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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS CURSO DE ADMINISTRAÇÃO AGNES NATASHA MACIEL DE SAMPAIO ANÁLISE DE RISCO E RETORNO ENTRE DIFERENTES TIPOS DE CARTEIRAS DE AÇÕES: UMA ABORDAGEM USANDO A ANÁLISE GRAY E A PESQUISA OPERACIONAL VOLTA REDONDA / RJ 2013

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

AGNES NATASHA MACIEL DE SAMPAIO

ANÁLISE DE RISCO E RETORNO ENTRE DIFERENTES TIPOS

DE CARTEIRAS DE AÇÕES: UMA ABORDAGEM USANDO A

ANÁLISE GRAY E A PESQUISA OPERACIONAL

VOLTA REDONDA / RJ

2013

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AGNES NATASHA MACIEL DE SAMPAIO

ANÁLISE DE RISCO E RETORNO ENTRE DIFERENTES TIPOS

DE CARTEIRAS DE AÇÕES: UMA ABORDAGEM USANDO A

ANÁLISE GRAY E A PESQUISA OPERACIONAL

Trabalho de Conclusão do Curso apresentada ao Curso de

Graduação em Administração do Instituto de Ciências

Humanas e Sociais da Universidade Federal Fluminense,

como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel

em Administração.

Orientador: Prof. Dr. UALISON RÉBULA DE

OLIVEIRA

VOLTA REDONDA / RJ

2013

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TERMO DE APROVAÇÃO

AGNES NATASHA MACIEL DE SAMPAIO

ANÁLISE DE RISCO E RETORNO ENTRE DIFERENTES TIPOS DE

CARTEIRAS DE AÇÕES: UMA ABORDAGEM USANDO A ANÁLISE GRAY E

A PESQUISA OPERACIONAL

Monografia aprovada pela Banca Examinadora do Curso de Administração da Universidade

Federal Fluminense – UFF

Volta Redonda, ............ ..de ............... de ..................

BANCA EXAMINADORA

Prof. Ualison Rébula de Oliveira – Doutor – UFF – Orientador

Prof. Pauli Adriano de Almada Garcia – Doutor – UFF

Prof. Ilton Curty Leal Junior – Doutor – UFF

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AGRADECIMENTOS

Após meses de árduo trabalho, o que segue nas próximas páginas é o fruto

desse esforço. Contudo, não posso de modo algum afirmar que esse esforço foi apenas

meu. Pelo contrário, há pessoas sem as quais este projeto nunca teria acontecido.

Agradeço à Deus que é a essência de minha vida, que me deu capacidade e

mais que isso, me cercou de todas as outras pessoas que estiveram comigo neste

caminho.

Agradeço aos meus pais que muito me ensinaram ao longo da vida. A meu pai

que sempre me estimulou a buscar o conhecimento, como também, sempre me deu

suporte quando precisei. E sou grata à mamãe, que sempre me motivou, apoiou, e em

meus momentos de crise se fez sempre presente. Seu imenso otimismo é o que me fez

acreditar que era possível.

Agradeço também ao Ludi, meu irmão, cujo exemplo excepcional tanto me

motiva. Suas conquistas me ajudam vislumbrar que por mais que o caminho acadêmico

seja em muitos momentos exaustivos, eles valem e muito todo esforço empenhado.

Ao Elbes, meu namorado agradeço profundamente sua compreensão nos

momentos de estresse, além de seu companheirismo ao longo de todo processo de

produção e com certeza o trabalho não teria sido concluído com êxito sem sua

participação.

Não posso deixar de agradecer ao professor Ualisson pela sua orientação que

me expandiu os horizontes, ao mesmo tempo, em que forneceu um norte para minha

pesquisa e por todo apoio que me deu para a mesma. Tão pouco não posso me esquecer

do professor Pauli, que colaborou grandemente com o processo metodológico deste

trabalho.

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RESUMO

Um agravamento da instabilidade existente no mercado de ações causado por uma

recente crise gerou também receio aos seus investidores. Visando tornar-lo novamente

atraente, a busca desse trabalho envolve analisar os riscos de uma carteira considerando

que o BM&FBovespa sofre oscilações diárias. Neste ambiente, muitos ficam receosos

em aplicar suas economias em ações. O que o trabalho pretende é amenizar isso por

meio de uma proposta menos arriscada. Existem no mercado diversas técnicas que

auxiliam investidores a minimizar o risco e ampliar o retorno. No caso deste trabalho

foram utilizadas técnicas de pesquisa operacional, que levam em conta sua rentabilidade

variável. O modelo utilizado foi desenvolvido por Harry Markowitz, Nobel de

economia e é baseado em programação não linear. Com uma analise descritiva e

quantitativa tanto para obtenção de dados quanto para seu processamento, o trabalho

parte de seu problema, elabora suas etapas considerando técnicas estatísticas e recursos

de Pesquisa operacional, para então se obtendo os resultados avaliar a veracidade das

informações obtidas. Descrição que é composta, e mais especificamente trabalhada com

as análises técnicas, fundamentalista, e ainda uma aplicação da análise relacional grey

aplicada ao setor financeiro. Por fim, verificou-se que a carteira diversificada elaborada

nesse estudo não só apresentou risco menor que cada uma das carteiras vistas

individualmente, mas também obteve um retorno maior que o valor de crescimento do

índice de referencia, Ibovespa.

Palavras-chave: Carteira de Ações. Relação Risco/Retorno. Mercado de Capitais.

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ABSTRACT

Increasing already existing instability caused by a recent crisis in the share market also

generated alarm among investors. Looking forward to making it attractive once again,

this paper research regards analyzing portfolio risks considering daily BM &

FBOVESPA oscillation, to make these risks more attractive. Many are fearful to invest

their savings into this market. The purpose of this research is to ease shared portfolio

risk through a warier proposal. There are a variety of techniques to aid investors,

minimize the risk and enlarge the return. In this study, operational research techniques

were used because of the varying profitability. The applied model was developed by

Harry Markowitz, Economic Sciences Nobel Prize, which recipient in Economic

Sciences, which it is based on nonlinear programming. Via a descriptive and

quantitative analysis for collection of data and its processing, the study starts from the

problem, elaborates phases considering statistical techniques and operational research to

evaluate veracity of information with the obtained results. Descriptive analysis is

composed with technical analyses, fundamental principles, and an application of Gray

Relational analysis in the financial sector. In conclusion it is verified that the diverse

portfolio elaborated upon in this study presents a lower risk than each individual item

examined in this portfolio. It is also ascertained that such a diverse portfolio provides a

substantially greater return than the fluctuating reference index value, IBOVESPA.

Key Words: Market Share Portfolios. Relation of Risk/Return. Capital Market.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1: Variáveis econômicas X Impacto no mercado de Ações. ............................................ 27

Figura 2: Processo de Modelagem .............................................................................................. 48

Figura 3: Condição de restrições ................................................................................................. 48

Figura 4: Suposições da programação linear ............................................................................... 51

Figura 5: Quando usar ou não planilha ....................................................................................... 55

Figura 6: Menu Opções ............................................................................................................... 55

Figura 7: Guia suplementos......................................................................................................... 56

Figura 8: Menu Suplementos ...................................................................................................... 56

Figura 9: Página de instalação ................................................................................................... 57

Figura 10: Ferramenta Solver do Excel ..................................................................................... 57

Figura 11: Parâmetro do Solver .................................................................................................. 58

Figura 12: Opções do Solver ....................................................................................................... 59

Figura 13: Resultado com erro .................................................................................................... 60

Figura 14: Solução ótima ............................................................................................................ 60

Figura 15: Relatórios Solver ....................................................................................................... 61

Figura 16: Fluxograma do procedimento metodológico ............................................................. 71

Figura 17: Tratamento estatístico das informações coletadas das 15 ações. ............................. 101

Figura 18: Seleção da carteira de ações através da planilha eletrônica ..................................... 103

Figura 19: Parâmetros do Solver do método utilizado .............................................................. 104

Figura 20: Resultados do Solver do método utilizado .............................................................. 105

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Tendências ..................................................................................................... 30

Gráfico 2:Tendência de Alta........................................................................................... 31

Gráfico 3: Tendência de Baixa ....................................................................................... 32

Gráfico 4: Gráfico de Barras .......................................................................................... 33

Gráfico 5: Identificação de linha de tendências.............................................................. 33

Gráfico 6: Significado do Gráfico Candlestick .............................................................. 34

Gráfico 7: Risco .............................................................................................................. 40

Gráfico 8: Correlação positiva ........................................................................................ 43

Gráfico 9: Fronteira de eficiência ................................................................................... 65

Gráfico 10: Fronteira eficiente a melhor composição .................................................... 68

Gráfico 11: Histórico dos preços das ações .................................................................... 97

Gráfico 12: Risco 2 ..................................................................................................... 102

Gráfico 13: Comparação de rentabilidade .................................................................... 108

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Índices ......................................................................................................................... 19

Tabela 2: Diferenças básicas entre as duas ferramentas. ............................................................. 35

Tabela 3: Vantagens e desvantagens da análise fundamentalista ................................................ 35

Tabela 4: Vantagens e desvantagens da análise técnica. ............................................................. 36

Tabela 5 : Exemplo de diversificação de ativos de diferentes graus de correlação..................... 45

Tabela 6: Síntese da análise relacional grey ................................................................................ 63

Tabela 7: Empresas que compõem o índice Bovespa ................................................................. 75

Tabela 8: Notícias 1 .................................................................................................................... 79

Tabela 9: Cálculo do beta ............................................................................................................ 82

Tabela 10: Índices financeiros ..................................................................................................... 84

Tabela 11: Índices Positivos ........................................................................................................ 86

Tabela 12: Normalização ............................................................................................................ 88

Tabela 13: Matriz de diferenças .................................................................................................. 90

Tabela 14: Coeficientes relacionais ............................................................................................. 91

Tabela 15: Graus de Relacionamento .......................................................................................... 93

Tabela 16: Histórico dos preços das ações ................................................................................ 100

Tabela 17: Rentabilidade da carteira sugerida pelo Solver ....................................................... 106

Tabela 18: Rentabilidade do Ibovespa ...................................................................................... 106

Tabela 19: Fundos de Ações ..................................................................................................... 107

Tabela 20: Rentabilidade dos fundos ........................................................................................ 108

Tabela 21: Notícias 2 ................................................................................................................ 112

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LISTA DE EQUAÇÕES

( 1 ) Índice de negociabilidade .................................................................................................... 20

( 2 ) Índice Bovespa .................................................................................................................... 21

( 3 ) Análise horizontal ................................................................................................................ 23

( 4 ) Índice de liquidez corrente .................................................................................................. 23

( 5 ) Índice de liquidez seca ......................................................................................................... 23

( 6 ) Período médio de cobrança .................................................................................................. 24

( 7 ) Giro das duplicatas à receber ............................................................................................... 24

( 8 ) Período médio de pagamento .............................................................................................. 24

( 9 ) Giro de duplicatas à pagar ................................................................................................... 24

( 10 ) Período médio de estocagem ............................................................................................. 24

( 11 ) Giro de estoque .................................................................................................................. 24

( 12 ) Índice de endividamento geral ........................................................................................... 25

( 13 ) Capital de terceiros/capital próprio .................................................................................... 25

( 14 ) Multiplicador de capital próprio ........................................................................................ 25

( 15 ) Cobertura de juros ............................................................................................................. 25

( 16 ) Margem bruta .................................................................................................................... 25

( 17 ) Margem operacional .......................................................................................................... 25

( 18 ) Margem liquida ................................................................................................................. 25

( 19 ) Taxa de retorno sobre ativo total ....................................................................................... 25

( 20 ) Retorno sobre patrimonio liquido ...................................................................................... 25

( 21 ) Lucro por ação ................................................................................................................... 26

( 22 ) Índice preço/lucro .............................................................................................................. 26

( 23 ) Valor patrimonial por ação ordinária ................................................................................. 26

( 24 ) Índice de valor de mercado/patrimonial ............................................................................ 26

( 25 ) Retorno monetário ............................................................................................................. 37

( 26 ) Retorno esperado ............................................................................................................... 37

( 27 ) Desvio padrão .................................................................................................................... 38

( 28 ) Coeficiente de variação ..................................................................................................... 39

( 29 ) Retorno esperado da carteira ............................................................................................. 39

( 30 ) Risco total .......................................................................................................................... 40

( 31 ) Beta (β) ............................................................................................................................. 41

( 32 ) Desvio padrão de um portfolio .......................................................................................... 42

( 33 ) Coeficiente de correlação .................................................................................................. 42

( 34 ) Coeficiente de correlação (simplificado) ........................................................................... 43

( 35 ) Função objetiva (geral) ...................................................................................................... 48

( 36 ) Restrições .......................................................................................................................... 49

( 37 ) Função objetiva ................................................................................................................. 52

( 38 ) Restrições funcionais ......................................................................................................... 52

( 39 ) Restrições de não negatividade .......................................................................................... 52

( 40 ) Quanto maior melhor ......................................................................................................... 62

( 41 ) Quanto menor melhor ........................................................................................................ 62

( 42 ) Coeficiente relacional grey ................................................................................................ 62

( 43 ) Grau de relacionamento grey ............................................................................................. 62

( 44 ) Minimizar Z ....................................................................................................................... 66

( 45 ) Inequação (Exemplo) ..................................................................................................... 66

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( 46 ) Inequação (Exemplo) ..................................................................................................... 66

( 47 ) Equação (Exemplo) ........................................................................................................... 66

( 48 ) Não negatividade (Exemplo) ............................................................................................. 66

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 13

1.1 Objetivo ................................................................................................................ 14

1.2 Resultado que se espera alcançar .......................................................................... 15

2. REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................ 16

2.1 Mercado de capitais .............................................................................................. 16

2.1.1 Histórico, conceitos e definições iniciais ....................................................... 16

2.1.2 Índices ............................................................................................................ 19

2.2 Análise de ações .................................................................................................... 21

2.2.1 Análise fundamentalista de ações .................................................................. 21

2.2.2 Análise técnica de ações ................................................................................. 27

2.2.3 Comparação entre as duas técnicas ................................................................ 35

2.3 Risco e retorno ...................................................................................................... 36

2.3.1 Riscos relacionados aos ativos isolados ......................................................... 37

2.3.2 Riscos relacionados a uma carteira de ativos ................................................. 39

2.4 Pesquisa Operacional ............................................................................................ 46

2.4.1 Pesquisa Operacional ..................................................................................... 46

2.4.2 Programação linear ......................................................................................... 50

2.4.3 Programas utilizados para resolução de problemas........................................ 53

2.4.4 Análise Relacional Grey................................................................................. 61

2.5 Utilização de pesquisa operacional para montagem de carteira de acordo com

Harry Markowitz ......................................................................................................... 63

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ........................................................... 69

4. RESULTADOS ....................................................................................................... 106

5. DISCUSSÃO .......................................................................................................... 110

6. CONCLUSÃO ........................................................................................................ 113

7. REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 114

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1. INTRODUÇÃO

Almejando crescimento, diversas empresas perceberam vantajosa a busca por

novas fontes de recursos para seus projetos. Dentre as possibilidades, muitas

encontraram sua resposta no mercado de capitais. Fonte de recursos que geralmente traz

à empresa credibilidade, e lida com intermediários financeiros que, segundo Pinheiro

(2002), têm como função a aproximação de agentes superavitários, que possuem

excesso de recursos, mas não têm oportunidade de investi-los em atividades produtivas,

e os agentes deficitários, que estão em situação inversa. De acordo com Sanvicente

(2010) o mercado de ações faz parte do mercado financeiro que se divide em dois: os

mercados monetários - mercados de títulos de dívida que vencem em curto prazo

(normalmente menos de um ano) e mercados de dívida em longo prazo (com prazo de

vencimento superior a um ano) - e as ações, sendo esta última objeto desse trabalho.

As ações são títulos nominativos que representam uma pequena fração do

capital social. Desta forma, o seu proprietário se torna um sócio da empresa da qual

adquiriu o título (Toledo Filho, 2006). Este investimento é de rentabilidade variável,

podendo ser classificado em ações ordinárias ou preferenciais, sendo a maior diferença

entre as duas é que a primeira tem direito a voto nas assembleias gerais e a segunda não

(Lemes Junior, 2005).

As empresas que possuem ações negociadas em Bolsas de Valores são

influenciadas por fatores internos e externos que, por sua vez, influenciam nas

oscilações dos preços de seus papéis (ações). Para a compreensão dessas oscilações e

como elas influenciam no valor das ações negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo

(BM&FBOVESPA), por exemplo, vários autores, entre eles Pinheiro (2002),

recomendam a utilização das análises técnica e fundamentalista de ações.

As análises Técnica e Fundamentalista são utilizadas, especificamente, para a

minimização dos riscos de um investimento em ações. Segundo Lemes Junior et al

(2010), risco pode ser descrito como a expectativa de retorno associado a um

determinado ativo e está presente em investimento de ações, sendo que o que se altera

de uma ação para outra é o grau de risco.

A análise fundamentalista envolve a verificação de diferentes contextos e

aspectos influenciadores do desempenho da companhia, como avaliação do ambiente

econômico (internacional e doméstico), como também o setor a que pertence a empresa

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em consideração comparando-a com outras do mesmo ramo e a avaliação da empresa

em si. A análise técnica baseia-se nas variações ocorridas nos preços e volumes

negociados de um ativo financeiro onde as comparações são feitas graficamente

(Pinheiro, 2008).

Além das análises técnica e fundamentalista, várias outras técnicas são

utilizadas para a minimização dos riscos no investimento de ações. Um exemplo, são as

técnicas pertencentes à área de conhecimento da pesquisa operacional. A Pesquisa

Operacional é usada para avaliar linhas de ação alternativas e encontrar as soluções que

melhor servem aos objetivos dos indivíduos ou organizações. Por esse motivo, nesse

trabalho, além das análises técnica e fundamentalistas de ações, utilizar-se-á, também, a

analise relacional grey para a avaliação de ações, que é um diferencial por ser utilizado

neste seguimento.

A análise relacional grey (GRA) consiste em uma metodologia que busca o nível

de similaridade e variabilidade entre fatores com bases distintas para estabelecer sua

relação. Esse método sugere como fazer previsões e tomar decisões (BONANOMI et al,

2010), e é utilizado para determinar o grau de relacionamento entre uma observação

referencial com observações levantadas, objetivando estabelecer um grau de

proximidade com o estado meta (COSTA et al, 2010). Segundo a SOBRAPO (2013),

Pesquisa Operacional (a qual pertence GRA) é definida como uma ciência voltada para

a resolução de problemas reais, tendo o foco na tomada de decisões, por isso, foi

escolhida de maneira muito peculiar para relacionar índices financeiros auxiliando na

escolha das ações que integrarão a carteira, por meio de equações matemáticas.

Os modelos matemáticos comentados por Arenales et al (2007, pág.4) “é uma

representação simplificada (abstração) do problema real”, tornando-se inseparáveis da

pesquisa operacional. Esses modelos podem ser de diferentes complexidades, por esse

motivo, muitos softwares são desenvolvidos para facilitar a resolução.

1.1 Objetivo

A instabilidade que foi gerada na economia mundial após a crise de 2008

agravou uma problemática do mercado de ações. A incerteza exacerbada sobre o retorno

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dos investimentos feitos acarretou em um receio por parte de novos investidores que

mesmo temerosos ainda ansiavam alternativas que os motivassem a investir nesse

mercado duvidoso.

As carteiras que compõem o mercado de capitais sofrem influência de dois

tipos de riscos: não diversificável e diversificável. O primeiro não pode ser reduzido

independente da composição do portfolio, pois, seus fatores são atribuídos ao mercado,

afetando todos os títulos. Já ao diversificável são atribuídas características específicas

do setor, da empresa, ou dos títulos e pode ser diluído com a diversificação.

Sendo assim, o trabalho objetiva montar a melhor composição possível de uma

carteira de modo a minimizar os riscos não sistêmicos, gerando credibilidade que

manteria os atuais investidores e quiçá de uma perspectiva a novos .

1.2 Resultado que se espera alcançar

No mercado de ações os investidores adquirem quantidades diferentes de

títulos diversos. Com isso, o risco associado aos mesmos poderão ser minimizados.

Segundo os autores Assaf Neto et al (2011), Brigham et al (2006), Gitman (2010), e

Groppelli et al (2006), o risco total de uma carteira ou portfolio é a soma do risco

diversificável (não sistemático) com o risco não-diversificável (sistemático). O primeiro

pode ser eliminado, ou ao menos reduzido através da montagem de uma carteira

variada.

Desta forma, a pesquisa busca alcançar a distribuição dos itens que compõem a

carteira, formada com base nas ações da BM&FBOVESPA, que minimize o risco

utilizando as técnicas desenvolvidas por Markowitz. Para se chegar aos ativos a serem

manipulados pelo modelo de Markowitz utilizar-se-á vários passos anteriores, como

leituras de notícias, leitura de índices, cálculo do grey, cálculo do beta, etc...

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2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Mercado de capitais

2.1.1 Histórico, conceitos e definições iniciais

O mercado de capitais lida como intermediários financeiros, que segundo

Pinheiro (2002), têm como função a aproximação de agentes superavitários que possui

excesso de recursos, mas não têm oportunidade de investi-los em atividades produtivas,

e os agentes deficitários que estão em situação inversa.

Segundo Sanvicente (2010), o mercado de capitais faz parte do mercado

financeiro que se divide em dois: (i) Os mercados monetários – mercados de títulos de

dívida que vencem em curto prazo (normalmente menos de um ano) e mercados de

dívida em longo prazo (com prazo de vencimento superior a um ano) – e as (ii) ações

sendo esta última objeto desse trabalho.

O mercado de capitais é onde encontramos o segmento mercado de ações. Esse

mercado, enquanto sistema de distribuição de valores é constituído pelas bolsas de

valores, sociedades corretoras e outras instituições financeiras autorizadas.

Segundo Lemes Junior et al (2010), o mercado financeiro, que engloba o

mercado de capitais, possibilita a captação e aplicação de recursos no curto e longo

prazo. É operacionalizado por diferentes instituições financeiras, de natureza privada ou

pública, as quais têm suas operações supervisionadas por órgão regulamentadores e

fiscalizadores, normalmente, de natureza pública.

Hoje esse mercado no Brasil está centralizado na BM&FBOVESPA que de

acordo com a mesma é uma companhia de capital brasileiro formada em 2008, a partir

da integração das operações da Bolsa de Valores de São Paulo e da Bolsa de

Mercadorias & Futuros, tornando-o uma das mais modernas bolsas de valores do

mundo, operando com o sistema de Mega Bolsa, plataforma tecnológica altamente

avançada de processamento de informações.

Para fazer parte do mercado de capitais brasileiro é necessário que seja uma

empresa de capital aberta, ou seja, que lança títulos de capital (ações) ou dívidas

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(debêntures) para negociação pública. E para isso a empresa deve estar organizada e

constituída de acordo com as definições da Lei Nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976

como no artigo 4º dessa lei:

Art. 4º Para os efeitos desta Lei, a companhia é aberta ou fechada conforme

os valores mobiliários de sua emissão estejam ou não admitidos à negociação

no mercado de valores mobiliários.

§ 1º Somente os valores mobiliários de emissão de companhia registrada na

Comissão de Valores Mobiliários podem ser negociados no mercado de

valores mobiliários.

§ 2º Nenhuma distribuição pública de valores mobiliários será efetivada no

mercado sem prévio registro na Comissão de Valores Mobiliários.

Como se faz necessário o registro na CVM (Comissão de Valores Mobiliários),

consolidada através da Lei nº 6.385, de dezembro de 1976, esta instituição tem poderes

para disciplinar, normatizar e fiscalizar a atuação dos diversos integrantes do mercado.

A Lei também atribui a competência para apurar, julgar e punir irregularidades

eventualmente cometidas no mesmo ambiente.

O que justifica a inserção de empresas na bolsa é a necessidade de verbas para

financiar seus investimentos. Segundo Blanchard (2011), captam recursos de dois

modos: financiamento por dívida – através meio de títulos, empréstimos e

financiamento por participação acionária – e por meio de ações ou papéis.

Esses papéis são títulos representativos de uma fração do capital das

sociedades anônimas, cujo o proprietário de uma ou mais ações é um co-proprietário da

empresa da qual adquiriu o título e participa de seus resultados. Estas são registradas na

bolsa de valores e poderão ser negociadas a qualquer tempo pelo seu possessor (Toledo

Filho, 2006).

Observando as ideias de Brito (2005, pág. 147) percebe-se que o autor

comunga do mesmo entendimento: “Valor mobiliário, emitido pelas companhias ou

sociedades anônimas, representativo de parcela do capital. O capital da companhia ou

sociedade anônima é dividido em ações, constituindo-se o valor unitário da ação da

companhia”. Como também Megliorini et al (2009): ações são títulos nominativos de

renda variável, emitidos por sociedades anônimas e que representam uma parcelado

capital social. Ao adquiri-las, o investidor torna-se sócio da empresa.

Os sócios são os detentores de recursos dos quais empresas necessitam e os

mesmos almejam empregá-los para um aumento de seus ganhos. Segundo Megliorini et

al (2009), os ganhos dos investidores no mercado acionário decorrem basicamente, da

valorização das ações possuídas e do recebimento dos dividendos distribuídos pelas

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respectivas sociedades anônimas. O dividendo, segundo Lemes Junior et al (2010, pág.

340), “é a distribuição em dinheiro de parte ou todo o lucro auferido pela empresa em

um exercício social, ou saldos de lucros acumulados, aos seus acionistas”. Assim, a

evolução do lucro líquido se faz importante para compreensão dos ganhos ou perdas

obtidas com uma ação.

Quanto aos títulos, por representarem parcela do capital da companhia, não

possui prazo de validade estipulado, podendo a companhia, resgatá-las, amortizá-las ou

reembolsá-las quando julgar necessário e cabível. A Lei Nº 6.404, de 15 de dezembro

de 1976 tem uma seção inteira para tratar do assunto que conta com dois artigos e vários

incisos. O artigo 44 trata do assunto Resgate e Amortização e o artigo 45 trata do

assunto Reembolso:

Art. 44 O estatuto ou a assembleia-geral extraordinária pode autorizar a

aplicação de lucros ou reservas no resgate ou na amortização de ações,

determinando as condições e o modo de proceder-se à operação.

Art. 45 O reembolso é a operação pela qual, nos casos previstos em lei, a

companhia paga aos acionistas dissidentes de deliberação da assembleia geral

o valor de suas ações.

A rentabilidade ocorre por meio da participação dos investidores nos resultados

da companhia, na distribuição de dividendos, bonificações ou pela venda no mercado de

Bolsa ou balcão das ações anteriormente adquiridas ou subscritas e também de direitos

de subscrição, pois estas não possuem uma rentabilidade determinada, sendo assim um

título de renda variável (Brito,2005).

Os investidores podem optar pelo que melhor atendem suas expectativas,

levando em consideração as duas classificações trazidas por Megliorini et al (2009, pág.

