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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENFERMAGEM AURORA DE AFONSO COSTA GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM E LICENCIATURA RAQUEL SANTOS DE QUEIROZ PERSPECTIVAS DA EDUCAÇÃO EM SAÚDE AOS CUIDADORES DE IDOSOS COM DEMÊNCIA: Revisão Integrativa NITERÓI 2016

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

ESCOLA DE ENFERMAGEM AURORA DE AFONSO COSTA

GRADUAO EM ENFERMAGEM E LICENCIATURA

RAQUEL SANTOS DE QUEIROZ

PERSPECTIVAS DA EDUCAO EM SADE AOS CUIDADORES DE IDOSOS

COM DEMNCIA: Reviso Integrativa

NITERI

2016

RAQUEL SANTOS DE QUEIROZ

PERSPECTIVAS DA EDUCAO EM SADE AOS CUIDADORES DE IDOSOS

COM DEMNCIA: Reviso Integrativa

Trabalho de Concluso de Curso apresentado na Universidade Federal Fluminense, como requisito parcial para obteno do ttulo de Bacharel e Licenciado em Enfermagem.

Orientadora:

Prof. Dra. ALESSANDRA CONCEIO LEITE FUNCHAL CAMACHO

Niteri

2016

Q 003 Queiroz, Raquel Santos de. Perspectivas da educao em sade aos cuidadores de

idosos com demncia: reviso integrativa. / Raquel Santos

de Queiroz. Niteri: [s.n.], 2016.

60 f.

Trabalho de Concluso de Curso (Graduao em

Enfermagem) - Universidade Federal Fluminense, 2016.

Orientador: Prof. Alessandra Conceio Leite Funchal

Camacho

1. Enfermagem. 2. Educao em sade. 3. Demncia.

4. Idoso. I. Ttulo.

CDD 610.73

RAQUEL SANTOS DE QUEIROZ

PERSPECTIVAS DA EDUCAO EM SADE AOS CUIDADORES DE IDOSOS

COM DEMNCIA: Reviso Integrativa

Trabalho de Concluso de Curso apresentado na Universidade Federal Fluminense, como requisito parcial para aprovao do curso e obteno do ttulo de Bacharel e Licenciado em Enfermagem.

.

Aprovada em 03 de fevereiro de 2016.

BANCA EXAMINADORA

____________________________________________________________________

Prof. Dr. Alessandra Conceio Leite Funchal Camacho (Orientadora)

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - UFF

_____________________________________________________________________

Prof. Dr. Geilsa Soraia Cavalcante Valente (1 Examinador)

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - UFF

_____________________________________________________________________

Prof. Ms. Fabiana Lopes Joaquim. UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - UFF

Niteri

2016

AGRADECIMENTOS

Agradeo primeiramente Deus, por me ter me dado fora e determinao para seguir

o caminho da minha vida. Ele toda honra e toda glria. Santa Rita de Cssia, minha

protetora.

Aos meus pais, Ivoneide e Francisco, que so a razo da minha vida. Obrigada pela

criao, pelo amor, suporte e apoio que sempre me deram, nunca me deixando desanimar.

minha irm Nvia e meu cunhado Diego, pela compreenso, pelo apoio e incentivo

ao longo da minha graduao.

Ao meu sobrinho, Juan Carlos, to pequeno, mas que tem um amor imenso e

verdadeiro. Obrigada por me ensinar a cada dia como ser tia.

Ao meu namorado, Jhonny, pela pacincia pra aturar minhas crises de desespero na

trajetria acadmica, pelo carinho e pelos votos de incentivo.

Aos tios, tias, primos e primas, por torcerem pela minha felicidade.

s amizades que a UFF me proporcionou. quelas desde o incio da faculdade:

Jssica Carvalho, Monique Pitzer e Talita Marchiro. s que o tempo nos tornou amigas:

Clariana Rosa, Daniela Chaves, Juliana Condeixa e Mariana Valiango. Obrigada pelo

companheirismo nas provas, nos estgios, nos congressos e na vida. Aos demais amigos e

colegas de turma e aos amigos fora da UFF, meu obrigado pelas palavras de incentivo.

minha orientadora, professora Dra. Alessandra Camacho, pela confiana e crdito

que em mim foram depositados. Obrigada pelo profissionalismo e incentivo na minha

trajetria.

Aos demais professores, pelo conhecimento e por me fazerem amar a enfermagem.

todos os enfermeiros e preceptores dos campos de estgio que me ajudaram a

compreender a essncia da minha profisso.

Agradeo tambm todos os pacientes/usurios, pela troca de valores e saberes, por

cada experincia de vida.

Caiam mil homens tua esquerda e dez mil tua direita, tu no sers atingido.

Salmos 91:7

RESUMO

Com o aumento da expectativa de vida e do envelhecimento h a prevalncia de doenas

crnicas no transmissveis, dentre as quais a demncia, que tpica da sade do idoso. A

demncia considerada um declnio progressivo da memria com consequncias nas funes

cognitivas e intelectuais. Diante das limitaes que a doena acarreta aos idosos, estes passam

a depender do cuidador para auxiliar/supervisionar/executar as atividades de vida diria. Pelo

fato de muitos cuidadores no terem passado por algum tipo de curso preparatrio h a

importncia de estudos que evidenciem a importncia da educao em sade dos enfermeiros

a este pblico alvo. Portanto o objetivo geral deste estudo analisar as produes cientficas

sobre o papel do enfermeiro na prtica de Educao em Sade aos cuidadores de idosos com

demncia e como objetivos especficos caracterizar a atuao do enfermeiro na Educao em

Sade aos cuidadores de idosos com demncia e descrever a importncia que a Educao em

Sade oferece aos cuidadores de idosos com demncia. Trata-se de uma reviso integrativa

com abordagem quanti-qualitativa. Foi realizada a busca nos bancos de dados da Biblioteca

Virtual de Sade (BVS): Bdenf, Lilacs, Medline e na base de dados internacional PUBMED.

O instrumento de coleta de dados utilizado para organizao do contedo obtido foi uma

tabela contendo os seguintes itens: ano, base de dados, metodologia, fatores relacionados ao

adoecimento e estratgias sugeridas. Foram selecionados 33 artigos, nos quais o maior

quantitativo corresponde ao ano de 2010, da base de dados Lilacs, do tipo exploratrio,

abordando a qualidade de vida e o cotidiano de cuidadores, percebeu-se que a sobrecarga

afeta diretamente na qualidade de vida e na prestao dos cuidados ao idoso e com isso maior

parte dos estudos sugerem adoo de estratgias e programas interdisciplinares, atravs de

oficinas, grupos e uso de teorias, de acordo com as particularidades envolvidas no processo.

Uma das contribuies do trabalho foi oferecer maior conhecimento cientfico atualizado

permitindo que enfermeiros e profissionais tenham embasamento para executar as suas aes

educativas junto aos cuidadores de idosos com demncia.

Palavras-chave: Demncia. Educao em Sade. Enfermagem. Idoso

ABSTRACT

With increasing life expectancy and aging there is the prevalence of chronic diseases, among

which dementia, which is typical of the health of the elderly. Dementia is considered a

progressive decline of memory with consequences on cognitive and intellectual functions.

Faced with the limitations that the disease brings to the elderly, they come to depend

caregiver to assist / supervise / perform the activities of daily living. Because that many caregivers have not gone through some sort of preparatory course for the importance of

studies that demonstrate the importance of health education of nurses to this target audience.

Therefore the aim of this study is to analyze the scientific production on the role of nurses in

the practice of health education for caregivers of patients with dementia and specific

objectives characterize the nurse's role in health education to caregivers of patients with

dementia and describe the importance of Health Education offers caregivers of elderly with

dementia. This is an integrative review with quantitative and qualitative approach. The search

was conducted in the databases of the Virtual Health Library (BVS): BDENF, Lilacs, Medline

and international database PUBMED. The data collection instrument used for organizing the

content has been obtained a table containing the following: year, database, methodology,

factors related to illness and suggested strategies. 33 articles were selected, in which the

largest quantity corresponds to the year 2010, the Lilacs database, exploratory, approaching

the quality of life and the daily lives of caregivers, it was noticed that the overhead directly

affects the quality of life and in the provision of care to the elderly and that most studies

suggest adopting strategies and interdisciplinary programs through workshops, groups and use

of theories, according to the particularities involved in the process. One of the contributions of

the work was to provide more current scientific knowledge allowing nurses and professionals

have foundation to run their educational actions with caregivers of seniors with dementia.

Keywords: Dementia. Health Education. Nursing. Elderly.

LISTA DE ILUSTRAES

Figura 1 - Fluxograma descrevendo o caminhar metodolgico para os resultados, f.29

Tabela 1 Quantitativo de artigos selecionados por ano, f.31

Grfico 1 Base de dados selecionadas, f.32

Tabela 2 Sntese dos artigos selecionados, f.33

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ADAS Escala de Avaliao da Doena de Alzheimer

AIVD

Atividades Independentes de Vida Diria

APA

American Psychiatric Association

APOE

ApoliproteinaE

AVD Atividades de Vida Diria

BVS Biblioteca Virtual de Sade

CBO

Cdigo Brasileiro de Ocupaes

CDR

Clnical Dementia Rating

CLT

Consolidao das Leis do Trabalho

DA Doena de Alzheimer

DCL

Demncia dos Corpsculos de Lewy

DFT Demncia Frontotemporal

DSM

Manual do Diagnstico e Estatstica das Doenas Mentais

DV

Demncia Vascular

EASIC Enfermagem na Assistncia aos Idosos e seus cuidadores

FGTS Fundo de Garantia por Tempo de Servio

GCUID Grupo de Cuidadores

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica

IPVS ndice Paulista de Vulnerabilidade Social

LILACS

Literatura Latino Americana e do Caribe em Cincias da Sade

MEEM Mini-Exame do Teste Mental

MEDLINE Biblioteca Nacional de Medicina

MIF Medida de Independncia Funcional

NMDA

Antagonista dos Receptores de Glutamato

OMS Organizao Mundial de Sade

PNSPI Poltica Nacional de Sade da Pessoa Idosa

PUBMED Medical Published - service of the U.S. National Library of Medicine

TSH Hormnio Estimulante da Tireide

SUMRIO

1 INTRODUO............................................................................................................... p.11

1.1 CONSIDERAES INICIAIS...................................................................................... p.11

1.2 OBJETIVOS.................................................................................................................. p.13

