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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL UNIJUI PABLO DUTRA DOS SANTOS COMPATIBILIZAÇÃO DE PROJETOS UTILIZANDO A METODOLOGIA BIM (BUILDING INFOMATION MODELING) Ijuí 2015

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO

GRANDE DO SUL – UNIJUI

PABLO DUTRA DOS SANTOS

COMPATIBILIZAÇÃO DE PROJETOS UTILIZANDO A METODOLOGIA

BIM (BUILDING INFOMATION MODELING)

Ijuí

2015

PABLO DUTRA DOS SANTOS

COMPATIBILIZAÇÃO DE PROJETOS UTILIZANDO A METODOLOGIA

BIM (BUILDING INFOMATION MODELING)

Trabalho de Conclusão de Curso de Engenharia

Civil apresentado como requisito parcial para

obtenção do título de Engenheiro Civil.

Orientador: Jeancarlo Ribas

Ijuí

2015

PABLO DUTRA DOS SANTOS

COMPATIBILIZAÇÃO DE PROJETOS UTILIZANDO A

METODOLOGIA BIM (BUILDING INFOMATION MODELING)

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado para a obtenção do título de

ENGENHEIRO CIVIL e aprovado em sua forma final pelo professor orientador e pelo membro

da banca examinadora.

Ijuí, 15 de novembro de 2015

Prof. Jeancarlo Ribas

Mestre pela Universidade Federal de Stanta Maria - Orientador

Prof. Lia Geovana Sala

Coordenadora do Curso de Engenharia Civil/UNIJUÍ

Prof. Rafael Aésio de Oliveira Zaltron

Especialista em Engenharia Civil (UFOP) - Banca

RESUMO

SANTOS, PABLO DUTRA DOS. Compatibilização de projetos utilizando a metodologia

BIM (Building Information Modeling). 2015. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de

Engenharia Civil, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul –

UNIJUÍ, Ijuí, 2015.

Com o desenvolvimento tecnológico e o grande avanço na construção civil, buscou-se novas

alternativas para melhorar a qualidade da construção, que abrange a fase inicial de projetos até a

fase final da execução. Logo, o presente trabalho tem por objetivo mostrar a modelagem e

compatibilização de projetos por meio de softwares que possuam a plataforma BIM, propondo

um modelo computacional capaz de gerar relatórios necessários para dar suporte à construção.

Palavras-chave: Modelagem. Compatibilização. BIM.

ABSTRACT

SANTOS, PABLO DUTRA DOS. Compatibilização de projetos utilizando a metodologia

BIM (Building Information Modeling). 2015. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de

Engenharia Civil, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul –

UNIJUÍ, Ijuí, 2015.

With technological development and breakthrough in construction , it sought new

alternatives to improve the quality of construction , covering the initial phase of projects until the

final stage of implementation . Thus, this paper aims to show the modeling and compliance

projects through software that have the BIM platform , proposing a computational model capable

of generating necessary reports to support the construction.

Keywords: Modeling. Compatibility. BIM.

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Níveis de adoção do BIM na América do Norte ............................................... 17

Figura 2 - Gráfico do esforço em função do tempo no sistema BIM ................................ 19

Figura 3 - Ciclo do BIM .................................................................................................... 20

Figura 4 - Fluxograma com etapas de pesquisa ................................................................. 24

Figura 5 - Perspectiva da Fachada Frontal ........................................................................ 25

Figura 6 – Configuração paredes ....................................................................................... 27

Figura 7 – Configuração portas ......................................................................................... 28

Figura 8 – Linhas de revestimentos ................................................................................... 29

Figura 8 – Configuração de telhado .................................................................................. 29

Figura 10 – Planta de forma .............................................................................................. 33

Figura 11 – Viga retangular ............................................................................................... 34

Figura 12 – Perspectiva projeto estrutural ......................................................................... 34

Figura 13 – Diametros de tubulações ................................................................................ 36

Figura 14 – Configuração das tubulações.......................................................................... 37

Figura 15 – Preferencias de roteamento ............................................................................ 37

Figura 16 – Vaso sanitário ................................................................................................. 38

Figura 17 – Vaso sanitário com tubulação ........................................................................ 39

Figura 18 – Perspectiva HIdrossanitário ........................................................................... 40

Figura 19 – Diâmetro dos conduítes .................................................................................. 41

Figura 20 – Conduítes e conexões ..................................................................................... 42

Figura 21 – Perspectiva projeto elétrico ............................................................................ 42

Figura 22 – Categorias de projeto ..................................................................................... 44

Figura 23 – Primeiro relatório de interferências ................................................................ 45

Figura 24 – Corrimão e pilar com interferências ............................................................... 45

Figura 25 – Interferência corrimão/escada ........................................................................ 46

Figura 26 – Caminho do corrimão ..................................................................................... 46

Figura 27 – Pilar e corrimão sem interferências ................................................................ 47

Figura 28 – Segundo resultado de interferências .............................................................. 48

Figura 29 – Categorias de projeto ..................................................................................... 49

Figura 30 – Tempo de verificação ..................................................................................... 50

Figura 31 – Primeiro relatório de interferências ................................................................ 50

Figura 32 – Conexão com interferências ........................................................................... 51

Figura 33 – Tubulações e conexões ................................................................................... 51

Figura 34 – Tubulações sem interferências ....................................................................... 52

Figura 35 – Segundo relatório de interferências ................................................................ 52

Figura 36 – Categorias de projetos .................................................................................... 53

Figura 37 – Primeiro relatório de interferências ................................................................ 54

Figura 38 – Pilar e conduítes com interferência ................................................................ 54

Figura 39 – Pilar e conduíte sem interferência .................................................................. 55

Figura 40 – Segundo relatório de interferências ................................................................ 56

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Parâmetros adotados.........................................................................................31

Tabela 2 – Bitolas adotadas no dimensionamento..............................................................31

Tabela 3 – Orçamento Sumário..........................................................................................56

Tabela 4 – Orçamento global..............................................................................................58

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico1 – Orçamento Sumário..........................................................................................57

Gráfico 2 – Orçamento Sumário/detalhado........................................................................59

LISTA DE SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

NBR Norma Brasileira

CAD Computer Aided Design

BIM Building Information Modeling

CUB Custo Unitário Básico de Construção

PLEO Planilha Eletrônica de Orçamento

SUMÁRIO

1 INRODUÇÃO .................................................................................................. 12

1.1 Contexto ........................................................................................................... 12

1.2 Problema .......................................................................................................... 13

1.2.1 Objetivos de Pesquisa ....................................................................................... 15

1.2.1.1 Objetivo geral .................................................................................................... 15

1.2.1.2 Objetivos Específicos ........................................................................................ 15

1.2.2 Delimitação ....................................................................................................... 16

2 REVISÃO DA LITERATURA ...................................................................... 17

2.1 Building Information Modeling (BIM) ......................................................... 17

2.2 Modelagem de projetos ................................................................................... 21

2.2.1 Projeto Arquitetônico ........................................................................................ 21

2.2.2 Projeto Estrutural .............................................................................................. 21

2.2.3 Projeto de Instalações Prediais ( Elétrica e Hidrossanitária)............................. 22

3 METODOLOGIA ........................................................................................... 23

3.1 Estratégia de pesquisa ..................................................................................... 23

3.2 Planejamento ................................................................................................... 23

3.2.1 Modelagem de projetos utilizando a metodologia BIM .................................... 25

3.2.1.1 Projeto Arquitetônico ........................................................................................ 26

3.2.1.2 Projeto Estrutural ............................................................................................. 30