28) que são:

Preferenciais são aquelas que concedem a seus proprietários prioridade no

recebimento de dividendos e no reembolso do capital em caso de dissolução

da sociedade. Esse tipo de ação restringe, ou seja, não concede o direito a

voto nas assembleias deliberativas da empresa.

Ordinárias são aquelas que concedem a seus proprietários o direito a voto nas

assembleias deliberativas da empresa, seja na eleição de diretores, na

aprovação de demonstrações contábeis, na modificação dos estatutos sociais

etc

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2.1.2 Índices

Os índices de ações são formas matemáticas, muitas vezes complexas e

ponderadas de medir as variações de preços de uma carteira, ao longo de um período de

tempo. Esses servem para dar uma visão geral do mercado, pois são compostos pelas

principais ações e setores que estão disponíveis na bolsa de valores (Pinheiro, 2008).

Comparando os diversos índices disponíveis na mesma pode-se fazer uma análise geral

do andamento do mercado para futuros investimentos ou para resgatar os investimentos

feitos nesse tipo de mercado.

No Brasil a BM&FBOVESPA divulga diversos índices distintos que são

mostrados no quadro abaixo:

Tabela 1: Índices

Fonte: Bovespa

Como o próprio site da Bovespa, além dos autores Andrezo et al (2007), Lemes

Junior et al(2010) e Pinheiro (2008) concordam que o índice de maior relevância

calculado e divulgado pelo mercado de capitais brasileiro é o índice Bovespa, também

conhecido por Ibovespa esse foi mais aprofundamento devido ser utilizado no processo

metodológico do trabalho.

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A base para a descrição do índice Bovespa é um material disponível no próprio

site da BM&FBOVESPA (www.bmfbovespa.com.br/Indices/download/Ibovespa). O

Ibovespa foi implementado no dia 2 de janeiro de 1968 e sua relevância advêm do fato

de retratar o comportamento dos principais papéis negociados no mercado a vista na

bolsa de São Paulo e também de sua tradição. Houve necessidade de diversas

adequações para efeito de divulgação, não houve prejuízo a sua metodologia de cálculo,

que foram realizadas da seguinte maneira: dividido por 100 no ano de 1983 e dividido

por 10 nos anos de 1985, 88 a 92, 94, 97 e duas vezes em 93.

O Ibovespa é calculado com base em uma carteira teórica que é composta por

ativos que em termo de liquidez representa 80% do número de negócios e do volume

financeiro no espaço de doze meses. Já em termo de capitalização bursátil é

aproximadamente 70% do somatório de todas as empresas com ações

negociáveis(BM&FBOVESPA).

Com base no material disponível no próprio site da BM&FBOVESPA a

carteira teórica que será utilizada para o cálculo do índice durante quatro meses tem que

atender três critérios mínimos que são: estar incluída em uma relação de ações cujos

índices de negociabilidade somados representem 80% do valor acumulado de todos os

índices individualmente; apresentar participação, em termos de volume, superior a 0,1%

do total; e ter sido negociada em mais de 80% do total de pregões do período. A

fórmula matemática utilizada para o cálculo da participação na carteira é o seguinte:

( 1 )

Onde:

IN = índice de negociabilidade;

= número de negócios com a ação “i” no mercado à vista;

N = número total de negócios no mercado à vista da Bovespa;

= volume financeiro gerado pelos negócios com a ação “i” no mercado à

vista;

V = volume financeiro total do mercado à vista da Bovespa.

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A apuração do Ibovespa é o somatório dos pesos (quantidade teórica da ação

multiplicada pelo último preço da mesma) das ações integrantes de sua carteira teórica.

Assim sendo, pode ser apurado, a qualquer momento, por meio da seguinte fórmula:

( 2 )

Onde:

= Índice Bovespa no instante t;

n = número total de ações componentes da carteira teórica;

= último preço da ação “i” no instante t;

= quantidade teórica da ação “i” na carteira no instante t.

A BM&FBOVESPA é responsável pela gestão, cálculo, difusão e manutenção

do Ibovespa. Essa responsabilidade assegura a observância estrita às normas e

procedimentos técnicos constantes de sua metodologia, tornando assim extremamente

confiável com uma metodologia de fácil acompanhamento pelo mercado. O Índice

Bovespa é um bom representante do comportamento médio das principais ações

transacionadas, e o perfil das negociações à vista observadas nos pregões.

2.2 Análise de ações

2.2.1 Análise fundamentalista de ações

O fundamentalismo tem um caráter de médio e longo prazo, pois leva em

consideração perspectiva de crescimento da economia e da empresa, investimentos

realizados e a realizar, demonstrações financeiras passadas e do grau de confiança do

investidor perante as ações.

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22

O objetivo principal desta análise de ações é, para Pinheiro (2002), avaliar o

comportamento da empresa visando à determinação do valor da mesma, partindo do

princípio de que as ações têm um valor intrínseco, que lhe é próprio ou essencial, que

está associado com desempenho da companhia emissora e com a situação geral da

economia. Após ter determinado esses valores pode-se então avaliar seu preço justo.

Para avaliação dos valores da empresa Lemes et al (2005, pág.86) a elabora

alguns procedimentos básicos que devem ser seguidos para a análise fundamentalista:

1. Desenvolvimento conhecimento aprofundado setor em que empresa

atua: para isso podem ser levantadas informações sobre o setor através de

visitas a órgãos de classe a de fazerem levantamento de relatórios sobre

produção, preços, matéria-prima, política governamental para setor e outros,

buscando levantar dados relativos à disponibilidade existente dos recursos, as

perspectivas futuras e as previsões presentes.

2. Conhecer a estrutura operacional das empresas do setor. Para tal faz-se

interessante o levantamento de informações sobre planos de investimentos de

curto, médio e longo prazo; planos de vendas; estratégias de marketing;

capacidade produtiva utilizada e ociosa; nível de eficiência administrativa e

financeira, capacidade tecnológica etc.

3. Estudar o comportamento do mercado de capitais em relação às ações

das empresas do setor e da companhia em analise, podendo ser utilizada a

análise gráfica.

4. Analisar as demonstrações financeiras através de indicadores de

liquidez, rentabilidade e endividamento e análises vertical e horizontal, o que

poderá fornecer avaliação da gestão da empresa em exercícios anteriores e

uma projeção de seus resultados.

5. Elaborar uma conclusão: para finalizar a análise fundamentalista é

interessante a elaboração de uma síntese bem estruturada das informações

obtidas.

Uma descrição do ponto quatro, que envolve fórmulas pré-estabelecidas para

análise da situação da empresa será feita, porém, sem o caráter de esgotá-las devido não

ser o foco central desse trabalho.

Para a elaboração da análise vertical, horizontal e por meio de índices

econômico-financeiros é necessário obter o balanço patrimonial e a demonstração do

resultado do exercício da empresa que se deseja analisar. No Brasil para empresas de

capital aberto esses dados podem ser obtidos no site da Bovespa.

A análise vertical consiste em estabelecer um comparativo dos itens que

compõe um balanço ou demonstrativo do resultado, que é melhor explicado por

Megliorini et al (2009, pág. 48):

“(...) uma comparação da representatividade, em percentual, de cada conta

com o grupo de contas a que pertence. Para o Balanço Patrimonial, o cálculo

da participação relativa das contas do ativo é feito por meio da divisão do

valor de cada conta pelo valor total do ativo, e mesmo procedimento se aplica

às contas do passivo. Desse modo, tanto o total do ativo como o total do

passivo têm percentual igual a 100. Para a demonstração do resultado do

exercício, o cálculo é feito por meio da divisão do valor de cada conta pelo

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23

valor da receita operacional líquido, que, nesse caso, tem percentual igual a

100.”

Já a análise horizontal consiste em estabelecer uma comparação de cada item

ao longo de um período de tempo, que segundo Lemes Junior et al (2010, pág.76)

“compara, em períodos de tempos consecutivos, a evolução dos valores das contas que

compõem as demonstrações financeiras em análise”.

Na prática funciona da seguinte maneira utiliza-se como base 100 o valor mais

antigo das demonstrações para descobrir qual a evolução ou retrocesso do que está

sendo analisado. Segundo Megliorini et al (2009, pág. 48) a equação utilizada para essa

análise é:

(

)

( 3 )

Os índices econômico-financeiros podem ser agrupados de diferentes maneiras,

porém, o mais usual é índices de liquidez, índices de atividades, índices de

endividamento e índices de lucratividade (Megliorini et al, 2009).

Primeiramente destacam-se os índices de liquidez que representam a relação entre

os ativos disponíveis mais os realizáveis com os passivos exigíveis, de curto e longo

prazo, isso segundo Pinheiro (2002).

A análise de liquidez é o grau onde se consegue visualizar a capacidade de uma

empresa de arcar com seus compromissos em determinado momento, levando em

consideração o curto prazo mediante a realização de seus Ativos Circulantes. O grau de

liquidez de um ativo refere à rapidez com que ele pode ser transformado em dinheiro

sem perder valor ou com uma mínima perda.

A liquidez é dividida em diferentes tipos, porém, será exemplificado nesse

trabalho apenas dois deles que são tratadas pelo Gitman no seu livro Princípios de

Administração Financeira que são: Liquidez corrente e Liquidez seca. As equações que

as representam seguindo Gitman (2010, pág.51 e 52) são:

( 4 )

( 5 )

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24

O estoque é o diferencial entre a liquidez seca e a corrente, pois, é um ativo que

possui um menor grau de liquidez em relação à caixa ou investimento de curto prazo

tornando assim, o índice de liquidez seca mais severo e real sobre o potencial de uma

empresa de arcar com as suas dívidas.

Agora os índices de atividades analisam os estoques, compras e vendas, ou

melhor, os tempos relacionados aos mesmos. Esses indicadores são melhores explicados

por Assaf Neto (2011, pág. 225):

“Que visam à mensuração das diversas durações de um “ciclo operacional”, o

qual envolve todas as fases operacionais típicas de uma empresa, que vão

desde a aquisição de insumos básicos ou mercadorias até o recebimento das

vendas realizadas”.

Para facilitar a mensuração deste ciclo, Megliorini et al (2009) divide os

índices de atividades em períodos e giros, de forma que para cada período médio existe

um giro para completar sua ideia. Os períodos representam quais os prazos de

pagamento, de recebimento e de renovação de estoque. Os giros representam quantas

vezes em média anualmente ocorrem às transações anteriores, além do mais para ser

calculados é preciso ter os períodos. As formulações são as seguintes:

(

)

( 6 )

( 7 )

(

)

( 8 )

( 9 )

(

)

( 10 )

( 11 )

Seguindo a ordem os índices de endividamento Assaf Neto et al (2011, pág.

227) relata que: “Estes indicadores são utilizados, basicamente, para aferir a

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25

composição (estrutura) das fontes passivas de recursos de uma empresa”. Além do

mais, esses índices representaram como anda o comprometimento dos ativos da

empresa com pagamento de dívidas principalmente as de longo prazo. Ross et al (2002,

pág. 48) apresenta três expressões para analisar o endividamento e uma quarta encontra-

se no livro citado anteriormente do Gitman (2010), como se segue:

( 12 )

( 13 )

( 14 )

( 15 )

Para os índices de lucratividade ou de rentabilidade, Lemes Junior et al (2010)

possui seis operações matemáticas que podem ser utilizadas para analisar estes aspectos

das empresas. Para Assaf Neto et al (2011, pág. 228) “estes indicadores têm por

objetivo avaliar os resultados auferidos por uma empresa em relação a determinados

parâmetros, que melhor revelem suas dimensões". As fórmulas utilizadas por Lemes

Junior et al (2010, pág. 78 e 79) são as seguintes:

( 16 )

( 17 )

( 18 )

( 19 )

( 20 )

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26

( 21 )

Um grupo de índices econômico-financeiro que não é citado por Megliorini et

al (2009) em seu livro “Administração Financeira: Uma abordagem brasileira”, mas que

vale a pena ser citado neste estudo é o trazido por Gitman (2010, pág. 61 e 62)

classificados em três, como se seguem:

( 22 )

( 23 )

( 24 )

Todos os índices anteriormente citados devem ser comparados levando em

consideração três pontos estabelecidos por Assaf Neto et al (2011,pág.232 ).

1. Historicamente, com os obtidos pela mesma empresa em períodos

anteriores;

2. Com os padrões estabelecidos pela gerência, e também com os

elaborados segundo metas estabelecidas pela empresa;

3. E com índices de empresas do mesmo ramo e padrões do setor de

atividade e da economia em geral.

O quadro de Pinheiro (2008) faz uma boa relação entre as variáveis

econômicas e o impacto no Mercado de Capitais, pois o mesmo traz fatores relevantes

para essa análise que são as avaliações da economia onde a empresa se localiza.

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27

Figura 1:Variáveis econômicas X Impacto no mercado de Ações.

Fonte: Pinheiro, 2008, pag. 267

2.2.2 Análise técnica de ações

O que conhecemos hoje como Análise Técnica de Ações encontra seus

primórdios, por volta do ano 1700 na bolsa de arroz japonesa, quando os compradores

dessa mercadoria começaram a acompanhar o comportamento dos preços e elaborar

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suas tendências. Esse método eclodiu no ocidente após os artigos publicados por

Charles Henry Dow no jornal The Wall Street Journal, no período entre 1900 e 1902.

Sobre a definição de Análise Técnica, Hissa (2008, p. 41) discorre como:

“[...] interpretação de gráficos de preços, volumes e outros indicadores. É

uma metodologia que visa estudar o movimento dos preços das ações,

relacionados aos volumes negociados, para determinar tendências de alta, de

estabilidade ou de baixa, em busca da oportunidade de comprar e vender

ações a preços compensadores [...]”

Todavia, Pinheiro (2002) conceitua a técnica como sendo um estudo dos

movimentos passados dos preços e volumes de negociações de ativos financeiros, com o

objetivo de fazer previsões sobre os comportamentos futuros dos preços. Esse conceito

parte da crença que o que ocorre no futuro retrata os fatos ocorridos no passado. Mas o

entendimento da “psicologia” do mercado que envolve a procura e oferta interna é de

suma importância para a interpretação dos resultados gerados por essa técnica.

Somando-se a ele, Lemes Junior et al (2005) descreve que o objetivo desse

método é prever o comportamento futuro dos preços através de gráficos, que refletem a

tendência do mercado em relação ao título em observação, demonstrando um

movimento ascendente ou descendente de seu preço. As informações geradas

contribuem para os acionistas decidirem em relação à compra e a venda de um ativo.

Vale ressaltar que, a preocupação central desse tipo de análise é a tendência do

mercado, representada pelo movimento dos preços e quantidades.

Pinheiro (2008, pág.316) para concretizar esta técnica se baseia em três

princípios:

1º)“a ação do mercado reflete todos os fatores envolvidos neste”; Na prática

isso significa que as oscilações do preços de um título financeiro reflete os demais

fatores que são utilizados como base para analise fundamentalista, sendo assim não se

faz necessário analisar outros aspectos a não ser os preços e volume.

2º) “o futuro reflete o passado”; A confiança no mercado financeiro e nas

empresas nas quais os investidores decidem aplicar fazem com que eles se baseiem no

passado para fazer suas escolhas.

3º) “os preços se movimentam em tendências”; Esse princípio representa o pilar

desta técnica. Como é descrita por Lemes Junior et al (2010, pág. 329) “a preocupação

central desse tipo de análise é a tendência de mercado, representada pelo movimento

dos preços e quantidades”.

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Dow elaborou a primeira teoria para esse tipo de análise a qual é defendida

com argumentos que os papéis seguem uma tendência de alta ou baixa, (terceiro

princípio anteriormente citado), e para construção de uma média da evolução dos preços

faz-se necessário o estudo do mercado através de uma amostra significativa dos ativos.

Com ênfase nesse aspecto Charles Henry Dow de acordo com Pinheiro (2008, pág. 317)

“criou três índices que são utilizados até hoje, apesar de terem sofrido algumas

mudanças em sua composição, são eles: o Dow Jones Industrial (composto por 30

ações), o Dow Jones Transportes (composto por 20 ações) e o Dow Jones Serviços

(composto por 15 ações)”.

Ao longo de seu estudo Dow identificou quatro fases que se repetem na

formação dos preços, citada pelo Mercado de Valores Mobiliários Brasileiro (2013, pág.

344) como sendo:

Acumulação: investidores especialmente bem informados compram ações,

baseado em um processo de sustentação de preços no final de um ciclo de

queda anterior.

Mark Up: compradores melhor informados aderem ao mercado, comprando

a ação e elevando seu preço.

Distribuição: a um preço que permite ganhos compensadores, a ação des-

perta a atenção da massa. O mercado fica ativo, e os investidores que

estavam comprando ações na fase de acumulação vendem para a massa que

entra em processo de euforia.

Liquidação: ocorre quando os investidores emocionais descobrem que pa-

garam caro, e procuram vender a ação que não compensou seu investimento,

gerando um desejo de saída simultânea, que pode gerar pânico.

Partindo do comportamento dos índices, Charles desenvolveu inúmeros

princípios relacionados à tendência e sinais de reversão que são apresentados pelas as

ações. Considerando que o futuro reflete o passado, a configuração gráfica foi utilizada

pelo mesmo para uma visualização mais clara da fase que se encontra o título avaliado.

Análise de tendências se sucedem através gráficos elaborados com base na

relação valor (preço) e tempo de um ativo financeiro. Sendo assim, podem ser

elaborados e classificados levando em consideração curto, médio e longo prazos. Que

para Dow divide-se em três categorias melhores explicadas por Lisboa et al (2008, pág.

616) como:

Tendências primárias, secundárias ou terciárias. A tendência primária é a

principal que a ação está seguindo há vários meses por diversos anos, mostra

uma visão ampla da ação. A tendência secundária são as correções de preços

que ocorrem ao longo de algumas semanas ou meses dentro da tendência

primária. A tendência terciária são as correções de preços que ocorrem

durante alguns dias dentro da tendência secundária.

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Gráfico 1: Tendências

Fonte: Elaboração própria

A velocidade da difusão das informações faz com que as tendências tenham

esse comportamento de modificações diárias. A escolha por uma delas dependerá do

tempo que o investidor pretende analisar. Além do mais, cada uma dessas é constituída

de uma tendência de alta ou tendência de baixa.

A Tendência de alta é composta por três fases segundo Pinheiro (2008) são:

acumulação, alta sensível e euforia. Para ficar mais clara observe o gráfico abaixo:

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Gráfico 2:Tendência de Alta

Fonte: Pinheiro (2008, pág. 320)

Na prática do mercado financeiro, durante a fase de acumulação, ou inicial, os

investidores começam a comprar lotes significativos da ação analisada sem promover

alterações significativas nos preços. Na segunda fase, há um aumento gradativo nas

ordens de compra que acarretará uma elevação como o próprio nome se refere sensível

tanto no volume quanto nos preços dos títulos. Na fase da euforia, haverá uma

negociação extraordinária da ação gerando aumentos diários significativos. Neste

momento os investidores mais experientes buscam ações que se encontram na primeira

fase.

Pinheiro (2008) divide a tendência de baixa da seguinte maneira: fase de

distribuição, fase do pânico e fase baixa lenta. Representado no gráfico a seguir:

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Gráfico 3: Tendência de Baixa

Fonte: Pinheiro (2008, pág.320)

Durante a fase de distribuição com as pequenas quedas no preço da ação há um

aumento no volume negociado. Já na fase intermediária os investidores se desfazem de

suas ações de maneira muito drástica gerando uma queda muito acentuada no preço da

ação. Por fim, na terceira fase dessa tendência os preços apresentam certa estabilidade,

momento esse onde muitos investidores adquirem as ações.

As tendências de baixa e alta de uma maneira diferente estão presentes nas

quatro fases, que se repetem na formação dos preços, identificada por Dow em sua

teoria discorrida anteriormente, principalmente nas duas últimas que são distribuição e

liquidação.

Para elaborar uma análise técnica existem diversos modelos de gráficos que

podem ser utilizados, porém, o mais usual é o gráfico de barras devido nele serem

representados os valores máximo, médio e mínimo da ação em um período de tempo

(Pinheiro,2008). A barra é disposta no gráfico como pode ser observado no gráfico 3.

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Gráfico 4: Gráfico de Barras

Fonte: Pinheiro (2008)

Após a elaboração do gráfico composto por inúmeras barras verticais seguindo

o modelo do gráfico 3 traçam-se linhas de tendência que possibilitam o

acompanhamento dos movimentos de alta e baixa da ação. Nessa forma avalia-se em

qual das fases anteriormente citadas se encontra o título para decidir se deve comprar,

vender ou manter a ação.

Gráfico 5: Identificação de linha de tendências

Fonte:Adaptado de Lemes Junior et al (2010) Adaptado

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Na imagem acima, ao lado esquerdo da linha pontilhada representa uma

tendência de alta, e ao lado direito representa uma tendência de baixa, sendo assim a

onde se localiza o numeral 1 seria um bom momento para vender as ações dessa

empresa e onde está o 2 um bom ponto para a compra dessa ação. Essas duas atitudes

são avaliadas acreditando-se no princípio que o que ocorreu no passado se repetirá no

futuro.

Outra modelagem gráfica não tão utilizada como a anterior, mas com uma

gama maior de informações é o de Candlestick desenvolvido no século XVII no Japão,

mas só foi difundido para o resto do mundo no início da década de 1980, que de uma

maneira compacta e clara é explicado por Lisboa et al em seu trabalho “Análise

fundamentalista e análise técnica: duas ferramenta eficazes para decisão de investimento

no mercado de capitais” desta forma:

Cada período de pregões que ocorreram nas bolsas de valores é plotado

através de uma Figura chamada corpo real, em um único candle temos várias

informações, como os preços de abertura e fechamento e os preços de

máximo e mínimo, esses últimos mostrados através das sombras do candle.

Também é possível saber se o dia foi de alta ou de baixa pela cor do corpo

real do candle. Um candle preto indica que o dia foi de baixa, já o dia de alta

é mostrado por um candle branco (Lisboa et al, 2008, pág. 617).

Para isso tudo ficar ainda mais claro o mesmo autor na mesma página, elaborou

o gráfico a baixo:

Gráfico 6: Significado do Gráfico Candlestick

Fonte: Lisboa et al (2008, pág. 617)

Com todas as informações que podem ser auferidas através dessa análise o

investidor poderá tomar decisões mais precisas, sendo assim tendo mais chance de

alcançar os objetivos desejados.

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2.2.3 Comparação entre as duas técnicas

A análise ideal, de acordo com Lemes et al (2005), deve conter tanto o estudo

fundamentalista quanto o técnico, pois na realidade eles se complementam, uma vez

que, ao utilizarem abordagens distintas para estudo das oscilações de valor das ações, as

duas escolas conjuntamente acabam por fornecer uma análise muito mais aperfeiçoada e

completa dos movimentos das ações, quando consideradas como complementares.

Na perspectiva de Pinheiro (2002) é difícil encontrar no mercado analistas de

investimentos que utilizem exclusivamente uma ou outra escola. Em geral, segundo ele,

elas são utilizadas simultaneamente, sendo que a análise fundamentalista serve para

escolher aquelas ações nas quais serão investidos os recursos, enquanto a análise técnica

serve para determinar o momento mais favorável para o investimento.

Existem diferenças básicas, vantagens e desvantagens entre as ferramentas que

foram sintetizadas em uma tabelas elaboradas por Costa et al (2011):

ANÁLISE FUNDAMENTALISTA ANÁLISE TÉCNICA

Enxerga em longo prazo Enxerga em curto prazo

Externa a cabeça do analista Externa o mercado

Aponta a áreas Aponta os números

Supõe Afirma

Analisa o mercado Analisa os gráficos

Examina o desempenho da empresa Examina a evolução dos preços

Tabela 2: Diferenças básicas entre as duas ferramentas.

Fonte: Costa et al (2011)

VANTAGENS DESVANTAGENS

O investidor opera mais focado e não se

precipita com a volatilidade do mercado.

Em situações de crise assustam os investidores que

atuam a longo prazo.

Capacidade de encontrar setores mais ou

menos beneficiados a partir do ambiente

econômico.

Ilusão de encontrar empresas boas baratas acaba

fazendo com que o investidor compre empresas

ruins.

Detecta empresas com diferenciais

competitivos relevantes.

É necessário muito tempo e estudo para dominar a

técnica.

Acompanhamento mais de perto das

movimentações das empresas. Não opera no curto prazo.

Tabela 3: Vantagens e desvantagens da análise fundamentalista

Fonte: Costa et al (2011)

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36

VANTAGENS DESVANTAGENS

Devido ser uma leitura de fluxo o investidor

tem melhor proveito da volatilidade do

mercado.

Não olha a situação financeira da empresa e sim o

movimento dos investidores.

Tem mais informações sobre o movimento dos

ativos e com isso pode traçar melhor suas

estratégias.

Em alguns casos faz o investidor operar ilusões

levando assim a grande prejuízos.

Mostra ao investidor onde, como e quando

comprar ou vender.

Dificulta o investimento de longo prazo. Importante

separar a carteira de longo prazo da volatilidade.

Possibilita posicionar o stop-loss e detecta o

momento de efetuar um hedge.

Perde para a análise fundamentalista quando

comprada a estratégias de longo prazo.

Tabela 4: Vantagens e desvantagens da análise técnica.

Fonte: Costa et al (2011)

2.3 Risco e retorno

O risco, segundo Assaf Neto et al (2009), pode ser entendido pela capacidade

de se mensurar o estado de incerteza de uma decisão mediante o conhecimento das

probabilidades relacionadas à ocorrência de determinados resultados ou valores. Para

Groppelli et al (2006) risco é a medida da sensibilidade dos retornos de ações ou

carteiras e da indefinição dos resultados futuros.

O Gitman (2010, pág. 203), que em seu livro Princípios de Administração

Financeira, trás duas outras definições interessantes: “uma mais simples, do risco como

sendo a chance de perda financeira, e outra mais formal, o risco é usado de forma

intercambiável com incerteza, em referência à variabilidade dos retornos associados a

um determinado ativo”. Além disso, aponta a relação do ativo, que apresenta maior

chance de perda, como sendo mais arriscados em relação aos que apresentam uma

menor chance.

Para complementar este conceito, Lemes Junior et al (2010), por sua vez,

define o risco como a possibilidade de perdas financeiras ou, mais formalmente, a

expectativas de retorno associado a determinado ativo. Ele afirma que é natural esperar

que, quanto maior o risco assumido, maior seja o retorno gerado pelo ativo. Assim, o

risco se refere à chance de que algum evento desfavorável ocorra. Os riscos estão

presentes em tudo que se faz, independente do que seja, o que varia são o nível e o grau

do risco.

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37

O risco possui uma relação com o retorno que é definido por Gitman (2010)

como o total de ganho ou prejuízo que é auferido por um investimento em um intervalo

de tempo. Lemes Junior et al (2010) descreve retorno como o total de ganhos ou perdas

de um proprietário ou aplicador sobre investimentos realizado em algum momento do

passado. Assim o retorno em unidade monetária é simplesmente o total recebido nessa

moeda pelo investimento, menos a quantidade investida, matematicamente pode ser

representada desta maneira (Brigham et al; 2006, pág.202):

Retorno em unidade monetária = Quantidade recebida – Quantidade investida (25 )

Duas formas são utilizadas para analisar riscos de um ativo que são: de um

ativo individual e de uma carteira, que serão melhores explicadas nos próximos itens.

