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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE BIOLOGIA CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA VETERINÁRIA PARASITOLOGIA VETERINÁRIA ERIK DAEMON DE SOUZA PINTO 1989

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO

INSTITUTO DE BIOLOGIA

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA VETERINÁRIA

PARASITOLOGIA VETERINÁRIA

ERIK DAEMON DE SOUZA PINTO

1989

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO

INSTITUTO DE BIOLOGIA

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA VETERINÁRIA

PARASITOLOGIA VETERINÁRIA

FASCIOLOSE HEPÁTICA E HELMINTOSES GASTROINTESTINAIS:

AVALIAÇÃO DA RELAÇÃO CUSTO/BENEFÍCIO DE UM PROGRAMA

DE CONTROLE ESTRATÉGICO PARA GADO LEITEIRO

ERIK DAEMON DE SOUZA PINTO

SOB A ORIENTAÇÃO DO PROFESSOR

DR. NICOLAU MAUÉS DA SERRA FREIRE

Tese submetida como requisito par-

cial para a obtenção do grau de Dou-

tor em Ciência em Medicina Veteriná-

ria - Parasitologia Veterinária

ITAGUAÍ, RIO DE JANEIRO

JULHO, 1989

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APROVADA EM: 14/07/1989

AUTOR

ERIK DAEMON DE SOUZA PINTO

TÍTULO DA TESE

FASCIOLOSE HEPÁTICA E HELMINTOSES GASTROINTESTINAIS:

AVALIAÇÃO DA RELAÇÃO CUSTO/BENEFÍCIO DE UM PROGRAMA

DE CONTROLE ESTRATÉGICO PARA GADO LEITEIRO

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iv.

" A única coisa eterna é a mudança"

Bertold Brecht

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AGRADECIMENTOS

Ao Prof. Dr. Nicoláu Maués da Serra Freire pela amiza-

de, confiança, orientação científica e pela sugestão de tema

tão instigante.

Ao economista Hélder Queirós Pinto Jr., pesquisador/

COPPE - AIE/UFRJ, pela paciente e estimuladora orientação da

parte econômica, sem a qual seria mais penosa a realização do

presente trabalho.

Ao Prof. Dr. Carlos Luis Massard, que nos aceitou no

Curso de Pós-Graduação em Medicina Veterinária - Parasitologia

Veterinária - nível de Doutorado.

Aos colegas, docentes e discentes, do CPGPV, que de

um modo ou outro nos auxiliaram durante o Curso, em especial a

Eliane Milward, Elizabeth Bessa, Kátia Famadas, Marcelo Knof,

Paulo César de Figueiredo e Sergio Carmona de São Clemente.

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BIOGRAFIA

Erik Daemon de Souza Pinto, filho de Glauco Frota de

Souza Pinto e de Clotilde da Costa Daemon de Souza Pinto, nas-

ceu no Rio de Janeiro - RJ, em 28 de setembro de 1958.

Realizou o Curso Primário e parte do Curso Ginasial

em Vassouras, RJ, concluindo-o no Rio de Janeiro, RJ, onde tam-

bém cursou o Científico.

Ingressou na Faculdade de Veterinária da Universida-

de Federal Fluminense em março de 1976, graduando-se em Medici-

na Veterinária em julho de 1981.

De setembro de 1982 a fevereiro de 1983 foi Chefe do

Controle de Qualidade nas Industrias Metal Forty S.A. - Conser-

vas Alimentícias, de onde se desligou para iniciar o Curso de

Pós-Graduação em Parasitologia Veterinária, da Universidade Fe-

deral Rural do Rio de Janeiro.

Em fevereiro de 1985 defendeu Tese de Mestrado inti-

tulada "Biologia da fase não parasitária de Anocentor nitens

(Neumann, 1897) (Acarina:Ixodidae) em condições de laboratório",

sob orientação do Prof. Nicolau Maués da Serra Freire.

Em março de 1985 ingressou no CPGPV - Doutorado, sob

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orientação do Prof. Carlos Luis Massard.

Em julho de 1986 foi indicado para o cargo de Profes-

sor Visitante na Área de Parasitologia - DBA - UFRRJ; em feve-

reiro de 1987 prestou Concurso Público de Provas e Títulos pa-

ra admissão no quadro de professores da UFRRJ-IB-DBA, tendo

sido aprovado em 1º lugar, com média final 96,00.

Em 1988, já sob orientação do Prof. N.M. Serra Frei-

re iniciou o estudo que ora apresenta como requisito parcial

para a obtenção do grau de Doutor em Ciência.

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CONTEÚDO

Pags.

1

3

3

4

6

9

9

9

10

11

12

12

15

17

17

23

INTRODUÇÃO

REVISÃO DE LITERATURA

2.1. Helmintoses clínica e subclínica como fatores

de perda econômica

2.2. A vermifugação como fator de aumento de produ-

ção

2.3. Estudos sobre a relação custo/benefício

MATERIAL E MÉTODOS

3.1. As fontes dos dados analisados

3.2. 3.1.1. O Projeto Fasciola

3.1.2. A fazenda

3.1.3. Quantificação dos resultados

3.2. Metodologia de análise

3.2.1. Caracterização das fases

3.2.2. Análise econômica

RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1. Avaliação dos custos

4.2. Quantificação dos resultados

1.

2.

3.

4.

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X.

4.2.1. Produção de leite

4.2.2. Relação custo/benefício

5. C0NCLUSÕES

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Págs.

23

26

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60

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ÍNDICE DE TABELAS

TABELA 1.

TABELA 2.

TABELA 3.

TABELA 4.

TABELA 5.

TABELA 6.

Orçamento parcial das Fases I e II do Proje-

to Fasciola em Piquete, SP, com valores men-

sais, anuais e totais relativos a quantida-

de e valor (expressos em OTN de outubro de1 9 8 8 )

Participação relativa de cada insumo na for-

mação do valor total das Fases I e II do

Projeto Fasciola em Piquete, SP

Orçamento Parcial da Fase I do Projeto Fas-

ciola em Piquete, SP, com valores mensais,

anuais e totais, relativos a quantidade e

valor (expressos em OTN de outubro de 1988)

Participação relativa de cada insumo na for-

mação do valor total da Fase I do Projeto

Fasciola em Piquete, SP

Orçamento parcial da Fase II do Projeto Fas-

ciola em Piquete, SP, com valores mensais, a-

nuais e totais relativos a quantidade e va-

lor (expressos em OTN de outubro de 1988)

Participação relativa de cada insumo na for-

mação do valor total da Fase II do Projeto

Fasciola em Piquete, SP

Págs.

35

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xii.

Págs.

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43

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45

46

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48

Orçamento parcial da Fase II - Proprietário

do Projeto Fasciola em Piquete, SP, com va-

lores mensais, anuais e totais relativos a

quantidade e valor (expresso em OTN de outu-

bro de 1988)

Participação relativa de cada insumo na for-

mação do valor total da Fase II - Proprietário

rio do Projeto Fasciola em Piquete, SP

Orçamento parcial da Fase II - Proprietário

do Projeto Fasciola em Piquete, SP, relati-

vo a quantidade e valor (expresso em OTN de

outubro de 1988), considerando-se desembol-

sos mensais dos custos totais

Orçamento parcial da Fase II - Hipótese A

do Projeto Fasciola em Piquete, SP, com va-

lores mensais, anuais e totais relativos a

quantidade e valor (expresso em OTN de outu-

bro de 1988)

Participação relativa de cada insumo na for-

mação do valor total da Fase II - Hipótese

A do Projeto Fasciola em Piquete, SP

Orçamento parcial da Fase II - Hipótese A

do Projeto Fasciola em Piquete, SP, relati-

vo a quantidade e valor (expresso em OTN de

outubro de 1988), considerando-se desembol-

sos mensais dos custos totais

Participação relativa de cada insumo na for-

mação do valor total da Fase II - Hipótese

A do Projeto Fasciola em Piquete, SP, consi-

derando-se desembolsos mensais dos custos

totais

Orçamento parcial da Fase II - Hipótese B

do Projeto Fasciola em Piquete, SP, com va-

lores mensais, anuais e totais relativos a

quantidade e valor (expresso em OTN de outu-

bro de 1988)

TABELA 7.

TABELA 8.

TABELA 9.

TABELA 10.

TABELA 11.

TABELA 12.

TABELA 13.

TABELA 14.

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xiii.

Págs.

49

50

50

51

52

53

54

55

Participação relativa de cada insumo na for-

mação do valor total da Fase II - Hipótese

B do Projeto Fasciola em Piquete, SP

Orçamento parcial da Fase II - Hipótese B

do Projeto Fasciola em Piquete, SP, relati-

vo a quantidade e valor (expresso em OTN de

outubro de 1988), considerando-se desembol-

sos mensais dos custos totais

Participação relativa de cada insumo na for-

mação do valor total da Fase II - Hipótese B

do Projeto Fasciola em Piquete, SP, conside-

rando-se desembolsos mensais dos custos totais

Orçamento parcial da Fase II Hipótese A -

modelo do Projeto Fasciola em Piquete, SP,

com valores mensais, anuais e totais relati-

vos a quantidade e valor (expresso em OTN

de outubro de 1988)

Participação relativa de cada insumo na for-

mação do valor total da Fase II Hipótese A -

Modelo, baseado no Projeto Fasciola em Pi-

quete, SP

Orçamento parcial da Fase II Hipótese A -

Modelo, baseado no Projeto Fasciola em Pi-

quete, SP, relativo a quantidade e valor (ex-

presso em OTN de outubro de 1988), conside-

rando-se desembolsos mensais dos custos to-

tais

Participação relativa de cada insumo na for-

mação do valor total da Fase II Hipótese A

- Modelo, baseado no Projeto Fasciola em Pi-

quete, SP, considerando-se desembolsos men-

sais dos custos totais

Orçamento parcial da Fase II Hipótese B -

Modelo, baseado no projeto Fasciola em Pi-

quete, SP, com valores mensais, anuais e to-

tais relativos a quantidade e valor (expres-

so em OTN de outubro de 1988)

TABELA 15.

TABELA 16.

TABELA 17.

TABELA 18.

TABELA 19.

TABELA 20.

TABELA 21.

TABELA 22.

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xiv.

Págs.

56

56

57

57

Participação relativa de cada insumo na for-

mação do valor total da Fase II Hipótese B -

Modelo, baseado no Projeto Fasciola em Pi-

quete, SP

Orçamento parcial da Fase II Hipótese B - Mo-

delo, baseado no Projeto Fasciola em Pique,

te, SP, relativo a quantidade e valor (expres-

so em OTN de outubro de 1988), considerando-se

desembolsos mensais dos custos totais

Participação relativa de cada insumo na for-

mação do valor total da Fase II Hipótese B

- Modelo, baseado no Projeto Fasciola em Pi-

quete, SP, considerando-se desembolos men-

sais dos custos totais

Produção média diária de leite, verificadas

mês a mês, para as Fase I, II Ano 1, II Ano

2 e II Total, com desvio padrão, analisadas

pelo Teste de DMS

TABELA 23.

TABELA 24.

TABELA 25.

TABELA 26.

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ÍNDICE DE ANEXOS

ANEXO 1.

ANEXO 2.

ANEXO 3.

ANEXO 4.

