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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO
GRANDE DO SUL – UNIJUÍ
LUCIANO ENDLER
MODELAGEM DA VAZÃO MÁSSICA DE UMA SERVOVÁLVULA
PNEUMÁTICA E SUA APLICAÇÃO NO CONTROLE ÓTIMO DE UM
SERVOPOSICIONADOR PNEUMÁTICO
Ijuí, RS – BRASIL.
2009
Livros Grátis
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Milhares de livros grátis para download.
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em Modelagem Matemática da
Universidade Regional do Noroeste do Estado do
Rio Grande do Sul (UNIJUÍ), como requisito
parcial para obtenção do título de Mestre em
Modelagem Matemática.
LUCIANO ENDLER
MODELAGEM DA VAZÃO MÁSSICA DE UMA SERVOVÁLVULA PNEUMÁTICA
E SUA APLICAÇÃO NO CONTROLE ÓTIMO DE UM SERVOPOSICIONADOR
PNEUMÁTICO
Orientador: Doutor. Antonio Carlos Valdiero
Co-Orientador: Doutor. Marat Rafikov
Ijuí, RS - BRASIL
2009
UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
DeFEM - DEPARTAMENTO DE FÍSICA, ESTATÍSTICA E MATEMÁTICA
DeTec - DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MODELAGEM MATEMÁTICA
MODELAGEM DA VAZÃO MÁSSICA DE UMA SERVOVÁLVULA PNEUMÁTICA E
SUA APLICAÇÃO NO CONTROLE ÓTIMO DE UM SERVOPOSICIONADOR
PNEUMÁTICO
Elaborada por
LUCIANO ENDLER
Como requisito para obtenção do grau de Mestre em Modelagem Matemática
Comissão Examinadora
Prof. Doutor. Antonio Carlos Valdiero – UNIJUI (Orientador)
Prof. Doutor. Eduardo André Perondi - UFRGS
Prof. Doutor. Wang Chong - UNIJUI
Ijuí, RS, 27 de Fevereiro de 2009.
AGRADECIMENTOS
A Deus que me fortaleceu nos momentos difíceis.
Em especial aos meus pais, base de minha vida e primeiras referências a me mostrar os diversos
caminhos.
À minha noiva Luciana, pelo amor incondicional e cumplicidade em todos os momentos.
Ao meu orientador Prof. Doutor. Antonio Carlos Valdiero, por todo conhecimento transmitido,
seriedade, dedicação e amizade durante todo período do trabalho.
Aos professores Pedro Luiz Andrighetto e Moacir pelas idas e vindas de Ijuí até Panambi.
Aos professores do Mestrado em Modelagem Matemática pelo conhecimento transmitido ao longo
do curso e tempo de convívio.
A CAPES pelo apoio financeiro.
Aos colegas do Mestrado pelo companheirismo, amizade e respeito nestes dois anos de convívio e
trocas de experiências.
A todos que de alguma forma contribuíram para o desenvolvimento deste trabalho.
RESUMO
Este trabalho apresenta a modelagem matemática da vazão mássica de uma
servoválvula pneumática e sua aplicação no controle de um servoposicionador pneumático. A
modelagem matemática de sistemas dinâmicos é importante no projeto de máquinas
inteligentes, pois é utilizada para fins de simulação, de projeto de controladores e no estudo
do comportamento das variáveis de estado do sistema. Os servoposicionadores pneumáticos
são limpos e baratos quando comparados com os servoposicionadores hidráulicos, possuem
uma boa relação peso/potência e são de fácil instalação quando comparados com os elétricos.
Entretanto, possuem dificuldades de controle devido a diversas características não lineares do
sistema, tais como a compressibilidade do ar, o comportamento não linear da vazão mássica
nos orifícios da servoválvula e sua zona morta, além do atrito nas vedações do cilindro, sendo
o objeto deste estudo a dinâmica da vazão mássica através dos orifícios de passagem do ar da
servoválvula. Os servoposicionadores podem ser usados, por exemplo, na indústria metal
mecânica, na área médica, com construção de mãos e pernas mecânicas e em veículos pesados
como caminhões e ônibus, no sistema de freios a ar. Tem-se uma nova proposta para a
dinâmica da vazão mássica através dos orifícios da servoválvula, que se dá a partir do
levantamento de dados experimentais para as pressões em função do tempo. Como resultados,
tem-se uma nova equação da vazão que facilitará a implementação do projeto do controle de
servoposicionadores pneumáticos, e que foi implementada em um modelo matemático de 4ª
ordem escrito na forma de variáveis de estados adequado ao projeto ótimo de controladores,
onde está incluída a dinâmica da vazão nos orifícios da servoválvula, dinâmica das pressões
nas câmaras do cilindro e também o movimento do êmbolo do cilindro. Esse modelo é escrito
na forma em cascata com dois subsistemas: um subsistema mecânico acionado por um
subsistema pneumático. Com base neste modelo, formula-se o projeto do controlador, onde
para o subsistema mecânico, propõe-se a metodologia de controle ótimo por realimentação
para sistemas não lineares. Os resultados obtidos na validação experimental em malha aberta
e nas simulações numéricas do controle ilustram, respectivamente, as características do
modelo e do controle em cascata proposto.
ABSTRACT
This paper presents the mathematical modeling of the mass flow rate of a pneumatic
servovalve and its application in the control of a pneumatic position servosystem. The
mathematical modeling of dynamical systems is important in the design of intelligent
machines because it is used for simulation, design of controllers and in the study of the system
state variables behavior. Pneumatic position servosystems are clean and cheap when
compared with the hydraulic position servosystems, have a good weight/power relation and
are easier to install compared to electric ones. However, they present difficulties of control
due to various nonlinear system characteristics, such as the air compressibility, the mass flow
nonlinear behavior in the valve gaps and its dead band, beyond the friction in the cylinder
seals. The object of study is the mass flow rate dynamics through the passage roles of the air
into the servovalve. Position servosystems could be used, for example, in the metal
mechanical industry; in the medical area with, construction of mechanical hand and legs and
on heavy vehicles such as trucks and buses in the air brake system. There is a new proposal
for the dynamics of mass flow rate through the servovalve gaps, which occurs from the survey
of experimental data to the pressures against time. As result, there is a new equation of the
flow that will facilitate the project of pneumatic position servosystem control implementation.
This new equation was implemented in one mathematical model of 4th order written in the
form of state variables and appropriated to the optimal design of controllers, which includes
the flow in the servovalve gaps dynamics, the pressures in the chambers of the cylinder
dynamics and also the displacement of the cylinder piston. This model is written in the
cascade form with two subsystems: a mechanical subsystem driven by a pneumatic
subsystem. Based on the design of cascade model, controller is formulated, where for the
mechanical subsystem is proposed the methodology of optimal control for feedback for
nonlinear systems. The results obtained on the experimental validation in open loop and on
the numerical simulations of the control illustrated respectively the characteristics of the
model and of the proposed cascade control.
SUMÁRIO
RESUMO .............................................................................................................................. 5
ABSTRACT .......................................................................................................................... 6
LISTA DE FIGURAS.......................................................................................................... 10
LISTA DE TABELAS......................................................................................................... 13
LISTA DE SÍMBOLOS....................................................................................................... 14
1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................... 19
1.1 Generalidades......................................................................................................... 19
1.2 Descrição do servoposicionador pneumático .......................................................... 20
1.3 Objetivos, metodologia utilizada e organização ...................................................... 22
2 MODELAGEM MATEMÁTICA DO ATUADOR PNEUMÁTICO........................... 24
2.1 Introdução.............................................................................................................. 24
2.2 Estado da arte......................................................................................................... 25
2.3 Modelo matemático do cilindro .............................................................................. 26
2.4 Modelo matemático da válvula............................................................................... 29
2.5 Discussões.............................................................................................................. 33
3 MODELAGEM MATEMÁTICA DA VAZÃO MÁSSICA A PARTIR DE TESTES
EXPERIMENTAIS.............................................................................................................. 34
3.1 Introdução.............................................................................................................. 34
3.2 Descrição da bancada de testes usada nos experimentos ......................................... 34
3.3 Método utilizado no levantamento das curvas experimentais .................................. 37
3.4 Resultados experimentais e a nova equação da vazão mássica ................................ 39
3.5 Modelo matemático não linear de 4ª ordem com inclusão da nova equação da vazão
mássica ............................................................................................................................... 54
3.6 Discussões.............................................................................................................. 55
4 IMPLEMENTAÇÃO COMPUTACIONAL E VALIDAÇÃO EXPERIMENTAL DO
MODELO ADOTADO........................................................................................................ 56
4.1 Introdução.............................................................................................................. 56
4.2 Implementação computacional do modelo .............................................................. 57
4.3 Descrição da bancada de testes usada na validação experimental ............................ 61
4.4 Determinação dos parâmetros do servoposicionador............................................... 63
4.5 Validação experimental do modelo em malha aberta .............................................. 64
4.6 Resultados da simulação em malha aberta .............................................................. 66
4.6.1 Simulação com entrada senoidal ...................................................................... 67
4.6.2 Simulação com entrada em degrau................................................................... 69
4.7 Discussões.............................................................................................................. 72
5 CONTROLE DE SERVOPOSICIONADORES PNEUMÁTICOS.............................. 74
5.1 Introdução.............................................................................................................. 74
5.2 Breve descrição de controle de servoposicionadores pneumáticos .......................... 76
5.2.1 Controle ótimo por realimentação para sistemas não lineares........................... 78
5.3 Projeto de controle do servoposicionador pneumático ............................................ 81
5.3.1 Controle do subsistema mecânico .................................................................... 84
5.3.2 Controle do subsistema pneumático................................................................. 88
5.4 Análise da estabilidade........................................................................................... 89
5.5 Implementação computacional do modelo com controle em cascata ....................... 90
5.6 Planejamento das trajetórias ................................................................................... 93
5.7 Resultados da simulação em malha fechada............................................................ 97
5.8 Resultados de simulação da análise da estabilidade .............................................. 108
5.9 Discussões............................................................................................................ 113
6 CONCLUSÕES E PERSPECTIVAS FUTURAS...................................................... 114
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................................ 116
APÊNDICE A ................................................................................................................... 119
LISTA DE FIGURAS
Figura 1.1 – Desenho esquemático do atuador pneumático................................................... 21
Figura 2.1 – Esquema da modelagem matemática. ............................................................... 24
Figura 2.2 – Desenho esquemático em corte de um cilindro pneumático sem haste. ............. 26
Figura 2.3 – Escoamento de um fluído na câmara energética................................................ 27
Figura 2.4 – Equilíbrio das forças no êmbolo do cilindro...................................................... 29
Figura 2.5 – Estrangulamento da seção transversal de uma tubulação................................... 30
Figura 3.1 – Foto do transdutor de pressão e do reservatório de ar........................................ 35
Figura 3.2 – Foto da servoválvula usada nos testes experimentais. ....................................... 35
Figura 3.3 – Foto do equipamento usado na aquisição de dados. .......................................... 36
Figura 3.4 – Desenho esquemático da bancada de testes experimentais. ............................... 36
Figura 3.5 – Esquema do funcionamento para caso de enchimento do reservatório............... 38
Figura 3.6 – Esquema do funcionamento para caso de exaustão do reservatório. .................. 38
Figura 3.7 – Curvas experimentais tensão versus pressão pelo orifício A.............................. 39
Figura 3.8 – Curvas experimentais tensão versus pressão pelo orifício A.............................. 40
Figura 3.9 – Comparação entre a curva experimental e o ajuste exponencial. ....................... 42
Figura 3.10 – Comparação entre a curva experimental e o ajuste polinomial. ....................... 43
Figura 3.11 – Curvas ajustadas da vazão de enchimento versus diferença de pressão............ 44
Figura 3.12 – Curvas ajustadas da vazão de exaustão versus diferença de pressão. ............... 45
Figura 3.13 – Comparação entre as curvas da vazão de enchimento versus diferença de
pressão experimental e a ajustada para uma abertura de 5 V. ........................................ 46
Figura 3.14 – Comparação entre as curvas da vazão de exaustão versus diferença de pressão
experimental e a ajustada para uma abertura de válvula de -5 V.................................... 47
Figura 3.15 – Curvas da diferença de pressão versus vazão variando com a tensão u............ 48
Figura 3.16 – Curvas da vazão versus diferença de pressão variando com a tensão u............ 49
Figura 3.17 – Inclinação k versus tensão u para câmaras A e B enchendo............................. 50
Figura 3.18 – Curvas da diferença de pressão versus vazão versus tensão u câmara A.......... 52
Figura 3.19 – Curvas da diferença de pressão versus vazão versus tensão u câmara A.......... 53
Figura 4.1 – Diagrama de blocos usado na simulação do modelo. ........................................ 57
Figura 4.2 – Diagrama de blocos da equação da vazão mássica. ........................................... 58
Figura 4.3 – Diagrama de blocos da equação das pressões nas câmaras. ............................... 60
Figura 4.4 – Diagrama de blocos da equação do movimento. ............................................... 61
Figura 4.5 – Foto do transdutor de posição e do cilindro pneumático.................................... 62
Figura 4.6 – Desenho esquemático da bancada de testes usada na validação experimental.... 62
Figura 4.7 – Gráfico comparativo do teste experimental com o da simulação para o
movimento de recuo. .................................................................................................... 65
Figura 4.8 – Gráfico comparativo do teste experimental com o da simulação para o
movimento de avanço................................................................................................... 66
Figura 4.9 – Entrada senoidal e posição do êmbolo do cilindro. ........................................... 67
Figura 4.10 – Velocidade e aceleração do êmbolo do cilindro para entrada senoidal............. 68
Figura 4.11 – Pressões e vazões nas câmaras do cilindro para entrada senoidal. ................... 69
Figura 4.12 – Entrada em degrau e posição do êmbolo do cilindro. ...................................... 70
Figura 4.13 – Velocidade e aceleração do atuador ao longo do tempo para entrada em degrau.
