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4 Universidade São Francisco Curso de Fisioterapia Perfil das crianças internadas por afecções respiratórias no Hospital Universitário São Francisco Bragança Paulista 2009

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Universidade São Francisco

Curso de Fisioterapia

Perfil das crianças internadas por afecções

respiratórias no Hospital Universitário São Francisco

Bragança Paulista

2009

5

Ariana Karen da Silva Mazzochi

Talita Padovan Serafim

Perfil das crianças internadas por afecções

respiratórias no Hospital Universitário São Francisco

Bragança Paulista

2009

Monografia apresentada à disciplina Trabalho de Conclusão de Curso do Curso de Fisioterapia da Universidade São Francisco sob orientação da Profa Patrícia Teixeira Costa como exigência para conclusão do curso de graduação

6

MAZZOCHI, Ariana Karen da Silva; SERAFIM, Talita Padovan. Perfil das crianças

internadas por afecções respiratórias no Hospital Universitário São Francisco.

Trabalho de Conclusão de Curso. 2009. Curso de Fisioterapia da Universidade São

Francisco. Bragança Paulista.

____________________________________________________________ Prof.ª Patrícia Teixeira Costa USF – Orientadora Temática _______________________________________________________________ Prof.ª Rosimeire Simprini Padula USF – Orientadora Metodológica _______________________________________________________________ Prof.ª Carolina Camargo de Oliveira USF – Banca Examinadora

7

DEDICATÓRIA

Dedico esse trabalho ao nossos pais e nossas mães, que sempre nos incentivaram,

mostrando o caminho certo a seguir, ajudando a realizar esse sonho, que cativou em

nós a dedicação e paixão pelos estudos e que também nos ensinaram a viver dentro das

dificuldades que a vida mostrou, sempre superando os obstáculos de cabeça erguida.

ARIANA KAREN DA SILVA MAZZOCHI

E

TALITA PADOVAN SERAFIM

8

AGRADECIMENTOS

Primeiramente gostariamos de agradecer a Deus por nos ter dado condições financeiras

e intelectuais para chegar até esta etapa do Curso de Fisioterapia.

Agradecemos aos nossos familiares pelo apoio, motivação e paciência nesse momento

decisivo e enriquecedor de nossa vida profissional, acadêmica e pessoal.

Aos nossos pais, que nunca mediram esforços para que nosso sonho se realizasse. Que

nos apoiaram nas nossas decisões e estiveram disponíveis em nos auxiliar nessa jornada,

buscando sempre o melhor para nós.

À irmã da Talita, Tábata Padovan Serafim, que sempre nos ajudou e teve paciência

nos momentos em que realizavamos nossos estudos durante esses quatro anos de

dedicação.

À avó da Ariana Karen, Nair Cardoso, que sempre nos acolheu de uma forma especial,

nos ajudando em momentos que só ela sabia como fazer “aquele agrado” de avó e pelo

carinho e paciência em dias difíceis .

Aos nossos velhos amigos, que sempre participaram de cada momento, sejam estes

felizes ou tristes, que nos ensinaram que amigo é aquele que participa, mesmo de longe,

dividindo um pedacinho de mais essa etapa conquistada em nossas vidas.

9

Aos nossos amigos sempre presentes nessa jornada Marilia Leme Pédico, Mayara

Nascimento, Roberta Toricelli, Ana Irene Costa de Oliveira, Gabriela Leite,

Alvaro Bianchi Neto que dividiram o aprendizado, as risadas, muitas risadas e o amor

incondicional por esta profissão maravilhosa.

Ao nosso amigo e companheiro Bruno Gobbi que dividiu e cresceu ao nosso lado

durante esses quatro anos, dividindo conhecimento, dificuldades e momentos de

descontração.

À nossa querida professora e amiga Patrícia Teixeira Costa, que nos deu a honra de

orientar este trabalho, pela paciência, dedicação e competência sempre.

Às professoras Rosimeire Simprini Padula e Thatiane Moura Campos Zanelli, pela

atenção, paciência, carinho e por nos acalmarem nos momentos de dificuldade de

realização deste trabalho.

A todos os professores do Curso de Fisioterapia, que contribuíram para a nossa

formação profissional e crescimento pessoal, de forma que, a cada dia, nos

apaixonássemos pela nossa profissão.

ARIANA KAREN DA SILVA MAZZOCHI

E

TALITA PADOVAN SERAFIM

10

EPÍGRAFE

"Para realizar grandes conquistas, devemos não apenas agir, mas também sonhar; não

apenas planejar, mas também acreditar."

Anatole France

11

RESUMO

Introdução: As doenças respiratórias na infância têm constituído motivo de

preocupação para os profissionais de saúde devido à sua elevada morbidade, observada

em termos mundiais, bem como a alta mortalidade que incide especialmente nos países

do terceiro mundo. As afecções do aparelho respiratório que o fisioterapeuta mais

freqüentemente observa na criança são: asma, bronquite, bronquectasias, bronquite

asmática ou alérgica e doença fibrocística. As técnicas fisioterapêuticas mais utilizadas

e avaliadas são drenagem postural, manobras de higiene brônquica como tapotagem (ou

percussão), vibração/vibrocompressão, manobras com ambú (bag-squeezing), aspiração

de vias aéreas e endotraqueal, estímulo de tosse e o posicionamento. Objetivo: Analisar

o perfil das crianças internadas por afecções respiratórias no Hospital Universitário São

Francisco. Método: Este estudo foi desenvolvido na Enfermaria Pediátrica do Hospital

Universitário São Francisco no período de 06 de maio a 06 de julho de 2009, sendo

incluídas as crianças internadas por afecções respiratórias. Foram utilizados para a

coleta de dados os prontuários hospitalares das crianças internadas e as informações

transportadas para a ficha de coleta de dados. Resultados: Das patologias encontradas,

a pneumonia mostrou-se a mais presente no estudo com 52% dos casos das crianças

internadas. 75% das crianças receberam atendimento fisioterapêutico no periodo de

internação hospitalar. A média de dias de internação das crianças foi de 10,65 dias.

Conclusão: O estudo mostrou que uma grande incidência de internação hospitalar por

afecções respiratórias infantis e que a atuação da fisioterapia pode ser benéfica para uma

boa evolução do paciente e redução do tempo de internação.

PALAVRAS-CHAVE: pediatria, fisioterapia, afecções respiratórias, tempo de

internação hospitalar.

12

ABSTRACT

Introduction: Repiratory diseases in infacy has been of concern to health profissionals

dire to its high morbidity, rate observid globally, as well the high mortality that is

mostly concerned with therd world countries. The respiratory tract problems that

physical therapists reften observid in children are: asthma, bronchites, bronchiectases,

bronchial asthma or allergic diseases and fibrocistica. As therapy techniques commonly

used and are evalueted postural draenage, maneuvers hiegiene bronchial and clapping,

vibration, bar squeezing, tracheal suctioning, stimulation of cough and positioning.

Objective: Analyse the profile of children hospitalized for respiratory deseases in

Hospital Universitário São Francisco. Method: This was developed in the rescarch

pediatric ward of the Hospital Universitário São Francisco, in the period from may, 6 to

july 6, 2009, and included children hospitalized admitted for respiratory diseases. To

collection data were used the hospital records of children item and the information

carred to the summury of data collection. Results: the patholoies fond,pneumonia

proved to be more present in the study wtilh 52% of cases of children hospitalized. 75%

of children receurd physical therapy in the period of hospitalization.The average

hospital stay of working-class childred was 10,65 days. Conclusion: The study showed

that alarge incidence of hospitalization for respiratory diseases for children and the role

of physical therapy may be benefical to good patrent outcones and shorten hospital.

KEY-WORDS: infancy, therapy, repiratory diseases, shorten hospital.

13

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO............................................................................................................4

1.1 Afecções respiratórias na infância...............................................................................4

1.2 Fisiotarapia respiratória nas afecções respiratórias pediátricas.................................11

2 OBJETIVOS...............................................................................................................15

2.1 Objetivo Geral...........................................................................................................15

2.2 Objetivos Específicos................................................................................................15

3 MÉTODO....................................................................................................................16

3.1 Desenho do estudo.....................................................................................................16

3.2 Local do estudo..........................................................................................................16

3.3 Critérios de inclusão..................................................................................................16

3.4 Critérios de exclusão.................................................................................................16

3.5 Materiais....................................................................................................................16

3.6 Procedimento.............................................................................................................16

3.7 Análise dos dados......................................................................................................17

4 RESULTADOS .........................................................................................................18

5 DISCUSSÃO...............................................................................................................43

6 CONCLUSÃO.............................................................................................................49

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS.....................................................................................50

ANEXOS

14

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1. Gênero das crianças .......................................................................................18

Gráfico 2. Idade das crianças ..........................................................................................19

Gráfico 3. Cidade de procedência das crianças ..............................................................20

Gráfico 4. Escolaridade dos pais das crianças ................................................................21

Gráfico 5. Escolaridade das mães das crianças ..............................................................22

Gráfico 6. Atividade profissional dos pais das crianças .................................................23

Gráfico 7. Atividade profissional das mães das crianças................................................24

Gráfico 8. Renda familiar das crianças............................................................................25

Gráfico 9. Localização da moradia das crianças.............................................................26

Gráfico 10. Número de pessoas moradoras das casas das crianças.................................27

Gráfico 11. Quantidade de cômodos das casas das crianças ..........................................28

Gráfico 12. Quantidade de fatores de risco por paciente.................................................30

Gráfico 13. Peso de nascimento das crianças..................................................................31

Gráfico 14. Duração do aleitamento materno das crianças.............................................32

Gráfico 15. Vacinação das crianças ................................................................................33

Gráfico 16. Causas das internações das crianças ............................................................35

Gráfico 17. Suporte ventilatório e oxigenioterapia suplementar ....................................36

