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UNIVERSIDADE PAULISTA Campus de Jaboticabal MÓDULO 6 Departamento de Produção Vegetal DISCIPLINA: TEMA: AUTORES: EDIÇÃO: 03 Silvicultura Escolha de Espécies Florestais Sérgio Valiengo Valeri, Rinaldo César de Paula, Robson Luis Silva de Medeiros Rodrigo Tenório de Vasconcelos Ampliada e Revisada 2 0 1 6 1. INTRODUÇÃO O setor florestal brasileiro é muito diverso e, para explorar de modo racional e sustentável os diferentes benefícios das florestas, a silvicultura envolve espécies exóticas e nativas da flora brasileira. As primeiras atividades econômicas de silvicultura no Brasil iniciaram-se de forma significativa por Andrade (1961) em 1904, com a instalação de uma coleção de espécies exóticas, como eucalipto, carvalho-português, casuarina, tristânia e grevílea, e nativas, como peroba, jacarandá, jequitibá, cedro, cabreúva, canela, pinheiro-do-paraná, totalizando 95 espécies. Nessa primeira década do século XX, Edmundo Navarro de Andrade, considerado o Pai da Silvicultura Brasileira, plantou e estudou a adaptação e o crescimento de 144 espécies de eucalipto e cerca de uma centenas de espécies nativas, com a finalidade de escolher espécie promissora para atender a demanda de madeira de carvão e dormentes da antiga Companhia Paulista de Estradas de Ferro, e os resultados apareceram na segunda década, com o sucesso de espécies de eucalipto para essas finalidades e para abastecer a fábrica de celulose e papel (LEÃO, 2000). O primeiro reflorestamento no Brasil foi realizado em 1862 pelo major Manoel Gomes Archer, época do reinado do Imperador Dom Pedro II (1831 - 1889), para recuperar as matas degradadas da Tijuca, hoje Parque Nacional da Tijuca, e proteger os mananciais que abasteciam de água a cidade do Rio de Janeiro (LEÃO, 2000). A silvicultura brasileira teve um incentivo fiscal a partir de 1965, e na época as principais espécies plantadas foram dos gêneros Eucalyptus e Pinus para atender principalmente as fábricas de celulose e papel e de painéis de madeira e acacia-negra (Acacia mearnsii) inicialmente para produção de tanino usado nos curtumes no rio Grande do Sul. Hoje esta espécie de leguminosa, originária da Austrália, é usada também para restauração de ambientes degradados e fixação de nitrogênio. A espécie a ser utilizada na implantação de um povoamento florestal deve atender a uma série de requisitos para que os objetivos propostos sejam alcançados. Caso exista uma espécie que ocorra naturalmente na região que unesp FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS

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UNIVERSIDADE PAULISTA Campus de Jaboticabal

MÓDULO 6

Departamento de Produção Vegetal

DISCIPLINA: TEMA: AUTORES: EDIÇÃO: 03

Silvicultura Escolha de Espécies Florestais

Sérgio Valiengo Valeri, Rinaldo César de Paula, Robson Luis Silva de Medeiros

Rodrigo Tenório de Vasconcelos Ampliada e Revisada

2 0 1 6

1. INTRODUÇÃO

O setor florestal brasileiro é muito diverso e, para explorar de modo

racional e sustentável os diferentes benefícios das florestas, a silvicultura envolve

espécies exóticas e nativas da flora brasileira.

As primeiras atividades econômicas de silvicultura no Brasil iniciaram-se

de forma significativa por Andrade (1961) em 1904, com a instalação de uma

coleção de espécies exóticas, como eucalipto, carvalho-português, casuarina,

tristânia e grevílea, e nativas, como peroba, jacarandá, jequitibá, cedro,

cabreúva, canela, pinheiro-do-paraná, totalizando 95 espécies. Nessa primeira

década do século XX, Edmundo Navarro de Andrade, considerado o Pai da

Silvicultura Brasileira, plantou e estudou a adaptação e o crescimento de 144

espécies de eucalipto e cerca de uma centenas de espécies nativas, com a

finalidade de escolher espécie promissora para atender a demanda de madeira

de carvão e dormentes da antiga Companhia Paulista de Estradas de Ferro, e os

resultados apareceram na segunda década, com o sucesso de espécies de

eucalipto para essas finalidades e para abastecer a fábrica de celulose e papel

(LEÃO, 2000).

O primeiro reflorestamento no Brasil foi realizado em 1862 pelo major

Manoel Gomes Archer, época do reinado do Imperador Dom Pedro II (1831 -

1889), para recuperar as matas degradadas da Tijuca, hoje Parque Nacional da

Tijuca, e proteger os mananciais que abasteciam de água a cidade do Rio de

Janeiro (LEÃO, 2000).

A silvicultura brasileira teve um incentivo fiscal a partir de 1965, e na

época as principais espécies plantadas foram dos gêneros Eucalyptus e Pinus

para atender principalmente as fábricas de celulose e papel e de painéis de

madeira e acacia-negra (Acacia mearnsii) inicialmente para produção de tanino

usado nos curtumes no rio Grande do Sul. Hoje esta espécie de leguminosa,

originária da Austrália, é usada também para restauração de ambientes

degradados e fixação de nitrogênio.

A espécie a ser utilizada na implantação de um povoamento florestal deve

atender a uma série de requisitos para que os objetivos propostos sejam

alcançados. Caso exista uma espécie que ocorra naturalmente na região que

unesp

FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS

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atenda aos requisitos necessários, ela deve ser a escolhida para plantio. A maior

parte da área reflorestada no Brasil é coberta com espécies introduzidas de

outros países e que se adaptaram às nossas condições, pois as espécies

nativas são de crescimento mais lento. Sabe-se que algumas procedências de

uma mesma espécie se comportam melhor do que outras e algumas pesquisas

realizadas já indicam a melhor procedência a ser plantada em determinada

região brasileira. Só a partir de década de 80 é que se iniciaram de forma

significativas os plantios adensados de espécies nativas no Brasil, para

recuperara florestas degradas. Essa prática de reflorestamento passou a usar a

combinação de espécies pioneiras, secundárias e climácicas em áreas

degradadas dos ecossistemas de florestas tropicais.

2. ZONEAMENTO FLORESTAL

Um zoneamento florestal consiste na divisão de uma área em várias

regiões com características diferentes entre si, sendo que para cada uma das

regiões devem haver espécies que possuam maiores condições de

desenvolvimento do que outras.

Há um princípio comprovado para as espécies florestais, segundo o

qual têm maiores possibilidades de êxito as espécies cujas condições ambientais

da região de origem sejam semelhantes às do local onde elas serão plantadas.

As condições climáticas são limitantes e devem ser primeiramente

consideradas, pois o clima condiciona a possibilidade de cultivo, sendo a base do

zoneamento. Resolvido o problema climático, passará a ser considerado o

aspecto edáfico, pois o solo regula o nível de produção.

Em 1978, foi publicado o Zoneamento Ecológico Esquemático para

Reflorestamento no Brasil, no qual o país foi dividido em 26 regiões bioclimáticas.

Na definição de cada região, as características consideradas foram as seguintes:

tipo de vegetação, tipo de clima, altitude, precipitação anual, regime de

distribuição das chuvas, temperatura média anual, ocorrência de geadas e

balanço hídrico.

Para cada região, são indicadas as espécies de coníferas, de

eucalipto e de latifoliadas nativas e exóticas com maiores possibilidades de

plantio.

