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UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI
FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
Leonardo de Jesus Souza Amorim
COMPARAÇÃO DOS EFEITOS DE DOIS MÉTODOS DE TREINAMENTO
(CONCORRENTE VS AERÓBIO) SOBRE A COMPOSIÇÃO CORPORAL DE
INDIVÍDUOS OBESOS
Diamantina
2018-1
UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI
FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
Leonardo de Jesus Souza Amorim
COMPARAÇÃO DOS EFEITOS DE DOIS MÉTODOS DE TREINAMENTO
(CONCORRENTE VS AERÓBIO) SOBRE A COMPOSIÇÃO CORPORAL DE
INDIVÍDUOS OBESOS
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao
Departamento de Educação Física, como parte
dos requisitos exigidos para a conclusão do curso.
Orientador: Prof. Dr. Ricardo Cardoso Cassilhas
Coorientador: Msdo. Caíque Olegário Diniz e
Magalhães
Diamantina
2018-1
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, por ser minha força e coragem, exemplo de um
amor a qual não podemos ver.
A minha mãe Maria de Lourdes por ser uma mulher de fibra e me repassar todos
os valores que acredito serem de imensa humanidade e honestidade.
Ao meu pai de coração Geraldo que sempre está comigo e que de sua maneira me
orienta em minha caminhada.
Ao meu irmão Ailton que é exemplo a ser seguido.
A minha Família Souza e Amorim que são a personificação da união e vitória.
A todos do PRANEX UFVJM que com muito entusiasmo fizeram deste projeto
uma realidade, uma fábrica de esperança, que para aqueles desencorajados, atribui realizar
seus sonhos.
Ao meu Orientador Ricardo Cassilhas que me adotou na graduação e me guiou da
maneira sábia para a concretização deste trabalho, e ao Professor Marco Fabrício pela
confiança em meu trabalho.
Ao meu colega e amigo de projeto Samuel Pinto e Caíque que com paciência e
muita parceria, foram um dos pilares para o desenvolvimento desse estudo.
A minha amiga Myrlene que com amor e zelo, me incentivou e amparou nesse
estudo, sendo exemplo de garra e superação em meus obstáculos.
A UFVJM, DEFI, técnicos administrativos, professores e profissionais de serviços
gerais.
Aos meus colegas de graduação pela troca de experiências, materiais de estudo e
horas de cooperação.
A Academia Fisiocentro, Splash e Impacto pelo acolhimento e permitir
demonstrar o meu melhor lado profissional, com um apoio incontestável.
E em especial a minha amiga Valeska que incentivou a minha tão sonhada jornada
na Educação física, e a minha amiga Marcela Marçal por ser a profissional inspiradora do
meu dia-a-dia.
RESUMO
De acordo com a organização mundial da saúde (OMS), a obesidade é um dos maiores
problemas relacionado a saúde publica no planeta, as projeções é que em 2025 haja por volta
de 2,3 bilhões de adultos com sobrepeso e 700 milhões obesos. A OMS vem sensibilizando os
diferentes países membros quanto à necessidade de modificar o estilo de vida sedentário e
melhorar os hábitos alimentares para evitar sobrepeso e obesidade. O projeto de extensão
PRANEX tem como objetivo a reeducação alimentar e prática de exercícios físicos em
indivíduos obesos/ sobrepeso com intuito de redução da composição corporal de gordura.
Sendo assim, o objetivo do estudo foi comparar os efeitos na composição corporal em obesos,
do treinamento concorrente (treino de força e aeróbio contínuo combinados) e treinamento
aeróbio contínuo. MÉTODOS: Doze indivíduos foram distribuídos em dois grupos (aeróbio,
n=6) ou (concorrente, n=6), ambos submetidos a uma dieta hipocalórica de maneira
individualizada. As sessões de treinamento foram realizadas no laboratório de musculação do
DEFI, três vezes por semana durante 4 meses. Os voluntários foram submetidos ao exame de
composição corporal antes e após a intervenção. RESULTADOS: No grupo contínuo,
constatou-se uma diminuição da massa visceral e massa gorda total. Dentre os treinamentos, o
concorrente se destacou com melhores resultados em todas as variáveis estudas (percentual de
gordura, peso massa gorda, massa magra, volume visceral e IMC). CONCLUSÕES:
Concluiu-se que 42 sessões de treinamento concorrente foi suficiente para diminuir
significativamente o percentual de gordura, massa gorda, volume visceral, IMC, massa gorda
visceral e total e aumentar a massa muscular, em comparação ao treinamento contínuo,
mesmo seguindo o mesmo padrão de dieta hipocalórica.