..................................................................................................................................... 71
Figura 4.14 – Dinâmica das pressões e vazões nas câmaras do cilindro para entrada em
degrau. ......................................................................................................................... 72
Figura 5.1 – Sistema de controle em malha aberta. ............................................................... 74
Figura 5.2 – Sinal de controle em malha fechada.................................................................. 75
Figura 5.3 – Interpretação do sistema do atuador pneumático com dois subsistemas
interconectados. ........................................................................................................... 81
Figura 5.4 – Interpretação do sistema pneumático com dois subsistemas interconectados e o
controle em cascata. ..................................................................................................... 84
Figura 5.5 – Diagrama de blocos do controle do sistema controlado..................................... 91
Figura 5.6 – Diagrama de blocos do controle do subsistema mecânico. ................................ 91
Figura 5.7 – Diagrama de blocos do controle do subsistema pneumático. ............................. 92
Figura 5.8 – Diagrama de blocos do controlador proporcional.............................................. 92
Figura 5.9 – Posição com controle proporcional usando ganho 3.......................................... 93
Figura 5.10 – Trajetória desejada senoidal............................................................................ 94
Figura 5.11 – Trajetória polinomial de sétima ordem............................................................ 96
Figura 5.12 – Trajetória levando o sistema a um ponto fixo.................................................. 97
Figura 5.13 – Sinal de controle do sistema levado a um ponto fixo....................................... 98
Figura 5.14 – Velocidade e erro de velocidade direcionando o sistema para um ponto fixo. . 99
Figura 5.15 – Força pneumática e erro de seguimento da força pneumática direcionando o
sistema para um ponto fixo......................................................................................... 100
Figura 5.16 – Vazões e pressões direcionando o sistema para um ponto fixo. ..................... 100
Figura 5.17 – Sinal de controle do sistema levado a um ponto fixo..................................... 101
Figura 5.18 – Posição e erro do sistema para trajetória senoidal. ........................................ 102
Figura 5.19 – Sinal de controle do sistema para trajetória senoidal. .................................... 102
Figura 5.20 – Velocidade e erro de velocidade do sistema com trajetória senoidal.............. 103
Figura 5.21 – Força pneumática e erro de segmento da força para trajetória senoidal. ........ 104
Figura 5.22 – Vazão e pressão do sistema para trajetória senoidal com controle cascata. .... 104
Figura 5.23 – Posição e erro do sistema para trajetória polinomial...................................... 105
Figura 5.24 – Sinal de controle do sistema para trajetória polinomial. ................................ 106
Figura 5.25 – Velocidade e erro de velocidade para trajetória polinomial. .......................... 107
Figura 5.26 – Força pneumática e erro de segmento da força para trajetória polinomial...... 107
Figura 5.27 – Dinâmica das pressões e das vazões para trajetória polinomial. .................... 108
Figura 5.28 – Valor de h(t) para o sistema direcionado para um ponto fixo. ....................... 109
Figura 5.29 – Valor de V& para o sistema direcionado para um ponto fixo. ......................... 109
Figura 5.30 – Valor de h(t) para o sistema direcionado a uma trajetória senoidal. ............... 110
Figura 5.31 – Valor de V& para o sistema direcionado a uma trajetória senoidal.................. 111
Figura 5.32 – Valor de h(t) para o sistema direcionado a uma trajetória polinomial. ........... 112
Figura 5.33 – Valor de V& para o sistema direcionado a uma trajetória polinomial.............. 112
LISTA DE TABELAS
Tabela 3.1 - Principais componentes e parâmetros da bancada de testes. .............................. 37
Tabela 3.2 – Valores ajustados para gerar a malha da Figura 3.17. ....................................... 48
Tabela 3.3 – Valores ajustados para gerar a malha da Figura 3.18. ....................................... 49
Tabela 3.4 – Valores ajustados para gerar a malha da Figura 3.20. ....................................... 51
Tabela 3.5 – Valores ajustados para gerar a malha da Figura 3.21. ....................................... 52
Tabela 4.1 - Principais componentes e parâmetros da bancada de testes. .............................. 63
Tabela 4.2 - Principais parâmetros do sistema não linear. ..................................................... 64
LISTA DE SÍMBOLOS
Alfabeto Latino
0a Coeficiente do polinômio de 7ª ordem da trajetória desejada
polinomial
1a Coeficiente do polinômio de 7ª ordem da trajetória polinomial dos
testes experimentais
2a Coeficiente do polinômio de 7ª ordem da trajetória desejada
polinomial
3a Coeficiente do polinômio de 7ª ordem da trajetória desejada
polinomial
4a Coeficiente do polinômio de 7ª ordem da trajetória desejada
polinomial
5a Coeficiente do polinômio de 7ª ordem da trajetória desejada
polinomial
6a Coeficiente do polinômio de 7ª ordem da trajetória desejada
polinomial
7a Coeficiente do polinômio de 7ª ordem da trajetória desejada
polinomial
nxnRA 1 ∈ Matriz constante formada pela parte linear do sistema
A Área do êmbolo do cilindro [ 2m ]
0A Abertura relativa efetiva da servoválvula
0b Coeficiente constante da função bi polinomial
1b Coeficiente constante da função bi polinomial
2b Coeficiente constante da função bi polinomial
3b Coeficiente constante da função bi polinomial
4b Coeficiente constante da função bi polinomial
5b Coeficiente constante da função bi polinomial
6b Coeficiente constante da função bi polinomial
7b Coeficiente constante da função bi polinomial
8b Coeficiente constante da função bi polinomial
B Coeficiente de atrito viscoso [ mNs / ]
nxnRB 1 ∈ Matriz constante
0c Coeficiente constante do polinômio de 3ª ordem usado no ajuste da
pressão em função do tempo
1c Coeficiente constante do polinômio de 3ª ordem usado no ajuste da
pressão em função do tempo
2c Coeficiente constante do polinômio de 3ª ordem usado no ajuste da
pressão em função do tempo
3c Coeficiente constante do polinômio de 3ª ordem usado no ajuste da
pressão em função do tempo
pC Calor específico do ar a pressão constante
vC Calor específicos do ar a volume constante
Desl Distância percorrida sobre a trajetória polinomial [ m ]
atriF Força de atrito
eF Força externa
)(1 yf Função não linear dependente da posição
)(2 yf Função não linear dependente da posição
pf Força pneumática gerada no atuador
pdf Força pneumática desejada
dG( y, y ) Matriz composta por funções de y e dy
h(t) Função que caracteriza a soma dos desvios quadrados do sistema da
trajetória desejada
),,,( ba ppyyh & Função não dependente do sinal de controle
M Massa inercial do cilindro [ kg ]
k Inclinação da reta dada pelo ajuste da curva da vazão versus
pressão
ak Ganho de aceleração
dk Ganho derivativo
ik Ganho integral
pk Ganho do controlador cascata
propk Ganho do controlador proporcional
vk Ganho de velocidade
n nP R ×∈ Matriz simétrica e satisfaz a equação de Riccati
3 , ypa Pressão na câmara A do cilindro [Pa]
aip Pressão inicial na câmara A do cilindro [Pa]
atmp Pressão atmosférica [Pa]
4 , ypb Pressão na câmara B do cilindro [Pa]
bip Pressão inicial na câmara B do cilindro [Pa]
dp Pressão a montante
supp Pressão de suprimento [Pa]
up Pressão ajusante
nxnRP ∈ Matriz simétrica que satisfaz a equação de Riccati
iP Posição inicial do atuador [ m ]
maq Vazão mássica na câmara A do cilindro [ skg / ]
mbq Vazão mássica na câmara B do cilindro [ skg / ]
n nQ R ×∈ Matriz constante, simétrica, definida positiva que satisfaz a equação
de Riccati
R Constante universal dos gases [ kjkg / ]
n nR R ×∈ Matriz constante, definidas positiva
t Variável tempo [ s ]
et Tempo de deslocamento da trajetória polinomial [ s ]
st Período da trajetória senoidal [ s ]
T Temperatura do ar de suprimento [ k ]
1V Função de Lyapunov
2V Função de Lyapunov
AV Volume na câmara A do cilindro
0AV Volume morto na câmara A do cilindro [ 3m ]
0BV Volume morto na câmara B do cilindro [ 3m ]
u Sinal de controle do sistema [V ]
du Parcela feedforward do controle
tu Parcela feedback do controle
U Vetor controle
),,,( uyppû ba Função dependente do sinal de controle
1, yy Posição do atuador [ m ]
2y Velocidade do atuador [ sm / ]
dy Vetor função da trajetória do sistema
nRy ∈ Vetor de estados do sistema
Alfabeto Grego
γ Relação entre os calores específicos do ar
enchβ Coeficiente constante do ajuste da função da tensão
esvβ Coeficiente constante do ajuste da função da tensão
α Coeficiente constante da função exponencial
Ω Sistema em malha fechada
Símbolos
∆ Variação
(~) Erro ou diferença
(.) Derivada primeira
(..) Derivada segunda
(...) Derivada terceira
19
1 INTRODUÇÃO
1.1 Generalidades
O presente trabalho trata da modelagem matemática e do controle de um
servoposicionador pneumático, onde se propõe uma nova equação para a vazão mássica
através dos orifícios de controle da passagem de ar da servoválvula. Esta dissertação está
relacionada com a área interdisciplinar de modelagem matemática e controle de sistemas
dinâmicos.
Segundo Monteiro (2002) um sistema pode ser definido como um conjunto de
elementos agrupados, de forma que entre eles existe por uma interação, de modo que existam
relações de causa e efeito nos fenômenos que ocorrem com os elementos desse conjunto, e
esse sistema é dinâmico quando algumas grandezas que caracterizam seus objetos variam com
o tempo.
Nesta seção descrevem-se algumas generalidades sobre servoposicionadores
pneumáticos e seu posicionamento preciso, justificando a importância e a necessidade desta
pesquisa e as contribuições para esta área dentro de um contexto geral.
Segundo Bavaresco (2007) a palavra pneumática deriva do termo grego pneumatikos,
que significa “fôlego”, “alma”. A pneumática é o uso do gás pressurizado na ciência e
tecnologia.
A modelagem matemática de sistemas dinâmicos é importante no projeto de
máquinas, pois é utilizada para fins de simulação, de projeto de controladores e no estudo do
comportamento das variáveis de estado do sistema. Dessa forma, é possível prever acidentes
ou efeitos que possam danificar o sistema.
Os sistemas de posicionamento pneumáticos têm como vantagens a boa relação
força/tamanho e a flexibilidade de instalação, quando comparados com os atuadores elétricos,
e são de baixo custo e limpos quando comparados com os atuadores hidráulicos. Mais
comparações podem ser encontradas em Bavaresco (2007). Entretanto, possuem dificuldades
de controle devido a diversas características não lineares do sistema (GUENTHER et al.
2006), tais como a compressibilidade do ar, o comportamento não linear da vazão mássica nos
Capítulo 1 – Introdução 20
orifícios da válvula e sua zona morta (VALDIERO et al. 2008), além do atrito nas vedações
do cilindro (ANDRIGHETTO et al. 2006).
Este trabalho está inserido no contexto de mecatrônica, pois envolve conceitos e
estudos relacionados com modelagem matemática, software, sistemas elétricos, mecânicos e
de controle.
Os servoposicionadores pneumáticos possuem um vasto campo de aplicação, por
exemplo:
• Na área médica com a construção de mãos e pernas mecânicas acionadas
pneumaticamente, que reproduzem os movimentos de mãos e pernas humanas
(NISHINO et al. 2007, MUSCATO et al. 2005);
• Em veículos pesados como caminhões e ônibus no sistema de freios a ar (BU
et al. 2007);
• Na área agrícola, no nivelamento das peneiras de colheitadeiras de cereais
(ENDLER et al. 2007);
• Na indústria metal mecânico no processo de escovar e polir painéis metálicos
(BAVARESCO 2007).
Devido a grande área de aplicações, a elaboração de modelos matemáticos que levam
em consideração as suas dinâmicas lineares e não lineares tem sido necessária, pois com a
modelagem matemática pode-se elaborar algoritmos de controle mais precisos que os
convencionais, que levam em consideração as não linearidades do sistema, realizar
simulações computacionais do modelo que prevêem o comportamento do sistema, e assim
corrigir eventuais erros antes de aplicar em protótipos experimentais.
Na Seção 1.2 tem-se a descrição do servoposicionador pneumático em estudo, a
Seção 1.3 descreve os objetivos, a metodologia e como está organizada a dissertação.
1.2 Descrição do servoposicionador pneumático
O servoposicionador pneumático em estudo tem como principais componentes uma
servoválvula de controle direcional e um cilindro pneumático sem haste. Este é um atuador
que permite posicionar uma carga em um determinado ponto do curso ou seguir uma trajetória
variável em função do tempo, ao contrário do atuador pneumático convencional que restringe
Capítulo 1 – Introdução 21
o posicionamento a pontos discretos bem definidos (como por exemplo, os fins de curso
avançado e recuado). A Figura 1.1 mostra um desenho esquemático de um servoposicionador
pneumático.
Figura 1.1 – Desenho esquemático do atuador pneumático.
O servoposicionador pneumático funciona com o ar comprimido sendo fornecido a
servoválvula à uma dada pressão de suprimento regulada. Com o objetivo de seguir as
referências, e a partir dos sinais das malhas de realimentação, o controlador gera uma tensão
de controle u que energiza as bobinas dos solenóides da servoválvula e produz um
deslocamento xv do carretel. O carretel, ao ser deslocado, gera orifícios de passagem,
fornecendo o ar comprimido para uma das câmaras do cilindro e permitindo que o ar da outra
escoe para a atmosfera. Logo após tem-se a variação das pressões nas câmaras resultando
numa força que movimenta o êmbolo do cilindro, produzindo um deslocamento y positivo ou
negativo, dependendo do sinal de entrada.
A força gerada pelo atuador pneumático é dada pelo produto da área do êmbolo do
cilindro pela diferença de pressão nas câmaras e é chamada de força pneumática.
Capítulo 1 – Introdução 22
1.3 Objetivos, metodologia utilizada e organização
O objetivo principal deste trabalho é pesquisar, desenvolver e validar a modelagem
matemática de servoposicionadores pneumáticos, testar a metodologia de controle proposta
por Rafikov e Balthazar (2005) e desenvolver uma nova equação para a vazão mássica através
dos orifícios da servoválvula, usando curvas levantadas experimentalmente na bancada de
testes disponível na UNIJUÍ Campus Panambi. Propor um controle em cascata para o
servoposicionador pneumático baseado no modelo proposto, a fim de vencer as limitações
impostas pelas características não lineares modeladas no atuador pneumático para o
posicionamento preciso e seguimento de trajetória em malha fechada.
A metodologia utilizada no trabalho consiste primeiramente em uma ampla revisão
bibliográfica sobre o tema em estudo, na formulação de um modelo matemático que inclua
explicitamente a dinâmica não linear das vazões nos orifícios da servoválvula, a dinâmica do
movimento do êmbolo do cilindro e a dinâmica das pressões nas câmaras do cilindro, obtendo
um modelo matemático não linear de 4ª ordem. O trabalho inclui também a elaboração de um
controle em cascata para o servoposicionador pneumático.
Nas simulações numéricas utiliza-se a ferramenta Simulink do software Matlab. Para
os testes experimentais dispõe-se de uma bancada de testes no Laboratório de Automação do
Campus Panambi com um servoposicionador pneumático e um sistema de instrumentação
eletrônica dSPACE.
O trabalho está distribuído em 6 capítulos. O Capítulo 2 descreve a modelagem
matemática do servoposicionador pneumático, onde o equacionamento é baseado na dinâmica
do movimento do êmbolo, na dinâmica das pressões nas câmaras do cilindro e da vazão
mássica através dos orifícios de passagem de ar da servoválvula.
O equacionamento da vazão mássica através dos orifícios da servoválvula é obtido
através de curvas experimentais da pressão e tensão u. A descrição da bancada de testes, o
método utilizado no levantamento das curvas experimentais, as curvas experimentais e o
equacionamento da vazão mássica são apresentados no Capítulo 3.
No Capítulo 4 apresenta-se as implementações computacionais do modelo
matemático adotado, bem como a simulação numérica e a validação experimental do modelo
em malha aberta.
O controle do servoposicionador pneumático é apresentado no Capítulo 5, onde é
feita uma breve descrição sobre controladores clássicos. Também é apresentada a estratégia
Capítulo 1 – Introdução 23
de controle em cascata adotada, bem como a implementação computacional e simulação
numérica do controle. Neste capítulo também é feita a análise da estabilidade do controlador
proposto.
Finalmente, no Capítulo 6 apresentam-se as conclusões, discussões e perspectivas
para trabalhos futuros.
24
2 MODELAGEM MATEMÁTICA DO ATUADOR PNEUMÁTICO
2.1 Introdução
Neste capitulo apresenta-se a modelagem matemática dos principais componentes do
servoposicionador pneumático, ou seja, servoválvula e cilindro pneumático sem haste. A
combinação da dinâmica da servoválvula e a do cilindro compõem um modelo não linear de
4ª ordem que descreve o funcionamento do servoposicionador adotado neste trabalho. A
dinâmica da servoválvula é dada pela vazão nos orifícios de passagem de ar, a do atuador é
dada pelas pressões nas câmaras do cilindro e do movimento do êmbolo.
A modelagem matemática é uma ferramenta importante, pois retrata o mais próximo
possível através de equações matemáticas um fenômeno real, sendo ele físico, social ou
cultural. Segundo Bassanezi (2002), a modelagem matemática consiste na arte de transformar
problemas da realidade em problemas matemáticos e resolvê-los interpretando suas soluções
na linguagem do mundo real. Bavaresco (2007) cita que a modelagem matemática é a arte de
transformar fenômenos reais em problemas que levam a previsão de tendências envolvendo
técnicas matemáticas.
Na Figura 2.1 tem-se um esquema de como é feita neste trabalho a modelagem
matemática do servoposicionador pneumático.
Figura 2.1 – Esquema da modelagem matemática.