3.2.1.3 Projeto de Instalações Prediais ........................................................................ 35

3.2.2 Analise de compatibilização de projetos ........................................................... 43

3.2.2.1 Compatibilização entre projeto arquitetônico e estrutural .............................. 43

3.2.2.2 Compatibilização do projeto Hidrossanitário com Projetos arquitetônico e

estrutural 48

3.2.2.3 Compatibilização do projeto Elétrico com Projetos arquitetônico e estrutural53

3.2.3 Comparativo de orçamentos .............................................................................. 56

CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................... 60

3.3 Conclusões ........................................................................................................ 60

3.4 Sugestões para trabalhos futuros ................................................................... 62

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 63

ANEXO A …………………………………………………………………………...…66

ANEXO B………………………………………………………………………………78

12

___________________________________________________________________________________________

Pablo Dutra dos Santos ([email protected]). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí

DCEENG/UNIJUÍ, 2015

1 INTRODUÇÃO

1.1 CONTEXTO

Em meados dos anos 60, na ocorrência de uma forte demanda imobiliária, começaram a

aparecer os escritórios técnicos especializados em arquitetura, estrutura e instalações, com

profissionais que anteriormente trabalhavam de forma conjunta dentro de empresas que

projetavam e construíam e, portanto, de certa forma coordenavam o desenvolvimento dos seus

trabalhos. Em meados dos anos oitenta, algumas empresas e segmentos começaram a perceber

esta necessidade de compatibilizar os projetos, aparecendo os coordenadores e/ou equipes

internas ou externas de projeto, aumentando os custos das construtoras e dos projetistas, pois o

trabalho de compatibilização requer uma dedicação maior de ambas às partes. (GRAZIANO,

2003)

Com o advento dos computadores e sistemas CAD (Computer Aided Design) na década

de noventa e a velocidade com que os projetos começaram a ser gerados, graves problemas de

compatibilização começaram a aparecer. Esses tipos de problema são encontrados e resolvidos na

fase de desenvolvimento de projeto ou mesmo no momento da execução (SOLANO, 2005).

Os sistemas baseado na tecnologia BIM podem ser considerados uma nova evolução dos

sistemas CAD, pois gerenciam a informação no ciclo de vida completo de um empreendimento

de construção, através de um banco de informações inerentes a um projeto, integrado à

modelagem em três dimensões. (COELHO, 2008)

A modelagem de projetos na plataforma BIM (Building Information Modeling) é

considerada como um dos adventos mais importantes da construção civil. Embora esse novo

sistema já seja realidade em países europeus e nos Estados Unidos, aqui no Brasil ainda é

deficiente. Isso ocorre por falta de conhecimento de novas tecnologias que acarreta em várias

falhas e retrabalhos que oneram severamente o custo das edificações (RIBEIRO, 2010).

Os projetos elaborados através de uma modelagem 3D nos permite visualizar os possíveis

problemas que podem acontecer durante a execução de uma edificação, evitando assim, o

retrabalho e consequentemente viabilizando o empreendimento em termos econômicos e

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______________________________________________________________________________Compatibilização de projetos utilizando a metodologia BIM (Building Information Modeling)

sustentável. Essa modelagem é realizada por meio de software como Autodesk AutoCAD, Revit,

Sketchup, entre outros.

1.2 PROBLEMA

No atual estágio de desenvolvimento da indústria da construção, especialmente do

subsetor de edificações, onde a maioria das empresas contrata projetos representados

graficamente com o auxilia de microcomputadores, onde a Internet permite a utilização de

sistemas compartilhados, onde a técnica projetual é de domínio público, a compatibilização dos

projetos não pode se limitar somente aos aspectos da análise do desenho como modelo

representativo da obra (SOLANO, 2005).

Tanto no Brasil quanto na maior parte do mundo o modelo processual tradicional da

Construção ainda é predominante, porém isto está mudando. A utilização do CAD 2D (Computer

Aided Design em duas dimensões) é a segunda geração na representação técnica de um projeto a

ser construído. A evolução em relação à primeira geração, neste caso, é apenas gráfica, onde o

computador auxilia o usuário na confecção do desenho. O resultado final, no entanto, é o mesmo:

linhas “burras” no plano representando objetos, sujeitos a interpretação (MASOTI, 2014).

Reunindo em um modelo 3D todas as disciplinas de projetos, o BIM oferece não apenas

um modelo visual do edifício, mas também um conjunto de informações multidisciplinares sobre

o empreendimento, abrangendo concepção do projeto, orçamento, planejamento, construção e até

a fase de uso. É possível ainda detectar antecipadamente as incompatibilidades construtivas, além

de gerar quantitativos automáticos dos materiais e dados sobre custos e prazos de execução

(ROCHA, 2013)

Os sistemas que compõem a construção podem conflitar no momento da execução. A

compatibilização que ocorre na plataforma BIM mostra em três dimensões as instalações e

possíveis deficiências dos projetos. Na modelagem BIM, todos os elementos do projeto podem

ser interdependentes (FARINHA, 2012)

A base de um sistema BIM é o banco de dados que além de exibir a geometria dos

elementos construtivos em três dimensões, armazena seus atributos e, portanto, transmite mais

informação do que modelos CAD tradicionais. Além disso, como os elementos são paramétricos,

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___________________________________________________________________________________________

Pablo Dutra dos Santos ([email protected]). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí

DCEENG/UNIJUÍ, 2015

é possível alterá-los e obter atualizações instantâneas em todo o projeto. Esse processo estimula a

experimentação, diminui conflitos entre elementos construtivos, facilita revisões e aumenta a

produtividade (FLORIO, 2007).

A qualidade dos projetos, por sua vez, é uma das questões fundamentais que se busca ao

integrar a tecnologia aos processos de projeto. Como importante ferramenta na elaboração de um

plano de qualidade, a tecnologia BIM permite que o modelo seja submetido a diversos tipos de

simulações, entre as quais: eficiência energética, conforto ambiental, análise estrutural,

desempenho, construção, manutenção, etc., conferindo ao projeto a possibilidade de experimentar

diversas alternativas de modo a atender ou superar as expectativas do cliente (DORNELAS,

2013).

Outra característica importante a ressaltar no uso da tecnologia para o planejamento da

qualidade é a compatibilização geométrica do modelo tridimensional, através de ferramentas que

detectam automaticamente as interferências entre as especialidades de projeto (arquitetura,

estrutura, instalações, etc.), diferente do método convencional de sobreposição dos projetos, que

dá margem a erros e não garante que as revisões sejam efetivamente atualizadas em todos os

desenhos e documentos. Ao mesmo tempo, destaca-se a compatibilização de informações, pois,

nesse contexto, o ambiente BIM incorpora, entre outras coisas, dados sobre sequenciamento das

atividades e dos recursos exigidos na execução. Isso permite identificar, ainda em fase de

planejamento, sobreposições indevidas nas atividades ou na aquisição de recursos. É possível,

assim, fazer uma análise da construtibilidade e escolher melhor método construtivo, diminuindo

custos e o tempo de execução, atendendo aos requisitos definidos. (DORNELAS, 2013)

Produzir estimativas exige a capacidade não somente de contar blocos cerâmicos,

portas, janelas, acessórios hidro-sanitários, mas também a visualização destes elementos. Com a

utilização do modelo BIM, há uma produção de dados concretos nas fases iniciais do processo

de projeto. Várias versões de tais documentos podem existir e o acesso às últimas versões é de

crucial importância. O intercâmbio de dados digitais sobre um projeto de construção pode

substituir a base de processos impressos e pode aumentar a velocidade e a eficiência da

comunicação, bem como melhorar a gestão dos custos da concepção à conclusão – também

conhecida como gestão total de custos. O objetivo, no entanto, é integrar todos os dados

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______________________________________________________________________________Compatibilização de projetos utilizando a metodologia BIM (Building Information Modeling)

multidisciplinares gerado pela obra e otimizar a sua utilização. (MATIPA, 2008 apud

SANTOS, 2009, p. 38).