1.2.1 OBJETIVO GERAL.....................................................................................................p.13

1.2.2 OBJETIVOS ESPECFICOS........................................................................................p13.

1.3 JUSTIFICATIVA........................................................................................................... p.13

2 REVISO DE LITERATURA........................................................................................p.15

2.1 DEMNCIAS................................................................................................................. p.15

2.1.1 DEFINIO................................................................................................................ p.15

2.1.2 EPIDEMIOLOGIA...................................................................................................... p.15

2.1.3 MANIFESTAES CLNICAS................................................................................. p.16

2.1.4 DIAGNSTICO.......................................................................................................... p.16

2.1.5 TIPOS DE DEMNCIA.............................................................................................. p.17

2.1.5.1 Doena de Alzheimer (DA).......................................................................................p.17

2.1.5.1.1 Mecanismos Fisiopatolgicos.................................................................................p.19

2.1.5.1.2 Diagnstico.............................................................................................................p.19

2.1.5.1.3 Tratamento..............................................................................................................p.21

2.1.5.2 Demncia Vascular....................................................................................................p.22

2.1.5.3 Demncia dos Corpsculos de Levy..........................................................................p.23

2.1.5.4 Demncia Frontotemporal (DFT) .............................................................................p.23

2.2 EDUCAO EM SADE AOS CUIDADORES DE IDOSOS COM DEMNCIA....p.24

2.3 POLTICAS PBLICAS VOLTADAS AO IDOSO E SEUS CUIDADORES.............p.26

3. METODOLOGIA..........................................................................................................p.28

4 RESULTADOS ..............................................................................................................p.31

5. DISCUSSO DOS DADOS ...........................................................................................p.44

6. CONSIDERAES FINAIS ........................................................................................p.51

7. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS..........................................................................p.54

7.1 OBRAS CITADAS.........................................................................................................p.54

7.2 OBRAS CONSULTADAS.............................................................................................p.60

11

1 INTRODUO

1.1 CONSIDERAES INICIAIS

O envelhecimento definido como um processo universal caracterizado pela reduo

da capacidade funcional, muitas vezes relacionado a enfermidades e por conta disso h

polticas pblicas voltadas ao idoso (CAMACHO e COELHO, 2010, p.280). A Organizao

Mundial de Sade (WHO, 2002) define a populao idosa como pessoas com 60 anos de

idade ou mais nos pases em desenvolvimento, e 65 anos de idade ou mais nos pases

desenvolvidos.

Atualmente, possvel observar que o envelhecimento vem sofrendo um aumento

significativo particularmente no Brasil. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatstica (IBGE, 2013) em 2012, a participao relativa dos idosos de 60 anos ou mais de

idade foi de 12,6% da populao total. Para o grupo com 65 anos ou mais de idade, a

participao foi de 8,6%. Daqui a 25 (vinte e cinco) anos a expectativa da populao brasileira

idosa ser superior a 30 (trinta) milhes e em 2055 o nmero de idosos ser maior do que o de

crianas e jovens de at 29 anos de idade. As caractersticas mais marcantes da populao

idosa so que a maioria feminina (55,7%) e branca (54,5%); com domiclio em reas

urbanas (84,3%); mdia de 4,2 anos de estudo; beneficiados pela previdncia social (76,3%) e

cerca de 43,5% com renda per capita igual ou inferior a 1 salrio mnimo.

Esses dados apontam que h uma reduo no ndice de natalidade, um aumento na

expectativa de vida e na qualidade de vida. Partindo deste ponto pode-se perceber que h um

risco aumentado para ocorrncia de doenas crnicas no transmissveis e as doenas

demenciais, caractersticas na sade do idoso.

A demncia segundo Eid, Kairalla e Campora (2012, p.20) pode ser entendida como

uma sndrome em que h um declnio progressivo da memria trazendo uma srie de

consequncias tais como o comprometimento das funes cognitivas, o dficit para realizao

de comandos motores e falhas no planejamento.

Nesse contexto, Talmelli et al (2013, p.220) afirmam que as demncias por se tratarem

de doenas crnico degenerativas so responsveis por piora na habilidade fsica, na

qualidade de vida, alm disso, Falco e Maluschk (2009, p.138 ) referem que a medida que a

doena progride so encontrados sintomas psicticos transitrios causando prejuzos na

12

memria e na autonomia, o que causa dependncia dos outros para execuo de tarefas. Sendo

assim, possvel observar que h uma fragilidade por volta da vida dos idosos com demncia

e os seus cuidadores, fazendo com que ocorra uma mudana em todo cotidiano, por questes

sociais, fsicas, emocionais, financeiras e estruturais.

Diante desta viso, em 4 de janeiro de 1994 foi promulgada a lei 8.842 sobre a Poltica

Nacional do Idoso, que tem por objetivo assegurar os direitos sociais do idoso, criando

condies para promover sua autonomia, integrao e participao efetiva na sociedade.

J a Poltica Nacional dos Cuidadores de Idosos (Portaria Interministerial MPAS/MS

n 5.153, de 7 de abril de 1999) dispe sobre a necessidade de criar alternativas que

proporcionem ao idoso melhor qualidade de vida; diretrizes para atender integralmente ao

idoso e a sua famlia; reduzir o percentual de idosos institucionalizados e a necessidade de

habilitar recursos humanos para o cuidado ao idoso. Esses profissionais so fundamentais na

assistncia aos idosos e representam o elo entre o idoso, a famlia e os servios de sade.

Para lidar com essas questes, o Enfermeiro enquanto detentor de conhecimento

cientfico e um educador, deve desenvolver prticas de Educao em Sade a esse grupo de

profissionais. Segundo Santiango e Luz (2012, p.137), a Educao em Sade atua como uma

forma de vinculao entre profissionais e a comunidade, pois a sua ao pautada no respeito,

na participao e na atuao dos indivduos.

A motivao deste estudo acompanha a minha trajetria acadmica. Ao passar pela

disciplina de Fundamentos de Enfermagem I foi possvel realizar o Ensino Terico-Prtico de

consulta de enfermagem no ambulatrio de Enfermagem na Ateno a Sade do Idoso e seus

Cuidadores (EASIC), no local pude fazer o acompanhamento de questes de sade, sociais e

emocionais envolvidas entre os idosos e a relao com os seus cuidadores, este foi um setor

que pude aplicar o conhecimento cientfico adquirido e adaptar a realidade desse idoso e de

seu cuidador. Disciplinas como Sade Coletiva tambm favoreceram a meu desejo de atuar na

educao em sade, atravs das aulas e do Ensino Terico-Prtico.

Alm disso, fao parte do projeto de Extenso intitulado Cuidado a pessoa com

doena de Alzheimer - Blog Interativo que tem como objetivo buscar o estado de equilbrio

da clientela considerando a integralidade da assistncia; a humanizao; promoo,

preveno, recuperao e reabilitao da sade no contexto individual, familiar e comunitrio

visando a qualidade de vida. Diante disso, atravs de seus estudos Camacho et al (2013)

comprovam que importante o cuidador apreender atravs da ao do enfermeiro,

13

conhecimentos pertinentes ao contexto fisiolgico, farmacolgico e social do idoso com

demncia.

Com base no exposto foi traada a seguinte questo norteadora: Qual o papel do

enfermeiro na prtica de educao em sade aos cuidadores de idosos com demncia descrita

nas produes cientficas?

A partir de tal indagao, o temos como objeto de estudo: As produes cientficas

sobre educao em sade aos cuidadores de idosos com demncia.

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 OBJETIVO GERAL

- Analisar as produes cientficas sobre o papel do enfermeiro na prtica de Educao

em Sade aos cuidadores de idosos com demncia.

1.2.2 OBJETIVOS ESPECFICOS

- Caracterizar a atuao do enfermeiro na Educao em Sade aos cuidadores de

idosos com demncia;

- Descrever a importncia que a Educao em Sade oferece aos cuidadores de idosos

com demncia.

1.3 JUSTIFICATIVA

Tendo em vista o nmero de idosos crescendo no Brasil e o acompanhamento de casos

de demncia, h uma srie de consequncias em todos os mbitos de sua vida com isso o

cuidador encontra-se sobrecarregado muitas vezes no sabendo como lidar diante dos fatos.

14

Da a importncia de analisar as referncias acerca da educao em sade aos

cuidadores de idosos com demncia para que se possa contribuir em uma assistncia com

qualidade.

15

2 REVISO DE LITERATURA

2.1 DEMNCIAS

2.1.1 DEFINIO

A demncia pode ser definida como uma sndrome em que h a deteriorizao

cognitiva na memria que capaz de afetar as atividades de vida diria (NOVELLI, NITRINI

e CARAMELLI, 2010, p.140). De acordo com o Ministrio da Sade (2007) essa sndrome

pode ser decorrente de doena ou disfuno cerebral, de natureza crnica e progressiva, com

isso h a perturbao das funes cognitivas, que alm da memria atinge ainda a ateno, o

aprendizado, o pensamento, a orientao, a compreenso, o clculo, a linguagem e o

julgamento.

Pelo fato de ocorrer o declnio intelectual, a demncia geralmente acompanhada por

alterao no estado emocional, no comportamento emocional e social (MINISTRIO DA

SADE, 2007, p.108).

So vrios os tipos de demncias, que podem ser classificadas em reversveis/no

degenerativas e as irreversveis/degenerativas. As irreversveis equivalem a 80% das

demncias (SAYEG, 2012, p.97-109) e so compreendidas por Doena de Alzheimer,

Demncia Vascular, Demncias dos corpsculos de Lewy e Demncias frontotemporais;

enquanto que as reversveis representam 10% das demncias, nas quais podem ser causadas

por toxicidade de medicamentos, depresso, infeco do sistema nervoso, doenas

metablicas e neurolgicas (tumores cerebrais primrios e hidrocefalia de presso normal),

envenenamento por orgnicos e metlicos, disfuno da tireide e paratireide, e deficincias

nutricionais de vitamina B12, B6, tiamina e cido flico (MINISTRIO DA SADE, 2007,

p.109).

2.1.2 EPIDEMIOLOGIA

Com o aumento da expectativa de vida no Brasil, preocupante a ocorrncia de

doenas crnicas no transmissveis e as neurodegenerativas. Segundo Arajo e Nicoli (2010,

16

p.234) as demncias hoje acometem parte da populao pr-senil e senil de todo o mundo

alm disso, sua incidncia vem crescendo assustadoramente.

