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Universidade Federal do Vale do São Francisco - UNIVASF Pró-Reitoria de Extensão - PROEX Av. José de Sá Maniçoba, s/n Centro 56.304-205 - Petrolina- PE Telefax: 87 2101-67-68 www.univasf.edu.br PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE EXTENSÃO PIBEX 2013-2014 ANEXO 02 PROJETO DE EXTENSÃO Título: Promovendo Educação e Saúde Ambiental nas Escolas Publicas de Petrolina-PE e Juazeiro-BA Colegiado/Setor Proponente: Colegiado de Ciências Sociais Coordenador: Paulo Roberto Ramos Equipe Nome Unidade Categoria Profissional Função no Projeto Paulo Roberto Ramos ColCiso Professor Coordenador/ Orientador Claudio Claudino Filho ColEnf Professor Co-orientador Jorge Cavalcante Ramos ColEngCom Professor Co-orientador Camilla Albuquerque Nunes Bloem ColMed Aluna Bolsista/Orientanda/ Executora Bruna Renata Lopes Aquino ColMed Aluna Voluntaria/Orientanda/ Executora Larissa Mesquita Gonçalves Luz ColMed Aluna Voluntaria/Orientanda/ Executora Thais Miranda Soares ColMed Aluna Voluntaria/Orientanda/ Executora Caroline Moreira Bacurau ColArtes Aluna Colaboradora/ Orientanda/Executora Graziele Aquila de S. Brandão ColMed Aluna Colaboradora/ Orientanda/Executora Sinara Inácia de Melo Santana ColCiFar Aluna Colaboradora/ Orientanda/Executora Área temática: Educação Linha de Extensão: Ciências Sociais Resumo A preocupação com os impactos sobre a saúde humana decorrentes da degradação do meio ambiente tornou-se, nos últimos tempos, um elemento motivador para o enfrentamento da grave crise socioambiental que afeta a sociedade contemporânea. Pesquisas apontam que

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Av. José de Sá Maniçoba, s/n – Centro – 56.304-205 - Petrolina- PE Telefax: 87 2101-67-68 www.univasf.edu.br

PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE EXTENSÃO

PIBEX 2013-2014

ANEXO 02

PROJETO DE EXTENSÃO

Título:

Promovendo Educação e Saúde Ambiental nas Escolas Publicas de Petrolina-PE e Juazeiro-BA

Colegiado/Setor Proponente:

Colegiado de Ciências Sociais

Coordenador:

Paulo Roberto Ramos

Equipe

Nome Unidade Categoria Profissional Função no Projeto

Paulo Roberto Ramos ColCiso Professor Coordenador/

Orientador

Claudio Claudino Filho ColEnf Professor Co-orientador

Jorge Cavalcante Ramos ColEngCom Professor Co-orientador

Camilla Albuquerque Nunes Bloem ColMed Aluna Bolsista/Orientanda/

Executora

Bruna Renata Lopes Aquino ColMed Aluna Voluntaria/Orientanda/

Executora

Larissa Mesquita Gonçalves Luz ColMed Aluna Voluntaria/Orientanda/

Executora

Thais Miranda Soares ColMed Aluna Voluntaria/Orientanda/

Executora

Caroline Moreira Bacurau ColArtes Aluna Colaboradora/

Orientanda/Executora

Graziele Aquila de S. Brandão ColMed Aluna Colaboradora/

Orientanda/Executora

Sinara Inácia de Melo Santana ColCiFar Aluna Colaboradora/

Orientanda/Executora

Área temática: Educação

Linha de Extensão: Ciências Sociais

Resumo

A preocupação com os impactos sobre a saúde humana decorrentes da degradação do meio ambiente tornou-se, nos últimos tempos, um elemento motivador para o enfrentamento da grave crise socioambiental que afeta a sociedade contemporânea. Pesquisas apontam que