2.3.1 Riscos relacionados aos ativos isolados

Os riscos relacionados aos ativos isolados ou de bases isoladas são aqueles em

que o investidor está sujeito quando mantém seu investimento apenas em um único

item. Vários autores comungam da mesma ideia Groppelli et al (2006), Gitman (2010) e

Brigham et al(2006) para se avaliar esse tipo de risco utiliza-se a distribuição de

probabilidade sendo esta a chance que determinada situação ocorra, além de utilizarem

como mensuração de tipo de risco a taxa de retorno esperada, o desvio-padrão e o

coeficiente de variação.

A taxa de retorno esperada de acordo com as três referências anteriormente

citadas é obtida através da multiplicação de cada possível resultado pela probabilidade

de sua ocorrência e a soma desses produtos. Cada obra desses autores utilizam letras

diferentes para a representação matemática, porém, os elementos que compõem a

equação são os mesmos. Para a representação matemática utiliza-se nesse trabalho um

quarto autor, Assaf Neto et al (2009, pág.416), que representa da seguinte maneira:

( 26 )

Onde:

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38

E(R)= retorno (valor) esperado;

Pk= probabilidade de ocorrência de cada evento;

Rk = valor de cada resultado considerado;

n = número de resultados considerados;

O desvio-padrão diferente da equação anterior é sempre representado utilizado

pelo sigma (σ), uma letra grega. Segundo Brigham et al (2006, pág. 209) “o desvio

padrão é essencialmente uma média ponderada dos desvios em relação ao valor

esperado, e oferece uma ideia de quão distante, acima ou abaixo, do valor esperado o

valor efetivo deverá se situar.” A representação matemática desta medida de estatística

pode ser representado pela fórmula a seguir segundo Assaf Neto et al (2009, pág. 417):

√∑

( 27 )

Onde:

σ = desvio padrão;

Pk= probabilidade de ocorrência de cada evento;

Rk = valor de cada resultado considerado;

= valor esperado de cada resultado considerado;

n = número de resultados considerados;

Coeficiente de variação (CV) é uma medida estatística que relacionará as duas

equações anteriores, que consiste na dispersão relativa que é útil na comparação dos

riscos de ativos unitários com diferentes retornos esperados (Gitman, 2010).

Com este cálculo pode-se balancear o risco em relação ao retorno, pois, o

coeficiente de variação segundo Brigham et al (2006, pág. 211) “mostra o risco por

unidade de retorno e oferece uma base mais confiável para comparação quando os

retornos esperados nas duas alternativas não são iguais”. A equação matemática que a

representa é a seguinte:

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39

( 28 )

Onde:

CV = coeficiente de variação;

σ = desvio-padrão;

E(R) = retorno (valor) esperado;

Sobre esse cálculo, os autores Assaf Neto et al (2011), Brigham et al (2006),

Gitman (2010), Groppelli et al (2006) são unânimes quanto maior o coeficiente de

variação maior será o risco do ativo.

2.3.2 Riscos relacionados a uma carteira de ativos

Investidores individuais ou grupos de investidores na sua maioria aplicam em

mais de um ativo, visto que os preços dos ativos costumam se movimentar de maneira

diferente. Dessa forma, a diversificação ocorre com a intenção de maximizar o retorno e

minimizar o risco. Com essa junção temos uma Carteira ou portfolio definida por Assaf

Neto et al (2011, pág. 470)

(...) É um conjunto de ativos – ações, títulos de renda fixa, obrigações,

imóveis, projetos de investimentos etc. – cujo objetivo básico é redução do

risco através de uma eficiente diversificação do capital aplicado em

diferentes alternativas de investimentos.

Os autores Assaf Neto et al (2009), Brigham et al (2006), Gitman (2010)

relatam em seus trabalhos que o retorno esperado de uma carteira é dado pela média

ponderada do retorno de cada ativo individual em relação a sua participação no total da

carteira. Esse retorno pode ser obtido pela seguinte expressão de cálculo segundo

Gitman (2010, pág. 215):

( 29 )

Onde:

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40

E (RP) = Retorno esperado da carteira ou portfólio;

Rj = retorno esperado do ativo j;

Wj = representa a proporção do capital total investido no ativo;

n = número total de ativos que compõem a carteira;

A ênfase desse estudo está no risco não no retorno que os autores

anteriormente citados e Groppelli et al (2006) subdivide em do risco diversificável (não

sistemático) com o risco não- diversificável (sistemático) e a soma destes compõe o

risco total de uma carteira ou portfolio. Para melhor visualização Groppelli et al (2006)

faz a representação da seguinte maneira:

Risco total = Risco diversificável + Risco não-diversificável

( 30 )

Graficamente é representado por Ross et al (2000) desta forma:

Gráfico 7: Risco

Fonte: Ross et al (2000)

O risco não-diversificável ou sistemático são aqueles que não são possíveis de

serem reduzidos, ou muito menos eliminados por meio de um portfólio, logo, estará

presente, independentemente da composição da carteira. Este risco é atribuído aos

fatores de mercado que afetam todas, ou a maioria das empresas como: guerras,

incidentes internacionais, recessão, inflação, taxas de juros altas, entre outros riscos de

mercado (Assaf Neto et al (2009), Brigham et al (2006) e Gitman (2010)).

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41

Como o risco sistemático não pode ser eliminado por meio da diversificação de

uma carteira, porém, em um mercado organizado como BM&FBOVESPA pode-se

avaliar a sensibilidade dos retornos de uma ação individual em relação ao grupo de

ações ou do mercado, através do coeficiente beta.

O coeficiente beta, β, consiste em uma medida relativa do risco não

diversificável. É um indicador do grau de variabilidade do retorno de um

ativo em resposta a uma variação do retorno de mercado. Usamos os retornos

históricos de um ativo para encontrar seu coeficiente beta. O retorno de

mercado é o retorno da carteira de mercado composta por todos os títulos

negociados (Gitman; 2010, pág. 222).

No Brasil o Índice Bovespa é usualmente utilizado para representar a carteira

de mercado, que servirá como base do cálculo do beta devido a sua relevância já

apresentado no tópico 3.1.2.

O coeficiente beta é calculado com a fórmula (Ross et al; 2002, pág. 229):

( 31 )

Onde:

= Beta

Cov( ) = covariância entre os retornos do ativo i ( ) e retorno da carteira ( );1

= variância do mercado. 2

A interpretação do coeficiente beta é de grande relevância para um portfolio,

pois diz a respeito o risco sistemático. Desta forma, segundo Megliorini et al (2009,

pág. 85) podem ser utilizados três bases para sua interpretação:

Se o coeficiente beta de uma ação for igual a um, seus retornos se

movimentam na mesma direção que os da Carteira de Ativos do

Mercado, uma vez que seus respectivos riscos sistemáticos serão os

mesmo.

Se o coeficiente beta de uma ação for maior que um, seus retornos

esperados variarão mais que os da Carteira de Ativos do Mercado, pois

seu risco sistemático será maior que o da carteira.

Se o coeficiente beta de uma ação for menor que um, seus retornos

esperados variarão menos que os da Carteira de Ativos do Mercado, pois

seu risco sistemático será menor que o da carteira.

1

(∑

); sendo retorno de mercado; retorno do ativo i; média dos

retornos; e n número de tempo a ser avaliado.

2

; sendo retorno de mercado; média do retorno de mercado; e n número de

tempo a ser avaliado.

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42

O coeficiente beta também pode ser utilizado para analisar uma carteira

montada por um investidor, para que ele invista a quantidade monetária em cada título

de seu portfolio de modo que o risco sistemático da carteira seja menor do que das ações

isoladamente.

Já a segunda parte que compõe o risco total de uma carteira é definido e

explicado por Assaf Neto et al (2009) e Gitman (2010) o risco diversificável ou não

sistemático é o que pode ser eliminado ou ao menos diluído através da diversificação da

carteira, pois, são atribuídos por características específicas do setor, da empresa ou dos

títulos.

A expressão geral de cálculo do risco (desvio-padrão) de uma carteira que

contém n ativos, baseando-se no modelo de portfolio desenvolvido por Markowitz, é o

seguinte (Assaf Neto et al, 2011):

[∑

∑∑

]

( 32 )

Onde:

σP=desvio-padrão de um portfolio;

Wi,Wj= representa o percentual de cada ativo em relação ao total da carteira;

σi ,σj = desvio- padrão de cada ativo;

ρi,j= correlação entre os elementos que compõem a carteira;

n =número total de ativos que compõem a carteira;

Uma carteira para reduzir o risco tem que levar em consideração a correlação

que representado pela letra grega Rô (ρ) existente entre os ativos que a compõem.

Segundo Assaf Neto et al (2011) a expressão matemática que a representa é a seguinte:

(∑ ( )

)

( 33 )

OU

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Correlação positivamente Perfeita

Ret

orno

Tempo

N

M

Correlação negativamente Perfeita

Reto

rno

Tempo

N

M

( 34 )

Onde:

ρi,j= coeficiente de correlação;

Ri = retorno esperado do ativo i;

i = retorno médio do ativo i;

Rj = retorno esperado do ativo j;

j = retorno médio do ativo j;

σi ,σj = desvio- padrão de cada ativo;

n = número de resultados considerados;

O resultado dessa equação está entre -1 à +1,quando o resultado encontrado for

0 isso significa que não existe relação entre os ativos analisados. Porém, quando for +1

a correlação positivamente perfeita e se for -1 a correlação negativamente perfeita como

é representado graficamente pelo Gitman et al (2003).

Gráfico 8: Correlação positiva

Fonte: Gitman & Madura (2003)

Um portfolio que contém apenas títulos perfeitamente correlacionados que

apresentam os mesmos retornos e desvio-padrão, e por consequência, o mesmo risco

(Lemes Júnior et al, 2010). “Uma carteira perfeita e positivamente correlacionada pode

gerar altos lucros e também elevados prejuízos” (Assaf Neto et al; 2009, pág. 424).

Na carteira perfeitamente e negativamente correlacionada, ocorre a eliminação

total do risco para aquela composição, sendo os resultados desfavoráveis verificados em

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alguns ativos serão compensados pelo desempenho positivo de outros assim mantendo a

média de retorno. (Groppelli et al, 2006).

Se fosse possível encontrar um conjunto de ações cuja correlação fosse

negativamente perfeita, todo risco diversificável poderia ser eliminado. No mundo real

apenas consegue-se minimizar este risco através da diversificação da carteira para que a

mesma chegue o mais próximo de -1 (Brigham et al, 2006).

Para melhor compreensão uma tabela elaborada por Gitman e Madura (2003):

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RETORNOS, VALORES ESPERADOS E DESVIOS-PADRÃO PREVISTOS PARA ATIVOS

X, Y E Z E PARA AS CARTEIRAS XY E XZ

Ativos

Carteiras

Ano X Y Z (50%X+50%Y) (50%X+50%Y)

2002 8% 16% 8% 12% 8%

2003 10 14 10 12 10

2004 12 12 12 12 12

2005 14 10 14 12 14

2006 16 8 16 12 16

Dados estatísticos:

Valor esperado 12% 12% 12% 12% 12%

Desvio-padrão 3,16% 3,16% 3,16% 0% 3,16%

*A carteira XY, que consiste em 50% do ativo X e 50% do ativo Y, ilustra a correlação

negativamente perfeita, porque essas duas séries de retorno se comportam de maneira completamente

oposta no período de cinco anos. Seus valores de retorno são calculados como mostra a tabela a seguir.

Retorno previsto

Cálculo do

retorno da

carteira

Retorno

esperado da

carteira Kp Ativo X Ativo Y

Ano (1) (2) (3) (4)

2002 8% 16% (0,50X8%)+

(0,50x16%)= 12%

2003 10 14 (0,50X10%)+

(0,50x14%)= 12

2004 12 12 (0,50X12%)+

(0,50x12%)= 12

2005 14 10 (0,50X14%)+

(0,50x10%)= 12

2006 16 8 (0,50X16%)+

(0,50x8%)= 12

**A carteira XZ , que consiste em 50% do ativo X e 50% do ativo, ilustra a correlação

positivamente perfeita, porque essas duas séries de retorno se comportam identicamente no período de

cinco anos. Seus valores de retorno são calculados usando-se o mesmo método demonstrado na nota

acima para a carteira XY.

***Uma vez que as possibilidades associadas com os retornos não são dadas, a equação

geral é usada para calcular os valores esperados, como demonstrado abaixo para carteira XY.

A mesma fórmula é aplicada para encontrar o valor esperado de retorno para os ativo X, Y e

Z e a carteira XZ.

A mesma fórmula é aplicada para encontrar o desvio-padrão de retornos para ativos X, Y e

Z e para a carteira XZ.

Uma vez que as possibilidades associadas com os retornos não são dadas, a equação geral é usada

para calcular os valores esperados, como demonstrado abaixo para carteira XY.3

Tabela 5 : Exemplo de diversificação de ativos de diferentes graus de correlação.

Fonte: Gitman & Madura (2003)

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46

2.4 Pesquisa Operacional

2.4.1 Pesquisa Operacional

A origem da Pesquisa Operacional, conforme Moreira (2010) pode ser

encontrada há quase 70 anos: aparentemente, o termo Pesquisa Operacional foi cunhado

ainda em 1938, para descrever o uso de cientistas na análise de situações militares.

Esse período corresponde ao da Segunda Guerra Mundial, por causa dos gastos

da guerra, havia uma necessidade constante de se alocar de forma eficiente os escassos

recursos para operações militares e às atividades dentro de cada operação. Para

solucionar esses problemas os comandos militares, britânico e norte-americano,

reuniram um grupo de grandes cientistas para aplicar uma abordagem científica a

problemas estratégicos e táticos (Hillier et al, 2010).

Após o fim da guerra, houve um grande crescimento industrial que se deparava

com problemas causados pela crescente complexidade das organizações. Os cientistas,

como grandes observadores, conseguiram perceber que, de alguma maneira, os

problemas das empresas tinham diversos pontos em comum aos já solucionados por

eles, apenas o contexto que os diferenciavam. Tanto que em 1948, o Massachusetts

Institute of Technology (MIT) dos Estados Unidos instituiu o primeiro programa formal

de estudos de Pesquisa Operacional para campos não militares (Moreira, 2010).

No início dos anos 1950, os pesquisadores já haviam implementado a pesquisa

operacional em uma diversidade de organizações nos setores comercial, industrial e

governamental (Hillier et al, 2010). Os autores Moreira (2010) e Hillier et al (2010)

definem que, os dois principais fatores para disseminação da pesquisa operacional

naquela época foram: a melhoria da técnica com importantes avanços para formulação

dos problemas e a impressionante evolução e popularização da computação.

A INFORMS (Institute for Operations Researchand Management Sciences)

define a pesquisa operacional e ciências de administração como disciplinas que tratam

da aplicação da tecnologia da informação para tomada de decisão (Arenales et al.,

2007).

O Brasil conta com a Sociedade Brasileira de Pesquisa Operacional

(SOBRAPO) que foi fundada em 1969, após a realização, em 1968, do I Simpósio de

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47

Pesquisa Operacional, realizado no ITA (Instituto Tecnológico e Aeronáutica), em São

José dos Campos, São Paulo. Desde então, tem reunido a grande maioria dos

profissionais da Pesquisa Operacional no Brasil, tanto nas universidades como nas

empresas e em órgãos públicos diversos, sejam eles federais, estaduais ou municipais.

A SOBRAPO é filiada a IFORS (International Federation of Operational

Research Societies) e ALIO (Associacin Latino-Ibero-Americana de Investigacin

Operativa), por meio delas e das publicações internacionais da especialidade, mantém

contato com o mundo em geral, ajudando a divulgar em congressos e revistas a

produção científica dos pesquisadores brasileiros. Além de ter sido aceito, em 2007,

como membro da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).

A SOBRAPO (2013) define pesquisa operacional como uma ciência aplicada,

voltada para a resolução de problemas reais. Tendo como foco a tomada de decisões,

essa aplica conceitos e métodos de várias áreas científicas na concepção, planejamento

ou operação de sistemas. A Pesquisa Operacional é usada para avaliar linhas de ação

alternativas e encontrar as soluções que melhor servem aos objetivos dos indivíduos ou

organizações.

Os modelos matemáticos são inseparáveis da Pesquisa Operacional, aplicando-

os para representar de forma a evidenciar os eventos que compõem o problema que se

busca solução. Através de desenvolvimentos de base quantitativa, SOBRAPO (2013), a

pesquisa operacional visa também introduzir elementos de objetividade e racionalidade

nos processos de tomada de decisão, sem descuidar, no entanto, dos elementos

subjetivos e de enquadramento organizacional que caracterizam os problemas.

Além disso, Arenales et al (2007, pág. 04) comenta que o “modelo matemático

é uma representação simplificada (abstração) do problema real”, e também que “a

pesquisa operacional e, em particular, a programação matemática tratam de

problemas de decisão e faz uso de modelos matemáticos que procuram representar (em

certo sentido, imitar) o problema real”. E ainda, Colin (2007), define como sendo uma

representação simplificada do comportamento da realidade, expressa na forma de

equações matemáticas, que serve para simular a realidade.

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48

Figura 2: Processo de Modelagem

Fonte: Arenales et al; (2007, Pág. 04)

Como os modelos são inseparáveis da pesquisa operacional Taha (2008, pág.

02) apresenta como geral o seguinte:

Figura 3: Condição de restrições

Fonte: Taha (2008, pág. 02)

A sua primeira parte é composta pela função objetiva definida por Colin(2007,

pág. 06) “é a função matemática que representa o principal objetivo do tomador de

decisão”. Podendo ser de dois tipos: ou minimização ou maximização. A fórmula

representativa da mesma de acordo com Lachtermacher (2007) é a que se segue:

( 35 )

Na prática essa função representa o que a empresa deseja alcançar com a

utilização da pesquisa operacional, podendo ser de minimização custos de produção,

tempo de transporte, número de processos etc., ou maximização dos retornos, a

quantidade produzida ou transportada etc.

A segunda parte do modelo geral é onde se encontra as descrições dos aspectos

fixados para obtenção da primeira parte. Para Colin (2007) as restrições são regras que

Maximizar ou minimizar função objetiva

Sujeito a:

Restrições

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49

dizem o que podemos (ou não) fazer e/ou quais são as limitações dos recursos ou das

atividades que estão associados ao modelo. Entretanto, para Moreira (2010) restrições

dizem respeito à escassez de recursos, e a limites impostos sobre nossas ações na

tentativa de maximizar ou minimizar a função objetiva e são expressas na forma de

equações ou inequações matemáticas:

{

}

{

}

{

}

( 36 )

Compor um modelo geral nem sempre é fácil, pois o mesmo pode conter

inúmeras restrições, desta forma a observação e a formulação do problema estão entre

os mais importantes passos da solução de uma questão de pesquisas operacional

(Moreira, 2010). Taha (2008) é mais enfático quando denota que a modelagem

matemática é pedra fundamental da pesquisa operacional.

Após a elaboração de um modelo o próximo passo é resolvê-lo, para então

obter uma solução. Essa última é dividida em três classes por Taha (2008) e Colin

(2007) que são: viável, é aquela que satisfaz todas as restrições; inviável, os valores de

decisão fazem com que pelo menos uma das restrições não seja atendida; e ótima, onde

além de ser viável, o resultado representará o melhor valor da função objetiva, sendo o

maior valor dentre todos os existentes no caso da maximização e menor valor no caso

da minimização.

A pesquisa operacional pode ser aplicada a problemas que envolva como se

conduz e coordena operações (atividades) em uma organização (Hillier et al, 2010).

Conforme Taha (2008, pág. 02) “em pesquisa operacional, não temos uma única

técnica para resolver todos os modelos matemáticos que podem surgir na prática. Em

vez disso, o tipo e a complexidade do modelo matemático é que determinam a natureza

do método da solução”.

As ferramentas para obtenção de um resultado na pesquisa operacional são

muitas, algumas dessas são citadas por Taha (2008, pág. 02):

A técnica mais utilizada de pesquisa operacional é a programação linear. Ela

é aplicada a modelos cujas funções objetivas e restrições são lineares. Outras

técnicas são a programação inteira (na qual as variáveis assumem valores

inteiros), a programação dinâmica (na qual o modelo original pode ser

decomposto em subproblemas mais fáceis de tratar), a otimização de redes

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50

(na qual o problema pode ser modelado como uma rede) e a programação não

linear (na qual as funções do modelo são lineares).

Uma ferramenta de grande relevância utilizada tanto no mundo acadêmico

como nas práticas empresarias é a programação linear que será tratada no item a seguir.

2.4.2 Programação linear

A programação linear como já citado anteriormente é o método mais utilizado

em pesquisa operacional, tanto que boa parte da computação científica que é

desenvolvida para manipulação e resolução de questões empenha se no uso deste tipo de

programação.

Como sendo um subcampo da pesquisa operacional, trabalhar-se-á com

recursos escassos necessários para realizar determinada atividade, definindo a

quantidade que poderá ser utilizada por cada restrição de maneira a melhor atender a

função objetiva (Hillier et al, 2010).

Para descrição do problema de programação são utilizados modelos

matemáticos, que dá sentido ao nome, pois tanto a expressão que forma a função

objetiva, quanto às restrições, são expressas linearmente, ou seja, todas as variáveis

aparecem com expoente igual a um.

Função linear é explicada por Colin (2007, pág.06):“Uma função

) das variáveis é uma função linear se for do tipo

, sendo valores

constantes”.Uma inequação linear também atendem os requisitos desse tipo de

programação é representada pelo mesmo autor (2007, pág.06) “Para qualquer b e uma

função linear ), define-se uma inequação linear como as inequações do

tipo e ”.

Os autores Colin (2007), Hillier et al (2010), Moreira (2010) e Taha (2008) em

suas obras consegue-se observar que o modelo de progressão linear está fundamentado

sobre três pilares: parâmetros (são valores pré-fixados pelo modelo, não podendo ser

alterados), variáveis de decisão (grandezas que podem assumir diversos valores,

podendo ser alteradas) e função objetiva (descreve o que se quer alcançar pode ser

minimizar ou maximizar).

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51

Há quatro características que são de suma importância às questões de

programação linear representada por Colin (2007) na figura abaixo:

Figura 4: Suposições da programação linear

Fonte: Colin (2007 pág. 07)

Porém Taha (2008) em sua obra leva em consideração apenas três suposições

que são: Proporcionalidade, aditividade e certeza. Para melhor compreensão utilizar-se-

á os quatros pontos da figura 4.

Proporcionalidade se faz necessária para que a contribuição de cada variável de

decisão, seja diretamente proporcional ao valor da variável, ela é levada em conta tanto

para função objetiva quanto para restrições do modelo. O ponto da aditividade indica

que as interações entre as variáveis seja sempre a soma ou a subtração direta, mas nunca

outras operações matemáticas.

Certeza: todos os coeficientes da função objetivo e das restrições do modelo

de programação linear são determinístico, o que significa que são constantes

conhecidas - uma ocorrência rara na vida real, na qual o mais provável é que

os dados sejam representados por distribuições de probabilidade. (Taha,

2008, pág. 07)

Divisibilidade de acordo com Colin (2007, pág.07) “indica que as variáveis

podem ter valores fracionados, ou seja, as variáveis podem ser divididas em qualquer

nível fracional”.

Após uma breve explicação do é que essencial para compreensão da

programação linear a sua modelagem básica é representada segundo Hillier et al (2010)

da seguinte maneira:

,

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( 37 )

Sujeita às restrições

{

( 38 )

e

( 39 )

Sendo:

Z = valor da medida de desempenho global

= nível de atividade j (para j = 1,2, ..., n)

= incremento em Z que resultaria de cada incremento unitário no nível de atividade j

= quantidade em Z do recurso i que se encontra disponível para alocação em

atividades (para i = 1, 2, ..., m)

= quantidade do recurso i consumido por unidade de atividade j.

Devido a complexidade envolvida na resolução de equações e inequações dos

modelos de pesquisa operacional se faz presente utilização de programas

computacionais para se chegar ao resultado almejado.

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53

2.4.3 Programas utilizados para resolução de problemas

Com a evolução da computação nas últimas décadas, ocasionou o

desenvolvimento de inúmeros softwares que segundo Turban et al (2007) é um

programa ou conjunto de programas que permite que os dispositivos físicos do

computador processem os dados. Para esse trabalho o processamento de dados para

resolução de problemas que envolvem pesquisa operacional.

Como os modelos típicos de programação linear podem envolver milhares de

variáveis e restrições, realmente a única maneira viável de resolvê-los é através do uso

de computadores e suas ferramentas (Taha, 2008).

Os sistemas são baseados em modelos computacionais que é entendido por

Lachtermacher (2007, pág.1) como sendo “um conjunto de relações matemáticas e

hipóteses lógicas, implementadas em computador de forma a representar um problema

real de tomada de decisão”. Quanto maior e mais complexo o problema a ser analisado

pelo tomador de decisão maior será as vantagens em relação a tempo e confiabilidade

gerada por um modelo computacional.

Existe uma infinidade de softwares que resolvem problemas de programação

linear, mas para os nossos objetivos podemos considerar dois grandes grupos:

os de grande flexibilidade, utilizados como suplementos de planilhas

eletrônicas, e os de baixa flexibilidade, representando todos os outros. (Colin;

2007, pág.44)

O LINDO (Linear, Interative, Discrete Optimizer) um software desenvolvido

pela Lindo Systems que pode ser obtido uma versão limitada e gratuita na página Web

da própria empresa (www.lindo.com). Este sofware é interativo para resolução

problemas de Progração Linear, Programação Inteira e também Programação

Quadrática (Lachtermacher, 2007).

O sistema Lindo se popularizou, pois, foi projetado para ser fácil de ser usado e

aprendido por tomadores de decisão. Este software permite que seja introduzido um

modelo de maneira algébrica direta, mas se faz necessário o conhecimento de como

lançar os dados do problema a atender as exigências do sistema, para que o mesmo o

resolva e gere um relatório da solução.

Um outro software que é utilizado para resolução de problemas de pesquisa

operacional é o MPL (Mathematical Programming Languagem, ou seja, Linguagem de

Programação Matemática), que foi produzido pela Maximal Software, Inc.e uma versão

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educacional pode ser adquirida através do site maximal.software.com (Hillier et al,

2005)

O diferencial do MPL é sua capacidade de trabalhar diretamente tanto com

dados no formato denso quanto no formato esparso. Segundo Hillier et al (2010, pág. 74

e 75) os dois formatos são explicados de seguinte maneira:

“(...)O formato denso, o arquivo conterá uma entrada para cada possível

combinação dos índices sobre os quais os dados cobrem.(...) No formato

denso, o arquivo contará uma entrada para cada combinação de uma fábrica,

uma máquina e um produto.(...)A porcetagem de entradas em formato denso

que são não-zero são conhecidas como densidade do conjunto de dados. Na

prática, é mais comum para conjuntos de dados grandes apresentar uma

densidade abaixo de 5% e ela frequentemente se encontra abaixo de 1%.