Palavras chave: Treinamento; Obesidade ; Dieta hipocalórica; Sedentarismo.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1: Equipamentos utilizados no treinamento contínuo ................................................... 16
Figura 2:Comparação dos valores do pré treinamento e pós treinamento presentes nas
variáveis % gordura..................................................................................................................18
Figura 3: Coorelação pré treinamento e pós treinamento presentes na variável
%gordura...................................................................................................................................19
Figura 4: Diferença dos valores do pré treinamento e pós treinamento presente no peso........19
Figura 5:Coorelação pré treinamento e pós treinamento presente na variável peso.................20
Figura 6: Diferença dos valores do pré treinamento e pós treinamento presente no volume
visceral......................................................................................................................................21
Figura 7: Coorelação pré treinamento e pós treinamento presente na variável volume visceral
..................................................................................................................................................22
Figura 8: Diferença dos valores do pré treinamento e pós treinamento presente na massa
magra........................................................................................................................................23
Figura 9: Coorelação pré treinamento e pós treinamento presente na variável massa magra..23
Figura 10: Diferença dos valores do pré treinamento e pós treinamento presente na massa
gorda.........................................................................................................................................24
Figura 11: Coorelação pré treinamento e pós treinamento presente na variável massa gorda.24
Figura 12: Diferença dos valores do pré treinamento e pós treinamento presente no índice de
massa corporal..........................................................................................................................25
Figura 13: Coorelação pré treinamento e pós treinamento presente na variável índice de massa
corporal.....................................................................................................................................26
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 8 2 OBJETIVOS .................................................................................................................. 10
2.1. Objetivo Geral .......................................................................................................... 10
2.2. Objetivos específicos ................................................................................................ 10
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ..................................................................................... 11 3.1. Composição corporal ................................................................................................ 11
3.2. Público Alvo ............................................................................................................. 11
3.3. Métodos de treinamento ........................................................................................... 12
3.4. Treinamento Contínuo .............................................................................................. 12
3.5. Treinamento Concorrente ......................................................................................... 13
4 METODOLOGIA .......................................................................................................... 14 4.1 Amostra .................................................................................................................... 14
4.2 Treinamentos ............................................................................................................ 15
4.2.1. Grupo 1-Treinamento contínuo .......................................................................... 15
4.2.2. Grupo 2 Treinamento concorrente ...................................................................... 16
4.3 Testes fisiológicos .................................................................................................... 17
4.3.1 Teste de submáximo consumo de oxigênio (VO2 submáximo) ......................... 17
4.3.2 Teste de força máxima (1RM) ............................................................................ 17
4.3.3 PARQ ................................................................................................................. 18
4.3.4 Fatores de Risco para Doença Coronariana (ACSM 1998a) .............................. 18
4.4 Variáveis avaliadas ................................................................................................... 18
4.5 Estatística .................................................................................................................. 19
4.6 Dieta ......................................................................................................................... 19
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES ................................................................................ 20 6 CONCLUSÃO ................................................................................................................ 29 REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO .................................................................................. 30
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1 INTRODUÇÃO
Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), as doenças crônicas não
transmissíveis (DCNT) são responsáveis por 63% das mortes no mundo e no Brasil, são a
causa de 74% dos óbitos. Doenças crônicas são doenças de progressão lenta e atuam em um
longo período no organismo dos seres humanos, como exemplo temos as doenças
cardiovasculares, diabetes mellitus, hipertensão arterial e respostas endócrinas alteradas
(HACKNEY et. al.,2015). Uma pesquisa de vigilância de fatores de risco e proteção para
doenças crônicas realizadas pelo Ministério da Saúde, em Belo Horizonte (2017), via
inquérito telefônico Vigitel, (2018), determinou que entre os habitantes da capital mineira
16,4% são considerados obesos e que 51,1% possuem excesso de peso.
Esse excesso de peso está intimamente relacionado ao surgimento da diabetes
mellitus, pois o excesso de glicose no organismo faz com que aumente a produção de
insulina (hormônio transportador de glicose para dentro da célula) de forma exacerbada,
provocando alterações nesses hormônios. E entre 2010 e 2016, o diabetes já vitimou 35.628
pessoas em Minas Gerais. De acordo com o sistema de informações sobre mortalidade
(SIM), o número cresceu 10,4% no período, saindo de 4.853 mortes para 5.360 no ano de
2016. O diabetes é responsável por complicações, como a amputações que que é comum em
pessoas com este quadro Santos et.al (2018).
O aumento do volume abdominal, além de ser maléfico ao organismo por surgimento
de doenças crônicas é um grande fator para o desencadeamento de outras doenças
relacionadas à estética, como depressão, humor negativo, insatisfação corporal e baixa
autoestima (CARR, & JAFFE, 2012; KAUFMAN, 1993; SARWER et al., 2010). O estudo de
Puhl e Heuer (2009) realizado com americanos revelou que pessoas obesas passam a ter uma
autocrítica negativa por considerarem que a sociedade os coloca em uma categoria
inaceitável, o que fazem muitos procurar alternativas invasivas ao organismo, como à cirurgia
bariátrica. Esse procedimento se torna perigoso, pois os indivíduos podem contrair infecções
ou mesmo virem a óbitos, por falha durante o processo cirúrgico.
Uma alternativa indicada para a diminuição do teor de gordura são as atividades
físicas (AF), realizadas por profissionais habilitados no controle e tratamento da obesidade
(ACSM, 2013). Contudo, informações sobre as respostas fisiológicas das pessoas no estado
de obesas, são escassas, quando submetidos a diferentes protocolos de treinamento.
9
Visando contribuir para o aumento dessas informações, existe estudos sobre métodos
de treinamento para redução do percentual de gordura e vários protocolos otimizados com os
resultados sobre a diminuição do teor de lipídeos, sendo as interversões de exercício aeróbio,
resistido e concorrente (treino de força e aeróbio combinado na mesma sessão de treinamento)
os mais encontrados na literatura.
O treinamento concorrente (TC) mostrou-se mais expressivo ao reter maior quantidade
de massa muscular e maior redução do percentual de gordura. O TC possui fator positivo no
aumento da densidade mineral óssea (DMO) e prevenção de doenças ósseas (Borba-Pinheiro
et.al 2010).