Capítulo 2 – Modelagem Matemática 25
Tem-se por premissas que:
• A dinâmica da servoválvula é desprezada;
• É desprezado o atrito entre o carretel e o pórtico da válvula;
• Os vazamentos internos que ocorre na servoválvula foram desprezados;
• A temperatura do ar de suprimento é constante;
• O atrito considerado neste trabalho é o atrito viscoso ) ( yB & , onde B é o
coeficiente do atrito viscoso e y& é a velocidade do êmbolo do cilindro.
Na Seção 2.2 apresenta-se uma breve revisão sobre a modelagem de atuadores
pneumáticos. A Seção 2.3 apresenta a modelagem matemática do cilindro que é dividida na
modelagem da dinâmica das pressões nas câmaras do cilindro e o movimento do êmbolo. A
Seção 2.4 mostra como alguns autores vêm modelando a vazão mássica através dos orifícios
da servoválvula. Finalmente a Seção 2.5 apresenta as discussões e resultados alcançados nessa
etapa do trabalho.
2.2 Estado da arte
Um dos modelos mais simples usados na modelagem matemática de
servoposicionadores pneumáticos é o modelo de 3ª ordem. Têm-se como referência os
trabalhos de Virvalo apud Vieira (1998) e mais recentemente em Bavaresco (2007).
Bobrow apud Gyeviki (2005) usou um modelo de 4ª ordem baseado na equação da
continuidade que descreve a dinâmica das pressões nas câmaras do cilindro, na equação que
descreve a dinâmica do movimento do êmbolo e a equação da vazão mássica através de
orifícios. As vazões mássicas são funções não lineares da pressão e da tensão u aplicado a
servoválvula calculadas a partir da teoria da mecânica dos fluídos. Para parcela do atrito
utiliza-se o atrito viscoso que é diretamente proporcional à velocidade.
Perondi (2002), Guenther et al. (2006) e Rao et al. (2008) também trabalharam com
modelo de 4ª ordem só que para parcela do atrito consideram o modelo de Lugre
(LISCHINSKY et al. 1999), agregando mais uma ordem para o modelo, compondo dessa
forma um modelo de 5ª ordem. As vazões mássicas neste caso também são funções da pressão
e da tensão só que é encontrada através de curvas experimentais utilizando-se de métodos de
Capítulo 2 – Modelagem Matemática 26
ajustes de curvas. O levantamento da equação é feito considerando que o êmbolo do cilindro
esteja parado, ou seja, velocidade zero conseqüentemente volume constante.
No trabalho de Karpenko e Sepehri (2004) o modelo usado também é de 5ª baseado
na equação que descreve a dinâmica das pressões nas câmaras do cilindro e na equação do
movimento. A equação que descreve a dinâmica da servoválvula é dada pelo movimento do
carretel da servoválvula. As vazões mássicas nesse caso são funções das pressões e da posição
do carretel da servoválvula.
O detalhamento de como a vazão mássica usada pelos pesquisadores citados nessa
seção foi trabalhada apresenta-se na Seção 2.4.
2.3 Modelo matemático do cilindro
O cilindro considerado na modelagem é simétrico e sem haste assim, na modelagem
matemática utiliza-se a equação da continuidade para a dinâmica das pressões nas câmaras e a
equação do movimento para o êmbolo do cilindro. A Figura 2.2 mostra um desenho
esquemático do cilindro utilizado.
Figura 2.2 – Desenho esquemático em corte de um cilindro pneumático sem haste.
Para entender os fenômenos físicos que ocorrem no cilindro utiliza-se a equação da
continuidade, baseando-se no princípio da conservação da energia para realizar o balanço
energético entre a energia interna da massa que entra no volume de controle, a potência do
movimento do pistão e a variação da energia interna no volume de controle (PERONDI
2002). Um esquema do escoamento de um fluído na câmara é mostrado na Figura 2.3.
Capítulo 2 – Modelagem Matemática 27
Figura 2.3 – Escoamento de um fluído na câmara energética.
onde SC é a superfície de controle e VC o volume de controle.
Antes de equacionar a dinâmica das pressões devem-se assumir algumas hipóteses e
fazer algumas considerações:
1. O ar funciona como um gás perfeito;
2. Os processos são reversíveis e adiabáticos, ou seja, é um processo
isentrópico;
3. As trocas de calor através das paredes do cilindro são desprezíveis, o que
caracteriza um comportamento adiabático;
Segundo Perondi (2002) a realização do balanço energético resulta na seguinte
equação:
) (
1 aa
a
p
ama Vp
dt
d
Rdt
Vd
C
pTq
γ=− (2.1)
onde T é a temperatura do ar de suprimento, dtdmq ama /= é a vazão mássica na câmara A
do cilindro, ap é a pressão na câmara A do cilindro, R a constante universal dos gases,
vp CC /=γ a relação entre os calores específicos do ar, pC e vC são os calores específicos
do ar a pressão constante e a volume constante, respectivamente, e aV é o volume na câmara
A.
Considerando que o volume total de cada câmara do cilindro é dado pela soma dos
volumes variáveis das câmaras com os respectivos volumes mortos, tem-se:
0 Aa VyAV += (2.2)
Capítulo 2 – Modelagem Matemática 28
onde A é a área do êmbolo, y o deslocamento e 0AV o volume morto na câmara A incluindo as
tubulações. Derivando a equação (2.7) tem-se que a taxa de variação desse volume é yAVa&& =
onde y& é a velocidade do êmbolo.
Como a pressão de suprimento é mantida constante e a de exaustão é à pressão
atmosférica, assume-se que as vazões mássicas são funções não lineares das pressões nas
câmaras do cilindro e da tensão u aplicadas a servoválvula, ou seja, ),( amama puqq = e
),( bmbmb puqq = para as câmaras A e B respectivamente conforme descritas na literatura
(VIEIRA, 1998; BOBROW e MCDONELL, 1998; PERONDI 2002;), além de considerar a
saturação a partir da velocidade sônica do ar.
Dessa forma utilizando a relação )1/()( −= γγRC p , e derivando a equação (2.1) em
relação à ap tem-se:
),(
00
upqyAV
TRp
yAV
yAp ama
A
a
A
a+
++
−=γγ &
& (2.3)
Análogo para câmara B obtém-se;
),(
00
upqyAV
TRp
yAV
yAp bmb
B
b
B
b−
−−
=γγ &
& (2.4)
Utilizando-se da 2ª Lei de Newton para o equilíbrio das forças no pistão, tem-se:
peatr FFFyM =++&& (2.5)
onde M é a massa deslocada, y&& a aceleração do cilindro, atrF é a força de atrito, eF é a força
externa considerada zero neste trabalho e pF a força pneumática resultante da diferença de
pressão nas câmaras do cilindro dada por )( ba ppA − . A Figura 2.4 mostra o equilíbrio das
forças no êmbolo do cilindro.
Capítulo 2 – Modelagem Matemática 29
Figura 2.4 – Equilíbrio das forças no êmbolo do cilindro.
A parcela de atrito considerada neste trabalho é yB & , onde B é o coeficiente de atrito
viscoso. Sendo assim pode-se reescrever a equação (2.5) da seguinte forma:
)) )(((1
yBppAM
y ba&&& −−= (2.6)
As equações (2.3), (2.4) e (2.6) definem um modelo dinâmico não linear de 4ª ordem
para o atuador pneumático.
2.4 Modelo matemático da válvula
As equações (2.3) e (2.4) descrevem um modelo dinâmico onde as vazões mássicas
nos orifícios dependem da tensão de controle u e também das pressões nas câmaras. Na
literatura estudada encontram-se equações usadas para descrever a dinâmica da vazão mássica
através de orifícios. Algumas delas serão descritas nesta seção.
Em Bobrow e Mcdonel (1998), tem-se o equacionamento para a vazão mássica
através de orifícios que são funções não lineares das pressões nas câmaras do cilindro e da
tensão u aplicado a servoválvula, ou seja, ),( amama puqq = e ),( bmbmb puqq = para as
câmaras A e B respectivamente.
A seguir é apresentado um esquema que mostra o estrangulamento de um trecho da
tubulação da seção de passagem de fluído:
Capítulo 2 – Modelagem Matemática 30
Figura 2.5 – Estrangulamento da seção transversal de uma tubulação.
sendo dp a pressão a montante e
up a pressão a jusante no orifício da válvula. Tem-se
também que )(00 uAA = , é a abertura relativa da servoválvula de controle.
Assumem-se as hipóteses de que a velocidade da passagem do gás é constante, o
escoamento é unidirecional e condição estática a montante para o gás (PERONDI 2002).
As equações (2.7) e (2.8) representam as vazões nas câmaras do cilindro como
descritas em Bobrow e Mcdonel (1998), onde se têm dois casos, quando a vazão é saturada ou
sônica e quando a vazão é subsônica. A equação é considerada sônica ou saturada quando a
relação 582,0/ ≤ud pp e subsônica quando 582,0/ >ud pp onde 0,582 é considerada a
relação crítica das pressões caracterizando a passagem do estado subsônico para saturado.
≤→
+=
>→
−
+=
−
+
+
528.0 1
2
),(
528.0 )1(
2 ),(
1
1
0
)1 (2
0
u
duama
u
d
u
d
u
duama
p
p
TRpAupq
p
p
p
p
p
p
TRpAupq
γ
γ
γ
γ
γ
γ
γ
γ
γ
(2.7)
≤→
+=
>→
−
+=
−
+
+
528.0 1
2 ),(
528.0 )1(
2 ),(
1
1
0
)1 (2
0
u
dubmb
u
d
u
d
u
dubmb
p
p
RTpAupq
p
p
p
p
p
p
RTpAupq
γ
γ
γ
γ
γ
γ
γ
γ
γ
(2.8)
A vazão mássica passa de sônica para saturada no instante em que a relação
582,0/ =ud pp e que é camada de relação crítica.
Capítulo 2 – Modelagem Matemática 31
Um dos grandes problemas desta equação é no sinal de controle que neste caso não
está explicito na equação. Isto dificulta a aplicação de um controlador não linear que leve em
consideração as características não lineares do sistema.
Em Perondi (2002) o modelo matemático da válvula como em Bobrow e McDonell
(1998) é dado pelo produto de uma função que depende das tensões aplicadas à servoválvula
por uma função das pressões a montante e ajusante como descrita na equação (2.9).
)(),(][),,( max ufppfquppq udupmdum = (2.9)
Sendo max][ mq é a vazão mássica máxima através do orifício, ),( du ppf é a função
das pressões e )(uf é a função das tensões u aplicados a servoválvula.
Segundo Perondi (2002), considerando que a pressão de suprimento ( sp ) é constante
e a pressão de enchimento é a própria pressão atmosférica, pode-se considerar que no
enchimento a pressão a montante su pp = e a pressão ajusante é a pressão na câmara A ou B
do cilindro, dessa forma as equações para enchimento podem ser escritas da seguinte forma:
)( )( ][),( max ufpfqupq ench
uaa
ench
pa
ench
maa
ench
a = (2.10)
)( )( ][),( max ufpfqupq ench
ubb
ench
pb
ench
mbb
ench
b = (2.11)
Na exaustão, a pressão a montante é a pressão dentro da câmara A ou B, ou seja,
au pp = ou bu pp = dependendo da câmara que estamos esvaziando. As equações (2.12) e
(2.13) para a exaustão podem ser escritas da seguinte forma:
)( )( ][),( max ufpfqupq esv
uaa
esv
pa
esv
maa
esv
a = (2.12)
)( )( ][),( max ufpfqupq esv
ubb
esv
pb
esv
mbb
esv
b = (2.13)
Capítulo 2 – Modelagem Matemática 32
As funções de pressão e tensão são levantadas experimentalmente, considerando que
o êmbolo está parado dessa forma o volume é constante e a velocidade do êmbolo é nula.
Com isso das equações (2.3) e (2.4), tem-se:
)(
)),(( tpTR
Vutpq aama
&= (2.14)
e
)(
)),(( tpTR
Vutpq bbmb
&−= (2.15)
Dessa forma basta obter as curvas experimentais da pressão em função do tempo, a
variável tempo e o respectivo sinal u aplicado a servoválvula e a partir daí:
1. Para cada caso de enchimento e exaustão, medir a pressão ao longo do tempo;
2. Calcular a derivada da pressão ao longo do tempo e a vazão em função do
tempo através das equações (2.14) e (2.15);
3. Obter as curvas estáticas da relação vazão-pressão;
4. Obter os valores das vazões mássicas máximas em cada câmara;
5. Os valores máximos das vazões obtidas no passo 2 são utilizadas para
normalizar as funções do passo 2, resultando nas funções da vazão em função
da tensão;
6. Normalizar as curvas da vazão mássica-pressão calculadas no passo 3 pelos
respectivos valores máximos da vazão mantendo-se a tensão constante para
obter as correspondentes funções de pressão.
Para o ajuste funções da tensão e da pressão utiliza-se o método dos mínimos
quadrados com polinômios de 3ª ordem. Mais detalhes sobre o levantamento desta equação
pode ser obtido em Perondi (2002).
Em Rao et al. (2008) tem-se a modelagem da vazão mássica através de dados
experimentais e o processo até chegar à equação é semelhante ao usado por Perondi (2002) e
constata-se que a equação que melhor se aproxima é uma equação bi polinomial descrita pela
equação (2.16). Também é observado que, no caso de enchimento da câmara, a modelagem é
de mais difícil obtenção devido à saturação da vazão mássica através dos orifícios.
Capítulo 2 – Modelagem Matemática 33
228
27
26
25
432
210
),(
aaa
aaaama
pubpububupb
upbubpbpbbupq
+++
+++++= (2.16)
onde 0b , 1b , 2b , 3b , 4b , 5b , 6b , 7b e 8b são os coeficientes constantes.
2.5 Discussões
Este capítulo apresentou o equacionamento do modelo matemático não linear de 4ª
ordem, que leva em conta à dinâmica das pressões nas câmaras do cilindro, o movimento do
êmbolo. Também mostra como alguns pesquisadores vêm modelando a vazão mássica e os
problemas que eles vêm encontrando.
Um dos grandes problemas nas equações encontradas na literatura é a dificuldade em
isolar o sinal de controle, necessário quando utilizado uma metodologia de controle que leve
em consideração as características não lineares do sistema, como, por exemplo, a metodologia
de controle ótimo, sendo assim, requer mais recursos computacionais para resolução.
As equações das vazões mássicas mostradas na Seção 2.4 mostram a necessidade de
deduzirmos uma nova equação. Esse trabalho será desenvolvido no próximo capítulo.
34
3 MODELAGEM MATEMÁTICA DA VAZÃO MÁSSICA A PARTIR DE TESTES
EXPERIMENTAIS
3.1 Introdução
Na Seção 2.4 foi mostrado como a vazão mássica através de orifícios vem sendo
modelada. Neste capítulo apresenta-se uma nova equação de modelagem através de curvas da
pressão em função do tempo levantadas experimentalmente.
A descrição da bancada usada nos testes experimentais é mostrada na Seção 3.2. Na
Seção 3.3 descreve-se o método utilizado no levantamento das curvas experimentais. A Seção
3.4 mostra os resultados experimentais e como foi obtida a nova equação para a vazão
mássica. Discussões sobre os resultados obtidos neste capítulo são realizadas na Seção 3.5.
3.2 Descrição da bancada de testes usada nos experimentos
A bancada de testes utilizada neste trabalho é composta basicamente de três
componentes:
1. Sistemas de medição;
2. Componentes pneumáticos;
3. Sistema de controle e aquisição de dados;
Os sistemas de medição citados no item 1 são compostos de transdutores de pressão
que permitem medir a pressão de suprimento e também a pressão no reservatório de ar
comprimido.
Os componentes pneumáticos são compostos de servoválvula proporcional, utilizada
para controlar o escoamento de ar comprimido, de um reservatório de ar comprimido. Uma
foto do cilindro e do transdutor de pressão é mostrada na Figura 3.1. Uma foto da
servoválvula está apresentada na Figura 3.2.
Capítulo 3 – Modelagem matemática da vazão mássica 35
Figura 3.1 – Foto do transdutor de pressão e do reservatório de ar.