Determinação do custo dos insumos mão de o-

bra, transporte, drogas e reagentes e anti-

helmínticos, expresso em OTN de outubro de

1988

Determinação das doses de anti-helmíntico u-

tilizadas na Fase II - Proprietário e Fase

II - Modelo, para o Projeto Fasciola em Pi-

quete, SP, expresso em mililítros e OTN de

outubro de 1988

Médias diárias de produção de leite, verifi-

cadas a partir de dados mensais e expressas

em litros, para as Fases I e II do Projeto

Fasciola em Piquete, SP

Avaliação da relação custo/benefício, organi-

zada em 17 Cenários, com os valores de produ-

ção mensal de leite (em litros), custos men-

sais e totais dos insumos, benefício bruto

mensal e anual e benefício líquido anual (ex-

pressos em OTN de outubro de 1988, com e sem

atualização pelo Método do Valor Presente),

com o Aumento Mínimo de Produção mensal (AMPm)

necessário para tornar igual a zero a rela-

ção custo/benefício

Págs.

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xvi.

ANEXO 5.

ANEXO 6.

Preço bruto e líquido do litro de leite C, ex-

presso em OTN de outubro de 1988, com os res-

pectivos descontos

Representação gráfica do índice pluvial, núme-

ro de ovos por grama de fezes (OPG), percen-

tual de positividade para Fasciola hepatica e

produção média diária de leite, verificados a

cada mês, para o Projeto Fasciola em Piquete, SP

Págs.

68

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RESUMO

A partir de um estudo em Piquete, SP (Projeto Fascio-

la), sobre a epidemiologia da fasciolose hepática em bovinos

leiteiros, procurou-se avaliar os custos totais, a significân-

cia dos aumentos de produção e a relação custo/benefício decor-

rente da implantação de tratamentos anti-helmínticos preconiza-

dos com base nos resultados epidemiológicos obtidos. Para tal

o Projeto foi dividido em duas etapas: Fase I (coleta de dados

epidemiológicos), com cinco anos de duração, e Fase II (imple-

mentação do tratamento/coleta de dados epidemiológicos), com

dois anos de duração. A Fase II foi analisada em três blocos:

Fase II Ano 1, Fase II Ano 2 e Fase II Total (Ano 1 + Ano 2)

Através de Tabelas de Orçamento Parcial, de uma série de 17 ce-

nários e do aumento de produção de leite intentou-se a quanti-

ficação do custo dos insumos envolvidos na realização das Fa-

ses e se o resultado da relação custo/benefício foi positivo.

Estabeleceu-se ainda uma fórmula para a determinação do aumen-

to mínimo de produção necessário para que houvesse equilíbrio

entre despesa e receita nos diversos cenários propostos.

Constatou-se que o custo total do Projeto foi de

4.471,82 0TN (de outubro de 1988); o custo da Fase I foi ava-

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liado em 3.226,59 0TN e da Fase II em 1.245,22 0TN. A produ-

ção de leite foi significativamente maior após a implantação do

tratamento, com as médias diárias tendo sido de 132,75 litros

para a Fase I e 155,00, 234,17 e 194,58 para a Fase II Ano 1,

Fase II Ano 2 e Fase II Total, respectivamente.

Constatou-se ainda que houve retorno econômico pos-

tivo, decorrente da implantação do tratamento e da consequente

diminuição da carga de helmintos dos animais, em 13 dos 15 ce-

nários analisados, e que as situações onde o retorno econômico

foi negativo situaram-se na etapa inicial de implementação do

tratamento (Fase II Ano 1).

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SUMARY

Begining with a research in the Municipality of Pique-

te, state of São Paulo, Brazil, about the epidemiology of fas-

ciolosis in dairy cattle, its total cost, milk production impro-

vement and the cost/benefit relation were estimated, in conse-

quence of preconized anthelmintics treatments based on the epi-

demiologic results obtained. Therefore, the Project was divi-

ded in two phases: Phase I (epidemiologic survey, during five

years) and Phase II (epidemiologic survey/application of anthel-

mintics treatments, during two years). Phase two was analysed

in three groups: Phase II Year 1, Phase II Year 2 and Phase II

Total (years 1 + 2). Through Tables of Partial Budget, of 17

scenaris and of milk production improvement, the quantification

of input costs used in the realization of both Phases was tried,

as well as the results of the cost/benefit relation. It was al-

so established a formula in order to determine the minimal pro-

duction improvement necessary to even costs and monetary return

in the different proposed scenaris.

It was positively established that the total cost of

the Project was 4471,82 OTN (National Treasure Bonus) of octo-

ber 1988; Phase I costs were estimated in 3226,59 0TN and in

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Phase II costs were 1245,22 OTN. Milk production was signifi-

cantly higher after the application of treatments.

It was also evidenciated a positive economic return

following the application of the technology and the consequent

decrease in the parasitic population in 13 of 15 scenaris; the

only situation where the economic return was negative took part

on the initial step of the treatment (Phase II Year 1).

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I N T R O D U Ç Ã O

No quadro das parasitoses que podem acometer os ani-

mais domésticos de importância econômica, as helmintoses mere-

cem lugar de destaque; na pecuária bovina as helmintoses gas-

trointestinais e de órgãos viscerais têm papel importante co-

mo fator limitante ao pleno desenvolvimento daquela atividade.

De um modo geral o controle das helmintoses em gado

bovino tem se baseado na aplicação curativa de tratamento an-

ti-helmíntico, pois o quadro clínico decorrente das helminto-

ses é facilmente reconhecido, inclusive para aqueles proprietá-

rios e tratadores sem formação técnica veterinária (LELAND et

al., 1980). No que tange às helmintoses subclínicas a situação

não é tão clara, havendo a necessidade de estudos bem conduzi-

dos para que se possa determinar, com razoável margem de segu-

rança, a necessidade de tratamento para que haja uma melhoria

da produção do rebanho.

Dentro deste contexto insere-se a delicada questão

de saber se um determinado tratamento anti-helmíntico resulta

em benefício econômico real para os proprietários, sobretudo

quando se trata de helmintoses subclínicas.

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Conforme LIMA & GRISI (1984) ressaltaram, estudos deste tipo

vem sendo realizados em diversos países e, há algum tempo, tam-

bém no Brasil.

A partir de 1980 uma equipe do Curso de Pós-Gradua-

ção em Parasitologia Veterinária da Universidade Federal Ru-

ral do Rio de Janeiro (UFRRJ), coordenada pelo Prof.Dr. Nico-

lau Maués da Serra Freire, vem realizando estudos epidemiológi-

cos sobre a fasciolose na região do vale médio do rio Paraíba

do Sul, tendo chegado, em 1985, à elaboração de tratamentos an-

ti-helmínticos naquela região, baseando-se nos resultados obti-

dos nos cinco primeiros anos de estudo.

O presente trabalho visa determinar os custos totais

do Projeto, de 1980 a 1987, bem como avaliar a relação custo/

benefício da aplicação do tratamento anti-helmíntico utilizado

em condições de campo.

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REVISÃO DE LITERATURA

2.1. Helmintoses clínica e subclínica como fatores de perda e-

conômica

A delimitação entre as helmintoses clínicas e subclí-

nicas nos animais domésticos de importância econômica tem si-

do um assunto polêmico. BAKER (1979) definiu parasitose sub-

clínica como "... um grau de parasitismo que interfere com a

produção mas não é evidente por exame físico e visual do pa-

ciente". Já a helmintose clínica, segundo LELAND; DAVIS; CA-

LEY; ARNETT & RIDLEY (1980) seria facilmente caracterizável,

física e visualmente, devido ao baixo rendimento, perda de pe-

so e índices relativamente altos de mortalidade; consideraram

ainda de difícil caracterização as helmintoses subclínicas,

pois embora algumas vezes possa até não haver diferenças entre

os índices de produtividade (por exemplo, ganho de peso), aque-

les animais portadores da parasitose teriam de consumir mais a-

limentos para atingir um determinado grau de desenvolvimento,

em comparação com animais não afetados; este maior consumo, se-

gundo os autores, refletir-se-ia sobre o rendimento econômico

final do rebanho afetado.

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Numa tentativa de buscar parâmetros mensuráveis para

caracterizar as duas situações, BLISS & TODD (1973; 1976) a-

firmaram que 10 ovos por grama de fezes, aferido pela técnica

de centrífugo-flutuação em açúcar modificada (COX & TODD, 1962)

constitui-se no limite além do qual tem-se parasitose subclíni-

ca; GRISI & TODD (1978), citando LEVINE & AVES (1956) aponta-

ram que, em infecções mistas por helmintos gastrointestinais,

300 ovos/g de fezes constitui-se no limite entre as helminto-

ses clínicas e subclínicas. TODD; HYERS; BLISS & COX (1972)

questionaram ainda a validade do termo "parasitose subclínica"

quando, uma vez tratados, os animais apresentarem melhoria de

seus índices de produção.

Independente do tipo de parasitose, a literatura in-

dica que o melhor modo de aferir-se o grau de dano provocado

pela presença de helmintos seria a elaboração de programas de

tratamento específicos para cada caso e a comparação entre os

índices de produção pré e pós-tratamento. Com este objetivo,

foram realizados experimentos detalhados por, dentre outros,

TODD et al. (1972), BLISS & TODD (1973; 1974), TODD; BLISS;

GRISI & CROWLEY Jr. (1978), CHIEJINA & EHEHELU (1986) e SOHHER

FELDT; CLARK; HUGGINS; SHULTZ & ILLG (1986). Embora trabalhan

do em condições distintas, tanto no que diz respeito ao tipo

de exploração bovina, quanto ao tipo de helmintose (se clínica

ou subclínica), tais pesquisas parecem demonstrar o grande va-

lor da experimentação à campo para definir-se o grau de dano

da helmintose.

2.2. A vermifugação como fator de aumento de produção

O controle das helmintoses visando a melhoria do es-

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tado sanitário dos rebanhos bovinos, com reflexo direto em sua

produtividade, desde há muito vem sendo feito através de medi-

cação anti-helmíntica. Quando se trata de helmintoses clíni-

cas o aumento de produção torna-se evidente, assim como o re-

torno econômico de tal procedimento, conforme demonstrado por

CHIEJINA & EMEHELU (1986).

Entretanto, quando o nível de parasitismo é mais

baixo, do tipo "parasitose subclínica", o aumemto de produção

do rebanho deve ser cuidadosamente aferido. Assim. TODD et al.

(1972) constataram que vacas em lactação, clinicamente saudá-

veis, submetidas a vermifugação com três tipos diferentes de

anti-helmínticos apresentaram, ao final do experimento, um au-

mento médio na produção de leite de 2,19 libras/dia/vaca (994g/

dia/vaca) em relação ao grupo não tratado. Ressaltaram ainda

a necessidade de alimentação adequada para que haja resultados

positivos em casos semelhantes.

BLISS & TODD (1973), trabalhando com um grupo de 708

vacas tratadas e 295 controles, rodas clinicamente saudáveis,

com 3,3 de OPG médio, constataram que o declínio da curva de

produção de leite foi significativamente menos acentuado para o

grupo tratado. Observaram também que os animais de melhor qua-

lidade zootécnica responderam de maneira superior ao tratamen-

to, quando comparados com os de menor qualidade. Defendendo o

ponto de vista segundo o qual as helmintoses subclínicas real-

mente interferem com a produtividade, os autores citaram ROSS

(1970), segundo quem baixas infecções por Fasciola hepatica (a-

proximadamente 100 trematódeos adultos), quando controladas a-

dequadamente por medicação específica, podem levar a um aumen-

to médio de 8% na produção de leite.

BLISS & TODD (1974), em outra série de experimentos

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utilizando tiabendazole como anti-helmíntico, aplicado em va-

cas clinicamente saudáveis, constataram um aumento significati-

vo na produção de leite.

