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UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ESTUDO COMPARATIVO DO VOLUME DE TREINAMENTO PRESCRITO E DO EXECUTADO POR PRATICANTES DE MUSCULAÇÃO Dionata Soares Ribeiro Rúbio Sabino Bruzzi Diamantina 2011

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UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI

FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

ESTUDO COMPARATIVO DO VOLUME DE TREINAMENTO PRESCRITO E DO

EXECUTADO POR PRATICANTES DE MUSCULAÇÃO

Dionata Soares Ribeiro

Rúbio Sabino Bruzzi

Diamantina

2011

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UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI

FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE

ESTUDO COMPARATIVO DO VOLUME DE TREINAMENTO PRESCRITO E DO

EXECUTADO POR PRATICANTES DE MUSCULAÇÃO

Dionata Soares Ribeiro

Rúbio Sabino Bruzzi

Orientador:

Prof. Fernando Joaquim Gripp

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao

Departamento de Educação Física, como parte dos

requisitos exigidos para a conclusão do curso.

Diamantina

2011

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ESTUDO COMPARATIVO DO VOLUME DE TREINAMENTO PRESCRITO E DO

EXECUTADO POR PRATICANTES DE MUSCULAÇÃO

Dionata Soares Ribeiro e Rúbio Sabino Bruzzi

Orientador:

Prof. Fernando Joaquim Gripp

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao

Departamento de Educação Física, como parte dos

requisitos exigidos para a conclusão do curso.

APROVADO em .... / .... / ....

___________________________________________

Prof. Geraldo de Jesus Gomes

___________________________________________

Prof.a Priscila Lopes

___________________________________________

Prof. Fernando Joaquim Gripp

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"Só erra quem produz. Mas, só

produz quem não tem medo de

errar."

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus pelas oportunidades que me foram dadas na vida, principalmente por

ter conhecido pessoas e lugares interessantes, mas também por ter vivido fases difíceis,

que foram matérias-primas de aprendizado;

Não posso deixar de agradecer aos meus pais João Alves Ribeiro e Maria Cristina

Soares, sem os quais não estaria aqui, e por terem me fornecido condições para me

tornar o profissional e Homem que sou;

A minha namorada Lola, pela compreensão e amor e por estar sempre ao meu lado em

todas as situações. Te amo.

Aos meus amigos de Senador Mourão e aos que conquistei aqui em Jhama, que me

forneceram bons momentos e que preencheram a minha vida com alegrias, farras... E

por fim a bezerro meu companheiro.

Primeiramente agradeço a Deus pelos ensejos que me proporcionou diante os quatro

anos na faculdade perante as dificuldades e felicidades. Depois as pessoas mais queridas

na minha vida que é a minha família e parentes que deram condições para eu cursar a

Faculdade e consequentemente minha vida. A minha namorada Cinara que sempre

esteve ao meu lado e sua família. A minha segunda família, a Republica Galinheiro,

amigos e a minha turma. Agradeço também aos meus amigos de Ouro Preto que apesar

de longe nunca esqueci a amizade que construímos. E para fechar a menina Mary!

Ao nosso orientador, professor Fernando Joaquim Gripp, maior idealizador desse

projeto, pelos ensinamentos e dedicação dispensados no auxilio a concretização desse

trabalho;

A todos os professores do curso de educação Física, pela paciência, dedicação e

ensinamentos disponibilizados nas aulas, cada um de forma especial contribuiu para a

conclusão desse trabalho e consequentemente para nossa formação profissional;

Agradecemos ao Luciano e todos os funcionários, pelo aprendizado e dicas

profissionais.

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LISTA DE TABELAS

TABELA 01- Média e desvio padrão dos dados de caracterização da amostra

(n=15)......................................................................................................................... 10

TABELA 02 - Número de exercícios e séries prescritas e executadas pelos

praticantes de musculação (n=15).............................................................................. 11

TABELA 03 - Número de repetições prescritas e executadas de praticantes de

musculação (n=15)..................................................................................................... 12

TABELA 04 - Diferença entre o número de repetições prescritas e executadas dos

membros inferiores e superiores de praticantes de musculação

(n=15)......................................................................................................................... 13

TABELA 05 - Comparação entre as pausa prescritas e executadas em segundos

entre as séries de praticantes de musculação (n=15).................................................. 13

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO........................................................................................................ 09

MATERIAL E MÉTODOS..................................................................................... 10

Amostra.................................................................................................................... 10

