universidade federal fluminense bruno mattos …livros01.livrosgratis.com.br/cp005254.pdf · sna...
TRANSCRIPT
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
BRUNO MATTOS COUTINHO
AVALIAÇÃO AUTONÔMICA EM PACIENTES INFECTADOS PELO HCV
Orientador: PROF. DR. OSVALDO J. M. NASCIMENTO
Niterói 2006
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
BRUNO MATTOS COUTINHO
AVALIAÇÃO AUTONÔMICA EM PACIENTES INFECTADOS PELO HCV
Dissertação apresentada ao Curso de Pós-Graduação em Neurologia da Universidade Federal Fluminense como requisito parcial para obtenção do Grau de Mestre em Neurologia. Área de Concentração: Neurologia.
Orientador: PROF. DR. OSVALDO J. M. NASCIMENTO
Niterói 2006
Coutinho, Bruno Mattos Avaliação autonômica nos pacientes infectados pelo HCV/Bruno Mattos Coutinho. –Niterói:2005. 58p.,30cm. Dissertação (Mestrado em Neurologia) – Universidade Federal Fluminense,2005. Bibliografia:p.31-39. 1.Avaliação autonômica em pacientes infectados pelo HCV. I.Título.
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
BRUNO MATTOS COUTINHO
AVALIAÇÃO AUTONÔMICA EM PACIENTES INFECTADOS PELO HCV
Dissertação apresentada ao Curso de Pós-Graduação em Neurologia da Universidade Federal Fluminense como requisito parcial para obtenção do Grau de Mestre em Neurologia. Área de Concentração: Neurologia.
Banca Examinadora:
.......................................................... PROF. DR. MARCOS R.G. DE FREITAS
Presidente
.......................................................... PROF. DR. JOÃO SANTOS PEREIRA
.......................................................... PROFª. DRª. NAZARETH DE NOVAES ROCHA
Niterói 2006
Aos pacientes que sofrem de hepatite C. Aos meus pais pelo incentivo ao estudar. À minha brilhante esposa pelo apoio. À minha pequenina Juliana. Ao Prof. Osvaldo que me mostrou uma maneira diferente de ver a medicina.
AGRADECIMENTOS
Ao PROF. DR. OSVALDO J.M. NASCIMENTO, que além de orientador nessa dissertação, transmite o conhecimento necessário à vida acadêmica com a serenidade dos grandes educadores. Ao PROF. DR. MARCOS R.G. DE FREITAS pela acolhida no Serviço de Neurologia da UFF. À SRA. MARLUCI GUIMARÃES, pelo incentivo, otimismo, apoio e dedicação, na incansável revisão deste trabalho e das referências bibliográficas. DRª TÂNIA ESCADA, DR. LUIZ O. MOCARZEL e DRª ROSANA TIBÚRCIO,
profissionais que colaboraram com nosso estudo.
SUMÁRIO
LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES I
LISTA DE FIGURAS III
LISTA DE GRÁFICOS IV
LISTA DE TABELAS IV
RESUMO V
ABSTRACT VI
1. INTRODUÇÃO .............................................................. 14
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA............................................. 15
3. OBJETIVO..................................................................... 26
4. PACIENTES E MÉTODOS ............................................. 27
4.1 TESTE AUTONÔMICO CARDIOVASCULAR (TAC) ..................... 28
4.1.1 Arritmia Sinusal Respiratória (ASR) ............................... 29
4.1.2 Ortostatismo ................................................................. 29
4.1.3 Esforço Estático ........................................................... 30
4.1.4 Manobra de Valsalva (MV) ............................................ 30
4.2 Análise Estatística ................................................ 32
5. RESULTADOS .............................................................. 33
6. DISCUSSÃO ................................................................. 41
7. CONCLUSÃO ............................................................... 44
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA ............................ 45
9. APÊNDICES ................................................................. 54
9.1 APÊNDICE 1 - FICHA DE AVALIAÇÃO AUTONÔMICA, ANAMNESE E EXAME FÍSICO ....................................................................
55
9.2 APÊNDICE 2 - TERMO DE CONSENTIMENTO ........................... 58
9.3 APÊNDICE 3 - CARTILHA DE ORIENTAÇÕES AOS PACIENTES PARA REALIZAÇÃO DO TESTE AUTONÔMICO .............................
62
9.4 APÊNDICE 4 - TABELA DOS VALORES DO TAC ........................ 63
I
LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES
ASR - arritmia sinusal respiratória
bpm - batimentos por minuto
CIDP - polirradiculoneuropatia desmielinizante inflamatória crônica (do inglês chronic inflammatory demyelinating polyradiculoneuropathy)
dn - data de nascimento
EE - esforço estático medido em mmHg
E:I - Índice de arritmia sinusal respiratória
FC - freqüência cardíaca
HAS - hipertensão arterial sistêmica medida em mmHg
HCV - vírus C da hepatite (do inglês Hepatitis C Virus)
HG - esforço estático (do inglês hand grip)
HPP - história patológica pregressa
HUAP - Hospital Universitário Antônio Pedro
I-E - Diferença de freqüência cardíaca durante a inspiração e a expiração medida em bpm
IP - inclinação passiva
MRC - Medical Research Council
MV - manobra de Valsalva
NTS - núcleo do trato solitário
PA - pressão arterial
Pai - pressão arterial inicial medida em mmHg
Paf - pressão arterial final medida em mmHg
SNA - sistema nervoso autonômico
SNC - sistema nervoso central
SNP - sistema nervoso parassimpático
SNS - sistema nervoso simpático
TAC - teste autonômico cardiovascular
TT - inclinação passiva (do inglês Tilt Test)
UFF - Universidade Federal Fluminense
∆VPAS1 - variação de PA sistólica no primeiro minuto da inclinação passiva, medida em mmHg
∆VPAS5 - variação de PA sistólica em cinco minutos de inclinação passiva, medida em mmHg
∆VPAD5 - variação de PA diastólica em cinco minutos de inclinação passiva e no esforço estático, medida em mmHg
∆VPA MV - variação de PA na fase IV da manobra de Valsalva medida em mmHg
∆VFC - variação da freqüência cardíaca em cinco minutos de inclinação passiva, medida em bpm
III
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Curva de Arritmia Sinusal Respiratória com Padrão
Normal ...................................................................
22
Figura 2 - Ortostatismo ........................................................... 24
Figura 3 - As Quatro Fases da Manobra de Valsalva ................ 25
Figura 4 - Curva de ASR com Padrão Anormal ......................... 36
Figura 5 - Manobra de Valsalva com Padrão Anormal ............... 38
IV
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Relação de Sintomas .............................................. 33
Gráfico 2 - Percentagem de Achados ao Exame Físico nos Reflexos Profundos .................................................
34
Gráfico 3 - Percentual de Achados no Exame Físico .................. 35
Gráfico 4 - Alterações no Exame de TAC .................................. 37
LISTA DE TABELA
Tabela 1 - Achados no TAC de Pacientes Com e Sem Queixa de
Síncope ....................................................................... 39
V
RESUMO
A infecção pelo vírus C da hepatite atinge 170 milhões de pessoas no mundo e são conhecidas algumas alterações decorrentes do vírus no sistema nervoso. Apenas dois trabalhos reportam a relação do vírus C da hepatite e alterações autonômicas. Nosso objetivo foi pesquisar a função autonômica cardiovascular nos pacientes infectados pelo vírus C da hepatite. Avaliamos a função autonômica cardiovascular em 12 pacientes com infecção pelo vírus C da hepatite e polineuropatia sensitiva. Realizamos quatro testes autonômicos cardiovasculares que medem, de maneira indireta, a função simpática ou parassimpática cardiovascular eferente. Os testes realizados foram: arritmia sinusal respiratória, teste de inclinação passiva, teste do esforço estático e a manobra de Valsalva. Acrescentamos ao estudo os achados no exame físico. Dentre os testes autonômicos cardiovasculares encontramos alteração em três pacientes na arritmia sinusal respiratória (25%), três pacientes na inclinação passiva (25%), em três pacientes no esforço estático (25%) e em sete pacientes na manobra de Valsalva (58,3%). Estes resultados não são compatíveis às publicações prévias. No primeiro estudo relacionaram os casos de coinfecção pelo vírus HIV e HCV, com um grupo controle de pacientes infectados apenas pelo HCV. Neste trabalho mediram a variação de freqüência cardíaca na arritmia sinusal respiratória e o nível de glutationa entre estes grupos. No segundo trabalho houve a comparação de pacientes com cirrose hepática e pacientes com HCV, sem cirrose hepática, quanto a presença de gastroparesia. Nossa amostra revelou que há alteração no teste autonômico cardiovascular em dez casos (83,33%). Os nossos dados apontam para o predomínio de disfunção cardiovascular simpática eferente. Palavras-chave: disautonomia; teste autonômico cardiovascular; arritmia sinusal respiratória; esforço estático; teste de inclinação passiva; manobra de Valsalva.
VI
ABSTRACT
The Infection of hepatitis C virus (HCV) affects 170 million people all over the world and some alterations in the nervous system due to the virus are known. Only two publications report the relation between the HCV and disautonomia. Our goal was to research the cardiovascular’s autonomic function in infected patients by HCV. We’ve evaluated the autonomic cardiovascular function in 12 patients infected by HCV and with sensitive polyneuropathy. Four autonomic cardiovascular tests were made: Heart Rate Response to Deep Breathing, Tilt Test, Sustained Handgrip and Valsalva maneuver. We’ve added to this study the neurological examination. The autonomic tests were abnormal in three patients performing Heart Rate Response to Deep Breathing (25%), in three patients performing Tilt Test, in three patients performing Sustained Handgrip (25%) and in seven patients performing the Valsalva maneuver (58.3%). These results are not compatible with two other previous publications. In the first publication infected cases by both HIV and HCV were related, using a group of patients infected only by HCV. In this experiment the cardiac frequency variation performing Heart Rate Response to Deep Breathing and glutathione level were measured among these two groups. The other publication was a comparison between patients with liver cirrhosis and patients without liver cirrhosis but HCV infected. The presence of gastroparesis has also been evaluated in both groups. In our sample we’ve observed an associated alteration of ten patients´ cardiovascular tests (83.33%). The results point out to a sympathetic efferent cardiovascular function. Key words: disautonomia; autonomic cardiovascular test; heart rate response to deep breathing; tilt test; sustained hand grip; Valsalva maneuver.
14
1. INTRODUÇÃO
A infecção pelo HCV atinge cerca de 170 milhões de pessoas
no mundo. No Brasil, estima-se que este número seja de 1,5 milhões de
pessoas 14,45. O estado do Rio Grande do Sul e o Distrito Federal são os
locais de maior incidência de indivíduos infectados pelo HCV, cerca de
47,9/100.000 habitantes 45. No estado do Rio de Janeiro estima-se que o
número de infectados esteja em torno de 24,2/100.000 habitantes 45.
Este número de pacientes com hepatite C, representa quatro vezes mais
o montante de pacientes infectados pelo HIV 46.
As manifestações neurológicas do vírus C da hepatite (HCV)
associam-se principalmente ao nervo periférico. Dentre estas
manifestações relacionadas ao HCV encontramos a polineuropatia
inflamatória crônica desmielinizante (CIDP) 22,28 e a polineuropatia
sensitiva 63,67,73. No SNC encontramos alterações ligadas a vasculite em
associação com o HCV 33,101.
Existem ainda poucos relatos de doença autonômica em associação
com o HCV 10,88. O presente estudo se propõe a demonstrar a correlação da
infecção do HCV com a disautonomia.
15
2. REVISÃO BIBLIOBRÁFICA
2.1 Aspectos quanto ao sistema nervoso autonômico
O sistema nervoso autonômico (SNA) foi descrito como a parte
do sistema nervoso responsável pelo controle visceral do organismo. O
SNA também é denominado como sistema nervoso vegetativo e age de
forma inconsciente. Na via periférica eferente o SNA é dividido em
sistema nervoso simpático (SNS) e sistema nervoso parassimpático
(SNP). A maioria das funções exercidas pelos dois sistemas são
antagônicas. Contudo, em um menor número de vezes, apresentam
sinergismo ou, até mesmo, atividades exclusivas em determinados
sistemas. Tanto o SNP quanto o SNS possuem dois neurônios eferentes
sendo um pré-ganglionar e outro pós-ganglionar, ao contrário do sistema
nervoso somático em que encontramos apenas um neurônio eferente
com ação muscular 54.
A via aferente do SNA integra o arco reflexo através do
sistema nervoso central (SNC). O corpo do neurônio aferente visceral
localiza-se no gânglio da raiz dorsal dos nervos espinhais ou nos
gânglios sensitivos correspondentes dos nervos cranianos. As fibras
aferentes viscerais estão relacionadas à mediação de funções
viscerais, tais como: arco reflexo respiratório, reflexos vasomotores,
dor referida e o barorreflexo 54. Este último é mediado pela aferência
de barorreceptores na aorta e na bifurcação carotídea pelos nervos
vago e glossofaríngeo tendo como objetivo o controle da pressão
arterial (PA). Cerca de quatro quintos do nervo vago correspondem a
vias aferentes 54.