A ideia de um único repositório se torna mais acessível a todos os usuários, a questão

resume-se à guarda e controle sobre os dados do produto, como ele é criado e

atualizado. Cada item é descrito apenas uma vez, usando qualquer ferramenta de modelagem.

Mesmo que a extração automática das quantidades possa ser alcançada pela maioria dos

sistemas, o problema reside com a utilização da extração de quantitativos especialmente

em situações onde os orçamentistas são omitidos do processo de projeto. É inevitável que a

documentação e os dados sejam cada vez mais automatizados a ponto da quantificação e de

outros processos técnicos exigirem a mínima intervenção humana (MATIPA, 2008 apud

SANTOS, 2009, p. 38).

1.2.1 Objetivos de Pesquisa

1.2.1.1 Objetivo geral

Fazer a modelagem computacional de todos os projetos de uma edificação, logo após

elaborar projetos de compatibilização e analisar suas interferências físicas. Fazer também um

comparativo entre orçamentos, analisando a precisão do modelo BIM frente ao modelo

convencional de projeto.

1.2.1.2 Objetivos Específicos

Utilizando softwares realizar modelagem em uma plataforma BIM, dos seguintes projetos:

Projeto arquitetônico

Projeto estrutural

Projeto elétrico

Projeto hidrossanitário

Efetuar a compatibilização de projetos, analisar e identificar as interferências físicas;

Elaborar relatórios quantitativos de todos os elementos da construção;

Realizar e Comparar orçamentos analisando a precisão do orçamento com base na

modelagem frente ao método convencional de projeto;

Emitir os projetos finais e os detalhes de compatibilização;

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Pablo Dutra dos Santos ([email protected]). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí

DCEENG/UNIJUÍ, 2015

1.2.2 Delimitação

Esta pesquisa limita-se a estudar a compatibilização entre projetos através do BIM.

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______________________________________________________________________________Compatibilização de projetos utilizando a metodologia BIM (Building Information Modeling)

2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 BUILDING INFORMATION MODELING (BIM)

Conforme Howell (2015), BIM é uma maneira para projetar, construir e operar

edificações envolvendo a criação e o uso inteligente de modelos em 3D. Comparado aos

desenhos tradicionais em 2D, esse modelos refletem para todos os participantes um melhor

entendimento do projeto direcionando para resultados melhores e mais previsíveis da edificação.

No cenário da indústria cada vez mais empresas estão mudando pra o uso do BIM, para

ajudar e dar-lhe uma vantagem competitiva e melhorar a produtividade. Inúmeros estudos e

pesquisas apontam para a rápida adoção do BIM em toda a indústria da construção ao redor do

mundo como mostra a figura 1:

Figura 1 - Níveis de adoção do BIM na América do Norte

Fonte: 2012 SmartMarket Report “The Business of BIM IN North América” apud Howell, 2013

BIM é definido por Eastman et al. (2014, p.13) como “uma tecnologia de modelagem e

um conjunto associado de processos para produzir, comunicar e analisar modelos de construção”.

Eastman et al. (2014, p. 13) também cita os benefícios no projeto, são eles: visualização

antecipada e mais precisa de um projeto, correções automáticas de baixo nível quando mudanças

são feitas no projeto, Geração desenhos 2D precisos e consistentes em qualquer etapa de projeto,

colaboração antecipada entre múltiplas disciplinas de projeto.

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Pablo Dutra dos Santos ([email protected]). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí

DCEENG/UNIJUÍ, 2015

O BIM é uma ferramenta de fundamental importância para a gestão nas fases de

planejamento e fiscalização do projeto, funcionando como estratégia para reduzir os riscos e

permitir respostas mais rápidas às mudanças, uma vez que é capaz de simular a construção e

identificar eventuais erros de planejamento (SANTOS, 2014).

Segundo Kymmell (2008 apud MOTA, 2014, p. 22) os sistemas BIM constituem um

processo de criação e modelagem de construção que gerencia todas as informações de uma

edificação: planejamento, custos, produção e manutenção. Uma característica interessante dos

sistemas BIM é que tendem a tornar o processo de gestão mais transparente, pois o projeto

arquitetônico é testado com a construção virtual do edifício, ou seja, o modelo tridimensional

mostra rapidamente o que tem e o que não tem sido alcançado em qualquer projeto complementar

(estrutura, fundações, instalações, entre outros) e os obstáculos do projeto. Assim, as incoerências

tornam-se mais facilmente detectáveis no sistema BIM, pois o processo de projeto está baseado

no modelo tridimensional único.

Uma vez que o modelo 3D da construção é a fonte para todos os desenhos 2D e 3D, os

erros e projetos causados por desenhos 2D inconsistentes são eliminados. Além disso,

uma vez que os sistemas de todas as disciplinas podem ser colocados juntos e

comparados, interfaces com múltiplos sistemas são facilmente verificadas sistemática

(para interferências fortes e fracas) e visualmente (para outros tipos de erros). Os

conflitos são identificados antes que sejam detectados na obra. A coordenação entre os

projetistas e empreiteiros parcialmente é aperfeiçoada, e os erros de omissão são

significativamente reduzidos. Isso torna mais rápido o processo de construção, reduz os

custos, minimiza a probabilizade de siputas jurídicas e proporciona um processo mais

suave para toda a equipe do empreendimento. (EASTMAN, et al. 2014, p. 19)

Conforme Delatorre (2012) no processo tradicional, normalmente a construtora entra na

etapa de orçamento e não participa das etapas iniciais de desenvolvimento de projetos,

diminuindo as oportunidades de desenvolvimento de soluções de engenharia que reduzem custos

e, ao mesmo tempo, aumentem a segurança na tomada de decisão conforme ilustrado na figura 2.

Acreditamos que a tecnologia BIM (Building Information Modeling) vem a agregar neste

processo por ser uma tecnologia que possui ferramentas que possibilitam o trabalho simultâneo

de troca de informações entre profissionais. (DELATORRE, 2012)

19

______________________________________________________________________________Compatibilização de projetos utilizando a metodologia BIM (Building Information Modeling)

Figura 2 - Gráfico do esforço em função do tempo no sistema BIM

Fonte – DELATORRE, 2012.

“Devido a sua habilidade de automatizar formas padronizadas de detalhamentos, o BIM

reduz significativamente a quantidade de tempo requerido para a produção de documentos para a

construção” (EASTMAN et al. 2014, p. 152)

Considerando um modelo de BIM, único, todas as informações estariam concentradas,

facilitando o processo de resgate e manipulação das informações, otimizando a tarefa de projetar.

Além disso, a questão da integração da informação não envolve somente a área de projetos. Para

além da consistência interna ao projeto, temos que pensar na cadeia produtiva da construção civil

como um todo. A relação de interdependência entre todos os participantes do setor é enorme e

direta, começando no projeto, passando por planejamento, subcontratados de obra, obra, pós-

ocupação e manutenção, conforme ilustrado na figura 3 (ADDOR, 2010).

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Pablo Dutra dos Santos ([email protected]). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí

DCEENG/UNIJUÍ, 2015

Figura 3 - Ciclo do BIM

Fonte – <http://buildipedia.com/aec-pros/design-news/the-daily-life-of-building-information-modeling-bim>.