Gráfico 18. Tempo de internação hospitalar das crianças ..............................................37

Gráfico 19. Medicações utilizadas nas crianças..............................................................38

Gráfico 20. Número de crianças submetidas à fisioterapia.............................................39

Gráfico 21. Número de atendimentos com a fisioterapia................................................40

Gráfico 22. Evolução das crianças..................................................................................42

15

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Fatores de risco das casas das crianças ...........................................................29

Tabela 2. Antecedentes pessoais das crianças.................................................................34

Tabela 3. Condutas fisioterapêuticas aplicadas às crianças.............................................41

16

LISTA DE SIGLAS

Universidade São Francisco (USF)

Infecções Respiratórias Agudas (IRA)

Doenças Respiratórias Agudas (DRA)

Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS)

Organização Mundial da Saúde (OMS)

Vigilância dos Efeitos na Saúde Relacionados à Poluição do Ar (VIGIAR)

Bronquiolite Viral Aguda (BVA)

Drenagem Autógena Assistida (DAA)

Desobstrução Rinofaríngea Retrógrada (DRR)

Glossopulsão Retrógrada (GPR)

Aceleração do Fluxo Expiratório (AFE)

Fisioterapia Respiratória Convencional (FRC)

Hospital Universitário São Francisco (HUSF)

Traumatismo Crânio-encefálico (TCE)

Síndrome da imunodeficiência adquirida (SIDA)

Ventilação Mecânica Não Invasiva (VMNI)

Manobra de Higiene Brônquica (MHB)

Manobra de Reexpansão Pulmonar (MRP)

Unidade de Terapia Intensiva (UTI)

Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF)

Ministério da Saúde (MS)

17

1. INTRODUÇÃO

1.1 Afecções respiratórias na infância

As doenças respiratórias na infância têm constituído motivo de preocupação para

os profissionais de saúde devido à sua elevada morbidade, observada em termos

mundiais, bem como a alta mortalidade que incide especialmente nos países do terceiro

mundo (CHIESA, WESTPHAL, AKERMAN, 2008).

As doenças respiratórias infantis abrangem um amplo espectro de eventos

mórbidos de diferentes etiologias e de distinta gravidade que, em comum, caracterizam-

se por comprometer uma ou mais porções do trato respiratório da criança. Entre os

determinantes imediatos dessas doenças encontram-se, de um lado, uma ampla gama de

vírus e bactérias e, de outro, alérgenos, agentes químicos e físicos e traumas (BENICIO,

CARDOSO, GOUVEIA, 2000).

As doenças respiratórias são ainda a terceira causa de óbito em crianças menores

de um ano no município de Campinas e no Estado de São Paulo, apesar da acentuada

diminuição da mortalidade infantil que ocorreu nos últimos trinta anos (83,2/1.000

nascidos vivos em 1970 para 17,5/1.000 nascidos vivos em 1999) (RICCETTO,

ZAMBOM, PEREIRA, 2003).

As vias aéreas são anatômica e fisiologicamente estruturadas para proteger os

alvéolos de materiais inalados, tanto de micro-organismos como de corpos estranhos,

mesmo quando expostos a ambientes poluídos. Fisiologicamente as vias aéreas são

mantidas limpas por diversos mecanismos, sendo alguns físicos, tais como aparelho

mucociliar, tosse e interação do fluxo de ar com o muco no interior dos tubos do sistema

respiratório, sendo que estes mecanismos podem interagir (GODOY, 2006).

As infecções respiratórias, em especial a pneumonia, são a principal causa de

morte em crianças menores de 5 anos no mundo todo, principalmente nos países em

desenvolvimento (NESTI, GOLDBAUM, 2007).

18

As doenças respiratórias agudas permanecem como a causa mais freqüente de

mortalidade infantil nos países em desenvolvimento (MACEDO, MENEZES,

ALBERNAZ, 2007).

As infecções respiratórias agudas do aparelho respiratório podem afetar o nariz, a

garganta, os ouvidos, a laringe, os brônquios e os pulmões (LEMOS, 2001).

As afecções do aparelho respiratório figuram entre as causas de óbito mais

freqüentes durante o período neonatal. São vários os fatores estruturais e metabólicos

relacionados com a imaturidade que predispõem o lactente à insuficiência respiratória

aguda (SHEPERD, 2002).

No Brasil vem ocorrendo queda da mortalidade infantil, sendo que no período de

1994 a 2004 houve queda de 32,6%, chegando em 2004, ano de estimativa mais recente,

a 26,6 óbitos por mil nascidos vivos. As doenças respiratórias ocupam o primeiro lugar

entre as causas de morte de crianças de 1 a 4 anos, sendo responsáveis por cerca de 50%

das causas de internação hospitalar nesta faixa etária e por 30% a 50% das crianças

atendidas nos pronto socorros e centros de saúde (ANDRADE, MELLO, SCOCHI,

2008).

No Brasil, a infecção respiratória aguda é também a maior responsável pela

morbi-mortalidade de crianças com idade inferior a cinco anos, constituindo, ainda, a

principal causa de hospitalização dessa faixa etária (SILVA, VALENTE, SANTOS,

2006).

Entre os fatores de risco de grande importância, associados à maior freqüência e

gravidade dos episódios de infecções respiratórias agudas (IRA) em menores de 5 anos,

estão o baixo peso ao nascer, a desnutrição, a falta ou curta duração do aleitamento

materno e a deficiência na imunização (ANDRADE, MELLO, SCOCHI, 2008).

Entre os fatores de risco para a infecção respiratória aguda incluem-se: a

ventilação do domicílio, o estado nutricional da criança, o nível de escolaridade dos

pais, a densidade domiciliar e o tabagismo dos moradores da casa, principalmente o da

mãe (SILVA, VALENTE, SANTOS, 2006).

Vários são os fatores de risco mencionados na literatura associados à

hospitalização de crianças menores de cinco anos: sexo masculino, baixa renda familiar,

ordem de nascimento, número de crianças menores de cinco anos morando no

domicilio, locais de residência (rural, urbana), exposição ao fumo, frio e umidade,

desnutrição, desmame precoce, idade da mãe, menor grau de instrução materna e maior

densidade domiciliar (CAETANO, BORDIN, PUCCINI, 2002).

19

Em relação aos fatores de risco para DRA, são encontrados na literatura resultados

algumas vezes controversos, com risco observado apenas para determinados grupos de

DRA, ou para desfecho clínico específico, como a mortalidade sem efeito sobre a

morbidade por DRA. Em linhas gerais, no entanto, o baixo nível socioeconômico, as

condições ambientais inadequadas, incluindo aglomeração familiar e exposição passiva

ao fumo, são apontados como os principais fatores de risco envolvidos na ocorrência

das DRA na infância. Além desses aspectos, há aqueles relacionados às condições

nutricionais (baixo peso ao nascer, baixos peso e estatura para a idade e interrupção da

amamentação) e a presença de doenças respiratórias pré-existentes na criança

(MACEDO, MENEZES, ALBERNAZ, 2007).

As doenças respiratórias agudas (DRA) e particularmente as infecções

respiratórias agudas (IRA), são uma das causas mais comuns de morbimortalidade na

infância, atingindo principalmente crianças menores de cinco anos de idade (MACEDO,

MENEZES, ALBERNAZ, 2007).

É bem estabelecido o maior risco de mortalidade por infecção respiratória aguda

associada a idades menores, especialmente para infecções virais como a bronquiolite

viral aguda, sendo fator prognóstico para esta condição a imaturidade imunológica e o

calibre reduzido da via aérea. Esses são também prováveis fatores responsáveis pela

maior incidência e gravidade de condições respiratórias entre as crianças mais jovens

(MACEDO, MENEZES, ALBERNAZ, 2007).

As crianças são particularmente vulneráveis à exposição à agentes químicos

presentes no ambiente. Devido às suas características fisiológicas, ingerem mais água e

alimentos e respiram maior quantidade de ar por unidade de peso corporal que os

adultos. Um lactente, nos primeiros seis meses de vida, ingere sete vezes mais água que

um adulto e o pré-escolar (1 a 5 anos de idade) ingerem cerca de três a quatro vezes

mais comida por quilo de peso corporal do que um adulto médio. O aporte de ar em um

lactente em repouso é o dobro do observado em um indivíduo adulto. Além disso,

hábitos peculiares como levar constantemente à mão a boca e brincar e se locomover

próximo ao solo também contribuem para maior exposição. Assim sendo, quaisquer

agentes químicos presentes no ar, água, solo e alimentos têm uma probabilidade maior

de serem absorvidos por crianças do que por adultos (SILVA, FRUCHTENGARTEN,

2005).

20

Ao papel da poluição do ar atribuem-se três fatores: o primeiro, de origem

industrial, por meio da poeira, dióxido de inxofre, óxido de nitrogênio, hidrocarboretos,

amoníaco, fumaça de cigarro, clorofluocarbonos, ozônio e aerossóis ácidos; o segundo,

de origem atmosférica, no qual intervêm fatores geográficos e metereológicos, umidade,

ventos dominantes; e, o terceiro, o fator tabagismo dos pais, passivo para a criança

pequena, sobretudo o tabagismo materno, pois a mãe, teoricamente, permanece mais

tempo em casa do que o pai (POSTIAUX, 2004).

Como é sabido que os componentes da contaminação atmosférica antropogênica

atingem o organismo predominantemente por via inalatória, é de se esperar que seus

principais efeitos se manifestem no trato respiratório (NASCIMENTO, PEREIRA,

BRAGA, 2006).

No Brasil, o Ministério da Saúde está implantando o programa de Vigilância dos

Efeitos na Saúde Relacionados à Poluição do Ar (VIGIAR). Desse modo, busca-se

analisar a associação entre a exposição à poluição do ar e as internações hospitalares

para causas específicas de doenças respiratórias e cardiovasculares em idosos e crianças

no Município de São Paulo (GOUVEIA, FREITAS, MARTINS, 2006).