Figura 3.2 – Foto da servoválvula usada nos testes experimentais.
Como sistema de controle e aquisição de dados utiliza-se uma placa DS 1102
(dSPACE, 1996), especialmente projetada para sistemas de controle e aquisição de dados. Ela
é composta de quatro conversores analógico-digital (entradas ADC) e quatro conversores
digital-analógico (saída DAC). Nesses conversores a placa possui um sistema de aquisição de
dados e também um sistema de acoplamento Matlab/Simulink. Esse acoplamento permite a
programação do sistema de controle diretamente no Simulink e mais, a captura dos dados em
tempo real através do banco de dados do Matlab, permitindo a análise detalhada dos
resultados obtidos. A Figura 3.3 mostra uma foto do sistema de aquisição.
Capítulo 3 – Modelagem matemática da vazão mássica 36
Figura 3.3 – Foto do equipamento usado na aquisição de dados.
Um esquema da bancada experimental usada no levantamento das curvas é mostrado
na Figura 3.4, onde o sistema de controle e aquisição de dados é montado em um
microcomputador PC. O sistema pneumático é composto pelo reservatório de ar comprimido
e pela servoválvula pneumática de controle direcional. Os sensores permitem medir a pressão
de suprimento, e a pressão no reservatório.
Figura 3.4 – Desenho esquemático da bancada de testes experimentais.
A Tabela 3.1 mostra os principais componentes e parâmetros da bancada
experimental de testes:
Capítulo 3 – Modelagem matemática da vazão mássica 37
Tabela 3.1 - Principais componentes e parâmetros da bancada de testes.
Componente Fabricante Código/catálogo Especificações
Servoválvula de Controle
Direcional Festo MPYE-5-1/8
5 vias e 3 posições
vazão = 700 l/min.
Transdutores de Pressão Gefran TKG E 1 M 1DM 0 - 10 bar
Reservatório de ar
comprimido Pró-Ar RA 080.500.1 Volume = 2,51.10-3 m3
3.3 Método utilizado no levantamento das curvas experimentais
Para realização dos experimentos utiliza-se o reservatório de ar comprimido, os
experimentos basearam-se basicamente em aplicar uma tensão u em malha aberta à
servoválvula e capturar a pressão em função do tempo. Ao aplicar um sinal positivo, o carretel
da servoválvula se desloca no sentido esquerda para direita. Com isso, a pressão de
suprimento é liberada através do orifício A, ocasionando o enchimento do reservatório. Ao
aplicar o sinal negativo, o carretel que estava aberto para pressão de suprimento se desloca no
sentido direita para esquerda liberando o ar comprimido para atmosfera esvaziando o
reservatório. A Figura 3.5 mostra um esquema do funcionamento para o caso de enchimento
do reservatório e a Figura 3.6 para o de exaustão, ambas pelo orifício A.
Capítulo 3 – Modelagem matemática da vazão mássica 38
Figura 3.5 – Esquema do funcionamento para caso de enchimento do reservatório.
Figura 3.6 – Esquema do funcionamento para caso de exaustão do reservatório.
Para os casos de exaustão e enchimento pelo orifício B o processo será o contrário,
ou seja, para o caso de enchimento deve ser aplicado um sinal negativo e, para o caso de
exaustão, positivo.
Os experimentos foram feitos com o auxílio do diagrama de blocos elaborado com a
ferramenta computacional Matlab/Simulink e o toolbox da placa eletrônica dSPACE.
Capítulo 3 – Modelagem matemática da vazão mássica 39
3.4 Resultados experimentais e a nova equação da vazão mássica
Nesta seção apresentam-se os resultados experimentais e também todo o processo
usado para levantar a equação da vazão mássica a partir das curvas da pressão em função do
tempo, obtidas experimentalmente.
As curvas experimentais referentes à pressão em função do tempo para cada tensão
aplicada a servoválvula no caso de enchimento do reservatório para vazão pelo orifício A,
estão apresentadas na Figura 3.7, e, para o caso de exaustão, na Figura 3.8.
Figura 3.7 – Curvas experimentais tensão versus pressão pelo orifício A.
Capítulo 3 – Modelagem matemática da vazão mássica 40
Figura 3.8 – Curvas experimentais tensão versus pressão pelo orifício A.
Observa-se que para uma tensão aplicada a servoválvula entre –1 e 1 volts não houve
abertura suficiente para que ocorresse uma vazão que enchesse ou esvaziasse integralmente a
câmara em 20 s. Isso ocorre devido ao fato do ressalto do carretel ser maior que o orifício da
servoválvula. Porém, ainda ocorre vazão devido a vazamentos. Essa não linearidade é
definida como zona morta. A partir de agora, as curvas referentes às aberturas –1 e 1 serão
desconsideradas, ou seja, serão compensados para facilitar os ajustes das funções da tensão
seguindo a metodologia proposta em Valdiero et al. (2008), onde a não linearidade de zona
morta foi identificada e compensada para a mesma válvula utilizada neste trabalho.
Como o levantamento das funções da tensão e da pressão é feito no reservatório de ar
comprimido, pode-se dizer que o êmbolo do cilindro está parado e no ponto de equilíbrio, ou
seja, velocidade zero e, consequentemente, a volume constante. Dessa forma, a partir de agora
será considerado a vazão pelo orifício A, como enchimento ou exaustão da câmara A, e pelo
orifício B, como enchimento ou exaustão da câmara B. Com isso, das equações 2.3 e 2.4, tem-
se que:
Capítulo 3 – Modelagem matemática da vazão mássica 41
)(),( tpRT
Vupq aama
&= (3.1)
e
)(),( tpRT
Vupq bbmb
&−= (3.2)
Observa-se que as equações (3.1) e (3.2) são funções da pressão e da tensão e que
para calcular a vazão mássica, necessita-se da derivada da pressão. O próximo passo,
portanto, é encontrar, para cada caso de tensão, uma equação que aproxime melhor uma curva
teórica para os dados levantados experimentalmente. Para o caso de exaustão a curva
escolhida é dada pela equação exponencial (3.3),
t
septp )( α= (3.3)
onde sp é a pressão de suprimento, t a variável tempo, )(tp é a pressão ao longo do tempo e
α é a constante ideal dada pelo ajuste. A Figura 3.9 mostra a comparação entre a curva
experimental obtida para uma abertura do orifício A da servoválvula quando aplicado uma
tensão de -5 V e a curva obtida pela equação exponencial (3.3) com valor de α ajustado para
6362,0−=α .
Capítulo 3 – Modelagem matemática da vazão mássica 42
Figura 3.9 – Comparação entre a curva experimental e o ajuste exponencial.
No caso de enchimento utiliza-se uma abertura referente a uma tensão de 5 V. Para a
aproximação do enchimento foi escolhido um polinômio de 3ª ordem mostrado na equação
(3.4),
322
13
0)( ctctctctp +++= (3.4)
onde 0c 1c 2c e 3c são as constantes ideais dadas pelo ajuste. A Figura 3.10 mostra a
comparação para o caso de enchimento da câmara A para os valores de coeficientes
-80 104,0272×=c , 4
1 10-2,3646×=c , 52 102,5064×=c e 03 =c .
Capítulo 3 – Modelagem matemática da vazão mássica 43
Figura 3.10 – Comparação entre a curva experimental e o ajuste polinomial.
Os ajustes, tanto o polinomial, quanto o exponencial, foram obtidos através de
métodos de ajuste não linear, usando a função NLINFIT do software MATLAB.
Há uma dificuldade em obter a derivada numérica, por isso, a necessidade de usar a
derivada analítica. Portanto, o passo seguinte é derivar as equações encontradas para o caso de
enchimento e exaustão da câmara e calcular a vazão em função do tempo através das
equações (3.1) e (3.2), isso para cada abertura da servoválvula. As derivadas destas equações
são dadas pela equação (3.5) para enchimento e equação (3.6) para exaustão:
t
s
esv
a eptp )( αα=& (3.5)
212
0 23)( ctctctpench
a ++=& (3.6)
A partir de agora, será usada a diferença de pressão, pois isso facilitará nos ajustes
seguintes essa diferença de pressão é dada pelas equações (3.7) e (3.8).
Capítulo 3 – Modelagem matemática da vazão mássica 44
<−=∆
≥−=∆=∆
0)(
0 )( sup
useppp
usepppp
atma
esv
a
a
ench
a
a (3.7)
≥−=∆
<−=∆=∆
0)(
0 )( sup
useppp
usepppp
atmb
esv
b
b
ench
b
b (3.8)
Dessa forma obtêm-se as curvas da vazão versus diferença de pressão experimental
para cada abertura da servoválvula. As curvas mostradas na Figura 3.11 são para o caso de
enchimento da câmara A. A Figura 3.12 mostra as curvas para o caso de exaustão. As curvas
para o caso de enchimento e exaustão da câmara B são semelhantes às da câmara A.
Figura 3.11 – Curvas ajustadas da vazão de enchimento versus diferença de pressão.
Capítulo 3 – Modelagem matemática da vazão mássica 45
Figura 3.12 – Curvas ajustadas da vazão de exaustão versus diferença de pressão.
Na sequência basta achar a equação que gera uma curva que melhor se ajuste a cada
curva mostrada nas figuras 3.11 e 3.12. Em ambos os casos as curvas da vazão foram
aproximadas por funções de um coeficiente que depende da abertura da válvula multiplicado
diretamente pela diferença de pressão, equivalente a retas cujas inclinações dependem da
tensão u. Desta forma, têm-se as seguintes equações:
ench
a
ench
a
ench
ma pukupq ∆= )(),( (3.9)
esv
a
esv
a
esv
ma pukupq ∆= )(),( (3.10)
ench
b
ench
b
ench
mb pukupq ∆= )(),( (3.11)
esv
b
esv
b
esv
mb pukupq ∆= )(),( (3.12)
Capítulo 3 – Modelagem matemática da vazão mássica 46
onde p∆ é a diferença de pressão em um determinado orifício da válvula e k(u) é a inclinação
da reta variando com cada abertura da servoválvula e com o sentido da vazão (enchimento ou
exaustão). A Figura 3.13 mostra o ajuste para o caso de enchimento quando se aplica uma
tensão de 5 V e a Figura 3.14 mostra para o caso de exaustão quando aplica-se uma tensão de
-5 V ambos para o orifício A da servoválvula.
Figura 3.13 – Comparação entre as curvas da vazão de enchimento versus diferença de
pressão experimental e a ajustada para uma abertura de 5 V.
Capítulo 3 – Modelagem matemática da vazão mássica 47
Figura 3.14 – Comparação entre as curvas da vazão de exaustão versus diferença de pressão
experimental e a ajustada para uma abertura de válvula de -5 V.
Observa-se que a inclinação da reta varia em cada ajuste, dessa forma pode-se
construir uma malha que mostra a variação de todas as inclinações. A Tabela 3.2 mostra os
valores usados para gerar a malha, no caso de enchimento da câmara A, e são mostrados na
Figura 3.15. A Tabela 3.3 mostra para o caso de exaustão da câmara A e estão apresentados
na Figura 3.16, onde k são os valores das inclinações da reta para cada abertura de
servoválvula, sc e cc são os valores da tensão respectivamente sem compensação da zona
morta, com compensação. As curvas para enchimento e exaustão da câmara B são análogas à
câmara A.
Capítulo 3 – Modelagem matemática da vazão mássica 48
Tabela 3.2 – Valores ajustados para gerar a malha da Figura 3.17.
Tensão
u(volts) ench
aa
ench
ma pukupq ∆= )(),(
sc cc
Ajuste
K
∆p = 0,2e5 ∆p = 0,5e5 ∆p = 1e5 ∆p = 2e5 ∆p = 3e5 ∆p = 4e5 ∆p = 5e5 ∆p = 6e5
10 9 0,984e-8 0,196e-3 0,492e-3 0,984e-3 1,969e-3 2,953e-3 3,937e-3 4,922e-3 5,906e-3
9 8 1,001e-8 0,200e-3 0,501e-3 1,001e-3 2,002e-3 3,003e-3 4,004e-3 5,005e-3 6,006e-3
8 7 0,998e-8 0,199e-3 0,499e-3 0,998e-3 1,996e-3 2,994e-3 3,993e-3 4,991e-3 5,989e-3
7 6 1,021e-8 0,204e-3 0,510e-3 1,021e-3 2,041e-3 3,062e-3 4,083e-3 5,103e-3 6,124e-3
6 5 1,036e-8 0,207e-3 0,518e-3 1,036e-3 2,073e-3 3,109e-3 4,145e-3 5,181e-3 6,218e-3
5 4 1,087e-8 0,217e-3 0,543e-4 1,087e-3 2,174e-3 3,261e-3 4,348e-3 5,434e-3 6,521e-3
4 3 1,050e-8 0,210e-3 0,525e-3 1,050e-3 2,100e-3 3,151e-3 4,201e-3 5,251e-3 6,301e-3
3 2 0,927e-8 0,185e-3 0,463e-3 0,927e-3 1,854e-3 2,781e-3 3,708e-3 4,635e-3 5,562e-3
2 1 0,599e-8 0,110e-3 0,290e-3 0,590e-3 1,199e-3 1,799e-3 2,399e-3 2,999e-3 3,599e-3
1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Figura 3.15 – Curvas da diferença de pressão versus vazão variando com a tensão u.
Capítulo 3 – Modelagem matemática da vazão mássica 49
Tabela 3.3 – Valores ajustados para gerar a malha da Figura 3.18.
Tensão
u(volts) esv
aa
esv
ma pukupq ∆= )(),(
sc cc
Ajuste
K
∆p = 0,2e5 ∆p = 0,5e5 ∆p = 1e5 ∆p = 2e5 ∆p = 3e5 ∆p = 4e5 ∆p = 5e5 ∆p = 6e5
-10 -9 -1,400e-8 -0,292e-3 -0,731e-3 -1,461e-3 -2,922e-3 -4,384e-3 -5,845e-3 -7,306e-3 -8,767e-3
-9 -8 -1,440e-8 -0,288e-3 -0,720e-3 -1,440e-3 -2,881e-3 -4,321e-3 -5,761e-3 -7,202e-3 -8,642e-3
-8 -7 -1,440e-8 -0,288e-3 -0,720e-3 -1,440e-3 -2,880e-3 -4,319e-3 -5,759e-3 -7,199e-3 -8,638e-3
-7 -6 -1,431e-8 -0,286e-3 -0,715e-3 -1,431e-3 -2,861e-3 -4,292e-3 -5,723e-3 -7,154e-3 -8,585e-3
-6 -5 -1,403e-8 -0,281e-3 -0,701e-3 -1,403e-3 -2,806e-3 -4,209e-3 -5,611e-3 -7,014e-3 -8,417e-3
-5 -4 -1,373e-8 -0,275e-3 -0,687e-3 -1,373e-3 -2,747e-3 -4,121e-3 -5,494e-3 -6,868e-3 -8,241e-3
-4 -3 -1,289e-8 -0,258e-3 -0,644e-3 -1,289e-3 -2,578e-3 -3,866e-3 -5,155e-3 -6,444e-3 -7,733e-3
-3 -2 -1,093e-8 -0,219e-3 -0,546e-3 -1,093e-3 -2,186e-3 -3,279e-3 -4,372e-3 -5,465e-3 -6,558e-3
-2 -1 -0,580e-8 -0,116e-3 -0,290e-3 -0,580e-3 -1,161e-3 -1,741e-3 -2,322e-3 -2,902e-3 -3,4830e-3
-1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Figura 3.16 – Curvas da vazão versus diferença de pressão variando com a tensão u.