No Brasil, LIMA & GRISI (1984) constataram um aumen-

to médio na produção de leite de 577g/vaca/dia, após tratamen-

to de vacas clinicamente saudáveis com albendazole. Ressalta-

ram ainda que tal tratamento permaneceu evidente por até 90

dias após o tratamento.

Algumas vezes, entretanto, a elevação dos índices de

produção podem não ser facilmente demonstráveis. Assim,

MITCHELL; RICHARDS; ALTMAN; MULHOLLAND; GOUD & ARMOUR (1982),

trabalhando com cerca de 15.0OO vacas leiteiras clinicamente

saudáveis e com níveis de OPG semelhantes, constataram que hou-

ve aumento de produção em alguns rebanhos enquanto em outros,

mantidos sob as mesmas condições daqueles, não foi possível de-

tetar aumentos significativos em relação ao controle. Adverti-

ram os autores para a necessidade de se estudar detalhadamente

cada caso, antes que sejam recomendadas medidas gerais e roti-

neiras de vermifugação. Do mesmo modo, SOMHERFELDT et al.

(1986), tratando novilhas de raças leiteiras portadoras de pa-

rasitose subclínica, não encontraram diferenças entre os gru-

pos tratado e controle no que diz respeito a ganho de peso, ta-

xa de fertilidade, idade do primeiro parto e nos níveis de pro-

dução láctea subsequentes ao primeiro parto.

2.3. Estudos sobre a relação custo/benefício

Na economia moderna os estudos sobre a relação custo

benefício tem importância central para a tomada de decisões

em diversos setores produtivos. Na agricultura, PERRIN; WINKEL-

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MANN; MOSCARDI & ANDERSON (1979) descreveram detalhadamente co-

mo proceder para que se possa decidir, com razoável margem de

segurança, sobre a aplicação de uma dada tecnologia à nível de

campo, levando-se em conta a relação custo/benefício. Partindo

de situações hipotéticas sobre o uso de fertilizantes como fa-

tor de aumento de produtividade do solo, os autores demonstra-

ram necessidade de uma análise econômica dos resultados, e

não somente de uma análise estatística, da qual obtem-se ape-

nas resultados sobre a significância dos aumentos de produção

nas situações onde foram aplicadas as tecnologias em estudo,

em comparação àquelas que servem como controle. Destacaram ain-

da a necessidade de avaliação cuidadosa de todos os custos en-

volvidos na aplicação da tecnologia, recomendando para tal a e-

laboração acurada de tabelas de orçamento parcial, onde seriam

detalhadamente descritos estes custos, para posterior análise

econômica. Estas análises podem incluir, segundo os autores,

a determinação do benefício líquido e a análise marginal dos

benefícios. Finalmente, enfatizaram a necessidade de avalia-

ção criteriosa de cada situação (vale dizer, de cada unidade

produtiva e do interesse do produtor) antes que se recomende a

aplicação de qualquer tecnologia.

MORRIS (1978), em sua revisão sobre o impacto econô-

mico do parasitismo gastrointestinal em ovinos, destacou que

um dos pontos essenciais de um bom estudo econômico é "...exa-

minar o benefício econômico adicional de uma estratégia parti-

cular de controle em comparação com outra menos eficaz no con-

trole do parasitismo". Assim sendo, o objetivo de um estudo

custo/benefício, segundo o autor, seria selecionar a melhor de

uma série de estratégias alternativas. Para tal, concordando

com PERRIN et al. (1979), o autor enfatizou a necessidade de

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cuidadosa determinação dos custos envolvidos com a aplicação

da (s) tecnologia (s), levando em conta aspectos como mão de o-

bra, medicamentos, assistência técnica, grau de risco, custo

do capital, etc. Finalmente, enfatizou que o retorno financei-

ro não deve ser o único critério para a escolha de uma determi-

nada estratégia, havendo a necessidade do produtor ser plena-

mente informado das alternativas disponíveis, suas rentabilida-

des e o grau de risco inerente a cada uma para que, em conjun-

to, técnico e produtor decidam qual a mais adequada para a si-

tuação.

Em gado bovino leiteiro podemos encontrar alguns e-

xemplos da aplicação do estudo da relação custo/benefício para

validar (ou não) a aplicação de anti-helmínticos no controle

de verminoses gastrointestinais. BLISS & TODD (1976), ao rea-

lizarem estudos sobre tratamento estratégico de vacas clinica-

mente normais, constataram que o benefício líquido médio resul-

tante do aumento de produção de leite foi de 44,06 U$ /vaca ao

final do período de lactação. No mesmo sentido, TODD et al.

(1978) tratando vacas clinicamente saudáveis, obtiveram um be-

nefício líquido de U$ 60,00 por vaca ao final do período de

lactação.

No Brasil, podemos citar o trabalho de GUIMARÃES; LI-

MA; LEITE & COSTA (1986), que trabalharam com bezerros de cor-

te divididos em quatro grupos, sendo três deles tratados com

anti-helmínticos e um servindo como controle; após os experi-

mentos, os autores constataram taxa de retorno econômico positi-

va para dois tipos de tratamento (+ 5,7% e +31,0%), enquanto

um dos grupos teve um rendimento bruto final, em valores pecu-

niários, de - 4,1% em relação ao controle.

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MATERIAL E MÉTODOS

3.1. As fontes dos dados analisados

3.1.1. O Projeto Fasciola

O presente estudo baseou-se nos resultados obtidos

pelo Projeto Fasciola, coordenado pelo Prof. Nicolau Maués da

Serra Freire. O Projeto teve início no ano de 1980, estando

em desenvolvimento até a presente data. Seu objetivo é o de

coletar dados epidemiológicos sobre a fasciolose hepática no

vale médio do rio Paraíba do Sul e, secundariamente, avaliar o

grau de infecção por helmintos gastrointestinais em bovinos de

exploração leiteira para, numa etapa posterior, elaborar-se es-

quemas estratégicos de controle desta trematodiose. A primei-

ra etapa do Projeto desenvolveu-se de 1980 a 1985, quando pro-

cedeu-se à obtenção e análise de dados referentes à dinâmica

populacional e grau de infecção dos moluscos que servem como

hospedeiro intermediário do trematódeo (AMATO; REZENDE;GOMES &

SERRA FREIRE, 1986; GOMES; SERRA FREIRE; AMATO & REZENDE,1985)

e índices de infecção, verificados mensalmente, em bovinos e o-

vinos traçadores; durante esta etapa foram utilizados, mensal-

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mente, um bovino e dois ovinos. A taxa de infecção dos bovinos

e ovinos foi verificada através de exame coprológico para Fas-

ciola hepatica e helmintos gastrointestinais (técnicas de Ueno

modificada e de Gordon & Whitlock, 1943) dos animais perten-

centes ao Projeto e à propriedade onde este foi realizado, e

por exame de necrópsia dos animais do Projeto (AMATO; REZENDE;

GOMES & SERRA FREIRE, 1988).

Na segunda etapa do Projeto, além do prosseguimento

da colheita dos dados epidemiológicos, iniciou-se a aplicação

de tratamento anti-helmíntico; esta etapa, para efeito de aná-

lise do presente trabalho, desenrolou-se de 1985 a 1987. Fo-

ram utilizados dois anti-helmínticos: albendazole (Valbazen COR

Smith Kline - Enila), mensalmente no primeiro ano e trimestral-

mente no segundo, e triclabendazole (FasinexR, Ciba-Geigy) em

quatro dosificações/ano durante os dois anos da segunda eta-

pa do Projeto, nas dosagens de 5 e 10 mg/kg de peso vivo, res-

pectivamente.

Em rodas as etapas foram realizadas visitas mensais

ao local de estudo.

3.1.2. A fazenda

Os estudos foram realizados na Fazenda São Pedro, de

exploração leiteira, localizada no Município de Piquete - SP e

pertencente ao Sr. Antonio Kubianchi, distante 220 km da Uni-

versidade Federal Rural do Rio de Janeiro. A propriedade pos-

sui cerca de 400 hectares, distribuidos em topografia acidenta-

da, caracterizando uma área de vale com encostas íngremes, com

cobertura vegetal formada por Brachiaria decumbens (braquiá-

ria), Cynodon dactilon (capim rabo de burro), Paspalum notatum

(grama batatais) e Penicetum purpureum (capim napier), além

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de outros vegetais que não formam pasto. O rebanho constou de

cerca de 82 animais; ainda em termos médios, o rebanho tinha a

seguinte composição: 40 vacas de 400 kg (em lactação), 20 novi-

lhas de 200 kg, 15 bezerros de 150 kg e sete bezerros de 80 kg.

Quanto à raça, todos os animais eram produto de cruzamentos en-

tre Bos taurus (holandês) e Bos indicus (predominantemente gir)

com grau de sangue indefinido. Os animais eram vacinados con-

tra aftosa e brucelose e recebiam suplementação mineral "ad li-

bidum". Havia suplementação proteica para os animais em lacta-

ção apenas na hora da ordenha, constituida de uma mistura de

farelo de algodão e cevada, na quantidade de 1 kg / vaca, a-

crescido de uma quantidade variável de capim e cana Picados.

Segundo registro na Cooperativa de Leite de Lorena e Piquete a

propriedade era produtora de leite C.

3.1.3. Quantificação dos resultados

O parâmetro utilizado para verificar-se o efeito do

tratamento anti-helmíntico foi a produção de leite; os valores

de produção foram obtidos na Cooperativa de Leite de Lorena e

Piquete sob a forma de quantidades médias diárias, a partir de

valores mensais. Para a determinação dos valores de produção

diários das diferentes etapas do Projeto foram obtidas médias

aritméticas e desvios padrões a partir de médias diárias veri-

ficadas mensalmente. Para a obtenção das médias de produção

pré e pós-tratamento verificadas nas duas etapas do Projeto fo-

ram calculadas as médias aritméticas dos meses que compuseram

aquelas etapas. A comparação entre as médias foi estatística-

mente analisada pelo Teste de Diferença Mínima Significativa

(DMS), a um nível de significância de 5%.

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3.2. Hetodologia de análise

3.2.1. Caracterização das fases

A partir do total de sete anos presentemente analisa-

dos foram estabelecidas duas etapas, denominadas Fase I e Fase

II.

A Fase I do Projeto, com duração de cinco anos, com-

preendeu a etapa de colheita de dados epidemiológicos. Para a

realização da Fase I foram levados em conta os seguintes insu-

mos: animais, mão de obra, transporte e drogas e reagentes, co-

mo indicado na Tabela 3.

A Fase II do Projeto, que compreendeu a etapa na

qual os animais da Fazenda passaram a receber tratamento regu-

lar com anti-helmínticos, foi subdividida segundo critérios de

duração e de encargos econômicos, da forma que se segue:

-Duração: Fase II Ano 1

Fase II Ano 2

Fase II Total

-Encargos econômicos: pesquisa

proprietário

Entendeu-se como encargo econômico da pesquisa todos

os custos envolvidos na realização da Fase II, enquanto os en-

cargos econômicos do proprietário levaram em conta os custos

que este teria se houvesse participado, com aporte de capital,

para a realização de parte de Fase II.

Para efeito de análise custo/benefício, foram utili-

zadas as três subdivisões temporais da Fase II e os encargos e-

conômicos do proprietário; a partir destes forças idealizados

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hipóteses e modelos; juntos, formam uma série de cenários que

tiveram por objetivo analisar os resultados obtidos diretamen-

te do estudo e simular situações que permitissem a redução dos

custos variáveis. As hipóteses idealizadas foram as seguintes:

Hipótese A : redução parcial da mão de obra

Hipótese B : redução acentuada da mão de obra

O Modelo idealizado compreendeu uma fazenda com 100

vacas em lactação, com uma composição de rebanho que procurou

seguir parâmetros zootécnicos básicos (DEGASPERI & PIEKARSKI,

1988), conforme se segue:

Vacas de 400 kg : 133

Novilhas de 300 kg : 42

Novilhas de 200 kg : 40

Bezerros até 100 kg : 100

Foram atribuídos às vacas em lactação os mesmos índi-

ces de produção leiteira pré e pós-tratamento constatados no

caso "real".