Segundo Eastman et al. (2014, p. 197) os benefícios de produtividade em projetos BIM

está associado em uma avaliação dos benefícios de uma tecnologia como BIM, na produção

reside na redução de erros. Outro beneficio seria a produtividade levando em consideração o

tempo para executar as tarefas, ou seja, reduzir o numero de horas trabalhadas traria um retorno

de investimento de uma nova tecnologia.

A utilização da tecnologia BIM vem proporcionando uma grande revolução no mercado

na construção civil, pois o modelo permite um melhor planejamento dos processos construtivos,

reduzindo tempos e economizando recursos. Apesar de ser um modelo complexo em sua parte

inicial permite ao construtor um amplo nível de detalhes e informações necessárias para a

execução e avaliação de custos.

Um dos benefícios mais importantes é derivado da coordenação ativa do construtor. Tal

benefício pode ser alcançado quando todos os projetistas participam da utilização do

modelo do edifício no detalhamento de suas partes do trabalho. Isso permite a detecção

precisa de conflitos espaciais e sua correção antes que eles tornem problemas no

canteiro. Essa coordenação também possibilita maior uso de pré-fabricação, que reduz o

21

______________________________________________________________________________Compatibilização de projetos utilizando a metodologia BIM (Building Information Modeling)

custo e o tempo no canteiro e aumenta a precisão da construção. (EASTAMN et al,

2014, p. 205).

2.2 MODELAGEM DE PROJETOS

A elaboração de projetos para edificações determina a representação prévias do objeto (

urbanização, edificação, elemento da edificação, instalação predial, componente construtivo,

material para construção) mediante o concurso dos princípios e das técnicas próprias da

arquitetura. (NBR 13531:1995)

2.2.1 Projeto Arquitetônico

De acordo com a ABNT NBR 13532, as etapas de execução da atividade técnica do

projeto de arquitetura são as seguintes:

Levantamento de dados para arquitetura;

Programa de necessidades de arquitetura;

Estudo de viabilidade de arquitetura;

Estudo preliminar de arquitetura;

Anteprojeto de arquitetura ou de pré-execução;

Projeto preliminar de arquitetura;

Projeto básico de arquitetura;

Projeto para execução de arquitetura;

2.2.2 Projeto Estrutural

Conforme ABNT NBR 6118/2003 os requisitos de qualidade pro projeto abordado no

item documentação da solução adotada, são os seguintes:

Produto final do projeto estrutural é constituído por desenhos, especificações e

critérios de projeto. As especificações e os critérios de projeto podem constar nos

próprios desenhos ou constituir documento separado.

Os documentos relacionados devem conter informações claras, corretas, consistentes

entre si e com as exigências estabelecidas nesta norma.

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___________________________________________________________________________________________

Pablo Dutra dos Santos ([email protected]). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí

DCEENG/UNIJUÍ, 2015

Projeto estrutural proporciona informações necessárias para a execução da estrutura.

Com o objetivo de garantir a qualidade da execução de uma obra, com base em um

determinado projeto, medidas preventivas devem ser tomadas desde o inicio dos

trabalhos. Essas medidas devem englobar a discussão e aprovação das decisões

tomadas, a distribuição desses e outras informações pelos elementos pertinentes da

equipe multidisciplinar e a programação coerente das atividades, respeitando as regras

lógicas de precedência.

2.2.3 Projeto de Instalações Prediais ( Elétrica e Hidrossanitária)

De acordo com a ABNT NBR 5626/1998, as exigências a observar no projeto de

instalações de água fria durante a vida útil do edifício que as contem, são:

Preservar a potabilidade da água

Garantir o fornecimento de água de forma continua, em quantidade adequada e com

pressões e velocidades compatíveis com o perfeito funcionamento dos aparelhos

sanitários, peças e utilização e demais componentes;

Promover economia de água e de energia;

Possibilitar manutenção fácil e econômica;

Evitar níveis de ruído inadequado a ocupação do ambiente;

Proporcionar conforto aos usuários, prevendo peças de utilização adequadamente

localizadas, de fácil operação, com vazões satisfatórias e atendendo as demais exigências

do usuário.

Os sistemas prediais de esgoto sanitário são regidos pela ABNT NBR 8160/1999 levando

em consideração a interferência das instalações prediais de água fria da ABNT NBR 5626/1998.

Segundo a ABNT NBR 5410:2004, tem por objetivo estabelecer as condições a que

devem satisfazer as instalações elétricas de baixa tensão, a fim de garantir a segurança de pessoas

e animais, o funcionamento adequado da instalação e a conservação dos bens.

23

______________________________________________________________________________Compatibilização de projetos utilizando a metodologia BIM (Building Information Modeling)

3 METODOLOGIA

3.1 ESTRATÉGIA DE PESQUISA

Esta pesquisa pode ser classificada como estudo de caso, visto que os procedimentos

técnicos serão realizados através de softwares, com observação e analise de dados reais. Quanto à

forma de abordagem, pode ser definida como de ordem quantitativa, devido à comparação entre

os métodos de projetos serem de caráter numérico.

A metodologia para a modelagem e verificação de compatibilização de projetos consiste

na inserção de todos os sistemas que compõe uma construção dentro de um único arquivo por

meio dos softwares. Através da plataforma BIM é possível extrair todos os dados desejáveis da

construção inclusive quantitativos para geração de custos. Estes custos foram analisados e

comparados com o sistema convencional de orçamentação.

3.2 PLANEJAMENTO

A estrutura da pesquisa dividiu-se em três momentos distintos, sendo eles: modelagem de

projetos utilizando a metodologia BIM, onde foram modelados os projetos: arquitetônico,

estrutural, elétrico e hidrossanitário; analise de compatibilização de projetos verificando as

interferências físicas entre todos os projetos modelados e comparativo de orçamentos entre o

sistema BIM e o sistema CAD convencional. A figura 4 apresenta o fluxograma com as etapas da

pesquisa.

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Pablo Dutra dos Santos ([email protected]). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí

DCEENG/UNIJUÍ, 2015

Planejamento da pesquisa

Revisão da Bibliografia

Projeto

Arquitetônico

Compatibilização de projetos

Comparativo de orçamentos

Resultados

Conclusão

Modelagem de projetos

Projeto

Estrutural

Projeto

Elétrico

Projeto

Hidrossanitário

Figura 4 - Fluxograma com etapas de pesquisa

25

______________________________________________________________________________Compatibilização de projetos utilizando a metodologia BIM (Building Information Modeling)

3.2.1 Modelagem de projetos utilizando a metodologia BIM

A modelagem dos projetos foi feita utilizando softwares computacionais que atendem as

necessidades de modelagem de projeto, como por exemplo, Autodesk Revit, RevitMep, Eberick,

etc. O projeto abordado para o estudo (Anexo A) foi composto por uma edificação de oito

pavimentos, (Figura 05) sendo dividida em, pavimento térreo, para garagem, e pavimento tipo

para uso residencial totalizando numa área total de 1.893,44m² com as seguintes características:

Apartamentos (184,25m²): 3 quartos (1 suíte + closet), banho social, circulação, lavabo,

hall interno, cozinha, área de serviço e living 4 ambientes.

Estacionamento (278,95m²): capacidade para 16 veículos.

Depósito (17,05m²): individual para cada apartamento

Fonte: Evolução Engenharia

Figura 5 - Perspectiva da Fachada Frontal

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3.2.1.1 Projeto Arquitetônico

A parte inicial do projeto arquitetônico consistiu na elaboração de um pré-projeto, ou seja,

estudos de locação da obra cumprindo com os recuos exigidos no código de obras do município

bem como as taxas de uso e ocupação do solo.