Como a inclinação da reta varia com a tensão u pode-se também aproximar uma
curva para essa inclinação, tanto para a câmara enchendo quanto esvaziando. As equações
obtidas através das aproximações são:
Capítulo 3 – Modelagem matemática da vazão mássica 50
) 2()( uarctguk enchench β= (3.13)
) 2()( uarctguk esvesv β= (3.14)
onde enchβ e esvβ são coeficientes constantes calculados pelo ajuste dado pelas equações
(3.13) e (3.14). Utilizando-se de métodos de ajuste não linear, usando a função NLINFIT do
software MATLAB obteve-se os seguintes valores para os coeficientes: 81069501,0 −×=enchβ
e 810898105,0 −×=esvβ . A Figura 3.17 mostra as curvas ajustadas para a inclinação versus
tensão u para a câmara A e B enchendo. Uma curva análoga é obtida para o caso esvaziando.
Figura 3.17 – Inclinação k versus tensão u para câmaras A e B enchendo.
Substituindo as equações (3.13) e (3.14) nas equações (3.9), (3.10), (3.11) e (3.12)
tem-se as equações da vazão mássica através de orifícios:
ench
a
ench
a
ench
ma puarctgupq ∆= ) 2( ),( β (3.15)
Capítulo 3 – Modelagem matemática da vazão mássica 51
esv
a
esv
a
esv
ma puarctgupq ∆= ) 2( ),( β (3.16)
ench
b
ench
b
ench
mb puarctgupq ∆= ) 2( ),( β (3.17)
esv
b
esv
b
esv
mb puarctgupq ∆= ) 2( ),( β (3.18)
A Figura 3.18 mostra a malha dada pela Equação (3.15) e a Tabela 3.4 mostra os
valores usados para gerar a respectiva malha. A Figura 3.19 mostra a malha dada pela
Equação 3.16 e a Tabela 3.4 mostra os valores usados para gerar essa malha. Para os casos da
câmara B as Tabelas e Figuras são semelhantes.
Tabela 3.4 – Valores ajustados para gerar a malha da Figura 3.20.
Sinal de entrada
u (Volts)
ench
a
ench
a
ench
ma puarctgupq ∆= ) 2(),( β
sc cc ∆p = 0,2e5 ∆p = 0,5e5 ∆p = 1e5 ∆p = 2e5 ∆p = 3e5 ∆p = 4e5 ∆p = 5e5 ∆p = 6e5
10 9 0,211e-3 0,527e-3 1,053e-3 2,106e-3 3,159e-3 4,213e-3 5,266e-3 6,319e-3
9 8 0,210e-3 0,524e-3 1,048e-3 2,097e-3 3,145e-3 4,193e-3 5,248e-3 6,290e-3
8 7 0,208e-3 0,521e-3 1,042e-3 2,084e-3 3,126e-3 4,169e-3 5,211e-3 6,253e-3
7 6 0,207e-3 0,516e-3 1,034e-3 2,068e-3 3,102e-3 4,136e-3 5,170e-3 6,204e-3
6 5 0,204e-3 0,511e-3 1,022e-3 2,045e-3 3,067e-3 4,090e-3 5,112e-3 6,135e-3
5 4 0,201e-3 0,503e-3 1,005e-3 2,011e-3 3,016e-3 4,021e-3 5,026e-3 6,032e-3
4 3 0,195e-3 0,488e-3 0,977e-3 1,954e-3 2,931e-3 3,908e-3 4,885e-3 5,862e-3
3 2 0,184e-3 0,461e-3 0,921e-3 1,843e-3 2,764e-3 3,686e-3 4,607e-3 5,529e-3
2 1 0,154e-8 0,385e-3 0,769e-3 1,539e-3 2,308e-3 3,078e-3 3,847e-3 4,617e-3
1 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Capítulo 3 – Modelagem matemática da vazão mássica 52
Figura 3.18 – Curvas da diferença de pressão versus vazão versus tensão u câmara A.
Tabela 3.5 – Valores ajustados para gerar a malha da Figura 3.21.
Tensão
u (Volts)
esv
a
esv
a
esv
ma puarctgupq ∆= ) 2( ),( β
sc cc ∆p = 0.2e5 ∆p = 0.5e5 ∆p = 1e5 ∆p = 2e5 ∆p= 3e5 ∆p = 4e5 ∆p = 5e5 ∆p = 6e5
-10 -9 -0,272e-3 -0,680e-3 -1,361e-3 -2,722e-3 -4,083e-3 -5,444e-3 -6,804e-3 -8,165e-3
-9 -8 -0,271e-3 -0,677e-3 -1,355e-3 -2,709e-3 -4,064e-3 -5,419e-3 -6,773e-3 -8,128e-3
-8 -7 -0,269e-3 -0,673e-3 -1,347e-3 -2,693e-3 -4,040e-3 -5,387e-3 -6,733e-3 -8,080e-3
-7 -6 -0,267e-3 -0,668e-3 -1,336e-3 -2,672e-3 -4,008e-3 -5,344e-3 -6,680e-3 -8,016e-3
-6 -5 -0,264e-3 -0,661e-3 -1,321e-3 -2,642e-3 -3,964e-3 -5,285e-3 -6,606e-3 -7,927e-3
-5 -4 -0,260e-3 -0,649e-3 -1,299e-3 -2,598e-3 -3,897e-3 -5,196e-3 -6,495e-3 -7,794e-3
-4 -3 -0,252e-3 -0,631e-3 -1,262e-3 -2,525e-3 -3,787e-3 -5,050e-3 -6,312e-3 -7,574e-3
-3 -2 -0,238e-3 -0,595e-3 -1,191e-3 -2,381e-3 -3,572e-3 -4,763e-3 -5,954e-3 -7,144e-3
-2 -1 -0,199e-3 -0,497e-3 -0,994e-3 -1,989e-3 -2,983e-3 -3,977e-3 -4,972e-3 -5,966e-3
-1 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Capítulo 3 – Modelagem matemática da vazão mássica 53
Figura 3.19 – Curvas da diferença de pressão versus vazão versus tensão u câmara A.
Com o intuito de facilitar a implementação computacional e também a elaboração do
projeto do controlador define-se duas funções sinais:
<−
≥−=∆=
0 )(
0 )())(,(
sup
1usepp
usepppusignpg
esv
atma
ench
a
aa
β
ββ (3.19)
≥−
<−=∆=
0 )(
0 )())(,(
sup
2usepp
usepppusignpg
esv
atmb
ench
b
bb
β
ββ (3.20)
Finalmente, a nova equação da vazão mássica através de orifícios é dada pelas
equações (3.21) e (3.22):
) 2( ))(,(),( 1 uarctgusignpgpuq aama = (3.21)
Capítulo 3 – Modelagem matemática da vazão mássica 54
) 2( ))(,(),( 2 uarctgusignpgpuq bbmb = (3.22)
3.5 Modelo matemático não linear de 4ª ordem com inclusão da nova equação da
vazão mássica
A combinação das equações da dinâmica da variação das pressões nas câmaras do
cilindro, e da equação do movimento do êmbolo, fornece o modelo não linear de 4ª ordem que
descreve o comportamento dinâmico do atuador pneumático e é descrito pelas seguintes
equações:
) )((1
yBppAM
y ba&&& −−= (3.23)
),(
00
upqyAV
TRp
yAV
yAp ama
A
a
A
a+
++
−=γγ &
& (3.24)
),(
00
upqyAV
TRp
yAV
yAp bmb
B
b
B
b−
−−
=γγ &
& (3.25)
onde ),( upq ama e ),( upq bmb são respectivamente as vazões nos orifícios da servoválvula e
são dadas pelas equações (3.21) e (3.22).
O modelo não linear descrito pelas equações diferenciais acima pode ser escrito na
forma de variáveis de estado, considerando yy =1 , yy &=2 , apy =3 e bpy =4 , da seguinte
forma:
21 yy =& (3.26)
Capítulo 3 – Modelagem matemática da vazão mássica 55
)( 4322 yyM
Ay
M
By −+−=& (3.27)
)),( ( 332
103 uyqTRAyy
yAVy ma
A
+−+
=γ
& (3.28)
)),( ( 442
104 uyqTRAyy
yAVy mb
B
−−
=γ
& (3.29)
onde 1y é a posição do êmbolo, 2y a velocidade, 3y e 4y as pressões nas câmaras A e B do
cilindro, respectivamente.
3.6 Discussões
A Seção 3.4 mostrou-se o equacionamento da vazão mássica através de orifícios,
obtido a partir do levantamento experimental das curvas da pressão em função do tempo para
cada abertura de servoválvula usando as equações (3.1) e (3.2) para obter as vazões em função
da pressão e tensão.
Uma das vantagens dessa equação é a facilidade em obter a derivada analítica da
pressão em função do tempo, já que a derivada numérica é difícil de ser obtida devido a
ruídos gerados na curva experimental.
Para algoritmos de controle que levam em conta todas as características não lineares
do sistema, é necessária a inversão do sinal u, o que é possível através da nova equação da
vazão mássica apresentada neste capítulo. Pode-se citar também que essa equação é de fácil
implementação e requer menos recursos computacionais para sua resolução.
56
4 IMPLEMENTAÇÃO COMPUTACIONAL E VALIDAÇÃO EXPERIMENTAL
DO MODELO ADOTADO
4.1 Introdução
Este capítulo trata da implementação computacional, validação experimental e a
simulação numérica em malha aberta do modelo matemático formulado nos capítulos 2 e 3,
que descreve o servoposicionador pneumático.
Para a resolução do sistema de equações diferenciais utiliza-se a ferramenta
computacional Matlab/Simulink (6.5), utilizando-se o método de integração Runge-Kutta com
o passo de 0.001 s.
O Matlab é um software muito utilizado para simulação numérica de problemas
científicos que integra ferramentas de análise numérica, cálculo matricial, processamento de
dados e geração de gráficos. O Simulink é uma extensão do Matlab no qual está disponível
uma extensa biblioteca de blocos pré-definidos, no qual se pode expressar um modelo
matemático linear ou não linear na forma de diagramas de blocos, sendo apropriado para
simulação numérica.
A implementação computacional do modelo em malha aberta é mostrada na Seção
4.2. A Seção 4.3 mostra a descrição da bancada de testes usada nos testes experimentais. Na
Seção 4.4 apresenta-se a descrição dos parâmetros utilizados nas simulações. A Seção 4.5
apresenta a validação experimental do modelo em malha aberta. A simulação numérica do
modelo em malha aberta para entradas em degrau e senoidal está apresentada na Seção 4.6, e
por fim, a Seção 4.7 apresenta as discussões e resultados alcançados nesta etapa do trabalho.
Capítulo 4 – Implementação computacional e validação 57
4.2 Implementação computacional do modelo
Esta seção apresenta detalhadamente a metodologia usada na implementação
computacional do modelo matemático descrito na Seção 3.5.
A Figura 4.1 mostra o diagrama de blocos utilizado para a simulação
computacional do modelo matemático não linear de 4ª ordem representado pelas equações
(2.3), (2.4), (2.6), (3.21) e (3.22). O primeiro bloco representa a entrada do sistema dinâmico,
caracterizando um sinal de controle em malha aberta u. O sinal de entrada em malha aberta
permite o estudo do comportamento das variáveis de estado do sistema.
Figura 4.1 – Diagrama de blocos usado na simulação do modelo.
A seguir tem-se a explicação dos demais subsistemas do diagrama de blocos
mostrados na Figura 4.1, que são divididos em diagrama de blocos da equação da válvula,
equação das pressões nas câmaras do cilindro, dada pela equação da continuidade e equação
do movimento do êmbolo.
A Figura 4.2 é a representação em forma de diagrama de blocos das equações (3.21)
e (3.22) que representam, respectivamente, as equações das vazões mássicas pelos orifícios de
passagem de ar A e B da válvula. A entrada neste subsistema é o sinal de controle, mas
também possuiu a realimentação das pressões nas câmaras A e B do cilindro, ap e bp ,
respectivamente, resultando num acoplamento dinâmico do subsistema da válvula com o
subsistema da equação da continuidade nas câmaras do cilindro. As variáveis de saída são as
vazões nas câmaras do cilindro maq e mbq .
Capítulo 4 – Implementação computacional e validação 58
Além das não linearidades presentes na equação da vazão da válvula, a zona morta
está presente em válvulas proporcionais de controle direcional. A não linearidade de zona
morta é uma imperfeição causada pela sobreposição do ressalto do carretel da servoválvula
em relação ao orifício de passagem do ar sob pressão, uma vez que a largura do ressalto do
carretel é maior que a largura do orifício (VALDIERO et al. 2008). Este tipo de imperfeição é
bastante comum em sistemas mecânicos principalmente em servoválvulas mecânicas e
principalmente em válvulas de centro (BAVARESCO et al. 2006), sendo desconsiderada no
diagrama de bloco da Figura 4.2.
Figura 4.2 – Diagrama de blocos da equação da vazão mássica.
A Figura 4.3 mostra o subsistema do diagrama de blocos da equação da continuidade
do cilindro, dada pelas expressões (2.3) e (2.4). Tendo como variáveis de entrada as vazões
maq e mbq nas câmaras A e B do cilindro, respectivamente. A variação da posição do êmbolo
do cilindro em função do tempo é realimentada e provém do subsistema seguinte, acarretando
mais um acoplamento dinâmico no atuador pneumático. As variáveis de saída são as pressões
nas câmaras do cilindro ap e bp . Considerando que as pressões iniciais nas câmaras, aip e
bip não são nulas, é necessário determiná-las para que a simulação numérica apresente
resultados adequados de previsão do comportamento dinâmico.
Os valores das pressões iniciais são obtidos a partir da equação do movimento para
aceleração, velocidade e posição iniciais, e devem ser configurados como condição inicial nos
Capítulo 4 – Implementação computacional e validação 59
respectivos blocos de integração. Deve ser observado que a força de atrito estático deve ser
nula.
No caso de parte experimental, para melhor precisão, devem-se usar as pressões
iniciais obtidas através de ensaios em bancada de testes.
Considerando a posição, a velocidade e aceleração inicial nulas, tem-se a equação do
equilíbrio:
atmba pppp −=−sup (4.1)
Logo:
atmba pppp +−= sup (4.2)
atmab pppp +−= sup (4.3)
Considerando que para equação do movimento a posição, velocidade e aceleração
são nulas, têm-se:
ab pp = (4.4)
Substituindo a equação (4.3) em (4.1) obtêm-se:
2
)( sup atm
a
ppp
+=
(4.5)
Pelo fato do sistema estar na posição inicial zero, tem-se que aia pp = e bib pp = ,
portanto:
2
)( sup atm
ai
ppp
+=
(4.6)
Capítulo 4 – Implementação computacional e validação 60
aiatmbi pppp −+= sup (4.7)
A seguir é apresentado o diagrama do subsistema da equação da continuidade no
cilindro:
Figura 4.3 – Diagrama de blocos da equação das pressões nas câmaras.
A Figura 4.4 representa o diagrama de blocos do subsistema da equação do
movimento do êmbolo do cilindro (2.6). A entrada é a força pneumática que resulta das
equações das pressões ap e bp e a saída é a velocidade y& (representada no diagrama de
blocos por dy) e a posição y do êmbolo do cilindro pneumático. As condições iniciais para
posição e velocidade geralmente configuram-se como nulas, ou seja, quando o êmbolo está
parado, como foi representado na Figura 4.3, pois tal configuração facilita a determinação das
condições iniciais para as pressões.
Capítulo 4 – Implementação computacional e validação 61
Figura 4.4 – Diagrama de blocos da equação do movimento.
4.3 Descrição da bancada de testes usada na validação experimental
A bancada de testes usada para obter as curvas para validar o modelo proposto é
composta de um cilindro pneumático e sem haste, um transdutor de posição, uma
servoválvula pneumática e um sistema de aquisição de dados. A servoválvula pneumática e o
sistema de aquisição foram relatados na Seção 3.2.
O cilindro atuador usado possui um êmbolo conectado a um cursor que movimenta a
carga acoplada. O atuador é o elemento que aplica a força sobre a carga para levá-lo a posição
desejada. O deslocamento do cilindro e as posições assumidas pelo mesmo são medidas por
intermédio de um transdutor de posição. Este transdutor é acoplado ao cursor do atuador.
Cada posição que o transdutor assume equivale a um sinal em tensão que é enviado ao
controlador. A Figura 4.5 mostra uma foto do transdutor de posição e do cilindro pneumático
usado.