Em áreas urbanas industrializadas e/ou nas regiões de queima de biomassa, a

baixa umidade nos períodos de estiagem soma-se à elevação dos níveis de poluição

atmosférica. Os poluentes do ar iniciam um processo inflamatório no aparelho

respiratório, alterando a permeabilidade das vias aéreas e possibilitando, assim, o acesso

e a progressão de microorganismos patogênicos. O material particulado presente na

poluição do ar pode ainda interferir na depuração e inativação de bactérias que atingem

o tecido pulmonar e contribuir para a ocorrência de doenças infecciosas. Além disso, as

crianças representam o grupo mais sensível aos efeitos dos poluentes atmosféricos

(ROSA, IGNOTTI, BOTELHO, 2008).

A exposição aos poluentes ambientais é reconhecida como um importante fator de

risco para ocorrência das internações hospitalares. Há evidências de que a poluição

atmosférica está associada a aumento importante no risco de morte e doenças crônicas

em crianças, resultados desastrosos na gestação e agravamento de doenças

(NASCIMENTO, PEREIRA, BRAGA, 2006).

A poluição do ar também altera o desenvolvimento físico das crianças expostas,

aumenta a frequência das consultas e das hospitalizações causadas por infecções

respiratorias agudas (POSTIAUX, 2004).

21

Agressões por agentes biológicos como infecções bacterianas ou exposições a

fungos no ambiente, poluentes químicos aéreos como fumaça de tabaco ou queima de

combustíveis, definitivamente, interferem no desenvolvimento pulmonar (SILVA,

FRUCHTENGARTEN, 2005).

Deve-se mencionar alguns fatores que afetam o desenvolvimento pulmonar intra-

uterino tais como as anomalias da parede torácica, as hérnias diafragmáticas, o

oligoâmnio, as anomalias renais e a hipóxia materna, que podem ser de origem

tabagística (POSTIAUX, 2004).

Outras causas e fatores de risco diminuem a velocidade de crescimento pulmonar

após o nascimento tais como a cifoescoliose, a Tetralogia de fallot, a Síndrome de

Down, as infecções brônquicas e malformações cardíacas (POSTIAUX, 2004).

O tipo de aquecimento doméstico e, principalmente, o aquecimento a carvão são

fatores que favorecem os acometimentos respiratórios. O tamanho e a promiscuidade

familiares que determinam a densidade de habitação bem como o meio sócioeconômico

associado ao tabagismo materno sao fatores somatórios para criar as condições

favoráveis às agressões respiratórias e à sua transmissão. As avaliações desses fatores

causais ou de associação evidencia uma significativa relação entre os mesmos e a

prevalência dos problemas respiratórios e otorrinolaringológicos como bronquiolites,

pneumopatias, asma, bronquite, sinusites, rinites, tosse crônica, ruidos respiratórios

adventícios e acometimentos da função ventilatória (POSTIAUX, 2004).

Atualmente, gases e partículas provenientes da queima parcial de combustiveis

fósseis em veículos automotivos, principalmente o diesel, são os fatores responsáveis

pela maior prevalência de asma brônquica e outras doenças alérgicas em populações

residentes em áreas mais poluidas (MOURA, JUNGER, MENDONÇA, 2008).

A história ambiental permite ao profissional de saúde registrar, juntamente com a

história clínica, a descrição das condições dos ambientes interno e externo,

comportamento e fatores de risco relevantes para a saúde da criança. São exemplos

disso as características das residências, escolas, creches e locais de recreação;

proximidades de áreas de depósito de lixo; regiões urbanas com trânsito intenso de

veículos e indústrias poluidoras; exposição potencial aos praguicidas ou a outros

produtos químicos, entre outros (SILVA, FRUCHTENGARTEN, 2005).

22

As causas mais frequentes de adoecimento de crianças menores de cinco anos e de

demanda aos serviços de saúde são as afecções do aparelho respiratório, entre as quais

se destacam as infecções respiratórias agudas. Contudo, apesar do caráter global de sua

distribuição, seu impacto sobre as taxas de hospitalização e sobre a taxa de óbito sofre

diferenciações significativas, relacionadas às desigualdades existentes no

desenvolvimento econômico dos diversos países e regiões. Entre essas hospitalizações,

a pneumonia se destaca como a principal causa (CAETANO, BORDIN, PUCCINI,

2002).

No Brasil, as doenças respiratórias são responsáveis por aproximadamente 10%

das mortes entre os menores de um ano, sendo a segunda causa de óbito na população

de zero a um ano de idade princiopalmente por pneumonias de origem bacterianas e a

primeira causa entre as crianças de um a quatro anos (CHIESA,WESTPHAL,

AKERMAN, 2008).

As infecções respiratórias infantis incluem em sua sintomatologia tosse, febre,

dispnéia, inflamação orofaríngea, otalgia, anorexia, coriza nasal, tiragem sub e

intercostal e cianose. Alguns desses sintomas representam agravos decorrentes do

processo inflamatório causado pelo acúmulo de secreções tanto no trato respiratório

inferior como no superior, dependendo da região atingida e do agente etiológico,

contribuindo para a obstrução das vias aéreas nas crianças (MONTEIRO, SILVA,

LOPES, 2007).

As doenças respiratórias agudas podem ser denominadas de acordo com a

ocorrência de um processo inflamatório infeccioso (resfriado comum e pneumonias, por

exemplo) ou não-infeccioso (rinite alérgica, por exemplo), sofrendo a influência de

patógenos, fatores alérgenos e traumas. Podem ser classificadas em altas e baixas,

diferenciando-se pelo grau de acometimento do trato respiratório. As doenças

respiratórias altas têm, em geral, curso benigno e são autolimitadas. As doenças

respiratórias baixas tendem a se estender por um período maior de tempo e, se não

tratadas, podem colocar em risco a vida das crianças (MONTEIRO, SILVA, LOPES,

2007).

Segundo o I Consenso Brasileiro sobre Pneumonias, as doenças respiratórias

correspondem a aproximadamente 50% dos atendimentos ambulatoriais, sendo 12%

destes por pneumonias (BRUNETTO, PAULIN, 2002).

23

A ocorrência de complicações nos quadros de pneumonias é um dos principais

determinantes do agravamento e do risco de morte em crianças menores de cinco anos.

O envolvimento da pleura nos quadros pneumônicos, se não identificados corretamente

contribuem substancialmente para o agravamento do quadro clínico e para o

comprometimento da função e mecânica respiratória, determinando um maior risco de

óbito por insuficiência e falência respiratória (PINTO, MAGGI, ALVES, 2004).

A Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) e a Organização Mundial da

Saúde (OMS) consideram o derrame pleural a complicação mais frequente das

pneumonias mais graves em crianças menores de cinco anos (PINTO, MAGGI,

ALVES, 2004).

Asma é uma doença inflamatória crônica caracterizada por hiper-responsividade

das vias aéreas inferiores e limitação variável ao fluxo aéreo, reversível

espontaneamente ou com tratamento. Manifesta-se clinicamente por episódios

recorrentes de sibilância, dispnéia, aperto no peito e tosse à noite e pela manhã ao

despertar (TRAVENSOLO, RODRIGUES, 2006).

A asma causa um profundo impacto na criança, em suas famílias e na sociedade.

Constata-se um grande número de crianças asmáticas recorrendo aos serviços de

emergência, com necessidade frequente de internações (CHATKIN, MENEZES, 2005).

A incidência de asma em crianças menores de 18 anos aumentou mais do que o

dobro, na última década, nos EUA e em outros países industrializados. Entre os

desencadeantes de quadros asmáticos agudos, destacam-se: no ambiente doméstico, a

fumaça do tabaco e os compostos orgânicos voláteis, presentes em materiais de

construção, produtos de limpeza, edesivos e pesticidas; no ambiente externo das grandes

cidades, o ozônio e o dióxido de enxofre, gerados por veículos automotores e por

indústrias e usinas termoelétricas, juntamente com material particulado. Esses agentes

químicos se somam aos conhecidos fatores externos (alérgenos) de origem biológica

como pólens, fungos, ácaros de poeira e outros, comprometendo crianças que vivem em

condições mais precárias de habitação, nas camadas mais pobres da população (SILVA,

FRUCHTENGARTEN, 2005).

A bronquiolite é uma infecção respiratória aguda que comumente acomete

pacientes pediátricos. Geralmente é de etiologia viral, compromete as vias aéreas de

pequeno calibre (bronquíolos), causa processo inflamatório agudo que cursa com

acometimento respiratório do tipo obstrutivo com diversos níveis de gravidade

causando taquipnéia, desconforto respiratório, broncoespasmos e aumento da produção

24

de secreção pulmonar (LANZA, GAZZOTTI, LUQUE, 2008).

A Bronquiolite Viral Aguda (BVA) é uma doença inflamatória aguda do trato

respiratório inferior. É freqüente nos dois primeiros anos de vida, apresenta pico de

incidência ao redor dos seis meses de idade e é causada por um agente viral que provoca

infecção e obstrução das vias aéreas de pequeno calibre (LUISI, 2008).

A BVA constitui-se em um problema de saúde pública, sendo um dos principais

motivos de consulta em unidades de emergências pediátricas e uma das maiores causas

de hospitalização nos meses de inverno. A incidência de hospitalizações por BVA

aumentou em 20% desde 1980 (LUISI, 2008).

1.2 Fisioterapia respiratória nas afecções respiratórias

pediátricas

A fisioterapia respiratória surgiu em 1901 quando se relatou o benefício da

drenagem postural no tratamento da Bronquiectasia. Nessa época, a tomada de decisão

na clínica diária baseava-se em estudos científicos, em sua maioria realizados com

métodos rudimentares, no conhecimento fisiopatológico das doenças, em experiências

pessoais e em informações obtidas através de livros e opiniões de professores ou peritos

(BRITTO, DUARTE, SILVESTRE, 2005).