Análise Estatística.................................................................................................... 11

RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................................. 11

CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................. 15

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................... 16

ANEXOS................................................................................................................... 18

Anexo A – Diretrizes para autores........................................................................... 18

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RESUMO

A correta execução do volume do treinamento de força garante seus benefícios. Este

estudo teve como objetivo comparar o volume de treinamento prescrito e executado pelos

praticantes de musculação em uma academia. O volume prescrito para 15 voluntários foi

levantado a partir das fichas de treinamento e comparado com o volume executado

durante uma sessão de treinamento. Os resultados indicam que o volume total executado

é semelhante ao volume prescrito. Porém, os voluntários alteraram o número de

repetições e as pausas prescritas entre as séries. Conclui-se que há a necessidade de

maior supervisão por parte do profissional de educação física sobre a correta execução

das cargas de treinamento de força em academias para garantir os seus reais benefícios.

Palavras-chave: Programa de treinamento, volume de treinamento, treinamento de força.

ABSTRACT

The correct implementation of the volume of strength training guarantees your benefits.

This study aimed to compare the amount of training required and performed by

practitioners in the gym. The volume prescribed for 15 volunteers was obtained from the

sheet of training and compared with the volume executed during a training session. The

results indicate that the total executed is similar to the prescribed volume. However, the

volunteers changed the number of repetitions and pauses required between sets. We

conclude that there is a need for greater supervision by the professional physical

education on the correct execution of loads of strength training academies to ensure its

real benefits.

Keywords: Training program, training volume, strength training.

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INTRODUÇÃO

A musculação é um meio de treinamento ou uma modalidade na qual se integram

as principais áreas do conhecimento sobre o comportamento fisiológico e motor do corpo

humano, sendo o treinamento resistido uma das ferramentas utilizadas na modalidade

musculação, que aborda também o treinamento aeróbio, o treinamento da flexibilidade e

possibilidades de intervenções profiláticas em alguns desvios posturais (RIBEIRO, 2009).

Para Lima (2008) a musculação é um meio de treinamento caracterizado pela utilização

de pesos e máquinas desenvolvidas para oferecer alguma carga mecânica em oposição

ao movimento dos segmentos corporais.

Para que o treinamento de musculação tenha efeitos positivos é necessário,

planejar um programa específico para responder às necessidades exatas de um

indivíduo, onde as variáveis básicas relacionam-se com o planejamento de uma sessão

de treinamento específica (FLECK e KRAEMER, 1999). As diferentes variáveis como

intensidade, volume (número de sessões, séries e exercícios), freqüência, velocidade de

execução, amplitude de movimento, ordem de realização dos exercícios e intervalo de

recuperação (IR) entre as séries, são envolvidos na prescrição de um programa de

treinamento resistido (BARROS, RIBEIRO e ROCHA, 2009).

O volume possui a importante função de quantificar o treinamento, utilizando

diversos parâmetros. No treinamento resistido temos as seguintes variáveis de volume

como: volume de série, volume de séries, volume da sessão (diária), volume de sessões

semanais (RIBEIRO, 2009). Para Bompa (2002), o volume prescrito no treinamento

resistido é a quantidade total da atividade que o indivíduo realiza em um dia de

treinamento, ou seja, é a execução de todos os exercícios, séries, repetições e intervalos

de recuperação (IR) que se encontram na ficha de treino prescrita.

Em vista disso, para que a prática de musculação traga benefícios o volume de

treinamento prescrito pelo profissional de educação física deve ser cumprido

corretamente por praticantes de musculação. Porém, de forma empírica, temos visto na

prática que muitos alunos de musculação não respeitam o volume prescrito pelo

profissional de educação física, comprometendo os benefícios esperados ou mesmo

acarretando danos para a saúde do praticante. Diante dessa constatação empírica, o

objetivo desse estudo foi analisar e comparar o volume de treinamento prescrito pelo

profissional de Educação Física e o volume executado pelos praticantes de musculação

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em uma academia de Diamantina. Procurou-se, também, comparar os volumes prescritos

e executados entre os diferentes grupos musculares exercitados (superior e inferior).

MATERIAIS E MÉTODOS

Amostra

A amostra deste estudo foi composta por quinze voluntários, sendo quatro

mulheres e onze homens, conforme a caracterização apresentada na Tabela 1, abaixo:

TABELA 01- Média e desvio padrão dos dados de caracterização da amostra (n=15).

