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UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO - UNINOVE PROGRAMA DE MESTRADO PROFISSIONAL EM GESTÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE ERIC BRUM DE LIMA DUARTE RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO DE ARGAMASSA COMPOSTA POR RESÍDUO DE CONSTRUÇÃO E DEMOLIÇÃO E POLITEREFTALATO DE ETILENO (PET) EM FLOCOS São Paulo 2014

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UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO - UNINOVE

PROGRAMA DE MESTRADO PROFISSIONAL EM GESTÃO AMBIENTAL E

SUSTENTABILIDADE

ERIC BRUM DE LIMA DUARTE

RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO DE ARGAMASSA COMPOSTA POR RESÍDUO

DE CONSTRUÇÃO E DEMOLIÇÃO E POLITEREFTALATO DE ETILENO (PET)

EM FLOCOS

São Paulo

2014

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ERIC BRUM DE LIMA DUARTE

RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO DE ARGAMASSA COMPOSTA POR RESÍDUO

DE CONSTRUÇÃO E DEMOLIÇÃO E POLITEREFTALATO DE ETILENO (PET)

EM FLOCOS

Dissertação de Mestrado apresentada ao

Programa de Mestrado Profissional em Gestão

Ambiental e Sustentabilidade da Universidade

Nove de Julho - UNINOVE, como requisito

parcial para obtenção do grau de Mestre.

Prof. João Alexandre Paschoalin Filho, Dr. –

Orientador

São Paulo

2014

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Duarte, Eric Brum de Lima.

Resistência à compressão de argamassa composta por resíduo de

construção e demolição e politereftalato de etileno (PET) em

flocos./Eric Brum de Lima Duarte. 2014.

165 f.

Dissertação (Mestrado) – Universidade Nove de Julho -

UNINOVE, São Paulo, 2014.

Orientador (a): Prof. Dr. João Alexandre Paschoalin Filho.

1. Reciclagem 2. Resíduo de Construção e Demolição 3.

Sustentabilidade.

I. Paschoalin Filho, João Alexandre. II. Titulo

CDU 658.504.06

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IV

DEDICATÓRIA

À Deus, por ter me dado forças para continuar sempre no rumo da minha evolução nesta

breve jornada terrena e ter me sustentado de pé nesta luta em busca do conhecimento.

Dedico este trabalho à minha família a qual sempre me fez acreditar na realização dos meus

sonhos, na superação dos meus limites, no apoio incondicional nas horas difíceis,

compartilhando as vitórias, derrotas, alegrias e tristezas e nos esforços para que eu pudesse

alcançar minhas aspirações.

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V

AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço a Deus por ter me dado forças de granjear os dons em que Ele me

confiou e, que são muitos, tais como: a perseverança, a vontade de progredir e, por

consequência vencer, a força de lutar, a satisfação de enxergar o sucesso no trabalho e nos

estudos, a confiança em avançar e tantas outras graças que não cabem neste momento citar.

A minha família, em especial aos meus filhos Eric o qual sempre demonstrou um amor

incondicional e me fez enxergar a vida através da pureza de uma criança e Davi o qual chegou

recentemente nesta vida e já contribui largamente para minha evolução, a minha esposa Laura

pela paciência em me esperar e pela tolerância ao meu lado e a minha avó a qual devo boa

parte de meu sucesso, pois foram os seus sábios ensinamentos e conselhos que me mostraram

qual o caminho que eu devia trilhar nesta jornada terrena.

Ao meu Orientador Professor João Alexandre pela paciência, confiança, amizade,

disponibilidade em me receber e ouvir, mas principalmente por fazer este trabalho algo

emocionante, desafiador e prazeroso e me ajudar a galgar o caminho da evolução.

A dois amigos em especial, Adilson Borba e Rosely Rodrigues, por me auxiliar, pela

paciência em me ouvir e disponibilidade em me ajudar. Estas poucas palavras não

demonstram toda a gratidão, carinho e respeito por ambos.

A todos os Professores do Curso, os funcionários da UNINOVE e colegas de turma pelos

valorosos ensinamentos, pela paciência, pela oportunidade de crescimento e disponibilidade

em me receber. Mas em especial agradeço aos Professores Sérgio Moreti e Pedro Côrtes pela

educação, carinho e dedicação demonstrada nesta curta convivência.

A WTorre Engenharia e Construções S.A., na pessoa do Gestor de Qualidade e Meio

Ambiente, Eng. João Cabrera Neto, por toda a força dedicada à minha luta pessoal rumo ao

sucesso.

Ao Laboratório EPT, em particular a Engª. Gisele Orciolli, pelos ensaios realizados para

validação deste trabalho.

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VI

Se eu vi mais longe, foi por estar de pé sobre ombros de gigantes.

Isaac Newton (1643 - 1727)

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VII

RESUMO

A indústria da construção tem, historicamente, uma relevante importância no

desenvolvimento do Brasil. Este setor também é um grande vetor de desenvolvimento

gerando muitos empregos diretos e indiretos, contribuindo para a melhoria da infraestrutura e

diminuindo o déficit de moradias. Entretanto, essa contribuição positiva tem outro lado, pois a

indústria da construção civil é responsável por um grande consumo de materiais e gera uma

grande quantidade de resíduos que, se não forem adequadamente descartados, poderão causar

um grande impacto no meio ambiente. Dentro deste contexto, novas formas de manejo dos

resíduos gerados em obra têm despertado muito interesse e têm sido alvo de várias pesquisas.

Esta pesquisa tem como objetivo geral propor ao meio técnico, da construção civil, uma

utilização alternativa para os resíduos de construção e demolição (RCD) em conjunto com o

politereftalato de etileno (PET) em flocos para o desenvolvimento de um novo material, na

forma de uma argamassa feita com ambos os materiais. Para a obtenção dos parâmetros desta

pesquisa foram realizadas as seguintes etapas de trabalho: Busca nos bancos de patentes;

Identificação da usina de reciclagem de RCD; Coleta, acondicionamento das amostras de

RCD, PET e cimento e caracterização das amostras; Estudo das dosagens; moldagem e

acondicionamento dos corpos de prova; e, Realização dos ensaios de compressão axial e de

permeabilidade. Os valores de resistência à compressão para as dosagens com RCD + PET

apresentaram uma redução significativa em função do incremento de PET nas dosagens

estudadas. Analisa-se que a substituição do agregado natural por PET interferiu na

permeabilidade do material. As contribuições para a prática deste trabalho são a não utilização

de matéria prima virgem para produção de argamassa (areia, brita, etc) redução da quantidade

de carbono gerado durante o ciclo de vida deste material, reduzindo assim a pegada ambiental

causada pela sua produção. Ressalta-se que a possibilidade de reúso destes materiais diminui

a necessidade de exploração de jazidas de matéria prima, além de causar ganhos significativos

com a redução de transporte de importação de material virgem e disposição final dos resíduos.

Desta forma, o desenvolvimento de materiais sustentáveis com as premissas de redução de

custos, de energia e de consumo das reservas naturais, atualmente, é um critério mandatório

para se buscar as soluções tecnológicas de novos produtos para aplicação na engenharia civil.

Palavras-chave: Reciclagem. Resíduo de Construção e Demolição. Sustentabilidade.

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VIII

ABSTRACT

The construction industry has historically played an important role in the development of

Brazil. This sector is also a major force for development generating more direct and indirect

jobs, contributing to the improvement of the infrastructure and reducing the housing deficit.

However, this positive contribution has another side, because the construction industry is

responsible for a large consumption of materials and generates a lot of waste, which if not

properly disposed of, can make a big impact on the environment. Within this context, new

forms of management of waste generated on site have attracted much interest and has been the

subject of several studies. This research has as main objective to propose an alternative use

for the construction and demolition waste (CDW) mixed with polyethylene terephthalate

(PET) flakes in the development of a new material in the form of a mortar made with both

materials. To obtain the parameters of this research the following steps were taken: Search in

the banks of patents; Identification of CDW recycling plants; collection, of samples of CDW,

PET and cement and characterization of samples; study of dosages; molding and packaging of

the samples of the new product, and testing the axial compression and permeability qualities

of the new material. The values of the compressive strength for the essay with the CDW+

PET mix were significantly reduced due to the increase of PET in the dosages studied. It was

observed that the replacement of natural aggregate by PET interfered in the permeability of

the material. The contributions to the practice of this study are not using virgin raw material

for the production of mortar (sand, gravel, etc.) decrease the amount of carbon generated

during the life cycle of the material, thereby reducing the environmental footprint caused by

its production. It is emphasized that the possibility of reusing these materials reduces the need

to explore mineral resources of raw materials, in addition to causing significant with the

reduction of transport import virgin material and final waste disposal gains. Therefore, it is

necessary to develop sustainable materials at the construction site to reduce costs, energy

consumption and nature reserves are currently mandatory criteria for technological solutions

for new products to be used in the engineering field.

Key-words: Recycling. Construction and Demolition Waste. Sustainability.

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IX

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Valor das obras e serviços da construção (R$ bilhões)............................................. 7

Figura 2 - Principais instrumentos legais e normativos de abrangência nacional a respeito do

manejo dos resíduos de construção e demolição...................................................... 14

Figura 3 - Hierarquia de gestão dos resíduos............................................................................ 26

Figura 4 - Municípios com Área de Transbordo e Triagem (ATT) no Estado de São Paulo.... 29

Figura 5 - Municípios com unidades recicladoras de resíduos classe A no Estado de São

Paulo......................................................................................................................... 30

Figura 6 - Municípios com unidades recicladoras de resíduos classe B no Estado de São

Paulo......................................................................................................................... 30

Figura 7 - Municípios com aterros de RCD no Estado de São Paulo........................................ 31

Figura 8 - Municípios com legislação específica sobre RCD no Estado de São Paulo............ 31

Figura 9 - Municípios com cadastro municipal de transportadores no Estado de São Paulo.... 32

Figura 10 - Geração e coleta de RSU no Brasil........................................................................... 52

Figura 11 - Taxa per capita de geração e coleta de RSU no Brasil............................................ 53

Figura 12 - Percentual de RSU coletado..................................................................................... 53

Figura 13 - Fluxograma dos processos realizados desde a definição do tema até a análise da

viabilidade técnica do material.................................................................................. 62

Figura 14 - Fluxograma das etapas de identificação da usina até o estudo de dosagem............ 63

Figura 15 - Fluxograma das etapas estudo de dosagem até a análise de viabilidade................. 64

Figura 16 - Fluxograma de produção da argamassa convencional das etapas de coleta até a

comparação dos resultados....................................................................................... 65

Figura 17 - Localização da Usina UREOSASCO....................................................................... 67

Figura 18 - Vista interna da Usina UREOSASCO...................................................................... 68

Figura 19 - Coleta do RCD reduzidas a granulometria de areia média....................................... 69

Figura 20 - Aspecto da amostra de RCD reduzidas a granulometria de areia média a ser

utilizada nos ensaios.................................................................................................. 70

Figura 21 - Aspecto da amostra de PET a ser utilizada nos ensaios............................................ 71

Figura 22 - Aspecto da amostra de cimento a ser utilizada nos ensaios...................................... 72

Figura 23 - A elaboração da mistura dos materiais empregados para fabricação da argamassa.. 74

Figura 24 - Incremento do fator a/c na mistura............................................................................ 75

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X

Figura 25 - O PET sendo despejado na betoneira para mistura mecânica junto com os demais

materiais..................................................................................................................... 76

Figura 26 - Todos os materiais já depositados na betoneira e sendo misturados

mecanicamente.......................................................................................................... 76

Figura 27 - Corpos de prova em temperatura ambiente............................................................... 78

Figura 28 - Corpo de prova preparado e colocado na prensa hidráulica...................................... 80

Figura 29 - Corpo de prova rompido após as tensões axiais........................................................ 80

Figura 30 - Curva de distribuição granulométrica RCD em granulometria de areia utilizado... 95

Figura 31 - Curva de distribuição granulométrica dos flocos de PET utilizados........................ 96

Figura 32 - Relação água/cimento (a/c) final em função das dosagens....................................... 99

Figura 33 - Relação água/cimento (a/c) real em função das dosagens...................................... 101

Figura 34 - Relação entre Peso Específico do Material pelo Peso Específico do Material

Virgem...................................................................................................................... 102

Figura 35 - Ganho de resistência com o tempo para dosagem 80% RCD + 20% PET.............. 105

Figura 36 - Ganho de resistência com o tempo para dosagem 70% RCD + 30% PET............... 107

Figura 37 - Ganho de resistência com o tempo para dosagem 60% RCD + 40% PET............... 109

Figura 38 - Ganho de resistência com o tempo para dosagem 50% RCD + 50% PET............... 110

Figura 39 - Ganho de resistência com o tempo para dosagem 40% RCD + 60% PET............... 112

Figura 40 - Ganho de resistência com o tempo para dosagem 30% RCD + 70% PET............... 113

Figura 41 - Ganho de resistência com o tempo para dosagem do material natural..................... 115

Figura 42 - Ganho de resistência a compressão com o tempo para os corpos de prova

moldados nas dosagens estudadas............................................................................. 116

Figura 43 - Relação entre as resistências média da argamassa com RCD e PET pela

resistência média da argamassa com material virgem em diferentes tempos de

cura............................................................................................................................ 118

Figura 44 - Resultados dos ensaios de compressão axial............................................................ 119

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XI

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Características do Cimento Portland CPII E-32........................................................ 86

Quadro 2 - Classificação preliminar do RCD de acordo com a ABNT NBR 15116.................. 87

Quadro 3 - Requisito para agregado reciclado destinado ao preparo de concreto sem função

estrutural.................................................................................................................. 89

Quadro 4 - Limites da distribuição granulométrica do agregado miúdo................................... 93

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XII

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Especificação dos impactos gerados pela atividade de construção conforme

autores brasileiros...................................................................................................... 10

Tabela 2 - Especificação dos impactos gerados pela atividade de construção conforme

trabalhos internacionais............................................................................................. 11

Tabela 3 - Estimativa de geração de resíduo de construção e demolição (RCD) em algumas

cidades brasileiras..................................................................................................... 17

Tabela 4 - Volumes de RCD em alguns países membros da União Europeia........................... 18

Tabela 5 - Volumes de RCD coletados no Brasil....................................................................... 21

Tabela 6 - Composição gravimétrica dos RCD no Brasil ao longo dos últimos....................... 22

Tabela 7 - Composição gravimétrica dos RCD em outros países ao longo dos últimos........... 23

Tabela 8 - Existência e tipo de processamento dos resíduos de construção e demolição.......... 28

Tabela 9 - Trabalhos desenvolvidos com resíduos industriais para produção de argamassas

em substituição do agregado miúdo natural............................................................. 47

Tabela 10 - Geração de RSU e Taxa per capita nos Estados Unidos nos últimos anos............... 51

Tabela 11 - Geração de RSU e Taxa per capita da União Europeia e de alguns países

membros deste bloco econômico no ano de 2011..................................................... 51

Tabela 12 - Composição gravimétrica dos RSU em algumas cidades brasileiras........................ 54

Tabela 13 - Composição gravimétrica dos RSU no Brasil........................................................... 55

Tabela 14 - Formas de recolhimento do PET para reciclagem..................................................... 58

Tabela 15 - Massas recicladas e taxa de reciclagem do PET no Brasil........................................ 59

Tabela 16 - Dosagens com suas respectivas composições........................................................... 74

Tabela 17 - Quantidades de corpos de prova................................................................................ 79

Tabela 18 - Resultado da Busca de Argamassa, Resíduo Construção Civil e PET...................... 82

Tabela 19 - Resultado da Busca pelo Escritório Norte Americano de Patentes & Marcas

(USPTO).................................................................................................................... 82

Tabela 20 - Resultado da Busca no Escritório Europeu de Patentes (EPO)................................ 83

Tabela 21 - Resultado da Busca no Escritório Chinês de Patentes & Marcas (CPO)................. 83

Tabela 22 - Resultados conforme Anexo A – Determinação da composição dos agregados

reciclados graúdos por análise visual da ABNT NBR15116 (2004)....................... 88

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XIII

Tabela 23 - Soma dos resultados obtidos pela técnica expressa no Anexo A – Determinação

da composição dos agregados reciclados graúdos por análise visual da ABNT

NBR15116 (2004)..................................................................................................... 88

Tabela 24 - Resultados das amostras obtidos conforme o item 8 – Procedimentos A (lavagem

com água) da norma ABNT NBR NM 46 (2003)..................................................... 91

Tabela 25 - Resultados calculados do teor de material passante na malha 75 µm conforme o

item 10 – Cálculos A (lavagem com água) da norma ABNT NBR NM 46 (2003).. 91

Tabela 26 - Análise dos resultados de Absorção de água (%) e Teor de material passante na

malha 75 µm (%) conforme ABNT NBR 15116 (2004).......................................... 92

Tabela 27 - Resultados da composição granulométrica obtida conforme item 5.2- Ensaio da

ABNT NBR NM 248 (2003).................................................................................... 94

Tabela 28 - Pesagens finais dos materiais para se obter a mistura.............................................. 97

Tabela 29 - Consumo dos componentes utilizados na dosagem por metro cúbico produzido de

material e seu respectivo peso específico................................................................. 100

Tabela 30 - Análise qualitativa dos resultados da argamassa no estado fresco (aspectos

reológicos)................................................................................................................ 103

Tabela 31 - Análise qualitativa dos resultados da argamassa no estado endurecido (aspectos

reológicos)................................................................................................................ 103

Tabela 32 - Critérios de classificação das argamassas................................................................ 104

Tabela 33 - Resultados do ensaio de compressão axial para dosagem 80% RCD + 20% PET... 104

Tabela 34 - Resultados do ensaio de compressão axial para dosagem 70% RCD + 30% PET... 106

Tabela 35 - Resultados do ensaio de compressão axial para dosagem 60% RCD + 40% PET... 108

Tabela 36 - Resultados do ensaio de compressão axial para dosagem 50% RCD + 50% PET... 110

Tabela 37 - Resultados do ensaio de compressão axial para dosagem 40% RCD + 60% PET... 111

Tabela 38 - Resultados do ensaio de compressão axial para dosagem 30% RCD + 70% PET... 113

Tabela 39 - Resultados do ensaio de compressão axial para material virgem............................ 114

Tabela 40 - Relação das resistências médias à compressão axial obtida durante os tempos de

cura estudados.......................................................................................................... 117

Tabela 41 - Resultados do ensaio de permeabilidade dos materiais............................................ 120

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XIV

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

ABIPET Associação Brasileira da Indústria do PET

ABRAMAT - Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção

ABRELPE - Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública e Resíduos

Especiais

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas

ARC - Agregado de resíduo de concreto

ARM - Agregado de resíduo misto

ATT - Área de Transbordo e Triagem

CAGED - Cadastro Geral de Empregados e Desempregados

CBIC - Câmara Brasileira da Indústria da Construção

CEF - Caixa Econômica Federal

CEMPRE - Compromisso Empresarial para Reciclagem

CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente

CONSTRUBUSINESS - Congresso Brasileiro da Construção

CPO - China Patent Trademark Office

DECONCIC - Departamento da Indústria da Construção

ECO 92 - Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o

Desenvolvimento em 1992

ECRA - Lei de Recuperação e Conservação de Recursos da União Europeia

EPA - Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos

EPO - European Patent Office

EUROSTAT Gabinete de Estatísticas da União Europeia

FIESP - Federação das Indústrias do Estado de São Paulo

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

INAC - Instituto Nova Ágora de Cidadania

INPI - Instituto Brasileiro de Propriedade Intelectual

IPEA- Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada

NBR - Norma Brasileira

P&D - Pesquisa e Desenvolvimento

PET - Politereftalato de Etileno

PI - Patente de Invenção

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XV

PIB - Produto Interno Bruto

PNRS - Política Nacional de Resíduos Sólidos

PNSB - Plano Nacional de Saneamento Básico

PNSB - Pesquisa Nacional do Saneamento Básico

RCD - Resíduo de Construção e Demolição

RDC Resolução da Diretoria Colegiada

RSU - Resíduos Sólidos Urbanos

SINDUSCON-SP - Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo

UNEP - United Nations Environmental Programme

UREOSASCO - Usina de Reciclagem de Entulho de Osasco

UPSTO - United States Patent and Trademark Office

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XVI

LISTA DE SÍMBOLOS E UNIDADES

a/c - Relação água-cimento

cv - Coeficiente de variação

Ca3S - Sulfato de cálcio

C2S - Silicato dicálcico

C3A - Aluminato tricálcico

C4AF - Ferro aluminato tetracálcico

CO2 - Dióxido de carbono

cm2 / g - Relação centímetro quadrado por grama

CP II-E 32 - Cimento Portland comum com 32% de escória

D - Diâmetro

h - Hora

H - Altura

ºC - Graus Celsius

g - Grama

Kg - Kilograma

Kg / hab.dia - Relação Kilograma por habitantes e dias

Kg / m3 - Relação Kilograma por metro cúbico

KN / m3 - Relação Kilo Newtons por metro cúbico

l - Litro

m - Metro

m2 - Metro quadrado

min - Minuto

m / s - Relação metro por segundo

mm - Milímetro

mm / h - Relação

MPa - Mega Pascal

µm - Micra

N - Não

RCargamassa - Resistência à compressão axial média

RCdosagem - Resistência à compressão axial média do material virgem

RC7 - Resistência à compressão axial aos 7 dias

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XVII

RC14 - Resistência à compressão axial aos 14 dias

RC28 - Resistência à compressão axial aos 28 dias

RC63 - Resistência à compressão axial aos 63 dias

S - Sim

s - Segundo

sd - Desvio Padrão

t - Tonelada

t / dia - Relação tonelada por dia

t / hab.dia - Relação tonelada por habitantes e dias

≤ - Menor que

± - Mais ou menos

” - Polegadas

% - Percentual

Ø - Diâmetro

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XVIII

SUMÁRIO

RESUMO.................................................................................................................................... VII

ABSTRACT................................................................................................................................ IX

LISTA DE ILUSTRAÇÕES....................................................................................................... XI

LISTA DE QUADROS.............................................................................................................. XIII

LISTA DE TABELAS................................................................................................................ XIV

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS................................................................................ XVI

LISTA DE SÍMBOLOS E UNIDADES..................................................................................... XVIII

1. INTRODUÇÃO............................................................................................................. 1

1.1 Objetivos......................................................................................................................... 4

1.1.1 Objetivo Geral............................................................................................................... 4

1.1.2 Objetivos Específicos.................................................................................................... 4

1.2 Estrutura do Trabalho..................................................................................................... 5

2. REVISÃO DA LITERATURA..................................................................................... 6

2.1 A Importância da Indústria da Construção na Economia Nacional.............................. 6

2.2 Impactos Ambiental, Social e Econômico Gerados pela Indústria da Construção....... 8

2.3 Marcos Legais e Normativos dos Resíduos de Construção e Demolição no Brasil..... 12

2.4 Geração dos Resíduos de Construção e Demolição...................................................... 16

2.5 Composição Gravimétrica dos Resíduos de Construção e Demolição......................... 21

2.6 Reciclagem dos Resíduos de Construção e Demolição................................................. 24

2.7 Panorama da Reciclagem dos Resíduos de Construção e Demolição no Brasil........... 28

2.8 Inovação Tecnológica na Indústria da Construção........................................................ 34

2.9 Produção de Novos Materiais para Aplicação na Construção Civil.............................. 39

2.10 Argamassas Produzidas com Resíduos Industriais em Substituição ao Agregado

Miúdo Natural............................................................................................................... 42

2.11 Aspectos Gerais dos Resíduos Sólidos Urbanos........................................................... 48

2.12 Geração dos Resíduos Sólidos Urbanos....................................................................... 50

2.13 Composição Gravimétrica dos Resíduos Sólidos Urbanos no Brasil............................ 54

2.14 Impactos Ambiental, Social e Econômico Gerados pelo PET...................................... 57

2.15 Reciclagem do PET...................................................................................................... 58

3. MATERIAIS E MÉTODOS......................................................................................... 61

3.1 Etapa 1 – Busca no Banco de Patentes......................................................................... 66

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XIX

3.2 Etapa 2 – Identificação da Usina de reciclagem de RCD............................................. 67

3.3 Etapa 3 – Coleta e Acondicionamento das Amostras de RCD, PET e Cimento e

Caracterização das Amostras......................................................................................... 68

3.3.1 Procedimento Utilizado para a Coleta de Amostras de RCD, PET e Cimento............ 68

3.3.2 Caracterização das Amostras......................................................................................... 72

3.4 Etapa 4 – Estudo das Dosagens, Moldagem e Acondicionamentos dos Corpos de

Prova.............................................................................................................................. 73

3.4.1 Estudo das Dosagens..................................................................................................... 73

3.4.2 Moldagem e Acondicionamento dos Corpos de Prova................................................. 77

3.5 Etapa 5 – Realização dos ensaios de Compressão Axial e Permeabilidade.................. 79

4. APRESENTAÇÃO, ANÁLISES E DISCUSSÕES DOS RESULTADOS.................. 82

4.1 Resultados das Buscas nos Bancos de Patentes............................................................. 82

4.2 Ensaios Laboratoriais..................................................................................................... 85

4.2.1 Caracterização das Matérias Primas............................................................................... 85

4.2.1.1 Caracterização do Cimento Utilizado............................................................................. 86

4.2.1.2 Caracterização do RCD.................................................................................................. 87

4.2.1.3 Caracterização do PET................................................................................................... 95

4.3 Resultados das Dosagens............................................................................................... 96

4.4 Resultados dos Ensaios de Compressão Axial............................................................... 104

4.5 Resultados dos Ensaios de Permeabilidade.................................................................... 119

5. CONCLUSÕES.............................................................................................................. 122

5.1 Em relação às pesquisas nos bancos de patentes efetuadas............................................ 122

5.2 Em relação ao resíduo de construção e demolição (RCD) utilizados na pesquisa......... 122

5.3 Em relação às dosagens RCD + PET estudadas e a argamassa convencional............... 123

5.4 Em relação às vantagens ambientais da argamassa proposta nesta pesquisa................. 126

5.5 Possíveis utilizações para o compósito com RCD+ PET............................................... 128

6. SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS......................................................... 129

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................... 130

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1

1. INTRODUÇÃO

A indústria da construção tem, historicamente, uma relevante importância no

desenvolvimento do Brasil. Estima-se que este setor movimentou R$ 249 bilhões, na

economia nacional, no ano de 2010. Este setor econômico também desempenha um

importante papel para evolução do Produto Interno Bruto (PIB), pois a cada R$ 1,00 investido

na construção, são produzidos R$ 1,88 na economia como um todo, um percentual 88% maior

que o valor inicial. Este multiplicador é muito significativo, e explica a grande geração de

empregos e renda desencadeada por este ramo: cada R$ 1 milhão gerado na construção gera

70 empregos na economia como um todo (CONSTRUBUSINESS, 2012).

Este setor é um grande vetor de desenvolvimento gerando muitos empregos diretos e

indiretos, contribuindo para a melhoria da infraestrutura e diminuindo o déficit de moradias.

Entretanto, essa contribuição positiva tem outro lado, pois a indústria da construção civil é

responsável por um grande consumo de materiais e gera uma grande quantidade de resíduos,

que se não forem adequadamente descartados, poderão causar um grande impacto no meio

ambiente. Dentro deste contexto, novas formas de manejo dos resíduos gerados em obra têm

despertado muito interesse e tem sido alvo de várias pesquisas (CABRAL et al., 2007,

IBRAHIM et al., 2010 e ÂNGULO et al., 2011).

O setor econômico da construção civil, motivado pelo aquecimento da economia no seu

respectivo ramo de trabalho, pela consciência do desenvolvimento sustentável e pelas

certificações ambientais das edificações, tem investido em inovação tecnológica como

estratégia para melhorar a competitividade, para prolongar a fase de crescimento que vive este

ramo produtivo e tornar-se um diferencial neste mercado (TYKKÄ et al., 2010, AR, 2012 e

HANUS & HARRIS, 2013).

Os institutos de pesquisas, e a própria indústria da construção civil, têm estudado formas de

viabilizar a hierarquia da gestão de resíduos sugerida primeiramente pela academia, depois

por legislações internacionais e, por fim, incorporada pela legislação nacional. Além de

reduzir a necessidade de recursos naturais não renováveis, a reciclagem e o reaproveitamento

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de resíduos de construção e demolição (RCD) em novas obras ajudam a resolver a

problemática de destinação destes materiais (AR, 2012).

O crescimento acelerado da economia brasileira, nos últimos anos, tem gerado alguns desafios

para as municipalidades, entre os quais, cita-se o volume de resíduos sólidos urbanos (RSU)

produzidos. Este desafio em especial caracteriza-se por ser um dos obstáculos a serem

superados pela sociedade atual, especialmente nos países em desenvolvimento, pois cabe aos

governos locais gerenciar as áreas para a disposição final, os conflitos de usos do solo, os

locais que operam de forma inadequada, entre outros problemas (DIAS et al., 2012 e SOUZA

et al., 2012).

De forma análoga ao RCD, os resíduos sólidos urbanos (RSU) têm merecido a devida atenção

por parte do poder público e dos institutos de pesquisas, pois a gestão destes rejeitos tem

interfaces com a saúde, com o meio ambiente, influenciam a qualidade do meio urbano e

possuem uma rede de interações que envolvem aspectos sociais, técnicos, administrativos,

operacionais, jurídicos, econômicos e financeiros (FRANÇA & RUARO, 2009 e SILVA &

PINHEIRO, 2010).

Em relação a composição gravimétrica dos RSU, depois dos rejeitos orgânicos, o

Politereftalato de Etileno (PET) é o resíduo mais encontrado em estudos acadêmicos e em

dados divulgados por associações ligadas a alguma etapa do manejo dos resíduos sólidos

urbanos. Este material pode levar aproximadamente de 100 a 400 anos para se degradar, reduz

a capacidade física dos aterros, dificulta a percolação de gases e líquidos, causa aumento do

tempo para estabilização da matéria orgânica, apesar de ser inerte, ou seja, suas fibras não

causam contaminação para os solos e lençóis freáticos (CHILTON et al., 2010, SHEN et al.,

2010, ABIPET, 2011 e WELLE, 2013).