Nesse estudo, visando modificar esse cenário, foi realizado um treinamento (contínuo
e concorrente) com indivíduos obesos e sobrepeso da cidade de Diamantina, feita no prédio
de Educação física (UFVJM), associado a dieta hipocalórica, para averiguar qual método de
treino é mais eficiente para reduzir o fator obesidade, através de mensurações na composição
corporal antes e pós intervenção. Assim o PRANEX foi o primeiro projeto de extensão para
emagrecimento saudável da UFVJM voltado para a região, e foi desenhado para a melhora da
qualidade de vida.
10
2 OBJETIVOS
2.1. Objetivo Geral
Analisar os efeitos do treinamento físico em indivíduos adultos, sedentários, submetidos a
quatorze semanas em dois programas: treinamento contínuo aeróbio e treinamento
concorrente (treino de força combinado com aeróbio).
2.2. Objetivos específicos
Analisar os efeitos dos tipos de treinamento físico, contínuo aeróbio e treinamento
concorrente no % de Gordura.
Analisar os efeitos dos tipos de treinamento físico, contínuo aeróbio e treinamento
concorrente na massa corporal total.
Analisar os efeitos dos tipos de treinamento físico, contínuo aeróbio e treinamento
concorrente no Volume Visceral.
Analisar os efeitos dos tipos de treinamento físico, contínuo aeróbio e treinamento
concorrente na massa magra.
Analisar os efeitos dos tipos de treinamento físico, contínuo aeróbio e treinamento
concorrente na massa gorda.
Analisar os efeitos dos tipos de treinamento físico, contínuo aeróbio e treinamento
concorrente no IMC.
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3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3.1.Composição corporal
A composição corporal são os valores estimados para dar valor as diferentes estruturas
do corpo humano, e são subdivididas para mensurar os percentuais de cada tecido, na soma
total destes segmentos se dá o valor total correspondente ao indivíduo.
Simplificadamente existem dois modelos que dão suporte para as técnicas de aferição
de composição corporal, o modelo químico e o anatômico. Segundo Wang e colaboradores,
(1992) citado por Ribeiro; Lopes (2017, p. 621) “O primeiro consiste em dividir e analisar a
estrutura do corpo humano em nível anatômico e molecular, o outro modelo fica no nível
celular e tecidual”.
O modelo químico de estimativa da composição corporal é popularmente utilizado
pelo mundo em virtude da pesagem hidrostática ter sido a primeira técnica de análise da
composição corporal propagada pelo mundo (WANG e colaboradores, 1992 ).
Modo Indireto, pesagem hidrostática, o peso do corpo pode ser calculado pelo
deslocamento da água, portanto tenta-se estimar o peso da gordura corporal com o indivíduo
dentro de uma piscina com água preso a uma balança específica e se compara este peso com o
individuo fora da água. O DEXA, é a absormetria por raios de X de dupla energia,
Geralmente o exame dura de 5 a 10 minutos e raramente necessita de sedação. (ALI. Et al
2017). Ele serve para transmitir imagens teciduais e a composição de diferentes estruturas do
corpo como tecido muscular, ósseo e adiposo.
Estes métodos citados auxiliam na estimativa da gordura corporal para as ações que
profissionais da saúde iram ter com objetivo de restabelecer a homeostase do indivíduo e para
o início de procedimentos para a manutenção da composição corporal.
3.2. Público Alvo
O público alvo destes procedimentos são pessoas obesas e com sobrepeso, de acordo
com a OMS o excesso de gordura corporal é um dos agravantes da saúde pública do século
XXI e deve ter os olhares voltados como prioridade Castillo et.al (2013)
Alvarenga e Scagliusi (2010) colocam que os transtornos alimentares (TA) também
cabem na lista de transtornos psiquiátricos. Doenças do coronarianas e diabetes tipo II são as
patologias mais evidenciadas em pessoas que possuem TA.
Dito acima os principais motivos para que ocorra o quadro de obesidade. A redução
dos percentuais de gordura em pessoas destas pessoas está associada à melhora da qualidade
de vida, execução de tarefas diárias e prevenção de doenças. Na cidade de Diamantina MG,
12
uma das hipóteses do fator obesidade e sobrepeso é a geografia acidentada da cidade que foi
arquitetada sobre relevo montanhoso e a situação socioeconômica.
3.3.Métodos de treinamento
Para a alteração da composição corporal o profissional de educação física trabalha
com alguns métodos de treinamento, para cada resultado almejado existe um treinamento
específico, que envolve sobrecarga e altera a homeostase e gera fadiga aguda, porém leva à
melhora do desempenho, essa sobrecarga está relacionada ao aumento progressivo e
planejado do treinamento para melhora de força e resistência. Cabistany apud Bielemann e
colaboradores, (2014); Ismail e colaboradores, (2012) ressaltam que atividade física melhora a
glicemia , aptidão cardiorrespiratória, e redução do tecido adiposo em excesso.
3.4.Treinamento Contínuo
Entre os métodos de treinamento, o contínuo se caracteriza pelo aumento de
intensidade progressiva e sistematizada com objetivo do ganho de desempenho e destaque na
redução do percentual de gordura, pois pode ser trabalhado em esteira, elípticos ou ciclo
ergômetro e eficiente para prescrição de treinamento para esse grupo, uma das melhores
maneiras de controle da massa corporal é o exercício aeróbio contínuo (EC) que e um plano
de treinamento que a intensidade e aumentada gradativamente de acordo com o protocolo
estabelecido , com elevada oxidação de gordura durante a realização de acordo com Cabistany
(2018) appud (Pozzebons, 2012) e fácil manipulação das variáveis e do espaço ocupado pelos
indivíduos.