Histórico de Trabalhos sobre Zoneamento Florestal no Brasil

• Trabalhos conduzidos por Lamberto Golfari

* 1967 - Coníferas para o Estado de São Paulo

* 1970 - Espécies de Eucalipto potenciais para o Brasil

* 1971 - Coníferas aptas para os Estados da região Sul do Brasil

* 1975 - Zoneamento ecológico do Estado de Minas Gerais

* 1977 - Zoneamento ecológico da Região Nordeste

* 1978 - Zoneamento ecológico do Brasil Zoneamento ecológico

• Trabalhos conduzidos pela EMBRAPA

* 1986 - Zoneamento ecológico para o Estado do Paraná

* 1988 - Zoneamento ecológico para o Estado de Santa Catarina

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• Outros trabalhos

* 1990 - Classificação climática do Estado de Minas Gerais

* 1991 - Classificação ecológica para o Espírito Santo

* 1992 - Classificação ecológica de uma área do Estado de Minas

Gerais

* 1996 - Classificação ecológica da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba

Objetivos do Zoneamento Florestal:

* Orientar e nortear os trabalhos na determinação de áreas prioritárias para

reflorestamento

* Fornecer uma base informativa sobre espécies florestais a serem usadas

nos planos de reflorestamento no Brasil

* Escolha do material genético adequado para cada região (Indicação de

espécies, procedências, clones...)

* Maximização do rendimento por unidade de área

* Recomendações de técnicas silviculturais (preparo do solo, adubações de

base e de cobertura, espaçamentos e técnicas de plantios, tratos culturais e

sistemas de colheita)

* Identificação e delimitação de áreas prioritárias para proteção, produção e

reserva legal

Metodologia

Subdividir o país (ou uma área qualquer) em diferentes regiões, segundo alguns critérios e, ou parâmetros

Condições climáticas x condições edáficas

Situação ideal: - Normais de chuvas e temperaturas - Mapa detalhado de solos - Formações vegetais da área - Rede experimental - Ritmo de crescimento - Grau de produtividade - Ciclo econômico de aproveitamento

Silvicultura de precisão: sensoriamento remoto, SIG, GPS, aliado a ferramentas computacionais e estatísticas: geoestatística e análises multivariadas

Fases do Zoneamento Florestal 1 – Diferenciação das regiões 2 – Indicação/recomendação das espécies e procedências florestais

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Figuras 1, 2 e 3 – Exemplo de Zoneamento para fins de atividade florestal, a partir de Silvicultura de Precisão. (Fonte: Gonçalves e Álvares, 2005) Considerações e Limitações: • Os trabalhos iniciais de

Zoneamento consideravam áreas muito extensas, perdendo em precisão.

• A inexistência de uma rede

de estações meteorológicas bem distribuídas nas diversas regiões brasileiras, com longo histórico de dados, dificultava a delimitação das regiões.

• Os trabalhos não

consideravam as possibilidades de uso da terra.

• O mapa de zonas de

interesse e proteção ambiental se baseiam nos mapas de unidades de gerenciamento de recursos hídricos, mapas de hidrografia e nascentes, mapas de geologia (material de origem do solo), mapas de solos e mapa de áreas de recarga de aquífero.

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3. ESCOLHA DE ESPÉCIES E PROCEDÊNCIAS

3.1. Considerações gerais:

• As raças de uma espécie, vegetando em regiões com condições climáticas

diferentes, podem diferir em adaptações herdáveis a esses ambientes. Em

uma dada região um certo fator do ambiente pode ser crítico, em outra

esse mesmo fator pode ser menos importante que outro.

• Espécies simpátricas poderão ser similares, mas não idênticas em suas

características adaptativas a um mesmo ambiente. Os fatores ambientais

limitantes geralmente não são os mesmos para as espécies que ocorrem

em um determinado ambiente.

• Os estudos de fontes de sementes de espécies nativas, não afetadas pela

ação do homem, geralmente demonstram que as fontes locais são as

melhor adaptadas, mas não necessariamente as mais produtivas.

• O uso de sementes de procedências locais é o que apresenta menor risco

quando há descontinuidade da variação genética de uma espécie nativa.

• As espécies nativas, embora de melhor adaptação, apresentam menor

nível de produtividade do que as espécies exóticas.

• Há grandes variações entre e dentro de espécies.

• Origem: refere-se ao local de ocorrência natural de uma determinada

espécie.

• Procedência: refere-se ao local de onde se obtém material, vegetativo ou

sexuado, para multiplicação de uma determinada espécie, podendo ser ou

não local de ocorrência natural da mesma.

A escolha da espécie: deve considerar uma série de fatores, dentre os quais

destacam-se:

Quais os objetivos do empreendimento florestal - finalidade da floresta:

produto final

Adaptação às condições de plantio: experimentação

Boa produtividade

Resistência a pragas e doenças

Analogia edafoclimática

Latitude

Altitude

Regime pluviométrico - déficit hídrico

Solo

Geadas

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Objetivo, fundamento básico e fases da escolha e recomendação de espécies florestais:

Objetivo: Identificação de espécies potenciais para plantio em determinado ambiente ecológico, com vistas à formação de florestas homogêneas ou plantio misto, para algum fim. Fundamento Básico: “As espécies florestais têm possibilidades de êxito quando plantadas em regiões cujas condições ambientais sejam semelhantes às de sua área de origem.” (GOLFARI, 1978) Fases: FASE DE ELIMINAÇÃO (ou de amostragem ampla)

* visa identificar espécies não-promissoras * duração: 10 a 20% da idade prevista para o corte final FASE DE COMPETIÇÃO DE ESPÉCIES (ou de amostragem restrita)

* visa identificar procedências dentro das espécies mais promissoras * duração: 50% da idade prevista para o corte final FASE DE COMPROVAÇÃO DAS ESPÉCIES (ou de análise do

comportamento silvicultural, econômico e usos da madeira)

Indicação de espécies A) Por Região Bioclimática Regiões subtropicais

P. elliottii var. elliottii; P. taeda

Eucalyptus viminalis; E. dunnii

Araucaria angustifolia; Cunninghamia lanceolata; Pinus patula; Acacia mearsenii

Regiões tropicais

P. caribaea (3 variedades); P. kesyia; P. oocarpa

E. grandis; E. saligna; E. urophylla; E. camaldulensis; E. tereticornis; Corymbia citriodora (E. citriodora)

Outras potenciais: E. cloeziana; E. globulus; E. pellita; E. pilularis; E. resinifera, E. botryoides

B) Por uso da madeira Lenha, Carvão, Energia

a) E. viminalis, E. dunnii, Corymbia citriodora, C. maculata, E. camaldulensis, E. pellitta, E. urophylla, Acacia mearnsii, Prosopis juliflora,, Mimosa scabrella, Parapiptadenia rigida

Celulose e Papel, Aglomerados e Móveis b) P. elliottii var. elliottii; P. taeda, P. caribaea, P. oocarpa, P. tecunumanii,

E. grandis, E. globulus, E. viminalis, E. saligna, E. urophylla, Bambusa sp, Gmelina arborea, Ocotea porosa, Hymenaea courbaril

Extrativos e resinas c) P. elliottii var. elliottii; P. taeda, Corymbia citriodora, Acacia mearsnii, E.

globulus, Liquidambar styraciflua. Copaifera langsdorffii

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3.2. Consideração para restauração ambiental NOME POPULAR ESPÉCIE Grupo Ecológico