Tanto em aspectos anatômicos, quanto farmacológicos, são
evidenciadas variações nos sistemas simpático e parassimpático 54.
Os neurônios do SNS emergem na porção tóraco-lombar da medula.
15
Os neurônios do SNP aparecem na porção crânio-sacral, incluindo o
tronco cerebral e a porção sacral da medula 54. No tronco cerebral os
núcleos das fibras pré-ganglionares parassimpáticas incluem o núcleo
de Edinger-Westphal (III nervo craniano), os núcleos salivatórios
superior e inferior (VII e IX nervo craniano respectivamente), e o
núcleo dorsal do vago e o núcleo ambíguo (X nervo craniano) 52.
No SNS os neurônios pré-ganglionares são curtos e os pós-
ganglionares são longos e numerosos. E a relação entre fibras pré e
pós ganglionares no SNS fica em torno de 1:10 52. O SNS possui ação
sistêmica, podendo ativar todo o organismo instantaneamente. O
oposto ocorre com o SNP que tem o neurônio pré-ganglionar longo e o
pós-ganglionar bem curto e, em muitos casos, único. A função, em
geral, do SNP é local e de controle interno visceral 52,54.
Segundo o neurologista americano Walter Cannon (1932) o
SNS é ativado quando fatores externos exercem alguma influência sobre
o organismo, preparando-o para “lutar ou fugir”, enquanto o SNP está
associado a funções de “digestão e descanso”.
As sinapses ocorridas entre os neurônios pré-ganglionares,
tanto do SNP quanto do SNS, são colinérgicas. Nas sinapses dos
neurônios pós-ganglionares encontram-se neurônios colinérgicos no
SNP e neurônios adrenérgicos no SNS 54. Os termos adrenérgicos e
colinérgicos foram primariamente descritos por Dale (1954). Trata-se de
sinapses mediadas pela acetilcolina (Ach) e pela noradrenalina (NA),
respectivamente. Os receptores colinérgicos pós-sinápticos são divididos
em nicotínicos e muscarínicos e os adrenérgicos em α e β 54.
No controle cardiovascular, o SNS aumenta a PA e acelera a
freqüência cardíaca (FC), já o SNP diminui a PA e desacelera o ritmo
cardíaco 52,54. A peristalse do tubo digestivo é aumentada pelo
parassimpático e diminuída pelo simpático 52,54. Como em inúmeras
outras funções orgânicas, esse controle ocorre de formas variadas no
decorrer do dia. Todavia, existem mecanismos que são exclusivos, tais
como a sudorese, a qual é exercida apenas pelo SNS 52,54. Ocorre
15
também o sinergismo de ações entre os sistemas, como exemplo, as
glândulas salivares aumentam sua secreção sendo ativadas tanto pelo
SNS quanto pelo SNP 54. Em algumas atividades observam-se ações
complementares, como na função sexual masculina em que o SNP
promove a ereção; enquanto que o SNS promove a ejaculação 52,54.
As fibras do SNA, tanto as aferentes quanto as eferentes, são
amielínicas. As fibras mielinizadas finas também conduzem impulsos
relativos à sensibilidade superficial (dor, e temperatura) 54. Ao contrário,
da fibra do neurônio eferente somático que é mielinizada grossa 54.
As áreas centrais de controle autonômico incluem o córtex
insular, sendo este o córtex de controle sensitivo visceral. O controle
motor cortical visceral é exercido pelo córtex ventromedial pré-frontal e
pelo giro anterior do cíngulo 100. A amigdala, associada à estria terminal,
faz sinapses em diversos núcleos hipotalâmicos e no tronco cerebral 52,100.
Neste circuito amigdaliano são efetuadas diversas alterações autonômicas
ligadas a fatores emocionais. O hipotálamo integra funções autonômicas,
emocionais e endócrinas para manutenção da homeostase 100. A
substância cinzenta periaquetutal modula funções autonômicas ligadas ao
estresse e a dor 100. O núcleo do trato solitário (NTS) está envolvido em
arcos reflexos ligados a respiração, controle cardiovascular, barorreflexo e
motilidade gastrointestinal 100.
O controle autonômico central integra informações externas,
humorais, reflexas e endócrinas para controle da homeostase. Não
foram evidenciados, até o momento, na medula espinhal, tratos
descendentes autonômicos 100. As fibras originadas no tronco cerebral e
hipotálamo se projetam difusamente nos núcleos intermediomedial e
intermediolateral da medula. Os neurônios destes núcleos se agrupam
para formar as fibras pré-ganglionares do SNA 100.
15
2.2 Aspectos quanto ao vírus C da hepatite
A hepatite C é a causa mais comum de afecção crônica do
fígado, sendo a cirrose hepática e o carcinoma hepatocelular as doenças
mais prevalentes que decorrem desta infecção. Cerca de 65% dos
pacientes apresentam idade entre 30 e 49 anos 1. Estima-se que 30%
dos infectados desenvolverão carcinoma hepatocelular 1.
O vírus da hepatite C foi descrito por Choo e col., em 1989.
Este vírus foi detectado como o principal causador da hepatite crônica
não-A e não-B 75.
A hepatite C é causada pelo vírus RNA da família Flaviviriadae,
com seis subtipos de vírus da hepatite C: 1, 2, 3, 4, 5 e 6 14. O tipo 1 é o
mais freqüente em nosso meio 14.
Até 1993, a hepatite não A não B era sugerida pela negatividade
da hepatite B associada a níveis elevados de transaminases. A partir
desse ano foi lançado teste comercial que permitiu a detecção do HCV 49.
A via parenteral é o principal modo de contágio. Os grupos de
risco são: os hemofílicos, pacientes que receberam hemoderivados
antes de 1993, usuários de drogas injetáveis, profissionais de saúde,
usuários de cocaína inalada e indivíduos com múltiplos parceiros sexuais
(sem uso de preservativos). Entretanto, a via sexual e a via vertical não
são formas de contágio tão importantes como na hepatite B 14.
O mecanismo de lesão hepática e tecidual pelo HCV ainda não
foi esclarecido 48. A hepatite C é uma infecção sistêmica que acomete
predominantemente o fígado 48. O vírus não parece ser o responsável
direto pela lesão tecidual 48. Aventa-se a hipótese de que a resposta imune
do hospedeiro seja responsável pelo desenvolvimento da doença 48. O
aumento da massa corpórea e o consumo de bebidas alcoólicas são
fatores agravantes de lesão hepática associados à hepatite C 48. A
presença do vírus da hepatite C no hepatócito e seu seqüenciamento
RNA contribuem para a esteatose hepática 48.
15
2.3 Aspectos relacionados ao sistema nervoso devido a infecções
A ocorrência de neuropatia periférica e vasculite do SNP
associado ao HCV foi documentada com alguns trabalhos em diversas
partes do mundo 4,7,25,64,73. Em alguns casos não se observa presença de
crioglobulina sérica nos pacientes infectados pelo HCV e neuropatia
periférica 73. O envolvimento do SNC pela vasculite pode se manifestar
mesmo antes do aparecimento dos sintomas periféricos e hepáticos 33,101.
Segundo Forton et al. 33, um grupo de pacientes infectados pelo HCV teve
leve déficit cognitivo. Não se consegue atribuir a esta queda de cognição a
fatores como: abuso de drogas, doenças coexistentes, encefalopatia
hepática, vasculite ou depressão. A recente detecção da seqüência RNA
do HCV no cérebro posmortem destes pacientes aponta, como a causa do
déficit cognitivo, o próprio HCV. O SNC também pode ser acometido por
doença cérebro vascular na vigência de infecção pelo HCV com
crioglobulina e anticardiolipina negativas, como no relato de caso de
Younes 101. Verificamos a descrição, sobre a ocorrência de CIDP 28,
mononeuropatia 63, mononeuropatia múltipla 4,63, vasculite isolada do nervo
periférico 4,63,64, polineuropatia de predomínio sensitivo 4,7 em associação
com a infecção pelo HCV. A presença de lesão neural não está
obrigatoriamente relacionada a crioglobulina 25,73. Diferentes mecanismos
de lesão podem ser relacionados e o papel direto do vírus ainda
necessita de maiores esclarecimentos 7,25,63. Contudo, ao se verificar
os relatos de HCV e disautonomia encontramos apenas dois artigos 10,88. No estudo que mediu a função digestiva observou-se que nos
pacientes com cirrose hepática (20 pacientes) apresentavam
gastroparesia em relação com pacientes infectados pelo HCV e sem
cirrose (10 pacientes) 88. Foi confirmada que a queixa de plenitude pós-
prandial, dor abdominal, enjôos e vômitos era mais freqüente nos
pacientes que apresentavam cirrose. O retardo de esvaziamento
gástrico foi confirmado pela seriografia neste grupo de pacientes (14
pacientes). No grupo controle haviam pacientes infectados pelo HCV e
sem cirrose. Houve percentual significativo, segundo Verne 88, de
pacientes com cirrose e retardo de esvaziamento gástrico em relação
15
aos pacientes apenas infectados pelo HCV, ou seja, 70,7% versus
26,1%. Neste trabalho foi considerado como anormal valores acima de
50% na retenção gástrica após 100 minutos.
Barbaro et al. 10, em outro estudo, evidenciam a função cardíaca
vagal dos pacientes com infecção pelo HIV e HCV (65 pacientes) e com
apenas a infecção pelo HCV (60 pacientes). Neste caso associa-se a
disfunção vagal dos pacientes com a depleção sistêmica da glutationa. O
método usado pelos autores mede o coeficiente de variação
eletrocardiográfico do intervalo R-R em relação aos níveis de glutationa.
Houve a conclusão que os níveis baixos de glutationa estão relacionados
a anormalidades cardíacas vagais nos pacientes com HCV e HIV.
Os demais retrovírus também são pesquisados como
prováveis causadores de disautonomias e lesões de nervo periférico. O
HIV é o vírus mais estudado em nosso meio e com maior número de
trabalhos publicados a este respeito 11,20,58,66,77,81,87,90,102. Grande parte
dos pacientes com infecção pelo HIV, em alguma fase de sua doença,
vão apresentar alterações referentes ao sistema nervoso. A
polineuropatia de predomínio sensitivo é a manifestação mais comum
entre estes pacientes 5,87. A lesão de nervo periférico pode ser
relacionada tanto com a infecção viral, quanto com o uso dos
medicamentos ou em ambas as situações 87. Outras apresentações
também são relacionadas com lesões no nervo periférico, tais como: a
mononeuropatia múltipla 87, CIDP 87, síndrome de Guillain-Barré (no
momento da soroconversão) 87 e a disautonomia 58,77,90,102. A disfunção
de motilidade gastrointestinal como a diarréia e a gastroparesia 11,20,66,
e a síndrome consuptiva 58,102 estão entre as manifestações
autonômicas mais descritas, até o momento, no paciente infectado pelo
HIV. Encontramos, em estudos de menor monta, alterações
cardiovasculares tanto simpáticas quanto parassimpáticas, sem
predomínio entre ambas 16,58,77,91.
O HTLV também provoca fenômenos disautonômicos como visto
em metanálise realizada por De Castro Costa et al. 24. Foram testados
433 pacientes com a infecção pelo HTLV e paraparesia espástica e
15
verificou-se neste grupo a presença importante de disautonomia e dor 24.
O estudo realizado por Alamy e col. 2, no nosso Serviço, com vinte
pacientes, também constatou que os pacientes com HTLV-I e paraparesia
apresentavam disautonomia cardiovascular. Em 18 pacientes (90%) foram
encontradas alterações autonômicas.
Até o momento não encontramos descrições de outras
retroviroses associadas a fenômenos disautonômicos. Quadros infecciosos
diversos causam disautonomia. Um exemplo clássico em nosso meio é a
infecção causada pelo Trypanossoma Cruzzi 76,79,92.
A doença de Chagas, comum na América Latina, infecta cerca
de 15 milhões de pessoas 79. Esta infecção promove disfunção
cardíaca por acometimento de fibras autonômicas intracardíacas 76.
Mesmo em estágios iniciais da doença são observados alterações na
arritmia sinusal respiratória (ASR), com achatamento da curva
indicando disfunção parassimpática cardíaca eferente 76,92. O megacólon e
o megaesôfago chagásico ocorrem por disfunção parassimpática
gastrointestinal 43. A disautonomia acontece provavelmente por reações de
hipersensibilidade humoral e celular acometendo fibras parassimpáticas e
simpáticas 65.
O acometimento de fibras finas e alterações autonômicas
também são encontradas em afecções decorrentes de desordens do
metabolismo como nas porfirias 60,62; síndromes autoimunes como na
síndrome de Guillain-Barré 32,59,60; nas doenças endócrinas como
diabete melito 35,96,103 e em síndromes congênitas como a Síndrome de
Riley-Day 84 e nas neuropatias autonômicas hereditárias. 8,38,42,78.
2.4 Aspectos relacionados ao teste autonômico cardiovascular
O teste autonômico cardiovascular é realizado nesta
monografia em quatro etapas que são divididas em: ASR, teste de
inclinação passiva (IP) ou tilt test (TT), teste do esforço estático (EE)
ou hand grip (HG) e a manobra de Valsalva (MV). Os mecanismos
fisiológicos de cada um dos testes serão analisados separadamente.