Os Cenários, que tiveram por objetivo permitir uma a-

nálise detalhada da relação custo/benefício, constituiram-se a

partir da combinação das diversas subdivisões da Fase II com

as Hipóteses e o Modelo propostos, resultando em:

Cenário 1 : Status Quo - sem tratamento (indicadores

econômicos da Fase I)

Cenário 2 : com tratamento (indicadores econômicos da

Cenário 3 : " "

Cenário 4 : " "

Fase II - Ano I)

(indicadores econômicos da

Fase II Ano 2)

(indicadores econômicos da

Fase II Total)

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Cenário 5 : com tratamento (indicadores econômicos da

Fase II Ano 1-Hipótese A)

Cenário 6 : (indicadores econômicos da

Fase II Ano 2-Hipótese A)

Cenário 7 : (indicadores econômicos da

Fase II Total-Hipótese A)

Cenário 8 : (indicadores econômicos da

Fase II Ano 1-Hipótese B)

Cenário 9 : (indicadores econômicos da

Fase II Ano 2-Hipótese B)

Cenário 10 : (indicadores econômicos da

Fase II Total-Hipótese B)

Cenário 11:Status Quo - sem tratamento (indicadores e-

conômicos da Fase I - Modelo)

Cenário 12: com tratamento (indicadores econômicos da

Cenário 13:

Cenário 14:

Cenário 15:

Cenário 16:

Cenário 17:

Fase II Ano 1-Hipótese A

Modelo)

(indicadores econômicos da

Fase II Ano 2-Hipótese A

Modelo)

(indicadores econômicos da

Fase II Total-Hipótese A

Modelo)

(indicadores econômicos da

Fase II Ano 1-Hipótese B

Modelo)

(indicadores econômicos da

Fase II Ano 2-Hipótese B

Modelo)

(indicadores econômicos da

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Fase II Total Hipótese B

Modelo)

Os insumos utilizados na Fase II compreenderam ani-

mais, mão de obra, drogas e reagentes e anti-helmínticos (Tab.

5). Na Fase II - proprietário os insumos foram mão de obra,

drogas e reagentes e anti-helmínticos (Tab. 7).

Para a caracterização dos custos das diversas situa-

ções ora propostas foram organizadas tabelas de orçamento par-

cial, segundo o preconizado por PERRIN et al. (1979). A partir

destas tabelas calculou-se a participação relativa de cada in-

sumo na formação dos custos totais do Projeto e das diversas

subdivisões anteriormente citadas.

Todos os valores utilizados basearam-se nos preços

correntes em outubro de 1988, convertidos em OTN daquele mesmo

mes (01 0TN = Cz$ 2966,39). A determinação dos valores dos di-

versos custos analisados está explicitada no Anexo 1.

3.2.2. Análise econômica

Para a verificação da relação custo/benefício adotou

-se o Método do Valor Presente (ou Método do Valor Atual), con-

forme descrito por NEVES (1982), utilizando-se a seguinte fór-

mula: n - C k) / (1 + i)

k VA = - I + kΣn (Rk

Para a determ

k=n

inação do aumento mínimo de produção ne-

cessário para tornar o benefício líquido igual a zero, elabo-

rou-se a seguinte fórmula:

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onde:

AMP = (ia + ib + ... in ) ÷ VP X X X X

AMP = aumento mínimo de produção

ia, ib, in = valor dos diferentes insumos envolvidos

na aplicação da tecnologia

x = localização temporal dos valores; para valores

diários, x = diário; para valores mensais, x=men-

sal, etc.

VP = valor de mercado do produto

Para estimar-se o possível retorno líquido de capi-

tal decorrente da implantação da tecnologia, frente a diferen-

tes aumentos de produção, elaborou-se a fórmula

onde:

RL = AP x VP - (ia + ib + ... in ), X X X X X

RL = retorno líquido

AP = aumento de produção

ia, ib, in = valor dos diferentes insumos envolvidos

na aplicação da tecnologia

x = localização temporal dos valores

VP = valor de mercado do produto

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RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1. Avaliação dos custos

A organização dos dados referentes aos custos do Pro-

jeto e da implantação da tecnologia proposta foi realizada a-

través da elaboração de Tabelas de Orçamento Parcial (MORRIS,

1978; PERRIN et al., 1979), procurando-se quantificar cuidado-

samente todos os insumos envolvidos em sua execução.

Na Tabela 1 estão indicados os custos variáveis en-

volvidos na execução do Projeto, de 1980 a 1987 (Fases I e II)

com valores mensais, anuais e totais; a Tabela 2 indica a par-

ticipação relativa de cada insumo no custo total do Projeto.

Para a obtenção do preço de cada insumo procedeu-se

à pesquisa informal de mercado ou, quando possível, à consulta

de tabelas de preço de venda ao consumidor, elaboradas pelos

órgãos governamentais competentes. Para o cálculo do valor da

mão de obra levou-se um consideração o salário bruto percebido

pelos indivíduos no Projeto, referentes ao mês de outubro de

1988. O procedimento matemático utilizado para o cálculo des-

tes e de outros valores pode ser visto no Anexo 1.

As quantidades e os respectivos valores das drogas e

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reagentes utilizados foram obtidos no Laboratório de Análises

da Estação para Pesquisas Parasitológicas W.0. Neitz, da

UFRRJ; do mesmo modo, procedeu-se à determinação do tempo gas-

to pelo laboratorista para a realização de 100 exames de fezes

similares àqueles realizados no Projeto. O número de horas

dispendido pelo pesquisador envolvido no Projeto foi determi-

nado pela frequência das viagens à propriedade estudada (01 a

cada mês = 08 horas) mais um igual período para organização de

dados coletados e demais providências decorrentes da instala-

ção e necrópsia dos animais do experimento.

A quantidade de anti-helmíntico utilizada, conforme

demonstrado no Anexo 2, seguiu a recomendação do fabricante no

que diz respeito à dosagem; entretanto, a frequência de trata-

mentos foi determinada pelos resultados obtidos na Fase I do

Projeto e constaram de oito dosificações do rebanho com trica-

bendazole e dezesseis vermifugações com albendazole na Fase II

do Projeto. Conforme pode ser depreendido das Tabelas 1, 5 e

7, os valores mensais obtidos para o insumo anti-helmíntico re-

sultaram da divisão do gasto anual por 12; ressalta-se assim

que tal gasto não seria, necessariamente, mensal. Na Tabela 2

pode ser verificado a grande participação do insumo mão de o-

bra no custo total do Projeto (45,68%), em contraposição à do

insumo anti-helmíntico (4,41%).

Para a confecção das demais Tabelas foram adotados os

mesmos procedimentos gerais anteriormente descritos.

Nas Tabelas 3 e 4 estão indicados, respectivamente,

os custos da Fase I e a participação relativa de cada insumo

na formação total dos custos.

Na Tabela 5 estão consignados os gastos com a execu-

ção da Fase II do Projeto. Comparando-se com a Tabela 3 pode-

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19

-se notar que, no insumo animais, os bovinos não mais estive-

ram presentes, uma vez que não fizeram parte da metodologia de

colheita de dados epidemiológicos utilizada neste período. Ou-

tro ponto a salientar foi a atribuição da mesma carga horá-

ria de trabalho para a mão de obra envolvida; tal fato deveu-

-se a, por um lado, redução do tempo de serviço do auxiliar, u-

ma vez que o trabalho de lida com o bovino do experimento foi

eliminado, e por outro lado à aplicação dos vermífugos ao re-

banho da propriedade. Assim, considerou-se que as horas gas-

tas com a vermifugação foram compensadas, ao menos em parte,

com a eliminação do trabalho com o bovino do experimento. De-

ve ser lembrado que o pesquisador envolvido no Projeto também

participava ativamente de todos os trabalhos de campo, fazendo

com que fosse possível considerar como iguais as horas de tra-

balho do auxiliar nas Fases I e II. Na Tabela 6 está consigna-

da a participação relativa de cada insumo no custo total da Fa-

se II.

Conforme citado na metodologia do presente trabalho,

a avaliação da relação custo/benefício seria realizada a par-

tir dos resultados obtidos no que se convencionou chamar Fa-

se II - Proprietário. Pode-se explicar esta decisão pelo fato

de ter-se considerado a Fase I e a Fase II - Pesquisa como sen-

do de caráter fundamentalmente institucional, ou seja, estas e

tapas do Projeto foram encaradas como atribuição intrínseca de

órgãos de pesquisa (e financiadores de pesquisa) estatais. Is-

to é facilmente compreendido quando se leva em conta a virtual

ausência de financiamento privado no campo da pesquisa parasi-

tológica, mormente quando esta pode levar a um uso mais disci-

plinado e, por vezes, mais racional e menos dispendioso de um

determinado grupo de insumos.

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20

Para melhor visualização dos custos envolvidos na im-

plantação das diversas possibilidades de ação descritas na me-

todologia foram elaboradas, além das tabelas nos mesmos moldes

das anteriores, um grupo de tabelas no qual as quantidades e

respectivos valores dos insumos utilizados durante a Fase II-

Total estão projetados para desembolsos mensais; por exemplo,

se o custo do insumo "A" tiver sido de 120 0TNs durante toda a

Fase II, então os gastos mensais seriam de 5 OTNs (120 OTNs

24 meses). Mais uma vez convém salientar que este valor proje-

tado não corresponde, necessarismente, ao gasto mensal obriga-

tório para a implantação da tecnologia proposta.

Assim, na Tabela 7 os insumos foram organizados e

quantificados como se um determinado proprietário, acreditan-

do na possibilidade de aumento de produção de seu rebanho, re-

solvesse associar-se ao Projeto, fornecendo parte do capital

necessário à sua execução. Comparando-se com a Tabela 5 nota-

-se a eliminação dos custos referentes a animais e do insumo

pesquisador, que seriam atribuição do Projeto. Comparando-se

a Tabela 8, referente à participação relativa de cada insumo no

custo total, com a Tabela 6, pode-se constatar uma elevação do

percentual de participação da mão de obra na formação dos cus-

tos da Fase II - Proprietário. Embora possa parecer contradi-

tório, pois foi eliminado o custo referente ao pesquisador, de-

ve ser lembrado que também foram eliminados os insumos animais

e transporte, deslocando para patamares mais elevados a parti-

cipação relativa da mão de obra.

As quantidades e valores dos insumos utilizados em

toda a Fase II - Proprietário, projetados para desembolsos men-

sais, podem ser vistos na Tabela 9.

