir em frente.

1.2 Quais programas são desenvolvidos pela sua secretaria/departamento/governo?

Hoje a gente está com cerca de 07 a 08 projetos esportivos futebol, futsal, futebol

feminino, temos o projeto voleibol para todos, para quem gosta de voleibol, quem

gosta de jogar vôlei joga vôlei, não tem aquele negócio não sei jogar vôlei, a

gente tem a hidroginpastica, tem o projeto caminhar para o idoso,, um projeto

no água suja que é um projeto em bairro/distrito próximo de São Pedro, então a

gente interage com todo mundo e aquilo que eu falo não é só focar em uma

modalidade, tem focar em várias, porque tem um que gosta de uma coisa e tem

aquele que gosta de outra, temos também o projeto dança que é também um

projeto cultural e que a secretaria do esporte está sempre dando apoio.

1.3 Há programas desenvolvidos com recursos, ou parcerias? (ONGs, Universidades, etc)

Todos os nossos projetos são mantidos pela prefeitura com recursos próprios, por

isso que eu falo essa administração gosta do esporte e quer ver o esporte se

desenvolver.

1.4 Há alguma influência da UMMES no desenvolvimento do esporte no

município?

Qual?

Não existe nenhuma influência atualmente.

PLANEJAMENTO

2. Como é realizado o planejamento da gestão do esporte no município? Ele é anual para a toda a gestão? Como é realizado?

Então no final de cada ano que vai encerrar a gente já faz um levantamento do que

foi feito anualmente para a gente trabalhar no ano seguinte com a base que a gente

já fez entendeu...isso é passado para o prefeito e ele vai ver quais as condições que a

gente pode estar desenvolvendo isso, mas eu falo muitas vezes você tendo o apoio da

prefeitura mas buscando também alternativas como o comércio, alguns amigos

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246

parceiros, você pode driblar essa crise financeira e ajudar a prefeitura a manter

todos os projetos e todos os eventos que vai ser ótimo para a população.

2.1 Em sua opinião, quais são os principais desafios que o município tem para o aperfeiçoamento do planejamento da gestão pública do esporte?

A cada dia a gente tem que aprender mais, tá no caminho certo, mas eu vejo que a

gente tem que criar mais modalidades mas para isso a gente esbarra na questão

financeira de poder implantar mais atividades com outras modalidades.

2.2 A UMMES participa no planejamento do esporte dos municípios? Existem

reuniões constantes para planejar o esporte na região? Se sim, como elas acontecem? Se não Por que??

Não participa. A Ummes não está se envolvendo no esporte nesses anos não sei te

dizer por que?

SISTEMA DE AVALIAÇÃO/ INDICADORES

3. Há uma avaliação dos resultados das dos programas ou projetos desenvolvidos pela

secretaria/departamento/governo, relacionados ao esporte? Como ela é realizada?

Olha eu acho que a melhor avaliação é a avaliação da população, a gente tem que

saber receber críticas para poder melhorar, tem que ouvir, a melhor forma é

dialogar com as pessoas então eu vejo assim que está tendo uma aceitação muito

boa da população, todo mundo que vem aqui a gente conversa, eu acho que a

melhor forma de gestão é aquela que abre a porta para todo mundo principalmente

para conversar e diálogos para ver...vamos fazer tal evento ou tal projeto, eu posso

participar do projeto, posso ajudar então a avaliação mesmo que eu falo vem da

população.

3.1 Vocês utilizam algum instrumento para conhecer a percepção da população em relação à política de esporte? (caso ele não responda isso na questão anterior)

Não utilizamos é na base da conversa mesmo ouvindo a opinião das pessoas, o

questionário eu acho complicado, o melhor mesmo é ouvir a população.

PARTICIPAÇÃO POPULAR/CONTROLE SOCIAL

4. A gestão conta com a participação direta da população nas diretrizes, nos

encaminhamentos e na avaliação da política de esporte?

Quando a gente vai fazer algum evento esportivo na cidade a gente faz

primeiramente um reunião, como por exemplo vai fazer um campeonato a gente

conversa com todos os interessados para ter uma interação para a gente ver o como

que a população quer que seja feito para ter uma interação melhor com eles, então a

gente tem essas reuniões mesmo para trabalhar isso.