15
Arritmia sinusal respiratória (ASR): No ciclo respiratório há
aumento da FC durante a inspiração e diminuição da FC na expiração.
Este mecanismo ocorre por inibição vagal eferente 55. Durante a
inspiração, o nervo vago deixa de atuar no controle cardíaco,
permitindo o aumento da FC. Diversos mecanismos também contribuem
para a alteração da FC durante o ciclo respiratório 74. O aumento do
retorno venoso durante a inspiração e as alterações cíclicas de pressão
intratorácica deflagram outros reflexos autonômicos 74.
Estímulos mecânicos de estiramento tanto venoso 9, quanto no
átrio direito 74 e no nó sinusal 50, também favorecem a alteração da FC
durante o ciclo respiratório. Na análise da ASR observamos a função
eferente parassimpática cardiovascular. Está bem estabelecido que
ocorre redução de diferença na ASR conforme a idade 57. Ilustramos com
a figura 1 a curva de FC durante o ciclo respiratório forçado.
Figura 1 - Curva de Arritmia Sinusal Respiratória com Padrão Normal
Observe a amplitude de resposta de freqüência cardíaca em que na inspiração há taquicardia, enquanto que na expiração ocorre o inverso. Figura
retirada do TAC do paciente n° 4.
Inclinação passiva (IP): quando ocorre a mudança de decúbito
para a posição supina, o volume sangüíneo torácico, da cabeça e dos
15
membros superiores se desloca para o abdome e membros inferiores 27. Este volume de sangue desviado fica em torno de 300 a 500ml e,
com isso, ocorre redução da PA por diminuição do retorno venoso 27,29,98. O barorreflexo é ativado e, observa-se, aumento do inotropismo
cardíaco, taquicardia reflexa, vasoconstrição periférica e aumento da
PA. O aumento da FC aparece em dois tempos, com picos no 3º e 12º
segundos, após a inclinação 13. O pico inicial se deve a retirada da
ação vagal e o segundo devido à manutenção da atividade simpática 41,98. No momento em que o indivíduo se levanta ativamente acontece o
reflexo do exercício 99. Este reflexo ocorre após o início da atividade
muscular que inicia a inibição de resposta vagal 98. A contração
muscular também eleva a PA pelo próprio deslocamento de sangue dos
membros inferiores para a cavidade torácica. Na inclinação passiva,
realizada com auxílio da cama ortostática, elimina-se o reflexo do
exercício e a contração muscular do paciente 98. Neste modelo
avaliamos a resposta do barorreflexo com a mudança de PA. Ou seja,
apenas a atividade simpática eferente cardiovascular 13. Conforme a
figura 2, mostrando a mudança de volume sangüíneo da posição supina
(A) para a posição vertical (B).
Figura 2 - Ortostatismo
No ortostatismo ocorre a mudança de parte do volume sangüíneo do leito intratorácico para os membros inferiores e abdome. Figura adaptada do livro Clinical Autonomic Disorders, Phillip A. Low, segunda edição 1997, página 74, com permissão do autor.
15
Esforço estático (EE): ao manter a contração de um grupo
muscular em determinado tempo, observa-se elevação da PA e da FC 26,31,80. Este mecanismo é decorrente de aumento tanto da resistência
vascular periférica quanto da fração de ejeção cardíaca 80. Ocorre, em
um primeiro momento, a retirada da função cardíaca eferente vagal,
aumentando a FC; seguido de ativação simpática posterior elevando a
PA. Esta ação simpática é esforço-tempo dependente 80.
Manobra de Valsalva (MV): ao se exercer um esforço
expiratório com a boca e as fossas nasais fechadas, obtemos uma
seqüência de respostas hemodinâmicas. Esta manobra foi descrita pelo
médico italiano Antônio Maria Valsalva (1704) como método de se
expelir pus do ouvido médio para a nasofaringe 68,82. Contudo, quando
realizamos este teste, observamos alterações da PA e da FC e quatro
fases são verificadas (FIGURA 3). Na fase I, existe aumento da
pressão intratorácica e intrabdominal promovendo compressão
mecânica da aorta e elevação transitória da PA. Ainda nesta fase
ocorre por ação do barorreflexo discreta queda da FC 21,51.
No início da fase II, com a pressão torácica se mantendo
elevada, há diminuição do retorno venoso e bloqueio de enchimento dos
ventrículos direito e esquerdo 15. Conseqüentemente, há diminuição da
PA e a função eferente vagal cardiovascular é retirada ocorrendo
aumento da FC. No final da fase II, a descarga simpática promove
vasoconstrição periférica elevando a PA 15. Quando a liberação do
esforço respiratório acontece estamos na fase III. A diminuição da
pressão intratorácica promove seqüestro de sangue para o leito
pulmonar diminuindo a PA e elevando a FC 17,27. Segundos após, o
retorno venoso se estabelece e o ventrículo esquerdo começa a ejetar
maior quantidade de sangue frente ao leito vascular periférico
contraído 17. Com isso, eleva-se a PA a níveis maiores que o de
repouso (“overshoot”). O aumento da PA acima dos valores basais
(“overshoot”), associado a bradicardia reflexa, caracteriza a fase IV da
MV. A bradicardia reflexa, nesta fase, parece ser decorrente apenas da
15
ativação vagal e o aumento da PA por influência cardiovascular
simpática eferente 15,97.
Atividades de vida diária como a micção, tosse ou
compressão abdominal tem efeito semelhante à MV. Portanto estas
atividades promovem queda da PA contínua em pacientes com
disfunção cardiovascular simpática eferente, podendo resultar em
síncope 97.
Figura 3 - As Quatro Fases da Manobra de Valsalva (MV)
O primeiro gráfico mostra a curva de PA sobre o tempo em segundos. O segundo gráfico mostra a curva de FC sobre os segundos. As fases da MV estão em algarismos romanos (I, I I , I I I , IV). (Figura adaptada do artigo Testes Autonômicos
Cardiovasculares. Parte I. Arq Bras Cardiol v. 59, n° 1, 1992, página 79).
15
2.1 OBJETIVO
Avaliar em pacientes infectados pelo HCV e com apresentação clínica
de polineuropatia sensitiva, a função autonômica cardiovascular.
22
3. PACIENTES E MÉTODOS
Avaliamos 12 pacientes com polineuropatia de predomínio
sensitivo e infecção pelo HCV. Todos foram encaminhados pelo
ambulatório de doenças hepáticas do HUAP. Excluímos do estudo
pacientes que apresentavam distúrbios outros que pudessem levar a
disautonomia, tais como: hipertensão arterial sistêmica (HAS), diabete
melito (DM), insuficiência ou disfunção hepática grave, uso de drogas,
infecções concomitantes, insuficiência renal entre outros. Todos os
pacientes foram testados com o anticorpo anti-HCV pelo método ELISA
no sangue. O tempo de infecção médio dos pacientes foi de 9,6 anos
em 50% dos entrevistados. A outra metade não soube responder a
quanto tempo estava infectado. Não foi possível dosar a crioglobulina e
nem a tipagem sorológica viral. Nenhum paciente foi tratado, até a
execução do teste autonômico cardiovascular (TAC), para a infecção
decorrente do HCV.
Os pacientes, sem exceção, responderam a um questionário
padrão sobre sintomas autonômicos (APÊNDICE 1). Exames físico e
neurológico, particularmente voltados para o SNA e sistema nervoso
periférico, foram cuidadosamente realizados no ambulatório de
Neuropatias Periféricas e de SNA do Serviço de Neurologia da UFF,
sob supervisão do Professor Osvaldo J.M. do Nascimento. As
perguntas sobre o SNA eram dirigidas com o cuidado de não induzir a
resposta do paciente. A intenção da anamnese dirigida era verificar
todas as funções autonômicas mesmo que não fossem do sistema
cardiovascular. Os pacientes assinaram termo de consentimento para a
realização dos testes (APÊNDICE 2).
23
Além do TAC, fizemos o exame físico e neurológico, associado
ao estudo da condução nervosa (APÊNDICES 3 e 4). Dentre os testes
autonômicos cardiovasculares realizamos a arritmia sinusal respiratória
(ASR), o teste de inclinação passiva ou tilt test (TT), o esforço estático ou
hand grip (HG) e a manobra de Valsalva (MV). A seguir descreveremos a
metodologia empregada no TAC, em cada um dos testes.
3.1 TESTE AUTONÔMICO CARDIOVASCULAR (TAC)
O TAC foi realizado de maneira indireta utilizando alguns reflexos
autonômicos conhecidos 39. Diversos testes cardiovasculares estão
descritos na literatura 6,39,40,68,69,93,94. Os testes cardiovasculares mais
utilizados são: MV 68, teste de inclinação passiva 94, exercício estático 93,
teste dos quatro segundos 69, teste de imersão facial 40, teste de
exposição ao frio 6 e teste de estresse mental 85.
Existem testes que verificam outras funções autonômicas, tais
como: sudorese 56, lacrimejamento 23 e funções digestivas 18.
Utilizamos quatro testes: ASR, teste de inclinação passiva,
esforço estático e MV. O TAC foi realizado em sala própria de exame sob
temperatura média de 23°C. O ambiente era silencioso e o paciente
recebia um formulário próprio de orientação antes do exame (APÊNDICE
5). As recomendações ao paciente incluíam: evitar uso de cafeína ou
cigarros nas 24h que precediam o exame, ingerir comidas leves pela
manhã, fazer jejum de 3h, usar roupas leves, evitar atividades físicas e
procurar dormir bem na noite anterior ao teste. O exame, em geral, era
realizado às 13h, durando duas horas. O TAC foi realizado com os
seguintes materiais: monitor cardíaco Polar S810 n.° F 137710303330
(Finlândia), manômetro Jamar modelo 5030-S1 n.° 10403115 (Estados
Unidos) e mesa ortostática ISP n.° 3215 (Brasil). Os TAC foram todos
realizados pelo orientando e sob supervisão.
24
3.1.1 Arritmia Sinusal Respiratória (ASR)
A ASR foi realizada com o paciente em decúbito dorsal 83 e
relaxamento de pelo menos dois minutos. Orientamos o paciente a
fazer incursões respiratórias amplas e, sem pausas, na freqüência de
cinco a seis por minuto 61. Monitoramos, apenas com comando de voz,
as incursões respiratórias que variavam de 10 a 12 segundos cada. Na
ASR, as respostas são mais evidentes quando o indivíduo varia da
capacidade pulmonar total (inspiração máxima) até o volume residual
(expiração máxima) 44. Captamos o ritmo cardíaco, em intervalos R-R,
pelo monitor Polar S 810. Após um minuto de captação, analisamos,
pelo programa de computador Polar Precision Performance SW3 (PPP),
a curva de FC conforme figura 1. Caso não houvesse dados satisfatórios
o teste era refeito em cinco minutos. Dois cálculos foram importantes
na curva da ASR: a diferença de FC entre a inspiração e a expiração; e
o índice E:I. Este último foi medido pela razão do maior intervalo R-R
(expiração) pelo menor intervalo R-R (inspiração) 44,61,83. Estudos
sugerem que este índice seja mais preciso que a análise de diferença
de FC isoladamente 61. Todos os dados de referência foram corrigidos
conforme a idade, segundo a tabela referida por Castro e Nóbrega 19.
3.1.2 Ortostatismo
Realizamos este teste após cinco minutos de repouso da
ASR. Medimos a PA e a FC do paciente deitado e, em seguida,
inclinamos a mesa até 70° - 80°. Foram colocadas cintas no abdome e
nos pés para que o paciente não caísse, caso houvesse síncope ou
hipotensão postural. Estas cintas não causavam pressão sobre o
paciente. A inclinação até a posição ortostática dura em torno de doze
segundos. A cada minuto, durante cinco minutos subseqüentes,
medimos a PA pelo método auscultatório. A PA foi medida com o braço
25
do paciente estendido na altura do coração. O membro superior do
paciente foi apoiado levemente no ombro do examinador.
Consideramos como resposta anormal ao exame, a queda da
PA sistólica maior que 26mmHg em um minuto (∆VPAS1), e de
20mmHg em cinco minutos (∆VPAS5). A PA diastólica (∆VPAD5) com
variação maior que 10mmHg em cinco minutos é considerada anormal. A
diferença de FC maior que 19bpm em um minuto (∆VFC) é sugestiva de
comprometimento simpático cardiovascular eferente. Valores de
referência segundo Castro e Nóbrega 19. Ilustramos com a figura 2, os
efeitos da mudança de posição no volume intravascular. O desenho é
uma demonstração figurada da troca de volume com o ortostatismo. O
leito intratorácico com maior volume deitado (A) e, em pé (B), com
variação de parte do volume para os membros inferiores.
3.1.3 Esforço Estático
Com o paciente sentado, solicitamos que o mesmo exerça o
máximo de força no dinamômetro com o membro dominante. A manobra
é repetida três vezes e obtemos uma média. Em seguida calculamos
30% da média de força máxima e pedimos para que o paciente
mantenha a contração durante cinco minutos 30. A cada minuto, logo a
seguir, medimos a PA e a FC. A PA é medida no membro oposto pelo
método auscultatório. Consideramos como valores normais a elevação
da PA diastólica acima de 16mmHg, em relação ao repouso 12 para
avaliação da função simpática cardiovascular eferente 80.