Capítulo 4 – Implementação computacional e validação 62
Figura 4.5 – Foto do transdutor de posição e do cilindro pneumático
Um esquema da bancada experimental utilizada para testes do sistema de
posicionamento servo-pneumático é mostrada na Figura 4.6, onde o sistema de controle e
aquisição de dados mostrado na Seção 3.2 é montado em um microcomputador PC.
Figura 4.6 – Desenho esquemático da bancada de testes usada na validação experimental.
Cilindro pneumático sem haste
Transdutor de posição
Capítulo 4 – Implementação computacional e validação 63
A Tabela 4.1 mostra os principais componentes e parâmetros da bancada
experimental usada nos testes da validação:
Tabela 4.1 - Principais componentes e parâmetros da bancada de testes.
Componente Fabricante Código/catálogo Especificações
Servoválvula de
Controle Direcional Festo MPYE-5-1/8
5 vias e 3 posições
vazão = 700 l/min.
Transdutor de
Posição Festo MLO-POT-1000-TLF Curso = 1000 mm
Cilindro pneumático
sem haste Rexroth
43.98
520 602 020 0
Curso = 1000 mm
Diâmetro = 25 mm
4.4 Determinação dos parâmetros do servoposicionador
Os parâmetros das simulações numéricas foram obtidos através de medições feitas na
bancada de testes já citada anteriormente, disposta no Laboratório de Automação do Campus
Panambi da UNIJUÍ, e consulta de catálogos dos fabricantes ou literatura estudada. Os
parâmetros estão apresentados na Tabela 4.2.
Capítulo 4 – Implementação computacional e validação 64
Tabela 4.2 - Principais parâmetros do sistema não linear.
Parâmetros do sistema Descrição
Pap 5sup 106 ×= Pressão de suprimento
Papatm
5101×= Pressão atmosférica
241091.4 mA−×= Área do êmbolo
340 105.2 mVA
−×= Volume morto na câmara A
340 105.2 mVB
−×= Volume morto na câmara B
KJkgR /287= Constante universal dos gases
KT 293= Temperatura do ar de suprimento
mL 1= Curso útil do cilindro
mNsB / 90= Coeficiente de atrito viscoso
4.1=γ Adimensional Relação entre os calores específicos do ar
KgM 125.10= Massa inercial do cilindro
4.5 Validação experimental do modelo em malha aberta
Para realização da simulação numérica do modelo proposto usada na validação como
já citado anteriormente utilizou-se a ferramenta computacional Matlab/Simulink, utilizando-se
do método de integração Runge-kutta com o passo de 0,001 s.
A metodologia usada nos testes experimentais consistiu em posicionar o êmbolo do
cilindro em uma das extremidades do curso (posição recuado m 48,0−=y e posição de
avançado m 31,0=y , devido a batentes nos finais de curso) e aplicar um sinal de controle em
degrau variando entre 2± V em malha aberta e realizar a aquisição das variáveis tempo e
posição.
A Figura 4.7 refere-se à comparação entre a posição obtida experimentalmente, a
obtida através da simulação numérica do modelo com a vazão mássica teórica dada pelas
equações (2.7) e (2.8) e o modelo com a vazão proposta neste trabalho para o movimento de
Capítulo 4 – Implementação computacional e validação 65
recuo, validando o modelo para os parâmetros mostrados na Tabela 4.2. A validação para o
movimento de avanço é mostrado na Figura 4.8:
Figura 4.7 – Gráfico comparativo do teste experimental com o da simulação para o movimento de recuo.
Capítulo 4 – Implementação computacional e validação 66
Figura 4.8 – Gráfico comparativo do teste experimental com o da simulação para o movimento de avanço.
Um problema na vazão mássica teórica, além da dificuldade em isolar o sinal de
controle, está na dificuldade em estimar a área efetiva do orifício de passagem do ar da
servoválvula, pois varia com a tensão aplicada à servoválvula. A área do orifício utilizada nas
simulações numéricas do modelo com a vazão teórica foi de 60 102 −×=A .
A simulação numérica completa do modelo teórico para vazão pode ser encontrada
em Endler et a.l (2008a) e Endler et al. (2008b).
4.6 Resultados da simulação em malha aberta
Nesta seção apresenta-se o resultado das simulações computacionais do modelo
matemático de 4ª ordem proposto neste trabalho. Os parâmetros usados nas simulações foram
detalhados na Tabela 4.2. O diagrama de blocos utilizado está representado na Figura 4.1,
Capítulo 4 – Implementação computacional e validação 67
onde foram comentadas as condições de simulação. Realizaram-se simulações com entrada
senoidal e com entrada em degrau, cujos resultados são mostrados a seguir.
4.6.1 Simulação com entrada senoidal
O sinal de controle senoidal permite observar os efeitos nas variáveis de estado
causados por uma variação contínua da entrada. Além disso, permite a análise do
comportamento do sistema nas inversões de movimento do atuador pneumático. Para o sinal
de entrada senoidal, recomenda-se a escolha de uma amplitude e uma freqüência tal que a
variável de estado não ultrapasse os limites físicos de fim de curso. Neste trabalho utilizou-se
uma senoide de amplitude 5 V e freqüência de π2 rad/s, regulada de modo que durante a
simulação o deslocamento do êmbolo do cilindro não ultrapassasse o fim do curso definido.
A Figura 4.9 mostra o comportamento do sinal de controle senoidal e da posição do
êmbolo do cilindro atuador ao longo do tempo.
Figura 4.9 – Entrada senoidal e posição do êmbolo do cilindro.
Capítulo 4 – Implementação computacional e validação 68
Na Figura 4.10 apresenta-se o comportamento da velocidade e aceleração do êmbolo
do cilindro ao longo do tempo.
Figura 4.10 – Velocidade e aceleração do êmbolo do cilindro para entrada senoidal.
A Figura 4.11 refere-se à dinâmica das pressões câmaras do cilindro pneumático e as
vazões pelos orifícios de passagem de ar. Note que vazão positiva significa ar entrando e
vazão negativa ar saindo da câmara. As pressões partem de valores iniciais pré-estabelecidos
através da condição inicial, pode-se observar que justamente enquanto a pressão na câmara A
está aumentando até a pressão de suprimento a pressão na câmara B está diminuindo até a
pressão atmosférica e vice e versa.
Acele
ração [m
/s 2
] V
elo
cid
ad
e [
m/s
]
Tempo [s]
Capítulo 4 – Implementação computacional e validação 69
Figura 4.11 – Pressões e vazões nas câmaras do cilindro para entrada senoidal.
4.6.2 Simulação com entrada em degrau
O sinal de controle em degrau permite a análise do comportamento das variáveis de
estado do atuador pneumático em partidas rápidas que são muito comuns em diversas de suas
aplicações. Para realizar as simulações, recomenda-se que para cada valor de degrau utilizado
seja regulado um tempo de simulação tal que sejam respeitados os limites de fim de curso
comentado anteriormente. Pelo fato do equacionamento utilizado na simulação não considerar
os limites de curso do atuador, para uma entrada de 2 V foi regulado o tempo de simulação de
1 s.
A Figura 4.12 mostra a dinâmica da entrada em degrau e a posição gerada regulando
o tempo de simulação para não ultrapassar o fim de curso.
Capítulo 4 – Implementação computacional e validação 70
Figura 4.12 – Entrada em degrau e posição do êmbolo do cilindro.
A Figura 4.13 representa a velocidade e aceleração do êmbolo do cilindro do atuador
pneumático ao longo do tempo de simulação
Capítulo 4 – Implementação computacional e validação 71
Figura 4.13 – Velocidade e aceleração do atuador ao longo do tempo para entrada em degrau.
A Figura 4.14 mostra a dinâmica das pressões nas câmaras do cilindro e as vazões
pelos orifícios de passagem do ar da servoválvula. Observa-se que há vazão entrando na
câmara A, e consequentemente, vazão saindo da câmara B. Verifica-se que após alguns
décimos de segundos de simulação, tanto as vazões quanto as pressões se estabilizam em
torno do ponto de equilíbrio.
Acele
ração [
m/s
2]
Velo
cid
ad
e [
m/s
]
Tempo [s]
Capítulo 4 – Implementação computacional e validação 72
Figura 4.14 – Dinâmica das pressões e vazões nas câmaras do cilindro para entrada em degrau.
Os resultados de simulação apresentados nesta seção ilustram a eficiência da
metodologia proposta para a implementação dos diagramas de blocos e permitem observar o
comportamento dinâmico do atuador pneumático. Deve-se precaver da limitação física dos
fins de curso e estabelecer adequadamente as condições inicias para que seja garantida a
convergência do método numérico utilizado nas simulações, seguindo as recomendações da
Seção 4.
4.7 Discussões
Este capítulo apresentou inicialmente a implementação computacional do modelo
não linear de 4ª ordem. Na seqüência apresentou-se a descrição da bancada de testes e a dos
parâmetros do atuador pneumático, bem como a validação do modelo em malha aberta. Por
Capítulo 4 – Implementação computacional e validação 73
fim foi apresentada a simulação numérica do modelo em malha aberta, importante para
analisar o comportamento das variáveis de estado do sistema.
Os diagramas de blocos do modelo do atuador pneumático podem ser usados para
elaboração de estratégias de controle e também para realização da melhoria e modificações
nos protótipos experimentais
A validação do modelo se faz importante, pois reproduz numericamente o processo
físico que está acontecendo num devido instante de tempo, sendo assim o modelo proposto
possibilita a implementação de um controle preciso que faz parte do objetivo deste trabalho.
Os resultados apresentados na validação garantem a eficiência da metodologia
proposta para a simulação numérica através da implementação dos diagramas de blocos.
Os resultados da simulação numérica em malha aberta utilizando o equacionamento
teórico da vazão foram publicados em Endler et al. (2008a) e Endler et al. (2008b).
74
5 CONTROLE DE SERVOPOSICIONADORES PNEUMÁTICOS
5.1 Introdução
Este capítulo apresenta a estratégia de controle em cascata para o servoposicionador
pneumático. O controle em cascata visa superar as limitações impostas pelos controladores
clássicos e conseguir um bom desempenho no posicionamento preciso e no segmento de
trajetória. Esta estratégia consiste em interpretar o sistema em dois subsistemas
interconectados, ou seja, um subsistema mecânico e um subsistema pneumático. O subsistema
mecânico é dado pela equação do movimento do êmbolo do cilindro, enquanto que o
subsistema pneumático consiste na equação dada pela dinâmica das pressões nas câmaras do
cilindro e a equação da vazão mássica nos orifícios da servoválvula.
Sistemas de automação e controle são de extrema importância para o mundo atual.
Em praticamente todas as atividades humanas encontram-se exemplos de sistemas de
controle. Estes sistemas apresentam-se de maneira mais notável em processos industriais e de
fabricação automatizados.
Na engenharia de controle, dois sistemas de controles são utilizados: o controle em
malha aberta e o controle em malha fechada. O sistema de controle em malha aberta consiste
em aplicar um sinal de controle pré-definido esperando-se que o sistema tenha um
comportamento adequado ao sinal dado. A Figura 5.1 mostra um esquema do funcionamento
de um controle em malha aberta.
Figura 5.1 – Sistema de controle em malha aberta.
Capítulo 5 – Controle de servoposicionadores pneumáticos 75
No controle em malha fechada o sinal é determinado a partir da avaliação dos
desvios entre o sinal de saída e o sinal de entrada tendo por objetivo corrigir estes desvios.
Um diagrama básico de um controle em malha fechada é mostrado na Figura 5.2.
Figura 5.2 – Sinal de controle em malha fechada.
Ogata (1998), ao comparar os dois sistemas de controle, destaca vantagens do
controle em malha fechada pelo fato de que o uso da realimentação torna a resposta do
sistema relativamente insensível a perturbações externas e a variações internas dos parâmetros
do sistema, sendo assim um controle robusto. Pelo ponto de vista da estabilidade, o sistema
em malha aberta é menos problemático, ao contrário do sistema em malha fechada, que, ao
tentar corrigir erros, pode ocasionar oscilações de amplitude constantes ou crescentes em
relação ao tempo.
A Seção 5.2 apresenta uma breve descrição de controladores clássicos usados em
servoposicionadores pneumáticos e também a técnica de controle ótimo por realimentação
para sistemas não lineares. O projeto de controle do servoposicionador pneumático é
apresentado na Seção 5.3. Na Seção 5.4 apresenta-se a análise da estabilidade do controle. A
implementação computacional da lei de controle é apresentada na Seção 5.5. O planejamento
das trajetórias, os resultados das simulações numéricas do modelo com controle em cascata e
o resultado estão apresentados respectivamente nas seções 5.6, 5.7 e 5.8. Finalmente a Seção
5.9 apresenta as discussões sobre os resultados alcançados nesta fase do trabalho.
Capítulo 5 – Controle de servoposicionadores pneumáticos 76
5.2 Breve descrição de controle de servoposicionadores pneumáticos
Em Perondi (2002) e Bavaresco (2007) encontra-se uma ampla revisão sobre
controle de servoposicionadores pneumáticos e também como superar as limitações
encontradas no sistema de posicionamento.
Existem diversas técnicas de controle de sistemas dinâmicos, algumas baseadas no
modelo que descreve o comportamento dinâmico do sistema, e outras não. Apresenta-se aqui
uma breve descrição dos controladores clássicos, proporcional (P), proporcional-derivativo
(PD), proporcional-integral (PI), proporcional-integral-derivativo (PID) e controlador de
estados.
O projeto de controladores clássicos baseia-se na teoria de controle linear e o
desempenho do atuador é limitado. Os ganhos desses controladores ficam restritos a pequenos
valores, pois para valores altos podem levar a instabilidade do sistema.
No controle proporcional (P), a saída (u) do controlador é um sinal diretamente
proporcional ao erro de posição (y − yd). Este erro é considerado a diferença algébrica entre a
posição medida e a posição desejada. Portanto, a saída do controlador depende apenas da
amplitude do erro no instante de tempo. Assim
)( dprop yyku −= (5.1)
onde propk é o ganho proporcional.
No controle proporcional derivativo (PD), a saída (u) do controlador é um sinal
diretamente proporcional ao erro de posição somado com uma parcela diretamente
proporcional ao erro de velocidade, ou seja:
)()( dddprop yykyyku && −+−= (5.2)
onde dk é um ganho proporcional a velocidade chamado de ganho derivativo e )( dyy && − é a
derivada do erro em relação ao tempo.
Com o controlador (PD) conseguem-se respostas mais rápidas para o sistema, pois a
parcela derivativa amortece a parte oscilatória podendo-se aumentar o ganho proporcional
Capítulo 5 – Controle de servoposicionadores pneumáticos 77
sem causar oscilações no sistema. Porém, o ganho proporcional continua limitado e, também,
para que se utilize o controlador PD, é necessária a medição da velocidade ou sua obtenção de
forma numérica.
No controle proporcional-integral, a saída é a soma de um sinal diretamente
proporcional ao erro de posição com um sinal proporcional a integral a esse erro. Sendo
assim:
dtyykyyku
t
ddprop ∫ −+−=0
i )()( (5.3)
onde ik é o ganho integral.
O controle proporcional-integral-derivativo (PID) é a união das parcelas
proporcional, integral e derivativa. Dessa forma, a saída u é:
)( )( )( 0
dd
t
didprop yykdtyykyyku && −+−+−= ∫ (5.4)
O controlador de estados leva em conta a realimentação das variáveis de estados do
sistema. No caso do sistema em estudo pode-se realimentar a posição, velocidade e a
aceleração. Sendo assim a saída de um controlador de estados com realimentação da posição,
velocidade e aceleração, pode ser escrita da seguinte forma:
ykykyyku avdprop&&& )( −−−= (5.5)
onde vk e ak são respectivamente os ganhos da velocidade e da aceleração.