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doenças decorrentes da falta de saneamento ambiental e de cuidados de prevenção e higiene, as quais poderiam ser evitadas com medidas educativas e de infraestrutura, acometem um número considerável de pessoas na região do Vale do São Francisco e no Brasil, em geral. Um dos campos de atuação, para reverter ou minimizar tais problemas, é a Escola como espaço integrativo, educativo, formador de valores e comportamentos. O objetivo central deste projeto é promover ações de caráter educativo, junto a 40 escolas públicas municipais de Petrolina-PE e Juazeiro-BA, para a promoção da Saúde Ambiental. O trabalho será desenvolvido junto ao Projeto Escola Verde, o qual já está em atividade em 20 escolas destes municípios, na promoção da Educação Ambiental interdisciplinar nestas escolas. As ações que estamos propondo consistem em realização de Palestras, Oficinas, Exibição de filmes e produção de material informativo, para a mobilização e sensibilização das comunidades escolares (professores, alunos e gestores) sobre a importância dos cuidados com o condicionamento adequado do lixo, a higiene do corpo e do meio, alimentação saudável, saneamento básico e ambiental, agrotóxicos, poluentes e agentes infectocontaminantes. Serão trabalhadas 20 escolas por semestre, sendo 10 escolas de Juazeiro-BA e 10 escolas de Petrolina-PE, simultaneamente. Serão produzidos Banners informativos sobre a importância da promoção da Saúde Ambiental para exibição nas escolas, cerca de 15 dias antes das atividades, como forma de chamar a atenção para a temática. Também serão produzidos e distribuídos materiais informativos, com ilustrações para as crianças, sobre Saúde Ambiental. Estas ações serão de fundamental importância para dar sustentabilidade às atividades de Educação Ambiental junto às escolas, possibilitando a criação de uma cultura de envolvimento e preocupação com a Saúde e com a Educação Ambiental de maneira permanente nas unidades escolares.

Palavras-chave: Educação, Saúde, Meio ambiente, Sustentabilidade, Sensibilização.

Introdução:

Promover a Saúde Ambiental através da Educação é um desafio das presentes gerações, as

quais devem estar empenhadas nos cuidados com a degradação do meio ambiente e dos

riscos à saúde que esta degradação causa. Neste sentido, a falta de infraestrutura e

saneamento, hábitos inadequados de higiene, alimentação e contatos constantes com

agentes insalubres (físicos, químicos e biológicos) podem levar o indivíduo à contrair uma

serie de doenças, e até causar óbito.

Muitas destas doenças podem ser evitadas com simples ações preventivas, como o hábito

de lavar sempre as mãos e os alimentos antes das refeições, manter sempre os locais de

convivência limpos e arejados, ingerir água e alimentos livres de contaminantes, descarte

correto do lixo, envolvimento da população com as praticas de saneamento básico e

ambiental, dentre outras ações, podem fazer grande diferença no quadro epidemiológico de

uma comunidade.

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Um dos principais problemas de saúde que acomete a maioria das pessoas no mundo ainda

são as doenças infecto-parasitárias (DIPs). Sendo assim, no âmbito da saúde pública, é de

grande relevância o desenvolvimento de atividades que envolvam o estudo e a promoção de

medidas profiláticas no que se refere a essas doenças (ALMEIDA & ARAÚJO, 2005).

Neste sentido, a educação e os conhecimentos adquiridos sobre doenças infecto-

parasitárias, higiene pessoal e ambiental, podem contribuir para o desenvolvimento de

ações de prevenção e melhoria do quadro de saúde pessoal e coletiva. Um conhecimento

maior sobre os riscos destas doenças que afetam, sobretudo, crianças, adolescentes e suas

famílias, pode contribuir para a formação ações afirmativas de cidadania, de construção de

um ambiente mais saudável e práticas de cuidados e promoção da saúde.

Este projeto parte do pressuposto que um dos elementos da vulnerabilidade da saúde

resulta da falta de saneamento ambiental e da deficiência dos hábitos de higiene. Neste

sentido, faz-se necessário a promoção da Educação em Saúde, por meio da Educação

Ambiental, para a mudança da percepção e das práticas cotidianas de alunos, professores,

gestores e familiares do entorno da escola. Sobretudo porque costumam ocorrer problemas

de saneamento e pelo uso de agrotóxicos em nossa região, fatores que se refletem e são

refletidos nas escolas.

A fim de atuar na minimização destes problemas, o presente projeto se propõe a

desenvolver palestras, debates e atividades lúdicas voltadas para diferentes faixas etárias de

crianças e adolescente, bem como elaboração de materiais educativos, que possam chegar

até as mães ou referências familiares, a partir das próprias comunidades escolares

mobilizadas, informando e sensibilizando sobre a importância da Saúde Ambiental e como

cada um poderá contribuir para a melhoria da qualidade de vida e de saúde.