3.1.4 Manobra de Valsalva (MV)
O paciente, após dois minutos de repouso, aguarda sentado o
início do exame. Utiliza-se um manômetro aeróide desconectado de um
esfigmomanômetro para o teste 19. Coloca-se um clipe nasal para se
26
evitar a saída de ar pelo nariz. Orienta-se ao paciente, após a
inspiração completa, a soprar contra uma resistência de 40mmHg,
visualizado no manômetro aeróide, durante 15 segundos. Esta pressão
é alcançada de modo instantâneo. Ao ser avaliado o paciente deve
fazer esforço expiratório com a musculatura respiratória e não com o ar
contido na cavidade bucal. Desta forma realizam-se as respostas
autonômicas cardiovasculares da MV. Mantém-se a pressão de
40mmHg durante 15 segundos e retira-se abruptamente o estímulo 15. A
variação da FC é medida pelo monitor Polar S 810 na freqüência R-R.
Verificamos a PA cerca de cinco segundos após a liberação do esforço
expiratório, quando já se observa queda da freqüência cardíaca.
Tentamos observar se houve elevação do nível pressórico. Avalia-se
como medida de variação de FC o índice de Valsalva. Este índice é
obtido pela razão do maior intervalo R-R (fase IV) pelo menor intervalo
R-R (fase II) 19,71. O momento clinicamente mais importante deste teste
é a fase IV, onde nós avaliamos a função cardiovascular eferente tanto
simpática quanto parassimpática 19. Os valores de referência variam
conforme a idade e não há alteração em relação ao sexo, segundo a
tabela citada por Castro e Nóbrega 19.
32
4. ANÁLISE ESTATÍSTICA
Esta é uma série de casos, sem grupo controle, que analisa
de forma indireta a função autonômica cardiovascular. Neste estudo
tentamos respaldar os achados clínicos de polineuropatia sensitiva
associada à queixa de síncope com a execução do teste complementar
(teste autonômico cardiovascular - TAC). Fomos orientados a apenas
fazer a comparação entre a média e mediana dos grupos com e sem
queixa de síncope.
33
5. RESULTADOS
Dos pacientes analisados seis eram do sexo masculino e seis
do sexo feminino. A idade média foi 49 ± 13 anos (média ± SD). Todos os
pacientes apresentavam sinais ou sintomas de hipoestesia ou disestesia
em terço distal de membros inferiores. Entre estes cerca de 66%
queixaram-se de sintomas relacionados a disautonomia. O sintoma mais
freqüente era de “mal estar ou tonteira” ao se levantar (66%). Não houve
queixa de vertigem rotatória e sim de “escurecimento da visão” ao passar
para a posição vertical (síncope).
Além da queixa de “tonteira” (66%), os pacientes também
relatavam sintomas de cãibras em membros inferiores (50%), dor em
extremidades (41%), constipação intestinal (25%), aumento da sudorese
(16,6%). Em oito vírgula três por cento dos pacientes apresentaram
sintomas diversos como retenção urinária, diarréia, boca seca e calafrios
(GRÁFICO 1).
34
Gráfico 1 - Relação de Sintomas
66%
50%
41%
25%16,6%
8,3%0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
Sintomas
Tonteira
Cãibras
Dor em extremidade
Constipação
Sudorese excessiva
Outros
Os dados do gráfico 1 foram obtidos após anamnese dirigida com os pacientes. A queixa de tonteira ao levantar-se foi o mais freqüente dos sintomas (casos no 2,4,5,6,7,9,11,12) Quando o paciente relatava “tonteira” foi considerada a sensação de escurecimento visual. A seguir vêem os sintomas de cãibras em membros inferiores (casos no 1,2,6,9,11), dor em extremidades (casos no 1,2,6,8,10), constipação intestinal (casos no 2,3,6,9), aumento da sudorese (casos no 2,7) e outros sintomas como retenção urinária, boca seca, calafrios etc (caso no 3). Os valores, na íntegra, de todos os pacientes são encontrados no Apêndice 6.
Cerca de 33% dos pacientes não tinham queixas quanto a
sintomas relacionados a disautonomia. No exame neurológico
observamos hipoestesia termo-algésica distal nos membros inferiores
em 100% dos pacientes.
Os reflexos profundos mostraram-se diminuídos nos quatro
segmentos em 33,4% dos pacientes e em 41,6% normais. O reflexo
aquileu estava abolido em 25% (GRÁFICO 2).
35
Gráfico 2 - Percentagem de Achados ao Exame Físico nos Reflexos Profundos
41,6
2533,4NormalDiminuídoAbolido
Reflexo abolido refere-se ao reflexo aquileu nos pacientes nos 7, 9, 10 e 12; reflexos profundos normais nos pacientes nos 1, 4, 6, 8 e 11; e diminuídos nos pacientes nos 2, 3 e 5.
A observação de pés com manifestação autonômica, ou seja,
com cor violácea, sudorese excessiva e edema discreto, foram vistos em
33% dos pacientes. A diminuição da sensibilidade vibratória, com tempo
de vibração em média de oito segundos, foi encontrada em 33% dos
pacientes. O déficit de força grau IV (graduação conforme o Medical
Research Council - MRC) de extensão do hálux foi visto em 33% dos
pacientes (casos nos 2, 3, 5 e 10). Observamos pupilas com tamanho e
contração normais ao estímulo luminoso em todos os pacientes. O
gráfico 3 mostra o percentual de achados no exame físico.
Gráfico 3 - Percentual de Achados no Exame Físico
33% 33% 33%
100% 100%
0%10%20%30%40%50%60%70%80%90%
100%
Sinais
Pés autonômicos
Redução da sensibilidadevibratóriaParesia de extensão doháluxContração pupilar
Hipoestesia distal
36
Todos os pacientes apresentavam hipoestesia tátil, térmica e dolorosa em membros inferiores. A manifestação de pés autonômicos, ou seja, de aparência violácea, sudorese aumentada e com discreto edema foram vistos em 33% dos pacientes (casos no 4, 6, 9 e 10). Em um terço dos pacientes evidenciamos, no exame físico, paresia de extensão do hálux bilateral grau IV (casos no 2, 3, 5 e 10) e diminuição de sensibilidade vibratória com tempo de vibração em torno de oito segundos (pacientes no 2,6,7 e 10) . A reação pupilar à luz direta foi normal em 100% dos pacientes.
No TAC encontramos dez pacientes (casos nos 1, 2, 3, 5, 6, 7, 8,
10, 11 e 12) (83,3%) com alteração em alguma fase do teste. Na ASR o
achatamento da curva de FC durante as incursões respiratórias foi
evidenciada em 25% dos pacientes (casos nos 3, 10 e 11), como visto na
figura 4 evidenciando exame anormal. Os índices de avaliação da ASR
encontravam-se anormais tais como: a diferença inspiratória e expiratória
(média alterada: 3,6 versus média sem alteração: 17,2) e a relação E/I
(média alterada: 1,01 versus média sem alteração:1,55).
Figura 4 - Curva ASR com Padrão Anormal
37
FIGURA 4 - Neste exemplo ilustramos a baixa variação de freqüência cardíaca durante a expiração e inspiração forçadas. Figura retirada do exame do
paciente n° 3.
No teste de inclinação passiva, três pacientes (casos nos 2, 8 e
12) obtiveram queda da PA (média com alteração ∆VPAS1 = 17,3mmHg
versus média sem alteração ∆VPAS1 = 7,1mmHg; média com alteração
∆VPAS5 = 15,3mmHg versus média sem alteração ∆VPAS5 = 4,4mmHg;
média com alteração ∆PAD5 = 20mmHg versus média sem alteração
∆PAD5 = 4,1mmHg; média com alteração ∆FC = 5,3bpm versus média
sem alteração ∆FC = 8,3bpm). Apenas o paciente n° 2 queixou-se de
“tonteira” no 5° minuto de inclinação. No esforço estático, três pacientes
(casos nos 2, 7 e 10) não conseguiram elevar a PA após cinco minutos de
esforço (média alterada ∆PAD5 = 8mmHg versus média sem alteração
∆PAD5 = 18,6mmHg). Na MV sete pacientes (casos nos 1, 2, 5, 7, 8, 10 e
11), apresentaram alguma alteração durante o exame. A MV analisa
diferentes segmentos da função autonômica cardiovascular. Obtivemos os
seguintes dados na MV: seis pacientes com comprometimento
cardiovascular simpático eferente e, apenas dois, com alteração
cardiovascular eferente parassimpática. Estes dados são referentes à
fase IV da MV. Verificamos que não houve elevação da PA nesta fase
(média alterada ∆VPAS na fase IV= -2,2mmHg versus média sem
alteração ∆VPAS na fase IV = 16mmHg), sugerindo comprometimento
cardiovascular eferente simpático. Quando não há bradicardia reflexa
indica disfunção parassimpática eferente cardiovascular. O índice de
Valsalva foi alterado em apenas um paciente (caso n° 6), seu índice foi
de 1,20 (normal >1,20). A média dos índices de Valsalva dos outros
pacientes foram de 1,69 (normal >1,20) (casos nos 1, 2, 5, 7, 8, 10 e 11).
Estes dados podem ser observados no gráfico 4. A figura 5 evidencia um
teste anormal na fase IV da MV, teste realizado no paciente n° 10.
38
Gráfico 4 - Alterações no Exame de TAC
58,33
3325 25
0
10
20
30
40
50
60
% a
ltera
ções
no
TAC
Testes Autonômicos Cardiovasculares
Manobra de ValsalvaEsforço estáticoInclinação passivaASR
O teste mais alterado foi não elevação da PA na fase IV da MV
(overshoot) com 58,33% dos pacientes apresentando este sintoma (casos nos
1, 2, 5, 7, 8, 10 e 11). Em 33% dos pacientes o esforço estático não mostrou
variação significativa da PA (casos nos 2, 7 e 10). Houve variação da PA
durante a inclinação passiva em um quarto dos pacientes (casos nos 2, 8 e
12). Estes dados evidenciam disfunção cardiovascular eferente. O teste da
arritmia sinusal respiratória foi alterado em três pacientes (casos nos 3, 10 e
11). A ASR mede função cardiovascular parassimpática eferente.
39
Figura 5 - Manobra de Valsalva com Padrão Anormal
Houve apenas um pequeno aumento de freqüência cardíaca nas fases II e III da manobra de Valsalva. Na fase IV da MV houve taquicardia e não observamos o “overshoot”
pressórico presente nesta fase. Teste realizado no paciente n° 10.
Na tabela 1 analisamos a média e a mediana dos TAC dos
pacientes que apresentaram queixa de lipotímia em comparação com os
que não tiveram esta queixa.
40
Tabela 1 - Achados no TAC de Pacientes Com e Sem Queixa de Síncope
TESTE Sem Queixa (Média/Mediana) Com Queixa (Média/Mediana)
I-E 12,20 / 11,00 bpm 15,00 / 20,00 bpm
E:I 1,35 / 1,38 1,46 / 1,59
∆VPAS1 8,80 / 10,00 mmHg 8,80 / 10,00 mmHg
∆VPAS5 9,20 / 8,00 mmHg 5,71 / 4,00 mmHg
∆VPAD5 7,20 / 6,00 mmHg 8,70 / 4,00 mmHg
∆VFC 5,60 / 3,00 bpm 5,14 / 4,00 bpm
EE 18,00 / 18,00 mmHg 17,14 / 16,00 mmHg
IV 1,63 / 1,64 1,66 / 1,78
∆VPA MV 8,00 / 8,00 mmHg 7,14 / 0,00 mmHg
Tabela 1 – Símbolos : I-E (Diferença de freqüência cardíaca durante a inspiração e a expiração); E:I (Relação de freqüência cardíaca entre a expiração sobre a inspiração);
∆VPAS1 (Variação de pressão arterial sistólica em um minuto; ∆VPAS5 (Variação de
pressão sistólica em cinco minutos); ∆VPAD5 (Variação de pressão diastólica em
cinco minutos);∆VFC (Variação de freqüência cardíca em cinco minutos); EE (Esforço
estático); IV (índice de Valsalva); ∆VPA MV ( Variação de PA durante a Fase IV da
manobra de Valsalva).
Analisamos as diferenças de média / mediana nos pacientes
com e sem queixa de síncope. Os símbolos utilizados são I-E para
diferença de freqüência cardíaca inspiratória e expiratória na ASR e E:I
para o índice de ASR ou a relação de freqüência cardíaca durante a
expiração e a inspiração. Nestes dados observamos médias maiores
em quem apresentou queixa de síncope versus em quem não
apresentou queixa. Os dados de ASR apontam para alterações de ramo
parassimpático eferente. Dentre as variações de PA e de FC, do teste
de inclinação passiva, não encontramos variações significativas entre
média / mediana dos pacientes com e sem queixa de síncope. No
esforço estático (EE) não houve elevação de PA nos pacientes com
41
queixa de síncope em comparação com os pacientes sem queixa. Este
dado sugere comprometimento simpático cardiovascular eferente. Nas
variáveis da MV não encontramos alterações de média / mediana nos
pacientes com e sem queixa.