4.1 Caso não, quais as razões?

4.2 Existe um conselho de esporte? Se não, o esporte é tema em outro tipo de conselho? Qual?

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247

O conselho a gente ainda não tem, mas dentro da educação, dentro do CMDCA a

gente já trabalha essa forma no qual sou membro também, tem o conselho da

criança, tem o conselho do idoso onde eu levo as propostas esportivas de trabalha

para lá também entendeu e ai a gente faz a interação desses conselhos para fazer as

atividades.

INTERSETORIALIDADE

5. Há relação entre as demais secretarias e os setores do governo? Quais são os programas desenvolvidos em conjunto?

Exatamente, temos sim vários projetos desenvolvidos em parcerias com as

secretarias sendo que a maioria é com a ação social, porque poucos municípios da

região que eu conheço que tem uma parceria para gente fazer uma alimentação

após fazer alguma atividade esportiva ou seja, todos os dias após o término das

atividades, dos projetos a secretaria de ação social ela manda um lanche para cada

criança ou para cada participante isso na área social na área educacional a gente

participa no desempenho escolar dessas crianças, porque não adianta participar de

algum projeto e não levar a sério a escola e ainda tem uma parceria muito legal com

a saúde visando a qualidade de vida.

5.1 Há reuniões regulares com outros setores da Prefeitura para definição de metas e planos comuns? Como são realizadas?

A gente tem as reuniões de secretariado em que cada secretaria expõe o seu trabalho

e também ali a gente faz aquele bate papo para inteirar o que está acontecendo até

para a gente fazer e realizar as ações juntos. Em torno de três em três meses a gente

se reúne e conversa.

RECEITA / INVESTIMENTO

6. Qual é o orçamento para a política de esporte? É suficiente?

Olha todo mundo quer mais, mas eu vejo assim em tempos de crise financeira o

orçamento hoje está sendo baixo, mas não é onde você tem que parar de trabalhar

tem que se buscar alternativas. Não é suficiente mas a gente tem que se virar com o

que tem.

6.1 Há recursos específicos para o esporte? Qual o percentual?

Existe mas em valores percentuais não sei te dizer esse valor especificamente eu não

tenho.

6.2 Em que setores da política de esporte há maior investimento? (esporte educacional, esporte de lazer, de alto rendimento)

Eu acho que é o esporte educacional por que é a partir do esporte educacional que

você pode desenvolver todos os outros entendeu.

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RECURSOS HUMANOS/DIREÇÃO

7. Quantos profissionais estão envolvidas na gestão do esporte no município? Hoje

contamos com 04 professores, 03 estagiários e 03 zeladores.

7.1 Quais são os cargos existentes na gestão?

Secretário, professores, estagiários, zeladores.

7.2 Qual a formação dos profissionais?

Licenciatura em Educa Física, Estudantes de Educação Física.

7.3 Existem formas de capacitação da equipe? (Cursos, palestras, oficinas, outros).

Quem promove esta capacitação? O próprio município? a UMMES? Como acontecem?

Não tem, quando tem alguma é na área da educação que os professores participam.

UMMES

8. Qual o papel desempenhado pela UMMES na gestão do esporte em seu município? (Quais as ações conjuntas realizadas no âmbito do esporte?)

Hoje não temos nenhuma relação com a UMMES de ações conjuntas.

8.1 Qual a sua avaliação sobre o funcionamento da UMMES em relação ao

esporte?

Eu falo a verdade que no meu ponto de vista não existe nenhuma interação com o

esporte entre os municípios, a gente ve que tem com outros setores da prefeitura mas

com o esporte não existe.

8.2 Que sugestões você faria para melhorar o desenvolvimento do esporte na UMMES? (Orçamento, parcerias, recursos humanos)

Na minha opinião é montar uma comissão entre os secretários de esporte onde ali

vai estar realizando a discussão das ideias de cada para fazer uma junção e ver

melhores formas de incentivar o esporte na região. Precisamos discutir mais entre

os municípios e fazer mais campeonatos para motivar todas as cidades

principalmente diante da dificuldade que estamos com a crise financeira.