O projeto arquitetônico foi constituído por um conjunto de desenhos que abrange cortes,

fachadas, perspectivas, planta baixa, planta de cobertura, planta de situação e localização, estes,

tem por finalidade definir um layout da edificação e algumas configurações de projeto, como:

espessuras de paredes, peitoril de janelas, etc. Além de servir como base para os projetos

complementares.

Primeiramente com o arquivo original do projeto elaborado com o AutoCad, formataram-

se as plantas baixas do projeto arquitetônico, eliminando detalhes e outras informações

desnecessárias para fazer a modelagem. Transformaram-se as plantas em blocos com uma

determinada layer para posteriormente ser inserida no software de modelagem.

O arquivo foi importado para o Revit Architecture para a modelagem dos elementos

construtivos, ou seja, paredes, portas, janelas, pisos, telhados, entre outros. Observou-se que as

unidades de projeto a ser importado para não ocorrer erros de dimensões e escalas. Configurou-se

os níveis de projeto, lançando um nível para cada pavimento considerando os elementos

construtivos, como, contrapiso, lajes e seus respectivos acabamentos.

Nesta etapa iniciou-se o processo de configuração de famílias do Revit Architectura,

começando pelas paredes onde se faz necessário a edição e criação de todas as camadas que

formam sua estrutura e revestimentos, mantendo as espessuras do projeto arquitetônico.

Conforme figura 6, selecionou-se o comando de paredes e editando tipo criou-se novas

paredes levando em consideração a espessura do projeto arquitetônico inicial, com essas

informações determinou-se as dimensões de cada camada para a sua composição. A estrutura da

parede foi composta por cinco camadas, sendo elas, uma camada central com função estrutural e

duas camadas de acabamento nas faces internas e externas.

27

______________________________________________________________________________Compatibilização de projetos utilizando a metodologia BIM (Building Information Modeling)

Após configuração das paredes, selecionou-se o comando de inserção de portas para que

fosse liberada a edição de famílias. Conforme figura 7 foi possível editar tipo das portas para

configurá-la quanto ao material de sua estrutura bem como suas dimensões. O procedimento de

inserção de janelas acontece na mesma maneira, porém é classificada como outro conjunto de

famílias.

O Revit Architecture é composto por um conjunto de famílias e estas podem ser editadas

em qualquer momento também podem inseridas novas famílias dependendo das necessidades de

cada projeto. É possível criar uma template através o projeto atual, ou seja, o Revit Architecture

permite criar um modelo de projeto e a partir dele, elaborar os demais sem a necessidade de

carregar todas as famílias novamente.

Figura 6 – Configuração paredes

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A cobertura da edificação foi inserida pelo comando telhado selecionando telhado por

perímetro, onde são determinados os limites dos planos inclinados e suas respectivas inclinações.

Após esse processo configurou-se a estrutura de camadas constituintes do telhado, sendo elas,

caibros, sarrafos e telhas, essas configurações foram possíveis através das camadas de paredes

cortina, que por sua vez são configuradas conforme todas as camadas do telhado como mostra

figura 8.

Os pisos não estruturais como piso de fundação, ou contrapiso, e os revestimentos

cerâmicos, são lançados nessa etapa e de maneira semelhante ao telhado, porém com o comando

de piso selecionado foi determinado suas limitações e configurações das famílias conforme figura

09.

Figura 7 – Configuração portas

29

______________________________________________________________________________Compatibilização de projetos utilizando a metodologia BIM (Building Information Modeling)

Figura 8 – Configuração de telhado

LINHA LIMITE DO

REVESTIMNETO

Figura 9 – Linhas de revestimentos

30

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3.2.1.2 Projeto Estrutural

O projeto estrutural foi constituído pela fundação, devidamente dimensionada conforme

os ensaios de solos e os esforços solicitantes da edificação, os pilares e vigas projetadas em

concreto armado e as lajes pré-moldadas. Todos os elementos estruturais foram dimensionados

prevendo as cargas permanentes e as cargas acidentais.

A documentação do projeto estrutural foi constituída por planta de locação das sapatas,

planta de formas das vigas baldrame, detalhamento de pilares, planta de formas de vigas

entrepiso, planta de formas de vigas cobertura e detalhamento de todas as vigas. Para o

dimensionamento da estrutura adotou-se alguns parâmetros de projeto (Tabela 1) bem como

bitolas de aço (tabela 2).

No desenvolvimento do projeto estrutural de concreto armado, utilizou-se como

normativa a NBR 6118 – 2014 e o apoio do software Eberick da AltoQi V9. Nessa etapa foram

absorvidos todos os parâmetros da estrutura para realizar a modelagem dos elementos estruturais

para que fossem transformados em plataforma BIM.

Para o dimensionamento do projeto estrutural foi utilizado configurações conforme NBR

6118 – 2014. Foi necessário definir as características dos materiais e ambientes a serem utilizados

na edificação, como classe do concreto, classe de agressividade, resistência do aço, cobrimentos e

coeficientes das combinações.

Primeiramente foram lançados os pilares de maneira a condizer com as plantas do projeto

arquitetônico obedecendo das dimensões e posições. Após determinação das plantas de locação

dos pilares, iniciou-se o lançamento das vigas baldrame e posteriormente o lançamento das vigas

do pavimento superior.

Após toda a estrutura lançada no software Eberick e a definição dos parâmetros de

dimensões e características da estrutura, realizou-se um processamento global do projeto gerando

assim um relatório com avisos nos erros a serem corrigidos. Após correção e reprocessamento da

estrutura chegou-se a definições do projeto.

31

______________________________________________________________________________Compatibilização de projetos utilizando a metodologia BIM (Building Information Modeling)

Tabela 1 – Parâmetros adotados

Tabela 2 – Bitolas adotadas no dimensionamento

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Para efetivamente utilizar a tecnologia BIM foi necessário exportar o modelo criado no

software Eberick para o RevitArchitecture, contudo o Eberick não possibilita a exportação direta

para software BIM e portanto toda a estrutura teve de ser modelada manualmente. Essa

modelagem baseou-se nas plantas de forma do projeto sumário, conforme figura 10, que por sua

vez seguiu todas as recomendações de dimensionamento usando os padrões aceitos pela NBR já

mencionada.

Incialmente utilizando o software Revit architecture foi necessário inserir famílias de

classificação estrutural e posteriormente configura-las com as dimensões adotadas em projeto

original conforme figura 10. Após esse processo, tendo como base os níveis já configurados no

projeto arquitetônico foi possível modelar toda a estrutura e obter todas as vistas conforme figura

11.

33

______________________________________________________________________________Compatibilização de projetos utilizando a metodologia BIM (Building Information Modeling)

Figura 8 – Planta de forma

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Figura 10 – Perspectiva projeto estrutural

– Perspectiva projeto estrutural

Figura 9 – Viga retangular

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______________________________________________________________________________Compatibilização de projetos utilizando a metodologia BIM (Building Information Modeling)

Após o lançamento de todos os elementos estruturais foi realizado uma analise minuciosa,

levando em consideração a localização e as dimensões de cada elemento, bem como suas

interferências.

3.2.1.3 Projeto de Instalações Prediais

A instalação predial foi dividida em projeto elétrico, água fria e esgoto. Cada projeto

possui um conjunto de informações para resultar no perfeito funcionamento de cada instalação,

esse conjunto será composto por:

Projeto elétrico: circuitos, caixas de passagem, disjuntores, caixas de distribuição,

tomadas, interruptores, lâmpadas, etc.

Projeto água fria: tubulações, conexões, torneiras, chuveiros, reservatórios, bombas de

recalque, hidrômetros e registros.

Projeto esgoto: Fossa séptica, sumidouro, caixas de passagem, caixas de gordura, ralos e

tubulações.