O grande peso relativo do insumo mão de obra foi de-

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21

terminante Para a elaboração das duas hipóteses. Na Hipó-

tese A (Tab. 10), procurou-se obter uma redução do dispêndio

Com o laboratorista e o auxiliar envolvidos no Projeto; para

tal, ao invés de realizar-se exames coprológicos de todos os a-

nimais do rebanho, estabeleceu-se que os exames seriam feitos

por amostragem. Assim, de cada cinco animais apenas um forne-

ceria material para exame. Do ponto de vista parasitológico a

adoção de tal metodologia pareceu-nos adequada, uma vez que,

durante os cinco anos anteriores do Projeto, os exames foram

realizados em todos os animais, permitindo o estabelecimento a

curado dos níveis de infecção do rebanho. Deste modo, o insu-

mo laboratorista foi reduzido de 40 para 10 horas mensais, en-

quanto o tempo dispendido pelo auxiliar foi reduzido de 40 pa-

ra 12 horas mensais. Como reflexo desta metodologia pode ser

observada uma redução correspondente no insumo drogas e reagem

tes (Tabs. 10, 11, 12 e 13) e, mais importante, uma nova dis-

tribuição percentual dos diversos insumos em relação ao custo

total da aplicação da tecnologia. Na Tabela 11 observa-se que

a participação do insumo mão de obra foi de 22,57% no primeiro

ano e de 38,80% no segundo, com o insumo anti-helmíntico pas-

sando a representar 75,81% e 65,69% nos Anos 1 e 2, respectiva-

mente. Como consequência, o custo da Fase II Total - Hipótese

A apresenta uma participação relativa de seus custos de 26,20%

para mão de obra e 71,84% para anti-helmíntico; comparado com

os valores expressos na Tabela 8, pode ser constatada a altera-

ção profunda no perfil de distribuição percentual dos gastos.

Procurando reduzir ainda mais a participação do insu-

mo mão de obra nos custos da Fase II - Proprietário elaborou-

se a Hipótese B; nesta, considerou-se que o proprietário adqui-

riu um "pacote tecnológico", já devidamente testado para a re-

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gião e tido como correto. Assim, foi excluida da metodologia a

realização de exame de fezes, pois partiu-se do princípio de

que o rebanho em questão apresentaria índices de parasitismo

conhecidos "a priori", e que o tratamento a ser implantado tra-

ria os resultados esperados. Esta hipótese deve ser cuidadosa

mente examinada. Tal como destacado por HORRIS (1978), PERRIN

et al.(1979) e MITCHELL et al. (1982), a aplicação de tratamen-

tos anti-helmínticos semelhantes em fazendas de uma mesma re-

gião deve ser precedida de avaliação cuidadosa das condições i-

nerentes a cada propriedade onde pretender-se aplicar os trata-

mentos. Embora os trabalhos de TODD et al. (1972), BLISS &

TODD (1973; 1974) e LII4A & GRISI (1984) demonstrem que, mesmo

em parasitoses subclínicas, um tratamento anti-helmíntico ade-

quado tende a elevar a produtividade dos rebanhos, deve-se con-

siderar os fatores locais onde se pretender aplicar um deter-

minado esquema de tratamento: qualidade zootécnica do rebanho,

disponibilidade de alimentos, condições gerais de manejo, etc.

Assim, a implementação da Hipótese B deve ser precedida de es-

tudos em propriedades que representem as condições gerais pre-

sentes na região. No Projeto em questão, utilizou-se uma pro-

priedade típica produtora de leite C da região de Piquete e Lo-

rena: terreno acidentado, rebanho com assitência veterinária e

ventual, animais com nível zootécnico baixo, etc. Portanto, a

aplicação da Hipótese B em outras propriedades da região pode-

ria ser um procedimento tecnicamente correto, desde que estas

tivessem as mesmas condições gerais anteriormente descritas

Sempre que existissem variações que, a critério do pesquisador

envolvido na aplicação da tecnologia, trouxessem dúvidas quan-

to à identidade entre a propriedade estudada e aquela onde se

pretende aplicar a tecnologia, seria mais adequada a aplicação

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da Hipótese A. Eventualmente, poderia haver a necessidade de

realização de algumas das etapas das Fases anteriormente des-

critas; a avaliação técnica e econômica deste procedimento es-

tá, entretanto, fora do escopo do presente trabalho.

Analisando-se as Tabelas 14-17 pode-se notar que, na

Hipótese B, o peso maior do custo dos insumos foi acentuadamen-

te deslocado para o ítem anti-helmíntico, que passou a respon-

der por mais de 90% do total. Sempre que possível, portanto,

esta Hipótese mostrou ser a mais racional do ponto de vista de

custos totais e de participação relativa dos custos dos insu-

mos na formação do custo total da aplicação da tecnologia.

Até este ponto foram estimados os custos envolvidos

nas diversas formas de aplicação da tecnologia proposta toman-

do como base a propriedade onde, de fato, realizaram-se os es-

tudos. Procurando extrapolar os resultados obtidos no estudo

elaborou-se um modelo de fazenda produtora de leite C, com os

mesmos índices de produtividade pré e pós-tratamento da pro-

priedade estudada, mas com uma composição de rabanho mais ra-

cional do ponto de vista zootécnico (DEGASPERI & PIEKARSXI,

1988). O número de animais e sua distribuição ao longo das di-

ferentes categorias zootécnicas podem ser vistas no Anexo 2.

As Tabelas 18-21 indicam os custos das diversas etapas da Fase

II e a participação relativa de cada insumo sobre estes custos

considerando-se a Hipótese A; as Tabelas 22-25 referem-se à a-

plicação da Hipótese B.

4.2. Quantificação dos Resultados

4.2.1. Produção de leite

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As médias diárias de produção, verificadas mês a mês

ao longo dos sete anos do Projeto podem ser vistas no Anexo 3.

Agrupando-se estas médias de acordo com as Fases em que foi di-

vidido o Projeto obteve-se o seguinte quadro:

Fase I: 132,75 ± 11,10 litros (n= 60 meses)

Fase II Ano I: 155,00 ± 15,81 litros (n= 12 meses)

Fase II Ano II: 234,17 ± 26,95 litros (n= 12 meses)

Fase II Total : 194,58 ± 45,85 litros (n= 24 meses)

Conforme pode ser observado, o desvio padrão da pro-

dução média da Fase I foi o mais baixo, o que denota a estabi-

lidade do quadro produtivo da propriedade. Entretanto, após a

introdução do tratamento, estes desvios tenderam a aumentar;

como houve uma elevação nominal da produção ao longo dos meses

em que se aplicou o tratamento, tal aumento pode ser explicado

pela ascensão dos índices de produção (Anexo 6) significan-

do que, até o final de 2º ano, a curva ainda não havia se esta-

bilizado.

Analisando-se estatisticamente este aumento de produ-

ção verificou-se que os resultados diferiram significativamen-

te entre sí (Tab. 26).

Este aumento de produção pode, a nosso ver, ser atri-

buido diretamente aos efeitos do tratamento anti-helmíntico, u-

ma vez que, do ponto de vista das condições zootécnicas:

a. não houve alterações do perfil zootécnico do re-

banho que justificassem aumentos significativos da

produção;

b. o manejo dos animais foi o mesmo antes e depois

do tratamento;

c. a alimentação não sofreu alterações quantitativas

e/ou qualitativas ao longo do estudo. Conforme e-

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videncia o Anexo 6, a precipitação pluvial manteve o mesmo

padrão ao longo dos sete anos de estudo; assim, pode-se mais u-

ma vez descartar uma melhoria dos níveis de produção em função

da maior disponibilidade de pastagem, consequente à melhor dis-

tribuição do regime pluvial. Ao contrário, a produção mostrou

-se ascendente mesmo nos períodos mais secos dos anos em que

foram aplicados os anti-helmínticos.

Ao contrário das condições zootécnicas, o quadro pa-

rasitológico da propriedade sofreu alterações substanciais a-

pós a introdução da tecnologia. O Anexo 6 evidencia o grau

de redução de positividade para Fasciola hepatica, bem como a

redução do OPG médio do rebanho.

A literatura fornece evidências substanciais sobre o

efeito da vermifugação na produção leiteira de gado bovino.

Por exemplo, TODD et al. (1972; 1978), BLISS & TODD (1974;

1976) e LIHA & GRISI (1984) constataram um aumento na produção

leiteira após o tratamento de vacas clinicamente saudáveis; o-

ra, uma vez que os níveis de parasitismo, tanto por F. hepatica

quanto por helmintos gastrointestinais estiveram localizados

nas faixas consideradas como de "parasitismo clínico" (LEVINE

& AVES, 1956; BLISS & TODD, 1973), pode-se atribuir a maior

produção de leite à conduta anti-helmíntica implementada. Pa-

ra reforçar esta. conclusão, deve-se lembrar que BLISS & TODD

(1976) consideraram que a mera presença de helmintos, ainda

que em níveis baixos, já deve ser considerada como um fator de

stress. Analogamente, CHIEJINA & EMEHELU (1986), trabalhando

com rebanhos de corte portadores de níveis elevados de parasi-

tismo, obtiveram médias de peso maiores entre os animais trata-

dos, sem que houvesse alterações no manejo geral dos animais.

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4.2.2. Relação custo/benefício

No Anexo 4 estão listados os valores referentes a

custos e benefícios ao longo dos diversos cenários propostos,

com valores atualizados e não atualizados.

A atualização dos valores de Método do Valor Presen-

te constitui-se em importante instrumento para a análise da re-

lação custo/benefício; sua função é de trazer para um "instan-

te zero" todos os gastos e receitas previstos para um determi-

nado tempo, utilizando-se para tal uma taxa de atualização pré

-determinada. No presente trabalho utilizou-se uma taxa de

1% ao mes como fator de atualização, correntemente empregada

para a análise financeira de projetos. Deste modo, obtiveram-

se os valores atualizados referentes aos custos e ao retorno e-

conômico (constatado ou projetado) em todos os cenários.

Os diversos cenários propostos, assim como as Hipóte-

ses e o Modelo, tiveram por objetivo fornecer opções de análi-

se para um mesmo quadro produtivo e parasitológico. Conforme

MORRIS (1978) e PERRIN et al. (1979) ressaltaram, é de extrema

importância que se analise diferentes possibilidades de aplica-

ção de uma tecnologia, confrontando-se os gastos e os riscos

envolvidos com o retorno econômico. Aplicando-se este raciocí-

nio a um estudo de controle parasitário ter-se-ia como solução

mais óbvia a confrontação dos resultados de diferentes esque-

mas de tratamento. Entretanto, o desenho experimental a par-

tir do qual desenvolveu-se o presente estudo não contemplou es-

tas variações; assim, os cenários elaborados visaram, exatamen-

te, fornecer estas variantes.

No Cenário 1 - Status Quo - foram obtidos três valo-

res econômicos para a produção:

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a. valor não atualizado;

b. valor atualizado para um período de 24 meses;

c. valor atualizado para um período de 12 meses;

O valor bruto da produção, a partir do qual deriva-

ram os demais, foi obtido pela multiplicação da produção mé-

dia mensal (resultante da multiplicação da produção média diá-

ria por 30) pelo preço líquido do litro de leite C recebido pe-

lo produtor; o preço bruto do litro de leite e os encargos e

descontos que sobre ele incidem pode ser visto no Anexo 5.

A existência de dois valores atualizados no Cenário

1 (enquanto nos demais, à exceção do Cenário 11, existe ape-

nas um valor atualizado) explica-se pela necessidade de compa-

rar-se períodos pós-tratamento de 12 ou 24 meses; por exemplo,

quando se comparou o Cenário 1 com o 2 utilizou-se o valor en-

contrado de "c" (ver acima), uma vez que o período produtivo

do Cenário 2 foi de 12 meses (Fase II - Ano 1); ao contrário,

na comparação do Cenário 1 com o 4 (Fase II - Total) utilizou-

-se o valor de "b', pois o período produtivo foi de 24 meses.

O mesmo procedimento foi adotado em relação ao Cenário 11, cor-

respondente ao "status quo" do Modelo.