As afecções do aparelho respiratório que o fisioterapeuta mais freqüentemente

observa na criança são: asma, bronquite, bronquectasias, bronquite asmática ou alérgica

e doença fibrocística (SHEPERD, 2002).

Os lactentes e as crianças que apresentam afecções do aparelho respiratório são

encaminhados ao fisioterapeuta com finalidade de melhorar a capacidade funcional dos

seus pulmões. Na maioria desses casos, o tratamento tem três objetivos principais:

limpeza das vias aéreas obstruídas pelo acúmulo das secreções ou pelo material

aspirado, reexpansão de um segmento pulmonar atelectasiado e aperfeiçoamento do

mecanismo respiratório e do controle sobre a respiração (SHEPERD, 2002).

As novas técnicas de fisioterapia respiratória tendem a diminuir o desconforto

respiratório pois auxiliam na eliminação das secreções acumuladas nos pulmões, sendo

esta a causa do desconforto (LEMOS, 2001).

25

A fisioterapia respiratória tem como objetivo a remoção de secreções das vias

aéreas, reduzindo a obstrução brônquica e a resistência das vias aéreas, facilitando as

trocas gasosas e reduzindo o trabalho respiratório. Em afecções agudas, visa encurtar o

período de doenças ou de repercussão funcional. Em processos crônicos, visa retardar

sua progressão ou mantê-los estacionados (BRITTO, DUARTE, SILVESTRE, 2005).

O tratamento fisioterapêutico visa melhorar as condições pulmonares,

aumentando a complacência pulmonar e diminuindo a resistência das vias aéreas e,

dessa forma, reduz o trabalho respiratório (RIBEIRO, MELO, DAVIDSON, 2008).

As técnicas tem como objetivo deslocar as secreções pulmonares, previamente

soltas com ajuda da manobra de percussão, conduzindo-as para os brônquios de maior

calibre, traquéia e, finalmente, para fora do sistema respiratório (HADDAD, COSTA,

NEGRINI, 2006).

A principal função da fisioterapia respiratória em pacientes pediátricos é

contribuir para a remoção de secreções traqueobrônquicas e obter melhor expansão

pulmonar, prevenir ou reverter atelectasias e diminuir o risco de infecções pulmonares

(FELCAR, GUITTI, MARSON, 2008).

As técnicas fisioterapêuticas são recomendadas quando há obstrução das vias

aéreas superiores, da traquéia e dos brônquios por secreções espessas bem como para

bebês ventilados e intubados. São utilizadas com o intuito de promover desobstrução

brônquica, desinsuflação pulmonar, reexpansão (nos casos de atelectasias) e posterior

remoção das secreções das vias aéreas, podendo ser utilizadas isoladamente ou em

combinação, considerando a necessidade de cada paciente (LUISI, 2008).

As técnicas fisioterapêuticas mais utilizadas e avaliadas são as denominadas

manobras de higiene brônquica: tapotagem (ou percussão), vibração/vibrocompressão,

manobras com ambú (bag-squeezing), aspiração de vias aéreas e endotraqueal, estímulo

de tosse e o posicionamento em posturas de drenagem (NICOLAU, LAHÓZ, 2007).

A técnica de higiene brônquica é descrita tradicionalmente na literatura como

fisioterapia respiratória convencional (FRC) e compreende as manobras de drenagem

postural, pressão manual torácica, facilitação da tosse e/ou aspiração de vias aéreas

superiores (ANTUNES, SILVA, BOCARDO, 2006).

As técnicas de higiene brônquica são listadas como sendo aquelas capazes de

mobilizar secreções e prover o seu deslocamento. São as seguintes: vibração torácica,

compressão torácica, percussão ou tapotagem, drenagem postural, bag-squeezing,

Manobra Zeep e tosse (ABREU, PEREIRA, VALENTI, 2007).

26

As manobras de higiene brônquica visam auxiliar a depuração das vias aéreas por

meio da drenagem postural e/ou da vibração torácica manual enquanto a aspiração

traqueal tenta substituir a tosse (RIBEIRO, MELO, DAVIDSON, 2008).

As manobras de fisioterapia relacionadas aos cuidados respiratórios consistem em

técnicas manuais, posturais e cinéticas dos componentes tóraco-abdominais que podem

ser aplicadas isoladamente ou em associação de outras técnicas, em que de uma forma

genérica, têm os seguintes objetivos: mobilizar e eliminar as secreções pulmonares;

melhorar a ventilação pulmonar; promover a reexpansão pulmonar; melhorar a

oxigenação e trocas gasosas; diminuir o trabalho respiratório; diminuir o consumo de

oxigênio; aumentar a mobilidade torácica; aumentar a força muscular respiratória;

aumentar a endurance; reeducar a musculatura respiratória; promover a independência

respiratória funcional; prevenir complicações e acelerar a recuperação do paciente

(ABREU, PEREIRA, VALENTI, 2007).

As técnicas de fisioterapia respiratória, objetivando o aumento da permeabilidade

das vias aéreas e prevenção do acúmulo de secreções brônquicas (ROSA, ROESE,

SAVI, 2007).

Técnicas desenvolvidas mais recentemente buscam remover as secreções do trato

respiratório sem realizar procedimentos invasivos, como a aspiração de vias aéreas,

preservando a estrutura respiratória. Destacam-se a drenagem autógena assistida

(DAA), a desobstrução rinofaríngea retrógrada (DRR) acompanhada por instilação

local, a glossopulsão retrógrada (GPR) e o aumento do fluxo expiratório (AFE)

(HADDAD, COSTA, NEGRINI, 2006).

No procedimento da técnica de padrão ventilatório podem ser classificados em

reexpansivos e desinsuflativos, cuja finalidade é de expansibilidade tóraco-pulmonar,

aumento da complacência, da ventilação pulmonar, dos volumes e capacidades

pulmonares, melhora nas trocas gasosas e oxigenação, reversão de atelectasias e

aumento da força muscular ventilatória (ABREU, PEREIRA, VALENTI, 2007).

O AFE é definido como aumento ativo, ativo-assistido, ou passivo do volume

expirado, em velocidade ou quantidade. Dentre as técnicas fisioterapêuticas o AFE é

uma das mais utilizadas em pediatria, tendo como objetivo mobilizar, deslocar e

eliminar as secreções traqueobrônquicas (ANTUNES, SILVA, BOCARDO, 2006).

27

A fisioterapia respiratória tem sido utilizada para desobstrução, higiene brônquica,

prevenção de atelectasias e recrutamento alveolar, pois contribui para diminuição da

resistência das vias aéreas, promovendo melhor ventilação-perfusão e

conseqüentemente, diminuindo o trabalho ventilatório pela remoção do excesso de

muco que se acumula nas vias aéreas das crianças (LUISI, 2008).

A utilização de técnicas de fisioterapia respiratória como a vibrocompressão ou

tapotagem, associadas à drenagem postural em lactentes hospitalizados por bronquiolite,

determinou redução do desconforto respiratório, maior eliminação de secreção e

melhora da ausculta pulmonar (LANZA, GAZZOTTI, LUQUE, 2008).

Além do tratamento curativo, o fisioterapeuta deve orientar aos pais e familiares

sobre a prevenção das infeccões agudas na infância com a finalidade de diminuir o

número de internações hospitalares por pneumonias graves (LEMOS, 2001).

Tendo em vista o grande número de internações de crianças por afecções

respiratórias nos hospitais e a relevância da fisioterapia nesses casos, este estudo

pretendeu analisar o perfil das crianças internadas por afecções respiratórias no Hospital

Universitário São Francisco.

28

2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Analisar o perfil das crianças internadas por afecções respiratórias no Hospital

Universitário São Francisco.

2.2 Objetivos Específicos

Verificar o tempo de internação hospitalar das crianças internadas com afecções

respiratórias no HUSF.

Verificar as afecções respiratórias pediátricas mais incidentes no HUSF.

Verificar o tratamento clínico e fisioterapêutico utilizado nas crianças internadas

com afecções respiratórias no HUSF.

29

3. MÉTODO

3.1 Desenho do Estudo

Estudo epidemiológico de coorte transversal.

3.2 Local do estudo

O estudo foi desenvolvido na Enfermaria Pediátrica do Hospital Universitário São

Francisco, anexo ao campus de Bragança Paulista, São Paulo.

3.3 Critérios de inclusão

Foram selecionadas para o estudo as crianças de 0 a 18 anos internadas no período

de 06 de maio a 06 de julho de 2009 na Enfermaria Pediátrica no Hospital

Universitário São Francisco de Bragança Paulista, que apresentaram afecções

respiratórias.

3.4 Critérios de exclusão

Foram excluídas do estudo crianças de 0 a 18 anos internadas na Enfermaria

Pediátrica do Hospital Universitário São Francisco que apresentaram outras

afecções não respiratórias.

3.5 Materiais

Foram utilizados os seguintes materiais para o estudo:

♦ Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

♦ Prontuários hospitalares das crianças

♦ Ficha de coleta de dados

3.6 Procedimento

O projeto foi enviado ao Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade São

Francisco para aprovação sob o número CAAE: 0017.0.142.000-09 (Anexo I ).

Após, foi solicitado ao diretor clínico do HUSF uma autorização para a coleta dos

dados dos prontuários das crianças (Anexo II). Posteriormente, os responsáveis

pelas crianças internadas foram convidados a participar da pesquisa e estando de

30

acordo, assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Anexo III).

Após essa autorização, os prontuários foram analisados e as informações foram

registradas na ficha de coleta de dados (Anexo IV).