A expectativa que em 2030 o nmero de idosos com demncia seja de cerca de 65,7

milhes e 115,4 milhes em 2050 (SANTOS e GUTIERREZ, 2013, p.793).

A sua prevalncia cerca de 5% para as pessoas acima de 65 anos e mais de 20% para

as acima de 80 anos de idade (EID, KAIRALLA e CAMPORRA, 2012, p.20).

Esse crescimento nos casos de demncia ao longo das prximas dcadas poder ser

maior nos pases de baixa e mdia rendas, incluindo o Brasil (COUTINHO e LACKS, 2012,

p.412) Portanto h a importncia de estratgias eficientes no manejo do idoso com sndrome

demencial.

2.1.3 MANIFESTAES CLNICAS

Segundo Arajo e Nicolli (2010, p.242) a demncia resultado de fatores

multifatoriais como genticos e ambientais que variam de acordo com o tempo, a idade e

questes individuais. Ocorre uma cascata de eventos fisiopatolgicos que atuam no mbito

molecular, levando a falta de neurotransmissores.

Essa patologia demencial caracterizada pelo declnio progressivo da memria que

traz uma srie de consequncias nas funes cognitivas, no dficit para realizao de

comandos motores e falhas no planejamento (EID, KAIRALLA e CAMPORRA, 2012, p.20)

e por conta disso esses pacientes se tornam progressivamente dependentes para as atividades

da vida diria (AVD) e por isso precisam da superviso ou ajuda de outra pessoa.

As suas manifestaes so compreendidas pelo comprometimento nas caractersticas

intelectuais e cognitivas, afetando o raciocnio, a memria, a percepo, a ateno, a

capacidade de reconhecimento, a fala e a personalidade (FILHO e NETTO, 2006).

2.1.4 DIAGNSTICO

Segundo o DSM IV os critrios para o diagnstico de demncia exigem o

comprometimento da memria. Isso pode ser definido pela anamnese detalhada com o

17

paciente e uma pessoa que tenha um vnculo com ele. Durante a entrevista, o profissional

deve perguntar sobre os problemas de memria, linguagem, orientao, praxias, gnosias,

funes cognitivas e capacidade de pensamento abstrato, alm do relacionamento social

(BALTHAZAR, CENDES e DAMASCENO, 2012, s.p).

Baltazar, Cendes e Damasceno (2010, s.p.) afirmam ainda que para ser definido de

fato o diagnstico de demncia so necessrios um problema de memria, geralmente

episdica (dificuldade no aprendizado); pelo menos um problema em outra esfera cognitiva

(linguagem, dificuldade de abstrao, dificuldade de julgamento e controle de impulsos); e

que esses problemas prejudiquem as suas atividades dirias e de relacionamentos.

importante que a anamnese seja feita de forma que no possa criar possibilidades de

falsos diagnsticos, como a pseudodemncia, que segundo Bastos (2010, apud COELHO et

al, 2010, p.451)1 muitas vezes relacionada com a depresso, pois esta causa o desinteresse

pelas atividade, a lentido psicomotora ou at mesmo agitao.

O diagnstico diferencial fundamenta-se na histria clnica, exames laboratoriais e de

imagem, exame neuropatolgico, diferenciao do perfil caracterstico avaliao

neuropsicolgica (ARAJO e NICOLI, 2010, p.241).

2.1.5 TIPOS DE DEMNCIAS

2.1.5.1 Doena de Alzheimer (DA)

Pode ser definida como uma desordem neurodegenerativa crnica acompanhada por

disfuno cerebral complexa, com manifestaes congnitivas, transtornos psicolgicos e de

comportamento, em incidncia/propores variveis (CAMACHO e COELHO, 2011, p.78).

No Brasil no h dados estatsticos concretos, mas estima-se que tenha cerca de 1,2

milho brasileiros portadores da doena (SAYEG, 2012, p.13).

A chance de um idoso desenvolver a doena de Alzheimer de 4% antes dos 65 anos,

6% entre 65 e 74, 44% entre 75 e 84 anos e 46% com mais de 85 anos (SAYEG, 2012, p.13).

1 BASTOS, C.L. Manual do exame psquico: uma introduo prtica psicopatologia (3 ed.). Rio de Janeiro: Revinter; 2010.

18

Segundo o Ministrio da Sade (2007, p.110) considerada o tipo mais comum de

demncia. A doena de Alzheimer tem causas multifatoriais, podendo estar ligada a

hipertenso arterial, diabetes, processos isqumicos cerebrais e dislipidemia, alm de fatores

genticos, idade e atividade intelectual.

Os fatores genticos esto relacionados mutaes nos cromossomos 1,14 e 21, que

so responsveis pelo incio precoce da doena, alm do gene Apolipoprotena E (APOE), que

apresenta diferentes formas presentes no cromossomo 19, sendo a APOE 4 a mais comum

(POLTRONIERE, CECCHETTO e SOUZA, 2011).

De acordo com o Ministrio da Sade (2007, p.110) a Doena de Alzheimer pode ser

dividida em fases evolutivas, so elas:

Fase inicial: como sinal precoce h o comprometimento da memria recente,

acompanhado de deteriorizao progressiva no tempo e no espao. Em alguns casos podem

apresentar perda de concentrao, desateno, perda de iniciativa, retraimento social,

mudanas de humor (depresso) e alteraes de comportamento (exploses de raiva,

ansiedade, irritabilidade e hiperatividade).

Fase intermediria: intensificao nos dficits de memria passando a atingir os outros

domnios da cognio, como afasia, agnosia, alteraes visuoespaciais e visuoconstrutivas e

apraxia. As atividades independentes de vida diria (AIVD) so substitudas pelas atividades

de vida dependentes (AVD), pois nesta fase ocorre o prejuzo na linguagem, no aprendizado,

na execuo de tarefas e a capacidade de resolver problemas e a memria remota esto

comprometidas. Em alguns casos podem ocorrer agitao, perambulao, agressividade,

questionamentos repetitivos, reaes catastrficas, distrbios do sono e a sndrome do

entardecer, que a ocorrncia de confuso mental prximo ao horrio do pr do sol.

Fase avanada ou terminal: todas as funes cognitivas esto gravemente

comprometidas com dificuldade para reconhecer pessoas e espaos familiares. Alm disso, no

campo da linguagem os sons tornam-se incompreensveis at alcanarem o mutismo. Na fase

final, geralmente, esto acamados e incontinentes e normalmente acabam falecendo por

alguma complicao da sndrome da imobilidade.

19

2.1.5.1.1 Mecanismos fisiopatolgicos

A Doena de Alzheimer uma doena cerebral primria de etiologia no totalmente

conhecida, com aspectos neuropatolgicos e neuroqumicos determinantes, que podem ser

divididos em duas reas: mudanas estruturais e alteraes nos neurotransmissores

(PORTARIA SAS/MS n 843, de 31 de outubro de 2002).

As mudanas estruturais envolvem os enovelados neurofibrilares, as placas neurticas

e as alteraes no metabolismo amilide. As placas neurticas

so alteraes extracelulares com aspecto esfrico, que apresentam no centro o acmulo de

protena beta-amiloide, circundada por um anel formado por partculas de neurnios; j os

novelos neurofibrilares so formados a partir de neurnios remanescentes que apresentam

alteraes intracelulares no interior do citoplasma dos neurnios, nesse emaranhado h a

protena Tau, que responsvel pela gravidade da demncia, em casos normais ela

responsvel pela fosforilao nos microtbulos, permitindo a estabilidade, entretanto quando

em excesso essa protena faz a hiperfosforilao causando leso e ruptura do citoesqueleto

celular, comprometendo a sua funo o que determina a morte do neurnio (PORTARIA

SAS/MS n 843, de 31 de outubro de 2002, p.167; SAYEG, 2012, p.97-109).

As questes neuroqumicas so explicadas pela diminuio no nvel de Acetilcolina,

que um neurotransmissor responsvel pelo desempenho cognitivo, isso ocorre por duas

possveis causas: queda na sua produo ou excessiva destruio pela ao da

Acetilcolinesterase (SAYEG, 2012, p.97-109).

2.1.5.1.2 Diagnstico

Para que ocorra preciso no diagnstico necessrio o levantamento da histria

clnica adequada, a confirmao por parte dos familiares e a avaliao do estado mental

(POLTRONIERE, CECCHETTO e SOUZA, 2011, p.273 ).

Dentre os diversos exames que so utilizados para contribuir no diagnstico

de Alzheimer, esto exames laboratoriais, hemograma, creatinina, sdio e

20

potssio, clcio, dosagem de vitamina B12, sorologia para sfilis, funo

heptica, hormnio estimulante da Tireide (TSH). Exames como

tomografia computadorizada, ressonncia magntica e a avaliao neuro-

psicolgica surgem como opcionais (POLTRONIERE, CECCHETTO e

SOUZA, 2011).

A avaliao cognitiva avalia a linguagem, a coordenao motora, a capacidade de

abstrao, a memria, o raciocnio e a ateno. Fatores como idade, escolaridade, limitao

motora e questes culturais devem ser levados em conta, pois podem interferir no resultado

final (POLTRONIERE, CECCHETTO e SOUZA, 2011, p.274).

O Mini-Exame do Estado Mental (MEEM) um dos instrumentos de teste mais

utilizados que fornece diferentes parmetros cognitivos, este possui questes agrupadas em

sete categorias, como orientao temporal (5 pontos), orientao espacial (5 pontos), registro

de trs palavras (3 pontos), linguagem (8 pontos) e capacidade construtiva visual (1 ponto).

Pode ser feito em um tempo favorvel (cerca de cinco a 10 minutos) e seu escore pode variar

de 0 at 30 pontos, que indicam maior comprometimento e melhor capacidade cognitiva,

respectivamente (CAMACHO e COELHO, 2011, p. 104; SAYEG, 2012, p.97-109).

Outro instrumento bastante utilizado o Teste do Relgio, segundo o Alzheimermed

(2008) esse um teste til no consultrio devido a sua rapidez e simplicidade. possvel

delimitar o padro de funcionamento frontal e temporoparietal, em que o paciente deve

desenhar o mostrador de um relgio indicando uma determinada hora com os ponteiros. A

escala baseia-se nos seguintes critrios: o desenho do crculo correto demarca, os nmeros na

posio correta, a incluso dos 12 nmeros e os ponteiros na posio correta, cada um destes

equivale a 1 ponto, quando o paciente tem uma pontuao menor do que 4, requer maior

investigao.