Conforme pode ser verificado no Anexo 4, houve duas

situações nas quais os custos tornaram anti-econômica a aplica-

ção do tratamento: nos Cenários 2 e 12. No caso do Cenário 2

(Fase II - Ano 1) verificou-se que o benefício líquido após a

aplicação do tratamento foi 3,58% inferior àquele obtido sem

sua aplicação; entretanto, observando-se os resultados da Fase

II - Total (Cenário 4) nota-se que, para um período de tempo

mais longo, houve um retorno líquido superior ao do Cenário 1

cerca de 25%. Do ponto de vista parasitológico esta discre-

pância pode ser explicada pelo período de carência que se se-

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guiu à implantação da vermifugação até que houvesse resposta

orgânica expressa em aumento de produção; isto fica mais claro

quando observa-se que, considerando-se isoladamente o Cenário

3 (Fase II - Ano 2), o benefício líquido foi cerca de 60 % su-

perior ao do Cenário 1.

Sob o aspecto econômico fica evidente a necessida-

de de ter-se disponível modos alternativos de aplicação da tec-

nologia, visando eliminar as situações de retorno econômico ne-

gativo ou baixo. Assim, se fosse aplicada a Hipótese Ater-se

-ia, presumivelmente, um diferencial de + 4,49% em favor do be-

nefício líquido resultante da vermifugação já na Fase II - Ano

1 (Cenário 5) e um diferencial de + 36% na Fase II - Total

(Cenário 7); se aplicada a Hipótese B estes diferenciais se-

riam de + 6,7% (Cenário 8) e + 38,7% (Cenário 10), respectiva-

mente. A decisão sobre qual alternativa aplicar numa situação

de campo, entretanto, deve ser cuidadosamente avaliada pelo

pesquisador e, imprescindivelmente, pelo proprietário do reba-

nho. Além da avaliação parasitológica, onde levar-se-ia em

conta o grau de fidedignidade passível de ser fornecido pelas

três alternativas propostas, devem ser considerados fatores que

poderiam impedir, de forma mais ou menos acentuada, a resposta

esperada.

Um destes fatores seria a alimentação. Conforme en-

fatizado por TODD et al. (1972) a nutrição adequada é determi-

nante para a resposta positiva ao tratamento anti-helmíntico,

principalmente nos casos de parasitismo subclínico. PERRIN et

al. (1979), numa visão mais abrangente, indicaram a necessida-

de de se considerar todos os fatores de risco envolvidos em u-

ma determinada atividade produtiva quando se projetar um pos-

sível retorno econômico decorrente da aplicação de uma determi-

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nada tecnologia. No caso da exploração leiteira dever- se -ia

levar em conta, dentre outros ítens intrínsecos a uma determi-

nada propriedade, o potencial genético do rebanho, seu estado

sanitário presente e as possibilidades de quebra de higidez or-

gânica decorrentes da interveniência de estados patológicos ain-

da não presentes mas que, quer pelas condições de manejo, quer

pelas próprias características desta atividade produtiva, pos-

sam vir a atuar sobre o rebanho. No presente estudo ficou pa-

tente o baixo nível de controle sanitário do rebanho, bem como

um manejo mal orientado do ponto de vista zootécnico. Poder-

-se-ia argüir que a aplicação de uma tecnologia onerosa como a

proposta deveria ser precedida de um melhor manejo e acompanha-

mento veterinário do rebanho; eventualmente pequenas correções

pudessem fazer com que a situação encontrada no Cenário 2 fos-

se revertida para um quadro de retorno positivo. Dentro desta

linha de raciocínio poder-se-ia ainda dizer que os índices po-

sitivos encontrados seriam muito mais um "golpe de sorte" que

o resultado esperado de uma aplicação anti-helmíntica criterio-

sa, ou seja, só teriam sido alcançados devido a não interve-

niência de uma série de fatores negativos que, de outro modo,

minimizariam o retorno econômico ou inviabilizariam economica-

mente a tecnologia. A tal viés deve-se contrapor, entretanto,

que muito do exposto anteriormente, em termos de controle de

riscos, é fundamental para rebanhos com níveis altos de produ-

tividade, onde a elevação de pequenos percentuais de produção

só seriam possíveis com o controle acurado de diversos fatores

além das helmintoses. No caso analisado o parasitismo encontra-

va-se em um nível tal que passou a constituir-se, por sí só,

num dos principais impedimentos à maior produtividade do reba-

nho. Assim, a aplicação do tratamento proposto poderia ser in-

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dicada sem que, necessariamente, outros fatores de risco fos-

sem controlados "a priori".

Na análise econômica do Modelo pode observar-se que

o Cenário 12 foi o único no qual houve perda com a aplicação

do tratamento. Deve-se atentar para o fato de que não foram a

plicadas ao Modelo as situações descritas nos Cenários 2, 3 e

4, pois partiu-se do princípio de que, em situações não experi-

mentais, o esquema de vermifugação deve seguir uma das alterna-

tivas propostas nas Hipóteses A e B. Assim, o resultado do Ce-

nário 12 deve ser comparado com o do Cenário 5, que analisa si-

tuação análoga; neste, o resultado econômico foi positivo, em

função direta do menor número de animais que compunham o reba-

nho. Embora pareça óbvio, convém ressaltar que, dentro do tra-

tamento proposto, o número total de animais do rebanho, bem co-

mo sua composição etária, contribui para o perfil da relação

custo/benefício, uma vez que não apenas os animais em produção

são tratados, mas sim o rebanho como um todo.

Na tentativa de elaborar-se uma metodologia que, em-

bora com eventuais restrições sobre seu rigor econômico, permi-

tisse estimativas de caráter econômico-produtivo decorrentes da

aplicação da tecnologia, foram propostas duas fórmulas. Numa

delas, procurou-se uma maneira simples, com razoável margem de

segurança, de determinar qual o aumento mínimo de produção

necessário para que haja um "empate" entre os gastos com a im-

plantação do tratamento e o benefício adicional alcançado. Con-

forme pode ser visto em Material e Métodos, esta fórmula ex-

pressa-se por:

AMPx = (ia x + ib x + ... in x) : VP

Como exemplo de sua aplicação, considerar-se-á a si-

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tuação encontrada no Cenário 2. Tomando-se os valores não atua-

lizados tem-se que:

ia (mão de obra) = 11,99 OTNs

ib (drogas e reagentes) = 0,52 OTNs

ic (anti-helmíntico) = 10,54 0TNs

x (período de desembolso) = mensal

VP (valor de mercado do produto) = 0,02846 OTNs

Então:

AMPmensal = (11,99 + 0,52 + 10,54) ÷ 0,02846

AMPmensal = 23,05 ÷ 0,02846

AMPmensal = 809,91 litros

Na situação descrita no Cenário 2 tem-se que:

a. produção Status Quo = 3982,5 litros

b. produção Cenário 2 = 4650 "

Aumento de Produção = /a - b/ = 3982,5 - 4650/

= 667,5 litros

Como 667,5 litros de leite representavam em outubro

de 1988 19,00 OTNs houve, em termos econômicos, resultado ne-

gativo na aplicação do tratamento. Entretanto, de posse do re-

sultado obtido com a aplicação da fórmula, comprovada pelo cál-

culo abaixo,

809,91 x 0,0846 = 23,05 OTNs

o técnico responsável pela aplicação do tratamento poderia es-

timar, à luz dos conhecimentos zootécnicos e parasitológicos,

se esta meta de produção seria viável e se, nos anos seguintes

poderia haver um aumento de produção tal que, a seu critério e

do proprietário, viesse a justificar uma eventual perda econô-

mica ou um ganho pouco significativo na fase inicial de implan-

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tação da tecnologia.

A segunda fórmula proposta visou possibilitar a esti-

mativa de retorno de capital investido frente a diferentes au-

mentos de produção. Tal tipo de cálculo, longe de ser um mero

exercício matemático, pode constituir-se em importante ele-

mento de auxílio para a tomada de decisões sobre a conveniên-

cia de aplicação do tratamento. Por exemplo, se o técnico res-

ponsável, após cuidadosa análise dos fatores favoráveis e des-

favoráveis envolvidos num processo de produção, estimar que a

aplicação da tecnologia resultaria em um aumento de produção

de "x %", poderia utilizar esta previsão como fator de escla-

recimento e convencimento do proprietário.

A fórmula expressa-se por:

RLx = APx x VP - (iax + ibx + ... inx)

Tomando-se como base o Cenário 4 e supondo-se que,

com a aplicação, houvesse um aumento de produção

na ordem de 70% em relação ao Cenário 1, ter-se-ia que:

Produção Cenário 1 = 3982,5 litros

Produção Cenário 4 = 6770,3 litros

AP (Aumento de Produção) = 2787,8 litros

VP (Valor de Mercado do Produto) = 0,02846 OTNs

ia (mão de obra) = 11,99 OTNs

ib (drogas e reagentes) = 0,52 OTNs

ic (anti-helmíntico) = 8,22 0TNs

x (período de desembolso) = mensal

Então,

RLmensal = 2787,8 x 0,02846 - (11,99 + 0,52 + 8,22)

RLmensal = 79,34 - 20,73 = 58,61 OTNs

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Assim, esta fórmula procura fornecer uma visão mais

clara e ampla de como diversos aumentos de produção refletir-

-se-iam sobre a relação custo/benefício. Portanto, o técnico

e o proprietário envolvidos na aplicação da tecnologia pode-

riam avaliar e/ou decidir qual o retorno líquido mínimo que

justificasse a sua aplicação e, ao mesmo tempo, se este retor-

no encontra-se dentro da faixa possível de ser alcançada pelo

rebanho tratado.

Existe uma série de outros parâmetros que podem ser

levados em conta na análise da relação custo/benefício. Um de-

les é o custo de oportunidade, referido por PERRIN et al.

(1979), e pode ser assim entendido: mesmo com retorno líquido

positivo de capital, não poderia ser mais conveniente empregar

os recursos necessários à implantação da tecnologia em outras

atividades, produtivas ou não, que proporcionassem retorno mais

elevado e/ou menos sujeito a riscos? A resposta a esta pergu-

ta, entretanto, deve envolver uma elaborada análise da situa-

ção local, tanto do ponto de vista econômico quanto veteriná-

rio e, até mesmo, social. Assim, nas condições descritas no

presente trabalho, seria condenável, sob qualquer aspecto, te-

cer especulações sobre aquela possibilidade.

Pelo exposto anteriormente pode-se perceber que, do

ponto de vista parasitológico, o tratamento proposto resultou

numa efetiva queda dos índices de parasitismo do rebanho, com

consequente elevação da produção leiteira. Sob o enfoque eco-

nômico as variações dos resultados em função do Cenário anali-

sado evidencia a necessidade, já ressaltada por M0RRIS (1978),

PERRIN et al. (1979) e SOMMERFELDT et al. (1986), de se levar

em conta, tanto quanto possível, todos os fatores e custos en-

volvidos na aplicação de uma tecnologia. Os autores referiram-

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-se ainda à necessidade de estudo de cada caso em particular,

antes de adotarem-se medidas de caráter geral para uma região,

com o que concordam MITCHELL et al. (1982). Assim, quando se

pensar em aplicar os resultados do presente trabalho e do es-

tudo do qual ele derivou na região fisiográfica de Piquete e

Lorena, deve-se sempre ter em mente que cada caso é um caso e

que, como tal, merece análise individual. Tal análise torna-

-se ainda mais crucial quando estiver-se diante de parasitismo

subclínico; mesmo levando-se em conta os resultados economica-

mente positivos encontrados por BLISS & TODD (1976), TODD et

al. (1978) e GUIMARÃES et al. (1986), que trabalharam com ani-

mais portadores de parasitismo subclínico, deve-se atentar pa-

ra o fato de que estes autores não relataram a metodologia em-

pregada para o cálculo dos custos envolvidos com a aplicação

dos anti-helmínticos, o que deixa dúvidas sobre a real exten-

são do benefício alcançado.