Deste modo, analisa-se que a não reciclagem e o não reaproveitamento do PET causam uma

maior demanda de matéria-prima não renovável, a exaustão precoce dos aterros e a

necessidade de novas áreas para deposição de resíduos (FRIGIONE, 2010). Por este motivo, a

inovação está se tornando cada vez mais importante para as empresas e para a sociedade em

geral, pois as soluções tecnológicas tornaram-se um fator crucial para o desenvolvimento

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sustentável. Em conclusão, pode-se dizer que a inovação é o fator chave de sustentabilidade

para companhias e países (BEGUM et al., 2009).

Uma das alternativas, que os pesquisadores encontram para a problemática da destinação dos

resíduos industriais, foi apostar na inovação tecnológica dos materiais utilizados pela

construção civil, porque a comunidade científica verificou que os rejeitos gerados por alguns

ramos produtivos eram utilizados como matéria prima na fabricação dos materiais da indústria

da construção e, também, apurou-se que estes resíduos não causavam contaminação que

pudesse afetar a saúde humana e minorar as propriedades físicas, químicas, mecânicas e

térmicas dos novos produtos (PÉREZ-VILLAREJO et al., 2012).

O reaproveitamento e a reutilização de resíduos industriais parece ser uma solução viável e

sustentável para a grande demanda de materiais de construção, especialmente na última

década devido ao aumento da população, o que tem provocado uma escassez crônica destes

tipos de materiais. Os pesquisadores têm apostado em inovações tecnológicas para suprir a

demanda de materiais de construção necessários para atender o crescimento da população e o

aumento dos padrões de vida e, também, desviar os resíduos de aterros, pois na maioria dos

países há dificuldades em se obter áreas disponíveis e na gestão destes locais (MADURWAR

et al., 2013).

Por estes motivos, tornou-se importante atualmente buscar novas formas de atenuar os

impactos causados pela indústria da construção, especialmente, pelo setor de produtivo dos

compósitos de cimentos, concretos e argamassas, pois ele é responsável por cerca de 4% dos

gases liberados para atmosfera que causam o aquecimento global, libera enormes quantidades

de poluentes e é um grande consumidor de energia (PÉREZ-VILLAREJO et al., 2012).

Estes compósitos apesar de serem geradores de impactos significativos desempenham um

papel importante em termos de desenvolvimento econômico e relevância social, uma vez que

são fundamentais para as construções e para as melhorias na infraestrutura, desta forma, a

utilização de resíduos de outros setores industriais também pode melhorar a sustentabilidade

da indústria de cimento (RODRIGUES & JOEKES, 2011).

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Desta forma, torna-se necessário o desenvolvimento de materiais sustentáveis levando-se em

conta as premissas de redução de custos, energia e consumo das reservas naturais que

atualmente são critérios mandatórios para as soluções tecnológicas de novos produtos para

aplicação na engenharia civil (PICANÇO & GHAVAMI, 2008).

Diante destas questões abordadas, com este trabalho pretende-se contribuir para apresentar

soluções para reutilização do RCD e PET, dando uma destinação mais nobre para este tipo de

rejeito, evitando o encerramento precoce do ciclo de vida do material e, consequentemente,

maior consumo de matéria virgem natural, a saturação antecipada dos aterros existentes, a

poluição do solo em casos de aterros não gerenciados, a possibilidade de contaminação por

lixiviação e gerando um material para aplicação em construções e de fácil produção.

1.1. OBJETIVOS

Esta pesquisa possui os seguintes objetivos:

1.1.1. OBJETIVO GERAL

Esta pesquisa tem como objetivo geral propor ao meio técnico da construção civil uma

utilização alternativa para os resíduos de construção e demolição (RCD) em conjunto com o

politereftalato de etileno (PET) em flocos para o desenvolvimento de um novo material, na

forma de uma argamassa feita com ambos os materiais. Discutindo a respeito da reciclagem

como forma de reduzir a necessidade de matéria-prima virgem.

1.1.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Os objetivos específicos são:

a) Desenvolver uma argamassa obtida a partir de resíduos de construção e demolição

(RCD) e politereftalato de etileno (PET) em flocos;

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b) Averiguar o traço ideal para utilização do RCD e do PET em flocos para fabricação de

argamassa sem o emprego de material virgem;

c) Propor uma nova destinação para ambos os materiais baseada na hierarquia da gestão de

resíduos;

d) Realizar uma revisão bibliográfica a respeito da criação de um novo material, na forma

de uma argamassa feita com ambos os materiais.

1.2. ESTRUTURA DO TRABALHO

A pesquisa foi estruturada da seguinte forma:

- Capítulo 1 – Introdução: É dada uma abordagem inicial ao tema, com suas respectivas

generalidades, justificativas e objetivos do estudo;

- Capítulo 2 – Revisão da Literatura: É mostrado o levantamento de dados sobre a

indústria da construção com o seu consumo de materiais, sua geração de resíduos e seus

respectivos impactos, bem como, a inovação tecnológica e a produção de novos materiais

empregados neste ramo produtivo. E, também, descreve os aspectos gerais dos resíduos

sólidos, sua composição gravimétrica e os impactos gerados por estes rejeitos.

- Capítulo 3 – Materiais e Métodos: Expõe a base técnica, os ensaios e os procedimentos

utilizados para confecção do material;

- Capítulo 4 – Apresentação, Análises e Discussões dos Resultados: São expressas as

buscas nas bases consultadas, os resultados e os gráficos gerados, as relações das propriedades

obtidas do material e com suas respectivas análises;

- Capítulo 5 – Conclusões e Recomendações: São apresentadas as principais conclusões e

sugestões para pesquisas futuras.

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2. REVISÃO DA LITERATURA

2.1. A IMPORTÂNCIA DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO NA ECONOMIA

NACIONAL

Segundo uma pesquisa feita pela Associação Brasileira da Indústria de Materiais de

Construção (ABRAMAT), mencionada pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção

(CBIC), a cadeia produtiva da construção representava em 2009 cerca de 8,3% do Produto

Interno Bruto (PIB) brasileiro e empregava mais de 10 milhões de pessoas (CBIC, 2010).

No Ano de 2010, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a

indústria da construção civil foi responsável por um crescimento de 11,6% em seu PIB

setorial, o melhor resultado dos últimos 24 anos, e pela geração de mais de 329 mil vagas

formais no mercado de trabalho, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e

Desempregados (CAGED) (DIEESE, 2013).

No cenário nacional, a cadeia da indústria da construção é muito ampla e abrangente,

conforme é mencionado pela CBIC e pelo Departamento da Indústria da Construção

(DECONCIC) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP). Esta cadeia

inicia-se com o processo de extração mineral dos agregados, passando pelo beneficiamento e

industrialização destes materiais, pela etapa de comercialização, projetos, planejamentos,

financiamentos, pela construção propriamente dita e, ainda, integra-se os serviços imobiliários

e de manutenção e reforma (CONSTRUBUSINESS, 2012).

A importância e o desempenho da cadeia da construção na economia nacional foram

demonstrados no 10º Congresso Brasileiro da Construção, realizado em dezembro de 2012, da

seguinte maneira pela CONSTRUBUSINESS (2012, p. 23):

Esta grande integração do setor de construção na economia resulta na

seguinte relação: a cada R$ 1,00 produzido na construção, são gerados R$

1,88 na economia como um todo, um valor 88% maior que o inicial. Este

multiplicador é considerável, e explica a grande geração de empregos

encadeada por este setor: cada R$ 1 milhão produzidos na construção gera

70 empregos na economia como um todo.

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São vistas ainda grandes oportunidades de crescimento neste setor econômico, seja pelo

aumento do poder aquisitivo das classes D e E da sociedade brasileira e a consequente

migração de classe social, seja pela escassez de recursos naturais e pelas mudanças climáticas

que representam uma transformação de conceitos, ideias e valores nos processos construtivos

(CBIC, 2010; CONSTRUBUSINESS, 2012). A Figura 1 mostra o crescimento da indústria da

construção nos últimos anos.

Figura 1 - Valor das obras e serviços da construção (R$ bilhões)

Fonte: Adaptado de CONSTRUBUSINESS (2012)

Na Figura 1 verifica-se um crescimento continuado, ao longo dos anos, na construção de

edifícios, nas obras e serviços de infraestrutura e nos outros serviços (incorporação,

terraplenagem, instalação elétrica, etc.). Entre os anos 2007 e 2010 as respectivas áreas

praticamente dobraram de tamanho com exceção da área de construção de edifícios que

apresentou o crescimento mais acentuado, aproximadamente de 124%. No ano de 2010 a

indústria da construção brasileira ultrapassou a margem de R$ 200 bilhões.

Para que este crescimento possa perdurar nos próximos anos, e venha deixar o país no

mesmo patamar de competitividade das demais potências econômicas, é necessário que a

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indústria da construção apoie-se no tripé da sustentabilidade, ou seja, na prosperidade

econômica, no equilíbrio social e na qualidade ambiental.

2.2. IMPACTOS AMBIENTAL, SOCIAL E ECONÔMICO GERADOS PELA

INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO

Os benefícios gerados pela atividade de construção são indiscutíveis, tendo um importante

papel no progresso e desenvolvimento da humanidade, pois toda atividade humana está

baseada em obras, sejam elas de edificações, como por exemplo, habitação, produção,

hospitalar, ensino ou sejam de infraestrutura, como por exemplo, estradas, energia, irrigação,

entre outras mas seus impactos negativos são proporcionais às suas realizações (SILVA et al.,

2010a; IBRAHIM et al., 2010).

Ibrahim et al. (2011) complementam esta ideia dizendo que a indústria da construção é uma

peça chave na economia de um país. E, para haver crescimento e desenvolvimento é

necessário construir uma infraestrutura adequada para estimular a economia. Os autores

finalizam seu pensamento expondo que as contribuições geradas pela atividade da construção

contribuem amplamente para a criação de riqueza e para a qualidade de vida da população.

Apesar da indústria da construção apresentar significativa importância nas três esferas da

sustentabilidade seus processos enfrentam desafios sem precedentes, pois a crescente

concorrência obriga as empresas de construção a repensarem seus métodos de operação a fim

de melhorar a produtividade, a qualidade e a eficiência e, também, atenuar seus impactos

(IBRAHIM et al., 2010).

Os impactos ambientais, sociais e econômicos gerados pela indústria da construção são temas

de estudo em várias áreas, tais como Arquitetura, Urbanismo, Engenharia, Ciências

Ambientais, Saúde, pois seus efeitos são visíveis para a sociedade e para as autoridades

(CABRAL et al., 2007; ÂNGULO et al., 2011). Estes efeitos que atingem a sociedade, desde

a área de saúde pública até ao planejamento urbano, geram pressões sobre a indústria da

construção para que sejam tomadas medidas nas esferas ambiental e social para mitigar as

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possíveis más consequências e, portanto, também são uma forma de pressão econômica sobre

esta atividade (SILVA et al., 2010a; ÂNGULO et al., 2011).

É muito importante definir o que é impacto ambiental para que se possa avaliar os seus efeitos

sobre sociedade, deste modo, utiliza-se a definição da Resolução CONAMA 01, de 23 de

janeiro de 1986, Brasil (1986, artigo 1º):

[...] qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio

ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das

atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam: a saúde, a segurança e o

bem-estar da população; as atividades sociais e econômicas; a biota; as condições

estéticas e sanitárias do meio ambiente; e a qualidade dos recursos ambientais.

Atualmente vive-se em um momento que é necessário repensar o conceito de

desenvolvimento, ou seja, considerando uma maior harmonia e um maior equilíbrio do ser

humano com a natureza, combinando os processos econômicos, sociais, culturais e políticos

para que os recursos naturais das gerações futuras não sejam comprometidos (ARAUJO &

GUNTHER, 2007; LINTZ et al., 2012).

Como o setor de construção civil é responsável por impactos significativos, é importante que

sejam criadas novas formas para se enfrentar os desafios gerados por suas etapas construtivas,

para que sua atividade econômica possa apresentar resultados satisfatórios para acionistas,

colaboradores, clientes e para a sociedade, ou seja, se faz necessário um novo olhar para as

práticas construtivas (VIEIRA et al., 2004; PEREIRA et al., 2012).

Os impactos negativos causados pela indústria da construção iniciam-se desde a fase de

extração mineral e vão até o seu respectivo processamento, pois seus efeitos acarretam o fim

das reservas naturais não renováveis do material explorado, alteração na paisagem,

desmatamento, erosão, poluição do ar decorrente de emissão de gás carbônico na atmosfera e

poluição sonora (AMADEI et al., 2011; PASCHOALIN FILHO & GRAUDENZ, 2012).

Após o beneficiamento da matéria-prima que será utilizada, o próximo impacto negativo

significativo será ocasionado pelos resíduos gerados nas etapas de manutenção, adequações e

remodelações e, finalmente, pela demolição das edificações (JOHN, 2000; AMADEI et al.,

2011). Outros aspectos geradores destes resíduos são as perdas associadas à falta de

planejamento das atividades, à padronização dos materiais, ao grau de precisão e à

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precariedade das condições de trabalhos (JOHN, 2000; PASCHOALIN FILHO &

GRAUDENZ, 2012).

Sabe-se que a geração de resíduo de construção e demolição é inevitável e seus impactos são

muitos, tais como: depósitos clandestinos em áreas não ocupadas e livres em sua extensão

territorial que, normalmente, são áreas de preservação ambiental, terrenos baldios, leitos de

rios e córregos e, encostas; comprometimento do solo e dos lençóis freáticos decorrente dos

depósitos clandestinos através de lixiviação. E estes efeitos vão além da esfera ambiental, ou

seja, atingem também a esfera econômica e social, pois causam a obstrução das redes de

drenagem urbana que contribuem para alagamentos e enchentes; degradação da paisagem

urbana; contribuição para proliferação de vetores patogênicos que afetam a saúde pública; e

exaustão precoce dos aterros (FIGUEIREDO et al., 2011; MÁLIA et al., 2011).

Há vários trabalhos, realizados no Brasil, sobre a mensuração dos impactos causados pela

indústria da construção, desde a fase de extração mineral, desta forma, citam-se os mais

relevantes, conforme Tabela 1.

Tabela 1 - Especificação dos impactos gerados pela atividade de construção conforme

autores brasileiros

Tipos de impactos

Araújo &

Gunther

(2007)

Motta &

Aguilar

(2009)

Pegoraro

et al.

(2010)

Ângulo

et al.

(2011)

Paschoalin Filho

& Graudenz

(2012)

Consumo de recursos

naturais x x x x

Geração de resíduos x x x x x

Perdas e desperdícios x

Consumo de energia x

Poluição ambiental x x x x x

Esgotamento de áreas

de aterro

x

Altos custos por

disposição irregulares

x

x

Áreas degradadas x x x

Transporte intensivo

Saúde da população x x x x

Fonte: Adaptado de Araújo & Gunther (2007), Motta & Aguilar (2009), Pegoraro et al.(2010), Ângulo et al.

(2011) e Paschoalin Filho & Graundez (2012).

Na Tabela 1 verifica-se que os impactos gerados pela atividade de construção afetam e

comprometem a qualidade dos recursos ambientais e a vida da população em geral, tanto no

que se refere as atividades socioeconômicas, passando por condições estéticas e sanitárias, até

chegar na saúde pública (FIGUEIREDO et al., 2011).

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Nesta mesma tabela, constata-se que existe um consenso entre os autores nacionais sobre os

impactos acarretados pelas atividades de construção em relação aos seus efeitos sobre a biota

e a sociedade (MOTTA & AGUILAR, 2009). Na Tabela 2 apuram-se os impactos causados

pelos RCD e tratados em alguns trabalhos internacionais.

Tabela 2 - Especificação dos impactos gerados pela atividade de construção conforme

trabalhos internacionais

Tipos de impactos

Bougiatioti

et al.

(2009)

Martín-Morales

et al.

(2011)

Yuan

et al.

(2011a)

Banias

et al.

(2011)

Coelho

& Brito

(2011)

Ulsen

et al.

(2013)

Consumo de

recursos naturais

x x x x x

Geração de resíduos x x x

Perdas e

desperdícios

Consumo de energia x

Poluição ambiental x x x x

Esgotamento de

áreas de aterro

x x x x x

Altos custos por

disposição

irregulares

Áreas degradadas x x x x

Transporte intensivo x x x

Saúde da população

Fonte: Adaptado de Bougiatioti et al. (2009), Martín-Morales et al.(2010), Yuan et al.(2011a), Banias et al.

(2011), Coelho & Brito (2011), Ulsen et al. (2013).

Nota-se que os trabalhos internacionais listados na Tabela 2 versam predominantemente sobre

o esgotamento de áreas de aterro e o consumo de recursos naturais. Observa-se também que

os artigos citados não mencionam a respeito de saúde da população, perdas e desperdícios

inerentes as atividades de construção e altos custos por disposição irregulares.

Pode-se ressaltar, pela exposição dos trabalhos nas Tabelas 1 e 2, que o foco dos artigos

nacionais são mais abrangentes, pois abordam de quatro a seis impactos nas três esferas que

compõem a sustentabilidade, enquanto os textos internacionais enfocam de três a cinco

impactos e centralizam seus discursos na área ambiental.

Os motivos que levam os trabalhos internacionais ter o enfoque voltado para a esfera

ambiental são mencionados por Banias et al. (2011) que dizem que as atividades de

construção são responsáveis pela maior fração de resíduos sólidos gerados em áreas urbanas,

pela poluição ambiental e pela necessidade de grandes áreas de disposição. Este pensamento é

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complementado por Yuan et al. (2011a) que descrevem que a União Europeia tem gerado

anualmente 450 milhões de toneladas de RCD e, por Martín-Morales et al. (2011) que

afirmam que muito países europeus têm estabelecido legislações e procedimentos a respeito

deste material.

Em relação aos autores nacionais, seus trabalhos têm versado sobre um ordenamento público

mais adequado, sobre a preservação da qualidade ambiental, sobre as melhorias das condições

sociais e sobre a legislação e normas sobre a gestão e gerenciamentos dos resíduos resultantes

da atividade de construção, que são publicados pelos institutos brasileiros de normatização

(ARAUJO & GUNTHER, 2007; MÁLIA et al., 2011).

2.3. MARCOS LEGAIS E NORMATIVOS DOS RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO E

DEMOLIÇÃO NO BRASIL

Os resíduos de construção e demolição (RCD) são definidos por Tam et al. (2007) como

subprodutos gerados a partir da construção, renovação e demolição em locais de construção e

em obras em geral de engenharia civil e Yuan et al. (2011b) complementam esta ideia

incluindo outras atividades, tais como: escavação de terra, limpeza do local, assim como a

construção e manutenção de rodovias.

A sociedade civil, preocupada com os impactos ambientais gerados, principalmente, pelos

resíduos resultantes da atividade de construção, tem tentado cada vez mais buscar soluções,

quebrar paradigmas, fundamentar novas técnicas e iniciativas para reduzir, reutilizar e

reaproveitar os materiais descartados e minimizar os danos ambientais causados por estes

produtos (GRAMACHO et al., 2013).

De acordo com Evangelista et al. (2010) e Guedes & Fernandes (2013), esta preocupação da

sociedade tem sido demonstrada através de seus governantes, que têm promulgado cada vez

mais legislações sobre o tema da destinação dos resíduos de construção e demolição (RCD).

Citam-se alguns exemplos, tais como:

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- Estatuto das Cidades, Lei nº 10.257 de 10 de Junho de 2001 “... que determina novas e

importantes diretrizes para o desenvolvimento sustentável dos aglomerados urbanos no país”;

- Resolução nº 307 de 05 de Julho de 2002 do Conselho Nacional do Meio Ambiente

(CONAMA) que definiu responsabilidades e criou deveres para o Gerenciamento dos

Resíduos de Construção Civil;

- Lei nº 11.445, de 05 de janeiro de 2007, que “estabelece as diretrizes nacionais para o

saneamento básico e para a política federal de saneamento básico”;

- A Política Nacional de Resíduos Sólidos, Lei nº 12.305, de 02 de agosto de 2010, que

versa “... sobre as diretrizes relativas à gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos

sólidos, incluídos os perigosos, às responsabilidades dos geradores e do poder público e aos

instrumentos econômicos aplicáveis”;

- Decreto nº 7.404, 23 de dezembro de 2010 “Regulamenta a Lei no 12.305, de 2 de

agosto de 2010 ...”.

Lintz et al. (2012) corroboram com a ideia dos autores Evangelista et al. (2010) e Guedes &

Fernandes (2013) e, acrescentam dizendo que a Resolução CONAMA nº 307 de 2002 vem ao

longo do tempo sofrendo alterações, por parte do próprio órgão, a fim de adequá-la à

realidade da sociedade em geral. As resoluções que vieram para complementar esta primeira

legislação foram:

- Resolução nº 348/2004: Incluiu o amianto na classe de resíduos perigosos;

- Resolução nº 431/2011: Estabeleceu nova classificação para o gesso;

- Resolução nº 448/2012: Alterou os art. 2º, 4º, 5º, 6º, 8º, 9º, 10 e 11 da Resolução nº

307/2002.

Guedes & Fernandes (2013) sugerem o traçado de uma linha do tempo, após o levantamento

dos principais instrumentos legais e normativos de abrangência nacional, a respeito do manejo

dos resíduos de construção e demolição (RCD) conforme a Figura 2.

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Figura 2 - Principais instrumentos legais e normativos de abrangência nacional a

respeito do manejo dos resíduos de construção e demolição

Fonte: Adaptado de Lintz et al. (2012) e Guedes & Fernandes (2013)

Analisando-se a Figura 2 pode-se constatar que a primeira legislação que iniciou a discussão

sobre o manejo de RCD no Brasil foi o Estatuto das Cidades, Lei nº 10.257/2001 (GUEDES

& FERNANDES, 2013). E, Lintz et al. (2012) dizem que a publicação da Resolução

CONAMA nº 307 de 2002, trouxe a primeira resolução norteadora sobre os RCD no país,

depois de passados dez anos da ECO 92.

Em relação a Figura 2, os autores Galvão Junior et al. (2012) dizem que, com a entrada em

vigor da lei de diretrizes nacionais para o saneamento básico e a política federal de

saneamento básico, foram estabelecidos os marcos regulatórios no setor em seus quatro

aspectos principais: abastecimento de água, esgotamento sanitário, manejo de resíduos sólidos

e manejo de águas pluviais e, também, foi definida a elaboração do Plano Nacional de

Saneamento Básico (PNSB) em 2007.

No que se refere a Figura 2, os autores Spegiorin et al. (2012) comentam que a promulgação

da Lei nº 12.305 em 2010, ou seja, da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) e sua

regulamentação pelo Decreto nº 7.404 em 2010 trouxeram definições para o cenário nacional

que as legislações anteriores não continham, tais como os princípios, os objetivos, os

instrumentos e as diretrizes relativas ao assunto.

Pela Figura 2 verifica-se que antes da promulgação da Resolução nº 307/2002 do Conselho

Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) havia no Brasil uma Norma denominada de NBR

10.004, sob o título de “Resíduos Sólidos – Classificação”, publicada pela Associação

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Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), no ano de 1987, que servia de balizamento no

assunto da classificação dos resíduos sólidos (VIEIRA & DAL MOLIN, 2004; CAMARGO

et al., 2012; SILVA & FERNANDES, 2012).

Após a entrada em vigor da Resolução do CONAMA, a Norma NBR 10.004 de 1987 sofreu

uma revisão e foi publicada novamente no ano de 2004 com correções, complementações e

atualizações que vinham ao encontro das questões ambientais e do desenvolvimento

sustentável (VIEIRA & DAL MOLIN, 2004; CAMARGO et al., 2012; SILVA &

FERNANDES, 2012).

A publicação da NBR 10.004 de 2004 trouxe a classificação dos resíduos no que se refere aos

riscos potenciais ao meio ambiente e à saúde pública e como devem ser gerenciados

(SPEGIORIN et al., 2012;).

Miranda et al. (2009) dizem que neste mesmo ano, a ABNT também elaborou normas que

orientam sobre a implantação de áreas de transbordo e triagem, aterros, áreas de reciclagem e

uso do agregado reciclado, que são:

- NBR 15112 – Resíduos da Construção Civil e Resíduos Volumosos – Áreas de

Transbordo e Triagem – Diretrizes para Projeto, Implantação e Operação;

- NBR 15113 – Resíduos Sólidos da Construção Civil e Resíduos Inertes – Aterros –

Diretrizes para Projeto, Implantação e Operação;

- NBR 15114 – Resíduos Sólidos da Construção Civil – Áreas de Reciclagem – Diretrizes

para Projeto, Implantação e Operação;

- NBR 15115 – Agregados Reciclados de Resíduos Sólidos da Construção Civil –

Execução de Camadas de Pavimentação – Procedimentos;

- NBR 15116 – Agregados Reciclados de Resíduos Sólidos da Construção Civil –

Utilização em Pavimentação e Preparo de Concreto sem Função Estrutural – Requisitos.

A publicação destas normas permitiu a utilização do resíduo classe A como matéria prima e,

também, viabilizou a compra deste material pelo poder público (Miranda et al., 2009;

SINDUSCON-SP, 2012).

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É importante mencionar que as iniciativas governamentais para incentivar o manejo dos

resíduos de construção e demolição não advêm somente da promulgação da PNRS, mas são

expostas desde 2005 quando da publicação pela Caixa Econômica Federal (CEF), em parceria

com o Ministério das Cidades e o Ministério do Meio Ambiente, dos Manuais de Orientação

sobre Manejo e Gestão de Resíduos de Construção Civil volume 1: como implantar um

sistema de manejo e gestão nos municípios e volume 2: procedimentos para a solicitação de

financiamento (PINTO & GONZÁLEZ, 2005; REIS et al., 2011a; CAMPOS et al., 2013).

Estes manuais detalham a inserção no cenário nacional da Resolução nº 307 do CONAMA, a

elaboração de diagnósticos dos impactos ambientais, econômicos e sociais, de um plano

integrado de gerenciamento, o financiamento de soluções por parte da CEF, mostrando as

análises técnicas e as condições de financiamento nas quais o governo cria uma nova

modalidade de linha de crédito para os RCD tanto para os entes públicos como privados

(PINTO & GONZÁLEZ, 2005; REIS et al., 2011a; CAMPOS et al., 2013).

Com os citados manuais, o governo federal preencheu uma lacuna em relação aos seguintes

aspectos: a disponibilização de mecanismos na avalição dos impactos sociais, econômicos e

ambientais, a viabilidade de recursos financeiros para ações de manejo nos municípios, sugere

uma sistemática para a efetiva instalação de áreas de manejo e provê subsídios para engajar

geradores, transportadores e receptores (JACOBI & BESEN, 2011).

2.4. GERAÇÃO DOS RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO E DEMOLIÇÃO

Apesar da geração dos resíduos de construção e demolição (RCD) ser disseminada por toda a

sociedade e se iniciar na etapa da extração da matéria-prima, este assunto ainda carece de

dados precisos e oficiais, pois a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico 2008 (PNSB 2008)

não forneceu números a respeito deste tema (JACOBI & BESEN, 2011; FARIA et al., 2013).

Os dados que se encontram disponíveis sobre de geração de resíduos de construção e

demolição no Brasil são provenientes da literatura acadêmica, são dados divulgados por

prefeituras municipais e por manuais publicados por sindicatos e por agentes de apoio ao

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desenvolvimento urbano, tais como, do Sindicato da Indústria da Construção Civil dos

Estados de São Paulo (SINDUSCON-SP) e Minas Gerais (SINDUSCON-MG) e Caixa

Econômica Federal (CEF). Pode-se observar estes valores através da Tabela 3.

Tabela 3 – Estimativa de geração de resíduo de construção e demolição (RCD) em

algumas cidades brasileiras

Cidade/Estado - Ano Total RCD

(t/dia)

Taxa per

capita

(t/hab.ano)

Autores

São Carlos/SP - 2007 101 0,17 Fagury & Grande (2007)

Rio de Janeiro/RJ - 2007 2877 0,18 Nunes et al. (2007a)

Passo Fundo/RS - 2008 101 0,20 Bernardes et al. (2008)

Belo Horizonte/MG -2009 2278 0,92 Costa & Oliveira (2011)

Salvador/BA - 2009 2300 0,31 Evangelista et al. (2010)

Goiânia/GO - 2009 1500 0,42 Silva et al. (2010a)

Pelotas/RS - 2012 404 0,12 Tessaro et al. (2012)

Teresina/PI - 2012 180 0,08 Mesquita (2012)

Juazeiro do Norte/CE - 2012 100 0,12 Marinho & Silva (2012)

Crato/CE - 2012 67 0,18 Marinho & Silva (2012)

Fonte: Adaptado de Fagury & Grande (2007), Nunes et al. (2007a), Bernardes et al. (2008), Costa & Oliveira

(2011), Evangelista et al. (2010), Silva et al. (2010a), PMSP (2011), Tessaro et al. (2012), Mesquita (2012) e

Marinho & Silva (2012).

Observa-se na Tabela 3 que a geração per capita de resíduos de construção e demolição

(RCD) varia entre 0,08 a 0,92 t/hab.ano, sendo observada uma média de 0,50 t/hab.ano. Estes

números são muito próximos aos estimados por Delongui et al. (2011) que sugerem que a

geração per capita de RCD no Brasil está entre 230 a 760 Kg/hab.ano e uma média 510

Kg/hab.ano, Oliveira et al. (2011) indicam 0,52 t/hab.ano e Malia et al. (2011) recomendam

0,50 t/hab.ano. Pode-se comparar os valores da realidade brasileira com alguns países

membros da União Europeia conforme Tabela 4.

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Tabela 4 – Volumes de RCD em alguns países membros da União Europeia

País Total RCD

(t/dia)

Taxa

(t/hab.ano)

Áustria 85814 0,81

Bélgica 35863 1,18

Dinamarca 15896 1,12

Finlândia 63414 3,99

França não informou 5,50

Alemanha 538455 2,24

Grécia 18710 0,37

Irlanda 45477 3,95

Itália 143332 0,78

Luxemburgo 18562 5,90

Holanda 155096 1,58

Noruega 3419 0,32

Portugal 9882 1,09

Espanha 129652 0,88

Suécia 24501 1,44

Reino Unido 300126 1,89

Fonte: Adaptado de Coronado et al. (2011).