A Escala de Avaliao da Doena de Alzheimer (ADAS) j mais demorada (cerca de

45 minutos), pois avalia tanto as funes cognitivas como as no cognitivas. A parte cognitiva

com 11 sees avalia a memria, a linguagem e a praxia. A parte no cognitiva com 10 sees

avalia o humor e os distrbios de comportamento (ALZHEIMERMED, 2008).

possvel tambm fazer o Estadiamento Clnico das Demncias (Clnical Dementia

Rating CDR), que usado como avaliao global das demncias, dividido em categorias:

orientao, memria, julgamento e discernimento, participao social, afazeres domsticos e

cuidados pessoais. A pontuao da seguinte forma: CDR 0 = no h demncia; CDR 0,5 =

21

demncia questionvel; CDR 1 = demncia leve; CDR 2 = demncia moderada e CDR 3 =

demncia grave (ALZHEIMERMED, 2008).

Partindo para outra face do diagnstico, temos os biomarcadores, que permitem

detectar leso neuronal. Segundo Sayeg (2012) esses biomarcadores so divididos em duas

categorias:

1. Biomarcadores de acumulao de Ab alterados no exame de reteno e

baixa concentrao no LCR (CSFAb42); 2. Biomarcadores de degenerao

e/ou leso neuronal com elevao da Tau no LCR (total e fosforilada);

diminuio da absoro de fluorodeoxyglicose em mtodo de imagem, PET,

em reas topogrficas especficas envolvendo o crtex tmporo-parietal; e

atrofia na ressonncia nuclear magntica comprometendo as reas mediais,

basais e laterais do crtex dos lobos temporais e regies mediais e basais

parietais.

2.1.5.1.3 Tratamento

fundamental que o enfermeiro conhea o tratamento farmacolgico do paciente com

doena de Alzheimer, tendo em vista que esta uma doena neurodegenerativa progressiva

capaz de causar uma srie de consequncias na vida do idoso. Dessa forma, possvel

estabelecer um planejamento dos cuidados de enfermagem baseados na farmacodinmica e

seus efeitos colaterais.

De acordo com Sayeg (2012,13p.) os objetivos do tratamento so retardar a evoluo,

tratar os sintomas e controlar as alteraes de comportamento. Os medicamentos so

divididos em classes diferentes que atuam de acordo com a fase clnica da doena.

Os anticolinestersicos so recomendados nas fases leve e moderada, neste grupo

esto: donezepil, rivastigmina e galantamina. O donezepil deve ser administrado uma vez ao

dia com dose mnima de 5 mg e mxima de 10 mg. Os seus efeitos colaterais incluem diarreia,

nusea, vmitos, fadiga, insnia e inapetncia. A rivastigmina administrada duas vezes ao

dia com dose inicial de 5 a 8mg ao dia com aumento gradual at 12 mg, apresenta os

seguintes efeitos colaterais: nuseas e vmitos severos, tontura, fadiga, mialgia, incontinncia

urinria, problemas com a viso e sudorese intensa. O ltimo desta classe, a galantamina

administrado uma vez ao dia nas dosagens de 8, 16 e 24 mg, sendo aumentados a cada quatro

semanas, seus principais efeitos colaterais so nuseas, vmitos e outros efeitos colinrgicos

que tendem a desaparecer nas primeiras semanas (SAYEG, 2012, 13p.).

22

A outra classe composta pelo memantina, antagonista dos receptores de glutamato

(NMDA), administrando nas fases moderada a avanada da doena. Esse medicamento

impede que o excesso de glutamato atue sobre a molcula receptora do glutamato do neurnio

adjacente, evitando a entrada excessiva de clcio, que levaria morte neuronal. Sua dose

teraputica de 20 mg. Seus efeitos colaterais so mais leves, tais como tontura, cefaleia,

obstipao e agitao (SAYEG, 2012, 13p.).

2.1.5.2 Demncia Vascular (DV)

A DV pode ser classificada como a segunda maior causa de quadros demenciais. Pode

ser definida como um conjunto heterogneo de sndromes com vrios mecanismos vasculares

e mudanas cerebrais, sendo as causas e as manifestaes clinicas variveis. A demncia

vascular tem um incio mais agudo do que a Doena de Alzheimer, com perodos abruptos

seguidos de estabilizao em alguns momentos (ARAJO e NICOLI, 2011, p.238;

MINISTRIO DA SADE, 2007, p.111).

Sua etiologia relaciona-se a leses tromboemblicas, mas pode ser de outras

etiologias, como: infartos lacunares, leses em territrios nobres, infartos em vasos de grande

calibre, leses extensas da substncia branca, angiopatias, hemorragias cerebrais hipertensivas

e vasculites. Seus fatores de risco tambm so variados, podendo incluir: antecedentes de

doenas cardiovasculares, hipertenso arterial sistmica, diabetes mellitus, aterosclerose,

obesidade, raa negra, hiperuricemia, policitemia e ambiente estressante so os principais

(MINISTRIO DA SAUDE, 2007, p.112).

A demncia vascular de origem cortical (ou demncia multi-infarto) acontece quando

o incio da demncia coincide com acidente vascular cerebral, ocorrendo a deteriorao

cognitiva em degraus, curso flutuante e sinais neurolgicos assimtricos, como disfuno

executiva, afasia, apraxia, dficit visuo-espacial e amnsia antergrada). J a de origem

subcortical caracterizada por leucoencefalopatia vascular com sintomas acompanhados de

mudana da personalidade, apatia e disfuno executiva progressiva (BALTHAZAR,

CENDES e DAMASCENO, 2012, s.p.).

O diagnstico precoce e a identificao de fatores de risco so medidas que permitem

elaborar estratgias objetivando retardar e/ou melhorar a evoluo da pessoa. A preveno de

23

novos eventos cerebrovasculares a forma mais eficaz de controlar as alteraes

comportamentais e cognitivas (MINISTRIO DA SADE, 2007, p. 112).

2.1.5.3 Demncia dos Corpsculos de Lewy (DCL)

o terceiro tipo de demncia mais comum, est associado a sintomas parkinsonianos

(tremor, rigidez, bradicinesia, instabilidade cultural), alucinaes e flutuaes nos dficits

cognitivos (CARVALHO 2000, apud ARAJO e NICOLI, 2010, p.235).2

Quanto aos aspectos fisiopatolgicos ocorre a agregao anormal da protena alfa-

sinuclena, que uma das protenas presentes nos corpos de Lewy, localizados no crtex e nos

ncleos subcorticais (BALTHAZAR, CENDES e DAMASCENO, 2010, p.10).

Suas manifestaes clnicas diferem da Doena de Alzheimer, pois a memria

episdica encontra-se menos afetada. Nesse tipo de demncia os pacientes apresentam

dificuldades nas habilidades visuoespaciais e nas funes executivas, somente aps o dficit

cognitivo que surgem os sintomas parkinsonianos (BALTHAZAR, CENDES e

DAMASCENO, 2010, p.10).

O tratamento vai depender do quadro do paciente, mas geralmente, poucos so os que

respondem significativamente aos antiparkinsonianos. Na classe dos anticolinestersicos, a

rivistgmina mostrou benefcios nas esferas cognitivas e nas alucinaes (BALTHAZAR,

CENDES e DAMASCENO, 2010, p.10).

2.1.5.4 Demncia Frontotemporal (DFT)

uma sndrome neuropsicolgica em que h atrofia e disfuno dos lobos frontais e

temporais. Sua prevalncia menor do que a das demais demncias (cerca de 5 a 6%) porm

CARVALHO, Aline de Mesquita. Demncia como fator de risco para queda seguida de fratura

grave em idosos. [Mestrado]. Fundao Oswaldo Cruz, Escola Nacional de Sade Pblica; Brasil.

2000. 82p.

24

geralmente atinge a populao menos idosa (at 65 anos de idade) (NICOLI e ARAJO,

2010, p.236; BALTHAZAR, CENDES e DAMASCENO, 2010, p.10).

A DFT tem incio insidioso e carter progressivo, com um discreto

comprometimento da memria episdica, mas com importantes alteraes

comportamentais, de personalidade e alteraes na linguagem. As alteraes

comportamentais podem ser: isolamento social, apatia, perda de crtica,

desinibio, impulsividade, irritabilidade, inflexibilidade mental, sinais de

hiperoralidade, descuido da higiene corporal, sintomas depressivos,

estereotipias motoras, explorao incontida de objetos no ambiente e

distrabilidade (BALTHAZAR, CENDES e DAMASCENO, 2010, p.183-

193).

Clinicamente, a DFT pode ser dividida em 4 (quatro) formas: doena de pick,

degenerao dos lobos Frontais, demncia associada ao neurnio motor e demncia

semntica. Nas 3 primeiras formas a memria encontra-se relativamente preservada as

manifestaes compreendem o comprometimento nas funes executivas. No caso da

demncia semntica ocorre perda progressiva do reconhecimento visual, anomia

(incapacidade de lembrar alguns nomes de objetos), comprometimento na fluncia verbal e

categorizao semntica. O diagnstico feito com base na histria clnica, no exame

neurolgico e avaliao neuropsicolgica (ARAJO e NICOLI, 2010, p.237).

2.2 EDUCAO EM SADE AOS CUIDADORES DE IDOSOS COM DEMNCIA

Com o aumento da expectativa de vida do idoso h o surgimento de doenas crnico-

degenerativas, em especial as demncias, que trazem consequncias cognitivas, fsicas e

intelectuais, que afetam o cotidiano e a realizao de suas atividades, sendo assim, o idoso

torna-se dependente de outra pessoa para auxiliar/supervisionar/realizar essas atividades.

Diante das circunstncias, os cuidadores passam a fazer parte da estrutura familiar

desse idoso, estes ento assumem a responsabilidade de cuidar, so pessoas fundamentais na

assistncia aos idosos e representam o elo entre o ser cuidado, a famlia e os servios de sade

(SANTIAGO e LUZ, 2012, p.137).

De acordo com a Portaria n 2.528 de 2006, que aprova a Poltica Nacional de Sade

da Pessoa Idosa (PNSPI - Ministrio da Sade) e revoga a Portaria n 1.395 de 1999, o

25

cuidador toda pessoa, membro ou no da famlia, que, com ou sem remunerao, formal ou

informal, presta cuidados ao idoso que depende de auxlio em suas atividades dirias, como:

alimentao, higiene pessoal, medicao, companhia aos servios de sade, servios de banco

ou farmcias, entre outros.