Açoita-cavalo Luehea sp Secundária Algodoeiro Alchornia triplinervia Pioneira Angico-branco Anadenanthera colubrina Secundária inicial Angico-vermelho Anadenanthera macrocarpa Secundária Angico-vermelho, guaricaia Parapiptadenia rigida Secundária Inicial Araribá Centerolobium tomentosum Secundária inicial Araticum-cagão Annona cacans Secundária Aroeira salso Schinus molle Secundária Aroerinha, aroira-mansa Schinus terebinthifolius Pioneira de água Assa-peixe Boehmeria caudata Pioneira Branquilho Sebastiana commersoniana Pioneira de água Bugreiro, aroeira-branca Lithraea molleoides Pioneira Café-de-bugre Cordia ecalyculata Canafístula Peltophorum dubium Secundária inicial Canela-poca Styrax camporum Secundária Candiúva Trema micrantha Pioneira Capixingui Croton floribundus Pioneira Catiguá Trichilia sp Pioneira Caviúna Machaerium sp Secundária Cedro Cedrela fissilis Secundária Coerana Chrysophyllum gonocarpum Secundária Copaíba Copaifera langsdorffii Secundária Embaúba Cecropia sp Pioneira de água Embiruçu Pseudobombax grandiflorum Secundária Farinha-seca Albizia hasslerii Secundária Inicial Grão-de-galo Celtis glycicarpa Pioneira Guapuruvu Schizolobium parahyba Secundária inicial Guarantã Esenbeckia leiocarpa Secundária tardia Guarea Guarea guidonia Secundária de água Guaritá Astronium graveolens Secundária Ingá Inga sp Secundária inicial Ipê-amarelo Tabebuia sp Secundária Ipê-branco Tabebuia sp Secundária Ipê-felpudo Zeyhera tuberculosa Secundária inicial Ipê-roxo Tabebuia sp Secundária Jangadeiro Heliocarpus americanus Pioneira Jaracatiá Jacaratia spinosa Secundária tardia Jatobá Hymenaea courbaril Climácica Jenipapo Genipa americana Secundária tardia de água Jequitibá-branco Cariniana estrellensis Secundária tardia Jequitibá-vermelho Cariniana legalis Secundária Jerivá Syagrus romanzoffiana Secundária inicial Louro-pardo Cordia trichotoma Secundária inicial Monjoleiro Acacia polyphylla Pioneira Mutambo Guazuma ulmifolia Pioneira Paineira Chorisia speciosa Secundária inicial Pau-d`alho Gallesia integrifolia Secundária Pau-ferro Caesalpinia ferrea Secundária Pau-marfim Baufourodendron riedelianum Secundária Peito-de-pombo Tapirira guianensis Pioneira de água Primavera (árvore) Bougainvillea espectabilis Secundária Sangra-d’água Croton urucurana Pioneira de água Sobrasil Colubrina glandulosa Secundária inicial Tamboril Enterolobium contortisiliquum Secundária Unha-de-vaca Bauhinia sp Secundária

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3.3. Considerações para escolha de espécies de eucalipto1 Em função do número grande de espécies de eucalipto, é importante definir os objetivos do plantio para a escolha das espécies (paisagismo, usos comerciais dos produtos florestais, como madeira óleos essenciais), avaliar as condições edafoclimáticas, área de ocorrência natural, procedência, grau de melhoramento genético, entre outras características. De acordo com Vieira (2014), eucalipto, do grego eu (bem) + καλύπτω (kalipto = cobrir), que significa "verdadeira cobertura", é uma designação vulgar das várias espécies da família Myrtaceae, distribuídas em 03 subtribos: subtribo Angophorinae com 18 espécies do gênero Angophora e 111 espécies do gênero Corymbia; subtribo Eucalyptnae com 1046 espécies do gênero Eucalyptus; subtribo Arilastreae com 01 espécie do gênero Arillastrum, 02 espécies do gênero Eucalyptopsis, 01 espécie do gênero Stockwellia e 01 espécie do gênero Allosycarpia, totalizando 1180 espécies. As espécies ocorrem na Oceania, sendo que a maioria ocorre na Austrália, Eucalyptus urophylla ocorre na Indonésia, E. globulus e E. viminalis no sul da Austrália e Tasmânia (FONSECA et al., 2010), e E. urophylla e E. deglupta ocorrem em Papua Nova Guiné e Filipinas (PINHEIRO et al., 2014). Eucalyptus deglupta para fins paisagísticos (VIEIRA, 2014):

1 Dados fornecidos pelo biólogo, MSC Israel Gomes Vieira de acesso restrito, durante o Simpósio técnico da

cultura do eucalipto. Jaboticabal: FCAV/UNESP - FUNEP, de 08 a 09 de maio de 2014.

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Diferentes formas de uso do eucalipto:

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(VIEIRA, 2014)

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(VIEIRA, 2014)

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Por que o sucesso da silvicultura do eucalipto no Brasil? Resposta: similaridade de condições climáticas e edáficas das áreas de ocorrência natural e procedências da Austrália e das áreas de plantio no Brasil.

(PAULA, 2014)2

2 Mapa fornecido pelo Prof. Dr. Rinaldo César de Paula de acesso restrito, durante o Simpósio técnico da

cultura do eucalipto. Jaboticabal: FCAV/UNESP - FUNEP, de 08 a 09 de maio de 2014.

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Eucalyptus urophylla S.T. Blake Timor e outras ilhas a leste do arquipélago Indonesiano, entre as latitudes de 8 a 10º e altitudes de 400 a 3.000 m. Precipitação pluviométrica média anual entre 1.000 a 1.500 mm concentrada no verão. Período seco não ultrapassa 4 meses. Temperatura média das máximas do mês mais quente em torno de 29ºC, e das mínimas do mês mais frio entre 8 a 12ºC. As geadas podem ocorrer nas zonas de maior altitude.Na área de ocorrência natural a madeira é utilizada para construções e estruturas que demandem alta resistência. Em nosso meio a madeira é para utilização geral.

http://www.fao.org/docrep/006/u5380e/U5380E08.gif

Eucalyptus grandis - Árvore muito alta (45 a 55 m) e grossa (1,2 a 2 m DAP), excepcionalmente pode atingir 75 m de altura e 3 m de DAP. Geralmente com o fuste liso nos 2/3 ou 3/4 superiores do tronco. Ocorre em 3 populações distintas. A maior e principal área é ao redor de Newcastle (NSW) e em direção ao norte ao redor de Bundaberg (QLD) (latitude 25 a 33o S). Pequenos povoamentos ocorrem a Oeste de Mackay na parte central de Queensland (lat 21o S). A terceira população ocorre ao Nordeste de Townsville para o Oeste de Bloomfield no norte de Queensland (16 a 19o S). A altitude varia desde o nível do mar até 600 m na maioria das populações, e de 500 a 1100 m nas áreas do Norte. O clima é principalmente quente e úmido. A temperatura máxima do mês mais quente esta entre 24 e 30 oC; e a mínima do mês mais frio de 3 a 8 oC. Nas populações do Norte estas temperaturas são respectivamente 29 a 32 oC e 10 a 17 oC. A precipitação esta entre 1000 e 3500 mm nas áreas costeiras, com predomínio no verão; e de 1000 a 1750 mm nas áreas centrais, também com predomínio no verão. É de Floresta Aberta Alta, e as principais espécies de Eucalyptus associadas são: E. intermédia, E. pilularis, E. microcorys, E. resinifera e E. saligna. Densidade Básica das árvores adultas = Db = 0,700 a 0,800 g cm-3. A madeira de E. grandis é leve e fácil de ser trabalhada. Utilizada intensivamente, na Austrália e na república Sul Africana, como madeira de construção , quando oriunda de plantações de ciclo longo. A madeira produzida em ciclos curtos é utilizada para caixotaria. Normalmente a madeira oriunda de árvores com rápido crescimento, apresenta problemas de empenamento, contrações e rachaduras quando do desdobro. Plantações, convenientemente manejadas, podem produzir madeira excelente para serraria e laminação. É a principal fonte de matéria prima para celulose e papel do Estado de São Paulo. É susceptível ao cancro do eucalipto (Cryphonectria cubensis Bruner). Atribui-se, essa incidência á intensidade da deficiência hídrica nas áreas em questão. (http://www.ipef.br/identificacao/cief/especies/grandis.asp).