Nota-se pela Tabela 4 que a geração per capita de RCD em alguns países membros da União

Europeia varia 0,32 a 5,90 t/hab.ano, sendo observada uma média de 2,07 t/hab.ano. Estes

valores são diferentes dos observados para a realidade brasileira, pois apresentam um

intervalo maior de variação e uma média superior.

É importante ressaltar que os dados de geração de RCD no Brasil estimados por Delongui et

al. (2011), Oliveira et al. (2011) e Malia et al. (2011) foram obtidos através de extrapolações

de estudos em algumas cidades brasileiras, que serviram como base para se estimar a

produção per capita deste rejeito. Diferentemente do que acontece na União Europeia, pois os

dados apresentados por Coronado et al. (2011) foram extraídos através do Órgão de

Estatística do bloco, denominado EUROSTAT, que tem como objetivo coletar as

informações, produzir dados estatísticos e harmonizar os métodos estatísticos entre os

Estados-membros.

Pode-se continuar a comparação dos volumes de geração de RCD com outros países que têm

uma importante indústria da construção, tais como: Austrália: 44042 t/dia (TAM, 2009);

Japão: 2404 t/dia (TAM, 2009); e, Estados Unidos: 458.333 t/dia (YUAN et al., 2012); e

também, algumas metrópoles chinesas, por exemplo: Shanghai: 67.628 t/dia (YUAN et al.,

2011c) e Hong Kong: 49359 t/dia (YU et al., 2013).

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Lu & Yuan (2011) e Coronado et al. (2011) salientam que a geração de RCD está

condicionada à intensidade das atividades construtivas de cada país, à tecnologia empregada e

a outros fatores. Os autores também destacam que as diferenças observadas na geração, de

RCD, são derivadas da importância das atividades de construção, manutenção e demolição de

cada economia e da taxa de perda de materiais na atividade.

Saez et al. (2013) alertam que embora a atividade de construção tenha entrado em uma fase de

declínio, devido à crise econômica no continente europeu e as mudanças no ciclo de

produtividade, os problemas causados pelos resíduos precisam ser tratados e considerados em

profundidade. Os autores concluem seu pensamento alertando que é necessário conhecer o

real volume gerado de RCD em cada território para que se atinja a meta de reciclar 70% dos

resíduos de construção e demolição em 2020 conforme a Directiva 2008/98/CE de 19 de

novembro de 2008.

É importante frisar que, em 2006, a União Europeia publicou a Directiva 2006/12/CE que

instituiu a obrigatoriedade dos Planos Nacionais de Gestão de Resíduos para os seus estados-

membros. Por este motivo, verifica-se que a taxa de geração de RCD em países como

Luxemburgo é dez vezes maior (5,90 t/hab.ano) que a verificada no Brasil, ou seja, há alguns

anos os volumes de geração dos resíduos já estão sendo monitorados em seus respectivos

territórios para que ações possam ser estabelecidas (SAEZ et al., 2013).

Yuan et al. (2011c) dizem que uma das preocupações em determinar os volumes de geração

de RCD, principalmente nos Estados Unidos, se deve às estratégias para minimizar o

potencial de poluição derivado deste material, à redução dos resíduos na fonte, à reutilização e

reciclagem, e à eliminação deste dejetos em aterros.

Em relação à realidade brasileira, Pinto & González (2005) e Bernardes et al. (2008) mostram

que a geração de RCD apresenta-se dividida, em geral, 59% são derivados de reformas,

ampliações e demolições e 41% de novas edificações e, Carmo et al. (2012) são mais

específicos e afirmam que 64,1% são provenientes de reformas, 18,2% de construções novas,

7,1% de demolições e 10,6% de outras atividades. Yuan et al. (2011c) asseguram que nos

Estados Unidos a geração deste material é de 48% em demolições, 44% em renovações e 8%

outros.

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Neste contexto, o SINDUSCON-SP (2012) diz que o pequeno gerador é responsável por 70%

do RCD gerado no Brasil proveniente de pequenas obras e demolições, e os 30% restantes são

oriundos da construção formal, ou seja, do grande gerador. Enquanto Carmo et al. (2012)

afirmam que 84,3% são provenientes de construções residenciais, 13,5% de construções

comerciais e 2,2% mistos.

Melo et al. (2011) e Gonçalves & Fornari (2012) sugerem duas formas de estimar a geração

de RCD, que são: através das construções licenciadas e a partir da ação dos coletores. No caso

das construções licenciadas, são calculadas as áreas edificadas registradas por ano e, é

estimada uma taxa de geração de resíduo por metro quadrado edificado.

No cálculo da taxa de geração de resíduo, por metro quadrado edificado, deve-se levar em

consideração a massa estimada para as edificações, a perda média de materiais na sua

utilização e o resíduo que vai sendo gerado ao longo do processo construtivo. Este método

tem suas limitações por ser empírico, pois apoia-se em várias condicionantes, como por

exemplo: tipo de material a ser utilizado, padrão de acabamento a ser empregado no

empreendimento, nível de especialização da mão de obra, entre outros motivos (MELO et al.,

2011; GONÇALVES & FORNARI, 2012).

No caso da estimativa a partir da ação dos coletores também trata-se de método empírico, pois

ao se obter dados apenas das empresas licenciadas pelas municipalidades, para realização

deste trabalho, não se está considerando os descartes irregulares e o transporte por pequenos

carroceiros, que na maioria das vezes, trabalham na informalidade (MELO et al., 2011;

GONÇALVES & FORNARI, 2012).

Com o intuito de analisar os números relativos ao RCD coletado no Brasil, através dos

transportadores licenciados, examinam-se os dados divulgados anualmente pela Associação

Brasileira das Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (ABRELPE, 2011)

conforme Tabela 5.

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Tabela 5 – Volumes de RCD coletados no Brasil

Ano RCD coletado

(t/dia)

Taxa

(t/hab.ano)

2007 72597 0,14

2008 80342 0,19

2009 91444 0,21

2010 99354 0,23

2011 106549 0,24

Fonte: Adaptado de ABRELPE (2007; 2008; 2009; 2010; 2011).

Nota-se por meio da Tabela 5 que a taxa per capita anual de RCD coletado é inferior à

estimada por Delongui et al. (2011), Oliveira et al. (2011) e Malia et al. (2011) e apurada na

Tabela 3. É importante ressaltar que nos dados expostos na Tabela 5 apenas estão

considerados os volumes que as empresas licenciadas transportaram e não foi considerado o

volume total produzido no território nacional. Por este motivo, os valores mostram-se

inferiores aos estimados em ambos os casos, mas verifica-se um crescimento ao longo dos

últimos anos.

Ressalta-se que na estimativa de geração dos RCD, a partir da ação dos coletores, existe

também uma imprecisão nos dados devida à atuação de empresas que trabalham sem

licenciamento, aos autônomos que operam com pequenos veículos e com carroças de tração

animal, popularmente conhecidos como carroceiros, e dos bota-foras clandestinos (PINTO &

GONZÁLEZ, 2005; GONÇALVES & FORNARI, 2012).

2.5. COMPOSIÇÃO GRAVIMÉTRICA DOS RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO E

DEMOLIÇÃO

Leite et al. (2010) e Ângulo et al. (2013) dizem que o resíduo de construção e demolição

(RCD) tem uma grande variedade de materiais em sua composição, derivados das inúmeras

atividades construtivas que ocorrem concomitantemente durante o desenvolvimento de uma

obra. Ainda, observam que os RCD são compostos por materiais heterogêneos e sua

composição química está relacionada com o arranjo dos rejeitos que o compõem. Segundo

Ângulo et al. (2013) e Lima & Cabral (2013) este assunto, em particular, é difícil de ser

determinado, pois representa uma equação de inúmeras variáveis, tais como:

- Tipo de obra que será realizada;

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- Tipo de materiais empregados;

- Fase da obra;

- Qualidade da mão de obra empregada;

- Emprego de ferramentas de gestão na obra;

- Possibilidade de certificação da obra;

- Região econômica da realização da obra;

- Diferenças regionais do país;

- Técnicas construtivas;

- Rastreabilidade dos resíduos produzidos;

- Implantação de reciclagem e reutilização dos materiais no canteiro.

Foram retirados dados de alguns trabalhos da literatura acadêmica que versam sobre a

composição gravimétrica dos resíduos de construção e demolição (RCD) no país ao longo dos

últimos anos apresentado na Tabela 6.

Tabela 6 – Composição gravimétrica dos RCD no Brasil ao longo dos últimos

Material

Marques Neto &

Schalch

(2010)

Silva et al.

(2010a)

Carmo et al.

(2012)

Tessaro et al.

(2012)

Lima & Cabral

(2013)

São Carlos,

SP

Goiânia,

GO

Belo Horizonte,

MG

Pelotas,

RS

Fortaleza,

CE

Argamassa 8% 3% 25%

32% 22%

Concreto 26% - 15,6%

Cerâmica polida 14% 94% 51%

- 10,4%

Cerâmica 19% 31% -

Pedras 10% - - - -

Areia 9%

- - - -

Solo - - 25% -

Gesso 1% - - 1% -

Madeira 7% - - 4% -

Metais - - - 2,5% -

Fibrocimento - - - - -

Outros 6% 3% 24% 4,5% 47,4%

Fonte: Adaptado de Marques Neto & Schalch (2010), Silva et al. (2010a), Carmo et al. (2012), Tessaro et al.

(2012) e Lima & Cabral (2013).

Os dados apresentados na Tabela 6 revelam que o maior percentual de resíduos gerados nas

obras no Brasil, independentemente das diferenças regionais e do tipo de obra, é o resíduo

classe A, ou seja, são os provenientes de resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados.

E, também, é possível observar que este material apenas variou seu percentual de acordo com

a pesquisa dos autores.

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Mália et al. (2011) observam que os índices representados na da Tabela 6 indicam que há um

material com alto valor econômico e potencial para ser reciclado sendo encaminhado para os

aterros todos os dias. Por este motivo são necessários o desenvolvimento e a aplicação de

técnicas construtivas sustentáveis para a diminuição do volume de RCD gerados, bem como, a

difusão do conhecimento para a sociedade em geral de que a reciclagem e a reutilização

destes tipos de resíduos são possíveis e necessárias. Pode-se comparar a realidade brasileira

com de outros países conforme Tabela 7.

Tabela 7 – Composição gravimétrica dos RCD em outros países ao longo dos últimos

Material

Bohne et al.

(2008)

Hu et al.

(2010)

Lage et al.

(2010)

Al-Hajj & Hamami

(2011)

Katz & Baum

(2011)

Trondheim,

Noruega

Pequim,

China

Galícia,

Espanha

Dubai,

Emirados Árabes Unidos

Haifa,

Israel

Argamassas,

Concretos e

Blocos

80% 8,0% 29,3% 11,1% 24% a 48%

Cerâmica - - 44,5% 18,7% -

Solo - 88,1% - -

Gesso 5% - 3,6% - -

Madeira 8% - 5,4% 13,9% -

Metais 5% - 8,8% 3,9% 10% a 20%

Papel 1% - 3,4% - 5% a 54%

Plásticos 1% - 3,9% 17,7% -

Outros - 3,9% 1,1% 16,3% 18% a 80%

Fonte: Adaptado de Bohne et al. (2008), Hu et al. (2010), Lage et al. (2010), Al-Hajj & Hamami (2011) e Katz

& Baum (2011).

Pode-se verificar que o percentual de material classe A na composição gravimétrica dos RCD,

em outros países, é considerável, ou seja, é comparável com a realidade brasileira. Hu et al.

(2010) e Koletnik et al. (2012) salientam que o descarte deste material é causador de grandes

impactos ambientais seja pelo tamanho da área necessária para a disposição final seja pelas

perdas no processo como pela energia dispendida na extração, beneficiamento e transporte.

Bohne et al. (2008) complementam a informação anterior frisando que os impactos não se

restringem à esfera ambiental mas também atingem a área econômica, pois o percentual

acentuado de descarte deste material representa a diminuição do retorno do investimento, a

deficiência no sistema empregado e os custos adicionais de transporte do material para

disposição final.

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2.6. RECICLAGEM DOS RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO E DEMOLIÇÃO

A competição entre as empresas brasileiras de construção está cada vez mais acirrada,

inclusive nos mercados internacionais, o que faz que este ramo de atividade busque

alternativas ecologicamente corretas, invista em pesquisa e desenvolvimento (P&D) e faça

uso de práticas de Sustentabilidade (FREJ & ALENCAR, 2010; SILVA & FERNANDES,

2012; RODRIGUES et al., 2013).

Desta forma, a construção civil vem tentando aproximar sua forma de atuação ao

desenvolvimento sustentável e, por consequência, esta mudança de atitude traz consigo

mudanças organizacionais, na visão de negócios, nos processos produtivos, nas relações

internas com seus funcionários, e externas com as comunidades, os investidores ou

fornecedores (FREJ &ALENCAR, 2010; SILVA & FERNANDES, 2012; RODRIGUES et

al., 2013).

Portanto, a reciclagem de resíduos gerados pela indústria da construção civil vem se

consolidando como uma prática importante para a Sustentabilidade seja com o objetivo de

atenuar o impacto ambiental gerado por esta atividade econômica, ou de reduzir os seus

custos de produção (LI et al., 2011; LU & TAM, 2013).

O conceito ambiental começou a ser levado em consideração pelas empresas construtoras

através da prática dos três “R” (reduzir, reutilizar, reciclar). Este conceito tem sido difundido

tanto para o topo como para base da pirâmide hierárquica das empresas do ramo (LU &

YUAN, 2011; ARIF et al., 2011). Yates (2013) corrobora esta ideia afirmando que este

conceito foi aperfeiçoado e expandido, e que atualmente são quatro “R” (reduzir o consumo,

reutilizar, recuperar e reciclar).

O tratamento de resíduos tem merecido particular atenção de pesquisadores e da indústria, que

tem buscado formas de não apenas reduzir sua geração, mas também viabilizar a sua

reutilização e reciclagem ou reaproveitamento. Além de reduzir a demanda por recursos

naturais, a utilização de resíduos de construção e demolição (RCD) em novas obras ajudam a

resolver o problema da destinação desses materiais. Essa utilização pode ocorrer sob várias

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formas: em agregados para concreto, produção de argamassa, blocos e tijolos, na

pavimentação de estradas, em obras de drenagem, estabilização de encostas e recuperação

topográfica, dentre outras possibilidades (LU & YUAN, 2011; YUAN, 2012).

Em relação a reciclagem de resíduos, tem sido adotada uma hierarquia de gestão que é

consenso tanto na literatura acadêmica nacional e internacional, como na legislação nacional e

internacional, por exemplo: a Política Nacional dos Resíduos Sólidos (PNRS) do Brasil, a

Diretiva 2008/98/CE, relativa aos resíduos, da União Europeia e a Lei de Recuperação e

Conservação de Recursos (ECRA) da Agência de Proteção Ambiental (EPA) dos Estados

Unidos (NUNES et al., 2007b; HWANG & YEO, 2010; INGLEZAKIS & ZORPAS, 2010;

HEIJDEN & BUEREN, 2013; COELHO & BRITO, 2013

Basicamente, esta hierarquia é composta por cinco degraus em sua estrutura: reduzir a

geração, reutilizar o resíduo, reciclar, incinerar recuperando a energia e, por fim, a disposição

final. Esta prioridade obedece a ordem do mais preferido até o menos preferido, ou seja, tenta-

se achar sempre uma melhor utilização dos rejeitos dos materiais empregados no processo de

construção ( MARCHEZETTI et al., 2011; YUAN & SHEN, 2011; PEREIRA & CURI,

2012; GODECKE et al., 2012; JACOBI et al., 2012). Tam (2009) comenta que mais

recentemente foi incorporado mais um degrau a esta escala que é a não geração, ou seja, deve-

se optar por, ou buscar, soluções que evitem a geração destes rejeitos como pode-se verificar

na Figura 2.

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Figura 3 - Hierarquia de gestão dos resíduos

Fonte: Adaptado de Demirbas (2011)

O conceito exposto pela Figura 3, pode ser aplicado aos RCD da seguinte maneira:

- Os resíduos inertes, denominados pela Resolução CONAMA 307 de 2002 de classe A,

como por exemplo restos de concreto, argamassas, tijolos, cerâmicas podem reciclados e,

posteriormente, aproveitados como agregados graúdos e miúdos de acordo com a peneira de

trituração ou na obtenção de novos materiais. Outro material da mesma classe que se

encaixaria na pirâmide é o rejeito proveniente de escavação que, neste caso, se enquadraria no

item reutilização, pois poderia ser utilizado como reaterro em outros locais sem a necessidade

de passar por nenhum processo de remanufatura (COSTA et al., 2007; MIRANDA et al.,

2009; ULSEN et al., 2010; MALIA et al., 2011; TESSARO et al., 2012);

- Em relação aos resíduos classe B, pode-se citar como exemplo madeiras, metais

ferrosos e não ferrosos, plásticos, papel e papelão e entre outros materiais que, se forem

encaminhados para reciclagem, podem ser facilmente remanufaturados e também se

enquadram na pirâmide, no item reciclagem dos resíduos (MIRANDA et al., 2009; MALIA et

al., 2011; TESSARO et al., 2012);

- No que se refere aos resíduos classe C, ainda não existe uma tecnologia para sua

reciclagem e se enquadram somente no item disposição final em aterro controlado (MALIA et

al., 2011; TESSARO et al., 2012);

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- E, por fim os resíduos classe D, denominados de perigosos, podem ser encaminhados

tanto para reciclagem como para incineração e, em último caso, podem ser direcionados para

disposição final em aterro controlado (MALIA et al., 2011; TESSARO et al., 2012).

A reciclagem dos resíduos de construção e demolição trazem benefícios que são abordados

em inúmeros trabalhos, tais como: Tam et al. (2007); Santin (2009); Hwang & Yeo (2011);

Yuan & Shen (2011); Arif et al. (2013); Oyedete et al. (2013); Yates (2013); Ling & Maygen

(2013) entre outros. A seguir, estão citados os benefícios mencionados pelos autores em

relação a reciclagem dos RCD:

- Redução no consumo de recursos naturais não renováveis;

- Redução de áreas necessárias para aterro, pela minimização de volume de resíduos

através da reciclagem;

- Redução do consumo de energia durante o processo de produção;

- Redução da energia utilizada para extração e transporte dos materiais aos centros

consumidores;

- Redução da poluição;

- Possibilidades de melhoria no trânsito da região pela diminuição do transporte dos

materiais virgens aos centros consumidores;

- Geração de emprego e renda e melhoria no âmbito social com uma nova e ampla cadeia

produtiva no mercado de trabalho.

Os benefícios acima listados se traduzem em melhorias nas esferas ambiental, social e

econômica, pois ao reciclar estes materiais são obtidos resultados, tais como: diminuição da

exploração de recursos não renováveis e da poluição; qualificação da mão de obra para atuar

nesta nova cadeia produtiva e criação de novos postos de trabalho; ganho em qualidade de

vida dos munícipes ocasionado pelo não alagamento de vias públicas, residências e locais

produtivos e diminuição de enfermidades derivadas destes eventos; possibilidade de

construção de moradias populares e benfeitorias em parques e praças; e, melhorias em vias

vicinais e municipais ocasionado pela abundância de material (TAM et al., 2007, HWANG &

YEO 2011, OYEDETE et al., 2013, LING & MAYGEN, 2013).

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2.7. PANORAMA DA RECICLAGEM DOS RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO E

DEMOLIÇÃO NO BRASIL

O panorama da reciclagem dos RCD é mostrado através da Pesquisa Nacional de Saneamento

Básico 2008 (PNSB 2008) publicada em 2010 pelo Instituo Brasileiro de Geografia e

Estatística (IBGE) pela Tabela 8.

Tabela 8 - Existência e tipo de processamento dos resíduos de construção e demolição

Total de

municípios

brasileiros

Existência e tipo de processamento dos resíduos

Total

Triagem simples

dos resíduos de

construção e

demolição

reaproveitáveis

(classes A e B)

Triagem e

trituração

simples dos

resíduos

classe A

Triagem e

trituração dos

resíduos classe A,

com classificação

granulométrica dos

agregados

reciclados

Reaproveitamento

dos agregados

produzidos na

fabricação de

componentes

construtivos

Outro

5564 392 124 14 20 79 204

Fonte: Adaptado de IBGE (2010).

Com os dados apontados pela Tabela 8, constata-se que dos 5564 municípios prospectados

apenas 7,05% realizam algum tipo de processamento dos RCD. Entre as cidades brasileiras,

pode-se verificar que: 2,23% realizam triagem simples dos resíduos de construção e

demolição reaproveitáveis; 0,25% concretizam a triagem e trituração simples dos resíduos

classe A; 0,36% executam a triagem e trituração dos resíduos classe A, com classificação

granulométrica dos agregados reciclados; 1,42% fazem o reaproveitamento dos agregados

produzidos na fabricação de componentes construtivos; e, 3,67% realizam outros tipos de

processamento.

Analisando-se a Tabela 8, comprova-se que existe um potencial latente na reciclagem e no

reaproveitamento dos RCD, pois os percentuais apurados são significativamente baixos e,

revelam que, na maioria das cidades brasileiras, os resíduos de construção estão sendo

encaminhados para aterros, sejam eles licenciados ou não, sem passar por nenhum processo

de remanufatura e, por consequência, os municípios não estão se beneficiando das vantagens

sociais e econômicas propiciadas pelo efetivo manejo destes materiais.

Com os dados expostos pela Tabela 8 verifica-se que o IBGE (2010) não mostrou os volumes

produzidos de material reciclado em cada uma das quatro etapas do manejo dos resíduos

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(triagem simples, trituração, classificação granulométrica e reaproveitamento) e, também, não

são relacionados quantos trabalhadores formais e informais estão envolvidos ao longo desta

cadeia. Os volumes de RCD nas operações relacionadas pelo IBGE (2010) são estimados pela

da literatura acadêmica e de sindicatos de classes envolvidas em processos construtivos.

Pode-se verificar alguns dados mais recentes sobre o panorama de reciclagem dos RCD por

meio de uma publicação de 2012 denominada de “Resíduos da Construção Civil e o Estado de

São Paulo” emitida pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do estado de São Paulo

(SINDUSCON-SP). Esta pesquisa foi realizada em 348 municípios no Estado de São Paulo e,

as informações foram prospectadas conforme as Figuras 4 a 9.

Figura 4 – Municípios com Área de Transbordo e Triagem (ATT) no Estado de São

Paulo

Fonte: Adaptado de SINDUSCON-SP (2012)

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Figura 5 – Municípios com unidades recicladoras de resíduos classe A no Estado de São

Paulo

Fonte: Adaptado de SINDUSCON-SP (2012)

Figura 6 – Municípios com unidades recicladoras de resíduos classe B no Estado de São

Paulo

Fonte: Adaptado de SINDUSCON-SP (2012)

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Figura 7 – Municípios com aterros de RCD no Estado de São Paulo

Fonte: Adaptado de SINDUSCON-SP (2012)

Figura 8 – Municípios com legislação específica sobre RCD no Estado de São Paulo

Fonte: Adaptado de SINDUSCON-SP (2012)

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Figura 9 – Municípios com cadastro municipal de transportadores no Estado de São

Paulo

Fonte: Adaptado de SINDUSCON-SP (2012)

Com os dados coletados pelo SINDUSCON-SP (2012), pode-se fazer os seguintes

comentários:

- 177 municípios do Estado de São Paulo têm ATT, representando 51% da amostra. Desta

forma, verifica-se que este tipo de área está em expansão pelo estado;

- 63 municípios do Estado de São Paulo têm áreas de reciclagem de RCD classe A,

representando 18% da amostra. Deste modo, analisa-se que ainda é muito pequena a

disponibilidade de áreas de reciclagem para este tipo de resíduo para o estado e que é

necessário se expandir;

- 70 municípios do Estado de São Paulo têm área de reciclagem de RCD classe B,

representando 20% da amostra. Desta maneira, constata-se que este ainda é pequena a área de

reciclagem para este tipo de resíduo para o estado, e que se torna necessário ampliá-la;

- 62 municípios do Estado de São Paulo têm aterro de RCD, representando 18% da

amostra. Sendo assim, verifica-se que maior parte das cidades do estado não oferecem opções

para a destinação dos resíduos;

- 60% da amostra dos municípios do Estado de São Paulo têm legislações específicas

sobre o manejo dos RCD. Pode-se dizer que existe um percentual significativamente grande

de cidades sem diretrizes para este tipo de resíduo;

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- 55% da amostra dos municípios do Estado de São Paulo não têm controle sobre o

transportador dos RCD. Este número representa um percentual significativo de cidades sem

controle sobre o transporte deste tipo de resíduo.

Pela pesquisa pode-se verificar a necessidade de investimento em pesquisa e em novas

tecnologias, pois de forma análoga aos elementos divulgados pelo IBGE (2010), analisa-se

que é pequeno o número de munícipios que têm reciclagem dos resíduos classe A. Através

dos dados mostrados pelas Figuras 4 a 9 acredita-se que a quantidade expressiva de

municípios com legislação específica e em processo de elaboração e aprovação seja motivada

pela PNRS e, desta forma, espera-se que esta quantidade aumente com o fim do prazo de

quatro anos para a entrada em vigor da PNRS e, também, por pressões advindas da sociedade,

de organizações ambientais, da impressa, do Ministério Público e do Estado.

Pode-se dizer também que os dados divulgados, tanto pelo IBGE (2010) como pelo

SINDUSCON-SP (2012) mostram que na maioria das cidades brasileiras ainda não oferecem

alternativas para coleta e tratamento do resíduo de construção e demolição, e não conhecem as

quantidades, qual é o perfil do profissional e quais são as condições de trabalho nestes

lugares.

Apesar do número de usinas de reciclagem estar crescendo, verifica-se a necessidade de haver

uma articulação entre os diversos agentes envolvidos e de ação do poder público municipal

para integrá-los e estimular o consumo, pois em outros países a reciclagem de RCD é rentável

porque há fortes incentivos por parte do governo para sua utilização. Para que o material se

torne competitivo, em relação ao material virgem, é necessário que seja implantado um

controle tecnológico de qualidade para que se venha reduzir a variabilidade do agregado

reciclado (MIRANDA et al, 2009).

Melo et al. (2013) dizem que, pelas estimativas de RCD gerado pelo Brasil, justificam-se

esforços em pesquisa e desenvolvimento de novos materiais e técnicas de reciclagem e de

reaproveitamento. Além disso, os autores sugerem que se crie mecanismos de incentivos e um

processo amplo de remanufatura deste material, pois para reduzir os impactos causados pelo

consumo de matéria prima assim como a geração dos resíduos, a melhor opção, é a

reciclagem.

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Varela (2010) e Narasimham (2011) comentam que a construção civil tem um alto potencial

para consumir materiais reciclados, pois os materiais necessários para produção da grande

maioria dos componentes de uma edificação, especialmente os derivados do cimento

Portland, são de composição e produção simples, não precisam de grande sofisticação

técnica, toleram variabilidade e, em alguns casos, permitem baixas resistências mecânicas.

Kralj (2011) explana que os RCD são tema de estudos e pesquisas em várias universidades,

tanto no que se refere na diminuição da sua geração como no manejo e na produção de novos

materiais. Além disso, o autor salienta que já está comprovada a viabilidade técnica e

econômica da reciclagem destes resíduos.

Seja como agregado para produção de materiais cimentícios seja em obras de terraplenagem e

de drenagem e em recuperação topográfica, a reciclagem dos RCD se apresenta como uma

solução inovadora para estes materiais, pois oferece a possibilidade de serem reutilizados

produzindo benefícios nas esferas ambiental, econômica e social ao invés de serem

encaminhados somente para disposição final (KRALJ, 2011).

Akadiri & Olomolaiye (2001) observam que as técnicas e os materiais utilizados na indústria

da construção não mudaram muito ao longo dos séculos. Os autores citam como exemplo a

fabricação das argamassas e dos concretos produzidos atualmente, ou seja, são empregados os

mesmos elementos: água, cimento e agregados. O que diferencia a realidade presente da de

outros tempos é a incorporação de aditivos, dependendo do uso para o qual se destinam

aqueles materiais. Outra diferença é a grande preocupação em buscar soluções

ambientalmente corretas pois o material virgem já é visto como sendo um recurso não

renovável.

2.8. INOVAÇÃO TECNOLÓGICA NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO

Analisa-se que o panorama internacional atual faz com que as inovações tecnológicas passem

a ser consideradas como ponto primordial para a competitividade global das empresas,

independentemente de seu ramo de atuação e de seu porte e, também, são consideradas

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percursoras de desenvolvimento e progresso das economias mundiais (TYKKÄ et al., 2010,

AR, 2012, HANUS & HARRIS, 2013).

Wong et al. (2010) falam que a indústria da construção serve como um motor de crescimento

para o desenvolvimento econômico de um país, mas pode também ser influenciada pela

economia em geral. A crise financeira global, em 2008, colocou enorme pressão sobre vários

setores, não sendo exceção o setor da construção. Isto foi manifestado pelo efeito da crise de

crédito que levou à escassez de financiamento para projetos de desenvolvimento tecnológicos

e de inovações.

Apesar de ter tido uma baixa nos investimentos de inovações tecnológicos nos últimos anos,

exemplos recentes de planejamento ao médio e longo prazo em soluções tecnológicas na

indústria da construção incluem a "Construction 2020" da Austrália e "The Big Ideas" do

Reino Unido, com o foco para lidar com os desafios do futuro, identificar as questões-chave e

tendências para o setor nos próximos 20 anos. Estes planos de orientações estratégicas têm

como objetivo sugerir, propor e incentivar medidas para se reinventar a indústria da

construção a fim de se alcançar um futuro mais sustentável (WONG et al., 2010).