Fundamentação Teórica:

Educação e Saúde nunca ocuparam lugar central dentro da política do Estado brasileiro,

sendo sempre deixados na periferia do sistema, tanto no que diz respeito à solução dos

grandes problemas que afligem a população, quanto na destinação de recursos. Em

decorrência da falta de investimentos públicos e políticas eficientes as populações carentes

são as que mais sofrem e apresentam um quadro de vulnerabilidade maior, incorrendo em

prejuízos para sua saúde, principalmente com doenças infecto-contagiosas decorrentes de

um ambiente insalubre e sem infra-estrutura.

Entende-se por saúde, um estado resultante da influência de fatores sócio-econômico-

culturais, como alimentação e trabalho, e diversos outros elementos que podem gerar

disparidades entre os níveis de vida individual e coletivo. Nesse sentido, pode-se dizer que a

“doença é a causa e o efeito da pobreza, da desnutrição, das más condições de habitação e

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da ignorância” (KAWAMOTO, 2004, p. 16)

Por Saúde Ambiental entende-se o conjunto de condições sociais e ambientais que forneçam

o conforto e satisfação das necessidades individuais e coletivas, em harmonia com os

recursos naturais disponíveis. De acordo com Ramos (2008), a Saúde Ambiental significa

também a construção social de um ambiente menos desequilibrado e com menos riscos à

saúde humana, a partir da participação social.

Segundo Leavel citado por Rouquayrol e Almeida Filho (2003, p. 20), no estudo natural da

doença, as inter-relações existentes entre o agente, o suscetível e o meio ambiente estão

intimamente ligadas ao desenvolvimento de doenças. Sem deixar de mencionar também os

hábitos culturais como fatores pré-patogênicos que colaboram para a prevalência de

doenças (ROUQUAYROL & ALMEIDA FILHO, 2003, p. 19).

Leavel (Ibidem: 134) define: saúde pública como:

[...] a ciência e arte de evitar doenças, prolongar a vida e desenvolver a saúde física e mental e a eficiência, através de esforços organizados da comunidade para o saneamento do meio ambiente, o controle de infecções na comunidade, a organização de serviços médicos e paramédicos para o diagnóstico precoce e o tratamento preventivo de doenças, e o aperfeiçoamento da máquina social, que irá assegurar a cada indivíduo, dentro da comunidade, um padrão de vida adequado à manutenção da saúde.

Apesar das campanhas sanitaristas no início da República, a saúde pública continuava sendo

um sério problema, principalmente porque como afirma Filho (2004, p. 06), nas cidades as

doenças que atingiam a população, ganharam novas e mais trágicas dimensões, tanto pela

chegada de grandes levas de imigrantes quanto pelo aumento da pobreza. O contínuo

crescimento da população urbana resultou na multiplicação dos cortiços e das favelas e,

conseqüentemente, do número de enfermos e novas doenças.

No período de 1980 a 2001, no Brasil, foram realizados poucos trabalhos utilizando

metodologias que aproveitem os potenciais locais que partam da realidade vivida pelas

populações bastante heterogêneas (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2005). As políticas públicas não

conseguiram acompanhar a crise da saúde, pois não têm sido renovadas de forma adequada

a responder eficazmente as novas demandas postas pela atenção à saúde coletiva. As ações

públicas do Estado não têm conseguido responder minimamente as demandas e este

problema vem sendo registrado na literatura nacional e internacional (ROUQUAYROL, 2003,

p. 32).

A insuficiente expansão dos sistemas de saneamento e a ineficácia de Educação Ambiental

faz com que o país sofra com epidemias evitáveis constantes, como os surtos de dengue. De

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acordo com Filho (2004), o setor de saúde sofre, sobretudo, pela ausência de planejamento

e com a descontinuidade dos programas. Tal situação permite não só o alastramento da

corrupção, mas também a ineficiência dos serviços de atendimento às necessidades básicas

da população.

Aliado aos fracassos na saúde pública está o saneamento ambiental, pois conforme os dados

da PNSB (Pesquisa Nacional de Saneamento Básico), realizada no ano de 2010, pelo IBGE

(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), revelam que o esgotamento sanitário é o

serviço de saneamento básico de menor cobertura nos municípios brasileiros, alcançando

apenas 52,2% das sedes municipais. De forma semelhante, no mesmo ano, os resultados do

PNAD (Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio), mostram que 63,6% dos resíduos das

grandes cidades são destinados aos lixões e alagados, agravando consideravelmente os

problemas de saúde da população.