Com intuito de superar as limitações impostas pelos controladores clássicos e obter
um bom desempenho no posicionamento preciso e seguimento de trajetória pode-se optar por
um controlador em cascata. Tal metodologia já foi implementada com sucesso no controle de
sistemas de posicionamento hidráulico (VALDIERO 2005, DILDA 2008) e no controle de
servoposicionadores pneumáticos (GUENTHER et al. (2006), PERONDI 2002). Como já
citado na Seção 5.1, essa metodologia baseia-se na redução de ordem do sistema dividindo
Capítulo 5 – Controle de servoposicionadores pneumáticos 78
um sistema em dois subsistemas, possibilitando a aplicação de diferentes estratégias de
controle para cada subsistema.
Neste trabalho adota-se a metodologia de controle em cascata. Para o cálculo da lei
do subsistema mecânico utiliza-se a metodologia de controle ótimo linear por realimentação
proposta por Rafikov e Balthazar (2005), já utilizada com sucesso em Bavaresco (2007) e
para o subsistema pneumático propõem-se uma lei de controle com linearização por
realimentação (SLOTINE e LI 1991). Na seqüência mostra-se o desenvolvimento deste
trabalho.
5.2.1 Controle ótimo por realimentação para sistemas não lineares
Nesta metodologia, proposta por Rafikov e Balthazar (2005), o sistema não linear
deve ser escrito na forma de variáveis de estado, conforme a Equação (5.6).
)( 1 xgxAx +=& (5.6)
onde nRx ∈ é o vetor de estados, nxnRA 1 ∈ é a matriz dos coeficientes da parte linear do
sistema, )(yg é formado de funções não lineares e contínuas do sistema.
O sistema controlado tem a seguinte forma:
UxgxAx ++= )( 1& (5.7)
onde U é o vetor controle e é composto de duas parcelas,
td uuU += (5.8)
onde du é a parcela feedforward, ou seja a parcela que mantém o sistema na trajetória
desejada e tu a parcela feedback que estabiliza o sistema em torno da trajetória desejada.
A parcela feedforward pode ser escrita da seguinte forma:
Capítulo 5 – Controle de servoposicionadores pneumáticos 79
)( dddd xgxAxu −−= & (5.9)
A parcela feedback é definida pela equação (5.10):
uBut 1= (5.10)
onde nxmRB 1 ∈ é uma matriz constante e u é o vetor controle.
Definindo o desvio da trajetória em torno da trajetória desejada, tem-se:
dxxx −=~ (5.11)
Substituindo as equações (5.9) e (5.10) na equação (5.8) tem-se:
uBxgxAxU ddd )( 11 +−−= & (5.12)
Usando (5.12) em (5.7) chega-se à seguinte equação escrita na forma de desvios:
uBxgxAxxgxAx ddd )( )( 111 +−−++= &&
uBxgxgxxAxx ddd )()()( 11 +−+−=− &&
uBxgxgxAx d )()(~ ~11 +−+=& (5.13)
A parte não linear do sistema pode ser escrita como:
xxxGxgxg dd
~ ),()()( =− (5.14)
onde a matriz ),( dxxG deve ser limitada e seus elementos funções de x e dx . Admitindo
(5.14), o sistema (5.13) tem a forma:
uBxxxGxAx d ~ ),(~ ~11 ++=& (5.15)
Capítulo 5 – Controle de servoposicionadores pneumáticos 80
sendo o controle linear por realimentação de estados
xPBRuT ~ 1
1−−= (5.16)
ótimo para transferir o sistema não linear (5.15) de um estado inicial para um estado final
0)(~ =∞x (5.17)
minimizando o funcional
∫∞
+=0
) ~ ~~( dtuRuxQxJ
TT (5.18)
onde nxnRP ∈ é matriz simétrica e satisfaz a Equação de Riccati
0 11
111 =+−+ −QPBRBPPAAP
TT (5.19)
onde as matrizes nxnRQ ∈ e nxnRR ∈ são constantes, definidas positivas, sendo Q simétrica,
tais que a matriz
),( ),(~
dd
T xxGPPxxGQQ −−= (5.20)
seja definida positiva para a matriz G .
A prova de estabilidade é mostrada nas seções (5.5) e (5.6).
Capítulo 5 – Controle de servoposicionadores pneumáticos 81
5.3 Projeto de controle do servoposicionador pneumático
O controle em cascata baseia-se basicamente na interpretação do sistema em dois
subsistemas interconectados, ou seja, um subsistema mecânico acionado por um subsistema
pneumático. A Figura 5.3 mostra um esquema do atuador pneumático dividido em dois
subsistemas.
Figura 5.3 – Interpretação do sistema do atuador pneumático com dois subsistemas
interconectados.
A idéia é projetar uma lei de controle para pdf (força pneumática desejada), para o
subsistema mecânico, de maneira que a saída y siga a trajetória desejada dy o mais próximo
possível e então projetar uma lei de controle para o subsistema pneumático de modo que este
gere uma força pneumática necessária pf .
Inicialmente, define-se a força pneumática:
)( bap ppAf −= (5.21)
Capítulo 5 – Controle de servoposicionadores pneumáticos 82
Derivando a equação (5.21) tem-se
)( bap ppAf &&& −= (5.22)
Substituindo as equações (2.3) e (2.4) na equação (5.22), tem-se:
)),(( ) 2( )),(( )2(
2211
22
12
ba
bap
pusigguarctgfTRApusigguarctgfTRA
pyfApyfAf
+
+−−= &&&
(5.23)
Sendo que 1f e 2f são definidos pelas equações (5.24) e (5.25):
yAVyf
A )(
01
+=
γ (5.24)
yAVyf
B )(
02
−=
γ (5.25)
Dessa forma pode-se reescrever o modelo do atuador:
pfyByM +−= &&& (5.26)
),,,(),,,( uyppûppyyhf babap += && (5.27)
onde ),,,( ba ppyyh & é definida pela equação (5.28) e ),,,( uyppû ba pela equação (5.29):
) (),,,( 22
12
baba pyfApyfAppyyh &&& +−= (5.28)
)),(( ) 2(
)),(( ) 2( ),,,(
22
11
b
aba
pusigguarctgfTRA
pusigguarctgfTRAuyppû += (5.29)
Capítulo 5 – Controle de servoposicionadores pneumáticos 83
Define-se o vetor erro de segmento da força pneumática como:
pdpp fff −=~
(5.30)
assim,
ppdp fff~
+= (5.31)
Substituindo a equação (5.31) na equação (5.26) tem-se:
ppd ffyByM~
++−= &&& (5.32)
),,,(),,,( uyppûppyyhf babap += && (5.33)
As equações (5.32) e (5.33) são as equações que descrevem o modelo do
servoposicionador pneumático. A equação (5.32) descreve o subsistema mecânico e a (5.33) o
subsistema pneumático. O projeto de controle pode ser descrito como:
(i)-Projetar uma lei de controle para o subsistema mecânico de modo que a saída
)(ty siga uma trajetória )(tyd o mais próximo possível, mesmo na presença da perturbação
pf~
e então
(ii)-Projetar uma lei de controle )(tu para que o subsistema pneumático tal que pf
siga o vetor de forças pneumáticas desejadas pdf tão próximo quanto possível
A estratégia de controle em cascata em malha fechada, resultante da lei de controle
do subsistema mecânico e do subsistema pneumático está apresentado na Figura 5.4.
Capítulo 5 – Controle de servoposicionadores pneumáticos 84
Figura 5.4 – Interpretação do sistema pneumático com dois subsistemas interconectados e o
controle em cascata.
5.3.1 Controle do subsistema mecânico
Para o subsistema mecânico utiliza-se a lei de controle ótimo proposta por Rafikov e
Balthazar (2005).
O subsistema mecânico pode ser escrito na forma de variáveis de estado como
descrito abaixo:
21 yy =& (5.34)
M
f
M
fy
M
By
pdp++−=
~
22& (5.35)
onde 1y é a posição e 2y a velocidade.
Para o modelo adotado a lei de controle é:
Capítulo 5 – Controle de servoposicionadores pneumáticos 85
M
fU
pd= (5.36)
Dessa forma a parcela feedforward é a seguinte:
M
fy
M
Byu
p
ddd
~
22 −+= & (5.37)
O desvio da trajetória pode ser definido como:
=
−
−=
2
1
22
11
~
~~
y
y
yy
yyx
d
d (5.38)
Para calcular a parcela feedback usa-se a equação (5.39).
uBxgxgxAx d )()(~ ~11 +−+=& (5.39)
onde:
−=
M
BA0
10
1 (5.40)
=
M
B 1
0
1 (5.41)
A escolha das matrizes Q e R é feita por tentativa e erro e sua escolha influencia
diretamente na estabilidade do controle. No caso da matriz Q geralmente a escolha é por uma
matriz diagonal. Segundo Ogata (1998) a resposta do sistema se dá pela escolha do elemento
11q e, quanto maior for este elemento em relação aos outros elementos da diagonal e aos de
Capítulo 5 – Controle de servoposicionadores pneumáticos 86
R , mais rápida será a resposta. Deve-se tomar cuidado que a escolha da matriz Q não
ultrapasse as limitações físicas do sistema, como, por exemplo, a saturação do sinal de
controle da servoválvula, que está entre 10± V.
=
22
11
0
0
q
qQ (5.42)
][ 11rR = (5.43)
A escolha da matriz Q e R é feita através da simulação numérica do controle.
Resolvendo a equação algébrica de Riccati através da função LQR do Matlab
encontramos a matriz P , e os elementos da matriz U são calculados pela equação
xPBRUT ~][ 1
1−−= .
=
2221
1211
pp
ppP (5.44)
xuuU ~][ 1211−= (5.45)
Dessa forma tem-se:
212111~ ~ yuyuut −−= (5.46)
Somando a parcela feedforward com a parcela feedback tem-se a lei de controle do
subsistema mecânico:
21211122~ ~
~
yuyuM
fy
M
ByU
p
dd −−−+= & (5.47)
Substituindo (5.47) em (5.36), tem-se:
Capítulo 5 – Controle de servoposicionadores pneumáticos 87
)( )( ~
2212111122 ddpddpd yyuMyyuMfyByMf −−−−−+= & (5.48)
Assim, a força pneumática necessária para controlar o sistema é dada pela Equação
(5.48).
Considere a seguinte função de Lyapunov
xPxV T ~ ~1 = (5.49)
definida positiva, cuja derivada temporal é dada por
uRuxQxV TT ~ ~~
1 −−=& (5.50)
onde Q~
e R são definidas positivas.
Há dificuldade de calcular Q~
analiticamente, para isso leva-se a formulação de uma
função )(th mostrada na Equação (5.50)
xQxth T ~ ~~)( = (5.51)
a qual caracteriza a soma dos desvios quadrados do sistema da trajetória desejada. Se )(th é
definida positiva, então Q~
também é definida positiva e desta forma o controle é estável. A
positividade da função )(th é mostrada através de simulação numérica na seção 5.7.
As condições que garantem a estabilidade do subsistema mecânico controlado
através do controle ótimo linear por realimentação estão apresentadas em Rafikov e Balthazar
(2005).
Capítulo 5 – Controle de servoposicionadores pneumáticos 88
5.3.2 Controle do subsistema pneumático
Para subsistema pneumático propõe-se a lei de controle por realimentação proposta
pela seguinte equação:
pppdbaba fkfppyyhuyppû~
),,,(),,,( −+−= && (5.52)
onde ),,,( ba ppyyh & é dado pela equação (5.28), pdf& é a derivada da equação (5.48), pk é o
ganho de pressão na válvula e pf~
é dado pela equação (5.30). Usando a equação (5.29) que
define a ),,,( uyppû ba é possível encontrar o sinal de controle u , ou seja, a lei de controle do
subsistema pneumático:
+
−++=
))(,( ))(,(
~
5,02211
22
21
usigpgTRAfusigpgTRAf
fkfpyAfpyAftgu
ba
pppdba&&&
(5.53)
Observa-se que a função u depende da função sinal, sendo assim, deve-se usar uma
função auxiliar para o caso ideal *u (PERONDI 2002) que é dada pela Equação (5.54), e não
depende da função sinal.
),,,(*bapd ppyyhfu && −= (5.54)
Combinando as equações (5.30), (5.33), (5.48) e (5.52) obtém-se a expressão que
representa a dinâmica dos erros de seguimento de trajetória da força pneumática em malha
fechada, dada por:
ppp fkf~~
−=& (5.55)
Considere a seguinte função positiva
Capítulo 5 – Controle de servoposicionadores pneumáticos 89
22
~
2
1pfV = (5.56)
Empregando (5.55) obtém-se a derivada de (5.56) em relação ao tempo:
22
~pp fkV −=& (5.57)
Esta expressão é utilizada na análise de estabilidade apresentada na Seção 5.4.
5.4 Análise da estabilidade
Ao se projetar um sistema de controle, a característica mais importante é a
estabilidade global deste sistema a partir do conhecimento de seus componentes. Considere o
sistema hidráulico em malha fechada decorrente da aplicação do controle cascata:
)52.5)(48.5)(33.5)(32.5(=Ω Admitindo o vetor de erros dados por:
]~
~[ p
TTfx=ρ (5.58)
Para provar a estabilidade exponencial é utilizado o seguinte lema de convergência:
Lema 1 – Se uma função real 0)( ≥tV satisfaz a desigualdade 0)()( ≤+ tVtV α& onde α é um
número real, então teVtV α−≤ )0()( (SLOTINE e LI, 1991).
Prova: Considere a função candidata a Lyapunov dada por:
21 VVV += (5.59)
Esta expressão pode ser escrita como:
ρρ NV T= (5.60)
Capítulo 5 – Controle de servoposicionadores pneumáticos 90
Onde ρ é dado por (5.58) e N é definida como:
=
0,5 0 0
0
0
2221
1211
pp
pp
N (5.61)
onde N é uma matriz definida positiva, e os elementos 11p , 12p , 21p e 22p são os elementos
da matriz P .
A derivada temporal de )( 21 VVVV &&& += é obtida a partir de (5.50) e (5.57).
2~ ~
~~pp
TTfkuRuxQxV −−−=& (5.62)
Pelo método direto de Lyapunov tem-se que o sistema Ω é assintóticamente estável
com relação ao vetor de estados ρ , se V é definida positiva e V& é definida negativa.
Os resultados que mostram que V& é definida negativa são apresentados na Seção 5.8,
e feito através de simulação numérica do controle para o sistema direcionado às trajetórias
desejadas, uma vez que, há dificuldade em encontrar algebricamente a matriz Q~
.
5.5 Implementação computacional do modelo com controle em cascata
Nesta seção apresenta-se as simulações computacionais do modelo com o controle
em cascata. As simulações numéricas do modelo controlado foram realizadas direcionando o
sistema a um ponto fixo, para a trajetória senoidal desejada e para a trajetória polinomial de 7ª
ordem. Para as simulações numéricas, como já citado na Seção 3.4 utilizou-se o software
Matlab/Simulink. Foi configurado o método de integração Runge-Kutta de 4ª ordem com
passo de 0,001 s usando o comando ODE4 do Matlab. Os parâmetros são os apresentados no
Capítulo 4.
A implementação do diagrama de blocos do controlador em cascata está dividida em
dois subsistemas, ou seja, a lei de controle do subsistema mecânico e a lei de controle do
Capítulo 5 – Controle de servoposicionadores pneumáticos 91
subsistema pneumático. Os diagramas de blocos referentes ao modelo matemático são os
mesmos da Seção 4.2. A Figura 5.5 mostra o diagrama de blocos do sistema com o
controlador em cascata.
Figura 5.5 – Diagrama de blocos do controle do sistema controlado.
Na lei de controle do subsistema mecânico tem-se como entrada a trajetória desejada
e a realizada e a saída é a força pneumática desejada e a sua derivada, como já mostrado na
Seção 5.3. A Figura 5.6 mostra o diagrama de blocos da lei de controle do subsistema
mecânico.
Figura 5.6 – Diagrama de blocos do controle do subsistema mecânico.