Begum et al. (2009) dizem que conforme o estágio de desenvolvimento de um país, ocorrem

as mudanças nos tipos de demanda de inovações, desta forma, surgem novas diretrizes de

desenvolvimento, tais como, a preservação do meio ambiente, a reciclagem, o

reaproveitamento e a reutilização de resíduos, as novas fontes de energia renováveis, a

conservação de água e de energia, a diminuição das emissões de dióxido de carbono (CO2)

entre outras inovações.

Esta ideia é complementa por Ar (2012) afirmando que as crescentes preocupações

ambientais têm feito com que muitos países implementem leis de proteção ambiental mais

severas, para reduzir o impacto ambiental da indústria da construção. Os esforços deste ramo

produtivo, para melhorar o desempenho ambiental de seus processos produtivos, aumentaram

e, deste modo, todas as tecnologias e inovações que se desenvolveram em um novo produto

ou serviço fizeram uma contribuição positiva para o meio ambiente.

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Ar (2012) descreve que as preocupações com os recursos naturais e o meio ambiente se

tornaram uma premissa para o desenvolvimento econômico e um desafio no que se refere a

inovações tecnológicas para o setor da construção em todo o mundo, pois já é de

conhecimento geral que este ramo produtivo é um grande consumidor de matéria prima

natural e causadora de grandes impactos ambientais. Um elemento importante nesta questão

tem sido o aumento do reconhecimento de que os novos produtos, técnicas e processos

tecnológicos devem incorporar características mais sustentáveis do que no passado e, deste

modo, é fundamental que as soluções tecnológicas representem um papel importante para a

sustentabilidade.

A inovação está se tornando cada vez mais importante para as empresas e a sociedade em

geral, pois as soluções tecnológicas tornaram-se um fator para o desenvolvimento sustentável,

em conclusão, pode-se dizer que a inovação é o fator chave de sustentabilidade para

companhias e países (BEGUM et al., 2009). Mas, sabe-se também, que a inovação

tecnológica em países em desenvolvimento sofre com falta de apoio e incentivos e, ainda é

uma missão muito difícil (MELLO & AMORIM, 2009, QUERIDO et al., 2011).

Spithoven et al. (2010) explanam que a simples introdução de algo novo não deve ser

encarada como um acontecimento estanque, isolado e aleatório, mas trata-se de uma

sequência de processos concatenados com o processo inventivo, pois a incorporação da

novidade tecnológica passa pelo desenvolvimento de novas formas de aprendizado, pela

infraestrutura organizacional da empresa e pelo investimentos com pesquisas. Desta forma, os

autores alertam que a inovação tecnológica abre um novo mercado de trabalho pela

necessidade de aprimoramento da mão de obra para entrosamento e utilização dos novos

recursos e pela colocação em prática das novas formas de produção.

A indústria da construção civil brasileira, após um longo período de baixa atuação, vive um

momento de fortes investimentos públicos e privados com grandes obras em andamento e,

para que se prolongue este novo ciclo de prosperidade, este ramo vem buscando novas formas

de soluções tecnológicas para maximizar sua produtividade e lucros e reduzir prazos de

execução, perdas, desperdícios e custos (MELLO & AMORIM, 2009, ARAUJO JUNIOR et

al., 2012).

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Castro & Kruger (2013) comentam que a crise econômica da década de 1980 no Brasil fez

com que houvesse uma queda nos financiamentos de soluções tecnológicas e,

consequentemente, provocasse uma diminuição dos investimentos em relação às inovações.

Os autores destacam que neste período houve uma tentativa de reação da indústria construção,

que buscou superar a crise por meio da introdução de inovações.

Gradvohl et al. (2011) apontam que esta tentativa de reação estava atrelada a redução nas

margens de lucro, demandando uma maximização da produtividade do setor e,

consequentemente, um processo de reestruturação e inovação tecnológica. Contudo, todos

estes esforços em busca da inovação não levaram à difusão de novas tecnologias industriais

ou inovadoras mas fizeram com que as empresas procurassem aprimorar aspectos da

tecnologia que dominam, ao invés de adotar novas tecnologias.

Vivan & Paliari (2012) dizem que a partir de 2004, a conjuntura econômica do Brasil mudou

significativamente fazendo com que os níveis de crescimento da indústria da construção

superassem o da atividade econômica em geral país. Deste modo, o elevado custo da mão de

obra tornou-se o novo entrave para adoção gradual de soluções tecnológicas na construção.

Entretanto, Machado & Moraes (2008) alertam que o custo da mão de obra é somente um dos

diversos fatores que influenciam a seleção tecnológica no setor e, além disso, a seleção

tecnológica na indústria da construção civil é muitas vezes politicamente manipulada para que

haja uma absorção do capital humano sem formação e especialização.

As grandes transformações no panorama econômico do Brasil, na última década, geraram

alterações na gestão das empresas de construção civil, as quais passaram a adotar e difundir as

inovações tecnológicas em seus métodos operacionais. Machado & Moraes (2008) afirmam

que a adesão a este tipo de solução deve-se ao fato de que o mercado da construção é marcado

por rápidas variações decorrentes do quadro econômico mundial e, também, por mudanças

não somente em termos econômicos, mas de sofisticação tecnológica, em termos de

adequações à realidade social e aos padrões de comportamento (VIVAN & PALIARI, 2012).

Krainer et al. (2013) comentam que a construção civil no Brasil tem investido em tecnologias

inovadoras com intuito de progredir na instalação de novos conceitos, técnicas, métodos,

procedimentos e processos para a concepção de novos conhecimentos, melhoria contínua,

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integração de todas as fases que compõem os empreendimentos, compartilhamento de

informações com todos os players envolvidos no ciclo produtivo e suporte nas tomadas de

decisões gerenciais.

Machado & Moraes (2008) e Araújo Junior et al. (2012) expõem que as inovações

tecnológicas adotadas no Brasil devem-se às soluções industrializadas, pelo menos em

métodos construtivos tradicionais, porque o seu custo tem diminuído ao longos dos anos. Esta

ocorrência deve-se à padronização, agilidade de entrega do produto e aos retornos mais

rápidos dos investimentos em novos processos. Segundo os autores, um dos fatores-chave que

estimula a adoção de novas soluções é a aspecto econômico, pois a escolha da estratégia

construtiva é atrelada ao custo visando a uma maximização de receitas e minimização de

prazos.

Castro & Kruger (2013) assinalam que, uma das características da indústria da construção no

Brasil, no que se refere aos investimentos em inovação, foi o desenvolvimento e os esforços

focados em sistemas de gestão em detrimento das inovações de sistemas construtivos. Os

autores continuam sua linha de raciocínio dizendo que as soluções tecnológicas empregadas

pelo ramo da construção brasileira equivalem a sistemas amplamente utilizados apenas como

inovações em racionalização de processos construtivos ou flexibilização de espaços e, desta

forma, torna estas soluções geralmente pontuais.

Contudo, os autores Gradvohl et al. (2011) frisam que o panorama da indústria da construção

em relação às inovações mudou, pois houve uma assimilação de soluções tecnológicas em

materiais e sistemas construtivos que superam as inovações em projeto e sistemas de gestão.

Querido et al. (2011) acrescentam dizendo que as novidades tecnológicas são principalmente

de cunho incremental o que, segundo os autores, aparentemente é uma característica do

próprio ramo da construção ligado à composição da mão de obra, pois prevalece a

informalidade no setor, o que se torna um elemento limitante para as inovações.

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2.9. PRODUÇÃO DE NOVOS MATERIAIS PARA APLICAÇÃO NA

CONSTRUÇÃO CIVIL

Madurwar et al. (2013) dizem que há uma grande demanda de materiais de construção,

especialmente na última década, devido ao aumento da população, o que tem provocado uma

escassez crônica destes tipos de materiais. A fim de atender à crescente demanda habitacional,

ao aumento da urbanização e de melhorias da infraestrutura, há uma exponencial necessidade

de produção de materiais de construção como tijolos, cimento, agregados, aço, alumínio,

madeira e revestimentos. A produção de materiais de construção convencionais consume uma

grande quantidade de energia elétrica e térmica e, por sua vez, poluem o ar, água e terra.

O reaproveitamento e a reutilização de resíduos industriais parecem ser uma solução viável e

sustentável para a fabricação de material de construção. Os pesquisadores têm apostado em

inovações tecnológicas para suprir a necessidade de materiais de construção para atender o

crescimento da população e o aumento dos padrões de vida e, também, desviar os resíduos de

aterros, pois na maioria dos países há deficiência de áreas disponíveis e dificuldades na gestão

destes locais (MADURWAR et al., 2013).

Raut et al. (2011) corroboram a ideia que há uma significativa necessidade de materiais de

construção no mundo, especialmente na última década, devido ao aumento da população e,

frisam, que há um descompasso entre oferta e demanda na produção dos materiais

empregados pela indústria de construção. Assim, para atender à contínuo aumento da

demanda, os pesquisadores estão tentando projetar e desenvolver soluções tecnológicas

alternativas que sejam sustentáveis, de baixo custo e leves para novos materiais utilizados em

obras.

Mymrin e Correa (2007) salientam que apesar da preocupação com a sustentabilidade ser algo

mais recente na concepção de novos materiais, e a reciclagem de resíduos para incorporá-los

em materiais de construção ser uma prática que está em voga, além de ser uma solução para o

problema da poluição, os primeiros relatos de utilização de resíduos de construção e

demolição (RCD) utilizados como matérias primas datam da era do Império Romano. Os

autores continuam sua ideia alegando que o uso destes materiais se intensificou na Europa

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após o fim da Segunda Guerra Mundial, na reconstrução das cidades destruídas por este

conflito.

Pérez-Villarejo et al. (2012) ressaltam que no passado as soluções para o problema da

destinação dos resíduos industriais no meio ambiente estava estritamente na esfera

econômica, posteriormente, os obstáculos para o manejo dos rejeitos industriais foram o

tratamento e conseguir aterros perto dos locais de sua geração. Atualmente, as dificuldades

são em obter licenças ambientais para lugares que serviriam como destino final e os locais que

possuem as permissões de funcionamento se encontram próximos da sua capacidade máxima

de armazenamento ou já estão totalmente preenchidos. Por este motivo, uma das alternativas

que os pesquisadores encontram para resolver o problema da destinação dos resíduos

industriais foi apostar na inovação tecnológica dos materiais utilizados pela construção civil.

A comunidade científica verificou que os rejeitos gerados por alguns ramos produtivos eram

utilizados como matéria prima na fabricação dos materiais da indústria da construção e,

também, apurou-se que estes resíduos não causariam alguma contaminação que pudessem

afetar a saúde humana e minorar as propriedades físicas, químicas, mecânicas e térmicas dos

novos produtos (PÉREZ-VILLAREJO et al., 2012).

Pappu et al. (2007) confirmam a ideia de que a utilização de resíduos e subprodutos

industriais como um agregado ou matéria-prima tem bastante importância para

desenvolvimento de componentes de material de construção, pois substitui os materiais

tradicionais, que na sua maioria são materiais naturais. Os resíduos reusados proporcionam

uma alternativa sustentável para o setor imobiliário e apresentam um custo mais interessante

que o material virgem. A fim de utilizar de forma eficaz todos os rejeitos industriais, os

pesquisadores têm se esforçado para testar uma quantidade considerável de resíduos que

podem ser reciclados e, consequentemente, usados para se alcançar uma boa gestão ambiental.

Silva et al. (2013) previnem que existem dificuldades que devem ser superadas no processo

de emprego de rejeitos para fabricação de novos materiais para indústria da construção, pois

as características heterogêneas e a quantidade significativa de resíduos industriais que são

gerados tornam a reciclagem e reutilização dos materiais bastante complexas .Os autores

reforçam a ideia de que as características físico-químicas dos rejeitos produzidos nas

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atividades industriais podem sofrer mudanças nas suas propriedades físico-químicas originais

e, também, em suas características mineralógicas.

Havendo uma análise criteriosa do processo que gerou o resíduo, pode-se ver que existem

boas chances de ser possível a reciclagem e reutilização deste material, assim como o

desenvolvimento de vários componentes de construção de valor agregado a partir destes

rejeitos. Como exemplo, pode-se citar os compósitos poliméricos substituindo produtos de

madeira e que mostram que cerca de 40% de resíduos de mármore podem ser utilizados nesta

mistura. É importante ressaltar que os produtos feitos de madeira artificial apresentaram

melhores resultados em comparação com a madeira natural (PAPPU et al., 2007).

Tam (2009) afirma que a geração de novos materiais, para aplicação na indústria da

construção civil, atende a hierarquização da gestão de resíduos composta por seis degraus que

são: não geração, reduzir a geração, reutilizar o resíduo, reciclar, incinerar recuperando a

energia e disposição final, pois ao propor uma inovação tecnológica para utilização dos

rejeitos industriais, esta alternativa se enquadra no quesito de reutilização de resíduos. A

autora expõe ainda que, no caso dos resíduos produzidos pela construção civil, é difícil

atender as condições de não geração e redução da geração por este ramo produtivo porque sua

produção é caracterizada pela singularidade dos projetos, pela heterogeneidade dos materiais

aplicados e pela carência de qualificação da mão de obra.

O bloco usado para fins de alvenaria tem sido um dos produtos que mais tem servido como

base para se buscar novas formas de produzi-lo, pois são muito utilizados em edificações pelo

mundo e são empregados em construções do tipo residencial, comercial e industrial. Têm sido

feitas tentativas, pela a comunidade científica, para incorporar resíduos industriais inertes, tais

como: de processamento de papel, pontas de cigarro, cinzas volantes, lodo de estação de

tratamento têxtil e celulose, espuma de poliestireno, fibra de plásticos em geral, palha, tecido

poliestireno, resíduos de algodão, cinza de casca de arroz, escória de alto forno, borracha,

resíduo de produção de celulose, serragem de madeira, escória de solda e entre outros (RAUT

et al., 2011).

Leiva et al. (2013) destacam que, além do bloco para fins de alvenaria, outros materiais são

muito estudados, como por exemplo, os concretos e argamassas com diferentes percentuais de

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agregados reciclados. Os autores chamam a atenção que os estudados realizados são em

comparação com o emprego de material natural e, também, são conduzidos para sua

respectiva aplicação, por exemplo: moldados in loco e de produção de peças pré-fabricadas e

blocos.

Ressalte-se que o desenvolvimento de novos produtos para aplicação na construção civil, a

partir de RCD combinados com outros resíduos industriais, ofereça benefícios econômicos e

vantagens ambientais irrefutáveis, mas verifica-se que geralmente a pesquisa atual é dedicada

ao uso de resíduos de construção e demolição combinado com o uso do cimento Portland

(MYMRIN e CORREA, 2007).

A fabricação de novos produtos oriundos de rejeitos provenientes do próprio setor de

construção, bem como, de outros ramos produtivos se caracteriza como uma potencial

contribuição para o desempenho sustentável da indústria da construção civil, pois ao incluir o

reaproveitamento e a reciclagem de rejeitos para produção de materiais inovadores, ocorre

uma maximização do uso dos recursos naturais, a melhoria da qualidade de vida da sociedade

pela não disposição dos rejeitos em aterros e a geração de nova cadeia produtiva pela

elaboração do artefato (TAM, 2009).

2.10. ARGAMASSAS PRODUZIDAS COM RESÍDUOS INDUSTRIAIS EM

SUBSTITUIÇÃO AO AGREGADO MIÚDO NATURAL

Rodrigues & Joekes (2011) explanam que tornou-se importante atualmente buscar novas

formas de atenuar os impactos ambientais causados pela indústria do cimento e por seus

produtos, tais como: argamassas e concretos, pois a produção do material pozolânico é

responsável pela liberação de 5 a 6% de todo o CO2 gerado pelas atividades humanas, o que

representa cerca de 4% dos gases liberados para atmosfera que podem causar o aquecimento

global e, também, liberam enormes quantidades de poluentes persistentes como, por exemplo:

as dioxinas, os metais pesados e particulados e, por fim, são grandes consumidoras de energia,

citam-se o caso dos Estados Unidos onde este ramo produtivo consome 0,6% de toda a

energia produzida naquele país.

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Apesar do cimento ser um fator gerador de impactos tão significativos, por outro lado,

desempenha um papel importante em termos de desenvolvimento econômico e relevância

social, uma vez que é fundamental para as construções e melhorias na infraestrutura, desta

forma, a utilização de resíduos de outros setores industriais também podem melhorar o

sustentabilidade da indústria de cimento (RODRIGUES & JOEKES, 2011).

Com este pensamento, Picanço & Ghavami (2008) apontam que o desenvolvimento de

materiais sustentáveis com as premissas de redução de custos, energia e consumo das reservas

naturais são critérios mandatórios atualmente para as soluções tecnológicas de novos produtos

para aplicação na engenharia civil.

Silva et al. (2010a) corroboram esta ideia e assinalam que a utilização de agregados reciclados

para produção de argamassas e concretos apresentam vantagens técnicas, ambientais,

econômicos e sociais, como por exemplo, a preservação dos recursos naturais, a diminuição

dos custos de transporte, a redução da poluição causada pelo descarte dos resíduos e o

consumo de energia e, desta forma, atendem aos requisitos da sustentabilidade.

Dapena et al. (2011) expõem que a implementação do desenvolvimento sustentável no século

21 trouxe a consciência da reutilização de produtos derivados de construções, reformas e de

demolição de estruturas e, como exemplo desta situação, citam-se a areia reciclada é um

destes produtos. Os autores mencionam que existem inúmeras referências na literatura

acadêmica relativas à utilização de RCD como substituto da areia natural, para a fabricação de

argamassas e concretos com inúmeras dosagens.

Monosi et al. (2010) assinalam que existem inúmeras desvantagens em não se estudar os

resíduos industriais com a possibilidade de empregá-los como agregados em compósitos

pozolânicos, como por exemplo:

- Encerramento precoce do ciclo de vida do material e, consequentemente, maior

consumo de matéria virgem natural;

- Saturação antecipada dos aterros existentes;

- Poluição do solo em casos de aterros não gerenciados;

- Possibilidade de contaminação por lixiviação;

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- Impacto econômico, referindo-se em particular à logística (custos de transporte) para

destinação;

- Impacto ambiental, vinculada à mudança climática, devido à emissão de CO2 devido ao

transporte de materiais, extração e beneficiamento de novos materiais.

Além disso, as pesquisas recentes mostram que os resíduos oriundos de atividades industriais

com materiais ferrosos apresentam um importante valor econômico intrínseco como se pode

constatar pelos resultados obtidos em relação às suas propriedades físicas, químicas e

mecânicas. Recentemente, um número de pesquisas aplicadas, incluindo patentes, são

dirigidas para a investigação da viabilidade do reúso dos rejeitos industriais de setores que

descartam resíduos com esta fragmentação (MONOSI et al., 2010 e ARISTIMUNHO &

BETOCINI, 2012).

Aristimunho & Betocini (2012) dizem que os resíduos industriais contendo sedimentos

ferrosos são mais adequados para serem empregados na indústria da construção civil,

principalmente em materiais que utilizem cimento Portland e, em circunstâncias como, por

exemplo bases e sub-bases de pavimentação, preenchimento estrutural, correção de solos e

agregado miúdo. Ainda, estes rejeitos em granulometria de areia podem ser usados como

aditivos industriais, por exemplo em plástico, para fornecer cor e textura específicas.

Nazer et al. (2012) e Saikia et al. (2012) sugerem que além dos resíduos com fragmentação de

metais ferrosos, os metais não ferrosos estão entre os mais importantes resíduos, pois ambos

os materiais suportam serem reciclados para as aplicações granulares, podem apresentar

problemas de lixiviação de elementos tóxicos, têm propriedades satisfatórias de resistência,

rigidez e durabilidade. Os autores finalizam sua ideia afirmando que aplicação em argamassas

e concretos é hoje considerada uma opção viável na política de gestão de resíduos de alguns

países como, por exemplo: Estados Unidos, Dinamarca, Holanda e Bélgica.

Yerramala et al. (2012) destacam que a crescente demanda por energia no mundo tem

causado, em alguns países que têm a sua matriz energética baseada na queima do carvão

mineral, um aumento na produção de cinzas volantes e, por consequência, milhões de

toneladas de cinzas volantes foram produzidas a cada ano em todo o mundo.

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Siqueira et al. (2012) concordam com a ideia do reaproveitamento das cinzas para formulação

de argamassas e concretos, pois é uma solução economicamente viável e ambientalmente

correta, visto que este material possui propriedades pozolânicas, pois a pozolana é mais barato

que cimento Portland tornando-se uma opção para substituição parcial do aglomerante e,

ainda possuem a particularidades de uma hidratação lenta e baixa taxa de aumento de calor.

No entanto, Bezerra et al. (2011) sinalizam que as cinzas sejam elas volantes, sílica ativa,

caulim ou oriundas de diferentes atividades agroindustriais, como cascas de arroz, de cama

sobreposta de suínos entre outros, criam problemas ambientais e ocupam grandes espaços

para seu armazenamento, mas já existem estudos para utilização destes resíduos, pois

possuem altas porcentagens de sílica e de outros óxidos e, deste modo, podem ser uma opção

viável para a economia de energia, tecnicamente possível, com redução de custos e aumento

da proteção ambiental.

Agredo et al. (2012) salientam que os resíduos provenientes da indústria química também

podem ser utilizados em substituição ou em adição aos materiais tradicionais para fabricação

dos produtos com cimento Portland. Há vários estudos usando fibras de polímero como

polipropileno, poliestireno, tereftalato de polietileno e polietileno que têm se tornado uma

alternativa inovadora para a incorporação em argamassas e concretos. Devido às exigências

de desenvolvimento tecnológico na área da construção, a possibilidade de geração de

materiais alternativos, com o aumento da funcionalidade, de baixo custo e de melhor

propriedades físicas, químicas e mecânicas que os materiais convencionais está sendo

explorada.

Reis et al. (2011b) e Reis & Carneiro (2012) enfatizam que no caso particular do PET, os

efeitos deste material na resistência à compressão, tração e flexão, módulo de elasticidade e

densidade têm sido muito estudados, e estes estudos evidenciam a sua participação nas

propriedades das argamassas e concretos de acordo com a natureza e o tamanho do agregado.

Há trabalhos que destacam que os resultados da compressão a 28 dias, utilizando-se uma

concentração de 75% de PET, diminuem cerca de 33% em relação ao concreto simples, no

entanto melhoram a trabalhabilidade em torno de 123%. Referindo-se aos aspectos ambientais

a inclusão deste material reciclado pode ajudar a diminuir a produção custos de concreto que

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permitem a eliminação de longo prazo de plásticos (REIS et al., 2011b, BENOSMAN et al.,

2011, REIS & CARNEIRO, 2012, CÓRDOBA et al., 2013, SAIKIA & BRITO, 2013 e

RAHMAN et al., 2013).

Há inúmeros trabalhos sobre a utilização de resíduos industriais para fabricação de

argamassas em substituição do agregado miúdo natural, conforme é mostrado na Tabela 9.

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Tabela 9 – Trabalhos desenvolvidos com resíduos industriais para produção de

argamassas em substituição do agregado miúdo natural Resíduo

Utilizado Ensaios Realizados Análises dos Trabalhos pelos Autores

Autor e Ano

da Publicação

Fibras

vegetais de

curauá, sisal e

juta

Análise

granulometria e

compressão axial

Apresentam resultados de resistência à

compressão com grandes variações, mas a

inserção de fibras vegetais foram obtidos

melhores resultados do que os da mistura de

referência.

Picanço &

Ghavami

(2008)

Caulim em

granulometria

de areia

Composição química,

por fluorescência de

raios X, difração de

raios X, análise

granulometria e

compressão axial

O resíduo não degrada as propriedades mecânicas

das argamassas produzidas, podendo ser utilizado

em substituição parcial à cal hidratada, em

proporções que atingem valores superiores a 15%.

Rocha et al.

(2008)

Cerâmica de

barro

vermelho em

granulometria

de areia

Análise

granulometria

compressão axial,

flexão, densidade e

absorção de água ,

As argamassas com areia reciclada apresenta

geralmente melhores resultados do que a

argamassa de referência. A ênfase está dada a

resistência à flexão e à compressão cerca de 12%

mais alto e o coeficiente de permeabilidade à água

aproximadamente 16% mais baixo.

Silva et al.

(2010b)

Areia de

fundição

Análise

granulometria,

Composição química

e compressão axial

Concluí que a argamassa pode ser fabricada com

areia de fundição mas os autores frisam que a

mistura apresentou uma resistência à compressão

inferior cerca de 20 a 30% em comparação com o

da mistura de referência.

Monosi et al.

(2010)

Resíduo de

construção e

demolição em

granulometria

de areia

Análise

granulometria e

compressão axial e

flexão

Os autores recomendam a utilização do agregado,

pois apresentaram bom resultados nos ensaios

realizados, mas observações que o agregado

possui um fator cimento (a/c) maior que o

agregado natural.

Dapena et al.

(2011)

Lama de

minério de

ferro em

forma de pó

Análise

granulometria,

compressão axial e

índice de vazios

Em substituição em 20% da areia apresentou

melhor resultado, pois suas resistências são

superiores à referência, o índice de consistência e

sua massa específica real não foram prejudicados

e apresentou boa pigmentação.

Aristimunho

& Betocini

(2012)

Escória de

alto forno em

granulometria

de areia

Análise

granulometria,

Composição química

e compressão axial

A escória de alto forno em granulometria de areia

gerada pode ser usado como um substituto parcial

para a areia nas argamassas. Os resultados de

compressão variaram conforme a dosagem da

escória inserida no traço, mas os autores

consideram benéfico a utilização do material em

substituição do material natural.

Saikia et al.

(2012)

Garrafas PET

em flocos

Análise

granulometria,

compressão axial e

flexão

A adição de resíduos de PET em flocos contribuiu

para reduzir o peso específico do material e, em

termos de propriedades mecânicas não são

prejudicadas pela adição do material.

Reis &

Carneiro

(2012)

Garrafas PET

em flocos

Análise

granulometria,

compressão axial,

absorção de água e

porosidade

Os resultados indicam um alto nível de incerteza

no comportamento de argamassa de cimento

induzido PET. quando comparação com outros

estudos, este estudo revela desvio notável no

comportamento de amostras de argamassa.

Rahman et al.

(2013)

Fonte: Adaptado de Picanço & Ghavami (2008), Rocha et al. (2008), Silva et al. (2010b), Monosi et al. (2010),

Dapena et al. (2011), Aristimunho & Betocini (2012), Saikia et al. (2012), Reis & Carneiro (2012) e Rahman et

al. (2013).

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Observa-se através da Tabela 9 que a reciclagem dos resíduos provenientes de outros ramos

industriais podem melhorar os padrões técnicos dos materiais utilizados na construção civil e

trazer ganhos econômicos, ambientais, de mercado e de saúde pública. Pode-se dizer que os

materiais empregados pela indústria da construção podem facilmente ser mesclados com

outros resíduos para aprimorar suas propriedades físicas, mecânicas, químicas e térmicas.

Apesar dos resíduos de outras indústrias poderem ser facilmente incorporados como matéria

prima pela indústria da construção, Agredo et al. (2012) e Córdoba et al., 2013 ressaltam que

é necessário uma análise técnica criteriosa antes do emprego deste tipo de material a fim de

evitar situações indesejáveis que possam causar acidentes. Os autores complementam a ideia

dizendo que é preciso utilizar três critérios para averiguar a possibilidade de reciclagem de um

resíduo: análise científica, sustentabilidade e enfoque no ciclo de vida.

Desta forma, pode-se analisar que propor a reciclagem de resíduos para fabricação de

argamassas e concretos não se limita somente a indústria da construção, mas esta alternativa

vem sendo proposta por outros trabalhos e pesquisas em universidades nacionais e

internacionais, bem como outros ramos industriais. Estas propostas são derivadas do sucesso

obtido pelo emprego de resíduos em produtos usados na construção (RODRIGUES &

JOEKES, 2011 e CÓRDOBA et al., 2013).

2.11. ASPECTOS GERAIS DOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS

A humanidade convive com a problemática do manejo dos resíduos sólidos urbanos (RSU)

desde que o homem passou a adotar habitat fixo e abandonou o nomadismo. Apesar do

homem conviver com esta situação há muitos séculos, pode-se verificar que a tarefa de lidar

com os resíduos sólidos desde a Antiguidade é árdua e o não gerenciamento destes rejeitos

poderia ser a causa de doenças e mortalidade de grupos humanos, e também de impactos

ambientais, sociais e econômicos (GAMBERINI et al., 2013 e SANTIBAÑEZ-AGUILAR et

al., 2013).

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Esta problemática ficou mais acentuada e evidente a partir do início do século XX com o

crescimento populacional, com a migração do homem do campo para as concentrações

urbanas, com o fortalecimento das atividades industriais derivadas do desenvolvimento

tecnológico e com a mudança nos hábitos de consumo que é resultado de um forte

investimento em marketing (SIQUEIRA E MORAES, 2009).

A explosão demográfica e a concentração urbana do século XX resultaram em um aumento

acentuado nos RSU e, ainda, somam-se os fatos referentes ao estímulo ao consumo, a adoção

de produtos descartáveis e a obsolescência programada. Com a mudança do campo para os

centros urbanos e com o aumento da expectativa de vida do ser humano, que ocasionaram os

grandes aglomerados nas cidades, o homem estabeleceu como prioridade suas linhas de

fornecimento e, posteriormente, teve a preocupação com a coleta e a respectiva destinação dos

seus rejeitos (DIAS et al., 2012 e SOUZA et al., 2012).

O forte consumo, fruto de uma cultura de aquisição, associado a um modo de vida hedonista

(doutrina que busca do prazer como o bem maior), somado à evolução dos meios de

propaganda, das mídias e do marketing, resultaram em um aumento nos RSU. Também pode-

se verificar que o progresso econômico e o desenvolvimento tecnológico, que favoreceram as

atividades industriais e privilegiaram os produtos descartáveis e obsolescência programada,

fizeram com que o meio ambiente apresentasse sinais claros de sua incapacidade de

armazenar os RSU gerados e, de fornecer matéria-prima ilimitada para o modo de vida

adotado pela população mundial atualmente (SANTIAGO & DIAS, 2012, SOUZA et al.,

2012 e REZENDE et al., 2013).