A continuidade do estudo parasitológico ora em de-

senvolvimento é outro ponto de fundamental importância para a

visualização mais clara dos resultados até agora obtidos. Com

a queda acentuada do parasitismo, verificada nos dois primei-

ros anos do tratamento, até quando será necessária sua manuten-

ção nos níveis inicialmente propostos? Se houver uma redução

de dispêndio com anti-helmínticos, quais os reflexos que teria

sobre a relação custo/benefício? São questões que somente aná-

lises epidemiológicas e econômicas criteriosas, e por tempo

mais longo, poderão responder.

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TABELA 1. Orçamento parcial das Fases I e II do Projeto Fasciola em Piquete, SP,

com valores mensais, anuais e totais relativos a quantidade e valor (ex-

pressos em OTN de outubro de 1988).

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TABELA 2. Participação relativa de cada insumo na formação do

valor total das Fases I e II do Projeto Fasciola em

Piquete, SP.

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TABELA 3. Orçamento parcial da Fase I do Projeto Fasciola em

Piquete, SP, com valores mensais, anuais e totais,

relativos a quantidade e valor (expresso em OTN de

outubro de 1988).

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TABELA 4. Participação relativa de cada insumo na formação do

valor total da Fase I do Projeto Fasciola em Pique-

te, SP.

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TABELA 5. Orçamento parcial da Fase II do Projeto Fasciola em Piquete, SP, com valo-

res mensais, anuais e totais relativos a quantidade e valor (expresso em

OTN de outubro de 1988).

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40

TABELA 6. Participação relativa de cada insumo na formação do

valor total da Fase II do Projeto Fasciola em Pique-

te, SP.

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TABELA 7. Orçamento parcial da Fase II - Proprietário do Projeto Fasciola em Piquete,

SP, com valores mensais, anuais e totais relativos a quantidade e va-

lor (expresso em OTN de outubro de 1988).

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42

TABELA 8. Participação relativa de cada insumo na formação do

valor total da Fase II - Proprietário do Projeto

Fasciola em Piquete, SP.

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43

TABELA 9. Orçamento parcial da Fase II - Proprietário do Pro-

jeto Fasciola em Piquete, SP, relativo a quantidade

e valor (expresso em 0TN de outubro de 1988), consi-

derando-se desembolsos mensais dos custos totais.

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TABELA 1O. Orçamento parcial da Fase II - Hipótese A do Projeto Fasciola em Piquete,

SP, com valores mensais, anuais e totais relativos a quantidade e valor (ex-

presso em OTN de outubro de 1988).

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45

TABELA 11. Participação relativa de cada insumo na formação

do valor total da Fase II - Hipótese A do Proje-

to Fasciola em Piquete, SP.

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46

TABELA 12. Orçamento parcial da Fase II - Hipótese A do Proje-

to Fasciola em Piquete, SP, relativo a quantidade

e valor (expresso em OTN de outubro de 1988), con-

siderando-se desembolsos mensais dos custos totais.

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47

TABELA 13. Participação relativa de cada insumo na formação do

valor total da Fase II - Hipótese A do Projeto Fas-

ciola em Piquete, SP, considerando-se desembolsos

mensais dos custos totais.

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TABELA 14. Orçamento parcial da Fase II - Hipótese B do Projeto Fasciola em Piquete,

SP, com valores mensais, anuais e totais relativos a quantidade e valor(expresso em OTN de outubro de 1988).

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49

TABELA 15. Participação relativa de cada insumo na formação do

valor total da Fase II - Hipótese B do Projeto Fas-

ciola em Piquete, SP.

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50

TABELA 16. Orçamento parcial da Fase II - Hipótese B do Proje-

to Fasciola em Piquete, SP, relativo a quantidade

e valor (expresso em OTN de outubro de 1988), con-

siderando-se desembolsos mensais dos custos totais.

TABELA 17. Participação relativa de cada insumo na formação

do valor total da Fase II - Hipótese B do ProjetoFasciola em Piquete, SP, considerando-se desembol-

sos mensais dos custos totais.

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TABELA 18. Orçamento parcial da Fase II - Hipótese A Modelo do Projeto Fasciola em Pi-

quete, SP, com valores mensais, anuais e totais relativos a quantidade e va-lor (expresso em OTN de outubro de 1988).

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52

TABELA 19. Participação relativa de cada insumo na formação

do valor total da Fase II Hipótese A - Modelo, ba-

seado no Projeto Fasciola em Piquete, SP.

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53

TABELA 20. Orçamento parcial da Fase II Hipótese A - Modelo,

baseado no Projeto Fasciola em Piquete, SP, relati-

vo a quantidade e valor (expresso em OTN de outu-

bro de 1988), considerando-se desembolsos mensais

dos custos totais.

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54

TABELA 21. Participação relativa de cada insumo na formação

do valor total da Fase II Hipótese A - Modelo, ba-

seado no Projeto Fasciola em Piquete, SP, conside-

rando-se desembolsos mensais dos custos totais.

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TABELA 22. Orçamento parcial da Fase II Hipótese B - Modelo, baseado no Projeto Fascio-

la em Piquete, SP, com valores mensais, anuais e totais relativos a quanti-

dade e valor (expresso em OTN de outubro de 1988).

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56

TABELA 23. Participação relativa de cada insumo na formação

do valor total da Fase II Hipótese B - Modelo, ba-

seado no Projeto Fasciola em Piquete, SP.

TABELA 24. Orçamento parcial da Fase II Hipótese B - Modelo ,

baseado no Projeto Fasciola em Piquete, SP, relati-

vo a quantidade e valor (expresso em OTN de outubro

de 1988), considerando-se desembolsos mensais dos

custos totais.

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57

TABELA 25. Participação relativa de cada insumo na formação do valor total da Fase II Hipótese B - Moodelo, baseado

no Projeto Fasciola em Piquete, SP, considerando-sedesembolsos mensais dos custos totais.

TABELA 26. Produção média diária de leite, verificada mês a

mês, para as Fases I, II Ano i, li Ano 2 e II Total, com desvio padrão, analisadas pelo Teste de DMS.

Médias seguidas de letras diferentes diferem entre si signifi- cativamente.

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CONCLUSÕES

Com base nos resultados ora discutidos pode-se con-cluir que:

1. o tratamento anti-helmíntico proposto mostrou-se

eficiente para a redução da carga parasitária dos

animais, conforme evidenciado pelo decréscimo dos

índices de infecção por Fasciola hepatica e hel-

mintos gastrointestinais e pelo consequente au-

mento da produção de leite;

2. a periodicidade proposta para o tratamento anti-

helmíntico resultou em ganho econômico real para

o proprietário, quando levou-se em conta a Fase

II Ano 2 (+ 60,16%) e Fase II Total (+ 28,29%),

sendo negativo (- 3,58%) para a Fase II Ano 1;

3. a utilização de hipóteses alternativas para a

implementação do tratamento mostrou-se vantajosa

do ponto de vista econômico, devendo ser aplica-

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tológicos do rebanho o permitam;

das sempres que as condições zootécnicas e parasi-

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ANEXO 1. Determinação do custo dos insumos mão de obra, trans- porte, drogas e reagentes e anti-helmínticos, expres-so em OTN de outubro de 1988.

* Preços máximos de revenda (D.O.U. de 03/10/88, Suplemento 186)

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ANEXO 2. Determinação das doses de anti-helmíntico utilizadas na Fase II - Proprietá-

rio e Fase II - Modelo, para o Projeto Fasciola em Piquete, SP, expresso em

mililítros e OTN de outubro de 1988.

* Preço por litro = 5,87 OTNs

**Preço por litro = 4,68 OTNs

Fonte: Diário Oficial da União de 08/10/88, Suplemento 186.

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66

ANEXO 3. Médias diárias de produção de leite, verificadas a

partir de dados mensais e expressas em litros, para

as Fases I e II do Projeto Fasciola em Piquete, SP.

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67

ANEXO 4. Avaliação da relação custo/benefício, organizada em

17 Cenários, com os valores de produção mensal de lei-

te (em litros), custos mensais e totais dos insumos,

benefício bruto mensal e anual e benefício líquido a-

nual (expressos em OTN de outubro de 1988, com e sem

atualização pelo Método do Valor Presente), com o au-

mento mínimo de produção mensal (AMPm) necessário pa-

ra tornar igual a zero a relação custo/benefício.

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68

ANEXO 5. Preço bruto e líquido do litro do leite C, expresso

em OTN de outubro de 1988, com os respectivos descon-

tos.

Preço bruto: 0,03101

Descontos:

- Carreto: 3,24%

- Funrural: 2,5%

- Capitalização: 2,5%

Preço líquido: 0,02846

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CE NÁRIO 1 - STATUS QUO

STATUS QUO

BENEFÍCIOS

RECEITA MENSAL (OTN-out.88)

PRODUÇÃO (LITROS)

3982,50

113,34

PREÇO(OTNIL)

0,02846

B) RELAÇÃO BENEFÍCIO/CUSTO

BENEFICIO

STATUS QUO 2419,68

- MÉTODO VALOR PRESENTE i= 1%a.m.

CUSTO BENEFÍCIO LÍQUIDO

2459,68

b) RELAÇÃO BENEFÍCIO/CUSTO

BENEFÍCIO

STATUS QUO 1286,31

- MÉTODO VALOR PRESENTE i= 1%a.m.

CUSTO BENEFÍCIO LÍQUIDO

1286,31

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CENÁRIO 2 - FASE II ANO 1

PROD. MÉDIA MENSAL(LITROS)

BENEF. BRUTO OTN .... out.88

4650,00

132,33

CUSTOS

MÃO-DE-OBRA ANO I 11,99

DROGAS/REAG. ANO I 0,52

ANTI-HELMINTÍCO ANO I 10,54

TOTAL CUSTOS ANO I 23,05

RELAÇÃO BENEFICÍO/CUSTO - MÉTODO VALOR PRESENTE

BENEFÍCIO CUSTO

STATUS QUO

C/TRATAMENTO

A.M,,P.m.(LITROS)

1286,31

1501,91

809,94

261,60

i= 1%a.m.

BENEFÍCIO LÍQUIDO

1286,31

1240,31

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CENÁRIO 3 - FASE II ANO 2

PROD. MÉDIA MENSAL(LITROS)

BENEF.BRUTO OTN - out.88

CUSTOS

MÃO-DE-OBRA ANO II 11,99

DROGAS/REAG. ANO II 0,52

ANTI-HELMÍNTICO ANO II 5,90

TOTAL CUSTOS A N O I I 1 8 , 4 1

7025,10

199,93

RELAÇÃO BENEFÍCIO/CUSTO - MÉTODO VALOR PRESENTE i= 1%a.m.

BENEFÍCIO CUSTO BENEFÍCIO LÍQUIDO

STATUS QUO

C/TRATAMENTO

A.H.P.m.(LITROS)

1 1 2 8 6 , 3 1 1 2 8 6 , 3 1

2269,04 208,95 2060,09

646,92

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CENÁRIO 4 - FASE II TOTAL

PROD. MÉDIA MENSAL(LITROS)

BENEF.BRUTO OTN - out.88

5837,40

166,13

CUSTOS

MÃO-DE-OBRA TOTAL 11,99

DROGAS/REAG. TOTAL 0,52

ANTI-HELMÍNTICO TOTAL 8 , 22

TOTAL CUSTOS TOTAL 20,73

RELAÇÃO BENEFÍCIO/CUSTO - MÉTODO VALOR PRESENTE i= 1%a.m.