O cuidado prestado a um idoso dependente requer ateno, tempo e esforo, e gera

aflies, angstias e perturbaes tendo em vista a desestruturao que a demncia capaz de

causar, entretanto, nem sempre os cuidadores so devidamente preparados para o desempenho

de suas funes (SOUZA, SKUBS e BRETAS, 2007, apud BRUM et al, 2013, p.620).2

Estudos levantados por Pavarini e Santos (2010, p.119) comprovam tal fato ao

descreverem que a maioria dos cuidadores do sexo feminino, cerca de 50 anos, baixo nvel

de escolaridade e sob vulnerabilidade social.

Diante das dificuldades que os cuidadores enfrentam devido s limitaes do idoso

com demncia, faz-se necessrio que sejam adotadas prticas de educao em sade a essa

classe, buscando melhoria nas questes de sade e na qualidade de vida.

Segundo Santiago e Luz (2012, p. 137) o ato de cuidar, muitas vezes, realizado com

base apenas no senso comum, visto que essa ao no caracteriza o cuidador do idoso como

profissional de sade. Nessa linha de raciocnio Ramos e Menezes (2012, p.15), afirmam

que o profissional previne que o cuidado seja apenas emprico ou tecnicista e alcana uma

prtica alicerada em uma fundamentao terica e cientfica.

Para que o enfermeiro atue na educao em sade aos cuidadores, preciso ter como

ponto de partida as experincias vivenciadas pelos cuidadores a partir da reflexo da

problematizao em sua realidade, alm de seus conhecimentos empricos. Essa prtica deve

ser feita de forma dialgica o que permite a capacidade de pensamento dos cuidadores

valorizando os seus contedos adquiridos no meio sociocultural, para que sirvam como fios

condutores em busca de um aprendizado com novas informaes.

Nesse contexto Ramos e Menezes, (2012, p.139) confirmam a importncia do

enfermeiro como mediador na relao entre o idoso, a famlia e os servios de sade. O

enfermeiro deve procurar conhecer os cuidados prestados, os hbitos, os padres e os

comportamentos do cuidador, pois dessa forma permite criar parmetros para orientao de

acordo com a realidade e as dificuldades encontradas no difcil cotidiano do idoso portador de

2 SOUZA, Rosangela Ferreira de; SKUBS, Thais; BRETAS, Ana Cristina Passarella. Envelhecimento e famlia: uma nova perspectiva para o cuidado de enfermagem. Rev. bras. enferm., Braslia , v.

60, n. 3, June 2007

26

demncias. Complementando tal fato, Brum et al (2013, p.623) afirmam que os cuidadores

necessitam de uma ateno maior, buscando sempre compreend-lo para que possam

prosseguir com um cuidado ao idoso com mais qualidade e tranquilidade.

2.3 POLTICAS PBLICAS VOLTADAS AOS IDOSOS E SEUS CUIDADORES

O envelhecimento um processo universal caracterizado pela reduo das atividades

funcionais e tem relao com diversas enfermidades que levam continuamente a construo

de polticas pblicas para o idoso tanto no mbito internacional assim como principalmente

no mbito brasileiro (CAMACHO e COELHO, 2010, p.280).

Ao fazer um levantamento histrico das polticas pblicas percebemos que desde a

Declarao de Alma Ata, de 1978 a sade vista como um direito humano fundamental, em

que os governos devem assegurar os cuidados primrios de sade a todos os povos, o que

possibilita estilos de vida saudveis, atravs da proteo, preveno, cura e reabilitao.

Em 1994, foi promulgada a lei 8.842, a respeito da Poltica Nacional do Idoso, que

tem por objetivo assegurar os direitos sociais do idoso, criando condies para promover sua

autonomia, integrao e participao efetiva na sociedade. O idoso aquele com idade igual

ou superior a sessenta anos, que deve ter seus direitos de cidadania assegurados pela famlia,

pelo Estado e pela sociedade, garantindo sua participao ativa na comunidade, com

dignidade, bem-estar e direito vida.

Para acompanhar o aumento demogrfico de idosos no Brasil, em 1999 foi institudo o

Programa Nacional de Cuidadores de Idosos que v a necessidade de criar alternativas que

proporcionem aos idosos melhor qualidade de vida buscando atender integralmente ao idoso e

a sua famlia com o objetivo de reduzir o percentual de idosos institucionalizado e a

necessidade de habilitar recursos humanos para cuidar do idoso, para isso so divididos em

duas modalidades domiciliar (familiar e no-familiar) e institucional.

O Estatuto do Idoso (Lei n 10741, de 1 de Outubro de 2003) assegura a ateno

integral sade do idoso, por intermdio do Sistema nico de Sade SUS, garantindo-lhe o

acesso universal e igualitrio, em conjunto articulado e contnuo das aes e servios, para a

preveno, promoo, proteo e recuperao da sade, incluindo a ateno especial s

doenas que afetam preferencialmente os idosos. Ao idoso que esteja no domnio de suas

27

faculdades mentais assegurado o direito de optar pelo tratamento de sade que lhe for

reputado mais favorvel. No caso do idoso com comprometimento mental, essa escolha feita

pelo curador ou pelos familiares ou pelo mdico quando estiver em risco de vida.

A Poltica Nacional de Sade do Idoso (PORTARIA MS/GM n 2528, de 20 de

outubro de 2006) tem como objetivo recuperar, manter e promover a autonomia e a dos

idosos, direcionando medidas coletivas e individuais de sade para esse fim, em consonncia

com os princpios e diretrizes do SUS.

28

3 METODOLOGIA

Estudo de reviso integrativa com abordagem quanti-qualitativa.

A coleta de dados da reviso integrativa ocorreu a partir de material j elaborado onde

so expostas as experincias de cada autor e conhecimento sobre determinado assunto, de

forma ampla em relao as demais. Com este mtodo de pesquisa podemos conhecer as

diferenas e semelhanas existentes em cada artigo pesquisado, mas necessrio rigor e

clareza quando apresentados os resultados. Desta forma no haver dificuldade por parte do

leitor na hora de identificar as caractersticas dos estudos includos na reviso integrativa

(MENDES, SILVEIRA e GALVO, 2008).

Foi realizada a busca nos seguintes bancos de dados da Biblioteca Virtual de Sade

(BVS): BDENF (Base de Dados de Enfermagem), LILACS (Literatura Latino Americana e

do Caribe em Cincias da Sade) e MEDLINE (Biblioteca Nacional de Medicina) e na base

de dados internacional PubMed (Medical Published - service of the U.S. National Library of

Medicine).

A reviso integrativa considerada a mais ampla abordagem metodolgica referente

s revises, pois proporciona a sntese de conhecimento combinando os dados da literatura

terica e emprica, alm de definir conceitos, avaliar as teorias e evidncias e analisar os

problemas metodolgicos de um tpico particular. Desta forma, a reviso integrativa permite

a incorporao da aplicabilidade de resultados de estudos na prtica (SOUZA, SILVA e

CARVALHO, 2010, p.103).

Os descritores utilizados foram: Cuidadores; Demncia; Educao em Sade;

Enfermagem; Idoso. O perodo de coleta de dados foi de maro a junho de 2015.

Os critrios de incluso utilizados foram: aderncia ao objetivo e ao tema proposto,

artigos publicados em portugus, ingls e espanhol; artigos na ntegra que retratassem a

temtica sobre Demncia, Cuidadores e Educao em Sade e artigos publicados nos

referidos bancos de dados nos anos de 2010 a 2014.

Os critrios de excluso foram artigos repetidos, que no estavam publicados na

ntegra e que no abordam sobre a enfermagem.

O instrumento de coleta de dados utilizado para organizao do contedo obtido nas

referncias foi uma tabela contendo os seguintes itens: ao ano, base de dados, metodologia,

fatores relacionados ao adoecimento e estratgias sugeridas.

29

25 artigosD

Demncia AND

Cuidadores/BVS:

25 artigos

Educao em Sade AND

Enfermagem AND

Cuidadores/BVS: 47

artigos

Dementia AND Elderly

AND

Nursing/PubMed:10

artigos

Demncia AND

Cuidadores/BVS:

98 artigos

Aplicao dos critrios de incluso e excluso

Publicaes por base de dados/descritores, utilizando busca com os filtros

Estudos selecionados

LILACS: 23

BDENF: 5

PubMed: 3

MEDLINE: 2

Figura 1. Fluxograma descrevendo o caminhar metodolgico para os resultados

Educao em Sade AND

Enfermagem AND

Cuidadores/BVS: 5

artigos

Dementia AND Elderly

AND Nursing/PubMed:

3 artigos

30

No processo de seleo das referncias perceptvel que ocorreu um aumento

significativo de publicaes sobre a temtica, portanto, nos chama a ateno para uma anlise

mais acurada sobre os dados.

31

4. RESULTADOS

Dos 33 artigos selecionados foram obtidos no ano de 2014 apenas o percentual de

9,1% (3 artigos); em 2013 24,2% (8 artigos); em 2012 27,3 % (9 artigos); em 2011 houve

apenas 6,1% (2 artigos) e em 2010 tivemos 33,3% de artigos, o maior percentual encontrado

(11 artigos).

Do total de artigos analisados 78,8% (26 artigos) correspondiam ao idioma portugus,

12, 1% (4 artigos) em ingls e 9,1% (3 artigos) em espanhol

Tabela 1- Quantitativo de artigos selecionados por ano

A tabela acima aponta a falta de estudos recentes sobre a temtica nos ltimos anos, tal

fato comprovado por Bauab e Emmel (2014), ao sugerir o desenvolvimento de novos estudos

nesta temtica, acrescentando um mapeamento dos servios pblicos voltados a esta

populao, a fim de levantar recursos necessrios e formular polticas pblicas voltadas

promoo da sade no s dos idosos, mas tambm de seus cuidadores.

Quanto base de dados dos artigos, a Lilacs foi a que apresentou maior quantitativo,

correspondendo a 70% (23 artigos), em seguida a base de dados da BDENF apresentou 15%

(5 artigos), a PubMed com 9 % (3 artigos) e por fim a MEDLINE representando 6% (2

artigos).