3.7 Análise dos dados

A análise dos dados foi realizada por meio de estatística descritiva utilizando

valores absolutos e relativos, sendo demonstrados os resultados através de

gráficos e tabelas. O nível de significância considerado foi de 5%.

31

4. RESULTADOS

Durante o período de 06 de maio a 06 de julho de 2009 foram analisados 258

prontuários de crianças internadas na Enfermaria Pediátrica do Hospital

Universitário São Francisco, sendo que 51 dos prontuários analisados eram de

crianças internadas com afecções respiratórias.

O Gráfico 1 representa o gênero das crianças internadas na Enfermaria do HUSF .

30 (58,8%)

21 (41,2%)

FemininoMasculino

Gráfico 1. Gênero das crianças

O gráfico mostra que, das 51 crianças internadas com afecções respiratórias no

HUSF, 21 (41,2%) eram do gênero feminino e 30 (58,8%) eram do gênero masculino

(Gráfico 1).

32

O Gráfico 2 representa a idade das crianças internadas na Enfermaria do HUSF .

41%

27%

18%

6%

8%

0 a 6 meses6 meses a 1 ano 1 ano a 3 anos 3 anos a 6 anosmaior de 6 anos

Gráfico 2. Idade das crianças

O gráfico mostra que, das 51 crianças internadas com afecções respiratórias no

HUSF, 21 (41%) pertenciam à faixa etária de 0 a 6 meses, 14 (27%) pertenciam à faixa

etária de 6 meses a 1 ano, 9 (18%) pertenciam à faixa etária de 1 ano a 3 anos, 3 (6%)

pertenciam à faixa etária de 3 anos a 6 anos e 4 (8%) pertenciam à faixa etária maior

que 6 anos (Gráfico 2).

33

O Gráfico 3 representa a cidade de procedência das crianças internadas na

Enfermaria do HUSF.

66%

20%

4%

10%

Bragança Paulista

Atibaia

Pinhalzinho

Outros

Gráfico 3. Cidade de procedência das crianças

O gráfico mostra que, das 51 crianças internadas com afecções respiratórias no

HUSF, 34 (66%) eram procedentes de Bragança Paulista, 10 (20%) eram procedentes de

Atibaia, 2 (4%) eram procedentes de Pinhalzinho, 5 (10%) eram procedentes de outras

cidades como Pedra Bela, Tuiuti, Vargem, Joanópolis e Piracaia (Gráfico 3).

34

O Gráfico 4 representa a escolaridade dos pais das crianças internadas na

Enfermaria do HUSF.

57%

35%

2% 4% 2%

Educação fundamental

Ensino médio

Ensino Superior

Nunca estudou

Não soube responder

Gráfico 4. Escolaridade dos pais das crianças

O gráfico mostra que, dos 51 pais das crianças internadas com afecções

respiratórias no HUSF, 29 (57%) apresentaram escolaridade de educação fundamental

completa, 18 (35%) apresentaram o ensino médio completo, 1 (2%) apresentou o

ensino superior completo, 2 (4%) nunca estudaram e 1 (2%) não soube responder

(Gráfico 4).

35

O Gráfico 5 representa a escolaridade das mães das crianças internadas na

Enfermaria do HUSF.

5 5 %3 9 %2 % 2 % 2 % E d u c a ç ã o f u n d a m e n t a lE n s i n o m é d i oE n s i n o S u p e r i o rN u n c a e s t u d o uN ã o s o u b e i n f o r m a r

Gráfico 5. Escolaridade das mães das crianças

O gráfico mostra que, das 51 mães das crianças internadas com afecções

respiratórias no HUSF, 28 (55%) apresentaram escolaridade de educação fundamental

completa, 20 (39%) apresentaram o ensino médio completo, 1 (2%) apresentou o

ensino superior completo, 1 (2%) nunca estudou e 1 (2%) não soube responder (Gráfico

5).

36

O Gráfico 6 representa a atividade profissional dos pais das crianças internadas na

Enfermaria do HUSF.

Gráfico 6. Atividade profissional dos pais das crianças

O gráfico mostra que, dos 51 pais das crianças internadas com afecções

respiratórias no HUSF, 12 apresentaram atividade profissional de construção (pedreiro,

marcineiro, instalador de calha, gesseiro, pintor, lenheiro), 10 apresentaram a atividade

de ajudante geral (operador de máquina, metalúrgico), 4 trabalhavam como

caminhoneiro, 5 eram autônomos, 1 estava desempregado, 4 eram jardineiros, 3

trabalhavam de motoboy, 1 era farmacêutico, 1 era falecido e 9 realizavam outras

atividades como vigilante, segurança, mecânico, garçon, cozinheiro, designer, auxiliar

de depósito e funcionário público, 1 pessoa não soube informar (Gráfico 6).

0

2

4

6

8

10

12

14

Profissôes

Quantidade de profissôes (n)

Construção

Ajudante geral

Caminhoneiro

Autônomo

Jardineiro

Moto Boy

Farmacêutico

Desempregado

Falecido

Não soube informar

Outros

37

O Gráfico 7 representa a atividade profissional das mães das crianças internadas

na Enfermaria do HUSF.

63%

37%

do lar

ocupação externa

Gráfico 7. Atividade profissional das mães das crianças

O gráfico mostra que, das 51 mães das crianças internadas com afecções

respiratórias no HUSF, 32 (63%) mães apresentaram atividade do lar e 19 (37%)

apresentaram ocupação externa sendo as mais relatadas: diarista, costureira, cozinheira

e ajudante geral (Gráfico 7).

38

O Gráfico 8 representa a renda familiar das crianças internadas na Enfermaria do

HUSF.

41%

33%

24%

2%

1 salário mínimo

2 salários mínimos

3 salários mínimos

Não soube informar

Gráfico 8. Renda familiar das crianças

O gráfico mostra que, das 51 famílias das crianças internadas com afecções

respiratórias no HUSF, 21 (41%) tinham renda familiar de 1 salário mínimo; 17 (24%),

de 2 salários mínimos; 12 (24%), de 3 salários mínimos e 1 (2%) não soube informar

(Gráfico 8).

39

O Gráfico 9 representa a localização da moradia das crianças internadas na

Enfermaria do HUSF.

32 (63%)

19 (37%)

Rural

Urbana

Gráfico 9. Localização da moradia das crianças

O gráfico mostra que, das 51 crianças internadas com afecções respiratórias no

HUSF, 32 (63%) moravam na área urbana e 19 (37%) moravam na área rural

(Gráfico 9).

40

O Gráfico 10 representa o número total de pessoas moradoras das casas das

crianças internadas na Enfermaria do HUSF.

0 51 01 52 02 53 03 5a t é 3 3 a 6 6 a 1 0 a c i m a 1 0N ú m e r o s d e m o r a d o r e sQ uantid ad esd epaci ent es( n)

Gráfico 10. Número de pessoas moradoras das casas das crianças

O gráfico mostra que, das 51 crianças internadas com afecções respiratórias no

HUSF, 29 (57%) apresentavam de 3 a 6 moradores, 17 (33%) apresentavam até 3

moradores, 4 (8%) apresentavam de 6 a 10 moradores e 1 (2%), apresentava acima de

10 moradores na casa (Gráfico 10).

41

O Gráfico 11 representa a quantidade de cômodos nas casas das crianças

internadas na Enfermaria do HUSF.

45%

31%

16%

8%

≤ 3 comôdos

4 comôdos

5 comôdos

acima de 5 comôdos

Gráfico 11. Quantidade de cômodos das casas das crianças

O gráfico mostra que, das 51 crianças internadas com afecções respiratórias no

HUSF, 23 (45%) moravam em casas com 3 ou menos comôdos, 16 (31%) moravam em

4 comôdos, 8 (16%) moravam em 5 comôdos e 4 (8%) moravam em casas com 5 ou

mais comôdos (Gráfico 11).

42

A Tabela 1 representa os fatores de risco ambientais das casas das crianças

internadas na Enfermaria do HUSF.

Tabela 1. Fatores de risco ambientais das casas das crianças

Fatores de risco N %

Gás 51 100%

Animais domésticos 41 80,4%

Tabagismo domiciliar 27 52,9%

Inseticidas/Praguicidas 16 31,4%

Mofo 13 25,5%

Reforma da casa 10 19,6%

Vazamento 7 13,7%

Aromatizante de ambiente 6 11,8%

A tabela mostra que, das 51 crianças internadas com afecções respiratórias no

HUSF, todos utilizavam o gás como forma de combustível para o fogão, 41 (80,4%)

conviviam com animais domésticos, 27 (52,9 %) apresentava tabagismo domiciliar, 16

(31,4%) faziam uso de inseticidas/praguicidas, 13 (25,5%) relataram mofo, 10 (19,6%)

realizaram reforma na casa recentemente, 7 (13,7%) relataram vazamento, e 6 (11,8%)

utilizavam aromatizantes de ambiente (Tabela 1).

43

O Gráfico 12 representa a quantidade de fatores de risco para afecção respiratória

por criança internada na Enfermaria do HUSF.

0

5

10

15

20

25

30

N° de fatores de risco

Quantidade de pacientes (n)

1 Fator

2 Fatores

3 Fatores

4 Fatores

Gráfico 12. Quantidade de fatores de risco por paciente

O gráfico mostra que, das 51 crianças internadas com afecções respiratórias no

HUSF, 8 (15,68%) pacientes apresentavam apenas 1 fator de risco para afecção

repsiratória, 26 (51%) apresentavam 2 fatores de risco, 8 (15,68%) apresentavam 3

fatores de risco e 9 (17,64%) apresentavam 4 fatores de risco (Gráfico 12).

44

O Gráfico 13 representa o peso de nascimento das crianças internadas na

Enfermaria do HUSF.

.