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Eucalyptus camaldulensis é uma árvore originária da Austrália (15°S até 38°S), cresce de 20 a 45 m de altura, e entre os eucaliptos é o que apresenta maior área de ocorrência natural (BOLAND et al., 2006). Clima subtropical e temperado e em Altitudes que vão de 30 m até 600 m acima do nível do mar. Índice pluviométrico anual é de 250 a 625 mm com um período seco de 4 a 8 meses. A temperatura máxima nos meses quente é de 35 °C e a mínima nos meses frio de 11°C, não é resistente a geadas. Tolerante a vários tipos de solos arenosos e aluviais, mas necessita para desenvolvimento ideal acesso ao lençol freático (http://pt.wikipedia.org/wiki/Eucalyptus_camaldulensis).

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Corymbia citriodora, conhecido pelos nomes comuns de eucalipto-cidró, eucalipto-limão ou eucalipto-cheiroso, é uma espécie pertencente ao grupo dos eucaliptos caracterizados por produzir árvores de médio a grande porte, ocasionalmente podendo atingir 35-60 metros de altura e 1,2 metro de diâmetro à altura do peito, com excelente forma do tronco e folhagem rala. A espécie tem distribuição natural nas regiões do nordeste da Austrália, em altitudes que variam de 30 a 1.100 m, com as variações de temperatura dos meses mais quentes de 29 a 30 °C e dos meses mais frios de 8 a 9 °C, clima variando de tropical a subtropical (BOLAND et al., 2006). O epíteto específico citriodora deriva do latim citriodorus, que significa odor a limão. (http://pt.wikipedia.org/wiki/Corymbia_citriodora). Alguns resultados (VIEIRA, 2014):

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TESTES DE PROCEDÊNCIA DE EUCALIPTO

Dentro da região de origem de uma determinada espécie, podem haver variações ecológicas, de maneira que o comportamento da mesma pode ser diferente, em função do local de procedência da semente. Assim, não apenas a escolha da espécie mais adequada para plantio numa determinada região é importante, mas também a escolha da procedência mais apropriada. As espécies cuja área de distribuição natural é mais ampla geralmente apresentam um maior número de procedências com exigências e comportamento diferentes, mas existem também espécies com diferentes procedências ocorrendo em uma área relativamente pequena. Os testes de procedência estão sendo realizados em vários países, havendo inclusive uma cooperação no sentido de serem conduzidos ensaios internacionais de procedência, em que as sementes são distribuídas a vários países e os resultados são divulgados e debatidos em encontros internacionais. A seqüência de estudos da introdução de espécies e procedências pode ser dividida em três fases: 1) Fase de Amostragem Ampla - nesta fase deve-se testar um grande número de espécies e poucas procedências por espécie, pois o objetivo básico é a identificação das espécies não-promissoras. Os ensaios deverão ser avaliados no viveiro e no campo, sendo que no campo poder-se-á utilizar parcelas pequenas, desde que estas sejam compensadas por um maior número de repetições. O uso de parcelas quadradas de 16 ou 25 plantas tem sido o mais comum. Como a competição interespecífica deve ser evitada dá-se preferência pelo uso de parcelas retangulares ou quadradas, nas quais as avaliações são realizadas apenas nas árvores centrais, eliminando-se o efeito de bordadura. Nesta fase, também, os espaçamentos mais amplos são mais recomendáveis. A duração da fase de amostragem ampla deve ser rápida (2 a 4 anos - 1/4 a 1/2 da idade de rotação comercial) e simples, e as características avaliadas poderão se restringir a altura e sobrevivência, porém avaliações da forma das árvores são úteis. 2) Fase de Amostragem Restrita - ao contrário da fase anterior, esta deve considerar um pequeno número de espécies e um maior número de procedências, visando identificar as melhores fontes de sementes. O uso de parcelas maiores em espaçamentos normais é recomendado. Se possível, deve-se incluir nesta fase o uso de testemunhas comerciais, e a avaliação deverá compreender desde a etapa de viveiro até o fim da rotação. O uso conjugado de ensaios de progênies permitirá analisar a estrutura genética dos materiais em teste. 3) Fase de Análise do Comportamento Silvicultural, Econômico e Usos da Madeira - esta fase, geralmente, é estabelecida em plantios pilotos comerciais (0,5 a 1,0 ha), não necessitando de delineamentos estatísticos rigorosos. Estes testes deverão ser instalados no mesmo ambiente ecológico que serão destinados aos plantios comerciais do material em experimentação. Vários testes de procedência foram e ainda estão sendo desenvolvidos no Brasil com espécies dos gêneros Pinus e Eucalyptus. As diferenças entre procedências de uma mesma espécie têm se manifestado de várias maneiras. No mesmo local de plantio, algumas procedências de Pinus caribaea var. hondurensis têm apresentado menos de 5% dos indivíduos com a forma de rabo de raposa, enquanto que outras apresentaram mais de 30% dos exemplares com

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esta forma. Áreas de reflorestamento com Eucalyptus grandis implantadas com sementes procedentes de Coff's Harbour (New South Wales) têm apresentado grandes incrementos nas regiões brasileiras onde a seca não é tão intensa. Entretanto, a procedência de Atherton (norte de Queensland) tem originado indivíduos desta espécie mais resistentes ao Cryphonectria cubensis quando plantada no Espírito Santo e Vale do Rio Doce em Minas Gerais. Um teste de procedência de sementes de Pinus oocarpa desenvolvido pelo Instituto Florestal do Estado de São Paulo em três regiões do Estado revelou que das sete procedências testadas, as de Yucul (Nicarágua) e Mt. Pine Ridge (Belize) foram as que maior crescimento em altura e diâmetro apresentaram. Nas Tabelas 1 e 2, são apresentados dados sobre a introdução de espécies e procedências de eucalipto, em duas regiões distintas. Nota-se nestas Tabelas que há grandes variações quando, para uma mesma área, considera-se diferentes espécies e, ou procedências. Na Tabela 1, pode-se verificar que a sobrevivência entre as espécies variou de 0 a 94,95% e a bifurcação apresentou uma variação de 0 a 27,68%. Na Tabela 2, os resultados diferentes obtidos entre procedências de Eucalyptus brassiana mostrou, por exemplo, uma grande amplitude de variação entre a procedência Helenvale – QLD e a Morehead - PNG, cujos os volumes (m3/ha) foram de 188,5 e 332,0, respectivamente, com uma variação de 76%. Com base nestes Quadros, pode-se comprovar a importância do estudo de espécies e procedências, o que em última análise representará a viabilidade econômica do projeto. Outras características silviculturais e tecnológicas como capacidade de brotação e densidade básica da madeira têm também variado em função da procedência das sementes florestais. Tabela 1 - Comportamento de 20 espécies de eucalipto em áreas de ocorrência de geadas em Campo do Tenente (PR), aos oito anos de idade.

ESPÉCIE SOBREVIVÊNCIA (%) BIFURCAÇÃO (%)

E. macarthurii 94,95 9,55 E. camaldulensis 87,38 27,68 E. deanei 85,63 11,59 E. nova-anglica 85,23 13,3 E. viminalis 78,33 7,05 E. dunnii 77,82 26,44 E. dalrympleana 70,00 9,55 E. tereticornis 61,39 2,5 E. nitens 56,73 10,19 E. andrewsii 28,29 9,09 E. robusta 27,78 5,00 E. saligna 26,11 5,00 E. smithii 24,42 7,05 E. paniculata 22,99 4,55 E. botryoides 19,45 - E. grandis 16,67 - E. cypellocarpa 2,78 -

Fonte: Higa et al. (1997).

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Tabela 2 - Comportamento de procedências de Eucalyptus brassiana na região do Jari (PA), aos 6,2 anos de idade

PROCEDÊNCIA DAP (cm)

SOBREVIVÊNCIA (%)

VOLUME (m3/ha)

Morehead - PNG 16,2 77,3 332,0 Wordi to Wipin - PNG 15,2 80,3 300,1 Weipe - QLD 15,6 69,8 293,0 Jarmine River - QLD 14,2 86,7 244,8 Banaga - QLD 14 76,7 237,4 Coen - QLD 14,2 80,3 222,6 M. Grave Stone - QLD 3,4 85,5 222,0 Helenvale - QLD 14,1 82,5 188,5

Fonte: Gomes et al. (1997).