Dentre os pacientes com alteração no TAC cinco (41,66%)
apresentavam disfunção em dois ou mais testes e cinco (41,66%) em
apenas um dos TAC. Não houve comprometimento no exame em dois
(16,66%) pacientes.
A queixa de sensação de “tonteira” ao levantar-se foi
predominante entre os pacientes, sendo sete (casos nos 2, 4, 7, 9, 10, 11
e 12) o número de pacientes com este sintoma. Dentre os pacientes com
sintomas de síncope, cinco tiveram alterações no TAC (casos nos 2, 7, 10,
11 e 12) e em dois não foi observado alteração no exame (casos nos 4 e
9). Dos pacientes com sintomas autonômicos e TAC alterado, a avaliação
cardiovascular eferente simpática foi a mais encontrada. O teste mais
alterado neste grupo foi a MV, com ausência de elevação da PA na
fase IV.
41
6. DISCUSSÃO
Os achados clínicos de polineuropatia sensitiva associado ao
grande número de queixas de tonteira ao levantar-se, apoiaram a idéia
de se pesquisar a função autonômica cardiovascular dos pacientes
infectados pelo HCV. Fisiologicamente os reflexos autonômicos e a via
sensitiva aferente correm por fibras finas 54. A avaliação clínica
correlaciona-se com os achados laboratoriais, ou seja, disfunção
simpática eferente e síncope neste grupo pesquisado. A MV, sem o
aumento da PA na fase IV, foi o dado mais encontrado (58,3%). Soma-
se a este achado, outras análises no TAC que evidenciaram disfunção
simpática eferente, tais como: manobra de esforço estático sem
elevação da PA em três pacientes (25%) e outros três (25%) também
com valores alterados no teste de inclinação passiva.
O método de análise é indireto de função autonômica
cardiovascular. O TAC aumenta seu valor preditivo quando dois ou
mais dados se somam. Encontramos cinco pacientes (41,6% - casos nos
2, 7, 8, 10 e 11) com estas características, ou seja, dois exames
alterados e dois pacientes (16,6% - casos nos 2 e 10) com três exames
anormais. Os outros cinco apresentavam um exame com alteração
(41,6% - casos nos 1, 3, 5, 6 e 12).
A análise estatística mais confiável para este trabalho passa
necessariamente por um maior número de pacientes avaliados. Contudo,
a queixa freqüente e grande número de alterações encontradas nos TAC,
já nos dão indicações de continuidade neste campo de estudo. Podemos
também verificar em linhas de pesquisa futuras o risco cardiovascular
destes pacientes 3,36,72,86. Observando-se, por exemplo, se existe risco
de disfunção cardíaca por alteração autonômica eferente ou de doença
42
cerebrovascular secundária a hipotensão postural. Se há risco de
arritmia cardíaca 72,89 ou de morte súbita 3 pelo comprometimento
simpático eferente. Em um outro grupo poderíamos verificar a
existência de arritmia cardíaca por diminuição da ação parassimpática
cardíaca eferente 36,86 uma vez que, encontramos esta alteração em
número significativo de pacientes (25% na ASR). Estudos
experimentais apontam para o efeito protetor da atividade vagal em
cães que foram submetidos a infarto agudo do miocárdio. Os animais
que foram farmacologicamente induzidos aos efeitos muscarínicos
tiveram menores chances de desenvolver arritmias ventriculares 86.
Sintomas condizentes com a via parassimpática cardiovascular não foram
relatadas no nosso trabalho. Estes sintomas incluiriam queixas referentes
à arritmia cardíaca 3,89.
Os outros dois trabalhos realizados não relataram a existência
de polineuropatia sensitiva. O primeiro trabalho elaborado por Verne
GN (2004) avaliou a queixa de desconforto gastrointestinal nos
pacientes com cirrose hepática e usou, como grupo controle, pacientes
com hepatite C sem cirrose. Foram testados 20 pacientes com cirrose
hepática e queixa de mal estar abdominal, vômitos e enjôos e 10
pacientes com hepatite C sem cirrose e sem queixa abdominal. O
estudo incluiu cinco testes autonômicos cardiovasculares e a
seriografia. Nos testes autonômicos cardiovasculares foram
escalonados com notas de zero a cinco, sendo que zero correspondia a
exames normais e cinco a todos os exames anormais. Nesta escala
foram considerados como anormais valores maiores que um e meio. Na
seriografia foi considerada anormal retenção gástrica na fase sólida
maior que 50%. Houve diferença entre os grupos testados e na
seriografia a maior retenção foi nos pacientes com cirrose em relação
aos pacientes com hepatite C (70,7% versus 26,1%). Nos testes
autonômicos cardiovasculares houve diferença entre as escalas sendo
3,4 para os pacientes com cirrose e 1,2 para os pacientes com hepatite
C. Não houve detalhamento dos testes autonômicos cardiovasculares.
No segundo trabalho, elaborado por Barbaro (1997), o qual avaliou a
43
arritmia sinusal respiratória em 125 pacientes sendo 65 com HCV e
HIV, 60 pacientes infectados apenas pelo HCV e um grupo controle de
61 pacientes saudáveis.Neste trabalho fizeram a correlação entre
níveis de glutationa e a resposta vagal medida pela ASR. Concluíram
que havia piora da função vagal principalmente nos pacientes
coinfectados (HCV e HIV) associados a baixos níveis de glutationa.
Existe a limitação do TAC, no que diz respeito, a montagem
de sala e de pessoal especializado em sistema nervoso autonômico
para realização dos exames. Além da necessidade da equipe médica
ser treinada para suporte de vida na eventualidade de parada
cardiorespiratória. O TAC necessita de maior debate no nosso meio,
com novas amostragens e mais trabalhos sendo realizados com o
intuito de verificar a função autonômica.
O acometimento de fibras finas associado a disautonomia está
relacionado a outras afecções, além das causas de origem infecciosa, já
também referida. A mais comum das afecções com estas características
no nosso meio é a DM 35,96,103. Esta desordem sistêmica tem manifestação
autonômica importante 35. Estes pacientes podem desenvolver
polineuropatia dolorosa aguda ou subaguda 96, neuropatia motora proximal 96, neuropatia compressiva 59, paralisia aguda do III nervo craniano 96 e
mononeuropatia 96. Conforme estudo realizado por Garcia et al. 35 em que
se mediu a ASR em 120 pacientes diabéticos insulino-dependentes.
Mostrou-se neste trabalho que as alterações autonômicas são presentes
num percentual importante dos pacientes (65,8%) sendo, porém,
assintomáticas em sua maioria 35. Houve alteração na ASR em 79
pacientes e neste trabalho só se mediu esta função autonômica (ASR).
A desordem autonômica congênita e rara, em que são
acometidas as fibras finas, é a neuropatia sensitiva e autonômica
hereditária tipo IV ou hereditary sensory and autonomic neuropathy type IV
(HSAN IV) 42,78. Nestes casos observamos padrão autossômico recessivo e
com fenótipo de múltiplas fraturas, anidrose, insensibilidade à dor,
mutilação, múltiplas fraturas, escaras, osteomielites e deformidades
ósseas, além de leve retardo mental.
44
Dentre as desordens do metabolismo intermediário a porfiria
cursa com alteração autonômica sistêmica importante. Em seus
subtipos (porfiria intermitente aguda, coproporfiria hereditária e porfiria
variegata) ocorrem alterações autonômicas variadas tais como:
hipertensão, taquicardia, dor abdominal intensa, constipação e
disfunção vesical. Estes sintomas surgem por neuropatia autonômica e
ocorrem concomitantemente com polineuropatia.
Como descrito acima é comum a associação de polineuropatia
sensitivo-motora e disautonomia em várias manifestações de doença.
44
7. CONCLUSÃO
Diante de nossos resultados, em que pese a pequena
amostra, podemos afirmar:
1) A presença de polineuropatia de predomínio sensitivo nos pacientes
infectados pelos vírus C da hepatite pode estar associada a
comprometimento autonômico cardiovascular.
2) Ambas as vias autonômicas cardiovasculares são afetadas.
3) O ramo simpático cardiovascular eferente é o mais acometido.
45
8. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
1 - AFDHAL, N.H. The Natural history of hepatitis C. Semin Liver Dis, v.24, suppl 2, p.3-8, 2004.
2 - ALAMY, A.H. et al. Dysautonomia in human T-cell lymphotrophic virus type I-associated myelopathy/tropical spastic paraparesis. Ann Neurol, v.50, p.681-685, 2001.
3 - AOUTE, P. et al. Holter and sudden death: value in a case of arrhythmogenic right ventricular dysplasia. Arch Mal Vaiss, v.86, n.3, p.363-367, 1993.
4 - APARTIS, E. et al. Peripheral neuropathy associated with essential mixed cryoglobulinaemia: a role for hepatitis C virus infection? J Neurol Neurosurg Psychiatry, v.60, n.6, p.661-666, 1996.
5 - ARAÚJO, A.P., NASCIMENTO, O.J.M., GARCIA, O.S. Distal sensory polyneuropathy in a cohort of HIV-infected children over five of age. Pediatrics, v.106, n.3, p.35, 2000.
6 - AROLD, R.W. A vasomotor comparison of the human diving response and the cold pressor test. Alaska Med J, v.28, p.5-8, 1986.
7 - AUTHIER, F.J. et al. Detection of genomic viral RNA in nerve and muscle of patients with HCV neuropathy. Neurology, v.60, n.5, p.808-812, 2001.
8 - AXELROD, F.B. Familial dysautonomia. Muscle Nerve, v.29, n.3, p.352-363, 2004.
9 - BAINBRIDGE, F.A. The influence of venous filling upon the rate of the heart. J Physiol, v.50, p.65-84, 1915.
10 - BARBARO, G., DI LORENZO, G., SOLDINI, M. Vagal system impairment in human immunodeficiency virus-positive patients with chronic hepatitis C: does hepatic glutathione deficiency have a pathogenic role? Scand J Gastroenterol, v.32, n.12, p.1261-1266, 1997.
46
11 - BATMAN, P.A. et al. Autonomic desnervation in jejunal mucosa of homosexual men infected with HIV. AIDS, v.5, n.10, p.1247-1252, 1991.
12 - BORST, C. et al. Cardiac acceleration elicited by voluntary muscle contractions of minimal duration. J Appl Physiol, v.32, p.70-77, 1972.
13 - BORST, C. et al. Mechanisms of initial heart rate response to postural change. Am J Physiol, v.243, p.H676-681, 1982.
14 - BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Hepatites Virais. O Brasil está atento. Brasília-DF. 2003. 20p.
15 - BROOKER, J.Z. et al. Alterations in left ventricular volumes induced by Valsalva manoeuvre. Br Heart J, v.36, p.713-718, 1974.
16 - BROWNKLEY, K.A. et al. Autonomic and cardiovascular function in HIV spectrum disease: early indications of cardiac pathophysiology. Clin Auton Res, v.11, n.5, p. 319-326, 2001.
17 - BUDA, A.J. et al. Effect of intrathoracic pressure on left ventricular performance. N Engl J Med, v.301, p.453-459, 1979.
18 - CAMILLERI, M. Autonomic regulation of gastrointestinal motility. In: LOW, P.A. Clinical Autonomic Disorders. 2 ed. 1997. Cap. 12, p.135-145.
19 - CASTRO, C.L.B., NÓBREGA, A.C.L. Testes autonômicos cardiovasculares. Uma revisão crítica. Parte I. Arq Bras Cardiol, v.59, p.75-85, 1992.
20 - COKER, R.J. et al. Increased gut parasympathetic activity and chronic diarrhea in patient with the acquired immunodeficiency syndrome. Clin Auton Res, v.2, n.5, p.295-298, 1992.
21 - CORBETT, J.L. Some aspects of autonomic nervous system in normal and anormal man. Oxford, 1969. Thesis (doctorate) - University of Oxford, 1969.
22 - CORCIA, P., BANBEREAN, D., BACQ, Y. Improvement of a CIDP associated with hepatitis C virus infection using antiviral therapy. Neurology, v.63, n.1, p.179-180, 2004.
23 - CROSS, A.S. Evaluation of pupillary and lacrimal function. In: LOW, P.A. Clinical Autonomic Disorders. 2 ed. 1997. Cap.20, p.259-268.
47
24 - DE CASTRO COSTA, C.M. et al. Brazilian studies on tropical spastic paraparesis. A meta-analysis. Arq Neuropsiquiatr, v.52, n.4, p.585-591, 1994.
25 - DE MARTIO, L. et al. Viral RNA in nerve tissues of patients with hepatitis C infection and peripheral neuropathy. Muscle Nerve, v.27, n.1, p.102-104, 2003.
26 - DONALD, K.W. et al. Cardiovascular responses to sustained contractions. Circ Res, v.12, p.15, 1967.
27 - ECKBERG, D. Parasympathetic cardiovascular control in human disease: critical review of methods and results. Am J Physiol, v.239, p.H581-593, 1980.