3.2.1.3.1 Projeto Hidrossanitário

O projeto hidrossanitário foi composto por um conjunto de tubulações e conexões que

compõe o projeto de água fria, água quente e esgoto, e para a modelagem desses projetos foram

transcritos todos os dimensionamentos do projeto inicial.

Todos os projetos modelados no Revit Architecture foram importados para o Revit MEP,

para então ser modelado o projeto Hidrossanitário.

Inicialmente foram configurados todos os diâmetros para cada sistema de tubulação. Estas

configurações foram feitas através do menu configurações mecânicas, que possibilita o ajuste dos

diâmetros (figura 13), rugosidade e tipos de conexão entre as tubulações. Também é possível

ajustar os parâmetros de fluidos de ar e de tubulação tais como temperatura, viscosidade e

densidade.

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As configurações dos diâmetros nominais usuais de cada tubulação foram obtidas através

de sites dos fabricantes.

Num segundo momento configuraram-se as preferencias de roteamento da tubulação

(figura 15), que determina as conexões a serem inseridas quando se altera o percurso da

tubulação ou quando ocorre alguma interseção entre as mesmas. Estas configurações das

tubulações (figura 14 ) são alteradas acessando as propriedades do tipo da tubulação, editar tipo

(1) e editar preferencias de roteamento (2).

Figura 11 – Diâmetros de tubulações

37

______________________________________________________________________________Compatibilização de projetos utilizando a metodologia BIM (Building Information Modeling)

Figura 12 – Configuração das tubulações

Figura 13 – Preferencias de roteamento

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De posse destas configurações iniciou-se a instalação dos equipamentos hidrossanitários

dos banheiros, cozinha e lavanderia. Todos esses equipamentos tiveram suas famílias alteradas

para condizer com as situações usuais de projeto. Com a distribuição dos equipamentos feita

iniciou-se as instalações de reservatórios, entradas de água e descida das prumadas.

Para inserir os equipamentos hidrossanitários selecionou-se o menu componentes, e então

identificou-se os equipamentos desejados a serem inseridos.

Na figura16, escolheu-se um vaso sanitário como exemplo, e pode-se observar que a

família selecionada já prevê uma saída (1) e uma entrada (2) com diâmetros já determinados. Na

paleta de propriedades foi definido o nível de base do equipamento, os deslocamentos, altura das

tubulações, materiais e acabamentos.

Figura 14 – Vaso sanitário

39

______________________________________________________________________________Compatibilização de projetos utilizando a metodologia BIM (Building Information Modeling)

Após instalação dos equipamentos e verificação dos diâmetros de entrada e saída iniciou-

se o processo de inserção das tubulações, clicando sobre entrada ou saída do equipamento

automaticamente iniciou-se o caminho do tubo configurado. Vejamos na figura 17 o resultado do

exemplo com as tubulações já inseridas.

Esse processo também serve para tubulação de água fria e água quente. Todas as

configurações de vistas foram editadas conforme andamento do projeto, pois em cada etapa de

lançamento se fez necessário um grau de detalhamento.

Cada sistema de tubulação foi separado por cores, sendo elas:

1. Azul: água fria;

2. Vermelho: água quente;

3. Verde: esgoto

Figura 15 – Vaso sanitário com tubulação

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A figura 18 mostra o projeto já modelado com todas as tubulações, conexões e

equipamentos.

3.2.1.3.2 Projeto Elétrico

A modelagem do projeto elétrico também foi feita utilizando o software Revit MEP,

portanto para facilitar a verificação das interferências se fez necessário o lançamento das

tubulações elétricas, chamadas de conduítes. Para a modelagem foi adotado conduítes de

características rígidas roscáveis, bem como quadros de passagem e conexões.

Com base no projeto original executou-se a distribuição dos conduítes. Da mesma forma

que o projeto hidrossanitario foi configurada através do menu gerenciar configurações elétricas,

esse processo se faz necessário pois é nele que adotamos os diâmetros dos conduítes que foram

utilizados na modelagem, conforme figura 19.

Figura 16 – Perspectiva Hidrossanitário

41

______________________________________________________________________________Compatibilização de projetos utilizando a metodologia BIM (Building Information Modeling)

Conforme figura 20, o processo de lançamento das caixas de passagem, caixas de tomadas

e interruptores ocorreu seguindo um parâmetro onde as caixas de passagem (1) foram colocadas

no nível do forro em todos os pontos onde houver luminárias. As caixas de tomadas e

interruptores (2) são alocadas nas paredes portando possuem o mesmo problema de interferência

dos projetos já citados. Todas as caixas foram conectadas por conduítes (3) para haver a ligação

entre as mesmas.

O sistema elétrico foi separado por cores, sendo elas:

1. Verde: caixas de passagem

2. Magenta: conduítes

3. Cinza: conxeções

Figura 17 – Diâmetro dos conduítes

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Na figura 21, pode-se observar que toda a tubulação foi inserida levando em consideração

os circuitos e as caixas de passagem conforme projeto original, bem como os pontos de tomadas

interruptores e luminárias.

Figura 19 – Perspectiva projeto elétrico

Figura 18 – Conduítes e conexões

43

______________________________________________________________________________Compatibilização de projetos utilizando a metodologia BIM (Building Information Modeling)

Com a utilização do Revit MEP foi possível observar que existem muitas deficiências em

relação a modelagem do projeto elétrico, temos como exemplo o lançamento dos circuitos, ou

seja, ao lançar um circuito foi possível ter a visualização somente em uma vista 2D e portanto

para isso se fez necessário o lançamento de todos os conduítes, para poder fazer uma analise de

compatibilizações.

3.2.2 Analise de compatibilização de projetos

3.2.2.1 Compatibilização entre projeto arquitetônico e estrutural

Após modelagem do projeto arquitetônico e estrutural no Revit Achitecture foi executado

a compatibilização entre os mesmos, essa primeira compatibilização se faz necessária, pois a

partir destes dois projetos compatibilizados serão feitos os lançamentos dos projetos

hidrossanitário e elétrico, modelados no Revit MEP.

A compatibilização ocorreu através do Revit Architecture pelo comando verificação de

interferências, que funciona como um relatório de verificação de interferência, identificando

elementos que fazem intersecção um com o outro em um projeto.

Primeiramente ativou-se o comando de verificação de interferências e selecionou-se as

categorias a serem comparadas no projeto, conforme figura 22.

As categorias selecionadas foram escolhidas para serem analisadas, pois cada categoria

possui um conjunto de famílias distintas e por meio destas o software faz uma analise de

interferências para posteriormente identificar suas interseções.

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Com todos os elementos desejados selecionados clicou-se em “OK” para dar inicio ao

processamento de verificação das interferências e em seguida obtivemos os resultados. Foi

detectado na primeira compatibilização 2907 (figura 23) incompatibilizações, ou seja, elementos

que entre as categorias selecionadas sofrem alguma interferência.

Figura 20 – Categorias de projeto

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______________________________________________________________________________Compatibilização de projetos utilizando a metodologia BIM (Building Information Modeling)

Para identificar as interferências definiu-se uma delas para ser analisada através do cursor

mouse, clicou-se sobre a mensagem (2) onde o erro foi acusado e logo após em exibir (1), como

mostra figura 24.

Conforme figura 25 os corrimãos interferiram com pilares estruturais, envolvendo um

pilar, para sanar essa interferência os corrimãos devem contornar a seção transversal do pilar.

Figura 21 – Primeiro relatório de interferências

Figura 22 – Corrimão e pilar com interferências

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Logo, com o comando de edição do corrimão acionado foi possível alterar a trajetória do

mesmo, conforme figura 26.