(VIERA, 2014)

19

Fonte: CNA (2011) A hibridação refere-se ao cruzamento entre dois indivíduos geneticamente diferentes entre si. Podendo ser classificados como:

Fonte: Arno (2007) Existem três tipos de híbridos, dependendo do processo de sua formação: a) Híbridos naturais: resultante de cruzamento entre indivíduos de uma

população de forma natural na região de origem ou área de ocorrência natural;

b) Híbridos espontâneos: resultante de cruzamento entre indivíduos de uma população exótica de forma natural. Neste caso, a espécie é exótica ou introduzida, ou seja, o cruzamento ocorre fora da região de ocorrência natural da espécie.

c) Híbridos artificiais: resultante de cruzamento controlado, ou seja, por

20

polinização controlada. As espécies do gênero Eucalyptus apresentam protandria das flores (a

maturação do órgão masculino precede do feminino) o que a tornam espécies

alógamas. Sendo assim, ocorre segregação e recombinação gênica na

reprodução sexuada resultando em alto grau de variabilidade genética. Por esse

motivo, o melhoramento desenvolvido no Brasil buscou selecionar genótipos e

híbridos superiores através da polinização controlada e assegurar os ganhos

genéticos por meio da propagação vegetativa, principalmente por estaquia.

O sucesso da hibridação é resultado da heterose, caracterizada pela

superioridade genética média dos filhos em relação à média dos pais. Nesse

processo de heterose, a expectativa é de que os híbridos gerados entre os

genitores com base em seus valores genéticos preditos em populações

divergentes e, portanto, portadores de boa capacidade geral e específica de

combinação apresentem superioridade ao longo das gerações em esquemas de

seleção recorrente recíproca (ROCHA et al., 2007).

Os clones geneticamente superiores de espécies melhoradas ou de

híbridos melhorados e com dificuldade de enraizamento passam por um processo

de rejuvenescimento por meio deda técnica da cultura de tecidos "in vitro"

(micropropagação). O sucesso da propagação vegetativa é resultante do

aproveitamento comercial desses materiais geneticamente melhorados.

Apesar das grandes vantagens da propagação vegetativa, um problema

que pode surgir da sua utilização é o risco de estreitamento excessivo da base

genética dos plantios, tornando os pouco flexíveis às mudanças ambientais e

mais vulneráveis à ocorrência de pragas ou doenças. A utilização de um número

de clones muito pequeno, embora possa representar a possibilidade de obter um

ganho maior, traz consigo um risco muito grande de que sérios danos possam

ocorrer. Contudo, e possível trabalhar com um bom número de clones sem que

isto comprometa os ganhos a serem obtidos. Um número como 30 a 50 clones

por região tem sido considerado adequado para se ter uma boa base genética e

suficientemente pequeno para propiciar ganhos significativos (ASSIS, 1996).

Apesar da grande diversidade de espécies e procedências de eucalipto, o

melhoramento genético colocou no mercado poucos clones altamente produtivos

para produção de celulose e papel e madeira ma serraria. Sendo assim, muitas

pesquisas nessa linha de pesquisa devem ser feitas no Brasil (VIERA, 2014).

21

Fonte: Alfenas et al. (2004) Existem vários tipos de teste de progênie e teste clonal. Acima é apresentado um

modelo de cada um deles, iniciando-se pelo processo de hibridação. Os demais

seguem a mesma conceituação. O teste de progênie consiste em cultivar os

descendentes em uma condição bioclimática bem caracterizada e avaliar o

crescimento e a qualidade da madeira produzida. As melhores progênies são

selecionadas e induzidas a brotação das touças para se obter material vegetal

para propagação vegetativa, no caso acima enraizamento de estacas, para

produção de mudas para um segundo plantio no campo, onde será avaliada a

capacidade produtiva do clone obtido. Deste segundo povoamento são obtidas

novas mudas por propagação vegetativa que serão usadas na formação de um

segundo teste clonal em área muito maior (Teste Clonal Ampliado). Confirmada a

superioridade do clone, é feita uma terceira propagação vegetativa para produção

de mudas a serem comercializadas e/ou usadas para formação de povoamentos

comerciais.

TESTE DE PROGÊNIES E TESTE CLONAL

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Pomar de Hibridação (polinização controlada) de Eucalipto (Duratex/2010)

Pomar de Hibridação de Eucalipto. Enxerto proveniente de árvores adultas para florescimento precoce. (Duratex/2010).

23

Pomar de Hibridação de Eucalipto. Primeiro passo é efetuar o corte do opérculo ainda fechado com um alicate de cutícula. (Duratex/2010) Pomar de Hibridação de Eucalipto. Polinização controlada com uso de grão de pólen aderido a um palito de dente que é encostado no corte feito no opérculo. Os grãos de pólen são introduzidos no estilete da flor, recém cortado pelo alicate de cutícula, que em seguida seguem até os óvulos presentes no ovário, onde ocree a fecundação. Logo em seguida ocorre a cicatrização do estilete da flor. (Duratex/2010).

24

Outro exemplo de polinização controlada:

Fonte: Alfenas et al. (2004)

25

VANTAGENS DA HIBRIDAÇÃO

A hibridação interespecífica é a forma mais rápida e eficiente de obtenção

de ganhos genéticos no melhoramento de espécies de Eucalyptus (ASSIS,

2014).

Dentro de certos limites, a maior distância genética favorece a ocorrência

de heterose (ASSIS, T.F. & MAFIA, R.G., 2007)

Heterose consiste na superioridade genética média dos filhos em relação

à média dos pais (MAXIMO, 2010).

Fica evidente também que, mesmo não havendo ocorrência de heterose,

pela sua definição clássica, na maioria dos cruzamentos existe uma

heterose funcional (LAMKEY, 1999).

HETEROSE FUNCIONAL (EXEMPLO)

Heterose funcional em nível de família e de indivíduo, no híbrido Eucalyptus grandis x Eucalyptus camaldulensis, e em nível de indivíduo, nas espécies genitoras (ASSIS e MAFIA, 2007): Média se refere, à média do volume de madeira dos filhos do híbrido Eucalyptus grandis x E. camaldulensis, e das espécies envolvidas. A média dos filhos do cruzamento não foi superior às médias dos genitores, porém houve uma família que se destacou no melhor cruzamento (0,153 m3 árvore-1), e uma melhor árvore do cruzamento que produziu 0,253 m3 árvore-1, demonstrando uma heteroze funcional positiva a nível de família e indivíduo. A heterose funcional positiva em eucalipto é que possibilitou a realização de sucesso na seleção de indivíduos superiores e no melhoramento genético do eucalipto no Brasil.

26

CARACTERÍSTICAS DAS ESPÉCIES

As características desejáveis das espécies podem ser combinadas no processo

de hibridação para produzir clones produtivos. No Brasil um dos clones mais

plantados é conhecido como urograndis ( Eucalytptus grandis x E. urophylla),

buscando conciliar a alta produtividade do E. grandis com a resistência ao cancro

e à seca do E. urophylla. Outros exemplos são: clone grancam (E. camaldulensis

x E. grandis).