28 - ENDO, K., HOSHI, A., SHIMIZU, M. Marked thickening of the peripheral nerves in chronic inflammatory polyradiculoneuropathy associated with HCV infection. Rinsho Shinkeigaku, v.42, n.1, p.27-31, 2002.
29 - EWING, D.J. Cardiovascular reflexes and autonomic neuropathy. Clin Sci Mol Med, v.55, p.321-327, 1978.
30 - EWING, D.J. et al. Cardiovascular responses to sustained handgrip in normal subjects and in patients with diabetes mellitus: a test of autonomic function. Clin Sci Mol Med, v.46, p.295-306, 1974.
31 - EWING, D.J. et al. Correlation of cardiovascular and neuroendocrine tests of autonomic function in diabetes. Metabolism, v.35, p.349-353, 1986.
32 - FERRARO-HERRERA, A.S., KERN, H.B., NAGLER, W. Autonomic dysfunction as the presenting feature of Guillain-Barré syndrome. Arch Phys Med Rehabil, v.78, n.7, p.777-779, 1997.
33 - FORTON, D.M., THOMAS, H.C., TAYLOR-ROBINSON, S.D. Central nervous system involvement in hepatitis C virus infection. Metab Brain Dis, v.19, n.3-4, p.383-391, 2004.
34 - FRANCIS, J., NATANABLE, M.A., SCHMIDT, G. Heart rate turbulence: a new predictor for risk of sudden cardiac death. Ann Non Invasive Eletrocardiol, v.10, n.1, p.102-109, 2005.
35 - GARCIA-INERARITY, H. et al. Autonomic and somatic neuropathy in the diabetic patient: electrical analysis. Rev Neurol, v.29, n.12, p.1138-1141, 1999.
36 - GILLIS, R.A. et al. Role of the nervous system in experimentally induced arrhythmias. Cardiology, v.61, n.1, p.37-49, 1976.
48
37 - GOREN, M.B., CHEN, C. Acute intermittent porphyria with atypical neuropathy. South Med J, v.84, n.5, p.668-669, 1991.
38 - GUO, Y.C. et al. Congenital insensitivity to pain with anhidrosis in Taiwan: a morphometric and genetic study. Eur Neurol, v.51, n.4, p.206-214, 2004.
39 - HAINSWORTH, R. Non invasive investigation of cardiovascular reflexes in humans. Clin Sci, v.78, p.437-443, 1990.
40 - HEAT, M.E., DOWNEY, J.A. The cold face (diving reflex) in clinical autonomic assessment: methodological considerations and repeatability of response. Clin Sci, v.78, p.139-147, 1990.
41 - HILSTED, J. Testing for autonomic neuropathy. Ann Clin Res, v.16, p.128-135, 1984.
42 - HILTZ, M.J., AXELROD, F.B. Quantitative sensory testing of thermal and vibratory perception in familial dysautonomia. Clin Auton Res, v.10, n.4, p.177-183, 2000.
43 - HIRANO, I., PANDOLTINO, J. Chronic intestinal pseudo-obstruction. Dig Dis, v.18, n.2, p.83-92, 2000.
44 - HITSCH, J.A., BISHOP, B. Respiratory sinus arrhythmia in humans: how breathing pattern modulates heart rate. Am J Physiol, v.241, p.H620-629, 1981.
45 - http//:drt2001.saude.gov.br/sps/areastescnicas/hepatite/dados/ dados.htmx. Acessado no dia 04/01/2005 às 18:27h.
46 - http//:www.aids.gov.br/fiquesabendo/noticias1.asp?not=110. Acessado no dia 04/01/2005 às 21:41h.
47 - http//:www.bioetica.ufrgs.br/res19696.htm#pesq. Acessado em 23/06/2005 às 13:30h.
48 - ISSELBACHER, K.J., DIENSTAG, J.L. Acute Viral Hepatitis. In: HARRISON’S. Principles of Internal Medicine. 14th ed. 1998. Cap.295, p.1677-1683.
49 - ITO, H., YOSHIOKA, K., GOTO, H. The fluctuations of viral load and serum alanine aminotransferase levels in chronic hepatitis C Hepatol Res, v.30, n.1, p.11-17, 2004.
50 - JAMES, T.N. The sinus node as a servomechanism [review]. Circ Res, v.32, p.307-313, 1973.
51 - JOHNSON, R.H., SPALDING, J.M.K. Disorders of autonomic nervous system. Sweating Contemp Neurol Ser, v.11, n.10, p.179-198, 1974.
49
52 - KANDEL, E.R., JESSEL, T.M., SCHWARTZ, J.H. The Autonomic Nervous System and the Hypothalamus. In: ______. Principles of Neural Science. 4th ed. 2000. Cap.49, p. 960-980.
53 - KONTUREK, J.W. et al. Disturbed Gastricmotor activity in patients with human immunodeficiency virus infection. Scand J Gastroenterol, v.32, n.3, p.221-225, 1997.
54 - LEFKOWITZ, R.J., HOFFMAN, B.B, TAYLOR, P. Transmissão neuro-humoral: Sistemas Nervosos autônomo e motor somático. In: Gilman, G.A. As Bases Farmacológicas da Terapêutica. 8 ed. 1991. Cap.5, p. 55-75.
55 - LEVY, M.N. et al. Effects of respiratory center activity on the heart. Circ Res, v.18, p.67-78, 1966.
56 - LOW, P.A., OGAWA, T. Autonomic regulation of temperature and sweating. In: LOW, P.A. Clinical Autonomic Disorders. 2 ed. 1997. Cap.7, p.83-96.
57 - LOW, P.A. et al. The effect of aging on cardiac autonomic and postganglionic sudomotor function. Muscle Nerve, v.98, p.341-356, 1990.
58 - MALESSA, R. et al. HIV-1 associated autonomic dysfunction (HIVAD). Nervenartzt, v.67, n.2, p.147-154, 1996.
59 - MCDOUGALL, A.J., MCLEOD, J.G. Autonomic neuropathy, II: specific peripheral neuropathies. J Neurol Sci, v.138, n.1-2, p.1-3, 1996.
60 - MCLEOD, J.G. Invited review: autonomic dysfunction in peripheral nerve disease. Muscle Nerve, v.15, n.1, p.3-13, 1992.
61 - MELSEN, J. et al. Heart rate response to breathing; dependency upon breathing pattern. Clin Physiol, v.7, p.115-124, 1987.
62 - MEYER, U.A., SCHUURMANS, M.M., LINDBERG, R.L. Acute porphyries: pathogenesis of neurological manifestations. Semin Liver Dis, v.18, n.1, p.43-52, 1998.
63 - MIGLIARESI, S., DI IORIO, G., AMMENDOLA, A. Peripheral nervous system involvement in HCV-related mixed cryoglobulinemia. Reumatismo, v.53, n.1, p.26-32, 2001.
64 - MORGELLO, S. The Nervous system and hepatitis C virus. Semin Liver Dis, v.25, n.1, p.118-121, 2005.
65 - NASCIMENTO, O.J.M., DE FREITAS, M.R., CHIMELLI, L. Axonal polyneuropathy in Chagas disease. Rev Neurol, v.10, p.679-681, 1991.
50
66 - NEILD, P.J. et al. Delayed gastric emptying in human immunodeficiency virus infection: correlation with symptoms, autonomic function, and intestinal motility. Dig Dis Sci, v.45, n.8, p.1491-1499, 2000.
67 - NEMNI, R., CANAL, N. Peripheral neuropathy in hepatitis C virus infection with and without cryoglobulinemic. J Neurol Neurosurg Psychiatry, v.77, n.9, p.1267-1271, 2003.
68 - NISHIMURA, R.A., TAJIK, A.J. The Valsalva maneuver and response revisited. Mayo Clin Proc, v.61, p.211-217, 1986.
69 - NÓBREGA, A.C.L., CASTRO, C.B.L., ARAÚJO, C.G.S. Relative roles of sympathetic and parasympathetic systems in the 4 exercise test. Brazilian J Med Biol Res, v.23, p.1259-1262, 1990.
70 - NZUOBONTANE, D., NUG, B.K., CHRISTOPHER, K. Cardiovascular autonomic dysfunction in Africans infected with human immunodeficiency virus. J R Soc Med, v.95, n.9, p.445-447, 2002.
71 - O’BREIN, L.A.D., O’HARE, P., CORRAL, R.J.M. Heart rate variability in health subjects: effect of age and the derivation of normal ranges for testes of autonomic function. Br Heart J, v.55, p.348-354, 1986.
72 - OSTERHUES, H.H., EGGELING, T., HOMBACH, V. Value of different non-invasive methods for the recognition of arrhythmogenic complications in high-risk patients with sustained ventricular tachycardia during programmed ventricular stimulation. Eur Heart J, v.14, Supl E, p.40-45, 1993.
73 - PAOLETTI, V., DE MATTEIS, A. Peripheral neuropathy without cryoglobulinemia in patients with hepatitis C virus infection. Panminerva Med, v.42, n.3, p.175-178, 2000.
74 - PATHAK, C.L. Autoregulation of chronotropic response of the heart through pacemaker stretch. Cardiology, v.58, p.45-64, 1973.
75 - RALSTON, R. et al. Characterization of hepatitis C virus envelope glycoprotein complexes expressed by recombinant vaccinia viruses. J Virol, v.67, n.11, p.6753-6761, 1993.
76 - RIBEIRO, A.C. et al. Active orthostatic stress and respiratory sinus arrhythmia in patients with Chaga’s disease with preserved left ventricular global systolic function. Arch Bras Cardiol, v.83, n.1, p.40-44, 2004.
51
77 - ROGSTAD, K.E. et al. Cardiovascular autonomic neuropathy infected patients. Sex Transm Infect, v.75, n.4, p.264-267, 1999.
78 - ROSEMBERG, S., MARIE, S.K., KLIEMANN, S. Congenital insensitivity to pain with anhidrosis (hereditary sensory and autonomic neuropathy type IV). Pediatr Neurol, v.13, n.2, p.180, 1995.
79 - SAID, G. Infective neuropathies. Curr Opin Neurol, v.7, n.5, p.398-401, 1994.
80 - SAITO, M. et al. Responses in muscle sympathetic nerve activity to sustained hand-grips of different tensions in humans. Eur J Appl Physiol, v.55, p.493-498, 1986.
81 - SCHIFITTO, G. et al. Autonomic performance and dehydroepiandrosterone sulfate levels in HIV-1-infected individuals: relationship to TH1 and TH2 cytokine profile. Arch Neurol, v.57, n.7), p.1027-1232, 2000.
82 - SOUMA, M.L., CABANISS, C.D. The Valsalva Maneuver: a test of autonomic nervous system function in pregnancy. Am J Obstet Gynecol, v.145, p.274-278, 1983.
83 - TEN HARKEL, A.D.J., VAN LIESSHOUT, E.J., WIELING, W. Assessment of cardiovascular reflexes: influence of posture and period of preceding rest. J Appl Physiol, v.68, p.147-153, 1990.
84 - TONHOLO-SILVA, E.R., TAKAHASHI, S.I., YOSHINAGA, L. Familial dysautonomia (Riley-Day syndrome). Arq Neuropsiquiatr, v.52, n.1, p.103-105, 1994.
85 - USHIYAMA, K., OGAWA, T., ISHII, M. Physiologic neuroendocrine arousal by mental arithmetic stress test in healthy subjects. Am J Cardiol, v.67, p.101-103, 1991.
86 - VANOLI, E., SCHWARTZ, P.J. Sympathetic-parasympathetic interaction and sudden death. Basic Res Cardiol, v.85, Supl1, p.305-321, 1990.
87 - VERNA, A. Epidemiology and clinical features of HIV-1 associated neuropathies. J Peripher Nerv Syst, v.6, n.1, p.8-13, 2001.
88 - VERNE, G.N. Autonomic dysfunction and gastroparesis in cirrosis. S Clin Gastroenterol, v.38, n.1, p.72-76, 2004.
89 - VERRIER, R.L., ANTZELEVITICH, C. Autonomic aspects of arrhythmogenesis: the enduring and the new. Curr Opin Cardiol, v.19, n.1, p.2-11, 2004.
52
90 - VILLA, A., FORESTI, V., CONFALONIERI, F. Autonomic nervous system dysfunction associated with HIV infection intravenous heroin users. AIDS, v.6, n.1, p.85-89, 1992.
91 - VILLA, A., FORESTI, V., CONFALONIERI, F. Autonomic neuropathy and prolongation of QT interval in human immunodeficiency virus infection. Clin Auton Res, v.5, n.1, p.48-52, 1995.
92 - VILLAR, J.C., LEON, H., MORILLO, C.A. Cardiovascular autonomic function testing in asymptomatic T. cruzi carriers: a sensitive method to identify subclinical Chaga’s disease. Int J Cardiol, v.93, n.2-3, p.189-195, 2004.
93 - VITA, G. et al. Cardiovascular reflex tests - assessment of age adjusted normal range. J Neurol Sci, v.75, p.263-274, 1986.
94 - VYBIAL, T., BRYG, R.J. Effect of passive tilt on sympathetic and parasympathetic components of heart rate variability in normal subjects. Am J Cardiol, v.63, p.1117-1120, 1989.