Figura 23 – Interferência corrimão/escada

Figura 24 – Caminho do corrimão

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______________________________________________________________________________Compatibilização de projetos utilizando a metodologia BIM (Building Information Modeling)

Após esse processo de identificação de correção chegou-se ao resultado final, conforme

figura 27 esse resultado nos mostra que a modelagem foi feita de forma equivocada e esse

processo de analise de compatibilização evita que o projeto vá para a execução, pois iria causar

retrabalho e consequentemente perda de tempo.

Com a correção das interferências feitas, gerou-se um novo relatório (figura 28) para uma

analise de redução das mesmas e concluiu-se que house redução de uma interferência. Essa

alteração serviu apenas para um pavimento, pois os demais pavimentos ainda não tinham

recebido corrimão, portanto após essa analise executou-se uma cópia para os demais pavimentos

tendo como beneficio um elemento já compatibilizado.

O método de compatibilização quando executado em apenas um pavimento pode tornar a

solução mais rápida, contudo essa condição só é valida quando edita-se um elemento que não

altera características de sua família como foi visto no exemplo anterior.

Figura 25 – Pilar e corrimão sem interferências

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3.2.2.2 Compatibilização do projeto Hidrossanitário com Projetos arquitetônico e estrutural

A compatibilização a ser esplanada apresenta analise de interferências entre projeto

hidrossanitário, projeto arquitetônico e estrutural. Como observou-se anteriormente o comando

verificação de interferências permite selecionar as categorias do projeto que serão analisados e

verificados, conforme figura 29.

Os elementos estruturais que fazem parte de uma edificação não poderão ser alterados,

pois cada modificação de sua forma poderá gerar perda de resistência causando possíveis futuras

patologias. Esse foi um dos aspectos que abrange essa analise, pois é comum ter em uma

edificação de médio e grande porte com interferências entre estruturas e instalações

hidrossanitárias.

Figura 26 – Segundo resultado de interferências

49

______________________________________________________________________________Compatibilização de projetos utilizando a metodologia BIM (Building Information Modeling)

Após a seleção das categorias a serem verificadas, foi colocado o programa para rodar. O

software necessitou de um tempo para fazer essa analise e esse tempo é possível observar na

parte inferior da pagina da vista atual do software, como mostra na figura 30.

Figura 27 – Categorias de projeto

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A primeira compatibilização nos gerou um relatório com 2085 categorias (figura 31) que

tiveram alguma interferência. Analisaram-se todas as interferências e com relatório visível

selecionou uma determinada interferência e identificou-se a possível causa.

Para demonstrar o processo de identificação de interferência e a correção da mesma

adotamos uma categoria para ser analisada. Essa interferência foi entre conexões de tubo: Joelho

45_90 – água fria soldável e Quadro estrutural: Concreto-viga Retangular: 15x50 ID 600698.

Na figura 32 pode-se observar que ao selecionar a categoria que apresenta interferência a

mesma é destacada no desenho com uma cor alaranjada para melhorar a identificação do

elemento.

O Revit MEP permite fazer alterações no desenho sem ter que fechar o relatório de

interferências, essa característica se fez necessária, pois ao alterar o desenho com intenção de

inibir a interferências foi possível em tempo real atualizar a análise, gerando um novo relatório

para novas conclusões.

Figura 28 – Tempo de verificação

Figura 29 – Primeiro relatório de interferências

51

______________________________________________________________________________Compatibilização de projetos utilizando a metodologia BIM (Building Information Modeling)

Conforme figura 33, observou-se que a conexão e tubulação (2) esta situada a uma altura

com relação ao piso de 2,85m (1), portanto optou-se como alternativa para evitar essa

interferência alterar o nível da tubulação.

Figura 30 – Conexão com interferências

Figura 31 – Tubulações e conexões

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Na figura 34 alterou-se a altura da tubulação (2) referida para 2,75 e analisou-se o

resultado obtido após essa alteração. Essa modificação foi feita com base na perspectiva do

desenho e até mesmo antes da próxima analise já se observou que não haveria mais interferências

com essa conexão e viga (2).

Nesse momento gerou-se um novo relatório (figura 35) e então se analisou a redução das

interferências. Obteve um resultado positivo, pois com apenas alteração na altura da tubulação

chegou-se a 2066 interferências, ou seja, foi solucionado 19 incompatibilizações.

Figura 32 – Tubulações sem interferências

Figura 33 – Segundo relatório de interferências

53

______________________________________________________________________________Compatibilização de projetos utilizando a metodologia BIM (Building Information Modeling)

3.2.2.3 Compatibilização do projeto Elétrico com Projetos arquitetônico e estrutural

Do mesmo modo que as outras analises, primeiramente selecionou-se as categorias a

serem analisadas conforme figura 36.

Figura 34 – Categorias de projetos

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Gerou-se então o relatório de interferências e observou-se que foi detectado 375

incompatibilizações entre projeto elétrico com projetos arquitetônico e estrutural conforme figura

37.

Analisando o relatório de incompatibilizações pode-se notar que houve uma interferência

entre conexões de conduítes (2) e pilares estruturais (1), conforme figura 38.

Figura 35 – Primeiro relatório de interferências

Figura 36 – Pilar e conduítes com interferência

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______________________________________________________________________________Compatibilização de projetos utilizando a metodologia BIM (Building Information Modeling)

A solução para essa incompatibilização foi mover esse conjunto de conexões de conduítes

e conduítes para fora do pilar de tal forma que não houvesse interferência entre os mesmos. Por

meio do software Revit MEP, através do comando mover, foi possível mover esses elementos e

resolver esse problema de interferências como mostra na figura 39. Foi possível observar também

que como no exemplo anterior, antes mesmos de gerar um próximo relatório, essas interferências

já foram solucionadas.

A situação apresentada mostrou uma grande redução de interferências, pois após as

alterações ocorreu uma segunda geração de relatório e apresentou 32 interferências a menos que

no primeiro relatório, conforme figura 40.

Figura 37 – Pilar e conduíte sem interferência

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3.2.3 Comparativo de orçamentos

Com os projetos modelados e com informações de execução foi possível elaborar um

orçamento com uma precisão detalhada, esse orçamento foi elaborado com auxilio do Software

PLEO (planilha eletrônica de orçamento) tendo como valores de insumos e composições

atualizadas no mês de setembro de 2015.

O orçamento sumário (tabela 3) foi realizado pela empresa executora da obra, para fins de

parâmetros iniciais, e teve como base os valores do CUB (Custo Unitário Básico de Construção).

Por fim do orçamento adicionou-se custos de projeto e uma margem de administração de 8% no

valor global.

Figura 38 – Segundo relatório de interferências

Tabela 3 – Orçamento sumário

57

______________________________________________________________________________Compatibilização de projetos utilizando a metodologia BIM (Building Information Modeling)

Foi elaborado orçamento tendo em vista duas opções de projeto, sendo elas uma

edificação composta por sete pavimentos e outra opção com oito pavimentos ambos, com

mesmas características portando com numero de pavimentos distintos.

Com base no gráfico 1 pode-se analisar que teve uma diferença de R$198.163,80

comparando orçamento sumário entre 7 e 8 pavimentos.

Visto que os valores adotados com base no CUB, mesmo sendo uma forma rápida de

orçamento, não nos gera algo preciso, portanto para isso se fez necessário um orçamento

detalhado de toda a edificação, partindo da concepção de projeto até os acabamentos finais da

execução.

Para a elaboração do orçamento detalhado (tabela 4) adotou-se as características de

modelagem e de execução onde se optou por oito pavimentos. No anexo B segue orçamento

discriminado da edificação.