O modelo de treino contínuo do artigo a seguir exemplifica a metodologia do
exercício: Cabistany (2017) aplicou um protocolo de exercício Contínuo (EC) que baseou em
um treino a 60% da Potência Aeróbia Máxima (PAM), duração de 20 minutos no
cicloergômetro, com o ritmo controlado durante todo o treino, entre 60 e 80 rpm. O aumento
progressivo de intensidade leva a supercompensação pode ter como resultado adaptações
fisiológicas via quebra da homeostase (equilíbrio dinâmico) metabólica.
Burini et al. (2010) diz que os estímulos cerebrais assim como muscular cria um efeito
cascata em todo o sistema simpático adrenal, liberam hormônios hipofisário, cardiovascular,
termo regulação, aumento de débito cardíaco, fluxo sanguíneo e volemia redistribuídos,
favorecendo músculos e pele.
13
3.5.Treinamento Concorrente
Segundo o treinamento concorrente, ou seja, a associação dos componentes aeróbio e
força na mesma sessão de treinamento.
Vários são os benefícios deste, em especial menos declínio do tecido muscular e
ósseo, em relação a gordura. Qualificado como de média alta intensidade este traz mudanças
fisiológicas decorrentes a quebra da homeostase do corpo humano, conforme Cruz, et.al
(2012).
Em um programa de exercício agudo, um teste de consumo máximo de O2 (VO2) os
níveis de cortisol no sangue aumentaram de acordo com a intensidade do exercício. Cruz et al
(2012) aponta que o exercício de Baixa intensidade os níveis de cortisol não aumentam
significativamente em relação aos níveis de repouso.
Entre a relação da perda de peso e a liberação de cortisol é explicada pela função deste
que é a manutenção da glicemia e estimulação da lipólise, que associado ao treinamento de
força também pode prevenir Hipertensão arterial (HA) pela revisão de literatura Junior;
Santos (2016) diz que o treinamento de força é eficaz para a diminuição da rigidez periférica
arterial que permite o aumento do fluxo sanguíneo, redução do débito cardíaco e excreção de
fatores vasoativos.
Diminuição da perca de massa óssea é outro benefício, de acordo com Junior; Santos
(2016) no treinamento de força contração muscular precisa ultrapassar certo limiar para que a
osteogênese ocorra. Portando são vários os efeitos positivos do treinamento concorrente, tanto
na redução de peso quanto na manutenção tecidual ósseo e no melhor funcionamento do
sistema circulatório.
14
4 METODOLOGIA
4.1 Amostra
Os voluntários desse estudo, foram selecionados na cidade de Diamantina/MG,
de acordo com IMC ≥ 29,9 e peso ≥100 kg, na qual, se enquadram no estado de obesidade e
sobrepeso. Além disso, deveriam apresentar alguns requisitos, exigidos para a prática do
exercício físico de forma saudável.
Ficha médica com especificações cardíacas.
Exames bioquímicos (colesterol total, frações, glicemia, triglicerídeos e
proteína C reativa).
Exame de composição corporal (DEXA)
Os indivíduos apresentavam-se sedentário, sem exercer qualquer tipo de atividade
física. E assim foram divididos aleatoriamente em dois grupos de treinamento:
Grupo 1: Treinamento contínuo (n=6). O treinamento contínuo é o aumento da
intensidade da atividade aeróbia de acordo com o VO2 e traduzido para atividade
no aumento gradativo da velocidade da esteira ou ciclo ergômetro em km/h.
Grupo 2: Treinamento concorrente (n=6). O treinamento concorrente é
caracterizado pela combinação do treinamento de força e aeróbio em uma mesma
sessão de treinamento.
4.11 DEXA
O DEXA é um aparelho que consegue mensurar de 4-50% de gordura em
pessoas de até 135 kg e com diâmetro sagital de 30 cm.
É o único método que avalia diretamente todos os segmentos corporais ( massa
óssea, massa magra, massa gorda e água ). Utiliza o método de densitometria por dupla
emissão de raios X. Essa emissão é muito baixa que se assemelha a radiação solar em um dia
ensolarado.
Com este equipamento é possível detectar obesidade, anorexia, reabilitação
motora de doenças neuromusculares, avaliações nutricionais e determinação de composição
regionais (braços , pernas... ).
15
4.2 Treinamentos
4.2.1. Grupo 1-Treinamento contínuo
Nesse treinamento, os voluntários foram submetidos a 42 sessões de
treinamento em equipamentos que provocassem exaustam do músculo, havendo o controle da
intensidade e a duração do exercício (Tabela 1), além da monitoração cardíaca com um
cardiofrequencímetro. Os equipamentos utilizados foram esteiras, cicloergômetro e elíptico,
respectivamente (Figura 1). A descrição do protocolo de treinamento durante as 14 semanas
está no Anexo I. Durante os exercícios as progressões foram monitoradas utilizando uma
escala de percepção de esforço (Borg) com objetivo de estimar a sensação do exercício
aplicado (Anexo II).
Esta intervenção iniciou com o teste submáximo de oxigênio e com o teste 1RM, após
estes testes houve a montagem dos treinos aeróbios que aconteceram nas esteiras, elípticos e
ciclo ergômetros. As práticas no laboratório de musculação ocorreram segunda, quarta e sexta
às17:00 ás 18:00.
A montagem dos treinos obedecia às seguintes diretrizes:
1-2 semana- 50%VO2 Máx
3-4 semana- 55%VO2 Máx
5-6 semana- 60%VO2 Máx
7-8 semana- 65%VO2 Máx
9-14 semana- 70%VO2 Máx
Observação: Nas 3 primeiras semanas o tempo de exercício foi de 30 minutos, 4 e 5
semanas 35 minutos, 6 e 7 semanas 40 minutos e da 8 a 14 semana 45 minutos de treino.