No caso do Nordeste, a situação social da região, apesar de alguns avanços nas

últimas décadas, é ainda muito precária; os índices que avaliam as condições de vida da

população mostram seus valores sofríveis e segundo o IDH (Índice de Desenvolvimento

Humano) da ONU, publicados no ano de 2011, pelo IPEA (Instituto de Pesquisa e Estatística

Aplicada), todos os estados nordestinos apresentam resultados inferiores à média brasileira.

Entre os dez menores índices de IDH do País, oito são de estados do Nordeste. A região

também apresenta as maiores taxas de mortalidade infantil e a menor expectativa de vida

dentre as demais regiões brasileiras.

Diante desse quadro de políticas públicas que não progrediram no Brasil, alastraram-

se principalmente doenças que caracterizaram o perfil social de pobreza do país, como as

parasitoses. Doenças essas que até hoje são de difícil combate, pois estão intimamente

ligadas aos hábitos de vida e as condições sócio-econômicas e culturais das pessoas.

Dentro de estudos de parasitoses, essas descrições são cabíveis, já que as mesmas

são problemas de saúde pública totalmente ligada às condições de vida humana, incluindo

fatores socioeconômicos e culturais. Entende-se por parasitismo “a associação entre seres

vivos com unilateralidade de benefícios, sendo o hospedeiro um dos associados e outro o

prejudicado na associação, pois fornece o alimento e o abrigo ao parasito; assim, a

parasitologia é a relação cuja agressão repercute prejudicialmente no hospedeiro” (NEVES,

2003).

Assim, o Parasitismo pode ser compreendido como toda relação ecológica,

desenvolvida entre indivíduos de espécies diferentes, em que se observa, além da

associação íntima e duradoura, uma dependência metabólica de grau variável (REY, 2002, p.

07).

Conforme Santos e Silva (2001), o estudo das parasitoses e das condições de vida e

moradia das populações é de grande importância, pois constitui um grave problema de

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saúde pública, com relações diretas com os problemas econômicos e sociais. Além de

resultarem no comprometimento do desenvolvimento físico e intelectual dos indivíduos,

principalmente das crianças, as doenças parasitárias enfraquecem o organismo

possibilitando o surgimento de outras doenças. Logo, é nas crianças que ocorre o

comprometimento do crescimento físico e mental, podendo levar à diminuição da

imunidade, anemia, subnutrição, desnutrição e até a morte. Esse fato se deve a condição do

parasito desencadear um relacionamento com base nutricional, se apoderando dos

nutrientes ingeridos pelo indivíduo, resultando em quadros desde diarréias à desnutrição e

morte.

Além disso, existem relações entre as parasitoses e a falta ou a precária higiene individual ou

coletiva, já que muitas doenças parasitárias são transmitidas simplesmente pela não

lavagem das mãos ou pela ingestão de alimentos contaminados.

É importante também ressaltar que um dos fatores contribuintes a essa prevalência é a

cultura, logo essa “guia como as pessoas vivem, seus hábitos, costumes e gostos, além de as

formas pelas quais se interpreta e percebe a doença”, (GUALDA & BERGAMASCO 2004,

p.25). Nesse contexto, os hábitos de higiene praticados pelas crianças na maioria das vezes

devem ser tomados como exemplos dos pais, como uma cultura repassada pelos exemplos,

assim:

A higiene dos filhos é uma tarefa dos pais, e só quando a criança está madura para cuidar de sua própria higiene pessoal, e os pais não devem passar a responsabilidade antes que elas estejam preparadas. Para que a criança seja bem educada em higienização e desenvolva bons hábitos é necessário que ela receba informações e exemplos (BOA SAÚDE, 2007, p. 122).

Ainda no contexto da prevalência das parasitoses:

[...]o contato entre crianças portadoras e crianças suscetíveis no domicilio ou na escola, aliado ao fato de que suas brincadeiras são sempre relacionadas com o solo e o hábito de levarem a mão suja à boca, são os fatores que fazem com que a faixa etária de 1 a 12 anos seja a mais prevalente. Os adultos muitas vezes não apresentam certas doenças parasitárias, devido, provavelmente à mudança de hábitos de higiene e ainda porque se infectaram quando crianças, desenvolvendo imunidade. ( NEVES, 2003, p. 259).