Gráfico 1 – Orçamento sumário

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Através do gráfico 2 foi possível observar que o orçamento detalhado é superior ao

orçamento sumário, isso demonstra que a obra seria inviável em termos econômicos. Com essas

observações também conclui-se que um orçamento com base no CUB não leva em consideração

muitos detalhes construtivos que uma edificação de porte maior pode necessitar.

Tabela 4 – Orçamento global

59

______________________________________________________________________________Compatibilização de projetos utilizando a metodologia BIM (Building Information Modeling)

De posse dos resultados dos orçamentos observou-se que no orçamento detalhado houve

um acréscimo de 4,20% no valor final da edificação, isso representou um resultado negativo, pois

observou-se que essa margem corresponde a um valor muito alto, tendo em vista o tamanho do

empreendimento.

Também observou que um orçamento detalhado requer um tempo maior para sua

elaboração, mas que em determinados momentos esse detalhamento evita erros imprevisíveis no

futuro, por exemplo, aspectos geográficos ou terrenos rochosos como foi o caso da edificação

analisada.

Gráfico 2 – Orçamento sumário/detalhado

R$1.940.000,00

R$1.960.000,00

R$1.980.000,00

R$2.000.000,00

R$2.020.000,00

R$2.040.000,00

R$2.060.000,00

R$2.080.000,00

R$2.100.000,00

Edificios

Orçamento Sumário R$2.001.049,92

Orçamento detalhado R$ 2.088.755,38

valo

res

Comparativo orçamentos

60

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

3.3 CONCLUSÕES

Com base nos projetos modelados, analise de resultados de compatibilização, elaboração

de quantitativos e orçamentos e comparação entre orçamentos podemos resultar das seguintes

conclusões:

A otimização dos projetos elaborados por meio do software Revit, são

fundamentais para a qualidade e rapidez de compatibilização. Essas analises de

interferências são mais precisas que outros métodos convencionais em que os

projetos são analisados por sobreposição de projetos 2D e 3D.

Para que ocorra a compatibilização é necessária à configuração adequada do

software, ou seja, se faz necessário à configuração de cada elemento que compõe a

edificação e isso induz o projetista a torar o projeto virtual muito mais próximo da

realidade.

O software possui uma plataforma única onde todos os projetos vão interagindo

separados por assunto e isso torna o projeto muito interessante pois evita o

retrabalho aumentando a velocidade na elaboração do projeto. Além das interações

em qualquer momento o Revit possui as vistas em três dimensões, facilitando

muito na analise de interferências.

É de extrema importância uma analise de interferências de relevância, pois nem

todas as interferências acusadas nos relatórios são erros, por exemplo, uma

tubulação dentro da parede, essa interferência será acusada pelo relatório, mas

deverá ser desconsiderada, pois na realidade irá ocorrer essa interferência.

Apesar de o Revit ser uma ferramenta de grande importância para a construção

civil ainda existem muitas deficiências relacionadas ao software, portanto usaram-

se outros softwares para ajudar na geração dos projetos como, AutoCad, Eberick e

Lumine.

61

______________________________________________________________________________Compatibilização de projetos utilizando a metodologia BIM (Building Information Modeling)

O Revit MEP possui uma grande riqueza em termos de detalhamento, pois o

projeto hidrossanitário principalmente é detalhado com muita precisão e suas

vistas isométricas não deixam duvidas para o executor.

Outro grande beneficio dos projetos modelados em uma plataforma BIM é, além

da interação de todos os projetos, a geração de quantitativos pois através deles é

possível realizar um orçamento preciso e detalhado da edificação.

O orçamento detalhado utilizando o software PLEO mostrou-se muito preciso,

pois foi possível obter os preços reais de composições e insumos. Um orçamento

determina a viabilidade de um empreendimento, portanto deve se ter muita

atenção na sua elaboração.

Pode-se concluir que um projeto modelado por meio de uma plataforma BIM

reduz muitos retrabalhos, pois são projetos com alto grau de detalhamento e um

controle de compatibilização. É cabível ressaltar que um projeto modelado com o

sistema BIM passando por varias analises de interferias pode levar mais tempo de

concepção que um projeto convencional, portando esse tempo gasto em projeto irá

reduzir muitos retrabalhos durante a execução e consequentemente irá tornar a

edificação economicamente mais viável.

Com os resultados obtidos conclui-se que não foi possível chegar a uma

compatibilização total dos projetos, contudo com as analises realizadas concluiu-

se que é possível chegar aos resultados desejados, ou seja, um projeto

perfeitamente compatibilizado.

Os projetos modelados em uma plataforma BIM podem chegar a um grau de

detalhamento muito preciso e de fácil entendimento, visto que além do projeto em

planta detalhado o modelo gera perspectivas em três dimensões, cortes

transversais e longitudinais.

.

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DCEENG/UNIJUÍ, 2015

3.4 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

Para este projeto fazer correções de todas as incompatibilizações para chegar em

uma edificações totalmente compatibilizada.

Elaborar outras analise de compatibilizações utilizando o mesmo projeto, porém

com outras categorias.

Fazer modelagem e orçamento utilizando outros sistemas construtivos através a

metodologia BIM.

63

______________________________________________________________________________Compatibilização de projetos utilizando a metodologia BIM (Building Information Modeling)

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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64

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Pablo Dutra dos Santos ([email protected]). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí

DCEENG/UNIJUÍ, 2015

DORNELAS, Ramon Lima. A tecnologia e o Gerenciamento da Integração: uma proposta

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HOWEL, Norb, Você consegue sobreviver sem o BIM. Permanecendo Competitivo. Resumo

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Estudo de caso. Relatório ( Graduação Engenharia Civil) – Universidade do Planalto Catarinense.

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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13531: Elaboração de projetos

de edificações – Atividades técnicas – Procedimento. Rio de Janeiro, 1995. 10 p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13531: Elaboração de projetos

de edificações – Arquitetura – Procedimento. Rio de Janeiro, 1995. 8 p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6118: Projeto de estruturas de

concreto – Procedimento. Rio de Janeiro, 2003. 221 p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5626: Instalação predial de

água fria. Rio de Janeiro, 1998. 41 p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8160: Sistemas prediais de

esgoto – Projeto e execução. Rio de Janeiro, 1999. 74 p.

65

______________________________________________________________________________Compatibilização de projetos utilizando a metodologia BIM (Building Information Modeling)

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5410: Instalações elétricas de

baixa tensão. Rio de Janeiro, 2004. 209 p.

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ANEXO A

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______________________________________________________________________________Compatibilização de projetos utilizando a metodologia BIM (Building Information Modeling)

68

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______________________________________________________________________________Compatibilização de projetos utilizando a metodologia BIM (Building Information Modeling)

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______________________________________________________________________________Compatibilização de projetos utilizando a metodologia BIM (Building Information Modeling)

72

___________________________________________________________________________________________

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______________________________________________________________________________Compatibilização de projetos utilizando a metodologia BIM (Building Information Modeling)

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___________________________________________________________________________________________

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______________________________________________________________________________Compatibilização de projetos utilizando a metodologia BIM (Building Information Modeling)

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___________________________________________________________________________________________

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______________________________________________________________________________Compatibilização de projetos utilizando a metodologia BIM (Building Information Modeling)

78

___________________________________________________________________________________________

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______________________________________________________________________________Compatibilização de projetos utilizando a metodologia BIM (Building Information Modeling)

ANEXO B

80

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81

______________________________________________________________________________Compatibilização de projetos utilizando a metodologia BIM (Building Information Modeling)

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______________________________________________________________________________Compatibilização de projetos utilizando a metodologia BIM (Building Information Modeling)

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______________________________________________________________________________Compatibilização de projetos utilizando a metodologia BIM (Building Information Modeling)

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