Os participantes fizeram o exercício de acordo com a disponibilidade de aparelhagem.
Antes de iniciar o treinamento os voluntários colocavam um monitor cardíaco e foi
verificada e anotada a frequência cardíaca antes e pós treino.
Após a estimativa do VO2 a velocidade nos aparelhos era monitorada de acordo a
frequência cardíaca ( FC ) até que ela estabilizasse no percentual calculado. Então a
velocidade foi variável pois o marcador é a FC.
16
Figura 1: Equipamentos utilizados no treinamento contínuo
4.2.2. Grupo 2 Treinamento concorrente
Nesse treinamento os voluntários foram submetidos a 42 sessões de treinamento com a
utilização dos exercícios da (Tabela 2), foram monitoradas a intensidade e a duração do
exercício de força (20min) e aeróbicos (20 min). A descrição do treinamento concorrente se
encontra no Anexo III. Durante os exercícios as progressões foram monitoradas utilizando
uma escala de percepção de esforço (Borg) com objetivo de estimar a sensação do exercício
aplicado (Anexo II).
Esta intervenção iniciou com o teste submáximo de oxigênio e com o teste 1RM, após
estes testes houve a montagem dos treinos e 1 semana de familiarização com o treinamento de
força com 1 série de 15 repetições em cada exercício da ficha de treinamento. As práticas no
laboratório de musculação ocorreram segunda, quarta e sexta às17:00 às 18:00.
A montagem dos treinos obedecia às seguintes diretrizes
1-4 semana- Treino alternado por segmento
5-8 semana- Treino localizado por articulação
9-14 semana- Treino direcionado por grupamento muscular
Observação: 1 semana iniciou o treinamento de força a 50% de 1RM , e a cada duas
semanas aumentou 5%de 1RM:
1-2 50% 1RM > 3-4 55% 1RM > 5-6 60% 1RM > 7-8 65% 1RM > 9-14 70% 1RM
O intervalo entre as séries foi de 1 minutos e o número de repetições por série ficou
disposta da seguinte forma:
1-2 semana 1 série de 15 repetições
3-14 semana 2 séries de 15 repetições
A duração do treinamento de força foi de 20 minutos. Logo o treinamento de força houve
o anexo de 20 minutos de treinamento aeróbio que obedeceu às mesmas diretrizes de
aumento de intensidade do treinamento contínuo.
A intensidade do exercício em % foi calculada de acordo com o 1RM de cada pessoa.
17
Antes de iniciar o treinamento os voluntários colocavam um monitor cardíaco e foi
verificada e anotada a frequência cardíaca antes e pós treino.
4.3 Testes fisiológicos
Nesta pesquisa, a fim de determinar a capacidade dos voluntários e os efeitos dos
treinamentos, foram realizados os Testes de desempenho (DEFI), Teste de força máxima
(1RM), Teste de submáximo consumo de oxigênio (VO2 submáximo), PARQ e Fatores de
Risco para Doença Coronariana (ACSM 1998a).
4.3.1 Teste de submáximo consumo de oxigênio (VO2 submáximo)
O teste utilizando o protocolo submáximo em esteira de Heyward, 2004 foi feito com
a seguinte sequência:
Iniciar o teste em uma esteira sem inclinação em velocidade entre 3 e 6 km\h;
Aumentar a velocidade a cada 3 em 3 minutos em 1km\h;
Terminar o teste quando a frequência cardíaca (FC) estabilizar entre 130 e 150
batimentos por minutos (bpm).
4.3.2 Teste de força máxima (1RM)
O Teste 1RM foi realizado com a seguinte sequência:
Posicionar o voluntário no aparelho sobre as mesmas condições durante todo o
processo;
Perguntar o peso máximo que consegue fazer no exercício;
Ajustar o aparelho ao peso;
Solicitar ao voluntário para executar o movimento (1 repetição);
Caso não consiga deverá ser reduzido o peso e aguardar 5 minutos para a próxima
execução. Caso consiga executar duas repetições completas ou três ou mais repetições
deverá ser aumentado o peso;
Quando o voluntário tiver falha (concêntrica) durante a execução da segunda repetição
máxima, o teste será finalizado. Assim terá o peso de uma repetição máxima. f;
Após será calculado 80% do RM.
18
4.3.3 PARQ
O PARQ é um questionário composto de 7 perguntas e é aplicado naqueles que
pretendem iniciar a prática de atividade física, ele tem a função de detectar alguma possível
limitação ou restrição na saúde da pessoa.
As perguntas tendem a focar no histórico familiar e doenças relacionadas ao coração.
As respostas são constituídas apenas de SIM e NÃO. Havendo um sim dentre as sete
perguntas, o indivíduo é orientado a procurar um médico para a realização de um exame
completo para a liberação à prática de atividade física. (Anexo IV)
4.3.4 Fatores de Risco para Doença Coronariana (ACSM 1998a)
O fator de Risco para Doenças Coronarianas é um questionário que tem como
finalidade sondar históricos de doenças do coração e a pré-disposição do indivíduo. A
sequência de perguntas tem como respostas SIM e Não, sendo que dois SIM, é
recomendado passar pelo médico antes da prática de atividade física. Anexo (V)
4.4 Variáveis avaliadas
Os voluntários passaram por avaliações no organismo antes e pós a intervenção do
treinamento e dieta, para determinar e avaliar o melhor dos treinamentos, de acordo com os
paramentos abaixo:
Percentual de gordura
Massa corporal
Volume visceral
Massa visceral
Massa magra
Massa gorda
IMC
Estes tópicos tem a finalidade de verificar e comparar os valores de cada variável a
fim de comparar pré e pós intervenção com o exercício a alteração da massa corporal e a
relação em cada tecido de forma isolada para averiguar a mudança na composição corporal
como a proporção de gordura que é reduzida com os diferentes métodos de treinamento ,
aumento ou redução do tecido muscular esquelético, declínio de gordura visceral e a relação
do peso corporal em uma perspectiva singular comparada a somatória total dos valores
obtidos para distinguir qual método de treinamento é mais vantajoso em termos de
composição corporal.