Ao longo das últimas décadas o fornecimento de água às comunidades tem tido prioridade em

relação à coleta de esgotos sanitário e pluvial e à destinação dos resíduos sólidos gerados pela

sociedade em geral e, em consequência destes pensamento, os eventos ligados a falta de

gestão do saneamento básico, tais como enchentes, proliferação de vetores e contaminação de

solo e água, têm causado uma mudança no pensamentos dos gestores públicos e fizeram com

que seja dada atenção à questão do conjunto dos RSU (FRANÇA & RUARO, 2009 e SILVA

& PINHEIRO, 2010).

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Diante deste contexto, um dos compromissos assumidos pela comissão brasileira na ECO 92

foi buscar soluções no gerenciamento adequado e na minimização da produção de resíduos

sólidos, a viabilização de métodos de reutilização, reciclagem e tratamento, disposição

ambientalmente correta dos resíduos e a universalização na coleta e destinação destes

materiais (GOUVEIA, 2012).

2.12. GERAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS

Com a promulgação da PNRS, por meio da Lei 12.305 em 2010, classificou-se RSU da

seguinte maneira: “[...] resíduos domiciliares originários de atividades domésticas em

residências urbanas e resíduos de limpeza urbana originários da varrição, limpeza de

logradouros e vias públicas e outros serviços de limpeza urbana”. Deste modo, são excluídos

os seguintes resíduos: “[...] estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços, construção

civil, serviços públicos de saneamento básico, industriais, serviços de transporte, serviços de

saúde, agrossilvopastoris, mineração ou outros resíduos” (BRASIL, 2010).

Godecke et al (2012) observam que não há séries históricas abrangentes e confiáveis relativas

às quantidades de RSU tanto geradas como coletadas no Brasil. Os dados disponíveis são

aqueles publicados pela da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico 2008 (PNSB 2008) do

IBGE (2010) e por Associações ligadas às empresas que realizam alguma etapa do manejo

dos resíduos sólidos urbanos.

A PNSB 2008 publicou que o volume de RSU coletado no Brasil foi de 259.547 t/dia, sendo

observada uma taxa per capita de 1,368 Kg/hab.dia (IBGE, 2010). Pode-se comparar os

valores da realidade brasileira com a dos Estados Unidos, da União Europeia e de alguns

países membros deste bloco econômico conforme Tabelas 14 e 15.

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Tabela 10 – Geração de RSU e Taxa per capita nos Estados Unidos nos últimos anos

Ano

Geração de

RSU

(1000 t/dia)

Taxa

(kg/hab.dia)

2000 777,2 2,138

2005 810,0 2,115

2010 800,9 2,007

Fonte: Adaptado de EPA (2010).

Tabela 11 – Geração de RSU e Taxa per capita da União Europeia e de alguns países

membros deste bloco econômico no ano de 2011

País

Geração de

RSU

(1000 t/dia)

Taxa

(kg/hab.dia)

Áustria 14,9 1,773

Bélgica 16,4 1,493

Dinamarca 12,8 2,306

Finlândia 8,7 1,621

França 110,1 1,693

Alemanha 156,4 1,913

Grécia 18,0 1,589

Irlanda 9,1 1,999

Itália 104,2 1,718

Luxemburgo 1,1 2,229

Holanda 31,9 1,914

Noruega 7,7 1,558

Portugal 16,5 1,558

Espanha 78,5 1,701

Suécia 13,9 1,481

Reino Unido 104,2 1,666

União Europeia 811,2 1,615

Fonte: Adaptado de Blumenthal (2011).

Nota-se através da Tabela 10 que a geração de RSU nos Estados Unidos variou na última

década entre 777,2 a 800,9 103 t/dia, apresentando um pico de 810,0 10

3 t/dia em 2005 e,

aparentemente está em declínio. Neste mesmo período a taxa per capita variou entre 2,138 a

2,007 kg/hab.dia.

Na Tabela 11 observa-se que a geração de RSU no Bloco da União Europeia no ano de 2011

foi 811,2 103 t/dia e uma taxa per capita de 1,615 kg/hab.dia. Em seus países membros a

geração de RSU variou entre 1,1 a 156,4 103 t/dia e taxa per capita variou entre 1,481 a 2,306

kg/hab.dia.

Analisa-se pelos dados das tabelas 10 e 11 que a taxa de geração de RSU nos Estados Unidos

e na União Europeia é muito próxima, mas suas taxas per capita têm significativa diferença,

pois nos Estados Unidos já ultrapassou a margem de 2,0 kg/hab.dia, apesar de apresentar

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diminuição na última década e, na União Europeia estar em 1,615 kg/hab.dia. Frisa-se que

alguns países membros deste bloco econômico apresentam taxas per capita acima das

observadas nos Estados Unidos, tais como: Dinamarca (2,306 kg/hab.dia) e Luxemburgo

(2,229 kg/hab.dia).

É importante ressaltar que os dados de RSU disponibilizados no Brasil pelo IBGE (2010) são

referentes à coleta e não são divulgados os dados sobre a geração dos resíduos sólidos urbanos

por este Órgão. Por este motivo, não se pode fazer uma comparação direta entre os valores,

mas observa-se que os valores apresentados pelo IBGE (2010) são muito inferiores aos

mostrados pelo EPA (2010) e Blumenthal (2011), o que pode representar que um volume

expressivo destes resíduos ainda não é coletado no país e devidamente destinado. Em relação

a esta situação, pode-se analisar dados divulgados pela Associação Brasileira de Empresas de

Limpeza Pública e Resíduos Especiais (ABRELPE) expostos nas Figuras 9 a 11.

Figura 10 – Geração e coleta de RSU no Brasil

Fonte: Adaptado de ABRELPE (2007, 2008, 2009, 2010 e 2011).

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Figura 11 – Taxa per capita de geração e coleta de RSU no Brasil

Fonte: Adaptado de ABRELPE (2007, 2008, 2009, 2010 e 2011).

Figura 12 – Percentual de RSU coletado

Fonte: Adaptado de ABRELPE (2007, 2008, 2009, 2010 e 2011).

É importante frisar que nos dados divulgados pela ABRELPE (2011) e expostos através das

Figuras 10 a 12 apenas estão considerados o que as empresas licenciadas e associadas a esta

Entidade transportaram e não foi considerado todo o volume produzido no território nacional.

Mas pode-se verificar que existe um crescimento nos volumes gerados e coletados, bem

como, no percentual de RSU coletados.

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Conforme expresso pela ABRELPE (2011), através das Figuras 10 a 12, verifica-se que a taxa

per capita de geração e de coleta de RSU no Brasil está em torno de 1,223 a 1,096 kg/hab.dia

respectivamente, um percentual expressivo, próximo de 90%, de resíduo gerado foi coletado e

o volume gerado é próximo de 200.000 t/dia e o volume coletado é próximo de 180.000 t/dia.

2.13. COMPOSIÇÃO GRAVIMÉTRICA DOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS NO

BRASIL

O conhecimento da composição gravimétrica dos RSU coletados é importante, pois com esta

informação é possível avaliar quais são os métodos necessários para reutilização e reciclagem,

qual destinação para o material coletado, entre outros processos. De posse destas informações

pode-se diminuir os impactos ambiental, social e econômico gerados pelo depósito destes

rejeito, e os gestores municipais podem fazer o planejamento das ações que são necessárias

para o manejo dos RSU (MELO et al., 2009).

A respeito da composição gravimétrica dos RSU, verifica-se que os dados disponíveis no

Brasil são provenientes da literatura científica, de associações ligadas as empresas que

realizam reciclagem em alguma etapa do manejo dos RSU e por instituições de pesquisa

ligadas aos assuntos estratégicos governamentais (FAGUNDES, 2009). Na Tabela 12 é

possível verificar a composição gravimétrica do RSU em publicações de trabalhos

acadêmicos.

Tabela 12 – Composição gravimétrica dos RSU em algumas cidades brasileiras Autores e

Cidades /

Tipo de

resíduos

Melo et al.

(2009)

Pinheiro & Girard

(2009)

Lino & Ismail

(2011)

Loureiro et al.

(2013)

Agostinho et

al. (2013)

Curitiba / PR Belém / PA Campinas / SP Rio de Janeiro / RJ São Paulo /SP

Metais 2% 2,64% 4%

24%

2,2%

Plásticos

em geral 17,8% 14,98% 15% 15,9%

Papel /

Papelão /

Longa vida

16% 17,06% 20% 17% 11.1%

Vidros 4,7% 1,52% 2% 1,8%

Matéria

Orgânica 47,9% 45,89% 46% 54% 57,5%

Outros 11,6% 17,91% 13% 5% 11,5%

Fonte: Adaptado de Melo et al. (2009), Pinheiro & Girard (2009), Lino & Ismail (2011), Loureiro et al. (2013) e

Agostinho et al. (2013)

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De acordo com a Tabela 12, Costa et al. (2012) e Rezende et al. (2013) dizem que a

composição dos RSU está intrinsecamente relacionada ao grau de desenvolvimento, às

condições climáticas, ao nível sócio-econômico-cultural de sua população e às mudanças na

política econômica de um país

Pela Tabela 12 verifica-se que o maior volume apurado de rejeitos são os resíduos orgânicos

e, entre os inorgânicos são os plásticos em geral e o papel, papelão e as embalagens tipo longa

vida. Em virtude desta constatação, salienta-se que as municipalidades brasileiras têm alguns

obstáculos a serem superados, como por exemplo, a redução da poluição e o reaproveitamento

dos materiais descartados (COSTA et al., 2012 e REZENDE et al., 2013).

Em virtude da constatação dos percentuais de resíduos avalia-se que existem oportunidades de

negócios para cooperativas e associações de catadores de materiais recicláveis, ou seja, uma

oportunidade para adequação perante a PNRS, para produzir benefícios sociais e econômicos

e para a conservação de matéria-prima não renovável, neste caso, o petróleo para fabricação

dos plásticos (FAGUNDES, 2009). Pode-se apurar a composição gravimétrica dos RSU no

Brasil pela Tabela 13.

Tabela 13 – Composição gravimétrica dos RSU no Brasil Autores /

Tipo de

resíduos

Poletto &

Silva (2009)

Lino & Ismail

(2011)

ABRELPE

(2011)

CEMPRE

(2012)

Lino & Ismail

(2012)

IPEA

(2012)

Plásticos

em geral 2,9% 3% 13,5% 15,6% 2,9% 13,5%

Papel /

Papelão /

Longa vida

24,5% 25% 13,1% 48,7% 24,5% 13,1%

Vidros 1,6% 2% 2,4% 9,1% 1,6% 2,4%

Metais 2,3% 2% 2,9% 7,3% 2,9% 2,9%

Matéria

Orgânica 52,5% 52% 51,4% 17,4% 52,5% 51,4%

Outros 16,2% 16% 16,7% - 16,2% 16,7%

Eletrônicos - - - 0,5% -

Fonte: Adaptado de Poletto & Silva (2009), Lino & Ismail (2011), ABRELPE (2011), CEMPRE (2012), Lino &

Ismail (2012) e IPEA (2012).

De forma análoga ao observado na Tabela 12, examina-se na Tabela 13 que os percentuais de

RSU gerados no Brasil, conforme informado nos trabalhos acadêmicos, pelas associações

ligadas as empresas de manejo e instituições governamentais, são semelhantes aos verificados

em algumas cidades do país pelas pesquisas científicas. O maior volume apurado de rejeitos

são os resíduos orgânicos e entre os inorgânicos são o papel, o papelão e as embalagens tipo

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longa vida e os plásticos geral, neste contexto, destaca-se o percentual expressivo de resíduos

considerados como “outros”, que é a categoria que engloba resíduos perigosos, borracha,

couro, têxtil e podas e jardinagens.

Comparando as Tabelas 12 e 13, Lino & Ismail (2012) analisam que os RSU gerados no

Brasil permitem a produção de adubos orgânicos, biogás, calor e, se estes rejeitos forem

reciclados, possibilitam o retorno de materiais recicláveis para a cadeia produtiva como

substituto de matéria-prima, geram numerosos benefícios econômicos, sociais, energéticos e

ambientais, tais como o aumento da vida útil dos aterros, a preservação dos recursos naturais,

a redução do consumo de energia, das emissões de CO2 e da água, assim como diminuir o

gasto dos fundos públicos destinados ao tratamento de resíduos sólidos.

Em relação as Tabelas 12 e 13, Barros et al. (2014) observam que a reciclagem preserva

recursos naturais importantes, minimiza a quantidade de rejeitos a serem processados e

admitem que os resíduos orgânicos possam produzir compostos que podem ser usados em

processos agrícolas permitindo recuperação de energia. Os autores dizem ainda que a maioria

dos RSU contém quantidades significativas de energia que pode ser explorada por meio de

tratamento bem definido e tecnologias disponíveis no mercado e, citam como exemplo, o uso

de biogás em aterros sanitários.

Lino & Ismail (2011), Lino & Ismail (2012), Lino & Ismail (2013) e Barros et al. (2014)

ressaltam que na literatura acadêmica há inúmeras experiências de reciclagem bem sucedidas

disponíveis para os principais tipos de resíduos gerados pela população brasileira. Além disso,

os autores reforçam suas ideias mostrando que os resultados apresentados nestas pesquisas

científicas sobre a reutilização dos materiais recicláveis geram quantidades substanciais de

energia e evitam emissões CO2.

Lino & Ismail (2012) e Agostinho et al. (2013) avaliam que a substituição de matérias primas

naturais por produtos reciclados leva à economia de energia e à redução das emissões de gases

para a atmosfera. Os autores enfatizam seu pensamento afirmando que a expressão

“diminuição do consumo de energia” refere-se à diferença entre a energia consumida no

processo de produção com a utilização de matéria prima virgem e o consumo de energia

quando se usa material reciclado e, para ilustrar a economia de energia, citam como exemplo,

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a reciclagem do papel e papelão, plástico e metais ferrosos que geram uma economia de

energia de 32,9 GJ/t, 87 GJ/t e 18,6 GJ/t respectivamente.

2.14. IMPACTOS AMBIENTAL, SOCIAL E ECONÔMICO GERADOS PELO PET

Romão et al. (2009) e Frigione (2010) dizem que em função das excelentes propriedades

mecânicas e térmicas do PET suas as aplicações são muitas, tais como: fibras têxteis,

embalagens processadas por injeção-sopro, filmes biorientados e polímeros de engenharia. E,

ainda, os autores frisam que a indústria que mais utiliza este material é a de embalagens,

principalmente do segmento de alimentos.

Shukla et al. (2008) e Welle (2011) salientam que a introdução do PET no Brasil, em meados

da década de 80, trouxe vantagens inquestionáveis ao consumidor mas, atrelados a este

benefício, vieram os desafios do manejo deste novo material, como por exemplo, a

reciclagem, o reaproveitamento e a sua destinação correta.

Se a hierarquia de gestão de resíduos para o descarte do PET não for seguida, conforme

sugerido na Figura 3, os principais impactos ambientais negativos causados por este material

são: os resíduos de PET representam 10 a 20% dos RSU coletados; demora séculos para se

degradar; contribuem para os custos do manejo dos resíduos sólidos urbanos; causam

impermeabilização das camadas em decomposição e, desta maneira, prejudicam a percolação

de gases e líquidos; em caso de queima liberam gases tóxicos, corrosivos e cancerígenos e

prejudicam a drenagem urbana, agravando as consequências das enchentes (ROMÃO et al.,

2009, FRIGIONE, 2010, COELHO et al., 2011, HAMAD et al., 2013).

O manejo correto do PET gera ganhos nos campos ambiental, social e econômico, tais como:

este resíduo é o segundo material que melhor remunera o catador, após o alumínio; geração de

emprego e renda e inserção social dos catadores; economia de recursos naturais; diminuição

de problemas ambientais e do consumo de energia; aumento da vida útil dos aterros e

diminuição dos custos com o manejo (CHILTON et al., 2010, SHEN et al., 2010, WELLE,

2013).

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Observa-se que os impactos gerados pelo PET comprometem a qualidade dos recursos

ambientais e da vida da sociedade. Deste modo, analisa-se que o correto manejo deste

material pode atenuar os efeitos da disposição em aterros e acarretar benefícios nas esferas

ambiental, social e econômico. E estas melhorias propostas são consenso entre os autores

nacionais e internacionais, ou seja, não há dúvida da necessidade premente do correto manejo,

reciclagem e reaproveitamento deste resíduo (COELHO et al., 2011, CHILTON et al., 2010,

SHEN et al., 2010, WELLE, 2013, HAMAD et al., 2013).

2.15. RECICLAGEM DO PET

Segundo UNEP (2009) e Romão et al. (2009) classifica-se em quatro tipos a reciclagem do

PET: primária, secundária, terciária e quaternária. Os autores Romão et al. (2009, p. 122)

complementam esta ideia ilustrando como são estes tipos:

[...] a reciclagem primária como a secundária também são conhecidas como

reciclagem mecânica, o que diferencia uma da outra é que na primária utilizam-se

polímeros pré-consumo e na secundária, polímeros pós-consumo. A reciclagem

terciária também é chamada de química e a quaternária de energética.

Frigione (2010) diz que a reciclagem do PET proporciona vantagens nas dimensões

ambiental, social e econômica. Estas vantagens se traduzem através da diminuição da

extração de matéria prima virgem não renovável, na disposição em aterros, no consumo de

energia, pois no processo de reciclagem é utilizada em média 30% da energia necessária para

produzir a resina virgem sem comprometer a qualidade do produto final, na criação de uma

cadeia de logística para coletar, segregar, transportar e destinar este rejeito e na redução do

preço dos produtos na utilização do material reciclado (algo em torno de 30% em comparação

ao produto virgem). Pode-se verificar os benefícios nas esferas socioeconômicas através da

Tabela 14.

Tabela 14 – Formas de recolhimento do PET para reciclagem Formas de

recolhimento

6º Censo

(2009)

7º Censo

(2010)

8º Censo

(2011)

Catadores 37% 47% 47%

Cooperativas 19% 19% 21%

Outros 44% 34% 32%

Fonte: Adaptado de ABIPET (2009, 2010 e 2011).

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Pela Tabela 14, analisa-se que o encaminhamento do PET para reciclagem por catadores e

cooperativas vem crescendo nos últimos anos. Desta forma, verifica-se que a reciclagem deste

material transformou-se em oportunidade de emprego, renda e inserção social dos

trabalhadores envolvidos neste processo e, por consequência, vem diminuindo a participação

de órgãos públicos no encaminhamento deste material para as empresas recicladoras, o que

pode ser interpretado como uma diminuição nos custos para as municipalidades (COELHO et

al., 2011).

Apesar de trazer benefícios nas esferas ambiental, social e econômica a reciclagem não é

cercada de facilidades, pode-se citar como exemplo: a incidência de imposto sobre o material

reciclado que fica em torno de 12% enquanto o do material virgem é de 10%; o custo da

coletiva seletiva é superior ao da coleta convencional; a dificuldade em segregar os tipos de

plásticos; obter o fornecimento contínuo do material de boa qualidade; ter empresas

recicladoras próximas das empresas consumidoras; quebrar o paradigma em relação ao uso de

produtos reciclados; atendimento da legislação vigente sobre o emprego deste tipo de material

(CHILTON et al., 2010 e HAMAD et al., 2013). Apesar das dificuldades em relação à

reciclagem, no Brasil este processo avança significativamente conforme Tabela 15.

Tabela 15 – Massas recicladas e taxa de reciclagem do PET no Brasil

Ano Massa

reciclada (t)

Taxa de

Reciclagem (%)

2006 194.000 51,3

2007 231.000 53,5

2008 253.000 54,8

2009 262.000 55,6

2010 282.000 55,8

2011 294.000 57,1

Fonte: Adaptado de ABIPET (2011).

Verifica-se que a utilização e a demanda de material reciclado no Brasil têm avançado nos

últimos anos, demonstrando uma quebra do paradigma na utilização deste material,

diminuição da dependência de matéria virgem e a possiblidade de uso do PET em embalagens

multicamadas conforme RDC nº 20/2008 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

Observa-se que, apesar da taxa de reciclagem ser elevada, constata-se que ainda há 42,9% do

material sendo encaminhado para aterros. Este tipo de disposição final gera impactos, tais

como: sua decomposição leva aproximadamente de 100 a 400 anos; reduz a capacidade física

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dos aterros; dificulta a percolação de gases e líquidos; aumenta o tempo para a estabilização

da matéria orgânica, apesar de ser um material inerte, ou seja, suas fibras não causam

contaminação dos solos e lençóis freáticos (MODRO et al, 2009).

Chilton et al. (2010) e Shen et al. (2010) expõem que a União Europeia em 2009 teve uma

taxa de reciclagem de 48,4% e, este bloco econômico mostra uma tendência para crescer

significativamente nos próximos anos. O Parlamento Europeu e a Indústria de Plásticos da

Europa realizaram um acordo setorial e adotaram o percentual de “zero” de plásticos sendo

encaminhados para aterros, como meta para 2020.

Shen et al. (2010) e Coelho et al. (2011) informam que as principais utilizações do PET

reciclado na União Europeia e no Brasil, são têxteis, resinas insaturadas e alquídicas,

embalagens de alimentos e não alimentos, laminados e chapas, fitas de arquear, tubos e

outros. Além destas utilizações para o plástico reciclado, os autores mencionam que existem

recomendações feitas por Associações ligadas à reciclagem deste material e estudos

acadêmicos que indicam o emprego na indústria da construção, principalmente na aplicação

como revestimentos, pois contribui com isolação térmica e acústica, em forros, janelas, pisos

e mobiliário de cozinhas e banheiros e na produção de novos materiais Modro et al. (2009) e

Hamad et al. (2013).

Desta forma, analisa-se que a reciclagem do PET pode fazer parte das estratégias empresariais

e governamentais a fim de se atenuar os impactos causados por seu descarte, sendo um vetor

de desenvolvimento socioeconômico para a população e um impulso para as inovações

tecnológicas, tanto na indústria como nas instituições de ensino e pesquisa, pois se verifica

que as indústrias têxtil, de resinas e de embalagens já incorporam com facilidade este material

(WELLE, 2013)

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3. MATERIAIS E MÉTODOS

Em função dos objetivos que se propõe neste trabalho, os procedimentos adotados

caracterizam esta pesquisa como aplicada e experimental, uma vez que este estudo é baseado

em ensaios laboratoriais, em análises e observações das variáveis, dos efeitos e das formas de

controle para a sua reprodução. Pode-se dizer que esta pesquisa é considerada aplicada porque

se deseja produzir um material com propriedades melhores que o convencional, impedindo a

destinação dos materiais que formam esta mistura para aterros e a redução da utilização de

material natural não renovável (CERVO & BERVIAN, 1983).

Para a obtenção dos parâmetros desta pesquisa foram realizadas as seguintes etapas de

trabalho:

- Etapa 1 - Busca nos bancos de patentes: Realizou-se esta busca com intuito de verificar

o ineditismo do trabalho;

- Etapa 2 - Identificação da usina de reciclagem de RCD: Definição do local onde foram

gerados os materiais reciclados e utilizados neste trabalho;

- Etapa 3 – Coleta, acondicionamento das amostras de RCD, PET e cimento e

caracterização das amostras: Após a identificação da usina de reciclagem de RCD foram

conduzidas as operações de coleta de amostras com acondicionamento apropriado destas, para

posterior ensaio em laboratório para caracterização;

- Etapa 4 - Estudo das dosagens; moldagem e acondicionamento dos corpos de prova:

Deu-se partida para produção da argamassa com suas respectivas variações de dosagens e

começou-se a moldagem dos corpos de prova para a realização dos ensaios;

- Etapa 5 - Realização dos ensaios de compressão axial e de permeabilidade: Este

procedimento teve por objetivo determinar as propriedades físicas de interesse do material e

avaliar a melhor dosagem.

Os fluxogramas representados nas Figuras 13 a 15 apresentam a sequência executada para a

obtenção dos parâmetros necessários nesta pesquisa para produção da argamassa com RCD e

PET. A Figura 16 mostra o processo de produção do compósito de cimento e areia natural

para comparação com os resultados alcançados pela argamassa gerada nesta pesquisa.

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62

Definição do

tema de

estudo

Delineamento

da ideia pela

revisão

bibliográfica

Busca por

normatização

na base de

dados da ABNT

O trabalho é

caracterizado pelo

ineditismo?

Descarte da

ideia

Procedimentos

metodológicos

Escolha do

laboratório de

construção civil

Escolha e

identificação da

usina

Estudo das

dosagens

Análise da

viabilidade

técnica do

material

Conclusões e

recomendaçõesPatente

Publicação

S

N

Ver figura 15

Ver figura 14

- Busca nos bancos de patentes;

- Busca nas bases de dados.

- Coleta das amostras;

- Acondicionamento e destinação das

amostras;

- Caracterização das amostras;

- Estudo e acondicionamento das dosagens;

- Realização dos ensaios de compressão

axial e de permeabilidade.

Figura 13 – Fluxograma dos processos realizados desde a definição do tema até a análise

da viabilidade técnica do material

Fonte: Elaborado pelo Autor (2013).

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63

Identificação

da usina

Caracterização

das amostras

conf. NBR.

15.116/2004

Análise dos

resultados

Destinação ao

laboratório

Acondiciona-

mento das

amostras

Coleta das

amostras

Próprio para argamassa?

Estudo da

Dosagem

Descarte das

amostras

S

N

Figura 14 – Fluxograma das etapas de identificação da usina até o estudo de dosagem

Fonte: Elaborado pelo Autor (2013).

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64

Estudo de

Dosagem

Preparação das

amostras com

RCD e PET

RCD + PET

1 - 80% + 20%

2 - 70% + 30%

3 - 60% + 10%

4 - 50% + 50%

5 - 40% + 60%

6 - 30% + 70%

S

N

Descarte

Moldagem dos

corpos de

prova

Acondiciona-

mento dos

corpos de prova

em câmara

úmida

Período de Cura

06 dias

13 dias

27 dias

63 Dias

Realização dos

ensaios de

compressão

axial

Idades de

rompimento

7 dias

14 dias

28 dias

63 dias

Análise

resultados

Análise Visual

aprovada?

Análise de

consistência

aprovada?

Escolha da

melhor

dosagem

Realização dos

ensaios de

permeabilidade

ACI 522R-06

Comparação dos

resultados obtidos

com arg.

convencional

Análise da

viabilidade

técnica do

material

S

N

Figura 15 – Fluxograma das etapas estudo de dosagem até a análise de viabilidade

Fonte: Elaborado pelo Autor.

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65

Coleta das

Amostras

Acondiciona-

mento das

amostras

Caracterização

das amostras

conf. NBR. NM

248/2003

Destinação ao

laboratório

Estudo da

dosagem

Descarte

Moldagem dos

corpos de

prova

Acondiciona-

mento dos

corpos de prova

em câmara

úmida

Período de Cura

06 dias

13 dias

27 dias

63 Dias

Realização dos

ensaios de

compressão axial

Idades de

rompimento

7 dias

14 dias

28 dias

63 dias

Análise Visual

aprovada?

Análise de

consistência

aprovada?

Realização dos

ensaios de

permeabilidade

ACI 522R-06

Comparação dos

resultados obtidos

com arg.

convencional

S

N

S

N

Comparação

dos resultados

obtidos com

arg. com RCD +

PET

Figura 16 – Fluxograma de produção da argamassa convencional das etapas de coleta

até a comparação dos resultados

Fonte: Elaborado pelo Autor.

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66

3.1. ETAPA 1 – BUSCA NO BANCO DE PATENTES

A realização da busca nos bancos de patentes pautou-se pelos seguintes motivos:

- Apurar o estado da técnica para fabricação das argamassas;

- Prospecção de novas tecnologias utilizadas tanto para elaboração de argamassas, bem

como, para reutilização e reciclagem dos RCD e PET;

- Identificação e percepção de tendências no âmbito da sustentabilidade para indústria da

construção;

- Busca de novos nichos de mercado da construção civil para a reutilização e reciclagem

dos RCD e PET;

- Verificação de alternativas para destinação dos RCD e PET;

- Determinação do nível de exploração tecnológica para fabricação das argamassas e

reutilização e reciclagem dos RCD e PET;

- Caracterizar o ineditismo do trabalho.

Adotou-se como estratégia de pesquisa a prospecção nas bases de dados localizadas no Brasil,

Estados Unidos, Europa e China, porque juntos congregam o maior número de pedidos

patentes no mundo, desta forma, poder-se-ia fazer uma pesquisa mais abrangente, completa e

significativa possível.

A prospecção nas bases de dados foi realizada pelos sites dos órgãos, os quais disponibilizam

ferramentas de busca eletrônica para que seja possível localizar o assunto e autores de uma

inovação. Os sites pesquisados foram:

- No Brasil, pelo Instituto Brasileiro de Propriedade Intelectual (INPI):

http://www.inpi.gov.br/portal/;

- Nos Estado Unidos, pelo Escritório Norte Americano de Patentes & Marcas (USPTO):

http://www.uspto.gov/;

- Na Europa, pelo Escritório Europeu de Patentes (EPO): http://www.epo.org/;

- Na China, pelo Escritório Chinês de Patentes & Marcas (CPO):

http://www.chinatrademarkoffice.com/.

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3.2. ETAPA 2 – IDENTIFICAÇÃO DA USINA DE RECICLAGEM DE RCD

As amostras foram coletadas na Usina de Reciclagem de Entulho de Osasco (UREOSASCO),

localizada na Rua Alexandre Jellmeyer de Mello, 232, Bairro Portal D’Oeste II, Osasco/SP.

Esta Usina tem a capacidade de produção de aproximadamente 25 t/h e produz agregados

reciclados em granulometria variada. A Usina é mantida pelo Instituto Nova Ágora (INAC) e

a Fundação Banco do Brasil, não tendo fins lucrativos. Pode-se verificar a localização da

Usina e sua vista interna pelas Figuras 17 e 18.

Na Figura 17 está representada a localização da Usina, bem como, seu acesso e, na Figura 18

verifica-se uma vista interna da Usina, onde se pode notar o maquinário que realiza a

operação de trituração dos RCD em agregado graúdo e miúdo.