BENEFÍCIO CUSTO BENEFÍCIO LÍQUIDO

STATUS QUO

C/TRATAMENTO

A.M.P.m.(LITROS)

2 4 1 9 , 6 8 2 4 1 9 , 6 8

3546,68 442,58 3104,10

728,43

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CENARIO 5 - FASE II ANO 1 - HIPÓTESE A

PROD. MÉDIA MENSAL(LITROS) 4650,00

BENEF.BRUTO OTN - out.88 132,33

CUSTOS

MÃO-DE-OBRA ANO I 3,14

DROGAS/REAG. ANO I 0,23

ANTI-HELMÍNTICO ANO I 10,54

TOTAL CUSTOS ANO I 13,90

RELAÇÃO BENEFÍCIO/CUSTO - MÉTODO VALOR PRESENTE i= 1%a.m.

BENEFÍCIO CUSTO BENEFÍCIO LÍQUIDO

STATUS QUO

C/TRATAMENTO

A.M.P.m.(LITROS)

1 2 8 6 , 3 1 1 2 8 6 , 3 1

1501,91 157,81 1344,10

488,59

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CENÁRIO 6 - FASE II ANO 2

PROD. MÉDIA MENSAL(LITROS)

BENEF.BRUTO OTN - out.88

- HIPÓTESE

7025,10

199,93

CUSTOS

MÃO-DE-OBRA ANO II 2,86

DROGAS/REAG. ANO II 0,23

ANTI-HELMÍNTICO ANO II 5,90

TOTAL CUSTOS ANO II 8,98

RELAÇÃO BENEFÍCIO/CUSTO - MÉTODO VALOR PRESENTE i= 1%a.m.

BENEFÍCIO CUSTO BENEFÍCIO LÍQUIDO

S T A T U S Q U O 1 2 8 6 , 3 1 1 2 8 6 , 3 1

C/TRATAMENTO 2269,04 101,97 2167,08

A.M.P.n.(LITROS) 315,70

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CENÁRIO 7 - FASE II TOTAL - HIPÓTESE A

PROD. MÉDIA MENSAL(LITROS) 5837,40

BENEF.BRUTO OTN - out.88 166,13

CUSTOS

MÃO-DE-OBRA T O T A L 3 , 0 0

DROGAS/REAG. T O T A L 0 , 2 3

ANTI-HELMÍNTICO T O T A L 8 , 2 2

TOTAL CUSTOS A N O I I 1 1 , 4 4

RELAÇÃO BENEFÍCIO/CUSTO - MÉTODO VALOR PRESENTE i= 1%a.m.

STATUS QUO

C/TRATAMENTO

A.M.P.m.(LITROS)

BENEFÍCIO

2419,68

3546,68

402,14

CUSTO BENEFÍCIO LÍQUIDO

2419,6B

244,33 3302,35

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CENÁRIO 8 - FASE II ANO 1 - HIPÓTESE B

PROD. MÉDIA MENSAL(LITROS) 4650,00

BENEF.BRUTO OTN - out.88 132,33

CUSTOS

MÃO-DE-OBRA ANO I 0,84

DROGAS/REAG. ANO I 0,00

ANTI-HELMÍNTICO A N O I 1 0 , 5 4

TOTAL CUSTOS ANO I 11,38

RELAÇÃO BENEFÍCIO/CUSTO - MÉTODO VALOR PRESENTE i= 1%a.m.

BENEFÍCIO CUSTO BENEFÍCIO LÍQUIDO

STATUS QUO

C/TRATAMENTO

A.M.P.m.(LITROS)

1286,31 1286,31

1501,91 129,20 1372,71

400,01

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CENÁRIO 9 - FASE II ANO 2 - HIPÓTESE B

PROD. MÉDIA MENSAL(LITROS) 7025,10

BENEF.BRUTO OTN - out.88 199,73

CUSTOS

MÃO-DE-OBRA ANO II 0,56

DROGAS/REAG. ANO II 0,00

ANTI-HELMÍNTICO ANO II 5,90

TOTAL CUSTOS ANO II 6,46

RELAÇÃO BENEFÍCIO/CUSTO

STATUS QUO

C/TRATAMENTO

A.M.P.m.(LITROS)

BENEFÍCIO

1286,31

2269,04

227,12

- MÉTODO VALOR PRESENTE

CUSTO

73,36

i= 1%a.m.

BENEFÍCIO LÍQUIDO

1286,31

2195,69

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CENÁRIO 10 - FASE II TOTAL - HIPÓTESE B

PROD. MÉDIA MENSAL(LITROS) 5837,40

BENEF.BRUTO OTN - out.88 166,13

CUSTOS

MÃO-DE-OBRA T O T A L 0 , 7 0

DROGAS/REAG. TOTAL 0,00

ANTI-HELMÍNTICO TOTAL 8,22

TOTAL CUSTOS TOTAL 8,92

RELAÇÃO BENEFÍCIO/CUSTO - MÉTODO VALOR PRESENTE i= 1%a.m.

BENEFÍCIO CUSTO BENEFÍCIO LÍQUIDO

STATUS QUO 2419,68 2419,68

C/TRATAMENTO 3546,68 190,51 3356,17

A.M.P.m.(LITROS) 313,56

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MODELO

CENÁRIO 11 - FASE I - MODELO

STATUS QUO

BENEFÍCIOS

RECEITA MENSAL (0TN-out.88)

PRODUÇÃO(LITROS)

9956,10

283,34

PREÇO(OTN/L)

0,02846

a) RELAÇÃO BENEFÍCIO/CUSTO -

BENEFÍCIO

STATUS QUO 6049,12

MÉTODOS VALOR PRESENTE i= 1%a.m.

CUSTO BENEFÍCIO LÍQUIDO

6049,12

b) RELACAO BENEFICIO/CUSTO

BENEFÍCIO

STATUS QUO 3215,73

MÉTOD0 VALOR PRESENTE i= 1%a.m.

CUSTO BENEFÍCIO LÍQUIDO

3215,73

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CENÁRIO 12 - FASE II - ANO 1 - HIPÓTESE A - MODELO

PROD. MÉDIA MENSAL(LITROS) 11625,00

BENEF.BRUTO O T N - o u t . 8 8 3 3 0 , 8 3

CUSTOS

MÃO-DE-OBRA ANO I 10,37

DROGAS/REAG. ANO I 0,68

ANTI-HELMÍNTICO ANO I 37,68

TOTAL CUSTOS

ANO I 48,73

RELAÇÃO BENEFÍCIO/CUSTO - MÉTODO VALOR PRESENTE i= 1%a.m.

BENEFÍCIO CUSTO BENEFÍCIO LÍQUIDO

STATUS QUO

C/TRATAMENTO

A.M.P.m.(LITROS)

3 2 1 5 , 7 3 3 2 1 5 , 7 3

3754,77 553,06 3201,71

1712,31

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CENÁRIO 13 - FASE II - ANO 2 -HIPÓTESE A - MODELO

PROD. MÉDIA MENSAL(LITROS) 17562,90

BENEF.BRUTO OTN - out.88 499,82

CUSTOS

MÃO-DE-OBRA ANO II 10,37

DROGAS/REAG.

A N O I I 0 , 6 8

ANTI-HELMÍNTICO ANO II 21,28

TOTAL CUSTOS ANO II 32,33

RELAÇÃO BENEFÍCIO/CUSTO - MÉTODO VALOR PRESENTE i= 1%a.m.

BENEFÍCIO CUSTO BENEFÍCIO LÍQUIDO

STATUS QUO

C/TRATAMENTO

A.M.P.m.(LITROS)

3 2 1 5 , 7 3 3 2 1 5 , 7 3

5672,66 366,91 5305,75

1135,98

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CENÁRIO 14 - FASE II - TOTAL - HIPÓTESE A - MODELO

PROD. MÉDIA MENSAL(LITROS) 14573,50

BENEF.BRUTO O T N - o u t . 8 8 4 1 5 , 3 1

CUSTOS

MÃO-DE-OBRA T O T A L 1 0 , 3 7

DROGAS/REAG. TOTAL 0,68

ANTI-HELMÍNTICO T O T A L 2 9 , 4 8

TOTAL CUSTOS TOTAL 40,53

RELAÇÃO BENEFÍCIO/CUSTO - MÉTODO VALOR PRESENTE i= 1%a.m.

BENEFÍCIO CUSTO BENEFÍCIO LÍQUIDO

STATUS QUO

C/TRATAMENTO

A.M.P.m.(LITROS)

6 0 4 9 , 1 2 6 0 4 9 , 1 2

8866,71 865,28 8001,43

1424,15

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CENÁRIO 15 - FASE II - ANO 1 -HIPÓTESE B - MODELO

PROD. MÉDIA MENSAL(LITROS) 11625,00

BENEF.BRUTO OTN - out.88 330,83

CUSTOS

MÃO-DE-OBRA ANO I 2,11

DROGAS/REAG. ANO I 0,00

ANTI-HELMÍNTICO ANO I 37,68

TOTAL CUSTOS ANO I 39,79

RELAÇÃO BENEFÍCIO/CUSTO - MÉTODO VALOR PRESENTE i= 1%a.m.

BENEFÍCIO CUSTO BENEFÍCIO LÍQUIDO

STATUS QUO

C/TRATAMENTO

A.H.P.m.(LITROS)

3 2 1 5 , 7 3 3 2 1 5 , 7 3

3754,77 451,60 3303,17

1398,18

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CENÁRIO 16 - FASE II - ANO 2 -HIPÓTESE B - MODELO

PROD. MÉDIA MENSAL(LITROS) 17562,90

BENEF.BRUTO OTN - " out.88 499,82

CUSTOS

MÃO-DE-OBRA ANO II 2,11

DROGAS/REAG. ANO II 0,00

ANTI-HELMÍNTICO ANO II 21,28

TOTAL CUSTOS ANO II 23,39

RELAÇÃO BENEFÍCIO/CUSTO - MÉTODO VALOR PRESENTE i= 1%a.m.

BENEFÍCIO CUSTO BENEFÍCIO LÍQUIDO

STATUS QUO

C/TRATAMENTO

A.M.P.m.(LITROS)

3215,73 3215,73

5672,66 265,45 5407,21

821,85

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CENÁRIO 17 - FASE II - TOTAL - HIPÓTESE B- MODELO

PROD. MÉDIA MENSAL(LITROS) 14593,50

BENEF.BRUTO

OTN - out.88 415,31

CUSTOS

MÃO-DE-OBRA TOTAL 2,11

DROGAS/REAG. T O T A L 0 , 0 0

ANTI-HELMÍNTICO TOTAL 29,48

TOTAL CUSTOS TOTAL 31,59

RELAÇÃO BENEFÍCIO/CUSTO - MÉTODO VALOR PRESENTE i= 1%a.m.

BENEFÍCIO CUSTO BENEFÍCIO LÍQUIDO

STATUS QUO

C/TRATAMENTO

A.M.P.m.(LITROS)

6 0 4 9 , 1 2 6 9 4 9 , 1 2

8866,71 674,42 8192,29

1110,01

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69

ANEXO 6. Representação gráfica do índice pluvial, número de o-

vos por grama de fezes (OPG), percentual de positivi-

dade para Fasciola hepatica e produção média diária

de leite, verificados a cada mês, para o Projeto Fas-

ciola em Piquete, SP.

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1980/81

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1981/82/83

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1983/84/85

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1985/86/87