19
4.5 Estatística
Os dados experimentais obtidos foram submetidos à análise de variância (ANOVA)
empregando teste post hoc de Tukey a 5% de significância. Este teste foi realizado para
verificar se há diferença significativa entre as médias das analisadas, apresentadas como
média e desvio padrão. As análises foram conduzidas utilizando o software: Microsoft Excel
para Mac, Versão 16.14.1 (180613).
4.6 Dieta
Nesse estudo a parte do controle alimentar ficou a cargo do departamento de nutrição.
Com redução de 500 calorias , com um quadro alimentar que garantiu a ingestão dos
nutrientes necessários para o bom funcionamento do corpo humano.
20
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Com o intuito de comparar e verificar os efeitos dos treinamentos nos voluntários,
foram realizadas medições em diversas variáveis.
1.1
Figura 2: Comparação do percentual de gordura corpórea entre os treinamentos contínuo (1) e concorrente (2),
pré treinamento e pós treinamento
Nessa pesquisa, outra variável estudada foi o percentual de gordura corporal dos
voluntários (figura 2), com intuito de verificar qual dos dois métodos é mais eficiente na
diminuição no % de gordura. Essa variável é de importante relevância pois a partir dela é
possível mensurar fatores de risco coronarianos e diminuição da qualidade de vida. A
diminuição da expectativa de vida é algo real de quem é obeso, o acúmulo de gordura
abdominal é um forte indicador para o desenvolvimento da síndrome metabólica
(FERNANDES et al., 2007). De acordo com os dados acima é possível dizer que a obesidade
pode desenvolver a síndrome metabólica que se dissocia em quadros de hipertensão, diabetes
tipo II e triglicerídeos acima de 150 mg/dl. Diante disso, com o treinamento contínuo e
concorrente podemos ver quantitativamente os valores no declínio no percentual de gordura,
já que este pode reverter as patologias descritas acima. De acordo com a figura 2, houve perda
significativa de gordura no grupo 1 e no grupo 2. Observado na tabela 3 em que o valor de P
do grupo concorrente foi 0,01 foi menor que o contínuo 0,02 na análise estatística, que é
visualmente afirmada na figura 3 em que o a diferença da porcentagem pré e pós-intervenção
do grupo concorrente é quase o dobro em relação ao contínuo. Assim o treinamento
concorrente se monstra mais efetivo para quem necessita reduzir o volume de tecido adiposo,
contudo o treinamento contínuo é recomendável para pessoas que possuem alguma limitação
PRÉ TREINO
PÓS TREINO
38,0
40,0
42,0
44,0
46,0
1 2
% DE GORDURA
21
articular devido ao peso ou dificuldade anatômica de manusear os aparelhos de musculação,
algo que foi verídico durante o processo de 14 semanas e quem foi solucionado desta maneira.
Figura 3: Delta do efeito pós treinamento presentes no percentual de gordura corpórea.
Figura 4: Comparação do peso entre os treinamentos contínuo (1) e concorrente (2), pré treinamento e pós
treinamento
Como critério de inclusão, o peso foi um dos fatores para o candidato estar
apto a participar dos procedimentos da pesquisa. O peso com variável singular sem
destrinchar os demais componentes que compõe o corpo humano, mas com valor único, tem
grande importância quando é espelhado a qualidade de vida. Pessoas que possuem um volume
corporal maior tendem a ter a coordenação motora prejudicada devido ao excesso de massa e
patologias nas articulações. A doença osteoarticular está relacionada também a obesidade que
acelera o processo de progressão dessa patologia, pelo excesso de carga exercida nas
0
2
4
6
8
%GORDURA
GRUPO 1 GRUPO 2
PRÉ TREINO
PÓS TREINO
80,0
82,0
84,0
86,0
88,0
90,0
1 2
PESO
22
articulações, como no joelho e determinadas substâncias liberadas pelo tecido adiposo que
tem relação nas vias metabólicas que aceleram o processo do quadro de artrose. (MENDES,
2009).
As maiores queixas dos voluntários foram dores nas articulações
principalmente no joelho. Ambos protocolos de treinamento houveram diminuição do valor
total desta variável, porém o grupo 1 teve perda significativamente maior quando comparada
ao grupo 2 de acordo com a Figura 4, mas com um P de 0,22 e 0,05 na análise estatística
evidenciando que o treinamento contínuo seja mais efetivo nessa variável mas com o valor de
confiança elevado de acordo com a tabela 3. Na Figura 5, evidencia a diferença entre os
grupos e mostra quase o dobro do valor peso. O treinamento contínuo se mostrou mais efetivo
para a finalidade da redução do peso, sem levar em consideração os tecidos muscular, ósseo e
adiposo degradados no processo. Este treinamento é recomendado para pessoas que estão em
um quadro de inflação articular, também com maior volume tecidual ou que possui
dificuldade de desempenho moto. Neste caso exercício no ciclo ergômetro é uma alternativa
com menos probabilidade de acelerar prováveis patologias, e consequentemente possui menos
impacto nas articulações.