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ALGUNS RESULTADOS

Crescimento em diâmetro, altura, volume e volume individual máximo de alguns híbridos interespecíficos em relação às espécies parentais aos 4 anos de idade (Klabin S/A – Rio Grande do Sul). Òtimos resultados obtidos do clone toreliodora: Corymbia citriodora x C. torelliana

Fonte: Assis (2014)

28

3.4. Considerações para escolha de espécies do gênero Pinus A introdução do Pinus no Brasil ocorreu para atender a necessidade da produção de madeira para abastecimento industrial, para processamento mecânico na obtenção de madeira serrada, madeira laminada, na confecção de painéis e produção de celulose e papel. Espécies de Pinus foram introduzidas no Brasil, como alternativa na falta da madeira de Araucaria angustifolia (pinheiro-do-paraná, ou pinho) considerada "uma das melhores madeiras de coníferas do mundo", submetida a uma exploração intensiva e abusiva na primeira metade do século XX, com base em Kronka et al. (2005) As principais espécies introduzidas no Brasil, suas principais características e regiões de origem são apresentadas a seguir (KRONKA, 2005): Pinus sub-tropicais Pinus elliotti var. elliottii e P. elliotti var. densa - É um dos mais importantes pinheiros do Sudeste dos Estados Unidos, cresce em solos arenosos, com altitude inferior a 990 m, precipitação média anual de 1.270 mm, temperatura média anual de 17,2 °C (variação de 41°C a -18°C). Apresenta alto teor de resina na madeira. No Brasil, cresce bem desde o Rio Grande do Sul até o centro do Paraná e sul de São Paulo, locais de maior altitude (Serra da Mantiqueira, do Mar, Bocaina e dos Órgãos). Requer chuvas uniformemente distribuídas durante o ano, invernos frios e sem déficit hídrico.

Pinus elliotti var. elliottii e P. elliotti var. densa (KRONKA, 2014)

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Pinus taeda - Ocorre nos Estados Unidos em áreas maiores que as do P. elliotti, mas as exigências climáticas são semelhantes. Apresenta menor conteúdo de resina na madeira. A sua área de ocorrência natural vai desde o nível do mar até 2.500 m de altitude, ocasionalmente até 4.500 m, com ampla variação do tipo de solo (Figura 2). Pinus tropicais Pinus oocarpa - Ocorre de forma fragmentada e descontinuada, desde o Norte do México (28° de latitude) até o Norte da Nicarágua (13°), em regiões com altitudes de 500 a 2.600 m.

Pinus taeda (KRONKA, 2014)

Pinus oocarpa (KRONKA, 2014)

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Pinus caribaea var. hondurensis Barr. et Golf. - Ocorre em Honduras Britânicas, Guatemala, Honduras e Nicarágua, em numerosos maciços, de forma descontínua e fragmentada. Ocorre desde o nível do mar até 850 m de altitude, com grandes variações climáticas. Pinus caribaea var. caribaea Barr. et Golf. - De origem tropical, ocorre em Cuba (Pinar del Rio e Isla de los Pinos), com temperatura média anual de 24,5 a 25 °C e preciipitação entre 1.200 a 1.600 mm anuais, estação seca característica, com 4 a 5 meses de duração. Pinus caribaea var. bahamensis Barr. et Golf. - Originário das Banhamas, quase ao nível do mar, em solos originários de rochas calcárias, tenperaturas entre 25 e 26 °C, chuvas entre 1.200 a 1.400 mm e período seco de 5 a 6 meses.

Na região litorânea a temperatura media anual vai de 24 a 27,2 °C, com chuvas abundantes de até 3.500 mm, com curto período de seca. Nas regiões do interior a temperatura média anual varia de 20 a 24 °C, precipitação média de 950 mm e período de seca de até 06 meses. Pinus caribaea var.

hondurensis (KRONKA, 2014)

Pinus caribaea var. caribaea (KRONKA, 2014)

Pinus caribaea var. bahamensis

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ZONEAMENTO PARA PLANTIO DE PINUS NO BRASIL

(KRONKA, 2014)

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Fox-tail (“Rabo-de-raposa”)

As folhas de Pinus se formam a partir do caule e galhos da planta. Os galhos se forma a partir de verticilos. Alguns indivíduos de algumas espécies apresentam trechos longo do caule sem emitir galhos, formando a aparência de rabo-de-raposa, a exemplo do Pinus caribaea var. hondurenses, ilustrado acima. Considerações finais A variabilidade genética de uma espécie está associada à

abrangência da sua área de ocorrência natural. Espécies nativas em geral tem menor produtividade e crescimento

mais lento do que as espécies exóticas. Espécies simpátricas podem apresentar respostas diferenciadas

quando introduzidas num mesmo ambiente. A recomendação segura de espécies e procedências florestais

requer experimentação em vários locais. Nunca se devem extrapolar resultados de um local para outro.

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3.5. Considerações sobre guanandi Conhecido pela madeira nobre, o guanandi (Calophyllum brasiliense Cambess.) está entre as boas opções de nativas para plantio comercial com alto retorno financeiro (ESPÉCIE, 2015). Ocorre naturalmente em países da América Central e América do Sul. No Brasil, ocorre em quase todos os biomas e em cada região a espécie é conhecida por um nome. No sul, por exemplo, é conhecida como olandi. A exploração da madeira ocorre a partir dos 18 anos, e tem aplicação no segmento moveleiro, fabricação de instrumentos musicais e embarcação. A madeira é versátil e possui uma resina imputrescível. A madeira da árvore em pé atinge de R$ 1.000,00 a R$ 2.000,00 m-3 e a madeira serrada chega a ser vendida por R$ 2.500,00 m-3 (ESPÉCIE, 2015). Com base em Tropical Flora Reflorestadora, a silvicultura do guanandi iniciou em 2003 no Brasil, atingindo de 6 a 7 mil hectares em 2015 espalhados por vários estados (ESPECIAL, 2015). Os principais indicadores de produção e econômicos são estes:

Gastos: R$ 30.000 ha-1; 1.500 árvores plantas ha-1 Produção Estimada: 350 m3 ha-1 em tora Desbastes: amortização aos 15 anos Tora: R$ 400,00 m-3 Receita em tora: R$ 150.000,00 ha-1 aos 25 anos madeira serrada para consumidor: R$ 3.000,00 a R$ 3.500,00 m-3

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3.6. Considerações sobre cedro-australiano Cedro australiano Toona ciliata M.Roem., Meliaceae ocorre na Austrália, Índia, Miamar (Birmânia), Malásia e Indonésia. Com base em Bela Vista Florestal, em 2015 existem cerca de 10 mil ha plantados com essa espécie no Brasil (ESPECIAL, 2015), e os principais indicadores são:

Novos clones: 30 m3 (ha ano)-1; 1.500 árvores plantas ha-1 Custo Implantação e manutenção até 8 anos: R$ 19.000,00 ha-1 Produção Estimada: 28 m3 ha-1 em tora aos 8 anos 50% desbaste;

R$ 1.500,00 a R$ 2.000,00 m-3 = R$ 50.000,00 Desbaste 50%: amortização aos 8 anos Lucro:R$ 3.875 (ha ano)-1 Corte Raso: 15 anos Aos 15 anos: 270 m3 ha-1, sendo que 20% é vendida como lenha Rendimento: 2 m3 tora para 1 m3 madeira serrada Preço Médio: R$ 2.500,00 m-3 Receita aos 15 anos = R$ 270.000,00 Receita Total aos 8 anos + aos 15 anos = R$ 320.000,00 Taxa Interna de Retorno = 28%; R$20.000,00 (ha ano)-1 TIR é uma taxa de desconto hipotética que, quando aplicada a um

fluxo de caixa, faz com que os valores das despesas, trazidos ao valor presente, seja igual aos valores dos retornos dos investimentos, também trazidos ao valor presente.