Figura 17 – Localização da Usina UREOSASCO

Fonte: Adaptada de Google Earth (2012).

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Figura 18 – Vista interna da Usina UREOSASCO

Fonte: Elaborado pelo Autor (2012).

3.3. ETAPA 3 – COLETA E ACONDICIONAMENTO DAS AMOSTRAS DE RCD,

PET E CIMENTO E CARACTERIZAÇÃO DAS AMOSTRAS

3.3.1. PROCEDIMENTO UTILIZADO PARA COLETA DE AMOSTRAS DE

RCD, PET E CIMENTO

Para a realização dos ensaios necessários a esta pesquisa, foram coletadas amostras de RCD

reduzidas à granulometria de areia média. Esta granulometria foi escolhida por ser usualmente

utilizada na confecção de argamassas convencionais.

As amostras foram coletadas em diferentes regiões das pilhas de material britado, sendo uma

na base, outra em meia altura e outra no topo. As amostras foram colhidas em intervalos de

tempo de 30 minutos, com o objetivo de que as porções coletadas representassem um

exemplar significativo da pilha de todo o material britado pela usina. Menciona-se que neste

intervalo de tempo, neste caso, 30 minutos, a esteira encontrava-se em pleno funcionamento e,

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depois de coletadas, as amostras foram homogeneizadas para que o material obtido

representasse um exemplar legítimo do material produzido pela usina.

Cada lote de amostra coletada continha uma massa de 10 quilogramas. Os procedimentos de

coleta e acondicionamento foram em concordância com o estabelecido pela ABNT NBR

15116 (2004) “Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil – Utilização em

pavimentação e preparo de concreto sem função estrutural – Requisitos”.

Posteriormente à coleta, as amostras foram acondicionadas em tambores tampados e foram

transportadas para o laboratório de construção civil da empresa EPT – Engenharia e Pesquisas

Tecnológicas localizada em Osasco, onde foram executados os ensaios necessários.

Pode-se verificar a coleta e o aspecto da amostra de RCD reduzida a granulometria de areia

média na pelas Figuras 19 e 20. Na Figura 19 está mostrada a coleta de RCD reduzida a

granulometria de areia média por um operário da própria Usina e na Figura 20 é mostrado o

RCD preparado para utilização no ensaio de granulometria.

Figura 19 – Coleta do RCD reduzidas a granulometria de areia média

Fonte: Elaborado pelo Autor (2012).

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Figura 20 – Aspecto da amostra de RCD reduzida à granulometria de areia média a ser

utilizada nos ensaios

Fonte: Elaborado pelo Autor (2012).

As amostras de Politereftalato de Etileno (PET) foram obtidas mediante a moagem de garrafas

de água mineral. Para tal, as garrafas foram previamente lavadas, tiveram as suas tampas e

rótulos removidos, para em seguida serem submetidas a trituração em moinho de martelo. As

amostras foram armazenadas em recipientes tampados com o objetivo de evitar qualquer

contaminação do material. As amostras de PET foram reduzidas a uma fração equivalente a

flocos, não passando por qualquer outro tratamento adicional. Pode-se verificar o PET

reduzido a flocos pela Figura 21.

Na Figura 21 está mostrado o PET reduzido a uma fração equivalente a flocos e sendo

preparado para utilização no ensaio de granulometria.

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Figura 21 – Aspecto da amostra de PET utilizada nos ensaios

Fonte: Elaborado pelo Autor (2013).

O cimento utilizado como aglomerante da mistura foi o Portland CPII E-32 acondicionado

em sacos de 50 Kg. Optou-se por este tipo de cimento por ser facilmente encontrado no

comércio em lojas de materiais de construção, além de ser comumente usado em obras gerais.

De acordo com o fabricante, o cimento CPII E-32 é o cimento composto com escória de alto

forno classe de resistência 32 MPa e seguem as orientações da ABNT NBR 11578 (1991)

“Cimento Portland Composto – Especificação”. Pode-se verificar o aspecto da amostra de

cimento a ser utilizada nos ensaios pela Figura 22.

Na Figura 22 está mostrado o cimento, o qual será utilizado como aglomerante na mistura

para produção das argamassas.

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Figura 22 – Aspecto da amostra de cimento utilizada nos ensaios

Fonte: Elaborado pelo Autor (2013).

3.3.2. CARACTERIZAÇÃO DAS AMOSTRAS

A caracterização das amostras foi realizada na empresa Engenharia e Pesquisas Tecnológicas

S.A. (EPT), Av. São José, 450 – Jd. São José, Osasco/SP. Esta empresa tem um departamento

de Tecnologia de Materiais de Construção Civil que faz parte da Rede Brasileira de

Laboratórios de Ensaios (RBLE) e é acreditado e periodicamente auditado pelo INMETRO.

As amostras de RCD foram caracterizadas de acordo com as premissas expostas no item 7 –

“Requisitos para agregado reciclado destinado ao preparo de concreto sem função estrutural”

da ABNT NBR 15116 (2004).

Além da ABNT NBR 15116 (2004) para caracterização das amostras de RCD foi necessária a

utilização das seguintes normas:

- ABNT NBR NM 30 (2001) “Agregado miúdo – Determinação da absorção de água”;

- ABNT NBR NM 46 (2003) “Agregados – Determinação do material fino que passa

através da peneira 75 µm, por lavagem”;

- ABNT NBR 7211 (2009) “Agregados para concretos – Especificação”;

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- ABNT NBR NM 248 (2003) “Agregados – Determinação da composição

granulométrica”.

As normas que não corresponderam às orientações da ABNT NBR 15116 (2004) foram

descartadas.

Para este estudo, a caracterização realizada no PET foi a elaboração da curva granulométrica

do material conforme premissas da norma ABNT NBR NM 248 (2003), pois trata-se de um

material inerte. No caso do cimento, a caracterização foi obtida com o próprio fabricante do

produto.

3.4. ETAPA 4 – ESTUDO DAS DOSAGENS, MOLDAGEM E

ACONDICIONAMENTO DOS CORPOS DE PROVA

3.4.1. ESTUDO DAS DOSAGENS

Na elaboração destas dosagens as proporções entre aglomerante e agregado foram mantidas

fixas, ou seja, apenas ocorrerá variação do percentual de RCD e PET conforme especificado

na Tabela 16. Foi usada a proporção de 1 parte de cimento para 4 partes de agregado, ou seja,

traço de 1:4, pois é a dosagem mais comumente utilizada para confecção de blocos de

argamassas.

Como a argamassa que propõe nesta pesquisa é composta por cimento, RCD em

granulometria de areia e PET em flocos, foi escolhida primeiramente a dosagem de agregado

miúdo (RCD e PET) na fração de 80% RCD + 20% PET com o objetivo de apurar o

comportamento inicial do material e, depois, variou-se as porcentagens de RCD e PET nas

dosagens expostas na Tabela 16 com o intuito de verificar-se o desempenho da mistura.

Não se utilizou as dosagens de agregado miúdo (RCD e PET) na fração de 90% RCD + 10%

PET, porque a massa de Politereftalato de Etileno era pequena e, por ser tratar de um material

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inerte, não resultaria em efeitos significativos. E, nas frações de 20% RCD + 80% PET e 10%

RCD + 90% PET, não se apresentaram conclusões, pois não foi possível obter a liga entre os

materiais. Pode-se verificar a mistura dos materiais pela Figura 25.

Tabela 16 – Dosagens com suas respectivas composições

Dosagem Aglomerante Composição dos Agregados

1 Cimento 80% RCD + 20% PET

2 Cimento 70% RCD + 30% PET

3 Cimento 60% RCD + 40% PET

4 Cimento 50% RCD + 50% PET

5 Cimento 40% RCD + 60% PET

6 Cimento 30% RCD + 70% PET

Fonte: Elaborado pelo Autor (2013).

Na Figura 23 são mostrados os materiais (cimento, RCD e PET) sendo misturados

inicialmente manualmente e depois são misturados pela betoneira elétrica para produção da

argamassa.

Figura 23 – A elaboração da mistura dos materiais empregados para fabricação da

argamassa

Fonte: Elaborado pelo Autor (2013).

Inicialmente adotou-se um fator água cimento (a/c) de 0,5, o qual é comumente utilizado para

confecção de argamassas, mas verificou-se que este parâmetro não foi suficiente para realizar

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a liga dos materiais. Presume-se que ocorra este fato pelo RCD ter frações incorporadas

(pigmentos) de cimento diferentemente de um material virgem que é extraído de um leito de

um rio, ou seja, caracteriza-se como um material lavado. Pode-se verificar o aumento do fator

a/c pela Figura 24.

Na Figura 24 verifica-se o aumento do fator a/c para melhorar a liga dos materiais e,

consequentemente produzir a argamassa.

Figura 24 – Incremento do fator a/c na mistura

Fonte: Elaborado pelo Autor (2013).

Os componentes foram misturados em uma betoneira elétrica com capacidade de 200 litros

até que a massa apresentasse consistência e aderência apropriadas. Pode-se verificar a mistura

mecânica dos materiais pelas Figuras 25 e 26.

Nas Figuras 25 e 26 pode-se observar os materiais sendo misturados para produção das

argamassas que foram produzidas para os ensaios de compressão axial e permeabilidade.

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Figura 25 – O PET sendo despejado na betoneira para mistura mecânica junto com os

demais materiais.

Fonte: Elaborado pelo Autor (2013).

Figura 26 – Todos os materiais já depositados na betoneira e sendo misturados

mecanicamente

Fonte: Elaborado pelo Autor (2013).

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Após a preparação das argamassas com as dosagens expostas na Tabela 25, foi produzida uma

argamassa convencional com os mesmos critérios detalhados até o presente momento, ou seja,

foi utilizado o mesmo tipo de cimento (Portland CPII E-32), a mesma dosagem (traço de 1:4)

e seguidas as mesmas orientações normativas da ABNT (ABNT NBR NM 30 (2001); ABNT

NBR NM 46 (2003); ABNT NBR 7211 (2009); e, ABNT NBR NM 248 (2003)).

Menciona-se que, para fabricação da argamassa convencional, não foram empregados os

seguintes critérios: a norma ABNT NBR 15116 (2004), pois esta recomendação técnica versa

somente a agregados reciclados e os materiais RCD e PET porque não são empregados para

produção deste tipo de argamassa.

Adotou-se o procedimento de fabricação de uma argamassa convencional em paralelo com a

argamassa com RCD e PET com o intuito de se comparar os resultados obtidos em ambos os

materiais.

3.4.2. MOLDAGEM E ACONDICIONAMENTO DOS CORPOS DE PROVA

Após a elaboração das dosagens, foram moldados corpos de prova cilíndricos nas dimensões

de 5 cm de diâmetro por 10 cm de altura, a fim de proporcionar uma relação de uma altura

para duas vezes o diâmetro (H = 2D), deste modo, se garante a correta distribuição de tensões

no ensaio de compressão e, também, esta especificação está de acordo com a ABNT NBR

5738 (2003) “Concreto - Procedimento para moldagem e cura de corpos-de-prova”. Pode-se

verificar a moldagem dos materiais pela Figura 26.

Após o acondicionamento nos moldes metálicos, os corpos de prova foram etiquetados com a

data de moldagem, fração de composição dos agregados miúdos (RCD e PET) e a data de

retirada da câmara úmida.

Os corpos de prova ficaram acondicionados em câmara úmida conforme especificado na

ABNT NBR 9479 (2006) “Argamassa e concreto – Câmaras úmidas e tanques para cura de

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corpos de prova”, ou seja, temperatura e umidade controladas, sendo a temperatura de 25 ±

2ºC e a umidade maior que 95%, até as idades de 6, 13, 27 e 62 dias.

Depois destas idades foram acondicionados em temperatura ambiente com pelo menos vinte e

quatro horas de antecedência em relação a data do ensaios de compressão de axial conforme

preconizado na ABNT NBR 5738 (2003) e, os corpos de prova antes da realização dos

ensaios de compressão axial, foram capeados com enxofre para regularização das

extremidades de maneira a evitar concentração de tensões, conforme Figura 27.

Na Figura 27 observam-se os corpos de prova em temperatura ambiente e preparados para os

ensaios de compressão axial.

Figura 27 – Corpos de prova em temperatura ambiente

Fonte: Elaborado pelo Autor (2013).

A Tabela 17 apresenta a quantidade de corpos de prova que foram moldados em cada tempo

de cura, para cada ensaio realizado e cada traço dosado.

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Tabela 17 – Quantidades de corpos de prova

Ensaios Idades (dias)

7 14 28 63

Compressão Axial

(NBR 5739/2003) 3 unid. 3 unid. 3 unid. 3 unid.

Permeabilidade

(ACI 522R-06) 3 unid. - - -

Fonte: Elaborado pelo Autor (2013).

Pela Tabela 17, pode-se verificar que para cada dosagem foram moldados 15 (quinze) corpos

de prova, sendo 12 (doze) corpos para ensaios de compressão axial e 3 (três) para ensaios de

permeabilidade.

Menciona-se que todos os procedimentos detalhados para moldagem e acondicionamento dos

corpos de prova são idênticos tanto para argamassa convencional como para a produzida com

RCD e PET, bem como, o cálculo das quantidades de corpos de prova gerados para cada

dosagem.

3.5. ETAPA 5 – REALIZAÇÃO DOS ENSAIOS DE COMPRESSÃO AXIAL E

PERMEABILIDADE

Os ensaios de compressão axial foram realizados com o objetivo de se determinar o ganho de

resistência à compressão do material ao longo dos tempos de cura considerados, além de

possibilitar a comparação entre os valores obtidos entre as dosagens executadas. Este

procedimento teve o intuito de verificar qual seria a melhor dosagem.

Os ensaios de compressão axial foram conduzidos em concordância com as recomendações

da ABNT NBR 5739(2003) “Concreto - Ensaios de compressão de corpos-de-prova

cilíndricos”.

Para este ensaio foi utilizada uma prensa hidráulica de acionamento elétrico com módulo

eletrônico de leitura, modelo PC200C do fabricante EMIC com data de calibração em 24 de

fevereiro de 2012 conforme pode-se observar nas Figuras 28 e 29.

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Na Figura 28 observa-se o corpo de prova preparado e colocado na prensa hidráulica para

iniciar o ensaio de compressão axial e na Figura 29 verifica-se o mesmo corpo de prova

rompido após as tensões axiais impostas no material.

Figura 28 – Corpo de prova preparado e colocado na prensa hidráulica

Fonte: Elaborado pelo Autor (2013).

Figura 29 – Corpo de prova rompido após as tensões axiais

Fonte: Elaborado pelo Autor (2013).

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Após os ensaios de compressão axial, dos corpos de prova confeccionados nas dosagens

estudadas, foram analisados os resultados deste experimento com o objetivo saber qual

dosagem apresentaria o melhor resultado para este ensaio. Desta forma, somente seria

realizado o ensaio de permeabilidade na dosagem que tivesse a melhor resistência à

compressão axial.

Os ensaios de permeabilidade foram realizados com o objetivo de se determinar a

permeabilidade do material, ou seja, foi medida a velocidade de percolação a uma

determinada pressão de coluna d’água. Este procedimento tem o intuito verificar qual a

magnitude da permeabilidade dos corpos de prova. Os ensaios de permeabilidade foram

conduzidos em concordância com as recomendações da norma americana ACI 522R-06

(2006) – “Pervious Concrete”.

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4. APRESENTAÇÃO, ANÁLISES E DISCUSSÕES DOS RESULTADOS

Neste capítulo, são apresentados os resultados das pesquisas realizadas nos bancos de patentes

e dos ensaios, obtidos em laboratório, bem como, as suas respectivas análises.

4.1. RESULTADOS DAS BUSCAS NOS BANCOS DE PATENTES

Realizou-se uma busca com as palavras-chave “argamassa, resíduo construção civil e PET”

nas bases de patentes do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) usando as

ferramentas disponíveis no site da Instituição que geraram os resultados conforme Tabela 18.

Tabela 18 – Resultado da Busca de Argamassa, Resíduo Construção Civil e PET

Forma da busca Resultado da busca

Todas as palavras / no Título 0 (zero)

Todas as palavras / no Resumo 0 (zero)

Qualquer uma das palavras / no Título 4203

Qualquer uma das palavras / no Resumo 9906

A palavra aproximada / no Título 4203

A palavra aproximada / no Resumo 9906

Fonte: Elaborado pelo Autor (2012)

Em relação as buscas nos bancos norte americano (USPTO), europeu (EPO) e chinês

(CPO)utilizou-se parâmetros “mortar”, “civil construction waste”, “polyethylene

terephthalate (PET)” e “demolition construction waste”, conforme Tabelas 19, 20 e 21

respectivamente.

Tabela 19 – Resultado da Busca pelo Escritório Norte Americano de Patentes & Marcas

(USPTO)

Forma da busca Resultado da busca

Mortar and Polyethylene Terephthalate (PET) 740

Mortar and Civil Construction Waste 3

Mortar, Civil Construction Waste and Polyethylene Terephthalate (PET) 14

Mortar, Polyethylene Terephthalate (PET) and Civil Construction Waste 14

Mortar and Demolition Construction Waste 30

Mortar, Demolition Construction Waste and Polyethylene Terephthalate (PET) 0 (zero)

Mortar, Polyethylene Terephthalate (PET) and Demolition Construction Waste 0 (zero)

Fonte: Elaborado pelo Autor (2012)

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Tabela 20 – Resultado da Busca no Escritório Europeu de Patentes (EPO)

Forma da busca Resultado da busca

Mortar and Polyethylene Terephthalate (PET) 15

Mortar and Civil Construction Waste 11

Mortar, Civil Construction Waste and Polyethylene Terephthalate (PET) 0 (zero)

Mortar, Polyethylene Terephthalate (PET) and Civil Construction Waste 0 (zero)

Mortar and Demolition Construction Waste 0 (zero)

Mortar, Demolition Construction Waste and Polyethylene Terephthalate (PET) 0 (zero)

Mortar, Polyethylene Terephthalate (PET) and Demolition Construction Waste 0 (zero)

Fonte: Elaborado pelo Autor (2012)

Tabela 21 – Resultado da Busca no Escritório Chinês de Patentes & Marcas (CPO)

Forma da Busca Resultado da busca

No título No resumo

Mortar and Polyethylene Terephthalate (PET) 7415 25359

Mortar and Civil Construction Waste 3085 5467

Mortar, Civil Construction Waste and Polyethylene Terephthalate (PET) 7415 25359

Mortar, Polyethylene Terephthalate (PET) and Civil Construction Waste 7415 25359

Mortar and Demolition Construction Waste 3085 5467

Mortar, Demolition Construction Waste and Polyethylene Terephthalate (PET) 7415 25359

Mortar, Polyethylene Terephthalate (PET) and Demolition Construction Waste 7415 25359

Fonte: Elaborado pelo Autor (2013)

A busca realizada no INPI, conforme Tabela 18, mostrou que os critérios “Todas as Palavras /

no Título” e “Todas as Palavras / no Resumo” não apresentaram resultados, desta forma,

pode-se dizer que não há pesquisas que tenham todas as palavras no título e no resumo, na

época em que foi realizada a apuração pelo site.

Após constatar que não há trabalhos no INPI com todas as palavras-chave escolhidas no título

e resumo, buscou-se pelos parâmetros “Qualquer uma das palavras / no Título”, “Qualquer

uma das palavras / no Resumo”, “A palavra aproximada / no Título” e “A palavra aproximada

/ no Resumo” onde se verificou os resultados de 4203 para “Qualquer uma das palavras / no

Título” e “A palavra aproximada / no Título” e 9906 “Qualquer uma das palavras / no

Resumo” e “A palavra aproximada / no Resumo”.

Pelo fato da busca ter apresentado resultados expressivos, nesta pesquisa, adotou-se o critério

que todo produto mostrado pelo mecanismo de procura, acima mencionado, em mais de 500

trabalhos, seriam abertos apenas os trabalhos que tivessem 50% de aderência aos resultados

iniciais, ou seja, a partir de 50% de descolamento dos critérios iniciais da busca não se

verificaria mais os arquivos oferecidos pelo mecanismo de averiguação.

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No caso da pesquisa do INPI com o critério Qualquer uma das palavras / no Título” e “A

palavra aproximada / no Título” produziu resultados iguais e apresentaram os mesmos

trabalhos, de forma equivalente com a especificação “Qualquer uma das palavras / no

Resumo” e “A palavra aproximada / no Resumo” gerou resultados iguais e apresentaram os

mesmos trabalhos.

De forma análoga à busca no INPI, a utilização do mecanismo de procura nos sites USPTO e

EPO, de acordo com as Tabelas 19 e 20 respectivamente, mostraram que todos “mortar,

demolition construction waste and polyethylene terephthalate (PET)” e “mortar, polyethylene

terephthalate (PET) and demolition construction waste” não apresentaram resultados, pois

mostraram como produto uma resposta “0” trabalhos depositados nos Órgãos com estes

parâmetros.

Analisou-se os demais resultados produzidos pela Tabela 19, “Mortar and Polyethylene

Terephthalate (PET)”, “Mortar and Civil Construction Waste, Mortar”, “Civil Construction

Waste and Polyethylene Terephthalate (PET)”, “Mortar, Polyethylene Terephthalate (PET)

and Civil Construction Waste” e “Mortar and Demolition Construction Waste” e constatou-se

que os arquivos mostrados não são iguais ao proposto nesta pesquisa.

Verificou-se o produto da pesquisa expresso na Tabela 20 pelos parâmetros “Mortar and

Polyethylene Terephthalate (PET)” e “Mortar and Civil Construction Waste” e, pode-se dizer

que não apresentaram resultado iguais ao proposto neste trabalho. E, os demais critérios

“Mortar, Civil Construction Waste and Polyethylene Terephthalate (PET)”, “Mortar,

Polyethylene Terephthalate (PET) and Civil Construction Waste “e “Mortar and Demolition

Construction Waste” não geraram resultados.

Conforme mostrado na Tabela 21, a busca no CPO por todas as palavras-chave, tanto no

Título como Resumo, produziu resultados muitos significativos, por este motivo, adotou-se o

critério de até 10% de aderência dos resultados com o exame inicial, ou seja, a partir de 10%

de descolamento dos critérios iniciais da busca não se verificaria mais os arquivos oferecidos

pelo mecanismo de averiguação. Neste caso, verificou-se os documentos apresentados e

constatou-se que não há projetos iguais ao proposto nesta pesquisa.

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Observa-se que as buscas pelas palavras-chave “mortar and polyethylene terephthalate

(PET)”, “mortar, civil construction waste and polyethylene Terephthalate (PET) “, “mortar,

polyethylene terephthalate (PET) and civil construction waste”, “mortar, demolition

construction waste and polyethylene terephthalate (PET)” e “mortar, polyethylene

terephthalate (PET) and demolition construction waste” geraram resultados iguais.

Examinando-se os documentos expostos pela busca, constatou-se que não há projetos iguais

ao proposto nesta pesquisa.

Da mesma forma como ocorreu com as outras palavras-chave, os parâmetros “mortar and

civil construction waste” e “mortar and demolition construction waste” apresentaram

resultados iguais e, nestes casos, constatou-se que não há projetos iguais ao proposto nesta

pesquisa.

Após a análise dos resultados obtidos com a pesquisa, pode-se dizer que não foram

encontrados resultados iguais ou semelhantes aos objetivos deste trabalho, ou seja, não foram

detectados, até o momento em que a investigação foi feita, trabalhos iguais ou semelhantes

nos bancos de patentes pesquisados.

4.2. ENSAIOS LABORATORIAIS

Apresentam-se os resultados dos ensaios conduzidos em laboratório com suas respectivas

análises

4.2.1. CARACTERIZAÇÃO DAS MATÉRIAS PRIMAS

Nesta pesquisa foram caracterizadas as amostras de cimento, RCD e PET.

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4.2.1.1. CARACTERIZAÇÃO DO CIMENTO UTILIZADO

O cimento utilizado como aglomerante na mistura testada tem as suas características descritas

no Quadro 1.

Quadro 1 – Características do Cimento Portland CPII E-32

Fonte: Informações fornecidas pelo Fabricante.

De acordo com o Quadro 1, verifica-se que o cimento utilizado na mistura atende as

premissas da norma ABNT NBR 11578 (1991).

Composição do cimento

Proporções (%/m de cimento)

Clínquer

Escória

Sulfato de cálcio

Calcário

Finura Blaine (cm2/g)

ABNT:NBR7224

Composição potencial do

cimento (%)

Ca3S

C2S

C3A

C4AF

25

0,32

154

226

3,1

Temperatura

Relação a/c (MB3433)

Início de pega (min)

Fim de pega (min)

Massa específica (g/cm3) ABNT: NBR6474

CPII-E32*

42,67

12,43

5,43

7,36

Tempo de pega da pasta de cimento ABNT: NM 65:

2003

CPII-E32*

67,8

19,56

2,75

9,89

3840

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87

4.2.1.2. CARACTERIZAÇÃO DO RCD

A norma ABNT NBR 15116 (2004) estabelece que, para a utilização que se propõe nesta

pesquisa, a massa de RCD pode ser classificada em dois grupos em função de sua

composição. O Quadro 02 apresenta os requisitos preconizados pela Norma para a

classificação inicial da massa de resíduo.

Quadro 2 – Classificação preliminar do RCD de acordo com a ABNT NBR 15116

Classificação Características

Agregado de resíduo de concreto

(ARC)

É o agregado reciclado obtido do beneficiamento de resíduo

pertencente à classe A, composto na sua fração graúda, de no mínimo

90% em massa de fragmentos à base de cimento Portland e rochas.

Sua composição deve ser determinada conforme o anexo A e atender

aos requisitos das aplicações específicas.

Agregado de resíduo misto

(ARM)

É o agregado reciclado obtido do beneficiamento de resíduo de

classe A, composto na sua fração graúda com menos de 90% em

massa de fragmentos à base de cimento Portland e rochas. Sua

composição deve ser determinada conforme o anexo A e atender aos

requisitos das aplicações específicas.

Fonte: Adaptado de ABNT NBR 15116 (2004).

De acordo com o Anexo A – Determinação da composição dos agregados reciclados graúdos

por análise visual da ABNT NBR 15116 (2004, p. 8 e 9) o procedimento para determinação

da classificação preliminar do RCD caracteriza-se por:

- Lavar a amostra em água corrente utilizando-se uma peneira de malha 4,8mm;

- Secar a amostra lavada em estufa a (105 ± 5) ºC até constância de massa;

- Deixar a amostra resfriar até atingir a temperatura ambiente, em um período

máximo de 6 h, e determinar a massa total (MT), com aproximação de 0,1 g;

- Separar cada fragmento presente na amostra, segundo os critérios:

Grupo 1: Fragmentos que apresentam pasta de cimento endurecida em mais de 50%

do volume;

Grupo 2: Fragmentos constituídos por rocha em mais de 50% do volume;

Grupo 3: Fragmentos de cerâmica branca ou vermelha, com superfície não polida, e,

mais de 50% do volume;

Grupo 4: Fragmentos de materiais não minerais de natureza orgânica como madeira,

plásticos, betume e materiais carbonizados, e de contaminantes como vidros,

vidrados cerâmicos e gesso;

- Determinar as massas de cada grupo, com aproximação de 0,1 g;

- Determinar as porcentagens de cada grupo (G1, G2, G3, G4), dividindo os valores de

cada massa encontrada em relação à massa total (MT). A soma das porcentagens de

massa de G1, G2, G3, G4 deve totalizar 100%.

Para realização deste ensaio utilizou-se uma amostra de 10 Kg conforme preconizado no item

8.2 – Coleta e preparação de amostras de agregados reciclados para ensaios de caracterização

da ABNT NBR 15116 (2004) e, os resultados são mostrados na Tabela 22.

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Tabela 22 – Resultados conforme Anexo A – Determinação da composição dos

agregados reciclados miúdos por análise visual da ABNT NBR15116 (2004)

Grupos Massas (Kg) Percentual de massa

G1 0,3 3%

G2 9,0 90%

G3 0,7 7%

G4 0 0%

Total 10 Kg 100%

Fonte: Elaborado pelo Autor (2013)

Os grupos foram determinados por análise visual e por uma balança de precisão calibrada e

disponível no laboratório. A coluna percentual de massa foi obtida dividindo-se os valores de

cada massa encontrada em relação à massa total.

De posse destes resultados, analisa-se de acordo com o item A.6 – Resultados da ABNT NBR

15116 (2004), que recomenda que deve ser realizada a soma entre G1 + G2 para verificar qual

o tipo de agregado resultante e, os resultados são mostrados na Tabela 23.

Tabela 23 – Soma dos resultados obtidos pela técnica expressa no Anexo A –

Determinação da composição dos agregados reciclados miúdos por análise visual da

ABNT NBR15116 (2004)

Grupos Percentual de massa

G1 3%

G2 90%

Total 93%

Fonte: Elaborado pelo Autor (2013)

Verifica-se que o percentual resultante entre G1 + G2 é superior a 90%, então, pode-se afirmar

que trata-se de um agregado tipo ARC. A ABNT NBR 15116 (2004, p. 9) define ARC:

“considera-se o agregado tipo ARC aquele que apresenta a soma dos percentuais dos grupos1

e 2 (G1 + G2) maior ou igual a 90%”.

Uma vez identificado a qual grupo pertencem as amostras, estas deveriam apresentar as

características físicas e químicas apresentadas no Quadro 3.

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Quadro 3 – Requisito para agregado reciclado destinado ao preparo de concreto sem

função estrutural

Propriedades

Agregado reciclado classe A Normas de ensaio

ARC ARM

Graúdo Miúdo Graúdo Miúdo Agregado

Graúdo

Agregado

Miúdo

Teor de fragmentos à base de cimento

e rochas(%) ≥ 90 - < 90 - Anexo A -

Absorção de água (%) ≤ 7% ≤ 12% ≤12% ≤ 17% ABNT NBR

NM 53

ABNT NBR

NM 30

Contaminantes

– teores

máximos em

relação à

massa do

agregado

reciclado (%)

Cloretos 1 ABNT NBR 9917

Sulfatos 1 ABNT NBR 9917

Materiais não

minerais 2 Anexo A Anexo B

Torrões de argila 2 ABNT NBR 7218

Teor total máximo

de contaminantes 3 -

Teor de material passante na malha

75 µm (%) ≤ 10% ≤ 15% ≤ 10% ≤ 20% ABNT NBR NM 46

Fonte: ABNT NBR 15116 (2004)

Para a realização da próxima etapa de caracterização, utilizou-se o prescrito no Quadro3, ou

seja, as normas ABNT NBR NM 30 (2001) e ABNT NBR NM 46 (2009) para agregados

miúdos. Para a determinação da absorção de água da amostra o item 6 – Procedimentos da

norma ABNT NBR NM 30 (2001, p. 2 e 3) descreve o seguinte procedimento:

A amostra do agregado para ensaio deve ter aproximadamente 1 kg, tendo sido

obtida por quarteamento prévio.