Figura 5:Delta do efeito pós-treinamento presentes no peso.
0
2
4
6
8
PESO
GRUPO 1 GRUPO 2
23
Figura 6: Comparação do volume visceral entre os treinamentos contínuo (1) e concorrente (2), pré treinamento
e pós treinamento
O volume visceral está fortemente associado a quantidade de gordura que pode
estar estocada nas vísceras. Doenças como diabetes tipo II está associada ao quadro de
obesidade que é fator de acumulo de gordura visceral. Em homens com diabetes tipo II o esse
acúmulo, está associado a níveis plasmáticos de esfingosina-1-fosfato (S1) (TANAKA et al.,
2018). Sendo um fator de risco para a resistência à insulina e outras complicações que
quebram o estado de homeostase do corpo humano, o volume visceral é um importante
marcador de prevenção de doenças. Durante o protocolo de 14 semanas de treinamento,
ambos houveram diminuição desta variável que é demonstrada na Figura 6, porém não em
valores muito expressivos, novamente o treinamento concorrente mostra maior eficiência. Na
Figura 7 está representada a relação entre os dois grupos. Os valores de P são 0,47 e 0,13 de
acordo com a tabela 3 sendo o grupo 2 com valores mais próximos dos valores de confiança.
Estes treinamentos são recomendados para todo o público diagnosticado com aumento na taxa
visceral e com diabetes tipo II, tendo em vista que o treinamento deve ser tido como hábito
perene durante a vida, e que ao longo do tempo reduza para taxas normais o volume visceral.
Se obteve estes resultados com apenas 3 meses e meio, os benefícios são favoráveis ao longo
do tempo e com a prática de exercício físico.
PRÉ TREINO
PÓS TREINO
0,0
200,0
400,0
600,0
800,0
1000,0
1200,0
1 2
VOLUME VISCERAL(cm3)
24
Figura 7: Delta do efeito pós treinamento presentes no volume visceral
Figura 8: Comparação da massa magra entre os treinamentos contínuo (1) e concorrente (2), pré treinamento e
pós treinamento
O treinamento de força dentro do grupo concorrente teve como intuito
mensurar a proporção de massa magra adquirida durante o processo. Sabe-se que quanto
maior o volume muscular, mais energia é necessária para manter os níveis de homeostase,
melhora das atividades diárias e menor chance de lesões por sobrecarga articular. Os
exercícios com peso melhoram a capacidade metabólica, induz a redução de gordura corporal
e aumento da massa magra, adaptações cardiovasculares necessárias por esforços curtos
repetidos e intensos, coordenação fina que auxilia na diminuição de quedas em idosos,
melhora da flexibilidade e mudanças positivas na composição corporal (SANTARÉM, 2002).
O processo de hipertrofia muscular pode ocorrer como resultado de um ou mais fatores, como
0
100
200
300
400
500
VOLUME VISCERAL
GRUPO 1 GRUPO 2
PRÉ TREINO
PÓS TREINO
44,5
45,0
45,5
46,0
46,5
47,0
47,5
48,0
1 2
MASSA MAGRA
25
utilização da força, velocidade, e dos componentes musculares como miofibrilas, aumento do
tamanho de tecidos não contráteis do músculo, tecido conjuntivo e aumento do tamanho das
fibras musculares (BADILO E AYESTARÁN, 2001).
A tabela 3 demonstra o valores de P sendo eles ,grupo 1 0,77 e grupo 2 0,21.
Ao verificar na Figura 8 o aumento de massa magra no grupo 2 é mais expressivo do que no
grupo 1, isso pelo anexo do treinamento de força, que está associado a hipertrofia muscular. A
Figura 9 mostra que a diferença em níveis de ganho é quase 4 vezes maior do que o grupo
contínuo, isso se deve porque no grupo 1 não ocorre o stress muscular que gere adaptações
musculares por sobrecarga. O treinamento concorrente pode ser recomendado para pessoas
obesas e com sobrepeso para a mudança na composição corporal relacionada ao aumento de
massa magra, pois com a ampliação da musculatura a sobrecarga articular é reduzida
auxiliando no processo de inflamatório por pressão articular.
Figura 9: Delta do efeito pós treinamento presentes na massa magra
-2,5
-2
-1,5
-1
-0,5
0
0,5
MASSA MAGRA
GRUPO 1 GRUPO 2
26
Figura 10: Comparação da massa gorda entre os treinamentos contínuo (1) e concorrente (2), pré-treinamento e
pós treinamento
A massa gorda, uma das variáveis observada também neste trabalho, teve
alteração em seu volume, quando a dieta foi associada a atividade física. Sabe-se que o
acumulo excessivo de massa gorda, provoca prejuízo à saúde, quando existe o surgimento de
doenças como a síndrome metabólica. Diante a isso, pode ser observada nesse estudo a
diminuição nos valores de massa gorda de acordo com a Figura 10 e analise estatística da
tabela 3 que foram 0,37 e 0,00. Em ambos os treinamentos a diferença entre os grupos não foi
significativa (figura 11). Podendo assim, qualquer um dos treinos ser aplicado para a
finalidade redução da massa gorda, independe do estado de saúde física e psicológica de cada
indivíduo mas com maior confiabilidade no treinamento concorrente.