O Grfico 1 a seguir ilustra o descrito:

Ano N %

2014 3 9,1

2013 8 24,2

2012 9 27,3

2011 2 6,1

2010 11 33,3

Total 33 100

32

Grfico 1- Bases de Dados selecionadas

As abordagens metodolgicas encontradas foram as seguintes: o tipo exploratrio

corresponde a 18,2% (6 artigos), do tipo reviso integrativa ou sistemtica 15,1% (5 artigos),

os estudos comparativos equivalem a 12,1% (4 artigos), os transversais correspondem a

12,1% (4 artigos), dos tipos observacional ou reflexivos temos 6,1% (2 artigos). Alm destes,

h um achado predominante de 36,4% (12 artigos), que compreendem: entrevista ou

questionrio, estudo de caso, relato de experincia, pesquisa de campo e documental.

Os fatores relacionados ao adoecimento foram agrupados em categorias, nas quais so

as seguintes em ordem decrescente: 33,3% afirmaram que a qualidade de vida e o cotidiano

do cuidador de idoso intensamente marcados por variaes emocionais; 24,2% retratou o

perfil dos idosos com demncia e dos cuidadores; 15,2% dos artigos retratam a atuao da

equipe de enfermagem com os cuidadores, com o mesmo quantitativo temos levantamento

bibliogrfico a respeito das demncias e 12,1% estudos que abordam o conhecimento dos

cuidadores a respeito das demncias.

As estratgias sugeridas pelos autores foram agrupadas em 4 categoriais: 33,3%

sugeriu a elaborao de estratgias e programas interdisciplinares de educao e suporte aos

cuidadores; 30,3% dos artigos afirmou que o relacionamento da enfermagem com o cuidador

e o idoso contribuem para um cuidado com qualidade, alm de promover um bem-estar entre

ambas as partes; 24,3% dos artigos sugeriram o desenvolvimento de novos estudos que

possibilitem entender os fatores envolvidos nos cuidados, dessa forma, possvel ter

abordagem efetiva sobre o tratamento e as intervenes e 12,1% abordam a importncia do

estabelecimento de polticas pblicas que proporcionem suporte aos cuidadores.

A seguir, tabela elaborada para anlise dos artigos selecionados:

15%

9%

70%

6%

BDENF

PUBMED

Lilacs

MedLine

33

Tabela 2: Sntese dos artigos selecionados

Ano/Autor/Ttulo Base de

Dados

Metodologia Fatores

relacionados

Resultados ou

Estratgias

2010/ INOUYE,

Keika;PEDRAZZANI,

Elisete Silva;

PAVARINI, Sofia

Cristina Iost./

Implicaes da

doena de Alzheimer

na qualidade de vida

do cuidador: um

estudo comparativo

Lilacs Estudo comparativo

realizado em So

Paulo em 2007.

Contou com 106

participantes,

divididos em 2

grupos : um de

cuidadores e outro

de no cuidadores.

Dos 13 itens de

qualidade de vida

testados, os seis

significantemente

desfavorveis para

o cuidador (sade

fsica, disposio,

humor, voc em

geral, capacidade

de fazer atividades

de lazer e

memria)

As percepes e

dificuldades

encontradas podem

contribuir para

fortalecimento do

processo de zelo com

a qualidade de vida

do familiar.

2013/ TALMELLI,

Luana Flvia da

Silva, et al / Doena

de Alzheimer:

declnio funcional e

estgio da demncia.

Lilacs Estudo

observacional

transversal no qual a

escala de Avaliao

Clnica de

Demncia (CDR)

foi aplicada para

verificar a

correlao entre o

estgio de demncia

e o desempenho

funcional dos idosos

com DA.

O estgio de

demncia um

fator preditivo

importante do

comprometimento

funcional de idosos

com DA.

Demncia grave foi

encontrada em

46,3%, demncia

moderada em

22,4% e demncia

leve em 31,3%

Este estudo

possibilita a

oportunidade para

melhoria das

condies de vida

tanto do idoso

quanto da famlia.

2013/ CAMACHO,

Alessandra Conceio

Leite Funchal, et

al/Reviso

Integrativa sobre os

cuidados de

enfermagem pessoa

com DA e seus

cuidadores.

BDENF Estudo de reviso

integrativa com

coleta dados de

01/05/11 a 30/06/11

na BVS e na

PubMed.

Quanto maior o

comprometimento

do idoso pior a

qualidade de vida

do cuidador. A

dependncia dos

pacientes com DA

em relao aos

cuidadores foi

prevalente nos

achados.

Com este estudo

percebe-se a

variedade de

atividades que

quando propostas aos

familiares/cuidadores

desses pacientes

efetivamente

mostram resultados

em suas habilidades

e percepes sobre o

processo evolutivo

da DA

Continuao

http://pesquisa.bvsalud.org/portal/?lang=pt&q=au:%22Camacho,%20Alessandra%20Concei%C3%A7%C3%A3o%20Leite%20Funchal%22http://pesquisa.bvsalud.org/portal/?lang=pt&q=au:%22Camacho,%20Alessandra%20Concei%C3%A7%C3%A3o%20Leite%20Funchal%22http://pesquisa.bvsalud.org/portal/?lang=pt&q=au:%22Camacho,%20Alessandra%20Concei%C3%A7%C3%A3o%20Leite%20Funchal%22

34

Ano/Autor/Ttulo Base de

Dados

Metodologia Fatores relacionados Resultados ou

Estratgias

2012/ OLIVEIRA, Ana Paula Pessoa de;

CALDANA, Regina

Helena Lima / As

repercusses do

cuidado na vida do

cuidador familiar do

idoso com demncia

de Alzheimer

Lilacs Atravs da epistemologia

qualitativa utilizou-se a

tcnica da entrevista na

modalidade de histria de

vida temtica aplicada a

vinte cuidadores de idosos

cadastrados na

Associao Brasileira de

Alzheimer do Amazonas

A situao de

cuidado vivenciada

pelos cuidadores

permeada por

sentimentos que se

contrapem, em

determinados

momentos so

desagradveis e em

outros momentos

agradveis.

preciso que os

profissionais,

sobretudo o

enfermeiro,

percebam as

necessidades de

ajuda sinalizadas

pelos cuidadores.

2012/ HOLANDA,

tala Thaise Aguiar;

PONTE, Keila Maria

de Azevedo;

PINHEIRO, Mrian

Calope Dantas /

Idosos com

Alzheimer: Um

estudo descritivo

Lilacs Estudo exploratrio e

descritivo, buscando

avaliar o CDR de 30

idosos com DA

Os idosos com DA

eram em sua

mulheres, casadas,

entre os 59 e 91

anos e com baixo

grau de instruo

Necessidade de

mais estudos

sobre essa

temtica at

mesmo por ser

uma prioridade

dada pelo

Ministrio da

Sade quanto a

pesquisas

relativas ao

idoso.

2014/ BAUAB, Juliana Pedroso;

EMMEL, Maria Luisa

Guillaumon /

Mudanas no

cotidiano de

cuidadores de idosos

em processo

demencial

Lilacs Estudo transversal,

correlacional

comparativo, com

abordagem quantitativa. O

levantamento dos sujeitos

foi realizado no interior

de So Paulo dentro de

uma Unidade de Sade-

Escola.

Todos os

cuidadores eram do

sexo feminino e

72,7% do tipo

informais, sendo

que poucos j

participaram de

algum curso de

orientao ao

cuidado do idoso

em processo

demencial.

O

desenvolvimento

de novos estudos

nesta temtica

faz-se necessrio.

Seria interessante

realizar um

mapeamento dos

servios pblicos

voltados a esta

populao a fim

de levantar

recursos

necessrios e

formular polticas

pblicas.

Continuao

35

Ano/Autor/Ttulo Base de

Dados

Metodologia Fatores relacionados Resultados ou

Estratgias

2010/ NOVELLI,

Mrcia Maria Pires

Carvalho; NITRINI,

Ricardo;CARAMELLI,

Paulo. / Cuidadores de

idosos com demncia:

perfil

sociodemogrfico e

impacto dirio

Lilacs Foi avaliado o perfil

de 50 cuidadores de

idosos com DA,

atravs de um

questionrio, segundo

os critrios da

American Psychiatric

Association (APA,

1994)

Os cuidadores so,

na maioria,

familiares de

primeiro grau e do

sexo feminino,

dedicam

significativo

nmero de horas a

esta atividade, o

que gera impacto

socioeconmico e

psquico negativo.

Tendo em vista os

impactos negativos

faz-se necessrio o

estabelecimento de

polticas pblicas

visando o

oferecimento de

servios de apoio,

suporte, interveno e

orientao a esses

cuidadores/familiares.

2010/ VALIM, Marlia Duarte et al /

A doena de alzheimer

na viso do cuidador:

um estudo de caso

Lilacs Estudo de caso,

realizado no municpio

de Alfenas/MG, no

ano de 2006, por meio

de entrevista aplicada

a um cuidador de um

portador de DA, na

qual foram

identificados os

ncleos de sentido,

organizados e

agrupados em

categorias

O cuidador

afirmou que a

rotina de sua

esposa mudou de

forma intensa;

demonstrou os

sentimentos:

sentimentos de

tristeza, cansao

pelo cuidado

dirio; problemas

relacionados

falta de recursos

proporcionados

por instituies

governamentais

Cuidar de um idoso

com Doena de

Alzheimer constitui

um grande desafio,

tanto para o seu

cuidador quanto para a

famlia. Sugere-se:

maior compromisso

dos profissionais da

sade para apoio,

orientao e

cumprimento das

exigncias legais e

implantao de

associaes de apoio e

centros de referncia.

2014 LINDOLPHO, Mirian da Costa, et al /

O impacto da atuao

dos enfermeiros na

perspectiva dos

cuidadores de idosos

com demncia

BDENF Pesquisa exploratria,

descritiva, com

abordagem qualitativa.

Os sujeitos so 20

cuidadores de idosos

com demncia

inscritos no Programa

de Extenso A

Enfermagem na

Ateno Sade do

Idoso e Seus

Cuidador.

Todos os

cuidadores

afirmaram: boa

relao com as

enfermeiras do

programa e

mudanas na vida

pessoal do

cuidador e no

cuidado atravs

das informaes

prestadas das

enfermeiras,

tornando-os mais

seguros

O estudo foi

comparado a Teoria de

Peplau, na qual

identifica que as

necessidades, os

conflitos, a ansiedade

das pessoas que esto

sob seus cuidados

como situaes

importantes podero

interferir na sua

condio de sade-

doena.