Capítulo 5 – Controle de servoposicionadores pneumáticos 92
Na lei de controle do subsistema mecânico tem-se como entrada a força pneumática
desejada e a sua derivada, gerada pela lei do subsistema mecânico e como saída o sinal de
controle u, como já mostrado na Seção 5.3. Na Figura 5.7 é apresentado o diagrama de blocos
da lei do subsistema pneumático.
Figura 5.7 – Diagrama de blocos do controle do subsistema pneumático.
Para fins de comparação também se utiliza o controlador proporcional. A Figura 5.8
mostra o diagrama de blocos utilizado na simulação.
Figura 5.8 – Diagrama de blocos do controlador proporcional.
Capítulo 5 – Controle de servoposicionadores pneumáticos 93
Para implementação do controle proporcional, o ganho proporcional, propk , foi
regulado quando se leva o sistema para um ponto fixo, sendo este ganho de 1. Caso for usado
um ganho maior a convergência será mais rápida, mas isso pode levar à instabilidade do
sistema. A Figura 5.9 mostra a trajetória quando é aplicado um ganho de 3.
Figura 5.9 – Posição com controle proporcional usando ganho 3.
5.6 Planejamento das trajetórias
As simulações computacionais do modelo matemático controlado foram realizadas
direcionando o sistema a um ponto fixo e para as trajetórias desejadas, senoidal e polinomial
de 7ª ordem.
Para direcionar o sistema a um ponto fixo desejado configuram-se as condições
iniciais 0=y , 0=dy e 02 =yd . Sendo que o ponto escolhido foi o seguinte:
Capítulo 5 – Controle de servoposicionadores pneumáticos 94
=
0
0
2,0
y (5.63)
O objetivo dessa trajetória é analisar o comportamento quando o sistema desloca-se a
uma posição com um deslocamento desejado.
A trajetória desejada senoidal é descrita pela equação (5.64) em que a amplitude é de
0,4 m e o período é st . Foi testada uma trajetória senoidal com períodos de 4 s, tendo por
objetivo avaliar o desempenho do controlador nos trechos de inversão de movimento.
= t
ty
s
d
πcos4,0 (5.64)
Na Figura 5.10 observa-se o gráfico da trajetória desejada senoidal regulado com um
tempo de simulação de 20 s com período de 4 s e amplitude de 0,4 m
Figura 5.10 – Trajetória desejada senoidal.
Capítulo 5 – Controle de servoposicionadores pneumáticos 95
Para a segunda trajetória utiliza-se um polinômio de sétima ordem com trechos de
parada próximo das extremidades. Optou-se por esse polinômio, pois possui uma
característica fundamental que é a existência da derivada da primeira, segunda e terceira
ordem, utilizadas no controlador proposto. Para que esta trajetória apresente suavidade é
preciso que sejam reguladas condições iniciais e finais compatíveis para a trajetória e suas
derivadas até terceira ordem.
Para a equação polinomial de sétima ordem (5.65),
762
53
44
35
26
17
0)( atatatatatatataty +++++++= (5.65)
têm-se as seguintes condições iniciais:
0)0()0()0(,)0( ==== yyyPiy &&&&&& (5.66)
e
0)()()(,)( ==== eeee tytytyDeslty &&&&&& (5.67)
onde et é o tempo de deslocamento da trajetória polinomial , Desl é a distância percorrida
sobre a trajetória polinomial e Pi a posição inicial do atuador.
Para os testes realizados foram escolhidos trechos de parada py de 5 s e trechos de
deslocamento através da trajetória dy também de 5 s. O início da trajetória se dá com um
trecho de parada na posição -0,4 m do cilindro, seguido de um trecho de deslocamento até a
posição 0,4 m. Após o período de parada retorna a posição inicial através da função dy− . A
trajetória desejada com duas repetições pode ser descrita pela Equação (5.68), os trechos de
subida e descida são caracterizados pelo polinômio de sétima ordem dpy dado pela Equação
(5.69).
Capítulo 5 – Controle de servoposicionadores pneumáticos 96
≥−
<<−−−
≤≤
<<−−
≤≤−
<<−−−
≤≤
<<−−
≤−
=
;40,4.0
4035,4.0)35(
3530,4.0
3025,4.0)20(
2520,4.0
2015,4.0)15(
1510,4.0
105,4.0)5(
;5,4.0
)(
t
tty
t
tty
t
tty
t
tty
t
ty
dp
dp
dp
dp
d (5.68)
4252637-4 1048.41015.2106.3102.0480- ttttydp
−−− ×+×−×+×= (5.69)
Na Figura 5.11 observa-se o gráfico da trajetória desejada polinomial com tempo de
parada e deslocamento de 5 s.
Figura 5.11 – Trajetória polinomial de sétima ordem.
Capítulo 5 – Controle de servoposicionadores pneumáticos 97
5.7 Resultados da simulação em malha fechada
Como já citado na Seção 5.5, deve-se determinar os elementos da matriz Q e R
observando as limitações do sistema. As matrizes usadas nas simulações estão mostradas
abaixo:
×=
1 0
0 101 4
Q (5.70)
[ ] 1 =R (5.71)
Primeiramente foi simulada a trajetória levando o sistema ao ponto fixo desejado
obedecendo a Equação (5.63). Para fins de comparação utiliza-se o controlador proporcional
citado na Seção 5.5. A Figura 5.12 mostra a posição e o erro de posição quando o sistema é
direcionado ao ponto fixo desejado.
Figura 5.12 – Trajetória levando o sistema a um ponto fixo.
Capítulo 5 – Controle de servoposicionadores pneumáticos 98
Observa-se que com o controle em cascata o sistema atinge mais rapidamente o
ponto desejado e que o erro de posição converge mais rápido para zero
A Figura 5.13 mostra o sinal de controle quando o sistema é conduzido para um
ponto fixo desejado. Observa-se que o sinal de controle não ultrapassa os limites físicos da
servoválvula.
Figura 5.13 – Sinal de controle do sistema levado a um ponto fixo.
A Figura 5.14 mostra a velocidade atingida pelo sistema e o respectivo erro de
velocidade. Observa-se que quando é aplicado o controle em cascata, a velocidade estabiliza
mais rapidamente e também tem um comportamento uniforme o que não ocorre com o
controlador proporcional.
Capítulo 5 – Controle de servoposicionadores pneumáticos 99
Figura 5.14 – Velocidade e erro de velocidade direcionando o sistema para um ponto fixo.
A Figura 5.15 mostra a força pneumática e o erro de seguimento da força pneumática
e a Figura 5.16 apresenta as vazões pelos orifícios A e B e as pressões nas câmaras do
cilindro.
Capítulo 5 – Controle de servoposicionadores pneumáticos 100
Figura 5.15 – Força pneumática e erro de seguimento da força pneumática direcionando o
sistema para um ponto fixo.
Figura 5.16 – Vazões e pressões direcionando o sistema para um ponto fixo.
Capítulo 5 – Controle de servoposicionadores pneumáticos 101
A escolha das matrizes Q e R foi feita através de simulações numéricas do sistema
observando as limitações físicas do sistema. A escolha de um elemento 11q maior irá acarretar
em um sinal de controle que ultrapasse os limites físicos da servoválvula. A Figura 5.17
mostra que o sinal de controle direcionando o sistema para um ponto fixo quando se configura
um ganho 411 1045.1 ×=q ultrapassa os limites de saturação da servoválvula.
Figura 5.17 – Sinal de controle do sistema levado a um ponto fixo.
Com intuito de avaliar o controlador nos trechos de inversão do movimento foi
simulada a trajetória senoidal com período de 4 s e amplitude 0,4 m, o tempo de simulação foi
de 10 s. A Figura 5.18 mostra que o erro de posicionamento com o controle em cascata é
menor que com o controlador proporcional.
A Figura 5.19 mostra que o sinal de controle fica em torno de 5,0± V e que no
controlador proporcional a um atraso no sinal de controle em comparação em cascata.
Capítulo 5 – Controle de servoposicionadores pneumáticos 102
Figura 5.18 – Posição e erro do sistema para trajetória senoidal.
Figura 5.19 – Sinal de controle do sistema para trajetória senoidal.
Capítulo 5 – Controle de servoposicionadores pneumáticos 103
Na Figura 5.20 apresentam-se os resultados referentes à velocidade e o erro de
velocidade. Observa-se que no controle proporciona o erro de velocidade é maior que no
controle em cascata. A Figura 5.21 mostra o segmento da força pneumática e o erro de
segmento da força pneumática. As dinâmicas das pressões e das vazões são apresentadas na
Figura 5.22.
Figura 5.20 – Velocidade e erro de velocidade do sistema com trajetória senoidal.
Capítulo 5 – Controle de servoposicionadores pneumáticos 104
Figura 5.21 – Força pneumática e erro de segmento da força para trajetória senoidal.
Figura 5.22 – Vazão e pressão do sistema para trajetória senoidal com controle cascata.
Capítulo 5 – Controle de servoposicionadores pneumáticos 105
Com objetivo de analisar o comportamento do sistema nos trechos de parada,
realizou-se simulação com trajetória polinomial de 7ª ordem, a qual obedece a Equação
(5.68), tendo como trecho de parada de 5 s e tempo de simulação de 45 s.
A Figura 5.23 mostra a posição e o erro de posição para a trajetória polinomial de
7ª ordem comparando o controle em cascata com o controle proporcional. O erro de
seguimento posição com o controle proposto é menor que o com controle proporcional. Na
Figura 5.24 apresenta-se o sinal de controle do sistema.
Figura 5.23 – Posição e erro do sistema para trajetória polinomial.
Capítulo 5 – Controle de servoposicionadores pneumáticos 106
Figura 5.24 – Sinal de controle do sistema para trajetória polinomial.
Na Figura 5.25 apresenta-se a velocidade e erro de velocidade, observa-se que o erro
de velocidade com controle em cascata é menor que com o controle proporcional. A Figura
5.26 mostra o segmento da força pneumática e o erro de segmento da força pneumática. A
dinâmica das pressões e das vazões é mostrada na Figura 5.27.
Capítulo 5 – Controle de servoposicionadores pneumáticos 107
Figura 5.25 – Velocidade e erro de velocidade para trajetória polinomial.
Figura 5.26 – Força pneumática e erro de segmento da força para trajetória polinomial.
Capítulo 5 – Controle de servoposicionadores pneumáticos 108
Figura 5.27 – Dinâmica das pressões e das vazões para trajetória polinomial.
5.8 Resultados de simulação da análise da estabilidade
Conforme mencionado na Seção 5.7, para garantir a estabilidade do subsistema
mecânico deve-se garantir a positividade da matriz Q~
através da função )(th a partir do seu
estado inicial )0(~y . Para obter a matriz Q~
é necessário conhecer a matriz G que é composta
da parte não linear do subsistema mecânico que neste caso é linear, portanto a matriz G é
uma matriz nula.
Os gráficos que ilustram o comportamento da função h(t) mostram que esta é
positiva e tende a zero, já os gráficos referentes à função V& ilustram a sua negatividade e
tendência a estabilizar no ponto zero, satisfazendo a condição de estabilidade do controle. As
figuras 5.28 e 5.29, apresentam respectivamente, o gráfico da função h(t) e o da negatividade
de V& , quando direcionado o sistema para um ponto fixo desejado.
Capítulo 5 – Controle de servoposicionadores pneumáticos 109
Figura 5.28 – Valor de h(t) para o sistema direcionado para um ponto fixo.
Figura 5.29 – Valor de V& para o sistema direcionado para um ponto fixo.
Capítulo 5 – Controle de servoposicionadores pneumáticos 110
Os resultados apresentados na seqüência são para a trajetória desejada senoidal. A
Figura 5.30 apresenta os valores de h(t), os valores de V& são apresentados na Figura 5.31.
Figura 5.30 – Valor de h(t) para o sistema direcionado a uma trajetória senoidal.
Capítulo 5 – Controle de servoposicionadores pneumáticos 111
Figura 5.31 – Valor de V& para o sistema direcionado a uma trajetória senoidal.
O comportamento da função h(t) e da função V& para o seguimento da trajetória
polinomial de 7ª ordem está apresentado nas Figuras 5.32 e 5.33 respectivamente. Pode-se
constatar a positividade da função h(t) e a negatividade de V& .
Capítulo 5 – Controle de servoposicionadores pneumáticos 112
Figura 5.32 – Valor de h(t) para o sistema direcionado a uma trajetória polinomial.
Figura 5.33 – Valor de V& para o sistema direcionado a uma trajetória polinomial.
Capítulo 5 – Controle de servoposicionadores pneumáticos 113
5.9 Discussões
Neste capítulo apresentou-se inicialmente uma breve descrição sobre controle de
servoposicionadores pneumáticos, enfatizando a técnica de controle ótimo linear para
sistemas não lineares. Logo após foi elaborado o projeto de controle em cascata para o
modelo de 4ª ordem.
Após, realizou-se a implementação computacional e o planejamento das trajetórias
desejadas utilizadas nas simulações do modelo não linear de 4ª ordem, tendo como sinal de
entrada o sinal enviado pelo controlador proporcional e o controlador em cascata. Os
resultados de simulações ilustram a eficiência da técnica de implementação através dos
diagramas de blocos e garantem a validade do controle proposto. O controle proporcional foi
utilizado para fins de comparação.
O planejamento das trajetórias foi feito a fim de que fosse possível analisar o
desempenho do controlador no seguimento de uma trajetória e também de um posicionamento
preciso.
Os resultados obtidos nas simulações computacionais do controle cascata, devido ao
fato de apresentar erros muito pequenos e também estabilidade durante as simulações,
garantem a sua eficiência. Os resultados obtidos na simulação computacional da derivada
temporal da função de Lyapunov adotada na análise de estabilidade comprovam que o sistema
em malha fechada é assintoticamente estável, o que garante a utilização do controle cascata
proposto nesta dissertação.
Alguns resultados sobre o controle proporcional foram publicados em Endler et al.
(2008c).
114
6 CONCLUSÕES E PERSPECTIVAS FUTURAS
Apresentou-se a proposta de uma nova equação matemática para a vazão mássica nos
orifícios de uma servoválvula e a implementação desta equação no modelo não linear de 4ª
ordem de um atuador pneumático. Tal modelo, além da equação da vazão nos orifícios da
servoválvula, prevê a dinâmica das pressões nas câmaras do cilindro e também a equação do
movimento do êmbolo do cilindro. Para a força do atrito, considerou-se somente a parcela
correspondente ao atrito viscoso. Utilizou-se este modelo para fazer a validação em um
servoposicionador pneumático e a comparação do o modelo com a vazão clássica.
Essa nova equação tem como ponto positivo a facilidade de obter a derivada analítica
da pressão em função do tempo, uma vez que a derivada numérica é de difícil obtenção. Pode-
se citar também a facilidade de inversão da função da tensão u, dessa forma, a resolução de
todo o sistema requer menos recursos computacionais.
Os resultados em malha aberta mostram a validade da equação proposta para a
dinâmica da vazão mássica. Foi proposto um controlador em cascata para o servoposicionador
pneumático, onde para o subsistema mecânico utilizou-se a metodologia de controle ótimo
por realimentação para sistemas não lineares, que é de fácil implementação e apresenta bons
resultados. Foi feita também a análise da estabilidade que mostrou que o controle tende a
estabilidade no ponto zero.
Os resultados das simulações do controle em comparação com o controle
proporcional mostram as limitações do controle proporcional e a eficiência do controle em
cascata proposto.
Como principais contribuições apresentadas neste trabalho, têm-se:
• Uma nova equação para vazão mássica que facilita a implementação do
controle não linear.
• Uma nova proposta de um controle em cascata para o servoposicionador
pneumático na qual usa para o subsistema mecânico a metodologia de
controle ótimo.
• A validação experimental do modelo em malha aberta e a simulação
computacional da estratégia de controle proposta.
Para o prosseguimento futuro deste trabalho, sugere-se:
• A validação experimental do controlador proposto em bancada de testes.
Capítulo 5 – Controle de servoposicionadores pneumáticos 115
• A inclusão da dinâmica do atrito em servoposicionadores pneumáticos e a
implementação do controle em cascata com a compensação do atrito.
116
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