Figura 11: Delta do efeito pós-treinamento presentes na massa gorda
PRÉ TREINO
PÓS TREINO
28,0
30,0
32,0
34,0
36,0
38,0
40,0
1 2
MASSA GORDA
0
2
4
6
8
10
MASSA GORDA
GRUPO 1 GRUPO 2
27
Figura 12: Comparação índice de massa corporal entre os treinamentos contínuo (1) e concorrente (2), pré-
treinamento e pós-treinamento.
O índice de massa corporal (IMC) é um indicador numérico que baseia em um
cálculo da diferença entre peso e altura. Esse valor resultante é tabulado, de acordo com OMS
e distribuído por fatores de risco, a qual, o IMC para uma pessoa saudável está entre 18,5 a
24,9. O valor entre 25 a 29,9 é classificado como acima do peso; 30 a 34,9, obesidade grau I;
35 a 40, obesidade grau II e maior que 40, obesidade grau III. O IMC, além de ser um
indicador de doenças crônicas não transmissíveis, também é atribuído na reversão do quadro
de obesidade ou sobrepeso. Perante a isso, nesse estudo o treinamento concorrente obteve um
melhor desempenho na redução do IMC demonstrado na tabela 3 com o P de 0,09 contra o P
de 0,31 do grupo contínuo, conseguindo assim alterar o quadro clinico dos voluntários (figura
12). Na Figura 13, essa afirmação é evidente, pois a diferença entre índice de massa corporal
antes do treinamento contínuo e pós-treino não apresentaram valores expressivos, o que ficou
notório essa contestação no treinamento concorrente. Portanto para pessoas que necessitam
atingir valores aceitáveis de IMC, o treinamento concorrente é o mais eficiente.
PRÉ TREINO
PÓS TREINO
26,0
27,0
28,0
29,0
30,0
31,0
32,0
33,0
1 2
IMC
28
Figura 2: Delta do efeito pós treinamento presentes no índice de massa corporal
0
1
2
3
4
5
IMC
GRUPO 1 GRUPO 2
29
6 CONCLUSÃO
O trabalho exposto demonstrou alteração na composição corporal dos voluntários
sedentários obesos e sobrepeso da cidade de Diamantina após o treinamento contínuo ou
concorrente. Concluiu-se que 42 sessões de treinamento concorrente foi suficiente para
diminuir significativamente o percentual de gordura, massa gorda, volume visceral, IMC,
massa gorda visceral e total e aumentar a massa muscular, em comparação ao treinamento
contínuo, mesmo seguindo o mesmo padrão de dieta hipocalórica. Com a eficácia destes
treinamentos foi possível proporcionar a população de Diamantina um ambiente saudável e
adequado a limitações da região, desmistificando a sentimento de sofrimento, erroneamente
subjugada a pratica de exercício físico e reeducação alimentar.
30
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32
ANEXO I
Tabela 1: Descrição do treinamento contínuo
Tempo realizado o treinamento Intensidade Duração
Semana 1 50% Vo2máx 30 minutos
Semana 2 50% VO2Máx 30 minutos
Semana 3 55% VO2Máx 30 minutos
Semana 4 55% VO2Máx 35 minutos
Semana 5 60% VO2Máx 35 minutos
Semana 6 60% VO2Máx 40 minutos
Semana 7 65% VO2Máx 40 minutos
Semana 8 65% VO2Máx 45 minutos
Semana 9 - 14 70% VO2Máx 45 minutos
33
ANEXO II
Tabela 2: Descrição do treinamento concorrente
GRUPOS EXERCÍCIO NÚMERO
COSTAS Puxada pela frente polia alta
Voador invertido
Remada na polia baixa
Barra (máquina)
PEITO Voador
Supino com halteres
Crucifixo com halteres
OMBROS Desenvolvimento no aparelho
Elevação lateral
TRÍCEPS Triceps máquina
BÍCEPS Rosca direta
MMII Leg press
Extensão de joelhos
Agachamento
Flexão de joelhos
Levantamento terra
Cadeira adutora
Cadeira abdutora
Máquina glúteos
COLUNA Abdominais
34
ANEXO III
PARQ
1- Seu médico já disse que você possui um problema cardíaco e recomendou atividades físicas
apenas sob supervisão médica?]
2- Você tem dor no peito provocada por atividades físicas?
3- Você sentiu dor no peito no último mês?
4- Você já perdeu a consciência em alguma ocasião ou sofreu alguma queda em virtude de
tontura?
5- Você tem algum problema ósseo ou articular que poderia agravar-se com a prática de
atividades físicas?
6- Algum médico já lhe prescreveu medicamento para pressão arterial ou para o coração?
7- Você tem conhecimento, por informação médica ou pela própria experiência, de algum
motivo que poderia impedi-lo de participar de atividades físicas sem supervisão médica?
35
ANEXO IV
Teste de Risco Coronariano
1 - IDADE: Homem acima de 45 anos ou mulher acima de 55 anos?
2 - COLESTEROL - Acima de 240 mg/l ou desconhecida (não sabe)
3 - PRESSÃO ARTERIAL -Acima de 140/90 mmHg, desconhecida ou usa medicamento
para a pressão.
4 - TABAGISMO – fuma.
5 - DIABETES - Tem diabetes de qualquer tipo?
6 - HISTÓRIA FAMILIAR DE ATAQUE CARDÍACO - Pai ou irmão antes de 55 anos
ou Mãe ou irmã antes dos 65 anos.
7 - SEDENTARISMO - Atividade profissional sedentária e menos de 30 minutos de
atividade física pelo menos 3 vezes por semana.
8 - OBESIDADE - mais de 10 kg de excesso de peso.
36
ANEXO V
Tabela 3: Estatística pré e pós dos treinamentos contínuo (1) e concorrente (2)
37