3A. PARTE: Informações pessoais e profissionais

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PERFIL DO GESTOR

9. É funcionário público municipal ou é comissionado?

Funcionário público há 10anos e comissionado nessa administração.

9.1 Há quanto tempo está no cargo?

03 anos e 10 meses.

9.2 Quais as razões que o levaram a ser um gestor de esporte público?

Desde pequeno participei das escolinhas, fui atleta profissional e também essa

paixão pelo esporte me motivou a tentar fazer o esporte acontecer na cidade, ser

levado mais a sério porque ele é muito importante para o desenvolvimento e

crescimento das crianças entendeu.

DADOS PESSOAIS

Idade: 29

Profissão: Técnico em Saneamento

Formação: Ciências Biológicas

Atividade anterior: Técnico de Laboratório Companhia de Saneamento.

Naturalidade: São Pedro do Turvo

GESTOR 12

O OLHAR DO GESTOR SOBRE OBJETIVOS E PROGRAMAS

1. Na sua opinião qual o principal objetivo que deve orientar a gestão do esporte municipal?

A gestão ééé´...orientar para trabalhar mais naquelas áreas mis necessitadas onde se

tem a necessidade de se implantar o esporte, onde tem muita criança que não leva a

sério a prática esportiva atingindo o aspecto de saúde principalmente, onde a

obesidade tem aparecido muito entre as crianças, onde a gente numa cidade

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pequena estamos tendo muito e isso tem gerado dificuldade nesse aspecto, trabalhar

o esporte em prol da saúde.

1.1 Você acredita que a gestão que acontece no município colabora para que esses objetivos sejam atingidos? Por que?

Nem todos os objetivos atinge porque a demanda é muito grande e os profissionais

para trabalhar na área são poucos, temos muitas crianças e não damos conta por

falta desses profissionais já que pelo fato do município ser pequeno a gente acaba

enfrentando muitas dificuldades.

1.2 Quais programas são desenvolvidos pela sua secretaria/departamento/governo? A

gente trabalha com as categorias do futebol desde o sub 05 até o sub 30...ééé´...o

futsal, o voleibol masculino e feminino, tênis de mesa onde a gente tem uma

parceria com a escola estadual, a gente procura sempre estar junto.

1.3 Há programas desenvolvidos com recursos, ou parcerias? (ONGs, Universidades, etc)

Temos o tênis de mesa como falei com a escola estadual e do CRAS que tem um

programa de JiuJitsu.

1.4 Há alguma influência da UMMES no desenvolvimento do esporte no município? Qual?

Com o esporte não.

PLANEJAMENTO

2.Como é realizado o planejamento da gestão do esporte no município? Ele é anual para a toda a gestão? Como é realizado?

Então a gente faz um trabalho assim, a gente tem um calendário que já vem de

outras administrações, a gente procura seguir e sempre colocando mais alguma

coisa para poder enriquecer esse planejamento esportivo.

2.1 Em sua opinião, quais são os principais desafios que o município tem para o aperfeiçoamento do planejamento da gestão pública do esporte?

A dificuldade de ter pessoas capacitadas para poder estar trabalhando o esporte

junto com a gente porque às vezes é difícil principalmente porque as vezes o salário

é baixo e os profissionais recusam, pois ele se forma e espera ter um salário melhor

do que é oferecido.

2.2 A UMMES participa no planejamento do esporte dos municípios? Existem reuniões

constantes para planejar o esporte na região? Se sim, como elas acontecem? Se não Por que??

Não participa.

SISTEMA DE AVALIAÇÃO/ INDICADORES

3. Há uma avaliação dos resultados das dos programas ou projetos desenvolvidos pela secretaria/departamento/governo, relacionados ao esporte? Como ela é realizada?

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251

Eu procuro fazer isso, trabalho com gráficos para poder ver como que tá o

desenvolvimento da galera que pratica esporte e sempre buscar melhorias nas

realizações.

3.1 Vocês utilizam algum instrumento para conhecer a percepção da população em relação à política de esporte? (Caso ele não responda isso na questão anterior)

PARTICIPAÇÃO POPULAR/CONTROLE SOCIAL

4. A gestão conta com a participação direta da população nas diretrizes, nos

encaminhamentos e na avaliação da política de esporte?