8%6%

18%

66%

2%

até 1000g

1001 a 1500g

1501 a 2500g

acima de 2500g

Não soube informar

Gráfico 13. Peso de nascimento das crianças

O gráfico mostra que, das 51 crianças internadas com afecções respiratórias no

HUSF, 34 (66%) apresentaram peso de nascimento acima de 2500g, 9 (18%)

apresentaram peso de 1501 a 2500g, 4 (8%) apresentaram peso de até 1000g, 3 (6%)

apresentaram peso de 1001 a 1500g, 1 (2%) não soube informar o peso do paciente

(Gráfico 13).

45

O Gráfico 14 representa a duração do aleitamento materno das crianças internadas

na Enfermaria do HUSF.

22%

24%40%

8%4% 2%

Está amamentando

Nunca amamentou

Amamentou até 6 meses

6 meses a 1 ano

Amamentou até 2 anos

Amamentou acima de 2 anos

Gráfico 14. Duração do aleitamento materno das crianças

O gráfico mostra que, das 51 crianças internadas com afecções respiratórias no

HUSF, 21 (40%) amamentaram exclusivamente com leite materno até 6 meses, 12

(24%) nunca amamentaram, 11 (22%) estavam amamentando, 4 (8%) amamentaram de

6 meses a 1 ano, 2 (4%) amamentaram até 2 anos e 1 (2%) amamentou acima de 2 anos

(Gráfico 14).

46

O Gráfico 15 representa a vacinação das crianças internadas na Enfermaria do

HUSF.

88%

12%

Em dia

Atrasada

Gráfico 15. Vacinação das crianças

O gráfico mostra que, das 51 crianças internadas com afecções respiratórias no

HUSF, 45 (88%) apresentavam a vacinação do paciente em dia e 6 (12%) apresentavam

a vacinação do paciente com atrasos (Gráfico 15).

47

A Tabela 2 representa os antecedentes pessoais das crianças internadas na

Enfermaria do HUSF.

Tabela 2. Antecedentes pessoais das crianças

Antecedentes Pessoais N %

Sem antecedentes 33 64,7%

Pneumonia 10 19,6%

Cardiopatia 3 5,9%

Hiperreatividade brônquica 3 5,9%

Hérnia 1 2,0%

TCE grave 1 2,0%

Crise convulsiva 1 2,0%

Bronquiolite

SIDA

Meningite

Pneumatocele

Síndrome Genética

1

1

1

1

1

2,0%

2,0%

2,0%

2,0%

2,0%

A tabela mostra que, das 51 crianças internadas com afecções respiratórias no

HUSF, 33 (64,7%) não apresentavam antecedentes pessoais, 10 (19,6%) apresentavam

pneumonia, 3 (5,9%) apresentam cardiopatia, 3 (5,9%) apresentavam hiperrreatividade

brônquica, 1 (2,0%) apresentava hérnia, 1 (2,0%) apresentava TCE grave, 1 (2%)

apresentava crise convulsiva, 1 (2%) apresentava bronquiolite, 1 (2%) apresentava

SIDA, 1 (2%) apresentava meningite, 1 (2%) apresentava pneumatocele e 1 (2%)

apresentava síndrome genética (Tabela 2).

48

O Gráfico 16 representa as causas da internação na Enfermaria do HUSF.

52%

20%

4%

12%

4%8%

Pneumonia

Bronquiolite

Broncoespasmo

Pneumonia e broncoespasmo

Bronquiolite e pneumonia

Outros

Gráfico 16. Causas da internação das crianças

O gráfico mostra que, das 51 crianças internadas com afecções respiratórias no

HUSF, 27 (52%) apresentaram como causa da internação a Pneumonia, 10 (20%)

apresentaram Bronquiolite, 2 (4%) apresentaram Broncoespasmo sem causa definida, 6

(12%) apresentaram Pneumonia associada ao Broncoespasmo, 2 (4%) apresentaram

Bronquiolite associada à Pneumonia. As outras patologias encontradas foram crise

asmática, hiperreatividade brônquica, desconforto respiratório e derrame pleural

totalizando 8% em 4 pacientes (Gráfico 16).

49

O Gráfico 17 representa o suporte ventilatório e oxigenioterapia suplementar

utilizado nas crianças internadas na Enfermaria do HUSF.

0

5

10

15

20

25

30

35

40

N° de pacientes (n)

Ar Ambiente

Oxigenioterapia

Ventilação mecânica Não invasiva

Gráfico 17. Suporte ventilatório e oxigenioterapia suplementar

O gráfico mostra que, das 51 crianças internadas com afecções respiratórias no

HUSF, 15 (29%) utilizaram oxigenioterapia, 2 (4%) utilizaram ventilação mecânica não

invasiva e 34 (67%) permaneceram em respiração espontânea em ar ambiente (Gráfico

17).

50

O Gráfico 18 representa o tempo de internação hospitalar das crianças internadas

na Enfermaria do HUSF.

0

5

10

15

20

25

Tempo de internação

Paciente (n) 1 - 5 dias

5 - 10 dias

10 - 20 dias

Acima de 20 dias

Gráfico 18. Tempo de internação hospitalar das crianças

O gráfico mostra que, das 51 crianças internadas com afecções respiratórias no

HUSF, 22 (43,15%) permaneceram internadas entre 1 e 5 dias; 16 (31,37%) entre 5 a 10

dias; 9 (17,64%) entre 10 a 20 dias e 4 (7,84%) permaneceram internadas acima de 20

dias, chegando ao número máximo de 67 dias de internação. A média de dias de

internação das crianças foi de 10,65 dias com um desvio padrão de 12,45 dias (Gráfico

18).

51

O Gráfico 19 representa os medicamentos utilizados pelas crianças internadas na

Enfermaria Pediátrica do HUSF.

Gráfico 19. Medicações utilizadas nas crianças

O gráfico mostra que, das 51 crianças internadas com afecções respiratórias no

HUSF, 39 (76,47%) fizeram uso de Antibiótico, 7 (13,72%) utilizaram Antibiótico

associado ao Broncodilatador, 3 (5,89%) usaram somente o Corticóide, e 2 (3,92%)

usaram Corticóide, Broncodilatador e Antibiótico associados (Gráfico 19).

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

Pacientes (n)

Medicamento

Antibiótico

Antibiótico e Broncodilatador

Corticóide

Corticóide e Broncodilatador, Antibiótico

52

O Gráfico 20 representa o número de crianças submetidas ao atendimento de

fisioterapia na Enfermaria Pediátrica do HUSF.

7 5 %2 5 % s i mn ã o

Gráfico 20. Número de crianças submetidas à fisioterapia

O gráfico mostra que, das 51 crianças internadas com afecções respiratórias no

HUSF, 38 (75%) receberam atendimentos de fisioterapia e 13 (25%) não receberam

atendimentos de fisioterapia (Gráfico 20).

53

O Gráfico 21 representa o número de atendimento com a fisioterapia na

Enfermaria Pediátrica do HUSF.

Gráfico 21. Número de atendimentos com a fisioterapia

O gráfico mostra que, das 51 crianças internadas com afecções respiratórias no

HUSF, 23 (45,1%) foram atendidas pela fisioterapia de 1 a 5 vez e 13 (25,5%) não

foram atendidas pela fisioterapia, 9 (17,64%) foram atendidas de 6 a 10 vez e 4 (7,84%)

foram atendidas acima de 15 vez e apenas 2 (3,92%) foram atendidas de 11 a 15 vez.

(Gráfico 21)

Foi utilizado o teste de correlação entre as variáveis tempo de fisioterapia

realizada e dias de internação do paciente e entre as variáveis dias de internação e

fatores de risco. Existiu apenas correlação significativa (r = 0,098) para dias de

internação e atendimentos de fisioterapia.

0

5

10

15

20

25

N° de atendimentos

Pacientes (n) 1 a 5

Não realizou fisioterapia

6 a 10

11 a 15

acima de 15

54

A Tabela 3 representa as condutas fisioterapêuticas utilizadas nas crianças

internadas na Enfermaria do HUSF.

Tabela 3. Condutas fisioterapêuticas aplicadas às crianças

Condutas fisioterapêuticas N %

MHB 39 76,47

MRP 21 41,2

Tosse 18 35,3

Hegiene Nasal 14 27,45

Aspiração traqueal 2 3,9

AFE 2 3,9

A tabela mostra que, das 51 crianças que foram internadas com afecções

respiratórias no HUSF, 39 (76,47%) receberam manobras de higiene brônquica (MHB),

21 (41,2%) receberam manobras de reespansão pulmonar (MRP), 18 (35,3%)

realizaram a tosse, 14 (27,45%) precisaram de hegiene nasal, 2 (3,9%) precisaram de

aspiração traqueal e 2 (3,9%) realizaram o AFE (Tabela 3).

55

O Gráfico 22 representa a evolução das crianças internadas ao final do período

de coleta de dados na Enfermaria Pediátrica do HUSF .

0

10

20

30

40

50

60

Evolução do paciente

N° de pacientes (n)

Alta hopitalar

Encaminhamentopara a UTI

Óbito

Transferido

Permaneceinternado

Gráfico 22. Evolução das crianças

O gráfico mostra que, das 51 crianças internadas com afecções respiratórias

no HUSF, 48 (94%) tiveram alta hospitalar, 1 (2%) foi encaminhado pra UTI, 1

(2%) foi a óbito e 1 foi transferido para outra unidade hospitalar (Gráfico 22).

56

5. DISCUSSÃO

Esse estudo mostrou uma maior incidência de crianças do sexo masculino

internadas com afecções respiratórias e um maior número de crianças internadas na

faixa etária de 0 a 3 anos com predomínio de 0 a 6 meses. Caetano et al. (2002)

obtiveram uma amostra de 893 pacientes, sendo 65 (7,3%) crianças menores de 5 anos

de idade; com hospitalizações de 37 (56,9%) meninos e 28 (43,1%) meninas, sendo 31

(47,7%) crianças menores de 1 ano e 34 (52,3%) na faixa etária de 1 a 4 anos.