As parasitoses tornaram-se, para a saúde pública, um agravo dentro do processo epidêmico

já que estão relacionadas aos fatores inerentes ao lugar. Logo, os agentes etiológicos e as

condições propiciatórias, como as condições de moradia e de saneamento, são contribuintes

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na geração de doença, e que possivelmente sempre existiram nos limites da área em estudo,

a comunidade Cosme e Damião, em Petrolina/PE.

“Epidemia (lato sensu) é a ocorrência de doença em grande número de pessoas ao mesmo

tempo” (ROUQUAYROL, 2003 p. 134). Num conceito operativo, segundo Rouquayrol (2003),

epidemia é uma alteração, espacial e cronologicamente delimitada, do estado de saúde-

doença de uma população, caracterizada por uma elevação progressivamente crescente,

inesperada e descontrolada dos coeficientes de incidência de determinada doença,

ultrapassando e reiterando valores acima do limiar epidêmico preestabelecido.

Essa definição pressupõe que o estado saúde-doença da população deva estar

permanentemente sob vigilância e controle. Implica observação contínua, exercida por

pessoal habilitado, coleta e registro de dados bioestatísticos, cálculo de coeficientes,

propositura de um limiar epidêmico convencionado e acompanhamento permanente da

incidência através de diagramas de controle, elementos ausentes da comunidade em

questão.

Assim, diante de todo esse contexto, conforme explica Rodrigues (2005) existe de fato uma

relação direta entre as parasitoses e as condições sanitárias onde o indivíduo está inserido.

Devemos presumir, conforme aponta estudos de Chieffi e Amato Neto (2003), que a alta

incidência de parasitoses reflete não somente as condições ambientais, de saneamento

básico e moradia, mas também e principalmente o nível de educação sanitária.

O enfrentamento destes problemas passa necessariamente pela Educação Ambiental e em

Saúde, devido a complexidade para sua superação, permitindo às populações o

empoderamento para a transformação de seu entorno e melhoria da qualidade de vida e

saúde.

Justificativa:

Atuar de maneira propositiva junto às escolas públicas municipais de Petrolina-PE e Juazeiro-BA, no enfrentamento dos problemas da carência de informações sobre a Saúde Ambiental e sua importância para a qualidade de vida, pode significar uma melhoria significativa para alunos, professores e famílias envolvidas com o processo educativo. Particularmente as ações de Saúde Ambiental são potenciais mobilizadoras de opiniões e práticas saudáveis, pelos reflexos imediatos sobre o bem estar e o estado de saúde individual e coletivo. Um dos elementos fundamentais para a mudança de comportamento é o acesso a informações e alternativas de novas práticas e valores de vida. As ações propostas serão somadas às atividade de Educação Ambiental do Projeto Escola Verde, sendo um complemento, e também sendo complementadas, pelas demais ações, cujo objetivo comum é despertar alunos, professores e gestores para a importância da temática socioambiental no cotidiano da escola.

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Desta maneira, numa ação interdisciplinar, abordar diferentes aspectos da Educação Ambiental, tais como a arborização das escolas, a prática da coleta seletiva de lixo, as mudanças no PPPs, a formação de professores e a promoção da Saúde Ambiental, através do Projeto ora proposto. Objetivos: Objetivo Geral

Mobilizar alunos, professores, gestores e famílias do entorno de escolas públicas de Petrolina-PE e Juazeiro-BA, para despertar os cuidados com a Saúde Ambiental Objetivos Específicos

Levar ao conhecimento de alunos, professores, gestores e comunidade informações essenciais sobre higiene, consumo sustentável, saneamento ambiental, doenças infecto-contagiosas e os cuidados com o meio ambiente.

Realizar palestras e Oficinas para a capacitação de professores e mobilização da comunidade escolas para a Saúde Ambiental.

Elaborar material informativo para a sensibilização de alunos, professores e famílias do entorno da escola, sobre saúde preventiva.

Contribuir para a integração das atividades de Educação Ambiental, com ênfase na Saúde Ambiental, como elemento fundamental para a qualidade de vida e de saúde.