Conjuntos de dados com densidades tão baixas são designados esparsos. Em

tais, situações, é mais eficiente usar um arquivo de dados no formato esparso.

Nesse formato, apenas os valores não-zero (e uma identificação dos valores-

índice aos quais eles se referem) são introduzidos no arquivo de dados.

Geralmente, os dados são lidos no formato esparsos de um arquivo de texto

ou bando de dados corporativos. A capacidade de manipular eficientimente

conjuntos de dados esparsos e um segredo para ser bem-sucedido na

formulação e solução de modelos de otimização em grande escala(...).”

O Solver criado pela empresa Frontline Systems, Inc., que é um suplemento

encontrado no pacote office da Microsoft, mas especificamente no Excel, utiliza de

planilhas eletrônicas sendo assim um software de grande flexibilidade. Colin em seu

livro Pesquisa Operacional: 170 aplicações em estratégia, finanças, logística, produção,

marketing e vendas oferece algumas recomendações sobre quando usar ou não planilhas

eletrônicas que são as seguintes (2007, pág. 45):

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Figura 5: Quando usar ou não planilha

Fonte: Colin (2007,pág. 45)

Para utilizar o Solver o primeiro passo é ter o programa excel, como já citado

anteriormente faz parte pacote office da Microsoft, porém, o aplicativo não está incluso

na versãostarter. O passo a passo para fazer a instalação no office 2007 em português é

o seguinte:

Figura 6: Menu Opções

Fonte: Elaboração Própria (2013)

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Figura 7: Guia suplementos

Fonte: Elaboração Própria (2013)

Figura 8: Menu Suplementos

Fonte: Elaboração Própria (2013)

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Figura 9: Página de instalação

Fonte: Elaboração Própria (2013)

O próximo passo diz a respeito a organização das células das planilhas do excel

que discrevem o problema, pois isso fará toda a diferença. Com o Solver a planilha é o

meio de entrada e saída para a Programação Linear.

Agora deve-se ativar a ferramenta Solver do Excel que poder ser visualizado

como realizar na figura com o mesmo nome e número 10, ao clicar com o botão

esquerdo do mouse abrirá a janela de parâmetro que é a Figura 11 que será preenchida

com basicamente quatro informações: 1- função objetivo, 2 – definição do tipo da

função objetivo, 3- as variáveis de decisão e 4- restrições do problema.

Figura 10: Ferramenta Solver do Excel

Fonte: Elaboração Própria (2013)

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Figura 11: Parâmetro do Solver

Fonte: Elaboração Própria (2013)

Definir célula de destino que é apresentada na Figura 11 pelo número 1 na

prática representa a função objetivo, como citada anteriormente corresponde aoprincipal

objetivo do tomador de decisão. O número 2 contido na mesma figura tem relação direta

com a função objetivo, pois define de que tipo será a função (maximizar ou minimizar).

O número 3 que corresponde a células de variáveis. Neste campo serão

inseridas as células que representarão as variáveis de decisão. O número 4 como o

próprio nome já diz é reservada para submeter às restrições dos problemas, na prática

são as limitações dos recursos ou das atividades que estão associados ao modelo.

Depois de preencher corretamente a janela dos Parâmetros do Solver (Figura

11) com os dados da planilha que representa o problema que será resolvido pelo

software, clicar com o botão esquerdo do mouse sobre botão Opções que abrirá a janela

opções do solver representada na Figura 12.

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Figura 12: Opções do Solver

Fonte: Elaboração Própria (2013)

Segundo Hillier et al (2010, pág.68) a janela Opções do Solver é:

“(...) Um caixa de diálogo permite que especifiquemos uma série de opções

sobre como o problema será resolvido. As mais importantes delas são as

opções Presumir modelo linear e Presumir não negatividade. Certifique-se de

que ambas as opções estejam marcadas como indicado na figura 12. Isso

informa ao Solver que se trata de um problema de programação linear e que

são necessárias restrições de não negatividade para que as células variáveis

rejeitem as taxas negativas de produção. No que tange às demais opções,

aceitar os valores-padrão expostos na figura normalmente é adequado para

problemas pequenos (...)”. Adaptação para Office 2007

Depois de selecionar na janela Opções do Solver tudo que é necessário para

traduzir os objetivos que deseja alcançar. Clicar sobre o botão OK, retornando se para

janela Parâmetro do Solver. Agora clicar sobre Resolver, após alguns segundos o Solver

indicará o resultado. Normalmente ele indicará que encontrou uma solução ótima como

é representado pela

Figura 14. Se o modelo por algum motivo não possuir soluções viáveis ou nenhuma

solução o solver abrirá a janela Resultado Solver como é representado na

Figura 13.

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Figura 13: Resultado com erro

Fonte: Elaboração Própria (2013)

Figura 14: Solução ótima

Fonte: Elaboração Própria (2013)

Na janela Resultados do Solver da figura número

Figura 14 além de poder optar por manter a solução do Solver ou restaurar valores

originais pode-se também gerar até três relatórios de saídas que são: Resposta,

Sensibilidade e Limites. O relatório sistematiza e consolida as informações referentes à

função objetivo, variáveis e restrições.

Após marcar a opção manter solução do Solver ou restaurar valores originais

na caixa Resultados do Solver e se desejar marcar alguma ou todos os três tipos de

relatórios disponíveis clicar em OK para obter as respostas selecionadas. O(s)

relatório(s) estará disponível em uma nova planilha na parte inferior da tela. Para

melhor compreensão observar a Figura 15.

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Figura 15: Relatórios Solver

Fonte: Elaboração Própria (2013)

O Solver será o software utilizado para manipular os dados desta pesquisa por

esse motivo foi mais detalhado nessa secção.

2.4.4 Análise Relacional Grey

A análise relacional grey (GRA) consiste em uma metodologia que busca o nível

de similaridade e variabilidade entre fatores com bases distintas para estabelecer sua

relação. Esse método sugere como fazer previsões e tomar decisões (BONANOMI et al,

2010). Este é utilizado para determinar o grau de relacionamento entre uma observação

referencial com observações levantadas, objetivando estabelecer um grau de

proximidade com o estado meta (COSTA et al, 2010).

Para utilização do cálculo de coeficiente relacional grey deve haver uma

similaridade e variabilidade mínima entre os fatores para estabelecer uma relação. Para

então iniciar a análise através da normalização dos dados de forma que todos os itens

fiquem em uma escala comum entre 0 e 1, isso é executado com as fórmulas que se

seguem extraídas de Leal Jr. et al (2005):

1.Quanto maior melhor

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( 40 )

2. Quanto menor melhor

( 41 )

Depois de elaborar a normalização de todos os dados, faz se os cálculos de

coeficientes relacionais grey através da fórmula:

| |

| |

| |

( 42 )

Sendo que є [0,1], mas de forma geral o valor é 0,5, pois, não influencia a

ordem final das séries, desta forma é útil apenas para discriminar os elementos da série

(DENG, 1989). Os valores encontrados no γ (coeficiente relacional grey) serão iguais

ou menores do que 1 de forma que quanto mais próximo de 1 melhor, pois o mesmo

relaciona a série comparativa com a série padrão. Isso significa maior similaridade.

Após estabelecer os coeficientes relacionais grey calcular-se-á os graus de

relacionamento que se trata de uma média aritmética simples dos coeficientes para cada

alternativa conforme vê-se na equação abaixo (PRAZERES et al, 2010):

( 43 )

O grau acima “indica a magnitude da correlação, ou similaridade, medida entre a

comparação das sequências (ou seja, cada fator da série), e a sequência de referência”,

isso conforme com BONANOMI et al (2010). De um modo geral é difícil o acesso aos

valores dos pesos, o que faz com que o grau de relacionamento seja estabelecido a partir

de uma média aritmética entre os coeficientes relacionais de cada atributo da série.

Vale ressaltar que sendo o grau de relacionamento grey expresso com valores entre 0 e

1, quanto maior o grau , mais próximo estará a série comparativa da série padrão

(GARCIA et al, 2013).

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63

No caso desta pesquisa, esse modelo será utilizado para ranquear as empresas

com base nos resultados de diferentes índices financeiros que demonstram a situação

vigente da instituição a qual se analisa.

A tabela de Eliane Bischoff, como se segue, expõe de maneira sucinta o conceito

teórico da analise relacional grey.

TABELA DE SINTESE DA ANÁLISE RELACIONAL GREY

VANTAGEM DESVANTAGEM CLASSIFICAÇÃO UTILIZAÇÃO DESCRIÇÃO

É utilizado para

analisar o grau

relacional de muitas

sequências discretas

e selecionar a

melhor.

Evita os defeitos

inerentes dos

métodos estatísticos

convencionais.

Necessita

somente de uma

quantidade limitada

de dados (entradas

multi-dados, dados

discretos e dados

insuficientes) para

estimar o

comportamento de

um sistema incerto.

A distribuição de

dados deve ser

típica.

Poucos fatores

são permitidos e

podem ser

expressos

funcionalmente.

Modelo analítico Método de

classificação Utiliza a

informação do

sistema Grey para

comparar

dinamicamente

cada fator

quantitativamente.

Baseado no nível de

similaridade e

variabilidade entre

todos os fatores

para estabelecer a

sua relação.

É um método

para analisar o grau

relacional para

sequências

discretas.

Tabela 6: Síntese da análise relacional grey

Fonte: Eliane Bischoff (2008) Adaptado.

2.5 Utilização de pesquisa operacional para montagem de carteira de

acordo com Harry Markowitz

Harry Markowitz, nascido em 1927, publicou em março de 1952 seu trabalho

que aplica técnica matemáticas e estatísticas para resolver o problema de composição da

melhor carteira possível, isso causou uma revolução no campo da economia e finanças.

Pois seu estudo foi o primeiro a analisar o risco de maneira quantitativa, que até então

era avaliado apenas qualitativamente. Porém o reconhecimento da técnica só veio bem

mais tarde na década de 1990, quando ganhou o Prêmio Nobel de economia.

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No mercado de capitais é comum avaliar resultados passados como parâmetros

de escolha dos novos ativos a investir na crença de um bom desempenho futuro, o

estudo de Harry Markowitz caminha por esse pensamento (1952):

O processo de seleção de uma carteira pode ser dividida em duas etapas. A

primeira etapa começa com a observação e experiência e termina com

crenças sobre as futuras performances de títulos disponíveis. A segunda etapa

inicia-se com as crenças relevantes sobre desempenhos futuros e termina com

a escolha de uma carteira. (tradução livre3)

O estudo de Markowitz dá ênfase na segunda etapa citada anteriormente, ele

desenvolve por meio dessa premissa um modelo matemático com base na diversificação

de carteira. Ele parte da premissa que a variância da carteira depende da covariância

entre os títulos que a compõe, a qual por sua vez depende da correlação entre os ativos.

Para compor um portfolio bem diversificado não se faz necessário um conjunto

infinito de ativos. Pelo contrario, de acordo com Gitman et al (2005, pág. 151) “em

média, a maior parte dos benefícios de diversificação, em termo de redução de risco,

pode ser obtida formando-se carteiras que contenham de oito a 15 títulos

selecionados”.

Assim sendo, a composição de carteira é uma combinação de ativos e retorno

previstos calculado a partir dos pesos de cada um deles. Um exemplo simples é dado

por Markowitz (1952, pág. 89) diz que:

uma carteira com sessenta diferentes títulos de transporte ferroviário, por

exemplo, não seria tão bem diversificado como o mesmo tamanho da carteira

compostos por estradas, utilidade pública, mineração e vários tipos de

fábricas. A razão é que geralmente, é mais provável, que as empresas do

mesmo setor irão mal,ao mesmo tempo em que as empresas de setores

diversos. (tradução livre)4

Matematicamente essas relações podem ser analisadas através da covariância

existente entre os itens que estão contidos no portfolio. Sendo melhor explicado por

Tosta de Sá (1999, pág. 58) “Quanto menor a covariância entre os retornos dos dois

títulos, menor o risco da carteira e, mais, quando a covariância for negativa o risco da

carteira será menor que a média ponderada do risco de cada um dos títulos que a

3“The process of selecting a portfolio maybe divided into two stages. The first stage starts with

observation and experience and end swith beliefs about the future performances of available securities.

The seconds stage starts with the relevant beliefs about future performances and end swith the choice of

portfolio”. (Markowitz, 1952, pág. 77) 4“A portfolio with sixty diferents railway securities, for example, would not be as well diversified as the

same size portfolio with some railroad, some publicutility, mining, various sort of manufacturing, etc. The

reason is that it is generally more likely for firm swith in the same industry to do poorly at the same time

than for firms in dissimilar industries”. (Markowitz, 1952, pág. 89)

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compõem”. Essa segunda parte é o grande segredo proposto por Harry para uma

diversificação eficiente.

Um conjunto de diversificações eficiente forma uma Fronteira de Eficiência e

sua representação gráfica é composta por dois eixos o do risco e o do retorno. Esse é um

passo importante para analise de investimentos, porém não permite concluir qual deve

ser a porcentagem de recurso que deve ser alocado em cada título. De acordo com

Pereira et al (2007, pág. 03) “a fronteira de eficiência aponta as melhores alternativas de

combinação de investimento, mas nada diz sobre qual combinação ou qual carteira

deverá ser escolhida. Sem informações adicionais (...), a posição ótima permanece

indefinida”. O gráfico elaborador por Bruni et al (2009, pág. 69) é inserido a baixo para

facilitar a compreensão.

Gráfico 9: Fronteira de eficiência

Fonte: Adaptado de Bruni et al (2009, pág. 69)

Observando o gráfico acima todos os pontos representam carteiras, porém, os

portfolios que estão sobre a linha são diversificações eficientes levando em

consideração um determinado risco. Uma linha é composta por infinitos pontos e na

fronteira de eficiência isso também é verídico, assim todos os pontos que a compõem

que estão acima do ponto 1 representam carteiras eficientes.

Para resolver o problema de combinação ou portfolio a ser escolhido pelo

investidor,Markowitz utiliza pesquisa operacional, seu modelo não se enquadra em uma

programação linear, pois sua função objetiva não atende uma das quatro características

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desse tipo de programação mais especificamente a aditividade. Desta forma problema

utiliza-se de programação não linear quadrática como instrumento matemático para

modelar suas ideias e oferecer um método poderoso de otimização da solução do

problema.

No método de programação não linear as funções usadas para descrever o

problema, função objetivo e/ou restrições possuem pelo menos uma relação não linear

entre as variáveis (Colin, 2007). Uma função não linear pode ser composta por

multiplicação de duas incógnitas, ou então, uma ou mais incógnitas que estejam

elevadas, ou seja, algo que componha a equação e quando representada graficamente

não gere uma reta linear.

No caso de problema de programação não linear quadrática, utilizado por

Markowitz, possuem restrições lineares, no entanto, agora a função objetivo f(x)deve ser

quadrática. Sendo assim, algum dos termos na função objetivo envolve o quadrado de

uma variável básica ou o produto de duas variáveis (Colin, 2007).

O modelo básico de Markowitz pode ser dado por:

Função Objetivo

∑∑

( 44 )

Sujeito a

( 45 )

( 46 )

( 47 )

e

( 48 )

Onde:

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67

= Covariância entre o par de ativos se (i) diferente (j) e variância se (i) igual

a (j)5

Wi, Wj, = representa a proporção do capital total investido no ativo;

Rj = retorno esperado do ativo j;

L = retorno mínimo esperado aceitável;

Pj = preço para cada cota da ação j;

B = o volume de dinheiro previsto para a carteira;

n = número total de ativos que compõem a carteira;

Este cálculo leva em consideração a minimização do risco, considerando uma

rentabilidade mínima a ser obtida. Assim o resultado obtido revelará o ponto ótimo da

Fronteira Eficiente que seria o ponto da curva onde estariam focalizados todos os ativos

ou carteiras que possuem a melhor relação risco-retorno, ou considerando-se um dado

retorno, o risco é mínimo, conforme é ilustrado na combinação de duas ações

(Xsupertech e Xslowpoke).

5 ∑ ( – )

( )

(Colin, 2007)

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68

Gráfico 10: Fronteira eficiente a melhor composição

Fonte: Ross et al. (2002)

A decisão do investidor é baseada na análise de risco-retorno, o risco sendo

entendido como variação dos retornos esperados, e o retorno sendo

associados a probabilidades de ocorrência. Em outras palavras: a utilidade

do investidor é função do valor esperado da riqueza e de seu desvio-padrão.

O primeiro fator deve ser maximizado e o segundo, minimizado. A variação

dos retornos entendida como risco, pode ser evitada pelo investidor quando

ele opta por papéis com reduzida covariância; o que é mais difícil evitar é a

variação dos retornos médios do mercado (Lemes Junior et al, 2010).

Assim, uma vez apreciado os índices de risco e retornos, é possível encontrar

diversas carteiras alterando-se somente os valores que são investidos em cada ação que

compõem o portfólio. Podendo desta forma a técnica ser utilizada para auxiliar grandes,

médios ou pequenos investidores na hora de decidir pela diversificação.

Slowpoke

1’1

MV

2

Xsupertech = 60%Xslowpoke = 40%

3Supertech

11,5 25,86

5,5

17,5

Desvio-padrãoDo retornoDa carteira (%)

Retorno esperadoDa carteira (%)

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69

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Neste trabalho busca-se realizar uma análise de todas as informações relevantes

sobre o tema apresentado, a fim de conseguir responder o problema de elaboração de

uma carteira menos arriscada em um momento de grande instabilidade. Para tal foi

necessário à utilização de dados primários e secundários.

Deseja-se em uma pesquisa científica que a mesma preencha os seguintes

requisitos: “a) a existência de uma pergunta que se deseja responder; b) a elaboração

de um conjunto de passos que permitam chegar à resposta; c) a indicação do grau de

confiabilidade na resposta obtida” (GOLDEMBERG, 1999, p.106). Partindo desse

pensamento, alcançou-se correlações em respostas aos três pontos levantados: a

pergunta – de que modo elaborar uma carteira com menor risco possível, enfatizando a

teoria de Markowitz?; o caminho – métodos majoritariamente quantitativos utilizadas

ao longo da pesquisa; e a verificação acerca da confiabilidade da pesquisa – resultados e

comparações após as análises.

Segundo Richardson o método quantitativo, (1999, p.70), “caracteriza-se pelo

emprego da quantificação tanto nas modalidades de coleta de informações quanto no

tratamento delas por meio de técnicas estatísticas, das mais simples [...] às mais

complexas[...]”, e para Marconi et al (2011, p. 287) seu enfoque “vale-se do

levantamento de dados para provar hipóteses baseadas na medida numérica e da análise

estatística para estabelecer padrões de comportamento. Ele procura principalmente a

expansão dos dados, ou seja, a informação.”

Para APPOLINÁRIO (2012) a estatística pode ser utilizada para dois fins

básicos: descrever dados e testar hipóteses. Nesse estudo optou-se pela estatística

descritiva,

“que representa o conjunto de técnicas que têm por finalidade descrever,

resumir, totalizar e apresentar graficamente dados de pesquisa. Nesse sentido,

toda pesquisa de caráter preponderantemente quantitativo (seja ela descritiva

ou experimental, com quaisquer delineamentos) fará uso dessa modalidade da

estatística”.

Fazem parte dessa modalidade:

a) Distribuições de frequência: Trata-se de uma técnica que permite a

organização e visualização dos dados de acordo com a ocorrência de

diferentes resultados observados (...).

b) Medidas de tendência central: São valores típicos ou representativos

em uma distribuição de dados. As medidas de tendência central mais

utilizadas são a média, a mediana e a moda (...).

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70

c) Medidas de dispersão: Quando observamos um conjunto dados,

verificamos que eles se distribuem ao redor de uma média. Quanto mais

próximos dessa média os valores estiverem, mais homogênea será a amostra,

ou seja, menor a dispersão dos dados. As duas principais medidas de

dispersão de uma amostra são a variância e o desvio-padrão (...).

d) Correlações: Pode ser investigar a existência de relações entre as

diversas variáveis de uma pesquisa. A técnica estatística apropriada para esse

tipo de operação é genericamente denominada de correlação. Há vários

coeficientes de correlação disponíveis para uso em pesquisas, dependendo de

cada situação (...).

e) Representações gráficas: Nas pesquisa em geral, principalmente na

seção Resultados, pode ser útil algum tipo de representação gráfica para

facilitar a visualização de determinado aspecto que desejamos demonstrar

(...).

(APPOLINÁRIO, 2012 p. 150 – 153 e 155)

O primeiro passo foi à busca por referencial teórico, para que se conseguisse

dar suporte ao trabalho, e em seguida outra no BM&FBOVESPA das ações que irão

compor a carteira, para só então utilizar do método de pesquisa de natureza aplicada,

pois o estudo usa inúmeras ações comercializadas na Bolsa de Valores de São Paulo.

Natureza que é atribuída, por analisar a aderência do método de Markowitz utilizado na

seleção de ativos.

Neste caso o recurso para a organização dos dados serão as planilhas do Excel

processadas pelo Solver baseando-se no modelo desenvolvido por Harry Markowitz, de

minimização dos riscos associados às carteiras de investimento, e assim chegar ao

resultado almejado.

No fluxograma abaixo encontra se uma representação gráfica de como ocorreu o

processo metodológico dessa pesquisa:

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71

Figura 16: Fluxograma do procedimento metodológico

Fonte: Elaboração própria (2013)

Início

Verificação das ações que

compõe o Ibovespa.

Pesquisa de notícias de

perspectiva econômica.

Realização do cálculo do Beta

de cada papel.

Beta menor que 1?Descarta

a ação.Não

Continua no processo de

seleção da carteira.

Sim

Cálculo dos índices de cada

empresa.

Análise e avaliação dos

índices.

Ação contém algum

indicador financeiro

(índice) negativo?

Descarta a ação.

Sim

Realiza análise relacional grey

com as ações restantes.

Não

Tabulação dos

resultados em

ordem crescente.

Ação está entre as trinta

primeiras?

Descarta

a ação.Não

Da primeira a trigésima

continua no processo de

seleção da carteira.

Desenvolve análise gráfica.

Escolha quinze ações

no vale ou próximo.

Organizar as quinze ações no

solver para que obtenha o

percentual a ser investido em

cada.

Analisa os resultados obtidos

na planilha do solver.

Confrontar a carteira

elaborada no trabalho com as

de setores específicos

oferecida pelos bancos.

Recomendar a carteira que

demonstrar melhores

resultados.

Término do procedimento

metodológico.

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72

Teve início a seleção da carteira do índice Bovespa, pois o mesmo leva em

consideração o volume de negociação e outros quesitos descritos anteriormente na seção

3.1.2. Fez-se necessário esta etapa, devido o mercado de ações brasileiro

(BMF&Bovespa) ser composto por aproximadamente 353 empresas, assim ao utilizar o

Ibovespa reduz-se o campo de pesquisa para 72 papéis distintos, listados na tabela

abaixo:

EMPRESAS QUE COMPÕE O ÍNDICE BOVESPA

EMPRESA CÓDIGO

DA AÇÃO CLASSIFICAÇÃO RAMO DE ATUAÇÃO

USIMINAS USIM3 ON N1 Materiais Básicos / Siderurgia e Metalurgia /

Siderurgia

V-AGRO VAGR3 ON NM

Produção E Comércio de Produtos Vegetais

(Soja, Milho E Algodão) - Industrialização E

Comércio de Biocombustíveis. Óleo Vegetal E

Subprodutos

TRAN PAULIST TRPL4 PN N1 Utilidade Pública / Energia Elétrica / Energia

Elétrica

MMX MINER MMXM3 ON NM Mineração de Minério de Ferro

OI OIBR3 ON N1 Telecomunicações / Telefonia Fixa / Telefonia

Fixa

B2W DIGITAL BTOW3 ON NM

Comércio Varejista E Atacadista em Geral de

Quaisquer Bens E Serviços Através de

Diversos Meios. em Especial Da Internet. Sem

Restrição A Outros Meios.

COPEL CPLE6 PNB N1 Utilidade Pública / Energia Elétrica / Energia

Elétrica

LIGHT S/A LIGT3 ON NM Utilidade Pública / Energia Elétrica / Energia

Elétrica

CPFL ENERGIA CPFE3 ON NM Utilidade Pública / Energia Elétrica / Energia

Elétrica

CESP CESP6 PNB N1 Utilidade Pública / Energia Elétrica / Energia

Elétrica

LLX LOG LLXL3 ON ES NM Atuação No Setor de Logísitica Portuária

BROOKFIELD BISA3 ON NM Construção e Transporte / Construção e

Engenharia / Construção Civil

GERDAU MET GOAU4 PN N1 Materiais Básicos / Siderurgia e Metalurgia /

Siderurgia

MARFRIG MRFG3 ON NM Consumo não Cíclico / Alimentos Processados

/ Carnes e Derivados

ANHANGUERA AEDU3 ON NM Consumo Cíclico / Diversos / Serviços

Educacionais

ALL AMER LAT ALLL3 ON NM Construção e Transporte / Transporte /

Transporte Ferroviário

KROTON KROT3 ON NM Consumo Cíclico / Diversos / Serviços

Educacionais

DASA DASA3 ON NM Análises Clínicas E Medicina Diagnóstica

SOUZA CRUZ CRUZ3 ON Consumo não Cíclico / Fumo / Cigarros e

Fumo

ELETROPAULO ELPL4 PN N2 Utilidade Pública / Energia Elétrica / Energia

Elétrica

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73

DURATEX DTEX3 ON NM Materiais Básicos / Madeira e Papel / Madeira

EMBRAER EMBR3 ON NM Produção de Aeronaves

LOCALIZA RENT3 ON NM Consumo Cíclico / Diversos / Aluguel de

carros

BRADESPAR BRAP4 PN N1 Financeiro e Outros / Holdings Diversificadas /

Holdings Diversificadas

ENERGIAS BR ENBR3 ON NM Utilidade Pública / Energia Elétrica / Energia

Elétrica

KLABIN S/A KLBN4 PN N1 Materiais Básicos / Madeira e Papel / Papel e

Celulose

COSAN CSAN3 ON NM Consumo não Cíclico / Alimentos Processados

/ Açúcar e Alcool

BR PROPERT BRPR3 ON NM Financeiro e Outros / Exploração de Imóveis /

Exploração de Imóveis

GOL GOLL4 PN N2 Construção e Transporte / Transporte /

Transporte Aéreo

FIBRIA FIBR3 ON NM Materiais Básicos / Madeira e Papel / Papel e

Celulose

BRASKEM BRKM5 PNA N1 Materiais Básicos / Químicos / Petroquímicos

ULTRAPAR UGPA3 ON NM Distribuição de Combustíveis. Químicos E

Armazenagem Para Granéis Líquidos

ELETROBRAS ELET3 ON N1 Utilidade Pública / Energia Elétrica

CETIP CTIP3 ON NM Sociedade Administradora de Mercados de

Balcão Organizados.