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3.6. Considerações sobre mogno-africano A madeira é de alta qualidade e apresenta alburno de coloração marrom-amarelada e cerne marrom-avermelhado, porém de qualidade um pouco inferior ao mogno-brasileiro (Swietenia macrophylla King in Hook.). O plantio adensado de mogno-brasileiro no Brasil é inviável economicamente, pois é susceptível ao ataque da mariposa Hypsipilla grandella. Na África, com exceção da região Sul do continente, o mogno-africano também não deve ser plantado de forma adensada, pois é atacado pela mariposa do mesmo gênero e da espécie Hypsipilla robusta que ocorre naturalmente no continente africano. A fêmea adulta do gênero Hypsipilla deposita os ovos nos meristemas apical e das extremidades dos ramos e as larvas (broca-de-ponteiro) se alimentam dos tecidos novos, causando lesões, bifurcações no caule e podendo levar a planta à morte. No Brasil, o mogno-africano vem sendo plantado de forma adensada com sucesso, por não ocorrer Hypsipilla robusta no continente americano e por não sofrer ataque de Hypsipilla grandella, sendo que a espécie mais promissora tem sido Khaya senegalensis.

Existem quatro espécies madeireiras mais plantadas de mogno-africano (PINHEIRO et al., 2011): Khaya anthotheca, Khaya grandifolia, Khaya ivorensis, e Khaya senegalensis, pertencentes à familia Meliacea, originários da África Ocidental, Costa do Marfim, Gana, Togo, Benim, Nigéria e Sul de Camarões (NIKIEMA; PASTERNAK, 2008).

Fonte: www.fantastic-floor.com

Fonte: www.restoremedia.net4

36

O mogno-africano também tem sido cultivado de forma adensada em Cuba, Porto Rico, Índia, Indonésia, Cingapura, Vietnan, e África do Sul (ORWA et al., 2009). Experimento de fósforo em povoamento de mogno-africano aos dois anos e meio de idade no município de Monte Alto - SP. Fotografado em 29 de julho de 2016. De acordo com a Associação Brasileira de Produtores de Mogno Africano - ABPMA (2016), já foram plantados mais de 10.000 hectares de mogno-africano no Brasil e a maioria dos povoamentos se encontram com idade entre um e sete anos.

37

REFERÊNCIAS

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38

ESPECIAL. Referência Florestal, Curitiba, v. 17, n. 164, p. 46-49, jun. 2015. ESPECIE. Referência Florestal, Curitiba, v. 17, n. 166, p. 56-59, ago. 2015. FONSECA, S.M; et al. Manual Prático de Melhoramento Genético do Eucalipto. Viçosa, MG: E1 UFV, 2010. GALVÃO, A. P. M. (Org.). Reflorestamento de propriedades rurais para fins produtivos e ambientais: um guia para ações municipais e regionais. Brasília: Embrapa Comunicação para Transferência de Tecnologia, 2000. 351 p. GOLFARI, L. Coníferas aptas para reflorestamento nos Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Rio de Janeiro: IBDF, 1971. (Boletim Técnico, 1). GOLFARI, L. Zoneamento ecológico do estado de Minas Gerais para reflorestamento. Rio de Janeiro: PRODEPEF/PNUD/FAO/IBDF/BRA-45, 1975. 65p. (Série Técnica, 3). GOLFARI, L.; CASER, R. L. Zoneamento ecológico da região nordeste para experimentação florestal. Brasília: PRODEPEF/PNUD/FAO/IBDF/BRA-45, 1977. 116p. (Série Técnica, 10). GOLFARI, L.; CASER, R. L.; MOURA, V. P. B. Zoneamento ecológico esquemático para reflorestamento no Brasil. Brasília: PRODEPEF/PNUD/FAO/IBDF/BRA-45, 1978. 66p. (Série Técnica, 11). GOMES, F.S.; PIRES, I.E.; PACHECO, R.M. Comportamento de procedências de Eucalyptus brassiana S.T. Blake, na região do Jari-Pará. In: IUFRO Conference on Silviculture and Improvement of Eucalypt. Salvador. Proceedings... Colombro; EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Florestas, 1997. v.1., p.111-114 GONÇALVES, J. L. M.; ALVARES, C.A. A Silvicultura de precisão e as exigNeicas ambientais. Visão Agrícola: Piracicaba, SP, v. 2, n.4, p.80-82, 2005. GLUFKE, C. Espécies florestais recomendadas para recuperação de áreas degradadas. Porto Alegre: Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, 1999. 48 p. HIGA, R.C.V.; HIGA, A.R.; TREVISAN, R.; SOUZA, M.V.R. Comportamento de vinte espécies de Eucalyptus em área de ocorrência de geadas na região sul do Brasil. In: IUFRO Conference on Silviculture and Improvement of Eucalypt. Salvador. Proceedings... Colombro; EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Florestas, 1997. v.1., p.106-110 KRONKA, F. J. N.; BERTOLANI, F.; PONCE, R. A cultura do Pinus no Brasil. São Paulo: Sociedade Brasileira de Silvicultura, 2005. 160p. LAMPRECHT, H. Silvicultura nos trópicos: ecossistemas florestais e respectivas espécies arbóreas - possibilidades e métodos de aproveitamento

39

sustentado. Eschborn: Deutsche Gesellschaft für Technische Zusammenarbeit, 1990. 343p. [Trad. de Guilherme de Almeida-Sedas e Gilberto Calcagnotto]. - Rossdorf: TZ-Verl., 1990. 343p. LEÃO, R. M. A floresta e o homem. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo: Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais, 2000. 434p. NIKIEMA, A.; PASTERNAK, D. Khaya senegalensis (Desr.) A. Juss. In: LOUPPE, D.; OTENG-AMOAKO, A. A.; BRINK, M. (Ed.). Plant resources tropical (PROTA). Wageningen, Netherlands, 2008. Disponível em: <http://database.prota.org/dbtwwpd/exec/>. Acesso em: 15 abr. 2013. ORWA, C. et al. Agroforestree Database: a tree reference and selection guide version 4.0. 2009. Disponível em: <http://www.worldagroforestry.org/treedb2/AFTPDFS/Khaya_senegalensis.pdf>. Acesso em: 27 abr. 2013. PAIVA, H. N.; VITAL, B. R. Escolha da espécie florestal. Viçosa: UFV, 2003. 42 p. (Cadernos Didáticos, 93). PINHEIRO, A. L.; PINHEIRO, D. T.; COUTO, L. Dendrologia. In: VALE, A. B. et al. Eucaliptocultura no Brasil: silvicultura, manejo e ambiência. Viçosa, MG: SIF, 2014. p. 69-86. PINHEIRO, A. L. et al. Ecologia, silvicultura e tecnologia de utilização dos mognos-africanos (Khaya spp.). Viçosa: Sociedade Brasileira de Agrossilvicultura, 2011. p. 12, 25, 64, 69, 72, 73, 98. ROCHA, M. G. B.; PIRES, I. E.; ROCHA, R. B.; XAVIER, A.; CRUZ, C. D. Seleção de genitores de Eucalyptus grandis e de Eucalyptus urophylla para produção de híbridos interespecíficos utilizando reml/blup e informação de divergência genética. Revista Árvore, Viçosa-MG, v. 31, n. 6, p.9 77-987, 2007. VALERI, S. V.; POLITANO, W.; SENO, K. C. A.; BARRETO, A. L. N. M. (Ed.). Manejo e recuperação florestal- Legislação, uso da água e sistemas agroflorestais. Jaboticabal: Funep, 2004. 180 p.

QUESTIONÁRIO

1. O que é zoneamento florestal e quais são os objetivos desse procedimento?

2. Qual são os dois principais fatores do meio físico a serem considerados no zoneamento florestal? Justifique.

3. Qual é a metodologia básica para se fazer o zoneamento florestal? Nessa metodologia é importante realizar trabalhos de pesquisa para avaliar desenvolvimento, competição e produtividade de espécies diferentes? Justifique.

4. Quais eram as principais falhas do zoneamento florestal do passado?

5. Explique como a silvicultura de precisão pode auxiliar no zoneamento.

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florestal e evitar falhas do passado

6. As características de adaptação de uma determinada raça de espécie arbórea a um fator do meio físico (temperatura, umidade de solo, fertilidade de solo, profundidade de solo, entre outros) é herdável?