Idade Massa corporal Estatura IMC Gordura

corporal

Tempo de

prática

(anos) (kg) (m) (kg/m2) (%) (meses)

Média 24 68,59 1,74 22,68 15,78 7,3

DP 5 8,63 0,08 2,43 8,57 5,6

Foram incluídos no estudo os voluntários que atendiam aos seguintes critérios de

inclusão:

- Estar na faixa etária entre 18 a 35 anos;

-Ter feito a avaliação física com um profissional de Educação Física antes do

treinamento;

- Ter uma ficha de treinamento prescrita por um profissional de Educação Física;

- Assiduidade ao treino nos último trinta dias, no mínimo três vezes por semana;

- Demonstrar autonomia na execução dos exercícios;

- Estar matriculado na academia a pelo menos dois meses;

Este trabalho foi analisado e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da

Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (protocolo 020/11).

Após a autorização do coordenador/responsável pela academia, foi feita uma cópia

da ficha de treinamento dos alunos que atenderam aos critérios de inclusão estabelecidos

anteriormente. A partir dessa ficha, os dados avaliados nesse estudo foram transferidos

para uma tabela de identificação dos dados prescritos de treinamento.

Em seguida ao levantamento do volume de treinamento prescrito, foi iniciada a

observação de forma discreta, dos voluntários, para que não notassem que estavam

sendo observados enquanto realizavam os exercícios em um dia de treinamento (sessão).

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Os dados como o número de exercícios, número de séries, de repetições e as pausas

cronometradas em intervalo por segundos, foram preenchidos na ficha de treinamento de

execução, conforme realizavam os exercícios.

Ao final do treinamento, o praticante foi abordado e comunicado sobre a realização

e conteúdo da pesquisa, em seguida convidado a participar do estudo. O termo de

consentimento livre e esclarecido foi entregue ao voluntário, após concordância de

participação no estudo, o mesmo assinou o termo e permitiu a utilização de seus dados.

Análise Estatística

Os dados foram analisados pela estatística descritiva e as possíveis diferenças do

volume de treinamento prescrito e executado foram verificadas pelo teste t-student, sendo

adotado um nível de significância de p<0,05.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A Tabela 2 abaixo apresenta o comparativo entre o número de exercícios e séries

prescritas e executadas para os membros superiores e inferiores dos praticantes de

musculação.

TABELA 02- Número de exercícios e séries prescritas e executadas pelos praticantes de

musculação (n=15).

Membros

Superiores

Membros Inferiores Total

Nº exercícios prescritos 101 38 139

Nº exercícios executados 102 34 136

Nº de séries prescritas 328 115 443

Nº de séries executadas 323 105 428

Inicialmente, percebe-se que os volumes prescritos e executados apresentam

resultados semelhantes, tanto para membros superiores como também para os inferiores.

Porém, verificamos uma ênfase nos exercícios para membros superiores, que pode ser

explicada pela predominância de praticantes do sexo masculino na amostra, visto que

esse público prioriza o treinamento da parte superior do corpo. Resultados semelhantes

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também foram encontrados por Hansen e Fernandez (2006), que justificam essa ênfase

dada ao treinamento de membros superiores característica do praticante do sexo

masculino, visto que os homens almejam, sobretudo, aumentar o volume muscular –

principalmente o dos membros superiores – e diminuir o percentual de gordura. Sabino

(2000) ressalta essa ênfase nos membros superiores pode ser explicada pelo fato de que

geralmente os homens se exercitam para si mesmos e para uma possível comparação

com os demais praticantes do mesmo sexo, além da possibilidade de aquisição de

prestígio entre as praticantes do sexo feminino, ou seja, os membros superiores são

considerados prioritários no processo de treinamento.

O mesmo raciocínio pode ser aplicado para o número de séries. Isto é, o volume

total não apresenta diferença, porém há uma ênfase no treinamento dos membros

superiores em detrimento dos inferiores.

A Tabela 3 apresenta o comparativo entre o número de repetições prescritas e

executadas dos membros superiores e inferiores. Não houve diferença estatística entre o

volume prescrito e executado, seja na análise dos membros separadamente, assim como

no número total de repetições. Novamente, verificamos uma ênfase no volume de

treinamento para os membros superiores.