Neste estudo, foi observado que a maioria das crianças internadas procediam de

Bragança Paulista, porém, por ser um hospital universitário de referência regional,

também realizam serviços de urgência e de internação para os municípios vizinhos

como Atibaia e outros.

O presente estudo mostrou um grande número de mães e pais apresentando apenas

o ensino fundamental completo. Segundo Caetano et al. (2002), um fator de risco

importante para hospitalização de crianças é a baixa escolaridade materna. Em seu

trabalho, foi encontrado um grande número de mães e pais apresentando escolaridade

baixa. Caetano et al. (2002) relatam uma primeira suposição de que as crianças cujas

mães apresentam maior nível de escolaridade teriam maior acesso aos diferentes tipos

de serviço de saúde além dos públicos, privados e conveniados.

Neste estudo pode-se constatar que a atividade profissional predominante das

mães foi a atividade do lar e a dos pais foi na área de construção e que a maioria das

famílias recebem 1 salário mínimo como renda familiar. Caetano et al. (2002) relatam

em sua análise que variáveis relacionadas às condições sócio-econômicas e

demográficas da família como a escolaridade da mãe, densidade domiciliar e óbitos de

irmãos menores de cinco anos mostraram-se associadas à maior internação hospitalar.

Neste estudo observou-se que a maioria das crianças mora em zona urbana. A

criança que mora em zona rural pode estar exposta a certos fatores de risco e a criança

que mora em zona urbana provavelmente permeia por mais fatores de riscos e/ou mais

infecções para doenças respiratórias como a poluição urbana e o tabagismo domiciliar.

Nascimento et al. (2006) ao estimarem os efeitos acumulados para o período de 8 dias

de exposição aos poluentes, observaram o aumento de aproximadamente 10% nas

internações por pneumonias em crianças de até 10 anos de idade. De acordo com Pinto

et al. (2004) residir em zona rural representou um risco duas vezes maior para o

57

comprometimento respiratório em comparação com residir em zona urbana. Porém,

alguns fatores podem ter interferido na interpretação desse resultado, tais como a

dificuldade de acesso ao serviços de saúde, as condições sócio-econômicas e o clima da

região. Essas características relacionadas às questões sócio-econômicas e nutricionais

podem reforçar hipóteses de associação de algumas dessas variáveis para o agravamento

das pneumonias graves e desenvolvimento de comprometimento pleural.

No presente estudo, foi detectado que a maioria das crianças apresenta moradias

com menos de 3 ou 4 cômodos, variando entre sala, cozinha e banheiro, sendo mais

provável a ocorrência de afecções respiratórias neste local. Caetano et al. (2002)

observaram que, para cada indivíduo a mais por cômodo servindo de dormitório, a

associação com a internação da criança foi elevada em 1,1 vez.

Neste estudo, 41 crianças apresentaram o fator de risco como a presença de

animais domésticos em casa. Soares et al. (2007) relatam que os alérgenos de animais

são os outros importantes desencadeadores da doença alérgica. A sensibilização varia

entre 8,8% e 32,7% para alérgenos de cães e de 12,2% a 16,9% para alérgenos de gatos.

Neste estudo, foi observado que 27 crianças apresentam familiares fumantes em

seu domicílio. Macedo et al. (2007) relatam que o fumo materno em quantidade de até

dez cigarros/dia foi fator de risco para doenças respiratórias embora outros autores não

tenham encontrado associação entre o tabagismo materno e doença respiratória. Como o

desfecho avaliado nesses estudos foi a pneumonia, uma das hipóteses é que a exposição

passiva ao tabagismo associa-se, mais marcadamente, a outras formas de doença

respiratórias, especialmente àquelas acompanhadas de estados broncoespásticos.

Neste estudo, foram encontrados 66% dos pacientes com peso de nascimento

acima de 2500g e 34% com peso ao nascer abaixo de 2500g. Pinto et al. (2004)

observou que a análise da variável peso de nascimento oferece uma chance 85% maior

de desenvolver comprometimento pleural entre as crianças com peso ao nascer inferior

a 2500g em comparação às crianças que nasceram com peso igual ou superior a 2500g.

De acordo com Riccetto et al. (2003), o baixo peso ao nascer também parece estar

relacionado à maior mortalidade por pneumonia como mostram outros estudos que

encontraram relação entre baixo peso ao nascer e chance até quatro vezes maior de óbito

por infecção respiratória no primeiro ano de vida.

58

Neste estudo, a maioria das crianças recebeu aleitamento materno até os 6 meses

de idade, porém observou-se também um grande porcentual de crianças que não foram

amamentadas com o leite materno. De acordo com Chantry et al. (2006), o aleitamento

materno exclusivo durante os 6 primeiros meses de vida reduz o risco de infecções do

trato respiratório em comparação à amamentação feita em um período menor. Silva et

al. (2009) afirma que a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Fundo das Nações

Unidas para a Infância (UNICEF) e o Ministério da Saúde (MS) preconizam o

aleitamento materno exclusivo até os seis meses de idade e, depois desse período, que

os lactentes recebam alimentos complementares, mas continuem com o leite materno até

dois anos. É importante lembrar que as crianças amamentadas com leite materno podem

apresentar um crescimento diferente do das crianças alimentadas artificialmente.

Nesta pesquisa, verificou-se que a vacinação da maioria das crianças internadas

com afecções respiratórias estava em dia; nos casos em que houve atraso foi devido à

própria internação no HUSF na época de aplicação da vacina. França et al. (2009)

concluíram que a vacinação infantil no primeiro ano de vida é fundamental para a

prevenção de várias doenças transmissíveis e é um dos fatores determinantes da redução

do Coeficiente de Mortalidade Infantil. A identificação da cobertura vacinal e dos

fatores responsáveis pelo retardo ou pela falta de imunizações é ação fundamental para

a adequada monitorização dos programas de vacinação e para se identificar e atingir as

crianças que não são vacinadas.

Neste estudo, a maioria das crianças não apresentava antecedentes pessoais e a

pneumonia foi o antecedente mais prevalente nas crianças que apresentavam.

Neste estudo, encontrou-se apenas um caso de internação por crise asmática. Este

fato pode estar relacionado ao acompanhamento de várias crianças no projeto de

extensão Reabilitação Pulmonar na Asma Infantil que é realizado na Clínica Escola de

Fisioterapia da USF pelos alunos do curso de fisioterapia durante 1 vez por semana com

duração de 3 a 4 meses, sendo realizados exercícios respiratórios diafragmáticos, freno

labial e atividades de condicionamento físico. Este projeto tem por intenção reduzir o

número de internações de crianças asmáticas no HUSF além de melhorar a qualidade de

vida, dispnéia aos esforços e tolerâncias aos exercícios. Lima et al. (2008) observaram

que as crianças asmáticas com comprometimento de força muscular sentiam-se

desencorajadas a aderirem à atividades físicas e precisavam de intervenção prévia e

específica para se adequarem, obtento melhora no condicionamento físico e aumento de

força muscular. O programa de fisioterapia respiratória descrito por Lima et al. (2008)

59

foi composto de treino da musculatura inspiratória e exercícios respiratórios, sendo

desenvolvido em 2 sessões semanais de 50 min, durante 7 semanas consecutivas,

totalizando 14 sessões. Durante 25 min de cada sessão, eram realizadas séries de

exercícios respiratórios em decúbito dorsal e sentado para reeducação e conscientização

respiratória, sendo utilizados exercícios diafragmáticos, inspiração fracionada em

tempos e frenolabial, em 10 séries de cada exercício e treinamento da musculatura

inspiratória com o aparelho Threshold IMT.

Neste estudo, pôde-se observar que a maioria das internações das crianças foi

devido à pneumonia. Mukai et al. (2009) ressaltam que a importância de se estudar a

distribuição das internações por pneumonia é o fato essa doença está tradicionalmente

relacionada com a mortalidade infantil e está sujeita tanto a fatores sociais e ambientais

quanto à estruturação da rede de saúde, em especial da rede de atenção primária.

Brunetto e Paulin. (2002) evidenciaram que a fisioterapia pulmonar pode interferir na

redução do número de pneumonias e enfatizam a necessidade da aplicação ou

desenvolvimento de técnicas específicas para o tratamento de pneumonias.

Neste estudo, foi constatado que 15 (29%) pacientes utilizaram a oxigenioterapia

suplementar. Camargo et al. (2008) relatam que a oxigenioterapia consiste no

tratamento da hipóxia por meio da inalação de oxigênio à uma pressão maior que a do ar

ambiente, o que facilita a troca gasosa e reduz o trabalho da respiração. O oxigênio

administrado deve ser umidificado e aquecido.

Também foi observado neste estudo que 1 paciente foi submetido à ventilação

mecânica não invasiva por apresentar uma síndrome neuromuscular. Lopes et al. (2008)

dizem que a ventilação não-invasiva é um método de fácil aplicabilidade e que não

requer invasão à via aérea. Além disso, é possível incrementar as trocas gasosas

utilizando diferentes níveis de pressão positiva no final da expiração. A maioria dos

estudos com ventilação com pressão positiva não-invasiva está relacionada a pacientes

portadores de doença pulmonar obstrutiva crônica, edema agudo de pulmão, doença

torácica restritiva, doença neuromuscular ou apnéia do sono. Contudo, poucos estudos

têm demonstrado a eficácia da ventilação não-invasiva no desmame da ventilação

invasiva por falência respiratória aguda.