Possibilitar a reflexão sobre os impactos sobre a saúde que um ambiente degradado e insalubre pode causar ao ser humano.

Apresentar as principais alternativas e métodos para minimizar e reverter o potencial contaminante e de risco à saúde individual e coletiva.

Metas:

Mobilizar 40 escolas em Petrolina-PE e Juazeiro-BA para ações de Educação em Saúde e Ambiental.

Produzir material informativo para ser distribuído nas escolas visitadas.

Fazer com que as comunidades escolares criem uma cultura de Educação Ambiental, de tal forma que a Saúde Ambiental seja um elemento fundamental no processo desta sensibilização.

Resultados Esperados:

Contribuir para a formação de uma cultura de prevenção, de cuidados ambientais, e uso sustentável dos recursos., nas escolas visitadas.

Mobilizar famílias na sensibilização para os cuidados e práticas de prevenção à saúde ambiental, tais como coleta e descarte adequado do lixo, higiene e cuidados pessoais e com o meio, agrotóxicos e contaminantes, alimentação saudável, dentre outros temas, conforme a realidade de cada escola.

Elaborar um artigo científico para publicação relatando a experiência.

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Metodologia:

O presente projeto deverá se integrar ao Projeto Escola Verde, já em andamento em 20 escolas publicas de Petrolina-PE e Juazeiro-BA, no sentido de contribuir para a promoção da Saúde Ambiental nestas escolas. As ações consistirão em visitações às 20 escolas, selecionadas e indicadas pelas Secretarias de Educação destes municípios, para diagnóstico rápido participativo da realidade da Saúde Ambiental da escola, através de Formulário de avaliação da escola (ver em anexo). Mobilização das escolas para realização de palestras e Oficinas sobre saúde ambiental (atividade já em andamento). Elaboração de material informativo para sensibilização das crianças, professores e familiares sobre a importância dos cuidados com a Saúde Ambiental. O trabalho será realizado em equipe interdisciplinar. A equipe será subdividida de tal forma que cada um integrante se ocupe de uma temática. Neste sentido operacionalizar-se-á da seguinte forma: Aluno 1 – Agrotóxicos e contaminantes químicos e biológicos Aluno 2 – Higiene e cuidados de atenção básica Aluno 3 – Alimentação saudável e produtos orgânicos Aluno 4 – Saneamento Ambiental

Referência Bibliográfica:

ALMEIDA, P. S. & ARAÚJO, M. S. O. Educação e Conscientização Popular: Uma estratégia para o combate das enteroparasitoses. 2005?. Disponível em: www.saudebrasilnet.com.br/saude/trabalhos/065s.pdf. Acessado: 18 maio 2007.

BARRETO, J. G. Detecção da incidência de enteroparasitoses nas crianças carentes da cidade de Guaçuí – ES. Rev. Bras. de Anal. Clin., v. 38, pp. 221-223, 2006. Disponível em: www.sbac.org.br. Acessado dia: 05 maio 2007.

FILHO, C. B. História em Movimento: História da Saúde Pública no Brasil. São Paulo: Ática, 2004.

GUALDA, D. M. R.; BERGAMASCO, R. B. Enfermagem, Cultura e o Processo saúde-doença. São Paulo: Ícone, 2004. pp. 25-36.

IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Nacional de Saneamento Básico - PNSB. IBGE: Rio de Janeiro, 2000.

IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio - PNAD. IBGE: Rio de Janeiro, 2000.

IPEA, Instituto de Pesquisa e Estatística Aplicada. Atlas de Desenvolvimento Humano. IPEA: Brasília, 2001.

KAWAMOTO, E. E.; SANTOS, M. C. H.; MATTOS, T. M. Enfermagem Comunitária. São Paulo: EPU, 2° Reimpressão, 2004.

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MINISTÉRIO DA SAÚDE. Plano Nacional de Vigilância e Controle das Enteroparasitoses. BRASÍLIA: 2005. 42p.

NEVES, D. P.; MELLO, A. L.; LINARD, P. M., et al. Parasitologia Humana. 11° ed. São Paulo: Atheneu, 2005.

RAMOS, Paulo Roberto. Saúde Ambiental Estratégica: A importância da participação popular. Petrolina: Editora Franciscana, 2008.

REY, L. Bases de Parasitologia Médica. 2° ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002.