Nem tanto....às vezes algum ou outro vem participar, mas muito pouco.

4.1 Caso não, quais as razões?

As vezes falta de interesse, as vezes falta de uma divulgação maior falta de estar

chamando o pessoal para participar.

4.2 Existe um conselho de esporte? Se não, o esporte é tema em outro tipo de conselho? Qual?

Nós não temos conselho, mas a gente se reúne com o CRAS da assistência social

para discutir fazendo uma parceria junto e a educação através da escola a gente

participa bastante das discussões para tratar o esporte em parcerias com eles.

INTERSETORIALIDADE

5. Há relação entre as demais secretarias e os setores do governo? Quais são os programas desenvolvidos em conjunto?

Temos alguns trabalhos na área da saúde que trabalhamos junto com o esporte,

além da assistência social e da educação que já falei anteriormente.

5.1 Há reuniões regulares com outros setores da Prefeitura para definição de metas e planos comuns? Como são realizadas?

A gente costuma fazer reunião quando vamos fazer um evento, mas é muito pouca

as vezes que a gente se reúne para esse tipo de discussão.

RECEITA / INVESTIMENTO

6. Qual é o orçamento para a política de esporte? É suficiente?

Para realizar um trabalho bacana eu acho que é muito pouco, deveria ter um

incentivo maior onde poderia estar enriquecendo mais o esporte pois através da

prática esportiva a gente consegue eliminar um monte de coisas né....são as drogas,

doenças, sedentarismo....essas coisas.

6.1 Há recursos específicos para o esporte? Qual o percentual?

Sim existe, mas não chega a 1%, muito pouco mesmo como te falei para fazer algo

melhor.

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6.2 Em que setores da política de esporte há maior investimento? (esporte educacional, esporte de lazer, de alto rendimento)

Aqui a gente procura investir mais no lazer e no alto rendimento mas não deixa de

ter na educação também.

RECURSOS HUMANOS/DIREÇÃO

7. Quantos profissionais estão envolvidas na gestão do esporte no município?

05profissionais.

7.1 Quais são os cargos existentes na gestão?

03 Professores e 02 estagiários.

7.2 Qual a formação dos profissionais?

03 formados em Educação Física e os estagiários são estudantes de Educação Física

também.

7.3 Existem formas de capacitação da equipe? (cursos, palestras, oficinas, outros). Quem promove esta capacitação? O próprio município? a UMMES? Como acontecem?

Muito pouco, eu até cobro isso mas não conseguimos realizar e se esperar do

profissional ele fica acomodado, se forma e não procura se aperfeiçoar.

UMMES

8. Qual o papel desempenhado pela UMMES na gestão do esporte em seu município? (quais as ações conjuntas realizadas no âmbito do esporte?)

Atualmente não tenho conhecimento para te falar.

8.1 Qual a sua avaliação sobre o funcionamento da UMMES em relação ao

esporte?

Zero por cento, não tem funcionalidade nenhuma para a região em relação ao

esporte.

8.2 Que sugestões você faria para melhorar o desenvolvimento do esporte na

UMMES?(orçamento, parcerias, recursos humanos,

Acho que deveria sentar junto os gestores do esporte e fazer um planejamento para

que possa deixar forte o esporte na nossa região, pois ele se tornou muito decadente,

faz os eventos isolados, o pessoal nem aparece para discutir sobre isso.

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3A. PARTE: Informações pessoais e profissionais

PERFIL DO GESTOR

9. É funcionário público municipal ou é comissionado?

Comissionado.

9.1 Há quanto tempo está no cargo?

12 anos.

9.2 Quais as razões que o levaram a ser um gestor de esporte público?

Primeiro por eu ter praticado esporte e ter feito vários cursos na área fui convidado

para estar compondo esta pasta né...e o gosto pelo esporte e a experiência me

motivaram também.

DADOS PESSOAIS

Idade: 36

Profissão: Coordenador de Esporte

Formação: Bacharel em Direito

Atividade anterior: Funcionário de Posto de Gasolina

Naturalidade: Timburi

ANEXOS

ANEXO A – PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP

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