TABELA 03 - Número de repetições prescritas e executadas de praticantes de musculação (n=15). Prescrito Executado p

Membros superiores 4526 4458 0,90 Membros inferiores 2142 2064 0,69 Total 6668 6522 0,89

Aparentemente, a ausência de diferença no número de exercícios, no número de

séries e de repetições prescritas e executadas pode nos levar a concluir que os

voluntários seguiram fielmente o volume de treinamento prescrito. Entretanto, ao

realizarmos uma análise do número de repetições de cada voluntário podemos notar que

nenhum voluntário seguiu fielmente o volume prescrito. Isso pode ser verificado na Tabela

4, em que observamos que os indivíduos alteraram tanto para mais, quanto para menos o

número de repetições executado, promovendo desse modo, uma compensação no valor

total. Em estudos realizados por Salles et. al. (2006) mostram que a alteração do número

de repetições pode estar associada com a progressão das séries de exercícios,

resultando em uma falha muscular concêntrica, que é caracterizada pela última repetição

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de uma série até a fadiga, sem que ocorra o rompimento da técnica correta de execução

do exercício. Apesar do uso de repetições até a falha concêntrica se mostrar mais eficaz

na melhora de algumas capacidades físicas, parece não haver muita preocupação com

este fator na prescrição de protocolos de treinamento na maioria das academias de

musculação.

TABELA 04- Diferença entre o número de repetições prescritas e executadas dos membros inferiores e superiores de praticantes de musculação (n=15).

Voluntários Membros Superiores Membros Inferiores Total

V1 +3 +15 +18 V2 -11 -10 -21 V3 +16 +0 +16 V4 +143 +26 +169 V5 -11 +0 -11 V6 -16 +31 +15 V7 +23 +32 +55 V8 +8 +0 +8 V9 -100 +0 -100

V10 +44 -180 -136 V11 -190 +0 -190 V12 +99 +8 +107 V13 -81 +0 -81 V14 +92 +0 +92 V15 -87 +0 -87

Total -68 -78 -146

Na Tabela 5 abaixo, verificamos que o intervalo de recuperação executado é

superior ao tempo estabelecido na prescrição feita pelo profissional de educação física.

Isto é, os voluntários não seguiram a orientação estabelecida na ficha de treinamento.

TABELA 05- Comparação entre as pausa prescritas e executadas, em segundos, entre as séries de praticantes de musculação (n=15). Prescrito (s) Executado (s)

Membros superiores 10475 17668 Membros inferiores 2510 3624 Total 12985 21292

De acordo com a observação empírica, as possíveis causas que podem ter levado

a esse grande aumento seriam a distração entre os praticantes, muitas vezes causada

pela necessidade de conversar e socializar entre si. Foi verificado também outro fator que

acarretaria o aumento desse intervalo, que não está ligado diretamente ao praticante, e

sim à falta de mais aparelhos disponíveis na academia, principalmente nos horários de

pico, fazendo com que o praticante tenha que revezar (ato em que 2 pessoas ou mais

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utilizam o mesmo aparelho), portanto, teoricamente o aluno não teria o controle de sua

pausa.

A importância do intervalo de recuperação entre as séries de um exercício para

Fleck e Kraemer (1999) é um fator fundamental para o sucesso de um programa de

treinamento, de acordo com o objetivo do praticante; afirmam também que o intervalo de

descanso tem influência na determinação do estresse do treino e no total de carga que

pode ser usado, e ainda explicam fisiologicamente que o intervalo de recuperação entre

as séries influencia no grau de recuperação da fonte de energia ATP-CP e na

concentração de lactato no sangue, que interfere no desempenho final. Os períodos de

pausa constituem também um determinante primário da intensidade global e influenciam

na quantidade de resistência a ser utilizada, além de afetar significativamente as

demandas neuromusculares e metabólicas (FLECK e KRAEMER, 2006).

Resultados semelhantes ao do presente estudo foram encontrados por Moreira e

Ribeiro (2008) ao abordarem o volume de treinamento prescrito e executado por

praticantes de musculação em quatro academias de Belo Horizonte. Esses autores

também constataram que há uma tendência ao não-cumprimento do tempo de

treinamento prescrito, fazendo com que haja um vazio no controle das atividades. O

estudo notou que, freqüentemente, os praticantes não realizam alguns exercícios por

estarem no final dos programas de treinamento, sinalizando, talvez, uma super demanda

de treinamento para a qual o indivíduo pode não estar preparado. Assim, é explicado que

os números obtidos na pesquisa de não-cumprimento do volume planejado podem ser por

diversos fatores, que englobam desde uma perspectiva social (disponibilidade do

indivíduo, afinidade pela modalidade, problemas de caráter pessoal) até uma perspectiva

profissional (falhas de prescrição, problemas na relação do feedback professor-aluno,

pequeno número de professores para uma grande demanda de alunos nas academias,

entre outros) influenciando no cumprimento das atividades. A dificuldade em controlar as

variáveis na prática profissional da musculação compromete o cumprimento correto das

atividades propostas.