7. Pode haver diferenças de herdabilidade a um fator do meio físico entre raças e variedades de uma espécie arbórea? Justifique.

8. O que são espécies simpátricas?

9. Comente sobre as possibilidades de adaptação e produção de espécies arbóreas nativas quando são plantadas na sua área de ocorrência natural ou em outro bioma, a partir de mudas produzidas de sementes não melhoradas ou sem interferência da ação do homem.

10. O que é origem de uma espécie?

11. O que é procedência de uma espécie?

12. Quais são as espécies arbóreas mais produtivas: as nativas ou exóticas? Cite exemplos de produtividade de espécies nativas e exóticas no Brasil.

13. Quais são os principais fatores a serem considerados na escolha de espécies e procedências?

14. Quais são os objetivos, fundamento básico e as principais fases da escolha e recomendação de espécies florestais?

15. Quais as espécies de coníferas você recomendaria para a região Sul do Brasil (clima subtropical)?

16. Quais as espécies de eucalipto você recomendaria para a produção de madeira para celulose e papel na região Sul do Brasil?

17. Qual é o vegetal que fixa maior quantidade de carbono, em menor tempo e possibilita que esse carbono fique fixado por mais tempo? (pergunta feita em aula).

18. Indique uma espécie de clima tropical para produção de madeira para serraria e construção civil.

19. Indique três espécies de Eucalyptus e três de Pinus para produção de celulose em região tropical do Brasil.

20. O que é rabo-de-raposa?

21. Como a variabilidade genética de uma espécie está associada à abrangência da sua área de ocorrência natural?

22. Por que se planta mais espécies madeiráveis exóticas do que nativas no Brasil?

23. Espécies simpátricas podem apresentar respostas diferenciadas quando introduzidas num mesmo ambiente? Justifique.

24. Por que a recomendação segura de espécies e procedências florestais requer experimentação em vários locais?

25. Por que não se recomenda o plantio adensado de mogno-brasileiro e sim mogno-africano em nosso País?

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Teste de Asserção e Razão

Responda as questões de 1 a 20, preenchendo os espaços entre parênteses do quadro final de respostas com as letras: (A) Se as duas proposições (P1 e P2) forem corretas e a segunda justifica a

primeira; (B) Se as duas proposições (P1 e P2) forem corretas e a segunda não justifica

a primeira; (C) Se a primeira proposição (P1) for correta e a segunda (P2) incorreta; (D) Se a primeira proposição (P1) for incorreta e a segunda (P2) correta; (E) Se a primeira (P1) e a segunda (P2) proposições forem incorretas.

1. (P1) O princípio da semelhança das condições ambientais é usada no zoneamento para introdução de espécies. (P2) Têm maiores possibilidades de êxito as espécies cujas condições ambientais da região de origem sejam semelhantes às do local onde elas serão plantadas.

2. (P1) A base do zoneamento é o clima. (P2) O clima condiciona a possibilidade de cultivo.

3. (P1) O zoneamento florestal visa orientar os trabalhos de seleção de áreas prioritárias para o reflorestamento. (P2) O zoneamento consiste em subdividir o país ou uma unidade funcional dos recursos naturais da biosfera terrestre em diferentes regiões.

4. (P1) Não é possível delimitar áreas de recarga de aquífero. (P2) O mapa de

zonas de interesse e proteção ambiental se baseiam nos mapas de unidades de gerenciamento de recursos hídricos, mapas de hidrografia e nascentes, mapas de geologia (material de origem do solo), mapas de solos entre outros.

5. (P1) As raças de uma espécie, vegetando em regiões com condições climáticas diferentes, não diferem em adaptações herdáveis a esses ambientes. (P2) As diferentes raças ou variedades de uma mesma espécies respondem de maneira semelhante a um certo fator do ambiente.

6. (P1) Espécies simpátricas são idênticas em suas características adaptativas a um mesmo ambiente. (P2). Os fatores ambientais limitantes geralmente não são os mesmos para as espécies que ocorrem em um determinado ambiente.

7. (P1) Procedência refere-se ao local georeferenciado de onde se obtém material, vegetativo ou sexuado, para multiplicação de uma determinada espécie, podendo ser ou não local de ocorrência natural da mesma. (P2) A seringueira é uma espécies introduzida no Estado de São Paulo e não é nativa.

8. (P1) Os estudos de fontes de sementes de espécies nativas, não afetadas pela ação do homem, geralmente demonstram que as fontes locais são as melhor adaptadas, mas não necessariamente as mais produtivas. (P2) O uso de sementes de procedências locais é o que apresenta menor risco quando há descontinuidade da variação genética de uma espécie nativa.

9. (P1) Eucalyptus urophylla é indicado para região tropical no Brasil para produção de celulose e papel . (P2) A área de ocorrência natural dessa espécie é Indonésia.

10. (P1) Eucalyptus camaldulensis se dá bem nas diversas regiões do Brasil (P2) Essa espécie apresenta uma ampla área de ocorrência natural na Austrália e em diferentes tipos de solos arenosos.

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11. (P1) Eucalyptus grandis é indicado para o Estado de São Paulo para fabricação de celulose e papel e madeira para serraria. (P2) Essa espécie é de clima subtropical e ocorre no sul da Austrália e Tasmânia.

12. (P1) E. saligna é de clima tropical. (P2) Essa espécie não é indicada para produção de celulose e papel.

13. (P1) Eucalyptus grandis forma um bom híbrido com Eucalyptus urophylla e esse híbrido originou excelentes clones no Brasil. (P2) O clone de Eucalyptus grandis x E. urophylla, conhecido como urograndis, associa o crescimento rápido do E. grandis e a resistência ao cancro e défici hídrico do E. urophylla.

14. (P1) Corymbia citriodora é de clima tropical e subtropical, e sua madeira é indicada para serraria, construção civil e produção de óleo essencial a partir das folhas. (P2) Eucalyptus viminalis e E. dunnii são indicados para o Sul do Brasil.

15. (P1) Pinus oocarpa é indicado para o estado do Paraná. (P2) Essa espécie é de clima subtropical. Pinus elliottii e P taeda ocorrem na América Central.

16. (P1) Pinus caribaea é indicado para clima tropical no Brasil. (P2) Pinus elliotti e P. taeda são indicados para os estados do Paraná e Santa Catarina.

17. (P1) Embaúba é uma espécie pioniera d'água. (P2) Essa espécie pode ser plantada ao redor de nascentes.

18. (P1) Ipê- amarelo é uma espécie secundária. (P2) Jatobá é uma espécie pioneira.

19. (P1) Jenipapo pode ser plantado em áreas de várzea. (P2) Essa espécie resiste a solos úmidos.

20 (P1) Sangra-d'água é uma espécie secundária. (P2) Essa espécie não pode ser plantada ao redor de nascentes.

Quadro de Respostas

1. ( ) 2. ( ) 3. ( ) 4. ( ) 5. ( )

6. ( ) 7. ( ) 8. ( ) 9. ( ) 10. ( )

11. ( ) 12. ( ) 13. ( ) 14. ( ) 15. ( )

16. ( ) 17. ( ) 18. ( ) 19. ( ) 20. ( )

ATENÇÃO: Quando as duas alternativas são corretas, procure responder as questões colocando um porque entre as afirmativas P1 e P2 para verificar se a segunda justifica a primeira. Só consulte o gabarito, na página seguinte, após preencher o quadro de respostas acima.

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Gabarito

1. ( A ) 2. ( A ) 3. ( B ) 4. ( D ) 5. ( E )

6. ( D ) 7. ( C ) 8. ( A ) 9. ( B ) 10. ( A )

11. ( C ) 12. ( C ) 13. ( A ) 14. ( B ) 15. ( E )

16. ( B ) 17. ( B ) 18. ( C ) 19. ( A ) 20. ( E )