SUZANO PAPEL SUZB5 PNA N1 Indústria E Comércio de Papel E Celulose

ELETROBRAS ELET6 PNB N1 Utilidade Pública / Energia Elétrica / Energia

Elétrica

P.ACUCAR-CBD PCAR4 PN N1 Comércio Varejista/Consumo não Cíclico /

Comércio e Distribuição / Alimentos

TELEF BRASIL VIVT4 PN Telecomunicações / Telefonia Fixa / Telefonia

Fixa

SABESP SBSP3 ON NM Utilidade Pública / Água e Saneamento / Água

e Saneamento

LOJAS AMERIC LAME4 PN

Comércio em Geral. Inclusive Supermercado E

Lanchonete. Lojas de Conveniência. No

Varejo E No Atacado. Através de Lojas E

Depósitos. de Quaisquer Mercadorias. Bem

Como A Realização de Serviços./Consumo

Cíclico / Comércio / Produtos Diversos

BRADESCO BBDC3 ON N1 Financeiro e Outros / Intermediários

Financeiros / Bancos

ROSSI RESID RSID3 ON NM Construção e Transporte / Construção e

Engenharia / Construção Civil

JBS JBSS3 ON NM Consumo não Cíclico / Alimentos Processados

/ Carnes e Derivados

LOJAS RENNER LREN3 ON NM Loja de Departamentos (comércio Varejista)

NATURA NATU3 ON NM Comércio Atacadista de Comércio E Produtos

de Perfumaria

SANTANDER BR SANB11 UNT N2

Banco Múltiplo Com Carteira

Comercial/Financeiro e Outros / Intermediários

Financeiros / Bancos

Continuação da Tabela Empresas que compõem o índice Bovespa

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74

CYRELA REALT CYRE3 ON NM

Incorporação Imobiliária/Construção e

Transporte / Construção e Engenharia /

Construção Civil

TIM PART S/A TIMP3 ON NM Telecomunicações / Telefonia Móvel /

Telefonia móvel

BRF AS BRFS3 ON NM Holding Operacional/Consumo não Cíclico /

Alimentos Processados / Carnes e Derivados

MRV MRVE3 ON NM Atividades de Incorporação E Construção

atividades de Logística

OI OIBR4 PN N1 Telecomunicações / Telefonia Fixa / Telefonia

Fixa

HYPERMARCAS HYPE3 ON NM

Produção E Venda de Bens de Consumo E

Medicamentos/Consumo não Cíclico /

Diversos / Produtos Diversos

GAFISA GFSA3 ON NM Construção e Transporte / Construção e

Engenharia / Construção Civil

CCR AS CCRO3 ON NM

Prestadora de Serviços Públicos. Via

Concessão. Nas Áreas de Rodoviária.

Metroviária. Inspeção Veicular E

Aeroportuária.

AMBEV AMBV4 PN

Fabricação E Distribuição de Cervejas.

Refrigerantes E Bebidas Não Carbonatadas E

Não Alcoólicas.

BR MALLS PAR BRML3 ON NM Holding/Financeiro e Outros / Exploração de

Imóveis / Exploração de Imóveis

CIELO CIEL3 ON NM

Empresa Prestadora de Serviços de

Adquirência E Meios de Pagamento.

Financeiro e Outros / Serviços Financeiros

Diversos / Serviços Financeiros Diversos

CEMIG CMIG4 PN N1

Concessionária de Serviço Público de Energia

Elétrica. Utilidade Pública / Energia Elétrica /

Energia Elétrica

PDG REALT PDGR3 ON NM

Participação em Sociedades Atuantes No Setor

Imobiliário Construção e Transporte /

Construção e Engenharia / Construção Civil

USIMINAS USIM5 PNA N1

Venda de Produtos Siderúrgicos. Como

Chapas Grossas. Laminados A Quente. A Frio.

Placas. Galvanizados. Entre Outros.

SID NACIONAL CSNA3 ON

A Companhia Siderúrgica Nacional Atua Nos

Setores de Mineração. Siderurgia. Logística.

Cimento E Energia.

GERDAU GGBR4 PN N1 Participação E Administração Materiais

Básicos / Siderurgia e Metalurgia / Siderurgia

VALE VALE3 ON EDJ N1 Mineração

PETROBRAS PETR3 ON Petróleo. Gás E Energia

ITAU S/A ITSA4 PN N1 Financeiro e Outros / Intermediários

Financeiros / Bancos

BMFBOVESPA BVMF3 ON NM Financeiro e Outros / Serviços Financeiros

Diversos / Serviços Financeiros Diversos

BRASIL BBAS3 ON NM Financeiro e Outros / Intermediários

Financeiros / Bancos

Continuação da Tabela Empresas que compõem o índice Bovespa

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75

BRADESCO BBDC4 PN N1 Financeiro e Outros / Intermediários

Financeiros / Bancos

ITAUUNIBANCO ITUB4 PN N1 Financeiro e Outros / Intermediários

Financeiros / Bancos

OGX PETROLEO OGXP3 ON NM

Petróleo. Gás e Biocombustíveis / Petróleo.

Gás e Biocombustíveis / Exploração e/ou

Refino

PETROBRAS PETR4 PN Petróleo, gás e energia

VALE VALE5 PNA EDJ N1 Mineração

Tabela 7: Empresas que compõem o índice Bovespa

Fonte: Ibovespa (2013)

Após conhecer as ações que seriam analisadas para compor o portfolio, que

tem como objetivo central reduzir o risco por meio de uma eficiência da diversificação

da carteira (Assaf Neto, 2011), pesquisou-se notícias sobre previsões da situação

econômica nacional e internacional e as perspectivas para o mercado de capitais. Uma

síntese do que foi encontrado está contido na tabela a seguir:

Data Por Síntese

20/fev Felipe Moreno

SÃO PAULO

Para Art Hogan, o mercado norte americano pode cair tudo o que ganhou

em 2013, jogando pressão negativa para bolsa brasileira e tornando o

"sequestro" o principal motivo para a queda do mercado acionário nos

próximos meses. Com a bolsa já em queda no Brasil, uma notícia externa

dessas pode novamente prejudicar a economia nacional.

14/fev Lara Rizério

SÃO PAULO

Com queda consolidada, Ibovespa tenta se manter acima dos 58.000

pontos. As perdas foram mais aprofundadas no início da sessão, com os

dados da Europa mostrando um aprofundamento da recessão da zona do

Euro. Por outro lado, os números de pedidos de auxílio desemprego nos

EUA contribuíram para amenizar as perdas do índice, mas não foi

suficiente para que ele saísse do negativo.

14/fev Reuters

BERLIN / PARIS

As duas maiores economias da Europa, Alemanha e França encolheram

muito nos últimos três meses de 2012, sugerindo que na zona do euro

aprofundou recessão, a primeira retraiu-se 0,6% pior desempenho desde o

auge da crise financeira global em 2009. Já a França registrou retração de

0,3%, também pior que as expectativas.

22/fev Felipe Moreno

SÃO PAULO

Dennis Gartman, escritor da famosa The Gartman Letter, alertou os

investidores em entrevista à CNBC nesta quinta-feira: uma queda mais

agressiva virá no mercado acionário nos próximos dias. Neste momento, o

ideal é guardar dinheiro para comprar mais ações na frente, quando elas

estiverem em patamares mais interessantes.

02/fev Reuters

LONDRES

O PMI (Índice de Gerentes de Compras na sigla em inglês) composto

compilado pelo Markit, que avalia a atividade empresarial em milhares de

empresas e é visto como uma boa medida de crescimento, subiu em janeiro

para uma máxima de 10 meses de 48,6 ante 47,2 em dezembro - uma

melhora ante a leitura preliminar de 48,2.

15/fev

Gabriella

D'Andréa

SÃO PAULO

O governo tem sido criticado por parte do mercado por conta das

intervenções em setores da economia, que afetam o desempenho de

empresas de capital aberto na bolsa de valores.

Continuação da Tabela Empresas que compõem o índice Bovespa

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76

13/fev Agência Brasil

BRASÍLIA

Um dos instrumentos usados pelo BC para influenciar a atividade

econômica e calibrar a inflação é a taxa básica de juros, a Selic. Para as

instituições financeiras, em 2013, essa taxa deve permanecer em 7,25% ao

ano. Para 2014, a expectativa é que o BC eleve a taxa, que deve encerrar o

período em 8,25% ao ano.

13/fev Agência Brasil

BRASÍLIA

Analistas de instituições financeiras consultados pelo Banco Central (BC)

ajustaram a projeção para o crescimento da economia este ano de 3,10%

para 3,09%. A estimativa para a expansão da produção industrial passou

de 3,17% para 3,10%, este ano, e permanece em 3,70%, em 2014.

17/fev Felipe Moreno

SÃO PAULO

O Initial Claims, que mede o número de pedidos de auxílio-desemprego,

caiu de 368 mil para 366 mil na última semana - menor do que a queda

estimada, para 360 mil. Já a produtividade da indústria norte-americana

caiu 2% em janeiro, maior do que a queda de 1,2% estimada. O mercado

também reflete o fim da reunião do BCE (Banco Central Europeu), que

manteve os juros inalterados e destacou que avaliará o andamento da

economia.

06/fev

Rodrigo Tolotti

Umpieres

SÃO PAULO

Janeiro foi bastante volátil para a bolsa brasileira: após um começo

positivo, o Ibovespa consolidou suas perdas na segunda metade do mês

encerrando tendo recuado 1,95%.

06/fev Lara Rizério

SÃO PAULO

Com as blue chips se destacando novamente no campo negativo nesta

quarta-feira, o Ibovespa se consolidou no vermelho. Às 17h00 (horário de

Brasília), o índice registrava perdas de 1,07%, aos 58.806 pontos,

caminhando para o menor patamar desde o dia 7 de dezembro, quando o

benchmark da bolsa fechou aos 58.487 pontos.

04/fev Paula Barra

SÃO PAULO

Durante o período de divulgação de balanços, um mar de projeções toma

conta do noticiário, e o Ibovespa normalmente dança ao som da música,

cambaleando entre resultados dentro e fora do esperado. É difícil apontar

uma fórmula para esse período, mas o que os analistas recomendam

principalmente é: cautela - tanto para a leitura de projeções quanto para

investir. "Esse período [de temporada] aumenta bruscamente a volatilidade

da bolsa, tornando muito complicado escolher uma ação para investir. É

importante acompanhar de perto o noticiário e conhecer bem as empresas

na qual fará sua aposta", disse Clodoir Vieira, analista-chefe da Souza

Barros

01/fev Felipe Moreno

SÃO PAULO

A BM&FBovespa possui 353 empresas listadas atualmente. A criação de

um mercado de capitais salutar é condição praticamente necessária para o

crescimento de uma economia capitalista. E é em criar essas condições que

o PAC-PME (Programa de Aceleração de Crescimento para Pequenas e

Médias Empresas) tem se dedicado, provendo o dinamismo necessário

para a economia brasileira crescer. Zabisky afirma que medidas do PAC-

PME fariam 750 novas empresas listarem suas ações na Bovespa nos

próximos cinco anos, levantando cerca de R$ 90 bilhões em investimentos

privados, que seriam reinvestidos na economia, fortalecendo o crescimento

nacional.

20/fev Lara Rizério

SÃO PAULO

De acordo com o economista, o Brasil enfrenta um problema inflacionário,

oriundo principalmente do mercado de trabalho, em meio à baixa taxa de

desemprego no País de dois anos para cá. Com isso, está o ritmo de

crescimento dos salários, que vem sido muito acima da produtividade e

acaba se refletindo em maiores custos. Na avaliação de Schwartsman, a

inflação não apresenta tendência à estabilidade e ainda por cima corre um

sério risco que ela comece a apresentar uma aceleração gradual nos

próximos anos. Sobre a atuação do BNDES (Banco Nacional de

Desenvolvimento Econômico e Social), o economista ressalta a falha de

mercado existente no Brasil, após um período de ausência de crédito de

longo prazo ligado a um período de hiperinflação muito longa. Com isso, o

BNDES entrou para cumprir a lacuna do mercado, mas que mata os

mecanismos de longo prazo em períodos de maior estabilidade econômica.

Continuação Tabela de Notícias 1

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21/fev Reuters

WASHINGTON

O FMI informou que a atividade econômica em todo o mundo estava ainda

lento, apesar de a confiança do mercado financeiro ter melhorado.

Segundo o Fundo, a consolidação fiscal nas economias avançadas, onde os

governos estão lutando para impulsionar o crescimento, deve avançar a um

ritmo "gradual e sustentado". Nas economias emergentes, o FMI advertiu

que o crescimento esperado mais fraco poderia forçar cortes em

investimentos e saídas de capital, reduzindo o crescimento de curto prazo.

22/fev

Carolina

Gasparini

SÃO PAULO

Brasil ocupa o 3º lugar em ranking de IPOs (Oferta Pública de Ações, na

sigla em inglês) na percepção de investidores. “Os resultados (da

pesquisa) derrubam o mito de que investidores institucionais não apoiam o

mercado de IPOs. Não apenas houve um aumento significativo do

interesse em 2012, como também a expectativa para 2013 e 2014 é que o

cenário positivo para os investimentos se mantenha”, afirma André Viola

Ferreira, sócio-líder para Mercados Estratégicos da Ernst & Young Terco.

Apesar da forte confiança de Ferreira nos mercados de rápido crescimento,

a pesquisa mostra que os investidores ainda consideram esses mercados

mais arriscados e caros, com precificação mais alta.

22/fev Reuters

BRUXELAS

A economia do bloco de 17 países, que gera quase um quinto da riqueza

global, irá encolher 0,3 por cento em 2013, disse a Comissão, o que

significa que a zona do euro permanecerá na sua segunda recessão desde

2009 por um tempo maior do que o previsto originalmente.

22/fev Felipe Moreno

SÃO PAULO

Dennis Gartman destaca que o movimento dos mercados na véspera foi

muito chamativo, e na opinião do trader profissional pouco tiveram a ver

com a ata da última reunião do Fomc. Neste momento, o ideal é guardar

dinheiro para comprar mais ações na frente, quando elas estiverem em

patamares mais interessantes.

22/fev Reuters

SÃO PAULO

A presidente Dilma Rousseff disse nesta sexta-feira durante visita à África

que os países em desenvolvimento tornaram-se essenciais para a economia

mundial, em meio à crise que atinge principalmente a Europa. "O mundo

em desenvolvimento tornou-se vital para a economia global, e já responde

por mais da metade do crescimento econômico e mais de 40 por cento do

investimento, em escala mundial", afirmou a presidente.

25/fev Reuters

ATENAS

A economia da Grécia vai continuar encolhendo este ano mas deve

começar a se recuperar em 2014, disse o presidente do banco central,

George Provopoulos, pedindo que o governo mantenha suas reformas e

metas fiscais. O BC manteve sua previsão de uma contração de 4,5 por

cento na atividade econômica nacional este ano, em linha com projeções

do governo e da Comissão da União Européia.

28/fev Felipe Moreno

SÃO PAULO

"A facilidade para entrar no mercado de capitais é tido como a razão de

sucesso dos EUA."diz Paulo Roberto Feldmann. Para ele um empresário

como Bill Gates provavelmente não teria tido sucesso se fosse brasileiro,

não seria tão rico. "É um vexame a pouca importância que o brasileiro dá à

bolsa, ao mercado de capitais", ressalta. Para ele, fortalecer a economia

nacional precisa, necessariamente, do facilitamento do acesso das

pequenas e médias empresas ao mercado de capitais - e por isso, a

Fecomércio optou por aderir ao PAC-PME (Programa de Aceleração

Crescimento - Pequenas e Médias Empresas).

28/fev Reuters

SÃO PAULO

O governo de Dilma Rousseff tem tido muitas dificuldades para ressuscitar

o crescimento da economia. Pior, agora enfrenta a alta da inflação, que já

superou 6 por cento no acumulado em 12 meses e ameaça superar o teto da

meta do Banco Central, de 4,5 por cento mais 2 pontos percentuais. Uma

das razões para inflação no Brasil são os gastos públicos, de acordo com

economistas e o próprio BC, que considera a atual política fiscal

"expansionista".

Continuação Tabela de Notícias 1

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78

04/mar Lara Rizério

SÃO PAULO

Analista norte-americano diz que mercado vive um "limbo"; índices nos

EUA subiram mesmo com fracasso em chegar a acordo, o que indica que

investidores estão subestimando consequências. Em maio, os EUA podem

atingir novamente o seu limite de endividamento, mas o mesmo parece

agir como se o problema da dívida e do déficit não existisse, avalia a

CNBC. Isto acaba prejudicando o mercado no longo prazo, uma vez que o

que realmente deveria ser feito tiraria os efeitos altistas no prazo mais

curto, aponta Krosby. Começaram os sinais de preocupação do mercado,

como ressalta o estrategista do Citigroup, Tobias Levkovich, que, apesar

da visão de longo prazo otimista, a situação de curto prazo pode se

deteriorar devido à instabilidade política. Com isso, a chance de maior

volatilidade dos mercados aumenta.

04/mar Fernando Ladeira

SÃO PAULO

recai sobre o mercado chinês, onde o índice Shanghai Composite

despencou 3,67% ante novas medidas do governo local para frear o setor

imobiliário do país. No cenário norte-americano, o pacote

de cortes de gastos automáticos entrou em vigor no dia 08/03. É

importante notar, também, que as ações do setor de mineração registram

fortes perdas após o anúncio das novas medidas na China. As ações da

BHP Billiton mostram queda de 1,95%, enquanto as da Rio Tinto perdem

3,43% e as da Anglo American, 3,03%.

06/mar Felipe Moreno

SÃO PAULO

O otimismo com a superação das máximas do Dow Jones traz forças para

o mercado acionário, inclusive no Brasil, mesmo que pelos motivos

errados. Para Michael Gayed, esse é o mesmo que ocorre hoje em dia com

as bolsas: elas ignoram os fatores baixistas para o mercado, como a

concentração das altas em alguns setores "errados", a fraqueza do mercado

de títulos de dívida, das ações cíclicas e das small-caps de alto risco.

"Além disso, o dólar está muito forte e as commodities estão fracas. Essas

coisas são gorilas invisíveis na nossa frente, que estamos ignorando",

alerta. "Esses gorilas invisíveis não são vistos pelos novos touros

(otimistas), mas certamente os ursos (pessimistas) de cabelo branco já

estão de olho", finaliza o gestor.

06/mar Felipe Moreno

SÃO PAULO

A política fiscal do governo de Barack Obama e as novas regras em

relação à necessidade do pagamento de seguro-saúde por parte dos

empregadores estão prejudicando a economia norte-americana, sobretudo

em relação aos gastos privados e novas contratações, mostrou o Livro

Bege do Federal Reserve.

08/mar Felipe Moreno

SÃO PAULO

Na avaliação de Alex Agostini, economista-chefe da Austinating, políticas

de curto prazo são responsáveis por desempenho fraco da economia. A

economia brasileira cresceu apenas 0,9% em 2012, com uma inflação

bastante próxima do teto da meta do Banco Central. A economia brasileira

enfrenta um grande dilema: com inflação alta e crescimento baixo. Há

motivos para breve otimismo: ele destaca que a economia desacelerou e

acomodou-se em um nível de baixo crescimento, mas ainda não está

completamente estagnada. Mesmo que haja uma retomada, o crescimento

brasileiro é mais fraco perto dos outros emergentes, como China, Índia e a

maioria dos países latino americanos - avalia Alex Agostini.

13/mar Fernando Ladeira

SÃO PAULO

Restrições ao setor imobiliário preocupam os chineses; na Europa, Itália se

destaca entre as quedas, com alta nos custos de dívida e piora na produção

industrial na zona do euro. O destaque negativo fica para a China, onde o

índice Shanghai Composite encerrou o seu quinto pregão seguido no

negativo, na mínima em dois meses. Na Europa e nos EUA o dia também

é de queda. O destaque negativo no Velho Continente fica para o índice

FTSE MIB, que segue as negociações na Itália e que cai 1,36%. Nos EUA,

os contratos futuros sugerem uma manhã com perdas ao redor de 0,15%.

Continuação Tabela de Notícias 1

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15/mar

Rodrigo Tolotti

Umpieres

SÃO PAULO

No Brasil, as atenções seguem com a inflação. Após a reunião do Copom

(Comitê de Política Monetária) e a divulgação da ata do encontro,

investidores passam a crer em altas para a taxa Selic, que segue em sua

mínima de 7,25% ao ano. Nos EUA o chamado "sequestro" é um corte de

gastos automático de US$ 85 bilhões. Clodoir Vieira acredita que o evento

é importante e que deve gerar um movimento no mercado, mas suas reais

consequências devem ser sentidas mais no futuro.

15/mar Reuters

SÃO PAULO

A presidente Dilma Rousseff defendeu nesta sexta-feira que as agências

reguladoras sejam mais profissionalizadas e tenham menos interferência

política para que sejam mais eficientes. "É fundamental que as agências

sejam profissionalizadas cada vez mais, que elas tenham menos

interferência política", disse a presidente a jornalistas depois de evento no

Palácio do Planalto.

19/mar Felipe Moreno

SÃO PAULO

Chipre anuncia que precisaria de um resgate, contaminando as bolsas

internacionais com pessimismo nos dois pregões desta semana. A notícia

ajuda a lembrar que no continente europeu, ainda existe uma crise que está

longe de ser resolvida, mas que havia sendo ignorada pelo mercado de

maneira sistemática nos últimos meses. Dificilmente alguém ficaria de

olho na situação do Chipre, não só devido ao seu pequeno tamanho em

relação aos outros países do continente, mas também pelo fato das outras

economias maiores que apresentavam problemas na zona do euro - Grécia,

Espanha, Itália e Portugal - já mostrarem certa melhora nos últimos meses

- pelo menos no quesito confiança dos investidores. Com a aparição do

Chipre, a cautela deve voltar a tomar conta do mercado.

19/mar Felipe Moreno

SÃO PAULO

Sandy Jadeja, estrategista na gestora SignalPro, alerta em entrevista à

CNBC que a situação do mercado acionário agora apresenta "extremas

similaridades" com o ciclo visto em decorrência do crash da bolsa em

1929. Para ele, os investidores devem ficar de fora do mercado - já que

uma correção é muito provável nos próximos anos. Embora não espere

uma queda de 30% a 40%, como ocorreu na década de 1930, Jadeja

recomenda que os investidores fiquem de fora do mercado, aguardando.

19/mar

João Sandrini

Equipe

InfoMoney

SÃO PAULO

O economista J.R. Mendonça de Barros prevê mais um ano de crescimento

fraco do PIB e aponta os problemas a serem resolvidos. Três fatores

prejudicaram a economia em 2012 e vão continuar a puxar o PIB para

baixo neste ano: 1) Um crescimento global baixo, sem grandes avanços na

Europa, nos Estados Unidos e na China e ainda com a possibilidade de um

“default” da dívida na Argentina; 2) Um consumidor brasileiro já sem

capacidade para se endividar mais e carregar o PIB; e 3) A redução

generalizada dos investimentos. O mesmo acha que o governo está sem

estratégia. Tem propostas aqui e ali, mas a estratégia não está clara, tanto

que na própria reação ao agravamento da crise internacional, o governo só

repetiu as políticas de 2009, tardando a perceber que a mesma mágica já

não funcionaria, porque agora as pessoas estão endividadas. Segundo

Barros, "A primeira coisa que nos tira a competitividade é o excesso de

impostos. Não dá para pensar em melhorar a competitividade sem mexer

nisso."

22/mar

Rodrigo Tolotti

Umpieres

SÃO PAULO

Logo no início desta semana, notícias vindas da Europa geraram fortes

tensões nos mercados mundiais. O pedido de resgate feito pelo Chipre

criou um novo temor sobre a zona do euro e colaborou para que o

Ibovespa, que já passa por um momento negativo, acumulasse queda de

2,86% na semana, fechando aos 55.243 pontos. Mais para o término da

semana, o BC divulga a nota de política fiscal, e de acordo com o

economista, o governo deve mostrar uma aceitação por um superávit

primário menor para

conseguir um aumento da atividade econômica.

Tabela 8: Notícias 1

Fonte: Infomoney (2013)

Continuação Tabela de Notícias 1

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Com as leituras percebeu-se que o país e o mundo passarão ainda por um ano

de dificuldades, com poucas perspectivas de melhora e com uma realidade de recessão.

Portanto, é necessária bastante cautela para investir em um mercado volátil como o de

capitais. Essas notícias serviram como base de análise do mercado que são de extrema

importância para classificação do próximo passo, que é o cálculo do beta (β). Esse tem

três bases para sua interpretação que é explicado na citação de Megliorini et al (2009,

pág. 85):

Se o coeficiente beta de uma ação for igual a um, seus retornos se

movimentam na mesma direção que os da Carteira de Ativos do

Mercado, uma vez que seus respectivos riscos sistemáticos serão os

mesmo.

Se o coeficiente beta de uma ação for maior que um, seus retornos

esperados variarão mais que os da Carteira de Ativos do Mercado,

pois seu risco sistemático será maior que o da carteira.

Se o coeficiente beta de uma ação for menor que um, seus retornos

esperados variarão menos que os da Carteira de Ativos do Mercado,

pois seu risco sistemático será menor que o da carteira.

No movimento cotidiano quando beta igual a 1 ele é considerado neutro, sendo

desejado quando as expectativas em relação ao mercado é que o mesmo se mantenha

constante, ou seja, de maneira sucinta uma situação economicamente estável com

poucas oscilações. Na situação onde β é maior do que 1, a ação é considerada agressiva

em relação ao mercado, valor almejado quando existem indícios de um crescimento

neste mercado e também na economia, que o afeta de maneira direta ou indireta. A

terceira e mais importante para essa pesquisa, são as que o beta é menor do que 1, tal é

classificado como defensivo, valor buscado em momentos de recessão e de pouco

crescimento econômico.

As notícias do início do ano refletem um cenário ainda afetado pela crise de

2008, com grandes incertezas econômicas, que devido à globalização afeta o mercado

nacional e internacional. Com isso esse estudo opta por ações defensivas que possuem

betas menores do 1, que representa uma estratégia de caráter mais conservador, porém,

ideal para atual situação econômica global.