Dessa forma, alguns estudos sinalizam que programas de treinamento de força

devem ser adequados às capacidades individuais dos que irão ser treinados, além de

constatarem à crescente procura da população pela prática de musculação, evidenciaram

também que os indivíduos procuram as academias de ginástica com objetivos

diversificados, que vão desde melhoria na qualidade de vida até estética corporal

(AZEVEDO JUNIOR, ARAUJO e PEREIRA, 2006; TAHARA, SCHWARTZ e SILVA, 2003;

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MOREIRA, 2008). Em vista disso, ressalta-se a importância da correta prescrição e

execução dos exercícios para que um programa de treinamento seja eficaz e fiel ao

objetivo proposto. Dessa forma, conforme se observa na musculação, a prática incorreta

com o não-seguimento do que é prescrito pode gerar malefícios tais como lesões e a não-

obtenção dos resultados desejados pelos praticantes, sendo importante avaliar se isso é

constatado. Sabemos que o profissional de Educação Física deve intervir e fiscalizar a

prática adequada de exercícios pelos alunos nas academias, mas vemos que isso muitas

vezes não é seguido fidedignamente, gerando um maior descuido por parte dos

praticantes, interferindo assim, nos resultados e contribuindo significativamente para o

surgimento de danos à saúde, que a musculação acarretará.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em princípio, os dados do presente estudo indicam que o volume total executado

pelos praticantes de musculação é semelhante ao volume prescrito. Porém, verificou-se

que todos os voluntários alteraram, para mais ou para menos, o número de repetições

prescritas e também alteraram, para mais, as pausas prescritas entre as séries. Além

disso, comprovou-se a ênfase em exercícios para desenvolvimento de membros

superiores em detrimento dos inferiores. Em termos práticos, isso indica a necessidade de

maior supervisão e orientação por parte do profissional de educação física sobre a correta

prescrição e execução das cargas de treinamento de força em academias visando aos

seus benefícios.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AZEVEDO JUNIOR, M. R.; ARAUJO, C. L. P.; PEREIRA, F. M. Atividades físicas e esportivas na adolescência: mudanças de preferências ao longo das últimas décadas. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, São Paulo, v. 20, n. 1, mar. 2006. BARROS, C. L. M.; RIBEIRO, D. C.; ROCHA, W. C. Efeitos de diferentes intervalos de recuperação no número de repetições máximas. Revista Mineira de Ciências da Saúde. Patos de Minas: UNIPAM, (1): 32-41, ano 1, n. 1, 2009. BOMPA, T. O. Periodização: Teoria e Metodologia do Treinamento. 4ª ed. São Paulo: Phorte, p. 423 2002. FLECK, S. J.; KRAEMER, W. J. Fundamentos de treinamento de força muscular. 3ª Ed. Porto Alegre: Artmed, 2006. FLECK, S. J; KRAEMER, W. J. Fundamentos do Treinamento de Força Muscular. 2ª ed., Porto Alegre: Artmed, p. 247, 1999. HANSEN, R.; FERNANDEZ, A. "Sarados” e “gostosas” entre alguns outros: aspectos da educação de corpos masculinos e femininos em academias de ginástica e musculação. Revista Movimento. Porto Alegre, v.12, n. 01, p. 133-152, janeiro/abril de 2006. MOREIRA, I. I. M. Volume de treinamento prescrito e executado por praticantes de musculação, em quatro academias de Belo Horizonte. Belo Horizonte: Uni-BH, 2008. 37 p. Trabalho de Conclusão de Curso - Graduação em Educação Física, Cnetro Universitário de Belo Horizonte, Uni-BH, Belo Horizonte, 2008.