95 - WALLIN, B.G. et al. Plasma noradrenaline correlates to sympathetic muscle nerve activity in normotensive man. Acta Physiol scand, v.111, p.69-73, 1981.
96 - WEIN, T.H., ALBERS, J.W. Diabetic Neuropathies. Phys Med Rehabil Clin Am, v.12, n.2, p.307-320, 2001.
97 - WEXLER, L. et al. Velocity of blood flow in normal human venae cavae. Circ Res, v.23, p.349-359, 1968.
98 - WIELING, W. et al. Testing for autonomic neuropathy: initial heart rate response to active and passive changes of posture. Clin Physiol, v.5, suppl 5, p.23-27, 1985.
99 - WIELING, W. et al. Testing for autonomic neuropathy: heart rate changes after orthostatic manoevres and static muscle contractions. Clin Sci, v.64, p.581-586, 1983.
100 - YADOLLAH, H., MACHKHAS, H. Spinal Cord and Peripheral Nervous System. In: LOW, P.A. Clinical Autonomic Disorders. 2 ed, 1997. Cap. 3, p.25-43.
101 - YOUNES, S. et al. Central nervous system involvement in patients with hepatitis C infection. Rev Neurol, v.158, n.12, p.1202-1204, 2002.
102 - YUN, A.J., LEE, P.Y., BAZAR, K.A. Modulation of host immunity by HIV may be partly achieved through usurping host autonomic functions. Med Hypotheses, v.63, n.2, p.362-366, 2004.
53
103 - ZANONE, M.M. et al. Autonomic function and autoantibodies to autonomic nervous tissues at follow-up in a cohort of young patients with type 1 diabetes. Effects of serum from diabetic patients on human adrenergic cells. J Neuroimmunol, v.139, n.1-2, p.66-75, 2003.
54
9. APÊNDICES
55
9.1 APÊNDICE 1 FICHA DE AVALIAÇÃO AUTONÔMICA, ANAMNESE E EXAME FÍSICO Universidade Federal Fluminense Hospital Universitário Antônio Pedro Programa de Pós-Graduação em Neurologia
FICHA DE AVALIAÇÃO CLÍNICA HEPATITE C e DISAUTONOMIA
I) IDENTIFICAÇÃO
Nome: .......................................................................................................................
Idade: .................. dn: ........./........./........... sexo: .............. cor: ...............................
Profissão: ........................ estado civil: ..................... prontuário: .............................
Endereço: .................................................................................................................
Telefone: ( ) ..............................................
II) AVALIAÇÃO DA HEPATITE C
Tempo de infecção: ....................
HPP: ........................................................................................................................
.................................................................................................................................
Drogas em uso: .......................................................................................................
Exame clínico objetivo: ...........................................................................................
.................................................................................................................................
III) AVALIAÇÃO NEUROLÓGICA
Queixa neurológica: .................................................................................................
.................................................................................................................................
.................................................................................................................................
Queixa autonômica: ................................................................................................
.................................................................................................................................
.................................................................................................................................
Ectoscopia: ………………………………………………………………………………..
Fácies: ……………………………………………………………………………………..
Pupilas: ………………………………………………………………….…………………
56
Sudação, estado vasomotor das extremidades, fâneros, bolhosis, ulcerações, etc
.................................................................................................................................
Cognição: ................................................................................................................
Força muscular
(indicar o grupamento muscular e o grau de acometimento de 0 a 5)
.................................................................................................................................
.................................................................................................................................
.................................................................................................................................
Tônus: .....................................................................................................................
Coordenação: .........................................................................................................
Reflexos:
a) superficiais ..........................................................................................................
b) profundos ............................................................................................................
Sensibilidade:
a) Superficial (anotar no gráfico) ............................................................................
b) Profunda: ............................................................................................................
Nervos Cranianos: ..................................................................................................
Troficidade: .............................................................................................................
Esfíncteres e TGI: ...................................................................................................
Nervos periféricos: ..................................................................................................
Marcha:....................................................................................................................
Sintomas urinários/sexuais: ....................................................................................
Alterações salivares: ...............................................................................................
Alterações visuais: ..................................................................................................
57
III) EXAMES COMPLEMENTARES
EMG: Neurocondução Motora: ...............................................................................
Sensitiva: ............................................................................
Agulha: ...............................................................................
Biópsia de nervo sural:
a) Histopatologia: ....................................................................................................
b) Histoquímica: ......................................................................................................
Teste autonômico:
a) Arritmia sinusal respiratória: ...............................................................................
b) Valsalva: PAi (..................../................) PA (..................../................)
c) Handgrip: repouso ..............................................................................................
1 ............................................................................................................................. 2 ............................................................................................................................. 3 ............................................................................................................................. 4 ............................................................................................................................. 5 .............................................................................................................................
d) Tilt test: repouso ................................................................................................
1 ............................................................................................................................. 2 ............................................................................................................................. 3 ............................................................................................................................. 4 ............................................................................................................................. 5 ............................................................................................................................. Final: ......................................................................................................................
58
9.2 APÊNDICE 2 - TERMO DE CONSENTIMENTO 104
Código do paciente ...........................................
FORMULÁRIO DE INFORMAÇÃO AO PACIENTE
“Documento elaborado por aplicação das recomendações da Declaração de Helsinki”
AVALIAÇÃO AUTONÔMICA CARDIOVASCULAR NOS PACIENTES
INFECTADOS PELO VÍRUS C DA HEPATITE O Dr. Bruno Mattos Coutinho me propôs participar de um estudo de pesquisa
organizado pela Pós-Graduação em Neurologia - UFF. Eu já fui devidamente
informado que estou livre para concordar ou não em participar deste estudo. Eu já
fui orientado e entendi os seguintes itens abaixo:
1) OBJETIVOS DO ESTUDO:
Avaliar as funções cardiovasculares dos pacientes com hepatite C.
2) PROCEDIMENTOS DO ESTUDO:
Você deverá comparecer ao ambulatório de neurologia na UFF, tendo seguido as
recomendações prévias ao exame, ou seja, evitar esforços nas 24h que
precedem o exame, jejum de três horas antes do exame, no dia da avaliação
fazer refeição leve com frutas e sucos, procurar dormir bem na noite anterior e
usar roupas confortáveis sem pressão sobre o corpo. A duração deste estudo
será de aproximadamente duas horas, iniciando o teste às 13 horas da tarde.
Será feita uma consulta médica antes do teste autonômico cardiovascular. Serão
realizados quatro testes:
a) Arritmia sinusal respiratória: Mediremos a freqüência cardíaca por meio de
uma cinta acoplada ao seu tórax enquanto você respira profunda e
pausadamente. Este é um teste não invasivo.
b) Teste de inclinação passiva: Você deitará numa mesa ortostática
confortável e que inclina por ação mecânica. Sua pressão arterial e
freqüência cardíaca serão aferidas antes e, durante cinco minutos, após a
inclinação passiva da mesa ortostática. Esta mesa possui uma alavanca
mecânica e você ficará na posição vertical sem fazer esforço nos cinco
59
minutos seguintes. Serão colocadas cintas de contenção, que não
pressionam, para que se evite quedas. Este é um teste não invasivo.
c) Esforço estático: Você apertará com força máxima um dinamômetro
durante quatro segundos. Após breve descanso você fará o equivalente a
um terço da força máxima durante três a cinco minutos. Neste intervalo de
tempo mediremos a sua pressão arterial. Este é um teste não invasivo.
d) Manobra de Valsalva: Você assoprará em um manômetro aeróide com
bucal descartável durante 15 segundos. Mediremos sua freqüência
respiratória e a pressão arterial. Este teste é não invasivo.
3) BENEFÍCIOS E RISCOS POTENCIAIS:
Não há nenhum risco para sua saúde durante o teste autonômico
cardiovascular. Verificaremos, após análise completa do exame, como varia
sua pressão arterial e freqüência cardíaca frente a determinadas situações
comuns no dia-a-dia, tais como: respiração profunda, ficar em pé ou deitado,
no momento do esforço e ao assoprar. No decorrer do teste autonômico
cardiovascular você poderá sentir um pouco de tonteira ou mal estar. Caso
este evento ocorra, você deve imediatamente avisar ao seu médico o que está
sentindo que no mesmo momento pararemos o teste autonômico
cardiovascular e as medidas necessárias serão tomadas. Todos estes testes
são não invasivos, ou seja, não injetaremos ou retiraremos quaisquer
substâncias em seu organismo.
4) INTERRUPÇÃO VOLUNTÁRIA DO ESTUDO:
Você poderá se recusar a participar do projeto, e mesmo que decida participar,
você poderá se retirar do experimento no momento que desejar, sem ser
obrigado a dar maiores explicações. Isto não afetará nem no tratamento, nem
a relação médico-paciente. O médico também poderá lhe retirar do exame
caso seja necessário para sua saúde.
5) PROTEÇÃO DOS PACIENTES E ÉTICA:
Este estudo será realizado de acordo com os princípios estabelecidos na
Declaração de Helsinki e emendas subseqüentes (2000) e de acordo com as
Boas Práticas Médicas (ICH/E6).
60
6)CONFIABILIDADE
A confiabilidade do estudo está garantida apenas pelo fato de que sue código
como paciente (um número e iniciais) irão aparecer em todos os documentos
escritos do estudo. As informações coletadas serão processadas por
computador e poderão ser checadas pelas autoridades de saúde.
SE VOCÊ TIVER QUALQUER DÚVIDA SOBRE ESTE ESTUDO, POR FAVOR ENTRE EM CONTATO COM SEU MÉDICO.
Código do paciente ...........................................
FORMULÁRIO DE CONSENTIMENTO DO PACIENTE
AVALIAÇÃO AUTÔMICA CARDIOVASCULAR DOS PACIENTES INFECTADOS PELO VÍRUS C DA HEPATITE.
SESSÃO DO INVESTIGADOR (para ser preenchido pelo investigador) Nome: .................................................................................................................
Endereço: ...........................................................................................................
Tel.: ...................................................................
Eu confirmo que tenha explicado o experimento em detalhes para o paciente.
Eu informei a ele o formulário e respondi todas as suas dúvidas relacionadas
ao estudo.
Ass.: .....................................................................................................................
Data:
SESSÃO DO PACIENTE (para ser preenchida pelo paciente) Nome: ..................................................................................................................
Eu recebi, li e entendi o formulário para o estudo descrito acima. Eu também
recebi informações adequadas sobre o estudo clínico, seus propósitos, riscos,
meus direitos como paciente e o que terei de fazer e me submeter. Foram-me
dadas todas as oportunidades de perguntar qualquer coisa antes de tomar
qualquer decisão. Eu poderei necessitar de informações adicionais a qualquer
momento do investigador. Eu sei que a decisão de participar do estudo só
depende de mim, e que tenho o direito de mudar de idéia a qualquer
61
momento. Eu entendo que o experimento pode ser interrompido a qualquer
momento pelo investigador. Eu também entendi que as informações
relevantes podem ser requeridas pelas autoridades de saúde. Sei que posso
ter acesso aos dados do meu exame, e que os mesmos serão processados
em computador. Estou ciente do meu anonimato. Recebi uma cópia deste
documento e fui informado que uma cópia será mantida em sigilo.Assim eu
dou meu consentimento de fazer o estudo.
Ass.: ...........................................................................................
Datado pelo paciente: ......... / ............ / ................