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ORDEM EMPRESA CÓDIGO

DA AÇÃO BETA

CLASSIFICAÇÃO EM

RELAÇÃO AO BETA

1 OGX PETROLEO OGXP3 3,57 AÇÃO AGRESSIVA

2 MMX MINER MMXM3 2,61 AÇÃO AGRESSIVA

3 LLX LOG LLXL3 2,43 AÇÃO AGRESSIVA

4 GAFISA GFSA3 1,71 AÇÃO AGRESSIVA

5 USIMINAS USIM3 1,64 AÇÃO AGRESSIVA

6 PDG REALT PDGR3 1,61 AÇÃO AGRESSIVA

7 ROSSI RESID RSID3 1,59 AÇÃO AGRESSIVA

8 BROOKFIELD BISA3 1,56 AÇÃO AGRESSIVA

9 USIMINAS USIM5 1,47 AÇÃO AGRESSIVA

10 ELETROBRAS ELET3 1,39 AÇÃO AGRESSIVA

11 B2W DIGITAL BTOW3 1,38 AÇÃO AGRESSIVA

12 GOL GOLL4 1,37 AÇÃO AGRESSIVA

13 MRV MRVE3 1,37 AÇÃO AGRESSIVA

14 OI OIBR3 1,36 AÇÃO AGRESSIVA

15 SID NACIONAL CSNA3 1,28 AÇÃO AGRESSIVA

16 PETROBRAS PETR3 1,26 AÇÃO AGRESSIVA

17 ELETROPAULO ELPL4 1,18 AÇÃO AGRESSIVA

18 OI OIBR4 1,14 AÇÃO AGRESSIVA

19 BRADESPAR BRAP4 1,13 AÇÃO AGRESSIVA

20 PETROBRAS PETR4 1,12 AÇÃO AGRESSIVA

21 VALE VALE3 1,06 AÇÃO AGRESSIVA

22 VALE VALE5 1,06 AÇÃO AGRESSIVA

23 LIGHT S/A LIGT3 0,94 AÇÃO DEFENSIVA

24 ELETROBRAS ELET6 0,92 AÇÃO DEFENSIVA

25 BMFBOVESPA BVMF3 0,88 AÇÃO DEFENSIVA

26 GERDAU GGBR4 0,88 AÇÃO DEFENSIVA

27 CYRELA REALT CYRE3 0,86 AÇÃO DEFENSIVA

28 BRASKEM BRKM5 0,85 AÇÃO DEFENSIVA

29 FIBRIA FIBR3 0,85 AÇÃO DEFENSIVA

30 GERDAU MET GOAU4 0,85 AÇÃO DEFENSIVA

31 JBS JBSS3 0,82 AÇÃO DEFENSIVA

32 MARFRIG MRFG3 0,81 AÇÃO DEFENSIVA

33 COPEL CPLE6 0,8 AÇÃO DEFENSIVA

34 BRADESCO BBDC4 0,79 AÇÃO DEFENSIVA

35 ITAUUNIBANCO ITUB4 0,79 AÇÃO DEFENSIVA

36 ITAU S/A ITSA4 0,76 AÇÃO DEFENSIVA

37 BRADESCO BBDC3 0,75 AÇÃO DEFENSIVA

38 LOJAS RENNER LREN3 0,75 AÇÃO DEFENSIVA

39 SABESP SBSP3 0,75 AÇÃO DEFENSIVA

40 ENERGIAS BR ENBR3 0,71 AÇÃO DEFENSIVA

41 ALL AMER LAT ALLL3 0,7 AÇÃO DEFENSIVA

42 BR PROPERT BRPR3 0,7 AÇÃO DEFENSIVA

43 BRASIL BBAS3 0,7 AÇÃO DEFENSIVA

44 DASA DASA3 0,7 AÇÃO DEFENSIVA

45 BR MALLS PAR BRML3 0,68 AÇÃO DEFENSIVA

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82

46 CPFL ENERGIA CPFE3 0,68 AÇÃO DEFENSIVA

47 LOJAS AMERIC LAME4 0,68 AÇÃO DEFENSIVA

48 CEMIG CMIG4 0,67 AÇÃO DEFENSIVA

49 SANTANDER BR SANB11 0,67 AÇÃO DEFENSIVA

50 DURATEX DTEX3 0,65 AÇÃO DEFENSIVA

51 SUZANO PAPEL SUZB5 0,65 AÇÃO DEFENSIVA

52 TRAN PAULIST TRPL4 0,64 AÇÃO DEFENSIVA

53 TIM PART S/A TIMP3 0,63 AÇÃO DEFENSIVA

54 HYPERMARCAS HYPE3 0,62 AÇÃO DEFENSIVA

55 CESP CESP6 0,59 AÇÃO DEFENSIVA

56 LOCALIZA RENT3 0,59 AÇÃO DEFENSIVA

57 CETIP CTIP3 0,58 AÇÃO DEFENSIVA

58 KLABIN S/A KLBN4 0,58 AÇÃO DEFENSIVA

59 V-AGRO VAGR3 0,56 AÇÃO DEFENSIVA

60 CCR AS CCRO3 0,52 AÇÃO DEFENSIVA

61 COSAN CSAN3 0,49 AÇÃO DEFENSIVA

62 NATURA NATU3 0,49 AÇÃO DEFENSIVA

63 TELEF BRASIL VIVT4 0,49 AÇÃO DEFENSIVA

64 P.ACUCAR-CBD PCAR4 0,48 AÇÃO DEFENSIVA

65 EMBRAER EMBR3 0,45 AÇÃO DEFENSIVA

66 SOUZA CRUZ CRUZ3 0,44 AÇÃO DEFENSIVA

67 AMBEV AMBV4 0,41 AÇÃO DEFENSIVA

68 ULTRAPAR UGPA3 0,39 AÇÃO DEFENSIVA

69 KROTON KROT3 0,37 AÇÃO DEFENSIVA

70 CIELO CIEL3 0,36 AÇÃO DEFENSIVA

71 ANHANGUERA AEDU3 0,34 AÇÃO DEFENSIVA

72 BRF AS BRFS3 0,34 AÇÃO DEFENSIVA

Tabela 9: Cálculo do beta

Fonte: Elaboração Própria (2013)

O quadro acima contém as 72 duas ações e seus respectivos betas com as

classificações. Para esse trabalho utilizar-se-á as que possuem os betas menores do que

1, ou seja, defensivos que são a 23ª a 72ª. Para o cálculo utilizou-se a equação 31 que é

composta pela Cov( ) (covariância entre os retornos do ativo i ( ) e retorno da

carteira ( ))6 e (variância do mercado)

7. O Excel serve como ferramenta para

facilitar e agilizar o processo.

Com a filtragem realizada anteriormente, diminuiu-se 22 dois papéis reduzindo

para 50 a amplitude da pesquisa, porém ainda não é o número ideal para uma carteira.

6

(∑

); sendo retorno de mercado; retorno do ativo i; média dos

retornos; e n número de tempo a ser avaliado.

7

; sendo retorno de mercado; média do retorno de mercado; e n número de

tempo a ser avaliado.

Continuação da Tabela de Cálculo do Beta

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Assim iniciou-se a análise fundamentalista objetivando principalmente avaliar o

comportamento da empresa visando à determinação do valor da mesma. Ela parte da

gênese de que as ações têm um valor intrínseco, que lhe é próprio ou essencial,

associado com desempenho da companhia emissora e com a situação geral da economia

(Pinheiro, 2002).

Para a analise fundamentalista dos índices foram utilizadas às demonstrações

financeiras individuais das empresas que tem papéis com beta menores do que 1

(informações relativas ao exercício do ano de 2012 obtidas no site da BMF&Bovespa),

sendo necessária a conta ativo, passivo e demonstração do resultado do exercício (DRE)

para os cálculos.

A pesquisa serve-se de apenas cinco dos inúmeros índices para ter um

panorama da situação financeira da empresa, que são: liquidez corrente (LC),

endividamento geral (EG), cobertura de juros (CJ), margem de lucro líquida (MLL) e

taxa de retorno ativo total (RA). Após ser calculados foram organizados na tabela a

seguir:

EMPRESA

LIQUIDEZ

CORRENTE

(LC)

ENDIVIDAMENTO

GERAL (EG)

COBERTURA

DE JUROS

(CJ)

MARGEM

DE LUCRO

LÍQUIDA

(MLL)

TAXA DE

RETORNO

ATIVO

TOTAL (RA)

All america latina

(ALLL3) 2,97718 0,52386 2,00000 0,74284 0,02688

Ambev (AMBV4) 0,60909 0,41476 614,30639 2,12715 0,21306

Anhanguera

educacional (AEDU3) 4,07766 0,26755 3,82381 0,99876 0,05041

BMF&BOVESPA

(BVMF3) 2,40396 0,18752 16,47045 -1,83662 0,04500

BR Malls (BRML3) 0,31276 0,23744 3,77620 0,87034 0,16230

BR Properties

(BRPR3) 1,01908 0,25052 4,74947 0,82993 0,11477

Bradesco (BBDC4) 0,89059 0,91704 91,86665 1,16256 0,01348

Bradesco (BBDC3) 0,89059 0,91704 91,86665 1,16256 0,01348

BRASIL (BBAS3) 0,87376 0,93731 12,59476 -1,28802 0,01173

Braskem (BRKM5) 0,83693 0,75621 0,50902 1,06895 -0,02067

BRF AS (BRFS3) 1,09281 0,52459 1,53426 0,38064 0,02659

CCR (CCRO3) 0,59867 0,15443 24,83135 1,17203 0,29342

Cemig (CMIG4) 0,87042 0,29387 15,44056 2,01554 0,25045

Cesp energética SP

(CESP6) 0,60066 0,41504 1,53261 0,10324 0,00876

Cetip (CTIP3) 1,04533 0,45716 3,56073 0,36185 0,10468

Cielo (CIEL3) 1,39642 0,73050 32,50249 0,65959 0,27394

Copel (CPLE6) 4,72953 0,11128 6,36201 1,00797 0,05090

Cosan (CSAN3) 0,38539 0,43253 1,53737 0,63988 0,03698

CPFL energia (CPFE3) 2,94584 0,05314 34,85229 0,94193 0,16831

Cyrela (CYRE3) 0,28032 0,39188 4,17557 0,81694 0,07930

Dasa (DASA3) 2,12021 0,35765 1,48524 0,18091 0,02099

Duratex (DTEX3) 1,74684 0,41991 4,17186 0,45817 0,06627

Eletrobras (ELET6) 1,90253 0,34217 6,23859 -2,61401 -0,06746

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Embraer (EMBR3) 1,70504 0,60464 85,31808 0,28050 0,04143

Energia (ENBR3) 2,24659 0,14476 7,33873 0,93898 0,06546

Fibria celulose

(FIBR3) 0,83693 0,75621 16,47045 -0,30249 -0,02067

Gerdau (GGBR4) 1,24406 0,13834 3,73555 0,91559 0,04509

Gerdau metalurgica

(GOAU4) 0,04915 0,24670 2,56430 0,68874 0,03452

Hypermarcas (HYPE3) 2,13115 0,43404 1,32942 0,09003 0,01680

Itau (ITSA4) 0,89881 0,06060 76,93220 1,00000 0,14200

ITAU UNIBANCO

(ITUB4) 8,40893 0,18195 431,79189 1,26675 0,10294

JBS (JBSS3) 1,35293 0,42631 1,14099 0,16673 0,02001

KLABIN (KLBN4) 2,39796 0,60746 1,75672 0,47064 0,05445

Kroton educacional

(KROT3) 1,06584 0,02259 2295,33333 1,01177 0,08792

Light (LIGT3) 0,93481 0,02634 46,98699 0,98613 0,13642

Localiza (RENT3) 1,86574 0,63928 2,32119 0,49253 0,06561

Lojas americanas

(LAME4) 1,18870 0,88449 1,82364 0,17418 0,05525

Marfrig alimentos

(MRFG3) 1,42749 0,72384 0,53156 -0,18071 -0,01488

Natura (NATU3) 1,21762 0,70734 5,96070 0,22603 0,19298

Pão de açucar

(PCAR4) 0,82635 0,62153 2,19484 0,21077 0,04683

RENNER (LREN3) 1,62173 0,59019 7,08565 0,16908 0,11155

Sabesp (SBSP3) 0,88622 0,55735 4,52189 0,44591 0,07224

Santander (SANB11) 0,89888 0,86080 14,53153 0,19928 0,00673

Souza Cruz (CRUZ3) 1,42959 0,61336 9,74121 0,41022 0,26816

Suzano papel (SUZB5) 2,27042 0,56159 0,41177 -0,14260 -0,00726

Telefonica Brasil

(VIVT4) 1,10237 0,22405 7,44653 0,86193 0,07734

Tim (TIMP3) 1,16353 0,02932 178,48814 1,01343 0,10167

Tran Paulist (TRPL4) 2,10073 0,36479 4,53717 0,44666 0,10551

Ultrapar (UGPA3) 0,73805 0,15083 10,80772 0,98810 0,14332

Vanguarda agro

(VAGR3) 5,57709 0,01493 -6,46372 2,54129 -0,08469

Tabela 10: Índices financeiros

Fonte: Elaboração própria

A análise de liquidez como citado anteriormente é o grau onde se consegue

visualizar a capacidade de uma empresa de arcar com seus compromissos em

determinado momento, levando em consideração o curto prazo mediante a realização de

seus Ativos Circulantes. Quanto maior o valor obtido melhor, isso significa que o valor

que ele possui é superior ao que tem a pagar.

A cobertura de juros e o endividamento geral são dois índices que tem como

finalidade avaliar a estrutura das fontes de recurso utilizadas pelas empresas (ASSAF

NETO et al, 2011). A avaliação dos resultados destes cálculos são inversos. A cobertura

de juros quanto maior melhor, pois ele compara o que a empresa obteve de lucro antes

do juros e imposto de renda(LAJIR) ao longo do exercício com que foi gasto com

pagamento de juros no mesmo período. Já o endividamento geral quanto menor melhor

Continuação de tabela de índices financeiros

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por comparar quanto à empresa tem de dívidas e quanto ela possui de recurso para

quitá-las.

Os dois últimos índices, não menos importantes, são: margem de lucro líquida e

retorno do ativo. Ambos se enquadram na categoria lucratividade ou rentabilidade que

para Assaf Neto et al (2011, pág. 228) “ têm por objetivo avaliar os resultados

auferidos por uma empresa em relação a determinados parâmetros, que melhor

revelem suas dimensões". Para os dois quanto maior o resultado aferido melhor, pois

relacionam lucro líquido e suas fontes geradoras.

Com os índices selecionados para este trabalho consegue-se ter uma noção dos

aspectos mais relevantes sobre o comprometimento do seu patrimônio com pagamento

de juros e dívidas, o potencial das empresas de arcar com seus compromissos, e os

resultados obtidos ao longo do exercício.

Como os índices servem de termômetro da saúde financeira da empresa, um

resultado negativo em qualquer um deles é um sinal de alerta, ou seja, uma enfermidade

está presente nas finanças, algo que vai em sentido contrario ao que se deseja nesta

pesquisa, que são firmas economicamente sadias. Com isso nesse momento descartou se

as instituições que obtiveram algum valor inferior à zero, a fim de minimizar qualquer

risco relacionado à situação econômica interna da empresa e consequentemente

aumentando o nível de segurança.

As instituições que tiveram algum valor negativo foram: BMF&Bovespa

(BVMF3), Banco do Brasil (BBAS3), Braskem (BRKM5), Eletrobrás (ELET6), Fibria

Celulose (FIBR3), Marfrig Alimentos (MRFG3), Suzano Papel (SUZB5) e Vanguarda

Agro (VAGR3). Com isso a amplitude da pesquisa se tornou 42 papéis que podem ser

visualizados no quadro abaixo:

EMPRESA

LIQUIDEZ

CORRENTE

(LC)

ENDIVIDAMENTO

GERAL (EG)

COBERTURA

DE JUROS

(CJ)

MARGEM

DE LUCRO

LÍQUIDA

(MLL)

TAXA DE

RETORNO

ATIVO

TOTAL (RA)

All america latina

(ALLL3) 2,97718 0,52386 2,00000 0,74284 0,02688

Ambev (AMBV4) 0,60909 0,41476 614,30639 2,12715 0,21306

Anhanguera

educacional(AEDU3) 4,07766 0,26755 3,82381 0,99876 0,05041

BR Malls (BRML3) 0,31276 0,23744 3,77620 0,87034 0,16230

BR Properties

(BRPR3) 1,01908 0,25052 4,74947 0,82993 0,11477

Bradesco (BBDC4) 0,89059 0,91704 91,86665 1,16256 0,01348

Bradesco (BBDC3) 0,89059 0,91704 91,86665 1,16256 0,01348

BRF AS (BRFS3) 1,09281 0,52459 1,53426 0,38064 0,02659

CCR (CCRO3) 0,59867 0,15443 24,83135 1,17203 0,29342

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86

Cemig (CMIG4) 0,87042 0,29387 15,44056 2,01554 0,25045

Cesp energética SP

(CESP6) 0,60066 0,41504 1,53261 0,10324 0,00876

Cetip (CTIP3) 1,04533 0,45716 3,56073 0,36185 0,10468

Cielo (CIEL3) 1,39642 0,73050 32,50249 0,65959 0,27394

Copel (CPLE6) 4,72953 0,11128 6,36201 1,00797 0,05090

Cosan (CSAN3) 0,38539 0,43253 1,53737 0,63988 0,03698

CPFL energia (CPFE3) 2,94584 0,05314 34,85229 0,94193 0,16831

Cyrela (CYRE3) 0,28032 0,39188 4,17557 0,81694 0,07930

Dasa (DASA3) 2,12021 0,35765 1,48524 0,18091 0,02099

Duratex (DTEX3) 1,74684 0,41991 4,17186 0,45817 0,06627

Embraer (EMBR3) 1,70504 0,60464 85,31808 0,28050 0,04143

Energia (ENBR3) 2,24659 0,14476 7,33873 0,93898 0,06546

Gerdau (GGBR4) 1,24406 0,13834 3,73555 0,91559 0,04509

Gerdau metalurgica

(GOAU4) 0,04915 0,24670 2,56430 0,68874 0,03452

Hypermarcas (HYPE3) 2,13115 0,43404 1,32942 0,09003 0,01680

Itau (ITSA4) 0,89881 0,06060 76,93220 1,00000 0,14200

ITAUUNIBANCO

(ITUB4) 8,40893 0,18195 431,79189 1,26675 0,10294

JBS (JBSS3) 1,35293 0,42631 1,14099 0,16673 0,02001

KLABIN (KLBN4) 2,39796 0,60746 1,75672 0,47064 0,05445

Kroton educacional

(KROT3) 1,06584 0,02259 2295,33333 1,01177 0,08792

Light (LIGT3) 0,93481 0,02634 46,98699 0,98613 0,13642

Localiza (RENT3) 1,86574 0,63928 2,32119 0,49253 0,06561

Lojas americanas

(LAME4) 1,18870 0,88449 1,82364 0,17418 0,05525

Natura (NATU3) 1,21762 0,70734 5,96070 0,22603 0,19298

Pão de açucar

(PCAR4) 0,82635 0,62153 2,19484 0,21077 0,04683

RENNER (LREN3) 1,62173 0,59019 7,08565 0,16908 0,11155

Sabesp (SBSP3) 0,88622 0,55735 4,52189 0,44591 0,07224

Santander (SANB11) 0,89888 0,86080 14,53153 0,19928 0,00673

Souza Cruz (CRUZ3) 1,42959 0,61336 9,74121 0,41022 0,26816

Telefonica Brasil

(VIVT4) 1,10237 0,22405 7,44653 0,86193 0,07734

Tim (TIMP3) 1,16353 0,02932 178,48814 1,01343 0,10167

Tran Paulist (TRPL4) 2,10073 0,36479 4,53717 0,44666 0,10551

Ultrapar (UGPA3) 0,73805 0,15083 10,80772 0,98810 0,14332

Tabela 11: Índices Positivos

Fonte: Elaboração própria

A tabela acima trouxe um desafio para o trabalho – a necessidade de selecionar

30 das 42 ações, considerando índices de base distintas. Para solucionar o problema

utilizou-se da análise relacional grey (GRA) que consiste em uma metodologia que

busca o nível de similaridade e variabilidade entre fatores com bases distintas para

estabelecer sua relação. Esse método sugere como fazer previsões e tomar decisões

Continuação da Tabela de Índices Positivos

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87

(BONANOMI et al, 2010). Tendo decidido pelo GRA o resultado é precedido de quatro

etapas, considerando já ter planilhados os dados a ser manipulados: normalização,

matriz da diferença, coeficiente e grau de relacionamento.

Para iniciar a GRA realiza-se a normalização dos dados de acordo com as

equações 40 e 41. Apenas o índice de endividamento geral usou a equação 41. Os

demais (LC, CJ, MLL e RA) utilizaram 40. Situação ocasionada pelo fato de que o

índice EG é o único analisado em que o melhor valor é o mais baixo (desde que maior

que 0). Enquanto o calculo do endividamento subtrai do maior valor encontrado o valor

de cada um dos outros em seu dividendo, o restante subtrai o menor valor obtido em

cada uma das comparações. Através desse calculo encontramos os dados a seguir:

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88

EMPRESA L' E' C' R' F'

All america latina (ALLL3) 0,35025 0,43958 0,00037 0,32046 0,07028

Ambev (AMBV4) 0,06698 0,56155 0,26727 1,00000 0,71969

Anhanguera educacional (AEDU3) 0,48189 0,72613 0,00117 0,44609 0,15236

BR Malls (BRML3) 0,03153 0,75980 0,00115 0,38305 0,54262

BR Properties (BRPR3) 0,11602 0,74517 0,00157 0,36321 0,37683

Bradesco (BBDC4) 0,10065 0,00000 0,03955 0,52649 0,02353

Bradesco (BBDC3) 0,10065 0,00000 0,03955 0,52649 0,02353

BRF SA (BRFS3) 0,12484 0,43877 0,00017 0,14266 0,06927

CCR (CCRO3) 0,06573 0,85259 0,01033 0,53114 1,00000

Cemig (CMIG4) 0,09824 0,69671 0,00623 0,94521 0,85009

Cesp energética SP (CESP6) 0,06597 0,56124 0,00017 0,00649 0,00708

Cetip (CTIP3) 0,11916 0,51414 0,00105 0,13344 0,34166

Cielo (CIEL3) 0,16116 0,20856 0,01367 0,27959 0,93203

Copel (CPLE6) 0,55987 0,90084 0,00228 0,45061 0,15408

Cosan (CSAN3) 0,04022 0,54168 0,00017 0,26992 0,10550

CPFL energia (CPFE3) 0,34650 0,96584 0,01469 0,41819 0,56360

Cyrela (CYRE3) 0,02765 0,58714 0,00132 0,35683 0,25313

Dasa (DASA3) 0,24774 0,62540 0,00015 0,04462 0,04974

Duratex (DTEX3) 0,20308 0,55580 0,00132 0,18071 0,20768

Embraer (EMBR3) 0,19808 0,34927 0,03669 0,09350 0,12103

Energia (ENBR3) 0,26286 0,86341 0,00270 0,41674 0,20486

Gerdau (GGBR4) 0,14294 0,87059 0,00113 0,40526 0,13378

Gerdau metalurgica (GOAU4) 0,00000 0,74944 0,00062 0,29390 0,09694

Hypermarcas (HYPE3) 0,24905 0,54000 0,00008 0,00000 0,03513

Itau (ITSA4) 0,10164 0,95750 0,03304 0,44670 0,47184

ITAUUNIBANCO (ITUB4) 1,00000 0,82183 0,18771 0,57764 0,33559

JBS (JBSS3) 0,15596 0,54863 0,00000 0,03765 0,04632

KLABIN (KLBN4) 0,28096 0,34611 0,00027 0,18684 0,16645

Kroton educacional (KROT3) 0,12162 1,00000 1,00000 0,45247 0,28318

Light (LIGT3) 0,10594 0,99580 0,01998 0,43989 0,45235

Localiza (RENT3) 0,21730 0,31054 0,00051 0,19758 0,20535

Lojas americanas (LAME4) 0,13631 0,03640 0,00030 0,04131 0,16923

Natura (NATU3) 0,13977 0,23445 0,00210 0,06676 0,64964

Pão de açucar (PCAR4) 0,09297 0,33039 0,00046 0,05927 0,13988

RENNER (LREN3) 0,18811 0,36543 0,00259 0,03880 0,36561

Sabesp (SBSP3) 0,10013 0,40214 0,00147 0,17470 0,22849

Santander (SANB11) 0,10164 0,06288 0,00584 0,05363 0,00000

Souza Cruz (CRUZ3) 0,16513 0,33952 0,00375 0,15718 0,91189

Telefonica Brasil (VIVT4) 0,12599 0,77477 0,00275 0,37892 0,24629

Tim (TIMP3) 0,13330 0,99247 0,07730 0,45329 0,33115

Tran Paulist (TRPL4) 0,24541 0,61742 0,00148 0,17507 0,34454

Ultrapar (UGPA3) 0,08241 0,85662 0,00421 0,44085 0,47643

P 1 1 1 1 1

Tabela 12: Normalização

Fonte: Elaboração Própria (2013)

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Com a normalização todos os dados se encontram em uma mesma base, valores

entre 0 e 1, desta forma pode se fazer uma comparação e neste modelo quanto mais

próximo de 1 estiver o índice melhor colocado ele estará, mas este é apenas o primeiro

passo, pois agora faz-se necessária uma analise entre os índices e o padrão, que é 1e se

encontra na ultima linha da tabela de normalização.

A partir daí o valor do padrão estabelecido é retirado do índice encontrado

visando descobrir o quão próximo esse índice está do padrão esperado. Esse cálculo

considera valores absolutos, para que não sejam gerados resultados negativos. Deste

modo os resultados obtidos podem ser consultados na tabela 13 segundo a pesquisa.

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EMPRESA MATRIZ DE DIFERENÇAS

All america latina (ALLL3) 0,64975 0,56042 0,99963 0,67954 0,92972

Ambev (AMBV4) 0,93302 0,43845 0,73273 0,00000 0,28031

Anhanguera educacional (AEDU3) 0,51811 0,27387 0,99883 0,55391 0,84764

BR Malls (BRML3) 0,96847 0,24020 0,99885 0,61695 0,45738

BR Properties (BRPR3) 0,88398 0,25483 0,99843 0,63679 0,62317

Bradesco (BBDC4) 0,89935 1,00000 0,96045 0,47351 0,97647

Bradesco (BBDC3) 0,89935 1,00000 0,96045 0,47351 0,97647

BRF SA (BRFS3) 0,87516 0,56123 0,99983 0,85734 0,93073

CCR (CCRO3) 0,93427 0,14741 0,98967 0,46886 0,00000

Cemig (CMIG4) 0,90176 0,30329 0,99377 0,05479 0,14991

Cesp energética SP (CESP6) 0,93403 0,43876 0,99983 0,99351 0,99292

Cetip (CTIP3) 0,88084 0,48586 0,99895 0,86656 0,65834

Cielo (CIEL3) 0,83884 0,79144 0,98633 0,72041 0,06797

Copel (CPLE6) 0,44013 0,09916 0,99772 0,54939 0,84592

Cosan (CSAN3) 0,95978 0,45832 0,99983 0,73008 0,89450

CPFL energia (CPFE3) 0,65350 0,03416 0,98531 0,58181 0,43640

Cyrela (CYRE3) 0,97235 0,41286 0,99868 0,64317 0,74687

Dasa (DASA3) 0,75226 0,37460 0,99985 0,95538 0,95026

Duratex (DTEX3) 0,79692 0,44420 0,99868 0,81929 0,79232

Embraer (EMBR3) 0,80192 0,65073 0,96331 0,90650 0,87897

Energia (ENBR3) 0,73714 0,13659 0,99730 0,58326 0,79514

Gerdau (GGBR4) 0,85706 0,12941 0,99887 0,59474 0,86622

Gerdau metalurgica (GOAU4) 1,00000 0,25056 0,99938 0,70610 0,90306

Hypermarcas (HYPE3) 0,75095 0,46000 0,99992 1,00000 0,96487

Itau (ITSA4) 0,89836 0,04250 0,96696 0,55330 0,52816

ITAUUNIBANCO (ITUB4) 0,00000 0,17817 0,81229 0,42236 0,66441

JBS (JBSS3) 0,84404 0,45137 1,00000 0,96235 0,95368

KLABIN (KLBN4) 0,71904 0,65389 0,99973 0,81316 0,83355

Kroton educacional (KROT3) 0,87838 0,00000 0,00000 0,54753 0,71682

Light (LIGT3) 0,89406 0,00420 0,98002 0,56011 0,54765

Localiza (RENT3) 0,78270 0,68946 0,99949 0,80242 0,79465

Lojas americanas (LAME4) 0,86369 0,96360 0,99970 0,95869 0,83077

Natura (NATU3) 0,86023 0,76555 0,99790 0,93324 0,35036

Pão de açucar (PCAR4) 0,90703 0,66961 0,99954 0,94073 0,86012

RENNER (LREN3) 0,81189 0,63457 0,99741 0,96120 0,63439

Sabesp (SBSP3) 0,89987 0,59786 0,99853 0,82530 0,77151

Santander (SANB11) 0,89836 0,93712 0,99416 0,94637 1,00000

Souza Cruz (CRUZ3) 0,83487 0,66048 0,99625 0,84282 0,08811

Telefonica Brasil (VIVT4) 0,87401 0,22523 0,99725 0,62108 0,75371

Tim (TIMP3) 0,86670 0,00753 0,92270 0,54671 0,66885

Tran Paulist (TRPL4) 0,75459 0,38258 0,99852 0,82493 0,65546

Ultrapar (UGPA3) 0,91759 0,14338 0,99579 0,55915 0,52357

Tabela 13: Matriz de diferenças

Fonte: Elaboração Própria (2013)

A terceira etapa é inteiramente dependente da segunda. Isso porque a formula

para conseguir os coeficientes relacionais se valem dos valores da matriz de diferença e

não dos valores normativos para sua execução. A partir dos valores da matriz da

diferença é aplicado a fórmula 42, como exposto na tabela 14.