LIMA, F. V; CHAGAS, M. H.; CORRADI, E. F. F.; SILVA, G. F.; SOUZA, B. B.; MOREIRA JÚNIOR, L. A. Análise de dois treinamentos com diferentes durações de pausa entre séries baseadas em normativas previstas para a hipertrofia muscular em indivíduos treinados. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, Niterói, v. 12, n. 4, ago. 2006. RIBEIRO, J. R. C. Modelo didático para prescrição e controle das atividades. Belo Horizonte- MG: casa da educação física, 2009. SABINO, C. Musculação: expansão e manutenção da masculinidade. In: GOLDENBERG, M. (Org.): Os novos desejos. Rio de Janeiro: Record, p.61-103, 2000. SALLES, B. F.; RIBEIRO, F. M.; SILVA, J. P. M. R.; NOVAES, J. S. A Influência de 2 minutos de recuperação entre séries sobre o número de repetições máximas em exercícios mono e biarticulares. Arquivos em Movimento, Rio de Janeiro, v.2, n.2, julho/dezembro, 2006. TAHARA, A.; SCHWARTZ, G.; SILVA, K.. Aderência e manutenção da prática de exercícios em academias. Revista Brasileira de Ciência e Movimento, América do Norte, 1125 04 2008.

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ANEXO A – Diretrizes para Autores

Si lo deseas, estas son algunas formas a través de las cuales es posible colaborar con nuestra

producción digital...

Avisar si ves algún error ortográfico, de tipografía o que no te permite acceder a

alguna pantalla.

Contactar a los autores de los artículos, debatir con ellos, estimularlos a que sigan

publicando, invitarlos a que den Cursos y participen en Congresos.

Dar a conocer la publicación entre los amigos y colegas.

Enviarnos comentarios, sugerencias, ideas, propuestas, ocurrencias.

Enviar artículos para publicar. Recomendar a colegas que deseen hacerlo.

Imprimir el índice, fotocopiarlo en papel tamaño doble carta y pegarlo en la cartelera

del Instituto, la Universidad o la Biblioteca de tu zona.

Incluir un enlace desde tu sitio. Informarnos así te incluimos en el área de enlaces.

Ofrecerte si deseas traducir artículos desde o hacia cualquier idioma.

Suscribirte a nuestro Boletín.

Utilizar nuestros artículos en tus trabajos académicos, listarlos en la bibliografía.

NOTAS

Las notas deben desarrollar el tema en profundidad con un estilo claro y de fácil lectura. El

contenido debe ser en lo posible ORIGINAL e INEDITO. En caso de no ser así, aclarar

dónde fue publicado y si fuera necesario, la autorización de la dirección de la publicación

original. Si fue una ponencia en algún evento, indicar lugar, institución y fecha del mismo.

Los artículos son enviados bajo seudónimo a profesionales especialistas que participan o no

de la Revista, para su supervisión académica.

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El texto del artículo debe estar producido en formato digital (convenientemente .doc o .rtf).

Debe ser enviado a nuestra dirección de correo electrónico attachado a un mensaje. Debe

estar corregido, sin faltas ortográficas o de estilo. Deben evitarse las notas al pie. En caso de

no ser posible, deben figurar al final del texto. El texto debe ser enviado con el formato de

texto lo más neutro como sea posible (sin sangría, letra Arial o Times New Roman, por

ejemplo).

Puede estar escrito en cualquier idioma, preferentemente español, portugués, inglés, francés

o italiano. Y del tamaño que el autor considere conveniente. Se recomienda de todas

maneras no superar los 3900 caracteres.

El texto debe acompañarse con: datos del autor y/o autores, currículum resumido,

bibliografía si correspondiera, palabras clave y resumen del artículo. Debe figurar además

un número de telefono, dirección y correo electrónico para contacto directo. Conviene

aclarar si dispone de una página personal en la WWW.

Puede estar acompañado por: fotografía del autor o de los autores e ilustraciones, fotos,

gráficos, croquis, en papel o idealmente en formato digital (.jpg o .gif) en color o blanco y

negro; también sonido en formado mp3, animación computada en formato .WMV, .AVI u

otro formato compatible con HTML.

También se aceptan colaboraciones en los formatos anteriores que tengan vinculación con el

contenido de la Revista (Ej. ilustraciones). Los originales enviados en papel para su

digitalización no se devuelven.

No se publican: textos con contenido que promueva algún tipo de discriminación social,

racial, sexual o religiosa; ni artículos que ya hayan sido publicados en otros sitios en la

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World Wide Web. Se debe enviar la aprobación por parte del Comité de Etica en

Investigación, si corresponde.

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aventura en la naturaleza, tiempo libre, recreación, entrenamiento deportivo, ciencias

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