Colocar a amostra em um recipiente e secar a uma temperatura de (105 ± 5)°C, até

que a diferença massa (m) seja menor do que 0,1 g, em duas determinações

consecutivas. A etapa de secagem é dispensável quando a dosagem do concreto for

realizada com base em agregados no estado úmido.

Cobrir a amostra com água e deixar descansar por 24 h. Retirar a amostra da água e

estender sobre uma superfície plana, submetendo-a à ação de uma suave corrente de

ar quente, revolvendo a amostra com frequência para assegurar uma secagem

uniforme. Prosseguir a secagem até que os grãos de agregado miúdo não fiquem

aderidos entre si de forma marcante.

Colocar o agregado miúdo em um molde, sem comprimi-lo, aplicar suavemente em

sua superfície 25 golpes com a haste de compactação e levantar verticalmente o

molde. Se houver umidade superficial, o agregado se conservará com a forma do

molde. Continuar a secagem, revolvendo a amostra constantemente e realizar ensaios a

intervalos frequentes, até que o cone de agregado miúdo desmorone ao ser retirado o

molde. Neste momento o agregado terá chegado à condição de saturado superfície

seca. Determinar a massa com aproximação de 0,1 g (ms).

Após separar a amostra e prepará-la, a obtenção do percentual de absorção de água da amostra

deriva-se do item 7 – Cálculos da norma ABNT NBR NM 30 (2001, p. 3) do seguinte modo:

, onde “A, é a absorção de água, em porcentagem; ms, é a massa ao ar da

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amostra na condição saturado e de superfície seca, em gramas; m, é a massa da amostra seca

em estufa, em gramas”.

Para esta amostra obteve-se um ms = 1000g e m = 947,23g, através de uma balança de

precisão calibrada, sendo assim, aplica-se na equação:

= 5,57%

Verifica-se que o resultado para o percentual de absorção de água calculado é menor que o

preconizado na ABNT NBR 15116 (2004), ou seja, 5,57% ≤ 12%, com este resultado, pode-

se afirmar que a amostra atende o exigido para aplicação.

Para determinação do teor de material passante na malha 75 µm da amostra o item 8 –

Procedimentos A (lavagem com água) da norma ABNT NBR NM 46 (2003, p. 4 e 5)

descreve o seguinte procedimento:

Secar a amostra de ensaio até massa constante à temperatura de (110 ± 5)ºC.

Determinar a massa com precisão de 0,1% mais próxima da massa da amostra de

ensaio.

Após a secagem e determinação da massa, colocar a amostra de ensaio no recipiente

e adicionar água até cobri-la. Não deve ser adicionado detergente ou agente

dispersante ou qualquer outra substância na água. Agitar a amostra vigorosamente

para obter a completa separação de todas as partículas mais finas que 75 µm das

maiores e para que o material fino fique em suspensão. Imediatamente, verter a água

de lavagem contendo os sólidos suspensos e dissolvidos sobre as peneiras, dispostas

de forma que a malha de maior abertura esteja na parte de cima. Evitar ao máximo a

decantação das partículas mais graúdas da amostra.

Adicionar uma segunda quantidade de água À amostra no recipiente, agitar e passar

pelas peneiras como descrito anteriormente. Repetir esta operação até que a água da

lavagem fique clara.

Retornar todo o material retido nas peneiras com um fluxo contínuo de água sobre a

amostra lavada. Secar o agregado lavado até massa constante à temperatura de (110

± 5)ºC e determinar a massa aproximando ao 0,1% mais próximo da massa da

amostra.

Após preparar a amostra, o percentual do teor de material passante na malha 75 µm foi

calculado conforme o item 10 – Cálculos da norma ABNT NBR NM 46 (2003, p. 5 e 6) do

seguinte modo:

, onde “m, é a porcentagem de material mais fino que a

peneira de 75 µm por lavagem; mi, é a massa original da amostra seca, em gramas; mf é a

massa da amostra seca após a lavagem, em gramas”.

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Para obtenção do teor de material passante na malha 75 µm foi necessário seguir a orientação

do item 10.2 da ABNT NBR NM 46 (2003 p. 5): “O resultado deve ser a média aritmética de

duas determinações”. De acordo com esta orientação, descreve-se os resultados das amostras

em duas medições na Tabela 24 e 25.

Tabela 24 – Resultados das amostras obtidos conforme o item 8 – Procedimentos A

(lavagem com água) da norma ABNT NBR NM 46 (2003)

Massa das

amostras

Resultados das amostras no

primeiro ensaio (em gramas)

Resultados das amostras no

segundo ensaio (em gramas)

mi 1001,20 1000,70

mf 976,80 967,10

Fonte: Elaborado pelo Autor (2013)

Tabela 25 – Resultados calculados do teor de material passante na malha 75 µm

conforme o item 10 – Cálculos A (lavagem com água) da norma ABNT NBR NM 46

(2003)

Resultado Resultado obtido no

primeiro ensaio

Resultado obtido no segundo

ensaio

m 2,44% 3,46%

Fonte: Elaborado pelo Autor (2013)

De acordo com o item 10.2 da ABNT NBR NM 46 (2003) a média aritmética dos resultados

calculados é 2,90%. Com este resultado verifica-se que o resultado para o percentual teor de

material passante na malha 75 µm calculado é menor que o preconizado na ABNT NBR

15116 (2004), ou seja, 2,90% ≤ 12%, com este resultado, pode-se afirmar que a amostra

atende o exigido para aplicação.

Pode-se agrupar os resultados obtidos nos ensaios realizados pela luz das normas ABNT NBR

NM 30 (2001) e ABNT NBR NM 46 (2003) na Tabela 26.

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Tabela 26 – Análise dos resultados de Absorção de água (%) e Teor de material passante

na malha 75 µm (%) conforme ABNT NBR 15116 (2004)

Propriedades Resultados

obtidos pelos

ensaios realizados

Agregado

reciclado classe A Análises dos resultados Normas de ensaio

ARC Miúdo

Absorção de água

(%) 5,57% ≤ 12%

Atende ao recomendado

pela ABNT NBR15116

(2004)

ABNT NBR NM 30

(2001)

Teor de material

passante na malha

75 µm (%) 2,90% ≤ 15%

Atende ao recomendado

pela ABNT NBR15116

(2004)

ABNT NBR NM 46

(2003)

Fonte: Elaborado pelo Autor (2013)

Depois de verificar que os requisitos gerais e específicos apresentados na Tabela 26 atendem

o preconizado pela ABNT NBR 15116 (2004), apresenta-se a caracterização granulométrica

do agregado de acordo com os procedimentos estabelecidos pela ABNT NBR 7211 (2009) –

“Agregado para concreto – Especificação” e a pré-molhagem com objetivo de apurar o

percentual de teor de absorção do resíduo (ABNT NBR 15116, 2004).

Segundo o item 5.1.1 Distribuição Granulométrica da norma ABNT NBR 7211 (2009, p. 4)

realiza-se este ensaio de acordo com o seguinte critério:

... determinada segundo a ABNT NBR NM 248, deve atender aos limites

estabelecidos na tabela 2. Podem ser utilizados como agregado miúdo para concreto

materiais com distribuição granulométrica diferente das zonas estabelecidas na

tabela 2, desde que estudos prévios de dosagem comprovem sua aplicabilidade.

É importante mencionar que a norma ABNT NBR 7211 (2009) frisa que deve-se analisar os

resultados da curva granulométrica entre os limites inferiores e superiores conforme Quadro

4.

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Quadro 4 – Limites da distribuição granulométrica do agregado miúdo

Peneira com abertura

de malha (ABNT NBR

NM ISO 3310-1)

Porcentagem, em massa, retida acumulada

Limites inferiores Limites superiores

Zona

utilizável

Zona

ótima

Zona

ótima

Zona

utilizável

9,5 mm 0 0 0 0

6,3 mm 0 0 0 7

4,75 mm 0 0 5 10

2,36 mm 0 10 20 25

1,18 mm 5 20 30 50

600 µm 15 35 55 70

300 µm 50 65 85 95

150 µm 85 90 95 100

NOTA 1 O módulo de finura da zona ótima varia de 2,20 a 2,90.

NOTA 2 O módulo de finura da zona utilizável inferior varia de 1,55 a 2,20.

NOTA 3 O módulo de finura da zona utilizável superior varia de 2,90 a 3,50.

Fonte: ABNT NBR 7211 (2009)

Conforme mencionado pela ABNT NBR 7211 (2009) deve-se seguir as orientações da norma

ABNT NBR NM 248 (2003) para obtenção da curva granulométrica. O ensaio deve ser

realizado de acordo ao item 5.2 – Ensaio da ABNT NBR NM 248 (2003, p. 3 e 4) que diz:

Secar as amostras de ensaio em estufa, esfriar à temperatura ambiente e determinar

suas massas (m1 e m2). Tomar a amostra de massa m1 e reservar a de massa m2.

Encaixar as peneiras, previamente limpas, de modo a formar um único conjunto de

peneiras, com abertura de malha em ordem crescente da base para o topo. Prover um

fundo de peneiras adequado para o conjunto.

Colocar a amostra (m1) ou porções da mesma sobre a peneira superior do conjunto,

de modo a evitar a formação de uma camada espessa de material sobre qualquer uma

das peneiras. Se o material apresenta quantidade significativa de materiais

pulverulentos, ensaiar previamente as amostras conforme a NM 46. Considerar o

teor de materiais pulverulentos no cálculo da composição granulométrica.

Promover a agitação mecânica do conjunto, por um tempo razoável para permitir a

separação e classificação prévia dos diferentes tamanhos de grão da amostra.

Destacar e agitar manualmente a peneira superior do conjunto (com tampa e fundo

falso encaixados) até que, após um minuto de agitação contínuo, a massa de material

passante pela peneira seja inferior a 1% da massa do material retido. A agitação da

peneira deve ser feita em movimentos laterais e circulares alternados, tanto no plano

horizontal quanto inclinado.

Remover o material retido na peneira para uma bandeja identificada. Escovar a tela

em ambos os lados para limpar a peneira. O material removido pelo lado interno é

considerado como retido (juntar na bandeja) e o desprendido na parte inferior como

passante.

Proceder à verificação da próxima peneira, conforme 5.2.6, depois de acrescentar o

material passante na peneira superior, até que todas as peneiras do conjunto tenham

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sido verificadas conforme 5.2.6. Caso a amostra tenha sido dividida, tomar nova

porção e proceder, como descrito a partir de 5.2.3.

Determinar a massa total de material retido em cada uma das peneiras e no fundo do

conjunto. O somatório de todas as massas não deve diferir mais de 0,3% de m1.

Os resultados da composição granulométrica para o RCD em granulometria de areia são

expostos em duas medições na Tabela 27.

Tabela 27 – Resultados da composição granulométrica obtida conforme item 5.2- Ensaio

da ABNT NBR NM 248 (2003)

Composição Granulométrica

Peneiras 1º Determinação 2º Determinação %

Retida Média

%

Retida

Acumulada nº mm

Peso Retido

(g)

%

Retido

Peso Retido

(g) % Retido

3/8” 9,5 - - - -

1/4" 6,3 - - - -

4” 4,75 1,30 0,13 0,90 0,08 0,11 0,11

8” 2,36 5,00 0,49 4,40 0,41 0,45 0,55

16” 1,18 20,50 2,00 21,10 1,95 1,98 2,53

30” 0,60 130,30 12,74 134,30 12,44 12,59 15,12

50” 0,30 415,90 40,65 477,30 44,19 42,42 57,54

100” 0,15 340,90 33,32 321,00 29,72 31,52 89,06

Fundo 0,01 109,20 10,67 121,00 11,20 10,94 100,00

Total 1023,10 100,00 1080,00 100,00 100,00 164,91

Diâmetro Máximo: 1,2 Módulo de Finura: 1,65

Fonte: Elaborado pelo Autor (2013)

Analisa-se que o módulo de finura do agregado miúdo está dentro da zona utilizável inferior,

pois o resultado obtido para o material foi de 1,65 e os valores que a norma ABNT NBR 7211

(2009) preconiza varia entre 1,55 a 2,20. Desta forma, pode-se dizer que o material atende o

solicitado pela norma ABNT NBR 15116 (2004) e, assim, traça-se a curva granulométrica

apresentada na Figura 30.

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Figura 30 – Curva de distribuição granulométrica RCD em granulometria de areia

utilizado

Fonte: Elaborado pelo Autor (2013).

Conclui-se que o RCD em granulometria de areia, coletado na Usina UREOSASCO, atende

todas as prerrogativas especificadas na norma ABNT NBR 15116 (2004), ou seja, pode ser

utilizado para a dosagem do material a ser fabricado e tem uma granulometria de areia média

bem graduada.

4.2.1.3. CARACTERIZAÇÃO DO PET

Em relação a caracterização do PET em flocos não será necessário seguir as premissas

expostas nos Quadros 2 e 3, pois as orientações destes quadros são referentes a agregados

reciclados de resíduos sólidos da construção civil – utilização em pavimentação e preparo de

concreto sem função estrutural –, ou seja, não se aplica ao PET. O estudo que foi realizado é a

elaboração da curva granulométrica do material conforme as premissas da norma ABNT NBR

NM 248 (2003).

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Para a elaboração da curva granulométrica do material realizou-se o ensaio de acordo com o

item 5.2 – Ensaio da ABNT NBR NM 248 (2003). Conforme as premissas expostas nesta

norma traça-se a curva do material a ser utilizado na dosagem de acordo com a Figura 31.

Figura 31 – Curva de distribuição granulométrica dos flocos de PET utilizados

Fonte: Elaborado pelo Autor (2013).

4.3. RESULTADOS DAS DOSAGENS

Antes da elaboração das dosagens utilizadas nesta pesquisa, foi inicialmente preparada uma

argamassa convencional no intuito desta servir como padrão comparativo para a avaliação do

material proposto neste trabalho. Este compósito inicial foi dosado com traço 1:4 e uma

relação água/cimento (a/c) de 0,6, uma vez que estes parâmetros de dosagem são usualmente

utilizados para a produção de blocos de argamassas.

Desta forma, incialmente, para a mistura das dosagens RCD + PET utilizou-se nesta pesquisa,

as mesmas características da argamassa convencional, ou seja, traço 1:4 e fator a/c de 0,6.

Entretanto, como se pode notar pela tabela 28, a relação a/c precisou ser alterada durante a

elaboração das dosagens RCD + PET, uma vez que, o fator água/cimento não foi suficiente

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para conferir ao produto as características de trabalhabilidade necessárias, ou seja, a massa

ficou demasiadamente seca não apresentando liga entre seus componentes.

Sendo assim, foi necessária a elaboração de uma dosagem experimental para cada dosagem

RCD + PET estudada, de modo a ajustar a relação a/c de maneira a conferir características

satisfatórias de trabalhabilidade e consistência por meio de inspeção táctil e visual.

Ressalta-se que ao ajustar as relações a/c das dosagens, para manter-se fixa a proporção de 1

parte de cimento para 4 partes de agregado, foi necessária a colocação de mais massa de

aglomerante e de agregados (RCD + PET) na mistura.

Uma vez fixada a proporção de cimento e agregado, utilizou-se o modelo de cálculo em

massa dos materiais no estudo. Neste método os materiais utilizados (aglomerante e

agregados) foram pesados para se manter a proporção definida e se obter a mistura desejada.

Na Tabela 28 observa-se as pesagens finais dos materiais para conseguir a fabricação do

material.

Tabela 28 – Pesagens finais dos materiais para se obter a mistura

Dosagem Cimento

(Kg)

RCD

(Kg)

PET em flocos

(Kg)

Fator água /

cimento

(a/c)

80% RCD

+

20% PET

1,500 4,800 1,200 1,245

70% RCD

+

30% PET

1,500 4,200 1,800 1,245

60% RCD

+

40% PET

1,400 3,360 2,240 1,162

50% RCD

+

50% PET

1,400 2,800 2,800 0,680

40% RCD

+

60% PET

1,000 1,600 2,400 0,770

30% RCD

+

70% PET

1,500 1,800 4,200 0,770

20% RCD

+

80% PET

Nesta proporção de agregado não foi possível gerar o material

Fonte: Elaborado pelo Autor (2013).

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Os componentes foram misturados em uma betoneira elétrica com capacidade de 200 l pelo

tempo que foi necessário para que massa apresentasse consistência e aderência. Esta análise

foi realizada uma por meio de inspeção visual e táctil. A partir das dosagens escolhidas, foram

moldados os corpos de prova necessários para os ensaios. Em caso de não atendimento, as

dosagens foram descartadas.

Pela Tabela 28 pode-se constatar que a relação água-cimento utilizada para o material virgem

(a/c = 0,6) não foi suficiente para realizar a produção da argamassa com RCD + PET, pois em

todas as misturas houve necessidade de alteração. Observa-se nas dosagens expostas que

quanto maior o percentual de RCD maior foi a relação água-cimento necessária para se

produzir a mistura. Analisa-se que tal fato ocorreu, provavelmente, porque nos grãos do RCD

havia fragmentos de cimento que, consequentemente, potencializaram as reações químicas da

mistura produzida, desta forma, causando uma maior absorção da água pelo material.

Observa-se pela Tabela 28 que as dosagens 80% RCD + 20% PET, 70% RCD + 30% PET e

60% RCD + 40% PET mantiveram a relação de água-cimento muito próximas e, em

comparação ao material virgem foi necessário um incremento na relação a/c de

aproximadamente 61% para ocorrer a mistura dos materiais. De forma análoga, as misturas

50% areia + 50% PET, 40% RCD + 60% PET e 30% RCD + 70% PET também tiveram seu

fator a/c próximos e, em comparação ao parâmetro do material virgem, seu acréscimo foi de

apenas 28%.

Na proporção 20% RCD + 80% PET não foi possível obter o material, pois em inspeção

visual e táctil não ocorreu a ligação entre os materiais. Na Figura 32 apresenta-se a variação

dos fatores a/c obtidos para cada dosagem que foi utilizada.

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99

Figura 32 – Relação água/cimento (a/c) final em função das dosagens

Fonte: Elaborado pelo Autor (2013).

Verifica-se pela Figura 32 que a relação a/c foi influenciada pela quantidade de RCD presente

nas dosagens, sendo necessário o acréscimo do parâmetro a/c para as dosagens onde se

utilizou maiores concentrações de RCD. Provavelmente tal fato tenha ocorrido porque o RCD

já tivesse incorporado partículas de cimento provenientes da trituração do material cimentício

que o originou e, desta forma, tornaram-se uma espécie de catalizador entre os componentes

deste compósito, melhorando a liga entre os materiais e, por consequência, geraram uma

resistência à compressão inicial superior ao material natural.

Nestas dosagens, por já terem partículas de cimento incorporadas em sua mistura, explica-se o

fato de ser necessário o acréscimo significativo da relação água – cimento principalmente nas

dosagens com maior quantidade de RCD, pois tornou-se indispensável o aumento do fator a/c

para compensar o cimento existente junto ao agregado miúdo (RCD).

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100

Com as dosagens finais, foram calculados os valores de consumo de cimento e PET em massa

e o volume de água por metro cúbico produzido do material para cada dosagem estudada

nesta pesquisa e o seu respectivo peso específico obtido conforme exposto na Tabela 29.

Tabela 29 – Consumo dos componentes utilizados na dosagem por metro cúbico

produzido de material e seu respectivo peso específico

Dosagem Peso Específico

(KN/m3)

Consumo de

cimento

(Kg/m3)

Consumo de

PET

(Kg/m3)

Volume

consumida de

água

(l)

Material virgem 20,62 360 - 605

80% RCD + 20% PET 16,91 296 236,8 498

70% RCD + 30% PET 14,07 246 295,2 498

60% RCD + 40% PET 12,36 216 345,6 465

50% RCD + 50% PET 11,80 212 424,0 272

40% RCD + 60% PET 11,23 198 475,2 192

30% RCD + 70% PET 10,36 183 512,4 192

Fonte: Elaborado pelo Autor (2013).

Pela Tabela 29, pode-se notar que os pesos específicos das dosagens estudadas variaram entre

16,91 a 10,36 KN/m3, os consumos de cimento e PET variaram 296 a 183 Kg/m

3 e 236,8 a

512,4 Kg/m3 respectivamente. O consumo de água variou entre 498 a 192 litros para cada

metro cúbico produzido, dependendo da quantidade de RCD + PET de cada mistura estudada.

Nota-se que as dosagens com RCD + PET que tinham maior percentual de PET consumiram

uma quantidade menor de água e cimento por metro cúbico de argamassa produzida.

Na Figura 33 apresenta-se a variação dos pesos específicos obtidos para cada dosagem

utilizada.

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101

Figura 33 – Relação água/cimento (a/c) real em função das dosagens

Fonte: Elaborado pelo Autor (2013).

A Figura 34 apresenta a relação entre os pesos específicos das dosagens utilizadas nesta

pesquisa e o peso específico da argamassa convencional produzida.

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Figura 34 – Relação entre Peso Específico do Material pelo Peso Específico do Material

Virgem

Fonte: Elaborado pelo Autor (2013).

A Figura 34 revela que as misturas das argamassas fabricadas com RCD + PET têm uma

relação de peso específico do material pelo peso específico do material virgem menor que 1,

ou seja, este material é mais leve que o convencional, ressalta-se que aquele que apresentou

maior peso específico ainda ficou 18% abaixo da argamassa convencional.

De acordo com Fiorito (2009), pode-se avaliar as argamassas qualitativamente nos aspectos

reológicos, tanto no estado fresco como no estado endurecido, ou seja, através de inspeção

visual e táctil. As propriedades das argamassas avaliadas no estado fresco são: consistência,

plasticidade, retenção de água, coesão, exsudação, densidade e adesão inicial e, as

propriedades aferidas no estado endurecido são: resistência mecânica, trabalhabilidade,

aderência, durabilidade e retração. As avaliações das propriedades reológicas no estado fresco

e endurecido são representada na Tabela 30 e 31.

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Tabela 30 – Análise qualitativa dos resultados da argamassa no estado fresco (aspectos

reológicos)

Propriedades da

Argamassa e

Dosagens

80% RCD

+

20% PET

70% RCD

+

30% PET

60% RCD

+

40% PET

50% RCD

+

50% PET

40% RCD

+

60% PET

30% RCD

+

70% PET

Consistência Boa Boa Regular Regular Ruim Ruim

Plasticidade Boa Boa Regular Regular Ruim Ruim

Retenção de água Grande Grande Grande Moderada Moderada Moderada

Coesão Boa Boa Boa Regular Ruim Ruim

Exsudação Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa

Densidade Moderada Moderada Baixa Baixa Baixa Baixa

Adesão inicial Boa Boa Regular Regular Regular Ruim

Fonte: Elaborado pelo Autor (2013).

Tabela 31 – Análise qualitativa dos resultados da argamassa no estado endurecido

(aspectos reológicos)

Propriedades da

Argamassa e

Dosagens

80% RCD

+

20% PET

70% RCD

+

30% PET

60% RCD

+

40% PET

50% RCD

+

50% PET

40% RCD

+

60% PET

30% RCD

+

70% PET

Resistência

mecânicia Boa Regular Regular Ruim Ruim Ruim

Trabalhabilidade Boa Regular Regular Ruim Ruim Ruim

Aderência Boa Boa Regular Regular Ruim Ruim

Durabilidade Boa Regular Regular Ruim Ruim Ruim

Retração Boa Boa Boa Regular Regular Regular

Fonte: Elaborado pelo Autor (2013).

Constata-se pelo exposto na Tabela 30 que as dosagens 80% RCD + 20% PET e 70% RCD +

30% PET exibem um desempenho reológico no estado fresco superior às demais dosagens

realizadas do material. E, também, pode-se verificar que estas mesmas dosagens mostraram

um desempenho reológico melhor no estado endurecido.

Fiorito (2009) classifica a produção das argamassas segundo suas propriedades conforme os

seguintes critérios: quanto à natureza do aglomerante; quanto ao tipo de aglomerante; quanto

ao número de aglomerante; quanto à consistência da argamassa; quanto à plasticidade da

argamassa; quanto à densidade de massa da argamassa; e quanto à forma de preparo ou

fornecimento. A fim de melhorar a categorização da argamassa produzida neste trabalho

utilizaram-se estes critérios de acordo com o exposto na Tabela 32.

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Tabela 32 – Critérios de classificação das argamassas

Critério de classificação Dosagem de 1:4

Quanto à natureza do aglomerante Argamassa hidráulica

Quanto ao tipo de aglomerante Argamassa de cimento

Quanto ao número de aglomerante Argamassa simples

Quanto à consistência da argamassa Argamassa seca

Quanto à plasticidade da argamassa Argamassa pobre

Quanto à densidade de massa da argamassa Argamassa leve

Quanto à forma de preparo ou fornecimento Argamassa preparada em obra

Fonte: Elaborado pelo Autor (2013).

De acordo com a Tabela 32, classificou-se a argamassa produzida neste trabalho com os

parâmetros expostos por Fiorito (2009) e Recena (2011). A argamassa produzida neste

trabalho é uma argamassa hidráulica e simples, pois contém apenas cimento para produção do

compósito. A consistência e a plasticidade foram características apuradas qualitativamente na

análise visual e táctil durante o processo de fabricação do material. Em relação à densidade, a

massa foi considerada leve, pois tem peso específico menor do que a elaborada com material

convencional (virgem) e é considerada do tipo preparada em obra, porque pode ser

reproduzida com facilidade e sem grandes controles tecnológicos.

4.4. RESULTADOS DOS ENSAIOS DE COMPRESSÃO AXIAL

As Tabelas 33 a 39 apresentam os resultados de compressão axial das amostras ensaiadas.

Tabela 33 – Resultados do ensaio de compressão axial para dosagem 80% RCD + 20%

PET

Valores em MPa

Idades de Rompimento dos Corpos de Prova

(em dias) /

Dosagens

7 14 28 63

80% RCD + 20% PET

5,38 5,52 6,91 6,99

5,04 5,49 6,51 6,98

5,21 5,50 6,80 6,99

Resistência média ao ensaio de compressão axial 5,21 5,51 6,71 6,99

Coeficiente de Variação 6,7% 0,5% 6,1% 0,1%

Fonte: Elaborado pelo Autor (2013).

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105

De acordo com a Tabela 33 pode-se verificar que o valor médio de resistência à compressão

axial foi de 5,21, 5,51, 6,71 e 6,99 MPa para os tempos de cura de 7, 14, 28 e 63 dias

respectivamente. Os coeficientes de variação ficaram entre 0,1 e 6,7% demonstrando a baixa

dispersão dos valores obtidos.

Na Figura 35 é apresentado o ganho de resistência com o tempo considerando-se os valores de

resistência a compressão media para a dosagem 80% RCD + 20% PET e os tempos de cura

estudados.

Figura 35 – Ganho de resistência com o tempo para dosagem 80% RCD + 20% PET

Fonte: Elaborado pelo Autor (2013).

De acordo com a Figura 35 pode-se perceber que o ganho de resistência à compressão axial

com tempo, até a idade de 63 dias de cura, apresentou um comportamento descrito por uma

curva logarítmica, cujo valor de R2 indica uma correlação satisfatória entre incremento de

resistência e tempo de cura (R2 = 0,87).

Na Tabela 34 são apresentados os resultados dos ensaios de compressão conduzidos nos

corpos de prova executados com a dosagem 70% RCD + 30% PET.

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Tabela 34 – Resultados do ensaio de compressão axial para dosagem 70% RCD + 30%

PET

Valores em MPa

Idades de Rompimento dos Corpos de Prova

(em dias) /

Dosagens

7 14 28 63

70% RCD + 30% PET

3,04 3,40 3,47 3,55

3,19 3,41 3,49 3,59

3,15 3,40 3,47 3,55

Resistência média ao ensaio de compressão axial 3,12 3,41 3,48 3,57

Coeficiente de Variação 4,9% 0,3% 0,6% 1,1%

Fonte: Elaborado pelo Autor (2013).

Analisando-se a Tabela 34 pode-se verificar que o valor médio de resistência à compressão

axial foi de 3,12, 3,41, 3,48 e 3,57 MPa para os tempos de cura de 7, 14, 28 e 63 dias

respectivamente. Os coeficientes de variação ficaram entre 0,3 e 4,9% demonstrando a baixa

dispersão dos valores obtidos. Entre os tempos de cura estudados, os corpos de prova

rompidos a 7 dias foram os que apresentaram o maior coeficiente de variação.

Na Figura 36 é apresentado o ganho de resistência com o tempo considerando-se os valores de

resistência à compressão média para a dosagem 70% RCD + 30% PET e os tempos de cura

estudados.

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Figura 36 – Ganho de resistência com o tempo para dosagem 70% RCD + 30% PET

Fonte: Elaborado pelo Autor (2013).

De acordo com a Figura 36 pode-se perceber que o ganho de resistência à compressão axial

com tempo, até a idade de 63 dias de cura, apresentou um comportamento descrito por uma

curva logarítmica, cujo valor de R2 indica uma correlação satisfatória entre o incremento de

resistência e o tempo de cura (R2 = 0,97).

A seguir, são apresentados os resultados dos ensaios de compressão axial para a dosagem

60% RCD + 40% PET.