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EMPRESA COEFICIENTES RELACIONAIS

All america latina (ALLL3) 0,43488 0,47151 0,33342 0,42389 0,34972

Ambev (AMBV4) 0,34891 0,53280 0,40560 1,00000 0,64077

Anhanguera educacional (AEDU3) 0,49111 0,64610 0,33359 0,47442 0,37102

BR Malls (BRML3) 0,34049 0,67549 0,33359 0,44765 0,52226

BR Properties (BRPR3) 0,36128 0,66240 0,33368 0,43984 0,44517

Bradesco (BBDC4) 0,35731 0,33333 0,34236 0,51361 0,33865

Bradesco (BBDC3) 0,35731 0,33333 0,34236 0,51361 0,33865

BRF SA (BRFS3) 0,36359 0,47115 0,33337 0,36837 0,34947

CCR (CCRO3) 0,34861 0,77231 0,33564 0,51607 1,00000

Cemig (CMIG4) 0,35669 0,62244 0,33472 0,90124 0,76934

Cesp energética SP (CESP6) 0,34867 0,53262 0,33337 0,33478 0,33491

Cetip (CTIP3) 0,36210 0,50717 0,33357 0,36588 0,43165

Cielo (CIEL3) 0,37346 0,38717 0,33640 0,40970 0,88032

Copel (CPLE6) 0,53184 0,83451 0,33384 0,47647 0,37149

Cosan (CSAN3) 0,34252 0,52175 0,33337 0,40648 0,35855

CPFL energia (CPFE3) 0,43346 0,93605 0,33663 0,46219 0,53396

Cyrela (CYRE3) 0,33959 0,54773 0,33363 0,43738 0,40100

Dasa (DASA3) 0,39928 0,57169 0,33337 0,34355 0,34477

Duratex (DTEX3) 0,38553 0,52955 0,33363 0,37899 0,38690

Embraer (EMBR3) 0,38405 0,43451 0,34169 0,35549 0,36259

Energia (ENBR3) 0,40416 0,78544 0,33393 0,46157 0,38606

Gerdau metalurgica (GOAU4) 0,33333 0,66617 0,33347 0,41456 0,35636

Hypermarcas (HYPE3) 0,39970 0,52083 0,33335 0,33333 0,34133

Itau (ITSA4) 0,35756 0,92166 0,34084 0,47470 0,48630

ITAUUNIBANCO (ITUB4) 1,00000 0,73728 0,38101 0,54209 0,42940

JBS (JBSS3) 0,37201 0,52556 0,33333 0,34192 0,34395

KLABIN (KLBN4) 0,41016 0,43332 0,33339 0,38076 0,37494

Kroton educacional (KROT3) 0,36274 1,00000 1,00000 0,47731 0,41091

Light (LIGT3) 0,35867 0,99168 0,33783 0,47165 0,47726

Localiza (RENT3) 0,38980 0,42036 0,33345 0,38390 0,38621

Lojas americanas (LAME4) 0,36665 0,34162 0,33340 0,34277 0,37572

Natura (NATU3) 0,36759 0,39509 0,33380 0,34886 0,58798

Pão de açucar (PCAR4) 0,35536 0,42749 0,33344 0,34705 0,36761

RENNER (LREN3) 0,38113 0,44069 0,33391 0,34219 0,44077

Sabesp (SBSP3) 0,35718 0,45543 0,33366 0,37727 0,39323

Santander (SANB11) 0,35756 0,34792 0,33464 0,34569 0,33333

Souza Cruz (CRUZ3) 0,37457 0,43085 0,33417 0,37235 0,85019

Telefonica Brasil (VIVT4) 0,36390 0,68943 0,33395 0,44600 0,39882

Tim (TIMP3) 0,36585 0,98517 0,35145 0,47769 0,42777

Tran Paulist (TRPL4) 0,39854 0,56652 0,33366 0,37738 0,43273

Ultrapar (UGPA3) 0,35271 0,77715 0,33427 0,47208 0,48848

Tabela 14: Coeficientes relacionais

Fonte: Elaboração Própria (2013)

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92

O coeficiente relacional faz uma analise individual de cada índice, no entanto,

para que a empresa possa ser representada e ranqueada o próximo passo, grau de

relacionamento, faz uma média Aritmética dos cinco índices antes trabalhados,

sintetizando o grau de proximidade com padrão almejado. Com um só valor que

englobe a empresa em vários aspectos (índices), têm-se um retrato mais verídico para

ordenar os papeis com melhores desempenhos e elaborar a carteira.

Colocação EMPRESA Grau de

Relacionamento Ramo de atuação

1º Kroton educacional (KROT3) 0,65019 Serviços educacionais

2º ITAUUNIBANCO (ITUB4) 0,61796 Banco

3º Cemig (CMIG4) 0,59689 Energia Elétrica

4º CCR (CCRO3) 0,59453 Concessão rodoviária

5º Ambev (AMBV4) 0,58562 Fabricação e distribuição de bebidas

6º CPFL energia (CPFE3) 0,54046 Energia Elétrica

7º Light (LIGT3) 0,52742 Energia Elétrica

8º Tim (TIMP3) 0,52158 Telecomunicações

9º Itau (ITSA4) 0,51621 Banco

10º Copel (CPLE6) 0,50963 Energia Elétrica

11º Ultrapar (UGPA3) 0,48494 Distribuição de combustíveis

12º Cielo (CIEL3) 0,47741 Prestadora de serviços de meio de

pagamento.

13º Energia (ENBR3) 0,47423 Energia Elétrica

14º Souza Cruz (CRUZ3) 0,47243 Cigarros e fumo

15º BR Malls (BRML3) 0,46390 Exploração de imóveis

16º Gerdau (GGBR4) 0,46383 Siderurgia e metalurgia

17º Anhanguera educacional

(AEDU3) 0,46325 Serviços educacionais

18º BR Properties (BRPR3) 0,44847 Exploração de imóveis

19º Telefonica Brasil (VIVT4) 0,44642 Telecomunicações

20º Tran Paulist (TRPL4) 0,42176 Energia Elétrica

21º Gerdau metalúrgica

(GOAU4) 0,42078 Siderurgia e metalurgia

22º Cyrela (CYRE3) 0,41187 Construção civil

23º Natura (NATU3) 0,40666 Produtos de perfumaria

24º Duratex (DTEX3) 0,40292 Madeira e papel

25º All america latina (ALLL3) 0,40268 Transporte ferroviário

26º Cetip (CTIP3) 0,40007 Administradora de mercados de balcão

27º Dasa (DASA3) 0,39853 Análise clinica e medicina diagnósticos

28º Cosan (CSAN3) 0,39253 Alimentos processados, açúcar e álcool

29º RENNER (LREN3) 0,38774 Lojas de departamentos

30º KLABIN (KLBN4) 0,38651 Papel e celulose

31º Hypermarcas (HYPE3) 0,38571 Bens de consumo e medicamentos

32º JBS (JBSS3) 0,38336 Alimentos processados, carnes e

derivados

33º Sabesp (SBSP3) 0,38335 Serviço de água e saneamento

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93

34º Localiza (RENT3) 0,38274 Aluguel de carros

35º BRF SA (BRFS3) 0,37719 Alimentos processados, carnes e

derivados

36º Bradesco (BBDC4) 0,37705 Banco

37º Bradesco (BBDC3) 0,37705 Banco

38º Cesp energética SP (CESP6) 0,37687 Energia Elétrica

39º Embraer (EMBR3) 0,37567 Produção de aeronaves

40º Pão de açúcar (PCAR4) 0,36619 Comércio varejista de alimentos

41º Lojas americanas (LAME4) 0,35203 Comercio de produtos diversos

42º Santander (SANB11) 0,34383 Banco

Tabela 15: Graus de relacionamento

Fonte: Elaboração Própria (2013)

Feita a analise grey que é a base para a sintetização dos dados dos índices

utilizados nesta pesquisa para uma analise fundamentalista, como visto na tabela acima

(Tabela 15) são escolhidos os trinta primeiros papéis para um novo tipo de analise: a

analise técnica (ou gráfica).

A análise técnica é uma interpretação por meio de gráficos de indicadores

determinando tendências de alta, estabilidade ou baixa no intuito de perceber melhores

oportunidades de compra e venda de ações (HISSA, 2008). No caso desta pesquisa foi

elaborada com a intenção de encontrar melhores oportunidades de compra,

consequentemente um melhor investimento. Para isso, foi restrita a utilização dos trinta

melhores resultados da tabela relacional grey acima.

0

5

10

15

20

25

30

35

1

13

25

37

49

61

73

85

97

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121

133

145

157

PR

O

TEMPO (dia)

KROTON Educacional (KROT3)

0

5

10

15

20

25

30

35

1

13

25

37

49

61

73

85

97

109

121

133

145

157

PR

O

TEMPO (dia)

ITAU UNIBANCO (ITUB4)

0

5

10

15

20

25

1

13

25

37

49

61

73

85

97

109

121

133

145

157

PR

O

TEMPO (dia)

CEMIG (CMIG4)

0

5

10

15

20

25

1

13

25

37

49

61

73

85

97

109

121

133

145

157

PR

O

TEMPO (dia)

CCR (CCRO3)

Continuação da Tabela de Graus de Relacionamento

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0

20

40

60

80

100

1

13

25

37

49

61

73

85

97

109

121

133

145

157

PR

O

TEMPO (dia)

AMBEV (AMBV4)

0

5

10

15

20

25

1

13

25

37

49

61

73

85

97

109

121

133

145

157

PR

O

TEMPO (dia)

CPFL ENERGIA (CPFE3)

0

5

10

15

20

25

1

13

25

37

49

61

73

85

97

109

121

133

145

157

PR

O

TEMPO (dia)

LIGHT (LIGT3)

0

2

4

6

8

10

12

1

13

25

37

49

61

73

85

97

109

121

133

145

157

PR

O

TEMPO (dia)

TIM (TIMP3)

0

2

4

6

8

10

12

1

13

25

37

49

61

73

85

97

109

121

133

145

157

PR

O

TEMPO (dia)

ITAU (ITSA4)

0

10

20

30

40

1

13

25

37

49

61

73

85

97

109

121

133

145

157

PR

O

TEMPO (dia)

COPEL (CPLE6)

0

10

20

30

40

50

60

1

13

25

37

49

61

73

85

97

109

121

133

145

157

PR

O

TEMPO (dia)

ULTRAPAR (UGPA3)

0

10

20

30

40

50

60

70

1

13

25

37

49

61

73

85

97

109

121

133

145

157

PR

O

TEMPO (dia)

CIELO (CIEL3)

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0

2

4

6

8

10

12

14

1

13

25

37

49

61

73

85

97

109

121

133

145

157

PR

O

TEMPO (dia)

ENERGIA (ENBR3)

0

5

10

15

20

25

30

35

1

13

25

37

49

61

73

85

97

109

121

133

145

157

PR

O

TEMPO (dia)

SOUZA CRUZ (CRUZ3)

0

5

10

15

20

25

30

1

13

25

37

49

61

73

85

97

109

121

133

145

157

PR

O

TEMPO (dia)

BR MALLS (BRML3)

0

5

10

15

20

1

13

25

37

49

61

73

85

97

109

121

133

145

157

PR

O

TEMPO (dia)

GERDAU (GGBR4)

0

5

10

15

1

13

25

37

49

61

73

85

97

109

121

133

145

157

PR

O

TEMPO (dia)

ANHANGUERA EDUCACIONAL (AEDU3)

0

5

10

15

20

25

30

1

13

25

37

49

61

73

85

97

109

121

133

145

157

PR

O

TEMPO (dia)

BR PROPERTIES (BRPR3)

0

10

20

30

40

50

60

1

13

25

37

49

61

73

85

97

109

121

133

145

157

PR

O

TEMPO (dia)

TELEFONICA BRASIL (VIVT4)

0

10

20

30

40

50

1

13

25

37

49

61

73

85

97

109

121

133

145

157

PR

O

TEMPO (dia)

TRAN PAULIST (TRPL4)

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0

5

10

15

20

25

1

13

25

37

49

61

73

85

97

109

121

133

145

157

PR

O

TEMPO (dia)

GERDAU METALURGICA (GOAU4)

0

5

10

15

20

1

13

25

37

49

61

73

85

97

109

121

133

145

157

PR

O

TEMPO (dia)

CYRELA (CYRE3)

0

10

20

30

40

50

60

1

13

25

37

49

61

73

85

97

109

121

133

145

157

PR

O

TEMPO (dia)

NATURA (NATU3)

0

5

10

15

20

1

13

25

37

49

61

73

85

97

109

121

133

145

157

PR

O

TEMPO (dia)

DURATEX (DTEX3)

0

2

4

6

8

10

12

1

13

25

37

49

61

73

85

97

109

121

133

145

157

PR

O

TEMPO (dia)

ALL AMERICA LATINA (ALLL3)

19

20

21

22

23

24

25

26

1

13

25

37

49

61

73

85

97

109

121

133

145

157

PR

O

TEMPO (dia)

CETIP (CTIP3)

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Gráfico 11: Histórico dos preços das ações

Fonte: Elaboração Própria (2013)

Tendo em vista os gráficos de preços médios de cada ação durante o espaço de

tempo de 01 de fevereiro ao dia 30 de setembro do ano de 2013, foram selecionadas por

uma minuciosa analise comparativa, 20 ações continuarão no processo, escolhidas por

estarem no vale, ou seja, possuírem um valor baixo de compra e uma considerável

possibilidade de ascensão.

Tendo estas ações passado pela triagem, são reduzidas de vinte para quinze

ações, eliminando setores muito repetidos como por exemplo o de energia. Como já

especificava Markowits, uma carteira com sessenta diferentes títulos mesmo setor não

seria tão bem diversificado como o mesmo tamanho da carteira compostos por setores

diferentes. A razão é que provavelmente, as empresas do mesmo setor irão mal, ao

mesmo tempo diferentemente de empresas de setores diversos (Markowitz, 1952).

Outro estudo mais recente certifica essa questão diversificação dos setores

levam a melhores resultados através de uma correlação negativamente perfeita. Há uma

eliminação total do risco para aquela composição, sendo os resultados desfavoráveis

verificados em alguns ativos compensados pelo desempenho positivo de outros assim

mantendo a média de retorno (Groppelli et al, 2006).

0

5

10

15

20

1

13

25

37

49

61

73

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97

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121

133

145

157

PR

O

TEMPO (dia)

DASA (DASA3)

0

10

20

30

40

50

60

1

13

25

37

49

61

73

85

97

109

121

133

145

157

PR

O

TEMPO (dia)

COSAN (CSAN3)

0

20

40

60

80

100

1

13

25

37

49

61

73

85

97

109

121

133

145

157

PR

O

TEMPO (dia)

RENNER (LREN3)

0

5

10

15

20

1

13

25

37

49

61

73

85

97

109

121

133

145

157

PR

O

TEMPO (dia)

KLABIN (KLBN4)

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Dentre as ações retiradas restaram duas das cinco do setor de energia, como

explicado por Markowitz, uma delas por estar melhor colocada na análise grey ,

CEMIG (CMIG4), e a outra Copel (CPLE6), mesmo estando em terceiro lugar na

colocação do grau de relacionamento grey entre as de energia, ela foi preferida em

relação a CPFL Energia (CPFE3) por apresentar uma diferença maior entre a data de

compra e o pico superior que a outra.

Outra ação que foi retirada é a Souza Cruz (CRUZ3). Decisão tomada pois

através da observação do gráfico percebeu-se uma tendência de declínio constante no

preço dessa ação. Já quanto a Anhanguera Educacional (AEDU3), foi retirada por ter

apresentado durante o período analisado um momento de vale mais baixo que o restante,

podendo significar que ao contrario do que parecia inicialmente, ela esteja em um

momento de acumulação e não de baixa, que é o buscado para a pesquisa.

É interessante ressaltar que o número de ações selecionadas não foi escolhido

aleatoriamente. Antes, foi guiado pelos estudos de Gitman (2005, pág. 151): “em média,

a maior parte dos benefícios de diversificação, em termo de redução de risco, pode ser

obtida formando-se carteiras que contenham de oito a 15 títulos selecionados ”. Isso

possibilitou a elaboração da carteira como intencionado no trabalho, para então aplicar a

pesquisa operacional na solução dos problemas. Para isso como ponto de partida há a

necessidade de uma coleta de dados de entrada, referentes ao retorno de ações ao longo

de doze meses:

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CMIG4 CCRO3 AMBV4

Período Período Período

PeríodoFechamento

(R$)

Variação %

MensalPeríodo

Fechamento

(R$)

Variação %

MensalPeríodo

Fechamento

(R$)

Variação %

Mensal

30/09/2013 18,68 3,43% 30/09/2013 17,35 3,89% 30/09/2013 17,09 3,51%

30/08/2013 18,06 -10,81% 30/08/2013 16,70 -3,08% 30/08/2013 16,51 -3,28%

31/07/2013 20,25 4,76% 31/07/2013 17,23 1,12% 31/07/2013 17,07 2,96%

28/06/2013 19,33 -8,04% 28/06/2013 17,04 -9,41% 28/06/2013 16,58 1,97%

31/05/2013 21,02 1,11% 31/05/2013 18,81 -1,21% 31/05/2013 16,26 -1,03%

30/04/2013 20,79 8,39% 30/04/2013 19,04 -3,40% 30/04/2013 16,43 -1,85%

28/03/2013 19,18 0,79% 28/03/2013 19,71 3,46% 28/03/2013 16,74 -3,96%

28/02/2013 19,03 8,49% 28/02/2013 19,05 -3,40% 28/02/2013 17,43 -5,58%

31/01/2013 17,54 -4,47% 31/01/2013 19,72 5,62% 31/01/2013 18,46 9,62%

28/12/2012 18,36 2,68% 28/12/2012 18,67 5,96% 28/12/2012 16,84 -2,15%

30/11/2012 17,88 5,67% 30/11/2012 17,62 2,80% 30/11/2012 17,21 6,63%

31/10/2012 16,92 -1,17% 31/10/2012 17,14 0,29% 31/10/2012 16,14 7,67%

28/09/2012 17,12 28/09/2012 17,09 28/09/2012 14,99

CCR S/A ON NM AmbevCemig PN N1

30/09/2012 - 28/09/2013 30/09/2012 - 28/09/2013 30/09/2012 - 28/09/2013

CPLE6 BRML3 BRPR3

Período Período Período

PeríodoFechamento

(R$)

Variação %

MensalPeríodo

Fechamento

(R$)

Variação %

MensalPeríodo

Fechamento

(R$)

Variação %

Mensal

30/09/2013 30,12 10,17% 30/09/2013 20,10 11,05% 30/09/2013 19,70 8,54%

30/08/2013 27,34 2,09% 30/08/2013 18,10 -10,48% 30/08/2013 18,15 -3,97%

31/07/2013 26,78 1,02% 31/07/2013 20,22 1,20% 31/07/2013 18,90 -0,53%

28/06/2013 26,51 -15,73% 28/06/2013 19,98 -9,18% 28/06/2013 19,00 -9,57%

31/05/2013 31,46 -7,66% 31/05/2013 22,00 -5,46% 31/05/2013 21,01 -3,58%

30/04/2013 34,07 15,02% 30/04/2013 23,27 -5,64% 30/04/2013 21,79 -0,41%

28/03/2013 29,62 6,66% 28/03/2013 24,66 -1,71% 28/03/2013 21,88 -8,95%

28/02/2013 27,77 -11,05% 28/02/2013 25,09 -0,67% 28/02/2013 24,03 -4,83%

31/01/2013 31,22 4,55% 31/01/2013 25,26 -4,61% 31/01/2013 25,25 1,36%

28/12/2012 29,86 11,21% 28/12/2012 26,48 -1,56% 28/12/2012 24,91 1,18%

30/11/2012 26,85 -4,99% 30/11/2012 26,90 2,79% 30/11/2012 24,62 -5,27%

31/10/2012 28,26 -9,36% 31/10/2012 26,17 -5,15% 31/10/2012 25,99 0,58%

28/09/2012 31,18 28/09/2012 27,59 28/09/2012 25,84

BR Malls ON NMCopel PNB N1 BR Propert ON NM

30/09/2012 - 28/09/201330/09/2012 - 28/09/201330/09/2012 - 28/09/2013

AEDU3 CYRE3 DTEX3

Período Período Período

PeríodoFechamento

(R$)

Variação %

MensalPeríodo

Fechamento

(R$)

Variação %

MensalPeríodo

Fechamento

(R$)

Variação %

Mensal

30/09/2013 13,26 -4,26% 30/09/2013 16,75 6,55% 30/09/2013 13,07 9,19%

30/08/2013 13,85 0,14% 30/08/2013 15,72 -3,50% 30/08/2013 11,97 -7,50%

31/07/2013 13,83 7,21% 31/07/2013 16,29 6,19% 31/07/2013 12,94 3,11%

28/06/2013 12,90 -3,95% 28/06/2013 15,34 -9,76% 28/06/2013 12,55 -13,39%

31/05/2013 13,43 11,92% 31/05/2013 17,00 -5,87% 31/05/2013 14,49 -2,16%

30/04/2013 12,00 10,50% 30/04/2013 18,06 4,94% 30/04/2013 14,81 0,27%

28/03/2013 10,86 -20,50% 28/03/2013 17,21 -0,41% 28/03/2013 14,77 -1,47%

28/02/2013 13,66 5,81% 28/02/2013 17,28 -0,86% 28/02/2013 14,99 19,63%

31/01/2013 12,91 12,07% 31/01/2013 17,43 -1,91% 31/01/2013 12,53 -6,77%

28/12/2012 11,52 7,16% 28/12/2012 17,77 0,40% 28/12/2012 13,44 1,82%

30/11/2012 10,75 -9,36% 30/11/2012 17,70 3,45% 30/11/2012 13,20 4,35%

31/10/2012 11,86 5,61% 31/10/2012 17,11 -0,98% 31/10/2012 12,65 6,30%

28/09/2012 11,23 28/09/2012 17,28 28/09/2012 11,90

Duratex ON NMAnhanguera Edu ON MN Cyrela Realt ON NM

30/09/2012 - 28/09/201330/09/2012 - 28/09/201330/09/2012 - 28/09/2013

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100

Tabela 16: Histórico dos preços das ações

Fonte: Elaboração Própria (2013)

As tabelas apresentadas acima contemplam treze meses, gerando doze variações.

O calculo é feito através da relação entre um valor de fechamento posterior, subtraído

do anterior, dividido pelo valor absoluto do mesmo fechamento anterior, o que resulta

no percentual da variação mensal exposta.8

8 Para exemplificar, veja a Klabin (28/09 e 31/10/12)= [(11,49-10,21)/ABS(10,21)]x100=12,5%

ALLL3 CTIP3 DASA3

Período Período Período

PeríodoFechamento

(R$)

Variação %

MensalPeríodo

Fechamento

(R$)

Variação %

MensalPeríodo

Fechamento

(R$)

Variação %

Mensal

30/09/2013 8,76 -5,09% 30/09/2013 23,48 0,34% 30/09/2013 11,68 5,32%

30/08/2013 9,23 4,65% 30/08/2013 23,40 1,74% 30/08/2013 11,09 -7,20%

31/07/2013 8,82 -6,77% 31/07/2013 23,00 0,70% 31/07/2013 11,95 3,28%

28/06/2013 9,46 -11,17% 28/06/2013 22,84 -1,47% 28/06/2013 11,57 4,23%

31/05/2013 10,65 4,51% 31/05/2013 23,18 -2,56% 31/05/2013 11,10 1,09%

30/04/2013 10,19 1,70% 30/04/2013 23,79 0,59% 30/04/2013 10,98 -5,51%

28/03/2013 10,02 3,09% 28/03/2013 23,65 0,68% 28/03/2013 11,62 -14,37%

28/02/2013 9,72 13,02% 28/02/2013 23,49 -4,59% 28/02/2013 13,57 -3,55%

31/01/2013 8,60 4,37% 31/01/2013 24,62 -1,32% 31/01/2013 14,07 7,32%

28/12/2012 8,24 5,37% 28/12/2012 24,95 15,99% 28/12/2012 13,11 6,15%

30/11/2012 7,82 -14,72% 30/11/2012 21,51 -6,19% 30/11/2012 12,35 -7,97%

31/10/2012 9,17 10,35% 31/10/2012 22,93 -12,04% 31/10/2012 13,42 10,63%

28/09/2012 8,31 28/09/2012 26,07 28/09/2012 12,13

All America Latina ON NM Cetip ON NM Dasa ON NM

30/09/2012 - 28/09/2013 30/09/2012 - 28/09/2013 30/09/2012 - 28/09/2013

CSAN3 LREN3 KLBN4

Período Período Período

PeríodoFechamento

(R$)

Variação %

MensalPeríodo

Fechamento

(R$)

Variação %

MensalPeríodo

Fechamento

(R$)

Variação %

Mensal

30/09/2013 42,72 2,74% 30/09/2013 63,40 10,88% 30/09/2013 11,56 -5,32%

30/08/2013 41,58 -2,21% 30/08/2013 57,18 -4,99% 30/08/2013 12,21 12,85%

31/07/2013 42,52 0,00% 31/07/2013 60,18 -5,56% 31/07/2013 10,82 -0,18%

28/06/2013 42,52 -8,54% 28/06/2013 63,72 -14,01% 28/06/2013 10,84 -14,44%

31/05/2013 46,49 -0,43% 31/05/2013 74,10 -2,29% 31/05/2013 12,67 -4,74%

30/04/2013 46,69 4,78% 30/04/2013 75,84 2,99% 30/04/2013 13,30 -1,70%

28/03/2013 44,56 -2,83% 28/03/2013 73,64 0,49% 28/03/2013 13,53 4,80%

28/02/2013 45,86 -0,71% 28/02/2013 73,28 -5,46% 28/02/2013 12,91 -2,49%

31/01/2013 46,19 12,58% 31/01/2013 77,51 -0,05% 31/01/2013 13,24 6,69%

28/12/2012 41,03 6,24% 28/12/2012 77,55 2,27% 28/12/2012 12,41 6,25%

30/11/2012 38,62 0,89% 30/11/2012 75,83 3,92% 30/11/2012 11,68 1,65%

31/10/2012 38,28 5,16% 31/10/2012 72,97 10,75% 31/10/2012 11,49 12,54%

28/09/2012 36,40 28/09/2012 65,89 28/09/2012 10,21

Cosan ON NM Lojas Renner ON NM Klabin S/A PN N1

30/09/2012 - 28/09/201330/09/2012 - 28/09/201330/09/2012 - 28/09/2013

Continuação da tabela do Histórico dos preços das ações

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101

Figura 17: Tratamento estatístico das informações coletadas das 15 ações.