Continuao

36

Ano/Autor/Ttulo Base de

Dados

Metodologia Fatores relacionados Resultados ou

Estratgias

2010/ CARVALHO,

Maria Cristina

Guapindaia ./

A experincia do

cuidar: o (des)

amparo do

cuidador familiar.

Lilacs Estudo transversal

realizado em 2009, sendo

avaliados 69 cuidadores

de idosos dependentes na

Clnica de Geriatria. Por

meio de uma entrevista

estruturada aplicou-se

um questionrio de

caracterizao do

cuidador e paciente, a

escala de estresse de

Zarit, a escala SRQ-20

de sofrimento mental e a

escala de depresso de

Hamilton

44% apresentaram

nveis moderados de

estresse; 98%

apresentaram

sofrimento mental; e

todos pontuaram como

depresso leve na

escala de Hamilton-21.

Cerca de 40% relatou

uso de ansiolticos e

antidepressivos

de fundamental

importncia o

desenvolvimento

de estudos que

possibilitem

entender fatores

envolvidos na

prestao de

cuidados, pois

permitir uma

abordagem mais

efetiva no

tratamento

desenvolvendo

intervenes

preventivas e de

propostas

individualizadas.

2013/ SANTOS, Carina Farias dos;

GUTIERREZ,

Beatriz Aparecida

Ozello /

Avaliao da

qualidade de vida

de cuidadores

informais de idosos

portadores de DA

Lilacs Estudo

quantitativo,descritivo,

transversal e de campo,

realizado com cuidadores

informais de idosos

portadoras de DA.

Utilizou-se: Escala de

Rastreamento de

Depresso; Escala de

Depresso Geritrica

;Inventrio de Ansiedade

Trao-Estado e o

WHOQOL- mensurar a

qualidade de vida.

A mdia das idades dos

50 cuidadores foi de

58,98 anos com idade

mnima de 20 anos e

mxima de 87 anos,

sendo a maioria

mulheres. Entre as

doenas referidas pelos

participantes:

hipertenso,osteoporose

e diabetes.

A maioria dos

adultos e todos os

idosos indicaram

mdio trao de

ansiedade.

2010/ ARAJO, Claudia Lysia de

Oliveira; NICOLI,

Juliana Silva /Uma

reviso

bibliogrfica das

principais

demncias que

acometem a

populao

brasileira

Lilacs Levantamento

bibliogrfico nas Bases

de Dados da Biblioteca

Virtual de Sade. Os

tipos de demncia

levadas em conta so:

Demncia de Alzheimer,

Demncia por Corpos de

Lewy (DCL), Demncia

Frontotemporal (DFT) e

Demncia Vascular.

As demncias so

resultantes de uma srie

de estressores genticos

e ambientais, que

variam com o tempo,

idade e cada indivduo

acometido.

Em uma larga

quantidade de

artigos

localizados por

esta pesquisa, a

dificuldade

observada foi que,

na sua maioria,

eles no eram, na

rede, livre aos

interessados.

37

Continuao

Ano/Autor/Ttulo Base de

Dados

Metodologia Fatores relacionados Resultados ou

Estratgias

2010/ LENARD,

Maria Helena, et al /

O idoso portador da

Doena de

Alzheimer: o

cuidado e o

conhecimento do

cuidador familiar

Lilacs Estudo qualitativo-

descritivo, realizado num

Centro de Referncia em

Doena de Alzheimer da

Cidade de Curitiba-PR.

A pesquisa foi

desenvolvida: num

Centro de Referncia em

Doena de Alzheimer e

nos domiclios dos

idosos com DA.

O conhecimento dos

cuidadores familiares a

respeito da DA

limitado, e isso pode

dificultar o

planejamento dos

cuidados ao idoso e

potencializar a

sobrecarga do cuidador.

O cuidado e

desenvolvido por meio

de um conjunto de

opinies e modos de

sentir, impostos pela

tradio familiar.

Como estratgia

necessria

fornecer

informaes

apropriadas aos

cuidadores para o

empoderamento

deles. As tcnicas

de orientao iro

favorecer a

autonomia e a

tomada de deciso

no momento de

prestar o cuidado

ao idoso.

2010/ SANTOS,

Ariele Angeline dos;

PAVARINI, Sofia

Cristine Iost / Perfil

dos cuidadores de

idosos com

alteraes

cognitivas em

diferentes contextos

de vulnerabilidade

social.

Lilacs Estudo descritivo,

transversal, baseado no

mtodo quantitativo. Foi

realizado em So Paulo,

considerando o ndice

Paulista de

Vulnerabilidade Social

(IPVS). Grupos: IPVS 1

(nenhuma ,IPVS2( Muito

Baixa), IPVS 3 ( Baixa),

IPVS 4 (Mdia), IPVS 5

(Alta) e IPVS 6 (Muito

Alta).

Os resultados mostram

que os cuidadores

vivem em contextos de

muito baixa, baixa ou

mdia vulnerabilidade

social. Na maioria do

sexo feminino, casados,

com 41 a 60 anos e sem

renda mensal e sem

ajuda para cuidar do

idoso.

Os resultados

encontrados nesse

estudo podero

fornecer subsdios

para os servios

de sade, para a

formulao de

estratgias

adequadas aos

cuidadores de

idosos com

declnio

cognitivo.

2010/ VALENTE, Geilsa Soraia

Cavalcanti, et al /

Oficina teraputica

com idosos

portadores de

demncia e suporte

aos seus

cuidadores: a

atuao da

enfermagem.

Lilacs Estudo qualitativo,

descritivo, caracterizado

em estudo de caso.

Foram selecionados 15

idosos e seus respectivos

cuidadores do Programa

de Enfermagem com

diagnstico DA para

participarem das oficinas

teraputicas com idosos

portadores de demncia e

oficina de suporte aos

seus cuidadores.

Os idosos que

participam das oficinas

teraputicas possuem

maior independncia na

realizao do

autocuidado.

Para garantir ao

idoso um cuidado

integral e

humanizado, mais

estudos so

necessrios,

principalmente

aqueles que

abordem a sade

dos cuidadores de

idosos com

demncia.

Continuao

38

Ano/Autor/Ttulo Base de

Dados

Metodologia Fatores relacionados Resultados ou

Estratgias

2012/ RAMOS, Jos

Lcio Costa;

MENEZES, Maria do

Rosrio / Cuidar de idosos com doena

de alzheimer: um

enfoque na teoria do

cuidado cultural

Lilacs Estudo de natureza

qualitativa, realizado

durante o perodo de

junho a agosto de 2010.

Foram entrevistados 20

cuidadores familiares de

pessoas idosas com

doena de Alzheimer.

Neste estudo as

mulheres so vistas

como provedoras do

cuidado da famlia, o

que confirma que elas

no do continuidade

aos estudos. Os

cuidadores afirmam

que a rotina rdua e

repetitiva conforme o

avanar da doena.

O conhecimento

dos cuidados

prestados

fundamental, pois

ajuda a

compreender os

hbitos, padres,

comportamentos

de cuidar e

encontrar

subsdios para

orientaes.

2012/ SANTOS, Ariene Angelini dos;

PAVARINI, Sofia

Cristina Iost./

Funcionalidade

familiar de idosos

com alteraes

cognitivas: a

percepo do

cuidador

Lilacs Estudo descritivo e

transversal realizado em

So Paulo. Participantes:

72 cuidadores primrios

de idosos com alteraes

cognitivas com

diferentes ndices de

vulnerabilidade social

A prevalncia de

demncia aumenta em

grupos etrios mais

avanados. Esse

aumento da

preocupante, uma vez

que idosos com

demncia podem ser

considerados

vulnerveis

Conhecer o perfil

dos cuidadores e a

funcionalidade

familiar permite

aos profissionais

de sade planejar

e implementar

polticas e

programas

pblicos de

suporte social

famlia, voltados

realidade do

cuidador.

2013/ VALENTE, Letice, et al /

Autopercepo de

sade em cuidadores

familiares e o tipo de

demncia:resultados

preliminares de uma

amostra

ambulatorial

Lilacs Amostra ambulatorial

constituda por pares de

pacientes com demncia

e seus cuidadores

familiares

principais (n = 49) foi

consecutivamente

avaliada

em um estudo

transversal no Centro de

Doena de

Alzheimer e Outros

Transtornos Mentais na

Velhice. Foram

includos pacientes

idosos com diagnsticos

clnicos de Demncia

Vascular(DV), DA e

Demncia Mista(DM).

Os dados indicaram

uma tendncia a pior

autopercepo de sade

fsica entre os

cuidadores de pacientes

com DA, quando

comparados aos

cuidadores dos

grupos DV e DM. A

elevada prevalncia de

queixas emocionais e

fsicas, com ansiedade

como os problemas

mais relatados pelos

cuidadores

Os achados tm

implicaes

sociais e clnicas

no sentido de

favorecer a

conscientizao

da sociedade e de

profissionais de

sade sobre a

importncia da

ateno, que deve

ser dedicada

sade do cuidador

familiar como

parte do

acompanhamento

multiprofissional

na demncia.

Continuao

39

Ano/Autor/Ttulo Base de

Dados

Metodologia Fatores relacionados Resultados ou

Estratgias

2010/ MIRANDA, Fonseca Aline; DA

SILVA, Jaqueline /

Alteraes de

comportamento do

idoso com DA

reveladas pelo

cuidador-familiar:

contribuies para

a enfermagem

gerontolgica.

Lilacs Estudo do tipo reviso

sistemtica qualitativa.

Como pergunta-guia:

Quais alteraes de

Comportamento

apresentadas pelo idoso

com DA causam

incmodos/ implicaes

a vida do cuidador-

familiar?

.

Foi encontrado um total

de 21 estudos, as quais

relatavam, que o

manejo dos distrbios

de comportamento

uma das tarefas mais

desgastantes para o

cuidador, as mudanas

de comportamento do

idoso com DA.

Estudos sobre as

alteraes de

comportamento

do portador da

DA esto

pulverizados,

sendo, necessrio

resgatar em

diferentes estudos

aspectos

relacionados,

especificamente,

as alteraes de

comportamento

da doena.

2012/ SANTIAGO, Roberta Fortes; LUZ,

Maria Helena Barros

Arajo/ Prticas de

Educao em Sade

para cuidadores de

idosos: Um olhar da

enfermagem na

perspectiva

freireana.

BDENF Relato de Experincia Os cuidadores de

idosos se enquadram no

grupo de oprimidos e

os profissionais de

sade, no grupo de

opressores a que se

refere Freire.