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Tabela 35 – Resultados do ensaio de compressão axial para dosagem 60% RCD + 40%

PET

Valores em MPa

Idades de Rompimento dos Corpos de Prova

(em dias) /

Dosagens

7 14 28 63

60% RCD + 40% PET

2,46 2,91 2,95 2,96

2,50 2,57 2,89 2,96

2,48 2,79 2,92 2,96

Resistência média ao ensaio de compressão axial 2,48 2,74 2,92 2,96

Coeficiente de Variação 1,6% 13,2% 2,1% 0,0%

Fonte: Elaborado pelo Autor (2013).

Com a Tabela 35 pode-se verificar que o valor médio de resistência à compressão axial foi de

2,16, 2,18, 2,21 e 2,34 MPa para os tempos de cura de 7, 14, 28 e 63 dias respectivamente. Os

coeficientes de variação ficaram entre 1,3 e 5,1% demonstrando a baixa dispersão dos valores

obtidos.

Na Figura 37 é apresentado o ganho de resistência com o tempo considerando-se os valores de

resistência à compressão media para a dosagem 60% RCD + 40% PET e os tempos de cura

estudados.

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109

Figura 37 – Ganho de resistência com o tempo para dosagem 60% RCD + 40% PET

Fonte: Elaborado pelo Autor (2013).

De acordo com a Figura 37 pode-se perceber que o ganho de resistência à compressão axial

com tempo, até a idade de 63 dias de cura, apresentou um comportamento descrito por uma

curva logarítmica, cujo valor de R2 indica uma correlação satisfatória entre o incremento de

resistência e o tempo de cura (R2 = 0,91).

A seguir são apresentados os resultados dos ensaios de compressão axial para a dosagem 50%

RCD + 50% PET.

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Tabela 36 – Resultados do ensaio de compressão axial para dosagem 50% RCD + 50%

PET

Valores em MPa

Idades de Rompimento dos Corpos de Prova

(em dias) /

Dosagens

7 14 28 63

50% RCD + 50% PET

2,20 2,23 2,26 2,35

2,12 2,13 2,15 2,32

2,18 2,17 2,20 2,35

Resistência média ao ensaio de compressão axial 2,16 2,18 2,21 2,34

Coeficiente de Variação 3,8% 4,7% 5,1% 1,3%

Fonte: Elaborado pelo Autor (2013).

Com a Tabela 36 pode-se verificar que o valor médio de resistência à compressão axial foi de

2,48, 2,74, 2,92 e 2,96 MPa para os tempos de cura de 7, 14, 28 e 63 dias respectivamente. Os

coeficientes de variação ficaram entre 0,0 e 13,2%.

Na Figura 38 é apresentado o ganho de resistência com o tempo considerando-se os valores de

resistência à compressão media para a dosagem 50% RCD + 50% PET e os tempos de cura

estudados.

Figura 38 – Ganho de resistência com o tempo para dosagem 50% RCD + 50% PET

Fonte: Elaborado pelo Autor (2013).

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De acordo com a Figura 38 pode-se perceber que o ganho de resistência à compressão axial

com tempo, até a idade de 63 dias de cura, apresentou um comportamento descrito por uma

curva logarítmica, cujo valor de R2 indica uma correlação satisfatória entre incremento de

resistência e tempo de cura (R2 = 0,67).

A seguir são apresentados os resultados dos ensaios de compressão axial para a dosagem 40%

RCD + 60% PET.

Tabela 37 – Resultados do ensaio de compressão axial para dosagem 40% RCD + 60%

PET

Valores em MPa

Idades de Rompimento dos Corpos de Prova

(em dias) /

Dosagens

7 14 28 63

40% RCD + 60% PET

1,66 2,01 2,19 2,20

1,60 2,00 2,14 2,21

1,62 2,00 2,18 2,20

Resistência média ao ensaio de compressão axial 1,63 2,01 2,17 2,21

Coeficiente de Variação 3,7% 0,5% 2,3% 0,5%

Fonte: Elaborado pelo Autor (2013).

Com a Tabela 37 pode-se verificar que o valor médio de resistência à compressão axial foi de

1,63, 2,01, 2,17 e 2,21 MPa para os tempos de cura de 7, 14, 28 e 63 dias respectivamente. Os

coeficientes de variação ficaram entre 0,5 e 3,7%.

Na Figura 39 é apresentado o ganho de resistência com o tempo considerando-se os valores de

resistência à compressão média para a dosagem 40% RCD + 60% PET e os tempos de cura

estudados.

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Figura 39 – Ganho de resistência com o tempo para dosagem 40% RCD + 60% PET

Fonte: Elaborado pelo Autor (2013).

De acordo com a Figura 39 pode-se perceber que o ganho de resistência à compressão axial

com tempo, até a idade de 63 dias de cura, apresentou um comportamento descrito por uma

curva logarítmica, cujo valor de R2 indica uma correlação satisfatória entre incremento de

resistência e tempo de cura (R2 = 0,97).

A seguir são apresentados os resultados dos ensaios de compressão axial para a dosagem 30%

RCD + 70% PET.

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Tabela 38 – Resultados do ensaio de compressão axial para dosagem 30% RCD + 70%

PET

Valores em MPa

Idades de Rompimento dos Corpos de Prova

(em dias) /

Dosagens

7 14 28 63

30% RCD + 70% PET

1,54 1,74 2,09 2,12

1,51 1,89 2,10 2,12

1,54 1,80 2,10 2,12

Resistência média ao ensaio de compressão axial 1,53 1,82 2,10 2,12

Coeficiente de Variação 2,0% 8,6% 0,5% 0,0%

Fonte: Elaborado pelo Autor (2013).

Apura-se com a Tabela 38 que o valor médio de resistência à compressão axial foi de 1,53,

1,82, 2,10 e 2,12 MPa para os tempos de cura de 7, 14, 28 e 63 dias respectivamente. Os

coeficientes de variação ficaram entre 0,0 e 8,6.

Na Figura 40 é apresentado o ganho de resistência com o tempo considerando-se os valores de

resistência à compressão media para a dosagem 30% RCD + 70% PET e os tempos de cura

estudados.

Figura 40 – Ganho de resistência com o tempo para dosagem 30% RCD + 70% PET

Fonte: Elaborado pelo Autor (2013).

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De acordo com a Figura 40 pode-se perceber que o ganho de resistência à compressão axial

com tempo, até a idade de 63 dias de cura, apresentou um comportamento descrito por uma

curva logarítmica, cujo valor de R2 .indica uma correlação satisfatória entre incremento de

resistência e tempo de cura (R2 = 0,96)

A seguir são apresentados os resultados dos ensaios de compressão axial para a dosagem do

material virgem.

Tabela 39 – Resultados do ensaio de compressão axial para material virgem

Valores em MPa

Idades de Rompimento dos Corpos de Prova

(em dias) 7 14 28 63

Material virgem

2,12 4,69 5,11 5,53

2,10 4,58 5,06 5,47

2,10 4,65 5,10 5,52

Resistência média ao ensaio de compressão axial 2,11 4,64 5,09 5,50

Coeficiente de Variação 1,0% 2,4% 1,0% 1,1%

Fonte: Elaborado pelo Autor (2013).

De acordo com a Tabela 39 pode-se verificar que o valor médio de resistência à compressão

axial foi de 2,11, 4,64, 5,09 e 5,50 MPa para os tempos de cura de 7, 14, 28 e 63 dias

respectivamente. Os coeficientes de variação ficaram entre 1,0 e 2,4%.

Na Figura 41 é apresentado o ganho de resistência com o tempo considerando-se os valores de

resistência à compressão média para a dosagem do material virgem e os tempos de cura

estudados.

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Figura 41 – Ganho de resistência com o tempo para dosagem do material virgem

Fonte: Elaborado pelo Autor (2013).

De acordo com a Figura 41 pode-se perceber que o ganho de resistência à compressão axial

com tempo, até a idade de 63 dias de cura, apresentou um comportamento descrito por uma

curva logarítmica, cujo valor de R2 indica uma correlação satisfatória entre incremento de

resistência e tempo de cura (R2 = 0,93).

A seguir, na Figura 42 é apresentado o ganho de resistência axial com o tempo dos corpos de

prova moldados nas dosagens estudadas e inicial.

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Figura 42 – Ganho de resistência a compressão com o tempo para os corpos de prova

moldados nas dosagens estudadas

Fonte: Elaborado pelo Autor (2013).

Na Tabela 40, a seguir, são apresentadas as relações entre as resistências à compressão axial

média nas respectivas idades mostradas.

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Tabela 40 – Relação das resistências médias à compressão axial obtida durante os

tempos de cura estudados

Dosagens

Resistência à compressão axial

média (MPa)

Relação entre as resistências à

compressão axial média nas

respectivas idades

7

dias

14

dias

28

dias

63

dias

RC14

/

RC7

RC28

/

RC14

RC63

/

RC28

RC63

/

RC7

80% RCD +

20% PET 5,21 5,51 6,71 6,99 1,06 1,22 1,04 1,34

70% RCD +

30% PET 3,12 3,41 3,48 3,57 1,09 1,02 1,03 1,14

60% RCD +

40% PET 2,48 2,74 2,92 2,96 1,10 1,07 1,01 1,19

50% RCD +

50% PET 2,16 2,18 2,21 2,34 1,01 1,01 1,06 1,08

40% RCD +

60% PET 1,63 2,01 2,17 2,21 1,23 1,08 1,02 1,36

30% RCD +

70% PET 1,53 1,82 2,10 2,12 1,19 1,15 1,01 1,39

Material

virgem 2,11 4,64 5,09 5,50 2,20 1,09 1,08 2,60

Fonte: Elaborado pelo Autor (2013).

Nota-se pela Figura 42 e pela Tabela 40 que as dosagens 30% RCD + 70% PET e 50% RCD

+ 50% PET foram as que apresentaram, durante o período estudado, o maior e o menor ganho

de resistência respectivamente. Percebe-se também que, com exceção das dosagens 80% RCD

+ 20% PET e 50% RCD +50 % PET, todas as demais apresentaram seus maiores ganhos de

resistência no período entre 7 e 14 dias de cura, tal como observado para o material

convencional. O maior ganho de resistência para a dosagem 80% RCD + 20% PET ocorreu

entre 14 e 28 dias e para a dosagem 50% RCD + 50% PET entre 28 e 63 dias.

Também se pode observar pela Figura 42 que a dosagem que apresentou maior valor médio

de resistência à compressão foi a composta por 80% RCD + 20% PET.

A Figura 43 apresenta a relação entre as resistências à compressão axial obtidas para as

dosagens estudadas e a resistência determinada para a argamassa convencional, considerando-

se os valores médios e os tempos de cura utilizados (RCargamassa / RCdosagem).

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Figura 43 – Relação entre as resistências média da argamassa com RCD e PET pela

resistência média da argamassa com material virgem em diferentes tempos de cura

Fonte: Elaborado pelo Autor (2013).

Por meio desta Figura, pode-se considerar que as dosagens 80% RCD + 20% PET, 70% RCD

+ 30% PET, 60% RCD + 40% PET e 50% RCD + 50% PET, apresentaram uma resistência

inicial aos 7 dias que era superior ao material convencional. Entretanto, a partir deste período,

somente a dosagem equivalente a 80% RCD + 20% PET manteve ganho de resistência

superior ao do material convencional. A seguir, na Figura 44 é apresentada uma comparação

entre os valores médios de resistência à compressão obtidos para cada dosagem ensaiada nos

tempos de cura utilizados.

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Figura 44 – Resultados dos ensaios de compressão axial

Fonte: Elaborado pelo Autor (2013).

De acordo com a Figura 44, nota-se que os valores de resistência à compressão obtidos

apresentaram redução significativa em função do incremento de PET nas dosagens estudadas.

De uma forma geral, pode-se observar uma diferença média de 70% (sd = 1,22 MPa e cv =

0,95) entre as resistências obtidas para 80% RCD + 20% PET e 30% RCD + 70% PET em

qualquer um dos tempos de cura estudados. Provavelmente, este comportamento possa ser

explicado em função do fato de que o PET é um material inerte, não reagindo com o

aglomerante, dessa forma, não contribuindo para o ganho de resistência.

4.5. RESULTADOS DOS ENSAIOS DE PERMEABILIDADE

Executou-se os ensaios de permeabilidade para a dosagem de 80% RCD + 20% PET, pois foi

a mistura que alcançou os melhores resultados no ensaio de compressão axial e, também, a

argamassa foi submetida a este ensaio convencional para que servisse como referência.

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A norma ACI 522R-06 (2006), à qual os materiais foram submetidos nos ensaios, preconiza

um valor limite para caracterizar os produtos como permeáveis e recomenda a realização de

três vezes o ensaio para leitura do parâmetro e, após esta etapa, calcula-se uma média entre os

valores obtidos. Os resultados dos ensaios estão expostos na Tabela 41.

Tabela 41 – Resultados do ensaio de permeabilidade dos materiais

Dosagem

Corpo

de

prova

Diâmetr

o (mm)

Área

(m²)

Altura

(m)

Intervalo

de tempo

(s)

Coeficiente de

permeabilidade

(m/s)

Coeficiente de

permeabilidade

média

(m/s)

Coeficiente de

permeabilidad

e média

(mm/h)

80% RCD

+

20% PET

1 100 0,00793 0,2

21,23 1,58.10-3

1,36.10-3

4857 21,69 1,61.10-3

21,81 1,64.10-3

Material

virgem 2 100 0,00793 0,2

31,69 1,28.10-3

1,20.10-3

4320 31,40 1,18.10-3

31,27 1,14.10-3

Referência ACI 522R-06 m/s 1,35.10

-3

mm/h 4821

Fonte: Elaborado pelo Autor (2013).

Pelos dados mostrados na Tabela 41, pode-se verificar que a dosagem 80% RCD + 20% PET

apresentou um coeficiente de permeabilidade médio maior do que o preconizado na norma

ACI 522R-06 (2006) mas ressalta-se que o valor obtido pelo ensaio é próximo do valor de

referência, desta forma, pode-se dizer que o material em desenvolvimento tem uma

permeabilidade levemente superior à sugerida pela norma.

Verificou-se pela Tabela 41, que a substituição do agregado natural por PET interferiu na

permeabilidade do material, pois a mistura que apresentou a fração do resíduo plástico

mostrou um índice superior ao sugerido pela norma ACI 522R-06 (2006) e, também, pela

argamassa convencional.

Presume-se que a permeabilidade seja mais acentuada na dosagem 80% RCD + 20% PET,

porque a argamassa com RCD e PET, tem uma quantidade de vazios significativos derivado

do fato do plástico ser inerte e não sofrer uma reação química entre o aglomerante (cimento) e

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o agregado miúdo (RCD), gerando assim, um aumento no volume de vazios e, por

consequência, favorecendo a permeabilidade da argamassa.

Os resultados obtidos de acordo com a Tabela 41 demonstram que a argamassa com

agregados de RCD e PET apresentou um maior coeficiente de permeabilidade, o que significa

que a porosidade aberta destes compósitos é maior do que a da argamassa de referência.

Assim como na avaliação da resistência mecânica, o aumento do coeficiente de

permeabilidade das dosagens verificado está também relacionado com os pesos específicos.

Verifica-se por meio dos resultados apresentados na Tabela 41 que o aumento do percentual

de RCD e PET na argamassa interfere diretamente no resultado do ensaio, uma vez que, os

pesos específicos das dosagens com RCD e PET diminuem e, consequentemente, ocorre um

acréscimo na permeabilidade do material.

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5. CONCLUSÕES

De acordo com o que foi exposto neste trabalho podem ser inferidas as seguintes conclusões:

5.1. EM RELAÇÃO ÀS PESQUISAS NOS BANCOS DE PATENTES EFETUADAS

Após as buscas realizadas nos principais bancos de patentes mundiais não foram encontrados

resultados iguais ou semelhantes ao material proposto e avaliado nesta pesquisa. Portanto,

sugere-se que esta pesquisa seja encaminhada para registro no Instituto Nacional Propriedade

Intelectual (INPI) com o objetivo de incentivar o pesquisador para prosseguir com as

pesquisas garantindo os investimentos realizados e incentivando os demais pesquisadores a

buscarem alternativas tecnológicas para aperfeiçoamento do material.

Ressalta-se que os bancos de patentes pesquisados são compostos por países da Comunidade

Europeia, China, Estados Unidos e Brasil.

5.2. EM RELAÇÃO AO RESÍDUO DE CONSTRUÇÃO E DEMOLIÇÃO (RCD)

UTILIZADOS NA PESQUISA

É muito importante atender os requisitos estabelecidos pela norma ABNT NBR 15116 (2004)

“Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil - Utilização em pavimentação e

preparo de concreto sem função estrutural – Requisitos” no intuito de se determinar as

características técnicas do resíduo que será utilizado na dosagem do compósito, garantindo

que este não tenha qualquer contaminação que possa prejudicar as suas propriedades de

engenharia e ambientais.

Além do mais, somente de acordo com a referida norma é que pode se estabelecer com

segurança técnica a aptidão correta de utilização do resíduo. Dessa forma, esta pesquisa

sugere que, anteriormente à utilização de RCD para qualquer fim, este resíduo deve ser

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pesquisado de acordo com os critérios estabelecidos pela ABNT NBR 15116 (2004) de

maneira a se verificar se ele é adequado ao fim para o qual será utilizado.

A massa de resíduo de construção utilizada neste trabalho apresentou características

satisfatórias perante aos requisitos preconizados pela ABNT NBR15116 (2004), mostrando

que o material estudado foi adequado para a realização da argamassa utilizada nesta pesquisa.

5.3. EM RELAÇÃO ÀS DOSAGENS RCD + PET ESTUDADAS E A ARGAMASSA

CONVENCIONAL

Os aspectos reológicos da argamassa RCD + PET variaram, tanto no estado fresco como no

endurecido, em cada dosagem utilizada. As dosagens que apresentaram menores porcentagens

de PET tenderam a demonstrar melhor consistência, trabalhabilidade e liga entre os materiais.

A relação água/cimento utilizada para a argamassa convencional não foi adequada para as

argamassas dosadas com RCD + PET. Verificou-se que, quanto maior a porcentagem de RCD

na mistura (e consequente menor porcentagem de PET) maior é a necessidade de

incorporação de água na mistura para conferir a esta as características tácteis, visuais e de

trabalhabilidade satisfatórias. Tal fato pode ser em princípio explicado pela quantidade de

cimento previamente existente no RCD, demandando dessa forma uma aplicação superior de

água. Contudo, notou-se que as dosagens com percentuais menores de RCD tenderam a

apresentar relação água / cimento próxima àquela utilizada para a argamassa convencional,

uma vez que o PET sendo inerte não absorveria parte da água acrescida durante a dosagem.

Não foi possível obter mistura com dosagem de PET superior a 70%, uma vez que o excesso

de PET impediu a liga entre o aglomerante (cimento) e os agregados (RCD + PET). Pode-se

notar que a partir da fração 50% RCD + 50 % PET houve dificuldade de gerar o compósito

porque o PET, por ser inerte, não favoreceu a reação química entre o aglomerante e o RCD.

Apesar das dosagens com RCD + PET apresentarem uma relação a/c maior do que a dosagem

de referência, pode-se notar que as misturas com RCD + PET consumiram uma quantidade

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menor de água por metro cúbico de argamassa, pois para elaboração das misturas com RCD +

PET o consumo de água esteve entre 498 a 192 litros. Estes valores de consumo de água para

fabricação dos compósitos de RCD + PET representam de 82% a 31% em comparação com a

manufaturada com o material de referência.

Todas as dosagens elaboradas com RCD + PET tinham pesos específicos menores que o

material virgem, pois os pesos específicos das misturas com RCD + PET variaram entre 82%

a 50% do valor da argamassa de referência, portanto, verifica-se que estas dosagens são

misturas mais leves do que as elaboradas com material virgem.

O consumo de cimento para as dosagens com RCD + PET variou entre 296 a 183 Kg/m3,

sendo que estes valores são menores do que o encontrado para a argamassa de referência que

foi 360 Kg/m3, portanto, os compósitos de RCD + PET tiveram um consumo de cimento

equivalente a 82% a 51% do material de referência. Tal fato explica o menor peso específico

das misturas com RCD + PET em comparação ao material virgem.

Em relação às resistências à compressão axial pode-se observar que as dosagens 80% RCD +

20% PET, 70% RCD + 30% PET, 60% RCD + 40% PET e 50% RCD + 50% PET

apresentaram ganhos de resistência aos 7 dias superiores ao material convencional mas, a

partir deste data de cura, somente a dosagem equivalente a 80% RCD + 20% PET manteve

ganho de resistência superior ao do material convencional.

Verificou-se também que, com exceção das dosagens 80% RCD + 20% PET e 50% RCD +50

% PET, todas as demais misturas apresentaram maiores ganhos de resistência no período

entre 7 e 14 dias de cura, tal como observado para o material convencional. O maior ganho de

resistência para a dosagem 80% RCD + 20% PET ocorreu entre 14 e 28 dias e para a dosagem

50% RCD + 50% PET entre 28 e 63 dias.

Constatou-se que as dosagens 30% RCD + 70% PET e 50% RCD + 50% PET foram as que

apresentaram o maior e o menor ganho de resistência respectivamente, sendo eles, de 39% e

8% , durante o período de cura estudado .

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A dosagem com o material natural (argamassa convencional) apresentou os maiores ganhos

percentuais de resistência nos períodos de cura entre 7 a 14 dias, 28 a 63 dias e, também, 7 a

63 dias em comparação com as dosagens com RCD + PET. Apenas no período de cura entre

14 e 28 dias, a dosagem 80% RCD + 20% PET apresentou o maior crescimento entre todas as

misturas inclusive com o material natural.

O compósito elaborado com material natural apresentou um R2 muito significativo em relação

ao incremento de resistência e tempo de cura, enquanto as dosagens com RCD + PET

apresentaram valores de R2 com baixa dispersão, uma vez que, variam entre 0,67 a 0,97.

Pode-se analisar que as misturas 70% RCD + 30% PET, 40% RCD + 60% PET e 30% RCD +

70% PET mostraram valores de R2 mais significativos que a dosagem com material natural,

pois obtiveram os seguintes valores de R2: 0, 97, 0,97 e 0,96 respectivamente.

O ganho de resistência até os 63 dias ocorreu em todos os casos seguindo a tendência

demonstrada por uma curva logarítmica, sendo que os valores R2 apresentaram baixa

dispersão para todas as dosagens, exceto para dosagem 50% RCD + 50% PET, a qual

apresentou um R2 de 0,67.

Verifica-se que a dosagem com RCD + PET que apresentou o melhor resultado, no ensaio de

resistências à compressão axial, foi a mistura 80% RCD + 20% PET, pois esta mostrou

resultados superiores ao emprego do material virgem nas diferentes idades de cura: 7, 14, 28 e

63 dias. Nesta dosagem destacou-se a importância do ganho de resistência inicial, o que

recomendaria a sua utilização em situações que exigem rápido endurecimento da argamassa.

Desta forma, constata-se que a dosagem que apresentou os maiores valores resistência à

compressão axial foi a dosagem 80% RCD + 20% PET, sendo que esta dosagem teve uma

resistência à compressão axial média de 27% ao material natural.

Os valores de resistência à compressão para as dosagens com RCD + PET apresentaram uma

redução significativa em função do incremento de PET nas dosagens estudadas, pois se pode

verificar uma diferença média de 70% entre as resistências obtidas para a mistura com maior

percentual de PET para a menor fração (80% RCD + 20% PET e 30% RCD + 70% PET) em

qualquer um dos tempos de cura estudados. Provavelmente, este fato possa ser explicado em

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função de que o PET é um material inerte que não reage com o aglomerante, desta forma, não

contribuindo para o ganho de resistência.

Verificou-se que a permeabilidade da argamassa na dosagem 80% RCD + 20% PET é

superior que ao coeficiente sugerido pela norma ACI 522R-06 (2006) “Pervious Concrete” e,

também, em comparação com a argamassa convencional. Em relação ao índice obtido pela

mistura com RCD + PET, apurou-se que o coeficiente ficou 7% maior que o sugerido pela

norma ACI 522R-06 (2006) e 11% maior que a argamassa de referência.

Verificou-se que a substituição do agregado natural por PET interferiu na permeabilidade do

material. Tal resultado pode ser explicado pelo fato do plástico ser inerte e não sofrer uma

reação química entre o aglomerante (cimento) e o agregado miúdo (RCD), gerando assim, um

aumento no volume de vazios e, por consequência, favorecendo a permeabilidade da

argamassa.

5.4. EM RELAÇÃO ÀS VANTAGENS AMBIENTAIS DA ARGAMASSA PROPOSTA

NESTA PESQUISA

Os estudos realizados com os resíduos de construção e demolição (RCD) apontam para a

possibilidade da reutilização dos RCD visando a substituição dos materiais naturais (areia e

brita), cada vez mais distantes dos centros consumidores e tornando-se bem escassos,

diminuindo a deposição irregular deste resíduo, diminuindo o volume de veículos de

transporte nas cidades com a entrega do material virgem e consequente com a posterior

retirada do resíduo, assim como atenuando o comprometimento do solo e dos lençóis

freáticos, através da lixiviação decorrente de depósitos clandestinos,.

Em relação ao PET, esta pesquisa apresentou a viabilidade de uma forma de utilização deste

material mais simples e com menor impacto ambiental, não sendo necessário nenhum

tratamento mais elaborado do que as formas de manejo atuais, que demandam somente a

lavagem e a moagem do material.

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A utilização das argamassas compostas por RCD + PET poderá, caso o uso deste material seja

divulgado e avaliado por meio de trabalhos técnicos e científicos, gerar uma nova cadeia

produtiva reinserindo os resíduos utilizados na confecção de novos materiais de construção.

Deve-se citar também que a não utilização de matéria prima virgem, para produção de

argamassa (areia, brita, etc), reduz a quantidade de carbono lançado durante o ciclo de vida

deste material, reduzindo assim a pegada ambiental causada pela sua produção. Ressalta-se

que a possibilidade de reúso dos resíduos gerados na própria obra reduz a necessidade de

exploração de jazidas de matéria prima, além de causar ganhos significativos com a redução

de custos com o transporte para a importação de material virgem e para a deposição final dos

resíduos.

Para a manufatura da argamassa RCD + PET na dosagem 80% RCD + 20% PET (dosagem

que apresentou as melhores características de engenharia dentre as pesquisadas) verificou-se

que para cada m3 utilizados foram retirados de circulação aproximadamente 236,8 Kg de PET.

Tal valor de massa equivale a um total aproximado de 4736 garrafas PET de 2 litros /m3 de

argamassa produzida que poderiam ter sido depositadas em locais inadequados.

No que se refere ao RCD, para cada 1 m3 de argamassa produzida na dosagem 80% RCD +

20% PET, evita-se que sejam encaminhados para aterros, ou sejam depositados em locais

inapropriados, aproximadamente 947,2 Kg de resíduos classe A. Tal valor de massa equivale

a um volume de 1,6 m3, o que equivale a 32% de uma caçamba de 5m

3.

No caso da dosagem 80% RCD + 20% PET verifica-se uma economia dos recursos naturais,

uma vez que houve ganho, em comparação com a utilização do material virgem, no uso da

água consumida para a produção das argamassas, pois a diferença entre as dosagens foi de

107 litros / 1 m3 de argamassa produzida e, também, houve ganho no cimento, pois a

diferença entre os compósitos foi de 64 Kg / 1 m3 de argamassa manufaturada.

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5.5. POSSÍVEIS UTILIZAÇÕES PARA O COMPÓSITO COM RCD + PET

Os resultados obtidos pelos ensaios de compressão axial e permeabilidade indicaram a

possibilidade inicial de utilização de argamassa na dosagem 80% RCD + 20% PET para

fabricação de peças não estruturais em construção civil. De acordo com a norma ABNT NBR

15953 (2011) “Pavimento intertravado com peças de concreto” peças manufaturadas com

argamassa para pavimentação de uso de pedestres (bloquetes em geral) deverão suportar no

mínimo 4,5 MPa, ou seja, o compósito sugerido neste trabalho superou este limite em 55%.

As argamassas produzidas com RCD + PET, estudadas nesta pesquisa, apresentam-se como

uma alternativa viável para a execução de pequenas obras não submetidas a solicitações

estruturais, tais como calçamento de passeios, guias, sarjetas, peças decorativas (balaústres,

pinhas e ponteiras) entre outros. Ressalta-se que, para a manufatura destes tipos de peças,

podem ser utilizadas todas as dosagens estudadas nesta pesquisa, uma vez que a normatização

técnica brasileira não especifica valor mínimo de resistência à compressão axial e de

permeabilidade para sua utilização.

Este material torna-se apropriado para as áreas expostas às intempéries, pela capacidade de

drenagem, pois o ensaio de permeabilidade mostrou que a dosagem a 80% RCD + 20% PET

tem um coeficiente de permeabilidade maior que o recomendado pela norma ACI 522R-06

(2006) “Pervious Concrete” para ser caracterizado como não drenante e, também, superior ao

da argamassa de referência. Desta forma, recomenda-se o uso deste compósito para áreas que

podem e precisam ser molhadas, uma vez que este material irá colaborar com a drenagem.

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6. SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

Tendo em vista o caráter dessa pesquisa, a qual caracterizou as propriedades de resistência à

compressão axial e de permeabilidade da argamassa que inclui na sua composição agregados

de RCD + PET, sugere-se para o desenvolvimento desta área de conhecimento, a realização

de estudos abordando os seguintes aspectos:

- Realização de outros ensaios laboratoriais a fim de estudar as propriedades do

compósito de cimento, tais como: compressão diametral, flexão, abrasão e absorção d’água;

- O uso da cal ou de aditivos minerais, objetivando a redução do fator água / cimento com

manutenção da trabalhabilidade e aumento do desempenho mecânico;

- O uso de aditivos químicos nas demais dosagens testadas para verificação do aumento

do desempenho mecânico e melhoria dos aspectos reológicos;

- Criar um modelo a partir dos parâmetros obtidos para realizar diferentes simulações;

- Moldagem de um bloco com fins de pavimentação e a realização dos ensaios previstos

para os materiais com este tipo de uso;

- Execução de trechos experimentais em campo a fim de comparar os desempenhos aos

resultados obtidos em laboratório, além de viabilizar observar outras dificuldades

operacionais.

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