62
9.3 APÊNDICE 3 TABELA DO ESTUDO DA CONDUÇÃO NERVOSA MOTORA
INCIAIS PACIENTES
NERVO LATÊNCIA ms
AMPLITUDE mV
VCN m/s
1) ASV MEDIANO E 3,8 (< 4) 5,9 (> 4) 8,1 5,9 56,1 (> 52) ULNAR E 2,8 (< 3,7) 12,3 6,4 9,9 63,9 (> 57) FIBULAR E 3,5 (< 6) 9,5 (> 2) 10,1 9,2 50,5 (> 44) TIBIAL 5,6 (< 6,7) 7,6 13,7 5,8 50 (> 49) 2) MAM MEDIANO D 3,8 9,3 8,2 9,0 55,9 MEDIANO E 3,7 8,5 7,0 8,5 55,8 ULNAR D 3,0 9,4 8,9 9,4 61,1 ULNAR D 2,8 9,3 6,3 9,1 60,7 FIBULAR D 3,7 2,5 10,4 2,0 50,6 TIBIAL D 7,2 (< 6,7) 4,6 12,3 2,9 48,2 3) JHM MEDIANO E 3,2 (< 4) 12 (> 4) 6,7 12 62,9 (> 52) ULNAR E 3,0 (< 3,7) 9,5 6,0 9,5 67,6 (> 57) FIBULAR E 3,1 (< 6,0) 8,4 (> 2) 8,1 7,3 53,4 (> 44) 4) NGP MEDIANO D 3,7 5,8 8,1 5,8 55,9 ULNAR D 2,8 12,3 6,4 9,8 63,7 FIBULAR D 3,5 9,5 10,2 9,3 50,3 TIBIAL D 5,6 7,6 13,6 5,6 50,0 5) SCC MEDIANO E 3,6 4,8 7,9 4,8 58,9 ULNAR E 2,9 11,1 6,4 10,0 68,2 MEDIANO D 3,8 9,3 7,6 9,2 60,2 ULNAR D 2,7 10,3 6,2 10,0 65,7 FIBULAR E 3,4 7,5 10,9 6,3 65,7 BACTRIAN E 2,9/2,2
BACTRIAN D 3,4/2,2
63
(continuação) 6) ANP MEDIANO D 3,0 9,2 6,7 9,2 57,1 ULNAR D 2,8 7,9 6,0 7,3 62,1 FIBULAR D 4,8 8,7 12,3 8,1 53,9 7) RHN MEDIANO E 3,2 8,1 6,9 8,1 56,8 ULNAR E 2,9 8,0 6,0 7,5 61,3 FIBULAR E 5,8 7,9 11,4 7,0 54,8 TIBIAL E 4,6 9,7 9,6 6,9 75,8 8) CC MEDIANO E 3,0 10 6,8 11 55,2 ULNAR E 2,1 9,3 5,2 9,4 63,1 FIBULAR E 4,3 8,1 12,1 8,2 56,8 TIBIAL E 3,9 9,9 8,4 10,1 76,2 9) LM MEDIANO E 2,9 7,0 6,7 6,9 61,9 ULNAR E 3,1 9,2 6,0 9,3 73,1 FIBULAR E 2,7 10,3 9,9 10,3 53,7 TIBIAL E 5,5 4,4 11,8 3,0 71,2 10) AC MEDIANO E 4,2 4 5,4 4,2 58,9 MEDIANO D 4,4 3,8 5,2 4,3 51,7 ULNAR D 3,9 5 6,1 5,3 55,3 ULNAR E 3,7 5,2 5,9 5,3 54,9 FIBULAR E 4,0 7,9 9,8 8,2 51,3 TIBIAL E 4,3 5 10,4 4,8 54,9 11) AEC MEDIANO E 3 7,1 6,8 6,7 62,2 ULNAR E 3,3 9,1 6,1 9,1 72,7 FIBULAR E 2,9 10,1 10,8 10,1 52,3 TIBIAL E 5,6 4,3
11,9 2,8 70,4
64
(continuação) 12) ASG MEDIANO E 2,8 4 4 4,3 54,8 ULNAR E 3,3 8 6,7 8,2 69,4 FIBULAR E 3,2 9,8 6,7 9,8 70,4 TIBIAL E 6,2 3,9 11,2 3,1 67,9
Tabela de condução nervosa motora. Os valores em negrito são os
considerados anormais. Valores normais para latências em m/s, amplitude em
mV e velocidade em m/s respectivamente no nervo mediano (< 4, > 2 e > 52),
no nervo ulnar (< 3,7, > 2 e > 57), no nervo fibular (< 6, > 2 e > 44) e no tibial
(< 6,7, > 2 e > 45). O sinal de Bactrian aumenta a sensibilidade para
síndrome do túnel do carpo quando há suspeita. Aplica-se este teste fazendo
a diferença de latência entre o mediano e o radial. O resultado é positivo
quando maior que 0,5.
65
9.4 APÊNDICE 4 - TABELA DO ESTUDO DA CONDUÇÃO NERVOSA SENSITIVA
INICIAIS PACIENTES
NERVO LATÊNCIA ms
AMPLITUDE µV
1) ASR MEDIANO E 3,1 60 ULNAR E 3,1 45 RADIAL E 2,7 8 SURAL D 3,1 8 SURAL E 3,1 18 2) MAM MEDIANO E 3,8 40 ULNAR E 3,8 42 RADIAL E 3,4 14 SURAL E ∅ SURAL D ∅ 3) JHM MEDIANO E 2,9 59 ULNAR E 3,2 33 RADIAL E 3,1 13 SURAL D 3,3 23 SURAL E 3,5 28 4) NGP MEDIANO D 3,0 29 ULNAR D 2,8 43 RADIAL D 2,7 10 SURAL D 3,1 10 SURAL E 3,0 11 5) SCC MEDIANO E 3,1 29 ULNAR E 3,2 30 RADIAL E 2,9 8 MEDIANO D 3,6 31 6) ANP MEDIANO D 2,9 30 ULNAR D 3,0 27 RADIAL D 2,5 11 SURAL D 3,0 11 7) RHN MEDIANO E 2,8 80 ULNAR E 3,1 70 RADIAL E 2,8 20 SURAL D 3,4 38 SURAL E 3,4 44 8) CC MEDIANO E 2,4 32 ULNAR E 2,9 42 RADIAL E 2,3 18 SURAL D 3,3 22 SURAL E 3,3 21 9) LM MEDIANO E 2,9 29 ULNAR E 3,0 40 RADIAL E 2,7 14 SURAL E 2,5 22 10) AC MEDIANO E 3,8 15 MEDIANO D 3,9 15 ULNAR D 4,0 20 ULNAR E 3,8 19 RADIAL D 2,5 7 SURAL D 4,1 10
SURAL E 4,0 10
66
(continuação) 11) AEC MEDIANO E 3,1 47 ULNAR E 3,2 55 RADIAL E 2,9 13 SURAL E 3,1 25 12) ASG MEDIANO E 2,2 28 ULNAR E 3,1 53 RADIAL E 2,9 20 SURAL E 3,3 6
Tabela de valores de condução nervosa sensitiva. Os valores alterados estão em
negrito. Consideramos como valores normais para latência em ms e amplitude em
µV nos nervos respectivamente mediano (< 3,4 e > 15), ulnar (< 3,5 e > 10), radial
(< 3,5 e > 5) e sural (< 3,5 e > 5).
67
9.5 APÊNDICE 5 CARTILHA DE ORIENTAÇÕES AOS PACIENTES PARA REALIZAÇÃO DE TESTE AUTONÔMICO
ORIENTAÇÕES PARA O TESTE AUTONÔMICO
Usar roupas leves e confortáveis. Evite o uso de cintos ou meias
apertadas. Tentar dormir bem à noite e comparecer ao exame
descansado. Evitar uso de café, chá preto, mate, cigarro ou refrigerante
tipo “cola” (ex: Coca-Cola® / Pepsi®) ou guaraná. Fazer refeição leve
pela manhã com frutas cítricas, duas fatias de pão/torrada e um copo de
suco/leite desnatado; e vir com pelo menos 3 horas de jejum. Evitar
grandes esforços e siga as orientações supracitadas pelo menos 24h
antes.
68
9.6 APÊNDICE 6 - TABELA DOS VALORES DO TAC
INICIAIS ASR(bpm) IP(mmHg/bpm) EE(mmHg) MV (PAi /PAf mmHg)
Queixade
tonteira1) ASV I-E=11bpm
E/I=1,38 (>1,08)
∆VPAS1=2 ∆VPAS5=0 ∆VPAD5=6 ∆VFC=3 bpm
∆VPAD= 20mmHg
IV:1,72 (>1,2)
PAi 120/78 PAf 120/74
Não
2) MAM I-E=24 bpm E/I:1,72 (>1,08)
∆VPAS1=22 ∆VPAS5=20 ∆VPAD5=28 ∆VFC=3 bpm
∆VPAD= 4mmHg
IV:1,78 (>1,2) PA i
110/78 PA f
110/78
Sim
3) JHM I-E=4 bpm (>5)
E/I:1,01 (>1,08)
∆VPAS1=10 ∆VPAS5=8 ∆VPAD5=8 ∆FC=13 bpm
∆VPAD= 16mmHg
(n>15)
IV:1,64 (>1,2) PA i
102/62 PA f
110/74
Não
4) NGP I-E=20 bpm E/I:1,79
∆VPAS1=10 ∆VPAS5=0 ∆VPAD5=4 ∆VFC=3 bpm
∆PAD= 16mmHg
IV:1,9 (>1,2) PA i
130/80 PA f
140/90
Sim
5) SCC I-E=17 E/I:1,73
∆VPAS1=2 ∆VPAS5=10 ∆VPAD5=2 ∆VFC=3 bpm
∆VPAD= 16mmHg
(>15)
IV:1,3 (>1,2) PA i
140/80 PA f
130/76
Não
6) ANP I-E=10 E/I:1,25
∆VPAS1=10 ∆VPAS5=2 ∆VPAD5=2 ∆VFC=2 bpm
∆VPAD= 20mmHg
(>15)
IV:1,20 (>1,9) PA i
118/79 PA f
140/82
Não
7) RHN I-E=9 (>5) E/I:1,31
∆VPAS1=10 ∆VPAS5=8 ∆VPAD5=10 ∆VFC=4 bpm
∆VPAD= 10mmHg
(>15)
IV:1,68 (>1,9) PA i
112/82 PA f
110/78
Sim
8) CC I-E:19 E/I:1,4
∆VPAS1=20 ∆VPAS5=26 ∆VPAD5=18 ∆VFC=7 bpm
∆VPAD= não
realizamos este teste
-DOR-
IV:2,32 (>1,2) PA i
100/72 PA f
100/70
Não
9) LM I-E:20 (>5) E/I:1,79 (>1,08)
∆VPAS1=0 ∆VPAS5=0 ∆VPAD5=3
∆VPAD= 20mmHg
(>15)
IV:1,98 (>1,09)
PA i /
Sim
69
∆VFC=6 bpm 120/84 PA f
140/90 10) AC I-E:3bpm
(>5) E/I:1,03 (>1,08)
∆VPAS1=10 ∆VPAS5=4 ∆VPAD5=0 ∆VFC=2 bpm
∆VPAD= 10mmHg
(>15)
IV:1,2 (>1,09)
PA i 134/82
PA f 132/68
Sim
11) AE I-E:4bpm(>5)
E/I:1,01 (>1,08)
∆VPAS1=0 ∆VPAS5=8 ∆VPAD5=2
∆VFC=12 bpm
∆VPAD= 30mmHg
(>15)
IV:1,32 (>1,09)
PA i 112/78
PA f 110/78
Sim
12) ASG I-E:25bpm E/I:1,59
∆PAS1=10 ∆PAS5=0 ∆PAD5=14 ∆FC=6 bpm
∆PAD= 30 mmHg
(>15)
IV:1,80 PA i
140/80 PA f
160/100
Sim
Tabela do resumo dos achados nos exames de neurocondução (NC) nervosa e no teste cardiovascular autonômico (TAC). O TAC foi analisado pelos seguintes parâmetros: arritmia sinusal respiratória (ASR), inclinação passiva (IP), esforço estático (EE) e manobra de Valsalva (MV). A presença ou a ausência de queixa em relação aos sintomas autonômicos está relatada no final da tabela. A resposta “sim” significa presença de “tonteira” ao levantar-se e a resposta “não” a ausência de sintomas na anamnese direta. Na neurocondução os achados relacionados são de valores normais (N), polineuropatia sensitivo-motora (PNP S/M) e síndrome do túnel do carpo (STN). Na arritmia sinusal respiratória (ASR) a diferença inspiratória e expiratória (I-E) e a relação expiratória/inspiratória (E:I) são relatados como em parênteses. O teste de inclinação passiva (IP) os parâmetros relatados
como ∆VPAS1, ∆VPAS5, ∆VPAD5 e ∆VFC são respectivamente variação de pressão sistólica em um
minuto, variação de pressão sistólica em cinco minutos, variação de pressão diastólica em cinco minutos e variação de freqüência cardíaca em cinco minutos, respectivamente, no momento da
inclinação. A ∆VPAD no esforço estático (EE) refere-se a variação de pressão diastólica durante o
esforço com o manômetro. As siglas de IV e PA i e PA f na manobra de Valsalva (MV), significam índice de Valsalva, pressão arterial inicial e pressão arterial final na fase IV, respectivamente.
Livros Grátis( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download: Baixar livros de AdministraçãoBaixar livros de AgronomiaBaixar livros de ArquiteturaBaixar livros de ArtesBaixar livros de AstronomiaBaixar livros de Biologia GeralBaixar livros de Ciência da ComputaçãoBaixar livros de Ciência da InformaçãoBaixar livros de Ciência PolíticaBaixar livros de Ciências da SaúdeBaixar livros de ComunicaçãoBaixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNEBaixar livros de Defesa civilBaixar livros de DireitoBaixar livros de Direitos humanosBaixar livros de EconomiaBaixar livros de Economia DomésticaBaixar livros de EducaçãoBaixar livros de Educação - TrânsitoBaixar livros de Educação FísicaBaixar livros de Engenharia AeroespacialBaixar livros de FarmáciaBaixar livros de FilosofiaBaixar livros de FísicaBaixar livros de GeociênciasBaixar livros de GeografiaBaixar livros de HistóriaBaixar livros de Línguas
Baixar livros de LiteraturaBaixar livros de Literatura de CordelBaixar livros de Literatura InfantilBaixar livros de MatemáticaBaixar livros de MedicinaBaixar livros de Medicina VeterináriaBaixar livros de Meio AmbienteBaixar livros de MeteorologiaBaixar Monografias e TCCBaixar livros MultidisciplinarBaixar livros de MúsicaBaixar livros de PsicologiaBaixar livros de QuímicaBaixar livros de Saúde ColetivaBaixar livros de Serviço SocialBaixar livros de SociologiaBaixar livros de TeologiaBaixar livros de TrabalhoBaixar livros de Turismo