60

Neste estudo, foi observada a utilização de medicamentos como antibióticos,

broncodilatadores e corticóides para tratamento das afecções respiratórias,

principalmente no caso das pneumonias. Brunetto et al. (2002) relatam que a terapêutica

específica para a pneumonia deve ser complementada pelos broncodilatadores,

drenagem postural e corticóides em alguns casos.

No presente estudo, a média de dias de internação das crianças foi de 10,65 dias,

com pico máximo de 67 dias e mínimo de 2 dias. Camargo et al. (2008) observaram em

seu estudo que, das 52 crianças que receberam oxigenoterapia por diagnóstico de

pneumonia, 71% eram lactentes até 12 meses. A evolução de todos os pacientes

internados resultou em alta hospitalar, com média de 12 dias de internação.

Neste estudo, foi constatado que o tempo de internação está relacionado com os

números de atendimentos fisioterapêuticos e a patologia do paciente. Brunetto e Paulin

(2002) realizaram um estudo mostrando um protocolo de tratamento fisioterapêutico

realizado de 1 a 3 vezes por semana, sendo que o motivo para se aumentar a frequência

do tratamento foi a exacerbação dos sintomas pulmonares. A fisioterapia é tida como de

vital importância no tratamento de pacientes portadores de doenças pulmonares, porém,

em se tratando de determinadas patologias como a pneumonia, foi constatado que os

resultados do tratamento fisioterápico poderiam ser influenciados pela fase da patologia.

Neste estudo, observou-se que as manobras de higiene brônquica e a higiene nasal

foram as mais utilizadas. Nicolau et al. (2007) relatam que as técnicas fisioterapêuticas

mais empregadas em neonatos e crianças são denominadas manobras de higiene

brônquica: tapotagem (ou percussão), vibração/vibrocompressão, manobras com ambu

(bag-squeezing), aspiração de vias aéreas e endotraqueal, estímulo de tosse e o

posicionamento em posturas de drenagem e recursos que englobam exercícios

respiratórios passivos em recém-nascidos pré-termo.

Ao final da coleta de dados do estudo, a maior parte das crianças recebeu alta

hospitalar, apenas 1 manteve-se internada devido à síndrome neuromuscular e apenas 1

criança evoluiu a óbito por insuficiência respiratória. Chiesa et al. (2008) informam que,

no Brasil, as doenças respiratórias são responsáveis por aproximadamente 10% das

mortes entre os menores de um ano, a segunda causa de óbito na população de zero a

um ano de idade e a primeira causa entre as crianças de um a quatro anos. Predominam

no primeiro grupo as pneumonias de origem bacteriana. Atualmente, em termos

nacionais, os problemas respiratórios constituem a segunda causa dos óbitos das regiões

Sul e Sudeste e a terceira causa nas demais regiões. Em São Paulo, a mortalidade pelas

61

infecções respiratórias agudas (resfriados, otites, sinusites, amidalites, problemas das

vias inferiores, epiglotites, bronquites e pneumonias) também é significativa.

62

6. CONCLUSÃO

Com este estudo, foi observado maior incidência de afecções respiratórias no sexo

masculino na faixa etária de 0 a 6 meses. A maior parte das crianças era procedente da

cidade de Bragança Paulista.

A escolaridade dos pais e das mães se mostrou baixa, com níveis de educação

fundamental completa. A atividade profissional mais incidente dos pais foi na área de

construção e a das mães nas atividades do lar. A faixa de renda familiar se mostrou até 1

salário mínimo e a maioria morava em área urbana, com 3 a 6 moradores, em casa de 3

cômodos no máximo.

Os fatores de risco mais apresentados foram animais domésticos e o tabagismo

domiciliar, sendo que a maioria das crianças apresentava até dois tipos de fatores de

risco em casa. O peso ao nascer estava acima de 2500g e a maioria das crianças foram

amamentadas até os 6 meses de idade. A vacinação apresentava-se em dia para quase

todos as crianças.

O diagnóstico mais encontrado foi a pneumonia, seguida da Bronquiolite Viral

Aguda. A maioria das crianças internadas não necessitaram de oxigenioterapia, o tempo

de internação hospitalar foi de 1 a 5 dias na maioria das crianças e os medicamentos

mais usados foram os antibióticos.

A maioria das crianças foi submetida ao atendimento fisioterapêutico, sendo que

as manobras de higiene brônquica foram as condutas mais utilizadas. A maioria das

crianças evoluiu para alta hospitalar.

63

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Sugere-se para a equipe multidisciplinar do HUSF uma melhor organização dos

prontuários hospitalares para que outros estudos epidemiológicos possam ser realizados

no futuro.

Sugere-se também que a fisioterapia seja uma conduta mais prescrita pelos

médicos para que se possa beneficiar mais pacientes, minimizando complicações e

reduzindo o tempo de internação.

Também seria necessário uma padronização de diagnósticos clínicos para melhor

documentação para trabalhos futuros.

64

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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69

ANEXO III

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Eu ________________________________________, idade ________, RG

____________, endereço _______________________________________________

declaro que é de livre e espontânea vontade que estou participando como voluntário

dessa pesquisa, de responsabilidade do pesquisador. Assim estou ciente que:

I. O objetivo desta pesquisa é analisar os prontuários das crianças internadas na

Enfermaria Pediátrica do HUSF.

II. Não será administrado nenhum tipo de medicamento.

III. Os resultados obtidos serão mantidos em sigilo, não ocasionando exposição

e/ou publicação do nome da criança.

IV. O responsável pela criança poderá contactar o Comitê de Ética em Pesquisa

da Universidade São Francisco para apresentar recursos e reclamações em

relação ao estudo. (fone: (011) 4034-8028) ou os responsáveis pelo estudo

(fone: 4034-8133)

V. É condição indispensável para participação do estudo as crianças estarem

internadas no HUSF por patologias respiratórias.

VI. Obtive todas as informações necessárias para poder decidir conscientemente

sobre a participação neste estudo e estar livre para interromper minha

participação na pesquisa a qualquer momento.

VII. O TCLE será impresso em duas vias, sendo uma para os pesquisadores e

outra para a voluntária.

Bragança Paulista, ____ de _______________ de 2009

______________________________________________________________________

Nome e assinatura do responsável

______________________________________________________________________

Nome e assinatura do responsável pelo estudo

70

ANEXO IV FICHA DE COLETA DE DADOS

• IDENTIFICAÇÃO:

Nome: _______________________________________ Sexo: M ( ) F ( )

Idade: ( ) 0 a 6 meses ( ) 6 meses a 1 ano ( ) 1 ano a 3 anos

( ) 3 anos a 6 anos ( ) maior de 6 anos

Data de Nascimento: ___/___/___ Cidade: ____________________________

Procedência: ________________________ DIH: ____________

• ANAMNESE:

1. Escolaridade do pai:

( ) Educação Infantil ( ) Educação Fundamental ( ) Ensino Médio

( ) Ensino Superior

2. Escolaridade da mãe:

( ) Educação Infantil ( ) Educação Fundamental ( ) Ensino Médio

( ) Ensino Superior

3. Renda Familiar:

( ) 1 salários mínimo ( ) 2 salários mínimos ( ) 3 salários mínimos

( ) Menos que um salários mínimo ( ) Maior que 3 salários mínimos

4. Profissão do pai: ______________________________

5. Profissão da mãe: ______________________________

6. Moradia: Urbana ( ) Rural ( )

7. Fonte de água: Encanada ( ) Poço ( )

8. Medidas de saneamento e recolhimento de lixo: Sim ( ) Não ( )

9. Quantidade de moradores da casa:

Até 3 ( ) De 3 a 6 ( ) De 6 a 10 ( ) Acima 10 ( )

10. Quantidade de cômodos da casa:

( ) ≤ 3 ( ) 4 ( )5 ( ) Acima 5

11. Combustível utilizado para cozinha e para aquecimento:

( ) gás ( ) querosene ( ) madeira ( ) carvão

12. Fatores de risco para doenças respiratórias:

Animais domésticos ( ) Reforma da casa ( ) Mofo ( )

71

Vazamento ( ) Tabagismo domiciliar ( )

Aromatizantes de ambiente ( ) Inseticidas/Praguicidas ( )

13. Peso de nascimento:

Até 1000 g ( ) 1001 a 1500 g ( ) 1501 a 2500 g ( ) Acima 2500 g ( )

14. Duração do Aleitamento Materno:

( ) Está amamentando ( ) Nunca ( ) Até 6 meses ( ) 6 m a 1 ano ( ) Até 2

anos ( ) Acima 2 anos

15. Vacinação da criança:

( ) Em dia ( ) Atrasada ( ) Completa ( ) Incompleta

ANTECEDENTES:

Pessoais : ___________________ Familiares: _________________

PATOLOGIAS RESPIRATÓRIAS DA INTERNAÇÃO:

Asma ( ) Pneumonia ( ) Hiperreatividade brônquica ( )

Rinite alérgica ( ) Derrame pleural ( ) Empiema pleural ( )

Bronquiolite ( ) Outras ________________

MEDICAMENTOS:

( ) Corticóide ( ) Broncodilatador ( ) Antibiótico

Outros ____________________

OXIGENIOTERAPIA:

( ) S ( ) N Tipo: _______________ Tempo de uso : _____________

VENTILAÇÃO MECÂNICA NÃO INVASIVA:

( ) S ( ) N Tempo de uso :________

72

FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA:

( ) S ( ) N

Número de dias : ________________________

Número de atendimentos: ___________________

Condutas:

( ) MHB ( ) MRP ( ) MDP ( ) Tosse

( ) Higiene nasal ( ) Aspiração Traqueal

Outras : _______________________

TEMPO DE INTERNAÇÃO HOSPITALAR:

Até 10 dias ( ) 11 a 20 dias ( ) Acima 20 dias ( )

EVOLUÇÃO:

Encaminhamento para UTI ( ) Alta ( ) Óbito ( )