Nas prticas de

Educao em

Sade,o

desenvolvimento

da

problematizao

por meio da

relao dialgica

com os

cuidadores

fundamental para

que haja a

conscientizao

desses indivduos.

2011/ VIEIRA,

Chrystiany Plcido

de Brito, et al/

Prtica Educativa

para autonomia do

cuidador informal

de idosos

BDENF Estudo reflexivo, sobre

as prticas atuais de

educao em sade

voltadas para os

cuidadores informais de

idosos, propondo uma

prtica educativa

emancipatria luz de

Paulo Freire

O cuidador carrega

inseguranas e medos

provenientes do

desconhecimento sobre

a doena e o

enfrentamento de

outros problemas

associados.

A proposta traz

como estratgia o

trabalho com os

cuidadores

individualmente

e/ou em grupo,

visando a

estimular a

conscincia crtica

e oportuniza a

troca de

experincias e

estimula a

autonomia.

Continuao

40

Ano/Autor/Ttulo Base de

Dados

Metodologia Fatores relacionados Resultados ou

Estratgias

2013/ BRUM, Ana Karine Ramos, et al/

Programa para

cuidadores de

idosos com

demncia: relato de

experincia

Lilacs Relato de experincias

sobre o grupo de

orientao para

cuidadores de idosos

com demncia. Baseado

no modelo de Wanda

Horta. Tem como base o

PR-CUIDEM

(Programa de Extenso

para Cuidadores de

Idosos com Demncia).

Quanto aos aspectos

negativos foram

levantados o difcil

manejo e o

desconhecimento das

manifestaes da

demncia, levando ao

desgaste emocional.

O projeto

proporciona ao

cuidador receber

orientaes para o

cuidado ao idoso

com demncia,

permitindo a

realizao de um

trabalho

multiprofissional.

2013/ VALENTE, Geilsa Soraia

Cavalcanti, et al / O

perfil das mulheres

participantes de um

programa de

extenso de

enfermagem

BDENF Pesquisa documental

com abordagem

quantitativa dos dados,

realizada entre os meses

de junho a julho de 2010,

no EASIC.

Das 458 mulheres

atendidas no EASIC,

44,1% tinham entre 71

a 80 anos; 30,1% eram

casadas; 16,2%

recebiam um salrio

mnimo; 36,7%

possuam o Ensino

Fundamental

incompleto; 20,1%

eram catlicas e 63,1%

possuam associaes

de vrias patologias

Aponta-se para a

importncia da

realizao de

diversas

atividades que

compem o

referido

Programa, como

estratgias

resolutivas para

os problemas de

enfermagem.

2012/ TESTON, Elen Ferraz;

OLIVEIRA, Ana

Paula; MARCON,

Snia Silva/

Necessidades de

educao em sade

experenciadas por

cuidadores de

indivduos

dependentes de

cuidados.

Lilacs Estudo descritivo

exploratrio de natureza

qualitativa constituda

por todos os cuidadores

familiares (18) de

pacientes dependentes de

cuidados, atendidos pelas

duas equipes do

municpio. Foram

realizadas visitas

domiciliares a 18

indivduos e seus

respectivos cuidadores.

Os 18 cuidadores em

estudo tinham idade

entre 28 e 74 anos. A

maioria (14) era do

sexo feminino e tinha

baixo nvel de

escolaridade. Isto pode

interferir direta ou

indiretamente, na

prestao do cuidado ao

indivduo, alm de ser

barreira no processo de

educao em sade

O profissional

deve passar

informaes de

forma clara

possibilitando que

o cuidador sinta

segurana e apoio

em relao aos

cuidados

prestados.

Continuao

41

Ano/Autor/Ttulo Base de

Dados

Metodologia Fatores relacionados Resultados ou

Estratgias

2013/ MARIM, Camila Manuela et

al/ Efetividade de

programas de

educao e suporte

na reduo da

sobrecarga de

cuidadores de

idosos com

demncia: reviso

sistemtica

PUBMED Reviso sistemtica com

consulta as bases

Medline, Lilacs,

Embase, Cochrane, Web

of Science, SciELO e

CINAHL

Os achados apontaram

que o cuidador tende a

avaliar a qualidade de

vida do idoso com DA

de forma mais negativa

em relao ao que o

prprio paciente

considera.

As evidncias

obtidas neste

estudo sugerem

que programas

interdisciplinares

de educao e

suporte para

cuidadores podem

auxiliar na

reduo da

sobrecarga desses

indivduos.

2010/ JESUS, Isac Silva de, et al./

Cuidado

sistematizado a

idosos com afecco

demencial

residentes em

instituio de longa

permanncia

PUBMED Estudo exploratrio

descritivo,

desenvolvido em uma

ILPI, que abriga idosos.

Como amostra obteve-se

9 idosos aps aplicao

do MEEM.

Posteriormente foram

aplicados: Avaliao

Multidimensional

Rpida da Pessoa Idosa;

Avaliao das

Atividades de Vida

Diria e Escala de

Depresso Geritrica,

procedeu-se a anlise e

determinao dos

diagnsticos de

enfermagem.

Diagnsticos:

mobilidade

fsica prejudicada,

perambulao, risco

para quedas, memria

prejudicada e confuso

percepo sensorial

prejudicada,

comunicao

verbal prejudicada,

isolamento social e

risco de solido,

dor crnica,

integridade

da pele prejudicada,

mucosa oral

prejudicada,

incontinncia urinria.

Acredita-se que

os cuidadores de

residentes em

ILPIs devem ter

como principal

meta diminuir as

limitaes que

acompanham os

idosos,

implementando

cuidados

adequadamente

planejados a fim

de atender aos

requerimentos de

um

envelhecimento

ativo.

2010/ ESCOBAR,

Lina Maria Vargas e

AFANADOR,

Natividad Pinto/

Calidad de vida del

cuidador familiar y

dependencia del

paciente con

Alzheimer.

Lilacs Estudo descritivo

correlacional,

transversal, com

abordagem quantitativa.

Participaram 192

cuidadores de pacientes

com Alzheimer

pertencentes ao

programa para

Cuidadores na

Universidade da

Colmbia. Instrumento:

Qualidade de vida

verso familiar

O bem-estar fsico e

espiritual apresentou

uma tendncia

positiva, enquanto que

o bem-estar

psicolgico e social

deste grupo

populacional

demonstrou uma

tendncia negativa com

risco de alterao

futura.

Sugere-se novos

estudos na

temtica,

possibilitando

criar subsdios

para uma

assistncia de

enfermagem

baseando-se na

presena do

cuidador.

Continuao

42

Ano/Autor/Ttulo Base de

Dados

Metodologia Fatores relacionados Resultados ou

Estratgias

2012/ PERDOMO, Marta Perez; POEY,

Margarita Cartaya;

OCA, Brbara Lucia

Olano Montes

/Variables

asociadas con la

depresin y la

sobrecarga que

experimentan los

cuidadores

principales de los

ancianos con

Alzheimer

Lilacs Estudo descritivo em que

contou com 100

cuidadores de idosos

com demncia leve e

grave. Foi realizada uma

entrevista quanto aos

aspectos

sociodemogrficos e

quando ao

comportamento na

sobrecarga dos

cuidadores.

76 dos cuidadores

apresentaram algum

tipo de sobrecarga, nos

quais 70% representou

sobrecarga leve e 30%

intensa.

Aqueles que no

recebem algum

tipo de apoio

esto mais

susceptveis ao

desenvolvimento

de sobrecargas.

2012/ ALDANA,

Gilberto;

GUARINO, Leticia.

Sobrecarga,

afrontamiento y

salud en cuidadoras

de pacientes con

demencia tipo

Alzheimer

Lilacs Estudo exploratrio da

Universidade da

Venezuela, que contou

com 300 cuidadores,nos

quais 220 informais e 80

formais. Relacionou a

sobrecarga do cuidador

com suas questes de

sade, atravs da Escala

de Sobrecarga do

Cuidador de Zarit.

O grupo dos cuidadores

informais apresentou

maior sobrecarga,

comparado ao grupo

dos cuidadores formais.

Os informais tem mais

dificuldade para lidar

com os aspectos da

demncia, havendo

ansiedade, depresso e

disfuno social.

Faz-se necessrio

o investimento

por parte

governamental,

oferecendo

melhores

condies de

formao e apoio

ao cuidador.

2013/ BORGHI, Ana

Carla, et al/

Overload of

families taking care

of elderly people

with Alzheimer's

Disease: a

comparative study

Lilacs Estudo comparativo

realizado na Associao

Brasileira de Alzheimer

do Paran. Contou com

40 participantes,

divididos em 2 grupos:

GCUID A- 20

cuidadores familiares

principais de idosos com

DA e GCUID B 20

cuidadores secundrios

de idosos com DA. Os

instrumentos utilizados

foram a ficha

sociodemogrfica do

cuidador e a Escala de

Avaliao da Sobrecarga

de Familiares de

Pacientes Psiquitricos.

A sobrecarga referente

assistncia ao

paciente na vida

cotidiana foi maior

para os cuidadores

primrios, pois esses

realizavam ou

auxiliavam com maior

frequncia as atividades

dirias do que o

GCUID B. Os

cuidadores primrios

relataram situaes de

vexame, insultos e

agresso.

.

Sugere-se o

planejamento

adequado das

aes de sade, de

acordo com as

caractersticas

prprias do

cuidador, alm de

novos estudos

abordando os

diferentes tipos de

cuidadores.

http://pesquisa.bvsalud.org/portal/?lang=pt&q=au:%22Aldana,%20Gilberto%22http://pesquisa.bvsalud.org/portal/?lang=pt&q=au:%22Aldana,%20Gilberto%22http://pesquisa.bvsalud.org/portal/?lang=pt&q=au:%22Guarino,%20Leticia%22

43

Continuao

Ano/Autor/Ttulo Base de

Dados

Metodologia Fatores relacionados Resultados ou

Estratgias

2011/ VARELA,

Graciela, et al/

Alzheimers Care at

Home: A focus on

caregivers strain

MedLine Reviso de Literatura

com o objetivo de

discutir e comparar os

efeitos da sobrecarga dos

cuidadores de

Alzheimer. A busca dos

artigos foi dos anos 1997

at 2011, aps critrios

de incluso e excluso

foram analisados 12

artigos.

Foi encontrado que

52% dos cuidadores

sofrem de doenas

fsicas e 32% de

doenas psicolgicas. O

Sistema nico de

Sade italiano fornec