RODRIGUES, A. F. S. F. Educação como medida profilática para as principais parasitoses que acometem os municípios mineiros de Almenara, Santa Helena e Curral de Dentro. dez. 2005. Disponível em: http://www.jf.estacio.br/extensao/projeto_prof_andre.pdf. Acessado em: 18 abril 2007

ROUQUAYROL, M. Z; FILHO, N. A. Epidemiologia e Saúde. 6° ed. Rio de Janeiro: MEDSI, 2003.

SANTOS, H. A; SILVA, C. G. Ocorrência de parasitoses da área de abrangência do centro de saúde Cícero Idelfonso da regional oeste da Prefeitura Municipal de BH, Minas Gerais . Rev. de Bio. e Ciê. da Terra. v. 1, n. 1, 2001. Disponível em: http://www.uepb.edu.br/eduep/rbct/sumarios/resumos/parasitosesresumo.htm. Acessado em: abril 2007.

Público-Alvo:

Alunos do ensino fundamental e médio, professores e familiares do entorno das escolas

Nº de Pessoas Beneficiadas 12.000

Cronograma de Execução

Evento Período Observações

Reunião com a equipe 03/2012 a 02/2014 Reuniões periódicas semanais

e sempre que necessário

Revisão de literatura 03/2013 a 04/2013 Atualização de bibliografia

Testagem dos instrumentos metodológicos 04/2013 Visitação as escolas e

agendamentos de atividades

Realização de Palestras 04/2013 a 02/2014 Palestras de temáticas

variadas sobre Saúde Ambiental

Realização de Oficinas 04/2013 a 02/2014 Oficinas de temáticas

variadas sobre Saúde Ambiental

Elaboração de material informativo 04/2013 a 11/2013 Elaboração sistemática de

material demandado pelas escolas

Publicação e distribuição do material informativo 05/2013 a 02/2014 Distribuição nas escolas do

material informativo

Entrega de relatórios 08/2013 e 02/2014

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Elaboração de artigo científico 06/2013 a 01/2014

Acompanhamento e Avaliação

Indicadores:

Relatórios Semanais Obrigatórios para bolsita e voluntários.

Relatório semestral e final, com análises qualitativas dos dados.

Visitar as 40 escolas programadas pelo presente projeto.

Registros fotográficos das atividades.

Aplicação de Questionários avaliativos das ações junto às escolas (a ser elaborado) Sistemática:

Todos os alunos integrantes da equipe deverão entregar relatórios semanais obrigatórios, descrevendo detalhadamente suas atividades, num total de 20 hs semanais, para bolsita e voluntários.

Alem dos relatórios semanais deverão também entregar relatório semestral e final, com análises qualitativas dos dados.

Atingir todas as 40 escolas programadas pelo presente projeto.

Registrar todas as ações em fotografias e filmes, os quais serão exibidos no site do Projeto Escola Verde (www.escolaverde.univasf.edu.br).

Mensurar sempre o número de participantes de cada atividade, período de duração, dia, mês e ano.

Mesurar qualitativamente as atividades desenvolvidas, através de depoimentos, entrevistas, opiniões e registros sobre o andamento das atividades.

Proposta Orçamentária

Rubrica Justificativas Valor (R$)

Custeio

Bolsa de Extensão A bolsa será de fundamental importância para custear os gastos da aluna bolsita com passagens e alimentação durante as atividades de campo.

12 X 400,00 = 4.800,00

Material de Consumo

Outros Serviços de Terceiros – Pessoa Jurídica

Será necessário a confecção de banners e panfletos informativos sobre Educação Ambiental para a sensibilização da comunidade escolar.

800,00

Total 5.600,00

Co-Financiamento (Informe se o Projeto terá outro financiamento além do PIBEX – 2013/2014)

Agências de Fomento Quais:

Page 12: Universidade Federal do Vale do São Francisco - UNIVASF

Universidade Federal do Vale do São Francisco - UNIVASF Pró-Reitoria de Extensão - PROEX

Av. José de Sá Maniçoba, s/n – Centro – 56.304-205 - Petrolina- PE Telefax: 87 2101-67-68 www.univasf.edu.br

Outros Quais:

Petrolina, 14 de outubro de 2012.

______________________________________ Paulo Roberto Ramos

Coordenador do Projeto (assinar e datar)

______________________________________ Coordenador do Colegiado/Setor

(assinar e datar)