Fonte: Elaboração Própria (2013)

ME

SE

SC

EM

IGC

CR

S/A

AM

BE

VC

OP

EL

BR

MA

LL

S

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RK

LA

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12

-1,1

7%

0,2

9%

7,6

7%

-9,3

6%

-5,1

5%

0,5

8%

5,6

1%

-0,9

8%

6,3

0%

10,3

5%

-12,0

4%

10,6

3%

5,1

6%

10,7

5%

12,5

4%

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t/1

25,6

7%

2,8

0%

6,6

3%

-4,9

9%

2,7

9%

-5,2

7%

-9,3

6%

3,4

5%

4,3

5%

-14,7

2%

-6,1

9%

-7,9

7%

0,8

9%

3,9

2%

1,6

5%

nov/

12

2,6

8%

5,9

6%

-2,1

5%

11,2

1%

-1,5

6%

1,1

8%

7,1

6%

0,4

0%

1,8

2%

5,3

7%

15,9

9%

6,1

5%

6,2

4%

2,2

7%

6,2

5%

dez/1

2-4

,47%

5,6

2%

9,6

2%

4,5

5%

-4,6

1%

1,3

6%

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7%

-1,9

1%

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7%

4,3

7%

-1,3

2%

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2%

12,5

8%

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5%

6,6

9%

jan

/13

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-3,4

0%

-5,5

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-11,0

5%

-0,6

7%

-4,8

3%

5,8

1%

-0,8

6%

19,6

3%

13,0

2%

-4,5

9%

-3,5

5%

-0,7

1%

-5,4

6%

-2,4

9%

fev/

13

0,7

9%

3,4

6%

-3,9

6%

6,6

6%

-1,7

1%

-8,9

5%

-20,5

0%

-0,4

1%

-1,4

7%

3,0

9%

0,6

8%

-14,3

7%

-2,8

3%

0,4

9%

4,8

0%

mar/1

38,3

9%

-3,4

0%

-1,8

5%

15,0

2%

-5,6

4%

-0,4

1%

10,5

0%

4,9

4%

0,2

7%

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0%

0,5

9%

-5,5

1%

4,7

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0%

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31,1

1%

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1%

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6%

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2%

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mai/

13

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4%

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1%

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1%

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jun

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1,1

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1%

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13

-10,8

1%

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-3,2

8%

2,0

9%

-10,4

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-3,9

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0,1

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0%

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0%

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5%

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9%

12,8

5%

ag

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33,4

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0,5

660

-0,1

580

0,0

618

0,5

787

0,5

870

-0,0

866

-0,0

022

0,0

966

-0,0

083

1

CO

SA

N0,2

136

0,6

851

0,4

754

0,5

058

0,1

881

0,6

885

0,5

258

0,4

010

0,1

802

0,3

505

0,1

100

0,4

269

1

RE

NN

ER

0,3

593

0,6

352

0,3

642

0,4

519

0,5

388

0,6

807

-0,0

371

0,5

959

0,4

419

0,1

627

-0,1

442

0,1

806

0,6

055

1

KL

AB

IN-0

,2111

0,4

899

0,1

215

0,2

849

-0,1

874

0,1

791

0,0

514

0,1

533

0,0

483

0,4

976

0,0

143

-0,0

462

0,4

933

0,4

246

1

CO

RR

EL

ÃO

EN

TR

E O

S A

TIV

OS

DA

DO

S D

E R

ET

OR

NO

DO

S Ú

LT

IMO

S 1

2 M

ES

ES

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102

Gráfico 12: Risco 2

Fonte: Adaptado Ross et al (2000)

Um portfolio com 15 ações faz um bom equilíbrio entre o risco, custo de

manutenção e acompanhamento das oscilações do mercado. Cada ativo inserido

aumenta a complexidade do calculo. Isso deve-se as correlações que devem existir entre

todas as ações, para que seja possível encontrar entre todas a que possua a menor

variância entre todas as carteiras possíveis que podem ser formadas com os papeis sem

especificar o retorno da carteira (MOTTA, Jr. et al, 2007).

A complexidade descrita, dificuldade e o grande número de ações trabalhadas,

inviabilizou que a elaboração dos cálculos fossem feitos manualmente, levando a

pesquisa optar por utilizar recursos digitais para obtenção dos resultados, mais

especificamente o Solver. O Solver é um suplemento que pode ser instalado como uma

extensão do Microsoft Office Excel, classificado como um recurso de análise.

Desvio-padrão

anual médio (%)

Número de ativos

na carteira (%)

Risco não-diversificável (sistemático)

19,2

23,9

49,2

10 20 30

Risco diversificável (não sistemático)

1 15

22,3

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103

Figura 18: Seleção da carteira de ações através da planilha eletrônica

Fonte: Elaboração Própria (2013)

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104

Através do Solver aplicado na planilha representada acima na figura 18, pode-se

otimizar e selecionar uma carteira com até quinze ações. Na célula T25 encontra-se a

formula =SOMA (C5:C19), correspondente a restrição de minimização que sempre

deverá retomar o Valor 1 para que a soma das porcentagens do investimento em cada

ativo seja igual a 100%.

Na célula E27 é inserida a fórmula =E22/E26, ou seja, a média de retorno da

carteira dividida pelo desvio padrão (risco). Esse calculo é indispensável para dar

prosseguimento a manipulação dos dados, pois representa a função objetiva do

problema, possibilitando a utilização e sendo parâmetro para a execução do Solver

conforme figura abaixo.

Figura 19: Parâmetros do Solver do método utilizado

Fonte: Elaboração Própria (2013)

Por mais que o objetivo da pesquisa seja minimizar riscos, a configuração do

Solver é feita buscando valores máximos, o que só foi possível devido a relação

existente na célula E27, que reúne dados a serem considerados em uma relação

inversamente proporcional, isso significa que se espera do dividendo (retorno) maiores

valores e do divisor (risco) menores. Outras configurações que foram feitas são a

especificação da localização dos dados a serem avaliados, no campo células variáveis e

submeter as restrições, que neste caso contempla somente a célula T25, que representa o

valor ideal da soma dos ativos da carteira.

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105

Figura 20: Resultados do Solver do método utilizado

Fonte: Elaboração Própria (2013)

Caso todos os dados tenham sido lançados corretamente, ao clicar em resolver

surgirá a janela acima, com as alternativas de relatórios de resposta, sensibilidade e

limites, além de possibilitar manter os valores originais ou os resultados obtidos

conforme demonstrado na figura 18 coluna C das linhas 5 à 19, que é a resposta

almejada.

Através dos resultados obtidos, conclui-se que para formar uma carteira de

investimento com variância mínima e retorno máximo, o investimento deverá ser

alocado nas seguintes proporções e ativos: ALL America Latina (ALLL3) 9,09%;

Ambev (AMBV4)9 45,24; Anhanguera Educacional (AEDU3) 6,02%, Cemig (CMIG4)

25,099%; Cetip (CTIP3) 2,02%; Klabin (KLBM4) 11,63; sendo a soma dessas

proporções igual a 100% com o desvio-padrão da carteira de 2,88% e um retorno

esperado de 1,1%. Como esperado, o risco da carteira é menor que todos os riscos

individuais das ações que a compõem e, o retorno é o sexto maior entre os papéis

individuais.

9 Durante o período de Pesquisa houve uma modificação no código e no modelo de ação da Ambev,

passando de AMBV4-PN para ABEV3-ON.

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106

4. RESULTADOS

O resultado obtido pela carteira indicada pelo Solver levando em consideração a

compra sendo efetuada na abertura do mercado no dia 01 de outubro e a venda instantes

antes do fechamento do dia 30 de dezembro, que foi o ultimo dia de negociações do

ano de 2013, e também as porcentagens indicadas pelo mesmo software, foi calculado a

rentabilidade de cada papel, que reunidos resultaram na carteira apresentada na tabela a

seguir.

Empresa

Compra

Abertura

01/outubro

Venda

Fechamento

30/Dezembro

Rentabilidade Porcentagem

Relação

Rentabilidade/

Porcentagem

Cemig R$ 14,42 R$ 14,01 -2,84327% 25,99% -0,90413%

Ambev R$ 17,20 R$ 17,32 0,69767% 45,24% 0,68089%

Anhanguera Edu R$ 13,27 R$ 14,90 12,28335% 6,02% 0,90430%

All. America Latina R$ 8,88 R$ 6,56 -26,12613% 9,09% -1,33431%

Cetip R$ 23,56 R$ 24,20 2,71647% 2,02% 0,38009%

Klabin R$ 11,60 R$ 12,26 5,68966% 11,63% 0,87132%

RESULTADO OBTIDO AOS FINAL DOS TRÊS MESES 100,00% 0,59815%

Tabela 17: Rentabilidade da carteira sugerida pelo Solver

Fonte: Elaboração Própria (2013)

Como relatado anteriormente no ponto 3.1.2 o Índice Bovespa é um bom

representante do comportamento médio das principais ações transacionadas, e o perfil

das negociações a vista nos pregões. Por isso mesmo sua rentabilidade foi utilizada para

comparar os valores encontrados na pesquisa com os do mercado. Como o Ibovespa

leva em consideração pontos e não valores monetários, para uma melhor visualização

foi feita uma tabela contendo essas pontuações entre período de compra e venda das

ações e outra parte com relação a variação diária de pontos durante os três meses em

que a pesquisa se propôs verificar.

Índice Nº de Pontos de

Abertura 01/Outubro

Nº de Pontos de

Fechamento

30/Dezembro

Rentabilidade no

Período Analisado

Ibovespa 52.337 51.507 -1,58588%

Rentabilidade em relação à variação diária do Ibovespa

Outubro Novembro Dezembro Rentabilidade

3,70% -3,15% -1,78% -0,45348%

Tabela 18: Rentabilidade do Ibovespa

Fonte: Elaboração Própria (2013)

Apesar das instituições financeiras oferecerem diversos produtos que

contemplam papéis, isso não significa que são as melhores opções para quem deseja os

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107

investimentos menos arriscados. Partindo desse pressuposto foi feito uma comparação

dos desempenhos de alguns deles com a carteira elaborada nesse trabalho, nos três

últimos meses.

Instituição Financeira Fundos de Ação

Banco do Brasil BB Ações BB Seguridade

Banco do Brasil BB Ações BB

Banco do Brasil BB Ações Cielo

Banco do Brasil BB Ações Construção civil

Banco do Brasil BB Ações Energia

Banco do Brasil BB Ações Petrobrás

Banco do Brasil BB Ações Setor financeiro

Banco do Brasil BB Ações Siderurgia

Banco do Brasil BB Ações Transporte Logística

Banco do Brasil BB Ações Vale do Rio Doce

Bradesco Fia Bradesco

Bradesco Fia Cielo

Bradesco Fia Petrobrás 2010

Bradesco Fia Petrobrás

Bradesco Fia Vale

Caixa Econômica Construção civil

Caixa Econômica PETR3

Caixa Econômica PETR4

Caixa Econômica VALE3

HSBC Vale do Rio Doce

ITAU Petrobrás

ITAU Unibanco

ITAU Vale

Santander Vale do Rio Doce

Santander Petrobrás

Tabela 19: Fundos de Ações

Fonte: Elaboração Própria (2013)

A tabela abaixo informa a rentabilidade de alguns fundos de ações oferecidos

pelas principais instituições financeiras do país. Desta vez o critério de seleção foi tão

somente para evitar repetições desnecessárias na apresentação do trabalho, já que vários

dos papéis oferecidos pelas instituições são referentes às mesmas empresas e obteriam

resultados muito semelhantes.

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108

Instituição

Financeira Fundo Outubro Novembro Dezembro

Rentabilidade no

Final dos Três

Meses

Banco do Brasil BB Ações BB 14,92% -13,42% -4,03% -1,52721%

Banco do Brasil BB Ações BB Seguridade 12,02% 3,67% -3,64% 3,82019%

Banco do Brasil BB Ações Cielo 13,34% -0,48% -3,21% 2,96936%

Banco do Brasil BB Ações Construção civil -0,01% -6,17% -4,82% -3,70258%

Banco do Brasil BB Ações Energia 2,63% -2,90% -2,88% -1,08380%

Banco do Brasil BB Ações Petrobrás 13,81% -6,45% -12,25% -2,24092%

Banco do Brasil BB Ações Setor financeiro 7,73% -4,87% -4,58% -0,74223%

Banco do Brasil BB Ações Siderurgia 11,57% 2,11% 8,51% 7,32358%

Banco do Brasil BB Ações Transporte Logística -1,17% -1,86% -2,34% -1,79117%

Banco do Brasil BB Ações Vale do Rio Doce 6,36% 0,09% -0,58% 1,90940%

Bradesco Fia Bradesco 6,15% -4,00% -5,05% -1,09261%

ITAU Unibanco 9,72% -4,90% -4,46% -0,10344%

Tabela 20: Rentabilidade dos fundos

Fonte: Elaboração Própria (2013)

Gráfico 13: Comparação de rentabilidade

Fonte: Elaboração Própria (2013)

Uma comparação entre os dados de rendimentos apresentados no gráfico e tabela

acima explicitam a eficiência da carteira indicada pelo Solver, demonstrando que ela

0,60

-1,59

-3,70

-2,24 -1,79 -1,53

-1,09 -1,08 -0,74

-0,10

1,91

2,97

3,82

7,32

-6

-4

-2

0

2

4

6

8

Comparação de Rentabilidade

Carteira indicada pelo Solver Mercado (Ibovespa) Construção Civil

Petrobrás Transporte Logística Banco do Brasil

Bradesco Energia Setor financeiro

Grupo Unibanco Vale do Rio Doce Cielo

BB Seguridade Siderurgia

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109

apresenta um resultado melhor que 60% das carteiras oferecidas pelas instituições

financeiras avaliadas neste trabalho, e também superior ao Ibovespa, que é o grande

índice referencial do mercado.

Mesmo que algumas das ações oferecidas pelos bancos tenham obtido melhores

desempenhos, no momento de investir, é impossível ter uma certeza sobre qual delas

terá seus valores positivos. É como apostar em uma corrida de cavalos. Por mais que um

cavalo seja o melhor uma falha do jockey ou um tropeço do cavalo pode trazer um

resultado negativo. Sendo assim, uma análise e investimento em um portfolio

diversificado traz uma maior segurança de que ainda que o cavalo caia, uma segunda

aposta ainda cruzará a linha de chegada cobrindo a perda do primeiro. Além do mais

considerando os resultados do Ibovespa que terminaram em queda o período analisado,

enquanto a carteira indicada apesar de não poder prever os crescimentos atípicos ou

quedas bruscas de algumas empresas devido a instabilidade do mercado, como esperado

no inicio da pesquisa se mostrou opção segura apresentando seus valores positivos.

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110

5. DISCUSSÃO

O modelo consegue minimizar os riscos individuais quando o mesmo faz a variância das

correlações, ou seja, monta uma carteira com ativos negativamente correlacionados, que é o que

se procura quando se deseja minimizar os riscos. Mesmo em tempos de instabilidade econômica

a diversificação abordada se mostra capaz de chegar a resultados positivos, apesar de possiveis

retrações do mercado.

Outro grande diferencial do modelo trabalhado é o grau de autonomia que ele concede ao

seu usuário. Aquele que pretende investir e consegue compreender a teoria abordada é capaz de

por si só cuidar de seus investimentos, tornando as instituições financeiras apenas intermediárias

no processo compra e venda de ações , não se limitando aos fundos oferecidos por elas.

Por se tratar de um modelo quantitativo, o método utilizado não consegue contemplar as

modificações das perspectivas em relação ao mercado e a economia num curto espaço de tempo

(um ano). Ou seja, ele não consegue prever questões como o comentário do Citygroup (Cód. 1 na

tabela de notícias 2), grupo renomado mundialmente que divulga no inicio do mês de outubro

informações favoráveis ao mercado brasileiro, alavancando a credibilidade de empresas

emergentes. Dez dia após esse relato houve também uma confirmação dessa perspectiva por

parte de Chefes de Estado dos Brics (países emergentes) em reunião anual do FMI (Fundo

Monetário Internacional) e do Banco Mundial em Washington desmantelando rumores de que

seu crescimento estaria desacelerando, e reafirmam que são eles mesmos quem vem

impulsionando a economia global (cód. 5 Tabela de Notícias 2).

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111

Cód. Data Por Síntese

1 01/out Lara Rizério

SÃO PAULO

A equipe do Citigroup elevou as projeções para a economia dos

mercados emergentes para este mês; apesar de ser pequena, a revisão

das projeções para cima é a primeira desde 2012.

2 02/out Paula Barra

SÃO PAULO

O Ibovespa registrou alta no primeiro pregão do quarto trimestre do

ano. A bolsa está indefinida, dificultando ainda mais montar

posições. A visão é de incerteza. Márcio Noronha disse "A tendência

primária está de baixa e a secundária de alta. Isso é ruim, pois uma

hora a subida se esgota e o mercado tende a voltar para baixa" O

ideal seria que o índice segurasse até a mínima atingida em 30 de

setembro (em 52.290 pontos) para voltar a subir até 55.900 pontos.

Mas, se ele não conseguir se manter acima desse patamar, é esperado

quedas mais bruscas para cerca de 49.000 pontos.

3 04/out

Rodrigo Tolotti

Umpieres

SÃO PAULO

O governo brasileiro anunciar na véspera que irá aplicar, por até

cinco anos, penas antidumping contra importações de chapas grossas

de aço originárias da China, África do Sul, Coréia do Sul e Ucrânia.

4 08/out Lara Rizério

SÃO PAULO

A equipe econômica da Votorantim Corretora destacam que há

ajustes em curso, uma vez que a economia brasileira se prepara para

um novo padrão de crescimento. Eles ressaltam que há indícios de

recuperação econômica e maior confiança na estabilidade

institucional na Europa, enquanto na China a desaceleração mostra-

se controlada e os fortes estímulos na economia japonesa têm

produzido resultados favoráveis. Já nos Estados Unidos, é quase

consensual um cenário de superação da crise. Desta forma, com um

ambiente externo mais favorável, a economia brasileira tende a ser

beneficiada, ressaltando as estimativas de que, a cada ponto

percentual de crescimento global, o País responde com uma

expansão próxima a 0,4 ponto percentual. Sinal deste cenário,

apontam, é o aumento da quantidade exportada pelo Brasil,

indicando que o ciclo global e a recuperação da balança comercial

podem fazer com que a absorção externa seja o destaque do PIB em

2014. E avaliam ainda: é cedo dizer que há armadilha do

crescimento. Ainda que as restrições estruturais de crescimento

permaneçam, fatores cíclicos, como os bons ventos globais, melhores

desempenhos setoriais e a redução dos ruídos em torno da política

econômica podem fazer com que a economia brasileira cresça ao

redor de 2,5% em 2013 e 2014, apontam os economistas.

5 11/out Reuters

WASHINGTON

Chefes de Estado dos principais países de mercados emergentes

relatam que o pessimismo sobre o seu desempenho não é justificado

pelos fundamentos das economias, que continuam a impulsionar a

recuperação global.

6 18/nov Lara Rizério

SÃO PAULO

O preço de negociação do CDS (Credit Default Swap) da Vale

(VALE3;VALE5) registraram forte alta em outubro, contrariando a

melhora no sentimento para o setor de mineração global, de acordo

com recente estudo da Fitch Solutions. Os CDS são tipos de

contratos derivativos de crédito que são usados como forma de

proteção à inadimplência; Vale ressaltar que as mineradoras ao redor

do mundo enfrentam temores em meio à desaceleração da economia

chinesa, além de terem sofrido em meio às expectativas para as

resoluções do Partido Comunista do país sobre os rumos da

economia. Neste cenário, a Vale realizou diversos desinvestimentos,

com destaque para a venda de todas as ações que detinha da Norsk

Hydro, angariando US$ 1,82 bilhão.

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112

7 25/nov Lara Rizério

SÃO PAULO

Esta MP 627, que fixa norma de tributação de lucros e dividendos no

exterior, era especialmente aguardada principalmente após o impasse

sobre como seria a tributação de grandes companhias. O tributarista

Hermano Barbosa, Enquanto as pessoas jurídicas vêem algumas de

suas demandas atendidas e com alguns benefícios para as empresas,

as pessoas físicas que detêm investimentos por meio de companhias

constituídas em paraísos fiscais sofrerão em meio a medidas pouco

específicos e bastante simplistas.

Tabela 21: Notícias 2

Fonte: Infomoney (2013)

Considerando o que já fora explicado por Lisboa et al (2008, pág. 616):

A tendência primária é a principal que a ação está seguindo há vários meses

por diversos anos, mostra uma visão ampla da ação. A tendência secundária

são as correções de preços que ocorrem ao longo de algumas semanas ou

meses dentro da tendência primária.

Conclui-se que a tendência utilizada é a tendência secundaria, ou seja, uma tendência de

médio prazo. Com isso variações longas não conseguem ser abrangidas. Há uma lacuna a ser

preenchida através de uma pesquisa que leve em consideração o longo prazo sanando ou ao

menos minimizando divergências entre papéis e as diferentes tendências que levam em

consideração tempo para classificar a situação das ações, como no Cód. 2, em reportagem escrita

por Paula Barra que demonstra as situações de instabilidade que atinge o BM&Fbovespa no

início do momento em que foi investido (01/out.) .

Um exemplo da fragilidade do modelo em relação aos aspectos qualitativos e

modificações significativas que afetem apenas um setor, de maneira positiva ou negativa que não

consegue ser suprida ou absorvida pelo modelo encontra-se nos cód. 3 e 6 da tabela de notícias 2,

que trata-se de informações que levaram a aumentos expressivos nos setores de siderurgia e

metalurgia.

Uma sugestão a ser discutida em trabalhos futuros é a elaboração de uma carteira

levando em consideração um momento mais positivo da economia, como acredita a equipe da

Votorantin Corretora (cód. 4), ao contrário do presente trabalho que foi feito num período com

indícios de recessão. Essa nova fase do ciclo econômico, a priori mais otimista, traz consigo a

necessidade de mudanças, inclusive fiscais, que já teve inicio, como se pode ver através da

Medida Provisória 627 que foi publicada 12/11 pela presidente Dilma Roussef conforme

apresentada no cód. 7 da tabela de notícias 2.

No entanto um bom desempenho no passado não garante um bom desempenho no futuro

devido a imprevisibilidade do mercado. Independente do modelo utilizado, nenhum deles poderia

contemplar todas as variações possíveis, pois são inúmeras, dinâmicas e incertas, garantindo

diferentes viés para outros estudos. Uma utopia é acreditar que um único método poderá

solucionar todo e qualquer problema do mercado chegando a um resultado perfeito de altos

retornos e baixos riscos.

Continuação da Tabela de Notícias 2

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113

6. CONCLUSÃO

O presente trabalho atingiu seu objetivo de obter uma carteira diversificada e

consequentemente menos arriscada, a partir do modelo de Markowitz. Desenvolver uma

revisão bibliográfica para o entendimento dos fatores qualitativos e quantitativos que

ajudam a prever e minimizar os riscos envolvidos no mercado de capitais, a ferramenta

disponível no Excel facilita a manipulação dos dados, pois o programa pode ser

considerado de fácil acesso e simples compreensão. Concluiu-se que uma carteira

diversificada consegue reduzir os riscos individuais, mas isso não significa que os

retornos serão os máximos.

As limitações do estudo foram encontradas quando no meio do processo de

seleção da carteira que seria utilizada, posteriormente ao cálculo dos índices financeiros,

devido a diferença das bases desses não se encontrava um parâmetro para avaliar quais

seriam os índices mais relevantes para a elaboração do portfolio. Situação que foi

solucionada através de uma ponderação dos resultados através da analise grey, uma

metodologia que realiza a hierarquização de dados através de passos sequenciados, que

gerou um ranking das empresas selecionadas.

Constatou-se que há ainda vestígios de instabilidade no mercado surgidos da

crise de 2008, o que dificulta alguma previsão mais acurada da situação futura das ações,

onde uma avaliação de curto prazo pode demonstrar uma queda de ações, que em longo

prazo estão em crescimento e vice versa.

Esse trabalho propõe que sejam feitas outras pesquisas que tenham em vista o

longo prazo ou em que a economia esteja estável, tornando o momento mais propício

para a bolsa de valores, ou ainda que contemple mais áreas além do risco e retorno, para

comparar os resultados do modelo em múltiplas circunstâncias.

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114

7. REFERÊNCIAS

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3ªEd. São Paulo: Atlas, 2007.

APPOLINÁRIO, F. Metodologia da ciência: Filosofia e prática da pesquisa. 2ª ed. São

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operacional para o cursos de engenharia. 5ª Tir. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.

ASSAF NETO, A; LIMA, F. G. Curso de Administração Financeira. 2ª Ed. São Paulo:

Atlas, 2011.

ASSAF NETO, A; LIMA, F. G. Curso de Administração Financeira. São Paulo: Atlas,

2009.

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BISCHOFF, E. Estudo da utilização de algoritmos genéticos de rede de acesso.

ENE/FT/UnB, Mestre, Dissertação de Mestrado – Universidade de Brasília. Faculdade

de Tecnologia, Brasília-DF, dez. 2008.

BLANCHARD, O. Macroeconomia; Trad. De Luciana do Amaral Teixeira. 5ª Ed. São

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BONANOMI, C. R.; SILVA,W. V.; DEL CORSO, J. M.; DUCLÓS, C. L. Aplicação da

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BRIGHAM, E. F.; EHRHARDT, M. C. Administração Financeira: Teoria e Prática.

Trad. de José Nicolás Albuja Salazar e Suely Sono e Murai Cucci; Técnica José Nicolas

Albuja Salazar. 10ª Ed. São Paulo: Thomson, 2006.

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